The Project Gutenberg EBook of A Biblia Sagrada, by Various This eBook is for the use of anyone anywhere in the United States and most other parts of the world at no cost and with almost no restrictions whatsoever. You may copy it, give it away or re-use it under the terms of the Project Gutenberg License included with this eBook or online at www.gutenberg.org. If you are not located in the United States, you'll have to check the laws of the country where you are located before using this ebook. Title: A Biblia Sagrada Contendo o Velho e o Novo Testamento Author: Various Translator: João Ferreira d'Almeida Release Date: June 12, 2020 [EBook #62383] Language: Portuguese Character set encoding: UTF-8 *** START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK A BIBLIA SAGRADA *** Produced by Júlio Reis, abi278, Sergio Queiroz and the Online Distributed Proofreading Team at https://www.pgdp.net (Images from Faithofgod.net) A BIBLIA SAGRADA CONTENDO O VELHO E O NOVO TESTAMENTO TRADUZIDA EM PORTUGUEZ POR JOÃO FERREIRA D’ALMEIDA COM REFERENCIAS E ALGUMAS ALTERNATIVAS _EDIÇÃO REVISTA E CORRIGIDA_ _DEPOSITO DAS ESCRIPTURAS SAGRADAS_ 32—JANELLAS VERDES—32 LISBOA 1911 _First Edition, 1900._ _6,000 reprinted 1911._ INDICE DOS LIVROS QUE CONTÉM A BIBLIA SAGRADA _VELHO TESTAMENTO_ Abreviaturas Pag. Cap. Genesis Gen. 1 50 Exodo Exo. 51 40 Levitico Lev. 95 27 Numeros Num. 128 36 Deuteronomio Deu. 172 34 Josué Jos. 211 24 Juizes Jui. 236 21 Ruth Ruth 261 4 I Samuel I Sam. 265 31 II Samuel II Sam. 299 24 I Reis I Reis 326 22 II Reis II Reis 358 25 I Chronicas I Chr. 388 29 II Chronicas II Chr. 416 36 Esdras Esd. 451 10 Nehemias ou II Esdras Neh. 461 13 Esther Est. 475 10 Job Job 483 42 Psalmos Psa. 510 150 Proverbios Pro. 576 31 Ecclesiastes Ecc. 600 12 Cantico dos Canticos Can. 608 8 Isaias Isa. 612 66 Jeremias Jer. 663 52 Lamentações de Jeremias Lam. 719 5 Ezequiel Eze. 725 48 Daniel Dan. 776 12 Oseas Ose. 792 14 Joel Joel 800 3 Amós Amós 803 9 Obadias Oba. 809 1 Jonas Jon. 810 4 Miqueas Miq. 812 7 Nahum Nah. 816 3 Habacuc Hab. 818 3 Sofonias Sof. 820 3 Aggeo Agg. 823 2 Zacharias Zac. 825 14 Malachias Mal. 834 4 _NOVO TESTAMENTO_ Abreviaturas Pag. Cap. Evangelho de S. Mattheus Mat. 839 28 ” de S. Marcos Mar. 875 16 ” de S. Lucas Luc. 898 24 ” de S. João João 936 21 ” Actos dos Apostolos Act. 964 28 Epistola de S. Paulo ” aos Romanos Rom. 1000 16 ” I aos Corinthios I Cor. 1015 16 ” II aos Corinthios II Cor. 1030 13 ” aos Galatas Gal. 1039 6 ” aos Ephesios Eph. 1044 6 ” aos Philippenses Phi. 1050 4 ” aos Colossenses Col. 1054 4 ” I aos Thessalonicenses I The. 1057 5 ” II aos Thessalonicenses II The. 1061 3 ” I a Timotheo I Tim. 1063 6 ” II a Timotheo II Tim. 1067 4 ” a Tito Tito 1070 3 ” a Philemon Phi. 1072 1 ” aos Hebreos Heb. 1073 13 ” de S. Thiago Thi. 1084 5 ” I de S. Pedro I Ped. 1088 5 ” II de S. Pedro II Ped. 1092 3 ” I de S. João I João 1095 5 ” II de S. João II João 1099 1 ” III de S. João III João 1099 1 ” de S. Judas Jud. 1100 1 Apocalypse Apo. 1101 22 Nota do transcritor: Algumas das referências estão erradas. Não foi possível para corrigi-los. O PRIMEIRO LIVRO DE MOYSÉS CHAMADO GENESIS. _A creação do ceu e da terra e de tudo o que n’elles se contém._ [Antes de Christo 4004] 1 No [1] principio creou [2] Deus os céus e a terra. 2 E a terra [3] era sem fórma e vasia; e _havia_ trevas sobre a face do abysmo: e o [4] Espirito de Deus se movia sobre a face das aguas. 3 E disse Deus: [5] Haja luz: e [6] houve luz. 4 E viu Deus que era boa a luz: e fez Deus separação entre a luz e as trevas. 5 E Deus chamou á luz Dia; e ás [7] trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. 6 E disse Deus: Haja uma expansão no meio das aguas, e haja separação entre aguas e aguas. 7 E fez Deus a expansão, [8] e fez separação entre as aguas que _estavam_ debaixo da expansão e as aguas que [9] _estavam_ sobre a expansão: e assim foi. 8 E chamou Deus á expansão Céus, e foi a tarde e a manhã o dia segundo. 9 E disse Deus: Ajuntem-se [10] as aguas debaixo dos céus n’um logar; e appareça a _porção_ secca: e assim foi. 10 E chamou Deus á _porção_ secca Terra; e ao ajuntamento das aguas chamou Mares: e viu Deus que era bom. 11 Disse Deus: Produza a terra herva verde, herva que dê semente, arvore fructifera que dê fructo segundo a sua especie, cuja semente _está_ n’ella sobre a terra: e assim foi. 12 E a terra produziu herva, herva dando semente conforme a sua especie, e a arvore fructifera, cuja semente _está_ n’ella conforme a sua especie: e viu Deus que era bom. 13 E foi a tarde, e a manhã, o dia terceiro. 14 E disse Deus: [11] Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; [12] e sejam elles para signaes e para [A] tempos determinados e para dias e annos. 15 E sejam para luminares na expansão dos céus, para allumiar a terra: e assim foi. 16 E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e [13] as estrellas. 17 E Deus os poz na expansão dos céus para allumiar a terra, 18 E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas: e viu Deus que era bom. 19 E foi a tarde, e a manhã, o dia quarto. 20 E disse Deus: Produzam as aguas abundantemente [B] reptis de alma vivente; e vôem as aves sobre a face da expansão dos céus. 21 E Deus creou as [C] grandes balêas, e todo o reptil de alma vivente que as aguas abundantemente produziram conforme as suas especies; e toda a ave de azas conforme a sua especie: e viu Deus que era bom. 22 E Deus as abençoou, dizendo: Fructificae e multiplicae-vos, e enchei as aguas nos mares; e as aves se multipliquem na terra. 23 E foi a tarde, e a manhã, o dia quinto. _A creação dos seres viventes._ 24 E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua especie; gado e reptis, e bestas feras da terra conforme a sua especie: e assim foi. 25 E fez Deus as bestas feras da terra conforme a sua especie, e o gado conforme a sua especie, e todo o reptil da terra conforme a sua especie: e viu Deus que era bom. 26 E disse Deus: [14] Façamos o homem á nossa imagem, conforme á nossa similhança: e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o reptil que se [D] move sobre a terra. 27 E creou Deus o homem á sua imagem: á imagem de Deus o creou: macho e femea os creou. 28 E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Fructificae e multiplicae-vos, e enchei a terra, e sujeitae-a: e dominae sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. 29 E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a herva que dá semente, que _está_ sobre a face de toda a terra; e toda a arvore, em que ha fructo de arvore que dá semente, [15] ser-vos-ha para mantimento. 30 E todo o animal da terra, e toda a ave dos céus, e todo o reptil da terra, em que ha alma vivente; toda a herva verde _será_ para mantimento: e assim foi. 31 E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom: e foi a tarde, e a manhã, o dia sexto. [1] Pro. 8.23. Heb. 1.10 e 11.3. [2] Psa. 8.3 e 33.6. Isa. 40.26. Jer. 51.15. Zac. 12.1. Act. 14.15. Rom. 1.20. Col. 1.16. [3] Jer. 4.23. [4] Job 26.13. Psa. 104.30. [5] Psa. 33.9. [6] II Cor. 4.6. [7] Isa. 45.7. [8] Job 37.18. Jer. 10.12. [9] Pro. 8.28. Psa. 148.3. [10] Job 38.8. Psa. 104.9. Jer. 5.22. II Ped. 3.5. [11] Psa. 136.7. [12] Psa. 104.19. [13] Psa. 138.6. Jer. 31.35. [14] Ecc. 7.29. Eph. 4.24. Col. 3.10. I Cor. 11.7. [15] cap. 9.3. 2 Assim os céus, e a terra e todo o seu exercito foram acabados. 2 E havendo Deus acabado no dia setimo a sua obra, que tinha feito, [1] descançou no setimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. 3 E abençoou Deus o dia setimo, e o sanctificou; porque n’elle descançou de toda a sua obra, que Deus creára e fizera. _A formação do jardim do Eden._ 4 Estas são as [E] origens dos céus e da terra, quando foram creados: no dia em que o [F] Senhor Deus fez a terra e os céus: 5 E toda a planta do campo que ainda não estava na terra, e toda a herva do campo que ainda não brotava; porque _ainda_ o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. 6 Um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da terra. 7 E formou o Senhor Deus o homem do [2] pó da terra, e soprou em seus [3] narizes o [4] folego da vida: e [5] o homem foi feito alma vivente. 8 E plantou o Senhor Deus um jardim no Eden, da banda do oriente: e poz ali o homem que tinha formado. 9 [6] E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a arvore agradavel á vista, e boa para comida: e a arvore da vida [7] no meio do jardim, e a arvore da [G] sciencia do bem e do mal. 10 E sahia um rio do Eden para regar o jardim; e d’ali se dividia e se tornava em quatro cabeças. 11 O nome do primeiro _é_ Pison: este é o que rodeia toda a terra de [8] Havila, onde _ha_ oiro. 12 E o oiro d’essa terra _é_ bom: ali _ha_ o bdellio, e a pedra [H] sardonica. 13 E o nome do segundo rio _é_ Gihon: este é o que rodeia toda a terra de [I] Cush. 14 E o nome do terceiro rio _é_ [9] [J] Hiddekel: este é o que vae para a banda do oriente da Assyria: e o quarto rio é o Euphrates. 15 E tomou o Senhor Deus o homem, e o poz no jardim do Eden para o lavrar e o guardar. 16 E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a arvore do jardim comerás livremente, 17 Mas da arvore da sciencia do bem e do mal, d’ella [10] não comerás; porque no dia em que d’ella comeres, certamente morrerás. _Como Deus creou a mulher._ 18 E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só: [11] far-lhe-hei uma ajudadora _que_ [K] _esteja_ como diante d’elle. 19 Havendo pois o Senhor Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus _os_ trouxe [12] a Adão, para _este_ vêr como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome. 20 E Adão poz os nomes a todo o gado, e ás aves dos céus, e a toda a besta do campo; mas para o homem não se achava ajudadora _que estivesse_ como diante d’elle. 21 Então o Senhor Deus fez cair um [13] somno pesado sobre Adão, e _este_ adormeceu: e tomou uma das suas costellas, e cerrou a carne em seu logar; 22 E da costella que o Senhor Deus tomou do homem, [L] formou uma mulher: e trouxe-a a Adão. 23 E disse Adão: Esta é agora [14] osso dos meus ossos, e carne da minha carne: esta será chamada varôa, porquanto do varão foi tomada. 24 Portanto deixará [15] o varão o seu pae e a sua mãe, e apegar-se-ha á sua mulher, e serão ambos uma [16] carne. 25 E ambos estavam nús, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam. [1] Exo. 20.1. Isa. 58.13. Mat. 12.8. Col. 2.16, 17. Heb. 4.4, 9. [2] cap. 3.19. Psa. 103.14. Isa. 64.8. [3] I Cor. 15.47. Job 33.4. [4] Isa. 2.22. [5] I Cor. 15.45. [6] Eze. 31.8, 9. [7] cap. 3.22. Pro. 3.18. Apo. 2.7. [8] cap. 25.18. [9] Dan. 10.4. [10] cap. 3.3, 11. [11] I Cor. 11.9. I Tim. 2.13. [12] Psa. 8.6. [13] cap. 15.2. [14] Eph. 5.30. [15] Mar. 10.7. [16] I Cor. 6.16. _Tentação de Eva e queda do homem._ 3 Ora a [1] serpente era [2] mais astuta que todas as alimarias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse á mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a arvore do jardim? 2 E disse a mulher á serpente: Do fructo das arvores do jardim comeremos, 3 Mas do fructo da arvore que está no meio do jardim, disse Deus: [3] Não comereis d’elle, nem n’elle tocareis para que não morraes. 4 Então a [4] serpente disse á mulher: [5] Certamente não morrereis. 5 Porque Deus sabe que no dia em que d’elle comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. 6 E viu a mulher que aquella arvore _era_ boa para se comer, e agradavel aos olhos, e arvore desejavel para dar intendimento; tomou do seu fructo, e comeu, e deu tambem a seu marido comsigo, e _elle_ comeu. 7 Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que [6] _estavam_ nús; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si [M] aventaes. 8 E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia: e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as arvores do jardim. 9 E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? 10 E elle disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e [7] temi, porque estava nú, e escondi-me. 11 E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nú? Comeste tu da arvore de que te ordenei que não comesses? 12 Então disse Adão; [8] A mulher que me déste por companheira, ella me deu da arvore, e comi. 13 E disse o Senhor Deus á mulher: Porque fizeste isto? E disse a mulher A serpente me enganou, e eu comi. 14 Então o Senhor Deus disse á serpente: Porquanto fizeste isto, maldita _serás_ mais que toda a besta, e mais que todos os animaes do campo: sobre o teu ventre andarás, e [9] pó comerás todos os dias da tua vida. 15 E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a [10] tua semente e a [11] sua semente: esta [N] te [12] ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. 16 E á mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dôr, e a tua conceição; [13] com dôr parirás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e elle te dominará. 17 E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos á voz de tua mulher, e comeste da arvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás d’ella: maldita _é_ a terra por causa de ti; com [14] dôr comerás d’ella todos os dias da tua vida. 18 [15] Espinhos, e cardos tambem, te produzirá; e comerás a herva do campo. 19 No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes á terra; porque d’ella foste tomado: porquanto és pó, e em pó te tornarás. 20 E chamou Adão o nome de sua mulher, [O] Eva; porquanto ella era a mãe de todos os viventes. 21 E fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher tunicas de pelles, e [16] os vestiu. 22 Então disse o Senhor Deus: Eis [17] que o homem é como um de Nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome tambem da arvore da vida, [18] e coma e viva eternamente: 23 O Senhor Deus, pois, o enviou fóra do jardim do Eden, para lavrar a terra de que fôra tomado. 24 E havendo lançado fóra o homem, poz [19] cherubins ao oriente do jardim do Eden, e uma [20] espada inflammada que andava ao redor, para guardar o caminho da arvore da vida. [1] Apo. 12.9. [2] II Cor. 11.3. [3] cap. 2.17. [4] João 8.44. [5] I Tim. 2.14. [6] cap. 2.25. [7] I João 3.20. [8] Pro. 28.13. [9] Isa. 65.25. Miq. 7.17. [10] Mat. 13.38. João 8.44. I João 3.8. [11] Isa. 7.14. Miq. 5.3. Mat. 1.23. Luc. 1.35. [12] Rom. 16.20. [13] I Tim. 2.14. [14] Rom. 8.20. [15] Isa. 55.13. [16] Isa. 61.10. Phi. 3.9. [17] ver. 5. [18] Apo. 2.7. [19] Exo. 25.18, 20. Psa. 80.1 e 99.1. [20] I Chr. 21.16. _O nascimento de Caim, Abel, e Seth._ 4 E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ella concebeu e pariu a [P] Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. 2 E pariu mais a seu irmão [Q] Abel: e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. 3 E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fructo da terra uma offerta ao Senhor. 4 E Abel tambem trouxe dos primogenitos das suas ovelhas, e da sua gordura: e attentou o Senhor para [1] Abel e para a sua offerta, 5 Mas para Caim e para a sua offerta não attentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante. 6 E o Senhor disse a Caim: Porque te iraste? E porque descaiu o teu semblante? 7 Se bem fizeres, não haverá [R] acceitação para ti? se não fizeres bem, o peccado jaz á porta, e para ti será o seu desejo, e sobre elle dominarás. _O primeiro homicidio._ 8 E fallou Caim com o seu irmão Abel: e succedeu que, estando elles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e [2] o matou. 9 E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E elle disse: Não sei: sou eu guardador do meu irmão? 10 E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. 11 E agora maldito _és_ tu desde a terra, que abriu a sua bocca para receber o sangue do teu irmão da tua mão. 12 Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força: fugitivo e vagabundo serás na terra. 13 Então disse Caim ao Senhor: É maior a minha maldade que a que possa [S] ser perdoada. 14 Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquelle que me achar, me matará. 15 O Senhor porém disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será [T] castigado. E poz o Senhor um signal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse. 16 E saiu Caim de diante da face do Senhor, e habitou na terra de Nod, da banda do oriente do Eden. 17 E conheceu Caim a sua mulher, e ella concebeu, e pariu a Enoch: e elle edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade pelo nome de seu filho Enoch: 18 E a Enoch nasceu Irad, e Irad gerou a Mehujael, e Mehujael gerou a Methusael e Methusael gerou a Lamech. 19 E tomou Lamech para si duas mulheres: o nome d’uma era Ada, e o nome da outra, Zilla. 20 E Ada pariu a Jabal: este foi o pae dos que habitam em tendas, e _teem_ gado. 21 E o nome do seu irmão era Jubal: este foi o pae de todos os que tocam harpa e orgão. 22 E Zilla tambem pariu a Tubalcaim, mestre de toda a obra de cobre e de ferro: e a irmã de Tubalcaim _foi_ Naama. 23 E disse Lamech a suas mulheres: Ada e Zilla, ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lamech, escutae o meu dito; porque eu matei um varão por minha ferida, e um mancebo por minha pisadura. 24 Porque sete vezes Caim será castigado; mas Lamech setenta vezes sete. 25 E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ella pariu um filho, e chamou o seu nome [U] Seth; porque, disse ella, Deus me deu outra semente em logar de Abel; porquanto Caim o matou. 26 E a Seth mesmo tambem nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos: então se começou a invocar o nome do Senhor. [1] Heb. 11.4. [2] I João 3.12. _A genealogia de Seth._ 5 Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus creou o homem, [1] á similhança de Deus o fez. 2 Macho [2] e femea os creou; e os abençoou, e chamou o seu nome Adão, no dia em que foram creados. 3 E Adão viveu cento e trinta annos, e gerou um _filho_ á [3] sua similhança, conforme á sua imagem e chamou o seu nome Seth. 4 E foram os dias de Adão, depois que gerou a Seth, oitocentos annos: e gerou filhos e filhas. 5 E foram todos os dias que Adão viveu, novecentos e trinta annos; [4] e morreu. 6 E viveu Seth cento e cinco annos, e gerou a Enos. 7 E viveu Seth, depois que gerou a Enos, oitocentos e sete annos, e gerou filhos e filhas. 8 E foram todos os dias de Seth novecentos e doze annos; e morreu. 9 E viveu Enos noventa annos; e gerou a Cainan. 10 E viveu Enos, depois que gerou a Cainan, oitocentos e quinze annos; e gerou filhos e filhas. 11 E foram todos os dias de Enos novecentos e cinco annos; e morreu. 12 E viveu Cainan, setenta annos; e gerou a Mahalalel. 13 E viveu Cainan, depois que gerou a Mahalalel, oitocentos e quarenta annos; e gerou filhos e filhas. 14 E foram todos os dias de Cainan novecentos e dez annos; e morreu. 15 E viveu Mahalalel sessenta e cinco annos; e gerou a Jared. 16 E viveu Mahalalel, depois que gerou a Jared, oitocentos e trinta annos; e gerou filhos e filhas. 17 E foram todos os dias de Mahalalel oitocentos e noventa e cinco annos; e morreu. 18 E viveu Jared cento e sessenta e dois annos; e gerou a Enoch. 19 E viveu Jared, depois que gerou a Enoch, oitocentos annos; e gerou filhos e filhas. 20 E foram todos os dias de Jared novecentos e sessenta e dois annos; e morreu. 21 E viveu Enoch sessenta e cinco annos; e gerou a Methusala. 22 E andou [5] Enoch com Deus, depois que gerou a Methusala, trezentos annos; e gerou filhos e filhas. 23 E foram todos os dias de Enoch trezentos e sessenta e cinco annos. 24 E andou Enoch com Deus; e não estava _mais_; [6] porquanto Deus _para si_ o tomou. 25 E viveu Methusala cento e oitenta e sete annos; e gerou a Lamech. 26 E viveu Methusala, depois que gerou a Lamech, setecentos e oitenta e dois annos; e gerou filhos e filhas. 27 E foram todos os dias de Methusala novecentos e sessenta e nove annos; e morreu. 28 E viveu Lamech cento e oitenta e dois annos; e gerou um filho, 29 E chamou o seu nome [V] Noé, dizendo: Este nos consolará ácerca de nossas obras, e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o [7] Senhor amaldiçoou. 30 E viveu Lamech, depois que gerou a Noé, quinhentos e noventa e cinco annos; e gerou filhos e filhas. 31 E foram todos os dias de Lamech setecentos e setenta e sete annos; e morreu. 32 E era Noé da edade de quinhentos annos; e gerou Noé a [8] Sem, Cão, e Japhet. [1] cap. 1.27. I Cor. 11.7. Col. 3.10. [2] Mal. 2.15. [3] Job 25.4. João 3.6. I Cor. 15.48. [4] Heb. 9.27. [5] cap. 6.9 e 17.1. Deu. 13.4. II Reis 20.3. Psa. 16.8. Amós 3.3. Mal. 2.6. [6] Heb. 11.5. [7] cap. 3.17 e 4.11. [8] cap. 6.10 e 10.21. _A corrupção geral do genero humano._ [Antes de Christo 2469] 6 E aconteceu que, como os homens se começaram a multiplicar sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas; 2 Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram [1] formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. 3 Então disse o Senhor: Não [W] contenderá o [2] meu Espirito para sempre com o homem; porque elle tambem _é_ carne: [3] porém os seus dias serão cento e vinte annos. 4 Havia n’aquelles dias gigantes na terra; e tambem depois, quando os filhos de Deus entraram ás filhas dos homens, e _d’ellas_ geraram _filhos_: estes _eram_ os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama. 5 E viu o [4] Senhor que a maldade do homem se multiplicára sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. 6 Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pezou-lhe em seu coração. 7 E disse o Senhor: Destruirei o homem que creei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao reptil, e até á ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. 8 Noé [5] porém achou graça aos olhos do Senhor. 9 Estas _são_ as gerações de Noé: Noé era varão justo e recto em suas gerações: Noé andava com Deus. 10 E gerou Noé tres filhos: Sem, Cão, e Japhet. 11 A terra porém estava corrompida diante da face de Deus: e encheu-se a terra de violencia. 12 E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra. _Deus annuncia o diluvio a Noé._ 13 Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violencia; e eis que os desfarei com a terra. 14 Faze para ti uma arca da madeira de Gopher: farás [X] compartimentos na arca, e a betumarás por dentro e por fóra com betume. 15 E d’esta maneira a farás: De trezentos covados o comprimento da arca, e de cincoenta covados a sua largura, e de trinta covados a sua altura. 16 Farás na arca uma janella, e de um covado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-has _andares_ baixos, segundos e terceiros. 17 Porque eis que Eu trago um [6] diluvio de aguas sobre a terra, para desfazer toda a carne em que _ha_ espirito de vida debaixo dos céus: tudo o que ha na terra expirará. 18 Mas comtigo estabelecerei o meu pacto; e entrarás na arca tu e os teus filhos, e a tua mulher, e as mulheres de teus filhos comtigo. 19 E de tudo o que vive, de toda a carne, [7] dois de cada especie, metterás na arca, para os conservar vivos comtigo; macho e femea serão. 20 Das aves conforme a sua especie, e das bestas conforme a sua especie, de todo o reptil da terra conforme a sua especie, dois de cada _especie_ virão a ti, para os conservar em vida. 21 E tu toma para ti de toda a comida que se come, e ajunta-a para ti; e te será para mantimento para ti e para elles. 22 Assim fez Noé: [8] conforme a tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez. [1] Job 31.1. [2] Neh. 9.30. Isa. 5.4 e 63.10. Jer. 11.7, 11. I Ped. 3.20. [3] Psa. 78.39. [4] Psa. 14.2 e 53.2. Rom. 3.9. [5] Eze. 14.14. [6] Psa. 20.10. [7] cap. 7.8, 9. [8] Heb. 11.7. _Noé e sua familia entram na arca._ [Antes de Christo 2448] 7 Depois disse o Senhor a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca: porque te hei visto [1] justo diante de mim n’esta geração. 2 De todo o animal [2] limpo tomarás para ti sete _e_ sete, macho e sua femea; mas dos animaes que não são limpos, dois, o macho e sua femea. 3 Tambem das aves dos céus sete _e_ sete, macho e femea, para conservar em vida a semente sobre a face de toda a terra. 4 Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda a substancia que fiz. 5 E fez Noé conforme a tudo o que o Senhor lhe ordenára. 6 E _era_ Noé da edade de seiscentos annos, quando o diluvio das aguas veiu sobre a terra. 7 E entrou Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com elle na arca, por causa das aguas do diluvio. 8 Dos animaes limpos, e dos animaes que não _são_ limpos, e das aves, e de todo o reptil sobre a terra, 9 Entraram de dois em dois a Noé na arca, macho e femea, como Deus ordenára a Noé. 10 E aconteceu que, passados sete dias, vieram sobre a terra as aguas do diluvio. 11 No anno seiscentos da vida de Noé, no mez segundo, aos dezesete dias do mez, n’aquelle mesmo dia [3] se romperam todas as fontes do grande abysmo, e as janellas dos céus se abriram, 12 E houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites. 13 E no mesmo dia entrou Noé, e Sem, e Cão, e Japhet, os filhos de Noé, como tambem a mulher de Noé, e as tres mulheres de seus filhos com elle na arca. 14 Elles, e todo o animal conforme a sua especie, e todo o gado conforme a sua especie, e todo o reptil que se roja sobre a terra conforme a sua especie, e toda a ave conforme a sua especie, todo o passaro de [Y] toda a qualidade. 15 E de toda a carne, em que havia espirito de vida, entraram de dois em dois a Noé na arca. 16 E os que entraram, macho e femea de toda a carne entraram, como Deus lhe tinha ordenado: e o Senhor [4] o fechou por fóra. _O diluvio._ 17 E esteve o diluvio quarenta dias sobre a terra, e cresceram as aguas, e levantaram a arca, e ella se elevou sobre a terra. 18 E prevaleceram as aguas, e cresceram grandemente sobre a terra; e a arca andava sobre as aguas. 19 E as aguas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e [5] todos os altos montes, que _havia_ debaixo de todo o céu, foram cobertos. 20 Quinze covados acima prevaleceram as aguas; e os montes foram cobertos. 21 E expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado e de feras, e de todo o reptil que se roja sobre a terra, e [6] todo o homem. 22 Tudo o que _tinha_ folego de espirito de vida em seus narizes, tudo o que _havia_ no secco, morreu. 23 Assim foi desfeita toda a substancia que _havia_ sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao reptil, e até á ave dos céus; e foram extinctos da terra: e ficou somente Noé, e os que com elle _estavam_ na arca. 24 E prevaleceram as aguas sobre a terra [7] cento e cincoenta dias. [1] I Ped. 3.20. II Ped. 2.5. [2] Lev. 11. [3] cap. 8.2. Pro. 8.28. Mat. 24.38. I The. 5.3. [4] Deu. 33.27. Psa. 46.2. [5] II Ped. 3.6. [6] Job 22.15, 17. [7] cap. 8.3. _As aguas do diluvio diminuem._ [Antes de Christo 2349] 8 E [1] lembrou-se Deus de Noé, e [2] de toda a besta, e de todo o animal, e de toda a rez que com elle _estava_ na arca: e Deus fez passar [3] um vento sobre a terra, e aquietaram-se as aguas. 2 Cerraram-se tambem as [4] fontes do abysmo, e as janellas dos céus, e a chuva dos céus deteve-se. 3 E as aguas tornaram de sobre a terra [Z] continuamente, e ao cabo de cento e cincoenta dias as aguas minguaram. 4 E a arca repousou, no setimo mez, no dia dezesete do mez, sobre os montes de Ararat. 5 E foram as aguas indo e minguando até ao decimo mez: no decimo mez, no primeiro dia do mez, appareceram os cumes dos montes. 6 E aconteceu que, ao cabo de quarenta dias, [5] abriu Noé a janella da arca que tinha feito. _Noé solta um corvo e depois uma pomba._ 7 E soltou um corvo, que saiu, indo e voltando, até que as aguas se seccaram de sobre a terra. 8 Depois soltou uma pomba, a vêrse as aguas tinham minguado de sobre a face da terra. 9 A pomba porém não achou repouso para a planta do seu pé, e voltou a elle para a arca; porque as aguas _estavam_ sobre a face de toda a terra: e elle estendeu a sua mão, e tomou-a, e metteu-a comsigo na arca. 10 E esperou ainda outros sete dias, e tornou a enviar a pomba fóra da arca. 11 E a pomba voltou a elle sobre a tarde; e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu bico: e conheceu Noé que as aguas tinham minguado sobre a terra. 12 Então esperou ainda outros sete dias; e enviou fóra a pomba, mas não tornou mais a elle. 13 E aconteceu _que_ no anno seiscentos e um, no _mez_ primeiro, no primeiro _dia_ do mez, as aguas se seccaram de sobre a terra: então Noé tirou a cobertura da arca, e olhou, e eis que a face da terra estava enxuta. 14 E no segundo mez, aos vinte e sete dias do mez, a terra estava secca. _Noé e sua familia saem da arca._ 15 Então fallou Deus a Noé, dizendo: 16 Sae da arca, tu, e tua mulher, e teus filhos, e as mulheres de teus filhos comtigo. 17 Todo o animal que _está_ comtigo, de toda a carne, de ave, e de gado, e de todo o reptil que se roja sobre a terra traze fóra comtigo; e povôem abundantemente a terra, e [6] fructifiquem, e se multipliquem sobre a terra. 18 Então saiu Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com elle, 19 Todo o animal, todo o reptil, e toda a ave, e tudo o que se move sobre a terra, conforme as suas familias, saiu para fóra da arca. 20 E edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo o [7] animal limpo, e de toda a ave limpa, e offereceu holocaustos sobre o altar. 21 E o Senhor cheirou o [8] suave cheiro, e disse o Senhor em seu coração: [9] Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a [10] imaginação do coração do homem _é_ má desde a sua meninice, [11] nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz. 22 Emquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite, [12] não cessarão. [1] cap. 19.29. Exo. 2.24. [2] Psa. 36.6. [3] Exo. 14.21. [4] Pro. 8.28. [5] cap. 6.16. [6] cap. 1.22. [7] Lev. 1.11. [8] Lev. 1.9. Eph. 5.2. [9] cap. 3.17 e 6.17. [10] cap. 6.5. Job 15.14. Jer. 17.9. Rom. 1.21. [11] cap. 9.11, 15. [12] Isa. 54.9. Jer. 33.20. _O pacto que Deus fez com Noé._ 9 E abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: [1] Fructificae e multiplicae-vos, e enchei a terra. 2 E será o vosso temor [2] e o vosso pavor sobre todo o animal da terra, e sobre toda a ave dos céus: tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, na vossa mão são entregues. 3 Tudo quanto se [3] move, que é vivente, será para vosso mantimento: tudo vos tenho dado [4] como herva verde. 4 A carne, porém, com [5] sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis. 5 E certamente requererei o vosso sangue, _o sangue_ das vossas [AA] vidas; da mão de todo o animal o requererei: como tambem da mão [6] do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. 6 Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado: porque Deus fez [7] o homem conforme á _sua_ imagem. 7 Mas vós fructificae e multiplicae-vos: povoae abundantemente a terra, e multiplicae-vos n’ella. 8 E fallou Deus a Noé, e a seus filhos com elle, dizendo: 9 E eu, eis que estabeleço o meu [8] concerto comvosco e com a vossa semente depois de vós, 10 E com toda [AB] a alma vivente, [9] que comvosco está, de aves, de rezes, e de todo o animal da terra comvosco: desde todos que sairam da arca, até todo o animal da terra. 11 E eu comvosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruida toda a carne pelas aguas [10] do diluvio: e que não haverá mais diluvio, para destruir a terra. 12 E disse Deus: Este _é_ o signal [11] do concerto que ponho entre mim e vós, e entre toda a alma vivente, que está comvosco, por gerações eternas. 13 O meu [12] arco tenho posto na nuvem: este será por signal do concerto entre mim e a terra. 14 E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, apparecerá o arco nas nuvens: 15 Então me lembrarei do meu concerto, que está entre mim [13] e vós, e entre toda a alma vivente de toda a carne: e as aguas não se tornarão mais em diluvio, para destruir toda a carne. 16 E estará o arco nas nuvens, e eu o verei, para me lembrar do concerto eterno entre Deus e toda a alma vivente de toda a carne, que _está_ sobre a terra. 17 E disse Deus a Noé: Este é o signal do concerto que tenho estabelecido entre mim e entre toda a carne, que _está_ sobre a terra. 18 E os filhos de Noé, que da arca sairam, foram Sem, e Cão, e Japhet; e [14] Cão, _é_ o pae de Canaan. 19 Estes tres _foram_ [15] os filhos de Noé; e d’estes se povoou toda a terra. _Noé planta uma vinha._ [Antes de Christo 2348] 20 E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha: 21 E bebeu do [16] vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. 22 E viu Cão, o pae de Canaan, a nudez do seu pae, e fel-o saber a ambos seus irmãos fóra. 23 Então tomaram Sem e Japhet uma capa, e puzeram-n’a sobre ambos os seus hombros, e indo [17] virados para traz, cubriram a nudez do seu pae, e os seus rostos eram virados, de maneira que não viram a nudez do seu pae. 24 E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera. 25 E disse: Maldito seja [18] Canaan: servo dos servos seja aos seus irmãos. 26 E disse: Bemdito seja o Senhor Deus de Sem: e seja-lhe Canaan por servo. 27 Alargue Deus a Japhet, e habite nas tendas de Sem: e seja-lhe Canaan por servo. 28 E viveu Noé, depois do diluvio, trezentos e cincoenta annos. 29 E foram todos os dias de Noé novecentos e cincoenta annos, e morreu. [1] ver. 7, 19. cap. 10.32. [2] Psa. 8.6. Thi. 3.7. [3] Deu. 12.15 e 14.4. Act. 10.12, 14. I Tim. 4.3, 4. [4] cap. 1.20. [5] Lev. 17.10, 14 e 19.25. Deu. 12.23. I Sam. 14.34. [6] Eze. 21.12, 28. [7] Lev. 24.17. Rom. 13.4. cap. 1.27. [8] ver. 11, 17. cap. 6.18. [9] Psa. 145.9. cap. 8.1. [10] II Ped. 3.7. [11] cap. 17.11. [12] Eze. 1.28. Apo. 4.3. [13] Deu. 7.9. Neh. 9.32. [14] cap. 10.1, 6. [15] cap. 10.32. I Chr. 1.4. [16] Pro. 20.1. Luc. 21.34. I Cor. 10.12. [17] Gal. 6.1. I Ped. 4.8. [18] Deu. 27.16. II Chr. 8.7, 8. _Os descendentes de Noé._ [Antes de Christo 2347] 10 Estas pois são as gerações dos filhos de Noé. Sem, Cão, [1] e Japhet; e nasceram-lhe filhos depois do diluvio. 2 Os filhos de Japhet, _são_: Gomer e Magog, e Madai, e Javan, e Tubal, e Mesech, e Tiras. 3 E os filhos de Gomer, _são_: Asquenaz, e Riphath, e Togarmah. 4 E os filhos de Javan, _são_: Elishah e Tarshish, Kittim, e Dodanim. 5 Por estes foram repartidas [2] as ilhas das nações nas suas terras, cada qual segundo a sua lingua, segundo as suas familias, entre as suas nações. 6 E os filhos de Cão, _são_: [3] Cush, e Mizraim, e Put, e Canaan. 7 E os filhos de Cush, _são_: [4] Seba, e Havilah, e Sabtah, e Raamah, e Sabteca: e os filhos de Raamah são, Scheba e Dedan. 8 E Cush gerou a [5] Nimrod: este começou a ser poderoso na terra. 9 E este foi poderoso caçador diante da face do Senhor: pelo que se diz: Como Nimrod, poderoso caçador diante do Senhor. 10 E o principio do seu reino foi Babel, e Erech, e Accad, e [6] Calneh, na terra de Shinar. 11 D’esta mesma terra saiu á Assyria e edificou a Ninive, e Rehoboth-Ir e Calah, 12 E Resen, entre Niniveh e Calah (esta é a grande cidade). 13 E Mizraim gerou a Ludim, e a Anamim, e a Leabim, e a Naphtuhim, 14 E a [7] Pathrusim, e a Caslushim, (d’onde sairam os philisteus) e a Caphtorim. 15 E Canaan gerou a Sidon, seu primogenito, e a Heth; 16 E ao Jebuseu, e Amorrheu, e Girgaseu, 17 E ao Heveu, e ao Arkeu, e ao Sineu, 18 E ao Arvadeu, e ao Zemareu, e ao Hamatheu, e depois se espalharam as familias dos [8] cananeus. 19 E foi o termo dos cananeus desde Sidon, indo para Gerar, até Gaza; indo para Sodoma, e Gomorrah, e Adamah e Zeboiim, até Lasha. 20 Estes são os filhos de Cão segundo as suas familias, segundo as suas linguas, em suas terras, em suas nações. 21 E a Sem nasceram _filhos_, e elle _é_ o pae de todos os filhos de Eber, o irmão mais velho de Japhet. 22 Os filhos [9] de Sem, _são_: Elam, e Assur, e Arpachshad, e Lud. 23 E os filhos de Aram _são_: Uz, e Hul, e Gether, e Mash. 24 E Arpachshad gerou a Shelah: e Shelah gerou a Eber. 25 E a Eber nasceram dois filhos: o nome d’um _foi_ Peleg, [AC] porquanto em seus dias se repartiu a terra, e o nome do seu irmão foi Joktan. 26 E Joktan gerou a Almodad, e a Sheleph, e a Hazarmaveth, e a Jerah; 27 E a Hadoran, e a Uzal, e a Diclah; 28 E a Obal, e a Abimael, e a Sheba; 29 E a Ophir, e a Havila e a Jobab: todos estes foram filhos de Joktan. 30 E foi a sua habitação desde Mesha, indo para Sephar, montanha do Oriente. 31 Estes _são_ os filhos de Sem segundo as suas familias, segundo as suas linguas, nas suas terras, segundo as suas nações. 32 Estas são as familias dos filhos de Noé segundo as suas gerações, nas suas nações: e d’estes foram divididas as nações na terra depois do diluvio. [1] I Chr. 1.5. [2] Sof. 2.11. [3] I Chr. 1.8. [4] Psa. 72.10. [5] Miq. 5.6. [6] Amós 6.2. [7] I Chr. 1.12. [8] cap. 15.18, 21. Jos. 12.7, 8. [9] I Chr. 1.17. _Toda a terra com uma mesma lingua._ [Antes de Christo 2218] 11 E era toda a terra d’uma mesma lingua, e d’uma mesma falla. 2 E aconteceu que, partindo elles do Oriente, acharam um valle na terra de Shinar; e habitaram ali. 3 E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos, e queimemol-os bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume por cal. 4 E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo [1] cume toque nos céus, e façamo-nos [2] um nome, para que não [3] sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. 5 Então desceu o Senhor para [4] ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; 6 E disse: Eis que o povo é um, e todos teem uma mesma lingua; e isto é o que começam a fazer: e agora, não haverá restricção para tudo o que elles intentarem fazer? _A confusão das linguas._ 7 Eia, desçamos, e [5] confundamos ali a sua lingua, para que não intenda um a lingua do outro. 8 Assim o Senhor os espalhou d’ali sobre a face de toda a terra: e cessaram de edificar a cidade. 9 Por isso se chamou o seu nome Babel, [AD] porquanto ali confundiu o Senhor a lingua de toda a terra, e d’ali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra. 10 Estas são as gerações [6] de Sem: Sem era da edade de cem annos, e gerou a Arpachshad, dois annos depois do diluvio. 11 E viveu Sem, depois que gerou a Arpachshad, quinhentos annos; e gerou filhos e filhas. 12 E viveu Arpachshad trinta e cinco annos, e gerou a Selah. 13 E viveu Arpachshad depois que gerou a Selah, quatrocentos e tres annos; e gerou filhos e filhas. 14 E viveu Selah, trinta annos, e gerou a Eber: 15 E viveu Selah, depois que gerou a Eber, quatrocentos e tres annos, e gerou filhos e filhas. 16 E viveu Eber trinta e quatro annos e gerou a Peleg: 17 E viveu Eber, depois que gerou a Peleg, quatrocentos e trinta annos, e gerou filhos e filhas. 18 E viveu Peleg trinta annos, e gerou a Rehu: 19 E viveu Peleg, depois que gerou a Rehu, duzentos e nove annos, e gerou filhos e filhas. 20 E viveu Rehu, trinta e dois annos, e gerou a Serug: 21 E viveu Rehu, depois que gerou a Serug, duzentos e sete annos e gerou filhos e filhas. 22 E viveu Serug trinta annos, e gerou a Nahor: 23 E viveu Serug, depois que gerou a Nahor, duzentos annos, e gerou filhos e filhas. 24 E viveu Nahor vinte e nove annos, e gerou a Terah: 25 E viveu Nahor, depois que gerou a Terah, cento e dezenove annos, e gerou filhos e filhas. 26 E viveu Terah, setenta annos, e gerou a Abrão, a Nahor, [7] e a Haran. 27 E estas são as gerações de Terah: Terah gerou a Abrão, a Nahor, e a Haran: e Haran gerou a Lot. 28 E morreu Haran estando seu pae Terah, ainda vivo, na terra do seu nascimento, em Ur dos Chaldeus. 29 E tomaram Abrão e Nahor mulheres para si: o nome da mulher de Abrão [8] era Sarai, e o nome da mulher de Nahor era [9] Milcah, filha de Haran, pae de Milcah, e pae de Iscah. 30 E Sarai foi [10] esteril, e não tinha filhos. 31 E tomou Terah a Abrão seu filho, e a Lot filho de Haran, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com elles de Ur dos Chaldeus, [11] para ir á terra de Canaan; e vieram até Haran, e habitaram ali. 32 E foram os dias de Terah duzentos e cinco annos: e morreu Terah em Haran. [1] Deu. 1.28. [2] Psa. 49.2. Dan. 4.30. Pro. 10.7. [3] ver. 9. Luc. 1.51. [4] cap. 18.21. [5] Psa. 55.9. Act. 2.6. [6] cap. 10.24. I Chr. 1.17. [7] Jos. 24.2. I Chr. 26. [8] cap. 17.15. [9] cap. 22.20 e 24.15. [10] cap. 16.1 e 18.11 e 21.1, 2. [11] cap. 12.1. Neh. 9.7. Act. 7.4. _Deus chama Abrão e lhe faz promessas._ [Antes de Christo 1921] 12 Ora o [1] Senhor disse a Abrão: Sae-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pae, para a terra que eu te mostrarei. 2 E far-te-hei [2] uma grande nação, e abençoar-te-hei, e engrandecerei o teu nome; e _tu_ serás uma benção. 3 E abençoarei [3] os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão bemditas [4] todas as familias da terra. 4 Assim partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Lot com elle: e era Abrão de edade de setenta e cinco annos, quando saiu de Haran. 5 E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Lot, filho de seu irmão, e toda a sua fazenda, que haviam adquirido, e as almas que lhe accresceram em Haran: e sairam para irem á terra de Canaan; e vieram á terra de Canaan. 6 E passou Abrão por aquella terra até ao logar de Sichem, até ao carvalho [5] de Moreh; e _estavam_ então os Cananeos na terra. 7 E appareceu o Senhor [6] a Abrão, e disse: Á tua semente darei esta terra. E edificou ali um [7] altar ao Senhor, que lhe apparecêra. 8 E moveu-se d’ali para a montanha á banda do Oriente [8] de Bethel, e armou a sua tenda, _tendo_ [9] Bethel ao Occidente, e Ai ao Oriente; e edificou ali um altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor. 9 Depois caminhou Abrão _d’ali_, seguindo ainda para a banda do Sul. _Abrão desce ao Egypto._ 10 E havia fome n’aquella terra: e desceu Abrão ao Egypto, para peregrinar ali, porquanto a fome era grande na terra. 11 E aconteceu que, chegando elle para entrar no Egypto, disse a Sarai, sua mulher: Ora bem sei que és mulher formosa á vista; 12 E será que, quando os Egypcios te virem, dirão: Esta é sua mulher. E matar-me-hão a mim, e a ti te guardarão em vida. 13 Dize, peço-te, _que_ és [10] minha irmã, para que me vá bem por tua causa, e que viva a minha alma por amor de ti. 14 E aconteceu que, entrando Abrão no Egypto, viram os Egypcios a mulher, que era mui formosa. 15 E viram-n’a os principes do Pharaó, e gabaram-n’a diante do Pharaó: e foi a mulher tomada para casa do Pharaó. 16 E fez bem a Abrão por amor d’ella; e elle teve ovelhas, e vaccas, e jumentos, e servos e servas, e jumentas, e camelos. 17 Feriu, porém, o Senhor o Pharaó com grandes pragas, e a sua casa, por causa de Sarai, mulher de Abrão. 18 Então chamou o Pharaó a Abrão, e disse: Que é isto _que_ [11] me fizeste? porque não me disseste que ella _era_ tua mulher? 19 Porque disseste: É minha irmã? de maneira que a houvera tomado por minha mulher: agora, pois, eis aqui tua mulher; toma-_a_ e vae-te. 20 E o Pharaó, [12] deu ordens aos seus varões a seu respeito, e acompanharam-n’o a elle, e a sua mulher, e a tudo o que tinha. [1] cap. 11.31. Isa. 51.2. Act. 7.3. Heb. 11.8. [2] cap. 17.6. [3] cap. 18.18 e 28.4. [4] cap. 27.29. Exo. 23.22. Num. 24.9. [5] Deu. 11.30. [6] cap. 17.1 e 18.1. [7] cap. 13.15. Rom. 9.8. Gal. 3.16 e 4.28. [8] cap. 13.4, 18 e 26.25 e 33.20. cap. 28.19. [9] cap. 20.2 e 26.7. [10] I Chr. 16.21. Psa. 105.14. [11] cap. 20.10 e 26.10. [12] Pro. 21.1. _Abrão volta do Egypto._ [Antes de Christo 1918] 13 Subiu, pois, Abrão do Egypto para a banda do Sul, elle e sua mulher, e tudo o que tinha, e com elle Lot. 2 E _ia_ Abrão muito rico em gado, em prata, e em oiro. 3 E fez as suas jornadas do Sul até Beth-el, até ao logar onde ao principio estivera a sua tenda, entre Beth-el e Ai; 4 Até ao logar do altar [1] que d’antes ali tinha feito; e Abrão invocou ali o nome do Senhor. 5 E tambem Lot, que ia com Abrão, tinha rebanhos, e vaccas, e tendas. 6 E não tinha capacidade a terra para _poderem_ habitar juntos; porque a sua fazenda era muita; de maneira que não podiam habitar juntos. _Abrão e Lot separam-se._ 7 E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão, e os pastores do gado de Lot: e os Cananeus e os Perizeus habitavam então na terra. 8 E disse Abrão a Lot: [2] Ora não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque irmãos varões _somos_. 9 Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; se _escolheres_ a esquerda, irei para a direita; e se a direita _escolheres_, eu irei para a esquerda. 10 E levantou Lot os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que _era_ toda bem regada, antes do Senhor ter [3] destruido Sodoma e Gomorrha, e _era_ como [4] o jardim do Senhor, como a terra do Egypto, quando se entra em [5] Zoar. 11 Então Lot escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu Lot para o Oriente, e apartaram-se um do outro. 12 Habitou Abrão na terra de Canaan, e Lot habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma. 13 Ora _eram_ maus os varões de Sodoma, e grandes peccadores [6] contra o Senhor. 14 E disse o Senhor a Abrão, depois que Lot se apartou d’elle: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o logar onde estás, para a banda do Norte, e do Sul, e do Oriente, e do Occidente; 15 Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e á tua semente, [7] para sempre. 16 E farei a tua semente como [8] o pó da terra; de maneira que se alguem podér contar o pó da terra, tambem a tua semente será contada. 17 Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei. 18 E Abrão armou as suas tendas, e veiu, e habitou nos carvalhaes de Mamre, [9] que estão junto a Hebron; e edificou ali um altar ao Senhor. [1] cap. 12.7, 8. [2] Phi. 2.14. Heb. 12.14. [3] cap. 19.25. Eze. 16.49. [4] Isa. 51.3. [5] cap. 14.2. [6] cap. 18.20. II Ped. 2.7, 8. [7] cap. 12.7. [8] cap. 15.5 e 2.17 e 28.14. Num. 23.10. Deu. 1.10. I Reis 4.20. Jer. 33.22. [9] cap. 18.1 e 35.27 e 37.14. _Guerra de quatro reis contra cinco._ 14 E aconteceu nos dias de Amraphel, rei de Shinar, Arioch, rei de Ellasar, Chedorlaomer, rei de Elam, e Tidal, rei de [AE] Goiim, 2 Que _estes_ fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsha, rei de Gomorrah, a Shinab, rei de Admah, e a Shemeber, rei de Zeboiim, e ao rei de Bela (esta é Zoar). 3 Todos estes se ajuntaram no valle de Siddim (que é o mar de sal). 4 Doze annos haviam servido a Chedorlaomer, mas ao decimo terceiro anno rebelaram-se. 5 E ao decimo quarto anno veiu Chedorlaomer, e os reis que estavam com elle, e feriram aos Rephains em Ashteroth-karnaim, e aos Zuzins em Ham, e aos Emins em Shave-kiriathaim, 6 E aos Horeos no seu monte Seir, até á campina de Paran, que _está_ junto ao deserto. 7 Depois tornaram e vieram a Enmispat (que é Cades), e feriram toda a terra dos Amalekitas, e tambem os Amoreos, que habitavam em Hazazon-tamar. 8 Então saiu o rei de Sodoma, e o rei de Gomorrah, e o rei de Admah, e o rei de Zeboiim, e o rei de Bela (esta é Zoar), e ordenaram batalha contra elles no valle de Siddim, 9 Contra Chedorlaomer, rei de Elam, e Tidal, rei de Goiim, e Amraphel, rei de Shinar, e Arioch, rei de Ellasar; quatro reis contra cinco. 10 E o valle de Siddim estava cheio de poços de betume: e fugiram os reis de Sodoma, e de Gomorrah, e cairam ali; e os restantes fugiram para um monte. 11 E tomaram toda a fazenda de Sodoma, e de Gomorrah, e todo o seu mantimento, e foram-se. _Lot é levado captivo._ 12 Tambem tomaram a [1] Lot, que habitava em Sodoma, filho do irmão de Abrão, e a sua fazenda, e foram-se. 13 Então veiu um que escapára, e o contou a Abrão, o Hebreu: elle [2] habitava junto dos carvalhaes de Mamre, o Amoreo, irmão de Eshcol, e irmão de Aner; elles eram confederados de Abrão. 14 Ouvindo pois Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus creados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dan. 15 E dividiu-se contra elles de noite, elle e os seus creados, e os feriu, e os perseguiu até Hobah, que _fica_ á esquerda de Damasco. 16 E tornou a trazer toda a fazenda, e tornou a trazer tambem a Lot, seu irmão, e a sua fazenda, e tambem as mulheres, e o povo. 17 E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Chedorlaomer e aos reis que _estavam_ com elle) até ao valle de Schave, que _é_ o valle [3] do rei. _Melchizedec abençoa Abrão._ 18 E Melchizedec, [4] rei de Salem, trouxe pão e vinho: e _era_ este sacerdote [5] do Deus altissimo. 19 E abençoou-o, e disse: Bemdito _seja_ Abrão de Deus altissimo, o [6] Possuidor dos céus e da terra; 20 E bemdito _seja_ o Deus altissimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dizimo [7] de tudo. 21 E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as almas, e a fazenda toma para ti. 22 Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: [8] Levantei minha mão ao Senhor, o Deus altissimo, [9] o Possuidor dos céus e da terra, 23 Que desde um fio até á correia de um sapato, não _tomarei_ coisa alguma de tudo o que _é_ teu: para que não digas: Eu enriqueci a Abrão; 24 Salvo _tão_ sómente o que os mancebos comeram, e a parte _que toca_ aos varões que commigo foram, Aner, Escol, e Mamre; estes que tomem a sua parte. [1] cap. 13.12. Isa. 6.9. [2] cap. 13.18. [3] II Sam. 18.18. [4] Heb. 7.1. [5] Psa. 110.4. Heb. 5.6. [6] ver. 22. [7] Heb. 7.1, 10. [8] Exo. 6.8. [9] ver. 19. _Deus anima Abrão e promette-lhe um filho._ [Antes de Christo 1913] 15 Depois d’estas coisas veiu a palavra do Senhor a Abrão em visão, [1] dizendo: Não temas, Abrão, [2] eu sou o teu escudo, o teu grandissimo galardão. 2 Então disse Abrão: Senhor JEHOVAH, que me has de dar, pois ando sem [3] filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Elieser? 3 Disse mais Abrão: Eis que me não tens dado semente, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro. 4 E eis que _veiu_ a palavra do Senhor a elle, dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquelle que de tuas entranhas sair, este será o teu herdeiro. 5 Então o levou fóra, e disse: Olha agora para os céus, e conta as [4] estrellas, se as podes contar. E disse-lhe: [5] Assim será a tua semente. 6 E creu elle no Senhor, e [AF] imputou-lhe [6] isto _por_ justiça. 7 Disse-lhe mais: Eu _sou_ o Senhor, que te tirei [7] de _Ur_ dos Chaldeus, para dar-te a ti esta terra, para herdal-a. 8 E disse elle: [8] Senhor JEHOVAH, como saberei que hei-de herdal-a? 9 E disse-lhe: Toma-me uma bezerra de tres annos, e uma cabra de tres annos, e um carneiro de tres annos, uma rola, e um pombinho. 10 E trouxe-lhe todos estes, e [9] partiu-os pelo meio, e poz cada parte d’elles em frente da outra; mas as aves não partiu. 11 E as aves desciam sobre os cadaveres; Abrão, porém, as enxotava. 12 E [10] pondo-se o sol, um profundo somno caiu sobre Abrão; e eis que grande espanto e grande escuridão caiu sobre elle. 13 Então disse a Abrão: Saibas, de certo, que peregrina será a tua semente em terra _que_ não _é_ sua, e servil-os-hão; [11] e affligil-os-hão quatrocentos annos; 14 Mas tambem eu julgarei a gente, a qual servirão, e depois sairão com [12] grande fazenda. 15 E tu irás a teus paes em paz: em boa velhice [13] serás sepultado. 16 E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos Amoreos [14] não _está_ ainda cheia. _Deus faz um pacto com Abrão._ 17 E succedeu que, posto o sol, houve escuridão: e eis um forno de fumo, e uma tocha de fogo, que passou por aquellas metades. 18 N’aquelle mesmo dia fez o SENHOR um concerto com Abrão, dizendo: Á tua semente tenho dado esta terra, desde o rio Egypto até ao grande rio Euphrates; 19 E o Keneo, e o Kenezeo, e o Kadmoneo, 20 E o Hetheo, e o Pereseo, e os Rephains, 21 E o Amoreo, e o Cananeo, e o Girgaseo, e o Jebuseo. [1] cap. 46.2. Num. 12.6. Dan. 10.1. [2] Deu. 33.29. Psa. 84.11 e 91.4 e 119.114. Pro. 30.5. [3] Act. 7.5. [4] Deu. 1.10. [5] Rom. 4.18. [6] Rom. 4.3-6. Gal. 3.6. Can. 2.23. [7] cap. 12.1. [8] Jui. 6.17. II Reis 20.8. Luc. 1.18. [9] Jer. 34.18, 19. [10] cap. 2.21. I Sam. 26.12. [11] Exo. 12.40. Act. 7.6. [12] Exo. 12.36. Psa. 105.37. [13] cap. 25.8. [14] Mat. 23.32. _Hagar é dada por mulher a Abrão._ [Antes de Christo 1911] 16 Ora Sarai, mulher d’Abrão, não lhe paria, e elle tinha uma serva Egypcia, cujo nome _era_ [1] Hagar. 2 E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de parir; entra [2] pois á minha serva; porventura [AG] terei filhos d’ella. E ouviu Abrão a voz de Sarai. 3 Assim tomou Sarai, mulher de Abrão, a Hagar Egypcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão seu marido, ao fim de dez annos que Abrão habitara na terra de Canaan. 4 E elle entrou a Hagar, e ella concebeu; e vendo ella que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos. 5 Então disse Sarai a Abrão: Meu aggravo _seja_ sobre ti: minha serva puz eu em teu regaço; vendo ella agora que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos: o SENHOR julgue entre mim e ti. 6 E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva _está_ na tua mão, faze-lhe o que bom _é_ aos teus olhos. E affligiu-a Sarai, e ella fugiu de sua face. 7 E o anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte d’agua no deserto, junto á fonte no caminho de Sur. 8 E disse: Hagar, serva de Sarai, d’onde vens, e para onde vaes? E _ella_ disse: Venho fugida da face de Sarai minha senhora. 9 Então lhe disse o anjo do SENHOR: Torna-te para tua senhora, e humilha-te [3] debaixo de suas mãos. 10 Disse-lhe mais o anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremaneira a tua semente, que não será contada, por numerosa _que_ será. 11 Disse-lhe tambem o anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e parirás um filho, e chamarás o seu nome [AH] Ishmael; porquanto o SENHOR ouviu a tua afflicção. 12 E elle será homem [AI] feroz, e a sua mão _será_ contra todos, [4] e a mão de todos contra elle: e [5] habitará diante da face de todos os seus irmãos. 13 E _ella_ chamou o nome do SENHOR, que com ella fallava: Tu és Deus da vista, [AJ] porque disse: Não olhei eu tambem para [6] aquelle que me vê? 14 Por isso se chama aquelle poço de [AK] Lachai-roi; eis que _está_ entre Kades e Bered. 15 E Hagar pariu um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que Hagar parira, Ishmael. 16 E _era_ Abrão da edade de oitenta e seis annos, quando Hagar pariu Ishmael a Abrão. [1] Gal. 4.24. [2] cap. 30.3, 9. [3] I Ped. 2.18. [4] cap. 21.20. [5] cap. 25.18. [6] cap. 32.20. Jui. 6.22, 23. _Deus muda o nome de Abrão._ 17 Sendo pois Abrão da edade de noventa e nove annos, appareceu o SENHOR a Abrão, e disse-lhe: Eu _sou_ o Deus [1] Todo-poderoso, anda [2] em minha presença e sê perfeito: 2 E porei o meu concerto entre mim e ti, e te multiplicarei grandissimamente. 3 Então caiu Abrão sobre o seu rosto, e fallou Deus com elle, dizendo: 4 Quanto a mim, eis o meu concerto, comtigo é e serás o pae [3] de uma multidão de nações; 5 E não se chamará mais o teu nome [4] Abrão, [AL] mas Abrahão [AM] será o teu nome; [5] porque por pae da multidão de nações te tenho posto: 6 E te farei fructificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis [6] sairão de ti: 7 E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto [7] perpetuo, para te ser a ti por Deus, e á tua semente depois de ti. 8 E te darei a ti, e á tua semente depois de ti, a terra de tuas peregrinações, [8] toda a terra de Canaan em perpetua possessão, e ser-lhes-hei Deus. 9 Disse mais Deus a Abrahão: Tu, porém, guardarás o meu concerto, tu, e a tua semente depois de ti, nas suas gerações. 10 Este _é_ o meu concerto, que guardareis entre mim e vós, e a tua semente depois de ti: _Que_ todo o macho vos será circumcidado. 11 E circumcidareis a carne do vosso prepucio; e _isto_ será por signal do concerto [9] entre mim e vós. 12 O filho de oito dias, pois, vos será circumcidado, todo o macho nas vossas gerações: o nascido na casa, e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não _fôr_ da tua semente. 13 Com effeito será circumcidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro: e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpetuo. 14 E o macho com prepucio, cuja carne do prepucio não estiver circumcidada, aquella alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu concerto. _Deus muda o nome de Sarai._ 15 Disse Deus mais a Abrahão: A Sarai tua mulher não chamarás _mais_ pelo nome de Sarai, mas Sarah [AN] _será_ o seu nome, 16 Porque eu a hei de abençoar, e te hei de dar a ti d’ella um filho; e a abençoarei, e será _mãe_ das nações; reis de povos sairão d’ella. 17 Então caiu Abrahão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem annos ha de nascer _um filho_? e parirá Sarah da edade de noventa annos? 18 E disse Abrahão a Deus: Oxalá que viva Ishmael diante de teu rosto! 19 E disse Deus: Na verdade, Sarah tua mulher te parirá um filho, e chamarás o seu nome [AO] Isaac, e com elle estabelecerei o meu concerto, por concerto perpetuo para a sua semente depois d’elle. 20 E emquanto a Ishmael, _tambem_ te tenho ouvido: eis aqui o tenho abençoado, e fal-o-hei fructificar, e fal-o-hei multiplicar grandissimamente: doze principes gerará, e d’elle farei uma grande nação. 21 O meu concerto, porém, estabelecerei com Isaac, o qual Sarah te parirá n’este tempo determinado, no anno [10] seguinte. 22 E acabou de fallar com elle, e saiu Deus de Abrahão. _A instituição da circumcisão._ 23 Então tomou Abrahão a seu filho Ishmael, e a todos os nascidos na sua casa, e a todos os comprados por seu dinheiro, todo o macho entre os homens da casa de Abrahão; e circumcidou a carne do seu prepucio, n’aquelle mesmo dia, como Deus fallára com elle. 24 E _era_ Abrahão da edade de noventa e nove annos, quando lhe foi circumcidada a carne do seu prepucio. 25 E Ishmael, seu filho, _era_ da edade de treze annos, quando lhe foi circumcidada a carne do seu prepucio. 26 N’este mesmo dia foi circumcidado Abrahão e Ishmael seu filho, 27 E todos os homens da sua casa, o nascido em casa, e o comprado por dinheiro do estrangeiro, foram circumcidados com elle. [1] Exo. 6.3. Dan. 4.35. [2] cap. 48.15. II Reis 20.3. [3] cap. 13.16 e 22.17. [4] Neh. 9.7. [5] Rom. 4.17. [6] ver. 16, 20. cap. 35.11. [7] Lev. 26.12. Heb. 11.16. [8] cap. 48.4. [9] Act. 7.8. Rom. 4.11. Col. 2.11, 13. [10] cap. 21.2. _Apparecem tres anjos a Abrahão._ [Antes de Christo 1898] 18 Depois appareceu-lhe o SENHOR nos carvalhaes de [1] Mamre, estando elle assentado á porta da tenda, quando tinha aquecido [AP] o dia. 2 E levantou os seus olhos, e olhou, [2] e eis tres varões estavam em pé junto a elle. E vendo-_os_, correu da porta da tenda ao seu encontro, e inclinou-se á terra, 3 E disse; Meu Senhor, se agora tenho achado graça nos teus olhos, rogo-te que não [3] passes de teu servo, 4 Que se traga já uma [4] pouca d’agua, e lavae os vossos pés, e recostae-vos debaixo d’esta arvore; 5 E trarei um bocado de pão, para que esforceis o vosso coração; depois passareis adiante, porquanto por isso chegastes até vosso servo. E disseram: Assim faze como tens dito. 6 E Abrahão apressou-se em ir ter com Sarah á tenda, e disse-lhe: Amassa depressa tres medidas de flor de farinha, e faze bolos. 7 E correu Abrahão ás vaccas, e tomou uma vitella tenra e boa, e deu-_a_ ao moço, que se apressou era preparal-a. 8 E tomou [5] manteiga e leite, e a vitella que tinha preparado, e poz _tudo_ diante d’elles, e elle estava em pé junto a elles debaixo da arvore; e comeram. 9 E disseram-lhe: Onde _está_ Sarah, tua mulher? E elle disse: Eil-a _ahi está_ na tenda. 10 E disse: Certamente [6] tornarei a ti por _este_ tempo da vida; e eis que Sarah tua mulher terá um filho. E ouviu-_o_ Sarah á porta da tenda, que _estava_ atraz d’elle. 11 E _eram_ Abrahão e Sarah já [7] velhos, _e_ adiantados em edade; já a Sarah havia cessado o costume das [8] mulheres. 12 Assim pois riu-se Sarah comsigo, [9] dizendo: Terei [10] _ainda_ deleite depois de haver envelhecido, sendo tambem o meu senhor já [11] velho? 13 E disse o Senhor a Abrahão: Porque se riu Sarah, dizendo: Na verdade parirei eu ainda, havendo já envelhecido? 14 Haveria coisa alguma difficil [12] ao SENHOR? Ao tempo determinado tornarei a ti por _este_ tempo da vida, e Sarah terá um filho. 15 E Sarah negou, dizendo: Não me ri: porquanto temeu. E _elle_ disse: Não _digas isso_, porque [13] te riste. 16 E levantaram-se aquelles varões d’ali, e olharam para a banda de Sodoma; e Abrahão ia com elles, acompanhando-os. _Deus annuncia a destruição de Sodoma e Gomorrah._ 17 E disse o SENHOR: [14] Occultarei eu a Abrahão o que faço? 18 Visto que Abrahão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, [15] e n’elle serão bemditas todas as nações da terra. 19 Porque eu o tenho conhecido, que elle ha de ordenar a seus filhos [16] e a sua casa depois d’elle, para que guardem o caminho do SENHOR, para obrar _com_ justiça e juizo: para que o SENHOR faça vir sobre Abrahão o que ácerca d’elle tem fallado. 20 Disse mais o SENHOR: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorrah se tem multiplicado, e porquanto o seu peccado se tem aggravado muito, 21 Descerei [17] agora, e verei se com effeito tem praticado segundo o seu clamor, que é vindo até mim; e se não, sabel-o-hei. 22 Então viraram aquelles varões o rosto d’ali, e foram-se para Sodoma; mas Abrahão ficou ainda em pé diante da face do Senhor. _Abrahão intercede com Deus pelos homens._ 23 E chegou-se Abrahão, dizendo: Destruirás tambem o justo com o impio? 24 Se porventura houver cincoenta justos na cidade, destruil-os-has tambem, e não pouparás o logar por causa dos cincoenta justos que _estão_ dentro d’ella? 25 Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o impio: que o justo seja como o impio, [18] longe de ti _seja_. Não faria justiça o Juiz de toda a terra? 26 Então disse o Senhor: Se eu em Sodoma achar cincoenta justos [19] dentro da cidade, pouparei a todo o logar por amor d’elles. 27 E respondeu Abrahão, dizendo: Eis que agora me atrevi a fallar ao Senhor, ainda que _sou_ pó e [20] cinza: 28 Porventura faltarão de cincoenta justos cinco; destruirás por aquelles cinco toda a cidade? E disse: Não _a_ destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco. 29 E continuou ainda a fallar-lhe, e disse: Porventura se acharão ali quarenta. E disse: Não _o_ farei por amor dos quarenta. 30 Disse mais: Ora não se ire o Senhor, se eu _ainda_ fallar: Porventura se acharão ali trinta. E disse: Não _o_ farei se achar ali trinta. 31 E disse: Eis que agora me atrevi a fallar ao Senhor: Porventura se acharão ali vinte. E disse: Não _a_ destruirei por amor dos vinte. 32 Disse mais: Ora não se ire o Senhor, que _ainda_ só mais esta [21] vez fallo: Porventura se acharão ali dez. E disse: Não _a_ destruirei por amor dos dez. 33 E foi-se o Senhor, quando acabou de fallar a Abrahão: e Abrahão tornou-se ao seu logar. [1] cap. 13.18 e 14.13. [2] cap. 19.1. [3] Heb. 13.2. [4] cap. 43.24. [5] Jui. 5.25. [6] ver. 14. cap. 17.19 e 21.2. II Reis 4.16. Rom. 9.9. Gal. 4.23. [7] Rom. 4.19. Heb. 11.11, 12. [8] cap. 31.35. [9] cap. 21.6. [10] Luc. 1.18. [11] I Ped. 3.6. [12] Jer. 32.17. [13] Psa. 44.21. [14] Psa. 25.14. Amós 3.7. João 15.15. [15] cap. 12.13. [16] Deu. 4.9, 10. Psa. 78.5-8. Eph. 6.4. [17] cap. 11.5. Exo. 3.8. [18] Job 8.3 e 34.17. Rom. 3.6. [19] Jer. 5.1. [20] Job 4.19. [21] Jui. 6.39. _Lot recebe os dois anjos em sua casa._ 19 E vieram os dois [1] anjos a Sodoma á tarde, e estava Lot assentado á porta de Sodoma; e vendo-_os_ Lot, levantou-se ao seu encontro, e inclinou-se com o rosto á terra; 2 E disse: Eis agora, meus senhores, entrae, peço-vos, em casa de vosso servo, e passae _n’ella_ a noite, e lavae os vossos pés; e de madrugada vos levantareis, e ireis vosso caminho. E elles disseram: Não, antes na rua passaremos a noite. 3 E porfiou com elles muito, e vieram com elle, e entraram em sua casa: e fez-lhes banquete, e cozeu bolos sem levadura, e comeram. 4 E antes que se deitassem, cercaram a casa, os varões d’aquella cidade, os varões de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros. 5 E chamaram a Lot, e disseram-lhe: Onde _estão_ os varões que a ti vieram n’esta [2] noite? Tral-os fóra a nós, para que os conheçamos. 6 Então saiu Lot a elles á porta, e fechou a porta atraz de si, 7 E disse: Meus irmãos, rogo-vos que não [3] façaes mal: 8 Eis aqui, duas filhas tenho, que _ainda_ não [4] conheceram varão; fora vol-as trarei, e fareis d’ellas como bom _fôr_ nos vossos olhos; sómente nada façaes a estes varões, porque por isso vieram á sombra do meu telhado. 9 Elles porém disseram: Sae d’ali. Disseram mais: Como estrangeiro este individuo veiu _aqui_ habitar, e quereria ser juiz em tudo? Agora te faremos mais mal a ti do que a elles. E arremessaram-se sobre o varão, _sobre_ Lot, e approximaram-se para arrombar a porta. 10 Aquelles varões porém estenderam a sua mão, e fizeram entrar a Lot comsigo na casa, e fecharam a porta; 11 E [5] feriram de cegueira os varões que _estavam_ á porta da casa, desde o menor até ao maior, de maneira que se cançaram para achar a porta. 12 Então disseram aquelles varões a Lot: Tens alguem mais aqui? teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens n’esta cidade, tira-os fóra d’este logar; 13 Porque nós vamos destruir este logar, porque o seu clamor tem engrossado [6] diante da face do Senhor, e o Senhor nos enviou a destruil-o. 14 Então saiu Lot, e fallou a seus genros, aos que haviam de tomar as suas filhas, e disse: Levantae-vos, sahi d’este logar; porque o Senhor ha de destruir a cidade. Foi tido porém por zombador aos olhos de seus genros. 15 E ao amanhecer os anjos apertaram com Lot, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher, e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças na injustiça d’esta cidade. 16 Elle porém demorava-se, e aquelles varões lhe pegaram pela mão, e pela mão de sua mulher, e pela mão de suas duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e tiraram-o, e puzeram-o fóra da cidade. 17 E aconteceu que, tirando-os fóra, disse: Escapa-te por tua vida; não olhes [7] para traz de ti, e não pares em toda esta campina; escapa lá para o monte, para que não pereças. 18 E Lot disse-lhe: Ora não, Senhor! 19 Eis que agora o teu servo tem achado graça aos teus olhos, e engrandeceste a tua misericordia que a mim me fizeste, para guardar a minha alma em vida: e eu não posso escapar no monte, para que porventura não me apanhe este mal, e eu morra. 20 Eis que agora esta cidade _está_ perto, para fugir para lá, e _é_ pequena: ora _para_ ali me escaparei (não _é_ pequena?), para que minha alma viva. 21 E disse-lhe: Eis aqui, tenho-te acceitado tambem n’este negocio, para não derribar esta cidade, de que fallaste: 22 Apressa-te, escapa-te para ali; porque nada poderei fazer, emquanto não tiveres ali chegado. Por isso se chamou o nome da cidade [AQ] Zoar. 23 Saiu o sol sobre a terra, quando Lot entrou em Zoar. _A destruição de Sodoma e Gomorrah._ 24 Então o Senhor fez [8] chover enxofre e fogo, do Senhor desde os céus, sobre Sodoma e Gomorrah; 25 E derribou aquellas cidades, e toda aquella campina, e todos os moradores d’aquellas cidades, e o que nascia da terra. 26 E a mulher de _Lot_ olhou para traz d’elle, e ficou convertida n’uma estatua de [9] sal. 27 E Abrahão levantou-se aquella mesma manhã, de madrugada, e foi para aquelle logar onde estivera [10] diante da face do Senhor; 28 E olhou para Sodoma e Gomorrah, e para toda a terra da campina; e viu, e eis que o fumo da terra subia, como o fumo d’uma fornalha. 29 E aconteceu que, destruindo Deus as cidades da campina, Deus se lembrou de Abrahão, e tirou a Lot do meio da destruição, derribando aquellas cidades em que Lot habitara. 30 E subiu Lot de Zoar, e habitou [11] no monte, e as suas duas filhas com elle; porque temia de habitar em Zoar; e habitou n’uma caverna, elle e as suas duas filhas. 31 Então a primogenita disse á menor: Nosso pae _é_ já velho, e não _ha_ varão na terra que entre a nós, segundo o costume de toda a terra; 32 Vem, demos de beber vinho a nosso pae, e deitemo-nos com elle, para que em vida conservemos semente de nosso pae. 33 E deram de beber vinho a seu pae [12] n’aquella noite; e veiu a primogenita, e deitou-se com seu pae, e não sentiu elle quando ella se deitou, nem quando se levantou. 34 E succedeu, no outro dia, que a primogenita disse á menor: Vês aqui, eu já hontem á noite me deitei com meu pae: demos-lhe de beber vinho tambem esta noite, e então entra tu, deita-te com elle, para que em vida conservemos semente de nosso pae. 35 E deram de beber vinho a seu pae, tambem n’aquella noite; e levantou-se a menor, e deitou-se com elle; e não sentiu elle quando ella se deitou, nem quando se levantou. 36 E conceberam [13] as duas filhas de Lot de seu pae. 37 E pariu a primogenita um filho, e chamou o seu nome Moab; este _é_ o pae dos [14] moabitas, até ao dia d’hoje. 38 E a menor tambem pariu um filho, e chamou o seu nome Benammi; este _é_ o pae dos filhos de Ammon, até o dia [15] d’hoje. [1] cap. 18.22. [2] Jui. 19.22. [3] Lev. 18.22. Deu. 23.17. Rom. 1.24. I Cor. 6.9, 11. Jud. 7. [4] Jui. 19.24. [5] II Reis 6.18. Act. 13.11. [6] cap. 18.20. [7] ver. 26. [8] Deu. 29.23. Isa. 13.19. Jer. 49.18 e 50.40. Lam. 4.6. Eze. 16.49. Mat. 11.23. Luc. 17.28, 29. II Ped. 2.6. Jud. 7. Apo. 20.9. [9] Luc. 17.32. [10] cap. 18.22. [11] ver. 17, 19. [12] Pro. 23.31, 33. [13] Lev. 18.6, 7. [14] Deu. 2.9, 19. [15] Sof. 2.9. _Abrahão nega que Sarah é sua mulher._ 20 E partiu-se Abrahão d’ali para a terra do sul, e habitou entre Kades e Sur; e peregrinou em Gerar. 2 E havendo Abrahão dito de Sarah sua mulher; [1] _É_ minha irmã, enviou Abimelech, rei de Gerar, e tomou a Sarah. 3 Deus porém veiu a Abimelech em [2] sonhos de noite, e disse-lhe: Eis que morto _és_ por causa da mulher que tomaste; porque ella _está_ casada com marido. 4 Mas Abimelech _ainda_ não se tinha chegado a ella; por isso disse: Senhor, matarás tambem uma nação justa? 5 Não me disse elle mesmo: É minha irmã? e ella tambem disse: É meu irmão. Em sinceridade do coração e em pureza das minhas mãos tenho feito isto. 6 E disse-lhe Deus em sonhos: Bem sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e tambem eu te tenho impedido de peccar contra mim; [3] por isso te não permitti tocal-a; 7 Agora pois restitue a mulher ao seu marido, porque propheta é, e rogará por ti, [4] para que vivas; porém senão lh’a restituires, sabe que certamente morrerás, tu e tudo o que é teu. 8 E levantou-se Abimelech pela manhã de madrugada, chamou a todos os seus servos, e fallou todas estas palavras em seus ouvidos; e temeram muito aquelles varões. 9 Então chamou Abimelech a Abrahão e disse-lhe: Que nos fizeste? e em que pequei contra ti, para trazeres sobre o meu reino tamanho peccado? Tu me fizeste aquillo que não deverias ter feito. 10 Disse mais Abimelech a Abrahão: Que tens visto, para fazer tal coisa? 11 E disse Abrahão: Porque eu dizia commigo: [5] Certamente não _ha_ temor de Deus n’este logar, e elles me matarão por amor da minha mulher. 12 E, na verdade, é ella tambem minha irmã, filha de meu pae, mas não filha da minha mãe; e veiu a ser minha mulher: 13 E aconteceu que, fazendo-me Deus sair errante da casa de meu pae, eu lhe disse: _Seja_ esta a graça que me farás em todo o logar aonde viermos: diz de mim: _É_ meu irmão. 14 Então tomou Abimelech ovelhas e vaccas, [6] e servos e servas, e os deu a Abrahão; e restituiu-lhe Sarah, sua mulher. 15 E disse Abimelech: Eis que a minha terra _está_ diante da tua face: habita onde bom _fôr_ aos teus olhos. 16 E a Sarah disse: Vês que tenho dado ao teu irmão mil _moedas_ de prata: eis que elle te seja por véu dos olhos para com todos os que comtigo _estão_, e até para com todos os _outros_; e estás advertida. 17 E orou Abrahão a Deus, e sarou Deus a Abimelech, e á sua mulher, e ás suas servas, de maneira que pariram; 18 Porque o Senhor havia fechado totalmente todas as madres da casa de Abimelech, por causa de Sarah, mulher de Abrahão. [1] cap. 12.13 e 26.7. [2] Job 33.15. Psa. 105.14. [3] Psa. 51.4. [4] I Sam. 7.5. Job 42.8. Thi. 5.16. [5] Pro. 3.5. [6] cap. 12.16. _O nascimento de Isaac._ [Antes de Christo 1892] 21 E o Senhor [1] visitou a Sarah, como tinha dito; e fez o Senhor a Sarah como tinha fallado. 2 E [2] concebeu Sarah, e pariu a Abrahão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha dito. 3 E chamou Abrahão o nome de seu filho que lhe nascera, que Sarah lhe [3] parira, [AR] Isaac. 4 E Abrahão circumcidou o seu filho Isaac, quando era da edade de oito dias, como Deus lhe tinha [4] ordenado. 5 E _era_ Abrahão da edade de cem annos, quando lhe nasceu Isaac seu filho. 6 E disse Sarah: Deus me tem feito riso: todo aquelle que o ouvir, se rirá commigo. 7 Disse mais: Quem diria a Abrahão, que Sarah daria de mamar a filhos? porque pari-_lhe_ um filho na sua velhice. 8 E cresceu o menino, e foi desmamado; então Abrahão fez um grande banquete no dia em que Isaac foi desmamado. 9 E viu Sarah [5] que zombava o filho de Hagar a Egypcia, o qual tinha parido a Abrahão. 10 E disse a Abrahão: Deita fóra esta [6] serva e o seu filho; porque o filho d’esta serva não herdará com meu filho, com Isaac. 11 E pareceu esta palavra mui má aos olhos de Abrahão, por causa de seu filho. 12 Porém Deus disse a Abrahão: Não te pareça mal aos teus olhos ácerca do moço, e ácerca da tua serva; em tudo o que Sarah te diz, ouve a sua voz; porque [7] em Isaac será chamada a tua semente. 13 Mas tambem do [8] filho d’esta serva farei uma nação, porquanto _é_ tua semente. _O despedimento de Hagar e Ishmael._ 14 Então se levantou Abrahão pela manhã de madrugada, e tomou pão, e um odre d’agua, e os deu a Hagar, pondo-os sobre o seu hombro; tambem _lhe deu_ o menino, e despediu-a; e ella foi-se, andando errante no deserto de [AS] Berseba. 15 E consumida a agua do odre, lançou o menino debaixo de uma das arvores. 16 E foi-se, e assentou-se em frente, afastando-se a distancia d’um tiro d’arco; porque dizia: Que não veja morrer o menino. E assentou-se em frente, e levantou a sua voz, e chorou. 17 E ouviu Deus a voz do menino, e bradou o anjo de Deus a Hagar desde os céus, e disse-lhe: Que tens, Hagar? não temas, porque Deus ouviu a voz do moço desde o logar onde _está_. 18 Ergue-te, levanta o moço, e pega-lhe pela mão, porque d’elle farei uma [9] grande nação. 19 E [10] abriu-lhe Deus os olhos, e viu um poço d’agua: e foi-se, e encheu o odre d’agua, e deu de beber ao moço. 20 E era Deus com o moço, que cresceu; e habitou no deserto, e foi frecheiro. 21 E habitou no deserto [11] de Paran; e sua mãe tomou-lhe mulher da terra do Egypto. _Abimelech faz um pacto com Abrahão._ 22 E aconteceu n’aquelle mesmo tempo que Abimelech, com Phichol, [AT] principe do seu exercito, fallou com Abrahão, dizendo: Deus _é_ [12] comtigo em tudo o que fazes; 23 Agora pois, jura-me aqui por Deus que me não mentirás a mim, nem a meu filho, nem a meu neto: segundo a beneficencia que te fiz, me farás a mim, e á terra onde peregrinaste. 24 E disse Abrahão: Eu jurarei. 25 Abrahão, porém, reprehendeu a Abimelech por causa de um poço d’agua, que os servos de Abimelech haviam tomado por [13] força. 26 Então disse Abimelech: Eu não sei quem fez isto; e tambem tu m’o não fizeste saber, nem eu o ouvi senão hoje. 27 E tomou Abrahão ovelhas e vaccas, e deu-as a Abimelech; e fizeram ambos concerto. 28 Poz Abrahão, porém, á parte sete cordeiras do rebanho. 29 E Abimelech disse a Abrahão: Para que estão aqui estas sete cordeiras, que pozeste á parte? 30 E disse: Tomarás _estas_ sete cordeiras de minha mão, para que sejam [14] em testemunho que eu cavei este poço. 31 Por isso se chamou aquelle logar [AU] Berseba, porquanto ambos juraram ali. 32 Assim fizeram concerto em Berseba. Depois se levantou Abimelech e Phichol, principe do seu exercito, e tornaram-se para a terra dos philisteus. 33 E plantou um bosque em Berseba, e invocou lá o nome do Senhor, Deus [15] eterno. 34 E peregrinou Abrahão na terra dos philisteus muitos dias. [1] I Sam. 2.21. Luc. 1.68. [2] Heb. 11.11. [3] cap. 17.19. [4] Lev. 12.3. Act. 7.8. [5] Gal. 4.29. [6] Gal. 4.30. [7] Rom. 9.7, 8. Heb. 11.18. [8] cap. 16.10. [9] ver. 13. [10] Num. 22.31. II Reis 6.17, 20. Luc. 24.16, 31. [11] Num. 10.12. [12] cap. 26.28 e 39.2. [13] cap. 26.15, 22. [14] cap. 31.48. Jos. 22.27. [15] Psa. 90.2. _Deus manda Abrahão matar seu filho Isaac._ [Antes de Christo 1891] 22 E aconteceu [1] depois d’estas coisas, que tentou Deus a Abrahão, e disse-lhe: Abrahão! E elle disse: Eis-me _aqui_. 2 E disse: Toma agora o teu filho, o teu unico filho, Isaac, a quem amas, e vae-te á terra de Moriah, e offerece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. 3 Então se levantou Abrahão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou comsigo dois de seus moços e Isaac seu filho; e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao logar que Deus lhe dissera. 4 Ao terceiro dia levantou Abrahão os seus olhos, e viu o logar de longe. 5 E disse Abrahão a seus moços: Ficae-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós. 6 E tomou Abrahão a lenha do holocausto, [2] e pôl-a sobre Isaac seu filho; e elle tomou o fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos. 7 Então fallou Isaac a Abrahão seu pae, e disse: Meu pae! E elle disse: Eis-me _aqui_, meu filho! E elle disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde _está_ o cordeiro para o holocausto? 8 E disse Abrahão: Deus proverá para si [3] o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos. 9 E vieram ao logar que Deus lhe dissera, e edificou Abrahão ali um altar, e poz em ordem a lenha, e amarrou a Isaac seu filho, [4] e deitou-o sobre o altar em cima da lenha. 10 E estendeu Abrahão a sua mão, e tomou o cutelo para immolar o seu filho; 11 Mas o anjo do Senhor lhe bradou desde os céus, e disse: Abrahão, Abrahão! E elle disse: Eis-me _aqui_. 12 Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada: porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu unico. 13 Então levantou Abrahão os seus olhos, e olhou; e eis um carneiro detraz _d’elle_, travado pelas suas pontas n’um [5] matto; e foi Abrahão, e tomou o carneiro, e offereceu-o em holocausto, em logar de seu filho. 14 E chamou Abrahão o nome d’aquelle logar, [AV] o Senhor proverá; d’onde se diz _até_ ao dia de hoje: No monte do Senhor [6] se proverá. 15 Então o anjo do Senhor bradou a Abrahão pela segunda vez desde os céus, 16 E disse: Por mim mesmo, [7] jurei, diz o Senhor: Porquanto fizeste esta acção, e não negaste o teu filho, o teu unico, 17 Que devéras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as [8] estrellas dos céus, e como a areia que _está_ na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos; 18 E em tua semente serão bemditas todas as nações da terra; [9] porquanto obedeceste á minha voz. 19 Então Abrahão tornou aos seus moços, e levantaram-se, e foram juntos para Berseba; e Abrahão habitou em Berseba. 20 E succedeu depois d’estas coisas, que annunciaram a Abrahão, dizendo: Eis que tambem [10] Milcah pariu filhos a Nahor teu irmão: 21 Uz o seu primogenito, e Buz seu irmão, e Kemuel, pae d’Aram, 22 E Chesed, e Hazo, e Pildas, e Jidlaph, e Bethuel. 23 E Bethuel [11] gerou Rebecca: estes oito pariu Milcah a Nahor, irmão de Abrahão. 24 E a sua concubina, cujo nome _era_ Reuma, ella pariu tambem a Tebah, e Gaham, e Tahash e Maacah. [1] Deu. 8.2. [2] João 19.17. [3] João 1.29. Apo. 5.6. [4] Heb. 11.17. Thi. 2.21. [5] I Cor. 10.13. II Cor. 1.9, 10. [6] ver. 8. [7] Luc. 1.73. Heb. 6.13, 14. [8] Deu. 1.10. Jer. 33.22. [9] I Sam. 2.30. [10] cap. 11.29. [11] cap. 24.15. _A morte de Sarah._ [Antes de Christo 1860] 23 E foi a vida de Sarah cento e vinte e sete annos: _estes foram_ os annos da vida de Sarah. 2 E morreu Sarah em [1] Kiriath-arba, que é Hebron, na terra de Canaan; e veiu Abrahão lamentar a Sarah e chorar por ella. 3 Depois se levantou Abrahão de diante do seu morto, e fallou aos filhos de Heth, dizendo: 4 Estrangeiro e peregrino sou entre vós: dae-me [2] possessão de sepultura comvosco, para que eu sepulte o meu morto de diante da minha face. 5 E responderam os filhos de Heth a Abrahão, dizendo-lhe: 6 Ouve-nos, meu senhor; principe de Deus _és_ no meio de nós; enterra o teu morto na _mais_ escolhida de nossas sepulturas; nenhum de nós te vedará a sua sepultura, para enterrar o teu morto. 7 Então se levantou Abrahão, e inclinou-se diante do povo da terra, diante dos filhos de Heth. 8 E fallou com elles, dizendo: Se é de vossa vontade que eu sepulte o meu morto de diante de minha face, ouvi-me e fallae por mim a Ephron, filho de Zohar, 9 Que elle me dê a cova de Machpelah, que elle _tem_ no fim do seu campo; que m’a dê pelo devido preço em herança de sepulchro no meio de vós. 10 Ora Ephron habitava no meio dos filhos de Heth: e respondeu Ephron hetheo a Abrahão, aos ouvidos dos filhos de Heth, de todos os que entravam pela porta da sua cidade, dizendo: 11 Não, meu senhor: ouve-me, o campo te dou, tambem te dou a cova que n’elle _está_, diante dos olhos dos filhos do meu povo t’a dou; sepulta o teu morto. 12 Então Abrahão se inclinou diante da face do povo da terra, 13 E fallou a Ephron, aos ouvidos do povo da terra, dizendo: Mas se tu estás _por isto_, ouve-me, peço-te: o preço do campo _o_ darei; toma-o de mim, e sepultarei ali o meu morto. 14 E respondeu Ephron a Abrahão, dizendo-lhe: 15 Meu senhor, ouve-me, a terra _é_ de quatrocentos siclos de prata; que é isto entre mim e ti? sepulta o teu morto. 16 E Abrahão deu ouvidos a Ephron e Abrahão pesou a Ephron a prata de que tinha fallado aos ouvidos dos filhos de Heth, quatrocentos siclos de prata, correntes entre mercadores. 17 Assim o campo de Ephron, que _estava_ em Machpelah, em frente de Mamre, o campo e a cova que n’elle _estava_, e todo o arvoredo que no campo _havia_, que _estava_ em todo o seu contorno ao redor, 18 Se confirmou a Abrahão em possessão diante dos olhos dos filhos de Heth, de todos os que entravam pela porta da sua cidade. 19 E depois sepultou Abrahão a Sarah sua mulher na cova do campo de Machpelah, em frente de Mamre, que é Hebron, na terra de Canaan. 20 Assim o campo e a cova que n’elle _estava_ se confirmou a Abrahão em possessão de sepultura pelos filhos de Heth. [1] Jos. 14.15. cap. 13.18. [2] Act. 7.5. _Abrahão manda seu servo buscar uma mulher para Isaac._ [Antes de Christo 1857] 24 E era Abrahão já velho _e_ adiantado em edade, e o Senhor havia [1] abençoado a Abrahão em tudo. 2 E disse Abrahão ao [2] seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuia: [3] Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa, 3 Para que eu te faça jurar pelo Senhor Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho [4] mulher das filhas dos cananeos no meio dos quaes eu habito, 4 Mas [5] que irás á minha terra e á minha parentela, e _d’ahi_ tomarás mulher para meu filho Isaac. 5 E disse-lhe o servo: Porventura não quererá seguir-me a mulher a esta terra. Farei pois tornar o teu filho á terra d’onde saiste? 6 E Abrahão lhe disse: Guarda-te, que não faças lá tornar o meu filho. 7 O Senhor, Deus dos [6] céus, que me [7] tomou da casa de meu pae e da terra da minha parentela, e que me fallou, e que me jurou, dizendo: Á tua semente darei esta terra: Elle enviará o seu [8] anjo adiante da tua face, para que tomes mulher de lá para meu filho. 8 Se a mulher, porém, não quizer seguir-te, serás livre d’este meu juramento; sómente não faças lá tornar a meu filho. 9 Então poz o servo a sua mão debaixo da coxa de Abrahão seu senhor, e jurou-lhe sobre este negocio. 10 E o servo tomou dez camelos, dos camelos do seu senhor, e partiu, pois que toda a fazenda de seu senhor _estava_ em sua mão, e levantou-se e partiu para [AW] Mesopotamia, para a cidade de [9] Nahor, 11 E fez ajoelhar os camelos fóra da cidade, junto a um poço d’agua, pela tarde, ao tempo que as moças sahiam a tirar [10] _agua_. 12 E disse: Ó Senhor, Deus de meu senhor Abrahão! [11] dá-me hoje bom encontro, [12] e faze beneficencia ao meu senhor Abrahão! 13 Eis que eu estou em pé junto á fonte d’agua, e as filhas dous varões d’esta cidade saem para tirar agua; 14 Seja pois que a donzella, a quem eu disser: Abaixa agora o teu cantaro para que eu beba; e ella disser: Bebe, e tambem darei de beber aos teus camelos; esta _seja_ a quem designaste ao teu servo Isaac, e que eu [13] conheça n’isso que fizeste beneficencia a meu senhor. _O encontro de Rebecca._ 15 E succedeu [14] que, antes que elle acabasse de fallar, eis que Rebecca, que havia nascido a Bethuel, filho de Milcah, mulher de Nahor, irmão de Abrahão, sahia com o seu cantaro sobre o seu hombro. 16 E a donzella _era_ mui formosa á vista, virgem, a quem varão não havia conhecido: e desceu á fonte, e encheu o seu cantaro, e subiu. 17 Então o servo correu-lhe ao encontro, e disse: Ora deixa-me beber uma pouca d’agua do teu cantaro. 18 E ella disse: Bebe, meu senhor. E apressou-se, e abaixou o seu cantaro sobre a sua mão, e deu-lhe de beber. 19 E, acabando ella de lhe dar de beber, disse: Tirarei tambem _agua_ para os teus camelos, até que acabem de beber. 20 E apressou-se, e vasou o seu cantaro na pia, e correu outra vez ao poço para tirar _agua_, e tirou para todos os seus camelos. 21 E o varão estava admirado de vel-a, calando-se, para saber se o Senhor havia prosperado a sua jornada, ou não. 22 E aconteceu que, acabando os camelos de beber, tomou o varão um pendente de oiro de meio siclo de peso, e duas pulseiras para as suas mãos, do peso de dez _siclos_ de oiro. 23 E disse: De quem _és_ filha? faze-m’o saber, peço-te; ha tambem em casa de teu pae logar para nós pousarmos? 24 E ella lhe disse: Eu _sou_ a filha de [15] Bethuel, filho de Milcah, o qual ella pariu a Nahor. 25 Disse-lhe mais: Tambem temos palha e muito pasto, e logar para passar a noite. 26 Então inclinou-se [16] aquelle varão, e adorou ao Senhor, 27 E disse: Bemdito _seja_ o Senhor Deus de meu senhor Abrahão, que não retirou a sua beneficencia e a sua verdade de meu senhor: quanto a mim, o Senhor me guiou no caminho á casa dos irmãos de meu senhor. 28 E a donzella correu, e fez saber estas coisas na casa de sua mãe. 29 E Rebecca tinha um irmão, cujo nome _era_ [17] Labão; e Labão correu ao encontro d’aquelle varão á fonte. 30 E aconteceu que, quando elle viu o pendente, e as pulseiras sobre as mãos de sua irmã, e quando ouviu as palavras de sua irmã Rebecca, que dizia: Assim me fallou aquelle varão; veiu o varão, e eis que estava em pé junto aos camelos á fonte. 31 E disse: Entra, bemdito do Senhor, porque estarás fóra? pois eu já preparei a casa, e o logar para os camelos. 32 Então veiu aquelle varão á casa, e desataram os camelos, e deram palha e pasto aos camelos, e agua para lavar os pés d’elle e os pés dos varões que _estavam_ com elle. 33 Depois pozeram de comer diante d’elle; elle porém disse: Não [18] comerei, até que tenha dito as minhas palavras. E elle disse: Falla. 34 Então disse: Eu _sou_ o servo d’Abrahão. 35 E o Senhor [19] abençoou muito o meu senhor, de maneira que foi engrandecido, [20] e deu-lhe ovelhas e vaccas, e prata e oiro, e servos e servas, e camelos e jumentos. 36 E Sarah, a mulher do meu senhor, pariu um filho a meu senhor depois da sua velhice, e elle deu-lhe tudo quanto tem. 37 E meu senhor me fez [21] jurar, dizendo: Não tomarás mulher para meu filho das filhas dos cananeos, em cuja terra habito: 38 Irás porém á casa de meu pae, e á minha familia, e tomarás mulher para meu filho. 39 Então disse eu ao meu senhor: Porventura não me seguirá a mulher. 40 E _elle_ me disse: O Senhor, em cuja presença tenho andado, enviará o seu anjo comtigo, e prosperará o teu caminho, para que tomes mulher para meu filho da minha familia e da casa de meu pae: 41 Então serás livre do meu juramento, quando fores á minha familia; e se não t’a derem, livre serás do meu juramento. 42 E hoje cheguei á fonte, e disse: Ó Senhor, Deus de meu senhor Abrahão! se tu agora prosperas o meu caminho, no qual eu ando, 43 Eis que estou junto á fonte d’agua: seja pois que a donzella que sair para tirar _agua_ e á qual eu disser: Ora dá-me uma pouca d’agua do teu cantaro; 44 E ella me disser: Bebe tu tambem, e tambem tirarei agua para os [22] teus camelos; esta _seja_ a mulher que o Senhor designou ao filho de meu senhor. 45 E antes que eu acabasse de fallar no [23] meu coração, eis que Rebecca sahia com o seu cantaro sobre o seu hombro, e desceu á fonte, e tirou _agua_; e eu lhe disse: Ora dá-me de beber. 46 E ella se apressou, e abaixou o seu cantaro de sobre si, e disse: Bebe, e tambem darei de beber aos teus camelos; e bebi, e ella deu tambem de beber aos camelos. 47 Então lhe perguntei, e disse: De quem _és_ filha? E ella disse: Filha de Bethuel, filho de Nahor, que lhe pariu Milcah. Então eu puz o pendente no seu rosto, e as pulseiras sobre as suas mãos; 48 E inclinando-me adorei ao Senhor, e bemdisse ao Senhor, Deus do meu senhor Abrahão, [24] que me havia encaminhado pelo caminho da verdade, para tomar a filha do irmão de meu senhor para seu filho. 49 Agora pois, se vós haveis de fazer beneficencia e verdade a meu senhor, fazei-m’o saber; e se não _tambem_ m’o fazei saber, para que eu olhe á mão direita, ou á esquerda. 50 Então responderam Labão e Bethuel, e disseram: Do Senhor procedeu este negocio; não podemos fallar-te mal ou [25] bem. 51 Eis que, Rebecca _está_ diante da tua face; toma-a, e vae-te; seja a mulher do filho de teu senhor, como tem dito o Senhor. 52 E aconteceu que, o servo de Abrahão, ouvindo as suas palavras, inclinou-se á terra diante do Senhor, 53 E tirou o servo [AX] vasos de prata e vasos de oiro, e vestidos, e deu-os a Rebecca; tambem deu coisas preciosas a seu irmão e a sua mãe. 54 Então comeram e beberam, elle e os varões que com elle estavam, e passaram a noite. E levantaram-se pela manhã, e disse: Deixae-me ir a meu senhor. 55 Então disseram seu irmão e sua mãe: Fique a donzella comnosco _alguns_ dias, ou pelo menos dez dias, depois irá. 56 Elle porém lhes disse: Não me detenhaes, pois o Senhor tem prosperado o meu caminho; deixae-me partir, que eu volte a meu senhor. 57 E disseram: Chamemos a donzella, e perguntemos-lh’o. _Rebecca consente em casar com Isaac._ 58 E chamaram a [26] Rebecca, e disseram-lhe: Irás tu com este varão? Ella respondeu: Irei. 59 Então despediram a Rebecca sua [27] irmã, e sua ama, e o servo de Abrahão, e seus varões. 60 E [28] abençoaram a Rebecca, e disseram-lhe: O nossa irmã, sejas tu em milhares de milhares, e que a tua semente possua a [29] porta de seus aborrecedores! 61 E Rebecca se levantou com as suas moças, e subiram sobre os camelos, e seguiram o varão: e tomou aquelle servo a Rebecca, e partiu. 62 Ora Isaac vinha d’onde se vem do poço de Lahai-roi; porque habitava na terra do sul. 63 E Isaac saira a orar [AY] no campo, sobre a tarde: e levantou os seus olhos, e olhou, e eis que os camelos vinham. 64 Rebecca tambem levantou seus olhos, e viu a Isaac, e lançou-se do [30] camelo. 65 E disse ao servo: Quem _é_ aquelle varão que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este _é_ meu senhor. Então tomou ella o véu, e cobriu-se. 66 E o servo contou a Isaac todas as coisas que fizera. 67 E Isaac trouxe-a para a tenda de sua mãe Sarah, e tomou a Rebecca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim Isaac foi consolado depois _da morte_ de sua mãe. [1] cap. 13.2. [2] cap. 15.2. [3] cap. 47.29. [4] Deu. 7.3. [5] cap. 11.28 e 28.2. [6] Esd. 1.2. [7] cap. 12.1, 7. [8] Heb. 1.14. [9] cap. 11.31. [10] Exo. 2.16. I Sam. 9.11. [11] ver. 27. cap. 26.24. Exo. 3.6. [12] Neh. 1.11. Pro. 3.6. [13] Jui. 6.17, 37. [14] Isa. 65.24. Dan. 9.21. [15] cap. 22.23. [16] ver. 52. Exo. 4.31. [17] cap. 29.5. [18] João 4.34. Eph. 6.5, 7. [19] Pro. 10.22 e 22.4. [20] Psa. 18.35. [21] ver. 3. [22] Pro. 19.14. [23] I Sam. 1.13. Neh. 2.4. [24] Psa. 32.8 e 48.14 e 107.7. [25] cap. 31.34. II Sam. 13.22. [26] Psa. 45.10. [27] cap. 35.8. [28] Ruth 4.11, 12. [29] cap. 22.17. [30] Jos. 15.18. Jui. 1.14. _Abrahão casa com Ketura e tem filhos d’ella._ 25 E Abrahão tomou _outra_ mulher; e o seu nome _era_ [1] Ketura; 2 E pariu-lhe Zimran, e Joksan, e [2] Medan, e Midian, e Jisbac, e Shuah. 3 E Joksan gerou [3] Seba e Dedan: e os filhos de [4] Dedan foram Assurim, e Letusim e Leummim. 4 E os filhos de Midian foram [5] Epha, e Epher, e Henoch, e Abidah, e Eldah: estes todos _foram_ filhos de Ketura. 5 Porém Abrahão deu tudo o que tinha a Isaac; 6 Mas aos filhos das concubinas que Abrahão tinha, deu Abrahão presentes, e, vivendo elle ainda, despediu-os do seu filho Isaac, ao oriente, para a terra [6] oriental. 7 Estes pois _são_ os dias dos annos da vida de Abrahão, que viveu cento e setenta e cinco annos. _Abrahão morre._ [Antes de Christo 1822] 8 E Abrahão expirou e [7] morreu em boa velhice, velho e farto _de dias_: [8] e foi congregado ao seu povo; 9 E sepultaram-o Isaac e Ishmael, seus filhos, na cova de Machpelah, no campo d’Ephron, filho de Zohar hetheo, que _estava_ em frente de Mamre, 10 O campo que Abrahão comprara aos filhos de Heth. Ali está sepultado Abrahão, e Sarah sua mulher. 11 E aconteceu depois da morte de Abrahão, que Deus abençoou a Isaac seu filho; e habitava Isaac junto ao poço Lahai-roi. _Os descendentes de Ishmael._ 12 Estas porém são as gerações de Ishmael filho de Abrahão, que a serva de Sarah, Hagar Egypcia, pariu a Abrahão. 13 E estes são os nomes dos filhos de Ishmael pelos seus nomes, segundo as suas gerações: o [9] primogenito de Ishmael _era_ Nebajoth, depois Kedar, e Abdeel, e Mibsam, 14 E Misma, e Duma, e Massa, 15 Hadar, e Tema, Jetur, Nafis, e Kedma. 16 Estes _são_ os filhos de Ishmael, e estes _são_ os seus nomes pelas suas villas e pelos seus [AZ] castellos: doze principes [10] segundo as suas [BA] familias. 17 E estes _são_ os annos da vida de Ishmael, cento e trinta e sete annos; e elle expirou, e morreu, [11] e foi congregado ao seu povo. 18 E habitaram desde Havila até Sur, que _está_ em frente do Egypto, indo para [BB] Assur; e fez o seu assento diante da face de todos os seus [12] irmãos. _Os descendentes de Isaac._ 19 E estas _são_ as gerações de Isaac, filho de Abrahão: Abrahão gerou a Isaac: 20 E era Isaac da edade de quarenta annos, quando tomou a Rebecca, filha de Bethuel [BC] arameo de Paddan-aram, irmã de Labão arameo, por sua mulher. 21 E Isaac orou instantemente ao Senhor por sua [13] mulher, porquanto _era_ esteril; [14] e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebecca sua mulher concebeu. 22 E os filhos luctavam dentro d’ella; então disse: Se assim _é_, porque _sou_ eu _assim_? E foi-se a perguntar ao Senhor. 23 E o Senhor lhe disse: Duas nações _ha_ no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e _um_ povo será mais forte do que o _outro_ povo, e o maior servirá ao [15] menor. _O nascimento de Esaú e Jacob._ [Antes de Christo 1838] 24 E cumprindo-se os seus dias para parir, eis gemeos no seu ventre. 25 E saiu o primeiro ruivo e todo como um vestido cabelludo; por isso chamaram o seu nome [BD] Esaú. 26 E depois saiu o seu irmão, [16] agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso se chamou o seu nome [BE] Jacob. E _era_ Isaac da edade de sessenta annos quando os gerou. 27 E cresceram os meninos, e Esaú foi varão perito na caça, varão do campo; mas Jacob _era_ varão simples, [17] habitando em tendas. 28 E amava Isaac a Esaú, porque a caça era de seu gosto, mas Rebecca amava a Jacob. 29 E Jacob cozera um guisado; e veiu Esaú do campo, e _estava_ elle [BF] cançado: 30 E disse Esaú a Jacob: Deixa-me, peço-te, sorver d’esse _guisado_ vermelho, porque estou cançado. Por isso se chamou o seu nome [BG] Edom. 31 Então disse Jacob: Vende-me hoje a tua primogenitura. 32 E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me _servirá_ logo a primogenitura? 33 Então disse Jacob: Jura-me hoje. E jurou-lhe [18] e vendeu a sua primogenitura a Jacob. 34 E Jacob deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e comeu, e bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim desprezou Esaú a _sua_ primogenitura. [1] I Chr. 1.32. [2] Num. 22.4. [3] I Sam. 10.1. Psa. 72.10. [4] Jer. 25.23. [5] Isa. 60.6. [6] Jui. 6.3. [7] cap. 15.15. Job 5.26. [8] cap. 35.29 e 49.32. [9] I Chr. 1.29. [10] cap. 17.20. [11] I Sam. 15.7. [12] cap. 16.12. [13] I Sam. 1.11. Luc. 1.13. [14] I Chr. 5.20. I Chr. 23.13. Esd. 8.20. Pro. 10.24. [15] Mal. 1.2, 4. Rom. 9.10, 12. [16] Ose. 12.3. [17] Heb. 11.9. [18] cap. 27.36. Heb. 12.16. _Isaac vae a Gerar por causa da fome._ [Antes de Christo 1804] 26 E havia fome na [1] terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abrahão: por isso foi-se Isaac a Abimelech, [2] rei dos philisteus, em Gerar. 2 E appareceu-lhe o Senhor, e disse: Não desças ao Egypto; habita na terra que eu te disser: 3 Peregrina n’esta terra, e serei comtigo, e te abençoarei; porque a ti e á tua semente darei todas estas [3] terras, e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abrahão teu pae; 4 E multiplicarei a tua semente como as estrellas dos céus, [4] e darei á tua semente todas estas terras; e em tua semente serão bemditas todas as nações da terra; 5 Porquanto Abrahão obedeceu á minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis. 6 Assim habitou Isaac em Gerar. 7 E perguntando-lhe os varões d’aquelle logar ácerca de sua mulher, disse: _É_ minha irmã; [5] porque temia de dizer: [6] _É_ minha mulher; para que porventura (_dizia elle_) me não matem os varões d’aquelle logar por amor de Rebecca; porque _era_ formosa á vista. 8 E aconteceu que, como elle esteve ali muito tempo, Abimelech rei dos philisteus olhou por uma janella, e viu, e eis que Isaac _estava_ brincando com Rebecca sua mulher. 9 Então chamou Abimelech a Isaac, e disse: Eis que na verdade _é_ tua mulher; como pois disseste: _É_ minha irmã? E disse-lhe Isaac: Porque eu dizia: Para que eu porventura não morra por causa d’ella. 10 E disse Abimelech: [7] Que _é_ isto _que_ nos fizeste? Facilmente se teria deitado alguem d’este povo com a tua mulher, e tu terias trazido sobre nós um delicto. 11 E mandou Abimelech a todo o povo, dizendo: Qualquer que tocar a este varão ou a sua mulher, certamente morrerá. 12 E semeou Isaac n’aquella mesma terra, e achou n’aquelle mesmo anno [BH] cem medidas, porque o Senhor o abençoava. 13 E engrandeceu-se o varão, e ia-se engrandecendo, até que se tornou mui grande; 14 E tinha possessão d’ovelhas, e possessão de vaccas, e muita gente de serviço, de maneira que os philisteus o [8] invejavam. 15 E todos os poços, que os servos de seu pae tinham cavado nos dias de seu pae Abrahão, os philisteus entulharam e encheram de terra. 16 Disse tambem Abimelech a Isaac: Aparta-te de nós; porque muito mais poderoso te tens feito do que nós. 17 Então Isaac foi-se d’ali e fez o seu assento no valle de Gerar, e habitou lá. 18 E tornou Isaac, e cavou os poços d’agua que cavaram nos dias de Abrahão seu pae, e que os philisteus taparam depois da morte de Abrahão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pae. 19 Cavaram pois os servos de Isaac n’aquelle valle, e acharam ali um poço d’aguas vivas. 20 E os pastores de Gerar porfiaram com os pastores de Isaac, dizendo. Esta agua _é_ nossa. Por isso chamou o nome d’aquelle poço [BI] Esek, porque contenderam com elle. 21 Então cavaram outro poço, e tambem porfiaram sobre elle: por isso chamou o seu nome [BJ] Sitnah. 22 E partiu d’ali, e cavou outro poço, e não porfiaram sobre elle: por isso chamou o seu nome [BK] Rehoboth, e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos n’esta terra. 23 Depois subiu d’ali a Berseba, 24 E appareceu-lhe o Senhor n’aquella mesma noite, e disse: Eu _sou_ o Deus de Abrahão teu pae: [9] não temas, porque eu _sou_ comtigo, e abençoar-te-hei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abrahão meu servo. 25 Então edificou ali um altar, e invocou o nome do Senhor, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaac cavaram ali um poço. _Abimelech faz um pacto com Isaac._ 26 E Abimelech veiu a elle de Gerar, com Ahuzzath seu amigo, e Phichol, [BL] principe do seu exercito. 27 E disse-lhes Isaac: Porque viestes a mim, pois que vós me aborreceis, e [10] me enviastes de vós? 28 E elles disseram: Havemos visto, na verdade, que o Senhor é comtigo, pelo que dissemos: [11] Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos concerto comtigo, 29 Que nos não faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos sómente bem, e te deixámos ir em paz. Agora tu _és_ o bemdito do Senhor. 30 Então lhes fez um [12] banquete, e comeram e beberam; 31 E levantaram-se de madrugada, e juraram um ao outro; depois os despediu Isaac, e despediram-se d’elle em paz. 32 E aconteceu n’aquelle mesmo dia que vieram os servos de Isaac, e annunciaram-lhe ácerca do negocio do peço, que tinham cavado; e disseram-lhe: Temos achado agua. 33 E chamou-o [BM] Seba: por isso _é_ o nome d’aquella cidade [BN] Berseba até o dia de hoje. 34 Ora sendo Esaú da edade de quarenta annos, tomou por mulher a Judith, filha de Beeri, hetheo, [13] e a Basmath filha de Elon, hetheo. 35 E _estas_ foram a Isaac e a Rebecca uma amargura [14] de espirito. [1] cap. 12.10. [2] cap. 20.2. [3] cap. 13.15 e 15.18 e 22.16. [4] cap. 22.16. Psa. 72.17. [5] cap. 12.13 e 20.2, 13. [6] Pro. 29.25. [7] cap. 20.9. [8] Ecc. 4.4. [9] Psa. 27.1, 5. Isa. 51.12. [10] ver. 16. [11] cap. 21.23. Zac. 8.23. [12] cap. 31.54. [13] cap. 36.2. [14] cap. 27.45. _Isaac manda Esaú fazer-lhe um guisado._ [Antes de Christo 1726] 27 E aconteceu que, como Isaac envelheceu, e os seus olhos se escureceram, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho. E elle lhe disse: Eis-me _aqui_. 2 E elle disse: Eis que já agora estou velho, e não sei o dia da minha morte; 3 Agora pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, e sae ao campo, e apanha para mim _alguma_ caça, 4 E faze-me um guisado saboroso, como eu o amo, e traze-m’_o_, para que eu coma; para que minha alma [1] te abençoe, antes que morra. 5 E Rebecca escutou quando Isaac fallava ao seu filho Esaú: e foi-se Esaú ao campo, para apanhar caça que havia de trazer. _Rebecca e Jacob enganam Isaac._ [Antes de Christo 1760] 6 Então fallou Rebecca a Jacob seu filho, dizendo: Eis que tenho ouvido o teu pae que fallava com Esaú teu irmão, dizendo: 7 Traze-me caça, e faze-me um guisado saboroso, para que eu coma, e te abençoe diante da face do Senhor, antes da minha morte. 8 Agora pois, filho meu, ouve a minha voz n’aquillo que eu te mando: 9 Vae agora ao rebanho, e traze-me de lá dois bons cabritos das cabras, e eu farei d’elles um guisado saboroso para teu pae, como elle ama, 10 E leval-o-has a teu pae, para que o coma; para que te abençoe antes da sua morte. 11 Então disse Jacob a Rebecca, sua mãe: Eis que Esaú meu irmão _é_ varão [2] cabelludo, e eu varão liso; 12 Porventura me apalpará o meu pae, e serei em seus olhos enganador: assim trarei eu sobre mim maldição, e não benção. 13 E disse-lhe sua mãe: [3] Meu filho, sobre mim _seja_ a tua maldição; sómente obedece á minha voz, e vae, traze-m’_os_. 14 E foi, e tomou-os, e trouxe-os a sua mãe; e sua mãe fez um guisado saboroso, como seu pae amava. 15 Depois tomou Rebecca os vestidos [BO] de gala de Esaú, seu filho mais velho, que _tinha_ comsigo em casa, e vestiu a Jacob, seu filho menor; 16 E com as pelles dos cabritos das cabras cobriu as suas mãos e a lisura do seu pescoço; 17 E deu o guisado saboroso, e o pão que tinha preparado, na mão de Jacob seu filho. 18 E veiu elle a seu pae, e disse: Meu pae! E elle disse: Eis-me _aqui_; quem _és_ tu, meu filho? 19 E Jacob disse a seu pae: Eu _sou_ Esaú, teu primogenito; tenho feito como me disseste: levanta-te agora, assenta-te, e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe. 20 Então disse Isaac a seu filho: Como _é isto, que_ tão cedo a achaste, filho meu? E elle disse: [4] Porque o Senhor teu Deus _a_ mandou ao meu encontro. 21 E disse Isaac a Jacob: Chega-te agora, para que te apalpe, meu filho, se _és_ meu filho Esaú mesmo, ou não. 22 Então se chegou Jacob a Isaac seu pae, que o apalpou, e disse: A voz _é_ a voz de Jacob, porém as mãos _são_ as mãos de Esaú. 23 E não o conheceu, porquanto as suas mãos estavam [5] cabelludas, como as mãos de Esaú seu irmão: e abençoou-o. 24 E disse: _És_ tu meu filho Esaú mesmo? E elle disse: Eu [6] _sou_. 25 Então disse: Faze chegar _isso_ perto de mim, para que coma da caça de meu filho; para que a minha alma te abençoe. E chegou-lh’o, e comeu; trouxe-lhe tambem vinho, e bebeu. 26 E disse-lhe Isaac seu pae: Ora chega-te, e beija-me, filho meu. 27 E chegou-se, e beijou-o; então cheirou o cheiro dos seus vestidos, e [7] abençoou-o, e disse: Eis que o cheiro do meu filho _é_ como o cheiro do campo, que o Senhor abençoou: 28 Assim pois te dê Deus do [8] orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundancia de trigo e de mosto: 29 Sirvam-te povos, e nações se incurvem a ti: sê senhor de teus irmãos, [9] e os filhos da tua mãe se incurvem a ti: malditos _sejam_ os que te amaldiçoarem, e bemditos _sejam_ os que te abençoarem. _Esaú traz ao seu pae o guisado e descobre que Jacob já tomou a benção._ 30 E aconteceu que, acabando Isaac de abençoar a Jacob, apenas Jacob acabava de sair da face de Isaac seu pae, veiu Esaú, seu irmão, da sua caça; 31 E fez tambem elle um guisado saboroso, e trouxe-_o_ a seu pae; e disse a seu pae: Levanta-te, meu pae, e come da caça de teu filho, para que me abençoe a tua alma. 32 E disse-lhe Isaac seu pae: Quem _és_ tu? E elle disse: Eu _sou_ teu filho, o teu primogenito, Esaú. 33 Então estremeceu Isaac de um estremecimento muito grande; e disse: Quem, pois, _é_ aquelle que apanhou a caça, e _m’a_ trouxe? e comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o: tambem será bemdito. 34 Esaú, ouvindo as palavras de seu pae, bradou com grande e mui amargo brado, e disse a seu pae: [10] Abençoa-me tambem a mim, meu pae. 35 E elle disse: Veiu o teu irmão com subtileza, e tomou a tua benção. 36 Então disse elle: Não foi o seu nome _justamente_ chamado [11] Jacob, por isso que já duas vezes me enganou? a minha primogenitura _me_ tomou, e eis que agora _me_ tomou a minha benção. Mais disse: Não reservaste pois para mim benção alguma? 37 Então respondeu Isaac, e disse a Esaú: Eis que o tenho posto por senhor [12] sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos: e de trigo e de mosto o tenho fortalecido;—que te farei pois agora _a ti_, meu filho? 38 E disse Esaú a seu pae: Tens uma só benção, meu pae? abençoa-me tambem a mim, meu pae. E levantou Esaú a sua voz, e chorou. 39 Então respondeu Isaac seu pae, e disse-lhe: Eis que nas gorduras da terra será a tua habitação, e do orvalho dos céus do alto _serás abençoado_, 40 E pela tua espada viverás, e ao teu irmão servirás. Acontecerá, porém, que quando te senhoreares, então sacudirás o seu jugo [13] do teu pescoço. 41 E aborreceu Esaú a Jacob por causa d’aquella benção, com que seu pae o tinha abençoado; e Esaú disse no seu coração: Chegar-se-hão os dias de luto de meu pae: e matarei a Jacob meu irmão. 42 E foram denunciadas a Rebecca estas palavras de Esaú, seu filho mais velho; e ella enviou, e chamou a Jacob seu filho menor, e disse-lhe: Eis que Esaú teu irmão se consola a teu respeito, _propondo-se_ matar-te. 43 Agora pois, meu filho, ouve a minha voz, e levanta-te; acolhe-te a Labão meu irmão, em [14] Haran, 44 E mora com elle alguns dias, até que passe o furor de teu irmão; 45 Até que se desvie de ti a ira de teu irmão, e se esqueça do que lhe fizeste: então enviarei, e te farei vir de lá; porque seria eu desfilhada tambem de vós ambos n’um mesmo dia? 46 E disse Rebecca a Isaac: [15] Enfadada estou da minha vida, por causa das filhas de Heth; se Jacob tomar mulher das filhas de Heth, como estas _são_ das filhas d’esta terra, para que me _será_ a vida? [1] ver. 25. [2] cap. 25.25. [3] I Sam. 25.24. II Sam. 14.9. [4] Exo. 20.7. [5] ver. 16. [6] Eph. 4.25. [7] Heb. 11.20. [8] Deu. 33.13, 28. [9] cap. 25.23. [10] Heb. 12.17. [11] cap. 25.26, 34. [12] ver. 29. II Sam. 8.14. [13] II Reis 8.20. II Chr. 21.8. [14] cap. 11.31. [15] cap. 26.35. _Isaac manda Jacob a Paddan-aram._ 28 E Isaac chamou a Jacob, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de [1] Canaan: 2 Levanta-te, vae a [2] Paddan-aram, á casa de [3] Bethuel, pae de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de [4] Labão, irmão de tua mãe; 3 E Deus Todo-poderoso te abençoe, e te faça fructificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; 4 E te dê [5] abenção de Abrahão, a ti e á tua semente comtigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, [6] que Deus deu a Abrahão. 5 Assim enviou Isaac a Jacob, o qual se foi a Paddan-aram, a Labão, filho de Bethuel [BP] arameo, irmão de Rebecca, mãe de Jacob e de Esaú. 6 Vendo pois Esaú [7] que Isaac abençoára a Jacob, e o enviára a Paddan-aram, para tomar mulher para si d’ali, _e_ que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomes mulher das filhas de Canaan; 7 E que Jacob obedecera a seu pae e a sua mãe, e se fôra a Paddan-aram; 8 Vendo tambem Esaú que as filhas de Canaan eram más aos olhos de Isaac seu pae, 9 Foi-se Esaú a Ishmael, e tomou para si por mulher, além das suas mulheres, a Mahalath filha de Ishmael, filho de Abrahão, irmã de Nebajoth. _A visão da escada de Jacob._ 10 Partiu pois Jacob de Berseba, e foi-se a Haran; 11 E chegou a um logar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras d’aquelle logar, e _a_ poz por sua cabeceira, e deitou-se n’aquelle logar, 12 E sonhou: e eis uma escada _era_ posta na terra, cujo topo tocava nos céus: e eis que os [8] anjos de Deus subiam e desciam por ella; 13 E eis que o Senhor estava em cima d’ella, e disse: Eu _sou_ o Senhor, o Deus de Abrahão [9] teu pae, e o Deus de Isaac: esta terra, em que _estás_ deitado, t’a darei a ti e á tua semente: 14 E a tua semente será como o pó da [10] terra, e estender-se-ha ao occidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua semente serão bemditas todas as [11] familias da terra: 15 E eis que _estou_ comtigo, e te guardarei por onde quer que [12] fores, e te farei tornar a esta [13] terra: porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito. 16 Acordado pois Jacob do seu somno, disse: Na verdade o Senhor está n’este logar; e eu não o sabia. 17 E temeu, e disse: Quão terrivel _é_ este logar! Este não _é outro logar_ senão a casa de Deus; e este _é_ a porta dos céus. _A columna de Bethel._ 18 Então levantou-se Jacob pela manhã de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a poz por columna, e derramou azeite em cima d’ella. 19 E chamou o nome d’aquelle logar [BQ] Bethel: o nome porém d’aquella cidade d’antes _era_ Luz. 20 E Jacob votou um voto, dizendo: Se Deus fôr commigo, [14] e me guardar n’esta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestidos para vestir; 21 E eu em paz tornar á casa de meu pae, o Senhor me será por Deus; 22 E esta pedra que tenho posto por [15] columna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dizimo. [1] cap. 24.3. [2] Ose. 12.12. [3] cap. 25.20. [4] cap. 24.29. [5] cap. 12.2. [6] cap. 17.8. [7] cap. 27.33. [8] João 1.51. Heb. 1.14. [9] cap. 26.24. [10] cap. 13.16. [11] cap. 22.18. [12] Psa. 121.5, 8. [13] cap. 35.6. [14] II Sam. 15.8. [15] cap. 35.7. _Jacob chega ao poço de Haran._ 29 Então poz-se Jacob a pé, e foi-se á terra dos filhos de oriente; 2 E olhou, e eis um poço no campo, e eis tres rebanhos d’ovelhas que estavam deitados junto a elle; porque d’aquelle poço davam de beber aos rebanhos: e _havia_ uma grande pedra sobre a bocca do poço. 3 E ajuntavam ali todos os rebanhos, e removiam a pedra de sobre a bocca do poço, e davam de beber ás ovelhas: e tornavam _a pôr_ a pedra sobre a bocca do poço, no seu logar. 4 E disse-lhes Jacob: Meus irmãos, d’onde _sois_? E disseram: _Somos_ de Haran. 5 E elle lhes disse: Conheceis a Labão, filho de Nachor? E disseram: Conhecemos. 6 Disse-lhes mais: Está elle bem? E disseram: Está bem, e eis aqui Rachel sua filha, que vem com as ovelhas. 7 E elle disse: Eis que ainda é muito dia, não _é_ tempo de ajuntar o gado; dae de beber ás ovelhas, e ide, apascentae-_as_. 8 E disseram: Não podemos, até que todos os rebanhos se ajuntem, e removam a pedra de sobre a bocca do poço, para que demos de beber ás ovelhas. _Jacob encontra Rachel._ 9 _Estando_ elle ainda fallando com elles, veiu Rachel com as ovelhas de seu pae: porque ella _era_ pastora. 10 E aconteceu que, vendo Jacob a Rachel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou Jacob, e revolveu a pedra de sobre a bocca [1] do poço, e deu de beber ás ovelhas de Labão, irmão de sua mãe. 11 E Jacob beijou a Rachel, e levantou a sua voz, e chorou. 12 E Jacob annunciou a Rachel que _era_ [2] irmão de seu pae, e que _era_ filho de Rebecca: então ella correu, e o annunciou a seu pae. 13 E aconteceu que, ouvindo Labão as novas de Jacob, filho de sua irmã, correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e beijou-o, e levou-o á sua casa: e contou elle a Labão todas estas coisas. 14 Então Labão disse-lhe: Verdadeiramente _és_ tu o meu [3] osso e a minha carne. E ficou com elle um mez inteiro. 15 Depois disse Labão a Jacob: Porque tu _és_ meu irmão, has de servir-me de graça? declara-me qual _será_ o teu salario. 16 E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha _era_ Leah, e o nome da menor Rachel. 17 Leah porém _tinha_ olhos [BR] tenros, mas Rachel era de formoso semblante e formosa á vista. 18 E Jacob amava a Rachel, e disse: Sete annos te servirei por Rachel, tua filha menor. 19 Então disse Labão: Melhor _é_ que eu t’a dê, do que eu a dê a outro varão: fica commigo. 20 Assim [4] serviu Jacob sete annos por Rachel; e foram aos seus olhos como poucos dias, pelo muito que a amava. _Labão engana Jacob._ [Antes de Christo 1753] 21 E disse Jacob a Labão: Dá-_me_ minha mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu entre a ella. 22 Então ajuntou Labão a todos os varões d’aquelle logar, e fez um banquete. 23 E aconteceu, á tarde, que tomou Leah sua filha, e trouxe-lh’a: e entrou a ella. 24 E Labão deu sua serva Zilpah a Leah sua filha _por_ serva. 25 E aconteceu pela manhã, eis que _era_ Leah; pelo que disse a Labão: Porque me fizeste isso? não te tenho servido por Rachel? porque pois me enganaste? 26 E disse Labão: Não se faz assim no nosso logar, que a menor se dê antes da primogenita. 27 Cumpre a semana d’esta; então te daremos tambem a outra, pelo serviço que ainda outros sete annos servires commigo. _Jacob casa com Rachel._ 28 E Jacob fez assim: e cumpriu a semana d’esta: então lhe deu por mulher Rachel sua filha. 29 E Labão deu [5] sua serva Bilha por serva a Rachel, sua filha. 30 E entrou tambem a Rachel, [6] e amou tambem a Rachel mais do que a Leah; e serviu com elle ainda outros sete annos. 31 Vendo pois o Senhor que Leah _era_ aborrecida, abriu a sua [7] madre; porém Rachel _era_ esteril. _O nascimento a Jacob de doze filhos e uma filha._ 32 E concebeu Leah, e pariu um filho, e chamou o seu nome [BS] Ruben, porque disse: Porque o Senhor attendeu á minha afflicção, por isso agora me amará o meu marido. 33 E concebeu outra vez, e pariu um filho, dizendo: Porquanto o Senhor ouviu que eu _era_ aborrecida, me deu tambem este; e chamou o seu nome [BT] Simeão. 34 E concebeu outra vez, e pariu um filho, dizendo: Agora esta vez se ajuntará meu marido commigo, porque tres filhos lhe tenho parido: por isso chamou o seu nome [BU] Levi. 35 E concebeu outra vez, e pariu um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso chamou o seu nome [BV] Judah: e cessou de parir. [1] Exo. 2.17. [2] cap. 13.8 e 14.14, 16. cap. 35.6. [3] Jui. 9.2. II Sam. 5.1 e 19.12. [4] Ose. 12.13. [5] cap. 35.22 e 37.2. [6] Deu. 21.15. [7] Psa. 127.3. cap. 30.1. 30 Vendo pois Rachel que não paria filhos a Jacob, [1] teve Rachel inveja de sua irmã, e disse a Jacob: Dá-me filhos, ou se não morro. [Antes de Christo 1749] 2 Então se accendeu a ira de Jacob contra Rachel, e disse: _Estou_ eu no logar de Deus, que te impediu o [2] fructo de teu ventre? 3 E ella disse: Eis aqui minha serva Bilha; entra a ella, para que pára sobre os meus joelhos, e eu tambem [BW] seja edificada d’ella. 4 Assim lhe deu a Bilha sua serva por [3] mulher: e Jacob entrou a ella. 5 E concebeu Bilha, e pariu a Jacob um filho. 6 Então disse Rachel: Julgou-me Deus, e tambem ouviu a minha voz, e me deu um filho; por isso chamou o seu nome [BX] Dan. 7 E Bilha, serva de Rachel, concebeu outra vez, e pariu a Jacob o segundo filho. 8 Então disse Rachel: Com luctas de Deus tenho luctado com minha irmã, tambem venci; e chamou o seu nome [BY] Naphtali. 9 Vendo pois Leah que cessava de parir, tomou tambem a Zilpah sua serva, e deu-a a Jacob por mulher. 10 E pariu Zilpah, serva de Leah, um filho a Jacob. 11 Então disse Leah: [BZ] Vem uma turba: e chamou o seu nome [CA] Gad. 12 Depois pariu Zilpah, serva de Leah, um segundo filho a Jacob. 13 Então disse Leah: [CB] Para minha ventura; porque as filhas me terão por bemaventurada: e chamou o seu nome [CC] Asher. 14 E foi Ruben nos dias da sega do trigo, e [4] achou mandrágoras no campo. E trouxe-as a Leah, sua mãe. Então disse Rachel a Leah: Ora dá-me das mandrágoras do teu filho. 15 E ella lhe disse: _É já_ pouco que hajas tomado o meu marido, tomarás tambem as mandrágoras do meu filho? Então disse Rachel: Por isso se deitará comtigo esta noite pelas mandrágoras de teu filho. 16 Vindo pois Jacob á tarde do campo, saiu-lhe Leah ao encontro, e disse: A mim entrarás, porque certamente te aluguei com as mandrágoras do meu filho. E deitou-se com ella aquella noite. 17 E ouviu [5] Deus a Leah, e concebeu, e pariu um quinto filho. 18 Então disse Leah: Deus _me_ tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha serva ao meu marido: e chamou o seu nome [CD] Issacar. 19 E Leah concebeu outra vez, e pariu a Jacob um sexto filho. 20 E disse Leah: Deus me deu a mim uma boa dadiva; d’esta vez morará o meu marido commigo, porque lhe tenho parido seis filhos: e chamou o seu nome [CE] Zebulon. 21 E depois pariu uma filha, e chamou o seu nome [CF] Dinah. 22 E lembrou-se Deus [6] de Rachel, e Deus a ouviu, e abriu a sua madre, 23 E ella concebeu, e pariu um filho, e disse: [7] Tirou-me Deus a minha vergonha. 24 E chamou o seu nome [CG] José, dizendo: O Senhor me accrescente outro filho. 25 E aconteceu que, como Rachel pariu a José, disse Jacob a Labão: Deixa-me ir, que me vá ao meu logar, e á minha terra. 26 Dá-_me_ as minhas mulheres, e os meus filhos, pelas quaes te tenho servido, e ir-me-hei; pois tu sabes o meu serviço, que te tenho feito. _Labão faz um novo pacto com Jacob._ [Antes de Christo 1748] 27 Então lhe disse Labão: Se agora tenho achado graça em teus olhos, _fica commigo_. Tenho [CH] experimentado que o Senhor me abençoou [8] por amor de ti. 28 E disse mais: Determina-me o teu salario, que _t’o_ darei. 29 Então lhe disse: Tu sabes como te tenho servido, e como passou o teu gado commigo. 30 Porque o pouco que tinhas antes de mim, é augmentado até uma multidão: e o Senhor te tem abençoado por meu trabalho. Agora pois, quando hei-de trabalhar tambem por minha casa? 31 E disse _elle_: Que te darei? Então disse Jacob: Nada me darás; se me fizeres isto, tornarei a apascentar _e_ a guardar o teu rebanho. 32 Passarei hoje por todo o teu rebanho, separando d’elle todos os salpicados e malhados, e todos os morenos entre os cordeiros, e os malhados e salpicados entre as cabras: [9] e _isto_ será o meu salario. 33 Assim testificará por mim a minha justiça no dia d’ámanhã, quando vieres e o meu salario estiver diante de tua face: tudo o que não for salpicado e malhado entre as cabras e moreno entre os cordeiros, ser-me-ha por furto. 34 Então disse Labão: Eis que oxalá seja conforme á tua palavra. 35 E separou n’aquelle mesmo dia os bodes listrados e malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, tudo em que _havia_ brancura, e todo o moreno entre os cordeiros; e deu-os nas mãos dos seus filhos. 36 E poz tres dias de caminho entre si e Jacob: e Jacob apascentava o resto dos rebanhos de Labão. _A maneira como Jacob enganou Labão._ [Antes de Christo 1745] 37 Então tomou Jacob varas verdes d’alamo, e d’aveleira e de castanheiro, e descascou n’ellas riscas brancas, descobrindo a brancura que nas varas _havia_, 38 E poz estas varas, que tinha descascado, em frente do rebanho, nos canos e nas pias d’agua, aonde o rebanho vinha a beber, e conceberam vindo a beber, 39 E concebia o rebanho diante das varas, e as ovelhas pariam listrados, salpicados [10] e malhados. 40 Então separou Jacob os cordeiros, e poz as faces do rebanho para os listrados, e todo o moreno entre o rebanho de Labão; e poz o seu rebanho á parte, e não o poz com o rebanho de Labão. 41 E succedia que cada vez que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacob as varas diante dos olhos do rebanho nos canos, para que concebessem diante das varas. 42 Mas quando enfraqueceu o rebanho, não as poz. Assim as fracas eram de Labão, e as fortes de Jacob. 43 E cresceu o varão em grande maneira, e teve muitos rebanhos, e servas, e servos, e camelos e jumentos. [1] I Thi. 4.5. [2] I Sam. 1.5. [3] cap. 16.3. [4] Can. 7.13. [5] Luc. 1.13. [6] I Sam. 1.19. [7] I Sam. 1.6. Isa. 4.1. [8] cap. 39.3, 5. [9] cap. 31.8. [10] cap. 31.9, 12. _Deus manda Jacob tornar á terra dos seus paes._ [Antes de Christo 1739] 31 Então ouvia as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacob tem tomado tudo o que _era_ de nosso pae, e do que _era_ de nosso pae fez elle [1] toda esta [CI] gloria. 2 Viu tambem Jacob o rosto de Labão, e eis que não _era_ para com elle como d’hontem e d’ante-hontem. 3 E disse o Senhor a Jacob: Torna-te á terra dos teus paes, e á tua parentela, [2] e eu serei comtigo. 4 Então enviou Jacob, e chamou a Rachel e a Leah ao campo, ao seu rebanho, 5 E disse-lhes: Vejo que o rosto de vosso pae para commigo não _é_ como d’hontem e d’ante-hontem; porém o Deus de meu pae esteve commigo; 6 E vós mesmas sabeis que com todo o meu poder tenho servido a vosso pae; 7 Mas vosso pae me enganou e mudou o salario dez vezes; [3] porém Deus não lhe permittiu [4] que me fizesse mal. 8 Quando elle dizia assim: Os salpicados serão o teu salario; então todos os rebanhos pariam salpicados. E quando elle dizia assim: Os listrados serão o teu salario, então todos os teus rebanhos pariam listrados. 9 Assim Deus tirou o gado de vosso pae, e m’o deu a mim. 10 E succedeu que, ao tempo em que o rebanho concebia, eu levantei os meus olhos, e vi em sonhos, e eis que os bodes, que cobriam as ovelhas, _eram_ listrados, [5] salpicados e malhados. 11 E disse-me [6] o anjo de Deus em sonhos: Jacob. E eu disse: Eis-me _aqui_. 12 E disse elle: Levanta agora os teus olhos, e vê todos os bodes que cobrem o rebanho, _que são_ listrados, salpicados e malhados: [7] porque tenho visto tudo o que Labão te fez. 13 Eu _sou_ o Deus de Beth-el, [8] onde teus ungido uma columna, onde me tens votado o voto; levanta-te agora, sae-te d’esta terra, [9] e torna-te á terra da tua parentela. 14 Então responderam Rachel e Leah, e disseram-lhe: _Ha_ ainda para nós parte ou herança na casa de nosso pae? 15 Não nos considera elle como estranhas? [10] pois vendeu-nos, e comeu de todo o nosso dinheiro. 16 Porque toda a riqueza, que Deus tirou de nosso pae, é nossa e de nossos filhos: agora pois, faze tudo o que Deus te tem dito. 17 Então se levantou Jacob, pondo os seus filhos e as suas mulheres sobre os camelos; 18 E levou todo o seu gado, e toda a sua fazenda, que havia adquirido, o gado que possuia, que alcançara em Paddan-aram, [11] para ir a Isaac, seu pae, á terra de Canaan. 19 E havendo Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Rachel os idolos [CJ] que seu pae _tinha_. 20 E esquivou-se Jacob de Labão o [CK] arameo, porque não lhe fez saber que fugia. 21 E fugiu elle com tudo o que tinha, e levantou-se, [12] e passou o rio: e poz o seu rosto _para_ a montanha de Gilead. _Labão prosegue atraz de Jacob._ 22 E no terceiro dia foi annunciado a Labão que Jacob tinha fugido. 23 Então tomou comsigo os seus irmãos, e atraz d’elle proseguiu o caminho por sete dias; e alcançou-o na montanha de Gilead. 24 Veiu porém Deus a Labão o arameo em sonhos de noite, [13] e disse-lhe: Guarda-te, que não falles com Jacob nem bem nem mal. 25 Alcançou pois Labão a Jacob, e armara Jacob a sua tenda n’aquella montanha: armou tambem Labão com os seus irmãos _a sua_ na montanha de Gilead. 26 Então disse Labão a Jacob: Que fizeste, que te esquivaste de mim, e levaste as minhas filhas como captivas pela espada? 27 Porque fugiste occultamente, e te esquivaste de mim, e não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, e com canticos, e com tamboril e com harpa? 28 Tambem não me permittiste beijar os meus filhos e as minhas filhas. Loucamente _pois_ agora fizeste, fazendo _assim_. 29 Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pae me fallou hontem á noite, dizendo: Guarda-te, que não falles com Jacob nem bem nem mal. 30 E agora te querias ir _embora_, porquanto tinhas saudades de voltar a casa de teu pae; [14] porque furtaste os meus deuses? 31 Então respondeu Jacob, e disse a Labão: Porque temia; pois que dizia _commigo_, se porventura me não arrebatarias as tuas filhas. 32 Com quem achares os teus deuses, esse não viva; reconhece diante de nossos irmãos o que _é_ teu do que está commigo, e toma-o para ti. Pois Jacob não sabia que Rachel os tinha furtado. 33 Então entrou Labão na tenda de Jacob, e na tenda de Leah, e na tenda d’ambas as servas, e não _os_ achou; e saindo da tenda de Leah, entrou na tenda de Rachel. 34 Mas tinha tomado Rachel os idolos, [15] e os tinha posto na albarda de um camelo, e assentara-se sobre elles; e apalpou Labão toda a tenda, e não _os_ achou. 35 E ella disse a seu pae: Não se accenda a ira aos olhos de meu senhor, [16] que não posso levantar-me diante da tua face; porquanto _tenho_ o costume das mulheres. E elle procurou, mas não achou os idolos. 36 Então irou-se Jacob, [17] e contendeu com Labão; e respondeu Jacob, e disse a Labão: Qual _é_ a minha transgressão? qual _é_ o meu peccado, que _tão_ furiosamente me tens perseguido? 37 Havendo apalpado todos os meus moveis, que achaste de todos os moveis da tua casa? põe-o aqui diante dos meus irmãos, e teus irmãos; e _que_ julguem entre nós ambos. 38 Estes vinte annos eu _estive_ comtigo, as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca moveram, e não comi os carneiros do teu rebanho. 39 Não te trouxe eu o despedaçado; eu o pagava; o furtado de dia e o furtado de noite [18] da minha mão o requerias. 40 Estive eu _de sorte que_ de dia me consumia o calor, e de noite a geada; e o meu somno foi-se dos meus olhos. 41 Tenho estado agora vinte annos na tua casa; [19] quatorze annos te servi por tuas duas filhas, e seis annos por teu rebanho; [20] mas o meu salario tens mudado dez vezes. 42 Se o Deus de meu pae, o Deus de Abrahão, e o Temor de Isaac [21] não fôra commigo, por certo me enviarias agora vazio. Deus attendeu á minha afflicção, e ao trabalho das minhas mãos, e reprehendeu-_te_ hontem á noite. _O pacto entre Labão e Jacob em Galeed._ 43 Então respondeu Labão, e disse a Jacob: _Estas_ filhas _são_ minhas filhas, e _estes_ filhos _são_ meus filhos, e _este_ rebanho _é_ o meu rebanho, e tudo o que vês, meu _é_: e que farei hoje a estas minhas filhas, ou a seus filhos, que pariram? 44 Agora pois vem, [22] e façamos concerto eu e tu, que seja por testemunho entre mim e ti. 45 Então tomou Jacob [23] uma pedra, e erigiu-a _por_ columna. 46 E disse Jacob a seus irmãos: Ajuntae pedras. E tomaram pedras, e fizeram um montão, e comeram ali sobre aquelle montão. 47 E chamou-o Labão [CL] Jegar-sahadutha: porém Jacob chamou-o [CM] Galeed. 48 Então disse Labão: Este montão _seja_ hoje [24] por testemunha entre mim e entre ti: por isso se chamou o seu nome Galeed, 49 E [CN] Mizpah, porquanto disse: Attente o Senhor entre mim e ti, quando nós estivermos apartados um do outro: 50 Se affligires as minhas filhas, e se tomares mulheres além das minhas filhas, ninguem _está_ comnosco: attenta [25] que Deus _é_ testemunha entre mim e ti. 51 Disse mais Labão a Jacob: Eis aqui este mesmo montão, e eis aqui essa columna que levantei entre mim e entre ti. 52 Este montão _seja_ testemunha, e esta columna _seja_ testemunha, que eu não passarei este montão a ti, e que tu não passarás este montão e esta columna a mim, para mal. 53 O Deus de Abrahão, e o Deus de Nahor, o Deus de seu pae julgue entre nós. [26] E jurou Jacob pelo Temor de seu pae Isaac. 54 E sacrificou Jacob um sacrificou na montanha, e convidou seus irmãos, para comer pão; e comeram pão, e passaram a noite na montanha. 55 E levantou-se Labão pela manhã de madrugada, e beijou seus filhos, e suas filhas, e abençoou-os, e partiu; e voltou Labão ao seu logar. [1] Ecc. 4.4. [2] cap. 28.15. [3] Num. 14.22. Neh. 4.12. Job 19.3. Zac. 8.23. [4] Job 1.10. Psa. 37.28 e 105.14. [5] cap. 30.39. [6] cap. 48.16. [7] Ecc. 5.8. [8] cap. 28.18. [9] cap. 32.9. [10] cap. 29.15, 27. [11] cap. 28.21. [12] cap. 15.18. [13] cap. 20.3. Job 33.15. [14] Jui. 18.24. [15] ver. 19. [16] Jos. 24.2. [17] Eph. 4.26. [18] Exo. 22.10, 13. [19] cap. 29.18, 30. [20] ver. 7. [21] ver. 53. [22] cap. 26.28. [23] cap. 28.18. [24] Jui. 22.27 e 24.27. [25] I Sam. 12.5. Jer. 42.5. [26] Ose. 10.14. 32 E foi _tambem_ Jacob o seu caminho, e encontraram-o [1] os anjos de Deus. 2 E Jacob disse, quando os viu: Este _é_ o exercito de Deus. E chamou o nome d’aquelle logar [CO] Mahanaim. _Jacob envia mensageiros a Esaú._ 3 E enviou Jacob mensageiros diante da sua face a Esaú seu irmão, á terra de Seir, territorio de Edom. 4 E ordenou-lhes, dizendo: Assim direis a meu senhor Esaú: [2] Assim diz Jacob, teu servo: Como peregrino morei com Labão, e me detive _lá_ até agora; 5 E tenho bois e jumentos, ovelhas, e servos e servas; e enviei para _o_ annunciar a meu senhor, para que ache graça em teus olhos. 6 E os mensageiros tornaram a Jacob, dizendo: Viemos a teu irmão Esaú; e tambem elle vem a encontrar-te, e quatrocentos varões com elle. 7 Então Jacob temeu muito, e angustiou-se; e repartiu o povo que com elle estava, e as ovelhas, e as vaccas, e os camelos, em dois bandos. 8 Porque dizia: Se Esaú vier a um bando, e o ferir, o outro bando escapará. 9 Disse mais Jacob: Deus de meu pae Abrahão, e Deus de meu pae Isaac, o Senhor, [3] que me disseste: Torna-te á tua terra, e á tua parentela, e far-te-hei bem; 10 Menor sou eu que todas as beneficencias, e que toda a fidelidade que fizeste ao teu servo; porque com meu cajado passei este Jordão, e [4] agora me tornei em dois bandos; 11 Livra-me, peço-te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú: porque o temo, que porventura não venha, [5] e me fira, _e_ a mãe com os filhos. 12 E tu o disseste: Certamente te farei bem, [6] e farei a tua semente como a areia do mar, que pela multidão não se pode contar. 13 E passou ali aquella noite; e tomou do que lhe veiu á sua mão, [7] um presente para seu irmão Esaú: 14 Duzentas cabras, e vinte bodes; duzentas ovelhas, e vinte carneiros; 15 Trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vaccas, e dez novilhos; vinte jumentas, e dez jumentinhos; 16 E deu-o na mão dos seus servos, cada rebanho á parte, e disse a seus servos: Passae adiante da minha face, e ponde espaço entre rebanho e rebanho. 17 E ordenou ao primeiro, dizendo: Quando Esaú, meu irmão, te encontrar, e te perguntar, dizendo: De quem _és_, e para onde vaes, e cujos _são_ estes diante da tua face, 18 Então dirás: São de teu servo Jacob, presente que envia a meu senhor, a Esaú; e eis que elle mesmo vem tambem atraz de nós. 19 E ordenou tambem ao segundo, e ao terceiro, e a todos os que vinham atraz dos rebanhos, dizendo: Conforme a esta mesma palavra, fallareis a Esaú, quando o achardes. 20 E direis tambem: Eis que o teu servo Jacob _vem_ atraz de nós. Porque dizia: [8] _Eu_ o aplacarei com o presente, que vae diante de mim, e depois verei a sua face; porventura acceitará a minha face. 21 Assim passou o presente diante da sua face; elle porém passou aquella noite no arraial. _Jacob passa o váo de Jabbok e lucta com um Anjo._ 22 E levantou-se aquella mesma noite, e tomou as suas duas mulheres, e as suas duas servas, e os seus onze filhos, [9] e passou o váo de Jabbok. 23 E tomou-os, e fel-os passar o ribeiro; e fez passar _tudo_ o que tinha. 24 Jacob porém ficou só; e luctou com elle um varão, até que a alva subia. 25 E vendo que não prevalecia contra elle, tocou a juntura de sua côxa, e se deslocou a juntura da côxa de Jacob, luctando com elle. 26 E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém elle disse: [10] Não te deixarei ir, se me não abençoares. 27 E disse-lhe: Qual _é_ o teu nome? E elle disse: Jacob. 28 Então disse: Não se chamará mais o teu nome Jacob, mas [CP] Israel: pois como principe luctaste com Deus, [11] e com os homens, e prevaleceste. 29 E Jacob lhe perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Porque perguntas pelo meu nome? [12] E abençoou-o ali. 30 E chamou Jacob o nome d’aquelle logar [CQ] Peniel, porque _dizia_: Tenho visto a Deus face a face, [13] e a minha alma foi salva. 31 E saiu-lhe o sol, quando passou a Penuel; e manquejava da sua côxa. 32 Por isso os filhos de Israel não comem o nervo encolhido, que _está_ sobre a juntura da côxa, até o dia de hoje; porquanto tocara a juntura da côxa de Jacob no nervo encolhido. [1] Psa. 91.11. Heb. 1.14. [2] Pro. 15.1. [3] Psa. 50.15. cap. 31.3, 13. [4] Psa. 18.35. [5] Ose. 10.14. [6] cap. 28.13, 15. [7] Pro. 18.16. [8] Pro. 21.14. [9] Deu. 3.16. [10] Luc. 18.1. [11] cap. 33.4. [12] Jui. 13.18. [13] Jui. 6.22 e 13.22, 23. Isa. 6.5. _O encontro de Esaú e Jacob._ 33 E levantou Jacob os seus olhos, e olhou, [1] e eis que vinha Esaú, e quatrocentos homens com elle. Então repartiu os filhos entre Leah e Rachel, e as duas servas. 2 E poz as servas e seus filhos na frente, e a Leah e seus filhos atraz: porém a Rachel e José os derradeiros. 3 E elle mesmo passou adiante d’elles, e inclinou-se á terra sete vezes, _até_ que chegou a seu irmão. 4 Então Esaú correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, [2] e lançou-se sobre o seu pescoço, e beijou-o; e choraram. 5 Depois levantou os seus olhos, e viu as mulheres, e os meninos, e disse: Quem _são_ estes comtigo? E elle disse: Os filhos que Deus graciosamente tem dado a teu servo. 6 Então chegaram as servas; ellas, e os seus filhos, e inclinaram-se. 7 E chegou tambem Leah com seus filhos, e inclinaram-se: e depois chegou José e Rachel, e inclinaram-se. 8 E disse _Esaú_: De que te _serve_ todo este bando que tenho encontrado? E elle disse: [3] Para achar graça aos olhos de meu senhor. 9 Mas Esaú disse: Eu tenho bastante, meu irmão; [4] seja para ti o que tens. 10 Então disse Jacob: Não, se agora tenho achado graça em teus olhos, peço-te que tomes o meu presente da minha mão: porquanto tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus, e tomaste contentamento em mim. 11 Toma, peço-te, a minha benção, que te foi trazida; porque Deus graciosamente _m_’a tem dado; e porque tenho de tudo. E instou com elle, até que a tomou. 12 E disse: Caminhemos, e andemos, e eu partirei adiante de ti. 13 Porém elle lhe disse: Meu senhor sabe que estes filhos _são_ tenros, e que tenho commigo ovelhas e vaccas de leite; se as afadigarem sómente um dia, todo o rebanho morrerá. 14 Ora passe o meu senhor diante da face de seu servo; e eu irei como guia pouco a pouco, conforme ao passo do gado que _é_ adiante da minha face, e conforme ao passo dos meninos, [5] até que chegue a meu senhor em Seir. 15 E Esaú disse: Deixarei logo comtigo d’esta gente, que _está_ commigo. E elle disse: Para que é isso? _Basta_ que eu ache graça aos olhos de meu senhor. 16 Assim se tornou Esaú aquelle dia pelo seu caminho a Seir. 17 Jacob, porém, partiu para [6] Succoth e edificou para si [CR] uma casa; e fez cabanas para o seu gado: por isso chamou o nome d’aquelle logar [CS] Succoth. _Jacob chega a Sichem e levanta um altar._ 18 E chegou Jacob salvo á cidade de Sichem, [7] que _está_ na terra de Canaan, quando vinha de Paddan-aram; e fez o seu assento diante da cidade. 19 E [8] comprou uma parte do campo em que estendera a sua tenda, da mão dos filhos de Hemor, pae de Sichem, por cem peças de dinheiro. 20 E levantou ali um altar, [9] e chamou-o Deus, o Deus d’Israel. [1] cap. 32.6. [2] cap. 32.28. [3] cap. 32.5. [4] Pro. 16.7. [5] cap. 32.3. [6] Jos. 13.27. Jui. 8.5. [7] João 4.5. [8] Jos. 24.32. Act. 7.16. [9] cap. 35.7. _Dinah é desflorada._ [Antes de Christo 1732] 34 E saiu Dinah filha de Leah, [1] que parira a Jacob, para ver as filhas da terra. 2 E Sichem filho de Hemor heveo, principe d’aquella terra, viu-a, e tomou-a, e deitou-se com ella, e humilhou-a. 3 E apegou-se a sua alma com Dinah filha de Jacob, e amou a moça e fallou [CT] affectuosamente á moça. 4 Fallou tambem Sichem a Hemor seu pae, dizendo: [2] Toma-me esta por mulher. 5 Quando Jacob ouviu que contaminara a Dinah sua filha, estavam os seus filhos no campo com o gado; e calou-se Jacob até que viessem. 6 E saiu Hemor pae de Sichem a Jacob, para fallar com elle. 7 E vieram os filhos de Jacob do campo, ouvindo isso, e entristeceram-se os varões, e iraram-se muito, porquanto fizera doidice em Israel, deitando-se com a filha de Jacob; o que não se devia fazer assim. 8 Então fallou Hemor com elles, dizendo: A alma de Sichem meu filho está namorada da vossa filha; dae-lh’a, peço-te, por mulher; 9 E aparentae-vos comnosco, dae-nos as vossas filhas, e tomae as nossas filhas para vós; 10 E habitareis comnosco; e a terra estará diante da vossa face: habitae e negociae n’ella, e tomae possessão n’ella. 11 E disse Sichem ao pae d’ella, e aos irmãos d’ella: Ache eu graça em vossos olhos, e darei o que me disserdes: 12 Augmentae muito sobre mim o dote e a dadiva, e darei o que me disserdes; dae-me sómente a moça por mulher. 13 Então responderam os filhos de Jacob a Sichem e a Hemor seu pae enganosamente, e fallaram, porquanto havia contaminado a Dinah sua irmã. 14 E disseram-lhes: Não podemos fazer isso, que déssemos a nossa irmã a um varão não circumcidado; [3] porque isso _seria_ uma vergonha para nós; 15 N’isso, porém, consentiremos a vós: se fôrdes como nós, que se circumcide todo o macho entre vós: 16 Então dar-vos-hemos as nossas filhas, e tomaremos nós as vossas filhas, e habitaremos comvosco, e seremos um povo; 17 Mas se não nos ouvirdes, e não vos circumcidardes, tomaremos a nossa filha e ir-nos-hemos. 18 E suas palavras foram boas aos olhos de Hemor, e aos olhos de Sichem filho de Hemor. 19 E não tardou o mancebo em fazer isto; porque a filha de Jacob lhe contentava: e elle _era_ o mais honrado de toda a casa de seu pae. 20 Veiu pois Hemor e Sichem seu filho á porta da sua cidade, e fallaram aos varões da sua cidade, dizendo: 21 Estes varões _são_ pacificos comnosco; portanto habitarão n’esta terra, e negociarão n’ella; eis que a terra é larga de espaço diante da sua face: tomaremos nós as suas filhas por mulheres, e lhes daremos as nossas filhas: 22 N’isto, porém, consentirão aquelles varões, de habitar comnosco, para que sejamos um povo, se todo o macho entre nós se circumcidar, como elles _são_ circumcidados. 23 O seu gado, as suas possessões, e todos os seus animaes não serão nossos? consintamos sómente com elles, e habitarão comnosco. 24 E deram ouvidos a Hemor, e a Sichem seu filho [4] todos os que sahiam da porta da cidade; e foi circumcidado todo o macho, de todos os que sahiam pela porta da sua cidade. _A traição de Simeão e Levi._ 25 E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam com a _mais violenta_ dôr, os dois filhos de Jacob, Simeão e Levi, irmãos de Dinah, tomaram cada um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, [5] e mataram todo o macho. 26 Mataram tambem ao fio da espada a Hemor, e a seu filho Sichem; e tomaram a Dinah da casa de Sichem, e sairam. 27 Vieram os filhos de Jacob aos mortos e saquearam a cidade; porquanto contaminaram a sua irmã. 28 As suas ovelhas, e as suas vaccas, e os seus jumentos, e o que na cidade, e o que no campo _havia_, tomaram, 29 E toda a sua fazenda, e todos os seus meninos, e as suas mulheres levaram presas, e despojaram-as, e tudo o que _havia_ em casa. 30 Então disse Jacob a Simeão e a Levi: Tendes-me turbado, [6] fazendo-me cheirar mal entre os moradores d’esta terra, entre os Cananeus e Phereseus, [7] _sendo_ eu pouco povo em numero; ajuntar-se-hão, e ficarei destruido, eu e minha casa. 31 E elles disseram: Faria pois elle a nossa irmã como a uma prostituta? [1] cap. 30.21. Tito 2.5. [2] Jui. 14.2. [3] Jos. 5.9. [4] cap. 23.18. [5] cap. 49.5, 7. [6] Exo. 5.21. [7] I Sam. 27.12. _Deus manda Jacob a Bethel a levantar um altar._ 35 Depois disse Deus a Jacob: [1] Levanta-te, sobe a Bethel, e habita ali; e faz ali um altar ao Deus que te appareceu, quando fugiste diante da face de Esaú teu irmão. 2 Então [2] disse Jacob á sua familia, e a todos os que com elle _estavam_: Tiras os deuses estranhos, que ha no meio de vós, [3] e purificae-vos, e mudae os vossos vestidos. 3 E levantemo-nos, e subamos a Bethel; e ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angustia, [4] e _que_ foi commigo no caminho que tenho andado. 4 Então deram a Jacob todos os deuses estranhos, que _tinham_ em suas mãos, [5] e as arrecadas que _estavam_ em suas orelhas; e Jacob os escondeu debaixo do carvalho que _está_ junto a Sichem. 5 E partiram; [6] e o terror de Deus foi sobre as cidades que _estavam_ ao redor d’elles, e não seguiram após os filhos de Jacob. 6 Assim chegou Jacob a Luz, que _está_ na terra de Canaan, (esta _é_ Bethel), elle e todo o povo que com elle _havia_. 7 E edificou ali um altar, e chamou aquelle logar [CU] El-beth-el: porquanto Deus ali se lhe tinha manifestado quando fugia diante da face de seu irmão. _A morte de Debora._ 8 E morreu Debora, a ama de Rebecca, e foi sepultada ao pé de Bethel, debaixo do carvalho cujo nome chamou [CV] Allonbachuth. 9 E appareceu Deus outra vez a Jacob, vindo de Paddan-aram, e abençoou-o. 10 E disse-lhe Deus: O teu nome _é_ Jacob; não se chamará mais o teu nome Jacob, mas Israel será o teu nome. [7] E chamou o seu nome Israel. 11 Disse-lhe mais Deus: Eu sou o Deus Todo-poderoso; [8] fructifica e multiplica-te; uma nação e multidão de nações sairão de ti, e reis procederão dos teus lombos; 12 E te darei a ti [9] a terra que tenho dado a Abrahão e a Isaac, e á tua semente depois de ti darei a terra. 13 E Deus subiu d’elle, [10] do logar onde fallara com elle. 14 E Jacob poz uma columna no logar [11] onde fallara com elle, uma columna de pedra; e derramou sobre ella uma libação, e deitou sobre ella azeite. 15 E chamou Jacob o nome d’aquelle logar, onde Deus fallara com elle, Bethel. _O nascimento de Benjamin e a morte de Rachel._ 16 E partiram de Bethel: e havia ainda um pequeno espaço de terra para chegar a Ephrata, e pariu Rachel, e ella teve trabalho em seu parto. 17 E aconteceu que, tendo ella trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: [12] Não temas, porque tambem este filho terás. 18 E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou o seu nome [CW] Benoni; mas seu pae o chamou [CX] Benjamin. 19 Assim morreu Rachel; [13] e foi sepultada no caminho d’Ephrata, este _é_ Beth-lehem. 20 E Jacob poz uma columna sobre a sua sepultura; [14] esta _é_ a columna da sepultura de Rachel até ao dia de hoje. 21 Então partiu Israel, e estendeu a sua tenda d’além de [CY] Migdal Eder. 22 E aconteceu que, [15] habitando Israel n’aquella terra, foi Ruben, e deitou-se com Bilhah, concubina de seu pae; e Israel ouviu-o. E eram doze os filhos de Jacob: 23 Os filhos de Leah: Ruben, o primogenito de Jacob, depois Simeão e Levi, e Judah, e Issacar e Zebulon; 24 Os filhos de Rachel: José e Benjamin; 25 E os filhos de Bilhah, serva de Rachel: Dan e Naphtali; 26 E os filhos de Zilpah, serva de Leah: Gad e Aser. Estes _são_ os filhos de Jacob, que lhe nasceram em Paddan-aram. 27 E Jacob veiu a seu pae Isaac, [16] a Mamre, a Kiriath-arba (que _é_ Hebron), onde peregrinaram Abrahão e Isaac. 28 E foram os dias de Isaac cento e oitenta annos. 29 E Isaac expirou, e morreu, [17] e foi recolhido aos seus povos, velho e farto de dias; e Esaú e Jacob, seus filhos, o sepultaram. [1] cap. 28.19. [2] cap. 18.19. [3] cap. 31.19. Psa. 101.2, 7. I Sam. 7.3. [4] cap. 32.7, 24. cap. 28.20 e 31.3, 42. [5] Ose. 2.13. Jos. 24.26. Jui. 9.6. [6] Exo. 23.27. Deu. 11.25. Jos. 2.9. II Chr. 14.14. [7] cap. 32.28. [8] cap. 17.1. Exo. 6.3. [9] cap. 12.7 e 26.3. [10] cap. 17.22. [11] cap. 28.18. [12] I Sam. 4.20. [13] cap. 48.7. Ruth 1.2. Miq. 5.2. Mat. 2.6. [14] I Sam. 10.2. [15] cap. 49.4. I Chr. 5.1. I Cor. 5.1. [16] cap. 13.18. Jos. 14.15 e 15.13. [17] cap. 25.8. cap. 25.9. _Os descendentes de Esaú._ [Antes de Christo 1796] 36 E estas _são_ as gerações de Esaú ([1] que _é_ Edom). 2 Esaú tomou suas mulheres das filhas de Canaan: [2] a Adah, filha de Elon hetheo, e a Aholibamah, filha de Anah, filha de Zibeon heveo. 3 E a Basemath, filha de Ishmael, irmã de Nebajoth. 4 E Adah pariu a Esaú Eliphaz; [3] e Basemath pariu a Rehuel; 5 E Aholibamah pariu a Jeush, e Jaelam e Corah: estes _são_ os filhos de Esaú, que lhe nasceram na terra de Canaan. 6 E Esaú tomou suas mulheres, e seus filhos, e suas filhas, e todas as almas de sua casa, e seu gado, e todos os seus animaes, e toda a sua fazenda, que havia adquirido na terra de Canaan; e foi-se a _outra_ terra de diante da face de Jacob seu irmão; 7 Porque a fazenda d’elles era muita para habitarem juntos; e a terra de suas peregrinações não os podia sustentar por causa do seu gado. 8 Portanto Esaú habitou [4] na montanha de Seir; Esaú é Edom. 9 Estas pois _são_ as gerações de Esaú, pae dos Idumeos, na montanha de Seir. 10 Estes _são_ os nomes dos filhos de Esaú: Eliphaz, filho de Adah, mulher de Esaú; Rehuel, filho de Basemath, mulher de Esaú. 11 E os filhos de Eliphsz foram: Teman, Omar, Zepho, e Gaetam, e Kenaz. 12 E Timnah era concubina de Eliphaz, filho de Esaú, e pariu a Eliphaz Amelek: estes _são_ os filhos de Adah, mulher de Esaú. 13 E estes _foram_ os filhos de Rehuel: Nahath, e Zerah, Shammah, e Mizzah: estes foram os filhos de Basemath, mulher de Esaú. 14 E estes foram os filhos de Aholibamah, filha de Anah, filha de Zibeon, mulher de Esaú: e pariu a Esaú: Jeush, e Jalam, e Corah. 15 Estes _são_ os principes dos filhos de Esaú; o filhos de Eliphaz, o primogenito de Esaú, _foram_: o principe Teman, o principe Omar, o principe Zepho, o principe Kenaz, 16 O principe Corah, o principe Gatam, o principe Amalek; estes são os principes de Eliphaz na terra de Edom, estes _são_ os filhos de Adah. 17 E estes _são_ os filhos de Rehuel, filho de Esaú: o principe Nahath, o principe Zerah, o principe Shammah, o principe Mizzah; estes são os principes de Rehuel, na terra de Edom, estes _são_ os filhos de Besemath, mulher de Esaú. 18 E estes _são_ os filhos de Aholibamah, mulher de Esaú: o principe Jeush, o principe Jalam, o principe Corah; estes _são_ os principes do Aholibamah, filha de Anah, mulher de Esaú. 19 Estes _são_ os filhos de Esaú, e estes são seus principes: elle _é_ Edom. 20 Estes _são_ os filhos de Seir horeo, [5] moradores d’aquella terra: Lotan, e Sobal e Zibeon, e Anah. 21 E Dishon, e Eser, e Dishan; estes _são_ os principes dos horeos, filhos de Seir, na terra de Edom. 22 E os filhos de Lotan foram: Hori e Hemam; e a irmã de Lotan _era_ Timnah. 23 Estes _são_ os filhos de Sobal: Alvan, e Manahath, e Ebal, e Shepho, e Onam. 24 E estes _são_ os filhos de Zibeon: Ajah, e Anah; este é o Anah que achou os [CZ] mulos no deserto, quando apascentava os jumentos de Zibeon seu pae. 25 E estes _são_ os filhos de Anah: Dishon, e Aholibamah, a filha de Anah. 26 E estes _são_ os filhos de Dishon: Hemdam, e Eshban, e Ithran, e Cheran. 27 Estes _são_ os filhos de Eser: Bilhan, e Zaavan, e Akan. 28 Estes _são_ os filhos de Dishan: Uz, e Aran. 29 Estes _são_ os principes dos horeos: O principe Lotan, o principe Shobal, o principe Zibeon, o principe Anah, 30 O principe Dishon, o principe Eser, o principe Dishan; estes _são_ os principes dos horeos segundo seus principes na terra de Seir. 31 E estes _são_ os reis que reinaram na terra de Edom, antes que reinasse rei _algum_ sobre os filhos d’Israel. 32 Reinou pois em Edom Bela, filho de Beor, e o nome da sua cidade _foi_ Dinhaba. 33 E morreu Bela; e Jobab, filho de Zerah de Bosrah, reinou em seu logar. 34 E morreu Jobab; e Husam, da terra dos Temanitas, reinou em seu logar. 35 E morreu Husam, e em seu logar reinou Hadad, filho de Bedad, o que feriu a Midian no campo de Moab; e o nome da sua cidade _foi_ Avith. 36 E morreu Hadad: e Samlah de Masreca reinou em seu logar. 37 E morreu Samlah; e Shaul de Rehoboth, _pelo_ rio, reinou em seu logar. 38 E morreu Shaul; e Baal-hanan, filho de Achbor, reinou em seu logar. 39 E morreu Baal-hanan, filho de Achbor; e Hadar reinou em seu logar, e o nome da sua cidade _foi_ Pau; e o nome de sua mulher _foi_ Mehetabel, filha de Matred, filha de Mezahab. 40 E estes _são_ os nomes dos principes de Esaú; segundo as suas gerações, segundo os seus logares, com os seus nomes: o principe Timnah, o principe Alvah, o principe Jetheth, 41 O principe Aholibamah, o principe Elah o principe Pinon, 42 O principe Kenez, o principe Teman, o principe Mibzar, 43 O principe Magdiel, o principe Iram: estes _são_ os principes de Edom, segundo as suas habitações, na terra da sua possessão; este _é_ Esaú, pae de Edom. [1] cap. 25.30. [2] cap. 26.34. [3] I Chr. 1.35. [4] Deu. 2.5. Jos. 24.4. [5] cap. 14.6. Deu. 2.12, 22. _José é vendido por seus irmãos._ [Antes de Christo 1729] 37 E Jacob habitou na terra das peregrinações de seu pae, [1] na terra de Canaan. 2 Estas _são_ as gerações de Jacob. _Sendo_ José de dezesete annos, apascentava as ovelhas com seus irmãos, e _estava_ este mancebo com os filhos de Bilhah, e com os filhos de Zilpah, mulheres de seu pae; e José trazia uma má fama d’elles a seu pae. 3 E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque _era_ filho da sua velhice; e fez-lhe uma tunica de _varias_ côres. 4 Vendo pois seus irmãos que seu pae o amava mais do que a todos os seus irmãos, [2] aborreceram-o, e não podiam fallar com elle pacificamente. 5 Sonhou tambem José um sonho, que contou a seus irmãos: por isso o aborreciam ainda mais. 6 E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: 7 Eis que _estavamos_ atando mólhos no meio do campo, e eis que o meu mólho se levantava, e tambem ficava em pé, e eis que os vossos mólhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu mólho. 8 Então lhe disseram seus irmãos: Tu pois devéras reinarás sobre nós? Por isso tanto mais [3] o aborreciam por seus sonhos e por suas palavras. 9 E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrellas se inclinavam a mim. 10 E contando-o a seu pae e a seus irmãos, reprehendeu-o seu pae, e disse-lhe: Que sonho _é_ este que sonhaste? porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, para inclinar-nos a ti em terra? 11 Seus irmãos pois o invejavam; seu pae porém guardava este negocio _no seu coração_. 12 E seus irmãos foram apascentar o rebanho de seu pae, junto de Sichem. 13 Disse pois Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Sichem? vem, e enviar-te-hei a elles. E elle lhe disse: Eis-me _aqui_. 14 E elle lhe disse: Ora vae-te, vê como estão teus irmãos, e como está o rebanho, e traze-me resposta. [4] Assim o enviou do valle de Hebron, e veiu a Sichem. 15 E achou-o um varão, porque eis que andava errado pelo campo, e perguntou-lhe o varão, dizendo: Que procuras? 16 E elle disse: Procuro meus irmãos; dize-me, peço-te, onde elles apascentam. 17 E disse aquelle varão: Foram-se d’aqui; porque ouvi-lhes dizer: Vamos a Dothan. José pois seguiu atraz de seus irmãos, [5] e achou-os em Dothan. 18 E viram-o de longe, e, antes que chegasse a elles, [6] conspiraram contra elle, para o matarem. 19 E disseram um ao outro: Eis lá vem o sonhador-mór! 20 Vinde pois agora, [7] e matemel-o, e lancemol-o n’uma d’estas covas, e diremos: Uma besta fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos. 21 E ouvindo-o Ruben, livrou-o das suas mãos, e disse: Não lhe tiremos a vida. 22 Tambem lhes disse Ruben: Não derrameis sangue; lançae-o n’esta cova, que _está_ no deserto, e não lanceis mãos n’elle; para livral-o das suas mãos, e para tornal-o a seu pae. 23 E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram a José a sua tunica, [8] a tunica de _varias_ côres, que trazia. 24 E tomaram-o, e lançaram-o na cova; porém a cova _estava_ vasia, não _havia_ agua n’ella. 25 Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, [9] e eis que uma companhia de ishmaelitas vinha de Gilead; e seus camelos traziam especiarias, e balsamo, e myrrha, e iam leval-os ao Egypto. 26 Então Judah disse aos seus irmãos: Que proveito _haverá_ que matemos a nosso irmão, e escondamos a [DA] sua morte? 27 Vinde, e vendamol-o a estes ishmaelitas, e não seja nossa mão sobre elle; porque elle _é_ nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram. 28 Passando pois os mercadores midianitas, tiraram, e alçaram a José da cova, [10] e venderam José por vinte _moedas_ de prata aos ishmaelitas, os quaes levaram José ao Egypto. 29 Tornando pois Ruben á cova, eis que José não _estava_ na cova; [11] então rasgou os seus vestidos, 30 E tornou a seus irmãos, e disse: O moço não _apparece_; e eu aonde irei? 31 Então tomaram a tunica de José, e mataram um cabrito, e tingiram a tunica no sangue, 32 E enviaram a tunica de _varias_ côres, e fizeram leval-a a seu pae, e disseram: Temos achado esta _tunica_; conhece agora se esta _será_ ou não a tunica de teu filho. 33 E conheceu-a, e disse: É a tunica de meu filho; uma besta fera o comeu; [12] certamente é despedaçado José. 34 Então Jacob rasgou os seus vestidos, e poz sacco [13] sobre os seus lombos, e lamentou a seu filho muitos dias. 35 E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; recusou porém ser consolado, e disse: Porquanto com chôro hei de descer ao meu filho até á sepultura. Assim o chorou seu pae. 36 E os midianitas venderam-o no Egypto a Potifar, [DB] eunucho de Pharaó, capitão da guarda. [1] cap. 17.8 e 23.4 e 28.4. Heb. 11.9, 16. [2] cap. 49.23. Psa. 38.19 e 69.4. Tito 3.3. [3] cap. 42.6, 9 e 43.26 e 44.14. Psa. 119.22. [4] cap. 35.27. [5] II Reis 6.13. [6] Psa. 31.13 e 37.12, 32. Mat. 21.38 e 27.1. João 11.53. [7] Pro. 27.4. [8] Mat. 27.28. [9] ver. 28, 36. cap. 31.47. Jer. 8.22. [10] Psa. 105.17. Zac. 11.12. Mat. 27.9. Act. 7.9. [11] Num. 14.16. Jui. 11.35. Job 1.20. [12] cap. 44.28. [13] II Reis 19.1. Isa. 32.11. Jon. 3.5. _Judah e Tamar._ [Antes de Christo 1727] 38 E aconteceu no mesmo tempo que Judah desceu de entre seus irmãos, e entrou _na casa_ _d_’um varão de Adullam, cujo nome _era_ Hirah, 2 E viu Judah ali a filha d’um varão cananeu, cujo nome _era_ Shuah; e tomou-a, e entrou a ella. 3 E ella concebeu, e pariu um filho, e chamou o seu nome [1] Er; 4 E tornou a conceber, e pariu um filho, e chamou o seu nome Onan; 5 E continuou ainda, e pariu um filho, e chamou o seu nome Selah; e elle estava em Chezib, quando ella o pariu. 6 Judah pois tomou uma mulher para Er, o seu primogenito, e o seu nome _era_ Tamar. 7 Er, porém, o primogenito de Judah, era mau aos olhos do Senhor, pelo que o Senhor o matou. 8 Então disse Judah a Onan: Entra á mulher do teu irmão, [2] e casa-te com ella, e suscita semente a teu irmão. 9 Onan, porém, soube que esta semente não havia de ser para elle; e aconteceu que, quando entrava á mulher de seu irmão, derramava-_a_ na terra, para não dar semente a seu irmão. 10 E o que fazia era mau aos olhos do Senhor, pelo que tambem o matou. 11 Então disse Judah a Tamar sua nóra: Fica-te viuva na casa de teu pae, até que Selah, meu filho, seja grande. Porquanto disse: Para que porventura não morra tambem este, como seus irmãos. Assim foi-se Tamar, e ficou-se na casa de seu pae. 12 Passando-se pois muitos dias, morreu a filha de Shuah, mulher de Judah; e depois se consolou Judah, e subiu aos tosquiadores das suas ovelhas em Timnah, elle e Hirah seu amigo, o adullamita. 13 E deram aviso a Tamar, dizendo: [3] Eis que o teu sogro sobe a Timnah, a tosquiar as suas ovelhas. 14 Então ella tirou de sobre si os vestidos da sua viuvez, e cobriu-se com o véu, e envolveu-se, e assentou-se [DC] á entrada das duas fontes que _estão_ no caminho de Timnah, porque via que Selah já era grande, e ella lhe não fôra dada por mulher. 15 E vendo-a Judah, teve-a por uma prostituta; [4] porque ella tinha coberto o seu rosto. 16 E apartou-se a ella ao caminho, e disse: Vem, peço-te, deixa-me entrar a ti. Porquanto não sabia que _era_ sua nóra: e ella disse: Que darás, para que entres a mim? 17 E elle disse: Eu _te_ enviarei um cabrito do rebanho. E ella disse: Dás-me penhor até que o envies? 18 Então elle disse: Que penhor é que te darei? E ella disse: O teu sello, e o teu lenço, [DD] e o cajado que _está_ em tua mão. O que elle lhe deu, e entrou a ella, e ella concebeu d’elle. 19 E ella levantou-se, e foi-se, e tirou de sobre si o seu véu, [5] e vestiu os vestidos da sua viuvez. 20 E Judah enviou o cabrito por mão do seu amigo o adullamita, para tomar o penhor da mão da mulher, porém não a achou. 21 E perguntou aos homens d’aquelle logar, dizendo: Onde _está_ a prostituta que _estava_ no caminho junto ás duas fontes? E disseram: Aqui não esteve prostituta _alguma_. 22 E tornou-se a Judah, e disse: Não a achei; e tambem disseram os homens d’aquelle logar: Aqui não esteve prostituta. 23 Então disse Judah: Tome-_o_ para si, para que porventura não venhamos em desprezo; eis que tenho enviado este cabrito; mas tu não a achaste. 24 E aconteceu que, quasi tres mezes depois, deram aviso a Judah, dizendo: Tamar, tua nóra, tem fornicado, e eis que _está_ pejada da fornicação. Então disse Judah: [6] Tirae-a fóra para que seja queimada. 25 E tirando-a fóra, ella mandou dizer a seu sogro: Do varão de quem _são_ estas _coisas_ eu concebi. E ella disse mais: Conhece, peço-te, de quem _é_ este sello, [7] e estes [DE] lenços e este cajado. 26 E conheceu-os Judah, e disse: Mais justa é _ella_ do que eu, [8] porquanto não a tenho dado a Selah meu filho. E nunca mais a conheceu. 27 E aconteceu ao tempo de parir, eis que _havia_ gemeos em seu ventre; 28 E aconteceu que, parindo ella, que _um_ poz fóra a mão, e a parteira tomou-a, e atou em sua mão um _fio_ de grã, dizendo: Este saiu primeiro. 29 Mas aconteceu que, tornando elle a recolher a sua mão, eis que saiu o seu irmão, e ella disse: Como tu tens rompido? sobre ti é a rotura. E chamaram o seu nome Perez; 30 E depois saiu o seu irmão, em cuja mão estava o _fio_ de grã; e chamaram o seu nome Zerah. [1] Num. 26.19. I Chr. 2.3. [2] Deu. 25.5. Mat. 22.24. [3] Jos. 15.57. [4] Can. 1.7. [5] II Sam. 14.2, 5. [6] Lev. 21.9. Deu. 22.21. [7] ver. 18. [8] ver. 14. _José em casa de Potifar._ [Antes de Christo 1720] 39 E José foi levado ao Egypto, [1] e Potifar, eunucho [DF] de Pharaó, capitão da guarda, varão egypcio, comprou-o da mão dos ishmaelitas que o tinham levado lá. 2 E o Senhor estava com José, [2] e foi varão prospero; e estava na casa de seu senhor egypcio. 3 Vendo pois o seu senhor que o Senhor _estava_ com elle, [3] e tudo o que fazia o Senhor prosperava em sua mão, 4 José achou graça em seus olhos, [4] e servia-o; e elle o poz sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha. 5 E aconteceu que, desde que o puzera sobre a sua casa, e sobre tudo o que tinha, o Senhor abençoou a casa do egypcio por amor de José; e a benção do Senhor foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo. 6 E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que de nada sabia _do que estava_ com elle, mais do que do pão que comia. [5] E José era formoso de parecer, e formoso á vista. 7 E aconteceu depois d’estas coisas [6] que a mulher de seu senhor poz os seus olhos em José, e disse: Deita-te commigo. 8 Porém elle recusou, e disse á mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que _ha_ em casa commigo, e entregou em minha mão tudo o que tem; 9 Ninguem _ha_ maior do que eu n’esta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu _és_ sua mulher; [7] como pois faria eu este tamanho mal, e peccaria contra [8] Deus? 10 E aconteceu que fallando ella cada dia a José, e não lhe dando elle ouvidos, para deitar-se com ella, _e_ estar com ella, 11 Succedeu n’um certo dia que veiu á casa para fazer seu serviço; e nenhum dos da casa _estava_ ali em casa; 12 E ella lhe pegou pelo seu vestido, dizendo: [9] Deita-te commigo. E elle deixou o seu vestido na mão d’ella, e fugiu, e saiu para fóra. 13 E aconteceu que, vendo ella que deixara o seu vestido em sua mão, e fugira para fóra, 14 Chamou aos homens de sua casa, e fallou-lhes, dizendo: Vêde, trouxe-nos o varão hebreu, para escarnecer de nós; entrou a mim para deitar-se commigo, e eu gritei com grande voz, 15 E aconteceu que, ouvindo elle que eu levantava a minha voz e gritava, deixou o seu vestido commigo, e fugiu, e saiu para fóra. 16 E ella poz o seu vestido perto de si, até que o seu senhor veiu á sua casa. 17 Então [10] fallou-lhe conforme as mesmas palavras, dizendo: Veiu a mim o servo hebreo, que nos trouxeste para escarnecer de nim; 18 E aconteceu que, levantando eu a minha voz e gritando, elle deixou o seu vestido commigo, e fugiu para fóra. 19 E aconteceu que, ouvindo o seu senhor as palavras de sua mulher, que lhe fallava, dizendo: Conforme a estas mesmas palavras me fez teu servo; [11] a sua ira se accendeu. 20 E o senhor de José o tomou, [12] e o entregou na casa do carcere, no logar onde os presos do rei _estavam_ presos; assim esteve ali na casa do carcere. 21 O Senhor, porém, estava com José, e estendeu sobre elle a sua benignidade, [13] e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mór. 22 E o carcereiro-mór entregou na mão de José todos os presos que _estavam_ na casa do carcere, e elle fazia tudo o que se fazia ali. 23 E o carcereiro-mór não teve cuidado de nenhuma coisa _que estava_ na mão d’elle; porquanto o Senhor estava com elle, e _tudo_ o que fazia [14] o Senhor prosperava. [1] cap. 37.36. Psa. 105.17. [2] I Sam. 16.18 e 18.14, 28. Act. 7.9. [3] Jos. 1.7, 8. I Chr. 22.13. Psa. 1.3. [4] ver. 21. I Sam. 16.22. [5] I Sam. 16.12. [6] Job 31.1. Psa. 119.37. [7] Lev. 20.10. Pro. 6.29, 32. [8] II Sam. 12.13. Psa. 51.4. [9] Pro. 7.13. Ecc. 7.26. [10] Exo. 23.1. Psa. 120.3. Pro. 12.19. [11] Pro. 6.34, 35. Can. 8.6. [12] Psa. 105.18. [13] Exo. 12.36. Psa. 106.46. Pro. 16.7. Dan. 1.9. Act. 7.10. [14] ver. 2, 3. _José na prisão interpreta dois sonhos._ 40 E aconteceu depois d’estas coisas que peccaram o copeiro do rei do Egypto, e o padeiro, contra o seu senhor, o rei do Egypto. 2 E [1] indignou-se Pharaó muito contra os seus dois eunuchos, contra o copeiro-mór e contra o padeiro-mór, 3 E entregou-os em guarda, [2] na casa do capitão da guarda, na casa do carcere, no logar onde José _estava preso_. 4 E o capitão da guarda deu cargo d’elles a José, para que os servisse; e estiveram _muitos_ dias na prisão. 5 E ambos sonharam um sonho, cada um seu sonho na mesma noite, [3] cada um conforme a interpretação do seu sonho, o copeiro e o padeiro do rei do Egypto, que _estavam_ presos na casa do carcere. 6 E veiu José a elles pela manhã, e olhou para elles, [4] e eis que _estavam_ turbados. 7 Então perguntou aos eunuchos de Pharaó, que com elle _estavam_ no carcere da casa de seu senhor, dizendo: Porque _estão_ hoje tristes os vossos semblantes? 8 E elles lhe disseram: Temos sonhado um sonho, e ninguem _ha_ que o interprete. E José disse-lhes: [5] Não _são_ de Deus as interpretações? contae-m’o, peço-vos. 9 Então contou o copeiro-mór o seu sonho a José, e disse-lhe: Eis que em meu sonho _havia_ uma vide diante da minha face, 10 E na vide tres sarmentos, e estava como brotando; a sua flôr sahia, os seus cachos amadureciam em uvas: 11 E o copo de Pharaó _estava_ na minha mão, e eu tomava as uvas, e as espremia no copo de Pharaó, e dava o copo na mão de Pharaó. 12 Então disse-lhe José: Esta _é_ a sua interpretação: os tres sarmentos _são_ tres dias; 13 Dentro ainda de tres dias Pharaó levantará a tua cabeça, [6] e te restaurará ao teu estado, e darás o copo de Pharaó na sua mão, conforme o costume antigo, quando eras seu copeiro. 14 Porem lembra-te de mim, quando te fôr bem; e rogo-te que uses commigo de compaixão, e que faças menção de mim a Pharaó, e faze-me sair d’esta casa; 15 Porque, de facto, fui roubado da terra dos hebreus; [7] e tão pouco aqui nada tenho feito para que me puzessem n’esta cova. 16 Vendo então o padeiro-mór que tinha interpretado bem, disse a José: Eu tambem sonhava, e eis que tres cestos [DG] brancos estavam sobre a minha cabeça; 17 E no cesto mais alto _havia_ de todos os manjares de Pharaó, da obra de padeiro: e as aves o comiam do cesto de sobre a minha cabeça. 18 Então respondeu José, e disse: Esta é _a_ sua interpretação: os tres cestos _são_ tres dias; 19 Dentro ainda de tres dias Pharaó levantará a tua cabeça sobre ti, e te pendurará n’um pau, e as aves comerão a tua carne de sobre ti. 20 E aconteceu ao terceiro dia, o dia do nascimento de Pharaó, que fez um banquete a todos os seus servos; e levantou a cabeça do copeiro-mór, e a cabeça do padeiro-mór, no meio dos seus servos. 21 E fez tornar o copeiro-mór ao seu officio de copeiro, [8] e deu o copo na mão de Pharaó, 22 Mas ao padeiro-mór enforcou, como José havia interpretado. 23 O copeiro-mór, porém, não se lembrou de José, antes esqueceu-se [9] d’elle. [1] Pro. 16.14. [2] cap. 39.20, 23. [3] Job 33.15, 17. [4] Dan. 4.5. [5] cap. 41.15. Dan. 2.11, 28. [6] II Reis 25.27. Jer. 52.31. [7] Psa. 59.3, 4. Dan. 6.21. [8] ver. 13. II Sam. 21.10. [9] Job 19.14. _José interpreta os sonhos de Pharaó._ [Antes de Christo 1718] 41 E aconteceu que, ao fim de dois annos inteiros, [1] Pharaó sonhou, e eis que estava em pé junto ao rio, 2 E eis que subiam do rio sete vaccas, formosas á vista e gordas de carne, e pastavam no prado. 3 E eis que subiam do rio após ellas outras sete vaccas, feias á vista e magras de carne; e paravam junto ás _outras_ vaccas na praia do rio. 4 E as vaccas feias á vista, e magras de carne, comiam as sete vaccas formosas á vista e gordas. Então acordou Pharaó. 5 Depois dormiu, e sonhou outra vez, e eis que brotavam d’uma cana sete espigas cheias e boas, 6 E eis que sete espigas miudas, e queimadas do vento oriental, brotavam após ellas. 7 E as espigas miudas devoravam as sete espigas grandes e cheias. Então acordou Pharaó, e eis que _era um_ sonho. 8 E aconteceu que pela manhã o seu espirito perturbou-se, [2] e enviou e chamou todos os adivinhadores do Egypto, e todos os seus sabios; e Pharaó contou-lhes os seus sonhos, mas ninguem _havia_ que os interpretasse a Pharaó. 9 Então fallou o copeiro-mór a Pharaó, dizendo: Dos meus peccados me lembro hoje: 10 Estando [3] Pharaó mui indignado contra os seus servos, e pondo-me em guarda na casa do capitão da guarda, a mim e ao padeiro-mór, 11 Então [4] sonhámos um sonho na mesma noite, eu e elle, cada um conforme a interpretação do seu sonho sonhámos. 12 E _estava_ ali comnosco um mancebo hebreu, servo do capitão da guarda, e contámos-lh’os, e interpretou-nos os nossos sonhos, a cada um os interpretou conforme o seu sonho. 13 E como elle nos interpretou, assim _mesmo_ foi feito: a mim me fez tornar ao meu estado, e a elle fez enforcar. 14 Então enviou Pharaó, e chamou a José, e o fizeram sair logo da cova; [5] e barbeou-se e mudou os seus vestidos, e veiu a Pharaó. 15 E Pharaó disse a José: Eu sonhei um sonho, e ninguem _ha_ que o interprete; mas de ti ouvi dizer _que quando_ ouves um sonho o interpretas. 16 E respondeu José a Pharaó, dizendo: Sem mim _é isso_: Deus responderá paz a Pharaó. 17 Então disse Pharaó a José: Eis que em meu sonho [6] estava eu em pé na praia do rio, 18 E eis que subiam do rio sete vaccas gordas de carne e formosas á vista, e pastavam no prado. 19 E eis que outras sete vaccas subiam após estas, muito feias á vista, e magras de carne; não tenho visto outras taes, emquanto á fealdade, em toda a terra do Egypto. 20 E as vaccas magras e feias comiam os primeiras sete vaccas gordas; 21 E entravam em suas entranhas, mas não se conhecia que houvessem entrado em suas entranhas: porque o seu parecer _era_ feio como no principio. Então acordei. 22 Depois vi em meu sonho, e eis que d’uma cana subiam sete espigas cheias e boas; 23 E eis que sete espigas seccas, miudas _e_ queimadas do vento oriental, brotavam após ellas. 24 E as sete espigas miudas devoravam as sete espigas boas. E eu disse-o aos [7] magos, mas ninguem _houve_ que m’o interpretasse. 25 Então disse José a Pharaó: O sonho de Pharaó _é_ um só; o que Deus ha de fazer, [8] notificou a Pharaó. 26 As sete vaccas formosas _são_ sete annos; as sete espigas formosas tambem _são_ sete annos: o sonho é um só. 27 E as sete vaccas feias á vista e magras, que subiam depois d’ellas, _são_ sete annos; e as sete espigas miudas e queimadas do vento oriental, [9] serão sete annos de fome. 28 Esta _é_ a palavra que tenho dito a Pharaó; o que Deus ha de fazer, mostrou-o a Pharaó. 29 E eis que veem sete annos, e [10] haverá grande fartura em toda a terra do Egypto. 30 E depois d’elles levantar-se-hão [11] sete annos de fome, e toda aquella fartura será esquecida na terra do Egypto, e a fome consumirá a terra; 31 E não será conhecida a abundancia na terra, por causa d’aquella fome _que haverá_ depois; porquanto será gravissima. 32 E que o sonho foi duplicado duas vezes a Pharaó, é [12] porquanto esta coisa é determinada de Deus, e Deus se apressa a fazel-a. 33 Portanto Pharaó se proveja agora d’um varão entendido e sabio, e o ponha sobre a terra do Egypto: 34 Faça _isso_ Pharaó, e ponha governadores sobre a terra, [13] e tome a quinta parte da terra do Egypto nos sete annos de fartura, 35 E ajuntem toda a comida d’estes bons annos, que veem, e amontoem o trigo debaixo da mão de Pharaó, para mantimento nas cidades, e o guardem; 36 Assim será o mantimento para provimento da terra, para os sete annos de fome, que haverá na terra do Egypto; para que a terra não pereça de fome. 37 E esta palavra foi boa aos olhos de Pharaó, [14] e aos olhos de todos os seus servos. _Pharaó põe José como governador do Egypto._ [Antes de Christo 1715] 38 E disse Pharaó a seus servos: Achariamos um varão como este, em quem _haja_ o espirito de Deus? 39 Depois disse Pharaó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguem _ha tão_ entendido e sabio como tu: 40 Tu estarás sobre a minha casa, [15] e por tua bocca se governará todo o meu povo, sómente no throno eu serei maior que tu. 41 Disse mais Pharaó a José: Vês aqui te tenho posto sobre toda a terra do Egypto. 42 E tirou Pharaó o seu annel da sua mão, e o poz na mão de José, e o fez vestir de vestidos de linho fino, [16] e poz um collar d’oiro no seu pescoço, 43 E o fez subir no segundo carro que tinha, e clamavam diante d’elle: Ajoelhae; [17] assim o poz sobre toda a terra do Egypto. 44 E disse Pharaó a José: Eu _sou_ Pharaó; porém sem ti ninguem levantará a sua mão ou o seu pé em toda a terra do Egypto. 45 E chamou Pharaó o nome de José [DH] Zaphnath-paneah, e deu-lhe por mulher a Asenath, [18] filha de Potiphera, sacerdote de On; e saiu José por _toda_ a terra do Egypto. 46 E José _era_ da edade de trinta annos quando esteve diante da face de Pharaó, rei do Egypto. E saiu José da face de Pharaó, e passou por toda a terra do Egypto. 47 E a terra produziu nos sete annos de fartura a mãos cheias. 48 E ajuntou todo o mantimento dos sete annos, que houve na terra do Egypto, e guardou o mantimento nas cidades, pondo nas cidades o mantimento do campo que _estava_ ao redor de cada cidade. 49 Assim ajuntou José muitissimo trigo, como a areia do mar, até que cessou de contar; porquanto não _havia_ numeração. 50 E nasceram a José dois [19] filhos (antes que viesse um anno de fome), que lhe pariu Asenath, filha de Potiphera, sacerdote de On. 51 E chamou José o nome do primogenito Manasseh [DI]; porque _disse_: Deus me fez esquecer de todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pae. 52 E o nome do segundo chamou Ephraim [DJ]; porque _disse_: Deus me fez [20] crescer na terra da minha afflicção. 53 Então acabaram-se os sete annos de fartura que havia na terra do Egypto, 54 E começaram a vir os sete annos de fome, como José tinha dito; e havia fome em todas as terras, mas em toda a terra do Egypto havia pão. 55 E tendo toda a terra do Egypto fome, clamou o povo a Pharaó por pão; e Pharaó disse a todos os egypcios: Ide a José; o que elle vos disser, fazei. 56 Havendo pois fome sobre toda a terra, abriu José tudo em que havia _mantimento_, [21] e vendeu aos egypcios; porque a fome prevaleceu na terra de Egypto. 57 E todas as terras vinham ao Egypto, para comprar de José; porquanto a fome prevaleceu em todas as terras. [1] Dan. 2.1. [2] Dan. 4.5, 19 e 7.28 e 8.27. Exo. 7.11. Isa. 29.14. Dan. 2.2. [3] cap. 40.2. [4] cap. 40.5. [5] I Sam. 2.8. Psa. 105.20. Psa. 25.14. Dan. 5.16. [6] ver. 1. [7] ver. 8. Dan. 4.7. [8] Dan. 2.29, 45. [9] II Reis 8.1. [10] ver. 47. [11] ver. 54. cap. 47.13. [12] cap. 37.7, 9. Num. 23.19. Isa. 46.10. [13] Pro. 6.6, 8 e 22.3. [14] Act. 7.10. [15] Psa. 105.21. [16] Dan. 5.7, 29. [17] cap. 45.8, 26. Act. 7.10. [18] Exo. 2.16. [19] cap. 46.20 e 48.5. [20] cap. 49.22. [21] cap. 42.6. _Os irmãos de José descem ao Egypto._ [Antes de Christo 1707] 42 Vendo então Jacob que havia mantimento no Egypto, [1] disse Jacob a seus filhos: Porque estaes olhando uns para os outros? 2 Disse mais: Eis que tenho ouvido que ha mantimentos no Egypto; descei para lá, e comprae-nos d’ali, para que vivamos e não morramos. 3 Então desceram os dez irmãos de José, para comprarem trigo do Egypto. 4 A Benjamin, porém, irmão de José não enviou Jacob com os seus irmãos, porque dizia: [2] Para que lhe não succeda porventura algum desastre. 5 Assim vieram os filhos de Israel para comprar, entre os que vinham _lá_; porque havia fome na terra de Canaan. 6 José, pois, era o governador d’aquella terra; [3] elle vendia a todo o povo da terra; e os irmãos de José vieram, e inclinaram-se a elle com a face na terra. 7 E José, vendo os seus irmãos, conheceu-os; porém mostrou-se estranho para com elles, e fallou com elles asperamente, e disse-lhes: D’onde vindes? E elles disseram: Da terra de Canaan, para comprarmos mantimento. 8 José, pois, conheceu os seus irmãos; mas elles não o conheceram. 9 Então José lembrou-se dos sonhos, [4] que havia sonhado d’elles, e disse-lhes: Vós sois espias, _e_ sois vindos para ver a nudez da terra. 10 E elles lhe disseram: Não, senhor meu; mas teus servos são vindos a comprar mantimento. 11 Todos nós somos filhos de um varão; somos homens de rectidão; os teus servos não são espias. 12 E elle lhes disse: Não; antes viestes para ver a nudez da terra. 13 E elles disseram: Nós, teus servos, _somos_ doze irmãos, filhos de um varão na terra de Canaan; e eis que aqui o mais novo _está_ com nosso pae hoje; [5] mas um não está _mais_. 14 Então lhes disse José: Isso _é_ o que vos tenho dito, dizendo que _sois_ espias: 15 N’isto sereis provados; [6] pela vida de Pharaó, não saireis d’aqui senão quando vosso irmão mais novo vier aqui. 16 Enviae um d’entre vós, que traga vosso irmão, mas vós ficareis presos, e vossas palavras sejam provadas, se _ha_ verdade comvosco; e se não, pela vida de Pharaó, vós sois espias. 17 E pôl-os juntos em guarda tres dias. 18 E ao terceiro dia disse-lhes José: Fazei isso, e vivereis; [7] _porque_ eu temo a Deus. 19 Se sois homens de rectidão, que fique um de vossos irmãos preso na casa de vossa prisão; e vós ide, levae mantimento para a fome de vossa casa, 20 E trazei-me o vosso irmão mais novo, [8] e serão verificadas vossas palavras, e não morrereis. E elles assim fizeram. 21 Então disseram uns aos outros: [9] Na verdade, _somos_ culpados ácerca de nosso irmão, pois vimos a angustia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não ouvimos: por isso vem sobre nós esta angustia. 22 E Ruben respondeu-lhes, dizendo: [10] Não vol-o dizia eu, dizendo: Não pequeis contra o moço; mas não ouvistes: e vêdes aqui, o seu sangue tambem á requerido. 23 E elles não sabiam que José os entendia, porque _havia_ interprete entre elles. 24 E retirou-se d’elles, e chorou. Depois tornou a elles, e fallou-lhes, e tomou a Simeão d’elles, e amarrou-o perante os seus olhos. _Os irmãos de José voltam do Egypto._ 25 E ordenou José, que enchessem os seus saccos de trigo, e que _lhes_ restituissem o seu dinheiro a cada um no seu sacco, e lhes dessem comida para o caminho; [11] e fizeram-lhes assim. 26 E carregaram o seu trigo sobre os seus jumentos, e partiram d’ali. 27 E, abrindo [12] um _d’elles_ o seu sacco, para dar pasto ao seu jumento na venda, viu o seu dinheiro; porque eis que estava na bocca do seu sacco. 28 E disse a seus irmãos: Tornou-se o meu dinheiro, e eil-o tambem aqui no meu sacco. Então lhes desfalleceu o coração, e pasmavam, dizendo um ao outro: Que é isto que Deus nos tem feito? 29 E vieram para Jacob, seu pae, na terra de Canaan; e contaram-lhe tudo o que lhes aconteceu, dizendo: 30 O varão, o senhor da terra, fallou comnosco asperamente, [13] e tratou-nos como espias da terra; 31 Mas dissemos-lhe: Somos _homens_ de rectidão: não somos espias: 32 _Somos_ doze irmãos, filhos de nosso pae; um não _é mais_, e o mais novo _está_ hoje com nosso pae na terra de Canaan. 33 E aquelle varão, o senhor da terra, nos disse: N’isto conhecerei que vós sois _homens_ de rectidão; deixae commigo um de vossos irmãos, e tomae para a fome de vossas casas, e parti, 34 E trazei-me vosso irmão mais novo; assim saberei que não sois espias, mas _homens_ de rectidão; _então_ vos darei o vosso irmão e negociareis na terra. 35 E aconteceu que, [14] despejando elles os seus saccos, eis que cada um tinha a trouxinha com seu dinheiro no seu sacco; e viram as trouxinhas com seu dinheiro, elles e seu pae, e temeram. 36 Então Jacob, seu pae, disse-lhes: Tendes-me desfilhado; [15] José não _está mais_, e Simeão não _está mais_: agora levareis a Benjamin. Todas estas coisas vieram sobre mim. 37 Mas Ruben fallou a seu pae, dizendo: Mata os meus dois filhos, se t’o não tornar a trazer; dá-m’o em minha mão, e t’o tornarei a trazer. 38 Elle porém disse: Não descerá meu filho comvosco; [16] porquanto o seu irmão é morto, e elle só ficou. Se lhe succedesse algum desastre no caminho que fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza á sepultura. [1] Act. 7.12. [2] ver. 38. [3] cap. 41.41. [4] cap. 37.5, 9. [5] cap. 37.30. [6] I Sam. 1.26 e 17.55. Thi. 5.12. [7] Lev. 25.43. Neh. 5.15. Luc. 18.2, 4. [8] cap. 43.5. [9] Num. 32.23. I Reis 17.18. Job 36.8, 9. Ose. 5.15. [10] cap. 37.21. cap. 9.5. I Reis 2.32. II Chr. 24.22. Psa. 9.12. [11] Mat. 5.44. Rom. 12.17, 20. Eph. 4.2. [12] cap. 43.21. [13] ver. 7, 12. [14] cap. 43.21. [15] cap. 43.14. [16] cap. 44.29. _Os irmãos de José descem outra vez ao Egypto._ 43 E a fome [1] _era_ gravissima na terra. 2 E aconteceu que, como acabaram de comer o mantimento que trouxeram do Egypto, disse-lhes seu pae: Tornae, comprae-nos um pouco de alimento. 3 Mas Judah respondeu-lhe, dizendo: Fortemente nos protestou aquelle varão, dizendo: Não vereis a minha face, se o vosso irmão não _vier_ comvosco. 4 Se enviares comnosco o nosso irmão, desceremos, e te compraremos alimento; 5 Mas se não _o_ enviares, não desceremos; porquanto aquelle varão nos disse: Não vereis a minha face, se o vosso irmão não _vier_ comvosco. 6 E disse Israel: Porque me fizestes _tal_ mal, fazendo saber áquelle varão que tinheis ainda _outro_ irmão? 7 E elles disseram: Aquelle varão particularmente nos perguntou por nós, e pela nossa parentela, dizendo: Vive ainda vosso pae? tendes mais um irmão? e respondemos-lhe conforme as mesmas palavras. Podiamos nós saber que diria: Trazei vosso irmão? 8 Então disse Judah a Israel, seu pae: Envia o mancebo commigo, e levantar-nos-hemos, e iremos, para que vivamos, e não morramos, nem nós, nem tu, nem os nossos filhos. 9 Eu serei fiador por elle, da minha mão o requererás; [2] se eu não t’o trouxer, e não o pozer perante a tua face, serei réu de crime para comtigo para sempre: 10 E se nós não nos tivessemos detido, certamente já estariamos segunda vez de volta. 11 Então disse-lhes Israel, seu pae: Pois que assim _é_, fazei isso; tomae do mais precioso d’esta terra em vossos vasos, [3] e levae ao varão um presente: um pouco de balsamo, e um pouco de mel, especiarias, e myrrha, terebintho e [DK] amendoas; 12 E tomae em vossas mãos dinheiro dobrado, [4] e o dinheiro que tornou na bocca dos vossos saccos tornae a levar em vossas mãos; bem pode ser que fosse erro; 13 Tomae tambem a vosso irmão, e levantae-vos, e voltae áquelle varão; 14 E Deus Todo-poderoso vos dê misericordia diante do varão, para que deixe vir comvosco vosso outro irmão, [5] e Benjamin; e eu, _se fôr_ desfilhado, desfilhado ficarei. _Os irmãos de José jantam com elle._ 15 E os varões tomaram aquelle presente, e tomaram dinheiro dobrado em suas mãos, e a Benjamin: e levantaram-se, e desceram ao Egypto, e apresentaram-se diante da face de José. 16 Vendo pois José a Benjamin com elles, disse ao que _estava_ sobre a sua casa: [6] Leva _estes_ varões á casa, e mata rezes, e apresta; porque _estes_ varões comerão commigo ao meio dia. 17 E o varão fez como José dissera, e o varão levou aquelles varões á casa de José. 18 Então temeram aquelles varões, porquanto foram levados á casa de José, e diziam: Por causa do dinheiro que d’antes foi [DL] tornado nos nossos saccos, fomos levados _aqui_, para nos criminar e cair sobre nós, para que nos tome por servos, e a nossos jumentos. 19 Por isso chegaram-se ao varão que _estava_ sobre a casa de José, e fallaram com elle á porta da casa, 20 E disseram: Ai! senhor meu, certamente descemos d’antes a comprar mantimento; 21 E aconteceu que, [7] chegando nós á venda, e abrindo os nossos saccos, eis que o dinheiro de cada varão _estava_ na bocca do seu sacco, nosso dinheiro por seu peso; e tornamos a trazel-o em nossas mãos; 22 Tambem trouxemos outro dinheiro em nossas mãos, para comprar mantimento; não sabemos quem tenha posto o nosso dinheiro nos nossos saccos. 23 E elle disse: Paz _seja_ comvosco, não temaes; o vosso Deus, e o Deus de vosso pae, vos tem dado um thesoiro nos vossos saccos; o vosso dinheiro me chegou a mim. E trouxe-lhes fóra a Simeão. 24 Depois levou o varão aquelles varões á casa de José, [8] e deu-_lhes_ agua, e lavaram os seus pés; tambem deu pasto aos seus jumentos. 25 E prepararam o presente, para quando José viesse ao meio dia; porque tinham ouvido que ali haviam de comer pão. 26 Vindo pois José a casa, trouxeram-lhe a casa o presente, [9] que estava na sua mão; e inclinaram-se a elle á terra. 27 E [10] elle lhes perguntou como estavam, e disse: Vosso pae, o velho de quem fallastes, está bem? ainda vive? 28 E elles disseram: Bem está o teu servo, nosso pae [11] vive ainda. E abaixaram a cabeça, e inclinaram-se. 29 E elle levantou os seus olhos, e viu a Benjamin, seu irmão, [12] filho de sua mãe, e disse: Este _é_ vosso irmão mais novo de quem me fallastes? Depois elle disse: Deus te dê a sua graça, meu filho. 30 E José apressou-se, [13] porque as suas entranhas moveram-se para o seu irmão, e procurou _onde_ chorar; e entrou na camara, e chorou ali. 31 Depois lavou o seu rosto, e saiu; e conteve-se, e disse: Ponde pão. 32 E pozeram-lhe a _elle_ á parte, e a elles á parte, e aos egypcios, que comiam com elle, á parte; porque os egypcios não podem comer pão com os hebreus, porquanto _é_ abominação para os egypcios. 33 E assentaram-se diante d’elle, o primogenito segundo a sua primogenitura, e o menor segundo a sua menoridade: do que os varões se maravilhavam entre si. 34 E apresentou-lhes as porções que _estavam_ diante d’elle; porém a porção de Benjamin era cinco vezes maior do que as porções d’elles todos. E elles beberam, e se regalaram com elle. [1] cap. 41.54. [2] cap. 44.32. [3] Pro. 18.16. cap. 37.25. [4] cap. 42.35. [5] Neh. 1.11. Psa. 37.5. [6] cap. 44.1. [7] cap. 42.27. [8] cap. 18.4 e 24.32. [9] cap. 37.7, 10. [10] cap. 42.11, 13. [11] cap. 37.7, 10. [12] cap. 35.17, 18. [13] I Reis 3.20. Jer. 31.20. Phi. 1.8 e 2.1. Col. 3.12. _A astucia de José para deter seus irmãos._ 44 E deu ordem ao que estava sobre a sua casa, dizendo: Enche os saccos d’estes varões de mantimento, quanto poderem levar, e põe o dinheiro de cada varão na bocca do seu sacco. 2 E o meu copo, o copo de prata, porás na bocca do sacco do mais novo, com o dinheiro do seu trigo. E fez conforme a palavra de José, que tinha dito. 3 Vinda a luz da manhã, despediram-se estes varões, elles com os seus jumentos. 4 Saindo elles da cidade, _e_ não se havendo ainda distanciado, disse José ao que _estava_ sobre a sua casa: Levanta-te, e persegue aquelles varões: e, alcançando-os, lhes dirás: Porque pagastes mal por bem? 5 Não _é_ este o _copo_ por que bebe meu senhor? e em que elle bem [DM] attenta? fizestes mal no que fizestes. 6 E alcançou-os, e fallou-lhes as mesmas palavras. 7 E elles disseram-lhe: Porque diz meu senhor taes palavras? longe estejam teus servos de fazerem similhante coisa. 8 Eis que o dinheiro, [1] que temos achado nas boccas dos nossos saccos, te tornámos a trazer desde a terra de Canaan: como pois furtariamos da casa do teu senhor prata ou oiro? 9 Aquelle, [2] com quem de teus servos fôr achado, morra; e ainda nós seremos escravos do meu senhor. 10 E elle disse: Ora seja tambem assim conforme as vossas palavras; aquelle com quem se achar será meu escravo, porém vós sereis desculpados. 11 E elles apressaram-se, e cada um poz em terra o seu sacco, e cada um abriu o seu sacco. 12 E buscou, começando do maior, e acabando no mais novo: e achou-se o copo no sacco de Benjamin. 13 Então rasgaram os seus vestidos, [3] e carregou cada um o seu jumento, e tornaram á cidade. 14 E veiu Judah com os seus irmãos á casa de José, porque elle ainda estava ali; [4] e prostraram-se diante d’elle na terra. 15 E disse-lhes José: Que _é_ isto que obrastes? não sabeis vós que tal homem como eu bem [DN] attentara? _A humilde supplica de Judah._ 16 Então disse Judah: Que diremos a meu senhor? que fallaremos? e como nos justificaremos? Achou Deus a iniquidade de teus servos; [5] eis que _somos_ escravos de meu senhor, tanto nós como aquelle em cuja mão foi achado o copo. 17 Mas elle disse: [6] Longe de mim que eu tal faça; o varão em cuja mão o copo foi achado, aquelle será meu servo; porém vós subi em paz para vosso pae. 18 Então Judah se chegou a elle, e disse: Ai! senhor meu, deixa, peço-te, o teu servo dizer uma palavra aos ouvidos de meu senhor, e não se accenda a tua ira contra o teu servo; porque tu _és_ como Pharaó. 19 Meu senhor perguntou a seus servos, dizendo: Tendes vós pae, ou irmão? 20 E dissemos a meu senhor: Temos um pae velho, e um moço da sua velhice, o mais novo, cujo irmão é morto; e elle ficou só de sua mãe, [7] e seu pae o ama. 21 Então tu disseste a teus servos: Trazei-m’o a mim, e porei os meus olhos sobre elle. 22 E nós dissemos a meu senhor: Aquelle moço não poderá deixar a seu pae: se deixar a seu pae, morrerá. 23 Então tu disseste a teus servos: Se vosso irmão mais novo não descer comvosco, [8] nunca mais vereis a minha face. 24 E aconteceu que, subindo nós a teu servo meu pae, e contando-lhe as palavras de meu senhor, 25 Disse nosso pae: [9] Tornae, comprae-nos um pouco de mantimento. 26 E nós dissemos: Não poderemos descer; se nosso irmão menor fôr comnosco, desceremos; pois não poderemos ver a face do varão, se este nosso irmão menor não _estiver_ comnosco. 27 Então disse-nos teu servo meu pae: [10] Vós sabeis que minha mulher me pariu dois; 28 E um saiu de mim, e eu disse: [11] Certamente foi despedaçado, e não o tenho visto até agora; 29 Se agora tambem tirardes a este da minha face, e lhe acontecesse algum desastre, farieis descer as minhas cãs com dôr á sepultura. 30 Agora pois, vindo eu a teu servo meu pae, e o moço não indo comnosco, pois que a sua alma está atada com a alma d’elle, 31 Acontecerá que, vendo elle que o moço ali não _está_, morrerá; e teus servos farão descer as cãs de teu servo, nosso pae, com tristeza á sepultura. 32 Porque teu servo [12] se deu por fiador por este moço para com meu pae, dizendo: Se não t’o tornar, eu serei culpado a meu pae todos os dias. 33 Agora, pois, fique teu servo em logar d’este moço por escravo de meu senhor, e que suba o moço com os seus irmãos. 34 Porque como subirei eu a meu pae, se o moço não _fôr_ commigo? para que não veja eu o mal que sobrevirá a meu pae. [1] cap. 43.22. [2] cap. 31.32. [3] cap. 37.29, 34. Num. 14.6. II Sam. 1.11. [4] cap. 37.7. [5] Esd. 9.10. Job 40.4. Num. 32.23. Jos. 7.18. Luc. 12.2. [6] Pro. 17.15. [7] cap. 37.3. [8] cap. 43.3, 5. [9] cap. 43.2. [10] cap. 30.23 e 35.18 e 46.19. [11] cap. 37.33. [12] cap. 43.9. _José dá-se a conhecer a seus irmãos._ [Antes de Christo 1706] 45 Então José não se podia conter diante de todos os que estavam com elle; e clamou: Fazei sair de mim a todo o varão; e ninguem ficou com elle, quando José se deu a conhecer a seus irmãos. 2 E levantou a sua voz com chôro, de maneira que os egypcios o ouviam, e a casa de Pharaó o ouviu. 3 E disse José a seus irmãos: Eu _sou_ José: vive ainda meu pae? E seus irmãos não lhe poderam responder, porque estavam pasmados diante da sua face. 4 E disse José a seus irmãos: Peço-vos, chegae-vos a mim. E chegaram-se; então disse elle: Eu _sou_ José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egypto. 5 Agora, pois, não vos entristeçaes, [1] nem vos peze aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou diante da vossa face. 6 Porque já houve dois annos de fome no meio da terra, e ainda _restam_ cinco annos em que não haverá lavoura nem sega. 7 Pelo que Deus me enviou diante da vossa face, para que ficasseis um resto na terra, e para guardar-vos em vida por uma grande livração. 8 Assim não _fostes_ vós _que_ me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pae de Pharaó, [2] e por senhor de toda a sua casa, e como [DO] regente em toda a terra do Egypto. 9 Apressae-vos, e subi a meu pae, e dizei-lhe: Assim tem dito o teu filho José: Deus me tem posto por senhor em toda a terra do Egypto; desce a mim, e não te demores; 10 E habitarás na terra de Gosen, [3] e estarás perto de mim, tu e os teus filhos, e os filhos dos teus filhos, e as tuas ovelhas, e as tuas vaccas, e tudo o que tens. 11 E ali te sustentarei, porque ainda _haverá_ cinco annos de fome, para que não pereças de pobreza, tu e tua casa, e tudo o que tens. 12 E eis que vossos olhos o vêem, e os olhos de meu irmão Benjamin, _que é_ minha bocca que vos falla. 13 E fazei saber a meu pae toda a minha gloria no Egypto, e tudo o que tendes visto, [4] e apressae-vos a fazer descer meu pae para cá. 14 E lançou-se ao pescoço de Benjamin seu irmão, e chorou; e Benjamin chorou _tambem_ ao seu pescoço. _Pharaó ouve fallar dos irmãos de José._ 15 E beijou a todos os seus irmãos, e chorou sobre elles; e depois seus irmãos fallaram com elle. 16 E a fama ouviu-se na casa de Pharaó, dizendo: Os irmãos de José são vindos; e pareceu bem aos olhos de Pharaó, e aos olhos de seus servos. 17 E disse Pharaó a José: Dize a teus irmãos: Fazei isto, carregae as vossas bestas e parti, tornae á terra de Canaan, 18 E tornae a vosso pae, e a vossas familias, e vinde a mim; e eu vos farei o melhor da terra do Egypto, [5] e comereis a gordura da terra. 19 A ti pois é ordenado; fazei isto, tomae vós da terra do Egypto carros para vossos meninos, para vossas mulheres, e para vosso pae, e vinde. 20 E não vos peze _coisa alguma_ das vossas alfaias; porque o melhor de toda a terra do Egypto _será_ vosso. 21 E os filhos de Israel fizeram assim. E José deu-lhes carros, conforme o mandado de Pharaó; tambem lhes deu comida para o caminho. 22 A todos lhes deu, a cada um, mudas de vestidos; mas a Benjamin deu trezentas peças de prata, [6] e cinco mudas de vestidos. 23 E a seu pae enviou similhantemente dez jumentos carregados do melhor do Egypto, e dez jumentos carregados de trigo, e pão, e comida para seu pae, para o caminho. 24 E despediu os seus irmãos, e partiram; e disse-lhes: Não contendaes pelo caminho. 25 E subiram do Egypto, e vieram á terra de Canaan, a Jacob seu pae. 26 Então lhe annunciaram, dizendo: José ainda vive, e elle tambem é regente em toda a terra do Egypto. [7] E o seu coração desmaiou-se, porque não os acreditava. 27 Porém, havendo-lhe elles contado todas as palavras de José, que elle lhes fallára, e vendo elle os carros que José enviara para leval-o, reviveu o espirito de Jacob seu pae. 28 E disse Israel: Basta; ainda vive meu filho José; eu irei, e o verei antes que morra. [1] cap. 37.28. II Cor. 2.7. [2] João 19.11. cap. 41.43. [3] cap. 46.29 e 47.1, 6. Exo. 8.22 e 9.26. [4] Act. 7.14. [5] cap. 47.6. [6] cap. 43.34. [7] Job 9.16 e 29.24. Psa. 126.1. Luc. 24.11, 41. _Jacob e toda a sua familia descem ao Egypto._ 46 E partiu Israel com tudo quanto tinha, e veiu a [1] Berseba, e sacrificou sacrificios ao Deus de seu pae Isaac. 2 E fallou Deus a Israel em visões da noite, [2] e disse: Jacob, Jacob! E elle disse: Eis-me _aqui_. 3 E disse: Eu _sou_ o Deus, o Deus de teu pae; [3] não temas de descer ao Egypto, porque eu te farei ali uma grande nação. 4 E descerei comtigo ao Egypto, e certamente te farei _tornar_ a subir, [4] e José porá a sua mão sobro os teus olhos. 5 Então levantou-se Jacob de Berseba, e os filhos de Israel levaram a seu pae Jacob, e seus meninos, e as suas mulheres, [5] nos carros que Pharaó enviara para o levar. 6 E tomaram o seu gado e a sua fazenda que tinham adquirido na terra de Canaan, [6] e vieram ao Egypto, Jacob e toda a sua semente com elle, 7 Os seus filhos, e os filhos de seus filhos com elle, as suas filhas, e as filhas de seus filhos, e toda a sua semente levou comsigo ao Egypto. 8 E estes _são_ os nomes dos filhos de Israel, [7] que vieram ao Egypto, Jacob e seus filhos: Ruben, o primogenito de Jacob, 9 E os filhos de Ruben: Hanoch, e Pallu, e Hezron, e Carmi. 10 E os filhos de Simeão: Jemuel, e Jamin, e Ohad, e Jachin, e Zohar, e Shaul, filho de uma mulher cananea. 11 E os filhos de Levi: Gerson, Kohath, e Merari. 12 E os filhos de Judah: Er, e Onan, e Sela, e Perez, e Serah; [8] Er e Onan, porém, morreram na terra de Canaan; e os filhos de Perez foram Hezron e Hamul. 13 E os filhos de Issacar: Tola, e Puah, e Iob, e Simron. 14 E os filhos de Zebulon: Sered, e Elon, e Jahleel. 15 Estes _são_ os filhos de Leah, que pariu a Jacob em Paddan-aram, com Dinah, sua filha: todas as almas de seus filhos e de suas filhas _foram_ trinta e tres. 16 E os filhos de Gad: Ziphion, e Haggi, Shuni, e Ezbon, Eri, e Arodi, e Areli. 17 E os filhos de Asher: Imnah, e Ischva, e Ischvi, e Beria, e Serah, a irmã d’elles: e os filhos de Beria: Heber e Malchiel. 18 Estes são os filhos de Zilpah, [9] que Labão deu á sua filha Leah; e pariu a Jacob estas dezeseis almas. 19 Os filhos de Rachel, mulher de Jacob: José e Benjamin. 20 E nasceram a José na terra do Egypto Manasseh e Ephraim, que lhe pariu Asenath, [10] filha de Potiphera, sacerdote de On. 21 E os filhos de Benjamin: Belah, Becher, e Asbel, Gera, e Naaman, Echi e Rosh, Muppim, e Huppim, e Ard. 22 Estes são os filhos de Rachel, que nasceram a Jacob, ao todo quatorze almas. 23 E os filhos de Dan: Husim. 24 E os filhos de Naphtali: Jahzeel, e Guni, e Jezer, e Shilem. 25 Estes são os filhos de Bilha, [11] que Labão deu á sua filha Rachel; e pariu estes a Jacob; todas as almas foram sete. 26 Todas as almas que vieram com Jacob ao Egypto, que sairam da sua côxa, sem as mulheres dos filhos de Jacob, todas foram sessenta e seis almas. 27 E os filhos de José, que lhe nasceram no Egypto, _eram_ duas almas. Todas as almas da casa de Jacob, que vieram ao Egypto, [12] _foram_ setenta. _O encontro de José com seu pae._ 28 E enviou a Judah diante da sua face a José, para o encaminhar a Gosen; e chegaram á [13] terra de Gosen. 29 Então José apromptou o seu carro, e subiu ao encontro de Israel, seu pae, a Gosen. E, mostrando-se-lhe, lançou-se ao seu pescoço, e chorou sobre o seu pescoço longo tempo. 30 E Israel disse a José: Morra eu agora, [14] pois já tenho visto o teu rosto, que ainda vives. 31 Depois disse José a seus irmãos, e á casa de seu pae: Eu subirei, e annunciarei a Pharaó, e lhe direi: Meus irmãos, e a casa de meu pae, que _estavam_ na terra de Canaan, vieram a mim! 32 E os varões _são_ pastores de ovelhas, porque são homens de gado, e trouxeram comsigo as suas ovelhas, e as suas vaccas, e tudo o que teem. 33 Quando pois acontecer que Pharaó vos chamar, e disser: [15] Qual _é_ vosso [DP] negocio? 34 Então direis: [16] Teus servos foram homens de gado desde a nossa mocidade até agora, tanto nós como os nossos paes; para que habitemos na terra de Gosen; porque todo o pastor de ovelhas _é_ abominação aos egypcios. [1] cap. 21.31 e 31.42, 53. [2] cap. 15.1. Job 33.15. [3] cap. 12.2. Deu. 26.5. [4] cap. 15.16 e 50.13, 25. Exo. 3.8. cap. 50.1. Act. 7.15. [5] cap. 45.19, 27. [6] Num. 20.15. Deu. 26.5. Jos. 24.4. Psa. 105.23. Isa. 52.4. [7] Exo. 1.1 e 6.14. Num. 26.5. [8] I Chr. 2.3. [9] cap. 29.24 e 30.10. [10] cap. 41.50. [11] cap. 29.29. [12] Deu. 10.22. Act. 7.14. [13] cap. 47.1. [14] Luc. 2.29, 30. [15] cap. 47.3. [16] cap. 30.35 e 37.12. Exo. 8.26. _José annuncia a Pharaó a chegada de seu pae._ 47 Então veiu José, e annunciou a Pharaó, e disse: Meu pae, e os meus irmãos, e as suas ovelhas, e as suas vaccas, com tudo o que teem, são vindos da terra de Canaan, [1] e eis que _estão_ na terra de Gosen. 2 E [2] tomou uma parte de seus irmãos, a _saber_ cinco varões, e os poz diante de Pharaó. 3 Então disse Pharaó a seus irmãos: Qual _é_ vosso negocio? E elles disseram a Pharaó: Teus servos _são_ pastores de ovelhas, tanto nós como nossos paes. 4 Disseram mais a Pharaó: [3] Viemos para peregrinar n’esta terra; porque não ha pasto para as ovelhas de teus servos, porquanto a fome _é_ grave na terra de Canaan; agora pois rogamos-te que teus servos habitem na terra de Gosen. 5 Então fallou Pharaó a José, dizendo: Teu pae e teus irmãos vieram a ti: 6 A terra do Egypto está diante da tua face, no melhor da terra faze habitar teu pae e teus irmãos; habitem na terra de Gosen: e se sabes que entre elles ha homens [DQ] valentes, os porás por maioraes do [4] gado, sobre o que eu tenho. 7 E trouxe José a Jacob, seu pae, e o poz diante de Pharaó; e Jacob abençoou a Pharaó. 8 E Pharaó disse a Jacob: Quantos _são_ os dias dos annos da tua vida? 9 E Jacob disse a Pharaó: Os dias dos annos das minhas peregrinações _são_ cento e trinta annos; [5] poucos e maus foram os dias dos annos da minha vida, e não chegaram aos dias dos annos da vida de meus paes nos dias das suas peregrinações. 10 E Jacob abençoou a Pharaó, e saiu de diante da face de Pharaó. 11 E José fez habitar a seu pae e seus irmãos, e deu-lhes possessão na terra do Egypto, no melhor da terra, na terra de Rameses, [6] como Pharaó ordenara. 12 E José sustentou de pão a seu pae, e seus irmãos, e toda a casa de seu pae, segundo os seus meninos. _Como José comprou toda a terra do Egypto para Pharaó._ 13 E não havia pão em toda a terra, [7] porque a fome _era_ mui grave; de maneira que a terra do Egypto e a terra de Canaan desfalleciam por causa da fome. 14 Então José recolheu todo o dinheiro que se achou na terra do Egypto, e na terra de Canaan, pelo trigo que compravam: e José trouxe o dinheiro á casa de Pharaó. 15 Acabando-se pois o dinheiro da terra do Egypto, e da terra de Canaan, vieram todos os egypcios a José, dizendo: Dá-nos pão; porque morreremos em tua presença? porquanto o dinheiro nos falta. 16 E José disse: Dae o vosso gado, e eu vol-o darei por vosso gado, se falta o dinheiro. 17 Então trouxeram o seu gado a José: e José deu-lhes pão em _troca_ de cavallos, e do gado das ovelhas, e do gado das vaccas e dos jumentos; e os sustentou de pão aquelle anno por todo o seu gado. 18 E acabado aquelle anno, vieram a elle no segundo anno, e disseram-lhe: Não occultaremos ao meu senhor que o dinheiro é acabado, e meu senhor possue os animaes, e nenhuma outra coisa _nos_ ficou diante da face de meu senhor, senão o nosso corpo e a nossa terra; 19 Porque morreremos diante dos teus olhos, tanto nós como a nossa terra? [8] compra-nos a nós e á nossa terra por pão, e nós e a nossa terra seremos servos de Pharaó, e dá semente para que vivamos, e não morramos, e a terra não se desole. [Antes de Christo 1702] 20 Assim José comprou toda a terra do Egypto para Pharaó, porque os egypcios venderam cada um o seu campo, porquanto a fome prevaleceu sobre elles: e a terra ficou _sendo_ de Pharaó. 21 E, quanto ao povo, fel-o passar ás cidades, desde _uma_ extremidade da terra do Egypto até á _outra_ extremidade. 22 Somente a terra dos sacerdotes não a comprou, porquanto os sacerdotes tinham porção de Pharaó, e elles comiam a sua porção que Pharaó lhes tinha dado; por isso não venderam a sua terra. 23 Então disse José ao povo: Eis que hoje tenho comprado a vós e a vossa terra para Pharaó; eis ahi tendes semente para vós, para que semeeis a terra. 24 Ha de ser, porém, que das colheitas dareis o quinto a Pharaó, e as quatro partes serão vossas, para semente do campo, e para o vosso mantimento, e dos que _estão_ nas vossas casas, e para que comam vossos meninos. 25 E disseram: A vida nos tens dado; achemos graça nos olhos de meu senhor, e seremos servos de Pharaó. 26 José pois poz isto por estatuto até ao dia de hoje, sobre a terra do Egypto, que Pharaó tirasse o quinto: só a terra dos sacerdotes não ficou _sendo_ de Pharaó. 27 Assim habitou Israel na terra do Egypto, na terra de Gosen, e n’ella tomaram possessão, [9] e fructificaram, e multiplicaram-se muito. 28 E Jacob viveu na terra do Egypto dezesete annos: de sorte que os dias de Jacob, os annos da sua vida, foram cento e quarenta e sete annos. 29 Chegando-se pois o tempo da morte d’Israel, chamou a José seu filho, e disse-lhe: Se agora tenho achado graça em teus olhos, rogo-te que ponhas a tua mão debaixo da minha côxa, [10] e usa commigo de beneficencia e verdade; rogo-te que me não enterres no Egypto. 30 Mas que _eu_ jaza com os meus paes; [11] por isso me levarás do Egypto, e me sepultarás na sepultura d’elles. E elle disse: Farei conforme a tua palavra. 31 E disse _elle_: Jura-me. E elle jurou-lhe; e Israel inclinou-se sobre a cabeceira da cama. [1] cap. 46.28. [2] Act. 7.13. [3] cap. 15.13. Deu. 26.5. Psa. 105.23. Isa. 52.4. [4] I Chr. 27.29. Exo. 1.11. [5] cap. 25.7, 8 e 35.28. [6] ver. 6. [7] cap. 41.30, 31. [8] Job 2.4. Lam. 1.1. [9] Exo. 1.7, 12. Deu. 10.22. Neh. 9.23. [10] cap. 24.2. [11] cap. 50.5, 13. _Jacob adoece._ [Antes de Christo 1689] 48 E aconteceu pois depois d’estas coisas, que um disse a José: Eis que teu pae está enfermo. Então tomou comsigo os seus dois filhos Manasseh e Ephraim. 2 E um deu parte a Jacob, e disse: Eis que José teu filho vem a ti. E esforçou-se Israel, e assentou-se sobre a cama. 3 E Jacob disse a José: [1] O Deus Todo-poderoso me appareceu em Luz, na terra de Canaan, e me abençoou, 4 E me disse: Eis que te farei fructificar e multiplicar, e te porei por multidão de povos, e darei esta terra á tua semente depois de ti, [2] em possessão perpetua. 5 Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egypto, [3] antes que eu viesse a ti no Egypto, _são_ meus: Ephraim e Manasseh serão meus, como Ruben e Simeão; 6 Mas a tua geração, que gerarás depois d’elles, será tua: segundo o nome de seus irmãos serão chamados na sua herança. 7 Vindo pois eu de Paddan, me [4] morreu Rachel na terra de Canaan, no caminho, quando ainda _ficava um pequeno_ espaço de terra para vir a Ephrata; e eu a sepultei ali, no caminho d’Ephrata, que _é_ Beth-lehem. 8 E Israel viu os filhos de José, e disse: Quem _são_ estes? 9 E José disse a seu pae: Elles _são_ meus filhos, que Deus me tem dado aqui. E elle disse: [5] Peço-te, traze-m’os aqui, para que os abençoe. 10 Os olhos porem d’Israel eram carregados de velhice, já não podia vêr; e fel-os chegar a elle, e beijou-os, e abraçou-os. _Jacob abençoa José e os filhos d’este._ 11 E Israel disse a José: Eu não cuidara vêr o teu rosto; [6] e eis que Deus me fez vêr a tua semente tambem. 12 Então José os tirou de seus joelhos, [7] e inclinou-se á terra diante da sua face. 13 E tomou José a ambos _elles_, a Ephraim na sua mão direita á esquerda d’Israel, e Manasseh na sua mão esquerda á direita d’Israel, e fel-os chegar a elle. 14 Mas Israel estendeu a sua mão direita, e a poz sobre a cabeça d’Ephraim, ainda que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manasseh, dirigindo as suas mãos avisadamente, ainda que Manasseh _era_ o primogenito. 15 E abençoou a José, e disse: O Deus, [8] em cuja presença andaram os meus paes Abrahão e Isaac, o Deus que me sustentou, desde que eu nasci até este dia: 16 O anjo que me [DR] livrou de todo o mal, [9] abençôe estes rapazes, e seja chamado n’elle o meu nome, e o nome de meus paes Abrahão e Isaac, e multipliquem-se, como peixes, em multidão no meio da terra. 17 Vendo pois José que seu pae punha a sua mão direita sobre a cabeça d’Ephraim, foi máu aos seus olhos; e tomou a mão de seu pae, para a transpor de sobre a cabeça de Ephraim á cabeça de Manasseh. 18 E José disse a seu pae: Não assim, meu pae, porque este _é_ o primogenito; põe a tua mão direita sobre a sua cabeça. 19 Mas seu pae _o_ recusou, e disse: Eu o sei, filho meu, eu o sei: tambem elle será um povo, e tambem elle [10] será grande: comtudo o seu irmão menor será maior que elle, e a sua semente será uma [DS] multidão de nações. 20 Assim os abençoou n’aquelle dia, dizendo: Em ti abençoará Israel, dizendo: [11] Deus te ponha como a Ephraim e como a Manasseh. E poz a Ephraim diante de Manasseh. 21 Depois disse Israel a José: Eis que eu morro, [12] mas Deus será comvosco, e vos fará tornar á terra de vossos paes. 22 E eu te tenho dado a ti um pedaço da terra sobre teus irmãos, que [13] tomei com a minha espada e com o meu arco da mão dos amorrheos. [1] cap. 28.13, 19 e 35.6. [2] cap. 17.8. Amós 9.14, 15. [3] cap. 41.50, 52. I Chr. 5.1. [4] cap. 35.16, 19. [5] cap. 27.4. Heb. 11.21. [6] cap. 37.33, 35 e 45.26. [7] Exo. 20.12. [8] cap. 17.1 e 24.40. Psa. 103.4, 5. [9] cap. 31.11. Isa. 63.9. Psa. 34.22. Num. 26.34, 37. [10] Deu. 33.17. [11] Ruth 4.11, 12. [12] cap. 50.24. Jos. 23.14. [13] Jos. 24.32. João 4.5. _Jacob abençoa seus filhos e morre._ 49 Depois chamou Jacob a seus filhos, e disse: [1] Ajuntae-vos, e annunciar-vos-hei o que vos ha de acontecer nos derradeiros dias: 2 Ajuntae-vos, [2] e ouvi, filhos de Jacob; e ouvi a Israel vosso pae: 3 Ruben, tu _és_ meu primogenito, minha força, [3] e o principio de meu vigor, o _mais_ excellente em alteza, e o _mais_ excellente em potencia. 4 Fervente como a agua, não serás o _mais_ excellente; porquanto subiste ao leito de teu pae. Então _o_ contaminaste; subiu á minha cama. 5 Simeão e Levi _são_ irmãos: [4] as suas espadas _são_ instrumentos de violencia. 6 No seu secreto conselho não entre minha alma, com a sua congregação minha gloria não se ajunte; porque no seu furor mataram varões, e na sua teima arrebataram bois. 7 Maldito _seja_ o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura: [5] eu os dividirei em Jacob, e os espalharei em Israel. 8 Judah, te louvarão os teus irmãos; [6] a tua mão _será_ sobre o pescoço de teus inimigos: os filhos de teu pae a ti se inclinarão. 9 Judah _é_ um leãosinho, [7] da preza subiste, filho meu: encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho: quem o despertará? 10 O sceptro [8] não se arredará de Judah, nem o legislador d’entre seus pés, até que não venha Shiloh; e a elle [DT] congregarão os povos. 11 Elle amarrará o seu jumentinho á vide, e o filho da sua jumenta á cepa mais excellente: elle lavará _o_ seu vestido no vinho, e a sua capa em sangue de uvas. 12 Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite. 13 Zabulon [9] habitará no porto dos mares, e será porto dos navios, e o seu termo _será_ para Sidon. 14 Issacar _é_ jumento de fortes ossos, [DU] deitado entre dois fardos. 15 E viu elle que o descanço _era_ bom, e seu hombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo. 16 Dan julgará o seu povo, como uma das tribus d’Israel. 17 Dan será serpente junto ao caminho, uma vibora junto á vereda, que morde os calcanhares do cavallo, e faz cair o seu cavalleiro por detrás. 18 A tua salvação espero, [10] ó Senhor! 19 _Quanto a_ Gad, [11] uma tropa o accommetterá; mas elle _a_ accommetterá por fim. 20 De Aser, o seu pão _será_ gordo, e elle dará delicias reaes. 21 Naphtali _é_ uma cerva solta: elle dá palavras formosas. 22 José _é_ um ramo fructifero, ramo fructifero junto á fonte; seus ramos correm sobre o muro. 23 Os frecheiros lhe deram amargura, [12] e o frecharam e [DV] aborreceram. 24 O seu arco, porém, susteve-se no forte, [13] e os braços de suas mãos foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacob (d’onde _é_ o pastor e a pedra d’Israel). 25 Pelo Deus de teu pae, o qual te ajudará, e pelo Todo-poderoso, o qual te abençoará com bençãos dos céus de cima, com bençãos do abysmo que está debaixo, com bençãos dos peitos e da madre. 26 As bençãos de teu pae excederão as bençãos de meus paes, até á extremidade dos outeiros eternos: ellas estarão sobre a cabeça de José, e sobre o alto da cabeça do separado de seus irmãos. 27 Benjamin _é_ lobo _que_ despedaça; [14] pela manhã comerá a preza, e á tarde repartirá o despojo. 28 Todas estas _são_ as doze tribus de Israel: e isto _é_ o que lhes fallou seu pae quando os abençoou; a cada um d’elles abençoou segundo a sua benção. 29 Depois ordenou-lhes, e disse-lhes: [15] Eu me congrego ao meu povo; sepultae-me com meus paes, na cova que _está_ no campo de Ephron, o hetheo, 30 Na cova que _está_ no campo de Machpela, que está em frente de Mamre, na terra de Canaan, a qual Abrahão comprou com aquelle campo de Ephron, o hetheo, por [16] herança de sepultura: 31 Ali sepultaram a Abrahão, e a Sarah sua mulher: ali sepultaram a Isaac, e a Rebecca sua mulher: e ali eu sepultei a Leah. 32 O campo, e a cova que _está_ n’elle, _foi_ comprado aos filhos de Heth. 33 Acabando pois Jacob de dar mandamentos a seus filhos, encolheu os seus pés na cama, [17] e espirou, e foi congregado ao seu povo. [1] Deu. 33.1. Num. 24.14. Isa. 2.2. [2] Deu. 21.17. [3] cap. 35.22. I Chr. 5.1. [4] cap. 29.33, 34 e 34.25, 29. [5] Jos. 21.5, 7. [6] I Chr. 5.2. [7] Num. 23.24. Apo. 5.5. [8] Num. 24.17. Psa. 60.7 e 108.8. Isa. 33.22. Isa. 9.5, 6. Luc. 1.32, 33. [9] Deu. 33.18. Jos. 19.10. [10] Isa. 25.9. [11] I Chr. 5.18. [12] cap. 37.4 &c. e 39.20. [13] Job 29.20. Psa. 18.32, 34. cap. 45.10, 11 e 50.21. Isa. 28.16. [14] Jui. 20.21, 25. [15] cap. 47.30. [16] cap. 23.3, &c. [17] ver. 29. _A lamentação por Jacob e o seu enterro._ 50 Então José se lançou sobre o rosto de seu pae; e chorou sobre elle, e o beijou. 2 E José ordenou aos seus servos, os medicos, que embalsamassem a seu pae: e os medicos embalsamaram a Israel. 3 E cumpriram-se-lhe quarenta dias; porque assim se cumprem os dias d’aquelles que se embalsamam: e os egypcios o choraram setenta dias. 4 Passados pois os dias de seu choro, fallou José á casa de Pharaó, dizendo: Se agora tenho achado graça aos vossos olhos, rogo-vos que falleis aos ouvidos de Pharaó, dizendo: 5 Meu pae me fez jurar, [1] dizendo: Eis que eu morro: em meu sepulchro, que cavei para mim na terra de Canaan, ali me sepultarás. Agora pois, te peço, que eu suba, para que sepulte a meu pae; então voltarei. 6 E Pharaó disse: Sobe, e sepulta a teu pae como elle te fez jurar. 7 E José subiu para sepultar a seu pae: e subiram com elle todos os servos de Pharaó, os anciãos da sua casa, e todos os anciãos da terra do Egypto, 8 Como tambem toda a casa de José, e seus irmãos, e a casa de seu pae: sómente deixaram na terra de Gosen os seus meninos e as suas ovelhas, e as suas vaccas. 9 E subiram tambem com elle, tanto carros como gente a cavallo; e o concurso foi grandissimo. 10 Chegando elles pois á [DW] planicie do espinhal, que _está_ além do Jordão, fizeram um grande e gravissimo pranto; e fez a seu pae um grande pranto por sete dias. 11 E vendo os moradores da terra, os cananeos, o luto na planicie do espinhal, disseram: _É_ este o pranto grande dos egypcios. Por isso chamou-se o seu nome Abelmizraim, que _está_ além do Jordão. 12 E fizeram-lhe os seus filhos assim [2] como _elle_ lhes ordenara, 13 Pois os seus filhos o levaram á terra de Canaan, e o sepultaram na cova do campo de Machpela, que Abrahão tinha comprado com o campo, por herança de sepultura, d’Ephron, o hetheo, [3] em frente de Mamre. _José anima a seus irmãos._ 14 Depois tornou-se José para o Egypto, elle e seus irmãos, e todos os que com elle subiram a sepultar seu pae, depois de haver sepultado seu pae. 15 Vendo então os irmãos de José que seu pae já estava morto, disseram: Porventura nos aborrecerá José, e nos pagará certamente todo o mal que lhe fizemos. 16 Portanto enviaram a José, dizendo: Teu pae mandou, antes da sua morte, dizendo: 17 Assim direis a José: Perdoa, rogo-te, a transgressão de teus irmãos, e o seu peccado, [4] porque te fizeram mal: agora pois rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pae. E José chorou quando elles lhe fallavam. 18 Depois vieram tambem seus irmãos, e prostraram-se diante d’elle, e disseram: Eis-nos aqui por teus servos. 19 E José lhes disse: Não temaes, porque porventura [5] _estou_ eu em logar de Deus? 20 Vós bem intentastes mal contra mim, _porém_ Deus o intentou para bem, para fazer como _está_ n’este dia, [6] para conservar em vida a um povo grande: 21 Agora pois não temaes: [7] eu vos sustentarei a vós e a vossos meninos. Assim os consolou, e fallou segundo o coração d’elles. _A morte de José._ 22 José pois habitou no Egypto, elle e a casa de seu pae: e viveu José cento e dez annos, 23 E viu José os filhos de Ephraim, da terceira _geração_: tambem [8] os filhos de Machir, filho de Manasseh, nasceram sobre os joelhos de José. 24 E disse José a seus irmãos: Eu morro; [9] mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir d’esta terra á terra que jurou a Abrahão, a Isaac e a Jacob. 25 E [10] José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos d’aqui. 26 E morreu José da edade de cento e dez annos; e o embalsamaram, e o pozeram n’um caixão no Egypto. [1] cap. 47.29. [2] cap. 49.29. [3] cap. 23.16. Act. 7.16. [4] Mat. 6.12, 14 e 18.35. Luc. 17.3, 4. Eph. 4.32. Col. 3.13. Thi. 5.16. [5] cap. 45.8. Job 34.29. [6] Act. 2.23 e 3.18. [7] Mat. 5.44. [8] Job 42.16. Num. 32.39. [9] Exo. 3.16. cap. 15.18 e 26.3 e 35.2. [10] Exo. 13.19. Jos. 24.32. Heb. 11.22. O SEGUNDO LIVRO DE MOYSÉS CHAMADO EXODO. _Os descendentes de Jacob no Egypto._ [Antes de Christo 1635] 1 Estes pois _são_ [1] os nomes dos filhos de Israel, que entraram no Egypto com Jacob: cada um entrou com sua casa: 2 Ruben, Simeão, Levi, e Judah; 3 Issacar, Zabulon, e Benjamin; 4 Dan e Naphtali, Gad e Aser. 5 Todas as almas, pois, que procederam da côxa de Jacob, foram [2] setenta almas: José, porém, estava no Egypto. 6 Sendo pois José fallecido, e todos os seus irmãos, e toda aquella geração, 7 Os filhos de Israel fructificaram, [3] e augmentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu d’elles. 8 Depois levantou-se um novo rei sobre o Egypto, que não conhecera a José; 9 O qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel _é_ muito, e mais poderoso do que nós. 10 Eia, [4] usemos sabiamente para com elle, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, elle tambem se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra. 11 E pozeram sobre elles maioraes de [DX] tributos, [5] para os affligirem com suas cargas. Porque edificaram a Pharaó cidades de thesouros, Pitom e Ramesses. 12 Mas quanto mais o affligiam, tanto mais se multiplicava, e tanto mais crescia: de maneira que se enfadavam por causa dos filhos de Israel. 13 E os egypcios faziam servir os filhos de Israel com dureza; 14 Assim que lhes fizeram amargar a vida com dura servidão em barro, e em tijolos, [6] e com todo o trabalho no campo; com todo o seu serviço, em que os serviam com dureza. _As parteiras poupam as vidas aos recemnascidos._ 15 E o rei do Egypto fallou ás parteiras das hebreas (das quaes o nome de uma era Siphra, e o nome da outra Pua), 16 E disse: Quando ajudardes a parir as hebreas, e as virdes sobre os assentos, se fôr filho, matae-o; mas se fôr filha, _então_ viva. 17 As parteiras, [7] porém, temeram a Deus, e não fizeram como o rei do Egypto lhes dissera, antes conservavam os meninos com vida. 18 Então o rei do Egypto chamou as parteiras, e disse-lhes: Porque fizestes isto, que guardastes os meninos com vida? 19 E as parteiras disseram a Pharaó: Porquanto as mulheres hebreas não _são_ como as egypcias: porque _são_ [DY] vivas, e já teem parido antes que a parteira venha a ellas. 20 Portanto Deus fez bem ás parteiras. [8] E o povo se augmentou, e se fortaleceu muito. 21 E aconteceu que, porquanto as parteiras temeram a Deus, [9] estabeleceu-lhes casas. 22 Então ordenou Pharaó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida. [1] Gen. 46.8. [2] Gen. 46.27. Deu. 10.22. [3] Gen. 46.3. Deu. 26.5. Psa. 105.24. Act. 7.17. [4] Pro. 21.30. Act. 7.19. [5] Gen. 15.13. cap. 3.7. Deu. 26.6. Psa. 81.6. Gen. 47.11. [6] cap. 2.23 e 6.9. [7] Dan. 3.18 e 6.13. Act. 5.29. [8] Pro. 11.18. Ecc. 8.12. Isa. 3.10. Heb. 6.10. [9] I Sam. 2.35. II Sam. 7.11. I Reis 2.24. Psa. 127.1. _O nascimento de Moysés._ 2 E foi-se [1] um varão da casa de Levi, e casou com uma filha de Levi. 2 E a mulher concebeu, [2] e pariu um filho, e, vendo que elle _era_ formoso, escondeu-o tres mezes. 3 Não podendo, porém, mais escondel-o tomou uma arca de juncos, e a betumou com betume e pêz; e, pondo n’ella o menino, a poz nos juncos á borda do rio. 4 E sua irmã parou-se de longe, para saber o que lhe havia de acontecer. 5 E a filha de Pharaó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzellas passeavam, pela borda do rio: e ella viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua creada, e a tomou. 6 E abrindo-a, viu ao menino, e eis que o menino chorava; e moveu-se [3] de compaixão d’elle, e disse: Dos meninos dos hebreos _é_ este. 7 Então disse sua irmã á filha de Pharaó: Irei eu a chamar uma ama das hebreas, que crie este menino por ti? 8 E a filha de Pharaó disse-lhe: Vae. E foi-se a moça, e chamou a mãe do menino. 9 Então lhe disse a filha de Pharaó: Leva este menino, [4] e cria-m’o: eu _te_ darei teu salario. E a mulher tomou o menino, e creou-o. 10 E, sendo o menino já grande, ella o trouxe á filha de Pharaó, a qual o adoptou; e chamou o seu nome [DZ] Moysés, e disse: Porque das aguas o tenho tirado. _Moysés mata um egypcio e foge para Midian._ [Antes de Christo 1571] 11 E aconteceu n’aquelles dias que, sendo Moysés já grande, saiu a seus irmãos, [5] e attentou nas suas cargas: e viu que um varão egypcio feria a um hebreu, varão de seus irmãos. 12 E olhou a uma e a outra banda, e, vendo que ninguem _ali havia_, feriu ao egypcio, e escondeu-o na areia. 13 E tornou a sair no dia seguinte, [6] e eis que dois varões hebreos contendiam; e disse ao injusto: Porque feres a teu proximo? 14 O qual disse: Quem te tem posto a ti por [EA] maioral e juiz sobre nós? pensas matar-me, como mataste o egypcio? Então temeu Moysés, e disse: Certamente este negocio foi descoberto. 15 Ouvindo pois Pharaó este negocio, procurou matar a Moysés: [7] mas Moysés fugiu de diante da face de Pharaó, e habitou na terra de Midian, e assentou-se junto a um poço. 16 E o sacerdote de Midian tinha sete filhas, as quaes vieram a tirar _agua_, e encheram as pias, para dar de beber ao rebanho de seu pae. 17 Então vieram os pastores, e lançaram-as d’ali; Moysés porém levantou-se, e defendeu-as, e abeberou-lhes o rebanho. 18 E vindo ellas a Reuel seu pae, elle disse: Porque hoje tomastes tão depressa? 19 E ellas disseram: Um homem egypcio nos livrou da mão dos pastores; e tambem nos tirou _agua_ em abundancia, e abeberou o rebanho. 20 E disse a suas filhas: E onde está elle? porque deixastes o homem? chamae-o para que coma pão. 21 E Moysés consentiu em morar com aquelle homem: [8] e elle deu a Moysés sua filha Zippora, 22 A qual pariu um filho, e elle chamou o seu nome [EB] Gerson, porque disse: Peregrino fui em terra estranha. _A morte do rei do Egypto._ [Antes de Christo 1531] 23 E aconteceu depois de muitos d’estes dias, [9] morrendo o rei do Egypto, que os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão, e clamaram: e o seu clamor subiu a Deus por causa de sua servidão. 24 E ouviu Deus o seu gemido, [10] e lembrou-se Deus do seu concerto com Abrahão, com Isaac, e com Jacob; 25 E attentou Deus para os filhos d’Israel, e conheceu-_os_ Deus. [1] cap. 6.20. [2] Act. 7.20. Heb. 11.23. [3] Psa. 106.46. [4] Psa. 27.10. [5] Act. 7.23, 24. Heb. 11.24, 26. [6] Act. 7.26. [7] Act. 7.29. [8] cap. 18.2. [9] Num. 20.16. Deu. 26.7. Psa. 12.5. cap. 3.9. [10] Gen. 15.14 e 26.3 e 46.4. Luc. 1.72, 76. _Deus falla com Moysés do meio da sarça ardente._ [Antes de Christo 1491] 3 E apascentava Moysés o rebanho de Jethro, seu sogro, sacerdote em Midian: e levou o rebanho atrás do deserto, [1] e veiu ao monte de Deus, a Horeb. 2 E appareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chamma de fogo do meio d’uma sarça: [2] e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. 3 E Moysés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça se não queima. 4 E vendo o Senhor que se virava para lá a vêr, bradou Deus a elle do meio da sarça, e disse: Moysés, Moysés. E elle disse: Eis-me aqui. 5 E disse: Não te chegues para cá: [3] tira os teus sapatos de teus pés; porque o logar em que tu estás é terra sancta. 6 Disse mais: [4] Eu _sou_ o Deus de teu pae, o Deus de Abrahão, o Deus de Isaac, e o Deus de Jacob. E Moysés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus. 7 E disse o Senhor: [5] Tenho visto attentamente a afflicção do meu povo, que _está_ no Egypto, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exactores, porque conheci as suas dôres. 8 Portanto desci para livral-o da mão dos egypcios, [6] e para fazel-o subir d’aquella terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel: ao logar do Cananeo, e do Hetheo, e do Amorrheo, e do Pherezeo, e do Heveo, e do Jebuseo. 9 E agora, eis que o clamor dos filhos d’Israel é vindo a mim, e tambem tenho visto a oppressão com que os egypcios os opprimem. 10 Vem agora, pois, e eu te enviarei a Pharaó, [7] para que tires o meu povo (os filhos d’Israel), do Egypto. 11 Então Moysés disse a Deus: Quem _sou_ eu, [8] que vá a Pharaó e tire do Egypto os filhos d’Israel? 12 E Deus disse: Certamente eu serei comtigo; e isto te será por signal de que eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egypto, servireis a Deus n’este monte. 13 Então disse Moysés a Deus: Eis que quando vier aos filhos d’Israel, e lhes disser: O Deus de vossos paes me enviou a vós; e elles me disserem: Qual _é_ o seu nome? que lhes direi? 14 E disse Deus a Moysés: [EC] SEREI O QUE SEREI. Disse mais: Assim dirás aos filhos d’Israel: [9] SEREI [ED] me enviou a vós. 15 E Deus disse mais a Moysés: Assim dirás aos filhos d’Israel: O Senhor Deus de vossos paes, o Deus de Abrahão, o Deus de Isaac, e o Deus de Jacob, me enviou a vós: este _é_ meu nome eternamente, e este _é_ meu memorial de geração em geração. 16 Vae, e ajunta os anciãos d’Israel, e dize-lhes: O Senhor, o Deus de vossos paes, o Deus de Abrahão, de Isaac e de Jacob, me appareceu, dizendo: Certamente vos tenho visitado, [10] e _visto_ o que vos é feito no Egypto. 17 Portanto eu disse: [11] Far-vos-hei subir da afflicção do Egypto á terra do cananeo, do hetheo, e do amorrheo, e do pherezeo, e do heveo, e do jebuseo, a uma terra que mana leite e mel. 18 E ouvirão a tua voz; e virás, tu e os anciãos d’Israel, ao rei do Egypto, e dir-lhe-heis: O Senhor, o Deus dos hebreos, nos encontrou: [12] agora pois deixa-nos ir caminho de tres dias para o deserto, para que sacrifiquemos ao Senhor nosso Deus. 19 Eu sei, porém, que o rei do Egypto não vos deixará ir, [13] nem ainda por uma mão forte. 20 Porque eu estenderei a minha mão, [14] e ferirei ao Egypto com todas as minhas maravilhas que farei no meio d’elle: depois vos deixará ir. 21 E eu darei graça a este povo aos olhos dos egypcios; [15] e acontecerá que, quando sairdes, não saireis vazios, 22 Porque _cada_ mulher pedirá á sua visinha e á sua hospeda [EE] vasos de prata, e vasos de oiro, [16] e vestidos, os quaes poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis ao Egypto. [1] cap. 18.5. I Reis 19.8. [2] Deu. 33.16. Isa. 63.9. Act. 7.30. [3] Jos. 5.15. [4] Gen. 28.13. Mat. 22.32. [5] Neh. 9.9. Psa. 142.3. [6] Deu. 1.25. [7] Miq. 6.4. [8] Jer. 1.6. [9] cap. 6.3. João 8.58. [10] Gen. 50.24. [11] Gen. 15.13, 20. [12] cap. 5.3. [13] cap. 5.2. [14] cap. 7.3 e 11.9. Psa. 105.27. Jer. 32.20. Act. 7.36. cap. 12.31. [15] cap. 11.3. [16] cap. 12.36. Job 27.17. Pro. 13.22. _A vara de Moysés torna-se em cobra._ 4 Então respondeu Moysés, e disse: Mas eis que me não crerão, nem ouvirão a minha voz, porque dirão: O Senhor não te appareceu. 2 E o Senhor disse-lhe: Que é _isso_ na tua mão? E elle disse: Uma vara. 3 E elle disse: Lança-a na terra. Elle a lançou na terra, e tornou-se em cobra: e Moysés fugia d’ella. 4 Então disse o Senhor a Moysés: Estende a tua mão, e pega-lhe pela cauda, E estendeu sua mão, e pegou-lhe pela cauda, e tornou-se em vara na sua mão, 5 Para que creiam que te appareceu o Senhor, Deus de seus paes, o Deus de Abrahão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob. 6 E disse-lhe mais o Senhor: Mette agora a tua mão no teu seio. E, tirando-a, eis que a sua mão _estava_ leprosa, [1] _branca_ como a neve. 7 E disse: Torna a metter a tua mão no teu seio. E tornou a metter sua mão no seu seio: depois tirou-a do seu seio, e eis que se tornara como a sua _outra_ carne. 8 E acontecerá que, se elles te não crerem, nem ouvirem a voz do primeiro signal, crerão a voz do derradeiro signal; 9 E se acontecer que ainda não creiam a estes dois signaes, nem ouvirem a tua voz, tomarás das aguas do rio, e as derramarás na terra secca: e as aguas, que tomarás do rio, [2] tornar-se-hão em sangue sobre a terra secca. 10 Então disse Moysés ao Senhor: Ah Senhor! eu não sou homem que bem falla, nem de hontem nem de antehontem, nem ainda desde que tens fallado ao teu servo; porque sou pesado de bocca, e pesado de lingua. 11 E disse-lhe o Senhor: Quem fez a bocca do homem? [3] ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? não sou eu, o Senhor? 12 Vae pois agora, e eu serei com a tua bocca, [4] e te ensinarei o que has de fallar. 13 Elle porém disse: Ah Senhor! envia pela mão _d’aquelle a quem_ tu has de enviar. 14 Então se accendeu a ira do Senhor contra Moysés, e disse: Não é Aarão, o levita, teu irmão? eu sei que elle fallará muito bem: e [5] eis que elle tambem sae ao teu encontro; e, vendo-te, se alegrará em seu coração. 15 E tu lhe fallarás, e porás as palavras na sua bocca: e eu serei com a tua bocca, e com a sua bocca, ensinando-vos o que haveis de fazer. 16 E elle fallará por ti ao povo: e acontecerá que elle te será por bocca, [6] e tu lhe serás por Deus. 17 Toma pois esta vara na tua mão, [7] com que farás os signaes. _Moysés volta para o Egypto._ 18 Então foi-se Moysés, e voltou para Jethro seu sogro, e disse-lhe; Eu irei agora, e tornarei a meus irmãos, que _estão_ no Egypto, para ver se ainda vivem. Disse pois Jethro a Moysés: Vae em paz. 19 Disse tambem o Senhor a Moysés em Midian: Vae, volta para o Egypto; [8] porque todos os que buscavam a tua alma morreram. 20 Tomou pois Moysés sua mulher e seus filhos, e os levou sobre um jumento, e tornou-se á terra do Egypto; [9] e Moysés tomou a vara de Deus na sua mão. 21 E disse o Senhor a Moysés: Quando fores tornado ao Egypto, attenta que faças diante de Pharaó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão: [10] mas eu endurecerei o seu coração, para que não deixe ir o povo. 22 Então dirás a Pharaó: Assim diz o Senhor: [11] Israel _é_ meu filho, meu primogenito. 23 E eu te tenho dito: Deixa ir o meu filho, para que me sirva; mas tu recusaste deixal-o ir: eis que eu matarei a teu filho, [12] o teu primogenito. 24 E aconteceu no caminho, n’uma estalagem, que o Senhor o encontrou, [13] e o quiz matar. 25 Então Zippora tomou uma pedra _aguda_, e circumcidou o prepucio de seu filho, [14] e o lançou a seus pés, e disse: Certamente me és um esposo sanguinario. 26 E desviou-se d’elle. Então ella disse: Esposo sanguinario, por causa da circumcisão. 27 Disse tambem o Senhor a Aarão: Vae ao encontro de Moysés ao deserto. [15] E elle foi, encontrou-o no monte de Deus, e beijou-o. 28 E denunciou Moysés a Aarão todas as palavras do Senhor, que o enviara, e todos os signaes que lhe mandara. 29 Então foram Moysés e Aarão, e ajuntaram todos os anciãos dos filhos de Israel. 30 E Aarão fallou todas as palavras que o Senhor fallara a Moysés, [16] e fez os signaes perante os olhos do povo, 31 E o povo creu, [17] e ouviram que o Senhor visitava aos filhos d’Israel, e que via a sua afflicção: e inclinaram-se, e adoraram. [1] Num. 12.10. II Reis 5.27. [2] cap. 7.20. Psa. 78.44. [3] Psa. 94.9. Jer. 1.6, 9. [4] Mat. 10.19. [5] ver. 27. [6] cap. 7.1 e 18.19. [7] ver. 2. [8] cap. 2.15, 23. Mat. 2.20. [9] cap. 7.3. Num. 20.8, 9. [10] cap. 17.9. Deu. 2.30. Jos. 11.20. Isa. 6.10 e 63.17. João 12.40. Rom. 9.18. [11] Deu. 14.1. Jer. 31.9. Ose. 11.1. Rom. 9.4. [12] cap. 11.5 e 12.29. [13] Gen. 17.14. [14] Jos. 5.2, 3. [15] cap. 3.1. [16] ver. 8. [17] cap. 3.16. ver. 3, 9. cap. 12.27. _Moysés e Aarão fallam a Pharaó._ 5 E depois foram Moysés e Aarão, e disseram a Pharaó: Assim diz o Senhor Deus d’Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto. 2 Mas Pharaó disse: [1] Quem _é_ o Senhor, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? não conheço o Senhor, nem tão pouco deixarei ir Israel. 3 E elles disseram: O Deus dos hebreos nos encontrou; portanto deixa-nos agora ir caminho de tres dias ao deserto, para que não venha sobre nós com pestilencia ou com espada. 4 Então disse-lhes o rei do Egypto: Moysés e Aarão, porque fazeis cessar o povo das suas obras? ide a vossas cargas. 5 E disse tambem Pharaó: Eis que o povo da terra já _é_ muito, e vós fazeis cessal-os das suas cargas. _Pharaó afflige os israelitas._ 6 Portanto deu ordem Pharaó n’aquelle mesmo dia aos exactores do povo, e aos seus officiaes, dizendo: 7 D’aqui em diante não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos, como _fizestes_ hontem e antehontem: vão elles mesmos, e colham palhas para si. 8 E lhes imporeis a conta dos tijolos que fizeram hontem, e antehontem: nada diminuireis d’ella: porque elles estão ociosos; por isso clamam, dizendo: Vamos, sacrifiquemos ao nosso Deus. 9 Aggrave-se o serviço sobre estes homens, para que se occupem n’elle, e não confiem em palavras de mentira. 10 Então sairam os exactores do povo, e seus officiaes, e fallaram ao povo, dizendo: Assim diz Pharaó: Eu não vos darei palha; 11 Ide vós mesmos, e tomae vós palha d’onde a achardes: porque nada se diminuirá de vosso serviço. 12 Então o povo se espalhou por toda a terra do Egypto, a colher rastolho em logar de palha. 13 E os exactores _os_ apertavam, dizendo: Acabae vossa obra, a tarefa de _cada_ dia, como quando havia palha. 14 E foram açoitados os officiaes dos filhos d’Israel, que os exactores de Pharaó tinham posto sobre elles, dizendo _estes_: Porque não acabastes vossa tarefa, fazendo tijolos como antes, assim tambem hontem e hoje? 15 Pelo que foram-se os officiaes dos filhos d’Israel, e clamaram a Pharaó, dizendo: Porque fazes assim a teus servos? 16 Palha não se dá a teus servos, e nos dizem: Fazei tijolos: e eis que teus servos são açoitados; porém o teu povo tem a culpa. 17 Mas elle disse: Vós sois ociosos: vós sois ociosos: por isso dizeis: Vamos, sacrifiquemos ao Senhor. 18 Ide pois agora, trabalhae: palha porém não se vos dará: comtudo, dareis a conta dos tijolos. 19 Então os officiaes dos filhos d’Israel viram-se em afflicção, porquanto [2] se dizia: Nada diminuireis de vossos tijolos, _da_ tarefa do dia no seu dia. _Os israelitas queixam-se de Moysés e Aarão._ 20 E encontraram a Moysés e a Aarão, que estavam defronte d’elles, quando sairam de Pharaó, 21 E disseram-lhes: O Senhor attente sobre vós, e julgue _isso_, [3] porquanto fizeste feder o nosso cheiro diante de Pharaó, e diante de seus servos, dando-lhes a espada nas mãos, para nos matar. 22 Então se tornou Moysés ao Senhor, e disse: Senhor! [4] porque fizeste mal a este povo? porque me enviaste? 23 Porque desde que entrei a Pharaó, para fallar em teu nome, elle maltratou a este povo; e de nenhuma sorte livraste o teu povo. [1] Job 21.15. cap. 3.18. [2] Ecc. 4.1 e 5.8. [3] Gen. 34.30. I Sam. 27.12. II Sam. 10.6. I Chr. 19.6. [4] Jer. 20.7. Hab. 2.3. 6 Então disse o Senhor a Moysés: Agora verás o que hei de fazer a Pharaó: porque por uma mão poderosa os deixará ir, sim, por uma mão poderosa [1] os lançará de sua terra. _Deus promette livrar os israelitas._ 2 Fallou mais Deus a Moysés, e disse: Eu _sou_ o [EF] Senhor, 3 E eu appareci a Abrahão, a Isaac, e a Jacob, como Deus o Todo-poderoso: [2] mas _pelo_ meu nome, o Senhor, não lhes fui perfeitamente conhecido. 4 E tambem estabeleci o meu concerto com elles, [3] para dar-lhes a terra de Canaan, a terra de suas peregrinações, na qual foram peregrinos. 5 E tambem tenho ouvido o gemido dos filhos d’Israel, [4] aos quaes os egypcios fazem servir, e me lembrei do meu concerto. 6 Portanto dize aos filhos de Israel: Eu _sou_ o Senhor, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egypcios, [5] e vos resgatarei com braço estendido e com juizos grandes. 7 E eu vos tomarei [6] por meu povo, e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas dos egypcios; 8 E eu vos levarei á terra, ácerca da qual levantei minha mão, que a daria a Abrahão, a Isaac, e a Jacob, [7] e vol-a darei por herança, eu o Senhor. 9 D’este modo fallou Moysés aos filhos d’Israel, mas elles não ouviram a Moysés, por causa da ancia do espirito e da dura servidão. 10 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 11 Entra, e falla a Pharaó rei do Egypto, que deixe sair os filhos d’Israel da sua terra. 12 Moysés, porém, fallou perante o Senhor, dizendo: Eis que os filhos d’Israel me não teem ouvido; como pois Pharaó me ouvirá? [8] tambem eu sou incircumciso dos labios. 13 Todavia o Senhor fallou a Moysés e a Aarão, e deu-lhes mandamento para os filhos de Israel, e para Pharaó rei do Egypto, para que tirassem os filhos de Israel da terra do Egypto. _Genealogias de Ruben, Simeão e Levi._ 14 Estas _são_ as cabeças das casas de seus paes: Os filhos de Ruben, o primogenito de Israel: Hanoch e Pallu, [9] Hezron e Carmi; estas _são_ as familias de Ruben. 15 E os filhos de Simeão: [10] Jemuel, e Jamin, e Ohad, e Jachin, e Zohar, e Shaul, filho de uma cananea; estas _são_ as familias de Simeão. 16 E estes _são_ os nomes dos filhos de Levi, [11] segundo as suas gerações: Gerson, e Koath, e Merari: e os annos da vida de Levi _foram_ cento e trinta e sete annos. 17 Os filhos de Gerson: Libni e Simei, segundo as suas familias; 18 E os filhos de Kohath: Amram, e Izhar, e Hebron, e Uzziel: e os annos da vida de Kohath _foram_ cento e trinta e tres annos. 19 E os filhos de Merari: Mahali e Musi: estas _são_ as familias de Levi, segundo as suas gerações. 20 E Amram [12] tomou por mulher a Jochebed, sua tia, e ella pariu-lhe a Aarão e a Moysés: e os annos da vida de Amram _foram_ cento e trinta e sete annos. 21 E os filhos de Izhar: [13] Korah, e Nepheg, e Zichri. 22 E os filhos de Uzziel: [14] Misael, e Elzaphan e Sithri. 23 E Aarão tomou por mulher a Eliseba, filha de Amminadab, irmã de Nahasson; e ella pariu-lhe a Nadab, e Abihu, Eleazar e [15] Ithamar. 24 E os filhos de Korah: Assir, e Elkana, e Abiasaph: estas _são_ as familias dos Korithas. 25 E Eleazar, filho de Aarão, tomou para si por mulher _uma_ das filhas de Putiel, e ella pariu-lhe a Phineas: estas _são_ as cabeças dos paes dos levitas, segundo as suas familias. 26 Estes _são_ Aarão e Moysés, aos quaes o Senhor disse: Tirae os filhos de Israel da terra do Egypto, segundo os seus exercitos. 27 Estes _são_ os que fallaram a Pharaó, rei do Egypto, para que tirasse do Egypto os filhos de Israel: [16] estes _são_ Moysés e Aarão. _Deus anima Moysés, a fallar outra vez a Pharaó._ 28 E aconteceu que n’aquelle dia, quando o Senhor fallou a Moysés na terra do Egypto, 29 Fallou o Senhor a Moysés, dizendo: Eu _sou_ o Senhor; falla a Pharaó, rei do Egypto, tudo quanto eu [17] te digo a ti. 30 Então disse Moysés perante o Senhor: Eis que eu [18] _sou_ incircumciso dos labios; como pois Pharaó me ouvirá? [1] cap. 11.1. [2] Gen. 17.1 e 35.11 e 48.3. [3] Gen. 17.7, 8. [4] cap. 2.24. Psa. 105.8. [5] Deu. 26.8. Psa. 81.6. cap. 15.13. Deu. 7.8. I Chr. 17.21. Neh. 1.10. [6] Deu. 4.20 e 7.6. [7] Gen. 15.14 e 26.3 e 35.12. [8] cap. 4.10. ver. 30. [9] Gen. 46.9, &c. [10] I Chr. 4.24. [11] Num. 3.17. I Chr. 6.1. [12] cap. 2.1. Num. 26.59. [13] Num. 16.1. [14] Lev. 10.4. [15] Lev. 10.1, 6. [16] Miq. 6.4. [17] Jer. 1.7, 8, 17 e 26.2. Eze. 2.6, 7. [18] ver. 12. 7 Então disse o Senhor a Moysés: Eis que te tenho posto _por_ Deus sobre Pharaó, [1] e Aarão, teu irmão, será o teu propheta. 2 Tu fallarás tudo o que eu te mandar: e Aarão teu irmão fallará a Pharaó, [2] que deixe ir os filhos de Israel da sua terra. 3 Eu, porém, endurecerei o coração de Pharaó, [3] e multiplicarei na terra do Egypto os meus signaes e as minhas maravilhas. 4 Pharaó pois não vos ouvirá; e eu porei minha mão sobre o Egypto, e tirarei meus exercitos, meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egypto, com grandes juizos. 5 Então os egypcios saberão que eu _sou_ o Senhor, [4] quando estender a minha mão sobre o Egypto, e tirar os filhos de Israel do meio d’elles. 6 Então fez Moysés e Aarão; como o Senhor lhes ordenara, assim fizeram. 7 E Moysés _era_ da edade de oitenta annos, e Aarão da edade de oitenta e tres annos, quando fallaram a Pharaó. 8 E o Senhor fallou a Moysés e a Aarão, dizendo: 9 Quando Pharaó vos fallar, dizendo: Fazei por vós algum milagre; [5] dirás a Aarão: Toma a tua vara, e lança-a diante de Pharaó; e se tornará em serpente. 10 Então Moysés e Aarão entraram a Pharaó, e fizeram assim como o Senhor ordenara: e lançou Aarão a sua vara diante de Pharaó, e diante dos seus servos, e tornou-se em serpente. 11 E Pharaó tambem chamou os sabios e encantadores: e os magos do Egypto fizeram tambem o mesmo com os seus encantamentos, 12 Porque cada um lançou sua vara, e tornaram-se em serpentes: mas a vara de Aarão tragou as varas d’elles. 13 Porém o coração de Pharaó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha [6] dito. _O coração de Pharaó mostra-se endurecido._ 14 Então disse o Senhor a Moysés: O coração de Pharaó está [EG] aggravado: [7] recusa deixar ir o povo. 15 Vae pela manhã a Pharaó: eis que elle sairá ás aguas: põe-te em frente d’elle na praia do rio, e tomarás em tua mão a vara [8] que se tornou em cobra. 16 E lhe dirás: O Senhor, o Deus dos hebreos, me tem enviado a ti, dizendo: [9] Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto; porém eis que até agora não tens ouvido. 17 Assim diz o Senhor: N’isto saberás que eu _sou_ o Senhor: [10] Eis que eu com esta vara, que tenho em minha mão, ferirei as aguas que _estão_ no rio, e tornar-se-hão [11] em sangue. 18 E os peixes, que _estão_ no rio, morrerão, e o rio federá; e os egypcios nausear-se-hão, bebendo a agua do rio. 19 Disse mais o Senhor a Moysés: Dize a Aarão: Toma tu a vara, e estende a tua mão sobre as aguas do Egypto, sobre as suas correntes, sobre os seus rios, e sobre os seus tanques, e sobre todo o ajuntamento das suas aguas, para que se tornem em sangue: e haja sangue em toda a terra do Egypto, assim nos _vasos_ de madeira como nos de pedra. _A primeira praga: as aguas tornam-se em sangue._ 20 E Moysés e Aarão fizeram assim como o Senhor tinha mandado: e levantou a vara, e feriu as aguas que _estavam_ no rio, diante dos olhos de Pharaó, e diante dos olhos de seus servos; e todas as aguas do rio se tornaram em sangue. 21 E os peixes, que _estavam_ no rio, morreram, e o rio fedeu, que os egypcios não podiam beber a agua do rio: e houve sangue por toda a terra do Egypto. 22 Porém os magos do Egypto _tambem_ fizeram o mesmo com os seus encantamentos; [12] de maneira que o coração de Pharaó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito. 23 E virou-se Pharaó, e foi para sua casa: [13] nem ainda n’isto poz seu coração. 24 E todos os egypcios cavaram poços junto ao rio, para beberem agua; porquanto não podiam beber das aguas do rio. 25 Assim se cumpriram sete dias, depois que o Senhor ferira o rio. [1] cap. 4.16. [2] cap. 6.29. [3] cap. 4.21 e 11.9. [4] cap. 14.4, 18. [5] João 2.18. cap. 4.2, 17. [6] ver. 4. cap. 4.21. [7] cap. 8.15 e 10.1, 27. [8] ver. 10. [9] cap. 3.18 e 5.1, 3. [10] ver. 5. I Reis 20.28. II Reis 19.19. Eze. 29.9 e 38.23. [11] Psa. 78.44 e 105.29. Apo. 8.8 e 16.4, 6. [12] II Tim. 3.8. ver. 14. [13] Isa. 26.11. Jer. 5.3 e 36.24. Agg. 1.5. _A praga das rans._ 8 Depois disse o Senhor a Moysés: Entra a Pharaó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. 2 E se recusares deixal-o ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos. 3 E o rio creará rãs, que subirão e virão á tua casa, e ao teu dormitorio, e sobre a tua cama, e ás casas dos teus servos, e sobre o teu povo, e aos teus fornos, e ás tuas amassadeiras. 4 E as rãs subirão sobre ti, e sobre o teu povo, e sobre todos os teus servos. 5 Disse mais o Senhor a Moysés: Dize a Aarão: Estende a tua mão com tua vara sobre as correntes, e sobre os rios, e sobre os tanques, e faze subir rãs sobre a terra do Egypto. 6 E Aarão estendeu a sua mão sobre as aguas do Egypto, [1] e subiram rãs, e cobriram a terra do Egypto. 7 Então os magos fizeram o mesmo com os seus encantamentos: e fizeram subir rãs sobre a terra do Egypto. 8 E Pharaó chamou a Moysés e a Aarão, e disse: [2] Rogae ao Senhor que tire as rãs de mim e do meu povo; depois deixarei ir o povo, para que sacrifiquem ao Senhor. 9 E Moysés disse a Pharaó: [EH] Tu tenhas a honra sobre mim: Quando orarei por ti, e pelos teus servos, e por teu povo, para tirar as rãs de ti, e das suas casas, _que_ sómente fiquem no rio? 10 E elle disse: Ámanhã. E _Moysés_ disse: Seja conforme á tua palavra, para que saibas que ninguem _ha_ como o Senhor nosso [3] Deus. 11 E as rãs apartar-se-hão de ti, e das tuas casas, e dos teus servos, e do teu povo: sómente ficarão no rio. 12 Então saiu Moysés e Aarão de Pharaó: [4] e Moysés clamou ao Senhor por causa das rãs que tinha posto sobre Pharaó, 13 E o Senhor fez conforme á palavra de Moysés: e as rãs morreram nas casas, nos pateos, e nos campos, 14 E ajuntaram-as em montões, e a terra fedeu. 15 Vendo pois Pharaó que havia descanço, aggravou o seu coração, [5] e não os ouviu, como o Senhor tinha dito. _A praga dos piolhos._ 16 Disse mais o Senhor a Moysés: Dize a Aarão: Estende a tua vara, e fere o pó da terra, para que se torne em piolhos por toda a terra do Egypto. 17 E fizeram assim; porque Aarão estendeu a sua mão com a sua vara, e feriu o pó da terra, e havia muitos piolhos nos homens e no gado: todo o pó da terra se tornou em piolhos em toda a terra do Egypto. 18 E os magos fizeram tambem assim com os seus encantamentos para produzir piolhos, mas não poderam: e havia piolhos nos homens e no gado. 19 Então disseram os magos a Pharaó: Isto _é_ [6] o dedo de Deus. Porém o coração de Pharaó se endureceu, e não os ouvia, como o Senhor tinha dito. _A praga das moscas._ 20 Disse mais o Senhor a Moysés: Levanta-te pela manhã cedo, e põe-te diante de Pharaó; eis que elle sairá ás aguas, e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. 21 Porque se não deixares ir o meu povo, eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, e á tuas casas; e as casas dos egypcios se encherão d’estes enxames, e tambem a terra em que elles estiverem. 22 E n’aquelle dia eu separarei a terra de Goshen, [7] em que meu povo habita, que n’ella não haja enxames de moscas, para que saibas que eu _sou_ o Senhor no meio d’esta terra. 23 E porei [EI] separação entre o meu povo e o teu povo: ámanhã será este signal. 24 E o Senhor fez assim; e vieram grandes enxames de moscas á casa de Pharaó, e ás casas dos seus servos, e sobre toda a terra do Egypto: a terra foi corrompida d’estes enxames. 25 Então chamou Pharaó a Moysés e a Aarão, e disse: Ide, e sacrificae ao vosso Deus n’esta terra. 26 E Moysés disse: Não convem que façamos assim, porque sacrificariamos ao Senhor nosso Deus a abominação dos egypcios: [8] eis que se sacrificassemos a abominação dos egypcios perante os seus olhos, não nos apedrejariam elles? 27 Deixa-nos ir caminho de tres dias ao deserto, [9] para que sacrifiquemos ao Senhor nosso Deus, como elle nos dirá. 28 Então disse Pharaó: Deixar-vos-hei ir, para que sacrifiqueis ao Senhor vosso Deus no deserto; sómente que, indo, não vades longe; orae _tambem_ por [10] mim. 29 E Moysés disse: Eis que saio de ti, e orarei ao Senhor, que estes enxames de moscas se retirem ámanhã de Pharaó, dos seus servos, e do seu povo: sómente que Pharaó não mais _me_ engane, [11] não deixando ir a este povo para sacrificar ao Senhor. 30 Então saiu Moysés de Pharaó, e orou ao Senhor, 31 E fez o Senhor conforme á palavra de Moysés, e os enxames de moscas se retiraram de Pharaó, dos seus servos, e do seu povo: não ficou uma só. 32 Mas aggravou Pharaó ainda esta vez seu coração, [12] e não deixou ir o povo. [1] Psa. 78.45 e 105.30. [2] cap. 9.28 e 10.17. Num. 21.7. I Reis 13.6. Act. 8.24. [3] Psa. 86.8. Jer. 10.6, 7. [4] Deu. 34.10, 12. [5] cap. 7.14. Ecc. 8.11. cap. 7.4. [6] I Sam. 6.3, 9. [7] cap. 9.4, &c. e 10.23 e 11.6, 7 e 12.13. [8] Gen. 43.32 e 46.34. [9] cap. 3.18. [10] ver. 8. [11] Psa. 78.34, 37. Jer. 42.20, 21. [12] ver. 15. cap. 4.21. Rom. 2.5. _A praga da peste nos animaes._ 9 Depois o Senhor disse a Moysés: Entra a Pharaó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreos: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. 2 Porque se recusares de os deixar ir, e ainda por força os detiveres, 3 Eis que a mão do Senhor será sobre teu gado, que _está_ no campo, sobre os cavallos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre os bois, e sobre as ovelhas, com pestilencia gravissima. 4 E o Senhor fará separação entre o gado dos israelitas, e o gado dos egypcios, que nada morra de tudo o que fôr dos filhos d’Israel. 5 E o Senhor assignalou certo tempo, dizendo: Ámanhã fará o Senhor esta coisa na terra. 6 E o Senhor fez esta coisa no dia seguinte, [1] e todo o gado dos egypcios morreu: porém do gado dos filhos d’Israel não morreu nenhum. 7 E Pharaó enviou a _ver_, e eis que do gado d’Israel não morrera nenhum: porém o coração de Pharaó se aggravou, e não deixou ir o povo. 8 Então disse o Senhor a Moysés e a Aarão: Tomae vossos punhos cheios da cinza do forno, e Moysés a espalhe para o céu diante dos olhos de Pharaó; 9 E tornar-se-ha em pó miudo sobre toda a terra do [2] Egypto, e se tornará em sarna, que arrebente em ulceras nos homens e no gado, por toda a terra do Egypto. 10 E elles tomaram a cinza do forno, e pozeram-se diante de Pharaó, e Moysés a espalhou para o céu: e tornou-se em sarna, que arrebentava em ulceras nos homens e no gado; 11 De maneira que os magos não podiam parar diante de Moysés, por causa da sarna; porque havia sarna em os magos, e em todos os egypcios. 12 Porém o Senhor endureceu o coração de Pharaó, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito a [3] Moysés. _As ameaças de Deus._ 13 Então disse o Senhor a Moysés: Levanta-te pela manhã cedo, e põe-te diante de Pharaó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreos: Deixa ir o meu povo, para que me sirva; 14 Porque esta vez [4] enviarei todas as minhas pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, para que saibas que não _ha_ outro como Eu em toda a terra. 15 Porque agora tenho estendido minha mão, para te ferir a ti e ao teu povo com pestilencia, e para que sejas destruido da terra; 16 Mas devéras para isto te levantei, para mostrar minha potencia em ti, [5] e para que o meu nome seja annunciado em toda a terra. 17 Tu ainda te levantas contra o meu povo, para não os deixar ir? 18 Eis que ámanhã por este tempo farei chover saraiva mui grave, qual nunca houve no Egypto, desde o dia em que foi fundado até agora. 19 Agora pois envia, recolhe o teu gado, e tudo o que tens no campo; todo o homem e animal, que fôr achado no campo, e não fôr recolhido á casa, a saraiva cairá sobre elles, e morrerão. 20 Quem dos servos de Pharaó temia a palavra do Senhor, fez fugir os seus servos e o seu gado para as casas; 21 Mas aquelle que não tinha applicado a palavra do Senhor ao seu coração, deixou os seus servos e o seu gado no campo. _A praga da saraiva._ 22 Então disse o Senhor a Moysés: Estende a tua mão para o céu, e haverá saraiva em toda a terra do Egypto, sobre os homens e sobre o gado, e sobre toda a herva do campo na terra de Egypto. 23 E Moysés estendeu a sua vara para o céu, e o Senhor deu trovões e saraiva, [6] e fogo corria pela terra; e o Senhor fez chover saraiva sobre a terra do Egypto. 24 E havia saraiva, e fogo misturado entre a saraiva, mui grave, qual nunca houve em toda a terra do Egypto, desde que veiu a ser uma nação. 25 E a saraiva feriu, em toda a terra do Egypto, tudo quanto _havia_ no campo, desde os homens até aos animaes: tambem a saraiva feriu toda a herva do campo, e quebrou todas as arvores do campo. 26 Sómente na terra de Goshen, [7] onde _estavam_, os filhos de Israel, não havia saraiva. 27 Então Pharaó enviou para chamar a Moysés e a Aarão, e disse-lhes: Esta vez pequei; o Senhor é justo, mas eu e o meu povo [8] impios. 28 Orae ao Senhor (pois que basta) para que não haja mais trovões de Deus nem saraiva; e eu vos deixarei ir, e não ficareis mais _aqui_. 29 Então lhe disse Moysés: Em saindo da cidade estenderei minhas mãos ao Senhor: os trovões cessarão, e não haverá mais saraiva; [9] para que saibas que a terra é do Senhor. 30 Todavia, quanto a ti e aos teus servos, eu sei [10] que ainda não temereis diante do Senhor Deus. 31 E o linho e a cevada foram feridos, porque a cevada já _estava_ na espiga, e o linho na cana, 32 Mas o trigo e o centeio não foram feridos, porque _estavam_ cobertos. 33 Saiu pois Moysés de Pharaó, da cidade, e estendeu as suas mãos ao Senhor: e cessaram os trovões e a saraiva, e a chuva não caiu _mais_ sobre a terra. 34 Vendo Pharaó que cessou a chuva, e a saraiva, e os trovões, continuou em peccar: [11] e aggravou o seu coração, elle e os seus servos. 35 Assim o coração de Pharaó se endureceu, e não deixou ir os filhos de Israel, como o Senhor tinha dito por Moysés. [1] Psa. 78.50. [2] Deu. 28.27. Job 2.7. Apo. 16.2. [3] cap. 4.21. [4] I Sam. 4.8. [5] Pro. 16.4. Rom. 9.17. I Ped. 2.8. [6] Jos. 10.11. Job 38.22, 23. Psa. 18.13 e 78.47 e 105.32. Isa. 30.30. Eze. 38.22. Apo. 8.7. [7] cap. 8.22. [8] II Chr. 12.6. [9] Psa. 24.1. I Chr. 10.26. [10] Isa. 26.10. [11] II Chr. 36.13. Rom. 2.4, 5. _Deus ameaça Pharaó com a praga dos gafanhotos._ 10 Depois disse o Senhor a Moysés: Entra a Pharaó, porque tenho aggravado o seu coração, [1] e o coração de seus servos, para fazer estes meus signaes no meio d’elle, 2 E para que contes aos ouvidos de teus filhos, [2] e dos filhos de teus filhos, as coisas que obrei no Egypto, e os meus signaes, que tenho feito entre elles: para que saibaes que eu _sou_ o Senhor. 3 Assim foram Moysés e Aarão a Pharaó, e disseram-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreos: [3] Até quando recusas humilhar-te diante de mim? deixa ir o meu povo, para que me sirva; 4 Porque se _ainda_ recusares deixar ir o meu povo, [4] eis que trarei ámanhã gafanhotos aos teus termos, 5 E cobrirão a face da terra, que a terra não se poderá ver; e elles comerão o resto do que escapou, o que vos ficou da saraiva: [5] tambem comerão toda a arvore que vos cresce no campo; 6 E encherão as tuas casas, e as casas de todos os teus servos, e as casas de todos os egypcios, quaes nunca viram teus paes, nem os paes de teus paes, desde o dia, era que elles foram sobre a terra até ao dia de hoje. E virou-se, e saiu da presença de Pharaó. 7 E os servos de Pharaó disseram-lhe: Até quando este nos ha de ser por laço? [6] deixa ir os homens, para que sirvam ao Senhor seu Deus: ainda não sabes que o Egypto está destruido? 8 Então Moysés e Aarão foram levados outra vez a Pharaó, e _elle_ disse-lhes: Ide, servi ao Senhor vosso Deus. Quaes são os que hão de ir? 9 E Moysés disse: Havemos de ir com os nossos meninos, e com os nossos velhos; com os nossos filhos, e com as nossas filhas, com as nossas ovelhas, e com os nossos bois havemos de ir; porque festa do Senhor temos. 10 Então elle lhes disse: Seja o Senhor assim comvosco, como eu vos deixarei ir a vós e a vossos filhos: olhae que ha mal diante da vossa face. 11 Não _será_ assim: andae agora vós, varões, e servi ao Senhor; pois isso é o que pedistes. E os empuxaram da face de Pharaó. _A praga dos gafanhotos._ 12 Então disse o Senhor a Moysés: Estende a tua mão sobre a terra do Egypto pelos gafanhotos, para que venham sobre a terra do Egypto, e comam toda a herva da terra, tudo o que deixou a saraiva. 13 Então estendeu Moysés sua vara sobre a terra do Egypto, e o Senhor trouxe sobre a terra um vento oriental todo aquelle dia e toda aquella noite: e aconteceu que pela manhã o vento oriental trouxe os gafanhotos. 14 E vieram [7] os gafanhotos sobre toda a terra do Egypto, e assentaram-se sobre todos os termos do Egypto; mui graves _foram_; antes d’estes nunca houve taes gafanhotos, nem depois d’elles virão outros taes. 15 Porque cobriram a face de toda a terra, de modo que a terra se escureceu; e comeram toda a herva da terra, e todo o fructo das arvores, que deixara a saraiva; e não ficou alguma verdura nas arvores, nem na herva do campo, em toda a terra do Egypto. 16 Então Pharaó se apressou a chamar a Moysés e a Aarão, e disse: Pequei contra o Senhor vosso Deus, [8] e contra vós. 17 Agora, pois, peço-vos que perdoeis o meu peccado sómente d’esta vez, e que oreis ao Senhor vosso Deus que tire de mim sómente esta [9] morte. 18 E saiu da presença de Pharaó, e orou ao Senhor. 19 Então o Senhor trouxe um vento occidental fortissimo, o qual levantou os gafanhotos e os lançou no Mar Vermelho; nem ainda um gafanhoto ficou em todos os termos do Egypto. 20 O Senhor, porém, endureceu o coração de Pharaó, [10] e não deixou ir os filhos de Israel. _A praga das trevas._ 21 Então disse o Senhor a Moysés: Estende a tua mão para o céu, e virão trevas sobre a terra do Egypto, trevas que se apalpem. 22 E Moysés estendeu a sua mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egypto por tres dias. 23 Não viu um ao outro, e ninguem se levantou do seu logar por tres dias; mas todos os filhos de Israel tinham luz em suas [11] habitações. 24 Então Pharaó chamou a Moysés, e disse: Ide, servi ao Senhor: sómente fiquem vossas ovelhas e vossas vaccas: vão tambem comvosco as vossas creanças. 25 Moysés, porém, disse: Tu tambem darás em nossas mãos sacrificios e holocaustos, que offereçamos ao Senhor nosso Deus. 26 E tambem o nosso gado ha de ir comnosco, nem uma unha ficará; porque d’aquelle havemos de tomar, para servir ao Senhor nosso Deus: porque não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que cheguemos lá. 27 O Senhor, porém, endureceu [12] o coração de Pharaó, e não os quiz deixar ir. 28 E disse-lhe Pharaó: Vae-te de mim, guarda-te que não mais vejas o meu rosto: porque no dia em que vires o meu rosto, morrerás. 29 E disse Moysés: Bem disseste; [13] eu nunca mais verei o teu rosto. [1] cap. 7.13, 14. [2] Deu. 4.9. Psa. 44.1 e 78.5. [3] I Reis 21.29. II Chr. 7.14 e 33.12, 19. Job 42.6. Thi. 4.10. [4] Pro. 30.27. [5] cap. 9.32. [6] Jos. 23.13. [7] Psa. 78.46 e 105.34. [8] cap. 9.27. [9] I Reis 13.6. [10] cap. 4.21. [11] cap. 8.22 e 9.4, 26 e 12.13. [12] ver. 1, 20. cap. 14.4, 8. [13] Heb. 11.27. _Deus annuncia a Moysés a morte de todos os primogenitos._ 11 E o senhor dissera a Moysés: Ainda uma praga trarei sobre Pharaó e sobre o Egypto: depois vos deixarei ir d’aqui: e, quando _vos_ deixar ir totalmente, a toda a pressa [1] vos lançará d’aqui. 2 Falla agora aos ouvidos do povo, que cada varão peça ao seu visinho, e cada mulher á sua visinha, [EJ] vasos de prata e vasos de oiro. 3 E o Senhor deu graça ao povo aos olhos dos egypcios; [2] tambem o varão Moysés _era_ mui grande na terra do Egypto, aos olhos dos servos de Pharaó, e aos olhos do povo. 4 Disse mais Moysés: Assim o Senhor tem dito: [3] Á meia noite eu sairei pelo meio do Egypto; 5 E todo o primogenito na terra do Egypto morrerá, [4] desde o primogenito de Pharaó, que houvera de assentar-se sobre o seu throno, até ao primogenito da serva que _está_ detraz da mó, e todo o primogenito dos animaes. 6 E haverá grande clamor [5] em toda a terra do Egypto, qual nunca houve similhante e nunca haverá; 7 Mas entre todos os filhos de Israel nem ainda um cão moverá a sua lingua, desde os homens até aos animaes, [6] para que saibaes que o Senhor fez differença entre os egypcios e os israelitas. 8 Então todos estes teus servos [7] descerão a mim, e se inclinarão diante de mim, dizendo: Sae tu, e todo o povo que te segue as pisadas; e depois eu sairei. E saiu de Pharaó em ardor de ira. 9 O Senhor dissera a Moysés: Pharaó vos não ouvirá, para que as minhas maravilhas se multipliquem na terra do [8] Egypto. 10 E Moysés e Aarão fizeram todas estas maravilhas diante de Pharaó; mas o Senhor endureceu o coração de Pharaó, [9] que não deixou ir os filhos de Israel da sua terra. [1] cap. 12.31, 39. [2] cap. 12.36. [3] cap. 12.29. Job 34.20. [4] cap. 4.23. [5] cap. 12.30. [6] Jos. 10.21. cap. 8.22. [7] cap. 12.31, 33. [8] cap. 7.3. [9] cap. 10.20, 27. _A instituição da primeira paschoa._ 12 E fallou o Senhor a Moysés e a Aarão na terra do Egypto, dizendo: 2 Este mesmo mez [1] vos _será_ o principio dos mezes: este vos _será_ o primeiro dos mezes do anno. 3 Fallae a toda a congregação d’Israel, dizendo: Aos dez d’este mez tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos paes, um cordeiro para cada casa. 4 Mas se a casa fôr pequena para um cordeiro, então elle tome a seu visinho perto de sua casa, conforme ao numero das almas: cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. 5 O cordeiro, _ou cabrito_, será sem macula, um macho [2] de um anno, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras, 6 E o guardareis até ao decimo quarto dia d’este mez [3], e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará á [EK] tarde. 7 E tomarão do sangue, e pol-o-hão em ambas as umbreiras, e na lumieira da porta, nas casas em que o comerão. 8 E n’aquella noite comerão a carne assada no fogo, [4] com pães asmos; com _hervas_ amargosas a comerão. 9 Não comereis d’elle crú, nem cozido em agua, senão assado ao fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. 10 E nada d’elle deixareis até ámanhã: [5] mas o que d’elle ficar até ámanhã, queimareis no fogo. 11 Assim pois o comereis: os vossos lombos cingidos, [6] os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão: e o comereis apressadamente: esta _é_ a paschoa do Senhor. 12 E eu passarei pela terra do Egypto esta noite, e ferirei todo o primogenito na terra do Egypto, desde os homens até aos animaes; [7] e em todos os deuses do Egypto farei juizos, Eu sou o Senhor. 13 E aquelle sangue vos será por signal nas casas em que _estiverdes_; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egypto. 14 E este dia vos será por memoria, [8] e celebral-o-heis por festa ao Senhor: nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpetuo. 15 Sete dias comereis [9] pães asmos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer _pão_ levedado, desde o primeiro até ao setimo dia, aquella alma será cortada d’Israel. 16 E ao primeiro dia _haverá_ sancta convocação; tambem ao setimo dia tereis sancta convocação: [10] nenhuma obra se fará n’elles, senão o que cada alma houver de comer; isso sómente apromptareis para vós. 17 Guardae pois a _festa_ dos pães asmos, porque n’aquelle mesmo dia tirei vossos exercitos da terra do Egypto: pelo que guardareis a este dia nas vossas gerações por estatuto perpetuo. 18 No primeiro _mez_, aos quatorze dias do mez, á tarde, comereis pães asmos até vinte e um do mez á tarde. 19 Por sete dias não se ache nenhum fermento nas vossas casas: [11] porque qualquer que comer _pão_ levedado, aquella alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. 20 Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães asmos. 21 Chamou pois Moysés a todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Escolhei e tomae vós cordeiros para vossas familias, e sacrificae a [12] paschoa. 22 Então tomae um mólho de hyssopo, e molhae-o no sangue que estiver na bacia, e mettei na lumieira da porta, e em ambas as umbreiras, do sangue que _estiver_ na bacia, [13] porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até á manhã. 23 Porque o Senhor passará para ferir aos egypcios, porém quando vir o sangue na lumieira da porta, e em ambas as umbreiras, o Senhor passará aquella [14] porta, e não deixará ao destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir. 24 Portanto guardae isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre. 25 E acontecerá que, quando entrardes na terra que o Senhor vos dará, como tem dito, guardareis este culto. 26 E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto _é_ este [15] vosso? 27 Então direis: Este _é_ o sacrificio da paschoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos d’Israel no Egypto, quando feriu aos egypcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e [16] adorou. 28 E foram os filhos d’Israel, e fizeram _isso_; como o Senhor ordenara a Moysés e a Aarão, assim fizeram. _A morte dos primogenitos._ 29 E aconteceu, á meia noite, que o Senhor feriu a todos os primogenitos na terra do Egypto, [17] desde o primogenito de Pharaó, que se sentava em seu throno, até ao primogenito do captivo que _estava_ no carcere, e todos os primogenitos dos animaes. 30 E Pharaó levantou-se de noite, elle e todos os seus servos, e todos os egypcios; e havia grande clamor no Egypto, [18] porque não _havia_ casa em que não _houvesse_ um morto. 31 Então chamou a Moysés e a Aarão de noite, e disse: Levantae-vos, sahi do meio do meu povo, tanto vós como os filhos d’Israel: e ide, servi ao Senhor, como tendes dito. 32 Levae tambem comvosco vossas ovelhas e vossas vaccas, como tendes dito; e ide, e abençoae-me tambem a mim. 33 E os egypcios apertavam [19] ao povo, apressando-se para lançal-os da terra; porque diziam: Todos _somos_ mortos. 34 E o povo tomou a sua massa, antes que levedasse, as suas amassadeiras atadas em seus vestidos, sobre seus hombros. 35 Fizeram pois os filhos de Israel conforme á palavra de Moysés, e pediram aos egypcios [EL] vasos de prata, e vasos de oiro, e [20] vestidos. 36 E o Senhor deu graça ao povo em os olhos dos egypcios, e [EM] emprestavam-lhes; e elles despojavam [21] aos egypcios. _A saida dos israelitas do Egypto._ 37 Assim partiram os filhos de Israel de Rameses [22] para Succoth, coisa de seiscentos mil de pé, sómente de varões, sem contar os meninos. 38 E subiu tambem com elles muita mistura [23] de gente, e ovelhas, e vaccas, uma grande multidão de gado. 39 E cozeram bolos asmos da massa que levaram do Egypto, porque não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egypto; e não se poderam deter, nem ainda se prepararam comida. 40 _O tempo_ que os filhos de Israel habitaram no Egypto [24] _foi de_ quatrocentos e trinta annos. 41 E aconteceu, passados os quatrocentos e trinta annos, n’aquelle mesmo dia succedeu que todos os exercitos do Senhor sairam da terra do Egypto. 42 Esta noite se guardará ao Senhor, porque _n’ella_ os tirou da terra do Egypto: esta _é_ a noite do Senhor, que devem guardar todos os filhos de Israel [25] nas suas gerações. 43 Disse mais o Senhor a Moysés e a Aarão: Esta _é_ a ordenança da paschoa; nenhum filho do estrangeiro comerá [26] d’ella. 44 Porém todo o servo de qualquer, comprado por dinheiro, depois que o houveres circumcidado, [27] então comerá d’ella. 45 O estrangeiro e o assalariado não comerão [28] d’ella. 46 N’uma casa se comerá; não levarás d’aquella carne fóra da casa, nem d’ella quebrareis [29] osso. 47 Toda a congregação de Israel o fará. 48 Porém se algum estrangeiro se hospedar comtigo, e quizer celebrar a paschoa ao Senhor, seja-lhe circumcidado todo o macho, e então chegará a celebral-a, e será como o natural da terra; mas nenhum incircumciso comerá d’ella. 49 Uma mesma lei haja para o natural, e para o estrangeiro que peregrinar entre [30] vós. 50 E todos os filhos de Israel o fizeram: como o Senhor ordenara a Moysés e a Aarão, assim fizeram. 51 E aconteceu n’aquelle mesmo dia [31] que o Senhor tirou os filhos de Israel da terra do Egypto, segundo os seus exercitos. [1] cap. 13.4 e 34.18. [2] Lev. 22.19, 21. Deu. 17.1. Mal. 1.8, 14. I Ped. 1.19. [3] Lev. 23.5. Num. 9.3 e 28.16. Deu. 16.1, 6. [4] cap. 34.25. Deu. 16.3. I Cor. 5.8. [5] cap. 23.18. [6] Luc. 12.35. Eph. 6.14. Eph. 6.15. [7] Num. 33.4. [8] Lev. 23.4, 5. [9] cap. 13.6. [10] Num. 29.12. [11] cap. 23.15 e 34.18. [12] Jos. 5.10. II Reis 23.21. Esd. 6.20. Mat. 26.18. [13] Heb. 11.28. [14] II Sam. 24.16. Eze. 9.4, 6. Apo. 7.3 e 9.4. [15] cap. 13.8, 14. Jos. 4.6. Psa. 78.6. [16] cap. 4.31. [17] Num. 3.13 e 33.4. Psa. 78.51 e 105.36 e 135.8 e 136.10. Heb. 11.28. [18] cap. 11.6. [19] Psa. 105.38. [20] cap. 11.2. [21] cap. 3.21. [22] Num. 33.3, 5. Num. 1.46 e 11.21. [23] Num. 11.4. [24] Gen. 15.13. Act. 7.6. Gal. 3.17. [25] Deu. 16.1, 6. [26] Eph. 2.19. [27] Phi. 3.3. [28] Lev. 22.10. Eph. 2.12. [29] Num. 9.12. João 19.36. [30] Num. 9.14. Gal. 3.28. Col. 3.11. [31] ver. 41. cap. 6.26. _Os primogenitos são sanctificados a Deus._ 13 Então fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Sanctifica-me todo o primogenito, [1] o que abrir toda a madre entre os filhos de Israel, de homens e de animaes: _porque_ meu é. 3 E Moysés disse ao povo: Lembrae-vos d’este mesmo dia, [2] em que saistes do Egypto, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou d’aqui: portanto não comereis pão levedado. 4 Hoje, no mez de Abib, vós [3] sahis. 5 E acontecerá que, quando o Senhor te houver mettido na terra dos cananeos, e dos hetheos, e dos amorrheos, e dos heveos, e dos jebuzeos, a qual jurou a teus paes que t’a daria, [4] terra que mana leite e mel, guardarás este culto n’este mez. 6 Sete dias comerãs pães asmos; [5] e ao setimo dia _haverá_ festa ao Senhor. 7 Sete dias se comerão pães asmos, e o levedado não se verá comtigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos. 8 E n’aquelle mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: [6] _Isto é_ pelo que o Senhor me tem feito, quando eu sahi do Egypto. 9 E te será por signal sobre tua mão, [7] e por lembrança entre teus olhos; para que a lei do Senhor esteja em tua bocca: porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egypto. 10 Portanto tu guardarás este estatuto a seu tempo, de anno em anno. 11 Tambem acontecerá que, quando o Senhor te houver mettido na terra dos cananeos, como jurou a ti e a teus paes, quando t’a houver dado, 12 Farás passar ao Senhor tudo o que abrir a madre, e tudo o que abrir a _madre_ do fructo dos animaes que terás: os machos _serão_ do Senhor. 13 Porém tudo o que abrir a _madre_ da jumenta, resgatarás com [EN] cordeiro; e se o não resgatares cortar-lhe-has a cabeça: mas todo o primogenito do homem entre teus filhos resgatarás. 14 Se acontecer que teu filho no tempo futuro te pergunte, [8] dizendo: Que _é_ isto? dir-lhe-has: O Senhor nos tirou com mão forte do Egypto, da casa da servidão. 15 Porque succedeu que, endurecendo-se Pharaó, para não nos deixar ir, o Senhor matou todos os primogenitos na terra do Egypto, do primogenito do homem até ao primogenito dos animaes: por isso eu sacrifico ao Senhor os machos de tudo que abre a madre; porém a todo o primogenito de meus filhos eu resgato. 16 E será por signal sobre tua mão, e por frontaes entre os teus olhos; porque o Senhor nos tirou do Egypto com mão [9] forte. _Deus guia o povo pelo caminho._ 17 E aconteceu, que quando Pharaó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos philisteos, que _estava mais_ perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e se tornem ao [10] Egypto. 18 Mas Deus [11] fez rodear o povo pelo caminho no deserto do Mar Vermelho: e subiram os filhos de Israel da terra do Egypto armados. 19 E tomou Moysés os ossos de José comsigo, porquanto havia este estreitamente ajuramentado aos filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará; fazei pois subir d’aqui [12] os meus ossos comvosco. 20 Assim se partiram de Succoth, e acamparam-se em Etham, á entrada [13] do deserto. 21 E o Senhor ia adiante d’elles, [14] de dia n’uma columna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite n’uma columna de fogo, para os allumiar, para que caminhassem de dia e de noite. 22 Nunca tirou de diante da face do povo a columna de nuvem, de dia, nem a columna de fogo, de noite. [1] cap. 22.29 e 34.19. Num. 3.13. Deu. 15.19. Luc. 2.23. [2] cap. 12.42. [3] cap. 23.15. [4] Gen. 17.8 e 22.16. [5] cap. 12.15. [6] cap. 12.26. ver. 4. [7] ver. 16. Deu. 6.8 e 11.18. Pro. 6.21. Can. 8.6. [8] Deu. 6.20. Jos. 4.6, 21. [9] Deu. 26.8. [10] cap. 14.11, 12. Num. 14.1, 4. [11] Deu. 32.10. [12] Gen. 50.25. Jos. 24.32. Act. 7.16. [13] Num. 33.6. [14] Num. 9.15, 23 e 10.34 e 14.14. Deu. 1.33. Neh. 9.12, 19. Psa. 78.14 e 99.7 e 105.39. Isa. 4.5. I Cor. 10.2. _Deus annuncia a ruina dos egypcios._ 14 Então fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla aos filhos de Israel que tornem, e que se acampem diante de Pi-hahiroth, [1] entre Migdol e o mar, diante de Baal-zephon: em frente d’elle assentareis o campo junto ao mar. 3 Então Pharaó dirá dos filhos de Israel: Estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou. 4 E eu endurecerei [2] o coração de Pharaó, para que os persiga, e serei glorificado em Pharaó em todo o seu exercito, e saberão os egypcios que eu sou o Senhor. E elles fizeram assim. 5 Sendo pois annunciado ao rei do Egypto que o povo fugia, mudou-se o coração de Pharaó e dos seus servos contra o povo, e disseram: Porque fizemos isso, havendo deixado ir a Israel, que nos não sirva? 6 E apromptou o seu carro, e tomou comsigo o seu povo; 7 E tomou seiscentos carros escolhidos, [3] e todos os carros do Egypto, e os capitães sobre elles todos. 8 Porque o Senhor endureceu o coração de Pharaó, rei do Egypto, que perseguisse aos filhos de Israel: [4] porém os filhos de Israel sairam com alta mão. 9 E os egypcios perseguiram-n’os, todos os cavallos e carros de Pharaó, e os seus cavalleiros, e o seu exercito, e alcançaram-n’os acampados junto ao mar, perto de Pi-hahiroth, diante de Baal-zephon. 10 E, chegando Pharaó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egypcios vinham atraz d’elles, e temeram muito; então os filhos de Israel clamaram [5] ao Senhor. 11 E disseram a Moysés: Não havia sepulchros no Egypto, que nos tiraste _de lá_, para que morramos n’este deserto? porque nos fizeste isto, que nos tens tirado do Egypto? 12 Não _é_ esta a palavra que te temos fallado no Egypto, [6] dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egypcios? pois que melhor nos _fôra_ servir aos egypcios, do que morrermos no deserto. 13 Moysés, porém, disse ao povo: Não temaes; [7] estae quietos, e vêde o livramento do Senhor, que hoje vos fará: porque aos egypcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre: 14 O Senhor pelejará [8] por vós, e vos calareis. _A passagem pelo meio do mar._ 15 Então disse o Senhor a Moysés: Porque clamas a mim? dize aos filhos de Israel que marchem. 16 E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em secco. 17 E eu, eis que endurecerei o coração dos egypcios, para que entrem n’elle atraz d’elles; e eu serei glorificado em Pharaó, e em todo o seu exercito, nos seus carros e nos seus cavalleiros, 18 E os egypcios saberão que eu _sou_ o Senhor, quando fôr glorificado em Pharaó, nos seus carros e nos seus cavalleiros. 19 E o anjo de Deus, [9] que ia diante do exercito d’Israel, se retirou, e ia detraz d’elles: tambem a columna de nuvem se retirou de diante d’elles, e se poz atraz d’elles, 20 E ia entre o campo dos egypcios e o campo d’Israel: e a nuvem era escuridade _para aquelles, e para estes_ esclarecia a noite: de maneira que em toda a noite não chegou um ao outro. 21 Então Moysés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquella noite; e o mar tornou-se em secco, e as aguas [10] foram partidas. 22 E os filhos d’Israel entraram pelo meio do mar em secco: [11] e as aguas _foram_-lhes como muro á sua direita e á sua esquerda. 23 E os egypcios seguiram-n’os, e entraram atraz d’elles todos os cavallos de Pharaó, os seus carros e os seus cavalleiros, até ao meio do mar. 24 E aconteceu que, na vigilia d’aquella manhã, o Senhor, na columna do fogo e da nuvem, viu o campo dos egypcios: e alvorotou o campo dos egypcios, 25 E tirou-lhes as rodas dos seus carros, e fel-os andar difficultosamente. Então disseram os egypcios: Fujamos da face d’Israel, porque o Senhor por elles peleja contra os egypcios. 26 E disse o Senhor a Moysés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as aguas tornem sobre os egypcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavalleiros. _Os egypcios perecem no mar._ 27 Então Moysés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar tornou-se em sua força ao amanhecer, e os egypcios fugiram ao seu encontro: e o Senhor derribou os egypcios no meio do mar, 28 Porque as aguas, tornando, cobriram os carros e os cavalleiros de todo o exercito de Pharaó, que os haviam seguido no mar: nem ainda um d’elles ficou. 29 Mas os filhos d’Israel foram pelo meio do mar secco: e as aguas foram-lhes como muro á sua mão direita e á sua esquerda. 30 Assim o Senhor salvou Israel n’aquelle dia da mão dos egypcios: e Israel viu os egypcios mortos na praia do mar. 31 E viu Israel a grande mão que o Senhor mostrara aos egypcios; e temeu o povo ao Senhor, e [12] creram no Senhor e em Moysés, seu servo. [1] Num. 33.7. [2] cap. 4.21. [3] cap. 15.4. [4] Num. 33.3. Deu. 26.8. [5] Jos. 24.7. Neh. 9.9. [6] cap. 5.21 e 6.9. [7] Deu. 20.3. II Reis 6.16. II Chr. 20.15, 17. Psa. 27.1, 2 e 46.1, 3. Isa. 41.10, 14. [8] Deu. 1.30 e 20.4. Jos. 23.3, 10. Isa. 30.15. [9] Num. 20.16. Isa. 63.9. [10] Jos. 4.23. Psa. 66.6. [11] I Cor. 10.1. Heb. 11.29. [12] cap. 19.9. João 2.11. _O cantico de Moysés._ 15 Então cantou Moysés e os filhos d’Israel este cantico ao Senhor, e fallaram, dizendo: Cantarei ao Senhor, porque summamente se exaltou: lançou no mar o cavallo e o seu cavalleiro. 2 O Senhor _é_ a minha força, e o _meu_ cantico; [1] elle me foi por salvação; este _é_ o meu Deus, [EO] portanto lhe farei uma habitação; elle _é_ o Deus de meu pae, por isso o exaltarei. 3 O Senhor _é_ varão de guerra: [2] o Senhor _é_ o seu nome. 4 Lançou no mar os carros de Pharaó e o seu exercito; e os seus escolhidos principes afogaram-se no Mar Vermelho. 5 Os abysmos os cobriram: desceram ás profundezas [3] como pedra. 6 A tua dextra, ó Senhor, se tem glorificado em potencia: a tua dextra, ó Senhor, tem despedaçado o inimigo; 7 E com a grandeza da tua excellencia derribaste aos _que_ se levantaram contra ti: enviaste o teu furor, que os consumiu [4] como o rastolho. 8 E com o sopro [5] dos teus narizes amontoaram-se as aguas, as correntes pararam-se como montão: os abysmos coalharam-se no coração do mar. 9 O inimigo dizia: Perseguirei, alcançarei, repartirei os despojos: fartar-se-ha [EP] a minha alma d’elles, arrancarei a minha espada, a minha mão os destruirá, 10 Sopraste com o teu vento, o mar os cobriu: afundaram-se como chumbo em vehementes aguas. 11 Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? quem é como tu [EQ] glorificado em sanctidade, terrivel em louvores, obrando maravilhas? 12 Estendeste a tua mão direita: a terra os tragou. 13 Tu, com a tua beneficencia, [6] guiaste a este povo, _que_ salvaste: com a tua força o levaste á habitação da tua sanctidade. 14 Os povos o ouvirão, [7] elles estremecerão: apoderar-se-ha uma dôr dos habitantes da Palestina. 15 Então os principes de Edom se pasmarão, dos poderosos dos moabitas apoderar-se-ha um tremor, derreter-se-hão [8] todos os habitantes de Canaan. 16 Espanto e pavor [9] cairá sobre elles: pela grandeza do teu braço emmudecerão como pedra; até que o teu povo haja passado, ó Senhor, até que passe este povo [10] _que_ adquiriste. 17 _Tu_ os introduzirás, [11] e os plantarás no monte da tua herança, _no_ logar _que tu_, ó Senhor, apparelhaste para a tua habitação, _o_ sanctuario, ó Senhor, _que_ as tuas mãos estabeleceram. 18 O Senhor reinará [12] eterna e perpetuamente; 19 Porque os cavallos de Pharaó, com os seus carros e com os seus cavalleiros, entraram no mar, e o Senhor fez tornar as aguas do mar sobre elles; mas os filhos d’Israel passaram em secco pelo meio do mar. _A dança de Miriam e das mulheres._ 20 Então Miriam, a prophetiza, a irmã d’Aarão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres sairam atraz d’ella com tamboris e com danças. 21 E Miriam lhes respondia: Cantae ao Senhor, porque summamente se exaltou, e lançou no mar o cavallo com o seu cavalleiro. 22 Depois fez Moysés partir os israelitas do Mar Vermelho, [13] e sairam ao deserto de Sur: e andaram tres dias no deserto, e não acharam aguas. _As aguas amargas tornam-se doces._ 23 Então chegaram a [ER] Marah; [14] mas não poderam beber as aguas de Marah, porque eram amargas: por isso chamou-se o seu nome Marah. 24 E o povo murmurou contra Moysés, dizendo: Que havemos de beber? 25 E _elle_ clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe um lenho que lançou nas aguas, e as aguas se tornaram doces: [15] ali lhes deu estatutos e uma ordenação, e ali os provou. 26 E disse: Se ouvires attento a voz do Senhor teu Deus, e obrares o _que é_ recto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, [16] e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que puz sobre o Egypto; porque eu _sou_ o Senhor [17] que te sara. 27 Então vieram [18] a Elim, e _havia_ ali doze fontes d’agua e setenta palmeiras: e ali se acamparam junto das aguas. [1] Psa. 118.14. Isa. 12.2. [2] Psa. 24.8 e 45.3. Apo. 19.11. [3] Neh. 9.11. Psa. 118.15, 16. [4] Isa. 5.24 e 47.14. [5] II Sam. 22.16. Job 4.9. [6] Isa. 63.13. [7] Num. 14.14. Jos. 2.10. [8] Jos. 5.1. [9] Deu. 2.25 e 11.25. [10] Psa. 74.2. [11] Psa. 44.2, 3. Psa. 78.54. [12] Psa. 146.10. Dan. 4.3 e 7.27. [13] Gen. 16.7. [14] Num. 33.8. [15] II Reis 2.21 e 4.41. [16] cap. 23.25. [17] Psa. 103.3. [18] Num. 33.9. _Deus manda o manná._ 16 E partidos de Elim, [1] toda a congregação dos filhos d’Israel veiu ao deserto de Sin, que _está_ entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mez segundo, depois que sairam da terra do Egypto. 2 E toda a congregação dos filhos d’Israel [2] murmurou contra Moysés e contra Aarão no deserto. 3 E os filhos d’Israel disseram-lhes: Quem déra que nós morressemos por mão do Senhor na terra do Egypto, quando estavamos sentados ás panellas da carne, quando comiamos pão até fartar! [3] porque nos tendes tirado a este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão. 4 Então disse o Senhor a Moysés: Eis que vos choverei pão dos céus, [4] e o povo sairá, e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não. 5 E acontecerá, ao sexto dia, que apparelhem o que colheram: e será dobrado [5] do que colhem cada dia. 6 Então disse Moysés, e Aarão a todos os filhos d’Israel: A tarde sabereis que o Senhor vos tirou da terra do Egypto, 7 E ámanhã vereis a gloria do Senhor, porquanto ouviu as vossas murmurações contra o Senhor: porque quem _somos_ nós, que murmureis contra nós? 8 Disse mais Moysés: _Isso será_ quando o Senhor á tarde vos der carne para comer, e pela manhã pão a fartar, porquanto o Senhor ouviu as vossas murmurações, com que murmuraes contra elle: porque, quem _somos_ nós? As vossas murmurações não _são_ contra nós, mas sim [6] contra o Senhor. 9 Depois disse Moysés a Aarão: Dize a toda a congregação dos filhos d’Israel: Chegae-vos para diante do Senhor, porque ouviu as vossas murmurações. 10 E aconteceu que, quando fallou Aarão a toda a congregação dos filhos d’Israel, e elles se viraram para o deserto, eis que a gloria do Senhor [7] appareceu na nuvem. _Deus manda carne._ 11 E o Senhor fallou a Moysés, dizendo: 12 Tenho [8] ouvido as murmurações dos filhos de Israel; falla-lhes, dizendo: Entre as duas tardes comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão: e sabereis que eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 13 E aconteceu que á tarde subiram codornizes, [9] e cobriram o arraial: e pela manhã jazia o orvalho ao redor do arraial, 14 E, alçando-se o orvalho caido, eis que sobre a face do deserto _estava_ uma coisa miuda, redonda, miuda como a geada sobre a terra. 15 E, vendo-a os filhos d’Israel, disseram uns aos outros: [ES] Que _é_ isto; porque não sabiam o que _era_. Disse-lhes pois Moysés: Este _é_ o pão que o Senhor vos deu para comer. 16 Esta _é_ a palavra que o Senhor tem mandado: Colhei d’elle cada um conforme ao que pode comer, um gomer por cada cabeça, _segundo_ o numero das vossas almas; cada um tomará para os que _se acharem_ na sua tenda. 17 E os filhos d’Israel fizeram assim; e colheram, uns mais e outros menos. 18 Porém, medindo-o com o gomer, não sobejava ao que colhera muito, nem faltava [10] ao que colhera pouco; cada um colheu tanto quanto podia comer. 19 E disse-lhes Moysés: Ninguem d’elle deixe para [11] ámanhã. 20 Elles, porém, não deram ouvidos a Moysés, antes alguns d’elles deixaram d’elle para a manhã; e aquelle criou bichos, e fedeu; por isso indignou-se Moysés contra elles. 21 Elles pois o colhiam cada manhã, cada um conforme ao que podia comer; porque, aquentando o sol, derretia-se. 22 E aconteceu _que_ ao sexto dia colheram pão em dobro, dois gomeres para cada um: e todos os principes da congregação vieram, e contaram-_n’o_ a Moysés. 23 E _elle_ disse-lhes: Isto _é_ o que o Senhor tem [12] dito: Amanhã _é_ repouso, do sancto sabbado do Senhor: o que quizerdes cozer no forno, cozei-o, e o que quizerdes cozer em agua, cozei-o em agua; e tudo o que sobejar, para vós ponde em guarda até ámanhã. 24 E guardaram-n’o até ámanhã, como Moysés tinha ordenado: e não fedeu, nem n’elle houve _algum_ [13] bicho. 25 Então disse Moysés: Comei-o hoje, porquanto hoje é o sabbado do Senhor: hoje não o achareis no campo. 26 Seis dias o colhereis, mas o setimo dia _é_ o sabbado; n’aquelle não haverá. 27 E aconteceu ao setimo dia, que _alguns_ do povo sairam para colher, mas não o acharam. 28 Então disse o Senhor a Moysés: Até quando recusareis de guardar os meus mandamentos [14] e as minhas leis? 29 Vêde, porquanto o Senhor vos deu o sabbado, portanto elle no sexto dia vos dá pão para dois dias; cada um fique no seu logar, que ninguem saia do seu logar no setimo dia. 30 Assim repousou o povo no setimo dia. 31 E chamou a casa de Israel o seu nome manná; [15] e era como semente de coentro branco, e o seu sabor como bolos de mel. 32 E disse Moysés: Esta _é_ a palavra que o Senhor tem mandado: Encherás um gomer d’elle em guarda para as vossas gerações, para que vejam o pão que vos tenho dado a comer n’este deserto, quando eu vos tirei da terra do Egypto. 33 Disse tambem Moysés a Aarão: Toma um vaso, [16] e mette n’elle um gomer cheio de manná, e pôe-o diante do Senhor, em guarda para as vossas gerações. 34 Como o Senhor tinha ordenado a Moysés, assim Aarão o poz diante do testemunho em [17] guarda. 35 E comeram os filhos d’Israel manná quarenta annos, [18] até que entraram em terra habitada: comeram manná até que chegaram aos termos da terra de [19] Canaan. 36 E um [20] gomer é a decima _parte_ do epha. [1] Num. 33.10. [2] cap. 15.24. [3] Num. 11.4, 5. [4] Psa. 78.24. João 6.31, 32. I Cor. 10.3. Deu. 8.16. [5] ver. 22. [6] I Sam. 8.7. [7] Num. 14.10. [8] ver. 7. [9] Num. 11.31. Psa. 105.40. [10] II Cor. 8.15. [11] Mat. 6.34. [12] Gen. 2.3. cap. 20.8 e 31.15. Lev. 23.3. [13] ver. 20. [14] Num. 14.11. [15] ver. 15. Num. 11.7, 8. [16] Heb. 9.4. Apo. 2.17. [17] cap. 25.16. Num. 17.10. I Reis 8.9. [18] Deu. 8.2, 3. Neh. 9.21. João 6.31, 49. [19] Jos. 5.12. [20] ver. 16, 32, 33. _A jornada pelo deserto de Sin e a falta de agua._ 17 Depois toda a congregação dos filhos d’Israel partiu do deserto de Sin [1] pelas suas jornadas, segundo o mandamento do Senhor, e acamparam em Rephidim; e não _havia ali_ agua para o povo beber. 2 Então contendeu o povo com Moysés, [2] e disseram: Dae-nos agua para beber. E Moysés lhes disse: Porque contendeis commigo? porque tentaes ao [3] Senhor? 3 Tendo pois ali o povo sêde d’agua, o povo murmurou contra Moysés, e disse: Porque nos fizeste subir do Egypto, para nos matares de sêde, a nós e aos nossos filhos, e ao nosso gado? 4 E clamou Moysés ao Senhor, dizendo: Que farei a este povo? d’aqui a pouco me [4] apedrejarão. 5 Então disse o Senhor a Moysés: Passa diante do povo, e toma comtigo _alguns_ dos anciãos de Israel: e toma na tua mão a tua vara, [5] com que feriste o rio: vae. 6 Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horeb, e tu ferirás a rocha, e d’ella sairão aguas [6] e o povo beberá. E Moysés assim o fez, diante dos olhos dos anciãos de Israel. 7 E chamou o nome d’aquelle logar [ET] Massah e [EU] Meribah, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porquanto tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós, ou não? _Amalek peleja contra os israelitas._ 8 Então veiu Amalek, [7] e pelejou contra Israel em Rephidim. 9 Pelo que disse Moysés a Josué: Escolhe-nos homens, e sae, peleja contra Amalek: ámanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, [8] e a vara de Deus estará na minha mão. 10 E fez Josué como Moysés lhe dissera, pelejando contra Amalek: mas Moysés, Aarão, e Hur subiram ao cume do outeiro. 11 E acontecia que, quando Moysés levantava a sua mão, Israel prevalecia: mas quando elle abaixava a sua mão, Amalek prevalecia. 12 Porém as mãos de Moysés _eram_ pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a pozeram debaixo d’elle, para assentar-se sobre ella: [9] e Aarão e Hur sustentaram as suas mãos, um d’uma _banda_, e o outra da outra: assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se poz. 13 E assim Josué desfez a Amalek, e a seu povo, ao fio da espada. 14 Então disse o Senhor a Moysés; Escreve isto para memoria n’um livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memoria d’Amalek de debaixo [10] dos céus. 15 E Moysés edificou um altar, e chamou o seu nome, o Senhor _é_ minha [EV] bandeira. 16 E disse: Porquanto jurou o Senhor, haverá guerra do Senhor contra Amalek de geração em geração. [1] cap. 16.1. Num. 33.12, 14. [2] Num. 20.3, 4. [3] Deu. 6.16. Psa. 78.18, 41 e 95.8, 9. Isa. 7.12. Mat. 4.7. I Cor. 10.9. [4] I Sam. 30.6. João 8.59. [5] cap. 7.20. Num. 20.8, 11. [6] Psa. 78.15 e 105.41. I Cor. 10.4. [7] Num. 24.20. [8] cap. 4.20. [9] cap. 24.14. [10] Deu. 25.19. I Sam. 15.3. _O sogro de Moysés traz-lhe sua mulher e seus filhos._ 18 Ora Jethro, sacerdote de Midian, [1] sogro de Moysés, ouviu todas as coisas que Deus tinha feito a Moysés e a Israel seu povo: como o Senhor tinha tirado a Israel do Egypto. 2 E Jethro, sogro de Moysés, tomou a Zippora, a mulher de Moysés, depois que elle _lh’a_ [2] enviara, 3 Com seus dois filhos, dos quaes [3] um se chamava Gerson; porque disse: Eu fui peregrino em terra estranha; 4 E o outro se chamava Eliezer; porque _disse_: O Deus de meu pae foi por minha ajuda, e me livrou da espada de Pharaó. 5 Vindo pois Jethro, o sogro de Moysés, com seus filhos e com sua mulher, a Moysés no deserto, [4] ao monte de Deus, onde se tinha acampado, 6 Disse a Moysés: Eu, teu sogro Jethro, venho a ti, com tua mulher, e seus dois filhos com ella. 7 Então saiu Moysés ao [5] encontro de seu sogro, e inclinou-se, e beijou-o, e perguntaram um ao outro como estavam, e entraram na tenda. 8 E Moysés contou a seu sogro todas as coisas que o Senhor tinha feito a Pharaó e aos egypcios por amor de Israel, e todo o trabalho que passaram no caminho, e _como_ o [6] Senhor os livrara. 9 E alegrou-se Jethro de todo o bem que o Senhor tinha feito a Israel, livrando-o da mão dos egypcios. 10 E Jethro disse: Bemdito [7] _seja_ o Senhor, que vos livrou das mãos dos egypcios e da mão de Pharaó; que livrou a este povo de debaixo da mão dos egypcios. 11 Agora sei que o Senhor [8] _é_ maior que todos os deuses: porque na coisa, em que se ensoberbeceram, os sobrepujou. 12 Então tomou Jethro, o sogro de Moysés, holocausto e sacrificios para Deus: e veiu Aarão, e todos os anciãos de Israel, para comerem pão com o sogro de Moysés [9] diante de Deus. 13 E aconteceu que, ao outro dia, Moysés assentou-se para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moysés desde a manhã até á tarde. 14 Vendo pois o sogro de Moysés tudo o que elle fazia ao povo, disse: Que _é_ isto, que tu fazes as povo? porque te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até á tarde? 15 Então disse Moysés a seu sogro: É porque este [10] povo vem a mim, para consultar a Deus: 16 Quando tem algum negocio [11] vem a mim, para que eu julgue entre um e outro, e _lhes_ declare os estatutos de Deus, e as suas leis. 17 O sogro de Moysés porém lhe disse: Não _é_ bom o que fazes. 18 Totalmente desfallecerás, assim tu, como este povo que _está_ comtigo: porque este negocio é mui difficil para ti; [12] tu só não o podes fazer. 19 Ouve agora minha voz, eu te aconselharei, [13] e Deus será comtigo: Sê tu pelo povo diante de Deus, e leva tu as coisas a Deus; 20 E declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho [14] em que devem andar, e a obra que devem fazer. 21 E tu d’entre todo o povo procura homens capazes, tementes [15] a Deus, homens de verdade, que aborrecem a avareza; e põe-n’os sobre elles por maioraes de mil, maioraes de cento, maioraes de cincoenta, e maioraes de dez; 22 Para que julguem este povo em tempo; [16] e seja que todo o negocio pequeno elles o julguem: assim a ti mesmo te alliviarás _da carga_, [17] e _elles_ a levarão comtigo. 23 Se isto fizeres, e Deus t’o mandar, [18] poderás então subsistir: assim tambem todo este povo em paz virá ao seu logar. 24 E Moysés deu ouvidos á voz de seu sogro, e fez tudo quanto tinha dito; 25 E escolheu Moysés homens capazes, de todo o Israel, [19] e os poz por cabeças sobre o povo: maioraes de mil, maioraes de cento, maioraes de cincoenta, e maioraes de dez. 26 E elles julgaram [20] o povo em todo o tempo; o negocio arduo trouxeram a Moysés, e todo o negocio pequeno julgaram elles. 27 Então despediu Moysés o seu sogro, o qual se foi á sua terra. [1] cap. 2.16 e 3.1. [2] cap. 4.26. [3] Act. 7.29. cap. 2.22. [4] cap. 3.1, 12. [5] I Reis 2.19. Gen. 29.13 e 33.4. [6] Psa. 78.42. [7] Gen. 14.20. II Sam. 18.28. Luc. 1.68. [8] II Chr. 2.5. Psa. 95.3. cap. 5.2, 7. I Sam. 2.3. Neh. 9.10. Psa. 31.23. Luc. 1.51. [9] Deu. 12.7. I Chr. 29.22. I Cor. 10.18, 21, 31. [10] Lev. 24.12. Num. 15.34. [11] cap. 23.7. Deu. 17.8. Act. 18.15. I Cor. 6.1. Lev. 24.15. Num. 15.35. [12] Num. 11.14, 17. Deu. 1.9, 12. [13] cap. 3.12 e 4.16. Deu. 5.5. Num. 27.5. [14] Deu. 4.1. Psa. 143.8. Deu. 1.18. [15] Deu. 1.15. II Chr. 19.5, 10. Act. 6.3. II Chr. 19.9. Eze. 18.8. Deu. 16.19. [16] ver. 26. Lev. 24.11. Num. 15.33. Deu. 1.17. [17] Num. 11.17. [18] ver. 18. [19] Deu. 1.15. Act. 6.5. [20] ver. 22. Job 29.16. _Deus falla com Moysés no monte de Sinai._ 19 Ao terceiro mez da saida dos filhos de Israel da terra do Egypto, no mesmo dia vieram [1] ao deserto de Sinai, 2 Porque partiram de Rephidim [2] e vieram ao deserto de Sinai, e acamparam-se no deserto: Israel pois ali acampou-se defronte [3] do monte. 3 E subiu Moysés a Deus, [4] e o Senhor o chamou do monte, dizendo: Assim fallarás á casa de Jacob, e annunciarás aos filhos de Israel: 4 Vós tendes visto o que fiz aos egypcios, [5] como vos levei sobre azas d’aguias, e vos trouxe a mim; 5 Agora pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, [6] e guardardes o meu concerto, então sereis a minha propriedade peculiar d’entre todos os povos: porque toda a terra _é_ minha. 6 E vós me sereis um [7] reino sacerdotal e o povo sancto. Estas _são_ as palavras que fallarás aos filhos de Israel. 7 E veiu Moysés, e chamou os anciãos do povo, e expoz diante d’elles todas estas palavras, que o Senhor lhe tinha ordenado. 8 Então todo o povo respondeu [8] a uma voz, e disseram: Tudo o que o Senhor tem fallado, faremos. E relatou Moysés ao Senhor as palavras do povo. 9 E disse o Senhor a Moysés; Eis que eu virei a ti n’uma nuvem espessa, para [9] que o povo ouça, fallando eu comtigo, e para que tambem te creiam eternamente. Porque Moysés tinha annunciado as palavras do seu povo ao Senhor. 10 Disse tambem o Senhor a Moysés: Vae ao povo, e sanctifica-os [10] hoje e ámanhã, e lavem _elles_ os seus vestidos, 11 E estejam promptos para o terceiro dia: porquanto no terceiro dia o Senhor descerá [11] ante dos olhos de todo o povo sobre o monte de Sinai. 12 E marcarás limites ao povo em redor, dizendo: Guardae-vos que não subaes ao monte, [12] nem toqueis o seu termo; todo aquelle, que tocar o monte, certamente morrerá. 13 Nenhuma mão tocará n’elle: porque certamente será apedrejado ou asseteado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá; soando [13] [EW] a buzina longamente, então subirão ao monte. 14 Então Moysés desceu do monte ao povo, e sanctificou o povo; [14] e lavaram os seus vestidos. 15 E disse ao povo: Estae [15] promptos ao terceiro dia; e não chegueis a mulher. 16 E aconteceu ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões [16] e relampagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, [17] de maneira que estremeceu todo o povo que _estava_ no arraial. 17 E Moysés levou [18] o povo fóra do arraial ao encontro de Deus; e puzeram-se ao pé do monte. 18 E todo o monte de Sinai [19] fumegava, porque o Senhor descera sobre elle em fogo: e o seu fumo subiu como fumo d’um forno, e todo o monte tremia grandemente. 19 E o sonido da buzina ia esforçando-se em grande maneira: [20] Moysés fallava, e Deus lhe respondia em voz _alta_. 20 E, descendo o Senhor sobre o monte de Sinai, sobre o cume do monte, chamou o Senhor a Moysés ao cume do monte; e Moysés subiu. 21 E disse o Senhor a Moysés: Desce, protesta ao povo que não trespassem _o termo_, para ver o Senhor, [21] e muitos d’elles perecerem. 22 E tambem os sacerdotes, que se chegam ao Senhor, se hão de sanctificar, [22] para que o Senhor não se lance sobre elles. 23 Então disse Moysés ao Senhor: O povo não poderá subir ao monte de Sinai, porque tu nos tens protestado, dizendo: Marca termos [23] ao monte, e sanctifica-o. 24 E disse-lhe o Senhor: Vae, desce: depois subirás tu, e Aarão comtigo: os sacerdotes, porém, e o povo não trespassem _o termo_ para subir ao Senhor, para que não se lance sobre elles. 25 Então Moysés desceu ao povo, e disse-lhes _isto_. [1] Num. 33.15. [2] cap. 17.1. [3] cap. 3.1, 12. [4] cap. 20.21. Act. 7.38. cap. 3.4. [5] Deu. 29.2. Isa. 63.9. [6] Deu. 5.2. I Reis 8.53. Psa. 135.4. Isa. 41.8. Mal. 3.17. Tito 2.14. Deu. 10.14. I Cor. 10.26. [7] I Ped. 2.5, 9. Apo. 1.6. Lev. 20.26. Isa. 62.12. I Cor. 3.17. I The. 5.27. [8] cap. 24.3, 7. Deu. 5.27. [9] ver. 16. cap. 20.21. Mat. 17.5. Deu. 4.12, 36. João 12.29, 30. cap. 14.31. [10] Lev. 11.44, 45. Heb. 10.22. ver. 14. Gen. 35.2. [11] ver. 16, 18. cap. 34.5. Deu. 33.2. [12] Heb. 12.20. [13] ver. 16, 19. [14] ver. 10. [15] ver. 11. I Sam. 21.4, 5. I Cor. 7.5. [16] Heb. 12.18, 19. Apo. 4.5. cap. 40.34. II Chr. 5.14. [17] Apo. 1.10 e 4.1. Heb. 12.21. [18] Deu. 4.10. [19] Deu. 4.11. Jui. 5.5. Psa. 68.8, 9. Hab. 3.3. II Chr. 7.1, 2, 3. Apo. 15.8. Heb. 12.26. [20] ver. 13. Neh. 9.13. [21] cap. 3.5. I Sam. 6.19. [22] Lev. 10.3. II Sam. 6.7, 8. [23] ver. 12. Jos. 3.4. _Os dez mandamentos._ 20 Então fallou Deus todas [1] estas palavras, dizendo: 2 Eu _sou_ o Senhor teu Deus, [2] que te tirei da terra do Egypto, da casa da servidão. 3 Não terás [3] outros deuses diante de mim. 4 Não farás para ti imagem [4] d’esculptura, nem alguma similhança _do_ que _ha_ em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas aguas debaixo da terra. 5 Não te encurvarás a ellas [5] nem as servirás: porque eu, o Senhor teu Deus, _sou_ Deus [6] zeloso, que visito a maldade dos paes nos filhos, até á terceira e quarta _geração_ d’aquelles que me aborrecem, 6 E faço misericordia [7] em milhares, aos que me amam, e aos que guardam os meus mandamentos. 7 Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão: porque o Senhor não terá por innocente o [8] que tomar o seu nome em vão. 8 Lembra-te do dia do sabbado, para o [9] sanctificar. 9 Seis dias trabalharás, [10] e farás toda a tua obra, 10 Mas o setimo [11] dia _é_ o sabbado do Senhor teu Deus: não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem a tua besta, nem o teu estrangeiro, [12] que _está_ dentro das tuas portas. 11 Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que n’elles _ha_, e ao setimo dia descançou: portanto abençoou o Senhor o dia do sabbado, e o sanctificou, 12 Honra a teu pae [13] e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá. 13 Não [14] matarás. 14 Não [15] adulterarás. 15 Não [16] furtarás. 16 Não dirás falso testemunho [17] contra o teu proximo. 17 Não cubiçarás a casa do teu proximo, [18] não cubiçarás a mulher do teu proximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu proximo. 18 E todo o povo viu os [19] trovões e os relampagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando: e o povo, vendo _isso_ retirou-se e poz-se de longe. 19 E disseram a Moysés: Falla [20] tu comnosco, e ouviremos: e não falle Deus comnosco, para que não morramos. 20 E disse Moysés ao povo: Não temaes, [21] que Deus veiu para provar-vos, e para que o seu temor esteja diante de vós, para que não pequeis. 21 E o povo estava em pé de longe: Moysés, porém, se chegou [22] á escuridade, onde Deus _estava_. 22 Então disse o Senhor a Moysés: Assim dirás aos filhos d’Israel: Vós tendes visto que eu fallei [23] comvosco desde os céus. 23 Não fareis outros deuses commigo; deuses de prata [24] ou deuses de oiro não fareis para vós. 24 Um altar de terra me farás, e sobre elle sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas offertas pacificas, as tuas ovelhas, [25] e as tuas vaccas: em todo o logar, onde eu fizer celebrar a memoria do meu nome, virei a ti, e te abençoarei. 25 E se me fizeres um altar de pedras, [26] não o farás de _pedras_ lavradas: se sobre elle levantares o teu buril, profanal-o-has. 26 Não subirás tambem por degraus ao meu altar, para que a tua nudez não seja descoberta diante d’elles. [1] Deu. 5.22. [2] Lev. 26.1, 13. Ose. 13.4. cap. 13.3. [3] Deu. 5.7. Jer. 25.6. [4] Lev. 26.1. Psa. 97.7. [5] cap. 23.24. Jos. 23.7. II Reis 17.35. Isa. 44.15, 19. cap. 34.14. [6] Jos. 24.19. Nah. 1.2. cap. 34.7. Num. 14.18, 33. Isa. 14.20, 21. [7] cap. 34.7. Deu. 7.9. Rom. 11.28. [8] Lev. 19.12. Deu. 5.11. Mat. 5.33. [9] cap. 31.13, 14. Lev. 19.3, 30. Deu. 5.12. [10] cap. 23.12. Lev. 23.3. Eze. 20.12. Luc. 13.14. [11] Gen. 2.2, 3. cap. 16.26. [12] Neh. 13.16, 19. [13] Deu. 5.16. Mat. 15.4. Mar. 7.10. Luc. 18.20. Eph. 6.2. [14] Deu. 5.17. Mat. 5.21. Rom. 13.9. [15] Deu. 5.18. Mat. 5.27. [16] Lev. 19.11. Mat. 19.18. [17] cap. 23.1. Deu. 5.20. [18] Deu. 5.21. Miq. 2.2. Hab. 2.9. Luc. 12.15. Rom. 7.7. Eph. 5.3, 5. Heb. 13.5. Jer. 5.8. Mat. 5.28. [19] Heb. 12.18. cap. 19.18. [20] Heb. 12.19. Deu. 5.25. [21] Isa. 41.10, 13. Gen. 22.1. Deu. 4.10. [22] cap. 19.16. Deu. 5.5. [23] Deu. 4.36. Neh. 9.13. [24] cap. 32.4. II Reis 17.33. Dan. 5.4, 23. Sof. 1.5. II Cor. 6.14, 15, 16. [25] Lev. 1.2. Deu. 12.5, 11, 21. Neh. 1.9. Jer. 7.10, 12. Deu. 7.13. [26] Deu. 27.5. Jos. 8.31. _As leis ácerca dos servos e dos homicidios._ 21 Estes _são_ os estatutos [1] que lhes proporás. 2 Se comprares um servo [2] hebreo, seis annos servirá; mas ao setimo sairá forro, de graça. 3 Se entrou _só_ com o seu corpo, _só_ com o seu corpo sairá: se elle _era_ homem casado, sairá sua mulher com elle. 4 Se seu senhor lhe houver dado uma mulher, e ella lhe houver parido filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor, e elle sairá _só_ com seu corpo. 5 Mas se aquelle servo expressamente disser: [3] Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos; não quero sair forro: 6 Então seu senhor o levará [4] aos juizes, e o fará chegar á porta, ou ao postigo, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e o servirá para sempre. 7 E se algum vender [5] sua filha por serva, não sairá como saem os servos. 8 Se desagradar aos olhos de seu senhor, e não se desposar com ella, fará que se resgate: não poderá vendel-a a um povo estranho, usando deslealmente com ella. 9 Mas se a desposar com seu filho, fará com ella conforme ao direito das filhas. 10 Se lhe tomar outra, não deminuirá o mantimento d’esta, nem o seu vestido, nem a sua obrigação [6] marital. 11 E se lhe não fizer estas tres coisas, sairá de graça, sem dar dinheiro. 12 Quem ferir alguem, [7] que morra, _elle_ tambem certamente morrerá; 13 Porém o que _lhe_ não [8] armou ciladas, mas Deus o fez encontrar nas suas mãos, ordenar-te-hei um logar, para onde elle fugirá. 14 Mas se alguem se ensoberbecer contra o seu proximo, [9] matando-o com engano, tiral-o-has do meu altar, para que morra. 15 O que ferir a seu pae, ou a sua mãe, certamente morrerá. 16 E quem furtar _algum_ [10] homem, e o vender, ou fôr achado na sua mão, certamente morrerá. _As leis ácerca dos que amaldiçoam os paes ou ferem qualquer pessoa._ 17 E quem amaldiçoar [11] a seu pae ou a sua mãe, certamente morrerá. 18 E se alguns homens pelejarem, ferindo-se um ao outro com pedra ou com o punho, e este não morrer, mas cair na cama; 19 Se elle tornar a levantar-se e andar fóra sobre o seu bordão, então aquelle que o feriu será absolvido: [12] sómente lhe pagará o tempo que perdera e o fará curar totalmente. 20 Se alguem ferir a seu servo, ou a sua serva com pau, e morrer debaixo da sua mão, certamente será [EX] castigado; 21 Porém se ficar vivo por um ou dois dias, não será castigado, [13] porque _é_ seu dinheiro. 22 Se alguns homens pelejarem, e ferirem _uma_ mulher gravida, e forem causa que aborte, porém não houver morte, certamente será multado, [14] conforme ao que lhe impuzer o marido da mulher, e pagará diante dos juizes. 23 Mas se houver morte, então darás vida por vida, 24 Olho por olho, [15] dente por dente, mão por mão, pé por pé, 25 Queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe. 26 E quando alguem ferir o olho do seu servo, ou o olho da sua serva, e o damnificar, o deixará ir forro pelo seu olho. 27 E se tirar o dente do seu servo, ou o dente da sua serva, o deixará ir forro pelo seu dente. 28 E se algum boi escornear homem ou mulher, e morrer, o boi será apedrejado [16] certamente, e a sua carne se não comerá; mas o dono do boi _será_ absolvido. 29 Mas se o boi d’antes era escorneador, e o seu dono foi conhecedor d’isso, e não o guardou, matando homem ou mulher, o boi será apedrejado, e tambem o seu dono morrerá. 30 Se lhe fôr imposto resgate, então dará [17] por resgate da sua vida tudo quanto lhe fôr imposto, 31 Quer tenha escorneado um filho, quer tenha escorneado uma filha; conforme a este estatuto lhe será feito. 32 Se o boi escornear um servo, ou uma serva, dará [18] trinta siclos de prata ao seu senhor, e o boi será apedrejado. 33 Se alguem abrir uma cova, ou se alguem cavar uma cova, e não a cobrir, e n’ella cair um boi ou jumento, 34 O dono da cova _o_ pagará, ao seu dono o dinheiro restituirá; mas o morto será seu. 35 Se o boi de alguem ferir o boi do seu proximo, e morrer, então se venderá o boi vivo, e o dinheiro d’elle se repartirá egualmente, e tambem o morto se repartirá egualmente. 36 Mas se foi notorio que aquelle boi d’antes era escorneador, e seu dono não o guardou, certamente pagará boi por boi; porém o morto será seu. [1] cap. 24.3, 4. Deu. 4.14 e 6.1. [2] Lev. 25.39, 40, 41. Deu. 15.12. Jer. 34.14. [3] Deu. 15.16, 17. [4] cap. 12.12 e 22.8, 28. [5] Neh. 5.5. ver. 2, 3. [6] I Cor. 7.5. [7] Gen. 9.6. Lev. 24.17. Num. 35.30. Mat. 26.52. [8] Deu. 19.4, 5. I Sam. 24.4, 10, 18. Num. 35.11. Jos. 20.2. [9] Num. 15.30. Deu. 19.11, 12. Heb. 10.26. I Reis 2.28, 34. [10] Deu. 24.7. Gen. 37.28. [11] Lev. 20.9. Pro. 20.20. Mat. 15.4. Mar. 7.10. [12] II Sam. 3.29. [13] Lev. 25.45, 46. [14] ver. 30. Deu. 22.18, 19. [15] Lev. 24.20. Mat. 5.38. [16] Gen. 9.5. [17] ver. 22. Num. 35.31. [18] Zac. 11.12, 13. Mat. 26.15. ver. 28. _As leis ácerca da propriedade._ 22 Se alguem furtar boi ou ovelha, e o degolar ou vender, por um boi pagará cinco bois, e [1] pela ovelha quatro ovelhas. 2 Se o ladrão fôr achado na mina, [2] e fôr ferido, e morrer, _o que o feriu_ não será culpado do sangue. 3 Se o sol houver saido sobre elle, será culpado do sangue: totalmente o restituirá: e se não tiver _com que pagar_, será vendido por seu furto. 4 Se o furto fôr achado vivo [3] na sua mão, seja boi, ou jumento, ou ovelha, pagará o dobro. 5 Se alguem fizer pastar n’um campo ou n’uma vinha, e largar a sua besta, para comer no campo de outro, o melhor do seu proprio campo e o melhor da sua propria vinha restituirá. 6 Se arrebentar um fogo, e prender os espinhos, e abrazar a meda de trigo, ou a seara, ou o campo, aquelle que accendeu o fogo totalmente pagará o queimado. 7 Se alguem der prata, os vasos ao seu proximo a guardar, e fôr furtado da casa d’aquelle homem, se o ladrão se achar, [4] pagará o dobro. 8 Se o ladrão não se achar, então o dono da casa será levado diante dos juizes, [5] _a ver_ se não metteu a sua mão na fazenda do seu proximo. 9 Sobre todo o negocio de injustiça, sobre boi, sobre jumento, sobre gado miudo, sobre vestido, sobre toda a coisa perdida, de que _alguem_ disser que é sua a causa de ambos virá perante os juizes, [6] aquelle a quem condemnarem os juizes o pagará em dobro ao seu proximo. 10 Se _alguem_ der a seu proximo a guardar um jumento, ou boi, ou ovelha, ou alguma besta, e morrer, ou fôr dilacerado, ou afugentado, ninguem o vendo, 11 _Então_ haverá juramento [7] do Senhor entre ambos, que não metteu a sua mão na fazenda do seu proximo: e seu dono o acceitará, e o outro não o restituirá. 12 Mas se lhe fôr furtado, o [8] pagará ao seu dono. 13 Porém se _lhe_ fôr dilacerado, tral-o-ha em testemunho d’isso, e não pagará o dilacerado. 14 E se alguem a seu proximo pedir _alguma coisa_, e fôr damnificada ou morta, não estando presente o seu dono, certamente a restituirá. 15 Se o seu dono esteve presente, não a restituirá: se foi alugada, será pelo seu aluguer. _As leis ácerca da immoralidade e idolatria._ 16 Se alguem enganar [9] _alguma_ virgem, que não fôr desposada, e se deitar com ella, certamente a dotará por sua mulher. 17 Se seu pae inteiramente recusar dar-lh’a, dará dinheiro conforme ao dote das [10] virgens. 18 A feiticeira não [11] deixarás viver. 19 Todo aquelle que se deitar [12] com animal, certamente morrerá. 20 O que sacrificar [13] aos deuses, e não só ao Senhor, será morto. 21 O estrangeiro não [14] affligirás, nem o opprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egypto. 22 A nenhuma viuva nem orphão [15] affligireis. 23 Se de alguma maneira [16] os affligires, e elles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor, 24 E a minha ira [17] se accenderá, e vos matarei á espada; e vossas mulheres ficarão viuvas, e vossos filhos orphãos. 25 Se emprestares [18] dinheiro ao meu povo, ao pobre _que está_ comtigo, não te haverás com elle como um usurario; não lhe imporeis usura. 26 Se tomares em penhor o vestido do teu proximo, [19] lh’o restituirás antes do pôr do sol, 27 Porque aquella é a sua cobertura, e o vestido da sua pelle; em que se deitaria? será pois que, quando clamar a [20] mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso. 28 Os juizes não [21] amaldiçoarás, e o principe d’entre o teu povo não maldirás. 29 As tuas primicias, [22] e os teus licores não dilatarás: o primogenito de teus filhos me darás. 30 Assim farás dos teus bois [23] e das tuas ovelhas: sete dias estarão com sua mãe, e ao oitavo dia m’os darás. 31 E ser-me-heis homens [24] sanctos; portanto não comereis carne despedaçada no campo: aos cães a lançareis. [1] II Sam. 12.6. Luc. 19.8. Pro. 6.31. [2] Num. 35.27. [3] cap. 21.16. ver. 1, 7. Pro. 6.31. [4] ver. 4. [5] cap. 21.6. ver. 28. [6] Deu. 25.1. II Chr. 19.10. [7] Heb. 6.16. [8] Gen. 31.39. [9] Deu. 22.28, 29. [10] Gen. 14.12. [11] Deu. 18.10, 11. I Sam. 28.3, 9. [12] Lev. 18.23. [13] Deu. 13.1, 2. [14] cap. 23.9. Deu. 10.19. Jer. 7.6. Zac. 7.10. [15] Deu. 10.18. Psa. 94.6. Isa. 1.17, 23. Thi. 1.27. [16] Job 35.9. Psa. 18.6. Thi. 5.4. [17] Psa. 69.24. Lam. 5.3. [18] Deu. 23.19, 20. Psa. 15.5. Eze. 8.8, 17. [19] Deu. 24.6, 10, 13, 17. Eze. 18.7, 16. [20] cap. 34.6. II Chr. 30.9. Psa. 86.15. [21] Ecc. 10.20. Act. 23.5. Jud. 8. [22] cap. 23.16, 19. Pro. 3.9. cap. 13.2, 12. [23] Lev. 22.27. [24] cap. 19.6. Lev. 19.2. Deu. 14.21. _O testemunho falso e a injustiça._ 23 Não admittirás falso [1] rumor, e não porás a tua mão com o impio, para seres testemunha falsa. 2 Não seguirás a multidão [2] para fazeres o mal: nem n’uma demanda fallarás, tomando parte com o maior numero para torcer _o direito_. 3 Nem ao pobre favorecerás na sua demanda. 4 Se encontrares o [3] boi do teu inimigo, ou o seu jumento, desgarrado, sem falta lh’o reconduzirás. 5 Se vires [4] o jumento d’aquelle que te aborrece deitado debaixo da sua carga, deixarás pois de ajudal-o? certamente o ajudarás juntamente com elle. 6 Não perverterás [5] o direito do teu pobre na sua demanda. 7 De palavras de falsidade te affastarás, [6] e não matarás o innocente e o justo; porque não justificarei o impio. 8 Tambem presente não [7] tomarás: porque o presente cega os que teem vista, e perverte as palavras dos justos. 9 Tambem não opprimirás [8] o estrangeiro; pois vós conheceis o coração do estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egypto. _O anno de descanço e o sabbado._ 10 Tambem seis annos semearás tua [9] terra, e recolherás os seus fructos; 11 Mas ao setimo a soltarás e deixarás descançar, para que possam comer os pobres do teu povo, e do sobejo comam os animaes do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival. 12 Seis dias farás os teus [10] negocios, mas ao setimo dia descançarás: para que descance o teu boi, e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua escrava, e o estrangeiro. 13 E em tudo o que vos tenho dito, guardae-vos: e [11] do nome de outros deuses nem vos lembreis, nem se ouça da vossa bocca. _As tres festas._ 14 Tres vezes no anno me celebrareis [12] festa. 15 A festa [13] dos pães asmos guardarás: sete dias comerás pães asmos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado no mez de Abib; porque n’elle saiste do Egypto: [14] e ninguem appareça vasio perante mim. 16 E a festa da sega dos primeiros fructos do teu trabalho, que houveres semeado no campo, [15] e a festa da colheita á saida do anno, quando tiveres colhido do campo o teu trabalho. 17 Tres vezes [16] no anno todos os teus machos apparecerão diante do Senhor. 18 Não offerecerás [17] o sangue do meu sacrificio com pão levedado: nem ficará a gordura da minha festa de noite até á manhã. 19 As primicias [18] dos primeiros fructos da tua terra trarás á casa do Senhor teu Deus: não [19] cozerás o cabrito no leite de sua mãe. _Deus promette enviar um anjo._ 20 Eis-que eu envio [20] um anjo diante de ti, para que te guarde n’este caminho, e te leve ao logar que _te_ tenho apparelhado. 21 Guarda-te diante d’elle, e ouve a sua voz, [21] e não o provoques á ira: porque não perdoará a vossa rebellião; porque o meu nome _está_ n’elle. 22 Mas se diligentemente ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que eu disser, [22] então serei inimigo dos teus inimigos, e adversario dos teus adversarios. 23 Porque o meu anjo [23] irá diante de ti, e te levará aos amorrheos, e aos hetheos, e aos phereseos, e aos cananeos, heveos e jebuseos: e eu os destruirei. 24 Não te inclinarás diante dos [24] seus deuses, nem os servirás, nem farás conforme ás suas obras: antes os destruirás totalmente, e quebrarás de todo [EY] as suas estatuas. 25 E servireis ao Senhor [25] vosso Deus, e elle abençoará o vosso pão e a vossa agua: e eu tirarei do meio de ti as enfermidades. 26 Não haverá alguma [26] que [EZ] mova, nem esteril na tua terra: o numero dos teus dias cumprirei. 27 Enviarei [27] o meu terror diante de ti, destruindo a todo o povo aonde entrares, e farei que todos os teus inimigos te virem as costas. 28 Tambem enviarei [28] vespões diante de ti, que lancem fóra os heveos, os cananeos, e os hetheos diante de ti. 29 N’um só anno os não lançarei fóra [29] diante de ti, para que a terra se não torne em deserto, e as feras do campo se não multipliquem contra ti. 30 Pouco a pouco os lançarei diante de ti, até que sejas multiplicado, e possuas a terra por herança. 31 E porei os [30] teus termos desde o Mar Vermelho até ao mar dos philisteos, e desde o deserto até ao [FA] rio: porque darei nas tuas mãos os moradores [31] da terra, para que os lances fóra diante de ti. 32 Não farás concerto [32] algum com elles, ou com os seus deuses. 33 Na tua terra não habitarão, para que não te façam peccar contra mim: se servires aos seus deuses, [33] certamente te será um laço. [1] Lev. 19.16. II Sam. 19.27. cap. 20.16. I Reis 21.10, 13. Pro. 19.5. Mat. 26.59. Act. 6.11, 13. [2] Gen. 7.1. Jos. 24.15. Pro. 1.10. Mat. 27.24. Mar. 15.15. Luc. 23.23. Act. 24.27. Lev. 19.15. Deu. 1.17. [3] Deu. 22.1. Mat. 5.44. Rom. 12.20. I The. 5.15. [4] Deu. 22.4. [5] Deu. 27.19. Job 31.13, 21. Isa. 10.1, 2. Jer. 5.28. Amós 5.12. [6] Lev. 19.11. Eph. 4.25. Pro. 17.15. Mat. 27.4. Rom. 1.18. [7] Deu. 16.19. I Sam. 8.3. Pro. 15.27. Isa. 1.23. Eze. 22.12. Amós 5.12. Act. 24.26. [8] cap. 22.21. Deu. 10.19. Psa. 94.6. Eze. 22.7. Mal. 3.5. [9] Lev. 25.3, 4. [10] cap. 20.8, 9. Deu. 5.13. Luc. 13.14. [11] Deu. 4.9. Jos. 22.5. Jos. 23.7. [12] cap. 34.23. Lev. 23.4. [13] cap. 12.15. Lev. 23.6. [14] Deu. 16.16. [15] Lev. 23.10. Deu. 16.13. [16] Deu. 16.16. [17] cap. 12.8. Lev. 2.11. Deu. 16.4. [18] cap. 22.29. Lev. 23.10. Num. 18.12. Deu. 26.10. Neh. 10.35. [19] cap. 34.26. Deu. 14.21. [20] cap. 14.19. Num. 20.16. Jos. 5.13. Isa. 63.9. [21] Num. 14.11. Heb. 3.10. Deu. 18.19. Jos. 24.19. I João 5.16. [22] Gen. 12.3. Deu. 30.7. Jer. 30.20. [23] cap. 33.2. Jos. 24.8. [24] cap. 20.5. Lev. 18.3. Deu. 12.30. Num. 33.52. Deu. 7.5. [25] Deu. 6.13. Jos. 22.5. I Sam. 7.3. Mat. 4.10. Deu. 7.13. cap. 15.26. [26] Deu. 28.4. Job 21.10. Mal. 3.10. I Chr. 23.1. Job 5.26. Psa. 55.24. [27] Gen. 35.5. cap. 15.14. Deu. 2.25. Jos. 2.9, 11. I Sam. 14.15. II Chr. 14.14. [28] Deu. 7.20. Jos. 24.12. [29] Deu. 7.22. [30] Gen. 15.18. Num. 34.3. Deu. 11.24. Jos. 1.4. [31] Jos. 21.44. Jui. 1.4. [32] cap. 34.12, 15. Deu. 7.2. [33] cap. 34.12. Deu. 7.16. Jos. 23.13. Jui. 2.3. _Deus manda Moysés e os anciãos subir ao monte._ 24 Depois disse a Moysés: Sobe ao Senhor, tu e Aarão, Nadab [1] e Abihu, e setenta dos anciãos d’Israel; e inclinae-vos de longe. 2 E Moysés só [2] se chegará ao Senhor; mas elles não se cheguem, nem o povo suba com elle. 3 Vindo pois Moysés, e contando ao povo todas as palavras do Senhor, e todos os estatutos, então o povo respondeu a uma voz, e disseram: Todas as palavras, que o Senhor tem fallado, [3] faremos. 4 E Moysés escreveu todas as palavras do Senhor, [4] e levantou-se pela manhã de madrugada, e edificou um altar ao pé do monte, e doze [FB] monumentos, segundo as doze tribus d’Israel; 5 E enviou os mancebos dos filhos d’Israel, os quaes offereceram holocaustos, e sacrificaram ao Senhor sacrificios pacificos de bezerros. 6 E Moysés tomou a metade [5] do sangue, e a poz em bacias; e a _outra_ metade do sangue espargiu sobre o altar. 7 E tomou o livro [6] do concerto e o leu aos ouvidos do povo, e elles disseram: Tudo o que o Senhor tem fallado faremos, e obedeceremos. 8 Então tomou Moysés aquelle sangue, e espargiu-_o_ sobre o povo, e disse: Eis-aqui o sangue [7] do concerto que o Senhor tem feito comvosco sobre todas estas palavras. 9 E subiram Moysés e Aarão, Nadab e Abihu, e setenta dos anciãos [8] d’Isrel, 10 E viram o Deus d’Israel, [9] e debaixo de seus pés _havia_ como uma obra de pedra de saphira, e como o parecer do céu na _sua_ claridade. 11 Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos d’Israel, mas [10] viram a Deus, e comeram e beberam. 12 Então disse o Senhor a Moysés: [11] Sobe a mim ao monte, e fica lá: e dar-te-hei taboas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escripto, para os ensinar. 13 E levantou-se Moysés com Josué seu servidor; [12] e subiu Moysés ao monte de Deus, 14 E disse aos anciãos: Esperae-nos aqui, até que tornemos a vós: e eis que Aarão e Hur _ficam_ comvosco; quem tiver _algum_ negocio, se chegará a elles. 15 E, subindo Moysés [13] ao monte, a nuvem cobriu o monte. 16 E habitava a gloria [14] do Senhor sobre o monte de Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias: e ao setimo dia chamou a Moysés do meio da nuvem. 17 E o parecer da gloria do Senhor _era_ como um [15] fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos d’Israel. 18 E Moysés [16] entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte: e Moysés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites. [1] cap. 28.1. Lev. 10.1. [2] ver. 13, 15, 18. [3] ver. 7. cap. 19.8. Deu. 5.27. Gal. 3.19. [4] Deu. 31.9. Gen. 28.18 e 31.45. [5] Heb. 9.18. [6] Heb. 9.19. ver. 3. [7] Heb. 9.20 e 13.20. I Ped. 1.2. [8] ver. 1. [9] Gen. 32.30. Jui. 13.22. Isa. 6.1, 5. João 1.18. I João 4.12. Eze. 1.26. Apo. 4.3. [10] Deu. 4.33. I Cor. 10.18. [11] ver. 2, 15, 18. cap. 31.18. Deu. 5.22. [12] cap. 17.9 e 33.11. [13] cap. 19.9, 16. Mat. 17.5. [14] cap. 16.10. Num. 14.10. [15] cap. 3.2 e 19.18. Deu. 4.36. Heb. 12.18, 29. [16] cap. 34.28. Deu. 9.9. _Deus manda o povo trazer offertas para o tabernaculo._ 25 Então fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla aos filhos d’Israel, que me tragam uma offerta alçada: de todo [1] o homem cujo coração se mover voluntariamente, _d’elle_ tomareis a minha offerta alçada. 3 E esta _é_ a offerta alçada que tomareis d’elles: oiro, e prata, e cobre, 4 E azul, e purpura, e carmezim, e linho fino, e _pellos_ de cabras, 5 E pelles de carneiros tintas de vermelho, e pelles de teixugos, e madeira de [FC] sittim, 6 Azeite [2] para a luz, especiarias para o oleo da uncção, e especiarias para o incenso, 7 Pedras sardonicas, e pedras d’engaste para o [3] ephod e para o peitoral. 8 E me farão [4] um sanctuario, e habitarei no meio d’elles. 9 Conforme a tudo o que eu te mostrar _para_ modelo do tabernaculo, [5] e para modelo de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis. _A arca de madeira de sittim._ 10 Tambem farão uma arca [6] de madeira de sittim: o seu comprimento _será_ de dois covados e meio, e a sua largura d’um covado e meio, e d’um covado e meio a sua altura. 11 E cobril-a-has d’oiro puro, por dentro e por fóra a cobrirás: e farás sobre ella uma corôa de oiro ao redor; 12 E fundirás para ella quatro argolas d’oiro, e _as_ porás nos quatro cantos d’ella, duas argolas n’um lado d’ella, e duas argolas n’outro lado d’ella. 13 E farás varas _de_ madeira de sittim, e as cobrirás com oiro, 14 E metterás as varas nas argolas, aos lados da arca, para levar-se com ellas a arca. 15 As varas estarão nas argolas da arca, [7] não se tirarão d’ella. 16 Depois porás na arca o testemunho, [8] que eu te darei. _O propiciatorio de oiro puro._ 17 Tambem farás um [9] propiciatorio, d’oiro puro: o seu comprimento _será_ de dois covados e meio, e a sua largura d’um covado e meio. 18 Farás tambem dois cherubins d’oiro: d’_oiro_ batido os farás, nas duas extremidades do propiciatorio. 19 Farás um cherubim na extremidade d’uma parte, e o outro cherubim na extremidade da outra parte: de uma só peça com o propiciatorio, fareis os cherubins nas duas extremidades d’elle. 20 Os cherubins estenderão as _suas_ azas por de cima, [10] cobrindo com as suas azas o propiciatorio; as faces d’elles uma defronte da outra: as faces dos cherubins attentarão para o propiciatorio, 21 E porás o propiciatorio em cima da arca, [11] depois que houveres posto na arca o testemunho que eu te darei. 22 E ali virei a ti, [12] e fallarei comtigo de cima do propiciatorio, do meio dos dois cherubins (que estão sobre a arca do testemunho), tudo o que eu te ordenar para os filhos d’Israel. _A mesa de madeira de sittim._ 23 Tambem farás uma mesa _de_ madeira de [13] sittim; o seu comprimento _será_ de dois covados, e a sua largura d’um covado, e a sua altura de um covado e meio, 24 E cobril-a-has com oiro puro: tambem lhe farás uma corôa d’oiro ao redor. 25 Tambem lhe farás uma moldura ao redor, _da largura_ d’uma mão, e lhe farás uma corôa d’oiro ao redor da moldura. 26 Tambem lhe farás quatro argolas d’oiro; e porás as argolas aos quatro cantos, que estão nos seus quatro pés. 27 Defronte da moldura estarão as argolas, como logares para os varaes, para levar-se a mesa. 28 Farás pois estes varaes de madeira _de_ sittim, e cobril-os-has com oiro; e levar-se-ha com elles a mesa. 29 Tambem farás os seus pratos, [14] e as suas colheres, e as suas cobertas, e as suas tigellas [FD] com que se hão de cobrir; d’oiro puro os farás. 30 E sobre a mesa porás o pão [15] da proposição perante a minha face continuamente. 31 Tambem farás um castiçal d’oiro puro; [16] d’_oiro_ batido se fará este castiçal: o seu pé, as suas canas, as suas copas, as suas maçãs, e as suas flores serão do mesmo. 32 E dos seus lados sairão seis canas: tres canas do castiçal d’um lado d’elle, e tres canas do castiçal do outro lado d’elle. 33 N’uma cana _haverá_ tres copos a modo d’amendoas, uma maçã e uma flor; e tres copos a modo d’amendoas na outra cana, uma maçã e uma flor: assim serão as seis canas que saem do castiçal. 34 Mas no castiçal mesmo _haverá_ quatro copos a modo d’amendoas, com suas maçãs e com suas flores; 35 E uma maçã debaixo de duas canas que _saem_ d’elle; e ainda uma maçã debaixo de duas _outras_ canas que _saem_ d’elle; e _ainda mais_ uma maçã debaixo de duas _outras_ canas que saem d’elle; _assim se fará_ com as seis canas que saem do castiçal. 36 As suas macãs as suas canas serão do mesmo: tudo _será_ d’uma só peça, obra batida d’oiro puro. 37 Tambem lhe farás sete lampadas, as quaes [17] se accenderão para alumiar defronte d’elle. 38 Os seus espevitadores e os seus apagadores _serão_ d’oiro puro. 39 D’um talento d’oiro puro os farás, [18] com todos estes vasos. 40 Attenta pois que o faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado no monte. [1] cap. 35.5, 21. I Chr. 29.3, 5, 9, 14. Esd. 2.68 e 3.5 e 7.16. Neh. 11.2. II Cor. 8.12 e 9.7. [2] cap. 27.20 e 30.23, 34. [3] cap. 28.4, 6, 15. [4] cap. 36.1, 3. Lev. 4.6. Heb. 9.1, 2. cap. 29.45. I Reis 6.13. Heb. 3.6. Apo. 21.3. [5] ver. 40. [6] cap. 37.1. Deu. 10.3. Heb. 9.4. [7] I Reis 8.8. [8] cap. 16.34. Deu. 10.2. II Reis 11.12. Heb. 9.4. [9] cap. 37.6. Rom. 3.25. Heb. 9.5. [10] I Reis 8.7. I Chr. 28.18. [11] cap. 26.34. ver. 16. [12] cap. 29.42, 43 e 30.6. Lev. 16.2. Num. 7.89. I Sam. 4.4. II Sam. 6.2. Psa. 80.1. [13] cap. 37.10. I Reis 7.48. II Chr. 4.8. Heb. 9.2. [14] cap. 37.16. Num. 4.7. [15] Lev. 24.5, 6. [16] cap. 37.17. I Reis 7.49. Zac. 4.2. Heb. 9.2. [17] cap. 27.21. Lev. 24.3. II Chr. 13.11. Num. 8.2. [18] cap. 26.30. Num. 8.4. I Chr. 28.11, 19. Act. 7.44. Heb. 8.5. _As cortinas do tabernaculo._ 26 E o tabernaculo farás _de_ [1] dez cortinas _de_ linho fino torcido, e azul, purpura, e carmezim: _com_ cherubins as farás d’obra [FE] esmerada. 2 O comprimento d’uma cortina _será_ de vinte e oito covados, e a largura de uma cortina de quatro covados: todas estas cortinas serão d’uma medida. 3 Cinco cortinas se enlaçarão uma á outra: e as _outras_ cinco cortinas se enlaçarão uma com a outra. 4 E farás laçadas d’azul na ponta d’uma cortina, na extremidade, na juntura: assim tambem farás na ponta da extremidade da _outra_ cortina, na segunda juntura. 5 Cincoenta laçadas farás n’uma cortina, e _outras_ cincoenta laçadas farás na extremidade da cortina que _está_ na segunda juntura: as laçadas estarão travadas uma com a outra. 6 Farás tambem cincoenta colchetes d’oiro, e ajuntarás com estes colchetes as cortinas, uma com a outra, e será um tabernaculo. 7 Farás [2] tambem cortinas de _pellos_ de cabras por tenda sobre o tabernaculo: d’onze cortinas as farás. 8 O comprimento d’uma cortina _será_ de trinta covados, e a largura da mesma cortina de quatro covados: estas onze cortinas _serão_ d’uma medida. 9 E ajuntarás cinco d’estas cortinas por si, e as _outras_ seis cortinas _tambem_ por si: e dobrarás a sesta cortina diante da tenda. 10 E farás cincoenta laçadas na borda d’uma cortina, na extremidade, na juntura, e _outras_ cincoenta laçadas na borda da _outra_ cortina, na segunda juntura. 11 Farás tambem cincoenta colchetes de cobre, e metterás os colchetes nas laçadas, e _assim_ ajuntarás a tenda, para que seja uma. 12 E o resto que sobejar das cortinas da tenda, a metade da cortina que sobejar, penderá de sobejo ás costas do tabernaculo. 13 E um covado d’uma banda, e outro covado da outra, que sobejará no comprimento das cortinas da tenda, penderá de sobejo aos lados do tabernaculo d’uma e d’outra banda, para cobril-o. 14 Farás [3] tambem á tenda uma coberta _de_ pelles de carneiro, tintas de vermelho, e _outra_ coberta de pelles _de_ teixugo em cima. _As taboas do tabernaculo._ 15 Farás tambem as taboas para o tabernaculo de madeira _de_ sittim, que estarão levantadas. 16 O comprimento d’uma taboa _será_ de dez covados, e a largura de cada taboa _será_ d’um covado e meio. 17 Duas couceiras _terá_ cada taboa, travadas uma com a outra: assim farás com todas as taboas do tabernaculo. 18 E farás as taboas para o tabernaculo _assim_: vinte taboas para a banda do meio dia ao sul. 19 Farás tambem quarenta bases de prata debaixo das vinte taboas: duas bases debaixo d’uma taboa para as suas duas couceiras, e duas bases debaixo d’outra taboa para as suas duas couceiras. 20 Tambem _haverá_ vinte taboas ao outro lado do tabernaculo, para a banda do norte, 21 Com as suas quarenta bases de prata: duas bases debaixo d’uma taboa, e duas bases debaixo d’outra taboa, 22 E ao lado do tabernaculo para o occidente farás seis taboas. 23 Farás tambem duas taboas para os cantos do tabernaculo, d’ambos os lados; 24 E por baixo se ajuntarão, e tambem em cima d’elle se ajuntarão n’uma argola. Assim se fará com as duas _taboas_: ambas serão _por taboas_ para os dois cantos. 25 Assim serão as oito taboas com as suas bases de prata, dezeseis bases: duas bases debaixo d’uma taboa, e duas bases debaixo d’outra taboa. 26 Farás tambem cinco barras de madeira _de_ sittim, para as taboas d’um lado do tabernaculo, 27 E cinco barras para as taboas do outro lado do tabernaculo; como tambem cinco barras para as taboas do _outro_ lado do tabernaculo, d’ambas as bandas para o occidente. 28 E a barra do meio _estará_ no meio das taboas, passando d’uma extremidade até á outra. 29 E cobrirás d’oiro as taboas, e farás d’oiro as suas argolas, para metter por ellas as barras: tambem as barras as cobrirás d’oiro. 30 Então levantarás o tabernaculo conforme [4] ao modelo que te foi mostrado no monte. _O véu do tabernaculo._ 31 Depois farás um [5] véu de azul, e purpura, e carmezim, e de linho fino torcido; com cherubins de obra prima se fará, 32 E o porás sobre quatro columnas _de madeira_ de sittim, cobertas de oiro: seus colchetes _serão_ de oiro, sobre quatro bases de prata. 33 Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e metterás a arca [6] do testemunho ali dentro do véu: e este véu vos fará separação [FF] entre o sanctuario e o logar sanctissimo. 34 E porás a coberta do propiciatorio [7] sobre a arca do testemunho no sanctissimo, 35 E a mesa porás [8] fóra do véu, e o castiçal defronte da mesa, ao lado do tabernaculo, para o sul; mas a mesa porás á banda do norte. 36 Farás tambem para a porta da tenda [9] uma coberta de azul, e purpura, e carmezim, e de linho fino torcido, de obra de bordador, 37 E farás para esta coberta [10] cinco columnas _de madeira_ de sittim, e as cobrirás de oiro; seus colchetes _serão_ de oiro, e far-lhe-has de fundição cinco bases de cobre. [1] cap. 36.8. [2] cap. 36.14. [3] cap. 36.19. [4] cap. 25.9. Act. 7.44. Heb. 8.5. [5] cap. 36.35. Lev. 16.2. II Chr. 3.14. Mat. 27.51. Heb. 9.3. [6] cap. 25.16. Lev. 16.2. Heb. 9.2, 3. [7] cap. 25.21. Heb. 9.5. [8] cap. 40.22. Heb. 9.2. cap. 40.24. [9] cap. 36.37. [10] cap. 36.38. _O altar dos holocaustos._ 27 Farás tambem o altar [1] _de madeira_ de sittim: cinco covados será o comprimento, e cinco covados a largura (_será_ quadrado o altar), e tres covados a sua altura. 2 E farás os seus cornos aos seus quatro cantos: os seus cornos serão do mesmo, e o cobrirás [2] de cobre. 3 Far-_lhe_-has tambem as suas caldeirinhas, para recolher a sua cinza, e as suas pás, e as suas bacias, e os seus garfos, e os seus brazeiros: todos os seus vasos farás de cobre. 4 Far-lhe-has tambem um crivo de cobre era fórma de rede, e farás a esta rede quatro argolas de metal aos seus quatro cantos, 5 E as porás dentro do cerco do altar para baixo, de maneira que a rede chegue até ao meio do altar. 6 Farás tambem varaes para o altar, varaes de madeira _de_ sittim, e os cobrirás de cobre. 7 E os varaes se metterão nas argolas, de maneira que os varaes estejam de ambos os lados do altar, quando fôr levado. 8 Oco de taboas o farás; como _se_ te mostrou [3] no monte, assim o farão. _O pateo do tabernaculo._ 9 Farás tambem o [4] pateo do tabernaculo, ao lado do meio-dia para o sul: o pateo _terá_ cortinas de linho fino torcido; o comprimento de cada lado _será_ de cem covados. 10 Tambem as suas vinte columnas e as suas vinte bases _serão_ de cobre: os colchetes das columnas e as suas faixas serão de prata. 11 Assim tambem ao lado do norte as cortinas na longura _serão_ de cem covados de comprimento: e as suas vinte columnas e as suas vinte bases _serão_ de cobre; os colchetes das columnas e as suas faixas serão de prata. 12 E na largura do pateo ao lado do occidente _haverá_ cortinas de cincoenta covados: as suas columnas dez, e as suas bases dez. 13 Similhantemente a largura do pateo ao lado oriental para o levante _será_ de cincoenta covados. 14 De maneira que _haja_ quinze covados das cortinas de um lado: suas columnas tres, e as suas bases tres. 15 E quinze _covados_ das cortinas ao outro lado: as suas columnas tres, e as suas bases tres. 16 E á porta do pateo _haverá_ uma coberta de vinte covados, de azul, e purpura, e carmezim, e de linho fino torcido, de obra de bordador: as suas columnas quatro, e as suas bases quatro. 17 Todas as columnas do pateo ao redor _serão_ cingidas de faixas de prata, mas as suas bases de cobre. 18 O comprimento do pateo _será_ de cem covados, e a largura de cada banda de cincoenta, e a altura de cinco covados, de linho fino torcido: mas as suas bases _serão_ de cobre. 19 No tocante a todos os vasos do tabernaculo em todo o seu serviço, _até_ todos os seus pregos, e todos os pregos do pateo, _serão_ de cobre. _O azeite puro._ 20 Tu pois ordenarás [5] aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido para o candieiro; para fazer arder as lampadas continuamente. 21 Na tenda da congregação [6] fóra do véu, que _está_ diante do testemunho, Aarão e seus filhos as porão em ordem, desde a tarde até á manhã, perante o Senhor: um estatuto perpetuo [7] _será este_ pelas suas gerações, aos filhos de Israel. [1] cap. 38.1. Exo. 43.13. [2] Num. 16.38. [3] cap. 25.40 e 26.30. [4] cap. 38.9. [5] Lev. 24.2. [6] cap. 26.31, 33 e 30.8. I Sam. 3.3. II Chr. 13.11. [7] cap. 28.43 e 29.9, 28. Lev. 3.17. Num. 18.23. I Sam. 30.25. _Deus escolhe Aarão e seus filhos para sacerdotes._ 28 Depois tu farás chegar a ti teu irmão Aarão, e seus filhos com elle, do meio dos filhos de Israel, para me administrarem o officio sacerdotal: a _saber_, [1] Aarão, Nadab e Abihu, Eleazar e Ithamar, os filhos de Aarão. 2 E [2] farás vestidos sanctos a Aarão teu irmão, para gloria e ornamento. 3 Fallarás [3] tambem a todos os _que são_ sabios de coração, a quem eu tenho enchido do espirito da sabedoria, que façam vestidos a Aarão para sanctifical-o; para que me administre o officio sacerdotal. _As vestes sacerdotaes._ 4 Estes pois _são_ os vestidos que farão: [4] um peitoral, e um ephod, e um manto, e uma tunica bordada, uma mitra, e um cinto: farão pois sanctos vestidos a Aarão teu irmão, e a seus filhos, para me administrarem o officio sacerdotal. 5 E tomarão o oiro, e o azul, e a purpura, e o carmezim, e o linho fino, 6 E farão [5] o ephod de oiro, e de azul, e de purpura, e de carmezim, e de linho fino torcido, de obra esmerada. 7 Terá duas hombreiras, que se unam ás suas duas pontas, e _assim_ se unirá. 8 E o cinto de obra esmerada do seu ephod, que _estará_ sobre elle, será da sua mesma obra, do mesmo, de oiro, de azul, e de purpura, e de carmezim, e de linho fino torcido. 9 E tomarás duas pedras sardonicas, e lavrarás n’ellas os nomes dos filhos de Israel, 10 Seis dos seus nomes n’uma pedra, e os _outros_ seis nomes na outra pedra, segundo as suas gerações; 11 Conforme á obra do lapidario, _como_ [FG] o lavor de sêllos lavrarás estas duas pedras, com os nomes dos filhos de Israel: engastadas ao redor em oiro as farás. 12 E porás as duas pedras nas hombreiras do ephod, _por_ pedras de memoria para os filhos de Israel: [6] e Aarão levará os seus nomes sobre ambos os seus hombros, para memoria diante do Senhor. 13 Farás tambem engastes de oiro, 14 E duas cadeiasinhas de oiro puro: de egual medida, de obra de fieira as farás: e as cadeiasinhas de fieira porás nos engastes. 15 Farás tambem o peitoral [7] do juizo de obra esmerada, conforme á obra do ephod o farás: de oiro, de azul, e de purpura, e de carmezim, e de linho fino torcido o farás. 16 Quadrado _e_ dobrado, será de um palmo o seu comprimento, e de um palmo a sua largura; 17 E o encherás de pedras de engaste, [8] com quatro ordens de pedras: a ordem de uma sardia, de um topazio, e de um carbunculo: esta _será_ a primeira ordem: 18 E a segunda ordem _será_ de uma esmeralda, de uma saphira, e de um diamante: 19 E a terceira ordem _será_ de um jacinto, de uma agatha, e de uma amethista: 20 E a quarta ordem _será_ de uma turqueza, e de uma sardonica, e de um jaspe; engastadas em oiro _serão_ nos seus engastes. 21 E serão aquellas pedras segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes: serão esculpidas como sêllos, cada uma com o seu nome, para as doze tribus. 22 Tambem farás ao peitoral cadeiasinhas de egual medida da obra de trança de oiro puro. 23 Tambem farás ao peitoral dois anneis de oiro, e porás os dois anneis nas extremidades do peitoral. 24 Então metterás as duas _cadeiasinhas_ de fieira d’oiro nos dois anneis, nas extremidades do peitoral: 25 E as duas pontas das duas _cadeiasinhas_ de fieira metterás nos dois engastes, e as porás nas hombreiras do ephod, defronte d’elle. 26 Farás tambem dois anneis d’oiro, e os porás nas duas extremidades do peitoral, na sua borda que _estiver_ junto ao ephod por dentro. 27 Farás tambem dois anneis d’oiro, que porás nas duas hombreiras do ephod, abaixo, defronte d’elle, defronte da sua juntura, sobre o cinto d’obra esmerada do ephod. 28 E ligarão o peitoral com os seus anneis aos anneis do ephod por cima com um cordão d’azul, para que esteja sobre o cinto d’obra esmerada do ephod; e nunca se separará o peitoral do ephod. 29 Assim Aarão levará os nomes dos filhos d’Israel no peitoral do juizo sobre o seu coração, quando entrar no sanctuario, para memoria [9] diante do Senhor continuamente. _Urim e Thummim._ 30 Tambem porás no peitoral [10] do juizo [FH] Urim e Thummim, para que estejam sobre o coração de Aarão, quando entrar diante do Senhor: assim Aarão levará o juizo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante do Senhor continuamente. 31 Tambem farás [11] o manto do ephod, todo azul. 32 E o collar da cabeça estará no meio d’elle: este collar terá uma borda d’obra tecida ao redor: como collar de saia de malha será n’elle, para que se não rompa. 33 E nas suas bordas farás romãs d’azul, e de purpura, e de carmezim, ao redor das suas bordas; e campainhas d’oiro no meio d’ellas ao redor. 34 Uma campainha d’oiro, e uma romã, _outra_ campainha d’oiro, e _outra_ romã, _haverá_ nas bordas do manto ao redor, 35 E estará sobre Aarão quando ministrar, para que se ouça o seu sonido, quando entrar no sanctuario diante do Senhor, e quando sair, para que não morra. _A lamina de oiro puro._ 36 Tambem farás [12] uma lamina d’oiro puro, e n’ella gravarás á maneira de gravuras de sellos: [FI] Sanctidade ao Senhor. 37 E atal-a-has com um cordão d’azul, de maneira que esteja na mitra; sobre a frente da mitra estará. 38 E estará sobre a testa de Aarão, para que Aarão [13] leve a iniquidade das coisas sanctas, que os filhos d’Israel sanctificarem em todas as offertas de suas coisas sanctas; e estará continuamente na sua testa, [14] para que tenham acceitação perante o Senhor. 39 Tambem farás tunica de linho fino: tambem farás uma mitra de linho fino: mas o cinto farás d’obra de bordador. 40 Tambem farás tunicas aos filhos [15] de Aarão, e far-lhes-has cintos: tambem lhes farás tiaras, para gloria e ornamento. 41 E vestirás com elles a Aarão teu irmão, e tambem seus filhos: e os ungirás e consagrarás, [16] e os sanctificarás, para que me administrem o sacerdocio. 42 Faze-lhes [17] tambem calções de linho, para cobrirem a carne nua: serão dos lombos até ás pernas. 43 E estarão sobre Aarão e sobre seus filhos, quando entrarem na tenda da congregação, ou quando chegarem ao altar para ministrar no sanctuario, para que não levem iniquidade, e morram; [18] _isto será_ estatuto perpetuo para elle e para a sua semente depois d’elle. [1] Num. 18.7. Heb. 5.1, 4. [2] cap. 29.5, 29 e 31.10. Lev. 8.7, 30. Num. 20.26. [3] cap. 31.6 e 36.1 e 31.3 e 35.30, 31. [4] ver. 6, 15, 31, 39. [5] cap. 39.2. [6] ver. 29. cap. 39.7. Jos. 4.7. [7] cap. 39.8. [8] cap. 39.10, etc. [9] ver. 12. [10] Lev. 8.8. Num. 27.21. Deu. 33.8. I Sam. 28.6. Esd. 2.63. Neh. 7.65. [11] cap. 39.22. [12] cap. 39.30. Zac. 14.20. [13] ver. 43. Lev. 10.17. Num. 18.1. Isa. 53.11. Eze. 4.4, 5. João 1.29. Heb. 9.28. I Ped. 2.24. [14] Lev. 1.4 e 22.27 e 23.11. Isa. 56.7. [15] ver. 4. cap. 39.27, 28, 29, 41. Eze. 44.17, 18. [16] cap. 29.7 e 30.30. cap. 29.9, etc. Lev. 8. [17] cap. 39.28. Lev. 6.10 e 16.4. Eze. 44.18. [18] Lev. 5.1, 17 e 20.19, 20 e 22.9. Num. 9.13 e 18.22. cap. 27.21. _O sacrificio e as ceremonias da consagração._ 29 Isto _é_ o que lhes has de fazer, para os sanctificar, para que me administrem o sacerdocio: Toma um [1] novilho, e dois carneiros sem macula, 2 E pão asmo, [2] e bolos asmos, amassados com azeite, e coscorões asmos, untados com azeite: com flor de farinha de trigo os farás, 3 E os porás n’um cesto, e os trarás no cesto, com o novilho e os dois carneiros. 4 Então farás chegar a Aarão e a seus filhos á porta da tenda da congregação, e os lavarás [3] com agua; 5 Depois tomarás [4] os vestidos, e vestirás a Aarão da tunica e do manto do ephod, e do ephod _mesmo_, e do peitoral: e o cingirás com o cinto de obra de artifice do ephod. 6 E a [5] mitra porás sobre a sua cabeça: a corôa da sanctidade porás sobre a mitra; 7 E tomarás o azeite da [6] uncção, e o derramarás sobre a sua cabeça: assim o ungirás. 8 Depois farás [7] chegar seus filhos, e lhes farás vestir tunicas, 9 E os cingirás com o cinto, a Aarão e a seus filhos, e lhes atarás as tiaras, para que tenham [8] o sacerdocio por estatuto perpetuo, e sagrarás a Aarão e a seus filhos; 10 E farás chegar o novilho diante da tenda da congregação, [9] e Aarão e seus filhos porão as suas mãos sobre a cabeça do novilho; 11 E degolarás o novilho perante o Senhor, _á_ porta da tenda da congregação. 12 Depois tomarás do sangue [10] do novilho, e o porás com o teu dedo sobre os cornos do altar, e todo o _de mais_ sangue derramarás á base do altar. 13 Tambem tomarás toda [11] a gordura que cobre as entranhas, e o redenho de sobre o figado, e ambos os rins, e a gordura que houver n’elles, e queimal-os-has sobre o altar; 14 Mas a carne [12] do novilho, e a sua pelle, e o seu esterco queimarás com fogo fóra do arraial: sacrificio por peccado _é_. 15 Depois tomarás [13] um carneiro, e Aarão e seus filhos porão as suas mãos sobre a cabeça do carneiro, 16 E degolarás o carneiro, e tomarás o seu sangue, e o espalharás sobre o altar ao redor; 17 E partirás o carneiro por suas partes, e lavarás as suas entranhas e as suas pernas, e _as_ porás sobre as suas partes e sobre a sua cabeça, 18 Assim queimarás todo o carneiro sobre o altar: _é_ um holocausto para o Senhor, cheiro suave; [14] uma offerta queimada ao Senhor. 19 Depois tomarás o outro [15] carneiro, e Aarão e seus filhos porão as suas mãos sobre a cabeça do carneiro; 20 E degolarás o carneiro, e tomarás do seu sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Aarão, e sobre a ponta das orelhas direitas de seus filhos, como tambem sobre o dedo pollegar das suas mãos direitas, e sobre o dedo pollegar dos seus pés direitos: e o _resto do_ sangue espalharás sobre o altar ao redor: 21 Então tomarás do sangue, que _estará_ sobre o altar, e do azeite [16] da uncção, e o espargirás sobre Aarão e sobre os seus vestidos, e sobre seus filhos, e sobre os vestidos de seus filhos com elle; para que elle seja sanctificado, e os seus vestidos, tambem seus filhos, e os vestidos de seus filhos com elle. 22 Depois tomarás do carneiro a gordura, e a cauda, e a gordura que cobre as entranhas, e o redenho do figado, e ambos os rins com a gordura que _houver_ n’elles, e o hombro direito, porque _é_ carneiro das consagrações; 23 E uma fogaça [17] de pão, e um bolo de pão azeitado, e um coscorão do cesto dos pães asmos que _estiverem_ diante do Senhor, 24 E tudo porás nas mãos de Aarão, e nas mãos de seus filhos: e com movimento o moverás [18] perante o Senhor. 25 Depois o [19] tomarás das suas mãos, e o queimarás no altar sobre o holocausto por cheiro suave perante o Senhor; offerta queimada ao Senhor _é_. 26 E tomarás [20] o peito do carneiro das consagrações, que é de Aarão, e com movimento o moverás perante o Senhor: e _isto_ será [21] a tua porção. 27 E sanctificarás o peito do movimento e o hombro da offerta alçada, que foi [22] movido e alçado do carneiro das consagrações, que fôr d’Aarão e de seus filhos, 28 E será para Aarão e para seus filhos por estatuto [23] perpetuo dos filhos d’Israel, porque é offerta alçada: e a offerta alçada será dos filhos d’Israel dos seus sacrificios pacificos; a sua offerta alçada _será_ para o Senhor. 29 E os vestidos sanctos, que _são_ d’Aarão, serão de [24] seus filhos depois d’elle, para serem ungidos n’elles e para sagral-os n’elles. 30 Sete dias os vestirá aquelle que de seus filhos [25] fôr sacerdote em seu logar, quando entrar na tenda da congregação para ministrar no sanctuario. 31 E tomarás o carneiro das consagrações, e cozerás [26] a sua carne no logar sancto; 32 E Aarão e seus filhos comerão a carne d’este carneiro, e o pão [27] que _está_ no cesto á porta da tenda da congregação, 33 E comerão as coisas com que fôr feita [FJ] expiação, para [28] consagral-os, e para sanctifical-os: mas um estranho _as_ não [29] comerá, porque sanctas _são_. 34 E se sobejar _alguma coisa_ da carne das consagrações ou do pão até á manhã, o que sobejar queimarás [30] com fogo: não se comerá, porque sancto é. 35 Assim pois farás a Aarão e a seus filhos, conforme a tudo o que eu te tenho ordenado: [31] por sete dias os sagrarás. 36 Tambem cada [32] dia prepararás um novilho _por_ sacrificio pelo peccado para as expiações, e expiarás o altar, fazendo expiação sobre elle; e o ungirás para sanctifical-o. 37 Sete dias farás expiação pelo altar, e o sanctificarás: [33] e o altar será sanctissimo; tudo o que tocar o altar será sancto. 38 Isto pois _é_ o que offerecereis sobre o altar: dois [34] cordeiros d’um anno cada dia continuamente. 39 Um cordeiro [35] offerecerás pela manhã, e o outro cordeiro offerecerás de tarde. 40 Com um cordeiro a decima parte de flor de farinha, misturada com a quarta parte d’um hin d’azeite moido, e para libação a quarta parte d’um hin de vinho, 41 E o outro cordeiro offerecerás _á_ tarde, e [36] com elle farás como com a offerta da manhã, e conforme á sua libação, por cheiro suave; offerta queimada é ao Senhor. 42 _Este será_ o holocausto [37] continuo por vossas gerações, á porta da tenda da congregação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, [38] para fallar comtigo ali. 43 E ali virei aos filhos d’Israel, [FK] para que por minha gloria [39] sejam sanctificados, 44 E sanctificarei a tenda da congregação e o altar; tambem sanctificarei a [40] Aarão e seus filhos, para que me administrem o sacerdocio. 45 E habitarei [41] no meio dos filhos d’Israel, e lhes serei por Deus, 46 E saberão que eu _sou_ [42] o Senhor seu Deus, que os tenho tirado da terra do Egypto, para habitar no meio d’elles: Eu _sou_ o Senhor seu Deus. [1] Lev. 8.2. [2] Lev. 2.4 e 6.20, 21, 22. [3] cap. 40.12. Lev. 8.6. Heb. 10.22. [4] cap. 28.2. Lev. 8.7. cap. 28.8. [5] Lev. 8.9. [6] cap. 28.41. Num. 35.25. [7] Lev. 8.13. [8] Num. 18.7. cap. 28.41. Lev. 8.22, etc. Heb. 7.28. [9] Lev. 1.4 e 8.14. [10] Lev. 8.15. cap. 27.2 e 30.2. [11] Lev. 3.3. [12] Lev. 4.11, 12, 21. Heb. 13.11. [13] Lev. 8.18 e 1.4-9. [14] Gen. 8.21. [15] ver. 3. Lev. 8.22. [16] cap. 30.25, 31. Lev. 8.30. ver. 1. Heb. 9.22. [17] Lev. 8.26. [18] Lev. 7.30. [19] Lev. 8.28. [20] Lev. 8.29. [21] Psa. 99.6. [22] Lev. 7.31, 34. Num. 18.11, 18. Deu. 18.3. [23] Lev. 10.15 e 7.34. [24] Num. 20.26 e 18.8. [25] Num. 20.28. Lev. 8.35 e 9.1, 8. [26] Lev. 8.31. [27] Mat. 12.4. [28] Lev. 10.14, 15, 17. [29] Lev. 22.10. [30] Lev. 8.32. [31] Exo. 40.12. Lev. 8.33, 34, 35. [32] Heb. 10.11. cap. 30.26. [33] cap. 44.10 e 30.29. Mat. 23.19. [34] Num. 28.3. I Chr. 16.40. II Chr. 2.4. Esd. 3.3. Dan. 9.27 e 12.11. [35] II Reis 16.15. Eze. 46.13. [36] I Reis 18.26, 36. II Reis 16.15. Esd. 9.4, 5. Dan. 9.21. [37] ver. 38. Num. 28.6. Dan. 8.11, 12, 13. [38] cap. 25.22 e 30.6, 36. Num. 17.4. [39] cap. 40.34. I Reis 8.11. II Chr. 5.14. Eze. 43.5. Mal. 3.1. [40] Lev. 21.15. [41] Exo. 25.8. Lev. 26.12. Zac. 2.10. João 14.17, 23. II Cor. 6.16. Apo. 21.3. [42] cap. 20.2. _O altar do incenso._ 30 E farás [1] um altar para queimar o incenso: de madeira de sittim o farás. 2 O seu comprimento _será_ d’um covado, e a sua largura d’um covado; será quadrado, e dois covados a sua altura: d’elle mesmo serão os seus cornos. 3 E com oiro puro o forrarás, o seu tecto, e as suas paredes ao redor, e os seus cornos; e lhe farás uma corôa d’oiro ao redor. 4 Tambem lhe farás duas argolas d’oiro debaixo da sua corôa; aos dois lados as farás, d’ambas as bandas: e serão para logares dos varaes, com que será levado. 5 E os varaes farás de madeira _de_ sittim, e os forrarás com oiro. 6 E o porás diante do véu que _está_ diante da arca do testemunho, diante [2] do propiciatorio, que _está_ sobre o testemunho, onde me ajuntarei comtigo. 7 E Aarão sobre elle queimará o incenso das especiarias; [3] cada manhã, quando põe em ordem as lampadas, o queimara. 8 E, accendendo Aarão as lampadas á tarde, o queimará: _este será_ incenso continuo perante o Senhor pelas vossas gerações. 9 Não offerecereis sobre elle incenso estranho, [4] nem holocausto, nem offerta: nem tão pouco derramareis sobre elle libações. 10 E uma vez no anno Aarão [5] fará expiação sobre os seus cornos com o sangue do sacrificio das expiações: uma vez no anno fará expiação sobre elle pelas vossas gerações: sanctissimo _é_ ao Senhor. 11 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: _O resgate da alma._ 12 Quando tomares a somma [6] dos filhos d’Israel, conforme á sua conta, cada um _d’elles_ dará ao Senhor o resgate da sua alma, quando os contares; para que não haja entre elles praga [7] alguma, quando os contares. 13 Isto dará todo aquelle que passar ao arrolamento: [8] a metade d’um siclo, segundo o siclo do sanctuario (este siclo é de vinte obolos): a metade d’um siclo _é_ a offerta ao Senhor. 14 Qualquer que passar o arrolamento de vinte annos e acima, dará a offerta alçada ao Senhor. 15 O rico [9] não augmentará, e o pobre não deminuirá da metade do siclo, quando derem a offerta alçada ao Senhor, para fazer expiação por vossas almas. 16 E tomarás o dinheiro das expiações dos filhos d’Israel, e o darás ao [10] serviço da tenda da congregação; e será para memoria aos filhos d’Israel diante do Senhor, para fazer expiação por vossas almas. _A pia de cobre._ 17 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 18 Farás tambem uma pia [11] de cobre com a sua base de cobre, para lavar: e as porás entre a tenda da congregação e o altar; e deitarás agua n’ella. 19 E Aarão e seus filhos n’ella lavarão [12] as suas mãos e os seus pés. 20 Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-hão com agua, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para accender a offerta queimada ao Senhor. 21 Lavarão pois as suas mãos e os seus pés, para que não morram: e _isto_ lhes será por estatuto perpetuo [13] a elle e á sua semente nas suas gerações. _O azeite da sancta uncção._ 22 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 23 Tu pois toma para ti das principaes especiarias, [14] da mais pura myrrha quinhentos _siclos_, e de canella aromatica a metade, _a saber_, duzentos e cincoenta _siclos_, e de calamo aromatico duzentos e cincoenta _siclos_, 24 E de cassia [15] quinhentos _siclos_, segundo o siclo do sanctuario, e d’azeite de oliveiras um hin. 25 E d’isto farás o azeite [16] da sancta uncção, o perfume composto segundo a obra do perfumista: _este_ será o azeite da sancta uncção. 26 E com elle ungirás [17] a tenda da congregação, e a arca do testemunho, 27 E a mesa com todos os seus vasos, e o castiçal com os seus vasos, e o altar do incenso, 28 E o altar do holocausto com todos os seus vasos, e a pia com a sua base. 29 Assim sanctificarás estas coisas, para que sejam sanctissimas: [18] tudo o que tocar n’ellas será sancto. 30 Tambem ungirás [19] a Aarão e seus filhos, e os sanctificarás para me administrarem o sacerdocio. 31 E fallarás aos filhos d’Israel, dizendo: Este me será o azeite da sancta uncção nas vossas gerações. 32 Não se ungirá com elle a carne do homem, nem fareis _outro_ similhante conforme á sua composição: sancto _é_, e será [20] sancto para vós. 33 O [21] homem que compozer tal _perfume_ como este, ou que d’elle pozer sobre um estranho, será extirpado dos seus povos. _O incenso sancto._ 34 Disse mais o Senhor a Moysés: Toma-te especiarias [22] aromaticas, estoraque, e onicha, e galbano; _estas_ especiarias _aromaticas_ e o incenso puro de egual _peso_; 35 E d’isto farás incenso, um perfume segundo a arte [23] do perfumista, temperado, puro _e_ sancto; 36 E d’elle moendo o pizarás, e d’elle porás diante do testemunho, na [24] tenda da congregação, onde eu virei a ti: coisa sanctissima vos será. 37 Porém o incenso que farás conforme á composição d’este, [25] não o fareis para vós mesmos: sancto será para o Senhor. 38 O homem que fizer tal [26] como este para cheirar, será extirpado do seu povo. [1] cap. 37.25. ver. 7, 8, 10. Lev. 4.7. Apo. 8.3. [2] cap. 25.21, 22. [3] ver. 34. I Sam. 2.28. I Chr. 23.13. Luc. 1.9. cap. 27.21. [4] Lev. 10.1. [5] Lev. 16.18 e 23.27. [6] cap. 38.25. Num. 1.2. II Sam. 24.2. Num. 31.50. Job 33.24. Psa. 49.7. Mat. 20.28. Mar. 10.45. I Tim. 2.6. I Ped. 1.18. [7] II Sam. 24.15. [8] Mat. 17.24. Lev. 27.25. Num. 3.47. Eze. 45.12. [9] Job 34.19. Pro. 22.2. Eph. 6.9. Col. 3.25. [10] cap. 38.25. Num. 16.40. [11] cap. 38.8. I Reis 7.38. cap. 40.7, 30. [12] cap. 40.31. Psa. 26.6. Isa. 52.11. João 13.10. Heb. 10.22. [13] cap. 28.43. [14] Can. 4.14. Eze. 27.22. Pro. 7.17. Jer. 6.20. [15] Psa. 45.8. cap. 29.40. [16] cap. 37.29. Num. 35.25. Psa. 89.20 e 133.2. [17] cap. 40.9. Lev. 8.10. Num. 7.1. [18] cap. 29.37. [19] cap. 29.7, etc. Lev. 8.12, 30. [20] ver. 25, 37. [21] Gen. 17.14. cap. 12.15. Lev. 7.20. [22] cap. 25.6 e 37.29. [23] ver. 25. [24] cap. 29.42. Lev. 16.2. cap. 29.37. Lev. 2.3. [25] ver. 32. [26] ver. 33. _Os artifices da obra do tabernaculo._ 31 Depois fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Eis que eu tenho chamado [1] por nome a Bezaleel, o filho de Uri, filho d’Ur, da tribu de Judah, 3 E o enchi do espirito [2] de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de sciencia, em todo o artificio, 4 Para inventar invenções, e obrar em oiro, em prata, e em cobre, 5 E em lavramento de pedras para engastar, e em artificio de madeira, para obrar em todo o lavor. 6 E eis que eu tenho posto com elle a [3] Aholiab, o filho de Ahisamach, da tribu de Dan, e tenho dado sabedoria ao coração de todo aquelle que _é_ sabio _de_ coração, para que façam tudo o que te tenho ordenado; 7 _A saber_, a tenda da [4] congregação, e a arca do testemunho, e o [5] propiciatorio que _estará_ sobre ella, e todos os vasos da tenda; 8 E a mesa [6] com os seus vasos, e o castiçal puro com todos os seus vasos, e o altar do incenso; 9 E o altar do holocausto [7] com todos os seus vasos, e a pia com a sua base; 10 E os vestidos [8] do ministerio, e os vestidos sanctos de Aarão o sacerdote, e os vestidos de seus filhos, para administrarem o sacerdocio; 11 E o azeite da uncção, [9] e o incenso aromatico para o sanctuario: farão conforme a tudo que te tenho mandado. _O sabbado sancto e as duas taboas do testemunho._ 12 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 13 Tu pois falla aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis [10] meus sabbados: porquanto isso _é_ um signal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibaes que eu _sou_ o Senhor, que vos sanctifica. 14 Portanto guardareis [11] o sabbado, porque sancto _é_ para vós: aquelle que o profanar certamente morrerá; porque [12] qualquer que n’elle fizer _alguma_ obra, aquella alma será extirpada do meio do seu povo. 15 Seis dias se fará [13] obra, porém o setimo dia _é_ o sabbado do descanço, sancto ao Senhor; qualquer que no dia do sabbado fizer obra, certamente morrerá. 16 Guardarão pois o sabbado os filhos de Israel, celebrando o sabbado nas suas gerações _por_ concerto perpetuo. 17 Entre mim e os filhos de Israel _será_ um signal [14] para sempre: porque _em_ seis dias fez o Senhor [15] os céus e a terra, e ao setimo dia descançou, e restaurou-se. 18 E deu a Moysés (quando acabou de fallar com elle no monte de Sinai) as duas taboas [16] do testemunho, taboas de pedra, escriptas pelo dedo de Deus. [1] cap. 35.30 e 36.1. I Chr. 2.20. [2] cap. 35.31. I Reis 7.14. [3] cap. 35.34 e 28.3 e 35.10, 25 e 36.1. [4] cap. 36.8 e 37.1. [5] cap. 37.6. [6] cap. 37.10, 17. [7] cap. 38.1, 8. [8] cap. 39.1, 41. Num. 4.5, 6, etc. [9] cap. 30.25, 31 e 37.29. cap. 30.34. [10] Lev. 19.3, 30 e 26.2. Eze. 20.12, 20 e 44.24. [11] cap. 20.8. Deu. 5.12. Eze. 20.12. [12] cap. 35.2. Num. 15.35. [13] cap. 20.9. Gen. 2.2. cap. 16.23 e 20.10. [14] Eze. 20.12, 20. [15] Gen. 1.31 e 2.2. [16] cap. 24.12 e 32.15, 16. Deu. 4.13 e 5.22. II Cor. 3.3. _O bezerro de oiro._ 32 Mas vendo o povo que Moysés [1] tardava em descer do monte, ajuntou-se o povo a Aarão, e disseram-lhe; Levanta-te, [2] faze-nos [FL] deuses, que vão adiante de nós: porque emquanto a este Moysés, _a_ este homem que nos tirou da terra do Egypto, não sabemos o que lhe succedeu. 2 E Aarão lhes disse: Arrancae os pendentes de oiro, [3] que _estão_ nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazeim’os. 3 Então todo o povo arrancou [4] os pendentes de oiro, que _estavam_ nas suas orelhas, e os trouxeram a Aarão, 4 E elle _os_ tomou das suas mãos, e formou o _oiro_ com um buril, e fez d’elle um bezerro de fundição. Então disseram: [FM] Estes _são_ teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egypto. 5 E Aarão, vendo isto, edificou um altar diante d’elle: e Aarão apregoou, e disse: [5] Ámanhã _será_ festa ao Senhor. 6 E no dia seguinte madrugaram, e offereceram holocaustos, e trouxeram offertas pacificas; e o povo [6] assentou-se a comer e a beber; depois levantaram-se a folgar. 7 Então disse [7] o Senhor a Moysés: Vae, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egypto, se tem [8] corrompido, 8 E depressa se tem desviado do caminho que eu lhes tinha [9] ordenado: fizeram para si um bezerro de fundição, e perante elle se inclinaram, e sacrificaram-lhe, e disseram: Estes _são_ os teus deuses, [10] ó Israel, que te tiraram da terra do Egypto. 9 Disse mais o Senhor a Moysés: Tenho visto [11] a este povo, e eis que _é_ povo [FN] obstinado. 10 Agora pois deixa-me [12] que o meu furor se accenda contra elles, e os consuma: e eu te farei uma grande nação. 11 Porém Moysés supplicou ao Senhor seu Deus, e disse: O Senhor, porque se accende o teu [13] furor contra o teu povo, que tu tiraste da terra do Egypto com grande força e com forte mão? 12 Porque hão de fallar [14] os egypcios, dizendo: Para mal os tirou, para matal-os nos montes, e para destruil-os da face da terra? Torna-te da ira do teu furor, e arrepende-te [15] _d’este_ mal contra o teu povo. 13 Lembra-te de Abrahão, de Isaac, e de Israel, os teus servos, aos quaes por ti mesmo tens jurado, [16] e lhes disseste: Multiplicarei a vossa semente como as estrellas dos céus, e darei á vossa semente toda esta terra, de que tenho dito, para que a possuam por herança eternamente. 14 Então o Senhor [17] arrependeu-se do mal que dissera, que havia de fazer ao seu povo. 15 E tornou-se Moysés, [18] e desceu do monte com as duas taboas do testemunho na sua mão, taboas escriptas de ambas as bandas; de uma e de outra banda escriptas _estavam_, 16 E aquellas taboas [19] _eram_ obra de Deus; tambem a escriptura _era_ a mesma escriptura de Deus, esculpida nas taboas. 17 E, ouvindo Josué a voz do povo que jubilava, disse a Moysés: Alarido de guerra _ha_ no arraial. 18 Porém elle disse: Não _é_ alarido dos victoriosos, nem alarido dos vencidos, mas o alarido dos que cantam eu ouço. _Moysés quebra as taboas do testemunho._ 19 E aconteceu que, chegando elle ao arraial, e vendo [20] o bezerro e as danças, accendeu-se o furor de Moysés, e arremessou as taboas das suas mãos, e quebrou-as ao pé do monte; 20 E tomou [21] o bezerro que tinham feito, e queimou-o no fogo, moendo-o até que se tornou em pó; e o espargiu sobre as aguas, e deu-o a beber aos filhos de Israel. 21 E Moysés disse a Aarão: Que te tem feito este povo, [22] que sobre elle trouxeste tamanho peccado? 22 Então disse Aarão: Não se accenda a ira do meu senhor: tu sabes [23] que este povo é _inclinado_ ao mal; 23 E elles me disseram: [24] Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque não sabemos que succedeu a este Moysés, a este homem que nos tirou da terra do Egypto. 24 Então eu lhes disse: Quem tem oiro, arranque-o: e deram-m’o, e lancei-o no fogo, [25] e saiu este bezerro. _Moysés manda matar os idolatras._ 25 E vendo Moysés que o povo estava despido, porque Aarão o havia despido para vergonha [26] entre os seus inimigos, 26 Poz-se em pé Moysés na porta do arraial, e disse: Quem é do Senhor, _venha_ a mim. Então se ajuntaram a elle todos os filhos de Levi. 27 E disse-lhes: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa: e passae e tornae pelo arraial de porta em porta, e mate [27] cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu proximo. 28 E os filhos de Levi fizeram conforme á palavra de Moysés: e cairam do povo aquelle dia uns tres mil homens. 29 Porquanto Moysés tinha [28] dito: Consagrae hoje as vossas mãos ao Senhor; porquanto cada um será contra o seu filho, e contra o seu irmão: e isto para elle vos dar hoje benção. _Moysés intercede pelo povo._ 30 E aconteceu que no dia seguinte Moysés disse ao povo: Vós peccastes [29] grande peccado: agora porém subirei ao Senhor; porventura farei propiciação por vosso peccado. 31 Assim tornou-se Moysés [30] ao Senhor, e disse: Ora, este povo peccou peccado grande, [31] fazendo para si deuses d’oiro. 32 Agora pois perdoa o seu peccado, senão risca-me, peço-te, [32] do teu Livro, que tens escripto. 33 Então disse o Senhor a Moysés: Aquelle que peccar contra mim, a este riscarei eu do meu [33] livro. 34 Vae pois agora, conduze este povo para onde te tenho dito: eis que o meu [34] anjo irá adiante de ti; porém no dia da minha visitação visitarei n’elles o seu peccado. 35 Assim feriu o Senhor o povo, porquanto fizeram [35] o bezerro que Aarão tinha feito. [1] cap. 24.18. Deu. 9.9. [2] Act. 7.40. cap. 13.21. [3] Jui. 8.24, 25, 26, 27. [4] Deu. 9.16. Jui. 17.3. I Reis 12.23. Neh. 9.18. Isa. 46.6. Act. 7.41. Rom. 1.23. [5] Lev. 23.2, 4, 21, 37. II Reis 10.20. II Chr. 30.5. [6] I Cor. 16.7. [7] cap. 33.1. Deu. 9.12. Dan. 9.24. [8] Gen. 6.11. Deu. 4.16. Jui. 2.19. Ose. 9.9. [9] cap. 20.3. Deu. 9.16. [10] I Reis 12.28. [11] cap. 33.3. Deu. 9.6. II Chr. 30.8. Isa. 48.4. Act. 7.51. [12] Deu. 9.14. cap. 22.24. Num. 14.12. [13] Deu. 9.18. Psa. 74.1, 2. [14] Num. 14.13. Deu. 9.28 e 32.27. [15] ver. 14. [16] Gen. 22.16. Heb. 6.13. [17] Deu. 32.26. II Sam. 24.16. I Chr. 21.15. Psa. 106.45. Jer. 18.8. Joel 2.13. Jon. 4.2. [18] Deu. 9.15. [19] cap. 31.18. [20] Deu. 9.16, 17. [21] Deu. 9.21. [22] Gen. 20.9 e 26.10. [23] cap. 14.11 e 15.24 e 16.2, 20, 28 e 17.2, 4. [24] ver. 1. [25] ver. 4. [26] cap. 33.4, 5. II Chr. 28.19. [27] Num. 25.5. Deu. 33.9. [28] Num. 25.11, 12, 13. Deu. 13.6, 11. I Sam. 15.18, 22. Zac. 13.3. Mat. 10.37. [29] I Sam. 12.20. Luc. 15.18. Amós 5.15. Num. 25.13. [30] Deu. 9.18. [31] cap. 20.23. [32] Rom. 9.3. Dan. 12.1. Phi. 4.3. Apo. 3.5. [33] Lev. 23.30. Eze. 18.4. [34] cap. 33.2, 14, etc. Num. 20.16. Deu. 32.35. Rom. 2.5, 6. [35] II Sam. 12.9. Act. 7.41. _Deus não irá no meio do povo mas enviará um anjo._ 33 Disse mais o Senhor a Moysés: Vae, sobe d’aqui, tu [1] e o povo que fizeste subir da terra do Egypto, á terra que jurei a Abrahão, a Isaac, e a Jacob, dizendo: Á tua semente [2] a darei. 2 E enviarei um anjo [3] diante de ti, e lançarei fóra os cananeos, e os amorrheos, e os hetheos, e os phereseos, e os heveos, e os jebuseos, 3 A uma terra [4] que mana leite e mel: porque eu não subirei no meio de ti, porquanto _és_ povo obstinado, para [5] que te não consuma eu no caminho. 4 E, ouvindo o povo esta má palavra, entristeceram-se, [6] e nenhum d’elles poz sobre si os seus atavios. 5 Porquanto o Senhor tinha dito a Moysés: Dize aos filhos de Israel: [7] Povo obstinado _és_; se um momento subir no meio de ti, te consumirei: porém agora tira de ti os teus atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer. 6 Então os filhos d’Israel se despojaram dos seus atavios, ao pé do monte de Horeb. 7 E tomou Moysés a tenda, e _a_ estendeu para si fóra do arraial, desviada longe do arraial, e chamou-a [8] a tenda da congregação: e aconteceu que todo aquelle que buscava o Senhor saiu á tenda da congregação, que estava fóra do arraial. 8 E aconteceu que, saindo Moysés á tenda, todo o povo se levantava, e cada um ficou em pé á porta da sua tenda: [9] e olhavam para Moysés pelas costas, até elle entrar na tenda. 9 E aconteceu que, entrando Moysés na tenda, descia a columna de nuvem, e punha-se á porta da tenda: e o Senhor fallava [10] com Moysés. 10 E, vendo todo o povo a columna de nuvem que estava á porta da tenda, todo o povo se levantou e inclinaram-se [11] cada um á porta da sua tenda. 11 E fallava o Senhor a Moysés cara a cara, como qualquer falla com o seu amigo: depois tornou-se ao arraial; mas o seu servidor [12] Josué, filho de Nun, mancebo, nunca se apartava do meio da tenda. _Moysés roga a Deus a Sua presença._ 12 E Moysés disse ao Senhor: Eis que tu me dizes: [13] Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem has de enviar commigo: e tu disseste: Conheço-te [14] por _teu_ nome, tambem achaste graça aos meus olhos. 13 Agora pois, se tenho achado graça [15] aos teus olhos, rogo-te que agora me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-hei, para que ache graça aos teus olhos: [16] e attenta que esta nação _é_ o teu povo. 14 Disse pois: Irá [17] a minha face _comtigo_ para te fazer descançar. 15 Então disse-lhe: Se a tua [18] face não fôr _comnosco_, não nos faças subir d’aqui. 16 Como pois se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? _acaso_ não _é_ n’isso que andas [19] tu comnosco? assim separados seremos, eu e o teu povo, de todo o povo que _ha_ sobre a face da terra. 17 Então disse o Senhor a Moysés: Farei tambem isto, que tens [20] dito; porquanto achaste graça aos meus olhos; e te conheço por nome. _Moysés roga a Deus lhe mostre a sua gloria._ 18 Então elle disse: Rogo-te que me mostres [21] a tua gloria. 19 Porém elle disse: Eu [22] farei passar toda a minha bondade por diante de ti, e apregoarei o nome do Senhor diante de ti; e terei misericordia de quem tiver misericordia, e me compadecerei de [23] quem me compadecer. 20 E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá [24] a minha face, e viverá. 21 Disse mais o Senhor: Eis aqui um logar junto a mim; ali te porás sobre a [FO] penha. 22 E acontecerá que, quando a minha gloria passar, te porei n’uma fenda [25] da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado. 23 E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas: [26] mas a minha face não se verá. [1] cap. 32.7. [2] Gen. 12.7. cap. 32.13. [3] cap. 32.34. Deu. 7.22. Jos. 24.11. [4] cap. 3.8. [5] Deu. 9.6, 13. cap. 23.21 e 32.10. Num. 16.21, 45. [6] Num. 14.1, 39. Lev. 10.6. II Sam. 19.24. I Reis 21.27. Esd. 9.3. Job 1.20. Isa. 32.11. Eze. 24.17. [7] ver. 3. Num. 16.45, 46. [8] cap. 29.42. Deu. 4.29. II Sam. 21.1. [9] Num. 16.27. [10] cap. 25.22 e 31.18. Psa. 99.7. [11] cap. 4.31. [12] Gen. 32.30. Num. 12.8. Deu. 34.10. cap. 24.13. [13] cap. 32.24. [14] Gen. 18.19. Jer. 1.5. João 10.14. II Tim. 2.19. [15] cap. 34.9. Psa. 25.4. [16] Deu. 9.26. Joel 2.17. [17] cap. 13.21. Isa. 63.9. Deu. 3.20. Jos. 21.44. [18] ver. 3. cap. 34.9. [19] Num. 14.14. Deu. 4.7. II Sam. 7.23. [20] Gen. 19.21. Thi. 5.16. [21] ver. 20. I Tim. 6.16. [22] cap. 34.5. Jer. 31.14. [23] Rom. 9.15 e 4.4. [24] Gen. 32.30. Deu. 5.24. Jui. 6.22. Isa. 6.5. Apo. 1.16, 17. [25] Isa. 2.21. Psa. 91.1, 4. [26] ver. 20. João 1.18. _As novas taboas dos dez mandamentos._ 34 Então disse o Senhor a Moysés: [1] Lavra-te duas taboas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nas taboas as mesmas palavras que estavam nas primeiras taboas, que tu quebraste. 2 E apparelha-te para ámanhã, para que subas pela manhã ao monte de Sinai, e ali põe-te diante de mim no cume [2] do monte. 3 E ninguem suba [3] comtigo, e tambem ninguem appareça em todo o monte; nem ovelhas nem bois se apascentem defronte do monte. 4 Então elle lavrou duas taboas de pedra, como as primeiras; e levantou-se Moysés pela manhã de madrugada, e subiu ao monte de Sinai, como o Senhor lhe tinha ordenado: e tomou as duas taboas de pedra na sua mão. 5 E o Senhor desceu n’uma nuvem, e se poz ali junto a elle: e elle apregoou [4] o nome do Senhor. 6 Passando pois o Senhor perante a sua face, clamou: Jehovah o Senhor, [5] Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficencia e verdade; 7 Que guarda a beneficencia [6] em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o peccado; que o _culpado_ não tem por innocente; [7] que visita a iniquidade dos paes sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até á terceira e quarta _geração_. 8 E Moysés apressou-se, e inclinou a cabeça á terra, encurvou-se, 9 E disse: Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, vá [8] agora o Senhor no meio de nós: porque este é povo obstinado; porém perdoa a nossa iniquidade e o nosso peccado, e toma-nos [9] pela tua herança. _Deus faz um pacto._ 10 Então disse: Eis que eu faço um concerto; farei diante de todo o [10] teu povo maravilhas que nunca foram feitas em toda a terra, nem entre gente alguma: de maneira que todo este povo, em cujo meio tu _estás_, [11] veja a obra do Senhor; porque coisa terrivel _é_ o que faço comtigo. 11 Guarda o [12] que eu te ordeno hoje: eis que eu lançarei fóra diante de ti os amorrheos, e os cananeos, e os hetheos, e os pereseos, e os heveos e os jebuseos. 12 Guarda-te [13] que não faças concerto com os moradores da terra aonde has de entrar; para que não seja por laço no meio de ti. 13 Mas os seus altares [14] transtornareis, e as suas estatuas quebrareis, e os seus bosques cortareis. 14 Porque te não inclinarás [15] diante d’outro deus: pois o nome do Senhor _é_ Zeloso: Deus zeloso _é_ elle: 15 Para que não faças concerto com os moradores da terra, [16] e não forniquem após os seus deuses, nem sacrifiquem aos seus deuses, e tu, convidado d’elles, comas dos seus sacrificios, 16 E tomes _mulheres_ das suas [17] filhas para os teus filhos, e suas filhas, fornicando após os seus deuses, façam que tambem teus filhos [18] forniquem após os seus deuses. 17 Não te farás deuses de fundição. 18 A festa dos _pães_ [19] asmos guardarás; sete dias comerás _pães_ asmos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado do mez de Abib: porque no mez d’Abib sais-te do Egypto. 19 Tudo [20] o que abre a madre meu _é_, até todo o teu gado, que seja macho, abrindo a _madre_ de vaccas e d’ovelhas; 20 O burro porém, [21] que abrir a _madre_, resgatarás com [FP] cordeiro: mas, se o não resgatares, cortar-lhe-has a cabeça: todo o primogenito de teus filhos resgatarás. E ninguem [22] apparecerá vazio diante de mim. 21 Seis dias obrarás, [23] mas ao setimo dia descançarás: na aradura e na sega descançarás. 22 Tambem guardarás [24] a festa das semanas, que é a festa das primicias da sega do trigo, e a festa da colheita á volta do anno. 23 Tres vezes no anno todo o macho entre ti apparecerá [25] perante o Senhor, Jehovah, Deus d’Israel; 24 Porque eu lançarei fóra as nações de diante de [26] ti, e alargarei o teu termo: ninguem cubiçará a tua terra, quando subires para apparecer tres vezes no anno diante do Senhor teu Deus. 25 Não sacrificarás [27] o sangue do meu sacrificio com pão levedado, nem o sacrificio da festa da paschoa ficará da noite para a manhã. 26 As primicias [28] dos primeiros fructos da tua terra trarás á casa do Senhor teu Deus: não cozerás [29] o cabrito no leite de sua mãe. 27 Disse mais o Senhor a Moysés: Escreve-te [30] estas palavras: porque conforme ao teor d’estas palavras tenho feito concerto comtigo e com Israel. 28 E esteve ali [31] com o Senhor quarenta dias e quarenta noites: não comeu pão, nem bebeu agua, [32] e escreveu nas taboas as palavras do concerto, [FQ] os dez mandamentos. _O rosto de Moysés resplandece._ 29 E aconteceu que, descendo Moysés do monte Sinai (e Moysés trazia as duas taboas [33] do testemunho em sua mão, quando desceu do monte), Moysés não sabia que a pelle do [34] seu rosto resplandecia, depois que fallara com elle. 30 Olhando pois Aarão e todos os filhos d’Israel para Moysés, eis que a pelle do seu rosto resplandecia; pelo que temeram de chegar-se a elle. 31 Então Moysés os chamou, e Aarão e todos os principes da congregação tornaram-se a elle: e Moysés lhes fallou. 32 Depois chegaram tambem todos os filhos d’Israel: e elle lhes ordenou tudo [35] o que o Senhor fallára com elle no monte Sinai. 33 Assim acabou Moysés de fallar com elles, e tinha [36] posto um véu sobre o seu rosto. 34 Porém, entrando [37] Moysés perante o Senhor, para fallar com elle, tirava o véu até que sahia: e, saido, fallava com os filhos de Israel o que lhe era ordenado. 35 Assim pois viam os filhos d’Israel o rosto de Moysés, que resplandecia a pelle do rosto de Moysés: e tornou Moysés a pôr o véu sobre o seu rosto, até que entrava para fallar com elle. [1] cap. 32.16, 19. Deu. 10.1. [2] cap. 19.20 e 24.12. [3] cap. 19.12. [4] cap. 33.19. Num. 14.17. [5] Num. 14.18. II Chr. 30.9. Neh. 9.17. Psa. 86.15. Joel 2.13. Rom. 2.4. [6] cap. 20.6. Deu. 5.10. Jer. 32.18. Dan. 9.4. Psa. 103.3. Eph. 4.32. I João 1.9. [7] Jos. 24.19. Job 10.14. Miq. 6.11. Nah. 1.3. [8] cap. 33.3, 15, 16. [9] Psa. 28.9. Jer. 10.16. Zac. 2.12. [10] Deu. 5.2 e 29.12, 14. II Sam. 7.23. Psa. 77.14. [11] Deu. 10.21. Psa. 145.6. Isa. 64.3. [12] Deu. 5.32. cap. 33.2. [13] cap. 23.32. Deu. 7.2. Jui. 2.2. [14] cap. 23.24. Deu. 12.3. Jui. 2.2. II Reis 18.4 e 23.14. II Chr. 31.1. [15] cap. 20.3, 5. Isa. 9.6. [16] Deu. 31.16. Jui. 2.17. Jer. 3.9. Eze. 6.9. Num. 25.2. Psa. 106.28. I Cor. 8.4, 7, 10. [17] Deu. 7.3. I Reis 11.2. Esd. 9.2. Neh. 13.25. Num. 25.1. I Reis 11.4. [18] Lev. 19.4. [19] cap. 12.15 e 13.4 e 23.15. [20] cap. 22.29. Eze. 44.30. Luc. 2.23. [21] cap. 13.13. Num. 18.15. [22] cap. 23.15. Deu. 16.16. I Sam. 9.7. [23] cap. 20.9. Deu. 5.12. Luc. 13.14. [24] cap. 23.16. Deu. 16.10. [25] Deu. 16.16. [26] cap. 33.2. Lev. 18.24. Deu. 7.1. Psa. 78.55. II Chr. 17.10. Pro. 16.7. Act. 18.10. [27] cap. 23.18 e 12.10. [28] cap. 23.19. Deu. 26.2, 10. [29] Deu. 14.21. [30] ver. 10. Deu. 4.13 e 31.9. [31] cap. 24.18. Deu. 9.9, 18. [32] ver. 1. cap. 31.18 e 32.16. [33] cap. 32.15. [34] Mat. 17.2. II Cor. 3.7, 13. [35] cap. 24.3. [36] II Cor. 3.13. [37] II Cor. 3.16. _O sabbado e as offertas para o tabernaculo._ 35 Então fez Moysés ajuntar toda a congregação dos filhos d’Israel, e disse-lhes: Estas [1] _são_ as palavras que o Senhor ordenou que se fizessem. 2 Seis dias [2] se trabalhará, mas o setimo dia vos será sancto, o sabbado do repouso ao Senhor: todo aquelle que fizer obra n’elle morrerá. 3 Não accendereis [3] fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sabbado. 4 Fallou mais Moysés a toda a congregação dos filhos d’Israel, dizendo: [4] Esta é a palavra que o Senhor ordenou, dizendo: 5 Tomae, do que vós tendes, uma offerta para o Senhor: [5] cada um, cujo coração é voluntariamente disposto, a trará por offerta alçada ao Senhor; oiro, e prata, e cobre, 6 Como tambem azul, e purpura, e carmezim, e linho fino, e _pellos_ de cabras. 7 E pelles de carneiros, tintas de vermelho, e pelles de teixugos, madeira _de_ sittim, 8 E azeite para a luminaria, e especiarias para o [6] azeite da uncção, e para o incenso aromatico, 9 E pedras sardonicas, e pedras d’engaste, para o ephod e para o peitoral. 10 E todos os sabios de coração entre vós [7] virão, e farão tudo o que o Senhor tem mandado: 11 O tabernaculo, [8] a sua tenda, e a sua coberta, os seus colchetes, e as suas taboas, as suas barras, as suas columnas, e as suas bases, 12 A arca [9] e os seus varaes, o propiciatorio e o véu da coberta, 13 A mesa, [10] e os seus varaes, e todos os seus vasos; e os pães da proposição, 14 E o castiçal [11] da luminaria, e os seus vasos, e as suas lampadas, e o azeite para a luminaria, 15 E o altar do incenso [12] e os seus varaes, e o azeite da uncção, e o incenso aromatico, e a coberta da porta á entrada do tabernaculo, 16 O altar do [13] holocausto, e o crivo de cobre _que terá_ seus varaes, e todos os seus vasos, a pia e a sua base, 17 As cortinas do pateo, [14] as suas columnas e as suas bases, e a coberta da porta do pateo, 18 As estacas do tabernaculo, e as estacas do pateo, e as suas cordas, 19 Os vestidos [15] do ministerio para ministrar no sanctuario, os vestidos sanctos d’Aarão o sacerdote, e os vestidos de seus filhos, para administrarem o sacerdocio. _A promptidão do povo em trazer offertas._ 20 Então toda a congregação dos filhos d’Israel saiu de diante de Moysés, 21 E veiu todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquelle cujo espirito voluntariamente o excitou, e trouxeram a [16] offerta alçada ao Senhor para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para os vestidos sanctos. 22 Assim que vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração: trouxeram fivelas, e pendentes, e anneis, e braceletes, todo o vaso d’oiro; e todo o homem offerecia offerta d’oiro ao Senhor; 23 E todo o homem que se achou com [17] azul, e purpura, e carmezim, e linho fino, e _pellos_ de cabras, e pelles de carneiro tintas de vermelho, e pelles de teixugos, os trazia; 24 Todo aquelle que offerecia offerta alçada de prata ou de metal, a trazia por offerta alçada ao Senhor; e todo aquelle que se achava com madeira de sittim, a trazia para toda a obra do serviço. 25 E todas as mulheres [18] sabias de coração fiavam com as suas mãos, e traziam o fiado, o azul e a purpura, o carmezim e o linho fino. 26 E todas as mulheres, cujo coração as moveu em sabedoria, fiavam os _pellos_ das cabras. 27 E os principes [19] traziam pedras sardonicas, e pedras d’engastes para o ephod e para o peitoral, 28 E especiarias, [20] e azeite para a luminaria, e para o azeite da uncção, e para o incenso aromatico. 29 Todo o homem e mulher, cujo coração voluntariamente se moveu a trazer _alguma [21] coisa_ para toda a obra que o Senhor ordenara se fizesse pela mão de Moysés, _aquillo_ trouxeram os filhos de Israel por offerta voluntaria ao Senhor. _Deus chama Bezaleel e Aholiab._ 30 Depois disse Moysés aos filhos de Israel: Eis que o Senhor [22] tem chamado por nome a Bezaleel, o filho de Uri, filho de Ur, da tribu de Judah. 31 E o espirito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e sciencia em todo o artificio, 32 E para inventar invenções, para trabalhar em oiro, e em prata, e em cobre, 33 E em artificio de pedras para engastar, e em artificio de madeira para obrar em toda a obra esmerada. 34 Tambem lhe tem dado no seu coração para ensinar _a outros_: a elle e a [23] Aholiab, o filho de Ahisamach, da tribu de Dan. 35 Encheu-os de [24] sabedoria do coração, para fazer toda a obra de mestre, e a mais engenhosa, e do bordador, em azul, e em purpura, em carmezim, e em linho fino, e do tecelão: fazendo toda a obra, e inventando invenções. [1] cap. 34.32. [2] cap. 20.9. Lev. 23.3. Num. 15.32. Deu. 5.12. Luc. 13.14. [3] cap. 16.23. [4] cap. 25.1, 2. [5] cap. 25.2. [6] cap. 25.6. [7] cap. 31.6. [8] cap. 26.1, 2, etc. [9] cap. 25.10, etc. [10] cap. 25.23, 30. Lev. 24.5, 6. [11] cap. 25.31, etc. [12] cap. 30.1, 23, 34. [13] cap. 27.1. [14] cap. 27.9. [15] cap. 31.10 e 39.1, 41. Num. 4.5, 6, etc. [16] ver. 5. cap. 25.2 e 36.2. I Chr. 28.2, 9. Esd. 7.27. II Cor. 8.12 e 9.7. [17] I Chr. 29.8. [18] cap. 28.3 e 31.6 e 36.1. II Reis 23.7. Pro. 31.19. [19] I Chr. 29.6. Esd. 2.68. [20] cap. 30.23. [21] ver. 21. I Chr. 29.9. [22] cap. 31.2, etc. [23] cap. 31.6. [24] ver. 31. cap. 31.3. I Reis 7.14. Isa. 28.26. 36 Assim obraram Bezaleel e Aholiab, e todo o homem [1] sabio de coração, a quem o Senhor déra sabedoria e intelligencia, para saber como haviam de fazer toda a obra para o serviço do [2] sanctuario, conforme a tudo o que o Senhor tinha ordenado. _Moysés entrega aos obreiros as offertas do povo._ 2 Porque Moysés chamara a Bezaleel e a Aholiab, e a todo o homem sabio de coração, em cujo coração Deus tinha dado sabedoria: a todo aquelle [3] a quem o seu coração movera que se chegasse á obra para fazel-a. 3 Tomaram pois de diante de Moysés toda a offerta alçada, que trouxeram os filhos de Israel para a obra [4] do serviço do sanctuario, para fazel-a, e ainda elles lhe traziam cada manhã offerta voluntaria. 4 E vieram todos os sabios, que faziam toda a obra do sanctuario, cada um da obra que elles faziam, 5 E fallaram a Moysés, dizendo: O povo [5] traz muito mais do que basta para o serviço da obra que o Senhor ordenou se fizesse. 6 Então mandou Moysés que fizessem passar uma voz pelo arraial, dizendo: Nenhum homem nem mulher faça mais obra alguma para a offerta alçada do sanctuario. Assim o povo foi prohibido de trazer _mais_, 7 Porque tinham materia bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava. 8 Assim todo o sabio [6] de coração, entre os que faziam a obra, fez o tabernaculo de dez cortinas, de linho fino torcido, e de azul, e de purpura, e de carmezim, _com_ cherubins; da obra mais esmerada as fez. 9 O comprimento de uma cortina _era_ de vinte e oito covados, e a largura de outra cortina de quatro covados: todas as cortinas _tinham_ uma mesma medida. 10 E elle ligou cinco cortinas uma com a outra; e _outras_ cinco cortinas ligou uma com outra. 11 Depois fez laçadas de azul na borda de uma cortina, á extremidade, na juntura: assim tambem fez na borda, á extremidade da juntura da segunda cortina. 12 Cincoenta laçadas fez [7] n’uma cortina, e cincoenta laçadas fez n’uma extremidade da cortina, que se ligava com a segunda: estas laçadas travavam uma com a outra. 13 Tambem fez cincoenta colchetes de oiro, e com estes colchetes uniu as cortinas uma com a outra; e foi feito assim um tabernaculo. 14 Fez tambem cortinas [8] de _pellos de_ cabras para a tenda sobre o tabernaculo: de onze cortinas as fez. 15 O comprimento de uma cortina era de trinta covados, e a largura de uma cortina de quatro covados: estas onze cortinas tinham uma mesma medida. 16 E elle uniu cinco cortinas á parte, e seis cortinas á parte, 17 E fez cincoenta laçadas na borda da ultima cortina, na juntura: tambem fez cincoenta laçadas na borda da cortina, na outra juntura. 18 Fez tambem cincoenta colchetes de metal, para ajuntar a tenda, para que fosse uma. _A coberta de pelles e as taboas._ 19 Fez tambem [9] para a tenda uma coberta de pelles de carneiros, tintas de vermelho; e por cima uma coberta de pelles de teixugos. 20 Tambem fez [10] taboas levantadas para o tabernaculo, de madeira _de_ sittim. 21 O comprimento de uma taboa _era_ de dez covados, e a largura de cada taboa _era_ de um covado e meio. 22 Cada taboa tinha duas coiceiras, pregadas uma com a outra: assim fez com todas as taboas do tabernaculo. 23 Assim pois fez as taboas para o tabernaculo: vinte taboas para a banda do sul ao meio dia: 24 E fez quarenta bases de prata debaixo das vinte taboas: duas bases debaixo de uma taboa ás suas duas coiceiras, e duas bases de baixo d’outra taboa ás suas duas coiceiras. 25 Tambem fez vinte taboas ao outro lado do tabernaculo da banda do norte, 26 Com as suas quarenta bases de prata; duas bases debaixo de uma taboa, e duas bases debaixo de outra taboa. 27 E ao lado do tabernaculo para o occidente fez seis taboas. 28 Fez tambem duas taboas para os cantos do tabernaculo aos dois lados, 29 As quaes estavam juntas debaixo, e tambem se ajuntavam por cima com uma argola: assim fez com ellas ambas nos dois cantos. 30 Assim eram oito taboas com as suas bases de prata, _a saber_, dezeseis bases: duas bases debaixo de cada taboa. 31 Fez tambem barras [11] de madeira de sittim: cinco para as taboas d’um lado do tabernaculo, 32 E cinco barras para as taboas do outro lado do tabernaculo; e _outras_ cinco barras para as taboas do tabernaculo d’ambas as bandas do occidente. 33 E fez que a barra do meio passasse pelo meio das taboas d’uma extremidade até á outra. 34 E cobriu as taboas d’oiro, e as suas argolas (os logares das barras) fez d’oiro: as barras tambem cobriu d’oiro. _Os véus e as columnas._ 35 Depois fez o véu [12] d’azul, e de purpura, e de carmezim, e de linho fino torcido; d’obra esmerada o fez _com_ cherubins. 36 E fez-lhe quatro columnas de _madeira de_ sittim, e as cobriu d’oiro: e seus colchetes fez d’oiro, e fundiu-lhe quatro bases de prata. 37 Fez tambem [13] para a porta da tenda o véu d’azul, e de purpura, e de carmezim, e de linho fino torcido, da obra do bordador, 38 Com as suas cinco columnas e os seus colchetes; e as suas cabeças e as suas molduras cobriu d’oiro: e as suas cinco bases _eram_ de cobre. [1] cap. 28.3, 35.10, 35. [2] cap. 25.8. [3] cap. 35.21, 26. I Chr. 29.5. [4] cap. 35.27. [5] II Cor. 8.2. [6] cap. 26.1. [7] cap. 26.5. [8] cap. 26.7. [9] cap. 26.14. [10] cap. 26.15. [11] cap. 26.26. [12] cap. 26.31. [13] cap. 26.36. _A arca._ 37 Fez tambem Bezaleel [1] a arca de madeira _de_ sittim: o seu comprimento _era_ de dois covados e meio; e a sua largura d’um covado e meio; e a sua altura d’um covado e meio. 2 E cobriu-a d’oiro puro por dentro e por fóra; e fez-lhe uma corôa d’oiro ao redor; 3 E fundiu-lhe quatro argolas d’oiro aos seus quatro cantos, n’um lado duas, e no outro lado duas argolas; 4 E fez varaes de madeira _de_ sittim, e os cobriu d’oiro; 5 E metteu os varaes pelas argolas aos lados da arca, para levar a arca. _O propiciatorio._ 6 Fez tambem [2] d’oiro puro o propiciatorio: o seu comprimento _era_ de dois covados e meio, e a sua largura d’um covado e meio. 7 Fez tambem dois cherubins d’oiro; d’obra batida os fez, ás duas extremidades do propiciatorio; 8 Um cherubim a uma extremidade d’esta banda, e o outro cherubim á _outra_ extremidade da outra banda: do _mesmo_ propiciatorio fez _sair_ os cherubins ás duas extremidades d’elles. 9 E os cherubins estendiam as azas por cima, cobrindo com as suas azas o propiciatorio: e os seus rostos estavam defronte um do outro: os rostos dos cherubins estavam _virados_ para o propiciatorio. _A mesa._ 10 Fez tambem [3] a mesa de madeira _de_ sittim: o seu comprimento _era_ de dois covados, e a sua largura d’um covado, e a sua altura d’um covado e meio. 11 E cobriu-a d’oiro puro, e fez-lhe uma corôa d’oiro ao redor. 12 Fez-lhe tambem uma moldura da largura d’uma mão ao redor: e fez uma corôa d’oiro ao redor da sua moldura. 13 Fundiu-lhe tambem quatro argolas d’oiro; e poz as argolas aos quatro cantos que _estavam_ aos seus quatro pés. 14 Defronte da moldura estavam as argolas para os logares dos varaes, para levar a mesa. 15 Fez tambem os varaes de madeira _de_ sittim, e os cobriu d’oiro, para levar a mesa. 16 E fez os vasos que _haviam de estar_ sobre a mesa, os seus pratos, e [4] as suas colheres, e as suas escudelas, e as suas [FR] cobertas, com que se haviam de cobrir, d’oiro puro. _O castiçal._ 17 Fez tambem [5] o castiçal de oiro puro: d’obra batida fez este castiçal: o seu pé, e as suas canas, os seus copos, as suas maçãs, e as suas flôres do mesmo. 18 Seis canas sahiam dos seus lados: tres canas do castiçal, de um lado d’elle, e tres canas do castiçal, d’outro lado. 19 N’uma cana _estavam_ tres copos a modo d’amendoas, uma maçã e uma flôr: e n’outra cana tres copos a modo d’amendoas, uma maçã e uma flôr: assim para as seis canas que sahiam do castiçal. 20 Mas no mesmo castiçal _havia_ quatro copos a modo d’amendoas com as suas maçãs e com as suas flôres. 21 E _era_ uma maçã debaixo de duas canas do mesmo; e _outra_ maçã debaixo de duas canas do mesmo; e mais uma maçã debaixo de duas canas do mesmo: _assim se fez_ para as seis canas, que sahiam d’elle. 22 As suas maçãs e as suas canas eram do mesmo: tudo _era_ uma obra batida de oiro puro. 23 E fez-lhe sete lampadas: os seus [FS] espivitadores e os seus [FT] apagadores _eram_ d’oiro puro. 24 D’um talento d’oiro puro o fez, e todos os seus vasos. 25 E fez o altar [6] do incenso de madeira _de_ sittim: d’um covado _era_ o seu comprimento, e de um covado a sua largura, quadrado; e de dois covados a sua altura: d’elle mesmo eram _feitos_ os seus cornos. 26 E cobriu-o de oiro puro, a sua coberta, e as suas paredes ao redor, e os seus cornos: e fez-lhe uma corôa de oiro ao redor. 27 Fez-lhe tambem duas argolas de oiro debaixo da sua corôa, e os seus dois cantos, d’ambos os seus lados, para os logares dos varaes, para leval-o com elles. 28 E os varaes fez de madeira _de_ sittim, e os cobriu de oiro. 29 Tambem fez [7] o azeite sancto da uncção, e o incenso aromatico, puro, de obra do perfumista. [1] cap. 25.10. [2] cap. 25.17. [3] cap. 25.23. [4] cap. 25.29. [5] cap. 25.31. [6] cap. 30.1. [7] cap. 30.23, 34. _O altar do holocausto._ 38 Fez tambem [1] o altar do holocausto de madeira _de_ sittim: de cinco covados _era_ o seu comprimento, e de cinco covados a sua largura, quadrado; e de tres covados a sua altura. 2 E fez-lhe os seus cornos aos seus quatro cantos; do mesmo eram os seus cornos; e cobriu-o de cobre. 3 Fez tambem todos os vasos do altar: os caldeirões, e as pás, e as bacias, e os garfos, e os brazeiros: todos os seus vasos fez de cobre. 4 Fez tambem ao altar um crivo de cobre, de obra de rede, no seu cerco debaixo, até ao meio d’elle. 5 E fundiu quatro argolas ás quatro extremidades do crivo de cobre, para os logares dos varaes. 6 E fez os varaes de madeira _de_ sittim, e os cobriu de cobre. 7 E metteu os varaes pelas argolas aos lados do altar, para leval-o com elles: fel-o oco de taboas. 8 Fez tambem a [2] pia de cobre com a sua base de cobre, dos espelhos das _mulheres_ que se ajuntavam, ajuntando-se á porta da tenda da congregação. _O pateo._ 9 Fez tambem o [3] pateo da banda do meio dia ao sul: as cortinas do pateo _eram_ de linho fino torcido, de cem covados. 10 As suas vinte columnas e as suas vinte bases _eram_ de cobre: os colchetes d’estas columnas e as suas molduras _eram_ de prata; 11 E da banda do norte _cortinas_ de cem covados; as suas vinte columnas e as suas vinte bases _eram_ de cobre, os colchetes das columnas e as suas molduras _eram_ de prata. 12 E da banda do occidente cortinas de cincoenta covados, as suas columnas dez, e as suas bases dez: os colchetes das columnas e as suas molduras _eram_ de prata. 13 E da banda oriental, ao oriente, _cortinas_ de cincoenta covados. 14 As cortinas d’esta banda _da porta eram_ de quinze covados: as suas columnas tres e as suas bases tres. 15 E da outra banda da porta do pateo de ambos os lados _eram_ cortinas de quinze covados: as suas columnas tres e as suas bases tres. 16 Todas as cortinas do pateo ao redor _eram_ de linho fino torcido. 17 E as bases das columnas _eram_ de cobre: os colchetes das columnas e as suas molduras _eram_ de prata; e a coberta das suas cabeças de prata; e todas as columnas do pateo _eram_ cingidas de prata. 18 E a coberta da porta do pateo _era_ de obra de bordador, de azul, e de purpura, e de carmezim, e de linho fino torcido; e o comprimento _era_ de vinte covados, e a altura, na largura, de cinco covados, defronte das cortinas do pateo. 19 E as suas quatro columnas e as suas quatro bases _eram_ de cobre, os seus colchetes de prata, e a coberta das suas cabeças, e as suas molduras, de prata. 20 E todas as [4] estacas do tabernaculo e do pateo ao redor _eram_ de cobre. _A numeração das coisas do tabernaculo._ 21 Esta _é_ a numeração das coisas contadas [5] do tabernaculo do testemunho, que por ordem de Moysés foram contadas _para_ o ministerio dos levitas por mão [6] de Ithamar, filho de Aarão o sacerdote. 22 Fez pois Bezaleel, [7] o filho de Uri, filho de Hur, da tribu de Judah, tudo quanto o Senhor tinha ordenado a Moysés. 23 E com elle Aholiab, o filho de Ahisamach, da tribu de Dan, um mestre de obra, e engenhoso artifice, e bordador em azul, e em purpura e em carmezim e em linho fino. 24 Todo o oiro gasto na obra, em toda a obra do sanctuario, a saber, o oiro da offerta, _foi_ vinte e nove talentos e setecentos e trinta siclos, [8] conforme ao siclo do Sanctuario; 25 E a prata dos arrolados da congregação _foi_ cem talentos e mil e setecentos e setenta e cinco siclos, conforme ao siclo do sanctuario; 26 Um beca por _cada_ cabeça, _isto é_, meio siclo, [9] conforme ao siclo do sanctuario: de qualquer que passava aos arrolados, da edade de vinte annos e acima, _que foram_ seiscentos e tres mil e quinhentos e cincoenta. 27 E houve cem talentos de prata para fundir as bases do sanctuario e as bases do véu: para cem bases _eram_ cem talentos; um talento para cada base. 28 Mas dos mil e setecentos e setenta _siclos_ fez os colchetes das columnas, e cobriu as suas cabeças, e as cingiu de molduras. 29 E o cobre da offerta _foi_ setenta talentos e dois mil e quatrocentos siclos. 30 E d’elle fez as bases da porta da tenda da congregação e o altar de cobre, e o crivo de cobre e todos os vasos do altar, 31 E as bases do pateo ao redor, e as bases da porta do pateo, e todas as estacas do tabernaculo e todas as estacas do pateo ao redor. [1] cap. 27.1. [2] cap. 30.18. [3] cap. 27.9. [4] cap. 27.19. [5] Num. 1.50, 53 e 9.15 e 10.11 e 17.7, 8 e 18.2. II Chr. 24.6. Act. 7.44. [6] Num. 4.28, 33. [7] cap. 31.2, 6. [8] cap. 30.13, 24. Lev. 5.15 e 27.3, 25. Num. 3.47 e 18.16. [9] cap. 26.19, 21, 25, 32. _As vestes dos Sacerdotes._ 39 Fizeram tambem [1] os vestidos do ministerio, para ministrar no sanctuario de azul, e de purpura e de carmezim: tambem fizeram [2] os vestidos sanctos, para Aarão, [3] como o Senhor ordenara a Moysés. 2 Assim fez o ephod [4] de oiro, de azul, e de purpura, e de carmezim e de linho fino torcido. 3 E estenderam as laminas de oiro, e as cortaram em fios, para entretecer entre o azul, e entre a purpura, e entre o carmezim, e entre o linho fino da obra mais esmerada. 4 Fizeram n’elle hombreiras que se ajuntassem: ás suas duas pontas se ajuntava. 5 E o cinto [FU] de artificio do ephod, que _estava_ sobre elle, _era_ conforme á sua obra, do mesmo, de oiro, de azul, e de purpura, e de carmezim, e de linho fino torcido, como o Senhor ordenara a Moysés. 6 Tambem prepararam as [5] pedras sardonicas, engastadas em oiro, lavradas com gravuras de sêllo, com os nomes dos filhos de Israel, 7 E as poz sobre as hombreiras do ephod _por_ pedras [6] de memoria para os filhos de Israel, como o Senhor ordenara a Moysés. 8 Fez tambem [7] o peitoral de obra de artifice, como a obra do ephod, de oiro, de azul, e de purpura, e de carmezim, e de linho fino torcido. 9 Quadrado era; dobrado fizeram o peitoral: o seu comprimento _era_ de um palmo, e a sua largura de um palmo dobrado. 10 E engastaram n’elle [8] quatro ordens de pedras: uma ordem de uma sardia, de um topazio, e de um carbunculo; esta _é_ a primeira ordem: 11 E a segunda ordem de uma esmeralda, de uma saphira e de um diamante: 12 E a terceira ordem de um jacinto, de uma agatha, e de uma amethista: 13 E a quarta ordem de uma turqueza, e de uma sardonica, e de um jaspe, engastadas nos seus engastes de oiro. 14 Estas pedras pois eram segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; de gravura de sêllo, cada um com o seu nome, segundo as doze tribus. 15 Tambem fizeram para o peitoral cadeiasinhas de egual medida, obra de trança, de oiro puro. 16 E fizeram dois engastes de oiro e duas argolas de oiro; e pozeram as duas argolas nas duas extremidades do peitoral. 17 E pozeram as duas cadeiasinhas de trança de oiro nas duas argolas, nas duas extremidades do peitoral. 18 E as _outras_ duas pontas das duas _cadeiasinhas_ de trança pozeram nos dois engastes: e as pozeram sobre as hombreiras do ephod, defronte d’elle. 19 Fizeram tambem duas argolas de oiro, que pozeram nas _outras_ duas extremidades do peitoral, na sua borda que _estava_ junto ao ephod por dentro. 20 Fizeram mais [9] duas argolas de oiro, que pozeram nas duas hombreiras do ephod, debaixo, defronte d’elle, defronte da sua juntura, sobre o cinto d’artificio do ephod. 21 E ligaram o peitoral com as suas argolas ás argolas do ephod com um cordão de azul, para que estivesse sobre o cinto de artificio do ephod, e o peitoral não se apartasse do ephod, como o Senhor ordenara a Moysés. 22 E fez o manto do ephod de obra torcida, todo de azul. 23 E [FV] o collar do [10] manto _estava_ no meio d’elle, como collar de saia de malha: este collar tinha uma borda em volta, para que se não rompesse. 24 E nas bordas do manto fizeram romãs de azul, e de purpura, e de carmezim, _a fio_ torcido. 25 Fizeram tambem as campainhas de oiro puro, [11] pondo as campainhas no meio das romãs nas bordas da capa, em roda, entre as romãs: 26 Uma campainha e uma romã, _outra_ campainha e _outra_ romã, nas bordas do manto á roda: para ministrar, como o Senhor ordenara a Moysés. 27 Fizeram tambem [12] as tunicas de linho fino, de obra tecida, para Aarão e para seus filhos, 28 E a mitra [13] de linho fino, e o ornato das tiaras de linho fino, e os calções de linho fino torcido, 29 E o cinto de linho fino torcido, e de azul, e de purpura, e de carmezim, de obra de bordador, como o Senhor ordenara a Moysés. 30 Fizeram tambem [14] a folha da [FW] corôa de sanctidade de oiro puro, e n’ella escreveram o escripto como de gravura de sêllo: [FX] SANCTIDADE AO SENHOR. 31 E ataram-n’o com um cordão de azul, para a atar á mitra em cima, como o Senhor ordenara a Moysés. 32 Assim se acabou toda a obra do tabernaculo da tenda da congregação; e os filhos de Israel fizeram [15] conforme a tudo o que o Senhor ordenara a Moysés; assim o fizeram. _O tabernaculo é entregue a Moysés._ 33 Depois trouxeram a Moysés o tabernaculo, a tenda e todos os seus vasos; os seus colchetes, as suas taboas, os seus varaes, e as suas columnas, e as suas bases; 34 E a coberta de pelles de carneiro tintas de vermelho, e a coberta de pelles de teixugos, e o véu da coberta; 35 A arca do testemunho, e os seus varaes, e o propiciatorio: 36 A mesa com todos os seus vasos, e os pães da proposição; 37 O castiçal puro com suas lampadas, as lampadas da ordenança, e todos os seus vasos, e o azeite para a luminaria; 38 Tambem o altar de oiro, e o azeite da uncção, e o incenso aromatico, e a coberta da porta da tenda; 39 O altar de cobre, e o seu crivo de cobre, os seus varaes, e todos os seus vasos, a pia, e a sua base; 40 As cortinas do pateo, as suas columnas, e as suas bases, e a coberta da porta do pateo, as suas cordas, e os seus pregos, e todos os vasos do serviço do tabernaculo, para a tenda da congregação; 41 Os vestidos do ministerio para ministrar no sanctuario; os sanctos vestidos de Aarão o sacerdote, e os vestidos dos seus filhos, para administrarem o sacerdocio. 42 Conforme a tudo o que o Senhor ordenara a Moysés, assim fizeram [16] os filhos de Israel toda a obra. 43 Viu pois Moysés toda a obra, e eis que a tinham feito; como o Senhor ordenara, assim a fizeram: então Moysés [17] os abençoou. [1] cap. 35.23. [2] cap. 31.10 e 35.19. [3] cap. 28.4. [4] cap. 28.6. [5] cap. 28.9. [6] cap. 28.12. [7] cap. 28.15. [8] cap. 28.17, etc. [9] cap. 28.31. [10] cap. 28.33. [11] cap. 28.33. [12] cap. 28.4, 39, 40, 42. Eze. 44.18. [13] cap. 28.39. [14] cap. 28.36, 37. [15] ver. 42, 43. cap. 25.40. [16] cap. 35.10. [17] Lev. 9.22, 23. Num. 6.23. Jos. 22.6. II Sam. 6.18. I Reis 8.14. II Chr. 30.27. _Deus manda Moysés levantar o tabernaculo._ 40 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 No primeiro mez, [1] no primeiro dia do mez, levantarás [2] o tabernaculo da tenda da congregação, 3 E porás [3] _n’elle_ a arca do testemunho, e cobrirás a arca com o véu. 4 Depois metterás [4] _n’elle_ a mesa, e porás em ordem o que se deve pôr em ordem n’ella; tambem metterás [5] _n’elle_ o castiçal, e accenderás as suas lampadas. 5 E porás [6] o altar de oiro para o incenso diante da arca do testemunho: então pendurarás a coberta da porta do tabernaculo. 6 Porás tambem o altar do holocausto diante da porta do tabernaculo da tenda da congregação. 7 E porás a [7] pia entre a tenda da congregação e o altar, e n’ella porás agua. 8 Depois porás o pateo ao redor, e pendurarás a coberta á porta do pateo. 9 Então tomarás o azeite da [8] uncção, e ungirás o tabernaculo, e tudo o que _ha_ n’elle: e o sanctificarás com todos os seus vasos, e será sancto. 10 Ungirás tambem o altar do holocausto, e todos os seus vasos; e sanctificarás o altar; e o altar será uma coisa sanctissima. 11 Então ungirás a pia e a sua base, [9] e a sanctificarás. 12 Farás tambem chegar a [10] Aarão e a seus filhos á porta da tenda da congregação; e os lavarás com agua. 13 E vestirás a Aarão os vestidos sanctos, [11] e o ungirás, e o sanctificarás, para que me administre o sacerdocio. 14 Tambem farás chegar a seus filhos, e lhes vestirás as tunicas, 15 E os ungirás como ungiste a seu pae, para que me administrem o sacerdocio, e a sua uncção lhes será por sacerdocio perpetuo nas suas gerações. 16 E fel-o Moysés: conforme a tudo o que o Senhor lhe ordenou, assim o fez. _O tabernaculo é levantado._ 17 E aconteceu no mez primeiro, no anno segundo, ao primeiro do mez, que o tabernaculo foi [12] levantado; 18 Porque Moysés levantou o tabernaculo, e poz as suas bases, e armou as suas taboas, e metteu n’elle os seus varaes, e levantou as suas columnas; 19 E estendeu a tenda sobre o tabernaculo, e poz a coberta da tenda sobre ella, em cima, como o Senhor ordenara a Moysés. 20 Tomou o testemunho, [13] e pôl-o na arca, e metteu os varaes á arca; e poz o propiciatorio sobre a arca, em cima. 21 E levou a arca no tabernaculo, [14] e pendurou o véu da cobertura, e cobriu a arca do testemunho, como o Senhor ordenara a Moysés. 22 Poz tambem [15] a mesa na tenda da congregação, ao lado do tabernaculo para o norte, fóra do véu, 23 E sobre ella poz em ordem [16] o pão perante o Senhor, como o Senhor ordenara a Moysés. 24 Poz tambem na tenda da congregação [17] o castiçal defronte da mesa, ao lado do tabernaculo para o sul, 25 [18] E accendeu as lampadas perante o Senhor, como o Senhor ordenara a Moysés. 26 E poz o altar d’oiro [19] na tenda da congregação, diante do véu, 27 E accendeu sobre [20] elle o incenso d’especiarias aromaticas, como o Senhor ordenara a Moysés. 28 Pendurou tambem [21] a coberta da porta do tabernaculo, 29 E poz o altar do [22] holocausto á porta do tabernaculo da tenda da congregação, e [23] offereceu sobre elle holocausto e offerta de manjares, como o Senhor ordenara a Moysés. 30 Poz tambem [24] a pia entre a tenda da congregação e o altar, e derramou agua n’ella, para lavar. 31 E Moysés, e Aarão e seus filhos lavaram n’ella as suas mãos e os seus pés. 32 Quando entravam na tenda da congregação, e quando chegavam ao altar, [25] lavavam-se, como o Senhor ordenara a Moysés. 33 Levantou tambem o [26] pateo ao redor do tabernaculo e do altar, e pendurou a coberta da porta do pateo. Assim Moysés acabou a obra. _A nuvem cobre o tabernaculo._ 34 Então a nuvem [27] cobriu a tenda da congregação, e a gloria do Senhor encheu o tabernaculo; 35 De maneira que Moysés não [28] podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre elle, e a gloria do Senhor enchia o tabernaculo. 36 Quando pois a nuvem [29] se levantava de sobre o tabernaculo, então os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas. 37 Se a nuvem porém não se levantava, não [30] caminhavam, até ao dia em que ella se levantava; 38 Porquanto a [31] nuvem do Senhor _estava_ de dia sobre o tabernaculo, e o fogo estava de noite sobre elle, perante os olhos de toda a casa d’Israel, em todas as suas jornadas. [1] cap. 12.2 e 13.4. [2] ver. 17. cap. 26.1, 30. [3] ver. 21. cap. 26.33. Num. 4.5. [4] ver. 22. cap. 26.35. ver. 23. cap. 25.30. Lev. 24.5, 6. [5] ver. 24, 25. [6] ver. 26. [7] ver. 30. cap. 30.18. [8] cap. 30.26. [9] cap. 29.36, 37. [10] Lev. 8.1, 13. [11] cap. 28.41. Num. 25.13. [12] ver. 1. Num. 7.1. [13] cap. 25.16. [14] cap. 26.33 e 35.12. [15] cap. 26.35. [16] ver. 4. [17] cap. 26.35. [18] ver. 4. cap. 25.37. [19] ver. 5. cap. 30.6. [20] cap. 30.7. [21] ver. 5. cap. 26.36. [22] ver. 6. [23] cap. 29.38, etc. [24] ver. 7. cap. 30.18. [25] cap. 30.19, 20. [26] ver. 8. cap. 27.9, 16. [27] cap. 29.43. Lev. 16.2. Num. 9.15. II Reis 8.10, 11. II Chr. 5.13 e 7.2. Isa. 6.4. Agg. 2.7, 9. Apo. 15.8. [28] II Chr. 5.14. [29] Num. 9.17 e 10.11. Neh. 9.19. [30] Num. 9.19, 22. [31] cap. 13.21. Num. 9.15. O TERCEIRO LIVRO DE MOYSÉS CHAMADO LEVITICO. _Os holocaustos._ [Antes de Christo 1490] 1 E chamou [1] o Senhor a Moysés, e fallou com elle da [2] tenda da congregação, dizendo: 2 Falla aos filhos d’Israel, e dize-lhes: [3] Quando algum de vós offerecer offerta ao Senhor, offerecereis as vossas offertas de gado, de vaccas e d’ovelhas. 3 Se a sua offerta _fôr_ [FY] holocausto de gado, offerecerá macho [4] sem mancha: á porta da tenda da congregação a offerecerá, [FZ] de sua propria vontade, perante o Senhor. 4 E porá a [5] sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja acceito por elle, [6] para a sua expiação. 5 Depois degolará [7] o bezerro perante o Senhor; e os filhos de Aarão, os sacerdotes, offerecerão o sangue, [8] e espargirão o sangue á roda sobre o altar que _está diante_ da porta da tenda da congregação. 6 Então esfolará o holocausto, e o partirá nos seus pedaços. 7 E os filhos d’Aarão, os sacerdotes, porão fogo [9] sobre o altar, pondo em ordem a lenha sobre o fogo. 8 Tambem os filhos d’Aarão, os sacerdotes, porão em ordem os pedaços, a cabeça e o redenho sobre a lenha que _está_ no fogo em cima do altar; 9 Porém a sua fressura e as suas pernas lavar-se-hão com agua; e o sacerdote tudo _isto_ queimará sobre o altar: holocausto _é_, offerta queimada, [10] de cheiro suave ao Senhor. 10 E se a sua offerta _fôr_ de gado miudo, d’ovelhas ou de cabras, para holocausto, offerecerá macho [11] sem mancha, 11 E o degolará ao lado do altar para a banda do norte [12] perante o Senhor; e os filhos de Aarão, os sacerdotes, espargirão o seu sangue á roda sobre o altar. 12 Depois o partirá nos seus pedaços, como tambem a sua cabeça e o seu redenho: e o sacerdote os porá em ordem sobre a lenha que _está_ no fogo sobre o altar. 13 Porém a fressura e as pernas lavar-se-hão com agua; e o sacerdote tudo offerecerá, e o queimará sobre o altar; holocausto _é_, offerta queimada, de cheiro suave ao Senhor. 14 E se a sua offerta ao Senhor _fôr_ holocausto d’aves, offerecerá a sua offerta de rolas [13] ou de pombinhos; 15 E o sacerdote a offerecerá sobre o altar, e lhe torcerá o pescoço com a sua unha, e _a_ queimará sobre o altar; e o seu sangue será espremido na parede do altar; 16 E o seu papo com as suas pennas tirará e o lançará junto [14] ao altar, para a banda do oriente, no logar da cinza; 17 E fendel-a-ha com as suas azas, _porém_ não a partirá; [15] e o sacerdote a queimará em cima do altar sobre a lenha que _está_ no fogo: holocausto _é_, offerta [16] queimada de cheiro suave ao Senhor. [1] Exo. 19.3. [2] Exo. 40.34, 35. Num. 12.4, 5. [3] cap. 22.18, 19. [4] Exo. 12.5. cap. 3.1 e 22.20, 21. Deu. 15.21. Mal. 1.14. Eph. 5.27. Heb. 9.14. I Ped. 1.19. [5] Exo. 29.10, 15, 19. cap. 3.2, 8, 13 e 4.15 e 8.14, 22 e 16.21. [6] cap. 22.21, 27. Isa. 56.7. Rom. 12.1. Phi. 4.18. cap. 4.20, 26, 31, 35 e 9.7 e 16.24. Num. 15.25. II Chr. 29.23, 24. [7] Miq. 6.6. II Chr. 35.11. Heb. 10.11. [8] cap. 3.8. Heb. 12.24. I Ped. 1.2. [9] Gen. 22.2. [10] Gen. 8.21. Eze. 20.28, 41. II Cor. 2.15. Eph. 5.2. Phi. 4.18. [11] ver. 3. [12] ver. 5. [13] cap. 5.7 e 12.8. Luc. 2.24. [14] cap. 6.10. [15] Gen. 15.10. [16] ver. 9, 13. _As offertas de manjares._ 2 E quando _alguma_ pessoa offerecer [1] offerta de manjares ao Senhor, a sua offerta será _de_ flor de farinha, e n’ella deitará azeite, e porá o incenso sobre ella; 2 E a trará aos filhos de Aarão, os sacerdotes, _um_ dos quaes tomará d’ella um punhado da flor de farinha, e do seu azeite com todo o seu incenso: e o sacerdote queimará o seu memorial sobre o altar: [2] offerta queimada _é_ de cheiro suave ao Senhor. 3 E o que sobejar [3] da offerta de manjares, _será_ de Aarão e de seus filhos: [4] coisa sanctissima é, de offertas queimadas ao Senhor. 4 E, quando offereceres offerta de manjares, cozida no forno, _será_ de bolos asmos de flor de farinha, amassados com azeite, e coscorões asmos [5] untados com azeite. 5 E, se a tua offerta _fôr_ offerta de manjares, _cozida_ na caçoila, será da flor de farinha sem fermento, amassada com azeite. 6 Em pedaços a partirás, e sobre ella deitarás azeite; offerta _é_ de manjares. 7 E, se a tua offerta _fôr_ offerta de manjares da sertã, far-se-ha da flor de farinha com azeite. 8 Então trarás a offerta de manjares, que se fará d’aquillo, ao Senhor; e se apresentará ao sacerdote, o qual a levará ao altar. 9 E o sacerdote tomará d’aquella offerta de manjares o seu [6] memorial, e a queimará [7] sobre o altar: offerta queimada _é_ de cheiro suave ao Senhor. 10 E, o que sobejar da offerta de manjares, [8] _será_ de Aarão e de seus filhos: coisa sanctissima _é_ de offertas queimadas ao Senhor. 11 Nenhuma offerta de manjares, que offerecerdes ao Senhor, se fará com [9] fermento: porque de nenhum fermento, nem de mel algum, offerecereis offerta queimada ao Senhor. 12 D’elles [10] offerecereis ao Senhor por offerta das primicias; porém sobre o altar não subirão por cheiro suave. 13 E toda a offerta dos teus manjares salgarás [11] com sal; e não deixarás faltar á tua offerta de manjares o sal do concerto do teu Deus: em toda [12] a tua offerta offerecerás sal. 14 E, se offereceres ao Senhor offerta de manjares das primicias, offerecerás a offerta de manjares das tuas primicias de espigas verdes, [13] tostadas ao fogo; _isto é_, do grão trilhado de espigas verdes cheias. 15 E sobre ella deitarás azeite, [14] e porás sobre ella incenso; offerta é de manjares. 16 Assim o sacerdote queimará [15] o seu memorial do seu grão trilhado, e do seu azeite, com todo o seu incenso: offerta queimada _é_ ao Senhor. [1] cap. 6.14 e 9.17. Num. 15.4. [2] ver. 9. cap. 5.12 e 6.15 e 24.7. Act. 10.4. [3] cap. 7.9 e 10, 12, 13. [4] Exo. 29.37. Num. 18.9. [5] Exo. 29.2. [6] ver. 2. [7] Exo. 29.18. [8] ver. 3. [9] cap. 6.17. Mat. 16.12. Mar. 8.15. Luc. 12.1. I Cor. 5.8. Gal. 5.9. [10] Exo. 23.29. cap. 23.10, 11. [11] Mar. 9.49. Col. 4.6. Num. 18.19. [12] Eze. 43.24. [13] cap. 22.10, 14. II Reis 4.42. [14] ver. 1. [15] ver. 2. _Os sacrificios de paz ou das graças._ 3 E se a sua offerta _fôr_ [1] sacrificio [GA] pacifico: se _a_ offerecer de gado macho ou femea, a offerecerá sem mancha [2] diante do Senhor. 2 E porá a sua mão sobre [3] a cabeça da sua offerta, e a degolará _diante_ da porta da tenda da congregação: e os filhos de Aarão, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o altar em roda. 3 Depois offerecerá do sacrificio pacifico a offerta queimada ao Senhor; a gordura que cobre a fressura, e toda a gordura que [4] _está_ sobre a fressura. 4 Então ambos os rins, e a gordura que _está_ sobre elles, e sobre as tripas, e o redenho que _está_ sobre o figado com os rins, tirará. 5 E os filhos de Aarão o [5] queimarão sobre o altar, em cima do holocausto, que _estará_ sobre a lenha que _está_ no fogo: offerta queimada _é_ de cheiro suave ao Senhor. 6 E, se a sua [6] offerta _fôr_ de gado miudo por sacrificio pacifico ao Senhor, _seja_ macho ou femea, sem mancha o offerecerá. 7 Se offerecer um cordeiro por sua offerta, offerecel-o-ha perante o Senhor; 8 E porá a sua mão sobre a cabeça da sua offerta, e a degolará diante da tenda da congregação; e os filhos de Aarão espargirão o seu sangue sobre o altar em redor. 9 Então do sacrificio pacifico offerecerá ao Senhor por offerta queimada a sua gordura, a cauda toda, a qual tirará do espinhaço, e a gordura que cobre a fressura, e toda a gordura que _está_ sobre a fressura; 10 Como tambem tirará ambos os rins, e a gordura que _está_ sobre elles, e sobre as tripas, e o redenho que _está_ sobre o figado com os rins. 11 E o sacerdote o queimará sobre o altar: manjar [7] _é_ da offerta queimada ao Senhor. 12 Mas, se a sua offerta _fôr_ uma cabra, perante o Senhor [8] a offerecerá, 13 E porá a sua mão sobre a sua cabeça, e a degolará diante da tenda da congregação; e os filhos de Aarão espargirão o seu sangue sobre o altar em redor. 14 Depois offerecerá d’ella a sua offerta, por offerta queimada ao Senhor, a gordura que cobre a fressura, e toda a gordura que _está_ sobre a fressura; 15 Como tambem tirará ambos os rins, e a gordura que _está_ sobre elles, e sobre as tripas, e o redenho que _está_ sobre o figado com os rins. 16 E o sacerdote o queimará sobre o altar; manjar _é_ da offerta queimada de cheiro suave. Toda [9] a gordura _será_ do Senhor. 17 Estatuto perpetuo [10] _é_ nas vossas gerações, em todas as vossas habitações: [11] nenhuma gordura nem sangue algum comereis. [1] cap. 7.11, 29 e 22.21. [2] cap. 1.3. [3] Exo. 29.10. cap. 1.4, 5. [4] Exo. 29.13, 22. cap. 4.8, 9. [5] Exo. 29.13. cap. 6.12. [6] ver. 1, etc. [7] cap. 21.6, 8, 17, 21 e 22.25. Eze. 44.7. Mal. 1.7, etc. [8] ver. 1, 7, etc. [9] cap. 7.23, 25. I Sam. 2.15. II Chr. 7.7. [10] cap. 23.14. [11] ver. 16. Gen. 9.4. cap. 7.23, 26 e 17.10, 14. Deu. 12.16. I Sam. 14.33. Eze. 44.7, 15. _O sacrificio pelos erros dos sacerdotes._ 4 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla aos filhos de Israel, dizendo: Quando uma [1] alma peccar por erro contra alguns dos mandamentos do Senhor, _ácerca do_ que se não deve fazer, e obrar _contra_ algum d’elles: 3 Se o sacerdote ungido [2] peccar para escandalo do povo, offerecerá pelo seu peccado, que peccou, um novilho sem mancha, ao Senhor, por expiação do peccado. 4 E trará o novilho á porta [3] da tenda da congregação, perante o Senhor, e porá a sua mão sobre a cabeça do novilho, e degolará o novilho perante o Senhor. 5 Então o sacerdote ungido tomará do [4] sangue do novilho, e o trará á tenda da congregação: 6 E o sacerdote molhará o seu dedo no sangue, e d’aquelle sangue espargirá sete vezes perante o Senhor, diante do véu do sanctuario. 7 Tambem porá [5] o sacerdote d’aquelle sangue sobre os cornos do altar do incenso _aromatico_, perante o Senhor, que _está_ na tenda da congregação: e todo o _resto do_ sangue do novilho derramará á base do altar do holocausto, que _está_ á porta da tenda da congregação. 8 E toda a gordura do novilho da expiação tirará d’elle: a gordura que cobre a fressura, e toda a gordura que _está_ sobre a fressura, 9 E os dois rins, e a gordura que _está_ sobre elles, que _está_ sobre as tripas, e o redenho de sobre o figado, com os rins, o tirará, 10 Como se tira [6] do boi do sacrificio pacifico: e o sacerdote o queimará sobre o altar do holocausto. 11 Mas o coiro [7] do novilho, e toda a sua carne, com a sua cabeça e as suas pernas, e as suas entranhas, e o seu esterco, 12 Todo aquelle novilho levará fóra do arraial a um logar limpo, onde se lança [8] a cinza, e o queimará com fogo sobre a lenha: onde se lança a cinza se queimará. _O sacrificio pelos erros do povo._ 13 Mas, se toda a congregação d’Israel errar, [9] e o negocio fôr occulto aos olhos da congregação, e se fizerem, _contra_ um de todos os mandamentos do Senhor, _aquillo_ que se não deve fazer, e forem culpados; 14 E o peccado em que peccarem fôr notorio, então a congregação offerecerá um novilho, por expiação do peccado, e o trará diante da tenda da congregação, 15 E os anciãos da congregação porão [10] as suas mãos sobre a cabeça do novilho perante o Senhor: e degolar-se-ha o novilho perante o Senhor. 16 Então o sacerdote [11] ungido trará do sangue do novilho á tenda da congregação, 17 E o sacerdote molhará o seu dedo n’aquelle sangue, e o espargirá sete vezes perante o Senhor, diante do véu. 18 E d’aquelle sangue porá sobre os cornos do altar, que _está_ perante a face do Senhor, na tenda da congregação: e todo o _resto do_ sangue derramará á base do altar do holocausto, que _está diante_ da porta da tenda da congregação. 19 E tirará d’elle toda a sua gordura, e queimal-a-ha sobre o altar; 20 E fará a este novilho, [12] como fez ao novilho da expiação; assim lhe fará, e o sacerdote por elles fará propiciação, e lhes será perdoado _o peccado_. 21 Depois levará o novilho fóra do arraial, e o queimará como queimou o primeiro novilho: _é_ expiação do peccado da congregação. _O sacrificio pelos erros d’um principe._ 22 Quando um principe peccar, e por erro [13] obrar _contra_ algum de todos os mandamentos do Senhor seu Deus, _n’aquillo_ que se não deve fazer, e _assim_ fôr culpado; 23 Ou _se_ o seu [14] peccado, no qual peccou, lhe fôr notificado, então trará pela sua offerta um bode _tirado_ das cabras, macho sem mancha, 24 E porá a sua mão [15] sobre a cabeça do bode, e o degolará no logar onde se degola o holocausto, perante a face do Senhor: expiação do peccado _é_. 25 Depois o sacerdote [16] com o seu dedo tomará do sangue da expiação, e _o_ porá sobre os cornos do altar do holocausto: então o _resto do seu_ sangue derramará á base do altar do holocausto. 26 Tambem queimará [17] sobre o altar toda a sua gordura como gordura do sacrificio pacifico: assim o sacerdote por elle fará expiação do seu peccado, e lhe será perdoado. _O sacrificio pelos erros de qualquer pessoa._ 27 E, se qualquer _outra_ pessoa do [18] povo da terra peccar por erro, fazendo _contra_ algum dos mandamentos do Senhor, _aquillo_ que se não deve fazer, e _assim_ fôr culpada; 28 Ou _se_ o seu [19] peccado, no qual peccou, lhe fôr notificado, então trará pela sua offerta uma cabra sem mancha, pelo seu peccado que peccou, 29 E porá a sua mão sobre [20] a cabeça da expiação do peccado, e degolará a expiação do peccado no logar do holocausto. 30 Depois o sacerdote com o seu dedo tomará do seu sangue, e o porá sobre os cornos do altar do holocausto: e todo o _resto do seu_ sangue derramará á base do altar; 31 E tirará toda a gordura, [21] como se tira a gordura do sacrificio pacifico; e o sacerdote a queimará sobre o altar por [22] cheiro suave ao Senhor: e o sacerdote fará propiciação por ella, e lhe será perdoado _o peccado_. 32 Mas, se pela sua offerta trouxer uma cordeira para expiação do peccado, [23] sem mancha trará, 33 E porá a sua mão sobre a cabeça da expiação do peccado, e a degolará por expiação do peccado, no logar onde se degola o holocausto. 34 Depois o sacerdote com o seu dedo tomará do sangue da expiação do peccado, e _o_ porá sobre os cornos do altar do holocausto: então todo o _resto do_ seu sangue derramará na base do altar, 35 E tirará toda a sua gordura, como se tira a gordura do cordeiro do sacrificio pacifico; e o sacerdote a queimará [24] sobre o altar, em cima das offertas queimadas do Senhor: assim o sacerdote por ella fará expiação dos seus peccados que peccou, e lhe será perdoado _o peccado_. [1] cap. 5.15, 17. Num. 15.22, etc. [2] cap. 9.2. [3] cap. 1.3, 4. [4] cap. 16.14. Num. 19.4. [5] cap. 8.15 e 9.9 e 16.18 e 5.9. [6] cap. 3.3, 4, 5. [7] Exo. 29.14. Num. 19.5. [8] cap. 6.11. Heb. 13.11. [9] Num. 15.24. Jos. 7.11. cap. 5.2, 3, 4, 17. [10] cap. 1.4. [11] ver. 5. Heb. 9.12, 13, 14. [12] ver. 3. Num. 15.25. Rom. 5.11. Heb. 2.17 e 10.10, 11, 12. I João 1.7 e 2.2. [13] ver. 2, 13. [14] ver. 14. [15] ver. 4, etc. [16] ver. 30. [17] ver. 20. cap. 3, 5. Num. 15.28. [18] ver. 2. Num. 15.27. [19] ver. 23. [20] ver. 4, 24. [21] cap. 3.3, 14. [22] Exo. 29.18. cap. 1.9. ver. 26. [23] ver. 28. [24] cap. 3.5. ver. 26, 31. _O sacrificio pelos peccados occultos._ 5 E quando _alguma_ pessoa [1] peccar, ouvindo uma voz de blasphemia, de que _fôr_ testemunha, seja que _o_ viu, ou que o soube, se o não denunciar, [2] então levará a sua iniquidade. 2 Ou, quando _alguma_ pessoa [3] tocar em alguma coisa immunda, seja corpo morto de besta fera immunda, seja corpo morto d’animal immundo, seja corpo morto de reptil immundo, ainda que lhe fosse occulto, contudo será elle immundo e culpado. 3 Ou, quando tocar [4] a immundicia d’um homem, seja qualquer que _fôr_ a sua immundicia, com que se faça immundo, e lhe fôr occulto, e _o_ souber _depois_, será culpado. 4 Ou, quando _alguma_ pessoa jurar, pronunciando temerariamente com os _seus_ beiços, [5] para fazer mal, ou para fazer bem, em tudo o que o homem pronuncia temerariamente com juramento, e lhe fôr occulto, e _o_ souber _depois_, culpado será n’uma d’estas _coisas_. 5 Será pois que, culpado sendo n’uma d’estas _coisas_, confessará [6] aquillo em que peccou, 6 E a sua expiação trará ao Senhor, pelo seu peccado que peccou: uma femea de gado miudo, uma cordeira, ou uma cabrinha pelo peccado: assim o sacerdote por ella fará expiação do seu peccado. 7 Mas, se a sua mão não alcançar o que bastar para gado miudo, então trará, em sua expiação da culpa que commetteu, [7] ao Senhor duas rolas ou dois pombinhos; um para expiação do peccado, e o outro para holocausto; 8 E os trará ao sacerdote, o qual primeiro offerecerá aquelle que _é_ para expiação do peccado; e com a sua unha lhe torcerá [8] a cabeça junto ao pescoço, mas não o partirá: 9 E do sangue da expiação do peccado espargirá sobre a parede do altar, porém [9] o que sobejar d’aquelle sangue espremer-se-ha á base do altar: expiação do peccado _é_. 10 E do outro fará holocausto [10] conforme ao costume: assim o sacerdote por ella fará expiação do seu peccado que peccou, e lhe será perdoado. 11 Porém, se a sua mão não alcançar duas rolas, ou dois pombinhos, então aquelle que peccou trará pela sua offerta a decima parte d’um epha _de_ flor de farinha, para expiação do peccado: não deitará sobre ella [11] azeite, nem lhe porá em cima o incenso, porquanto _é_ expiação do peccado: 12 E a trará ao sacerdote, e o sacerdote d’ella tomará o seu punho cheio pelo seu memorial, e _a_ queimará sobre o altar, [12] em cima das offertas queimadas do Senhor: expiação de peccado _é_. 13 Assim o sacerdote por [13] ella fará expiação do seu peccado, que peccou em alguma d’estas coisas, e lhe será perdoado; e _o resto_ será do sacerdote, como a offerta de manjares. _O sacrificio pelo sacrilegio._ 14 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 15 Quando _alguma_ pessoa commetter um trespasso, e peccar [14] por ignorancia nas coisas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor pela expiação [15] um carneiro sem mancha do rebanho, conforme á tua estimação em siclos de prata, segundo o siclo do sanctuario, para expiação da culpa. 16 Assim restituirá o que peccar nas coisas sagradas, e ainda de mais accrescentará [16] o seu quinto, e o dará ao sacerdote: [17] assim o sacerdote com o carneiro da expiação fará expiação por ella, e ser-lhe-ha perdoado _o peccado_. _O sacrificio pelos peccados de ignorancia._ 17 E, se alguma pessoa [18] peccar, e obrar _contra_ algum de todos os mandamentos do Senhor o que se não deve fazer, ainda que o não soubesse, comtudo será ella culpada, [19] e levará a sua iniquidade: 18 E trará ao sacerdote um carneiro sem [20] mancha do rebanho, conforme á tua estimação, para expiação da culpa, e o sacerdote [21] por ella fará expiação do seu erro em que errou sem saber; e lhe será perdoado. 19 Expiação de culpa _é_: [22] certamente se fez culpado ao Senhor. [1] I Reis 8.31. [2] ver. 17. cap. 7.18 e 17.16 e 19.8 e 20.17. Num. 9.13. [3] cap. 11.24, 28, 31, 39. Num. 19.11, 13, 16. ver. 17. [4] cap. 12 e 13 e 15. [5] Act. 23.12. Mar. 6.23. [6] cap. 26.40. Num. 5.7. Esd. 10.11, 12. [7] cap. 1.14 e 12.8 e 14.21. [8] cap. 1.15. [9] cap. 4.7, 18, 30, 34. [10] cap. 1.14 e 4.26. [11] Num. 5.15. [12] cap. 2.2 e 4.35. [13] cap. 4.26 e 2.3. [14] cap. 22.14. [15] Esd. 10.19. [16] cap. 6.5 e 22.14 e 27.13, 15, 27, 31. Num. 5.7. [17] cap. 4.26. [18] cap. 4.2. [19] ver. 15. cap. 4.2, 13, 22, 27. Psa. 19.12. Luc. 12.48. ver. 1, 2. [20] ver. 15. [21] ver. 16. [22] Esd. 10.2. _O sacrificio pelos peccados voluntarios._ 6 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Quando _alguma_ pessoa peccar, [1] e trespassar contra o Senhor, e negar ao seu proximo o que se lhe deu em guarda, ou o que depoz na sua mão, ou o roubo, ou [2] o que retem violentamente ao seu proximo, 3 Ou que achou [3] o perdido, e o negar com falso juramento, ou fizer alguma _outra_ coisa de todas em que o homem costuma peccar; 4 Será pois que, porquanto peccou e ficou culpado, restituirá o roubo que roubou, ou o retido que retem violentamente, ou o deposito que lhe foi dado em guarda, ou o perdido que achou, 5 Ou tudo aquillo [4] sobre que jurou falsamente; e o restituirá no seu cabedal, e ainda sobre isso accrescentará o quinto; áquelle de quem _é_ o dará no dia de sua expiação. 6 E a sua expiação trará ao Senhor: um carneiro [5] sem mancha do rebanho, conforme á tua estimação, para expiação da culpa, _trará_ ao sacerdote: 7 E o sacerdote fará expiação por ella diante do Senhor, [6] e será perdoada de qualquer de todas as coisas que fez, sendo culpada n’ellas. _A lei do holocausto._ 8 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 9 Dá ordem a Aarão e a seus filhos, dizendo: Esta _é_ a lei do holocausto; o holocausto será queimado sobre o altar toda a noite até á manhã, e o fogo do altar arderá n’elle. 10 E o sacerdote [7] vestirá a sua veste de linho, e vestirá as calças de linho sobre a sua carne, e levantará a cinza, quando o fogo [8] houver consumido o holocausto sobre o altar, e a porá junto ao altar. 11 Depois despirá [9] as suas vestes, e vestirá outras vestes: e levará a cinza fóra do arraial para um logar [10] limpo. 12 O fogo pois sobre o altar arderá n’elle, não se apagará; mas o sacerdote accenderá lenha n’elle cada manhã, e sobre elle porá em ordem o holocausto, e sobre elle [11] queimará a gordura das offertas pacificas. 13 O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará. _A lei da offerta de manjares._ 14 E esta _é_ a lei [12] da offerta de manjares: _um_ dos filhos de Aarão a offerecerá perante o Senhor diante do altar, 15 E d’ella tomará o seu punho cheio _da_ flor de farinha da offerta e do seu azeite, e todo o incenso que _estiver_ sobre a offerta de manjares: então o accenderá sobre o altar, cheiro suave [13] é isso, por ser memorial ao Senhor. 16 E o restante [14] d’ella comerão Aarão e seus filhos: asmo [15] se comerá no logar sancto, no pateo da tenda da congregação o comerão. 17 Levedado não se cozerá: [16] sua porção _é_ que _lhes_ dei das minhas offertas queimadas: coisa sanctissima [17] é, como a expiação do peccado e como a expiação da culpa. 18 Todo o macho [18] entre os filhos d’Aarão comerá d’ella: estatuto perpetuo _será_ para as vossas gerações das offertas queimadas do Senhor; tudo o que tocar n’ellas será [19] sancto. _A offerta na consagração dos sacerdotes._ 19 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 20 Esta _é_ a offerta [20] d’Aarão e de seus filhos, que offerecerão ao Senhor no dia em que fôr ungido: a decima parte d’um [21] epha _de_ flor de farinha pela offerta de manjares continua; a metade d’ella pela manhã, e a _outra_ metade d’ella á tarde. 21 N’uma caçoila se fará com azeite; cosida a trarás; _e_ os pedaços cosidos da offerta offerecerás em cheiro suave ao Senhor. 22 Tambem o sacerdote, que de entre seus filhos [22] fôr ungido em seu logar, fará o mesmo; por estatuto perpetuo _seja_, toda será queimada ao Senhor. 23 Assim toda a offerta do sacerdote totalmente será queimada; não se comerá. _A lei da expiação do peccado._ 24 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 25 Falla a Aarão e a seus filhos, dizendo: [23] Esta _é_ a lei da expiação do peccado: no logar onde se degola o holocausto se degolará a expiação do peccado perante o Senhor; [24] coisa sanctissima _é_. 26 O sacerdote que a offerecer [25] pelo peccado a comerá: no logar sancto se comerá, no pateo da tenda da congregação. 27 Tudo o que tocar [26] a sua carne será sancto: se espargir alguem do seu sangue sobre o seu vestido, lavarás aquillo sobre o que caiu n’um logar sancto. 28 E o vaso de barro em que fôr cosida [27] será quebrado; porém, se fôr cosida n’um vaso de cobre, esfregar-se-ha e lavar-se-ha na agua. 29 Todo o macho entre os sacerdotes a [28] comerá: coisa sanctissima _é_. 30 Porém nenhuma expiação de peccado, [29] cujo sangue se traz á tenda da congregação, para expiar no sanctuario, se comerá: no fogo será queimada. [1] Num. 5.6. cap. 19.11. Act. 5.4. Col. 3.9. Exo. 22.7, 10. [2] Pro. 24.28 e 26.19. [3] Deu. 22.1, 2, 3. Exo. 22.11. cap. 19.12. Jer. 7.9. Zac. 5.4. [4] cap. 5.16. Num. 5.7. II Sam. 12.6. Luc. 19.8. [5] cap. 5.15. [6] cap. 4.26. [7] Exo. 28.39, 40, 41, 43. cap. 16.4. Eze. 44.17, 18. [8] cap. 1.16. [9] Eze. 44.19. [10] cap. 4.12. [11] cap. 3.3, 9, 14. [12] cap. 2.1. Num. 15.4. [13] cap. 2.2, 9. [14] cap. 2.3. Eze. 44.29. [15] ver. 26. cap. 10.12, 13. Num. 18.10. [16] cap. 2.11. Num. 18.10. [17] ver. 25. Exo. 29.37. cap. 2.3 e 7.1. [18] ver. 29. Num. 18.10. cap. 3.17. [19] Exo. 29.37. cap. 22.3, 4, 5, 6, 7. [20] Exo. 29.2. [21] Exo. 16.36. [22] cap. 4.3. Exo. 29.25. [23] cap. 4.2 e 1.3, 5, 11 e 4.24, 29, 33. [24] ver. 17. cap. 21.22. [25] cap. 10.17, 18. Num. 18.10. Eze. 44.28, 29. ver. 16. [26] Exo. 29.37 e 30.29. [27] cap. 11.33 e 15.12. [28] ver. 18, 25. Num. 18.10. [29] cap. 4.7, 11, 12, 18, 21 e 10.18 e 16.27. Heb. 13.11. _A lei da expiação da culpa._ 7 E esta _é_ a [1] lei da expiação da culpa: coisa sanctissima _é_. 2 No logar onde degolam [2] o holocausto, degolarão a expiação da culpa, e o seu sangue se espargirá sobre o altar em redor. 3 E d’ella se offerecerá toda a sua gordura; a cauda, [3] e a gordura que cobre a fressura. 4 Tambem ambos os rins, e a gordura que n’elles _ha_, que _está_ sobro as tripas, e o redenho sobre o figado, com os rins se tirará, 5 E o sacerdote o queimará sobre o altar em offerta queimada ao Senhor: expiação da culpa _é_. 6 Todo o macho [4] entre os sacerdotes a comerá: no logar sancto se comerá: coisa sanctissima _é_. 7 Como a expiação do [5] peccado, assim _será_ a expiação da culpa: uma mesma lei _haverá_ para ellas; será do sacerdote que houver feito propiciação com ella. 8 Tambem o sacerdote, que offerecer o holocausto d’alguem, o mesmo sacerdote terá o coiro do holocausto que offerecer. 9 Como tambem toda a offerta que se cozer no forno, [6] com tudo que se preparar na sertã e na caçoila, será do sacerdote que o offerece. 10 Tambem toda a offerta amassada com azeite, ou secca, será de todos os filhos d’Aarão, assim de um como de outro. _A lei do sacrificio da paz._ 11 E esta _é_ a lei [7] do sacrificio pacifico que se offerecerá ao Senhor: 12 Se o offerecer por _offerta de_ louvores, com o sacrificio de louvores, offerecerá bolos asmos amassados com azeite; [8] e coscorões asmos amassados com azeite; e os bolos amassados com azeite serão fritos, de flor de farinha. 13 Com os bolos offerecerá [9] pão levedado _pela_ sua offerta, com o sacrificio de louvores da sua offerta pacifica. 14 E de toda a offerta offerecerá um d’elles _por_ offerta alçada ao Senhor, _que_ será do sacerdote [10] que espargir o sangue da offerta pacifica. 15 Mas a carne do sacrificio de louvores da sua offerta pacifica [11] se comerá no dia do seu offerecimento: nada se deixará d’ella até á manhã. 16 E, se [12] o sacrificio da sua offerta _fôr_ voto, ou offerta voluntaria, no dia em que offerecer o seu sacrificio se comerá; e o que d’elle ficar tambem se comerá no dia seguinte; 17 E o que _ainda_ ficar da carne do sacrificio ao terceiro dia será queimado no fogo. 18 Porque, se da carne do seu sacrificio pacifico se comer ao terceiro dia, aquelle que a offereceu não será [13] acceito, nem lhe será imputado; coisa abominavel será, e a pessoa que comer d’ella levará a sua iniquidade. 19 E a carne que tocar alguma _coisa_ immunda não se comerá; com fogo será queimada: mas da _outra_ carne qualquer que estiver limpo comerá d’ella. 20 Porém, se _alguma_ pessoa comer a carne do sacrificio pacifico, que _é_ do Senhor, tendo ella sobre si a sua immundicia, aquella pessoa será [14] extirpada dos seus povos. 21 E, se _uma_ pessoa tocar alguma _coisa_ immunda, [15] _como_ immundicia de homem, ou gado immundo, ou qualquer abominação immunda, e comer da carne do sacrificio pacifico, que _é_ do Senhor, aquella pessoa será extirpada dos seus povos. _Deus prohibe o comer a gordura e o sangue._ 22 Depois fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 23 Falla aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro, nem de cabra [16] comereis, 24 Porém pode usar-se da gordura do corpo morto, e da gordura do dilacerado, para toda a obra, mas de nenhuma maneira a comereis; 25 Porque qualquer que comer a gordura do animal, do qual se offerecer ao Senhor offerta queimada, a pessoa que a comer será extirpada dos seus povos. 26 E nenhum sangue comereis em qualquer das vossas habitações, [17] quer de aves quer de gado. 27 Toda a pessoa que comer algum sangue, aquella pessoa será extirpada dos seus povos. _A porção dos sacerdotes._ 28 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 29 Falla aos filhos de Israel, dizendo: Quem offerecer ao Senhor o seu sacrificio pacifico, [18] trará a sua offerta ao Senhor do seu sacrificio pacifico. 30 As suas proprias mãos trarão as offertas queimadas do Senhor; a gordura do [19] peito com o peito trará para movel-o _por_ offerta movida perante o Senhor. 31 E o sacerdote queimará [20] a gordura sobre o altar, porém o peito [21] será de Aarão e de seus filhos. 32 Tambem a espadua [22] direita dareis ao sacerdote _por_ offerta alçada dos vossos sacrificios pacificos. 33 Aquelle dos filhos de Aarão que offerecer o sangue do sacrificio pacifico, e a gordura, aquelle terá a espadua direita para a _sua_ porção; 34 Porque o peito movido [23] e a espadua alçada tomei dos filhos de Israel dos seus sacrificios pacificos, e os dei a Aarão, o sacerdote, e a seus filhos, por estatuto perpetuo dos filhos de Israel. 35 Esta _é_ a porção de Aarão e a porção de seus filhos das offertas queimadas do Senhor, no dia _em que_ os apresentou para administrar o sacerdocio ao Senhor. 36 O que o Senhor ordenou que se lhes désse d’entre os filhos de Israel [24] no dia em que os ungiu, [GB] estatuto perpetuo é pelas suas gerações. 37 Esta _é_ a lei do holocausto, [25] da offerta de manjares, e da expiação do peccado, [26] e da expiação da culpa, [27] e da offerta das consagrações, [28] e do sacrificio pacifico. 38 Que o Senhor ordenou a Moysés no monte Sinai, no dia em que ordenou aos filhos de Israel que offerecessem [29] as suas offertas ao Senhor no deserto de Sinai. [1] cap. 5 e 6.1-7 e 6.17, 25 e 21.22. [2] cap. 1.3, 5, 11 e 4.24, 29, 33. [3] cap. 3, 4, 9, 10, 14, 15, 16 e 4.8, 9. Exo. 29.13. [4] cap. 6.16, 17, 18. Num. 18.9, 10. cap. 2.3. [5] cap. 6.25, 26 e 14.13. [6] cap. 2.3, 10. Num. 18.9. Eze. 44.29. [7] cap. 3.1 e 22.18, 21. [8] cap. 2.4. Num. 6.15. [9] Amós 4, 5. [10] Num. 18.8, 11, 19. [11] cap. 22.30. [12] cap. 19.6, 7, 8. [13] cap. 11.10, 11, 41 e 19.7. [14] cap. 15.3. Gen. 17.14. [15] cap. 21 e 13 e 15 e 11.24, 28. Eze. 4.14. ver. 20. [16] cap. 3.17. [17] Gen. 9.4. cap. 3.17 e 17.10-14. [18] cap. 3.1. [19] cap. 3.3, 4, 9, 14. Exo. 29.24, 27. cap. 8.27 e 9.21. Num. 6.20. [20] cap. 3.5, 11, 16. [21] ver. 34. [22] ver. 34. cap. 9.21. Num. 6.20. [23] Exo. 29.28. cap. 10.14, 15. Num. 18.18, 19. Deu. 18.3. [24] Exo. 40.13, 15. cap. 8.12, 30. [25] cap. 6.9. [26] cap. 6.14. [27] cap. 6.25. ver. 1. [28] Exo. 29.1. cap. 6.20. ver. 11. [29] cap. 1.2. _A consagração de Aarão e seus filhos._ 8 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Toma [1] a Aarão e a seus filhos com elle, e os vestidos, e o azeite da uncção, como tambem o novilho da expiação do peccado, e os dois carneiros, e o cesto dos _pães_ asmos, 3 E ajunta toda a congregação á porta da tenda da congregação. 4 Fez pois Moysés como o Senhor lhe ordenara, e a congregação ajuntou-se á porta da tenda da congregação. 5 Então disse Moysés á congregação: isto _é_ [2] o que o Senhor ordenou _que_ se fizesse. 6 E Moysés fez chegar a Aarão e a seus filhos, [3] e os lavou com agua, 7 E lhe vestiu a tunica, [4] e cingiu-o com o cinto, e pôz sobre elle o manto; tambem pôz sobre elle o ephod, e cingiu-o com o cinto de [GC] artificio do ephod, e o apertou com elle. 8 Depois poz-lhe o [5] peitoral, pondo no peitoral o Urim e o Thummim; 9 E pôz a mitra sobre a sua [6] cabeça, e na mitra diante do seu rosto pôz a lamina de oiro, a corôa da [GD] sanctidade, como o Senhor ordenara a Moysés. 10 Então Moysés tomou o [7] azeite da uncção, e ungiu o tabernaculo, e tudo o que _havia_ n’elle, e o sanctificou; 11 E d’elle espargiu sete vezes sobre o altar, e ungiu o altar e todos os seus vasos, como tambem a pia e a sua base, para sanctifical-as. 12 Depois derramou [8] do azeite da uncção sobre a cabeça de Aarão, e ungiu-o, para sanctifical-o. 13 Tambem Moysés fez chegar os filhos [9] de Aarão, e vestiu-lhes as tunicas, e cingiu-os com o cinto, e apertou-lhes as tiaras, como o Senhor ordenara a Moysés. 14 Então fez chegar o novilho da expiação do peccado; [10] e Aarão e seus filhos pozeram as suas mãos sobre a cabeça do novilho da expiação do peccado; 15 E o degolou; e Moysés [11] tomou o sangue, e pôz _d’elle_ com o seu dedo sobre os cornos do altar em redor, e expiou o altar: depois derramou o _resto do_ sangue á base do altar, e o sanctificou, para fazer expiação sobre elle. 16 Depois tomou toda a gordura _que está_ na fressura, [12] e o redenho do figado, e os dois rins e a sua gordura: e Moysés o queimou sobre o altar. 17 Mas o novilho com o seu coiro, e a sua carne, e o seu esterco queimou com fogo fóra do arraial, como o Senhor [13] ordenara a Moysés. 18 Depois fez [14] chegar o carneiro do holocausto; e Aarão e seus filhos pozeram as suas mãos sobre a cabeça do carneiro: 19 E o degolou; e Moysés espargiu o sangue sobre o altar em redor. 20 Partiu tambem o carneiro nos seus pedaços; e Moysés queimou a cabeça, e os pedaços e a gordura. 21 Porém a fressura e as pernas lavou com agua; e Moysés queimou todo o carneiro sobre o altar: holocausto de cheiro suave, uma offerta queimada _era_ ao Senhor, [15] como o Senhor ordenou a Moysés. 22 Depois fez [16] chegar o outro carneiro, o carneiro da consagração: e Aarão com seus filhos pozeram as suas mãos sobre a cabeça do carneiro, 23 E o degolou; e Moysés tomou do seu sangue, e _o_ poz sobre a ponta da orelha direita de Aarão, e sobre o pollegar da sua mão direita, e sobre o pollegar do seu pé direito. 24 Tambem fez chegar os filhos de Aarão; e Moysés poz d’aquelle sangue sobre a ponta da orelha direita d’elles, e sobre o pollegar da sua mão direita, e sobre o pollegar do seu pé direito: e Moysés espargiu o _resto do_ sangue sobre o altar em redor. 25 E tomou a gordura, e a cauda, [17] e toda a gordura que _está_ na fressura, e o redenho do figado, e ambos os rins, e a sua gordura e a espadua direita. 26 Tambem do cesto dos _pães_ asmos, que _estava_ diante do Senhor, tomou um bolo asmo, e um bolo de pão azeitado, e um coscorão, e _os_ poz sobre a gordura e sobre a espadua direita. 27 E tudo _isto_ deu nas mãos [18] de Aarão e nas mãos de seus filhos: e os moveu _por offerta de_ movimento perante o Senhor. 28 Depois Moysés [19] tomou-os das suas mãos, e _os_ queimou no altar sobre o holocausto; _estas foram_ uma consagração, por cheiro suave, offerta queimada ao Senhor. 29 E tomou Moysés o peito, e moveu-o _por offerta [20] de_ movimento perante o Senhor: aquella foi a porção de Moysés do carneiro da consagração, como o Senhor ordenara a Moysés. 30 Tomou [21] Moysés tambem do azeite da uncção, e do sangue que _estava_ sobre o altar, e o espargiu sobre Aarão e sobre os seus vestidos, e sobre os seus filhos, e sobre os vestidos de seus filhos com elle; e sanctificou a Aarão _e_ os seus vestidos, e seus filhos, e os vestidos de seus filhos com elle. 31 E Moysés disse a Aarão, e a seus filhos: [22] Cozei a carne diante da porta da tenda da congregação, e ali a comei com o pão que _está_ no cesto da consagração, como tenho ordenado, dizendo: Aarão e seus filhos a comerão. 32 Mas o [23] que sobejar da carne e do pão, queimareis com fogo. 33 Tambem da porta da tenda da congregação não saireis em sete dias, até ao dia em que se cumprirem os dias da vossa consagração: porquanto por sete [24] dias elle vos consagrará. 34 Como se fez n’este dia, _as_sim o Senhor ordenou se fizesse, para fazer expiação por vós. 35 Ficareis pois _á_ porta da tenda da congregação dia e noite [25] por sete dias, e fareis a guarda do Senhor, para que não morraes: porque assim me foi ordenado. 36 E Aarão e seus filhos fizeram todas as coisas que o Senhor ordenou pela mão de Moysés. [1] Exo. 29.1, 2, 3 e 28.2, 4 e 30.24, 25. [2] Exo. 29.4. [3] Exo. 29.4. [4] Exo. 29.5 e 28.4. [5] Exo. 28.30. [6] Exo. 29.6 e 28.37. [7] Exo. 30.26, 27, 28, 29. [8] Exo. 29.7 e 30.30. cap. 21.10, 12. Psa. 133.2. [9] Exo. 29.8, 9. [10] Exo. 29.10. Eze. 43.19. cap. 4.4. [11] Exo. 29.12, 36. cap. 4.7. Eze. 43.20, 26. Heb. 9.22. [12] Exo. 29.13. cap. 4.8. [13] Exo. 29.14. cap. 4.11, 12. [14] Exo. 29.15. [15] Exo. 29.28. [16] Exo. 29.19, 31. [17] Exo. 29.18. [18] Exo. 29.24, etc. [19] Exo. 29.25. [20] Exo. 29.26. [21] Exo. 29.21 e 30.30. Num. 3.3. [22] Exo. 29.31, 32. [23] Exo. 29.34. [24] Exo. 29.30, 35. Eze. 43.25, 26. [25] Num. 3.7 e 9.19. Deu. 11.1. I Reis 2.3. _Aarão offerece sacrificios por si e pelo povo._ 9 E aconteceu, ao dia [1] oitavo, _que_ Moysés chamou a Aarão e seus filhos, e os anciãos de Israel, 2 E disse a Aarão: Toma-te [2] um bezerro, para _expiação do_ peccado, e um carneiro para holocausto, sem mancha: e traze-_os_ perante o Senhor. 3 Depois fallarás aos filhos de Israel, dizendo: Tomae um [3] bode para _expiação do_ peccado, e um bezerro, e um cordeiro d’um anno, sem mancha, para holocausto: 4 Tambem um boi e um carneiro por _sacrificio_ pacifico, para sacrificar perante o Senhor, e offerta de manjares, [4] amassada com azeite: porquanto hoje o Senhor vos apparecerá. 5 Então trouxeram o que ordenou Moysés, diante da tenda da congregação, e chegou-se toda a congregação, e se poz perante o Senhor. 6 E disse Moysés: Esta coisa que o Senhor ordenou fareis: [5] e a gloria do Senhor vos apparecerá. 7 E disse Moysés a Aarão: Chega-te ao altar, [6] e faze a tua expiação de peccado e o teu holocausto; e faze expiação por ti e pelo povo: depois faze a offerta [7] do povo, e faze expiação por elles, como ordenou o Senhor. 8 Então Aarão se chegou ao altar, e degolou o bezerro da expiação que _era_ por elle. 9 E os filhos d’Aarão trouxeram-lhe o sangue, [8] e molhou o seu dedo no sangue, e _o_ poz sobre os cornos do altar; e o _resto do_ sangue derramou á base do altar. 10 Mas a gordura, e [9] os rins, e o redenho do figado de expiação do peccado queimou sobre o altar, [10] como o Senhor ordenara a Moysés. 11 Porém a carne [11] e o coiro queimou com fogo fóra do arraial. 12 Depois degolou o holocausto, e os filhos d’Aarão lhe entregaram o sangue, [12] e espargiu-o sobre o altar em redor. 13 Tambem lhe entregaram [13] o holocausto nos seus pedaços, com a cabeça; e queimou-o sobre o altar. 14 E lavou [14] a fressura e as pernas, e as queimou sobre o holocausto no altar. 15 Depois fez chegar a offerta do povo, e tomou o bode [15] da expiação do peccado, que _era_ do povo, e o degolou, e o preparou por expiação do peccado, como o primeiro. 16 Fez tambem chegar [16] o holocausto, e o preparou segundo o rito. 17 E fez chegar a offerta de manjares, e [17] a sua mão encheu d’ella, e a queimou sobre o altar, além do holocausto da manhã. 18 Depois degolou o boi e o [18] carneiro em sacrificio pacifico, que _era_ do povo; e os filhos de Aarão entregaram-lhe o sangue, que espargiu sobre o altar em redor, 19 Como tambem a gordura do boi e do carneiro, a cauda, e o que cobre _a fressura_, e os rins, e o redenho do figado. 20 E pozeram a gordura sobre os peitos, e queimou [19] a gordura sobre o altar; 21 Mas os peitos e a espadua [20] direita Aarão moveu _por offerta de_ movimento perante o Senhor, como Moysés tinha ordenado. 22 Depois Aarão levantou as suas mãos ao povo [21] e os abençoou; e desceu, havendo feito a expiação do peccado, e o holocausto, e a offerta pacifica. 23 Então entraram Moysés e Aarão na tenda da congregação: depois sairam, e abençoaram ao povo; e a gloria [22] do Senhor appareceu a todo o povo, 24 Porque o fogo saiu [23] de diante do Senhor, e consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar: o que vendo todo o povo [24], jubilaram e cairam sobre as suas faces. [1] Eze. 43.27. [2] Exo. 29.1. cap. 4.3 e 8.14, 18. [3] cap. 4.23. Esd. 6.17 e 10.19. [4] cap. 2.4. ver. 23. Exo. 29.43. [5] ver. 23. Exo. 24.16. [6] cap. 4.3. Heb. 5.3 e 7.27 e 9. [7] cap. 4.16, 20. Heb. 5.1. [8] cap. 8.15 e 4.7. [9] cap. 8.16. [10] cap. 4.8. [11] cap. 4.11 e 8.17. [12] cap. 1.5 e 8.19. [13] cap. 8.20. [14] cap. 8.21. [15] ver. 3. Heb. 2.17 e 5.3. [16] cap. 1.3, 10. [17] ver. 4. cap. 2.1, 2. Exo. 29.38. [18] cap. 3.1, etc. [19] cap. 3.5, 16. [20] Exo. 29.24, 26. cap. 7.30, 31, 32, 33, 34. [21] Num. 6.23. Deu. 21.5. Luc. 24.50. [22] ver. 6. Num. 14.10 e 16.19, 42. [23] Jui. 6.21. I Reis 18.38. II Chr. 7.1. Psa. 20.3. [24] I Reis 18.39. II Chr. 7.3. Esd. 3.11. _Nadab e Abihu morrem diante do Senhor._ 10 E os filhos d’Aarão, Nadab [1] e Abihu, tomaram cada um o seu incensario, e puzeram n’elles fogo, e puzeram incenso sobre elle, [2] e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. 2 Então [3] saiu fogo de diante do Senhor, e os consumiu; e morreram perante o Senhor. 3 E disse Moysés a Aarão: Isto _é_ o que o Senhor fallou, dizendo: Serei sanctificado n’aquelles que se [4] cheguem a mim, e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Aarão [5] calou-se. 4 E Moysés chamou a Misael e a Elzaphan, filhos d’Ussiel, [6] tio de Aarão, e disse-lhes: Chegae, tirae a vossos irmãos de diante do sanctuario, [7] para fóra do arraial. 5 Então chegaram, e levaram-n’os nas suas tunicas para fóra do arraial, como Moysés tinha dito. 6 E Moysés disse a Aarão, e a seus filhos Eleazar e Ithamar: Não descobrireis [8] as vossas cabeças, nem rasgareis vossos vestidos, para que não morraes, nem venha grande indignação sobre toda a congregação: mas vossos irmãos, toda a casa de Israel, lamentem este incendio que o Senhor accendeu. 7 Nem saireis da porta da tenda da congregação, para que não [9] morraes; porque _está_ sobre vós o azeite da uncção do Senhor. E fizeram conforme á palavra de Moysés. 8 E fallou o Senhor a Aarão, dizendo: 9 Vinho nem bebida forte tu e teus filhos [10] comtigo não bebereis, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morraes: estatuto perpetuo _será isso_ entre as vossas gerações; 10 E para fazer differença [11] entre o sancto e o profano e entre o immundo e o limpo, 11 E para ensinar [12] aos filhos d’Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem fallado pela mão de Moysés. _A lei ácerca das coisas sanctas._ 12 E disse Moysés a Aarão, e a Eleazar e a Ithamar, seus filhos, que _lhe_ ficaram: [13] Tomae a offerta de manjares, restante das offertas queimadas do Senhor, e comei-a sem levadura junto ao altar, porquanto uma [14] coisa sanctissima _é_. 13 Portanto o comereis no logar sancto; porque _isto é_ a tua porção, e a porção de teus filhos das offertas queimadas do Senhor: [15] porque assim me foi ordenado. 14 Tambem o peito da _offerta do_ movimento e a espadua _da offerta_ alçada comereis em logar limpo, tu, e teus filhos [16] e tuas filhas comtigo; porque _foram_ dados por tua porção, e por porção de teus filhos, dos sacrificios pacificos dos filhos de Israel. 15 A espadua _da offerta_ alçada [17] e o peito _da offerta_ do movimento trarão com as offertas queimadas de gordura, para mover _por offerta de_ movimento perante o Senhor; o que será por estatuto perpetuo, para ti e para teus filhos comtigo, como o Senhor tem ordenado. 16 E Moysés diligentemente buscou o bode [18] da expiação, e eis que já era queimado: portanto indignou-se grandemente contra Eleazar e contra Ithamar, os filhos que de Aarão ficaram, dizendo: 17 Porque não comestes [19] a expiação do peccado no logar sancto? pois uma coisa sanctissima _é_: e o Senhor a deu a vós, para que levasseis a iniquidade da congregação, para fazer expiação por elles diante do Senhor. 18 Eis-que não se trouxe o [20] seu sangue para dentro do sanctuario; certamente haveis de comel-a no sanctuario, como [21] tenho ordenado. 19 Então disse Aarão a Moysés: Eis-que hoje [22] offereceram a sua expiação de peccado e o seu holocausto perante o Senhor, e taes coisas me succederam: _se_ eu hoje comera a expiação do peccado, [23] seria pois acceito aos olhos do Senhor? 20 E Moysés ouvindo _isto_, foi acceito aos seus olhos. [1] cap. 16.1 e 22.9. Num. 3.3, 4 e 26.61. I Chr. 24.2. cap. 16.12. Num. 16.18. [2] Exo. 30.9. [3] cap. 9.24. Num. 16.35. II Sam. 6.7. [4] Exo. 19.22 e 29.43. cap. 21.6, 17, 21. Eze. 20.41. Isa. 49.3. Eze. 28.22. João 13.31, 32 e 14.13. II The. 1.10. [5] Psa. 39.9. [6] Exo. 6.18, 22. Num. 3.19, 30. [7] Luc. 7.12. Act. 5.6, 9, 10 e 8.2. [8] Exo. 33.5. cap. 13.45 e 21.1, 10. Eze. 24.16, 17. Num. 16.22, 46. Jos. 7.1 e 22.18, 20. II Sam. 24.1. [9] cap. 21.12. Exo. 28.41. cap. 8.30. [10] Eze. 44.21. Luc. 1.15. I Tim. 3.3. Tito 1.7. [11] cap. 11.47 e 20.25. Jer. 15.19. Eze. 22.26 e 44.23. [12] Deu. 24.8. Neh. 8.2, 8, 9, 13. Mal. 3.7. [13] Exo. 29.2. cap. 6.16. [14] cap. 21.22. [15] cap. 2.3 e 6.16. [16] Exo. 29.24, 26, 27. cap. 7.31, 34. Num. 18.11. [17] cap. 7.29, 30, 34. [18] cap. 9.3, 15. [19] cap. 6.26. [20] cap. 6.30. [21] cap. 6.26. [22] cap. 9.8, 12. [23] Jer. 6.20 e 14.12. Ose. 9.4. Mal. 1.10, 13. _Os animaes que se devem comer e os que se não devem comer._ 11 E fallou o Senhor a Moysés e a Aarão, dizendo-lhes: 2 Falla aos filhos d’Israel, dizendo: [1] Estes _são_ os animaes, que comereis de todas as bestas que _ha_ sobre a terra: 3 Tudo o que tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, _e_ remoe, entre os animaes, aquillo comereis. 4 D’estes porém não comereis, dos que remoem ou dos que teem unhas fendidas: o camelo, que remoe mas não tem unhas fendidas; este vos _será_ immundo; 5 E o coelho, porque remoe, mas não tem as unhas fendidas; este vos _será_ immundo; 6 E a lebre, porque remoe, mas não tem as unhas fendidas esta vos _será_ immunda. 7 Tambem o porco, porque tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, mas não remoe; este vos _será_ immundo. 8 Da sua carne não comereis, nem tocareis no seu cadaver; [2] estes vos _serão_ immundos. 9 Isto comereis [3] de tudo o que _ha_ nas aguas, tudo o que tem barbatanas e escamas nas aguas, nos mares e nos rios; aquillo comereis. 10 Mas tudo o que não tem barbatanas nem escamas, nos mares e nos rios, de todo o reptil das aguas, e de toda a [GE] alma vivente que _ha_ nas aguas, estes _serão_ para vós [4] abominação. 11 Ser-vos-hão pois por abominação: da sua carne não comereis, e abominareis o seu cadaver. 12 Tudo o que não tem barbatanas ou escamas, nas aguas, _será_ para vós abominação. 13 E estas abominareis [5] das aves: não se comerão, _serão_ abominação: a aguia, e o quebrantosso, e o xofrango, 14 E o milhano, e o abutre segundo a sua especie, 15 Todo o corvo segundo a sua especie, 16 E o abestruz, e o mocho, e o cuco, e o gavião segundo a sua especie, 17 E o bufo, e o corvo marinho, e a curuja, 18 E a gralha, e o cisne, e o pelicão, 19 E a cegonha, a garça segundo a sua especie, e a poupa, e o morcego. 20 Todo o reptil que vôa, que anda sobre quatro _pés_, _será_ para vós uma abominação. 21 Mas isto comereis de todo o reptil que vôa, que anda sobre quatro _pés_: o que tiver pernas sobre os seus pés, para saltar com ellas sobre a terra. 22 D’elles comereis estes: o gafanhoto [6] segundo a sua especie, e o solham segundo a sua especie, e o hargol segundo a sua especie, e o hagab segundo a sua especie. 23 E todo o reptil que vôa, que tem quatro pés, _será_ para vós uma abominação, 24 E por estes sereis immundos: qualquer que tocar os seus cadaveres, immundo será até á tarde. 25 Qualquer que levar os seus cadaveres [7] lavará os seus vestidos, e será immundo até á tarde. 26 Todo o animal que tem unhas fendidas, mas a fenda não se divide em duas, e _todo o_ que não remoe, vos _será_ por immundo: qualquer que tocar n’elles será immundo. 27 E tudo o que anda sobre as suas patas, de todo o animal que anda a quatro _pés_, vos _será_ por immundo: qualquer que tocar nos seus cadaveres será immundo até á tarde. 28 E o que levar os seus cadaveres lavará os seus vestidos, e será immundo até á tarde: elles vos _serão_ por immundos. 29 Estes tambem vos _serão_ por immundos entre os reptis que se arrastam sobre a terra: a doninha, e o rato, [8] e o cágado segundo a sua especie, 30 E o ouriço cacheiro, e o lagarto, e a lagartixa, e a lesma e a toupeira. 31 Estes vos _serão_ por immundos entre todo o reptil; qualquer que os tocar, estando elles mortos, será immundo até á tarde. 32 E tudo aquillo sobre o que d’elles cair _alguma coisa_, estando elles mortos, será immundo; seja vaso de madeira, ou vestido, ou pelle, ou sacco, qualquer instrumento, com que se faz _alguma_ obra, será mettido [9] na agua, e será immundo até á tarde; depois será limpo. 33 E todo o vaso de barro, em que cair _alguma coisa_ d’elles, tudo o que houver n’elle será immundo, e o [10] _vaso_ quebrareis. 34 Todo o manjar que se come, sobre o que vier tal agua, será immundo; e toda a bebida que se bebe, em todo o vaso, será immunda. 35 E aquillo sobre o que cair alguma coisa de seu corpo morto, será immundo: o forno e o vaso de barro serão quebrados; immundos _são_: portanto vos serão por immundos. 36 Porém a fonte ou cisterna, em que _se_ recolhem aguas, será limpa, mas quem tocar no seu cadaver será immundo. 37 E, se dos seus cadaveres cair _alguma coisa_ sobre _alguma_ semente de semear, que se semeia, _será_ limpa; 38 Mas se fôr deitada agua sobre a semente, e se do seu cadaver cair _alguma coisa_ sobre ella, vos _será_ por immunda. 39 E se morrer _algum_ dos animaes, que vos _servem_ de mantimento, quem tocar no seu cadaver será immundo até á tarde; 40 E quem comer [11] do seu cadaver lavará os seus vestidos, e será immundo até á tarde; e quem levar o seu corpo morto lavará os seus vestidos, e será immundo até á tarde. 41 Tambem todo o reptil, que se arrasta sobre a terra, _será_ abominação; não se comerá. 42 Tudo o que anda sobre o ventre, e tudo o que anda sobre quatro _pés_, ou que tem mais pés, entre todo o reptil que se arrasta sobre a terra, não comereis, porquanto _são_ uma abominação. 43 Não façaes [12] as vossas almas abominaveis por nenhum reptil que se arrasta, nem n’elles vos contamineis, para ser immundos por elles; 44 Porque eu _sou_ o Senhor vosso Deus: portanto [13] vós os sanctificareis, e sereis sanctos, porque eu _sou_ sancto; e não contaminareis as vossas almas por nenhum reptil que se arrasta sobre a terra; 45 Porque eu _sou_ [14] o Senhor, que vos faço subir da terra do Egypto, para que eu seja vosso Deus, e para que sejaes sanctos; porque eu _sou_ sancto. 46 Esta é a lei dos animaes, e das aves, e de toda a alma vivente que se move nas aguas, e de toda a alma que se arrasta sobre a terra; 47 Para fazer [15] differença entre o immundo e o limpo; e entre os animaes que se podem comer e os animaes que não se podem comer. [1] Deu. 14.4. Act. 10.12, 14. [2] Isa. 65.4 e 66.3, 17 e 52.11. Mat. 15.11, 20. Mar. 7.2, 15, 18. Act. 10.14, 15 e 15.29. Rom. 14.14, 17. I Cor. 8.8. Col. 2.16, 21. Heb. 9.10. [3] Deu. 14.9. [4] cap. 7.18. Deu. 14.3. [5] Deu. 14.12. [6] Mat. 3.4. Mar. 1.6. [7] cap. 14.8 e 15.5. Num. 19.10, 22 e 31.24. [8] Isa. 66.17. [9] cap. 15.12. [10] cap. 6.28 e 15.12. [11] cap. 17.15. Deu. 14.21. Eze. 4.14 e 44.31. [12] cap. 20.25. [13] Exo. 19.6. cap. 19.2 e 20.7, 26. I The. 4.7. I Ped. 1.16. [14] Exo. 6.7. ver. 44. [15] cap. 10.10. _A purificação da mulher depois do parto._ 12 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla aos filhos d’Israel, dizendo: Se uma mulher conceber [1] e parir um macho, será immunda sete dias, assim como nos dias da separação da sua enfermidade será immunda. 3 E no dia oitavo [2] se circumcidará _ao menino_ a carne do seu prepucio. 4 Depois ficará ella trinta e tres dias no sangue da sua purificação; nenhuma coisa sancta tocará, e não virá ao sanctuario até que se cumpram os dias da sua purificação. 5 Mas, se parir uma femea, será immunda duas semanas, como na sua separação: depois ficará sessenta e seis dias no sangue da sua purificação. 6 E, quando forem cumpridos os dias da sua purificação [3] por filho ou por filha, trará um cordeiro d’um anno por holocausto, e um pombinho ou uma rola para expiação do peccado, diante da porta da tenda da congregação, ao sacerdote, 7 O qual o offerecerá perante o Senhor, e por ella fará propiciação; e será limpa do fluxo do seu sangue: esta é a lei da que parir macho ou femea. 8 Mas, se a sua mão [4] não alcançar assaz para um cordeiro, então tomará duas rolas, ou dois pombinhos, um para o holocausto e outro para a propiciação do peccado: [5] assim o sacerdote por ella fará expiação, e será limpa. [1] cap. 15.19. Luc. 2.22. [2] Gen. 17.12. Luc. 1.59 e 2.21. João 7.22, 23. [3] Luc. 2.22. [4] cap. 5.7. Luc. 2.24. [5] cap. 4.26. _As leis ácerca da praga da lepra._ 13 Fallou mais o Senhor a Moysés e a Aarão, dizendo: 2 O homem, quando na pelle da sua carne houver inchação, [1] ou pustula, ou empola branca, que estiver na pelle de sua carne _como_ praga da lepra, então será levado [2] a Aarão o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes, 3 E o sacerdote examinará a praga na pelle da carne; se o pello na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pelle da sua carne, praga da lepra _é_; o sacerdote, vendo-o, então o declarará por immundo. 4 Mas, se a empola na pelle de sua carne _fôr_ branca, e não parecer mais profunda do que a pelle, e o pello não se tornou branco, então o sacerdote encerrará _o que tem_ a praga por sete dias; 5 E ao setimo dia o sacerdote o examinará; e eis que, se a praga ao seu parecer parou, e a praga na pelle se não estendeu, então o sacerdote o encerrará por outros sete dias; 6 E o sacerdote ao setimo dia o examinará outra vez; e eis-que, se a praga se recolheu, e a praga na pelle se não estendeu, então o sacerdote o declarará por limpo: apostema _é_; e lavará [3] os seus vestidos, e será limpo. 7 Mas, se a apostema na pelle se estende grandemente, depois que foi mostrado ao sacerdote para a sua purificação, outra vez será mostrado ao sacerdote, 8 E o sacerdote o examinará, e eis que, se a apostema na pelle se tem estendido, o sacerdote o declarará por immundo: lepra é. 9 Quando no homem houver praga de lepra, será levado ao sacerdote, 10 E o sacerdote o [4] examinará, e eis que, se ha inchação branca na pelle, a qual tornou o pello em branco, e _houver alguma_ vivificação da carne viva na inchação, 11 Lepra envelhecida é na pelle da sua carne: portanto o sacerdote o declarará por immundo: não o encerrará, porque immundo é. 12 E, se a lepra florescer de todo na pelle, e a lepra cobrir toda a pelle do que tem a praga, desde a sua cabeça até aos seus pés, quanto podem ver os olhos do sacerdote. 13 Então o sacerdote examinará, e eis-que, se a lepra tem coberto toda a sua carne, então declarará _o que tem_ a praga por limpo: todo se tornou branco; limpo está. 14 Mas no dia em que apparecer n’ella carne viva será immundo. 15 Vendo pois o sacerdote a carne viva, declaral-o-ha por immundo: a carne é immunda: lepra é. 16 Ou, tornando a carne viva, e mudando-se em branca, então virá ao sacerdote, 17 E o sacerdote o examinará, e eis que, se a praga se tornou branca, então o sacerdote por limpo declarará _o que tem_ a praga; limpo está. 18 Se tambem a carne, em cuja pelle houver alguma [5] ulcera, se sarar, 19 E, em logar da apostema, vier inchação branca ou empola branca, tirando a vermelho, mostrar-se-ha então ao sacerdote. 20 E o sacerdote examinará, e eis que, se ella parece mais funda do que a pelle, e o seu pello se tornou branco, o sacerdote o declarará por immundo: praga da lepra é; pela apostema brotou. 21 E o sacerdote, vendo-a, e eis que n’ella não _apparece_ pello branco, nem estiver mais funda do que a pelle, mas encolhida, então o sacerdote o encerrará por sete dias. 22 Se depois grandemente se estender na pelle, o sacerdote o declarará por immundo; praga é. 23 Mas, se a empola parar no seu logar, não se estendendo, inflammação da apostema é; o sacerdote pois o declarará por limpo. 24 Ou, quando na pelle da carne houver queimadura de fogo, e no que é sarado da queimadura houver empola branca, tirando a vermelho ou branco, 25 E o sacerdote vendo-a, e eis que o pello na empola se tornou branco, e ella parece mais funda do que a pelle, lepra é, _que_ floresceu pela queimadura: portanto o sacerdote o declarará por immundo; praga de lepra é. 26 Mas, se o sacerdote, vendo-a, e eis que, na empola não apparecer pello branco, nem estiver mais funda do que a pelle, mas recolhida, o sacerdote o encerrará por sete dias. 27 Depois o sacerdote o examinará ao setimo dia; se grandemente se houver estendido na pelle, o sacerdote o declarará por immundo; praga de lepra é. 28 Mas se a empola parar no seu logar, e na pelle não se estender, mas se recolher, inchação da queimadura é: portanto o sacerdote o declarará por limpo, porque signal é da queimadura. 29 E, quando homem ou mulher tiverem chaga na cabeça ou na barba, 30 E o sacerdote, examinando a chaga, e eis que, se ella parece mais funda do que a pelle, e pello amarello fino n’ella ha, o sacerdote o declarará por immundo; tinha é, lepra da cabeça ou da barba é. 31 Mas, se o sacerdote, havendo examinado a praga da tinha, e eis que, se ella não parece mais funda do que a pelle, e se n’ella não houver pello preto, então o sacerdote encerrará _o que tem_ a praga da tinha por sete dias, 32 E o sacerdote examinará a praga ao setimo dia, e eis que se a tinha não fôr estendida, e n’ella não houver pello amarello, nem a tinha parecer mais funda do que a pelle, 33 Então se rapará; mas não rapará a tinha; e o sacerdote segunda vez encerrará _o que_ a tinha por sete dias. 34 Depois o sacerdote examinará a tinha ao setimo dia; e eis que, se a tinha não se houver estendido na pelle, e ella não parecer mais funda do que a pelle, o sacerdote o declarará por limpo, e lavará os seus vestidos, e será limpo. 35 Mas, se a tinha, depois da sua purificação, se houver estendido grandemente na pelle, 36 Então o sacerdote o examinará, e eis que, se a tinha se tem estendido na pelle, o sacerdote não buscará pello amarello: immundo está. 37 Mas, se a tinha ao seu ver parou, e pello preto n’ella cresceu, a tinha está sã, limpo está: portanto o sacerdote o declarará por limpo. 38 E, quando homem ou mulher tiverem empolas brancas na pelle da sua carne, 39 Então o sacerdote olhará, e eis que, se na pelle da sua carne apparecem empolas recolhidas, brancas, bustela branca é, _que_ floresceu na pelle; limpo está. 40 E, quando se pellar a cabeça do homem, calvo é, limpo está. 41 E, se se lhe pellar a frente da cabeça, meio calvo é; limpo está. 42 Porém, se na calva, ou na meia calva houver praga branca avermelhada, lepra é, florescendo na sua calva ou na sua meia calva. 43 Havendo pois o sacerdote examinado, e eis que, se a inchação da praga na sua calva ou meia calva _está_ branca, tirando a vermelho, como parece a lepra na pelle da carne, 44 Leproso é aquelle homem, immundo está: o sacerdote o declarará totalmente por immundo, na sua cabeça tem a sua praga. 45 Tambem os vestidos do leproso, em quem está a praga, serão rasgados, e a sua cabeça será descoberta, e [6] cobrirá o beiço superior, e clamará: Immundo, immundo. 46 Todos os dias em que a praga _houver_ n’elle, será immundo; immundo está, habitará só: a sua habitação [7] _será_ fóra do arraial. 47 Quando tambem em algum vestido houver praga de lepra, em vestido de lã, ou em vestido de linho, 48 Ou no fio urdido, ou no fio tecido, seja de linho, ou seja de lã, ou em pelle, ou em qualquer obra de pelles, 49 E a praga no vestido, ou na pelle, ou no fio urdido, ou no fio tecido, ou em qualquer coisa de pelles apparecer verde ou vermelha, praga de lepra é, pelo que se mostrará ao sacerdote, 50 E o sacerdote examinará a praga, e encerrará _a coisa que tem_ a praga por sete dias. 51 Então examinará a praga ao setimo dia; se a praga se houver estendido no vestido, ou no fio urdido, ou no fio tecido, ou na pelle, para qualquer obra que fôr feita da pelle, lepra [8] roedora é, immunda está; 52 Pelo que se queimará aquelle vestido, ou fio urdido, ou fio tecido de lã, ou de linho, ou de qualquer obra de pelles, em que houver a praga, porque lepra roedora é; com fogo se queimará. 53 Mas, o sacerdote, vendo, e eis que, se a praga se não estendeu no vestido, ou no fio urdido, ou no tecido, ou em qualquer obra de pelles, 54 Então o sacerdote ordenará que se lave _aquillo_ no qual _havia_ a praga, e o encerrará segunda vez por sete dias; 55 E o sacerdote, examinando a praga, depois que fôr lavada, e eis que se a praga não mudou o seu parecer, nem a praga se estendeu, immundo está, com fogo o queimarás; _praga_ penetrante é, seja raso [GF] em todo ou em parte. 56 Mas se o sacerdote vir que a praga se tem recolhido, depois que fôr lavada, então a rasgará do vestido, ou da pelle, ou do fio urdido ou tecido; 57 E, se ainda apparecer no vestido, ou no fio urdido ou tecido ou em qualquer coisa de pelles, _lepra_ brotante é: com fogo queimarás aquillo em que ha a praga; 58 Mas o vestido, ou fio urdido ou tecido, ou qualquer coisa de pelles, que lavares, e de que a praga se retirar, se lavará segunda vez, e será limpo. 59 Esta _é_ a lei da praga da lepra do vestido de lã, ou de linho, ou do fio urdido ou tecido, ou de qualquer coisa de pelles, para declaral-o por limpo, ou para declaral-o por immundo. [1] Deu. 28.27. Isa. 3.17. [2] Deu. 17.8, 9 e 24.8. Luc. 17.14. [3] cap. 11.25 e 14.8. [4] Num. 12.10, 12. II Reis 5.27. II Chr. 26.20. [5] Exo. 9.9. [6] Eze. 24.17, 22. Miq. 3.7. Lam. 4.15. [7] Num. 5.2 e 12.14. II Reis 7.3 e 15.5. II Chr. 26.21. Luc. 17.12. [8] cap. 14.44. _A lei ácerca do leproso depois de sarado._ 14 Depois fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado [1] ao sacerdote, 3 E o sacerdote sairá fóra do arraial, e o sacerdote, examinando, e eis que, se a praga da lepra do leproso fôr sarada, 4 Então o sacerdote ordenará que _por_ aquelle que se houver de purificar se tomem duas aves vivas e limpas, e pau de cedro, [2] e carmezim e hyssopo. 5 Mandará tambem o sacerdote que se degole uma ave n’um vaso de barro sobre aguas vivas, 6 E tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o carmezim, e o hyssopo, e os molhará com a ave viva no sangue da ave que foi degolada sobre as aguas vivas. 7 E sobre aquelle que ha de purificar-se da lepra espargirá [3] sete vezes; então o declarará por limpo, e soltará a ave viva sobre a face do campo. 8 E aquelle que tem a [4] purificar-se lavará os seus vestidos, e rapará todo o seu pello, e se lavará com agua; assim será limpo: e depois entrará no arraial, porém ficará [5] fóra da sua tenda por sete dias; 9 E será que ao setimo dia rapará todo o seu pello, a sua cabeça, e a sua barba, e as sobrancelhas dos seus olhos; e rapará todo o seu _outro_ pello, e lavará os seus vestidos, e lavará a sua carne com agua, e será limpo. 10 E ao dia oitavo tomará dois cordeiros sem mancha, e uma cordeira sem mancha, de um anno, e tres dizimas de flor de farinha _para_ offerta de manjares, amassada [6] com azeite, e um log de azeite; 11 E o sacerdote que faz a purificação apresentará ao homem que houver de purificar-se com aquellas coisas perante o Senhor, á porta da tenda da congregação. 12 E o sacerdote tomará um dos cordeiros, [7] e o offerecerá por expiação da culpa, e o log de azeite; e os moverá _por_ offerta movida perante o Senhor. 13 Então degolará o cordeiro [8] no logar em que se degola a expiação do peccado e o holocausto, no logar sancto; porque _assim_ a [9] expiação da culpa como a expiação do peccado é para o sacerdote; coisa sanctissima é. 14 E o sacerdote tomará do sangue da expiação da culpa, e o sacerdote o porá sobre a ponta [10] da orelha direita d’aquelle que tem a purificar-se, e sobre o dedo pollegar da sua mão direita, e no dedo pollegar do seu pé direito. 15 Tambem o sacerdote tomará do log de azeite, e o derramará na palma da sua propria mão esquerda. 16 Então o sacerdote molhará o seu dedo direito no azeite que está na sua mão esquerda, e d’aquelle azeite com o seu dedo espargirá sete vezes perante o Senhor; 17 E o restante do azeite, que _está_ na sua mão, o sacerdote porá sobre a ponta da orelha direita d’aquelle que tem a purificar-se, e sobre o dedo pollegar da sua mão direita, e sobre o dedo pollegar do seu pé direito, em cima do sangue da expiação da culpa; 18 E o restante do azeite que _está_ na mão do sacerdote, o porá sobre a cabeça d’aquelle que tem a purificar-se: assim o sacerdote fará expiação por elle perante o Senhor. 19 Tambem o sacerdote fará a expiação do peccado, e fará [11] expiação por aquelle que tem a purificar-se da sua immundicia; e depois degolará [12] o holocausto; 20 E o sacerdote offerecerá o holocausto e a offerta de manjares sobre o altar: assim o sacerdote fará expiação por elle, e será limpo. 21 Porém se _fôr_ pobre, [13] e a sua mão não alcançar _tanto_, tomará um cordeiro _para_ expiação da culpa em offerta de movimento, para fazer expiação por elle, e a dizima _de_ flor de farinha, amassada com azeite, _para_ offerta de manjares, e um log de azeite, 22 E duas rolas, ou dois [14] pombinhos, conforme alcançar a sua mão, _dos quaes_ um será para expiação do peccado, e o outro _para_ holocausto. 23 E ao oitavo [15] dia da sua purificação os trará ao sacerdote, á porta da tenda da congregação, perante o Senhor, 24 E o sacerdote tomará [16] o cordeiro da expiação da culpa, e o log de azeite, e o sacerdote os moverá _por_ offerta movida perante o Senhor. 25 Então degolará o cordeiro [17] da expiação da culpa, e o sacerdote tomará do sangue da expiação da culpa, e _o_ porá sobre a ponta da orelha direita d’aquelle que tem a purificar-se, e sobre o dedo pollegar da sua mão direita, e sobre o dedo pollegar do seu pé direito. 26 Tambem o sacerdote derramará do azeite na palma da sua propria mão esquerda; 27 Depois o sacerdote com o seu dedo direito espargirá do azeite que _está_ na sua mão esquerda, sete vezes perante o Senhor, 28 E o sacerdote porá do azeite que _está_ na sua mão na ponta da orelha direita d’aquelle que tem a purificar-se, e no dedo pollegar da sua mão direita, e no dedo pollegar do seu pé direito; no logar do sangue da expiação da culpa. 29 E o que sobejar do azeite que _está_ na mão do sacerdote porá sobre a cabeça do que tem a purificar-se, para fazer expiação por elle perante o Senhor. 30 Depois offerecerá uma das [18] rolas ou dos pombinhos, conforme alcançar a sua mão. 31 Do que alcançar a sua mão, será um _para_ expiação do peccado e o outro _para_ holocausto com a offerta de manjares; e _assim_ o sacerdote fará expiação por aquelle que tem a purificar-se perante o Senhor. 32 Esta _é_ a lei _d’aquelle_ em quem estiver a praga da lepra, cuja mão não alcançar _aquillo_ para a sua purificação. _A lei ácerca da lepra n’uma casa._ 33 Fallou mais o Senhor a Moysés e a Aarão, dizendo: 34 Quando tiverdes entrado na terra [19] de Canaan que vos hei de dar por possessão, e eu enviar a praga da lepra em alguma casa da terra da vossa possessão, 35 Então virá aquelle, cuja fôr a casa, e o fará saber ao sacerdote, dizendo: Parece-me que ha como que [20] praga em minha casa. 36 E o sacerdote ordenará que despejem a casa, antes que venha o sacerdote para examinar a praga, para que tudo o que _está_ na casa não seja contaminado: e depois virá o sacerdote, para examinar a casa: 37 E, vendo a praga, e eis que se a praga nas paredes da casa tem covinhas verdes ou vermelhas, e parecem mais fundas do que a parede, 38 Então o sacerdote sairá d’aquella casa para fóra da porta da casa, e cerrará a casa por sete dias. 39 Depois tornará o sacerdote ao setimo dia, e examinará; e se _vir_ que a praga nas paredes da casa se tem estendido, 40 Então o sacerdote ordenará que arranquem as pedras, em que _estiver_ a praga, e que as lancem fóra da cidade n’um logar immundo: 41 E fará raspar a casa por dentro ao redor, e o pó que houverem raspado lançarão fóra da cidade n’um logar immundo. 42 Depois tomarão outras pedras, e as porão no logar das primeiras pedras; o outro barro se tomará, e a casa se rebocará. 43 Porém, se a praga tornar, e brotar na casa, depois de se arrancarem as pedras, e depois da casa ser raspada, e depois de ser rebocada, 44 Então o sacerdote entrará, e, examinando, _eis_ que, se a praga na casa se tem estendido, lepra roedora ha na casa: immunda está. 45 Portanto se derribará a casa, as suas pedras, e a sua madeira, como tambem todo o barro da casa; e se levará para fóra [21] da cidade a um logar immundo. 46 E o que entrar n’aquella casa, em qualquer dia em que estiver fechada, será immundo até á tarde. 47 Tambem o que se deitar a dormir em _tal_ casa, lavará os seus vestidos: e o que comer em _tal_ casa lavará os seus vestidos. 48 Porém, tornando o sacerdote a entrar, e, examinando, eis que, se a praga na casa se não tem estendido, depois que a casa foi rebocada, o sacerdote declarará a casa por limpa, porque a praga está curada. 49 Depois tomará para [22] expiar a casa duas aves, e pau de cedro, e carmezim e hyssopo: 50 E degolará uma ave n’um vaso de barro sobre aguas vivas: 51 Então tomará pau de cedro, e o hyssopo, e o carmezim, e a ave viva, e o molhará na ave degolada e nas aguas vivas, e espargirá a casa sete vezes: 52 Assim expiará aquella casa com o sangue da avezinha, e com as aguas vivas, e com a avezinha viva, e com o pau de cedro, e com o hyssopo, e com o carmezim. 53 Então soltará a ave viva para fóra da cidade sobre a face do campo: assim fará expiação pela casa, [23] e será limpa. 54 Esta _é_ a lei de toda a praga da lepra, [24] e da tinha, 55 E da lepra dos vestidos, [25] e das casas, 56 E da inchação, [26] e da apostema, e das empolas; 57 Para ensinar [27] em que dia _alguma coisa será_ immunda, e em que dia _será_ limpa. Esta _é_ a lei da lepra. [1] Mat. 8.2, 4. Mar. 1.40, 44. Luc. 5.12, 14 e 17.14. [2] Num. 19.6. Heb. 9.19. Psa. 51.7. [3] Heb. 9.13. II Reis 5.10, 14. [4] cap. 13.6. cap. 11.25. [5] Num. 12.15. [6] cap. 2.1. Num. 15.4, 15. [7] cap. 5.18 e 6.6, 7. Exo. 29.24. [8] Exo. 29.11. cap. 1.5, 11 e 4.4, 24. [9] cap. 7.7 e 2.3 e 7.6 e 21.22. [10] Exo. 29.20. cap. 8.23. [11] cap. 4.26. [12] cap. 5.1, 6 e 12.7. [13] cap. 5.7 e 12.8. [14] cap. 15.14, 15. [15] ver. 10, 11. [16] ver. 12. [17] ver. 14. [18] ver. 22. cap. 15.15. [19] Gen. 17.8. Num. 32.22. Deu. 7.1 e 32.49. [20] Psa. 91.10. Pro. 3.33. Zac. 5.4. [21] cap. 13.51. Zac. 5.4. [22] ver. 4. [23] ver. 20. [24] cap. 13.30. [25] cap. 13.47. ver. 34. [26] cap. 13.2. [27] Deu. 24.8. Eze. 44.23. _Immundicias do homem e da mulher._ 15 Fallou mais o Senhor a Moysés e a Aarão, dizendo: 2 Fallae aos filhos de Israel, e dizei-lhes; Qualquer homem que tiver fluxo da sua carne, [1] será immundo por _causa do_ seu fluxo. 3 Esta pois será a sua immundicia por causa do seu fluxo: se a sua carne vasa do seu fluxo, ou se a sua carne estanca do seu fluxo, esta é a sua immundicia. 4 Toda a cama, em que se deitar o que tiver fluxo, será immunda; e toda a coisa, sobre o que se assentar, será immunda. 5 E, qualquer que tocar a sua cama, lavará os seus vestidos, e se banhará em agua, e será immundo até á tarde. 6 E aquelle que se assentar sobre aquillo em que se assentou o que tem o fluxo, lavará os seus vestidos, e se banhará em agua e será immundo até á tarde. 7 E aquelle que tocar a carne do que tem o fluxo, lavará os seus vestidos, e se banhará em agua, [2] e será immundo até á tarde. 8 Quando tambem o que tem o fluxo cuspir sobre um limpo, então lavará este os seus vestidos, e se banhará em agua, e será immundo até á tarde. 9 Tambem toda a sella, em que cavalgar o que tem o fluxo, será immunda. 10 E qualquer que tocar em alguma coisa que estiver debaixo d’elle, será immundo até á tarde; e aquelle que a levar, lavará os seus vestidos, e se banhará em agua, e será immundo até á tarde. 11 Tambem todo aquelle, a quem tocar o que tem o fluxo, sem haver lavado as suas mãos com agua, lavará os seus vestidos, e se banhará em agua e será immundo até á tarde. 12 E [3] o vaso de barro, que tocar o que tem o fluxo, será quebrado; porém todo o vaso de madeira será lavado com agua. 13 Quando, pois, o que tem o fluxo, estiver limpo do seu fluxo, [4] contar-se-ha sete dias para a sua purificação, e lavará os seus vestidos, e banhará a sua carne em aguas vivas; e será limpo. 14 E ao dia oitavo tomará [5] duas rolas ou dois pombinhos, e virá perante o Senhor, á porta da tenda da congregação, e os dará ao sacerdote: 15 E o sacerdote offerecerá [6] um _para_ expiação do peccado, e o outro _para_ holocausto; e _assim_ [7] o sacerdote fará por elle expiação do seu fluxo perante o Senhor. 16 Tambem o [8] homem, quando sair d’elle a semente da copula, toda a sua carne banhará com agua, e será immundo até á tarde. 17 Tambem todo o vestido, e toda a pelle em que houver semente da copula, se lavará com agua, e será immundo até á tarde. 18 E tambem a mulher, com que homem se deitar com semente da copula, ambos se banharão com agua, e serão [9] immundos até á tarde; 19 Mas [10] a mulher, quando tiver fluxo, e o seu fluxo de sangue estiver na sua carne, estará sete dias na sua separação, e qualquer que a tocar será immundo até á tarde. 20 E tudo aquillo, sobre o que ella se deitar durante a sua separação, será immundo; e tudo, sobre o que se assentar, será immundo. 21 E qualquer que tocar a sua cama, lavará os seus vestidos, e se banhará com agua, e será immundo até á tarde. 22 E qualquer que tocar alguma coisa, sobre o que ella se tiver assentado, lavará os seus vestidos, e se banhará com agua, e será immundo até á tarde. 23 Se tambem _alguma coisa estiver_ sobre a cama, ou sobre o vaso em que ella se assentou, se a tocar, será immundo até á tarde. 24 E se, com effeito, qualquer homem se [11] deitar com ella, e a sua immundicia estiver sobre elle, immundo será por sete dias; tambem toda a cama, sobre que se deitar, será immunda. 25 Tambem a mulher, [12] quando manar o fluxo do seu sangue, por muitos dias fóra do tempo da sua separação, ou quando tiver fluxo de sangue por mais tempo do que a sua separação, todos os dias do fluxo da sua immundicia será immunda, como nos dias da sua separação. 26 Toda a cama, sobre que se deitar todos os dias do seu fluxo, ser-lhe-ha como a cama da sua separação; e toda a coisa, sobre que se assentar, será immunda, conforme á immundicia da sua separação. 27 E qualquer que a tocar será immundo; portanto lavará os seus vestidos, e se banhará com agua, e será immundo até á tarde. 28 Porém quando fôr [13] limpa do seu fluxo, então se contarão sete dias, e depois será limpa. 29 E ao oitavo dia tomará duas rolas, ou dois pombinhos, e os trará ao sacerdote, á porta da tenda da congregação. 30 Então o sacerdote offerecerá um _para_ expiação do peccado, e o outro _para_ holocausto: e o sacerdote fará por ella expiação do fluxo da sua immundicia perante o Senhor. 31 Assim separareis os [14] filhos de Israel das suas immundicias, para que não morram nas suas immundicias, contaminando [15] o meu tabernaculo, que está no meio d’elles. 32 Esta _é_ a [16] lei d’aquelle que tem o fluxo, e _d’aquelle_ de quem sae a semente da copula, e que fica por _ella_ immundo; 33 Como tambem da mulher enferma na sua [17] separação, e d’aquelle que padece do seu fluxo, _seja_ macho ou femea, e do homem que se deita com _mulher_ immunda. [1] cap. 22.4. Num. 5.2. II Sam. 3.29. Mat. 9.20. Mar. 5.25. Luc. 8.43. [2] cap. 11.25 e 17.15. [3] cap. 6.28 e 11.32, 33. [4] ver. 28. cap. 14.8. [5] cap. 14.22, 23. [6] cap. 14.30, 31. [7] cap. 14.19, 31. [8] cap. 22.4. Deu. 23.10. [9] I Sam. 21.4. [10] cap. 12.2. [11] cap. 20.18. [12] Mat. 9.20. Mar. 5.25. Luc. 8.43. [13] ver. 13. [14] cap. 11.47. Deu. 24.8. Eze. 44.23. [15] Num. 5.3 e 19.13, 20. Eze. 5.11 e 23.38. [16] ver. 2 e 16. [17] ver. 19, 24 e 25. _Como Aarão deve entrar no sanctuario._ 16 E fallou o Senhor a Moysés, depois que [1] morreram os dois filhos de Aarão, quando se chegaram diante do Senhor e morreram. 2 Disse pois o Senhor a Moysés: Dize a Aarão, teu irmão que não [2] entre no sanctuario em todo o tempo, para dentro do véu, diante do propiciatorio que _está_ sobre a arca, para que não morra; [3] porque eu appareço na nuvem sobre o propiciatorio. 3 Com isto Aarão entrará no sanctuario: [4] com um novilho, para expiação do peccado, e um carneiro para holocausto. 4 Vestirá elle [5] a tunica sancta de linho, e terá ceroulas de linho sobre a sua carne, e cingir-se-ha com um cinto de linho, e se cobrirá com uma mitra de linho: estes _são_ vestidos sanctos: por isso banhará a sua carne na agua, e [6] os vestirá. 5 E da [7] congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes para expiação do peccado e um carneiro para holocausto. 6 Depois Aarão offerecerá o novilho da [8] expiação, que _será_ para elle; e fará expiação por si e pela sua casa. 7 Tambem tomará ambos os bodes, e os porá perante o Senhor, á porta da tenda da congregação. 8 E Aarão lançará sortes sobre os dois bodes: uma sorte pelo Senhor, e a outra sorte pelo bode emissario. 9 Então Aarão fará chegar o bode, sobre o qual cair a sorte pelo Senhor, e o offerecerá _para_ expiação do peccado. 10 Mas o bode, sobre que cair a sorte para ser bode emissario, apresentar-se-ha vivo perante o Senhor, para fazer expiação [9] com elle, para envial-o ao deserto como bode emissario. _O sacrificio pelo proprio summo sacerdote._ 11 E Aarão fará chegar o novilho da expiação, que _será_ para elle, e fará expiação por si e pela sua casa; e degolará o novilho da expiação, que _é_ para elle. 12 Tomará tambem [10] o incensario cheio de brazas de fogo do altar, de diante do Senhor, e os seus punhos [11] cheios de incenso _aromatico_ moido, e o metterá dentro do véu. 13 E porá [12] o incenso sobre o fogo perante o Senhor, e a nuvem do incenso cobrirá o propiciatorio, que _está_ sobre o [13] testemunho, para que não morra. 14 E tomará do sangue [14] do novilho, e com o seu dedo espargirá sobre a face do propiciatorio, para a banda do oriente; e perante o propiciatorio espargirá sete vezes do sangue com o seu dedo. _O sacrificio pelo povo._ 15 Depois degolará o [15] bode da expiação, que _será_ para o povo, e trará o seu sangue para dentro do [16] véu; e fará com o seu sangue como fez com o sangue do novilho, e o espargirá sobre o propiciatorio, e perante a face do propiciatorio. 16 Assim fará expiação [17] pelo sanctuario por causa das immundicias dos filhos de Israel e das suas transgressões, segundo todos os seus peccados: e assim fará para a tenda da congregação que mora com elles no meio das suas immundicias. 17 E nenhum homem [18] estará na tenda da congregação quando elle entrar a fazer expiação no sanctuario, até que elle saia: assim fará expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel. 18 Então sairá ao altar, que está perante o Senhor, e [19] fará expiação por elle; e tomará do sangue do novilho, e do sangue do bode, e o porá sobre os cornos do altar ao redor. 19 E d’aquelle sangue espargirá sobre elle com o seu dedo sete vezes, e o [20] purificará das immundicias dos filhos de Israel, e o sanctificará. 20 Havendo pois acabado de expiar o sanctuario, [21] e a tenda da congregação, e o altar, então fará chegar o bode vivo. 21 E Aarão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vive, e sobre elle confessará todas as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, [22] segundo todos os seus peccados: e os porá sobre a cabeça do bode, e envial-o-ha ao deserto, pela mão d’um homem designado _para isso_. 22 Assim aquelle bode [23] levará sobre si todas as iniquidades d’elles á terra solitaria; e enviará o bode ao deserto. 23 Depois Aarão virá á tenda da congregação, e despirá [24] os vestidos de linho, que havia vestido quando entrara no sanctuario, e ali os deixará. 24 E banhará a sua carne em agua no logar sancto, e vestirá os seus vestidos; então sairá e preparará [25] o seu holocausto, e o holocausto do povo, e fará expiação por si e pelo povo. 25 Tambem queimará a gordura da expiação do peccado sobre [26] o altar. 26 E aquelle que tiver levado o bode (que era bode emissario) lavará os seus vestidos, e banhará a sua [27] carne em agua; e depois entrará no arraial. 27 Mas [28] o novilho da expiação, e o bode da expiação do peccado, cujo sangue foi trazido para fazer expiação no sanctuario, será levado fóra do arraial: porém as suas pelles, a sua carne, e o seu esterco queimarão com fogo. 28 E aquelle que os queimar lavará os seus vestidos, e banhará a sua carne em agua; e depois entrará no arraial. _A festa annual das expiações._ 29 E _isto_ vos será por estatuto perpetuo: no setimo mez, aos dez [29] do mez, affligireis as vossas almas, e nenhuma obra fareis, _nem_ o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós. 30 Porque n’aquelle dia fará expiação por vós, para purificar-vos: _e_ sereis purificados [30] de todos os vossos peccados perante o Senhor. 31 É um [31] sabbado de descanço para vós, e affligireis as vossas almas: isto _é_ estatuto perpetuo. 32 E o sacerdote, que fôr [32] ungido, e que fôr sagrado, para administrar o sacerdocio no logar de seu pae, fará a expiação, havendo vestido os vestidos de linho, os vestidos sanctos: 33 Assim expiará [33] o sancto sanctuario; tambem expiará a tenda da congregação e o altar; similhantemente fará expiação pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação. 34 E isto vos [34] será por estatuto perpetuo, para fazer expiação pelos filhos d’Israel de todos os seus peccados, uma vez no anno. [35] E fez _Aarão_ como o Senhor ordenara a Moysés. [1] cap. 10.1, 2. [2] Heb. 10.19. [3] Exo. 25.22 e 40.34. I Reis 8.10, 11, 12. [4] Heb. 9.7, 12, 24, 25. cap. 4.3. [5] Exo. 28.39, 42, 43. cap. 6.10. Eze. 44.17, 18. [6] Exo. 30.20. cap. 8.6, 7. [7] cap. 4.14. Num. 29.11. II Chr. 29.21. Esd. 6.17. Eze. 45.22, 23. [8] cap. 9.7. Heb. 7.27, 28 e 9.7. [9] I João 2.2. [10] cap. 10.1. Num. 16.18, 46. Apo. 8.5. [11] Exo. 30.34. [12] Exo. 30.1, 7, 8. Num. 16.7, 18, 46. Apo. 8.3, 4. [13] Exo. 25.21. [14] cap. 4.5. Heb. 9.13, 25 e 10.4. cap. 4.6. [15] Heb. 2.17 e 5.2 e 9.7, 28. [16] ver. 2. Heb. 6.19 e 9.3, 7, 12. [17] Exo. 29.36. Eze. 45.18. Heb. 9.22, 23. [18] Exo. 34.3. Luc. 1.10. [19] Exo. 30.10. cap. 4.7, 18. Heb. 9.22, 28. [20] Eze. 43.20. [21] ver. 16. Eze. 45.20. [22] Isa. 53.6. [23] Isa. 53.11, 12. João 1.29. Heb. 9.28. I Ped. 2.24. [24] Eze. 42.14 e 44.19. [25] ver. 3, 5. [26] cap. 4.10. [27] cap. 15.5. [28] cap. 4.12, 21 e 6.30. Heb. 13.11. [29] cap. 23.27. Num. 29.7. Isa. 58.3, 5. [30] Psa. 51.2. Jer. 33.8. Eph. 5.26. Heb. 9.13, 14 e 10.1, 2. I João 1.7, 9. [31] cap. 23.32. [32] cap. 4.3, 5, 16. Exo. 29.29, 30. Num. 20.26, 28. ver. 4. [33] ver. 6, 16, 17, 18, 24. [34] cap. 23.31. [35] Exo. 30.10. Heb. 9.7, 25. _O sangue de todos os animaes deve trazer-se á porta do tabernaculo._ 17 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla a Aarão e aos seus filhos, e a todos os filhos d’Israel, e dize-lhes: Esta _é_ a palavra que o Senhor ordenou, dizendo: 3 Qualquer homem da casa de Israel que degolar [1] boi, ou cordeiro, ou cabra, no arraial, ou quem os degolar fóra do arraial, 4 E os não trouxer [2] á porta da tenda da congregação, para offerecer offerta ao Senhor diante do tabernaculo do Senhor, a tal homem será imputado o sangue; derramou sangue: [3] pelo que tal homem será extirpado do seu povo, 5 Para que os filhos de Israel, trazendo os seus sacrificios, que sacrificam sobre a face [4] do campo, os tragam ao Senhor, á porta da tenda da congregação, ao sacerdote, e os sacrifiquem _por_ sacrificios pacificos ao Senhor. 6 E o sacerdote espargirá [5] o sangue sobre o altar do Senhor, á porta da tenda da congregação, [6] e queimará a gordura por cheiro suave ao Senhor. 7 E nunca mais sacrificarão os seus sacrificios [7] aos demonios, após os quaes elles fornicam: isto ser-lhes-ha por estatuto perpetuo nas suas gerações. 8 Dize-lhes pois: Qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre vós, que offerecer holocausto [8] ou sacrificio, 9 E não trouxer á porta [9] da tenda da congregação, para offerecel-o ao Senhor, o tal homem será extirpado dos seus povos. _A prohibição de comer sangue._ 10 E, qualquer homem [10] da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre elles, que comer algum sangue, [11] contra aquella alma que comer sangue, eu porei a minha face, e a extirparei do seu povo. 11 Porque [12] a [GG] alma da carne está no sangue; pelo que vol o tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas: porquanto _é_ o sangue que [13] fará expiação pela alma. 12 Portanto tenho dito aos filhos de Israel: Nenhuma alma de entre vós comerá sangue, nem o estrangeiro, que peregrine entre vós, comerá sangue. 13 Tambem, qualquer homem dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre elles, que caçar [14] caça d’animal ou d’ave que se come, [15] derramará o seu sangue, e o cobrirá com pó; 14 Porquanto [16] _é_ a alma de toda a carne; o seu sangue _é_ pela sua alma: por isso tenho dito aos filhos de Israel: Não comereis o sangue de nenhuma carne, porque a alma de toda a carne _é_ o seu sangue; qualquer que o comer será extirpado. 15 E toda a alma entre os naturaes, ou entre os estrangeiros, [17] que comer corpo morto ou dilacerado, [18] lavará os seus vestidos, e se banhará com agua, e será immunda até á tarde; depois será limpa. 16 Mas, se _os_ não lavar, nem banhar a sua carne, levará [19] _sobre si_ a sua iniquidade. [1] Deu. 12.15, 21. [2] Deu. 12.6, 13, 14. [3] Gen. 17.14. [4] Gen. 21.33 e 22.2 e 31.54. II Reis 16.4 e 17.10. II Chr. 28.4. Eze. 20.28. [5] cap. 3.2. [6] Exo. 29.18. cap. 3.5, 11, 16 e 4.31. Num. 18.17. [7] Deu. 32.17. II Chr. 11.15. Psa. 106.37. I Cor. 10.20. Apo. 9.20. Exo. 34.15. cap. 20. Deu. 31.16. [8] cap. 1.2, 3. [9] ver. 4. [10] Gen. 9.4. cap. 3.17 e 7.26, 27 e 19.26. Deu. 12.16, 23 e 15.23. I Sam. 14.33. Eze. 44.7. [11] cap. 20.3, 5, 6 e 26.17. Jer. 44.11. Eze. 14.8 e 15.7. [12] ver. 14. Mat. 26.28. Mar. 14.24. Rom. 3.25 e 5.9. Eph. 1.7. Col. 1.14, 20. Heb. 13.12. I Ped. 1.2. I João 1.7. Apo. 1.5. [13] Heb. 9.22. [14] cap. 7.26. [15] Deu. 12.16, 24 e 15.23. Eze. 24.7. [16] ver. 11, 12. Gen. 9.4. Deu. 12.23. [17] Exo. 22.31. cap. 22.8. Deu. 14.21. Eze. 4.14 e 44.31. [18] cap. 11.25 e 15.5. [19] cap. 5.1 e 19.8. Num. 19.20. _Casamentos illicitos._ 18 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla aos filhos de Israel, e dize-lhes: Eu sou [1] o Senhor vosso Deus. 3 Não fareis segundo [2] as obras da terra do Egypto, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaan, na qual eu vos metto, nem andareis nos seus estatutos. 4 Fareis _conforme_ aos [3] meus juizos, e os meus estatutos guardareis, para andardes n’elles: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 5 Portanto os meus estatutos e os meus juizos guardareis; os quaes, fazendo [4] o homem, viverá por elles: Eu _sou_ o Senhor. 6 Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne, para descobrir a sua nudez: Eu _sou_ o Senhor. 7 Não descobrirás [5] a nudez de tua mãe: _ella_ é tua mãe; não descobrirás a sua nudez. 8 Não descobrirás a nudez [6] da mulher de teu pae. 9 A nudez [7] de tua irmã, filha de teu pae, ou filha de tua mãe, nascida em casa, ou fóra da casa, a sua nudez não descobrirás. 10 A nudez da filha do teu filho, ou da filha de tua filha, a sua nudez não descobrirás: porque _ella_ é tua nudez. 11 A nudez da filha da mulher de teu pae, gerada de teu pae (_ella_ é tua irmã), a sua nudez não descobrirás. 12 A nudez da irmã de teu pae não descobrirás; [8] _ella_ é parenta de teu pae. 13 A nudez da irmã de tua mãe não descobrirás; pois _ella_ é parenta de tua mãe. 14 A nudez do irmão de teu pae não descobrirás; [9] não chegarás á sua mulher; _ella_ é tua tia. 15 A nudez de tua nora não descobrirás: [10] _ella_ é mulher de teu filho: não descobrirás a sua nudez. 16 A nudez da mulher de teu irmão não descobrirás; [11] é a nudez de teu irmão. 17 A nudez d’uma mulher e de sua filha não descobrirás: [12] não tomarás a filha de seu filho, nem a filha de sua filha, para descobrir a sua nudez; parentas são: maldade é. 18 E não tomarás [13] uma mulher com sua irmã, para affligil-a, descobrindo a sua nudez com ella na sua vida. _Uniões abominaveis._ 19 E não chegarás [14] á mulher durante a separação da sua immundicia, para descobrir a sua nudez, 20 Nem te deitarás [15] com a mulher de teu proximo para copula de semente, para te contaminar com ella. 21 E da tua semente não darás para fazer passar _pelo fogo_ [16] perante Molech; e não profanarás [17] o nome de teu Deus: Eu _sou_ o Senhor. 22 Com macho te não [18] deitarás, como se fosse mulher: abominação é; 23 Nem te deitarás [19] com um animal, para te não contaminar com elle: nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com elle; confusão é. 24 Com nenhuma d’estas coisas vos contamineis: [20] porque em todas estas coisas se contaminaram as gentes que eu lanço fóra de diante da vossa face. 25 Pelo que a terra está contaminada; [21] e eu visitarei sobre ella a sua iniquidade, e a terra vomitará os seus moradores. 26 Porém vós guardareis [22] os meus estatutos e os meus juizos, e _nenhuma_ d’estas abominações fareis, _nem_ o natural, nem o estrangeiro que peregrina entre vós; 27 Porque todas estas abominações fizeram os homens d’esta terra, que _n’ella estavam_ antes de vós; e a terra foi contaminada. 28 Para que a terra vos não vomite, [23] havendo-a contaminado, como vomitou a gente que _n’ella estava_ antes de vós. 29 Porém, qualquer que fizer alguma d’estas abominações, as almas que _as_ fizeram serão extirpadas do seu povo. 30 Portanto guardareis o meu mandado, não fazendo [24] nenhum dos estatutos abominaveis que se fizeram antes de vós, e não vos contamineis com elles: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. [1] ver. 4. Exo. 6.7. cap. 11.14 e 19.4, 10, 34 e 20.7. Eze. 20.5, 7, 19, 20. [2] Eze. 20.7, 8 e 23.8. Exo. 23.24. cap. 20.23. Deu. 12.4, 30, 31. [3] Deu. 4.1, 2 e 6.1. Eze. 20.19. [4] Eze. 20.11, 13, 21. Luc. 10.28. Rom. 10.5. Gal. 3.12. Exo. 6.2, 6, 29. Mal. 3.6. [5] cap. 20.11. [6] Gen. 49.4. cap. 20.11. Deu. 22.30 e 27.20. Eze. 22.10. Amós 2.7. I Cor. 5.1. [7] cap. 20.17. II Sam. 13.12. Eze. 22.11. [8] cap. 20.19. [9] cap. 20.20. [10] Gen. 38.18, 26. cap. 20.12. Eze. 22.11. [11] cap. 20.21. Mat. 14.4. Deu. 25.5. Mat. 22.24. Mar. 12.19. [12] cap. 20.14. [13] I Sam. 1.6, 8. [14] cap. 20.18. Eze. 18.6 e 22.10. [15] cap. 20.10. Exo. 20.14. Deu. 5.18 e 22.22. Pro. 6.29, 32. Mal. 3.5. Mat. 5.37. Rom. 2.22. I Cor. 6.9. Heb. 13.4. [16] cap. 20.2. II Reis 16.3 e 21.6 e 23.10. Jer. 19.5. Eze. 20.31 e 23.37, 39. I Reis 11.7, 33. Act. 7.43. [17] cap. 19.12 e 20.3 e 21.6 e 22.2, 32. Eze. 36.20, etc. Mal. 1.12. [18] cap. 20.13. Rom. 1.27. I Cor. 6.9. I Tim. 1.10. [19] cap. 20.15, 16. Exo. 22.19. cap. 20.12. [20] ver. 30. Mar. 7.21, 22, 23. I Cor. 3.17. cap. 20.23. Deu. 18.12. [21] Num. 35.34. Jer. 2.7 e 16.18. Eze. 36.17. Isa. 26.21. Jer. 5.9, 29 e 23.2. Ose. 2.13 e 8.13 e 9.9. [22] ver. 5, 30. cap. 20.22, 23. [23] cap. 20.22. Jer. 9.19. Eze. 36.13, 17. [24] ver. 8, 26. cap. 20.23. Deu. 18.9. ver. 2, 4, 24. _A repetição de diversas leis._ 19 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: [1] Sanctos sereis, porque Eu, o Senhor vosso Deus, _sou_ sancto. 3 Cada um temerá a sua mãe [2] e a seu pae, e guardará os meus sabbados: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 4 Não vos virareis para os idolos, [3] nem vos fareis deuses de fundição: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 5 E, quando sacrificardes sacrificio pacifico [4] ao Senhor, [GH] da vossa propria vontade o sacrificareis. 6 No dia em que o sacrificardes, e no dia seguinte, se comerá; mas o que sobejar ao terceiro dia será queimado com fogo. 7 E, se alguma coisa d’elle fôr comida ao terceiro dia, coisa abominavel é: não será acceita. 8 E _qualquer_ que o comer levará a sua iniquidade, porquanto profanou a sanctidade do Senhor; por isso tal alma será extirpada do seu povo. 9 Quando tambem segardes [5] a sega da vossa terra, o canto do teu campo não segarás totalmente, nem as espigas caidas colherás da tua sega. 10 Similhantemente não rabiscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caidos da tua vinha: deixal-os-has ao pobre e ao estrangeiro: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 11 Não furtareis [6] nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu proximo; 12 Nem jurareis [7] falso pelo meu nome, pois profanarás o nome do teu Deus: Eu _sou_ o Senhor. 13 Não opprimirás [8] o teu proximo, nem o roubarás: a paga do jornaleiro não ficará comtigo até á manhã. 14 Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço [9] diante do cego: mas terás temor do teu Deus: Eu _sou_ o Senhor. 15 Não fareis injustiça [10] no juizo: não acceitarás o pobre, nem respeitarás o grande; com justiça julgarás o teu proximo. 16 Não andarás como [11] mexeriqueiro entre os teus povos: não te porás contra [12] o sangue do teu proximo: Eu _sou_ o Senhor. 17 Não aborrecerás a [13] teu irmão no teu coração: não deixarás de [14] reprehender o teu proximo, e n’elle não soffrerás peccado. 18 Não te vingarás [15] nem guardarás _ira_ contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu proximo como a ti mesmo: Eu _sou_ o Senhor. 19 Guardareis os meus estatutos: não permittirás que se ajuntem misturadamente os teus animaes de differente especie: no teu campo [16] não semearás _semente de_ mistura, e vestido de diversos estofos misturados não vestireis. 20 E, quando um homem se deitar com uma mulher que fôr serva desposada do homem, e não fôr resgatada, nem se lhe houver dado liberdade, então serão açoitados; não morrerão, pois não foi libertada. 21 E, _por_ expiação da sua [17] culpa, trará ao Senhor, á porta da tenda da congregação, um carneiro da expiação, 22 E, com o carneiro da expiação da culpa, o sacerdote fará propiciação por elle perante o Senhor, pelo seu peccado que peccou; e o seu peccado, que peccou, lhe será perdoado. 23 E, quando tiverdes entrado na terra, e plantardes toda a arvore de comer, ser-vos-ha incircumciso o seu fructo; tres annos vos será incircumciso; _d’elle_ não se comerá. 24 Porém no quarto anno todo o seu fructo será sancto para dar [18] louvores ao Senhor. 25 E no quinto anno comereis o seu fructo, para que [GI] vos faça crescer a sua novidade: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 26 Não comereis [19] _coisa alguma_ com o sangue; não agourareis nem adivinhareis. 27 Não cortareis o cabello, [20] arredondando os cantos da vossa cabeça, nem damnificarás a ponta da tua barba. 28 Pelos mortos não dareis golpes [21] na vossa carne: nem fareis marca alguma sobre vós: Eu _sou_ o Senhor. 29 Não contaminarás [22] a tua filha, fazendo-a fornicar: para que a terra não fornique, nem se encha de maldade. 30 Guardareis [23] os meus sabbados, e o meu sanctuario reverenciareis: Eu _sou_ o Senhor. 31 Não vos virareis para [24] os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com elles: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 32 Diante das cãs te levantarás, [25] e honrarás a face do velho; e terás temor do teu Deus: Eu _sou_ o Senhor. 33 E quando o estrangeiro [26] peregrinar comtigo na vossa terra, não o opprimireis. 34 Como um natural entre vós será o estrangeiro que peregrina comvosco: amal-o-has [27] como a ti mesmo, pois estrangeiros fostes na terra do Egypto: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 35 Não commettereis [28] injustiça no juizo, nem na vara, nem no peso, nem na medida. 36 Balanças justas, [29] pedras justas, epha justa, e justo hin tereis: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egypto. 37 Pelo que guardareis todos os meus estatutos, [30] e todos os meus juizos, e os fareis: Eu _sou_ o Senhor. [1] cap. 11.44 e 20.7, 26. I Ped. 1.16. [2] Exo. 20.8, 12 e 31.13. [3] Exo. 20.4. cap. 26.1. I Cor. 10.14. I João 5.21. Exo. 34.17. Deu. 27.15. [4] cap. 7.16. [5] cap. 23.22. Deu. 24.19, 20, 21. Ruth 2.15, 16. [6] Exo. 20.15 e 22.1, 7, 10-12. Deu. 5.19. cap. 6.2. Eph. 4.25. Col. 3.9. [7] Exo. 20.7. cap. 6.3. Deu. 5.11. Mat. 5.33. Thi. 5.12. cap. 18.21. [8] Mar. 10.19. I The. 4.6. Deu. 24.14, 15. Mal. 3.5. Thi. 5.4. [9] Deu. 27.18. Rom. 14.13. ver. 32. Gen. 42.18. cap. 25.17. Ecc. 5.7. I Ped. 2.17. [10] Exo. 23.2, 3. Deu. 1.17 e 16.19 e 27.19. Pro. 24.23. Thi. 2.9. [11] Exo. 23.1. Psa. 15.3 e 50.20. Pro. 11.13 e 20.19. Eze. 22.9. [12] Exo. 23.1, 7. I Reis 21.13. Mat. 26.60. [13] I João 2.9, 11 e 3.15. [14] Mat. 18.15. Luc. 17.3. Gal. 6.1. Eph. 5.11. I Tim. 5.20. II Tim. 4.2. Tito 1.13 e 2.15. [15] II Sam. 13.22. Pro. 20.22. Rom. 12.17, 19. Gal. 5.20. Eph. 4.31. Thi. 5.9. I Ped. 2.1. Mat. 5.43. [16] Deu. 22.9, 10, 11. [17] cap. 5.15 e 6.6. [18] Deu. 12.17, 18. Pro. 3.9. [19] cap. 17.10, etc. Deu. 12.23 e 18.10, 11, 14. I Sam. 15.23. II Reis 17.17 e 21.6. II Chr. 33.6. Mal. 3.5. [20] cap. 21.5. Isa. 15.2. Jer. 48.37. [21] cap. 21.5. Deu. 14.1. Jer. 16.6 e 48.37. [22] Deu. 23.17. [23] ver. 3. cap. 26.2. Ecc. 5.1. [24] Exo. 22.18. cap. 20.6, 27. Deu. 18.10. I Sam. 28.7. I Chr. 10.13. Isa. 8.19. Act. 16.16. [25] Pro. 20.29. I Tim. 5.1. ver. 14. [26] Exo. 22.21 e 23.9. [27] Exo. 12.48, 49. Deu. 10.19. [28] ver. 15. [29] Deu. 25.13, 15. Pro. 11.1 e 16.11 e 20.10. [30] cap. 13.4, 5. Deu. 4.5, 6 e 5.1 e 6.25. _As penas de diversos crimes._ 20 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Tambem dirás [1] aos filhos de Israel: Qualquer que, dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, dér da sua semente a Molech, certamente morrerá; o povo da terra o apedrejará com pedras. 3 E eu porei [2] a minha face contra esse homem, e o extirparei do meio do seu povo, porquanto deu da sua semente a Molech, para contaminar o meu sanctuario e profanar o meu sancto nome. 4 E, se o povo da terra de alguma maneira esconder os seus olhos d’aquelle homem que houver dado da sua semente a Molech, assim que o [3] não matem, 5 Então eu porei a minha [4] face contra aquelle homem, e contra a sua familia, e o extirparei do meio do seu povo, com todos os que fornicam após d’elle, fornicando após de Molech. 6 Quando uma alma se virar para [5] os adivinhadores e encantadores, para fornicar após d’elles, eu porei a minha face contra aquella alma, e a extirparei do meio do seu povo. 7 Portanto sanctificae-vos, [6] e sêde sanctos, pois Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 8 E guardae os meus estatutos, [7] e fazei-os: Eu _sou_ o Senhor que vos sanctifica. 9 Quando um homem amaldiçoar a seu [8] pae ou a sua mãe certamente morrerá: amaldiçoou a seu pae ou a sua mãe; o seu sangue [9] _é_ sobre elle. 10 Tambem o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado [10] com a mulher do seu proximo, certamente morrerá o adultero e a adultera. 11 E o homem que se deitar com a mulher de seu pae [11] descobriu a nudez de seu pae; ambos certamente morrerão: o seu sangue _é_ sobre elles. 12 Similhantemente, quando um homem se deitar com a sua nora, [12] ambos certamente morrerão: fizeram confusão; o seu sangue _é_ sobre elles. 13 Quando tambem um homem se deitar com _outro_ homem, [13] como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue _é_ sobre elles. 14 E, quando um homem tomar uma mulher e a sua mãe, [14] maldade é: a elle e a ellas queimarão com fogo, para que não haja maldade no meio de vós. 15 Quando tambem um homem se deitar [15] com um animal, certamente morrerá; e matareis o animal. 16 Tambem a mulher que se chegar a algum animal, para ter ajuntamento com elle, aquella mulher matarás com o animal; certamente morrerão; o seu sangue _é_ sobre elles. 17 E, quando um homem tomar [16] a sua irmã, filha de seu pae, ou filha de sua mãe, e elle vir a nudez d’ella, e ella vir a sua, torpeza é: portanto serão extirpados aos olhos dos filhos do seu povo: descobriu a nudez de sua irmã, levará _sobre si_ a sua iniquidade. 18 E, quando um homem [17] se deitar com uma mulher que tem a sua enfermidade, e descobriu a sua nudez, descobrindo a sua fonte, e ella descobrir a fonte do seu sangue, ambos serão extirpados do meio do seu povo. 19 Tambem a nudez [18] da irmã de tua mãe, ou da irmã de teu pae não descobrirás: porquanto descobriu a sua parenta, sobre si levarão a sua iniquidade. 20 Quando tambem um homem se deitar com a sua tia [19] descobriu a nudez de seu tio: seu peccado sobre si levarão; sem filhos morrerão. 21 E quando um homem tomar a mulher de seu irmão, [20] immundicia é: a nudez de seu irmão descobriu: sem filhos ficarão. 22 Guardae pois todos os meus estatutos, e todos os meus juizos, e fazei-os, [21] para que vos não vomite a terra, na qual eu vos metto para habitar n’ella. 23 E não andeis [22] nos estatutos da gente que eu lanço fóra diante da vossa face, porque fizeram todas estas coisas: portanto fui enfadado d’elles. 24 E a vós [23] vos tenho dito: Em herança possuireis a sua terra, e eu a darei a vós, para possuil-a em herança, terra que mana leite e mel: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus, [24] que vos separei dos povos. 25 Fareis pois differença [25] entre os animaes limpos e immundos, e entre as aves immundas e as limpas; [26] e as vossas almas não fareis abominaveis por _causa_ dos animaes, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta sobre a terra; as quaes coisas apartae de vós, para tel-as por immundas. 26 E ser-me-heis sanctos, [27] porque Eu, o Senhor, _sou_ sancto, e separei-vos dos povos, para serdes meus. 27 Quando pois algum homem ou mulher em si tiver um espirito adivinho, [28] ou fôr encantador, certamente morrerão: com pedras se apedrejarão; o seu sangue _é_ sobre elles. [1] cap. 18.2, 21. Jer. 7.31 e 32.35. Eze. 20.31. [2] cap. 17.10. Eze. 5.11 e 23.38, 39. cap. 18.21. [3] Deu. 17.2, 3, 5. [4] cap. 17.10. Exo. 20.5. cap. 17.7. [5] cap. 19.31. [6] cap. 11.44 e 19.2. I Ped. 1.16. [7] cap. 19.37. Exo. 31.13. cap. 21.8. Eze. 37.28. [8] Exo. 21.17. Deu. 27.16. Pro. 20.20. Mat. 15.4. [9] ver. 11, 12, 13, 16, 27. II Sam. 1.16. [10] cap. 18.20. Deu. 22.22. [11] cap. 18.8. Deu. 27.23. [12] cap. 18.22. Deu. 23.17. Gen. 19.5. [13] cap. 18.22. Deu. 23.17. Gen. 19.5. [14] cap. 18.17. Deu. 27.33. [15] cap. 18.23. Deu. 27.21. [16] cap. 18.9. Deu. 27.22. Gen. 20.12. [17] cap. 18.19 e 15.24. [18] cap. 18.6, 12, 13. [19] cap. 18.14. [20] cap. 18.16. [21] cap. 18.26 e 18.25, 28. [22] cap. 18.3, 24, 20. cap. 18.27. Deu. 9.5. [23] Exo. 3.17 e 6.8. [24] ver. 26. Exo. 19.5 e 33.16. Deu. 7.6 e 14.2. I Reis 8.53. [25] cap. 11.47. Deu. 14.4. [26] cap. 11.47. [27] ver. 7. cap. 19.2. I Ped. 1.16. ver. 24. Tito 2.14. [28] Exo. 22.18. cap. 19.31. Deu. 18.10, 11. I Sam. 28.7, 8. ver. 9. _Leis ácerca dos sacerdotes._ 21 Depois disse o Senhor a Moysés: Falla aos sacerdotes, filhos d’Aarão, e dize-lhes: O sacerdote não se contaminará [1] por _causa_ d’um morto entre os seus povos, 2 Salvo por seu parente mais chegado a elle: por sua mãe, e por seu pae, e por seu filho, e sua filha, e por seu irmão, 3 E por sua irmã virgem, chegada a elle, que ainda não teve marido: por ella se contaminará. 4 Não se contaminará por principe entre os seus povos, para se profanar. 5 Não farão calva na sua cabeça, [2] e não raparão a ponta da sua barba, nem darão golpes na sua carne. 6 Sanctos serão a seu Deus, e não profanarão [3] o nome do seu Deus, porque offerecem as offertas queimadas do Senhor, o pão do seu Deus: portanto serão sanctos. 7 Não tomarão mulher [4] prostituta ou infame, nem tomarão mulher repudiada de seu marido; pois sancto é a seu Deus. 8 Portanto o sanctificarás, porquanto offerece o pão do teu Deus: sancto será para ti, pois Eu, o Senhor [5] que vos sanctifica, _sou_ sancto. 9 E quando a filha [6] d’um sacerdote começar a fornicar, profana a seu pae; com fogo será queimada. 10 E o summo sacerdote entre seus irmãos, [7] sobre cuja cabeça foi derramado o azeite da uncção, e que fôr sagrado para vestir os vestidos, não descobrirá a sua cabeça nem rasgará os seus vestidos; 11 E não se chegará [8] a cadaver algum, _nem_ por _causa_ de seu pae, nem por sua mãe, se contaminará; 12 Nem sairá [9] do sanctuario, para que não profane o sanctuario do seu Deus, pois a corôa do azeite da uncção do seu Deus _está_ sobre elle; Eu _sou_ o Senhor. 13 E elle tomará uma mulher na [10] sua virgindade. 14 Viuva, ou repudiada, ou deshonrada, _ou_ prostituta, estas não tomará, mas virgem dos seus povos tomará por mulher. 15 E não profanará a sua semente entre os seus povos; porque Eu _sou_ [11] o Senhor _que_ o sanctifico. 16 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 17 Falla a Aarão, dizendo: Ninguem da tua semente, nas suas gerações, em que houver alguma falta, se chegará a offerecer o pão do seu Deus. 18 Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se chegará: _como_ homem cego, ou côxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos, 19 Ou homem que tiver quebrado o pé, ou quebrada a mão, 20 Ou corcovado, ou anão, ou que tiver belida no olho, ou sarna, ou impigens, [12] ou que tiver testiculo quebrado. 21 Nenhum homem da semente de Aarão, o sacerdote, em quem houver alguma deformidade, se chegará [13] para offerecer as offertas queimadas do Senhor: falta n’elle ha; não se chegará para offerecer o pão do seu Deus. 22 O pão [14] do seu Deus [GJ] das sanctidades de sanctidades e das coisas sanctas poderá comer. 23 Porém até ao véu não entrará, nem se chegará ao altar, porquanto falta ha n’elle, [15] para que não profane os meus sanctuarios; porque Eu _sou_ o Senhor _que_ os sanctifico. 24 E Moysés fallou _isto_ a Aarão e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel. [1] Eze. 44.25. [2] cap. 19.27, 28. Deu. 14.1. Eze. 44.20. [3] cap. 18.21 e 19.12. [4] Eze. 44.22. Deu. 24.1, 2. [5] cap. 20.7, 8. [6] Gen. 38.24. [7] Exo. 29.29, 30. cap. 8.12 e 16.32. Num. 35.25. Exo. 28.2. cap. 16.32 e 10.6. [8] Num. 19.14. ver. 1, 2. [9] cap. 10.7. cap. 8.12, 30. [10] ver. 7. Eze. 44.22. [11] ver. 8. [12] Deu. 23.1. [13] ver. 6. [14] cap. 2.3, 10 e 6.17, 29 e 7.1 e 24.9. Num. 18.9. [15] ver. 12. _A lei ácerca de comer coisas sanctas._ 22 Depois fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Dize a Aarão e a seus filhos que se apartem [1] das coisas sanctas dos filhos de Israel, que a mim me sanctificam, para que não profanem [2] o [GK] nome da minha sanctidade: Eu _sou_ o Senhor. 3 Dize-lhes: Todo o homem, que entre as vossas gerações, de toda a vossa semente, se chegar ás coisas sanctas que os filhos de Israel sanctificam ao Senhor, tendo sobre si a sua [3] immundicia, aquella alma será extirpada de diante da minha face: Eu _sou_ o Senhor. 4 Ninguem da semente d’Aarão, que fôr leproso, ou tiver [4] fluxo, comerá das coisas sanctas, até que seja limpo: como tambem o que tocar alguma coisa immunda de cadaver, ou aquelle de que sair a semente da copula, 5 Ou qualquer que tocar a algum reptil, [5] pelo que se fez immundo, ou a algum homem, pelo que se fez immundo, segundo toda a sua immundicia. 6 O homem que o tocar será immundo até á tarde, e não comerá das coisas sanctas, [6] mas banhará a sua carne em agua. 7 E havendo-se o sol já posto, então será limpo, e depois comerá das coisas sanctas; porque este é o seu [7] pão. 8 O corpo morto e o dilacerado não comerá, [8] para n’elle se não contaminar: Eu _sou_ o Senhor. 9 Guardarão pois o meu [9] mandamento, para que por isso não levem peccado, e morram n’elle, havendo-as profanado: Eu _sou_ o Senhor _que_ os sanctifico. 10 Tambem nenhum estranho comerá das coisas sanctas: nem o hospede do sacerdote nem o jornaleiro comerão das coisas sanctas. 11 Mas quando o sacerdote comprar alguma alma com o seu dinheiro, aquella comerá d’ellas, e o nascido na sua casa: estes comerão [10] do seu pão. 12 E, quando a filha do sacerdote se _casar_ com homem estranho, ella não comerá da offerta movida das coisas sanctas. 13 Mas quando a filha do sacerdote fôr viuva ou repudiada, e não tiver semente, [11] e se houver tornado á casa de seu pae, como na sua mocidade, do pão de seu pae comerá; mas nenhum estranho comerá d’elle. 14 E quando alguem por erro [12] comer a coisa sancta, sobre ella accrescentará seu quinto, e _o_ dará ao sacerdote com a coisa sancta. 15 Assim não profanarão [13] as coisas sanctas dos filhos de Israel, que offerecem ao Senhor, 16 Nem os farão levar a iniquidade da culpa, [14] comendo as suas coisas sanctas: pois Eu _sou_ o Senhor que as sanctifico. _Os animaes sacrificados devem ser sem defeito._ 17 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 18 Falla a Aarão, e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel, e dize-lhes: [15] Qualquer que, da casa de Israel, ou dos estrangeiros em Israel, offerecer a sua offerta, quer dos seus votos, quer das suas offertas voluntarias, que offerecerem ao Senhor em holocausto, 19 [GL] Segundo a sua [16] vontade, offerecerá macho sem mancha, das vaccas, dos cordeiros, ou das cabras. 20 Nenhuma coisa em que haja defeito [17] offerecereis, porque não seria acceita por vós. 21 E, quando alguem offerecer sacrificio pacifico [18] ao Senhor, separando das vaccas ou das ovelhas um voto, ou offerta voluntaria, sem mancha será, para que seja acceito; nenhum defeito haverá n’elle. 22 O cego, [19] ou quebrado, ou aleijado, o verrugoso, ou sarnoso, ou cheio de impigens, este não offerecereis ao Senhor, e d’elles não poreis offerta queimada ao Senhor sobre o altar. 23 Porém boi, [20] ou gado miudo, comprido ou curto de membros, poderás offerecer _por_ offerta voluntaria, mas por voto não será acceito. 24 O machucado, ou moido, ou despedaçado, ou cortado, não offerecereis ao Senhor: não fareis isto na vossa terra. 25 Tambem da mão do [21] estrangeiro nenhum manjar offerecereis ao vosso Deus, de todas estas coisas, pois a sua corrupção está n’ellas; falta n’ellas ha; não serão acceitas por vós. 26 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 27 Quando nascer o boi, [22] ou cordeiro, ou cabra, sete dias estará debaixo de sua mãe; depois, desde o dia oitavo em diante, será acceito por offerta queimada ao Senhor. 28 Tambem boi ou gado miudo, [23] a elle e a seu filho não degolareis n’um dia. 29 E, quando sacrificardes sacrificio de [24] louvores ao Senhor, o sacrificareis da vossa vontade. 30 No mesmo dia se comerá; nada deixareis ficar [25] até á manhã: Eu _sou_ o Senhor. 31 Pelo que guardareis [26] os meus mandamentos, e os fareis: Eu _sou_ o Senhor. 32 E não profanareis [27] o meu sancto nome, para que eu seja sanctificado no meio dos filhos de Israel: Eu _sou_ o Senhor que vos sanctifico; 33 Que vos tirei [28] da terra do Egypto, para vos ser por Deus: Eu _sou_ o Senhor. [1] Num. 6.3. [2] cap. 18.21. Exo. 28.33. Num. 18.32. Deu. 15.19. [3] cap. 7.20. [4] cap. 15.2 e 14.2 e 15.13. Num. 19.11, 22. cap. 15.16. [5] cap. 11.24, 43, 44 e 15.7, 19. [6] cap. 15.5. Heb. 10.22. [7] cap. 21.22. Num. 18.11, 13. [8] Exo. 22.31. cap. 17.15. Eze. 44.31. [9] Exo. 28.43. Num. 18.22, 32. [10] Num. 18.22, 32. [11] Gen. 38.11. cap. 10.14. Num. 18.11. [12] cap. 5.15, 16. [13] Num. 18.32. [14] ver. 9. [15] cap. 1.2, 3, 10. Num. 15.14. [16] cap. 1.3. [17] Deu. 15.21 e 17.1. Mal. 1.8, 14. Eph. 5.27. Heb. 9.14. I Ped. 1.19. [18] cap. 3.1, 6. cap. 7.16. Num. 15.3, 8. Deu. 23.21, 23. Psa. 61.8 e 65.1. Ecc. 5.4, 5. [19] ver. 20. Mal. 1.8. cap. 1.9, 13 e 3.3, 5. [20] cap. 21.18. [21] Num. 15.15, 16. [22] Exo. 22.30. [23] Deu. 22.6. [24] cap. 7.12. Psa. 107.23 e 116.17. Amós 4.5. [25] cap. 7.15. [26] cap. 19.37. Num. 15.40. Deu. 4.40. [27] cap. 18.21 e 10.3. Mat. 6.9. Luc. 11.2. cap. 20.8. [28] Exo. 6.7. cap. 11.45 e 19.36 e 25.38. _As festas solemnes do Senhor._ 23 Depois fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla [1] aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solemnidades do Senhor, que convocareis, serão sanctas convocações: estas _são_ as minhas solemnidades: _O sabbado._ 3 Seis dias obra se fará, [2] mas ao setimo dia _será o_ sabbado do descanço, sancta convocação; nenhuma obra fareis; sabbado do Senhor _é_ em todas as vossas habitações. _A paschoa._ 4 Estas _são_ as solemnidades [3] do Senhor, as sanctas convocações, que convocareis ao seu tempo determinado; 5 No mez primeiro, aos [4] quatorze do mez, pela tarde, _é_ a paschoa do Senhor. 6 E aos quinze dias d’este mez _é_ a festa dos asmos do Senhor: sete dias comereis asmos. 7 No primeiro dia [5] tereis sancta convocação: nenhuma obra servil fareis; 8 Mas sete dias offerecereis offerta queimada ao Senhor: ao setimo dia _haverá_ sancta convocação: nenhuma obra servil fareis. _As primicias._ 9 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 10 Falla aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes [6] entrado na terra, que vos hei de dar, e segardes a sua sega, então trareis um mólho das primicias da vossa sega ao sacerdote: 11 E elle moverá o mólho perante o Senhor, para que sejaes acceitos: ao seguinte dia do sabbado o moverá o sacerdote. 12 E no dia em que moverdes o mólho, preparareis um cordeiro sem mancha, de um anno, em holocausto ao Senhor, 13 E a sua offerta [7] de manjares, duas dizimas _de_ flor de farinha, amassada com azeite, para offerta queimada em cheiro suave ao Senhor, e a sua libação de vinho, o quarto de um hin. 14 E não comereis pão, nem trigo tostado, nem espigas verdes, até áquelle mesmo dia em que trouxerdes a offerta do vosso Deus: estatuto perpetuo _é_ por vossas gerações, em todas as vossas habitações. 15 Depois para vós [8] contareis desde o dia seguinte ao sabbado, desde o dia em que trouxerdes o mólho da offerta movida: sete semanas inteiras serão. 16 Até ao dia seguinte, ao setimo sabbado, contareis [9] cincoenta dias: então offerecereis nova offerta de manjares ao Senhor. 17 Das vossas habitações trareis dois pães de movimento: de duas dizimas de farinha serão, levedados se cozerão: [10] primicias _são_ ao Senhor. 18 Tambem com o pão offerecereis sete cordeiros sem mancha, de um anno, e um novilho, e dois carneiros; holocausto serão ao Senhor, com a sua offerta de manjares, e as suas libações, _por_ offerta queimada de cheiro suave ao Senhor. 19 Tambem offerecereis um [11] bode para expiação do peccado, e dois cordeiros de um anno por sacrificio pacifico. 20 Então o sacerdote os moverá com o pão das primicias _por_ offerta movida perante o Senhor, com os dois cordeiros: sanctidade [12] serão ao Senhor para o sacerdote. 21 E n’aquelle mesmo dia apregoareis _que_ tereis sancta convocação: nenhuma obra servil fareis: estatuto perpetuo _é_ em todas as vossas habitações pelas vossas gerações. 22 E, quando segardes a [13] sega da vossa terra, não acabarás de segar os cantos do teu campo, nem colhereis as [14] espigas _caidas_ da tua sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixarás: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 23 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 24 Falla aos filhos de Israel, dizendo: No mez setimo, [15] ao primeiro do mez, tereis descanço, [16] memoria da jubilação, sancta convocação. 25 Nenhuma obra servil fareis, mas offerecereis offerta queimada ao Senhor. _O dia da expiação._ 26 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 27 Mas aos dez d’este [17] mez setimo _será_ o dia da expiação: tereis sancta convocação, e affligireis as vossas almas; e offerecereis offerta queimada ao Senhor. 28 E n’aquelle mesmo dia nenhuma obra fareis, porque é o dia da expiação, para fazer expiação por vós perante o Senhor vosso Deus. 29 Porque toda a alma, que n’aquelle mesmo dia se não affligir, será extirpada [18] do seu povo. 30 Tambem toda a alma, que n’aquelle mesmo dia fizer alguma obra, aquella alma eu destruirei do meio do seu povo. 31 Nenhuma obra fareis: [19] estatuto perpetuo _é_ pelas vossas gerações em todas as vossas habitações. 32 Sabbado de descanço vos será; então affligireis as vossas almas: aos nove do mez á tarde, d’uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sabbado. 33 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 34 Falla aos filhos de Israel, [20] dizendo: Aos quinze dias d’este mez setimo _será_ a festa dos tabernaculos ao Senhor por sete dias. 35 Ao primeiro dia _haverá_ sancta convocação: nenhuma obra servil fareis. 36 Sete dias offerecereis offertas queimadas ao Senhor: [21] ao dia oitavo tereis sancta convocação, e offerecereis offertas queimadas ao Senhor: dia de prohibição _é_, nenhuma obra servil fareis. 37 Estas _são_ as solemnidades do Senhor, [22] que apregoareis para sanctas convocações, para offerecer ao Senhor offerta queimada, holocausto e offerta de manjares, sacrificio e libações, cada qual em seu dia proprio: 38 Além [23] dos sabbados do Senhor, e além dos vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas offertas voluntarias que dareis ao Senhor. 39 Porém aos quinze dias do mez setimo, quando tiverdes recolhido [24] a novidade da terra, celebrareis a festa do Senhor por sete dias; ao dia primeiro _haverá_ descanço, e ao dia oitavo _haverá_ descanço. 40 E [25] ao primeiro dia [GM] tomareis para vós ramos de formosas arvores, ramos de palmas, ramos de arvores espessas, e salgueiros de ribeiras; [26] e vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus por sete dias. 41 E [27] celebrareis esta festa ao Senhor por sete dias cada anno: estatuto perpetuo _é_ pelas vossas gerações; no mez setimo a celebrareis. 42 Sete [28] dias habitareis debaixo de tendas: todos os naturaes em Israel habitarão em tendas: 43 Para que saibam as vossas gerações [29] que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egypto; Eu sou o Senhor vosso Deus. 44 Assim pronunciou [30] Moysés as solemnidades do Senhor aos filhos de Israel. [1] ver. 4, 37. Exo. 32.5. II Reis 10.20. Psa. 81.3. [2] Exo. 20.9 e 23.12 e 31.15 e 34.21. cap. 19.3. Deu. 5.13. Luc. 13.14. [3] ver. 2, 37. Exo. 23.14. [4] Exo. 12.6, 14, 18 e 13.3 e 23.15 e 34.18. Num. 9.2, 3 e 28.16, 17. Deu. 16.1, 8. Jos. 5.10. [5] Exo. 12.16. Num. 28.18, 25. [6] Exo. 23.16, 19 e 34.22, 26. Num. 15.2, 18 e 28.26. Deu. 16.9. Jos. 3.15. Thi. 1.18. Apo. 14.4. [7] cap. 2.14, 15, 16. [8] cap. 25.8. Deu. 16.9. [9] Act. 2.1. Num. 28.26. [10] Exo. 23.19 e 34.22, 26. Num. 15.17, 21 e 28.26. [11] cap. 4.23, 28. Num. 28.30. cap. 3.1. [12] Deu. 18.4. [13] cap. 19.9. [14] Deu. 24.19. [15] Num. 29.1. [16] cap. 25.9. [17] cap. 16.30. Num. 29.7. [18] Gen. 17.14. [19] cap. 20.3, 5, 6. [20] Num. 29.12. Deu. 16.13. Esd. 3.4 e 8.14. Zac. 14.16. João 7.37. [21] Num. 29.35. Neh. 8.18. João 7.37. Deu. 16.8. II Chr. 7.9. Joel 1.14 e 2.15. [22] ver. 2, 4. [23] Num. 29.39. [24] Exo. 23.16. Deu. 16.13. [25] Neh. 8.15. [26] Deu. 16.14, 15. [27] Num. 29.12. Neh. 8.18. [28] Neh. 8.14, 15, 16. [29] Deu. 31.13. Psa. 78.5, 6. [30] ver. 2. _A lei ácerca das lampadas._ 24 E Fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Ordena [1] aos filhos d’Israel que te tragam azeite de oliveiras, puro, batido, para a luminaria, para accender as lampadas continuamente. 3 Aarão as porá em ordem perante o Senhor continuamente, desde a tarde até á manhã, fóra do véu do testemunho, na tenda da congregação: estatuto perpetuo _é_ pelas vossas gerações. 4 Sobre o castiçal puro porá em ordem as lampadas [2] perante o Senhor continuamente. _O pão para a mesa do Senhor._ 5 Tambem tomarás _da_ flor de farinha, e d’ella cozerás [3] doze bolos: cada bolo será de duas dizimas. 6 E os porás em duas fileiras, seis em _cada_ fileira, sobre a [4] mesa pura, perante o Senhor. 7 E sobre _cada_ fileira porás incenso puro, para que seja para o pão por offerta memorial; offerta queimada _é_ ao Senhor. 8 Em cada dia de [5] sabbado, isto se porá em ordem perante o Senhor continuamente, pelos filhos de Israel, por concerto perpetuo. 9 E será [6] de Aarão e de seus filhos, os quaes o comerão no logar sancto, porque uma coisa sanctissima é para elle, das offertas queimadas ao Senhor, por estatuto perpetuo. _A pena do peccado de blasphemia._ 10 E saiu um filho d’uma mulher israelita, o qual _era_ filho d’um homem egypcio, no meio dos filhos de Israel; e o filho da israelita e um homem israelita porfiaram no arraial. 11 Então o filho da mulher israelita blasphemou o [7] nome do Senhor, e o amaldiçoou, pelo que o trouxeram a Moysés: e o nome de sua mãe _era_ Shelomith, filha de Dibri, da tribu de Dan. 12 E o levaram á prisão, [8] até que se lhes fizesse declaração pela bocca do Senhor. 13 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 14 Tira o que tem blasphemado para fóra do arraial; e todos os que o ouviram porão [9] as suas mãos sobre a sua cabeça: então toda a congregação o apedrejará. 15 E aos filhos de Israel fallarás, dizendo: Qualquer que amaldiçoar o seu Deus, [10] levará sobre _si_ o seu peccado. 16 E aquelle que blasphemar o [11] nome do Senhor, certamente morrerá; toda a congregação certamente o apedrejará; assim o estrangeiro como o natural, blasphemando o nome do Senhor, será morto. 17 E quem matar [12] a alguem certamente morrerá. 18 Mas quem matar [13] um animal, o restituirá, vida por vida. 19 Quando tambem alguem desfigurar o seu proximo, como elle fez [14] assim lhe será feito: 20 Quebradura por quebradura, olho por olho, dente por dente: como elle tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará. 21 Quem pois matar [15] um animal, restituil-o-ha, mas quem matar um homem [16] será morto. 22 Uma mesma lei tereis; [17] assim será o estrangeiro como o natural; pois eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 23 E disse Moysés aos filhos de Israel que levassem [18] o que tinha blasphemado para fóra do arraial, e o apedrejassem com pedras: e fizeram os filhos de Israel como o Senhor ordenara a Moysés. [1] Exo. 27.20. [2] Exo. 31.8 e 39.37. [3] Exo. 25.30. [4] I Reis 7.48. II Chr. 4.19 e 13.11. Heb. 9.2. [5] Num. 4.7. II Chr. 2.4. [6] Exo. 29.33. cap. 8.31 e 21.22. [7] ver. 16. Job 1.5, 11 e 2.5, 9, 10. Isa. 8.21. [8] Num. 15.34. Num. 27.5. [9] Deu. 13.9 e 17.7. [10] cap. 5.1 e 20.17. Num. 9.13. [11] I Reis 21.10, 13. Psa. 74.10, 18. Mat. 12.31. Mar. 3.28. Thi. 2.7. [12] Num. 35.31. Deu. 19.11, 12. [13] ver. 21. [14] Exo. 21.24. Deu. 19.21. Mat. 5.38 e 7.2. [15] ver. 18. Exo. 21.23. [16] ver. 17. [17] Exo. 12.49. cap. 19.34. Num. 15.16. [18] ver. 14. 25 Fallou mais o Senhor a Moysés no monte de Sinai, dizendo: 2 Falla aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando tiverdes entrado na terra, que eu vos dou, então a terra descançará um [1] sabbado ao Senhor. 3 Seis annos semearás a tua terra, e seis annos podarás a tua vinha, e colherás a sua novidade: 4 Porém ao setimo anno haverá sabbado de descanço para a terra, um sabbado ao Senhor: não semearás o teu campo nem podarás a tua vinha. 5 O que nascer de si mesmo da tua sega não segarás, [2] e as uvas da tua separação não vindimarás: anno de descanço será para a terra. 6 E o sabbado da terra vos será por alimento, a ti, e ao teu servo, e á tua serva, e ao teu jornaleiro, e ao estrangeiro que peregrina comtigo; 7 E ao teu gado, e aos teus animaes, que _estão_ na tua terra, toda a sua novidade será por mantimento. _O anno do jubileu._ 8 Tambem contarás sete semanas d’annos, sete vezes sete annos: de maneira que os dias das sete semanas d’annos te serão quarenta e nove annos. 9 Então no mez setimo, aos dez do mez, farás passar a trombeta do jubileu: no dia da expiação [3] fareis passar a trombeta por toda a vossa terra. 10 E sanctificareis o anno quinquagesimo, e apregoareis [4] liberdade na terra a todos os seus moradores: anno de jubileu vos será, e tornareis, cada um á sua possessão, e [5] tornareis, cada um á sua familia. 11 O anno quinquagesimo vos será jubileu: não semearás [6] nem segarás o que n’elle nascer de si mesmo, nem n’elle vindimareis _as uvas_ das separações, 12 Porque jubileu é, sancto será para vós: a novidade do campo [7] comereis. 13 N’este [8] anno do jubileu tornareis cada um á sua possessão. 14 E quando venderdes alguma coisa ao vosso proximo, ou a comprardes da mão do vosso proximo, ninguem opprima [9] a seu irmão: 15 Conforme ao numero dos annos desde o jubileu, [10] comprarás ao teu proximo; e conforme ao numero dos annos das novidades, elle a venderá a ti. 16 Conforme á multidão dos annos, augmentarás o seu preço, e conforme á diminuição dos annos abaixarás o seu preço; porque _conforme_ ao numero das novidades _é que_ elle te vende. 17 Ninguem pois opprima [11] ao seu proximo; mas terás temor do teu Deus: porque Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 18 E fazei os meus [12] estatutos, e guardae os meus juizos, e fazei-os: assim habitareis [13] seguros na terra. 19 E a terra dará o seu fructo, e comereis a [14] fartar, e n’ella habitareis seguros. 20 E se disserdes: Que comeremos no [15] anno setimo? eis que não havemos de semear [16] nem colher a nossa novidade; 21 Então _eu_ mandarei [17] a minha benção sobre vós no sexto anno, para que dê fructo por tres annos. 22 E no oitavo anno semeareis, [18] e comereis da novidade velha até ao anno nono: até que venha a sua novidade, comereis a velha. 23 Tambem a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra _é_ minha: pois [19] vós _sois_ estrangeiros e peregrinos comigo. 24 Portanto em toda a terra da vossa possessão dareis resgate á terra. 25 Quando teu irmão [20] empobrecer e vender _alguma porção_ da sua possessão, então virá o seu resgatador, seu parente, e resgatará o que vendeu seu irmão. 26 E se alguem não tiver resgatador, porém a sua mão alcançar e achar o que basta para o seu resgate, 27 Então contará [21] os annos desde a sua venda, e o que ficar restituirá ao homem a quem o vendeu, e tornará á sua possessão. 28 Mas, se a sua mão não alcançar o que basta para restituir-lh’a, então a _que fôr_ vendida ficará na mão do comprador até ao anno do jubileu: [22] porém no anno do jubileu sairá, e elle tornará á sua possessão. 29 E, quando algum vender uma casa de moradia em cidade murada, então a pode resgatar até que se cumpra o anno da sua venda; durante um anno inteiro será _licito_ o seu resgate. 30 Mas, se, cumprindo-se-lhe um anno inteiro, ainda não fôr resgatada, então a casa, que estiver na cidade que tem muro, em perpetuidade ficará ao que a comprou, pelas suas gerações: não sairá no jubileu. 31 Mas as casas das aldeias que não teem muro em roda serão estimadas como o campo da terra: para ellas haverá resgate, e sairão no jubileu. 32 Mas, tocante ás cidades dos levitas, ás casas das cidades [23] da sua possessão, _direito_ perpetuo _de_ resgate terão os levitas. 33 E, havendo feito resgate um dos levitas, então a compra da casa e da cidade da sua possessão sairá no jubileu: [24] porque as casas das cidades dos levitas são a sua possessão no meio dos filhos de Israel. 34 Mas o campo do arrabalde das suas cidades [25] não se venderá, porque _lhes é_ possessão perpetua. 35 E, quando teu irmão empobrecer, e as suas forças decairem, então sustental-o-has, [26] como estrangeiro e peregrino, para que viva comtigo. 36 Não tomarás d’elle usura [27] nem ganho; mas do teu Deus terás temor, [28] para que teu irmão viva comtigo. 37 Não lhe darás teu dinheiro com usura, nem darás o teu manjar por interesse. 38 Eu [29] _sou_ o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egypto, para vos dar a terra de Canaan, para ser vosso Deus. 39 Quando tambem teu irmão empobrecer, _estando_ elle comtigo, e se vender a ti, [30] não o farás servir serviço de escravo. 40 Como jornaleiro, como peregrino estará comtigo; até ao anno do jubileu te servirá: 41 Então sairá do teu _serviço_, elle e seus filhos com elle, e tornará á sua familia, [31] e á possessão de seus paes tornará. 42 Porque _são_ meus [32] servos, que tirei da terra do Egypto: não serão vendidos como se vendem os escravos. 43 Não te assenhorearás d’elle com rigor, mas do teu Deus [33] terás temor. 44 E quanto a teu escravo ou a tua escrava que tiveres, _serão_ das gentes que estão ao redor de vós; d’elles comprareis escravos e escravas. 45 Tambem os comprareis dos filhos dos forasteiros [34] que peregrinam entre vós, d’elles e das suas gerações que _estiverem_ comvosco, que tiverem gerado na vossa terra; e vos serão por possessão. 46 E possuil-os-heis por [35] herança para vossos filhos depois de vós, para herdarem a possessão; perpetuamente os fareis servir: [36] mas sobre vossos irmãos, os filhos de Israel, cada um sobre seu irmão, não vos assenhoreareis d’elle com rigor. 47 E quando a mão do estrangeiro e peregrino _que está_ comtigo alcançar _riqueza_, e teu irmão, _que está_ com elle, [37] empobrecer, e se vender ao estrangeiro _ou_ peregrino _que está_ comtigo, ou á raça da linhagem do estrangeiro. 48 Depois que se houver vendido, haverá resgate para elle: um de seus irmãos [38] o resgatará; 49 Ou seu tio, ou o filho de seu tio o resgatará; ou um dos seus parentes, da sua familia, o resgatará; ou, se a sua mão alcançar _riqueza_, [39] se resgatará a si mesmo. 50 E contará com aquelle que o comprou, desde o anno que se vendeu a elle até ao anno do jubileu, e o dinheiro da sua venda será conforme ao numero dos annos: conforme [40] aos dias de um jornaleiro estará com elle. 51 Se ainda muitos annos _faltarem_, conforme a elles restituirá o seu resgate do dinheiro pelo qual foi vendido, 52 E se ainda restarem poucos annos até ao anno do jubileu, então fará contas com elle: segundo os seus annos restituirá o seu resgate. 53 Como jornaleiro, de anno em anno, estará com elle: não se assenhoreará sobre elle com rigor diante dos teus olhos. 54 E, se d’esta _sorte_ se não [41] resgatar, sairá no anno do jubileu, elle e seus filhos com elle. 55 Porque [42] os filhos de Israel me _são_ servos; meus servos _são_ elles, que tirei da terra do Egypto: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. [1] Exo. 23.10. cap. 26.34, 35. II Chr. 36.21. [2] II Reis 19.29. [3] cap. 23.24, 27. [4] Isa. 61.2 e 63.4. Jer. 34.8, 15, 17. Luc. 4.19. [5] ver. 13. Num. 36.4. [6] ver. 5. [7] ver. 6, 7. [8] ver. 10. cap. 27.24. Num. 36.4. [9] ver. 17. cap. 19.13. I Sam. 12.3, 4. Miq. 2.2. I Cor. 6.8. [10] cap. 27.18, 23. [11] ver. 14, 43. cap. 19.14, 32. [12] cap. 19.37. [13] cap. 26.5. Deu. 12.10. Psa. 3.8. Pro. 1.33. Jer. 23.6. [14] cap. 26.5. Eze. 34.25, 27, 28. [15] Mat. 6.25, 31. [16] ver. 4, 5. [17] Deu. 28.8. [18] II Reis 19.29. Jos. 5.11, 12. [19] I Chr. 29.15. Psa. 39.12 e 119.19. I Ped. 2.11. [20] Ruth 2.20 e 4.4, 6 e 3.2, 9, 12. Jer. 32.7, 8. [21] ver. 50, 51, 52. [22] ver. 13. [23] Num. 35.2. Jos. 21.2, etc. [24] ver. 28. [25] Act. 4.36, 37. [26] Deu. 15.7, 8. Psa. 37.26 e 41.2 e 112.5, 9. Pro. 14.31. Luc. 6.35. Act. 11.29. Rom. 12.10. I João 3.17. [27] Exo. 22.25. Deu. 23.19. Neh. 5.7. Psa. 15.5. Pro. 28.8. Eze. 18.8, 13, 17 e 22.12. [28] ver. 17. Neh. 5.9. [29] cap. 22.32, 33. [30] Exo. 21.2. Deu. 15.12. I Reis 9.22. II Reis 4.1. Neh. 5.5. Jer. 34.14. [31] Exo. 21.3. ver. 28. [32] ver. 55. Rom. 6.22. I Cor. 7.23. [33] Eph. 6.9. Col. 4.1. ver. 46. Exo. 1.13. ver. 17. Exo. 1.17, 21. Deu. 25.18. Mal. 3.5. [34] Isa. 56.3, 6. [35] Isa. 14.2. [36] ver. 43. [37] ver. 25, 35. [38] Neh. 5.5. [39] ver. 26. [40] Job 7.1. Isa. 16.14 e 21.26. [41] ver. 41. Exo. 21.2, 3. [42] ver. 42. _Mandamentos, promessas e ameaças._ 26 Não fareis para vós idolos, [1] nem vos levantareis imagem de esculptura nem [GN] estatua, nem poreis pedra figurada na vossa terra, para inclinar-vos a ella: porque Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 2 Guardareis [2] os meus sabbados, e reverenciareis o meu sanctuario: Eu _sou_ o Senhor. 3 Se [3] andardes nos meus estatutos, e guardardes os meus mandamentos, e os fizerdes, 4 Então eu vos darei as vossas chuvas [4] a seu tempo; e a terra dará a sua novidade, e a arvore do campo dará o seu fructo: 5 E a debulha se vos chegará á [5] vindima, e a vindima se chegará á sementeira: [6] e comereis o vosso pão a fartar, e habitareis seguros na vossa terra. 6 Tambem darei paz [7] na terra, e dormireis _seguros_, e não haverá quem _vos_ espante: [8] e farei cessar as más bestas da terra, e pela vossa terra não passará espada. 7 E perseguireis os vossos inimigos, e cairão á espada diante de vós. 8 Cinco [9] de vós perseguirão um cento, e cem de vós perseguirão dez mil; e os vossos inimigos cairão á espada diante de vós. 9 E para vós olharei, [10] e vos farei fructificar, e vos multiplicarei, e confirmarei o meu concerto comvosco. 10 E comereis o deposito velho, depois [11] de envelhecido; e tirareis fóra o velho por causa do novo. 11 E porei [12] o meu tabernaculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se [13] enfadará. 12 E andarei [14] no meio de vós, e eu vos serei por Deus, e vós me sereis por povo. 13 Eu _sou_ [15] o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra dos egypcios, para que não fosseis seus escravos: e quebrantei [16] os timões do vosso jugo, e vos fiz andar direitos. 14 Mas, se [17] me não ouvirdes, e não fizerdes todos estes mandamentos, 15 E se rejeitardes [18] os meus estatutos, e a vossa alma se enfadar dos meus juizos, não fazendo todos os meus mandamentos, para invalidar o meu concerto. 16 Então eu tambem vos farei isto: porei sobre vós terror, a tisica e a febre ardente, [19] que consumam os olhos e atormentem a alma: e semeareis debalde [20] a vossa semente, e os vossos inimigos a comerão. 17 E porei [21] a minha face contra vós, e sereis feridos diante de vossos inimigos; e os que vos [22] aborrecerem de vós se assenhorearão, e fugireis, sem ninguem vos perseguir. 18 E, se ainda com estas coisas não me ouvirdes, então eu proseguirei a castigar-vos [23] sete vezes _mais_ por _causa dos_ vossos peccados. 19 Porque quebrantarei [24] a soberba da vossa força; e farei que os vossos céus _sejam_ como ferro e a vossa terra como cobre. 20 E debalde se gastará a sua força: [25] a vossa terra não dará a sua novidade, e as arvores da terra não darão o seu fructo. 21 E se andardes contrariamente para comigo, e não me quizerdes ouvir, trazer-vos-hei pragas sete vezes _mais_, conforme aos vossos peccados. 22 Porque enviarei [26] entre vós as feras do campo, as quaes vos destilharão, e desfarão o vosso gado, e vos apoucarão; e os vossos caminhos [27] serão desertos. 23 Se ainda com estas coisas não fôrdes [28] restaurados por mim, mas _ainda_ andardes contrariamente comigo, 24 Eu tambem comvosco andarei contrariamente, [29] e eu, mesmo eu, vos ferirei sete vezes _mais_ por causa dos vossos peccados. 25 Porque trarei sobre vós a espada, que executará [30] a vingança do concerto; e ajuntados estareis nas vossas cidades: então enviarei [31] a peste entre vós, e sereis entregues na mão do inimigo. 26 Quando eu vos quebrantar [32] o sustento do pão, então dez mulheres cozerão o vosso pão n’um forno, e tornar-vos-hão o vosso pão por peso; e comereis, mas não vos [33] fartareis. 27 E se [34] com isto me não ouvirdes, mas _ainda_ andardes contrariamente comigo, 28 Tambem eu comvosco andarei contrariamente [35] em furor; e vos castigarei sete vezes _mais_ por _causa dos_ vossos peccados. 29 Porque comereis [36] a carne de vossos filhos, e a carne de vossas filhas comereis. 30 E destruirei [37] os vossos altos, e desfarei as vossas imagens do sol, e lançarei os vossos cadaveres sobre os cadaveres mortos [38] dos vossos deuses; a minha alma se enfadará de vós. 31 E porei as vossas cidades por deserto, [39] e assolarei os vossos sanctuarios, e não cheirarei o vosso cheiro suave. 32 E assolarei a [40] terra e se espantarão d’isso os vossos inimigos que n’ella morarem. 33 E vos espalharei entre [41] as nações, e desembainharei a espada após de vós; e a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas. 34 Então [42] a terra folgará nos seus sabbados, todos os dias da sua assolação, e vós _estareis_ na terra dos vossos inimigos; então a terra descançará, e folgará nos seus sabbados. 35 Todos os dias da assolação descançará, porque não descançou nos vossos sabbados, [43] quando habitaveis n’ella. 36 E, quanto aos que de vós ficarem, eu metterei tal pavor [44] nos seus corações, nas terras dos seus inimigos, que o sonido d’uma folha movida os perseguirá; e fugirão _como_ de fugida da espada; e cairão sem ninguem os perseguir. 37 E cairão [45] uns sobre os outros como de diante da espada, sem ninguem os perseguir; e não podereis parar diante [46] dos vossos inimigos. 38 E perecereis entre as gentes, e a terra dos vossos inimigos vos consumirá. 39 E aquelles que entre vós ficarem se derreterão [47] pela sua iniquidade nas terras dos vossos inimigos, e pela iniquidade de seus paes com elles se derreterão. 40 Então confessarão [48] a sua iniquidade, e a iniquidade de seus paes, com os seus trespassos, com que trespassaram contra mim; como tambem elles andaram contrariamente para comigo, 41 Eu tambem andei com elles contrariamente, e os fiz entrar na terra dos seus inimigos; se então o seu coração [49] incircumciso se humilhar, e então tomarem por bem o castigo da sua iniquidade, 42 Tambem eu me lembrarei [50] do meu concerto _com_ Jacob, e tambem do meu concerto _com_ Isaac, e tambem do meu concerto _com_ Abrahão me lembrarei, e da terra me lembrarei. 43 E a terra será desamparada d’elles, e [51] folgará nos seus sabbados, sendo assolada por causa d’elles; e tomarão por bem o castigo da sua iniquidade, em razão mesmo de que rejeitaram os meus juizos e a sua alma se enfastiou dos meus estatutos. 44 E, demais d’isto tambem, estando elles na terra dos seus inimigos, não os rejeitarei [52] nem me enfadarei d’elles, para consumil-os e invalidar o meu concerto com elles, porque Eu _sou_ o Senhor seu Deus. 45 Antes por amor d’elles me lembrarei [53] do concerto com os seus antepassados, que tirei da terra do Egypto perante os olhos das nações, para lhes ser por Deus: Eu _sou_ o Senhor. 46 Estes _são_ os estatutos, [54] e os juizos, e as leis que deu o Senhor entre si e os filhos de Israel, no monte Sinai, pela mão de Moysés. [1] Exo. 20.4, 5. Deu. 5.8 e 16.22. [2] cap. 19.30. [3] Deu. 11.13 e 28.1-14. [4] Isa. 30.26. Eze. 30.26. Joel 2.23. Eze. 34.26 e 36.30. Zac. 8.12. [5] Amós 9.13. [6] cap. 25.19. Deu. 11.15. Joel 2.19, 26. cap. 25.18. Job 11.18. Eze. 34.25. [7] I Sam. 29.9. Psa. 29.11 e 146.14. Isa. 45.7. Agg. 2.9. Job 11.19. Isa. 35.9. Jer. 30.10. Ose. 2.18. Sof. 3.13. [8] II Reis 17.25. [9] Deu. 32.30. Jos. 23.10. [10] Exo. 2.25. I Reis 13.23. Gen. 17.6. Neh. 9.23. [11] cap. 25.22. [12] Exo. 25.8. Jos. 22.19. Psa. 76.2. Eze. 37.26. Apo. 21.3. [13] cap. 20.23. Deu. 32.19. [14] II Cor. 6.16. Exo. 6.7. Jer. 7.23 e 11.4. Eze. 11.20 e 36.28. [15] cap. 25.38. [16] Jer. 2.20. Eze. 34.27. [17] Deu. 28.15. Lam. 2.17. Mal. 2.2. [18] ver. 43. II Reis 17.15. [19] Deu. 28.65 e 32.25. Jer. 15.8. Deu. 28.22. I Sam. 2.33. [20] Deu. 28.33. Job 31.8. Jer. 5.17 e 12.13. Miq. 6.15. [21] cap. 17.10. Deu. 28.25. Jui. 2.14. Jer. 19.7. [22] Psa. 106.41. Pro. 28.1. [23] I Sam. 2.5. Pro. 24.16. [24] Isa. 25.11 e 25.5. Eze. 7.24 e 30.6. Deu. 28.23. [25] Psa. 127.1. Isa. 49.4. Deu. 11.17. Agg. 1.10. [26] Deu. 32.24. II Reis 17.25. Eze. 5.17 e 14.15. [27] Jui. 5.6. II Chr. 15.5. Isa. 33.8. Zac. 7.14. [28] Jer. 2.30. Amós 4.6-12. [29] II Sam. 22.27. [30] Eze. 5.17 e 6.3 e 14.17 e 29.8 e 32.2. [31] Num. 14.12. Deu. 28.21. Jer. 14.12 e 24.10. Amós 4.10. [32] Psa. 105.16. Isa. 3.1. Eze. 4.16 e 5.16. [33] Isa. 9.20. Miq. 6.14. Agg. 1.6. [34] ver. 21, 24. [35] Isa. 59.18 e 63.3. Jer. 21.5. Eze. 5.13, 15. [36] Deu. 28.53. II Reis 6.29. Lam. 4.10. Eze. 5.10. [37] II Chr. 34.3, 4, 7. Isa. 27.9. Eze. 6.3-13. [38] II Reis 23.20. II Chr. 34.5. cap. 20.23. Psa. 78.58. Jer. 14.19. [39] Neh. 2.3. Jer. 4.7. Lam. 1.10. Eze. 9.6. [40] Jer. 9.11 e 25.11, 18. Deu. 28.37. I Reis 9.8. Eze. 5.15. [41] Deu. 4.27 e 28.64. Psa. 44.12. Jer. 9.16. Eze. 12.15. Zac. 7.14. [42] II Chr. 36.21. [43] cap. 25.2. [44] Eze. 21.7. Job 15.21. Pro. 28.1. [45] Isa. 10.4. Jui. 7.22. I Sam. 14.15. [46] Jos. 7.12. Jui. 2.14. [47] Deu. 4.27. Neh. 1.8. Jer. 3.25. Eze. 4.71 e 6.9 e 20.43. Ose. 5.15. Zac. 10.9. [48] Num. 5.7. I Reis 8.33, 35, 47. Neh. 9.2. Pro. 28.13. Dan. 9.3, 4. Luc. 15.18. I João 1.9. [49] Jer. 9.25, 26. Eze. 44.7. Act. 7.31. Rom. 2.29. Col. 2.11. I Reis 21.29. II Chr. 12 e 32.26. [50] Exo. 2.24 e 6.5. Psa. 106.45. Eze. 16.60. [51] ver. 15, 34, 35. [52] Deu. 4.31. II Reis 13.23. Rom. 11.2. [53] Rom. 11.28. cap. 22.33 e 25.38. Eze. 20.9. [54] cap. 27.34. Deu. 6.1 e 12.1 e 33.4. João 1.17. cap. 25.1. _Votos particulares e a avaliação d’elles._ 27 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando alguem fizer particular voto, [1] segundo a tua avaliação _serão_ as pessoas ao Senhor. 3 Se fôr a tua avaliação d’um macho, da edade de vinte annos até á edade de sessenta, será a tua avaliação de cincoenta siclos de prata, segundo o siclo [2] do sanctuario. 4 Porém, se fôr femea, a tua avaliação será de trinta siclos. 5 E, se _fôr_ de cinco annos até vinte, a tua avaliação d’um macho será vinte siclos, e da femea dez siclos. 6 E, se _fôr_ d’um mez até cinco annos, a tua avaliação d’um macho será de cinco siclos de prata, e a tua avaliação pela femea _será_ de tres siclos de prata. 7 E, se _fôr_ de sessenta annos e acima, pelo macho a tua avaliação será de quinze siclos, e pela femea dez siclos. 8 Mas, se _fôr_ mais pobre do que a tua avaliação, então apresentar-se-ha diante do sacerdote, para que o sacerdote o avalie: conforme ao que alcançar a mão do que fez o voto, o avaliará o sacerdote. 9 E, se _fôr_ animal de que se offerece offerta ao Senhor, tudo quanto der d’elle ao Senhor será sancto. 10 Não o mudará, nem o trocará bom por mau, ou mau por bom: se porém em alguma maneira trocar animal por animal, o tal e o trocado serão _ambos_ sanctos. 11 E, se _fôr_ algum animal immundo, dos que se não offerecem em offerta ao Senhor, então apresentará o animal diante do sacerdote, 12 E o sacerdote o avaliará, seja bom ou seja mau: segundo a avaliação do sacerdote, assim será. 13 Porém, se em alguma maneira o resgatar, então [3] accrescentará o seu quinto além da tua avaliação. 14 E quando algum sanctificar a sua casa para _ser_ sancta ao Senhor, o sacerdote a avaliará, seja boa ou seja má: como o sacerdote a avaliar, assim será. 15 Mas, se o que sanctificou resgatar a sua casa, então accrescentará o quinto a mais do dinheiro da tua avaliação, e será sua. _Voto d’um campo e o resgate d’elle._ 16 Se tambem algum sanctificar ao Senhor [4] uma parte do campo da sua possessão, então a tua avaliação será segundo a sua semente: um homer de semente de cevada _será avaliado_ por cincoenta siclos de prata. 17 Se sanctificar o seu campo desde o anno do jubileu, conforme á tua avaliação ficará. 18 Mas, se sanctificar o seu campo depois do anno do jubileu, então o sacerdote lhe contará o [5] dinheiro conforme aos annos restantes até ao anno do jubileu, e _isto_ se abaterá da tua avaliação. 19 E se [6] aquelle que sanctificou o campo d’alguma maneira o resgatar, então accrescentará o quinto, a mais do dinheiro da tua avaliação, e lhe ficará. 20 E se não resgatar o campo, ou se vender o campo a outro homem, nunca mais se resgatará. 21 Porém, havendo o campo [7] saido no _anno do_ jubileu, será sancto ao Senhor, como campo consagrado: [8] a possessão d’elle será do sacerdote. 22 E se sanctificar ao Senhor o campo que comprou, e não _fôr_ do campo da sua [9] possessão, 23 Então o sacerdote [10] lhe contará a somma da tua avaliação até ao anno do jubileu; e no mesmo dia dará a tua avaliação por [GO] sanctidade ao Senhor. 24 No anno do jubileu [11] o campo tornará áquelle de quem o comprou, áquelle cuja era a possessão do campo. 25 E toda a tua avaliação se fará conforme ao siclo do sanctuario: o siclo será de [12] vinte geras. 26 Mas o que primeiro nascer d’um animal, [13] ninguem ao Senhor sanctificará; seja boi ou gado miudo, do Senhor é. 27 Mas, se _fôr_ d’um animal immundo, o resgatará, segundo a tua estimação, e sobre elle [14] accrescentará o seu quinto: e, se não se resgatar, vender-se-ha segundo a tua estimação. _Não ha resgate para as coisas consagradas._ 28 Todavia, nenhuma coisa consagrada, [15] que algum consagrar ao Senhor de tudo o que tem, d’homem, ou d’animal, ou do campo da sua possessão, se venderá nem resgatará: toda a coisa consagrada será uma coisa sanctissima ao Senhor. 29 Toda a coisa consagrada [16] que fôr consagrada do homem, não será resgatada: certamente morrerá. 30 Tambem todas as dizimas [17] do campo, da semente do campo, do fructo das arvores, são do Senhor: sanctas _são_ ao Senhor. 31 Porém, se algum [18] das suas dizimas resgatar _alguma coisa_, accrescentará o seu quinto sobre ella. 32 Tocante a todas as dizimas de vaccas e ovelhas, tudo o que passar debaixo da vara, [19] o dizimo será sancto ao Senhor. 33 Não esquadrinhará entre o bom e o mau, [20] nem o trocará: mas, se em alguma maneira o trocar, o tal e o trocado será sancto; não será resgatado. 34 Estes _são_ os mandamentos [21] que o Senhor ordenou a Moysés, para os filhos de Israel, no monte de Sinai. [1] Num. 6.2. Jui. 11.30, 31, 39. I Sam. 1.11, 28. [2] Exo. 30.13. [3] ver. 15, 19. [4] ver. 13. [5] cap. 25.15, 16. [6] ver. 13. [7] cap. 25.10. ver. 28. [8] Num. 14.14. Eze. 44.29. [9] cap. 25.25. [10] ver. 18. [11] cap. 25.28. [12] Exo. 30.13. [13] Exo. 13.2, 12 e 22.30. Deu. 15.19. [14] ver. 11-13. [15] ver. 21. [16] Num. 21.2. [17] Gen. 28.22. Num. 13.21. II Chr. 31.5, 6, 12. Neh. 13.12. Mal. 3.8. [18] ver. 13. [19] Jer. 33.13. Eze. 20.37. Miq. 7.14. [20] ver. 10. [21] cap. 26.46. O QUARTO LIVRO DE MOYSÉS CHAMADO NUMEROS. _Deus manda Moysés numerar as tribus._ 1 Fallou mais o Senhor a Moysés no deserto [1] de Sinai, na tenda da congregação, no primeiro _dia_ do mez segundo no segundo anno da sua saida da terra do Egypto, dizendo: 2 Tomae [2] a somma de toda a congregação dos filhos d’Israel, segundo as suas gerações, segundo a casa de seus paes, no numero dos nomes de todo o macho, cabeça por cabeça; 3 Da edade de vinte annos e para cima, todos os que saem á guerra em Israel: a estes contareis segundo os seus exercitos, tu e Aarão. 4 Estará comvosco de cada tribu um homem que seja cabeça da casa de seus paes, 5 Estes pois _são_ os nomes dos homens que estarão comvosco: De Ruben, Elizur, filho de Sedeur; 6 De Simeão, Selumiel, filho de Surisaddai; 7 De Judah, Naasson, filho de Amminadab; 8 D’Issacar, Nathanael, filho de Suhar; 9 De Zebulon, Eliab, filho de Helon; 10 Dos filhos de José: d’Ephraim; Elisama, filho d’Ammihud; de Manasseh, Gamaliel, filho de Pedazur; 11 De Benjamin, Abidan, filho de Gideoni; 12 De Dan, Ahieser, filho de Ammisaddai; 13 De Aser, Pagiel, filho d’Ochran; 14 De Gad, Eliasaph, filho de [3] Dehuel; 15 De Naphtali, Ahira, filho d’Enan. 16 Estes _foram_ os chamados da congregação, os principes [4] das tribus de seus paes, os Cabeças dos milhares d’Israel. 17 Então tomaram Moysés e Aarão a estes homens, que foram declarados pelos _seus_ nomes. 18 E ajuntaram toda a congregação no primeiro dia do mez segundo, e declararam a sua descendencia segundo as suas familias, segundo a casa de seus paes, pelo numero dos nomes dos de vinte annos e para cima, cabeça por cabeça; 19 Como o Senhor ordenara a Moysés, assim os contou no deserto de Sinai. 20 Foram pois os filhos de Ruben, o primogenito d’Israel; as suas gerações pelas suas familias, segundo a casa de seus paes, pelo numero dos nomes, cabeça por cabeça, todo _o_ macho de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra; 21 _Foram_ contados d’elles, da tribu de Ruben, quarenta e seis mil e quinhentos. 22 Dos filhos de Simeão, as suas gerações pelas suas familias, segundo a casa dos seus paes; os seus contados, pelo numero dos nomes, cabeça por cabeça, todo o macho de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra, 23 _Foram_ contados d’elles, da tribu de Simeão, cincoenta e nove mil e trezentos. 24 Dos filhos de Gad, as suas gerações pelas suas familias, segundo a casa de seus paes, pelo numero dos nomes _dos_ de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra, 25 _Foram_ contados d’elles, da tribu de Gad, quarenta e cinco mil e seiscentos e cincoenta. 26 Dos filhos de Judah, as suas gerações pelas suas familias, segundo a casa de seus paes; pelo numero dos nomes _dos_ de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra, 27 _Foram_ contados d’elles, da tribu de Judah, setenta e quatro mil e seiscentos. 28 Dos filhos d’Issacar, as suas gerações pelas suas familias, segundo a casa de seus paes, pelo numero dos nomes _dos_ de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra, 29 _Foram_ contados d’elles, da tribu d’Issacar, cincoenta e quatro mil e quatrocentos. 30 Dos filhos de Zebulon, as suas gerações, pelas suas familias, segundo a casa de seus paes, pelo numero dos nomes _dos_ de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra, 31 _Foram_ contados d’elles, da tribu de Zebulon, cincoenta e sete mil e quatrocentos. 32 Dos filhos de José, dos filhos d’Ephraim, as suas gerações, pelas suas familias, segundo a casa de seus paes, pelo numero dos nomes _dos_ de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra, 33 _Foram_ contados d’elles, da tribu d’Ephraim, quarenta mil e quinhentos. 34 Dos filhos de Manasseh, as suas gerações, pelas suas familias, segundo a casa de seus paes, pelo numero dos nomes _dos_ de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra, 35 _Foram_ contados d’elles, da tribu de Manasseh, trinta e dois mil e duzentos. 36 Dos filhos de Benjamin, as suas gerações, pelas suas familias, segundo a casa de seus paes, pelo numero dos nomes _dos_ de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra, 37 _Foram_ contados d’elles, da tribu de Benjamin, trinta e cinco mil e quatrocentos. 38 Dos filhos de Dan, as suas gerações, pelas suas familias, segundo a casa de seus paes, pelo numero dos nomes _dos_ de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra, 39 _Foram_ contados d’elles, da tribu de Dan, sessenta e dois mil e setecentos. 40 Dos filhos d’Aser, as suas gerações, pelas suas familias, segundo a casa de seus paes, pelo numero dos nomes _dos_ de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra, 41 _Foram_ contados d’elles, da tribu d’Aser, quarenta e um mil e quinhentos. 42 Dos filhos de Naphtali, as suas gerações, pelas suas familias, segundo a casa de seus paes, pelo numero dos nomes _dos_ de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra, 43 _Foram_ contados d’elles, da tribu de Naphtali, cincoenta e tres mil e quatrocentos. 44 Estes [5] _foram_ os contados, que contou Moysés e Aarão, e os principes d’Israel, doze homens, cada um era pela casa de seus paes. 45 Assim _foram_ todos os contados dos filhos d’Israel, segundo a casa de seus paes, de vinte annos e para cima, todos os que podiam sair á guerra em Israel; 46 Todos os contados pois _foram_ seiscentos [6] e tres mil e quinhentos e cincoenta. _Os levitas não são contados._ 47 Mas os levitas, [7] segundo a tribu de seus paes, não _foram_ contados entre elles, 48 Porquanto o Senhor tinha fallado a Moysés, dizendo: 49 Porém não contarás [8] a tribu de Levi, nem tomarás a somma d’elles entre os filhos d’Israel: 50 Mas tu [9] põe os levitas sobre o tabernaculo do testemunho, e sobre todos os seus vasos, e sobre tudo o que pertence a elle: elles levarão o tabernaculo e todos os seus vasos; e elles o administrarão, e assentarão o seu arraial ao [10] redor do tabernaculo. 51 E, quando o tabernaculo [11] partir, os levitas o desarmarão; e, quando o tabernaculo assentar no arraial, os levitas o armarão; e o estranho [12] que se chegar morrerá. 52 E os filhos d’Israel assentarão as suas tendas, [13] cada um no seu esquadrão, e cada um junto á sua bandeira, segundo os seus exercitos. 53 Mas os levitas assentarão as suas tendas ao redor do tabernaculo do [14] testemunho, para que não haja indignação sobre a congregação dos filhos d’Israel, [15] pelo que os levitas terão o cuidado da guarda do tabernaculo do testemunho. 54 Assim fizeram os filhos d’Israel: conforme a tudo o que o Senhor ordenara a Moysés, assim o fizeram. [1] Exo. 19.1. cap. 10.12. Exo. 25.22. [2] Exo. 30.12. cap. 26.2, 63, 64. II Sam. 24.2. I Chr. 21.2. [3] cap. 2.14. [4] cap. 7.2. I Chr. 27.16. Exo. 18.21. [5] cap. 26.64. [6] Exo. 38.26 e 12.37. cap. 2.32 e 26.51. [7] cap. 2.33. I Chr. 21.6. [8] cap. 26.62. [9] Exo. 38.21. cap. 3.7, 8 e 4.15, 25. [10] cap. 3.23, 29, 35, 38. [11] cap. 10.17, 21. [12] cap. 3.10, 38 e 18.22. [13] cap. 2.2, 34. [14] Lev. 10.6. cap. 8.19 e 16.46 e 18.5. I Sam. 6.19. [15] cap. 8.24, 25, 26 e 31.30, 47. I Chr. 23.32. II Chr. 13.11. _A ordem das tribus no acampamento._ 2 E fallou o Senhor a Moysés e a Aarão, dizendo: 2 Os filhos [1] d’Israel assentarão as suas tendas, cada um debaixo da sua bandeira, segundo as insignias da casa de seus paes; ao redor, defronte da tenda da congregação, assentarão as _suas_ tendas. 3 Os que assentarem as _suas_ tendas da banda do oriente para o nascente _serão os da_ bandeira do exercito de Judah, segundo os seus esquadrões, [2] e Naasson, filho d’Amminadab, _será_ principe dos filhos de Judah. 4 E o seu exercito, e os que _foram_ contados d’elles, _foram_ setenta e quatro mil e seiscentos. 5 E junto a elle assentará as suas tendas a tribu d’Issacar, e Nathanael, filho de Suhar, _será_ principe dos filhos d’Issacar. 6 E o seu exercito, e os _que foram_ contados d’elles, _foram_ cincoenta e quatro mil e quatrocentos. 7 Depois a tribu de Zebulon; e Eliab, filho de Helon, _será_ principe dos filhos de Zebulon. 8 E o seu exercito, e os que _foram_ contados d’elles, _foram_ cincoenta e sete mil e quatrocentos. 9 Todos os que _foram_ contados do exercito de Judah, cento e oitenta e seis mil e quatrocentos, segundo os seus esquadrões, [3] _estes_ marcharão os primeiros. 10 A bandeira do exercito de Ruben, segundo os seus esquadrões, _estará_ para a banda do sul: e Eliasur, filho de Sedeur, _será_ principe dos filhos de Ruben. 11 E o seu exercito, e os que _foram_ contados d’elles _foram_ quarenta e seis mil e quinhentos. 12 E junto a elle assentará as _suas_ tendas a tribu de Simeão; e Selumiel, filho de Surisaddai, _será_ principe dos filhos de Simeão. 13 E o seu exercito, e os _que foram_ contados d’elles, _foram_ cincoenta e nove mil e trezentos. 14 Depois a tribu de Gad; e Eliasaph, filho de Rehuel, [4] _será_ principe dos filhos de Gad. 15 E o seu exercito, e os _que foram_ contados d’elles, _foram_ quarenta e cinco mil e seiscentos e cincoenta. 16 Todos os _que foram_ contados no exercito de Ruben _foram_ cento e cincoenta e um mil e quatrocentos e cincoenta, segundo os seus esquadrões: e _estes_ [5] marcharão, os segundos. 17 Então partirá a tenda da congregação [6] _com_ o exercito dos levitas no meio dos exercitos: como assentaram as _suas_ tendas, assim marcharão, cada um no seu logar, segundo as suas bandeiras. 18 A bandeira do exercito d’Ephraim, segundo os seus esquadrões, _estará_ para a banda do occidente; e Elisama, filho d’Ammihud, _será_ principe dos filhos d’Ephraim. 19 E o seu exercito, e os _que foram_ contados d’elles, _foram_ quarenta mil e quinhentos. 20 E junto a elle a tribu de Manasseh: e Gamaliel, filho de Pedazur, _será_ principe dos filhos de Manasseh. 21 E o seu exercito, e os _que foram_ contados d’elles, _foram_ trinta e dois mil e duzentos. 22 Depois a tribu de Benjamin: e Abidan, filho de Gideoni, _será_ principe dos filhos de Benjamin, 23 E o seu exercito, e os _que foram_ contados d’elles, _foram_ trinta e cinco mil e quatrocentos. 24 Todos os _que foram_ contados no exercito de Ephraim _foram_ cento e oito mil e cem, segundo os seus esquadrões: e _estes_ [7] marcharão os terceiros. 25 A bandeira do exercito de Dan _estará_ para o norte, segundo os seus esquadrões: e Ahiezer, filho de Ammisaddai, _será_ principe dos filhos de Dan. 26 E o seu exercito, e os _que foram_ contados d’elles, _foram_ sessenta e dois mil e setecentos. 27 E junto a elle assentará as _suas_ tendas a tribu de Aser: e Pagiel, filho de Ochran, _será_ principe dos filhos de Aser. 28 E o seu exercito, e os _que foram_ contados d’elles, _foram_ quarenta e um mil e quinhentos. 29 Depois a tribu de Naphtali: e Ahira, filho de Enan, _será_ principe dos filhos de Naphtali. 30 E o seu exercito, e os _que foram_ contados d’elles, _foram_ cincoenta e tres mil e quatrocentos. 31 Todos os _que foram_ contados no exercito de Dan _foram_ cento e cincoenta e sete mil e seiscentos: _estes_ marcharão [8] no ultimo logar, segundo as suas bandeiras. 32 Estes _são_ os _que foram_ contados dos filhos de Israel, segundo a casa de seus paes: todos os _que foram_ contados dos exercitos pelos seus esquadrões _foram_ [9] seiscentos e tres mil e quinhentos e cincoenta. 33 Mas os levitas [10] não foram contados entre os filhos de Israel, como o Senhor ordenara a Moysés. 34 E os filhos de Israel fizeram conforme a tudo o que o Senhor ordenara a Moysés; assim [11] assentaram o arraial segundo as suas bandeiras, e assim marcharam, cada qual segundo as suas gerações, segundo a casa de seus paes. [1] cap. 1.52. Jos. 3.4. [2] cap. 10.14. Ruth 4.20. I Chr. 2.10. Mat. 1.4. Luc. 3.32. [3] cap. 10.14. [4] cap. 1.14 e 7.42. [5] cap. 10.18. [6] cap. 10.17, 21. [7] cap. 10.22. [8] cap. 10.25. [9] Exo. 38.26. cap. 1.46 e 11.21. [10] cap. 1.47. [11] cap. 24.2, 5, 6. _Os filhos de Aarão e os levitas são escolhidos para o serviço do tabernaculo._ 3 E estas _são_ as gerações de Aarão e de Moysés, no dia _em que_ o Senhor fallou com Moysés no monte de Sinai. 2 E estes _são_ os nomes dos filhos de Aarão: o primogenito [1] Nadab; depois Abihu, Eleasar e Ithamar. 3 Estes _são_ os nomes dos filhos de Aarão, [2] dos sacerdotes ungidos, cujas mãos foram sagradas para administrar o sacerdocio. 4 Mas [3] Nadab e Abihu morreram perante o Senhor, quando offereceram fogo estranho perante o Senhor no deserto de Sinai, e não tiveram filhos: porém Eleasar e Ithamar administraram o sacerdocio diante de Aarão, seu pae. 5 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 6 Faze chegar [4] a tribu de Levi, e põe-n’a diante de Aarão, o sacerdote, para que o sirvam, 7 E tenham cuidado da sua guarda, e da guarda de toda [5] a congregação, diante da tenda da congregação, para administrar o ministerio do tabernaculo. 8 E tenham cuidado de todos os vasos da tenda da congregação, e da guarda dos filhos de Israel, para administrar o ministerio do tabernaculo. 9 Darás [6] pois os levitas a Aarão e a seus filhos: d’entre os filhos de Israel lhes _são_ dados em dadiva. 10 Mas a Aarão e a seus filhos ordenarás que guardem o seu sacerdocio, [7] e estranho que chegar morrerá. 11 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 12 E eu, [8] eis que, tenho tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em logar de todo o primogenito, que abre a madre, entre os filhos de Israel: e os levitas serão meus. 13 Porque todo o [9] primogenito meu _é_: desde o dia em que tenho ferido a todo o primogenito na terra do Egypto, sanctifiquei-me todo o primogenito em Israel, desde o homem até ao animal: meus serão; Eu _sou_ o Senhor. 14 E fallou o Senhor a Moysés no deserto de Sinai, dizendo: 15 Conta os filhos de Levi, segundo a casa de seus paes, pelas suas gerações; contarás a todo [10] o macho da edade de um anno e para cima. 16 E Moysés os contou conforme ao mandado do Senhor, como lhe foi ordenado. 17 Estes pois foram os filhos [11] de Levi pelos seus nomes: Gerson, e Kohath e Merari. 18 E estes _são_ os nomes dos filhos de Gerson pelas suas gerações; [12] Libni e Simei. 19 E os filhos de Kohath pelas suas gerações: Amram, [13] e Jizhar, Hebron e Uziel. 20 E os filhos de [14] Merari pelas suas gerações: Maheli e Musi: estas _são_ as gerações dos levitas, segundo a casa de seus paes. 21 De Gerson _é_ a geração dos libnitas e a geração dos simeitas: estas _são_ as gerações dos gersonitas. 22 Os _que_ d’elles _foram_ contados pelo numero de todo o macho da edade de um mez e para cima, os que d’elles foram contados _foram_ sete mil e quinhentos. 23 As gerações [15] dos gersonitas assentarão as _suas_ tendas atraz do tabernaculo, ao occidente. 24 E o principe da casa paterna dos gersonitas _será_ Eliasaph, filho de Lael. 25 E a guarda [16] dos filhos de Gerson na tenda da congregação _será_ o tabernaculo, e a tenda, a [17] sua coberta, e o véu da porta da tenda da congregação, 26 E as cortinas do pateo, e o pavilhão da porta do pateo, que _estão_ junto ao tabernaculo e junto ao altar, em redor: como tambem as suas cordas para todo o seu serviço. 27 E de Kohath [18] _é_ a geração dos amramitas, e a geração dos jiznaritas, e a geração dos hebronitas, e a geração dos hussielitas: estas _são_ as gerações dos kohathitas. 28 Pelo numero contado de todo o macho da edade de um mez e para cima, _foram_ cito mil e seiscentos, que tinham cuidado da guarda do sanctuario. 29 As gerações dos filhos de Kohath assentarão [19] as _suas_ tendas ao lado do tabernaculo, da banda do sul. 30 E o principe de casa paterna das gerações dos kohathitas _será_ Elisaphan, filho de Ussiel. 31 E a sua guarda _será_ a [20] arca, e a mesa, e o castiçal, e os altares, e os vasos do sanctuario com que ministram, e o véu com todo o seu serviço. 32 E o principe dos principes de Levi _será_ Eleasar, filho de Aarão, o sacerdote: _terá_ a superintendencia sobre os que teem cuidado da guarda do sanctuario. 33 De Merari _é_ a geração dos mahelitas e a geração dos musitas; estas _são_ as gerações de Merari. 34 E os _que_ d’elles _foram_ contados pelo numero de todo o macho de um mez e para cima _foram_ seis mil e duzentos. 35 E o principe da casa paterna das gerações de Merari _será_ Suriel, filho de Abihail: assentarão [21] as _suas_ tendas ao lado do tabernaculo, da banda do norte. 36 E o cargo [22] da guarda dos filhos de Merari _serão_ as taboas do tabernaculo, e os seus varaes, e as suas columnas, e as suas bases, e todos os seus vasos, com todo o seu serviço, 37 E as columnas do pateo em redor, e as suas bases, e as suas estacas e as suas cordas. 38 E os que assentarão [23] as _suas_ tendas diante do tabernaculo, ao oriente, diante da tenda da congregação, para a banda do nascente, _serão_ Moysés e Aarão, com seus filhos, tendo o cuidado da guarda do sanctuario, pela guarda dos filhos de Israel: [24] e o estranho que se chegar morrerá. 39 Todos os _que foram_ contados dos levitas, que contou [25] Moysés e Aarão, por mandado do Senhor, segundo as suas gerações, todo o macho de um mez e para cima, _foram_ vinte e dois mil. 40 E disse o Senhor a Moysés: Conta [26] todo e primogenito macho dos filhos d’Israel, da edade d’um mez e para cima, e toma o numero dos seus nomes. 41 E para mim tomarás [27] os levitas (Eu sou o Senhor), em logar de todo o primogenito dos filhos d’Israel, e os animaes dos levitas, em logar de todo o primogenito entre os animaes dos filhos d’Israel. 42 E contou Moysés, como o Senhor lhe ordenara, todo o primogenito entre os filhos d’Israel. 43 E todos os primogenitos dos machos, pelo numero dos nomes dos da edade d’um mez e para cima, segundo os _que foram_ contados d’elles, foram vinte e dois mil e duzentos e sessenta e tres. 44 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 45 Toma [28] os levitas em logar de todo o primogenito entre os filhos d’Israel, e os animaes dos levitas em logar dos seus animaes: porquanto os levitas serão meus: Eu _sou_ o Senhor. 46 Quanto [29] aos duzentos e setenta e tres, que se houverem de resgatar, que sobrepujam [30] aos levitas dos primogenitos dos filhos d’Israel, 47 Tomarás por cada cabeça [31] cinco siclos: conforme ao siclo do sanctuario os tomarás, a vinte geras o [32] siclo. 48 E a Aarão e a seus filhos darás o dinheiro dos resgatados, dos que sobejam entre elles. 49 Então Moysés tomou o dinheiro do resgate dos que sobejaram sobre os resgatados pelos levitas. 50 Dos primogenitos dos filhos d’Israel tomou o dinheiro, [33] mil e trezentos e sessenta e cinco _siclos_, segundo o siclo do sanctuario. 51 E Moysés deu [34] o dinheiro dos resgatados a Aarão e a seus filhos, segundo o mandado do Senhor, como o Senhor ordenara a Moysés. [1] Exo. 6.23. [2] Exo. 28.41. Lev. 8. [3] Lev. 10.1. cap. 26.61. I Chr. 24.2. [4] cap. 8.6 e 18.2. [5] cap. 1.50 e 8.11, 15, 24, 26. [6] cap. 8.19. [7] cap. 18.7. ver. 38. cap. 1.51 e 16.40. [8] ver. 41. cap. 8.16 e 18.6. [9] Exo. 13.2. Lev. 27.26. Luc. 2.23. Exo. 13.12, 15. cap. 8.17. [10] ver. 39. cap. 26.62. [11] Gen. 46.11. Exo. 6.16. cap. 26.57. I Chr. 6.1 e 23.6. [12] Exo. 6.17. [13] Exo. 6.18. [14] Exo. 6.19. [15] cap. 1.53. [16] cap. 4.24-26. [17] Exo. 25.9 e 26.1, 7. [18] I Chr. 26.23. [19] cap. 1.53. [20] cap. 4.15. Exo. 25.10, 23, 31 e 27.1 e 30.1 e 26.32. [21] cap. 1.53. [22] cap. 4.31, 32. [23] cap. 1.53 e 18.5. ver. 7, 8. [24] ver. 10. [25] cap. 26.62. [26] ver. 15. [27] ver. 12, 45. [28] ver. 12, 41. [29] Exo. 13.13. cap. 18.15. [30] ver. 39, 43. [31] Lev. 27.6. cap. 18.16. [32] Exo. 30.13. Lev. 27.25. cap. 18.16. Eze. 45.12. [33] ver. 46, 47. [34] ver. 48. _Os deveres dos levitas._ 4 E fallou o Senhor a Moysés e a Aarão, dizendo: 2 Toma a somma dos filhos de Kohath, do meio dos filhos de Levi, pelas suas gerações, segundo a casa de seus paes; 3 Da edade de [1] trinta annos e para cima até aos cincoenta annos _será_ todo aquelle que entrar n’este exercito, para fazer obra na tenda da congregação. 4 Este _será_ o ministerio [2] dos filhos de Kohath na tenda da congregação, nas _coisas_ sanctissimas. 5 Quando partir o arraial, Aarão e seus filhos virão, e tirarão o véu da [3] coberta, e com elle cobrirão a arca do testemunho; 6 E pôr-lhe-hão por cima uma coberta de pelles de teixugos, e sobre ella estenderão um panno, todo d’azul, e lhe metterão [4] os varaes. 7 Tambem sobre a mesa da proposição estenderão um panno d’azul: e sobre ella porão os pratos [GP] os seus incensarios, e as taças e escudellas; tambem o pão continuo estará sobre ella. 8 Depois estenderão em cima d’elles um panno de carmezim, e com a coberta de pelles de teixugos o cobrirão, e _lhe_ porão os seus varaes. 9 Então tomarão um panno d’azul, e cobrirão [5] o castiçal da luminaria, e as suas lampadas, [6] e [GQ] os seus espivitadores, e os seus apagadores, e todos os seus vasos d’azeite, com que o servem. 10 E metterão, a elle e a todos os seus vasos, na coberta de pelles de teixugos: e _o_ porão sobre os varaes. 11 E sobre o [7] altar d’oiro estenderão um panno d’azul, e com a coberta de pelles de teixugos o cobrirão, e _lhe_ porão os seus varaes. 12 Tambem tomarão todos os vasos do ministerio, com que servem no sanctuario; e os porão n’um panno d’azul, e os cobrirão com uma coberta de pelles de teixugos, e _os_ porão sobre os varaes. 13 E tirarão as cinzas do altar, e por cima d’elle estenderão um panno de purpura. 14 E sobre elle porão todos os seus instrumentos com que o servem: os seus brazeiros, os garfos, e as pás, e as bacias; todos os vasos do altar: e por cima d’elle estenderão uma coberta de pelles de teixugos, e _lhe_ porão os seus varaes. 15 Havendo pois Aarão e seus filhos, ao partir do arraial, acabado de cobrir o sanctuario, e todos os instrumentos do sanctuario, então [8] os filhos de Kohath virão para leval-o; mas no sanctuario não tocarão, para que não morram: este _é_ o cargo dos filhos de Kohath na tenda da congregação. 16 Porém o cargo d’Eleasar, filho d’Aarão, o sacerdote, _será_ [9] o azeite da luminaria, e o incenso _aromatico_, e a continua offerta dos manjares, e azeite da uncção, o cargo de todo o tabernaculo, e de tudo que n’elle _ha_, no sanctuario e nos seus vasos. 17 E fallou o Senhor a Moysés e a Aarão, dizendo: 18 Não deixareis extirpar a tribu das gerações dos kohatitas do meio dos levitas. 19 Mas isto lhes fareis, para que vivam e não morram, [10] quando chegarem [GR] á Sanctidade das Sanctidades: Aarão e seus filhos virão, e a cada um porão no seu ministerio e no seu cargo. 20 Porem [11] não entrarão a ver, quando cobrirem o sanctuario, para que não morram. 21 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 22 Toma tambem a somma dos filhos de Gerson, segundo a casa de seus paes, segundo as suas gerações; 23 Da edade de trinta [12] annos e para cima, até aos cincoenta, contarás a todo aquelle que entrar a servir no seu serviço, para administrar o ministerio na tenda da congregação. 24 Este _será_ o ministerio das gerações dos gersonitas, no serviço e no cargo. 25 Levarão pois as cortinas [13] do tabernaculo, e a tenda da congregação, e a sua coberta, e a coberta de pelles de teixugos, que _está_ em cima sobre elle, e o véu da porta da tenda da congregação, 26 E as cortinas do pateo, e o véu da porta do pateo, que _está_ junto ao tabernaculo, e junto ao altar em redor, e as suas cordas, e todos os instrumentos do seu ministerio, com tudo o que se adereçar para elles, para que ministrem. 27 Todo o ministerio dos filhos dos gersonitas, em todo o seu cargo, e em todo o seu ministerio, será segundo o mandado d’Aarão e de seus filhos: e lhes encommendareis em guarda todo o seu cargo. 28 Este _é_ o ministerio das gerações dos filhos dos gersonitas na tenda da congregação: e a sua guarda _será_ debaixo da mão d’Ithamar, filho d’Aarão, o sacerdote. 29 Quanto aos filhos de Merari, segundo as suas gerações e segundo a casa de seus paes os contarás; 30 Da edade de trinta [14] annos e para cima, até aos cincoenta, contarás a todo aquelle que entrar n’este serviço, para administrar o ministerio da tenda da congregação. 31 Esta pois _será_ a guarda do seu cargo, [15] segundo todo o seu ministerio, na tenda da congregação: as taboas do tabernaculo, e os seus varaes, e as suas columnas, e as suas bases; 32 Como tambem as columnas do pateo em redor, e as suas bases, e as suas estacas, e as suas cordas, com todos [16] os seus instrumentos, e com todo o seu ministerio; e contareis os vasos da guarda do seu cargo, nome por nome. 33 Este _é_ o ministerio das gerações dos filhos de Merari, segundo todo o seu ministerio, na tenda da congregação, debaixo da mão d’Ithamar, filho d’Aarão, o sacerdote. 34 Moysés, pois, [17] e Aarão e os principes da congregação contaram os filhos dos kohathitas, segundo as suas gerações e segundo a casa de seus paes; 35 Da edade de trinta annos e para cima, até ao cincoenta, todo aquelle que entrou n’este serviço, para o ministerio da tenda da congregação. 36 Os _que_ d’elles _foram_ contados, pois, segundo as sua gerações, foram dois mil e setecentos e cincoenta. 37 Estes _são_ os _que foram_ contados das gerações dos kohathitas, de todo aquelle que ministrava na tenda da congregação, os quaes contaram Moysés e Aarão, conforme ao mandado do Senhor pela mão de Moysés. 38 Similhantemente os _que foram_ contados dos filhos de Gerson, segundo as suas gerações, e segundo a casa de seus paes, 39 Da edade de trinta annos e para cima, até aos cincoenta, todo aquelle que entrou n’este serviço, para o ministerio na tenda da congregação. 40 Os _que_ d’elles _foram_ contados, segundo as suas gerações, segundo a casa de seus paes, _foram_ dois mil e seiscentos e trinta. 41 Estes _são_ os contados das gerações dos filhos de Gerson, de todo aquelle que ministrava na tenda da congregação: [18] os quaes contaram Moysés e Aarão, conforme ao mandado do Senhor. 42 E os _que foram_ contados das gerações dos filhos de Merari, segundo as suas gerações, segundo a casa de seus paes; 43 Da edade de trinta annos e para cima, até aos cincoenta, todo aquelle que entrou n’este serviço, para o ministerio na tenda da congregação. 44 Foram pois os _que foram_ d’elles contados, segundo as suas gerações, tres mil e duzentos. 45 Estes _são_ os contados das gerações dos filhos de Merari: os quaes contaram Moysés e Aarão, conforme ao mandado do Senhor, [19] pela mão de Moysés. 46 Todos os _que_ d’elles _foram_ contados, que contaram Moysés e Aarão, e os principes de Israel, dos levitas, segundo as suas gerações, segundo a casa de seus paes; 47 Da edade de [20] trinta annos e para cima, até aos cincoenta, todo aquelle que entrava a executar o ministerio da administração, e o ministerio do cargo na tenda da congregação. 48 Os _que_ d’elles _foram_ contados foram oito mil quinhentos e oitenta. 49 Conforme ao mandado do Senhor, pela mão de Moysés, foram contados, [21] cada qual segundo o seu ministerio, e segundo o seu cargo: e foram, os _que_ d’elles _foram_ contados, aquelles que [22] o Senhor ordenara a Moysés. [1] cap. 8.24. I Chr. 23.3, 24, 27. [2] ver. 15, 19. [3] Exo. 26.31 e 25.10, 16. [4] Exo. 25.13, 23, 29, 30. Lev. 24.6. [5] Exo. 25.31. [6] Exo. 25.37. [7] Exo. 30.1, 3. [8] cap. 7 e 9.10, 21. Deu. 31.9. II Sam. 6.13. I Chr. 15.2, 15. II Sam. 6.6. I Chr. 13.9. cap. 3.31. [9] Exo. 25.6. Lev. 24.2. Exo. 30.34 e 29.40. [10] ver. 4. [11] Exo. 19.21. I Sam. 6.19. [12] ver. 3. [13] cap. 3.25, 26. [14] ver. 3. [15] cap. 3.36, 37. Exo. 26.15. [16] Exo. 38.21. [17] ver. 2. [18] ver. 22. [19] ver. 29. [20] ver. 3, 23, 30. [21] ver. 15, 24, 31. [22] ver. 1, 21. _O leproso e o immundo são lançados fóra do arraial._ 5 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Ordena aos filhos de Israel que lancem fóra do arraial a todo [1] o leproso, e a todo o que padece fluxo, e a todos os immundos por _causa de contacto com algum_ morto. 3 Desde o[_o_?] homem até á mulher os lançareis: fóra do arraial os lançareis, para que não contaminem os seus arraiaes, no meio dos quaes eu [2] habito. 4 E os filhos de Israel fizeram assim, e os lançaram fóra do arraial: como o Senhor fallara a Moysés, assim fizeram os filhos de Israel. 5 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 6 Dize aos filhos de Israel: [3] Quando homem ou mulher fizer algum de todos os peccados humanos, trespassando contra o Senhor, tal alma culpada é. 7 E confessarão o seu peccado [4] que fizeram; então restituirá a sua culpa, segundo a somma total, e lhe accrescentará o seu quinto, e o dará áquelle contra quem se fez culpado. 8 Mas, se aquelle homem não tiver resgatador, a quem se restitua a culpa, então a culpa que se restituir ao Senhor _será_ do sacerdote, além do carneiro [5] da expiação com que por elle fará expiação. 9 Similhantemente toda a [6] offerta de todas as coisas sanctificadas dos filhos de Israel, que trouxerem ao sacerdote, será sua. 10 E as coisas sanctificadas de cada um serão suas: o que alguem der ao sacerdote [7] será seu. _A prova da mulher suspeita de adulterio._ 11 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 12 Falla aos filhos de Israel, e dize-lhes; Quando a mulher de algum se desviar, e trespassar contra elle, 13 De maneira que algum homem se houver [8] deitado com ella, e fôr occulto aos olhos de seu marido, e ella o tiver occultado, havendo-se ella contaminado, e contra ella não houver testemunha, e _no feito_ não fôr apanhada, 14 E o espirito de ciumes vier sobre elle, e de sua mulher tiver ciumes, por ella se haver contaminado, ou sobre elle vier o espirito de ciumes, e de sua mulher tiver ciumes, não se havendo ella contaminado, 15 Então aquelle varão trará a sua mulher perante o sacerdote, e juntamente trará a sua offerta por ella: uma decima de epha de farinha de cevada, sobre a qual não deitará azeite, nem sobre ella porá incenso, porquanto é offerta de manjares de ciumes, offerta memorativa, [9] que traz a iniquidade em memoria. 16 E o sacerdote a fará chegar, e a porá perante a face do Senhor. 17 E o sacerdote tomará agua sancta n’um vaso de barro; tambem tomará o sacerdote do pó que houver no chão do tabernaculo, e o deitará na agua. 18 Então o sacerdote apresentará a mulher perante o Senhor, e descobrirá a cabeça da mulher; e a offerta memorativa de manjares, que é a offerta de manjares dos ciumes, porá sobre as suas mãos, e a agua amarga, que traz comsigo a maldição, estará na mão do sacerdote. 19 E o sacerdote a conjurará, e dirá áquella mulher: Se ninguem comtigo se deitou, e se não te apartaste de teu marido pela immundicia, d’estas aguas amargas, amaldiçoantes, serás livre. 20 Mas, se te apartaste de teu marido, e te contaminaste, e algum homem, fóra de teu marido, se deitou comtigo; 21 Então o sacerdote conjurará á mulher com a conjuração da maldição; e o sacerdote dirá [10] á mulher: O Senhor te ponha por maldição e por conjuração no meio do [11] teu povo, fazendo-te o Senhor descair a côxa e inchar o ventre. 22 E esta agua [12] amaldiçoante entre nas tuas entranhas, para te fazer inchar o ventre, e te fazer descair a côxa. Então a mulher dirá: [13] Amen, Amen. 23 Depois o sacerdote escreverá estas mesmas maldições n’um livro, e com a agua amarga as apagará. 24 E a agua amarga, amaldiçoante, dará a beber á mulher, e a agua amaldiçoante entrará n’ella para amargurar. 25 E o sacerdote tomará a offerta de manjares dos ciumes da mão da mulher, e moverá a offerta de manjares [14] perante o Senhor; e a offerecerá sobre o altar. 26 Tambem o sacerdote tomará um punhado [15] da offerta de manjares, da offerta memorativa, e sobre o altar o queimará: e depois dará a beber a agua á mulher. 27 E, havendo-lhe dado a beber aquella agua, será que, se ella se tiver contaminado, e contra seu marido tiver trespassado, a agua amaldiçoante entrará n’ella para amargura, e o seu ventre se inchará, e a sua côxa descairá; e aquella mulher será [16] por maldição no meio do seu povo. 28 E, se a mulher se não tiver contaminado, mas estiver limpa, então será livre, e conceberá semente. 29 Esta _é_ a lei dos ciumes, quando a mulher, em poder de seu marido, se desviar [17] e fôr contaminada; 30 Ou quando sobre o homem vier o espirito de ciumes, e tiver ciumes de sua mulher, apresente a mulher perante o Senhor, e o sacerdote n’ella execute toda esta lei. 31 E o homem será livre da iniquidade, porém a mulher levará [18] a sua iniquidade. [1] Lev. 13.3, 46. cap. 12.14. Lev. 15.2. cap. 9.6, 10 e 19.11. [2] Lev. 26.11. II Cor. 6.16. [3] Lev. 6.2, 3. [4] Lev. 5.5 e 26.40. Jos. 7.19. [5] Lev. 6.6 e 7.7. [6] Exo. 29.28. Lev. 6.17, 18, 26. cap. 18.8, 9, 19. Deu. 18.3. Eze. 44.29. [7] Lev. 10.13. [8] Lev. 18.20. [9] I Reis 17.18. Eze. 29.16. [10] Jos. 6.28. I Sam. 14.24. Neh. 10.29. [11] Jer. 29.22. [12] Psa. 109.18. [13] Deu. 27.15. [14] Lev. 8.27. [15] Lev. 2.2, 9. [16] Deu. 28.27. Jer. 24.9 e 29.18, 22. Zac. 8.13. [17] ver. 19. [18] Lev. 20.17, 19, 20. _A lei do nazireado._ 6 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla aos filhos d’Israel, e dize-lhes: Quando um homem ou mulher se tiver separado, fazendo voto [1] de nazireo, para se separar ao Senhor, 3 De vinho e de bebida forte se apartará: [2] vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem d’uvas; nem uvas frescas nem seccas comerá. 4 Todos os dias do seu nazireado não comerá de coisa alguma, que se faz da vinha, desde os caroços até ás cascas. 5 Todos os dias do voto do seu nazireado sobre a sua cabeça não passará navalha: [3] até que se cumpram os dias, que se separou ao Senhor, sancto será, deixando crescer as guedelhas do cabello da sua cabeça. 6 Todos os dias que se separar ao Senhor não [4] se chegará a corpo d’um morto. 7 Por seu pae, ou por sua mãe, por seu irmão, ou por sua irmã, por elles se não contaminará, [5] quando forem mortos; porquanto o nazireado do seu Deus _está_ sobre a sua cabeça. 8 Todos os dias do seu nazireado sancto será ao Senhor. 9 E se o morto vier a morrer junto a elle por acaso, subitamente, que contaminasse a cabeça do seu nazireado, então no dia da sua purificação [6] rapará a sua cabeça, e ao setimo dia a rapará. 10 E ao oitavo [7] dia trará duas rolas, ou dois pombinhos, ao sacerdote, á porta da tenda da congregação: 11 E o sacerdote offerecerá um para expiação do peccado, e o outro para holocausto; e fará propiciação por elle, do que peccou no corpo morto: assim n’aquelle mesmo dia sanctificará a sua cabeça. 12 Então separará os dias do seu nazireado ao Senhor, e para expiação do trespasso trará um cordeiro d’um anno: [8] e os dias antecedentes serão perdidos, porquanto o seu nazireado foi contaminado. 13 E esta _é_ a lei do nazireo: no dia em que se [9] cumprirem os dias do seu nazireado, tral-o-hão á porta da tenda da congregação: 14 E elle offerecerá a sua offerta ao Senhor, um cordeiro sem mancha d’um anno em holocausto, e uma cordeira sem mancha de um anno para expiação do [10] peccado, e um carneiro sem mancha por offerta pacifica; 15 E um [11] cesto de _bolos_ asmos, bolos _de_ flor de farinha com azeite, amassados, e coscorões asmos untados com azeite, [12] como tambem a sua offerta de manjares, e as suas libações. 16 E o sacerdote os trará perante o Senhor, e sacrificará a sua expiação do peccado, e o seu holocausto: 17 Tambem sacrificará o carneiro em sacrificio pacifico ao Senhor, com o cesto dos _bolos_ asmos: e o sacerdote offerecerá a sua offerta de manjares, e a sua libação. 18 Então o nazireo á porta da tenda da congregação rapará a cabeça do seu nazireado, e tomará o [13] cabello da cabeça do seu nazireado, e o porá sobre o fogo que _está_ debaixo do sacrificio pacifico. 19 Depois o sacerdote tomará a espadua [14] cozida do carneiro, e um bolo asmo do cesto, e um coscorão asmo, e os porá nas mãos do nazireo, depois de haver rapado o seu nazireado. 20 E o sacerdote os moverá _em_ offerta de movimento perante o Senhor; isto é sancto [15] para o sacerdote, juntamente com o peito da offerta de movimento, e com a espadua da offerta alçada; e depois o nazireo beba vinho. 21 Esta é a lei do nazireo, que fizer voto da sua offerta ao Senhor pelo seu nazireado, além do que alcançar a sua mão: segundo o seu voto, que fizer, assim fará conforme á lei do seu nazireado. 22 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: _O modo de abençoar os filhos de Israel._ 23 Falla a Aarão, e a seus filhos, dizendo: [16] Assim abençoareis os filhos d’Israel, dizendo-lhes: 24 O Senhor te abençoe e te guarde: 25 O Senhor faça resplandecer o seu rosto [17] sobre ti, e tenha misericordia de ti: 26 O Senhor sobre ti levante o seu rosto, [18] e te dê a paz. 27 Assim porão o meu [19] nome sobre os filhos d’Israel, e eu os abençoarei. [1] Lev. 27.2. Jui. 13.5. Act. 21.23. [2] Amós 2.12. Luc. 1.15. [3] Jui. 16.17. I Sam. 1.11. [4] cap. 19.11, 16. [5] Lev. 21.1, 2, 11. cap. 9.6. [6] Act. 18.18 e 21.24. [7] Lev. 5.7 e 14.22 e 15.14, 29. [8] Lev. 5.6. [9] Act. 21.26. [10] Lev. 4.2, 27, 32 e 3.6. [11] Lev. 2.4. [12] Exo. 29.2. cap. 15.5, 7, 10. [13] Act. 21.24. [14] I Sam. 2.15. Exo. 29.23, 24. [15] Exo. 29.27, 28. [16] Lev. 9.22. I Chr. 23.13. [17] Psa. 31.16 e 119.135. Dan. 9.17. Gen. 43.29. [18] João 14.27. II The. 3.16. [19] Deu. 28.10. II Chr. 7.14. Isa. 43.7. Dan. 9.18. _As offertas dos principes na dedicação do tabernaculo e do altar._ 7 E aconteceu, no dia em que Moysés acabou [1] de levantar o tabernaculo, e o ungiu, e o sanctificou, e todos os seus vasos; tambem o altar, e todos os seus vasos, e os ungiu, e os sanctificou, 2 Que os principes [2] d’Israel, os Cabeças da casa de seus paes, os que foram principes das tribus, que estavam sobre os _que foram_ contados, offereceram, 3 E trouxeram a sua offerta perante o Senhor, seis carros cobertos, e doze bois; por dois principes um carro, e por cada um um boi: e os trouxeram diante do tabernaculo. 4 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 5 Toma _os_ d’elles, e serão para servir no ministerio da tenda da congregação: e os darás aos levitas, a cada qual segundo o seu ministerio. 6 Assim Moysés tomou os carros e os bois, e os deu aos levitas. 7 Dois carros e quatro bois deu [3] aos filhos de Gerson, segundo o seu ministerio: 8 E [4] quatro carros e oito bois deu aos filhos de Merari, segundo o seu ministerio, debaixo da mão [5] d’Ithamar, filho d’Aarão, o sacerdote. 9 Mas aos filhos de Kohath nada deu, [6] porquanto a seu cargo estava o ministerio e o levavam aos hombros. 10 E offereceram os principes para a consagração [7] do altar, no dia em que foi ungido; offereceram pois os principes a sua offerta perante o altar. 11 E disse o Senhor a Moysés: Cada principe offerecerá a sua offerta (cada qual em seu dia) para a consagração do altar. 12 O que pois no primeiro dia offereceu a sua offerta foi Naasson, [8] filho d’Amminadab, pela tribu de Judah. 13 E a sua offerta _foi_ um prato de prata, do peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo [9] o siclo do sanctuario; ambos cheios _de_ flor de farinha, [10] amassada com azeite, para offerta de manjares; 14 Uma [GS] taça de dez _siclos_ de oiro, [11] cheia de incenso; 15 Um novilho, [12] um carneiro, um cordeiro d’um anno, para holocausto; 16 Um bode [13] para expiação do peccado; 17 E para sacrificio [14] pacifico dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno: esta _foi_ a offerta de Naasson, filho d’Amminadab. 18 No segundo dia fez a sua offerta Nathanael, filho de Suhar, principe d’Issacar. 19 E _pela_ sua offerta offereceu um prato de prata, do peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do sanctuario: ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para a offerta de manjares; 20 Uma taça de dez siclos de oiro, cheia de incenso; 21 Um novilho, um carneiro, um cordeiro d’um anno, para holocausto; 22 Um bode para expiação do peccado; 23 E para sacrificio pacifico dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno: esta _foi_ a offerta de Nathanael, filho de Suhar. 24 No terceiro dia _offereceu_ o principe dos filhos de Zebulon, Eliab, filho de Helon. 25 A sua offerta _foi_ um prato de prata, do peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do sanctuario; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para offerta de manjares; 26 Uma taça de dez _siclos_ de oiro, cheia de incenso; 27 Um novilho, um carneiro, um cordeiro d’um anno, para holocausto; 28 Um bode para expiação do peccado; 29 E para sacrificio pacifico dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno: esta _foi_ a offerta d’Eliab, filho de Helon. 30 No quarto dia _offereceu_ o principe dos filhos de Ruben, Elizur, filho de Sedeur: 31 A sua offerta _foi_ um prato de prata, do peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do sanctuario; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para offerta de manjares; 32 Uma taça de dez _siclos_ d’oiro, cheia de incenso; 33 Um novilho, um carneiro, um cordeiro d’um anno, para holocausto; 34 Um bode para expiação do peccado; 35 E para sacrificio pacifico dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno: esta foi a offerta de Elizur, filho de Sedeur. 36 No quinto dia _offereceu_ o principe dos filhos de Simeão, Selumiel, filho de Surisaddai. 37 A sua offerta _foi_ um prato de prata, de peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do sanctuario; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para offerta de manjares; 38 Uma taça de dez _siclos_ d’oiro, cheia de incenso; 39 Um novilho, um carneiro, um cordeiro d’um anno, para holocausto; 40 Um bode para expiação do peccado. 41 E para sacrificio pacifico dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno: esta _foi_ a offerta de Selumiel, filho de Surisaddai. 42 No sexto dia _offereceu_ o principe dos filhos de Gad, Eliasaph, filho de Dehuel. 43 A sua offerta _foi_ um prato de prata, do peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do sanctuario; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para offerta de manjares; 44 Uma taça de dez _siclos_ d’oiro, cheia de incenso; 45 Um novilho, um carneiro, um cordeiro d’um anno, para holocausto; 46 Um bode para expiação do peccado; 47 E para sacrificio pacifico dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno: esta _foi_ a offerta d’Eliasaph, filho de Dehuel. 48 No setimo dia _offereceu_ o principe dos filhos d’Ephraim, Elisama, filho d’Ammihud. 49 A sua offerta _foi_ um prato de prata do peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do sanctuario; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para offerta de manjares; 50 Uma taça de dez _siclos_ d’oiro, cheia de incenso; 51 Um novilho, um carneiro, um cordeiro d’um anno, para holocausto; 52 Um bode para expiação do peccado; 53 E para sacrificio pacifico dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno: esta _foi_ a offerta d’Elisama, filho d’Ammihud. 54 No oitavo dia _offereceu_ o principe dos filhos de Manasseh, Gamaliel, filho de Pedazur: 55 A sua offerta _foi_ um prato de prata, do peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de setenta siclos, segundo o siclo do sanctuario; ambos cheios de flor de farinha amassada, com azeite para offerta de manjares; 56 Uma taça de dez _siclos_ d’oiro, cheia de incenso; 57 Um novilho, um carneiro, um cordeiro d’um anno, para holocausto; 58 Um bode para expiação do peccado; 59 E para sacrificio pacifico dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno: esta _foi_ a offerta de Gamaliel, filho de Pedazur. 60 No dia nono _offereceu_ o principe dos filhos de Benjamin, Abidan, filho de Gideoni: 61 A sua offerta _foi_ um prato de prata, do peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do sanctuario; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para offerta de manjares; 62 Uma taça de dez _siclos_ d’oiro, cheia de incenso; 63 Um novilho, um carneiro, um cordeiro d’um anno, para holocausto; 64 Um bode para expiação do peccado; 65 E para sacrificio pacifico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno; esta _foi_ a offerta d’Abidan, filho de Gideoni. 66 No decimo dia _offereceu_ o principe dos filhos de Dan, Ahieser, filho d’Amisaddai, 67 A sua offerta _foi_ um prato de prata, do peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do sanctuario; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para offerta de manjares; 68 Uma taça de dez _siclos_ d’oiro, cheia de incenso; 69 Um novilho, um carneiro, um cordeiro d’um anno, para holocausto; 70 Um bode para expiação do peccado; 71 E para sacrificio pacifico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno: esta _foi_ a offerta d’Ahieser, filho d’Amisaddai. 72 No dia undecimo _offereceu_ o principe dos filhos d’Aser, Pagiel, filho d’Ochran. 73 A sua offerta _foi_ um prato de prata, do peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do sanctuario; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para offerta de manjares; 74 Uma taça de dez _siclos_ d’oiro, cheia de incenso; 75 Um novilho, um carneiro, um cordeiro d’um anno para holocausto; 76 Um bode para expiação do peccado; 77 E para sacrificio pacifico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno: esta _foi_ a offerta de Pagiel, filho d’Ochran. 78 No duodecimo dia _offereceu_ o principe dos filhos de Naphtali, Ahira, filho d’Enan. 79 A sua offerta _foi_ um prato de prata, do peso de cento e trinta _siclos_, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do sanctuario; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para offerta de manjares; 80 Uma taça de dez _siclos_ d’oiro, cheia de incenso; 81 Um novilho, um carneiro, um cordeiro d’um anno para holocausto; 82 Um bode para expiação do peccado; 83 E para sacrificio pacifico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros d’um anno: esta _foi_ a offerta d’Ahira, filho d’Enan. 84 Esta _é_ a consagração do altar, _feita_ pelos principes d’Israel, no dia em que foi ungido, doze pratos de prata, doze bacias de prata, doze [GT] taças d’oiro. 85 Cada prato de prata de cento e trinta _siclos_, e cada bacia de setenta: toda a prata dos vasos _foi_ dois mil e quatrocentos _siclos_, segundo o siclo do sanctuario: 86 Doze taças d’oiro cheias de incenso, cada taça de dez _siclos_, segundo o siclo do sanctuario: todo o oiro das taças _foi_ de cento e vinte _siclos_; 87 Todos os bois para holocausto _foram_ doze novilhos, doze carneiros, doze cordeiros d’um anno, com a sua offerta de manjares, e doze bodes para expiação do peccado. 88 E todos os bois para sacrificio pacifico _foram_ vinte e quatro novilhos: os carneiros sessenta, os bodes sessenta, os cordeiros d’um anno sessenta: esta _é_ a consagração do altar, depois que [15] foi ungido. 89 E, quando Moysés entrava na tenda da congregação [16] para fallar com Elle, então ouvia a voz que lhe fallava de cima do propiciatorio, que _está_ sobre a arca do testemunho entre os dois cherubins: assim com elle fallava. [1] Exo. 40.18. Lev. 8.10. [2] cap. 1.4, etc. [3] cap. 4.25. [4] cap. 4.31. [5] cap. 4.28, 33. [6] cap. 4.6, 8, 10, 12, 14, 15. II Sam. 6.13. [7] Deu. 20.5. I Reis 8.63. II Chr. 7.5, 9. Esd. 6.16. Neh. 12.27. [8] cap. 2.3. [9] Exo. 30.13. [10] Lev. 2.1. [11] Exo. 30.34. [12] Lev. 1.2. [13] Lev. 4.23. [14] Lev. 3.1. [15] ver. 1. [16] cap. 12.8. Exo. 33.9, 11 e 25.22. _Como devem ser accesas as lampadas._ 8 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla a Aarão, e dize-lhe: Quando accenderes [1] as lampadas, defronte do candieiro allumiarão as sete lampadas. 3 E Aarão fez assim: defronte da face do candieiro accendeu as suas lampadas, como o Senhor ordenara a Moysés. 4 E _era_ esta obra [2] do candieiro de oiro batido; desde o seu pé até ás suas flores _era_ batido: [3] conforme ao modelo que o Senhor mostrara a Moysés, assim _elle_ fez o candieiro. _A consagração dos levitas._ 5 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 6 Toma os levitas do meio dos filhos de Israel, e purifica-os; 7 E assim lhes farás, para os purificar: Esparge sobre elles [4] a agua da expiação; e sobre [5] toda a sua carne farão passar a navalha, e lavarão os seus vestidos, e se purificarão. 8 Então tomarão um novilho, com a sua offerta de manjares _de_ flor de farinha [6] amassada com azeite; e tomarás outro novilho, para expiação do peccado. 9 E farás chegar os levitas [7] perante a tenda da congregação; e farás ajuntar toda a congregação dos filhos de Israel. 10 Farás pois chegar os levitas perante o Senhor; e os filhos de Israel porão [8] as suas mãos sobre os levitas. 11 E Aarão moverá os levitas _por_ offerta de movimento perante o Senhor pelos filhos de Israel; e serão para servirem no ministerio do Senhor. 12 E os levitas porão [9] as suas mãos sobre a cabeça dos novilhos: então sacrifica tu um _para_ expiação do peccado, e o outro _para_ holocausto ao Senhor, para fazer expiação sobre os levitas. 13 E porás os levitas perante Aarão, e perante os seus filhos, e os moverás _por_ offerta de movimento ao Senhor. 14 E separarás os levitas do meio dos filhos de Israel, para que os levitas meus [10] sejam. 15 E depois os levitas entrarão para fazerem o serviço da tenda da congregação: e tu os purificarás, e _por_ offerta de movimento os moverás. 16 Porquanto elles [11] do meio dos filhos de Israel, me são dados: em [12] logar de todo aquelle que abre a madre, do primogenito de cada qual dos filhos de Israel, para mim os tenho tomado. 17 Porque meu _é_ todo [13] o primogenito entre os filhos de Israel, entre os homens e entre os animaes; no dia em que, na terra do Egypto, feri a todo o primogenito, os sanctifiquei para mim. 18 E tomei os levitas em logar de todo o primogenito entre os filhos de Israel. 19 E os levitas, dados [14] a Aarão e a seus filhos, do meio dos filhos de Israel, tenho dado para ministrarem o ministerio dos filhos de Israel na tenda da congregação, e para fazer expiação pelos filhos de Israel, para que não haja praga [15] entre os filhos de Israel, chegando-se os filhos de Israel ao sanctuario. 20 E fez Moysés e Aarão, e toda a congregação dos filhos de Israel, com os levitas _assim_: conforme a tudo o que o Senhor ordenara a Moysés ácerca dos levitas, assim os filhos de Israel lhes fizeram. 21 E os levitas se [16] purificaram, e lavaram os seus vestidos, e Aarão os moveu _por_ offerta movida [17] perante o Senhor, e Aarão fez expiação por elles, para purifical-os. 22 E depois [18] vieram os levitas, para ministrarem o seu ministerio na tenda da congregação, perante Aarão e perante os seus filhos: como [19] o Senhor ordenara a Moysés ácerca dos levitas, assim lhes fizeram. 23 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 24 Isto _é o officio_ dos levitas: Da edade de vinte e cinco [20] annos e para cima entrarão, para fazerem o serviço no ministerio da tenda da congregação; 25 Mas desde a edade de cincoenta annos sairá [GU] da milicia d’este ministerio, e nunca mais servirá: 26 Porém com os seus irmãos servirá na tenda da congregação, para terem cuidado da guarda; [21] porém o ministerio não ministrará: assim farás com os levitas nas suas guardas. [1] Exo. 25.37 e 40.25. [2] Exo. 25.31. [3] Exo. 25.18, 40. [4] cap. 19.9, 17, 18. [5] Lev. 14.8. [6] Lev. 2.1. [7] Exo. 29.4 e 40.12. Lev. 8.3. [8] Lev. 1.4. [9] Exo. 29.10. [10] cap. 3.45 e 16.9. [11] ver. 11, 13. [12] cap. 3.12, 45. [13] Exo. 13.2, 12, 13, 15. cap. 3.13. Luc. 2.23. [14] cap. 3.9. [15] cap. 1.53 e 16.46 e 18.5. II Chr. 26.16. [16] ver. 7. [17] ver. 11, 12. [18] ver. 5, etc. [19] cap. 4.3. [20] I Chr. 23.3, 24, 27. [21] cap. 1.53. _A celebração da paschoa no deserto de Sinai._ 9 E fallou o Senhor a Moysés no deserto de Sinai, no anno segundo da sua saida da terra do Egypto, no mez primeiro, dizendo: 2 Que os filhos de Israel celebrem a paschoa a [1] seu tempo determinado. 3 No dia quatorze d’este mez, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis: segundo todos os seus estatutos, e segundo todos os seus ritos, a celebrareis. 4 Disse pois Moysés aos filhos de Israel que celebrassem a paschoa. 5 Então celebraram [2] a paschoa no dia quatorze do mez primeiro, pela tarde, no deserto de Sinai; conforme a tudo o que o Senhor ordenara a Moysés, assim fizeram os filhos de Israel. _Segunda celebração para os ausentes e os immundos._ 6 E houve alguns que estavam [3] immundos pelo corpo de um homem morto; e no mesmo dia não podiam celebrar a paschoa: pelo que se chegaram perante [4] Moysés e perante Aarão aquelle mesmo dia. 7 E aquelles homens disseram-lhe: Immundos _estamos_ nós pelo corpo de um homem morto; porque seriamos privados de offerecer a offerta do Senhor a seu tempo determinado no meio dos filhos de Israel? 8 E disse-lhes Moysés: Esperae, e ouvirei o que o Senhor [5] vos ordenará. 9 Então fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 10 Falla aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguem entre vós, ou entre as vossas gerações, fôr immundo por corpo morto, ou se achar em jornada longe de vós, comtudo ainda celebrará a paschoa ao Senhor. 11 No mez segundo, no dia [6] quatorze, de tarde, a celebrarão: [7] com _pães_ asmos e _hervas_ amargas a comerão. 12 D’ella nada [8] deixarão até á manhã, e d’ella não quebrarão osso algum: segundo todo o estatuto da paschoa a celebrarão. 13 Porém, quando um homem fôr limpo, e não estiver de caminho, e deixar de celebrar a paschoa, tal alma dos [9] seus povos será extirpada: porquanto não offereceu a offerta do Senhor a seu tempo determinado; tal homem levará o seu peccado. 14 E, quando um estrangeiro peregrinar entre vós, e tambem celebrar a paschoa ao Senhor, segundo o estatuto da paschoa e segundo o seu rito assim a celebrará: um mesmo [10] estatuto haverá para vós, assim para o estrangeiro como para o natural da terra. _A nuvem guiando a marcha dos israelitas._ 15 E no dia [11] de levantar o tabernaculo, a nuvem cobriu o tabernaculo sobre a tenda do testemunho: e á tarde [12] estava sobre o tabernaculo como uma apparencia de fogo até á manhã. 16 Assim era de continuo: a nuvem o cobria, e de noite _havia_ apparencia de fogo. 17 Mas sempre [13] que a nuvem se alçava sobre a tenda, os filhos de Israel após d’ella partiam: e no logar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel assentavam o seu arraial. 18 Segundo o dito do Senhor, os filhos de Israel partiam, e segundo o dito do Senhor assentavam o arraial: todos os dias [14] em que a nuvem parava sobre o tabernaculo assentavam o arraial. 19 E, quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o tabernaculo, então os filhos de Israel tinham cuidado da guarda [15] do Senhor, e não partiam. 20 E era que, quando a nuvem poucos dias estava sobre o tabernaculo, segundo o dito do Senhor se alojavam, e segundo o dito do Senhor partiam. 21 Porém era que, quando a nuvem desde a tarde até a manhã ficava _ali_, e a nuvem se alçava pela manhã, então partiam: quer de dia quer de noite, alçando-se a nuvem, partiam. 22 Ou, quando a nuvem sobre o tabernaculo se detinha dois dias, ou um mez, ou um anno, ficando sobre elle, [16] então os filhos d’Israel se alojavam, e não partiam; e alçando-se ella partiam. 23 Segundo o dito do Senhor se alojavam, e segundo o dito do Senhor partiam: da guarda [17] do Senhor tinham cuidado segundo o dito do Senhor pela mão de Moysés. [1] Exo. 12.1, etc. Lev. 23.5. cap. 28.16. Deu. 16.1. [2] Jos. 5.10. [3] cap. 5.2 e 19.11, 16. João 18.28. [4] Exo. 18.15, 19, 26. cap. 27.2. [5] cap. 27.5. [6] II Chr. 30.2, 15. [7] Exo. 12.8. [8] Exo. 12.10 e 12.43, 46. João 19.36. [9] Gen. 17.14. Exo. 12.15. ver. 7. cap. 5.31. [10] Exo. 12.49. [11] Exo. 40.34. Neh. 9.12, 19. Psa. 78.14. [12] Exo. 13.21 e 40.36, 37. [13] cap. 10.11, 33, 34. Psa. 80.2. [14] I Cor. 10.1. [15] cap. 1.53 e 3.8. [16] Exo. 40.36, 37. [17] ver. 19. _As duas trombetas de prata._ 10 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Faze-te duas trombetas de prata: _d’obra_ batida as farás: e te serão para a [1] convocação da congregação, e para a partida dos arraiaes. 3 E, quando [2] as tocarem _ambas_, então toda a congregação se congregará a ti á porta da tenda da congregação. 4 Mas, quando tocar uma _só_, então a ti se congregarão os principes, os [3] Cabeças dos milhares de Israel. 5 Quando, retinindo, as tocardes, então partirão [4] os arraiaes que alojados estão da banda do oriente. 6 Mas, quando a segunda vez, retinindo, as tocardes, então partirão os arraiaes que se alojam da banda [5] do sul: retinindo, _as_ tocarão para as suas partidas. 7 Porém, ajuntando a congregação, _as_ tocareis; mas sem [6] retinir. 8 E os filhos [7] d’Aarão, sacerdotes, tocarão as trombetas: e a vós serão por estatuto perpetuo nas vossas gerações. 9 E, quando na [8] vossa terra sairdes a pelejar contra o inimigo, que vos aperta, tambem tocareis as trombetas retinindo, e perante o Senhor vosso Deus haverá lembrança [9] de vós, e sereis salvos de vossos inimigos. 10 Similhantemente, no dia [10] da vossa alegria, e nas vossas solemnidades, e nos principios dos vossos mezes, tambem tocareis as trombetas sobre os vossos holocaustos, sobre os vossos sacrificios pacificos, e vos serão por memorial perante vosso Deus: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. _Os israelitas partem de Sinai._ 11 E aconteceu, no anno segundo, no segundo mez, aos vinte do mez, que a nuvem se alçou [11] de sobre o tabernaculo da congregação. 12 E os filhos d’Israel se [12] partiram segundo as suas partidas do deserto de Sinai: e a nuvem parou [13] no deserto de Paran. 13 Assim partiram pela primeira vez segundo [14] o dito do Senhor, pela mão de Moysés. 14 Porque primeiramente partiu a bandeira do arraial dos filhos de Judah segundo os seus exercitos: [15] e sobre o seu exercito _estava_ Naasson, filho d’Amminadab. 15 E sobre o exercito da tribu dos filhos d’Issacar, Nathanael, filho de Suhar. 16 E sobre o exercito da tribu dos filhos de Zebulon, Eliab, filho de Helon. 17 Então desarmaram o [16] tabernaculo, e os filhos de Gerson e os filhos de Merari partiram, levando o tabernaculo. 18 Depois partiu [17] a bandeira do arraial de Ruben segundo os seus exercitos: e sobre o seu exercito _estava_ Elizur, filho de Sedeur. 19 E sobre o exercito da tribu dos filhos de Simeão, Selumiel, filho de Surisaddai. 20 E sobre o exercito da tribu dos filhos de Gad, Eliasaph, filho de Dehuel. 21 Então partiram os kohathitas, levando o sanctuario; e _os outros_ levantaram [18] o tabernaculo, entretanto que estes vinham. 22 Depois partiu a bandeira do arraial [19] dos filhos d’Ephraim segundo os seus exercitos: e sobre o seu exercito _estava_ Elisama, filho d’Ammihud. 23 E sobre o exercito da tribu dos filhos de Manasseh, Gamaliel, filho de Pedazur. 24 E sobre o exercito da tribu dos filhos de Benjamin, Abidan, filho de Gideoni. 25 Então partiu [20] a bandeira do arraial dos filhos de Dan, fechando todos os arraiaes segundo os seus exercitos: e sobre o seu exercito _estava_ Ahiezer, filho de Ammisaddai. 26 E sobre o exercito da tribu dos filhos d’Aser, Pagiel, filho de Ochran. 27 E sobre o exercito da tribu dos filhos de Naphtali, Ahira, filho d’Enan. 28 Estas _eram_ as partidas [21] dos filhos d’Israel segundo os seus exercitos, quando partiam. _Moysés roga a Hobab que vá com elles._ 29 Disse então Moysés a Hobab, filho de Reguel [22] o midianita, sogro de Moysés: Nós caminhamos para aquelle logar, de que o Senhor disse: Vol-o darei: [23] vae comnosco, e te faremos bem; porque o Senhor fallou bem [24] sobre Israel. 30 Porém elle lhe disse: Não irei; antes irei á minha terra e á minha parentela. 31 E elle disse: Ora não nos deixes: porque tu sabes que nós nos alojamos no deserto; nos servirás [25] d’olhos. 32 E será que, vindo tu comnosco, e succedendo o bem, com que o Senhor [26] nos fará bem, tambem nós te faremos bem. 33 Assim partiram [27] do monte do Senhor caminho de tres dias: e a arca do concerto do Senhor [28] caminhou diante d’elles caminho de tres dias, para lhes buscar logar de descanço. 34 E a nuvem [29] do Senhor ia sobre elles de dia, quando partiam do arraial. 35 Era pois que, partindo a arca, Moysés dizia: Levanta-te, [30] Senhor, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante de ti os aborrecedores. 36 E, pousando ella, dizia: Torna-te, ó Senhor, para os muitos milhares d’Israel. [1] Isa. 1.13. [2] Jer. 4.5. Joel 2.15. [3] Exo. 18.21. cap. 1.16 e 7.2. [4] cap. 2.3. [5] cap. 2.10. [6] ver. 3. Joel 2.1. [7] cap. 31.6. Jos. 6.4. I Chr. 15.24. [8] cap. 31.6. Jos. 6.5. II Chr. 13.14. Jui. 2.18 e 4.3 e 6.9 e 10.8. I Sam. 10.18. Psa. 106.42. [9] Gen. 8.1. Psa. 106.42. [10] cap. 29.1. Lev. 23.24. II Chr. 5.12 e 7.6. Esd. 3.10. Neh. 12.35. [11] cap. 9.17. [12] Exo. 40.36. cap. 2.9, 16, 24, 31. Exo. 19.1. cap. 1.1 e 9.5. [13] Gen. 21.21. cap. 12.26 e 13.3, 26. Deu. 1.1. [14] ver. 5, 6. cap. 2.34. [15] cap. 2.3, 9. cap. 1.7. [16] cap. 1.51. cap. 4.24, 31 e 7.6, 8. [17] cap. 2.10, 16. [18] cap. 4.4, 15. [19] cap. 2.18, 24. [20] cap. 2.25, 31. Jos. 6.9. [21] cap. 2.34. [22] Exo. 2.18. [23] Gen. 12.7. [24] Gen. 32.12. Exo. 3.8 e 6.7, 8. [25] Job 29.15. [26] Jui. 1.16. [27] Exo. 3.1. [28] Deu. 1.33. Jos. 3.3, 4, 6. Psa. 132.8. [29] Exo. 13.21. Neh. 9.12, 19. [30] Psa. 68.1, 2, 3. _As murmurações dos israelitas._ 11 E aconteceu [1] que, queixando-se o povo, era mal aos ouvidos do Senhor; porque o Senhor ouviu-o, e a sua ira se accendeu, [2] e o fogo do Senhor ardeu entre elles, e consumiu _os que estavam_ na ultima parte do arraial. 2 Então o povo clamou a Moysés, e Moysés orou [3] ao Senhor, e o fogo se apagou. 3 Pelo que chamou aquelle logar Tabera, porquanto o fogo do Senhor se accendera entre elles. 4 E o vulgo, [4] que _estava_ no meio d’elles, veiu a ter grande desejo: pelo que os filhos d’Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer? 5 Lembramo-nos dos peixes [5] que no Egypto comiamos de graça; _e_ dos pepinos, e dos melões, e dos pórros, e das cebolas, e dos alhos. 6 Mas agora a [6] nossa alma se secca; coisa nenhuma _ha_ senão este manná _diante dos_ nossos olhos. 7 E era [7] o manná como semente de coentro, e a sua côr como a côr de bedelio. 8 Espalhava-se o povo, e _o_ colhia, e em moinhos _o_ moia, ou n’um gral _o_ pizava, e em panellas _o_ cozia, e d’elle fazia bolos: e o seu sabor [8] era como o sabor d’azeite fresco. 9 E, quando o orvalho [9] descia de noite sobre o arraial, o manná descia sobre elle. 10 Então Moysés ouviu chorar o povo pelas suas familias, cada qual á porta da sua tenda: [10] e a ira do Senhor grandemente se accendeu, e pareceu mal aos olhos de Moysés. _Moysés acha pesado o seu cargo._ 11 E disse [11] Moysés ao Senhor: Porque fizeste mal a teu servo, e porque não achei graça aos teus olhos; que pozesses sobre mim o cargo de todo este povo? 12 Concebi eu porventura todo este povo? pari-o [12] eu? que me dissesses: leva-o ao teu collo, como o aio leva o que cria, á terra que juraste a seus paes? 13 D’onde [13] teria eu carne para dar a todo este povo? porquanto contra mim choram, dizendo: Dá-nos carne a comer: 14 Eu só não posso [14] levar a todo este povo, porque muito pesado _é_ para mim. 15 E se assim fazes comigo, mata-me eu t’o peço, [15] se tenho achado graça aos teus olhos, e não me deixes ver [16] o meu mal. _Deus designa setenta anciãos para ajudarem Moysés._ 16 E disse o Senhor a Moysés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos d’Israel [17], de quem sabes que são anciãos do povo, e seus officiaes: e os trarás perante a tenda da congregação, e ali se porão comtigo. 17 Então eu descerei [18] e ali fallarei comtigo, e tirarei [19] do espirito que _está_ sobre ti, e _o_ porei sobre elles: e comtigo levarão o cargo do povo, para que tu só _o_ não leves. 18 E dirás ao povo: [20] Sanctificae-vos para ámanhã, e comereis carne: porquanto chorastes aos ouvidos do Senhor, dizendo: [21] Quem nos dará carne a comer? pois bem nos ia no Egypto: pelo que o Senhor vos dará carne, e comereis: 19 Não comereis um dia, nem dois dias, nem cinco dias, nem dez dias, nem vinte dias; 20 Até um mez inteiro, [22] até vos sair pelos narizes, até que vos enfastieis d’ella: porquanto rejeitastes ao Senhor, que _está_ no meio de vós, e chorastes diante d’elle, dizendo: Porque [23] saimos do Egypto? 21 E disse Moysés: Seiscentos mil _homens de pé é_ este [24] povo, no meio do qual _estou_: e tu tens dito: Dar-lhes-hei carne, e comerão um mez inteiro. 22 Degolar-se-hão [25] para elles ovelhas e vaccas, que lhes bastem? ou ajuntar-se-hão para elles todos os peixes do mar, que lhes bastem? 23 Porém o Senhor disse a Moysés: Seria pois [26] encurtada a mão do Senhor? agora verás [27] se a minha palavra te acontecerá ou não. 24 E saiu Moysés, e fallou as palavras do Senhor ao povo, [28] e ajuntou setenta homens dos anciãos do povo e os poz de roda da tenda. 25 Então o Senhor desceu [29] na nuvem, e lhe fallou; e, tirando do espirito, que _estava_ sobre elle, _o_ poz sobre aquelles setenta anciãos: e aconteceu que, assim como o espirito repousou sobre elles, [30] prophetizaram; mas depois nunca mais. 26 Porém no arraial ficaram dois homens; o nome d’um _era_ Eldad, e o nome do outro Medad; e repousou sobre elles o espirito (porquanto estavam entre os escriptos, aiuda que não sairam [31] á tenda), e prophetizavam no arraial. 27 Então correu um moço, e o annunciou a Moysés, e disse: Eldad e Medad prophetizam no arraial. 28 E Josué, filho de Nun, servidor de Moysés, um dos seus mancebos escolhidos, respondeu, e disse: [32] Senhor meu, Moysés, prohibe-lh’o. 29 Porém Moysés lhe disse: Tens tu ciumes por mim? Oxalá que todo o povo do Senhor fosse propheta, que o Senhor désse o seu espirito sobre elle! 30 Depois Moysés se recolheu ao arraial, elle e os anciãos de Israel. 31 Então soprou um vento [33] do Senhor, e trouxe codornizes do mar, e as espalhou pelo arraial quasi caminho d’um dia d’uma banda, e quasi caminho d’um dia da outra banda, á roda do arraial; e estavam quasi dois covados sobre a terra. 32 Então o povo se levantou todo aquelle dia e toda aquella noite, e todo o dia seguinte, e colheram as codornizes; o que menos tinha, colhera [34] dez homers; e as estenderam para si ao redor do arraial. 33 Quando a [35] carne _estava_ entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, se accendeu a ira do Senhor contra o povo, e feriu o Senhor o povo com uma praga mui grande. 34 Pelo que o nome d’aquelle logar se chamou [GV] Kibroth-hattaava porquanto ali enterraram [36] o povo que teve o desejo. 35 De Kibroth-hattaava caminhou o povo para Hazaaroth, e pararam em Hazaaroth. [1] Deu. 9.22. [2] Psa. 78.21. Lev. 10.2. cap. 16.35. II Reis 1.12. Psa. 106.18. [3] Thi. 5.16. [4] Exo. 12.38. Psa. 78.18 e 106.14. I Cor. 10.6. [5] Exo. 16.3. [6] cap. 21.5. [7] Exo. 16.14, 31. Gen. 2.12. [8] Exo. 16.31. [9] Exo. 16.13, 14. [10] Psa. 78.21. [11] Deu. 1.12. [12] Isa. 40.11 e 49.23. I The. 2.7. Gen. 26.3 e 50.24. Exo. 13.5. [13] Mat. 15.33. Mar. 8.4. [14] Exo. 18.18. [15] I Reis 19.4. Jon. 4.3. [16] Sof. 3.15. [17] Exo. 24.1, 9. Deu. 16.18. [18] ver. 25. Gen. 11.5 e 18.21. Exo. 19.20. [19] I Sam. 10.6. II Reis 2.15. Neh. 9.20. Isa. 44.3. Joel 2.28. [20] Exo. 19.10. [21] Exo. 16.7. ver. 5. Act. 7.39. [22] Psa. 78.29 e 106.15. [23] cap. 21.5. [24] Gen. 12.2. Exo. 12.37 e 38.26. cap. 1.46. [25] II Reis 7.2. Mat. 15.33. Mar. 8.4. João 6.7, 9. [26] Isa. 50.2 e 59.1. [27] cap. 23.19. Eze. 12.25 e 24.14. [28] ver. 16. [29] ver. 17. cap. 12.5. [30] II Reis 2.15. I Sam. 10.5, 6, 10 e 19.20, 21, 23. Joel 2.28. Act. 2.17. I Cor. 14.1, etc. [31] I Sam. 20.26. Jer. 36.5. [32] Mar. 9.38. Luc. 9.49. João 3.26. [33] Exo. 16.13. Psa. 78.26 e 105.40. [34] Exo. 16.36. Eze. 45.11. [35] Psa. 78.30, 31. [36] cap. 33.17. _A sedição de Miriam e Aarão._ 12 E fallaram Miriam e Aarão contra Moysés, [1] por causa da mulher cushita, que tomara: porquanto tinha tomado a mulher cushita. 2 E disseram: Porventura fallou o Senhor sómente por Moysés? não fallou [2] tambem por nós? [3] E o Senhor o ouviu. 3 E _era_ o homem Moysés mui manso, mais de que todos os homens que _havia_ sobre a terra. 4 E logo o Senhor disse [4] a Moysés, e a Aarão, e a Miriam: Vós tres sahi á tenda da congregação. E sairam elles tres. 5 Então o Senhor desceu [5] na columna da nuvem, e se poz á porta da tenda: depois chamou a Aarão e a Miriam, e elles sairam ambos. 6 E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se _entre_ vós houver propheta, Eu, o Senhor, em visão a elle me farei conhecer, _ou_ em sonhos [6] fallarei com elle. 7 Não _é_ assim com o meu servo Moysés [7] que _é_ fiel em toda a minha casa. 8 Bocca a bocca fallo [8] com elle, e _de_ vista, e não por figuras; pois _elle_ vê a similhança do Senhor: porque pois não [9] tivestes temor de fallar contra o meu servo, contra Moysés? 9 Assim a ira do Senhor contra elles se accendeu; e foi-se. 10 E a nuvem se desviou de sobre a tenda; e eis que [10] Miriam _era_ leprosa como a neve: e olhou Aarão para Miriam, e eis que _era_ leprosa. 11 Pelo que Aarão disse a Moysés: Ah senhor meu, ora não ponhas [11] sobre nós este peccado, que fizemos loucamente, e _com_ que havemos peccado. 12 Ora não seja ella como [12] um morto, que saindo do ventre de sua mãe, a metade da sua carne já está consumida. 13 Clamou pois Moysés ao Senhor, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures. 14 E disse o Senhor a Moysés: [13] Se seu pae cuspira em seu rosto, não seria envergonhada sete dias? esteja fechada [14] sete dias fóra do arraial, e depois a recolham. 15 Assim Miriam esteve [15] fechada fóra do arraial sete dias, e o povo não partiu, até que recolheram a Miriam. 16 Porém depois o povo [16] partiu de Hazeroth; e assentaram o arraial no deserto de Paran. [1] Exo. 2.21. [2] Exo. 15.20. Miq. 6.4. [3] Gen. 29.33. cap. 11.1. II Reis 19.4. Isa. 37.4. Eze. 35.12. [4] Psa. 76.10. [5] cap. 11.25 e 16.19. [6] Gen. 15.1. Job 33.15. Eze. 1.1. Dan. 8.2 e 10.8, 16. Luc. 1.11, 22. Act. 10.11, 17 e 22.17. Gen. 31.10. I Reis 3.5. Mat. 1.20. [7] Psa. 105.26. Heb. 3.2, 5. I Tim. 3.15. [8] Exo. 33.11. Deu. 34.10. I Cor. 13.12. Exo. 33.19. [9] II Ped. 2.10. Jud. 8. [10] Deu. 24.9. II Reis 5.27 e 15.5. II Chr. 26.19, 20. [11] II Sam. 19.19 e 24.10. Pro. 30.32. [12] Psa. 88.4. [13] Heb. 12.9. [14] Lev. 13.46. cap. 5.2, 3. [15] Deu. 24.9. II Chr. 26.20, 21. [16] cap. 11.35 e 33.18. _Doze homens são enviados para espiar a terra de Canaan._ 13 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Envia [1] homens que espiem a terra de Canaan, que eu hei de dar aos filhos d’Israel; de cada tribu de seus paes enviareis um homem, _sendo_ cada qual maioral entre elles. 3 E enviou-os Moysés do [2] deserto de Paran, segundo o dito do Senhor; todos aquelles homens eram Cabeças dos filhos d’Israel. 4 E estes _são_ os seus nomes: Da tribu de Ruben, Sammua, filho de Saccur, 5 Da tribu de Simeão [3] Saphath, filho de Hori; 6 Da tribu de Judah, Caleb, filho de Jefoné; 7 Da tribu d’Issacar, Jigeal, filho de José; 8 Da tribu d’Ephraim, Hosea, [4] filho de Nun; 9 Da tribu de Benjamin, Palti, filho de Raphu; 10 Da tribu de Zebulon, Gaddiel, filho de Sodi; 11 Da tribu de José, pela tribu de Manasseh, Gaddi filho de Susi; 12 Da tribu de Dan, Ammiel, filho de Gemalli; 13 Da tribu d’Aser, Sethur, filho de Michael; 14 Da tribu de Naphtali, Nabbi, filho de Vophsi; 15 Da tribu de Gad, Guel, filho de Machi. 16 Estes _são_ os nomes dos homens que Moysés enviou a espiar aquella terra: e a Hosea, [5] filho de Nun, Moysés chamou Josué. 17 Enviou-os pois Moysés a espiar a terra de Canaan: e disse-lhes: Subi por aqui para a banda do sul, [6] e subi á montanha: 18 E vêde que terra _é_, e o povo que n’ella habita; se _é_ forte ou fraco; se pouco ou muito. 19 E qual _é_ a terra em que habita, se boa [7] ou má: e quaes _são_ as cidades em que habita; ou em arraiaes, ou em fortalezas. 20 Tambem qual _é_ a terra, se grossa ou magra: se n’ella ha arvores, ou não: e esforçae-vos, e [8] tomae do fructo da terra. E _eram_ aquelles dias os dias das primicias das uvas. 21 Assim subiram, e espiaram a terra desde o [9] deserto de Zin, até Rehob, á entrada de Hamath. 22 E subiram para a banda do sul, e vieram até Hebron; e _estavam_ [10] ali Aiman, Sesai, e Talmai, filhos d’Enac: e Hebron foi [11] edificada sete annos antes de Zoan no Egypto. 23 Depois vieram até ao valle [12] d’Escol, e d’ali cortaram _um_ ramo de vide com um cacho d’uvas, o qual trouxeram dois _homens_ sobre uma verga: como tambem das romãs e dos figos. 24 Chamaram áquelle logar o valle [GW] d’Escol, por causa do cacho que d’ali cortaram os filhos de Israel. 25 Depois tornaram-se d’espiar a terra, ao fim de quarenta dias. 26 E caminharam, e vieram a Moysés e a Aarão, e a toda a congregação dos filhos de Israel no [13] deserto de Paran, a Cades, e, tornando, deram-lhes conta a elles, e a toda a congregação, e mostraram-lhes o fructo da terra. 27 E contaram-lhe e disseram: Fomos á terra a que nos enviaste; e verdadeiramente mana [14] leite e mel, e este é o fructo. 28 O povo porém que habita n’essa terra é poderoso, [15] e as cidades fortes _e_ mui grandes; e tambem ali vimos os filhos d’Enac. 29 Os amalequitas [16] habitam na terra do sul; e os heteos, e os jebuseos, e os amorrheos habitam na montanha: e os cananeos habitam ao pé do mar, e pela ribeira do Jordão. 30 Então Caleb [17] fez calar o povo perante Moysés, e disse: Subamos animosamente, e possuamol-a em herança: porque certamente prevaleceremos contra ella. 31 Porém os homens que com elle subiram [18] disseram: Não poderemos subir contra aquelle povo, porque _é_ mais forte do que nós. 32 E infamaram a terra que tinham espiado [19] para com os filhos d’Israel, dizendo: A terra, pelo meio da qual passamos a espiar, _é_ terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos [20] no meio d’ella _são_ homens de grande estatura. 33 Tambem vimos ali gigantes, filhos d’Enac, _descendentes_ [21] dos gigantes: e eramos aos nossos olhos como gafanhotos, [22] e assim _tambem_ eramos aos seus olhos. [1] cap. 32.8. Deu. 1.22. [2] cap. 12.16 e 52.8. Deu. 1.19 e 9.23. [3] cap. 34.19. I Chr. 4.15. ver. 30. cap. 14.6, 7, 13, 14. Jui. 1.12. [4] ver. 16. [5] ver. 8. Exo. 17.9. cap. 14.6, 30. [6] ver. 21. Gen. 14.10. Jui. 1.9, 19. [7] Neh. 9.25, 35. Eze. 34.14. [8] Deu. 31.6, 7, 23. [9] cap. 34.4. Jos. 15.1 e 19.28. [10] Jos. 11.21, 22 e 15.13. Jui. 1.10. ver. 33. [11] Jos. 21.11. Psa. 78.12. Isa. 19.11. [12] Deu. 1.24, 25. [13] ver. 3. cap. 20.1, 16 e 32.8 e 33.36. Deu. 1.19. Jos. 14.6. [14] Exo. 3.8 e 33.3. Deu. 1.25. [15] Deu. 1.28 e 9.1, 2. ver. 33. [16] Exo. 17.8. cap. 14.43. Jui. 6.3. I Sam. 14.48 e 15.3, etc. [17] cap. 14.6, 24. Jos. 14.7. [18] cap. 32.9. Deu. 1.28. Jos. 14.8. [19] cap. 14.36, 37. [20] Amós 2.9. [21] Deu. 2.10, 20 e 9.2. [22] Isa. 40.22. I Sam. 17.42. _Os israelitas querem voltar para o Egypto._ 14 Então levantou-se toda a congregação, e alçaram a sua voz: e o povo chorou [1] n’aquella mesma noite. 2 E todos os filhos d’Israel murmuraram [2] contra Moysés e contra Aarão; e toda a congregação lhe disse: Ah se morrêramos na terra do Egypto! ou, ah se morrêramos n’este deserto! 3 E porque o Senhor nos traz a esta terra, [3] para cairmos á espada, _e para que_ nossas mulheres e nossas creanças sejam por presa? não nos seria melhor voltar-mos ao Egypto? 4 E diziam um ao outro: Levantemo-nos [4] um capitão, e voltemos ao Egypto. 5 Então [5] Moysés e Aarão cairam sobre os seus rostos perante todo o ajuntamento dos filhos de Israel. 6 E Josué, [6] filho de Nun, e Caleb filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram os seus vestidos. 7 E fallaram a toda a congregação dos filhos d’Israel, dizendo: [7] A terra pelo meio da qual passámos a espiar é terra muito boa. 8 Se o Senhor [8] se agradar de nós, então nos porá n’esta terra, e nol-a dará: terra que [9] mana leite e mel. 9 Tão sómente não sejaes [10] rebeldes contra o Senhor, e não temaes o povo d’esta terra, porquanto são _elles_ nosso pão: [11] retirou-se d’elles o seu amparo, e o Senhor [12] é comnosco; não os temaes. 10 Então disse toda [13] a congregação que os apedrejassem com pedras: porém a gloria [14] do Senhor appareceu na tenda da congregação a todos os filhos d’Israel. 11 E disse o Senhor a Moysés: Até quando me provocará [15] este povo? e até quando me não crerão [16] por todos os signaes que fiz no meio d’elles? 12 Com pestilencia o ferirei, e o rejeitarei: e te farei a ti povo maior e mais forte do que este. 13 E disse Moysés [17] ao Senhor: Assim os egypcios o ouvirão; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio d’elles. 14 E dirão aos [18] moradores d’esta terra, _os que_ ouviram que tu, ó Senhor, _estás_ no meio d’este povo, que [GX] de cara a cara, ó Senhor, lhes appareces, que tua nuvem [19] está sobre elles, e que vaes adiante d’elles n’uma columna de nuvem de dia, e n’uma columna de fogo de noite. 15 E matarias este povo como a um só homem? as gentes pois, que ouviram a tua fama, fallarão, dizendo: 16 Porquanto o Senhor não podia [20] pôr este povo na terra que lhes tinha jurado; por isso os matou no deserto. 17 Agora, pois, rogo-te que a força do meu Senhor se engrandeça; como tens fallado, dizendo: 18 O Senhor _é_ longanimo, [21] e grande em beneficencia, que perdôa a iniquidade e a transgressão, que o _culpado_ não tem por innocente, e [22] visita a iniquidade dos paes sobre os filhos até á terceira e quarta _geração_. 19 Perdôa [23] pois a iniquidade d’este povo, segundo a grandeza da tua benignidade: e como tambem perdoaste a este povo desde a terra do Egypto até aqui. 20 E disse o Senhor: [24] Conforme á tua palavra lhe perdoei. 21 Porém _tão_ certamente _como_ eu vivo, [25] que a gloria do Senhor encherá toda a terra, 22 E que todos [26] os homens que viram a minha gloria e os meus signaes, que fiz no Egypto e no deserto; e me tentaram estas [27] dez vezes, e não obedeceram á minha voz; 23 Não [28] verão a terra de que a seus paes jurei, e até nenhum d’aquelles que me provocaram a verá. 24 Porém o meu servo [29] Caleb, porquanto n’elle houve outro espirito, e perseverou em [30] seguir-me, eu o levarei á terra em que entrou, e a sua semente a possuirá em herança: 25 E os amalequitas e os cananeos habitam no valle: tornae-vos [31] ámanhã, e caminhae para o deserto _pelo_ caminho do Mar Vermelho. _Aos murmuradores não é permittido entrar na terra de Canaan._ 26 Depois fallou o Senhor a Moysés e a Aarão, dizendo: 27 Até quando _soffrerei_ esta má congregação, que murmura contra mim? tenho ouvido [32] as murmurações dos filhos de Israel, com que murmuram contra mim. 28 Dize-lhes: _Assim_ eu vivo, [33] diz o Senhor, que, como fallastes aos meus ouvidos, assim farei a vós outros. 29 N’este deserto cairão os vossos cadaveres, como tambem [34] todos os _que_ de vós _foram_ contados segundo toda a vossa conta, de vinte annos e para cima, os que _d’entre vós_ contra mim murmurastes; 30 Não entrareis na terra, _pela_ qual levantei a minha mão que vos faria habitar n’ella, [35] salvo Caleb, filho de Jefoné, e Josué, filho de Nun. 31 Mas os vossos filhos, [36] de que dizeis: Por presa serão, metterei _n’ella_; e elles saberão da terra que vós [37] desprezastes. 32 Porém, _quanto_ a vós, os vossos cadaveres [38] cairão n’este deserto. 33 E vossos filhos [39] pastorearão n’este deserto quarenta annos, e levarão _sobre si_ as vossas fornicações, até que os vossos cadaveres se consumam n’este deserto. 34 Segundo [40] o numero dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, por cada dia um anno, levareis _sobre vós_ as vossas iniquidades quarenta annos, e conhecereis o meu apartamento. 35 Eu, o Senhor, fallei: [41] se assim não fizer a toda esta má congregação, que se levantou contra mim, n’este deserto se consumirão, e ahi fallecerão. 36 E os homens que [42] Moysés mandara a espiar a terra, e que, voltando, fizeram murmurar toda a congregação contra elle, infamando a terra, 37 Aquelles mesmos homens, que infamaram a terra, [43] morreram da praga perante o Senhor. 38 Mas [44] Josué, filho de Nun, e Caleb, filho de Jefoné, _que eram_ dos homens que foram espiar a terra, ficaram com vida. 39 E fallou Moysés estas palavras a todos os filhos de Israel: então o povo se contristou [45] muito. 40 E levantaram-se pela manhã de madrugada, e subiram ao cume do monte, dizendo: [46] Eis-nos aqui, e subiremos ao logar que o Senhor tem dito; porquanto havemos peccado. 41 Mas Moysés disse: Porque quebrantaes [47] o mandado do Senhor? pois isso não prosperará. 42 Não subaes, [48] pois o Senhor não _estará_ no meio de vós, para que não sejaes feridos diante dos vossos inimigos. 43 Porque os amalequitas e os cananeos _estão_ ali diante da vossa face, e caireis á espada: pois, porquanto [49] vos desviastes do Senhor, o Senhor não será comvosco. 44 Comtudo, temerariamente, [50] tentaram subir ao cume do monte: mas a arca do concerto do Senhor e Moysés não se apartaram do meio do arraial. 45 Então desceram os amalequitas e [51] os cananeos, que habitavam na montanha, e os feriram, derrotando-os até [52] Horma. [1] cap. 11.4. [2] Exo. 16.2 e 17.3. cap. 16.41. Psa. 106.26. [3] ver. 28, 29. [4] Neh. 9.17. Deu. 17.16. Act. 6.39. [5] cap. 16.4. [6] ver. 24, 30. cap. 13.6, 8. [7] cap. 13.27. Deu. 1.25. [8] Deu. 10.15. II Sam. 15.25 e 22.20. I Reis 10.9. [9] cap. 13.27. [10] Deu. 9.7, 23, 24. [11] Deu. 7.18 e 20.3. cap. 24.8. [12] Gen. 48.21. Exo. 33.16. Deu. 20.1 e 31.6, 8. Jos. 1.5. Jui. 1.22. II Chr. 13.12 e 15.2 e 20.17 e 32.8. Isa. 41.10. Amós 5.14. Zac. 8.23. [13] Exo. 17.4. [14] Exo. 16.10 e 24.16, 17. Lev. 9.23. cap. 16.19. [15] ver. 23. Psa. 95.8. Heb. 3.8, 16. [16] Deu. 1.32 e 9.23. Psa. 78.22. João 12.37. Heb. 3.18. [17] Exo. 32.12. Psa. 106.23. Deu. 9.26 e 32.27. Eze. 20.9, 14. [18] Exo. 15.14. Jos. 2.9, 10 e 5.1. [19] Exo. 13.21 e 40.38. cap. 10.34. Neh. 9.12. [20] Deu. 9.28. Jos. 7.9. [21] Exo. 34.6, 7. Psa. 103.8 e 144.8. Jon. 4.2. [22] Exo. 20.5 e 34.7. [23] Exo. 34.9. Psa. 106.45. Psa. 78.38. [24] Psa. 106.23. Thi. 5.16. I João 5.14. [25] Psa. 72.19. [26] Deu. 1.35. Psa. 95.11 e 106.26. Heb. 3.17. [27] Gen. 31.7. [28] cap. 32.11. Eze. 20.15. [29] Deu. 1.36. Jos. 14.6, 8, 9, 14. [30] cap. 32.12. [31] Deu. 1.40. [32] ver. 11. Exo. 16.28. Mat. 17.16. Exo. 16.12. [33] cap. 26.65 e 32.11. Deu. 1.35. Heb. 3.17. [34] cap. 1.45 e 26.64. [35] ver. 38. cap. 26.65 e 32.12. Deu. 1.36. [36] Deu. 1.39. [37] Psa. 106.24. [38] I Cor. 10.5. Heb. 3.17. [39] cap. 32.13. Psa. 107.40. Deu. 2.14. Eze. 23.35. [40] cap. 13.25. Psa. 95.10. Eze. 4.6. I Reis 8.56. Psa. 105.42. Heb. 4.1. [41] cap. 23.19. ver. 27, 29. cap. 26.65. I Cor. 10.5. [42] cap. 13.31, 32. [43] I Cor. 10.10. Heb. 3.17. Jud. 5. [44] cap. 26.65. Jos. 14.6, 19. [45] Exo. 33.4. [46] Deu. 1.41. [47] ver. 25. II Chr. 24.20. [48] Deu. 1.42. [49] II Chr. 15. [50] Deu. 1.43. [51] ver. 43. Deu. 1.17. [52] cap. 21.3. Jui. 1.17. _A repetição de diversas leis._ 15 Depois fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla [1] aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando entrardes na terra das vossas habitações, que eu vos hei de dar; 3 E ao Senhor fizerdes [2] offerta queimada, holocausto, ou sacrificio, para lhe separar um voto, ou em offerta voluntaria, ou nas vossas solemnidades, para ao Senhor fazer um cheiro suave de ovelhas ou vaccas; 4 Então aquelle [3] que offerecer a sua offerta ao Senhor, por offerta de manjares offerecerá uma decima _de_ flor de farinha misturada com a quarta parte d’um hin de azeite. 5 E de vinho para libação preparareis a quarta _parte_ [4] de um hin, para holocausto ou para sacrificio por _cada_ cordeiro: 6 E por _cada_ carneiro [5] prepararás uma offerta de manjares de duas decimas _de_ flor de farinha, misturada com a terça _parte_ d’um hin de azeite. 7 E de vinho para a libação offerecerás a terça parte de um hin ao Senhor, em cheiro suave. 8 E, quando preparares novilho para holocausto ou sacrificio, para separar um voto, ou um [6] sacrificio pacifico ao Senhor, 9 Com o novilho [7] offerecerás uma offerta de manjares de tres decimas _de_ flor de farinha misturada com a metade d’um hin de azeite, 10 E de vinho para a libação offerecerás a metade de um hin, offerta queimada em cheiro suave ao Senhor. 11 Assim se fará [8] com _cada_ boi, ou com _cada_ carneiro, ou com o gado miudo dos cordeiros ou das cabras. 12 Segundo o numero que offerecerdes, assim o fareis com cada um, segundo o numero d’elles. 13 Todo o natural assim fará estas coisas, offerecendo offerta queimada em cheiro suave ao Senhor. 14 Quando tambem peregrinar comvosco algum estrangeiro, ou que _estiver_ no meio de vós nas vossas gerações, e elle offerecer uma offerta queimada de cheiro suave ao Senhor, como vós fizerdes assim fará elle. 15 Um mesmo [9] estatuto haja para vós, ó congregação, e para o estrangeiro que _entre vós_ peregrina, por estatuto perpetuo nas vossas gerações; como vós, assim será o peregrino perante o Senhor. 16 Uma mesma lei e um mesmo direito haverá para vós e para o estrangeiro que peregrina comvosco. 17 Fallou mais [10] o Senhor a Moysés, dizendo: 18 Falla aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando entrardes na terra em que vos hei de metter, 19 Acontecerá que, quando comerdes do pão da [11] terra, então offerecereis ao Senhor offerta alçada. 20 Das primicias [12] da vossa massa offerecereis um bolo em offerta alçada: como a offerta da eira, assim o offerecereis. 21 Das primicias das vossas massas dareis ao Senhor offerta alçada nas vossas gerações. 22 E, quando vierdes a errar, e não fizerdes todos estes mandamentos, que o Senhor fallou a Moysés, 23 Tudo quanto o Senhor vos tem mandado por mão de Moysés, desde o dia que o Senhor ordenou, e _d’ali_ em diante, nas vossas gerações; 24 Será que, quando se fizer _alguma coisa_ por erro, [13] _e fôr encoberto_ aos olhos da congregação, toda a congregação offerecerá um novilho para holocausto em cheiro suave ao Senhor, com a [14] sua offerta de manjares e libação conforme ao estatuto, e um bode para expiação do peccado. 25 E [15] o sacerdote fará propiciação por toda a congregação dos filhos de Israel, e lhes será perdoado, porquanto foi erro: e trouxeram a sua offerta, offerta queimada ao Senhor, e a sua expiação do peccado perante o Senhor, por causa do seu erro. 26 Será pois perdoado a toda a congregação dos filhos de Israel, e mais ao estrangeiro que peregrina no meio d’elles, porquanto por erro _sobreveiu_ a todo o povo. 27 E, se alguma alma [16] peccar por erro, para expiação do peccado offerecerá uma cabra d’um anno. 28 E [17] o sacerdote fará expiação pela alma errante, quando peccar por erro, perante o Senhor, fazendo expiação por ella, e lhe será perdoado. 29 Para o natural [18] dos filhos de Israel, e para o estrangeiro que no meio d’elles peregrina, uma mesma lei vos será, para aquelle que _isso_ fizer por erro. 30 Mas [19] a alma que fizer _alguma coisa_ á mão levantada, quer _seja_ dos naturaes quer dos estrangeiros, injuria ao Senhor: e tal alma será extirpada do meio do seu povo, 31 Pois desprezou [20] a palavra do Senhor, e annulou o seu mandamento: totalmente _será_ extirpada aquella alma, a sua iniquidade será sobre ella. 32 Estando pois os filhos de Israel no deserto, [21] acharam um homem apanhando lenha no dia de sabbado. 33 E os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moysés e a Aarão, e a toda a congregação. 34 E o pozeram em [22] guarda; porquanto _ainda_ não estava declarado o que se lhe devia fazer. 35 Disse pois o Senhor a Moysés: Certamente morrerá o tal [23] homem; toda a congregação com pedras o apedrejará para fóra do arraial. 36 Então toda a congregação o tirou para fóra do arraial, e com pedras o apedrejaram, e morreu, como o Senhor ordenara a Moysés. 37 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: _A lei ácerca das bordas dos vestidos._ 38 Falla aos filhos de Israel, e dize-lhes: Que nas bordas [24] dos seus vestidos façam franjas pelas suas gerações: e nas franjas das bordas porão um cordão de azul. 39 E nas franjas vos estará, para que o vejaes, e vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, e os façaes: e não seguireis [25] após o vosso coração, nem após os vossos olhos, após os quaes andaes fornicando. 40 Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os façaes, e sanctos [26] sejaes a vosso Deus. 41 Eu _sou_ o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egypto, para vos ser por Deus: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus. [1] ver. 18. Lev. 23.10. Deu. 7.1. [2] Lev. 1.2, 3 e 22.18, 21 e 23.8, 12. cap. 28.19, 27 e 29.2, 8, 13. Deu. 16.10. Gen. 8.21. Exo. 29.18. [3] Lev. 2.1 e 6.14. Exo. 29.40. Lev. 23.13 e 14.10. cap. 28.5. [4] cap. 28.7, 14. [5] cap. 28.12, 14. [6] Lev. 7.11. [7] cap. 28.12, 14. [8] cap. 28. [9] ver. 29. Exo. 12.49. cap. 9.14. [10] ver. 2. Deu. 26.1. [11] Jos. 5.11. [12] Lev. 2.14 e 23.10, 16. Deu. 26.2, 10. Pro. 3.9, 10. [13] Lev. 4.13. [14] ver. 8, 9, 10. Lev. 4.23. cap. 28.15. Esd. 6.17 e 8.35. [15] Lev. 4.20. [16] Lev. 4.27. [17] Lev. 4.35. [18] ver. 15. [19] Deu. 17.12. Heb. 10.26. II Ped. 2.10. [20] II Sam. 12.9. Pro. 13.13. Lev. 5.1. Eze. 18.20. [21] Exo. 31.14 e 35.2, 3. [22] Lev. 24.12. [23] Lev. 24.14. I Reis 21.13. Act. 7.58. [24] Deu. 22.12. Mat. 23.5. [25] Deu. 29.19. Job 31.7. Jer. 9.14. Eze. 6.9. Psa. 73.27 e 106.39. Thi. 4.4. [26] Lev. 11.44, 45. Rom. 12.1. Col. 1.22. I Ped. 1.15, 16. _A rebellião de Coré, Dathan e Abiram._ [Antes de Christo 1471] 16 E Coré, filho [1] de Jizhar, filho de Kohath, filho de Levi, tomou comsigo a Dathan e a Abiram, filhos de Eliab, e a On, filho de Peleth, filhos de Ruben, 2 E levantaram-se perante Moysés com duzentos e cincoenta homens dos filhos de Israel, maioraes da congregação, chamados ao ajuntamento, varões de nome, 3 E se congregaram contra Moysés e contra Aarão, e lhes disseram: Baste-vos, pois toda esta [2] congregação, pois que toda a congregação é sancta, todos elles _são_ sanctos, e o Senhor _está_ no meio d’elles: porque pois vos elevaes sobre a congregação do Senhor? 4 Como Moysés isto ouviu, [3] caiu sobre o seu rosto, 5 E fallou a Coré e a toda a sua congregação, dizendo: _Ámanhã_ pela manhã o Senhor fará saber quem _é_ seu, e _quem_ o sancto que elle fará chegar a si: [4] e aquelle a quem [5] escolher fará chegar a si. 6 Fazei isto: tomae vós incensarios, Coré e toda a sua congregação; 7 E, pondo fogo n’elles ámanhã, sobre elles deitae incenso perante o Senhor: e será _que_ o homem a quem o Senhor escolher, este _será_ o sancto: baste-vos, filhos de Levi. 8 Disse mais Moysés a Coré: Ouvi agora, filhos de Levi: 9 _Porventura_ pouco [6] para vós _é_ que o Deus de Israel vos separou [7] da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, a administrar o ministerio do tabernaculo do Senhor e estar perante a congregação para ministrar-lhe: 10 E te fez chegar, e todos os teus irmãos, os filhos de Levi, comtigo; ainda tambem procuraes o sacerdocio? 11 Pelo que tu e toda a tua congregação congregados _estaes_ contra o Senhor; e Aarão, [8] que _é_ elle, que murmuraes contra elle? 12 E Moysés enviou a chamar a Dathan e a Abiram, filhos de Eliab: porém elles disseram: Não subiremos; 13 _Porventura_ pouco _é_ que nos fizeste subir [9] de uma terra que mana leite e mel, para nos matares n’este deserto, senão que tambem totalmente te assenhoreias [10] de nós? 14 Nem tão pouco nos trouxeste a uma terra [11] que mana leite e mel, nem nos déste campos e vinhas em herança; _porventura_ arrancarás os olhos a estes homens? não subiremos. 15 Então Moysés irou-se muito, e disse ao Senhor; Não [12] attentes para a sua offerta; nem um só jumento tomei d’elles, nem a nenhum d’elles fiz mal. 16 Disse mais Moysés a Coré: Tu e toda [13] a tua congregação vos ponde perante o Senhor, tu, e elles, e Aarão, ámanhã. 17 E tomae cada um o seu incensario, e n’elles ponde incenso; e trazei cada um o seu incensario perante o Senhor, duzentos e cincoenta incensarios; tambem tu e Aarão, cada qual o seu incensario. 18 Tomaram pois cada qual o seu incensario, e n’elles pozeram fogo, e n’elles deitaram incenso, e se pozeram perante a porta da tenda da congregação com Moysés e Aarão. 19 E Coré fez ajuntar contra elles toda a congregação á porta da tenda da congregação: então a gloria do [14] Senhor appareceu a toda a congregação. 20 E fallou o Senhor a Moysés e a Aarão, dizendo: 21 Apartae-vos [15] do meio d’esta congregação, e os consumirei como n’um momento. 22 Mas elles se prostraram sobre os seus rostos, [16] e disseram: Ó Deus, Deus dos espiritos de toda a carne, peccaria um só homem, e indignar-te-has tu tanto contra toda esta congregação? 23 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 24 Falla a toda esta congregação, dizendo: Levantae-vos do redor da habitação de Coré, Dathan e Abiram. 25 Então Moysés levantou-se, e foi a Dathan e a Abiram: e após d’elle foram os anciãos de Israel. 26 E fallou á congregação, [17] dizendo: Desviae-vos, peço-vos, das tendas d’estes impios homens, e não toqueis nada do que é seu, para que _porventura_ não pereçaes em todos os seus peccados. 27 Levantaram-se pois do redor da habitação de Coré, Dathan e Abiram. E Dathan e Abiram sairam, e se pozeram á porta das suas tendas, juntamente com as suas mulheres, e seus filhos, e suas creanças. 28 Então disse Moysés: N’isto [18] conhecereis que o Senhor me enviou a fazer todos estes feitos, que de meu coração não _procedem_. 29 Se estes morrerem como morrem todos os homens, e se forem visitados como se visitam [19] todos os homens, _então_ o Senhor me não enviou. 30 Mas, se o Senhor crear alguma coisa [20] nova, e a terra abrir a sua bocca e os tragar com tudo o que _é_ seu, e vivos descerem ao sepulchro, então conhecereis que estes homens irritaram ao Senhor. 31 E aconteceu que, acabando [21] elle de fallar todas estas palavras, a terra que _estava_ debaixo d’elles se fendeu. 32 E a terra abriu a sua bocca, e os tragou com as suas casas, como tambem a todos os homens que _pertenciam_ a Coré, e a [22] toda a sua fazenda. 33 E elles e tudo o que _era_ seu desceram vivos ao sepulchro, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. 34 E todo o Israel, _que estava ao_ redor d’elles, fugiu do clamor d’elles; porque diziam: Para que _porventura tambem_ nos não trague a terra a nós. 35 Então saiu [23] fogo do Senhor, e consumiu os duzentos e cincoenta homens que offereciam o incenso. 36 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 37 Dize a Eleazar, filho de Aarão, o sacerdote, que tome os incensarios do meio do incendio, e espalhe o fogo longe, porque [24] sanctos são; 38 Quanto aos incensarios d’aquelles [25] que peccaram contra as suas almas, d’elles se façam folhas estendidas _para_ cobertura do altar; porquanto os trouxeram perante o Senhor; pelo que sanctos são: e serão por [26] signal aos filhos de Israel. 39 E Eleazar, o sacerdote, tomou os incensarios de metal, que trouxeram aquelles _que foram_ queimados, e os estenderam _para_ cobertura do altar, 40 _Por_ memorial para os filhos de Israel, que nenhum estranho, [27] que não fôr da semente de Aarão, se chegue para accender incenso perante o Senhor; para que não seja como Coré e a sua congregação, como o Senhor lhe tinha dito pela bocca de Moysés. 41 Mas no dia seguinte toda [28] a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moysés e contra Aarão, dizendo; Vós matastes o povo do Senhor. 42 E aconteceu que, ajuntando-se a congregação contra Moysés e Aarão, e virando-se para a tenda da congregação, eis que a nuvem a cobriu, e a gloria do Senhor appareceu. 43 Vieram pois Moysés e Aarão perante a tenda da congregação. 44 Então fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 45 Levantae-vos [29] do meio d’esta congregação, e a consumirei como n’um momento: então se prostraram [30] sobre os seus rostos, 46 E disse Moysés a Aarão: Toma o teu incensario, e põe n’elle fogo do altar, e deita incenso sobre elle, e vae depressa á congregação, e faze expiação por elles: porque grande indignação saiu de diante do Senhor; [31] já começou a praga. 47 E tomou-o Aarão, como Moysés tinha fallado, e correu ao meio da congregação; e eis que já a praga havia começado entre o povo; e deitou incenso n’elle, e fez expiação pelo povo. 48 E estava em pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga. 49 E os que morreram d’aquella praga foram quatorze mil e setecentos, fóra os que morreram pela causa de Coré. 50 E voltou Aarão a Moysés á porta da tenda da congregação: e cessou a praga. [1] Exo. 6.21. cap. 26.9 e 27.3. Jud. 11. [2] Exo. 19.6 e 29.45. cap. 14.14 e 35.34. [3] cap. 14.5 e 20.6. [4] ver. 3. Lev. 21.6, 7, 8, 12, 15. [5] Exo. 28.1. cap. 17.5. I Sam. 2.28. cap. 3.10. Lev. 10.3 e 21.17, 18. Eze. 40.46 e 44.15, 16. [6] I Sam. 18.23. Isa. 7.13. [7] cap. 3.41, 45 e 8.14. Deu. 10.8. [8] Exo. 16.8. I Cor. 3.5. [9] ver. 9. [10] Exo. 2.14. Act. 7.27, 35. [11] Exo. 3.8. Lev. 20.24. [12] Gen. 4.4, 5. I Sam. 12.3. Act. 20.33. II Cor. 7.2. [13] ver. 6, 7. I Sam. 12.3, 7. [14] Exo. 16.7, 10. Lev. 9.6, 23. cap. 14.10. [15] ver. 45. Gen. 19.17, 22. Jer. 51. Act. 2.40. Apo. 18.4. [16] cap. 14.5 e 27.16. Job 12.10. Ecc. 12.7. Isa. 57.16. Zac. 12.1. Heb. 12.9. [17] Gen. 19.12, 14. Isa. 52.11. II Cor. 6.17. Apo. 18.4. [18] Exo. 3.12. Deu. 18.22. Zac. 2.9, 11 e 4.9. João 5.36. cap. 24.13. Jer. 23.16. Eze. 13.17. João 5.30 e 6.38. [19] Exo. 20.5. Job 35.15. Isa. 10.3. Jer. 5.9. [20] Job 31.3. Isa. 28.21. ver. 33. Psa. 55.15. [21] cap. 26.10 e 27.3. Deu. 11.6. [22] ver. 17. cap. 26.11. I Chr. 6.22, 37. [23] Lev. 10.2. cap. 11.1. Psa. 106.18. ver. 17. [24] Lev. 27.28. [25] Pro. 20.2. Heb. 2.10. [26] cap. 17.10 e 26.10. Eze. 14.8. [27] cap. 3.10. II Chr. 26.18. [28] cap. 14.2. Psa. 106.25. [29] ver. 21, 24. [30] ver. 22. cap. 20.6. [31] Lev. 10.6. cap. 1.53 e 8.19 e 11.33. I Chr. 27.24. Psa. 106.29. _A vara de Aarão floresce._ 17 Então fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Falla aos filhos d’Israel, e toma d’elles uma vara por cada casa paterna de todos os seus principes, segundo as casas de seus paes doze varas; _e_ escreverás o nome de cada um sobre a sua vara. 3 Porém o nome de Aarão escreverás sobre a vara de Levi; porque _cada_ cabeça da casa de seus paes terá uma vara. 4 E as porás na tenda da congregação, perante o testemunho, onde [1] eu virei a vós. 5 E será _que_ a vara do homem que eu tiver escolhido [2] florescerá; assim farei cessar as murmurações dos filhos d’Israel contra mim, com que murmuram [3] contra vós. 6 Fallou pois Moysés aos filhos d’Israel: e todos os seus maioraes deram-lhe _cada um_ uma vara, por cada maioral uma vara, segundo as casas de seus paes; doze varas; e a vara d’Aarão _estava_ entre as suas varas. 7 E Moysés poz estas varas perante o Senhor na tenda do [4] testemunho. 8 Succedeu pois que no dia seguinte Moysés entrou na tenda do testemunho, e eis-que a vara d’Aarão, pela casa de Levi, florescia; porque produzira flores, e brotara renovos e dera amendoas. 9 Então Moysés tirou todas as varas de diante do Senhor a todos os filhos d’Israel; e elles o viram, e tomaram cada um a sua vara. 10 Então o Senhor disse a Moysés: Torna a pôr a vara [5] d’Aarão perante o testemunho, para que se guarde por signal para os filhos rebeldes: assim farás acabar as suas murmurações contra mim, e não morrerão. 11 E Moysés fez assim; como lhe ordenára o Senhor, assim fez. 12 Então fallaram os filhos de Israel a Moysés, dizendo: Eis-aqui, nós expiramos, perecemos, nós perecemos todos. 13 Todo aquelle [6] que se approximar do tabernaculo do Senhor, morrerá: seremos pois todos consumidos? [1] Exo. 25.22 e 29.42, 43 e 30.36. [2] cap. 16.5. [3] cap. 16.11. [4] Exo. 38.21. cap. 18.2. Act. 7.44. [5] Heb. 9.4. cap. 16.38. ver. 5. [6] cap. 1.51 e 18.4, 7. _Os deveres e direitos dos sacerdotes, e dos levitas._ 18 Então disse o Senhor a Aarão: [1] Tu, e teus filhos, e a casa de teu pae comtigo, levareis _sobre vós_ a iniquidade do sanctuario: e tu e teus filhos comtigo levareis _sobre vós_ a iniquidade do vosso sacerdocio. 2 E tambem farás chegar comtigo a teus irmãos, a tribu [2] de Levi, a tribu de teu pae, para que se ajuntem a ti, e te sirvam; mas tu e teus filhos comtigo _estareis_ perante a tenda do testemunho. 3 E elles farão a tua guarda, a guarda de toda [3] a tenda: mas não se chegarão aos vasos do sanctuario, e ao altar, para que não morram, tanto elles como vós. 4 Mas se ajuntarão a ti, e farão a guarda da tenda da congregação em todo o ministerio da tenda; e o estranho [4] não se chegará a vós. 5 Vós pois fareis [5] a guarda do sanctuario e a guarda do altar; para que não haja outra vez furor sobre os filhos d’Israel. 6 E eu, eis-que eu tenho tomado vossos irmãos, os [6] levitas, do meio dos filhos d’Israel: a vós são dados em [7] dadiva pelo Senhor, para administrar o ministerio da tenda da congregação. 7 Mas tu [8] e teus filhos comtigo guardareis o vosso sacerdocio em todo o negocio do altar, e no _que estiver_ dentro do [9] véu, _isto_ administrareis: eu _vos_ tenho dado o vosso sacerdocio em dadiva ministerial, e o estranho que se chegar morrerá. 8 Disse mais o Senhor a Aarão: E eu, eis-que [10] te tenho dado a guarda das minhas offertas alçadas, com todas as coisas sanctas dos filhos d’Israel; por causa da uncção as tenho dado a ti [11] e a teus filhos por estatuto perpetuo. 9 Isto terás das _coisas_ sanctissimas do fogo: todas as suas offertas com todas as suas offertas de manjares, [12] e com todas as suas expiações do peccado, e com todas as suas expiações da culpa, que me restituirão; _será coisa_ sanctissima para ti e para teus filhos. 10 No _logar_ sanctissimo [13] o comerás: todo o macho o comerá; sanctidade será para ti. 11 Tambem isto _será_ teu: [14] a offerta alçada dos seus dons com todas as offertas movidas dos filhos d’Israel; a ti, a teus filhos, e a tuas filhas comtigo, as tenho dado por estatuto perpetuo; todo o _que estiver_ limpo na [15] tua casa as comerá. 12 Tudo o [16] melhor do azeite, e tudo o melhor do mosto e do grão, as suas primicias que derem ao Senhor, as tenho dado a ti. 13 Os primeiros fructos de tudo que houver na terra, [17] que trouxerem ao Senhor, serão teus: todo o _que estiver_ limpo na tua casa os comerá. 14 Toda a coisa [18] consagrada em Israel será tua. 15 Tudo o que abrir a madre, de [19] toda a carne que trouxerem ao Senhor, tanto d’homens como d’animaes, será teu; porém os primogenitos dos homens resgatarás; tambem os primogenitos dos animaes immundos resgatarás. 16 Os que pois d’elles se houverem de resgatar [20] resgatarás, da edade d’um mez, segundo a tua avaliação, por cinco siclos de dinheiro, segundo o siclo do sanctuario, que é de vinte geras. 17 Mas [21] o primogenito de vacca, ou primogenito d’ovelha, ou primogenito de cabra, não resgatarás, sanctos são: o seu sangue espargirás sobre o altar, e a sua gordura queimarás _em_ offerta queimada de cheiro suave ao Senhor. 18 E a carne d’elles será tua: _assim_ como o peito do movimento, e [22] como o hombro direito, tua será. 19 Todas as offertas [23] alçadas das sanctidades, que os filhos de Israel offerecerem ao Senhor, tenho dado a ti, e a teus filhos e a tuas filhas comtigo, por estatuto perpetuo: concerto perpetuo de sal perante o Senhor é, para ti e para a tua semente comtigo. 20 Disse tambem o Senhor a Aarão: Na sua terra possessão nenhuma terás, e no meio d’elles, nenhuma parte terás: eu [24] _sou_ a tua parte e a tua herança no meio dos filhos d’Israel. 21 E eis-que aos filhos de Levi tenho dado [25] todos os dizimos em Israel por herança, pelo seu ministerio que administra, o ministerio da [26] tenda da congregação. 22 E nunca mais os filhos de Israel se chegarão [27] á tenda da congregação, para que não levem _sobre si_ o peccado, e morram. 23 Mas os levitas [28] administrarão o ministerio da tenda da congregação, e elles levarão sobre si a sua iniquidade: pelas vossas gerações estatuto perpetuo será; e no meio dos filhos d’Israel nenhuma herança herdarão. 24 Porque os dizimos dos filhos d’Israel, que [29] offerecerem ao Senhor em offerta alçada, tenho dado por herança aos levitas: porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança herdarão. 25 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 26 Tambem fallarás aos levitas, e dir-lhes-has: Quando receberdes os dizimos dos filhos de Israel, que eu d’elles vos tenho dado em vossa herança, d’elles offerecereis uma offerta alçada ao Senhor; os [30] dizimos dos dizimos. 27 E contar-se-vos-ha a vossa offerta alçada, como grão da eira, e como plenitude do lagar. 28 Assim tambem offerecereis ao Senhor uma offerta alçada de todos os vossos dizimos, que receberdes dos filhos d’Israel, e d’elles dareis a offerta alçada do Senhor a Aarão, o sacerdote. 29 De todos os vossos dons offerecereis toda a offerta alçada do Senhor: de tudo o melhor d’elles, a sua sancta parte. 30 Dir-lhes-has pois: Quando offerecerdes o melhor d’elles, como novidade da eira, e [31] como novidade do lagar, se contará aos levitas. 31 E o comereis em todo o logar, vós e a vossa casa, porque vosso galardão _é_ [32] pelo vosso ministerio na tenda da congregação. 32 Pelo que não levareis _sobre vós_ o peccado, [33] quando d’elles offerecerdes o melhor: e não [34] profanareis as coisas sanctas dos filhos de Israel, para que não morraes. [1] cap. 17.13. Exo. 28.38. [2] Gen. 29.34. cap. 3.6, 7, 10. [3] cap. 3.25, 31, 36 e 16.40 e 4.15. [4] cap. 3.10. [5] Exo. 27.21 e 30.7. Lev. 24.3. cap. 8.2 e 16.46. [6] cap. 3.12, 45. [7] cap. 3.9 e 8.19. [8] ver. 5. [9] Heb. 9.3, 6. [10] Lev. 6.16, 18, 26 e 7.6, 32. cap. 5.9. [11] Exo. 29.29. [12] Lev. 2.2 e 4.22 e 5.1, 7 e 6.25 e 10.12 e 14.13. [13] Lev. 6.16, 18, 26, 29. [14] Exo. 29.27, 28. Lev. 7.30, 34 e 10.14. Deu. 18.3. [15] Lev. 22.2, 3, 11, 12, 13. [16] Exo. 23.19. Deu. 18.4. Neh. 10.35. Exo. 22.29. [17] Exo. 34.26. Lev. 2.14. cap. 15.19. Deu. 26.2. ver. 11. [18] Lev. 27.28. [19] Exo. 13.2. Lev. 27.26. cap. 13.13 e 34.20. [20] Lev. 27.2, 6, 25. cap. 3.47. Eze. 45.12. [21] Deu. 15.16. Lev. 3.2. [22] Exo. 29.26. Lev. 7.31. [23] ver. 11. Lev. 2.3. II Chr. 13.5. [24] Deu. 10.9 e 12.12. Jos. 13.14, 33 e 14.3. Eze. 44.28. [25] ver. 24, 26. Lev. 27.30. Neh. 10.37 e 12.41. Heb. 7.5. [26] cap. 3.7, 8. [27] cap. 1.51. Lev. 22.9. [28] cap. 3.7. [29] ver. 21, 20. Deu. 10.9 e 14.27, 29 e 18.1. [30] Neh. 10.38. ver. 30. [31] ver. 27. [32] Mat. 10.10. Luc. 10.7. I Cor. 9.13. I Tim. 5.18. [33] Lev. 19.18. [34] Lev. 22.2, 15. _A agua de separação._ 19 Fallou mais o Senhor a Moysés e a Aarão, dizendo: 2 Este é o estatuto da lei, que o Senhor ordenou, dizendo: Dize aos filhos de Israel que te tragam uma bezerra ruiva sem defeito, que não _tenha_ mancha, _e_ [1] sobre que não subiu jugo. 3 E a dareis a Eleazar, o sacerdote; e a tirará fóra [2] do arraial, e se degolará diante d’elle. 4 E Eleazar, o sacerdote, tomará do seu sangue com o seu dedo, e d’elle espargirá [3] para a frente da tenda da congregação sete vezes. 5 Então queimará a bezerra perante os seus olhos; o seu coiro, e a sua [4] carne, e o seu sangue, com o seu esterco se queimará. 6 E o sacerdote tomará pau de cedro, e hyssopo, [5] e carmezim, e _os_ lançará no meio do incendio da bezerra. 7 Então o sacerdote lavará [6] os seus vestidos, e banhará a sua carne na agua, e depois entrará no arraial, e o sacerdote será immundo até á tarde. 8 Tambem o que a queimou lavará os seus vestidos com agua, e em agua banhará a sua carne, e immundo será até á tarde. 9 E um homem limpo ajuntará a cinza [7] da bezerra, e a porá fóra do arraial, n’um logar limpo, e estará _ella_ em guarda para a congregação dos filhos d’Israel, para a agua da [8] separação: expiação é. 10 E o que apanhou a cinza da bezerra lavará os seus vestidos, e será immundo até á tarde: isto será por estatuto perpetuo aos filhos d’Israel e ao estrangeiro que peregrina no meio d’elles. 11 Aquelle que tocar [9] a algum morto, cadaver d’algum homem, immundo será sete dias. 12 Ao [10] terceiro dia se purificará com ella, e ao setimo dia será limpo: mas, se ao terceiro dia se não purificar, não será limpo ao setimo dia. 13 Todo aquelle que tocar a algum morto, cadaver d’algum homem, que estiver morto, e não se purificar, contamina o tabernaculo [11] do Senhor: e aquella alma será extirpada d’Israel: porque a agua da separação não foi espargida sobre elle, immundo será: está n’elle ainda a sua immundicia. 14 Esta _é_ a lei, quando morrer algum homem em alguma tenda: todo aquelle que entrar n’aquella tenda, e todo aquelle que _estiver_ n’aquella tenda, será immundo sete dias. 15 Tambem todo o vaso [12] aberto, sobre que não houver panno atado, será immundo. 16 E todo aquelle que sobre a face do campo [13] tocar a _algum_ que fôr morto pela espada, ou outro morto, ou aos ossos d’algum homem, ou a uma sepultura, será immundo sete dias. 17 Para um immundo pois tomarão do pó [14] da queima da expiação, e sobre elle porão agua viva n’um vaso. 18 E um homem limpo tomará [15] hyssopo, e o molhará n’aquella agua, e a espargirá sobre aquella tenda, e sobre todo o fato, e sobre as almas que ali estiverem: como tambem sobre aquelle que tocar os ossos, ou a _algum_ que foi morto, ou que falleceu, ou uma sepultura. 19 E o limpo ao terceiro e setimo dia espargirá sobre o immundo: e ao setimo dia o purificará; e [16] lavará os seus vestidos, e se banhará na agua, e á tarde será limpo. 20 Porém o que fôr immundo, e se não purificar, a tal alma do meio da congregação será extirpada; porquanto contaminou [17] o sanctuario do Senhor: agua de separação sobre elle não foi espargida; immundo é. 21 Isto lhes será por estatuto perpetuo: e o que espargir a agua da separação lavará os seus vestidos; e o que tocar a agua da separação será immundo até á tarde. 22 E tudo [18] o que tocar ao immundo tambem será immundo; e a alma que o tocar será immunda até á tarde. [1] Deu. 21.3. I Sam. 6.7. [2] Lev. 4.12, 21 e 26.27. Heb. 13.11. [3] Lev. 4.6 e 16.14, 19. Heb. 9.13. [4] Exo. 29.14. Lev. 4.11, 12. [5] Lev. 14.4, 6, 49. [6] Lev. 11.25 e 15.5. [7] Heb. 9.13. [8] ver. 13, 20, 21. cap. 31.23. [9] ver. 16. Lev. 21.1. cap. 5.2 e 9.6, 10 e 31.19. Lam. 4.14. Agg. 2.13. [10] cap. 31.19. [11] Lev. 15.20 e 22.3. ver. 9. cap. 8.7. Lev. 7.20 e 22.3. [12] Lev. 11.32. cap. 31.20. [13] ver. 11. [14] ver. 9. [15] Psa. 51.9. [16] Lev. 14.9. [17] ver. 13. [18] Agg. 2.13. Lev. 15.5. _A morte de Miriam._ [Antes de Christo 1453] 20 Chegando [1] os filhos d’Israel, toda a congregação, ao deserto de Zin, no mez primeiro, o povo ficou em Cades: e Miriam [2] morreu ali, e ali foi sepultada. 2 E não havia agua [3] para a congregação: então se congregaram contra Moysés e contra Aarão. 3 E o povo contendeu [4] com Moysés, e fallaram, dizendo: Oxalá tivessemos expirado quando expiraram nossos irmãos perante o Senhor! 4 E [5] porque trouxestes a congregação do Senhor a este deserto, para que morramos ali, nós e os nossos animaes? 5 E porque nos fizestes subir do Egypto, para nos trazer a este logar máu? logar não de semente, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem d’agua para beber. 6 Então Moysés e Aarão se foram de diante da congregação á porta da tenda da congregação, e se [6] lançaram sobre os seus rostos: e a gloria do Senhor lhes appareceu. _Moysés fere a rocha e as aguas saem._ 7 E o Senhor fallou a Moysés, dizendo: 8 Toma a vara, [7] e ajunta a congregação, tu e Aarão, teu irmão, e fallae á rocha perante os seus olhos, e dará a sua agua: assim lhes tirarás [8] agua da rocha, e darás a beber á congregação e aos seus animaes. 9 Então Moysés tomou a vara de diante do Senhor, [9] como lhe tinha ordenado, 10 E Moysés e Aarão congregaram a congregação diante da rocha, e [10] disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes, porventura tiraremos agua d’esta rocha para vós? 11 Então Moysés levantou a sua mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e [11] sairam muitas aguas; e bebeu a congregação e os seus animaes. 12 E o Senhor disse a Moysés e a Aarão: Porquanto não me crestes a mim, [12] para me sanctificar diante dos filhos de Israel, por isso não mettereis esta congregação na terra que lhes tenho dado. 13 Estas são as aguas de [13] Meribah, porque os filhos de Israel contenderam com o Senhor: e se sanctificou n’elles. _Moysés solicita passagem pelo Edom._ 14 Depois Moysés [14] desde Cades mandou mensageiros ao rei d’Edom, _dizendo_: Assim diz teu irmão Israel: sabes todo o trabalho que nos sobreveiu: 15 Como nossos paes desceram ao Egypto, [15] e nós no Egypto habitámos muitos dias; e _como_ os egypcios nos maltrataram, a nós e a nossos paes: 16 E clamámos ao Senhor, [16] e _elle_ ouviu a nossa voz, e mandou um anjo, e nos tirou do Egypto: e eis que estamos em Cades, cidade na extremidade dos teus termos. 17 Deixa-nos _pois_ passar [17] pela tua terra; não passaremos pelo campo, nem pelas vinhas, nem beberemos a agua dos poços: iremos pela estrada real; não nos desviaremos para a direita nem para a esquerda, até que passemos pelos teus termos. 18 Porém Edom lhe disse: Não passarás por mim, para que porventura _eu_ não saia á espada ao teu encontro. 19 Então os filhos d’Israel lhe disseram: Subiremos pelo caminho egualado, e se eu e o meu gado bebermos das tuas aguas, [18] darei o preço d’ellas: sem alguma outra coisa sómente passarei a pé. 20 Porém _elle_ disse: [19] Não passarás. E saiu-lhe Edom ao encontro com muita gente, e com mão forte. 21 Assim recusou [20] Edom deixar passar a Israel pelo seu termo: pelo que Israel se desviou d’elle. _A morte de Aarão._ 22 Então partiram de Cades: [21] e os filhos de Israel, toda a congregação, vieram ao monte de Hor. 23 E fallou o Senhor a Moysés e a Aarão no monte de Hor, nos termos da terra de Edom, dizendo: 24 Aarão [22] recolhido será a seus povos, porque não entrará na terra que tenho dado aos filhos de Israel, porquanto rebeldes fostes á minha bocca, ás aguas de Meribah. 25 Toma [23] a Aarão e a Eleazar, seu filho, e faze-os subir ao monte de Hor. 26 E despe a Aarão os seus vestidos, e veste-os a Eleazar, seu filho, porque Aarão será recolhido, e morrerá ali. 27 Fez pois Moysés como o Senhor lhe ordenara: porque subiram ao monte de Hor perante os olhos de toda a congregação. 28 E Moysés despiu a Aarão os vestidos, [24] e os vestiu a Eleazar, seu filho; e morreu Aarão ali sobre o cume do monte; e [25] desceram Moysés e Eleazar do monte. 29 Vendo pois toda a congregação que Aarão era morto, [26] choraram a Aarão trinta dias, toda a casa de Israel. [1] cap. 22.36. [2] Exo. 15.20. cap. 26.59. [3] Exo. 17.1. cap. 16.19, 42. [4] Exo. 17.2. cap. 11.1, 33 e 14.37 e 16.32, 35, 49. [5] Exo. 17.3. [6] cap. 14.5 e 16.4, 22. [7] Exo. 17.5. [8] Neh. 9.15. Psa. 79.15 e 105.41 e 114.8. Isa. 43.20 e 48.21. [9] cap. 17.10. [10] Psa. 107.33. [11] Exo. 17.6. Deu. 8.15. I Cor. 10.4. [12] cap. 27.14. Deu. 1.37 e 3.26 e 32.51. Lev. 10.3. Eze. 20.41 e 36.23. I Ped. 3.15. [13] Deu. 33.8. Psa. 96.8 e 107.32, etc. [14] Jui. 11.16. Deu. 2.4, etc. e 23.7. Abd. 10, 12. [15] Gen. 46.6. Act. 7.15. Exo. 12.40. Deu. 26.6. Act. 7.19. [16] Exo. 2.23 e 3.2, 7 e 14.19. [17] cap. 21.22. Deu. 2.27. [18] Deu. 2.6, 28. [19] Jui. 11.17. [20] Deu. 2.27 e 2.4, 5, 8. Jui. 11.18. [21] cap. 33.37 e 21.4. [22] Gen. 25.8. cap. 27.13 e 31.2. Deu. 32.50. [23] cap. 33.38. Deu. 32.50. [24] Exo. 29.20, 30. [25] cap. 33.38. Deu. 10.6 e 32.50. [26] Deu. 34.8. _Os israelitas destroem aos cananeos._ 21 Ouvindo [1] o cananeo, o rei de Harad, que habitava para a banda do sul, que Israel vinha pelo [2] caminho das espias, pelejou contra Israel, e d’elle levou _alguns_ d’elles por prisioneiros. 2 Então Israel [3] fez um voto ao Senhor, dizendo: Se totalmente entregares este povo na minha mão, [4] destruirei totalmente as suas cidades. 3 O Senhor pois ouviu a voz de Israel, e entregou os cananeos, e os destruiu totalmente, a elles e ás suas cidades: e o nome d’aquelle logar chamou Horma. _As serpentes ardentes e a serpente de metal._ 4 Então partiram [5] do monte de Hor, pelo caminho do Mar Vermelho, a rodear a terra de Edom: porém a alma do povo angustiou-se n’este caminho. 5 E o povo fallou [6] contra Deus e contra Moysés: Porque nos fizestes subir do Egypto para que morressemos n’este deserto? pois aqui nem pão nem agua _ha_: [7] e a nossa alma tem fastio d’este pão tão vil. 6 Então o Senhor [8] mandou entre o povo serpentes ardentes, que morderam o povo; e morreu muito povo de Israel. 7 Pelo que o povo veiu a Moysés, e [9] disse: Havemos peccado, porquanto temos fallado contra o Senhor e contra ti; [10] ora ao Senhor que tire de nós estas serpentes. Então Moysés orou pelo povo. 8 E disse o Senhor a Moysés: Faze-te uma serpente ardente, e põe-n’a sobre uma haste: e será que viverá todo o mordido que attentar para ella. 9 E Moysés [11] fez uma serpente de metal, e pôl-a sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguem, attentava para a serpente de metal, e ficava vivo. _Jornadas dos israelitas._ 10 Então os filhos de Israel partiram, [12] e alojaram-se em Oboth. 11 Depois partiram [13] de Oboth, e alojaram-se nos outeiros de Abarim, no deserto que _está_ defronte de Moab, ao nascente do sol. 12 D’ali partiram, [14] e alojaram-se junto ao ribeiro de Zered. 13 E d’ali partiram, e alojaram-se d’esta banda de Arnon, que _está_ no deserto e sae dos termos dos amorrheos: porque [15] Arnon _é_ o termo de Moab, entre Moab e os amorrheos. 14 Pelo que se diz no livro das guerras do Senhor: Contra Vaheb em Supha, e contra os ribeiros de Arnon, 15 E _contra_ a corrente dos ribeiros, que se volve para a situação de Ar, [16] e se encosta aos termos de Moab. 16 E d’ali _se partiram_ a Beer; este é o poço [17] do qual o Senhor disse a Moysés: Ajunta o povo, e lhe darei agua 17 (Então [18] Israel cantou este cantico: Sobe, poço, cantae d’elle: 18 Tu, poço, que cavaram os principes, que escavaram os nobres do povo, e o legislador [19] com os seus bordões): e do deserto _partiram_ para Mattana; 19 E de Mattana a Nahaliel, e de Nahaliel a Bamoth; _Os israelitas ferem os reis de Moab e de Bashan._ [Antes de Christo 1452] 20 E de Bamoth ao valle que _está_ no campo de Moab, [20] no cume de Pisga, e á vista do deserto. 21 Então Israel [21] mandou mensageiros a Sehon, rei dos amorrheos, dizendo: 22 Deixa-me [22] passar pela tua terra; não nos desviaremos pelos campos nem pelas vinhas: as aguas dos poços não beberemos: iremos pela estrada real até que passemos os teus termos. 23 Porem [23] Sehon não deixou passar a Israel pelos seus termos; antes Sehon congregou todo o seu povo, e saiu ao encontro de Israel ao deserto, e veiu [24] a Jazha, e pelejou contra Israel. 24 Mas Israel [25] o feriu ao fio da espada, e tomou a sua terra em possessão, desde Arnon até Jabbok, até aos filhos de Ammon: porquanto o termo dos filhos de Ammon era firme. 25 Assim Israel tomou todas estas cidades: e Israel habitou em todas as cidades dos amorrheos, em Hesbon e em todas as suas aldeias. 26 Porque Hesbon _era_ cidade de Sehon, rei dos amorrheos, e tinha pelejado contra o precedente rei dos moabitas, e tinha tomado da sua mão toda a sua terra até Arnon. 27 Pelo que dizem os que fallam em proverbios: Vinde a Hesbon; edifique-se e fortifique-se a cidade de Sehon. 28 Porque fogo [26] saiu de Hesbon, e uma chamma da cidade de Sehon: e consumiu a Ar dos moabitas, _e_ os senhores dos altos de Arnon. 29 Ai de ti, Moab! perdido és, povo de Chamoz! [27] entregou seus filhos, que iam fugindo, e suas filhas, a _ser_ captivos a Sehon, rei dos amorrheos. 30 E nós os derribámos: [28] Hesbon perdida é até Dibon, e os assolámos até Nophah, que _se estende_ até [29] Medeba. 31 Assim Israel habitou na terra dos amorrheos. 32 Depois mandou Moysés espiar a [30] Jaezer, e tomaram as suas aldeias, e d’aquella possessão lançaram os amorrheos que _estavam_ ali. 33 Então viraram-se, [31] e subiram o caminho de Basan: e Og, rei de Basan, saiu contra elles, elle e todo o seu povo, á peleja em [32] Edrei. 34 E disse o Senhor a [33] Moysés: Não o temas, porque eu t’o tenho dado na tua mão, a elle, e a todo o seu povo, e a sua terra, [34] e far-lhe-has como fizeste a Sehon, rei dos amorrheos, que habitava em Hesbon. 35 E de tal maneira o feriram, [35] a elle e a seus filhos, e a todo o seu povo, que nenhum d’elles escapou: e tomaram a sua terra em possessão. [1] cap. 33.21. Jui. 1.16. [2] cap. 13.21. [3] Gen. 28.20. Jui. 11.30. [4] Lev. 27.28. [5] cap. 20.22 e 33.41. Jui. 11.18. [6] Psa. 78.19. Exo. 16.3 e 17.3. [7] cap. 11.6. [8] I Cor. 10.9. Deu. 8.15. [9] Psa. 78.34. ver. 5. [10] Exo. 8.8, 28. I Sam. 12.19. I Reis 13.6. Act. 8.24. [11] II Reis 18.4. João 3.14. [12] cap. 33.43. [13] cap. 23.44. [14] Deu. 2.13. [15] cap. 22.36. Jui. 11.18. [16] Deu. 2.18, 29. [17] Jui. 9.21. [18] Exo. 15.1. Psa. 105.2 e 106.12. [19] Isa. 33.22. [20] cap. 23.28. [21] Deu. 2.26, 27. Jui. 11.19. [22] cap. 20.17. [23] Deu. 29.7. [24] Deu. 2.32. Jui. 11.20. [25] Deu. 2.33 e 29.7. Jos. 12.1, 2 e 24.8. Neh. 9.22. Psa. 135.10 e 136.19. Amós 2.9. [26] Jer. 48.45. Deu. 2.9, 18. Isa. 15.1. [27] Jui. 11.24. I Reis 11.7, 33. II Reis 23.13. Jer. 48.7, 13. [28] Jer. 48.18, 22. [29] Isa. 15.2. [30] cap. 32.1. Jer. 48.32. [31] Deu. 3.1 e 29.7. [32] Jos. 13.12. [33] Deu. 3.2. [34] ver. 24. Psa. 135.10 e 136.20. [35] Deu. 3.3, 4, etc. _Balac e Balaão._ 22 Depois [1] partiram os filhos de Israel, e acamparam-se nas campinas de Moab, d’esta banda do Jordão _de_ Jericó. 2 Vendo pois [2] Balac, filho de Zippor, tudo o que Israel fizera aos amorrheos, 3 Moab temeu [3] muito diante d’este povo, porque era muito: e Moab andava angustiado por causa dos filhos de Israel. 4 Pelo que Moab disse aos [4] anciãos dos midianitas: Agora lamberá esta congregação tudo _quanto houver_ ao redor de nós, como o boi lambe a herva do campo. N’aquelle tempo Balac, filho de Zippor, _era_ rei dos moabitas. 5 Este enviou [5] mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Pethor, que _está_ junto ao rio, na terra dos filhos do seu povo, a chamal-o, dizendo: [6] Eis que um povo saiu do Egypto; eis que cobre a face da terra, e parado está defronte de mim. 6 Vem pois agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; porventura o poderei ferir, e o lançarei fóra da terra: porque eu sei que, a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado. 7 Então foram-se os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com o _preço_ dos encantamentos nas suas mãos: [7] e chegaram a Balaão, e lhe fallaram as palavras de Balac. 8 E _elle_ lhes disse: Passae [8] aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o Senhor me fallar: então os principes dos moabitas ficaram com Balaão. 9 E veiu Deus a Balaão, [9] e disse: Quem _são_ estes homens _que estão_ comtigo? 10 E Balaão disse a Deus: Balac, filho de Zippor, rei dos moabitas, m’_os_ enviou, _dizendo_: 11 Eis que o povo que saiu do Egypto cobriu a face da terra: vem agora, amaldiçoa-m’o; porventura poderei pelejar contra elle, e o lançarei fóra. 12 Então disse Deus a Balaão: Não irás com elles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto [10] bemdito _é_. 13 Então Balaão levantou-se pela manhã, e disse aos principes de Balac: Ide á vossa terra, porque o Senhor recusa deixar-me ir comvosco. 14 E levantaram-se os principes dos moabitas, e vieram a Balac, e disseram: Balaão recusou vir comnosco. 15 Porém Balac proseguiu ainda em enviar mais principes, e mais honrados do que aquelles, 16 Os quaes vieram a Balaão, e lhe disseram: Assim diz Balac, filho de Zippor: Rogo-te que não te demores em vir a mim, 17 Porque grandemente te honrarei, e farei tudo o que me disseres: vem pois, rogo-te, [11] amaldiçoa-me este povo. 18 Então Balaão [12] respondeu, e disse aos servos de Balac: Ainda que Balac me désse a sua casa cheia de prata e de oiro, [13] eu não poderia traspassar [GY] o mandado do Senhor meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande; 19 Agora, pois, rogo-vos que tambem aqui [14] fiqueis esta noite, para que eu saiba o que o Senhor me fallar mais. 20 Veiu pois o Senhor a Balaão, de noite, e disse-lhe: [15] Se aquelles homens te vieram chamar, levanta-te, vae com elles; todavia, farás o que eu te disser. 21 Então Balaão levantou-se pela manhã, e albardou a sua jumenta, e foi-se com os principes de Moab. 22 E a ira de [16] Deus accendeu-se, porque elle se ia: e o anjo do Senhor poz-se-lhe no caminho por adversario: e elle ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus moços com elle. 23 Viu pois a [17] jumenta o anjo do Senhor, que estava no caminho, com a sua espada desembainhada na mão; pelo que desviou-se a jumenta do caminho, e foi-se pelo campo: então Balaão espancou a jumenta para fazel-a tornar ao caminho. 24 Mas o anjo do Senhor poz-se n’uma vereda de vinhas, _havendo_ uma parede d’esta banda e uma parede da outra. 25 Vendo pois a jumenta o anjo do Senhor, apertou-se contra a parede, e apertou contra a parede o pé de Balaão; pelo que tornou a espancal-a. 26 Então o anjo do Senhor passou mais adiante, e poz-se n’um logar estreito, onde não _havia_ caminho para se desviar nem para a direita nem para a esquerda. 27 E, vendo a jumenta o anjo do Senhor, deitou-se debaixo de Balaão: e a ira de Balaão accendeu-se, e espancou a jumenta com o bordão. 28 Então o Senhor abriu [18] a bocca da jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas tres vezes? 29 E Balaão disse á jumenta: Porque zombaste de mim: [19] oxalá tivesse eu uma espada na mão, porque agora te matara. 30 E a jumenta disse a Balaão: _Porventura_ não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo que eu _fui_ tua até hoje? costumei eu alguma vez de fazer assim comtigo? E _elle_ respondeu: Não. 31 Então o Senhor abriu os [20] olhos a Balaão, e elle viu o anjo do Senhor, que estava no caminho, e a sua espada desembainhada [21] na mão: pelo que inclinou a cabeça, e prostrou-se sobre a sua face. 32 Então o anjo do Senhor lhe disse: Porque já tres vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu sahi para ser _teu_ adversario, porquanto [22] o _teu_ caminho é perverso diante de mim: 33 Porém a jumenta me viu, e já tres vezes se desviou de diante de mim: se ella se não desviara de diante de mim, na verdade que _eu_ agora te tivera matado, e a ella deixara com vida. 34 Então Balaão disse ao anjo do Senhor: [23] Pequei, que não soube que estava n’este caminho para me oppôr: e agora, se _parece_ mal aos teus olhos, tornar-me-hei. 35 E disse o anjo do Senhor a Balaão: Vae-te com estes [24] homens; mas sómente a palavra que eu fallar a ti esta fallarás. Assim Balaão foi-se com os principes de Balac. 36 Ouvindo pois Balac que Balaão vinha, saiu-lhe ao encontro até á cidade de Moab, [25] que _está_ no termo de Arnon, na extremidade do termo _d’elle_. 37 E Balac disse a Balaão: _Porventura_ não enviei diligentemente a chamar-te? [26] porque não vieste a mim? não posso eu na verdade honrar-te? 38 Então Balaão disse a Balac: Eis que eu tenho vindo a ti: porventura poderei eu agora de alguma fórma fallar alguma coisa? [27] a palavra que Deus pozer na minha bocca esta fallarei. 39 E Balaão foi com Balac, e vieram a Quiriath-huzoth. 40 Então Balac matou bois e ovelhas; e _d’elles_ enviou a Balaão e aos principes que _estavam_ com elle. 41 E succedeu que, pela manhã, Balac tomou a Balaão, e o fez subir [28] aos altos de Baal, e viu elle d’ali a ultima _parte_ do povo. [1] cap. 33.48. [2] Jui. 11.25. [3] Exo. 15.15. [4] cap. 31.8. Jos. 13.21. [5] Deu. 23.4. Jos. 13.22 e 24.9. Neh. 13.1. Miq. 6.5. II Ped. 2.15. Jud. 11. Apo. 2.14. [6] cap. 23.7. Deu. 23.4. [7] I Sam. 9.7, 8. [8] ver. 13. [9] ver. 20. Gen. 20.3. [10] cap. 23.20. Rom. 11.29. [11] ver. 6. [12] cap. 24.3. [13] I Reis 22.14. II Chr. 18.13. [14] ver. 8. [15] ver. 35. cap. 23.12, 26 e 24.13. [16] Exo. 4.24. [17] II Reis 6.17. Dan. 10.7. Act. 22.9. Jud. 11. [18] II Ped. 2.16. [19] Pro. 12.10. [20] Gen. 21.19. II Reis 6.17. Luc. 24.16, 31. [21] Exo. 34.8. [22] II Ped. 2.14, 15. [23] I Sam. 15.24, 30 e 26.21. II Sam. 12.13. Job 34.31. [24] ver. 20. [25] Gen. 14.17. cap. 21.13. [26] ver. 17. cap. 24.11. [27] cap. 23.26 e 24.13. I Reis 22.14. II Chr. 18.13. [28] Deu. 12.2. _Balac edifica sete altares._ 23 Então Balaão disse a Balac: [1] Edifica-me aqui sete altares, e prepara-me aqui sete bezerros e sete carneiros. 2 Fez pois Balac como Balaão dissera: [2] e Balac e Balaão offereceram um bezerro e um carneiro sobre _cada_ altar. 3 Então Balaão disse a Balac: [3] Fica-te ao pé do teu holocausto, e eu irei; porventura o Senhor me sairá [4] ao encontro, e o que me mostrar te notificarei. Então foi a um alto. 4 E, encontrando-se Deus [5] com Balaão, lhe disse _este_: Preparei sete altares, e offereci um bezerro e um carneiro sobre _cada_ altar. 5 Então o Senhor poz a palavra [6] na bocca de Balaão, e disse: Torna-te para Balac, e falla assim. 6 E, tornando para elle, eis que estava ao pé do seu holocausto, elle e todos os principes dos moabitas. 7 Então alçou a [7] sua parabola, e disse: Da Syria me mandou trazer Balac, rei dos moabitas, das montanhas do oriente, [8] _dizendo_: Vem, amaldiçoa-me a Jacob; e vem, detesta a Israel. 8 Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? e como detestarei, _quando_ o Senhor não detesta? 9 Porque do cume das penhas o vejo, e dos outeiros o contemplo: [9] eis que este povo habitará só, e entre as gentes não será contado. 10 Quem contará [10] o pó de Jacob e o numero da quarta _parte_ de Israel? a minha alma morra da morte dos justos, e seja o meu fim como o seu. 11 Então disse Balac a Balaão: Que me fizeste? [11] chamei-te para amaldiçoar os meus inimigos, mas eis que inteiramente _os_ abençoaste. 12 E elle respondeu, [12] e disse: _Porventura_ não terei cuidado de fallar o que o Senhor poz na minha bocca? 13 Então Balac lhe disse: Rogo-te que venhas comigo a outro logar, d’onde o verás; verás sómente a ultima _parte_ d’elle, mas a todo elle não verás: e amaldiçoa-m’o d’ali. 14 Assim o tomou comsigo ao campo de Zophim, ao cume de Pisga: e edificou sete [13] altares, e offereceu um bezerro e um carneiro sobre _cada_ altar. 15 Então disse a Balac: Fica aqui ao pé do teu holocausto, e eu irei ali ao _seu_ encontro. 16 E, encontrando-se o Senhor com Balaão, poz [14] uma palavra na sua bocca, e disse: Torna para Balac, e falla assim. 17 E, vindo a elle, eis-que estava ao pé do holocausto, e os principes dos moabitas com elle: disse-lhe pois Balac: Que coisa fallou o Senhor? _As prophecias de Balaão._ 18 Então alçou a sua parabola, e disse: [15] Levanta-te, Balac, e ouve: inclina os teus ouvidos a mim, filho de Zippor. 19 Deus não _é_ homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa: _porventura_ diria _elle_, e não _o_ faria? ou fallaria, e não o confirmaria? 20 Eis que recebi _mandado_ de abençoar: [16] pois elle tem abençoado, e eu não o posso revogar. 21 Não viu iniquidade [17] em Israel, nem contemplou maldade em Jacob: o Senhor seu Deus [18] _é_ com elle, e n’elle, e entre elles _se ouve_ o alarido d’um rei. 22 Deus [19] os tirou do Egypto; as suas forças _são_ como as do unicornio. 23 Pois contra Jacob não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel: n’este tempo se dirá de Jacob e d’Israel: [20] Que coisas Deus tem obrado! 24 Eis que o povo se levantará como leoa, [21] e se exalçará como leão: não se deitará até que coma _a_ presa, e beba o sangue de mortos. 25 Então Balac disse a Balaão: Nem totalmente o amaldiçoarás, nem totalmente o abençoarás. 26 Porém Balaão respondeu, e disse a Balac: Não te fallei eu, dizendo: Tudo o que [22] o Senhor fallar aquillo farei? 27 Disse mais Balac a [23] Balaão: Ora vem, e te levarei a outro logar: porventura bem parecerá aos olhos de Deus que d’ali m’o amaldiçoes. 28 Então Balac levou Balaão comsigo ao cume de Peor, [24] que olha para a banda do deserto. 29 Balaão disse a Balac: [25] Edifica-me aqui sete altares, e prepara-me aqui sete bezerros e sete carneiros. 30 Balac pois fez como dissera Balaão; e offereceu um bezerro e um carneiro sobre _cada_ altar. [1] ver. 29. [2] ver. 14, 30. [3] ver. 15. [4] cap. 24.1. [5] ver. 16. [6] cap. 22.35. Deu. 18.18. Jer. 1.9. [7] ver. 18. cap. 24.3, 15, 23. Job 27.1 e 29.1. Psa. 78.2. Eze. 17.2. Miq. 2.4. Hab. 2.6. [8] cap. 22.6, 11, 17. I Sam. 17. Isa. 47.12. [9] Deu. 33.28. Exo. 33.16. Esd. 9.2. Eph. 2.14. [10] Gen. 13.16 e 22.17. Psa. 116.15. [11] cap. 22.11, 17 e 24.10. [12] cap. 22.38. [13] ver. 1, 2. [14] ver. 5. cap. 22.35. [15] Jui. 2.20. I Sam. 15.29. Mal. 3.6. Rom. 11.29. Tito 1.2. Thi. 1.17. [16] Gen. 12.2 e 22.17. cap. 22.12. [17] Rom. 4.7. [18] Exo. 13.21 e 29.45, 46 e 33.14. Psa. 89.16. [19] cap. 24.8. Deu. 33.17. Job 39.10. [20] Psa. 31.20 e 44.2. [21] Gen. 49.9, 27. [22] ver. 12. cap. 22.38. I Reis 22.14. [23] ver. 13. [24] cap. 21.20. [25] ver. 1. 24 Vendo Balaão que bem parecia aos olhos do Senhor que abençoasse a Israel, não se foi esta vez [1] como d’antes ao encontro dos encantamentos: mas poz o seu rosto para o deserto. 2 E, levantando Balaão os seus olhos, e vendo a Israel, [2] que habitava segundo as suas tribus, veiu sobre elle o Espirito de Deus. 3 E alçou [3] a sua parabola, e disse: Falla, Balaão, filho de Beor, e falla o homem d’olhos abertos; 4 Falla aquelle que ouviu os ditos de Deus, o que vê a visão do Todo-poderoso [4] caido _em extasis_ e d’olhos abertos: 5 Que boas são as tuas tendas, ó Jacob! as tuas moradas ó Israel. 6 Como ribeiros se estendam, como jardins ao pé dos rios: [5] como arvores de sandalo o Senhor os plantou, como cedros junto ás aguas, 7 De seus baldes manarão aguas, e a sua semente _estará_ [6] em muitas aguas: e o seu rei se exalçará mais do que Agag, e [7] o seu reino será levantado. 8 Deus o tirou do Egypto; as suas forças _são_ como as do unicornio: consumirá [8] as gentes, seus inimigos, e quebrará seus ossos, e com as suas settas os atravessará. 9 Encurvou-se, [9] deitou-se como leão, e como leoa: quem o despertará? bemditos os que te abençoarem, [10] e malditos os que te amaldiçoarem. 10 Então a ira de Balac se accendeu contra Balaão, e bateu elle as suas palmas: [11] e Balac disse a Balaão: [12] Para amaldiçoar os meus inimigos te tenho chamado; porém agora já tres vezes _os_ abençoaste inteiramente. 11 Agora pois foge para o ten logar: eu tinha dito _que_ te honraria [13] grandemente; mas eis que o Senhor te privou d’esta honra. 12 Então Balaão disse a Balac: Não fallei _eu_ tambem aos teus mensageiros, que me enviaste, dizendo: 13 Ainda que [14] Balac me désse a sua casa cheia de prata e oiro, não posso traspassar o mandado do Senhor, fazendo bem ou mal de meu _proprio_ coração: o que o Senhor fallar, isso fallarei eu. 14 Agora pois eis que me vou ao meu povo: vem, [15] avisar-te-hei do que este povo fará ao teu povo nos ultimos dias. 15 Então alçou [16] a sua parabola, e disse: Falla Balaão, filho de Beor, e falla o homem d’olhos abertos; 16 Falla aquelle que ouviu os ditos de Deus, e o que sabe a sciencia do Altissimo: o que viu a visão do Todo Poderoso, caido _em extasis_, e d’olhos abertos: 17 Vel-o-hei, [17] mas não agora contemplal-o-hei mas não de perto: [18] uma estrella procederá de Jacob, e um sceptro subirá de Israel, que ferirá os termos dos moabitas, e destruirá todos os filhos de [GZ] Seth. 18 E Edom [19] será uma possessão, e Seir tambem será uma possessão hereditaria para os seus inimigos: pois Israel fará proezas. 19 E dominará _um_ de Jacob, [20] e matará os que restam das cidades. 20 E vendo os amalequitas, alçou a sua parabola, e disse: Amalek _é_ o primeiro das gentes; porém o seu fim _será_ para perdição. 21 E vendo os quenitas, alçou a sua parabola, e disse: Firme _está_ a tua habitação, e pozeste o teu ninho na penha. 22 Todavia o quenita será consumido, até que Assur te leve por prisioneiro. 23 E, alçando ainda a sua parabola, disse: Ai, quem viverá, quando Deus fizer isto? 24 E as naus [21] das costas de Chittim affligirão a Assur; tambem affligirão a Heber; e tambem elle _será_ para perdição. 25 Então Balaão levantou-se, e foi-se, e voltou ao seu logar [22], e tambem Balac foi-se pelo seu caminho. [1] cap. 23.3, 15. [2] cap. 2.2, etc. e 11.25. I Sam. 10.10 e 19.20, 23. II Chr. 15.1. [3] cap. 23.7, 18. [4] I Sam. 19.24. Eze. 1.28. Dan. 8.18 e 10.15, 16. II Cor. 12.2, 3, 4. Apo. 1.10, 17. [5] Psa. 1.3. Jer. 17.8. Psa. 104.16. [6] Jer. 51.13. Apo. 17.1, 15. [7] I Sam. 15.9. II Sam. 5.12. I Chr. 14.2. cap. 23.22. [8] cap. 14.9. Psa. 2.9. Isa. 38.13. Jer. 50.9. [9] Gen. 49.9. [10] Gen. 12.3 e 27.29. [11] Eze. 21.14, 17 e 22.13. [12] cap. 23.11. Deu. 23.4, 5. Jos. 24.9. Neh. 13.2. [13] cap. 22.17, 37. [14] cap. 22.18. [15] Miq. 6.5. Apo. 2.14. Gen. 49.1. Dan. 2.28 e 10.14. [16] ver. 3, 4. [17] Apo. 1.7. [18] Mat. 2.2. Apo. 22.16. Gen. 49.10. Psa. 110.2. [19] II Sam. 8.14. Psa. 60.10, 11, 13. [20] Gen. 49.10. [21] Dan. 11.30. Gen. 10.21, 26. [22] cap. 31.8. _Os israelitas peccam com as filhas dos moabitas._ 25 E Israel deteve-se em [1] Sittim, e o povo começou a fornicar com as filhas dos moabitas. 2 E convidaram o povo aos [2] sacrificios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses. 3 Juntando-se pois Israel a Baalpeor, a ira [3] do Senhor se accendeu contra Israel. 4 Disse o Senhor a Moysés: [4] Toma todos os Cabeças do povo, e enforca-os ao Senhor diante do sol, e o ardor da ira [5] do Senhor se retirará d’Israel. 5 Então Moysés disse aos [6] juizes d’Israel: Cada [7] um mate os seus homens que se conjuntaram a Baalpeor. 6 E eis que veiu um homem dos filhos de Israel, e trouxe a seus irmãos uma midianita aos olhos de Moysés, e aos olhos de toda a congregação dos filhos de Israel, chorando elles [8] _diante_ da tenda da congregação. 7 Vendo _isso_ Phineas, [9] filho de Eleazar, o filho d’Aarão, sacerdote, se levantou do meio da congregação, e tomou uma lança na sua mão; 8 E foi após do varão israelita até á tenda, e os atravessou a ambos, ao varão israelita e á mulher, pela sua barriga: então a praga cessou de sobre os filhos de Israel. 9 E os que morreram d’aquella praga foram [10] vinte e quatro mil. 10 Então o Senhor fallou a Moysés, dizendo: 11 Phineas, [11] filho d’Eleazar, o filho d’Aarão sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois zelou o meu zelo no meio d’elles; que no meu [12] zelo não consumi os filhos d’Israel. 12 Portanto dize: [13] Eis que lhe dou o meu concerto de paz, 13 E elle, e a sua [14] semente depois d’elle, terá o concerto do sacerdocio perpetuo; porquanto teve zelo pelo seu Deus, e fez propiciação pelos filhos d’Israel. 14 E o nome do israelita morto, que foi morto com a midianita, _era_ Zimri, filho de Salu, maioral da casa paterna dos simeonitas. 15 E o nome da mulher midianita, morta, _era_ Cosbi, filha [15] de Zur, cabeça do povo da casa paterna entre os midianitas. 16 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 17 Affligireis os midianitas e os ferireis, 18 Porque elles vos affligiram a vós outros com os seus enganos [16] com que vos enganaram no negocio de Peor, e no negocio de Cosbi, filha do maioral dos midianitas, a irmã d’elles, que foi morta no dia da praga no negocio de Peor. [1] cap. 33.49. Jos. 2.1. Miq. 6.5. cap. 31.16. I Cor. 10.8. [2] Jos. 2.1. Ose. 9.10. I Cor. 10.20. [3] Psa. 106.29. [4] Deu. 4.3. Jos. 22.17. [5] ver. 11. Deu. 13.17. [6] Exo. 18.21, 25. [7] Exo. 32.27. Deu. 13.6, 9, 13, 15. [8] Joel 2.17. [9] Psa. 106.30. Exo. 6.25. [10] Deu. 4.3. I Cor. 10.8. [11] Psa. 106.30. [12] Exo. 20.5. Deu. 32.16, 21. I Reis 14.22. Eze. 16.38. Sof. 1.18. [13] Mal. 2.4, 5 e 3.1. [14] I Chr. 6.4, etc. Exo. 40.15. Act. 22.3. Rom. 10.2. Heb. 2.17. [15] cap. 31.8. Jos. 13.21. [16] cap. 31.16. Apo. 2.14. _Deus manda tomar a somma de todos os israelitas._ 26 Aconteceu pois que, depois d’aquella praga, fallou o Senhor a Moysés, e a Eleazar, filho d’Aarão o sacerdote, dizendo: 2 Tomae [1] a somma de toda a congregação dos filhos de Israel, da edade de vinte annos e para cima, segundo as casas de seus paes: todo o que em Israel sae ao exercito. 3 Fallou-lhes pois Moysés e Eleazar o sacerdote, nas campinas [2] de Moab, ao pé do Jordão _de_ Jericó, dizendo: 4 _Conta_ o povo da edade de vinte annos e para cima, como o [3] Senhor ordenara a Moysés e aos filhos d’Israel, que sairam do Egypto. 5 Ruben, [4] o primogenito de Israel: os filhos de Ruben _foram_ Hanoch, _do qual_ era a familia dos hanochitas: de Pallu a familia dos palluitas; 6 De Hezrona, familia dos hezronitas: de Carmi, a familia dos carmitas: 7 Estas _são_ as familias dos rubenitas: e os _que foram_ d’elles contados, foram quarenta e tres mil e setecentos e trinta. 8 E os filhos de Pallu, Eliab: 9 E os filhos d’Eliab, Nemuel, e Dathan, e Abiram: estes, Dathan e Abiram, _foram_ os afamados da congregação, [5] que moveram a contenda contra Moysés e contra Aarão na congregação de Coré, quando moveram a contenda contra o Senhor; 10 E a terra abriu [6] a sua bocca, e os tragou com Coré, quando morreu a congregação: quando o fogo consumiu duzentos e cincoenta homens, [7] e foram por signal. 11 Mas [8] os filhos de Coré não morreram. 12 Os filhos de Simeão, segundo as suas familias: de Nemuel, [9] a familia dos nemuelitas: de Jamin, a familia dos jaminitas: de Jachin, a familia dos jachinitas: 13 De Zerah, [10] a familia dos zerahitas: de Saul, a familia dos saulitas. 14 Estas _são_ as familias dos simeonitas vinte e dois mil e duzentos. 15 Os filhos de Gad, segundo as suas gerações: de Zephon, [11] a familia dos zephonitas: de Haggi, a familia dos haggitas: de Suni, a familia dos sunitas: 16 De Ozni, a familia dos oznitas: de Heri, a familia dos heritas: 17 De Arod [12], a familia dos aroditas: de Areli, a familia dos arelitas. 18 Estas _são_ as familias dos filhos de Gad, segundo os _que foram_ d’elles contados, quarenta mil e quinhentos. 19 Os filhos [13] de Judah, Er e Onan: mas Er e Onan morreram na terra de Canaan. 20 Assim os filhos [14] de Judah foram segundo as suas familias; de Selah a familia dos selanitas: de Pharez, a familia dos pharezitas; de Zerah, a familia dos zerahitas. 21 E os filhos de Pharez foram; de Hezron, a familia dos hezronitas: de Hamul, a familia doa hamulitas. 22 Estas _são_ as familias de Judah, segundo os _que foram_ d’elles contados, setenta e seis mil e quinhentos. 23 Os filhos d’Issacar, segundo as suas familias, _foram_; de Tola, a familia dos tolaitas: de Puva a familia dos puvitas, 24 De Jasub a familia dos jasubitas: de Simron, a familia dos simronitas. 25 Estas _são_ as familias d’Issacar, segundo os _que foram_ d’elles contados, sessenta e quatro mil e trezentos. 26 Os filhos [15] de Zebulon, segundo as suas familias, _foram_; de Sered, a familia dos sereditas: d’Elon, a familia dos elonitas: de Jahleel, a familia dos jahleelitas. 27 Estas _são_ as familias dos zebulonitas, segundo os _que foram_ d’elles contados, sessenta mil e quinhentos. 28 Os filhos de José [16] segundo as suas familias, _foram_ Manasseh e Ephraim. 29 Os filhos de Manasseh _foram_; de Machir, [17] a familia dos machiritas; e Machir gerou a Gilead: de Gilead, a familia dos gileaditas. 30 Estes _são_ os filhos de Gilead: [18] _de_ Jezer, a familia dos jezeritas: de Helek, a familia das helekitas: 31 E d’Asriel, a familia dos asrielitas: e de Sechen, a familia dos sechenitas: 32 E _de_ Semida, a familia dos semidaitas: e de Hepher, a familia dos hepheritas. 33 Porém Selofad, [19] filho de Hepher, não tinha filhos, senão filhas: e os nomes das filhas de Selofad _foram_ Machla, Noa, Hogla, Milca e Tirza. 34 Estas _são_ as familias de Manasseh: e os que _foram_ d’elles contados, _foram_ cincoenta e dois mil e setecentos. 35 Estes _são_ os filhos d’Ephraim, segundo as suas familias: de Sutelah, a familia dos sutelahitas: [20] de Becher, a familia dos becheritas: de Tahan, a familia dos tahanitas. 36 E estes _são_ os filhos de Sutelah: d’Eran, a familia dos eranitas. 37 Estas _são_ as familias dos filhos d’Ephraim, segundo os _que foram_ d’elles contados, trinta e dois mil e quinhentos: estes _são_ os filhos de José, segundo as suas familias. 38 Os filhos [21] de Benjamin, segundo as suas familias; de Bela, a familia dos belaitas: d’Asbel, a familia dos asbelitas: de [22] Ahiram, a familia dos ahiramitas; 39 De Supham, [23] a familia dos suphamitas: de Hupham, a familia dos huphamitas. 40 E os filhos de Bela foram [24] Ard e Naaman: _d’Ard_ a familia dos arditas: de Naaman a familia dos naamanitas. 41 Estes _são_ os filhos de Benjamin, segundo as suas familias: e os _que foram_ d’elles contados, _foram_ quarenta e cinco mil e seiscentos. 42 Estes _são_ os filhos [25] de Dan, segundo as suas familias; de Suham a familia dos suhamitas: estas _são_ as familias de Dan, segundo as suas familias. 43 Todas as familias dos suhamitas, secundo os _que foram_ d’elles contados, _foram_ sessenta e quatro mil e quatrocentos. 44 Os filhos d’Aser, [26] segundo as suas familias, _foram_: d’Imna, a familia dos imnaitas: d’Isvi, a familia dos isvitas, de Berish, a familia dos beriitas. 45 Dos filhos de Beriah, _foram_; de Heber, a familia dos heberitas; de Malchiel, a familia dos malchielitas. 46 E o nome da filha d’Aser _foi_ Serah. 47 Estas _são_ as familias dos filhos d’Aser, segundo os _que foram_ d’elles contados, cincoenta e tres mil e quatrocentos. 48 Os filhos de [27] Naphtali, segundo as suas familias: de Jahzeel, a familia dos jahzeelitas: de Guni, a familia dos gunitas: 49 De Jezer, a familia dos jezeritas: de Sillem, [28] a familia dos sillemitas. 50 Estas _são_ as familias de Naphtali, segundo as suas familias: e os _que foram_ d’elles contados, _foram_ quarenta e cinco mil e quatrocentos. 51 Estes [29] _são_ os contados dos filhos d’Israel, seiscentos e um mil e setecentos e trinta. _A lei ácerca da divisão da terra._ 52 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 53 A [30] estes se repartirá a terra em herança, segundo o numero dos nomes. 54 Aos muitos multiplicarás [31] a sua herança, e aos poucos diminuirás a sua herança: a cada qual se dará a sua herança, segundo os _que foram_ d’elles contados. 55 Todavia a terra se repartirá [32] por sortes: segundo os nomes das tribus de seus paes a herdarão. 56 Segundo _sair_ a sorte, se repartirá a herança d’elles entre os muitos e poucos. 57 E estes [33] _são_ os _que foram_ contados de Levi, segundo as suas familias: de Gerson, a familia dos gersonitas; de Kohath, a familia dos kohathitas; de Merari, a familia dos meraritas. 58 Estas _são_ as familias de Levi: a familia dos libnitas, a familia dos hebronitas, a familia dos mahlitas, a familia dos musitas, a familia dos corhitas: e Kohath gerou a Amram. 59 E o nome da mulher de Amram _foi_ Jochebed, [34] filha de Levi, a qual a Levi nasceu no Egypto: e esta a Amram pariu Aarão, e Moysés, e Miriam, sua irmã. 60 E a Aarão [35] nasceram Nadab, Abihu, Eleazar, e Ithamar. 61 Porém [36] Nadab e Abihu morreram quando trouxeram fogo estranho perante o Senhor. 62 E foram [37] os _que foram_ d’elles contados vinte e tres mil, todo o macho da edade de um mez e para cima: porque estes não foram contados entre os filhos de Israel, porquanto lhes não foi dada herança entre os filhos de Israel. 63 Estes _são_ os _que foram_ contados por Moysés e Eleazar, o sacerdote, que contaram os filhos de Israel nas [38] campinas de Moab, ao pé do Jordão _de_ Jericó. 64 E entre [39] estes nenhum houve dos _que foram_ contados por Moysés e Aarão, o sacerdote; quando contaram aos filhos de Israel no deserto de Sinai. 65 Porque o Senhor dissera d’elles que certamente morreriam no deserto: e nenhum d’elles ficou, senão Caleb, filho de Jefoné, e Josué, filho de Nun. [1] Exo. 30.12 e 38.25, 26. cap. 1.2, 3. [2] ver. 63. cap. 22.1 e 31.12 e 33.48 e 35.1. [3] cap. 1.1. [4] Gen. 46.8. Exo. 6.14. I Chr. 5.1. [5] cap. 16.1, 2. [6] cap. 16.32, 35. [7] cap. 16.33. I Cor. 10.6. II Ped. 2.6. [8] Exo. 6.24. I Chr. 6.22. [9] Gen. 46.10. Exo. 6.15. I Chr. 4.24. [10] Gen. 46.10. [11] Gen. 46.16. [12] Gen. 46.16. [13] Gen. 38.2, etc. e 46.12. [14] I Chr. 2.3. [15] Gen. 46.14. [16] Gen. 46.20. [17] Jos. 17.1. I Chr. 7.14, 15. [18] Jos. 17.2. Jui. 6.11, 24, 34. [19] cap. 27.1 e 36.1. [20] I Chr. 7.20. [21] Gen. 46.21. I Chr. 7.6. [22] Gen. 45.21. I Chr. 8.1. [23] Gen. 46.21. [24] I Chr. 8.3. [25] Gen. 46.17. I Chr. 7.30. [26] Gen. 46.24. I Chr. 7.13. [27] I Chr. 7.13. [28] cap. 1.46. [29] Jos. 11.23 e 14.1. [30] cap. 33.54. [31] cap. 33.54 e 34.13. Jos. 11.23 e 14.2. [32] Gen. 46.11. Exo. 6.16, 17, 18, 19. I Chr. 6.1, 16. [33] Exo. 2.1, 2 e 6.20. [34] cap. 3.2. [35] Lev. 10.1. cap. 3.4. I Chr. 24.2. [36] cap. 3.39 e 1.49 e 18.20, 23, 24. Deu. 10.9. Jos. 13.14, 33 e 14.3. [37] ver. 3. [38] cap. 1. Deu. 2.14. [39] cap. 14.28. I Cor. 10.5. cap. 14.30. _A lei ácerca das heranças._ 27 E chegaram as filhas [1] de Selofad, filho de Hepher, filho de Gilead, filho de Machir, filho de Manasseh, entre as familias de Manasseh, filho de José: (e estes _são_ os nomes de suas filhas: Machla, Noa, Hogla, Milca, e Tirza); 2 E pozeram-se diante de Moysés, e diante de Eleazar, o sacerdote, e diante dos principes e de toda a congregação, á porta da tenda da congregação, dizendo: 3 Nosso pae morreu [2] no deserto, e não estava entre a congregação dos que se congregaram contra o Senhor na congregação de Coré: mas morreu no seu proprio peccado, e não teve filhos. 4 Porque se tiraria o nome de nosso pae do meio da sua familia, porquanto não teve filhos? [3] Dá-nos possessão entre os irmãos de nosso pae. 5 E Moysés levou [4] a sua causa perante o Senhor. 6 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 7 As filhas de Selofad fallam rectamente: [5] certamente lhes darás possessão de herança entre os irmãos de seu pae; e a herança de seu pae farás passar a ellas. 8 E fallarás aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguem morrer, e não tiver filho, então fareis passar a sua herança a sua filha. 9 E, se não tiver filha, então a sua herança dareis a seus irmãos. 10 Porém, se não tiver irmãos, então dareis a sua herança aos irmãos de seu pae. 11 Se tambem seu pae não tiver irmãos, então a sua herança dareis a seu parente, _áquelle que_ lhe _fôr_ o mais chegado da sua familia, para que a possua: isto aos filhos de Israel será por [6] estatuto de [HA] direito, como o Senhor ordenou a Moysés. _Deus annuncia a morte de Moysés._ 12 Depois disse o Senhor a Moysés: Sobe [7] a este monte de Abarim, e vê a terra que tenho dado aos filhos de Israel. 13 E, havendo-a visto, [8] então serás recolhido aos teus povos, assim tu como foi recolhido teu irmão Aarão: 14 Porquanto rebeldes [9] fostes no deserto de Zin, na contenda da congregação, ao meu mandado de me sanctificar nas aguas diante dos seus olhos: (estas _são_ as aguas [10] de Meribah de Cades, no deserto de Zin.) 15 Então fallou Moysés ao Senhor, dizendo: 16 O Senhor, [11] Deus dos espiritos de toda a carne, ponha um homem sobre esta congregação, 17 Que saia [12] diante d’elles, e que entre diante d’elles, e que os faça sair, e que os faça entrar: para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas que não teem pastor. _Josué é designado para successor de Moysés._ 18 Então disse o Senhor a Moysés: Toma para ti a Josué, filho de Nun, [13] homem em quem _ha_ o espirito, e põe a tua mão sobre elle. 19 E apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação, e dá-lhe mandamentos aos olhos d’elles. 20 E põe sobre elle da tua gloria, para que [14] obedeça toda a congregação dos filhos de Israel. 21 E se porá perante Eleazar, [15] o sacerdote, o qual por elle consultará, segundo o juizo de Urim, perante o Senhor: conforme ao seu dito sairão, e conforme ao seu dito entrarão, elle e todos os filhos de Israel com elle, e toda a congregação. 22 E fez Moysés como o Senhor lhe ordenara: porque tomou a Josué, e apresentou-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação: 23 E sobre elle poz as suas mãos, e lhe deu mandamentos, [16] como o Senhor ordenara pela mão de Moysés. [1] cap. 26.33 e 36.1, 11. Jos. 17.3. [2] cap. 14.35 e 26.64, 65 e 16.1, 2. [3] Jos. 17.4. [4] Exo. 18.15, 19. [5] cap. 36.2. [6] cap. 35.29. [7] cap. 33.47. Deu. 3.27 e 32.49 e 34.1. [8] cap. 20.24, 28 e 31.2. Deu. 10.6. [9] cap. 20.12, 24. Deu. 1.37 e 32.51. Psa. 106.32. [10] Exo. 17.7. [11] cap. 16.22. Heb. 12.9. [12] Deu. 31.2. I Sam. 8.20 e 18.13. II Chr. 1.10. I Reis 22.17. Zac. 10.2. Mat. 9.36. Mar. 6.34. [13] Gen. 41.38. Jui. 3.10 e 11.29. I Sam. 16.13, 18. Deu. 34.9. [14] Deu. 31.7. cap. 11.17. I Sam. 10.6, 9. II Reis 2.15. Jos. 1.16. [15] Jos. 9.14. Jui. 1.1 e 20.18, 23, 26. I Sam. 23.9 e 30.7. Exo. 28.30. Jos. 9.14. I Sam. 22.10, 13, 15. [16] Deu. 3.28, 31.7. _O holocausto perpetuo._ 28 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Dá ordem aos filhos de Israel, e dize-lhes: Da minha offerta, [1] do meu manjar para as minhas offertas queimadas, do meu cheiro suave, tereis cuidado, para m’as offerecer ao seu tempo determinado. 3 E dir-lhes-has: Esta _é_ a offerta queimada que [2] offerecereis ao Senhor: dois cordeiros d’um anno, sem mancha, cada dia, _em_ continuo holocausto: 4 Um cordeiro sacrificarás pela manhã, e o outro cordeiro sacrificarás de tarde: 5 E a decima _parte_ d’um [3] epha _de_ flor de farinha em offerta de manjares, misturada com a quarta _parte_ d’um hin de azeite moido. 6 Este _é_ o holocausto [4] continuo, instituido no monte Sinai, em cheiro suave, offerta queimada ao Senhor. 7 E a sua libação _será_ a quarta _parte_ d’um hin para um cordeiro: no sanctuario [5] offerecerás a libação de bebida forte ao Senhor. 8 E o outro cordeiro sacrificarás de tarde, como a offerta de manjares da manhã, e como a sua libação _o_ apparelharás em offerta queimada de cheiro suave ao Senhor. _As offertas nos sabbados, nas luas novas, na paschoa e no dia das primicias._ 9 Porém no dia de sabbado dois cordeiros d’um anno, sem mancha, e duas decimas _de_ flor de farinha, misturada com azeite, _em_ offerta de manjares, com a sua libação. 10 Holocausto _é_ do sabbado em cada sabbado, [6] além do holocausto continuo, e a sua libação. 11 E nos principios [7] dos vossos mezes offerecereis, em holocausto ao Senhor, dois bezerros e um carneiro, sete cordeiros d’um anno, sem mancha; 12 E tres decimas _de_ flor de farinha misturada com azeite, _em_ offerta de manjares, para um bezerro; e duas decimas _de_ flor de farinha misturada com azeite, _em_ offerta de manjares, para um carneiro. 13 E uma decima _de_ flor de farinha misturada com azeite, _em_ offerta de manjares, para um cordeiro: holocausto _é_ de cheiro suave, offerta queimada ao Senhor. 14 E as suas libações serão a metade d’um hin de vinho para um bezerro, e a terça _parte_ d’um hin para um carneiro, e a quarta _parte_ d’um hin para um cordeiro: este _é_ o holocausto da lua nova de cada mez, segundo os mezes do anno. 15 Tambem um bode para expiação [8] do peccado ao Senhor, além do holocausto continuo, com a sua libação se offerecerá. 16 Porém no mez [9] primeiro, aos quatorze dias do mez, _é_ a paschoa do Senhor. 17 E aos quinze [10] dias do mesmo mez _haverá_ festa: sete dias se comerão _pães_ asmos. 18 No [11] primeiro dia _haverá_ sancta convocação: nenhuma obra servil fareis: 19 Mas offerecereis offerta queimada em holocausto ao Senhor, dois bezerros e um carneiro, e sete cordeiros d’um anno: servos-hão elles [12] sem mancha. 20 E a sua offerta de manjares _será de_ flor de farinha misturada com azeite: offerecereis tres decimas para um bezerro, e duas decimas para um carneiro. 21 Para cada cordeiro offerecereis uma decima, para cada um dos sete cordeiros; 22 E um bode [13] _para_ expiação do peccado, para fazer expiação por vós. 23 Estas coisas offerecereis, além do holocausto da manhã, que _é_ o holocausto continuo. 24 Segundo este modo, cada dia offerecereis por sete dias o manjar da offerta queimada em cheiro suave ao Senhor: além do holocausto continuo se offerecerá com a sua libação. 25 E no setimo [14] dia tereis sancta convocação: nenhuma obra servil fareis. 26 Similhantemente, tereis sancta convocação no dia das primicias, [15] quando offerecerdes offerta nova de manjares ao Senhor, segundo as vossas semanas; nenhuma obra servil fareis. 27 Então offerecereis ao Senhor por holocausto, em cheiro suave, dois bezerros, [16] um carneiro e sete cordeiros d’um anno: 28 E a sua offerta de manjares _de_ flor de farinha misturada com azeite: tres decimas para um bezerro, duas decimas para um carneiro; 29 Para cada cordeiro uma decima, para cada um dos sete cordeiros; 30 Um bode para fazer expiação por vós. 31 Além do holocausto continuo, e a sua offerta de manjares, _os_ offerecereis (ser-vos-hão elles sem [17] mancha) com as suas libações. [1] Lev. 3.11 e 21.6, 8. Mal. 1.7, 12. [2] Exo. 29.38. [3] Exo. 16.36. cap. 15.4. Lev. 2.1. Exo. 29.40. [4] Exo. 29.46. Amós 5.25. [5] Exo. 29.42. [6] Eze. 46.1. [7] cap. 10.10. I Sam. 20.5. I Chr. 23.31. II Chr. 2.4. Esd. 3.5. Neh. 10.33. Isa. 1.13, 14. Eze. 45.17. Ose. 2.11. Col. 2.16. [8] ver. 22. cap. 15.24. [9] Exo. 12.6, 18. Lev. 23.5. cap. 9.3. Deu. 16.1. Eze. 45.21. [10] Lev. 23.6. [11] Exo. 12.16. Lev. 23.7. [12] ver. 31. Lev. 22.20. cap. 29.8. Deu. 15.21. [13] ver. 15. [14] Exo. 12.16 e 13.6. Lev. 23.8. [15] Exo. 23.16 e 34.22. Lev. 23.10, 15. Deu. 16.10. Act. 2.1. [16] Lev. 23.18, 19. [17] ver. 19. _As offertas na festa das trombetas._ 29 Similhantemente, tereis sancta convocação no setimo mez, no primeiro _dia_ do mez: nenhuma obra servil fareis: servos-ha um [1] dia de jubilação. 2 Então _por_ holocausto, em cheiro suave ao Senhor, offerecereis um bezerro, um carneiro e sete cordeiros d’um anno, sem mancha. 3 E _pela_ sua offerta de manjares _de_ flor de farinha misturada com azeite, tres decimas para o bezerro, e duas decimas para o carneiro, 4 E uma decima para um cordeiro, para cada um dos sete cordeiros. 5 E um bode _para_ expiação do peccado, para fazer expiação por vós; 6 Além do holocausto [2] do mez, e a sua offerta manjares, e o holocausto continuo, e a sua offerta de manjares, com as suas libações, segundo o seu estatuto, em cheiro suave, offerta queimada ao Senhor. 7 E no dia [3] dez d’este setimo mez tereis sancta convocação, e affligireis as vossas almas: nenhuma obra fareis. 8 Mas _por_ holocausto, _em_ cheiro suave ao Senhor, offerecereis um bezerro, um carneiro e sete cordeiros d’um anno: ser-vos-hão elles sem mancha. 9 E, _pela_ sua offerta de manjares _de_ flor de farinha misturada com azeite, tres decimas para o bezerro, duas decimas para o carneiro, 10 E uma decima para um cordeiro, para cada um dos sete cordeiros; 11 Um bode para expiação do peccado, além da [4] expiação do peccado pelas propiciações, e o holocausto continuo, e a sua offerta de manjares com as suas libações. _As offertas nas festas solemnes._ 12 Similhantemente, aos quinze dias [5] d’este setimo mez tereis sancta convocação; nenhuma obra servil fareis: mas sete dias celebrareis festa ao Senhor. 13 E, _por_ holocausto [6] _em_ offerta queimada, de cheiro suave ao Senhor, offerecereis treze bezerros, dois carneiros e quatorze cordeiros d’um anno: ser-vos-hão elles sem mancha. 14 E, _pela_ sua offerta de manjares _de_ flor de farinha misturada com azeite, tres decimas para um bezerro, para cada um dos treze bezerros, duas decimas para cada carneiro, entre os dois carneiros; 15 E para um cordeiro uma decima, para cada um dos quatorze cordeiros; 16 E um bode _para_ expiação do peccado, além do holocausto continuo, a sua offerta de manjares e a sua libação: 17 Depois, no segundo dia, doze bezerros, dois carneiros, quatorze cordeiros d’um anno, sem mancha; 18 E a sua offerta de manjares e as suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme ao seu numero, segundo [7] o estatuto; 19 E um bode _para_ expiação do peccado, além do holocausto continuo, a sua offerta de manjares e as suas libações. 20 E, no terceiro dia, onze bezerros, dois carneiros, quatorze cordeiros d’um anno, sem mancha; 21 E as suas offertas de manjares, e as suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme ao seu numero, segundo [8] o estatuto; 22 E um bode _para_ expiação do peccado, além do holocausto continuo, e a sua offerta de manjares e a sua libação. 23 E, no quarto dia, dez bezerros, dois carneiros, quatorze cordeiros d’um anno, sem mancha; 24 A sua offerta de manjares, e as suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme ao numero, segundo o estatuto; 25 E um bode _para_ expiação do peccado, além do holocausto continuo, a sua offerta de manjares e a sua libação. 26 E, no quinto dia, nove bezerros, dois carneiros e quatorze cordeiros d’um anno sem mancha; 27 E a sua offerta de manjares, e as suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme ao numero, segundo o estatuto; 28 E um bode _para_ expiação do peccado, além do holocausto continuo, e a sua offerta de manjares e a sua libação. 29 E, no sexto dia, oito bezerros, dois carneiros, quatorze cordeiros d’um anno, sem mancha; 30 E a sua offerta de manjares, e as suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme ao seu numero, segundo o estatuto; 31 E um bode _para_ expiação do peccado, de mais do holocausto continuo, a sua offerta de manjares e a sua libação. 32 E, no setimo dia, sete bezerros, dois carneiros, quatorze cordeiros d’um anno, sem mancha; 33 E a sua offerta de manjares, e as suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme ao seu numero, segundo o seu estatuto, 34 E um bode _para_ expiação do peccado, de mais do holocausto continuo, a sua offerta de manjares e a sua libação. 35 No oitavo dia tereis _dia de_ solemnidade; [9] nenhuma obra servil fareis; 36 E _por_ holocausto _em_ offerta queimada de cheiro suave ao Senhor offerecereis um bezerro, um carneiro, sete cordeiros d’um anno, sem mancha; 37 A sua offerta de manjares e as suas libações para o bezerro, para o carneiro e para os cordeiros, conforme ao seu numero, segundo o estatuto, 38 E um bode _para_ expiação do peccado, [10] de mais do holocausto continuo, e a sua offerta de manjares e a sua libação. 39 Estas _coisas_ fareis ao Senhor nas vossas solemnidades, de mais dos vossos votos, e das vossas offertas voluntarias, com os vossos holocaustos, e com as vossas offertas de manjares, e com as vossas libações, e com as vossas offertas pacificas. 40 E fallou Moysés aos filhos d’Israel, conforme a tudo o que o Senhor ordenara a Moysés. [1] Lev. 23.24. [2] cap. 28.11, 3 e 15.11, 12. [3] Lev. 16.29 e 23.27. Psa. 35.13. Isa. 58.5. [4] Lev. 16.3, 5. [5] Lev. 23.34. Deu. 16.13. Eze. 45.25. [6] Esd. 3.4. [7] ver. 3, 4, 9, 10. cap. 15.12 e 28.7, 14. [8] ver. 18. [9] Lev. 23.36. [10] Lev. 23.2. I Chr. 23.31. II Chr. 31.3. Esd. 3.5. Neh. 10.33. Isa. 1.14. Lev. 7.11, 16 e 22.21, 23. _A lei ácerca dos votos das mulheres._ 30 E fallou Moysés aos Cabeças [1] das tribus dos filhos d’Israel, dizendo: Esta _é_ a palavra que o Senhor tem ordenado: 2 Quando um homem [2] fizer voto ao Senhor, ou jurar juramento, ligando a sua alma com obrigação, não violará a sua palavra: segundo tudo o que saiu da sua bocca, fará. 3 Tambem quando uma mulher fizer voto ao Senhor, e com obrigação _se_ ligar em casa de seu pae na sua mocidade; 4 E seu pae ouvir o seu voto e a sua obrigação, com que ligou a sua alma; e seu pae se calar para com ella, todos os seus votos serão valiosos: e toda a obrigação com que ligou a sua alma, será valiosa. 5 Mas se seu pae lhe tolher no dia que tal ouvir, todos os seus votos e as suas obrigações, com que tiver ligado a sua alma, não serão valiosos: mas o Senhor lh’o perdoará, porquanto seu pae lh’os tolheu. 6 E se ella tiver marido, e fôr obrigada a alguns votos, ou á pronunciação dos seus beiços, com que tiver ligado a sua _alma_; 7 E seu marido o ouvir, e se calar para com ella no dia em que o ouvir, os seus votos serão valiosos: e as suas obrigações com que ligou a sua alma, serão valiosas. 8 Mas se seu marido lh’o tolher no dia em que o ouvir, e anullar o seu voto a que [3] estava obrigada, como tambem a pronunciação dos seus beiços, com que ligou a sua alma; o Senhor lh’o perdoará. 9 No tocante ao voto da viuva, ou da repudiada; tudo com que ligar a sua alma, sobre ella será valioso. 10 Porém se fez voto na casa de seu marido, ou ligou a sua alma com obrigação de juramento; 11 E seu marido o ouviu, e se calou para com ella, e lh’o não tolheu; todos os seus votos serão valiosos; e toda a obrigação, com que ligou a sua alma, será valiosa. 12 Porém se seu marido lh’os annullou no dia em que _os_ ouviu; tudo quanto saiu dos seus beiços, quer dos seus votos, quer da obrigação da sua alma, não será valioso: seu marido lh’os annullou, e o Senhor lh’o perdoará. 13 Todo _o_ voto, e todo o juramento d’obrigação, para humilhar a alma, seu marido o confirmará, ou annullará. 14 Porém se seu marido de dia em dia se calar inteiramente para com ella; então confirma todos os seus votos e todas as suas obrigações, que estiverem sobre ella: confirmado lh’os tem, porquanto se calou para com ella no dia em que o ouviu. 15 Porém se de todo lh’os annullar depois que _o_ ouviu; então elle levará a iniquidade d’ella. 16 Estes _são_ os estatutos que o Senhor ordenou a Moysés entre o marido e sua mulher; entre o pae e a sua filha, na sua mocidade, em casa de seu pae. [1] cap. 1.4, 16 e 7.2. [2] Lev. 27.2. Deu. 23.21. Jui. 11.30, 35. Ecc. 5.4. Lev. 5.4. Mat. 14.9. Act. 23.14. Job 22.27. Psa. 22.24 e 41.14. Nah. 1.15. [3] Gen. 3.16. _A victoria sobre os midianitas._ 31 E fallou o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Vinga [1] os filhos d’Israel dos midianitas: [2] depois recolhido serás aos teus povos. 3 Fallou pois Moysés ao povo, dizendo: Armem-se alguns de vós para a guerra, e saiam contra os midianitas, para fazerem a vingança do Senhor nos midianitas. 4 Mil de cada tribu entre todas as tribus de Israel enviareis á guerra. 5 Assim foram dados dos milhares d’Israel mil de _cada_ tribu: doze mil armados para a peleja. 6 E Moysés os mandou á guerra de _cada_ tribu mil, a elles e a Phineas, filho d’Eleazar sacerdote, á guerra com os vasos sanctos, e com [3] as trombetas do alarido na sua mão. 7 E pelejaram contra os midianitas, como o Senhor ordenara a Moysés: [4] e mataram a todo o macho. 8 Mataram mais, além dos que já foram mortos, os reis dos midianitas, Evi, [5] e a Requem, e a Zur, e a Hur, e a Reba, cinco reis dos midianitas: tambem a Balaão [6] filho de Beor mataram á espada. 9 Porém os filhos d’Israel levaram presas as mulheres dos midianitas, e as suas creanças: tambem roubaram todos os seus animaes, e todo o seu gado, e toda a sua fazenda. 10 E queimaram a fogo todas as suas cidades com todas as suas habitações, e todos os seus acampamentos. 11 E tomaram todo o despojo e toda a presa [7] d’homens e d’animais. 12 E trouxeram a Moysés e a Eleazar o sacerdote e á congregação dos filhos de Israel os captiveiros, e a presa, e o despojo para o arraial, nas campinas de Moab, que _estão_ junto do Jordão _de_ Jericó. _A purificação dos soldados._ 13 Porém Moysés e Eleazar, o sacerdote, e todos os maioraes da congregação sairam a recebel-os até fóra do arraial. 14 E indignou-se Moysés grandemente contra os officiaes do exercito, capitães dos milhares e capitães das centenas, que vinham do serviço d’aquella guerra. 15 E Moysés disse-lhes: [8] Deixastes viver todas as mulheres? 16 Eis que estas foram as que por conselho de Balaão deram occasião [9] aos filhos de Israel de traspassar contra o Senhor, no negocio de Peor: [10] pelo que aquella praga houve entre a congregação do Senhor. 17 Agora pois matae todo [11] o macho entre as creanças; e matae toda a mulher, que conheceu algum homem, deitando-se com elle. 18 Porém todas as creanças femeas, que não conheceram algum homem deitando-se com elle, para vós deixae viver. 19 E vós alojae-vos sete dias fóra [12] do arraial: qualquer que tiver matado alguma pessoa, e qualquer que tiver tocado algum morto, ao terceiro dia, e ao setimo dia vos purificareis, a vós e a vossos captivos. 20 Tambem purificareis todo o vestido, e toda a obra de pelles, e toda a obra _de pellos_ de cabras, e todo o vaso de madeira. 21 E disse Eleazar, o sacerdote, aos homens da guerra, que partiram á peleja: Este _é_ o estatuto da lei que o Senhor ordenou a Moysés. 22 Comtudo o oiro, e a prata, o cobre, o ferro, o estanho, e o chumbo; 23 Toda a cousa que pode supportar o fogo, para que fique limpo: todavia se expiará com a agua da separação: mas tudo que não pode supportar o fogo, o fareis passar [13] pela agua. 24 Tambem lavareis [14] os vossos vestidos ao setimo dia, para que fiqueis limpos: e depois entrareis no arraial. _A divisão da presa._ 25 Fallou mais o Senhor a Moysés dizendo: 26 Toma a somma da presa [15] dos prisioneiros, de homens, e d’animaes, tu e Eleazar, o sacerdote, e os Cabeças das casas dos paes da congregação; 27 E divide a presa em duas metades, entre os que accometteram a peleja, e sairam á guerra, e toda a congregação. 28 Então para o [16] Senhor tomará o tributo dos homens de guerra, que sairam a esta guerra, de _cada_ quinhentos uma alma, dos homens, e dos bois, e dos jumentos e das ovelhas. 29 Da sua ametade _o_ tomareis, e _o_ dareis ao sacerdote, Eleazar, _para_ a offerta alçada do Senhor. 30 Mas da metade dos filhos de Israel [17] tomarás de cada cincoenta um, dos homens, dos bois, dos jumentos, e das ovelhas, de todos os animaes; e os darás aos levitas [18] que teem cuidado da guarda do tabernaculo do Senhor. 31 E fizeram Moysés e Eleazar, o sacerdote, como o Senhor ordenara a Moysés. 32 Foi pois a presa, o restante do despojo, que tomaram os homens de guerra, seiscentas e setenta e cinco mil ovelhas; 33 E setenta e dois mil bois; 34 E sessenta e um mil jumentos; 35 E, das mulheres que não conheceram homem algum deitando-se com elle, todas as almas _foram_ trinta e duas mil. 36 E a metade, a parte dos que sairam á guerra, foi em numero de trezentas e trinta e sete mil e quinhentas ovelhas. 37 E das ovelhas foi o tributo para o Senhor seiscentas e setenta e cinco. 38 E _foram_ os bois trinta e seis mil: e o seu tributo para o Senhor setenta e dois. 39 E _foram_ os jumentos trinta mil e quinhentos: e o seu tributo para o Senhor sessenta e um. 40 E _houve_ d’almas humanas dezeseis mil: e o seu tributo para o Senhor trinta e duas almas. 41 E deu Moysés a Eleazar, o sacerdote, o tributo da offerta alçada do Senhor, como [19] o Senhor ordenara a Moysés. 42 E da metade dos filhos de Israel que Moysés partira da dos homens que pelejaram. 43 (A metade para a congregação foi, das ovelhas, trezentas e trinta e sete mil e quinhentas; 44 E dos bois trinta e seis mil; 45 E dos jumentos trinta mil e quinhentos; 46 E das almas humanas dezeseis mil), 47 D’esta metade dos filhos de Israel, Moysés [20] tomou um de _cada_ cincoenta, d’homens e d’animaes, e os deu aos levitas, que tinham cuidado da guarda do tabernaculo do Senhor, como o Senhor ordenara a Moysés. _A offerta voluntaria dos capitães._ 48 Então chegaram-se a Moysés os capitães que _estavam_ sobre os milhares do exercito, os tribunos e os centuriões; 49 E disseram a Moysés: Teus servos tomaram a somma dos homens de guerra que _estiveram_ sob a nossa mão; e nenhum falta de nós. 50 Pelo que trouxemos uma offerta ao Senhor, cada um o que achou, [HB] vasos d’oiro, cadeias, ou manilhas, anneis, arrecadas, e collares, para fazer propiciação [21] pelas nossas almas perante o Senhor. 51 Assim Moysés e Eleazar o sacerdote tomaram d’elles o oiro; _sendo_ todos os vasos bem obrados. 52 E foi todo o oiro da offerta alçada, que offereceram ao Senhor, dezeseis mil e setecentos e cincoenta siclos, dos tribunos e dos centuriões. 53 (_Pois_ os homens de guerra, cada um tinha tomado presa [22] para si). 54 Tomaram pois Moysés e Eleazar o sacerdote o oiro dos tribunos e dos centuriões, e o trouxeram á tenda da congregação [23] _por_ lembrança para os filhos d’Israel perante o Senhor. [1] cap. 25.17. [2] cap. 27.13. [3] cap. 10.9. [4] Deu. 20.13. Jui. 21.11. I Sam. 27.9. I Reis 11.15, 16. Jui. 6.1, 2, 33. [5] Jos. 13.21. [6] Jos. 13.22. [7] Deu. 20.14. [8] Deu. 20.14. I Sam. 15.3. [9] cap. 25.2 e 24.14. II Ped. 2.15. Apo. 10.14. [10] cap. 25.9. [11] Jui. 21.11. [12] cap. 5.2 e 19.11, etc. [13] cap. 19.9, 17. [14] Lev. 11.25. [15] Jos. 22.8. I Sam. 30.27. [16] ver. 30, 47. cap. 18.26. [17] ver. 42, 17. [18] cap. 3.7, 8, 25, 31, 36 e 18.3, 4. [19] cap. 18.8, 19. [20] ver. 30. [21] Exo. 30.12, 16. [22] Deu. 20.14. [23] Exo. 30.16. _As tribus de Ruben e Gad pedem a terra de Gilead._ 32 E os filhos de Ruben e os filhos de Gad tinham muito gado em grande multidão; e viram a terra de Jaezer, e [1] a terra de Gilead, e eis que o logar _era_ logar de gado. 2 Vieram pois os filhos de Gad e os filhos de Ruben, e fallaram a Moysés e a Eleazar, o sacerdote, e aos maioraes da congregação, dizendo: 3 Ataroth, e Dibon, e Jaezer, e Nimra, [2] e Hesbon, e Eleal, [3] e Schebam, e Nebo, [4] e Behon; 4 A terra que [5] o Senhor feriu diante da congregação de Israel, _é_ terra de gado: e os teus servos teem gado. 5 Disseram mais: Se achámos graça aos teus olhos, dê-se esta terra aos teus servos em possessão; _e_ não nos faças passar o Jordão. 6 Porém Moysés disse aos filhos de Gad e aos filhos de Ruben: Irão vossos irmãos á peleja, e ficareis vós aqui? 7 Porque pois descorajaes o coração dos filhos d’Israel, para que não passem á terra que o Senhor lhes tem dado? 8 Assim fizeram vossos paes, quando os mandei de Cades-barnea, [6] a ver esta terra. 9 Chegando elles até ao valle d’Escol, [7] e vendo esta terra, descorajaram o coração dos filhos de Israel, para que não viessem á terra que o Senhor lhes tinha dado. 10 Então a ira do Senhor se accendeu n’aquelle mesmo dia, e [8] jurou, dizendo: 11 Que os varões, que subiram do Egypto, [9] de vinte annos e para cima não verão a terra que jurei a Abrahão, a Isaac, e a Jacob porquanto não [10] perseveraram em seguir-me; 12 Excepto Caleb, filho de Jefoné o kenezeo, e Josué filho de Nun, [11] porquanto perseveraram em seguir ao Senhor. 13 Assim se accendeu a ira do Senhor contra Israel, e fêl-os andar [12] errantes até que se consumiu toda aquella geração, que fizera mal aos olhos do Senhor. 14 E eis-que vós, uma multidão de homens peccadores, vos levantastes em logar de vossos paes, para ainda mais accrescentar o furor [13] da ira do Senhor contra Israel. 15 Se vós vos virardes de [14] seguil-o, tambem elle os deixará de novo no deserto, e destruireis a todo este povo. 16 Então chegaram-se a elle, e disseram: Edificaremos curraes aqui para o nosso gado, e cidades para as nossas crianças; 17 Porém [15] nós nos armaremos, apressando-nos diante dos d’Israel, até que os levemos ao seu logar: e ficarão as nossas crianças nas cidades fortes por causa dos moradores da terra. 18 Não voltaremos [16] para nossas casas, até que os filhos d’Israel estejam de posse cada um da sua herança. 19 Porque não herdaremos com elles d’além do Jordão, nem mais adiante; porquanto nós já teremos [17] a nossa herança d’áquem do Jordão ao oriente. 20 Então Moysés lhes disse: [18] Se isto fizerdes assim, se vos armardes á guerra perante o Senhor; 21 E cada um de vós, armado, passar o Jordão perante o Senhor, até que haja lançado fóra os seus inimigos de diante d’elle; 22 E a terra esteja [19] subjugada perante o Senhor; então voltareis depois, e ficareis desculpados perante o Senhor e perante Israel: e esta terra vos será por possessão perante o Senhor: 23 E se não fizerdes assim, eis que peccastes contra o Senhor: [HC] porém sentireis [20] o vosso peccado, quando vos achar. 24 Edificae vós cidades [21] para as vossas crianças, e curraes para as vossas ovelhas; e fazei o que saiu da vossa bocca. 25 Então fallaram os filhos de Gad, e os filhos de Ruben a Moysés, dizendo: Como ordena meu senhor, assim farão teus servos. 26 As nossas crianças, [22] as nossas mulheres, a nossa fazenda, e todos os nossos animaes estarão ahi nas cidades de Gilead. 27 Mas os teus servos [23] passarão, cada um armado para pelejar para a guerra, perante o Senhor, como tem dito meu senhor. 28 Então Moysés deu [24] ordem ácêrca d’elles a Eleazar, o sacerdote, e a Josué filho de Nun, e aos Cabeças das casas dos paes das tribus dos filhos d’Israel; 29 E disse-lhes Moysés: Se os filhos de Gad, e os filhos de Ruben passarem comvosco o Jordão, armado cada um para a guerra perante o Senhor; e a terra estiver subjugada diante de vós, em possessão lhes dareis a terra de Gilead; 30 Porém se não passarem, armados, comvosco, então se porão por possuidores no meio de vós na terra de Canaan. 31 E responderam os filhos de Gad e os filhos de Ruben, dizendo: O que o Senhor fallou a teus servos, isso faremos. 32 Nós passaremos, armados, perante o Senhor á terra de Canaan, e teremos a possessão de nossa herança d’áquem do Jordão. 33 Assim deu-lhes Moysés, [25] aos filhos de Gad, e aos filhos de Ruben, e á meia tribu de Manasseh, filho de José, o reino de Sehon, rei dos amorrheos, e o reino d’Og, rei de Basan: a terra com as suas cidades nos _seus_ termos, as cidades do seu contorno. 34 E os filhos de Gad edificaram a Dibon, e [26] Ataroth, e Aroer; 35 E Atroth-sophan, e Jaezer, e Jogbeha; 36 E Beth-nimra, [27] e Bethharan, cidades fortes; e curraes d’ovelhas. 37 E os filhos de Ruben edificaram a Hesbon, e Eleal, [28] as e Quiriathaim; 38 E Nebo, e Baal-meon, [29] mudando-lhes o nome, e Sibma: e os nomes das cidades que edificaram chamaram por _outros_ nomes. 39 E os filhos de Machir, [30] filho de Manasseh, foram-se para Gilead, e a tomaram: e d’aquella possessão lançaram os amorrheos, que _estavam_ n’ella. 40 Assim Moysés deu [31] Gilead a Machir, filho de Manasseh, o qual habitou n’ella. 41 E foi-se Jair, filho [32] de Manasseh, e tomou as suas aldeias; e chamou-as Havot-jair. 42 E foi-se Nobah, e tomou a Quenath com as suas aldeias; e chamou-a Nobah, segundo o seu nome. [1] cap. 21.32. Jos. 13.25. II Sam. 24.5. [2] ver. 36. [3] ver. 38. [4] ver. 38. [5] cap. 21.24, 34. [6] cap. 13.3, 26. Deu. 1.22. [7] cap. 13.24, 31. Deu. 1.24, 28. [8] cap. 14.11, 21. Deu. 1.34. [9] cap. 14.28, 29. Deu. 1.35. [10] cap. 14.24, 30. [11] cap. 14.24. Deu. 1.36. Jos. 14.8, 9. [12] cap. 14.33, 34, 35 e 26.64, 65. [13] Deu. 1.34. [14] Deu. 30.17. Jos. 22.16, 18. II Chr. 7.19 e 15.2. [15] Jos. 4.12. [16] Jos. 22.4. [17] ver. 33. Jos. 12.1 e 13.8. [18] Deu. 3.18. Jos. 1.14 e 4.12, 13. [19] Deu. 3.20. Jos. 11.23 e 18.1 e 22.4. Deu. 3.12 e 15.16, 18. Jos. 1.15 e 13.8, 32 e 22.4, 9. [20] Gen. 4.7 e 44.16. Isa. 59.12. [21] ver. 16, 34, etc. [22] Jos. 1.14. [23] Jos. 4.12. [24] Jos. 1.13. [25] Deu. 3.14, 17 e 29.8. Jos. 12.6 e 13.8 e 22.4. cap. 21.24, 33, 35. [26] cap. 33.45, 46. Deu. 2.36. ver. 1, 3. [27] ver. 3, 24. [28] cap. 21.27. [29] Isa. 46.1. cap. 22.41. ver. 3. Exo. 23.13. Jos. 23.7. [30] Gen. 50.23. [31] Deu. 3.12, 13, 15. Jos. 13.31 e 17.1. [32] Deu. 3.10. Jos. 13.30. I Chr. 2.21, 22, 23. Jui. 10.4. I Reis 4.13. _As jornadas desde o Egypto até Moab._ 33 Estas _são_ as jornadas dos filhos d’Israel, que sairam da terra do Egypto, segundo os seus exercitos, pela mão de Moysés e Aarão. 2 E escreveu Moysés as suas saidas, segundo as suas partidas, conforme ao mandado do Senhor: e estas _são_ as suas jornadas segundo as suas saidas. 3 Partiram pois de [1] Rahmeses no mez primeiro, no dia quinze do primeiro mez; o seguinte dia da paschoa sairam os filhos de Israel por [2] alta mão aos olhos de todos os egypcios, 4 Enterrando [3] os egypcios os que o Senhor tinha ferido entre elles, a todo o primogenito, e havendo o Senhor executado _os seus_ juizos nos seus deuses. 5 Partidos [4] pois os filhos de Israel de Rahmeses, acamparam-se em Succoth. 6 E partiram de Succoth, e acamparam-se [5] em Etham, que _está_ no fim do deserto. 7 E partiram [6] d’Etham, e viraram-se a Pi-hahiroth, que _está_ defronte de Baal-zephon, e acamparam-se diante de Migdol. 8 E partiram de Hahiroth, [7] e passaram pelo meio do mar ao deserto, e andaram caminho de tres dias no deserto de Etham, e acamparam-se em Marah. 9 E partiram de Marah, e vieram [8] a Elim, e em Elim _havia_ doze fontes de aguas, e setenta palmeiras, e acamparam-se ali. 10 E partiram d’Elim, e acamparam-se junto ao Mar Vermelho. 11 E partiram do Mar Vermelho, e acamparam-se [9] no deserto de Sin. 12 E partiram do deserto de Sin, e acamparam-se em Dophka. 13 E partiram de Dophka, e acamparam-se em Alus. 14 E partiram d’Alus, e acamparam-se em Raphidim; [10] porém não havia ali agua, para que o povo bebesse. 15 Partiram pois de Raphidim, [11] e acamparam-se no deserto de Sinai. 16 E partiram [12] do deserto de Sinai, e acamparam-se em Quibroth-taava. 17 E partiram de Quibroth-taava, e acamparam-se em Hazeroth. 18 E partiram de Hazeroth, [13] e acamparam-se em Rithma. 19 E partiram de [14] Rithma, e acamparam-se em Rimmon-parez. 20 E partiram de Rimmon-perez, e acamparam-se em Libna. 21 E partiram de Libna, e acamparam-se em Rissa. 22 E partiram de Rissa, e acamparam-se em Kehelatha. 23 E partiram de Kehelatha, e acamparam-se no monte de Sapher. 24 E partiram do monte de Sapher, e acamparam-se em Harada. 25 E partiram de Harada, e acamparam-se em Magheloth. 26 E partiram de Magheloth, e acamparam-se em Tachath. 27 E partiram de Tachath, e acamparam-se em Tarah. 28 E partiram de Tarah, e acamparam-se em Mithka. 29 E partiram de Mithka, e acamparam-se em Hasmona. 30 E partiram de Hasmona, [15] e acamparam-se em Moseroth. 31 E partiram de Moseroth, e acamparam-se em Bene-jaakan. 32 E partiram de Bene-jaakan, e [16] acamparam-se em Hor-hagidgad. 33 E partiram de Hor-hagidgad, e acamparam-se em Jothbatha. 34 E partiram de Jothbatha, e acamparam-se em Abrona. 35 E partiram d’Abrona, [17] e acamparam-se em Ezion-geber. 36 E partiram [18] d’Ezion-geber, e acamparam-se no deserto de Zin, que _é_ Cades. 37 E partiram de Cades, [19] e acamparam-se no monte de Hor, no fim da terra d’Edom. 38 Então Aarão [20], o sacerdote, subiu ao monte de Hor, conforme ao mandado do Senhor; e morreu ali no quinto mez do anno quadragesimo da saida dos filhos de Israel da terra do Egypto, no primeiro _dia_ do mez. 39 E _era_ Aarão d’edade de cento e vinte e tres annos, quando morreu no monte de Hor. 40 E ouviu o cananeo, rei de Harad, [21] que habitava o sul na terra de Canaan, que chegavam os filhos d’Israel. 41 E partiram do monte de Hor, e [22] acamparam-se em Zalmona. 42 E partiram de Zalmona, e acamparam-se em Phunon. 43 E partiram de Phunon, [23] e acamparam-se em Oboth. 44 E partiram d’Oboth, [24] e acamparam-se nos outeirinhos de Abarim, no termo de Moab. 45 E partiram dos outeirinhos _d’Abarim_, [25] e acamparam-se em Dibon-gad. 46 E partiram [26] de Dibon-gad, e acamparam-se em Almon-diblathaim. 47 E partiram d’Almon-diblathaim, e acamparam-se nos montes, [27] d’Abarim, defronte de Nebo. 48 E partiram dos montes de Abarim, e acamparam-se nas campinas [28] dos moabitas, junto ao Jordão _de_ Jericó. 49 E acamparam-se junto ao Jordão, desde Beth-jesimoth até Abel-sittim, nas campinas [29] dos moabitas. _Deus manda lançar fóra os moradores de Canaan._ 50 E fallou o Senhor a Moysés, nas campinas dos moabitas, junto ao Jordão _de_ Jericó, dizendo: 51 Falla aos filhos d’Israel, e dize-lhes: Quando houverdes passado [30]; o Jordão para a terra de Canaan, 52 Lançareis [31] fóra todos os moradores da terra diante de vós, e destruireis todas as suas pinturas: tambem destruireis todas as suas imagens de fundição, e desfareis todos os seus altos; 53 E tomareis a terra em possessão, e n’ella habitareis: porquanto vos tenho dado esta terra, para possuil-a. 54 E por sortes herdareis [32] a terra segundo as vossas familias; aos muitos a herança multiplicareis, e aos poucos a herança diminuireis; onde a sorte sair a alguem, ali a terá: segundo as tribus de vossos paes tomareis as heranças. 55 Mas se não lançardes fóra os moradores da terra de diante de vós, então os que deixardes ficar d’elles vos _serão_ [33] por espinhos nos vossos olhos, e por aguilhões nas vossas ilhargas, e apertar-vos-hão na terra em que habitardes. 56 E será _que_ farei a vós como pensei fazer-lhes a elles. [1] Exo. 12.37. [2] Exo. 14. [3] Exo. 12.29 e 12.12 e 18.11. Isa. 19.1. Apo. 12.8. [4] Exo. 12.37. [5] Exo. 13.20. [6] Exo. 14.2, 9. [7] Exo. 14.22 e 15.22, 23. [8] Exo. 15.27. [9] Exo. 16.1. [10] Exo. 17.1 e 19.2. [11] Exo. 19.1, 2. [12] cap. 11.34. [13] cap. 11.35. [14] cap. 12.16. [15] Deu. 10.6. [16] Gen. 36.27. Deu. 10.6. I Chr. 1.42. [17] Deu. 2.8. I Reis 9.26 e 22.48. [18] cap. 20.1 e 27.14. [19] cap. 20.22, 23 e 21.4. [20] cap. 20.25, 28. Deu. 32.50. [21] cap. 21.1, etc. [22] cap. 21.4. [23] cap. 21.10. [24] cap. 21.11. [25] cap. 32.34. [26] Jer. 48.22. Eze. 6.14. [27] cap. 21.20. Deu. 32.49. [28] cap. 22.1. [29] cap. 25.1. Jos. 2.1. [30] Deu. 7.1 e 9.1. Jos. 3.17. [31] Exo. 23.24, 33 e 34.13. Deu. 7.2, 5, 12, 13. Jos. 11.12. Jui. 2.2. [32] cap. 26.53, 54, 55. [33] Jos. 23.13. Jui. 2.2. Psa. 106.34, 36. Exo. 23.33. Eze. 28.24. _Os confins da terra._ 34 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 2 Dá ordem aos filhos d’Israel, e dize-lhes: Quando entrardes na [1] terra de Canaan, esta _ha de ser_ a terra que vos cairá em herança: a terra de Canaan, segundo os seus termos. 3 A banda do sul [2] vos será desde o deserto de Zin até aos termos de Edom; e o termo do sul vos será desde a extremidade do mar [3] salgado para a banda do oriente, 4 E este termo vos irá rodeando do sul para a subida [4] de Acrabbim, e passará até Zin; e as suas saidas serão do sul a Cades-barnea; [5] e sairá a Hazar-addar, e passará a Azmon: 5 Rodeará mais este termo de Azmon até ao rio [6] do Egypto: e as suas saidas serão para a banda do mar. 6 _Ácerca_ do termo do occidente, o mar grande vos será por termo: este vos será o termo do occidente. 7 E este vos será o termo do norte: desde o mar grande marcareis [7] até ao monte de Hor. 8 Desde o monte de Hor marcareis até á entrada de Hamath: [8] e as saidas d’este termo serão até Zedad. 9 E este termo sairá até Ziphron, e as suas saidas serão [9] em Hazar-enan: este vos será o termo do norte. 10 E por termo da banda do oriente vos marcareis de Hazar-enan até Sepham. 11 E este termo descerá desde Sepham até Ribla, [10] para a banda do oriente de Ain: depois descerá este termo, e irá ao longo da borda [11] do mar de Cinnereth para a banda do oriente. 12 Descerá tambem este termo ao longo do Jordão, e as suas saidas serão [12] no mar salgado: esta vos será a terra, segundo os seus termos em roda. 13 E Moysés deu ordem aos filhos de Israel, dizendo: [13] Esta _é_ a terra que tomareis em sorte por herança, a qual o Senhor mandou dar ás nove tribus e á meia tribu. 14 Porque a tribu dos filhos [14] dos rubenitas, segundo a casa de seus paes, e a tribu dos filhos dos gaditas, segundo a casa de seus paes, já receberam; tambem a meia tribu de Manasseh recebeu a sua herança. 15 Já duas tribus e meia tribu receberam a sua herança d’aquem do Jordão _de_ Jericó, da banda do oriente ao nascente. _Os homens que devem dividir a terra._ 16 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: 17 Estes _são_ os nomes dos homens que vos repartirão a terra por herança: Eleazar, o sacerdote, e Josué, [15] o filho de Nun. 18 Tomareis mais de [16] cada tribu um principe, para repartir a terra em herança. 19 E estes _são_ os nomes dos homens: Da tribu de Judah, Caleb, filho de Jefoné; 20 E, da tribu dos filhos de Simeão, Samuel, filho de Ammihud; 21 Da tribu de Benjamin, Elidad, filho de Chislon; 22 E, da tribu dos filhos de Dan, o principe Buci, filho de Jogli; 23 Dos filhos de José, da tribu dos filhos de Manasseh, o principe Hanniel, filho de Ephod; 24 E, da tribu dos filhos de Ephraim, o principe Quemuel, filho de Siphtan; 25 E, da tribu dos filhos de Zebulon, o principe Elizaphan, filho de Parnah; 26 E, da tribu dos filhos de Issacar, o principe Paltiel, filho de Assan; 27 E, da tribu dos filhos de Aser, o principe Ahihud, filho de Selomi; 28 E, da tribu dos filhos de Naphtali, o principe Pedael, filho de Ammihud. 29 Estes _são aquelles_ a quem o Senhor ordenou, que repartissem as heranças aos filhos de Israel na terra de Canaan. [1] Gen. 17.8. Deu. 1.7. Psa. 78.54, 55. [2] Jos. 15.1. Eze. 47.13, etc. [3] Gen. 14.3. Jos. 15.2. [4] Jos. 15.3. [5] cap. 13.26 e 32.8. Jos. 15.3, 4. [6] Gen. 15.18. Jos. 15.4, 47. I Reis 8.65. Isa. 27.12. [7] cap. 33.37. [8] cap. 13.21. II Reis 14.25. Eze. 47.15. [9] Eze. 47.17. [10] II Reis 23.33. Jer. 39.5. [11] Deu. 3.17. Jos. 11.12 e 19.35. Mat. 14.34. Luc. 5.1. [12] ver. 3. [13] ver. 1. Jos. 14.1, 2. [14] cap. 32.33. Jos. 14.2, 3. [15] Jos. 14.1 e 19.51. [16] cap. 1.4, 16. _As cidades dos levitas._ 35 E fallou o Senhor a Moysés nas campinas dos moabitas, junto ao Jordão _de_ Jericó, dizendo: 2 Dá ordem [1] aos filhos de Israel que, da herança da sua possessão, dêem cidades aos levitas, em que habitem: e _tambem_ aos levitas dareis arrabaldes ao redor d’ellas. 3 E terão estas cidades para habitalas: porém os seus arrabaldes _serão_ para as suas bestas, e para a sua fazenda, e para todos os seus animaes. 4 E os arrabaldes das cidades que dareis aos levitas, desde o muro da cidade e para fóra, _serão_ de mil covados em redor. 5 E de fóra da cidade, da banda do oriente, medireis dois mil covados, e da banda do sul dois mil covados, e da banda do occidente dois mil covados, e da banda do norte dois mil covados, e a cidade no meio: isto terão por arrabaldes das cidades. 6 Das cidades pois que dareis aos levitas _haverá_ [2] seis cidades de refugio, as quaes dareis para que o homicida ali se acolha: e, além d’estas, _lhes_ dareis quarenta e duas cidades. 7 Todas as cidades que dareis aos levitas _serão_ [3] quarenta e oito cidades, juntamente com os seus arrabaldes. 8 E as cidades [4] que derdes da herança dos filhos de Israel, do que _tiver_ muito tomareis muito, e do que _tiver_ pouco tomareis pouco: cada um dará das suas cidades aos levitas, segundo a sua herança que herdar. 9 Fallou mais o Senhor a Moysés, dizendo: _Seis cidades de refugio._ 10 Falla aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando passardes [5] o Jordão á terra de Canaan, 11 Fazei [6] com _que_ vos estejam á mão cidades _que_ vos sirvam de cidades de refugio, para que ali se acolha o homicida que ferir a alguma alma por erro. 12 E estas cidades vos serão por refugio [7] do vingador _do sangue_: para que o homicida não morra, até que esteja perante a congregação no juizo. 13 E das cidades [8] que derdes haverá seis cidades de refugio para vós. 14 Tres d’estas [9] cidades dareis d’áquem do Jordão, e tres d’estas cidades dareis na terra de Canaan: cidades de refugio serão. 15 Serão por refugio estas seis cidades para [10] os filhos de Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio d’elles, para que ali se acolha aquelle que ferir a alguma alma por erro. 16 Porém, se a ferir [11] com instrumento de ferro, e morrer, homicida _é_: certamente o homicida morrerá. 17 Ou, se lhe atirar uma pedrada, de que possa morrer, e _ella_ morrer, homicida _é_: certamente o homicida morrerá. 18 Ou, se a ferir com instrumento de pau _que tiver_ na mão, de que possa morrer, e _ella_ morrer, homicida _é_: certamente morrerá o homicida. 19 O vingador [12] do sangue matará o homicida: encontrando-o, matal-o-ha. 20 Se tambem a empurrar com odio, [13] ou com intento lançar contra ella _alguma coisa_, e morrer; 21 Ou por inimizade a ferir com a sua mão, e morrer, certamente morrerá o feridor; homicida _é_: o vingador do sangue, encontrando o homicida, o matará. 22 Porém, se a empurrar de improviso, [14] sem inimizade, ou contra ella lançar algum instrumento sem designio; 23 Ou, sobre ella fizer cair alguma pedra sem o ver, de que possa morrer, e ella morrer, e elle não _era_ seu inimigo nem procurava o seu mal; 24 Então a congregação julgará entre o feridor e [15] entre o vingador do sangue, segundo estas leis. 25 E a congregação livrará o homicida da mão do vingador do sangue, e a congregação o fará voltar á cidade do seu refugio, [16] onde se tinha acolhido: e ali ficará até á morte do summo sacerdote, a quem ungiram com o sancto oleo. 26 Porém, se de alguma maneira o homicida sair dos termos da cidade do seu refugio, onde se tinha acolhido, 27 E o vingador do sangue o achar fóra dos termos da cidade do seu refugio, se o vingador do sangue matar o homicida, não _será culpado_ do sangue. 28 Pois deve ficar na cidade do seu refugio, até á morte do summo sacerdote: mas, depois da morte do summo sacerdote, o homicida voltará á terra da sua possessão. 29 E estas _coisas_ vos serão por estatuto [17] de direito a vossas gerações, em todas as vossas habitações. 30 Todo aquelle que ferir a alguma pessoa, conforme ao dito das testemunhas, [18] matarão o homicida: mas uma _só_ testemunha não testemunhará contra algum, para que morra. 31 E não tomareis expiação pela [HD] vida o homicida, que culpado _está_ de morte: antes certamente morrerá. 32 Tambem não tomareis expiação por aquelle que se acolher á cidade do seu refugio, para tornar a habitar na terra, até a morte do _summo_ sacerdote. 33 Assim não profanareis [19] a terra em que _estaes_; porque o sangue faz profanar a terra: e nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue que se derramar n’ella, senão com o sangue d’aquelle [20] que o derramou. 34 Não contaminareis pois [21] a terra na qual vós habitareis, no meio da qual eu habitarei: pois eu, o Senhor, habito no meio dos filhos d’Israel. [1] Jos. 21.2. Eze. 45.1, etc. e 48.8, etc. [2] ver. 13. Deu. 4.41. Jos. 20.2, 7, 8 e 21.3, 13, 21, 27, 32, 36, 38. [3] Jos. 21.41. [4] Jos. 21.3. cap. 26.54. [5] Deu. 19.2. Jos. 20.2. [6] Exo. 21.13. [7] Deu. 19.6. Jos. 20.3, 5, 6. [8] ver. 6. [9] Deu. 4.41. Jos. 20.8. [10] cap. 15.16. [11] Exo. 21.12, 14. Lev. 24.17. Deu. 19.11. [12] ver. 21, 24, 27. Deu. 19.6, 12. Jos. 20.3, 5. [13] Gen. 4.8. II Sam. 3.27 e 20.10. I Reis 2.31, 32. Exo. 21.14. Deu. 19.11. [14] Exo. 21.13. [15] ver. 12. Jos. 20.6. [16] Exo. 29.7. Lev. 4.3 e 21.10. [17] cap. 27.11. [18] Deu. 17.6 e 19.15. Mat. 18.16. II Cor. 13.1. Heb. 10.28. [19] Psa. 106.38. Miq. 4.11. [20] Gen. 9.6. [21] Lev. 18.25. Deu. 21.23. Exo. 29.45. _Os casamentos das herdeiras._ 36 E chegaram [1] os cabeças dos paes da geração dos filhos de Gilead, filho de Machir, filho de Manasseh, das familias dos filhos de José, e fallaram diante de Moysés, e diante dos maioraes, cabeças dos paes dos filhos d’Israel, 2 E disseram: O Senhor [2] mandou dar esta terra a meu senhor por sorte, por herança aos filhos d’Israel: e a meu senhor foi ordenado pelo Senhor, que a herança do nosso irmão Selofad se désse a suas filhas. 3 E, casando-se ellas com algum dos filhos das _outras_ tribus dos filhos d’Israel, então a sua herança seria diminuida da herança de nossos paes, e accrescentada á herança da tribu de quem forem: assim se tiraria da sorte da nossa herança. 4 Vindo tambem o _anno do_ [3] jubileo dos filhos d’Israel, a sua herança se accrescentaria á herança da tribu d’aquelles com que se casarem: assim a sua herança será tirada da herança da tribu de nossos paes. 5 Então Moysés deu ordem aos filhos d’Israel, segundo o mandado do Senhor, dizendo: A tribu dos [4] filhos de José falla bem. 6 Esta _é_ a palavra que o Senhor mandou ácerca das filhas de Selofad, dizendo: Sejam por mulheres a quem bem parecer aos seus olhos, [5] comtanto que se casem na familia da tribu de seu pae. 7 Assim a herança dos filhos d’Israel não passará de tribu em [6] tribu: pois os filhos d’Israel se chegarão cada um á herança da tribu de seus paes. 8 E qualquer filha [7] que herdar _alguma_ herança das tribus dos filhos d’Israel se casará com alguem da geração da tribu de seu pae: para que os filhos de Israel possuam cada, um a herança de seus paes. 9 Assim a herança não passará d’uma tribu a outra: pois as tribus dos filhos d’Israel se chegarão cada uma á sua herança. 10 Como o Senhor ordenara a Moysés, assim fizeram as filhas de Selofad. 11 Pois Machla, [8] Thirsa, e Hogla, e Milca, e Noha, filhas de Selofad, se casaram com _os_ filhos de seus tios. 12 Das familias dos de Manasseh, filho de José, ellas foram mulheres: assim a sua herança ficou á tribu da familia de seu pae. 13 Estes _são_ os mandamentos e os juizos que mandou o Senhor pela mão de Moysés aos filhos de Israel [9] nas campinas dos moabitas, junto ao Jordão _de_ Jericó. [1] cap. 26.29. [2] cap. 26.55 e 33.54. Jos. 17.3. cap. 27.1, 7. Jos. 17.3, 4. [3] Lev. 25.10. [4] cap. 27.7. [5] ver. 12. [6] I Sam. 21.3. [7] I Chr. 23.22. [8] cap. 27.1. [9] cap. 26.3 e 33.50. O QUINTO LIVRO DE MOYSÉS CHAMADO DEUTERONOMIO. _O discurso de Moysés na planicie do Jordão._ [Antes de Christo 1451] 1 Estas _são_ as palavras que Moysés fallou a todo o Israel [1] d’áquem do Jordão, no deserto, na planicie defronte _do Mar_ de Suph, entre Paran e Tophel, e Laban, e Hazeroth, e Dizahab. 2 Onze jornadas _ha_, desde Horeb, caminho da montanha de Seir, [2] até Cades-barnea. 3 E succedeu _que_, no anno quadragesimo, [3] no mez undecimo, no primeiro _dia_ do mez, Moysés fallou aos filhos de Israel, conforme a tudo o que o Senhor lhe mandara ácerca d’elles, 4 Depois que feriu [4] a Sehon, rei dos amorrheos, que habitava em Hesbon, e a Og, rei de Basan, que habitava em Astaroth, [5] em Edrei. 5 D’áquem do Jordão, na terra de Moab, começou Moysés a declarar esta lei, dizendo: 6 O Senhor nosso Deus nos fallou em Horeb, [6] dizendo: Assás haveis estado n’este monte. 7 Virae-vos, e parti-vos, e ide á montanha dos amorrheos, e a todos os seus visinhos, á planicie, e á montanha, e ao valle, e ao sul, e á ribeira do mar; á terra dos cananeos, e ao Libano, até ao grande rio, o rio Euphrates. 8 Vêdes aqui esta terra _vol-a_ dei diante de vós: entrae e possui a terra que o Senhor jurou a vossos paes, Abrahão, [7] Isaac, e Jacob, que _a_ daria a elles e á sua semente depois d’elles. 9 E no mesmo tempo [8] eu vos fallei, dizendo: _Eu_ não poderei levar-vos só. 10 O Senhor vosso Deus já vos tem multiplicado: e eis-que já hoje em multidão _sois_ [9] como as estrellas dos céus. 11 O Senhor Deus [10] de vossos paes vos augmente, como _sois_, _ainda_ mil vezes mais: e vos abençoe, como [11] vos tem fallado. 12 Como supportaria [12] eu só as vossas molestias, e as vossas cargas, e as vossas differenças? 13 Tomae-vos homens [13] sabios e entendidos, experimentados entre as vossas tribus, para que os ponha por vossas cabeças. 14 Então vós me respondestes, e dissestes: Bom _é_ de fazer a palavra que tens fallado. 15 Tomei pois os cabeças de vossas tribus, homens sabios e experimentados, [14] e os tenho posto por cabeças sobre vós, por capitães de milhares, e por capitães de cem, e por capitães de cincoenta, e por capitães de dez, e por governadores das vossas tribus. 16 E no mesmo tempo mandei a vossos juizes, dizendo: Ouvi _a causa_ entre vossos irmãos, e julgae [15] justamente entre o homem e seu irmão, e entre o estrangeiro _que está_ com elle. 17 Não attentareis [16] _para pessoa alguma_ em juizo, ouvireis assim o pequeno como o grande: não temereis a face de ninguem, porque o juizo é de Deus; [17] porém a causa que vos fôr difficil fareis vir a mim, e eu a ouvirei. 18 Assim n’aquelle tempo vos ordenei todas as coisas que havieis de fazer. 19 Então partimos de Horeb, [18] e caminhámos por todo aquelle grande e tremendo deserto que vistes, pelo caminho das montanhas dos amorrheos, como o Senhor nosso Deus nos ordenara: e chegámos a Cades-barnea. 20 Então eu vos disse: Chegados sois ás montanhas dos amorrheos, que o Senhor nosso Deus nos dará. 21 Eis aqui o Senhor teu Deus _te_ deu esta terra diante de ti: sobe, possue-a, como te fallou o Senhor Deus de teus paes: [19] não temas, e não te assustes. 22 Então todos vós vos chegastes a mim, e dissestes: Mandemos homens adiante de nós, para que nos espiem a terra, e nos dêem resposta, por que caminho devemos subir a ella, e a que cidades devemos ir. 23 Pareceu-me pois bem este negocio: de sorte que de vós tomei [20] doze homens, de cada tribu um homem. 24 E foram-se, e subiram á montanha, e [21] vieram até ao valle de Escol, e o espiaram. 25 E tomaram do fructo da terra nas suas mãos, e nol-o trouxeram, e nos tornaram a _dar_ resposta, e disseram: Boa [22] _é_ a terra que nos dá o Senhor nosso Deus. 26 Porém vós não quizestes [23] subir: mas fostes rebeldes ao mandado do Senhor nosso Deus. 27 E murmurastes nas vossas tendas, e dissestes: Porquanto o Senhor nos aborrece, [24] nos tirou da terra do Egypto para nos entregar nas mãos dos amorrheos, para destruir-nos. 28 Para onde subiremos? nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto _é_ este povo [25] do que nós, as cidades _são_ grandes e fortificadas até aos céus; e tambem vimos ali filhos [26] dos gigantes. 29 Então eu vos disse: Não vos espanteis, nem os temaes. 30 O Senhor vosso Deus [27] que vae adiante de vós, elle por vós pelejará, conforme a tudo o que fez comvosco, diante de vossos olhos, no Egypto; 31 Como tambem no deserto, onde viste que [28] o Senhor teu Deus n’elle te levou, como um homem leva seu filho, por todo o caminho que andastes, até chegardes a este logar. 32 Mas nem por isso [29] crestes ao Senhor vosso Deus, 33 Que foi [30] adiante de vós por todo o caminho, para vos achar o logar onde vós deverieis acampar: de noite no fogo, para vos mostrar o caminho por onde havieis de andar, e de dia na nuvem. 34 Ouvindo pois o Senhor a voz das vossas palavras, indignou-se, e jurou, [31] dizendo: 35 Nenhum dos homens d’esta maligna geração verá [32] esta boa terra que jurei de dar a vossos paes, 36 Salvo Caleb, [33] filho de Jefoné; elle a verá, e a terra que pisou darei a elle e a seus filhos: porquanto perseverou em [34] seguir ao Senhor. 37 Tambem o Senhor [35] se indignou contra mim por causa de vós, dizendo: Tambem tu lá não entrarás. 38 [36] Josué, filho de Nun, que está _em pé_ diante de ti, elle ali entrará: esforça-o, [37] porque elle a fará herdar a Israel. 39 E vossos meninos, [38] de que dissestes: Por presa serão: e vossos filhos, que hoje nem bem nem mal sabem, elles ali entrarão, e a elles, a darei, e elles a possuirão. 40 Porém vós [39] virae-vos, e parti para o deserto, pelo caminho do Mar Vermelho. 41 Então respondestes, [40] e me dissestes: Peccámos contra o Senhor: nós subiremos e pelejaremos, conforme a tudo o que nos ordenou o Senhor nosso Deus: e armastes-vos pois vós, cada um dos seus instrumentos de guerra, e estivestes prestes para subir á montanha. 42 E disse-me o Senhor: Dize-lhes: Não subaes [41] nem pelejeis, pois não _estou_ no meio de vós; para que não sejaes feridos diante de vossos inimigos. 43 Porém, fallando-vos eu, não ouvistes: antes fostes rebeldes ao mandado do Senhor, e vos [42] ensoberbecestes, e subistes á montanha. 44 E os amorrheos, que habitavam n’aquella montanha, vos sairam ao encontro; e perseguiram-vos como fazem as [43] abelhas, e vos derrotaram desde Seir até Horma. 45 Tornando pois vós, e chorando perante o Senhor, o Senhor não ouviu a vossa voz, nem vos escutou. 46 Assim em [44] Cades estivestes muitos dias, segundo os dias que _ali_ estivestes. [1] Jos. 9.1, 10 e 22.4, 7. [2] Num. 13.26. cap. 9.23. [3] Num. 33.38. [4] Num. 21.24. [5] Num. 21.23. Jos. 13.12. [6] Exo. 3.1 e 19.1. Num. 10.11. [7] Gen. 12.7 e 15.18 e 17.7, 8 e 26.4 e 28.13. [8] Exo. 18.18. Num. 11.14. [9] Gen. 15.5. cap. 10.22 e 28.62. [10] II Sam. 24.3. [11] Gen. 15.5 e 22.17 e 26.4. Exo. 32.13. [12] I Reis 3.8. [13] Exo. 18.21. Num. 11.16, 17. [14] Exo. 18.25. [15] cap. 16.18. João 7.24. Lev. 24.22. [16] Lev. 19.15. cap. 16.19. I Sam. 16.7. Pro. 24.23. Thi. 2.1. [17] II Chr. 19.6. Exo. 18.22, 26. [18] Num. 10.12. cap. 8.15. Jer. 2.6. [19] Jos. 1.9. [20] Num. 13.3. [21] Num. 13.22, 23, 24. [22] Num. 13.27. [23] Num. 14.1, 2, 3, 4. Psa. 106.24, 25. [24] cap. 9.28. [25] Num. 13.31, 32, 33. [26] Num. 13.28. [27] Exo. 14.14, 25. Neh. 4.20. [28] Exo. 19.4. cap. 32.11, 12. Isa. 46.3, 4 e 63.9. Ose. 11.3. Act. 13.18. [29] Psa. 106.24. Jud. 5. [30] Exo. 13.21. Psa. 78.14. Num. 10.33. Eze. 20.6. [31] cap. 2.14, 15. [32] Num. 14.22, 23. Psa. 25.11. [33] Num. 14.24, 30. Jos. 14.9. [34] Num. 14.24. [35] Num. 20.12 e 27.14. cap. 3.26 e 4.21 e 34.4. Psa. 106.32. [36] Num. 14.30. Exo. 24.13 e 33.11. I Sam. 16.22. [37] Num. 27.18. cap. 31.7, 23. [38] Num. 14.13, 31. Isa. 7.15, 16. Rom. 9.11. [39] Num. 14.25. [40] Num. 14.40. [41] Num. 14.42. [42] Num. 14.44, 45. [43] Psa. 118.12. [44] Num. 20.1, 22. Jui. 11.17. _Moysés falla ácerca dos edomitas, moabitas, e ammonitas._ [Antes de Christo 1490] 2 Depois virámo-nos, e caminhámos ao deserto, caminho do Mar Vermelho, como o [1] Senhor me tinha dito, e muitos dias rodeámos a montanha de Seir. 2 Então o Senhor me fallou, dizendo: 3 Assás tendes [2] rodeado esta montanha: virae-vos para o norte. 4 E dá ordem ao povo, dizendo: Passareis [3] pelos termos de vossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir: e elles terão medo de vós; porém guardae-vos bem, 5 Não vos entremettaes com elles, porque vos não darei da sua terra nem ainda a pisada da planta de um pé: porquanto a Esaú tenho dado a montanha [4] de Seir _por_ herança. 6 Comprareis d’elles, por dinheiro, comida para comerdes: e tambem agua para beber d’elles comprareis por dinheiro. 7 Pois o Senhor teu Deus te abençoou em toda a obra das tuas mãos; elle sabe que andas por este grande deserto: [5] estes quarenta annos o Senhor teu Deus _esteve_ comtigo, coisa nenhuma te faltou. 8 Passando [6] pois de nossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitavam em Seir, desde o caminho da planicie [7] de Elath e de Ezeon-geber, nos virámos e passámos o caminho do deserto de Moab. 9 Então o Senhor me disse: Não molestes a Moab, e não contendas com elles em peleja, porque te não darei herança da sua terra; porquanto tenho dado a [8] Ar aos filhos de Lot _por_ herança. 10 (Os emeos [9] d’antes habitaram n’ella: um povo grande e numeroso, e alto como os gigantes; 11 Tambem estes foram contados por gigantes como os enaquins: e os moabitas os chamavam emeos. 12 D’antes os horeos tambem habitaram em Seir: [10] porém os filhos de Esaú os lançaram fóra, e os destruiram de diante de si, e habitaram no seu logar, _assim_ como Israel fez á terra da sua herança, que o Senhor lhes tinha dado.) 13 Levantae-vos agora, e passae o ribeiro [11] de Zered: assim passámos o ribeiro de Zered. 14 E os dias que caminhámos, desde Cades-barnea [12] até que passámos o ribeiro de Zered, _foram_ trinta e oito annos, [13] até que toda aquella geração dos homens de guerra se consumiu do meio do arraial, como o Senhor lhes jurara. 15 Assim [14] tambem foi contra elles a mão do Senhor, para os destruir do meio do arraial até os haver consumido. 16 E succedeu que, sendo já consumidos todos os homens de guerra, pela morte, do meio do arraial. 17 O Senhor me fallou, dizendo: 18 Hoje passarás a Ar, pelos termos de Moab; 19 E te chegarás até defronte dos filhos de Ammon: não os molestes, e com elles não contendas: porque da terra dos filhos de Ammon te não darei herança, porquanto [15] aos filhos de Lot a tenho dado _por_ herança. 20 (Tambem esta foi contada por terra de gigantes; d’antes n’ella habitavam gigantes, e os ammonitas os chamavam [16] zamzummeos: 21 Um povo [17] grande, e numeroso, e alto, como os gigantes: e o Senhor os destruiu de diante de si, e elles os lançaram fóra, e habitaram no seu logar; 22 Assim como fez com os filhos d’Esaú, que habitavam [18] em Seir, de diante dos quaes destruiu os horeos, e elles os lançaram fóra, e habitaram no seu logar até este dia; 23 Tambem os caftoreos, que sairam de Caftor, destruiram os [19] aveos, que habitavam em Kazerim até Gaza, e habitaram no seu logar). 24 Levantae-vos, parti e passae [20] o ribeiro d’Arnon; eis-aqui na tua mão tenho dado a Sehon, amorrheo, rei de Hesbon, e a sua terra; começa a possuil-a, e contende com elles em peleja. 25 N’este dia [21] começarei a pôr um terror e um temor de ti diante dos povos _que estão_ debaixo de todo o céu: os que ouvirem a tua fama tremerão diante de ti e se angustiarão. 26 Então mandei mensageiros desde o deserto de Quedemoth a Sehon, rei de Hesbon, com palavras de [22] paz, dizendo: 27 Deixa-me passar pela [23] tua terra: sómente pela estrada irei; não me desviarei para a direita nem para a esquerda. 28 A comida que eu coma vender-m’a-has por dinheiro, e dar-me-has por dinheiro a agua que beba: tão sómente deixa-me [24] passar a pé; 29 Como fizeram comigo os [25] filhos d’Esaú, que habitam em Seir, e os moabitas que habitam em Ar: até que eu passe o Jordão, a terra que o Senhor nosso Deus nos ha de dar. 30 Mas Sehon, [26] rei de Hesbon, não nos quiz deixar passar por si, porquanto o Senhor teu Deus endurecera o seu espirito, [27] e fizera obstinado o seu coração, por t’o dar na tua mão, como n’este dia _se vê_. 31 E o Senhor me disse: Eis-aqui, tenho começado a dar-te Sehon, [28] e a sua terra diante de ti: começa _pois_ a possuil-_a_, para que herdes a sua terra. 32 E Sehon saiu-nos ao encontro, elle e todo o seu povo, á peleja, a Jahaz: 33 E o Senhor nosso Deus nol-o deu diante [29] de nós, e o ferimos a elle, e a seus filhos, e a todo o seu povo. 34 E n’aquelle tempo tomámos todas as suas cidades, e destruimos todas as cidades, homens, e mulheres e creanças: [30] não deixámos a ninguem. 35 Sómente tomámos em presa o gado para nós, e o despojo das cidades que tinhamos tomado. 36 Desde Aroer, [31] que _está_ á borda do ribeiro d’Arnon, e a cidade que _está_ junto ao ribeiro, até Gilead, nenhuma cidade houve que de nós escapasse: tudo isto [32] o Senhor nosso Deus _nos_ entregou diante de nós. 37 Sómente á terra dos filhos de Ammon não chegaste: nem a toda a borda do ribeiro de Jabbok, [33] nem ás cidades da montanha, nem a coisa alguma que nos prohibira o Senhor nosso Deus. [1] Num. 14.25. cap. 1.40. [2] ver. 7, 14. [3] Num. 20.14. [4] Gen. 36.8. Jos. 24.4. [5] cap. 8.2, 3, 4. [6] Jui. 11.18. [7] I Reis 9.26. [8] Num. 21.28. Gen. 19.36, 37. [9] Gen. 14.5. Num. 13.22, 33. cap. 9.2. [10] ver. 22. Gen. 14.6 e 36.20. [11] Num. 21.12. [12] Num. 13.26. [13] Num. 14.33 e 26.64. cap. 1.34, 35. Eze. 20.15. [14] Psa. 78.33 e 106.26. [15] Gen. 19.38. [16] Gen. 14.5. [17] ver. 10. [18] Gen. 36.8 e 14.6 e 36.20-30. ver. 12. [19] Jos. 13.3. Jer. 25.20. Amós 9.7. [20] Num. 21.13. Jui. 11.17, 21. [21] Exo. 15.14. cap. 11.25. Jos. 2.9, 10. [22] cap. 20.10. [23] Num. 21.21. [24] Num. 20.19. [25] Num. 20.18. cap. 23.3, 4. Jui. 11.16, 18. [26] Num. 21.23. [27] Jos. 11.20. Exo. 4.21. [28] cap. 1.8. [29] cap. 7.2 e 20.16. Num. 21.24. cap. 29.7. [30] Lev. 27.28. cap. 7.2, 26. [31] cap. 3.12 e 4.48. Jos. 13.9. [32] Psa. 44.5. [33] Gen. 32.22. cap. 3.16. ver. 5, 9, 19. _Moysés falla ácerca de Og, rei de Basan._ 3 Depois _nós_ virámos e subimos o caminho de Basan: e Og [1] rei de Basan, nos saiu ao encontro, elle e todo o seu povo, á peleja em [2] Edrei. 2 Então o Senhor me disse: Não temas, porque a elle e a todo o seu povo, e a sua terra, tenho dado na tua mão: e far-lhe-has como fizeste a Sehon, [3] rei dos amorrheos, que habitava em Hesbon. 3 E tambem o Senhor nosso Deus _nos_ deu na nossa mão a Og, rei de Basan, e a todo o seu povo: de maneira que o ferimos, até que [4] ninguem lhe ficou de restante. 4 E n’aquelle tempo tomámos todas as suas cidades: nenhuma cidade houve que lhes não tomassemos: sessenta cidades, toda a borda da terra d’Argob, o reino d’Og [5] em Basan. 5 Todas estas cidades _eram_ fortificadas com altos muros, portas e ferrolhos: de mais d’outras muitas cidades sem muros. 6 E destruimol-as como fizemos a Sehon, [6] rei de Hesbon, destruindo todas as cidades, homens, mulheres e creanças. 7 Porém todo o gado, e o despojo das cidades, tomámos para nós por presa. 8 Assim n’aquelle tempo tomámos a terra da mão d’aquelles dois reis dos amorrheos, que _estavam_ d’áquem do Jordão: desde o rio d’Arnon, até ao monte de Hermon; 9 (Os Sidonios [7] a Hermon chamam Sirion; porém os amorrheos o chamam Senir); 10 Todas as cidades [8] da terra plana, e todo o Gilead, e todo o Basan, até Salcha e Edrei, cidades do reino d’Og em Basan. 11 Porque só Og, o rei de Basan, ficou do resto dos gigantes; eis que o seu leito, um leito de ferro, não _está porventura_ [9] em Rabba dos filhos d’Ammon? de nove covados o seu comprimento, e de quatro covados a sua largura, pelo covado d’um homem. 12 Tomámos pois esta terra em possessão n’aquelle tempo: desde Aroer, [10] que _está_ junto ao ribeiro d’Arnon, e a metade da montanha de Gilead, com as suas cidades, tenho dado aos rubenitas e gaditas. 13 E o resto de Gilead, como tambem [11] todo o Basan, o reino d’Og, dei á meia tribu de Manasseh; toda aquella borda da terra d’Argob, por todo o Basan, se chamava a terra dos gigantes. 14 Jair, filho de Manasseh, alcançou toda a borda da terra de Argob, até ao termo dos gesuritas, [12] e maachatitas, e a chamou de seu nome, Basan-havot-jair até este dia. 15 E a Machir dei [13] Gilead. 16 Mas aos rubenitas [14] e gaditas dei desde Gilead até ao ribeiro d’Arnon, o meio do ribeiro, e o termo: e até ao ribeiro de Jabbok, o [15] termo dos filhos d’Ammon. 17 Como tambem a campina, e o Jordão com o termo: desde Cinnereth até [16] ao mar da campina, o Mar Salgado, abaixo d’Asdoth-pisga para o oriente. 18 E vos dei ordem mais no mesmo tempo, dizendo: O Senhor vosso Deus vos deu esta terra, para possuil-a: [17] passae pois armados vós, todos os homens valentes, diante de vossos irmãos, os filhos d’Israel. 19 Tão sómente vossas mulheres, e vossas creanças, e vosso gado (_porque_ eu sei que tendes muito gado) ficarão nas vossas cidades, que já vos tenho dado, 20 Até que o Senhor dê descanço a vossos irmãos como a vós: para que elles herdem tambem a terra que o Senhor vosso Deus lhes ha de dar d’além do Jordão: [18] então voltareis cada qual á sua herança que já vos tenho dado. 21 Tambem dei ordem a [19] Josué no mesmo tempo, dizendo: Os teus olhos vêem tudo o que o Senhor vosso Deus tem feito a estes dois reis; assim fará o Senhor a todos os reinos, a que tu passarás. 22 Não os temaes: porque o Senhor vosso Deus é o [20] que peleja por vós. 23 Tambem _eu_ pedi graça [21] ao Senhor no mesmo tempo, dizendo: _A oração de Moysés para entrar em Canaan._ 24 Senhor JEHOVAH! já começaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e [22] a tua forte mão: porque, que Deus _ha_ nos céus e na terra, que possa obrar segundo as tuas obras, e segundo a tua fortaleza? 25 Rogo-te que me deixes passar, para que veja [23] _esta_ boa terra que está d’além do Jordão; esta boa montanha, e o Libano. 26 Porém o Senhor [24] indignou-se muito contra mim por causa de vós, e não me ouviu; antes me disse: Baste-te; não me falles mais n’este negocio: 27 Sobe [25] ao cume de Pisga, e levanta os teus olhos ao occidente, e ao norte, e ao sul, e ao oriente, e vê com os teus olhos: porque não passarás este Jordão. 28 Manda pois a Josué, [26] e esforça-o, e conforta-o; porque elle passará diante d’este povo, e o fará possuir a terra que vires. 29 Assim ficámos n’este valle, [27] defronte de Beth-peor. [1] Num. 21.33, etc. cap. 29.7. [2] cap. 1.4. [3] Num. 21.34. [4] Num. 21.35. [5] I Reis 4.13. [6] cap. 2.24. Psa. 135.10, 11, 12 e 136.19, 20, 21. [7] cap. 4.48. Psa. 29.6. I Chr. 5.23. [8] cap. 4.49. Jos. 12.5 e 13.11. [9] Amós 2.9. Gen. 14.5. II Sam. 12.26. Jer. 49.2. Eze. 21.20. [10] cap. 2.36. Jos. 12.2. Num. 32.33. Jos. 12.6 e 13.8, etc. [11] Jos. 13.29. [12] I Chr. 2.22. Jos. 13.13. II Sam. 3.3 e 10.6. Num. 32.41. [13] Num. 32.39. [14] II Sam. 24.6. [15] Num. 21.24. Jos. 12.2. [16] Num. 34.11. cap. 4.49. Jos. 12.3. Gen. 14.3. [17] Num. 32.20, etc. [18] Jos. 22.4. [19] Num. 27.18. [20] Exo. 14.14. cap. 1.30 e 20.4. [21] II Cor. 12.8, 9. [22] cap. 11.2. Exo. 15.11. II Sam. 7.22. Psa. 71.19. [23] Exo. 3.8. cap. 4.22. [24] Num. 20.12 e 27.14. cap. 1.37 e 31.2 e 32.51, 52. Psa. 106.32. [25] Num. 27.12. [26] Num. 27.18, 23. cap. 1.38 e 31.3, 7. [27] cap. 4.46 e 34.6. _Moysés exhorta o povo á obediencia._ 4 Agora, pois, ó Israel, ouve [1] _os_ estatutos e os juizos que eu vos ensino, para os fazerdes: para que vivaes, e entreis, e possuaes a terra que o Senhor Deus de vossos paes vos dá. 2 Não accrescentareis [2] á palavra que vos mando, nem diminuireis d’ella, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando. 3 Os vossos olhos teem visto o que Deus fez por Baal-peor; [3] pois a todo o homem que seguiu a Baal-peor o Senhor teu Deus consumiu do meio de ti. 4 Porém vós, que vos chegastes ao Senhor vosso Deus, hoje todos _estaes_ vivos. 5 Vêdes aqui vos tenho ensinado estatutos e juizos, como me mandou o Senhor meu Deus: para que assim façaes no meio da terra a qual ides a herdar. 6 Guardae-os pois, e fazei-os, porque esta _será_ a vossa sabedoria [4] e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo só _é_ gente sabia e entendida. 7 Porque, que [5] gente _ha_ tão grande, que tenha deuses _tão_ chegados como o Senhor nosso Deus, todas as _vezes_ que o chamamos? 8 E que gente _ha tão_ grande, que tenha estatutos e juizos _tão_ justos como toda esta lei que hoje dou perante vós? 9 Tão sómente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem [6] a tua alma, que te não esqueças d’aquellas coisas que os teus olhos teem visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida: e as farás saber [7] a teus filhos, e aos filhos de teus filhos: 10 O [8] dia em que estiveste perante o Senhor teu Deus em Horeb, quando o Senhor me disse: Ajunta-me este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, e aprendel-as-hão, para me temerem todos os dias que na terra viverem, e _as_ ensinarão a seus filhos; 11 E vós vos chegastes, e vos pozestes ao pé do monte: e o monte ardia [9] em fogo até ao meio dos céus, e _havia_ trevas, e nuvens e escuridão; 12 Então o Senhor vos fallou do meio do fogo: [10] a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes similhança nenhuma. 13 Então vos annunciou elle o seu concerto, [11] que vos ordenou fazer, [HE] os dez mandamentos, e os escreveu em duas taboas de pedra. 14 Tambem [12] o Senhor me ordenou ao mesmo tempo que vos ensinasse estatutos e juizos, para que os fizesseis na terra a qual passaes a possuir. 15 Guardae pois com diligencia as vossas almas, [13] pois similhança nenhuma vistes no dia em que o Senhor vosso Deus em Horeb fallou comvosco do meio do fogo; 16 Para que não [14] _vos_ corrompaes, e vos façaes alguma esculptura, similhança de imagem, figura de macho ou de femea; 17 Figura d’algum animal que _haja_ na terra; figura d’alguma ave aligera que vôa pelos céus; 18 Figura d’algum _animal_ que anda de rastos sobre a terra; figura d’algum peixe que _esteja_ nas aguas debaixo da terra; 19 Que não levantes [15] os teus olhos aos céus e vejas [16] o sol, e a lua, e as estrellas, todo o exercito dos céus; e sejas impellido a que te inclines perante elles, e sirvas áquelles que o Senhor teu Deus repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus. 20 Mas o Senhor vos tomou, e vos tirou do forno de ferro do Egypto, para que lhe sejaes por [17] povo hereditario, como n’este dia _se vê_. 21 Tambem o [18] Senhor se indignou contra mim _por_ causa das vossas palavras, e jurou que eu não passaria o Jordão, e que não entraria na boa terra que o Senhor teu Deus te dará por herança. 22 Porque eu n’esta [19] terra morrerei, não passarei o Jordão: porém vós _o_ passareis, e possuireis aquella boa terra. 23 Guardae-vos de que vos esqueçaes [20] do concerto do Senhor vosso Deus, que tem feito comvosco, e vos façaes esculptura alguma, [21] imagem d’alguma _coisa_ que o Senhor vosso Deus vos prohibiu. 24 Porque o Senhor teu [22] Deus _é_ um fogo que consome, um Deus zeloso. 25 Quando pois gerardes filhos, e filhos de filhos, e vos envelhecerdes na terra, e _vos_ corromperdes, e fizerdes _alguma_ esculptura, [23] similhança d’alguma coisa, e fizerdes mal aos olhos do Senhor, para o provocar á ira: 26 Hoje tomo por testemunhas contra vós o céu e a terra, [24] que certamente perecereis depressa da terra, a qual passaes o Jordão a possuir: não prolongareis _os vossos_ dias n’ella, antes sereis de todo destruidos. 27 E o Senhor vos espalhará entre os povos, [25] e ficareis poucos em numero entre as gentes ás quaes o Senhor vos conduzirá. 28 E ali servireis a deuses [26] que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não vêem nem ouvem, nem comem nem cheiram. 29 Então d’ali buscarás ao Senhor teu Deus, [27] e _o_ acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma. 30 Quando _estiveres_ em angustia, e todas estas coisas [28] te alcançarem, então no fim de dias te virarás ao Senhor teu Deus, e ouvirás a sua voz. 31 Porquanto o Senhor teu [29] Deus _é_ Deus misericordioso; e não te desamparará, nem te destruirá, nem se esquecerá do concerto que jurou a teus paes. 32 Porque, [30] pergunta agora aos tempos passados, que te precederam desde o dia em que Deus creou o homem sobre a terra, desde uma [31] extremidade do céu até á outra, se succedeu jámais coisa tão grande como esta, ou se se ouviu _coisa_ como esta? 33 Ou se _algum_ povo ouviu [32] a voz de Deus fallando do meio do fogo, como tu a ouviste, e ficou vivo? 34 Ou se um Deus intentou ir tomar para si um povo do meio _de outro_ povo [33] com provas, com signaes, e com milagres, e com peleja, e com mão forte, e com braço estendido, e com grandes espantos, conforme a tudo quanto o Senhor vosso Deus vos fez no Egypto aos vossos olhos? 35 A ti te foi mostrado para que soubesses que o Senhor é Deus: [34] nenhum outro _ha_ senão elle. 36 Desde os céus te fez [35] ouvir a sua voz, para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e ouviste as suas palavras do meio do fogo. 37 E, porquanto amava teus [36] paes, e escolhera a sua semente depois d’elles, te tirou do Egypto diante de si, com a sua grande força: 38 Para lançar [37] fóra de diante de ti gentes maiores e mais poderosas do que tu, para te introduzir _n’ella_, e te dar a sua terra _por_ herança, como n’este dia _se vê_. 39 Pelo que hoje saberás, e reflectirás no teu coração, que só o Senhor [38] é Deus em cima no céu, e em baixo na terra; nenhum outro _ha_. 40 E guardarás _os_ teus estatutos [39] e os seus mandamentos, que te ordeno hoje, para que bem te vá a ti, e a teus filhos depois de ti, e para que prolongues os dias na terra que o Senhor teu Deus te dá para todo o sempre. _Moysés designa tres das cidades de refugio._ 41 Então Moysés separou tres [40] cidades d’áquem do Jordão, da banda do nascimento do sol; 42 Para que ali se acolhesse o homicida [41] que de improviso matasse o seu proximo a quem d’antes não tivesse odio algum: e se acolhesse a uma d’estas cidades, e vivesse; 43 A Bezer, [42] no deserto, na terra plana, para os rubenitas; e a Ramoth, em Gilead, para os gaditas; e a Golan, em Basan, para os manassitas. 44 Esta _é_ pois a lei que Moysés propoz aos filhos de Israel. 45 Estes _são_ os testemunhos, e os estatutos, e os juizos, que Moysés fallou aos filhos de Israel, havendo saido do Egypto; 46 D’aquem do Jordão, [43] no valle defronte de Beth-peor, na terra de Sehon, rei dos amorrheos, que habitava em Hesbon: a quem feriu Moysés e [44] os filhos de Israel, havendo elles saido do Egypto. 47 E tomaram a sua terra em possessão, como tambem a terra [45] de Og, rei de Basan, dois reis dos amorrheos, que _estavam_ d’áquem do Jordão, da banda do nascimento do sol. 48 Desde Aroer, [46] que _está_ á borda do ribeiro de Arnon, até ao monte de Sion, que _é_ Hermon, 49 E toda a campina d’áquem do Jordão, da banda do oriente, [47] até ao mar da campina, abaixo de Asdoth-pisga. [1] Lev. 19.37 e 20.8 e 22.31. cap. 5.1 e 8.1. Eze. 20.11. Rom. 10.5. [2] cap. 12.32. Jos. 1.7. Pro. 30.6. Ecc. 12.13. Apo. 22.18, 19. [3] Num. 25.4, etc. Jos. 22.17. Psa. 106.28. [4] Job 28.28. Psa. 19.8 e 110.10. Pro. 1.7. [5] II Sam. 7.23. Psa. 46.2 e 145.18. Isa. 55.6. [6] Pro. 4.23. [7] Gen. 18.19. cap. 6.7 e 11.19. Psa. 78.5, 6. Eph. 6.4. [8] Exo. 19.9, 16. Heb. 12.18. [9] Exo. 19.18. cap. 5.23. [10] cap. 5.4, 22. ver. 33, 36. Exo. 20.22. I Reis 19.12. [11] cap. 9.9, 11. Exo. 34.28 e 24.12. [12] Exo. 21.1, 23. [13] Jos. 23.11. Isa. 40.18. [14] Exo. 32.7. ver. 23. Exo. 20.4, 5. cap. 5.8. Rom. 1.23. [15] cap. 17.3. Job 31.26, 27. Rom. 1.25. [16] cap. 17.3. Job 31.26, 27. [17] I Reis 8.51. Jer. 11.4. Exo. 19.5. cap. 9.29 e 32.9. [18] Num. 20.12. cap. 1.37. [19] II Ped. 1.13, 14, 15. cap. 3.25, 27. [20] ver. 9. [21] ver. 16. Exo. 20.4, 5. [22] Exo. 24.17. cap. 9.3. Isa. 33.14. Heb. 12.29. cap. 6.15. Isa. 42.8. [23] ver. 16. II Reis 17.17, etc. [24] cap. 30.18. Isa. 1.2. Miq. 6.2. [25] Lev. 26.33. cap. 28.62, 64. Neh. 1.8. [26] cap. 28.64. I Sam. 26.19. Jer. 16.13. Psa. 115.4 e 135.15. Isa. 44.9 e 46.7. [27] Lev. 26.39, 40. cap. 30.1. II Chr. 15.4. Neh. 1.9. Isa. 55.6, 7. Jer. 29.12. [28] Gen. 49.1. cap. 31.29. Jer. 23.20. Ose. 3.5. Joel 2.12. [29] II Chr. 30.9. Neh. 9.31. Psa. 116.5. Jon. 4.2. [30] Job 8.8. [31] Mat. 24.31. [32] Exo. 24.11 e 33.20. cap. 5.24. [33] cap. 7.19 e 29.3. Exo. 7.3 e 13.3 e 6.6. cap. 26.8 e 34.12. [34] cap. 32.39. I Sam. 2.2. Isa. 45.5, 18, 22. Mar. 12.29, 32. [35] Exo. 19.9, 19 e 20.18, 22 e 24.15. [36] cap. 10.15. Exo. 13.3, 9, 14. [37] cap. 7.1 e 9.1, 4, 5. [38] ver. 35. Jos. 2.11. [39] Lev. 22.31. cap. 5.16 e 6.3, 18 e 12.25, 28 e 22.7. Eph. 6.3. [40] Num. 35.6, 14. [41] cap. 19.4. [42] Jos. 20.8. [43] cap. 3.29. [44] Num. 21.24. cap. 1.4. [45] Num. 21.35. cap. 3.3, 4. [46] cap. 2.36 e 3.12. [47] cap. 3.17. _A repetição dos dez mandamentos._ 5 E chamou Moysés a todo o Israel, e disse-lhes: Ouve, ó Israel, os estatutos e juizos que hoje vos fallo aos ouvidos: e aprendel-os-heis, e guardal-os-heis, para os fazer. 2 O Senhor nosso Deus [1] fez comnosco concerto em Horeb. 3 Não com nossos paes [2] fez o Senhor este concerto, senão comnosco, todos os que hoje aqui _estamos_ vivos. 4 Cara a cara o Senhor fallou [3] comnosco no monte, do meio do fogo 5 (N’aquelle tempo eu estava _em pé_ [4] entre o Senhor e vós, para vos notificar a palavra do Senhor: porque temestes o fogo, e não subistes ao monte), dizendo: 6 Eu _sou_ o Senhor [5] teu Deus, que te tirei da terra do Egypto, da casa da servidão: 7 Não terás [6] outros deuses diante de mim; 8 Não farás para ti imagem [7] de esculptura, _nem_ similhança alguma _do_ que _ha_ em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas aguas debaixo da terra: 9 Não te encurvarás a ellas, nem as servirás: porque Eu, o Senhor teu Deus, _sou_ Deus zeloso, que visito a maldade [8] dos paes sobre os filhos, até á terceira e quarta _geração_ d’aquelles que me aborrecem, 10 E faço misericordia [9] em milhares aos que me amam, e guardam os meus mandamentos. 11 Não tomarás [10] o nome do Senhor teu Deus em vão: porque o Senhor não terá por innocente ao que tomar o seu nome em vão; 12 Guarda o dia de sabbado, [11] para o sanctificar, como te ordenou o Senhor teu Deus. 13 Seis dias [12] trabalharás, e farás toda a tua obra, 14 Mas o setimo dia _é_ o sabbado do [13] Senhor teu Deus: não farás nenhuma obra _n’elle_, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que _está_ dentro de tuas portas: para que o teu servo e a tua serva descancem como tu: 15 Porque te lembrarás [14] que foste servo na terra do Egypto, e que o Senhor teu Deus te tirou d’ali com mão forte e braço estendido: pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sabbado. 16 Honra a teu pae e a tua [15] mãe, como o Senhor teu Deus te ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem na terra que te dá o Senhor teu Deus. 17 [16] Não matarás. 18 [17] E não adulterarás. 19 [18] E não furtarás. 20 E não dirás falso testemunho contra [19] o teu proximo; 21 E não cobiçarás a [20] mulher do teu proximo: e não desejarás a casa do teu proximo, _nem_ o seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, _nem_ o seu boi, nem o seu jumento, nem _coisa_ alguma do teu proximo. _O povo pede a Moysés para receber a lei do Senhor._ 22 Estas palavras fallou o Senhor a toda a vossa congregação no monte do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com grande voz, [21] e nada accrescentou: e as escreveu em duas taboas de pedra, e a mim m’as deu. 23 E succedeu que, [22] ouvindo a voz do meio das trevas, e _vendo_ o monte ardendo em fogo, vos achegastes a mim, todos os Cabeças das vossas tribus, e vossos anciãos; 24 E dissestes: Eis aqui o Senhor vosso Deus nos fez ver a sua gloria e a sua grandeza, e ouvimos a sua voz do [23] meio do fogo: hoje vimos que Deus falla com o homem, e que _o homem_ [24] fica vivo. 25 Agora pois, porque morreriamos? [25] pois este grande fogo nos consumiria: se ainda mais ouvissemos a voz do Senhor nosso Deus, morreriamos. 26 Porque, quem _ha_ de toda a [26] carne, que ouviu a voz do Deus vivente fallando do meio do fogo, como nós, e ficou vivo? 27 Chega-te tu, e ouve tudo o que disser o Senhor nosso Deus: e tu nos dirás tudo o que te disser o Senhor nosso Deus, [27] e _o_ ouviremos, e _o_ faremos. 28 Ouvindo pois o Senhor a voz das vossas palavras, quando me fallaveis a mim, o Senhor me disse: Eu ouvi a voz das palavras d’este povo, que te disseram: em tudo [28] fallaram elles bem. 29 Quem dera que elles tivessem tal coração que me temessem, [29] e guardassem todos os meus mandamentos todos os dias! para que bem lhes fosse a elles e a seus filhos para sempre. 30 Vae, dize-lhes: Tornae-vos ás vossas tendas. 31 Porém tu está aqui [30] commigo, para que eu a ti te diga todos os mandamentos, e estatutos, e juizos, que tu lhes has de ensinar que façam na terra que eu lhes darei para possuil-a. 32 Olhae pois que façaes como vos mandou o Senhor vosso Deus: [31] não declinareis, nem para a direita nem para a esquerda. 33 Andareis em todo o [32] caminho que vos manda o Senhor vosso Deus, para que vivaes e bem [33] vos succeda, e prolongueis os dias na terra que haveis de possuir. [1] Exo. 19.5. cap. 4.23. [2] Mat. 13.17. Heb. 8.9. [3] Exo. 19.9, 19 e 20.22. cap. 4.33, 36 e 34.10. [4] Gal. 3.19. Exo. 19.16 e 20.18 e 24.2. [5] Exo. 20.2, etc. Lev. 26.1. cap. 6.4. Psa. 81.11. [6] Exo. 20.3. [7] Exo. 20.4. [8] Exo. 34.7. [9] Jer. 32.18. Dan. 9.4. [10] Exo. 20.7. Lev. 19.12. Mat. 5.53. [11] Exo. 20.8. [12] Exo. 23.12 e 35.2. Eze. 20.12. [13] Gen. 2.2. Exo. 16.29, 30. Heb. 4.4. [14] cap. 15.15 e 16.12 e 24.18, 22 e 4.34, 37. [15] Exo. 20.12. Lev. 19.3. cap. 27.16. Eph. 6.2. Col. 3.20. cap. 4.40. [16] Exo. 20.13. Mat. 5.21. [17] Exo. 20.14. Luc. 18.20. Thi. 2.11. [18] Exo. 20.15. Rom. 13.9. [19] Exo. 20.16. [20] Exo. 20.17. Miq. 2.2. Hab. 2.9. Luc. 12.15. Rom. 7.7 e 13.9. [21] Exo. 24.12 e 31.18. [22] Exo. 20.18. [23] Exo. 19.19. [24] cap. 4.2. Jui. 11.12. [25] cap. 18.16. [26] cap. 4.33. [27] Exo. 20.19. [28] cap. 18.18. [29] cap. 32.29. Psa. 81.14. Isa. 48.18. Mat. 23.37. Luc. 19.42. cap. 11.1 e 4.40. [30] Gal. 3.19. [31] cap. 17.20 e 28.14. Jos. 1.7 e 23.6. Pro. 4.27. [32] cap. 10.12. Psa. 119.6. Jer. 7.23. Luc. 1.6. [33] cap. 4.40. _O fim da lei é obediencia._ 6 Estes, pois, _são_ os mandamentos, [1] os estatutos e os juizos que mandou o Senhor vosso Deus para se vos ensinar, para que _os_ fizesseis na terra a que passaes a possuir; 2 Para que temas [2] ao Senhor teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam [3] prolongados. 3 Ouve pois, ó Israel, e attenta que _os_ guardes, para que bem te succeda, e muito te multipliques, como te disse o Senhor Deus de teus paes, na [4] terra que mana leite e mel. 4 Ouve, Israel, [5] o Senhor nosso Deus _é_ o unico Senhor. 5 Amarás [6] pois o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. 6 E estas palavras, [7] que hoje te ordeno, estarão no teu coração; 7 E as intimarás [8] a teus filhos, e d’ellas fallarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. 8 Tambem as atarás [9] por signal na tua mão, e _te_ serão por testeiras entre os teus olhos. 9 E as escreverás [10] nos umbraes de tua casa, e nas tuas portas. 10 Havendo-te pois o Senhor teu Deus introduzido na terra que jurou a teus paes, Abrahão, Isaac e Jacob, te daria: grandes e boas cidades, que tu [11] não edificaste, 11 E casas cheias de todo o bem, que tu não encheste, e poços cavados, que tu não cavaste, vinhas e olivaes, que tu não plantaste, [12] e comeres, e te fartares, 12 Guarda-te, e que te não esqueças do Senhor, que te tirou da terra do Egypto, da casa da servidão. 13 O Senhor teu Deus [13] temerás, e a elle servirás, e pelo seu nome jurarás. 14 Não seguireis outros [14] deuses, os deuses dos povos que _houver_ á roda de vós; 15 Porque o Senhor vosso Deus _é_ um Deus zeloso no meio de ti, [15] para que a ira do Senhor teu Deus se não accenda contra ti, e te destrua de sobre a face da terra. 16 Não tentareis [16] o Senhor vosso Deus, como _o_ tentaste em Massah. 17 Diligentemente guardareis [17] os mandamentos do Senhor vosso Deus; como tambem os seus testemunhos, e seus estatutos, que te tem mandado. 18 E farás o recto [18] e o bom aos olhos do Senhor: para que bem te succeda, e entres, e possuas a boa terra, _sobre_ a qual o Senhor jurou a teus paes. 19 Para que lance fóra a todos os teus inimigos [19] de diante de ti, como o Senhor tem dito. 20 Quando teu filho [20] te perguntar pelo tempo adiante, dizendo: Quaes _são_ os testemunhos, e estatutos e juizos que o Senhor nosso Deus vos ordenou? 21 Então dirás a teu filho: Eramos servos de Pharaó no Egypto; [21] porém o Senhor nos tirou com mão forte do Egypto; 22 E o Senhor deu signaes grandes, e nocivas [22] maravilhas no Egypto, a Pharaó e a toda a sua casa, aos nossos olhos; 23 E d’ali nos tirou, para nos levar, e nos dar a terra que jurára a nossos paes. 24 E o Senhor nos ordenou que fizessemos todos estes estatutos, para [23] temer ao Senhor nosso Deus, para o nosso perpetuo bem, para nos guardar em vida, como _no dia d’_hoje. 25 E será para nós [24] justiça, quando tivermos cuidado de fazer todos estes mandamentos perante o Senhor nosso Deus, como nos tem ordenado. [1] cap. 4.5 e 1.31. [2] Exo. 20.20. cap. 10.12. Psa. 111.10. Ecc. 12.13. [3] cap. 4.40. Pro. 3.11. [4] Gen. 15.5 e 22.17. Exo. 3.8. [5] Isa. 42.8. Mar. 12.29, 32. João 17.3. I Cor. 8.4, 6. [6] cap. 10.12. Mat. 22.37. Mar. 12.30. Luc. 10.27. II Reis 23.25. [7] cap. 11.18 e 32.46. Psa. 37.31 e 119.11, 98. Pro. 3.3. Isa. 51.7. [8] cap. 4.9 e 11.19. Psa. 78.4. Eph. 6.4. [9] Exo. 13.9, 16. cap. 11.18. Pro. 6.21 e 7.3. [10] cap. 11.20. Isa. 57.8. [11] Jos. 24.13. Psa. 105.44. [12] cap. 8.10, etc. [13] cap. 10.12, 20 e 13.4. Mat. 4.10. Luc. 4.8. Psa. 63.12. Isa. 45.22. Jer. 4.2 e 5.7 e 12.16. [14] cap. 8.19 e 11.28. Jer. 25.6. cap. 13.7. [15] Exo. 20.5. cap. 4.21 e 7.4 e 11.17. [16] Mat. 4.7. Luc. 4.12. Exo. 17.2, 7. Num. 29.3. [17] cap. 11.13, 22. [18] Exo. 15.26. cap. 12.28 e 13.18. [19] Num. 33.52, 53. [20] Exo. 13.14. [21] Exo. 3.19 e 13.3. [22] Exo. 7 e 8, 9, 10, 11 e 12. Psa. 135.9. [23] ver. 2. cap. 10.13. Job 35.7, 8. Jer. 32.39. cap. 4.1 e 8.1. Psa. 41.3. Luc. 10.28. [24] Lev. 18.5. cap. 24.13. Rom. 10.3, 5. _Ordena-se a destruição dos cananeos e seus idolos._ 7 Quando o Senhor teu Deus [1] te tiver introduzido na terra, a qual vaes a possuir, e tiver lançado fóra muitas gentes de diante de ti, os hetheos, [2] e os girgaseos, e os amorrheos, e os cananeos, e os phereseos, e os heveos, e os jebuseos, sete gentes mais numerosas e mais poderosas do que [3] tu; 2 E o Senhor teu Deus as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; [4] não farás com ellas concerto, nem terás piedade d’ellas; 3 Nem te aparentarás com ellas: não [5] darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos; 4 Pois fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira [6] do Senhor se accenderia contra vós, e depressa vos consumiria. 5 Porém assim lhes fareis: Derrubareis os seus altares, quebrantareis [7] [HF] as suas estatuas; e cortareis os seus bosques, e queimareis a fogo as suas imagens d’esculptura. 6 Porque povo sancto _és_ ao Senhor teu Deus: [8] o Senhor teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo proprio, de todos os povos que sobre a terra _ha_. 7 O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós _ereis_ menos em numero [9] do que todos os povos: 8 Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que jurára a vossos paes, o [10] Senhor vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Pharaó, rei do Egypto. 9 Saberás pois que o Senhor teu Deus _é_ Deus, o Deus fiel, [11] que guarda o concerto e a misericordia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos; 10 E dá o pago em sua cara a qualquer dos que o aborrecem, [12] fazendo-o perecer: não dilatará ao que o aborrece; em sua cara lh’_o_ pagará. 11 Guarda pois os mandamentos, e os estatutos e os juizos que hoje te mando fazer. 12 Será [13] pois que, se, ouvindo estes juizos, os guardardes e fizerdes, o Senhor teu Deus te guardará o concerto [14] e a beneficencia que jurou a teus paes, 13 E amar-te-ha, [15] e abençoar-te-ha, e te fará multiplicar, e abençoará o fructo do teu ventre, e o fructo da tua terra, o teu grão, e o teu mosto, e o teu azeite, e a criação das tuas vaccas, e o rebanho do teu gado miudo, na terra que jurou a teus paes dar-te. 14 Bemdito serás mais do que todos os povos: nem macho nem femea entre ti haverá esteril, [16] nem entre os teus animaes. 15 E o Senhor de ti desviará toda a enfermidade: sobre ti não porá nenhuma das más [17] doenças dos egypcios, que bem sabes, antes as porá sobre todos os que te aborrecem. 16 Pois consumirás [18] a todos os povos que te der o Senhor teu Deus: o teu olho não os poupará: e [19] não servirás a seus deuses, pois isto te seria por laço. 17 Se disseres no teu coração: Estas gentes são mais numerosas do que eu; como as poderei [20] lançar fóra? 18 D’ellas não tenhas [21] temor: não deixes de te lembrar do que o Senhor teu Deus fez a Pharaó e a todos os egypcios, 19 Das grandes provas [22] a que viram os teus olhos, e dos signaes, e maravilhas, e mão forte, e braço estendido, com que o Senhor teu Deus te tirou: assim fará o Senhor teu Deus com todos os povos, diante dos quaes tu temes. 20 E mais o Senhor teu Deus entre elles mandará [23] vespões, até que pereçam os que ficarem, e se escondam de diante de ti. 21 Não te espantes diante d’elles: porque o Senhor teu Deus _está_ no meio de ti, [24] Deus grande e terrivel. 22 E o Senhor teu Deus lançará fóra [25] estas gentes pouco a pouco de diante de ti: não poderás destruil-as _todas_ de prompto, para que as feras do campo se não multipliquem contra ti. 23 E o Senhor t’as dará diante de ti, e as fará pasmar com grande pasmo, até que sejam destruidas. 24 Tambem os seus reis [26] te entregará na mão, para que desfaças os seus nomes de debaixo dos céus: nenhum homem parará diante de ti, até que os destruas. 25 As imagens d’esculptura de seus deuses queimarás a fogo; [27] a prata e o oiro _que estão_ sobre ellas não cobiçarás, nem os tomarás para ti, para que te não enlaces n’elles; pois [28] abominação é ao Senhor teu Deus. 26 Não metterás pois abominação em tua casa, para que não sejas anathema, _assim_ como ella: de todo a detestarás, e de todo a abominarás, porque [29] anathema é. [1] cap. 31.3. Psa. 44.2, 3. [2] Gen. 15.19, etc. Exo. 33.2. [3] cap. 4.38 e 9.1. [4] cap. 23.14. Lev. 27.28. Num. 33.52. Jos. 6.17 e 8.24 e 9.25 e 10.28, 40 e 11.11. Exo. 23.32. Jui. 2.2. Jos. 2.14. Jui. 1.24. [5] Jos. 23.12. I Reis 11.2. Esd. 9.2. [6] cap. 6.15. [7] Exo. 23.24 e 34.13. cap. 12.2. [8] Exo. 19.6. cap. 14.2 e 26.19. Jer. 2.3. Exo. 19.5. Amós 3.2. II Ped. 2.9. [9] cap. 10.22. [10] cap. 10.15. Exo. 32.13. Psa. 105.8. Luc. 1.55, 72, 73. Exo. 13.3, 14. [11] Isa. 49.7. I Cor. 1.9 e 10.13. II Cor. 1.18. I The. 5.24. II The. 3.3. II Tim. 2.13. Heb. 11.11. I João 1.9. Exo. 20.6. cap. 5.10. Neh. 1.5. Dan. 9.4. [12] Isa. 59.18. Nah. 1.2. cap. 32.35. [13] Lev. 26.3. cap. 28.1. [14] Psa. 105.8. Luc. 1.55, 72, 73. [15] João 14.21. cap. 28.4. [16] Exo. 23.26, etc. [17] Exo. 9.14 e 15.26. cap. 28.27, 60. [18] ver. 2. [19] cap. 13.8 e 19.13, 21 e 25.12. Exo. 23.33. cap. 12.30. Jui. 8.27. [20] Num. 33.53. [21] cap. 31.6. Psa. 105.5. [22] cap. 4.34 e 29.3. [23] Exo. 23.28. Jos. 24.12. [24] Num. 11.20 e 14.9, 14, 42 e 16.3. Jos. 3.10. cap. 10.17. Neh. 1.5 e 4.14 e 9.32. [25] Exo. 23.29. [26] Jos. 10.24, 42 e 12.1, etc. Exo. 17.14. cap. 11.25. Jos. 1.5 e 23.9. [27] ver. 5. Exo. 32.20. cap. 12.3. I Chr. 14.12. Jos. 7.1, 21. [28] Jui. 8.27. Sof. 1.3. cap. 17.1. [29] Lev. 27.28. cap. 13.17. Jos. 6.17, 18 e 7.1. _Exhortação a ter em memoria os benificios do Senhor._ 8 Todos os mandamentos [1] que hoje vos ordeno guardareis para _os_ fazer: para que vivaes, e vos multipliqueis, e entreis, e possuaes a terra que o Senhor jurou a vossos paes. 2 E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta annos, [2] para te humilhar, e te tentar, para saber o que _estava_ no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não. 3 E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou [3] com o manná, que tu não conheceste, nem teus paes o conheceram: para te dar a entender que o homem não [4] viverá só de pão, mas que de tudo o que sae da bocca do Senhor viverá o homem. 4 Nunca se envelheceu o teu vestido [5] sobre ti, nem se inchou o teu pé estes quarenta annos. 5 Confessa pois [6] no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, _assim_ te castiga o Senhor teu Deus. 6 E guarda os mandamentos do Senhor teu Deus, [7] para o temer, e andar nos seus caminhos. 7 Porque o Senhor teu Deus te mette n’uma boa terra, terra de ribeiros [8] d’aguas, de fontes, e d’abysmos, que saem dos valles e das montanhas; 8 Terra de trigo e cevada, e de vides, e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, abundante de azeite e mel; 9 Terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará n’ella: terra cujas pedras _são_ ferro, [9] e de cujos montes tu cavarás o cobre. 10 Quando pois tiveres [10] comido, e fores farto, louvarás ao Senhor teu Deus pela boa terra que te deu. 11 Guarda-te que te esqueças do Senhor teu Deus, não guardando os seus mandamentos, e os seus juizos, e os seus estatutos que hoje te ordeno: 12 Para que, porventura, havendo tu comido [11] e fores farto, e _havendo_ edificado boas casas, e habitando-as, 13 E se tiverem augmentado as tuas vaccas e as tuas ovelhas, e se accrescentar a prata e o oiro, e se multiplicar tudo quanto tens, 14 Se não eleve o teu coração e [12] te esqueças do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egypto, da casa da servidão; 15 Que te guiou por aquelle grande e terrivel deserto [13] de serpentes ardentes, e d’escorpiões, e de secura, em que não _havia_ agua; [14] e tirou agua para ti da rocha [HG] do seixal; 16 Que no deserto te sustentou com manná, [15] que teus paes não conheceram; para te humilhar, e para te provar, para no teu fim te [16] fazer bem; 17 E digas no teu coração: [17] A minha força, e a fortaleza de meu braço, me adquiriu este poder. 18 Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, que elle _é_ o que te dá [18] força para adquirires poder; para confirmar o seu concerto, que jurou a teus paes; como _se vê_ n’este dia. 19 Será porém _que_, se de qualquer sorte te esqueceres do Senhor teu Deus, e se ouvires outros deuses, e os servires, e te inclinares perante elles, hoje eu protesto contra vós que certamente [19] perecereis. 20 Como as gentes que o Senhor destruiu diante de vós, assim [20] vós perecereis: porquanto não querieis obedecer á voz do Senhor vosso Deus. [1] cap. 4.1 e 5.32, 33 e 6.1, 2, 3. [2] cap. 1.3 e 2.7 e 29.5. Amós 2.10. Exo. 16.4. cap. 13.3. II Chr. 32.31. João 2.25. [3] Exo. 16.2, 3, 12, 14, 35. [4] Psa. 104.29. Mat. 4.4. Luc. 4.4. [5] cap. 29.5. Neh. 9.21. [6] II Sam. 7.14. Psa. 89.32. Pro. 3.12. Heb. 12.5. Apo. 3.19. [7] cap. 5.33. [8] cap. 11.10, 11, 12. [9] cap. 33.25. [10] cap. 6.11. [11] cap. 28.47 e 32.15. Pro. 30.9. Ose. 13.6. [12] I Cor. 4.7. Psa. 106.21. [13] Isa. 63.12, 13, 14. Jer. 2.6. Num. 21.6. Ose. 13.5. [14] Num. 20.11. Psa. 78.15. [15] ver. 3. Exo. 16.15. [16] Jer. 24.5, 6. Heb. 12.11. [17] cap. 9.4. I Cor. 4.7. [18] Pro. 10.22. Ose. 2.8. cap. 7.8, 12. [19] cap. 4.26 e 30.18. [20] Dan. 9.11. _Moysés lembra aos israelitas as suas murmurações e suas infidelidades._ 9 Ouve, ó Israel, hoje passarás [1] o Jordão, para entrar a possuir nações maiores [2] e mais fortes do que tu; cidades grandes, e muradas até aos céus; 2 Um povo grande e alto, filhos de gigantes, [3] que tu conheces, e _de que_ já ouvistes: Quem pararia diante dos filhos dos gigantes? 3 Sabe pois hoje que o Senhor teu Deus, que passa diante de [4] ti, é um fogo que consome, que os destruirá, e os derrubará de diante de ti: e tu os lançarás fóra, [5] e cedo os desfarás, como o Senhor te tem dito. 4 Quando pois o Senhor teu Deus os lançar fóra de diante de ti, [6] não falles no teu coração, dizendo: Por _causa da_ minha justiça _é que_ o Senhor me trouxe a esta terra para a possuir: porque pela impiedade d’estas nações _é que_ o Senhor as lança [7] fóra, diante de ti. 5 Não _é_ por _causa da_ tua [8] justiça, nem pela rectidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela impiedade d’estas nações o Senhor teu Deus as lança fóra, de diante de ti; e para confirmar a palavra que o Senhor teu Deus [9] jurou a teus paes, Abrahão, Isaac e Jacob. 6 Sabe pois que não é por _causa da_ tua justiça que o Senhor teu Deus te dá esta boa terra para possuil-a, pois tu _és_ [10] povo obstinado. 7 Lembra-te, e não te esqueças, de que muito provocaste a ira ao Senhor teu Deus no deserto; desde [11] o dia em que saistes do Egypto, até que chegastes a esse logar, rebeldes fostes contra o Senhor; 8 Pois em Horeb [12] tanto provocastes á ira o Senhor, que se accendeu contra vós para vos destruir. 9 Subindo [13] eu ao monte a receber as taboas de pedra, as taboas do concerto que o Senhor fizera comvosco, então fiquei no [14] monte quarenta dias e quarenta noites; pão não comi, e agua não bebi; 10 E o Senhor me deu [15] as duas taboas de pedra, escriptas com o dedo de Deus; e n’ellas _tinha escripto_ conforme a todas aquellas palavras que o Senhor tinha fallado comvosco no monte, do meio do fogo, no [16] dia da congregação. 11 Succedeu pois que ao fim dos quarenta dias e quarenta noites, o Senhor me deu as duas taboas de pedra, as taboas do concerto. 12 E o Senhor me disse: [17] Levanta-te, desce depressa d’aqui, porque o teu povo, que tiraste do Egypto, _já se_ tem corrompido: cedo se desviaram do caminho que _eu_ lhes tinha ordenado: imagem de fundição para si fizeram. 13 Fallou-me mais o Senhor, [18] dizendo: Attentei para este povo, e eis-que elle _é_ povo obstinado: 14 Deixa-me [19] que os destrua, e apague o seu nome de debaixo dos céus: e te faça a ti nação mais poderosa e mais numerosa do que esta. 15 Então virei-me, e desci [20] do monte; e o monte ardia em fogo e as duas taboas do concerto _estavam_ em ambas as minhas mãos. 16 E olhei, [21] e eis-que havieis peccado contra o Senhor vosso Deus; vós tinheis feito um bezerro de fundição: cedo vos desviastes do caminho que o Senhor vos ordenara. 17 Então peguei das duas taboas, e as arrojei d’ambas as minhas mãos, e as quebrei aos vossos olhos. 18 E me lancei perante o [22] Senhor; como d’antes, quarenta dias e quarenta noites não comi pão e não bebi agua, por causa de todo o vosso peccado que havieis peccado, fazendo mal aos olhos do Senhor, para o provocar á ira. 19 Porque temi [23] por causa da ira e do furor, com que o Senhor tanto estava irado contra vós, para [24] vos destruir: porém ainda _por_ esta vez o Senhor me ouviu. 20 Tambem o Senhor se irou muito contra Aarão para o destruir; mas tambem orei por Aarão ao mesmo tempo. 21 Porém eu tomei o [25] vosso peccado, o bezerro que tinheis feito, e o queimei a fogo, e o pisei, moendo-o bem, até que se desfez em pó: e o seu pó lancei no ribeiro que descia do monte. 22 Tambem em Taberah, e em Massah, e em Quibroth-hattaava provocastes [26] muito a ira do Senhor. 23 Quando tambem [27] o Senhor vos enviou desde Cades-barnea, dizendo: Subi, e possui a terra, que vos tenho dado: rebeldes fostes ao mandado do Senhor vosso Deus, e não o crestes, [28] e não obedecestes á sua voz. 24 Rebeldes fostes [29] contra o Senhor desde o dia em que vos conheci. 25 E prostrei-me [30] perante o Senhor aquelles quarenta dias e quarenta noites em que estava prostrado; porquanto o Senhor dissera que vos queria destruir. 26 E eu orei ao Senhor, [31] dizendo: Senhor Deus, não destruas o teu povo e a tua herança, que resgataste com a tua grandeza, que tiraste do Egypto com mão forte. 27 Lembra-te dos teus servos, Abrahão, Isaac, e Jacob: não attentes para a dureza d’este povo, nem para a sua impiedade, nem para o seu peccado: 28 Para que _o povo da_ terra d’onde nos tiraste não diga: [32] Porquanto o Senhor os não pode introduzir na terra de que lhes tinha fallado, e porque os aborrecia, os tirou para os matar no deserto: 29 Todavia _são_ elles o [33] teu povo e a tua herança, que tu tiraste com a tua grande força e com o teu braço estendido. [1] cap. 11.31. Jos. 3.16 e 4.19. [2] cap. 4.38 e 7.1 e 11.23 e 1.28. [3] Num. 13.22, 28, 32. [4] cap. 31.3. Jos. 3.11. cap. 4.24. Heb. 12.29. cap. 7.23. [5] Exo. 23.31. cap. 7.24. [6] cap. 8.17. Rom. 11.6, 20. I Cor. 4.4, 7. [7] Gen. 15.16. Lev. 18.24. cap. 18.12. [8] Tito 3.5. [9] Gen. 12.7 e 13.15 e 15.7 e 17.8 e 26.4 e 28.13. [10] ver. 13. Exo. 32.9 e 33.3 e 34.9. [11] Exo. 14.11 e 16.2 e 17.2. Num. 11.4 e 20.2 e 25.2. cap. 31.27. [12] Exo. 32.4. Psa. 106.19. [13] Exo. 24.12, 15. [14] Exo. 24.18 e 34.28. [15] Exo. 31.18. [16] Exo. 19.17 e 20.1. cap. 4.10 e 10.4 e 18.16. [17] Exo. 32.7. cap. 31.29. Jui. 2.17. [18] Exo. 32.9. cap. 10.16 e 31.27. II Reis 17.14. [19] Exo. 32.10. cap. 29.20. Psa. 9.6 e 109.13. Num. 14.12. [20] Exo. 32.15. cap. 4.11 e 5.23. [21] Exo. 32.19. [22] Exo. 34.28. Psa. 106.23. [23] Exo. 32.10. [24] Exo. 32.14 e 33.17. cap. 10.10. Psa. 106.23. [25] Exo. 32.20. Isa. 31.7. [26] Num. 11.1, 3, 5. Exo. 17.7. Num. 11.4, 34. [27] Num. 13.3 e 14.1. [28] Psa. 106.24. [29] cap. 31.27. [30] ver. 18. [31] Exo. 32.11, etc. [32] Gen. 41.57. I Sam. 14.25. Exo. 32.12. Num. 14.16. [33] cap. 4.20. I Reis 8.51. Neh. 1.10. Psa. 95.7. _Moysés falla das segundas taboas da lei._ 10 N’aquelle mesmo tempo me disse o Senhor: Alisa [1] duas taboas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim a este monte, e faze-te [2] uma arca de madeira: 2 E n’aquellas taboas escreverei as palavras que estavam nas primeiras taboas que quebraste, [3] e as porás na arca. 3 Assim, fiz uma arca de madeira _de_ [4] sittim, e alisei duas taboas de pedra, como as primeiras: e subi ao monte com as duas taboas na minha mão. 4 Então escreveu [5] nas taboas, conforme á primeira escriptura, os dez mandamentos, que o Senhor vos fallara no dia da congregação, no monte, do meio do fogo: e o Senhor m’as deu a mim. 5 E virei-me, e desci do [6] monte, e puz as taboas na arca que fizera: e ali estão, como o Senhor [7] me ordenou. 6 E partiram os filhos de Israel de Beeroth-Bene-jaakan a Mosera: [8] ali falleceu Aarão, e ali foi sepultado, e Eleazar, seu filho, administrou o sacerdocio em seu logar. 7 D’ali partiram [9] a Gudgod, e de Gudgod a Jotbath, terra de ribeiros de aguas. _Da vocação da tribu de Levi._ 8 No mesmo tempo o Senhor separou [10] a tribu de Levi, para levar a arca do concerto do Senhor, [11] para estar diante do Senhor, para o servir, e para abençoar em seu nome até _ao dia de_ hoje. 9 Pelo que Levi [12] com seus irmãos não tem parte na herança: o Senhor é a sua herança, como o Senhor teu Deus lhe tem dito. 10 E eu estive no monte, [13] como nos dias primeiros, quarenta dias e quarenta noites: e o Senhor me ouviu ainda _por_ esta vez: não quiz o Senhor destruir-te. 11 Porém o Senhor me disse: [14] Levanta-te, põe-te a caminho diante do povo, para que entrem, e possuam a terra que jurei a seus paes dar-lhes. _Exhortação á obediencia._ 12 Agora, pois, ó Israel, que _é o que_ o Senhor teu Deus pede de ti, senão [15] que temas o Senhor teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, 13 Para guardar os mandamentos do Senhor, e os seus estatutos, que hoje te ordeno, [16] para o teu bem? 14 Eis que [17] os céus e os céus dos céus _são_ do Senhor teu Deus, [18] a terra e tudo o que n’ella _ha_. 15 Tão sómente o Senhor tomou prazer em teus paes para os amar: [19] e a vós, semente d’elles, escolheu depois d’elles, de todos os povos, como n’este dia _se vê_. 16 Circumcidae pois o prepucio [20] do vosso coração, e não mais endureçaes a vossa cerviz. 17 Pois o Senhor vosso Deus [21] _é_ o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrivel, que não faz accepção de [22] pessoas, nem acceita recompensas: 18 Que faz justiça [23] ao orphão e á viuva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestido. 19 Pelo que amareis [24] o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egypto. 20 Ao Senhor teu Deus [25] temerás, a elle servirás, e a elle te chegarás, e pelo seu nome jurarás. 21 Elle _é_ o teu louvor [26] e o teu Deus, que te fez estas grandes e terriveis coisas que os teus olhos teem visto. 22 Com setenta almas [27] teus paes desceram ao Egypto; e agora o Senhor teu Deus [28] te poz como as estrellas dos céus em multidão. [1] Exo. 34.1. [2] Exo. 25.10. [3] Exo. 25.16, 21. [4] Exo. 25.5, 10 e 37.1 e 34.4. [5] Exo. 34.28 e 20.1 e 19.17. cap. 9.10 e 18.16. [6] Exo. 34.29 e 40.20. [7] I Reis 8.9. [8] Num. 33.30 e 34.38. [9] Num. 33.32, 33. [10] Num. 3.6 e 4.4 e 8.14 e 16.9 e 4.15. [11] cap. 18.15. Lev. 9.22. Num. 6.23. cap. 21.5. [12] Num. 18.20, 24. cap. 18.1, 2. Eze. 44.28. [13] Exo. 34.28. cap. 9.18, 25. Exo. 32.14, 33, 34 e 33.17. cap. 9.19. [14] Exo. 32.34 e 33.1. [15] Miq. 6.8. cap. 6.13 e 5.33 e 6.5 e 11.13 e 30.16, 20. Mat. 22.37. [16] cap. 6.24. [17] I Reis 8.27. Psa. 149.4. [18] Gen. 14.19. Exo. 19.5. Psa. 24.1. [19] cap. 4.37. [20] Lev. 26.41. cap. 30.6. Jer. 4.4. Rom. 2.28. Col. 2.11. cap. 9.6. [21] Jos. 22.22. Dan. 2.47 e 11.36. Apo. 17.14 e 19.16. cap. 7.21. [22] II Chr. 19.7. Job 34.19. Act. 10.34. Rom. 2.11. Gal. 2.6. Eph. 6.9. Col. 3.25. I Ped. 1.17. [23] Psa. 146.9. [24] Lev. 19.33. [25] cap. 6.13. Mat. 4.10. Luc. 4.8. cap. 11.22 e 13.4. [26] Exo. 15.2. Jer. 17.14. I Sam. 12.24. II Sam. 7.23. Psa. 106.21. [27] Gen. 46.27. Exo. 1.5. Act. 7.14. [28] cap. 1.10 e 28.62. Gen. 15.5. 11 Amarás pois [1] ao Senhor teu Deus, e guardarás a sua observancia, e os seus estatutos, e os seus juizos, e os seus mandamentos, todos os dias. 2 E hoje sabereis que _fallo_, não com vossos filhos, que o não sabem, e não viram a instrucção [2] do Senhor vosso Deus, a sua grandeza, a sua mão forte, e o seu braço estendido; 3 Nem tão pouco os seus signaes, nem os seus feitos, [3] que fez no meio do Egypto a Pharaó, rei do Egypto, e a toda a sua terra; 4 Nem o que fez ao exercito dos egypcios, aos seus cavallos e aos seus carros, fazendo passar sobre elles as aguas [4] do Mar Vermelho quando vos perseguiam: e o Senhor os destruiu até _ao dia de_ hoje; 5 Nem o que vos fez no deserto, até que chegastes a este logar; 6 E o que fez a Dathan [5] e a Abiram, filhos de Eliab, filho de Ruben: como a terra abriu a sua bocca e os tragou com as suas casas e com as suas tendas, como tambem tudo o que subsistia, e lhes pertencia, no meio de todo o Israel: 7 Porquanto os [6] vossos olhos _são_ os que viram toda a grande obra que fez o Senhor. 8 Guardae pois todos os mandamentos que eu vos ordeno [7] hoje, para que vos esforceis, e entreis, e possuaes a terra que passaes a possuir; 9 E para que prolongueis os dias na terra [8] que o Senhor jurou a vossos paes dal-a a elles e á sua semente, terra que mana leite e mel. 10 Porque a terra que entras a possuir não _é_ como a terra do Egypto, d’onde saistes, [9] em que semeavas a tua semente, e a regavas com o teu pé, como a uma horta. 11 Mas [10] a terra que passaes a possuir _é_ terra de montes e de valles: da chuva dos céus beberá as aguas: 12 Terra de que o Senhor teu Deus tem cuidado: [11] os olhos do Senhor teu Deus _estão_ sobre ella continuamente, desde o principio até ao fim do anno. _Os beneficios da obediencia._ 13 E será que, se [12] diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje te ordeno, de amar ao Senhor teu Deus, e de o servir de todo o teu coração e de toda a tua alma, 14 Então darei a chuva da vossa terra [13] a seu tempo, a temporã e a serodia, para que recolhas o teu grão, e o teu mosto e o teu azeite. 15 E darei herva no teu campo [14] ás tuas bestas, e comerás, e fartar-te-has. 16 Guardae-vos, que o vosso coração não se [15] engane, e vos desvieis, e sirvaes a outros deuses, e vos inclineis perante elles: 17 E a ira [16] do Senhor se accenda contra vós, e feche elle os céus, e não haja agua, e a terra não dê a sua novidade, e cedo pereçaes [17] da boa terra que o Senhor vos dá. 18 Ponde [18] pois estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atae-as por signal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, 19 E ensinae-as [19] a vossos filhos, fallando d’ellas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; 20 E escreve-as [20] nos umbraes de tua casa, e nas tuas portas: 21 Para que se multipliquem os vossos dias [21] e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor jurou a vossos paes dar-lhes, como os dias [22] dos céus sobre a terra. 22 Porque, se diligentemente guardardes todos estes mandamentos [23] que vos ordeno para os guardardes, amando ao Senhor vosso Deus, andando em todos os seus caminhos, [24] e a elle vos achegardes, 23 Tambem o Senhor de diante de vós lançará [25] fóra todas estas nações, e possuireis nações maiores e mais poderosas do que vós. 24 Todo o logar [26] que pisar a planta do vosso pé será vosso: desde o deserto, e [27] _desde o_ Libano, desde o rio, o rio Euphrates, até ao mar occidental, será o vosso termo. 25 Ninguem parará diante de vós: o [28] Senhor vosso Deus porá sobre toda a terra que pisardes o vosso terror e o vosso temor, como já vos tem dito. _A benção e a maldição._ 26 Eis que [29] hoje eu ponho diante de vós a benção e a maldição: 27 A benção, [30] quando ouvirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus, que hoje vos mando; 28 Porém a maldição, [31] se não ouvirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes. 29 E será que, havendo-te o Senhor teu Deus introduzido na terra, a que vaes para possuil-a, então pronunciarás a benção [32] sobre o monte de Gerizim, e a maldição sobre o monte d’Ebal. 30 _Porventura_ não _estão_ elles d’aquem do Jordão, junto ao caminho do pôr do sol, na terra dos cananeos, que habitam na campina defronte do Gilgal, [33] junto aos carvalhaes de Moreh? 31 Porque passareis [34] o Jordão para entrardes a possuir a terra, que vos dá o Senhor vosso Deus: e a possuireis, e n’ella habitareis. 32 Tende pois cuidado em [35] fazer todos os estatutos e os juizos, que eu hoje vos proponho. [1] cap. 10.12 e 30.16, 20. Zac. 3.7. [2] cap. 8.5 e 5.24 e 7.19. [3] Psa. 73.12. [4] Exo. 14.27, 28 e 15.9. Psa. 106.11. [5] Num. 16.1, 31 e 27.3. Psa. 106.17. [6] cap. 5.3 e 7.19. [7] Jos. 1.6, 7. [8] cap. 4.40 e 5.16. Pro. 10.27. cap. 9.5. Exo. 3.8. [9] Zac. 14.18. [10] cap. 8.7. [11] I Reis 9.3. [12] ver. 22. cap. 6.17 e 10.12. [13] Lev. 26.4. cap. 28.12. Joel 2.23. Thi. 5.7. [14] Psa. 104.14. cap. 6.11. Joel 2.19. [15] cap. 29.18. Job 31.27. cap. 8.19 e 30.17. [16] cap. 6.15. I Reis 8.35. II Chr. 6.26 e 7.13. [17] cap. 4.26 e 8.19, 20 e 30.18. Jos. 23.13, 15, 16. [18] cap. 6.6 e 32.46. [19] cap. 4.9, 10 e 6.7. [20] cap. 6.9. [21] cap. 4.40. Pro. 3.2 e 4.10. [22] Psa. 72.5 e 89.30. [23] ver. 13. cap. 6.17. [24] cap. 10.20 e 30.20. [25] cap. 4.38 e 9.1, 5. [26] Jos. 1.3 e 14.9. [27] Gen. 15.18. Exo. 23.31. Num. 34.3, etc. [28] cap. 7.24 e 2.25. Exo. 23.27. [29] cap. 30.1, 15, 19. [30] cap. 28.2. [31] cap. 28.15. [32] cap. 27.12. Jos. 8.33. [33] Gen. 12.6. Jui. 7.11. [34] cap. 9.1. [35] cap. 5.32 e 12.32. _O unico logar de culto é o escolhido pelo Senhor._ 12 Estes _são_ os estatutos [1] e os juizos que tereis cuidado em fazer na terra que vos deu o Senhor Deus de vossos paes, para a possuir todos [2] os dias que viverdes sobre a terra. 2 Totalmente destruireis todos os logares, [3] onde as nações que possuireis serviram os seus deuses, [4] sobre as altas montanhas, e sobre os outeiros, e debaixo de toda a arvore verde; 3 E derribareis os seus altares, e [5] quebrareis as [HH] suas estatuas, e os seus bosques queimareis a fogo, e talhareis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome d’aquelle logar. 4 Assim não fareis [6] ao Senhor vosso Deus; 5 Mas o logar que o Senhor vosso Deus escolher [7] de todas as vossas tribus, para ali pôr o seu nome, buscareis para sua habitação, e ali vireis. 6 E ali trareis os vossos holocaustos, e os [8] vossos sacrificios, e os vossos dizimos, e a offerta alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas offertas voluntarias, e os primogenitos das vossas vaccas e das vossas ovelhas. 7 E ali comereis [9] perante o Senhor vosso Deus, e vos alegrareis em tudo em que poreis a vossa mão, vós e as vossas casas, no que te abençoar o Senhor teu Deus. 8 Não fareis conforme a tudo o que hoje fazemos aqui, [10] cada qual tudo o que bem _parece_ aos seus olhos. 9 Porque até agora não entrastes no descanço e na herança que vos dá o Senhor vosso Deus. 10 Mas passareis o Jordão, [11] e habitareis na terra que vos fará herdar o Senhor vosso Deus: e vos dará repouso de todos os vossos inimigos em redor, e morareis seguros. 11 Então haverá um logar [12] que escolherá o Senhor vosso Deus para ali fazer habitar o seu nome; ali trareis tudo o que vos ordeno; os vossos holocaustos, e os vossos sacrificios, e os vossos dizimos, e a offerta alçada da vossa mão, e toda a escolha dos vossos votos que votardes ao Senhor. 12 E vos alegrareis [13] perante o Senhor vosso Deus, vós, e vossos filhos, e vossas filhas, e os vossos servos, e as vossas servas, e o levita que _está_ dentro das vossas portas; pois comvosco não tem parte nem [14] herança. 13 Guarda-te, que não offereças [15] os teus holocaustos em todo o logar que vires; 14 Mas no logar [16] que o Senhor escolher n’uma das tuas tribus ali offerecerás os teus holocaustos, e ali farás tudo o que te ordeno. 15 Porém, conforme a todo o desejo da tua alma, degolarás [17] e comerás carne segundo a benção do Senhor teu Deus, que te dá em todas as tuas portas: o immundo [18] e o limpo d’ella comerá; como do corço e do veado: 16 Tão sómente [19] o sangue não comereis: sobre a terra o derramareis como agua. 17 Nas tuas portas não poderás comer o dizimo do teu grão, nem do teu mosto, nem do teu azeite, nem as primogenituras das tuas vaccas, nem das tuas ovelhas; nem nenhum dos teus votos, que houveres votado, nem as tuas offertas voluntarias, nem a offerta alçada da tua mão; 18 Mas o comerás [20] perante o Senhor teu Deus, no logar que escolher o Senhor teu Deus, tu, e teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita que _está_ dentro das tuas portas: e perante o Senhor teu Deus te alegrarás em tudo em que pozeres a tua mão. 19 Guarda-te, [21] que não desampares ao levita todos os teus dias na terra. 20 Quando o Senhor teu Deus dilatar os teus termos como te disse, e disseres: [22] Comerei carne; porquanto a tua alma tem desejo de comer carne; conforme a todo o desejo da tua alma, comerás carne. 21 Se estiver longe de ti o logar que o Senhor teu Deus escolher para ali pôr o seu nome, então degolarás das tuas vaccas e tuas ovelhas, que o Senhor te tiver dado, como te tenho ordenado; e comerás dentro das tuas portas, conforme a todo o desejo da tua alma. 22 Porém, como se come o corço e o veado, [23] assim comerás: o immundo e o limpo juntamente comerão d’elles. 23 Sómente esforça-te para que não comas o sangue: [24] pois o sangue _é_ a vida: pelo que não comerás a vida com a carne: 24 Não o comerás: na terra o derramarás como agua. 25 Não o comerás; [25] para que bem te succeda a ti, e a teus filhos, depois de ti, quando fizeres o _que fôr_ recto aos olhos do Senhor. 26 Porém as tuas coisas [26] sanctas que tiveres, e os teus votos tomarás, e virás ao logar que o Senhor escolher. 27 E offerecerás [27] os teus holocaustos, a carne e o sangue sobre o altar do Senhor teu Deus; e o sangue dos teus sacrificios se derramará sobre o altar do Senhor teu Deus; porém a carne comerás. 28 Guarda e ouve todas estas palavras que te ordeno, para que bem te succeda a ti [28] e a teus filhos depois de ti para sempre, quando fizeres o _que fôr_ bom e recto aos olhos do Senhor teu Deus. 29 Quando o Senhor teu Deus desarraigar [29] de diante de ti as nações, aonde vaes a possuil-as e as possuires e habitares na sua terra, 30 Guarda-te, [30] que te não enlaces após ellas, depois que forem destruidas diante de ti; e que não perguntes ácêrca dos seus deuses, dizendo: _Assim_ como serviram estas nações os seus deuses, do mesmo modo tambem farei eu. 31 Assim não farás [31] ao Senhor teu Deus: porque tudo o que é abominavel ao Senhor, o que aborrece, [32] fizeram elles a seus deuses: pois até seus filhos e suas filhas queimaram com fogo aos seus deuses. 32 Tudo o que eu vos ordeno, observareis para fazer; [33] nada lhe diminuirás. [1] cap. 6.1. [2] cap. 4.10. I Reis 8.40. [3] Exo. 34.13. cap. 7.5. [4] II Reis 16.4 e 17.10. Jer. 3.6. [5] Num. 33.52. Jui. 2.2. [6] ver. 31. [7] ver. 11. cap. 26.2. Jos. 9.27. I Reis 8.29. II Chr. 7.12. Psa. 78.68. [8] Lev. 17.3. ver. 17. cap. 14.22, 23 e 15.19. [9] cap. 14.26. ver. 12, 18. Lev. 23.30. cap. 16.11, 14, 15 e 26.11 e 27.7. [10] Jui. 17.6 e 21.25. [11] cap. 11.31. [12] ver. 5, 14, 18, 21, 26. cap. 14.23 e 15.20 e 16.2 e 17.8 e 18.6 e 23.16 e 31.11. Jos. 18.1. I Reis 8.29. Psa. 78.68. [13] ver. 7. [14] cap. 10.9 e 14.29. [15] Lev. 17.4. [16] ver. 11. [17] ver. 21. [18] ver. 22. cap. 14.5 e 15.22. [19] Gen. 9.4. Lev. 7.26 e 17.1. cap. 5.23. ver. 1, 24. [20] ver. 11, 22. cap. 14.23. [21] cap. 14.27. [22] Gen. 15.18 e 28.14. Exo. 34.24. cap. 11.24 e 19.8. [23] ver. 15. [24] ver. 16. Gen. 9.4. Lev. 17.11, 14. [25] cap. 4.40. Isa. 3.10. Exo. 15.26. cap. 13.18. I Reis 11.38. [26] Num. 5.9, 10 e 18.19. I Sam. 1.21, 22, 24. [27] Lev. 1.5, 9, 13 e 17.11. [28] ver. 25. [29] Exo. 23.23. cap. 19.1. Jos. 23.4. [30] cap. 7.16. [31] ver. 4. Lev. 18.3, 26, 30. II Reis 17.15. [32] Lev. 18.21 e 20.2. cap. 18.10. Jer. 33.33. Eze. 23.37. [33] cap. 4.2 e 13.18. Jos. 1.7. Pro. 30.6. Apo. 22.18. _O castigo dos falsos prophetas e dos idolatras._ 13 Quando propheta ou sonhador de sonhos se levantar [1] no meio de ti, e te dér um signal ou prodigio, 2 E succeder o tal [2] signal ou prodigio, de que te houver fallado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamol-os; 3 Não ouvirás as palavras d’aquelle propheta ou sonhador de sonhos: porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, [3] para saber se amaes o Senhor vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma. 4 Após o Senhor vosso Deus [4] andareis, e a elle temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis, e a elle servireis, e a elle vos achegareis. 5 E aquelle propheta [5] ou sonhador de sonhos morrerá, pois fallou rebeldia contra o Senhor vosso Deus, que vos tirou da terra do Egypto, e vos resgatou da casa da servidão, para te empuxar do caminho que te ordenou o Senhor teu Deus, para andares n’elle: assim [6] tirarás o mal do meio de ti. 6 Quando te incitar teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu seio, [7] ou teu amigo, que te _é_ como a tua alma, dizendo-te em segredo: Vamos, e sirvamos a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus paes; 7 D’entre os deuses dos povos que _estão_ em redor de vós, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da terra até á outra extremidade; 8 Não consentirás com elle, nem o ouvirás; [8] nem o teu olho o poupará, nem terás piedade _d’elle_, nem o esconderás; 9 Mas certamente o matarás; [9] a tua mão será a primeira contra elle, para o matar; e depois a mão de todo o povo. 10 E com pedras o apedrejarás, até que morra, pois te procurou empuxar do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egypto, da casa da servidão; 11 Para que todo o Israel o ouça e o tema, [10] e não torne a fazer segundo esta coisa má no meio de ti. 12 Quando ouvires dizer de alguma [11] das tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá, para ali habitar; 13 Uns homens, filhos de Belial, sairam [12] do meio de ti, que incitaram os moradores da sua cidade, dizendo: Vamos, [13] e sirvamos a outros deuses que não conhecestes; 14 Então inquirirás e informar-te-has, e com diligencia perguntarás; e eis que, sendo este negocio verdade, e certo _que_ se fez uma tal abominação no meio de ti; 15 _Então_ certamente ferirás ao fio da espada os moradores d’aquella [14] cidade, destruindo ao fio da espada a ella e a tudo o que n’ella _houver_, até aos animaes. 16 E ajuntarás todo o seu despojo no meio da sua praça; [15] e a cidade e todo o seu despojo queimarás totalmente para o Senhor teu Deus, e será montão perpetuo, nunca mais se edificará. 17 Tambem nada se pegará [16] á tua mão do anathema, para que o Senhor se aparte do ardor da sua ira, e te faça misericordia, [17] e tenha piedade de ti, e te multiplique, como jurou a teus paes; 18 Quando ouvires a voz do Senhor teu Deus, para guardar [18] todos os seus mandamentos, que hoje te ordeno; para fazer o _que fôr_ recto aos olhos do Senhor teu Deus. [1] Zac. 10.2. Mat. 24.24. II The. 2.9. [2] cap. 18.22. Jer. 28.9. Mat. 7.22. [3] cap. 8.2. Mat. 24.24. I Cor. 11. Apo. 13.14. [4] II Reis 23.3. II Cor. 34.31. cap. 10.20 e 30.20. [5] cap. 18.20. Jer. 14.15. Zac. 13.3. [6] cap. 17.7 e 22.21, 22, 24. I Cor. 5.13. [7] cap. 17.2. Gen. 16.5. cap. 28.54. Pro. 5.20. Miq. 7.5. I Sam. 18.1, 3 e 20.17. [8] Pro. 1.10. [9] cap. 17.5, 7. Act. 7.58. [10] cap. 17.13 e 19.20. [11] Jos. 22.11, etc. Jui. 20.1, 2. [12] I João 2.19. Jud. 19. II Reis 17.21. [13] ver. 2, 6. [14] Exo. 22.20. Lev. 27.28. Jos. 6.17, 21. [15] Jos. 6.24 e 8.28. Isa. 17.1 e 25.2. Jer. 49.2. [16] cap. 7.26. Jos. 6.18. [17] Jos. 6.26. Gen. 22.17 e 26.4, 24 e 28.14. [18] cap. 12.25, 28, 32. _Animaes limpos e immundos._ 14 Filhos _sois_ do Senhor vosso Deus: [1] não vos dareis golpes, nem poreis calva entre vossos olhos por _causa_ de algum morto. 2 Porque _és_ povo [2] sancto ao Senhor teu Deus: e o Senhor te escolheu, de todos os povos que _ha_ sobre a face da terra, para lhe seres o seu povo proprio. 3 Nenhuma abominação [3] comereis. 4 Estes _são_ os animaes [4] que comereis: o boi, o gado miudo das ovelhas, e o gado miudo das cabras, 5 O veado, e [HI] a corça, e o bufalo, e a cabra montez, e o teixugo, e o boi silvestre, e o gamo. 6 Todo o animal que tem unhas fendidas, que tem a unha dividida em duas, que remoe, entre os animaes, aquillo comereis. 7 Porém estes não comereis, dos que _sómente_ remoem, ou que teem a unha fendida: o camelo, e a lebre, e o coelho, porque remoem mas não teem a unha fendida: immundos vos _serão_. 8 Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não remoe; immundo vos _será_: não comereis da carne d’estes, [5] e não tocareis no seu cadaver. 9 Isto comereis de tudo o que _ha_ nas aguas: tudo o que tem barbatanas e escamas comereis. 10 Mas tudo o que não tiver barbatanas nem escamas não _o_ comereis: immundo vos _será_. 11 Toda a ave limpa comereis. 12 Porém estas _são_ as de que não comereis: [6] a aguia, e o quebrantosso, e o xofrango, 13 E o abutre, e a pêga, e o milhano, segundo a sua especie, 14 E todo o corvo, segundo a sua especie, 15 E o abestruz, e o mocho, e o cuco, e o gavião, segundo a sua especie, 16 E o bufo, e a coruja, e a gralha. 17 E o cysne, e o pelicano, e o corvo marinho, 18 E a cegonha, e a garça, segundo a sua especie, e a poupa, e o morcego. 19 Tambem todo o reptil que [7] vôa, vos _será_ immundo: não se comerá. 20 Toda a ave limpa comereis. 21 Não comereis [8] nenhum animal morto; ao estrangeiro, que _está_ dentro das tuas portas, o darás a comer, ou o venderás ao estranho, porquanto _és_ povo sancto [9] ao Senhor teu Deus. Não cozerás [10] o cabrito com o leite da sua mãe. _Os dizimos para o serviço do Senhor._ 22 Certamente [11] darás os dizimos de toda a novidade da tua semente, que cada anno se recolher do campo. 23 E, perante o Senhor teu Deus, no logar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, [12] comereis os dizimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogenitos [13] das tuas vaccas e das tuas ovelhas: para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias. 24 E quando o caminho [14] te fôr tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o logar que escolher o Senhor teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado; 25 Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vae ao logar que escolher o Senhor teu Deus; 26 E aquelle dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vaccas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma: [15] come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; 27 Porém não desampararás o [16] levita que _está_ dentro dos tuas portas; pois não tem parte nem herança comtigo. 28 Ao fim de tres annos [17] tirarás todos os dizimos da tua novidade no mesmo anno, e os recolherás nas tuas portas: 29 Então virá o levita [18] (pois nem parte nem herança tem comtigo), e o estrangeiro, e o orphão, e a viuva, que _estão_ dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-hão: para que o Senhor teu Deus te abençoe [19] em toda a obra das tuas mãos, que fizeres. [1] Rom. 8.16 e 9.8, 26. Gal. 3.26. Lev. 19.28 e 21.5. Jer. 16.6 e 41.5 e 47.5. I The. 4.13. [2] Lev. 20.26. cap. 7.6 e 26.18, 19. [3] Eze. 4.14. Act. 10.13. [4] Lev. 11.2, etc. [5] Lev. 11.26, 27 e 11.9. [6] Lev. 11.13. [7] Lev. 11.20, 21. [8] Lev. 17.15 e 22.8. Eze. 4.14. [9] ver. 2. [10] Exo. 23.19 e 34.26. [11] Lev. 27.30. cap. 12.6, 17. Neh. 10.37. [12] cap. 12.5, 6, 7, 17, 18. [13] cap. 15.19. [14] cap. 12.21. [15] cap. 12.7, 18 e 26.11. [16] cap. 12.12, 18, 19. Num. 18.20. cap. 18.1, 2. [17] cap. 26.12. Amós 4.4. [18] cap. 26.12. ver. 27. cap. 12.12. [19] cap. 15.10. Pro. 3.9. Mal. 3.10. _O anno da remissão._ 15 Ao fim dos sete [1] annos farás remissão. 2 Este pois _é_ o modo da remissão: _que_ todo o credor, que emprestou ao seu proximo _uma_ coisa, permittirá: não _a_ exigirá do seu proximo ou do seu irmão, pois a remissão do Senhor é apregoada. 3 Do estranho [2] _a_ exigirás; mas _o_ que tiveres em poder de teu irmão a tua mão o permittirá: 4 Sómente para que entre ti não haja pobre: [3] pois o Senhor abundantemente te abençoará na terra que o Senhor teu Deus te dará por herança, para possuil-a. 5 Se sómente [4] ouvires diligentemente a voz do Senhor teu Deus para cuidares em fazer todos estes mandamentos que hoje te ordeno: 6 Porque o Senhor teu Deus te abençoará, como te tem dito: assim, emprestarás a muitas nações, mas não tomarás emprestimos: [5] e dominarás sobre muitas nações, mas ellas não dominarão sobre ti. 7 Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na tua terra [6] que o Senhor teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que _fôr_ pobre; 8 Antes lhe abrirás [7] de todo a tua mão, e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. 9 Guarda-te, que não haja [HJ] palavra de Belial no teu coração, dizendo: Vae-se approximando o setimo anno, o anno da remissão: e que o teu olho seja maligno para com teu [8] irmão pobre, e não lhe dês nada; e que _elle_ clame contra ti ao Senhor, e que haja em ti peccado. 10 Livremente lhe darás e _que_ o teu coração não seja maligno, [9] quando lhe déres: pois por esta causa te abençoará [10] o Senhor teu Deus em toda a tua obra, e em tudo no que pozeres a tua mão. 11 Pois nunca cessará o [11] pobre do meio da terra: pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra. 12 Quando teu irmão [12] hebreo ou _irmã_ hebrea se vender a ti, seis annos te servirá, mas no setimo anno o despedirás forro de ti. 13 E, quando o despedires de ti forro, não o despedirás vazio. 14 Liberalmente o fornecerás do teu rebanho, e da tua eira, e do teu lagar: d’aquillo com que o Senhor teu Deus te tiver [13] abençoado lhe darás. 15 E lembrar-te-has [14] de que foste servo na terra do Egypto, e de que o Senhor teu Deus te resgatou: pelo que te ordeno hoje esta coisa. 16 Porém será que, dizendo-te elle: [15] Não sairei de ti; porquanto te ama a ti e a tua casa, por estar bem comtigo; 17 Então tomarás uma sovela, e lhe furarás a orelha, á porta, e teu servo será para sempre: e tambem assim farás á tua serva. 18 Não seja aos teus olhos coisa dura, quando o despedires forro de ti; pois seis annos [16] te serviu em dobro do salario do jornaleiro: assim o Senhor teu Deus te abençoará em tudo o que fizeres. 19 Todo o primogenito que nascer entre as tuas vaccas e entre as tuas ovelhas, o macho [17] sanctificarás ao Senhor teu Deus: com primogenito do teu boi não trabalharás, nem tosquiarás o primogenito das tuas ovelhas. 20 Perante o Senhor teu Deus os comerás [18] de anno em anno, no logar que o Senhor escolher, tu e a tua casa. 21 Porém, havendo [19] n’elle _algum_ defeito, _se fôr_ coxo, ou cego, _ou tiver_ qualquer defeito, não o sacrificarás ao Senhor teu Deus. 22 Nas tuas portas o comerás: o [20] immundo e o limpo _o comerão_ juntamente, como da corça ou do veado. 23 Sómente o seu sangue não comerás: [21] sobre a terra o derramarás como agua. [1] Exo. 21.2 e 23.10, 11. Lev. 25.2, 4. cap. 31.10. Jer. 34.14. [2] cap. 23.20. [3] cap. 28.8. [4] cap. 28.1. [5] cap. 28.12, 13, 44. Pro. 22.7. [6] I João 3.17. [7] Lev. 25.35. Mat. 5.42. Luc. 6.34, 35. [8] cap. 28.54, 56. Pro. 23.6 e 28.22. Mat. 20.15. cap. 24.15. Mat. 25.41. [9] II Cor. 9.5, 7. [10] cap. 14.29 e 24.19. Psa. 41.2. Pro. 22.9. [11] Mat. 26.1. Mar. 14.7. João 12.8. [12] Exo. 21.2. Lev. 25.39. Jer. 34.14. [13] Pro. 10.22. [14] cap. 5.15 e 16.12. [15] Exo. 21.5. [16] Isa. 16.14 e 21.16. [17] Exo. 13.2 e 34.19. Lev. 27.26. Num. 3.13. [18] cap. 12.5, 6, 7, 17 e 14.23 e 16.11, 14. [19] Lev. 22.20. cap. 17.1. [20] cap. 12.15, 22. [21] cap. 12.16, 23. _As tres festas da paschoa, de pentecostes e dos tabernaculos._ 16 Guarda o mez d’Abib, e celebra a paschoa [1] ao Senhor teu Deus: porque no mez d’Abib o Senhor teu Deus te tirou do Egypto, de noite. 2 Então sacrificarás a paschoa ao Senhor teu Deus, ovelhas [2] e vaccas, no logar que o Senhor escolher para ali fazer habitar o seu nome. 3 N’ella não comerás [3] levedado: sete dias n’ella comerás _pães_ asmos, pão d’afflicção (porquanto apressadamente saiste da terra do Egypto), para que te lembres do dia da tua saida da terra do Egypto, todos os dias da tua vida. 4 Levedado não apparecerá comtigo por sete dias em todos os teus [4] termos: tambem da carne que matares á tarde, no primeiro dia, nada ficará até á manhã. 5 Não poderás sacrificar a paschoa em nenhuma das tuas portas que te dá o Senhor teu Deus; 6 Senão no logar que escolher o Senhor teu Deus, para fazer habitar o seu nome, ali sacrificarás a paschoa á tarde, [5] ao pôr do sol, ao tempo determinado da tua saida do Egypto. 7 Então _a_ cozerás, [6] e comerás no logar que escolher o Senhor teu Deus; depois virás pela manhã, e irás ás tuas tendas. 8 Seis dias comerás _pães_ asmos [7] e no setimo dia _é_ solemnidade ao Senhor teu Deus: nenhuma obra farás. 9 Sete semanas [8] contarás; desde que a foice começar na seara começarás a contar as sete semanas. 10 Depois celebrarás a festa das semanas ao Senhor teu Deus; o que déres _será_ tributo voluntario da tua mão, [9] segundo o Senhor teu Deus te tiver abençoado. 11 E te alegrarás [10] perante o Senhor teu Deus, tu, e teu filho, e tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita que _está_ dentro das tuas portas, e o estrangeiro, e o orphão, e a viuva, que _estão_ no meio de ti, no logar que escolher o Senhor teu Deus para ali fazer habitar o seu nome. 12 E lembrar-te-has de [11] que foste servo no Egypto: e guardarás estes estatutos, e os farás. 13 A festa [12] dos tabernaculos guardarás sete dias, quando colheres da tua eira e do teu lagar. 14 E na tua festa [13] te alegrarás, tu, e teu filho, e tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita, e o estrangeiro, e o orphão, e a viuva, que _estão_ das tuas portas para dentro. 15 Sete dias celebrarás [14] a festa ao Senhor teu Deus, no logar que o Senhor escolher: porque o Senhor teu Deus te ha de abençoar em toda a tua colheita, e em toda a obra das tuas mãos; pelo que te alegrarás certamente. 16 Tres vezes [15] no anno todo o macho entre ti apparecerá perante o Senhor teu Deus, no logar que escolher, na festa dos _pães_ asmos, e na festa das semanas, e na festa dos tabernaculos; porém não apparecerá [16] vazio perante o Senhor: 17 Cada qual, conforme ao dom da sua mão, conforme [17] á benção do Senhor teu Deus, que te tiver dado. _Deveres dos juizes._ 18 Juizes e officiaes [18] porás em todas as tuas portas que o Senhor teu Deus te der entre as tuas tribus, para que julguem o povo com juizo de justiça. 19 Não torcerás o juizo, [19] não farás accepção de pessoas, nem tomarás peitas; porquanto a peita cega os olhos dos sabios, e perverte as palavras dos justos. 20 A justiça, a justiça seguirás; para que vivas, [20] e possuas a terra que te dará o Senhor teu Deus. 21 Não plantarás [21] nenhum bosque d’arvores junto ao altar do Senhor teu Deus, que fizeres para ti, 22 Nem [22] levantarás [HK] estatua, a qual aborrece o Senhor teu Deus. [1] Exo. 12.2, etc. e 13.4 e 34.18 e 12.29, 42. [2] Num. 28.19. cap. 12.5, 26. [3] Exo. 12.15, 19, 39 e 13.3, 6, 7 e 34.18. [4] Exo. 13.7 e 12.10 e 34.25. [5] Exo. 12.6. [6] Exo. 12.8, 9. II Chr. 35.13. II Reis 23.23. João 2.13, 23 e 11.55. [7] Exo. 12.16 e 13.6. Lev. 23.8. [8] Exo. 23.16 e 34.22. Lev. 23.15. Num. 28.26. Act. 2.1. [9] ver. 17. I Cor. 16.2. [10] ver. 14. cap. 12.7, 12, 18. [11] cap. 15.15. [12] Exo. 23.16. Lev. 23.84. Num. 29.12. [13] Neh. 8.9, etc. [14] Lev. 23.39, 40. [15] Exo. 23.14, 17 e 34.23. [16] Exo. 23.15 e 34.20. [17] ver. 10. [18] cap. 1.16. I Chr. 23.4 e 26.29. II Chr. 13.5, 8. [19] Exo. 23.2, 6. Lev. 19.15. cap. 1.17. Pro. 24.23. Exo. 23.8. Pro. 17.23. Ecc. 7.7. [20] Eze. 18.5, 9. [21] Exo. 34.13. I Reis 14.15 e 16.33. II Reis 17.16 e 21.3. II Chr. 33.3. [22] Lev. 26.1. _O castigo da idolatria._ 17 Não sacrificarás [1] ao Senhor teu Deus, boi ou gado miudo em que haja defeito ou alguma coisa má; pois abominação é ao Senhor teu Deus. 2 Quando no meio de ti, em alguma das tuas portas que te dá o Senhor teu Deus, se [2] achar algum homem ou mulher que fizer mal aos olhos do Senhor teu Deus, [3] traspassando o seu concerto, 3 Que se fôr, e servir a outros deuses, e se encurvar a elles, ou ao sol, ou á lua, [4] ou a todo o exercito do céu; o que eu não ordenei; 4 E te fôr [5] denunciado, e _o_ ouvires; então bem _o_ inquirirás: e eis que, sendo verdade, e certo que se fez tal abominação em Israel. 5 Então tirarás o homem ou a mulher que fez este maleficio, [6] ás tuas portas, sim, o tal homem ou mulher: e os apedrejarás com pedras, até que morram. 6 Por bocca de duas [7] testemunhas, ou tres testemunhas, será morto o que houver de morrer: por bocca d’uma só testemunha não morrerá. 7 A mão das testemunhas [8] será primeiro contra elle, para matal-o; e depois a mão de todo o povo: assim tirarás o mal do meio de ti. _Consulta dos sacerdotes._ 8 Quando alguma coisa te fôr difficultosa [9] em juizo, entre sangue e sangue, entre demanda e demanda, entre ferida e ferida, _em_ negocios de pendencias nas tuas portas, então te levantarás, e [10] subirás ao logar que escolher o Senhor teu Deus; 9 E virás aos [11] sacerdotes levitas, e ao juiz que houver n’aquelles dias, e inquirirás, e te annunciarão a palavra _que fôr_ do juizo. 10 E farás conforme ao mandado da palavra que te annunciarão do logar que escolher o Senhor; e terás cuidado de fazer conforme a tudo o que te ensinarem. 11 Conforme ao mandado da lei que te ensinarem, e conforme ao juizo que te disserem, farás: da palavra que te annunciarem te não desviarás, nem para a direita nem para a esquerda. 12 O homem pois que se houver soberbamente, [12] não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao Senhor teu Deus, nem ao juiz, o tal homem morrerá: e tirarás [13] o mal de Israel: 13 Para que todo o povo o [14] ouça, e tema, e nunca mais se ensoberbeça. _A eleição e os deveres d’um rei._ 14 Quando entrares na terra, que te dá o Senhor teu Deus, e a possuires, e n’ella habitares, e disseres: Porei sobre mim [15] um rei, _assim_ como _teem_ todas as gentes que estão em redor de mim: 15 Porás certamente sobre ti como rei aquelle [16] que escolher o Senhor teu Deus: d’entre teus irmãos porás rei sobre ti: não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não _seja_ de teus irmãos. 16 Porém não multiplicará para si cavallos, [17] nem fará voltar o povo ao Egypto, para multiplicar cavallos; pois o Senhor vos tem dito: [18] Nunca mais voltareis por este caminho. 17 Tão pouco para si multiplicará mulheres, [19] para que o seu coração se não desvie: nem prata nem oiro multiplicará muito para si. 18 Será tambem [20] _que_, quando se assentar sobre o throno do seu reino, então escreverá para si _um_ traslado d’esta lei n’um livro, [21] do _que está_ diante dos sacerdotes levitas. 19 E o terá comsigo, [22] e n’elle lerá todos os dias da sua vida; para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, para guardar todas as palavras d’esta lei, e estes estatutos, para fazel-os; 20 Para que o seu coração não se levante sobre os seus irmãos, [23] e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda: para que prolongue os dias no seu reino, elle e seus filhos no meio de Israel. [1] cap. 15.21. Mal. 1.8, 13, 14. [2] cap. 13.6. [3] Jos. 7.11, 15 e 23.16. Jui. 2.20. II Reis 18.12. Ose. 8.1. [4] cap. 4.19. Job 31.26. Jer. 7.22, 23, 31 e 19.5 e 32.35. [5] cap. 13.12, 14. [6] Lev. 24.14, 16. cap. 13.10. Jos. 7.25. [7] Num. 35.30. cap. 19.15. Mat. 18.16. João 8.17. II Cor. 13.1. II Tim. 5.19. Heb. 10.28. [8] cap. 13.9. Act. 7.58. cap. 13.5 e 19.19. [9] II Chr. 19.10. Agg. 2.11. Mal. 2.7. Exo. 21.13, 20, 22, 28 e 22.2. Num. 35.11, 16, 19. cap. 19.4, 10, 11. [10] cap. 12.5 e 19.17. Psa. 122.5. [11] Jer. 18.18. cap. 19.17. Eze. 44.24. [12] Num. 15.30. Esd. 10.8. Ose. 4.4. cap. 18.5, 7. [13] cap. 13.5. [14] cap. 13.11 e 19.20. [15] I Sam. 8.5, 19, 20. [16] I Sam. 9.15 e 10.24 e 16.12. I Chr. 22.10. Jer. 30.21. [17] I Reis 4.26 e 10.26, 28. Psa. 20.8. Isa. 31.1. Eze. 17.15. [18] Num. 14.3. cap. 28.68. Jer. 42.15. Ose. 11.15. [19] I Reis 11.3, 4. [20] II Reis 11.12. [21] cap. 31.9, 26. II Reis 22.8. [22] Jos. 1.8. Psa. 119.97. [23] cap. 5.22. I Reis 15.5. _A herança e os direitos dos sacerdotes e dos levitas._ 18 Os sacerdotes levitas, toda a [1] tribu de Levi, não terão parte nem herança em Israel: das offertas queimadas do Senhor e da sua herança comerão. 2 Pelo que não terá herança no meio de seus irmãos: o Senhor _é_ a sua herança, como lhe tem dito. 3 Este pois será o direito dos sacerdotes, _a receber_ do povo, dos que sacrificarem sacrificio, seja boi ou gado miudo: [2] que dará ao sacerdote a espadoa, e as queixadas, e o bucho. 4 Dar-lhe-has as primicias do teu grão, [3] do teu mosto e do teu azeite, e as primicias da tosquia das tuas ovelhas. 5 Porque o Senhor teu Deus o escolheu [4] de todas as tuas tribus, para que assista a servir no nome do Senhor, elle e seus filhos, todos os dias. 6 E, quando vier um levita de alguma das tuas portas, de todo o Israel, onde habitar, [5] e vier com todo o desejo da sua alma ao logar que o Senhor escolheu, 7 E servir no nome do Senhor seu Deus, como tambem todos [6] os seus irmãos, os levitas, que assistem ali perante o Senhor; 8 Egual porção comerão, [7] além das suas vendas paternas. _As abominações das nações são prohibidas._ 9 Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dér, não aprenderás a fazer conforme as [8] abominações d’aquellas nações. 10 Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo a seu filho [9] ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; 11 Nem encantador [10] de encantamentos, nem quem pergunte a um espirito adivinhante, nem magico, nem quem pergunte aos mortos: 12 Pois todo aquelle que faz tal coisa é abominação ao Senhor; [11] e por estas abominações o Senhor teu Deus as lança fóra de diante d’elle. 13 Perfeito serás, como o Senhor teu Deus. 14 Porque estas nações, que has de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores: porém a ti o Senhor teu Deus não permittiu tal coisa. _A promessa d’um grande propheta._ 15 O Senhor teu Deus [12] te despertará um propheta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a elle ouvireis; 16 Conforme a tudo o que pediste ao Senhor teu Deus em Horeb, no dia da congregação, dizendo: [13] Não ouvirei mais a voz do Senhor meu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. 17 Então o Senhor me disse: [14] Bem fallaram _n’aquillo_ que disseram. 18 _Eis_ lhes suscitarei um propheta do meio de seus irmãos, como tu, [15] e porei as minhas palavras na sua bocca, e elle lhes fallará tudo o que eu lhe ordenar. 19 E _será que_ qualquer que não ouvir as minhas palavras, [16] que elle fallar em meu nome, eu _o_ requererei d’elle. 20 Porém [17] o propheta que presumir soberbamente de fallar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não tenho mandado fallar, ou o que fallar em nome [18] de outros deuses, o tal propheta morrerá. 21 E, se disseres no teu coração: Como conheceremos a palavra que o Senhor não fallou? 22 Quando o _tal_ propheta fallar [19] em nome do Senhor, e _tal_ palavra se não cumprir, nem succeder _assim_; esta _é_ palavra que o Senhor não fallou: com soberba a fallou o _tal_ propheta: [20] não tenhas temor d’elle. [1] Num. 18.20 e 8.9. [2] Lev. 7.30, 34. [3] Exo. 22.29. Num. 18.12, 24. [4] Exo. 28.1. Num. 3.10. cap. 10.8 e 17.12. [5] Num. 35.2, 3. cap. 12.5. [6] II Chr. 31.2. [7] II Chr. 31.4. Neh. 12.44, 47. [8] Lev. 18.26, 27, 30. cap. 12.29, 30, 31. [9] Lev. 18.21. cap. 12.31. Lev. 19.26, 31 e 20.27. Isa. 8.19. [10] Lev. 20.27. I Sam. 28.7. [11] Lev. 18.24. cap. 9.4. [12] ver. 18. João 1.45. Act. 3.22 e 7.37. [13] cap. 9.10. Exo. 20.19. Heb. 12.19. [14] cap. 5.28. [15] ver. 15. João 1.45. Act. 3.22 e 7.37. Isa. 51.16. João 17.8 e 4.25 e 12.49. [16] Act. 3.23. [17] cap. 13.5. Jer. 14.14. Zac. 13.3. [18] cap. 13.1. Jer. 2.8. [19] Jer. 28.9. cap. 13.2. [20] ver. 20. _A quem pertence os privilegios das cidades de refugio._ 19 Quando o Senhor teu Deus [1] desarraigar as nações cuja terra te dará o Senhor teu Deus, e tu as possuires, e morares nas suas cidades e nas suas casas; 2 Tres cidades separarás no [2] meio da tua terra que te dará o Senhor teu Deus para a possuir. 3 Preparar-te-has o caminho; e os termos da tua terra, que te fará possuir o Senhor teu Deus, partirás em tres: e isto será para que todo o homicida se acolha ali. 4 E este _é_ o caso _tocante_ ao homicida, [3] que se acolher ali, para que viva: aquelle que por erro ferir o seu proximo, a quem não aborrecia d’antes: 5 Como aquelle que entrar com o seu proximo no bosque, para cortar lenha, e, pondo força na sua mão com o machado para cortar a arvore, o ferro saltar do cabo e ferir o seu proximo, e morrer, o tal se acolherá a uma d’estas cidades, e viverá: 6 Para que o vingador do sangue não vá [4] após o homicida, quando se esquentar o seu coração, e o alcançar, por ser comprido o caminho, e lhe tire a vida; porque não é culpado de morte, pois o não aborrecia d’antes. 7 Portanto te dou ordem, dizendo: Tres cidades separarás. 8 E, se o Senhor teu Deus [5] dilatar os teus termos, como jurou a teus paes, e te dér toda a terra que disse daria a teus paes 9 (Quando guardares todos estes mandamentos, que hoje te ordeno, para fazel-os, amando ao Senhor teu Deus e andando nos seus caminhos todos os dias), então [6] accrescentarás _outras_ tres cidades além d’estas tres. 10 Para que o sangue innocente se não derrame no meio da tua terra, que o Senhor teu Deus te dá por herança, e haja sangue sobre ti. 11 Mas, havendo alguem [7] que aborrece a seu proximo, e lhe arma ciladas, e se levanta contra elle, e o fere na vida, que morra, e se acolhe a alguma d’estas cidades, 12 Então os anciãos da sua cidade mandarão, e d’ali o tirarão, e o entregarão na mão do vingador do sangue, para que morra. 13 O teu olho o não poupará; antes tirarás [8] o sangue innocente de Israel, para que bem te succeda. _Ácerca dos limites e das testemunhas._ 14 Não mudes [9] o limite do teu proximo, que limitaram os antigos na tua herança, que possuires na terra, que te dá o Senhor teu Deus para a possuires. 15 [10] Uma só testemunha contra ninguem se levantará por qualquer iniquidade, ou por qualquer peccado, seja qual fôr o peccado que peccasse: pela bocca de duas testemunhas, ou pela bocca de tres testemunhas, se estabelecerá o negocio. 16 Quando se levantar testemunha falsa contra alguem, [11] para testificar contra elle _ácerca_ de desvio, 17 Então aquelles dois homens, que tiverem a demanda, se apresentarão perante o Senhor, [12] diante dos sacerdotes e dos juizes que houver n’aquelles dias; 18 E os juizes bem inquirirão; e eis que, _sendo_ a testemunha falsa testemunha, que testificou falsidade contra seu irmão, 19 Far-lhe-heis como [13] cuidou fazer a seu irmão: e _assim_ tirarás o mal do meio de ti. 20 Para que os que ficarem o ouçam [14] e temam, e nunca mais tornem a fazer tal mal no meio de ti. 21 O teu olho não poupará: [15] vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé. [1] cap. 12.29. [2] Exo. 21.13. Num. 35.10, 14. Jos. 20.2. [3] Num. 35.15. cap. 4.42. [4] Num. 35.12. [5] Gen. 15.18. cap. 12.20. [6] Jos. 20.7, 8. [7] Exo. 21.12, etc. Num. 35.16, 24. cap. 27.24. Pro. 28.17. [8] cap. 13.8 e 25.12. Num. 35.33, 34. cap. 21.9. I Reis 2.31. [9] cap. 27.17. Job 24.2. Pro. 22.28. Ose. 5.10. [10] Num. 35.30. cap. 17.6. Mat. 18.16. João 8.17. II Cor. 13.1. I Tim. 5.19. Heb. 10.28. [11] Psa. 27.12 e 35.11. [12] cap. 17.9 e 21.5. [13] Pro. 19.5, 9. Dan. 6.24. cap. 13.5 e 17.7 e 21.21 e 22.21, 24 e 24.7. [14] cap. 17.13 e 21.21. [15] ver. 13. Exo. 21.23, 24. Lev. 24.20. Mat. 5.38. _As leis da guerra._ 20 Quando saires á peleja contra teus inimigos, e vires cavallos, [1] e carros, e povo maior em numero do que tu, d’elles não terás temor; pois o [2] Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egypto, _está_ comtigo. 2 E será _que_, quando vos achegardes á peleja, o sacerdote se adiantará, e fallará ao povo, 3 E dir-lhe-ha: Ouve, ó Israel, hoje vos achegaes á peleja contra os vossos inimigos: que se não amolleça o vosso coração; não temaes nem tremaes, nem vos aterroriseis diante d’elles, 4 Pois o Senhor vosso Deus _é_ o que vae comvosco, [3] a pelejar contra os vossos inimigos, para salvar-vos. 5 Então os officiaes fallarão ao povo, dizendo: Qual _é_ o homem que edificou casa nova e ainda a não consagrou? [4] vá, e torne-se á sua casa, para que porventura não morra na peleja e algum outro a consagre. 6 E qual _é_ o homem que plantou uma vinha e ainda não logrou fructo d’ella? vá, e torne-se á sua casa, para que porventura não morra na peleja e algum outro o logre. 7 E qual _é_ o homem que está desposado com alguma [5] mulher e ainda a não recebeu? vá, e torne-se á sua casa, para que porventura não morra na peleja e algum outro _homem_ a receba. 8 E continuarão os officiaes a fallar ao povo, dizendo: Qual é o homem medroso [6] e de coração timido? vá, e torne-se á sua casa, para que o coração de seus irmãos se não derreta como o seu coração. 9 E será _que_, quando os officiaes acabarem de fallar ao povo, então ordenarão os maioraes dos exercitos na dianteira do povo. 10 Quando te achegares a alguma cidade a combatel-a, [7] apregoar-lhe-has a paz. 11 E será _que_, se te responder _em_ paz, e te abrir, todo o povo que se achar n’ella te será tributario e te servirá. 12 Porém, se ella não fizer paz comtigo, _mas_ antes te fizer guerra, então a sitiarás. 13 E o Senhor teu Deus a dará na tua mão; e todo o macho que houver n’ella passarás [8] ao fio da espada, 14 Salvo sómente as mulheres, e as creanças, e os animaes; [9] e tudo o que houver na cidade, todo o seu despojo, tomarás para ti; e comerás o despojo dos teus inimigos, que te deu o Senhor teu Deus. 15 Assim farás a todas as cidades _que estiverem_ mui longe de ti, que não _forem_ das cidades d’estas nações. 16 Porém, das cidades [10] d’estas nações, que o Senhor teu Deus te dá em herança, nenhuma coisa que tem folego deixarás com vida; 17 Antes destruil-as-has totalmente: aos hetheos, e aos amorrheos, e aos cananeos, e aos pherezeos, e aos heveos, e aos jebuseos, como te ordenou o Senhor teu Deus. 18 Para que vos não [11] ensinem a fazer conforme a todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, e pequeis [12] contra o Senhor vosso Deus. 19 Quando sitiares uma cidade por muitos dias, pelejando contra ella para a tomar, não destruirás o seu arvoredo, mettendo n’elle o machado, porque d’elle comerás: pelo que o não cortarás (pois o arvoredo do campo _é o mantimento do_ homem), para que sirva de tranqueira diante de ti. 20 Mas as arvores que souberes que não são arvores de comer, destruil-as-has e cortal-as-has: e contra a cidade que guerrear contra ti edificarás tranqueiras, até que esta seja derribada. [1] Psa. 20.8. Isa. 31.1. [2] Num. 23.21. cap. 31.6, 8. II Chr. 13.12 e 32.7. [3] cap. 1.30 e 3.22. Jos. 23.10. [4] Neh. 12.27. [5] cap. 24.5. [6] Jui. 7.3. [7] II Sam. 20.18, 20. [8] Num. 31.7. [9] Jos. 8.2 e 22.8. [10] Num. 21.2, 3, 35 e 33.52. cap. 7.1, 2. Jos. 11.14. [11] cap. 7.4 e 12.30, 31 e 18.9. [12] Exo. 23.33. _Expiação por uma morte cujo auctor é desconhecido._ 21 Quando na terra que te dér o Senhor teu Deus para possuil-a se achar _algum_ morto, caido no campo, sem que se saiba quem o matou, 2 Então sairão os teus anciãos e os teus juizes, e medirão o _espaço_ até ás cidades que _estiverem_ em redor do morto; 3 E, na cidade mais chegada ao morto, os anciãos da mesma cidade tomarão uma bezerra da manada, que não tenha trabalhado nem tenha puxado com o jugo; 4 E os anciãos d’aquella cidade trarão a bezerra a um valle aspero, que nunca foi lavrado nem semeado: e ali, n’aquelle valle, degolarão a bezerra; 5 Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi (pois o Senhor teu Deus [1] os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do Senhor; e pelo seu dito se determinará [2] toda a demanda e toda a ferida); 6 E todos os anciãos da mesma cidade, mais chegados ao morto, lavarão [3] as suas mãos sobre a bezerra degolada no valle; 7 E protestarão, e dirão: As nossas mãos não derramaram este sangue, e os nossos olhos o não viram. 8 Sê propicio ao teu povo Israel, que tu, ó Senhor, resgataste, e não ponhas o sangue innocente [4] no meio do teu povo Israel. E aquelle sangue lhes será expiado. 9 Assim tirarás [5] o sangue innocente do meio de ti: pois farás o que _é_ recto aos olhos do Senhor. _Ácerca da mulher prisioneira._ 10 Quando saires á peleja contra os teus inimigos, e o Senhor teu Deus os entregar nas tuas mãos, e tu d’elles levares prisioneiros, 11 E tu entre os presos vires _uma_ mulher formosa á vista, e a cobiçares, e a tomares por mulher, 12 Então a trarás para a tua casa: e ella se rapará a cabeça e cortará as suas unhas, 13 E despirá o vestido do seu captiveiro, [6] e se assentará na tua casa, e chorará a seu pae e a sua mãe um mez inteiro: e depois entrarás a ella, e tu serás seu marido e ella tua mulher. 14 E será _que_, se te não contentares d’ella, a deixarás ir á sua vontade; mas de sorte nenhuma a venderás por dinheiro, nem com ella mercadejarás, pois a tens [7] humilhado. _O direito do primogenito._ 15 Quando um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e outra a [8] quem aborrece, e a amada e a aborrecida lhe parirem filhos, e o filho primogenito fôr da aborrecida, 16 Será _que_, [9] no dia em que fizer herdar a seus filhos o que tiver, não poderá dar a primogenitura ao filho da amada, adiante do filho da aborrecida, _que é_ o primogenito. 17 Mas o filho da aborrecida reconhecerá por primogenito, dando-lhe dobrada [10] porção de tudo quanto tiver: porquanto aquelle _é_ o principio da sua força, o direito [11] da primogenitura seu _é_. _Ácerca dos filhos desobedientes._ 18 Quando alguem tiver _um_ filho contumaz e rebelde, que não obedecer á voz de seu pae e á voz de sua mãe, e, castigando-o elles, lhes não dér ouvidos, 19 Então seu pae e sua mãe pegarão n’elle, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e á porta do seu logar; 20 E dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho _é_ rebelde e contumaz, não dá ouvidos á nossa voz: _é um_ comilão e beberrão. 21 Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão com pedras, até que morra; e tirarás [12] o mal do meio de ti, para que todo o Israel o [13] ouça, e tema. _Os cadaveres serão tirados do patibulo._ 22 Quando tambem em alguem houver peccado, _digno_ [14] do juizo de morte, e haja de morrer, e o pendurares n’_um_ madeiro, 23 O seu cadaver [15] não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia: [16] porquanto o pendurado _é_ maldito de Deus: assim não contaminarás [17] a tua terra, que o Senhor teu Deus te dá em herança. [1] cap. 10.8. I Chr. 23.13. [2] cap. 17.8. [3] Psa. 19.13 e 26.6. Mat. 27.24. [4] Jon. 1.14. [5] cap. 19.13. [6] Psa. 45.11. [7] Gen. 34.2. cap. 22.29. Jui. 19.24. [8] Gen. 29.33. [9] I Chr. 5.2 e 26.10. II Chr. 11.19, 22. [10] I Chr. 5.1. [11] Gen. 49.3 e 25.31, 33. [12] cap. 13.5 e 19.19, 20 e 22.21, 24. [13] cap. 13.11. [14] cap. 19.6. Act. 23.29 e 25.11, 25 e 26.31. [15] Jos. 8.29 e 10.26, 27. João 19.31. [16] Gal. 3.13. Num. 25.4. II Sam. 21.6, 9. [17] Lev. 18.25. Num. 35.34. _Caridade com o proximo._ 22 Vendo extraviado [1] o boi ou ovelha de teu irmão, não te esconderás d’elles: restituil-os-has sem falta a teu irmão. 2 E se teu irmão não _estiver_ perto de ti, ou tu o não conheceres, recolhel-os-has na tua casa, para que fiquem comtigo, até que teu irmão os busque, e tu lh’os tornarás _a dar_. 3 Assim tambem farás com o seu jumento, e assim farás com os seus vestidos; assim farás tambem com toda a coisa perdida, que se perder de teu irmão, e tu a achares; não te poderás esconder. 4 O jumento de teu irmão, ou o seu boi, não verás [2] caidos no caminho, e d’elles te esconderás: com elle os levantarás sem falta. _Ácerca dos vestidos do homem e dos da mulher._ 5 Não haverá trajo de homem na mulher, e não vestirá o homem vestido de mulher: porque, qualquer que faz isto, abominação _é_ ao Senhor teu Deus. 6 Quando encontrares _algum_ ninho d’ave no caminho em alguma arvore, ou no chão, com passarinhos, ou ovos, e a mãe posta sobre os passarinhos, ou sobre os ovos, não tomarás [3] a mãe com os filhos; 7 Deixarás ir livremente a mãe, e os filhos tomarás para ti; para que bem te vá, [4] e _para que te_ prolongue _os_ dias. 8 Quando edificares _uma_ casa nova, farás no teu telhado um parapeito, para que não ponhas culpa de sangue na tua casa, se alguem d’alguma maneira cair d’ella. 9 Não [5] semearás a tua vinha de differentes especies de semente, para que se não profane o fructo da semente que semeares, e a novidade da vinha. 10 Com boi e com jumento juntamente não [6] lavrarás. 11 Não te vestirás [7] de diversos estofos de lã e linho juntamente. 12 Franjas porás [8] nas quatro bordas da tua manta, com que te cobrires. _As penas de diversos peccados commetidos para com mulheres._ 13 Quando um homem tomar mulher [9] e, entrando a ella, a aborrecer, 14 E lhe imputar coisas escandalosas, e contra ella divulgar má fama, dizendo: Tomei esta mulher, e me cheguei a ella, porém não a achei virgem; 15 Então o pae da moça e sua mãe tomarão _os signaes da_ virgindade da moça, e leval-_os_-hão para fóra aos anciãos da cidade á porta; 16 E o pae da moça dirá aos anciãos; Eu dei minha filha por mulher a este homem, porém elle a aborreceu; 17 E eis que lhe imputou coisas escandalosas, dizendo: Não achei virgem tua filha: porém eis aqui _os signaes da_ virgindade de minha filha. E estenderão o lençol diante dos anciãos da cidade. 18 Então os anciãos da mesma cidade tomarão aquelle homem, e o castigarão, 19 E o condemnarão em cem _siclos_ de prata, e os darão ao pae da moça; porquanto divulgou má fama sobre uma virgem de Israel. E lhe será por mulher, em todos os seus dias não a poderá despedir. 20 Porém se este negocio fôr verdade, que a virgindade se não achou na moça, 21 Então tirarão a moça á porta da casa de seu pae, e os homens da sua cidade a apedrejarão com pedras, até que morra; pois [10] fez loucura em Israel, fornicando na casa de seu pae: assim tirarás [11] o mal do meio de ti. 22 Quando [12] um homem fôr achado deitado com mulher casada com marido, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher, e a mulher: assim tirarás o mal d’Israel. 23 Quando houver moça virgem, desposada [13] com algum homem, e um homem a achar na cidade, e se deitar com ella, 24 Então tirareis ambos á porta d’aquella cidade, e os apedrejareis com pedras, até que morram; a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou [14] a mulher do seu proximo: assim tirarás o mal do meio de ti. 25 E se algum homem no campo achar uma moça desposada, e o homem a forçar, e se deitar com ella, então morrera só o homem que se deitou com ella; 26 Porém á moça não farás nada: a moça não tem culpa de morte; porque, como o homem que se levanta contra o seu proximo, e lhe tira a vida, assim _é_ este negocio. 27 Pois a achou no campo: a moça desposada gritou, e não houve quem a livrasse. 28 Quando um homem [15] achar uma moça virgem, que não fôr desposada, e pegar n’ella, e se deitar com ella, e forem apanhados, 29 Então o homem que se deitou com ella dará ao pae da moça cincoenta _siclos_ de prata: e porquanto a humilhou, [16] lhe será por mulher; não a poderá despedir em todos os seus dias. 30 Nenhum [17] homem tomará a mulher de seu pae, nem descobrirá [18] a ourela de seu pae. [1] Exo. 23.4. [2] Exo. 23.5. [3] Lev. 22.28. [4] cap. 4.40. [5] Lev. 19.19. [6] II Cor. 6.14, 15, 16. [7] Lev. 19.19. [8] Num. 15.38. Mat. 23.5. [9] Gen. 29.21. Jui. 15.1. [10] Gen. 34.7. Jui. 20.6, 10. II Sam. 13.12, 13. [11] cap. 13.5. [12] Lev. 20.10. João 8.5. [13] Mat. 1.18. [14] cap. 21.14. ver. 21, 22. [15] Exo. 22.16. [16] ver. 24. [17] Lev. 18.8 e 20.11. cap. 27.20. I Cor. 5.1. [18] Ruth 3.9. Eze. 16.8. _Pessoas que são excluidas das assembléas sanctas._ 23 O quebrado de quebradura, e o castrado, não entrará na congregação do Senhor. 2 Nenhum bastardo entrará na congregação do Senhor: nem ainda a sua decima geração entrará na congregação do Senhor. 3 Nenhum [1] ammonita nem moabita entrará na congregação do Senhor: nem ainda a sua decima geração entrará na congregação do Senhor eternamente. 4 Porquanto [2] não sairam com pão e agua, a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egypto; e porquanto alugou [3] contra ti a Balaão, filho de Beor, de Pethor, de Mesopotamia, para te amaldiçoar. 5 Porém o Senhor teu Deus não quiz ouvir Balaão: antes o Senhor teu Deus trocou em benção a maldição; porquanto o Senhor teu Deus te amava. 6 Não lhes procurarás [4] nem paz nem bem em todos os teus dias para sempre. 7 Não abominarás o [5] edumeo, pois _é_ teu irmão: nem abominarás o egypcio; pois estrangeiro foste [6] na sua terra. 8 Os filhos que lhes nascerem na terceira geração, cada um d’elles entrará na congregação do Senhor. 9 Quando o exercito sair contra os teus inimigos, então te guardarás de toda a coisa má. 10 Quando entre ti [7] houver algum que por algum accidente de noite não estiver limpo, sairá fóra do exercito; não entrará no meio do exercito. 11 Porém será _que_, declinando a tarde, se lavará [8] em agua; e, em se pondo o sol, entrará [9] no meio do arraial. 12 Tambem terás um logar fóra do arraial; e ali sairás fóra. 13 E entre as tuas armas terás uma pá; e será _que_, quando estiveres assentado fóra, então com ella cavarás, e, virando-te, cobrirás aquillo que saiu de ti. 14 Porquanto o Senhor teu Deus anda no meio do teu arraial, para te livrar, e entregar os teus inimigos diante de ti: pelo que o teu arraial será sancto: para que _elle_ não veja coisa feia em ti, e se torne atraz de ti. _Ácerca de fugitivos, prostitutas, usura e votos._ 15 Não entregarás [10] a seu senhor o servo que se acolher a ti de seu senhor; 16 Comtigo ficará no meio de ti, no logar que escolher em alguma das tuas portas, onde lhe estiver bem: não o [11] opprimirás. 17 Não haverá [12] rameira d’entre as filhas d’Israel; nem haverá sodomita d’entre os filhos d’Israel. 18 Não trarás salario de rameira nem preço de cão á casa do Senhor teu Deus por qualquer voto: porque estes ambos _são_ egualmente abominação ao Senhor teu Deus. 19 A teu irmão não emprestarás á [13] usura, nem á usura de dinheiro, nem á usura de comida, nem á usura de qualquer coisa que se empreste á usura. 20 Ao estranho [14] emprestarás á usura, porém a teu irmão não emprestarás á usura: para que o Senhor teu Deus te abençoe [15] em tudo no que pozeres a tua mão, na terra a qual vaes a possuir. 21 Quando votares algum voto [16] ao Senhor teu Deus, não tardarás em pagal-o; porque o Senhor teu Deus certamente o requererá de ti, _e em_ ti haverá peccado. 22 Porém, abstendo-te de votar, não haverá peccado em ti. 23 O que saiu da tua bocca guardarás, [17] e _o_ farás; _trazendo_ a offerta voluntaria, _assim_ como votaste ao Senhor teu Deus, o que declaraste pela tua bocca. 24 Quando entrares na vinha do teu proximo, comerás uvas conforme ao teu desejo até te fartares, porém não _as_ porás no teu vaso. 25 Quando entrares na seara do teu proximo, com a tua mão arrancarás [18] as espigas; porém não metterás a foice na seara do teu proximo. [1] Neh. 13.1, 2. [2] cap. 2.29. [3] Num. 22.5. [4] Esd. 9.12. [5] Gen. 25.24, 25, 26. Abd. 10, 12. [6] Exo. 22.21 e 23.9. Lev. 19.34. cap. 10.19. [7] Lev. 15.16. [8] Lev. 15.5. [9] Lev. 26.12. [10] I Sam. 30.15. [11] Exo. 22.21. [12] Lev. 19.29. Pro. 2.16. Gen. 19.5. II Reis 23.7. [13] Exo. 22.25. Lev. 25.36, 37. Neh. 5.2, 7. Psa. 15.5. Luc. 6.34, 35. [14] Lev. 19.34. cap. 15.3. [15] cap. 15.10. [16] Num. 30.2. Ecc. 5.4. [17] Num. 30.2. Psa. 66.14. [18] Mat. 12.1. Mar. 2.23. Luc. 6.1. _Ácerca do divorcio, dos penhores, dos roubadores e da lepra._ 24 Quando um [1] homem tomar uma mulher, e se casar com ella, então será que, se não achar graça em seus olhos, por n’ella achar coisa feia, elle lhe fará escripto de repudio, e lh’o dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2 Se, pois, saindo da sua casa, fôr, e se casar com _outro_ homem, 3 E este ultimo homem a aborrecer, e lhe fizer escripto de repudio, e lh’o dér na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este ultimo homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, 4 Então seu primeiro [2] marido, que a despediu, não poderá tornar a tomal-a, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada: pois _é_ abominação perante o Senhor; assim não farás peccar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança. 5 Quando algum [3] homem tomar uma mulher nova não sairá á guerra, nem se lhe imporá carga alguma; por um anno inteiro ficará livre na sua casa, e alegrará a sua mulher, [4] que tomou. 6 Não se tomarão em penhor as mós ambas, nem a mó de cima nem a de baixo; pois se penhoraria _assim_ a vida. 7 Quando se achar [5] alguem que furtar um d’entre os seus irmãos, dos filhos d’Israel, e com elle ganhar, e o vender, o tal ladrão morrerá, e tirarás o [6] mal do meio de ti. 8 Guarda-te da praga [7] da lepra, que tenhas grande cuidado de fazer conforme a tudo o que te ensinarem os sacerdotes levitas; como lhes tenho ordenado, terás cuidado de _o_ fazer. 9 Lembra-te [8] do que o Senhor teu Deus fez a Miriam no caminho, quando saiste do Egypto. _Ácerca de emprestimos._ 10 Quando emprestares alguma coisa ao teu proximo, não entrarás em sua casa, para lhe tirar o penhor. 11 Fóra estarás; e o homem, a quem emprestaste, te trará fóra o penhor. 12 Porém, se fôr homem pobre, te não deitarás com o seu penhor. 13 Em se pondo o sol, certamente lhe [9] restituirás o penhor; para que durma na sua roupa, e te abençoe: e _isto_ te será justiça diante [10] do Senhor teu Deus. _Caridade para com os pobres, os estrangeiros e os orphãos._ 14 Não opprimirás [11] o jornaleiro pobre e necessitado de teus irmãos, ou de teus estrangeiros, que _estão_ na tua terra e nas tuas portas. 15 No seu dia [12] _lhe_ darás o seu jornal, e o sol se não porá sobre isso: porquanto pobre é, e sua alma se atém a isso: para que não [13] clame contra ti ao Senhor, e haja em ti peccado. 16 Os paes não morrerão pelos filhos, nem [14] os filhos pelos paes: cada qual morrerá pelo seu peccado. 17 Não perverterás [15] o direito do estrangeiro _e_ do orphão; nem tomarás em penhor a roupa [16] da viuva. 18 Mas lembrar-te-has [17] de que foste servo no Egypto, e de que o Senhor te livrou d’ali: pelo que te ordeno que faças isto. 19 Quando no teu campo segares a tua sega, e esqueceres uma [HL] gavela no campo, não tornarás a tomal-a; para o estrangeiro, para o orphão, e para a viuva será; para que o Senhor teu Deus te abençoe [18] em toda a obra das tuas mãos. 20 Quando sacudires a tua oliveira, não tornarás atraz de ti a sacudir os ramos: para o estrangeiro, para o orphão, e para a viuva será. 21 Quando vindimares a tua vinha, não tornarás atraz de ti a rabiscal-a: para o estrangeiro, para o orphão, e para a viuva será. 22 E lembrar-te-has de que foste servo na terra do Egypto: pelo que te ordeno que faças isto. [1] Mat. 5.31 e 19.7. Mar. 10.4. [2] Jer. 3.1. [3] cap. 20.7. [4] Pro. 5.18. [5] Exo. 21.16. [6] cap. 19.19. [7] Lev. 13.2 e 14.2. [8] Luc. 17.32. I Cor. 10.6. Num. 12.10. [9] Exo. 22.26. [10] Job 29.11, 13 e 31.20. II Cor. 9.13. II Tim. 1.18. cap. 6.25. Psa. 106.31 e 112.9. Dan. 4.27. [11] Mal. 3.5. [12] Lev. 19.13. Jer. 22.13. Thi. 5.4. [13] Thi. 5.4. [14] II Reis 14.6. II Chr. 25.4. Jer. 31.29. Eze. 18.20. [15] Exo. 22.21. Pro. 22.22. Isa. 1.23. Jer. 5.28 e 22.3. Eze. 22.89. Zac. 7.10. Mal. 3.5. [16] Exo. 22.26. [17] ver. 22. cap. 16.12. [18] cap. 15.10. Psa. 41.2. Pro. 19.17. _A pena de açoites._ 25 Quando houver [1] contenda entre alguns, e vierem ao juizo, para que os julguem, [2] ao justo justificarão, e ao injusto condemnarão. 2 E será _que_, se o injusto merecer açoites, [3] o juiz o fará deitar, e o fará açoitar diante de si, quanto bastar pela sua injustiça, por _certa_ conta. 3 Quarenta [4] _açoites_ lhe fará dar, não mais; para que, porventura, se lhe fizer dar mais açoites do que estes, teu irmão não fique [5] envilecido aos teus olhos. 4 Não atarás [6] a bocca ao boi, quando trilhar. _A obrigação de um homem casar com a viuva do seu irmão._ 5 Quando _alguns_ irmãos [7] morarem juntos, e algum d’elles morrer, e não tiver filho, então a mulher do defunto não se casará com homem estranho de fóra; seu cunhado entrará a ella, e a tomará por mulher, e fará a obrigação de cunhado para com ella. 6 E será _que_ o primogenito que _ella_ parir estará [8] em nome de seu irmão defunto; para que o seu [9] nome se não apague em Israel. 7 Porém, se o tal homem não quizer tomar sua cunhada, subirá então sua cunhada á [10] porta dos anciãos, e dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu irmão nome em Israel; não quer fazer para comigo o dever de cunhado. 8 Então os anciãos da sua cidade o chamarão, e com elle fallarão: e, _se_ elle ficar _n’isto_, e disser; Não [11] quero tomal-a; 9 Então sua cunhada se chegará a elle aos olhos dos anciãos; e lhe descalçará [12] o sapato do pé, e lhe cuspirá no rosto, e protestará, e dirá: Assim se fará ao homem que não edificar [13] a casa de seu irmão: 10 E o seu nome se chamará em Israel: A casa do descalçado. 11 Quando pelejarem _dois_ homens, um contra o outro, e a mulher d’um chegar para livrar a seu marido da mão do que o fere, e ella estender a sua mão, e lhe pegar pelas suas vergonhas, 12 Então cortar-lhe-has a mão: [14] não _a_ poupará o teu olho. _Pesos e medidas justas._ 13 Na tua bolsa não terás [15] diversos pesos, um grande e um pequeno. 14 Na tua casa não terás duas sortes d’epha, uma grande e uma pequena. 15 Peso inteiro e justo terás; epha inteira e justa terás; para que se prolonguem os teus dias [16] na terra que te dará o Senhor teu Deus. 16 Porque abominação _é_ ao Senhor teu Deus todo aquelle que faz isto, [17] todo aquelle que fizer injustiça. _Amalek será destruido._ 17 Lembra-te [18] do que te fez Amalek no caminho, quando saieis do Egypto; 18 Como te saiu ao encontro no caminho, e te derribou na rectaguarda todos os fracos que _iam_ após ti, estando tu cançado e afadigado; e não temeu [19] a Deus. 19 Será pois _que_, quando [20] o Senhor teu Deus te tiver dado repouso de todos os teus inimigos em redor, na terra que o Senhor teu Deus te dará por herança, para possuil-a, _então_ apagarás [21] a memoria de Amalek de debaixo do céu: não te esqueças. [1] cap. 19.17. Eze. 44.24. [2] Pro. 17.15. [3] Luc. 12.48. Mat. 10.17. [4] II Cor. 11.24. [5] Job 18.3. [6] Pro. 12.10. I Cor. 9.9. I Tim. 5.18. [7] Mat. 22.24. Mar. 12.19. Luc. 20.28. [8] Gen. 38.9. [9] Ruth 4.10. [10] Ruth 4.1, 2. [11] Ruth 4.6. [12] Ruth 4.7. [13] Ruth 4.11. [14] cap. 19.13. [15] Lev. 19.35, 36. Pro. 11.1. Eze. 45.10. Miq. 6.11. [16] Exo. 20.12. [17] Pro. 11.1. I The. 4.6. [18] Exo. 17.8. [19] Psa. 36.2. Pro. 16.6. Rom. 3.18. [20] I Sam. 15.3. [21] Exo. 17.14. _As primicias da terra._ 26 E será _que_, quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dér por herança, e a possuires, e n’ella habitares, 2 Então tomarás [1] das primicias de todos os fructos da terra, que trouxeres da tua terra, que te dá o Senhor teu Deus, e _as_ porás n’um cesto, e irás ao logar [2] que escolher o Senhor teu Deus, para ali fazer habitar o seu nome. 3 E virás ao sacerdote, que n’aquelles dias fôr, e dir-lhe-has: Hoje declaro perante o Senhor teu Deus que entrei na terra que o Senhor jurou a nossos paes dar-nos. 4 E o sacerdote tomará o cesto da tua mão, e o porá diante do altar do Senhor teu Deus. 5 Então protestarás perante o Senhor teu Deus, e dirás: Syro [3] miseravel _foi_ meu pae, e desceu [4] ao Egypto, e ali peregrinou com pouca gente: porém ali cresceu _até vir a ser_ nação grande, poderosa e numerosa. 6 Mas os egypcios [5] nos maltrataram e nos affligiram, e sobre nós pozeram uma dura servidão. 7 Então clamámos [6] ao Senhor Deus de nossos paes; e o Senhor ouviu a nossa voz, e attentou para a nossa miseria, e para o nosso trabalho, e para a nossa oppressão. 8 E o Senhor nos tirou [7] do Egypto com mão forte, e com braço estendido, e com grande espanto, [8] e com signaes, e com milagres; 9 E nos trouxe a este logar, e nos deu esta terra, [9] terra que mana leite e mel. 10 E eis que agora eu trouxe as primicias dos fructos da terra que tu, ó Senhor, me déste. Então as porás perante o Senhor teu Deus, e te inclinarás perante o Senhor teu Deus. 11 E te alegrarás [10] por todo o bem que o Senhor teu Deus te tem dado a ti e á tua casa, tu e o levita, e o estrangeiro que está no meio de ti. _Oração d’aquelle que deu os dizimos._ 12 Quando acabares de dizimar todos os dizimos [11] da tua novidade no anno terceiro, que é o anno dos dizimos, então a darás ao levita, ao estrangeiro, ao orphão e á viuva, para que comam dentro das tuas portas, e se fartem: 13 E dirás perante o Senhor teu Deus: Tirei [HM] o que é consagrado de _minha_ casa, e dei tambem ao levita, e ao estrangeiro, e ao orphão e á viuva, conforme a todos os teus mandamentos que me tens ordenado: nada traspassei dos teus mandamentos, nem [12] _d’elles_ me esqueci. 14 D’elle não comi [13] na minha tristeza, nem d’elle nada tirei para immundicia, nem d’elle dei para _algum_ morto: obedeci á voz do Senhor meu Deus; conforme a tudo o que me ordenaste, tenho feito. 15 Olha [14] desde a tua sancta habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo, a Israel, e a terra que nos déste, como juraste a nossos paes, terra que mana leite e mel. 16 N’este dia o Senhor teu Deus te manda fazer estes estatutos e juizos: guarda-os pois, e faze-os com todo o teu coração e com toda a tua alma. 17 Hoje [15] fizeste dizer ao Senhor que te será por Deus, e que andarás nos seus caminhos, e guardarás os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juizos, e darás ouvidos á sua voz. 18 E o Senhor [16] hoje te fez dizer que lhe serás por povo seu proprio, como te tem dito, e que guardarás todos os seus mandamentos. 19 Para assim te exaltar sobre todas as nações [17] que fez, para louvor, e para fama, e para gloria, e para que sejas um povo sancto ao [18] Senhor teu Deus, como tem dito. [1] Exo. 23.19 e 34.26. Num. 17.13. cap. 16.10. Pro. 3.9. [2] cap. 12.5. [3] Ose. 12.12. Gen. 43.1, 2 e 45.7, 11. [4] Gen. 46.1. Act. 7.15. Gen. 46.27. cap. 10.22. [5] Exo. 1.11, 14. [6] Exo. 2.23, 24, 25 e 3.9 e 4.31. [7] Exo. 12.37, 51 e 13.3, 14, 16. cap. 5.15. [8] cap. 4.34. [9] Exo. 3.8. [10] cap. 12.7, 12, 18 e 16.11. [11] Lev. 27.30. Num. 18.24. cap. 14.28, 29. [12] Psa. 119.141, 153, 176. [13] Lev. 7.20 e 21.1, 11. Ose. 9.4. [14] Isa. 63.15. Zac. 2.13. [15] Exo. 20.19. [16] Exo. 6.7 e 19.5. cap. 7.6 e 14.2 e 28.9. [17] cap. 4.7, 8 e 28.1. Psa. 149.14. [18] Exo. 19.6. cap. 7.6 e 28.9. I Ped. 2.9. _A ordem de levantar um padrão e gravar n’elle a lei._ 27 E deram ordem, Moysés e os anciãos, ao povo de Israel, dizendo: Guardae todos estes mandamentos que hoje vos ordeno: 2 Será pois _que_, no dia em que passares [1] o Jordão á terra que te dér o Senhor teu Deus, levantar-te-has [2] _umas_ pedras grandes, e as caiarás com cal. 3 E, havendo-o passado, escreverás n’ellas todas as palavras d’esta lei, para entrares na terra que te dér o Senhor teu Deus, terra que mana leite e mel, como te disse o Senhor Deus de teus paes. 4 Será pois _que_, quando houveres passado o Jordão, levantareis estas pedras, que hoje vos ordeno, no monte [3] Ebal, e as caiarás com cal. 5 E ali edificarás um altar ao Senhor teu Deus, [4] um altar de pedras; _não_ alçarás ferro sobre ellas. 6 De pedras inteiras edificarás o altar do Senhor teu Deus: e sobre elle offerecerás holocaustos ao Senhor teu Deus. 7 Tambem sacrificarás offertas pacificas, e ali comerás perante o Senhor teu Deus, e te alegrarás. 8 E n’estas pedras escreverás todas as palavras d’esta lei, exprimindo-as bem. 9 Fallou mais Moysés, juntamente com os sacerdotes levitas, a todo o Israel, dizendo: Escuta e ouve, ó Israel! [5] n’este dia vieste a ser por povo ao Senhor teu Deus. 10 Portanto obedecerás á voz do Senhor teu Deus, e farás os seus mandamentos e os seus estatutos que hoje te ordeno. _As maldições que serão lançadas do monte Ebal._ 11 E Moysés deu ordem n’aquelle dia ao povo, dizendo: 12 Quando houverdes passado o Jordão, estes estarão sobre o monte Gerizim, [6] para abençoarem o povo: Simeão, e Levi, e Judah, e Issacar, e José, e Benjamin; 13 E estes estarão [7] para amaldiçoar sobre o monte Ebal: Ruben, Gad, e Aser, e Zebulon, Dan e Naphtali. 14 E os levitas [8] protestarão a todo o povo de Israel em alta voz, e dirão: 15 Maldito [9] o homem que fizer imagem de esculptura, ou de fundição, abominação ao Senhor, obra da mão do artifice, e _a_ pozer em _um logar_ escondido. [10] E todo o povo responderá, e dirá: Amen. 16 Maldito [11] aquelle que desprezar a seu pae ou a sua mãe. E todo o povo dirá: Amen. 17 Maldito [12] aquelle que arrancar o termo do seu proximo. E todo o povo dirá: Amen. 18 Maldito [13] aquelle que fizer que o cego erre do caminho. E todo o povo dirá: Amen. 19 Maldito [14] aquelle que perverter o direito do estrangeiro, do orphão e da viuva. E todo o povo dirá: Amen. 20 Maldito [15] aquelle que se deitar com a mulher de seu pae, porquanto descobriu a ourela de seu pae. E todo o povo dirá: Amen. 21 Maldito [16] aquelle que se deitar com _algum_ animal. E todo o povo dirá: Amen. 22 Maldito [17] aquelle que se deitar com sua irmã, filha de seu pae, ou filha de sua mãe. E todo o povo dirá: Amen. 23 Maldito [18] aquelle que se deitar com sua sogra. E todo o povo dirá: Amen. 24 Maldito [19] aquelle que ferir ao seu proximo em occulto. E todo o povo dirá: Amen. 25 Maldito [20] aquelle que tomar peita para ferir a alguma _pessoa_, o sangue do innocente. E todo o povo dirá: Amen. 26 Maldito [21] aquelle que não confirmar as palavras d’esta lei, não as fazendo. E todo o povo dirá: Amen. [1] Jos. 4.1. [2] Jos. 8.32. [3] cap. 11.29. Jos. 8.30. [4] Exo. 20.25. Jos. 8.31. [5] cap. 26.18. [6] cap. 11.19. Jos. 8.33. Jui. 9.7. [7] cap. 12.19. Jos. 8.33. [8] cap. 33.10. Dan. 9.11. [9] Exo. 20.4, 23 e 34.17. Lev. 19.4 e 26.1. cap. 4.16, 23 e 5.8. Isa. 44.9. Ose. 13.2. [10] Num. 5.22. Jer. 11.5. I Cor. 14.16. [11] Exo. 20.12 e 21.17. Lev. 19.3. cap. 21.18. [12] cap. 19.14. Pro. 22.28. [13] Lev. 19.14. [14] Exo. 22.21. cap. 10.18 e 24.17. Mat. 3.5. [15] Lev. 18.8 e 20.11. cap. 22.30. [16] Lev. 18.23 e 20.15. [17] Lev. 18.9 e 20.15. [18] Lev. 18.17 e 20.14. [19] Exo. 20.13 e 21.12, 14. Lev. 24.17. Num. 35.31. cap. 19.11. [20] Exo. 23.7. cap. 10.17 e 16.19. Eze. 22.15. [21] cap. 28.15. Psa. 119.21. Jer. 11.3. Gal. 3.10. _As bençãos que serão lançadas do monte Gerizim._ 28 E será que, [1] se ouvires a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o Senhor teu Deus te exaltará [2] sobre todas as nações da terra. 2 E todas estas bençãos virão sobre ti [3] e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu Deus: 3 Bemdito [4] _serás_ tu na cidade, e bemdito _serás_ no campo. 4 Bemdito [5] o fructo do teu ventre, e o fructo da tua terra, e o fructo dos teus animaes; e a criação das tuas vaccas, e [HN] os rebanhos das tuas ovelhas. 5 Bemdito o teu cesto e a tua amassadeira; 6 Bemdito _serás_ [6] ao entrares, e bemdito _serás_ ao saires. 7 O Senhor entregará [7] os teus inimigos, que se levantarem contra ti, feridos diante de ti: por um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão diante de ti. 8 O Senhor mandará [8] a benção, _que esteja_ comtigo nos teus celeiros, e em tudo o que puzeres a tua mão: e te abençoará na terra que te der o Senhor teu Deus. 9 O Senhor [9] te confirmará para si por povo sancto, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu Deus, e andares nos seus caminhos. 10 E todos os povos da terra verão que é chamado [10] sobre ti o nome do Senhor, [11] e terão temor de ti. 11 E o Senhor [12] te fará abundar de bem no fructo do teu ventre, e no fructo dos teus animaes, e no fructo da tua terra, sobre a terra que o Senhor jurou a teus paes te dar. 12 O Senhor te abrirá o seu bom thesouro, o céu, [13] para dar chuva á tua terra no seu tempo, e para [14] abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás [15] a muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado. 13 E o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda; [16] e só estarás em cima, e não debaixo, quando obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que hoje te ordeno, para _os_ guardar e fazer. 14 E não te desviarás [17] de todas as palavras que hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, para andares após outros deuses, para os servires. _Castigos por desobediencia._ 15 Será porém _que_, se não deres ouvidos [18] á voz do Senhor teu Deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então sobre ti virão todas estas maldições, e te [19] alcançarão: 16 Maldito [20] _serás_ tu na cidade, e maldito _serás_ no campo. 17 Maldito o teu cesto e a tua amassadeira; 18 Maldito o fructo do teu ventre, e o fructo da tua terra, e a criação das tuas vaccas, e os rebanhos das tuas ovelhas. 19 Maldito _serás_ ao entrares, e maldito _serás_ ao saires. 20 O Senhor mandará sobre ti a maldição; [21] a turbação e a perdição em tudo em que puzeres a tua mão para fazer; até que sejas destruido, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, com que me deixaste. 21 O Senhor te fará pegar a pestilencia, [22] até que te consuma da terra a que passas a possuir. 22 O Senhor te ferirá [23] com a tisica e com a febre, e com a quentura, e com o ardor, [24] e com a seccura, e com corrupção de sementeiras e com ferrugem; e te perseguirão até que pereças. 23 E os teus céus [25] que _estão_ sobre a cabeça, serão de bronze; e a terra que _está_ debaixo de ti, _será_ de ferro. 24 O Senhor _por_ chuva da tua terra te dará pó e poeira; dos céus descerá sobre ti, até que pereças. 25 O Senhor [26] te fará cair diante dos teus inimigos; por um caminho sairás contra elles, e por sete caminhos fugirás diante d’elles, e serás espalhado [27] por todos os reinos da terra. 26 E o teu cadaver [28] será por comida a todas as aves dos céus, e aos animaes da terra: e ninguem _os_ espantará. 27 O Senhor te ferirá com as ulceras do Egypto, [29] com hemorrhoidas, e com sarna, e com coceira, de que não possas curar-te; 28 O Senhor te ferirá com loucura, [30] e com cegueira, e com pasmo do coração: 29 E apalparás [31] ao meio dia, como o cego apalpa na escuridade, e não prosperarás nos teus caminhos: porém sómente serás opprimido e roubado todos os dias, e não _haverá_ quem _te_ salve. 30 Desposar-te-has [32] com _uma_ mulher, porém outro homem dormirá com ella; edificarás [33] _uma_ casa, porém não morarás n’ella; plantarás [34] _uma_ vinha, porém não lograrás o seu fructo. 31 O teu boi _será_ morto aos teus olhos, porém d’elle não comerás: o teu jumento _será_ roubado diante de ti, e não voltará a ti: as tuas ovelhas _serão_ dadas aos teus inimigos, e não _haverá_ quem te salve. 32 Teus filhos e tuas filhas _serão_ dados a outro povo, os teus olhos _o_ verão, [35] e após d’elles desfallecerão todo o dia; porém não _haverá_ poder na tua mão. 33 O fructo [36] da tua terra e todo o teu trabalho comerá um povo que nunca conheceste: e tu serás opprimido e quebrantado todos os dias. 34 E serás louco [37] pelo que verás com os teus olhos. 35 O Senhor te ferirá [38] com ulceras malignas nos joelhos e nas pernas, de que não possas sarar, desde a planta do teu pé até ao alto da cabeça. 36 O Senhor te levará a ti [39] e a teu rei, que tiveres posto sobre ti, a _uma_ gente que não conheceste, nem tu nem teus paes; e ali servirás a [40] outros deuses, ao pau e á pedra. 37 E serás por pasmo, por ditado, [41] e por fabula entre todos os povos a que o Senhor te levará. 38 Lançarás [42] muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o [43] gafanhoto a consumirá. 39 Plantarás vinhas, e cultivarás; porém não beberás vinho, nem colherás _as uvas_; porque o bicho as colherá. 40 Em todos os termos terás oliveiras; porém não te ungirás com azeite; porque _a azeitona_ cairá _da_ tua oliveira. 41 Filhos e filhas gerarás; porém não serão para ti; porque irão em [44] captiveiro. 42 Todo o teu arvoredo e o fructo da tua terra consumirá a lagarta. 43 O estrangeiro, que _está_ no meio de ti, se elevará muito sobre ti, e tu mui baixo descerás; 44 Elle [45] te emprestará a ti, porém tu não lhe emprestarás a _elle_: elle será por [46] cabeça, e tu serás por cauda. 45 E todas [47] estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruido: porquanto não haverás dado ouvidos á voz do Senhor teu Deus, para guardar os seus mandamentos, e o seus estatutos, que te tem ordenado: 46 E serão entre ti por signal e por maravilha, [48] como tambem entre a tua semente para sempre. 47 Porquanto [49] não haverás servido ao Senhor teu Deus com alegria e bondade de coração, [50] pela abundancia de tudo. 48 Assim servirás aos teus inimigos, que o Senhor enviará contra ti, com fome, e com sede, e com nudez, e com falta de tudo: e sobre o teu pescoço porá um jugo [51] de ferro, até que te tenha destruido. 49 O Senhor [52] levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra, que vôa como a aguia, [53] nação cuja lingua não entenderás; 50 Nação feroz de rosto, que [54] não attentará para o rosto do velho, nem se apiedará do moço; 51 E comerá [55] o fructo dos teus animaes, e o fructo da tua terra, até que sejas destruido; e não te deixará grão mosto, nem azeite, creação das tuas vaccas, nem rebanhos das tuas ovelhas, até que te tenha consumido; 52 E te angustiará [56] em todas as tuas portas, até que venham a cair os teus altos e fortes muros, em que confiavas em toda a tua terra; e te angustiará até em todas as tuas portas, em toda a tua terra que te tem dado o Senhor teu Deus: 53 E comerás [57] o fructo do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der o Senhor teu Deus, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão. 54 _Quanto ao_ homem _mais_ mimoso e mui delicado entre ti, o seu olho será maligno [58] contra o seu irmão, e contra a mulher de seu regaço, e contra os demais de seus filhos que _ainda_ lhe ficarem; 55 De sorte que não dará a nenhum d’elles da carne de seus filhos, que elle comer; porquanto nada lhe ficou de resto no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará em todas as tuas portas. 56 E _quanto_ á _mulher mais_ mimosa e delicada entre ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou pôr a planta de seu pé sobre a terra, será maligno o seu olho [59] contra o homem de seu regaço, e contra seu filho, e contra sua filha; 57 E _isto_ por _causa de_ suas páreas, que sairem [60] d’entre os seus pés, e por _causa de_ seus filhos que parir; porque os comerá ás escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas. 58 Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras d’esta lei, que estão escriptas n’este livro, para temeres este nome glorioso [61] e terrivel, o Senhor teu Deus, 59 Então o Senhor fará maravilhosas as tuas pragas, [62] e as pragas de tua semente, grandes e certas pragas, e enfermidades más e certas; 60 E fará tornar sobre ti todos os males do [63] Egypto, de que tu tiveste temor, e se apegarão a ti. 61 Tambem o Senhor fará vir sobre ti toda a enfermidade e toda a praga, que não _está_ escripta no livro d’esta lei, até que sejas destruido. 62 E ficareis [64] poucos homens, em logar de haverem sido como as estrellas dos céus em multidão: porquanto não déstes ouvidos á voz do Senhor teu Deus. 63 E será que, assim como [65] o Senhor se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim o Senhor se deleitara em vós, em [66] destruir-vos e consumir-vos; e desarreigados sereis da terra a qual tu passas a possuir. 64 E o Senhor vos espalhará [67] entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até á outra extremidade da terra: e ali servirás [68] a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus paes: ao pau e á pedra. 65 E nem ainda [69] entre as mesmas gentes descançarás, nem a planta de teu pé terá repouso: porquanto [70] o Senhor ali te dará coração tremente, e desfallecimento dos olhos, e desmaio da alma. 66 E a tua vida como em suspenso estará diante de ti; e estremecerás de noite e de dia, e não crerás na tua _propria_ vida. 67 Pela manhã dirás: [71] Ah! quem _me_ déra _ver_ a noite! E á tarde dirás: Ah! quem _me_ déra _ver_ a manhã! pelo pasmo de teu coração, com que pasmarás, e pelo que verás com os teus olhos. 68 E o Senhor te fará voltar ao Egypto em navios, pelo caminho [72] de que te tenho dito: Nunca jámais o verás: e ali sereis vendidos por servos e por servas aos vossos inimigos; mas não haverá quem _vos_ compre. [1] Exo. 15.26. Lev. 26.3. Isa. 55.2. [2] cap. 26.19. [3] ver. 15. Zac. 1.6. [4] Psa. 128.1, 4. Gen. 39.5. Gen. 22.17. [5] Gen. 49.25. cap. 7.13. Psa. 107.38 e 127.3. Pro. 10.22. I Tim. 4.8. [6] Psa. 121.8. [7] ver. 25. Lev. 26.7, 8. II Sam. 22.38, 39, 41. Psa. 89.24. [8] Lev. 25.21. cap. 15.10. [9] Exo. 19.6. cap. 7.6 e 26.18, 19 e 29.13. [10] Num. 6.27. II Sam. 7.14. Isa. 63.19. Dan. 9.18. [11] cap. 11.25. [12] ver. 4. cap. 30.9. Pro. 10.22. [13] Lev. 26.4. cap. 11.14. [14] cap. 14.29. [15] cap. 15.6. [16] Isa. 9.14, 15. [17] cap. 5.32 e 11.16. [18] Lev. 26.14. Lam. 2.17. Dan. 9.11, 13. Mal. 2.2. [19] ver. 2. [20] ver. 3, etc. [21] Mal. 2.2. I Sam. 14.20. Zac. 14.13. Psa. 80.17. Isa. 30.17 e 51.20 e 66.15. [22] Lev. 26.25. Jer. 24.10. [23] Lev. 26.16. [24] Amós 4.9. [25] Lev. 26.19. [26] Lev. 26.17, 37. cap. 32.30. Isa. 30.17. [27] Jer. 15.4 e 24.9. Eze. 23.46. [28] I Sam. 17.44, 46. Psa. 79.2. Jer. 7.38 e 16.4 e 34.20. [29] ver. 35. Exo. 9.9 e 15.26. I Sam. 5.6. Psa. 78.66. [30] Jer. 4.9. [31] Job 5.14. Isa. 59.10. [32] Job 31.10. Jer. 8.10. [33] Jer. 12.13. Amós 5.11. Miq. 6.15. Sof. 1.13. [34] cap. 20.6. [35] Psa. 119.82. [36] ver. 51. Lev. 26.16. Jer. 5.17. [37] ver. 67. [38] ver. 27. [39] II Reis 17.4, 6 e 24.12, 14 e 25.7, 11. II Chr. 33.11 e 36.6, 20. [40] ver. 46. cap. 4.28. Jer. 16.13. [41] Jer. 24.9 e 25.9. Zac. 8.13. Psa. 44.14. [42] Miq. 6.15. Agg. 1.6. [43] Joel 1.4. [44] Lam. 1.5. [45] ver. 12. [46] ver. 13. [47] ver. 15. [48] Isa. 8.18. Eze. 14.8. [49] Neh. 9.35, 36, 37. [50] cap. 32.15. [51] Jer. 28.14. [52] Jer. 5.15 e 6.22, 23. Luc. 19.43. [53] Jer. 48.40 e 49.22. Lam. 4.19. Eze. 17.3, 12. Ose. 8.1. [54] II Chr. 36.17. Isa. 47.6. [55] ver. 33. Isa. 1.7 e 62.8. [56] II Sam. 25.1, 2, 4. [57] Lev. 26.29. II Reis 6.28, 29. Jer. 19.19. Lam. 2.20 e 4.10. [58] cap. 15.9 e 13.6. [59] ver. 54. [60] Gen. 49.10. [61] Exo. 6.3. [62] Dan. 9.12. [63] cap. 7.15. [64] cap. 4.27 e 10.22. Neh. 9.23. [65] cap. 30.9. Jer. 32.41. [66] Pro. 1.26. Isa. 1.24. [67] Lev. 26.33. cap. 4.27. Neh. 1.8. Jer. 16.13. [68] ver. 36. [69] Amós 9.4. [70] Lev. 26.16, 36. [71] Job 7.4. ver. 34. [72] Jer. 43.7. Ose. 8.13 e 9.3. cap. 17.16. _Deus faz um novo pacto com o povo._ 29 Estas _são_ as palavras do concerto que o Senhor ordenou a Moysés na terra de Moab, que fizesse com os filhos de Israel, além do concerto [1] que fizera com elles em Horeb. 2 E chamou Moysés a todo o Israel, e disse-lhes: Tendes visto [2] tudo quanto o Senhor fez na terra do Egypto, perante vossos olhos, a Pharaó, e a todos os seus servos, e a toda a sua terra: 3 As grandes provas [3] que os teus olhos teem visto, aquelles signaes e grandes maravilhas: 4 Porém não vos tem dado [4] o Senhor um coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje. 5 E quarenta annos vos fiz [5] andar pelo deserto: não se envelheceram sobre vós os vossos vestidos, e nem se envelheceu no teu pé o teu sapato. 6 Pão não comestes, [6] e vinho e bebida forte não bebestes: para que soubesseis que eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 7 Vindo vós pois a este logar, Sehon, [7] rei de Hesbon, e Og, rei de Basan, nos sairam ao encontro, á peleja, e nós os ferimos: 8 E tomámos a sua terra, e a démos [8] por herança aos rubenitas, e aos gaditas, e á meia tribu dos manassitas. 9 Guardae [9] pois as palavras d’este concerto, e fazei-as, para que [HO] prospereis [10] em tudo quanto fizerdes. 10 Vós todos estaes hoje perante o Senhor vosso Deus: os Cabeças de vossas tribus, vossos anciãos, e os vossos officiaes, todo o homem de Israel; 11 Os vossos meninos, as vossas mulheres, e o estrangeiro que _está_ no meio do teu arraial; desde o rachador da tua lenha [11] até ao tirador da tua agua; 12 Para que entres no concerto do Senhor teu Deus, e no seu [12] juramento que o Senhor teu Deus hoje faz comtigo; 13 Para que hoje [13] te confirme a si por povo, e elle te seja a ti por Deus, como te tem dito, e como jurou a teus paes, Abrahão, Isaac e Jacob. 14 E não sómente comvosco [14] faço este concerto e este juramento, 15 Mas com aquelle que hoje está aqui em pé comnosco perante o Senhor nosso Deus, e com [15] aquelle que hoje não está aqui comnosco. 16 Porque vós sabeis como habitámos na terra do Egypto, e como passámos pelo meio das nações pelas quaes passastes; 17 E vistes as suas abominações, e os seus idolos, o pau e a pedra, a prata e o oiro que _havia_ entre elles. 18 Para que entre vós não haja homem, nem mulher, nem familia, nem tribu, cujo coração [16] hoje se desvie do Senhor nosso Deus, para que vá servir aos deuses d’estas nações; para que entre [17] vós não haja raiz que dê fel e absintho; 19 E aconteça _que_, ouvindo as palavras d’esta maldição, se abençôe no seu coração, dizendo: Terei paz, ainda que ande conforme ao bom parecer [18] do meu coração; para accrescentar á sêde a bebedice. 20 O Senhor não lhe quererá perdoar; mas então fumegará [19] a ira do Senhor e o seu zelo sobre o tal homem, e toda a maldição escripta n’este livro jazerá sobre elle; e o Senhor apagará [20] o seu nome de debaixo do céu. 21 E o Senhor o separará para mal [21] de todas as tribus de Israel, conforme a todas as maldições do concerto escripto no livro d’esta lei. 22 Então dirá a geração vindoura, os vossos filhos, que se levantarem depois de vós, e o estranho que virá de terras remotas, vendo as pragas d’esta terra, e as suas doenças, com que o Senhor a terá affligido; 23 E toda a sua terra abrazada com enxofre e sal, [22] _de sorte_ que não será semeada, e nada produzirá, nem n’ella crescerá herva alguma: _assim_ como _foi_ a [23] destruição de Sodoma e de Gomorrha, de Adama e de Zeboim, que o Senhor destruiu na sua ira e no seu furor. 24 E todas as nações dirão: Porque fez [24] o Senhor assim com esta terra? qual _foi a causa_ do furor d’esta tão grande ira? 25 Então se dirá: Porquanto deixaram o concerto do Senhor, o Deus de seus paes, que com elles tinha feito, quando os tirou do Egypto. 26 E elles foram-se, e serviram a outros deuses, e se inclinaram diante d’elles; deuses que os não conheceram, e nenhum dos quaes elle lhes tinha dado. 27 Pelo que a ira do Senhor se accendeu contra esta terra, para trazer [25] sobre ella toda a maldição que está escripta n’este livro. 28 E o Senhor os tirou da sua terra com ira, e com indignação, e com grande furor, e os lançou em [26] outra terra, como n’este dia _se vê_. 29 As _coisas_ encobertas _são para_ o Senhor nosso Deus; porém as reveladas _são para_ nós e _para_ nossos filhos para sempre, _para_ fazer todas as palavras d’esta lei. [1] cap. 5.2, 3. [2] Exo. 19.4. [3] cap. 4.34 e 7.19. [4] Isa. 6.9, 10 e 63.17. João 8.43. Act. 28.26, 27. Eph. 4.18. II The. 2.11, 12. [5] cap. 1.3 e 8.2, 4. [6] Exo. 16.12. cap. 8.3. Psa. 78.24. [7] Num. 21.23, 24, 33. cap. 2.32 e 3.1. [8] Num. 32.33. cap. 3.12. [9] cap. 4.6. Jos. 1.7. I Reis 2.3. [10] Jos. 1.7. [11] Jos. 9.21, 23, 27. [12] Neh. 10.29. [13] cap. 28.9. Exo. 6.7. Gen. 17.7. [14] Jer. 31.31, 32, 33. Heb. 8.7, 8. [15] Act. 2.39. I Cor. 7.14. [16] cap. 11.16. [17] Act. 8.23. Heb. 12.15. [18] Num. 15.39. Ecc. 11.9. Isa. 30.1. [19] Eze. 14.7, 8. Psa. 74.1 e 79.5. Eze. 23.25. [20] cap. 9.14. [21] Mat. 24.51. [22] Psa. 107.34. Jer. 17.6. Sof. 2.9. [23] Gen. 19.24. Jer. 20.16. [24] I Reis 9.8. Jer. 22.8, 9. [25] Dan. 9.11, 13, 14. [26] I Reis 14.15. II Chr. 7.20. Psa. 52.7. Pro. 2.22. _A misericordia de Deus para com os que se arrependem._ 30 E será _que_, sobrevindo-te todas estas coisas, [1] a benção ou a maldição, que tenho posto diante de ti, e te recordares [2] _d’ellas_ entre todas as nações, para onde te lançar o Senhor teu Deus; 2 E te converteres [3] ao Senhor teu Deus, e deres ouvidos á sua voz, conforme a tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, com todo o teu coração, e com toda a tua alma; 3 Então o Senhor [4] teu Deus te fará voltar do teu captiveiro, e se apiedará de ti; e tornará a ajuntar-te [5] d’entre todas as nações entre as quaes te espalhou o Senhor teu Deus. 4 Ainda [6] que os teus desterrados estejam para a extremidade do céu, desde ali te ajuntará o Senhor teu Deus, e te tomará d’ali; 5 E o Senhor teu Deus te trará á terra que teus paes possuiram, e a possuirás; e te fará bem, e te multiplicará mais do que a teus paes. 6 E o Senhor [7] teu Deus circumcidará o teu coração, e o coração de tua semente; para amares ao Senhor teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas. 7 E o Senhor teu Deus porá todas estas maldições sobre os teus inimigos, e sobre os teus aborrecedores, que te perseguiram. 8 Converter-te-has pois, e darás ouvidos á voz do Senhor; farás todos os seus mandamentos que hoje te ordeno. 9 E [8] o Senhor teu Deus te fará abundar em toda a obra das tuas mãos, no fructo do teu ventre, e no fructo dos teus animaes, e no fructo da tua terra para bem; porquanto o Senhor tornará a alegrar-se em ti para bem, [9] como se alegrou em teus paes; 10 Quando deres ouvidos á voz do Senhor teu Deus, guardando os seus mandamentos e os seus estatutos, escriptos n’este livro da lei, quando te converteres ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, e com toda a tua alma. _A lei do Senhor é bem patente._ 11 Porque este mandamento, que hoje te ordeno, te não _é_ encoberto, e tão pouco _está_ [10] longe _de ti_. 12 Não _está_ nos céus, [11] para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que nol-o traga, e nol-o faça ouvir, para que o façamos? 13 Nem tão pouco _está_ d’além do mar, para dizeres: Quem passará por nós d’além do mar, para que nol-o traga, e nol-o faça ouvir, para que o façamos? 14 Porque esta palavra _está_ mui perto de ti, na tua bocca, e no teu coração, para a fazeres. 15 Vês aqui, [12] hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a morte e o mal; 16 Porquanto te ordeno hoje que ames ao Senhor teu Deus, que andes nos seus caminhos, e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juizos, para que vivas, e te multipliques, e o Senhor teu Deus te abençoe na terra a qual entras a possuir. 17 Porém se o teu coração se desviar, e não quizeres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinar a outros deuses, e os servires, 18 Então eu vos [13] denuncio hoje que, certamente, perecereis: não prolongareis os dias na terra a que vaes, passando o Jordão, para que, entrando n’ella, a possuas; 19 Os céus e a terra [14] tomo hoje por testemunhas contra vós, _que_ te tenho proposto a vida e a morte, a benção e a maldição: escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua semente, 20 Amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos á sua voz, e te achegando a elle: pois elle é a tua vida, [15] e a longura dos teus dias; para que fiques na terra que o Senhor jurou a teus paes, a Abrahão, a Isaac, e a Jacob, que lhes havia de dar. [1] Lev. 26.40. cap. 28. [2] cap. 4.29, 30. I Reis 8.47. [3] Neh. 1.9. Isa. 55.7. Lam. 3.40. Joel 2.12, 13. [4] Psa. 106.45. Jer. 29.14. Lam. 3.22, 32. [5] Jer. 32.37. Eze. 34.13 e 36.24. [6] cap. 28.64. Neh. 1.9. [7] cap. 10.16. Jer. 32.39. Eze. 11.19 e 36.26. [8] cap. 28.11. [9] cap. 28.63. Jer. 32.41. [10] Isa. 45.19. [11] Rom. 10.6, etc. [12] ver. 1, 19. cap. 11.26. [13] cap. 4.26 e 8.19. [14] cap. 4.26 e 31.28. ver. 15. [15] Psa. 27.1. João 11.25. _Moysés nomeia Josué seu successor._ 31 Depois foi Moysés, e fallou estas palavras a todo o Israel; 2 E disse-lhes: Da edade [1] de cento e vinte annos _sou_ eu hoje: já não poderei mais sair e entrar: além d’isto, o Senhor me disse: Não passarás o Jordão. 3 O Senhor teu Deus passará diante de ti; elle destruirá estas nações diante de ti, para que as possuas: Josué passará diante de ti, como [2] o Senhor tem dito. 4 E o Senhor lhes fará [3] como fez a Sehon e a Og, reis dos amorrheos, e á sua terra, os quaes destruiu. 5 Quando [4] pois o Senhor vol-os der diante de vós, então com elles fareis conforme a todo o mandamento que vos tenho ordenado. 6 Esforçae-vos, e animae-vos; não [5] temaes, nem vos espanteis diante d’elles: porque [6] o Senhor teu Deus é o que vae comtigo: não te deixará nem te desamparará. 7 E chamou Moysés a Josué, e lhe disse aos olhos de todo o Israel: Esforça-te e anima-te; [7] porque com este povo entrarás na terra que o Senhor jurou a teus paes lhes dar; e tu os farás herdal-a. 8 O Senhor pois _é_ aquelle que vae diante de ti; elle será [8] comtigo, não te deixará, nem te desamparará; não temas, nem te espantes. _A lei deve ser lida ao povo de sete em sete annos._ 9 E Moysés escreveu esta lei, e a deu [9] aos sacerdotes, [10] filhos de Levi, que levavam a arca do concerto do Senhor, e a todos os anciãos d’Israel. 10 E deu-lhes ordem Moysés, dizendo: Ao fim de _cada_ sete annos, no tempo _determinado_ do anno da [11] remissão, na festa dos tabernaculos, 11 Quando todo o Israel vier a comparecer perante [12] o Senhor teu Deus, no logar que elle escolher, lerás [13] esta lei diante de todo o Israel aos seus ouvidos. 12 Ajunta o povo, [14] homens, e mulheres, e meninos, e os teus estrangeiros que estão dentro das tuas portas, para que ouçam, e aprendam e temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas as palavras d’esta lei; 13 E _que_ seus filhos, [15] que a não souberem, ouçam, e aprendam a temer ao Senhor vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra a qual ides, passando o Jordão, a possuir. _Deus dá a Josué o encargo do povo._ 14 E disse o Senhor a Moysés: Eis-que [16] os teus dias são chegados, para que morras; chama a Josué, e ponde-vos na tenda da congregação, para que eu [17] lhe dê ordem. Assim foi Moysés e Josué, e se puzeram na tenda da congregação. 15 Então o Senhor [18] appareceu na tenda, na columna de nuvem; e a columna de nuvem estava sobre a porta da tenda. 16 E disse o Senhor a Moysés: Eis que dormirás com teus paes: e este povo se levantará, e [19] fornicará em seguimento dos deuses dos estranhos da terra, para o meio dos quaes vae, e me deixará, [20] e annullará o meu concerto que tenho feito com elle. 17 Assim se accenderá a minha ira n’aquelle dia contra elle, [21] e desamparal-o-hei, e esconderei o meu rosto d’elles, para que sejam devorados: e tantos males e angustias o alcançarão, que dirá n’aquelle dia: Não me alcançaram estes males, porquanto o meu Deus não está no [22] meio de mim? 18 Esconderei [23] pois totalmente o meu rosto n’aquelle dia, por todo o mal que tiver feito, por se haver tornado a outros deuses. _Deus põe um cantico na bocca de Josué._ 19 Agora pois escrevei-vos este cantico, e ensinae-o aos filhos d’Israel: ponde-o na sua bocca, para que este cantico me seja por testemunha contra [24] os filhos d’Israel. 20 Porque o metterei na terra que jurei a seus paes, que mana leite e mel; e comerá, e se fartará, e se engordará: [25] então se tornará a outros deuses, e os servirá, e me irritarão, e annullarão o meu concerto. 21 E será _que_, [26] quando o alcançarem muitos males e angustias, então este cantico responderá contra elle por testemunha, pois não será esquecido da bocca de sua semente; porquanto conheço a sua boa imaginação, o que elle faz hoje, [27] antes que o metta na terra que tenho jurado. 22 Assim Moysés escreveu este cantico n’aquelle dia, e o ensinou aos filhos d’Israel. 23 E ordenou [28] a Josué, filho de Nun, e disse: Esforça-te e anima-te; [29] porque tu metterás os filhos d’Israel na terra que lhes jurei; e eu serei comtigo. 24 E aconteceu _que_, acabando [30] Moysés de escrever as palavras d’esta lei n’um livro, até de todo as acabar, 25 Deu ordem Moysés aos levitas que levavam a arca do concerto do Senhor, dizendo: 26 Tomae este livro da lei, e ponde-o [31] ao lado da arca do concerto do Senhor vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra ti. 27 Porque conheço a tua rebellião e a tua [32] dura cerviz: eis que, vivendo eu ainda hoje comvosco, rebeldes fostes contra o Senhor; e quanto mais depois da minha morte. 28 Ajuntae perante mim todos os anciãos das vossas tribus, e vossos officiaes, e aos vossos ouvidos fallarei estas palavras, e contra elles por testemunhas tomarei [33] os céus e a terra. 29 Porque eu sei que depois da minha morte certamente vos corrompereis, [34] e vos desviareis do caminho que vos ordenei: então este mal vos alcançará [35] nos ultimos dias, quando fizerdes mal aos olhos do Senhor, para o provocar á ira com a obra das vossas mãos. 30 Então Moysés fallou as palavras d’este cantico aos ouvidos de toda a congregação de Israel, até se acabarem. [1] Exo. 7.7. cap. 34.7. Num. 27.17. I Reis 3.7. Num. 20.12 e 27.13. cap. 3.27 e 9.3. [2] Num. 27.21. cap. 3.28. [3] cap. 3.21. Num. 21.24, 33. [4] cap. 7.2. [5] Jos. 10.25. I Chr. 22.13. cap. 1.29 e 7.18. [6] cap. 20.4. Jos. 1.5. Heb. 13.5. [7] ver. 23. cap. 1.38 e 3.28. Jos. 1.6. [8] Exo. 13.21, 22 e 33.14. cap. 9.3. Jos. 1.6, 9. I Chr. 28.20. [9] ver. 25. cap. 17.18. [10] Num. 4.15. Jos. 3.3. I Chr. 15.12, 15. [11] cap. 15.1. Lev. 23.24. [12] cap. 16.16. [13] Jos. 8.34. II Reis 23.2. Neh. 8.1, 2, 3, etc. [14] cap. 4.10. [15] cap. 11.2. Psa. 78.6, 7. [16] Num. 27.13. cap. 34.5. [17] ver. 23. Num. 27.19. [18] Exo. 33.9. [19] Exo. 32.6 e 34.15. Jui. 2.17. [20] cap. 32.15. Jui. 2.12, 20 e 19.6, 13. [21] II Chr. 15.2. cap. 32.20. Psa. 104.29. Isa. 8.17 e 64.7. Eze. 23.39. [22] Jui. 6.13, 42. Num. 14. [23] ver. 17. [24] ver. 26. [25] cap. 32.15. Neh. 9.25, 26. Ose. 13.6. ver. 16. [26] ver. 17. [27] Ose. 5.3 e 13.5, 6. Amós 5.25. [28] ver. 14. [29] ver. 7. Jos. 1.6. [30] ver. 9. [31] II Reis 22.8. ver. 19. [32] cap. 9.24 e 32.20. Exo. 32.9. cap. 9.6. [33] cap. 30.19 e 32.1. [34] cap. 32.5. Jui. 2.19. Ose. 9.9. [35] cap. 28.15. Gen. 49.1. cap. 4.30. _Ultimo cantico de Moysés._ 32 Inclinae os ouvidos, [1] ó céus, e fallarei: e ouça a terra as palavras da minha bocca. 2 Goteje a minha doutrina [2] como a chuva, distille o meu dito como o orvalho, como [3] chuvisco sobre a herva e como gotas d’agua sobre a relva. 3 Porque apregoarei o nome do Senhor: dae grandeza [4] a nosso Deus. 4 _Elle é_ a Rocha, cuja obra _é_ perfeita, [5] porque todos os seus caminhos juizo _são_: Deus _é_ a verdade, e [6] não ha n’elle injustiça; justo e recto é. 5 Corromperam-se [7] contra elle, seus filhos _elles_ não _são_, a sua mancha é d’elles: geração perversa e torcida _é_. 6 Recompensaes assim [8] ao Senhor, povo louco e ignorante? não _é_ elle teu Pae, que te adquiriu, te fez e te estabeleceu? 7 Lembra-te dos dias da antiguidade, attentae para os annos de muitas gerações: pergunta [9] a teu pae, e elle te informará, aos teus anciãos, e elles t’o dirão. 8 Quando o Altissimo distribuia as [10] heranças ás nações, quando dividia os filhos de Adão uns dos outros, os termos dos povos tem posto, conforme ao numero dos filhos d’Israel. 9 Porque a porção [11] do Senhor _é_ o seu povo; Jacob _é_ a corda da sua herança. 10 Achou-o na terra do [12] deserto, e n’um ermo solitario cheio de uivos; _trouxe-o_ ao redor, instruiu-o, [13] guardou-o como a menina do seu olho. 11 Como [14] a aguia desperta o seu ninho, se move sobre os seus filhos, estende as suas azas, toma-os, e os leva sobre as suas azas, 12 _Assim_ só o Senhor o guiou: e não havia com elle deus estranho. 13 Elle o fez cavalgar [15] sobre as alturas da terra, e comeu as novidades do campo, e o fez chupar [16] mel da rocha e azeite da dura pederneira, 14 Manteiga de vaccas, e leite do rebanho, com a gordura [17] dos cordeiros e dos carneiros que pastam em Basan, e dos bodes, com gordura dos rins do trigo; e bebeste o [18] sangue das uvas, o vinho puro. 15 E, engordando-se [19] Jeshurun, deu coices; engordaste-te, engrossaste-te, _e de gordura_ te cobriste: e deixou [20] a Deus, que o fez, e desprezou a Rocha da sua salvação. 16 Com [21] _deuses_ estranhos o provocaram a zelos; com abominações o irritaram. 17 Sacrificios [22] offereceram aos diabos, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos _deuses_ que vieram ha pouco, dos quaes não se estremeceram vossos paes. 18 Esqueceste-te [23] da Rocha que te gerou; e em esquecimento puzeste o Deus que te formou. 19 O que vendo [24] o Senhor, _os_ desprezou, provocado á ira contra seus filhos e suas filhas; 20 E disse: [25] Esconderei o meu rosto d’elles, verei qual _será_ o seu fim; porque _são_ geração de perversidade, filhos em quem não ha lealdade. 21 A zelos me provocaram [26] com _aquillo que_ não _é_ Deus; com as suas vaidades me provocaram á ira; portanto eu os provocarei [27] a zelos com _os que_ não _são_ povo; com nação louca os despertarei á ira. 22 Porque um fogo [28] se accendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno, e consummirá a terra com a sua novidade, e abrazará os fundamentos dos montes. 23 Males amontoarei [29] sobre elles; as minhas settas esgotarei contra elles. 24 Exhaustos _serão_ de fome, comidos de carbunculo e de peste amarga: e entre elles enviarei dentes [30] de feras, com ardente peçonha de serpentes do pó. 25 Por fóra devastará a espada, [31] e por dentro o pavor: ao mancebo, juntamente com a virgem, assim á creança de mama, como ao homem de cãs. 26 _Eu_ dizia: [32] Em todos os cantos os espalharia; faria cessar a sua memoria d’entre os homens, 27 Se eu não receiara a ira do inimigo, [33] para que os seus adversarios o não estranhassem, _e_ para que não digam: A nossa mão está alta; o Senhor não fez tudo isto. 28 Porque _são_ gente falta de conselhos, e n’elles não _ha_ entendimento. 29 Oxalá elles fossem sabios! [34] _que_ isto entendessem, _e_ attentassem para o seu fim! 30 Como _pode ser que_ um [35] só perseguisse mil, e dois fizessem fugir dez mil, se a sua Rocha os não vendera, [36] e o Senhor os não entregara? 31 Porque [37] a sua rocha não _é_ como a nossa Rocha; _sendo_ até os nossos inimigos juizes _d’isto_. 32 Porque a sua vinha [38] _é_ a vinha de Sodoma e dos campos de Gomorrha: as suas uvas _são_ uvas de fel, [39] cachos amargosos _teem_. 33 O seu vinho _é_ ardente veneno de dragões, e peçonha cruel de viboras. 34 Não está isto [40] encerrado comigo? sellado nos meus thesouros? 35 Minha _é_ a vingança [41] e a recompensa, ao tempo que resvalar o seu pé: porque o dia da sua ruina _está_ proximo, e as coisas que lhes hão de succeder, se apressam _a chegar_. 36 Porque o Senhor fará justiça [42] ao seu povo, e se arrependerá pelos seus servos: porquanto o poder _d’elle_ foi-se, e não ha fechado [43] nem desamparado. 37 Então dirá: Onde _estão_ [44] os seus deuses? a rocha em quem confiavam, 38 De cujos sacrificios comiam a gordura, _e_ de cujas libações bebiam o vinho? levantem-se, e vos ajudem, para que haja para vós escondedouro. 39 Vêde agora que Eu, [45] Eu O _sou_, e mais nenhum Deus comigo: Eu mato, e Eu faço viver: [46] Eu firo, e Eu saro: e ninguem _ha_ que escape da minha mão. 40 Porque levantarei [47] a minha mão aos céus, e direi: Eu vivo para sempre. 41 Se eu afiar a minha espada [48] reluzente, e _se_ travar do juizo a minha mão, farei tornar a vingança sobre os meus adversarios, e recompensarei aos meus aborrecedores. 42 Embriagarei as minhas settas de sangue, [49] e a minha espada comerá carne: do sangue dos mortos e dos prisioneiros, [50] desde a cabeça, haverá vinganças do inimigo. 43 Jubilae, [51] ó nações, _com_ o seu povo, porque vingará o sangue dos seus servos, e sobre os seus adversarios fará tornar a vingança, e terá misericordia da sua terra _e_ do seu povo. 44 E veiu Moysés, e fallou todas palavras d’este cantico aos ouvidos do povo, elle e [HP] Hosea, filho de Nun. 45 E, acabando Moysés de fallar todas estas palavras a todo o Israel, 46 Disse-lhes: [52] Applicae o vosso coração a todas as palavras que hoje testifico entre vós, para que as recommendeis a vossos filhos, para que tenham cuidado de fazerem todas as palavras d’esta lei. 47 Porque esta palavra não vos _é_ vã, antes _é_ [53] a vossa vida; e por esta mesma palavra prolongareis os dias na terra a que passaes o Jordão a possuil-a. 48 Depois fallou [54] o Senhor a Moysés, n’aquelle mesmo dia, dizendo: 49 Sobe ao monte d’Abarim, [55] ao monte Nebo, que _está_ na terra de Moab, defronte de Jericó, e vê a terra de Canaan, que darei aos filhos de Israel por possessão. 50 E morre no monte, ao qual subirás; e recolhe-te aos teus povos, como [56] Aarão teu irmão morreu no monte de Hor, e se recolheu aos seus povos. 51 Porquanto traspassastes contra mim no meio dos filhos [57] de Israel, ás aguas da contenção em Cades, no deserto de Zin: pois me não sanctificastes no meio doe filhos de Israel. 52 Pelo que verás a terra diante _de_ ti, [58] porém não entrarás n’ella, na terra que darei aos filhos de Israel. [1] cap. 4.26 e 30.19 e 31.28. Psa. 50.4. Isa. 1.2. Jer. 2.12 e 6.19. [2] Isa. 55.10. I Cor. 3.6. [3] Psa. 72.6. Miq. 5.7. [4] I Chr. 29.11. [5] II Sam. 22.31. Dan. 4.37. Apo. 18.3. [6] Jer. 10.10. Job 34.10. Psa. 92.16. [7] cap. 31.26. Mat. 17.17. Luc. 9.41. Phi. 2.15. [8] Psa. 116.12. Isa. 63.16. ver. 15. Isa. 27.11 e 44.2. [9] Exo. 13.14. Psa. 44.2. [10] Zac. 9.2. Act. 17.26. Gen. 11.8. [11] Exo. 15.16 e 19.5. I Sam. 10.1. [12] cap. 8.15. Jer. 2.6. Ose. 13.5. [13] cap. 4.36. Psa. 17.8. Pro. 7.2. Zac. 2.8. [14] Exo. 19.4. cap. 1.31. Isa. 31.5 e 46.4 e 63.9. Ose. 11.3. [15] cap. 33.29. Isa. 58.14. Eze. 36.2. [16] Job 29.6. Psa. 81.17. [17] Psa. 81.17. [18] Gen. 49.11. [19] cap. 35.5, 26. Isa. 44.2. I Sam. 2.29. cap. 31.20. Neh. 9.25. Psa. 17.10. Jer. 2.7 e 5.7, 28. Ose. 13.6. [20] cap. 31.16. Isa. 1.4. Isa. 51.13. II Sam. 22.47. Psa. 89.27. [21] I Sam. 14.22. I Cor. 14.22. [22] Lev. 17.7. Psa. 106.37. [23] Isa. 17.10. Jer. 2.32. [24] Jui. 2.14. Isa. 1.2. [25] cap. 31.17. Isa. 30.9. Mat. 17.16. [26] ver. 16. Psa. 78.58. I Sam. 12.21. I Reis 16.13, 25. Psa. 31.7. Jer. 8.19 e 10.8 e 14.22. Jon. 2.8. Act. 14.15. [27] Ose. 1.10. Rom. 10.19. [28] Jer. 15.14 e 17.4. Lam. 4.11. [29] Isa. 26.15. Psa. 7.12. Eze. 5.16. [30] Lev. 26.22. [31] Lam. 1.20. Eze. 7.15. II Cor. 7.5. [32] Eze. 20.13, 14, 23. [33] Jer. 19.3. Psa. 139.9. [34] Isa. 27.11. Jer. 4.22. cap. 5.29. Luc. 19.42. Isa. 47.7. Lam. 1.9. [35] Lev. 26.8. Jos. 23.10. II Chr. 24.24. Isa. 30.17. [36] Psa. 44.13. Isa. 50.1 e 52.3. [37] I Sam. 2.2 e 4.8. Jer. 40.3. [38] Isa. 1.10. [39] Psa. 57.5. Rom. 3.13. [40] Job 14.17. Jer. 2.22. Ose. 13.12. Rom. 2.5. [41] Psa. 95.1. Rom. 12.19. Heb. 10.30. II Ped. 2.3. [42] Psa. 135.14. Jui. 2.18. Psa. 106.45. Jer. 31.20. Joel 2.14. [43] I Reis 14.10 e 21.21. II Reis 9.8 e 14.26. [44] Jui. 10. Jer. 2.28. [45] Psa. 102.28. Isa. 41.4 e 45.5, 18, 22. [46] I Sam. 2.6. II Reis 5.7. Job 5.18. Ose. 6.1. [47] Gen. 14.22. Exo. 6.8. Num. 14.30. [48] Isa. 27.1. Eze. 21.9, 10, 14, 20. Isa. 1.24. Nah. 1.2. [49] Jer. 46.10. [50] Job 13.24. Jer. 30.14. Lam. 1.5. [51] Rom. 15.10. Apo. 6.10. Psa. 85.2. [52] cap. 6.6 e 11.18. Eze. 40.4. [53] cap. 30.19. Lev. 18.5. Pro. 3.2, 22 e 4.22. Rom. 10.5. [54] Num. 27.12, 13. [55] Num. 33.47, 48. cap. 34.1. [56] Num. 20.25, 28 e 33.38. [57] Num. 20.11, 12, 13 e 27.14. Lev. 10.3. [58] Num. 27.12. cap. 34.4. _A magestade de Deus._ 33 Esta, porém, _é_ a benção com [1] que Moysés, homem de Deus, abençoou os filhos de Israel antes da sua morte. 2 Disse pois: O Senhor veiu de Sinai, [2] e lhes subiu de Seir; resplandeceu desde o monte Paran, e veiu com dez milhares de sanctos: á sua direita _havia_ para elles o fogo da lei. 3 Na verdade ama os povos; [3] todos os seus sanctos _estão_ na tua mão; [4] postos serão no meio, entre os teus pés, _cada um_ receberá das tuas palavras. 4 Moysés nos deu a lei [5] _por_ herança da congregação de Jacob. 5 E foi rei em Jeshurun, [6] quando se congregaram em um os Cabeças do povo com as tribus de Israel. _As bençãos das tribus._ 6 Viva Ruben, e não morra, e _que_ os seus homens sejam numerosos. 7 E isto _é o que disse_ de Judah; e disse: Ouve, ó Senhor, a voz de Judah, e introduze-o no seu povo: as suas mãos [7] lhe bastem, e tu _lhe_ sejas em ajuda contra os seus inimigos. 8 E de Levi disse: Teu Thummim [8] e teu Urim _são_ para o teu amado, que tu provaste em Massah, com quem contendeste ás aguas de Meribah. 9 Aquelle que disse a seu pae e a sua mãe: Nunca o vi; e não [9] conheceu a seus irmãos, e não estimou a seus filhos: pois guardaram [10] a tua palavra e observaram o teu concerto. 10 Ensinaram os teus juizos a [11] Jacob, e a tua lei a Israel; metteram incenso no teu nariz, e o holocausto sobre o teu altar. 11 Abençoa o seu poder, ó Senhor, e a obra das suas mãos te aguarde: fere [12] os lombos dos que se levantam contra elle e o aborrecem, que nunca mais se levantem. 12 _E_ de Benjamin disse: O amado do Senhor habitará seguro com elle; todo o dia o cobrirá, e morará entre os seus hombros. 13 E de José disse: Bemdita [13] do Senhor _seja_ a sua terra, com o mais excellente dos céus, como orvalho, e com o abysmo que jaz abaixo. 14 E com as mais excellentes novidades do sol, e com as mais excellentes producções da lua, 15 E com o mais excellente [14] dos montes antigos, e com o mais excellente dos outeiros eternos, 16 E com o mais excellente da terra, e com a sua plenidão, [15] e com a benevolencia d’aquelle que habitava na sarça, _a benção_ venha sobre a cabeça de José, e sobre o alto da cabeça do _que foi_ separado de seus irmãos. 17 Elle tem a gloria do primogenito do seu boi, [16] e [HQ] as suas pontas são pontas de unicornio; com elles escorneará os povos juntamente até ás extremidades da terra: estes pois _são_ os dez milhares de Ephraim, [17] e estes _são_ os milhares de Manasseh. 18 E de Zebulon disse: [18] Zebulon, alegra-te nas tuas saidas; e _tu_, Issacar, nas tuas tendas. 19 _Elles_ chamarão [19] os povos ao monte: ali offerecerão offertas de justiça, porque chuparão a abundancia dos mares e os thesouros escondidos da areia. 20 E de Gad [20] disse: Bemdito aquelle que faz dilatar a Gad, habita como a leoa, e despedaça o braço e alto da cabeça. 21 E se [21] proveu do primeiro, porquanto ali _estava_ escondida a porção do legislador: pelo que veiu com os chefes do povo, executou a justiça do Senhor e os seus juizos para com Israel. 22 E de Dan disse: Dan _é_ leãozinho; saltará de [22] Basan. 23 E de Naphtali disse: Farta-te, ó Naphtali, da benevolencia, e [23] enchete da benção do Senhor; possue o occidente e o meio dia. 24 E de Aser disse: Bemdito _seja_ Aser com _seus_ filhos, [24] agrade a seus irmãos, e banhe em azeite o seu pé. 25 O ferro e o metal [25] _será_ o teu calçado; e a tua força _será_ como os teus dias. 26 Não _ha outro_, ó Jeshurun, similhante a Deus! [26] _que_ cavalga sobre os céus para a tua ajuda, e com a sua alteza sobre as mais altas nuvens. 27 O Deus eterno _te seja_ [27] por habitação, e por baixo _sejam_ os braços eternos: e elle lance o inimigo de diante de ti, e diga: Destroe-_o_. 28 Israel pois habitará [28] só seguro, _na terra_ da fonte de Jacob, na terra de grão e de mosto: e os seus céus gotejarão orvalho. 29 Bemaventurado tu, ó [29] Israel! quem _é_ como tu? um povo salvo pelo Senhor, [30] o escudo do teu soccorro, e a espada da tua alteza: [31] pelo que os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas. [1] Gen. 49.28. Psa. 90.1. [2] Exo. 19.18. Jui. 5.4, 5. Hab. 3.3. Dan. 7.10. Act. 7.53. Gal. 3.19. Heb. 2.2. Apo. 5.11. [3] Exo. 19.5. Ose. 11.1. Mal. 1.2. [4] cap. 7.6. I Sam. 2.9. Luc. 10.39. Act. 22.3. Pro. 2.1. [5] João 1.17. Psa. 119.111. [6] Gen. 30.31. Jui. 9.2 e 17.6. cap. 32.15. [7] Gen. 49.8. Psa. 146.5. [8] Exo. 28.30 e 17.7. Num. 20.13. cap. 8.2, 3. Psa. 8.8. [9] Gen. 29.32. I Chr. 17.17. Job 37.24. Exo. 32.26. [10] Jer. 18.18. Mal. 2.5, 6. [11] Lev. 10.11. cap. 17.9. Eze. 44.23. Mal. 2.7. Exo. 30.7, 8. Num. 16.40. I Sam. 2.28. Lev. 1.9. Eze. 43.27. [12] II Sam. 24.23. Eze. 20.40. [13] Gen. 49.25 e 27.28. [14] Gen. 49.26. Hab. 3.6. [15] Exo. 3.2, 4. Act. 7.30, 35. Gen. 49.26. [16] I Chr. 5.7. Num. 23.22. I Reis 22.11. [17] Gen. 48.19. [18] Gen. 49.13, 14, 15. [19] Isa. 2.3. Psa. 4.6. [20] Jos. 13.10, etc. I Chr. 12.8, etc. Jos. 4.12. [21] Num. 32.16, 17, etc. Jos. 4.12. [22] Jos. 19.47. Jui. 18.27. [23] Gen. 49.21. Jos. 19.32, etc. [24] Gen. 49.20. Job 29.6. [25] cap. 8.9. [26] Exo. 15.11. Jer. 10.6. cap. 32.15. Psa. 68.5. Hab. 3.8. [27] Psa. 88.1. cap. 9.3, 4, 5. [28] Num. 23.9. Jer. 23.6 e 33.16. cap. 8.7, 8. Gen. 27.28. cap. 11.11. [29] Psa. 144.15. II Sam. 7.23. [30] Psa. 115.9, 10, 11. [31] II Sam. 22.45. Psa. 18.44. cap. 32.13. _Moysés sobe ao monte Nebo, vê a terra promettida e morre._ 34 Então subiu Moysés das campinas de Moab ao monte Nebo, ao [1] cume de Pisga, que _está_ defronte de Jericó; e o Senhor mostrou-lhes toda a terra desde Gilead até Dan; 2 E todo Naphtali, e a terra d’Ephraim, e Manasseh; e toda a terra de Judah, até [2] ao mar [3] ultimo; 3 E o sul, e a campina do valle de Jericó, a cidade das palmeiras até Zoar. 4 E disse-lhe o Senhor: Esta _é_ [4] a terra de que jurei a Abrahão, Isaac, e Jacob, dizendo: Á tua semente a darei: mostro-t’a para a veres com os teus olhos; porém lá não passarás. 5 Assim morreu ali [5] Moysés, servo do Senhor, na terra de Moab, conforme ao dito do Senhor. 6 E o sepultou n’um valle, na terra de Moab, defronte de Beth-peor; [6] e ninguem tem sabido até hoje a sua sepultura. 7 _Era_ Moysés [7] da edade de cento e vinte annos quando morreu: os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu o seu vigor. 8 E os filhos d’Israel prantearam a Moysés trinta dias nas campinas de Moab: [8] e os dias do pranto do luto de Moysés se cumpriram. 9 E Josué, filho de Nun, [9] foi cheio do espirito de sabedoria, porquanto Moysés tinha posto sobre elle as suas mãos: assim os filhos d’Israel lhe deram ouvidos, e fizeram como o Senhor ordenara a Moysés. 10 E nunca mais se [10] levantou em Israel propheta _algum_ como Moysés, a quem o Senhor conhecera cara a cara; 11 _Nem similhante_ em todos os signaes [11] e maravilhas, a que o Senhor o enviou para fazer na terra do Egypto, a Pharaó, e a todos os seus servos, e a toda a sua terra; 12 E em toda a mão forte, e em todo o espanto grande, que obrou Moysés aos olhos de todo o Israel. [1] Num. 27.12 e 33.47. cap. 32.49 e 3.27. Gen. 14.14. [2] cap. 11.24. [3] Jui. 1.16 e 3.13. II Chr. 28.15. [4] Gen. 12.7 e 13.15 e 15.18 e 26.3 e 28.13. cap. 3.27 e 32.52. [5] cap. 32.50. Jos. 1.1, 2. [6] Jud. 9. [7] cap. 31.2. Gen. 27.1 e 48.10. Jos. 14.10, 11. [8] Gen. 50.3, 10. Num. 20.29. [9] Isa. 11.2. Dan. 6.3. Num. 27.18, 23. [10] cap. 18.15, 18. Exo. 33.11. Num. 12.6, 8. cap. 5.4. [11] cap. 4.34 e 7.19. O LIVRO DE JOSUÉ. _Deus falla a Josué e anima-o._ [Antes de Christo 1451] 1 E succedeu depois da morte de Moysés, servo do Senhor, que o Senhor fallou a Josué, filho de [1] Nun, servo de Moysés, dizendo: 2 Moysés, meu [2] servo, é morto: levanta-te pois agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, a terra que eu dou aos filhos d’Israel. 3 Todo o logar [3] que pisar a planta do vosso pé vol-o tenho dado, como eu disse a Moysés. 4 Desde o deserto [4] e _desde este_ Libano, até ao grande rio, o rio Euphrates, toda a terra dos hetheos, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo. 5 Nenhum [5] se susterá diante de ti, todos os dias da tua vida: como fui com Moysés, [6] _assim_ serei comtigo: não te deixarei nem te desampararei. 6 Esforça-te, e tem bom animo: porque [7] tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus paes lhes daria. 7 Tão sómente esforça-te e tem mui bom animo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei [8] que meu servo Moysés te ordenou; d’ella não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. 8 Não se aparte da tua bocca o livro d’esta lei; [9] antes medita n’elle dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto n’elle está escripto; porque então farás prosperar o teu caminho, e então prudentemente te conduzirás. 9 Não t’o mandei eu? [10] esforça-te, e tem bom animo; não pasmes, nem te espantes: porque o Senhor teu Deus _é_ comtigo, por onde quer que andares. _Josué prepara o povo para passar o Jordão._ 10 Então deu ordem Josué aos principes do povo, dizendo: 11 Passae pelo meio do arraial, e ordenae ao povo, dizendo: Provei-vos de comida, porque dentro de [11] tres dias passareis este Jordão, para que entreis a possuir a terra que vos dá o Senhor vosso Deus, que possuaes. 12 E fallou Josué aos rubenitas, e aos gaditas, e á meia tribu de Manasseh, dizendo: 13 Lembrae-vos da palavra que vos mandou Moysés, [12] o servo do Senhor, dizendo: O Senhor vosso Deus vos dá descanço, e vos dá esta terra. 14 Vossas mulheres, vossos meninos e vosso gado fiquem na terra que Moysés vos deu d’esta banda do Jordão; porém vós passareis armados na frente de vossos irmãos, todos os valentes e valorosos, e ajudal-os-heis; 15 Até que o Senhor dê descanço a vossos irmãos, como a vós, e elles tambem possuam a terra que o Senhor vosso Deus lhes dá; [13] então tornareis á terra da vossa herança, e possuireis a que vos deu Moysés, o servo do Senhor, d’esta banda do Jordão, para o nascente do sol. 16 Então responderam a Josué, dizendo: Tudo quanto nos ordenaste faremos, e onde quer que nos enviares iremos. 17 Como em tudo ouvimos a Moysés, assim te ouviremos a ti: tão sómente _que_ o Senhor teu Deus seja comtigo, [14] como foi com Moysés. 18 Todo o homem, que fôr rebelde á tua bocca, e não ouvir as tuas palavras em tudo quanto lhe mandares, morrerá: tão sómente esforça-te, e tem bom animo. [1] Exo. 24.13. Deu. 1.38. [2] Deu. 34.5. [3] Deu. 11.24. cap. 14.9. [4] Gen. 15.18. Exo. 23.31. Num. 44.3-12. [5] Deu. 7.24. [6] Exo. 3.12. ver. 9, 17. Deu. 31.8, 23. cap. 3.7 e 6.27. Isa. 43.2, 5. Deu. 31.6, 8. Heb. 13.5. [7] Deu. 31.23. [8] Num. 27.23. Deu. 31.7. cap. 11.15. Deu. 5.32 e 28.14. [9] Deu. 17.18. Psa. 1.2. [10] Deu. 31.7, 8, 23. Psa. 27.1. Jer. 1.8. [11] Deu. 9.1 e 11.31. cap. 3.2. [12] Num. 32.20, 28. cap. 22.2, 3, 4. [13] cap. 22.4, etc. [14] ver. 5. I Sam. 20.13. I Reis 1.37. _Josué envia dois espias a Jericó._ 2 E enviou Josué, filho de Nun, dois homens desde [1] Sittim a espiar secretamente, dizendo: Andae, considerae a terra, e a Jericó. Foram pois, e entraram na casa d’uma mulher prostituta, cujo [2] nome era Rahab, e dormiram ali. 2 Então deu-se noticia ao [3] rei de Jericó, dizendo: Eis-que esta noite vieram aqui _uns_ homens dos filhos d’Israel, para espiar a terra. 3 Pelo que enviou o rei de Jericó a Rahab, dizendo: Tira fóra os homens que vieram a ti, e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra. 4 Porém aquella mulher [4] tomou a ambos aquelles homens, e os escondeu, e disse: _É_ verdade que vieram homens a mim, porém eu não sabia d’onde eram. 5 E aconteceu _que_, _havendo-se_ de fechar a porta, sendo já escuro, aquelles homens sairam; não sei para onde aquelles homens se foram: ide após d’elles depressa, porque vós os alcançareis. 6 Porém [5] ella os tinha feito subir ao telhado, e os tinha escondido entre as canas do linho, que puzera em ordem sobre o telhado. 7 E foram-se aquelles homens após d’elles pelo caminho do Jordão, até aos váos: e fechou-se a porta, havendo saido os que iam após d’elles. 8 E, antes que elles dormissem, ella subiu a elles sobre o telhado; 9 E disse aos homens: Bem sei que o Senhor vos deu esta terra, e que o pavor [6] de vós caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados diante de vós. 10 Porque temos ouvido [7] que o Senhor seccou as aguas do Mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egypto, e o que fizestes aos dois reis dos amorrheos, a Sehon e a Og, que _estavam_ d’além do Jordão, os quaes destruistes. 11 O que ouvindo, [8] desmaiou o nosso coração, e em ninguem mais ha animo algum, por causa da vossa presença: porque o Senhor vosso Deus [9] é Deus em cima nos céus e em baixo na terra. 12 Agora pois, [10] jurae-me, vos peço, pelo Senhor, pois que vos fiz beneficencia, que vós tambem fareis beneficencia á casa de meu pae, e dae-me um certo signal. 13 De que dareis a vida a meu pae e a minha mãe, como tambem a meus irmãos e a minhas irmãs, com tudo o que teem, e de que livrareis as nossas vidas da morte. 14 Então aquelles homens responderam-lhe: A nossa vida _responderá_ pela vossa até _ao ponto de_ morrer, se não denunciardes este nosso negocio, e será _pois_ que, dando-nos o Senhor esta terra, usaremos [11] comtigo de beneficencia e de fidelidade. 15 Ella então os fez descer [12] por uma corda pela janella, porquanto a sua casa _estava_ sobre o muro da cidade, e ella morava sobre o muro. 16 E disse-lhes: Ide-vos ao monte, para que, porventura, vos não encontrem os perseguidores, e escondei-vos lá tres dias, até que voltem os perseguidores, e depois ide _pelo_ vosso caminho. 17 E disseram-lhe aquelles homens: Desobrigados [13] _seremos_ d’este teu juramento que nos fizeste jurar. 18 Eis que, vindo nós á [14] terra, atarás este cordão de fio d’escarlata á janella por onde nos fizeste descer; e recolherás em casa comtigo a teu [15] pae, e a tua mãe, e a teus irmãos e a toda a familia de teu pae. 19 Será pois _que_ qualquer que sair fóra da porta da tua casa o seu sangue _será_ [16] sobre a sua cabeça, e nós _seremos_ sem culpa; mas qualquer que estiver comtigo em casa o seu sangue _seja_ sobre a nossa cabeça, se n’elle se puzer mão. 20 Porém, se tu denunciares este nosso negocio, seremos desobrigados do teu juramento, que nos fizeste jurar. 21 E ella disse: Conforme ás vossas palavras, assim _seja_. Então os despediu; e elles se foram; e ella atou o cordão d’escarlata á janella. 22 Foram-se pois, e chegaram ao monte, e ficaram ali tres dias, até que voltaram os perseguidores, porque _os_ perseguidores os buscaram por todo o caminho, porém não _os_ acharam. 23 Assim aquelles dois homens voltaram, e desceram do monte, e passaram, e vieram a Josué, filho de Nun, e contaram-lhe tudo quanto lhes acontecera; 24 E disseram a Josué: [17] Certamente o Senhor tem dado toda esta terra nas nossas mãos, pois até todos os moradores estão desmaiados diante de nós. [1] Num. 25.1. [2] Heb. 11.31. Thi. 2.25. Mat. 1.5. [3] Psa. 127.1. Pro. 21.30. [4] II Sam. 17.19, 20. [5] Exo. 1.17. [6] Gen. 35.5. Exo. 23.27. Deu. 2.25 e 11.25. [7] Exo. 14.21. cap. 4.23. Num. 21.21, 34, 35. [8] Exo. 15.14. cap. 5.1 e 7.5. Isa. 13.7. [9] Deu. 4.39. [10] I Sam. 20.14, 15, 17. I Tim. 5.8. ver. 18. [11] Jui. 1.24. Mat. 5.7. [12] Act. 9.25. [13] Exo. 20.7. [14] ver. 12. [15] cap. 6.23. [16] Mat. 27.25. [17] Exo. 23.31. cap. 6.2 e 21.44. _A passagem do Jordão._ 3 Levantou-se pois Josué de madrugada, e partiram de Sittim, [1] e vieram até ao Jordão, elle e todos os filhos d’Israel: e pousaram ali, antes que passassem. 2 E succedeu, ao fim de tres dias, que os principes passaram pelo meio do arraial; 3 E ordenaram ao povo, dizendo: Quando virdes [2] a arca do concerto do Senhor vosso Deus, e que os sacerdotes levitas a levam, parti vós tambem do vosso logar, e segui-a. 4 Haja comtudo distancia entre vós e ella, como da [3] medida de dois mil covados: e não vos chegueis a ella, para que saibaes o caminho pelo qual haveis d’ir; porquanto por este caminho nunca passastes antes. 5 Disse Josué [4] tambem ao povo: Sanctificae-vos, porque ámanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós. 6 E fallou Josué aos sacerdotes, dizendo: Levantae [5] a arca do concerto, e passae adiante d’este povo. Levantaram pois a arca do concerto, e foram andando adiante do povo. 7 E o Senhor disse a Josué: Este dia começarei a engrandecer-te [6] perante os olhos de todo o Israel, para que saibam, que _assim_ como fui com Moysés _assim_ serei comtigo. 8 Tu pois ordenarás aos sacerdotes que [7] levam a arca do concerto, dizendo: Quando vierdes até á borda das aguas do Jordão, parareis no [8] Jordão. 9 Então disse Josué aos filhos d’Israel: Chegae-vos para cá, e ouvi as palavras do Senhor vosso Deus. 10 Disse mais Josué: N’isto conhecereis [9] que o Deus vivo _está_ no meio de vós: e que de todo lançará de diante de vós aos cananeos, e aos hetheos, e aos heveos, e aos phereseos, e aos girgaseos, e aos amorrheos, e aos jebuseos. 11 Eis que a arca do concerto do Senhor de toda a [10] terra passa o Jordão diante de vós. 12 Tomae-vos pois agora doze homens [11] das tribus d’Israel, de cada tribu um homem; 13 Porque ha de acontecer _que_, assim que as plantas dos pés dos sacerdotes que [12] levam a arca do Senhor, o Senhor de toda a terra, repousem nas aguas do Jordão, se separarão as aguas do Jordão, e as [13] aguas que de cima descem pararão n’um montão. 14 E aconteceu que, partindo o povo das suas tendas, para passar o Jordão, levavam [14] os sacerdotes a arca do concerto diante do povo. 15 E os que levavam a arca, quando chegaram até ao Jordão, e os pés [15] dos sacerdotes que levavam a arca, se molharam na borda das aguas, (porque o Jordão trasbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias da sega), 16 Pararam-se as aguas, que vinham de cima; levantaram-se n’um montão, mui longe da cidade d’Adam, que _está_ da banda de Santan; [16] e as que desciam ao mar [HR] das campinas, que é o mar salgado, faltavam de todo e separaram-se: então passou o povo defronte de Jericó. 17 Porém os sacerdotes, que levavam a arca do concerto do Senhor, pararam firmes em secco no meio do Jordão: [17] e todo o Israel passou em secco, até que todo o povo acabou de passar o Jordão. [1] cap. 2.1. [2] Num. 10.33. Deu. 31.9, 25. [3] Exo. 19.12. [4] Exo. 19.10, 14, 15. Lev. 20.7. Num. 11.18. cap. 7.13. I Sam. 16.5. Joel 2.16. [5] Num. 4.15. [6] cap. 4.14. I Chr. 29.25. II Chr. 1.1. cap. 1.5. [7] ver. 3. [8] ver. 17. [9] Deu. 5.26. I Sam. 17.26. II Reis 19.4. Ose. 1.10. Mat. 16.16. I The. 1.9. Exo. 33.2. Deu. 7.1. [10] ver. 13. Miq. 4.13. Zac. 4.14 e 6.5. [11] cap. 4.2. [12] ver. 11, 15, 16. [13] Psa. 78.13 e 114.3. [14] Act. 7.45. [15] ver. 13. I Chr. 12.15. Jer. 12.5 e 49.19. cap. 4.18 e 5.10, 12. [16] I Reis 4.12 e 7.46. Deu. 3.17. Gen. 14.3. Num. 34.3. [17] Exo. 14.29. _As doze pedras tiradas do meio do Jordão._ 4 Succedeu pois _que_, acabando todo o povo de passar o Jordão, [1] fallou o Senhor a Josué, dizendo: 2 Tomae-vos do povo doze [2] homens, de cada tribu um homem; 3 E mandae-lhes, dizendo: Tomae-vos d’aqui, do meio do Jordão, [3] do logar do assento dos pés dos sacerdotes, doze pedras; e levae-as comvosco _á outra banda_ e depositae-as no alojamento em que haveis de passar esta noite. 4 Chamou pois Josué os doze homens, que escolhera dos filhos d’Israel: de cada tribu um homem; 5 E disse-lhes Josué: Passae diante da arca do Senhor vosso Deus, ao meio do Jordão; e levantae vós cada um uma pedra sobre o seu hombro, segundo o numero das tribus dos filhos de Israel; 6 Para que isto seja por signal entre vós; _e_ quando vossos filhos [4] no futuro perguntarem, dizendo: Que vos _significam_ estas pedras? 7 Então lhes direis [5] que as aguas do Jordão se separaram diante da arca do concerto do Senhor; passando ella pelo Jordão, separaram-se as aguas do Jordão: assim _que_ estas pedras serão para sempre por memorial aos filhos de [6] Israel. 8 Fizeram pois os filhos d’Israel assim como Josué tinha ordenado, e levantaram doze pedras do meio do Jordão, como o Senhor dissera a Josué, segundo o numero das tribus dos filhos de Israel: e levaram-n’as comsigo ao alojamento, e as depositaram ali. 9 Levantou Josué tambem doze pedras no meio do Jordão, do logar do assento dos pés dos sacerdotes, que levavam a arca do concerto: e ali estão até _ao dia d’_hoje. 10 Pararam pois os sacerdotes, que levavam a arca, no meio do Jordão, em pé, até que se cumpriu quanto o Senhor a Josué mandara dizer ao povo, conforme a tudo quanto Moysés tinha ordenado a Josué; e apressou-se o povo, e passou. 11 E succedeu _que_, assim que todo o povo acabou de passar, então passou a arca do Senhor, e os sacerdotes á vista do povo. 12 E passaram os filhos [7] de Ruben, e os filhos de Gad, e a meia tribu de Manasseh, armados na frente dos filhos d’Israel, como Moysés lhes tinha dito; 13 Uns quarenta mil homens de guerra armados passaram diante do Senhor para batalha, ás campinas de Jericó. 14 N’aquelle dia o Senhor engrandeceu [8] a Josué diante dos olhos de todo o Israel: e temeram-n’o, como haviam temido a Moysés, todos os dias da sua vida. 15 Fallou pois o Senhor a Josué, dizendo: 16 Dá ordem aos sacerdotes, que levam [9] a arca do testemunho, que subam do Jordão. 17 E deu Josué ordem aos sacerdotes, dizendo: Subi do Jordão. 18 E aconteceu _que_, como os sacerdotes, que levavam a arca do concerto do Senhor, subiram do meio do Jordão, e as plantas dos pés dos sacerdotes se pozeram em secco, as aguas do Jordão se tornaram ao seu logar, e corriam, [10] como antes, sobre todas as suas ribanceiras. 19 Subiu pois o povo do Jordão no _dia_ dez do mez primeiro: e alojaram-se em Gilgal, [11] da banda oriental de Jericó. 20 E as doze pedras, [12] que tinham tomado do Jordão, levantou Josué em Gilgal. 21 E fallou aos filhos d’Israel, [13] dizendo: Quando no futuro vossos filhos perguntarem a seus paes, dizendo: Que _significam_ estas pedras? 22 Fareis saber a vossos filhos, dizendo: Israel passou [14] em secco este Jordão. 23 Porque o Senhor vosso Deus fez seccar [15] as aguas do Jordão diante de vós, até que passasseis; como o Senhor vosso Deus fez ao Mar Vermelho, que fez seccar perante nós, até que passámos. 24 Para que [16] todos os povos da terra conheçam a mão do Senhor, que _é_ forte: para que temaes ao [17] Senhor vosso Deus todos os dias. [1] Deu. 27.2. cap. 3.17. [2] cap. 3.12. [3] cap. 3.13. ver. 19, 20. [4] ver. 21. Exo. 12.26 e 13.14. Deu. 6.20. Psa. 44.2. [5] cap. 3.13, 16. [6] Exo. 12.14. Num. 16.40. [7] Num. 32.20, 27, 28. [8] cap. 3.7. [9] Exo. 25.16, 22. [10] cap. 3.15. [11] cap. 5.9. [12] ver. 3. [13] ver. 6. [14] cap. 3.17. [15] Exo. 14.21. [16] I Reis 8.42, 43. II Reis 19.19. Psa. 106.8. Exo. 15.16. I Chr. 29.12. [17] Exo. 14.31. Deu. 6.2. Jer. 10.7. _A circumcisão dos filhos de Israel._ 5 E succedeu _que_, ouvindo todos os reis dos amorrheos, que _habitavam_ d’esta banda do Jordão, ao occidente, e todos os reis dos cananeos, [1] que _estavam_ ao pé do mar, que o Senhor tinha seccado as aguas do Jordão, de diante dos filhos d’Israel, até que passámos, [2] derreteu-se-lhes o coração, e não houve mais animo n’elles, por causa dos filhos d’Israel. 2 N’aquelle tempo disse o Senhor a Josué: Faze facas de [HS] pedra, e torna a circumcidar segunda vez aos filhos d’Israel. 3 Então Josué fez para si facas de [3] pedra, e circumcidou aos filhos d’Israel no monte dos prepucios. 4 E _foi_ esta a causa por que Josué os circumcidou: todo [4] o povo que tinha saido do Egypto, os machos, todos os homens de guerra, eram já mortos no deserto, pelo caminho, depois que sairam do Egypto. 5 Porque todo o povo que saira estava circumcidado, mas a nenhum do povo que nascera no deserto, pelo caminho, depois de terem saido do Egypto, haviam circumcidado. 6 Porque quarenta annos [5] andaram os filhos d’Israel pelo deserto, até se acabar toda a nação, os homens de guerra, que sairam do Egypto, e não obedeceram á voz do Senhor: aos quaes o Senhor [6] tinha jurado que lhes não havia de deixar ver a terra que o Senhor jurara a seus paes dar-nos; terra que mana leite e mel. 7 Porém em seu [7] logar poz a seus filhos; a estes Josué circumcidou: porquanto estavam incircumcisos, porque os não circumcidaram no caminho. 8 E aconteceu _que_, acabando de circumcidar a toda a nação, ficaram no seu logar no arraial, [8] até que sararam. 9 Disse mais o Senhor a [9] Josué: Hoje revolvi de sobre vós o opprobrio do Egypto; pelo que o nome d’aquelle logar se chamou [HT] Gilgal, até _ao dia d’_hoje. _Celebra-se a paschoa._ 10 Estando pois os filhos d’Israel alojados em Gilgal, celebraram a paschoa no dia quatorze do [10] mez, á tarde, nas campinas de Jericó. 11 E comeram do trigo da terra do anno antecedente, ao outro dia depois da paschoa, pães asmos e _espigas_ tostadas, no mesmo dia. 12 E cessou o manná [11] no dia seguinte, depois que comeram do trigo da terra do anno antecedente; e os filhos d’Israel não tiveram mais manná; porém no mesmo anno comeram das novidades da terra de Canaan. _Um anjo apparece a Josué._ 13 E succedeu _que_, estando Josué ao pé de Jericó, levantou os seus olhos, e olhou; e eis-que se poz em pé diante d’elle um homem [12] que tinha na mão uma espada nua: e chegou-se Josué a elle, e disse-lhe: _És_ tu dos nossos, ou dos nossos inimigos? 14 E disse elle: Não, mas venho agora _como_ [HU] principe do exercito do Senhor. Então Josué se prostrou sobre [13] o seu rosto na terra, e o adorou, e disse-lhe: Que diz meu senhor ao seu servo? 15 Então disse o principe do exercito do Senhor a Josué: [14] Descalça os sapatos de teus pés, porque o logar em que estás _é_ sancto. E fez Josué assim. [1] Num. 13.29. Exo. 15.14, 15. cap. 2.9, 10, 11. Psa. 48.7. Eze. 21.7. [2] I Reis 10.5. [3] Exo. 4.25. [4] Num. 14.29 e 23.64, 65. Deu. 2.16. [5] Num. 14.33. Deu. 1.3. Psa. 95.10, 11. [6] Num. 14.23. Heb. 3.11. Exo. 3.8. [7] Num. 14.31. Deu. 1.39. [8] Gen. 34.25. [9] Gen. 34.14. I Sam. 14.6. Lev. 18.3. cap. 24.14. Eze. 20.10. cap. 4.19. [10] Exo. 12.6. Num. 9.5. [11] Exo. 16.35. [12] Gen. 18.2 e 32.24. Exo. 23.23. Zac. 1.8. Act. 1.10. Num. 22.23. [13] Gen. 17.3. [14] Exo. 3.5. Act. 7.33. _Jericó é destruida, Rahab é salva._ 6 Ora Jericó cerrou-se, e estava cerrada por causa dos filhos d’Israel: nenhum sahia nem entrava. 2 Então disse o Senhor a Josué: Olha, [1] tenho dado na tua mão a Jericó e ao seu rei, os seus valentes e valorosos. 3 Vós pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando a cidade uma vez: assim fareis _por_ seis dias. 4 E sete sacerdotes levarão sete buzinas [2] de carneiros diante da arca, e no setimo dia rodeareis a cidade sete vezes: e os sacerdotes [3] tocarão as buzinas. 5 E será que, tocando-se longamente a buzina de carneiro, ouvindo vós o sonido da buzina, todo o povo gritará com grande grita: e o muro da cidade cairá abaixo de si, e o povo subirá n’elle, cada qual em frente de si. 6 Então chamou Josué, filho de Nun, aos sacerdotes, e disse-lhes: Levae a arca do concerto; e sete sacerdotes levem sete buzinas de carneiros, diante da arca do Senhor. 7 E disse ao povo: Passae e rodeae a cidade; e quem estiver armado, passe diante da arca do Senhor. 8 E assim foi, como Josué dissera ao povo, que os sete sacerdotes, levando as sete buzinas de carneiros diante do Senhor, passaram, e tocaram as buzinas: e a arca do concerto do Senhor os seguia. 9 E os armados iam adiante dos sacerdotes, que tocavam as buzinas: e a rectaguarda seguia após [4] da arca, andando e tocando as buzinas. 10 Porém ao povo Josué tinha dado ordem, dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa bocca, até ao dia que eu vos diga: Gritae. Então gritareis. 11 E fez a arca do Senhor rodeiar a cidade, rodeiando-_a_ uma vez: e vieram ao arraial, e passaram a noite no arraial. 12 Depois Josué se levantou de madrugada, e os sacerdotes levaram [5] a arca do Senhor. 13 E os sete sacerdotes, que levavam as sete buzinas de carneiros diante da arca do Senhor, iam andando, e tocavam as buzinas, e os armados iam adiante d’elles, e a rectaguarda seguia atraz da arca do Senhor; _os sacerdotes iam_ andando e tocando as buzinas. 14 Assim rodeiaram outra vez a cidade no segundo dia e tornaram para o arraial: e assim fizeram seis dias. 15 E succedeu _que_ ao setimo dia madrugaram ao subir da alva, e da mesma maneira rodeiaram a cidade sete vezes: n’aquelle dia sómente rodeiaram a cidade sete vezes. 16 E succedeu _que_, tocando os sacerdotes a setima vez as buzinas, disse Josué ao povo: Gritae; porque o Senhor vos tem dado a cidade. 17 Porém a cidade será [HV] anathema ao Senhor, ella e tudo quanto houver n’ella: sómente a prostituta Rahab viverá, ella e todos os que com ella estiverem em casa; porquanto escondeu [6] os mensageiros que enviámos. 18 Tão sómente guardae-vos do anathema, [7] para que não vos mettaes em anathema tomando d’ella, e assim façaes [HW] maldito o arraial de Israel, e [8] o turbeis. 19 Porém toda a prata, e o oiro, e os vasos de metal, e de ferro, são consagrados ao Senhor: irão ao thesouro do Senhor. 20 Gritou pois o povo, tocando os sacerdotes as buzinas: e succedeu _que_, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande grita; e [9] o muro caiu abaixo, e o povo subiu á cidade, cada qual em frente de si, e tomaram a cidade. 21 E, tudo quanto [10] na cidade _havia_, [HX] destruiram totalmente ao fio da espada, desde o homem até á mulher, desde o menino até ao velho, e até ao boi e gado miudo, e ao jumento. 22 Josué, porém, disse aos dois homens que tinham espiado a terra: Entrae na casa da mulher prostituta, e tirae de lá a mulher com tudo quanto tiver, como lhe tendes [11] jurado. 23 Então entraram os mancebos espias, e tiraram a Rahab, e a seu [12] pae, e a sua mãe, e a seus irmãos, e a tudo quanto tinha; tiraram tambem a todas as suas familias, e pozeram-n’os fóra do arraial d’Israel. 24 Porém a cidade e tudo quanto _havia_ n’ella queimaram-n’o a fogo: tão sómente a prata, e o [13] oiro, e os vasos de metal e de ferro, deram para o thesouro da casa do Senhor. 25 Assim deu Josué vida á prostituta Rahab, e á familia de seu pae, e a tudo quanto tinha; e habitou no meio de Israel [14] até _ao dia de_ hoje: porquanto escondera os mensageiros que Josué tinha enviado a espiar a Jericó. 26 E n’aquelle tempo Josué os esconjurou, dizendo: Maldito [15] diante do Senhor _seja_ o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó: no seu primogenito a fundará, e no seu _filho_ mais novo lhe porá as portas. 27 Assim era o Senhor com [16] Josué: e corria a sua fama por toda a terra. [1] cap. 2.9, 24 e 8.1. Deu. 7.24. [2] Jui. 7.16, 22. [3] Num. 10.8. [4] Num. 10.25. [5] Deu. 31.25. [6] cap. 2.4. [7] Deu. 7.26 e 20.17. cap. 7.1, 11, 12. [8] cap. 7.25. I Reis 18.17, 18. Jon. 1.12. [9] ver. 5. Heb. 11.30. [10] Deu. 7.2. [11] cap. 2.14. Heb. 11.31. [12] cap. 2.13. [13] ver. 19. [14] Mat. 1.5. [15] I Reis 16.34. [16] cap. 1.5 e 9.1, 3. _Os israelitas são derrotados por causa do peccado de Acan._ 7 E trespassaram os filhos de Israel no [HY] anathema: porque Acan, [1] filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Sera, da tribu de Judah, tomou do anathema, e a ira do Senhor se accendeu contra os filhos d’Israel. 2 Enviando pois Josué de Jericó, _alguns_ homens a Hai, que _está_ junto a Bethaven, da banda do oriente de Beth-el, fallou-lhes, dizendo: Subi, e espiae a terra. Subiram pois aquelles homens, e espiaram a Hai. 3 E voltaram a Josué, e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam alguns dois mil, ou tres mil homens, a ferir a Hai: não fatigues ali a todo o povo, porque poucos _são_. 4 Assim, subiram lá do povo alguns tres mil homens, os quaes fugiram [2] diante dos homens de Hai. 5 E os homens de Hai feriram d’elles alguns trinta e seis, e seguiram-n’os desde a porta até [HZ] Shebarim, e feriram-n’os na descida; e o coração [3] do povo se derreteu e se tornou como agua. 6 Então Josué rasgou [4] os seus vestidos, e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do Senhor até á tarde, elle e os anciãos de Israel: e deitaram pó sobre [5] as suas cabeças. 7 E disse Josué: Ah Senhor Jehovah! porque, [6] com effeito, fizeste passar a este povo o Jordão, para nos dares nas mãos dos amorrheos, para nos fazerem perecer? oxalá nos contentaramos com ficarmos d’além do Jordão. 8 Ah Senhor! que direi? pois Israel virou as costas diante dos seus inimigos! 9 Ouvindo _isto_, os cananeos, e todos os moradores da terra, nos cercarão e desarreigarão [7] o nosso nome da terra: e _então_ que farás ao teu grande nome? 10 Então disse o Senhor a Josué: Levanta-te: porque estás prostrado assim sobre o teu rosto? 11 Israel peccou, [8] e até transgrediram o meu concerto que lhes tinha ordenado, e até tomaram [9] do [IA] anathema, e tambem furtaram, e tambem mentiram, e até debaixo da sua bagagem o pozeram. 12 Pelo que os filhos de Israel não poderam [10] subsistir perante os seus inimigos: viraram as costas diante dos seus inimigos; porquanto [11] estão amaldiçoados: não serei mais comvosco, se não desarreigardes o anathema do meio de vós. 13 Levanta-te, sanctifica [12] o povo, e dize: Sanctificae-vos para ámanhã, porque assim diz o Senhor, o Deus d’Israel: Anathema _ha_ no meio de ti, Israel: diante dos teus inimigos não poderás suster-te, até que não tires o anathema do meio de vós. 14 Ámanhã pois vos chegareis, segundo as vossas tribus: e será [13] _que_ a tribu que o Senhor tomar se chegará, segundo as familias; e a familia que o Senhor tomar se chegará por casas; e a casa que o Senhor tomar se chegará homem por homem. 15 E será _que_ aquelle [14] que fôr tomado com o anathema será queimado a fogo, elle e tudo quanto tiver: porquanto transgrediu o concerto [15] do Senhor, e fez _uma_ loucura em Israel. 16 Então Josué se levantou de madrugada, e fez chegar a Israel, segundo as suas tribus: e a tribu de Judah foi tomada: 17 E, fazendo chegar a tribu de Judah, tomou a familia de Zarchi: e, fazendo chegar a familia de Zarchi, homem por homem, foi tomado Zabdi: 18 E, fazendo chegar a sua casa, homem por homem, foi tomado Acan, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Serah, da tribu [16] de Judah. 19 Então disse Josué a Acan: Filho meu, dá, peço-te, gloria [17] ao Senhor Deus de Israel, e faze confissão perante elle; e declara-me [18] agora o que fizeste, não m’o occultes. 20 E respondeu Acan a Josué, e disse: Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel, e fiz assim e assim. 21 Quando vi entre os despojos uma boa capa babylonica, e duzentos siclos de prata, e uma [IB] cunha d’oiro do peso de cincoenta siclos, cobicei-os e tomei-os: e eis que _estão_ escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata debaixo d’ella. 22 Então Josué enviou mensageiros, que foram correndo á tenda: e eis que _estava_ escondido na sua tenda, e a prata debaixo d’ella. 23 Tomaram pois aquellas coisas do meio da tenda, e as trouxeram a Josué e a todos os filhos de Israel: e as deitaram perante o Senhor. 24 Então Josué e todo o Israel com elle tomaram a Acan, filho de Serah, e a prata, e a capa, e a cunha de oiro, e a seus filhos, e a suas filhas, e a seus bois, e a seus jumentos, e a suas ovelhas, e a sua tenda, e a tudo quanto tinha: e levaram-n’os ao valle [19] de Acor. 25 E disse Josué: Como nos turbaste? [20] o Senhor te turbará a ti este dia. E todo o [21] Israel o apedrejou com pedras, e os queimaram a fogo, e os apedrejaram com pedras. 26 E levantaram [22] sobre elle um grande montão de pedras, até _o dia de_ hoje; assim o Senhor se tornou do ardor da sua ira: [23] pelo que se chamou o nome d’aquelle logar o valle d’Acor, até _ao dia de_ hoje. [1] cap. 22.20. [2] Lev. 26.17. Deu. 28.25. [3] cap. 2.9, 11. Lev. 26.36. Psa. 22.15. [4] Gen. 37.29, 34. [5] I Sam. 4.12. II Sam. 1.2 e 13.19. Neh. 9.1. Job 2.12. [6] Exo. 5.22. II Reis 3.10. [7] Psa. 83.5. Exo. 32.12. Num. 14.13. [8] ver. 1. [9] cap. 6.17, 18. Act. 5.1, 2. [10] Num. 14.45. Jui. 2.14. [11] Deu. 7.26. cap. 6.18. [12] Exo. 19.10. cap. 3.5. [13] Pro. 16.33. [14] I Sam. 14.38, 39. [15] ver. 11. Gen. 34.7. Jui. 20.6. [16] I Sam. 14.42. [17] I Sam. 6.5. Jer. 13.16. João 9.24. Num. 5.6. II Chr. 30.22. Psa. 51.5. Dan. 9.4. [18] I Sam. 14.43. [19] ver. 26. cap. 15.7. [20] cap. 6.18. I Chr. 2.7. Gal. 5.12. [21] Deu. 17.5. [22] cap. 8.29. II Sam. 18.17. Lam. 3.53. Deu. 13.17. II Sam. 21.14. [23] ver. 24. Isa. 65.10. Ose. 2.15. _Hai é tomada e destruida._ 8 Então disse o Senhor a Josué: Não temas, [1] e não te espantes; toma comtigo toda a gente de guerra, e levanta-te, sobe a Hai: olha _que_ te tenho dado na tua mão o rei d’Hai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra. 2 Farás pois a Hai, e a seu rei, como fizeste a Jericó, [2] e a seu rei: salvo que para vós saqueareis os seus despojos, e o seu gado: põe-te emboscadas á cidade, por detraz d’ella. 3 Então Josué levantou-se, e toda a gente de guerra, para subir contra Hai: e escolheu Josué trinta mil homens valentes e valorosos, e enviou-os de noite. 4 E deu-lhes ordem, dizendo: Olhae, poreis emboscadas [3] á cidade, por detraz da cidade; não vos alongueis muito da cidade: e todos vós estareis apercebidos. 5 Porém eu e todo o povo que _está_ comigo nos achegaremos á cidade: e será _que_, quando nos sairem ao encontro, como d’antes, [4] fugiremos diante d’elles. 6 Deixae-os pois sair atraz de nós, até que os tiremos da cidade; porque dirão: Fogem diante de nós como d’antes. Assim fugiremos diante d’elles. 7 Então saireis vós da emboscada, e tomareis a cidade: porque o Senhor vosso Deus vol-a dará na vossa mão. 8 E será _que_, tomando vós a cidade, poreis a cidade a fogo; conforme a palavra do Senhor fareis; olhae [5] _que_ vol-o tenho mandado. 9 Assim Josué os enviou, e _elles_ se foram á emboscada; e ficaram entre Bethel e Hai, ao occidente d’Hai: porém Josué passou aquella noite no meio do povo. 10 E levantou-se Josué de madrugada, e contou o povo: e subiram elle e os anciãos de Israel diante do povo contra Hai. 11 Subiu tambem toda [6] a gente de guerra, que _estava_ com elle, e chegaram-se, e vieram fronteiros á cidade: e alojaram-se da banda do norte d’Hai; e _havia_ um valle entre elle e Hai. 12 Tomou tambem alguns cinco mil homens, e pôl-os entre Bethel e Hai em emboscada, ao occidente da cidade. 13 E pozeram o povo, todo o arraial que _estava_ ao norte da cidade, e a sua emboscada ao occidente da cidade: e foi Josué aquella noite ao meio do valle. 14 E succedeu _que_, vendo-_o_ o rei d’Hai, se apressaram, e se levantaram de madrugada, e os homens da cidade sairam ao encontro d’Israel ao combate, elle e todo o seu povo, ao tempo assignalado, perante as campinas: porque elle não sabia, [7] que se lhe houvesse posto emboscada detraz da cidade. 15 Josué pois e todo o Israel _se_ houveram _como_ feridos diante d’elles, e fugiram [8] pelo caminho do deserto. 16 Pelo que todo o povo, que _estava_ na cidade, foi convocado para os seguir: e seguiram a Josué e foram attrahidos da cidade. 17 E nem um só homem ficou em Hai, nem em Bethel, que não saisse após Israel: e deixaram a cidade aberta, e seguiram a Israel. 18 Então o Senhor disse a Josué: Estende a lança que _tens_ na tua mão, para Hai; porque a darei na tua mão. E Josué estendeu a lança, que _estava_ na sua mão, para a cidade. 19 Então a emboscada se levantou do seu logar apressadamente, e correram, estendendo elle a sua mão, e vieram á cidade, e a tomaram: e apressaram-se, e pozeram a cidade a fogo. 20 E virando-se os homens de Hai para traz, olharam, e eis-que o fumo da cidade subia ao céu, e não tiveram logar para fugirem para uma parte nem outra: porque o povo, que fugia para o deserto, se tornou contra os que _os_ seguiam. 21 E vendo Josué e todo o Israel que a emboscada tomara a cidade, e que o fumo da cidade subia, tornaram, e feriram os homens d’Hai. 22 Tambem aquelles da cidade lhes sairam ao encontro, _e_ assim cairam no meio dos israelitas, uns de uma, e outros de outra parte: e feriram-n’os, até que nenhum d’elles ficou, [9] o que escapasse. 23 Porém ao rei d’Hai tomaram vivo, e o trouxeram a Josué. 24 E succedeu _que_, acabando os israelitas de matar todos os moradores d’Hai no campo, no deserto onde os tinham seguido, e havendo todos caido ao fio da espada, até todos serem consumidos, todo o Israel se tornou a Hai, e a pozeram a fio de espada. 25 E todos os que cairam aquelle dia, assim homens como mulheres, _foram_ doze mil: todos moradores d’Hai. 26 Porque Josué não retirou a sua mão, que estendera com a lança, até destruir totalmente a todos os moradores d’Hai. 27 Tão [10] sómente os israelitas saquearam para si o gado e os despojos da cidade, conforme á palavra do Senhor, que tinha ordenado a Josué. 28 Queimou pois Josué a Hai: e a tornou n’um montão [11] perpetuo, em assolamento, até _ao dia d’_hoje. 29 E ao rei d’Hai enforcou n’um madeiro, até á tarde: e [12] ao pôr do sol ordenou Josué, que o seu corpo se tirasse do madeiro; e o lançaram á porta da cidade, e levantaram sobre elle um grande montão [13] de pedras, até _ao dia d’_hoje. _Josué edifica um altar, escreve a lei em pedras e lê-a._ 30 Então Josué edificou um altar ao Senhor Deus d’Israel, [14] no monte d’Ebal, 31 Como Moysés, servo do Senhor, ordenou aos filhos d’Israel, conforme ao que _está_ escripto no [15] livro da lei de Moysés, _a saber_: um altar de pedras inteiras, sobre o qual se não movera ferro: e offereceram [16] sobre elle holocaustos ao Senhor, e sacrificaram sacrificios pacificos. 32 Tambem escreveu [17] ali em pedras uma copia da lei de Moysés, que já tinha escripto diante dos filhos d’Israel. 33 E todo o Israel, com os seus anciãos, e os seus principes, e os seus juizes, estavam d’uma e outra banda da arca, perante os sacerdotes levitas, que levavam a [18] arca do concerto do Senhor, assim estrangeiros como naturaes; metade d’elles em frente do monte Gerizim, e a outra metade em frente do monte Ebal; como [19] Moysés, servo do Senhor, ordenara, para abençoar primeiramente o povo de Israel. 34 E depois leu [20] em alta voz todas as palavras da lei, a benção e a maldição, conforme a tudo o que _está_ escripto no livro da lei. 35 Palavra nenhuma houve, de tudo o que Moysés ordenara, que Josué não lesse perante toda a congregação d’Israel, e das mulheres, e [21] dos meninos, e dos estrangeiros, que andavam no meio d’elles. [1] Deu. 1.21 e 7.18 e 31.8. cap. 1.9 e 6.2. [2] cap. 6.21. Deu. 20.14. [3] Jui. 20.29. [4] Jui. 20.32. [5] II Sam. 13.28. [6] ver. 5. [7] Jui. 20.34. Ecc. 9.12. [8] Jui. 20.36, etc. [9] Deu. 7.2. [10] Num. 31.22, 26. ver. 2. [11] Deu. 13.16. [12] cap. 10.26. Psa. 107.40. Deu. 21.23. cap. 10.27. [13] cap. 7.26 e 10.27. [14] Deu. 27.4, 5. [15] Exo. 20.25. Deu. 27.5, 6. [16] Exo. 20.24. [17] Deu. 27.2, 8. [18] Deu. 31.9, 25 e 31.12. [19] Deu. 11.29 e 27.12. [20] Deu. 31.11. Neh. 8.3. Deu. 28.2, 15, 45 e 29.20, 21 e 30.19. [21] Deu. 31.12. ver. 33. _Os gibeonitas enganam Josué, que faz com elles uma alliança._ 9 E succedeu _que_, ouvindo _isto_ todos os reis, que _estavam_ d’áquem do Jordão, nas montanhas, e nas campinas, em toda a costa do grande [1] mar, em frente do Libano, os hetheos, e os amorrheos, os cananeos, os pherezeos, os heveos, e os jebuseos, 2 Se ajuntaram [2] elles de commum accordo, para pelejar contra Josué e contra Israel. 3 E [3] os moradores de Gibeon ouvindo o que Josué fizera com Jericó e com Hai, 4 Usaram tambem d’astucia, e foram e se fingiram embaixadores: e tomaram saccos velhos sobre os seus jumentos, e odres de vinho velhos, e rotos, e remendados; 5 E nos seus pés sapatos velhos e manchados, e vestidos velhos sobre si: e todo o pão que traziam para o caminho era secco e bolorento. 6 E vieram a [4] Josué, ao arraial, a Gilgal, e lhe disseram, _a elle_ e aos homens d’Israel: Vimos d’uma terra distante; fazei pois agora concerto [5] comnosco. 7 E os homens d’Israel responderam aos heveos: Porventura habitaes no meio de nós; como pois faremos concerto comvosco? 8 Então disseram a Josué: Nós _somos_ [6] teus servos. E disse-lhes Josué: Quem _sois_ vós, e d’onde vindes? 9 E lhe responderam: Teus servos vieram d’uma terra mui distante, por causa do [7] nome do Senhor teu Deus: porquanto ouvimos a sua fama, e tudo quanto fez no Egypto; 10 E tudo quanto [8] fez aos dois reis dos amorrheos, que _estavam_ d’além do Jordão, a Sehon rei de Hesbon, e a Og, rei de Basan, que estava em Astaroth. 11 Pelo que nossos anciãos e todos os moradores da nossa terra nos fallaram, dizendo: Tomae comvosco em vossas mãos provisão para o caminho, e ide-lhes ao encontro: e dizei-lhes: Nós _somos_ vossos servos; fazei pois agora concerto comnosco. 12 Este nosso pão tomámos quente das nossas casas para nossa provisão, no dia em que saimos para vir a vós: e eil-o aqui agora já secco e bolorento: 13 E estes odres, que enchemos de vinho, _eram_ novos, e eil-os aqui já rotos: e estes nossos vestidos e nossos sapatos já se teem envelhecido, por causa do mui longo caminho. 14 Então aquelles homens tomaram da sua provisão: e não [9] pediram conselho á bocca do Senhor. 15 E Josué fez paz com elles, e [10] fez _um_ concerto com elles, que lhes daria a vida: e os principes da congregação lhes prestaram juramento. 16 E succedeu _que_, ao fim de tres dias, depois de fazerem concerto com elles, ouviram que _eram_ seus visinhos, e que moravam no meio d’elles. 17 Porque, partindo os filhos de Israel, chegaram ás suas cidades ao terceiro dia: e suas cidades _eram_ [11] Gibeon, e Cefira, e Beeroth, e Kiriath-jearim. 18 E os filhos de Israel os não feriram; porquanto [12] os principes da congregação lhes juraram pelo Senhor Deus de Israel: pelo que toda a congregação murmurava contra os principes. 19 Então todos os principes disseram a toda a congregação: Nós jurámos-lhes pelo Senhor Deus de Israel: pelo que não podemos tocal-os. 20 Isto, _porém_, lhes faremos: dar-lhes-hemos a vida; para que não haja _grande_ ira [13] sobre nós, por causa do juramento que _já lhes_ temos jurado. 21 Disseram-lhes pois os principes: Vivam, e sejam rachadores de lenha [14] e tiradores de agua para toda a congregação, como os principes lhes teem dito. 22 E Josué os chamou, e fallou-lhes dizendo: Porque nos enganastes, dizendo: Mui longe [15] de vós habitamos, morando vós no meio de nós? 23 Agora pois _sereis_ malditos: [16] e d’entre vós não deixará de haver servos, nem rachadores de lenha, nem tiradores de agua, para a casa do meu Deus. 24 Então responderam a Josué, e disserem: Porquanto com certeza foi annunciado aos teus servos que o Senhor teu Deus ordenou a [17] Moysés, seu servo, que a vós daria toda esta terra, e destruiria todos os moradores da terra diante de vós, tememos muito por [18] nossas vidas por causa de vós; por isso fizemos assim. 25 E eis que agora estamos [19] na tua mão: faze aquillo que te pareça bom e recto que se nos faça. 26 Assim pois lhes fez: e livrou-os das mãos dos filhos de Israel, e não os mataram. 27 E, n’aquelle dia, Josué os deu como rachadores de lenha [20] e tiradores de agua para a congregação e para o altar do Senhor, [21] até _ao dia de_ hoje, no logar que escolhesse. [1] Num. 34.6. Exo. 3.17 e 23.23. [2] Psa. 83.4, 6. [3] cap. 10.2. II Sam. 21.1. cap. 6.27. [4] cap. 5.10. [5] cap. 11.19. Exo. 23.32. Deu. 7.2 e 20.16. Jui. 2.2. [6] Deu. 20.11. II Reis 10.5. [7] Deu. 20.15. Exo. 15.14. Jos. 2.10. [8] Num. 21.24, 33. [9] Num. 27.21. Isa. 30.1, 2. Jui. 1.1. I Sam. 22.10 e 23.10, 11 e 30.8. II Sam. 2.1 e 5.19. [10] cap. 11.19. II Sam. 21.2. [11] cap. 18.25, 26, 28. Esd. 2.25. [12] Psa. 15.4. Ecc. 5.2. [13] II Sam. 21.1, 2, 6. Eze. 17.13, 15, 18, 19. Zac. 5.3, 4. Mal. 3.5. [14] Deu. 29.21. ver. 15. [15] ver. 6, 9, 16. [16] Gen. 9.25. ver. 11, 27. [17] Exo. 23.32. Deu. 7.1, 2. [18] Exo. 15.14. [19] Gen. 16.6. [20] ver. 21, 23. [21] Deu. 12.5. _Gibeon é sitiada por cinco reis._ 10 E succedeu _que_, ouvindo Adonizedek, rei de Jerusalem, que Josué tomara a Hai, e a tinha destruido totalmente, _e_ fizera a Hai e ao seu rei como tinha feito [1] a Jericó e ao seu rei, e que os moradores de Gibeon fizeram paz com os israelitas, e estavam no meio d’elles, 2 Temeram [2] muito: porque Gibeon _era_ uma cidade grande como uma das cidades reaes, e ainda maior do que Hai, e todos os seus homens valentes. 3 Pelo que Adonizedek, rei de Jerusalem, enviou a Hoham, rei de Hebron, e a Piram, rei de Jarmuth, e a Jafia, rei de Lachis, e a Debir, rei de Eglon, dizendo: 4 Subi a mim, e ajudae-me, e firamos a Gibeon: porquanto [3] fez paz com Josué e com os filhos de Israel. 5 Então se ajuntaram, e subiram cinco reis dos amorrheos, o rei de Jerusalem, o rei de Hebron, o rei de Jarmuth, o rei de Lachis, o rei de Eglon, elles e todos os seus exercitos: e sitiaram [4] a Gibeon e pelejaram contra ella. _Josué soccorre a Gibeon._ 6 Enviaram pois os homens de Gibeon a Josué [5] ao arraial de Gilgal, dizendo: Não retires as tuas mãos de teus servos; sobe apressadamente a nós, e livra-nos, e ajuda-nos, porquanto todos os reis dos amorrheos, que habitam na montanha, se ajuntaram contra nós. 7 Então subiu Josué de Gilgal, elle e toda a gente [6] de guerra com elle, e todos os valentes e valorosos. 8 E o Senhor disse a Josué: Não os temas, [7] porque os tenho dado na tua mão: nenhum d’elles parará diante de ti. 9 E Josué lhes sobreveiu de repente, porque toda a noite veiu subindo desde Gilgal. 10 E o Senhor os conturbou [8] diante de Israel, e os feriu de grande ferida em Gibeon; e seguiu-os pelo caminho que sobe a Bethoron, e os feriu até Azeka e a Makeda. 11 E succedeu _que_, fugindo elles diante de Israel, á descida de Bethoron, o Senhor lançou [9] sobre elles, do céu, grandes pedras até Azeka, e morreram: _e foram_ muitos mais _os que_ morreram das pedras da saraiva do que os que os filhos d’Israel mataram á espada. _O sol e a lua são detidos._ 12 Então Josué fallou ao Senhor, no dia em que o Senhor deu os amorrheos na mão dos filhos de Israel, e disse aos olhos dos israelitas: Sol, detem-te em Gibeon, e _tu_, [10] lua, no valle de Ajalon. 13 E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não _está_ [11] escripto no livro do [IC] Recto? O sol pois se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quasi um dia inteiro. 14 E não houve dia [12] similhante a este, _nem_ antes nem depois d’elle, ouvindo o Senhor assim a voz d’um homem: porque o Senhor pelejava por Israel. 15 E tornou-se [13] Josué, e todo o Israel com elle, ao arraial a Gilgal. _Josué prende os cinco reis e mata-os._ 16 Aquelles cinco reis, porém, fugiram, e se esconderam n’uma cova em Makeda. 17 E foi annunciado a Josué, dizendo: Acharam-se os cinco reis escondidos n’uma cova em Makeda. 18 Disse pois Josué: Arrojae grandes pedras á bocca da cova, e ponde sobre ella homens que os guardem: 19 Porém vos não vos detenhaes; segui os vossos inimigos, e feri os que ficaram atraz: não os deixeis entrar nas suas cidades, porque o Senhor vosso Deus já vol-os deu na vossa mão. 20 E succedeu que, acabando Josué e os filhos de Israel de os ferir a grande ferida, até consumil-os, e _que_ os que ficaram d’elles se retiraram ás cidades fortes, 21 Todo o povo se tornou em paz a Josué, ao arraial em Makeda: não havendo ninguem que movesse a sua lingua [14] contra os filhos de Israel. 22 Depois disse Josué: Abri a bocca da cova, e trazei-me aquelles cinco reis para fóra da cova. 23 Fizeram pois assim, e trouxeram-lhe aquelles cinco reis para fóra da cova: o rei de Jerusalem, o rei de Hebron, o rei de Jarmuth, o rei de Lachis, _e_ o rei de Eglon. 24 E succedeu _que_, trazendo aquelles reis a Josué, Josué chamou todos os homens de Israel, e disse aos capitães da gente de guerra, que com elle foram: Chegae, ponde os vossos [15] pés sobre os pescoços d’estes reis. E chegaram, e pozeram os seus pés sobre os seus pescoços. 25 Então Josué lhes disse: Não temaes, nem vos espanteis: [16] esforçae-vos e animae-vos; porque assim o fará o Senhor a todos os vossos inimigos, contra os quaes pelejardes. 26 E, depois d’isto, Josué os feriu e os matou, e os enforcou em cinco madeiros: e ficaram enforcados [17] nos madeiros até á tarde. 27 E succedeu _que_, ao tempo do pôr do sol, deu Josué ordem que os tirassem [18] dos madeiros: e lançaram-n’os na cova onde se esconderam: e pozeram grandes pedras á bocca da cova, _que ainda ali estão_ até _ao_ mesmo _dia de hoje_. _Josué vence mais sete reis._ 28 E n’aquelle mesmo dia tomou Josué a Makeda, e feriu-a a fio de espada, e destruiu o seu rei, a elles, e a toda a alma que n’ella _havia_; nada deixou de resto: e fez ao rei de Makeda como [19] fizera ao rei de Jericó. 29 Então Josué e todo o Israel com elle passou de Makeda a Libna, e pelejou contra Libna; 30 E tambem o Senhor a deu na mão d’Israel, a ella e a seu rei, e a feriu a fio de espada, a ella e a toda a alma que n’ella _havia_; nada deixou de resto: e fez ao seu rei como fizera ao rei de Jericó. 31 Então Josué, e todo o Israel com elle, passou de Libna a Lachis: e a sitiou, e pelejou contra ella; 32 E o Senhor deu a Lachis na mão d’Israel, e tomou-a no dia seguinte, e a feriu a fio de espada, a ella, e a toda a alma que n’ella _havia_, conforme a tudo o que fizera a Libna. 33 Então Horan, rei de Gezer, subiu a ajudar a Lachis: porém Josué o feriu, a elle e ao seu povo, até que nenhum lhe deixou de resto. 34 E Josué, e todo o Israel com elle, passou de Lachis a Eglon: e a sitiaram, e pelejaram contra ella: 35 E no mesmo dia a tomaram, e a feriram a fio de espada; e a toda a alma, que n’ella _havia_, destruiu totalmente no mesmo dia: conforme a tudo o que fizera a Lachis. 36 Depois Josué, e todo o Israel com elle, subiu d’Eglon a [20] Hebron, e pelejaram contra ella; 37 E a tomaram, e a feriram ao fio de espada, assim ao seu rei como a todas as suas cidades; e a toda a alma, que n’ellas _havia_, a ninguem deixou com vida, conforme a tudo o que fizera a Eglon: e a destruiu totalmente, a ella e a toda a alma que n’ella _havia_. 38 Então Josué, e todo o Israel com elle, tornou a Debir, [21] e pelejou contra ella; 39 E tomou-a com o seu rei, e a todas as suas cidades, e as feriram a fio de espada, e a toda a alma que n’ellas _havia_ destruiram totalmente, nada deixou de resto: como fizera a Hebron, assim fez a Debir e ao seu rei, e como fizera a Libna e ao seu rei. 40 Assim feriu Josué toda aquella terra, as montanhas, o sul, e as campinas, e as descidas das aguas, e a todos os seus reis; nada deixou de resto: mas tudo o que tinha folego destruiu, como ordenara o [22] Senhor Deus d’Israel. 41 E Josué os feriu desde Cades-barnea, e até Gaza: [23] como tambem toda a terra de Gosen, e até Gibeon. 42 E d’uma vez tomou Josué todos estes reis, e as suas terras: porquanto o [24] Senhor Deus d’Israel pelejava por Israel. 43 Então Josué, e todo o Israel com elle, se tornou ao arraial em Gilgal. [1] cap. 6.21 e 8.22, 26, 28 e 9.15. [2] Exo. 15.14, 15, 16. Deu. 11.25. [3] ver. 1. cap. 9.15. [4] cap. 9.2. [5] cap. 5.10 e 9.6. [6] cap. 8.1. [7] cap. 11.6. Jui. 4.14. cap. 1.5. [8] Jui. 4.15. I Sam. 7.10, 12. Psa. 18.15. Isa. 28.21. cap. 16.3, 6 e 15.35. [9] Psa. 18.14, 16 e 77.17. Isa. 30.30. Apo. 16.21. [10] Isa. 28.21. Hab. 3.11. Jui. 12.12. [11] II Sam. 1.18. [12] Isa. 38.8. Deu. 1.30. ver. 42. cap. 23.3. [13] ver. 43. [14] Exo. 11.7. [15] Psa. 107.40 e 110.5 e 149.8. Isa. 26.5, 6. Mal. 4.3. [16] Deu. 31.6, 8. cap. 1.9. Deu. 3.21 e 7.19. [17] cap. 8.29. [18] Deu. 21.23. cap. 8.29. [19] cap. 6.21. [20] cap. 14.13 e 15.13. Jui. 1.10. [21] cap. 15.15. Jui. 1.11. [22] Deu. 20.16, 17. [23] Gen. 10.19. cap. 11.16. [24] ver. 14. _As victorias de Josué sobre diversos reis._ [Antes de Christo 1450] 11 Succedeu depois d’isto _que_, ouvindo-_o_ Jabin, rei d’Hazor, enviou a Jobab, rei de Madon, e [1] ao rei de Simron, e ao rei d’Acsaph; 2 E os reis, que _estavam_ ao norte, nas montanhas, e na campina para o sul [2] de Cinneroth, e nas planicies, e em Naphoth-dor, da banda do mar; 3 Ao cananeo _do_ oriente e _do_ occidente; e ao amorrheo, e ao hetheo, e ao pherezeo, e ao jebuseo nas montanhas: e [3] ao heveo ao pé d’Hermon, na terra de Mispah. 4 Sairam pois estes, e todos os seus exercitos com elles, muito povo, como a areia [4] que _está_ na praia do mar em multidão: e muitissimos cavallos e carros. 5 Todos estes reis se ajuntaram, e vieram e se acamparam junto ás aguas de Merom, para pelejarem contra Israel. 6 E disse o Senhor a Josué: Não temas [5] diante d’elles; porque ámanhã a esta mesma hora eu os darei todos feridos diante dos filhos d’Israel; [6] os seus cavallos jarretarás, e os seus carros queimarás a fogo. 7 E Josué, e toda a gente de guerra com elle, veiu apressadamente sobre elles ás aguas de Merom: e deram n’elles de repente. 8 E o Senhor os deu na mão d’Israel, e os feriram, e os seguiram até á grande Sidon, e até Misrephoth-main, [7] e até ao valle de Mispah ao oriente; feriram-os até não lhes deixarem nenhum. 9 E fez-lhes Josué como [8] o Senhor lhe dissera: os seus cavallos jarretou, e os seus carros queimou a fogo, 10 E n’aquelle mesmo tempo tornou Josué, e tomou a Hazor, e feriu á espada ao seu rei: porquanto Hazor d’antes era a cabeça de todos estes reinos. 11 E a toda a alma, que n’ella _havia_, feriram ao fio da espada, e totalmente os destruiram; nada restou do que tinha folego, e a Hazor queimou com fogo. 12 E Josué tomou todas as cidades d’estes reis, e todos os seus reis, e os feriu ao fio da espada, destruindo-os totalmente: como ordenara a [9] Moysés servo do Senhor. 13 Tão sómente não queimaram os israelitas as cidades que _estavam_ sobre os seus outeiros: salvo sómente Hazor, _a qual_ Josué queimou. 14 E todos os despojos d’estas cidades, e o gado, os filhos d’Israel saquearam para si: tão sómente a todos os homens feriram ao fio da espada, até que os destruiram: nada do que folego tinha deixaram com vida. 15 Como ordenara o [10] Senhor a Moysés seu servo, assim Moysés ordenou a Josué: e assim Josué o fez; nem uma só palavra tirou de tudo o que o Senhor ordenara a Moysés. 16 Assim Josué tomou toda aquella terra, as montanhas, [11] e todo o sul, e toda a terra de Gosen, e as planicies, e as campinas, e as montanhas d’Israel; e as suas planicies; 17 Desde o monte calvo, [12] que sobe a Seir, até Baal-gad, no valle do Libano, ás raizes do monte de Hermon: tambem tomou todos os seus reis, e os feriu [13] e os matou. 18 Por muitos dias Josué fez guerra contra todos estes reis. 19 Não houve cidade que fizesse paz com os filhos d’Israel, senão os heveos, [14] moradores de Gibeon: por guerra as tomaram todas. 20 Porquanto do [15] Senhor vinha, que os seus corações endurecessem, para sairem ao encontro a Israel na guerra, para os destruir totalmente, para se não ter piedade d’elles; mas para os destruir a todos, como o [16] Senhor tinha ordenado a Moysés. 21 N’aquelle tempo veiu Josué, e extirpou os enaquins [17] das montanhas d’Hebron, de Debir, d’Anab, e de todas as montanhas de Judah, e de todas as montanhas d’Israel: Josué os destruiu totalmente com as suas cidades. 22 Nenhum dos enaquins ficou de resto na terra dos filhos d’Israel: sómente ficaram de resto em Gaza, em Gath, [18] e em Asdod. 23 Assim Josué tomou toda esta terra, conforme [19] a tudo o que o Senhor tinha dito a Moysés; e Josué a deu em herança [20] aos filhos d’Israel, conforme ás suas divisões, conforme ás suas tribus: e a terra repousou da guerra. [1] cap. 10.3 e 19.15. [2] Num. 34.11. cap. 17.11. Jui. 1.27. I Reis 4.11. [3] Jui. 3.3. cap. 13.11. Gen. 31.49. [4] Gen. 22.17 e 32.12. Jui. 7.12. I Sam. 13.5. [5] cap. 10.8. [6] II Sam. 3.4. [7] cap. 13.6. [8] ver. 6. [9] Num. 33.52. [10] Exo. 34.11. Deu. 7.2. cap. 1.7. [11] cap. 12.8 e 10.41. [12] cap. 12.7. [13] Deu. 7.24. cap. 12.7. [14] cap. 9.3, 7. [15] Deu. 3.30. Jui. 14.4. I Sam. 2.25. I Reis 12.15. Rom. 9.19. [16] Deu. 20.16. [17] Num. 13.22, 23. Deu. 1.28. cap. 15.13. [18] I Sam. 17.4. cap. 15.46. [19] Num. 34.2, etc. [20] Num. 26.53. cap. 14 e 15 e 16 e 17 e 18 e 19 e 14.15 e 21.44 e 22.4 e 23.1. _As terras que Moysés deu ás duas e meia tribus._ [Antes de Christo 1445] 12 Estes pois _são_ os reis da terra, aos quaes os filhos de Israel feriram e possuiram a sua terra d’além do Jordão ao nascente do sol: desde o [1] [ID] ribeiro d’Arnon, até ao monte d’Hermon, e toda a planicie do oriente. 2 Sehon, [2] rei dos amorrheos, que habitava em Hesbon e que senhoreava desde Aroer, que _está_ á borda do ribeiro d’Arnon, e _desde_ o meio do ribeiro, e _desde_ a metade de Gilead, e até ao ribeiro de Jabbok, o termo dos filhos de Ammon; 3 E _desde_ a campina [3] até ao mar de Cinneroth para o oriente, e até ao mar da campina, o mar salgado para o oriente, pelo caminho de Beth-jesimoth: e desde o sul abaixo d’Asdoth-pisga. 4 Como tambem o termo [4] de Og, rei de Basan, _que era_ do resto dos gigantes, _e_ que habitava em Astaroth e [5] em Edrei; 5 E senhoreava no monte Hermon, e em Salcha, e em toda a Basan, até ao termo dos gesureos e dos maacateos, e metade de Gilead, termo de Sehon, rei de Hesbon. 6 A estes Moysés, servo do [6] Senhor, e os filhos de Israel feriram: e Moysés, servo do Senhor, deu esta _terra_ aos rubenitas, e aos gaditas, e á meia tribu de Manasseh em possessão. _Os trinta e um reis que Josué feriu._ 7 E estes _são_ os reis da terra aos quaes feriu Josué [7] e os filhos de Israel d’áquem do Jordão para o occidente, desde Baal-gad, no valle do Libano, até ao monte calvo, que sobe a Seir: [8] e Josué a deu ás tribus de Israel em possessão, segundo as suas divisões; 8 _O que havia_ nas montanhas, [9] e nas planicies, e nas campinas, e nas descidas das aguas, e no deserto, e para o sul: o heteo, o amorrheo, e o cananeo, o pherezeo, o heveo, e o jebuseo. 9 O rei de Jericó, [10] um; o rei d’Ai, que _está_ ao lado de Bethel, outro; 10 O rei de Jerusalem, [11] outro; o rei d’Hebron, outro; 11 O rei de Jarmuth, outro; o rei de Lachis, outro; 12 O rei d’Eglon, [12] outro; o rei de Geser, outro; 13 O rei de Debir, [13] outro; o rei de Geder, outro; 14 O rei d’Horma, outro; o rei d’Harad, outro; 15 O rei de Libna, [14] outro; o rei d’Adullam, outro; 16 O rei de Makeda, [15] outro; o rei de Bethel, outro; 17 O rei de Tappuah, outro; o rei d’Hepher, [16] outro; 18 O rei d’Aphek, outro; o rei de Lassaron, outro; 19 O rei de Madon, outro; o rei d’Hazor, [17] outro; 20 O rei de Simron-meron, [18] outro; o rei d’Achsaph, outro; 21 O rei de Taanach, outro; o rei de Megiddo, outro; 22 O rei de Kedes, [19] outro; o rei de Jokneam do Carmel, outro; 23 O rei de Dor [20] em Nafath-dor, outro; o rei das nações em Gilgal, outro; 24 O rei de Tirza, outro: trinta e um reis por todos. [1] Num. 21.24. Deu. 3.8. [2] Num. 21.24. Deu. 2.33, 36 e 3.6, 16. [3] Deu. 3.17. cap. 13.20. [4] Num. 21.35. Deu. 3.4, 10, 11. Deu. 1.4. [5] Deu. 3.8. cap. 13.11. Deu. 3.14. [6] Num. 21.24, 33 e 32.29, 33. Deu. 3.11. cap. 13.8. [7] cap. 11.17. [8] Gen. 14.6 e 32.3. Deu. 2.1, 4. cap. 11.23. [9] cap. 10.40 e 11.16. Exo. 3.8 e 23.23. cap. 9.1. [10] cap. 6.2. cap. 8.29. [11] cap. 10.23. [12] cap. 10.33. [13] cap. 10.38. [14] cap. 10.29. [15] cap. 10.28. cap. 8.17. Jui. 1.22. [16] I Reis 4.10. [17] cap. 11.10. [18] cap. 11.1 e 19.15. [19] cap. 19.37. [20] cap. 11.2. Gen. 14.1. Isa. 9.1. _Josué reparte a terra que tinha conquistado._ 13 Era, porém, Josué já velho, [1] entrado em dias; e disse-lhe o Senhor: Já estás velho, entrado em dias; e ainda muitissima terra ficou para possuir. 2 A terra que fica de resto [2] _é_ esta: todos os termos dos philisteos, e toda a Gesuri; 3 Desde Sihor, [3] que _está_ defronte do Egypto, até ao termo de Ekron para o norte, _que_ se conta ser dos cananeos: cinco principes [4] dos philisteos, o gazeo, e o asdodeo, o ascalonita, o [5] getheo, e o ekroneo, e os aveos; 4 Desde o sul, toda a terra dos cananeos, e Meara, que _é_ dos sidoneos; até Aphek: [6] até ao termo dos amorrheos; 5 Como [7] tambem a terra dos gibleos, e todo o Libano para o nascente do sol, desde Baal-gad, ao pé do monte Hermon, até á entrada d’Hamath; 6 Todos os que habitam nas montanhas desde o Libano até [8] Misrephoth-main, todos os sidoneos; eu os lançarei de diante dos filhos de Israel: tão sómente faze que _a terra_ caia a Israel em sorte por [9] herança, como _já_ t’o tenho mandado. 7 Reparte pois agora esta terra por herança ás nove tribus e á meia tribu de Manasseh; 8 Com quem os rubenitas e os gaditas _já_ receberam a sua herança; a qual lhes deu Moysés d’além do Jordão para o oriente; como _já_ lhes tinha dado [10] Moysés, servo do Senhor, 9 Desde Aroer, que _está_ á borda do ribeiro d’Arnon, e a cidade que _está_ no meio do valle, e toda [11] a campina de Medeba até Dibon; 10 E todas [12] as cidades de Sehon, rei dos amorrheos, que reinou em Hesbon, até ao termo dos filhos d’Ammon; 11 E Gilead, e [13] o termo dos gesureos, e dos maacateos, e todo o monte Hermon, e toda a Basan até Salcha: 12 Todo o reino d’Og em Basan, que reinou em Astaroth e em Edrei; este ficou do resto dos gigantes [14] que Moysés feriu e expelliu. 13 Porém os filhos de Israel não expelliram os gesureos, nem os maacateos; antes Gesur [15] e Maacath habitaram no meio de Israel até _ao dia de_ hoje. 14 Tão sómente á tribu [16] de Levi não deu herança: os sacrificios queimados do Senhor Deus de Israel _são_ a sua herança, como _já_ lhe tinha dito. 15 Assim Moysés deu á tribu dos filhos de Ruben, conforme as suas familias. 16 E foi o seu termo desde [17] Aroer, que _está_ á borda do ribeiro d’Arnon, e a cidade que _está_ no meio do valle, e toda a campina até Medeba; 17 Hesbon e todas as suas cidades, que _estão_ na campina: Dibon, e Bamoth-baal, e Beth-baal-meon; 18 E Jahsa, [18] e Kedemoth, e Mephaat; 19 E Kiriathaim, [19] e Sibma, e Zereth, _e_ Hassahar, no monte do valle; 20 E Beth-peor, e [20] Asdoth-pisga, e Beth-jesimoth; 21 E todas [21] as cidades da campina, e todo o reino de Sehon, rei dos amorrheos, que reinou em Hesbon, a quem Moysés feriu, [22] como tambem aos principes de Midian, Evi, e Rekem, e Sur, e Hur, e Reba, principes de Sehon, moradores da terra. 22 Tambem os filhos de Israel mataram á espada a Balaão, [23] filho de Beor, o adivinho, como os mais que por elles foram mortos. 23 E foi o termo dos filhos de Ruben o Jordão e o _seu_ termo; esta _é_ a herança dos filhos de Ruben, segundo as suas familias, as cidades, e as suas aldeias. 24 E deu Moysés á tribu de Gad, aos filhos de Gad, segundo as suas familias. 25 E foi o seu termo [24] Jaezer, e todas as cidades de Gilead, e metade da terra dos filhos d’Ammon, até Aroer, que _está_ defronte de Rabba; 26 E desde Hesbon até Ramath-mispe, e Bethonim: e desde Mahanaim até ao termo de Debir; 27 E no valle Beth-aram, e [25] Beth-nimra, e Succoth, e Saphon, _que ficara do_ resto do reino do rei de Sehon _em_ Hesbon, o Jordão e o _seu_ termo, até á extremidade do [26] mar de Cinnereth d’além do Jordão para o oriente. 28 Esta _é_ a herança dos filhos de Gad, segundo as suas familias, as cidades e as suas aldeias. 29 Deu tambem Moysés _herança_ á meia tribu de Manasseh, que ficou á meia tribu dos filhos de Manasseh, segundo as suas familias, 30 De maneira que o seu termo foi desde Mahanaim, todo o Basan, todo o reino d’Og, rei de Basan, e todas as aldeias de Jair, [27] que _estão_ em Basan, sessenta cidades, 31 E metade de Gilead, e Astaroth, e [28] Edrei, cidades do reino d’Og, em Basan, aos filhos de Machir, filho de Manasseh, _a saber_, á metade dos filhos de Machir, segundo as suas familias. 32 Isto _é_ o que Moysés repartiu em herança nas campinas de Moab, d’além do Jordão de Jericó para o oriente. 33 Porém á tribu [29] de Levi Moysés não deu herança: o Senhor Deus de Israel _é_ a sua herança, como _já_ lhe tinha dito. [1] cap. 14.10 e 23.1. [2] Jui. 3.1. Joel 3.4. ver. 13. II Sam. 3.3 e 13.37, 38. [3] Jer. 2.18. [4] Jui. 3.3. I Sam. 6.4, 16. Sof. 2.5. [5] Deu. 2.23. [6] cap. 19.30. Jui. 1.34. [7] I Reis 5.18. Eze. 27.9. cap. 12.7. [8] cap. 11.8. cap. 23.13. Jui. 2.21, 23. [9] cap. 14.1. [10] Num. 32.33. Deu. 3.12. cap. 22.4. [11] ver. 16. Num. 21.30. [12] Num. 21.24, 25. [13] cap. 12.5. [14] Deu. 3.11. cap. 12.4. Num. 21.24, 35. [15] ver. 11. [16] Num. 18.20, 23, 24. cap. 14.3, 4. ver. 33. [17] cap. 12.2. Num. 21.28, 30. ver. 9. [18] Num. 21.33. [19] Num. 32.37, 38. [20] Deu. 3.17. cap. 12.3. [21] Deu. 3.10. [22] Num. 21.24 e 31.8. [23] Num. 22.5. [24] Num. 32.35 e 21.26, 28, 29. Deu. 2.19. Jui. 11.13, 15, etc. II Sam. 11.1 e 12.26. [25] Num. 32.36. Gen. 33.17. I Reis 7.46. [26] Num. 34.11. [27] Num. 32.41. I Chr. 2.23. [28] cap. 12.4. Num. 32.39, 40. [29] ver. 14. cap. 18.7. Num. 18.20. Deu. 10.9 e 18.1, 2. _Josué dá a Caleb, em herança, Hebron._ [Antes de Christo 1444] 14 Isto pois _é_ o que os filhos de Israel tiveram em herança na terra de Canaan: o que Eleazar, o sacerdote, [1] e Josué, filho de Nun, e os Cabeças dos paes das tribus dos filhos de Israel lhes fizeram repartir, 2 Por sorte da sua herança, [2] come o Senhor ordenara, [IE] pelo ministerio de Moysés, ácerca das nove tribus e da meia tribu. 3 Porquanto ás duas tribus e á meia tribu _já_ deu Moysés [3] herança d’além do Jordão: mas aos levitas não tinha dado herança entre elles. 4 Porque os filhos de José foram duas tribus, [4] Manasseh e Ephraim: e aos levitas não deram herança na terra, senão cidades em que habitassem, e os seus arrabaldes para seu gado e para sua possessão. 5 Como o Senhor ordenara [5] a Moysés, assim fizeram os filhos d’Israel, e repartiram a terra. 6 Então os filhos de Judah chegaram a Josué em Gilgal; e Caleb, filho de Jefoné o kenezeo, lhe disse: [6] Tu sabes a palavra que o Senhor fallou a Moysés, homem de Deus, em [7] Cades-barnea, por causa de mim e de ti. 7 Da edade de quarenta annos _era_ eu, quando Moysés, servo do Senhor, me enviou de Cades-barnea a [8] espiar a terra: e eu lhe trouxe resposta, como _sentia_ no meu coração: 8 Mas meus irmãos, [9] que subiram comigo, fizeram derreter o coração do povo; eu porém perseverei [10] em seguir ao Senhor meu Deus. 9 Então Moysés n’aquelle dia jurou, dizendo: Certamente a terra [11] que pisou o teu pé será tua, e de teus filhos, em herança perpetuamente; pois perseveraste em seguir ao Senhor meu Deus. 10 E agora eis-que o Senhor me conservou em vida, [12] como disse; quarenta e cinco annos ha agora, desde que o Senhor fallou esta palavra a Moysés, andando Israel ainda no deserto: e agora eis-que _já hoje sou_ de edade de oitenta e cinco annos. 11 E ainda hoje _estou tão_ forte como [13] no dia em que Moysés me enviou; qual a minha força então _era_, tal _é_ agora a minha força, para a guerra, e para sair e para entrar. 12 Agora pois dá-me este monte de que o Senhor fallou aquelle dia: pois n’aquelle dia tu ouviste que os anekins _estão_ ali, e grandes e fortes cidades _ha ali_: porventura o Senhor _será_ comigo, [14] para os expellir, como o Senhor disse. 13 E Josué [15] o abençoou, e deu a Caleb, filho de Jefoné, a Hebron em herança. 14 Portanto [16] Hebron foi de Caleb, filho de Jefoné o kenezeo, em herança até _ao dia d_’hoje: porquanto perseverara em seguir [17] ao Senhor Deus d’Israel. 15 E _era_ d’antes o nome d’Hebron [IF] Kiriath-arba, [18] _porque Arba_ foi um grande homem entre os anekins. E a terra repousou da guerra. [1] Num. 34.17, 18. [2] Num. 26.55 e 33.54 e 34.13. [3] cap. 13.8, 32, 33. [4] Gen. 48.5. I Chr. 5.1, 2. [5] Num. 35.2. cap. 21.2. [6] Num. 32.12. cap. 15.17. Num. 14.24, 30. Deu. 1.36, 38. [7] Num. 13.26. [8] Num. 13.6 e 14.6. [9] Num. 13.31, 32. Deu. 1.28. [10] Num. 14.24. Deu. 1.36. [11] Num. 14.23, 24. Deu. 1.36. cap. 1.3. Num. 13.22. [12] Num. 14.30. [13] Deu. 34.7 e 31.2. [14] Num. 13.28, 33. Psa. 18.33. Rom. 8.31. cap. 15.14. Jui. 1.20. [15] cap. 22.6 e 10.37 e 15.13. Jui. 1.20. cap. 21.11, 12. I Chr. 6.55, 56. [16] cap. 21.12. [17] ver. 8, 9. [18] Gen. 23.2. cap. 15.13 e 11.23. _As heranças das nove e meia tribus. A herança de Judah._ 15 E foi a sorte da tribu dos filhos de Judah, segundo as suas familias, até ao termo d’Edom, [1] o deserto de Sin para o sul, até a extremidade da banda do sul. 2 E foi o seu termo para o sul, desde a ribeira do mar salgado, desde a [IG] bahia que olha para o sul; 3 E sae para o sul, até á subida d’Akrabbim, [2] e passa a Sin, e sobe do sul a Cades-Barnea, e passa por Hezron, e sobe a Adar, e rodeia a Carca: 4 E passa Asmon, [3] e sae ao ribeiro do Egypto, e as saidas d’este termo irão até ao mar: este será o vosso termo da banda do sul. 5 O termo porém para o oriente _será_ o mar salgado, até á extremidade do Jordão: e o termo para o norte _será_ da bahia do mar, desde a extremidade do Jordão. 6 E este termo subirá até [4] Beth-hogla, e passará do norte a Beth-araba, e este termo subirá até á pedra de Bohan, filho de Ruben. 7 Subirá mais este termo a Debir desde o valle d’Acor, [5] e olhará pelo norte para Gilgal, a qual _está_ á subida d’Adummim, que _está_ para o sul do ribeiro: então este termo passará até ás aguas d’En-semes: e as suas saidas _estarão_ da banda [6] d’En-rogel. 8 E este termo passará pelo valle do filho [7] d’Hinnom, da banda dos jebuseos do sul: esta _é_ Jerusalem: e subirá este termo até ao cume do monte que _está_ diante do valle d’Hinnom para o occidente, que _está_ no fim do valle [8] dos rephains da banda do norte. 9 Então este termo irá desde a altura do monte até á fonte [9] das aguas de Nephtoah; e sairá até ás cidades do monte d’Ephron; irá mais este termo até Baala; esta _é_ Kiriath-jearim: 10 Então tornará este termo desde Baala para o occidente, até ás montanhas de Seir, e passará ao lado do monte de Jearim da banda do norte; esta _é_ Kesalon, e descerá a Beth-semes, e passará [10] por Timna. 11 Sairá este termo mais ao lado d’Ekron [11] para o norte, e este termo irá a Sicron, e passará o monte de Baala, e sairá em Jabneel: e as saidas d’este termo [12] eram no mar. 12 _Será_ porém o termo da banda do occidente o mar grande, e o _seu_ termo: este _é_ o termo dos filhos [13] de Judah ao redor, segundo as suas familias. 13 Mas a Caleb, filho de Jefoné, deu _uma_ parte no meio dos filhos de Judah, conforme ao dito do Senhor a Josué: _a saber_, a cidade de Arba, pae d’Enak; este _é_ Hebron. 14 E expelliu Caleb d’ali [14] os tres filhos d’Enak: Sesai, e Ahiman, e Talmai, gerados d’Enak. 15 E d’ali subiu [15] aos habitantes de Debir: e _fôra_ d’antes o nome de Debir Kiriath-sepher. 16 E disse Caleb: [16] Quem ferir a Kiriath-sepher, e a tomar, lhe darei a minha filha Acsa por mulher. 17 Tomou-a pois Othniel, [17] filho de Kenaz, irmão de Caleb: e deu-lhe a sua filha Acsa por mulher. 18 E succedeu _que_, [18] vindo ella _a elle_, o persuadiu que pedisse um campo a seu pae: e ella se apeou do jumento: então Caleb lhe disse: Que _é que_ tens? 19 E ella disse; [19] Dá-me [IH] _uma_ benção; pois me déste terra secca, dá-me tambem fontes de aguas. Então lhe deu as fontes superiores e as fontes inferiores. 20 Esta _é_ a herança da tribu dos filhos de Judah, segundo as suas familias. 21 São pois as cidades da extremidade da tribu dos filhos de Judah até ao termo d’Edom para o sul: Cabzeel, e Eder, e Jagur, 22 E Kina, e Dimona, e Adada, 23 E Kedes, e Hasor, e Itnan, 24 Zif, e Telem, e Bealoth, 25 E Hasor, Hadattha, e Kirioth-hesron (que _é_ Hasor), 26 Aman, e Sema, e Molada, 27 E Hasar-gadda, e Hesmone, e Beth-palet, 28 E Hasar-sual, e Beer-seba, e Bizjo-theja, 29 Baala, e Jim, e Ezem, 30 E Eltolad, e Chesil, e Horma, 31 E Siklag, [20] e Madmanna, e Sansanna, 32 E Lebaoth, e Silhim, e Ain, e Rimmon: todas as cidades e as suas aldeias, vinte e nove. 33 Nas planicies: [21] Esthaol, e Sora, e Asna, 34 E Zanoah, e En-gannim, Tappuah, e Enam, 35 Iarmuth, e Adullam, Socho, e Azeka, 36 E Saaraim, e Adithaim, e Gedera, e Gederothaim, quatorze cidades e as suas aldeias. 37 Senan, e Hadasa, e Migdal-gad, 38 E Dilan, e Mispah, [22] e Jokteel, 39 Lachis, e Boscath, e Eglon, 40 E Cabbon, e Lahmas, e Chitlis, 41 E Gederoth, Beth-dagon, e Naama, e Makeda: dezeseis cidades e as suas aldeias. 42 Libna, e Ether, e Asan, 43 E Iphtah, e Asna, e Nezib, 44 E Keila, e Aczib, e Maresa: nove cidades e as suas aldeias. 45 Ekron, e os logares da sua jurisdicção, e as suas aldeias: 46 Desde Ekron, e até ao mar, todas as que _estão_ da banda d’Asdod, e as suas aldeias. 47 Asdod, os logares da sua jurisdicção, e as suas aldeias; Gaza, os logares [23] da sua jurisdicção, e as suas aldeias, até ao rio do Egypto: e o mar grande e o _seu_ termo. 48 E nas montanhas, Samir, Iatthir, e Socoh, 49 E Danna, e Kiriath-sanna, que _é_ Debir, 50 E Anab, Estemo, e Anim, 51 E Gosen, [24] e Holon, e Gilo: onze cidades e as suas aldeias. 52 Arab, e Duma, e Esan, 53 E Ianum, e Beth-tappuah, e Apheka, 54 E Humta, e Kiriath-arba [25] (que _é_ Hebron), e Sihor: nove cidades e as suas aldeias. 55 Maon, Carmel, e Zif, e Iuta, 56 E Jezreel, e Jokdeam, e Zanoah, 57 Cain, Gibea, e Timna: dez cidades e as suas aldeias. 58 Halhul, Beth-sur, e Gedor, 59 E Maarath, e Beth-anoth, e Eltekon: seis cidades e as suas aldeias. 60 Kiriath-baal [26] (que _é_, Kiriath-jearim), e Rabba: duas cidades e as suas aldeias. 61 No deserto: Beth-araba, Middin, e Secaca, 62 E Nibsan, e a cidade do sal, e Engedi: seis cidades e as suas aldeias. 63 Não poderam porém os filhos de Judah expellir [27] os jebuseos que habitavam em Jerusalem; assim habitaram os jebuseos com os filhos de Judah em Jerusalem, até _ao dia de_ hoje. [1] Num. 34.3 e 33.36. [2] Num. 34.4. [3] Num. 34.5. [4] cap. 18.19 e 18.17. [5] cap. 7.26. [6] II Sam. 17.17. I Reis 1.9. [7] cap. 18.16. II Sam. 23.10. Jer. 19.2, 6. cap. 12.28. Jui. 1.21 e 19.10. [8] cap. 18.16. [9] cap. 18.15. I Chr. 13.6. Jui. 18.12. [10] Gen. 38.13. Jui. 14.4. [11] cap. 19.43. [12] ver. 47. Num. 34.6, 7. [13] cap. 14.13, 15. [14] Jui. 1.10, 20. Num. 13.22. [15] cap. 10.28. Jui. 1.11. [16] Jui. 1.12. [17] Jui. 1.13 e 3.9. Num. 32.12. cap. 14.6. [18] Jui. 1.14. Gen. 24.64. I Sam. 25.23. [19] Gen. 33.11. [20] I Sam. 27.6. [21] Num. 13.23. [22] II Reis 14.7. [23] ver. 4. Num. 34.6. [24] cap. 10.41 e 11.16. [25] ver. 13. cap. 14.15. [26] cap. 18.14. [27] Jui. 1.8, 21. II Sam. 5.6. Jui. 1.21. _As heranças dos filhos de José. A herança de Ephraim._ 16 Saiu depois a sorte dos filhos de José, desde o Jordão de Jericó ás aguas de Jericó, para o oriente, subindo ao deserto de Jericó pelas montanhas de Beth-el; 2 E de Beth-el sae a Luza, [1] e passa ao termo dos archeos, até Ataroth; 3 E desce da banda do occidente ao termo [2] de Japhleti, até ao termo de Beth-horon de baixo, e até Gazer, sendo as suas saidas para o mar. 4 Assim alcançaram a sua herança os filhos de José, Manasseh e Ephraim. 5 E foi o termo dos filhos [3] de Ephraim, segundo as suas familias, _a saber_: o termo da sua herança para o oriente era Atharoth-addar [4] até Beth-horon de cima: 6 E sae este termo para o occidente junto a Mikametath, [5] desde o norte, e torna este termo para o oriente a Thaanat-silo, e passa por ella desde o oriente a Janoha; 7 E desce desde Janoha a Atharoth e a Naharath, [6] e toca em Jericó, e vae sair ao Jordão. 8 De Tappuah vae este termo para o occidente ao ribeiro de Cana, [7] e as suas saidas no mar: esta _é_ a herança da tribu dos filhos de Ephraim, segundo as suas familias. 9 E as cidades que [8] se separaram para os filhos de Ephraim _estavam_ no meio da herança dos filhos de Manasseh: todas aquellas cidades e as suas aldeias. 10 E não expelliram aos cananeos [9] que habitavam em Gazer: e os cananeos habitaram no meio dos ephraimitas até _ao dia de_ hoje; porém serviam-n’os, _sendo-lhes_ tributarios. [1] cap. 18.13. Jui. 1.26. [2] cap. 18.13. II Chr. 8.5. I Chr. 7.28. I Reis 9.15. [3] cap. 17.14. [4] cap. 18.13. II Chr. 8.5. [5] cap. 17.7. [6] I Chr. 7.28. [7] cap. 17.9. [8] cap. 17.9. [9] Jui. 1.29. I Reis 9.10. _A herança da meia tribu de Manasseh._ 17 Tambem caiu a sorte á tribu de Manasseh, porquanto era [1] o primogenito de José, _a saber_: Machir, o primogenito de Manasseh, pae de Gilead, porquanto era homem de guerra, teve a Gilead e Basan. 2 Tambem os mais [2] filhos de Manasseh tiveram _sorte_, segundo as suas familias, _a saber_: os filhos d’Abiezer, e [3] os filhos de Helek, e os filhos d’Asriel, e os filhos de Sechem, e os filhos de Hepher, e os filhos de Semida: estes _são_ os filhos machos de Manasseh, filho de José, segundo as suas familias. 3 Selofad, [4] porém, filho d’Hepher, o filho de Gilead, filho de Machir, o filho de Manasseh, não teve filhos, mas só filhas: e estes _são_ os nomes de suas filhas: Machla, Noa, Hogla, Milka e Tirsa. 4 _Estas_, pois, chegaram diante d’Eleazar, [5] o sacerdote, e diante de Josué, filho de Nun, e diante dos principes, dizendo: O Senhor ordenou a Moysés [6] que se nos désse herança no meio de nossos irmãos: pelo que, conforme ao dito do Senhor, lhes deu herança no meio dos irmãos de seu pae. 5 E cairam a Manasseh dez quinhões, afóra a terra de Gilead, e Basan que _está_ d’além do Jordão; 6 Porque as filhas de Manasseh no meio de seus filhos possuiram herança: e a terra de Gilead tiveram os outros filhos de Manasseh. 7 E o termo de Manasseh foi desde Aser até [7] Mikmetath, que _está_ diante de Sechem: e vae este termo á mão direita, até aos moradores d’En-tappuah. 8 Tinha Manasseh a terra de Tappuah: porém a Tappuah, [8] no termo de Manasseh, tinham os filhos d’Ephraim. 9 Então desce este termo ao ribeiro de Cana, para o sul do ribeiro: d’Ephraim _são_ estas cidades [9] no meio das cidades de Manasseh: e o termo de Manasseh _está_ ao norte do ribeiro, sendo as suas saidas no mar. 10 Ephraim ao sul, e Manasseh ao norte, e o mar _é_ o seu termo: pelo norte tocam em Aser, e pelo oriente em Issacar. 11 Porque em Issacar e em Aser tinha Manasseh [10] a Beth-sean e os logares da sua jurisdicção, e Ibleam e os logares da sua jurisdicção, e os habitantes de Dor e os logares da sua jurisdicção, e os habitantes d’En-dor e os logares da sua jurisdicção, e os habitantes de Thaanak e os logares da sua jurisdicção, e os habitantes de Megiddo e os logares da sua jurisdicção: tres comarcas. 12 E os filhos de Manasseh [11] não poderam expellir _os habitantes d’_aquellas cidades: porquanto os cananeos queriam habitar na mesma terra. 13 E succedeu _que_, engrossando em forças [12] os filhos de Israel, fizeram tributarios aos cananeos; porém não os expelliram de todo. 14 Então os filhos de José fallaram a Josué, dizendo: [13] Porque me déste por herança _só_ uma sorte e um quinhão, sendo eu um tão grande povo, visto que o Senhor até aqui me tem abençoado? 15 E disse-lhes Josué: Se tão grande povo és, sobe ao bosque, e corta para ti ali _logar_ na terra dos phereseos e dos rephains: pois que as montanhas de Ephraim te são tão estreitas. 16 Então disseram os filhos de José: As montanhas nos não bastariam: tambem carros ferrados ha entre todos os cananeos que habitam na terra do valle, entre os de Beth-sean e os logares [14] da sua jurisdicção, e entre os que _estão_ no valle de Jezreel. 17 Então Josué fallou á casa de José, a Ephraim e a Manasseh, dizendo: Grande povo és, e grande força tens; uma _só_ sorte não terás; 18 Porém as montanhas serão tuas: _e_, pois que bosque é, corta-o, e as suas saidas serão tuas: porque expellirás os cananeos, ainda que tenham carros ferrados, [15] ainda que sejam fortes. [1] Gen. 41.51 e 46.20 e 48.18 e 50.23. Num. 26.29 e 32.39. I Chr. 7.14. Deu. 3.15. [2] Num. 26.29-32. [3] I Chr. 7.18. Num. 26.31, 32. [4] Num. 26.33 e 27.1 e 36.2. [5] cap. 14.1. [6] Num. 27.6. [7] cap. 16.6. [8] cap. 16.8. [9] cap. 16.9. [10] I Chr. 7.29. I Sam. 31.10. I Reis 4.12. [11] Jui. 1.27. [12] cap. 16.10. [13] cap. 16.4. Gen. 48.22 e 48.19. Num. 26.34. [14] Jui. 1.19 e 4.3. cap. 19.18. I Reis 2.12. [15] Deu. 20.1. _O tabernaculo é levantado em Silo._ 18 E toda a congregação dos filhos de Israel se ajuntou em Silo, [1] e ali armaram a tenda da congregação, depois que a terra foi sujeita diante d’elles. 2 E d’entre os filhos de Israel ficaram sete tribus que ainda não tinham repartido a sua herança. 3 E disse Josué aos filhos de Israel: Até quando sereis negligentes a passardes para [2] possuir a terra que o Senhor Deus de vossos paes vos deu? 4 De cada tribu escolhei vós tres homens, para que eu os envie, e se levantem, e corram a terra, e a descrevam segundo as suas heranças, e se tornem a mim. 5 E a repartirão em sete partes: Judah [3] ficará no seu termo para o sul, e a casa de José ficará no seu termo para o norte. 6 E vós descrevereis a terra em sete partes, e _m_’a trareis a mim aqui _descripta_: para que eu aqui lance as [4] sortes perante o Senhor nosso Deus. 7 Porquanto os levitas [5] não teem parte no meio de vós, porém o sacerdocio do Senhor _é_ a sua parte: [6] e Gad, e Ruben e a meia tribu de Manasseh tomaram a sua herança d’além do Jordão para o oriente, a qual lhes deu Moysés, o servo do Senhor. 8 Então aquelles homens se levantaram, e se foram: e Josué deu ordem aos que iam descrever a terra, dizendo: Ide, e correi a terra, e descrevei-a, e _então_ tornae a mim, e aqui vos lançarei as sortes perante o Senhor, em Silo. 9 Foram pois aquelles homens, e passaram pela terra, e a descreveram, segundo as cidades, em sete partes, n’um livro: e voltaram a Josué, ao arraial em Silo. 10 Então Josué lhes lançou as sortes, em Silo, perante o Senhor; e ali repartiu Josué a terra aos filhos de Israel, conforme ás suas divisões. _A herança de Benjamin._ 11 E subiu a sorte da tribu dos filhos de Benjamin, segundo as suas familias: e saiu o termo da sua sorte entre os filhos de Judah e os filhos de José. 12 E o seu termo [7] foi para a banda do norte, desde o Jordão: e sobe este termo ao lado de Jericó para o norte, e sobe pela montanha para o occidente, sendo as suas saidas no deserto de Beth-aven. 13 E d’ali passa este termo a Luza, ao lado de Luza (que _é_ Beth-el) [8] para o sul: e desce este termo a Ataroth-adar, ao pé do monte que _está_ da banda do sul de Beth-horon a baixa. 14 E vae este termo e torna á banda do occidente para o sul do monte que _está_ defronte de Beth-horon, para o sul, e as suas saidas vão para Kiriath-baal [9] (que _é_ Kiriath-jearim), cidade dos filhos de Judah: esta _é_ a sua extensão para o occidente. 15 E a sua extensão para o sul _está_ á extremidade de Kiriath-jearim: e sae este termo ao occidente, e vem a sair [10] á fonte das aguas de Nephtoah. 16 E desce este termo até á extremidade do monte que _está_ defronte do valle [11] do filho de Hinnom, que _está_ no valle dos rephains, para o norte, e desce pelo valle de Hinnom da banda dos jebuseos para o sul; e _então_ desce á fonte de Rogel; 17 E vae desde o norte, e sae a Ensemes; e _d_’ali sae a Geliloth, que _está_ defronte da subida de Adummim, e desce á pedra [12] de Bohan, filho de Ruben; 18 E passa até ao lado defronte [13] d’Araba para o norte, e desce a Araba; 19 Passa mais este termo até ao lado de Beth-hogla para o norte, estando as saidas d’este termo na lingua do mar salgado para o norte, na extremidade do Jordão para o sul: este _é_ o termo do sul. 20 E termina o Jordão da banda do oriente: esta _é_ a herança dos filhos de Benjamin, nos seus termos em redor, segundo as suas familias. 21 E as cidades da tribu dos filhos de Benjamin, segundo as suas familias, são: Jericó, e Beth-hogla, e Emekkesis, 22 E Beth-araba, e Semaraim, e Beth-el, 23 E Havvim, e Para, e Ophra, 24 E Chephar-haammonai, e Ophni, e Gaba: doze cidades e as suas aldeias: 25 Gibeon, e Rama, e Beeroth, 26 E Mispah, e Chephira, e Mosa, 27 E Rekem, e Irpeel, e Tharala, 28 E Sela, Eleph, e Jebusi [14] (esta _é_ Jerusalem), Gibeath e Kiriath: quatorze cidades com as suas aldeias: esta _é_ a herança dos filhos de Benjamin, segundo as suas familias. [1] cap. 19.51 e 21.2 e 22.9. Jer. 7.12. Jui. 18.31. I Sam. 1.3, 24 e 4.3, 4. [2] Jui. 18.9. [3] cap. 15.1 e 16.1, 4. [4] ver. 10. cap. 14.2. [5] cap. 13.33. [6] cap. 13.8. [7] cap. 16.1. [8] Gen. 28.19. Jui. 1.23. cap. 16.3. [9] cap. 15.9. [10] cap. 15.9. [11] cap. 15.8. [12] cap. 15.6. [13] cap. 15.6. [14] cap. 15.8. _A herança de Simeão._ 19 E saiu a segunda sorte por Simeão, pela tribu dos filhos de Simeão, segundo as suas familias: e foi [1] a sua herança no meio da [2] herança dos filhos de Judah. 2 E tiveram na sua herança: Beer-seba, e Seba, e Molada, 3 E Hassar-sual, e Bala, e Asem, 4 E Eltholad, e Bethul, e Horma, 5 E Siklag, e Beth-hammarcaboth, e Hassar-susa, 6 E Beth-lebaoth, e Saruhen: treze cidades e as suas aldeias. 7 Ain, e Rimmon, e Ether, e Asan: quatro cidades e as suas aldeias. 8 E todas as aldeias que _havia_ em redor d’estas cidades, até Baalath-beer, _que é_ Ramath do sul: esta _é_ a herança da tribu dos filhos de Simeão, segundo as suas familias. 9 A herança dos filhos de Simeão _está_ entre o quinhão dos de Judah; porquanto a herança dos filhos de Judah era demasiadamente grande para elles: pelo que os filhos [3] de Simeão tiveram a sua herança no meio d’elles. _A herança de Zebulon._ 10 E saiu a terceira sorte pelos filhos de Zebulon, segundo as suas familias: e foi o termo da sua herança até Sarid. 11 E sobe [4] o seu termo pelo occidente a Marala, e chega até Dabbeseth: chega tambem até ao ribeiro que _está_ defronte de Jokneam. 12 E de Sarid volta para o oriente, para o nascente do sol, até ao termo de Chisloth-tabor, e sae a Dobrath, e vae subindo a Japhia. 13 E d’ali passa pelo oriente para o nascente, a Gath-hepher, em Ethcasin; e sae a Rimmon-methoar, _que é_ Nea. 14 E torna este termo para o norte a Hannathon: e as suas saidas _são_ o valle de Iphtah-el, 15 E Cattath, e Nahalal, e Simron, e Idala, e Beth-lehem: doze cidades e as suas aldeias. 16 Esta _é_ a herança dos filhos de Zebulon, segundo as suas familias: estas cidades e as suas aldeias. 17 A quarta sorte saiu por Issacar: pelos filhos d’Issacar, segundo as suas familias. 18 E foi o seu termo Jezreela, e Chesulloth, e Sunem, 19 E Hapharaim, e Sion, e Anacarath, 20 E Rabbith, e Kision, e Ebes, 21 E Remeth, e En-gannim, e En-hadda, e Beth-patses. 22 E chega este termo até Tabor, e Sahasima, e Beth-semes; e as saidas do seu termo _estão_ para o Jordão: dezeseis cidades e as suas aldeias. 23 Esta _é_ a herança da tribu dos filhos d’Issacar, segundo as suas familias: estas cidades e as suas aldeias. _A herança de Aser._ 24 E saiu a quinta sorte pela tribu dos filhos d’Aser, segundo as suas familias. 25 E foi o seu termo Helkath, e Hali, e Beten, e Acsaph, 26 E Alammelech, e Amad, e Misal: e chega a Carmel para o occidente, e a Sihor-libnath; 27 E volta do nascente do sol a Beth-dagon, e chega a Zebulon e ao valle de Iphtah-el, ao norte de Beth-emek e de Neiel, e vem sair a Cabul pela esquerda, 28 E Ebron, e Rehob, e Hammon, e Cana, até á grande [5] Sidon. 29 E volta este termo a Rama, e até á forte cidade de Tyro: então torna este termo a Hosa, e as suas saidas estão para o mar, desde o quinhão _da terra_ até [6] Achzib; 30 E Uma, e Aphek, e Rechob: vinte e duas cidades e as suas aldeias. 31 Esta _é_ a herança da tribu dos filhos d’Aser, segundo as suas familias: estas cidades e as suas aldeias. 32 E saiu a sexta sorte pelos filhos de Naphtali; para os filhos de Naphtali, segundo as suas familias. 33 E foi o seu termo desde Heleph e desde Allon em Saanannim, e Adami, Nekeb, e Jabneel, até Lakum: e estão as suas saidas no Jordão. 34 E volta este termo [7] pelo occidente a Azmoth-tabor, e d’ali passa a Huccok: e chega a Zebulon para o sul, e chega a Aser para o occidente, e a Judah pelo Jordão, para o nascente do sol. 35 E _são_ as cidades fortes: Siddim, Ser, e Hammath, Raccath, e Chinnereth, 36 E Adama, e Rama, e Hasor, 37 E Kedes, e Edrei, e En-hazor, 38 E Iron, e Migdal-el, Horem, e Beth-anath, e Beth-semes: dezenove cidades e as suas aldeias. 39 Esta _é_ a herança da tribu dos filhos de Naphtali, segundo as suas familias: estas cidades e as suas aldeias. _A herança de Dan._ 40 A setima sorte saiu pela tribu dos filhos de Dan, segundo as suas familias. 41 E foi o termo da sua herança, Sora, e Estaol, e Ir-semes, 42 E Saalabbin, [8] e Ayalon, e Ithla, 43 E Elon, e Timnath, e Ekron, 44 E Elteke, e Gibthon, e Baalath, 45 E Jehud, e Bene-berak, e Gath-rimmon, 46 E Me-jarcom, e Raccon: com o termo defronte de [II] Japho: 47 Saiu porém pequeno o termo [9] aos filhos de Dan: pelo que subiram os filhos de Dan, e pelejaram contra Lesem, e a tomaram, e a feriram ao fio da espada, e a possuiram e habitaram n’ella, e a Lesem chamaram Dan, [10] conforme ao nome de Dan seu pae. 48 Esta _é_ a herança da tribu dos filhos de Dan, segundo as suas familias; estas cidades e as suas aldeias. 49 Acabando pois de repartir a terra em herança segundo os seus termos, deram os filhos d’Israel a Josué, filho de Nun, herança no meio d’elles. 50 Segundo o dito do Senhor lhe deram [11] a cidade que pediu, a Timnath-serah, na montanha de Ephraim: e reedificou aquella cidade, e habitou n’ella. 51 Estas _são_ as heranças [12] que Eleazar o sacerdote, e Josué filho de Nun, e os Cabeças dos paes das familias por sorte em herança repartiram ás tribus dos filhos d’Israel [13] em Silo, perante o Senhor, á porta da tenda da congregação. E _assim_ acabaram de repartir a terra. [1] ver. 9. [2] I Chr. 4.28. [3] ver. 1. [4] Gen. 49.13. cap. 12.22. [5] cap. 11.8. Jui. 1.31. [6] Gen. 38.5. Jui. 1.31. Miq. 1.14. [7] Deu. 33.32. [8] Jui. 1.35. [9] Jui. 18. [10] Jui. 18.29. [11] cap. 24.30. I Chr. 7.24. [12] Num. 34.17. cap. 14.1. [13] cap. 18.1, 10. _Estabelecem-se as cidades de refugio._ 20 Fallou mais o Senhor a Josué, dizendo: 2 Falla aos filhos d’Israel, dizendo: [1] Apartae-vos as cidades de refugio, de que vos fallei pelo ministerio de Moysés: 3 Para que fuja para ali o homicida, que matar _alguma_ pessoa por erro, _e_ não com intento: para que vos sejam por refugio do vingador do sangue. 4 E, fugindo para alguma d’aquellas cidades, por-se-ha [2] á porta da cidade, e proporá as suas palavras perante os ouvidos dos anciãos da tal cidade: então o tomarão comsigo na cidade: e lhe darão logar, para que habite com elles. 5 E, se [3] o vingador do sangue o seguir, não entregarão na sua mão o homicida: porquanto não feriu a seu proximo com intento, e o não aborreceu d’antes. 6 E habitará na mesma cidade, [4] até que se ponha a juizo perante a congregação, até que morra o summo sacerdote que houver n’aquelles dias: então o homicida voltará, e virá á sua cidade, e á sua casa, á cidade d’onde fugiu. 7 Então [IJ] apartaram a Kedes [5] em Galilea, na montanha de Naphtali, e a Sichem [6] na montanha d’Ephraim, e a Kiriath-arba, esta _é_ Hebron, na montanha de Judah. 8 E, d’além do Jordão de Jericó para o oriente, apartaram a Beser, no deserto, [7] na campina da tribu de Ruben, e a Ramoth em Gilead da tribu de Gad, e a Golan em Basan da tribu de Manasseh. 9 Estas são as cidades [8] _que foram_ designadas para todos os filhos d’Israel, e para o estrangeiro que andasse entre elles; para que se acolhesse a ellas todo aquelle que ferisse _alguma_ pessoa por erro: para que não morresse ás mãos do vingador do sangue, até [9] se pôr diante da congregação. [1] Exo. 21.13. Num. 35.6, 11, 14. Deu. 19.2, 9. [2] Ruth 4.1. [3] Num. 35.12. [4] Num. 35.12, 25. [5] cap. 21.32. I Chr. 6.76. [6] cap. 21.21. II Chr. 10.1. cap. 14.15 e 21.11, 13. Luc. 1.39. [7] Deu. 4.43. cap. 21.36. I Chr. 6.78. cap. 21.38. I Reis 22.3. cap. 21.27. [8] Num. 35.15. [9] ver. 6. _As cidades da tribu de Levi._ 21 Então os Cabeças dos paes dos levitas se achegaram [1] a Eleazar o sacerdote, e a Josué, filho de Nun, e aos Cabeças dos paes das tribus dos filhos d’Israel; 2 E fallaram-lhes em Silo [2] na terra de Canaan, dizendo: O Senhor ordenou, pelo ministerio de Moysés, que se nos déssem cidades para habitar, e os seus arrabaldes para os nossos animaes. 3 Pelo que os filhos d’Israel deram aos levitas da sua herança, conforme ao dito do Senhor, estas cidades e os seus arrabaldes. 4 E saiu a sorte pelas familias dos kohathitas: e aos filhos [3] de Aarão, o sacerdote, d’entre os levitas, cairam por sorte da tribu de Judah, e da tribu de Simeão, e da tribu de Benjamin, treze cidades; 5 E aos outros filhos de [4] Kohath _cairam_ por sorte das familias da tribu d’Ephraim, e da tribu de Dan, e da meia tribu de Manasseh, dez cidades; 6 E aos filhos de Gerson [5] _cairam_ por sorte das familias da tribu d’Issacar, e da tribu d’Aser, e da tribu de Naphtali, e da meia tribu de Manasseh em Basan, treze cidades; 7 Aos filhos de Merari, [6] segundo as suas familias, da tribu de Ruben, e da tribu de Gad, e da tribu de Zebulon, doze cidades. 8 E deram os filhos de Israel aos [7] levitas estas cidades e os seus arrabaldes por sorte, como o Senhor ordenara pelo ministerio de Moysés. 9 Deram mais da tribu dos filhos de Judah e da tribu dos filhos de Simeão estas cidades, que por nome foram nomeadas: 10 Para que fossem dos filhos d’Aarão, [8] das familias dos kohathitas, dos filhos de Levi; porquanto a primeira sorte foi sua. 11 Assim lhes [9] deram a cidade d’Arba, do pae d’Anok (esta _é_ Hebron), [10] no monte de Judah, e os seus arrabaldes em redor d’ella. 12 Porém o campo da cidade, e [11] as suas aldeias, deram a Caleb, filho de Jefoné, por sua possessão. 13 Assim aos filhos d’Aarão, o sacerdote, deram [12] a cidade do refugio do homicida, Hebron, e os seus arrabaldes, e [13] Libna, e os seus arrabaldes; 14 E Jatthir, [14] e os seus arrabaldes, e Estmoa, e os seus arrabaldes; 15 E Cholon, [15] e os seus arrabaldes, e Debir, e os seus arrabaldes, 16 E Ain, [16] e os seus arrabaldes, e Jutta, e os seus arrabaldes, _e_ Beth-semes e os seus arrabaldes: nove cidades d’estas duas tribus. 17 E da tribu de Benjamin, Gibeon, e os seus arrabaldes, [17] Geba, e os seus arrabaldes; 18 Anathoth, e os seus arrabaldes, e Almon, [18] e os seus arrabaldes; quatro cidades. 19 Todas as cidades dos sacerdotes, filhos d’Aarão, _foram_ treze cidades e os seus arrabaldes. 20 E as familias [19] dos filhos de Kohath, levitas, que ficaram dos filhos de Kohath, tiveram as cidades da sua sorte da tribu d’Ephraim. 21 E deram-lhes Sichem, [20] cidade do refugio do homicida, e os seus arrabaldes, no monte de Ephraim, e Gezer, e os seus arrabaldes; 22 E Kibsaim, e os seus arrabaldes, e Beth-horon, e os seus arrabaldes: quatro cidades. 23 E da tribu de Dan, Elteke, e os seus arrabaldes, Gibbethon, e os seus arrabaldes; 24 Ajalon, e os seus arrabaldes, Gath-rimmon, e os seus arrabaldes: quatro cidades. 25 E da meia tribu de Manasseh, Taanach, e os seus arrabaldes, e Gath-rimmon, e os seus arrabaldes: duas cidades. 26 Todas as cidades para as familias dos filhos de Kohath que ficavam, _foram_ dez, e os seus arrabaldes. 27 E aos filhos [21] de Gerson, das familias dos levitas, Golan da meia tribu de Manasseh, cidade do [22] refugio do homicida, em Basan, e os seus arrabaldes, e Be-estra, e os seus arrabaldes: duas cidades. 28 E da tribu de Issacar, Kisjon, e os seus arrabaldes: Daberath, e os seus arrabaldes; 29 Jarmuth, e os seus arrabaldes, En-gannim, e os seus arrabaldes: quatro cidades. 30 E da tribu d’Aser, Misal, e os seus arrabaldes, Abdon, e os seus arrabaldes; 31 Helkath, e os seus arrabaldes, e Rohob, e os seus arrabaldes; quatro cidades. 32 E da tribu de Naphtali, Kedes, cidade do refugio [23] do homicida, em Galilea, e os seus arrabaldes, e Hamoth-dor, e os seus arrabaldes; e Cartan, e os seus arrabaldes: tres cidades. 33 Todas as cidades dos gersonitas, segundo as suas familias, _foram_ treze cidades e os seus arrabaldes. 34 E ás familias dos filhos [24] de Merari, dos levitas que ficavam, _foram dadas_ da tribu de Zebulon, Jokneam e os seus arrabaldes, Carta e os seus arrabaldes, 35 Dimna e os seus arrabaldes, Nahalal e os seus arrabaldes: quatro cidades. 36 E da tribu de Ruben, Beser, e [25] os seus arrabaldes, e Jahaz, e os seus arrabaldes; 37 Kedemoth, e os seus arrabaldes, e Mephaath, e os seus arrabaldes: quatro cidades. 38 E da tribu de Gad, Ramoth, cidade do refugio [26] do homicida, em Gilead, e os seus arrabaldes, e Mahanaim, e os seus arrabaldes; 39 Hesbon, e os seus arrabaldes, Jaezer e os seus arrabaldes: por todas, quatro cidades. 40 Todas estas cidades _foram_ dos filhos de Merari, segundo as suas familias, que _ainda_ restavam das familias dos levitas; e foi a sua sorte doze cidades. 41 Todas as cidades [27] dos levitas, no meio da herança dos filhos d’Israel, _foram_ quarenta e oito cidades e os seus arrabaldes. 42 Estavam estas cidades cada qual com os seus arrabaldes em redor d’ellas: assim _estavam_ todas estas cidades. 43 D’esta sorte deu o Senhor a Israel toda a terra [28] que jurara dar a seus paes: e a possuiram e habitaram n’ella. 44 E o Senhor lhes deu repouso [29] em redor, conforme a tudo quanto jurara a seus paes; [30] e nenhum de todos os seus inimigos ficou em pé diante d’elles; todos os seus inimigos o Senhor deu na sua mão. 45 Palavra alguma falhou de todas as boas palavras que o Senhor fallara [31] á casa d’Israel: tudo se cumpriu. [1] cap. 14.1 e 17.4. [2] cap. 18.1. Num. 35.2. [3] ver. 8, 19. cap. 24.33. [4] ver. 20, etc. [5] ver. 27, etc. [6] ver. 34, etc. [7] ver. 3. Num. 35.2. [8] ver. 4. [9] I Chr. 6.55. cap. 15.13. [10] cap. 20.7. Luc. 1.39. [11] cap. 14.14. I Chr. 6.56. [12] I Chr. 6.57, etc. cap. 15.54 e 20.7. [13] cap. 15.42. [14] cap. 15.48, 50. [15] I Chr. 6.58. cap. 15.51 e 15.49. [16] I Chr. 6.59. cap. 15.10, 42, 55. [17] cap. 18.24, 25. [18] I Chr. 6.60. [19] ver. 5. I Chr. 6.66. [20] cap. 20.7. [21] ver. 6. I Chr. 6.71. [22] cap. 20.8. [23] cap. 20.7. [24] ver. 7. I Chr. 6.77. [25] cap. 20.8. [26] cap. 20.8. [27] Num. 35.7. [28] Gen. 13.15 e 15.18 e 26.3 e 28.4, 13. [29] cap. 11.23 e 22.4. [30] Deu. 7.24. [31] cap. 23.14. _Josué abençoa e manda para suas casas as duas e meia tribus._ 22 Então Josué chamou os rubenitas, e os gaditas, e a meia tribu de Manasseh, 2 E disse-lhes: [1] Tudo quanto Moysés, o servo do Senhor, vos ordenou, guardastes: e á minha voz obedecestes em tudo quanto vos ordenei. 3 A vossos irmãos por tanto tempo até ao _dia d’_hoje não desamparastes: antes tivestes cuidado da guarda do mandamento do Senhor vosso Deus. 4 E agora o Senhor vosso Deus deu repouso a vossos irmãos, como lhes tinha promettido: voltae-vos pois agora, e ide-vos a vossas tendas, á terra da vossa [2] possessão, que Moysés, o servo do Senhor, vos deu d’além do Jordão. 5 Tão sómente tende [3] cuidado de guardar com diligencia o mandamento e a lei que Moysés, o servo do Senhor, vos mandou: que ameis ao Senhor vosso Deus, e andeis em todos os seus caminhos, e guardeis os seus mandamentos, e vos achegueis a elle, e o sirvaes com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma. 6 Assim Josué [4] os abençoou; e despediu-os, e foram-se ás suas tendas. 7 Porquanto Moysés déra _herança_ em Basan a meia tribu de Manasseh; porém á outra [5] metade deu Josué entre seus irmãos, d’áquem do Jordão para o occidente; e enviando-os Josué tambem á suas tendas, os abençoou; 8 E fallou-lhes, dizendo: Voltae-vos ás vossas tendas com grandes riquezas, e com muitissimo gado, com prata, e com oiro, e com metal, e com ferro, e com muitissimos vestidos: [6] e com vossos irmãos reparti o despojo dos vossos inimigos. 9 Assim os filhos de Ruben, e os filhos de Gad, e a meia tribu de Manasseh voltaram, e partiram dos filhos de Israel, de Silo, que _está_ na terra de Canaan; para se irem á terra [7] de Gilead, á terra da sua possessão, de que foram feitos possuidores, conforme ao dito do Senhor pelo ministerio de Moysés. _O altar do testemunho._ 10 E, vindo elles aos limites do Jordão, que _estão_ na terra de Canaan, ali os filhos de Ruben, e os filhos de Gad, e a meia tribu de Manasseh edificaram _um_ altar junto ao Jordão, [IK] _um_ altar de grande apparencia. 11 E ouviram [8] os filhos d’Israel dizer: Eis que os filhos de Ruben, e os filhos de Gad, e a meia tribu de Manasseh edificaram _um_ altar na frente da terra de Canaan, nos limites do Jordão, da banda dos filhos d’Israel. 12 O que os filhos d’Israel ouvindo, ajuntou-se toda a congregação [9] dos filhos de Israel em Silo, para sairem contra elles em exercito. 13 E enviaram [10] os filhos de Israel aos filhos de Ruben, e aos filhos de Gad, e á meia tribu de Manasseh, para a terra de Gilead, a Phineas, [11] filho de Eleazar, o sacerdote; 14 E a dez principes com elle, de [12] cada casa paterna um principe, de todas as tribus de Israel: e cada um _era_ Cabeça da casa de seus paes nos milhares de Israel. 15 E, vindo elles, aos filhos de Ruben, e aos filhos de Gad, e á meia tribu de Manasseh, á terra de Gilead, fallaram com elles, dizendo: 16 Assim diz toda a congregação do Senhor: Que transgressão _é_ esta, com que transgredistes contra o Deus d’Israel, tornando-vos hoje d’após do Senhor, edificando-vos um altar, [13] para vos rebellardes contra o Senhor? 17 _Foi_-nos pouco a iniquidade de Peor? [14] de que ainda até ao _dia de_ hoje não estamos purificados, ainda que houve castigo na congregação do Senhor? 18 E hoje vos tornaes d’após do Senhor: será _que_, rebellando-vos hoje contra o Senhor, ámanhã se irará contra toda a congregação de Israel. 19 Se é, porém, que a terra da vossa possessão [15] é immunda, passae-vos para a terra da possessão do Senhor, onde habita [16] o tabernaculo do Senhor, e tomae possessão entre nós: mas não vos rebelleis contra o Senhor, nem _tão pouco_ vos rebelleis contra nós, edificando-vos _um_ altar, afóra do altar do Senhor nosso Deus. 20 Não commetteu Acan, [17] filho de Zera, transgressão no tocante ao [IL] anathema? e não veiu ira sobre toda a congregação d’Israel? assim que aquelle homem não morreu só na sua iniquidade. 21 Então responderam os filhos de Ruben, e os filhos de Gad, e a meia tribu de Manasseh, e disseram aos Cabeças dos milhares de Israel: 22 O Deus dos deuses, o Senhor, [18] elle _o_ sabe, e Israel _mesmo o_ saberá; se _é_ por rebeldia, ou por transgressão contra o Senhor, hoje não nos preserve; 23 Se nós edificámos altar para nos tornar d’após do Senhor, ou para sobre elle offerecer holocausto e offerta de manjares, ou sobre elle fazer offerta pacifica, [19] o Senhor mesmo de nós _o_ requeira. 24 E, se o não fizemos por receio d’isto, dizendo: Amanhã vossos filhos virão a fallar a nossos filhos, dizendo: Que tendes vós com o Senhor Deus de Israel? 25 Pois o Senhor poz o Jordão por termo entre nós e vós, ó filhos de Ruben, e filhos de Gad; não tendes parte no Senhor: e _assim_ bem poderiam vossos filhos fazer desistir a nossos filhos de temer ao Senhor. 26 Pelo que dissemos: Façamos agora, e nos edifiquemos _um_ altar: não para holocausto, nem para sacrificio, 27 Mas para que entre [20] nós e vós, e entre as nossas gerações depois de nós, nos _seja_ em testemunho, para podermos exercitar o serviço do Senhor diante d’elle com os nossos holocaustos, e com os nossos sacrificios, e com as nossas offertas pacificas: e _para que_ vossos filhos não digam ámanhã a nossos filhos: Não tendes parte no Senhor. 28 Pelo que dissemos: Quando fôr que ámanhã _assim_ nos digam a nós e ás nossas gerações, então diremos: Vêde o modelo do altar do Senhor que fizeram nossos paes, não para holocausto nem para sacrificio, porém _para ser_ testemunho entre nós e vós. 29 Nunca tal nos aconteça, que nos rebellassemos contra o Senhor, ou que hoje nos tornassemos d’após do Senhor, edificando [21] altar para holocausto, offerta de manjares ou sacrificio, fóra do altar do Senhor nosso Deus, que _está_ perante o seu tabernaculo. 30 Ouvindo pois Phineas, o sacerdote, e os principes da congregação, e os Cabeças dos milhares de Israel, que com elle _estavam_, as palavras que disseram os filhos de Ruben, e os filhos de Gad, e os filhos de Manasseh, pareceu bem aos seus olhos. 31 E disse Phineas, filho de Eleazar, o sacerdote, aos filhos de Ruben, e aos filhos de Gad, e aos filhos de Manasseh: Hoje sabemos que o Senhor _está_ no meio de nós; [22] porquanto não commettestes transgressão contra o Senhor: agora livrastes os filhos de Israel da mão do Senhor. 32 E tornou-se Phineas, filho de Eleazar, o sacerdote, com os principes, de com os filhos de Ruben, e de com os filhos de Gad, da terra de Gilead á terra de Canaan, aos filhos de Israel: e trouxeram-lhes a resposta. 33 E pareceu a resposta boa aos olhos dos [23] filhos d’Israel, e os filhos d’Israel louvaram a Deus: e não fallaram _mais_ de subir contra elles em exercito, para destruirem a terra em que habitavam os filhos de Ruben e os filhos de Gad. 34 E os filhos de Ruben e os filhos de Gad pozeram ao altar o nome [IM] Ed: para _que seja_ testemunho entre nós que o Senhor _é_ Deus. [1] Num. 32.20. Deu. 3.18. cap. 1.16, 17. [2] Num. 32.33. Deu. 29.8. cap. 13.8. [3] Deu. 6.6, 17 e 11.22 e 10.22. [4] Gen. 47.7. Exo. 39.43. cap. 14.13. II Sam. 6.18. Luc. 24.50. [5] cap. 17.5. [6] Num. 31.27. I Sam. 30.24. [7] Num. 22.1, 26, 29. [8] Deu. 13.12, etc. Jui. 20.12. [9] Jui. 20.1. [10] Deu. 13.14. Jui. 20.12. [11] Exo. 6.25. Num. 25.7. [12] Num. 1.4. [13] Lev. 17.8, 9. Deu. 12.13, 14. [14] Num. 25.3, 4. [15] Num. 16.22. [16] cap. 18.1. [17] cap. 7.1, 5. [18] Deu. 10.17. I Reis 8.39. Job 10.7. Psa. 44.21. Jer. 12.13. II Cor. 11.11, 31. [19] Deu. 18.19. I Sam. 20.16. [20] Gen. 31.48. cap. 24.27. ver. 34. Deu. 12.5, 6, 11, 12, 17, 18, 26. [21] Deu. 12.13. [22] Lev. 26.11. II Chr. 15.2. [23] I Chr. 29.20. Neh. 8.6. Dan. 2.19. Luc. 2.28. _Josué exhorta o povo a observar a lei do Senhor._ [Antes de Christo 1427] 23 E succedeu _que_, muitos dias depois que o Senhor déra [1] repouso a Israel de todos os seus inimigos em redor, e Josué [2] _já_ fosse velho _e_ entrado em dias, 2 Chamou Josué a todo o Israel, [3] aos seus anciãos, e aos seus Cabeças, e aos seus juizes, e aos seus officiaes, e disse-lhes: Eu _já_ sou velho _e_ entrado em dias; 3 E vós já tendes visto tudo quanto o Senhor vosso Deus fez a todas estas nações por causa de vós: [4] porque o Senhor vosso Deus _é_ o que pelejou por vós. 4 Vêdes aqui _que_ vos fiz cair [5] em sorte ás vossas tribus estas nações que ficam desde o Jordão, com todas as nações que tenho destruido, até ao grande mar para o pôr do sol. 5 E o Senhor vosso Deus as empuxará de diante de vós, e as expellirá de diante de vós: e [6] vós possuireis a sua terra, [7] como o Senhor vosso Deus vos tem dito. 6 Esforçae-vos pois muito [8] para guardardes e para fazerdes tudo quanto _está_ escripto no livro da lei de Moysés: para que d’elle não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda; 7 Por não entrardes a estas [9] nações que ainda ficaram comvosco: e dos nomes de seus deuses não façaes menção, nem por elles façaes jurar, nem os sirvaes, nem a elles vos inclineis. 8 Mas ao Senhor vosso Deus vos achegareis, [10] como fizestes até _ao dia de_ hoje; 9 Pois o Senhor expelliu [11] de diante de vós grandes e numerosas nações: e, _quanto a_ vós, ninguem ficou em pé diante de vós até _ao dia de_ hoje. 10 Um _só_ homem d’entre vós perseguirá a mil: [12] pois _é o mesmo_ Senhor vosso Deus _o que_ peleja por vós, como _já_ vos tem dito. 11 Portanto, guardae muito [13] as vossas almas, para amardes ao Senhor vosso Deus. 12 Porque se d’alguma maneira vos apartardes, [14] e vos achegardes ao resto d’estas nações que _ainda_ ficou comvosco, e com ellas vos aparentardes, e vós a ellas entrardes, e ellas a vós, 13 Sabei certamente que o Senhor vosso [15] Deus não continuará mais a expellir estas nações de diante de vós, mas vos serão por laço [16] e rede, e açoite ás vossas ilhargas, e espinhos aos vossos olhos; até que pereçaes d’esta boa terra que vos deu o Senhor vosso Deus. 14 E eis aqui eu vou hoje pelo caminho de toda a terra: [17] e vós bem sabeis, com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma, que nem uma _só_ palavra caiu de todas as boas palavras que fallou de vós o Senhor vosso Deus; todas vos sobrevieram, nem d’ellas caiu uma _só_ palavra. 15 E será _que_, _assim_ como sobre vós vieram todas estas boas coisas, que o Senhor vosso Deus vos disse, [18] assim trará o Senhor sobre vós todas aquellas más coisas, até vos destruir de sobre a boa terra que vos deu o Senhor vosso Deus. 16 Quando traspassardes o concerto do Senhor vosso Deus, que vos tem ordenado, e fôrdes e servirdes a outros deuses, e a elles vos inclinardes, então a ira do Senhor sobre vós se accenderá, e logo perecereis de sobre a boa terra que vos deu. [1] cap. 21.44 e 22.4. [2] cap. 13.1. [3] Deu. 31.28. cap. 24.1. I Chr. 28.1. [4] Exo. 14.14. cap. 10.14, 42. [5] cap. 13.2, 6 e 18.10. [6] Exo. 23.30 e 33.2 e 34.11. Deu. 11.23. cap. 13.6. [7] Num. 33.53. [8] cap. 1.7. Deu. 5.32 e 28.14. [9] Exo. 23.33. Deu. 7.2. Pro. 4.14. Eph. 5.11. Exo. 23.13. Jer. 5.7. Sof. 1.5. Num. 32.38. [10] Deu. 10.20 e 11.22. cap. 22.5. [11] Deu. 11.23. cap. 22.5. [12] Lev. 26.8. Deu. 32.30. Jui. 3.31 e 15.15. II Sam. 23.8. Exo. 14.14 e 23.27. Deu. 3.22. [13] cap. 22.5. [14] Heb. 10.38, 39. II Ped. 2.20. Deu. 7.3. [15] Jui. 2.3. [16] Exo. 23.33. Num. 33.55. Deu. 7.16. I Reis 11.4. [17] I Reis 2.2. Heb. 9.27. cap. 21.45. Luc. 21.33. [18] Deu. 28.63. Lev. 26.16. Deu. 28.15, 16, etc. _Josué traz á memoria do povo tudo o que Deus tinha feito por elle._ 24 Depois ajuntou Josué todas as tribus d’Israel em Sichem: [1] e chamou os anciãos d’Israel, e os seus Cabeças, e os seus juizes, e os seus officiaes: e elles se apresentaram diante de Deus. 2 Então Josué disse a todo o povo: Assim diz o Senhor Deus d’Israel: D’além do rio antigamente habitaram vossos paes, [2] Terah, pae d’Abrahão e pae de Nachor: [3] e serviram a outros deuses. 3 Eu porém tomei a vosso pae Abrahão [4] d’além do rio, e o fiz andar por toda a terra de Canaan: tambem multipliquei a sua semente, e dei-lhe a Isaac. 4 E a Isaac [5] dei a Jacob e a Esaú: e a Esaú dei a montanha de Seir, para a possuir: porém Jacob e seus filhos desceram para o Egypto. 5 Então enviei a Moysés [6] e a Aarão, e feri ao Egypto, como o fiz no meio d’elle; e depois vos tirei _de lá_. 6 E, tirando eu a vossos paes do Egypto, [7] viestes ao mar: e os egypcios perseguiram a vossos paes, com carros e com cavalleiros, até ao Mar Vermelho. 7 E clamaram ao Senhor, [8] e poz _uma_ escuridão entre vós e os egypcios, e trouxe o mar sobre elles, [9] e os cobriu, e os vossos olhos viram o que eu fiz no Egypto: depois habitastes no deserto muitos dias. 8 Então eu vos trouxe á terra dos amorrheos, que habitavam d’além do Jordão, os quaes pelejaram [10] contra vós: porém os dei na vossa mão, e possuistes a sua terra, e os destrui diante de vós. 9 Levantou-se tambem Balac, [11] filho de Zippor, rei dos moabitas, e pelejou contra Israel: e enviou e chamou a Balaão, filho de Beor, para que vos amaldiçoasse. 10 Porém eu não quiz ouvir [12] a Balaão: pelo que, abençoando-vos, abençoou, e livrei-vos da sua mão. 11 E, passando vós o Jordão, [13] e vindo a Jericó, os habitantes de Jericó pelejaram contra vós, os amorrheos, e os pherezeos, e os cananeos, e os hetheos, e os girgaseos, e os heveos, e os jebuseos; porém os dei na vossa mão. 12 E enviei vespões [14] diante de vós, que os expelliram de diante de vós, _como_ a ambos os reis dos amorrheos: não com a tua espada, nem com o teu arco. 13 E eu vos dei a terra em que não trabalhastes, e cidades [15] que não edificastes, e habitaes n’ellas, e comeis das vinhas e dos olivaes que não plantastes. _Josué faz, de novo, concerto com o povo._ 14 Agora pois temei [16] ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade: e deitae fóra os deuses aos quaes serviram vossos paes d’além do rio e no Egypto, e servi ao Senhor. 15 Porém, se vos parece mal _aos vossos olhos_ servir ao Senhor, [17] escolhei-vos hoje a quem sirvaes: se os deuses a quem serviram vossos paes, que _estavam_ d’além do rio, ou os deuses dos amorrheos, em cuja terra habitaes: porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor. 16 Então respondeu o povo, e disse: Nunca nos aconteça que deixemos ao Senhor para servirmos a outros deuses; 17 Porque o Senhor é o nosso Deus; elle _é_ o que nos fez subir, a nós e a nossos paes, da terra do Egypto, da casa da servidão, e o que tem feito estes grandes signaes aos nossos olhos, e nos guardou por todo o caminho que andámos, e entre todos os povos pelo meio dos quaes passámos. 18 E o Senhor expelliu de diante de nós a todas estas gentes, até ao amorrheo, morador da terra: tambem nós serviremos ao Senhor, porquanto _é_ nosso Deus. 19 Então Josué disse ao povo: [18] Não podereis servir ao Senhor, porquanto _é_ Deus sancto, _é_ Deus zeloso, _que_ não perdoará a vossa transgressão nem os vossos peccados. 20 Se deixardes ao Senhor, [19] e servirdes a deuses estranhos, então se tornará, e vos fará mal, e vos consumirá, depois de vos fazer bem. 21 Então disse o povo a Josué: Não, antes ao Senhor serviremos. 22 E Josué disse ao povo: _Sois_ testemunhas contra vós mesmos de que vós escolhestes [20] ao Senhor, para o servir. E disseram: _Somos_ testemunhas. 23 Deitae pois agora fóra [21] aos deuses estranhos que _ha_ no meio de vós: e inclinae o vosso coração ao Senhor Deus d’Israel. 24 E disse o povo a Josué: Serviremos ao Senhor nosso Deus, e obedeceremos á sua voz. 25 Assim fez Josué concerto [22] n’aquelle dia com o povo, e lh’o poz por estatuto e direito em Sichem. _A pedra do testemunho._ 26 E Josué escreveu [23] estas palavras no livro da lei de Deus: e tomou uma grande pedra, e a erigiu ali debaixo do carvalho que _estava_ junto ao sanctuario do Senhor. 27 E disse Josué a todo o [24] povo: Eis que esta pedra nos será por testemunho; pois ella ouviu todas as palavras que o Senhor nos tem dito: e tambem será testemunho contra vós, para que não mintaes a vosso Deus. 28 Então Josué enviou o povo, [25] a cada um para a sua herdade. _A morte de Josué e de Eleazar._ 29 E depois d’estas coisas succedeu _que_ [26] Josué, filho de Nun, o servo do Senhor, falleceu, _sendo_ da edade de cento e dez annos. 30 E sepultaram-n’o no termo da sua herdade, em [27] Timnath-sera, que _está_ no monte d’Ephraim, para o norte do monte de Gaas. 31 Serviu pois Israel [28] ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que _ainda_ viveram _muito_ depois de Josué, e sabiam toda a obra que o Senhor tinha feito a Israel. 32 Tambem enterraram em Sichem os ossos [29] de José, que os filhos d’Israel trouxeram do Egypto, n’aquella parte do campo que Jacob comprara aos filhos d’Hemor, [30] pae de Sichem, por cem peças de prata: porquanto foram em herança para os filhos de José. 33 Falleceu tambem Eleazar, filho d’Aarão, e o sepultaram no outeiro de Phineas, [31] seu filho, que lhe fôra dado na montanha de Ephraim. [1] Gen. 35.4. cap. 23.2. I Sam. 10.19. [2] Gen. 11.26, 31. [3] Gen. 31.53. [4] Gen. 12.1. Act. 7.2, 3. [5] Gen. 21.2 e 25.24, 25, 26 e 36.8. Deu. 2.5. Gen. 46.1, 6. Act. 7.15. [6] Exo. 3.10 e 7 e 8 e 9 e 10.12. [7] Exo. 12.37, 51 e 14.2, 9. [8] Exo. 14.10, 20, 27, 28. [9] Deu. 4.34 e 29.2. cap. 5.6. [10] Num. 21.21, 33. Deu. 2.32 e 3.1. [11] Jui. 11.25. Num. 22.5. Deu. 23.4. [12] Deu. 23.5. Num. 23.11, 20 e 24.10. [13] cap. 3.14, 17 e 4.10, 11, 12 e 6.1 e 10.1 e 11.1. [14] Exo. 23.28. Deu. 7.20. Psa. 49.4, 7. [15] Deu. 6.10, 11. cap. 11.13. [16] Deu. 10.12. I Sam. 12.24. Gen. 17.1. Deu. 18.13. II Cor. 1.12. Eph. 6.24. ver. 2, 23. Lev. 17.7. Eze. 20.18. [17] Ruth 1.15. I Reis 18.21. Eze. 20.39. João 6.67. Exo. 23.24, 32, 33 e 34.15. Deu. 13.7 e 29.18. Jui. 6.10. Gen. 18.19. [18] Mat. 6.24. Lev. 19.2. I Sam. 6.20. Psa. 100.5, 9. Isa. 5.16. Exo. 20.5 e 23.21. [19] I Chr. 28.9. II Chr. 15.2. Esd. 8.22. Isa. 1.28 e 65.11, 12. Jer. 17.13. cap. 23.15. Isa. 63.10. Act. 7.42. [20] Psa. 119.173. [21] ver. 14. Gen. 35.2. Jui. 10.16. I Sam. 7.3. [22] Exo. 15.25. II Reis 11.17. ver. 26. [23] Deu. 31.24. Jui. 9.6. Gen. 28.18. cap. 4.3. Gen. 35.4. [24] Gen. 31.48, 52. Deu. 31.19, 21, 26. cap. 22.27, 28, 34. Deu. 32.1. [25] Jui. 2.6. [26] Jui. 2.8. [27] cap. 19.50. Jui. 2.9. [28] Jui. 2.7. Deu. 11.2 e 31.13. [29] Gen. 50.25. Exo. 13.19. [30] Gen. 33.19. [31] Exo. 6.25. Jui. 20.28. O LIVRO DOS JUIZES. _Novas conquistas pelas tribus._ [Antes de Christo 1425] 1 E succedeu, depois da morte de Josué, [1] que os filhos de Israel perguntaram ao Senhor, dizendo: Quem d’entre nós primeiro subirá aos cananeos, para pelejar contra elles? 2 E disse o Senhor: Judah subirá: [2] eis que lhe dei esta terra na sua mão. 3 Então disse Judah a Simeão, seu irmão: Sobe commigo á minha sorte, e pelejemos contra os cananeos, [3] e tambem eu comtigo subirei á tua sorte. E Simeão partiu com elle. 4 E subiu Judah, e o Senhor lhe deu na sua mão os cananeos e os pherezeos: e feriram [4] d’elles em Bezek a dez mil homens. 5 E acharam a Adoni-bezek em Bezek, e pelejaram contra elle: e feriram aos cananeos e aos pherezeos. 6 Porém Adoni-bezek fugiu, e o seguiram, e o prenderam, e lhe cortaram os _dedos_ pollegares das mãos e dos pés. 7 Então disse Adoni-bezek: Setenta reis com os _dedos_ pollegares das mãos e dos pés cortados apanhavam _as migalhas_ debaixo da minha mesa: _assim_ como eu fiz, [5] assim Deus me pagou. E o trouxeram a Jerusalem, e morreu ali. 8 Porque os filhos [6] de Judah pelejaram contra Jerusalem, e a tomaram, e a feriram ao fio da espada: e a cidade pozeram a fogo. 9 E depois [7] os filhos de Judah desceram a pelejar contra os cananeos que habitavam nas montanhas, e no sul, e nas planicies. 10 E partiu Judah contra os cananeos que habitavam em Hebron (_era_ porém d’antes [8] o nome de Hebron Quiriath-arba): e feriram a Sesai, e a Ahiman e a Talmai. 11 E d’ali partiu contra [9] os moradores de Debir: e _era_ d’antes o nome de Debir Quiriath-sepher. 12 E disse Caleb: [10] Quem ferir a Quiriath-sepher, e a tomar, lhe darei a minha filha Acsa por mulher. 13 E tomou-a Othniel, filho de Kenaz, o irmão [11] de Caleb, mais novo do que elle: e _Caleb_ lhe deu a sua filha Acsa por mulher. 14 E succedeu _que_, vindo ella _a elle_, o persuadiu [12] que pedisse um campo a seu pae; e ella se apeou do jumento, saltando: e Caleb lhe disse: Que _é o que_ tens? 15 E ella lhe disse: [13] Dá-me [IN] _uma_ benção; pois me déste _uma_ terra secca, dá-me tambem fontes de aguas. E Caleb lhe deu as fontes superiores e as fontes inferiores. 16 Tambem os filhos [14] do Keneo, sogro de Moysés, subiram da cidade das palmeiras com os filhos de Judah ao deserto de Judah, que _está_ ao sul [15] de Arad: e foram, e habitaram com o povo. 17 Foi-se pois Judah [16] com Simeão, seu irmão, e feriram aos cananeos que habitavam em Zephath: e totalmente a destruiram, e chamaram o nome [17] d’esta cidade [IO] Horma. 18 Tomou mais Judah a Gaza [18] com o seu termo, e a Ascalon com o seu termo, e a Ecron com o seu termo. 19 E foi o Senhor com Judah, [19] e despovoou as montanhas: porém não expelliu aos moradores do valle, porquanto tinham carros [20] ferrados. 20 E deram Hebron [21] a Caleb, como Moysés o dissera: e d’ali expelliu os tres filhos d’Enak. 21 Porém os filhos [22] de Benjamin não expelliram os jebuseos que habitavam em Jerusalem; antes os jebuseos habitaram com os filhos de Benjamin em Jerusalem, até _ao dia d’_hoje. 22 E subiu tambem a casa de José a Beth-el, [23] e _foi_ o Senhor com elles. 23 E fez a casa de José espiar a Beth-el: e _foi_ d’antes o nome d’esta cidade [24] Luz. 24 E viram os espias a _um_ homem, que sahia da cidade, e lhe disseram: Ora mostra-nos a entrada da cidade, e usaremos [25] comtigo de beneficencia. 25 E, mostrando-lhes elle a entrada da cidade, feriram a cidade ao fio da espada: porém áquelle homem e a toda a sua familia deixaram ir. 26 Então aquelle homem foi-se á terra dos hetheos, e edificou _uma_ cidade, e chamou o seu nome Luz; este _é_ o seu nome até ao dia d’hoje. 27 Nem Manasseh expelliu _os habitantes de_ [26] Beth-sean, nem _dos_ logares da sua jurisdicção; nem a Taanach, com os logares da sua jurisdicção; nem aos moradores de Dor, com os logares da sua jurisdicção; nem aos moradores de Ibleam, com os logares da sua jurisdicção; nem aos moradores de Megiddo, com os logares da sua jurisdicção: e quizeram os cananeos habitar na mesma terra. 28 E succedeu que, quando Israel cobrou _mais_ forças, fez dos cananeos tributarios: porém não os expelliu de todo. 29 Tão pouco expelliu Ephraim aos [27] cananeos que habitavam em Gezer: antes os cananeos habitavam no meio d’elle, em Gezer. 30 Tão pouco expelliu Zebulon aos moradores de Kitron, [28] nem aos moradores de Nahalol: porém os cananeos habitavam no meio d’elle, e foram tributarios. 31 Tão pouco Aser [29] expelliu aos moradores d’Acco, nem aos moradores de Sidon: como nem a Acbal, nem a Acsih, nem a Chelba, nem a Aphik, nem a Recob; 32 Porém os aseritas habitaram no meio dos cananeos que habitavam na terra: [30] porquanto os não expelliram. 33 Tão pouco Naphtali expelliu [31] aos moradores de Beth-semes, nem aos moradores de Beth-anath; mas habitou no meio dos cananeos que habitavam na terra: porém lhes foram [32] tributarios os moradores de Beth-semes e Beth-anath. 34 E apertaram os amorrheos aos filhos de Dan até ás montanhas: porque nem os deixavam descer ao valle. 35 Tambem os amorrheos quizeram habitar nas montanhas de Heres, em Ajalon [33] e em Saalbim: porém prevaleceu a mão da casa de José, e ficaram tributarios. 36 E _foi_ o termo dos amorrheos desde a [34] subida d’Akrabbim: desde a penha, e d’ali para cima. [1] Num. 27.21. cap. 20.18. [2] Gen. 40.8. [3] ver. 17. [4] I Sam. 11.8. [5] Lev. 24.19. I Sam. 15.33. Thi. 2.13. [6] Jos. 15.63. [7] Jos. 10.36 e 11.21 e 15.13. [8] Jos. 14.15 e 15.13, 14. [9] Jos. 15.15. [10] Jos. 16.16, 17. [11] cap. 3.9. [12] Jos. 15.18, 19. [13] Gen. 33.11. [14] cap. 4.11, 17. I Sam. 15.6. I Chr. 2.55. Jer. 35.2. Deu. 34.3. [15] Num. 21.1 e 10.32. [16] ver. 3. [17] Num. 21.3. Jos. 19.4. [18] Jos. 11.22. [19] ver. 2. II Reis 18.7. [20] Jos. 17.16, 18. [21] Num. 14.24. Deu. 1.36. Job 14.9, 13 e 15.13, 14. [22] Jos. 15.63 e 18.28. [23] ver. 19. Jos. 2.1 e 7.2. cap. 18.2. [24] Gen. 28.19. [25] Jos. 2.12, 14. [26] Jos. 17.11, 12, 13. [27] Jos. 16.10. I Reis 9.16. [28] Jos. 19.15. [29] Jos. 19.24, 30. [30] Psa. 106.34, 35. [31] Jos. 19.38. [32] ver. 32. [33] Jos. 19.42. [34] Num. 34.4. Jos. 15.3. _O anjo do Senhor reprehende os israelitas._ [Antes de Christo 1406] 2 E subiu o anjo do Senhor de Gilgal [1] a Bochim, e disse: Do Egypto vos fiz subir, e vos trouxe á terra que a vossos paes tinha jurado e dito: Nunca invalidarei o meu [2] concerto comvosco. 2 E, quanto a vós, não fareis concerto [3] com os moradores d’esta terra, _antes_ derrubareis os seus altares: mas vós não obedecestes á minha voz. Porque fizestes isto? 3 Pelo que tambem eu disso: Não os expellirei de diante de vós: antes estarão ás vossas ilhargas, e os seus deuses vos [4] serão por laço. 4 E succedeu _que_, fallando o anjo do Senhor estas palavras a todos os filhos d’Israel, o povo levantou a sua voz e chorou. 5 Pelo que chamaram áquelle logar, [IP] Bochim: e sacrificaram ali ao Senhor. 6 E havendo Josué despedido o [5] povo, foram-se os filhos d’Israel, cada um á sua herdade, para possuirem a terra. _A infidelidade dos israelitas depois da morte de Josué._ 7 E serviu [6] o povo ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que prolongaram os seus dias depois de Josué, e viram toda aquella grande obra do Senhor, que fizera a Israel. 8 Falleceu [7] porém Josué, filho de Nun, servo do Senhor, da edade de cento e dez annos; 9 E sepultaram-o [8] no termo da sua herdade, em Timnath-heres, no monte d’Ephraim, para o norte do monte de Gaas. 10 E foi tambem congregada toda aquella geração a seus paes, e outra geração após d’elles se levantou, que não conhecia ao [9] Senhor, nem tão pouco a obra, que fizera a Israel. 11 Então fizeram os filhos de Israel o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor: e serviram os baalins. 12 E deixaram [10] ao Senhor Deus de seus paes, que os tirara da terra do Egypto, e foram-se após d’outros deuses, d’entre os deuses das gentes, que _havia_ ao redor d’elles, e encurvaram-se a elles: e provocaram ao Senhor a ira. 13 Porquanto deixaram [11] ao Senhor: e serviram a Baal e a Astaroth. 14 Pelo que a ira [12] do Senhor se accendeu contra Israel, e os deu na mão dos roubadores, e os roubaram: e os entregou na mão dos seus inimigos ao redor: e não poderam mais estar em pé diante dos seus inimigos. 15 Por onde quer que sahiam, a mão do Senhor era contra elles para mal, como o Senhor tinha dito, e como o Senhor lh’o [13] tinha jurado: e estavam em grande aperto. 16 E levantou o Senhor [14] juizes, que os livraram da mão dos que os roubaram. 17 Porém tão pouco ouviram aos juizes, antes fornicaram após outros deuses, e encurvaram-se a elles: [15] depressa se desviaram do caminho, por onde andaram seus paes, ouvindo os mandamentos do Senhor; _o que elles_ assim não fizeram. 18 E, quando o Senhor lhes [16] levantava juizes, o Senhor era com o juiz, e os livrava da mão dos seus inimigos, todos os dias d’aquelle juiz; porquanto o Senhor se arrependia pelo seu gemido, por causa dos que os apertavam e opprimiam. 19 Porém succedia _que_, [17] fallecendo o juiz, tornavam e se corrompiam mais do que seus paes, andando após de outros deuses, servindo-os, e encurvando-se a elles: nada deixavam das suas obras, nem do seu duro caminho. 20 Pelo que a ira [18] do Senhor se accendeu contra Israel; e disse: Porquanto este povo traspassou [19] o meu concerto, que tinha ordenado a seus paes, e não deram ouvidos á minha voz. 21 Tão pouco desapossarei mais de [20] diante d’elles a nenhuma das nações, que Josué deixou, morrendo; 22 Para por ellas provar [21] a Israel, se houvessem de guardar o caminho do Senhor, para por elle andarem, como seus paes o guardaram, ou não. 23 Assim o Senhor deixou ficar aquellas nações, e não as desterrou logo, nem as entregou na mão de Josué. [1] ver. 5. [2] Gen. 17.7. [3] Deu. 7.2 e 12.3. ver. 20. [4] Jos. 23.13. cap. 3.6. Exo. 23.33 e 34.12. Deu. 7.16. Psa. 106.36. [5] Jos. 22.6 e 24.28. [6] Jos. 24.31. [7] Jos. 24.29. [8] Jos. 24.30 e 19.50 e 24.30. [9] Exo. 5.2. I Sam. 2.12. I Chr. 28.9. Jer. 9.3 e 22.16. Gal. 4.8. II The. 1.8. Tito 1.16. [10] Deu. 31.16 e 6.14. Exo. 20.5. [11] cap. 3.7 e 10.7. Psa. 106.36. [12] cap. 3.8. Psa. 106.40, 41, 42. II Reis 17.20. cap. 3.8 e 4.2. Isa. 50.1. [13] Lev. 26. Deu. 28. [14] cap. 3.9, 10, 15. I Sam. 12.11. Act. 13.20. [15] Exo. 34.15, 16. Lev. 17.7. [16] Jos. 1.5. [17] cap. 3.12 e 4.1 e 8.33. [18] ver. 14. [19] Jos. 23.16. [20] Jos. 23.13. [21] cap. 3.1, 4. Deu. 8.2, 16 e 13.3. _Servidão dos israelitas sob Cusan, rei da Syria ou Aram._ 3 Estas pois _são_ as nações, [1] que o Senhor deixou ficar, para por ellas provar a Israel, _a saber_, a todos os que não sabiam de todas as guerras de Canaan, 2 Tão sómente para que as gerações dos filhos d’Israel _d’ellas_ soubessem (para lhes ensinar a guerra), pelo menos os que d’antes não sabiam d’ellas: 3 Cinco [2] principes dos philisteos, e todos os cananeos, e sidonios, e heveos, que habitavam nas montanhas do Libano, desde o monte de Baal-hermon, até á entrada d’Hamath. 4 Estes pois ficaram, [3] para por elles provar a Israel, para saber se dariam ouvidos aos mandamentos do Senhor, que tinha ordenado a seus paes, pelo ministerio de Moysés. 5 Habitando pois os filhos de Israel [4] no meio dos cananeos, dos hetheos, e amorrheos, e pherezeos, e heveos, e jebuseos, 6 Tomaram [5] de suas filhas _para si_ por mulheres, e deram aos filhos d’elles as suas filhas; e serviram a seus deuses. 7 E os filhos de Israel fizeram o _que parecia_ mal [6] aos olhos do Senhor, e se esqueceram do Senhor seu Deus: e serviram aos baalins e a Astaroth. 8 Então a ira do Senhor se accendeu contra Israel, e elle os [7] vendeu em mão de Cusan-risathaim, rei de Mesopotamia: e os filhos d’Israel serviram a Cusan-risathaim oito annos. _Othniel livra-os._ 9 E os filhos d’Israel clamaram [8] ao Senhor, e o Senhor levantou aos filhos d’Israel _um_ libertador, e os libertou, a Othniel, [9] filho de Kenaz, irmão de Caleb, mais novo do que elle. 10 E veiu sobre elle o Espirito do Senhor, [10] e julgou a Israel, e saiu á peleja; e o Senhor deu na sua mão a Cusan-risathaim, rei da [IQ] Syria; e a sua mão prevaleceu contra Cusan-risathaim. 11 Então a terra socegou quarenta annos; e Othniel, filho de Kenaz, falleceu. _Servidão sob Eglon._ 12 Porém os filhos d’Israel tornaram [11] a fazer o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor: então o Senhor esforçou a Eglon, rei dos moabitas, contra Israel: porquanto fizeram o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor. 13 E ajuntou comsigo aos filhos d’Ammon e aos amalekitas, [12] e foi, e feriu a Israel, e tomaram a cidade das palmeiras. 14 E os filhos d’Israel [13] serviram a Eglon, rei dos moabitas, dezoito annos. _Ehud livra-os._ [Antes de Christo 1336] 15 Então os filhos d’Israel clamaram [14] ao Senhor, e o Senhor lhes levantou _um_ libertador, a Ehud, filho de Gera, filho de Jemini, homem canhoto. E os filhos d’Israel enviaram pela sua mão _um_ presente a Eglon, rei dos moabitas. 16 E Ehud fez uma espada de dois fios, do comprimento de um covado: e cingiu-a por debaixo dos seus vestidos, á sua côxa direita. 17 E levou aquelle presente a Eglon, rei dos moabitas; e _era_ Eglon homem mui gordo. 18 E succedeu _que_, acabando de entregar o presente, despediu a gente que trouxera o presente. 19 Porém voltou das [IR] imagens de esculptura que _estão_ ao pé de Gilgal, e disse: Tenho uma palavra secreta para ti, [15] ó rei. O qual disse: Cala-te. E todos os que lhe assistiam sairam de diante d’elle. 20 E Ehud entrou a elle, a um cenaculo fresco, que para si só tinha, onde estava assentado, e disse Ehud: Tenho para ti _uma_ palavra de Deus. E levantou-se da cadeira. 21 Então Ehud estendeu a sua mão esquerda, e lançou mão da espada da sua côxa direita, e lh’a cravou no ventre, 22 De tal maneira que entrou até á empunhadura após da folha, e a gordura encerrou a folha (porque não tirou a espada do ventre): e saiu-se-lhe o excremento. 23 Então Ehud saiu á sala, e cerrou sobre elle as portas do cenaculo, e _as_ fechou. 24 E, saindo elle, vieram os seus servos, e viram, e eis que as portas do cenaculo _estavam_ fechadas; e disseram: Sem duvida está cobrindo seus pés na recamara do cenaculo fresco. 25 E, esperando até se enfastiarem, eis que não abria as portas do cenaculo; então tomaram a chave, e abriram, e eis aqui seu senhor estendido morto em terra. 26 E Ehud escapou, emquanto elles se demoraram: porque elle passou pelas imagens de esculptura, e escapou para Seirath. 27 E succedeu _que_, entrando elle, tocou [16] a buzina nas montanhas de Ephraim: e os filhos de Israel desceram com elle das montanhas, e elle adiante d’elles, 28 E disse-lhes: Segui-me: porque o Senhor vos tem dado [17] a vossos inimigos, os moabitas, na vossa mão: e desceram após d’elle, e tomaram os váos do Jordão a Moab, e a nenhum deixaram passar. 29 E n’aquelle tempo feriram dos moabitas uns dez mil homens, todos corpulentos, e todos homens valorosos: e não escapou nenhum. 30 Assim foi subjugado Moab n’aquelle dia debaixo da mão de Israel: e a terra socegou oitenta annos. 31 Depois d’elle foi Samgar, filho d’Anath, que feriu a seiscentos homens dos philisteos com _uma_ aguilhada de bois: e tambem elle libertou a Israel. [1] cap. 2.21, 22. [2] Jos. 13.3. [3] cap. 2.22. [4] Psa. 106.35. [5] Exo. 34.16. Deu. 7.3. [6] cap. 2.11, 13. Exo. 34.13. Deu. 16.21. cap. 6.25. [7] cap. 2.14. Hab. 3.7. [8] ver. 15. cap. 4.3 e 6.7 e 10.10. I Sam. 12.10. cap. 2.16. [9] cap. 1.13. [10] Num. 27.18. I Sam. 11.6. [11] cap. 2.19. I Sam. 12.9. [12] cap. 5.14 e 1.16. [13] Deu. 28.48. [14] ver. 9. Psa. 78.34. [15] Jos. 4.20. [16] cap. 5.14 e 6.34. I Sam. 13.3. Jos. 17.15. cap. 7.24 e 17.1 e 19.1. [17] cap. 7.9, 15. I Sam. 17.47. Jos. 2.7. cap. 12.5. _Servidão sob Jabin rei de Canaan._ [Antes de Christo 1296] 4 Porém os filhos [1] d’Israel tornaram a fazer o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, depois de fallecer Ehud. 2 E vendeu-os o Senhor em [2] mão de Jabin, rei de Canaan, que reinava em Hazor: e Sisera _era o_ capitão do seu exercito, o qual então habitava em Haroseth dos gentios. 3 Então os filhos d’Israel clamaram ao Senhor, porquanto elle tinha novecentos carros ferrados, [3] e vinte annos opprimia os filhos d’Israel violentamente. _Debora e Barac livram-os._ 4 E Debora, mulher prophetiza, mulher de Lappidoth, julgava a Israel n’aquelle tempo. 5 E habitava debaixo das palmeiras de [4] Debora, entre Rama e Beth-el, nas montanhas d’Ephraim: e os filhos d’Israel subiam a ella a juizo. 6 E enviou, e chamou a Barac, filho [5] de Abinoam de Kedes de Naphtali, e disse-lhe: _Porventura_ o Senhor Deus d’Israel não deu ordem, _dizendo_: Vae, e attrahe _gente_ ao monte de Tabor, e toma comtigo dez mil homens dos filhos de Naphtali e dos filhos de Zebulon? 7 E attrahirei [6] a ti para o ribeiro de Kison a Sisera, capitão do exercito de Jabin, com os seus carros, e com a sua multidão: e o darei na tua mão. 8 Então lhe disse Barac: Se fôres comigo, irei: porém, se não fôres comigo, não irei. 9 E disse ella: Certamente irei comtigo, porém não será tua a honra pelo caminho que levas; pois á [7] mão de _uma_ mulher o Senhor venderá a Sisera. E Debora se levantou, e partiu com Barac para Kedes. 10 Então Barac convocou a [8] Zebulon e a Naphtali em Kedes, e subiu com dez mil homens após de si: [9] e Debora subiu com elle, 11 E Heber, keneo, [10] se tinha apartado dos keneos, dos filhos de Hobab, sogro de Moysés: e tinha estendido as suas tendas até ao carvalho de Saanaim, que _está_ junto a Kedes. 12 E annunciaram a Sisera que Barac, filho de Abinoam, tinha subido ao monte de Tabor. 13 E Sisera convocou todos os seus carros, novecentos carros ferrados, e todo o povo que _estava_ com elle, desde Haroseth [IS] dos gentios até ao ribeiro de Kison. 14 Então disse Debora a Barac: Levanta-te; porque este _é_ o dia em que o Senhor tem dado a Sisera na tua mão: _porventura_ o Senhor não saiu diante de ti? [11] Barac pois desceu do monte de Tabor, e dez mil homens após d’elle. 15 E o Senhor derrotou a [12] Sisera, e a todos os _seus_ carros, e a todo o _seu_ exercito ao fio da espada, diante de Barac: e Sisera desceu do carro, e fugiu a pé. 16 E Barac _os_ seguiu após dos carros, e após do exercito, até Haroseth dos gentios: e todo o exercito de Sisera caiu ao fio da espada, _até_ não ficar um só. 17 Porém Sisera fugiu a pé á tenda de Jael, mulher de Heber, keneo: porquanto _havia_ paz entre Jabin, rei de Hazor, e a casa de Heber, keneo. _Jael mata Sisera._ 18 E Jael saiu ao encontro de Sisera, e disse-lhe: Retira-te, senhor meu, retira-te a mim, não temas. Retirou-se a ella á tenda, e cobriu-o com _uma_ coberta. 19 Então elle lhe disse: Dá-me, peço-te, de beber uma pouca d’agua; porque tenho sede. Então ella abriu um odre de leite, [13] e deu-lhe de beber, e o cobriu. 20 E elle lhe disse: Põe-te á porta da tenda; e ha de ser que se alguem vier, e te perguntar, e disser: Ha aqui alguem? responde _tu_ então: Não. 21 Então [14] Jael, mulher d’Heber, tomou uma estaca da tenda, e lançou mão d’um martello, e foi-se mansamente a elle, e lhe cravou a estaca na fonte, e a pregou na terra, _estando_ elle porém carregado d’_um_ profundo somno, e _já_ cançado; e _assim_ morreu. 22 E eis que, seguindo Barac a Sisera, Jael lhe saiu ao encontro, e disse-lhe: Vem, e mostrar-te-hei o homem que buscas. E veiu a ella, e eis-que Sisera jazia morto, e a estaca na fonte. 23 Assim Deus n’aquelle dia sujeitou [15] a Jabin, rei de Canaan, diante dos filhos de Israel. 24 E continuou a mão dos filhos de Israel a proseguir e endurecer-se sobre Jabin, rei de Canaan: até que exterminaram a Jabin, rei de Canaan. [1] cap. 2.19. [2] cap. 2.14. Jos. 11.1, 10 e 19.36. I Sam. 12.9. ver. 13, 16. [3] cap. 1.13 e 5.8. Psa. 106.42. [4] Gen. 35.8. [5] Heb. 11.32. Jos. 19.37. [6] Exo. 14.4. cap. 5.21. I Reis 18.40. [7] cap. 2.14. [8] cap. 5.18. [9] Exo. 11.8. I Reis 20.10. [10] cap. 1.16. Num. 10.29. [11] Deu. 9.3. II Sam. 5.24. Isa. 52.12. [12] Psa. 83.10. Jos. 10.10. [13] cap. 5.25. [14] cap. 5.26. [15] Psa. 18.48. _O cantico de Debora._ 5 E cantou Debora e Barac, filho de Abinoam, [1] n’aquelle mesmo dia, dizendo: 2 Porquanto os chefes se pozeram á frente em Israel, porquanto o povo se offereceu [2] voluntariamente, louvae ao Senhor. 3 Ouvi, [3] reis; dae ouvidos, principes: eu, eu cantarei ao Senhor; psalmodiarei ao Senhor Deus de Israel. 4 Ó Senhor, saindo [4] tu de Seir, caminhando tu desde o campo de Edon, a terra estremeceu; até os céus gotejaram: até as nuvens gotejaram aguas. 5 Os montes [5] se derreteram diante do Senhor, e até Sinai diante do Senhor Deus de Israel. 6 Nos dias de Samgar, [6] filho d’Anath, nos dias de Jael cessaram os caminhos _de se percorrerem_: e os que andavam por veredas iam por caminhos torcidos. 7 Cessaram as aldeias em Israel, cessaram: até que eu, Debora, me levantei, _por_ mãe [7] em Israel me levantei. 8 _E se_ escolhia deuses novos, logo a guerra _estava_ ás portas: via-se por isso escudo ou lança entre quarenta mil em Israel? 9 Meu coração _é_ para os legisladores de Israel, que voluntariamente se offereceram [8] entre o povo; louvae ao Senhor. 10 _Vós_ os que cavalgaes sobre jumentas brancas, [9] que vos assentaes em juizo, e que andaes pelo caminho, fallae _d’isto_. 11 _D’onde se ouve_ o estrondo dos frecheiros, entre os logares onde se tiram aguas, ali fallae das justiças do Senhor, [10] das justiças _que fez_ ás suas aldeias em Israel: então o povo do Senhor descia ás portas. 12 Desperta, [11] desperta, Debora, desperta, desperta, entôa _um_ cantico: levanta-te, Barac, e leva presos a teus prisioneiros, _tu_, filho d’Abinoam. 13 Então _o Senhor_ fez dominar sobre os magnificos _entre_ [12] o povo aos que ficaram de resto: fez-me o Senhor dominar sobre os valentes. 14 De Ephraim [13] _saiu_ a sua raiz contra Amalek: e apoz de ti _vinha_ Benjamin d’entre os teus povos: de Machir e Zebulon desceram os legisladores, passando com o cajado do escriba. 15 Tambem os principaes de Issacar, foram com Debora; e como Issacar, assim tambem Barac, [14] foi enviado a pé para o valle: nas correntes de Ruben _foram_ grandes as resoluções do coração. 16 Porque ficaste tu entre os curraes para ouvires os balidos dos [15] rebanhos? nas correntes de Ruben _tiveram_ grandes esquadrinhações do coração. 17 Gilead [16] se ficou d’além do Jordão, e Dan porque se deteve em navios? Aser se assentou nos portos do mar, e ficou nas suas ruinas. 18 Zebulon [17] _é um_ povo que expoz a sua vida á morte, como tambem Naphtali, nas alturas do campo. 19 Vieram reis, pelejaram: então pelejaram os reis de Canaan em Thaanak, junto ás aguas de Megiddo: não tomaram ganho [18] de prata. 20 Desde os céus pelejaram: _até_ [19] as estrellas desde os logares dos seus cursos pelejaram contra Sisera. 21 O ribeiro de Kison [20] os arrastou, aquelle antigo ribeiro, o ribeiro de Kison. Pisaste, ó alma minha, a força. 22 Então as unhas dos cavallos se despedaçaram: pelo galopar, o galopar dos seus valentes. 23 Amaldiçoae a Meroz, diz o anjo do Senhor, acremente amaldiçoae aos seus moradores: [21] porquanto não vieram ao soccorro do Senhor, ao soccorro do Senhor com os valorosos. 24 Bemdita seja sobre as mulheres Jael, [22] mulher d’Heber, o keneo: bemdita seja sobre as mulheres nas tendas. 25 Agua pediu elle, leite _lhe_ deu ella: [23] em taça de principes _lhe_ offereceu manteiga. 26 Á estaca estendeu [24] a sua mão _esquerda_, e ao maço dos trabalhadores a sua direita: e matou a Sisera, _e_ rachou-lhe a cabeça, quando lhe pregou e atravessou as fontes. 27 Entre os seus pés se encurvou, caiu, ficou estirado: entre os seus pés se encurvou caiu: onde se encurvou ali ficou abatido. 28 A mãe de Sisera olhava pela janella, e exclamava pela grade: Porque tarda em vir o seu carro? porque se demoram os passos dos seus carros? 29 As mais sabias das suas damas responderam; e até ella se respondia a si mesmo: 30 _Porventura_ não achariam _e_ repartiriam [25] despojos? uma _ou_ duas moças a cada homem? para Sisera despojos de varias côres, despojos de varias côres de bordados; de varias côres bordadas de ambas as bandas, para os pescoços do despojo? 31 Assim, [26] ó Senhor, pereçam todos os teus inimigos! porém os que o amam _sejam_ como o sol quando sae na sua força. 32 E socegou a terra quarenta annos. [1] Exo. 15.1. [2] Psa. 18.48. II Chr. 17.16. [3] Deu. 32.1, 3. Psa. 2.10. [4] Deu. 33.2. II Sam. 22.8. Isa. 64.3. Hab. 3.3, 10. [5] Deu. 4.11. Psa. 97.5. Exo. 19.18. [6] cap. 3.31 e 4.17. Lev. 26.22. II Chr. 15.5. Isa. 33.8. Lam. 1.4 e 4.18. [7] Isa. 49.23. [8] ver. 2. [9] Psa. 105.2. cap. 10.4 e 12.14. Psa. 107.32. [10] I Sam. 12.7. Psa. 145.7. [11] Psa. 57.9 e 67.19. [12] Psa. 50.15. [13] cap. 3.27 e 3.13. Num. 32.39, 40. [14] cap. 4.14. [15] Num. 32.1. [16] Jos. 13.25, 31 e 19.29, 31. [17] cap. 4.10. [18] cap. 4.16. ver. 30. [19] Jos. 10.11. cap. 4.15. [20] cap. 4.7. [21] cap. 21.9, 10. Neh. 3.5. I Sam. 17.47 e 18.17 e 25.28. [22] cap. 4.17. Luc. 1.28. [23] cap. 4.19. [24] cap. 4.21. [25] Exo. 15.9. [26] Psa. 83.20. _Servidão sob os midianitas._ [Antes de Christo 1249] 6 Porém [1] os filhos de Israel fizeram o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor: e o Senhor os deu na mão dos [2] midianitas por sete annos. 2 E, prevalecendo a mão dos midianitas sobre Israel, fizeram os filhos de Israel para si, por causa dos midianitas, as covas que _estão_ [3] nos montes, e as cavernas e as fortificações. 3 Porque succedia _que_, semeando Israel, subiram os midianitas e os amalekitas; [4] e tambem os do oriente contra elle subiam. 4 E punham-se [5] contra elles em campo, e destruiram a novidade da terra, até chegarem a Gaza: e não deixavam mantimento em Israel, nem ovelhas, nem bois nem jumentos. 5 Porque subiam com os seus gados e tendas; vinham como gafanhotos, [6] em _tanta_ multidão que não se podia contar, _nem_ a elles nem aos seus camelos: e entravam na terra, para a destruir. 6 Assim Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas: então os filhos de Israel clamaram ao Senhor. 7 E succedeu _que_, [7] clamando os filhos de Israel ao Senhor por causa dos midianitas, 8 Enviou o Senhor _um_ homem propheta aos filhos de Israel, que lhes disse: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Do Egypto eu vos fiz subir, e vos tirei da casa da servidão; 9 E vos livrei da mão dos egypcios, e da mão de todos quantos vos opprimiam; e os expelli [8] de diante de vós, e a vós dei a sua terra; 10 E vos disse: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus; não temaes [9] aos deuses dos amorrheos, em cuja terra habitaes: mas não déstes ouvidos á minha voz. _Um anjo falla com Gideon._ 11 Então o anjo do Senhor veiu, e assentou-se debaixo do carvalho que _está_ em Ophra, que _pertencia_ a Joás, abi-ezrita: [10] e Gideon, seu filho, estava malhando o trigo no lagar, para _o_ salvar dos midianitas. 12 Então o anjo [11] do Senhor lhe appareceu, e lhe disse: O Senhor _é_ comtigo, varão valoroso. 13 Mas Gideon lhe respondeu: Ai, senhor meu, se o Senhor é comnosco, porque tudo isto nos sobreveiu? e que _é feito de_ todas as suas maravilhas [12] que nossos paes nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egypto? porém agora o Senhor nos desamparou, e nos deu na mão dos midianitas. 14 Então o Senhor olhou para elle, e disse: [13] Vae n’esta tua força, e livrarás a Israel da mão dos midianitas: [14] _porventura_ não te enviei _eu_? 15 E elle lhe disse: Ai, senhor meu, com que livrarei a Israel? eis-que o meu milheiro _é_ o mais pobre em Manasseh, e eu o menor na casa de meu pae. 16 E o Senhor lhe disse: Porquanto eu hei de ser [15] comtigo, tu ferirás aos midianitas como _se fossem_ um _só_ homem. 17 E elle lhe disse: Se agora tenho achado graça aos teus olhos, dá-me [16] um signal de que _és o que_ comigo fallas. 18 Rogo-te [17] que d’aqui te não apartes, até que eu venha a ti, e tire [IT] o meu presente, e o ponha perante ti. E disse: Eu esperarei até que voltes. 19 E entrou Gideon [18] e preparou um cabrito e _bolos_ asmos d’um epha de farinha; a carne poz n’um açafate e o caldo poz n’uma panella: e trouxe-lh’o até debaixo do carvalho, e _lh’o_ apresentou. 20 Porém o anjo de Deus lhe disse: Toma a carne e os _bolos_ asmos, e põe-_os_ sobre esta [19] penha e verte o caldo. E assim o fez. 21 E o anjo do Senhor estendeu a ponta do cajado, que _estava_ na sua mão, e tocou a carne e os _bolos_ asmos: então subiu fogo da penha, [20] e consumiu a carne e os _bolos_ asmos; e o anjo do Senhor desappareceu de seus olhos. 22 Então [21] viu Gideon que _era_ o anjo do Senhor: e disse Gideon: Ah, Senhor, Jehovah, que eu vi o anjo do Senhor face a face. 23 Porém o Senhor lhe disse: Paz _seja_ comtigo; [22] não temas: não morrerás. 24 Então Gideon edificou ali um altar ao Senhor, e lhe chamou, Senhor _é_ paz: _e_ ainda até ao _dia d’_hoje _está_ em Ophra [23] dos abi-ezritas. 25 E aconteceu, n’aquella mesma noite, que o Senhor lhe disse: Toma o boi de teu pae, a saber, o segundo boi de sete annos: e derriba o altar de Baal, que é de teu pae; [24] e corta o bosque que _está_ ao pé d’elle. 26 E edifica ao Senhor teu Deus um altar no cume d’este logar forte, n’um logar conveniente: e toma o segundo boi, e o offerecerás em holocausto com a lenha que cortares do bosque. 27 Então Gideon tomou dez homens d’entre os seus servos, e fez como o Senhor lhe dissera: e succedeu _que_, temendo elle a casa de seu pae, e os homens d’aquella cidade, não o fez de dia, mas fel-_o_ de noite. 28 Levantando-se pois os homens d’aquella cidade de madrugada, eis que estava o altar de Baal derribado, e o bosque _estava_ ao pé d’elle, cortado: e o segundo boi offerecido no altar _de novo_ edificado. 29 E uns aos outros disseram: Quem fez esta coisa? E, esquadrinhando, e inquirindo, disseram: Gideon, o filho de Joás, fez esta coisa. 30 Então os homens d’aquella cidade disseram a Joás: Tira para fóra a teu filho, para que morra; pois derribou o altar de Baal, e cortou o bosque que _estava_ ao pé d’elle. 31 Porém Joás disse a todos os que se pozeram contra elle: Contendereis vós por Baal? livral-o-heis vós? qualquer que por elle contender ainda esta manhã será morto: se _é_ deus, por si mesmo contenda; pois derribaram o seu altar. 32 Pelo que n’aquelle dia lhe chamaram Jerubbaal, [25] dizendo: Baal contenda contra elle, pois derribou o seu altar. 33 E todos os midianitas, [26] e amalekitas, e os filhos do oriente se ajuntaram n’um corpo, e passaram, e pozeram o _seu_ campo no valle de Jizreel. 34 Então o espirito do [27] Senhor revestiu a Gideon, o qual tocou a buzina, e os abi-ezritas se convocaram após d’elle. 35 E enviou mensageiros por toda a _tribu de_ Manasseh, e elle tambem se convocou após d’elle: tambem enviou mensageiros a Eser, e a Zebulon, e a Naphtali, e sairam-lhe ao encontro. 36 E disse Gideon a Deus: Se has de livrar a Israel por minha mão, como tens dito, 37 Eis que eu porei [28] um vello de lã na eira: se o orvalho estiver sómente no vello, e secura sobre toda a terra, então conhecerei que has de livrar a Israel por minha mão, como tens dito. 38 E assim succedeu; porque ao outro dia se levantou de madrugada, e apertou o vello: e do orvalho do vello espremeu uma taça cheia d’agua. 39 E disse Gideon a Deus: Não se accenda contra mim [29] a tua ira, se ainda fallar só esta vez: rogo-te que só esta vez faça a prova com o vello; rogo-te que só no vello haja secura, e em toda a terra haja o orvalho. 40 E Deus assim o fez n’aquella noite: pois só no vello havia secura, e sobre toda a terra havia orvalho. [1] cap. 2.19. [2] Hab. 3.7. [3] I Sam. 13.6. Heb. 11.38. [4] cap. 3.13. Gen. 29.1. cap. 7.12 e 8.10. I Reis 4.30. Job 1.3. [5] Lev. 26.16. Deu. 28.30, 33, 51. Miq. 6.15. [6] cap. 7.12. [7] cap. 3.15. Ose. 5.15. [8] Psa. 44.3, 4. [9] II Reis 17.35, 37, 38. Jer. 10.2. [10] Jos. 17.2. [11] cap. 13.3. Luc. 1.11, 28. Jos. 1.5. [12] Psa. 89.50. Isa. 59.1 e 63.15. II Chr. 15.2. [13] I Sam. 12.11. Heb. 11.32, 34. [14] Jos. 1.9. cap. 4.6. [15] Exo. 3.12. Jos. 1.5. [16] Exo. 4.1, 8. ver. 36, 37. II Reis 20.8. Isa. 7.11. [17] Gen. 18.3, 5. cap. 13.15. [18] Gen. 18.6, 7, 8. [19] cap. 13.19. I Reis 18.33, 34. [20] Lev. 9.24. I Reis 18.38. II Chr. 7.1. [21] cap. 13.21. Gen. 16.13 e 32.30. Exo. 33.20. cap. 13.22. [22] Dan. 10.19. [23] cap. 8.32. [24] Exo. 34.13. Deu. 7.5. [25] I Sam. 12.11. II Sam. 11.21. [26] ver. 3. Jos. 17.16. [27] cap. 3.10. I Chr. 12.18. II Chr. 24.20. Num. 10.3. cap. 3.27. [28] Exo. 4.3, 4, 6, 7. [29] Gen. 18.32. _Gideon com trezentos homens vence os midianitas._ 7 Então Jerubbaal [1] (que _é_ Gideon) se levantou de madrugada, e todo o povo que com elle _havia_, e se acamparam junto á fonte d’Harod; de maneira que tinha o arraial dos midianitas para o norte, pelo outeiro de Moreh no valle. 2 E disse o Senhor a Gideon: Muito _é_ o povo que _está_ comtigo, para _eu_ dar aos midianitas em sua mão; a fim de que Israel [2] se não glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou. 3 Agora pois apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: [3] Quem _fôr_ cobarde e medroso, volte, e vá-se apressadamente das montanhas de Gilead. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram. 4 E disse o Senhor a Gideon: Ainda muito povo _ha_; faze-os descer ás aguas, e ali t’os provarei: e será _que_, d’aquelle de que eu te disser: Este irá comtigo, esse comtigo irá; porém de todo aquelle, de que eu te disser: Este não irá comtigo, esse não irá. 5 E fez descer o povo ás aguas. Então o Senhor disse a Gideon: Qualquer que lamber as aguas com a sua lingua, como _as_ lambe o cão, esse porás á parte; _como_ tambem a todo aquelle que se abaixar de joelhos a beber. 6 E foi o numero dos que lamberam, levando a mão á bocca, trezentos homens; e todo o resto do povo se abaixou de joelhos a beber as aguas. 7 E disse o Senhor a Gideon: Com estes trezentos homens [4] que lamberam _as aguas_ vos livrarei, e darei os midianitas na tua mão; pelo que toda a outra gente se vá cada um ao seu logar. 8 E o povo tomou na sua mão a provisão e as suas buzinas, e enviou a todos os _outros_ homens de Israel cada um á sua tenda, porém os trezentos homens reteve: e estava o arraial dos midianitas abaixo no valle. 9 E succedeu que, n’aquella mesma noite, [5] o Senhor lhe disse: Levanta-te, e desce ao arraial, porque o tenho dado na tua mão. 10 E, se _ainda_ temes descer, desce tu e teu moço Pura ao arraial; 11 E ouvirás [6] o que dizem, e então se esforçarão as tuas mãos e descerás ao arraial. Então desceu elle com o seu moço Pura até ao extremo das sentinellas que _estavam_ no arraial. 12 E os midianitas, e amalekitas, [7] e todos os filhos do oriente jaziam no valle como gafanhotos em multidão: e _eram_ innumeraveis os seus camelos, como a areia que _ha_ na praia do mar em multidão. 13 Chegando pois Gideon, eis que _estava_ contando um homem ao seu companheiro _um_ sonho, e dizia: Eis que _um_ sonho sonhei, eis que um pão de cevada torrado rodava pelo arraial dos midianitas, e chegava até ás tendas, e as feriu, e cairam, e as transtornou de cima _para baixo_; e ficaram abatidas. 14 E respondeu o seu companheiro, e disse: Não _é_ isto outra coisa, senão a espada de Gideon, filho de Joás, varão israelita. Deus tem dado na sua mão aos midianitas, e a todo este arraial. 15 E succedeu _que_, ouvindo Gideon a narração d’este sonho, e a sua explicação, adorou: e tornou ao arraial de Israel, e disse: Levantae-vos, porque o Senhor tem dado o arraial dos midianitas nas vossas mãos. 16 Então repartiu os trezentos homens em tres esquadrões: e deu-_lhes_ a cada um nas suas mãos buzinas, e cantaros vasios, com tochas n’elles accesas. 17 E disse-lhes: Olhae para mim, e fazei como _eu fizer_: e eis que chegando eu ao extremo do arraial, será _que_, como eu fizer, assim fareis vós. 18 Tocando eu e todos os que comigo _estiverem_ a buzina, então tambem vós tocareis a buzina ao redor de todo o arraial, e direis: Pelo Senhor, e Gideon. 19 Chegou pois Gideon, e os cem homens que com elle _iam_, ao extremo do arraial, ao principio da guarda da meia noite, havendo-se já posto as guardas: e tocaram as buzinas, e partiram os cantaros, que _tinham_ nas mãos. 20 Assim tocaram os tres esquadrões as buzinas, e partiram os cantaros; e tinham nas suas mãos esquerdas as tochas accesas, e nas suas mãos direitas as buzinas, que tocavam: e exclamaram: Espada do Senhor, e de Gideon. 21 E ficou-se cada um no [8] seu logar ao redor do arraial: então todo o exercito deitou a correr, e, gritando, fugiram. 22 Tocando [9] pois os trezentos as buzinas, o Senhor tornou [10] a espada d’um contra o outro, e _isto_ em todo o arraial: e o exercito fugiu para Zererath, até Beth-sitta até aos limites de Abel-mehola, acima de Tabbath. 23 Então os homens de Israel, de Naphtali, e d’Aser e de todo o Manasseh foram convocados, e perseguiram aos midianitas. 24 Tambem Gideon enviou mensageiros a todas as montanhas d’Ephraim, [11] dizendo: Descei ao encontro dos midianitas, e tomae-lhes as aguas até Beth-bara, a saber, o Jordão. Convocados pois todos os homens d’Ephraim, [12] tomaram-_lhes_ as aguas até Beth-bara e o Jordão. 25 E prenderam a dois principes dos midianitas, a [13] Oreb e a Zeeb; e mataram a Oreb na penha d’Oreb, e a Zeeb mataram no lagar de Zeeb, e perseguiram aos midianitas: e trouxeram as cabeças d’Oreb e de Zeeb a Gideon, d’além do Jordão. [1] cap. 6.32. [2] Deu. 8.17. Isa. 10.13. I Cor. 1.29. II Cor. 4.7. [3] Deu. 20.8. [4] I Sam. 14.6. [5] Gen. 46.2, 3. [6] ver. 13, 14, 15. Gen. 24.14. I Sam. 14.9, 10. [7] cap. 6.5, 33 e 8.10. [8] Exo. 14.13, 14. II Chr. 20.17. II Reis 7.7. [9] Jos. 6.4, 16, 20. II Cor. 4.7. [10] Psa. 83.10. Isa. 9.4. I Sam. 14.20. II Chr. 20.23. [11] cap. 3.27. [12] cap. 3.28. [13] cap. 8.3. Isa. 10.26. _Gideon apazigua os ephraimitas e mata os reis dos midianitas._ 8 Então os homens d’Ephraim lhes disseram: [1] Que _é_ isto que nos fizeste, que não nos chamas te, quando foste pelejar contra os midianitas? E contenderam com elle fortemente. 2 Porém elle lhes disse: Que _mais_ fiz eu agora do que vós? não _são porventura_ os rabiscos d’Ephraim melhores do que a vindima d’Abiezer? 3 Deus vos deu [2] na vossa mão aos principes dos midianitas, Oreb e Zeeb; que _mais_ pude eu logo fazer do que vós? então a sua ira [3] se abrandou para com elle, quando fallou esta palavra. 4 E, como Gideon veiu ao Jordão, passou com os trezentos homens que com elle _estavam_, _já_ cançados, mas ainda perseguindo. 5 E disse aos homens [4] de Succoth: Dae, peço-vos, alguns pedaços de pão ao povo, que segue as minhas pisadas: porque estão cançados, e eu vou em alcance de Zebah e Salmuna, reis dos midianitas. 6 Porém os principes de Succoth disseram: _Está_ já a palma da mão [5] de Zebah e Salmuna na tua mão, para que demos pão ao teu exercito? 7 Então disse Gideon: Pois quando o Senhor dér na minha mão a Zebah e a Salmuna, trilharei [6] a vossa carne com os espinhos do deserto, e com os abrolhos. 8 E d’ali subiu a [7] Penuel, e fallou-lhes da mesma maneira: e os homens de Penuel lhe responderam como os homens de Succoth _lhe_ haviam respondido. 9 Pelo que tambem fallou aos homens de Penuel, dizendo: Quando [8] eu voltar em paz, derribarei esta torre. 10 _Estavam_ pois Zebah e Salmuna em Carcor, e os seus exercitos com elles, uns quinze mil _homens_, todos os que ficavam do exercito dos filhos [9] do oriente: e os que cairam _foram_ cento e vinte mil homens, que arrancavam a espada. 11 E subiu Gideon pelo caminho dos que habitavam em tendas, para o oriente de Nobah [10] e Jogbehah: e feriu aquelle exercito, porquanto o exercito estava descuidado. 12 E fugiram Zebah e Salmuna; porém elle os perseguiu, e tomou [11] presos a ambos os reis dos midianitas, a Zebah e a Salmuna, e afugentou a todo o exercito. 13 Voltando pois Gideon, filho de Joás, da peleja, antes _do nascer_ do sol, 14 Tomou preso a um moço dos homens de Succoth, e lhe fez perguntas: o qual descreveu os principes de Succoth, e os seus anciãos, setenta e sete homens. 15 Então veiu aos homens de Succoth, e disse: Vedes aqui a Zebah e a Salmuna, dos quaes desprezivelmente me deitastes em rosto, [12] dizendo: _Está_ já a palma da mão de Zebah e Salmuna na tua mão, para que dêmos pão aos teus homens, _já_ cançados? 16 E tomou [13] os anciãos d’aquella cidade, e os espinhos do deserto, e os abrolhos: e com elles ensinou aos homens de Succoth. 17 E derribou [14] a torre de Penuel, e matou os homens da cidade. 18 Depois disse a Zebah e a Salmuna: Que homens _eram os_ que matastes em [15] Tabor? E disseram: Qual tu, taes _eram_ elles; cada um ao parecer, como filhos d’um rei. 19 Então disse elle: Meus irmãos _eram_, filhos de minha mãe: vive o Senhor, que, se os tivesseis deixado em vida, eu não _vos_ mataria a vós. 20 E disse a Jether, seu primogenito: Levanta-te, mata-os. Porém o mancebo não arrancou da sua espada, porque temia; porquanto ainda _era_ mancebo. 21 Então disseram Zebah e Salmuna: Levanta-te tu, e accommette-nos; porque, qual o homem, _tal_ a sua valentia. Levantou-se pois Gideon, e matou [16] a Zebah e a Salmuna, e tomou [IU] as lunetas, que estavam aos pescoços dos seus camelos. _Gideon recusa governar, faz um ephod e morre._ 22 Então os homens de Israel disseram a Gideon: Domina sobre nós, tanto tu, como teu filho e o filho de teu filho: porquanto nos livraste da mão dos midianitas. 23 Porém Gideon lhes disse: Sobre vós eu não dominarei, nem tão pouco meu filho sobre vós dominará: o Senhor sobre vós [17] dominará. 24 E disse-lhes _mais_ Gideon: Uma petição vos farei: dae-me cada um de vós os pendentes do seu despojo (porque [18] tinham pendentes de oiro, porquanto eram ishmaelitas). 25 E disseram elles: De boamente _os_ daremos. E estenderam uma capa, e cada um d’elles deitou ali um pendente do seu despojo. 26 E foi o pezo dos pendentes d’oiro, que pediu, mil e setecentos _siclos_ d’oiro, afóra as lunetas, e as cadeias, e os vestidos de purpura, que traziam os reis dos midianitas, e afóra as colleiras que os camelos traziam ao pescoço. 27 E fez Gideon d’elle um ephod, [19] e pôl-o na sua cidade, em Ophra; e todo o Israel fornicou ali após d’elle: e foi por tropeço a Gideon [20] e á sua casa. 28 Assim foram abatidos os midianitas diante dos filhos d’Israel, e nunca mais levantaram a sua cabeça: e socegou a terra [21] quarenta annos nos dias de Gideon. 29 E foi-se Jerubbaal, filho de Joás, e habitou em sua casa. 30 E teve Gideon setenta filhos, que procederam da sua côxa: porque tinha muitas mulheres. 31 E sua concubina, [22] que _estava_ em Sichem, lhe pariu tambem _um_ filho: e poz-lhe por nome Abimelech. 32 E falleceu Gideon, filho de Joás, n’uma boa velhice: [23] e foi sepultado no sepulchro de seu pae Joás, em Ophra dos abi-ezritas. 33 E succedeu que, [24] como Gideon falleceu, os filhos d’Israel se tornaram, e fornicaram após dos baalins: e pozeram a Baal-berith por deus. 34 E os filhos d’Israel se não lembraram [25] do Senhor seu Deus, que os livrara da mão de todos os seus inimigos em redor. 35 Nem usaram [26] de beneficencia com a casa de Jerubbaal, _a saber_, de Gideon, conforme a todo o bem que elle usara com Israel. [1] cap. 12.1. II Sam. 19.41. [2] cap. 7.24, 25. Phi. 2.3. [3] Pro. 15.1. [4] Gen. 33.17. [5] I Reis 20.11. I Sam. 25.11. [6] ver. 16. [7] Gen. 32.30. I Reis 12.25. [8] I Reis 22.27. ver. 17. [9] cap. 7.12. [10] Num. 32.35, 42. cap. 18.27. I The. 5.3. [11] Psa. 83.12. [12] ver. 6. [13] ver. 7. [14] ver. 9. I Reis 12.25. [15] cap. 4.6. [16] Psa. 83.12. [17] I Sam. 8.7 e 10.19 e 12.12. [18] Gen. 25.13 e 37.25, 28. [19] cap. 17.5 e 6.24. Psa. 106.39. [20] Deu. 7.16. [21] cap. 5.31. [22] cap. 9.1. [23] Gen. 25.8. Job 5.26. ver. 27. cap. 6.24. [24] cap. 2.19 e 2.17 e 9.4, 46. [25] Psa. 78.11, 42 e 106.13, 21. [26] cap. 9.16, 17, 18. Ecc. 9.14, 15. _Abimelech mata os seus irmãos e se declara rei._ [Antes de Christo 1209] 9 E Abimelech, filho de Jerubbaal, foi-se a Sichem, aos irmãos [1] de sua mãe, e fallou-lhes e a toda a geração da casa do pae de sua mãe, dizendo: 2 Fallae, peço-vos, aos ouvidos de todos os cidadãos de Sichem: Qual _é_ melhor para vós, que setenta [2] homens, todos os filhos de Jerubbaal, dominem sobre vós, ou que um homem sobre vós domine? lembrae-vos tambem de que _sou_ osso vosso e carne vossa. 3 Então os irmãos de sua mãe fallaram ácerca d’elle perante os ouvidos de todos os cidadãos de Sichem todas aquellas palavras: e o coração d’elles se inclinou após de Abimelech, porque disseram: _É_ nosso [3] irmão. 4 E deram-lhe setenta peças de prata, da casa [4] de Baal-berith: e com ellas alugou Abimelech _uns_ homens ociosos e levianos, que o seguiram. 5 E veiu á casa de seu pae, a [5] Ophra, e matou a seus irmãos, os filhos de Jerubbaal, setenta homens, sobre uma pedra. Porém Jotham, filho menor de Jerubbaal, ficou, porque se tinha escondido. 6 Então se ajuntaram todos os cidadãos de Sichem, e toda a casa de Millo; e foram, e levantaram a Abimelech por rei, junto ao carvalho alto que _está_ perto de Sichem. _A parabola de Jotham._ 7 E, dizendo-o a Jotham, foi-se, e poz-se no cume do [6] monte de Gerizim, e levantou a sua voz, e clamou, e disse-lhes: Ouvi-me a mim, cidadãos de Sichem, e Deus vos ouvirá _a vós_: 8 Foram _uma vez_ as arvores [7] a ungir para si _um_ rei: e disseram á oliveira: Reina tu sobre nós. 9 Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, [8] que Deus e os homens em mim prezam, e iria a labutar sobre as arvores? 10 Então disseram as arvores á figueira: Vem tu, _e_ reina sobre nós. 11 Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fructo, e iria labutar sobre as arvores? 12 Então disseram as arvores á videira: Vem tu, _e_ reina sobre nós. 13 Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra [9] a Deus e aos homens, e iria labutar sobre as arvores? 14 Então todas as arvores disseram ao espinheiro: Vem tu, _e_ reina sobre nós. 15 E disse o espinheiro ás arvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiae-vos debaixo da minha [10] sombra: mas se não, saia [11] fogo do espinheiro que consuma os cedros do Libano. 16 Agora, pois, se _é que_ em verdade e sinceridade obrastes, fazendo rei a Abimelech, e se bem fizestes para com Jerubbaal e para com a sua casa, e se com elle usastes conforme ao merecimento das [12] suas mãos; 17 Porque meu pae pelejou por vós, e desprezou a sua vida, e vos livrou da mão dos midianitas: 18 Porém vós hoje [13] vos levantastes contra a casa de meu pae, e matastes a seus filhos, setenta homens, sobre uma pedra: e a Abimelech, filho da sua serva, fizestes reinar sobre os cidadãos de Sichem, porque _é_ vosso irmão; 19 Pois, se em verdade e sinceridade usastes com Jerubbaal e com a sua casa hoje, alegrae-vos [14] com Abimelech, e tambem elle se alegre comvosco: 20 Mas, se não, saia fogo [15] de Abimelech, e consuma aos cidadãos de Sichem, e á casa de Millo: e saia fogo dos cidadãos de Sichem, e da casa de Millo, que consuma a Abimelech. 21 Então partiu Jotham, e fugiu, e foi-se a Beer: [16] e ali habitou por _medo de_ Abimelech, seu irmão. _A conspiração de Gaal._ [Antes de Christo 1206] 22 Havendo pois Abimelech dominado tres annos sobre Israel, 23 Enviou Deus [17] um mau espirito entre Abimelech e os cidadãos de Sichem: [18] e os cidadãos de Sichem se houveram aleivosamente contra Abimelech; 24 Para que a violencia [19] _feita_ aos setenta filhos de Jerubbaal viesse, e o seu sangue caisse sobre Abimelech, seu irmão, que os matara, e sobre os cidadãos de Sichem, que lhe corroboraram as mãos, para matar a seus irmãos. 25 E os cidadãos de Sichem pozeram contra elle quem lhe armasse emboscadas sobre os cumes dos montes; e a todo aquelle que passava pelo caminho junto a elles o assaltavam: e contou-se a Abimelech. 26 Veiu tambem Gaal, filho de Ebed, com seus irmãos, e passaram para dentro de Sichem: e os cidadãos de Sichem se fiaram d’elle. 27 E sairam ao campo, e vindimaram as suas vinhas, e pisaram _as uvas_, e fizeram canções de louvor: e foram á casa de seu Deus, e comeram, e beberam, e [20] amaldiçoaram a Abimelech. 28 E disse Gaal, filho d’Ebed: Quem [21] _é_ Abimelech, e qual _é_ Sichem, para que o servissemos? não _é porventura_ filho de Jerubbaal? e _não é_ Zebul o seu mordomo? servi _antes_ aos homens de Hemor, [22] pae de Sichem; pois por que _razão_ nós o serviriamos a elle? 29 Ah! [23] se este povo estivera na minha mão, eu expelliria a Abimelech. E a Abimelech se disse: Multiplica o teu exercito, e sae. 30 E, ouvindo Zebul, o maioral da cidade, as palavras de Gaal, filho d’Ebed, se accendeu a sua ira; 31 E enviou astutamente mensageiros a Abimelech, dizendo: Eis que Gaal, filho d’Ebed, e seus irmãos vieram a Sichem, e eis que elles fortificam esta cidade contra ti. 32 Levanta-te pois de noite, tu e o povo que _tiveres_ comtigo, e põe emboscadas no campo. 33 E levanta-te pela manhã ao sair o sol, e dá de golpe sobre a cidade: e eis que, saindo elle e o povo que _tiver_ com elle contra ti, faze-lhe assim como alcançar a tua mão. _Abimelech vence Gaal e os sichemitas._ 34 Levantou-se pois Abimelech, e todo o povo que com elle _havia_, de noite, e pozeram emboscadas a Sichem, com quatro tropas. 35 E Gaal, filho d’Ebed, saiu, e poz-se á entrada da porta da cidade: e Abimelech, e todo o povo que com elle _havia_, se levantou das emboscadas. 36 E, vendo Gaal aquelle povo, disse a Zebul: Eis que desce gente dos cumes dos montes. Zebul, ao contrario, lhe disse: As sombras dos montes vês por homens. 37 Porém Gaal ainda tornou a fallar, e disse: Eis ali desce gente do meio da terra, e uma tropa vem do caminho do carvalho de Meonenim. 38 Então lhe disse Zebul: Onde _está_ agora a tua bocca, com a qual dizias: [24] Quem _é_ Abimelech, para que o servissemos? não _é_ este _porventura_ o povo que desprezaste? sae pois, peço-te, e peleja contra elle. 39 E saiu Gaal á vista dos cidadãos de Sichem, e pelejou contra Abimelech. 40 E Abimelech o perseguiu, porquanto fugiu de diante d’elle: e muitos feridos cairam até á entrada da porta _da cidade_. 41 E Abimelech ficou em Aruma. E Zebul expelliu a Gaal e a seus irmãos, para que não podessem habitar em Sichem. 42 E succedeu no dia seguinte que o povo saiu ao campo, e o disseram a Abimelech. 43 Então tomou _o_ povo, e o repartiu em tres tropas, e poz emboscadas no campo: e olhou, e eis que o povo sahia da cidade, e levantou-se contra elles, e os feriu. 44 Porque Abimelech, e as tropas que com elle _havia_, deram n’elles de improviso, e pararam á entrada da porta da cidade: e as _outras_ duas tropas deram de improviso sobre todos quantos _estavam_ no campo, e os feriram. 45 E Abimelech pelejou contra a cidade todo aquelle dia, [25] e tomou a cidade, e matou o povo que n’ella _havia_; e assolou a cidade, e a semeou de sal. 46 O que ouvindo todos os cidadãos da torre de Sichem, entraram na fortaleza, em casa do deus Berith. 47 E contou-se a Abimelech que todos os cidadãos da torre de Sichem se haviam congregado. 48 Subiu pois Abimelech ao monte de Salmon, [26] elle e todo o povo que com elle _havia_: e Abimelech tomou na sua mão machados, e cortou um ramo das arvores, e o levantou, e pôl-o ao seu hombro, e disse ao povo, que com elle _havia_: O que me vistes fazer apressae-vos a fazel-o _assim_ como eu. 49 _Assim_ pois tambem todo o povo, cada um cortou o seu ramo, e seguiram a Abimelech, os puzeram junto da fortaleza, e queimaram a fogo a fortaleza com elles: de maneira que todos os da torre de Sichem morreram, uns mil homens e mulheres. _A morte de Abimelech._ 50 Então Abimelech foi-se a Thebes, e sitiou a Thebes, e a tomou. 51 Havia porém no meio da cidade uma torre forte; e todos os homens e mulheres, e todos os cidadãos da cidade se acolheram a ella, e fecharam após de si _as portas_, e subiram ao telhado da torre. 52 E Abimelech veiu até á torre, e a combateu: e chegou-se até á porta da torre, para a queimar a fogo. 53 Porém uma mulher [27] lançou um pedaço d’_uma_ mó sobre a cabeça d’Abimelech: e quebrou-lhe o craneo. 54 Então chamou [28] logo ao moço, que levava as suas armas, e disse-lhe: Desembainha a tua espada, e mata-me; para que se não diga de mim: Uma mulher o matou. E seu moço o atravessou, e _elle_ morreu. 55 Vendo pois os homens de Israel que _já_ Abimelech era morto, foram-se cada um para o seu logar. 56 Assim Deus fez tornar [29] sobre Abimelech o mal que tinha feito a seu pae, matando a seus setenta irmãos. 57 Como tambem todo o mal dos homens de Sichem fez tornar sobre a cabeça d’elles: e [30] a maldição de Jotham, filho de Jerubbaal, veiu sobre elles. [1] cap. 8.31. [2] cap. 8.30. Gen. 29.14. [3] Gen. 29.15. [4] cap. 8.33 e 11.3. II Chr. 13.7. Pro. 12.11. Act. 17.5. [5] cap. 6.24. II Reis 11.1, 2. [6] Deu. 11.29 e 27.12. Jos. 8.33. João 4.20. [7] II Reis 14.9. cap. 8.22, 23. [8] Psa. 104.15. [9] Psa. 104.15. [10] Isa. 30.2. Dan. 4.12. Ose. 14.7. [11] ver. 20. Num. 21.28. Eze. 19.14. II Reis 14.9. Eze. 31.3. [12] cap. 8.35. [13] ver. 5, 6. [14] Isa. 8.6. Phi. 3.3. [15] ver. 15, 56, 57. [16] II Sam. 20.14. [17] I Sam. 16.14 e 18.9, 10. Isa. 19.2, 14. [18] Isa. 33.1. [19] I Reis 2.32. Est. 9.25. Psa. 8.17. Mat. 23.35, 36. [20] ver. 4. [21] I Sam. 25.10. I Reis 12.16. [22] Gen. 34.2, 6. [23] II Sam. 15.4. [24] ver. 28, 29. [25] ver. 20. Deu. 29.23. I Reis 12.25. II Reis 3.25. cap. 8.33. [26] Psa. 68.15. [27] II Sam. 11.21. [28] I Sam. 31.4. [29] ver. 24. Job 31.3. Psa. 94.23. Pro. 5.22. [30] ver. 20. _Tola e Jair juizes dos israelitas._ [Antes de Christo 1161] 10 E depois de Abimelech, [1] se levantou, para livrar a Israel, Tola, filho de Puah, filho de Dodo, homem d’Issacar: e habitava em Samir, na montanha d’Ephraim. 2 E julgou a Israel vinte e tres annos: e morreu, e foi sepultado em Samir. 3 E depois d’elle se levantou Jair, gileadita, e julgou a Israel vinte e dois annos. 4 E tinha este trinta filhos, que cavalgavam [2] sobre trinta jumentos; e tinham trinta cidades, [3] a que chamaram Havoth-jair, até ao _dia d’_hoje; as quaes _estão_ na terra de Gilead. 5 E morreu Jair, e foi sepultado em Camon. _Servidão sob os philisteos e os ammonitas._ 6 Então tornaram os filhos de Israel [4] a fazer o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, e serviram aos baalins, e a Astaroth, e aos deuses da Syria, e aos deuses de Sidon, e aos deuses de Moab, e aos deuses dos filhos d’Ammon, e [5] aos deuses dos philisteos: e deixaram ao Senhor, e não o serviram. 7 E a ira do Senhor se accendeu contra Israel: e vendeu-os em mão dos philisteos, e em mão dos filhos d’Ammon. 8 E n’aquelle _mesmo_ anno opprimiram e vexaram aos filhos de Israel: dezoito annos _opprimiram_ a todos os filhos de Israel que _estavam_ d’além do Jordão, na terra dos amorrheos, que _está_ em Gilead. 9 Até os filhos d’Ammon passaram o Jordão, para pelejar tambem contra Judah, e contra Benjamin, e contra a casa d’Ephraim: de maneira que Israel ficou mui angustiado. 10 Então os filhos d’Israel clamaram ao Senhor, dizendo: Contra ti havemos peccado, [6] em que deixámos a nosso Deus, e em que servimos aos baalins. 11 Porém o Senhor disse aos filhos de Israel: _Porventura_ dos egypcios, e dos [7] amorrheos, e dos filhos d’Ammon, e dos philisteos, 12 E dos sidonios, [8] e dos amalekitas, e dos maonitas, que vos opprimiam, quando a mim chamastes, não vos livrei _eu então_ da sua mão? 13 _Comtudo_ vós me deixastes a mim, [9] e servistes a outros deuses: pelo que não vos livrarei mais. 14 Andae, [10] e clamae aos deuses que escolhestes: que vos livrem elles no tempo do vosso aperto. 15 Mas os filhos de Israel disseram ao Senhor: Peccámos, [11] faze-nos conforme a tudo quanto _te_ parecer bem aos teus olhos; tão sómente te rogamos que nos livres n’este dia. 16 E tiraram os deuses alheios do meio de si, [12] e serviram ao Senhor: então se angustiou a sua alma por causa do trabalho d’Israel. 17 E os filhos d’Ammon se convocaram, e se pozeram em campo em Gilead: e _tambem_ os de Israel se congregaram, e se pozeram em campo em [13] Mispah. 18 Então o povo, os principes de Gilead disseram uns aos outros: Quem _será_ o varão que começará a pelejar contra os filhos d’Ammon? elle será por Cabeça de todos os [14] moradores de Gilead. [1] cap. 2.16. [2] cap. 5.10 e 12.14. [3] Deu. 3.14. [4] cap. 2.11 e 3.7 e 4.1 e 6.1 e 13.1 e 2.13 e 2.12. I Reis 11.33. Psa. 106.36. [5] cap. 2.14. I Sam. 12.9. [6] I Sam. 12.10. [7] Exo. 14.30. Num. 21.21, 24, 25. cap. 3.12, 13, 31. [8] cap. 5.19 e 6.3. [9] Deu. 32.15. Jer. 2.13. [10] Deu. 32.37, 38. II Reis 3.13. Jer. 2.28. [11] I Sam. 3.18. II Sam. 15.26. [12] II Chr. 7.14 e 15.8. Jer. 18.7, 8. Psa. 106.44, 45. Isa. 63.9. [13] Gen. 31.49. cap. 11.11, 29. [14] cap. 11.8, 11. _Jefthe livra os israelitas._ [Antes de Christo 1143] 11 Era então Jefthe, o gileadita, valente [1] e valoroso, porém filho d’uma prostituta: mas Gilead gerara a Jefthe. 2 Tambem a mulher de Gilead lhe pariu filhos, e, sendo os filhos d’esta mulher já grandes, expelliram a Jefthe, e lhe disseram: Não herdarás em casa de nosso pae, porque és filho d’outra mulher. 3 Então Jefthe fugiu de diante de seus irmãos, e habitou na terra de Tob: e homens levianos [2] se ajuntaram com Jefthe, e sahiam com elle. 4 E aconteceu que, depois d’_alguns_ dias, os filhos d’Ammon pelejaram contra Israel. 5 _Aconteceu_ pois _que_, como os filhos d’Ammon pelejassem contra Israel, foram os anciãos de Gilead buscar a Jefthe da terra de Tob. 6 E disseram a Jefthe: Vem, e sê-nos por Cabeça: para que combatamos contra os filhos d’Ammon. 7 Porém Jefthe disse aos anciãos de Gilead: _Porventura_ não me aborrecestes a mim, [3] e não me expellistes da casa de meu pae? porque pois agora viestes a mim, quando estaes em aperto? 8 E disseram os anciãos [4] de Gilead a Jefthe: Por isso tornamos a ti, para que venhas comnosco, e combatas contra os filhos d’Ammon: e nos sejas por Cabeça [5] sobre todos os moradores de Gilead. 9 Então Jefthe disse aos anciãos de Gilead: Se me tornardes _a levar_ para combater contra os filhos d’Ammon, e o Senhor m’os dér diante de mim, então eu vos serei por Cabeça? 10 E disseram os anciãos de Gilead a Jefthe: O Senhor [6] será [IV] testemunha entre nós, e assim o faremos conforme á tua palavra. 11 Assim Jefthe foi-se com os anciãos de Gilead, e o povo o poz por Cabeça [7] e principe sobre si: e Jefthe fallou todas as suas palavras perante o Senhor em Mispah. 12 E enviou Jefthe mensageiros ao rei dos filhos d’Ammon, dizendo: Que ha entre mim e ti, que vieste a mim a pelejar contra a minha terra? 13 E disse o rei dos filhos de Ammon aos mensageiros de Jefthe: Porquanto, saindo Israel do Egypto, [8] tomou a minha terra, desde Arnon até Jabbok, e _ainda_ até ao Jordão: torna-m’a pois agora em paz. 14 Porém Jefthe proseguiu ainda em enviar mensageiros ao rei dos filhos d’Ammon, 15 Dizendo-lhe: Assim diz Jefthe: Israel não tomou, [9] nem a terra dos moabitas nem a terra dos filhos d’Ammon; 16 Porque, subindo Israel do Egypto, andou [10] pelo deserto até ao Mar Vermelho, e chegou até Cades. 17 E Israel enviou mensageiros [11] ao rei dos edomitas, dizendo: Rogo-te que me deixes passar pela tua terra. Porém o rei dos edomitas não _lhe_ deu ouvidos; enviou tambem ao rei dos moabitas, o qual tambem não quiz: e _assim_ Israel ficou em Cades. 18 Depois andou pelo deserto, e rodeou a terra dos edomitas [12] e a terra dos moabitas, e veiu do nascente do sol á terra dos moabitas, e alojaram-se d’além d’Arnon; porém não entraram nos limites dos moabitas, porque Arnon _é_ limite dos moabitas. 19 Mas Israel enviou [13] mensageiros a Sehon, rei dos amorrheos, rei de Hesbon: e disse-lhe Israel: Deixa-nos, peço-te, passar pela tua terra até ao meu logar. 20 Porém [14] Sehon não se fiou d’Israel para este passar nos seus limites; antes Sehon ajuntou todo o seu povo, e se acamparam em Jasa, e combateu contra Israel. 21 E o Senhor Deus d’Israel deu a Sehon com todo o seu povo na mão d’Israel, e os feriram: [15] e Israel tomou por herança toda a terra dos amorrheos que habitavam n’aquella terra. 22 E por herança tomaram todos os limites [16] dos anciãos, desde Arnon até Jabbok, e desde o deserto até ao Jordão. 23 Assim o Senhor Deus d’Israel desapossou os amorrheos de diante do seu povo d’Israel: e os possuirias tu? 24 Não possuirias [17] tu aquelle que Camos, teu deus, desapossasse de diante de ti? assim possuiremos nós todos quantos o Senhor nosso Deus desapossar de diante de nós. 25 Agora pois _és_ tu ainda melhor do que Balac, [18] filho de Zippor, rei dos moabitas? _porventura_ contendeu elle em algum tempo com Israel, _ou_ pelejou alguma vez contra elles? 26 Emquanto Israel habitou trezentos annos em [19] Hesbon e nas suas villas, e em Aroer e nas suas villas, em todas as cidades que _estão_ ao longo d’Arnon, porque o não recuperastes n’aquelle tempo? 27 Tão pouco pequei eu contra ti! porém tu usas mal comigo em pelejar contra mim: o Senhor, que é juiz, julgue [20] hoje entre os filhos d’Israel e entre os filhos de Ammon. 28 Porém o rei dos filhos d’Ammon não deu ouvidos ás palavras de Jefthe, que lhe enviou. 29 Então o espirito [21] do Senhor veiu sobre Jefthe, e atravessou elle por Gilead e Manasseh: porque passou até Mispah de Gilead, e de Mispah de Gilead passou _até_ aos filhos d’Ammon. 30 E Jefthe votou [22] um voto ao Senhor, e disse: Se _totalmente_ deres os filhos d’Ammon na minha mão, 31 [IW] Aquillo que, saindo da porta de minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos d’Ammon em paz, isso será do Senhor, e o offerecerei [23] em holocausto. 32 Assim Jefthe passou aos filhos d’Ammon, a combater contra elles: e o Senhor os deu na sua mão. 33 E os feriu com grande mortandade, desde Aroer até chegar a [24] Minnith, vinte cidades, e até Abel-keramim; assim foram subjugados os filhos d’Ammon diante dos filhos d’Israel. 34 Vindo pois Jefthe a Mispah, [25] á sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças: e _era_ ella só a unica; não tinha outro filho nem filha. 35 E aconteceu que, quando a viu, rasgou [26] os seus vestidos, e disse: Ah! filha minha, muito me abateste, e és d’entre os que me turbam! porque eu abri a minha bocca ao Senhor, e não tornarei atraz. 36 E ella lhe disse: Pae meu, abriste tu a tua bocca ao Senhor, faze de mim como saiu da tua bocca: [27] pois o Senhor te vingou [28] dos teus inimigos, os filhos d’Ammon. 37 Disse mais a seu pae: Faça-se-me isto: deixa-me por dois mezes que vá, e desça pelos montes, e chore a minha virgindade, eu e as minhas companheiras. 38 E disse elle: Vae. E deixou-a ir por dois mezes: então foi-se ella com as suas companheiras, e chorou a sua virgindade pelos montes. 39 E succedeu que, ao fim de dois mezes, tornou ella para seu pae, o qual cumpriu [29] n’ella o seu voto que tinha votado: e ella não conheceu varão; e d’aqui veiu o costume d’Israel, 40 _Que_ as filhas d’Israel iam de anno em anno a [IX] lamentar a filha de Jefthe, o gileadita, por quatro dias no anno. [1] Heb. 11.32. cap. 6.12. II Reis 5.1. [2] cap. 9.4. I Sam. 22.2. [3] Gen. 26.27. [4] cap. 10.18. Luc. 17.4. [5] cap. 10.18. [6] Jer. 42.5. [7] ver. 8. cap. 10.17 e 20.1. I Sam. 10.17 e 11.15. [8] Num. 21.24, 25, 26. Gen. 32.22. [9] Deu. 2.9, 19. [10] Num. 14.25. Deu. 1.40. Jos. 5.6. Num. 13.26 e 20.1. Deu. 1.46. [11] Num. 20.14, 18, 21 e 20.1. [12] Num. 21.4. Deu. 2.1-8. Num. 21.11, 13 e 22.36. [13] Num. 21.22. Deu. 2.26. Num. 21.22. Deu. 2.27. [14] Num. 21.23. Deu. 2.32. [15] Num. 21.24, 25. Deu. 2.33, 34. [16] Deu. 2.36. [17] Num. 21.29. I Reis 11.7. Jer. 48.7. Deu. 9.5, 6 e 18.12. Jos. 3.10. [18] Num. 22.2. Jos. 24.9. [19] Num. 21.25. Deu. 2.36. [20] Gen. 18.25 e 16.5 e 31.53. I Sam. 24.12, 15. [21] cap. 3.10. [22] Gen. 28.20. I Sam. 1.11. [23] Lev. 27.2, 3, etc. I Sam. 1.11, 28 e 2.18. Psa. 66.13. Lev. 27.11, 12. [24] Eze. 27.17. [25] ver. 11. cap. 10.17. Exo. 15.20. I Sam. 18.5. Psa. 68.25. Jer. 31.4. [26] Gen. 37.29, 34. Ecc. 5.2. Num. 30.2. Psa. 15.4. Ecc. 5.4, 5. [27] Num. 30.2. [28] II Sam. 18.19, 31. [29] ver. 31. I Sam. 1.22, 24 e 2.18. _Jefthe peleja contra os ephraimitas e os gileaditas._ 12 Então se convocaram os homens d’Ephraim, [1] e passaram para o norte, e disseram a Jefthe: Porque passaste a combater contra os filhos d’Ammon, e não nos chamaste para ir comtigo? queimaremos a fogo a tua casa comtigo. 2 E Jefthe lhes disse: Eu e o meu povo tivemos grande contenda com os filhos d’Ammon: e chamei-vos, e não me livrastes da sua mão; 3 E, vendo eu que _me_ não livraveis, puz [2] a minha alma na minha mão, e passei aos filhos de Ammon, e o Senhor m’os entregou nas mãos: porque pois subistes vós hoje contra mim, para combater contra mim? 4 E ajuntou Jefthe a todos os homens de Gilead, e combateu com Ephraim: e os homens de Gilead feriram a Ephraim; porque, estando os gileaditas entre Ephraim _e_ Manasseh, disseram: [3] Fugitivos _sois_ d’Ephraim. 5 Porque tomaram os gileaditas aos ephraimitas os váos [4] do Jordão: e succedeu que, quando os fugitivos d’Ephraim diziam: Passarei; então os homens de Gilead lhes diziam: És tu ephratita? E dizendo elle: Não; 6 Então lhe diziam: Dize pois, Shibboleth; porém _elle_ dizia: Sibboleth, porque _o_ não podia pronunciar assim bem: então pegavam d’elle, e o degolavam aos váos do Jordão: e cairam de Ephraim n’aquelle tempo quarenta e dois mil. 7 E Jefthe julgou a Israel seis annos: e Jefthe, o gileadita, falleceu, e foi sepultado nas cidades de Gilead. _Ebsan, Elon e Abdon juizes dos israelitas._ 8 E depois d’elle julgou a Israel Ebsan de Beth-lehem. 9 E tinha este trinta filhos; e enviou fóra a trinta filhas; e trinta filhas trouxe de fóra para seus filhos: e julgou a Israel sete annos. 10 Então falleceu Ebsan, e foi sepultado em Beth-lehem. 11 E depois d’elle julgou a Israel Elon, o zebulonita: e julgou a Israel dez annos. 12 E falleceu Elon, o zebulonita, e foi sepultado em Ayalon, na terra de Zebulon. 13 E depois d’elle julgou a Israel Abdon, filho d’Hillel, o pirhathonita. 14 E tinha este quarenta filhos, e trinta filhos de filhos, que cavalgavam sobre [5] setenta jumentos: e julgou a Israel oito annos. 15 Então falleceu Abdon, filho d’Hillel, o pirathonita: e foi sepultado em Pirathon, na terra [6] de Ephraim, no monte do amalekita. [1] cap. 8.1. [2] I Sam. 19.5 e 28.21. Job 13.14. [3] I Sam. 25.10. [4] Jos. 22.11. cap. 3.28 e 7.24. [5] cap. 5.10 e 10.4. [6] cap. 3.13, 27 e 5.14. _Servidão dos israelitas sob os philisteos, e o nascimento de Sansão._ [Antes de Christo 1161] 13 E os filhos d’Israel tornaram a fazer o _que parecia_ mal [1] aos olhos do Senhor, e o Senhor [2] os entregou na mão dos philisteos _por_ quarenta annos. 2 E havia um homem de Zora, da [3] tribu de Dan, cujo nome _era_ Manué: e sua mulher _era_ esteril, e não paria. 3 E o anjo do Senhor [4] appareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora _és_ esteril, e nunca tens parido; porém conceberás, e parirás _um_ filho. 4 Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho, [5] ou bebida forte, ou comas _coisa_ immunda. 5 Porque eis que tu conceberás e parirás _um_ filho sobre cuja cabeça não subirá navalha: [6] porquanto o menino será nazireo de Deus desde o ventre: e elle começará a livrar a Israel da mão dos philisteos. 6 Então a mulher entrou, e fallou a seu marido, dizendo: [7] _Um_ homem de Deus veiu a mim, cuja vista _era_ similhante á vista d’_um_ anjo de Deus, terribilissima: e não lhe perguntei d’onde _era_, nem elle me disse o seu nome; 7 Porém disse-me: Eis que tu conceberás e parirás _um_ filho: agora pois não bebas vinho, nem bebida forte, e não comas _coisa_ immunda; porque o menino será nazireo de Deus, desde o ventre até ao dia da sua morte. 8 Então Manué orou instantemente ao Senhor, e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que ha de nascer. 9 E Deus ouviu a voz de Manué: e o anjo de Deus veiu outra vez á mulher, e ella estava no campo, porém não _estava_ com ella seu marido Manué. 10 Apressou-se pois a mulher, e correu, e noticiou-o a seu marido, e disse-lhe: Eis que aquelle homem que veiu a mim o _outro_ dia me appareceu. 11 Então Manué levantou-se, e seguiu a sua mulher, e veiu áquelle homem, e disse-lhe: _És_ tu aquelle homem que fallaste a esta mulher? E disse: Eu _sou_. 12 Então disse Manué: Cumpram-se as tuas palavras: _mas_ qual será o modo _de viver_ e serviço do menino? 13 E disse o anjo do Senhor a Manué: De tudo quanto eu disse á mulher se guardará ella. 14 De tudo quanto procede da vide de vinho não comerá, nem vinho nem bebida forte beberá, [8] nem _coisa_ immunda comerá: tudo quanto lhe tenho ordenado guardará. 15 Então Manué disse ao anjo do Senhor: Ora deixa que te detenhamos, e [9] te preparemos _um_ cabrito. 16 Porém o anjo do Senhor disse a Manué: Ainda que me detenhas, não comerei de teu pão; e se fizeres holocausto o offerecerás ao Senhor. Porque não sabia Manué que _fosse_ o anjo do Senhor. 17 E disse Manué ao anjo do Senhor: Qual _é_ o teu nome? para que, quando se cumprir a tua palavra, te honremos. 18 E o anjo do Senhor lhe disse: Porque perguntas assim pelo meu nome, [10] visto que _é_ maravilhoso? 19 Então Manué tomou _um_ cabrito [11] e _uma_ offerta de manjares, e _os_ offereceu sobre _uma_ penha ao Senhor: e obrou _o anjo_ maravilhosamente, vendo-_o_ Manué e sua mulher. 20 E succedeu que, subindo a chamma do altar para o céu, o anjo do Senhor subiu na chamma do altar: o _que_ vendo Manué e sua mulher, cairam [12] em terra sobre seus rostos. 21 E nunca mais appareceu o anjo do Senhor a Manué, nem a sua mulher: então conheceu Manué [13] que _era_ o anjo do Senhor. 22 E disse Manué a sua mulher: Certamente morreremos, [14] porquanto temos visto a Deus. 23 Porém sua mulher lhe disse: Se o Senhor nos quizera matar, não acceitaria da nossa mão o holocausto e a offerta de manjares, nem nos mostraria tudo isto, nem nos deixaria ouvir _taes coisas_ n’este tempo. 24 Depois pariu esta mulher _um_ filho, e chamou o seu nome [15] Sansão: e o menino cresceu, e o Senhor o abençoou. 25 E o espirito do Senhor [16] o começou a impellir _de quando em quando_ para o campo de Dan, entre Zora e Estaol. [1] cap. 2.11 e 3.7 e 4.1 e 6.1 e 10.6. [2] I Sam. 12.9. [3] Jos. 19.41. [4] cap. 6.12. Luc. 1.11, 13, 28, 31. [5] Num. 6.2, 3. Luc. 1.15. [6] Num. 6.5. I Sam. 1.11. Num. 6.2. I Sam. 7.13. II Sam. 8.1. I Chr. 18.1. [7] Deu. 33.1. I Sam. 2.27 e 9.6. I Reis 17.24. Mat. 28.3. Luc. 9.29. Act. 6.15. ver. 17, 18. [8] ver. 4. [9] Gen. 18.5. cap. 6.18. [10] Gen. 32.29. [11] cap. 6.19, 20. [12] Lev. 9.24. I Chr. 21.16. Eze. 1.28. Mat. 17.6. [13] cap. 6.22. [14] Gen. 32.30. Exo. 33.20. Deu. 5.26. cap. 6.22. [15] Heb. 11.32. I Sam. 3.19. Luc. 1.80 e 2.52. [16] cap. 3.10. I Sam. 11.6. Mat. 4.1. Jos. 15.33. cap. 18.11. _O casamento de Sansão._ [Antes de Christo 1141] 14 E desceu Sansão a [1] Timnatha: e, vendo em Timnatha a uma mulher das filhas dos philisteos, 2 Subiu, e declarou-o a seu pae e sua mãe, e disse: Vi _uma_ mulher em Timnatha, das filhas dos philisteos; agora pois, tomae-m’a [2] por mulher. 3 Porém seu pae e sua mãe lhe disseram: Não _ha porventura_ mulher entre as filhas de teus irmãos, [3] nem entre todo o meu povo, para que tu vás tomar mulher dos philisteos, d’aquelles incircumcisos? E disse Sansão a seu pae: Tomae-me esta, porque ella agrada aos meus olhos. 4 Mas seu pae e sua mãe não sabiam que isto _vinha_ do Senhor; [4] pois buscava occasião dos philisteos: porquanto n’aquelle tempo os philisteos dominavam [5] sobre Israel. 5 Desceu pois Sansão com seu pae e com sua mãe a Timnatha: e, chegando ás vinhas de Timnatha, eis que um filho de leão, bramando, lhe _saiu_ ao encontro. 6 Então o espirito do Senhor [6] se apossou d’elle tão possantemente que o fendeu _d’alto a baixo_, como quem fende um cabrito, sem _ter_ nada na sua mão: porém nem a seu pae nem a sua mãe deu a saber o que tinha feito. 7 E desceu, e fallou áquella mulher, e agradou aos olhos de Sansão. 8 E depois de alguns dias voltou _elle_ para a tomar: e, apartando-se do _caminho_ a ver o corpo do leão morto, eis que no corpo do leão _havia_ um enxame de abelhas com mel. 9 E tomou-o nas suas mãos, e foi-se andando e comendo _d’elle_; e foi-se a seu pae e a sua mãe, e deu-lhes _d’elle_, e comeram, porém não lhes deu a saber que tomara o mel do corpo do leão. 10 Descendo pois seu pae áquella mulher, fez Sansão ali um banquete; porque assim o costumavam fazer os mancebos. 11 E succedeu que, como o vissem, tomaram trinta companheiros para estarem com elle. _O enigma de Sansão._ 12 Disse-lhes pois Sansão: Vos darei _um_ enigma [7] a adivinhar: _e_, se nos sete dias das bodas m’o declarardes e descobrirdes, vos darei trinta lençoes e trinta mudas de vestidos. 13 E, se m’o não poderdes declarar, vós me dareis _a mim_ os trinta lençoes e as trinta mudas de vestidos. E elles lhe disseram: Dá-_nos_ o teu enigma a adivinhar, para que o ouçamos. 14 Então lhes disse: Do comedor saiu comida, e doçura saiu do forte. E em tres dias não poderam declarar o enigma. 15 E succedeu que, ao setimo dia, disseram á mulher de Sansão: Persuade a teu marido [8] que nos declare o enigma, para que _porventura_ não queimemos a fogo a ti e á casa de teu pae: chamastes-nos vós aqui para possuir o que é nosso, não _é assim_? 16 E a mulher de Sansão chorou diante d’elle, e disse: _Tão_ sómente me aborreces, e não me amas; [9] _pois_ déste aos filhos do meu povo _um_ enigma a adivinhar, e _ainda_ m’o não declaraste a mim. E elle lhe disse: Eis que nem a meu pae nem a minha mãe o declarei, e t’o declararia a ti? 17 E chorou diante d’elle os sete dias em que celebravam as bodas: succedeu pois que ao setimo dia lh’o declarou, porquanto o importunava; então _ella_ declarou o enigma aos filhos do seu povo. 18 Disseram-lhe pois os homens d’aquella cidade, ao setimo dia, antes de se por o sol: Que _coisa ha_ mais doce do que o mel? e que _coisa ha_ mais forte do que o leão? E elle lhes disse: Se vós não lavrasseis com a minha novilha, nunca terieis descoberto o meu enigma. 19 Então [10] o espirito do Senhor tão possantemente se apossou d’elle, que desceu aos ascalonitas, e matou d’elles trinta homens, e tomou os seus vestidos, e deu as mudas de vestidos aos que declararam o enigma: porém accendeu-se a sua ira, e subiu á casa de seu pae. 20 E a mulher de Sansão foi _dada_ ao [11] seu companheiro que o acompanhava. [1] Gen. 38.13. Jos. 15.10. Gen. 34.2. [2] Gen. 21.21 e 34.4. [3] Gen. 24.3, 4 e 34.14. Exo. 34.16. Deu. 7.3. [4] Jos. 11.20. I Reis 12.15. II Reis 6.33. II Chr. 10.15 e 22.7 e 25.20. [5] cap. 13.1. Deu. 28.48. [6] cap. 3.10 e 13.25. I Sam. 11.6. [7] I Sam. 10.1. Eze. 17.2. Luc. 14.7. Gen. 29.27. [8] cap. 16.5 e 15.6. [9] cap. 16.15. [10] cap. 3.10 e 13.25. [11] cap. 15.2. João 3.29. _Sansão põe fogo ás searas dos philisteos._ 15 E aconteceu, depois d’_alguns_ dias, que na sega do trigo Sansão visitou a sua mulher com um cabrito, e disse: Entrarei na camara a minha mulher. Porém o pae d’ella não o deixou entrar. 2 Porque disse seu pae: Por certo dizia eu que de todo a aborrecias: [1] de sorte que a dei ao teu companheiro: porém não _é_ sua irmã mais nova, mais formosa do que ella? toma-a pois em seu logar. 3 Então Sansão disse ácerca d’elles: Innocente sou esta vez para com os philisteos, quando lhes fizer _algum_ mal. 4 E foi Sansão, e tomou trezentas raposas: e, tomando tições, as virou cauda a cauda, e lhes poz um tição no meio de cada duas caudas. 5 E chegou fogo aos tições, e largou-as na seara dos philisteos: e _assim_ abrazou os molhos com a sega do trigo, e as vinhas com os olivaes. 6 Então disseram os philisteos: Quem fez isto? E disseram: Sansão, o genro do Timnatha, porque lhe tomou a sua mulher, e a deu a seu companheiro. Então subiram os philisteos, [2] e queimaram a fogo a ella e a seu pae. 7 Então lhes disse Sansão: Assim o haveis de fazer? pois havendo-me vingado eu de vós então cessarei. 8 E feriu-os com grande ferimento, perna juntamente com côxa: e desceu, e habitou no cume da rocha d’Etam. 9 Então os philisteos subiram, e acamparam-se contra Judah, e estenderam-se por [3] Lechi, _Os homens de Judah amarram a Sansão._ [Antes de Christo 1140] 10 E disseram os homens de Judah: Porque subistes contra nós? E elles disseram: Subimos para amarrar a Sansão, para lhe fazer a elle como elle nos fez a nós. 11 Então tres mil homens de Judah desceram até á cova da rocha d’Etam, e disseram a Sansão: Não sabias tu que [4] os philisteos dominam sobre nós? porque _pois_ nos fizeste isto? E elle lhes disse: _Assim_ como elles me fizeram a mim, eu lhes fiz a elles. 12 E disseram-lhe: Descemos para te amarrar, para te entregar nas mãos dos philisteos. Então Sansão lhes disse: Jurae-me que vós mesmos me não accommettereis. 13 E elles lhe fallaram, dizendo: Não, mas fortemente te amarraremos, e te entregaremos na sua mão; porém de maneira nenhuma te mataremos. E amarraram-n’o com duas cordas novas e fizeram-n’o subir da rocha. _Sansão fere mil homens com a queixada d’um jumento._ 14 E, vindo elle a Lechi, os philisteos lhe _sairam_ ao encontro, jubilando: porém [5] o espirito do Senhor possantemente se apossou d’elle, e as cordas que elle _tinha_ nos braços se tornaram como fios de linho que se queimaram no fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mãos. 15 E achou uma queixada fresca d’_um_ jumento, e estendeu a sua mão, e tomou-a, e feriu [6] com ella mil homens, 16 Então disse Sansão: Com _uma_ queixada de jumento um montão, dois montões; com _uma_ queixada de jumento feri a mil homens. 17 E aconteceu que, acabando elle de fallar, lançou a queixada da sua mão: e chamou áquelle logar [IY] Ramath-lechi. 18 E como tivesse grande sede, clamou ao Senhor, e disse: Pela mão do teu servo [7] tu déste esta grande salvação: morrerei eu pois agora de sede, e cairei na mão d’estes incircumcisos? 19 Então o Senhor fendeu a caverna que _estava_ em [IZ] Lechi; e saiu d’ella agua, e bebeu; e o seu espirito tornou, [8] e reviveu: pelo que chamou o seu nome: A fonte do que clama, que _está_ em Lechi até _ao dia d’_hoje. 20 E julgou a Israel, [9] nos dias dos philisteos, vinte annos. [1] cap. 14.20. [2] cap. 14.15. [3] ver. 19. [4] cap. 14.4. [5] cap. 3.10 e 14.6. [6] Lev. 26.8. Jos. 23.10. cap. 3.31. [7] Psa. 3.7. [8] Gen. 45.27. Isa. 40.29. [9] cap. 13.1. _Sansão é trahido por Dalila._ [Antes de Christo 1120] 16 E foi-se Sansão a Gaza, e viu ali uma mulher prostituta, e entrou a ella. 2 _E foi dito_ aos gazitas: Sansão entrou [1] aqui. Foram pois em roda, e toda a noite lhe puzeram espias á porta da cidade: porém toda a noite estiveram socegados, dizendo: Até á luz da manhã _esperaremos_; então o mataremos. 3 Porém Sansão deitou-se até á meia noite, e á meia noite se levantou, e travou das portas da entrada da cidade com ambas as umbreiras, e juntamente com a tranca as tomou, pondo-as sobre os hombros; e levou-as para cima até ao cume do monte que está defronte de Hebron. 4 E depois d’isto aconteceu que se affeiçoou a uma mulher do valle de Sorec, cujo nome _era_ Dalila. 5 Então os principes dos philisteos subiram a ella, e lhe disseram: Persuade-o, [2] e vê, em que _consiste_ a sua grande força, e com que poderiamos assenhorear-nos d’elle e amarral-o, para _assim_ o affligirmos: e te daremos cada um mil e cem [JA] _moedas_ de prata. 6 Disse pois Dalila a Sansão: Declara-me, peco-te, em que _consiste_ a tua grande força, e com que poderias ser amarrado para te poderem affligir. 7 Disse-lhe Sansão: Se me amarrassem com sete _vergas de_ vimes frescos, que ainda não estivessem seccos, então me enfraqueceria, e seria como qualquer _outro_ homem. 8 Então os principes dos philisteos lhe trouxeram sete _vergas de_ vimes frescos, que ainda não estavam seccos: e amarrou-o com ellas. 9 E os espias _estavam_ assentados com ella n’uma camara. Então ella lhe disse: Os philisteos _veem_ sobre ti, Sansão. Então quebrou as _vergas de_ vimes, como se quebra o fio da estopa ao cheiro do fogo; assim não se soube _em que consistia a_ sua força. 10 Então disse Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim, e me disseste mentiras: ora declara-me agora com que poderias ser amarrado. 11 E elle lhe disse: Se me amarrassem fortemente com cordas novas, com que se não houvesse feito obra nenhuma, então me enfraqueceria, e seria como qualquer _outro_ homem. 12 Então Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com ellas, e disse-lhe: Os philisteos _veem_ sobre ti, Sansão. E os espias _estavam_ assentados n’uma camara. Então as quebrou de seus braços como um fio. 13 E disse Dalila a Sansão: Até agora zombaste de mim, e me disseste mentiras; declara-me _pois agora_ com que poderias ser amarrado? E elle lhe disse: Se teceres sete tranças _dos cabellos_ da minha cabeça com os liços da têa. 14 E ella as fixou com uma estaca, e disse-lhe: Os philisteos _veem_ sobre ti, Sansão. Então despertou do seu somno, e arrancou a estaca das _tranças_ tecidas, _juntamente_ com o liço da têa. 15 Então ella lhe disse: Como dirás: Tenho-te amor, [3] não _estando_ comigo o teu coração? já tres vezes zombaste de mim, e ainda me não declaraste em que _consiste_ a tua força. 16 E succedeu que, importunanado-o ella todos os dias com as suas palavras, e molestando-o, a sua alma se angustiou até á morte. 17 E descobriu-lhe todo o seu coração, [4] disse-lhe: Nunca subiu navalha á minha cabeça, porque _sou_ nazireo de Deus desde o ventre de minha mãe: se viesse a ser rapado, ir-se-hia de mim a minha força, e me enfraqueceria, e seria como todos os _mais_ homens. 18 Vendo pois Dalila que já lhe descobrira todo o seu coração, enviou, e chamou os principes dos philisteos, dizendo: Subi esta vez, porque _agora_ me descobriu elle todo o seu coração. E os principes dos philisteos subiram a ella, e trouxeram o dinheiro na sua mão. 19 Então ella o fez dormir [5] sobre os seus joelhos, e chamou a _um_ homem, e rapou-lhe as sete tranças _do cabello_ de sua cabeça: e começou a affligil-o, e retirou-se d’elle a sua força. 20 E disse ella: Os philisteos _veem_ sobre ti, Sansão. E despertou do seu somno, e disse: Sairei _ainda_ esta vez como d’antes, e me sacudirei. Porque elle não sabia que já o Senhor se tinha retirado [6] d’elle. 21 Então os philisteos pegaram n’elle, e lhe arrancaram os olhos, e fizeram-n’o descer a Gaza, e amarraram-n’o com duas cadeias de bronze, e andava elle moendo no carcere. 22 E o cabello da sua cabeça lhe começou a ir crescendo, como quando foi rapado. _Sansão faz cair o templo de Dagon._ 23 Então os principes dos philisteos se ajuntaram para offerecer _um_ grande sacrificio ao seu deus Dagon, e para se alegrarem, e diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo. 24 Similhantemente, vendo-o o povo, [7] louvavam ao seu deus; porque diziam: Nosso deus nos entregou na mão o nosso inimigo, e ao que destruia a nossa terra, e ao que multiplicava os nossos mortos. 25 E succedeu que, alegrando-se-lhes [8] o coração, disseram: Chamae a Sansão, para que brinque diante de nós. E chamaram a Sansão do carcere, e brincou diante d’elles, e fizeram-n’o estar _em pé_ entre as columnas. 26 Então disse Sansão ao moço que o tinha pela mão: Guia-me para que apalpe as columnas em que se sustém a casa, para que me encoste a ellas. 27 Ora _estava_ a casa cheia de homens e mulheres: e _tambem_ ali _estavam_ todos os principes dos philisteos: e sobre o telhado _havia_ alguns tres mil homens e mulheres, [9] que estavam vendo brincar Sansão. 28 Então Sansão clamou ao Senhor, e disse: Senhor JEHOVAH, peço-te que te lembres [10] de mim, e esforça-me agora só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos philisteos, pelos meus dois olhos. 29 Abraçou-se pois Sansão com as duas columnas do meio, em que se sustinha a casa, e arrimou-se sobre ellas, com a sua mão direita n’uma, e com a sua esquerda na outra. 30 E disse Sansão: Morra eu com os philisteos. E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os principes e sobre todo o povo que n’ella _havia_: e foram mais os mortos que matou na sua morte do que _os_ que matara na sua vida. 31 Então seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pae, e tomaram-n’o, e subiram _com elle_, e sepultaram-n’o [11] entre Tsora e Estaol, no sepulchro de Manué, seu pae: e julgou elle a Israel vinte annos. [1] I Sam. 23.26. Act. 9.24. [2] cap. 14.15. Pro. 2.16-19 e 5.3-11 e 6.24, 25, 26 e 7.21, 22, 23. [3] cap. 14.16. [4] Miq. 7.5. Num. 6.5. [5] Pro. 7.26, 27. [6] Num. 14.9, 42, 43. Jos. 7.12. I Sam. 16.14 e 18.12 e 28.15, 16. II Chr. 15.2. [7] Dan. 5.4. [8] cap. 9.27. [9] Deu. 22.8. [10] Jer. 15.15. [11] cap. 13.25. _Micah e o idolo da sua casa._ [Antes de Christo 1406] 17 E havia um homem da montanha d’Ephraim, cujo nome _era_ Micah. 2 O qual disse a sua mãe: As mil e cem _moedas_ de prata que te foram tiradas, por cuja _causa_ deitavas maldições, e tambem as disseste em meus ouvidos, eis que este dinheiro eu o tenho, eu _o_ tomei. Então disse sua mãe: Bemdito [1] _seja_ meu filho do Senhor. 3 Assim restituiu as mil e cem _moedas_ de prata a sua mãe: porém sua mãe disse: Inteiramente tenho dedicado este dinheiro da minha mão ao Senhor para meu filho, para fazer uma imagem [2] de esculptura e de fundição: de sorte que agora t’o tornarei _a dar_. 4 Porém elle restituiu aquelle dinheiro a sua mãe: e sua mãe tomou duzentas _moedas_ de prata, e as deu ao ourives, o qual fez d’ellas uma imagem [3] de esculptura e de fundição, e esteve em casa de Micah. 5 E teve este homem, Micah, uma casa de deuses: e fez um ephod [4] e teraphins, e consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote. 6 N’aquelles dias [5] não _havia_ rei em Israel: cada qual fazia o _que parecia_ direito aos seus olhos. _O levita em casa de Micah._ 7 E havia um mancebo de Beth-lehem de Judah, da tribu de Judah, [6] que _era_ levita, e peregrinava ali. 8 E este homem partiu da cidade de Beth-lehem de Judah para peregrinar onde quer que achasse _commodidade_: chegando elle pois á montanha d’Ephraim, até á casa de Micah, seguindo o seu caminho. 9 Disse-lhe Micah: D’onde vens? E elle lhe disse: Sou levita de Beth-lehem de Judah, e vou peregrinar onde quer que achar _commodidade_. 10 Então lhe disse Micah: Fica commigo, e sê-me [7] por pae e sacerdote; e cada anno te darei dez _moedas_ de prata, e vestuario, e o teu sustento. E o levita entrou. 11 E consentiu o levita em ficar com aquelle homem: e este mancebo lhe foi como um de seus filhos. 12 E consagrou Micah ao levita, [8] e aquelle mancebo lhe foi por sacerdote; e esteve em casa de Micah. 13 Então disse Micah: Agora sei que O Senhor me fará bem: porquanto tenho um levita por sacerdote. [1] Gen. 14.19. Ruth 3.10. [2] Exo. 24.4, 23. Lev. 19.4. [3] Isa. 46.6. [4] cap. 8.27. Gen. 31.19, 30. Ose. 3.4. [5] cap. 18.1 e 19.1 e 21.25. Deu. 33.5 e 12.8. [6] Jos. 19.15. cap. 19.1. Ruth 1.1, 2. Miq. 5.2. Mat. 2.1, 5, 6. [7] cap. 18.19. Gen. 45.8. Job 29.16. [8] ver. 5. cap. 18.30. _Os daneos buscam uma herança e tomam Lais._ 18 N’aquelles dias [1] não _havia_ rei em Israel: e nos mesmos dias a tribu dos daneos buscava para si herança para habitar; porquanto até áquelle dia entre as tribus d’Israel lhe não havia caido em herança _bastante sorte_. 2 E enviaram os filhos de Dan [2] da sua tribu cinco homens dos seus confins, homens valorosos, de Zora e de Estaol, a espiar e rastejar a terra; e lhes disseram: Ide, rastejae a terra. E vieram á montanha d’Ephraim, até á casa de Micah, [3] e passaram ali a noite. 3 E quando elles _estavam_ junto da casa de Micah, conheceram a voz do mancebo, do levita; e chegaram-se para lá, e lhe disseram: Quem te trouxe aqui, que fazes aqui, e que _é o que_ tens aqui? 4 E elle lhes disse: Assim e assim me tem feito Micah; pois me tem alugado, e eu [4] lhe sirvo de sacerdote. 5 Então lhe disseram: [5] Ora pergunta a Deus, para que possamos saber se prosperará o caminho que levamos. 6 E disse-lhes o sacerdote: Ide em paz; [6] o caminho que levardes _está_ perante o Senhor. 7 Então foram-se aquelles cinco homens, e vieram a Lais; [7] e viram que o povo que _havia_ no meio d’ella estava seguro, conforme ao costume dos sidonios, quieto e confiado; nem _havia_ possessor _algum_ do reino que por causa alguma envergonhasse _a alguem_ n’aquella terra: tambem _estavam_ longe doa sidonios, e não tinham que fazer com ninguem. 8 Então voltaram a seus irmãos, a Zora [8] e a Estaol: e seus irmãos lhes disseram: Que _dizeis_ vós? 9 E elles disseram: Levantae-vos, [9] e subamos a elles; porque examinámos a terra, e eis que _é_ muitissimo boa; pois estareis tranquillos? [10] não sejaes preguiçosos em irdes para entrar a possuir esta terra. 10 Quando lá chegardes, vereis a _um_ povo confiado, [11] e a terra _é_ larga de extensão; porque Deus vol-a entregou na mão; logar em que não _ha_ falta de coisa alguma que ha na terra. 11 Então partiram d’ali, da tribu dos daneos, de Zora e d’Estaol, seiscentos homens armados de armas de guerra. 12 E subiram, e acamparam-se em Kiriath-jearim, [12] em Judah; pelo que chamaram a este logar Mahaneh-dan, até _ao dia de_ hoje; eis que _está_ por detraz de Kiriath-jearim. 13 E d’ali passaram á montanha d’Ephraim; e vieram até [13] á casa de Micah. _Os daneos levam da casa de Micah a imagem e o levita._ 14 Então responderam os cinco homens, que foram espiar a terra de Lais, e disseram [14] a seus irmãos: Sabeis vós tambem que n’aquellas casas [15] ha _um_ ephod, e terafins, e imagem de esculptura e de fundição? vêde pois agora o que haveis de fazer. 15 Então foram-se para lá, e vieram á casa do mancebo, o levita, em casa de Micah, e o saudaram. 16 E os seiscentos [16] homens, que _eram_ dos filhos de Dan, armados de suas armas de guerra, ficaram á entrada da porta. 17 Porém subindo os cinco homens, que foram espiar a terra, [17] entraram n’ella, e tomaram a imagem d’esculptura, o ephod, e os terafins, e a imagem de fundição, ficando o sacerdote _em pé_ á entrada da porta, com os seiscentos homens _que estavam_ armados com as armas de guerra. 18 Entrando elles pois em casa de Micah, e tomando a imagem de esculptura, e o ephod, e os terafins, e a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote: Que estaes fazendo? 19 E elles lhe disseram: Cala-te, põe [18] a mão na bocca, e vem comnosco, e sê-nos por pae e sacerdote: _é_-te melhor que sejas sacerdote da casa d’um só homem, do que ser sacerdote d’uma tribu e d’uma geração em Israel? 20 Então alegrou-se o coração do sacerdote, e tomou o ephod, e os terafins, e a imagem de esculptura: e entrou no meio do povo. 21 Assim viraram, e partiram: e os meninos, e o gado, e a bagagem puzeram diante de si. 22 _E_, estando já longe da casa de Micah, os homens que _estavam_ nas casas junto á casa de Micah, se convocaram, e alcançaram os filhos de Dan. 23 E clamaram após dos filhos de Dan, os quaes viraram os seus rostos, e disseram a Micah: Que tens, que assim te convocaste? 24 Então elle disse: Os meus deuses, que eu fiz, _me_ tomastes, juntamente com o sacerdote, e vos fostes; que mais me fica _agora_? Como pois me dizeis: Que _é o que_ tens? 25 Porém os filhos de Dan lhe disseram: Não nos faças ouvir a tua voz, para que _porventura_ homens de animo amargoso não se lancem sobre vós, e tu percas a tua vida, e a vida _dos_ da tua casa. 26 Assim seguiram o seu caminho os filhos de Dan: e Micah, vendo que _eram_ mais fortes do que elle, voltou, e tornou-se a sua casa. 27 Elles pois tomaram o que Micah tinha feito, e o sacerdote que tivera, e vieram a Lais, a [19] um povo quieto e confiado, e os feriram ao fio da espada, e queimaram a cidade a fogo. 28 E ninguem _houve_ que os livrasse, porquanto _estavam_ longe de Sidon, [20] e não tinham que fazer com ninguem, e _a cidade_ estava no valle que _está_ junto a Beth-rechob: [21] depois reedificaram a cidade e habitaram n’ella. 29 E chamaram o nome [22] da cidade Dan, conforme ao nome de Dan, seu pae, que nascera a Israel: _sendo_ porém d’antes o nome d’esta cidade Lais. 30 E os filhos de Dan levantaram para si _aquella_ imagem de esculptura: e Jonathan, filho de Gerson, o filho de Manasseh, elle e seus filhos foram sacerdotes da tribu dos daneos, até [23] ao dia do captiveiro da terra. 31 Assim pois a imagem d’esculptura que fizera Micah, estabeleceram entre si, todos os dias que a [24] casa de Deus esteve em Silo. [1] cap. 17.6 e 21.25. Jos. 19.47. [2] cap. 13.25. Num. 13.17. Jos. 2.1. [3] cap. 17.1. [4] cap. 17.10. [5] I Reis 22.5. Isa. 30.1. Ose. 4.12. cap. 17.5. ver. 14. [6] I Reis 22.6. [7] Jos. 19.47. ver. 27, 28. [8] ver. 2. [9] Num. 13.30. Jos. 2.23, 24. [10] I Reis 23.3. [11] ver. 7, 27. Deu. 8.9. [12] Jos. 15.60. [13] ver. 2. [14] I Sam. 14.28. [15] cap. 17.5. [16] ver. 11. [17] ver. 2, 14. cap. 17.4, 5. [18] Job 21.5 e 29.9 e 40.4. Pro. 30.32. Miq. 7.16. cap. 17.10. [19] ver. 7, 10. Deu. 33.22. Jos. 19.47. [20] ver. 7. [21] Num. 13.21. II Sam. 10.6. [22] Jos. 19.47. Gen. 14.14. cap. 20.1. I Reis 12.29, 30 e 15.20. [23] cap. 13.1. I Sam. 4.2, 3, 10, 11. Psa. 78.60, 61. [24] Jos. 18.1. cap. 19.18 e 21.12. _Os homens de Gibeah abusam da mulher d’um levita._ 19 Aconteceu tambem n’aquelles dias, em que não _havia_ rei em Israel que, houve um homem levita, que peregrinando [1] aos lados da montanha de Ephraim, tomou para si _uma_ mulher concubina, de Beth-lehem [2] de Judah. 2 Porém a sua concubina fornicou contra elle, e foi-se d’elle para casa de seu pae, a Beth-lehem de Judah, e esteve ali _alguns_ dias, _a saber_, quatro mezes. 3 E seu marido se levantou, e partiu após d’ella, para lhe fallar conforme ao seu coração, _e_ para tornar a trazel-a: e o seu moço e um par de jumentos _iam_ com elle: e ella o levou a casa de seu pae, e, vendo-o o pae da moça, alegrou-se ao encontrar-se com elle. 4 E seu sogro, o pae da moça, o deteve, e ficou com elle tres dias: e comeram e beberam, e passaram ali a noite. 5 E succedeu que ao quarto dia pela manhã madrugaram, e elle levantou-se para partir: então o pae da moça disse a seu genro: Conforta o teu coração com [3] um bocado de pão, e depois partireis. 6 Assentaram-se pois, e comeram ambos juntos, e beberam; e disse o pae da moça ao homem: Peço-te que ainda esta noite queiras passal-a _aqui_, e alegre-se o teu coração. 7 Porém o homem levantou-se para partir: mas seu sogro o constrangeu a tornar a passar ali a noite. 8 E, madrugando ao quinto dia pela manhã para partir, disse o pae da moça: Ora conforta o teu coração. E detiveram-se até já declinar o dia: e ambos _juntos_ comeram. 9 Então o homem levantou-se para partir, elle, e a sua concubina, e o seu moço: e disse-lhe seu sogro, o pae da moça: Eis que já o dia se abaixa, e _já_ a tarde vem entrando, peço-te que aqui passes a noite; eis que _já_ o dia vae acabando, passa aqui a noite, e que o teu coração se alegre; e ámanhã de madrugada levantae-vos a caminhar, e vae-te para a tua tenda. 10 Porém o homem não quiz _ali_ passar a noite, mas levantou-se, e partiu, e veiu até defronte de [4] Jebus (que _é_ Jerusalem), e com elle o par de jumentos albardados, como tambem a sua concubina. 11 Estando _pois_ já perto de Jebus, e tendo-se _já_ declinado muito o dia, disse o moço a seu senhor: Caminhae agora, e retiremo-nos a esta cidade dos jebuseos, [5] e passemos ali a noite. 12 Porém disse-lhe seu senhor: Não nos retiraremos a nenhuma cidade estranha, que não _seja_ dos filhos de Israel: mas passaremos até [6] Gibeah. 13 Disse mais a seu moço; Caminha, e cheguemos a um d’aquelles logares, e passemos em Gibeah ou em [7] Ramah. 14 Passaram pois _adiante_, e caminharam, e o sol se lhes poz junto a Gibeah, que _é cidade_ de Benjamin. 15 E retiraram-se para lá, para entrarem a passar a noite em Gibeah; e, entrando elle, assentou-se na praça da cidade, porque não _houve_ quem os recolhesse em casa para ali [8] passarem a noite. 16 E eis que um homem velho vinha á tarde do seu trabalho do campo; e _era_ este homem da montanha de Ephraim, mas peregrinava em Gibeah: _eram_ porém os homens d’este logar filhos de Benjamin. 17 Levantando elle pois os olhos, viu a este passageiro na praça da cidade, e disse o velho: Para onde vaes, e d’onde vens? 18 E elle lhe disse: Passamos de Beth-lehem de Judah até aos lados da montanha de Ephraim, d’onde sou; porquanto fui a Beth-lehem de Judah: porém _agora_ vou [9] á casa do Senhor; e ninguem _ha_ que me recolha em casa, 19 Ainda que ha palha e pasto para os nossos jumentos, e tambem pão e vinho ha para mim, e para a tua serva, e para o moço que _vem_ com os teus servos: de coisa nenhuma _ha_ falta. 20 Então disse o velho: Paz _seja_ comtigo; [10] tudo quanto te faltar _fique_ ao meu cargo: tão sómente não passes a noite na praça, 21 E trouxe-o a [11] sua casa, e deu pasto aos jumentos: e, lavando-se os pés, comeram e beberam. 22 Estando elles alegrando o seu coração, eis que os homens d’aquella cidade [12] (homens _que eram_ filhos de Belial) cercaram a casa, batendo á porta; e fallaram ao velho, senhor da casa, dizendo: Tira para fóra o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos. 23 E o homem, senhor da [13] casa, saiu a elles, e disse-lhes: Não, irmãos meus, ora não façaes similhante mal: já que este homem entrou em minha casa, não façaes tal loucura. 24 Eis que a minha filha [14] virgem e a concubina d’elle vol-as tirarei fóra; humilhae-as a ellas, e fazei d’ellas o que parecer bem aos vossos olhos; porém a este homem não façaes loucura similhante. 25 Porém aquelles homens não o quizeram ouvir: então aquelle homem pegou da sua concubina, e lh’a tirou para fóra: [15] e elles a conheceram e abusaram d’ella toda a noite até pela manhã, e, subindo a alva, a deixaram. 26 E ao romper da manhã veiu a mulher, e caiu á porta da casa d’aquelle homem, onde _estava_ seu senhor, e ficou ali até que se fez claro. 27 E, levantando-se seu senhor pela manhã, e abrindo as portas da casa, e saindo a seguir o seu caminho, eis que a mulher, sua concubina, jazia á porta da casa, com as mãos sobre o limiar. 28 E elle lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém não respondeu; [16] então pôl-a sobre o jumento, e levantou-se o homem, e foi-se para o seu logar. 29 Chegando pois á sua casa, tomou _um_ cutelo, e pegou na sua concubina, e a despedaçou [17] com os seus ossos em doze partes: e enviou-as por todos os termos de Israel. 30 E succedeu que cada um que _tal_ via dizia: Nunca tal se fez, nem se viu desde o dia em que os filhos d’Israel subiram da terra do Egypto, até _ao dia d_’hoje: ponderae isto _no coração_, [18] considerae, e fallae. [1] cap. 17.6 e 18.1 e 21.25. [2] cap. 17.7. [3] Gen. 18.5. [4] Jos. 18.28. [5] Jos. 15.8, 63. cap. 1.21. II Sam. 5.6. [6] Jos. 18.28. [7] Jos. 18.25. [8] Mat. 25.43. Heb. 13.2. [9] Jos. 18.1. cap. 18.31 e 20.18. I Sam. 1.3, 7. [10] Gen. 43.23. cap. 6.23. Gen. 19.2. [11] Gen. 24.32 e 43.24 e 18.4. João 13.5. [12] Gen. 19.4. cap. 20.5. Ose. 9.9 e 10.9. Deu. 13.13. Gen. 19.5. Rom. 1.26, 27. [13] Gen. 19.6, 7. II Sam. 13.12. [14] Gen. 19.8 e 34.2. Deu. 21.14. [15] Gen. 4.1. [16] cap. 20.5. [17] cap. 20.6. I Sam. 11.7. [18] cap. 20.7. Pro. 13.10. _Os israelitas vingam o ultrage feito ao levita._ 20 Então todos [1] os filhos d’Israel sairam, e a congregação se ajuntou, como _se fôra_ um só homem, desde Dan até [2] Berseba como tambem a terra de Gilead, ao Senhor em Mispah. 2 E _dos_ cantos de todo o povo se apresentaram _de_ todas as tribus d’Israel na congregação do povo de Deus quatrocentos mil homens de pé [3] que arrancavam a espada. 3 (Ouviram pois os filhos de Benjamin que os filhos d’Israel haviam subido a Mispah) E disseram os filhos de Israel: Fallae, como succedeu esta maldade? 4 Então respondeu o homem levita, marido da mulher que fôra morta, e disse: Cheguei com a minha concubina a [4] Gibeah _cidade_ de Benjamin, para passar a noite; 5 E os cidadãos de [5] Gibeah se levantaram contra mim, e cercaram a casa de noite: intentaram matar-me, e violaram a minha concubina, _de maneira_ que morreu. 6 Então peguei [6] na minha concubina, e fil-a em pedaços, e a enviei por toda a terra da herança d’Israel: porquanto fizeram _tal_ maleficio e loucura em Israel. 7 Eis que todos [7] sois filhos d’Israel: dae aqui a vossa palavra e conselho. 8 Então todo o povo se levantou como um só homem, dizendo: Nenhum _de nós_ irá á sua tenda nem nenhum _de nós_ se retirará á sua casa. 9 Porém isto _é_ o que faremos a Gibeah: _procederemos_ contra ella por sorte. 10 E tomaremos dez homens de cem de todas as tribus d’Israel, e cem de mil, e mil de dez mil, para tomarem mantimento para o povo: para que, vindo elles a Gibeah de Benjamin, _lhe_ façam conforme a toda a loucura que tem feito em Israel. 11 Assim ajuntaram-se contra esta cidade todos os homens d’Israel, alliados como um só homem. 12 E as tribus d’Israel enviaram homens por toda a tribu [8] de Benjamin, dizendo: Que maldade _é_ esta que se fez entre vós? 13 Dae-_nos_ pois agora aquelles homens, [9] filhos de Belial, que _estão_ em Gibeah, para que os matemos, e tiremos d’Israel o mal: porém os _filhos_ de Benjamin não quizeram ouvir a voz de seus irmãos, os filhos d’Israel. 14 Antes os filhos de Benjamin se ajuntaram das cidades em Gibeah, para sairem a pelejar contra os filhos d’Israel. 15 E contaram-se n’aquelle dia os filhos de Benjamin, das cidades, vinte e seis mil homens que arrancavam a espada, afóra os moradores de Gibeah, de que se contaram setecentos homens escolhidos. 16 Entre todo este povo _havia_ setecentos homens escolhidos, [10] canhotos, os quaes todos atiravam com a funda uma pedra a um cabello, e não erravam. 17 E contaram-se dos homens d’Israel, afóra _os de_ Benjamin, quatrocentos mil homens que arrancavam da espada, _e_ todos _elles_ homens de guerra. 18 E levantaram-se [11] os filhos d’Israel, e subiram a Beth-el, e perguntaram a Deus, e disseram: Quem d’entre nós subirá o primeiro a pelejar contra Benjamin? E disse o Senhor: Judah _subirá_ primeiro. 19 Levantaram-se pois os filhos d’Israel pela manhã, e acamparam-se contra Gibeah. 20 E os homens d’Israel sairam á peleja contra Benjamin: e ordenaram os homens d’Israel contra elles a peleja ao pé de Gibeah. 21 Então os filhos de Benjamin sairam [12] de Gibeah, e derribaram por terra n’aquelle dia vinte e dois mil homens d’Israel. 22 Porém esforçou-se o povo dos homens d’Israel, e tornaram a ordenar a peleja no logar onde no primeiro dia a tinham ordenado. 23 E subiram os filhos d’Israel, e choraram [13] perante o Senhor até á tarde, e perguntaram ao Senhor, dizendo: Tornar-me-hei a chegar á peleja contra os filhos de Benjamin, meu irmão? E disse o Senhor: Subi contra elle. 24 Chegaram-se pois os filhos d’Israel aos filhos de Benjamin, no dia seguinte. 25 Tambem os de Benjamin no dia seguinte lhes sairam [14] ao encontro _fóra_ de Gibeah, e derribaram ainda por terra mais dezoito mil homens, todos dos que arrancavam a espada. 26 Então todos os filhos de Israel, e todo o povo, subiram, [15] e vieram a Beth-el, e choraram, e estiveram ali perante o Senhor, e jejuaram aquelle dia até á tarde: e offereceram holocaustos e offertas pacificas perante o Senhor. 27 E os filhos d’Israel perguntaram ao Senhor (porquanto a [16] arca do concerto de Deus _estava_ ali n’aquelles dias; 28 E Phineas, [17] filho d’Eleazar, filho d’Aarão, estava perante elle n’aquelles dias), dizendo: Sairei ainda mais a pelejar contra os filhos de Benjamin, meu irmão, ou pararei? E disse o Senhor; Subi, que ámanhã eu t’o entregarei na mão. 29 Então Israel poz emboscadas [18] em redor de Gibeah. 30 E subiram os filhos d’Israel ao terceiro dia contra os filhos de Benjamin, e ordenaram _a peleja_ junto a Gibeah, como das outras vezes. 31 Então os filhos de Benjamin sairam ao encontro do povo, _e_ desviaram-se da cidade: e começaram a ferir _alguns_ do povo, atravessando-os, como das outras vezes, pelos caminhos (um dos quaes sobe para Beth-el, e o outro para Gibeah pelo campo), alguns trinta dos homens d’Israel. 32 Então os filhos de Benjamin disseram: _Vão_ derrotados diante de nós como d’antes. Porém os filhos d’Israel disseram: Fujamos, e desviemol-os da cidade para os caminhos. 33 Então todos os homens de Israel se levantaram do seu logar, e ordenaram, _a peleja_ em Baal-tamar: e a emboscada d’Israel saiu do seu logar, da caverna de Gibeah. 34 E dez mil homens escolhidos de todo o Israel vieram contra Gibeah, e a peleja se engraveceu: porém elles não sabiam [19] que o mal lhes tocaria. 35 Então feriu o Senhor a Benjamin diante d’Israel; e desfizeram os filhos d’Israel n’aquelle dia vinte e cinco mil e cem homens de Benjamin, todos dos que arrancavam espada. 36 E viram os filhos de Benjamin que estavam feridos: porque os homens [20] d’Israel deram logar aos benjamitas, porquanto estavam confiados na emboscada que haviam posto contra Gibeah. 37 E a [21] emboscada se apressou, e accommetteu a Gibeah: e a emboscada arremetteu _contra ella_, e feriu ao fio da espada toda a cidade. 38 E os homens d’Israel tinham um signal determinado com a emboscada, que _era_ quando fizessem levantar da cidade uma grande nuvem de fumo. 39 Viraram-se pois os homens d’Israel na peleja; e já Benjamin começava a ferir, dos homens de Israel, quasi trinta homens, atravessando-os, porque diziam: Já infallivelmente estão derrotados diante de nós, como na peleja passada. 40 Então a nuvem de fumo se começou a levantar da cidade, _como uma_ columna de fumo: e, virando-se Benjamin a olhar para [22] traz de si, eis que o fumo da cidade subia ao céu. 41 E os homens d’Israel viraram _os rostos_, e os homens de Benjamin pasmaram; porque viram que o mal lhes tocaria. 42 E viraram _as costas_ diante dos homens d’Israel, para o caminho do deserto; porém a peleja os apertou; e os das cidades os desfizeram no meio d’elles. 43 E cercaram a Benjamin, _e_ o seguiram, _e_ descançadamente o pisaram, até diante de Gibeah, para o nascente do sol. 44 E cairam de Benjamin dezoito mil homens, todos estes _sendo_ homens valentes. 45 Então _viraram as costas_, e fugiram para o deserto, á penha de Rimmon; [23] rabiscaram _ainda_ d’elles pelos caminhos _uns_ cinco mil homens: e de perto os seguiram até Gideon, e feriram d’elles dois mil homens. 46 E foram todos os que de Benjamin n’aquelle dia cairam vinte e cinco mil homens que arrancavam a espada, todos elles homens valentes. 47 Porém seiscentos homens viraram _as costas_ e fugiram para o deserto, á penha de [24] Rimmon: e ficaram na penha de Rimmon quatro mezes. 48 E os homens d’Israel voltaram para os filhos de Benjamin, e os feriram ao fio da espada, desde os homens da cidade até aos animaes, até a tudo quanto se achava, como tambem a todas as cidades quantas se acharam pozeram a fogo. [1] Deu. 13.12. Jos. 22.12. cap. 21.5. I Sam. 11.7. [2] cap. 18.29. I Sam. 3.20. II Sam. 3.10 e 24.2. Jui. 10.17 e 11.11. I Sam. 7.5 e 10.17. [3] cap. 8.10. [4] cap. 19.15. [5] cap. 19.22, 25, 26. [6] cap. 19.29. Jos. 7.15. [7] cap. 19.30. [8] Deu. 13.14. Jos. 22.13, 16. [9] Deu. 13.13. cap. 19.22. Deu. 17.12. [10] cap. 3.15. I Chr. 12.2. [11] ver. 23, 26. Num. 27.21. cap. 1.1. [12] Gen. 49.27. [13] ver. 26, 27. [14] ver. 21. [15] ver. 18. [16] Jos. 18.1. I Sam. 4.3, 4. [17] Jos. 24.33. Deu. 10.8 e 18.5. [18] Jos. 8.4. [19] Jos. 8.14. Isa. 47.11. [20] Jos. 8.15. [21] Jos. 8.19. [22] Jos. 8.20. [23] Jos. 15.32. [24] cap. 21.13. _A ruina de Jabes Gilead._ [Antes de Christo 1322] 21 Ora tinham jurado [1] os homens d’Israel em Mispah, dizendo: Nenhum de nós dará sua filha por mulher aos benjamitas. 2 Veiu pois o povo a [2] Beth-el, e ali ficaram até á tarde diante de Deus: e levantaram a sua voz, e prantearam com grande pranto, 3 E disseram: Ah! Senhor Deus d’Israel, porque succedeu isto em Israel, que hoje falte uma tribu em Israel? 4 E succedeu que, no dia seguinte, o povo pela manhã se levantou, e edificou ali [3] _um_ altar; e offereceram holocaustos e offertas pacificas. 5 E disseram os filhos d’Israel: Quem de todas as tribus d’Israel não subiu ao ajuntamento ao Senhor? Porque se tinha feito _um_ grande juramento [4] ácerca dos que não viessem ao Senhor a Mispah, dizendo: Morrerá certamente. 6 E arrependeram-se os filhos d’Israel ácerca de Benjamin, seu irmão, e disseram: Cortada é hoje d’Israel uma tribu. 7 Que faremos, ácerca de mulheres, com os que ficaram de resto, pois nós temos jurado pelo Senhor que nenhuma de nossas filhas lhes dariamos por mulheres? 8 E disseram: Ha alguma das tribus d’Israel que não subisse ao Senhor a Mispah? E eis que ninguem de Jabes de Gilead [5] viera ao arraial, á congregação. 9 Porquanto o povo se contou: e eis que nenhum dos moradores de Jabes de Gilead se achou ali. 10 Então o ajuntamento enviou lá doze mil homens dos mais valentes, e lhes ordenou, dizendo: Ide, [6] e ao fio da espada feri aos moradores de Jabes de Gilead, e ás mulheres e aos meninos. 11 Porém isto _é_ o que haveis de fazer: A todo [7] o macho e a toda a mulher que se houver deitado com um homem totalmente destruireis. 12 E acharam entre os moradores de Jabes de Gilead quatrocentas moças virgens, que não conheceram homem deitando-se com macho: e as trouxeram ao arraial, a Silo, [8] que _está_ na terra de Canaan. _Dão-se quatrocentas mulheres aos benjamitas._ 13 Então todo o ajuntamento enviou, e fallou aos filhos de Benjamin, que _estavam_ na penha de Rimmon, [9] e lhes proclamou a paz. 14 E ao mesmo tempo voltaram os benjamitas; e deram-lhes as mulheres que haviam guardado com vida, das mulheres de Jabes de Gilead: porém estas ainda lhes não bastaram. 15 Então o povo [10] se arrependeu por causa de Benjamin: porquanto o Senhor tinha feito abertura nas tribus d’Israel. 16 E disseram os anciãos do ajuntamento: Que faremos ácerca de mulheres para os que ficaram de resto? pois as mulheres são destruidas de Benjamin. 17 Disseram mais: A herança dos que ficaram de resto é de Benjamin, e nenhuma tribu de Israel deve ser destruida. 18 Porém nós não lhes poderemos dar mulheres de nossas filhas, porque os filhos d’Israel juraram, [11] dizendo: Maldito _aquelle_ que der mulher aos benjamitas. 19 Então disseram: Eis que de anno em anno _ha_ solemnidade do Senhor em Silo, que _se celebra_ para o norte de Beth-el, da banda do nascente do sol, pelo caminho alto que sobe de Beth-el a Sichem, e para o sul de Lebona. 20 E mandaram aos filhos de Benjamin, dizendo: Ide, e emboscae-vos nas vinhas, 21 E olhae, e eis ahi, saindo as filhas de Silo a dançar em ranchos, [12] sahi vós das vinhas, e arrebatae-vos cada um sua mulher das filhas de Silo, e ide-vos á terra de Benjamin. 22 E será que, quando seus paes ou seus irmãos vierem a litigar comnosco, nós lhes diremos: Por amor de nós, tende compaixão d’elles, pois n’esta guerra não tomámos mulheres para cada um d’elles: porque não lh’as déstes vós, _para_ que agora ficasseis culpados? 23 E os filhos de Benjamin o fizeram assim, e levaram mulheres conforme ao numero d’elles, das que arrebatavam dos ranchos que dançavam: e foram-se, e voltaram á sua herança, e reedificaram as [13] cidades, e habitaram n’ellas. 24 Tambem os filhos d’Israel partiram então d’ali, cada um para a sua tribu e para a sua geração: e sairam d’ali, cada um para a sua herança. 25 N’aquelles dias não _havia_ rei em Israel: [14] porém cada um fazia o _que parecia_ recto aos seus olhos. [1] cap. 20.1. [2] cap. 20.18, 26. [3] II Sam. 24.25. [4] cap. 5.23. [5] I Sam. 11.1 e 31.11. [6] ver. 5. cap. 5.23. I Sam. 11.7. [7] Num. 31.17. [8] Jos. 18.1. [9] cap. 20.47. [10] ver. 6. [11] ver. 1. cap. 11.35. [12] Exo. 15.20. cap. 11.14. I Sam. 18.6. Jer. 31.13. [13] cap. 20.48. [14] cap. 17.6 e 18.1 e 19.1. Deu. 12.8. O LIVRO DE RUTH. _Noemi e suas noras Orpha e Ruth._ [Antes de Christo 1312] 1 E succedeu que, nos dias em que os juizes [1] julgavam, houve uma fome na terra: pelo que um homem de Beth-lehem de Judah saiu [2] a peregrinar nos campos de Moab, elle e sua mulher, e seus dois filhos: 2 E _era_ o nome d’este homem Elimelech, e o nome de sua mulher [JB] Noemi, e os nomes de seus dois filhos Mahon e Chilion, ephrateos, [3] de Beth-lehem de Judah: e vieram aos campos de Moab, [4] e ficaram ali. 3 E morreu Elimelech, marido de Noemi: e ficou ella com os seus dois filhos, 4 Os quaes tomaram para si mulheres moabitas: _e era_ o nome d’uma Orpha, e o nome da outra Ruth; e ficaram ali quasi dez annos. 5 E morreram tambem ambos, Mahalon e Chilion, ficando assim esta mulher _desamparada_ dos seus dois filhos e de seu marido. 6 Então se levantou ella com as suas noras, e voltou dos campos de Moab: porquanto na terra de Moab ouviu que o Senhor tinha visitado o seu povo, [5] dando-lhe pão. 7 Pelo que saiu do logar onde estivera, e as suas duas noras com ella. E, indo ellas caminhando, para voltarem para a terra de Judah, 8 Disse Noemi ás suas duas noras: Ide, voltae cada uma á casa [6] de sua mãe; e o Senhor use comvosco de benevolencia, como vós usastes com [7] os defuntos e comigo. 9 O Senhor vos dê que acheis descanço cada uma em casa de seu marido. E, beijando-as ella, levantaram a sua voz e choraram. 10 E disseram-lhe: Certamente voltaremos comtigo ao teu povo. 11 Porém Noemi disse: Tornae, minhas filhas, porque irieis comigo? tenho eu ainda no meu ventre _mais_ filhos, para que vos fossem [8] por maridos? 12 Tornae, filhas minhas, ide-vos _embora_, que já mui velha sou para ter marido: _ainda_ quando eu dissesse, Tenho esperança, _ou_ ainda que esta noite tivesse marido e ainda parisse filhos, 13 Esperal-os-hieis até que viessem a ser grandes? deter-vos-hieis por elles, sem tomardes marido? não, filhas minhas, que mais amargo me é a mim do que a vós _mesmas_; porquanto a mão [9] do Senhor se descarregou contra mim. 14 Então levantaram a sua voz, e tornaram a chorar: e Orpha beijou a sua sogra, porém Ruth [10] se apegou a ella. 15 Pelo que disse: Eis que voltou tua cunhada ao seu povo [11] e aos seus deuses: volta tu tambem após da tua cunhada. 16 Disse porém Ruth: Não me instes para que te deixe, [12] e me torne de detraz de ti; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares á noite ali pousarei eu; o teu povo _é_ o meu povo, o teu Deus _é_ o meu Deus; 17 Onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada: me [13] faça assim o Senhor, e outro tanto, _se outra coisa_ que não seja a morte me separar de ti. 18 Vendo ella, pois, [14] que de todo estava resolvida para ir com ella, deixou de lhe fallar. 19 Assim _pois_ foram-se ambas, até que chegaram a Beth-lehem: e succedeu que, entrando ellas em Beth-lehem, toda a cidade se commoveu por causa d’ellas, [15] e diziam: _Não é_ esta Noemi? 20 Porém ella lhes dizia: Não me chameis [JC] Noemi; chamae-me [JD] Mara; porque grande amargura me tem dado o Todo-poderoso. 21 Cheia parti, [16] porém vazia o Senhor me fez tornar: porque _pois_ me chamareis Noemi? pois o Senhor testifica contra mim, e o Todo-poderoso me tem feito _tanto_ mal. 22 Assim Noemi voltou, e com ella Ruth a moabita, sua nora, que voltou dos campos de Moab: e chegaram a Beth-lehem [17] no principio da sega das cevadas. [1] Jui. 2.16. Gen. 12.10 e 26.1. II Reis 8.1. [2] Jui. 17.8. [3] Gen. 25.19. [4] Jui. 3.30. [5] Exo. 4.31. Luc. 1.68. Psa. 132.15. Mat. 6.11. [6] Jos. 24.15. II Tim. 1.16, 17, 18. [7] ver. 5. cap. 2.20 e 3.1. [8] Gen. 38.11. Deu. 25.5. [9] Jui. 2.15. Job 19.21. [10] Pro. 17.17 e 18.24. [11] Jui. 11.24. Jos. 24.15, 19. II Reis 2.2. Luc. 24.28. [12] II Reis 2.2, 4, 6. cap. 2.11, 13. [13] I Sam. 3.17 e 25.22. II Sam. 19.13. II Reis 6.31. [14] Act. 21.14. [15] Mat. 21.10. Isa. 23.7. Lam. 2.15. [16] Job 1.21. [17] Exo. 9.21, 32. cap. 2.23. II Sam. 21.9. _Ruth vae rabiscar espigas._ 2 E tinha Noemi um parente de seu marido, homem valente _e_ poderoso, [1] da geração de Elimelech; e _era_ o seu nome Boaz. 2 E Ruth a moabita disse a Noemi: Deixa-me ir ao campo, e apanharei espigas [2] após d’aquelle em cujos olhos eu achar graça. E ella lhe disse: Vae, minha filha. 3 Foi pois, e chegou, e apanhava _espigas_ no campo após dos segadores: e caiu-lhe em sorte uma parte do campo de Boaz, que _era_ da geração de Elimelech. 4 E eis que Boaz veiu de Beth-lehem, e disse aos segadores: O Senhor _seja_ comvosco. [3] E disseram-lhe elles: O Senhor te abençoe. 5 Depois disse Boaz a seu moço, que estava posto sobre os segadores: De quem _é_ esta moça? 6 E respondeu o moço, que estava posto sobre os segadores, e disse: Esta _é_ a moça moabita [4] que voltou com Noemi dos campos de Moab. 7 Disse-me ella: Deixa-me colher _espigas_, e ajuntal-_as_ entre [JE] as gavellas após dos segadores. Assim ella veiu, e desde pela manhã está _aqui_ até agora, a não ser um pouco que esteve sentada em casa. _Boaz falla a Ruth benignamente._ 8 Então disse Boaz a Ruth: Não ouves, filha minha? não vás colher a outro campo, nem tão pouco passes d’aqui: porém aqui te ajuntarás com as minhas moças. 9 Os teus olhos _estarão attentos_ no campo que segarem, e irás após d’ellas; não dei ordem aos moços, que te não toquem? tendo tu sede, vae aos vasos, e bebe do que os moços tirarem. 10 Então ella caiu sobre o seu rosto, e se inclinou á [5] terra: e disse-lhe: Porque achei graça em teus olhos, para que faças caso de mim, sendo eu _uma_ estrangeira? 11 E respondeu Boaz, e disse-lhe: Bem se me contou quanto fizeste [6] a tua sogra, depois da morte de teu marido: e deixaste a teu pae e a tua mãe, e a terra onde nasceste, e vieste para um povo que d’antes não conheceste. 12 O Senhor galardoe [7] o teu feito: e seja cumprido o teu galardão do Senhor Deus de Israel, sob [8] cujas azas te vieste abrigar. 13 E disse ella: Ache eu graça [9] em teus olhos, senhor meu, pois me consolaste, e pois fallaste ao coração da tua serva, não sendo eu _ainda_ como uma das tuas creadas. 14 E, sendo já horas de comer, disse-lhe Boaz: Achega-te aqui, e come do pão, e molha o teu bocado no vinagre. E ella se assentou ao lado dos segadores, e elle lhe deu do _trigo_ tostado, e comeu, e se fartou, [10] e _ainda_ lhe sobejou. 15 E, levantando-se ella a colher, Boaz deu ordem aos seus moços, dizendo: Até entre as gavelas deixae-a colher, e não lh’o embaraceis. 16 E deixae cair alguns punhados, e deixae-os ficar, para que _os_ colha, e não a reprehendaes. 17 E esteve ella apanhando n’aquelle campo até á tarde: e debulhou o que apanhou, e foi quasi um epha de cevada. 18 E tomou-_o_, e veiu á cidade; e viu sua sogra o que tinha apanhado: tambem tirou, e deu-lhe o [11] que lhe sobejara depois de fartar-se. 19 Então disse-lhe sua sogra: Onde colheste hoje, e onde trabalhaste? bemdito seja aquelle que [12] te reconheceu. E relatou a sua sogra com quem tinha trabalhado, e disse: O nome do homem com quem hoje trabalhei _é_ Boaz. 20 Então Noemi disse a sua nora: Bemdito [13] _seja_ do Senhor, que _ainda_ não tem deixado a sua beneficencia nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Este homem é nosso _parente_ chegado, [14] _e_ um d’entre os nossos remidores. 21 E disse Ruth, a moabita: Tambem ainda me disse: Com os moços que tenho te ajuntarás, até que acabem toda a sega que tenho. 22 E disse Noemi a sua nora, Ruth: Melhor _é_, filha minha, que saias com as suas moças, para que n’outro campo não te encontrem. 23 Assim, ajuntou-se com as moças de Boaz, para colher até que a sega das cevadas e dos trigos se acabou; e ficou com a sua sogra. [1] cap. 3.2, 12 e 4.21. [2] Lev. 19.9. Deu. 24.19. [3] Psa. 129.8. Luc. 1.28. II The. 3.16. [4] cap. 1.22. [5] I Sam. 25.23. [6] cap. 1.14, 16, 17. [7] I Sam. 24.19. [8] cap. 1.16. Psa. 17.8 e 35.8 e 57.2 e 63.8. [9] Gen. 33.15. I Sam. 1.18 e 25.41. [10] ver. 18. [11] ver. 14. [12] ver. 10. Psa. 41.2. [13] cap. 3.10. II Sam. 2.5. Job 29.13. Pro. 17.17. [14] cap. 3.9 e 4.6. _Ruth vae deitar-se aos pes de Boaz._ 3 E disse-lhe [1] Noemi, sua sogra: Minha filha, não hei de eu buscar descanço, para que fiques bem? 2 Ora pois, não _é_ Boaz, com cujas moças estiveste, [2] _de_ nossa parentela? eis que esta noite padejará a cevada na eira. 3 Lava-te pois, [3] e unge-te, e veste os teus vestidos, e desce á eira: _porém_ não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber. 4 E ha de ser que, quando elle se deitar, notarás o logar em que se deitar; então entra, e descobrir-lhe-has os pés, e te deitarás, e elle te fará saber o que deves fazer. 5 E ella lhe disse: Tudo quanto _me_ disseres, farei. 6 Então foi para a eira, e fez conforme a tudo quanto sua sogra lhe tinha ordenado. 7 Havendo pois Boaz comido e bebido, e estando já o seu coração alegre, [4] veiu deitar-se ao pé de uma meda; então veiu ella de mansinho, e lhe descobriu os pés, e se deitou. _Boaz promette a Ruth casar com ella._ 8 E succedeu que, pela meia noite, o homem estremeceu, e se voltou: e eis que _uma_ mulher jazia a seus pés. 9 E disse elle: Quem _és_ tu? E ella disse: _Sou_ Ruth, tua serva; estende pois tua aba [5] sobre a tua serva, porque tu _és_ o [6] remidor, 10 E disse elle: Bemdita _sejas_ tu do [7] Senhor, minha filha; melhor fizeste esta tua ultima beneficencia do que a primeira, pois após de nenhuns mancebos foste, quer pobres quer ricos. 11 Agora pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher [8] virtuosa. 12 Porém agora é muito verdade que eu sou [9] remidor: mas ainda _outro_ remidor ha mais chegado do que eu. 13 Fica-te _aqui_ esta noite, e será que, pela manhã, se _elle_ te [10] redimir, bem _está_, _elle te_ redima; porém, se te não quizer redimir, vive o [11] Senhor, que eu te redimirei: deita-te _aqui_ até ámanhã. 14 Ficou-se pois deitada a seus pés até pela manhã, e levantou-se antes que podesse [12] um conhecer a outro, porquanto disse: Não se saiba que _alguma_ mulher veiu á eira. 15 Disse mais: Dá cá o roupão que _tens_ sobre ti, e tem mão n’elle. E ella teve mão n’elle; e elle mediu seis _medidas_ de cevada, e lh’as poz em cima; então entrou na cidade, 16 E veiu á sua sogra, a qual disse: Quem _és_ tu, minha filha? E ella lhe contou tudo quanto aquelle homem lhe fizera. 17 Disse mais: Estas seis _medidas_ de cevada me deu, porque me disse: Não vás vazia a tua sogra. 18 Então disse ella: Está quieta, minha filha, [13] até que saibas como irá o caso, porque aquelle homem não descançará até que conclua hoje este negocio. [1] I Cor. 7.36. I Tim. 5.8. cap. 1.9. [2] cap. 2.8. [3] II Sam. 14.2. [4] Jui. 19.6, 9, 22. II Sam. 13.28. Est. 1.10. [5] Eze. 16.8. [6] ver. 12. cap. 2.20. [7] cap. 2.20. [8] Pro. 12.4. [9] ver. 9. cap. 4.1. [10] Deu. 25.5. cap. 4.5. Mat. 22.24. [11] Jui. 8.19. Jer. 4.2. [12] Rom. 12.17 e 14.16. I Cor. 10.32. II Cor. 8.21. I The. 5.22. [13] Psa. 37.3, 5. _Boaz casa com Ruth._ 4 E Boaz subiu á porta, e assentou-se ali: e eis que o remidor [1] de que Boaz tinha fallado ia passando, e disse-lhe: Ó fulano, desvia-te _para cá_, assenta-te aqui. E desviou-se _para ali_, e assentou-se. 2 Então tomou dez homens [2] dos anciãos da cidade, e disse: Assentae-vos aqui. E assentaram-se. 3 Então disse ao remidor: Aquella parte da terra que _foi_ de Elimelech, nosso irmão, Noemi, que tornou da terra dos moabitas, a vendeu. 4 E disse eu: Manifestal-o-hei _em_ teus ouvidos, dizendo: Toma-_a_ diante dos habitantes, e diante [3] dos anciãos do meu povo; se _a_ has de redimir, redime-_a_, e, se não se houver de redimir, declara-m’o, para que o saiba, pois outro não _ha_ senão [4] tu que _a_ redima, e eu depois de ti. Então disse elle: Eu _a_ redimirei. 5 Disse porém Boaz: No dia em que tomares a terra da mão de Noemi, tambem a tomarás da mão de Ruth, a moabita, mulher do defunto, para suscitar o nome do defunto [5] sobre a sua herdade. 6 Então disse [6] o remidor: Para mim não _a_ poderei redimir, para que não damne a minha herdade: redime tu a minha remissão para ti, porque eu não _a_ poderei redimir. 7 Havia, pois, [7] já de muito tempo este _costume_ em Israel, emquanto a remissão e contracto, para confirmar todo o negocio, que _o_ homem descalçava o sapato e _o_ dava ao seu proximo: e isto _era_ por testemunho em Israel. 8 Disse pois o remidor a Boaz: Toma-_a_ para ti. E descalçou o sapato. 9 Então Boaz disse aos anciãos e a todo o povo: _Sois_ hoje testemunhas de que tomei tudo quanto _foi_ d’Elimelech, e de Chilion, e de Mahlon, da mão de Noemi, 10 E de que tambem tomo por mulher a Ruth, a moabita, _que foi_ mulher de Mahlon, para suscitar o nome do defunto sobre a sua herdade, [8] para que o nome do defunto não seja desarraigado d’entre seus irmãos e da porta do seu logar: _d’isto sois_ hoje testemunhas. 11 E todo o povo que _estava_ na porta, e os anciãos, disseram: _Somos_ testemunhas: [9] o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Rachel e como a Leah, [10] que ambas edificaram a casa d’Israel; e ha-te já valorosamente em Ephrata, e faze-_te_ nome afamado em Beth-lehem. 12 E seja a tua casa como a casa de Perez [11] (que Tamar pariu a Judah), da semente que o Senhor te der d’esta moça. _Ruth dá á luz Obed, avô de David._ 13 Assim tomou [12] Boaz a Ruth, e ella lhe foi por mulher; e elle entrou a ella, e o Senhor lhe deu conceição, e pariu _um_ filho. 14 Então as mulheres disseram [13] a Noemi: Bemdito _seja_ o Senhor, que não deixou hoje de te dar remidor, e seja o seu nome afamado em Israel. 15 Elle te será por recreador da alma, e conservará a tua velhice, pois tua nora, que te ama, [14] o pariu, e ella te é melhor do que sete filhos. 16 E Noemi tomou o filho, e o poz no seu regaço, e foi sua ama. 17 E as visinhas [15] lhe deram _um_ nome, dizendo: A Noemi nasceu _um_ filho. E chamaram o seu nome Obed. Este _é_ o pae de [JF] Jessé, pae de David. 18 Estas _são_ pois as gerações [16] de Perez: Perez gerou a Esrom, 19 E Esrom gerou a Arão, e Arão gerou a Amminadab, 20 E Amminadab gerou a Nahasson, e [17] Nahasson gerou a Salmon, 21 E Salmon gerou a Boaz, e Boaz gerou a Obed, 22 E Obed gerou a Jessé, [18] e Jessé gerou a David. [1] cap. 3.12. [2] I Reis 21.8. Pro. 31.23. [3] Jer. 32.7, 8. Gen. 23.18. [4] Lev. 25.25. [5] Gen. 38.8. Deu. 25.5, 6. cap. 3.13. Mat. 22.24. [6] cap. 2.12, 13. [7] Deu. 25.7, 9. [8] Deu. 25.6. [9] Psa. 127.3 e 128.3. [10] Deu. 25.9. Gen. 35.16, 19. [11] Gen. 38.29. I Chr. 2.4. Mat. 1.3. I Sam. 2.20. [12] cap. 3.11. Gen. 29.31 e 33.5. [13] Luc. 1.58. Rom. 12.15. [14] I Sam. 1.8. [15] Luc. 1.58, 59. [16] I Chr. 2.4, etc. Mat. 1.3. [17] Num. 1.7. Mat. 1.4, etc. [18] I Chr. 2.15. Mat. 1.6. O PRIMEIRO LIVRO DE SAMUEL. _Elcana e suas mulheres._ [Antes de Christo 1171] 1 Houve um homem de [1] Ramathaim de Zophim, da montanha de Ephraim, cujo nome _era_ Elcana, filho de Jeroham, filho de Elihu, filho de Tohu, filho de Suph, ephrateo. 2 E este tinha duas mulheres: o nome d’uma _era_ Anna, e o nome da outra Peninna: e Peninna tinha filhos, porém Anna não tinha filhos. 3 Subia pois este homem da sua cidade [2] de anno em anno a adorar e a sacrificar ao Senhor dos Exercitos em Silo: e _estavam_ ali os sacerdotes do Senhor, Hophni e Phineas, os dois filhos d’Eli. 4 E succedeu _que_ no dia em que Elcana sacrificava [3] dava elle porções a Peninna, sua mulher, e a todos os seus filhos, e a todas as suas filhas. 5 Porém a Anna dava uma parte excellente; porquanto a Anna amava, porém o Senhor [4] lhe tinha cerrado a madre. 6 E a sua competidora excessivamente a irritava, [5] para a embravecer: porquanto o Senhor lhe tinha cerrado a madre. 7 E assim o fazia _elle_ de anno em anno: desde que subia á casa do Senhor, assim a _outra_ a irritava: pelo que chorava, e não comia. 8 Então Elcana, seu marido, lhe disse: Anna, porque choras? e porque não comes? e porque está mal o teu coração? não te _sou_ [6] eu melhor do que dez filhos? _Anna roga a Deus que lhe dê um filho._ 9 Então Anna se levantou, depois que comeram e beberam em Silo: e Eli, sacerdote, estava assentado n’_uma_ cadeira, junto a um pilar do templo [7] do Senhor. 10 Ella pois, com amargura [8] de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente. 11 E votou _um_ voto, [9] dizendo: Senhor dos Exercitos! se benignamente attenderes para a afflicção da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, mas á tua serva deres _um_ filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não subirá [10] navalha. 12 E succedeu que, perseverando ella em orar perante o Senhor, Eli fez attenção á sua bocca. 13 Porquanto Anna no seu coração fallava, só se moviam os seus beiços, porém não se ouvia a sua voz: pelo que Eli a teve por embriagada. 14 E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? aparta de ti o teu vinho. 15 Porém Anna respondeu, e disse: Não, senhor meu, eu _sou uma_ mulher attribulada de espirito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido: [11] porém tenho derramado a minha alma perante o Senhor. 16 Não tenhas _pois_ a tua serva por filha [12] de Belial: porque da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto tenho fallado até agora. 17 Então respondeu Eli, [13] e disse: Vae em paz: e o Deus de Israel _te_ conceda a tua petição que lhe pediste. 18 E disse ella: Ache a tua serva graça em teus olhos. [14] Assim a mulher se foi seu caminho, e comeu, e o seu semblante já não era _triste_. [Antes de Christo 1165] 19 E levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o Senhor, e tornaram-se, e vieram á sua casa, a Rama, e [15] Elcana conheceu a Anna, sua mulher, e o Senhor se lembrou d’ella. _Nasce Samuel e é consagrado a Deus._ 20 E succedeu que, passado _algum_ tempo, Anna concebeu, e pariu _um_ filho, e chamou o seu nome [JG] Samuel; porque, _dizia ella_, o tenho pedido ao Senhor. 21 E subiu aquelle homem [16] Elcana com toda a sua casa, a sacrificar ao Senhor o sacrificio annual e _a cumprir_ o seu voto. 22 Porém Anna não subiu; mas disse a seu marido: Quando o menino fôr desmamado, _então_ o levarei, [17] para que appareça perante o Senhor, e lá fique para sempre. 23 E Elcana, [18] seu marido, lhe disse: Faze o que bem _te parecer_ em teus olhos, fica até que o desmames; tão sómente confirme [19] o Senhor a sua palavra: assim ficou a mulher, e deu leite a seu filho, até que o desmamou. 24 E, havendo-o desmamado, o levou [20] comsigo, com tres bezerros, e um epha de farinha, e um odre de [21] vinho, e o trouxe á casa do Senhor, a Silo, e _era_ o menino _ainda muito_ creança. 25 E degolaram um bezerro: [22] e _assim_ trouxeram o menino a Eli. 26 E disse ella: Ah, meu senhor, viva [23] a tua alma, meu senhor; eu _sou_ aquella mulher que aqui esteve comtigo, para orar ao Senhor. 27 Por este menino [24] orava eu; e o Senhor me concedeu a minha petição, que eu lhe tinha pedido. 28 Pelo que tambem ao Senhor eu o entreguei, [25] por todos os dias que viver: _pois_ ao Senhor foi pedido. E elle adorou ali ao Senhor. [1] I Chr. 6.27, 34. Ruth 1.2. [2] Exo. 23.14. Deu. 16.16. Luc. 2.41. Deu. 12.5, 6, 7. Jos. 18.1. [3] Deu. 12.17, 18 e 16.11. [4] Gen. 30.2. [5] Job 24.21. [6] Ruth 4.15. [7] cap. 3.3. [8] Job 7.11 e 10.1. [9] Gen. 28.20. Num. 30.3. Jui. 11.30. Gen. 29.32. Exo. 4.31. II Sam. 16.12. Psa. 25.18. Gen. 8.1 e 30.22. [10] Num. 6.5. Jui. 13.5. [11] Psa. 62.8 e 142.2. [12] Deu. 13.13. [13] Jui. 18.6. Mar. 5.34. Luc. 7.50 e 8.48. Psa. 20.4, 5. [14] Gen. 33.15. Ruth 2.13. Ecc. 9.7. [15] Gen. 4.1 e 30.22. [16] ver. 3. [17] Luc. 2.22. ver. 11, 28. cap. 2.11, 18 e 3.1. Exo. 21.6. [18] Num. 30.7. [19] II Sam. 7.25. [20] Deu. 12.5, 6, 11. [21] Jos. 18.1. [22] Luc. 2.22. [23] Gen. 42.15. II Reis 2.2, 4, 6. [24] Mat. 7.7. [25] ver. 11, 22. _O cantico de Anna._ 2 Então orou Anna, e disse: O meu coração [1] exulta ao Senhor, o meu [JH] poder está exaltado no Senhor: a minha bocca se dilatou sobre os meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação. 2 Não _ha_ sancto [2] como _é_ o Senhor; porque não _ha_ outro fóra de ti: e rocha nenhuma _ha_ como o nosso Deus. 3 Não multipliqueis palavras de altissimas altivezas, _nem_ [3] saiam coisas arduas da vossa bocca: porque o Senhor _é_ o Deus de conhecimento, e por elle são as obras pesadas _na balança_. 4 O arco [4] dos fortes _foi_ quebrado, e os que tropeçavam foram cingidos de força. 5 Os fartos se alugaram por pão, e cessaram os famintos: [5] até a esteril pariu [6] sete _filhos_, e a que tinha muitos filhos enfraqueceu. 6 O Senhor é [7] o que tira a vida e a dá: faz descer á sepultura e faz _tornar a_ subir _d’ella_. 7 O Senhor empobrece [8] e enriquece: abaixa _e_ tambem exalta. 8 Levanta o pobre [9] do pó, _e_ desde o esterco exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os principes, para os fazer herdar o throno de [10] gloria: porque do Senhor _são_ os alicerces da terra, e assentou sobre elles o mundo. 9 Os pés [11] dos seus sanctos guardará, porém os impios ficarão mudos nas trevas: porque o homem não prevalecerá pela força. 10 Os que contendem com o Senhor serão quebrantados, desde os céus [12] trovejará sobre elles: o Senhor julgará as extremidades da terra: e dará força ao seu rei, e exaltará [JI] o poder do seu ungido. 11 Então Elcana foi-se a Rama, á [13] sua casa: porém o menino ficou servindo ao Senhor, perante o sacerdote Eli. _Os crimes dos filhos de Eli._ 12 _Eram_ porém os filhos d’Eli filhos de Belial, [14] não conheciam ao Senhor. 13 Porquanto o costume d’aquelles sacerdotes com o povo _era que_, offerecendo alguem _algum_ sacrificio, vinha o moço do sacerdote, estando-se cozendo a carne, com um garfo de tres dentes em sua mão; 14 E dava _com elle_ na caldeira, ou na panella, ou no caldeirão, ou na marmita; _e_ tudo quanto o garfo tirava, o sacerdote tomava para si: assim faziam a todo o Israel que ia ali a Silo. 15 Tambem antes [15] de queimarem a gordura vinha o moço do sacerdote, e dizia ao homem que sacrificava: Dá _essa_ carne para assar ao sacerdote: porque não tomará de ti carne cozida, senão crua. 16 E, dizendo-lhe o homem: Queimem primeiro a gordura de hoje, e _depois_ toma para ti quanto desejar a tua alma, então elle lhe dizia: _Não_, agora _a_ has de dar, e, se não, por força a tomarei. 17 Era pois muito grande o peccado d’estes mancebos perante [16] o Senhor, porquanto os homens desprezavam a offerta do Senhor. _O ministerio de Samuel._ 18 Porém Samuel ministrava perante o Senhor, [17] _sendo ainda_ mancebo, vestido com _um_ ephod de linho. 19 E sua mãe lhe fazia uma tunica pequena, e de anno em anno lh’a trazia, quando [18] com seu marido subia a sacrificar o sacrificio annual. 20 E Eli abençoava [19] a Elcana e a sua mulher, e dizia: O Senhor te dê semente d’esta mulher, pela petição que fez ao Senhor. E voltaram para o seu logar. 21 Visitou pois [20] o Senhor a Anna, e concebeu, e pariu tres filhos e duas filhas: e o mancebo Samuel crescia diante do Senhor. 22 Era porém Eli _já_ muito velho, e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel, e de como se deitavam com as mulheres [21] que em bandos se ajuntavam á porta da tenda da congregação. 23 E disse-lhes: Porque fazeis taes coisas? porque ouço de todo este povo os vossos maleficios. 24 Não, filhos meus, porque não _é_ boa fama esta que ouço: fazeis transgredir o povo do Senhor. 25 Peccando homem contra homem, os juizes o julgarão; peccando porém o homem contra o Senhor, [22] quem rogará por elle? Mas não ouviram a voz de seu pae, [23] porque o Senhor os queria matar. 26 E o mancebo Samuel ia crescendo, [24] e _fazia-se_ agradavel, assim para com o Senhor como _tambem_ para com os homens. _Prophecia contra a casa de Eli._ 27 E veiu um homem de Deus a Eli, e disse-lhe: [25] Assim diz o Senhor. Não me manifestei, na verdade, á casa de teu pae, estando elles _ainda_ no Egypto, na casa de Pharaó? 28 E m’o escolhi [26] d’entre todas as tribus d’Israel por sacerdote, para offerecer sobre o meu altar, para accender o incenso, e para trazer o ephod perante mim, [27] e dei á casa de teu pae todas as offertas queimadas dos filhos d’Israel. 29 Porque dáes [28] coices contra o sacrificio e contra a minha offerta de manjares, que ordenei na _minha_ morada, e honras a teus filhos mais do que a mim, para vos engordardes do principal de todas as offertas do meu povo d’Israel? 30 Portanto, diz o Senhor Deus d’Israel: Na verdade tinha dito [29] eu _que_ a tua casa e a casa de teu pae andariam diante de mim perpetuamente; porém agora diz [30] o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão envilecidos. 31 Eis que veem dias [31] em que cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pae, para que não haja _mais_ velho algum em tua casa. 32 E verás o aperto da morada _de Deus_, em logar de todo o bem que houvera de fazer a Israel: nem haverá por todos os dias [32] velho algum em tua casa. 33 O homem porém que eu te não desarraigar do meu altar _seria_ para vos consumir os olhos e para te entristecer a alma: e toda a multidão da tua casa morrerá quando chegar á _edade_ varonil. 34 E isto te _será por_ signal, _a saber_: o que sobrevirá a teus dois filhos, a [33] Hophni e a Phineas, _que_ ambos morrerão no mesmo dia. 35 E eu suscitarei [34] para mim _um_ sacerdote fiel, que obrará segundo o meu coração e a minha alma, e eu lhe edificarei uma casa firme, [35] e andará sempre diante do meu ungido. 36 E será [36] que todo aquelle que ficar de resto da tua casa virá a inclinar-se diante d’elle por uma moeda de prata e por um bocado de pão, e dirá: Rogo-te que me admittas a algum ministerio sacerdotal, para que possa comer um pedaço de pão. [1] Phi. 4.6. Luc. 1.46, etc. Psa. 92.10 e 112.9. [2] Exo. 15.11. Deu. 3.24 e 32.4. Deu. 4.35. II Sam. 22.32. [3] Psa. 94.4. Mal. 3.13. Jud. 15. [4] Psa. 37.15, 17 e 76.4. Mal. 3.13. [5] Psa. 34.10. Luc. 1.53. [6] Psa. 113.9. Isa. 54.1. Jer. 15.9. [7] Deu. 32.39. Job 5.16. Ose. 6.1. [8] Job 1.21. Psa. 75.8. [9] Psa. 113.7, 8. Dan. 4.17. Luc. 1.52. Job 36.7. [10] Job 38.4, 5, 6. Psa. 24.2. Heb. 1.3. [11] Psa. 91.11 e 121.3. [12] Psa. 2.9. cap. 7.10. [13] ver. 18. cap. 3.1. [14] Deu. 13.13. Jui. 2.10. Jer. 22.16. Rom. 1.28. [15] Lev. 3.3, 4, 5, 16. [16] Gen. 6.11. Mal. 2.8. [17] ver. 11. Exo. 28.4. II Sam. 6.14. [18] cap. 1.3. [19] Gen. 14.19. [20] Gen. 21.1. ver. 26. Jui. 13.24. cap. 3.19. Luc. 1.80 e 2.40. [21] Exo. 38.8. [22] Num. 15.30. [23] Jos. 11.20. Pro. 15.10. [24] ver. 21. Pro. 3.4. Luc. 2.52. Act. 2.47. Rom. 14.18. [25] I Reis 13.1. Exo. 4.14, 27. [26] Exo. 28.1, 4. Num. 16.5 e 18.1, 7. [27] Lev. 2.3, 10 e 6.16. Num. 5.9. [28] Deu. 32.15 e 12.5, 6. [29] Exo. 29.9. [30] Jer. 18.9, 10. Psa. 18.21 e 91.14. Mal. 2.9. [31] II Reis 2.27. Eze. 44.10. cap. 4.11, 18, 20 e 14.3 e 22.18, etc. [32] Zac. 8.4. [33] I Reis 13.3. cap. 4.11. [34] I Reis 2.35. I Chr. 29.22. Eze. 44.15. [35] II Sam. 7.11, 27. I Reis 11.38. Psa. 2.2 e 18.50. [36] I Reis 2.27. _Deus falla com Samuel em sonhos._ [Antes de Christo 1141] 3 E o mancebo [1] Samuel servia ao Senhor perante Eli: e a palavra do Senhor era de muita valia n’aquelles dias; não _havia_ visão manifesta. 2 E succedeu n’aquelle dia que, _estando_ Eli deitado no seu locar (e os seus olhos se começavam [2] _já_ a escurecer, _que_ não podia ver), 3 E _estando tambem_ Samuel _já_ deitado, antes que a [3] lampada de Deus se apagasse no templo do Senhor, em que _estava_ a arca de Deus, 4 O Senhor chamou a Samuel, e disse elle: Eis-me _aqui_. 5 E correu a Eli, e disse: Eis-me _aqui_, porque tu me chamaste. Mas elle disse: Não _te_ chamei eu, torna a deitar-te. E foi e se deitou. 6 E o Senhor tornou a chamar outra vez a Samuel, e Samuel se levantou, e foi-se a Eli, e disse: Eis-me _aqui_, porque tu me chamaste. Mas elle disse: Não _te_ chamei eu, filho meu, torna a deitar-te. 7 Porém Samuel [4] ainda não conhecia ao Senhor, e ainda não lhe tinha sido manifestada a palavra do Senhor. 8 O Senhor pois tornou a chamar a Samuel terceira vez, e elle se levantou, e foi a Eli, e disse: Eis-me _aqui_, porque tu me chamaste. Então entendeu Eli que o Senhor chamava o mancebo. 9 Pelo que Eli disse a Samuel: Vae te deitar, e ha de ser que, se te chamar, dirás: Falla, Senhor, porque o teu servo ouve. Então Samuel foi e se deitou no seu logar. 10 Então veiu o Senhor, e poz-se ali, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Falla, porque o teu servo ouve. 11 E disse o Senhor a Samuel: Eis aqui vou eu a fazer _uma_ coisa em Israel, a qual todo o que ouvir [5] lhe tinirão ambas as orelhas. 12 N’aquelle mesmo dia suscitarei contra Eli tudo [6] quanto tenho fallado contra a sua casa: começal-o-hei e acabal-o-hei. 13 Porque _já_ eu lhe fiz saber que julgarei [7] a sua casa para sempre, pela iniquidade que bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos execraveis, não os reprehendeu. 14 Portanto, jurei á casa d’Eli [8] que nunca jámais será expiada a iniquidade da casa d’Eli com sacrificio nem com offerta de manjares. _Samuel conta a visão a Eli._ 15 E Samuel ficou deitado até pela manhã, e _então_ abriu as portas da casa do Senhor: porém temia Samuel de relatar esta visão a Eli. 16 Então chamou Eli a Samuel, e disse: Samuel, meu filho. E disse elle: Eis-me _aqui_. 17 E elle disse: Que _é_ a palavra que te fallou? peço-te que m’_a_ não encubras: [9] assim Deus te faça, e outro tanto, se me encobrires _alguma_ palavra de todas as palavras que te fallou. 18 Então Samuel lhe contou todas aquellas palavras, e nada lhe encobriu. E disse elle: O Senhor _é_, [10] faça o que bem _parecer_ aos seus olhos. 19 E crescia Samuel, [11] e o Senhor era com elle, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra. 20 E todo o Israel, desde [12] Dan até Berseba, conheceu que Samuel _estava_ confirmado por propheta do Senhor. 21 E continuou o Senhor a apparecer em Silo: porquanto o Senhor se manifestava a Samuel [13] em Silo pela palavra do Senhor. [1] cap. 2.11. Psa. 74.9. Amós 8.11. ver. 21. [2] Gen. 27.1 e 48.10. cap. 2.22 e 4.15. [3] Exo. 27.21. Lev. 24.3. II Chr. 13.11. cap. 1.9. [4] Act. 19.2. [5] II Reis 21.22. Jer. 19.3. [6] cap. 2.30, 36. [7] cap. 2.29, 30, 31, etc. Eze. 7.3 e 18.30. cap. 2.12, 17, 22, 23, 25. [8] Num. 15.30, 31. Isa. 22.14. [9] Ruth 1.17. [10] Job 1.21 e 2.10. Psa. 39.19. Isa. 39.8. [11] cap. 2.21. Gen. 39.2, 21, 23. cap. 9.6. [12] Jui. 20.1. [13] ver. 1, 4. _Os philisteos vencem os israelitas._ 4 E veiu a palavra de Samuel a todo o Israel: e Israel saiu ao encontro, á peleja, aos philisteos, [1] e se acamparam junto a Eben-ezer: e os philisteos se acamparam junto a Afek. 2 E os philisteos se dispozeram em ordem de batalha, para sair ao encontro a Israel; e, estendendo-se a peleja, Israel foi ferido diante dos philisteos, porque feriram na batalha, no campo, uns quatro mil homens. 3 E tornando o povo ao arraial, disseram os anciãos d’Israel: Porque nos feriu o Senhor hoje diante dos philisteos? tragamos de Silo a arca do concerto do Senhor, e venha no meio de nós, para que nos livre da mão de nossos inimigos. 4 Enviou pois o povo a Silo, e trouxeram de lá a arca do concerto do Senhor dos exercitos, que habita _entre_ [2] os cherubins: e os dois filhos d’Eli, Hophni e Phineas _estavam_ ali com a arca do concerto de Deus. 5 E succedeu que, vindo a arca do concerto do Senhor ao arraial, todo o Israel jubilou com grande jubilo, _até_ que a terra estremeceu. 6 E os philisteos, ouvindo a voz do jubilo, disseram: Que voz de _tão_ grande jubilo _é_ esta no arraial dos hebreos? então souberam que a arca do Senhor era vinda ao arraial. 7 Pelo que os philisteos se atemorisaram; porque diziam: Deus veiu ao arraial. E diziam _mais_: Ai de nós! que tal nunca jámais succedeu antes. 8 Ai de nós! quem nos livrará da mão d’estes grandiosos deuses? estes _são_ os deuses que feriram aos egypcios com todas as pragas junto ao deserto. 9 Esforçae-vos, e sêde homens, [3] ó philisteos, para que _porventura_ não venhaes a servir aos hebreos, como elles serviram a vós; [4] sêde pois homens, e pelejae. 10 Então pelejaram os philisteos, [5] e Israel foi ferido, e fugiram cada um para a sua tenda; e foi tão grande o estrago, que cairam de Israel trinta mil homens de pé. _A arca é tomada. Hophni e Phineas são mortos._ 11 E foi tomada a [6] arca de Deus: e os dois filhos d’Eli, Hophni e Phineas, morreram. 12 Então correu da batalha _um_ homem de Benjamin, e chegou no mesmo [7] dia a Silo: _e trazia_ os vestidos rotos, e terra sobre a cabeça. 13 E, chegando elle, eis que Eli estava assentado sobre _uma_ [8] cadeira, vigiando ao pé do caminho; porquanto o seu coração estava tremendo pela arca de Deus: entrando pois aquelle homem a annunciar _isto_ na cidade, toda a cidade gritou. 14 E Eli, ouvindo a voz do grito, disse: Que voz de alvoroço _é_ esta? Então chegou aquelle homem a _grande_ pressa, e veiu, e _o_ annunciou a Eli. 15 E _era_ Eli da edade de noventa e oito annos: e estavam os seus olhos _tão_ escurecidos, [9] que _já_ não podia ver. 16 E disse aquelle homem a Eli: Eu _sou_ o que venho da batalha; porque eu fugi hoje da batalha. E disse elle: [10] Que coisa succedeu, filho meu? 17 Então respondeu o que trazia as novas, e disse: Israel fugiu de diante dos philisteos, e houve tambem grande desfeita entre o povo: e, _de mais d’isto_, tambem teus dois filhos, Hophni e Phineas, morreram, e a arca de Deus é tomada. _A morte de Eli e da mulher de Phineas._ 18 E succedeu que, fazendo elle menção da arca de Deus, _Eli_ caiu da cadeira para traz, da banda da porta, e quebrou-se-lhe o pescoço e morreu: porquanto o homem era velho e pesado; e tinha elle julgado a Israel quarenta annos. 19 E, _estando_ sua nora, a mulher de Phineas, gravida, _e_ proxima ao parto, e ouvindo estas novas, de que a arca de Deus era tomada, e de que seu sogro e seu marido morreram, encurvou-se e pariu; porquanto as dores lhe sobrevieram. 20 E, ao tempo em que ia morrendo, disseram as [11] mulheres que estavam com ella: Não temas, pois pariste _um_ filho. Ella porém não respondeu, nem fez caso d’isso. 21 E chamou ao menino [JJ] Icabod, dizendo: [12] Foi-se [13] a gloria de Israel. Porquanto a arca de Deus foi levada presa, e por causa de seu sogro e de seu marido. 22 E disse: De Israel a gloria é levada presa: pois é tomada a arca de Deus. [1] cap. 5.1 e 7.13. [2] II Sam. 6.2. Psa. 80.1 e 99.1. Exo. 25.18, 22. Num. 7.89. [3] I Cor. 16.13. [4] Jui. 13.1. [5] ver. 2. Lev. 26.17. Deu. 28.25. Psa. 78.9, 62. [6] cap. 2.32. Psa. 78.61. cap. 2.34. Psa. 78.64. [7] II Sam. 1.2. Jos. 7.6. II Sam. 13.19 e 15.32. Neh. 9.1. Job 2.12. [8] cap. 1.9. [9] cap. 3.2. [10] II Sam. 1.4. [11] Gen. 35.17. [12] cap. 14.3. [13] Psa. 26.8 e 78.61. _A arca, na terra dos philisteos, causa-lhes afflicções._ 5 Os philisteos pois tomaram a arca de Deus, e a trouxeram [1] de Eben-ezer, a Asdod. 2 E tomaram os philisteos a arca de Deus, e a metteram na casa de Dagon, e a pozeram junto a [2] Dagon. 3 Levantando-se porém de madrugada os d’Asdod, no dia seguinte, eis que Dagon _estava_ [3] caido com o rosto em terra diante da arca do Senhor: e tomaram a Dagon, e tornaram a pôl-o no seu logar. 4 E, levantando-se de madrugada no dia seguinte pela manhã, eis que [4] Dagon jazia caido com o rosto em terra diante da arca do Senhor; e a cabeça de Dagon e ambas as palmas das suas mãos cortadas sobre o lumiar; sómente o _tronco_ ficou a Dagon. 5 Pelo que nem os sacerdotes de Dagon, nem _nenhum de_ todos os que entram [5] na casa de Dagon pisam o lumiar de Dagon em Asdod, até _ao dia d’_hoje. 6 Porém a mão [6] do Senhor se aggravou sobre os d’Asdod, e os assollou: e os feriu com hemorrhoidas, a Asdod e aos seus termos. 7 Vendo então os homens d’Asdod que assim _foi_, disseram: Não fique comnosco a arca do Deus de Israel; pois a sua mão é dura sobre nós, e sobre Dagon, nosso deus. 8 Pelo que enviaram e congregaram a si todos os principes dos philisteos, e disseram: Que faremos nós da arca do Deus d’Israel? E responderam: A arca do Deus d’Israel dará volta a Gath. Assim a rodearam _com_ a arca do Deus de Israel. 9 E succedeu _que_, desde que a rodearam com ella, a mão [7] do Senhor veiu contra aquella cidade, com mui grande vexação: pois feriu aos homens d’aquella cidade, desde o pequeno até ao grande: e tinham hemorrhoidas nas partes secretas. 10 Então enviaram a arca de Deus a Ekron. Succedeu porém que, vindo a arca de Deus a Ekron, os de Ekron exclamaram, dizendo: Transportaram para mim a arca do Deus de Israel, para me matarem, a mim e ao meu povo. 11 E enviaram, e congregaram a todos os principes dos philisteos, e disseram: Enviae a arca do Deus de Israel, e torne para o seu logar, para que não mate nem a mim nem ao meu povo. Porque havia mortal vexação em toda a cidade, _e_ a mão [8] de Deus muito se aggravara ali. 12 E os homens que não morriam eram _tão_ feridos com hemorrhoidas que o clamor da cidade subia até o céu. [1] cap. 4.1 e 7.12. [2] Jui. 16.23. [3] Isa. 19.1 e 46.1, 2. Isa. 46.7. [4] Jer. 50.2. Eze. 6.4, 6. Miq. 1.7. [5] Sof. 1.9. [6] ver. 7, 11. Exo. 9.3. Psa. 32.4. Act. 3.11. cap. 6.5. Deu. 28.27. Psa. 78.66. [7] Deu. 2.15. cap. 7.13 e 12.15. ver. 6, 11. Psa. 78.66. [8] ver. 6, 9. _Os philisteos enviam a arca para fóra da tua terra._ [Antes de Christo 1140] 6 Havendo pois estado a arca do Senhor na terra dos philisteos sete mezes, 2 Os philisteos [1] chamaram os sacerdotes e os adivinhadores, dizendo: Que faremos nós da arca do Senhor? fazei-nos saber com que a tornaremos a enviar ao seu logar. 3 Os quaes disseram: Se enviardes a arca do Deus de Israel, não a envieis vazia, [2] porém sem falta lhe enviareis _uma offerta para_ a expiação da culpa: então sereis curados, e se vos fará saber porque a sua mão se não tira de vós. 4 Então disseram: Qual _é_ a expiação da culpa que lhe havemos de render? E disseram: _Segundo_ o numero dos principes dos philisteos, cinco hemorrhoidas de oiro e [3] cinco ratos de oiro: porquanto a praga [4] _é_ uma mesma sobre todos vós e sobre todos os vossos principes. 5 Fazei pois umas imagens das vossas hemorrhoidas e as imagens dos vossos ratos, que andam destruindo a terra, e dae gloria ao Deus de Israel: porventura alliviará a sua mão de cima de vós, e de cima do vosso deus, [5] e de cima da vossa terra. 6 Porque pois endurecereis o vosso coração, como os egypcios e Pharaó endureceram o seu coração? _porventura_ depois de os haver tratado tão _mal_, os não deixaram ir, e elles não se foram? 7 Agora, pois, tomae e fazei-_vos_ [6] um carro novo, e _tomae_ duas vaccas que criem, sobre as quaes não tenha subido o jugo, e atae as vaccas ao carro, e levae os seus bezerros d’após d’ellas a casa. 8 Então tomae a arca do Senhor, e ponde-a sobre o carro, e mettei n’_um_ cofre, ao seu lado, as figuras de oiro que lhe haveis de render _em_ expiação da culpa, e _assim_ a enviareis, para que se vá. 9 Vêde então: se subir pelo caminho do seu termo a Beth-semes, [7] _foi_ elle _que_ nos fez este grande mal; e, se não, saberemos que não nos tocou a sua mão, _e que_ isto nos succedeu por acaso. 10 E assim fizeram aquelles homens, e tomaram duas vaccas que criavam, e as ataram ao carro: e os seus bezerros encerraram em casa. 11 E pozeram a arca do Senhor sobre o carro, como tambem o cofre com os ratos de oiro e com as imagens das suas hemorrhoidas. 12 Então as vaccas se encaminharam direitamente pelo caminho de Beth-semes, _e seguiam_ um mesmo caminho, andando e berrando, sem se desviarem nem para a direita nem para a esquerda: e os principes dos philisteos foram atraz d’ellas, até ao termo de Beth-semes. _A arca chega a Beth-semes._ 13 E _andavam os de_ Beth-semes segando a sega do trigo no valle, e, levantando os seus olhos, viram a arca, e, vendo-_a_, se alegraram. 14 E o carro veiu ao campo de Josué, o beth-semita, e parou ali; e ali _estava_ uma grande pedra: e fenderam a madeira do carro, e offereceram as vaccas ao Senhor em holocausto. 15 E os levitas descenderam a arca do Senhor, como tambem o cofre que _estava_ junto a ella, em que _estavam_ as obras de oiro, e pozeram-_n’os_ sobre aquella grande pedra: e os homens de Beth-semes offereceram holocaustos, e sacrificaram sacrificios ao Senhor no mesmo dia. 16 E, vendo aquillo [8] os cinco principes dos philisteos, voltaram para Ekron no mesmo dia. 17 Estas [9] pois _são_ as hemorrhoidas de oiro que enviaram os philisteos ao Senhor _em_ expiação da culpa: por Asdod uma, por Gaza outra, por Askelon outra, por Gath outra, por Ekron outra. 18 Como tambem os ratos de oiro, _segundo_ o numero de todas as cidades dos philisteos, pertencentes aos cinco principes, desde as cidades fortes até ás aldeias, e até Abel, a grande _pedra_ sobre a qual pozeram a arca do Senhor, que _ainda está_ até _ao dia de_ hoje no campo de Josué, o beth-semita. 19 E feriu [10] o Senhor os homens de Beth-semes, porquanto olharam para dentro da arca do Senhor, até ferir do povo cincoenta mil e setenta homens: então o povo se entristeceu, porquanto o Senhor fizera tão grande estrago entre o povo. 20 Então disseram os homens de Beth-semes: Quem poderia [11] estar em pé perante o Senhor, este Deus sancto? e a quem subirá desde nós? 21 Enviaram pois mensageiros aos habitantes de Kiriath-jearim, [12] dizendo: Os philisteos remetteram a arca do Senhor; descei, _pois_, e fazei-a subir para vós. [1] Gen. 41.8. Exo. 7.11. Dan. 2.2 e 5.7. Mat. 2.4. [2] Exo. 23.15. Deu. 16.16. Lev. 5.15, 16. ver. 9. [3] ver. 17, 18. Jos. 13.3. Jui. 3.3. [4] cap. 5.6. Jos. 7.19. Isa. 42.12. Mal. 2.2. João 9.24. [5] cap. 5.4, 7. Exo. 7.13 e 8.15 e 14.17 e 12.31. [6] II Sam. 6.3. Num. 19.2. ver. 4, 5. [7] Jos. 15.10. ver. 3. [8] Jos. 13.3. [9] ver. 4. [10] Exo. 19.21. Num. 4.5, 15, 20. II Sam. 6.7. [11] II Sam. 6.9. Mal. 3.2. [12] Jos. 18.14. Jui. 18.12. I Chr. 13.5, 6. 7 Então vieram os homens de [1] Kiriath-jearim, e levaram a arca do Senhor, e a trouxeram á casa de Abinadab, [2] no outeiro: e consagraram a Eleazar, seu filho, para que guardasse a arca do Senhor. _Samuel exhorta ao arrependimento._ [Antes de Christo 1120] 2 E succedeu _que_, desde aquelle dia, a arca ficou em Kiriath-jearim, e tantos dias se passaram que até chegaram vinte annos, e lamentava toda a casa de Israel após do Senhor. 3 Então fallou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se com [3] todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirae d’entre vós os deuses estranhos e os astaroths, e [4] preparae o vosso coração ao Senhor, e servi a elle só, e vos livrará da mão dos philisteos. 4 Então os filhos de Israel tiraram _d’entre si_ aos baalins e aos [5] astaroths, e serviram só ao Senhor. 5 Disse mais Samuel: [6] Congregae a todo o Israel em Mispah: e orarei por vós ao Senhor. 6 E congregaram-se em Mispah, e tiraram agua, [7] e _a_ derramaram perante o Senhor, e jejuaram aquelle dia, e disseram ali: Peccámos contra o Senhor. E julgava Samuel os filhos de Israel em Mispah. _Os philisteos são vencidos._ 7 Ouvindo pois os philisteos que os filhos d’Israel estavam congregados em Mispah, subiram os maioraes dos philisteos contra Israel: _o que_ ouvindo os filhos de Israel, temeram por causa dos philisteos. 8 Pelo que disseram os filhos d’Israel a Samuel: Não cesses de [8] clamar ao Senhor nosso Deus por nós, para que nos livre da mão dos philisteos. 9 Então tomou Samuel um cordeiro de mama, e sacrificou-_o_ inteiro _em_ holocausto ao Senhor: e clamou [9] Samuel ao Senhor por Israel, e o Senhor lhe deu ouvidos. 10 E succedeu que, estando Samuel sacrificando o holocausto, os philisteos chegaram á peleja contra Israel: e trovejou [10] o Senhor aquelle dia com grande trovoada sobre os philisteos, e os aterrou _de tal modo_ que foram derrotados diante dos filhos d’Israel. 11 E os homens d’Israel sairam de Mispah, e perseguiram os philisteos, e os feriram até abaixo de Beth-car. 12 Então tomou [11] Samuel _uma_ pedra, e _a_ poz entre Mispah e Sen, e chamou o seu nome [JK] Eben-ezer: e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor. 13 Assim os philisteos foram abatidos, [12] e nunca mais vieram aos termos d’Israel, porquanto foi a mão do Senhor contra os philisteos todos os dias de Samuel. 14 E as cidades que os philisteos tinham tomado a Israel foram restituidas a Israel, desde Ekron até Gath, e _até_ os seus termos Israel arrebatou da mão dos philisteos; _e_ houve paz entre Israel e entre os amorrheos. 15 E Samuel julgou [13] a Israel todos os dias da sua vida. 16 E ia de anno, em anno, e rodeava a Beth-el, e a Gilgal, e a Mispah, e julgava a Israel em todos aquelles logares. 17 Porém voltava [14] a Rama, porque _estava_ ali a sua casa, e ali julgava a Israel: e edificou [15] ali um altar ao Senhor. [1] cap. 6.21. Psa. 132.6. [2] II Sam. 6.4. [3] Deu. 30.2-10. I Reis 8.48. Isa. 55.7, 8. Jos. 24.14, 23. Jui. 2.13. [4] II Chr. 30.19. Job 11.13, 14. Deu. 6.13 e 10.20 e 13.4. Mat. 4.10. Luc. 4.8. [5] Jui. 2.11. [6] Jui. 20.1. II Reis 25.23. [7] II Sam. 14.14. Neh. 9.1, 2. Dan. 9.3, 4, 5. Joel 2.12. Jui. 10.10. I Reis 8.47. Psa. 106.6. [8] Isa. 37.4. [9] Psa. 99.6. Jer. 15.1. [10] Jos. 10.10. Jui. 4.15 e 5.20. cap. 2.10. II Sam. 22.14, 15. [11] Gen. 28.18 e 31.45 e 35.14. Jos. 4.9 e 24.26. [12] Jui. 13.1. cap. 13.5. [13] ver. 6. cap. 12.11. Jui. 2.16. [14] cap. 8.4. [15] Jui. 21.4. _Os israelitas pedem um rei e Deus concede-o._ [Antes de Christo 1095] 8 E succedeu que, tendo Samuel envelhecido, constituiu [1] a seus filhos por juizes sobre Israel. 2 E era o nome do seu filho primogenito Joel, e o nome do seu segundo Abia: e _foram_ juizes em Berseba. 3 Porém seus filhos não andaram pelos caminhos d’elle, [2] antes se inclinaram á avareza, e tomaram presentes, e perverteram o juizo. 4 Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Rama. 5 E disseram-lhe: Eis que _já_ estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitue-nos [3] pois agora um rei sobre nós, para que elle nos julgue, como _o teem_ todas as nações. 6 Porém esta palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao Senhor. 7 E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te disserem, pois não te teem rejeitado a ti, [4] antes a mim me teem rejeitado para eu não reinar sobre elles. 8 Conforme a todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egypto até _ao dia de_ hoje, e a mim me deixaram, e a outros deuses serviram, assim tambem te fizeram a ti. 9 Agora, pois, ouve a sua voz, porém protesta-lhes solemnemente, e declara-lhes _qual será_ o [5] costume do rei que houver de reinar sobre elles. 10 E fallou Samuel todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe pedia um rei. 11 E disse: Este será [6] o costume do rei que houver de reinar sobre vós: elle tomará [7] os vossos filhos, e _os_ empregará para os seus carros, e para seus cavalleiros, para que corram adiante dos seus carros. 12 E os porá por principes de milhares e por cincoentenarios; e para que lavrem a sua lavoura, e seguem a sua sega, e façam as suas armas de guerra e os petrechos de seus carros. 13 E tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras, e padeiras. 14 E tomará [8] o melhor das vossas terras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivaes, e _os_ dará aos seus creados. 15 E as vossas, sementes, e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus [JL] eunuchos, e aos seus creados. 16 Tambem os vossos creados, e as vossas creadas, e os vossos melhores mancebos, e _os_ vossos jumentos tomará, e os empregará no seu trabalho. 17 Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe servireis de creados. 18 Então n’aquelle dia clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvirá n’aquelle [9] dia. 19 Porém o povo não quiz ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós [10] um rei. 20 E nós tambem seremos como todas [11] as _outras_ nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras. 21 Ouvindo pois Samuel todas as palavras do povo, as fallou perante os ouvidos do Senhor. 22 Então o Senhor disse a Samuel: Dá ouvidos á sua voz, [12] e constitue-lhes rei. Então Samuel disse aos filhos de Israel: Vá-se cada qual á sua cidade. [1] Deu. 16.18. II Chr. 19.5. Jui. 10.4 e 12.14. Jui. 5.10. I Chr. 6.28. [2] Jer. 22.15, 16, 17. Exo. 18.21. I Tim. 3.3 e 6.10. Deu. 16.19. Psa. 15.5. [3] ver. 19, 20. Deu. 17.14. Ose. 13.10. Act. 13.21. [4] Exo. 16.8. cap. 10.19 e 12.17, 19. Ose. 13.10, 11. [5] ver. 11. [6] Deu. 17.16, etc. [7] cap. 14.52. [8] I Reis 21.7. Eze. 46.18. [9] Pro. 1.25, 26, 27, 28. Isa. 1.15. Miq. 3.4. [10] Jer. 44.16. [11] ver. 5. [12] ver. 7. Ose. 13.11. _Saul busca as jumentas extraviadas e vae ter com Samuel._ 9 E havia um homem de Benjamin, cujo nome _era_ Kis, [1] filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Bechorath, filho de Aphia, filho d’um homem de Benjamin: varão alentado em força. 2 Este tinha um filho, cujo nome _era_ Saul, mancebo, e tão bello que entre os filhos de Israel não _havia_ outro homem mais bello do que elle; desde os hombros [2] para cima sobresahia a todo o povo. 3 E perderam-se as jumentas de Kis, pae de Saul; pelo que disse Kis a Saul, seu filho: Toma agora comtigo um dos moços, e levanta-te _e_ vae a buscar as jumentas. 4 Passou pois pela montanha de Ephraim, e _d’ali_ passou á terra de Salisa, porém [3] não _as_ acharam: depois passaram á terra de Sahalim, porém tão pouco _estavam ali_: tambem passou á terra de Benjamin, porém tão pouco _as_ acharam. 5 Vindo elles então á terra de Zuph, Saul disse para o seu moço, com quem elle _ia_: Vem, e voltemos; para que porventura meu pae não deixe _de inquietar-se_ pelas jumentas e se afflija por causa de nós. 6 Porém elle lhe disse: Eis que _ha_ n’esta cidade um homem de Deus, e homem honrado _é_: [4] tudo quanto diz, succede _assim_ infallivelmente: vamo-nos agora lá; porventura nos mostrará o caminho que devemos seguir. 7 Então Saul disse ao seu moço: Eis, porém, _se lá_ formos, que levaremos então áquelle homem? porque o pão de nossos alforges se acabou, e presente nenhum temos que levar [5] ao homem de Deus: que temos? 8 E o moço tornou a responder a Saul, e disse: Eis que ainda se acha na minha mão um quarto d’um siclo de prata, _o qual_ darei ao homem de Deus, para que nos mostre o caminho. 9 (Antigamente em Israel, indo qualquer consultar [6] a Deus, dizia assim: Vinde, e vamos ao vidente: porque ao propheta de hoje antigamente se chamava [7] vidente.) 10 Então disse Saul ao moço: Bem dizes, vem, _pois_, vamos. E foram-se á cidade onde _estava_ o homem de Deus. 11 _E_, subindo elles pela subida da cidade, acharam [8] umas moças que sahiam a tirar agua; e disseram-lhes: Está cá o vidente? 12 E ellas lhes responderam, e disseram: Sim, eil-o aqui tens diante de ti: apressa-te pois, porque hoje veiu á cidade; porquanto o povo tem hoje sacrificio [9] no alto. 13 Entrando vós na cidade, logo o achareis, antes que suba ao alto para comer; porque o povo não comerá, até que elle venha; porque elle _é o que_ abençoa o sacrificio, _e_ depois comem os convidados: subi pois agora, que hoje o achareis. 14 Subiram pois á cidade: _e_, vindo elles no meio da cidade, eis que Samuel lhes saiu ao encontro, para subir ao alto. 15 Porque o Senhor _o_ revelara aos ouvidos [10] de Samuel, um dia antes que Saul viesse, dizendo: 16 Ámanhã a estas horas te enviarei _um_ homem da terra de Benjamin, o qual ungirás [11] _por_ capitão sobre o meu povo de Israel, e elle livrará o meu povo da mão dos philisteos; [12] porque tenho olhado para o meu povo; porque o clamor chegou a mim. 17 E quando Samuel viu a Saul, o Senhor lhe respondeu: Eis aqui [13] o homem de quem já te tenho dito. Este dominará sobre o meu povo. 18 E Saul se chegou a Samuel no meio da porta, e disse: Mostra-me, peço-te, onde _está aqui_ a casa do vidente. 19 E Samuel respondeu a Saul, e disse: Eu _sou_ o vidente; sobe diante de mim ao alto, e comei hoje comigo; e pela manhã te despedirei, e tudo quanto _está_ no teu coração, t’o declararei. 20 E quanto ás jumentas [14] que _ha_ tres dias se te perderam, não occupes o teu coração com ellas, porque _já_ se acharam. E para quem _é_ todo o desejo de Israel? _porventura_ não _é_ para [15] ti, e para toda a casa de teu pae? 21 Então respondeu Saul, e disse: _Porventura_ não _sou_ eu filho de Benjamin, da mais pequena das tribus de Israel? [16] e a minha familia a mais pequena de todas as familias da tribu de Benjamin? porque pois me fallas com similhantes palavras? 22 Porém Samuel tomou a Saul e ao seu moço, e os levou á camara; e deu-lhes logar a cima de todos os convidados, que _eram_ uns trinta homens. 23 Então disse Samuel ao cozinheiro: Dá cá a porção que te dei, de que te disse: Pôe-n’a á parte comtigo. 24 Levantou pois o cozinheiro a espadoa, [17] com o que _havia_ n’ella, e pôl-a diante de Saul: e disse _Samuel_: Eis que isto é o sobejo; pôe-n’o diante de ti, _e_ come; porque se guardou para ti para esta occasião, dizendo eu: Tenho convidado o povo. Assim comeu Saul aquelle dia com Samuel. 25 Então desceram do alto para a cidade; e fallou com Saul sobre o eirado. 26 E se levantaram de madrugada; e succedeu que, quasi ao subir da alva, chamou Samuel a Saul ao eirado, dizendo: Levanta-te, e despedir-te-hei. Levantou-se Saul, e sairam para fóra ambos, elle e Samuel. 27 E, descendo elles para a extremidade da cidade, Samuel disse a Saul: Dize ao moço que passe adiante de nós; (e passou) porém tu espera agora, e te farei ouvir a palavra de Deus. [1] cap. 14.51. I Chr. 8.33 e 9.39. [2] cap. 10.26. [3] II Reis 4.42. [4] Deu. 33.1. I Reis 13.1. cap. 3.19. [5] Jui. 6.18 e 13.17. I Reis 14.3. II Reis 4.42 e 8.8. [6] Gen. 25.22. [7] II Sam. 24.11. II Reis 17.13. I Chr. 26.28 e 29.29. II Chr. 16.7, 10. Isa. 30.10. Amós 7.12. [8] Gen. 24.11. [9] Gen. 31.54. cap. 16.2. I Reis 3.2. [10] cap. 15.1. Act. 13.21. [11] cap. 10.1. [12] Exo. 2.25 e 3.7, 9. [13] cap. 16.12. Ose. 13.11. [14] ver. 3. [15] cap. 8.5, 19 e 12.13. [16] cap. 15.17. Jui. 20.46, 47, 48. Psa. 68.28. Jui. 6.15. [17] Lev. 7.32, 33. Eze. 24.4. _Samuel unge Saul como rei de Israel._ 10 Então tomou Samuel [1] _um_ vaso de azeite, e lh’_o_ derramou sobre a cabeça, e o beijou, e disse: _Porventura_ te não tem ungido [2] o Senhor _por_ capitão sobre a sua herdade? 2 Partindo-te hoje de mim, acharás dois homens junto ao [3] sepulchro de Rachel, no termo de Benjamin, em Zelsah, os quaes te dirão: Acharam-se as jumentas que foste buscar, e eis que já o teu pae deixou o negocio das jumentas, e anda afflicto por causa de vós, dizendo: Que farei eu por meu filho? 3 E quando d’ali passares mais adiante, e chegares ao carvalho de Tabor, ali te encontrarão tres homens, que vão subindo a [4] Deus a Beth-el: um levando tres cabritos, o outro tres bolos de pão, e o outro um odre de vinho. 4 E te perguntarão como estás, e te darão dois pães, que tomarás da sua mão. 5 Então virás ao [5] outeiro de Deus, onde _está_ a guarnição dos philisteos; e ha de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um rancho de prophetas que descem do alto, e [6] _trazem_ diante de si psalterios, e tambores, e flautas, e harpas; e prophetizarão. 6 E o espirito [7] do Senhor se apoderará de ti, e prophetizarás com elles, e te mudarás em outro homem. 7 E ha de ser que, quando estes signaes [8] te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus _é_ comtigo. 8 Tu porém descerás diante de mim a Gilgal, [9] e eis que eu descerei a ti, para sacrificar holocaustos, _e_ para offerecer offertas pacificas: _ali_ sete dias esperarás, [10] até que eu venha a ti, e te declare o que has de fazer. 9 Succedeu pois que, virando elle as costas para partir de Samuel, Deus lhe mudou o coração _em_ outro: e todos aquelles signaes aconteceram aquelle _mesmo_ dia. 10 E, chegando [11] elles ao outeiro, eis que _um_ rancho de prophetas lhes saiu ao encontro: e o espirito do Senhor se apoderou d’elle, e prophetizou no meio d’elles. 11 E aconteceu que, como todos os que d’antes o conheciam viram que eis que com os prophetas prophetizava, então disse o povo, cada qual ao seu companheiro: Que _é o que_ succedeu ao filho de Kis? Está tambem [12] Saul entre os prophetas? 12 Então um _homem_ d’ali respondeu, e disse: Pois quem _é_ [13] o pae d’elles? Pelo que se tornou em proverbio: _Está_ tambem Saul entre os prophetas? 13 E, acabando de prophetizar, veiu ao alto. 14 E disse-lhe o tio de Saul, a elle e ao seu moço: Aonde fostes? E disse elle: A buscar as jumentas, e, vendo que não _appareciam_, viemos a Samuel. 15 Então disse o tio de Saul: Declara-me, peço-te, que _é o que_ vos disse Samuel? 16 E disse Saul a seu tio: Declarou-nos, na verdade, que as jumentas se acharam. Porém o negocio do reino, de que Samuel fallara, lhe não declarou. _O povo escolhe Saul para seu rei._ 17 Convocou pois Samuel o povo ao Senhor [14] em Mispah. 18 E disse aos filhos de Israel: [15] Assim disse o Senhor Deus de Israel: Eu fiz subir a Israel do Egypto, e livrei-vos da mão dos egypcios e da mão de todos os reinos que vos opprimiam. 19 Mas vós tendes rejeitado hoje [16] a vosso Deus, que vos livrou de todos os vossos males e trabalhos, e lhe tendes dito: Põe _um_ rei sobre nós: agora, pois, ponde-vos perante o Senhor, pelas vossas tribus e pelos vossos milhares. 20 Fazendo pois chegar [17] Samuel todas as tribus, tomou-se a tribu de Benjamin. 21 E, fazendo chegar a tribu de Benjamin pelas suas familias, tomou-se a familia de Matri: e _d’ella_ se tomou Saul, filho de Kis; e o buscaram, porém não se achou. 22 Então tornaram a perguntar [18] ao Senhor se aquelle homem ainda viria ali. E disse o Senhor: Eis que se escondeu entre a bagagem. 23 E correram, e o tomaram d’ali, e poz-se no meio do povo: e era [19] mais alto do que todo o povo desde o hombro para cima. 24 Então disse Samuel a todo o povo: Vêdes já a quem o Senhor tem elegido? [20] pois em todo o povo _não ha_ nenhum similhante a elle. Então jubilou todo o povo, e disseram: Viva o rei! 25 E declarou Samuel ao povo o direito do reino, [21] e escreveu-_o_ n’um livro, e pôl-_o_ perante o Senhor: então enviou Samuel a todo o povo, cada _um_ para sua casa. 26 E foi-se tambem Saul a sua casa, a [22] Gibeah: e foram com elle do exercito _aquelles_ cujos corações Deus tocara. 27 Mas os filhos [23] de Belial disseram: _É_ este o que nos ha de livrar? E o desprezaram, [24] e não lhe trouxeram presentes: porém elle se fez como surdo. [1] cap. 9.16 e 16.13. II Reis 9.3, 6. Psa. 2.12. Act. 13.21. [2] Deu. 32.9. Psa. 78.71. [3] Gen. 35.19, 20. Jos. 18.28. [4] Gen. 28.22 e 35.1, 3, 7. [5] ver. 10. cap. 13.3. [6] cap. 9.12. Exo. 15.20, 21. II Reis 3.15. I Cor. 14.1. [7] Num. 11.25. cap. 16.13. ver. 10. cap. 19.23. [8] Exo. 4.8. Luc. 2.12. Jui. 6.12. [9] cap. 11.14, 15 e 13.4. [10] cap. 13.8. [11] ver. 5. cap. 19.20. ver. 6. [12] cap. 19.24. Mat. 13.54, 55. João 7.15. Act. 4.13. [13] Isa. 54.13. João 6.45 e 7.16. [14] Jui. 11.11 e 20.1. cap. 11.15 e 7.5, 6. [15] Jui. 6.8, 9. [16] cap. 8.7, 19 e 12.12. [17] Jos. 7.14, 16, 17. Act. 1.24, 26. [18] cap. 23.2, 4, 10, 11. [19] cap. 9.2. [20] II Sam. 21.6. I Reis 1.25, 39. II Reis 11.12. [21] Deu. 17.14, etc. cap. 8.11. [22] Jui. 20.14. cap. 11.4. [23] cap. 11.12. Deu. 13.13. [24] II Sam. 8.2. I Reis 4.21 e 10.25. II Chr. 17.5. Psa. 72.10. Mat. 2.11. _Saul vence os ammonitas._ 11 Então subiu Nahas, ammonita, [1] e sitiou a Jabez-gilead: e disseram todos os homens de Jabez a Nahas: Faze alliança [2] comnosco, e te serviremos. 2 Porém Nahas, ammonita, lhes disse: Com esta _condição_ farei _alliança_ comvosco: que a todos vos arranque o olho direito, e _assim_ ponha esta affronta [3] sobre todo o Israel. 3 Então os anciãos de Jabez lhe disseram: Deixa-nos por sete dias, para que enviemos mensageiros por todos os termos de Israel, e, não havendo ninguem que nos livre, então sairemos a ti. 4 E, vindo os mensageiros a Gibeah [4] de Saul, fallaram estas palavras _aos_ ouvidos do povo. Então todo o povo levantou a sua voz, e chorou. 5 E eis que Saul vinha do campo, atraz dos bois; e disse Saul: Que _tem_ o povo, que chora? E contaram-lhe as palavras dos homens de Jabez. 6 Então o [5] espirito de Deus se apoderou de Saul, ouvindo estas palavras: e accendeu-se em grande maneira a sua ira. 7 E tomou um par de bois, e cortou-os em pedaços, [6] e _os_ enviou a todos os termos de Israel pelas mãos dos mensageiros, dizendo: Qualquer que não sair atraz [7] de Saul e atraz de Samuel, assim se fará aos seus bois. Então caiu o temor do Senhor sobre o povo, e sairam como um _só_ homem. 8 E contou-os em Bezek: [8] e houve dos filhos d’Israel trezentos mil, e dos homens de Judah trinta mil. 9 Então disseram aos mensageiros que vieram: Assim direis aos homens de Jabez-gilead: Ámanhã, em aquecendo o sol, vos virá livramento. Vindo pois os mensageiros, e annunciando-_o_ aos homens de Jabez, se alegraram. 10 E os homens de Jabez disseram: Ámanhã sairemos a vós; então [9] nos fareis conforme a tudo o que _parecer_ bem aos vossos olhos. 11 E succedeu que ao outro dia Saul [10] poz o povo em tres companhias, e vieram ao meio do arraial pela vela da manhã, e feriram a Ammon, até que o dia aqueceu: e succedeu que os restantes se espalharam, que não ficaram dois d’elles juntos. 12 Então disse o povo a Samuel: Quem _é_ aquelle que [11] dizia que Saul não reinaria sobre nós? Dae _cá_ aquelles homens, e os mataremos. 13 Porém Saul disse: Hoje não morrerá nenhum, [12] pois hoje tem obrado o Senhor _um_ livramento em Israel. 14 E disse Samuel ao povo: Vinde, vamos nós a Gilgal, [13] e renovemos ali o reino. 15 E todo o povo partiu para Gilgal, e levantaram ali a Saul por rei perante o Senhor em Gilgal, [14] e offereceram ali offertas pacificas perante o Senhor: e Saul se alegrou muito ali com todos os homens d’Israel. [1] cap. 12.12. Jui. 21.8. [2] Gen. 26.28. Exo. 23.32. I Reis 20.34. Job 41.4. Eze. 17.13. [3] Gen. 34.14. cap. 17.26. [4] cap. 10.26 e 15.34. II Sam. 21.6. Jui. 2.4 e 21.2. [5] Jui. 3.10 e 6.34 e 11.29 e 13.25 e 14.6. cap. 10.10 e 16.13. [6] Jui. 19.29. [7] Jui. 21.5, 8, 10. [8] Jui. 1.5. II Sam. 24.9. [9] ver. 3. [10] cap. 31.11. Jui. 7.16. [11] cap. 10.27. Luc. 19.27. [12] II Sam. 19.22. Exo. 14.13, 30. cap. 19.5. [13] cap. 10.8. [14] cap. 10.17 e 10.8. _Samuel resigna o seu cargo._ 12 Então disse Samuel a todo o Israel: Eis que ouvi a vossa voz em tudo quanto me dissestes, [1] e puz sobre vós um rei. 2 Agora, pois, eis que o rei [2] vae diante de vós, e já envelheci e encaneci, e eis que meus filhos estão comvosco, e eu tenho andado diante de vós desde a minha mocidade até _ao dia de_ hoje. 3 Eis-me _aqui_, testificae contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido, [3] a quem o boi tomei, a quem o jumento tomei, [4] e a quem defraudei, a quem tenho opprimido, e de cuja mão tenho tomado presente e com elle encobri os meus olhos, e vol-o restituirei. 4 Então disseram: Em nada nos defraudaste, nem nos opprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguem. 5 E elle lhes disse: O Senhor _seja_ testemunha contra vós, e o seu ungido seja hoje testemunha, que nada [5] tendes achado na minha mão. E disse o _povo_: Seja testemunha. 6 Então disse Samuel ao povo: O Senhor _é_ o que fez [6] a Moysés e a Aarão, e tirou a vossos paes da terra do Egypto. 7 Agora pois ponde-vos _aqui em pé_, e contenderei comvosco [7] perante o Senhor, sobre todas as justiças do Senhor, que fez a vós e a vossos paes. 8 Havendo entrado Jacob no Egypto, vossos paes [8] clamaram ao Senhor, e o Senhor enviou a Moysés e a Aarão, que tiraram a vossos paes do Egypto, e os fizeram habitar n’este logar. 9 Porém esqueceram-se [9] do Senhor seu Deus: então os vendeu á mão de Sisera, cabeça do exercito de Hazor, e em mão [10] dos philisteos, e em mão do rei dos moabitas, que pelejaram contra elles. 10 E clamaram ao Senhor, e disseram: Peccámos, [11] pois deixámos ao Senhor, e servimos aos baalins e astaroths: agora pois livra-nos da mão [12] de nossos inimigos, e te serviremos. 11 E o Senhor enviou a Jerubbaal, e a [13] Bedan, e a Jefte, e a Samuel; e livrou-vos da mão de vossos inimigos em redor, e habitastes seguros. 12 E vendo vós que Nahas, [14] rei dos filhos de Ammon, vinha contra vós, me dissestes: Não, mas reinará sobre nós um rei: _sendo_ porém o [15] Senhor vosso Deus, o vosso Rei. 13 Agora [16] pois vedes ahi o rei que elegestes _e_ que pedistes; e eis que o Senhor tem posto [17] sobre vós um rei. 14 Se temerdes [18] ao Senhor, e o servirdes, e derdes ouvidos á sua voz, e não fordes rebeldes ao dito do Senhor, assim vós, como o rei que reina sobre vós, seguireis o Senhor vosso Deus. 15 Mas se não derdes ouvidos á [19] voz do Senhor, mas antes fordes rebeldes ao dito do Senhor, a mão do Senhor será contra vós, como o _era_ [20] contra vossos paes. 16 Ponde-vos [21] tambem agora _aqui_, e vêde esta grande coisa que o Senhor vae fazer diante dos vossos olhos. 17 Não _é_ hoje a [22] sega dos trigos? [23] clamarei _pois_ ao Senhor, e dará trovões e chuva; e sabereis e vereis que _é_ grande a vossa maldade que tendes feito perante o Senhor, pedindo para vós _um_ rei. 18 Então invocou Samuel ao Senhor, e o Senhor deu trovões e chuva n’aquelle dia; pelo que todo o povo temeu em grande maneira ao Senhor e a Samuel. 19 E todo o povo [24] disse a Samuel: Roga [25] pelos teus servos ao Senhor teu Deus, para que não venhamos a morrer: porque a todos os nossos peccados temos accrescentado _este_ mal, de pedirmos para nós um rei. 20 Então disse Samuel ao povo: Não temaes; vós tendes commettido todo este mal; porém não vos desvieis de detraz do Senhor, mas servi ao Senhor com todo o vosso coração. 21 E não vos desvieis; [26] pois _seguirieis_ as vaidades, que nada aproveitam, e tão pouco vos livrarão, porque vaidades _são_. 22 Pois o Senhor não desamparará o seu povo, por causa do seu grande nome: [27] porque aprouve ao Senhor fazer-vos o seu povo. 23 E quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando [28] de orar por vós: antes vos ensinarei o caminho bom e direito. 24 Tão sómente temei [29] ao Senhor, e servi-o fielmente com todo o vosso coração: porque vede quão grandiosas _coisas_ vos fez. 25 Porém, se perseverardes em fazer mal, perecereis, assim vós [30] como o vosso rei. [1] cap. 8.5, 19, 20 e 10.24 e 11.14, 15. [2] Num. 27.17. cap. 8.20 e 8.1, 6. [3] ver. 5. cap. 10.1 e 24.6. II Sam. 1.14. [4] Num. 16.15. Act. 20.33. I The. 2.5. Deu. 16.19. [5] João 18.38. Act. 23.9 e 24.16, 20. Exo. 22.4. [6] Miq. 6.4. [7] Isa. 1.18 e 5.3, 4. Miq. 6.2, 3. [8] Gen. 46.4, 6. Exo. 2.23 e 3.10 e 4.10. [9] Jui. 3.7. [10] Jui. 4.2 e 10.7 e 13.1. [11] Jui. 3.12 e 10.10 e 2.13. [12] Jui. 10.15, 16. [13] Jui. 6.14, 32 e 11.1. cap. 7.13. [14] cap. 11.1 e 8.5, 19. [15] Jui. 8.23. cap. 8.7 e 10.19, 24. [16] cap. 8.5 e 9.20. [17] Ose. 13.11. [18] Jos. 24.14. Psa. 81.14, 15, etc. [19] Lev. 26.14, 15, etc. Deu. 28.15. Jos. 24.20. [20] ver. 9. [21] Exo. 14.13, 31. [22] Pro. 26.1. [23] Jos. 10.12. cap. 7.9, 10. Thi. 5.16, 17, 18. cap. 8.7. [24] Exo. 14.31. Esd. 10.9. [25] Exo. 9.28 e 10.17. Thi. 5.15. I João 5.16. [26] Deu. 11.16. Jer. 16.19. Hab. 2.18. I Cor. 8.4. [27] I Reis 6.13. Psa. 94.14. Jos. 7.9. Jer. 14.21. Eze. 20.9. Deu. 7.7, 6 e 14.2. Mal. 1.2. [28] Act. 12.5. Rom. 1.9. Col. 1.9. II Tim. 1.3. Psa. 34.12. Pro. 4.11. I Reis 8.36. II Chr. 6.27. Jer. 6.16. [29] Ecc. 12.13. Isa. 5.12. Deu. 10.21. Psa. 126.2, 3. [30] Jos. 24.20. Deu. 28.36. _Guerra entre os israelitas e os philisteos._ [Antes de Christo 1093] 13 Um anno tinha estado Saul em seu reinado: e o segundo anno reinou sobre Israel. 2 Então Saul escolheu para si tres mil de Israel; e estavam com Saul dois mil em Michmas, e na montanha de Beth-el, e mil estavam com Jonathan em Gibeah [1] de Benjamin: e o resto do povo despediu, cada um para sua casa. 3 E Jonathan feriu [2] a guarnição dos philisteos que _estava_ em Gibeah, _o_ que os philisteos ouviram: pelo que Saul tocou a trombeta por toda a terra, dizendo: Ouçam os hebreos. 4 Então todo o Israel ouviu dizer: Saul feriu a guarnição dos philisteos, e tambem Israel se fez abominavel aos philisteos. Então o povo foi convocado atraz de Saul em Gilgal. 5 E os philisteos se ajuntaram para pelejar contra Israel, trinta mil carros, e seis mil cavalleiros, e povo em multidão como a areia que _está_ á borda do mar; e subiram, e se acamparam em Michmas, ao oriente de Beth-aven. 6 Vendo pois os homens de Israel que estava em angustia (porque o povo estava apertado) o povo se escondeu [3] pelas cavernas, e pelos espinhaes, e pelos penhascos, e pelas fortificações, e pelas covas. 7 E os hebreos passaram o Jordão para a terra de Gad e Gilead: e, estando Saul ainda em Gilgal, todo o povo veiu atraz d’elle tremendo. _Saul offerece sacrificios e Samuel reprova-o._ 8 E esperou [4] sete dias, até ao tempo que Samuel _determinara_; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo se espalhava d’elle. 9 Então disse Saul: Trazei-me aqui um holocausto, e offertas pacificas. E offereceu o holocausto. 10 E succedeu que, acabando elle de offerecer o holocausto, eis que Samuel chegou; e Saul lhe saiu ao encontro, para o saudar. 11 Então disse Samuel: Que fizeste? Disse Saul: Porquanto via que o povo se espalhava de mim, e tu não vinhas nos dias aprazados, e os philisteos já se tinham ajuntado em Michmas, 12 Eu disse: Agora descerão os philisteos sobre mim a Gilgal, e ainda á face do Senhor não orei: e violentei-me, e offereci holocausto. 13 Então disse Samuel a Saul: Obraste nesciamente, [5] e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou; porque agora o Senhor teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. 14 Porém [6] agora não subsistirá o teu reino: já tem buscado [7] o Senhor para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o Senhor, que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou. 15 Então se levantou Samuel, e subiu de Gilgal a Gibeah de Benjamin: e Saul numerou o povo que achou com elle, [8] uns seiscentos varões. 16 E Saul e Jonathan, seu filho, e o povo que se achou com elles, ficaram em Gibeah de Benjamin: porém os philisteos se acamparam em Michmas. 17 E os destruidores sairam do campo dos philisteos em tres companhias: uma das companhias voltou pelo caminho [9] d’Ophra á terra de Sual: 18 Outra companhia voltou pelo caminho de [10] Beth-horon: e a outra companhia voltou pelo caminho do termo que olha para o valle Zeboim contra o deserto. 19 E em toda a terra de Israel nem um ferreiro se achava: [11] porque os philisteos tinham dito: Para que os hebreos não façam espada nem lança. 20 Pelo que todo o Israel tinha que descer aos philisteos para amolar cada um a sua relha, e a sua enxada, e o seu machado, e o seu sacho. 21 Tinham porém limas adentadas para os seus sachos, e para as suas enxadas, e para as forquilhas de tres dentes, e para os machados, e para concertar as aguilhadas. 22 E succedeu que, no dia da peleja, se não achou [12] nem espada nem lança na mão de todo o povo que _estava_ com Saul e com Jonathan: porém acharam-se com Saul e com Jonathan seu filho. 23 E saiu a guarnição [13] dos philisteos ao passo de Michmas. [1] cap. 10.26. [2] cap. 10.5. [3] Jui. 6.2. [4] cap. 10.8. [5] II Chr. 16.9. cap. 15.11. [6] cap. 15.28. [7] Psa. 89.20. Act. 13.22. [8] cap. 14.2. [9] Jos. 18.23. [10] Jos. 16.3 e 13.13, 14. Neh. 11.34. [11] II Reis 24.14. Jer. 24.1. [12] Jui. 5.8. [13] cap. 14.1, 4. _A victoria de Jonathan sobre os philisteos._ [Antes de Christo 1087] 14 Succedeu pois que um dia disse Jonathan, filho de Saul, ao moço que lhe levava as armas: Vem, passemos á guarnição dos philisteos, que _está_ lá d’aquella banda. Porém não o fez saber a seu pae. 2 E estava Saul á extremidade de Gibeah, debaixo da romeira que _estava_ em Migron; e o povo que havia com elle _eram_ uns [1] seiscentos homens. 3 E Ahija, [2] filho d’Ahitub, irmão d’Icabod, o filho de Phineas, filho d’Eli, sacerdote do Senhor em Silo, trazia o ephod: porém o povo não sabia que Jonathan tinha ido. 4 E entre os passos pelos quaes Jonathan procurava passar á guarnição [3] dos philisteos, d’esta banda _havia_ uma penha aguda, e da outra banda uma penha aguda: e _era_ o nome de uma Bozez, e o nome da outra Senné. 5 Uma penha para o norte _estava_ defronte de Michmas, e a outra para o sul defronte de Gibeah. 6 Disse pois Jonathan ao moço que lhe levava as armas: Vem, passemos á guarnição d’estes incircumcisos; porventura obrará o Senhor por nós, porque para com o Senhor nenhum impedimento _ha_ de livrar [4] com muitos ou com poucos. 7 Então o seu pagem d’armas lhe disse: Faze tudo o que _tens_ no coração; volta, eis-me aqui comtigo, conforme ao teu coração. 8 Disse pois Jonathan: Eis que passaremos _áquelles_ homens, e nos descobriremos a elles. 9 Se nos disserem assim: Parae até que cheguemos a vós; então ficaremos no nosso logar, e não subiremos a elles. 10 Porém, dizendo assim: Subi a nós; então subiremos, pois o Senhor os tem entregado na nossa mão, [5] e isto nos _será_ por signal. 11 Descobrindo-se ambos elles pois á guarnição dos philisteos, disseram os philisteos: Eis que _já_ os hebreos sairam das cavernas em que se tinham escondido. 12 E os homens da guarnição responderam a Jonathan e ao seu pagem d’armas, e disseram: Subi a nós, e nós vol-o ensinaremos. E disse Jonathan ao seu pagem d’armas: Sobe atraz de mim, porque o Senhor os tem entregado na mão d’Israel. 13 Então trepou Jonathan com os pés e com as mãos, e o seu pagem d’armas atraz d’elle: e cairam diante de Jonathan, e o seu pagem d’armas os matava atraz d’elle. 14 E succedeu esta primeira desfeita, em que Jonathan e o seu pagem d’armas feriram até uns vinte homens, quasi no meio de uma geira de terra que uma junta _de bois podia lavrar_. 15 E houve tremor [6] no arraial, no campo e em todo o povo; tambem a mesma guarnição e os destruidores tremeram, e até a terra se alvoroçou, porquanto era tremor de Deus. 16 Olharam pois as sentinellas de Saul em Gibeah de Benjamin, e eis que a multidão se derramava, e fugia batendo-se. 17 Disse então Saul ao povo que estava com elle: Ora numerae, e vêde quem é que saiu d’entre nós. E numeraram, e eis que nem Jonathan nem o seu pagem d’armas _estavam ali_. 18 Então Saul disse a Ahija: Traze aqui a arca de Deus (porque n’aquelle dia estava a arca de Deus com os filhos d’Israel). 19 E succedeu que, estando Saul ainda fallando com [7] o sacerdote, o alvoroço que _havia_ no arraial dos philisteos ia crescendo muito, e se multiplicava, pelo que disse Saul ao sacerdote: Retira a tua mão. 20 Então Saul e todo o povo que _havia_ com elle se convocaram, e vieram á peleja; e eis que a espada d’um era contra o outro, [8] _e houve_ mui grande tumulto. 21 Tambem com os philisteos havia hebreos, como d’antes, que subiram com elles ao arraial em redor; e tambem estes se ajuntaram com os israelitas que _estavam_ com Saul e Jonathan. 22 Ouvindo pois todos os homens d’Israel que se esconderam [9] pela montanha d’Ephraim que os philisteos fugiam, elles tambem os perseguiram de perto na peleja. 23 Assim livrou o Senhor a Israel n’aquelle dia: [10] e o arraial passou a Beth-aven. _O atrevido voto de Saul._ 24 E estavam os homens d’Israel já exhaustos n’aquelle dia, porquanto Saul conjurou [11] o povo, dizendo: Maldito o homem que comer pão até á tarde, para que me vingue de meus inimigos. Pelo que todo o povo se absteve de provar pão. 25 E toda [12] a terra chegou a um bosque: e havia mel na superficie do campo. 26 E, chegando o povo ao bosque, eis que havia um manancial de mel: porém ninguem chegou a mão á bocca, porque o povo temia a conjuração. 27 Porém Jonathan não tinha ouvido quando seu pae conjurava o povo, e estendeu a ponta da vara que _tinha_ na mão, e a molhou no favo de mel; e, tornando a mão á bocca, aclararam-se os seus olhos. 28 Então respondeu um do povo, e disse: Solemnemente conjurou teu pae o povo, dizendo: Maldito o homem que comer hoje pão. Pelo que o povo desfallecia. 29 Então disse Jonathan: Meu pae tem turbado a terra; ora vêde como se me aclararam os olhos por ter gostado um pouco d’este mel. 30 Quanto mais se o povo hoje livremente tivesse comido do despojo que achou de seus inimigos. Porém agora não foi tão grande o estrago dos philisteos. 31 Feriram porém aquelle dia aos philisteos, desde Michmas até Ajalon, e o povo desfalleceu em extremo. 32 Então o povo se lançou ao despojo, e tomaram ovelhas, e vaccas, e bezerros, e os degolaram no chão; e o povo os comeu [13] com sangue. 33 E o annunciaram a Saul, dizendo: Eis que o povo pecca contra o Senhor, comendo com sangue. E disse elle: Aleivosamente obrastes; revolvei-me hoje uma grande pedra. 34 Disse mais Saul: Derramae-vos entre o povo, e dizei-lhes: Trazei-me cada um o seu boi, e cada um a sua ovelha, e degolae-_os_ aqui, e comei, e não pequeis contra o Senhor, comendo com sangue. Então todo o povo trouxe de noite, cada um com a sua mão, o seu boi, e _os_ degolaram ali. 35 Então edificou [14] Saul _um_ altar ao Senhor: este foi o primeiro altar que edificou ao Senhor. _Jonathan é condemnado á morte._ 36 Depois disse Saul: Desçamos de noite atraz dos philisteos, e despojemol-os, até que amanheça a luz, e não deixemos de resto _um_ homem d’elles. E disseram: Tudo o que parecer bem aos teus olhos faze. Disse porém o sacerdote: Cheguemo-nos aqui a Deus. 37 Então consultou Saul a Deus, dizendo: Descerei atraz dos philisteos? entregal-os-has na mão de Israel? Porém aquelle dia lhe não [15] respondeu. 38 Então disse Saul: [16] Chegae-vos para cá _de_ todos os chefes do povo, e informae-vos, e vêde em que se commetteu hoje este peccado; 39 Porque vive [17] o Senhor que salva a Israel, que, ainda que fosse em meu filho Jonathan, certamente morrerá. E nenhum de todo o povo lhe respondeu. 40 Disse mais a todo o Israel: Vós estareis d’uma banda, e eu e meu filho Jonathan estaremos da outra banda. Então disse o povo a Saul: Faze o que _parecer_ bem aos teus olhos. 41 Fallou pois Saul ao Senhor Deus d’Israel: Mostra o innocente. Então Jonathan e Saul [18] foram tomados _por sorte_, e o povo saiu _livre_. 42 Então disse Saul: Lançae a _sorte_ entre mim e Jonathan, meu filho. E foi tomado Jonathan. 43 Disse então Saul a Jonathan: Declara-me [19] o que tens feito. E Jonathan lh’o declarou, e disse: Tão sómente gostei um pouco de mel com a ponta da vara que _tinha_ na mão; eis que devo morrer. 44 Então disse Saul: [20] Assim _me_ faça Deus, e outro tanto, que com certeza morrerás, Jonathan. 45 Porém o povo disse a Saul: Morrerá Jonathan, que obrou tão grande salvação em Israel? nunca tal succeda; vive o Senhor, [21] que não lhe ha de cair no chão um só cabello da sua cabeça! pois com Deus fez _isso_ hoje. Assim o povo livrou a Jonathan, para que não morresse. 46 E Saul deixou de seguir os philisteos: e os philisteos se foram ao seu logar. 47 Então tomou Saul o reino sobre Israel; e pelejou contra todos os seus inimigos em redor: contra Moab, e contra os [22] filhos de Ammon, e contra Edom, e contra os reis de Zoba, [23] e contra os philisteos, e para onde quer que se tornava executava castigos. 48 E houve-se valorosamente, e feriu [24] aos amalekitas: e libertou a Israel da mão dos que o saqueavam. 49 E os filhos [25] de Saul eram Jonathan, e Isvi, e Malchisua: e os nomes de suas duas filhas _eram estes_: o nome da mais velha Merab, e o nome da mais nova, Michal. 50 E o nome da mulher de Saul, Ahinoam, filha d’Ahimaas: e o nome do general do exercito, Abner, filho de Ner, tio de Saul. 51 E Kis, [26] pae de Saul, e Ner, pae d’Abner, eram filhos d’Abiel. 52 E houve uma forte guerra contra os philisteos, todos os dias de Saul: pelo que Saul a todos os homens valentes e valorosos que via os aggregava [27] a si. [1] cap. 13.15. [2] cap. 22.9, 11, 20 e 4.21 e 2.28. [3] cap. 13.23. [4] Jui. 7.4, 7. II Chr. 14.11. [5] Gen. 24.14. Jui. 7.11. [6] II Reis 7.7. Job 18.11. [7] Num. 27.21. [8] Jui. 7.22. II Chr. 20.23. [9] cap. 13.6. [10] Exo. 14.30. Psa. 44.7, 8. Ose. 1.7. cap. 13.5. [11] Jos. 6.26. [12] Deu. 9.28. Mat. 3.5. Exo. 3.8. Num. 13.27. Mat. 3.4. [13] Lev. 3.17 e 7.26 e 17.10 e 19.26. Deu. 12.16, 23, 24. [14] cap. 7.17. [15] cap. 28.6. [16] Jos. 7.14. cap. 10.19. [17] II Sam. 12.5. [18] Pro. 16.33. Act. 1.24. Jos. 7.16. cap. 10.20, 21. [19] Jos. 7.19. ver. 27. [20] Ruth 1.17. ver. 39. [21] II Sam. 14.11. I Reis 1.52. Luc. 21.18. [22] cap. 11.11. [23] II Sam. 10.6. [24] cap. 15.3, 7. [25] cap. 31.2. I Chr. 8.33. [26] cap. 9.1. [27] cap. 8.11. _Samuel manda a Saul destruir os amalekitas._ [Antes de Christo 1079] 15 Então disse Samuel a Saul: Enviou-me [1] o Senhor a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel: ouve pois agora a voz das palavras do Senhor. 2 Assim diz o Senhor dos exercitos: Eu me recordei do que fez Amalek a Israel; como se lhe oppoz [2] no caminho, quando subia do Egypto. 3 Vae pois agora e fere a Amalek; e destroe totalmente a [3] tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até á mulher, desde os meninos até aos de mama, desde os bois até ás ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos. 4 O que Saul annunciou ao povo, e os contou em Teilaim, duzentos mil homens de pé, e dez mil homens de Judah. 5 Chegando pois Saul á cidade d’Amalek, poz emboscada no valle. 6 E disse Saul aos keneos: [4] Ide-vos, retirae-vos _e_ sahi do meio dos amalekitas, para que vos não destrua juntamente com elles, porque vós usastes de misericordia [5] com todos os filhos de Israel, quando subiram do Egypto. Assim os keneos se retiraram do meio dos amalekitas. 7 Então feriu Saul [6] aos amalekitas desde Havia até chegar a Sur, [7] que _está_ defronte do Egypto. 8 E tomou [8] vivo a Agag, rei dos amalekitas; porém a todo o povo destruiu ao fio da espada. 9 E Saul e o povo [9] perdoaram a Agag, e ao melhor das ovelhas e das vaccas, e ás da segunda sorte, e aos cordeiros e ao melhor que havia, e não os quizeram destruir totalmente: porém a toda a coisa vil e desprezivel destruiram totalmente. _Deus manda Samuel reprehender a Saul._ 10 Então veiu a palavra do Senhor a Samuel, dizendo: 11 Arrependo-me [10] de haver posto a Saul como rei; porquanto se tornou de detraz de mim, e não executou as minhas palavras. [11] Então Samuel se contristou, e toda a noite clamou ao Senhor. 12 E madrugou Samuel para encontrar a Saul pela manhã: e annunciou-se a Samuel, dizendo: Já chegou Saul ao [12] Carmelo, e eis que levantou para si uma columna. Então fez volta, e passou e desceu a Gilgal. 13 Veiu pois Samuel a Saul; e Saul lhe disse: Bemdito [13] tu do Senhor; executei a palavra do Senhor. 14 Então disse Samuel: Que balido pois de ovelhas _é_ este nos meus ouvidos, e o mugido de vaccas que oiço? 15 E disse Saul: De Amalek as trouxeram; porque o povo perdoou ao [14] melhor das ovelhas e das vaccas, para as offerecer ao Senhor teu Deus: o resto porém temos destruido totalmente. 16 Então disse Samuel a Saul: Espera, e te declararei o que o Senhor me disse esta noite. E elle disse-lhe: Falla. 17 E disse Samuel: _Porventura_, sendo tu pequeno [15] aos teus olhos, não _foste_ por Cabeça das tribus de Israel? e o Senhor te ungiu rei sobre Israel. 18 E enviou-te o Senhor a _este_ caminho, e disse: Vae, e destroe totalmente a estes peccadores, os amalekitas, e peleja contra elles, até que os aniquiles. 19 Porque pois não déste ouvidos á voz do Senhor, antes voaste ao despojo, e fizeste o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor? 20 Então disse Saul a Samuel: Antes dei ouvidos á [16] voz do Senhor, e caminhei no caminho pelo qual o Senhor me enviou; e trouxe a Agag, rei de Amalek, e os amalekitas destrui totalmente; 21 Mas o povo tomou [17] do despojo ovelhas e vaccas, o melhor do [JM] interdicto, para offerecer ao Senhor teu Deus em Gilgal. 22 Porém Samuel disse: Tem _porventura_ [18] o Senhor _tanto_ prazer em holocaustos e sacrificios, como em que se obedeça á palavra do Senhor? eis que o obedecer [19] _é_ melhor do que o sacrificar, e o attender _melhor é_ do que a gordura de carneiros. 23 Porque a rebellião _é como_ o peccado de feitiçaria, e o porfiar _é como_ iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, elle tambem te rejeitou [20] a ti, para que não _sejas rei_. 24 Então disse Saul [21] a Samuel: Pequei, porquanto tenho traspassado o dito do Senhor e as tuas palavras: porque [22] temi ao povo, e dei ouvidos á sua voz. 25 Agora pois, _te_ rogo, perdoa-_me_ o meu peccado: e torna-te comigo, para que adore ao Senhor. 26 Porém Samuel disse a Saul: Não tornarei comtigo: porquanto rejeitaste [23] a palavra do Senhor, já te rejeitou o Senhor, para que não sejas rei sobre Israel. 27 E virando-se Samuel para se ir, elle lhe pegou [24] pela borda da capa, e a rasgou. 28 Então Samuel lhe disse: O Senhor tem rasgado de ti hoje o [25] reino de Israel, e o tem dado ao teu proximo, melhor do que tu. 29 E tambem aquelle que é a Força de Israel não mente nem se [26] arrepende; porquanto não é _um_ homem para que se arrependa. 30 Disse elle então: Pequei; honra-me [27] porém agora diante dos anciãos do meu povo, e diante de Israel: e torna-te comigo, para que adore ao Senhor teu Deus. 31 Então Samuel se tornou atraz de Saul: e Saul adorou ao Senhor. _Samuel mata a Agag._ 32 Então disse Samuel: Trazei-me aqui a Agag, rei dos amalekitas. E Agag veiu a elle melindrosamente: e disse Agag: Na verdade já passou a amargura da morte. 33 Disse porém Samuel: _Assim_ como [28] a tua espada desfilhou as mulheres, assim ficará desfilhada a tua mãe entre as mulheres. Então Samuel despedaçou a Agag perante o Senhor em Gilgal. 34 Então Samuel se foi a Rama: e Saul subiu a sua casa, a [29] Gibeah de Saul. 35 E [30] nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porque [31] Samuel teve dó de Saul. E o Senhor se arrependeu de que pozera a Saul rei sobre Israel. [1] cap. 9.16. [2] Exo. 17.8, 14. Num. 24.20. Deu. 25.17. [3] Lev. 27.28. Jos. 6.17, 21. [4] Num. 24.21. Jui. 1.16 e 4.11. Gen. 18.25 e 19.12, 14. Apo. 18.4. [5] Exo. 18.10, 19. Num. 10.29, 32. [6] cap. 14.48. Gen. 2.11 e 25.18. [7] Gen. 16.7. [8] I Reis 20.34, 35, etc. cap. 30.1. [9] ver. 3, 15. [10] ver. 35. Gen. 6.6, 7. II Sam. 24.16. Jos. 22.16. ver. 3, 9. cap. 13.13. [11] ver. 35. cap. 16.1. [12] Jos. 15.55. [13] Gen. 14.19. Jui. 17.2. Ruth 3.10. [14] ver. 9, 21. Gen. 3.12. Pro. 28.13. [15] cap. 9.21. [16] ver. 13. [17] ver. 15. [18] Psa. 50.8, 9. Pro. 21.3. Isa. 1.11, 17. Jer. 7.22. Miq. 6.6-8. Heb. 10.69. [19] Ecc. 5.1. Ose. 6.6. Mat. 5.24 e 19.13 e 12.7. Mar. 12.33. [20] cap. 13.14. [21] II Sam. 12.13. [22] Exo. 23.2. Pro. 29.25. Isa. 51.12, 13. [23] cap. 2.30. [24] I Reis 11.30. [25] cap. 28.17, 18. I Reis 11.31. [26] Num. 23.19. Eze. 24.14. II Tim. 2.13. Tito 1.2. [27] João 5.41 e 12.43. [28] Exo. 17.11. Num. 14.45. Jui. 1.7. [29] cap. 11.4. [30] cap. 19.24. [31] ver. 11. cap. 16.1. _Deus manda Samuel ungir a David como rei._ [Antes de Christo 1063] 16 Então disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó [1] de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? enche [2] o teu [JN] vaso d’azeite, e vem, enviar-te-hei a Jessé o beth-lehemita; porque d’entre os seus filhos me tenho provido de _um_ rei. 2 Porém disse Samuel: Como irei eu? pois, ouvindo-o Saul, me matará. Então disse o Senhor: Toma uma bezerra das vaccas em tuas mãos, e dize: Vim para sacrificar [3] ao Senhor. 3 E convidarás a [JO] Jessé ao sacrificio: e eu te farei saber [4] o que has de fazer, e ungir-me-has a quem eu te disser. 4 Fez pois Samuel o que dissera o Senhor, e veiu a Beth-lehem: então os anciãos da cidade sairam [5] ao encontro, tremendo, e disseram: _De_ paz é a tua vinda? 5 E disse elle: _É de_ paz, vim sacrificar ao Senhor; sanctificae-vos, [6] e vinde comigo ao sacrificio. E sanctificou elle a Jessé e a seus filhos, e os convidou ao sacrificio. 6 E succedeu que, entrando elles, viu a Eliab, [7] e disse: Certamente _está_ perante o Senhor o seu ungido. 7 Porém o Senhor disse a Samuel: Não attentes para a sua apparencia, [8] nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado, porque o Senhor não vê como vê [9] o homem, pois o homem vê _o que está_ diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração. 8 Então chamou Jessé a [10] Abinadab: e o fez passar diante de Samuel, o qual disse: Nem a este tem escolhido o Senhor. 9 Então Jessé fez passar a Samma: porém disse: Tão pouco a este tem escolhido o Senhor. 10 Assim fez passar Jessé a seus sete filhos diante de Samuel: porém Samuel disse a Jessé: O Senhor não tem escolhido a estes. 11 Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os mancebos? E disse: Ainda falta [11] o menor, e eis que apascenta as ovelhas. Disse pois Samuel a Jessé: Envia, e manda-o [12] chamar, porquanto não nos assentaremos em roda da _mesa_ até que elle venha aqui. 12 Então mandou, e o trouxe (e _era_ ruivo [13] e formoso de semblante e de boa presença): e disse o Senhor: Levanta-te, _e_ unge-o, porque este _mesmo_ é. 13 Então Samuel tomou o vaso do azeite, e ungiu-o [14] no meio de seus irmãos; e desde aquelle dia em diante o espirito do Senhor se apoderou de David: então Samuel se levantou, e se tornou a Rama. _Saul é atormentado pelo espirito maligno._ 14 E o espirito [15] do Senhor se retirou de Saul, e o assombrava o espirito mau [16] _da parte_ do Senhor. 15 Então os creados de Saul lhe disseram: Eis que agora o espirito mau _da parte_ do Senhor te assombra: 16 Diga pois nosso senhor a seus servos, _que estão_ [17] em tua presença, _que_ busquem _um_ homem que saiba tocar harpa, e será que, quando o espirito mau _da parte_ do Senhor vier sobre ti, então elle tocará [18] com a sua mão, e te acharás melhor. 17 Então disse Saul aos seus servos: Buscae-me pois _um_ homem que toque bem, e trazei-m’o. 18 Então respondeu um dos mancebos, e disse: Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o beth-lehemita, que sabe tocar, e _é_ valente e animoso, [19] e homem de guerra, e sisudo em palavras, e de gentil presença: o Senhor _é_ com elle. 19 E Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo: Envia-me David, teu filho, o que _está_ com as ovelhas. 20 Então tomou Jessé um [20] jumento _carregado_ de pão, e um odre de vinho, e um cabrito, e enviou-os a Saul pela mão de David, seu filho. 21 Assim David veiu a Saul, e esteve perante [21] elle, e o amou muito, e foi seu pagem d’armas. 22 Então Saul mandou dizer a Jessé: Deixa estar a David perante mim, pois achou graça em meus olhos. 23 E succedia que, quando _o_ espirito _mau da parte_ [22] de Deus vinha sobre Saul, David tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia allivio, e se achava melhor, e o espirito mau se retirava d’elle. [1] cap. 15.35 e 15.23. [2] cap. 9.16. II Reis 9.1. Act. 13.22. [3] cap. 9.12 e 20.29. [4] Exo. 4.15. cap. 9.16. [5] cap. 21.1. I Reis 2.13. II Reis 9.22. [6] Exo. 19.10, 14. [7] cap. 17.13. I Chr. 27.18. I Reis 12.26. [8] Psa. 147.10, 11. [9] Isa. 55.8. II Cor. 10.7. I Reis 8.39. I Chr. 28.9. Jer. 11.20 e 17.10. Act. 1.24. [10] cap. 17.13. [11] cap. 17.12. [12] II Sam. 7.8. Psa. 78.70. [13] cap. 17.42. Can. 5.10. cap. 9.17. [14] cap. 10.1. Psa. 89.20. Num. 27.18. Jui. 11.29 e 13.25 e 14.6. cap. 10.6, 10. [15] Jui. 16.20. cap. 11.6 e 28.15. Psa. 51.11. [16] Jui. 9.23. cap. 18.10 e 19.9. [17] Gen. 41.46. ver. 21, 22. I Reis 10.8. [18] ver. 23. II Reis 3.15. [19] cap. 17.32, 34, 35, 36. [20] ver. 11. cap. 17.15, 34 e 10.27 e 17.18. Gen. 43.11. Pro. 18.16. [21] Gen. 41.46. I Reis 10.8. Pro. 22.29. [22] ver. 14, 16. _Guerra entre os israelitas e os philisteos._ 17 E os philisteos [1] ajuntaram os seus arraiaes para a guerra e congregaram-se em [2] Socoh, que _está_ em Judah, e acamparam-se entre Socoh e Azeka, no termo de Dammim. 2 Porém Saul e os homens de Israel se ajuntaram e acamparam no valle do carvalho, e ordenaram a batalha contra os philisteos. 3 E os philisteos estavam n’um monte da banda d’além, e os israelitas estavam no outro monte da banda d’áquem; e o valle _estava_ entre elles. 4 Então saiu do arraial dos philisteos um homem guerreiro, cujo nome era Goliath, [3] de Gath, que tinha de altura seis covados e um palmo. 5 Trazia na cabeça um capacete de bronze, e vestia uma couraça de escamas; e _era_ o peso da couraça de cinco mil siclos de bronze. 6 E trazia grevas de bronze por cima de seus pés, e um escudo de bronze entre os seus hombros. 7 E a haste da sua lança [4] era como o orgão do tecelão, e o ferro da sua lança de seiscentos siclos de ferro, e diante d’elle ia o escudeiro. 8 E parou, e clamou ás companhias d’Israel, e disse-lhes: Para que saireis a ordenar a batalha? não _sou_ eu philisteo e vós servos [5] de Saul? escolhei d’entre vós _um_ homem que desça a mim. 9 Se elle puder pelejar comigo, e me ferir, a vós seremos por servos; porém, se eu o vencer, e o ferir, então a nós sereis por servos, e [6] nos servireis. 10 Disse mais o philisteo: Hoje desafio [7] as companhias de Israel, _dizendo_: Dae-me _um_ homem, para que ambos pelejemos. 11 Ouvindo então Saul e todo o Israel estas palavras do philisteo, espantaram-se, e temeram muito. _Jessé envia David a seus irmãos._ 12 E David [8] _era_ filho de um homem, ephrateo, de Beth-lehem de Judah, cujo nome _era_ Jessé, que tinha oito filhos: e nos dias de Saul era este homem _já_ velho _e_ adiantado na edade entre os homens. 13 Foram-se os tres filhos mais velhos de Jessé, e seguiram a Saul á guerra: _e eram_ os nomes [9] de seus tres filhos, que se foram á guerra, Eliab, o primogenito, e o segundo Abinadab, e o terceiro Samma. 14 E David _era_ o menor; e os tres maiores seguiram a Saul. 15 David porém foi-se e voltou de Saul, para apascentar [10] as ovelhas de seu pae em Beth-lehem. 16 Chegava-se pois o philisteo pela manhã e á tarde; e apresentou-se por quarenta dias. 17 E disse Jessé a David, seu filho: Toma, peço-te, para teus irmãos um epha d’este _grão_ tostado e estes dez pães, e corre a leval-os ao arraial, a teus irmãos. 18 Porém estes dez queijos de leite leva ao chefe de mil; [11] e visitarás a teus irmãos, a _ver_ se lhes vae bem; e tomarás o seu penhor. 19 E _estavam_ Saul, e elles, e todos os homens d’Israel no valle do carvalho, pelejando com os philisteos. 20 David então de madrugada se levantou pela manhã, e deixou as ovelhas a um guarda, e carregou-se, e partiu, como Jessé lhe ordenara: e chegou ao logar dos carros, quando já o arraial sahia em ordem de batalha, e a gritos chamavam á peleja. 21 E os israelitas e philisteos se pozeram em ordem, fileira contra fileira. 22 E David deixou a carga que trouxera na mão do guarda da bagagem, e correu á batalha; e, chegando, perguntou a seus irmãos se estavam bem. _O gigante Goliath insulta os israelitas._ 23 E, estando elle ainda fallando com elles, eis que _vinha_ subindo do exercito dos philisteos o homem guerreiro, cujo nome era Goliath, o philisteo de Gath e fallou conforme áquellas palavras, [12] e David _as_ ouviu. 24 Porém todos os homens em Israel, vendo aquelle homem, fugiam de diante d’elle e temiam grandemente. 25 E diziam os homens de Israel: Vistes aquelle homem que subiu? pois subiu para affrontar a Israel: ha de ser pois que o homem que o ferir o rei o enriquecerá de grandes riquezas, e lhe dará [13] a sua filha, e fará franca a casa de seu pae em Israel. 26 Então fallou David aos homens que estavam com elle, dizendo: Que farão áquelle homem que ferir a este philisteo, e tirar a affronta [14] de sobre Israel? quem _é_ pois este incircumciso philisteo, [15] para affrontar os exercitos do Deus vivo? 27 E o povo lhe tornou a fallar conforme áquella palavra dizendo: [16] Assim farão ao homem que o ferir. 28 E, ouvindo Eliab, seu irmão mais velho, fallar áquelles homens, accendeu-se a ira [17] d’Eliab contra David, e disse: Porque desceste aqui? e a quem deixaste aquellas poucas ovelhas no deserto? bem conheço a tua presumpção, e a maldade do teu coração, que desceste para ver a peleja. 29 Então disse David: Que fiz eu agora? _porventura_ não [18] _ha razão para isso_? 30 E desviou-se d’elle para outro, e fallou [19] conforme áquella palavra: e o povo lhe tornou a responder conforme ás primeiras palavras. 31 E, ouvidas as palavras que David havia fallado, as annunciaram a Saul, e mandou em busca d’elle. _David dispõe-se a pelejar contra o gigante._ 32 E David disse a Saul: Não desfalleça [20] o coração de ninguem por causa d’elle: teu servo irá, e pelejará contra este philisteo. 33 Porém Saul disse a David: Contra este philisteo não poderás [21] ir para pelejar com elle: pois tu _ainda és_ moço, e elle homem de guerra desde a sua mocidade. 34 Então disse David a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pae; e vinha um leão e um urso, e tomava _uma_ ovelha do rebanho; 35 E eu sahi após elle, e o feri, e livrei-a da sua bocca: e, levantando-se elle contra mim, lancei-lhe mão da barba, e o feri, e o matei. 36 Assim feriu o teu servo o leão, como o urso: assim será este incircumciso philisteo como um d’elles; porquanto affrontou os exercitos do Deus vivo. 37 Disse mais David: O Senhor me livrou [22] da mão do leão, e da do urso; elle me livrará da mão d’este philisteo. Então disse Saul a David: Vae-te _embora_, e o Senhor [23] seja comtigo. 38 E Saul vestiu a David dos seus vestidos, e poz-lhe sobre a cabeça um capacete de bronze: e o vestiu de _uma_ couraça. 39 E David cingiu a espada sobre os seus vestidos, e começou a andar; porém nunca _o_ havia experimentado: então disse David a Saul: Não posso andar com isto, pois nunca _o_ experimentei. E David tirou aquillo de sobre si. 40 E tomou o seu cajado na mão, e escolheu para si cinco seixos do ribeiro, e pôl-os no alforge de pastor, que trazia, _a saber_, no surrão, e lançou mão da sua funda: e foi-se chegando ao philisteo. 41 O philisteo tambem veiu e se vinha chegando a David: e o que lhe levava o escudo _ia_ diante d’elle. 42 E, olhando o philisteo, e vendo a David, [24] o desprezou, porquanto era mancebo, ruivo, e de gentil aspecto. 43 Disse pois o philisteo a David: Sou eu _algum_ cão, [25] para tu vires a mim com paus? E o philisteo amaldiçoou a David pelos seus deuses. 44 Disse mais o philisteo a David: Vem a mim, [26] e darei a tua carne ás aves do céu e ás bestas do campo. 45 David porém disse ao philisteo: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do Senhor dos exercitos, o Deus dos exercitos [27] de Israel, a quem tens affrontado. 46 Hoje mesmo o Senhor te entregará na minha mão, e ferir-te-hei, e te tirarei a cabeça, e os corpos do arraial dos [28] philisteos darei hoje mesmo ás aves do céu e ás bestas da terra: e toda a terra saberá que ha Deus em Israel: 47 E saberá toda esta congregação que o Senhor salva, [29] não com espada, nem com lança; porque do Senhor _é_ a guerra, e elle vos entregará na nossa mão. _David encontra-se com o gigante e mata-o._ 48 E succedeu que, levantando-se o philisteo, e indo encontrar-se com David, apressou-se David, e correu ao combate, a encontrar-se com o philisteo. 49 E David metteu a mão no alforge, e tomou d’ali uma pedra e com a funda lh’a atirou, e feriu o philisteo na testa, e a pedra se lhe encravou na testa, e caiu sobre o seu rosto em terra. 50 Assim David [30] prevaleceu contra o philisteo, com uma funda e com uma pedra, e feriu o philisteo, e o matou sem que David _tivesse uma_ espada na mão. 51 Pelo que correu David, e poz-se _em pé_ sobre o philisteo, e tomou a sua espada, e tirou-a da bainha, e o matou, e lhe cortou com ella a cabeça: vendo então os philisteos, que o seu [JP] campeão era morto, [31] fugiram. 52 Então os homens de Israel e Judah se levantaram, e jubilaram, e seguiram os philisteos, até chegar ao valle, e até ás portas d’Ekron: e cairam os feridos dos philisteos pelo caminho de Saaraim [32] até Gath e até Ekron. 53 Então voltaram os filhos de Israel de perseguirem os philisteos, e despojaram os seus arraiaes. 54 E David tomou a cabeça do philisteo, e a trouxe _a_ Jerusalem: porém poz as armas d’elle na sua tenda. 55 Vendo porém Saul sair David a encontrar-se com o philisteo, disse a Abner, o chefe do exercito: [33] De quem é filho este mancebo, Abner? E disse Abner: Vive a tua alma, ó rei, que o não sei. 56 Disse então o rei: Pergunta, pois, de quem é filho este mancebo. 57 Voltando pois David de ferir o philisteo, Abner o tomou _comsigo_, e o trouxe á presença de Saul, trazendo elle na mão a cabeça [34] do philisteo. 58 E disse-lhe Saul: De quem és filho, mancebo? E disse David: [35] Filho de teu servo Jessé, beth-lehemita. [1] cap. 13.5. [2] Jos. 15.35. II Chr. 28.18. [3] II Sam. 21.19. Jos. 11.22. [4] II Sam. 21.19. [5] cap. 8.17. [6] cap. 11.1. [7] ver. 26. II Sam. 21.21. [8] ver. 58. Ruth 4.22. cap. 16.1. Gen. 35.19. [9] cap. 16.6, 8, 9. I Chr. 2.13. [10] cap. 16.19. [11] Gen. 37.14. [12] ver. 8. [13] Jos. 15.16. [14] cap. 11.2. [15] cap. 14.6. ver. 10. Deu. 5.26. [16] ver. 25. [17] Gen. 37.4, 8, 11. Mat. 10.36. [18] ver. 17. [19] ver. 26, 27. [20] Deu. 20.1, 3. cap. 16.18. [21] Num. 13.31. Deu. 9.2. [22] II Cor. 1.10. II Tim. 4.17, 18. [23] cap. 20.13. I Chr. 22.11, 16. [24] I Cor. 1.27, 28. cap. 16.12. [25] cap. 24.14. II Sam. 3.8 e 9.8 e 16.9. II Reis 8.13. [26] I Reis 20.10, 11. [27] II Sam. 22.33, 35. Psa. 124.8 e 125.1. II Cor. 10.4. Heb. 11.33, 34. [28] Deu. 28.26. Jos. 4.24. II Reis 19.19. Isa. 52.10. [29] Psa. 44.6, 7. Ose. 1.7. Zac. 4.6. II Chr. 20.15. [30] cap. 21.9. Jui. 3.31 e 15.15. II Sam. 23.21. [31] Heb. 11.34. [32] Jos. 15.36. [33] cap. 16.21, 22. [34] ver. 54. [35] ver. 12. _Amizade de Jonathan para com David._ 18 E succedeu que, acabando elle de fallar com Saul, [1] a alma de Jonathan se ligou com a alma de David: e Jonathan o amou, como á sua _propria_ alma. 2 E Saul n’aquelle dia o tomou, [2] e não lhe permittiu que tornasse para casa de seu pae. 3 E Jonathan e David fizeram alliança: porque _Jonathan_ o amava como á sua _propria_ alma. 4 E Jonathan se despojou da capa que _trazia_ sobre si, e a deu a David, _como_ tambem os seus vestidos, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto. 5 E sahia David aonde quer que Saul o enviava, e conduzia-se com prudencia, e Saul o poz sobre a gente de guerra: e era acceito aos olhos de todo o povo, e até aos olhos dos servos de Saul. 6 Succedeu porém que, vindo elles, quando David voltava de ferir os philisteos, [3] as mulheres de todas as cidades de Israel sairam ao encontro do rei Saul, cantando, e em danças, com adufes, com alegria, e com instrumentos de musica. _O cantico das mulheres indigna a Saul._ 7 E as mulheres tangendo, se respondiam _umas ás outras_, [4] e diziam: Saul feriu os seus milhares, porém David os seus dez milhares. 8 Então Saul se indignou muito, e aquella palavra pareceu [5] mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares deram a David, e a mim _sómente_ milhares; na verdade, que lhe falta, senão [6] só o reino? 9 E, desde aquelle dia em diante, Saul tinha David em suspeita. 10 E aconteceu ao outro dia, que o mau espirito [7] _da parte_ de Deus se apoderou de Saul, e prophetizava no meio da casa: e David tangia com a sua mão, como de dia em dia: [8] Saul porém _tinha_ na mão _uma_ lança. 11 E Saul atirou [9] com a lança, dizendo: Encravarei a David na parede. Porém David se desviou d’elle _por_ duas vezes. 12 E temia [10] Saul a David, porque o Senhor era com elle e se tinha retirado de Saul. 13 Pelo que Saul o desviou de si, e o poz por chefe de mil: e sahia e [11] entrava diante do povo. 14 E David se conduzia com prudencia em todos os seus caminhos, e o Senhor _era_ [12] com elle. 15 Vendo então Saul que tão prudentemente se conduzia, tinha receio d’elle. 16 Porém todo o Israel e Judah amava [13] a David, porquanto sahia e entrava diante d’elles. _Saul intenta matar David pela astucia._ 17 Pelo que Saul disse a David: Eis que Merab, [14] minha filha mais velha, te darei por mulher; sê-me somente filho valoroso, e guerreia as guerras do Senhor (porque Saul dizia _comsigo_: Não seja contra elle a minha mão, mas sim a dos philisteos). 18 Mas David disse a Saul: Quem _sou_ eu, [15] e qual _é_ a minha vida _e_ a familia de meu pae em Israel, para _vir a_ ser genro do rei? 19 Succedeu, porém, que ao tempo que Merab, filha de Saul, devia ser dada a David, ella foi dada [16] por mulher a Adriel, meholathita. _Michal, a filha de Saul, ama a David e casa com elle._ 20 Mas Michal, [17] _a outra_ filha de Saul amava a David: o que, sendo annunciado a Saul, pareceu isto bom aos seus olhos. 21 E Saul disse: Eu lh’a darei, para que lhe sirva [18] de laço, e _para que_ a mão dos philisteos venha _a ser_ contra elle. Pelo que Saul disse a David: Com a outra serás hoje meu genro. 22 E Saul deu ordem aos seus servos: Fallae em segredo a David, dizendo: Eis que o rei te está _mui_ affeiçoado, e todos os seus servos te amam; agora, pois, _consente em_ ser genro do rei. 23 E os servos de Saul fallaram todas estas palavras aos ouvidos de David. Então disse David: Parece-vos pouco _aos vossos olhos_ ser genro do rei, sendo eu homem pobre e desprezivel? 24 E os servos de Saul lhe annunciaram isto, dizendo: _Foram_ taes as palavras que fallou David. 25 Então disse Saul: Assim direis a David: O rei não tem necessidade de dote, senão de cem [19] prepucios de philisteos, para se tomar vingança dos inimigos do rei. Porquanto Saul tentava fazer cair a David pela mão dos philisteos. 26 E annunciaram os seus servos estas palavras a David, e este negocio pareceu bem _aos olhos de_ David, de que fosse genro do rei: porém _ainda_ os dias se não haviam cumprido. 27 Então David se levantou, e partiu elle com os seus homens, [20] e feriram d’entre os philisteos duzentos homens, e David trouxe os seus prepucios, [21] e os entregaram todos ao rei, para que fosse genro do rei: então Saul lhe deu por mulher a sua filha. 28 E viu Saul, e notou que o Senhor _era_ com David: e Michal, filha de Saul, o amava. 29 Então Saul temeu muito mais a David: e Saul foi todos os _seus_ dias inimigo de David. 30 E, saindo [22] os principes dos philisteos, succedeu que, saindo elles, David se conduziu mais prudentemente do que todos os servos de Saul: portanto o seu nome era mui estimado. [1] Gen. 44.30. cap. 19.2 e 20.17. II Sam. 1.26. Deu. 13.6. [2] cap. 17.15. [3] Exo. 15.20. Jui. 11.34. [4] Exo. 15.21. cap. 21.11 e 29.5. [5] Ecc. 4.4. [6] cap. 15.28. [7] cap. 16.14 e 19.24. I Reis 18.29. Act. 16.16. [8] cap. 19.9. [9] cap. 19.20 e 20.33. Pro. 27.4. [10] ver. 15, 29. cap. 16.13, 18 e 16.14 e 28.15. [11] ver. 16. Num. 27.17. II Sam. 5.2. [12] Gen. 39.2, 3, 23. Jos. 6.27. [13] ver. 5. [14] cap. 17.25. Num. 32.20, 27, 29. cap. 25.28. ver. 21, 25. II Sam. 12.9. [15] ver. 23. cap. 9.21. II Sam. 7.18. [16] II Sam. 21.8. Jui. 7.22. [17] ver. 28. [18] Exo. 10.7. ver. 17. [19] Gen. 34.12. Exo. 14.24. cap. 22.17. ver. 17. [20] ver. 13. [21] II Sam. 3.14. [22] II Sam. 11.1. ver. 5. _Jonathan aplaca o ciume que seu pae tem de David._ [Antes de Christo 1062] 19 E fallou Saul a Jonathan, seu filho, e a todos os seus servos, para que matassem a David. Porém Jonathan, filho de Saul, estava [1] mui affeiçoado a David. 2 E Jonathan o annunciou a David, dizendo: Meu pae, Saul, procura matar-te, pelo que agora guarda-te pela manhã, e fica-te em occulto, e esconde-te. 3 E sairei eu, e estarei á mão de meu pae no campo em que estiveres, e eu fallarei de ti a meu pae, e verei o que houver, e t’o annunciarei. 4 Então Jonathan fallou [2] bem de David a Saul, seu pae, e disse-lhe: Não peque o rei contra seu servo David, porque elle não peccou contra ti, e porque os seus feitos te _são_ mui bons. 5 Porque poz a [3] sua alma na mão, e feriu aos philisteos, e fez o Senhor _um_ grande livramento a todo o Israel; tu _mesmo_ o viste, e te alegraste: porque, pois, peccarias [4] contra o sangue innocente, matando a David sem causa? 6 E Saul deu ouvidos á voz de Jonathan, e jurou Saul: Vive o Senhor, que não morrerá. 7 E Jonathan chamou a David, e contou-lhe todas estas palavras: e Jonathan levou David a Saul, e esteve perante elle [5] como d’antes. 8 E tornou a haver guerra: e saiu David, e pelejou contra os philisteos, e feriu-os de grande ferida, e fugiram diante d’elle. 9 Porém o espirito mau [6] _da parte_ do Senhor se tornou sobre Saul, estando elle assentado em sua casa, e tendo na mão a sua lança, e tangendo David com a mão _o instrumento de musica_. 10 E procurava Saul encravar a David com a parede, porém elle se desviou de diante de Saul, o qual feriu com a lança na parede: então fugiu David, e escapou n’aquella _mesma noite_. 11 Porém Saul mandou mensageiros á casa de David, que o guardassem, e o matassem pela manhã: do que Michal, sua mulher, avisou a David, dizendo: Se não salvares a tua vida esta noite, ámanhã te matarão. _Michal engana a seu pae e salva a David._ 12 Então Michal desceu [7] a David por uma janella: e elle se foi, e fugiu, e escapou. 13 E Michal tomou [JQ] uma estatua e a deitou na cama, e poz-lhe á cabeceira _uma_ pelle de cabra, e a cobriu com uma coberta. 14 E, mandando Saul mensageiros que trouxessem a David, ella disse: Está doente. 15 Então Saul mandou mensageiros que viessem a David, dizendo: Trazei-m’o na cama, para que o mate. 16 Vindo pois os mensageiros, eis aqui a estatua na cama, e a pelle de cabra á sua cabeceira. 17 Então disse Saul a Michal: Porque assim me enganaste, e deixaste ir e escapar o meu inimigo? E disse Michal a Saul: _Porque_ elle me disse: Deixa-me ir, porque [8] hei de eu matar-te? 18 Assim David fugiu e escapou, e veiu a Samuel, a Rama, e lhe participou tudo quanto Saul lhe fizera: e foram, elle e Samuel, e ficaram em Naioth. 19 E o annunciaram a Saul, dizendo: Eis que David _está_ em Naioth, em Rama. 20 Então enviou Saul mensageiros para [9] trazerem a David, os quaes viram uma congregação de prophetas prophetizando, onde estava Samuel que presidia sobre elles: e o espirito de Deus veiu sobre os mensageiros de Saul, e tambem [10] elles prophetizaram. 21 E, avisado d’isto Saul, enviou outros mensageiros, e tambem estes prophetizaram: então enviou Saul ainda uns terceiros mensageiros, os quaes tambem prophetizaram. 22 Então foi tambem elle mesmo a Rama, e chegou ao poço grande que _estava_ em Secu; e, perguntando, disse: Onde _estão_ Samuel e David? E disseram-lhe: Eis que _estão_ em Naioth, em Rama. 23 Então foi-se lá para Naioth, em Rama: e o mesmo espirito de Deus veiu [11] sobre elle, e ia prophetizando, até chegar a Naioth, em Rama. 24 E elle tambem despiu [12] os seus vestidos, e elle tambem prophetizou diante de Samuel, e esteve nú por terra todo aquelle dia e toda aquella noite; pelo que se diz: Está tambem Saul entre os prophetas? [1] cap. 18.1. [2] Pro. 31.8, 9. Gen. 42.22. Psa. 35.12 e 109.5. Pro. 17.13. Jer. 18.20. [3] Jui. 9.17 e 12.3. cap. 28.21. cap. 17.49, 50. I Sam. 11.13. I Chr. 11.14. [4] cap. 20.32. Mat. 27.4. [5] cap. 16.21 e 18.2, 13. [6] cap. 16.14 e 18.10, 11. [7] Jos. 2.15. Act. 9.24. [8] II Sam. 2.22. [9] João 7.32, 45, etc. cap. 10.5. I Cor. 14.3, 24, 25. [10] Num. 11.25. Joel 2.28. [11] cap. 10.10. [12] Isa. 20.2. Miq. 1.8. II Sam. 6.14, 20. cap. 10.11. _A entrevista de David com Jonathan._ 20 Então fugiu David de Naioth, em Rama: e veiu, e disse perante Jonathan: Que fiz eu? qual _é_ o meu crime? e qual _é_ o meu peccado diante de teu pae, que procura tirar-me a vida? 2 E _elle_ lhe disse: Tal não haja: não morrerás; eis que meu pae não faz coisa nenhuma grande, nem pequena, sem primeiro me dar parte; porque pois meu pae me encobriria este negocio? não _ha_ tal. 3 Então David tornou a jurar, e disse: Mui bem sabe teu pae que achei graça em teus olhos; pelo que disse: Não saiba isto Jonathan, para que se não magõe, e, na verdade, vive o Senhor, e vive a tua alma, que apenas _ha_ um passo entre mim e a morte. 4 E disse Jonathan a David: O que disser a tua alma, eu te farei. 5 Disse David a Jonathan: Eis que ámanhã _é_ a [1] lua nova, em que costumo assentar-me com o rei para comer: deixa-me tu ir, porém, e esconder-me-hei no campo, até á terceira tarde. 6 Se teu pae notar a minha ausencia, dirás: David me pediu muito que o deixasse ir correndo a Beth-lehem, [2] sua cidade; porquanto _se faz_ lá o sacrificio annual para toda a linhagem. 7 Se disser assim, [3] _Está_ bem; _então_ teu servo tem paz: porém se muito se indignar, sabe que já está inteiramente determinado no mal. 8 Usa pois de misericordia [4] com o teu servo, porque fizeste a teu servo entrar comtigo em alliança do Senhor: se porém ha em mim crime, mata-me tu mesmo: [5] porque me levarias a teu pae? 9 Então disse Jonathan: Longe de ti tal coisa: porém se d’alguma maneira soubesse que já este mal está inteiramente determinado por meu pae, para que viesse sobre ti, não t’o descobriria eu? 10 E disse David a Jonathan: Quem tal me fará saber, se por acaso teu pae te responder asperamente? _Jonathan faz um pacto com David._ 11 Então disse Jonathan a David: Vem e saiamos ao campo. E sairam ambos ao campo. 12 E disse Jonathan a David: Ó Senhor Deus de Israel, se, sondando eu a meu pae ámanhã a estas horas, _ou_ depois d’ámanhã, e eis que _houver coisa_ favoravel para David: e eu então não enviar a ti, e não t’o fizer saber; 13 O Senhor [6] faça assim com Jonathan outro tanto; que se aprouver a meu pae fazer-te mal, tambem t’o farei saber, e te deixarei partir, e irás em paz: e o Senhor seja comtigo, [7] _assim_ como foi com meu pae. 14 E, se eu então ainda viver, _porventura_ não usarás comigo da beneficencia do Senhor, para que não morra? 15 Nem tão pouco cortarás [8] da minha casa a tua beneficencia eternamente: nem ainda quando o Senhor desarraigar da terra a cada um dos inimigos de David. 16 Assim fez Jonathan _alliança_ com a casa de David, _dizendo_: O Senhor o [9] requeira da mão dos inimigos de David. 17 E Jonathan fez jurar a David de novo, porquanto o amava; porque o amava com _todo_ o amor [10] da sua alma. 18 E disse-lhe Jonathan: [11] Ámanhã é a lua nova, e não te acharão no teu logar, pois o teu assento se achará vazio. 19 E, ausentando-te tu tres dias, desce apressadamente, e vae áquelle logar [12] onde te escondeste no dia do negocio: e fica-te junto á pedra de Ezel. 20 E eu atirarei tres frechas para aquella banda, como se atirara ao alvo. 21 E eis que mandarei o moço _dizendo_: Anda, busca as frechas: se eu expressamente disser ao moço: Olha que as frechas _estão_ para cá de ti; toma-o _comtigo_, e vem; porque ha paz para ti, e não ha nada, vive o Senhor. 22 Porém se disser ao moço assim: Olha que as frechas _estão_ para lá de ti; vae-te _embora_; porque o Senhor te deixa ir. 23 E _quanto_ ao negocio [13] de que eu e tu fallámos, eis que o Senhor _está_ entre mim e ti eternamente. 24 Escondeu-se pois David no campo: e, sendo a lua nova, assentou-se o rei para comer pão. 25 E, assentando-se o rei no seu assento, como as outras vezes, no logar junto á parede, Jonathan se levantou, e assentou-se Abner ao lado de Saul: e o logar de David appareceu vasio. 26 Porém n’aquelle dia não disse Saul nada, porque dizia: Aconteceu-lhe alguma coisa, pela qual não está limpo; certamente [14] não está limpo. 27 Succedeu tambem ao outro dia, o segundo da lua nova, que o logar de David appareceu vasio: disse pois Saul a Jonathan, seu filho: Porque não veiu o filho de Jessé nem hontem nem hoje a _comer_ pão? 28 E respondeu [15] Jonathan a Saul: David me pediu encarecidamente _que o deixasse ir_ a Beth-lehem, 29 Dizendo: Peço-_te que_ me deixes ir, porquanto a nossa linhagem tem um sacrificio na cidade, e meu irmão mesmo me mandou ir: se pois agora tenho achado graça em teus olhos, peço-_te que_ me deixes partir, para que veja a meus irmãos: por isso não veiu á mesa do rei. 30 Então se accendeu a ira de Saul contra Jonathan, e disse-lhe: Filho da perversa em rebeldia; não sei _eu_ que tens elegido o filho de Jessé, para vergonha tua e para vergonha da nudez de tua mãe? 31 Porque todos os dias que o filho de Jessé viver sobre a terra nem tu serás firme, nem o teu reino: pelo que envia, e traze-m’o n’esta hora; porque é digno de morte. 32 Então respondeu Jonathan a Saul, seu pae, e lhe disse: Porque [16] ha de elle morrer? que tem feito? 33 Então Saul atirou-lhe com a lança, [17] para o ferir: assim entendeu Jonathan que já seu pae tinha determinado matar a David. 34 Pelo que Jonathan, todo encolerisado, se levantou da mesa: e no segundo dia da lua nova não comeu pão; porque se magoava por causa de David, porque seu pae o tinha maltratado. 35 E aconteceu, pela manhã, que Jonathan saiu ao campo, ao tempo _que tinha_ ajustado com David, e um moço pequeno com elle. 36 Então disse ao seu moço: Corre a buscar as frechas que eu atirar. Correu _pois_ o moço, e elle atirou uma frecha, que fez passar além d’elle. 37 E, chegando o moço ao logar da frecha que Jonathan tinha atirado, gritou Jonathan atraz do moço, e disse: Não está _porventura_ a frecha mais para lá de ti? 38 E tornou Jonathan a gritar atraz do moço: Apressa-te, avia-te, não te demores. E o moço de Jonathan apanhou as frechas, e veiu a seu senhor. 39 E o moço não entendeu coisa alguma: só Jonathan e David sabiam d’este negocio. 40 Então Jonathan deu as suas armas ao moço que trazia, e disse-lhe: Anda, _e_ leva-as á cidade. 41 E, indo-se o moço, levantou-se David da banda do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se tres vezes: e beijaram-se um ao outro, e choraram juntos até que David chorou muito mais. 42 E disse Jonathan a David: Vae-te [18] em paz: o que nós temos jurado ambos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor seja entre mim e ti, e entre a minha semente e a tua semente, _seja_ perpetuamente. 43 Então se levantou _David_, e se foi; e Jonathan entrou na cidade. [1] Num. 10.10 e 28.11. cap. 19.2. [2] cap. 16.4. [3] Deu. 1.23. II Sam. 17.4. [4] Jos. 2.14. ver. 16. cap. 18.3 e 23.18. [5] II Sam. 14.32. [6] Ruth 1.17. [7] Jos. 1.5. cap. 17.37. I Chr. 22.11, 16. [8] II Sam. 9.1, 3, 7 e 21.7. [9] cap. 25.22 e 31.2. II Sam. 4.7 e 21.8. [10] cap. 18.1. [11] ver. 5. [12] cap. 19.2. [13] ver. 14, 15, 42. [14] Lev. 7.21 e 15.5, etc. [15] ver. 6. [16] cap. 19.5. Mat. 27.23. Luc. 23.22. [17] cap. 18.11. ver. 7. [18] cap. 1.17. _David vae ter com o sacerdote Achimelech._ 21 Então veiu David a Nob, ao sacerdote [1] Achimelech; e Achimelech, tremendo, saiu ao encontro de David, e disse-lhe: Porque _vens_ só, e ninguem comtigo? 2 E disse David ao sacerdote Achimelech: O rei me encommendou _um_ negocio, e me disse: Ninguem saiba d’este negocio, pelo qual eu te enviei, e o qual te ordenei; quanto aos mancebos, apontei-lhes tal e tal logar. 3 Agora, pois, que tens á mão? dá-me cinco pães na minha mão, ou o que se achar. 4 E, respondendo o sacerdote a David, disse: Não tenho pão commum á mão; ha porém pão sagrado, [2] se ao menos os mancebos se abstiveram das mulheres. 5 E respondeu David ao sacerdote, e lhe disse: Sim, em boa fé, as mulheres se nos vedaram desde hontem: e ante hontem, quando eu sahi, os vasos [3] dos mancebos tambem eram sanctos: e em _alguma_ maneira _é pão_ commum, quanto mais que hoje se sanctificará _outro_ nos vasos. 6 Então o sacerdote lhe deu o _pão_ sagrado, [4] porquanto não havia ali _outro_ pão senão os pães da proposição, que se tiraram de diante do Senhor para se pôr ali pão quente no dia em que aquelle se tirasse. 7 _Estava_, porém, ali n’aquelle dia um dos creados de Saul, detido perante o Senhor, e _era_ seu nome Doeg, idumeo, [5] o mais poderoso dos pastores de Saul. 8 E disse David a Achimelech: Não tens aqui á mão lança ou espada alguma? porque não trouxe á mão nem a minha espada nem as minhas armas, porque o negocio do rei era apressado. 9 E disse o sacerdote: A espada de Goliath, o philisteo, a quem tu feriste no [6] valle do carvalho, eis que aquella _aqui_ está envolta n’um panno detraz do ephod: se tu a queres tomar, toma-_a_, porque nenhuma outra _ha_ aqui, senão aquella. E disse David: Não _ha_ outra similhante; dá-m’a. _David foge para Achis rei de Gath._ 10 E David levantou-se, e fugiu aquelle dia de diante de Saul, e veiu a Achis, rei de Gath. 11 Porém os creados de Achis lhe disseram: Não _é_ este David, o rei da terra? não se cantava d’este nas danças, dizendo: [7] Saul feriu os seus milhares, porém David os seus dez milhares? 12 E David considerou [8] estas palavras no seu animo, e temeu muito diante d’Achis, rei de Gath. 13 Pelo que se contrafez diante dos olhos d’elles, e fez-se como doido entre as suas mãos, e esgravatava nas portas do portal, e deixava correr a saliva pela barba. 14 Então disse Achis aos seus creados: Eis que _bem_ vêdes que este homem está louco; porque m’o trouxestes a mim? 15 Faltam-me a mim doidos, para que trouxesseis a este que fizesse doidices diante de mim? ha de este entrar na minha casa? [1] cap. 14.3 e 16.4. [2] Exo. 25.30. Lev. 24.5. Mat. 12.4. [3] I The. 4.4. [4] Lev. 8.26. Mat. 12.3. Mar. 2.25. Luc. 6.3. Lev. 24.8. [5] cap. 22.9. [6] cap. 17.2, 50 e 31.10. [7] cap. 18.7 e 29.5. [8] Luc. 2.19. _David esconde-se na caverna de Adullam._ 22 Então David se retirou d’ali, e escapou para a caverna de Adullam: e [1] ouviram-n’o seus irmãos e toda a casa de seu pae, e desceram ali para elle. 2 E ajuntou-se a elle todo [2] o homem que se _achava_ em aperto, e todo o homem endividado, e todo o homem de espirito desgostoso, e elle se fez chefe d’elles: e eram com elle uns quatrocentos homens. 3 E foi-se David d’ali a Mispeh dos moabitas, e disse ao rei dos moabitas: Deixa estar meu pae e minha mãe comvosco, até que saiba o que Deus ha de fazer de mim. 4 E trouxe-os perante o rei dos moabitas, e ficaram com elle todos os dias que David esteve no logar forte. 5 Porém o propheta [3] Gad disse a David: Não fiques n’aquelle logar forte; vae, e entra na terra de Judah. Então David se foi, e veiu para o bosque de Chereth. _Saul mata todos os sacerdotes de Nob._ 6 E ouviu Saul que já se sabia de David e dos homens que _estavam_ com elle: e estava Saul em Gibeah, debaixo d’um arvoredo, em Rama, e tinha na mão a sua lança, e todos os seus creados estavam com elle. 7 Então disse Saul a todos os seus creados que estavam com elle: Ouvi, peço-vos, filhos de Benjamin, [4] dar-vos-ha tambem o filho de Jessé, a todos vós, terras e vinhas, e far-vos-ha a todos chefes de milhares e chefes de centenas? 8 Para que todos vos tenhaes conspirado contra mim, e ninguem _ha_ que me dê aviso de que meu filho tem feito alliança [5] com o filho de Jessé, e nenhum d’entre vós ha que se dôa de mim, e m’o participe, pois meu filho tem contra mim sublevado a meu servo, para _me_ armar ciladas, como _se vê_ n’este dia. 9 Então [6] respondeu Doeg, o idumeo, que tambem estava com os creados de Saul, e disse: Ao filho de Jessé vi vir a Nob, a Achimelech, [7] filho de Ahitub, 10 O qual consultou [8] por elle ao Senhor, e lhe deu mantimento, e lhe deu _tambem_ a espada de Goliath, o philisteo. 11 Então o rei mandou chamar a Achimelech, sacerdote, filho de Ahitub, e a toda a casa de seu pae, os sacerdotes que _estavam_ em Nob; e todos elles vieram ao rei. 12 E disse Saul: Ouve, peço-te, filho d’Ahitub. E elle disse: Eis-me _aqui_, senhor meu. 13 Então lhe disse Saul: Porque conspirastes contra mim, tu e o filho de Jessé? pois deste-lhe pão e espada, e consultaste por elle a Deus, para que se levantasse contra mim a armar-_me_ ciladas, como _se vê_ n’este dia? 14 E respondeu Achimelech ao rei, e disse: E quem, entre todos os teus creados, ha _tão_ fiel como David, o genro do rei, prompto na sua obediencia, e honrado na tua casa? 15 Comecei, _porventura_, hoje a consultar por elle a Deus? longe de mim tal! não impute o rei coisa nenhuma a seu servo, _nem_ a toda a casa de meu pae, pois o teu servo não soube nada de tudo isso, nem muito nem pouco. 16 Porém o rei disse: Achimelech, morrerás certamente, tu e toda a casa de teu pae. 17 E disse o rei aos da _sua_ guarda que estavam com elle: Virae-vos, e matae os sacerdotes do Senhor, porque tambem a sua mão é com David, e porque souberam que fugiu e não m’o fizeram saber. Porém os creados do rei não quizeram estender [9] as suas mãos para arremetter contra os sacerdotes do Senhor. 18 Então disse o rei a Doeg: Vira-te tu, e arremette contra os sacerdotes. Então se virou Doeg, o idumeo, e arremetteu contra os sacerdotes, e matou n’aquelle dia oitenta e cinco homens [10] que vestiam ephod de linho. 19 Tambem a Nob, [11] cidade d’estes sacerdotes, passou a fio de espada, desde o homem até á mulher, desde os meninos até aos de mama, e até os bois, jumentos e ovelhas _passou_ a fio de espada. _Abiathar um dos sacerdotes escapa e vem ter com David._ 20 Porém escapou [12] um dos filhos de Achimelech, filho de Ahitub, cujo nome era Abiathar, o qual fugiu atraz de David. 21 E Abiathar annunciou a David que Saul tinha matado os sacerdotes do Senhor. 22 Então David disse a Abiathar: Bem sabia eu n’aquelle dia que, estando ali Doeg, o idumeo, não deixaria de o denunciar a Saul: eu dei occasião contra todas as almas da casa de teu pae. 23 Fica comigo, não temas, porque quem procurar [13] a minha morte _tambem_ procurará a tua, pois estarás salvo comigo. [1] II Sam. 23.13. [2] Jui. 11.3. [3] II Sam. 24.11. I Chr. 21.9. II Chr. 29.25. [4] cap. 8.14. [5] cap. 18.3 e 20.30. [6] cap. 21.7. Psa. 52.2. ver. 1, 2, 3. [7] cap. 21.1 e 14.3. [8] Num. 27.21. [9] Exo. 1.17. [10] cap. 2.31. [11] ver. 9, 11. [12] cap. 23.6 e 2.33. [13] I Reis 2.26. _David livra Keila._ [Antes de Christo 1061] 23 E foi annunciado a David, dizendo: Eis que os philisteos pelejam contra Keila, [1] e saqueiam as eiras. 2 E consultou [2] David ao Senhor, dizendo: Irei eu, e ferirei a estes philisteos? E disse o Senhor a David: Vae, e ferirás aos philisteos, e livrarás a Keila. 3 Porém os homens de David lhe disseram: Eis que tememos aqui em Judah, quanto mais indo a Keila contra os esquadrões dos philisteos. 4 Então David tornou a consultar ao Senhor, e o Senhor lhe respondeu, e disse: Levanta-te, desce a Keila, porque _te_ dou os philisteos na tua mão. 5 Então David partiu com os seus homens a Keila, e pelejou contra os philisteos, e levou os gados, e fez grande estrago entre elles: e David livrou os moradores de Keila. 6 E succedeu que, quando Abiathar, filho de Achimelech, fugiu [3] para David, a Keila, desceu com o ephod na mão. 7 E foi annunciado a Saul que David era vindo a Keila, e disse Saul: Deus o entregou nas minhas mãos, pois está encerrado, entrando n’uma cidade de portas e ferrolhos. 8 Então Saul mandou chamar a todo o povo á peleja, para que descessem a Keila, para cercar a David e os seus homens. 9 Sabendo pois David, que Saul maquinava este mal contra elle, disse a Abiathar, sacerdote: [4] Traze aqui o ephod. 10 E disse David: Ó Senhor, Deus de Israel, teu servo decerto tem ouvido que Saul procura vir a Keila, para destruir a [5] cidade por causa de mim. 11 Entregar-me-hão os cidadãos de Keila na sua mão? descerá Saul, como o teu servo tem ouvido? ah Senhor Deus d’Israel! fal-o saber ao teu servo. E disse o Senhor: Descerá. 12 Disse mais David: Entregar-me-hiam os cidadãos de Keila, a mim e aos meus homens, nas mãos de Saul? E disse o Senhor: Entregariam. 13 Então se levantou David com os seus homens, [6] uns seiscentos, e sairam de Keila, e foram-se aonde poderam: e sendo annunciado a Saul, que David escapara de Keila, cessou de sair _contra elle_. _Saul persegue David no deserto de Ziph._ 14 E David permaneceu no deserto, nos logares fortes, e ficou em um monte [7] no deserto de Ziph: e Saul o buscava todos os dias, [8] porém Deus não o entregou na sua mão. 15 Vendo pois David, que Saul sairá á busca da sua vida, David _esteve_ no deserto de Ziph, n’um bosque. 16 Então se levantou Jonathan, filho de Saul, e foi para David ao bosque, e confortou a sua mão em Deus; 17 E disse-lhe: Não temas, que não te achará a mão de Saul, meu pae, porém tu reinarás sobre Israel, e eu serei comtigo o segundo: o que tambem Saul [9] meu pae, bem sabe. 18 E ambos fizeram [10] alliança perante o Senhor: David ficou no bosque, e Jonathan voltou para a sua casa. 19 Então [11] subiram os zipheos a Saul, a Gibeah, dizendo: Não se escondeu David entre nós, nos logares fortes no bosque, no outeiro de Hachila, que _está_ á mão direita de Jesimon? 20 Agora pois, ó rei, apressadamente desce conforme a todo o desejo da tua alma; por nós fica [12] entregar-mol-o nas mãos do rei. 21 Então disse Saul: Bemditos sejaes vós do Senhor, porque vos compadecestes de mim. 22 Ide pois, e diligenciae ainda mais, e sabei e notae o logar que frequenta, e quem o tenha visto ali; porque me foi dito _que_ é astutissimo. 23 Pelo que attentae _bem_, e informae-vos ácerca de todos os esconderijos, em que elle se esconde; e _então_ voltae para mim com toda a certeza, e ir-me-hei comvosco; e ha de ser que, se estiver n’aquella terra, o buscarei entre todos os milhares de Judah. 24 Então se levantaram elles, e se foram a Ziph, diante de Saul: David porém e os seus homens _estavam_ no deserto de Maon, [13] na campanha, á direita de Jesimon. 25 E Saul e os seus homens se foram em busca _d’elle_; o que annunciaram a David, e desceu para aquella penha, e ficou no deserto de Maon: o que ouvindo Saul, seguiu a David para o deserto de Maon. 26 E Saul ia d’esta banda do monte, e David e os seus homens da outra banda do monte: e succedeu que David se apressou [14] a escapar de Saul; Saul porém e os seus homens cercaram a David e aos seus homens, para lançar mão d’elles. 27 Então veiu [15] um mensageiro a Saul, dizendo: Apressa-te, e vem, porque os philisteos com impeto entraram na terra. 28 Pelo que Saul voltou de perseguir a David, e foi-se ao encontro dos philisteos: por esta razão aquelle logar se chamou [JR] Sela-hammahlecoth. 29 E subiu David d’ali, e ficou nos logares fortes de Engedi. [1] Jos. 15.44. [2] ver. 4, 6, 9. cap. 30.8. II Sam. 5.19, 23. [3] cap. 22.20. [4] Num. 27.21. cap. 30.7. [5] cap. 22.19. [6] cap. 22.2 e 25.13. [7] Psa. 11.2. Jos. 15.55. [8] Psa. 54.3, 4. [9] cap. 24.20. [10] cap. 18.3 e 20.16, 42. II Sam. 21.7. [11] cap. 26.1. [12] Psa. 54.3. [13] Jos. 15.55. cap. 25.2. [14] Psa. 31.22 e 17.9. [15] II Reis 19.9. _David corta a orla do manto de Saul._ 24 E succedeu que, voltando Saul de perseguir os philisteos, lhe annunciaram, dizendo: Eis que David _está_ no deserto [1] de Engedi. 2 Então tomou Saul [2] tres mil homens, escolhidos d’entre todo o Israel, e foi á busca [3] de David e dos seus homens, até sobre os cumes das penhas das cabras montezes. 3 E chegou a uns curraes de ovelhas no caminho, onde estava uma caverna; e entrou n’ella Saul, [4] a cobrir seus pés: e David e os seus homens estavam aos lados da caverna. 4 Então os homens de David lhe disseram: [5] Eis aqui o dia, do qual o Senhor te diz: Eis que te dou o teu inimigo nas tuas mãos, e far-lhe-has como _te parecer_ bem aos teus olhos. E levantou-se David, e mansamente cortou a orla do manto de Saul. 5 Succedeu, porém, que depois [6] o coração picou a David, por ter cortado a orla _do manto_ de Saul. 6 E disse aos seus homens: O Senhor me guarde [7] de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, estendendo eu a minha mão contra elle; pois é o ungido do Senhor. 7 E com estas palavras [8] David conteve os seus homens, e não lhes permittiu que se levantassem contra Saul: e Saul se levantou da caverna, e proseguiu o seu caminho. 8 Depois tambem David se levantou, e saiu da caverna, e gritou por detraz de Saul, dizendo: Rei, meu senhor! E, olhando Saul para traz, David se inclinou com o rosto em terra, e se prostrou. 9 E disse David a Saul: Porque [9] dás tu ouvidos ás palavras dos homens que dizem: Eis que David procura o teu mal? 10 Eis que este dia os teus olhos viram, que o Senhor hoje te poz em minhas mãos n’_esta_ caverna, e alguns disseram que te matasse; porém a _minha mão_ te poupou: porque disse: Não estenderei a minha mão contra o meu senhor, pois é o ungido do Senhor. 11 Olha pois, meu pae, vês aqui a orla do teu manto na minha mão; porque, cortando-te eu a orla do manto, te não matei. Adverte, pois, e [10] vê que não ha na minha mão nem mal nem prevaricação nenhuma, e não pequei contra ti; porém tu andas á caça da minha vida, para m’a tirar. 12 Julgue o Senhor [11] entre mim e ti, e vingue-me o Senhor de ti; porém a minha mão não será contra ti. 13 Como diz o proverbio dos antigos: Dos impios procede a impiedade; porém a minha mão não será contra ti. 14 Após quem saiu o rei de Israel? a quem persegues? a um cão [12] morto? a uma pulga? 15 O Senhor porém será [13] juiz, e julgará entre mim e ti, e verá, e advogará a minha causa, e me defenderá da tua mão. 16 E succedeu que, acabando David de fallar a Saul todas estas palavras, disse Saul: _É_ esta a tua voz, [14] meu filho David? Então Saul alçou a sua voz e chorou. 17 E disse a David: [15] Mais justo és do que eu; pois tu me recompensaste com bem, e eu te recompensei com mal. 18 E tu mostraste hoje que usaste comigo bem; pois o Senhor me tinha posto em tuas mãos, [16] e tu me não mataste. 19 Porque, quem ha que, encontrando o seu inimigo, o deixaria ir por bom caminho? o Senhor pois te pague com bem, pelo que hoje me fizeste. 20 Agora [17] pois eis que _bem_ sei que certamente has de reinar, e que o reino de Israel ha de ser firme na tua mão. 21 Portanto agora jura-me pelo Senhor [18] que não desarreigarás a minha semente depois de mim, nem desfarás o meu nome da casa de meu pae. 22 Então jurou David a Saul. E foi Saul para a sua casa; porém David e os seus homens subiram ao logar forte. [1] II Chr. 20.2. [2] cap. 23.28. [3] Psa. 38.12. [4] Psa. 141.6. Jui. 3.24. [5] cap. 26.8. [6] II Sam. 24.10. [7] cap. 26.11. [8] Psa. 7.4. Mat. 5.44. Rom. 12.17, 19. [9] Psa. 141.6. Pro. 16.28 e 17.9. [10] Psa. 7.3 e 35.7. cap. 26.20. [11] Gen. 16.5. Jui. 11.27. cap. 26.10. Job 5.8. [12] cap. 17.43. II Sam. 9.8. cap. 26.20. [13] ver. 12. II Chr. 24.22. [14] cap. 26.17. [15] cap. 26.21. Gen. 38.26. Mat. 5.44. [16] cap. 26.23. [17] cap. 23.17. [18] Gen. 21.23. II Sam. 21.6, 8. _A morte de Samuel e a retirada de David para o deserto de Paran._ [Antes de Christo 1060] 25 E falleceu [1] Samuel, e todo o Israel se ajuntou, e o prantearam, e o sepultaram na sua casa, em Rama. E David, se levantou e desceu ao deserto de Paran. 2 E _havia um_ homem em [2] Maon, que tinha as suas possessões no Carmelo: e _era_ este homem mui poderoso, e tinha tres mil ovelhas e mil cabras: e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo. 3 E _era_ o nome d’este homem Nabal, e o nome de sua mulher Abigail; e _era_ a mulher de bom entendimento e formosa, porém o homem _era_ duro, e maligno nas obras, e era da casa de Caleb. 4 E ouviu David no deserto que Nabal tosquiava [3] as suas ovelhas, 5 E enviou David dez mancebos, e disse aos mancebos: Subi ao Carmelo, e, vindo a Nabal, perguntae-lhe, em meu nome, como está. 6 E assim direis áquelle prospero: Paz tenhas, [4] e que a tua casa tenha paz, e tudo o que tens tenha paz! 7 Agora, pois, tenho ouvido que tens tosquiadores: ora os pastores que tens estiveram comnosco; aggravo nenhum lhes fizemos, nem [5] coisa alguma lhes faltou todos os dias que estiveram no Carmelo. 8 Pergunta-o aos teus mancebos, e elles t’o dirão; estes mancebos pois achem graça em teus olhos, [6] porque viemos em bom dia: dá pois a teus servos e a David, teu filho, o que achares á mão. 9 Chegando pois os mancebos de David, e fallando a Nabal todas aquellas palavras em nome de David, se calaram. _Nabal recusa dar viveres aos servos de David._ 10 E Nabal respondeu aos creados de David, e disse: [7] Quem _é_ David, e quem o filho de Jessé? muitos servos ha hoje, que cada um foge a seu senhor. 11 Tomaria [8] eu pois o meu pão, e a minha agua, e a carne das minhas rezes que degolei para os meus tosquiadores, e o daria a homens que eu não sei d’onde veem? 12 Então os mancebos de David se tornaram para o seu caminho: e voltaram, e vieram, e lhe annunciaram _tudo conforme a_ todas estas palavras. 13 Pelo que disse David aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e cingiu tambem David a sua: e subiram após David uns quatrocentos homens, [9] e duzentos ficaram com a bagagem. 14 Porém um d’entre os mancebos o annunciou a Abigail, mulher de Nabal, dizendo: Eis que David enviou mensageiros desde o deserto a saudar o nosso amo; porém elle se lançou a elles. 15 Todavia, aquelles homens teem-nos _sido_ muito bons, [10] e nunca fomos aggravados _d’elles_, e nada nos faltou em todos os dias que conversámos com elles quando estavamos no campo. 16 De muro em redor nos [11] serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andámos com elles apascentando as ovelhas. 17 Olha pois, agora, e vê o que has de fazer, porque _já_ de todo determinado está [12] o mal contra o nosso amo e contra toda a sua casa, e elle _é_ um tal filho de Belial, que não ha quem lhe possa fallar. _Abigail apazigua David._ 18 Então Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, [13] e dois odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco medidas de _trigo_ tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados, e _os_ poz sobre jumentos. 19 E disse aos seus mancebos: [14] Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. O que, porém, não declarou a seu marido Nabal. 20 E succedeu que, andando ella montada n’um jumento, desceu pelo encoberto do monte, e eis que David e os seus homens lhe vinham ao encontro, e encontrou-se com elles. 21 E disse David: Na verdade que em vão tenho guardado tudo quanto este _tem_ no deserto, e nada _lhe_ faltou de tudo quanto tem, e elle me pagou mal [15] por bem. 22 Assim faça [16] Deus aos inimigos de David, e outro tanto, se eu deixar até á manhã de tudo o que tem, mesmo até [JS] um menino. 23 Vendo pois Abigail a David, apressou-se, e desceu [17] do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de David, e se inclinou á terra. 24 E lançou-se a seus pés, e disse: Ah, Senhor meu, minha _seja_ a transgressão; deixa pois fallar a tua serva aos teus ouvidos, e ouve as palavras da tua serva. 25 Meu senhor, agora não faça _este_ homem de Belial, _a saber_, Nabal, impressão no seu coração, porque tal é elle qual é o seu nome. [JT] Nabal _é_ o seu nome, e a loucura _está_ com elle, e eu, tua serva, não vi os mancebos de meu senhor, que enviaste. 26 Agora, pois, meu senhor, [18] vive o Senhor, e vive a tua alma, que o Senhor te impediu [19] de vires com sangue, e de que a tua mão te salvasse: e, agora, taes quaes Nabal sejam os teus inimigos e os que procuram mal contra o meu senhor. 27 E agora esta é a benção [20] que trouxe a tua serva a meu senhor: dê-se aos mancebos que andam após das pisadas de meu senhor. 28 Perdôa pois á tua serva _esta_ transgressão, porque certamente [21] fará o Senhor casa firme a meu senhor, porque meu senhor guerreia [22] as guerras do Senhor, e não se tem achado mal em ti por _todos os_ teus dias. 29 E, levantando-se algum homem para te perseguir, e para procurar a tua morte; comtudo a vida de meu senhor será atada no feixe dos que vivem com o Senhor teu Deus; porém a vida de teus inimigos se arrojará ao longe, como do meio do concavo de uma funda. 30 E ha de ser que, usando o Senhor com o meu senhor conforme a todo o bem que já tem dito de ti, e te tiver estabelecido chefe sobre Israel, 31 Então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pezar no coração, o sangue que sem causa derramaste, nem tão pouco o haver-se salvado meu senhor a si mesmo: e quando o Senhor fizer bem a meu senhor, lembra-te então da tua serva. 32 Então David disse a Abigail: Bemdito [23] o Senhor Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro. 33 E bemdito o teu conselho, e bemdita tu, que hoje me estorvaste de vir com sangue, e de que a minha mão me salvasse. 34 Porque, na verdade, vive o Senhor Deus d’Israel, que me [24] impediu de que te fizesse mal, que se tu não te apressaras, e me não vieras ao encontro, não ficaria a Nabal pela luz da manhã nem mesmo um menino. 35 Então David tomou da sua mão o que tinha trazido, e lhe disse: Sobe em paz á [25] tua casa; vês _aqui_ que tenho dado ouvidos á tua voz, e tenho acceitado a tua face. 36 E, vindo Abigail a Nabal, eis que tinha [26] em sua casa _um_ banquete, como banquete de rei; e o coração de Nabal _estava_ alegre n’elle, e elle _já_ mui embriagado, pelo que não lhe deu a entender palavra alguma, pequena nem grande, até á luz da manhã. 37 Succedeu pois que pela manhã, havendo _já_ saido de Nabal o vinho, sua mulher lhe deu a entender aquellas palavras: e se amorteceu n’elle, o seu coração, e ficou elle como pedra. 38 E aconteceu que, _passados_ quasi dez dias, feriu o Senhor a Nabal, e _este_ morreu. 39 E, ouvindo David que Nabal morrera, disse: Bemdito [27] _seja_ o Senhor, que pleiteou o pleito da minha affronta da mão de Nabal, e deteve a seu servo do mal, fazendo o Senhor tornar o mal de Nabal [28] sobre a sua cabeça. E mandou David fallar a Abigail, para tomal-a por sua mulher. 40 Vindo pois os creados de David a Abigail, no Carmelo, lhe fallaram, dizendo: David nos tem mandado a ti, para te tomar por sua mulher. 41 Então ella se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis aqui a tua serva servirá de creada para [29] lavar os pés dos creados de meu senhor. 42 E Abigail se apressou, [30] e se levantou, e montou n’um jumento com as suas cinco moças que seguiam as suas pisadas: e ella seguiu os mensageiros de David, e foi sua mulher. 43 Tambem tomou David a Achinoam de Jizreel: e tambem ambas foram suas mulheres. 44 Porque Saul tinha dado [31] sua filha Michal, mulher de David, a Phalti, filho de Lais, o qual _era_ de Gallim. [1] cap. 28.3. Num. 20.29. Deu. 34.8. Gen. 21.21. Psa. 120.5. [2] cap. 23.24. Jos. 15.55. [3] Gen. 38.13. II Sam. 13.23. [4] I Chr. 12.18. Psa. 122.7. Luc. 10.5. [5] ver. 15, 21. [6] Neh. 8.10. Est. 9.19. [7] Jui. 9.28. Psa. 73.7, 8 e 123.3, 4. [8] Jui. 8.6. [9] cap. 30.24. [10] ver. 7. [11] Exo. 14.22. Job 1.10. [12] cap. 20.7. Deu. 13.13. Jui. 19.22. [13] Gen. 32.13. Pro. 18.16 e 21.14. [14] Gen. 32.16, 20. [15] Psa. 109.5. Pro. 17.13. [16] Ruth 1.17. cap. 3.17 e 20.13, 16. ver. 34. I Reis 14.10 e 21.21. II Reis 9.8. [17] Jos. 15.18. Jui. 1.14. [18] II Reis 2.2. [19] ver. 33. Gen. 20.6. Rom. 12.19. II Sam. 18.32. [20] Gen. 33.11. cap. 30.26. II Reis 5.15. [21] II Sam. 7.11, 27. I Reis 9.5. I Chr. 17.10, 25. [22] cap. 18.17 e 24.11. Jer. 10.18. [23] Gen. 24.27. Exo. 18.10. Psa. 41.3 e 72.18. Luc. 18.6. [24] ver. 26, 22. [25] cap. 20.42. II Sam. 15.9. II Reis 5.19. Luc. 7.50 e 8.48. Gen. 19.21. [26] II Sam. 13.23. [27] ver. 32. Pro. 22.23. ver. 26, 34. [28] I Reis 2.44. Psa. 7.17. [29] Ruth 2.10, 13. Pro. 15.33. [30] Jos. 15.56. cap. 27.3 e 30.5. [31] II Sam. 3.14. Isa. 10.30. _David poupa outra vez a vida de Saul._ 26 E vieram os zipheos a Saul, a Gibeah, dizendo: Não [1] está David escondido no outeiro d’Hachila, á entrada de Jesimon? 2 Então Saul se levantou, e desceu ao deserto de Ziph, e com elle tres mil homens escolhidos de Israel, a buscar a David no deserto de Ziph. 3 E acampou-se Saul no outeiro d’Hachila, que _está_ á entrada de Jesimon, junto ao caminho: porém David ficou no deserto, e viu que Saul vinha após d’elle ao deserto. 4 Pois David enviou espias, e soube que Saul vinha decerto. 5 E David se levantou, e veiu ao logar onde Saul se tinha acampado; viu David o logar onde se tinha deitado Saul, e Abner, [2] filho de Ner, chefe do seu exercito: e Saul estava deitado dentro do logar dos carros, e o povo estava acampado ao redor d’elle. 6 E respondeu David, e fallou a Achimelech, o hetheo, e a Abisai, filho de [3] Zeruia, irmão de Jacob, dizendo: Quem descerá comigo a Saul ao arraial? E disse Abisai: Eu descerei comtigo. 7 Vieram pois David e Abisai de noite ao povo, e eis que Saul estava deitado dormindo dentro do logar dos carros, e a sua lança _estava_ pregada na terra á sua cabeceira: e Abner e o povo deitavam-se ao redor d’elle. 8 Então disse Abisai a David: Deus te entregou hoje nas mãos a teu inimigo; deixa-m’o pois agora encravar com a lança d’uma vez com a terra, e não _o ferirei_ segunda vez. 9 E disse David a Abisai: Nenhum damno lhe faças: porque quem [4] estendeu a sua mão contra o ungido do Senhor, e ficou innocente? 10 Disse mais David: Vive o Senhor, [5] que o Senhor o ferirá, ou o seu dia chegará em que morra, ou descerá para a batalha e perecerá; 11 O Senhor me guarde, [6] de que eu estenda a mão contra o ungido do Senhor: agora porém toma lá a lança que _está_ á sua cabeceira e a bilha da agua, e vamo-nos. 12 Tomou pois David a lança e a bilha da agua, da cabeceira de Saul, e foram-se: e ninguem houve que _o_ visse, nem que _o_ advertisse, nem que acordasse; porque todos _estavam_ dormindo, [7] porque havia caido sobre elles um profundo somno do Senhor. 13 E David, passando á outra banda, poz-se no cume do monte ao longe, _de maneira_ que entre elles havia grande distancia. 14 E David bradou ao povo, e a Abner, filho de Ner, dizendo: Não responderás, Abner? Então Abner respondeu e disse: Quem _és_ tu, _que_ bradas ao rei? 15 Então disse David a Abner: _Porventura_ não és varão? e quem _ha_ em Israel como tu, porque, pois, não guardaste tu o rei teu senhor? porque um do povo veiu para destruir o rei teu senhor. 16 Não é bom isto, que fizeste; vive o Senhor, que sois dignos de morte, vós que não guardastes a vosso senhor, o ungido do Senhor: vede pois agora onde _está_ a lança do rei, e a bilha da agua, que _tinha_ á sua cabeceira. 17 Então conheceu Saul a voz de David, e disse: Não _é_ esta a tua voz, meu [8] filho David? E disse David: Minha voz _é_, ó rei meu senhor. 18 Disse mais: Porque persegue o meu senhor assim o seu servo? porque, [9] que fiz eu? e que maldade _se acha_ nas minhas mãos? 19 Ouve pois agora, te rogo, rei meu senhor, as palavras de teu servo: Se o Senhor te incita [10] contra mim, cheire elle a offerta _de manjares_; porém se _os_ filhos dos homens, malditos sejam perante o Senhor: pois _elles_ me teem expellido [11] hoje para que _eu_ não fique apegado á herança do Senhor, dizendo: Vae, serve a outros deuses. 20 Agora pois não se derrame o meu sangue na terra diante do Senhor: pois saiu o rei d’Israel em busca d’uma pulga; [12] como quem persegue uma perdiz nos montes. 21 Então disse Saul: Pequei; [13] volta, meu filho David, porque não ordenarei a fazer-te mal; porque foi hoje [14] preciosa a minha vida aos teus olhos: eis que fiz loucamente, e errei grandissimamente. 22 David então respondeu, e disse: Eis aqui a lança do rei; passe cá um dos mancebos, e leve-a. 23 O Senhor porém [15] pague a cada um a sua justiça e a sua lealdade; pois o Senhor te tinha dado hoje na _minha_ mão, porém não quiz estender a minha mão contra o ungido do Senhor. 24 E eis que assim como foi a tua vida hoje de tanta estima aos meus olhos, d’outra tanta estima seja a minha vida aos olhos do Senhor, e elle me livre de toda a tribulação. 25 Então Saul disse a David: Bemdito _sejas_ tu, meu filho David; pois grandes _coisas_ farás e [16] tambem prevalecerás. Então David se foi _pelo_ seu caminho e Saul voltou para o seu logar. [1] cap. 23.19. [2] cap. 14.50 e 17.55. [3] I Chr. 2.16. Jui. 7.10, 11. [4] cap. 24.6, 7. II Sam. 1.16. [5] cap. 25.38. Psa. 94.1, 2, 23. Luc. 18.7. Rom. 12.19. Gen. 47.29. [6] cap. 24.6, 12. [7] Gen. 2.21 e 15.12. [8] cap. 24.16. [9] cap. 24.9, 11. [10] II Sam. 16.11 e 24.1. [11] Deu. 4.28. Psa. 120.5. II Sam. 14.16 e 20.19. [12] cap. 24.14. [13] cap. 15.24 e 24.17. [14] cap. 18.30. [15] Psa. 7.8, 18.20. [16] Gen. 32.28. _David vae ter outra vez com Achis rei de Gath._ [Antes de Christo 1058] 27 Disse porém David no seu coração: Ora _ainda_ algum dia perecerei pela mão de Saul; não ha coisa melhor para mim do que escapar apressadamente para a terra dos philisteos, para que Saul perca a esperança de mim, e cesse de me buscar por todos os termos de Israel; e _assim_ escaparei da sua mão. 2 Então David se levantou, [1] e passou com os seiscentos homens que com elle _estavam_ a Achis, filho de Maoch, rei de Gath. 3 E David ficou com [2] Achis em Gath, elle e os seus homens, cada um com a sua casa: David com ambas as suas mulheres, Achinoam, a jizreelita, e Abigail, a mulher de Nabal, o carmelita. 4 E, sendo Saul avisado que David tinha fugido para Gath, não cuidou mais em o buscar. 5 E disse David a Achis: Se eu tenho achado graça em teus olhos, dá-me logar n’uma das cidades da terra, para que ali habite: pois por que razão habitaria o teu servo comtigo na cidade real? 6 Então lhe deu Achis n’aquelle dia a _cidade de_ Siclag: (pelo que Siclag pertence [3] aos reis de Judah, até ao dia de hoje.) 7 E foi o numero dos dias, que David habitou na terra dos philisteos, um anno e quatro mezes. 8 E subia David com os seus homens, e deram sobre [4] os gesuritas, e os gersitas, e os amalekitas; porque antigamente _foram_ estes os moradores da terra desde como quem vae para Sur [5] até á terra do Egypto. 9 E David feria aquella terra, e não dava vida nem a homem nem a mulher, e tomava ovelhas, e vaccas, e jumentos, e camelos, e vestidos; e voltava, e vinha a Achis. 10 E dizendo Achis: Sobre onde déstes hoje? David dizia: Sobre o sul de Judah, e sobre o sul dos [6] jerahmeleos, e sobre o sul dos keneos. 11 E David não dava vida nem a homem nem a mulher, para trazel-os a Gath, dizendo: Para que _porventura_ não nos denunciem, dizendo: Assim David o fazia. E este _era_ o seu costume por todos os dias que habitou na terra dos philisteos. 12 E Achis se confiava de David, dizendo: Fez-se elle por certo aborrecivel para com o seu povo em Israel; pelo que me será por servo para sempre. [1] cap. 25.13 e 21.10. [2] cap. 25.43. [3] Jos. 15.31 e 19.5. [4] Jos. 13.2 e 16.10. Jui. 1.29. Exo. 17.16. cap. 15.7, 8. [5] Gen. 25.18. [6] I Chr. 2.9, 25. Jui. 1.16. _Saul consulta uma pythonissa de Endor._ 28 E succedeu [1] n’aquelles dias que, juntando os philisteos os seus exercitos á peleja, para fazer guerra contra Israel, disse Achis a David: Sabe de certo que comigo sairás ao arraial, tu e os teus homens. 2 Então disse David a Achis: Assim saberás tu o que fará o teu servo. E disse Achis a David: Por isso te terei por guarda da minha cabeça para sempre. 3 E já Samuel [2] era morto, e todo o Israel o tinha chorado, e o tinha sepultado em Rama, que _era_ a sua cidade: e Saul tinha desterrado os [3] adivinhos e os encantadores. 4 E ajuntaram-se os philisteos, e vieram, e acamparam-se em Sunem: e ajuntou Saul [4] a todo o Israel, e se acamparam em Gilboa. 5 E, vendo Saul o arraial dos philisteos, temeu, e estremeceu muito [5] o seu coração. 6 E perguntou Saul ao Senhor, porém o Senhor lhe [6] não respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por prophetas. 7 Então disse Saul aos seus creados: Buscae-me uma mulher que tenha o espirito de feiticeira, para que vá a ella, e consulte por ella. E os seus creados lhe disseram: Eis que em Endor _ha_ uma mulher que tem o espirito d’adivinhar. 8 E Saul se disfarçou e vestiu outros vestidos, e foi elle, e com elle dois homens, e de noite vieram á mulher; e disse: Peço-_te_ que me adivinhes [7] pelo espirito de feiticeira, e me faças subir a quem eu te disser. 9 Então a mulher lhe disse: Eis aqui tu sabes o que Saul fez, como tem destruido [8] da terra os adivinhos e os encantadores: porque, pois, me armas um laço á minha vida, para me fazer matar? 10 Então Saul lhe jurou pelo Senhor, dizendo: Vive o Senhor, que nenhum mal te sobrevirá por isso. 11 A mulher então lhe disse: A quem te farei subir? E disse elle: Faze-me subir a Samuel. 12 Vendo pois a mulher a Samuel, gritou com alta voz, e a mulher fallou a Saul, dizendo: Porque me tens enganado? pois tu _mesmo és_ Saul. 13 E o rei lhe disse: Não temas: porém que _é_ o que vês? Então a mulher disse a Saul: Vejo deuses [9] que sobem da terra. 14 E lhe disse: Como _é_ a sua figura? E disse ella: Vem subindo um homem ancião, e está envolto n’uma capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e se prostrou. 15 Samuel disse a Saul: Porque me desinquietaste, [10] fazendo-me subir? Então disse Saul: Mui angustiado estou, porque os philisteos guerreiam contra mim, e Deus se tem desviado de mim, e não me responde mais, nem pelo ministerio dos prophetas, nem por sonhos; por isso te chamei a ti, para que me faças saber o que hei de fazer. 16 Então disse Samuel: Porque pois a mim me perguntas, visto que o Senhor te tem desamparado, e se tem feito teu inimigo? 17 Porque o Senhor tem feito para comtigo como pela minha bocca te disse, e tem rasgado o reino da tua mão, e o tem dado ao teu companheiro David. 18 Como tu não déste ouvidos [11] á voz do Senhor, e não executaste o fervor da sua ira contra Amalek, por isso o Senhor te fez hoje isto. 19 E o Senhor entregará tambem a Israel comtigo na mão dos philisteos, e ámanhã tu e teus filhos _estareis_ comigo; e o arraial de Israel o Senhor entregará na mão dos philisteos. 20 E immediatamente Saul caiu estendido por terra, e grandemente temeu por causa d’aquellas palavras de Samuel: e não houve força n’elle; porque não tinha comido pão todo aquelle dia e toda aquella noite. 21 Então veiu a mulher a Saul, e, vendo que estava tão perturbado, disse-lhe: Eis que deu ouvidos a tua creada á tua voz, e puz a minha vida na minha mão, e ouvi as palavras que disseste. 22 Agora pois ouve tambem tu as palavras da tua serva, e porei um bocado de pão diante de ti, e come, para que tenhas forças para te pôres a caminho. 23 Porém elle _o_ recusou, e disse: Não comerei. Porém os seus creados e a mulher o constrangeram; e deu ouvidos á sua voz: e levantou-se do chão, e se assentou sobre uma cama. 24 E tinha a mulher em casa uma bezerra cevada, e se apressou, e a degolou, e tomou farinha, e a amassou, e a cozeu em _bolos_ asmos. 25 E os trouxe diante de Saul e de seus creados, e comeram: depois levantaram-se e se foram n’aquella mesma noite. [1] cap. 29.1. [2] cap. 25.1. [3] ver. 9. Exo. 22.18. Lev. 19.31 e 20.27. Deu. 18.10, 11. [4] Jos. 19.18. II Reis 4.8. cap. 31.1. [5] Job 18.11. [6] cap. 14.37. Pro. 1.28. Lam. 2.9. Num. 12.6. Exo. 28.30. Num. 27.21. Deu. 33.8. [7] Deu. 18.11. I Chr. 10.13. Isa. 8.19. [8] ver. 3. [9] Exo. 22.28. [10] Pro. 5.11. [11] I Reis 20.42. _David marcha com Achis contra os israelitas._ 29 E ajuntaram os philisteos todos os seus exercitos em [1] Aphek: e acamparam-se os israelitas junto á fonte que _está_ em Jizreel. 2 E os principes dos philisteos se foram para lá com centenas e com milhares: porém David e os seus homens iam com [2] Achis na rectaguarda. 3 Disseram então os principes dos philisteos: Que _fazem aqui_ estes hebreos? E disse Achis aos principes dos philisteos: Não _é_ este David, o creado de Saul, rei de Israel, que esteve comigo ha alguns dias ou annos? e coisa nenhuma achei [3] n’elle desde o dia em que se revoltou, até _ao dia d_’hoje. 4 Porém os principes dos philisteus muito se indignaram contra elle; e disseram-lhe os principes dos philisteus: Faze voltar a este homem, [4] e torne ao seu logar em que tu o pozeste, e não desça comnosco á batalha, para que não se nos torne na batalha em adversario: porque com que aplacaria este a seu senhor? _porventura_ não _seria_ com as cabeças d’estes homens? 5 Não _é_ este aquelle David, de quem _uns aos outros_ respondiam nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, [5] porém David as suas dezenas de milhares? 6 Então Achis chamou a David e disse-lhe: Vive o Senhor, que tu és recto, e que a tua entrada e a tua saida [6] comigo no arraial _é_ boa aos meus olhos; porque nenhum mal em ti achei, desde o dia em que a mim vieste, até _ao dia d_’hoje; porém aos olhos dos principes não agradas. 7 Volta pois agora, e volta em paz: para que não faças mal aos olhos dos principes dos philisteos. 8 Então David disse a Achis: Porque? que fiz? ou que achaste no teu servo, desde o dia em que estive diante de ti, até ao dia d’hoje, para que não vá e peleje contra os inimigos do rei meu senhor? 9 Respondeu porém Achis, e disse a David: _Bem_ o sei; _e_ que _na verdade_ aos meus olhos és bom como [7] um anjo de Deus: porém disseram os principes dos philisteos: Não suba _este_ comnosco á batalha. 10 Agora pois ámanhã de madrugada levanta-te com os creados de teu senhor, que teem vindo comtigo: e, levantando-vos pela manhã de madrugada, e havendo luz, parti. 11 Então David de madrugada se levantou, elle e os seus homens, para partirem pela manhã, e voltarem á terra dos philisteos: e os [8] philisteos subiram a Jizreel. [1] cap. 4.1. [2] cap. 28.1, 2. [3] Dan. 6.5. [4] I Chr. 12.19. [5] cap. 18.7 e 21.11. [6] II Sam. 3.25. II Reis 19.27. [7] II Sam. 14.17 e 19.27. [8] II Sam. 4.4. _Siclag é saqueada pelos amalekitas._ 30 Succedeu pois que, chegando David e os seus homens ao terceiro dia a Siclag, [1] _já_ os amalekitas com impeto tinham dado sobre o sul, e sobre Siclag, e tinham ferido a Siclag e a tinham queimado a fogo. 2 E as mulheres que _estavam_ n’ella levaram captivas, _porém_ a ninguem mataram, nem pequenos nem grandes; tão sómente os levaram comsigo, e foram _pelo_ seu caminho. 3 E David e os seus homens vieram á cidade, e eis que _estava_ queimada a fogo, e suas mulheres, seus filhos e suas filhas eram levados captivos. 4 Então David e o povo que _se achava_ com elle alçaram a sua voz, e choraram, até que n’elles não houve _mais_ força para chorar. 5 Tambem as duas [2] mulheres de David foram levadas captivas; Achinoam, a jizreelita, e Abigail, a mulher de Nabal, o carmelita. 6 E David muito se angustiou, porque o povo [3] fallava de apedrejal-o, porque o animo de todo o povo estava em amargura, cada um por causa dos seus filhos e das suas filhas: todavia David se esforçou no Senhor seu Deus. _David persegue os amalekitas e livra os captivos._ 7 E disse David a Abiathar, o sacerdote, filho de Achimelech: Traze-me, peço-te, aqui o ephod. E Abiathar trouxe o ephod a David. 8 Então consultou David [4] ao Senhor, dizendo: Perseguirei eu a esta tropa? alcançal-a-hei? E o Senhor lhe disse: Persegue-a, porque decerto a alcançarás, e _tudo_ libertarás. 9 Partiu pois David, elle e os seiscentos homens que [5] com elle _se achavam_, e chegaram ao ribeiro de Besor, onde os que ficaram atraz pararam. 10 E seguiu-os David, elle e os quatrocentos homens, pois que duzentos homens ficaram, por não poderem, de cançados que estavam, passar o ribeiro de Besor. 11 E acharam no campo um homem egypcio, e o trouxeram a David: deram-lhe pão, e comeu, e deram-lhe a beber agua. 12 Deram-lhe tambem um pedaço de massa de figos seccos e dois cachos de passas, e comeu, e voltou-lhe o seu espirito, porque _havia_ tres dias e tres noites que não tinha comido pão nem bebido agua. 13 Então David lhe disse: De quem _és_ tu, e d’onde és? E disse o moço egypcio: Sou servo d’um homem amalekita, e meu senhor me deixou, porque adoeci ha tres dias. 14 Nós démos com impeto para a banda do sul dos cherethitas, [6] e para a banda de Judah, e para a banda do sul de [7] Caleb, e pozemos fogo a Siclag. 15 E disse-lhe David: Poderias, descendo, guiar-me a essa tropa? E disse-lhe: Por Deus me jura que me não matarás, nem me entregarás na mão de meu senhor, e, descendo, te guiarei a essa tropa. 16 E, descendo, o guiou e eis que _estavam_ espalhados sobre a face de toda a terra, comendo, e bebendo, [8] e dançando, por todo aquelle grande despojo que tomaram da terra dos philisteos e da terra de Judah. 17 E feriu-os David, desde o crepusculo até á tarde do dia seguinte, e nenhum d’elles escapou, senão só quatrocentos mancebos que, montados sobre camelos, fugiram. 18 Assim livrou David tudo quanto tomaram aos amalekitas: tambem as suas duas mulheres livrou David. 19 E ninguem lhes faltou, desde o menor até ao maior, e até os filhos e as filhas; e tambem desde o despojo até tudo quanto lhes tinham tomado, [9] tudo David tornou a trazer. 20 Tambem tomou David todas as ovelhas e vaccas, _e_ levavam-n’as diante do _outro_ gado, e diziam: Este _é_ o despojo de David. 21 E, chegando David aos [10] duzentos homens que, de cançados que estavam, não poderam seguir a David, e que deixaram ficar no ribeiro de Besor, estes sairam ao encontro de David e do povo que com elle _vinha_: e, chegando-se David ao povo, os saudou em paz. _David estabelece a lei da divisão da presa._ 22 Então todos os maus, e _filhos_ de Belial, d’entre os homens que tinham ido com David, responderam, [11] e disseram: Visto que não foram comnosco, não lhes daremos do despojo que libertámos; mas que leve cada um sua mulher e seus filhos, e se vá. 23 Porém David disse: Não fareis assim, irmãos meus, com o que nos deu o Senhor, que nos guardou, e entregou a tropa que contra nós vinha nas nossas mãos. 24 E quem a tal vos daria ouvidos? porque qual _é_ a parte dos que desceram á [12] peleja, tal tambem será a parte dos que ficaram com a bagagem; egualmente repartirão. 25 O que _assim_ foi desde aquelle dia em diante, porquanto o poz por estatuto e direito em Israel até _ao dia de_ hoje. 26 E, chegando David a Siclag, enviou do despojo aos anciãos de Judah, seus amigos, dizendo: Eis ahi para vós uma benção do despojo dos inimigos do Senhor; 27 Aos de Beth-el, e aos de Ramoth do [13] sul, e aos de Jatter, 28 E aos [14] d’Aroer, e aos de Siphmoth, e aos [15] d’Esthemoa, 29 E aos de Rachal, e aos que _estavam_ nas cidades [16] jerahmeelitas e nas cidades dos [17] keneos, 30 E aos [18] d’Horma, e aos de Corasan, e aos d’Athak, 31 E aos [19] d’Hebron, e a todos os logares em que andara David, elle e os seus homens. [1] cap. 15.7 e 27.8. [2] cap. 25.42. II Sam. 2.2. [3] Exo. 17.4. Hab. 3.17, 18. [4] cap. 23.2, 4. [5] ver. 21. [6] ver. 16. II Sam. 8.18. [7] Jos. 14.13. [8] I The. 5.3. [9] ver. 8. [10] ver. 10. [11] Deu. 13.13. Jui. 19.22. [12] Num. 31.27. Jos. 22.8. [13] Jos. 19.8 e 15.48. [14] Jos. 13.16. [15] Jos. 15.50. [16] cap. 27.10. [17] Jui. 1.16. [18] Jui. 1.17. [19] Jos. 14.13. II Sam. 2.1. _A matança dos israelitas e a morte de Saul._ 31 Os philisteos, [1] pois, pelejaram contra Israel: e os homens de Israel fugiram de diante dos philisteos, e cairam atravessados [2] na montanha de Gilboa. 2 E os philisteos apertaram com Saul e seus filhos: e os philisteos mataram a Jonathan, [3] e a Abinadab, e a Malchisua, filhos de Saul. 3 E a peleja se aggravou [4] contra Saul, e os frecheiros o alcançaram; e muito temeu _por causa_ dos frecheiros. 4 Então disse [5] Saul ao seu pagem d’armas: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ella, para que _porventura_ não venham estes incircumcisos, e me atravessem e escarneçam de mim. Porém o seu pagem d’armas não quiz, porque [6] temia muito: então Saul tomou a espada, e se lançou sobre ella. 5 Vendo pois o seu pagem d’armas que Saul já era morto, tambem elle se lançou sobre a sua espada, e morreu com elle. 6 Assim falleceu Saul, e seus tres filhos, e o seu pagem d’armas, _e_ tambem todos os homens morreram juntamente n’aquelle dia. 7 E, vendo os homens d’Israel, que _estavam_ d’esta banda do valle e d’esta banda do Jordão, que os homens d’Israel fugiram, e que Saul e seus filhos estavam mortos, desampararam as cidades, e fugiram; e vieram os philisteos, e habitaram n’ellas. 8 Succedeu pois que, vindo os philisteos ao outro dia a despojar os mortos, acharam a Saul e a seus tres filhos estirados na montanha de Gilboa. 9 E cortaram-lhe a cabeça, e o despojaram das suas armas, e enviaram pela terra dos philisteos, em redor, a annuncial-o no templo dos seus idolos e [7] entre o povo. 10 E pozeram [8] as suas armas no templo d’Astaroth, e o seu corpo o affixaram no muro de Beth-san. 11 Ouvindo então isto os [9] moradores de Jabez-gilead, o que os philisteos fizeram a Saul, 12 Todo o homem valoroso [10] se levantou, e caminharam toda a noite, e tiraram o corpo de Saul e os corpos de seus filhos do muro de Beth-san, e, vindo a Jabez, os queimaram. 13 E tomaram os seus ossos, e _os_ sepultaram debaixo d’um [11] arvoredo, em Jabez, e jejuaram sete dias. [1] I Chr. 10.1-12. [2] cap. 28.4. [3] cap. 14.49. I Chr. 8.33. [4] II Sam. 1.6, etc. [5] Jui. 9.54. cap. 14.6 e 17.26. [6] II Sam. 1.14. [7] II Sam. 1.20. [8] cap. 21.9. Jui. 2.13. II Sam. 21.12. Jos. 17.11. Jui. 1.27. [9] cap. 11.3, 9, 11. [10] cap. 11.1-11. II Sam. 2.4, 7. II Chr. 16.14. Jer. 34.5. Amós 6.10. [11] II Sam. 2.4, 5 e 21.12, 13, 14. Gen. 50.10. O SEGUNDO LIVRO DE SAMUEL. _David mata o amalekita que lhe traz a noticia da morte de Saul._ [Antes de Christo 1056] 1 E succedeu, depois da morte de Saul, voltando David da [1] derrota dos amalekitas, e ficando David dois dias em Siclag, 2 Succedeu ao terceiro dia que eis que _um_ homem [2] veiu do arraial de Saul com os vestidos rotos e _com_ terra sobre a cabeça; e, succedeu que chegando elle a David, se lançou no chão, e se inclinou. 3 E David lhe disse: D’onde vens? E _elle_ lhe disse: Escapei do exercito d’Israel. 4 E disse-lhe David: Como foi lá isso? peço-te, dize-m’o. E _elle_ lhe respondeu: O povo fugiu da batalha, e muitos do povo cairam, e morreram, assim como tambem Saul e Jonathan, seu filho, foram mortos. 5 E disse David ao mancebo que lhe trazia as novas: Como sabes tu que Saul e Jonathan, seu filho, são mortos? 6 Então disse o mancebo que lhe dava a noticia: Cheguei por acaso [3] á montanha de Gilboa, e eis que Saul estava encostado sobre a sua lança, e eis que carros e capitães de cavallaria apertavam com elle. 7 E, olhando elle para traz de si, viu-me a mim, e chamou-me; e eu disse: Eis-me _aqui_. 8 E elle me disse: Quem _és_ tu? E eu lhe disse: Sou amalekita. 9 Então elle me disse: Peço-te, arremessa-te sobre mim, e mata-me, porque angustias me teem cercado, pois toda a minha vida _está_ ainda em mim. 10 Arremessei-me pois sobre [4] elle, e o matei, porque _bem_ sabia eu que não viveria depois da sua queda, e tomei a corôa que _tinha_ na cabeça, e a manilha que _trazia_ no braço, e as trouxe aqui a meu senhor. 11 Então apanhou David os seus vestidos, e os rasgou, [5] como tambem todos os homens que _estavam_ com elle. 12 E prantearam, e choraram, e jejuaram até á tarde por Saul, e por Jonathan, seu filho, e pelo povo do Senhor, e pela casa de Israel, porque tinham caido á espada. 13 Disse então David ao mancebo que lhe trouxera a nova: D’onde és tu? E disse elle: Sou filho de um _homem_ estrangeiro, amalekita. 14 E David lhe disse: Como [6] não temeste tu estender a mão para matares ao ungido do Senhor? 15 Então chamou [7] David a um dos mancebos, e disse: Chega, _e_ lança-te sobre elle. E elle o feriu, e morreu. 16 E disse-lhe David: O [8] teu sangue _seja_ sobre a tua cabeça, porque a tua _propria_ bocca testificou contra ti, dizendo: Eu matei o ungido do Senhor. _O pranto de David por Saul e Jonathan._ 17 E lamentou David a Saul e a Jonathan, seu filho, com esta lamentação, 18 Dizendo [9] elle que ensinassem aos filhos de Judah o uso do arco: Eis que está escripto no livro do Recto: 19 Ah, ornamento d’Israel! nos teus altos fui ferido: como cairam [10] os valentes! 20 Não o noticieis [11] em Gath, não o publiqueis nas ruas d’Ascalon, para que não se alegrem as filhas dos philisteos, para que não saltem _de contentamento_ as filhas dos incircumcisos. 21 _Vós_, montes de Gilboa, [12] nem orvalho, nem chuva _caia_ sobre vós, nem sobre vós, campos de offertas alçadas, pois ahi desprezivelmente foi arrojado o escudo dos valentes, o escudo de Saul, _como se não fôra_ ungido [13] com oleo. 22 Do sangue dos feridos, da gordura dos valentes, nunca se retirou para traz o arco de Jonathan, nem voltou vazia a espada de Saul. 23 Saul e Jonathan, tão amados [14] e queridos na sua vida, tambem na sua morte se não separaram: eram mais ligeiros _do_ que _as_ aguias, mais [15] fortes _do_ que _os_ leões. 24 _Vós_, filhas d’Israel, chorae por Saul, que vos vestia de escarlata em delicias, que vos fazia trazer ornamentos de oiro sobre os vossos vestidos. 25 Como cairam os valentes no meio da peleja! Jonathan nos teus altos _foi_ ferido. 26 Angustiado estou por ti, meu irmão Jonathan; quão amabilissimo me eras! mais maravilhoso me era o teu amor [16] do que o amor das mulheres. 27 Como cairam [17] os valentes, e pereceram as armas de guerra! [1] I Sam. 30.17, 26. [2] cap. 4.10. I Sam. 4.12. [3] I Sam. 31.1, 2, 3, 4. [4] Jui. 9.54. [5] cap. 3.31 e 13.31. [6] Num. 12.8. I Sam. 31.4 e 24.6 e 26.9. [7] cap. 4.10, 12. [8] I Sam. 26.9. I Reis 2.32, 33, 37. ver. 10. Luc. 19.22. [9] I Sam. 31.3. Jos. 10.13. [10] ver. 27. [11] I Sam. 31.9. Miq. 1.10. Jui. 16.23 e 11.34. I Sam. 18.6 e 31.4. [12] I Sam. 31.1. Jui. 5.23. Job 3.3, 4. Jer. 20.14. [13] I Sam. 10.1. [14] I Sam. 18.4. [15] Jui. 14.18. [16] I Sam. 18.1, 3 e 19.2 e 20.17, 41 e 23.16. [17] ver. 19. _David é acclamado rei de Judah._ [Antes de Christo 1055] 2 E succedeu depois d’isto que David consultou [1] ao Senhor, dizendo: Subirei a alguma das cidades de Judah? E disse-lhe o Senhor: Sobe. E disse David: Para onde subirei? E disse: [2] Para Hebron. 2 E subiu David para lá, e tambem as suas duas mulheres, [3] Achinoam, a jizreelita, e Abigail, a mulher de Nabal, o carmelita. 3 Fez tambem [4] David subir os homens que estavam com elle, cada um com a sua familia: e habitaram nas cidades de Hebron. 4 Então vieram os homens de Judah, e [5] ungiram ali a David rei sobre a casa de Judah. E deram avisos a David, dizendo: Os homens de Jabez-gilead _são_ os que sepultaram a Saul. 5 Então enviou David mensageiros aos homens de Jabez-gilead, e disse-lhes: Bemditos [6] _sejaes_ vós do Senhor, que fizestes tal beneficencia a vosso senhor, a Saul, e o sepultastes! 6 Agora, pois, [7] o Senhor use comvosco de beneficencia e fidelidade: e tambem eu vos farei este bem, porquanto fizestes isto. 7 Esforcem-se pois agora as vossas mãos, e sêde homens valentes, pois Saul, vosso senhor, é morto, mas tambem os da casa de Judah _já me_ ungiram a mim rei sobre si. _Abner faz Isboseth rei de Israel._ 8 Porém Abner, [8] filho de Ner, capitão do exercito de Saul, tomou a Isboseth, filho de Saul, e o fez passar a Mahanaim, 9 E o constituiu rei sobre Gilead, e sobre os assuritas, e sobre Jizreel, e sobre Ephraim, e sobre Benjamin, e sobre todo o Israel. 10 Da edade de quarenta annos _era_ Isboseth, filho de Saul, quando começou _a_ reinar sobre Israel, e reinou dois annos: mas os da casa de Judah seguiam a David. 11 E foi o numero dos dias que David [9] reinou em Hebron, sobre a casa de Judah, sete annos e seis mezes. _Victoria de David sobre Isboseth._ 12 Então saiu Abner, filho de Ner, com os servos de Isboseth, filho de Saul, de Mahanaim a [10] Gibeon. 13 Sairam tambem Joab, filho de Zeruia, e os servos de David, e se encontraram uns com os outros perto [11] do tanque de Gibeon: e pararam estes d’esta banda do tanque, e os outros d’aquella banda do tanque. 14 E disse Abner a Joab: Deixa levantar os mancebos, e joguem diante de nós. E disse Joab: Levantem-se. 15 Então se levantaram, e passaram, por conta, doze de Benjamin, da parte d’Isboseth, filho de Saul, e doze dos servos de David. 16 E cada um lançou mão da cabeça do outro, _metteu-lhe_ a espada pela ilharga, e cairam juntamente: d’onde se chamou áquelle logar [JU] Helkath-hazzurim, que _está_ junto a Gibeon. 17 E seguiu-se n’aquelle dia uma crua peleja: porém Abner e os homens de Israel foram feridos diante dos servos de David. 18 E estavam ali [12] os tres filhos de Zeruia, Joab, Abisai, e Asael: e Asael _era_ ligeiro de pés, como uma das cabras _montezes_ que ha no campo. 19 E Asael perseguiu a Abner: e não declinou de detraz de Abner, nem para a direita nem para a esquerda. 20 E Abner, olhando para traz, disse: És tu este Asael? E disse elle: Eu _sou_. 21 Então lhe disse Abner: Desvia-te para a direita, ou para a esquerda, e lança mão d’um dos mancebos, e toma os seus despojos. Porém Asael não quiz desviar-se de detraz d’elle. 22 Então Abner tornou a dizer a Asael: Desvia-te de detraz de mim: porque hei de eu ferir-te e dar comtigo em terra? e como levantaria eu o meu rosto diante de Joab teu irmão? 23 Porém, não se querendo elle desviar, Abner o feriu com o conto da lança pela quinta _costella_, [13] e a lança lhe saiu por detraz, e caiu ali, e morreu n’aquelle mesmo logar; e succedeu que todos os que chegavam ao logar onde Asael caiu e morreu paravam. 24 Porém Joab e Abisai perseguiram a Abner: e poz-se o sol, chegando elles ao outeiro de Amma, que _está_ diante de Giah, junto ao caminho do deserto de Gibeon. 25 E os filhos de Benjamin se ajuntaram detraz d’Abner, e fizeram um batalhão, e pozeram-se no cume d’um outeiro. 26 Então Abner gritou a Joab, e disse: Consumirá a espada para sempre? não sabes _tu_ que por fim haverá amargura? e até quando não has de dizer ao povo que se torne de detraz de seus irmãos? 27 E disse Joab: Vive Deus, que, se não tivesses fallado, [14] já desde pela manhã o povo teria cessado cada um de perseguir a seu irmão. 28 Então Joab tocou a bozina, e todo o povo parou, e não perseguiram mais a Israel: e tão pouco pelejaram mais. 29 E caminharam Abner e os seus homens toda aquella noite pela planicie: e, passando o Jordão, caminharam por todo o Bithron, e vieram a Mahanaim. 30 Tambem Joab se tornou de detraz d’Abner, e ajuntou todo o povo: e dos servos de David faltaram dezenove homens, e Asael. 31 Porém os servos de David feriram d’entre os de Benjamin, e d’entre os homens d’Abner, a trezentos e sessenta homens, _que ali_ ficaram mortos. 32 E levantaram a Asael, e sepultaram-n’o na sepultura de seu pae, _que estava_ em Beth-lehem: e Joab e seus homens caminharam toda aquella noite, e amanheceu-lhes em Hebron. [1] Jui. 1.1. I Sam. 23.2, 4, 9 e 30.7, 8. [2] I Sam. 30.31. ver. 11. cap. 5.1, 3. I Reis 2.11. [3] I Sam. 30.5. [4] I Sam. 27.2, 3 e 30.1. I Sam. 12.1. [5] ver. 11. cap. 5.5. I Sam. 31.11, 13. [6] Ruth 2.20 e 3.10. Psa. 115.15. [7] II Tim. 1.16, 18. [8] I Sam. 14.50. [9] cap. 5.5. I Reis 2.11. [10] Jos. 18.25. [11] Jer. 41.12. [12] I Chr. 2.16 e 12.3. Can. 2.17 e 8.14. [13] cap. 3.27 e 4.6 e 20.10. [14] ver. 14. Pro. 17.14. 3 E houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de David: porém David se ia fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo. _Os filhos de David que nasceram em Hebron._ [Antes de Christo 1053] 2 E a David [1] nasceram filhos em Hebron: e foi o seu primogenito Amnon, de Achinoam a jizreelita; 3 E seu segundo Chileab, de Abigail, mulher de Nabal, o carmelita; e o terceiro Absalão, filho de Maaka, filha de Talmai, rei de [2] Gesur; 4 E o quarto Adonias, [3] filho d’Haggith; e o quinto Sephatias, filho d’Abital; 5 E o sexto Jithream, d’Egla, _tambem_ mulher de David: estes nasceram a David em Hebron. 6 E, havendo guerra entre a casa de Saul, e a casa de David, succedeu que Abner se esforçava na casa de Saul. _Abner faz alliança com David._ [Antes de Christo 1048] 7 E tinha tido Saul uma concubina, cujo nome era Rispa, [4] filha de Aia: e disse _Isboseth_ a Abner: Porque entraste á [5] concubina de meu pae? 8 Então se irou muito Abner pelas palavras de Isboseth, e disse: _Sou_ eu cabeça de cão, [6] que _pertença_ a Judah? _ainda_ hoje faço beneficencia á casa de Saul, teu pae, a seus irmãos, e a seus amigos, e te não entreguei nas mãos de David, e tu hoje buscas motivo para me arguires por respeito da maldade _d’uma_ mulher. 9 Assim faça Deus [7] a Abner, e outro tanto, que como o Senhor jurou a David assim lhe hei de fazer, 10 Transferindo o reino da casa de Saul, e levantando o throno de David sobre Israel, e sobre Judah, desde [8] Dan até Berseba. 11 E nem ainda uma palavra podia responder a Abner: porque o temia. 12 Então ordenou Abner da sua parte mensageiros a David, dizendo: De quem _é_ a terra? _E_ disse: Comigo faze a tua alliança, e eis que a minha mão será comtigo, para tornar a ti todo o Israel. 13 E disse _David_: Bem, eu farei comtigo alliança, porém uma coisa te peço, que é: não verás [9] a minha face, se primeiro _me_ não trouxeres a Michal, filha de Saul, quando vieres ver a minha face. 14 Tambem enviou David mensageiros a Isboseth, filho de Saul, dizendo: Dá-_me_ minha mulher Michal, que eu desposei [10] comigo por cem prepucios de philisteos. 15 E enviou Isboseth, [11] e a tirou a seu marido, a Phaltiel, filho de Lais. 16 E ia com ella seu marido, caminhando, e chorando detraz d’ella, até Baurim. [12] Então lhe disse Abner: Vae-te _agora_, volta. E elle voltou. 17 E praticava Abner com os anciãos de Israel, dizendo: Muito tempo ha que procuraveis que David reinasse sobre vós. 18 Fazei-_o_ pois agora, porque o Senhor fallou [13] a David, dizendo: Pela mão de David meu servo livrarei o meu povo das mãos dos philisteos e das mãos de todos os seus inimigos. 19 E fallou tambem Abner _o mesmo_ aos ouvidos de Benjamin: [14] e foi tambem Abner dizer aos ouvidos de David, em Hebron, tudo o que _era_ bom aos olhos de Israel e aos olhos de toda a casa de Benjamin. 20 E veiu Abner a David, a Hebron, e vinte homens com elle: e David fez um banquete a Abner e aos homens que com elle _vinham_. 21 Então disse Abner a David: Eu me levantarei, e irei, e ajuntarei [15] ao rei meu senhor todo o Israel, para fazerem alliança comtigo; e tu reinarás sobre tudo o que [16] desejar a tua alma. Assim despediu David a Abner, e foi-se elle em paz. _Joab mata Abner á traição._ 22 E eis que os servos de David e Joab vieram d’uma sortida, e traziam comsigo grande despojo; e _já_ Abner não estava com David em Hebron, porque o tinha despedido, e se tinha ido em paz. 23 Chegando pois Joab, e todo o exercito que _vinha_ com elle, deram aviso a Joab, dizendo: Abner, filho de Ner, veiu ao rei, e o despediu, e foi-se em paz. 24 Então Joab entrou ao rei, e disse: Que fizeste? eis que Abner veiu ter comtigo; porque pois o despediste, de maneira que se fosse assim livremente? 25 _Bem_ conheces a Abner, filho de Ner, que te veiu enganar, e saber a tua saida [17] e a tua entrada, e entender tudo quanto fazes. 26 E Joab, retirando-se de David, enviou mensageiros atraz d’Abner, e o fizeram voltar desde o poço de Sira, sem que David _o_ soubesse. 27 Tornando pois Abner a Hebron, Joab o tirou á parte, á entrada da porta, [18] para lhe fallar em segredo: e feriu-o ali pela quinta _costella_, e morreu, por causa do sangue de Asael seu irmão. 28 O que David depois ouvindo, disse: Innocente _sou_ eu, e o meu reino, para com o Senhor, para sempre, do sangue d’Abner, filho de Ner. 29 Fique-se [19] sobre a cabeça de Joab e sobre toda a casa de seu pae, e nunca da casa de Joab falte quem tenha fluxo, nem _quem seja_ [20] leproso, nem quem se atenha a bordão, nem quem caia á espada, nem quem necessite de pão. 30 Joab pois e Abisai, seu irmão, mataram a Abner, por ter morto a Asael, seu irmão, [21] na peleja em Gibeon. _David lamenta a morte de Abner._ 31 Disse pois David a Joab, e a todo o povo que com elle _estava_: Rasgae os vossos vestidos; [22] e cingi-vos de saccos e ide pranteando diante de Abner. E o rei David ia seguindo o feretro. 32 E, sepultando a Abner em Hebron, o rei levantou a sua voz, e chorou junto da sepultura de Abner; e chorou todo o povo. 33 E o rei, pranteando a Abner, disse: _Não_ morreu Abner como [23] morre o vilão? 34 As tuas mãos não _estavam_ atadas, nem os teus pés carregados de grilhões _de bronze_, _mas_ caiste como os que caem diante dos filhos da maldade! Então todo o povo chorou muito mais por elle. 35 Então todo o povo veiu fazer que David comesse pão, sendo ainda dia, porém David jurou, [24] dizendo: Assim Deus me faça, e outro tanto, se, antes que o sol se ponha, eu provar pão ou alguma coisa. 36 O que todo o povo entendendo, pareceu bem aos seus olhos, assim como tudo quanto o rei fez pareceu bem aos olhos de todo o povo. 37 E todo o povo e todo o Israel entenderam n’aquelle mesmo dia que não procedera do rei que matassem a Abner, filho de Ner. 38 Então disse o rei aos seus servos: Não sabeis que hoje caiu em Israel um principe e um grande? 39 Que eu ainda _sou_ tenro, _ainda que_ ungido rei; estes homens, filhos de Zeruia, _são_ [JV] mais [25] duros do que eu: o Senhor pagará ao malfeitor, conforme a sua maldade. [1] I Chr. 3.1-4. I Sam. 25.43. [2] I Sam. 27.8. cap. 13.37. [3] I Reis 1.5. [4] cap. 21.8, 10. [5] cap. 16.21. [6] Deu. 23.18. I Sam. 24.14. cap. 9.8 e 16.9. [7] Ruth 1.17. I Reis 19.2. I Sam. 15.28 e 16.1, 12 e 28.17. I Chr. 12.23. [8] Jui. 20.1. cap. 17.11. I Reis 4.25. [9] Gen. 43.3. I Sam. 18.20. [10] I Sam. 18.25, 27. [11] I Sam. 25.44. [12] cap. 19.16. [13] ver. 9. [14] I Chr. 12.29. [15] ver. 10, 12. [16] I Reis 11.37. [17] I Sam. 29.6. Isa. 37.28. [18] I Reis 2.5. cap. 20.9, 10 e 4.6 e 2.23. [19] I Reis 2.32, 33. [20] Lev. 15.2. [21] cap. 2.23. [22] Jos. 7.6. cap. 1.2, 11. Gen. 37.34. [23] cap. 13.12, 13. [24] cap. 12.17. Jer. 16.7. Ruth 1.17. cap. 1.12. [25] cap. 19.7. I Reis 2.5, 6, 33, 34. _Dois servos de Isboseth o matam e trazem a cabeça a David._ 4 Ouvindo pois o filho de Saul que Abner morrera em Hebron, as mãos se lhe afrouxaram: [1] e todo o Israel pasmou. 2 E tinha o filho de Saul dois homens capitães de tropas: _e era_ o nome d’um Baena, e o nome do outro Rekab, filhos de Rimmon, o beerothita, dos filhos de Benjamin, porque tambem Beeroth se reputava [2] de Benjamin. 3 E tinham fugido os beerothitas para [3] Gittaim, e ali tinham peregrinado até _ao dia de_ hoje. 4 E Jonathan, [4] filho de Saul, tinha um filho aleijado _de ambos_ os pés: era da edade de cinco annos quando as novas de Saul e Jonathan vieram de Jizreel, e sua ama o tomou, e fugiu: e succedeu que, apressando-se ella a fugir, elle caiu, e ficou côxo; e o seu nome era Mephiboseth. 5 E foram os filhos de Rimmon, o beerothita, Rekab e Baena, e entraram em casa de Isboseth no maior calor do dia, estando elle deitado a dormir, ao meio dia. 6 E ali entraram até ao meio da casa, _como que vindo_ tomar trigo, e o feriram na quinta _costella_: e Rekab e Baena, seu irmão, [5] escaparam; 7 Porque entraram na _sua_ casa, estando elle na cama deitado, na sua recamara, e o feriram, e o mataram, e lhe cortaram a cabeça; e, tomando a sua cabeça, andaram toda a noite caminhando pela planicie. 8 E trouxeram a cabeça d’Isboseth a David, a Hebron, e disseram ao rei: Eis aqui a cabeça de Isboseth, filho de Saul, teu inimigo, que te procurava [6] a morte: assim o Senhor vingou hoje ao rei meu senhor de Saul e da sua semente. 9 Porém David, respondendo a Rekab e a Baena, seu irmão, filhos de Rimmon, o beerothita, disse-lhes: Vive o Senhor, que remiu [7] a minha alma de toda a angustia, 10 Que, pois se áquelle [8] que me trouxe novas (dizendo: Eis que Saul morto é, parecendo-lhe _porém_ aos seus olhos que era como quem trazia boas novas), eu logo lancei mão d’elle, e o matei em Siclag, _cuidando_ elle que eu _por isso_ lhe désse alviçaras; 11 Quanto mais a impios homens, _que_ mataram um homem justo em sua casa, sobre a sua cama: agora, pois, não requereria [9] eu o seu sangue de vossas mãos, e não vos exterminaria da terra? 12 E deu David ordem [10] aos seus mancebos que os matassem: e cortaram-lhes os pés e as mãos, e os penduraram sobre o tanque de Hebron: tomaram porém a cabeça d’Isboseth, e a sepultaram na sepultura [11] de Abner, em Hebron. [1] Esd. 4.4. Isa. 13.7. Mat. 2.3. [2] Jos. 18.25. [3] Neh. 11.33. [4] cap. 9.3. I Sam. 29.1, 11. [5] cap. 2.23. [6] I Sam. 19.2, 10, 11 e 23.15 e 25.29. [7] Gen. 48.16. I Reis 1.29. [8] cap. 1.2, 4, 15. [9] Gen. 9.5, 6. [10] cap. 1.15. [11] cap. 3.32. _David é constituido rei de todo o Israel._ [Antes de Christo 1043] 5 Então [1] todas as tribus d’Israel vieram a David, a Hebron, e fallaram, dizendo: Eis-nos aqui, teus ossos e tua carne _somos_. 2 E tambem d’antes, sendo Saul ainda [2] rei sobre nós, eras tu o que sahias e entravas com Israel; e tambem o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo d’Israel, [3] e tu serás chefe sobre Israel. 3 Assim pois todos [4] os anciãos d’Israel vieram ao rei, a Hebron; e o rei David fez com elles alliança em Hebron, perante o Senhor: e ungiram a David rei sobre Israel. 4 Da edade de trinta annos _era_ David quando começou a [5] reinar: quarenta annos reinou. 5 Em Hebron reinou sobre Judah sete annos [6] e seis mezes, e em Jerusalem reinou trinta e tres annos sobre todo o Israel e Judah. 6 E partiu o rei com os seus homens a Jerusalem, [7] contra os jebuseos que habitavam n’aquella terra; e fallaram a David, dizendo: Não entrarás aqui, que os cegos e os côxos te rechaçaram _d’aqui_ (querendo dizer: Não entrará David aqui). 7 Porém David tomou a fortaleza de Sião: esta [8] é a cidade de David. 8 Porque David disse n’aquelle dia: Qualquer que ferir aos jebuseos, e chegar ao canal, e aos côxos e aos cegos, que [9] a alma de David aborrece, _será cabeça e capitão_. Por isso se diz: Nem cego nem côxo entrará n’esta casa. 9 Assim habitou David na fortaleza, e a chamou [10] a cidade de David: e David foi edificando em redor, desde Millo até dentro. 10 E David se ia _cada vez mais_ augmentando e crescendo, porque o Senhor Deus dos exercitos _era_ com elle. 11 E Hirão, [11] rei de Tyro, enviou mensageiros a David, e madeira de cedro, e carpinteiros, e pedreiros: edificaram a David uma casa. 12 E entendeu David que o Senhor o confirmara rei sobre Israel, e que exaltara o seu reino por amor do seu povo. _Os filhos de David que nasceram em Jerusalem._ 13 E tomou [12] David mais concubinas e mulheres de Jerusalem, depois que viera de Hebron: e nasceram a David mais filhos e filhas. 14 E estes [13] _são_ os nomes dos que lhe nasceram em Jerusalem: Sammua, e Sobab, e Nathan, e Salomão, 15 E Ibhar, e Elisua, e Nepheg, e Japhia, 16 E Elisama, e Eliada, e Eliphelet. 17 Ouvindo [14] pois os philisteos que haviam ungido a David rei sobre Israel, todos os philisteos subiram em busca de David: o que ouvindo David, desceu á fortaleza. 18 E os philisteos vieram, e se estenderam pelo valle [15] de Rephaim. 19 E David consultou [16] ao Senhor, dizendo: Subirei contra os philisteos? entregar-m’os-has nas minhas mãos? E disse o Senhor a David: Sobe, porque certamente entregarei os philisteos nas tuas mãos. 20 Então veiu David a Baal-perasim; [17] e feriu-os ali David, e disse: Rompeu o Senhor a meus inimigos diante de mim, como quem rompe aguas. Por isso chamou o nome d’aquelle logar Baal-perasim. 21 E deixaram [18] ali os seus idolos; e David e os seus homens os tomaram. 22 E os philisteos tornaram a subir, e se estenderam pelo valle de Rephaim. 23 E David consultou [19] ao Senhor, o qual disse: Não subirás: _mas_ rodeia por detraz d’elles, e virás a elles por defronte das amoreiras. 24 E ha de ser que, ouvindo tu um estrondo [20] de marcha pelas copas das amoreiras, então te apressarás: porque o Senhor saiu então [21] diante de ti, a ferir o arraial dos philisteos. 25 E fez David assim como o Senhor lhe tinha ordenado: e feriu os philisteos desde Gibeah, [22] até chegar a Gezer. [1] I Chr. 11.1 e 12.23. Gen. 29.14. [2] I Sam. 18.13. [3] I Sam. 16.1, 2. Psa. 78.70. cap. 7.7. [4] I Chr. 11.3. II Reis 11.17. Jui. 11.11. I Sam. 23.18. [5] I Chr. 26.31 e 29.27. [6] cap. 2.11. I Chr. 3.4. [7] Jui. 1.21. Jos. 15.63. Jui. 1.8 e 19.11, 12. [8] ver. 9. I Reis 2.10 e 8.1. [9] I Chr. 11.6-9. [10] ver. 7. [11] I Reis 5.2. I Chr. 14.1. [12] Deu. 17.17. I Chr. 3.9 e 14.3. [13] I Chr. 3.5 e 14.4. [14] I Chr. 11.16 e 14.8. cap. 23.14. [15] Jos. 15.8. Isa. 17.5. [16] I Sam. 23.2, 4 e 30.8. cap. 2.1. [17] Isa. 28.21. [18] Deu. 7.5, 25. I Chr. 14.12. [19] ver. 19. [20] II Reis 7.6. [21] Jui. 4.14. [22] I Chr. 14.16. Jos. 16.10. _David traz a arca para Jerusalem._ [Antes de Christo 1042] 6 E tornou David a ajuntar todos os escolhidos de Israel, _em numero de_ trinta mil. 2 E levantou-se [1] David, e partiu com todo o povo que _tinha_ comsigo de Baalim de Judah, para levarem d’ali para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o nome, o nome do Senhor dos exercitos, que se [2] assenta _entre_ os cherubins. 3 E puzeram a arca de Deus em um [3] carro novo, e a levaram da casa de Abinadab, que _está_ em Gibeah: e Uza e Ahio, filhos de Abinadab, guiavam o carro novo. 4 E levando-o da casa [4] d’Abinadab, que _está_ em Gibeah, com a arca de Deus, Ahio ia diante da arca. 5 E David, e toda a casa de Israel, fazia alegrias perante o Senhor, com toda a sorte _de instrumentos de_ pau de faia: como com harpas, e com psalterios, e com tamboris, e com pandeiros, e com cymbalos. 6 E, chegando [5] á eira de Nachon, estendeu Uza a _mão_ á arca de Deus, e teve mão n’ella; porque os bois _a_ deixavam pender. 7 Então a ira do Senhor se accendeu contra Uza, e Deus o feriu [6] ali por esta imprudencia: e morreu ali junto á arca de Deus. 8 E David se contristou, porque o Senhor abrira rotura em Uza; e chamou aquelle logar [JW] Peres-uza, até _ao dia d’hoje_. 9 E temeu [7] David ao Senhor n’aquelle dia; e disse: Como virá a mim a arca do Senhor? 10 E não quiz David retirar a si a arca do Senhor á cidade de David; mas David a fez levar á casa [8] de Obed-edom, o getheo. 11 E ficou a arca do Senhor em casa d’Obed-edom, o getheo, [9] tres mezes: e abençoou [10] o Senhor a Obed-edom, e a toda a sua casa. 12 Então avisaram a David, dizendo: Abençoou o Senhor a casa d’Obed-edom, e tudo quanto tem, por amor da arca de Deus; [11] foi pois David, e trouxe a arca de Deus para cima, da casa de Obed-edom, á cidade de David, com alegria. 13 E succedeu que, quando os que levavam a [12] arca do Senhor tinham dado seis passos, sacrificava bois e _carneiros_ cevados. 14 E David saltava [13] com todas as suas forças diante do Senhor: e _estava_ David cingido d’um ephod de linho. 15 Assim subindo, levavam David [14] e todo o Israel a arca do Senhor, com jubilo, e ao som das trombetas. 16 E succedeu que, entrando a arca do Senhor na cidade de David, [15] Michal, a filha de Saul, estava olhando pela janella: e, vendo ao rei David, _que ia_ bailando e saltando diante do Senhor, o desprezou no seu coração. 17 E introduzindo [16] a arca do Senhor, a puzeram no seu logar, na tenda que David lhe armara: e offereceu David holocaustos e offertas pacificas perante o Senhor. 18 E acabando David de offerecer os holocaustos e offertas pacificas, abençoou [17] o povo em nome do Senhor dos exercitos. 19 E repartiu [18] a todo o povo, e a toda a multidão de Israel, desde os homens até ás mulheres, a cada um, um bolo de pão, e _um_ bom pedaço _de carne_, e _um_ frasco _de vinho_; então foi-se todo o povo, cada um para sua casa. 20 E, voltando David para abençoar a sua casa, Michal, a filha de Saul, saiu a encontrar-se com David, e disse: Quão honrado foi o rei d’Israel, descobrindo-se [19] hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem pejo se descobre qualquer dos vadios. 21 Disse porém David a Michal: Perante o Senhor, [20] que me escolheu a mim antes do que a teu pae, e a toda a sua casa, mandando-me _que fosse_ chefe sobre o povo do Senhor, sobre Israel: perante o Senhor tenho feito alegrias. 22 E ainda mais do que isto me envilecerei, e me humilharei aos meus olhos: e das servas, de quem fallaste, d’ellas serei honrado. 23 E Michal, a filha de Saul, [21] não teve filhos, até ao dia da sua morte. [1] I Chr. 13.5, 6. [2] I Sam. 4.4. [3] Num. 7.9. I Sam. 6.7. [4] I Sam. 7.1. [5] I Chr. 13.9. Num. 4.15. [6] I Sam. 6.19. [7] Luc. 5.8, 9. [8] I Chr. 13.13. [9] I Chr. 13.14. [10] Gen. 30.27 e 39.5. [11] I Chr. 15.25. [12] Num. 4.15. Jos. 3.3. I Chr. 15.2, 15. I Reis 8.5. I Chr. 15.26. [13] Exo. 15.20. I Sam. 2.18. I Chr. 15.27. [14] I Chr. 15.28. [15] I Chr. 15.29. [16] I Chr. 16.1 e 15.1. I Reis 8.5, 62, 63. [17] I Reis 8.55. I Chr. 16.2. [18] I Chr. 16.3. [19] ver. 14, 16. I Sam. 19.24. Jui. 9.4. [20] I Sam. 13.14 e 15.28. [21] I Sam. 15.35. Isa. 22.14. Mat. 1.25. _David deseja edificar um templo ao Senhor._ 7 E Succedeu que, [1] estando o rei _David_ em sua casa, e _que_ o Senhor lhe tinha dado descanço de todos os seus inimigos em redor: 2 Disse o rei ao propheta Nathan: Ora olha, eu moro em casa de [2] cedros, e a arca de Deus mora dentro de cortinas. 3 E disse Nathan ao rei: Vae, _e_ faze tudo quanto _está_ no teu coração; porque [3] o Senhor _é_ comtigo. 4 Porém succedeu n’aquella mesma noite, que a palavra do Senhor veiu a Nathan, dizendo: 5 Vae, e dize a meu servo, a David: Assim diz o Senhor: Edificar-me-hias [4] tu casa para minha habitação? 6 Porque em casa nenhuma habitei desde _o [5] dia_ em que fiz subir os filhos de Israel do Egypto até _ao dia d’_hoje: mas andei em tenda e em tabernaculo. 7 E em todo _o logar_ em que andei [6] com todos os filhos d’Israel, fallei _porventura alguma_ palavra com alguma das tribus d’Israel, a quem mandei apascentar [7] o meu povo d’Israel, dizendo: Porque me não edificaes _uma_ casa de cedros? 8 Agora, pois, assim dirás ao meu servo, a David: Assim diz o Senhor dos exercitos: Eu te tomei [8] da malhada detraz das ovelhas, para que fosses o chefe sobre o meu povo, sobre Israel. 9 E fui comtigo, [9] por onde quer que foste, e destrui a teus inimigos diante de ti: e fiz para ti um grande [10] nome, como o nome dos grandes que _ha_ na terra. 10 E prepararei logar para o meu povo, para Israel, e o plantarei, [11] para que habite no seu logar e não mais seja movido, e nunca mais _os_ filhos de perversidade o afflijam, como d’antes, 11 E desde o dia [12] em que mandei, _que houvesse_ juizes sobre o meu povo Israel: a ti porém te dei descanço de todos os teus inimigos: tambem o Senhor te faz saber que o Senhor te fará casa. 12 Quando teus dias forem completos, [13] e vieres a dormir com teus paes, então farei levantar depois de ti a tua semente, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. 13 Este edificará [14] uma casa ao meu nome, e confirmarei o throno do seu reino para sempre. 14 Eu lhe serei por pae, [15] e elle me será por filho: e, se vier a transgredir, castigal-o-hei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens. 15 Mas a minha benignidade se não apartará d’elle; como [16] _a_ tirei de Saul, a quem tirei de diante de ti. 16 Porém a tua casa [17] e o teu reino será affirmado para sempre diante de ti: teu throno será firme para sempre. 17 Conforme a todas estas palavras, e conforme a toda esta visão, assim fallou Nathan a David. 18 Então entrou o rei David, e ficou perante o Senhor, e disse: Quem _sou_ eu, [18] Senhor JEHOVAH, e qual é a minha casa, que me trouxeste até aqui? 19 E ainda foi isto [19] pouco aos teus olhos, Senhor JEHOVAH, senão que tambem fallaste da casa de teu servo para tempos distantes: é isto [JX] o costume dos homens, ó Senhor JEHOVAH? 20 E que mais te fallará ainda David? pois tu conheces _bem_ [20] a teu servo, ó Senhor JEHOVAH. 21 Por causa da tua palavra, e segundo o teu coração, fizeste toda esta grandeza: fazendo-a saber a teu servo. 22 Portanto, grandioso és, ó Senhor JEHOVAH, [21] porque não _ha_ similhante a ti, e não _ha outro_ Deus senão tu só, segundo tudo o que temos ouvido com os nossos ouvidos. 23 E quem [22] _ha_ como o teu povo, como Israel, gente unica na terra? a quem Deus foi resgatar para seu povo; e a fazer-se nome, e a fazer-vos estas grandes e terriveis coisas á tua terra, diante do teu povo, que tu resgataste do Egypto, _desterrando_ as nações e a seus deuses. 24 E confirmaste [23] a teu povo Israel por teu povo para sempre, e tu, Senhor, te fizeste o seu Deus. 25 Agora, pois, ó Senhor JEHOVAH, esta palavra que fallaste ácerca de teu servo e ácerca da sua casa, confirma-a para sempre, e faze como tens fallado. 26 E engrandeça-se o teu nome para sempre, para que se diga: O Senhor dos exercitos _é_ Deus sobre Israel; e a casa de teu servo será confirmada diante de ti. 27 Pois tu, Senhor dos exercitos, Deus d’Israel, revelaste aos ouvidos de teu servo, dizendo: Edificar-te-hei casa. Portanto o teu servo achou no seu coração o fazer-te esta oração. 28 Agora, pois, Senhor JEHOVAH, tu _és_ o _mesmo_ Deus, e as tuas palavras serão verdade, [24] e tens fallado a teu servo este bem. 29 Sejas pois agora servido de abençoar a casa de teu servo, para permanecer para sempre diante de ti, pois tu, ó Senhor JEHOVAH, disseste; e com a tua benção será para sempre [25] bemdita a casa de teu servo. [1] I Chr. 17.1, etc. [2] cap. 5.11. Act. 7.46. [3] I Reis 8.17, 18. I Chr. 22.7 e 28.2. [4] I Reis 5.3 e 8.19. I Chr. 22.8 e 28.3. [5] I Reis 8.16. Exo. 40.18, 19, 34. [6] Lev. 26.11, 12. Deu. 23.14. [7] cap. 5.2. Mat. 2.6. Act. 20.28. [8] I Sam. 16.11, 12. [9] I Sam. 18.14. cap. 5.10 e 8.6, 14. I Sam. 31.6. Psa. 89.24. [10] Gen. 12.2. [11] Jer. 24.6. Amós 9.15. [12] Jui. 2.14, 15, 16. I Sam. 12.9, 11. ver. 1. Exo. 1.21. ver. 27. I Reis 11.38. [13] I Reis 2.1. Deu. 31.16. I Reis 1.21. Act. 13.36. I Reis 11.38. [14] I Reis 5.5 e 6.12 e 8.19. I Chr. 22.10 e 28.6. ver. 16. [15] Psa. 89.27, 28. Heb. 1.5. [16] I Sam. 15.23 e 16.14. I Reis 11.13, 34. [17] ver. 13. Psa. 89.37, 38. João 12.34. [18] Gen. 32.10. [19] ver. 12, 13. Isa. 55.8. [20] Gen. 18.19. [21] I Chr. 16.25. II Chr. 2.5. Jer. 10.6. Deu. 3.24 e 4.35 e 32.39. I Sam. 2.2. Isa. 45.5, 18, 22. [22] Deu. 4.7, 32, 34 e 33.29. Psa. 148.20. Deu. 9.26. Neh. 1.10. [23] Deu. 26.18. [24] João 17.17. [25] cap. 22.51. _As victorias de David sobre varias nações._ [Antes de Christo 1040] 8 E Succedeu depois [1] d’isto que David feriu os philisteos, e os sujeitou: e David tomou a [JY] Metheg-ammah das mãos dos philisteos. 2 Tambem feriu [2] os moabitas, e os mediu com cordel, fazendo-os deitar por terra, e _os_ mediu _com_ dois cordeis para os matar, e _com_ um cordel inteiro para os deixar em vida: ficaram assim os moabitas por servos [3] de David, trazendo presentes. 3 Feriu tambem David a Hadadezer, filho de Rechob, rei de Zoba, indo [4] elle a virar a sua mão para o rio Euphrates. 4 E tomou-lhe David mil e seiscentos cavalleiros e vinte mil homens de pé: e David jarretou [5] a todos os _cavallos dos_ carros, e reservou d’elles cem carros. 5 E vieram [6] os syros de Damasco a soccorrer a Hadadezer, rei de Zoba: porém David feriu dos syros vinte e dois mil homens. 6 E David poz guarnições em Syria de Damasco, e os syros ficaram por servos de [7] David, trazendo presentes: e o Senhor guardou a David por onde quer que ia. 7 E David tomou [8] os escudos de oiro que havia com os servos de Hadadezer, e os trouxe a Jerusalem. 8 Tomou mais o rei David _uma_ quantidade mui grande de bronze de Betah e de Berothai, cidades de Hadadezer. 9 Ouvindo então Toi, rei de Hamath, que David ferira a todo o exercito de Hadadezer, 10 Mandou Toi seu filho Joram [9] ao rei David, para lhe perguntar como estava, e para lhe dar os parabens por haver pelejado contra Hadadezer, e por o haver ferido (porque Hadadezer de continuo fazia guerra a Toi); e na sua mão trazia vasos de prata, e vasos de oiro, e vasos de bronze, 11 Os quaes tambem o rei David [10] consagrou ao Senhor, juntamente com a prata e oiro que já havia consagrado de todas as nações que sujeitara, 12 De Syria, e de Moab, e dos filhos d’Ammon, e dos philisteos, e d’Amalek, e dos despojos de Hadadezer, filho de Rechob, rei de Zoba. 13 Tambem David ganhou nome, voltando elle de ferir os syros no valle do sal, _a saber_, [11] a dezoito mil. 14 E poz guarnições em Edom, em todo o Edom poz guarnições, e todos os idumeos [12] ficaram por servos de David: e o Senhor ajudava a David por onde quer que ia. 15 Reinou pois David sobre todo o Israel: e David fazia direito e justiça a todo o seu povo. 16 E Joab, [13] filho de Zeruia, _era_ sobre o exercito; e Josaphat, filho de Ahilud, _era_ chronista. 17 E Zadok, [14] filho de Ahitub, e Ahimelek, filho de Abiathar, eram sacerdotes, e Seraias escrivão, 18 Tambem Benaia, filho de Joiada, _estava_ [15] com os cheretheos e peletheos: porém os filhos de David eram [JZ] principes. [1] I Chr. 18.1, etc. [2] Num. 24.17. [3] ver. 6, 14. I Sam. 10.27. [4] cap. 10.6. Gen. 15.18. [5] Jos. 11.6, 9. [6] I Reis 11.23, 24, 25. [7] ver. 2, 14. cap. 7.9. [8] I Reis 10.16. [9] I Chr. 18.10. [10] I Reis 7.51. I Chr. 18.11 e 26.26. [11] I Chr. 18.12. [12] Gen. 27.29, 37, 40. Num. 24.18. ver. 6. [13] cap. 19.13 e 20.23. I Chr. 11.6 e 18.15. I Reis 4.3. [14] I Chr. 24.3. [15] I Chr. 18.17. I Sam. 30.14. _A bondade de David para com o filho de Jonathan._ 9 E disse David: Ha ainda alguem que ficasse da casa de Saul, para que lhe faça beneficencia [1] por amor de Jonathan? 2 E _havia_ um servo na casa de Saul cujo nome _era_ Ziba: [2] e o chamaram que _viesse_ a David, e disse-lhe o rei: _És_ tu Ziba? E elle disse: Servo teu. 3 E disse o rei: Não _ha_ ainda algum da casa de Saul para que use com elle de [3] beneficencia de Deus? Então disse Ziba ao rei: Ainda ha um filho de Jonathan, aleijado de ambos os pés. 4 E disse-lhe o rei: Onde está? E disse Ziba ao rei: Eis que _está_ em casa de [4] Machir, filho d’Ammiel, em Lo-debar. 5 Então mandou o rei David, e o tomou da casa de Machir, filho d’Ammiel, de Lo-debar. 6 E entrando Mephiboseth, filho de Jonathan, o filho de Saul, a David, se prostrou com o rosto _por_ terra e se inclinou; e disse David: Mephiboseth! E elle disse: Eis aqui teu servo. 7 E disse-lhe David: Não temas, porque [5] decerto usarei comtigo de beneficencia por amor de Jonathan, teu pae, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pae, e tu de continuo comerás pão á minha mesa. 8 Então se inclinou, e disse: Quem _é_ teu servo, para tu teres olhado para um [6] cão morto _tal_ como eu? 9 Então chamou David a Ziba, moço de Saul, e disse-lhe: Tudo o que pertencia a Saul, e de toda a sua casa, tenho dado [7] ao filho de teu senhor. 10 Trabalhar-lhe-heis pois a terra, tu e teus filhos, e teus servos, e recolherás _os fructos_, para que o filho de teu senhor tenha pão que coma, e Mephiboseth, filho de teu senhor, de continuo comerá [8] pão á minha mesa. E tinha Ziba quinze filhos [9] e vinte servos. 11 E disse Ziba ao rei: Conforme a tudo quanto meu senhor, o rei, manda a seu servo, assim fará teu servo; porém Mephiboseth comerá á minha mesa como um dos filhos do rei. 12 E tinha Mephiboseth um filho pequeno, cujo nome era [10] Mica: e todos quantos moravam em casa de Ziba eram servos de Mephiboseth. 13 Morava pois Mephiboseth em Jerusalem, porquanto de continuo comia á mesa do rei, [11] e era côxo de ambos os pés. [1] I Sam. 18.3 e 20.14, 15, 16, 17, 42. Pro. 27.10. [2] cap. 16.1 e 19.17, 29. [3] I Sam. 20.14. cap. 4.4. [4] cap. 17.27. [5] ver. 1, 3. [6] I Sam. 24.14. cap. 16.9. [7] cap. 16.4 e 19.29. [8] ver. 7, 11, 13. cap. 19.28. [9] cap. 19.17. [10] I Chr. 8.34. [11] ver. 7, 10 e 3. _David derrota os ammonitas e os syros._ [Antes de Christo 1037] 10 E aconteceu depois d’isto que morreu o rei dos filhos de Ammon, [1] e seu filho Hanun reinou em seu logar. 2 Então disse David: Usarei de beneficencia com Hanun, filho de Nahas, como seu pae usou de beneficencia comigo. E enviou David a consolal-o, pelo ministerio de seus servos, ácerca de seu pae: e vieram os servos de David á terra dos filhos de Ammon. 3 Então disseram os principes dos filhos d’Ammon a seu senhor, Hanun: _Porventura_ honra David a teu pae aos teus olhos, porque te enviou consoladores? _porventura_ não te enviou David os seus servos para reconhecerem esta cidade, e para espial-a, e para transtornal-a? 4 Então tomou Hanun os servos de David, e lhes rapou metade da barba, e lhes cortou metade dos vestidos, até ás nadegas, [2] e os despediu. 5 O que fazendo saber a David, enviou a encontral-os; porque estavam estes homens sobremaneira envergonhados; e disse o rei: Deixae-vos estar em Jericó, até que vos torne a crescer a barba; e _então_ vinde. 6 Vendo pois os filhos de Ammon, que se tinham feito abominaveis [3] para David, enviaram os filhos d’Ammon, e alugaram dos syros de Beth-rechob e dos syros de Zoba vinte mil homens de pé, e do rei de Maaca mil homens e dos homens de Tob doze mil homens. 7 O que ouvindo David, enviou a [4] Joab e a todo o exercito dos valentes. 8 E sairam os filhos d’Ammon, e ordenaram a batalha á entrada da porta: mas os syros de Zoba e [5] Rechob, e os homens de Tob e Maaca _estavam_ á parte no campo. 9 Vendo pois Joab que estava preparada contra elle a frente da batalha, por diante e por detraz, escolheu d’entre todos os escolhidos de Israel, e formou-os em linha contra os syros. 10 E o resto do povo entregou na mão de Abisai seu irmão, o qual formou em linha contra os filhos de Ammon. 11 E disse: Se os syros forem mais fortes do que eu, tu me virás em soccorro; e, se os filhos de Ammon forem mais fortes do que tu, irei a soccorrer-te _a ti_. 12 Esforça-te, _pois_, [6] e esforcemo-nos pelo nosso povo, e pelas cidades de nosso Deus: e faça o Senhor _então_ o que bem _parecer_ aos seus olhos. 13 Então se achegou Joab, e o povo que _estava_ com elle, á peleja contra os syros; e fugiram de diante d’elle. 14 E, vendo os filhos d’Ammon que os syros fugiam, tambem elles fugiram de diante de Abisai, e entraram na cidade: e voltou Joab dos filhos d’Ammon, e veiu para Jerusalem. 15 Vendo pois os syros que foram feridos diante d’Israel, tornaram a refazer-se. 16 E enviou Hadadezer, e fez sair os syros que _estavam_ da outra banda do rio, e vieram a Helam: e Sobach, chefe do exercito de Hadadezer, _marchava_ diante d’elles. 17 Do que informado David, ajuntou a todo o Israel, e passou o Jordão, e veiu a Helam: e os syros se pozeram em ordem contra David, e pelejaram com elle. 18 Porém os syros fugiram de diante de Israel, e David feriu d’entre os syros aos homens de setecentos carros, e quarenta mil homens de cavallo: [7] tambem ao _mesmo_ Sobach, general do exercito, feriu, e morreu ali. 19 Vendo pois todos os reis, servos de Hadadezer, que foram feridos diante de Israel, [8] fizeram paz com Israel, e o serviram: e temeram os syros de soccorrer mais aos filhos de Ammon. [1] I Chr. 19.1, etc. [2] Isa. 20.4 e 47.2. [3] Gen. 24.30. Exo. 5.21. I Sam. 13.4. cap. 8.3, 5. [4] cap. 23.8. [5] ver. 6. [6] Deu. 31.6. I Sam. 4.9. I Cor. 16.13. I Sam. 3.18. [7] I Chr. 19.18. [8] cap. 8.6. _David commette um adulterio e um homicidio._ [Antes de Christo 1035] 11 E aconteceu que, tendo decorrido um anno, no tempo em que os reis saem, enviou [1] David a Joab, e a seus servos com elle, e a todo o Israel, para que destruissem os filhos de Ammon, e cercassem a Rabba; porém David ficou em Jerusalem. 2 E aconteceu á hora da tarde que David se levantou do seu leito, e andava passeando [2] no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher _que_ se estava lavando: e _era_ esta mulher mui formosa á vista. 3 E enviou David, e perguntou por aquella mulher: e disseram: _Porventura_ não _é_ esta Bathseba, filha d’Eliam, mulher [3] de Urias, o hetheo? 4 Então enviou David mensageiros, e a mandou trazer; e, entrando ella a elle, se deitou [4] com ella (e _já_ ella se tinha purificado da sua immundicia): então voltou ella para sua casa. 5 E a mulher concebeu; e enviou, e fel-o saber a David, e disse: Prenhe _estou_. 6 Então enviou David a Joab, _dizendo_: Envia-me Urias o hetheo. E Joab enviou Urias a David. 7 Vindo pois Urias a elle, perguntou David como ficava Joab, e como ficava o povo, e como ia a guerra. 8 Depois disse David a Urias: Desce a tua casa, e lava [5] os teus pés. E, saindo Urias da casa real, _logo_ saiu atraz d’elle iguaria do rei. 9 Porém Urias se deitou á porta da casa real, com todos os servos do seu senhor: e não desceu á sua casa. 10 E o fizeram saber a David, dizendo: Urias não desceu a sua casa. Então disse David a Urias: Não vens tu d’_uma_ jornada? Porque não desceste a tua casa? 11 E disse Urias a David: [6] A arca, e Israel, e Judah ficam em tendas; e Joab meu senhor e os servos de meu senhor estão acampados no campo; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber, e para me deitar com minha mulher? Pela tua vida, e pela vida da tua alma, não farei tal coisa. 12 Então disse David a Urias: Fica cá ainda hoje, e ámanhã te despedirei. Urias pois ficou em Jerusalem aquelle dia e o seguinte. 13 E David o convidou, e comeu e bebeu diante d’elle, e [7] o embebedou: e á tarde saiu a deitar-se na sua cama como os servos de seu senhor; porém não desceu a sua casa. 14 E succedeu que pela manhã David [8] escreveu uma carta a Joab: e mandou-lh’a por mão de Urias. 15 Escreveu na carta, dizendo: Ponde a Urias na frente da maior força da peleja; e retirae-vos de detraz d’elle, para que seja ferido [9] e morra. 16 Aconteceu, pois, que, tendo Joab observado bem a cidade, poz a Urias no logar onde sabia que _havia_ homens valentes. 17 E, saindo os homens da cidade, e pelejando com Joab, cairam _alguns_ do povo, dos servos de David: e morreu tambem Urias, o hetheo. 18 Então enviou Joab, e fez saber a David todo o successo d’aquella peleja. 19 E deu ordem ao mensageiro, dizendo: Acabando tu de contar ao rei todo o successo d’esta peleja; 20 E succedendo que o rei se encolerize, e te diga: Porque vos chegastes _tão perto_ da cidade a pelejar? Não sabieis vós que haviam de atirar do muro? 21 Quem feriu a Abimelech, [10] filho de Jerubbeseth? Não lançou uma mulher sobre elle do muro um pedaço d’uma mó corredora, de que morreu em Thebes? Porque vos chegastes ao muro? Então dirás: Tambem morreu teu servo Urias, o hetheo. 22 E foi o mensageiro, e entrou, e fez saber a David tudo, porque Joab o enviara _dizer_. 23 E disse o mensageiro a David: Na _verdade_ que mais poderosos foram aquelles homens do que nós, e sairam a nós ao campo; porém nós fomos contra elles, até á entrada da porta. 24 Então os frecheiros atiraram contra os teus servos desde o alto do muro, e morreram _alguns_ dos servos do rei: e tambem morreu o teu servo Urias, o hetheo. 25 E disse David ao mensageiro: Assim dirás a Joab: Não te pareça isto mal aos teus olhos; pois a espada tanto consome este como aquelle: esforça a tua peleja contra a cidade, e a derrota: esforça-o tu assim. 26 Ouvindo pois a mulher de Urias que Urias seu marido era morto, lamentou a seu senhor. 27 E, passado o nojo, enviou David, e a recolheu em sua casa, e lhe foi por mulher, [11] e pariu-lhe um filho. Porém esta coisa que David fez pareceu mal aos olhos do Senhor. [1] I Chr. 20.1. [2] Deu. 22.8. Gen. 34.2. Job 31.1. Mat. 5.28. [3] cap. 23.39. [4] Thi. 1.14. Lev. 15.19, 28 e 18.19. [5] Gen. 18.4 e 19.2. [6] cap. 7.2, 6 e 20.6. [7] Gen. 19.33, 35. ver. 9. [8] I Reis 21.8, 9. [9] cap. 12.9. [10] Jui. 9.53 e 6.32. [11] cap. 12.9. _Nathan, o propheta, reprehende a David._ [Antes de Christo 1034] 12 E o Senhor enviou Nathan a David: e, entrando elle a David, disse-lhe: Havia [1] n’uma cidade dois homens, um rico e outro pobre. 2 O rico tinha muitissimas ovelhas e vaccas; 3 Mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena cordeira que comprara e creara; e ella tinha crescido com elle e com seus filhos egualmente; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha. 4 E, vindo ao homem rico um viajante, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vaccas para guizar para o viajante que viera a elle: e tomou a cordeira do homem pobre, e a preparou para o homem que viera a elle. 5 Então o furor de David se accendeu em grande maneira contra aquelle homem, e disse a Nathan: Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso. 6 E pela cordeira [2] tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa, e porque não se compadeceu. 7 Então disse Nathan a David: Tu _és_ este homem. Assim diz o Senhor Deus d’Israel: Eu te ungi [3] rei sobre Israel, e eu te livrei das mãos de Saul, 8 E te dei a casa de teu senhor, e as mulheres de teu senhor em teu seio, e tambem te dei a casa d’Israel e de Judah, e, se _isto é_ pouco, mais te accrescentaria taes e taes coisas. 9 Porque, _pois_, [4] desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o hetheo, feriste á espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a elle mataste com a espada dos filhos d’Ammon: 10 Agora, pois, [5] não se apartará a espada jámais da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o hetheo, para que te seja por mulher. 11 Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua _mesma_ casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres [6] perante os teus olhos, e as darei a teu proximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol. 12 Porque tu o fizeste em occulto, mas eu farei [7] este negocio perante todo o Israel e perante o sol. 13 Então disse David a Nathan: [8] Pequei contra o Senhor. E disse Nathan a David: [9] Tambem o Senhor traspassou o teu peccado; não morrerás. 14 Todavia, porquanto com este feito déste logar sobremaneira a que os inimigos do Senhor blasphemem, [10] tambem o filho que te nasceu certamente morrerá. 15 Então Nathan se foi para sua casa; e o Senhor feriu a creança que a mulher de Urias parira a David, e adoeceu gravemente. 16 E buscou David a Deus pela creança; e jejuou David, e entrou, e passou a noite prostrado [11] sobre a terra: 17 Então os anciãos da sua casa se levantaram a elle, para o levantar da terra; porém elle não quiz, e não comeu pão com elles. 18 E succedeu que ao setimo dia morreu a creança: e temiam os servos de David dizer-lhe que a creança era morta, porque diziam: Eis que, sendo a creança _ainda_ viva, lhe fallavamos, porém não dava ouvidos á nossa voz; como pois lhe diremos que a creança é morta? Porque _mais_ mal _lhe_ faria. 19 Viu porém David que seus servos fallavam baixo, e entendeu David que a creança era morta, pelo que disse David a seus servos: É morta a creança? E elles disseram: É morta. 20 Então David se levantou da terra, e se lavou, [12] e se ungiu, e mudou de vestidos, e entrou na casa do Senhor, e adorou: então veiu a sua casa, e pediu _pão_; e lhe pozeram pão, e comeu. 21 E disseram-lhe seus servos: Que _é_ isto que fizeste? Pela creança viva jejuaste e choraste; porém depois que morreu a creança te levantaste e comeste pão. 22 E disse elle: Vivendo ainda a creança, jejuei e chorei, porque dizia: [13] Quem sabe _se_ o Senhor se compadecerá de mim, e viva a creança? 23 Porém, agora _que_ é morta, porque jejuaria eu agora? Poderei eu fazel-a mais voltar? Eu irei a ella, porém [14] ella não voltará para mim. 24 Então consolou David a Bath-seba, sua mulher, e entrou a ella, e se deitou [15] com ella: e pariu ella um filho, e chamou o seu nome Salomão: e o Senhor o amou. 25 E enviou pela mão do propheta Nathan, e chamou o seu nome Jedid-jah, por amor do Senhor. 26 Entretanto [16] pelejou Joab contra Rabba, dos filhos de Ammon, e tomou a cidade real. 27 Então mandou Joab mensageiros a David, e disse: Pelejei contra Rabba, _e_ tambem tomei a cidade das aguas. 28 Ajunta, pois, agora o resto do povo, e cerca a cidade, e toma-a, para que, tomando eu a cidade, não se acclame sobre ella o meu nome. 29 Então ajuntou David a todo o povo, e marchou para Rabba, e pelejou contra ella, e a tomou. 30 E tirou a corôa da cabeça [17] do seu rei, cujo peso era d’um talento de oiro, e _havia n’ella_ pedras preciosas, e foi _posta_ sobre a cabeça de David: e da cidade levou mui grande despojo. 31 E, trazendo o povo que _havia_ n’ella, o poz ás serras, e ás talhadeiras de ferro, e aos machados de ferro, e os fez passar por forno de tijolos; e assim fez a todas as cidades dos filhos de Ammon: e voltou David e todo o povo para Jerusalem. [1] cap. 14.5, etc. I Reis 20.35-41. Isa. 5.3. [2] Exo. 22.1. Luc. 19.8. [3] I Sam. 16.13. [4] I Sam. 15.19. Num. 15.31. cap. 11.15, 16, 17, 27. [5] Amós 7.9. [6] Deu. 28.30. cap. 16.22. [7] cap. 16.22. [8] I Sam. 15.24. cap. 24.10. Job 7.20. Pro. 28.13. [9] cap. 24.10. Job 7.21. Miq. 7.18. Zac. 3.4. [10] Isa. 52.5. Eze. 36.20, 23. Rom. 2.24. [11] cap. 13.31. [12] Ruth 3.3. Job 1.20. [13] Isa. 38.1, 5. Jon. 3.9. [14] Job 7.8, 9, 10. [15] Mat. 1.6. I Chr. 22.9. [16] I Chr. 20.1. Deu. 3.11. [17] I Chr. 20.2. _Amnon ama Tamar e commette um incesto._ [Antes de Christo 1033] 13 E aconteceu depois d’isto que, tendo Absalão, [1] filho de David, uma irmã formosa, cujo nome era Tamar, Amnon, filho de David, amou-a. 2 E angustiou-se Amnon, até adoecer, por Tamar, sua irmã, porque era virgem: e parecia aos olhos de Amnon difficultoso fazer-lhe coisa alguma. 3 Tinha porém Amnon um amigo, cujo nome era Jonadab, filho de Simea, irmão de David: e era Jonadab homem mui [2] sagaz. 4 O qual lhe disse: Porque tu de manhã em manhã tanto emmagreces, sendo filho do rei? não m’o farás saber a mim? Então lhe disse Amnon: Amo a Tamar, irmã de Absalão, meu irmão, 5 E Jonadab lhe disse: Deita-te na tua cama, e finge-te doente; e, quando teu pae te vier visitar, dize-lhe: Peço-_te que_ minha irmã Tamar venha, e me dê de comer pão, e apreste a comida diante dos meus olhos, para que eu a veja e coma da sua mão. 6 Deitou-se pois Amnon, e fingiu-se doente; e, vindo o rei visital-o, disse Amnon ao rei: Peço-_te que_ minha irmã Tamar venha, e apreste dois bolos diante dos meus olhos, [3] que eu coma de sua mão. 7 Mandou então David a casa, a Tamar, dizendo: Vae a casa de Amnon, teu irmão, e faze-lhe alguma comida. 8 E foi Tamar a casa de Amnon, seu irmão (elle porém _estava_ deitado), e tomou massa, e a amassou, e fez bolos diante dos seus olhos, e cozeu os bolos. 9 E tomou a sertã, e os tirou diante d’elle; porém elle recusou comer. E disse Amnon: Fazei retirar [4] a todos da minha presença. E todos se retiraram d’elle. 10 Então disse Amnon a Tamar: Traze a comida á camara, e comerei da tua mão. E tomou Tamar os bolos que fizera, e os trouxe a Amnon, seu irmão, á camara. 11 E chegando-lh’os, para que comesse, pegou [5] d’ella, e disse-lhe: Vem, deita-te comigo, irmã minha. 12 Porém ella lhe disse: Não, irmão meu, não me forces, [6] porque não se faz assim em Israel; não faças tal loucura. 13 Porque, aonde iria eu com a minha vergonha? E tu serias como um dos loucos d’Israel. Agora, pois, peço-_te_ que falles ao rei, porque não me negará a [7] ti. 14 Porém elle não quiz dar ouvidos á sua voz; antes, sendo mais forte do que ella, a forçou, [8] e se deitou com ella. 15 Depois Amnon a aborreceu com grandissimo aborrecimento, porque maior era o aborrecimento com que a aborrecia do que o amor com que a amara, E disse-lhe Amnon: Levanta-te, e vae-te. 16 Então ella lhe disse: Não ha razão de me despedires _assim_; maior seria este mal do que o outro que já me tens feito. Porém não lhe quiz dar ouvidos. 17 E chamou a seu moço que o servia, e disse: Deita a esta fóra, e fecha a porta após ella. 18 E trazia [9] ella uma roupa de muitas côres (porque assim se vestiam as filhas virgens dos reis, com capas), e seu creado a deitou fóra, e fechou a porta após ella. 19 Então Tamar tomou cinza [10] sobre a sua cabeça, e a roupa de muitas côres que trazia rasgou: e poz as mãos sobre a cabeça, [11] e foi-se andando e clamando. 20 E Absalão, seu irmão, lhe disse: Esteve Amnon, teu irmão, comtigo? Ora pois, irmã minha, cala-te; é teu irmão. Não se angustie o teu coração por isto. Assim ficou Tamar, e esteve solitaria em casa d’Absalão seu irmão. 21 E, ouvindo o rei David todas estas coisas, muito se accendeu _em ira_. 22 Porém Absalão não fallou com Amnon, nem mal [12] nem bem; porque Absalão aborrecia a Amnon, por ter forçado a Tamar sua irmã. _Absalão mata Amnon._ 23 E aconteceu que, passados dois annos inteiros, Absalão tinha tosquiadores [13] em Bal-hasor, que está junto a Ephraim: e convidou Absalão a todos os filhos do rei. 24 E veiu Absalão ao rei, e disse: Eis que teu servo tem tosquiadores: peço _que_ o rei e os seus servos venham com o teu servo. 25 O rei porém disse a Absalão: Não, filho meu, não vamos todos juntos, para não te sermos pezados. E instou com elle; porém elle não quiz ir, mas o abençoou. 26 Então disse Absalão: Quando não, deixa ir comnosco Amnon, meu irmão. Porém o rei lhe disse: Para que iria comtigo? 27 E, instando Absalão com elle, deixou ir com elle a Amnon, e a todos os filhos do rei. 28 E Absalão deu ordem aos seus moços, dizendo: Tomae sentido; quando o coração d’Amnon estiver [14] alegre do vinho, e eu vos disser: Feri a Amnon, então o matareis; não temaes; _porque porventura_ não sou eu quem vol-o ordenei? Esforçae-vos, e sede valentes. 29 E os moços d’Absalão fizeram a Amnon como Absalão lh’o havia ordenado. Então todos os filhos do rei se levantaram, e montaram cada um no seu mulo, e fugiram. 30 E aconteceu que, estando elles _ainda_ no caminho, veiu a nova a David, dizendo-se: Absalão feriu a todos os filhos do rei, e nenhum d’elles ficou. 31 Então o rei [15] se levantou, e rasgou os seus vestidos, e se lançou por terra: da mesma maneira todos os seus servos estavam com vestidos rotos. 32 Mas Jonadab, [16] filho de Simea, irmão de David, respondeu, e disse: Não diga o meu senhor _que_ mataram a todos os mancebos filhos do rei, porque só morreu Amnon: porque assim o tinha resolvido fazer Absalão, desde o dia em que forçou a Tamar sua irmã. 33 Não [17] se lhe metta pois agora no coração do rei meu senhor tal coisa, dizendo: Morreram todos os filhos do rei: porque só morreu Amnon. 34 E Absalão fugiu: [18] e o mancebo que estava de guarda, levantou os seus olhos, e olhou; e eis que muito povo vinha pelo caminho por detraz d’elle, pela banda do monte. 35 Então disse Jonadab ao rei: Eis aqui veem os filhos do rei: conforme á palavra de teu servo, assim succedeu. 36 E aconteceu que, como acabou de fallar, os filhos do rei vieram, e levantaram a sua voz, e choraram: e tambem o rei e todos os seus servos choraram com mui grande choro. _Absalão foge para Talmai e depois de tres annos volta para Jerusalem._ 37 Assim Absalão fugiu, e se foi a Talmai, [19] filho d’Ammihur, rei de Gesur. E _David_ trouxe dó por seu filho todos aquelles dias. 38 Assim Absalão fugiu, e foi para Gesur: [20] esteve ali tres annos. 39 Então tinha o rei David saudades de Absalão: porque já se tinha consolado ácerca de Amnon, [21] que era morto. [1] cap. 3.2, 3. I Chr. 3.9. [2] I Sam. 16.9. [3] Gen. 18.6. [4] Gen. 45.1. [5] Gen. 39.12. [6] Lev. 18.9, 11 e 20.17. Gen. 34.7. Jui. 19.23 e 20.6. [7] Lev. 18.9, 11. [8] Deu. 22.25. cap. 12.11. [9] Gen. 37.2. Jui. 5.30. [10] Jos. 7.6. cap. 1.2. Job 2.12. [11] Jer. 2.37. [12] Gen. 24.50 e 31.21. Lev. 19.17, 18. [13] Gen. 38.12, 13. I Sam. 25.4, 36. [14] Jui. 19.6, 9, 22. Ruth 3.7. I Sam. 25.36. Est. 1.10. [15] cap. 1.11 e 12.16. [16] ver. 3. [17] cap. 19.19. [18] ver. 38. [19] cap. 3.3. [20] cap. 14.23, 32 e 15.8. [21] Gen. 38.12. 14 Conhecendo pois Joab, filho de Zeruia, que o coração do rei [1] era inclinado para Absalão, [Antes de Christo 1030] 2 Enviou Joab a Tecoa, e tomou de lá uma mulher [2] sabia, e disse-lhe: Ora finge que estás de nojo; veste vestidos de nojo, e não te unjas [3] com oleo, e sejas como uma mulher que ha _já_ muitos dias está de nojo por _algum_ morto. 3 E entra ao rei, e falla-lhe conforme a esta palavra. E Joab lhe poz as palavras na [4] bocca. 4 E a mulher tecoita fallou ao rei, e, deitando-se com o rosto [5] em terra, se prostrou e disse: Salva-me, ó rei. 5 E disse-lhe o rei: Que tens? E disse ella: Na verdade que [6] sou uma mulher viuva, e morreu meu marido. 6 Tinha pois a tua serva dois filhos, e ambos estes brigaram no campo, e não _houve_ quem os apartasse: assim um feriu ao outro, e o matou. 7 E eis que toda a [7] linhagem se levantou contra a tua serva, e disseram: Dá-_nos_ aquelle que feriu a seu irmão, para que o matemos, por causa da vida de seu irmão, a quem matou, e para que destruamos tambem ao herdeiro. Assim apagarão a braza que me ficou, de sorte que não deixam a meu marido nome, nem resto sobre a terra. 8 E disse o rei á mulher: Vae para tua casa: e eu mandarei ordem ácerca de ti. 9 E disse a mulher tecoita ao rei: [8] A injustiça, rei meu senhor, _venha_ sobre mim e sobre a casa de meu pae: e o rei e o seu throno fique inculpavel. 10 E disse o rei: Quem fallar contra ti, traze-m’o a mim: e nunca mais te tocará. 11 E disse ella: Ora lembre-se o rei do Senhor seu Deus, para que os vingadores do sangue se não multipliquem a deitar-nos a perder, e não destruam a meu filho. Então disse elle: Vive o Senhor, [9] que não ha de cair no chão nem um dos cabellos de teu filho. 12 Então disse a mulher: Peço-_te que_ a tua serva falle uma palavra ao rei meu senhor. E disse elle: Falla. 13 E disse a mulher: Porque pois pensaste tu uma tal coisa contra [10] o povo de Deus? Porque, fallando o rei tal palavra, fica como culpado; visto que o rei não torna a trazer o seu [11] desterrado. 14 Porque certamente [12] morreremos, e _seremos_ como aguas derramadas na terra, que não se ajuntam _mais_: Deus pois lhe não tirará a vida, mas ideiará pensamentos, [13] para que se não desterre d’elle o seu desterrado. 15 E que eu agora vim fallar esta palavra ao rei, meu senhor, _é_ porque o povo me atemorisou: dizia pois a tua serva: Fallarei pois ao rei; porventura fará o rei _segundo_ a palavra da sua serva. 16 Porque o rei ouvirá, para livrar a sua serva da mão do homem que _intenta_ destruir juntamente a mim e a meu filho da herança de Deus. 17 Dizia mais a tua serva: Seja agora a palavra do rei meu senhor para descanço: [14] porque como um anjo de Deus, assim é o rei, meu senhor, para ouvir o bem e o mal; e o Senhor teu Deus será comtigo. 18 Então respondeu o rei, e disse á mulher: Peço-te que não me encubras o que eu te perguntar. E disse a mulher: Ora falle o rei, meu senhor. 19 E disse o rei: Não _é verdade_ que a mão de Joab anda comtigo em tudo isto? E respondeu a mulher, e disse: Vive a tua alma, ó rei meu senhor, que ninguem se poderá desviar, nem para a direita nem para a esquerda, de tudo quanto o rei, meu senhor, tem dito; porque Joab, teu servo, é quem me deu ordem, e _foi_ elle que poz na bocca da tua serva todas [15] estas palavras: 20 Que _eu_ virasse a fórma d’este negocio, Joab, teu servo, fez isto: porém sabio [16] é meu senhor, conforme á sabedoria d’um anjo de Deus, para entender tudo o que _ha_ na terra. 21 Então o rei disse a Joab: Eis que fiz isto: vae pois, _e_ torna a trazer o mancebo Absalão. 22 Então Joab se prostrou sobre o seu rosto em terra, e se inclinou, e o agradeceu ao rei; e disse Joab: Hoje conheceu o teu servo que achei graça aos teus olhos, ó rei meu senhor, porque o rei fez _segundo_ a palavra do teu servo. 23 Levantou-se pois [17] Joab, e foi a Gesur, e trouxe Absalão a Jerusalem. 24 E disse o rei: Torne para a sua casa, e não veja [18] a minha face. Tornou pois Absalão para sua casa, e não viu a face do rei. 25 Não havia porém em todo o Israel homem tão bello _e_ tão aprazivel como Absalão, [19] desde a planta do pé até á cabeça não havia n’elle defeito algum. 26 E, quando tosquiava a sua cabeça (e succedia que no fim de cada anno a tosquiava, porquanto muito lhe pesava, e _por isso_ a tosquiava), pesava o cabello da sua cabeça duzentos siclos, segundo o peso real. 27 Tambem nasceram [20] a Absalão tres filhos e uma filha, cujo nome _era_ Tamar; _e_ esta era mulher formosa á vista. [Antes de Christo 1027] 28 Assim ficou Absalão dois annos inteiros em Jerusalem, e não viu [21] a face do rei. 29 Mandou pois Absalão _chamar_ a Joab, para o enviar ao rei; porém não quiz vir a elle: e enviou ainda segunda vez, e, _comtudo_, não quiz vir. 30 Então disse aos seus servos: Vêdes _ali_ o pedaço de campo de Joab pegado ao meu, e tem cevada n’elle; ide, e ponde-lhe fogo. E os servos de Absalão pozeram fogo ao pedaço de campo. 31 Então Joab se levantou, e veiu a Absalão, em casa, e disse-lhe: Porque pozeram os teus servos fogo ao pedaço de campo que é meu? 32 E disse Absalão a Joab: Eis que enviei a ti, dizendo: Vem cá, para que te envie ao rei, a dizer-lhe: Para que vim de Gesur? Melhor me _fôra_ estar ainda lá. Agora, pois, veja eu a face do rei; e, se ha _ainda_ em mim alguma culpa, que me mate. 33 Então entrou Joab ao rei, e _assim_ lh’o disse. Então chamou a Absalão, e elle entrou ao rei, e se inclinou sobre o seu rosto em terra diante do rei: e o rei [22] beijou a Absalão. [1] cap. 13.39. [2] II Chr. 11.6. [3] Ruth 3.3. [4] ver. 19. Exo. 4.15. [5] I Sam. 20.41. cap. 1.2. II Reis 6.26, 28. [6] cap. 12.1. [7] Num. 35.19. Deu. 19.12. [8] Gen. 27.13. I Sam. 25.24. Mat. 27.25. cap. 3.28, 29. I Reis 2.33. [9] Num. 35.19. I Sam. 14.45. Act. 27.34. [10] Jui. 20.2. [11] cap. 13.37, 38. [12] Job 34.15. Heb. 9.27. [13] Num. 35.15, 25, 28. [14] ver. 20. cap. 19.27. [15] ver. 3. [16] ver. 17. cap. 19.27. [17] cap. 13.37. [18] Gen. 43.3. cap. 3.13. [19] Isa. 1.6. [20] cap. 18.18. [21] ver. 24. [22] Gen. 33.4 e 45.15. Luc. 15.20. _A rebellião de Absalão e a fuga de David._ 15 E aconteceu depois [1] d’isto que Absalão fez _apparelhar_ carros e cavallos, e cincoenta homens que corressem adiante d’elle. 2 Tambem Absalão se levantou pela manhã, e parava a uma banda do caminho da porta. E succedia que a todo o homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a juizo, o chamava Absalão a si, e _lhe_ dizia: De que cidade és tu? E, dizendo elle: D’uma das tribus d’Israel _é_ teu servo; 3 Então Absalão lhe dizia: Olha, os teus negocios _são_ bons e rectos, porém não _tens_ quem te ouça da parte do rei. 4 Dizia mais Absalão: Ah, quem me dera ser juiz na [2] terra! para que viesse a mim todo o homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça. 5 Succedia tambem que, quando alguem se chegava a elle para se inclinar diante d’elle, elle estendia a sua mão, e pegava d’elle, e o beijava. 6 E d’esta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juizo: assim furtava Absalão [3] o coração dos homens de Israel. [Antes de Christo 1023] 7 Aconteceu, pois, ao cabo de quarenta annos, que Absalão disse ao rei: Deixa-me ir pagar em Hebron o meu voto que votei ao Senhor. 8 Porque, morando eu em Gesur, em Syria, votou o teu servo _um_ voto, [4] dizendo: Se o Senhor outra vez me fizer tornar a Jerusalem, servirei ao Senhor. 9 Então lhe disse o rei: Vae em paz, Levantou-se, pois, e foi para Hebron. 10 E enviou Absalão espias por todas as tribus d’Israel, dizendo: Quando ouvirdes o som das trombetas, direis: Absalão reina em Hebron. 11 E de Jerusalem foram com Absalão duzentos homens convidados, [5] porém iam na sua simplicidade, porque nada sabiam _d’aquelle_ negocio. 12 Tambem Absalão enviou por Achitophel, o gilonita, do conselho [6] de David, á sua cidade de Gilo, estando elle sacrificando os _seus_ sacrificios: e a conjuração se fortificava, e vinha o povo, e se augmentava com Absalão. 13 Então veiu um mensageiro a David, dizendo: O coração [7] de cada um em Israel segue a Absalão. 14 Disse pois David a todos os seus servos que _estavam_ com elle em Jerusalem: Levantae-vos, [8] e fujamos, porque não poderiamos escapar diante de Absalão. Dae-vos pressa a caminhar, para que _porventura_ não se apresse elle, e nos alcance, e lance sobre nós _algum_ mal, e fira a cidade a fio de espada. 15 Então os servos do rei disseram ao rei: Eis aqui os teus servos, para tudo quanto determinar o rei, nosso senhor. 16 E saiu o rei, com toda a sua casa, a pé: deixou porém o rei dez mulheres concubinas, para guardarem a casa. 17 Tendo pois saido o rei com todo o povo a pé, pararam n’_um_ logar distante. 18 E todos os seus servos iam a seu lado, _como_ tambem todos os cheretheos e todos [9] os peletheos: e todos os getheos, seiscentos homens que vieram de Gath a pé, caminhavam diante do rei. 19 Disse pois o rei a Ittai, [10] o getheo: Porque irias tu tambem comnosco? Volta, e fica-te com o rei, porque estranho _és_, e tambem te tornarás a teu logar. 20 Hontem vieste, e te levaria eu hoje comnosco a caminhar? Pois _força_ me é ir aonde quer que podér ir: volta, _pois_, [11] e torna a levar teus irmãos comtigo, com beneficencia e fidelidade. 21 Respondeu porém Ittai ao rei, e disse: Vive o Senhor, [12] e vive o rei meu senhor, que no logar em que estiver o rei meu senhor, _seja_ para morte _seja_ para vida, ahi certamente estará _tambem_ o teu servidor. 22 Então David disse a Ittai: Vem _pois_, e passa _adiante_. Assim passou Ittai, o getheo, e todos os seus homens, e todas as creanças que _havia_ com elle. 23 E toda a terra chorava a grandes vozes, passando todo o povo: tambem o rei passou o ribeiro de Cedron, e passou todo o povo na direcção do caminho do [13] deserto. 24 Eis que tambem Zadok _ali estava_, e com elle todos os levitas que levavam [14] a arca do concerto de Deus; e pozeram _ali_ a arca de Deus, e subiu Abiathar, até que todo o povo acabou de passar da cidade. 25 Então disse o rei a Zadok: Torna a levar a arca de Deus á cidade; que, se achar graça nos olhos do Senhor, elle me tornará a trazer _para lá_, e me deixará vêr a ella e a sua habitação. 26 Se porém disser assim: Não tenho prazer em [15] ti; eis-me aqui, faça de mim [16] como _parecer_ bem aos seus olhos. 27 Disse mais o rei a Zadok, o sacerdote: _Não_ és tu _porventura_ o vidente? [17] torna _pois_ em paz para a cidade, e comvosco _tambem_ vossos dois filhos, Ahimaas, teu filho, e Jonathan, filho d’Abiathar. 28 Olhae _que_ me demorarei [18] nas campinas do deserto até que tenha novas vossas. 29 Zadok pois e Abiathar tornaram a levar para Jerusalem a arca de Deus: e ficaram ali. 30 E subiu David pela subida das oliveiras, subindo e chorando, e com a cabeça coberta; [19] e caminhava com os pés descalços: e todo o povo que _ia_ com elle cobria cada um a sua cabeça, e subiam chorando sem cessar. 31 Então fizeram saber a David, dizendo: _Tambem_ Achitophel [20] _está_ entre os que se conjuraram com Absalão. Pelo que disse David: Ó Senhor, enlouquece o conselho de Achitophel. 32 E aconteceu, que chegando David ao cume, para adorar ali a Deus, eis que Husai, o archita, [21] veiu encontrar-se com elle _com_ o vestido rasgado e terra sobre a cabeça. 33 E disse-lhe David: Se passares comigo, ser-me-has [22] pesado. 34 Porém se voltares para a cidade, e disseres a Absalão: Eu serei, ó rei, teu servo; [23] _bem fui_ d’antes servo de teu pae, mas agora _serei_ teu servo: dissipar-me-has então o conselho de Achitophel. 35 E não _estão_ ali comtigo Zadok e Abiathar, sacerdotes? E será que todas as coisas que ouvires da casa do rei, farás saber [24] a Zadok e a Abiathar, sacerdotes. 36 Eis que _estão tambem_ ali com elles [25] seus dois filhos, Ahimaas _filho_ de Zadok, e Jonathan _filho_ de Abiathar: pela mão d’elles _aviso_ me mandareis pois _de_ todas as coisas que ouvirdes. 37 Husai pois, amigo de [26] David, veiu para a cidade: e Absalão entrou em Jerusalem. [1] cap. 12.11. I Reis 1.5. [2] Jui. 9.29. [3] Rom. 16.18. [4] I Sam. 16.2. Gen. 28.20, 21. cap. 13.38. [5] I Sam. 9.13 e 16.3, 5. [6] Gen. 20.5. Jos. 15.51. Psa. 3.2. [7] ver. 6. Jui. 9.3. [8] cap. 19.9 e 16.21, 22. [9] cap. 8.18. [10] cap. 18.2. [11] I Sam. 23.13. [12] Ruth 1.16, 17. Pro. 17.17 e 18.24. [13] cap. 16.2. [14] Num. 4.15. [15] Num. 14.8. cap. 22.20. I Reis 10.9. II Chr. 9.8. Isa. 62.4. [16] I Sam. 3.18. [17] I Sam. 9.9. cap. 17.17. [18] cap. 17.16. [19] cap. 19.4. Est. 6.12. Isa. 20.2, 4. Jer. 14.3, 4. [20] Psa. 3.2, 3. cap. 16.23 e 17.14, 23. [21] Jos. 16.2. cap. 1.2. [22] cap. 19.35. [23] cap. 16.19. [24] cap. 17.15, 16. [25] ver. 27. [26] cap. 16.16. I Chr. 27.33. cap. 16.15. _David é enganado por Ziba e amaldiçoado por Semei._ 16 E passando [1] David um pouco _mais_ adiante do cume, eis que Ziba, o [2] moço de Mephiboseth, veiu encontrar-se com elle, com um par de jumentos albardados, e sobre elles duzentos pães, com cem cachos de passas, e cem de fructas de verão e um odre de vinho. 2 E disse o rei a Ziba: Que pretendes com isto? E disse Ziba: Os jumentos _são_ para a casa do rei, para se montarem n’elles; e o pão e as fructas de verão para comerem os moços; e o vinho para beberem os cançados no [3] deserto. 3 Então disse o rei: _Ora_, onde _está_ o filho de teu senhor? E disse Ziba [4] ao rei: Eis que ficou em Jerusalem; porque disse: Hoje me restaurará a casa de Israel o reino de meu pae. 4 Então disse [5] o rei a Ziba: Eis que teu _é_ tudo quanto _tem_ Mephiboseth. E disse Ziba: Eu me inclino, _que_ eu ache graça em teus olhos, ó rei meu senhor. 5 E, chegando o rei David a Bahurim, eis que d’ali saiu _um_ homem da linhagem da casa de Saul, cujo nome era Simei, [6] filho de Gera, e, saindo, ia amaldiçoando. 6 E apedrejava com pedras a David, e a todos os servos do rei David: ainda que todo o povo e todos os valentes _iam_ á sua direita e á sua esquerda. 7 E, amaldiçoando-o Simei, assim dizia: Sae, sae, homem de sangue, [7] e homem de Belial: 8 O Senhor te deu agora a [8] paga de todo o sangue da casa de Saul, em cujo logar tens reinado; já deu o Senhor o reino na mão de Absalão teu filho; e eis-te _agora_ na tua desgraça, porque _és um_ homem de sangue. 9 Então disse Abisai, filho de Zeruia, ao rei: Porque amaldiçoaria este cão morto [9] ao rei meu senhor? Deixa-me passar, e lhe tirarei a cabeça. 10 Disse porém o rei: Que tenho eu [10] comvosco, filhos de Zeruia? Ora deixae-o amaldiçoar; pois o Senhor lhe disse: Amaldiçôa a David; quem pois diria: [11] Porque assim fizeste? 11 Disse mais David a Abisai, e a todos os seus servos: [12] Eis que meu filho, que saiu das minhas entranhas, procura a minha morte: quanto mais ainda este filho de Jemini? Deixae-o, que amaldiçoe; porque o Senhor lh’o disse. 12 Porventura o Senhor olhará para a minha miseria: e o Senhor me pagará com bem [13] sua maldição _d_’este dia. 13 Proseguiam pois o seu caminho, David e os seus homens: e _tambem_ Simei ia ao longo do monte, defronte d’elle, caminhando e amaldiçoando, e atirava pedras contra elle, e levantava poeira. 14 E o rei e todo o povo que _ia_ com elle chegaram cansados, e refrescaram-se ali. _Os conselhos que Achitophel e Husai dão a Absalão._ 15 Absalão pois, [14] e todo o povo, os homens de Israel, vieram a Jerusalem: e Achitophel com elle. 16 E succedeu que, chegando Husai, o archita, [15] amigo de David, a Absalão, disse Husai a Absalão: Viva o rei, viva o rei! 17 Porém Absalão disse a Husai: É esta a tua beneficencia para com o teu amigo? Porque não foste [16] com o teu amigo? 18 E disse Husai a Absalão: Não, porém d’aquelle que eleger o Senhor, e todo este povo, e todos os homens de Israel, d’elle serei e com elle ficarei. 19 E, demais d’isto, [17] a quem serviria eu? _Porventura_ não _seria_ diante de seu filho? Como servi diante de teu pae, assim serei diante de ti. 20 Então disse Absalão a Achitophel: Dae conselho entre vós sobre o que devemos fazer. 21 E disse Achitophel a Absalão: Entra ás concubinas [18] de teu pae, que deixou para guardarem a casa; e _assim_ todo o Israel ouvirá que te fizeste aborrecivel para [19] com teu pae; e se esforçarão as mãos de todos os que _estão_ comtigo. 22 Estenderam pois para Absalão uma tenda no terrado: [20] e entrou Absalão ás concubinas de seu pae, perante os olhos de todo o Israel. 23 E _era_ o conselho de Achitophel, que aconselhava n’aquelles dias, como se a palavra de Deus se consultara: tal _era_ todo o conselho de Achitophel, assim para com David [21] como para com Absalão. [1] cap. 15.30, 32. [2] cap. 9.2. [3] cap. 15.23 e 17.29. [4] cap. 19.27. [5] Pro. 18.13. [6] cap. 19.16. I Reis 2.8, 44. [7] Deu. 13.13. [8] Jui. 9.24, 56, 57. I Reis 2.32, 33. cap. 1.16 e 3.28, 29 e 4.11, 12. [9] I Sam. 24.14. cap. 9.8. Exo. 23.28. [10] cap. 19.22. I Ped. 2.23. II Reis 18.25. Lam. 3.38. [11] Rom. 9.20. [12] cap. 12.11. [13] Rom. 8.28. [14] cap. 15.37. [15] cap. 15.37. [16] cap. 19.25. Pro. 17.17. [17] cap. 15.34. [18] cap. 15.16 e 20.3. [19] Gen. 13.4. I Sam. 13.4. cap. 2.7. Zac. 8.13. [20] cap. 12.11, 12. [21] cap. 15.12. 17 Disse mais Achitophel a Absalão: Deixa-me escolher doze mil homens, e me levantarei, e seguirei após David esta noite. 2 E virei sobre elle, pois está cançado [1] e frouxo das mãos: e o espantarei, e fugirá todo o povo que _está_ com elle; e _então_ ferirei o rei só. 3 E farei tornar a ti todo o povo; _pois_ o homem a quem tu buscas é como se tornassem todos; _assim_ todo o povo estará em paz. 4 E esta palavra pareceu boa aos olhos de Absalão, e aos olhos de todos os anciãos de Israel. 5 Disse porém Absalão: Chamae agora tambem a Husai o archita: e ouçamos tambem o que elle dirá. 6 E, chegando Husai a Absalão, lhe fallou Absalão, dizendo: D’esta maneira fallou Achitophel: faremos _conforme á_ sua palavra? Se não, falla tu. 7 Então disse Husai a Absalão: O conselho que Achitophel esta vez aconselhou não é bom. 8 Disse mais Husai: _Bem_ conheces tu a teu pae, e a seus homens, que são valorosos, e _que estão_ com o espirito amargurado, como a ursa [2] no campo, roubada dos cachorros: e tambem teu pae _é_ homem de guerra, e não passará a noite com o povo. 9 Eis que agora estará escondido n’alguma cova, ou em qualquer outro logar: e será que, caindo no principio _alguns_ d’entre elles, cada um que o ouvir então dirá: Houve derrota no povo que segue a Absalão. 10 Então até o homem valente, cujo coração é como coração de leão, sem duvida desmaiará; [3] porque todo o Israel sabe que teu pae é valoroso, e homens valentes os que _estão_ com elle. 11 Eu porém aconselho que com toda a pressa se ajunte a ti todo o Israel desde [4] Dan até Ber-seba, em multidão como a areia do mar: e tu em pessoa vás _com elle_ á peleja. 12 Então viremos a elle, em qualquer logar que se achar, e facilmente viremos sobre elle, como o orvalho cae sobre a terra: e não ficará d’elle e de todos os homens que estão com elle nem _ainda_ um só. 13 E, se elle se retirar para _alguma_ cidade, todo o Israel trará cordas áquella cidade: e arrastal-a-hemos até ao ribeiro, até que não se ache ali nem uma só pedrinha. 14 Então disse Absalão e todos os homens d’Israel: Melhor _é_ o conselho de Husai, o archita, do que o conselho d’Achitophel (porém _assim_ o Senhor o ordenara, para aniquilar [5] o bom conselho d’Achitophel, para que o Senhor trouxesse o mal sobre Absalão). 15 E disse Husai [6] a Zadok e a Abiathar, sacerdotes: Assim e assim aconselhou Achitophel a Absalão e aos anciãos d’Israel; porém assim e assim aconselhei eu. 16 Agora, pois, enviae apressadamente, e avisae a David, dizendo: Não passes esta noite nas campinas [7] do deserto, e logo tambem passa á outra banda, para que o rei e todo o povo que com elle _está_ não seja devorado. 17 Estavam pois Jonathan [8] e Ahimaas junto á fonte de Rogel: e foi uma creada, e lh’o disse, e elles foram, e o disseram ao rei David, porque não podiam ser vistos entrar na cidade, 18 Mas viu-os todavia um moço, e avisou a Absalão; porém ambos _logo_ partiram apressadamente, e entraram em casa de _um_ homem, em Bahurim, [9] o qual tinha _um_ poço no seu pateo, e ali dentro desceram. 19 E tomou a mulher [10] a tampa, e a estendeu sobre a bocca do poço, e espalhou grão descascado sobre ella: assim nada se soube. 20 Chegando pois os servos de Absalão á mulher, áquella casa, disseram: Onde _estão_ Ahimaas e Jonathan? E a mulher lhes disse: [11] Já passaram o vão das aguas. E, havendo-os buscado, e não _os_ achando, voltaram para Jerusalem. 21 E succedeu que, depois que se foram, sairam do poço, e foram, e annunciaram a David; e disseram a David: Levantae-vos, [12] e passae depressa as aguas, porque assim aconselhou contra vós Achitophel. 22 Então David e todo o povo que com elle _estava_ se levantou, e passaram o Jordão: e _já_ pela luz da manhã nem ainda faltava um só que não passasse o Jordão. 23 Vendo pois Achitophel que se não tinha seguido o seu conselho, albardou o jumento, e levantou-se, e foi para sua casa e para a [13] sua cidade, e deu ordem a sua casa, e se enforcou: e morreu, [14] e foi sepultado na sepultura de seu pae. 24 E David [15] veiu a Mahanaim; e Absalão passou o Jordão, elle e todo o homem d’Israel com elle, 25 E Absalão constituiu a Amasa em logar de Joab sobre o arraial: e _era_ Amasa filho de um homem cujo nome _era_ Jethra, o israelita, o qual entrara a Abigal, [16] filha de Nahas, irmã de Zeruia, mãe de Joab. 26 Israel, pois, e Absalão acamparam na terra de Gilead. _A victoria do exercito de David sobre o de Absalão._ 27 E succedeu que, chegando David a Mahanaim, Sobi, [17] filho de Nahas, de Rabba, dos filhos de Ammon, e Machir, filho de Ammiel, de Lo-debar, e Barzillai, o gileadita, de Rogelim, 28 Tomaram camas e bacias, e vasilhas de barro, e trigo, e cevada, e farinha, e _grão_ torrado, e favas, e lentilhas, tambem torradas, 29 E mel, e manteiga, e ovelhas, e queijos de vaccas, _e_ os trouxeram a David e ao povo que com elle _estava_, para comerem, porque disseram: Este povo no [18] deserto está faminto, e cançado, e sedento. [1] Deu. 25.18. cap. 16.14. Zac. 13.7. [2] Ose. 13.8. [3] Ose. 2.11. [4] Jui. 20.1. Gen. 22.17. [5] cap. 15.31, 34. [6] cap. 15.31, 34. [7] cap. 15.28. [8] cap. 15.27, 36. Jos. 2.4, etc. e 15.7 e 13.16. [9] cap. 16.5. [10] Jos. 2.6. [11] Exo. 1.19. Jos. 2.4, 5. [12] ver. 15, 16. [13] cap. 15.12. [14] Mat. 27.5. [15] Gen. 32.2. Jos. 13.26. cap. 2.8. [16] I Chr. 2.1, 17. [17] cap. 10.1 e 12.29 e 9.4 e 19.31, 32. I Reis 2.7. [18] cap. 16.2. 18 E David contou o povo que tinha comsigo, e poz sobre elles capitães de cento. 2 E David enviou o povo, um terço debaixo da mão de Joab, e outro terço debaixo da mão de Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joab, e outro terço debaixo [1] da mão de Ittai, o getheo; e disse o rei ao povo: Eu tambem juntamente sairei comvosco. 3 Porém o povo disse: [2] Não sairás, porque, se formos obrigados a fugir, não porão o coração em nós; e, ainda que metade de nós morra, não porão o coração em nós, porque ainda, _taes_ como nós somos, _ajuntarás_ dez mil: melhor será pois que da cidade nos sirvas de soccorro. 4 Então David lhes disse: O que bem _parecer_ aos vossos olhos, farei. E o rei se poz da banda da porta, e todo o povo saiu em centenas e em milhares. 5 E o rei deu ordem a Joab, e a Abisai, e a Ittai, dizendo: Brandamente _tratae_ por amor de mim ao mancebo, a Absalão. E todo o povo ouviu [3] quando o rei deu ordem a todos os capitães ácerca de Absalão. 6 Saiu pois o povo ao campo, a encontrar-se com Israel, e deu-se a batalha [4] no bosque d’Ephraim. 7 E ali foi ferido o povo d’Israel, diante dos servos de David: e n’aquelle mesmo dia houve ali _uma_ grande derrota de vinte mil. 8 Porque ali se derramou a batalha sobre a face de toda aquella terra; e foram mais os do povo que consumiu o bosque do que os que a espada consumiu n’aquelle dia. _Absalão fica suspenso de uma arvore e Joab mata-o._ 9 E Absalão se encontrou com os servos de David; e Absalão ia montado n’um mulo; e, entrando o mulo debaixo da espessura doe ramos d’um grande carvalho, pegou-se-lhe a cabeça no carvalho, e ficou pendurado entre o céu e a terra: e o mulo, que _estava_ debaixo d’elle, passou adiante. 10 O que vendo um homem, o fez saber a Joab, e disse: Eis que vi a Absalão pendurado d’um carvalho. 11 Então disse Joab ao homem que lh’o fizera saber: Pois que o viste, porque o não feriste _logo_ ali em terra? E forçoso seria o eu dar-te dez _moedas_ de prata e um cinto. 12 Disse porém aquelle homem a Joab: Ainda que eu podesse pesar nas minhas mãos mil _moedas_ de prata, não estenderia a minha mão contra o filho do rei, pois bem ouvimos [5] _que_ o rei te deu ordem a ti, e a Abisai, e a Ittai, dizendo: Guardae, cada um de _vós_, de _tocar_ ao mancebo, a Absalão. 13 Ainda que commettesse mentira a risco da minha vida, nem _por isso_ coisa nenhuma se esconderia ao rei; e tu mesmo te opporias. 14 Então disse Joab: Não me demorarei assim comtigo aqui. E tomou tres dardos, e traspassou com elles o coração de Absalão, _estando_ elle ainda vivo no meio do carvalho. 15 E o cercaram dez mancebos, que levavam as armas de Joab. E feriram a Absalão, e o mataram. 16 Então tocou Joab a buzina, e voltou o povo de perseguir a Israel, porque Joab deteve o povo. 17 E tomaram a Absalão, e o lançaram no bosque, n’uma grande cova, e levantaram [6] sobre elle um mui grande montão de pedras: e todo o Israel fugiu, cada um para a sua tenda. 18 Ora Absalão, quando _ainda_ vivia, tinha tomado e levantado [7] para si uma columna, que _está_ no valle do rei, porque dizia: Filho nenhum tenho para conservar a memoria do meu nome. E chamou aquella columna pelo seu proprio nome; pelo que até _ao dia d’_hoje se chama o Pilar d’Absalão. _David, sabendo da morte de Absalão, chora amargamente._ 19 Então disse Ahimaas, filho de Zadok: Deixa-me correr, e denunciarei ao rei que já o Senhor o vingou da mão de seus inimigos. 20 Mas Joab lhe disse: Tu não serás hoje o portador de novas, porém outro dia as levarás; mas hoje não darás a nova, porque é morto o filho do rei. 21 E disse Joab a Cusi: Vae _tu_, e dize ao rei o que viste. E Cusi se inclinou a Joab, e correu. 22 E proseguiu Ahimaas, filho de Zadok, e disse a Joab: Seja _o_ que _fôr_, deixa-me tambem correr após Cusi. E disse Joab: Para que agora correrias tu, meu filho, pois não tens mensagem conveniente? 23 Seja o que _fôr_, _disse Ahimaas_, correrei. E Joab lhe disse: Corre. E Ahimaas correu pelo caminho da planicie, e passou a Cusi. 24 E David estava assentado entre as duas portas; e a sentinella [8] subiu ao terraço da porta junto ao muro: e levantou os olhos, e olhou, e eis _que um_ homem corria só. 25 Gritou pois a sentinella, e o disse ao rei: Se _vem_ só, _ha_ novas em sua bocca. E vinha andando e chegando. 26 Então viu a sentinella outro homem que corria, e a sentinella gritou ao porteiro, e disse: Eis que _lá vem outro_ homem correndo só. Então disse o rei: Tambem traz este novas. 27 Disse mais a sentinella: Vejo o correr do primeiro, que parece _ser_ o correr de Ahimaas, filho de Zadok. Então disse o rei: Este _é_ homem de bem, e virá com boas novas. 28 Gritou pois Ahimaas, e disse ao rei: Paz. E inclinou-se ao rei com o rosto em terra, e disse: Bemdito _seja_ o Senhor, que entregou os homens que levantaram a mão contra o rei meu senhor. 29 Então disse o rei: Vae bem com o mancebo, com Absalão? E disse Ahimaas: Vi um grande alvoroço, quando Joab mandou o servo do rei, e a _mim_ teu servo; porém não sei _o_ que _era_. 30 E disse o rei: Vira-te, e põe-te aqui. E virou-se, e parou. 31 E eis que vinha Cusi: e disse Cusi: Annunciar-se-ha ao rei meu senhor que hoje o Senhor te julgou da mão de todos os que se levantaram contra ti. 32 Então disse o rei a Cusi: Vae bem com o mancebo, com Absalão? E disse Cusi: [9] Sejam como _aquelle_ mancebo os inimigos do rei meu senhor, e todos os que se levantam contra ti para mal. 33 Então o rei se perturbou, e subiu á sala que estava por cima da porta, e chorou: e andando, dizia assim: Meu filho Absalão, meu filho, [10] meu filho, Absalão! quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho! [1] cap. 15.19. [2] cap. 21.17. [3] ver. 12. [4] Jos. 17.15, 18. [5] ver. 5. [6] Jos. 7.26. [7] Gen. 14.17. [8] II Reis 9.17. [9] I Sam. 25.26. [10] cap. 19.4. 19 E disseram a Joab: Eis que o rei _anda_ chorando, e lastima-se por Absalão. 2 Então a victoria _se tornou_ n’aquelle _mesmo_ dia em tristeza para todo o povo: porque aquelle _mesmo_ dia o povo ouvira dizer: Mui triste está o rei por causa de seu filho. 3 E aquelle _mesmo_ dia o povo se escoou ás furtadellas na cidade, [1] como o povo de vergonhoso se escoa escondidamente quando fogem da peleja. 4 Estava pois o rei com o [2] rosto coberto; e o rei gritava a alta voz: [3] Meu filho Absalão, Absalão meu filho, meu filho! 5 Então entrou Joab ao rei em casa, e disse: Hoje envergonhaste as caras de todos os teus servos, que livraram hoje a tua vida, e a vida de teus filhos, e de tuas filhas, e a vida de tuas mulheres, e a vida de tuas concubinas. 6 Amando tu aos que te aborrecem, e aborrecendo aos que te amam: porque hoje dás a entender que nada _valem_ para comtigo capitães e servos; porque entendo hoje que se Absalão vivesse, e todos nós hoje fossemos mortos, então bem _te parecera_ aos teus olhos. 7 Levanta-te _pois_ agora; sae, e falla conforme ao coração de teus servos: porque pelo Senhor _te_ juro que, se não saires, nem um _só_ homem ficará comtigo esta noite; e mais mal _te_ será isto do que todo o mal que tem vindo sobre ti desde a tua mocidade até agora. 8 Então o rei se levantou, e se assentou á porta: e fizeram saber a todo o povo, dizendo: Eis que o rei está assentado á porta. [4] Então todo o povo veiu apresentar-se diante do rei; porém Israel fugiu cada um para as suas tendas. 9 E todo o povo, em todas as tribus de Israel, andava porfiando entre si, dizendo: O rei nos tirou das mãos de nossos inimigos, e elle nos livrou das mãos dos philisteos; e agora fugiu da terra por _causa de_ Absalão. 10 E Absalão, a quem ungimos sobre nós, _já_ morreu na peleja: agora, pois, porque vos calaes, e não fazeis voltar o rei? _David volta para Jerusalem._ 11 Então o rei David enviou a Zadok e a Abiathar, sacerdotes, dizendo: Fallae aos anciãos de Judah, dizendo: Porque serieis vós os ultimos em tornar a trazer o rei para a sua casa? (porque as palavras de todo o Israel chegaram ao rei, até á sua casa.) 12 Vós sois meus irmãos, meus ossos [5] e minha carne sois _vós_: porque pois serieis os ultimos em tornar a trazer o rei? 13 E a Amasa direis: [6] _Porventura_ não és tu meu osso e minha carne? assim me faça Deus, e outro tanto, se não fores chefe do arraial diante de mim para sempre, em logar de Joab. 14 Assim moveu o coração de todos os homens de Judah, como [7] _o d’_um só homem: e enviaram ao rei, _dizendo_: Volta tu com todos os teus servos. 15 Então o rei voltou, e chegou até ao Jordão; e Judah veiu a Gilgal, [8] para ir encontrar-se com o rei, á outra banda do Jordão. 16 E apressou-se Simei, [9] filho de Gera, filho de Jemini, que _era_ de Bahurim: e desceu com os homens de Judah a encontrar-se com o rei David, 17 E com elle mil varões de Benjamin, como tambem Ziba, [10] servo da casa de Saul, e seus quinze filhos, e seus vinte servos com elle: e promptamente passaram o Jordão adiante do rei. 18 E, passando a barca, para fazer passar a casa do rei e para trazer o que bem _parecesse_ aos seus olhos, então Simei, filho de Gera, se prostrou diante do rei, passando elle o Jordão. 19 E disse ao rei: [11] Não me impute meu senhor a _minha_ culpa, e não te lembres do que _tão_ perversamente fez teu servo, no dia em que o rei meu senhor saiu de Jerusalem, para o rei conserval-o no coração. 20 Porque teu servo devéras confessa que eu pequei: porém eis que eu sou o primeiro _que_ de toda [12] a casa de José desci a encontrar-me com o rei meu senhor. 21 Então respondeu Abisai, filho de Zeruia, e disse: Não morreria pois Simei por isto, havendo amaldiçoado ao [13] ungido do Senhor? 22 Porém David disse: [14] Que tenho eu comvosco, filhos de Zeruia, para que hoje me sejaes adversarios? morreria alguem hoje [15] em Israel? porque _porventura_ não sei que hoje fui _feito_ rei sobre Israel? 23 E disse o rei a Simei: [16] Não morrerás. E o rei lh’o jurou. _Mephiboseth encontra-se com David._ 24 Tambem Mephiboseth, [17] filho de Saul, desceu a encontrar-se com o rei, e não tinha lavado os pés, nem tinha feito a barba, nem tinha lavado os seus vestidos desde o dia em que o rei tinha saido até ao dia em que voltou em paz. 25 E succedeu que, vindo elle a Jerusalem a encontrar-se com o rei, disse-lhe o rei: [18] Porque não foste comigo, Mephiboseth? 26 E disse elle: Ó rei meu senhor, o meu servo me enganou; porque o teu servo dizia: Albardarei um jumento, e n’elle montarei, e irei com o rei; pois o teu servo é côxo. 27 De mais d’isto, falsamente accusou [19] a teu servo diante do rei meu senhor; porém o rei meu senhor é como um anjo de Deus; faze pois o que _parecer_ bem aos teus olhos. 28 Porque toda a casa de meu pae não era senão de homens _dignos_ de morte diante do rei meu senhor; [20] e _comtudo_ puzeste a teu servo entre os que comem á tua mesa: e que mais direito tenho eu de clamar ao rei? 29 E disse-lhe o rei: Porque ainda mais fallas _de_ teus negocios? _já_ disse eu: Tu e Ziba reparti as terras. 30 E disse Mephiboseth ao rei: Tome elle tambem tudo; pois já veiu o rei meu senhor em paz á sua casa. _Barzillai encontra-se com David._ 31 Tambem Barzillai, [21] o gileadita, desceu de Rogelim, e passou com o rei o Jordão, para o acompanhar á outra banda do Jordão. 32 E era Barzillai mui velho, da edade de oitenta annos; [22] e elle tinha sustentado o rei, quando tinha a sua morada em Mahanaim, porque _era_ homem mui grande. 33 E disse o rei a Barzillai: Passa tu comigo, e sustentar-te-hei comigo em Jerusalem. 34 Porém Barzillai disse ao rei: Quantos serão os dias dos annos da minha vida, para que suba com o rei a Jerusalem? 35 Da edade de oitenta annos _sou_ eu hoje; poderia eu discernir entre bom e mau? poderia o teu servo ter gosto no que comer e beber? Poderia eu mais ouvir a voz dos cantores e cantoras? E porque será o teu servo ainda pesado ao rei meu senhor? 36 Com o rei passará teu servo ainda um pouco mais além do Jordão: e porque me recompensará o rei _com_ tal recompensa? 37 Deixa voltar o teu servo, e morrerei na minha cidade, junto á sepultura de meu pae e de minha mãe: mas eis ahi _está_ o teu servo [23] Chimham, _o qual_ passe com o rei meu senhor, e faze-lhe o que bem _parecer_ aos teus olhos. 38 Então disse o rei: Chimham passará comigo, e eu lhe farei como bem _parecer_ aos teus olhos, e tudo quanto me pedires te farei. 39 Havendo pois todo o povo passado o Jordão, e passando tambem o rei, beijou o rei a Barzillai, [24] e o abençoou: e elle voltou para o seu logar. 40 E _d’ali_ passou o rei a Gilgal, e Chimham passou com elle: e todo o povo de Judah conduziu o rei, como tambem a metade do povo d’Israel. 41 E eis que todos os homens d’Israel vieram ao rei, e disseram ao rei: Porque te furtaram nossos irmãos, os homens de Judah, [25] e conduziram o rei e a sua casa d’além do Jordão, e todos os homens de David com elles? 42 Então responderam todos os homens de Judah aos homens de Israel: Porquanto o rei é [26] nosso parente; e porque vos iraes por isso? _Porventura_ comemos _ás costas_ do rei, ou nos apresentou algum presente? 43 E responderam os homens d’Israel aos homens de Judah, e disseram: Dez partes temos no rei, e até em David mais temos nós do que vós; porque pois não fizestes conta de nós, para que a nossa palavra não fosse a primeira, para tornar a trazer o nosso rei? Porém a palavra dos homens de Judah foi [27] mais forte _do_ que a palavra dos homens d’Israel. [1] ver. 32. [2] cap. 15.30. [3] cap. 18.33. [4] cap. 18.17. [5] cap. 5.1. [6] cap. 17.25. Ruth 1.17. [7] Jui. 20.1. [8] Jos. 5.9. [9] cap. 16.5. I Reis 2.8. [10] cap. 9.2, 10 e 16.1, 2. [11] I Sam. 22.15. cap. 33. [12] cap. 16.5. [13] Exo. 22.28. [14] cap. 16.10. [15] I Sam. 11.13. [16] I Reis 2.8, 9, 37, 46. [17] cap. 9.6. [18] cap. 16.17. [19] cap. 16.3 e 14.17, 20. [20] cap. 9.7, 10, 13. [21] I Reis 2.7. [22] cap. 17.27. [23] I Reis 2.6. Jer. 41.17. [24] Gen. 31.55. [25] ver. 15. [26] ver. 12. [27] Jui. 8.1 e 12.1. _A sedição de Seba e a sua morte._ [Antes de Christo 1022] 20 Então se achou ali por acaso um homem de Belial, cujo nome era Seba, filho de Bichri, homem de Benjamin, o qual tocou a buzina, e disse: [1] Não temos parte em David, nem herança no filho de Jessé; cada um ás suas tendas, ó Israel. 2 Então todos os homens d’Israel subiram de detraz de David, e seguiram Seba, filho de Bichri; porém os homens de Judah se uniram ao seu rei desde o Jordão até Jerusalem. 3 Vindo pois David para sua casa, a Jerusalem, tomou o rei as dez mulheres, _suas_ concubinas, [2] que deixara para guardarem a casa, e as poz n’uma casa em guarda, e as sustentava; porém não entrou a ellas: e estiveram encerradas até ao dia da sua morte, vivendo _como_ viuvas. 4 Disse mais o rei a Amasa: [3] Convoca-me os homens de Judah para o terceiro dia: e tu _então_ apresenta-te aqui. 5 E foi Amasa para convocar a Judah: porém demorou-se além do tempo que lhe tinha designado. 6 Então disse David a Abisai: Mais mal agora nos fará Seba, o filho de Bichri, _do_ que Absalão: _pelo que_ toma tu os servos [4] de teu senhor, e persegue-o, para que _porventura_ não ache para si cidades fortes, e escape dos nossos olhos. 7 Então sairam atraz d’elle os homens de Joab, e os cheretheos, [5] e os peletheos, e todos os valentes: estes sairam de Jerusalem para irem atraz de Seba, filho de Bichri. 8 Chegando elles _pois_ á pedra grande que _está_ junto a Gibeon, Amasa veiu: e _estava_ Joab cingido da sua roupa que vestiu, e sobre ella um cinto, ao qual estava pegada a espada a seus lombos na sua bainha; e, adiantando-se elle, _lhe_ caiu. 9 E disse Joab a Amasa: Vae comtigo bem, meu irmão? E Joab, com a mão direita, [6] pegou da barba de Amasa, para o beijar. 10 E Amasa não se resguardou da espada que _estava_ na mão de Joab, de sorte que este o feriu [7] com ella na quinta _costella_, e lhe derramou por terra as entranhas, e não o feriu segunda vez, e morreu: então Joab e Abisai, seu irmão, foram atraz de Seba, filho de Bichri. 11 Mas algum d’entre os moços de Joab parou junto a elle, e disse: Quem ha que bem queira a Joab? e quem seja por David siga a Joab. 12 E Amasa estava envolto no seu sangue no meio do caminho: e, vendo aquelle homem que todo o povo parava, desviou a Amasa do caminho para o campo, e lançou sobre elle um manto; porque via que todo aquelle que chegava a elle parava. 13 E, como estava apartado do caminho, todos os homens seguiram a Joab, para perseguirem a Seba, filho de Bichri. 14 E passou por todas as tribus d’Israel até Abel, a saber, a [8] Beth-maaca e a todos os beritas: e ajuntaram-se, e tambem o seguiram. 15 E vieram, e o cercaram em Abel de Beth-maaca, e levantaram _uma_ tranqueira contra a cidade, assim que _já_ estava em _frente do_ antemuro: e todo o povo que _estava_ com Joab batia o muro, para o derribar. 16 Então uma mulher sabia gritou de dentro da cidade: Ouvi, ouvi, peço-_vos que_ digaes a Joab: Chega-te cá, para que eu te falle. 17 Chegou-se a ella, e disse a mulher: Tu és Joab? E disse elle: Eu _sou_. E ella lhe disse: Ouve as palavras de tua serva. E disse elle: Ouço. 18 Então fallou ella, dizendo: Antigamente costumava-se fallar, dizendo: Certamente pediram conselho a Abel; e assim o concluiam. 19 Sou eu _uma_ das pacificas e das fieis em Israel: e tu procuras matar uma cidade que é madre em Israel: porque _pois_ devorarias [9] a herança do Senhor? 20 Então respondeu Joab, e disse: Longe, longe de mim que eu tal faça, que eu devore ou arruine! 21 A coisa não é assim; porém um _só_ homem do monte d’Ephraim, cujo nome é Seba, filho de Bichri, levantou a mão contra o rei, contra David; entregae-me só este, e retirar-me-hei da cidade. Então disse a mulher a Joab; Eis que te será lançada a sua cabeça pelo muro. 22 E a mulher, na sua [10] sabedoria, entrou a todo o povo, e cortaram a cabeça de Seba, filho de Bichri, e a lançaram a Joab; então tocou a buzina, e se retiraram da cidade, cada um para as suas tendas, e Joab voltou a Jerusalem, ao rei. 23 E Joab [11] _estava_ sobre todo o exercito d’Israel; e Benaia, filho de Joiada, sobre os cheretheos e sobre os peletheos; 24 E Adoram sobre [12] os tributos; e Josaphat, filho de Ahilud, _era_ o chanceller; 25 E Seva o escrivão; e Zadok [13] e Abiathar os sacerdotes; 26 E tambem Ira, [14] o jairita, era o [KA] official-mór de David. [1] cap. 19.43. I Reis 12.16. II Chr. 10.16. [2] cap. 15.16 e 16.21, 22. [3] cap. 19.13. [4] cap. 11.11. I Reis 1.33. [5] cap. 8.18. I Reis 1.38. [6] Mat. 26.49. Luc. 22.47. [7] I Reis 2.5. cap. 2.23. [8] II Reis 15.29. II Chr. 16.4. II Reis 19.32. [9] I Sam. 26.19. cap. 21.3. [10] Ecc. 9.14, 15. [11] cap. 8.16, 18. [12] I Reis 4.6. cap. 8.16. I Reis 4.3. [13] cap. 8.17. I Reis 4.4. [14] cap. 23.28. _Fome em Israel, e a sua causa._ [Antes de Christo 1021] 21 E houve em dias de David uma fome de tres annos, de anno em anno; e David consultou ao Senhor, e o Senhor lhe disse: É por causa de Saul e da sua casa sanguinaria, porque matou os gibeonitas. 2 Então chamou o rei aos gibeonitas, e lhes fallou (ora os gibeonitas não _eram_ dos filhos de Israel, mas do resto [1] dos amorrheos, e os filhos de Israel lhes tinham jurado, porém Saul procurou feril-os no seu zelo á causa dos filhos de Israel e de Judah). 3 Disse pois David aos gibeonitas: Que _quereis que_ eu vos faça? e que satisfação vos darei, para que abençoeis a [2] herança do Senhor? 4 Então os gibeonitas lhe disseram: Não é _por_ prata nem oiro _que_ temos questão com Saul e com sua casa; nem tão pouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel. E disse elle: Que _é pois que_ quereis que vos faça? 5 E disseram ao rei: O homem que nos destruiu, e intentou contra nós _que_ fossemos assollados, sem que podessemos subsistir em termo algum de Israel, 6 De seus filhos se nos dêem sete homens, para que os enforquemos ao Senhor em Gibeah [3] de Saul, o eleito do Senhor. E disse o rei: Eu _os_ darei. 7 Porém o rei poupou a Mephiboseth, filho de Jonathan, filho de Saul, por [4] causa do juramento do Senhor, que entre elles _houvera_, entre David e Jonathan, filho de Saul. 8 Porém tomou o rei os dois filhos de [5] Rispa, filha d’Aia, que tinha parido a Saul, _a saber_ a Armoni e a Mephiboseth; como tambem os cinco filhos _da irmã_ de Michal, filha de Saul, que parira a Adriel, filho de Barzillai, meholathita. 9 E os entregou na mão dos gibeonitas, os quaes os enforcaram no monte, perante [6] o Senhor; e cairam estes sete juntamente: e foram mortos nos dias da sega, nos _dias_ primeiros, no principio da sega das cevadas. 10 Então Rispa, [7] filha d’Aia, tomou um panno de cilicio, e estendeu-lh’o sobre uma penha, desde o principio da sega, até que distillou a agua sobre elles do céu: e não deixou as aves do céu pousar sobre elles de dia, nem os animaes do campo de noite. 11 E foi dito a David o que fizera Rispa, filha d’Aia, concubina de Saul. 12 Então foi David, e tomou os ossos de Saul, e os ossos de Jonathan seu filho, dos moradores de [8] Jabéz-gilead, os quaes os furtaram da rua de Beth-san, onde os [9] philisteos os tinham pendurado, quando os philisteos feriram a Saul em Gilboa. 13 E fez subir d’ali os ossos de Saul, e os ossos de Jonathan seu filho: e ajuntaram _tambem_ os ossos dos enforcados. 14 Enterraram os ossos de Saul, e de Jonathan seu filho na terra de Benjamin, [10] em Zela, na sepultura de seu pae Kis, e fizeram tudo o que o rei ordenara; e depois d’isto Deus se aplacou com a terra. _Quatro guerras contra os philisteos._ [Antes de Christo 1019] 15 Tiveram mais os philisteos uma peleja contra Israel: e desceu David, e com elle os seus servos: e _tanto_ pelejaram contra os philisteos, que David se cançou. 16 E Isbi-benob, que _era_ dos filhos do gigante, e o peso de cuja lança _tinha_ trezentos _siclos_ de peso de cobre, e que cingia uma _espada_ nova, este intentou ferir a David. 17 Porém Abisai, filho de Zeruia, o soccorreu, e feriu o philisteo, e o matou: então os homens de David lhe juraram, dizendo: Nunca mais [11] sairás comnosco á peleja, para que não apagues a lampada de Israel. 18 E aconteceu [12] depois d’isto que houve em Gob ainda outra peleja contra os philisteos: então Sibbechai, o husatita, feriu a Saph, que _era_ dos filhos do gigante. 19 Houve mais outra peleja contra os philisteos em Gob: e El-hanan, filho de Jaaré-oregim, o beth-lehemita [13] feriu Goliath, o getheo, de cuja lança era a haste como orgão de tecelão. 20 Houve ainda tambem [14] outra peleja em Gath, onde estava _um_ homem d’alta estatura, que tinha em cada mão seis dedos, e em cada pé outros seis, vinte e quatro por todos, e tambem este nascera do gigante. 21 E injuriava a Israel: porém Jonathan, filho de [15] Simea, irmão de David, o feriu. 22 Estes [16] quatro nasceram ao gigante em Gath: e cairam pela mão de David e pela mão de seus servos. [1] Jos. 9.3, 15, 16, 17. [2] cap. 20.19. [3] I Sam. 10.26 e 11.4 e 10.24. [4] I Sam. 18.3 e 20.8, 15, 42 e 23.18. [5] cap. 3.7. [6] cap. 6.17. [7] ver. 8. cap. 3.7. Deu. 21.23. [8] I Sam. 31.11, 12, 13. [9] I Sam. 1.10. [10] Jos. 18.28 e 7.26. cap. 24.25. [11] cap. 18.3. I Reis 11.36 e 15.4. Psa. 132.17. [12] I Chr. 20.4 e 11.29. [13] I Chr. 20.5. [14] I Chr. 20.6. [15] I Sam. 16.9. [16] I Chr. 20.8. _Cantico de David em acção de graças._ [Antes de Christo 1018] 22 E fallou [1] David ao Senhor as palavras d’este cantico, no dia em que o Senhor o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul. 2 Disse pois: O Senhor [2] _é_ o meu rochedo, e o meu logar forte, e o meu libertador. 3 Deus _é_ o meu rochedo, [3] n’elle confiarei: o meu escudo, e [KB] a força da minha salvação, o meu alto retiro, e o meu refugio. O meu Salvador, de violencia me salvaste. 4 O Senhor, digno de louvor, invoquei, e de meus inimigos fiquei livre. 5 Porque me cercaram as ondas de morte: as torrentes de Belial me assombraram. 6 Cordas [4] do inferno me cingiram; encontraram-me laços de morte. 7 Estando [5] em angustia, invoquei ao Senhor, e a meu Deus clamei: do seu templo ouviu elle a minha voz, e o meu clamor _chegou_ aos seus ouvidos. 8 Então se abalou e tremeu a [6] terra, os fundamentos dos céus se moveram e abalaram, porque elle se irou. 9 Subiu [7] o fumo de seus narizes, e da sua bocca um fogo devorador: carvões se incenderam d’elle. 10 E abaixou [8] os céus, e desceu: e uma escuridão havia debaixo de seus pés. 11 E subiu sobre um cherubim, e voou: e foi visto sobre as azas do vento. 12 E por tendas poz [9] as trevas ao redor de si: ajuntamento d’aguas, nuvens dos céus. 13 Pelo resplendor da sua presença brasas de fogo se [10] accendem. 14 Trovejou desde os céus o Senhor: [11] e o Altissimo fez soar a sua voz. 15 E disparou [12] frechas, e os dissipou: raios e os perturbou. 16 E appareceram as profundezas do mar, os fundamentos do mundo se descobriram: pela reprehensão [13] do Senhor, pelo sopro do vento dos seus narizes. 17 Desde o alto enviou, _e_ me tomou: tirou-me das muitas aguas. 18 Livrou-me [14] do meu possante inimigo, _e_ d’aquelles que me tinham odio, porque eram mais fortes do que eu. 19 Encontraram-me no dia da minha calamidade: porém o Senhor se fez o meu esteio. 20 E [15] tirou-me á largura, e arrebatou-me _d’ali_; porque tinha prazer em mim. 21 Recompensou-me o Senhor conforme [16] á minha justiça: conforme á pureza de minhas mãos me retribuiu. 22 Porque guardei [17] os caminhos do Senhor: e não me apartei impiamente do meu Deus. 23 Porque todos os seus [18] juizos _estavam_ diante de mim: e de seus estatutos me não desviei. 24 Porém fui [19] sincero perante elle: e guardei-me da minha iniquidade. 25 E me retribuiu [20] o Senhor conforme á minha justiça, conforme á minha pureza diante dos seus olhos. 26 Com o benigno te mostras benigno: [21] com o varão sincero te mostras sincero. 27 Com o puro te mostras puro: mas com o perverso te mostras avesso. 28 E o povo afflicto livras: mas teus [22] olhos são contra os altivos, _e_ tu _os_ abaterás. 29 Porque tu, Senhor, _és_ a minha candeia: e o Senhor esclarece as minhas trevas. 30 Porque comtigo passo pelo meio d’um esquadrão: pelo meu Deus salto um muro. 31 O caminho [23] de Deus _é_ perfeito, _e_ a palavra do Senhor refinada; e é o escudo de todos os que n’elle confiam. 32 Porque, quem _é_ Deus, [24] senão o Senhor? e quem é rochedo, senão o nosso Deus? 33 Deus _é_ a minha [25] fortaleza _e a minha_ força, e elle perfeitamente desembaraça o meu caminho. 34 Faz elle os meus [26] pés como os das cervas, e me põe sobre as minhas alturas. 35 Instrue as minhas mãos para a peleja, de maneira que um arco de cobre se quebra pelos meus braços. 36 Tambem me déste o escudo da tua salvação, e pela tua brandura me vieste a engrandecer. 37 Alargaste [27] os meus passos debaixo de mim, e não vacillaram os meus artelhos. 38 Persegui os meus inimigos, e os derrotei, e nunca me tornei até que os consumisse. 39 E os consumi, e os atravessei, de modo que nunca mais se levantaram, mas cairam debaixo [28] dos meus pés. 40 Porque me cingiste [29] de força para a peleja, fizeste abater-se debaixo de mim os que se levantaram contra mim. 41 E deste-me o pescoço [30] de meus inimigos, d’aquelles que me tinham odio, e os destrui. 42 Olharam, porém não _houve_ libertador: sim, para o Senhor, [31] porém não lhes respondeu. 43 Então os moí [32] como o pó da terra; como a lama das ruas os trilhei e dissipei. 44 Tambem me livraste [33] das contendas do meu povo; guardaste-me para cabeça das nações; o povo _que_ não conhecia [34] me servirá. 45 Os filhos [35] de estranhos se me sujeitaram; ouvindo _a minha voz_, me obedeceram. 46 Os filhos de estranhos descairam; e, cingindo-se, _sairam_ dos seus encerramentos. 47 Vive o Senhor, e bemdito _seja_ o meu rochedo; e exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação: 48 O Deus que me dá inteira vingança, e sujeita os povos debaixo de mim. 49 E o que me tira d’entre os meus inimigos: e tu me exaltas sobre os que contra mim se levantam; do homem violento me livras. 50 Por isso, ó Senhor, te louvarei entre [36] as gentes, e entoarei louvores ao teu nome. 51 Elle _é_ a torre [37] das salvações do seu rei, e usa de benignidade com o seu ungido, com David, e com a sua semente para sempre. [1] Exo. 15.1. Jui. 5.1. [2] Deu. 32.4. [3] Heb. 2.13. Gen. 15.1. Luc. 1.69. Pro. 18.10. Jer. 16.19. [4] Psa. 116.3. [5] Psa. 116.4. Jon. 2.2. Exo. 3.7. [6] Jui. 5.4. Job 26.11. [7] Psa. 97.3. Hab. 3.5. Heb. 12.29. [8] Isa. 64.1. Exo. 20.21. I Reis 8.12. Psa. 97.2. [9] ver. 10. Psa. 97.2. [10] ver. 9. [11] Jui. 5.20. I Sam. 2.10 e 7.10. Isa. 30.30. [12] Deu. 32.23. Hab. 3.11. [13] Exo. 15.8. Psa. 106.9. Nah. 1.4. Mat. 8.26. [14] ver. 1. [15] Psa. 31.9. cap. 15.26. [16] ver. 25. I Sam. 25.23. I Reis 8.32. [17] Gen. 18.19. Pro. 8.32. [18] Deu. 7.12. [19] Gen. 6.9 e 17.1. Job 1.1. [20] ver. 21. [21] Mat. 5.7. Lev. 26.23, 24, 27, 28. [22] Exo. 3.7, 8. Job 40.11, 12. Isa. 2.11, 12, 17 e 5.15. Dan. 4.37. [23] Deu. 32.4. Dan. 4.37. Apo. 15.3. Pro. 30.5. [24] I Sam. 2.2. Isa. 45.5, 6. [25] Exo. 15.2. Isa. 12.2. Heb. 13.21. Deu. 18.13. Job 22.3. [26] cap. 2.18. Hab. 3.19. Deu. 32.13. Isa. 33.16 e 58.14. [27] Pro. 4.12. [28] Mal. 4.3. [29] Psa. 18.33, 40. [30] Gen. 49.8. Exo. 23.27. Jos. 10.24. [31] Jos. 27.9. Pro. 1.28. Isa. 1.15. Miq. 3.4. [32] II Reis 13.7. Dan. 2.35. Isa. 10.6. Miq. 7.10. Zac. 10.5. [33] cap. 3.1 e 5.1 e 19.9, 14 e 20.1, 2, 22. [34] Deu. 28.13. cap. 8.1-14. Isa. 55.5. [35] Miq. 7.17. Psa. 89.27. [36] Rom. 15.9. [37] Psa. 144.10. cap. 7.12, 13. _As ultimas palavras de David._ 23 E estas _são_ as ultimas palavras de David: Diz David, filho de Jessé, e diz [1] o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacob, e o suave em psalmos d’Israel: 2 O [2] espirito do Senhor fallou por mim, e a sua palavra _esteve_ em minha bocca. 3 Disse o Deus d’Israel, [3] a Rocha d’Israel a mim me fallou: _Haverá um_ justo que domine sobre os homens, [4] que domine _no_ temor de Deus. 4 E _será_ como [5] a luz da manhã, _quando_ sae o sol, da manhã sem nuvens, _quando_ pelo _seu_ resplandor e pela chuva a herva _brota_ da terra. 5 Ainda que a minha casa não _seja_ tal para com Deus, [6] comtudo estabeleceu comigo _um_ concerto eterno, que em tudo será bem ordenado e guardado, pois toda a minha salvação e todo o _meu_ prazer _está n’elle_, apezar de que _ainda_ não o faz brotar. 6 Porém os _filhos_ de Belial todos _serão_ como _os_ espinhos que se lançam fóra, porque se lhes não pode pegar com a mão. 7 Mas qualquer que os tocar se armará de ferro e da haste de _uma_ lança; e a fogo serão totalmente queimados no _mesmo_ logar. _Os trinta e sete valentes que David teve._ 8 Estes _são_ os nomes dos valentes que David teve: Joseb-bashebeth, _filho de_ Tachemoni, o principal dos capitães: este _era_ Adino, o esnita, _que se oppozera_ a oitocentos, e os feriu d’uma vez. 9 E depois d’elle Eleazar, [7] filho de Dodó, filho de Ahohi, entre os tres valentes que _estavam_ com David quando provocaram os philisteos que ali se ajuntaram á peleja, e quando d’Israel os homens subiram. 10 Este se levantou, e feriu os philisteos, até lhe cançar a mão e ficar a mão pegada á espada: e n’aquelle dia o Senhor obrou um grande livramento; e o povo voltou atraz d’elle, sómente a tomar o despojo. 11 E depois d’elle [8] Samma, filho de Agé, o hararita, quando os philisteos se ajuntaram n’uma multidão, onde havia um pedaço de terra cheio de lentilhas, e o povo fugira de diante dos philisteos. 12 Este pois se poz no meio d’aquelle pedaço _de terra_, e o defendeu, e feriu os philisteos: e o Senhor obrou um grande livramento. 13 Tambem tres dos trinta cabeças desceram, [9] e vieram no tempo da sega a David, á caverna de Adullam: e a multidão dos philisteos acampara no valle de Rephaim. 14 David _estava_ [10] então n’um logar forte, e a guarnição dos philisteos _estava_ então em Beth-lehem. 15 E teve David desejo, e disse: Quem me déra beber da agua da cisterna de Beth-lehem, que _está_ junto á porta! 16 Então _aquelles_ tres valentes romperam pelo arraial dos philisteos, e tiraram agua da cisterna de Beth-lehem, que _está_ junto á porta, _e_ a tomaram, e a trouxeram a David; porém elle não a quiz beber, mas derramou-a perante o Senhor, 17 E disse: Guarda-me, ó Senhor, de que tal faça; _beberia eu_ [11] o sangue dos homens que foram a risco da sua vida? De maneira que não a quiz beber: isto fizeram _aquelles_ tres valentes. 18 Tambem Abisai, irmão de Joab, filho de Zeruia, [12] era cabeça de tres; e este alçou a sua lança contra trezentos feridos: e tinha nome entre os tres. 19 _Porventura_ este não era o mais nobre d’entre estes tres? pois era o primeiro d’elles; porém aos _primeiros_ tres não chegou. 20 Tambem Benaia, filho de Joiada, [13] filho d’um homem valoroso de Cabseel, grande em obras, este feriu dois fortes leões de Moab; e desceu elle, e feriu um leão no meio d’uma cova, no tempo da neve. 21 Tambem este feriu um _homem_ egypcio, homem de respeito; e na mão do egypcio havia uma lança, porém elle desceu a elle com um cajado, e arrancou a lança da mão do egypcio, e o matou com a sua _propria_ lança. 22 Estas _coisas_ fez Benaia, filho de Joiada, pelo que teve nome entre tres valentes. 23 D’entre os trinta elle era o mais nobre, porém aos tres _primeiros_ não chegou: e David [14] o poz sobre os seus guardas. 24 Asael, [15] irmão de Joab, _estava_ entre os trinta, _que eram_: El-hanan, filho de Dodó, de Beth-lehem, 25 Samma, [16] harodita, Elika, harodita, 26 Heles, paltita, Ira, filho de Ikkes, tekoita, 27 Abiezer, anathothita, Mebunnai, husathita, 28 Zalmon, ahohita, Maharai, netophathita, 29 Heleb, filho de Baena, netophathita, Ittai, filho de Ribai, de Gibeah dos filhos de Benjamin, 30 Benaia, pirhathonita, Hiddai, do ribeiro [17] de Gaás, 31 Abi-albon, arbathita, Azmaveth, barhumita, 32 Eliaba, saalbonita, os filhos de Jasen _e_ Jonathan, 33 Samma, hararita, Ahiam, filho de Sarar, ararita, 34 Eliphelet, filho de Ahasbai, filho d’um maacathita, Eliam, filho de Achitophel, gilonita, 35 Hesrai, carmelita, Paarai, arbita, 36 Ighal, filho de Nathan, de Zoba, Bani, gadita, 37 Zelek, ammonita, Naharai, beerothita, o que trazia as armas de Joab, filho de Zeruia, 38 Ira, [18] jethrita, Gareb, jethrita, 39 Urias, hetheo: trinta e sete por todos. [1] cap. 7.8, 9. I Sam. 16.12, 13. [2] II Ped. 1.21. [3] Deu. 32.4, 31. [4] Exo. 18.21. II Chr. 19.7, 9. [5] Jui. 5.31. Pro. 4.18. Ose. 6.5. [6] cap. 7.15, 16. Isa. 55.3. [7] I Chr. 11.12 e 27.4. [8] I Chr. 11.27 e 11.13, 14. [9] I Chr. 11.15. I Sam. 22.1. cap. 5.18. [10] I Sam. 22.4, 5. [11] Lev. 17.10. [12] I Chr. 11.20. [13] Jos. 15.21. Exo. 15.15. I Chr. 11.22. [14] cap. 8.18 e 20.23. [15] cap. 2.18. [16] I Chr. 11.27. [17] Jui. 2.9. [18] cap. 20.26. _A numeração do povo e o castigo que Deus enviou._ 24 E a ira do Senhor se tornou [1] a accender contra Israel: e incitou a David contra elles, dizendo: Vae, numera a Israel e a Judah. 2 Disse pois o rei a Joab, chefe do exercito, o qual _tinha_ comsigo: Agora rodeia por todas as tribus de Israel, [2] desde Dan até Berseba, e numera o povo: para que eu saiba o numero do povo. 3 Então disse Joab ao rei: Ora, multiplique o Senhor teu Deus a este povo cem vezes tanto quanto _agora_ é, e os olhos do rei meu senhor o vejam: mas porque deseja o rei meu senhor este negocio? 4 Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joab, e contra os chefes do exercito: Joab pois saiu com os chefes do exercito diante da face do rei, a numerar o povo de Israel. 5 E passaram o Jordão: e pozeram-se em campo junto a [3] Aroer, á direita da cidade que _está_ no meio do ribeiro de Gad, e junto a Jazer. 6 E vieram a Gilead, e á terra baixa de Hodsi: [4] tambem vieram até Dan-jaan, e ao redor de Zidon. 7 E vieram á fortaleza de Tyro, e a todas as cidades dos heveos e dos cananeos; e sairam para a banda do sul de Judah, a Berseba. 8 Assim rodeiaram por toda a terra: e ao cabo de nove mezes e vinte dias voltaram a Jerusalem. [Antes de Christo 1017] 9 E Joab deu ao rei a somma do numero do povo contado: [5] e havia em Israel oitocentos mil homens de guerra, que arrancavam espada; e os homens de Judah _eram_ quinhentos mil homens. 10 E o coração feriu a [6] David, depois de haver numerado o povo: e disse David ao Senhor: Muito pequei [7] _no_ que fiz: porém agora, ó Senhor, peço-_te que_ traspasses a iniquidade do teu servo; porque tenho feito mui loucamente. 11 Levantando-se pois David pela manhã, veiu a palavra do Senhor ao propheta [8] Gad, vidente de David, dizendo: 12 Vae, e dize a David: Assim diz o Senhor: Tres coisas te offereço; escolhe uma d’ellas, para que t’a faça. 13 Veiu pois Gad a David, e fez-lh’o saber; e disse-lhe: _Queres_ que sete annos de fome [9] te venham á tua terra; ou que por tres mezes fujas diante de teus inimigos, e elles te persigam; ou que por tres dias haja peste na tua terra? Delibera agora, e vê que resposta hei de tornar ao que me enviou. 14 Então disse David a Gad: Estou em grande angustia: porém caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas _são_ as [10] suas misericordias; mas nas mãos dos homens não caia _eu_. 15 Então enviou [11] o Senhor a peste a Israel, desde pela manhã até ao tempo determinado: e desde Dan até Berseba, morreram setenta mil homens do povo. 16 Estendendo pois [12] o anjo a sua mão sobre Jerusalem, para a destruir, o Senhor se arrependeu d’aquelle mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto á eira d’Arauna, [13] o jebuseo. 17 E, vendo David ao anjo que feria o povo, fallou ao Senhor, e disse: Eis que eu _sou o que_ pequei, [14] e eu _o que_ iniquamente obrei; porém estas ovelhas que fizeram? seja pois a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pae. 18 E Gad veiu n’aquelle mesmo dia a David; e disse-lhe: Sobe, levanta ao Senhor [15] um altar na eira de Arauna, o jebuseo. 19 David subiu conforme á palavra de Gad, como o Senhor lhe tinha ordenado. 20 E olhou Arauna, e viu que vinham para elle o rei e os seus servos: saiu pois Arauna, e inclinou-se diante do rei com o rosto em terra. 21 E disse Arauna: Porque vem o rei meu Senhor ao seu servo? E disse David: [16] Para comprar de ti _esta_ eira, afim de edificar _n’ella_ um altar ao Senhor, para que este castigo cesse [17] de sobre o povo. 22 Então disse Arauna a David: Tome, e offereça o rei meu senhor o que bem _parecer_ aos seus olhos: eis ahi [18] bois para o holocausto, e os trilhos, e o apparelho dos bois para a lenha. 23 Tudo isto deu Arauna ao rei; disse mais Arauna ao rei; O Senhor teu Deus [19] tome prazer em ti. 24 Porém o rei disse a Arauna: Não, porém por certo preço t’o comprarei, porque não offerecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que me não custem nada. Assim David comprou [20] a eira e os bois por cincoenta siclos de prata. 25 E edificou ali David ao Senhor um altar, e offereceu holocaustos, e offertas pacificas. [21] Assim o Senhor se aplacou com a terra, e cessou aquelle castigo de sobre Israel. [1] cap. 21.1. I Chr. 27.23, 24. [2] Jui. 20.1. Jer. 17.5. [3] Deu. 2.36. Jos. 13.9, 16. [4] Jos. 19.47. Jui. 18.29. Jos. 19.28. Jui. 18.28. [5] I Chr. 21.5. [6] I Sam. 24.5. [7] cap. 12.13. I Sam. 13.13. [8] I Sam. 9.9. I Chr. 29.29. [9] I Chr. 21.12. [10] Psa. 103.8, 13, 14. Isa. 47.6. Zac. 1.16. [11] I Chr. 21.14 e 27.24. [12] Exo. 12.23. I Chr. 21.15. Gen. 6.6. I Sam. 15.11. Joel 2.13, 14. [13] I Chr. 21.15. II Chr. 3.1. [14] I Chr. 21.17. [15] I Chr. 21.18, etc. [16] Gen. 23.8-16. [17] Num. 16.48, 50. [18] I Reis 19.21. [19] Eze. 20.40, 41. [20] I Chr. 21.24, 25. [21] cap. 21.14. ver. 21. O PRIMEIRO LIVRO DOS REIS. _A velhice de David._ [Antes de Christo 1015] 1 Sendo pois o rei David já velho, _e_ entrado em dias, cobriam-n’o de vestes, porém não aquecia. 2 Então disseram-lhe os seus servos: Busquem para o rei meu senhor uma moça virgem, que esteja perante o rei, e tenha cuidado d’elle: e durma no seu seio, para que o rei meu senhor aqueça. 3 E buscaram por todos os termos de Israel uma moça formosa: e acharam a [1] Abisag, sunamita; e a trouxeram ao rei. 4 E _era_ a moça sobre maneira formosa: e tinha cuidado do rei, e o servia; porém o rei não a conheceu. 5 Então Adonias, [2] filho d’Haggith, se levantou, dizendo: Eu reinarei. E preparou carros, [3] e cavalleiros, e cincoenta homens, que corressem diante d’elle. 6 E nunca seu pae o tinha contrariado, dizendo: Porque fizeste assim? E _era_ elle tambem mui formoso [4] de parecer; e _Haggith_ o parira depois de Absalão. 7 E tinha intelligencia com Joab, filho de Zeruia, e [5] com Abiathar o sacerdote; os quaes _o_ ajudavam, seguindo a Adonias. 8 Porém Zadok o sacerdote, e Benaia, filho de Joiada, e Nathan, o propheta, [6] e Simei, e Rei, e os valentes que David tinha, não estavam com Adonias, 9 E matou Adonias ovelhas, e vaccas, e _bestas_ cevadas, junto á pedra de Zoheleth, que _está_ junto á fonte de Rogel: e convidou a todos os seus irmãos, os filhos do rei, e a todos os homens de Judah, servos do rei. 10 Porém a Nathan, propheta, e a Benaia, e aos valentes, e a Salomão, seu irmão, não convidou. 11 Então fallou Nathan a Bath-seba, mãe de Salomão, dizendo: Não ouviste que Adonias, [7] filho de Haggith, reina? e que nosso senhor David não o sabe? 12 Vem pois agora, _e_ deixa-me dar-te um conselho, para que salves a tua vida, e a de Salomão teu filho. 13 Vae, e entra ao rei David, e dize-lhe: Não juraste tu, rei senhor meu, á tua serva, dizendo: Certamente teu [8] filho Salomão reinará depois de mim, e elle se assentará no meu throno? porque pois reina Adonias? 14 Eis que, estando tu ainda ahi fallando com o rei, eu tambem entrarei depois de ti, e acabarei as tuas palavras. 15 E entrou Bath-seba ao rei na recamara; e o rei era mui velho: e Abisag, a sunamita, servia ao rei. 16 E Bath-seba inclinou a cabeça, e se prostrou perante o rei: e disse o rei: Que tens? 17 E ella lhe disse: [9] Senhor meu, tu juraste á tua serva pelo Senhor teu Deus, _dizendo_: Salomão, teu filho, reinará depois de mim, e elle se assentará no meu throno. 18 E agora eis que Adonias reina: e agora, ó rei meu senhor, tu não _o_ sabes. 19 E matou [10] vaccas, e _bestas_ cevadas, e ovelhas em abundancia, e convidou a todos os filhos do rei, e a Abiathar, o sacerdote, e a Joab, general do exercito, mas a teu servo Salomão não convidou. 20 Porém tu, ó rei meu senhor, os olhos de todo o Israel estão sobre ti, para que lhes declares quem se assentará sobre o throno do rei meu senhor, depois d’elle. 21 D’outro modo [11] succederá que, quando o rei meu senhor dormir com seus paes, eu e Salomão meu filho seremos _os_ peccantes. 22 E, estando ella ainda fallando com o rei, eis que entra o propheta Nathan. 23 E o fizeram saber ao rei, dizendo: Eis ali _está_ o propheta Nathan. E entrou á presença do rei, e prostrou-se diante do rei com o rosto em terra. 24 E disse Nathan: Ó rei meu senhor, disseste tu: Adonias reinará depois de mim, e elle se assentará sobre o meu throno? 25 Porque [12] hoje desceu, e matou vaccas, e _bestas_ cevadas, e ovelhas em abundancia, e convidou a todos os filhos do rei, e aos capitães do exercito, e a Abiathar, o sacerdote, e eis que estão comendo e bebendo perante elle: e dizem: [13] Viva o rei Adonias! 26 Porém a mim, sendo eu teu servo, e a Zadok, o sacerdote, e a Benaia, filho de Joiada, e a Salomão, teu servo, não convidou. 27 Foi feito isto da parte do rei meu senhor? e não fizeste saber a teu servo quem se assentaria no throno do rei meu senhor depois d’elle? 28 E respondeu o rei David, e disse: Chamae-me a Bath-seba. E ella entrou á presença do rei; e estava em pé diante do rei. 29 Então jurou o rei e disse: Vive o Senhor, [14] o qual remiu a minha alma de toda a angustia, 30 Que, [15] como te jurei pelo Senhor Deus de Israel, dizendo: Certamente teu filho Salomão reinará depois de mim, e elle se assentará no meu throno, em meu logar, assim o farei _no dia d’_hoje. 31 Então Bath-seba se inclinou com o rosto em terra, e se prostrou diante do rei, e disse: Viva [16] o rei David meu senhor para sempre! _Salomão é constituido rei._ 32 E disse o rei David: Chamae-me a Zadok, o sacerdote, e a Nathan, o propheta, e a Benaia, filho de Joiada. E entraram á presença do rei. 33 E o rei lhes disse: Tomae comvosco [17] os servos de vosso senhor, e fazei subir a meu filho Salomão na mula que _é_ minha; e fazei-o descer a Gihon. 34 E Zadok, o sacerdote, com Nathan, [18] o propheta, ali o ungirão rei sobre Israel: então tocareis a trombeta, e direis: Viva o rei Salomão! 35 Então subireis apoz elle, e virá e se assentará no meu throno, e elle reinará em meu logar: porque tenho ordenado que elle seja guia sobre Israel e sobre Judah. 36 Então Benaia, filho de Joiada, respondeu ao rei, e disse: Amen: assim _o_ diga o Senhor Deus do rei meu senhor. 37 Como [19] o Senhor foi com o rei meu senhor, assim _o_ seja com Salomão, e faça _que_ o seu throno _seja_ maior do que o throno do rei David meu senhor. 38 Então desceu Zadok, o sacerdote, e Nathan, o propheta, [20] e Benaia, filho de Joiada, e os cheretheos, e os peletheos, e fizeram montar a Salomão na mula do rei David, e o levaram a Gihon. 39 E Zadok, o sacerdote tomou o [KC] vaso do azeite do tabernaculo, e [21] ungiu a Salomão: e tocaram a, trombeta, e todo o povo disse: [22] Viva o rei Salomão! 40 E todo o povo subiu apoz elle, e o povo tangia com gaitas, e alegrava-se com grande alegria: de maneira que com o seu clamor a terra retiniu. 41 E o ouviu Adonias, e todos os convidados que _estavam_ com elle, que tinham acabado de comer: tambem Joab ouviu o sonido das trombetas, e disse: Porque ha _tal_ ruido na cidade alvoroçada? 42 Estando elle ainda fallando, eis que vem Jonathan, filho de Abiathar, o sacerdote, e disse Adonias: [23] Entra, porque _és_ homem valente, e trarás boas novas. 43 E respondeu Jonathan, e disse a Adonias: Certamente nosso senhor rei David constituiu rei a Salomão. 44 E o rei enviou com elle a Zadok, o sacerdote, e a Nathan, o propheta, e a Benaia, filho de Joiada, e aos cheretheos e aos peletheos: e o fizeram montar na mula do rei. 45 E Zadok, o sacerdote, e Nathan, o propheta, o ungiram rei em Gihon, e d’ali subiram alegres, e a cidade está alvoroçada: este é o clamor que ouviste. 46 E tambem Salomão [24] está assentado no throno do reino. 47 E tambem os servos do rei vieram abençoar a nosso senhor, o [25] rei David, dizendo: Faça _teu_ Deus _que_ o nome de Salomão _seja_ melhor _do_ que o teu nome; e faça _que_ o seu throno _seja_ maior do que o teu [26] throno. E o rei se inclinou no leito. 48 E tambem disse o rei assim: Bemdito o Senhor Deus de Israel, que hoje tem dado quem se assente no meu throno, e _que_ os meus [27] olhos _o_ vissem. 49 Então estremeceram e se levantaram todos os convidados que _estavam_ com Adonias: e cada um se foi ao seu caminho. 50 Porém Adonias temeu a Salomão: e levantou-se, e foi, [28] e pegou dos cornos do altar. 51 E fez-se saber a Salomão, dizendo: Eis que Adonias teme ao rei Salomão: porque eis que pegou dos cornos do altar, dizendo: Jure-me hoje o rei Salomão que não matará a seu servo á espada. 52 E disse Salomão: Se fôr homem de bem, nem um de seus cabellos cairá em [29] terra: porém, se se achar n’elle maldade, morrerá. 53 E enviou o rei Salomão, e o fizeram descer do altar; e veiu, e prostrou-se perante o rei Salomão, e Salomão lhe disse: Vae para tua casa. [1] Jos. 19.18. [2] II Sam. 3.4. [3] II Sam. 15.1. [4] II Sam. 3.3, 4. I Chr. 3.2. [5] II Sam. 20.25. cap. 2.22, 28. [6] cap. 4.18. II Sam. 23.8. [7] II Sam. 3.4. [8] I Chr. 22.9. [9] ver. 13, 30. [10] ver. 7, 8, 9, 25. [11] Deu. 31.16. cap. 2.10. [12] ver. 19. [13] I Sam. 10.24. [14] II Sam. 4.9. [15] ver. 17. [16] Neh. 2.3. Dan. 2.4. [17] II Sam. 20.6. [18] I Sam. 10.1 e 16.3, 12. II Sam. 2.4 e 5.3. cap. 19.16. II Reis 9.3 e 11.12. [19] Jos. 1.5, 17. I Sam. 20.13. ver. 47. [20] II Sam. 8.18 e 23.20-23. [21] Exo. 30.23, 25, 32. I Chr. 29.22. [22] I Sam. 10.24. [23] II Sam. 18.27. [24] I Chr. 29.23. [25] ver. 37. [26] Gen. 47.31. [27] cap. 3.6. [28] cap. 2.28. [29] I Sam. 14.45. II Sam. 14.11. Act. 27.34. _David dá conselhos a Salomão e morre._ 2 E approximaram-se [1] os dias da morte de David: e deu elle ordem a Salomão, seu filho, dizendo: 2 Eu vou pelo [2] caminho de toda a terra: esforça-te pois e sê homem. 3 E guarda a observancia do Senhor teu Deus, para andares nos seus caminhos, _e_ para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juizos, e os seus testemunhos, como está escripto na lei de Moysés: para que [3] prosperes em tudo quanto fizeres, e para onde quer que te voltares. 4 Para que o Senhor confirme a palavra, que [4] fallou de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem o seu caminho, para andarem perante a minha face fielmente, com todo o seu coração e com toda a sua alma, nunca, disse, te faltará successor ao throno de Israel. 5 E tambem tu sabes o que me fez Joab, [5] filho de Zeruia, _e_ o que fez aos dois chefes do exercito de Israel, [6] a Abner, filho de Ner, e a Amasa, filho de Jether, os quaes matou, e em paz derramou o sangue de guerra, e poz o sangue de guerra no seu cinto que _tinha_ nos lombos, e nos seus sapatos que _trazia_ nos pés. 6 Faze pois [7] segundo a tua sabedoria, e não permittas que suas cãs desçam á sepultura em paz. 7 Porém com os filhos de Barzillai, o gileadita, usarás de beneficencia, e estarão entre os que [8] comem á tua mesa, porque assim se chegaram elles a mim, quando eu fugia por causa de teu irmão Absalão. 8 E eis que _tambem_ comtigo [9] está Simei, filho de Gera, filho de Benjamin, de Bahurim, que me maldisse _com_ maldição atroz, no dia em que ia a Mahanaim; porém elle saiu a encontrar-se comigo junto ao Jordão, e eu pelo Senhor lhe [10] jurei, dizendo que o não mataria á espada. 9 Mas agora o [11] não tenhas por inculpavel, pois és homem sabio, e bem saberás o que lhe has de fazer para que faças com que as suas cãs desçam á sepultura com sangue. 10 E David dormiu [12] com seus paes, e foi sepultado [13] na cidade de David. 11 E _foram_ os dias que David [14] reinou sobre Israel quarenta annos: sete annos reinou em Hebron, e em Jerusalem reinou trinta e tres annos. _Salomão reina, e mata Adonias, Joab e Simei._ [Antes de Christo 1014] 12 E Salomão se assentou [15] no throno de David, seu pae, e o seu reino se fortificou sobremaneira. 13 Então veiu Adonias, filho de Haggith, a Bath-seba, mãe de Salomão; e disse _ella_: [16] De paz é a tua vinda? E elle disse: É _de_ paz. 14 Então disse elle: _Uma_ palavra tenho que _dizer_-te. E ella disse: Falla. 15 Disse pois elle: Bem sabes que o reino era [17] meu, e todo o Israel tinha posto a vista em mim para que eu viesse a reinar, ainda que o reino se transferiu e veiu a ser de meu irmão, porque [18] foi feito seu pelo Senhor. 16 Assim que agora uma só petição te faço; não m’a rejeites. E ella lhe disse: Falla. 17 E elle disse: Peço-_te que_ falles ao rei Salomão (porque elle t’o não rejeitará) que me dê por mulher a Abisag, [19] a sunamita. 18 E disse Bath-seba: Bem, eu fallarei por ti ao rei. 19 Assim veiu Bath-seba ao rei Salomão, a fallar-lhe por Adonias: e o rei se levantou a encontrar-se com ella, e se inclinou diante [20] d’ella; então se assentou no seu throno, e fez pôr uma cadeira para a mãe do rei, e ella se assentou á sua _mão_ direita. 20 Então disse ella: _Só_ uma pequena petição te faço; não m’a rejeites. E o rei lhe disse: Pede, minha mãe, porque te não farei virar o rosto. 21 E ella disse: Dê-se Abisag, a sunamita, a Adonias, teu irmão, por mulher. 22 Então respondeu o rei Salomão, e disse a sua mãe: E porque pedes a Abisag, a sunamita, para Adonias? pede tambem para elle o reino (porque _é_ meu irmão maior), para elle, digo, e _tambem_ para [21] Abiathar, sacerdote, e para Joab, filho de Zeruia. 23 E jurou o rei Salomão pelo Senhor, dizendo: Assim Deus [22] me faça, e outro tanto, se não fallou Adonias esta palavra contra a sua vida. 24 Agora, pois, vive o Senhor, que me confirmou, e me fez assentar no throno de David, meu pae, e que me tem feito casa, [23] como tinha dito, que hoje morrerá Adonias. 25 E enviou o rei Salomão pela mão de Benaia, filho de Joiada, o qual deu sobre elle, e morreu. 26 E a Abiathar, o sacerdote, disse o rei; Para [24] Anathoth vae, para os teus campos, porque _és_ homem _digno_ de morte: porém hoje te não matarei, porquanto [25] levaste a arca do Senhor Deus diante de David, meu pae, e porquanto foste afflicto em tudo quanto meu pae foi afflicto. 27 Lançou pois Salomão fóra a Abiathar, para que não fosse sacerdote do Senhor, para cumprir [26] a palavra do Senhor, que tinha dito sobre a casa d’Eli em Silo. 28 E veiu a fama até Joab (porque Joab se tinha desviado seguindo [27] a Adonias, ainda que se não tinha desviado seguindo a Absalão), e Joab fugiu para o tabernaculo do Senhor, e pegou dos cornos do altar. 29 E disseram ao rei Salomão que Joab tinha fugido para o tabernaculo do Senhor; e eis que _está_ junto ao altar: então enviou Salomão Benaia, filho de Joiada, dizendo: Vae, dá sobre elle. 30 E veiu Benaia ao tabernaculo do Senhor, e lhe disse: Assim diz o rei: Sae _d’ahi_. E disse elle: Não, porém aqui morrerei. E Benaia tornou com a resposta ao rei, dizendo: Assim fallou Joab, e assim me respondeu. 31 E disse-lhe o rei: Faze [28] como elle disse, e dá sobre elle, e sepulta-o, para que tires de mim e da casa de meu pae o sangue que Joab sem causa derramou. 32 Assim o Senhor fará [29] recair o sangue d’elle sobre a sua cabeça, porque deu sobre dois homens mais justos e melhores do que elle, e os matou á espada, sem que meu pae David o soubesse, _a saber_: a Abner, filho de Ner, chefe do exercito de Israel, e a Amasa, filho de Jether, chefe do exercito de Judah. 33 Assim recairá o sangue d’estes sobre a cabeça de Joab e [30] sobre a cabeça da sua semente para sempre; mas a David, e á sua semente, e á sua casa, e ao seu throno, dará o Senhor paz para todo o sempre. 34 E subiu Benaia, filho de Joiada, e deu sobre elle, e o matou: e foi sepultado em sua casa, no deserto. 35 E o rei poz a Benaia, filho de Joiada, em seu logar sobre o exercito, [31] e a Zadok, o sacerdote, poz o rei em logar d’Abiathar. 36 Depois enviou o rei, e chamou a Simei, [32] e disse-lhe: Edifica-te uma casa em Jerusalem, e habita ahi, e d’ahi não saias, nem para uma nem para outra parte. 37 Porque ha de ser que no dia em que saires e passares o ribeiro [33] de Cedron, saibas de certo que certamente morrerás: o teu sangue [34] será sobre a tua cabeça. 38 E Simei disse ao rei: Boa é essa palavra; como tem dito o rei meu senhor, assim fará o teu servo. E Simei habitou em Jerusalem muitos dias. 39 Succedeu porém que, ao cabo de tres annos, dois servos de Simei fugiram para Achis, [35] filho de Maaca, rei de Gath: e deram parte a Simei, dizendo: Eis que teus servos _estão_ em Gath. 40 Então Simei se levantou, e albardou o seu jumento, e foi a Gath, para Achis, a buscar a seus servos: assim foi Simei, e trouxe os seus servos de Gath. 41 E disseram a Salomão como Simei de Jerusalem fôra a Gath, e tinha já voltado. 42 Então enviou o rei, e chamou a Simei, e disse-lhe: Não te conjurei eu pelo Senhor, e protestei contra ti, dizendo: No dia em que saires para uma ou outra parte, sabe de certo que certamente morrerás? E tu me disseste: Boa _é_ essa palavra _que_ ouvi. 43 Porque pois não guardaste o juramento do Senhor, nem o mandado que te mandei? 44 Disse mais o rei a Simei: _Bem_ sabes tu toda [36] a maldade que o teu coração reconhece, que fizeste a David, meu pae; pelo que o Senhor fez recair a tua maldade sobre a tua cabeça. 45 Mas o rei Salomão _será_ abençoado, e o throno de David será confirmado perante o Senhor para sempre. 46 E o rei mandou a Benaia, filho de Joiada, o qual saiu, e deu sobre elle, e morreu: assim foi confirmado o reino na mão de Salomão. [1] Gen. 47.29. Deu. 31.14. [2] Jos. 23.14. Deu. 17.19, 20. [3] Deu. 29.9. Jos. 1.7. I Chr. 22.12, 13. [4] II Sam. 7.25. II Reis 20.3. II Sam. 7.12, 13. cap. 8.25. [5] II Sam. 3.39 e 18.5, 12, 14 e 19.5, 6, 7. [6] II Sam. 3.27 e 20.10. [7] ver. 9. Pro. 20.26. [8] II Sam. 19.31, 38 e 9.7, 10 e 17.27. [9] II Sam. 16.5 e 19.18. [10] II Sam. 19.33. [11] Exo. 20.7. Job 9.28. Gen. 42.38 e 44.31. [12] cap. 1.21. Act. 2.29 e 13.36. [13] II Sam. 5.7. [14] II Sam. 5.4. I Chr. 29.26, 27. [15] I Chr. 29.23. II Chr. 1.1. [16] I Sam. 16.4, 5. [17] cap. 1.5. [18] I Chr. 22.9, 10 e 28.5, 6, 7. Pro. 21.30. Dan. 2.21. [19] cap. 1.3, 4. [20] Exo. 20.12. [21] cap. 1.7. [22] Ruth 1.17. [23] II Sam. 7.11, 13. I Chr. 22.10. [24] Jos. 21.18. [25] I Sam. 23.6. II Sam. 15.24, 29. I Sam. 22.20, 23. II Sam. 15.24. [26] I Sam. 2.31-35. [27] cap. 1.7, 50. [28] Exo. 21.14. Num. 35.33. Deu. 19.13 e 21.8, 9. [29] Jui. 9.24, 57. II Chr. 21.13. II Sam. 3.27 e 20.10. [30] II Sam. 3.29. Pro. 25.5. [31] Num. 25.11, 12, 13. ver. 27. [32] ver. 8. II Sam. 16.5. [33] II Sam. 15.23. [34] Lev. 20.9. Jos. 2.19. II Sam. 1.16. [35] I Sam. 27.2. [36] II Sam. 16.5. Eze. 17.19. _Salomão casa com a filha de Pharaó._ 3 E Salomão se aparentou com Pharaó, rei do Egypto: [1] e tomou a filha de Pharaó, e a trouxe á cidade de David, até que acabasse de edificar a sua casa, e [2] a casa do Senhor, e a muralha de Jerusalem em roda. 2 Sómente [3] _que_ o povo sacrificava sobre os altos: porque até áquelles dias _ainda_ se não tinha edificado casa ao nome do Senhor. 3 E Salomão [4] amava ao Senhor, andando [5] nos estatutos de David seu pae: sómente _que_ nos altos sacrificava, e queimava incenso. 4 E foi [6] o rei a Gibeon para lá sacrificar, porque aquelle era o alto grande: mil holocaustos sacrificou Salomão n’aquelle altar. 5 E em Gibeon appareceu [7] o Senhor a Salomão de noite em sonhos: e disse-lhe Deus: Pede o _que quizeres_ que te dê. 6 E disse Salomão: [8] De grande beneficencia usaste tu com teu servo David meu pae, como _tambem_ elle andou comtigo em verdade, e em justiça, e em rectidão de coração, perante a tua face: e guardaste-lhe esta grande beneficencia, e lhe déste [9] _um_ filho que se assentasse no seu throno, como _se vê_ n’este dia. 7 Agora pois, ó Senhor meu Deus, tu fizeste reinar a teu servo em logar de David meu pae: e _sou_ [10] _ainda_ menino pequeno; nem sei sair, nem entrar. 8 E teu servo está no meio do teu povo que elegeste: [11] povo grande, que nem se pode contar, nem numerar, pela sua multidão. 9 A teu servo pois dá [12] um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discerna entre o bem e o mal: porque quem poderia julgar a este teu _tão_ grande povo? 10 E esta palavra _pareceu_ boa aos olhos do Senhor, de que Salomão pedisse esta coisa. 11 E disse-lhe Deus: Porquanto pediste esta coisa, e não pediste [13] para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos; mas pediste para ti entendimento, para ouvir _causas de_ juizo; 12 Eis que [14] fiz segundo as tuas palavras: eis que te dei um coração _tão_ sabio e entendido, que antes de ti teu egual não houve, e depois de ti teu egual se não levantará. 13 E tambem até o que não pediste te [15] dei, assim riquezas como gloria: que não haja teu egual entre os reis, por todos os teus dias. 14 E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos, e os meus mandamentos, [16] como andou David teu pae, tambem prolongarei os teus dias. 15 E [17] acordou Salomão, e eis que _era_ sonho. E veiu a Jerusalem, e poz-se perante a arca do concerto do Senhor, e sacrificou holocaustos, e preparou sacrificios pacificos, e [18] fez um banquete a todos os seus servos. _Salomão julga a causa de duas mulheres._ 16 Então [19] vieram duas mulheres prostitutas ao rei, e se pozeram perante elle. 17 E disse-lhe uma das mulheres: Ah! senhor meu, eu e esta mulher moramos n’uma casa; e pari, _morando_ com ella n’aquella casa. 18 E succedeu que, ao terceiro dia depois do meu parto, pariu tambem esta mulher: estavamos juntas; estranho nenhum _estava_ comnosco na casa, senão nós ambas n’aquella casa. 19 E de noite morreu o filho d’esta mulher, porquanto se deitara sobre elle. 20 E levantou-se á meia noite, e me tirou a meu filho do meu lado, dormindo a tua serva, e o deitou no seu seio: e a seu filho morto deitou no meu seio. 21 E, levantando-me eu pela manhã, para dar de mamar a meu filho, eis que estava morto: mas, attentando pela manhã para elle, eis que não era meu filho, que eu havia parido. 22 Então disse a outra mulher: Não, mas o vivo _é_ meu filho, e teu filho o morto. Porém esta disse: Não, por certo, o morto _é_ teu filho, e meu filho o vivo. Assim fallaram perante o rei. 23 Então disse o rei: Esta diz: Este que vive _é_ meu filho, e teu filho o morto; e esta outra diz: Não, por certo; o morto é teu filho e meu filho o vivo. 24 Disse mais o rei: Trazei-me uma espada. E trouxeram uma espada diante do rei. 25 E disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo: e dae metade a uma, e metade a outra. 26 Mas a mulher, cujo filho _era_ o vivo, fallou ao rei (porque as suas entranhas se lhe enterneceram por seu filho), [20] e disse: Ah! senhor meu, dae-lhe o menino vivo, e por modo nenhum o mateis. Porém a outra dizia: Nem teu nem meu seja; dividi-o _antes_. 27 Então respondeu o rei, e disse: Dae a esta o menino vivo, e de maneira nenhuma o mateis, _porque_ esta _é_ sua mãe. 28 E todo o Israel ouviu o juizo que julgara o rei, e temeu ao rei: porque viram que _havia_ n’elle a [21] sabedoria de Deus, para fazer justiça. [1] cap. 7.8 e 9.24. II Sam. 5.7. cap. 7.1. [2] cap. 6 e 9.15, 19. [3] Lev. 17.3, 4, 5. Deu. 12.2, 4, 5. cap. 22.43. [4] Deu. 6.5 e 30.16, 20. Rom. 8.28. I Cor. 8.3. [5] ver. 6, 14. [6] II Chr. 1.3. I Chr. 16.39. II Chr. 1.3. [7] cap. 9.2. II Chr. 1.7. Num. 12.6. Mat. 1.20 e 2.13, 19. [8] II Chr. 1.8, etc. cap. 2.4 e 9.4. II Reis 20.3. [9] cap. 1.48. [10] I Chr. 29.1. Num. 27.17. [11] Deu. 7.6. Gen. 13.16 e 15.5. [12] II Chr. 1.10. Pro. 2.3-9. Thi. 1.5. Heb. 5.14. [13] Thi. 4.3. [14] I João 5.14, 15. cap. 4.29, 30, 31 e 5.12 e 10.24. Ecc. 1.16. [15] Mat. 6.33. Eph. 3.20. cap. 4.21, 24 e 10.23, 25, etc. Pro. 3.16. [16] cap. 15.5. Pro. 3.2. [17] Gen. 41.7. [18] Gen. 40.20. cap. 8.65. Est. 1.3. Dan. 5.1. Mar. 6.21. [19] Num. 27.2. [20] Gen. 43.30. Isa. 49.15. Jer. 31.20. Ose. 11.8. [21] ver. 9, 11, 12. _Os principes de Salomão e a grandeza do seu reino._ 4 Assim foi Salomão rei sobre todo o Israel. 2 E estes _eram_ os principes que tinha: Azarias, filho de Zadok, sacerdote; 3 Elihoreph e Ahia, filhos de Sisa, secretarios; Josaphat, [1] filho de Ahilud, chanceller; 4 Benaia, [2] filho de Joiada, sobre o exercito; e Zadok e Abiathar _eram_ sacerdotes; 5 E Azarias, filho de Nathan, sobre os provedores; [3] e Zabud, filho de Nathan, official-mór, amigo do rei; 6 E Ahisar, mordomo; [4] Adoniram, filho d’Abda, sobre o tributo. 7 E tinha Salomão doze provedores sobre todo o Israel, que proviam ao rei e á sua casa: e cada um tinha a prover _um_ mez no anno. 8 E estes _são_ os seus nomes: Ben-hur, nas montanhas de Ephraim; 9 Ben-deker em Makas, e em Saalbim, e em Beth-semes, e em Elon, e em Bethanan: 10 Ben-hesed em Arubboth; _tambem_ este tinha a Sochó e a toda a terra de Hepher; 11 Ben-abinadab em todo o termo de Dor: tinha este a Taphath, filha de Salomão, por mulher; 12 Baana, filho d’Ahilud, _tinha_ a Tanach, e a Megiddo, e a toda a Beth-sean, que _está_ junto a Zartana, abaixo de Jezreel, desde Beth-sean até Abel-meola, até d’além de Jokneam; 13 O filho de Geber em Ramoth-gilead; tinha este as [5] aldeias de Jair, filho de Manassés, as quaes _estão_ em Gilead; _tambem_ tinha o termo de Argob, o qual _está_ em Basan, sessenta grandes cidades com muros e ferrolhos de cobre; 14 Ahinadab, filho d’Iddo, em Mahanaim; 15 Ahimaas em Nafthali; tambem este tomou a Basmath, filha de Salomão, por mulher; 16 Baana, filho de Husai, em Aser e em Aloth; 17 Josaphat, filho de Paruah, em Issacar; 18 Simei, filho de Ela, em Benjamin; 19 Geber, filho de Uri, na terra [6] de Gilead, a terra de Sihon, rei dos amorrheos, e de Og, rei de Basan; e só uma guarnição _havia_ n’aquella terra. 20 Eram _pois_ os de Judah e Israel muitos, [7] como a areia que _está_ ao pé do mar em multidão, comendo, e bebendo, e alegrando-se. 21 E dominava Salomão [8] sobre todos os reinos desde o rio _até_ á terra dos philisteos, e até ao termo do Egypto; os quaes traziam presentes, e serviram a Salomão todos os dias da sua vida. 22 Era pois o provimento de Salomão, cada dia, trinta coros de flor de farinha, e sessenta coros de farinha: 23 Dez vaccas gordas, e vinte vaccas de pasto, e cem carneiros; afóra os veados e as cabras montezes, e os corços, e aves cevadas. 24 Porque dominava sobre tudo quanto havia da banda de cá do rio de Tiphsah até Gaza, sobre todos os reis da banda de cá do rio: e tinha [9] paz de todas a bandas em roda d’elle. 25 E Judah [10] e Israel habitavam seguros, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, desde Dan até Berseba, todos os dias de Salomão. 26 Tinha tambem Salomão [11] quarenta mil estrebarias de cavallos para os seus carros, e doze mil cavalleiros. 27 Proviam pois estes [12] provedores, cada um _no_ seu mez, ao rei Salomão e a todos quantos se chegavam á mesa do rei Salomão: coisa nenhuma deixavam faltar. 28 E traziam a cevada e a palha para os cavallos e para os ginetes, para o logar onde estava, cada um segundo o seu cargo. _A sabedoria de Salomão._ 29 E deu Deus [13] a Salomão sabedoria, e muitissimo entendimento, e largueza de coração, como a areia que _está_ na praia do mar. 30 E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria [14] de todos os do oriente e do que toda a sabedoria dos egypcios. 31 E era _elle ainda_ mais sabio [15] _do_ que todos os homens, _e do_ que Ethan, ezrahita, e Heman, e Calcal, e Darda, filho de Mahol: e correu o seu nome por todas as nações em redor. 32 E disse [16] tres mil proverbios, e foram os seus canticos mil e cinco. 33 Tambem fallou das arvores, desde o cedro que _está_ no Libano até ao hyssopo que nasce na parede: tambem fallou dos animaes e das aves, e dos reptis e dos peixes. 34 E vinham de todos os [17] povos a ouvir a sabedoria de Salomão, e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria. [1] II Sam. 8.16 e 20.24. [2] cap. 2.35 e 2.27. [3] ver. 7. II Sam. 8.18 e 20.26 e 15.37 e 16.16. I Chr. 27.33. [4] cap. 5.14. [5] Num. 32.41. Deu. 3.4. [6] Deu. 3.8. [7] Gen. 22.17. cap. 3.8. Pro. 14.28. Miq. 4.4. [8] II Chr. 9.26. Gen. 15.18. Jos. 1.4. [9] I Chr. 22.9. [10] Jer. 23.6. Miq. 4.4. Zac. 3.10. Jui. 20.1. [11] cap. 10.26. II Chr. 1.14 e 9.25. Deu. 17.16. [12] ver. 7. [13] cap. 3.12. [14] Gen. 25.6. Act. 7.22. [15] cap. 3.12. I Chr. 15.19 e 2.6 e 6.33. [16] Pro. 1.1. Ecc. 12.9. Can. 1.1. [17] cap. 10.1. II Chr. 9.1, 23. _Salomão faz alliança com Hirão, rei de Tyro._ 5 E enviou [1] Hirão, rei de Tyro, os seus servos a Salomão (porque ouvira que ungiram a Salomão rei em logar de seu pae), porquanto Hirão sempre [2] tinha amado a David. 2 Então Salomão enviou [3] a Hirão, dizendo: 3 _Bem_ sabes tu que David, meu pae, não poude edificar uma casa ao nome do Senhor seu Deus, por causa da guerra [4] com que o cercaram, até que o Senhor os poz debaixo das plantas dos pés. 4 Porém agora o Senhor meu Deus me tem dado descanço [5] de todos os lados: adversario não _ha_, nem algum mau encontro. 5 E eis que eu, meu Deus, [6] intento edificar uma casa ao nome do Senhor, como fallou o Senhor a [7] David, meu pae, dizendo: Teu filho, que porei em teu logar no teu throno, elle edificará uma casa ao meu nome. 6 Dá ordem pois agora que do Libano me cortem [8] cedros, e os meus servos estarão com os teus servos, e eu te darei a soldada dos teus servos, conforme a tudo o que disseres; porque _bem_ sabes tu que entre nós ninguem ha que saiba cortar a madeira como os sidonios. 7 E aconteceu que, ouvindo Hirão as palavras de Salomão, muito se alegrou, e disse: Bemdito _seja_ hoje o Senhor, que deu a David _um_ filho sabio sobre este tão grande povo. 8 E enviou Hirão a Salomão, dizendo: Ouvi o que me mandaste dizer. Eu farei toda a tua vontade ácerca dos cedros e ácerca das faias. 9 Os meus servos os levarão desde o Libano até ao mar, e eu [9] os farei conduzir em jangadas pelo mar até ao logar que me designares, e ali os desamarrarei; e tu os tomarás: tu tambem farás a minha vontade, dando sustento [10] á minha casa. 10 Assim deu Hirão a Salomão madeira de cedros e madeira de faias, _conforme_ a toda a sua vontade. 11 E Salomão deu [11] a Hirão vinte mil coros de trigo, para sustento da sua casa, e vinte coros de azeite batido: isto dava Salomão a Hirão de anno em anno. 12 Deu pois o Senhor a Salomão sabedoria, como [12] lhe tinha dito: e houve paz entre Hirão e Salomão, e ambos fizeram alliança. _Os preparativos para edificar o templo._ 13 E o rei Salomão fez subir leva de _gente_ d’entre todo o Israel: e foi a leva _de gente_ trinta mil homens. 14 E os enviou ao Libano, cada mez dez mil por _suas_ vezes: um mez estavam no Libano, e dois mezes cada um em sua casa: e Adoniram [13] estava sobre a leva _de gente_. 15 Tinha tambem Salomão [14] setenta mil que levavam as cargas, e oitenta mil que cortavam nas montanhas, 16 Afóra os chefes dos officiaes de Salomão, os quaes _estavam_ sobre aquella obra, tres mil e trezentos que davam as ordens ao povo que fazia aquella obra. 17 E mandou o rei que trouxessem pedras grandes, _e_ pedras preciosas, pedras lavradas, para [15] fundarem a casa. 18 E as lavravam os edificadores de Hirão e os giblitas: e preparavam a madeira e as pedras para edificar a casa. [1] ver. 10, 18. II Chr. 2.3. [2] II Sam. 5.11. I Chr. 14.1. Amós 1.9. [3] II Chr. 2.3. [4] I Chr. 22.8 e 28.3. [5] cap. 4.24. I Chr. 22.9. [6] II Chr. 2.4. [7] II Sam. 7.13. I Chr. 17.12 e 22.10. [8] II Chr. 2.8, 10. [9] II Chr. 2.16. [10] Esd. 3.7. Eze. 27.17. Act. 12.20. [11] II Chr. 2.10. [12] cap. 3.12. [13] cap. 4.6. [14] cap. 9.21. II Chr. 2.17, 18. [15] I Chr. 22.2. _Salomão edifica o templo._ 6 E Succedeu [1] que no anno de quatrocentos e oitenta, depois de sairem os filhos de Israel do Egypto, no anno quarto do reinado de Salomão sobre Israel, no mez de Ziv (este é o mez segundo), _começou a_ [2] edificar a casa do Senhor. 2 E a casa [3] que o rei Salomão edificou ao Senhor era de sessenta covados de comprimento, e de vinte covados de largura, e de trinta covados de altura. 3 E o portico diante do templo da casa era de vinte covados de comprimento, segundo a largura da casa, e de dez covados de largura diante da casa. 4 E fez á casa janellas [4] de vista estreita. 5 Edificou em redor da parede da casa camaras, [5] em redor das paredes da casa, _tanto_ do templo como do oraculo: e _assim_ lhe fez camaras collateraes em redor. 6 A camara de baixo _era_ de cinco covados de largura, e a do meio de seis covados de largura, e a terceira de sete covados de largura; porque pela parte de fóra da casa em redor fizera encostos, para não travarem das paredes da casa. 7 E edificava-se a casa [6] com pedras preparadas, como as traziam se edificava; de maneira que nem martelo, nem machado, _nem_ nenhum _outro_ instrumento de ferro se ouviu na casa quando a edificavam. 8 A porta da camara do meio estava á banda direita da casa, e por corações se subia á do meio, e da do meio á terceira. 9 Assim _pois_ edificou [7] a casa, e a aperfeiçoou: e cobriu a casa com pranchões e taboados de cedro. 10 Tambem edificou as camaras a toda a casa de cinco covados de altura, e as travou com a casa com madeira de cedro. 11 Então veiu a palavra do Senhor a Salomão, dizendo: 12 _Quanto_ a esta casa que tu edificas, [8] se andares nos meus estatutos, e fizeres os meus juizos, e guardares todos os meus mandamentos, andando n’elles, confirmarei para comtigo a minha palavra, a qual fallei a [9] David, teu pae; 13 E habitarei [10] no meio dos filhos d’Israel, e não desampararei o meu povo d’Israel. 14 Assim edificou Salomão [11] aquella casa, e a aperfeiçoou. 15 Tambem cobriu as paredes da casa por dentro com taboas de cedro; desde o soalho da casa até ao tecto _tudo_ cobriu com madeira por dentro: e cobriu o soalho da casa com taboas de faia. 16 Edificou mais vinte covados de taboas de cedro nos lados da casa, desde o soalho até ás paredes: e por dentro lh’as edificou para o oraculo, para [12] o Sancto dos Sanctos. 17 Era pois a casa de quarenta covados, _a saber_: o templo interior. 18 E o cedro da casa por dentro era lavrado de botões e flores abertas: tudo _era_ cedro, pedra nenhuma se via. 19 E por dentro da casa interior preparou o oraculo, para pôr ali a arca do concerto do Senhor. 20 E o oraculo no interior era de vinte covados de comprimento, e de vinte covados de largura, e de vinte covados de altura: e o cobriu de oiro puro: tambem cobriu de cedro o altar. 21 E cobriu Salomão a casa por dentro de oiro puro: e com cadeias de oiro poz _um véu_ diante do oraculo, e o cobriu com oiro. 22 Assim toda a casa cobriu de oiro, até acabar toda a casa: tambem todo o altar que _estava_ [13] diante do oraculo cobriu de oiro. 23 E no oraculo fez dois [14] cherubins de madeira olearia, _cada um_ da altura de dez covados. 24 E uma aza d’um cherubim _era_ de cinco covados, e a outra aza do cherubim de _outros_ cinco covados; dez covados havia desde a extremidade d’uma das suas azas até á extremidade _da outra_ das suas azas. 25 Assim era _tambem_ de dez covados o outro cherubim: ambos os cherubins eram d’uma mesma medida e d’um mesmo talhe. 26 A altura d’um cherubim de dez covados, e assim a do outro cherubim. 27 E poz a estes cherubins no meio da casa de dentro; e os cherubins estendiam as azas, _de [15] maneira_ que a aza d’um tocava na parede, e a aza do outro cherubim tocava na outra parede: e as suas azas no meio da casa tocavam uma na outra. 28 E cobriu de oiro os cherubins. 29 E todas as paredes da casa em redor lavrou de esculpturas e entalhes de cherubins, e de palmas, e de flores abertas, por dentro e por fóra. 30 Tambem cobriu de oiro o soalho da casa, por dentro e por fóra. 31 E á entrada do oraculo fez portas de madeira olearia: o umbral de cima _com_ as hombreiras _faziam_ a quinta parte _da parede_. 32 Tambem as duas portas eram de madeira olearia; e lavrou n’ellas entalhes de cherubins, e de palmas, e de flores abertas, os quaes cobriu de oiro: tambem estendeu oiro sobre os cherubins e sobre as palmas. 33 E assim fez á porta do templo hombreiras de madeira olearia, da quarta parte _da parede_. 34 E _eram_ as duas portas de madeira de faia; _e_ as duas folhas d’uma porta [16] _eram_ dobradiças, assim como _eram tambem_ dobradiças _as_ duas _folhas_ entalhadas das outras portas. 35 E as lavrou de cherubins, e de palmas, e de flores abertas, e as cobriu de oiro acommodado ao lavor. 36 Tambem edificou o pateo interior de tres ordens de pedras lavradas e d’uma ordem de vigas de cedro. 37 No anno quarto se poz o fundamento da casa do Senhor, [17] no mez de Ziv. 38 E no anno undecimo, no mez de Bul, que é o mez oitavo, se acabou esta casa com todos os seus apparelhos, e com tudo o que lhe convinha: e a edificou _em_ sete [18] annos. [1] II Chr. 3.1, 2. [2] Act. 7.47. [3] Eze. 41.1, etc. [4] Eze. 40.16 e 41.16. [5] Eze. 41.6. ver. 16, 19, 20, 21, 31. [6] Deu. 27.5, 6. cap. 5.18. [7] ver. 14, 38. [8] cap. 2.4 e 9.4. [9] II Sam. 7.13. I Chr. 22.10. [10] Exo. 25.8. Lev. 26.11. II Cor. 6.16. Apo. 21.3. Deu. 31.6. [11] ver. 38. [12] Exo. 26.33. Lev. 16.2. cap. 8.6. II Chr. 3.8. Eze. 45.3. Heb. 9.3. [13] Exo. 30.1, 3, 6. [14] Exo. 37.7, 8, 9. II Chr. 3.10, 11, 12. [15] Exo. 25.20 e 37.9. II Chr. 5.8. [16] Eze. 41.23, 24, 25. [17] ver. 1. [18] ver. 1. _Salomão edifica um palacio._ [Antes de Christo 1006] 7 Porém a sua casa edificou Salomão em [1] treze annos: e acabou toda a sua casa. 2 Tambem edificou a casa do bosque do Libano de cem covados de comprimento, e de cincoenta covados de largura, e de trinta covados de altura, sobre quatro ordens de columnas de cedro, e vigas de cedro sobre as columnas. 3 E por cima _estava_ coberta de cedro sobre as costas, que estavam sobre quarenta e cinco columnas, quinze em cada ordem. 4 E _havia_ tres ordens de janellas; e uma janella estava defronte da outra janella, em tres ordens. 5 Tambem todas as portas e hombreiras quadradas _eram_ d’uma mesma vista; e uma janella _estava_ defronte da outra, em tres ordens. 6 Depois fez um portico de columnas de cincoenta covados de comprimento e de trinta covados de largura; e o portico _estava_ defronte d’ellas, e as columnas com as grossas vigas defronte d’ellas. 7 Tambem fez o portico para o throno onde julgava, para portico do juizo, que _estava_ coberto de cedro de soalho a soalho. 8 E _em_ sua casa em que morava _havia_ outro pateo por dentro do portico, de obra similhante a este: tambem para a filha de Pharaó, [2] que Salomão tomara _por mulher_, fez uma casa similhante áquelle portico. 9 Todas estas coisas _eram_ de pedras finissimas, cortadas á medida, serradas á serra por dentro e por fóra; _e_ isto desde o fundamento até ás beiras do tecto, e por fóra até ao grande pateo. 10 Tambem _estava_ fundado sobre pedras finas, pedras grandes; sobre pedras de dez covados e pedras de oito covados. 11 E em cima sobre pedras finas, lavradas segundo as medidas, e cedros. 12 E _era_ o pateo grande em redor de tres ordens de pedras lavradas, com uma ordem de vigas de cedro: assim era _tambem_ o pateo interior da casa do Senhor e o portico [3] d’aquella casa. _Diversas obras para o templo._ 13 E enviou o rei Salomão, e mandou trazer a [4] Hirão de Tyro. 14 _Era_ este filho d’uma [5] mulher viuva, da tribu de Naphtali, e _fôra_ seu pae um homem de Tyro, que trabalhava em cobre; e era cheio de sabedoria, e de entendimento, e de sciencia para fazer toda a obra de cobre: este veiu ao rei Salomão, e fez toda a sua obra. 15 Porque formou duas [6] columnas de cobre: a altura de cada columna era de dezoito covados, e um fio de doze covados cercava cada uma das columnas. 16 Tambem fez dois capiteis de fundição de cobre para pôr sobre as cabeças das columnas: de cinco covados _era_ a altura d’um capitel, e de cinco covados a altura do outro capitel. 17 As redes _eram_ de obra de rede, as ligas de obra de cadeia para os capiteis que _estavam_ sobre a cabeça das columnas, sete para um capitel e sete para o outro capitel. 18 Assim fez as columnas, juntamente com duas fileiras em redor sobre uma rede, para cobrir os capiteis que _estavam_ sobre a cabeça das romãs; assim tambem fez com o outro capitel. 19 E os capiteis que _estavam_ sobre a cabeça das columnas eram de obra de lirios no portico, de quatro covados. 20 Os capiteis pois sobre as duas columnas _estavam_ tambem defronte, em cima da barriga que estava junto á rede; e duzentas romãs, [7] em fileiras em redor, estavam _tambem_ sobre o outro capitel. 21 Depois levantou as columnas [8] no portico do templo: e levantando a columna direita, chamou o seu nome Jachin; e levantando a columna esquerda, chamou o seu nome Boaz. 22 E sobre a cabeça das columnas _estava_ a obra de lirios: e assim se acabou a obra das columnas. 23 Fez mais o mar [9] de fundição, de dez covados d’uma borda até á outra borda, redondo ao redor, e de cinco covados de alto; e um cordão de trinta covados o cingia em redor. 24 E por baixo da sua borda em redor _havia_ botões que o cingiam; por dez covados cercavam [10] aquelle mar em redor; duas ordens d’estes botões _foram_ fundidas na sua fundição. 25 E firmava-se sobre [11] doze bois, tres que olhavam para o norte, e tres que olhavam para o occidente, e tres que olhavam para o sul, e tres que olhavam para o oriente: e o mar em cima _estava_ sobre elles, e todas as suas partes posteriores para a banda de dentro. 26 E a grossura _era_ d’um palmo, e a sua borda como a obra da borda d’um copo, _ou_ de flor de lirios; elle levava [12] dois mil batos. 27 Fez tambem as dez bases de cobre: o comprimento d’uma base de quatro covados, e de quatro covados a sua largura, e tres covados a sua altura. 28 E esta _era_ a obra das bases: tinham cintas, e as cintas _estavam_ entre as molduras. 29 E sobre as cintas que _estavam_ entre as molduras _havia_ leões, bois, e cherubins, e sobre as molduras uma base por cima: e debaixo dos leões e dos bois junturas d’obra estendida. 30 E uma base tinha quatro rodas de metal, e laminas de cobre; e os seus quatro cantos tinham hombros: debaixo da pia _estavam_ estes hombros fundidos, da banda de cada uma das junturas. 31 E a sua bocca _estava_ dentro da corôa, e d’um covado por cima: e _era_ a sua bocca redonda da obra da base de covado e meio: e tambem sobre a sua bocca _havia_ entalhes, e as suas cintas _eram_ quadradas, não redondas. 32 E as quatro rodas _estavam_ debaixo das cintas, e os eixos das rodas na base: e _era_ a altura de cada roda de covado e meio. 33 E _era_ a obra das rodas como a obra da roda de carro: seus eixos, e suas caibras, e seus cubos, e seus raios, todos _eram_ fundidos. 34 E _havia_ quatro hombros aos quatro cantos de cada base: seus hombros _sahiam_ da base. 35 E no alto de cada base _havia uma_ altura redonda de meio covado ao redor: tambem sobre o alto de cada base _havia_ azas e cintas, que _sahiam_ d’ellas. 36 E nas planchas das suas azas e nas suas cintas lavrou cherubins, leões, e palmas, segundo o vazio de cada uma, e junturas em redor. 37 Conforme a esta fez as dez bases: todas tinham uma mesma fundição, uma mesma medida, _e_ um mesmo entalhe. 38 Tambem fez duas pias [13] de cobre: em cada pia cabiam quarenta batos, _e_ cada pia era de quatro covados, _e_ sobre cada uma das dez bases _estava_ uma pia. 39 E poz cinco bases á direita da casa, e cinco á esquerda da casa: porém o mar poz ao lado direito da casa para a banda do oriente, da parte do sul. 40 Depois fez Hirão as pias, e as pás, e as bacias: e acabou Hirão de fazer toda a obra que fez para o rei Salomão, para a casa do Senhor: 41 _A saber_: as duas columnas, e os globos dos capiteis que _estavam_ sobre a cabeça das duas columnas: e as duas [14] redes, para cobrir os dois globos dos capiteis que _estavam_ sobre a cabeça das columnas. 42 E as quatrocentas romãs para as duas redes, _a saber_: duas carreiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capiteis que _estavam_ em cima das columnas; 43 Juntamente com as dez bases, e as dez pias sobre as bases; 44 Como tambem um mar, e os doze bois debaixo d’aquelle mar; 45 E os caldeirões, [15] e as pás, e as bacias, e todos estes vasos que fez Hirão para o rei Salomão, para a casa do Senhor, _todos eram_ de cobre burnido. 46 Na planicie do Jordão, o rei os fundiu, [16] em terra barrenta: entre Succoth e Zarthan. 47 E deixou Salomão _de pezar_ todos os vasos, pelo seu excessivo numero: nem se averiguou o peso do cobre. 48 Tambem fez Salomão todos os vasos que _convinham_ á casa do Senhor: o altar de oiro, [17] e a mesa d’oiro, sobre a qual _estavam_ os pães da proposição. 49 E os castiçaes, cinco á direita e cinco á esquerda, diante do oraculo, d’oiro finissimo; e as flores, e as lampadas, e os espivitadores, _tambem_ d’oiro. 50 _Como_ tambem as taças, e os apagadores, e as bacias, e [KD] os perfumadores, e os brazeiros, de oiro finissimo: e as couceiras para as portas da casa interior para o logar sanctissimo, _e_ as das portas da casa do templo, _tambem_ d’oiro. 51 Assim se acabou toda a obra que fez o rei Salomão para a casa do Senhor: então trouxe Salomão as coisas sanctas de seu pae David; a prata, e o oiro, e os vasos poz entre [18] os thesouros da casa do Senhor. [1] cap. 9.10. II Chr. 8.1. [2] cap. 3.1. II Chr. 8.11. [3] João 10.23. Act. 3.11. [4] II Chr. 4.11. [5] II Chr. 2.14 e 4.16. Exo. 31.3 e 36.1. [6] II Reis 25.17. II Chr. 3.15 e 4.12. Jer. 52.21. [7] II Chr. 3.16 e 4.13. Jer. 52.23. [8] II Chr. 3.17. cap. 6.3. [9] II Reis 25.13. II Chr. 4.2. Jer. 52.17. [10] II Chr. 4.3. II Chr. 4.4, 5. [11] Jer. 52.20. [12] II Chr. 4.5. [13] II Chr. 4.6. [14] ver. 17, 18. [15] Exo. 27.3. II Chr. 4.16. [16] II Chr. 4.17. Gen. 33.17. Jos. 3.15. [17] Exo. 37.25, etc. e 37.10, etc. e 25.30. Lev. 24.5, 8. [18] II Sam. 8.11. II Chr. 5.1. _Dedicação do templo._ [Antes de Christo 1004] 8 Então [1] congregou Salomão os anciãos de Israel, e todos os Cabeças das tribus, os principes dos paes, d’entre os filhos de Israel, ao rei Salomão em Jerusalem; para fazerem subir a arca do concerto do Senhor da cidade de David, que _é_ Sião. 2 E todos os homens de Israel se congregaram na festa, ao rei Salomão, no [2] mez de Ethanim, que _é_ o setimo mez. 3 E vieram todos os anciãos de Israel: e os sacerdotes alçaram [3] a arca. 4 E trouxeram a arca do Senhor para cima, e o tabernaculo da [4] congregação, juntamente com todos os vasos sagrados que havia no tabernaculo; assim os trouxeram para cima os sacerdotes e os levitas. 5 E o rei Salomão, e toda a congregação de Israel, que se congregara a elle, _estava_ com elle diante da arca, sacrificando [5] ovelhas e vaccas, que se não podiam contar nem numerar pela multidão. 6 Assim trouxeram [6] os sacerdotes a arca do concerto do Senhor ao seu logar, ao oraculo da casa, ao _logar_ sanctissimo, _até_ debaixo das azas dos cherubins. 7 Porque os cherubins estendiam _ambas_ as azas sobre o logar da arca: e cobriam os cherubins a arca e os seus varaes por cima. 8 E os varaes sobresairam _tanto_, [7] que as pontas dos varaes se viam desde o sanctuario diante do oraculo, porém de fóra se não viam: e ficaram ali até _ao dia d’_hoje. 9 Na arca nada _havia_, senão só [8] as duas taboas de pedra, que Moysés ali pozera junto a Horeb, quando o Senhor contratou com os filhos de Israel, saindo elles da terra do Egypto. 10 E succedeu que, saindo os sacerdotes do sanctuario, uma nuvem encheu [9] a casa do Senhor. 11 E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a gloria do Senhor enchera a casa do Senhor. _Salomão falla ao povo._ 12 Então [10] disse Salomão: O Senhor disse que habitaria nas trevas. 13 Certamente [11] te edifiquei uma casa para morada, assento para a tua eterna habitação. 14 Então virou o rei o seu rosto, e abençoou [12] toda a congregação de Israel: e toda a congregação de Israel estava em pé. 15 E disse: Bemdito [13] _seja_ o Senhor, o Deus de Israel, que fallou [14] pela sua bocca a David meu pae, e pela sua mão _o_ cumpriu, dizendo: 16 Desde [15] o dia em que eu tirei o meu povo Israel do Egypto, não escolhi cidade _alguma_ de todas as tribus de Israel, para edificar alguma casa para ali estabelecer o meu nome: porém escolhi a David, para que presidisse sobre o meu povo Israel. 17 Tambem David, [16] meu pae, propozera em seu coração o edificar casa ao nome do Senhor, o Deus de Israel. 18 Porém o Senhor disse [17] a David, meu pae: Porquanto propozeste no teu coração o edificar casa ao meu nome bem fizeste em o propôr no teu coração. 19 Todavia [18] tu não edificarás esta casa: porém teu filho, que sair de teus lombos, edificará esta casa ao meu nome. 20 Assim confirmou o Senhor a sua palavra que tinha dito: porque me levantei em logar de David, meu pae, e me assentei no throno de Israel, como tem [19] dito o Senhor; e edifiquei uma casa ao nome do Senhor, o Deus d’Israel. 21 E constitui ali logar para a arca em que _está_ [20] o concerto do Senhor, o qual fez com nossos paes, quando os tirou da terra do Egypto. _Salomão ora a Deus._ 22 E poz-se Salomão diante do altar [21] do Senhor, em frente de toda a congregação d’Israel: e estendeu as suas mãos para os céus, 23 E disse: Ó Senhor Deus de Israel, não _ha_ Deus [22] como tu, em cima nos céus nem em baixo na terra: que guardas o concerto e a beneficencia a teus servos que andam com todo o seu coração diante de ti. 24 Que guardaste a teu servo David, meu pae, o que lhe disseras: porque com a tua bocca o disseste, e com a tua mão o cumpriste, como _n’_este dia _se vê_. 25 Agora pois, ó Senhor Deus d’Israel, guarda a teu servo David, meu pae, o que lhe fallaste, dizendo: Não te faltará [23] successor diante de mim, que se assente no throno d’Israel: sómente que teus filhos guardem o seu caminho, para andarem diante de mim como tu andaste diante de mim. 26 Agora [24] tambem, ó Deus d’Israel, cumpra-se a tua palavra que disseste a teu servo David, meu pae. 27 Mas, na verdade, [25] habitaria Deus na terra? eis que os céus, e até o céu dos céus, [26] te não comprehenderiam, quanto menos esta casa que eu tenho edificado. 28 Volve-te pois para a oração de teu servo, e para a sua supplica, ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo hoje faz diante de ti. 29 Para que os teus olhos noite e dia estejam abertos sobre esta casa, sobre este logar, do qual disseste: O meu nome estará [27] ali; para ouvires a oração que o teu servo fizer n’este logar. 30 Ouve pois a supplica [28] do teu servo, e do teu povo Israel, que orarem n’este logar; tambem ouve tu no logar da tua habitação nos céus; ouve tambem, e perdôa. 31 Quando alguem peccar contra o seu proximo, e pozerem sobre [29] elle juramento de maldição, para o ajuramentarem a si mesmo, e vier juramento de maldição diante do teu altar n’esta casa, 32 Ouve tu então nos céus, e obra, e julga a teus servos, condemnando ao injusto, [30] fazendo recair o seu proceder sobre a sua cabeça, e justificando ao justo, rendendo-lhe segundo a sua justiça. 33 Quando [31] o teu povo Israel fôr ferido diante do inimigo, por ter peccado contra ti, e se converterem a ti, e confessarem o teu nome, e orarem e supplicarem a ti n’esta casa, 34 Ouve tu então nos céus, e perdôa o peccado do teu povo Israel, e torna-o a levar á terra que tens dado a seus paes. 35 Quando [32] os céus se cerrarem, e não houver chuva, por terem peccado contra ti, e orarem n’este logar, e confessarem o teu nome, e se converterem dos seus peccados, havendo-os tu affligido. 36 Ouve tu então nos céus, e perdôa o peccado de teus servos e do teu povo Israel, ensinando-lhe o bom [33] caminho em que andem, e dá chuva na tua terra que déste ao teu povo em herança. 37 Quando houver [34] fome na terra, quando houver peste, quando houver queima de searas, ferrugem, gafanhotos _e_ pulgão, quando o seu inimigo o cercar na terra das suas portas, _ou houver_ alguma praga _ou_ doença. 38 Toda a oração, toda a supplica, que qualquer homem de todo o teu povo Israel _fizer_, conhecendo cada um a chaga do seu coração, e estendendo as suas mãos para esta casa. 39 Ouve tu então nos céus, assento da tua habitação, e perdôa, e obra, e dá a cada um conforme a todos os seus caminhos, e segundo vires o seu coração, porque só tu conheces [35] o coração de todos os filhos dos homens. 40 Para que te temam todos os dias que viverem na terra que déste a nossos paes. 41 E tambem _ouve_ ao estrangeiro, que não _fôr_ do teu povo Israel, porém vier de terras remotas, por amor do teu nome 42 (Porque ouvirão do teu grande nome, e da tua [36] forte mão, e do teu braço estendido), e vier orar para esta casa, 43 Ouve tu nos céus, assento da tua habitação, e faze conforme a tudo o que o estrangeiro a ti clamar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, para te [37] temerem como o teu povo Israel, e para saberem que o teu nome é invocado sobre esta casa que tenho edificado. 44 Quando o teu povo sair á guerra contra o seu inimigo, pelo caminho por que os enviares, e orarem ao Senhor, para a banda d’esta cidade, que tu elegeste, e d’esta casa, que edifiquei ao teu nome, 45 Ouve então nos céus a sua oração e a sua supplica, e faze-lhes justiça. 46 Quando peccarem contra ti (pois não _ha_ [38] homem que não peque), e tu te indignares contra elles, e os entregares ás mãos do inimigo, para que os captivarem os levem em captiveiro á terra do inimigo, _quer_ longe ou perto esteja, 47 E na terra aonde forem [39] levados em captiveiro tornarem em si, e se converterem, e na terra do seu captiveiro te supplicarem, dizendo: Peccámos, e perversamente obrámos, _e_ commettemos iniquidade; 48 E se converterem [40] a ti com todo o seu coração e com toda a sua alma, na terra de seus inimigos que os levaram em captiveiro, e orarem [41] a ti para a banda da sua terra que déste a seus paes, _para_ esta cidade que elegeste, e _para_ esta casa que edifiquei ao teu nome; 49 Ouve então nos céus, assento da tua habitação, a sua oração e a sua supplica, e faze-lhes justiça; 50 E perdôa ao teu povo que houver peccado contra ti, e [42] todas as suas prevaricações com que houverem prevaricado contra ti; e dá-lhes misericordia perante aquelles que os teem captivos, para que d’elles tenham compaixão. 51 Porque [43] _são_ o teu povo e a tua herança que tiraste da terra do Egypto, do meio do forno de ferro. 52 Para que teus olhos estejam abertos á supplica do teu servo e á supplica do teu povo Israel, a fim de os ouvirdes em tudo quanto clamarem a ti. 53 Pois tu para tua herança os elegeste de todos os povos da terra, como tens [44] dito pelo ministerio de Moysés, teu servo, quando tiraste a nossos paes do Egypto, Senhor JEHOVAH. _Salomão abençoa o povo._ 54 Succedeu pois que, acabando Salomão de fazer ao Senhor esta oração e esta supplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para os céus, se levantou de diante do altar do Senhor. 55 E poz-se [45] em pé, e abençoou a toda a congregação d’Israel em alta voz, dizendo: 56 Bemdito _seja_ o Senhor, que deu repouso ao seu povo Israel, segundo tudo o que disse: nem [46] uma só palavra caiu de todas as suas boas palavras que fallou pelo ministerio de Moysés, seu servo. 57 O Senhor nosso Deus seja comnosco, como foi com nossos paes; não nos desampare, e não [47] nos deixe. 58 Inclinando a si o nosso coração, para andar em todos os seus caminhos, e para guardar os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juizos que ordenou a nossos paes. 59 E que estas minhas palavras, com que suppliquei perante o Senhor, estejam perto, diante do Senhor nosso Deus, de dia e de noite, para que execute o juizo do seu servo e o juizo do seu povo Israel, a cada qual no seu dia, 60 Para que todos [48] os povos da terra saibam que o Senhor _é_ Deus, _e que_ não _ha_ outro. 61 E seja [49] o vosso coração inteiro para com o Senhor nosso Deus, para andardes nos seus estatutos, e guardardes os seus mandamentos como hoje. 62 E o rei [50] e todo o Israel com elle sacrificaram sacrificios perante a face do Senhor. 63 E offereceu Salomão em sacrificio pacifico o que sacrificou ao Senhor, vinte e duas mil vaccas e cento e vinte mil ovelhas: assim o rei e todos os filhos de Israel consagraram a casa do Senhor. 64 No mesmo dia [51] sanctificou o rei o meio do atrio que _estava_ diante da casa do Senhor; porquanto ali preparara os holocaustos e as offertas com a gordura dos sacrificios pacificos: porque o altar de cobre [52] que _estava_ diante da face do Senhor _era_ muito pequeno para n’elle caberem os holocaustos, e as offertas, e a gordura dos sacrificios pacificos. 65 No mesmo tempo celebrou Salomão a festa, [53] e todo o Israel com elle, uma grande congregação, desde a entrada de Hamath até ao rio do Egypto, perante a face do Senhor nosso Deus; por sete dias, e _mais_ [54] sete dias: quatorze dias. 66 E no oitavo dia [55] despediu o povo, e elles abençoaram o rei: então se foram ás suas tendas, alegres e gozosos de coração, por causa de todo o bem que o Senhor fizera a David seu servo, e a Israel seu povo. [1] II Chr. 5.2, etc. II Sam. 6.17 e 5.7, 9 e 6.12, 16. [2] Lev. 23.34. II Chr. 7.8. [3] Num. 4.15. Deu. 31.9. Jos. 3.3, 6. I Chr. 15.14, 15. [4] cap. 3.4. II Chr. 1.3. [5] II Sam. 6.13. [6] II Sam. 6.17. Exo. 26.33, 34. cap. 6.19, 27. [7] Exo. 25.14, 15. [8] Exo. 25.21. Deu. 10.2, 5. Heb. 9.4. Exo. 40.20 e 34.27, 28. Deu. 4.13. ver. 21. [9] Exo. 40.34, 35. II Chr. 5.13, 14 e 7.2. [10] II Chr. 6.1, etc. Lev. 16.2. [11] II Sam. 7.13. [12] II Sam. 6.18. [13] Luc. 1.68. [14] II Sam. 7.5, 25. [15] II Sam. 7.6. II Chr. 6.5, etc. ver. 29. Deu. 12.11. I Sam. 16.1. II Sam. 7.8. I Chr. 28.4. [16] II Sam. 7.2. I Chr. 17.1. [17] II Chr. 6.8, 9. [18] II Sam. 7.5, 12, 13. cap. 5.3, 5. [19] I Chr. 28.5, 6. [20] ver. 9. Deu. 31.26. [21] II Chr. 6.12, etc. Exo. 9.33. Esd. 9.5. Isa. 1.15. [22] Exo. 15.11. II Sam. 7.22. Deu. 7.9. Neh. 1.5. Dan. 9.4. Gen. 17.1. cap. 3.6. II Reis 20.3. [23] II Sam. 7.12, 16. cap. 2.4. [24] II Sam. 7.25. [25] II Chr. 2.6. Isa. 66.1. Jer. 23.24. Act. 7.49 e 17.24. [26] II Cor. 12.2. [27] Deu. 12.11. Dan. 6.10. [28] II Chr. 20.9. Neh. 1.6. [29] Exo. 22.11. [30] Deu. 25.1. [31] Lev. 26.17. Deu. 28.25. Lev. 26.39, 40. Neh. 1.9. [32] Lev. 26.19. Deu. 28.23. [33] I Sam. 12.23. [34] Lev. 26.16, 25, 26. Deu. 28.21, 22, 27, 38, 42, 52. II Chr. 20.9. [35] I Sam. 16.7. I Chr. 28.9. Jer. 17.10. Act. 1.24. [36] Deu. 3.24. [37] I Sam. 17.46. II Reis 19.19. [38] II Chr. 6.36. Pro. 20.9. Ecc. 7.20. Thi. 3.2. I João 1.8, 10. [39] Lev. 26.34, 44. Deu. 28.37, 64. Lev. 26.40. Neh. 1.6. Dan. 9.5. [40] Jer. 29.12, 13, 14. [41] Dan. 6.10. [42] Esd. 7.6. [43] Deu. 9.29. Neh. 1.10. Deu. 4.20. Jer. 11.4. [44] Exo. 19.5. Deu. 19.26, 29 e 14.2. [45] II Sam. 6.18. [46] Deu. 12.10. Jos. 21.45 e 8.14. [47] Deu. 31.6. Jos. 1.5. [48] Jos. 4.24. I Sam. 17.46. II Reis 19.19. Deu. 4.35, 39. [49] cap. 11.4 e 15.3, 14. II Reis 20.3. [50] II Chr. 7.4, etc. [51] II Chr. 7.7. [52] II Chr. 4.1. [53] ver. 2. Lev. 23.34. Num. 34.8. Jos. 38.5. Jui. 3.3. II Reis 14.25. Gen. 15.18. Num. 34.5. [54] II Chr. 7.8. [55] II Chr. 7.9, 10. _O Senhor apparece a Salomão pela segunda vez._ 9 Succedeu [1] pois que, acabando Salomão de edificar a casa do Senhor, e a casa do rei, e todo o desejo de Salomão, que lhe veiu á vontade fazer, 2 O Senhor tornou a apparecer a Salomão; como [2] lhe tinha apparecido em Gibeon. 3 E o Senhor lhe disse: Ouvi a [3] tua oração, e a tua supplica que supplicando fizeste perante mim; sanctifiquei a casa que edificaste, afim de pôr ali o meu nome para sempre: e [4] os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os dias. 4 E se tu [5] andares perante mim como andou David teu pae, com inteireza de coração e com sinceridade, para fazeres segundo tudo o que te mandei, _e_ guardares os meus estatutos e os meus juizos, 5 Então confirmarei o throno de teu reino sobre Israel para sempre: como fallei ácerca de [6] teu pae David, dizendo: Não te faltará varão sobre o throno d’Israel: 6 _Porém_ [7] se vós e vossos filhos de qualquer maneira vos apartardes de apoz mim, e não guardardes os meus mandamentos, _e_ os meus estatutos, que vos tenho proposto, mas fôrdes, e servirdes a outros deuses, e vos curvardes perante elles, 7 Então destruirei [8] a Israel da terra que lhes dei; e a esta casa, que sanctifiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença: e Israel será por ditado e mote, entre todos os povos. 8 E esta casa [9] será tão exaltada, que todo aquelle que por ella passar pasmará, e assobiará, e dirá: Porque [10] fez o Senhor assim a esta terra e a esta casa? 9 E dirão: Porque deixaram ao Senhor seu Deus, que tirou da terra do Egypto a seus paes, e se apegaram a deuses alheios, e se encurvaram perante elles, e os serviram: por isso trouxe o Senhor sobre elles todo este mal. [Antes de Christo 992] 10 E succedeu, ao fim de vinte annos, [11] que Salomão edificara as duas casas; a casa do Senhor e a casa do rei 11 (_Para o que_ [12] Hirão, rei de Tyro, trouxera a Salomão madeira de cedro e de faia, e oiro, segundo todo o seu desejo): então deu o rei Salomão a Hirão vinte cidades na terra de Galiléa. 12 E saiu Hirão de Tyro a ver as cidades que Salomão lhe déra, porém não foram boas aos seus olhos. 13 Pelo que disse: Que cidades _são_ estas que me déste, irmão meu? [13] E chamaram-n’as: Terra de [KE] Cabuli, até hoje. 14 E enviara Hirão ao rei cento e vinte talentos de oiro. _O tributo que Salomão impoz._ 15 E esta _é_ a causa do tributo [14] que impoz o rei Salomão, para edificar a casa do Senhor e a sua casa e Millo, e o muro de Jerusalem, como tambem a Hasor, e a Megiddo, e a Gezer. 16 _Porque_ Pharaó, rei do Egypto, subiu e tomou a Gezer, e a queimou a fogo, e matou os cananeos [15] que moravam na cidade, e a deu em dote a sua filha, mulher de Salomão. 17 Assim edificou Salomão a Gezer, e Beth-horon, [16] a baixa, 18 E a Baalath, [17] e a Tadmor, no deserto d’aquella terra, 19 E a todas as cidades das munições que Salomão tinha, e as cidades dos carros, [18] e as cidades dos cavalleiros, e o que o desejo de Salomão quiz edificar em Jerusalem, e no Libano, e em toda a terra do seu dominio. 20 _Quanto_ a todo [19] o povo _que_ restou dos amorrheos, hetheos, pherezeos, heveos, e jebuseos, _e_ que não eram dos filhos de Israel, 21 A seus filhos, que [20] restaram depois d’elles na terra, os quaes os filhos de Israel não poderam destruir totalmente, Salomão os reduziu a tributo servil, até hoje. 22 Porém dos filhos de Israel não fez Salomão servo algum: porém [21] _eram_ homens de guerra, e seus creados, e seus principes, e seus capitães, e chefes dos seus carros e dos seus cavalleiros. 23 Estes _eram_ os chefes dos officiaes que _estavam_ sobre a obra de Salomão, quinhentos e cincoenta, que davam ordens ao povo que trabalhava na obra. 24 Subiu porém a filha [22] de Pharaó da cidade de David á sua casa, que Salomão lhe edificara; então edificou a Millo. 25 E offerecia [23] Salomão tres vezes cada anno holocaustos e sacrificios pacificos sobre o altar que edificaram ao Senhor, e queimava incenso sobre o que _estava_ perante o Senhor: e assim acabou a casa. 26 Tambem o [24] rei Salomão fez náos em Eseon-geber, que _está_ junto a Eloth, á praia do mar de Suph, na terra de Edom. 27 E mandou Hirão [25] com aquellas náos a seus servos, marinheiros, que sabiam do mar, com os servos de Salomão. 28 E vieram a [26] Ophir, e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de oiro, e _o_ trouxeram ao rei Salomão. [1] II Chr. 7.11, etc. cap. 7.1. II Chr. 8.6. [2] cap. 3.5. [3] II Reis 20.5. cap. 8.29. [4] Deu. 11.12. [5] Gen. 17.1. cap. 11.4, 6, 38 e 14.8 e 15.5. [6] II Sam. 7.12, 16. cap. 2.4 e 6.12. I Chr. 22.10. [7] II Sam. 7.14. II Chr. 7.19, 20. [8] Deu. 4.26. II Reis 17.23 e 25.21. Jer. 7.14. Deu. 28.37. [9] II Chr. 7.21. [10] Deu. 29.24, 25, 26. Jer. 22.8, 9. [11] cap. 6.37, 38 e 7.1. II Chr. 8.1. [12] II Chr. 8.2. [13] Jos. 19.27. [14] cap. 5.13. ver. 24. II Sam. 5.9. Jos. 19.36 e 17.11 e 16.10. Jui. 1.29. [15] Jos. 16.10. [16] Jos. 16.3 e 21.22. II Chr. 8.5. [17] Jos. 19.44. II Chr. 8.4, 6, etc. [18] cap. 4.26. [19] II Chr. 8.7, etc. [20] Jui. 1.21, 27, 29 e 3.1. Jos. 15.63 e 17.12. Jui. 1.28. Gen. 9.25, 26. Esd. 2.55, 58. Neh. 7.57 e 11.3. [21] Lev. 25.39. [22] cap. 3.1. II Chr. 8.11. cap. 7.8. II Sam. 5.9. cap. 11.27. II Chr. 32.5. [23] II Chr. 8.12, 13, 16. [24] II Chr. 8.17, 18. Num. 33.35. Deu. 2.8. cap. 22.48. [25] cap. 10.11. [26] Job 22.24. _A rainha de Saba vem visitar Salomão._ 10 E ouvindo [1] a rainha de Saba a fama de Salomão, ácerca do nome do Senhor, veiu proval-o por enigmas. 2 E veiu a Jerusalem com um mui grande exercito; com camelos carregados de especiarias, e muitissimo oiro, e pedras preciosas: e veiu a Salomão, e disse-lhe tudo quanto tinha no seu coração. 3 E Salomão lhe declarou todas as suas palavras: nenhuma coisa se escondeu ao rei, que não lhe declarasse. 4 Vendo pois a rainha de Saba toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara, 5 E a comida da sua mesa, e o assentar de seus servos, e o estar de seus creados, e os vestidos d’elles, e os seus copeiros, e a sua subida, pela qual subia á casa do Senhor, não houve mais espirito n’ella. 6 E disse ao rei: Foi verdade a palavra que ouvi na minha terra, das tuas coisas e da tua sabedoria. 7 E eu não cria n’aquellas palavras, até que vim, e os meus olhos o viram; eis que me não disseram metade; sobrepujaste em sabedoria e bens a fama que ouvi. 8 Bemaventurados [2] os teus homens, bemaventurados estes teus servos, que estão sempre diante de ti, que ouvem a tua sabedoria! 9 Bemdito seja [3] o Senhor teu Deus, que teve agrado em ti, para te pôr no throno de Israel: porque o Senhor ama a Israel para sempre, por isso te estabeleceu rei, para fazeres juizo e justiça. 10 E deu ao rei cento e vinte talentos de oiro, e muitissimas especiarias, e pedras preciosas: nunca veiu especiaria em tanta abundancia, como a que a rainha de Saba deu ao rei Salomão. 11 Tambem as náos [4] d’Hirão, que de Ophir levavam oiro, traziam de Ophir muitissima madeira de Almug, e pedras preciosas. 12 E d’esta madeira d’Almug [5] fez o rei balaustres para a casa do Senhor, e para a casa do rei, como tambem harpas e alaúdes para os cantores: nunca veiu tal madeira [6] de Almug, nem se viu até o dia d’hoje. 13 E o rei Salomão deu á rainha de Saba tudo quanto lhe pediu o seu desejo, de mais do que lhe deu, segundo a largueza do rei Salomão: então voltou e partiu para a sua terra, ella e os seus servos. _As riquezas de Salomão._ 14 E era o peso do oiro que se trazia a Salomão cada anno seiscentos e sessenta e seis talentos de oiro; 15 Além _do_ dos negociantes, e do contracto dos especieiros, e de todos os reis [7] da Arabia, e dos governadores da mesma terra. 16 Tambem o rei Salomão fez duzentos pavezes de oiro batido; seiscentos _siclos_ de oiro mandou pesar para cada pavez; 17 Assim mesmo trezentos [8] escudos de oiro batido; tres arrateis de oiro mandou pesar para cada escudo; e o rei os poz na casa do bosque do Libano. 18 Fez mais [9] o rei um grande throno de marfim, e o cobriu de oiro purissimo. 19 Tinha este throno seis degraus, e _era_ a cabeça do throno por detraz redonda, e de ambas as bandas _tinha_ encostos até ao assento: e dois leões estavam junto aos encostos. 20 Tambem doze leões estavam ali sobre os seis degraus de ambas as bandas: nunca se tinha feito obra similhante em nenhum dos reinos. 21 Tambem todos [10] os vasos de beber do rei Salomão _eram_ de oiro, e todos os vasos da casa do bosque do Libano _eram_ de oiro puro; não _havia n’elles_ prata; _porque_ nos dias de Salomão não tinha estimação _alguma_. 22 Porque o rei tinha no mar as náos de Tarsis, com as náos de Hirão: uma vez em tres annos tornavam as náos de [11] Tarsis, _e_ traziam oiro e prata, marfim, e bugios, e pavões. 23 Assim o rei Salomão excedeu [12] a todos os reis da terra: tanto em riquezas como em sabedoria. 24 E toda a terra buscava a face de Salomão, para ouvir a sua sabedoria, que Deus tinha posto no seu coração. 25 E traziam cada um _por_ seu presente vasos de prata e vasos de oiro, e vestidos, e armaduras, e especiarias, cavallos e mulas: cada coisa de anno em anno. 26 Tambem ajuntou [13] Salomão carros e cavalleiros, de sorte que tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavalleiros: e os levou ás cidades dos carros, e junto ao rei em Jerusalem. 27 E fez [14] o rei _que_ em Jerusalem _houvesse_ prata como pedras: e cedros em abundancia como figueiras bravas que _estão_ nas planicies. 28 E tiravam [15] cavallos do Egypto para Salomão: e ás manadas as recebiam os mercadores do rei, cada manada por um certo preço. 29 E subia e sahia o carro do Egypto por seiscentos _siclos_ de prata, e o cavallo por cento e cincoenta: e assim, por meio d’elles, os tiravam [16] para todos os reis dos hetheos e para os reis da Syria. [1] II Chr. 9.1, etc. Mat. 12.42. Luc. 11.31. Jui. 14.12. Pro. 1.6. [2] Pro. 8.34. [3] cap. 5.7. II Sam. 8.15. Pro. 8.15. [4] cap. 9.27. [5] II Chr. 9.11. [6] II Chr. 9.10. [7] II Chr. 9.24. [8] cap. 14.26 e 7.2. [9] II Chr. 9.17, etc. [10] II Chr. 9.20, etc. [11] Gen. 10.4. II Chr. 20.36. [12] cap. 3.12, 13 e 4.30. [13] cap. 4.26. II Chr. 1.14 e 9.25. Deu. 17.16. [14] II Chr. 1.15, 17. [15] Deu. 17.16. II Chr. 1.16 e 9.28. Eze. 27.7. [16] Jos. 1.4. II Reis 7.6. _A idolatria de Salomão e a ira de Deus contra elle._ [Antes de Christo 984] 11 E o rei Salomão amou [1] muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Pharaó, moabitas, ammonitas, idumeas, zidonias _e_ hetheas. 2 Das nações _de_ que o Senhor tinha dito aos filhos de Israel: Não entrareis a [2] ellas, e ellas não entrarão a vós; d’outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. 3 E tinha setecentas mulheres, princezas, e trezentas concubinas: e suas mulheres lhe perverteram o seu coração. 4 Porque succedeu _que_, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram [3] o seu coração para seguir outros deuses: e o seu coração não era inteiro para com o Senhor seu Deus, como o coração de David, seu pae, 5 Porque Salomão andou em seguimento [4] de Astaroth, deus dos zidonios, e em seguimento de Milkom, a abominação dos ammonitas. 6 Assim fez Salomão o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor: e não perseverou em seguir ao Senhor, como David seu pae. 7 Então [5] edificou Salomão um alto a Camos, a abominação dos moabitas, sobre o monte que _está_ diante de Jerusalem, e a Molech, a abominação dos filhos d’Ammon. 8 E assim fez para com todas as suas mulheres estranhas; as quaes queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses. 9 Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão: [6] porquanto desviara o seu coração do Senhor Deus de Israel, o qual duas vezes lhe apparecera. 10 E ácerca d’esta materia lhe tinha dado ordem [7] que não andasse em seguimento d’outros deuses: porém não guardou o que o Senhor lhe ordenara. 11 Pelo que disse o Senhor a Salomão: Pois que houve isto em ti, que não guardaste o meu concerto e os meus estatutos que te mandei, certamente rasgarei de ti [8] este reino, e o darei a teu servo. 12 Todavia nos teus dias não o farei, por amor de David teu pae: da mão de teu filho o rasgarei: 13 Porém todo o reino não rasgarei; uma [9] tribu darei a teu filho, por amor de meu servo David, e por amor de Jerusalem, que [10] tenho elegido. _Deus excita adversarios contra Salomão._ 14 Levantou [11] pois o Senhor a Salomão um adversario, a Hadad, o idumeo: elle _era_ da semente do rei em Edom. 15 Porque succedeu que, estando David [12] em Edom, e subindo Joab, o chefe do exercito, a enterrar os mortos, feriu a todo o varão em Edom. 16 (Porque Joab ficou ali seis mezes com todo o Israel, até que destruiu a todo o varão em Edom.) 17 Hadad porém fugiu, elle e alguns homens idumeos, dos servos de seu pae, com elle, para ir ao Egypto: _era_ porém Hadad _um_ rapaz pequeno. 18 E levantaram-se de Midian, e vieram a Paran, e tomaram comsigo homens de Paran, e vieram ao Egypto a Pharaó, rei do Egypto, o qual lhe deu uma casa, e lhe prometteu sustento, e lhe deu uma terra. 19 E achou Hadad grande graça aos olhos de Pharaó: de maneira que a irmã de sua mulher lhe deu por mulher, a irmã de Tachpenes, a rainha. 20 E a irmã de Tachpenes lhe pariu a seu filho Genubath, o qual Tachpenes criou na casa de Pharaó: e Genubath estava na casa de Pharaó, entre os filhos de Pharaó. 21 Ouvindo [13] pois Hadad no Egypto que David adormecera com seus paes, e que Joab, chefe do exercito, era morto, disse Hadad a Pharaó: Despede-me, para que vá á minha terra. 22 Porém Pharaó lhe disse: Pois que te falta comigo, que eis que procuras partir para a tua terra? E disse elle: Nada, mas todavia despede-me. 23 Tambem Deus lhe levantou _outro_ adversario, a Rezon, filho de Eliada, que tinha fugido de seu senhor Hadadezer, [14] rei de Zoba, 24 Contra quem tambem ajuntou homens, e foi capitão [15] d’um esquadrão, quando David os matou: e indo-se para Damasco, habitaram ali, e reinaram em Damasco. 25 E foi adversario de Israel por todos os dias de Salomão, e isto além do mal que Hadad _fazia_: porque detestava a Israel, e reinava sobre a Syria. 26 Até Jeroboão, [16] filho de Nebat, ephrateo, de Zereda, servo de Salomão (cuja mãe era mulher viuva, por nome Zerua), tambem levantou a mão contra o rei. 27 E esta _foi_ a causa, por que levantou a mão contra o rei: Salomão tinha [17] edificado a Millo, _e_ cerrou as aberturas da cidade de David, seu pae. 28 E o homem Jeroboão _era_ varão valente; e, vendo Salomão a este mancebo, que era laborioso, elle o poz sobre todo o cargo da casa de José. [Antes de Christo 980] 29 Succedeu pois n’aquelle tempo que, saindo Jeroboão de Jerusalem, o encontrou o propheta Ahias, [18] o silonita, no caminho, e elle se tinha vestido d’um vestido novo, e sós _estavam_ os dois no campo. 30 E Ahias pegou no vestido novo que sobre si _tinha_, e o rasgou [19] em doze pedaços. 31 E disse a Jeroboão: Toma para ti os dez pedaços, [20] porque assim diz o Senhor Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei as dez tribus. 32 Porém elle terá uma tribu, por amor de David, meu servo, e por amor de Jerusalem, a cidade que elegi de todas as tribus de Israel. 33 Porque [21] me deixaram, e se encurvaram a Astaroth, deus dos sidonios, a Camos, deus dos moabitas, e a Milkom, deus dos filhos d’Ammon; e não andaram pelos meus caminhos, para fazerem o _que parece_ recto aos meus olhos, _a saber_, os meus estatutos e os meus juizos, como David, seu pae. 34 Porém não tomarei nada d’este reino da sua mão: mas por principe o ponho por todos os dias da sua vida, por amor de David, meu servo, a quem elegi, o qual guardou os meus mandamentos e os meus estatutos. 35 Mas da mão de seu filho [22] tomarei o reino, e t’o darei a ti, as dez tribus _d’elle_. 36 E a seu filho darei uma tribu; para que David, meu servo, sempre tenha [23] uma lampada diante de mim em Jerusalem, a cidade que elegi para pôr ali o meu nome. 37 E te tomarei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma; e serás rei sobre Israel. 38 E ha de ser _que_, se ouvires tudo o que eu te mandar, e andares pelos meus caminhos, e fizeres o _que é_ recto aos meus olhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez David, meu servo, eu [24] serei comtigo, e te edificarei _uma_ casa firme, como edifiquei a David, e te darei Israel. 39 E por isso affligirei a semente de David; todavia não para sempre. 40 Pelo que Salomão procurou matar Jeroboão; porém Jeroboão se levantou, e fugiu para o Egypto, a Sisak, rei do Egypto: e esteve no Egypto até que Salomão morreu. _A morte de Salomão._ 41 Quanto ao [25] mais dos successos de Salomão, e a tudo quanto fez, e á sua sabedoria, _porventura_ não _está_ escripto no livro dos successos de Salomão? 42 E o tempo [26] que reinou Salomão em Jerusalem sobre todo o Israel _foram_ quarenta annos. 43 E adormeceu [27] Salomão com seus paes, e foi sepultado na cidade de David, seu pae: e Roboão, seu filho, reinou em seu logar. [1] Neh. 13.26. Deu. 17.17. [2] Exo. 34.16. Deu. 7.3, 4. [3] Deu. 17.17. Neh. 13.26. cap. 8.61 e 9.4. [4] ver. 33. Jui. 2.13. II Reis 23.13. [5] Num. 33.52 e 21.29. Jui. 11.24. II Reis 23.13. [6] ver. 2, 3. cap. 3.5 e 9.2. [7] cap. 6.12 e 9.6. [8] ver. 31. cap. 12.15, 16. [9] II Sam. 7.15. cap. 12.20. [10] Deu. 12.11. [11] I Chr. 5.26. [12] II Sam. 8.14. I Chr. 18.12, 13. Num. 24.19. Deu. 20.13. [13] I Reis 2.10, 34. [14] II Sam. 8.3. [15] II Sam. 8.3 e 10.8, 18. [16] cap. 12.2. II Chr. 13.6. II Sam. 20.21. [17] cap. 9.24. [18] cap. 14.2. [19] I Sam. 15.27 e 24.5. [20] ver. 11, 13. [21] ver. 5, 6, 7. [22] cap. 12.16, 17. [23] cap. 15.4. II Reis 8.19. [24] Jos. 1.5. II Sam. 7.11, 27. [25] II Chr. 9.29. [26] II Chr. 9.30. [27] II Chr. 9.31. _Roboão causa separação entre as tribus._ [Antes de Christo 975] 12 E foi Roboão [1] para Sichem; porque todo o Israel veiu a Sichem, para o fazerem rei. 2 Succedeu pois que, ouvindo-o Jeroboão, [2] filho de Nebat, estando ainda no Egypto (porque fugira de diante do rei Salomão, e habitava Jeroboão no Egypto), 3 Enviaram, e o mandaram chamar; e Jeroboão e toda a congregação d’Israel vieram, e fallaram a Roboão, dizendo: 4 Teu pae aggravou o nosso [3] jugo; agora, pois, allivia tu a dura servidão de teu pae, e o seu pesado jugo que nos impoz, e nós te serviremos. 5 E elle lhes disse: Ide-vos até ao terceiro dia, e voltae a mim. E o povo se foi. 6 E teve o rei Roboão conselho com os anciãos que estavam na presença de Salomão, seu pae, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhaes vós que se responda a este povo? 7 E elles lhe fallaram, dizendo: Se hoje [4] fores servo d’este povo, e o servires, e, respondendo-lhe, lhe fallares boas palavras, todos os dias teus servos serão. 8 Porém elle deixou o conselho que os anciãos lhe tinham aconselhado, e teve conselho com os mancebos que haviam crescido com elle, que estavam diante d’elle. 9 E disse-lhes: Que aconselhaes vós que respondamos a este povo, que me fallou, dizéndo: Allivia o jugo que teu pae nos impoz? 10 E os mancebos que haviam crescido com elle lhe fallaram, dizendo: Assim fallarás a este povo que te fallou, dizendo: Teu pae fez pesadissimo o nosso jugo, mas tu o allivia de sobre nós; assim lhe fallarás: Meu _dedo_ minimo é mais grosso do que os lombos de meu pae. 11 Assim que, _se_ meu pae vos carregou d’um jugo pesado, ainda eu augmentarei o vosso jugo: meu pae vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões. 12 Veiu pois Jeroboão e todo o povo, ao terceiro dia, a Roboão, como o rei havia fallado, dizendo: Voltae a mim ao terceiro dia. 13 E o rei respondeu ao povo duramente; porque deixara o conselho que os anciãos lhe haviam aconselhado. 14 E lhe fallou conforme ao conselho dos mancebos, dizendo: Meu pae aggravou o vosso jugo, porém eu _ainda_ augmentarei o vosso jugo; meu pae vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões. 15 O rei pois não deu ouvidos ao povo; porque _esta_ revolta vinha do Senhor, [5] para confirmar a sua palavra que o Senhor tinha dito pelo ministerio de Ahias, o [6] silonita, a Jeroboão, filho de Nebat. _Dez tribus seguem Jeroboão._ 16 Vendo pois todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, tornou-lhe o povo a responder, dizendo: Que parte temos _nós_ com David? e não _ha para nós_ herança [7] no filho de Jessé. Ás tuas tendas, ó Israel! Provê agora a tua casa, ó David. Então Israel se foi ás suas tendas. 17 _No tocante_ porém [8] aos filhos d’Israel que habitavam nas cidades de Judah, tambem sobre elles reinou Roboão. 18 Então o rei Roboão enviou [9] a Adoram, que _estava_ sobre os tributos; e todo o Israel o apedrejou com pedras, e morreu: mas o rei Roboão se animou a subir ao carro para fugir para Jerusalem. 19 Assim descairam [10] os israelitas da casa de David até _ao dia de_ hoje. 20 E succedeu que, ouvindo todo o Israel que Jeroboão tinha voltado, enviaram, e o chamaram para a congregação, e o fizeram rei sobre todo o Israel: e ninguem seguiu a casa de David senão sómente a [11] tribu de Judah. 21 Vindo pois Roboão [12] a Jerusalem, ajuntou toda a casa de Judah e a tribu de Benjamin, cento e oitenta mil escolhidos, destros para a guerra, para pelejar contra a casa d’Israel, para restituir o reino a Roboão, filho de Salomão. 22 Porém veiu a palavra de Deus a [13] Semaias, homem de Deus, dizendo: 23 Falla a Roboão, filho de Salomão, rei de Judah, e a toda a casa de Judah, e a Benjamin, e ao resto do povo, dizendo: 24 Assim diz o Senhor: Não subireis nem pelejareis contra vossos irmãos, os filhos d’Israel; volte cada um para a sua casa, porque [14] eu é que fiz esta obra. E ouviram a palavra do Senhor, e voltaram segundo a palavra do Senhor. 25 E Jeroboão edificou a Sichem, no [15] monte de Ephraim, e habitou ali; e saiu d’ali, e edificou a [16] Penuel. _A idolatria de Jeroboão._ 26 E disse Jeroboão no seu coração: Agora tornará o reino á casa de David. 27 Se este povo subir [17] para fazer sacrificios na casa do Senhor, em Jerusalem, o coração d’este povo se tornará a seu senhor, a Roboão, rei de Judah: e me matarão, e tornarão a Roboão, rei de Judah. 28 Pelo que o rei tomou conselho, e fez dois bezerros [18] de oiro; e lhes disse: Muito _trabalho_ vos será o subir a Jerusalem; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egypto. 29 E poz um em Bethel, [19] e collocou o outro em Dan. 30 E este feito se tornou [20] em peccado: pois que o povo ia até Dan cada um _a adorar_. 31 Tambem fez casa dos altos: [21] e fez sacerdotes dos mais baixos do povo, que não eram dos filhos de Levi. 32 E fez Jeroboão uma festa no oitavo mez, no dia decimo quinto do mez, como a festa que _se fazia_ [22] em Judah, e sacrificou no altar; similhantemente fez em Bethel, sacrificando os bezerros que fizera: tambem em Bethel estabeleceu sacerdotes dos altos que fizera. 33 E sacrificou no altar que fizera em [23] Bethel, no dia decimo quinto do oitavo mez, que elle tinha imaginado no seu coração: assim fez a festa aos filhos de Israel, e sacrificou no altar, queimando incenso. [1] II Chr. 10.1, etc. [2] cap. 11.26, 40. [3] I Sam. 8.11, 18. cap. 4.7. [4] II Chr. 10.7. Pro. 15.1. [5] ver. 24. Jui. 14.4. II Chr. 10.15 e 22.7 e 25.20. [6] cap. 11.11, 31. [7] II Sam. 20.1. [8] cap. 11.13, 36. [9] cap. 4.6 e 5.14. [10] II Reis 17.21. [11] cap. 11.13, 32. [12] II Chr. 11.1. [13] II Chr. 11.2. [14] ver. 15. [15] Jui. 9.45. [16] Jui. 8.17. [17] Deu. 12.5, 6. [18] II Reis 10.29 e 17.16. Exo. 32.4, 8. [19] Gen. 28.19. Ose. 4.15. Jui. 18.29. [20] cap. 13.34. II Reis 17.21. [21] cap. 13.32. Num. 3.10. cap. 13.33. II Reis 17.32. II Chr. 11.14, 15. Eze. 44.7, 8. [22] Lev. 23.33, 34. Num. 29.12. cap. 8.2, 5. Amós 7.13. [23] Num. 15.39. cap. 13.1. _Um propheta prediz contra o altar._ 13 E eis que [1] um homem de Deus veiu de Judah com a palavra do Senhor a Bethel: e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar incenso. 2 E clamou contra o altar com a palavra do Senhor, e disse: Altar, altar! assim diz o Senhor: Eis que _um_ filho nascerá á casa de David, cujo nome _será_ [2] Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que queimam sobre ti incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti. 3 E deu n’aquelle mesmo dia _um_ [3] signal, dizendo: Este _é_ o signal de que o Senhor fallou: Eis que o altar se fenderá, e a cinza, que n’elle _está_, se derramará. 4 Succedeu pois, que, ouvindo o rei a palavra do homem de Deus, que clamara contra o altar de Bethel, Jeroboão estendeu a sua mão de sobre o altar, dizendo: Pegae d’elle. Mas a sua mão, que estendera contra elle, se seccou, e não a podia tornar a trazer a si. 5 E o altar se fendeu, e a cinza se derramou do altar; segundo o signal que o homem de Deus apontara pela palavra do Senhor. 6 Então respondeu o rei, e disse ao homem de Deus: Ora á [4] face do Senhor teu Deus, e roga por mim, que a minha mão se me restitua. Então o homem de Deus orou á face do Senhor, e a mão do rei se lhe restituiu, e ficou como d’antes. 7 E o rei disse ao homem de Deus: Vem comigo a casa, e conforta-_te_; [5] e dar-te-hei um presente. 8 Porém o homem de Deus disse ao rei: Ainda que me désses metade [6] da tua casa, não iria comtigo, nem comeria pão nem beberia agua n’este logar. 9 Porque assim me ordenou o Senhor pela sua palavra, dizendo: [7] Não comerás pão nem beberás agua; e não voltarás pelo caminho por onde foste. 10 E foi-se por outro caminho; e não voltou pelo caminho, por onde viera a Bethel. _Um leão mata o propheta._ 11 E morava em Bethel um propheta velho; e veiu seu filho, e contou-lhe tudo o que o homem de Deus fizera aquelle dia em Bethel, e as palavras que dissera ao rei; e as contaram a seu pae. 12 E disse-lhes seu pae: Por que caminho se foi? E viram seus filhos o caminho por onde fôra o homem de Deus que viera de Judah. 13 Então disse a seus filhos: Albardae-me um jumento. E albardaram-lhe o jumento, e montou n’elle. 14 E foi-se apoz o homem de Deus, e o achou assentado debaixo d’um carvalho: e disse-lhe: És tu o homem de Deus que vieste de Judah? E elle disse: Eu _sou_. 15 Então lhe disse: Vem comigo a casa, e come pão. 16 Porém elle disse: Não [8] posso voltar comtigo, nem entrarei comtigo; nem tão pouco comerei pão, nem beberei comtigo agua n’este logar. 17 Porque me foi mandado pela [9] palavra do Senhor: Ali nem comerás pão, nem beberás agua; nem tornarás a ir pelo caminho por que foste. 18 E elle lhe disse: Tambem eu _sou_ propheta como tu, e _um_ anjo me fallou pela palavra do Senhor, dizendo: Faze-o voltar comtigo a tua casa, para que coma pão e beba agua (_Porém_ mentiu-lhe). 19 E tornou elle, e comeu pão em sua casa e bebeu agua. 20 E succedeu que, estando elles á mesa, a palavra do Senhor veiu ao propheta que o tinha feito voltar. 21 E clamou ao homem de Deus, que viera de Judah, dizendo: Assim diz o Senhor: Porquanto foste rebelde á bocca do Senhor, e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te mandara; 22 Antes voltaste, e comeste pão e bebeste agua no logar [10] de que te dissera: Não comerás pão nem beberás agua; o teu cadaver não entrará no sepulchro de teus paes. 23 E succedeu _que_, depois que comeu pão, e depois que bebeu, albardou elle o jumento para o propheta que fizera voltar. 24 Foi-se pois, e um leão [11] o encontrou no caminho, e o matou: e o seu cadaver estava lançado no caminho, e o jumento estava _parado_ junto a elle, e o leão estava junto ao cadaver. 25 E eis que os homens passaram, e viram o corpo lançado no caminho, como tambem o leão, que estava junto ao corpo: e vieram, e o disseram na cidade onde o propheta velho habitava. 26 E, ouvindo-o o propheta que o fizera voltar do caminho, disse: É o homem de Deus, que foi rebelde á bocca do Senhor: por isso o Senhor o entregou ao leão, que o despedaçou e matou, segundo a palavra que o Senhor lhe tinha dito. 27 Então disse a seus filhos: Albardae-me o jumento. Elles o albardaram. 28 Então foi, e achou o seu cadaver lançado no caminho, e o jumento e o leão, que estavam _parados_ junto ao cadaver: o leão não tinha devorado o corpo, nem tinha despedaçado o jumento. 29 Então o propheta levantou o cadaver do homem de Deus, e pôl-o em cima do jumento e o tornou a levar; assim veiu o propheta velho á cidade, para o chorar e enterrar. 30 E metteu o seu cadaver no seu proprio sepulchro; e prantearam sobre elle, _dizendo_: Ah irmão [12] meu! 31 E succedeu que, depois de o haver sepultado, fallou a seus filhos, dizendo: Morrendo eu, sepultae-me no sepulchro em que o homem de Deus _está_ sepultado: ponde os meus ossos junto [13] aos ossos d’elle. 32 Porque certamente [14] se cumprirá o que pela palavra do Senhor exclamou contra o altar que _está_ em Bethel, como _tambem_ contra todas as casas dos altos que _estão_ nas cidades [15] de Samaria. 33 Depois [16] d’estas coisas, Jeroboão não tornou do seu máu caminho; antes dos mais baixos do povo tornou a fazer sacerdotes dos logares altos; a quem queria lhe enchia a mão, e assim era _um_ dos sacerdotes dos logares altos. 34 E isso foi causa de peccado [17] á casa de Jeroboão, para destruil-a e extinguil-a da terra. [1] II Reis 23.17. cap. 12.32, 33. [2] II Reis 23.15, 16. [3] Isa. 7.14. João 2.18. I Cor. 1.22. [4] Exo. 8.8 e 9.28 e 10.17. Num. 21.7. Act. 8.24. Thi. 5.16. [5] I Sam. 9.7. II Sam. 5.15. [6] Num. 22.18 e 24.13. [7] I Cor. 5.11. [8] ver. 8, 9. [9] cap. 20.35. I The. 4.15. [10] ver. 9. [11] cap. 20.36. [12] Jer. 22.18. [13] II Reis 23.17, 18. [14] ver. 2. II Reis 23.16, 19. [15] cap. 16.24. [16] cap. 12.31, 32. II Chr. 11.15 e 13.9. [17] cap. 12.30 e 14.10. _Ahias prediz a ruina da casa de Jeroboão._ [Antes de Christo 956] 14 N’aquelle tempo adoeceu Ahias filho de Jeroboão. 2 E disse Jeroboão a sua mulher: Levanta-te agora, e disfarça-te, para que não conheçam que és mulher de Jeroboão: e vae a Silo. Eis que lá _está_ o propheta Ahias, o qual fallou de mim, que _eu seria_ rei [1] sobre este povo. 3 E toma [2] na tua mão dez pães, e bolos, e uma botija de mel, e vae a elle: elle te declarará o que ha de succeder a este menino. 4 E a mulher de Jeroboão assim fez, e se levantou, e [3] foi a Silo, e entrou na casa de Ahias: e já Ahias não podia ver, porque os seus olhos estavam já escurecidos por causa da sua velhice. 5 Porém o Senhor disse a Ahias: Eis que a mulher de Jeroboão vem consultar-te sobre seu filho, porque está doente: assim e assim lhe fallarás: e ha de ser que, entrando ella, fingirá _ser_ outra. 6 E succedeu que, ouvindo Ahias o ruido de seus pés, entrando ella pela porta, disse elle: Entra, mulher de Jeroboão: porque te disfarças assim? pois eu _sou_ enviado a ti _com_ duras _novas_. 7 Vae, dize a Jeroboão: Assim diz o Senhor Deus d’Israel: Porquanto te levantei [4] do meio do povo, e te puz por chefe sobre o meu povo d’Israel, 8 E rasguei [5] o reino da casa de David, e a ti t’o dei, e tu não foste como o meu servo David, que guardou [6] os meus mandamentos e que andou após mim com todo o seu coração para fazer sómente o _que parecia_ recto aos meus olhos, 9 Antes tu fizeste o mal, peior do que todos os [7] que foram antes de ti; e foste, e fizeste outros deuses e imagens de fundição, para provocar-me á ira, e me lançaste para traz das tuas costas; 10 Portanto, eis que trarei [8] mal sobre a casa de Jeroboão, e destruirei de Jeroboão todo o homem até [KF] ao menino, tanto o encerrado [9] como o desamparado em Israel; e lançarei fóra os descendentes da casa de Jeroboão, como se lança fóra o esterco, até que de todo se acabe. 11 Quem [10] morrer a Jeroboão na cidade os cães o comerão, e o que morrer no campo as aves do céu o comerão, porque o Senhor _o_ disse. 12 Tu pois levanta-te, _e_ vae-te para tua casa: entrando [11] os teus pés na cidade, o menino morrerá. 13 E todo o Israel o pranteará, e o sepultará; porque este só entrará em sepultura de Jeroboão, porquanto se achou [12] n’elle coisa boa para com o Senhor Deus de Israel em casa de Jeroboão. 14 O Senhor porém levantará [13] para si um rei sobre Israel, que destruirá a casa de Jeroboão no mesmo dia: mas que será tambem agora? 15 Tambem o Senhor ferirá a Israel como se move a cana nas aguas; e arrancará [14] a Israel d’esta boa terra que tinha dado a seus paes, e o espargirá para além do rio; porquanto fizeram os seus bosques, provocando o Senhor á ira. 16 E entregará a Israel por causa dos [15] peccados de Jeroboão, o qual peccou, e fez peccar a Israel. 17 Então a mulher de Jeroboão se levantou, e foi, [16] e veiu a Tirza: chegando ella ao lumiar da porta, morreu o menino. 18 E o sepultaram, e todo o Israel o pranteou, conforme [17] á palavra do Senhor, a qual dissera pelo ministerio de seu servo Ahias, o propheta. 19 Quanto ao mais dos successos de Jeroboão, como [18] guerreou, e como reinou, eis que _está_ escripto no livro das chronicas dos reis d’Israel. 20 E _foram_ os dias que Jeroboão reinou vinte e dois annos: e dormiu com seus paes; e Nadab, seu filho, reinou em seu logar. _A impiedade de Roboão._ [Antes de Christo 971] 21 E Roboão, [19] filho de Salomão, reinava em Judah: de quarenta e um annos de edade _era_ Roboão quando começou a reinar, e dezesete annos reinou em Jerusalem, na cidade que o Senhor [20] elegera de todas as tribus de Israel para pôr ali o seu nome: e _era_ o nome de sua mãe Naama, ammonita. 22 E fez Judah _o que parecia_ mal aos olhos do Senhor; e o provocaram a zelo, mais do que todos os seus paes fizeram, [21] com os seus peccados que commetteram. 23 Porque tambem elles [22] edificaram altos, e [KG] estatuas, e imagens do bosque sobre todo o alto outeiro e debaixo de toda a arvore verde. 24 Havia tambem rapazes escandalosos [23] na terra: fizeram conforme a todas as abominações das nações que o Senhor tinha lançado da _sua_ possessão de diante dos filhos d’Israel. 25 Succedeu pois _que_, no [24] quinto anno do rei Roboão, Sisak, rei do Egypto, subiu contra Jerusalem, 26 E tomou [25] os thesouros da casa do Senhor e os thesouros da casa do rei; e ainda tomou tudo; tambem tomou todos os escudos de oiro que Salomão tinha feito. 27 E em logar d’elles fez o rei Roboão escudos de cobre, e os entregou nas mãos dos capitães da guarda que guardavam a porta da casa do rei. 28 E succedeu _que_, quando o rei entrava na casa do Senhor, os da guarda os levavam, e os tornavam á camara dos da guarda. 29 Quanto [26] ao mais dos successos de Roboão, e a tudo quanto fez, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 30 E houve [27] guerra entre Roboão e Jeroboão todos os _seus_ dias. 31 E Roboão [28] dormiu com seus paes, e foi sepultado com seus paes na cidade de David: e _era_ o nome de sua mãe Naama, [29] ammonita: e Abião, seu filho, reinou em seu logar. [1] cap. 11.31. [2] I Sam. 9.7, 8. [3] cap. 11.29. [4] II Sam. 12.7, 8. cap. 16.2. [5] cap. 11.31. [6] cap. 11.33, 38 e 15.5. [7] cap. 12.28. II Chr. 11.15. Neh. 9.26. Eze. 23.35. [8] cap. 15.29. [9] cap. 21.21. II Reis 9.2. Deu. 32.36. II Reis 14.26. [10] cap. 16.4 e 21.24. [11] ver. 17. [12] II Chr. 12.12 e 19.3. [13] cap. 15.27, 28, 29. [14] II Reis 17.6. Jos. 23.15, 16. II Reis 15.29. Exo. 31.13. Deu. 12.3, 4. [15] cap. 12.30 e 13.34 e 15.30, 34 e 16.2. [16] cap. 16.6, 8, 15, 23. Can. 6.4. ver. 12. [17] ver. 13. [18] II Chr. 13.2, etc. [19] II Chr. 12.13. [20] cap. 11.36. [21] ver. 31. [22] Deu. 12.2. Eze. 16.24, 25. II Reis 17.9, 10. Isa. 57.5. [23] Deu. 23.17. cap. 15.12 e 22.46. II Reis 23.7. [24] cap. 11.40. II Chr. 12.2. [25] II Chr. 12.9, 10, 11. cap. 10.17. [26] II Chr. 12.15. [27] cap. 12.24 e 15.6. II Chr. 12.15. [28] II Chr. 12.16. [29] ver. 21. II Chr. 12.16. Mat. 1.7. _Abião imita a impiedade de seu pae Roboão._ [Antes de Christo 951] 15 E no decimo [1] oitavo anno do rei Jeroboão, filho de Nebat, Abião começou a reinar sobre Judah. 2 E tres annos reinou em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe [2] Maaca, filha de Abisalom. 3 E andou em todos os peccados de seu pae, que tinha feito antes d’elle: e seu coração não [3] foi inteiro para com o Senhor seu Deus como o coração de David, seu pae. 4 Mas por amor de David o Senhor lhe deu [4] uma lampada em Jerusalem, levantando a seu filho depois d’elle, e confirmando a Jerusalem. 5 Porquanto [5] David tinha feito o _que parecia_ recto aos olhos do Senhor, e não se tinha desviado de tudo o que lhe ordenara _em_ todos os dias da sua vida, [6] senão só no negocio de Urias, o hetheo. 6 E houve guerra [7] entre Roboão e Jeroboão todos os dias da sua vida. 7 Quanto [8] ao mais dos successos de Abião, e a tudo quanto fez, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? Tambem houve guerra entre Abião e Jeroboão. 8 E Abião [9] dormiu com seus paes, e o sepultaram na cidade de David: e Asa, seu filho, reinou em seu logar. _Asa é bom rei sobre Israel._ 9 E no vigesimo anno de Jeroboão, rei d’Israel, começou Asa a reinar em Judah. 10 E quarenta e um annos reinou em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Maaca, filha de Abisalom. 11 E Asa fez [10] _o que parecia_ recto aos olhos do Senhor, como David, seu pae. 12 Porque tirou [11] da terra os rapazes escandalosos, e tirou todos os idolos que seus paes fizeram. 13 E até a Maaca, sua mãe, [12] removeu para que não _fosse_ rainha, porquanto tinha feito um horrivel idolo a Asera: tambem Asa desfez o seu idolo horrivel, e o queimou [13] junto ao ribeiro de Cedron. 14 Os altos porém se não [14] tiraram: todavia foi o coração de Asa recto para com o Senhor todos os seus dias. 15 E á casa do Senhor trouxe as coisas consagradas de seu pae, e as coisas que elle mesmo consagrara: prata e oiro, e vasos. 16 E houve guerra entre Asa e Baása, rei d’Israel, todos os seus dias. 17 Porque Baása, [15] rei d’Israel, subiu contra Judah, e edificou a Rama, para que a ninguem deixasse sair nem entrar a Asa, rei de Judah. 18 Então Asa tomou toda a prata e oiro que _ficara_ nos thesouros da casa do Senhor, e os thesouros da casa do rei, e os entregou nas mãos de seus servos: e o rei Asa os enviou a [16] Benhadad, filho de Tabrimmon, filho de Hezion, rei da Syria, que habitava em Damasco, dizendo: 19 Alliança _ha_ entre mim e ti, entre meu pae e teu pae: vês aqui que te mando _um_ presente, prata e oiro; vae, _e_ annulla a tua alliança com Baása, rei d’Israel, para que se retire de sobre mim. 20 E Benhadad deu ouvidos ao rei Asa, e enviou aos capitães dos exercitos que tinha contra as cidades d’Israel; e feriu a Ijon, [17] e a Dan, e a Abel, de Beth-maaca, e a toda a Chinneroth, com toda a terra de Naphtali. 21 E succedeu que, ouvindo-o Baása, deixou de edificar a Rama: e ficou-se em Tirza. 22 Então o rei Asa [18] fez apregoar por toda a Judah que _todos_, sem excepção, trouxessem as pedras de Rama, e a sua madeira _com_ que Baása edificara: e com ellas edificou o rei Asa a Geba [19] de Benjamin e a Mispah. 23 Quanto ao mais de todos os successos de Asa, e a todo o seu poder, e a tudo quanto fez, e as cidades que edificou, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? Porém, no tempo [20] da sua velhice, padeceu dos pés. 24 E Asa dormiu com seus paes, e foi sepultado com seus paes na cidade de David, seu pae: e Josaphat, seu [21] filho, reinou em seu logar. _Nadab filho de Jeroboão é mau rei._ [Antes de Christo 914] 25 E Nadab, filho de Jeroboão, começou a reinar sobre Israel no anno segundo d’Asa, rei de Judah: e reinou sobre Israel dois annos. 26 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor: e andou nos caminhos de seu pae, e no seu peccado [22] com que tinha feito peccar a Israel. 27 E conspirou contra elle [23] Baása, filho d’Ahias, da casa de Issacar, e feriu-o Baása em Gibbethon, [24] que _era_ dos philisteos, quando Nadab e todo o Israel cercavam a Gibbethon. 28 E matou-o Baása no anno terceiro d’Asa, rei de Judah, e reinou em seu logar. 29 Succedeu pois _que_, reinando elle, feriu a toda a casa de Jeroboão: nada de Jeroboão deixou que tivesse folego, até o destruir, conforme á palavra [25] do Senhor que dissera pelo ministerio de seu servo Ahias, o silonita. 30 Por causa dos peccados de Jeroboão, o qual peccou, e fez peccar a Israel, e por causa da provocação com que provocara ao Senhor Deus d’Israel. 31 Quanto ao mais dos successos de Nadab, e a tudo quanto fez, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Israel? 32 E houve guerra [26] entre Asa e Baása, rei d’Israel, todos os seus dias. _A prophecia de Jehu contra Baása rei de Judah._ 33 No anno terceiro d’Asa, rei de Judah, Baása, filho de Ahias, começou a reinar sobre todo o Israel em Tirza, _e reinou_ vinte e quatro annos. 34 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor: e andou no caminho [27] de Jeroboão, e no seu peccado com que tinha feito peccar a Israel. [1] II Chr. 13.1, 2. [2] II Chr. 11.20, 21, 22 e 13.2. [3] cap. 11.4. [4] cap. 11.32, 36. II Chr. 21.7. [5] cap. 14.8. [6] II Sam. 11.4, 15 e 12.9. [7] cap. 14.30. [8] II Chr. 13.2, 3, 22. [9] II Chr. 14.1. [10] II Chr. 14.2. [11] cap. 14.24 e 22.46. [12] II Chr. 15.16. [13] Exo. 32.20. [14] cap. 22.43. II Chr. 15.17, 18. [15] II Chr. 16.1, etc. Jos. 18.25. cap. 12.27. [16] II Chr. 16.2. cap. 11.23, 24. [17] II Reis 15.29. Jui. 18.29. II Sam. 20.14. [18] II Chr. 16.6. [19] Jos. 21.17 e 18.26. [20] II Chr. 16.12. [21] II Chr. 17.1. Mat. 1.8. [22] cap. 12.30 e 14.16. [23] cap. 14.14. [24] Jos. 19.34 e 21.23. cap. 16.15. [25] cap. 14.10, 14. [26] ver. 16. [27] cap. 12.28, 29 e 13.33 e 14.16. 16 Então veiu a palavra do Senhor [1] a Jehu, filho de Hanani, contra Baása, dizendo: [Antes de Christo 930] 2 Porquanto [2] te levantei do pó, e te puz por chefe sobre o meu povo Israel, e tu andaste no caminho de Jeroboão, e fizeste peccar a meu povo Israel, irritando-me com os seus peccados, 3 Eis que tirarei [3] os descendentes de Baása, e os descendentes da sua casa, e farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebat. 4 Quem [4] morrer a Baása na cidade os cães o comerão; e o que d’elle morrer no campo as aves do céu o comerão. 5 Quanto ao mais dos successos de Baása, e ao que fez, e a seu poder, _porventura_ não _está_ [5] escripto no livro das chronicas dos reis d’Israel? 6 E Baása dormiu com seus paes, e foi sepultado em Tirza: [6] e Ela, seu filho, reinou em seu logar. 7 Assim veiu tambem a palavra do Senhor, pelo ministerio do propheta Jehu, [7] filho de Hanani, contra Baása e contra a sua casa; e _isso_ por todo o mal que fizera aos olhos do Senhor, irritando-o com a obra de suas mãos, para ser como a casa de Jeroboão; e porquanto [8] o ferira. _A conspiração de Zimri._ 8 No anno vinte e seis d’Asa, rei de Judah, Ela, filho de Baása, começou a reinar em Tirza sobre Israel: e _reinou_ dois annos. 9 E Zimri, seu servo, chefe de metade dos carros, conspirou [9] contra elle, estando elle em Tirza bebendo e embriagando-se em casa d’Arsa, mordomo em Tirza. 10 Entrou pois Zimri, e o feriu, e o matou, no anno vigesimo setimo d’Asa, rei de Judah: e reinou em seu logar. 11 E succedeu que, reinando elle, _e_ estando assentado no seu throno, feriu [10] a toda a casa de Baása; não lhe deixou homem algum, nem a seus parentes, nem a seus amigos. 12 Assim destruiu Zimri toda a casa de Baása, conforme [11] á palavra do Senhor que fallara pelo ministerio do propheta Jehu, sobre Baása, 13 Por todos os peccados de Baása, e os peccados de Ela, seu filho, com que peccaram, e com que fizeram peccar a Israel, irritando ao Senhor Deus d’Israel com as [12] suas vaidades. 14 Quanto ao mais dos successos de Ela, e a tudo quanto fez, não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis d’Israel? [Antes de Christo 929] 15 No anno vigesimo setimo d’Asa, rei de Judah, reinou Zimri sete dias em Tirza: e o povo estava acampado contra [13] Gibbethon, que _era_ dos philisteos. 16 E ouviu dizer o povo que estava acampado: Zimri tem conspirado, e até feriu o rei. Todo o Israel pois no mesmo dia fez rei sobre Israel a Omri, chefe do exercito no arraial. 17 E subiu Omri, e todo o Israel com elle, de Gibbethon, e cercaram a Tirza. 18 E succedeu _que_ Zimri, vendo que a cidade era tomada, se foi ao paço da casa do rei: e queimou sobre si a casa do rei a fogo, e morreu, 19 Por _causa dos_ seus peccados que commettera, fazendo o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, andando no [14] caminho de Jeroboão, e no seu peccado que fizera, fazendo peccar a Israel. 20 Quanto ao mais dos successos de Zimri, e á conspiração que fez _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis d’Israel? _Omri vence a Tibni e reina._ 21 Então o povo d’Israel se dividiu em dois partidos: metade do povo seguia a Tibni, filho de Ginath, para o fazer rei, e a _outra_ metade seguia a Omri. 22 Mas o povo que seguia a Omri foi mais forte _do_ que o povo que seguia a Tibni, filho de Ginath: e Tibni morreu, e Omri reinou. 23 No anno trinta e um d’Asa, rei de Judah, Omri começou a reinar sobre Israel, _e reinou_ doze annos: e em Tirza reinou seis annos. 24 E de Semer comprou o monte de Samaria por dois talentos de prata: e [KH] edificou em o monte, e chamou o nome da cidade que edificou do nome de Semer, senhor do [15] monte de Samaria. 25 E fez Omri [16] o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor; e fez peior do que todos quantos _foram_ antes d’elle. 26 E andou [17] em todos os caminhos de Jeroboão, filho de Nebat, como tambem nos seus peccados com que tinha feito peccar a Israel, irritando ao Senhor Deus d’Israel com as [18] suas vaidades. 27 Quanto ao mais dos successos de Omri, ao que fez, e ao seu poder que manifestou, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis d’Israel? 28 E Omri dormiu com seus paes, e foi sepultado em Samaria: e Achab, seu filho, reinou em seu logar. _Achab reina e casa com Jezabel._ [Antes de Christo 918] 29 E Achab, filho de Omri, começou a reinar sobre Israel no anno trigesimo oitavo d’Asa, rei de Judah: e reinou Achab, filho de Omri, sobre Israel em Samaria vinte e dois annos. 30 E fez Achab, filho de Omri, o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, mais do que todos os que _foram_ antes d’elle. 31 E succedeu que (como se fôra coisa leve andar nos peccados de Jeroboão, filho de Nebat) ainda tomou [19] por mulher a Jezabel, filha de Ethbaal, rei dos sidonios: e foi e serviu a Baal, e se encurvou diante d’elle. 32 E levantou um altar a [20] Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria. 33 Tambem Achab fez _um_ bosque: de maneira que Achab [21] fez muito mais para irritar ao Senhor Deus d’Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes d’elle. 34 Em seus dias Hiel, o bethelita, edificou a Jericó: morrendo Abiram, seu primogenito a fundou, e morrendo Segub, seu ultimo, poz as suas portas: conforme [22] á palavra do Senhor, que fallara pelo ministerio de Josué, filho de Nun. [1] ver. 7. II Chr. 19.2 e 20.34. [2] cap. 14.7 e 15.34. [3] ver. 11. cap. 14.10 e 15.29. [4] cap. 14.11. [5] II Chr. 16.1. [6] cap. 14.17 e 15.21. [7] ver. 1. [8] cap. 15.27, 29. Ose. 1.4. [9] II Reis 9.31. [10] I Sam. 25.2. [11] ver. 1, 3. [12] Deu. 32.21. I Sam. 12.21. Isa. 41.29. Jon. 2.8. I Cor. 8.4 e 10.19. [13] cap. 15.27. [14] cap. 12.28 e 15.26, 34. [15] cap. 13.32. II Reis 17.24. João 4.4. [16] Miq. 6.16. [17] ver. 19. [18] ver. 13. [19] Deu. 7.3. Jui. 18.7. cap. 21.25, 26. II Reis 10.18 e 17.16. [20] II Reis 10.21, 26, 27. [21] II Reis 13.6 e 17.10 e 21.3. Jer. 17.2. ver. 30. cap. 21.25. [22] Jos. 6.26. _Elias prediz contra Achab, e é sustentado pelos corvos._ [Antes de Christo 910] 17 Então Elias, o tesbita, dos moradores de Gilead, disse a Achab: Vive o Senhor, [1] Deus de Israel, perante cuja face estou, que n’estes annos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra. 2 Depois veiu a elle a palavra do Senhor, dizendo: 3 Vae-te d’aqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Carith, que _está_ diante do Jordão. 4 E ha de ser _que_ beberás do ribeiro: e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. 5 Foi pois, e fez conforme á palavra do Senhor: porque foi, e habitou junto ao ribeiro de Carith, que _está_ diante do Jordão. 6 E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como tambem pão e carne á noite: e bebia do ribeiro. 7 E succedeu que, passados dias, o ribeiro se seccou; porque não tinha havido chuva na terra. _A viuva de Sarepta._ 8 Então veiu a elle a palavra do Senhor, dizendo: 9 Levanta-te, e vae-te a [2] Sarepta, que _é_ de Zidon, e habita ali: eis que eu ordenei ali a uma mulher viuva que te sustente. 10 Então elle se levantou, e se foi a Sarepta; e, chegando á porta da cidade, eis que _estava_ ali _uma_ mulher viuva apanhando lenha; e elle a chamou, e _lhe_ disse: Traze-me, peço-te, n’um vaso um pouco d’agua que beba, 11 E, indo ella a trazel-a, elle a chamou e _lhe_ disse: Traze-me agora _tambem_ um bocado de pão na tua mão. 12 Porém ella disse: Vive o Senhor teu Deus, que nem um bolo tenho, senão sómente um punhado de farinha n’uma panella, e um pouco d’azeite n’uma botija: e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou preparal-o para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos. 13 E Elias lhe disse: Não temas; vae, faze conforme á tua palavra: porém faze d’elle primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-m’o para fóra; depois farás para ti e para teu filho. 14 Porque assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da panella não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. 15 E foi ella, e fez conforme á palavra de Elias: e assim comeu ella, e elle, e a sua casa _muitos_ dias. 16 Da panella a farinha se não acabou, e da botija o azeite não faltou: conforme á palavra do Senhor, que fallara pelo ministerio de Elias. 17 E depois d’estas coisas succedeu _que_ adoeceu o filho d’esta mulher, da dona da casa: e a sua doença se aggravou muito, até que n’elle nenhum folego ficou. 18 Então ella disse a Elias: [3] Que tenho eu comtigo, homem de Deus? vieste tu a mim cara trazeres á memoria a minha iniquidade, e matares a meu filho? 19 E elle lhe disse: Dá-me o teu filho. E elle o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde elle _mesmo_ habitava, e o deitou em sua cama, 20 E clamou ao Senhor, e disse: Ó Senhor meu Deus, tambem até a esta viuva, com quem eu moro, affligiste, matando-lhe seu filho? 21 Então [4] se mediu sobre o menino tres vezes, e clamou ao Senhor, e disse: Ó Senhor meu Deus, rogo-te que torne a alma d’este menino a entrar n’elle. 22 E o Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar n’elle, [5] e reviveu. 23 E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto á casa, e o deu a sua mãe; e disse Elias: Vês _ahi_ teu filho vive. 24 Então a mulher disse a Elias: N’isto conheço [6] agora que tu _és_ homem de Deus, _e_ que a palavra do Senhor na tua bocca _é_ verdade. [1] II Reis 3.14. Deu. 10.8. Thi. 5.17. Luc. 4.25. [2] Abd. 20. Luc. 4.26. [3] Luc. 5.8. [4] II Reis 4.34, 35. [5] Heb. 11.35. [6] João 3.2 e 16.30. _Elias apresenta-se diante de Achab._ [Antes de Christo 906] 18 E succedeu que, _depois_ [1] de muitos dias, a palavra do Senhor veiu a Elias no terceiro anno, dizendo: Vae, mostra-te a Achab; porque darei chuva sobre a terra. 2 E foi Elias mostrar-se a Achab: e a fome _era_ extrema em Samaria. 3 E Achab chamou a Obadias, o mordomo: e Obadias temia muito ao Senhor, 4 Porque succedeu que, destruindo Jezabel os prophetas do Senhor, Obadias tomou cem prophetas, e de cincoenta em cincoenta os escondeu n’uma cova, e os sustentou com pão e agua. 5 E dissera Achab a Obadias: Vae pela terra a todas as fontes de agua, e a todos os rios: pode ser que achemos herva, para que em vida conservemos os cavallos e mulas, e não estejamos privados das bestas. 6 E repartiram entre si a terra, para passarem por ella: Achab foi á parte por um caminho, e Obadias tambem foi á parte por outro caminho. 7 Estando pois Obadias já em caminho, eis que Elias o encontrou; e, conhecendo-o elle, prostrou-se sobre o seu rosto, e disse: _És_ tu o meu senhor Elias? 8 E disse-lhe _elle_: Eu _sou_: vae, e dize a teu senhor: Eis que _aqui está_ Elias. 9 Porém elle disse: _Em_ que pequei, para que entregues a teu servo na mão e Achab, para que me mate? 10 Vive o Senhor teu Deus que não houve nação nem reino aonde o meu senhor não mandasse em busca de ti; e dizendo elles: _Aqui_ não _está_, então ajuramentava os reinos e as nações, se elles te não tinham achado. 11 E agora dizes tu: Vae, dize a teu senhor: Eis que _aqui está_ Elias. 12 E poderia ser que, apartando-me eu de ti, [2] o Espirito do Senhor te tomasse, não sei para onde, e, vindo eu a dar as novas a Achab, e não te achando elle, me mataria: porém eu, teu servo, temo ao Senhor desde a minha mocidade. 13 _Porventura_ não disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava os prophetas do Senhor? como escondi a cem homens dos prophetas do Senhor, de cincoenta em cincoenta, n’umas covas, e os sustentei com pão e agua? 14 E agora dizes tu: Vae, dize a teu senhor: Eis que _aqui_ está Elias: e me mataria. 15 E disse Elias: Vive o Senhor dos Exercitos, perante cuja face estou, que devéras hoje me mostrarei a elle. 16 Então foi Obadias encontrar-se com Achab, e lh’o annunciou: e foi Achab encontrar-se com Elias. 17 E succedeu que, vendo Achab a Elias, disse-lhe Achab: [3] _És_ tu o perturbador de Israel? 18 Então disse elle: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pae, porque deixastes [4] os mandamentos do Senhor, e seguistes a Baalim. 19 Agora pois envia, ajunta a mim todo o Israel no monte Carmelo: como tambem os quatrocentos e cincoenta prophetas de Baal, [5] e os quatrocentos prophetas de Asera, que comem da mesa de Jezabel. 20 Então enviou Achab a todos os filhos de Israel: e ajuntou os [6] prophetas no monte Carmelo. 21 Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando [7] coxeareis entre dois pensamentos? se o Senhor _é_ Deus, segui-o; e se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada. _Elias e os prophetas de Baal._ 22 Então disse Elias ao povo: Eu só [8] fiquei por propheta do Senhor, e os prophetas de Baal são quatrocentos e cincoenta homens. 23 Dêem-se-nos pois dois bezerros, e elles escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não _lhe_ mettam fogo, e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e não _lhe_ metterei fogo. 24 Então invocae o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor: e ha de ser _que_ o deus que responder por fogo [9] esse será Deus. E todo o povo respondeu, e disseram: _É_ boa esta palavra. 25 E disse Elias aos prophetas de Baal: Escolhei para vós um dos bezerros, e preparae-o primeiro, porque sois muitos, e invocae o nome do vosso deus, e não _lhe_ mettaes fogo. 26 E tomaram o bezerro que lhes déra, e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio dia, dizendo: Ah Baal, responde-nos! Porém nem _havia_ [10] voz, nem quem respondesse: e saltavam sobre o altar que se tinha feito. 27 E succedeu que ao meio dia Elias zombava d’elles, e dizia: Clamae em altas vozes, porque elle _é um_ deus; _pode ser_ que esteja fallando, ou que tenha _alguma_ coisa que fazer, ou que intente _alguma_ viagem; porventura dorme, e despertará. 28 E elles clamavam a grandes vozes, e se retalhavam com facas [11] e com lancetas, conforme ao seu costume, até derramarem sangue sobre si. 29 E succedeu que, passado o meio dia, prophetizaram [12] elles, até que a offerta de manjares se offerecesse: porém não _houve_ voz, nem resposta, nem attenção alguma. 30 Então Elias disse a todo o povo: Chegae-vos a mim. E todo o povo se chegou a elle; e reparou [13] o altar do Senhor, _que estava_ quebrado. 31 E Elias tomou doze pedras, conforme ao numero das tribus dos filhos de Jacob, ao qual veiu a palavra do Senhor, dizendo: [14] Israel será o teu nome. 32 E com aquellas pedras edificou o altar em nome [15] do Senhor: depois fez um rego em redor do altar, segundo a largura de duas medidas de semente. 33 Então armou [16] a lenha, e dividiu o bezerro em pedaços, e o poz sobre a lenha, 34 E disse: Enchei de agua quatro cantaros, e derramae-a [17] sobre o holocausto e sobre a lenha. E disse: Fazei-o segunda vez: e o fizeram segunda vez. Disse ainda: Fazei-o terceira vez: e o fizeram terceira vez; 35 De maneira que a agua corria ao redor do altar: e ainda até o [18] rego encheu de agua. 36 Succedeu pois que, offerecendo-se a offerta de manjares, o propheta Elias se chegou, e disse: Ó Senhor, Deus de Abrahão, [19] de Isaac e de Israel, manifeste-se hoje que tu _és_ Deus em Israel, e _que_ eu _sou_ teu servo, e _que_ conforme á tua palavra fiz todas estas coisas. 37 Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu, Senhor, _és_ Deus, e _que_ tu fizeste tornar o seu coração para traz. 38 Então caiu fogo [20] do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e _ainda_ lambeu a agua que _estava_ no rego. 39 O que vendo todo o povo, cairam sobre os seus rostos, e disseram: _Só_ [21] o Senhor _é_ Deus! _Só_ o Senhor _é_ Deus! 40 E Elias lhe disse: [22] Lançae mão dos prophetas de Baal, que nenhum d’elles escape. E lançaram mão d’elles: e Elias os fez descer ao ribeiro de Kison, e ali os [23] matou. 41 Então disse Elias a Achab: Sobe, come e bebe, porque ruido _ha d’uma_ abundante chuva. 42 E Achab subiu a comer e a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou [24] por terra, e metteu o seu rosto entre os seus joelhos. 43 E disse ao seu moço: Sobe agora, e olha para a banda do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não _ha_ nada. Então disse elle: Torna sete vezes. 44 E succedeu que, á setima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão d’um homem, subindo do mar. Então disse elle: Sobe, e dize a Achab: Apparelha _o teu_ carro, e desce, para que a chuva te não apanhe. 45 E succedeu que, entretanto, os céus se ennegreceram com nuvens e vento, e veiu uma grande chuva: e Achab subiu ao carro, e foi para Jezreel. 46 E a mão do Senhor estava sobre Elias, o qual cingiu [25] os lombos, e veiu correndo perante Achab, até á entrada de Jezreel. [1] Luc. 4.25. Thi. 5.17. Deu. 28.12. [2] II Reis 2.16. Eze. 3.12, 14. Mat. 4.1. Act. 8.39. [3] cap. 21.20. Jos. 7.25. Act. 16.20. [4] II Chr. 15.2. [5] Jos. 19.26. cap. 16.33. [6] cap. 22.6. [7] II Reis 17.41. Mat. 6.24. Jos. 24.15. [8] cap. 19.10, 14. ver. 19. [9] ver. 38. I Chr. 21.26. [10] Jer. 10.5. I Cor. 8.4 e 12.2. [11] Lev. 19.28. Deu. 14.1. [12] I Cor. 11.4, 5. ver. 26. [13] cap. 19.10. [14] Gen. 32.28 e 35.10. II Reis 17.34. [15] Col. 3.17. [16] Lev. 1.6, 7, 8. [17] Jui. 6.20. [18] ver. 32, 38. [19] Exo. 3.6. cap. 8.43. II Reis 19.19. Num. 16.28. [20] Lev. 9.24. Jui. 6.21. I Chr. 21.26. II Chr. 7.1. [21] ver. 24. [22] II Reis 10.25. [23] Deu. 13.5 e 18.20. [24] Thi. 5.17, 18. [25] II Reis 4.29 e 9.1. _Jezabel ameaça Elias._ 19 E Achab fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como totalmente matara [1] todos os prophetas á espada. 2 Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam [2] os deuses, e outro tanto, se de certo ámanhã a estas horas não pozer a tua vida como a d’um d’elles. 3 O que vendo elle, se levantou, e, para escapar com vida, se foi, e veiu a Berseba, que _é_ de Judah, e deixou ali o seu moço. 4 E elle se foi ao deserto, caminho de um dia, e veiu, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu em seu [3] animo a morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus paes. 5 E deitou-se, e dormiu debaixo d’um zimbro: e eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te, come. 6 E olhou, e eis que á sua cabeceira estava um pão _cozido_ sobre as brazas, e uma botija de agua: e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se. 7 E o anjo do Senhor tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque mui comprido te _será_ o caminho. _Elias no monte de Horeb._ 8 Levantou-se pois, e comeu e bebeu: e com a força d’aquella comida caminhou quarenta dias [4] e quarenta noites até Horeb, o monte de Deus. 9 E ali entrou n’uma caverna e passou ali a noite: e eis que a palavra do Senhor _veiu_ a elle, e lhe disse: Que fazes aqui, Elias? 10 E elle disse: [5] Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exercitos, porque os filhos d’Israel deixaram o teu concerto, derribaram [6] os teus altares, e mataram os teus prophetas á espada, e eu só fiquei, e buscam a minha vida para m’a tirarem. 11 E elle lhe disse: Sae para fóra, [7] e põe-te n’este monte perante a face do Senhor. E eis que passava o Senhor, como tambem um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante da face do Senhor; _porém_ o Senhor não _estava_ no vento: e depois do vento um terremoto: _tambem_ o Senhor não _estava_ no terremoto: 12 E depois do terremoto um fogo; _porém tambem_ o Senhor não _estava_ no fogo: e depois do fogo uma voz mansa e delicada. 13 E succedeu que, ouvindo-a Elias, envolveu [8] o seu rosto na sua capa, e saiu para fóra, e poz-se á entrada da caverna: e eis que _veiu_ a elle uma voz, que dizia: [9] Que fazes aqui, Elias? 14 E elle disse: Eu tenho sido em extremo [10] zeloso pelo Senhor Deus dos exercitos, porque os filhos d’Israel deixaram o teu concerto, derribaram os teus altares, e mataram os teus prophetas á espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para m’a tirarem. 15 E o Senhor lhe disse: Vae, torna-te pelo teu caminho para o deserto de Damasco; e vem, [11] e unge a Hazael rei sobre a Syria. 16 Tambem a Jehu, [12] filho de Nimsi, ungirás rei d’Israel: e _tambem_ a Eliseo, filho de Saphat de Abel-mehola, ungirás propheta em teu logar. 17 E ha de ser _que_ [13] o que escapar da espada de Hazael matal-o-ha Jehu: e o que escapar da espada de Jehu matal-o-ha [14] Eliseo. 18 Tambem eu fiz ficar [15] em Israel sete mil: todos os joelhos que se não dobraram a Baal, e toda a bocca [16] que o não beijou. 19 Partiu pois Elias d’ali, e achou a Eliseo, filho de Saphat, que andava lavrando _com_ doze juntas _de bois_ adiante d’elle, e elle _estava_ com a duodecima: e Elias passou por elle, e lançou a sua capa sobre elle. 20 Então deixou elle os bois, e correu apoz Elias: e disse: Deixa-me [17] beijar a meu pae e a minha mãe, e _então_ te seguirei. E elle lhe disse: Vae, _e_ volta; porque que te tenho eu feito? 21 Voltou pois de atraz d’elle, e tomou uma junta de bois, e os matou, e com os apparelhos dos bois cozeu [18] as carnes, e _as_ deu ao povo, e comeram: então se levantou e seguiu a Elias, e o servia. [1] cap. 18.40. [2] Ruth 1.17. cap. 20.10. II Reis 6.31. [3] Num. 11.15. Jon. 4.3, 8. [4] Exo. 34.28. Deu. 9.9, 18. Mat. 4.2. Exo. 3.1. [5] Rom. 11.3. Num. 25.11, 13. Psa. 69.9. [6] cap. 18.4. cap. 18.22. Rom. 11.3. [7] Exo. 24.12. Eze. 1.4 e 37.7. [8] Exo. 3.6. Isa. 6.2. [9] ver. 9. [10] ver. 10. [11] II Reis 8.12, 13. [12] II Reis 9.1, 3. [13] II Reis 8.12 e 9.14, etc. e 10.6, etc. e 13.3. [14] Ose. 6.5. [15] Rom. 11.4. [16] Ose. 13.2. [17] Mat. 8.21, 22. Luc. 9.61, 62. [18] II Sam. 24.22. _Guerra entre Achab e o rei da Syria._ [Antes de Christo 901] 20 E Ben-hadad, rei da Syria, ajuntou todas as suas forças: e trinta e dois reis, e cavallos e carros _havia_ com elle: e subiu, e cercou a Samaria, e pelejou contra ella. 2 E enviou á cidade mensageiros, a Achab, rei de Israel. 3 E disse-lhe: Assim diz Ben-hadad: A tua prata e o teu oiro _são_ meus; e tuas mulheres e os melhores de teus filhos são meus. 4 E respondeu o rei de Israel, e disse: Conforme a tua palavra, ó rei meu senhor, teu _sou_ eu, e tudo quanto tenho. 5 E tornaram _a vir_ os mensageiros, e disseram: Assim falla Ben-hadad, dizendo: Ainda que eu te mandei dizer: Tu me has de dar a tua prata, e o teu oiro, e as tuas mulheres e os teus filhos; 6 Todavia ámanhã a estas horas enviarei os meus servos a ti, e esquadrinharão a tua casa, e as casas dos teus servos: e ha de ser _que_ tudo o _que fôr_ aprazivel aos teus olhos o metterão nas suas mãos, e o levarão. 7 Então o rei de Israel chamou a todos os anciãos da terra, e disse: Notae agora, e vêde como este busca mal; pois enviara a mim por minhas mulheres, e por meus filhos, e pela minha prata, e pelo meu oiro, e não lh’o neguei. 8 E todos os anciãos e todo o povo lhe disseram: Não _lhe_ dês ouvidos, nem consintas. 9 Pelo que disse aos mensageiros de Ben-hadad: Dizei ao rei, meu senhor: Tudo o que primeiro mandaste _pedir_ a teu servo, farei, porém isto não posso fazer. E foram os mensageiros, e lhe tornaram _a dar esta_ resposta. 10 E Ben-hadad enviou a elle, e disse: Assim me façam os [1] deuses, e outro tanto, que o pó de Samaria não bastará para _encher_ as mãos de todo o povo que me segue. 11 Porém o rei de Israel respondeu, e disse: Dizei-_lhe_: Não se gabe quem se cinge, como aquelle que se descinge. 12 E succedeu que, ouvindo elle esta palavra, estando bebendo [2] elle e os reis nas tendas, disse aos seus servos: Ponde-vos _em ordem_ contra a cidade. 13 E eis que um propheta se chegou a Achab rei de Israel, e _lhe_ disse: Assim diz o Senhor: Viste toda esta grande multidão? eis que hoje t’a entregarei [3] nas tuas mãos, para que saibas que eu _sou_ o Senhor. 14 E disse Achab: Por quem? E elle disse: Assim diz o Senhor: Pelos moços dos principes das provincias. E disse: Quem começará a peleja? E disse: Tu. 15 Então contou os moços dos principes das provincias, e foram duzentos e trinta e dois: e depois d’elles contou a todo o povo, todos os filhos de Israel, sete mil. 16 E sairam ao meio dia: e Ben-hadad _estava_ bebendo [4] _e_ embriagando-se nas tendas, elle e os reis, os trinta e dois reis, que o ajudavam. 17 E os moços dos principes das provincias sairam primeiro: e Ben-hadad enviou _a alguns_, que lhe deram avisos, dizendo: Sairam de Samaria uns homens. 18 E elle disse: Ainda que para paz saissem, tomae-os vivos: e ainda que á peleja saissem, vivos os tomae. 19 Sairam pois da cidade os moços dos principes das provincias, e o exercito que os seguia. 20 E elles feriram cada um o seu homem, e os syros fugiram, e Israel os perseguiu: porém Ben-hadad, rei da Syria, escapou a cavallo, com _alguns_ cavalleiros. 21 E saiu o rei de Israel, e feriu os cavallos e os carros: e feriu os syros com grande estrago. 22 Então o propheta chegou-se ao rei de Israel e lhe disse: Vae, esforça-te, e attenta, e olha o que has de fazer; porque [5] no decurso d’um anno o rei da Syria subirá contra ti. 23 Porque os servos do rei da Syria lhe disseram: Seus deuses _são_ deuses dos montes, por isso foram mais fortes do que nós: mas pelejemos com elles em campo raso, _e_ por certo, _veremos_, se não somos mais fortes do que elles! 24 Faze pois isto: tira os reis, cada um do seu logar, e põe capitães em seu logar. 25 E numera _outro_ exercito, como o exercito que caiu de ti, e cavallos como aquelles cavallos, e carros como aquelles carros, e pelejemos com elles em campo raso, _e veremos_ se não somos mais fortes do que elles! E deu ouvidos á sua voz, e assim fez. 26 E succedeu que, passado um anno, Ben-hadad fez revista dos syros, e subiu a [6] Afek, para pelejar contra Israel. 27 Tambem dos filhos d’Israel se fez revista, e providos de viveres marcharam contra elles; e os filhos de Israel acamparam-se defronte d’elles, como dois pequenos rebanhos de cabras; mas os syros enchiam a terra. 28 E chegou o homem de Deus, e fallou ao rei de Israel, e disse: Assim diz o Senhor: Porquanto os syros disseram: O Senhor é Deus dos montes, e não Deus dos valles: toda esta grande multidão [7] entregarei nas tuas mãos: para que saibas que eu _sou_ o Senhor. 29 E sete dias estiveram estes acampados defronte dos outros: e succedeu ao setimo dia que a peleja começou, e os filhos de Israel feriram dos syros cem mil homens de pé, n’um dia. 30 E os restantes fugiram a Afek, á cidade; e caiu o muro sobre vinte e sete mil homens, que restaram: Ben-hadad porém fugiu, e veiu á cidade, _andando de_ camara em camara. _Achab vence os syros e faz alliança com o seu rei._ 31 Então lhe disseram os seus servos: Eis que já temos ouvido que os reis da casa de Israel são reis clementes: ponhamos pois saccos [8] aos lombos, e cordas ás cabeças, e saiamos ao rei de Israel; pode ser que guarde em vida a tua alma. 32 Então cingiram saccos aos lombos e cordas ás cabeças, e vieram ao rei de Israel, e disseram: Diz o teu servo Ben-hadad: Deixa-me viver. E disse elle: Pois ainda vive? é meu irmão. 33 E aquelles homens tomaram _isto_ por bom presagio, e apressaram-se em apanhar a sua palavra, e disseram: Teu irmão Ben-hadad _vive_. E elle disse: Vinde, trazei-m’o. Então Ben-hadad saiu a elle, e elle o fez subir ao carro. 34 E disse elle: As cidades que meu pae tomou de teu pae t’as restituirei, [9] e faze para ti ruas em Damasco, como meu pae as fez em Samaria. E eu, _respondeu Achab_, te deixarei ir com esta alliança. E fez com elle alliança e o deixou ir. [Antes de Christo 900] 35 Então um [10] dos homens dos filhos dos prophetas disse ao seu companheiro, pela palavra do Senhor: Ora fere-me. E o homem recusou feril-o. 36 E elle lhe disse: Porque não obedeceste á voz do Senhor, eis que, em te apartando de mim, um leão te ferirá. E, como d’elle se apartou, [11] um leão o encontrou e o feriu. 37 Depois encontrou outro homem, e disse-_lhe_: _Ora_ fere-me. E feriu-o aquelle homem, ferindo-o e vulnerando-o. 38 Então foi o propheta, e poz-se perante o rei no caminho: e disfarçou-se com cinza sobre os seus olhos. 39 E succedeu que, [12] passando o rei, clamou elle ao rei, e disse: Teu servo saiu ao meio da peleja, e eis que, desviando-se um homem, me trouxe _outro_ homem, e disse: Guarda-me este homem; se vier a faltar, será a tua vida em logar da vida d’elle, [13] ou pagarás um talento de prata. 40 Succedeu pois que, estando o teu servo occupado d’uma e d’outra parte, entretanto desappareceu. Então o rei de Israel lhe disse: Esta _é_ a tua sentença; tu mesmo a pronunciaste. 41 Então elle se apressou, e tirou a cinza de sobre os seus olhos; e o rei de Israel o reconheceu, que era _um_ dos prophetas. 42 E disse-lhe: Assim diz o Senhor: Porquanto [14] soltaste da mão o homem que eu havia posto para destruição, a tua vida será em logar da sua vida, e o teu povo em logar do seu povo. 43 E foi-se o rei de Israel a sua casa, [15] desgostoso e indignado: e veiu a Samaria. [1] cap. 19.2. [2] ver. 16. [3] ver. 28. [4] ver. 12. cap. 16.9. [5] II Chr. 11.1. [6] Jos. 13.4. [7] ver. 13. [8] Gen. 37.34. [9] cap. 15.20. [10] II Reis 2.3, 5, 7, 15. cap. 13.17, 18. [11] cap. 13.24. [12] II Sam. 12.1, etc. [13] II Reis 10.24. [14] cap. 22.31-37. [15] cap. 21.4. _Naboth recusa vender a sua vinha a Achab._ [Antes de Christo 899] 21 E succedeu depois d’estas coisas, tendo Naboth, o jezreelita uma vinha, que em Jezreel _estava_ junto ao palacio de Achab, rei de Samaria, 2 Que Achab fallou a Naboth, dizendo: Dá-me a tua vinha, [1] para que me sirva de horta pois está visinha ao pé da minha casa; e te darei por ella _outra vinha_ melhor do que ella: _ou_, se _parece_ bem aos teus olhos, dar-te-hei a sua valia em dinheiro. 3 Porém Naboth disse a Achab: [2] Guarde-me o Senhor de que eu te dê a herança de meus paes. 4 Então Achab veiu desgostoso e indignado á sua casa, por causa da palavra que Naboth, o jezreelita, lhe fallara, dizendo: Não te darei a herança de meus paes. E deitou-se na sua cama, e voltou o rosto, e não comeu pão. 5 Porém, vindo a elle Jezabel, sua mulher, lhe disse: Que ha, que está tão desgostoso o teu espirito, e não comes pão? 6 E elle lhe disse: Porque fallei a Naboth, o jezreelita, e lhe disse: Dá-me a tua vinha por dinheiro; ou, se te apraz, te darei _outra_ vinha em seu logar. Porém elle disse: Não te darei a minha vinha. 7 Então Jezabel, sua mulher lhe disse: Governas tu agora no reino de Israel? levanta-te, come pão, e alegre-se o teu coração: eu te darei a vinha de Naboth, o jezreelita. _Jezabel ordena a morte de Naboth._ 8 Então escreveu cartas em nome de Achab, e as sellou com o seu sinete; e mandou as cartas aos anciãos e aos nobres que _havia_ na sua cidade e habitavam com Naboth. 9 E escreveu nas cartas, dizendo: Apregoae um jejum, e ponde a Naboth acima do povo. 10 E ponde defronte d’elle dois homens, filhos de Belial, que testemunhem contra elle, dizendo: Blasphemaste [3] contra Deus e contra o rei: e trazei-o fóra, e apedrejae-o para que morra. 11 E os homens da sua cidade, os anciãos e os nobres que habitavam na sua cidade, fizeram como Jezabel lhes ordenara, conforme _estava_ escripto nas cartas que lhes mandara. 12 Apregoaram [4] um jejum, e pozeram a Naboth acima do povo. 13 Então vieram dois homens, filhos de Belial, e pozeram-se defronte d’elle; e os homens, filhos de Belial, testemunharam contra elle, contra Naboth, perante o povo, dizendo: Naboth blasphemou contra Deus e contra o rei. E o levaram [5] para fóra da cidade, e o apedrejaram com pedras, e morreu. 14 Então enviaram a Jezabel, dizendo: Naboth foi apedrejado, e morreu. 15 E succedeu que, ouvindo Jezabel que já fôra apedrejado Naboth, e morrera, disse Jezabel a Achab: Levanta-te, _e_ possue a vinha de Naboth, o jezreelita, a qual te recusou dar por dinheiro; porque Naboth não vive, mas é morto. 16 E succedeu que, ouvindo Achab, que _já_ Naboth era morto, Achab se levantou, para descer para a vinha de Naboth, o jezreelita, para a possuir. _Deus manda Elias ameaçar a Achab._ 17 Então veiu a palavra do Senhor a Elias, o tesbita, dizendo: 18 Levanta-te, desce para encontrar-te com Achab, rei de Israel, que _está_ [6] em Samaria: eis que está na vinha de Naboth, aonde tem descido para a possuir. 19 E fallar-lhe-has, dizendo: Assim diz o Senhor: _Porventura_ não mataste e tomaste a herança? Fallar-lhe-has mais, dizendo: Assim diz o Senhor: No [7] logar em que os cães lamberam o sangue de Naboth os cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo, 20 E disse Achab a Elias: Já me achaste, [8] inimigo meu? E elle disse: Achei-_te_; porquanto já [9] te vendeste para fazeres o _que é_ mau aos olhos do Senhor. 21 Eis que trarei [10] mal sobre ti, e arrancarei a tua posteridade, e arrancarei de Achab a todo o homem, como tambem o encerrado e o desamparado em Israel; 22 E farei a tua casa como a casa de Jeroboão, [11] filho de Nebat, e como a casa de Baása, filho de Ahias: por causa da provocação, com que _me_ provocaste e fizeste peccar a Israel. 23 E tambem ácerca de [12] Jezabel fallou o Senhor, dizendo: Os cães comerão a Jezabel junto ao antemuro de Jezreel. 24 Aquelle que de Achab [13] morrer na cidade os cães o comerão: e o que morrer no campo as aves do céu o comerão. 25 Porém [14] ninguem fôra como Achab, que se vendera para fazer o _que era_ máu aos olhos do Senhor: porque [15] Jezabel, sua mulher, o incitava. 26 E fez grandes abominações, seguindo [16] os idolos, conforme a tudo o que fizeram os amorrheos, os quaes o Senhor lançou fóra da _sua_ possessão, de diante dos filhos de Israel. 27 Succedeu pois que Achab, ouvindo estas palavras, rasgou os seus vestidos, e cobriu a sua carne de [17] sacco, e jejuou: e jazia em sacco, e andava mansamente. 28 Então veiu a palavra do Senhor a Elias tesbita, dizendo: 29 Não viste que Achab se humilha perante mim? porquanto pois se humilha perante mim, não trarei este mal nos seus dias, _mas_ nos dias de seu filho trarei este mal [18] sobre a sua casa. [1] I Sam. 8.14. [2] Lev. 25.23. Num. 36.7. Eze. 46.18. [3] Exo. 22.38. Lev. 24.15, 16. Act. 6.11. Lev. 24.14. [4] Isa. 58.4. [5] II Reis 9.26. [6] cap. 13.32. II Chr. 22.9. [7] cap. 22.38. [8] cap. 18.17. [9] II Reis 17.17. Rom. 7.14. [10] cap. 14.10. II Reis 9.8. I Sam. 25.22. cap. 14.10. [11] cap. 15.29. cap. 16.3, 11. [12] II Reis 9.36. [13] cap. 14.11 e 16.4. [14] cap. 16.30, etc. [15] cap. 16.31. [16] Gen. 15.16. II Reis 21.11. [17] Gen. 37.34. [18] II Reis 9.25. _Achab faz alliança com Josaphat._ [Antes de Christo 897] 22 E estiveram quietos tres annos, não havendo guerra entre Syria e Israel. 2 Porém no terceiro anno succedeu que [1] Josaphat, rei de Judah, desceu para o rei de Israel. 3 E o rei de Israel disse aos seus servos: Não sabeis vós que [2] Ramoth de Gilead é nossa? e nós _estamos_ quietos, sem a tomar da mão do rei da Syria? 4 Então disse a Josaphat: Irás tu comigo á peleja a Ramoth de Gilead? E disse Josaphat ao rei de Israel: Serei como tu, _e_ [3] o meu povo como o teu povo, _e_ os meus cavallos como os teus cavallos. 5 Disse mais Josaphat ao rei d’Israel: Consulta porém primeiro hoje a palavra do Senhor. 6 Então o rei de Israel ajuntou [4] os prophetas até quasi quatrocentos homens, e disse-lhes: Irei á peleja contra Ramoth de Gilead, ou deixarei de ir? E elles disseram: Sobe, porque o Senhor _a_ entregará na mão do rei. 7 Disse porém Josaphat: [5] Não _ha_ aqui ainda _algum_ propheta do Senhor, ao qual possamos consultar? 8 Então disse o rei de Israel a Josaphat: Ainda _ha_ um homem por quem podemos consultar ao Senhor; porém eu o aborreço, porque nunca prophetiza de mim bem, mas só mal; _este é_ Micha, filho de Imla. E disse Josaphat: Não falle o rei assim. 9 Então o rei de Israel chamou um eunucho, e disse: Traze-_me_ depressa a Micha, filho de Imla, 10 E o rei de Israel e Josaphat, rei de Judah, estavam assentados cada um no seu throno, vestidos de vestiduras _reaes_, na praça, á entrada da porta de Samaria: e todos os prophetas prophetizavam na sua presença. 11 E Zedekias, filho de Chanaana, fez para si _uns_ cornos de ferro, e disse: Assim diz o Senhor: Com estes escornearás aos syros, até de todo os consumir. 12 E todos os prophetas prophetizaram assim, dizendo: Sobe a Ramoth de Gilead, e prosperarás, porque o Senhor _a_ entregará na mão do rei. 13 E o mensageiro que foi chamar a Micha fallou-lhe, dizendo: Vês aqui _que_ as palavras dos prophetas a uma voz _predizem coisas_ boas para o rei: seja pois a tua palavra como a palavra d’um d’elles, e falla bem. 14 Porém Micha disse: Vive o Senhor, que o que o [6] Senhor me disser isso fallarei. 15 E, vindo elle ao rei, o rei lhe disse: Micha, iremos a Ramoth de Gilead á peleja, ou deixaremos de ir? E _elle_ lhe disse: Sobe, e serás prospero; porque o Senhor a entregará na mão do rei. 16 E o rei lhe disse: Até quantas vezes te conjurarei, que me não falles senão a verdade em nome do Senhor? 17 Então disse elle: Vi a todo o Israel disperso [7] pelos montes, como ovelhas que não teem pastor; e disse o Senhor: Estes não teem senhor; torne cada um em paz para sua casa. 18 Então o rei de Israel disse a Josaphat: Não te disse eu, que nunca prophetizará de mim bem, senão só mal? 19 Então disse elle: Ouve [8] pois a palavra do Senhor: Vi ao Senhor assentado sobre o seu throno, e todo o exercito do céu estava junto a elle, á sua mão direita e á sua esquerda. 20 E disse o Senhor: Quem induzirá Achab, a que suba, e caia em Ramoth de Gilead? E um dizia d’esta maneira e outro d’outra. 21 Então saiu um espirito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: Eu induzirei. E o Senhor lhe disse: Com que? 22 E disse elle: Eu sairei, e serei um espirito de mentira na bocca de todos os seus prophetas. E elle disse: Tu o induzirás, [9] e ainda prevalecerás; sae, e faze assim. 23 Agora pois, eis que [10] o Senhor poz o espirito de mentira na bocca de todos estes teus prophetas, e o Senhor fallou mal contra ti. 24 Então Zedekias, filho de Chanaana, chegou, e feriu a Micha no queixo: e disse: [11] Por onde passou de mim o espirito do Senhor para fallar a ti? 25 E disse Micha: Eis que o verás n’aquelle mesmo dia, quando entrares _de_ camara em camara, para te esconderes. 26 Então disse o rei de Israel: Tomae a Micha, e tornae a trazel-o a Amon, o chefe da cidade, e a Joás filho do rei, 27 E direis: Assim diz o rei: Mettei este homem na casa do carcere, e sustentae-o com o pão de angustia, e com agua de amargura, até que eu venha em paz. 28 E disse Micha: Se tu voltares em paz, o Senhor não tem fallado [12] por mim. Disse mais: Ouvi todos os povos! _A guerra contra os syros, e a morte de Achab._ 29 Assim o rei de Israel e Josaphat, rei de Judah, subiram a Ramoth de Gilead. 30 E disse o rei de Israel a Josaphat: Eu me disfarçarei, e entrarei na peleja; tu porém veste os teus vestidos. Disfarçou-se [13] pois o rei de Israel, e entrou na peleja. 31 E o rei da Syria deu ordem aos chefes dos carros, de que tinha trinta e dois, dizendo: Não pelejareis nem contra pequeno nem contra grande, mas só contra o rei de Israel. 32 Succedeu pois que, vendo os chefes dos carros a Josaphat, disseram elles: Certamente este é o rei de Israel. E chegaram-se a elle, para pelejar _com elle_: porém Josaphat [14] exclamou. 33 E succedeu que, vendo os chefes dos carros _que_ não _era_ o rei d’Israel deixaram de seguil-o. 34 Então um homem entesou o arco, na sua simplicidade, e feriu o rei d’Israel por entre as fivelas e as couraças; então elle disse ao seu carreteiro: Vira a tua mão, e tira-me do exercito, porque estou gravemente ferido. 35 E a peleja foi crescendo n’aquelle dia, e o rei parou no carro defronte dos syros: porém elle morreu á tarde; e o sangue da ferida corria no fundo do carro. 36 E depois do sol posto passou um pregão pelo exercito, dizendo: Cada um para a sua cidade, e cada um para a sua terra! 37 E morreu o rei, e o levaram a Samaria: e sepultaram o rei em Samaria. 38 E, lavando-se o carro no tanque de Samaria, os cães lamberam o seu sangue (ora [KI] as prostitutas se lavavam ali), [15] conforme á palavra do Senhor, que tinha dito. 39 Quanto ao mais dos successos d’Achab, e a tudo quanto fez, e á casa de [16] marfim que edificou, e a todas as cidades que edificou, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Israel? 40 Assim dormiu Achab com seus paes; e Achazias, seu filho, reinou em seu logar. _O reinado de Josaphat e a sua morte._ 41 E Josaphat, [17] filho de Asa, começou a reinar sobre Judah no quarto anno d’Achab, rei d’Israel. 42 E _era_ Josaphat da edade de trinta e cinco annos quando começou a reinar; e vinte e cinco annos reinou em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Azuba, filha de Silchi. 43 E andou [18] em todos os caminhos de seu pae Asa, não se desviou d’elles, fazendo o _que era_ recto aos olhos do Senhor. 44 Todavia os altos não [19] se tiraram; ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos. 45 E Josaphat [20] esteve em paz com o rei de Israel. 46 Quanto ao mais dos successos de Josaphat, e ao poder que mostrou, e como guerreou, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 47 Tambem desterrou da terra o resto dos rapazes escandalosos, que [21] ficaram nos dias de seu pae Asa. 48 Então não _havia_ [22] rei em Edom, _porém_ um vice-rei. 49 _E_ fez Josaphat [23] navios de Tarsis, para irem a Ophir por causa do oiro; porém não foram, porque os navios se quebraram em Ezion-geber. 50 Então Achazias, filho de Achab, disse a Josaphat: Vão os meus servos com os teus servos nos navios. Porém Josaphat não quiz. 51 E Josaphat dormiu [24] com seus paes, e foi sepultado junto a seus paes, na cidade de David, seu pae: e Jorão, seu filho, reinou em seu logar. 52 E Achazias, [25] filho d’Achab, começou a reinar em Samaria, no anno, dezesete de Josaphat, rei de Judah: e reinou dois annos sobre Israel. 53 E fez o _que era_ mau aos olhos do Senhor; porque [26] andou no caminho de seu pae, como tambem no caminho de sua mãe, e no caminho de Jeroboão, filho de Nebat, que fez peccar a Israel. 54 E serviu [27] a Baal, e se inclinou diante d’elle: e indignou ao Senhor Deus de Israel, conforme a tudo quanto fizera seu pae. [1] II Chr. 18.2, etc. [2] Deu. 4.43. [3] II Reis 3.7. [4] cap. 18.19. [5] II Reis 3.11. [6] Num. 22.38. [7] Mat. 9.36. [8] Psa. 6.1. Dan. 7.9. Job 1.6 e 2.1. Dan. 7.10. Zac. 1.10. Mat. 18.16. Heb. 1.7, 14. [9] Jui. 9.23. Job 12.16. Eze. 14.9. II The. 2.11. [10] Eze. 14.9. [11] II Chr. 18.23. [12] Num. 16.29. Deu. 18.20, 21, 22. [13] II Chr. 35.22. [14] II Chr. 18.31. Pro. 13.20. [15] cap. 21.19. [16] Amós 3.15. [17] II Chr. 20.31. [18] II Chr. 17.3. [19] cap. 14.23 e 15.14. II Reis 12.3. [20] II Chr. 18.2. II Cor. 6.14. [21] cap. 14.24 e 15.12. [22] Gen. 25.23. II Sam. 8.14. II Reis 3.9 e 8.20. [23] II Chr. 20.35, etc. cap. 10.22. II Chr. 20.37. cap. 9.26. [24] II Sam. 21.1. [25] ver. 40. [26] cap. 15.26. [27] Jui. 2.11. cap. 16.31. O SEGUNDO LIVRO DOS REIS. _Moab rebella-se contra Israel e Achazias adoece._ [Antes de Christo 896] 1 E depois da morte de Achab, [1] Moab se rebellou contra Israel. 2 E caiu Achazias pelas grades d’um quarto alto, que _tinha_ em Samaria, e adoeceu: e enviou mensageiros, e disse-lhes: Ide, e perguntae a Baal-zebub, deus de Ekron, [2] se sararei d’esta doença. 3 Mas o anjo do Senhor disse a Elias tesbita: Levanta-te, sobe para encontrar-te com os mensageiros do rei de Samaria: e dize-lhes: Porventura não _ha_ Deus em Israel, _que_ vades consultar a Baal-zebub, deus de Ekron? 4 E por isso assim diz o Senhor: Da cama, a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás. Então Elias partiu. 5 E os mensageiros voltaram para elle; e _elle_ lhes disse: Que ha, _que_ voltastes? 6 E _elles_ lhe disseram: Um homem nos saiu ao encontro, e nos disse: Ide, voltae para o rei que vos mandou, e dizei-lhe: Assim diz o Senhor: Porventura não _ha_ Deus em Israel, para _que_ mandes consultar a Baal-zebub, deus de Ekron? Portanto da cama, a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás. 7 E elle lhes disse: Qual _era_ o trajo do homem que vos veiu ao encontro e vos fallou estas palavras? 8 E elles lhe disseram: Um homem _era_ vestido de pellos, [3] e com os lombos cingidos d’um cinto de coiro. Então disse elle: É Elias, o tesbita. _O fogo do céu consome cem homens._ 9 Então lhe enviou um capitão de cincoenta: e, subindo a elle, (porque eis que estava assentado no cume do monte), disse-lhe: Homem de Deus, o rei diz: Desce. 10 Mas Elias respondeu, e disse ao capitão de cincoenta: Se eu pois _sou_ homem de Deus, desça fogo [4] do céu, e te consuma a ti e aos teus cincoenta. Então fogo desceu do céu, e o consumiu a elle e aos seus cincoenta. 11 E tornou a enviar-lhe outro capitão de cincoenta, com os seus cincoenta; este lhe fallou, e disse: Homem de Deus, assim diz o rei: Desce depressa. 12 E respondeu Elias, e disse-lhe: Se eu _sou_ homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cincoenta. Então fogo de Deus desceu do céu, e o consumiu a elle e aos seus cincoenta. 13 E tornou a enviar _outro_ capitão dos terceiros cincoenta, com os seus cincoenta: então subiu o capitão de cincoenta, e veiu, e poz-se de joelhos diante de Elias, e supplicou-lhe, e disse-lhe: Homem de Deus, seja, peço-te, preciosa aos teus olhos [5] a minha vida, e a vida d’estes cincoenta teus servos. 14 Eis que fogo desceu do céu, e consumiu aquelles dois primeiros capitães de cincoenta, com os seus cincoenta: porém agora seja preciosa aos teus olhos a minha vida. 15 Então o anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este, não temas. E levantou-se, e desceu com elle ao rei. 16 E disse-lhe: Assim diz o Senhor: Porque enviaste mensageiros a consultar a Baal-zebub, deus d’Ekron? Porventura é porque não _ha_ Deus em Israel, para consultar a sua palavra? portanto d’esta cama, a que subiste, não descerás, mas certamente morrerás. 17 Assim pois morreu, conforme á palavra do Senhor, que Elias fallara; e Jorão começou a reinar no seu logar no anno segundo de Jehorão, filho de Josaphat rei de Judah: porquanto não tinha filho. 18 O mais dos feitos de Achazias, que tinha feito, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Israel? [1] II Sam. 8.2. cap. 3.5. [2] I Sam. 5.10. [3] Zac. 13.4. Mat. 3.4. [4] Luc. 9.54. [5] I Sam. 26.21. _Elias é elevado ao céu n’um carro de fogo._ 2 Succedeu [1] pois que, havendo o Senhor de elevar a Elias n’um redemoinho ao céu, Elias partiu com Eliseo de Gilgal. 2 E disse Elias a Eliseo: Fica-te aqui, [2] porque o Senhor me enviou a Bethel. Porém Eliseo disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim foram a Bethel. 3 Então os filhos dos prophetas que _estavam_ em Bethel sairam [3] a Eliseo, e lhe disseram: Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor por de cima da tua cabeça? E elle disse: Tambem eu bem _o_ sei; calae-vos. 4 E Elias lhe disse: Eliseo, fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Jericó. Porém elle disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que te não deixarei. E _assim_ vieram a Jericó. 5 Então os filhos dos prophetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseo, e lhe disseram: Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor por de cima da tua cabeça? E elle disse: Tambem eu bem _o_ sei; calae-vos. 6 E Elias disse: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou ao Jordão. Mas elle disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que te não deixarei. E _assim_ ambos foram juntos. 7 E foram cincoenta homens dos filhos dos prophetas, e de longe pararam defronte: e elles ambos pararam junto ao Jordão. 8 Então Elias tomou a sua capa, e a dobrou, e feriu as aguas, as quaes se [4] dividiram para as duas bandas: e passaram ambos em secco. 9 Succedeu pois que, havendo elles passado, Elias disse a Eliseo: Pede-_me_ o que _queres que_ te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseo: Peço-te que haja porção dobrada de teu espirito sobre mim. 10 E disse: Coisa dura pediste; se me vires _quando fôr_ tomado de ti, assim se te fará, porém, se não, não se fará. 11 E succedeu que, indo elles andando e fallando, eis que [5] um carro de fogo, com cavallos de fogo, os separou um do outro: e Elias subiu ao céu n’um redemoinho. _Eliseo, o successor de Elias._ 12 O que vendo Eliseo, clamou: Meu pae, [6] meu pae, carros de Israel, e seus cavalleiros! E nunca mais o viu: e, travando dos seus vestidos, os rasgou em duas partes. 13 Tambem levantou a capa de Elias, que lhe caira: e tornou-se, e parou á borda do Jordão. 14 E tomou a capa de Elias, que lhe caira, e feriu as aguas, e disse: Onde _está_ o Senhor, Deus de Elias? Então feriu [7] as aguas, e se dividiram ellas d’uma e outra banda; e Eliseo passou. 15 Vendo-o pois os filhos dos prophetas que estavam defronte em Jericó, disseram: [8] O espirito de Elias repousa sobre Eliseo. E vieram-lhe ao encontro, e se prostraram diante d’elle em terra. 16 E disseram-lhe: Eis que com teus servos ha cincoenta homens valentes; ora deixa-os ir para buscar a teu senhor; pode ser [9] que o elevasse o Espirito do Senhor, e o lançasse n’algum dos montes, ou n’algum dos valles. Porém elle disse: Não os envieis. 17 Mas elles apertaram com elle, até se enfastiar; e disse-_lhes_: Enviae. E enviaram cincoenta homens, que _o_ buscaram tres dias, porém não o acharam. 18 Então voltaram para elle, tendo elle ficado em Jericó: e disse-lhes: Eu não vos disse que não fosseis? 19 E os homens da cidade disseram a Eliseo: Eis que boa _é_ a habitação d’esta cidade, como o meu senhor vê; porém as aguas _são_ más, e a terra é esteril. 20 E elle disse: Trazei-me uma salva nova, e ponde n’ella sal. E lh’a trouxeram. 21 Então saiu elle ao manancial das aguas, e deitou [10] sal n’elle; e disse: Assim diz o Senhor: Sararei a estas aguas; não haverá mais n’ellas morte nem esterilidade. 22 Ficaram pois sãs aquellas aguas até _ao dia d’_hoje, conforme á palavra que Eliseo tinha dito. 23 Então subiu d’ali a Bethel: e, subindo elle pelo caminho, uns moços pequenos sairam da cidade, e zombavam d’elle, e diziam-lhe: Sobe, calvo, sobe, calvo! 24 E, virando-se elle para traz, os viu, e os amaldiçoou no nome do Senhor: então duas ursas sairam do bosque, e despedaçaram d’elles quarenta e dois meninos. 25 E foi-se d’ali para o monte Carmelo: e d’ali voltou para Samaria. [1] Gen. 5.24. I Reis 19.21. [2] Ruth 1.15, 16. ver. 4, 6. I Sam. 1.26. cap. 4.30. [3] ver. 5, 7, 15. I Reis 20.35. cap. 4.1, 38 e 9.1. [4] Exo. 14.21. Jos. 3.16. ver. 14. [5] cap. 6.17. [6] cap. 13.14. [7] ver. 8. [8] ver. 7. [9] I Reis 18.12. Eze. 8.3. Act. 8.39. [10] Exo. 15.25. cap. 4.41 e 6.6. João 9.6. _Eliseo salva tres reis com os seus exercitos._ [Antes de Christo 895] 3 E Jorão, [1] filho de Achab, começou a reinar sobre Israel em Samaria no decimo oitavo anno de Josaphat, rei de Judah: e reinou doze annos. 2 E fez o _que era_ mau aos olhos do Senhor; porém não como seu pae, nem como sua mãe; porque tirou a [KJ] estatua de Baal, que seu pae [2] fizera. 3 Comtudo adheriu aos peccados [3] de Jeroboão, filho de Nebat, que fizera peccar a Israel; não se apartou d’elles. 4 Então Mesa, rei dos moabitas, era contratante de gado, e pagava ao rei de Israel [4] cem mil cordeiros, e cem mil carneiros com a _sua_ lã. 5 Succedeu porém que, morrendo Achab, [5] se rebellou o rei dos moabitas contra o rei de Israel. 6 Por isso Jorão ao mesmo tempo saiu de Samaria, e fez revista de todo o Israel. 7 E foi, e enviou a Josaphat, rei de Judah, dizendo: O rei dos moabitas se rebellou contra mim; irás tu comigo á guerra contra os moabitas? E disse elle: Subirei; _e_ eu _serei_ como tu, o meu povo [6] como o teu povo, _e_ os meus cavallos como os teus cavallos. 8 E elle disse: Por que caminho subiremos? Então disse elle: Pelo caminho do deserto d’Edom. 9 E partiu o rei de Israel, e o rei de Judah, e o rei de Edom; e andaram rodeando com uma marcha de sete dias, e o exercito, e o gado que os seguia não tinham agua. 10 Então disse o rei de Israel: Ah! que o Senhor chamou a estes tres reis, para os entregar nas mãos dos moabitas. 11 E disse Josaphat: [7] Não _ha_ aqui _algum_ propheta do Senhor, para que consultemos ao Senhor por elle? Então respondeu um dos servos do rei de Israel, e disse: Aqui _está_ Eliseo, filho de Saphat, que deitava agua sobre as mãos de Elias. 12 E disse Josaphat: Está com elle a palavra do Senhor. Então o [8] rei de Israel, e Josaphat e o rei de Edom desceram a elle. 13 Mas Eliseo disse ao rei de Israel: Que tenho [9] eu comtigo? Vae aos prophetas de teu pae e aos prophetas de tua mãe. Porém o rei d’Israel lhe disse: Não, porque o Senhor chamou a estes tres reis para os entregar nas mãos dos moabitas. 14 E disse Eliseo: Vive [10] o Senhor dos Exercitos, em cuja presença estou, _que_ se eu não respeitasse a presença de Josaphat, rei de Judah, não olharia para ti nem te veria. 15 Ora, pois, trazei-me [11] um tangedor. E succedeu que, tangendo o tangedor, veiu sobre elle a mão [12] do Senhor. 16 E disse: Assim diz o Senhor: [13] Fazei n’este valle muitas covas; 17 Porque assim diz o Senhor: Não vereis vento, e não vereis chuva; todavia este valle se encherá de _tanta_ agua, que bebereis vós, e o vosso gado e os vossos animaes. 18 E _ainda_ isto _é_ pouco aos olhos do Senhor: tambem entregará elle os moabitas nas vossas mãos. 19 E ferireis a todas as cidades fortes, e a todas as cidades escolhidas, e todas as boas arvores cortareis, e entupireis todas as fontes d’agua, e damnificareis com pedras todos os bons campos. 20 E succedeu que pela manhã, offerecendo-se [14] a offerta de manjares, eis que vinham _as_ aguas pelo caminho d’Edom: e a terra se encheu d’agua. 21 Ouvindo pois todos os moabitas que os reis tinham subido para pelejarem contra elles, convocaram a todos os que cingiam cinto e d’ahi para cima, e pozeram-se ás fronteiras. 22 E, levantando-se de madrugada, e saindo o sol sobre as aguas, viram os moabitas defronte _d’elles_ as aguas vermelhas como o sangue. 23 E disseram: Isto _é_ sangue; certamente que os reis se destruiram á espada e se mataram um ao outro! agora pois á preza, moabitas! 24 Porém, chegando elles ao arraial de Israel, os israelitas se levantaram, e feriram os moabitas, os quaes fugiram diante d’elles; e _ainda os_ feriram nas suas _terras_, ferindo _ali_ tambem os moabitas. 25 E arrazaram as cidades, e cada um lançou a sua pedra em todos os bons campos, e os entulharam, e entupiram todas as fontes d’aguas, e cortaram todas as boas arvores, até que _só_ em Kir-hareseth deixaram ficar as pedras, [15] mas os fundeiros a cercaram e a feriram. 26 Mas, vendo o rei dos moabitas que a peleja prevalecia contra elle, tomou comsigo setecentos homens que arrancavam espada, para romperem contra o rei de Edom, porém não poderam. 27 Então [16] tomou a seu filho primogenito, que havia de reinar em seu logar, e o offereceu em holocausto sobre o muro; pelo que houve grande indignação em Israel: por isso retiraram-se [17] d’elle, e voltaram para a _sua_ terra. [1] cap. 1.17. [2] I Reis 16.31, 32. [3] I Reis 12.28, 31, 32. [4] Isa. 16.1. [5] cap. 1.1. [6] I Reis 22.4. [7] I Reis 22.7. [8] cap. 2.25. [9] Eze. 14.3. Jui. 10.14. Ruth 1.15. I Reis 18.10. [10] I Reis 17.1. cap. 5.16. [11] I Sam. 10.5. [12] Eze. 1.3 e 3.14, 22 e 8.1. [13] cap. 4.3. [14] Exo. 29.39, 40. [15] Isa. 16.7, 11. [16] Amós 2.1. [17] cap. 8.20. _Eliseo augmenta o azeite da viuva._ 4 E uma mulher [1] das mulheres dos filhos dos prophetas, clamou a Eliseo, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor; e veiu o credor, a levar-me [2] os meus dois filhos para serem servos. 2 E Eliseo lhe disse: Que te hei de eu fazer? declara-me que _é o que_ tens em casa. E ella disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija d’azeite. 3 Então disse elle: Vae, pede para ti vasos emprestados, [3] a todos os teus visinhos, vasos vasios, não poucos. 4 Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aquelles vasos, e põe á parte o que estiver cheio. 5 Partiu pois d’elle, e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e elles lhe traziam _os vasos_, e ella _os_ enchia. 6 E succedeu que, cheios que foram os vasos, disse a seu filho: Traze-me ainda um vaso. Porém elle lhe disse: Não _ha_ mais vaso nenhum. Então o azeite parou. 7 Então veiu ella, e _o_ fez saber ao homem de Deus; e disse elle: Vae, vende o azeite, e paga a tua divida; e tu e teus filhos vivei do resto. _A sunamita e o seu filho._ 8 Succedeu tambem um dia que, indo Eliseo a [4] Sunem, _havia_ ali uma mulher grave, a qual o reteve a comer pão: e succedeu que todas as vezes que passava para ali se retirava a comer pão. 9 E ella disse a seu marido: Eis que tenho observado, que este que sempre passa por nós é um sancto homem de Deus. 10 Façamos-_lhe_ pois um pequeno quarto junto ao muro, e ali lhe ponhamos uma cama, e uma mesa, e uma cadeira e um candieiro: e ha de ser que, vindo elle a nós, para ali se retirará. 11 E succedeu um dia que veiu ali, e retirou-se áquelle quarto, e se deitou ali. 12 Então disse ao seu moço Geazi: Chama esta sunamita. E chamando-a elle, ella se poz diante d’elle. 13 Porque lhe tinha dito: Dize-lhe: Eis que tu nos tens tratado com todo o disvelo; que se ha de fazer por ti? haverá alguma coisa de que se falle por ti ao rei, ou ao chefe do exercito? E dissera ella: Eu habito no meio do meu povo. 14 Então disse elle: Que se ha de fazer pois por ella? E Geazi disse: Ora ella não tem filho, e seu marido é velho. 15 Pelo que disse elle: Chama-a. E, chamando-a elle, ella se poz á porta. 16 E _elle_ disse: A este tempo determinado, [5] segundo o tempo da vida, abraçarás um filho. E disse ella: Não, meu senhor, homem de Deus, [6] não mintas á tua serva. 17 E concebeu a mulher, e pariu um filho, ao tal tempo determinado, segundo o tempo da vida que Eliseo lhe dissera. 18 E, crescendo o filho, succedeu que um dia saiu para seu pae _que estava_ com os segadores. 19 E disse a seu pae: Ai, a minha cabeça! ai, a minha cabeça! Então disse a um moço: Leva-o a sua mãe. 20 E elle o tomou, e o levou a sua mãe: e esteve sobre os seus joelhos até ao meio dia, e morreu. 21 E subiu ella, e o deitou sobre a cama do homem de Deus; e fechou sobre elle _a porta_, e saiu. 22 E chamou a seu marido, e disse: Manda-me já um dos moços, e uma das jumentas, para que corra ao homem de Deus, e para que volte. 23 E disse elle: Porque vaes a elle hoje? não é lua nova nem sabbado. E ella disse: _Tudo_ vae bem. 24 Então albardou a jumenta, e disse ao seu moço: Guia e anda, e não te detenhas no caminhar, senão quando eu t’o disser. 25 Partiu ella pois e veiu ao homem de Deus, ao monte [7] Carmelo: e succedeu que, vendo-a o homem de Deus de longe, disse a Geazi, seu moço: Eis ahi a sunamita. 26 Agora pois corre-lhe ao encontro e dize-lhe: Vae bem comtigo? vae bem com teu marido? Vae bem com teu filho? E ella disse: Vae bem. 27 Chegando ella pois ao homem de Deus, ao monte, pegou nos seus pés; mas chegou Geazi para empuxal-a: disse porém o homem de Deus: Deixa-a, porque a sua alma n’ella está triste de amargura, e o Senhor m’o encobriu, e não m’o manifestou. 28 E disse ella: Pedi eu a meu senhor _algum_ filho? Não disse eu: Não me [8] enganes? 29 E elle disse a Geazi: Cinge [9] os teus lombos, e toma o meu bordão na tua mão, e vae; [10] se encontrares alguem, não o saudes; e se alguem te saudar, não lhe respondas: e põe o meu bordão sobre o rosto do menino. 30 Porém disse a mãe do menino: Vive o Senhor, [11] e vive a tua alma, que não te hei de deixar. Então elle se levantou, e a seguiu. 31 E Geazi passou diante d’elles, e poz o bordão sobre o rosto do menino; porém não _havia n’elle_ voz nem sentido; e voltou a encontrar-se com elle, e lhe trouxe aviso, dizendo: [12] Não despertou o menino. 32 E, chegando Eliseo áquella casa, eis que o menino jazia morto sobre a sua cama. 33 Então [13] entrou elle, e fechou a porta sobre elles ambos, e orou ao Senhor. 34 E subiu, e deitou-se sobre o menino, e, pondo a sua bocca sobre a bocca d’elle, e os seus olhos sobre os olhos d’elle, e as suas mãos sobre as mãos d’elle, se estendeu sobre elle: [14] e a carne do menino aqueceu. 35 Depois voltou, e passeou n’aquella casa d’uma parte para a outra, e _tornou_ a subir, e se estendeu sobre [15] elle; então o menino espirrou sete vezes, e o menino abriu os olhos. 36 Então chamou a Geazi, e disse: Chama esta sunamita. E chamou-a, e veiu a elle. E disse elle: Toma o teu filho. 37 E veiu ella, e se prostrou a seus pés, e se inclinou á terra; e tomou [16] o seu filho, e saiu. _A morte que havia na panella é tirada._ 38 E, voltando Eliseo a Gilgal, _havia_ fome [17] n’aquella terra, e os filhos dos prophetas _estavam_ assentados na sua presença: e disse ao seu moço: Põe a panella grande _ao lume_, e faze um caldo de hervas para os filhos dos prophetas. 39 Então um saiu ao campo a apanhar hervas, e achou uma parra brava, e colheu d’ella a sua capa cheia de coloquintidas: e veiu, e as cortou na panella do caldo; porque _as_ não conheciam. 40 Assim tiraram de comer para os homens. E succedeu que, comendo elles d’aquelle caldo, clamaram e disseram: Homem de Deus, _ha_ morte na panella. [18] Não poderam comer. 41 Porém elle disse: [19] Trazei pois farinha. E deitou-_a_ na panella, e disse: Tirae de comer para o povo. Então não havia mal nenhum na panella. _Vinte pães satisfazem cem homens._ 42 E um homem veiu de Baal-salisha, [20] e trouxe ao homem de Deus pães das primicias, vinte pães de cevada, e espigas verdes na sua palha, e disse: Dá ao povo, para que coma. 43 Porém seu servo disse: Como [21] hei de eu pôr isto diante de cem homens? E disse elle: Dá-o ao povo, para que coma; porque assim diz o Senhor: Comer-se-ha, e sobejará. 44 Então lh’os poz diante, e comeram, e deixaram sobejos, [22] conforme a palavra do Senhor. [1] I Reis 20.35. [2] Lev. 25.39. Mat. 18.25. [3] cap. 3.16. [4] Jos. 19.18. [5] Gen. 18.10, 14. [6] ver. 28. [7] cap. 2.25. [8] ver. 16. [9] I Reis 18.46. cap. 9.1. [10] Luc. 10.4. Exo. 7.19 e 14.16. cap. 2.8, 14. Act. 19.12. [11] cap. 2.2. [12] João 11.11. [13] ver. 4. Mat. 6.6. I Reis 17.20. [14] I Reis 17.21. Act. 20.10. [15] I Reis 17.21. cap. 8.1, 5. [16] I Reis 17.23. Heb. 11.35. [17] cap. 2.1 e 8.1 e 2.3. Luc. 10.39. Act. 22.3. [18] Exo. 10.17. [19] Exo. 15.25. cap. 2.21 e 5.10. João 9.6. [20] I Sam. 9.4 e 9.7. I Cor. 9.11. Gal. 6.6. [21] Luc. 9.13. João 6.9. Luc. 9.17. João 6.11. [22] Mat. 14.20 e 15.37. João 6.13. _Naaman é curado da lepra._ [Antes de Christo 894] 5 E Naaman, [1] chefe do exercito do rei da Syria, era um grande homem diante do seu senhor, e de muito respeito; porque por elle o Senhor déra livremente aos syros: e era este varão homem valoroso, _porém_ leproso. 2 E sairam tropas da Syria, da terra d’Israel e, levaram presa uma menina que ficou ao serviço da mulher de Naaman. 3 E disse _esta_ á sua senhora: Oxalá que o meu senhor _estivesse_ diante do propheta que _está_ em Samaria: elle o restauraria da sua lepra. 4 Então entrou _Naaman_ e o notificou a seu senhor, dizendo: Assim e assim fallou a menina que _é_ da terra de Israel. 5 Então disse o rei da Syria: Vae, anda, e enviarei a carta ao rei de Israel. E foi, [2] e tomou na sua mão dez talentos de prata, e seis mil _siclos_ de oiro e dez mudas de vestidos. 6 E levou a carta ao rei de Israel, dizendo: Logo, em chegando a ti esta carta, saibas que eu te enviei Naaman, meu servo, para que o restaures da sua lepra. 7 E succedeu que, lendo o rei de Israel a carta, rasgou os seus vestidos, e disse: [3] _Sou_ eu Deus, para matar e para vivificar, para que este envie a mim, para eu restaurar a um homem da sua lepra? Pelo que devéras notae, peço-vos, e vede que busca occasião contra mim. 8 Succedeu porém que, ouvindo Eliseo, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara os seus vestidos, mandou dizer ao rei: Porque rasgaste os teus vestidos? deixa-o vir a mim, e saberá que ha propheta em Israel. 9 Veiu pois Naaman com os seus cavallos, e com o seu carro, e parou á porta da casa de Eliseo. 10 Então Eliseo lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vae, e lava-te sete [4] vezes no Jordão, e a tua carne te tornará, e ficarás purificado. 11 Porém Naaman muito se indignou, e se foi dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente elle sairá, pôr-se-ha em pé, e invocará o nome do Senhor seu Deus, e passará a sua mão sobre o logar, e restaurará o leproso. 12 Não _são porventura_ Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as aguas de Israel? Não me poderia eu lavar n’elles, e ficar purificado? E voltou-se, e se foi com indignação. 13 Então chegaram-se a elle os seus servos, e lhe fallaram, e disseram: Meu pae, _se_ o propheta te dissera _alguma_ grande coisa, _porventura_ não a farias? Quanto mais, dizendo-te elle: Lava-te, e ficarás purificado. 14 Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus: e a sua [5] carne tornou, como a carne d’um menino, e ficou purificado. 15 Então voltou ao homem de Deus, elle e toda a sua comitiva, e veiu, e poz-se diante d’elle, e disse: Eis que tenho conhecido que em toda a terra não _ha_ [6] Deus senão em Israel: agora pois _te_ peço que tomes _uma_ benção do teu servo. 16 Porém elle disse: [7] Vive o Senhor, em cuja presença estou, que a não tomarei. E instou com elle para que _a_ tomasse, mas elle recusou. 17 E disse Naaman: Quando não, comtudo dê-se a _este_ teu servo uma carga de terra d’um jugo de mulas; porque nunca mais offerecerá este teu servo holocausto nem sacrificio a outros deuses, senão ao Senhor. 18 N’isto perdoe o Senhor a teu servo: quando meu senhor entra na casa de Rimmon para ali se encurvar, [8] e elle se encosta na minha mão, e eu _tambem_ me hei de encurvar na casa de Rimmon; quando _assim_ me encurvar na casa de Rimmon, n’isto perdoe o Senhor a teu servo. 19 E elle lhe disse: Vae em paz. E foi-se d’elle a uma pequena distancia. _Geazi é atacado de lepra._ 20 Então Geazi, moço d’Eliseo, homem de Deus, disse: Eis que meu senhor impediu a este syro Naaman que da sua mão se désse alguma coisa _do_ que trazia; _porém_, vive o Senhor que hei de correr atraz d’elle, e tomar d’elle alguma coisa. 21 E foi Geazi em alcance de Naaman; e Naaman, vendo que corria atraz d’elle, saltou do carro a encontral-o, e disse-_lhe_: Vae _tudo_ bem? 22 E elle disse: Tudo vae bem; meu senhor me mandou dizer: Eis que agora mesmo vieram a mim dois mancebos dos filhos dos prophetas da montanha d’Ephraim; dá-lhes pois um talento de prata e duas mudas de vestidos. 23 E disse Naaman: Sê servido tomar dois talentos. E instou com elle, e amarrou dois talentos de prata em dois saccos, com duas mudas de vestidos; e pôl-os sobre dois dos seus moços, os quaes _os_ levaram diante d’elle. 24 E, chegando elle á altura, tomou-os das suas mãos, e _os_ depositou na casa: e despediu aquelles homens, e foram-se. 25 Então elle entrou, e poz-se diante de seu senhor. E disse-lhe Eliseo: D’onde _vens_, Geazi? E disse: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte. 26 Porém elle lhe disse: _Porventura_ não foi _comtigo_ o meu coração, quando aquelle homem voltou de sobre o seu carro, a encontrar-te? _Era_ isto tempo para tomares prata, e para tomares vestidos, e olivaes, e vinhas, e ovelhas, e bois e servos e servas? 27 Portanto a lepra de Naaman se pegará a [9] ti e á tua semente para sempre. Então saiu de diante d’elle leproso, _branco_ como a neve. [1] Luc. 4.27. Exo. 11.3. [2] I Sam. 9.8. cap. 8.8, 9. [3] Gen. 30.2. Deu. 32.39. I Sam. 2.6. [4] cap. 4.41. João 9.7. [5] Job 33.25. Luc. 4.27. [6] Dan. 2.47 e 3.29 e 6.26, 27. Gen. 33.11. [7] cap. 3.14. Gen. 14.23. Mat. 10.8. Act. 8.18, 20. [8] cap. 7.2, 17. [9] I Tim. 6.10. Exo. 4.6. Num. 12.10. cap. 15.5. _O ferro d’um machado é feito fluctuar._ [Antes de Christo 893] 6 E disseram os filhos [1] dos prophetas a Eliseo: Eis que o logar em que habitamos diante da tua face, nos é estreito. 2 Vamos pois até ao Jordão, e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um logar, para habitar ali: e disse _elle_: Ide. 3 E disse um: Serve-te d’ires com os teus servos. E disse: Eu irei. 4 E foi com elles: e, chegando elles ao Jordão, cortaram madeira. 5 E succedeu que, derribando um _d’elles_ uma viga, o ferro caiu na agua: e clamou, e disse: Ai, meu senhor! porque era emprestado. 6 E disse o homem de Deus: Onde caiu? E mostrando-lhe _elle_ o logar, cortou _um_ páo, e _o_ lançou [2] ali, e fez nadar o ferro. 7 E disse: Levanta-o. Então elle estendeu a sua mão e o tomou. _Eliseo adivinha os conselhos do rei da Syria._ 8 E o rei da Syria fazia guerra a Israel: e consultou com os seus servos, dizendo: Em tal e em tal logar _estará_ o meu acampamento. 9 Mas o homem de Deus enviou ao rei de Israel, dizendo: Guarda-te de passares por tal logar; porque os syros desceram ali. 10 Pelo que o rei de Israel enviou áquelle logar, de que o homem de Deus lhe dissera, e _de que_ o tinha avisado, e se guardou ali, não uma nem duas vezes. 11 Então se turbou com este incidente o coração do rei da Syria, e chamou os seus servos, e lhes disse: Não me fareis saber quem dos nossos _é_ pelo rei de Israel? 12 E disse um dos seus servos: Não, ó rei meu senhor; mas o propheta Eliseo, que _está_ em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu fallas na tua camara de dormir. 13 E elle disse: Vae, e vê onde _elle_ está, para que envie, e mande trazel-o. E fizeram-lhe saber, dizendo: [3] Eis que _está_ em Dothan. 14 Então enviou para lá cavallos, e carros, e um grande exercito, os quaes vieram de noite, e cercaram a cidade. 15 E o moço do homem de Deus se levantou mui cedo, e saiu, e eis que um exercito tinha cercado a cidade com cavallos e carros; então o seu moço lhe disse: Ai, meu senhor! que faremos? 16 E elle disse: Não temas; porque mais são os que estão comnosco do que os que _estão_ [4] com elles. 17 E orou Eliseo, e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte _estava_ cheio de cavallos e [5] carros de fogo, em redor de Eliseo. 18 E, como desceram a elle, Eliseo orou ao Senhor, e disse: [6] Fere, peço-te, esta gente de cegueira. E feriu-a de cegueira, conforme a palavra de Eliseo. 19 Então Eliseo lhes disse: Não é este o caminho, nem _é_ esta a cidade; segui-me, e guiar-vos-hei ao homem que buscaes. E os guiou a Samaria. 20 E succedeu que, chegando elles a Samaria, disse Eliseo: Ó Senhor, abre a estes os olhos para que vejam. O Senhor lhes abriu os olhos, para que vissem, e eis que _estavam_ no meio de Samaria. 21 E, quando o rei de Israel os viu, disse a Eliseo: Feril-_os_-hei, feril-_os_-hei, meu pae? 22 Mas elle disse: Não _os_ ferirás; feririas tu os que tomasses prisioneiros com a tua espada e com o teu arco? [7] põe-lhes diante pão e agua, para que comam e bebam, e se vão para seu senhor. 23 E apresentou-lhes um grande banquete, e comeram e beberam; e os despediu e foram para seu senhor: e não entraram mais tropas [8] de syros na terra d’Israel. _Samaria é cercada._ 24 E succedeu, depois d’isto, que Ben-hadad, rei da Syria, ajuntou todo o seu exercito: e subiu, e cercou a Samaria. 25 E houve grande fome em Samaria, porque eis que a cercaram, até que se vendeu uma cabeça d’um jumento por oitenta [KK] peças de prata, e a quarta parte _d’um_ cabo d’esterco de pombas por cinco _peças_ de prata. 26 E succedeu que, passando o rei pelo muro, uma mulher lhe bradou, dizendo: Acode-_me_, ó rei meu senhor. 27 E elle lhe disse: _Se_ o Senhor te não acode, d’onde te acudirei _eu_? da eira ou do lagar? 28 Disse-lhe mais o rei: Que tens? E disse ella: Esta mulher me disse: Dá _cá_ o teu filho, para que hoje o comamos, e ámanhã comeremos o meu filho. 29 Cozemos pois [9] o meu filho, e o comemos; mas dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá _cá_ o teu filho, para que o comamos; escondeu o seu filho. 30 E succedeu que, ouvindo o rei as palavras d’esta mulher, rasgou os seus [10] vestidos, e ia passando pelo muro; e o povo viu que eis que _trazia_ cilicio por dentro, sobre a sua carne. 31 E disse: Assim me faça [11] Deus, e outro tanto, se a cabeça de Eliseo, filho de Saphat, hoje ficar sobre elle. 32 Estava então Eliseo assentado em sua casa, e _tambem_ os [12] anciãos estavam assentados com elle. E enviou o rei um homem de diante de si; mas, antes que o mensageiro viesse a elle, disse elle aos anciãos: [13] Vistes como o filho do homicida mandou tirar-me a cabeça? olhae _pois que_, quando vier o mensageiro _lhe_ fecheis a porta, e o empuxeis para _fóra_ com a porta; _porventura_ não vem o ruido dos pés de seu senhor após elle? 33 E, estando elle ainda fallando com elles, eis que o mensageiro descia a elle; e disse: Eis que este mal _vem_ do Senhor, [14] que mais _pois_ esperaria do Senhor? [1] cap. 4.38. [2] cap. 2.21. [3] Gen. 37.17. [4] II Chr. 32.7. Rom. 8.31. [5] cap. 2.11. Zac. 1.8 e 6.1-7. [6] Gen. 19.11. [7] Rom. 12.20. [8] ver. 8, 9. cap. 5.2. [9] Lev. 26.26. Deu. 28.53, 57. [10] I Reis 21.27. [11] Ruth 1.17. I Reis 19.2. [12] Eze. 8.1 e 20.1. [13] Luc. 13.32. I Reis 18.4. [14] Job 2.9. _Eliseo prediz a abundancia de viveres._ [Antes de Christo 892] 7 Então disse Eliseo: Ouvi a palavra do Senhor: assim diz o Senhor: Ámanhã, [1] quasi a este tempo, uma medida de farinha _haverá_ por um siclo, e duas medidas de cevada por um siclo, á porta de Samaria. 2 Porém um capitão, [2] em cuja mão o rei se encostava, respondeu ao homem de Deus e disse: Eis que ainda que o Senhor fizesse janellas no céu, poder-se-hia fazer isso? E elle disse: Eis que _o_ verás com os teus olhos, porém d’ahi não comerás. 3 E quatro homens leprosos estavam á entrada [3] da porta, os quaes disseram uns aos outros: Para que estaremos nós aqui até morrermos? 4 Se dissermos: Entremos na cidade, ha fome na cidade, e morreremos ahi; e se ficarmos aqui, tambem morreremos: vamos nós pois agora, e demos comnosco no arraial dos syros: se nos deixarem viver, viveremos, e se nos matarem, tão sómente morreremos. 5 E levantaram-se ao crepusculo, para se irem ao arraial dos syros: e, chegando á entrada do arraial dos syros, eis que não _havia_ ali ninguem. 6 Porque o Senhor fizera [4] ouvir no arraial dos syros ruido de carros e ruido de cavallos, _como_ o ruido d’um grande exercito; de maneira que disseram uns aos outros: Eis que o rei d’Israel alugou contra nós os reis dos hetheos e [5] os reis dos egypcios, para virem contra nós. 7 Pelo que se levantaram, [6] e fugiram no crepusculo, e deixaram as suas tendas, e os seus cavallos, e os seus jumentos, _e_ o arraial como estava: e fugiram para _salvarem_ a sua vida. 8 Chegando pois estes leprosos á entrada do arraial, entraram n’uma tenda, e comeram e beberam e tomaram d’ali prata, e oiro, e vestidos, e foram e _os_ esconderam: então voltaram, e entraram em outra tenda, _e_ d’ali tambem tomaram, e _o_ esconderam. 9 Então disseram uns para os outros: Não fazemos bem: este dia _é_ dia de boas novas, e nos calamos; se esperarmos até á luz da manhã, algum mal nos sobrevirá; pelo que agora vamos, e o annunciemos á casa do rei. 10 Vieram pois, e bradaram aos porteiros da cidade, e lhes annunciaram, dizendo: Fomos ao arraial dos syros e eis que lá não _havia_ ninguem, nem voz de homem, porém só cavallos atados, e jumentos atados, e as tendas como estavam _d’antes_. 11 E chamaram os porteiros, e o annunciaram dentro da casa do rei. 12 E o rei se levantou de noite, e disse a seus servos: Agora vos farei saber o que é que os syros nos fizeram: _bem_ sabem elles que esfaimados _estamos_, pelo que sairam do arraial, a esconder-se pelo campo, dizendo: Quando sairem da cidade, então os tomaremos vivos, e entraremos na cidade. 13 Então um dos seus servos respondeu e disse: Tomem-se pois cinco dos cavallos do resto que ficaram aqui _dentro_ (eis que _são_ como toda a multidão dos israelitas que ficaram aqui de resto, e eis que _são_ como toda a multidão dos israelitas que _já_ pereceram) e enviemol-os, e vejamos. 14 Tomaram pois dois cavallos de carro; e o rei os enviou após o exercito dos syros, dizendo: Ide, e vêde. 15 E foram após elles até ao Jordão, e eis que todo o caminho _estava_ cheio de vestidos e de aviamentos, que os syros, apressando-se, lançaram fóra: e voltaram os mensageiros, e o annunciaram ao rei: 16 Então saiu o povo, e saqueou o arraial dos syros: e havia uma medida de farinha por um siclo, e duas medidas de cevada por um siclo, conforme [7] a palavra do Senhor. 17 E pozera o rei á porta o capitão em cuja mão se encostava; e o povo o atropellou na porta, e morreu, como fallara o [8] homem de Deus, o que fallou quando o rei descera a elle. 18 Porque _assim_ succedeu como o homem de Deus fallara ao rei dizendo: Ámanhã, quasi a este tempo, [9] haverá duas medidas de cevada por um siclo, e uma medida de farinha por um siclo, á porta de Samaria. 19 E aquelle capitão respondeu ao homem de Deus, e disse: Eis que ainda que o Senhor fizesse janellas no céu, poder-se-hia isso fazer conforme essa palavra? E elle disse: Eis que o verás com os teus olhos, porém d’ahi não comerás. 20 E assim lhe succedeu, porque o povo o atropellou á porta, e morreu. [1] ver. 18, 19. [2] ver. 17, 19, 20. Mal. 3.10. [3] Lev. 13.46. [4] II Sam. 5.24. cap. 19.7. Job 15.21. [5] I Reis 10.29. [6] Pro. 28.1. [7] ver. 1. [8] ver. 2. cap. 6.32. [9] ver. 1. _A sunamita volta para a sua terra._ [Antes de Christo 885] 8 E fallou Eliseo áquella mulher cujo [1] filho vivificara, dizendo: Levanta-te, e vae-te, tu e a tua familia, e peregrina onde poderes peregrinar; porque o Senhor chamou [2] a fome, a qual tambem virá á terra _por_ sete annos. 2 E levantou-se a mulher, e fez conforme a palavra do homem de Deus: porque foi ella com a sua familia, e peregrinou na terra dos philisteos sete annos. 3 E succedeu que, ao cabo dos sete annos, a mulher voltou da terra dos philisteos, e saiu a clamar ao rei pela sua casa e pelas suas terras. 4 Ora o rei fallava [3] a Geazi, moço do homem de Deus, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseo tem feito. 5 E succedeu que, contando elle ao rei [4] como vivificara a um morto, eis que a mulher cujo filho vivificara clamou ao rei pela sua casa e pelas suas terras: então disse Geazi: Ó rei meu senhor, esta _é_ a mulher, e este o seu filho a quem Eliseo vivificou. 6 E o rei perguntou á mulher, e ella lh’o contou: então o rei lhe deu um eunucho, dizendo: Faze-_lhe_ restituir tudo quanto _era_ seu, e todas as rendas das terras desde o dia em que deixou a terra até agora. _Hazael mata a Benhadad._ 7 Depois veiu Eliseo a Damasco, estando Benhadad, rei da Syria, doente; e lh’o annunciaram, dizendo: O homem de Deus é chegado aqui. 8 Então o rei disse a [5] Hazael: Toma _um_ presente na tua mão, e vae a encontrar-te com o homem de Deus; e pergunta [6] por elle ao Senhor, dizendo: Hei de eu sarar d’esta doença? 9 Foi pois Hazael a encontrar-se com elle, e tomou _um_ presente na sua mão, a saber: _de_ todo o bom de Damasco, quarenta camelos carregados; e veiu, e se poz diante d’elle, e disse: Teu filho Benhadad, rei da Syria, me enviou a ti, a dizer: Sararei eu d’esta doença? 10 E Eliseo lhe disse: Vae, e dize-lhe: Certamente não sararás. Porque o Senhor me tem mostrado que [7] certamente morrerá. 11 E affirmou a sua vista, e fitou _os olhos_ n’elle até se envergonhar: [8] e chorou o homem de Deus. 12 Então disse Hazael: Porque chora, meu senhor? E elle disse: Porque sei o mal que [9] has de fazer aos filhos d’Israel: porás fogo ás suas fortalezas, e os seus mancebos matarás á espada, e os seus meninos [10] despedaçarás, e as suas prenhadas fenderás. 13 E disse Hazael: Pois que é teu servo, [11] que não é mais do que um cão, para fazer tão grande coisa? E disse Eliseo: O Senhor me tem mostrado [12] que tu _has de ser_ rei da Syria. 14 Então partiu de Eliseo, e veiu a seu senhor, o qual lhe disse: Que te disse Eliseo? E disse elle: Disse-me _que_ certamente sararás. 15 E succedeu ao outro dia que tomou um cobertor, e o molhou na agua, e o estendeu sobre o seu rosto, e morreu: e Hazael reinou em seu logar. _O reinado de Jorão._ 16 E no anno quinto de [13] Jorão, filho de Achab, rei de Israel, reinando _ainda_ Josaphat em Judah, começou a reinar Jehorão, filho de Josaphat, rei de Judah. 17 Era elle da edade de trinta [14] e dois annos quando começou a reinar, e oito annos reinou em Jerusalem. 18 E andou no caminho dos reis d’Israel, como _tambem_ fizeram os da casa de Achab, porque tinha por mulher a filha [15] de Achab, e fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor. 19 Porém o Senhor não quiz destruir a Judah por amor de David, seu servo, [16] como lhe tinha dito que lhe daria para sempre uma lampada a seus filhos. 20 Nos seus dias se rebellaram os [17] edomitas de debaixo do mando de Judah, e [18] pozeram sobre si _um_ rei. 21 Pelo que Jehorão passou a Zair, e todos os carros com elle: e elle se levantou de noite, e feriu os edomitas que estavam ao redor d’elle, e os capitães dos carros; e o povo se foi para as suas tendas. 22 Todavia os edomitas ficaram rebeldes de debaixo do mando de Judah até _ao dia de_ hoje: então _tambem_ se rebellou [19] Libna no mesmo tempo. 23 O mais dos successos de Jehorão, e tudo quanto fez, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas de Judah? 24 E Jehorão dormiu com seus paes, e foi sepultado com seus paes na cidade de David: [20] e Achazias, seu filho, reinou em seu logar. _O reinado de Achazias._ 25 No anno doze de Jorão, filho de Achab, rei d’Israel, começou a reinar Achazias, filho de Jehorão, rei de Judah. 26 _Era_ Achazias [21] de vinte e dois annos de edade quando começou a reinar, e reinou um anno em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Athalia, filha de Omri, rei d’Israel. 27 E andou [22] no caminho da casa de Achab, e fez mal aos olhos do Senhor, como a casa de Achab, porque _era_ genro da casa de Achab. 28 E foi com [23] Jorão, filho de Achab, a Ramoth de Gilead, á peleja contra Hazael, rei da Syria; e os syros feriram a Jorão. 29 Então [24] se voltou o rei Jorão para se curar em Jizreel das feridas que os syros lhe fizeram em Rama, quando pelejou contra Hazael, rei da Syria; e desceu Achazias, [25] filho de Jehorão, rei de Judah, para ver a Jorão, filho de Achab, em Jizreel, porquanto estava doente. [1] cap. 4.35. [2] Agg. 1.11. [3] cap. 5.27. [4] cap. 4.35. [5] I Reis 19.15. I Sam. 9.7. I Reis 14.3. cap. 5.5. [6] cap. 1.2. [7] ver. 15. [8] Luc. 19.41. [9] cap. 10.32 e 12.17 e 13.3, 7. Amós 1.3. [10] cap. 15.16. Ose. 13.16. Amós 1.13. [11] I Sam. 17.43. [12] I Reis 19.15. [13] II Chr. 21.3, 4. [14] II Chr. 21.5, etc. [15] ver. 26. [16] II Sam. 7.13. I Reis 11.36 e 15.4. II Chr. 21.7. [17] Gen. 27.40. cap. 3.27. II Chr. 21.8, 9, 10. [18] I Reis 22.47. [19] II Chr. 21.10. [20] II Chr. 22.1. [21] II Chr. 22.2. [22] II Chr. 22.3, 4. [23] II Chr. 22.5. [24] cap. 9.15. [25] cap. 9.16. II Chr. 22.6, 7. _Jehu é ungido rei de Israel e mata a Jorão e a Jezabel._ [Antes de Christo 884] 9 Então o propheta Eliseo chamou um dos filhos [1] dos prophetas, e lhe disse: Cinge os teus lombos, e toma esta almotolia de azeite na tua mão, e vae-te a Ramoth de Gilead; 2 E, chegando lá, vê onde está Jehu, filho de Josaphat, filho de Nimsi: e entra, e faze que elle se levante do meio de seus irmãos, [2] e leva-o á camara interior. 3 E toma [3] a almotolia de azeite, e derrama-o sobre a sua cabeça, e dize: Assim diz o Senhor: Ungi-te rei sobre Israel. Então abre a porta, e foge, e não te detenhas. 4 Foi pois o mancebo, o joven propheta, a Ramoth de Gilead. 5 E, entrando elle, eis que os capitães do exercito _estavam_ assentados ali; e disse: Capitão, tenho _uma_ palavra que te dizer. E disse Jehu: A qual de todos nós? E disse: A ti, capitão! 6 Então se levantou, e entrou na casa, e derramou o azeite sobre a sua cabeça, e lhe disse: [4] Assim diz o Senhor Deus de Israel: Ungi-te rei sobre o povo do Senhor, sobre Israel. 7 E ferirás a casa de Achab, teu senhor, para que eu vingue [5] o sangue de meus servos, os prophetas, e o sangue de todos os servos do Senhor da mão de Jezabel. 8 E toda a casa de Achab perecerá; [6] e destruirei d’Achab todo o varão, tanto o encerrado como o desamparado em Israel. 9 Porque á casa d’Achab hei de fazer como á casa de Jeroboão, [7] filho de Nebat, e como á casa de Baása, filho d’Ahias. 10 E os cães comerão a Jezabel no pedaço [8] de campo de Jizreel; não _haverá_ quem _a_ enterre. Então abriu a porta, e fugiu. 11 E, saindo Jehu aos servos do seu senhor, disseram-lhe: Vae tudo bem? porque veiu a ti [9] este louco? E elle lhes disse: Bem conheceis o homem e o seu fallar. 12 Mas _elles_ disseram: É mentira; agora faze-nol-o saber. E disse: Assim e assim me fallou, dizendo: Assim diz o Senhor: Ungi-te rei sobre Israel. 13 Então se apressaram, e tomou cada [10] um o seu vestido, e o poz debaixo d’elle, no mais alto degrau: e tocaram a buzina, e disseram: Jehu reina! 14 Assim Jehu, filho de Josaphat, filho de Nimsi, conspirou contra Jorão. Tinha porém Jorão cercado a Ramoth de Gilead, elle e todo o Israel, por causa de Hazael, rei da Syria. 15 Porém o rei Jorão voltou [11] para se curar em Jizreel das feridas que os syros lhe fizeram, quando pelejou contra Hazael, rei da Syria. E disse Jehu: Se é da vossa vontade, ninguem saia da cidade, nem escape, para ir denunciar _isto_ em Jizreel. 16 Então Jehu subiu a um carro, e foi-se a Jizreel, porque Jorão estava deitado ali: e _tambem_ Achazias, [12] rei de Judah, descera para vêr a Jorão. 17 E o atalaia estava na torre de Jizreel, e viu a tropa de Jehu, que vinha, e disse: Vejo uma tropa. Então disse Jorão: Toma um cavalleiro, e envia-lh’o ao encontro; e diga: Ha paz? 18 E o cavalleiro lhe foi ao encontro, e disse: Assim diz o rei: Ha paz? E disse Jehu: Que tens tu que fazer com a paz? Vira-te para traz de mim. E o atalaia o fez saber, dizendo: Chegou a elles o mensageiro, porém não volta. 19 Então enviou outro cavalleiro; e, chegando este a elles, disse: Assim diz o rei: Ha paz? E disse Jehu: Que tens tu que fazer com a paz? Vira-te para traz de mim. 20 E o atalaia o fez saber, dizendo: _Tambem_ este chegou a elles, porém não volta; e o andar parece como o andar de Jehu, filho de Nimsi, porque anda furiosamente. 21 Então disse Jorão: Apparelha o carro. E apparelharam o seu carro. E saiu Jorão, [13] rei de Israel, e Achazias, rei de Judah, cada um em seu carro, e sairam ao encontro a Jehu, e o acharam no pedaço _de campo_ de Naboth, o jizreelita. 22 E succedeu que, vendo Jorão a Jehu, disse: Ha paz, Jehu? E disse elle: Que paz, emquanto as fornicações da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias _são_ tantas? 23 Então Jorão voltou as mãos, e fugiu; e disse a Achazias: Traição _ha_, Achazias. 24 Mas Jehu entesou o seu arco com toda a força, e feriu a Jorão entre os braços, e a frecha lhe saiu pelo coração; e se encurvou no seu carro. 25 Então _Jehu_ disse a Bidkar, seu capitão: Toma-o, lança-o no pedaço do campo de Naboth, o jizreelita; porque, lembra-te de que, indo eu e tu juntos a cavallo após seu pae, Achab, [14] o Senhor poz sobre elle esta carga, _dizendo_: 26 Por certo _que_ se eu não visse hontem á tarde o sangue de Naboth e o sangue de seus filhos, diz o Senhor, tambem não t’o [15] pagaria n’este pedaço _de campo_, diz o Senhor. Agora, pois, toma-o, e lança-o n’este pedaço _de campo_, conforme a palavra do Senhor. 27 _O que_ vendo Achazias, rei de Judah, fugiu pelo caminho da casa do jardim, porém Jehu seguiu após elle, e disse: Tambem feri a este no carro á subida de Gur, que _está_ junto a Jibleam. E fugiu a [16] Megiddo, e morreu ali. 28 E seus servos o levaram n’um carro a Jerusalem, e o sepultaram na sua sepultura junto a seus paes, na cidade de David. 29 (E no anno undecimo de Jorão, filho d’Achab, começou Achazias a reinar sobre Judah.) 30 E Jehu veiu a Jizreel, o que ouvindo Jezabel, se pintou em volta dos olhos, [17] e enfeitou a sua cabeça, e olhou pela janella. 31 E, entrando Jehu pelas portas, disse ella: Teve paz Zimri, [18] que matou a seu senhor? 32 E levantou elle o rosto para a janella e disse: Quem _é_ comigo? quem? E dois ou tres eunuchos olharam para elle. 33 Então disse elle: Lançae-a _d’alto_ abaixo. E lançaram-a _d’alto_ abaixo: e foram salpicados com o seu sangue a parede e os cavallos, e elle a atropellou. 34 Entrando elle pois, e havendo comido e bebido, disse: Olhae por aquella maldita, e sepultae-a, [19] porque _é_ filha de rei. 35 E foram para a sepultar; porém não acharam d’ella senão _sómente_ a caveira, e os pés, e as palmas das mãos. 36 Então voltaram, e lh’o fizeram saber; e elle disse: Esta _é_ a palavra do Senhor, a qual fallou pelo ministerio de Elias, o tesbita, seu servo, dizendo: No pedaço _do [20] campo_ de Jizreel os cães comerão a carne de Jezabel. 37 E o cadaver de Jezabel será como esterco sobre o campo, no pedaço de Jizreel: que se não possa dizer: Esta _é_ Jezabel. [1] I Reis 20.35. cap. 4.29. Jer. 1.17. cap. 8.28, 29. [2] ver. 5, 11. [3] I Reis 19.16. [4] I Reis 19.16. II Chr. 22.7. [5] I Reis 18.4 e 21.15. [6] I Reis 14.10 e 21.21. I Sam. 25.22. Deu. 32.36. [7] I Reis 14.10 e 15.29 e 21.22. I Reis 16.3, 11. [8] ver. 35, 36. I Reis 21.23. [9] Jer. 29.26. João 10.20. Act. 26.24. I Cor. 4.10. [10] Mat. 21.7. [11] cap. 8.29. [12] cap. 8.29. [13] II Chr. 22.7. [14] I Reis 21.29. [15] I Reis 21.19. [16] II Chr. 22.9. [17] Eze. 23.40. [18] I Reis 16.9-20. [19] I Reis 16.31. [20] I Reis 21.23. _Jehu extermina a casa de Achab._ 10 E Achab tinha setenta filhos em Samaria: e Jehu escreveu cartas, e _as_ enviou a Samaria, aos chefes de Jizreel, aos anciãos, e aos aios de Achab, dizendo: 2 Logo, em chegando a vós esta carta, pois estão comvosco os filhos de vosso senhor, como tambem os carros, e os cavallos, e a cidade fortalecida, e as armas, 3 Olhae pelo melhor e mais recto dos filhos de vosso senhor, o qual ponde sobre o throno de seu pae, e pelejae pela casa de vosso senhor. 4 Porém elles temeram muitissimo, e disseram: Eis que dois reis não _poderam_ parar diante d’elle; como pois poderemos nós resistir-lhe? 5 Então o que tinha cargo da casa, e o que tinha cargo da cidade, e os anciãos, e os aios enviaram a Jehu, dizendo: Teus servos somos, e tudo quanto nos disseres faremos; a ninguem poremos rei: faze o _que for_ bom aos teus olhos. 6 Então segunda vez lhe escreveu outra carta, dizendo: Se sois meus, e ouvirdes a minha voz, tomae as cabeças dos homens, filhos de vosso senhor, e ámanhã, a este tempo vinde a mim a Jizreel (e os filhos do rei, setenta homens, _estavam_ com os grandes da cidade, que os mantinham.) 7 Succedeu pois que, chegada a elles a carta, tomaram os filhos do rei, e os mataram, setenta homens: e pozeram as [1] suas cabeças n’uns cestos, e lh’as mandaram a Jizreel. 8 E um mensageiro veiu, e lhe annunciou dizendo: Trouxeram as cabeças dos filhos do rei. E elle disse: Ponde-as em dois montões á entrada da porta, até ámanhã. 9 E succedeu que pela manhã, saindo elle, parou, e disse a todo o povo: Vós _sois_ justos: [2] eis que eu conspirei contra o meu senhor, e o matei; mas quem feriu a todos estes? 10 Sabei _pois_ agora [3] que, da palavra do Senhor, que o Senhor fallou contra a casa de Achab, nada cairá em terra, porque o Senhor tem feito o que fallou [4] pelo ministerio de seu servo Elias. 11 Tambem Jehu feriu a todos os restantes da casa de Achab em Jizreel, como tambem a todos os seus grandes, e os seus conhecidos, e seus sacerdotes, até que nenhum lhe deixou ficar de resto. 12 Então se levantou e partiu, e foi a Samaria. E, estando no caminho, em [KL] Beth-eked dos pastores, 13 Jehu achou [5] os irmãos de Achazias, rei de Judah, e disse: Quem _sois_ vós? E elles disseram: Os irmãos de Achazias _somos_; e descemos a saudar os filhos do rei e os filhos da rainha. 14 Então disse elle: Apanhae-os vivos. E elles os apanharam vivos, e os mataram junto ao poço de Beth-eked, quarenta e dois homens; e a nenhum d’elles deixou de resto. _Jehu encontra a Jonadab e mata os servos de Baal._ 15 E, partindo d’ali, encontrou a [6] Jonadab, filho de Recab, _que_ lhe _vinha_ ao encontro, o qual saudou e lhe disse: Recto é o teu coração, como o meu coração é com o teu coração? E disse Jonadab: É. Então se é, dá-me [7] a mão. E deu-lhe a mão, e fel-o subir comsigo ao carro. 16 E disse: Vae comigo, e verás o meu zelo [8] para com o Senhor. E o pozeram no seu carro. 17 E, chegando a Samaria, feriu [9] a todos os que ficaram de Achab em Samaria, até que o destruiu, conforme a [10] palavra do Senhor, que dissera a Elias, 18 E ajuntou Jehu a todo o povo, e disse-lhe: Pouco serviu [11] Achab a Baal; Jehu _porém_ muito o servirá. 19 Pelo que chamae-me agora todos os prophetas de Baal, [12] todos os seus servos e todos os seus sacerdotes; não falte nenhum, porque tenho _um_ grande sacrificio a Baal; todo aquelle que faltar não viverá. Porém Jehu fazia _isto_ com astucia, para destruir os servos de Baal. 20 Disse mais Jehu: Consagrae a Baal uma assembléa solemne. E a apregoaram. 21 Tambem Jehu enviou por todo o Israel: e vieram todos os servos de Baal, e nenhum homem _d’elles_ ficou que não viesse: e entraram na [13] casa de Baal, e encheu-se a casa de Baal, d’um lado ao outro. 22 Então disse ao que tinha cargo das vestimentas: Tira as vestimentas para todos os servos de Baal. E elle lhes tirou para fóra as vestimentas. 23 E entrou Jehu com Jonadab, filho de Recab, na casa de Baal, e disse aos servos de Baal: Examinae, e vede _bem_, que porventura nenhum dos servos do Senhor aqui haja comvosco, senão sómente os servos de Baal. 24 E, entrando _elles_ a fazerem sacrificios e holocaustos, Jehu preparou da parte de fóra oitenta homens, e disse-_lhes_: Se escapar algum dos homens que eu entregar em vossas mãos, a vossa vida [14] _será_ pela vida d’elle. 25 E succedeu que, acabando de fazer o holocausto, disse Jehu aos da sua guarda, e aos capitães: Entrae, feri-os, não escape nenhum. E os feriram ao fio da espada; e os da guarda e os capitães _os_ lançaram fóra, e se foram á cidade, á casa de Baal. 26 E tiraram [KM] as estatuas da casa de Baal, [15] e as queimaram. 27 Tambem quebraram a estatua de Baal: e derrubaram a casa de Baal, e fizeram d’ella [16] latrinas, até _ao dia d’_hoje. 28 E _assim_ Jehu destruiu a Baal de Israel. 29 Porém não se apartou Jehu de seguir os peccados de Jeroboão, filho de Nebat, que fez peccar a Israel, _a saber_: dos bezerros [17] d’oiro, que _estavam_ em Bethel e em Dan. 30 Pelo que disse o Senhor a Jehu: Porquanto bem obraste em fazer o _que é_ recto aos meus olhos _e_, conforme tudo quanto _eu tinha_ no meu coração, se fizesse á casa de Achab, [18] teus filhos até á quarta _geração_ se assentarão no throno de Israel. 31 Mas Jehu não teve cuidado de andar com todo o seu coração na lei do Senhor Deus de Israel, nem se apartou dos peccados [19] de Jeroboão, que fez peccar a Israel. 32 N’aquelles dias começou o Senhor a diminuir _os termos_ d’Israel; [20] porque Hazael os feriu em todas as fronteiras d’Israel, 33 Desde o Jordão até ao nascente do sol, a toda a terra de Gilead; os gaditas, e os rubenitas, e os manassitas, desde Aroer, que _está_ junto ao ribeiro d’Arnon, _a saber_, Gilead, e [21] Basan. 34 Ora o mais dos successos de Jehu, e tudo quanto fez, e todo o seu poder, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas d’Israel? 35 E Jehu dormiu com seus paes, e o sepultaram em Samaria: e Joachaz, seu filho, reinou em seu logar. 36 E os dias que Jehu reinou sobre Israel em Samaria _foram_ vinte e oito annos. [1] I Reis 21.21. [2] cap. 9.14, 24. [3] I Sam. 3.19. [4] I Reis 21.19, 29. [5] cap. 8.29. II Chr. 22.8. [6] Jer. 35.6, etc. I Chr. 2.55. [7] Esd. 10.19. [8] I Reis 19.10. [9] cap. 9.8. II Chr. 22.8. [10] I Reis 21.21. [11] I Reis 16.31, 32. [12] I Reis 22.6. [13] I Reis 16.32. [14] I Reis 20.39. [15] I Reis 14.23. [16] Esd. 6.11. Dan. 2.5 e 3.29. [17] I Reis 12.28, 29. [18] ver. 35. cap. 13.1, 10 e 14.23 e 15.8, 12. [19] I Reis 14.16. [20] cap. 8.12. [21] Amós 1.3. _Athalia manda matar a familia real—Joás escapa e é ungido rei._ [Antes de Christo 878] 11 Vendo pois Athalia, [1] mãe de Achazias, que seu filho era morto, levantou-se, e destruiu toda a semente real. 2 Mas Josebath, filha do rei Jorão, irmã de Achazias, tomou a Joás, filho de Achazias, e o furtou d’entre os filhos do rei, aos quaes matavam, _e o poz_, a elle e á sua ama na recamara, e o escondeu d’Athalia, e _assim_ não o mataram. 3 E esteve com ella escondido na casa do Senhor seis annos: e Athalia reinava sobre a terra. 4 E no setimo [2] anno enviou Joiada, e tomou os centuriões, com os capitães, e com os da guarda, e os metteu comsigo na casa do Senhor: e fez com elles um concerto e os ajuramentou na casa do Senhor, e lhes mostrou o filho do rei. 5 E deu-lhes ordem, dizendo: Esta _é_ a obra que vós haveis de fazer: uma terça parte de vós, que entra no sabbado, fará a guarda da casa do rei: 6 E _outra_ terça parte _estará_ á porta Sur; e a _outra_ terça parte á porta detraz [3] dos da guarda: assim fareis a guarda d’esta casa, affastando _a todos_. 7 E as duas partes de vós, _a saber_, todos os que saem no sabbado, farão a guarda da casa do Senhor junto ao rei. 8 E rodeareis o rei, cada um com as suas armas nas mãos, e aquelle que entrar entre as fileiras o matarão; e vós estareis com o rei quando sair e quando entrar. 9 Fizeram pois os centuriões [4] conforme tudo quanto ordenara o sacerdote Joiada, tomando cada um os seus homens, tanto aos que entravam no sabbado como aos que sahiam no sabbado; e vieram ao sacerdote Joiada. 10 E o sacerdote deu aos centuriões as lanças, e os escudos que haviam sido do rei David, que _estavam_ na casa do Senhor. 11 E os da guarda se pozeram, cada um com as armas na mão, desde o lado direito da casa até ao lado esquerdo da casa, da banda do altar, e da banda da casa, junto ao rei em redor. 12 Então elle tirou o filho do rei, e lhe poz a corôa, e _lhe deu_ o testemunho; e o fizeram rei, e o ungiram, e bateram as mãos, e disseram: [5] Viva o rei! 13 E Athalia, ouvindo [6] a voz dos da guarda _e_ do povo, entrou ao povo na casa do Senhor. 14 E olhou, e eis que o rei estava junto á columna, conforme o [7] costume, e os capitães e as trombetas junto ao rei, e todo o povo da terra estava alegre e tocava as trombetas: então Athalia rasgou os seus vestidos, e clamou: Traição! Traição! 15 Porém o sacerdote Joiada deu ordem aos centuriões que commandavam as tropas, e disse-lhes: Tirae-a para fóra das fileiras, e a quem a seguir matae-o á espada. Porque o sacerdote disse: Não a matem na casa do Senhor. 16 E lançaram-lhe as mãos a ella, e foi pelo caminho da entrada dos cavallos á casa do rei, e ali a mataram. 17 E Joiada [8] fez um concerto entre o Senhor e o rei e o povo, que seria o povo do Senhor; como tambem entre o rei e o povo. 18 Então todo o povo da terra entrou na casa de [9] Baal, e a derribaram, como tambem os seus altares, e as suas imagens totalmente quebraram, e a Mattan, sacerdote de Baal, mataram perante os altares: então o sacerdote poz officiaes sobre a casa do Senhor. 19 E tomou os centuriões, e os capitães, e os da guarda, e todo o povo da terra: e conduziram da casa do Senhor o rei, e vieram, pelo caminho da porta dos da guarda, á casa do rei, e se assentou no throno dos reis. 20 E todo o povo da terra se alegrou, e a cidade repousou, depois que mataram a Athalia á espada _junto_ á casa do rei. 21 _Era_ Joás da edade de sete annos quando o fizeram rei. [1] II Chr. 22.10. cap. 8.26. [2] II Chr. 23.1, etc. [3] I Chr. 9.2, 5. [4] II Chr. 23.8. [5] I Sam. 10.24. [6] II Chr. 23.12, etc. [7] cap. 23.3. II Chr. 34.31. [8] II Chr. 23.16. II Sam. 5.3. [9] cap. 10.26. Deu. 12.3. II Chr. 23.17, 18, etc. _Joás manda reparar o templo._ [Antes de Christo 856] 12 No anno setimo de Jehu começou a reinar [1] Joás, e quarenta annos reinou em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Zibia, de Berseba. 2 E fez Joás o _que era_ recto aos olhos do Senhor todos os dias em que o sacerdote Joiada o dirigia. 3 Tão sómente os [2] altos se não tiraram: _porque_ ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos. 4 E disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro [3] das coisas sanctas que se trouxer á casa do Senhor, _a saber_, o dinheiro d’aquelle que passa _o arrolamento_, o dinheiro de cada uma das pessoas, _segundo_ a sua avaliação, _e_ todo o dinheiro que trouxer cada um voluntariamente [4] para a casa do Senhor, 5 Os sacerdotes o recebam, cada um dos seus conhecidos; e elles reparem as [KN] quebraduras da casa, segundo toda a quebradura que se achar n’ella. 6 Succedeu porém que, no anno vinte e tres do rei Joás, os sacerdotes _ainda_ [5] não tinham reparado as quebraduras da casa. 7 Então o rei Joás chamou [6] o sacerdote Joiada e os _mais_ sacerdotes, e lhes disse: Porque não reparaes as quebraduras da casa? Agora, pois, não tomeis _mais_ dinheiro de vossos conhecidos, mas dae-o pelas quebraduras da casa. 8 E consentiram os sacerdotes em não tomarem _mais_ dinheiro do povo, nem em repararem as quebraduras da casa. 9 Porem o sacerdote Joiada tomou uma [KO] arca, [7] e fez um buraco na tampa; e a poz ao pé do altar, á mão direita dos que entravam na casa do Senhor: e os sacerdotes que guardavam a entrada da porta mettiam ali todo o dinheiro que se trazia á casa do Senhor. 10 Succedeu pois que, vendo elles que já havia muito dinheiro na arca, o escrivão do rei subia com o summo sacerdote, e contavam e ensacavam o dinheiro que se achava na casa do Senhor. 11 E o dinheiro, depois de pesado, davam nas mãos dos que faziam a obra, que tinham a seu cargo a casa do Senhor: e elles o distribuiam aos carpinteiros, e aos edificadores que reparavam a casa do Senhor; 12 Como tambem aos pedreiros e aos cabouqueiros, e para se comprar madeira e pedras de cantaria para repararem as quebraduras da casa do Senhor, e para tudo quanto para a casa se dava para _a_ repararem. 13 Todavia, do [8] dinheiro que se trazia á casa do Senhor não se faziam _nem_ taças de prata, _nem_ garfos, _nem_ bacias, _nem_ trombetas, _nem_ nenhum vaso de oiro ou vaso de prata para a casa do Senhor. 14 Porque o davam aos que faziam a obra, e reparavam com elle a casa do Senhor. 15 Tambem não pediam contas [9] aos homens em cujas mãos entregavam aquelle dinheiro, para o dar aos que faziam a obra, porque obravam com fidelidade. 16 _Mas_ o dinheiro de sacrificio por delictos, e o dinheiro [10] por sacrificio de peccados, se não trazia á casa do Senhor; _porém_ era para os sacerdotes. 17 Então subiu Hazael, [11] rei da Syria, e pelejou contra Gath, e a tomou: depois Hazael fez rosto a marchar contra Jerusalem. 18 Porém Joás, rei de Judah, tomou todas [12] as coisas sanctas que Josaphat, e Jorão, e Achazias, seus paes, reis de Judah, consagraram, como tambem todo o oiro que se achou nos thesouros da casa do Senhor e na casa do rei: e o mandou a Hazael, rei da Syria; e _então_ se retirou de Jerusalem. 19 Ora o mais dos successos de Joás, e tudo quanto fez _mais_, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 20 E levantaram-se os [13] seus servos, e conspiraram _contra elle_: e feriram a Joás na casa de Millo, que desce para Silla. 21 Porque Jozacar, [14] filho de Simeath, e Jozabad, filho de Somer, seus servos, o feriram, e morreu, e o sepultaram com seus paes na cidade de David: e Amasias, [15] seu filho, reinou em seu logar. [1] II Chr. 24.1. [2] I Reis 15.14 e 22.43. cap. 14.4. [3] cap. 22.4. Exo. 30.13. [4] Exo. 35.5. I Chr. 29.9. [5] II Chr. 24.5. [6] II Chr. 24.6. [7] II Chr. 24.8, etc. [8] II Chr. 24.14. [9] cap. 22.7. [10] Lev. 5.15, 18. Lev. 7.7. Num. 18.9. [11] cap. 8.12. II Chr. 24.23. [12] I Reis 15.18. cap. 18.15, 16. [13] cap. 14.5. II Chr. 24.25. [14] II Chr. 24.26. [15] II Chr. 24.27. _Joachaz e Jehoás, reis de Israel._ [Antes de Christo 839] 13 No anno vinte e tres de Joás, filho d’Achazias, rei de Judah, começou a reinar Joachaz, filho de Jehu, sobre Israel, em Samaria, e reinou dezesete annos. 2 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor; porque seguiu os peccados de Jeroboão, filho de Nebat, que fez peccar a Israel; não se apartou d’elles. 3 Pelo que a ira [1] do Senhor se accendeu contra Israel: e deu-os na mão de Hazael, rei da Syria, e na mão de Ben-hadad, filho de Hazael, todos aquelles dias. 4 Porém Joachaz supplicou diante da face do Senhor: [2] e o Senhor o ouviu; pois viu a oppressão de Israel, porque os opprimia o rei da Syria. 5 E o Senhor deu um salvador a Israel, [3] e sairam de debaixo das mãos dos syros: e os filhos de Israel habitaram nas suas tendas, como d’antes. 6 (Comtudo não se apartaram dos peccados da casa de Jeroboão, que fez peccar a Israel; _porém_ elle andou n’elles: e tambem o bosque ficou em pé [4] em Samaria.) 7 Porque não deixou a Joachaz _mais_ povo, senão _só_ cincoenta cavalleiros, e dez carros, e dez mil homens de pé: porquanto o rei da Syria os tinha destruido e os tinha feito como [5] o pó, [KP] trilhando-_os_. 8 Ora o mais dos successos de Joachaz, e tudo quanto fez _mais_, e o seu poder, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Israel? 9 E Joachaz dormiu com seus paes, e o sepultaram em Samaria: e Jehoás, seu filho, reinou em seu logar. 10 No anno trinta e sete de Joás, rei de Judah, começou a reinar Jehoás, filho de Joachaz, sobre Israel, em Samaria, _e reinou_ dezeseis annos. 11 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor: não se apartou de nenhum dos peccados de Jeroboão, filho de Nebat, que fez peccar a Israel, _porém_ andou n’elles. 12 Ora [6] o mais dos successos de Jehoás, e tudo quanto fez _mais_, e o seu poder, com que pelejou contra Amasias, rei de Judah, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Israel? 13 E Jehoás dormiu com seus paes, e Jeroboão se assentou no seu throno: e Jehoás foi sepultado em Samaria, junto aos reis de Israel. _Eliseo adoece e Jehoás vem ter com elle._ 14 E Eliseo estava doente da sua doença de que morreu: e Jehoás, rei de Israel, desceu a elle, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu pae, meu pae, o carro de Israel, [7] e seus cavalleiros! 15 E Eliseo lhe disse: Toma um arco e frechas. E tomou um arco e frechas. 16 Então disse ao rei de Israel: Põe a tua mão sobre o arco. E poz _sobre elle_ a sua mão; e Eliseo poz as suas mãos sobre as mãos do rei. 17 E disse: Abre a janella para o oriente. E abriu-a. Então disse Eliseo: Atira. E atirou; e disse: A frecha do livramento do Senhor é a frecha do livramento contra os syros; porque ferirás os syros em [8] Afek, até _os_ consumir. 18 Disse mais: Toma as frechas. E tomou-_as_. Então disse ao rei de Israel: Fere a terra. E feriu-a tres vezes, e cessou. 19 Então o homem de Deus se indignou muito contra elle, e disse: Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido: então feririas os syros até os consumir: porém agora [9] _só_ tres vezes ferirás os syros. _A morte de Eliseo._ [Antes de Christo 842] 20 Depois morreu Eliseo, e o sepultaram. Ora as tropas dos moabitas invadiram a terra á entrada do anno. 21 E succedeu _que_, enterrando elles um homem, eis que viram uma tropa, e lançaram o homem na sepultura de Eliseo: e, caindo _n’ella_ o homem, e tocando os ossos de Eliseo, reviveu, e se levantou sobre os seus pés. 22 E Hazael, [10] rei da Syria, opprimiu a Israel todos os dias de Jehoás. 23 Porém o Senhor teve [11] misericordia d’elles, e se compadeceu d’elles, e tornou para elles, por amor do seu concerto em Abrahão, Isaac e Jacob: e não os quiz destruir, e não os lançou ainda da sua presença. 24 E morreu Hazael, rei da Syria: e Ben-hadad, seu filho, reinou em seu logar. 25 E Jehoás, filho de Joachaz, tornou a tomar as cidades das mãos de Ben-hadad, que elle tinha tomado das mãos de Joachaz, seu pae, na guerra: tres vezes Jehoás [12] o feriu, e recuperou as cidades de Israel. [1] Jui. 2.14. cap. 8.12. [2] Exo. 3.7. cap. 14.26. [3] ver. 25. cap. 14.25, 27. [4] I Reis 16.33. [5] Amós 1.3. [6] cap. 14.15. ver. 14, 25. cap. 14.9, etc. II Chr. 25.17, etc. [7] cap. 2.12. [8] I Reis 20.26. [9] ver. 25. [10] cap. 8.12. [11] cap. 14.27. Exo. 2.24, 25. Exo. 32.13. [12] ver. 18, 19. _Amasias mata os matadores de seu pae._ [Antes de Christo 839] 14 No segundo [1] anno de Jehoás, filho de Joachaz, rei de Israel, começou a reinar Amasias, filho de Joás, rei de Judah. 2 Tinha vinte e cinco annos quando começou a reinar, e vinte e nove annos reinou em Jerusalem. E era o nome de sua mãe Joaddan, de Jerusalem. 3 E fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor, ainda que não como seu pae David: fez _porém_ conforme tudo o que fizera Joás seu pae. 4 Tão sómente [2] os altos se não tiraram; _porque_ ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos. 5 Succedeu pois que, sendo já o reino confirmado na sua mão, matou os seus servos que tinham [3] morto o rei seu pae. 6 Porém os filhos dos matadores não matou, como está escripto no livro da lei de Moysés, no qual o Senhor deu ordem, dizendo: [4] Não matarão os paes por causa dos filhos, e os filhos não matarão por causa dos paes; mas cada um será morto pelo seu peccado. 7 Este feriu a [5] dez mil edomitas no valle do Sal, e tomou a Sela na guerra: e chamou o seu nome Jocteel, até _ao dia d’_hoje. 8 Então Amasias, enviou [6] mensageiros a Jehoás, filho de Joachaz, filho de Jehu, rei de Israel, dizendo: Vem, vejamo-nos cara a cara. 9 Porém Jehoás, rei de Israel, enviou a Amasias, rei de Judah, dizendo: O cardo que _está_ no Libano enviou [7] ao cedro que _está_ no Libano, dizendo: Dá tua filha por mulher a meu filho: mas os animaes do campo, que eram no Libano, passaram e pizaram o cardo. 10 Na verdade feriste os moabitas, e o teu coração [8] se ensoberbeceu: gloria-te _d’isso_, e fica em tua casa; e porque te entremetterias no mal, para caires tu, e Judah comtigo? 11 Mas Amasias não o ouviu; e subiu Jehoás, rei de Israel, e Amasias, rei de Judah, e viram-se cara a cara, [9] em Beth-semes, que _está_ em Judah. 12 E Judah foi ferido diante de Israel, e fugiu cada um para as suas tendas. 13 E Jehoás, rei de Israel, tomou a Amasias, rei de Judah, filho de Joás, filho de Achazias, em Beth-semes: e veiu a Jerusalem, e rompeu o muro [10] de Jerusalem, desde a porta de Ephraim até á porta da esquina, quatrocentos covados. 14 E tomou todo o oiro [11] e a prata, e todos os vasos que se acharam na casa do Senhor e nos thesouros da casa do rei, como tambem os refens: e voltou para Samaria. 15 Ora [12] o mais dos successos de Jehoás, o que fez, e o seu poder, e como pelejou contra Amasias, rei de Judah, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis d’Israel? 16 E dormiu Jehoás com seus paes, e foi sepultado em Samaria, junto aos reis d’Israel: e Jeroboão, seu filho, reinou em seu logar. 17 E viveu Amasias, [13] filho de Jehoás, rei de Judah, depois da morte de Jehoás, filho de Joachaz, rei d’Israel, quinze annos. 18 Ora o mais dos successos de Amasias, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 19 E conspiraram contra elle [14] em Jerusalem, e fugiu para Lachis; porém enviaram após elle até Lachis, e o mataram ali. 20 E o trouxeram em cima de cavallos: e o sepultaram em Jerusalem, junto a seus paes, na cidade de David. 21 E todo o povo de Judah tomou a Azarias, [15] que _já era_ de dezeseis annos, e o fizeram rei em logar de Amasias, seu pae. 22 Este edificou a [16] Elath, e a restituiu a Judah, depois que o rei dormiu com seus paes. _O reinado de Jeroboão II._ [Antes de Christo 826] 23 No decimo quinto anno de Amasias, filho de Joás, rei de Judah, começou a reinar em Samaria, Jeroboão, filho de Jehoás rei de Israel _e reinou_ quarenta e um annos. 24 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor: nunca se apartou de nenhum dos peccados de Jeroboão, filho de Nebat, que fez peccar a Israel. 25 Tambem este restituiu [17] os termos d’Israel, desde a entrada de Hamath até ao mar da planicie: conforme a palavra do Senhor, Deus d’Israel, a qual fallara pelo ministerio de seu servo [18] Jonas, filho do propheta Amithai, o qual _era_ de Gath-hepher. 26 Porque viu [19] o Senhor _que_ a miseria d’Israel _era_ mui amarga, e _que_ nem havia encerrado, nem desamparado, nem quem ajudasse a Israel. 27 E _ainda_ [20] não fallara o Senhor em apagar o nome d’Israel de debaixo do céu; porém os livrou por mão de Jeroboão, filho de Joás. 28 Ora o mais dos successos de Jeroboão, tudo quanto fez, e seu poder, como pelejou, e como [21] restituiu a Damasco e a Hamath, _pertencentes_ a Judah, _sendo_ rei em Israel, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas de Israel? 29 E Jeroboão dormiu com seus paes, com os reis de Israel: [22] e Zacharias, seu filho, reinou em seu logar. [1] cap. 13.10. II Chr. 25.1. [2] cap. 12.3. [3] cap. 12.20. [4] Deu. 24.16. Eze. 18.4, 20. [5] II Chr. 25.11. II Sam. 8.13. Jos. 15.38. [6] II Chr. 25.17, 18, etc. [7] Jui. 9.8. I Reis 4.33. [8] Deu. 8.14. II Chr. 32.25. Eze. 28.2, 5, 17. Hab. 2.4. [9] Jos. 19.38 e 21.16. [10] Neh. 8.16 e 12.33. Jer. 31.38. Zac. 14.10. [11] I Reis 7.51. [12] cap. 13.12. [13] II Chr. 25.25, etc. [14] II Chr. 25.27. Jos. 10.31. [15] cap. 15.13. II Chr. 26.1. [16] cap. 16.6. II Chr. 26.2. [17] Num. 13.21 e 34.8. Deu. 3.17. [18] Jon. 1.1. Mat. 12.39, 40. Jos. 19.13. [19] cap. 13.4. Deu. 32.36. [20] cap. 13.5. [21] II Sam. 8.6. I Reis 11.24. II Chr. 8.3. [22] cap. 15.8. _Azarias, rei de Judah._ [Antes de Christo 824] 15 No anno vinte e sete de Jeroboão, rei d’Israel, começou a reinar Azarias, [1] filho d’Amasias, rei de Judah. 2 Tinha dezeseis annos quando começou a reinar, e cincoenta e dois annos reinou em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Jecolia, de Jerusalem. 3 E fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Amasias, seu pae. 4 Tão [2] sómente os altos se não tiraram: _porque_ ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos. 5 E o Senhor feriu [3] o rei, e ficou leproso até ao dia da sua morte; e habitou n’uma casa separada: porém Jothão, filho do rei, tinha o cargo da casa, julgando o povo da terra. 6 Ora o mais dos successos de Azarias, e tudo o que fez, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 7 E Azarias dormiu com seus paes, e o sepultaram [4] junto a seus paes, na cidade de David: e Jothão, seu filho, reinou em seu logar. _Zacharias reina seis mezes._ [Antes de Christo 758] 8 No anno trinta e oito d’Azarias, rei de Judah, reinou Zacharias, filho de Jeroboão, sobre Israel, em Samaria, seis mezes. 9 _E_ fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, como tinham feito seus paes; nunca se apartou dos peccados de Jeroboão, filho de Nebat, que fez peccar a Israel. 10 E Sallum, filho de Jabés, conspirou contra elle e o feriu diante do povo, [5] e o matou; e reinou em seu logar. 11 Ora o mais dos successos de Zacharias, eis que _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Israel. 12 Esta _foi_ a palavra do Senhor, que fallou a [6] Jehu, dizendo: Teus filhos, até á quarta _geração_, se assentarão sobre o throno d’Israel. E assim foi. _Sallum reina em Samaria um mez._ 13 Sallum, filho de Jabés, começou a reinar no anno trinta e nove de Uzias, [7] rei de Judah: e reinou um mez inteiro em Samaria. 14 Porque Menahem, [8] filho de Gadi, subiu de Tirza, e veiu a Samaria; e feriu a Sallum, filho de Jabés, em Samaria, e o matou, e reinou em seu logar. 15 Ora o mais dos successos de Sallum, e a conspiração que fez, eis que _está_ escripto no livro das chronicas dos reis d’Israel. 16 Então Menahem feriu a [9] Tiphsah, e a todos os que n’ella _havia_, como tambem a seus termos desde Tirza, porque não _lhe_ tinham aberto; e os feriu pois, [10] _e_ a todas as mulheres gravidas fendeu pelo meio. _Menahem reina sobre Israel._ 17 Desde o anno trinta e nove de Azarias, rei de Judah, Menahem, filho de Gadi, começou a reinar sobre Israel, e reinou dez annos em Samaria. 18 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor: todos os seus dias se não apartou dos peccados de Jeroboão, filho de Nebat, que fez peccar a Israel. 19 _Então_ veiu Pul, [11] rei d’Assyria, contra a terra: e Menahem deu a Pul mil talentos de prata, para que a sua mão fosse com elle, [12] a fim de firmar o reino na sua mão. 20 E Menahem tirou este dinheiro d’Israel, de todos os poderosos e ricos, para o dar ao rei da Assyria, por cada homem cincoenta siclos de prata: assim voltou o rei d’Assyria, e não ficou ali na terra. 21 Ora o mais dos successos de Menahem, e tudo quanto fez, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis d’Israel? 22 E Menahem dormiu com seus paes: e Pekaia, seu filho, reinou em seu logar. _Pekaia rei de Israel._ [Antes de Christo 771] 23 No anno cincoenta de Azarias, rei de Judah, começou a reinar Pekaia, filho de Menahem, e reinou sobre Israel, em Samaria, dois annos. 24 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor: nunca se apartou dos peccados de Jeroboão, filho de Nebat, que fez peccar a Israel. 25 E Peka, filho de Remalias, seu capitão, conspirou contra elle, e o feriu em Samaria, no paço da casa do rei, juntamente com Argob e com Arieh, e com elle cincoenta homens dos filhos dos gileaditas: e o matou, e reinou em seu logar. 26 Ora o mais dos successos de Pekaia, e tudo quanto fez, eis que _está_ escripto no livro das chronicas dos reis d’Israel. 27 No anno cincoenta e dois de Azarias, rei de Judah, começou a reinar Peka, [13] filho de Remalias, e reinou sobre Israel, em Samaria, vinte annos. 28 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor: nunca se apartou dos peccados de Jeroboão, filho de Nebat, que fez peccar a Israel. 29 Nos dias de Peka, rei de Israel, veiu Tiglath-pileser, [14] rei d’Assyria, e tomou a Ijon, e a Abel-beth-maaca, e a Janoah, e a Kedes, e a Hasor, e a Gilead, e a Galilea, e a toda a terra de Naphtali, e os levou a Assyria. 30 E Hoseas, filho de Ela, conspirou contra Peka, filho de Remalias, e o feriu, e o matou, e reinou em seu logar, no vigesimo anno de Jothão, filho de Uzias. 31 Ora o mais dos successos de Peka, e tudo quanto fez, eis que _está_ escripto no livro das chronicas dos reis d’Israel. _Jothão rei de Judah._ 32 No anno segundo de Peka, filho de Remalias, rei d’Israel, começou a reinar Jothão, [15] filho de Uzias, rei de Judah. 33 Tinha vinte e cinco annos de edade quando começou a reinar, e reinou dezeseis annos em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Jerusa, filha de Zadok. 34 E fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor: [16] fez conforme tudo quanto fizera seu pae Uzias. 35 Tão sómente os altos se não tiraram; _porque_ ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos: [17] este edificou a porta alta da casa do Senhor. 36 Ora o mais dos successos de Jothão, e tudo quanto fez, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 37 N’aquelles dias começou o Senhor a enviar contra Judah, [18] a Resin, rei da Syria, e a Peka, filho de Remalias. 38 E Jothão dormiu com seus paes, e foi sepultado junto a seus paes, na cidade de David, seu pae: e Achaz, seu filho, reinou em seu logar. [1] cap. 14.21. II Chr. 26.1, 3, 4. [2] ver. 35. cap. 12.3 e 14.4. [3] II Chr. 26.19-21. Lev. 13.46. [4] II Chr. 26.23. [5] Amós 7.9. [6] cap. 10.30. [7] Mat. 1.8, 9. [8] I Reis 14.17. [9] I Reis 4.24. [10] cap. 8.12. [11] I Chr. 5.26. Isa. 9.1. Ose. 8.9. [12] cap. 14.5. [13] Isa. 7.1. [14] I Chr. 5.26. Isa. 9.1. I Reis 15.20. [15] II Chr. 27.1. [16] ver. 3. [17] II Chr. 27.3, etc. [18] cap. 16.5. Isa. 7.1. ver. 27. _Achaz, rei de Judah._ [Antes de Christo 758] 16 No anno dezesete de Peka, filho de Remalias, começou a reinar Achaz, [1] filho de Jothão, rei de Judah. 2 Tinha Achaz vinte annos de edade quando começou a reinar, e reinou dezeseis annos em Jerusalem, e não fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor seu Deus, como David, seu pae. 3 Porque andou no caminho dos reis de Israel: [2] e até a seu filho fez passar pelo fogo, segundo as abominações dos gentios que o Senhor lançára fóra de diante dos filhos de Israel. 4 Tambem sacrificou, e queimou incenso nos altos [3] e nos outeiros, como tambem debaixo de todo o arvoredo. 5 Então subiu [4] Resin, rei da Syria, com Peka, filho de Remalias, rei de Israel, a Jerusalem, á peleja; e cercaram a Achaz, porém não o poderam vencer. 6 N’aquelle mesmo tempo Resin, rei da Syria, [5] restituiu Elath á Syria, e lançou fóra de Elath os judeus: e os syros vieram a Elath, e habitaram ali até ao _dia d’_hoje. 7 E Achaz enviou mensageiros [6] a Tiglath-pileser, rei da Assyria, dizendo: Eu _sou_ teu servo e teu filho; sobe, e livra-me das mãos do rei da Syria, e das mãos do rei de Israel, que se levantam contra mim. 8 E tomou Achaz [7] a prata e o oiro que se achou na casa do Senhor e nos thesouros da casa do rei, e mandou _um_ presente ao rei da Assyria. 9 E o rei da Assyria lhe deu ouvidos; pois o rei da Assyria [8] subiu contra Damasco, e tomou-a, e levou-os presos a Kir, e matou a Resin. _O altar de Damasco._ [Antes de Christo 740] 10 Então o rei Achaz foi a Damasco, a encontrar-se com Tiglath-pileser, rei da Assyria, e, vendo um altar que _estava_ em Damasco, o rei Achaz enviou ao sacerdote Urias a similhança do altar, e o modelo, conforme toda a sua feição. 11 E Urias, o sacerdote, edificou um altar conforme tudo o que o rei Achaz tinha ordenado de Damasco; assim o fez o sacerdote Urias, entretanto que o rei Achaz viesse de Damasco. 12 Vindo pois o rei de Damasco, o rei viu o altar; e o rei se chegou ao altar, [9] e sacrificou n’elle. 13 E queimou o seu holocausto, e a sua offerta de manjares, e derramou a sua libação: e espargiu o sangue dos seus sacrificios pacificos n’aquelle altar. 14 Porém o altar [10] de cobre, que _estava_ perante o Senhor, tirou de diante da casa, de entre o seu altar e a casa do Senhor, e pôl-o ao lado do _seu_ altar, da banda do norte. 15 E o rei Achaz mandou a Urias o sacerdote, dizendo: [11] No grande altar queima o holocausto de pela manhã, como tambem a offerta de manjares de noite, e o holocausto do rei, e a sua offerta de manjares, e o holocausto de todo o povo da terra, a sua offerta de manjares, e as suas offertas de bebida e todo o sangue dos holocaustos, e todo o sangue dos sacrificios espargirás n’elle; porém o altar de cobre será para mim, para inquirir _d’elle_. 16 E fez Urias, o sacerdote, conforme tudo quanto o rei Achaz lhe ordenara. 17 E o rei [12] Achaz cortou as cintas das bases, e de cima d’ellas tomou a pia, e o mar tirou de sobre os bois de cobre, que _estavam_ debaixo d’elle, e pôl-o sobre um soalho de pedra. 18 Tambem a coberta do sabbado, que edificaram na casa, e a entrada de fóra do rei, retirou da casa do Senhor, por causa do rei da Assyria. 19 Ora o mais dos successos de Achaz, e o que fez, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 20 E dormiu Achaz com seus paes, [13] e foi sepultado junto a seus paes, na cidade de David: e Ezequias, seu filho, reinou em seu logar. [1] II Chr. 28.1, etc. [2] Lev. 18.21. II Chr. 28.3. Deu. 12.31. [3] Deu. 12.2. I Reis 14.23. [4] Isa. 7.1, 4, etc. [5] cap. 14.22. [6] cap. 15.29. [7] cap. 12.18. II Chr. 28.21. [8] Amós 1.5. [9] II Chr. 26.16, 19. [10] II Chr. 4.1. [11] Exo. 29.39, 40, 41. [12] II Chr. 28.24. I Reis 7.27, 28. I Reis 7.23, 25. [13] II Chr. 28.27. _Hoseas, rei de Israel._ [Antes de Christo 730] 17 No anno duodecimo de Achaz, rei de Judah, começou a reinar Hoseas, [1] filho de Ela, e reinou sobre Israel, em Samaria, nove annos. 2 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, comtudo não como os reis de Israel que foram antes d’elle. 3 Contra elle subiu [2] Salmanasar, rei da Assyria: e Hoseas ficou sendo servo d’elle, e pagava-lhe presentes. 4 Porém o rei da Assyria achou em Hoseas conspiração; porque enviara mensageiros a So, rei do Egypto, e não pagava presentes ao rei da Assyria cada anno, como d’antes: então o rei d’Assyria o encerrou e aprisionou na casa do carcere. 5 Porque o rei da Assyria [3] subiu por toda a terra, e veiu até Samaria, e a cercou tres annos. 6 No anno nono [4] de Hoseas, o rei da Assyria tomou a Samaria, e transportou a Israel para a Assyria; e fel-os habitar em Halah, e em Habor, _junto_ ao rio de Gozan, e nas cidades dos medos. 7 Porque succedeu, que os filhos de Israel peccaram contra o Senhor seu Deus, que os fizera subir da terra do Egypto, de debaixo da mão de Pharaó, rei do Egypto; e temeram a outros deuses, 8 E andaram nos [5] estatutos das nações que o Senhor lançara fóra de diante dos filhos de Israel, e _nos_ dos reis de Israel, que elles fizeram. 9 E os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não _eram_ rectas, contra o Senhor seu Deus; e edificaram altos em todas as suas cidades, [6] desde a torre das atalaias até á cidade forte. 10 E levantaram estatuas [7] e imagens do bosque, em todos os altos outeiros, e debaixo de todas as arvores verdes. 11 E queimaram ali incenso em todos os altos, como as nações, que o Senhor transportara de diante d’elles: e fizeram coisas ruins, para provocarem á ira o Senhor. 12 E serviram os idolos, [8] dos quaes o Senhor lhes disséra: Não fareis estas coisas. 13 E o Senhor protestou a Israel e a Judah, pelo ministerio de todos os prophetas _e_ de todos os videntes, [9] dizendo: Converte-os de vossos maus caminhos, e guardae os meus mandamentos _e_ os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos paes e que eu vos enviei pelo ministerio de meus servos, os prophetas. [Antes de Christo 721] 14 Porém não deram ouvidos; [10] antes endureceram a sua cerviz, como a cerviz de seus paes, que não creram no Senhor seu Deus. 15 E rejeitaram os seus [11] estatutos, e o seu concerto, que fizera com seus paes, como tambem os seus testemunhos, com que protestara contra elle: e andaram após a vaidade, e ficaram vãos; como tambem após as nações, que _estavam_ em roda d’elles, das quaes o Senhor lhes tinha ordenado que não fizessem como ellas. 16 E deixaram todos os mandamentos do Senhor seu Deus, [12] e fizeram imagens de fundição, dois bezerros: e fizeram _um_ idolo do bosque, e se prostraram perante todo o exercito do céu, e serviram a Baal. 17 Tambem fizeram passar pelo fogo [13] a seus filhos e suas filhas, e deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e venderam-se para fazer o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, para o provocarem á ira. 18 Pelo que o Senhor muito se indignou sobre Israel, e os tirou de diante da sua face: [14] nada mais ficou, senão só a tribu de Judah. 19 Até Judah não [15] guardou os mandamentos do Senhor seu Deus; antes andaram nos estatutos de Israel, que elles fizeram. 20 Pelo que o Senhor rejeitou a toda a semente de Israel, e os opprimiu, [16] e os deu nas mãos dos despojadores, até que os tirou de diante da sua presença. 21 Porque [17] rasgou a Israel da casa de David, e fizeram rei a Jeroboão, filho de Nebat: e Jeroboão apartou a Israel de após o Senhor, e os fez peccar um grande peccado. 22 Assim andaram os filhos de Israel em todos os peccados de Jeroboão, que tinha feito: nunca se apartaram d’elles. 23 Até que o Senhor tirou a Israel de diante da sua presença, [18] como fallara pelo ministerio de todos os seus servos, os prophetas: assim foi Israel transportado da sua terra a Assyria até _ao dia de_ hoje. _O rei da Assyria leva para Samaria muitos estrangeiros._ [Antes de Christo 678] 24 E o rei da Assyria trouxe _gente_ de Babel, [19] e de Cutha, e de Ava, e de Hamath e Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria, em logar dos filhos d’Israel: e tomaram a Samaria em herança, e habitaram nas suas cidades. 25 E succedeu que, no principio da sua habitação ali, não temeram ao Senhor: e mandou entre elles o Senhor leões, que mataram _a alguns_ d’elles. 26 Pelo que fallaram ao rei da Assyria, dizendo: A gente que transportaste, e fizeste habitar nas cidades de Samaria, não sabe o costume do Deus da terra: pelo que mandou leões entre ellas, e eis que os matam, porquanto não sabem o culto do Deus da terra. 27 Então o rei d’Assyria mandou dizer: Levae ali um dos sacerdotes que transportastes de lá; e vão-se, e habitem lá: e elle lhes ensine o costume do Deus da terra. 28 Veiu pois um dos sacerdotes que transportaram de Samaria, e habitou em Bethel, e lhes ensinou como deviam temer ao Senhor. 29 Porém cada nação fez os seus deuses, e os pozeram nas casas dos altos que os samaritanos fizeram, cada nação nas suas cidades, nas quaes habitavam. 30 E os de Babel [20] fizeram Succoth-benoth; e os de Cutha fizeram Nergal; e os de Hamath fizeram Asima. 31 E os aveos [21] fizeram Nibha e Tartak: e os sepharvitas queimavam seus filhos a fogo, a Adram-melech, e a Anam-melech, deuses de Sepharvaim. 32 Tambem temiam ao Senhor: [22] e dos mais baixos se fizeram sacerdotes dos logares altos, os quaes lhes faziam _o ministerio_ nas casas dos logares altos. 33 _Assim que_ ao Senhor temiam, [23] e _tambem_ a seus deuses serviam, segundo o costume das nações d’entre as quaes transportaram aquellas. 34 Até _ao dia de_ hoje fazem segundo os primeiros costumes: não temem ao Senhor, nem fazem segundo os seus estatutos, e segundo as suas ordenanças, e segundo a lei, e segundo o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacob, [24] a quem deu o nome d’Israel. 35 Comtudo o Senhor tinha feito _um_ concerto com elles, e lhes ordenara, dizendo: [25] Não temereis a outros deuses, nem vos inclinareis diante d’elles, nem os servireis, nem lhes sacrificareis. 36 Mas o Senhor, [26] que vos fez subir da terra do Egypto com grande força e com braço estendido, a este temereis, e a elle vos inclinareis, e a elle sacrificareis. 37 E os estatutos, e as ordenanças, e a lei, e o mandamento, que vos escreveu, [27] tereis cuidado de fazer todos os dias: e não temereis a outros deuses. 38 E do concerto [28] que fiz comvosco vos não esquecereis: e não temereis a outros deuses. 39 Mas ao Senhor vosso Deus temereis, e elle vos livrará das mãos de todos os vossos inimigos. 40 Porém elles não ouviram; antes fizeram segundo o seu primeiro costume. 41 Assim estas [29] nações temiam ao Senhor e serviam as suas imagens de esculptura: tambem seus filhos, e os filhos de seus filhos, como fizeram seus paes, _assim_ fazem _elles_ até _ao dia de_ hoje. [1] cap. 15.30. [2] cap. 18.9. [3] cap. 18.9. [4] cap. 18.10, 11. Ose. 13.16. Lev. 26.32, 33. Deu. 28.36, 64 e 29.27, 28. I Chr. 5.26. [5] Lev. 18.3. Deu. 18.9. cap. 16.3. [6] cap. 18.8. [7] I Reis 14.23. Isa. 57.5. Exo. 34.13. Deu. 16.21. Miq. 5.14. Deu. 12.2. cap. 16.4. [8] Exo. 20.3, 4. Lev. 26.1. Deu. 5.7, 8. Deu. 4.19. [9] I Sam. 9.9. Jer. 18.11 e 25.5 e 35.15. [10] Deu. 31.27. Pro. 29.1. [11] Deu. 29.25. Deu. 32.21. I Reis 16.13. I Cor. 8.4. Rom. 1.21. Deu. 12.30, 31. [12] Exo. 32.8. I Reis 12.28. I Reis 14.15, 23 e 15.13 e 16.33. I Reis 16.31 e 22.53. cap. 11.18. [13] Lev. 18.21. cap. 16.3. Eze. 23.37. Deu. 18.10. I Reis 21.20. [14] I Reis 11.13, 31. [15] Jer. 3.8. [16] cap. 13.3 e 15.29. [17] I Reis 11.11, 31. I Reis 12.20, 28. [18] I Reis 14.16. ver. 6. [19] Esd. 4.2, 10. ver. 30. cap. 18.34. [20] ver. 24. [21] Esd. 4.9. Lev. 18.21. Deu. 12.31. [22] I Reis 12.31. [23] Sof. 1.5. [24] Gen. 32.28 e 35.10. I Reis 11.31. [25] Jui. 6.10. Exo. 20.5. [26] Exo. 6.6. Deu. 10.20. [27] Deu. 5.32. [28] Deu. 4.23. [29] ver. 32, 33. _Ezequias restabelece o culto do Senhor._ [Antes de Christo 726] 18 E succedeu _que_, no terceiro anno de Hoseas, filho de Ela, rei de Israel, começou a reinar Ezequias, [1] filho de Achaz, rei de Judah. 2 Tinha vinte e cinco annos de edade quando começou a reinar, e vinte e nove annos reinou em Jerusalem: [2] e _era_ o nome de sua mãe Abi, filha de Zacharias. 3 E fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera David, seu pae. 4 Este tirou [3] os altos, e quebrou as estatuas, e deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente [4] de metal que Moysés fizera; porquanto até áquelle dia os filhos d’Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamaram [KQ] Nehustan. 5 No [5] Senhor Deus d’Israel confiou, de maneira que depois d’elle não houve seu similhante entre todos os reis de Judah, nem _entre_ os que foram antes d’elle. 6 Porque se chegou [6] ao Senhor, não se apartou de após elle, e guardou os mandamentos que o Senhor tinha dado a Moysés. 7 Assim foi o Senhor [7] com elle; para onde quer que saiu se conduzia com prudencia: e se rebellou contra o rei da Assyria, e não o serviu. 8 Elle feriu [8] os philisteos até Gaza, como tambem os termos d’ella, desde a torre dos atalaias até á cidade forte. 9 E succedeu, no quarto anno do rei Ezequias (que era o setimo anno de Hoseas, filho de Ela, rei d’Israel), que Salmanasar, [9] rei d’Assyria, subiu contra Samaria, e a cercou. 10 E a tomaram ao fim de tres annos, no anno sexto d’Ezequias, [10] que era o anno nono de Hoseas, rei d’Israel, quando tomaram Samaria. 11 E o rei d’Assyria [11] transportou a Israel para a Assyria: e os fez levar a Halah e a Habor, _junto ao_ rio de Gozan, e ás cidades dos medos; 12 Porquanto [12] não obedeceram á voz do Senhor seu Deus, antes traspassaram o seu concerto; _e_ tudo quanto Moysés, servo do Senhor, tinha ordenado, nem o ouviram nem o fizeram. _Sanherib invade Judah._ [Antes de Christo 710] 13 Porém no anno [13] decimo quarto do rei Ezequias subiu [KR] Sanherib, rei d’Assyria, contra todas as cidades fortes de Judah, e as tomou. 14 Então Ezequias, rei de Judah, enviou ao rei d’Assyria, a Lachis, dizendo: Pequei; torna-te de mim; tudo o que me impozeres levarei. Então o rei d’Assyria impoz a Ezequias, rei de Judah, trezentos talentos de prata e trinta talentos de oiro. 15 Assim deu Ezequias [14] toda a prata que se achou na casa do Senhor e nos thesouros da casa do rei. 16 N’aquelle tempo cortou Ezequias _o oiro_ das portas do templo do Senhor, e das hombreiras, de que Ezequias, rei de Judah, as cobrira, e o deu ao rei d’Assyria. 17 Comtudo enviou o rei d’Assyria a Tartan, e a Rabsaris, e a Rabsaké, de Lachis, com um grande exercito ao rei Ezequias, a Jerusalem: e subiram, e vieram a Jerusalem; e, subindo e vindo elle, pararam ao pé do aqueducto da piscina superior, que está junto [15] ao caminho do campo do lavandeiro. 18 E chamaram o rei, e saiu a elles Eliakim, filho de Hilkias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joah, filho d’Asaph, o chanceler. 19 E Rabsaké lhes disse: Ora dizei a Ezequias: Assim diz o grande rei, o rei d’Assyria: [16] Que confiança é esta em que confias? 20 Dizes _tu_ (porém palavra de beiços _é_): Ha conselho e poder para a guerra. Em quem _pois_ agora confias, que contra mim te rebellas? 21 Eis que [17] agora tu confias n’aquelle bordão de cana quebrada, no Egypto, no qual, se alguem se encostar, entrar-lhe-ha pela mão e lh’a furará: assim é Pharaó, rei do Egypto, para com todos os que n’elle confiam. 22 Se porém me disserdes: No Senhor nosso Deus confiamos: _porventura_ não _é_ este aquelle cujos altos e cujos altares [18] Ezequias tirou, e disse a Judah e a Jerusalem: Perante este altar vos inclinareis em Jerusalem? 23 Ora pois dá agora refens ao meu senhor, o rei da Assyria, e dar-te-hei dois mil cavallos, se tu poderes dar cavalleiros para elles. 24 Como pois farias virar o rosto d’um só principe dos menores servos de meu senhor? Porém tu confias no Egypto, por causa dos carros e cavalleiros. 25 Agora _pois_ subi eu _porventura_ sem o Senhor contra este logar, para o destruir? O Senhor me disse: Sobe contra esta terra, e destroe-a. 26 Então disse Eliakim, filho de Hilkias, e Sebna, e Joah, a Rabsaké: Rogamos-_te que_ falles aos teus servos em syriaco; porque bem o entendemos; e não nos falles em judaico, aos ouvidos do povo que _está_ em cima do muro. 27 Porém Rabsaké lhes disse: _Porventura_ mandou-me meu senhor _só_ a teu senhor e a ti, para fallar estas palavras? _e_ não antes aos homens, que estão sentados em cima do muro, para que juntamente comvosco comam o seu esterco e bebam a sua urina? 28 Rabsaké pois se poz em pé, e clamou em alta voz em judaico, e fallou, e disse: Ouvi a palavra do grande rei, do rei da Assyria. 29 Assim diz o rei: [19] Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar da sua mão; 30 Nem tão pouco vos faça Ezequias confiar no Senhor, dizendo: Certamente nos livrará o Senhor, e esta cidade não será entregue na mão do rei da Assyria. 31 Não deis ouvidos a Ezequias; porque assim diz o rei da Assyria: Contratae comigo por presentes, e sahi a mim, e coma cada um da sua vide, e da sua figueira, e beba cada um a agua da sua cisterna, 32 Até que eu venha, e vos leve para uma terra como a vossa, terra de trigo e de mosto, [20] terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras, de azeite, e de mel; e _assim_ vivereis, e não morrereis: e não deis ouvidos a Ezequias; porque vos incita, dizendo: O Senhor nos livrará. 33 _Porventura_ [21] os deuses das nações poderam livrar, cada um a sua terra, das mãos do rei da Assyria? 34 Que _é feito_ [22] dos deuses de Hamath e de Arpad? Que _é feito_ dos deuses de Sepharvaim, Hena e Iva? _porventura_ livraram a Samaria da minha mão? 35 Quaes _são_ elles, d’entre todos os deuses das terras, que livraram a sua terra da minha mão? [23] para que o Senhor livrasse a Jerusalem da minha mão? 36 Porém calou-se o povo, e não lhe respondeu uma só palavra; porque mandado do rei havia, dizendo: Não lhe respondereis. 37 Então Eliakim, filho d’Hilkias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joah, filho de Asaph, o chanceler, [24] vieram a Ezequias com os vestidos rasgados, e lhe fizeram saber as palavras de Rabsaké. [1] II Chr. 28.27 e 29.1. Mat. 1.9. [2] II Chr. 29.1. [3] II Chr. 31.1. [4] Num. 21.9. [5] cap. 19.10. Job 13.15. cap. 23.25. [6] Deu. 10.20. Jos. 23.8. [7] II Chr. 15.2. I Sam. 18.5, 14. cap. 16.7. [8] I Chr. 4.41. Isa. 14.29. cap. 17.9. [9] cap. 17.3. [10] cap. 17.6. [11] I Chr. 5.26. [12] cap. 17.7. Dan. 9.6, 10. [13] II Chr. 32.1, etc. Isa. 36.1, etc. [14] cap. 16.8. [15] Isa. 7.3. [16] II Chr. 32.10, etc. [17] Eze. 29.6, 7. [18] II Chr. 31.1 e 32.12. ver. 4. [19] II Chr. 32.15. [20] Deu. 8.7, 8. [21] cap. 19.12. II Chr. 32.14. Isa. 10.10, 11. [22] cap. 19.13. cap. 17.24. [23] Dan. 3.15. [24] Isa. 33.7. _Ezequias ora na casa do Senhor._ 19 E aconteceu que Ezequias, [1] tendo-o ouvido, rasgou os seus vestidos, e se cubriu de sacco, e entrou na casa do Senhor. 2 Então enviou a Eliakim, o mordomo, e a Sebna, o escrivão, e os anciãos dos sacerdotes, cobertos de saccos, [2] ao propheta Isaias, filho de Amós. 3 E disseram-lhe: Assim diz Ezequias: Este dia é dia de angustia, e de vituperação, e de blasphemia; porque os filhos chegaram ao parto, e não _ha_ força para parir. 4 Bem pode ser que o Senhor teu Deus [3] ouça todas as palavras de Rabsaké, a quem enviou o seu senhor, o rei da Assyria, para affrontar o Deus vivo, e para vituperal-o com as palavras que o Senhor teu Deus tem ouvido: faze pois oração pelo resto que se acha. 5 E os servos do rei Ezequias vieram a Isaias. 6 E Isaias [4] lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não temas as palavras que ouviste, [5] com as quaes os servos do rei da Assyria me blasphemaram. 7 Eis que metterei n’elle [6] um espirito, e elle ouvirá _um_ arroido, e voltará para a sua terra: á espada o farei cair na sua terra. 8 Voltou pois Rabsaké, e achou o rei da Assyria pelejando contra Libna, [7] porque tinha ouvido que se havia partido de Lachis. 9 E, ouvindo [8] elle dizer de Tirhaká, rei de Cus: Eis que ha saido para te fazer guerra; tornou a enviar mensageiros a Ezequias, dizendo: 10 Assim fallareis a Ezequias, rei de Judah, dizendo: [9] Não te engane o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalem não será entregue na mão do rei d’Assyria. 11 Eis que já tens ouvido o que fizeram os reis da Assyria a todas as terras, [KS] destruindo-as totalmente, e tu te livrarás? 12 _Porventura_ [10] as livraram os deuses das nações, a quem destruiram, _como_ a Gozan e a Haran? e a Reseph, [11] e aos filhos de Eden, que _estavam_ em Telassar? 13 Que _é feito_ [12] do rei de Hamath, e do rei de Arpad, e do rei da cidade de Sepharvaim, Hena e Iva? 14 Recebendo [13] pois Ezequias as cartas das mãos dos mensageiros, e lendo-as, subiu á casa do Senhor, e Ezequias as estendeu perante o Senhor. 15 E orou Ezequias perante o Senhor, e disse: Ó Senhor Deus de Israel, [14] que habitas _entre_ os cherubins, tu mesmo, só tu és Deus de todos os reinos da terra: tu fizeste os céus e a terra. 16 Inclina, Senhor, o teu ouvido, e ouve; abre, Senhor, os teus olhos, e olha: [15] e ouve as palavras de Sanherib, que enviou a este, para affrontar o Deus vivo. 17 Verdade é, ó Senhor, que os reis da Assyria assolaram as nações e as suas terras, 18 E lançaram os seus deuses no fogo; porquanto deuses não _eram_, [16] mas obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso os destruiram. 19 Agora pois, ó Senhor nosso Deus, sê servido de nos livrar da sua mão: e _assim_ saberão todos os reinos da terra que só tu _és_ o Senhor Deus. _Isaias conforta a Ezequias._ 20 Então Isaias, filho de Amós, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o Senhor Deus de Israel: [17] O que me pediste ácerca de Sanherib, rei da Assyria, ouvi. 21 Esta _é_ a palavra que o Senhor fallou d’elle: [18] A virgem, a filha de Sião, te despreza, de ti zomba; [19] a filha de Jerusalem menea a cabeça por detraz de ti. 22 A quem affrontaste e blasphemaste? E contra quem alçaste a voz, e ergueste os teus olhos ao alto? [20] Contra o Sancto de Israel? 23 Por meio de teus [21] mensageiros affrontaste o Senhor, e disseste: Com a multidão de meus carros subo eu ao alto dos montes, aos lados do Libano, e cortarei os seus altos cedros, _e_ as suas mais formosas faias, e entrarei nas suas pousadas extremas, _até_ no bosque do seu campo fertil. 24 Eu cavei, e bebi aguas estranhas; e com as plantas de meus pés sequei todos os rios dos logares fortes. 25 _Porventura_ não ouviste que já d’antes fiz [22] isto, e _já_ desde os dias antigos o formei? agora _porém_ o fiz vir, para que fosses tu que reduzisses as cidades fortes a montões desertos. 26 Por isso os moradores d’ellas, com as mãos encolhidas, ficaram pasmados e confundidos: eram _como_ a herva do campo, e a hortaliça verde, _e_ o feno dos telhados, e _o trigo_ queimado, antes que se levante. 27 Porém o teu assentar, e o teu sair, e o teu entrar, eu _o_ sei, e o teu furor contra mim. 28 Por causa do teu furor contra mim, e porque a tua revolta subiu aos meus ouvidos; portanto porei o meu anzol no teu nariz, [23] e o meu freio nos teus beiços, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste. 29 E isto te _será_ por [24] signal: este anno se comerá o que nascer por si mesmo, e no anno seguinte o que d’ahi proceder; porém o terceiro anno semeae e segae, e plantae vinhas, e comei os seus fructos. 30 Porque o que escapou [25] da casa de Judah, e ficou de resto, tornará a lançar raizes para baixo, e dará fructo para cima. 31 Porque de Jerusalem sairá o restante, e do monte de Sião o que escapou: [26] o zelo do Senhor fará isto. 32 Portanto, assim diz o Senhor ácerca do rei d’Assyria: Não entrará n’esta cidade, nem lançará n’ella frecha _alguma_: tão pouco virá perante ella com escudo, nem levantará contra ella tranqueira _alguma_. 33 Pelo caminho por onde vier por elle voltará; porém n’esta cidade não entrará, diz o Senhor. 34 Porque eu ampararei a [27] esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor do meu servo David. _Deus fere os syros e livra Judah._ 35 Succedeu [28] pois que n’aquella mesma noite saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assyrios a cento e oitenta e cinco mil _d’elles_; e, levantando-se pela manhã cedo, eis que todos _eram_ corpos mortos. 36 Então Sanherib, rei d’Assyria, partiu, e se foi, e voltou: [29] e ficou em Ninive. 37 E succedeu que, estando elle prostrado na casa de Nisroch, seu deus, [30] Adram-melech e Sarezer, seus filhos, o feriram á [31] espada; porém elles escaparam para a terra d’Ararat: e Esarhaddon, seu filho, reinou em seu logar. [1] Isa. 37.1, etc. [2] Luc. 3.4. [3] II Sam. 16.12. cap. 18.35. [4] Isa. 37.6, etc. [5] cap. 18.17. [6] ver. 35, 36, 37. Jer. 51.1. [7] cap. 18.14. [8] I Sam. 23.27. [9] cap. 18.5. [10] cap. 18.33. [11] Eze. 27.23. [12] cap. 18.34. [13] Isa. 37.14, etc. [14] I Sam. 4.4. I Reis 18.39. Isa. 44.6. Jer. 10.10, 11, 12. [15] II Chr. 6.40. ver. 4. [16] Jer. 10.3. [17] Isa. 37.21, etc. [18] Lam. 2.13. [19] Job 16.4. Lam. 2.15. [20] Isa. 5.24. Jer. 51.5. [21] cap. 18.17. [22] Isa. 45.7. Isa. 10.5. [23] Job 41.2. Eze. 29.4 e 38.4. Amós 4.2. ver. 33, 36, 37. [24] I Sam. 2.34. cap. 20.8, 9. Isa. 7.11, 14. Luc. 2.12. [25] II Chr. 32.22, 23. [26] Isa. 9.7. [27] cap. 20.6. I Reis 11.12, 13. [28] II Chr. 32.21. Isa. 37.36. [29] Gen. 10.11. [30] II Chr. 32.21. [31] ver. 7. Esd. 4.2. _Ezequias adoece._ 20 N’aquelles dias [1] adoeceu Ezequias de morte: e o propheta Isaias, filho d’Amós, veiu a elle, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Ordena a tua casa, porque morrerás, e não viverás. 2 Então virou o rosto para a parede, e orou ao Senhor, dizendo: 3 Ah, Senhor! [2] Sê servido de te lembrar de que andei diante de ti em verdade, e com o coração perfeito, e fiz o _que era_ recto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitissimo. 4 Succedeu pois que, não havendo Isaias ainda saido do meio do pateo, veiu a elle a palavra do Senhor, dizendo: 5 Volta, e dize a Ezequias, [3] chefe do meu povo: Assim diz o Senhor Deus de teu pae David: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lagrimas; eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás á casa do Senhor. 6 E accrescentarei aos teus dias quinze annos, e das mãos do rei d’Assyria te livrarei, _a ti_ e a esta cidade; [4] e ampararei esta cidade por amor de mim, e por amor de David, meu servo. 7 Disse mais Isaias: [5] Tomae _uma_ pasta de figos. E _a_ tomaram, e _a_ pozeram sobre a chaga; e elle sarou. 8 E Ezequias disse a Isaias: [6] Qual _é_ o signal de que o Senhor me sarará, e de que ao terceiro dia subirei á casa do Senhor? 9 E disse Isaias: [7] Isto te será signal, da parte do Senhor, de que o Senhor cumprirá a palavra que disse: Adiantar-se-ha a sombra dez graus, ou voltará dez graus atraz? 10 Então disse Ezequias: É facil que a sombra decline dez graus; não, mas volte a sombra dez graus atraz. 11 Então o propheta Isaias clamou ao Senhor; [8] e fez voltar a sombra dez graus atraz, pelos graus que tinha declinado nos graus _do relogio de sol_ d’Achaz. _A embaixada do rei de Babylonia._ [Antes de Christo 713] 12 N’aquelle tempo [9] enviou Berodac Baladan, filho de Baladan, rei de Babylonia, cartas e _um_ presente a Ezequias; porque ouvira que Ezequias tinha estado doente. 13 E Ezequias [10] lhes deu ouvidos, e lhes mostrou toda a casa de seu thesouro, a prata, e o oiro, e as especiarias, e os melhores unguentos, e a sua casa d’armas, e tudo quanto se achou nos seus thesouros: coisa nenhuma houve que lhes não mostrasse, nem em sua casa, nem em todo o seu dominio. 14 Então o propheta Isaias veiu ao rei Ezequias, e lhe disse: Que disseram aquelles homens, e d’onde vieram a ti? E disse Ezequias: De um paiz mui remoto vieram, de Babylonia. 15 E disse elle: Que viram em tua casa? E disse Ezequias: Tudo quanto _ha_ em minha casa viram: [11] coisa nenhuma ha nos meus thesouros que eu lhes não mostrasse. 16 Então disse Isaias a Ezequias: Ouve a palavra do Senhor: 17 Eis que veem dias em que tudo quanto _houver_ em tua casa, [12] e o que enthesouraram teus paes até _ao dia de_ hoje, será levado a Babylonia: não ficará coisa alguma, disse o Senhor. 18 E _ainda até_ de teus filhos, que procederem de ti, e que tu gerares, tomarão, [13] para que sejam eunuchos no paço do rei de Babylonia. 19 Então disse Ezequias a Isaias: [14] Boa _é_ a palavra do Senhor que disseste. Disse mais: E pois não _o seria_? pois em meus dias haverá paz e verdade. 20 Ora o mais dos successos de Ezequias, e todo o seu poder, [15] e como fez a piscina e o aqueducto, e _como_ fez vir a agua á cidade, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 21 E Ezequias dormiu [16] com seus paes: e Manasseh, seu filho, reinou em seu logar. [1] II Chr. 32.24, etc. Isa. 38.1, etc. [2] Neh. 13.22. Gen. 17.1. I Reis 3.6. [3] I Sam. 9.16 e 10.1. cap. 19.20. [4] cap. 19.34. [5] Isa. 38.21. [6] Jui. 6.17, 37, 39. Isa. 7.11, 14 e 38.22. [7] Isa. 38.7, 8. [8] Jos. 10.12, 14. Isa. 38.8. [9] Isa. 39.1, etc. [10] II Chr. 32.27, 31. [11] ver. 13. [12] cap. 24.13 e 25.13. Jer. 27.21, 22 e 52.17. [13] cap. 24.12. II Chr. 33.11. [14] I Sam. 3.18. Job 1.21. [15] II Chr. 32.32. Neh. 3.16. II Chr. 32.30. [16] II Chr. 32.33. _A impiedade de Manasseh e as ameaças de Deus._ [Antes de Christo 698] 21 Tinha Manasseh [1] doze annos de edade quando começou a reinar, e cincoenta e cinco annos reinou em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Hephsiba. 2 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, [2] conforme as abominações dos gentios que o Senhor desterrara de _suas_ possessões de diante dos filhos d’Israel. 3 Porque tornou a edificar [3] os altos que Ezequias, seu pae, tinha destruido, e levantou altares a Baal, e fez _um_ bosque como o que fizera Achab, rei d’Israel, e se inclinou diante de todo o exercito dos céus, e os serviu. 4 E edificou altares [4] na casa do Senhor, de que o Senhor tinha dito: [5] Em Jerusalem porei o meu nome. 5 Tambem edificou altares a todo o exercito dos céus em ambos os atrios da casa do Senhor. 6 E até fez passar a seu filho pelo fogo, [6] e adivinhava pelas nuvens, e era agoureiro, e ordenou adivinhos e feiticeiros: [7] _e_ proseguiu em fazer mal aos olhos do Senhor, para o provocar á ira. 7 Tambem poz _uma_ imagem de esculptura, do bosque que tinha feito, na casa de que o Senhor dissera a David e a Salomão, seu filho: [8] N’esta casa e em Jerusalem, que escolhi de todas as tribus d’Israel, porei o meu nome para sempre. 8 E mais não [9] farei mover o pé d’Israel d’esta terra que tenho dado a seus paes; comtanto sómente que tenham cuidado de fazer conforme tudo o que lhes tenho ordenado, e conforme toda a lei que Moysés, meu servo, lhes ordenou. 9 Porém não ouviram; [10] porque Manasseh _de tal modo_ os fez errar, que fizeram peior do que as nações, que o Senhor tinha destruido de diante dos filhos de Israel. 10 Então o Senhor fallou pelo ministerio de seus servos, os prophetas, dizendo: 11 Porquanto [11] Manasseh, rei de Judah, fez estas abominações, fazendo peior do que quanto fizeram os amorrheos, que antes d’elle [12] _foram_, e até tambem a Judah fez peccar com os seus idolos; 12 Por isso assim diz o Senhor Deus de Israel: Eis que hei de trazer _um_ mal sobre Jerusalem e Judah, que qualquer que ouvir, [13] lhe ficarão retinindo ambas as orelhas. 13 E estenderei sobre Jerusalem o cordel [14] de Samaria e o prumo da casa de Achab: e limparei a Jerusalem, como quem limpa a escudela, _a_ limpa e a vira sobre a sua face. 14 E desampararei o resto da minha herança, entregal-os-hei na mão de seus inimigos; e far-se-hão roubo e despojo para todos os seus inimigos. 15 Porquanto fizeram o _que parecia_ mal aos meus olhos, e me provocaram á ira, desde o dia em que seus paes sairam do Egypto até hoje. 16 De mais [15] d’isto, tambem Manasseh derramou muitissimo sangue innocente, até que encheu a Jerusalem de um ao outro extremo, afóra o seu peccado, com que fez peccar a Judah, fazendo o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor. 17 Quanto [16] ao mais dos filhos de Manasseh, e a tudo quanto fez _mais_, e ao seu peccado, que peccou, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 18 E Manasseh [17] dormiu com seus paes, e foi sepultado no jardim da sua casa, no jardim de Uza: e Amon, seu filho, reinou em seu logar. _Amon é um mau rei, e os seus servos o matam._ 19 Tinha Amon [18] vinte e dois annos de edade quando começou a reinar, e dois annos reinou em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Mesullemeth, filha d’Harus, de Jotba. 20 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, [19] como fizera Manasseh, seu pae. 21 Porque andou em todo o caminho _em_ que andara seu pae: e serviu os idolos, a que seu pae tinha servido, e se inclinou diante d’elles. 22 Assim deixou [20] ao Senhor, Deus de seus paes, e não andou no caminho do Senhor. 23 E os servos [21] de Amon conspiraram contra elle, e mataram o rei em sua casa. 24 Porém o povo da terra feriu a todos os que conspiraram contra o rei Amon: e o povo da terra poz a Josias, seu filho, rei em seu logar. 25 Quanto ao mais dos successos de Amon, que fez, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 26 E o sepultaram na sua sepultura, no jardim de Usa: [22] e Josias, seu filho, reinou em seu logar. [1] II Chr. 33.1, etc. [2] cap. 16.3. [3] cap. 18.4. I Reis 16.32, 33. Deu. 4.19 e 17.3. cap. 17.16. [4] Jer. 32.34. [5] II Sam. 7.13. I Reis 8.29 e 9.3. [6] Lev. 18.21 e 20.2. cap. 16.3 e 17.17. [7] Lev. 18.26, 31. Deu. 18.10, 11. cap. 17.17. [8] II Sam. 7.13. I Reis 8.29 e 9.3. cap. 23.27. Jer. 32.34. [9] II Sam. 7.10. [10] Pro. 29.12. [11] cap. 23.26 e 24.3, 4. I Reis 21.26. [12] ver. 9. [13] I Sam. 3.11. Jer. 19.3. [14] Isa. 34.11. Lam. 2.8. Amós 7.7, 8. [15] cap. 24.4. [16] II Chr. 33.11-19. [17] II Chr. 33.20. [18] II Chr. 33.21-23. [19] ver. 2, etc. [20] I Reis 11.33. [21] II Chr. 33.24, 25. [22] Mat. 1.10. _Josias repara o templo._ [Antes de Christo 641] 22 Tinha Josias [1] oito annos d’edade quando começou a reinar, e reinou trinta e um annos em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe, Jedida, filha de Adais, de Boskath. 2 E fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor; e andou em todo o caminho de David, seu pae, [2] e não se apartou _d’elle_ nem para a direita nem para a esquerda. 3 Succedeu pois que, no anno decimo oitavo do rei Josias, [3] o rei mandou ao escrivão Saphan, filho de Asalias, filho de Mesullam, á casa do Senhor, dizendo: 4 Sobe a Hilkias, o summo sacerdote, para que tome o dinheiro [4] que se trouxe á casa do Senhor, o qual os guardas do umbral _da porta_ ajuntaram do povo, 5 E que o [5] dêem na mão dos que teem cargo da obra, e estão encarregados da casa do Senhor; para que o dêem áquelles que fazem a obra que _ha_ na casa do Senhor, para repararem as [KT] quebraduras da casa: 6 Aos carpinteiros, e aos edificadores, e aos pedreiros: e para comprar madeira e pedras lavradas, para repararem a casa. 7 Porém [6] com elles se não fez conta do dinheiro que se lhes entregara nas suas mãos, porquanto obravam com fidelidade. _Hilkias acha o livro da lei._ 8 Então disse o summo sacerdote Hilkias, ao escrivão Saphan: [7] Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hilkias deu o livro a Saphan, e _elle_ o leu. 9 Então o escrivão Saphan veiu ao rei, e referiu ao rei a resposta; e disse: Teus servos ajuntaram o dinheiro que se achou na casa, e o entregaram na mão dos que teem cargo da obra, que estão encarregados da casa do Senhor. 10 Tambem Saphan, o escrivão, fez saber ao rei, dizendo: O sacerdote Hilkias me deu _um_ livro. E Saphan o leu diante do rei. 11 Succedeu pois que, ouvindo o rei as palavras do livro da lei, rasgou os seus vestidos. 12 E o rei mandou a Hilkias, o sacerdote, e a Ahikam, filho de Saphan, [8] e a Acbor, filho de Micaias, e a Saphan, o escrivão, e a Asaias, o servo do rei, dizendo: 13 Ide, e consultae ao Senhor por mim, e pelo povo, e por todo o Judah, ácerca das palavras d’este livro que se achou; [9] porque grande é o furor do Senhor, que se accendeu contra nós; porquanto nossos paes não deram ouvidos ás palavras d’este livro, para fazerem conforme tudo quanto de nós está escripto. _Hulda, a prophetiza._ [Antes de Christo 624] 14 Então foi o sacerdote Hilkias, e Ahikam, e Acbor, e Saphan, e Asaias á prophetiza Hulda, mulher de Sallum, [10] filho de Tikva, o filho de Harhas, o guarda das vestiduras (e ella habitava em Jerusalem, na segunda parte,) e lhe fallaram. 15 E ella lhes disse: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: 16 Assim diz o Senhor: [11] Eis que trarei mal sobre este logar, e sobre os seus moradores, _a saber_: todas as palavras do livro que leu o rei de Judah. 17 Porquanto me deixaram, [12] e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem á ira por todas as obras das suas mãos, o meu furor se accendeu contra este logar, e não se apagará. 18 Porém ao [13] rei de Judah, que vos enviou a consultar ao Senhor, assim lhe direis: Assim diz o Senhor o Deus de Israel ácerca das palavras, que ouviste: 19 Porquanto o teu [14] coração se enterneceu, e te humilhaste perante o Senhor, quando ouviste o que fallei contra este logar, e contra os seus moradores, que seria para assolação e para maldição, [15] e que rasgaste os teus vestidos, e choraste perante mim, tambem eu _te_ ouvi, diz o Senhor. 20 Pelo que eis que eu te ajuntarei a teus paes, [16] e tu serás ajuntado em paz á tua sepultura, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este logar. Então tornaram a trazer ao rei a resposta. [1] II Chr. 34.1. Jos. 15.39. [2] Deu. 5.32. [3] II Chr. 34.8, etc. [4] cap. 12.4. cap. 12.9. [5] cap. 12.11, 12, 14. [6] cap. 12.15. [7] Deu. 31.24, etc. II Chr. 34.14, etc. [8] II Chr. 34.20. [9] Deu. 29.27. [10] II Chr. 34.22. [11] Deu. 29.27. Dan. 9.11, 12, 13, 14. [12] Deu. 29.25, 26, 27. [13] II Chr. 34.26, etc. [14] Isa. 57.15. I Reis 21.29. [15] Lev. 26.31, 32. Jer. 26.6 e 44.22. [16] Isa. 57.1, 2. _Josias ajunta todo o povo e renova o pacto do Senhor._ 23 Então o rei enviou, [1] e todos os anciãos de Judah e de Jerusalem se ajuntaram a elle. 2 E o rei subiu á casa do Senhor, e com elle todos os homens de Judah, e todos o moradores de Jerusalem, e os sacerdotes, e os prophetas, e todo o povo, desde o mais pequeno até ao maior: [2] e leu aos ouvidos d’elles todas as palavras do livro do concerto, que se achou na casa do Senhor. 3 E o rei se poz [3] em pé junto á columna, e fez o concerto perante o Senhor, para andarem atraz do Senhor, e guardarem os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o coração, e com toda a alma, confirmando as palavras d’este concerto, que estavam escriptas n’aquelle livro; e todo o povo esteve por este concerto. 4 E o rei mandou ao summo sacerdote Hilkias, e aos sacerdotes da segunda ordem, e aos guardas do umbral _da porta_, que se tirassem do templo do Senhor todos os vasos que se tinham feito para Baal, [4] e para o bosque, e para todo o exercito dos céus: e os queimou fóra de Jerusalem, nos campos de Cedron, e levou o pó d’elles a Bethel. 5 Tambem abrogou os sacerdotes que os reis de Judah estabeleceram para incensarem sobre os altos nas cidades de Judah, e ao redor de Jerusalem, como tambem os que incensavam a Baal, ao sol, e á lua, e aos _mais_ planetas, [5] e a todo o exercito dos céus. 6 Tambem tirou da casa do [6] Senhor o bosque para fóra de Jerusalem até ao ribeiro de Cedron, e o queimou junto ao ribeiro de Cedron, e o desfez em pó, [7] e lançou o seu pó sobre as sepulturas dos filhos do povo. 7 Tambem derribou as casas dos rapazes escandalosos [8] que _estavam_ na casa do Senhor, em que as mulheres teciam casinhas para o bosque. 8 E a todos os sacerdotes trouxe das cidades de Judah, e profanou os altos em que os sacerdotes incensavam, [9] desde Geba até Berseba: e derribou os altos das portas, o que _estava_ á entrada da porta de Josué, o chefe da cidade, que _estava_ á _mão_ esquerda d’aquelle que _entrava_ pela porta da cidade. 9 Mas [10] os sacerdotes dos altos não sacrificavam sobre o altar do Senhor em Jerusalem; porém comiam _pães_ asmos no meio de seus irmãos. 10 Tambem profanou [11] a Topheth, que _está_ no valle dos filhos de Hinnom; para que ninguem fizesse passar a seu filho, ou sua filha, pelo fogo a Molech. 11 Tambem tirou os cavallos que os reis de Judah tinham ordenado para o sol, á entrada da casa do Senhor, perto da camara de Nathan-melech, o eunucho, que _estava_ no precinto: e os carros do sol queimou a fogo. 12 Tambem o rei derribou os altares que _estavam_ sobre [12] o terraço do cenaculo de Achaz, os quaes fizeram os reis de Judah, como tambem o rei derribou os altares que fizera Manasseh nos dois atrios da casa do Senhor: e esmiuçados os tirou d’ali, e lançou o pó d’elles no ribeiro de Cedron. 13 O rei profanou _tambem_ os altos que _estavam_ defronte de Jerusalem, á mão direita do monte de Mashith, os quaes edificara Salomão, [13] rei d’Israel, a Astoreth, a abominação dos sidonios, e a Camos, a abominação dos moabitas, e a Milcom, a abominação dos filhos d’Ammon. 14 Similhantemente quebrou [14] as estatuas, e cortou os bosques, e encheu o seu logar com ossos de homens. _O altar de Bethel é profanado e derribado._ 15 E tambem o altar que estava em Bethel, [15] _e_ o alto que fez Jeroboão, filho de Nebat, que tinha feito peccar a Israel, juntamente com aquelle altar tambem o alto derribou; queimando o alto, em pó o esmiuçou, e queimou o bosque. 16 E, virando-se Josias, viu as sepulturas que _estavam_ ali no monte, e enviou, e tomou os ossos das sepulturas, e os queimou sobre aquelle altar, e _assim_ o profanou, [16] conforme palavra do Senhor, que apregoara o homem de Deus, quando apregoou estas palavras. 17 Então disse: Que _é_ este monumento que vejo? E o homens da cidade lhe disseram: [17] É a sepultura do homem de Deus que veiu de Judah, e apregoou estas coisas que fizeste contra este altar de Bethel. 18 E disse: Deixae-o estar; ninguem mexa nos seus ossos. [18] Assim deixaram estar os seus ossos com os ossos do propheta que viera de Samaria. 19 De mais d’isto tambem Josias tirou todas as casas dos altos que _havia_ nas cidades [19] de Samaria, e que os reis d’Israel tinham feito para provocarem á ira; e lhes fez conforme todos os feitos que tinha feito em Bethel. 20 E sacrificou [20] todos os sacerdotes dos altos, que _havia_ ali, sobre os altares, e queimou ossos de homens sobre elles: depois voltou a Jerusalem. _A celebração da paschoa._ 21 E o rei deu ordem a todo o povo, dizendo: [21] Celebrae a paschoa ao Senhor vosso Deus, como está escripto no livro do concerto. 22 Porque nunca se celebrou [22] tal paschoa como esta desde os dias dos juizes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis d’Israel, nem _tão pouco_ dos reis de Judah. 23 Porém no anno decimo oitavo do rei Josias esta paschoa se celebrou ao Senhor em Jerusalem. 24 E tambem [23] os adivinhos, e os feiticeiros, e os terafins, e os idolos, e todas as abominações que se viam na terra de Judah e em Jerusalem, os extirpou Josias, [24] para confirmar as palavras da lei, que estavam escriptas no livro que o sacerdote Hilkias achara na casa do Senhor. 25 E antes d’elle não houve [25] rei similhante, que se convertesse ao Senhor com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme toda a lei de Moysés: e depois d’elle nunca se levantou outro tal. 26 Todavia o Senhor se não tornou do ardor da sua grande ira, com que ardia a sua ira contra Judah, [26] por todas as provocações com que Manasseh o tinha provocado. 27 E disse o Senhor: Tambem a Judah hei de tirar de diante da minha face, [27] como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalem que elegi, como tambem a casa de que disse: [28] Estará ali o meu nome. 28 Ora o mais dos successos de Josias, e tudo quanto fez, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 29 Nos seus [29] dias subiu Pharaó Neco, rei do Egypto, contra o rei d’Assyria, ao rio Euphrates: e o rei Josias lhe foi ao encontro; e, vendo-o elle, o matou em Megiddo. 30 E seus servos [30] o levaram morto de Megiddo, e o trouxeram a Jerusalem, e o sepultaram na sua sepultura: e o povo da terra tomou a Joachaz, filho de Josias, e o ungiram, e o fizeram rei em logar de seu pae. _Joachaz reina, e é levado captivo para o Egypto._ [Antes de Christo 610] 31 Tinha Joachaz vinte e tres annos de edade quando começou a reinar, e tres mezes reinou em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Hamutal, [31] filha de Jeremias, de Libna. 32 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizeram seus paes. 33 Porém Pharaó Neco o mandou prender em Ribla, [32] em terra de Hamath, para que não reinasse em Jerusalem: e á terra impoz pena de cem talentos de prata e um talento de oiro. 34 Tambem Pharaó Neco [33] estabeleceu rei a Eliakim, filho de Josias, em logar de seu pae Josias, e lhe mudou o nome _em_ Joaquim: porém a Joachaz tomou comsigo, [34] e veiu ao Egypto e morreu ali. 35 E Joaquim deu aquella prata [35] e aquelle oiro a Pharaó; porém fintou a terra, para dar esse dinheiro conforme o mandado de Pharaó: a cada um segundo a sua avaliação demandou a prata e o oiro do povo da terra, para _o_ dar a Pharaó Neco. 36 Tinha Joaquim [36] vinte e cinco annos de edade quando começou a reinar, e reinou onze annos em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Zebuda, filha de Pedaia, de Ruma. 37 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizeram seus paes. [1] II Chr. 34.29, 30, etc. [2] cap. 22.8. [3] cap. 11.14, 17. [4] cap. 21.3, 7. [5] cap. 21.3. [6] cap. 21.7. [7] II Chr. 34.4. [8] I Reis 14.24 e 15.12. Eze. 16.16. [9] I Reis 15.22. [10] Eze. 44.10-14. I Sam. 2.36. [11] Isa. 30.33. Jer. 7.31 e 19.6, 11, 12, 13. Jos. 15.8. Lev. 18.21. Deu. 18.10. Eze. 23.37, 39. [12] Jer. 19.13. Sof. 1.5. cap. 21.5. [13] I Reis 11.7. [14] Exo. 23.24. Deu. 7.5, 25. [15] I Reis 12.28, 33. [16] I Reis 13.2. [17] I Reis 13.1, 30. [18] I Reis 13.31. [19] II Chr. 34.6, 7. [20] I Reis 13.2. Exo. 22.20. I Reis 18.40. cap. 11.18. II Chr. 34.5. [21] II Chr. 35.1. Exo. 12.3. Lev. 23.5. Num. 9.2. Deu. 16.2. [22] II Chr. 35.18, 19. [23] cap. 21.6. [24] Lev. 19.31 e 20.27. Deu. 18.11. [25] cap. 18.5. [26] cap. 21.11, 12 e 24.3, 4. Jer. 15.4. [27] cap. 17.18, 20 e 18.11 e 21.13. [28] I Reis 8.29 e 9.3. cap. 21.4, 7. [29] II Chr. 35.20. Zac. 12.11. cap. 14.8. [30] II Chr. 35.24. II Chr. 36.1. [31] cap. 24.18. [32] cap. 25.6. Jer. 52.27. [33] II Chr. 36.4. cap. 24.17. Dan. 1.7. Mat. 1.11. [34] Jer. 22.11, 12. Eze. 19.3, 4. [35] ver. 33. [36] II Chr. 36.5. 24 Nos seus dias [1] subiu Nabucodonosor, rei de Babylonia, e Joaquim ficou tres annos seu servo; _depois_ se virou, e se rebellou contra elle. 2 E Deus enviou contra [2] elle as tropas dos chaldeos, e as tropas dos syros, e as tropas dos moabitas, e as tropas dos filhos d’Ammon; e as enviou contra Judah, para o destruir, [3] conforme a palavra do Senhor, que fallara pelo ministerio de seus servos, os prophetas. 3 _E_, na verdade, conforme o mandado do Senhor, _assim_ succedeu a Judah, que a tirou de diante da sua face, [4] por _causa_ dos peccados de Manasseh, conforme tudo quanto fizera. 4 Como tambem _por_ [5] _causa do_ sangue innocente que derramou, enchendo a Jerusalem de sangue innocente: e por isso o Senhor não quiz perdoar. 5 Ora o mais dos successos de Joaquim, e tudo quanto fez, _porventura_ não _está_ escripto no livro das chronicas dos reis de Judah? 6 E Joaquim dormiu [6] com seus paes: e Joachin, seu filho, reinou em seu logar. 7 E o rei do Egypto [7] nunca mais saiu da sua terra; porque o rei de Babylonia tomou tudo quanto era do rei do Egypto, desde o rio do Egypto até ao rio Euphrates. _O principio da captividade de Judah._ [Antes de Christo 599] 8 Tinha Joachin [8] dezoito annos de edade quando começou a reinar, e reinou tres mezes em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe, Nehustha, filha de Elnathan, de Jerusalem. 9 E fez o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera seu pae. 10 N’aquelle tempo [9] subiram os servos de Nabucodonosor, rei de Babylonia, a Jerusalem, e a cidade foi cercada. 11 Tambem veiu Nabucodonosor, rei de Babylonia, contra a cidade, quando já os seus servos a estavam cercando. 12 Então saiu Joachin, [10] rei de Judah, ao rei de Babylonia, elle, e sua mãe, e seus servos, e seus principes, e seus eunuchos; [11] e o rei de Babylonia o tomou _preso_, no anno oitavo do seu reinado. 13 E tirou [12] d’ali todos os thesouros da casa do Senhor, e os thesouros da casa do rei: e fendeu todos os vasos d’oiro, que fizera Salomão, rei de Israel, no templo do Senhor, como o Senhor tinha dito. 14 E transportou [13] a toda a Jerusalem, como tambem a todos os principes, e a todos os homens valorosos, dez mil presos, e a todos os carpinteiros e ferreiros: ninguem ficou senão [14] o povo pobre da terra. 15 Assim transportou [15] Joachin a Babylonia; como tambem a mãe do rei, e as mulheres do rei, e os seus eunuchos, e os poderosos da terra levou presos de Jerusalem a Babylonia. 16 E todos [16] os homens, valentes, até sete mil, e carpinteiros e ferreiros até mil, _e_ todos os varões dextros na guerra, a estes o rei de Babylonia, levou presos para Babylonia. 17 E o [17] rei de Babylonia estabeleceu a Mathanias, seu tio, rei em seu logar: e lhe mudou o nome _em_ Zedekias. _Zedekias reina, e é levado, com o seu povo, captivo para Babylonia._ [Antes de Christo 600] 18 Tinha Zedekias [18] vinte e um annos de edade quando começou a reinar, e reinou onze annos em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Hamutal, filha de Jeremias, de Libna. 19 E fez o _que parecia_ mal [19] aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera Joaquim. 20 Porque _assim_ succedeu por causa da ira do Senhor contra Jerusalem, e contra Judah, até os rejeitar de diante da sua face: [20] e Zedekias se rebellou contra o rei de Babylonia. [1] II Chr. 36.6. Jer. 25.1, 9. Dan. 1.1. [2] Jer. 25.9 e 32.28. Eze. 19.8. [3] cap. 20.17 e 21.12, 13, 14 e 23.27. [4] cap. 21.2, 11 e 23.26. [5] cap. 21.16. [6] II Chr. 36.6, 8. Jer. 22.18, 19 e 36.30. [7] Jer. 37.5, 7. Jer. 46.2. [8] II Chr. 36.9. [9] Dan. 1.1. [10] Jer. 24.1 e 29.1, 2. Eze. 17.12. [11] Jer. 25.1. cap. 25.27. Jer. 52.28. [12] cap. 20.17. Isa. 39.6. Dan. 5.2, 3. Jer. 20.5. [13] Jer. 24.1. Jer. 52.28. I Sam. 13.19, 22. [14] cap. 25.12. Jer. 40.7. [15] II Chr. 36.10. Est. 2.6. Jer. 22.24, etc. [16] Jer. 52.28. [17] Jer. 37.1. I Chr. 3.15. II Chr. 36.10. cap. 23.34. II Chr. 36.4. [18] II Chr. 36.11. Jer. 37.1 e 52.1. cap. 23.31. [19] II Chr. 36.12. [20] II Chr. 36.13. Eze. 17.15. 25 E succedeu [1] que, no non o anno do seu reinado, no mez decimo, aos dez do mez, Nabucodonosor, rei de Babylonia, veiu contra Jerusalem, elle e todo o seu exercito, e se acampou contra ella, e levantaram contra ella tranqueiras em redor. [Antes de Christo 588] 2 E a cidade foi sitiada até ao undecimo anno do rei Zedekias. 3 Aos [2] nove do mez _quarto_, quando a cidade se via apertada da fome, nem havia pão para o povo da terra. 4 Então a cidade [3] foi arrombada, e todos os homens de guerra _fugiram_ de noite pelo caminho da porta, entre os dois muros que _estavam_ junto ao jardim do rei (porque os chaldeos estavam contra a cidade em redor), [4] e _o rei_ se foi pelo caminho da campina. 5 Porém o exercito dos chaldeos perseguiu o rei, e o alcançaram nas campinas de Jericó: e todo o seu exercito se dispersou d’elle. 6 E tomaram o rei, e o fizeram subir ao rei de Babylonia, a Ribla: [5] e procederam contra elle. 7 E aos filhos de Zedekias degolaram diante dos seus olhos: e vasaram os olhos a Zedekias, [6] e o ataram com duas cadeias de bronze, e o levaram a Babylonia. 8 E no quinto [7] mez no setimo dia do mez (este era o anno decimo nono de Nabucodonosor rei de Babylonia), veiu Nebuzaradan, capitão da guarda, servo do rei de Babylonia, a Jerusalem, 9 E queimou [8] a casa do Senhor e a casa do rei, como tambem todas as casas de Jerusalem, e todas as casas dos grandes, queimou. 10 E todo o exercito dos chaldeos, que _estava_ com o capitão da guarda, [9] derribou os muros em redor de Jerusalem. 11 E o mais do povo [10] que deixaram ficar na cidade, e os rebeldes que se renderam ao rei de Babylonia, e o mais da multidão, Nebuzaradan, o capitão da guarda, levou presos. 12 Porém dos mais pobres da terra deixou [11] o capitão da guarda ficar _alguns_ para vinheiros e para lavradores. 13 Quebraram mais os chaldeos as columnas [12] de cobre que _estavam_ na casa do Senhor, como tambem as bases e o mar de cobre que _estavam_ na casa do Senhor: e levaram o seu bronze para Babylonia. 14 Tambem tomaram as caldeiras, [13] e as pás, e os apagadores, e os [KU] perfumadores, e todos os vasos de cobre, com que se ministrava. 15 Tambem o capitão da guarda tomou os braseiros, e as bacias, o que _era_ de puro oiro, em oiro e o que era de prata, em prata. 16 As duas columnas, [14] um mar, e as bases, que Salomão fizera para a casa do Senhor: o cobre de todos estes vasos não tinha peso. 17 A altura d’uma [15] columna era de dezoito covados, e sobre ella _havia um_ capitel de cobre, e de altura tinha o capitel tres covados; e a rede, e as romãs em roda do capitel, tudo _era_ de cobre; e similhante a esta era a outra columna com a rede. 18 Tambem o capitão da guarda tomou a [16] Seraias, primeiro sacerdote, e a Zephanias segundo sacerdote, e aos tres guardas do umbral da porta. 19 E da cidade tomou a um eunucho, que tinha cargo da gente de guerra, [17] e a cinco homens dos que viam a face do rei, e se acharam na cidade, como tambem ao escrivão-mór do exercito, que registrava o povo da terra para a guerra, e a sessenta homens do povo da terra, que se acharam na cidade. 20 E tomando-os Nebuzaradan, o capitão da guarda, os trouxe ao rei de Babylonia, a Ribla. 21 E o rei de Babylonia os feriu e os matou em Ribla, na terra de Hamath: [18] e Judah foi levado preso para fóra da sua terra. 22 Porém, quanto ao povo que ficava [19] na terra de Judah, e Nabucodonosor, rei de Babylonia, deixou ficar, poz sobre elle _por maioral_ a Gedalias, filho de Ahikam, filho de Saphan. _Gedalias governa, mas Ishmael mata-o._ 23 Ouvindo pois os [20] capitães dos exercitos, elles e os seus homens, que o rei de Babylonia puzera a Gedalias _por maioral_, vieram a Gedalias, a Mispah, a saber: Ishmael, filho de Nethanias, e Johanan, filho de Kareath, e Seraias, filho de Tanhumeth, o netophatita, e Jazanias, filho do Maacatita, elles e os seus homens. 24 E Gedalias jurou a elles e aos seus homens, e lhes disse: Não temaes _ser_ servos dos chaldeos; ficae na terra, e servi ao rei de Babylonia, e bem vos irá. 25 Succedeu, porém, que, no setimo mez, [21] veiu Ishmael, filho de Nethanias, o filho de Elisama, da semente real, e dez homens com elle, e feriram a Gedalias, e elle morreu, como tambem aos judeos, e aos chaldeos que _estavam_ com elle em Mispah. 26 Então todo o povo se levantou, desde o mais pequeno até ao maior, como tambem os capitães dos exercitos, e vieram ao Egypto, [22] porque temiam os chaldeos. 27 Depois d’isto succedeu [23] que, no anno trinta e sete do captiveiro de Joaquim, rei de Judah, no mez duodecimo, aos vinte e sete do mez, Evil-merodac, rei de Babylonia, levantou, no anno em que reinou, a cabeça de Joaquim, rei de Judah, [24] da casa da prisão. 28 E lhe fallou benignamente: e poz o seu throno acima do throno dos reis que _estavam_ com elle em Babylonia. 29 E lhe mudou os vestidos da prisão, [25] e de continuo comeu pão na sua presença todos os dias da sua vida. 30 E, quanto á sua subsistencia, pelo rei lhe foi dada subsistencia continua, a porção de cada dia no seu dia, todos os dias da sua vida. [1] II Chr. 36.17. Jer. 34.2 e 39.1 e 52.4, 5. Eze. 24.1. [2] Jer. 30.2 e 52.6. [3] Jer. 39.2 e 52.7, etc. [4] Jer. 39.4-7 e 52.7. Eze. 12.12. [5] cap. 23.33. Jer. 52.9. [6] Jer. 39.7. Eze. 12.13. [7] Jer. 52.12-14. ver. 27. cap. 24.12. Jer. 39.9. [8] II Chr. 36.19. Jer. 39.8. Amós 2.5. [9] Neh. 1.3. Jer. 52.14. [10] Jer. 39.9 e 52.15. [11] cap. 24.14. Jer. 39.10 e 40.7 e 52.16. [12] cap. 20.17. Jer. 27.19, 22 e 52.17, etc. I Reis 7.15. [13] Exo. 27.3. I Reis 7.45, 50. [14] I Reis 7.47. [15] I Reis 7.15. Jer. 52.21. [16] Jer. 52.24, etc. I Chr. 6.14. Esd. 7.1. Jer. 21.1 e 29.25. [17] Jer. 52.2. [18] Lev. 26.33. Deu. 28.36, 64. cap. 23.27. [19] Jer. 40.5. [20] Jer. 40.7, 8, 9. [21] Jer. 41.1, 2. [22] Jer. 43.4, 7. [23] Jer. 52.31, etc. [24] Gen. 40.13, 20. [25] II Sam. 9.7. O PRIMEIRO LIVRO DAS CHRONICAS. _Genealogia desde Adão até Noé. Os filhos de Noé, e seus descendentes._ [Antes de Christo 1676] 1 Adão, Seth, [1] Enos, 2 Canan, Mahalaleel, Jared, 3 Henoch, Methusalah, Lamech, 4 Noé, Sem, Cão, e Japhet. 5 Os filhos [2] de Japhet _foram_: Gomer, e Magog, e Madai, e Javan, e Tubal, e Mesech, e Tiras. 6 E os filhos de Gomer: Asquenaz, e Riphat, e Togarma. 7 E os filhos de Javan: Elisa, e Tarsis, e Chittim, e Dodanim. 8 Os filhos [3] de Cão: Cus, e Mitsraim, e Put e Canaan. 9 E os filhos de Cus _eram_ Seba, e Havila, e Sabta, e Raema, e Sabtecha: e os filhos de Raema _eram_ Seba e Dedan. 10 E Cus [4] gerou a Nemrod, que começou a ser poderoso na terra. 11 E Mitsraim gerou aos ludeos, e aos anameos, e aos lehabeos, e aos naphtuheos, 12 E aos pathruseos, e aos casluchros (dos quaes procederam os philisteos), e [5] aos caftoreos. 13 E Canaan [6] gerou a Sidon, seu primogenito, e a Het, 14 E aos jebuseos, e aos amorrheos, e aos girgaseos, 15 E aos heveos, e aos arkeos, e aos sineos, 16 E aos arvadeos, e aos zemareos, e aos hamatheos. 17 _E foram_ os filhos [7] de Sem: Elam, e Assur, e Arphaxad, e Lud, e Aram, e Uz, e Hul, e Gether, e Mesech. 18 E Arphaxad gerou a Selah: e Selah gerou a Heber. 19 E a Heber nasceram dois filhos: o nome d’um _foi_ Peleg, porquanto nos seus dias se repartiu a terra, e o nome de seu irmão _era_ Joktan. 20 E Joktan [8] gerou a Almodad, e a Seleph, e a Hasarmaveth, e a Jarah, 21 E a Hadoram, e a Husal, e a Dikla, 22 E a Ebad, e a Abimael, e a Seba, 23 E a Ophir, e a Havila, e a Jobab: todos estes _foram_ filhos de Joktan. 24 Sem, [9] Arphaxad, Selah, 25 Heber, [10] Peleg, Rehu, 26 Serug, Nahor, Thare, 27 Abrão, [11] que _é_ Abrahão. 28 Os filhos de Abrahão _foram_ Isaac e [12] Ishmael. 29 Estas _são_ as suas gerações: o primogenito [13] de Ishmael _foi_ Nebaioth, e Kedar, e Adbeel, e Mibsam, 30 Misma, e Duma, e Masca, Hadar e Tema, 31 Jetur, e Naphis e Kedma: estes _foram_ os filhos de Ishmael. 32 Quanto aos filhos de [14] Ketura, concubina de Abrahão, esta pariu a Zimran, e a Joksan, e a Medan, e a Midian, e a Jisbak, e a Suah: e os filhos de Joksan _foram_ Seba e Dedan. 33 E os filhos de Midian: Epha, e Epher, e Hanoch, e Abidah, e Eldah: todos estes _foram_ filhos de Ketura. 34 Abrahão [15] pois gerou a Isaac: _e foram_ os filhos de Isaac Esaú e Israel. 35 Os filhos [16] de Esaú: Eliphaz, Reuel, e Jehus, e Jalam, e Corah. 36 Os filhos [17] de Eliphaz: Teman, e Omar, e Zephi, e Gaetam, e Quenaz, e Timna, e Amalek. 37 Os filhos de Reuel: Nahath, Zerah, Samma, e Missa. 38 E os filhos de Seir: Lothan, e Sobal, e Zibeon, e Ana, e Dison, e Eser, e Disan. 39 E os filhos de Lothan: Hori e Homam; e a irmã de Lothan _foi_ Timna. 40 Os filhos de Sobal _eram_ Alian, e Manahath, e Ebel, Sephi e Onam: e os filhos de Zibeon _eram_ Aya e Ana. 41 Os filhos de Ana _foram_ Dison: e os filhos de [18] Dison _foram_ Hamran, e Esban, e Ithran, e Cheran. 42 Os filhos de Eser _eram_ Bilhan, e Zaavan, _e_ Jaakan: os filhos de Disan _eram_ Uz e Aran. 43 E estes _são_ os reis [19] que reinaram na terra d’Edom, antes que reinasse rei sobre os filhos d’Israel: Bela, filho de Beor; e _era_ o nome da sua cidade Dinhaba. 44 E morreu Bela, e reinou em seu logar Jobab, filho de Zerah, de Bosra. 45 E morreu Jobab, e reinou em seu logar Husam, da terra dos temanitas. 46 E morreu Husam, e reinou em seu logar Hadad, filho de Bedad: este feriu os midianitas no campo de Moab; e _era_ o nome da sua cidade Avith. 47 E morreu Hadad, e reinou em seu logar Samla, de Masreka. 48 E morreu Samla, [20] e reinou em seu logar Saul, de Rehoboth, junto ao rio. 49 E morreu Saul, e reinou em seu logar Baal-hanan, filho de Acbor. 50 E, morrendo Baal-hanan, Hadad reinou em seu logar; e _era_ o nome da sua cidade Pae: e o nome de sua mulher _era_ Mehetabeel, filha de Matred, a filha de Mezahab. 51 E, morrendo Hadad, foram principes em Edom [21] o principe Timna, o principe Alya, o principe Jetheth, 52 O principe Aholibama, o principe Ela, o principe Pinon, 53 O principe Quenaz, o principe Teman, o principe Mibzar, 54 O principe Magdiel, o principe Iram: estes _foram_ os principes d’Edom. [1] Gen. 4.25, 26 e 5.3, 9. [2] Gen. 10.2, etc. [3] Gen. 10.6, etc. [4] Gen. 10.8, 13, etc. [5] Deu. 2.23. [6] Gen. 10.15, etc. [7] Gen. 10.22 e 11.10. [8] Gen. 10.26. [9] Gen. 11.10, etc. Luc. 3.34, etc. [10] Gen. 11.15. [11] Gen. 17.5. [12] Gen. 16.11, 15. [13] Gen. 25.13-16. [14] Gen. 25.1, 2. [15] Gen. 21.2, 3. Gen. 25.25, 26. [16] Gen. 36.9, 10. [17] Gen. 23.20. [18] Gen. 36.20. [19] Gen. 36.31, etc. [20] Gen. 36.37. [21] Gen. 36.40. _Os doze filhos de Jacob, e os descendentes de Judah._ [Antes de Christo 1752] 2 Estes _são_ os filhos de Israel: [1] Ruben, Simeão, Levi, Judah, Issacar e Zebulon; 2 Dan, José e Benjamin, Naphtali, Gad e Aser. 3 Os filhos de [2] Judah _foram_ Er, e Onan, e Sela: _estes_ tres lhe nasceram da filha de Sua, a cananea: e Er, o primogenito de Judah, foi mau aos olhos do Senhor, pelo que o matou. 4 Porém [3] Tamar, sua nora, lhe pariu a Perez e a Serah: todos os filhos de Judah _foram_ cinco. 5 Os filhos de [4] Perez _foram_ Hezron e Hamul. 6 E os filhos de Serah: [KV] Zimri, [5] e Ethan, e Heman, e Calcol, e Dara: cinco ao todo. 7 E os filhos de [6] Carmi _foram_ [KW] Acar, o perturbador de Israel, que peccou no anathema. 8 E os filhos de Ethan _foram_ Azarias. 9 E os filhos de Hezron, que lhe nasceram, _foram_ Jerahmeel, e Ram, e Chelubai. 10 E Ram [7] gerou a Amminadab, e Amminadab gerou a Nahasson, principe dos filhos de Judah. 11 E Nahasson gerou a Salma, e Salma gerou a Booz. 12 E Booz gerou a Obed, e Obed gerou a Jessé. 13 E Jessé [8] gerou a Eliah, seu primogenito, e Abinadab, o segundo, e Simea, o terceiro, 14 Nathanael, o quarto, Radda, o quinto, 15 Osem, o sexto, David, o setimo. 16 E _foram_ suas irmãs Zeruia e Abigail: e _foram_ os filhos [9] de Zeruia: Abisai, e Joab, e Asael, tres. 17 E Abigail [10] pariu a Amasa: e o pae de Amasa _foi_ Jether, o ishmaelita. 18 E Caleb, filho de Hezron, gerou _filhos_ de Azuba, sua mulher, e de Jerioth: e os filhos d’esta _foram_ estes: Jeser, e Sobab, e Ardon. 19 E morreu Azuba; [11] e Caleb tomou para si a Ephrath, a qual lhe pariu a Hur. 20 E Hur gerou a Uri, e Uri gerou a [12] Besaleel. 21 Então Hezron entrou á filha de Machir, [13] pae de Gilead, e, _sendo_ elle de sessenta annos, a tomou: e ella lhe pariu a Segub. 22 E Segub gerou a Jair: e este tinha vinte e tres cidades na terra de Gilead. 23 E Gesur e Aram tomaram [14] d’elles as aldeias de Jair, e Kenath, e seus logares, sessenta cidades: todos estes _foram_ filhos de Machir, pae de Gilead. 24 E, depois da morte de Hezron, em Caleb de Ephrata, Abia, mulher de Hezron, lhe pariu a [15] Ashur, pae de Tekoa. 25 E os filhos de Jerahmeel, primogenito de Hezron, _foram_ Ram, o primogenito, e Buna, e Oren, e Osem, _e_ Ahija. 26 Teve tambem Jerahmeel _ainda_ outra mulher cujo nome _era_ Atara: esta foi a mãe de Onam. 27 E foram os filhos de Ram, primogenito de Jerahmeel: Maas, e Jamin, e Eker. 28 E foram os filhos de Onam: Sammai e Judah; e os filhos de Sammai: Nadab e Abisur. 29 E _era_ o nome da mulher de Abisur Abiail, que lhe pariu a Ahban e a Molid. 30 E _foram_ os filhos de Nadab Seled e Appaim: e Seled morreu sem filhos. 31 E os filhos d’Appaim _foram_ Ishi; e os filhos de Ishi: Sesan. [16] E os filhos de Sesan: Ahlai. 32 E os filhos de Jada, irmão de Sammai, _foram_ Jether e Jonathan: e Jether morreu sem filhos. 33 E os filhos de Jonathan _foram_ Peleth e Zaza: estes foram os filhos de Jerahmeel. 34 E Sesan não teve filhos, mas filhas: e tinha Sesan um servo egypcio, cujo nome _era_ Jarha. 35 Deu pois Sesan sua filha por mulher a Jarha, seu servo: e lhe pariu a Attai. 36 E Attai gerou a Nathan, e Nathan gerou a [17] Zabad. 37 E Zabad gerou a Eflal, e Eflal gerou a Obed. 38 E Obed gerou a Jehu, e Jehu gerou a Azarias. 39 E Azarias gerou a Heles, e Heles gerou a Eleasa. 40 E Eleasa gerou a Sismai, e Sismai gerou a Sallum. 41 E Sallum gerou a Jekamias, e Jekamias gerou a Elisama. 42 E _foram_ os filhos de Caleb, irmão de Jerahmeel, Mesa, seu primogenito (este _foi_ o pae de Ziph), e os filhos de Maresa, pae de Hebron. 43 E _foram_ os filhos de Hebron: Korah, e Tappuah, e Rekem, e Sema. 44 E Sema gerou a Raham, pae de Jorkeam: e Rekem gerou a Sammai. 45 E _foi_ o filho de Sammai Maon: e Maon _foi_ pae de Bethzur. 46 E Epha, a concubina de Caleb, pariu a Haran, e a Mosa, e a Gazez: e Haran gerou a Gazez. 47 E _foram_ os filhos de Johdai: Regem, e Jotham, e Gesan, e Pelet, e Epha, e Saaph. 48 De Maaca, concubina, gerou Caleb a Seber e a Tirhana. 49 E a mulher de Saaph, pae de Madmanna, pariu a Seva, pae de Machbena e pae de Gibea; e _foi_ a filha de Caleb [18] Acsa. 50 Estes foram os filhos de Caleb, filho de Hur, o primogenito de Ephrata: Sobal, pae de Kiriath-jearim, 51 Salma, pae dos bethlehemitas, Hareph, pae de Beth-gader. 52 E foram os filhos de Sobal, pae de Kiriath-jearim: Haroe _e_ metade dos menuhitas. 53 E as familias de Kiriath-jearim _foram_ os jethreos, e os putheos, e os sumatheos, e os misraeos: d’estes sairam os zoratheos, e os esthaoleos. 54 Os filhos de Salma _foram_ Bethlehem e os nethophatitas, Atroth, _e_ Beth-joab, e metade dos manahthitas, _e_ os zoritas. 55 E as familias dos escribas que habitavam em Jabez _foram_ os thirathitas, os simathitas, _e_ os sucathitas: estes _são_ os kineos, que vieram de Hammath, pae da casa de Rechab. [1] Gen. 29.32 e 30.5, etc. e 35.18, 22 e 46.8, etc. [2] Gen. 38.3 e 46.12. Num. 26.19. Gen. 38.2. Gen. 38.7. [3] Gen. 38.29, 30. Mat. 1.3. [4] Gen. 46.12. Ruth 4.18. [5] I Reis 4.31. [6] cap. 4.1. Jos. 6.18 e 7.1. [7] Ruth 4.19, 20. Mat. 1.4. Num. 1.7 e 2.3. [8] I Sam. 16.6. [9] II Sam. 2.18. [10] II Sam. 17.25. [11] ver. 50. [12] Exo. 31.2. [13] Num. 27.1. [14] Num. 32.41. Deu. 3.14. Jos. 13.30. [15] cap. 4.5. [16] ver. 34, 35. [17] cap. 11.41. [18] Jos. 15.17. _Descendentes de David._ [Antes de Christo 1471] 3 E Estes foram os filhos de David, que lhe nasceram em Hebron: o primogenito, Amnon, [1] de Ahinoam, a jizreelita; o segundo, Daniel, de Abigail, a carmelita; 2 O terceiro, Absalão, filho de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur; o quarto, Adonias, filho de Haggith; 3 O quinto, Sephatias, d’Abital; o sexto, Ithream, de Egla, [2] sua mulher. 4 Seis lhe nasceram em Hebron, [3] porque ali reinou sete annos e seis mezes: e trinta e tres annos reinou em Jerusalem. 5 E estes lhe nasceram em Jerusalem: [4] Simea, e Sobab, e Nathan, e Salomão: _estes_ quatro _lhe nasceram_ de [KX] Bath-sua, filha de Ammiel. 6 _Nasceram-lhe_ mais Ibehar, e Elisama, e Eliphelet, 7 E Nogath, e Nepheg, e Japhia, 8 E Elisama, e Eliad, e Eliphelet, [5] nove. 9 Todos estes _foram_ filhos de David, afóra os filhos das concubinas, e Tamar, [6] irmã d’elles. 10 E filho de Salomão _foi_ [7] Roboão; e seu filho Abias; e seu filho Asa; e seu filho Josaphat; 11 E seu filho Jorão; e seu filho Achazias; e seu filho Joás; 12 E seu filho Amasias; e seu filho Jotham; 13 E seu filho Achaz; e seu filho Ezequias; e seu filho Manassés; 14 E seu filho Amon; e seu filho Josias. 15 E os filhos de Josias _foram_: o primogenito, Johanan; o segundo, Joaquim; o terceiro, Zedekias; o quarto, Sallum. 16 E os filhos de [8] Joaquim: Jechonias, seu filho, e Zedekias, seu filho. 17 E os filhos de Jechonias: Assir, e seu filho Sealthiel. 18 _Os filhos_ d’este _foram_: Malchiram, e Pedaia, e Senazzar, Jekamias, Hosama, e Nedabias. 19 E os filhos de Pedaia: Zorobabel e Simei; e os filhos de Zorobabel: Messullam, e Hananias, e Selomith, sua irmã, 20 E Hasuba, e Obel, e Berechias, e Hasadias, e Jusab-hesed, cinco. 21 E os filhos de Hananias: Pelatias e Jesaias: os filhos de Rephaias, os filhos d’Arnan, os filhos de Obadias, e os filhos de Secanias. 22 E os filhos de Secanias foram Semaias: e os filhos de Semaias: [9] Hattus, e Igeal, e Bariah, e Nearias, e Saphat, seis. 23 E os filhos de Nearias: Elioenai, e Ezequias, e Azrikam, tres. 24 E os filhos de Elioenai: Hodavias, e Eliasib, e Pelaias, e Akkub, e Johanan, e Delaias, e Anani, sete. [1] II Sam. 3.2. Jos. 15.56. [2] II Sam. 3.5. [3] II Sam. 2.11. II Sam. 5.5. [4] II Sam. 5.14. cap. 14.4. II Sam. 12.24. [5] II Sam. 5.14, 15, 16. [6] II Sam. 13.1. [7] I Reis 11.33 e 15.6, 13 e 15.5. [8] Mat. 1.11, 12. [9] Esd. 8.2. _Os descendentes de Judah._ [Antes de Christo 1300] 4 Os filhos de Judah _foram_: [1] Perez, e Hezron, e Carmi, e Hur, e Sobal. 2 E Reaias, filho de Sobal, gerou a Jahath, e Jahath gerou a Ahumai e a Lahad: estas _são_ as familias dos zorathisas. 3 E estes foram os filhos do pae de Etam: Jezreel, e Isma, e Idbas: e _era_ o nome de sua irmã Hazzelelponi. 4 E mais Penuel, pae de Gedor, e Ezer, pae de Husa: estes _foram_ os filhos de [2] Hur, o primogenito de Ephrata, pae de Beth-lehem. 5 E tinha Ashur, [3] pae de Tekoa, duas mulheres: Hela e Naara. 6 E Naara lhe pariu a Ahuzzam, e a Hepher, e a Temeni, e a Haahastari; estes _foram_ os filhos de Naara. 7 E os filhos de Hela: Zereth, Jesohar, e Ethnan. 8 E Kos gerou a Anub e a Zobeba: e as familias d’Aharhel, filho de Harum. 9 E foi [4] Jabes mais illustre do que seus irmãos: e sua mãe chamou o seu nome Jabes, dizendo: Porquanto com dôres o pari. 10 Porque Jabes invocou o Deus de Israel, dizendo: Se me abençoares muitissimo, e meus termos amplificares, e a tua mão fôr comigo, e fizeres que do mal não seja afflicto! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido. 11 E Chelub, irmão de Suha, gerou a Mehir: este _é_ o pae de Esthon. 12 E Esthon gerou a Bethrapha, e a Peseah, e a Tehinna, pae de Ir-nahas: estes _foram_ os homens de Reca. 13 E foram os filhos de Kenas: [5] Othniel e Seraias; e filhos de Othniel: Hathath. 14 E Meonothai gerou a Ophra, e Seraias gerou a Joab, pae dos do valle [6] dos artifices; porque foram artifices. 15 E _foram_ os filhos de Caleb, filho de Jefone: Iru, Ela, e Naam: e os filhos de Ela, a saber, Kenas. 16 E os filhos de Jehalelel: Ziph, e Zipha, e Tiria e Asareel. 17 E os filhos de Ezra: Jether, e Mered, e Epher, e Jalon: e ella pariu a Miriam, e Sammai, e Isbah, pae de Esthemo. 18 E sua mulher, judia, pariu a Jered, pae de Gedor, e a Heber, pae de Soco, e a Jekuthiel, pae de Zanohah; e estes _foram_ os filhos de Bitia, filha de Pharaó, que Mered tomou. 19 E _foram_ os filhos da mulher de Hodias, irmã de Naham: Abikeila, o garmita, e Esthemo, o maacatita. 20 E os filhos de Simeão: Amnon, e Rinna, e Ben-hanan, e Tilon: e os filhos de Ishi: Zoheth e Benzoheth. 21 Os filhos de Sela, [7] filho de Judah: Er, pae de Lecha, e Lada, pae de Maresa, e as familias da casa dos obreiros de linho, em casa de Asbea. 22 Como tambem Jokim, e os homens de Cozeba, e Joás, e Saraph (que dominaram sobre os moabitas), e Jasubi-lehem: porém _estas_ coisas _já são_ antigas. 23 Estes _foram_ oleiros, e habitavam nas hortas e nos cerrados: estes ficaram ali com o rei na sua obra. 24 Os filhos de Simeão _foram_ Nemuel, e Jamin, e Jarib, e Zera, e Saul, 25 Cujo filho _foi_ Sallum, e seu filho Mibsam, e seu filho Misma. 26 E os filhos de Misma _foram_: Hammuel, seu filho, cujo filho foi Zaccur, e seu filho Simei. 27 E Simei teve dezeseis filhos, e seis filhas, porém seus irmãos não tiveram muitos filhos: e toda a sua familia não se multiplicou tanto como as dos filhos de Judah. 28 E habitaram em [8] Berseba, e _em_ Moluda, e _em_ Hasar-sual, 29 E em Bilha, e em Esem, e em Tholad, 30 E em Bethuel, e em Horma, e em Ziklag, 31 E em Beth-marcaboth, e em Hasar-susim, e Beth-biri, e em Saaraim: estas _foram_ as suas cidades, até que David reinou. 32 E _foram_ as suas aldeias: Etam, e Ain, e Rimmon, e Tochen, e Asan: cinco cidades. 33 E todas as suas aldeias, que _estavam_ em redor d’estas cidades, até Baal, estas _foram_ as suas habitações e suas genealogias para elles. 34 Porém Mesobab, e Jamlech, e Josa, filho de Amasias, 35 E Joel, e Jehu, filho de Josibias, filho de Seraias, filho de Asiel, 36 E Elioenai, e Jaakoba, e Jeshoaias, e Asaias, e Adiel, e Jesimiel, e Benaias, 37 E Ziza, filho de Siphi, filho de Allon, filho de Jedaias, filho de Simri, filho de Semaia: 38 Estes, registrados por _seus_ nomes, _foram_ principes nas suas familias: e as familias de seus paes se multiplicaram abundantemente. 39 E chegaram até á entrada de Gedor, ao oriente do valle, a buscar pasto para as suas ovelhas. 40 E acharam pasto fertil e terra espaçosa, e quieta, e descançada; porque _os_ de Cão habitaram ali d’antes. 41 Estes pois, que estão descriptos por seus nomes, vieram nos dias de Ezequias, rei de Judah, [9] e feriram as tendas e habitações dos que se acharam ali, e as destruiram totalmente até _ao dia d’_hoje, e habitaram em seu logar: porque ali _havia_ pasto para as suas ovelhas. 42 Tambem d’elles, dos filhos de Simeão, quinhentos homens foram ás montanhas de Seir; e a Pelatias, e a Nearias, e a Rephaias, e a Uzziel, filhos de Ishi, levaram por cabeças. 43 E feriram o restante dos que escaparam dos amalekitas, e habitaram ali até ao dia d’hoje. [1] Gen. 38.29 e 46.12. [2] cap. 2.50. [3] cap. 2.24. [4] Gen. 34.19. [5] Jos. 15.17. [6] Neh. 11.35. [7] Gen. 38.1, 5 e 46.12. [8] Jos. 19.2. [9] II Reis 18.8. 5 Quanto aos filhos de Ruben, o primogenito de Israel;—porque elle _era_ [1] o primogenito, mas porque profanara [2] a cama de seu pae, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; para assim não ser contado na genealogia da primogenitura. 2 Porque Judah foi poderoso [3] entre seus irmãos, e d’elle _vem_ o principe; porém a primogenitura foi de José;— 3 _Foram_ pois os filhos de [4] Ruben, o primogenito de Israel: Hanoch, e Pallu, e Hezron, e Carmi. 4 Os filhos de Joel: Semaias, seu filho, Gog, seu filho, Simei seu filho, 5 Micha, seu filho, Reaia, seu filho, Baal, seu filho, 6 Beera, seu filho, o qual Tilgath-pilneser, rei da Assyria, levou preso: este _foi_ principe dos rubenitas. 7 Quanto a seus irmãos para suas familias, [5] quando pozeram nas genealogias segundo as suas descendencias, _foram_ chefes Jeiel e Zacharias, 8 E Bela, filho de Azaz, filho de Sema, filho de Joel, que habitou em [6] Aroer até Nebo e Baal-meon, 9 Tambem habitou da banda do oriente, até á entrada do deserto, desde o rio Euphrates; porque seu gado se tinha multiplicado na terra [7] de Gilead. 10 E nos dias de Saul fizeram guerra aos [8] hagarenos, que cairam pela sua mão: e elles habitaram nas suas tendas defronte de toda a banda oriental de Gilead. 11 E os filhos de Gad habitaram defronte d’elles, na terra de [9] Basan, até Salcha. 12 Joel _foi_ chefe, e Sapham o segundo: porém Jaanai e Saphat _ficaram_ em Basan. 13 E seus irmãos, segundo as suas casas paternas, _foram_: Michael, e Mesullam, e Seba, e Jorai, e Jachan, e Zia, e Eber, sete. 14 Estes _foram_ os filhos de Abiail, filho de Huri, filho de Jaroah, filho de Gilead, filho de Michael, filho de Jesisai, filho de Jahdo, filho de Buz; 15 Ahi, filho de Abdiel, filho de Guni, _foi_ chefe da casa de seus paes. 16 E habitaram em Gilead, em Basan, e nos logares da sua jurisdicção; como tambem em todos os arrabaldes de [10] Saron, até ás suas saidas. 17 Todos estes foram registrados, segundo as suas genealogias, nos dias de Jothão, [11] rei de Judah, e nos dias de Jeroboão, rei de Israel. 18 Dos filhos de Ruben, e dos gaditas, e da meia tribu de Manassés, homens muito bellicosos, que traziam escudo e espada, e entesavam o arco, e _eram_ destros na guerra: quarenta e quatro mil e setecentos e sessenta, que sahiam á peleja. 19 E fizeram guerra aos hagarenos, [12] como a Jetur, e a Naphis e a Nodab. 20 E [13] foram ajudados contra elles, e os hagarenos e todos quantos _estavam_ com elles foram entregues em sua mão; porque clamaram a Deus na peleja, e lhes deu ouvidos, porquanto confiaram n’elle. 21 E levaram preso o seu gado: seus camelos, cincoenta mil, e duzentas e cincoenta mil ovelhas, e dois mil jumentos, e cem mil almas de homens. 22 Porque muitos feridos cairam, porque de Deus _era_ a peleja; [14] e habitaram em seu logar, até ao captiveiro. 23 E os filhos da meia tribu de Manassés habitaram n’aquella terra: de Basan até Baal-hermon, e Senir, e o monte de Hermon, elles se multiplicaram. 24 E estes _foram_ cabeças de suas casas paternas, a saber: Hepher, e Ishi, e Eliel, e Azriel, e Jeremias, e Hodavias, e Jahdiel, homens valentes, homens de nome, e chefes das casas de seus paes. 25 Porém transgrediram contra o Deus de seus paes: [15] e fornicaram após os deuses dos povos da terra, os quaes Deus destruira de diante d’elles. 26 Pelo que o Deus de Israel suscitou o espirito de Pul, [16] rei d’Assyria, e o espirito de Tiglath-pilneser, rei d’Assyria, que os levaram presos, _a saber_: os rubenitas e gaditas, e a meia tribu de Manassés; e os trouxeram a [17] Halah, e a Habor, e a Hara, e ao rio de Gozan, até _ao dia de_ hoje. [1] Gen. 29.31 e 49.3. [2] Gen. 35.22 e 49.4. Gen. 48.15, 22. [3] Gen. 49.8, 10. Miq. 5.2. Mat. 2.6. [4] Gen. 46.9. Exo. 6.14. Num. 26.5. [5] ver. 17. [6] Jos. 13.15, 16. [7] Jos. 22.9. [8] Gen. 25.12. [9] Jos. 13.11, 24. [10] cap. 27.29. [11] II Reis 15.5, 32. II Reis 14.16, 28. [12] Gen. 25.15. cap. 1.31. [13] ver. 22. Psa. 22.4, 5. [14] II Reis 15.29 e 17.6. [15] II Reis 17.7. [16] II Reis 15.19. II Reis 15.29. [17] II Reis 17.6 e 18.11. _Descendentes de Levi, seu ministerio e suas cidades._ 6 Os filhos de Levi _foram_: [1] Gerson, Kohath, e Merari. 2 E os filhos de Kohath: [2] Amram, e Ishar, e Hebron, e Uzziel. 3 E os filhos d’Amram: Aarão, [3] e Moysés, e Miriam: e os filhos d’Aarão: Nadab, e Abihu, e Eleazar, e Ithamar. 4 E Eleazar gerou a Phineas, e Phineas gerou a Abisua, 5 E Abisua gerou a Bukki, e Bukki gerou a Uzzi, 6 E Uzzi gerou a Zerahias, e Zerahias gerou a Meraioth, 7 E Meraioth gerou a Amarias, e Amarias gerou a Ahitub, 8 E Ahitub [4] gerou a Zadok, e Zadok gerou a Ahimaas, 9 E Ahimaas gerou a Azarias, e Azarias gerou a Johanan, 10 E Johanan gerou a Azarias: este _é_ o que administrou [5] o sacerdocio na casa que Salomão tinha edificado em Jerusalem. 11 E Azarias [6] gerou a Amarias, e Amarias gerou a Ahitub, 12 E Ahitub gerou a Zadok, e Zadok gerou a Sallum, 13 E Sallum gerou a Hilkias, e Hilkias gerou a Azarias, 14 E Azarias gerou [7] a Seraias, e Seraias gerou a Josadak, 15 E Josadak foi levado captivo quando o Senhor levou [8] presos a Judah e a Jerusalem pela mão de Nabucodonozor. 16 Os filhos de Levi _foram [9] pois_ Gersom, Kohath, e Merari. 17 E estes _são_ os nomes dos filhos de Gersom: Libni e Simei. 18 E os filhos de Kohath: Amram, e Ishar, e Hebron, e Uzziel. 19 Os filhos de Merari: Maheli e Musi: estas _são_ as familias dos levitas, segundo seus paes. 20 De Gersom: Libni, seu filho, Jahath, seu filho, Zimma, [10] seu filho, 21 Joah, seu filho, Iddo, seu filho, Zerah, seu filho, Jeaterai, seu filho. 22 Os filhos de Kohath _foram_: Amminadab, seu filho, Korah, seu filho, Assir, seu filho, 23 Elkana, seu filho, Ebiasaph, seu filho, Assir, seu filho, 24 Tahath, seu filho, Uriel, seu filho, Uzias, seu filho, e Saul, seu filho. 25 E os filhos d’Elkana: Amasai [11] e Ahimoth. 26 _Quanto a_ Elkana: os filhos d’Elkana _foram_ Zophai, seu filho, e seu filho Nahath, 27 Seu filho Eliab, [12] seu filho Jeroham, seu filho Elkana. 28 E os filhos de Samuel: [KY] Vasni, seu primogenito, e o segundo Abias. 29 Os filhos de Merari: Maheli, seu filho Libni, seu filho Simei, seu filho Uzza, 30 Seu filho Simea, seu filho Haggias, seu filho Asaias. 31 Estes _são_ pois os que David constituiu para o officio do canto na casa do Senhor, [13] depois que a arca teve repouso. [Antes de Christo 1280] 32 E ministravam diante do tabernaculo da tenda da congregação com cantares, até que Salomão edificou a casa do Senhor em Jerusalem: e estiveram, segundo o seu costume, no seu ministerio. 33 Estes _são_ pois os que _ali_ estavam com seus filhos: dos filhos dos kohathitas, Heman, o cantor, filho de Joel, filho de Samuel, 34 Filho d’Elkana, filho de Jeroham, filho d’Eliel, filho de Toa, 35 Filho de Zuph, filho d’Elkana, filho de Mahath, filho de Amasai, 36 Filho d’Elkana, filho de Joel, filho de Azarias, filho de Zephanias, 37 Filho de Tahat, filho d’Assir, filho d’Ebiasaph, [14] filho de Korah, 38 Filho de Ishar, filho de Kohat, filho de Levi, filho d’Israel. 39 E seu irmão Asaph estava á sua direita: _e era_ Asaph filho de Berequias, filho de Simea, 40 Filho de Michael, filho de Baeseias, filho de Malchias, 41 Filho d’Ethni, [15] filho de Zerah, filho de Adaias, 42 Filho d’Ethan, filho de Zimma, filho de Simei, 43 Filho de Jahath, filho de Gersom, filho de Levi. 44 E seus irmãos, os filhos de Merari, _estavam_ á esquerda; _a saber_: Ethan, filho de Kisi, filho de Abdi, filho de Malluch, 45 Filho de Hasabias, filho de Amazias, filho de Hilkias, 46 Filho d’Amsi, filho de Bani, filho de Semer, 47 Filho de Maheli, filho de Musi, filho de Merari, filho de Levi. 48 E seus irmãos, os levitas, _foram_ postos para todo o ministerio do tabernaculo da casa de Deus. 49 E Aarão e seus filhos offereceram sobre [16] o altar do holocausto e sobre o altar do incenso, por toda a obra do _logar_ sanctissimo, e para fazer expiação por Israel, conforme tudo quanto Moysés, servo de Deus, tinha ordenado. 50 E estes _foram_ os filhos de Aarão: seu filho Eleazar, seu filho Phinéas, seu filho Abisua, 51 Seu filho Bukki, seu filho Uzzi, seu filho Serahias, 52 Seu filho Meraioth, seu filho Amarias, seu filho Ahitub, 53 Seu filho Zadok, seu filho Ahimaas. [Antes de Christo 1444] 54 E estas [17] _foram_ as suas habitações, segundo os seus castellos, no seu termo, _a saber_: dos filhos d’Aarão, da familia dos kohathitas, porque n’elles caiu a sorte. 55 Deram-lhes [18] pois a Hebron, na terra de Judah, e os seus arrabaldes que a rodeiam. 56 Porém o territorio [19] da cidade e as suas aldeias deram a Caleb, filho de Jefoné. 57 E aos filhos d’Aarão deram [20] as cidades de refugio: Hebron, e Libna e os seus arrabaldes, e Jattir, e Esthemo e os seus arrabaldes, 58 E Hilen e os seus arrabaldes, e Debir e os seus arrabaldes, 59 E Asan e os seus arrabaldes, e Beth-semes e os seus arrabaldes. 60 E da tribu de Benjamin, Geba e os seus arrabaldes, e Allemeth e os seus arrabaldes, e Anathoth e os seus arrabaldes: todas as suas cidades, pelas suas familias, _foram_ treze cidades. 61 Mas os filhos de Kohath, [21] que restaram da familia da tribu, da meia tribu, de meio Manassés, por sorte _tiveram_ dez cidades. 62 E os filhos de Gersom, segundo as suas familias, da tribu de Issacar, e da tribu de Aser, e da tribu de Naphtali, e da tribu de Manassés, em Basan, _tiveram_ treze cidades. 63 Os filhos de Merari, segundo as suas familias, da tribu de Ruben, e da tribu de Gad, e da tribu de Zebulon, por sorte, _tiveram_ [22] doze cidades. 64 Assim deram os filhos de Israel aos levitas _estas_ cidades e os seus arrabaldes. 65 E deram-_lhes_ por sorte estas cidades, da tribu dos filhos de Judah, da tribu dos filhos de Simeão, e da tribu dos filhos de Benjamin, ás quaes deram os _seus_ nomes. 66 E _quanto ao mais_ [23] _das_ familias dos filhos de Kohath, as cidades do seu termo se lhes deram da tribu de Ephraim. 67 Porque lhes deram [24] as cidades de refugio, Sichem e os seus arrabaldes, nas montanhas de Ephraim, como tambem Gezer e os seus arrabaldes. 68 E Jokmeam [25] e os seus arrabaldes, e Beth-horon e os seus arrabaldes, 69 E Aijalon e os seus arrabaldes, e Gath-rimmon e os seus arrabaldes. 70 E da meia tribu de Manassés, Aner e os seus arrabaldes, e Bileam e os seus arrabaldes: _estas cidades_ tiveram os que ficaram da familia dos filhos de Kohath. 71 Os filhos de Gersom, da familia da meia tribu de Manassés, _tiveram_ a Golan, em Basan, e os seus arrabaldes, e Astharoth e os seus arrabaldes. 72 E da tribu de Issacar, Kedes e os seus arrabaldes, e Dobrath e os seus arrabaldes, 73 E Ramoth e os seus arrabaldes, e Anem e os seus arrabaldes. 74 E da tribu de Aser, Masal e os seus arrabaldes, e Abdon e os seus arrabaldes, 75 E Hukok e os seus arrabaldes, e Rehob e os seus arrabaldes. 76 E da tribu de Naphtali, Kedes, em Galilea, e os seus arrabaldes, e Hammon e os seus arrabaldes, e Kiriathaim e os seus arrabaldes. 77 Os que ficaram dos filhos de Merari, da tribu de Zabulon, _tiveram_ a Rimmon e os seus arrabaldes, a Tabor e os seus arrabaldes. 78 E d’além do Jordão, _da banda_ de Jericó, ao oriente de Jordão, da tribu de Ruben, a Beser, no deserto, e os seus arrabaldes, e a Jassa e os seus arrabaldes, 79 E a Kedmoth e os seus arrabaldes, e a Mephaath e os seus arrabaldes. 80 E da tribu de Gad, a Ramoth, em Gilead, e os seus arrabaldes, e a Mahanaim e os seus arrabaldes, 81 E a Hesbon e os seus arrabaldes, e a Jazer e os seus arrabaldes. [1] Gen. 46.11. Exo. 6.16. Num. 26.57. cap. 23.6. [2] ver. 22. [3] Lev. 10.1. [4] II Sam. 8.17. II Sam. 15.27. [5] II Chr. 26.17, 18. I Reis 6. II Chr. 3. [6] Esd. 7.3. [7] Neh. 11.11. [8] II Reis 25.18. [9] Exo. 6.16. [10] ver. 42. [11] ver. 35, 36. [12] ver. 34. [13] cap. 16.1. [14] Exo. 6.24. [15] ver. 21. [16] Lev. 1.9. Exo. 30.7. [17] Jos. 21. [18] Jos. 21.11, 12. [19] Jos. 14.13 e 15.13. [20] Jos. 21.13. [21] ver. 66. Jos. 21.5. [22] Jos. 21.7, 34. [23] ver. 61. [24] Jos. 21.21. [25] Jos. 21.22-35. _Descendentes de Issacar._ 7 E quanto aos filhos de Issacar, _foram_: Tola, [1] e Pua, Jasib, e Simron, quatro. 2 E os filhos de Tola _foram_: Uzzi, e Rephaias, e Jeriel, e Jahmai, e Ibsam, e Samuel, chefes das casas de seus paes, de Tola, varões de valor nas suas gerações: [2] o seu numero nos dias de David foi de vinte e dois mil e seiscentos. 3 E quanto aos filhos de Uzzi, _houve_ Izraias; e os filhos de Izraias _foram_ Michael e Obadias, e Joel, e Issias; todos estes cinco chefes. 4 E _houve_ com elles nas suas gerações, segundo as suas casas paternas, _em_ tropas de gente de guerra, trinta e seis mil; porque tiveram muitas mulheres e filhos. 5 E seus irmãos, em todas as familias de Issacar, varões de valor, foram oitenta e sete mil, todos contados pelas suas genealogias. _De Benjamin._ 6 Os _filhos_ de Benjamin [3] _foram_: Bela, e Becher, e Jediael, tres. [Antes de Christo 1400] 7 E os filhos de Bela: Esbon, e Uzzi, e Uzziel, e Jerimoth, e Iri, cinco chefes da casa dos paes, varões de valor, que foram contados pelas suas genealogias, vinte e dois mil e trinta e quatro. 8 E os filhos de Becher: Zemira, e Joás, e Elezer, e Elioenai, e Omri, e Jeremoth, e Abias, e Anathoth, e Alameth: todos estes _foram_ filhos de Becher. 9 E _foram_ contados pelas suas genealogias, segundo as suas gerações, _e_ chefes das casas de seus paes, varões de valor, vinte mil e duzentos. 10 E _foram_ os filhos de Jediael, Bilhan; e os filhos de Bilhan _foram_ Jeus, e Benjamin, e Ehud, e Chenaana, e Zethan, e Tarsis, e Ahisahar. 11 Todos estes filhos de Jediael _foram_ chefes _das familias_ dos paes, varões de valor, dezesete mil e duzentos, que sahiam no exercito á peleja. 12 E Suppim, [4] e Huppim, filho de Ir, _e_ Husim, dos filhos d’Aher. 13 Os filhos de Naphtali: Jahsiel, e Guni, e Jezer, e Sallum, [5] filhos de Bilha. _De Manassés._ 14 Os filhos de Manassés: Asriel, que _a mulher de Gilead_ pariu (_porém_ a sua concubina, a syra, pariu a Machir, pae de Gilead. 15 E Machir tomou _a irmã_ de Huppim e Suppim por mulher, e _era_ o seu nome Maaca), e _foi_ o nome do segundo Selophad; e Selophad teve filhas. 16 E Maaca, mulher de Machir, pariu um filho, e chamou o seu nome Perez: e o nome de seu irmão _foi_ Seres: e _foram_ seus filhos Ulam e Rekem. 17 E os filhos d’Ulam, [6] Bedan: estes _foram_ os filhos de Gilead, filho de Machir, filho de Manassés. 18 E quanto á sua irmã Hammolecheth, pariu a Ishod, e a [7] Abiezer, e a Mahla. 19 E foram os filhos de Semida: Ahian, e Sechem, e Likhi, e Aniam. 20 E os filhos [8] de Ephraim: Suthelah, e seu filho Bered, e seu filho Tahath, e seu filho Elada, e seu filho Tahath, 21 E seu filho Zabad, e seu filho Suthelah, e Ezer, e Elead; e os homens de Gath, naturaes da terra, os mataram, porque desceram para tomar os seus gados. 22 Pelo que Ephraim, seu pae, por muitos dias os chorou; e vieram seus irmãos para o consolar. 23 Depois entrou a sua mulher, e _ella_ concebeu, e pariu um filho; e chamou o seu nome Beria; porque ia mal na sua casa. 24 E sua filha _foi_ Sera, que edificou a Beth-horon, a baixa e a alta, como tambem a Uzzen-sera. 25 E _foi_ seu filho Rephah, e Reseph, e Telah, seu filho, e Tahan, seu filho, 26 Seu filho Ladan, seu filho Ammihud, seu filho Elisama, 27 Seu filho Nun, seu filho Josué. 28 E _foi_ a sua possessão e habitação Beth-el e os logares da sua jurisdicção: e ao oriente Naaran, [9] e ao occidente Gezer e os logares da sua jurisdicção, e Sichem e os logares da sua jurisdicção, até Azza e os logares da sua jurisdicção; 29 E da banda dos filhos de Manassés, [10] Beth-sean e os logares da sua jurisdicção, Taanach e os logares da sua jurisdicção, Megiddo e os logares da sua jurisdicção, Dor e os logares da sua jurisdicção: n’estas habitaram os filhos de José, filho de Israel. _De Aser._ 30 Os [11] filhos de Aser _foram_: Imna, e Isva, e Isvi, e Beria, e Sera, sua irmã. 31 E os filhos de Beria: Heber e Malchiel: este foi o pae de Birzavith. 32 E Heber gerou a Jaflet, [12] e a Somer, e a Hotham, e a Sua, sua irmã. 33 E _foram_ os filhos de Jaflet: Pasach, e Bimhal e Asvath; estes _foram_ os filhos de Jaflet. 34 E os filhos de Semer: [13] Ahi, Rohega, Jehubba, e Aram. 35 E os filhos de seu irmão Helem: Zophah, e Imna, e Seles, e Amal. 36 Os filhos de Zophah: Suah, e Harnepher, e Sual, e Beri, e Imra, 37 Beser, e Hod, e Samma, e Silsa, e Ithran, e Beera. 38 E os filhos de Jether: Jefone, e Pispa e Ara. 39 E os filhos de Ulla: Arah, e Hanniel e Risia. 40 Todos estes _foram_ filhos de Aser, chefes das casas paternas, escolhidos varões de valor, chefes dos principes, e contados nas suas genealogias, no exercito para a guerra; foi seu numero de vinte e seis mil homens. [1] Gen. 46.13. Num. 26.23. [2] II Sam. 24.1, 2. cap. 27.1. [3] Gen. 46.21. Num. 26.38. cap. 8.1, etc. [4] Num. 26.39. [5] Gen. 46.24. [6] I Sam. 12.11. [7] Num. 26.30. [8] Num. 26.35. [9] Jos. 16.7. [10] Jos. 17.7. Jos. 17.11. [11] Gen. 46.17. Num. 26.44. [12] ver. 34. [13] ver. 32. _Descendentes de Benjamin e de Saul._ 8 E Benjamin gerou a Bela, [1] seu primogenito, a Asbel o segundo, e a Ahrah o terceiro, 2 A Noha o quarto, e a Rapha o quinto. 3 E Bela teve _estes_ filhos: Addar, e Gera, e Abihud, 4 E Abisua, e Naaman, e Ahoah, 5 E Gera, e Sephuphan, e Huram. 6 E estes _foram_ os filhos de Ehud: estes foram chefes dos paes dos moradores de Geba; e os transportaram [2] a Manahath, 7 E a Naaman, e Ahias, e Gera; a estes transportou; e gerou a Uzza e a Ahihud. 8 E Saharaim (depois de os enviar), na terra de Moab, gerou _filhos d’_Husim e Baara, suas mulheres. 9 E de Hodes, sua mulher, gerou a Jobab, e a Zibia, e a Mesa, e a Malcam, 10 E a Jeus, e a Sachias, e a Mirma: estes _foram_ seus filhos, chefes dos paes. 11 E de Husim gerou a Abitud e a Elpaal. 12 E _foram_ os filhos d’Elpaal: Eber, e Misam, e Semer: este edificou a Ono e a Lod e os logares da sua jurisdicção. 13 E Beria e Sema [3] _foram_ cabeças dos paes dos moradores de Aijalon; estes afugentaram os moradores de Gath. 14 E Ahio, e Sasak, e Jeremoth, 15 E Zebadias, e Arad, e Eder, 16 E Michael, e Ispa, e Joha, _foram_ filhos de Beria: 17 E Zebadias, e Mesullam, e Hizki, e Heber, 18 E Ismerai, e Izlias, e Jobab, filhos de Elpaal: 19 E Jakim, e Zichri, e Zabdi, 20 E Elienai, e Zillethai, e Eliel, 21 E Adaias, e Beraias, e Simrath, filhos de Simei: 22 E Ispan, e Eber, e Eliel, 23 E Abdon, e Zichri, e Hanan, 24 E Hananias, e Elam, e Anthothija, 25 E Iphdias, e Penuel, filhos de Sasak: 26 E Samserai, e Seharias, e Athalias, 27 E Jaaresias, e Elias, e Zichri, filhos de Jeroham. 28 Estes _foram_ chefes dos paes, segundo as suas gerações, _e_ estes habitaram em Jerusalem. 29 E em Gibeon habitou o pae de Gibeon: [4] e _era_ o nome de sua mulher Maaka; 30 E seu filho primogenito Abdon; depois Zur, e Kis, e Baal, e Nadab, 31 E Gedor, e Ahio, e Zecher. 32 E Mikloth gerou a Simea: e tambem estes, defronte de seus irmãos, habitaram em Jerusalem com seus irmãos. 33 E Ner [5] gerou a Kis, e Kis gerou a Saul; e Saul gerou a Jonathan, e a Malchi-sua, e a Abinadab, e a Es-baal. 34 E filho de Jonathan foi Merib-baal: [6] e Merib-baal gerou a Micha. 35 E os filhos de Micha _foram_: Pithon, e Melech, e Tarea, e Achaz. 36 E Achaz gerou [7] a Joadda, e Joadda gerou a Alemeth, e a Azmaveth, e a Zimri; e Zimri gerou a Mosa, 37 E Mosa gerou a Bina, cujo filho foi [8] Rapha, cujo filho foi Elasa, cujo filho foi Asel. 38 E teve Asel seis filhos, e estes _foram_ os seus nomes: Azrikam, e Boceru, e Ishmael, e Searias, e Obadias, e Hanan: todos estes _foram_ filhos de Asel. 39 E os filhos de Esek, seu irmão: Ulam, seu primogenito, Jeus o segundo, e Eliphelet o terceiro. 40 E _foram_ os filhos de Ulam varões heroes, valentes, _e_ frecheiros destros; e tiveram muitos filhos, e filhos de filhos, cento e cincoenta: todos estes foram dos filhos de Benjamin. [1] Gen. 46.21. Num. 26.38. cap. 7.6. [2] cap. 2.52. [3] ver. 21. [4] cap. 9.35. [5] I Sam. 14.51. I Sam. 14.49. [6] II Sam. 9.12. [7] cap. 9.42. [8] cap. 9.43. _Habitantes de Jerusalem depois da volta do captiveiro._ [Antes de Christo 1536] 9 E todo [1] o Israel foi contado por genealogia: eis que _estão_ escriptos no livro dos reis de Israel: e os de Judah foram transportados a Babylonia, por causa da sua transgressão. 2 E os primeiros habitadores, [2] que moravam na sua possessão _e_ nas suas cidades, _foram_ os israelitas, os sacerdotes, os levitas, e os nethineos. 3 Porém dos filhos de [3] Judah, e dos filhos de Benjamin, e dos filhos de Ephraim e Manasseh, habitaram em Jerusalem: 4 Uthai, filho de Ammihud, filho de Omri, filho de Imri, filho de Bani, dos filhos de Peres, filho de Judah; 5 E dos silonitas: Assias o primogenito, e seus filhos; 6 E dos filhos de Zerah: Jeuel, e seus irmãos, seiscentos e noventa; 7 E dos filhos de Benjamin: Sallu, filho de Mesullam, filho de Hodavias, filho de Hassenua, 8 E Ibneias, filho de Jeroham, e Ela, filho de Uzzi, filho de Michri, e Mesullam, filho de Sephatias, filho de Reuel, filho d’Ibnijas; 9 E seus irmãos, segundo as suas gerações, novecentos e cincoenta e seis: todos estes homens _foram_ cabeças dos paes nas casas de seus paes. 10 E dos sacerdotes: [4] Jedaias, e Jehoiarib, e Jachin, 11 E Azarias, filho de Hilkias, filho de Mesullam, filho de Zadok, filho de Meraioth, filho de Ahitub, maioral da casa de Deus: 12 Adaias, filho de Jeroham, filho de Pashur, filho de Malchias, e Masai, filho de Adiel, filho de Jahzera, filho de Mesullam, filho de Mesillemith, filho de Immer; 13 Como tambem seus irmãos, cabeças nas casas de seus paes, mil, setecentos e sessenta, varões valentes para a obra do ministerio da casa de Deus. 14 E dos levitas: Semaias, filho de Hassub, filho de Azrikam, filho de Hasabias, dos filhos de Merari; 15 E Bakbakkar, Heres, e Galal; e Matthanias, filho de Micha, filho de Zichri, filho de Asaph; 16 E Obadias, filho de Semaias, filho de Galal, filho de Jeduthun; e Berechias, filho de Asa, filho de Elkana, morador das aldeias dos netophathitas. 17 E _foram_ porteiros: Sallum, e Akkub, e Talmon, e Ahiman, e seus irmãos, cuja cabeça era Sallum. 18 E até áquelle tempo _estavam_ de guarda á porta do rei para o oriente; estes _foram_ os porteiros entre os arraiaes dos filhos de Levi. 19 E Sallum, filho de Kore, filho de Ebiasaph, filho de Korah, e seus irmãos da casa de seu pae, os korahitas, _tinham_ cargo da obra do ministerio, e _eram_ guardas dos umbraes do tabernaculo: e seus paes _foram_ capitães do arraial do Senhor, _e_ guardadores da entrada. 20 Phineas, [5] filho de Eleazar, d’antes entre elles guia, com o qual _era_ o Senhor, 21 _E_ Zacharias, filho de Meselemias porteiro da porta da tenda da congregação. 22 Todos estes, escolhidos para _serem_ porteiros dos umbraes, _foram_ duzentos e doze: e foram estes, segundo as suas aldeias, postos em suas genealogias; [6] e David e Samuel, o vidente, os constituiram no seu cargo. 23 Estavam pois elles, e seus filhos, ás portas da casa do Senhor, na casa da tenda, junto aos guardas. 24 Os porteiros estavam aos quatro ventos: ao oriente, ao occidente, ao norte, e ao sul. 25 E seus irmãos _estavam_ nas suas aldeias, e no setimo dia, [7] de tempo em tempo, entravam _a servir_ com elles. 26 Porque havia n’aquelle officio quatro porteiros-móres que eram levitas, e tinham cargo das camaras e dos thesouros da casa de Deus. 27 E de noite ficavam á roda da casa de Deus, porque a guarda lhes estava encarregada, e tinham cargo de abrir, e isto cada manhã. [Antes de Christo 1200] 28 E _alguns_ d’elles tinham cargo dos vasos do ministerio, porque por conta os traziam e por conta os tiravam. 29 Porque d’elles _alguns havia_ que tinham cargo dos [KZ] vasos e de todos os vasos sagrados; como tambem da flor de farinha, e do vinho, e do azeite, e do incenso, e da especiaria. 30 E dos filhos dos sacerdotes eram os obreiros da confecção [8] das especiarias. 31 E Mattithias, d’entre os levitas, o primogenito de Sallum, o korahita, [9] tinha cargo da obra que se fazia em sartãs. 32 E dos filhos dos kohatitas, [10] de seus irmãos houve _alguns que_ tinham cargo dos pães da proposição, para os prepararem em todos os sabbados. 33 D’estes _foram_ tambem os cantores, [11] cabeças dos paes entre os levitas nas camaras, exemptos de serviços; porque de dia e de noite estava a seu cargo occuparem-se n’aquella obra. 34 Estes _foram_ cabeças dos paes entre os levitas, chefes em suas gerações: estes habitaram em Jerusalem. 35 Porém em Gibeon habitaram Jeiel, pae de Gibeon (e _era_ o nome de sua mulher [12] Maaca), 36 E seu filho primogenito Abdon: depois Zur, e Kis, e Baal, e Ner, e Nadab, 37 E Gedor, e Ahio, e Zacharias, e Mikloth. 38 E Mikloth gerou a Simeão: e tambem estes, defronte de seus irmãos, habitaram em Jerusalem com seus irmãos. 39 E Ner [13] gerou a Kis, e Kis gerou a Saul, e Saul gerou a Jonathan, e a Malchi-sua, e a Abinadab, e a Es-baal. 40 E filho de Jonathan _foi_ Merib-baal: e Merib-baal gerou a Micha. 41 E os filhos de Micha _foram_ Pithon, e Melech, [14] e Tarea. 42 E Achaz gerou a Jaera, e Jaera gerou a Alemeth, e a Azmaveth, e a Zimri: e Zimri gerou a Mosa. 43 E Mosa gerou a Binea, cujo filho _foi_ Rephaias, cujo filho _foi_ Elasa, cujo filho _foi_ Asel. 44 E teve Asel seis filhos, e estes _foram_ os seus nomes: Azrikam, e Boceru, e Ishmael, e Seraias, e Obadias, e Hanan: estes _foram_ os filhos d’Asel. [1] Esd. 2.59. [2] Esd. 2.70. Neh. 7.73. Jos. 9.27. Esd. 2.43 e 8.20. [3] Neh. 11.1. [4] Neh. 11.10, etc. [5] Num. 31.6. [6] cap. 36.1, 2. I Sam. 9.9. [7] II Reis 11.5. [8] Exo. 30.23. [9] Lev. 2.5 e 6.21. [10] Lev. 24.8. [11] cap. 6.31 e 25.1. [12] cap. 8.29. [13] cap. 8.33. [14] cap. 8.35. _A morte de Saul e de seus filhos._ [Antes de Christo 1056] 10 E os philisteos [1] pelejaram com Israel: e os homens de Israel fugiram de diante dos philisteos, e cairam feridos nas montanhas de Gilboa. 2 E os philisteos apertaram com Saul e com seus filhos, e feriram os philisteos a Jonathan, e a Abinadab, e a Malchisua, filhos de Saul. 3 E a peleja se aggravou contra Saul, e os frecheiros o acharam: e temeu muito aos frecheiros. 4 Então disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ella; para que _porventura_ não venham estes incircumcisos e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não quiz, porque temia muito; então tomou Saul a espada, e se lançou sobre ella. 5 Vendo pois o seu escudeiro que Saul estava morto, tambem elle se lançou sobre a espada, e morreu. 6 Assim morreram Saul e seus tres filhos; e toda a sua casa morreu juntamente. 7 E, vendo todos os homens de Israel, que _estavam_ no valle, que haviam fugido, e que Saul e seus filhos eram mortos, deixaram as suas cidades, e fugiram: então vieram os philisteos, e habitaram n’ellas. 8 E succedeu que, no dia seguinte, vindo os philisteos a despojar os mortos, acharam a Saul e a seus filhos estirados nas montanhas de Gilboa. 9 E o despojaram, e tomaram a sua cabeça e as suas armas, e as enviaram pela terra dos philisteos em redor, para o annunciarem a seus idolos e ao povo. 10 E pozeram [2] as suas armas na casa do seu deus, e a sua cabeça affixaram na casa de Dagon. 11 Ouvindo pois toda a Jabes de Gilead tudo quanto os philisteos fizeram a Saul, 12 Então todos os homens bellicosos se levantaram, e tomaram o corpo de Saul, e os corpos de seus filhos, e os trouxeram a Jabes; e sepultaram os seus ossos debaixo d’um carvalho em Jabes, e jejuaram sete dias. 13 Assim morreu Saul por causa da sua transgressão com que transgrediu contra [3] o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual não havia guardado; e tambem porque buscou a adivinhadora para _a_ consultar. 14 E não buscou ao Senhor, pelo que o matou, e transferiu [4] o reino a David, filho de Jessé. [1] I Sam. 31.1, 2. [2] I Sam. 31.10. [3] I Sam. 13.13 e 15.23. I Sam. 28.7. [4] I Sam. 15.28. II Sam. 3.9, 10 e 5.3. _David é ungido rei._ [Antes de Christo 1048] 11 Então [1] todo o Israel se ajuntou a David em Hebron, dizendo: Eis que _somos_ teus ossos e tua carne. 2 E tambem já d’antes, sendo Saul ainda rei, _eras_ tu o que fazias sair e entrar a Israel: [2] tambem o Senhor teu Deus te disse: Tu apascentarás o meu povo Israel, e tu serás chefe sobre o meu povo Israel. 3 Tambem vieram todos os anciãos d’Israel ao rei, a Hebron, e David fez com elles alliança em Hebron, perante o Senhor: e ungiram a David rei sobre Israel, conforme a palavra do Senhor pelo ministerio [3] de Samuel. 4 E partiu David [4] e todo o Israel para Jerusalem, que _é_ Jebus: porque ali _estavam_ os jebuseos, moradores da terra. 5 E disseram os moradores de Jebus a David: Tu não entrarás aqui. Porém David ganhou a fortaleza de Sião, que _é_ a cidade de David. 6 Porque disse David: Qualquer que primeiro ferir os jebuseos será chefe e maioral. Então Joab, filho de Zeruia, subiu primeiro a ella; pelo que foi _feito_ chefe. 7 E David habitou na fortaleza; pelo que se chamou a cidade de David. 8 E edificou a cidade ao redor, desde Millo até ao circuito: e Joab renovou o resto da cidade. 9 E ia-se David cada vez mais augmentando e crescendo; porque o Senhor dos Exercitos _era_ com elle. _Os valentes que David teve._ 10 E estes [5] _foram_ os chefes dos varões que David tinha, e que o apoiaram fortemente no seu reino, com todo o Israel, para o fazerem rei, [6] conforme a palavra do Senhor, tocante a Israel. 11 E estes _foram_ do numero dos varões que David tinha: Jasobeam, hachmonita, o principal dos capitães, o qual, brandindo a sua lança contra trezentos, d’uma vez os matou. 12 E, depois d’elle, Eleazar, filho de Dodo, o ahohita: elle estava entre os tres varões. 13 Este esteve com David em Pasdammim, quando os philisteos ali se ajuntaram á peleja, e o pedaço de campo estava cheio de cevada: e o povo fugiu _de_ diante dos philisteos. [Antes de Christo 1047] 14 E pozeram-se no meio d’_aquelle_ pedaço, e o defenderam, e feriram os philisteos; e obrou o Senhor um grande livramento. 15 E tres dos trinta chefes desceram á penha, [7] a David, na caverna d’Adullam: e o arraial dos philisteos estava acampado no valle de Rephaim. 16 E David _estava_ então no logar forte: e o alojamento dos philisteos estava então em Beth-lehem. 17 E desejou David, e disse: Quem me dará a beber da agua do poço de Beth-lehem, que _está junto_ á porta? 18 Então aquelles tres romperam pelo arraial dos philisteos, e tiraram agua do poço de Beth-lehem, que _estava_ á porta, e tomaram _d’ella_, e a trouxeram a David; porém David não a quiz beber, mas a derramou ao Senhor, 19 E disse: Nunca meu Deus permitta que faça tal! beberia eu o sangue d’estes varões com as suas vidas? Pois com _perigo das_ suas vidas a trouxeram. E elle não a quiz beber: isto fizeram aquelles tres varões. 20 E tambem Abisai, irmão de Joab, foi chefe de tres, o qual, brandindo a sua lança contra trezentos, os feriu: e teve nome entre os tres. 21 Dos tres foi [8] mais illustre do que os _outros_ dois, pelo que foi chefe d’elles; porém não chegou aos _primeiros_ tres. 22 _Tambem_ Benaias, filho de Joiada filho de _um_ valente varão, grande em obras, de Kabseel: elle feriu a dois [LA] fortes leões de Moab; e tambem desceu, [9] e feriu um leão dentro d’uma cova, no tempo da neve. 23 Tambem feriu elle a um _homem_ egypcio, homem de _grande_ altura, de cinco covados: e _trazia_ o egypcio uma lança na mão, como o orgão do tecelão; mas desceu contra elle com uma vara, e arrancou a lança da mão do egypcio, e o matou com a sua propria lança. 24 Estas coisas fez Benaias, filho de Joiada; pelo que teve nome entre aquelles tres varões. 25 Eis que dos trinta foi _elle_ o mais illustre; comtudo não chegou aos tres: e David o poz sobre os da sua guarda. 26 E _foram_ os varões dos exercitos: Asael, [10] irmão de Joab, Elhanan, filho de Dodo, de Beth-lehem, 27 Sammoth, o harodita, Heles, o pelonita, 28 Ira, filho de Ikkes, o tekoita, Abiezer, o anathothita, 29 Sibbechai, o husathita, Ilai, o ahohita, 30 Maharai, o netophathita, Heled, filho de Baena, o netophathita, 31 Ithai, filho de Ribai, de Gibeah, dos filhos de Benjamin, Benaias, o pirathonita, 32 Hurai, do ribeiro de Gaas, Abiel, o arbathita, 33 Asmaveth, o baharumita, Eliahba, o saalbonita. 34 Dos filhos de Hasem, o gizonita: Jonathan, filho de Sage, o hararita, 35 Ahiam, filho de Sachar, o hararita, Eliphal, filho de Ur, 36 Hepher, o mecheratita, Ahias, o pelonita, 37 Hesro, o carmelita, Naari, filho d’Esbai, 38 Joel, irmão de Nathan, Mibhar, filho de Geri, 39 Zelek, o ammonita, Nahrai, o berothita, escudeiro de Joab, filho de Zeruia, 40 Ira, o ithrita, Gareb, o ithrita, 41 Urias, o hethita, Zabad, filho de Ahlai, 42 Adina, filho de Siza, o rubenita, chefe dos rubenitas; todavia sobre elle _havia_ trinta; 43 Hanam, filho de Maacha, e Josaphat, o mithnita, 44 Uzias, o astharathita, Sama e Jeiel, filhos de Hotham, o aroerita, 45 Jediael, filho de Simri, e Joha, seu irmão, o tisita, 46 Eliel, o mahavita, e Jeribai, e Joshavias, filhos d’Elnaam, e Ithma, o moabita, 47 Eliel, e Obed, e Jaasiel, e Mesobaia. [1] II Sam. 5.1. [2] Psa. 78.71. [3] II Sam. 5.3. I Sam. 16.1, 12, 13. [4] II Sam. 5.6. Jui. 1.21 e 19.10. [5] II Sam. 23.8. [6] I Sam. 16.1, 12. [7] II Sam. 23.13. cap. 14.9. [8] II Sam. 23.19. [9] II Sam. 23.20. [10] II Sam. 23.24. _Os que vieram a David em Siclag._ [Antes de Christo 1058] 12 Estes [1] porém _são_ os que vieram a David, a Siclag, estando elle ainda encerrado, por causa de Saul, filho de Kis: e eram dos valentes que ajudaram a esta guerra, 2 Armados de arco, [2] e usavam da mão direita e esquerda em atirar pedras e _em despedir_ frechas com o arco: _eram estes_ dos irmãos de Saul, benjamitas. 3 Ahiezer, o chefe, e Joás, filho de Semaa, o gibeathita, e Jeziel e Pelet, filhos de Azmaveth, e Beracha, e Jehu, o anathotita, 4 E Ismaias, o gibeonita, valente entre os trinta, e capitão dos trinta, e Jeremias, e Jahaziel, e Johanan, e Jozabad, o gederathita, 5 Eluzai, e Jerimoth, e Bealias, e Samarias, e Saphatias, o haruphita, 6 Elkana, e Issias, e Azareel, e Joezer, e Jasobeam, os korahitas, 7 E Joela, e Zabadias, filhos de Jeroham de Gedor. 8 E dos gaditas se retiraram a David, ao logar forte no deserto, varões valentes, homens de guerra para pelejar, armados com rodela e lança: e seus rostos _eram_ como rostos de leões, e ligeiros [3] como corças sobre os montes: 9 Ezer, o cabeça, Obadias, o segundo, Eliab, o terceiro, 10 Mismanna, o quarto, Jeremias, o quinto, 11 Atthai, o sexto, Eliel, o setimo, 12 Johanan, o oitavo, Elzabad, o nono, 13 Jeremias, o decimo, Machbannai, o undecimo. 14 Estes, dos filhos de Gad, _foram_ os capitães do exercito: um dos menores _tinha_ o cargo de cem, e o maior de mil. 15 Estes _são_ os que passaram o Jordão no mez primeiro, [4] quando elle trasbordava por todas as suas ribanceiras, e fizeram fugir a todos os dos valles para o oriente e para o occidente. 16 Tambem vieram alguns dos filhos de Benjamin e de Judah a David, ao logar forte. 17 E David lhes saiu ao encontro, e lhes fallou, dizendo: Se vós vindes a mim pacificamente e para me ajudar, o meu coração se unirá comvosco; porém se _é_ para me entregar aos meus inimigos, sem que haja deslealdade nas minhas mãos, o Deus de nossos paes o veja e o reprehenda. 18 Então [5] entrou o espirito em Amasai, chefe de trinta, _e disse_: Nós somos teus, ó David! e comtigo estamos, ó filho de Jessé! paz, paz comtigo! e paz com quem te ajuda! pois que teu Deus te ajuda. E David os recebeu, e os fez capitães das tropas. 19 Tambem de Manassés _alguns_ passaram a David, [6] quando veiu com os philisteos para a batalha contra Saul, ainda que não os ajudaram; porque os principes dos philisteos, com conselho, o despediram, dizendo: [7] Á custa de nossas cabeças passará a Saul, seu senhor. 20 Voltando elle pois a Siclag, passaram para elle, de Manassés, Adnah, e Jozabad, e Jediael, e Michael, e Jozabad, e Elihu, e Zillethai, chefes de milhares dos de Manassés. 21 E estes ajudaram [8] a David contra aquella tropa, porque todos elles _eram_ heroes valentes, e foram capitães no exercito. 22 Porque n’aquelle tempo, de dia em dia, vinham a David para o ajudar, até _que se fez_ um grande exercito, como exercito de Deus, _Os que vieram a David em Hebron._ [Antes de Christo 1048] 23 Ora este _é_ o numero dos chefes armados para a peleja, [9] que vieram a David em Hebron, para transferir a elle o reino de Saul, conforme a palavra do Senhor. 24 Dos filhos de Judah, que traziam rodela e lança, seis mil e oitocentos, armados para a peleja. 25 Dos filhos de Simeão, varões valentes para pelejar, sete mil e cem. 26 Dos filhos de Levi, quatro mil e seiscentos. 27 Joiada porém _era_ o chefe dos de Aarão, e com elle tres mil e setecentos. 28 E Zadok, [10] sendo ainda mancebo, varão valente; e da familia de seu pae, vinte e dois principes. 29 E dos filhos de Benjamin, irmãos de Saul, tres mil; [11] porque até então havia ainda muitos d’elles que eram pela casa de Saul. 30 E dos filhos de Ephraim vinte mil e oitocentos varões valentes, homens de nome em casa de seus paes. 31 E da meia tribu de Manassés dezoito mil, que foram apontados pelos seus nomes para vir a fazer rei a David. 32 E dos filhos d’Issacar, [12] destros na sciencia dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer, duzentos de seus chefes, e todos os seus irmãos seguiam a sua palavra. 33 De Zebulon, dos que sahiam ao exercito, ordenados para a peleja com todas as armas de guerra, cincoenta mil; como tambem destros para ordenarem uma batalha com coração constante. 34 E de Naphtali, mil capitães, e com elles trinta e sete mil com rodela e lança. 35 E dos danitas, ordenados para a peleja, vinte e oito mil e seiscentos. 36 E de Aser, dos que sahiam para o exercito, para ordenarem a batalha, quarenta mil. 37 E da banda d’além do Jordão, dos rubenitas e gaditas, e da meia tribu de Manassés, com toda a sorte de instrumentos de guerra para pelejar, cento e vinte mil. 38 Todos estes homens de guerra, postos em ordem de batalha, com coração inteiro, vieram a Hebron para levantar a David rei sobre todo o Israel: e tambem todo o mais d’Israel _tinha_ o mesmo coração para levantar a David rei. 39 E estiveram ali com David tres dias, comendo e bebendo; porque seus irmãos lhes tinham preparado _as provisões_. 40 E tambem seus visinhos de mais perto, até Issacar, e Zebulon, e Naphtali, trouxeram pão sobre jumentos, e sobre camelos, e sobre mulos, e sobre bois, provisões de farinha, pastas de figos e cachos de passas, e vinho, e azeite, e bois, e gado miudo em multidão; porque _havia_ alegria em Israel. [1] I Sam. 27.2. I Sam. 27.6. [2] Jui. 20.16. [3] II Sam. 2.18. [4] Jos. 3.15. [5] II Sam. 17.25. [6] I Sam. 29.2. [7] I Sam. 29.4. [8] I Sam. 30.1, 9, 10. [9] II Sam. 2.3, 4 e 5.1. cap. 11.1. cap. 10.14. I Sam. 16.1, 3. [10] II Sam. 8.17. [11] II Sam. 2.8, 9. [12] Est. 1.13. _A arca é depositada em casa de Obed-edom._ 13 E teve David conselho com os capitães dos milhares, e dos centos, _e_ com todos os principes. 2 E disse David a toda a congregação de Israel: Se bem _vos parece_, e _que vem_ do Senhor nosso Deus, enviemos depressa _mensageiros_ [1] a todos os nossos outros irmãos em todas as terras de Israel, e aos sacerdotes, e aos levitas com elles nas cidades e nos seus arrabaldes, para que se ajuntem comnosco. 3 E tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus; [2] porque não a buscámos nos dias de Saul. 4 Então disse toda a congregação que assim se fizesse; porque este negocio pareceu recto aos olhos de todo o povo. 5 Ajuntou pois David [3] a todo o Israel desde Sihor do Egypto até chegar a Hamath; para trazer a arca de Deus de Kiriath-jearim. 6 E então David com todo o Israel subiu a Baala _e d’ali_ [4] a Kiriath-jearim, que _está_ em Judah, para fazer subir d’ali a arca de Deus, o Senhor que habita _entre_ os cherubins, [5] _sobre_ a qual é invocado o seu nome. 7 E levaram a arca de Deus sobre um carro novo, [6] da casa de Abinadab: e Uza e Ahio guiavam o carro. 8 E David, [7] e todo o Israel, tocava perante Deus com toda a sua força; em canticos, e com harpas, e com alaudes, e com tamboris, e com cymbalos, e com trombetas. 9 E, chegando á eira de Chidon, estendeu Uza a sua mão, para ter mão na arca; porque os bois tropeçavam. 10 Então se accendeu a ira do Senhor contra Uza, [8] e o feriu, por ter estendido a sua mão á arca: e morreu ali perante Deus. 11 E David se encheu de tristeza de que o Senhor houvesse aberto brecha em Uza; pelo que chamou áquelle logar Perez-uza, até ao dia d’hoje. 12 E aquelle dia temeu David ao Senhor, dizendo: Como trarei a mim a arca de Deus? 13 Pelo que David não trouxe a arca a si, á cidade de David; porém a fez retirar á casa de Obed-edom, o getheo. 14 Assim ficou a arca [9] de Deus com a familia de Obed-edom, tres mezes em sua casa: e o Senhor abençoou a casa de Obed-edom, e tudo quanto tinha. [1] I Sam. 31.1. Isa. 37.4. [2] I Sam. 7.1, 2. [3] I Sam. 7.5. II Sam. 6.1. Jos. 13.3. I Sam. 6.21 e 7.1. [4] Jos. 15.9, 60. [5] I Sam. 4.4. II Sam. 6.2. [6] Num. 4.14. cap. 15.2, 13. I Sam. 7.1. [7] II Sam. 6.5. [8] Num. 4.15. cap. 15.13, 15. Lev. 10.2. [9] II Sam. 6.11. Gen. 30.27. cap. 26.5. _David faz alliança com Hirão._ [Antes de Christo 1045] 14 Então Hirão, [1] rei de Tyro, mandou mensageiros a David, e madeira de cedro, e pedreiros, e carpinteiros, para lhe edificar uma casa. 2 E entendeu David que o Senhor o tinha confirmado rei sobre Israel; porque o seu reino se tinha muito exaltado por amor do seu povo Israel. 3 E David tomou ainda mais mulheres em Jerusalem; e gerou David ainda mais filhos e filhas. 4 E estes _são_ os nomes [2] dos filhos que tinha em Jerusalem: Sammua, e Shobab, Nathan, e Salomão, 5 E Jibhar, e Elisua, e Elpelet, 6 E Nogah, e Nepheg, e Japhia, 7 E Elisama, e Beeliada, e Eliphelet. 8 Ouvindo pois os philisteos que David [3] havia sido ungido rei sobre todo o Israel, todos os philisteos subiram em busca de David: o que David ouvindo, _logo_ saiu contra elles. 9 E vindo os philisteos, se estenderam pelo valle [4] de Rephaim. 10 Então consultou David a Deus, dizendo: Subirei contra os philisteos, e nas minhas mãos os entregarás? E o Senhor lhe disse: Sobe, porque os entregarei nas tuas mãos. 11 E, subindo a Baal-perasim, David ali os feriu; e disse David: Por minha mão Deus derrotou a meus inimigos, como a rotura das aguas. Pelo que chamaram o nome d’aquelle logar, Baal-perasim. 12 E deixaram ali seus deuses; e ordenou David que se queimassem a fogo. 13 Porém os philisteos tornaram, [5] e se estenderam pelo valle. 14 E tornou David a consultar a Deus; e disse-lhe Deus: Não subirás atraz d’elles; mas anda em roda por detraz d’elles, [6] e vem a elles por defronte das amoreiras; 15 E ha de ser que, ouvindo tu um ruido de andadura pelas copas das amoreiras, então sae á peleja; porque Deus haverá saido diante de ti, a ferir o exercito dos philisteos. 16 E fez David como Deus lhe ordenara: [7] e feriram o exercito dos philisteos desde Gibeon até Gazor. 17 Assim se espalhou [8] o nome de David por todas aquellas terras: e o Senhor poz o seu temor sobre todas aquellas gentes. [1] II Sam. 5.11, etc. [2] cap. 3.5. [3] II Sam. 5.17. [4] cap. 11.15. [5] II Sam. 5.22. [6] II Sam. 5.23. [7] II Sam. 5.25. [8] Jos. 6.27. II Chr. 26. Deu. 2.25 e 11.25. _A arca é levada da casa de Obed-edom para Jerusalem._ [Antes de Christo 1047] 15 Fez tambem casa para si na cidade de David; e preparou um logar para a arca de Deus, [1] e armou-lhe uma tenda. 2 Então disse David: [2] Ninguem pode levar a arca de Deus, senão os levitas; porque o Senhor os elegeu, para levar a arca de Deus, e para o servirem eternamente. 3 E David ajuntou [3] a todo o Israel em Jerusalem, para fazerem subir a arca do Senhor ao seu logar, que lhe tinha preparado. 4 E David ajuntou os filhos de Aarão e os levitas. 5 Dos filhos de Kohath: Uriel, o principe, e de seus irmãos cento e vinte. 6 Dos filhos de Merari: Asaias, o principe, e de seus irmãos duzentos e vinte. 7 Dos filhos de Gersom: Joel, o principe, e de seus irmãos cento e trinta. 8 Dos filhos [4] de Elisaphan: Semaias o principe, e de seus irmãos duzentos. 9 Dos filhos [5] de Hebron: Eliel, o principe, e de seus irmãos oitenta. 10 Dos filhos de Uziel: Amminadab, o principe, e de seus irmãos cento e doze. 11 E chamou David os sacerdotes Zadok e Abiathar, e os levitas, Uriel, Asaias, Joel, Semaias, Eliel, e Amminadab; 12 E disse-lhes: Vós _sois_ os chefes dos paes entre os levitas: sanctificae-vos, vós e vossos irmãos, para que façaes subir a arca do Senhor, Deus de Israel, ao _logar_ que lhe tenho preparado. 13 Pois que, porquanto [6] primeiro vós _assim o_ não _fizestes_, o Senhor fez rotura em nós, porque o não buscámos segundo a ordenança. 14 Sanctificaram-se pois os sacerdotes e levitas, para fazerem subir a arca do Senhor Deus de Israel. 15 E os filhos dos levitas trouxeram a arca de Deus aos hombros, como Moysés tinha ordenado, [7] conforme a palavra do Senhor, com as varas que tinham sobre si. 16 E disse David aos principes dos levitas que constituissem a seus irmãos, os cantores, com instrumentos musicos, com alaudes, harpas e cymbalos, para que se fizessem ouvir, levantando a voz com alegria. 17 Ordenaram pois os levitas a Heman, [8] filho de Joel; e dos seus irmãos, a Asaph, filho de Berechias, e dos filhos de Merari, seus irmãos, a Ethan, filho de Kusaias. 18 E com elles a seus irmãos da segunda _ordem_: a Zacharias, Ben, e Jaaziel, e Semiramoth, e Jehiel, e Uni, Eliab, e Benaias, e Maaseias, e Mattithias, e Eliphelehu, e Mikneias, e Obed-edom, e Jeiel, os porteiros. 19 E os cantores, Heman, Asaph e Ethan, _se faziam_ ouvir com cymbalos de metal; 20 E Zacharias, e Aziel, e Semiramoth, e Jehiel, e Uni, e Eliab, e Maaseias, e Benaias, com alaudes, sobre Alamoth: 21 E Mattithias e Eliphelehu, e Mikneias, e Obed-edom, e Jeiel, e Azazias, com harpas, sobre Seminith, para esforçar _o tom_. 22 E Chenanias, principe dos levitas, _tinha cargo_ de [LB] entoar o canto; ensinava-os a entoal-o, porque _era_ entendido. 23 E Berechias e Elkana _eram_ porteiros da arca. 24 E Sebanias, e Josaphat, e Nethaneel, e Amasai, e Zacharias, e Benaias, e Eliezer, os sacerdotes, [9] tocavam as trombetas perante a arca de Deus: e Obed-edom e Jehias _eram_ porteiros da arca. 25 Succedeu pois que David [10] e os anciãos d’Israel, e os capitães dos milhares, foram para fazer subir a arca do concerto do Senhor, da casa de Obed-edom, com alegria. 26 E succedeu que, ajudando Deus os levitas que levavam a arca do concerto do Senhor, sacrificaram sete novilhos e sete carneiros. 27 E David _ia_ vestido de um roupão de linho fino, como tambem todos os levitas que levavam a arca, e os cantores, e Chenanias, chefe dos que levavam a arca _e_ dos cantores; tambem David _levava_ sobre si _um_ ephod de linho. 28 E todo [11] o Israel fez subir a arca do concerto do Senhor, com jubilo, e com sonido de buzinas, e com trombetas, e com cymbalos, fazendo sonido com alaudes e com harpas. 29 E succedeu que, [12] chegando a arca do concerto do Senhor á cidade de David, Michal, a filha de Saul, olhou d’uma janella, e, vendo a David dançar e tocar, o desprezou no seu coração. [1] cap. 16.1. [2] Num. 4.2, 15. Deu. 10.8 e 31.9. [3] I Reis 8.1. cap. 13.5. [4] Exo. 6.22. [5] Exo. 6.18. [6] II Sam. 6.3. cap. 13.7. cap. 13.10, 11. [7] Exo. 25.14. Num. 4.15 e 7.9. [8] cap. 6.33. cap. 6.39. cap. 6.44. [9] Num. 10.8. [10] II Sam. 6.12, 13, etc. I Reis 8.1. [11] cap. 13.8. [12] II Sam. 6.16. 16 Trazendo [1] pois a arca de Deus, a pozeram no meio da tenda que David lhe tinha armado; e offereceram holocaustos e sacrificios pacificos perante Deus. [Antes de Christo 1042] 2 E, acabando David de offerecer os holocaustos e sacrificios pacificos, abençoou o povo em nome do Senhor. 3 E repartiu a todos em Israel, tanto a homens como a mulheres, a cada um um pão, e um bom pedaço de carne, e um frasco _de vinho_. _Acção de graças e cantico de David._ 4 E poz perante a arca do Senhor _alguns_ dos levitas por ministros; e isto para recordarem, e louvarem, e celebrarem ao Senhor Deus d’Israel. 5 _Era_ Asaph o chefe, e Zacharias o segundo depois d’elle: Jeiel, e Semiramoth, e Jehiel, e Mattithias, e Eliab, e Benaias, e Obed-edom, e Jeiel, com alaudes e com harpas; e Asaph se fazia ouvir com cymbalos; 6 Tambem Benaias, e Jahaziel, os sacerdotes, continuamente com trombetas, perante a arca do concerto de Deus. 7 Então n’aquelle mesmo dia entregou David em primeiro [2] logar _o Psalmo seguinte_, para louvarem ao Senhor, pelo ministerio de Asaph e de seus irmãos: 8 Louvae ao Senhor, invocae o seu nome, fazei conhecidos entre os povos os seus feitos. 9 Cantae-lhe, psalmodiae-lhe, attentamente fallae de todas as suas maravilhas. 10 Gloriae-vos no seu sancto nome; alegre-se o coração dos que buscam ao Senhor. 11 Buscae ao Senhor, e a sua força; buscae a sua face continuamente. 12 Lembrae-vos das suas maravilhas que tem feito, de seus prodigios, e dos juizos da sua bocca. 13 _Vós_, semente d’Israel, seus servos, _vós_, filhos de Jacob, seus eleitos. 14 Elle _é_ o Senhor nosso Deus; em toda a terra _estão_ os seus juizos. 15 Lembrae-vos perpetuamente do seu concerto _e_ da palavra que prescreveu para mil gerações; 16 _Do_ concerto que contratou [3] com Abrahão, e do seu juramento a Isaac; 17 O qual tambem a Jacob ratificou por estatuto, _e_ a Israel por concerto eterno, 18 Dizendo: A ti te darei a terra de Canaan, quinhão da vossa herança. 19 Sendo vós em [4] pequeno numero, poucos homens, e estrangeiros n’ella. 20 E andaram de nação em nação, e d’um reino para outro povo. 21 A ninguem permittiu que os opprimisse, [5] e por amor d’elles reprehendeu reis, _dizendo_: 22 Não toqueis os meus ungidos, e aos meus prophetas não façaes mal. 23 Cantae ao Senhor em toda a terra; annunciae de dia em dia a sua salvação. 24 Contae entre as nações a sua gloria, entre todos os povos as suas maravilhas. 25 Porque grande _é_ o Senhor, e muito para louvar, e mais tremendo é do que todos os deuses. 26 Porque todos os deuses [6] das nações _são_ vaidades; porém o Senhor fez os céus. 27 Magestade e esplendor _ha_ diante d’elle, força e alegria no seu logar. 28 Dae ao Senhor, ó familias das nações, dae ao Senhor gloria e força. 29 Dae ao Senhor a gloria de seu nome; trazei presentes, e vinde perante Elle: adorae ao Senhor na belleza da sua sanctidade. 30 Trema perante Elle, trema toda a terra; pois o mundo se affirmará, para que se não abale. 31 Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra; e diga-se entre as nações: O Senhor reina. 32 Brama o mar com a sua plenitude; exulte o campo com tudo o que _ha_ n’elle. 33 Então jubilarão as arvores dos bosques perante o Senhor; porquanto vem a julgar a terra. 34 Louvae ao Senhor, porque _é_ bom; pois a sua benignidade _dura_ perpetuamente. 35 E dizei: Salva-nos, ó Deus da nossa salvação, e ajunta-nos, e livra-nos das nações; para que louvemos o teu sancto nome, _e_ nos gloriemos do teu louvor. 36 Louvado [7] _seja_ o Senhor Deus de Israel, de seculo em seculo. E todo o povo disse: Amen! e louvou ao Senhor. 37 Então deixou ali, diante da arca do concerto do Senhor, a Asaph e a seus irmãos, para ministrarem continuamente perante a arca, segundo se ordenara para cada dia. 38 E mais a Obed-edom, com seus irmãos, sessenta e oito; a este Obed-edom, filho de Jeduthun, e a Hosa, _ordenou_ por porteiros. 39 E mais a Zadok, o sacerdote, e a seus irmãos, os sacerdotes, [8] diante do tabernaculo do Senhor, no alto que _está_ em Gibeon, 40 Para offerecerem ao Senhor os holocaustos sobre o altar dos holocaustos continuamente, [9] pela manhã e á tarde: e _isto_ segundo tudo o que está escripto na lei do Senhor que tinha prescripto a Israel. 41 E com elles a Heman, e a Jeduthun, e aos mais escolhidos, que foram apontados pelos seus nomes, para louvarem ao Senhor, [10] porque a sua benignidade _dura_ perpetuamente. 42 Com elles pois _estavam_ Heman e Jeduthun, _com_ trombetas e cymbalos, para os que se faziam ouvir, e _com_ instrumentos de musica de Deus: porém os filhos de Jeduthun _estavam_ á porta. 43 Então se foi todo [11] o povo, cada um para a sua casa: e tornou David, para abençoar a sua casa. [1] I Sam. 6.17-19. [2] II Sam. 23.1. Psa. 105.1-15. [3] Gen. 17.2 e 26.3 e 28.13 e 35.11. [4] Gen. 34.30. [5] Gen. 12.17 e 20.3. Exo. 7.15-18. [6] Lev. 19.4. [7] I Reis 8.15. Deu. 27.15. [8] cap. 21.29. II Chr. 1.3. I Reis 3.4. [9] Exo. 29.38. Num. 28.3. [10] ver. 34. II Chr. 5.13 e 7.3. Esd. 3.11. Jer. 33.11. [11] II Sam. 6.19, 20. _David deseja edificar o templo, mas Deus não permitte._ 17 Succedeu pois que, [1] morando David já em sua casa, disse David ao propheta Nathan: Eis que moro em casa de cedros, mas a arca do concerto do Senhor _está_ debaixo de cortinas. 2 Então Nathan disse a David: Tudo quanto _tens_ no teu coração faze, porque Deus _é_ comtigo. 3 Mas succedeu, na mesma noite, que a palavra do Senhor veiu a Nathan, dizendo: 4 Vae, e dize a David meu servo: Assim diz o Senhor: Tu me não edificarás _uma_ casa para morar; 5 Porque em casa nenhuma morei, desde o dia em que fiz subir a Israel até _ao dia de_ hoje; mas fui de tenda em tenda, e de tabernaculo _em tabernaculo_. 6 Por todas _as partes_ por onde andei com todo o Israel, _porventura_ fallei alguma palavra a algum dos juizes de Israel, a quem ordenei que apascentasse o meu povo, dizendo: Porque me não edificaes _uma_ casa de cedros? 7 Agora pois assim dirás a meu servo, a David: Assim diz o Senhor dos Exercitos: Eu te tirei do curral, de detraz das ovelhas, para que fosses chefe do meu povo Israel. 8 E estive comtigo por toda _a parte_, por onde foste, e de diante de ti exterminei todos os teus inimigos, e te fiz _um_ nome como o nome dos grandes que _estão_ na terra. 9 E ordenei um logar para o meu povo Israel, e o plantei, para que habite no seu logar, e nunca mais seja removido d’uma para outra parte; e nunca mais os debilitarão os filhos da perversidade, como ao principio; 10 E desde os dias em que ordenei juizes sobre o meu povo Israel; porém abati a todos os teus inimigos: tambem te fiz saber que o Senhor te edificaria _uma_ casa. 11 E ha de ser que, quando forem cumpridos os teus dias, para ires a teus paes, suscitarei a tua semente depois de ti, a qual será dos teus filhos, e confirmarei o seu reino. 12 Este me edificará casa; e eu confirmarei o seu throno para sempre. 13 Eu lhe [2] serei por pae, e elle me será por filho: e a minha benignidade não desviarei d’elle, como _a_ tirei d’aquelle, que foi antes de ti. 14 Mas o confirmarei [3] na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu throno será firme para sempre. 15 Conforme todas estas palavras, e conforme toda esta visão, assim fallou Nathan a David. _A oração de David._ 16 Então entrou o rei David, [4] e ficou perante o Senhor: e disse: Quem _sou_ eu, Senhor Deus? e qual _é_ a minha casa, que me trouxestes até aqui? 17 E _ainda_ isto, ó Deus, foi pouco aos teus olhos; pelo que fallaste da casa de teu servo para tempos distantes: e proveste-me, segundo o costume dos homens, com esta exaltação, ó Senhor Deus. 18 Que mais te _dirá_ David, ácerca da honra feita a teu servo? porém tu bem conheces a teu servo. 19 Ó Senhor, por amor de teu servo, e segundo o teu coração, fizeste todas _estas_ grandezas, para fazer notorias todas estas grandes coisas. 20 Senhor, ninguem _ha_ como tu, e não _ha_ Deus fóra de ti, conforme tudo quanto ouvimos com os nossos ouvidos. 21 E quem _ha_ como o teu povo Israel, unica gente na terra? a quem Deus foi remir para seu povo, fazendo-te nome com coisas grandes e temerosas, lançando as nações de diante do teu povo, que remiste do Egypto. 22 E tomaste o teu povo Israel para ser teu povo para sempre: e tu, Senhor, lhe foste por Deus. 23 Agora pois, Senhor, a palavra que fallaste de teu servo, e ácerca da sua casa, seja certa para sempre: e faze como fallaste. 24 Confirme-se com effeito, e que o teu nome se engrandeça para sempre, _e_ diga-se: O Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel, _é_ Deus para Israel; _e fique_ firme diante de ti a casa de David teu servo. 25 Porque tu, Deus meu, revelaste ao ouvido de teu servo que lhe edificarias casa; pelo que o teu servo achou _confiança_ para orar em tua presença. 26 Agora pois, Senhor, tu és o mesmo Deus, e fallaste este bem ácerca de teu servo. 27 Agora pois foste servido abençoares a casa de teu servo, para que esteja perpetuamente diante de ti: porque tu, Senhor, a abençoaste, e _ficará_ abençoada para sempre. [1] II Sam. 7.1, etc. [2] II Sam. 7.14, 15. [3] Luc. 1.33. [4] II Sam. 7.18. _Diversas victorias de David._ [Antes de Christo 1040] 18 E depois d’isto [1] aconteceu que David feriu os philisteos, e os abateu; e tomou a Gath, e os logares da sua jurisdicção, da mão dos philisteos. 2 Tambem feriu os moabitas; e os moabitas ficaram servos de David, trazendo presentes. 3 Tambem David feriu a Hadar-ezer, rei de Zoba, junto a Hamath, indo elle estabelecer os seus dominios pelo Euphrates. 4 E David lhe tomou mil cavallos de carros, [2] e sete mil cavalleiros, e vinte mil homens de pé: e David jarretou todos os _cavallos dos_ carros; porém reservou d’elles cem cavallos. 5 E vieram os syros de Damasco a ajudar a Hadar-ezer, rei de Zoba: porém dos syros feriu David vinte e dois mil homens. 6 E David poz _guarnições_ em Syria de Damasco, e os syros ficaram servos de David, trazendo presentes: e o Senhor guardava a David, por onde quer que ia. 7 E tomou David os escudos de oiro, que tinham os servos de Hadar-ezer, e os trouxe a Jerusalem. 8 Tambem de Tibhath, e de Chun, cidades de Hadar-ezer, tomou David muitissimo cobre, de que Salomão [3] fez o mar de cobre, e as columnas, e os vasos de cobre. 9 E ouvindo Tou, rei de Hamath, que David destruira todo o exercito de Hadar-ezer, rei de Zoba, 10 Mandou seu filho Hadoram a David, para lhe perguntar como estava, e para o abençoar, por haver pelejado com Hadar-ezer, e o destruir (porque Hadar-ezer fazia guerra a Tou), _enviando-lhe_ juntamente toda a sorte de vasos de oiro, e de prata, e de cobre. 11 Os quaes David tambem consagrou ao Senhor, juntamente com a prata e oiro que trouxera de todas as _mais_ nações: dos idumeos, e dos moabitas, e dos filhos de Ammon, e dos philisteos, e dos amalekitas. 12 Tambem Abisai, filho de Zeruia, [4] feriu a dezoito mil idumeos no Valle do Sal. 13 E poz [5] guarnição em Edom, e todos os idumeos ficaram servos de David: e o Senhor guardava a David, por onde quer que ia. 14 E David reinou sobre todo o Israel: e fazia juizo e justiça a todo o seu povo. 15 E Joab, filho de Zeruia, tinha cargo do exercito: e Josaphat, filho de Ahilud, _era_ chanceller. 16 E Zadok, filho de Ahitub, e Abimelech, filho de Abiathar, _eram_ sacerdotes: e Sausa escrivão. 17 E Benaias, [6] filho de Joiada, tinha cargo dos cheretheos e peletheos: porém os filhos de David, os primeiros, _estavam_ á mão do rei. [1] II Sam. 8.1, etc. [2] II Sam. 8.4. [3] I Reis 7.15, 23. II Chr. 4.12, 15, 16. [4] II Sam. 8.13. [5] II Sam. 8.14, etc. [6] II Sam. 8.18. _O rei dos ammonitas ultraja os mensageiros de David, e este castiga-o._ [Antes de Christo 1037] 19 E aconteceu, [1] depois d’isto, que Nahas, rei dos filhos d’Ammon, morreu; e seu filho reinou em seu logar. 2 Então disse David: Usarei de beneficencia com Hanun, filho de Nahas, porque seu pae usou de beneficencia comigo. Pelo que David enviou mensageiros para o consolarem ácerca de seu pae. E, vindo os servos de David á terra dos filhos de Ammon, a Hanun, para o consolarem, 3 Disseram os principes dos filhos de Ammon a Hanun: _Porventura_ honra David a teu pae aos teus olhos, porque te mandou consoladores? não vieram seus servos a ti, a esquadrinhar, e a transtornar, e a espiar a terra? 4 Pelo que Hanun tomou os servos de David, e os rapou, e lhes cortou os vestidos no meio até á coxa da perna, e os despediu. 5 E foram-se, e avisaram a David ácerca d’estes homens, e mandou ao encontro d’elles; porque aquelles homens estavam sobremaneira envergonhados. Disse pois o rei: Deixae-vos ficar em Jericó, até que vos torne a crescer a barba, e _então_ tornae. 6 Vendo pois os filhos de Ammon que se tinham feito odiosos para com David, então enviou Hanun, e os filhos de Ammon, mil talentos de prata, para alugarem para si carros e cavalleiros de Mesopotamia, e da Syria de Maaca, [2] e de Zoba. 7 E alugaram para si trinta e dois mil carros, e o rei de Maaca e a sua gente, e elles vieram, e se acamparam diante de Medeba; tambem os filhos de Ammon se ajuntaram das suas cidades, e vieram para a guerra. 8 O que ouvindo David, enviou Joab e todo o exercito dos homens valorosos. 9 E, saindo os filhos d’Ammon, ordenaram a batalha á porta da cidade: porém os reis que vieram _se pozeram_ á parte no campo. 10 E, vendo Joab que a frente da batalha estava contra elle por diante e por detraz, fez escolha d’entre os mais escolhidos de Israel, e os ordenou contra os syros: 11 E o resto do povo entregou na mão de Abisai, seu irmão; e pozeram-se em ordem de batalha contra os filhos d’Ammon. 12 E disse: Se os syros forem mais fortes do que eu, tu virás soccorrer-me; e, se os filhos de Ammon forem mais fortes do que tu, _então_ eu te soccorrerei a ti. 13 Esforça-te, e esforcemo-nos pelo nosso povo, e pelas cidades do nosso Deus, e faça o Senhor o que _parecer_ bem aos seus olhos. 14 Então se chegou Joab, e o povo que _tinha_ comsigo, diante dos syros, para a batalha; e fugiram de diante d’elle. 15 Vendo pois os filhos d’Ammon que os syros fugiram, tambem elles fugiram de diante de Abisai, seu irmão, e entraram na cidade; e veiu Joab para Jerusalem. 16 E, vendo os syros que foram derrotados diante d’Israel, enviaram mensageiros, e fizeram sair os syros que _habitavam_ da banda d’além do rio: e Sophac, capitão do exercito de Hadar-ezer, _marchava_ diante d’elles. 17 Do que avisado David, ajuntou a todo o Israel, e passou o Jordão, e veiu ter com elles, e ordenou contra elles _a batalha_: e, tendo David ordenado a batalha contra os syros, pelejaram contra elle. 18 Porém os syros fugiram de diante d’Israel, e feriu David, dos syros, sete mil _cavallos de_ carros, e quarenta mil homens de pé: e a Sophac, capitão do exercito, matou. 19 Vendo pois os servos d’Hadar-ezer que tinham sido feridos diante d’Israel, fizeram paz com David, e o serviram: e os syros nunca mais quizeram soccorrer os filhos d’Ammon. [1] II Sam. 10.1, etc. [2] cap. 18.5, 9. 20 Aconteceu [1] pois que, no decurso de _um_ anno, no tempo em que os reis costumam sair _para a guerra_, Joab levou o exercito, e destruiu a terra dos filhos de Ammon, e veiu, e cercou a Rabba, porém David ficou em Jerusalem: [2] e Joab feriu a Rabba, e a destruiu. [Antes de Christo 1036] 2 E David tirou [3] da cabeça do rei a corôa d’este, e achou n’ella o peso d’um talento de oiro, e _havia_ n’ella pedras preciosas; e foi posta sobre a cabeça de David: e levou da cidade mui grande despojo. 3 Tambem o povo que _estava_ n’ella levou, e _os_ fez serrar com a serra, e _cortar_ com talhadeiras de ferro e com machados; e assim fez David com todas as cidades dos filhos de Ammon: então voltou David, com todo o povo, para Jerusalem. 4 E depois d’isto aconteceu que, [4] levantando-se guerra em Gazer, com os philisteos, então Sibbechai, o husathita, feriu a Sippai, dos filhos [LC] de Rapha: e ficaram abatidos. 5 E tornou a haver guerra com os philisteos: e Elhanan, filho de Jair, feriu a Lahmi, irmão de Goliath, o getheo, cuja haste da lança _era_ como orgão de tecelão. 6 E tornou a haver guerra [5] em Gath; e havia ali um homem de _grande_ estatura, e tinha vinte e quatro dedos, seis em cada mão, e seis em cada pé, e tambem era da raça [LD] de Rapha. 7 E injuriou a Israel: porém Jonathan, filho de Simea, irmão de David, o feriu. 8 Estes nasceram [LE] a Rapha em Gath: e cairam pela mão de David e pela mão dos seus servos. [1] II Sam. 11.1. [2] II Sam. 12.26. [3] II Sam. 12.30, 31. [4] II Sam. 21.18. cap. 11.29. [5] II Sam. 21.20. _David numera o povo, e Deus castiga-o._ 21 Então [LF] Satanaz se levantou [1] contra Israel, e incitou David a numerar a Israel. [Antes de Christo 1018] 2 E disse David a Joab e aos maioraes do povo: Ide, numerae a Israel, desde Berseba até Dan; [2] e trazei-me a conta, para que saiba o numero d’elles. 3 Então disse Joab: O Senhor accrescente ao seu povo cem vezes tanto como é; _porventura_, ó rei meu senhor, não _são_ todos servos de meu senhor? Porque procura isto o meu senhor? Porque seria _causa de_ delicto para com Israel. 4 Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joab; pelo que saiu Joab, e passou por todo o Israel; então voltou para Jerusalem. 5 E Joab deu a David a somma do numero do povo: e era todo o Israel um milhão e cem mil homens, dos que arrancavam espada; e de Judah quatrocentos e setenta mil homens, dos que arrancavam espada. 6 Porém os de Levi [3] e Benjamin não contou entre elles, porque a palavra do rei foi abominavel a Joab. 7 E este negocio _tambem_ pareceu mal aos olhos de Deus: pelo que feriu a Israel. 8 Então disse David a Deus: [4] Gravemente pequei em fazer este negocio; porém agora sê servido tirar a iniquidade de teu servo, porque obrei mui loucamente. 9 Fallou pois o Senhor a Gad, [5] o vidente de David, dizendo: 10 Vae, e falla a David, dizendo: Assim diz o Senhor: Tres _coisas_ te proponho: escolhe uma d’ellas, para que eu t’_a_ faça. 11 E Gad veiu a David, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Escolhe para ti, 12 Ou [6] tres annos de fome, ou que tres mezes te consumas diante de teus adversarios, e a espada de teus inimigos _te_ alcance, ou que tres dias a espada do Senhor, isto é, a peste na terra, e o anjo do Senhor destruam todos os termos de Israel; vê pois agora que resposta hei de levar a quem me enviou. 13 Então disse David a Gad: Estou em grande angustia; caia eu pois nas mãos do Senhor, porque _são_ muitissimas as suas misericordias; mas que eu não caia nas mãos dos homens. 14 Mandou pois o Senhor a peste a Israel; e cairam d’Israel setenta mil homens. 15 E o Senhor mandou [7] _um_ anjo a Jerusalem para a destruir; e, destruindo-a _elle_, o Senhor _o_ viu, e se arrependeu d’aquelle mal, e disse ao anjo destruidor: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto á eira de Ornan, jebuseo. 16 E, levantando David os seus olhos, [8] viu o anjo do Senhor, que estava entre a terra e o céu, com a sua espada desembainhada na sua mão estendida contra Jerusalem: então David e os anciãos, cobertos de saccos, se prostraram sobre os seus rostos. [Antes de Christo 1017] 17 E disse David a Deus: Não _sou_ eu _o que_ disse que se contasse o povo? E eu mesmo _sou_ o que pequei, e fiz muito mal; mas estas ovelhas que fizeram? Ah! Senhor, meu Deus, seja a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pae, e não para castigo de teu povo. 18 Então [9] o anjo do Senhor disse a Gad que dissesse a David que subisse David para levantar um altar ao Senhor na eira d’Ornan, jebuseo. 19 Subiu pois David, conforme a palavra de Gad, que fallara em nome do Senhor. 20 E, virando-se Ornan, viu o anjo, e se esconderam com elle seus quatro filhos: e Ornan estava trilhando o trigo. 21 E David veiu a Ornan: e olhou Ornan, e viu a David, e saiu da eira, e se prostrou perante David com o rosto em terra. 22 E disse David a Ornan: Dá-me _este_ logar da eira, para edificar n’elle um altar ao Senhor; dá-m’o pelo seu valor, para que cesse este castigo sobre o povo. 23 Então disse Ornan a David: Toma-_a_ para ti, e faça o rei meu Senhor _d’ella_ o que _parecer_ bem aos seus olhos: eis que dou os bois para holocaustos, e os trilhos para lenha, e o trigo para offerta de manjares; tudo dou. 24 E disse o rei David a Ornan: Não, antes pelo seu valor a quero comprar: porque não tomarei o que _é_ teu, para o Senhor; para que não offereça holocausto sem custo. 25 E David [10] deu a Ornan por aquelle logar o peso de seiscentos siclos de oiro. 26 Então David edificou ali um altar ao Senhor, e offereceu n’elle holocaustos e sacrificios pacificos: e invocou o Senhor, [11] o qual lhe respondeu com fogo do céu sobre o altar do holocausto. 27 E o Senhor deu ordem ao anjo, e elle tornou a sua espada á bainha. 28 Vendo David, no mesmo tempo, que o Senhor lhe respondera na eira de Ornan, jebuseo, sacrificou ali. 29 Porque o tabernaculo [12] do Senhor, que Moysés fizera no deserto, e o altar do holocausto, [13] _estavam_ n’aquelle tempo no alto de Gibeon. 30 E não podia David ir perante elle buscar ao Senhor; porque estava aterrorisado por causa da espada do anjo do Senhor. [1] II Sam. 24.1, etc. [2] cap. 27.23. [3] cap. 27.24. [4] II Sam. 24.10. II Sam. 12.13. [5] I Sam. 9.9. [6] II Sam. 24.13. [7] II Sam. 24.16. Gen. 6.6. [8] II Chr. 3.1. [9] II Chr. 3.1. [10] II Sam. 24.24. [11] Lev. 9.24. II Chr. 3.1 e 7.1. [12] cap. 16.39. [13] I Reis 3.4. cap. 16.39. II Chr. 1.3. _David faz preparativos para edificar o templo._ 22 E disse David: [1] Esta _será_ a casa do Senhor Deus, e este _será_ o altar do holocausto para Israel. 2 E deu ordem David que se ajuntassem os estranhos [2] que _estavam_ na terra de Israel: e ordenou cortadores de pedras, para que lavrassem pedras de cantaria, para edificar a casa de Deus. 3 E apparelhou David ferro em abundancia, para os pregos das portas das entradas, e para as junturas: como tambem cobre em abundancia, [3] sem peso; 4 E madeira de cedro sem conta: [4] porque os sidonios e tyrios traziam a David madeira de cedro em abundancia. 5 Porque dizia David: [5] Salomão, meu filho, ainda _é_ moço e tenro, e a casa que se ha de edificar para o Senhor _se ha de_ fazer magnifica em excellencia, para nome e gloria em todas as terras; eu _pois_ agora lhe prepararei _materiaes_. Assim preparou David _materiaes_ em abundancia, antes da sua morte. 6 Então chamou a Salomão seu filho, e lhe ordenou que edificasse _uma_ casa ao Senhor Deus de Israel. 7 E disse David a Salomão: Filho meu, quanto a mim, [6] tive em meu coração o edificar casa [7] ao nome do Senhor meu Deus. 8 Porém a mim a palavra do Senhor veiu, dizendo: Tu derramaste sangue em abundancia, e fizeste grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome; [8] porquanto muito sangue tens derramado na terra, perante a minha face. 9 Eis que o filho [9] que te nascer será homem de repouso; porque repouso lhe hei de dar de todos os seus inimigos em redor; portanto [LG] Salomão será o seu nome, e paz e descanço darei a Israel nos seus dias. 10 Este [10] edificará casa ao meu nome, e elle me será _por_ filho, e eu a elle _por_ pae; e confirmarei o throno de seu reino sobre Israel, para sempre. 11 Agora pois, meu filho, [11] o Senhor seja comtigo; e prospera, e edifica a casa do Senhor teu Deus, como elle disse de ti. 12 O Senhor te dê [12] tão sómente prudencia e entendimento, e te instrua ácerca de Israel; e isso para guardar a lei do Senhor teu Deus. 13 Então prosperarás, [13] se tiveres cuidado de fazer os estatutos e os juizos, que o Senhor mandou a Moysés ácerca de Israel: esforça-te, e tem bom animo; não temas, nem tenhas pavor. 14 Eis que na minha oppressão preparei para a casa do Senhor cem mil talentos de oiro, e um milhão de talentos de prata, e de cobre e de ferro sem peso, [14] porque em abundancia é: tambem madeira e pedras preparei, e tu suppre o que faltar. 15 Tambem _tens_ comtigo officiaes mechanicos em multidão, cortadores e artifices em _obra de_ pedra e madeira; e toda a sorte de sabios em toda a sorte de obra. 16 Do oiro, da prata, e do cobre, e do ferro não _ha_ numero: levanta-te _pois_, e faze _a obra_, [15] e o Senhor seja comtigo. 17 E David deu ordem a todos os principes de Israel que ajudassem a Salomão, seu filho, _dizendo_: 18 _Porventura_ não _está_ comvosco o Senhor vosso Deus, _e não_ vos deu [16] repouso em roda? porque tem entregado na minha mão os moradores da terra; e a terra foi sujeita perante o Senhor e perante o seu povo. 19 Disponde [17] pois agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes ao Senhor vosso Deus; e levantae-vos, [18] e edificae o sanctuario do Senhor Deus, para que a arca do concerto do Senhor, e os vasos sagrados de Deus se tragam a esta casa, que se ha de edificar ao nome do Senhor. [1] Deu. 12.5. II Sam. 24.18. cap. 21.18, 19, 26, 28. I Chr. 3.11. [2] I Reis 9.21. [3] ver. 14. I Reis 7.47. [4] I Reis 5.6. [5] cap. 29.1. [6] II Sam. 7.2. I Reis 8.17. cap. 17.1 e 28.2. [7] Deu. 12.5, 11. [8] I Reis 5.3. cap. 28.3. [9] cap. 28.5. I Reis 4.25 e 5.4. [10] II Sam. 7.13. I Reis 5.5. cap. 17.12, 13 e 28.6. Heb. 1.5. [11] ver. 16. [12] I Reis 3.9, 12. [13] Jos. 1.7, 8. cap. 28.7. Deu. 31.7, 8. Jos. 1.6, 7, 9. cap. 28.20. [14] ver. 3. [15] ver. 11. [16] Deu. 12.10. Jos. 22.4. II Sam. 7.1. cap. 23.25. [17] II Chr. 20.3. [18] I Reis 8.6, 21. II Chr. 5.7 e 6.11. ver. 7. I Reis 5.3. _David faz Salomão rei e ordena os turnos e funcções dos levitas._ [Antes de Christo 1045] 23 Sendo pois David já velho, e cheio de dias, fez a Salomão seu [1] filho rei sobre Israel. 2 E ajuntou a todos os principes de Israel, como tambem aos sacerdotes e levitas. 3 E foram contados os levitas de trinta annos [2] e d’ahi para cima: e foi o numero d’elles, segundo as suas cabeças, trinta e oito mil homens. 4 D’estes _havia_ vinte e quatro mil, [3] para promoverem a obra da casa do Senhor, e seis mil officiaes e juizes, 5 E quatro mil porteiros, e quatro mil para louvarem ao Senhor com os instrumentos, [4] que eu fiz para _o_ louvar, _disse David_, 6 E David [5] os repartiu por turnos, segundo os filhos de Levi, Gerson, Kohath e Merari. 7 Dos gersonitas: [6] Ladan e Simei. 8 Os filhos de Ladan; Jehiel o chefe, e Zetham, e Joel, tres. 9 Os filhos de Simei: Selomith, e Haziel, e Haran, tres: estes _foram_ os chefes dos paes de Ladan. 10 E os filhos de Simei: Jahath, Ziza, e Jeus, e Berias: estes _foram_ os filhos de Simei, quatro. 11 E Jahath era o chefe, e Ziza o segundo, mas Jeus e Berias não tiveram muitos filhos; pelo que foram contados em casa de _seus_ paes por uma _só_ familia. 12 Os filhos [7] de Kohath: Amram, Ishar, Hebron, e Uziel, quatro. 13 Os filhos [8] de Amram: Aarão e Moysés; e Aarão foi separado para sanctificar a sanctidade das sanctidades, elle e seus filhos, eternamente; para incensar diante do Senhor, para o servirem, e para darem a benção em seu nome eternamente. 14 E _quanto [9] a_ Moysés, homem de Deus, seus filhos foram contados entre a tribu de Levi. 15 _Foram_ pois os filhos [10] de Moysés, Gersom e Eliezer. 16 Dos filhos de Gersom _foi_ [11] Sebuel o chefe. 17 E quanto aos filhos de Eliezer, _foi_ Rehabias [12] o chefe: e Eliezer não teve outros filhos; porém os filhos de Rehabias se multiplicaram grandemente. 18 Dos filhos de Ishar _foi_ Selomith o chefe. 19 Quanto aos filhos [13] de Hebron, _foi_ Jerias o chefe, Amarias o segundo, Jahaziel o terceiro, e Jekamam o quarto. 20 Quanto aos filhos de Uziel, Micha o chefe, e Issias o segundo. 21 Os filhos de [14] Merari: Maheli e Musi; os filhos de Maheli: Eleazar e Kis. 22 E morreu Eleazar, e não [15] teve filhos, porém filhas; e os filhos de Kis, seus irmãos, as tomaram _por mulheres_. 23 Os filhos de [16] Musi: Maheli, e Eder, e Jeremath, tres. 24 Estes _são_ os filhos de Levi, [17] segundo a casa de seus paes, chefes dos paes, segundo foram contados pelo numero dos nomes, segundo os seus chefes, que faziam a obra do ministerio da casa o Senhor, [18] da edade de vinte annos e _d’ahi_ para cima. 25 Porque disse David: O Senhor Deus de Israel deu repouso [19] ao seu povo, e habitará em Jerusalem para sempre. 26 E tambem, quanto aos levitas, [20] que nunca _mais_ levassem o tabernaculo, nem algum de seus apparelhos _pertencentes_ ao seu ministerio. 27 Porque, segundo as ultimas palavras de David, _foram_ contados os filhos de Levi da edade de vinte annos e _d’ahi_ para cima. 28 Porque o seu cargo _era_ de estar ao mandado dos filhos de Aarão no ministerio da casa do Senhor, nos atrios, e nas camaras, e na purificação de todas as coisas sagradas, e na obra do ministerio da casa de Deus, 29 _A saber_: [21] para os pães da proposição, e para a flor de farinha, para a offerta de manjares, e para os coscorões asmos, e para as sartãs, e para o tostado, e para toda a medida e [LH] mensura; 30 E para estarem cada manhã em pé para louvarem e celebrarem ao Senhor; e similhantemente á tarde; 31 E para cada offerecimento dos holocaustos do Senhor, [22] nos sabbados, nas luas novas, e nas solemnidades, por conta, segundo o seu costume, continuamente perante o Senhor: 32 E para que tivessem [23] cuidado da guarda da tenda da congregação, e da guarda do sanctuario, e da guarda dos filhos de Aarão, seus irmãos, no ministerio da casa do Senhor. [1] I Reis 1.33-39. cap. 28.5. [2] Num. 4.3, 47. [3] Deu. 16.18. cap. 26.29. II Chr. 19.8. [4] II Chr. 29.25, 26. Amós 6.5. [5] Exo. 6.16. Num. 26.57. cap. 6.1, etc. II Chr. 8.14 e 29.25. [6] cap. 26.21. [7] Exo. 6.18. [8] Exo. 6.20. Exo. 28.1. Heb. 5.4. Exo. 30.7. Num. 16.40. I Sam. 2.28. Deu. 21.5. Num. 6.23. [9] cap. 26.23, 24, 25. [10] Exo. 2.22 e 18.3, 4. [11] cap. 26.24. [12] cap. 26.25. [13] cap. 24.23. [14] cap. 24.26. cap. 24.29. [15] cap. 24.28. Num. 36.6, 8. [16] cap. 24.30. [17] Num. 10.17, 21. [18] ver. 27. Num. 1.3 e 4.3 e 8.24. Esd. 3.8. [19] cap. 22.18. [20] Num. 4.5, etc. [21] Exo. 25.30. Lev. 6.20. cap. 9.23, etc. Lev. 2.4. Lev. 2.5, 7. Lev. 19.35. [22] Num. 10.10. Lev. 23.4. [23] Num. 1.53. Num. 3.6-9. _David divide os sacerdotes em vinte e quatro turnos._ 24 E quanto aos filhos de Aarão, _estes foram_ as suas divisões: [1] os filhos de Aarão _foram_ Nadab, e Abihu, e Eleazar e Ithamar. 2 E morreram Nadab [2] e Abihu antes de seu pae, e não tiveram filhos: e Eleazar e Ithamar administravam o sacerdocio. 3 E David os repartiu, como tambem a Zadok, dos filhos de Eleazar, e Abimelech, dos filhos de Ithamar, segundo o seu officio no seu ministerio. 4 E achou-se que eram muitos mais os filhos de Eleazar entre os chefes de familias do que os filhos de Ithamar, quando os repartiram: dos filhos de Eleazar dezeseis chefes das casas dos paes, mas dos filhos de Ithamar, segundo as casas de seus paes, oito. 5 E os repartiram por sortes, uns com os outros; porque houve maioraes do sanctuario e maioraes _da casa_ de Deus, assim d’entre os filhos de Eleazar, como d’entre os filhos de Ithamar. 6 E os registou Semaias, filho de Nathanael, o escrivão d’entre os levitas, perante o rei, e os principes, e Zadok, o sacerdote, e Abimelech, filho de Abiathar, e os chefes dos paes entre os sacerdotes, e entre os levitas: uma d’entre as casas dos paes se tomou para Eleazar, e se tomou outra para Ithamar. 7 E saiu a primeira sorte a Jojarib, a segunda a Jedaias, 8 A terceira a Harim, a quarta a Seorim, 9 A quinta a Malchias, a sexta a Mihamin, 10 A setima a Hakkos, a oitava [3] a Abias, 11 A nona a Jesua, a decima a Sechanias, 12 A undecima a Eliasib, a duodecima a Jakim, 13 A decima terceira a Huppa, a decima quarta a Jesebeab, 14 A decima quinta a Bilga, a decima sexta a Immer, 15 A decima setima a Hezir, a decima oitava a Happises, 16 A decima nona a Petahias, a vigesima a Jehezkel, 17 A vigesima primeira a Jachin, a vigesima segunda a Gamul, 18 A vigesima terceira a Delaias, a vigesima quarta a Maazias. 19 O officio d’estes no seu ministerio [4] era entrar na casa do Senhor, segundo lhes fôra ordenado por Aarão seu pae, como o Senhor Deus de Israel lhe tinha ordenado. 20 E do resto dos filhos de Levi: dos filhos de Amram, Subael: dos filhos de Subael, [5] Jehdias. 21 Quanto a Rehabias: [6] dos filhos de Rehabias Issias _era_ chefe; 22 Dos isharitas, [7] Selomoth; dos filhos de Selomoth, Jahoth; 23 E dos filhos _de Hebron_, Jerias _o primeiro_, Amarias o segundo, Jahaziel o terceiro, Jekamam o quarto; 24 Dos filhos de Uziel, Micha; dos filhos de Micha, Samir; 25 O irmão de Micha, Issias; dos filhos de Issias, Zacharias; 26 Os filhos de Merari, Maheli e Musi; dos filhos de Jaazias, Beno; 27 Os filhos de Merari de Jaazias, Beno, e Soham, e Zaccur, e Hibri; 28 De Maheli, Eleazar: [8] e este não teve filhos. 29 Quanto a Kis: dos filhos de Kis, Jerahmeel; 30 E os filhos, [9] de Musi, Maheli, e Eder, e Jerimoth; estes _foram_ os filhos dos levitas, segundo as suas casas paternas. 31 E tambem elles lançaram sortes egualmente com seus irmãos, os filhos de Aarão, perante o rei David, e Zadok, e Abimelech, e os chefes dos paes entre os sacerdotes e entre os levitas: o chefe da casa dos paes e bem assim seu irmão menor. [1] Lev. 10.1, 6. Num. 26.60. [2] Num. 3.4 e 26.61. [3] Neh. 12.4, 17. Luc. 1.5. [4] cap. 9.25. [5] cap. 23.16. [6] cap. 23.17. [7] cap. 23.18. [8] cap. 23.22. [9] cap. 23.23. _Funcções dos cantores em seus turnos._ 25 E David, juntamente com os capitães do exercito, [1] separou para o ministerio os filhos de Asaph, e de Heman, e de Jeduthun, para prophetizarem com harpas, com alaudes, e com psalterios: e _este_ foi o numero dos homens aptos para a obra do seu ministerio. 2 Dos filhos de Asaph _foram_ Zaccur, e José, e Nethanias, e Asarela, filhos de Asaph: a cargo de Asaph, que prophetizava debaixo da direcção do rei David. 3 Quanto a Jeduthun, _foram_ os filhos de Jeduthun: Gedalias, e Zeri, e Jesaias, e Hasabias, e Mattithias, seis, a cargo de seu pae Jeduthun, para tanger harpas, o qual prophetizava, louvando e dando graças ao Senhor. 4 Quanto a Heman: os filhos de Heman: Bukkias, Matthanias, Uziel, Sebuel, e Jerimoth, Hananias, Hanani, Eliatha, Giddalti, e Romamthi-ezer, Josbekasa, Mallothi, Hothir, _e_ Mahazioth. 5 Todos estes _foram_ filhos de Heman, o vidente do rei nas palavras de Deus, para exaltar a corneta: porque Deus dera a Heman quatorze filhos e tres filhas. 6 Todos estes _estavam_ ao lado de seu pae para o canto da casa do Senhor, com psalterios, alaudes e harpas, para o ministerio da casa de Deus; [2] _e_, ao lado do rei, Asaph, Jeduthun, e Heman. 7 E era o numero d’elles, juntamente com seus irmãos instruidos no canto do Senhor, todos os mestres, duzentos e oitenta e oito. 8 E deitaram as sortes ácerca da guarda egualmente, assim o pequeno como o grande, [3] o mestre juntamente com o discipulo. 9 Saiu pois a primeira sorte a Asaph, _a saber_: a José; a segunda a Gedalias; e _eram_ elle, e seus irmãos, e seus filhos, ao todo, doze. 10 A terceira a Zaccur, seus filhos e seus irmãos; doze. 11 A quarta a Isri, seus filhos, e seus irmãos; doze. 12 A quinta a Nethanias, seus filhos, e seus irmãos; doze. 13 A sexta a Bukkias, seus filhos, e seus irmãos; doze. 14 A setima a Jesarela, seus filhos, e seus irmãos; doze. 15 A oitava a Jesaias, seus filhos, e seus irmãos; doze. 16 A nona a Matthanias, seus filhos, e seus irmãos; doze. 17 A decima a Simei, seus filhos, e seus irmãos; doze. 18 A undecima a Azareel, seus filhos, e seus irmãos; doze. 19 A duodecima a Hasabias, seus filhos e seus irmãos; doze. 20 A decima terceira a Subael, seus filhos, e seus irmãos; doze. 21 A decima quarta a Mattithias, seus filhos, e seus irmãos; doze. 22 A decima quinta a Jeremoth, seus filhos, e seus irmãos; doze. 23 A decima sexta a Hananias, seus filhos, e seus irmãos; doze. 24 A decima setima a Josbekasa, seus filhos, e seus irmãos; doze. 25 A decima oitava a Hanani, seus filhos, e seus irmãos; doze. 26 A decima nona a Mallothi, seus filhos, e seus irmãos; doze. 27 A vigesima a Eliatha, seus filhos, e seus irmãos; doze. 28 A vigesima primeira a Hothir, seus filhos, e seus irmãos; doze. 29 A vigesima segunda a Giddalthi, seus filhos, e seus irmãos; doze. 30 A vigesima terceira a Mahazioth, seus filhos, e seus irmãos; doze. 31 A vigesima quarta a Romamthi-ezer, seus filhos, e seus irmãos; doze. [1] cap. 6.33, 39, 44. [2] ver. 2. [3] II Chr. 23.13. _Funcções dos porteiros._ 26 Quanto aos repartimentos dos porteiros, dos korahitas _foi_ Meselemias, filho de Kore, dos filhos de Asaph. 2 E _foram_ os filhos de Meselemias: Zacharias o primogenito, Jediael o segundo, Zebadias o terceiro, Jathniel o quarto, 3 Elam o quinto, Johanan o sexto, Elioenai o setimo. 4 E os filhos d’Obed-edom _foram_: Semaias o primogenito, Jozabad o segundo, Joah o terceiro, e Sachar o quarto, e Nathanael o quinto, 5 Ammiel o sexto, Issacar o setimo, Peullethai o oitavo: porque Deus o tinha abençoado. 6 Tambem a seu filho Semaias nasceram filhos, que dominaram sobre a casa de seu pae; porque _foram_ varões valentes. 7 Os filhos de Semaias: Othni, e Raphael, e Obed, _e_ Elzabad, seus irmãos, homens valentes: Elihu e Semachias. 8 Todos estes _foram_ dos filhos d’Obed-edom; elles e seus filhos, e seus irmãos, homens valentes de força para o ministerio: _por todos_ sessenta e dois, de Obed-edom. 9 E os filhos e os irmãos de Mesalemias, homens valentes, _foram_ dezoito. 10 E de [1] Hosa, d’entre os filhos de Merari, foram os filhos: Simri o chefe (ainda que não era o primogenito, comtudo seu pae o constituiu chefe), 11 Hilkias o segundo, Tabalias o terceiro, Zacharias o quarto: todos os filhos e irmãos de Hosa _foram_ treze. 12 D’estes _se fizeram_ as turmas dos porteiros, entre os chefes dos homens da guarda, egualmente com os seus irmãos, para ministrarem na casa do Senhor. 13 E lançaram sortes, assim os pequenos como os grandes, segundo as casas de seus paes, para cada porta. 14 E caiu a sorte do oriente a Selemias: e lançou-se a sorte por seu filho Zacharias, conselheiro entendido, e saiu-lhe a sorte do norte. 15 E por Obed-edom a do sul: e por seus filhos a casa das thesourarias. 16 Por Suppim e Hosa a do occidente, com a porta Sallecheth, junto ao caminho da subida: uma guarda defronte d’outra guarda. 17 Ao oriente seis levitas; ao norte quatro por dia, ao sul quatro por dia, porém ás thesourarias de dois em dois. 18 Em Parbar ao occidente: quatro junto ao caminho, dois junto a Parbar. 19 Estas _são_ as turmas dos porteiros d’entre os filhos dos korahitas, e d’entre os filhos de Merari. _Os guardas dos thesouros._ 20 _E_ quanto aos levitas: [2] Ahias _tinha_ cargo dos thesouros da casa de Deus e dos thesouros das coisas sagradas. 21 _Quanto_ aos filhos de Ladan, filhos de Ladan gersonita: de Ladan gersonita, _foi_ chefe dos paes Jehieli. 22 Os filhos de Jehieli: Zetham e Joel, seu irmão; estes _tinham_ cargo dos thesouros da casa do Senhor. 23 Para os amramitas, para os isharitas, para os hebronitas, para os ozielitas. 24 E [3] Sebuel, filho de Gersom, o filho de Moysés, _era_ maioral dos thesouros. 25 E seus irmãos _foram_, da banda de Eliezer, Rehabias seu filho, e Isaias seu filho, e Jorão seu filho, e Zichri seu filho, [4] e Selomith, seu filho. 26 Este Selomith e seus irmãos _tinham_ cargo de todos os thesouros das coisas sagradas que o rei David e os chefes dos paes, capitães de milhares, e de centenas, e capitães do exercito tinham consagrado. 27 Dos despojos das guerras _as_ consagraram, para repararem a casa do Senhor. 28 Como tambem tudo quanto tinha consagrado Samuel [5] o vidente, e Saul filho de Kis, e Abner filho de Ner, e Joab filho de Zeruia: tudo quanto _quem quer_ tinha consagrado _estava_ debaixo da mão de Selomith e seus irmãos. _Os officiaes e os juizes._ 29 Dos isharitas, Chenanias, e seus filhos _foram_ postos sobre Israel para a obra de fóra, [6] por officiaes e por juizes. 30 Dos hebronitas _foram_ Hasabias e seus irmãos, homens valentes, mil e setecentos, que tinham cargo dos officios em Israel, de áquem do Jordão para o occidente, em toda a obra do Senhor, e para o serviço do rei. 31 Dos hebronitas _era_ [7] Jerias o chefe dos hebronitas, de suas gerações entre os paes: no anno quarenta do reino de David se buscaram e acharam entre elles varões valentes em [8] Jaezer de Gilead. 32 E seus irmãos, homens valentes, dois mil e setecentos, chefes dos paes: e o rei David os constituiu sobre os rubenitas e os gaditas, e a meia tribu dos manassitas, para todos os negocios de Deus, [9] e para todos os negocios do rei. [1] cap. 16.3. [2] cap. 28.12. Mal. 3.10. [3] cap. 23.16. [4] cap. 23.18. [5] I Sam. 9.9. [6] cap. 23.4. [7] cap. 23.19. [8] Jos. 21.39. [9] II Chr. 19.11. _O numero do povo, e as turmas de serviço para cada mez._ 27 Estes _são_ os filhos de Israel segundo o seu numero, os chefes dos paes, e os capitães dos milhares e das centenas, com os seus officiaes, que serviam ao rei em todos os negocios das turmas entrando e saindo de mez em mez, em todos os mezes do anno: cada turma de vinte e quatro mil. 2 Sobre a primeira turma do mez primeiro estava [1] Jasobeam, filho de Zabdiel: e em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 3 _Era_ este dos filhos de Phares, chefe de todos os capitães dos exercitos, para o primeiro mez. 4 E sobre a turma do segundo mez _era_ Dodai, o ahohita, com a sua turma, cujo chefe _era_ Mikloth: tambem em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 5 O terceiro capitão do exercito do terceiro mez _era_ Benaias, filho de Joiada, official maior _e_ chefe: tambem em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 6 _Era_ este Benaias _um_ varão [2] entre os trinta, e sobre os trinta: e _sobre_ a sua turma _estava_ Ammizabad, seu filho. 7 O quarto do quarto mez [3] Asael, irmão de Joab, e depois d’elle Zebadias, seu filho: tambem em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 8 O quinto do quinto mez o maioral Samhuth, o israhita: tambem em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 9 O sexto do sexto mez [4] Ira, filho de Ikkes, o tekoita: tambem em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 10 O setimo do setimo mez [5] Heles, o pelonita, dos filhos de Ephraim: tambem em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 11 O oitavo do oitavo mez [6] Sibbechai, o husathita, dos zarithas: tambem em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 12 O nono do nono mez [7] Abiezer, o anathotita, dos benjaminitas: tambem em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 13 O decimo do decimo mez [8] Maharai, o netophatita, dos zarithas: tambem em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 14 O undecimo do undecimo mez Benaia, [9] o pirathonita, dos filhos de Ephraim: tambem em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 15 O duodecimo do duodecimo mez Heldia, o nethophatita, de Othniel: tambem em sua turma _havia_ vinte e quatro mil. 16 Porém sobre as tribus de Israel eram _estes_: sobre os rubenitas _era_ chefe Eliezer, filho de Zichri; sobre os simeonitas Sephatias, filho de Maaca; 17 Sobre os levitas [10] Hasabias, filho de Kemuel; sobre os aaronitas Zadok; 18 Sobre Judah, [11] Elihu, dos irmãos de David; sobre Issacar, Omri, filho de Michael; 19 Sobre Zebulon, Irmaias, filho de Obadias; sobre Naphtali, Jerimoth, filho de Azriel; 20 Sobre os filhos de Ephraim, Hoseas, filho de Azazias; sobre a meia tribu de Manasseh Joel, filho de Pedaias; 21 Sobre a _outra_ meia tribu de Manasseh em Gilead, Iddo, filho de Zacharias; sobre Benjamin, Jaasiel, filho de Abner; 22 Sobre Dan, Azarel, filho de Jeroham: estes _eram_ os capitães das tribus d’Israel. 23 Não tomou porém David o numero dos de vinte annos e _d’ahi_ para baixo, [12] porquanto o Senhor tinha dito que havia de multiplicar a Israel como as estrellas do céu. 24 Joab, filho de Zeruia, tinha começado a numeral-_os_, porém não acabou; [13] porquanto viera por isso grande ira sobre Israel: pelo que o numero se não poz na conta das chronicas do rei David. 25 E sobre os thesouros do rei _estava_ Azmaveth, filho de Adiel; e sobre os thesouros da terra, das cidades, e das aldeias, e das torres, Jonathan, filho de Uzias, 26 E sobre os que faziam a obra do campo, na lavoura da terra, Ezri, filho de Chelub. 27 E sobre as vinhas Simei, o ramathita: porém sobre o que das vides entrava nos thesouros do vinho Zabdi, o siphmita. 28 E sobre os olivaes e figueiras bravas que _havia_ nas campinas, Baal Hanan, o gederita: porém Joás sobre os thesouros do azeite. 29 E sobre os gados que pasciam em Saron, Sitrai, o saronita: porém sobre os gados dos valles, Saphat, filho de Adlai. 30 E sobre os camelos, Obil, o ishmaelita: e sobre as jumentas, Jehdias, o meronothita. 31 E sobre o gado miudo, Jaziz, o hagarita; todos estes _eram_ maioraes da fazenda que tinha o rei David. 32 E Jonathan, tio de David, _era_ do conselho, homem entendido, e tambem escriba: e Jehiel, filho de Haemoni, _estava_ com os filhos do rei. 33 E Achitophel [14] era do conselho do rei: e Husai, o archita, amigo do rei. 34 E depois de Achitophel, Joiada, filho de Benaias, [15] e Abiathar; porém Joab _era_ chefe do exercito do rei. [1] II Sam. 23.8. cap. 11.11. [2] II Sam. 23.20, 22, 23. cap. 11.22, etc. [3] II Sam. 23.24. cap. 11.26. [4] cap. 11.28. [5] cap. 11.27. [6] II Sam. 21.18. cap. 11.29. [7] cap. 11.28. [8] II Sam. 23.28. cap. 11.30. [9] cap. 11.31. [10] cap. 26.30. [11] I Sam. 16.6. [12] Gen. 15.5. [13] II Sam. 24.15. cap. 21.7. [14] II Sam. 15.12. II Sam. 15.37 e 16.16. [15] I Reis 1.7. cap. 11.6. _David exhorta os principes e seu filho Salomão._ 28 Então David convocou em Jerusalem todos os principes de Israel, os [1] principes das tribus, e os capitães das turmas, que serviam o rei, e os capitães dos milhares, e os capitães das centenas, e os maioraes de toda a fazenda e possessão do rei, e de seus filhos, como tambem os eunuchos e varões, e todo o varão valente. 2 E poz-se o rei David em pé, e disse: Ouvi-me, irmãos meus, e povo meu: [2] Em meu coração _propuz_ eu edificar _uma_ casa de repouso para a arca do concerto do Senhor e para o escabello dos pés do nosso Deus, e eu tinha feito o preparo para a edificar. 3 Porém Deus me disse: [3] Não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra, e derramaste muito sangue. 4 E o Senhor Deus de Israel escolheu-me [4] de toda a casa de meu pae, para que eternamente fosse rei sobre Israel; porque a Judah escolheu por principe, [5] e a casa de meu pae na casa de Judah: e entre os filhos de meu pae se agradou de mim para me fazer reinar sobre todo o Israel. 5 E, [6] de todos os meus filhos (porque muitos filhos me deu o Senhor), escolheu elle o meu filho Salomão para se assentar no throno do reino do Senhor sobre Israel. 6 E me disse: [7] Teu filho Salomão, elle edificará a minha casa e os meus atrios; porque o escolhi para filho, e eu lhe serei por pae. 7 E estabelecerei [8] o seu reino para sempre, se perseverar em cumprir os meus mandamentos e os meus juizos, como _até_ ao dia de hoje. 8 Agora, pois, perante os olhos de todo o Israel, a congregação do Senhor, e perante os ouvidos do nosso Deus, guardae e buscae todos os mandamentos do Senhor vosso Deus, para que possuaes esta boa terra, e a façaes herdar a vossos filhos depois de vós, para sempre. 9 E tu, meu filho Salomão, [9] conhece o Deus de teu pae, e serve-o com _um_ coração perfeito e com _uma_ alma voluntaria; porque esquadrinha o Senhor todos os corações, e entende todas as imaginações dos pensamentos: se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-ha para sempre. 10 Olha _pois_ agora, [10] porque o Senhor te escolheu para edificares _uma_ casa para o sanctuario; esforça-te, e faze a obra. _David dá a Salomão o desenho do templo._ 11 E deu David a Salomão, seu filho, [11] o risco do alpendre com as suas casarias, e as suas thesourarias, e os seus cenaculos, e as suas recamaras de dentro, como tambem da casa do propiciatorio. 12 E _tambem_ o risco de tudo quanto tinha no seu animo, _a saber_; dos atrios da casa do Senhor, e de todas as camaras do redor, [12] para os thesouros da casa de Deus, e para os thesouros das coisas sagradas: 13 E das turmas dos sacerdotes, e dos levitas, e de toda a obra do ministerio da casa do Senhor, e de todos os vasos do ministerio da casa do Senhor. 14 O oiro _deu_, segundo o peso do oiro, para todos os vasos de cada ministerio: _tambem a prata_, por peso, para todos os vasos de prata, para todos os vasos de cada ministerio: 15 E o peso para os castiçaes de oiro, e suas candeias de oiro, segundo o peso de cada castiçal e as suas candeias: tambem para os castiçaes de prata, segundo o peso do castiçal e as suas candeias, segundo o ministerio de cada castiçal. 16 Tambem _deu_ o oiro por peso para as mesas da proposição, para cada mesa: como tambem a prata para as mesas de prata. 17 E oiro puro para os garfos, e para as bacias, e para as escudelas, e para as taças de oiro, para cada taça _seu_ peso; como tambem para as taças de prata, para cada taça _seu_ peso. 18 E para o altar do incenso, oiro purificado, por _seu_ peso: como tambem o oiro para o modelo do carro, _a saber_, dos cherubins, [13] que haviam de estender _as azas_, e cobrir a arca do concerto do Senhor. 19 Tudo isto, _disse David_, por escripto me deram a entender por mandado do Senhor, _a saber_, [14] todas as obras d’este risco. 20 E disse David a Salomão seu filho: [15] Esforça-te e tem bom animo, e obra; não temas, nem te espavoreças; porque o Senhor Deus, meu Deus, _ha de ser_ comtigo; não te deixará, nem te desamparará, até que acabes toda a obra do serviço da casa do Senhor. 21 E eis que ahi tens as turmas [16] dos sacerdotes e dos levitas para todo o ministerio da casa de Deus: _estão_ tambem comtigo, [17] para toda a obra, voluntarios com sabedoria de toda a especie para todo o ministerio; como tambem todos os principes, e todo o povo, para todos os _teus_ mandados. [1] cap. 27.16. cap. 27.1, 2. cap. 27.25. cap. 11.10. [2] II Sam. 7.2. [3] II Sam. 7.5, 13. I Reis 5.3. cap. 17.4 e 22.8. [4] I Sam. 16.7-13. Gen. 49.8. cap. 5.2. [5] I Sam. 16.1. I Sam. 16.12, 13. [6] cap. 3.1, etc. e 23.1. cap. 22.9. [7] II Sam. 7.13, 14. cap. 22.9, 10. II Chr. 1.9. [8] cap. 22.13. [9] Jer. 9.24. Ose. 4.1. João 17.3. II Reis 20.3. I Sam. 16.7. I Reis 8.39. cap. 29.17. [10] ver. 6. [11] Exo. 25.40. ver. 19. [12] cap. 26.20. [13] Exo. 25.18-22. I Sam. 4.4. I Reis 6.23, etc. [14] Exo. 25.40. ver. 11, 12. [15] Deu. 31.7, 8. Jos. 1.6, 7, 9. cap. 22.13. Jos. 1.5. [16] cap. 24 e 25 e 26. [17] Exo. 35.25, 26 e 36.1, 2. _As offertas de David, dos principes, e do povo para a construcção do templo._ 29 Disse mais o rei David a toda a congregação: Salomão meu filho, a quem só Deus escolheu, [1] _é ainda_ moço e tenro, e esta obra _é_ grande; porque não _é_ o palacio para homem, senão para o Senhor Deus. 2 Eu pois com todas as minhas forças _já_ tenho preparado para a casa de meu Deus oiro para _as obras_ de oiro, e prata para _as_ de prata, e cobre para _as_ de cobre, ferro para _as_ de ferro e madeira para _as_ de madeira, pedras sardonicas, [2] e as de engaste, e pedras ornatorias, e obra de embutido, e toda a sorte de pedras preciosas, e pedras marmoreas em abundancia. 3 E ainda, na minha propria vontade para a casa de meu Deus, o oiro e prata particular que tenho de mais eu dou para a casa do meu Deus, afóra tudo quanto tenho preparado para a casa do sanctuario. 4 Tres mil talentos de oiro, [3] do oiro de Ophir: e sete mil talentos de prata purificada, para cobrir as paredes das casas: 5 Oiro para _os vasos_ de oiro, e prata para _os_ de prata; e para toda a obra da mão dos artifices. Quem pois está disposto a encher a sua mão, para offerecer hoje _voluntariamente_ ao Senhor? 6 Então [4] os chefes dos paes, e os principes das tribus d’Israel, e os capitães dos milhares e das centenas, até os capitães da obra do rei, voluntariamente contribuiram; 7 E deram para o serviço da casa de Deus cinco mil talentos de oiro, e dez mil drachmas, e dez mil talentos de prata, e dezoito mil talentos de cobre, e cem mil talentos de ferro. 8 E os que se acharam com pedras _preciosas_, as deram para o thesouro da casa do Senhor, [5] na mão de Jehiel o gersonita. 9 E o povo se alegrou do que deram voluntariamente; porque com coração perfeito [6] voluntariamente deram ao Senhor: e tambem o rei David se alegrou com grande alegria. 10 Pelo que David louvou ao Senhor perante os olhos de toda a congregação; e disse David: Bemdito _és_ tu, Senhor, Deus de nosso pae Israel, de eternidade em eternidade. 11 Tua [7] _é_, Senhor, a magnificencia, e o poder, e a honra, e a victoria, e a magestade; porque teu _é_ tudo quanto _ha_ nos céus e na terra; teu _é_, Senhor, o reino, e tu te exaltaste sobre todos por chefe. 12 E riquezas e gloria veem de diante de ti, [8] e tu dominas sobre tudo, e na tua mão _ha_ força e poder: e na tua mão _está_ o engrandecer e esforçar a tudo. 13 Agora pois, ó Deus nosso, graças te damos, e louvamos o nome da tua gloria. 14 Porque quem _sou_ eu, e quem _é_ o meu povo, que tivessemos poder para tão voluntariamente dar similhantes coisas? porque tudo _vem_ de ti, e da tua mão t’o damos. 15 Porque [9] somos estranhos diante de ti, e peregrinos como todos os nossos paes: como a sombra _são_ os nossos dias sobre a terra, e não ha _outra_ esperança. 16 Senhor, Deus nosso, toda esta abundancia, que preparámos, para te edificar _uma_ casa ao teu sancto nome, _vem_ da tua mão, e toda _é_ tua. 17 E bem sei eu, Deus meu, [10] que tu provas os corações, e que das sinceridades te agradas: eu tambem na sinceridade de meu coração voluntariamente dei todas estas coisas: e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, voluntariamente te deu. 18 Senhor, Deus de nossos paes Abrahão, Isaac, e Israel, conserva isto para sempre no intento dos pensamentos do coração de teu povo; e encaminha o seu coração para ti. 19 E a Salomão, meu filho, dá um coração perfeito, para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhos, e os teus estatutos; e para fazer tudo, [11] e para edificar este palacio que tenho preparado. 20 Então disse David a toda a congregação: Agora louvae ao Senhor vosso Deus. Então toda a congregação louvou ao Senhor Deus de seus paes, e inclinaram-se, e prostraram-se perante o Senhor, e perante o rei. 21 E ao outro dia sacrificaram ao Senhor sacrificios, e offereceram holocaustos ao Senhor, mil bezerros, mil carneiros, mil cordeiros, com as suas libações; e sacrificios em abundancia por todo o Israel. 22 E comeram e beberam n’aquelle dia perante o Senhor, com grande gozo: e a segunda vez fizeram rei a Salomão filho de David, [12] e o ungiram ao Senhor por [LI] guia, e a Zadok por sacerdote. 23 Assim Salomão se assentou no throno do Senhor, rei, em logar de David seu pae, e prosperou: e todo o Israel lhe deu ouvidos. 24 E todos os principes, e os varões, e até todos os filhos do rei David, [13] deram a mão de que estariam debaixo do rei Salomão. 25 E o Senhor magnificou a Salomão grandissimamente, perante os olhos de todo o Israel: [14] e deu-lhe magestade real, qual antes d’elle não teve nenhum rei em Israel. 26 Assim David, filho de Jessé, reinou sobre todo o Israel. 27 E _foram_ [15] os dias que reinou sobre Israel, quarenta annos: em Hebron reinou sete annos, e em Jerusalem reinou trinta e tres. 28 E morreu [16] n’uma boa velhice, cheio de dias, riquezas e gloria: e Salomão seu filho, reinou em seu logar. 29 Os successos pois do rei David, assim os primeiros como os ultimos, eis que estão escriptos nas chronicas de Samuel, o vidente, e nas chronicas do propheta Nathan, e nas chronicas de Gad, o vidente; 30 Juntamente com todo o seu reino e o seu poder; [17] e os tempos que passaram sobre elle, e sobre Israel, e sobre todos os reinos d’aquellas terras. [1] I Reis 3.7. cap. 22.5. Pro. 4.3. [2] Isa. 54.11, 12. Apo. 21.18, etc. [3] I Reis 9.28. [4] cap. 27.1. cap. 27.25, etc. [5] cap. 26.21. [6] II Cor. 9.7. [7] Mat. 6.13. I Tim. 1.17. Apo. 5.13. [8] Rom. 11.36. [9] Heb. 11.13. I Ped. 2.11. Job 14.2. [10] I Sam. 16.7. cap. 28.9. Pro. 11.20. [11] ver. 2. cap. 22.14. [12] I Reis 1.35, 39. [13] Ecc. 8.2. [14] I Reis 3.13. II Chr. 1.12. Ecc. 2.9. [15] II Sam. 5.4. I Reis 2.11. II Sam. 5.5. [16] Gen. 25.8. cap. 23.1. [17] Dan. 2.21. O SEGUNDO LIVRO DAS CHRONICAS. _Salomão offerece sacrificios._ [Antes de Christo 1015] 1 E Salomão, [1] filho de David, se esforçou no seu reino; e o Senhor seu Deus _era_ com elle, e o magnificou grandemente. 2 E fallou Salomão a todo o Israel, aos capitães [2] de milhares e das centenas, e aos juizes, e a todos os principes em todo o Israel, chefes dos paes. 3 E foram Salomão e toda a congregação com elle ao alto que _estava_ em [3] Gibeon; porque ali estava a tenda da congregação de Deus, que Moysés, servo do Senhor, tinha feito no deserto. 4 Mas David tinha feito [4] subir a arca de Deus de Kiriath-jearim ao _logar que_ David lhe tinha preparado; porque lhe tinha armado _uma_ tenda em Jerusalem. 5 Tambem o altar de [5] cobre que tinha feito Besaleel, filho d’Uri, filho d’Hur, _estava_ ali diante do tabernaculo do Senhor: e Salomão e a congregação [LJ] o visitavam. 6 E Salomão offereceu ali sacrificios perante o Senhor, sobre o altar de cobre que _estava_ na tenda da congregação, [6] e offereceu sobre elle mil holocaustos. _Salomão pede a Deus sabedoria._ 7 N’aquella [7] mesma noite Deus appareceu a Salomão, e disse-lhe: Pede o que quizeres que eu te dê. 8 E Salomão disse a Deus: Tu usaste de grande beneficencia com meu pae David: e a mim me fizeste [8] rei em seu logar. 9 Agora pois, ó Senhor Deus, confirme-se a tua palavra, dada a meu pae David; [9] porque tu me fizeste reinar sobre _um_ povo numeroso como o pó da terra. 10 Dá-me [10] pois agora sabedoria e conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo: porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo? 11 Então Deus [11] disse a Salomão: Porquanto houve isto no teu coração, e não pediste riquezas, fazenda, ou honra, nem a morte dos que te aborrecem, nem tão pouco pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento, para poderes julgar a meu povo, sobre o qual te puz rei, 12 Sabedoria e conhecimento te são dados: e te darei [12] riquezas, e fazenda, e honra, qual nenhuns reis antes de ti tiveram: e depois de ti taes não haverá. _As forças e as riquezas de Salomão._ 13 Assim Salomão veiu a Jerusalem, do alto que _está_ em Gibeon, de diante da tenda da congregação: e reinou sobre Israel. 14 E Salomão ajuntou [13] carros e cavalleiros, e teve mil e quatrocentos carros, e doze mil cavalleiros: e pôl-os nas cidades dos carros, e junto ao rei em Jerusalem. 15 E fez o rei que [14] houvesse oiro e prata em Jerusalem como pedras: e cedros em tanta abundancia como [LK] figueiras bravas que ha pelas campinas. 16 E os cavallos, [15] que tinha Salomão, se traziam do Egypto, e, [LL] quanto ao fio de linho os mercadores do rei tomavam o fio de linho por _um certo_ preço. 17 E faziam subir e sair do Egypto cada carro por seiscentos _siclos_ de prata, e cada cavallo por cento e cincoenta; e assim por meio d’elles os tiravam para todos os reis dos hetheos, e para os reis da Syria. [1] I Reis 2.46. Gen. 39.2. I Chr. 29.25. [2] I Chr. 27.1. [3] I Reis 3.4. I Chr. 16.39 e 21.29. [4] II Sam. 6.2, 17. I Chr. 15.1. [5] Exo. 27.1, 2 e 38.1, 2. Exo. 31.2. [6] I Reis 3.4. [7] I Reis 3.5, 6. [8] I Chr. 28.5. [9] I Reis 3.7, 8. [10] I Reis 3.9. Num. 27.17. Deu. 31.2. [11] I Reis 3.11, 12, 13. [12] I Chr. 29.25. cap. 9.22. Ecc. 2.9. [13] I Reis 4.26 e 10.26, etc. cap. 9.25. [14] I Reis 10.27. cap. 9.27. Job 22.24. [15] I Reis 10.28, 29. cap. 9.28. _Salomão pede a Hirão, rei de Tyro, que o ajude na construcção do templo._ 2 E determinou [1] Salomão edificar uma casa ao nome do Senhor, como tambem _uma_ casa para o seu reino. 2 E contou Salomão [2] setenta mil homens de carga, e oitenta mil, que cortassem na montanha; e tres mil e seiscentos inspectores sobre elles. 3 E Salomão enviou a Hurão, rei de Tyro, dizendo: [3] Como usaste com David meu pae, e lhe mandaste cedros, para edificar-se _uma_ casa em que morasse, _assim tambem usa comigo_. 4 Eis-que estou [4] para edificar _uma_ casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante elle incenso aromatico, e _para_ o _pão_ continuo da proposição, e _para_ os holocaustos da manhã e da tarde, _para_ [5] os sabbados, e para as luas novas, e para as festividades do Senhor nosso Deus: o que _é_ perpetuamente _a obrigação_ d’Israel. 5 E a casa que estou para edificar ha de ser grande; porque o nosso Deus _é_ maior do que todos os deuses. 6 Porém [6] quem teria a força, para lhe edificar _uma_ casa? visto que os céus e até os céus dos céus o não podem conter: e quem _sou_ eu, que lhe edificasse casa, salvo para queimar incenso perante elle? 7 Manda-me pois agora um homem sabio para obrar em oiro, e em prata, e em bronze, e em ferro, e em purpura, e em carmezim, e em azul; e que saiba lavrar ao buril, juntamente com os sabios que _estão_ comigo em Judah e em Jerusalem, [7] os quaes David meu pae preparou. 8 Manda-me [8] tambem madeira de cedros, faias, e [LM] algums do Libano; porque bem sei eu que os teus servos sabem cortar madeira no Libano; e eis-que os meus servos _estarão_ com os teus servos. 9 E isso para prepararem muita madeira; porque a casa que estou para fazer _ha de ser_ grande e maravilhosa. 10 E [9] eis-que a teus servos, os cortadores, que cortarem a madeira, darei vinte mil coros de trigo malhado, e vinte mil coros de cevada, e vinte mil batos de vinho, e vinte mil batos d’azeite. 11 E Hurão, rei de Tyro, respondeu por escripto, e enviou a Salomão, dizendo: Porquanto o Senhor ama [10] o seu povo, te poz sobre elle rei. 12 Disse mais Hurão; Bemdito _seja_ [11] o Senhor Deus d’Israel, que fez os céus e a terra; o que deu ao rei David um filho sabio, de grande prudencia e entendimento, que edifique casa ao Senhor, e para o seu reino. 13 Agora pois envio _um_ homem sabio de grande entendimento, _a saber_ [LN] Hurão Abihu, 14 Filho [12] d’_uma_ mulher das filhas de Dan, e cujo pae _foi_ homem de Tyro; este sabe lavrar em oiro, e em prata, em bronze, em ferro, em pedras e em madeira, em purpura, em azul, e em linho fino, e em carmezim, e é _capaz_ para toda a obra do buril, e para todas as engenhosas invenções, qualquer coisa que se lhe propuzer, juntamente com os teus sabios, e os sabios de David, meu senhor, teu pae. 15 Agora _pois_, [13] meu senhor, mande para os seus servos o trigo, e a cevada, e o azeite, e o vinho, de que fallou. 16 E nós [14] cortaremos tanta madeira no Libano, quanta houveres mister, e t’a traremos em jangadas pelo mar a Japho, e tu a farás subir a Jerusalem. 17 E Salomão [15] contou a todos os homens estranhos, que _havia_ na terra d’Israel, conforme a conta [16] com que os contara David seu pae: e acharam-se cento e cincoenta e tres mil e seiscentos. 18 E fez d’elles setenta mil carreteiros, e oitenta mil cortadores na montanha: como tambem tres mil e seiscentos inspectores, para fazerem trabalhar o povo. [1] I Reis 5.5. [2] ver. 18. I Reis 5.15. [3] I Chr. 14.1. [4] ver. 1. Exo. 30.7. Exo. 25.30. Lev. 24.8. [5] Num. 28.3, 9, 11. [6] I Reis 8.27. cap. 6.18. Isa. 66.1. [7] I Chr. 22.15. [8] I Reis 5.6. [9] I Reis 5.11. [10] I Reis 10.9. cap. 9.8. [11] I Reis 5.7. Gen. 1 e 2. Act. 4.24 e 14.15, 16. Apo. 10. [12] I Reis 7.13, 14. [13] ver. 10. [14] I Reis 5.8, 9. [15] ver. 2. I Reis 5.13, 15, 16 e 9.20, 21. cap. 8.7, 8. [16] I Chr. 22.2. _A construcção do templo começa._ [Antes de Christo 1012] 3 E começou Salomão [1] a edificar a casa do Senhor em Jerusalem, no monte de Moria, onde o Senhor se tinha mostrado a David seu pae, no logar que David tinha preparado na [2] eira d’Ornan, jebuseo. 2 E começou a edificar no segundo mez, no _dia_ segundo, no anno quarto do seu reinado. 3 E estes _foram_ os fundamentos [3] que Salomão poz para edificar a casa de Deus: o comprimento em covados, segundo a medida primeira, de sessenta covados, e a largura de vinte covados. 4 E o alpendre, [4] que _estava_ na frente, de comprimento segundo a largura da casa, _era_ de vinte covados, e a altura de cento e vinte: o que dentro cobriu com oiro puro. 5 E a casa grande cobriu [5] com madeira de faia; e então a cobriu com oiro fino: e fez sobre ella palmas e cadeias. 6 Tambem a casa adornou de pedras preciosas para ornamento: e o oiro _era_ oiro de Parvaim. 7 Tambem na casa cobriu as traves, os umbraes, e as suas paredes, e as suas portas, com oiro: e lavrou cherubins nas paredes. 8 Fez mais a casa [LO] da sanctidade das sanctidades, cujo comprimento, segundo a largura da casa, _era_ de vinte covados, e a sua largura de vinte covados: e cobriu-a de oiro fino, do peso de seiscentos talentos. 9 O peso dos pregos _era_ de cincoenta siclos d’oiro: e os cenaculos cobriu d’oiro. _Os dois cherubins._ 10 Tambem fez [6] na casa da sanctidade das sanctidades dois cherubins [LP] de feição d’andantes, e cobriu-os d’oiro. 11 E, quanto ás azas dos cherubins, o seu comprimento _era_ de vinte covados; a aza _d’um d’elles_ de cinco covados, _e_ tocava na parede da casa; e a outra aza de cinco covados, _e_ tocava na aza do outro cherubim. 12 Tambem a aza do outro cherubim _era_ de cinco covados, _e_ tocava na parede da casa: _era_ tambem a outra aza de cinco covados, _e_ estava pegada á aza do outro cherubim. 13 E as azas d’estes cherubins se estendiam vinte covados: e estavam postos em pé, e os seus rostos _virados_ para a casa. 14 Tambem fez o véu [7] de azul, e purpura, e carmezim, e linho fino: e poz sobre elle cherubins. 15 Fez tambem diante da casa duas columnas [8] de trinta e cinco covados d’altura; e o capitel, que _estava_ sobre cada uma, _era_ de cinco covados. 16 Tambem fez as cadeias, _como_ no oraculo, e as poz sobre as cabeças das columnas; fez tambem cem romãs, as quaes poz entre as cadeias. 17 E levantou as [9] columnas diante do templo, uma á direita, e outra á esquerda; e chamou o nome da _que estava_ á direita [LQ] Jachin, e o nome da _que estava_ á esquerda Boaz. [1] I Reis 6.1, etc. Gen. 22.2, 14. [2] I Chr. 21.18 e 22.1. [3] I Reis 6.2. [4] I Reis 6.3. [5] I Reis 6.17. [6] I Reis 6.23, etc. [7] Exo. 26.31. Mat. 27.51. Heb. 9.3. [8] I Reis 7.15-21. Jer. 52.21. [9] I Reis 7.20. I Reis 7.21. _O altar e o mar de bronze._ 4 Tambem fez [1] _um_ altar de metal de vinte covados de comprimento, e de vinte covados de largura, e de dez covados d’altura. 2 Fez tambem [2] o mar de fundição, de dez covados d’uma borda até a outra, redondo ao redor, e de cinco covados d’alto; cingia-o em roda um cordão de trinta covados. 3 E por baixo [3] d’elle _havia_ figuras de bois, que ao redor o cingiam, e por dez covados cercavam aquelle mar ao redor: _e tinha_ duas carreiras de bois, fundidos na sua fundição. 4 E estava sobre doze bois, tres que olhavam para o norte, e tres que olhavam para o occidente, e tres que olhavam para o sul, e tres que olhavam para o oriente; e o mar _estava_ posto sobre elles: e as suas partes posteriores _eram_ para a banda de dentro. 5 _E tinha_ um palmo de grossura, e a sua borda foi feita como a borda d’um copo, _ou como_ uma flôr de lis, da capacidade de tres mil batos. 6 Tambem fez [4] dez pias; e poz cinco á direita, e cinco á esquerda, para lavarem n’ellas; o que pertencia ao holocausto o lavavam n’ellas: porém o mar _era_ para que os sacerdotes se lavassem n’elle. 7 Fez [5] tambem dez castiçaes d’oiro, segundo a sua forma, e pôl-os no templo, cinco á direita, e cinco á esquerda. 8 Tambem fez [6] dez mesas, e pôl-as no templo, cinco á direita, e cinco á esquerda: tambem fez cem bacias d’oiro. 9 Fez mais [7] o pateo dos sacerdotes, e o pateo grande: como tambem as portadas para o pateo, e as suas portas cobriu de cobre. 10 E [8] o mar poz ao lado direito, para a banda do oriente, defronte do sul. 11 Tambem Hurão [9] fez as caldeiras, e as pás, e as bacias: assim acabou Hurão de fazer a obra, que fazia para o rei Salomão, na casa de Deus. 12 As duas columnas, e os globos, e os dois capiteis [10] sobre as cabeças das columnas: e as duas redes, para cobrir os dois globos dos capiteis, que _estavam_ sobre a cabeça das columnas. 13 E as quatrocentas [11] romãs para as duas redes: duas carreiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capiteis que _estavam_ em cima das columnas. 14 Tambem fez [12] as bases: e as pias poz sobre as bases; 15 Um mar, e os doze bois debaixo d’elle; 16 Similhantemente os potes, e as pás, e os garfos, e todos os seus vasos, fez Hurão Abihu [13] ao rei Salomão, para a casa do Senhor, de cobre purificado. 17 Na campina [14] do Jordão os fundiu o rei na terra argillosa, entre Succoth e Zeredatha. 18 E fez Salomão todos [15] estes vasos em grande abundancia: porque o peso do cobre se não esquadrinhava. 19 Fez [16] tambem Salomão todos os vasos que _eram_ para a casa de Deus: como tambem o altar d’oiro, e as mesas, sobre as quaes _estavam_ os pães da proposição. 20 E os castiçaes com as suas alampadas d’oiro finissimo, para as accenderem segundo [17] o costume, perante o oraculo. 21 E as flores, [18] e as alampadas, e os [LR] espivitadores d’oiro, do mais perfeito oiro. 22 Como tambem os [LS] garfos, e as bacias, e as [LT] taças, e os incensarios d’oiro finissimo: e quanto á entrada da casa, as suas portas de dentro da sanctidade das sanctidades, e as portas da casa do templo, _eram_ d’oiro. [1] Exo. 27.1, 2. II Reis 16.14. Eze. 43.13, 16. [2] I Reis 7.23. [3] I Reis 7.24, 25, 26. [4] I Reis 7.26. I Reis 7.38. [5] I Reis 7.49. Exo. 25.31, 40. I Chr. 28.12, 19. [6] I Reis 7.48. [7] I Reis 6.36. [8] I Reis 7.39. [9] I Reis 7.40. [10] I Reis 7.41. [11] I Reis 7.20. [12] I Reis 7.27, 43. [13] I Reis 7.14, 45. [14] I Reis 7.46. [15] I Reis 7.47. [16] I Reis 7.48, 49, 50. Exo. 25.30. [17] Exo. 27.20, 21. [18] Exo. 25.31, etc. 5 Assim se acabou toda a obra, que Salomão fez para a casa do Senhor, então trouxe [1] Salomão as coisas consagradas de seu pae David, e a prata, e o oiro, e todos os vasos, e pôl-os entre os thesouros da casa de Deus. _A arca é levada para o sanctuario do templo._ [Antes de Christo 1004] 2 Então [2] Salomão convocou em Jerusalem os anciãos de Israel, e a todos os chefes das tribus, os principes dos paes entre os filhos d’Israel, para fazerem [3] subir a arca do concerto do Senhor, da cidade de David, que _é_ Sião. 3 E todos os homens [4] d’Israel se congregaram ao rei na festa, que _era_ no setimo mez. 4 E vieram todos os anciãos d’Israel; e os levitas levantaram a arca. 5 E fizeram subir a arca, e a tenda da congregação, com todos os vasos sagrados, que _estavam_ na tenda: os sacerdotes _e_ os levitas os fizeram subir. 6 Então o rei Salomão, e toda a congregação d’Israel, que se tinha congregado com elle diante da arca, sacrificaram carneiros, e bois, que se não podiam contar, nem numerar, por causa da sua multidão. 7 Assim trouxeram os sacerdotes a arca do concerto do Senhor ao seu logar, ao oraculo da casa, á [LU] sanctidade das sanctidades, _até_ debaixo das azas dos cherubins. 8 Porque os cherubins estendiam ambas as azas sobre o logar da arca, e os cherubins por cima cobriam a arca e os seus varaes. 9 Então os varaes sobresairam para que as pontas dos varaes da arca se vissem perante o oraculo, mas não se vissem de fóra: e esteve ali até _o dia d’_hoje. 10 Na arca não havia, senão _sómente_ as duas taboas, que Moysés tinha posto junto a [5] Horeb, quando o Senhor fez concerto com os filhos d’Israel, saindo elles do Egypto. 11 E succedeu que, saindo os sacerdotes do sanctuario (porque todos os sacerdotes, que se acharam, se sanctificaram, sem guardarem as suas turmas. 12 E [6] os levitas, cantores de todos elles, d’Asaph, d’Heman, de Jeduthun, e de seus filhos, e de seus irmãos, vestidos de linho fino, com cymbalos, e com alaudes, e com harpas, estavam em pé para o oriente do altar; e [7] com elles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas), 13 Elles uniformemente tocavam as trombetas, e cantavam para fazerem ouvir uma só voz, bemdizendo e louvando ao Senhor: e levantando elles a voz com trombetas, e cymbalos, e _outros_ instrumentos musicos, e bemdizendo ao Senhor, porque _era_ bom, [8] porque a sua benignidade _durava_ para sempre, a casa se encheu _d’uma_ nuvem, _a saber_: a casa do Senhor. 14 E não podiam os sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem: porque [9] a gloria do Senhor encheu a casa de Deus. [1] I Reis 7.51. [2] I Reis 8.1, etc. [3] II Sam. 6.13. [4] I Reis 8.2. cap. 7.8, 9, 10. [5] Deu. 10.2, 5. cap. 6.11. [6] I Chr. 25.1. [7] I Chr. 15.24. [8] I Chr. 16.34, 41. [9] Exo. 40.35. cap. 7.2. _Salomão abençoa o povo e dá graças ao Deus de Israel._ 6 Então [1] disse Salomão: O Senhor tem dito que habitaria nas trevas. 2 E eu te tenho edificado uma casa para morada, e um logar para a tua eterna habitação. 3 Então o rei virou o seu rosto, e abençoou a toda a congregação d’Israel, e toda a congregação d’Israel estava em pé. 4 E elle disse: Bemdito _seja_ o Senhor Deus d’Israel, que fallou pela sua bocca a David meu pae; e pelas suas mãos o cumpriu, dizendo: 5 Desde o dia em que tirei a meu povo da terra do Egypto, não escolhi cidade alguma de todas as tribus d’Israel, para edificar n’ella _uma_ casa em que estivesse o meu nome; nem escolhi homem algum para ser chefe do meu povo, Israel. 6 Porém escolhi [2] a Jerusalem, para que ali estivesse o meu nome; e escolhi a David, para que tivesse cargo do meu povo, Israel. 7 Tambem David [3] meu pae teve no seu coração o edificar _uma_ casa ao nome do Senhor, Deus d’Israel. 8 Porém o Senhor disse a David meu pae: Porquanto tiveste no teu coração o edificar _uma_ casa ao meu nome, bem fizeste, de ter isto no teu coração. 9 Comtudo tu não edificarás a casa, mas teu filho, que ha de proceder de teus lombos, esse edificará a casa ao meu nome. 10 Assim confirmou o Senhor a sua palavra, que elle fallou; porque eu me levantei em logar de David meu pae, e me assentei sobre o throno d’Israel, como o Senhor disse, e edifiquei a casa ao nome do Senhor, Deus d’Israel. 11 E puz n’ella a arca, em que _está_ o concerto do Senhor [4] que fez com os filhos d’Israel. _A oração de Salomão._ 12 E poz-se [5] em pé perante o altar do Senhor, defronte de toda a congregação d’Israel, e estendeu as suas mãos. 13 Porque Salomão tinha feito uma base de metal, de cinco covados de comprimento, e de cinco covados de largura, e de tres covados d’altura, e a tinha posto no meio do pateo, e poz-se n’ella _em pé_, e ajoelhou-se de joelhos em presença de toda a congregação d’Israel, e estendeu as suas mãos para o céu: 14 E disse: Ó Senhor, Deus d’Israel, não _ha_ Deus similhante [6] a ti, nem nos céus nem na terra; que guardas o concerto e a beneficencia aos teus servos que caminham perante ti de todo o seu coração. 15 Que guardaste [7] ao teu servo David, meu pae, o que lhe fallaste: porque tu pela tua bocca o disseste, e pela tua mão o cumpriste, como _se vê n’_este dia. 16 Agora pois, Senhor, Deus d’Israel, guarda ao teu servo David, meu pae, o que fallaste, dizendo: Nunca faltará [8] de ti varão de diante de mim que se assente sobre o throno d’Israel; tão sómente que teus filhos guardem seu caminho, andando na minha lei, como tu andaste diante de mim. 17 E agora, Senhor Deus d’Israel, verifique-se a tua palavra, que fallaste ao teu servo, a David. 18 Mas verdadeiramente habitará Deus com os homens na terra? eis que [9] os céus e o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que tenho edificado? 19 Attende pois á oração do teu servo, e á sua supplica, ó Senhor meu Deus: para ouvires o clamor, e a oração, que o teu servo ora perante ti. 20 Que os teus olhos estejam dia e noite abertos sobre este logar, de que disseste que ali porias o teu nome; para ouvires a oração que o teu servo orar n’este logar. 21 Ouve pois as supplicas do teu servo, e do teu povo Israel, que orarem n’este logar; e ouve tu do logar da tua habitação, desde os céus; ouve pois, e perdoa. 22 Quando alguem peccar contra o seu proximo, e lhe impuzer juramento de maldição, para se amaldiçoar a si mesmo, e o juramento de maldição vier perante o teu altar, n’esta casa, 23 Ouve tu então desde os céus, e obra, e julga a teus servos, pagando ao impio, lançando o seu proceder sobre a sua cabeça: e justificando ao justo, dando-lhe segundo a sua justiça. 24 Quando tambem o teu povo Israel fôr ferido diante do inimigo, por ter peccado contra ti, e elles se converterem, e confessarem o teu nome, e orarem e supplicarem perante ti n’esta casa, 25 Então ouve tu desde os céus, e perdoa os peccados de teu povo Israel; e fal-os tornar á terra que lhes tens dado a elles e a seus paes. 26 Quando os céus se [10] cerrarem, e não houver chuva, por terem peccado contra ti, e orarem n’este logar, e confessarem teu nome, e se converterem dos seus peccados, quando tu os affligires, 27 Então ouve tu desde os céus, e perdoa o peccado de teus servos, e do teu povo Israel, ensinando-lhes o bom caminho, em que andem; e dá chuva sobre a tua terra, que déste ao teu povo em herança. 28 Havendo fome [11] na terra, havendo peste, havendo queimadura _dos trigos_, ou ferrugem, gafanhotos, ou lagarta, cercando-a algum dos seus inimigos nas terras das suas portas, _ou_ quando houver qualquer praga, ou qualquer enfermidade, 29 Toda a oração, e toda a supplica, que qualquer homem fizer, ou todo o teu povo Israel, conhecendo cada um a sua praga, e a sua dôr, e estender as suas mãos para esta casa, 30 Então ouve tu desde os céus, do assento da tua habitação, e perdoa, e dá a cada um conforme a todos os seus caminhos, segundo conheces [12] o seu coração (pois só tu conheces o coração dos filhos dos homens), 31 A fim de que te temam, para andarem nos teus caminhos, todos os dias que viverem na terra que déste a nossos paes. 32 Assim tambem ao estrangeiro, que [13] não fôr do teu povo Israel, mas vier de terras remotas por amor do teu grande nome, e da tua poderosa mão, e do teu braço estendido: vindo elles e orando n’esta casa, 33 Então ouve tu desde os céus, do assento da tua habitação, e faze conforme a tudo o que o estrangeiro te supplicar; a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, e te temam, como o teu povo Israel; e afim de saberem que pelo teu nome é chamada esta casa que edifiquei. 34 Quando o teu povo sair á guerra contra os seus inimigos, pelo caminho que os enviares, e orarem a ti para a banda d’esta cidade que escolheste, e d’esta casa, que edifiquei ao teu nome; 35 Ouve então desde os céus a sua oração, e a sua supplica, e executa o seu direito. 36 Quando peccarem contra ti (pois não _ha_ homem [14] que não peque), e tu te indignares contra elles, e os entregares diante do inimigo, para que os que os captivarem os levem em captiveiro para alguma terra, remota ou visinha, 37 E na terra, para onde forem levados em captiveiro, tornarem em si, e se converterem, e na terra do seu captiveiro, a ti supplicarem, dizendo: Peccámos, perversamente fizemos, e impiamente obrámos; 38 E se converterem a ti com todo o seu coração e com toda a sua alma, na terra do seu captiveiro, a que os levaram presos, e orarem para a banda da sua terra, que déste a seus paes, e d’esta cidade que escolheste, e d’esta casa que edifiquei ao teu nome, 39 Ouve então desde os céus, do assento da tua habitação, a sua oração e as suas supplicas, e executa o seu direito; e perdoa ao teu povo que houver peccado contra ti. 40 Agora pois, ó meu Deus, estejam os teus olhos abertos, e os teus ouvidos attentos á oração d’este logar. 41 Levanta-te pois agora, Senhor Deus, para o teu repouso, [15] tu e a arca da tua fortaleza: os teus sacerdotes, ó Senhor Deus, sejam vestidos de salvação, e os teus sanctos se [16] alegrem do bem. 42 Ah! Senhor Deus, não faças virar o rosto do teu ungido: lembra-te [17] das misericordias de David teu servo. [1] I Reis 8.12, etc. Lev. 16.2. [2] cap. 12.13. I Chr. 28.4. [3] II Sam. 7.2. I Chr. 17.1 e 28.2. [4] cap. 5.10. [5] I Reis 8.22. [6] Exo. 15.11. Deu. 4.39 e 7.9. [7] I Chr. 22.9. [8] II Sam. 7.12, 16. I Reis 2.4 e 6.12. cap. 7.18. [9] II Sam. 6.13. [10] I Reis 17.1. [11] cap. 20.9. [12] I Chr. 28.9. [13] João 12.20. Act. 8.27. [14] Pro. 20.9. Ecc. 7.20. Thi. 3.2. I João 1.8. [15] I Chr. 28.2. [16] Neh. 9.25. [17] Isa. 55.3. _O fogo e a gloria de Deus são os signaes da sua approvação._ 7 E acabando [1] Salomão de orar, desceu o fogo do céu, e consumiu o holocausto e os sacrificios: e a gloria do Senhor encheu a casa. 2 E [2] os sacerdotes não podiam entrar na casa do Senhor; porque a gloria do Senhor tinha enchido a casa do Senhor. 3 E todos os filhos d’Israel vendo descer o fogo, e a gloria do Senhor sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram e louvaram ao Senhor: porque _é_ bom, porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 4 E [3] o rei e todo o povo offereciam sacrificios perante o Senhor. 5 E o rei Salomão offereceu sacrificios de bois, vinte e dois mil, e d’ovelhas cento e vinte mil: e o rei e todo o povo consagraram a casa de Deus. 6 E os sacerdotes segundo as suas turmas estavam [4] em pé; como tambem os levitas com os instrumentos musicos do Senhor, que o rei David tinha feito, para louvarem ao Senhor, porque a sua benignidade _dura_ para sempre, quando David _o_ louvava pelo ministerio d’elles: e os sacerdotes tocavam [5] as trombetas defronte d’elles, e todo o Israel estava em pé. 7 E Salomão [6] sanctificou o meio do pateo, que _estava_ diante da casa do Senhor; porquanto ali tinha elle offerecido os holocaustos e a gordura dos sacrificios pacificos; porque no altar de metal, que Salomão tinha feito, não podia caber o holocausto, e a offerta de manjares, e a gordura. 8 E n’aquelle mesmo tempo celebrou [7] Salomão a festa sete dias e todo o Israel com elle, uma mui grande congregação, desde a entrada d’Hamath, até ao [8] rio do Egypto. 9 E ao dia oitavo celebraram o [LV] dia de prohibição; porque sete dias celebraram a consagração do altar, e sete dias a festa. 10 E [9] no dia vigesimo terceiro do setimo mez, deixou ir o povo para as suas tendas, alegres e de bom animo, pelo bem que o Senhor tinha feito a David, e a Salomão, e a seu povo Israel. _Deus apparece a Salomão pela segunda vez e lhe faz promessas._ 11 Assim Salomão acabou [10] a casa do Senhor, e a casa do rei: e tudo quanto Salomão intentou fazer na casa do Senhor e na sua casa prosperamente o effeituou. 12 E o Senhor appareceu de noite a Salomão, e disse-lhe: Ouvi a tua oração, e [11] escolhi para mim este logar para casa de sacrificio. 13 Se eu cerrar os [12] céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo: 14 E _se_ o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face [13] e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei [14] dos céus, e perdoarei os seus peccados, e sararei a sua terra. 15 Agora [15] estarão abertos os meus olhos e attentos os meus ouvidos á oração d’este logar. 16 Porque agora escolhi [16] e sanctifiquei esta casa, para que o meu nome esteja n’ella perpetuamente: e n’ella estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias. 17 E, quanto [17] a ti, se andares diante de mim, como andou David teu pae, e fizeres conforme a tudo o que te ordenei, e guardares os meus estatutos e os meus juizos, 18 Tambem confirmarei o throno do teu reino, conforme o concerto que fiz com David, teu pae, dizendo: Não [18] te faltará varão que domine em Israel. 19 Porém [19] se vós vos desviardes, e deixardes os meus estatutos, e os meus mandamentos, que vos tenho proposto, e fordes, e servirdes a outros deuses, e vos prostrardes a elles, 20 Então os arrancarei da minha terra que lhes dei, e lançarei da minha presença esta casa que consagrei ao meu nome, e farei com que seja por proverbio e mote entre todas as gentes. 21 E d’esta casa, que fôra tão exaltada, qualquer que passar por ella se espantará e dirá: [20] Porque fez o Senhor assim com esta terra e com esta casa? 22 E dirão: Porquanto deixaram ao Senhor Deus de seus paes, que os tirou da terra do Egypto, e se deram a outros deuses, e se prostraram a elles, e os serviram: por isso elle trouxe sobre elles todo este mal. [1] I Reis 8.54. Lev. 9.24. Jui. 6.21. I Chr. 21.26. I Reis 8.10, 11. [2] cap. 5.14. [3] I Chr. 16.41. cap. 20.21. I Reis 8.62, 63. [4] I Chr. 15.16. [5] cap. 5.12. [6] I Reis 8.64. [7] I Reis 8.65. [8] Jos. 13.3. [9] I Reis 8.66. [10] I Reis 9.1, etc. [11] Deu. 12.5. [12] cap. 6.26, 28. [13] Thi. 4.10. [14] cap. 6.27, 30. [15] cap. 6.40. [16] I Reis 9.3. cap. 6.6. [17] I Reis 9.4, etc. [18] cap. 6.16. [19] Lev. 26.14, 33. Deu. 28.15, 36, 37. [20] Deu. 29.24. Jer. 22.8, 9. _Salomão edifica cidades._ 8 E succedeu, [1] ao cabo de vinte annos, nos quaes Salomão edificou a casa do Senhor, e a sua propria casa, 2 Que Salomão edificou as cidades que Hurão lhe tinha dado; e fez habitar n’ellas os filhos d’Israel. 3 Depois foi Salomão a Hamath Zoba, e a tomou. 4 Tambem [2] edificou a Tadmor no deserto, e todas as cidades das munições, que edificou em Hamath. 5 Edificou tambem a alta Beth-horon, e a baixa Beth-horon; cidades fortes com muros, portas e ferrolhos; 6 Como tambem a Baalath, e todas as cidades das munições, que Salomão tinha, e todas as cidades dos carros e as cidades dos cavalleiros; e tudo quanto, conforme ao seu desejo, Salomão quiz edificar em Jerusalem, e no Libano, e em toda a terra do seu dominio. _Salomão faz tributarios os hetheos._ 7 Quanto a todo o povo, [3] que tinha ficado dos hetheos, e amorrheos, e pherezeos, e heveos, e jebuseos, que não eram d’Israel, 8 Dos seus filhos, que ficaram depois d’elles na terra, os quaes os filhos d’Israel não destruiram, Salomão os fez tributarios, até _ao dia d’_hoje. 9 Porém dos filhos d’Israel, a quem Salomão não fez servos para sua obra (mas _eram_ homens de guerra, chefes dos seus capitães, e chefes dos seus carros, e dos seus cavalleiros), 10 D’estes pois _eram_ os chefes dos officiaes que o rei Salomão [4] tinha, duzentos e cincoenta, que presidiam sobre o povo. 11 E Salomão fez subir [5] a filha de Pharaó da cidade de David para a casa que lhe tinha edificado; porque disse: Minha mulher não morará na casa de David, rei d’Israel, porquanto sanctos _são os logares_ nos quaes entrou a arca do Senhor. 12 Então Salomão offereceu holocaustos ao Senhor, sobre o altar do Senhor, que tinha edificado diante do portico; 13 E isto segundo a ordem de cada dia, [6] offerecendo o mandamento de Moysés, nos sabbados e nas luas novas, e nas solemnidades, [7] tres vezes no anno: na festa dos pães asimos, e na festa das semanas, e na festa das tendas. 14 Tambem, conforme á ordem de David seu pae, ordenou as turmas [8] dos sacerdotes nos seus ministerios, como tambem as dos levitas ácerca de suas guardas, para louvarem a Deus, e ministrarem diante dos sacerdotes, segundo a ordenação de cada dia, e os porteiros [9] pelas suas turmas a cada porta; porque tal era o mandado de David, o homem de Deus. 15 E não se desviaram do mandado do rei aos sacerdotes e levitas, em negocio nenhum, nem ácerca dos thesouros. 16 Assim se preparou toda a obra de Salomão, desde o dia da fundação da casa do Senhor, até se acabar: e assim se aperfeiçoou a casa do Senhor. 17 Então foi Salomão [10] a Esion-geber, e a Eloth, á praia do mar, na terra d’Edom. 18 E enviou-lhe Hurão, [11] por mão de seus servos, navios, e servos praticos do mar, e foram com os servos de Salomão a Ophir, e tomaram de lá quatrocentos e cincoenta talentos d’oiro: e os trouxeram ao rei Salomão. [1] I Reis 9.10, etc. [2] I Reis 9.17, etc. [3] I Reis 9.20, etc. [4] I Reis 9.23. [5] I Reis 3.1 e 7.8 e 9.24. [6] Exo. 29.38. Num. 28.3, 9, 11, 26 e 29.1, etc. [7] Exo. 23.14. Deu. 16.16. [8] I Chr. 24.1. I Chr. 25.1. [9] I Chr. 9.17 e 26.1. [10] I Reis 9.26. [11] I Reis 9.27. cap. 9.10, 13. _A rainha de Saba vem ver a Salomão._ [Antes de Christo 992] 9 E ouvindo [1] a rainha de Saba a fama de Salomão, veiu a Jerusalem, provar a Salomão com enigmas, com um mui grande exercito, e camelos carregados d’especiarias, e oiro em abundancia e pedras preciosas; e veiu a Salomão, e fallou com elle de tudo o que tinha no seu coração. 2 E Salomão lhe declarou todas as suas palavras: e nenhuma coisa se occultou a Salomão, que lhe não declarasse. 3 Vendo pois a rainha de Saba a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara; 4 E as iguarias da sua mesa, e o assentar dos seus servos, e o estar dos seus creados, e os vestidos d’elles; e os seus copeiros, e os vestidos d’elles; e a sua subida pela qual elle subia á casa do Senhor, [LW] ella ficou como fóra de si. 5 Então disse ao rei: _Foi_ verdade a palavra que ouvi na minha terra ácerca dos teus feitos e da tua sabedoria. 6 Porém não cria as suas palavras, até que vim, e meus olhos _o viram_, e eis-que me não disseram a metade da grandeza da tua sabedoria: sobrepujaste á fama que ouvi. 7 Bemaventurados os teus homens, e bemaventurados estes teus servos, que estão sempre diante de ti, e ouvem a tua sabedoria! 8 Bemdito seja o Senhor teu Deus, que se agradou em ti para te pôr como rei sobre o seu throno, pelo Senhor teu Deus: porquanto teu Deus ama a Israel, para estabelecel-o perpetuamente; e poz-te por rei sobre elles, para fazeres juizo e justiça. 9 E deu ao rei cento e vinte talentos d’oiro, e especiarias em grande abundancia, e pedras preciosas: e nunca houve taes especiarias, quaes a rainha de Saba deu ao rei Salomão. 10 E tambem os servos d’Hurão, e os servos de Salomão, que de Ophir tinham trazido [2] oiro, trouxeram madeira d’algum, e pedras preciosas. 11 E fez o rei corredores de madeira d’algum, para a casa do Senhor, e para a casa do rei, como tambem harpas e alaudes para os cantores, quaes nunca d’antes se viram na terra de Judah. 12 E o rei Salomão deu á rainha de Saba tudo quanto lhe agradou, e o que lhe pediu, alem do que ella mesma trouxera ao rei: assim virou-se e foi para a sua terra, ella e os seus servos. _As riquezas e a magnificencia de Salomão._ 13 E era o peso do oiro, que vinha em um anno a Salomão, seiscentos e sessenta e seis talentos d’oiro, 14 Afóra do que os negociantes e mercadores traziam: tambem todos os reis da Arabia, e os principes da mesma terra traziam a Salomão oiro e prata. 15 Tambem fez Salomão duzentos pavezes d’oiro batido: para cada pavez mandou pesar seiscentos _siclos_ d’oiro batido. 16 Como tambem trezentos escudos d’oiro batido; para cada escudo mandou pezar trezentos _siclos_ d’oiro: e Salomão os poz na casa do bosque do Libano. 17 Fez mais o rei um grande throno de marfim; e o cobriu d’oiro puro. 18 E o throno _tinha_ seis degráus, e um estrado d’oiro, pegado ao throno, e encostos d’ambas as bandas no logar do assento: e dois leões estavam junto aos encostos. 19 E doze leões estavam ali d’ambas as bandas, sobre os seis degraus: outro tal se não fez em nenhum reino. 20 Tambem todos os vasos de beber do rei Salomão _eram_ d’oiro, e todos os vasos da casa do bosque do Libano, d’oiro puro: a prata reputava-se por nada nos dias de Salomão. 21 Porque, indo os navios do rei com os servos d’Hurão, a Tharsis, tornavam os navios de Tharsis, uma vez em tres annos, e traziam oiro e prata, marfim, e bugios, e pavões. 22 Assim excedeu o rei Salomão todos os reis da terra, em riqueza e sabedoria. 23 E todos os reis da terra procuravam ver o rosto de Salomão, para ouvirem a sua sabedoria, que Deus _lhe_ dera no seu coração. 24 E elles traziam cada um o seu presente, vasos d’oiro, e vestidos, armaduras, e especiarias, cavallos e mulos: cada coisa d’anno em anno. 25 Teve tambem Salomão [3] quatro mil estrebarias de cavallos e carros, e doze mil cavalleiros: e pôl-os nas cidades dos carros, e com o rei em Jerusalem. 26 E dominava [4] sobre todos os reis, desde o rio até á terra dos philisteos, e até ao termo do Egypto. 27 Tambem o rei fez [5] que houvesse prata em Jerusalem como pedras, e cedros em tanta abundancia como [LX] as figueiras bravas que ha pelas campinas. 28 E do Egypto e de todas aquellas terras traziam [6] cavallos a Salomão. _A morte de Salomão._ 29 Os mais successos pois de Salomão, tanto os primeiros como os ultimos, _porventura_ não _estão_ escriptos no livro das fallas de Nathan, o propheta, e na prophecia d’Ahias [7], o silonita, e nas visões de Iddo, o vidente, ácerca de Jeroboão, filho de Nebat? 30 E reinou [8] Salomão em Jerusalem quarenta annos sobre todo o Israel. 31 E dormiu Salomão com seus paes, e o sepultaram na cidade de David seu pae: e Roboão, seu filho, reinou em seu logar. [1] I Reis 10.1, etc. Mat. 12.42. Luc. 11.31. [2] cap. 8.18. I Reis 10.11. [3] I Reis 4.26 e 10.26. cap. 1.14. [4] I Reis 4.21. Gen. 15.18. [5] I Reis 10.27. cap. 1.15. [6] I Reis 10.28. cap. 1.16. [7] I Reis 11.41. I Reis 11.29. cap. 12.15 e 13.22. [8] I Reis 11.42, 43. _A revolta de dez tribus de Israel._ [Antes de Christo 975] 10 E foi [1] Roboão a Sichem, porque todo o Israel tinha vindo a Sichem para o fazerem rei. 2 Succedeu pois que, ouvindo-o Jeroboão, filho de Nebat (o qual _estava então_ no Egypto [2] para onde fugira da presença do rei Salomão), voltou Jeroboão do Egypto. 3 Porque enviaram _a elle_, e o chamaram: e veiu pois Jeroboão com todo o Israel: e fallaram a Roboão dizendo: 4 Teu pae fez duro o nosso jugo, allivia tu pois agora a dura servidão de teu pae, e o pesado jugo d’elle, que nos tinha imposto, e servir-te-hemos. 5 E elle lhes disse: D’aqui a tres dias tornae a mim. Então o povo se foi. 6 E teve Roboão conselho com os anciãos, que estiveram perante Salomão seu pae, emquanto viveu, dizendo: Como aconselhaes vós que se responda a este povo? 7 E elles lhe fallaram, dizendo: Se te fizeres benigno e affavel com este povo, e lhes fallares boas palavras, todos os dias serão teus servos. 8 Porém elle deixou o conselho, que os anciãos lhe deram: e teve conselho com os mancebos, que haviam crescido com elle, e estavam perante elle. 9 E disse-lhes: Que aconselhaes vós, que respondamos a este povo? que me fallou, dizendo: Allivia-_nos_ o jugo que teu pae nos impoz? 10 E os mancebos, que com elle haviam crescido, lhe fallaram, dizendo: Assim dirás a este povo, que te fallou, dizendo: Teu pae aggravou o nosso jugo, tu porém allivia-nos: assim pois lhes fallarás: O meu _dedo_ minimo é mais grosso do que os lombos de meu pae. 11 Assim que se meu pae vos fez carregar d’um jugo pesado, eu ainda accrescentarei sobre o vosso jugo: meu pae vos castigou com açoites, porém eu _vos castigarei_ com escorpiões. 12 Veiu pois Jeroboão, e todo o povo a Roboão, no terceiro dia, como o rei tinha ordenado, dizendo: Tornae a mim ao terceiro dia. 13 E o rei lhe respondeu asperamente: porque o rei Roboão deixou o conselho dos anciãos. 14 E fallou-lhes conforme ao conselho dos mancebos, dizendo: Meu pae aggravou o vosso jugo, porém eu lhe accrescentarei mais: meu pae vos castigou com açoites, porém eu _vos castigarei_ com escorpiões. 15 Assim o rei não deu ouvidos ao povo, [3] porque esta mudança vinha de Deus, para que o Senhor confirmasse a sua palavra, a qual fallara pelo ministerio d’Ahias, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebat. 16 Vendo pois todo o Israel, que o rei lhes não dava ouvidos, então o povo respondeu ao rei, dizendo: Que parte temos nós com David? _já_ não _temos_ herança no filho d’Isai; Israel, cada um ás suas tendas! Olha agora pela tua casa, ó David. Assim todo o Israel se foi para as suas tendas. 17 Porém, quanto aos filhos de Israel, que habitavam nas cidades de Judah, sobre elles reinou Roboão. 18 Então o rei Roboão enviou a Hadoram, que tinha cargo dos tributos; porém os filhos d’Israel o apedrejaram com pedras, de que morreu: então o rei Roboão se esforçou a subir para o seu carro, e fugiu para Jerusalem. 19 Assim se rebellaram [4] os israelitas contra a casa de David, até ao _dia d’_hoje. [1] I Reis 12.1, etc. [2] I Reis 11.40. [3] I Sam. 2.25. I Reis 12.15, 24. I Reis 11.29. [4] I Reis 12.19. _Deus prohibe fazer guerra contra as dez tribus._ 11 Vindo pois Roboão [1] a Jerusalem, ajuntou da casa de Judah e Benjamin cento e oitenta mil escolhidos, dextros na guerra para pelejarem contra Israel, e para restituirem o reino a Roboão. 2 Porém a palavra [2] do Senhor veiu a Semaias, homem de Deus, dizendo: 3 Falla a Roboão, filho de Salomão, rei de Judah, e a todo o Israel, em Judah e Benjamin, dizendo: 4 Assim diz o Senhor: Não subireis, nem pelejareis contra os vossos irmãos, tornae cada um á sua casa; porque de mim proveiu isto. E ouviram as palavras do Senhor, e tornaram d’irem contra Jeroboão. 5 E Roboão habitou em Jerusalem: e edificou cidades para fortalezas, em Judah. 6 Edificou pois a Bethlehem, e a Etam, e a Tekoa, 7 E a Beth-zur, e a Soco, e a Adullam, 8 E a Gath, e a Maresa, e a Ziph, 9 E a Adoraim, e a Lachis, e a Azeka, 10 E a Zora, e a Aijalon, e a Hebron, que _estavam_ em Judah e em Benjamin; cidades fortes. 11 E fortificou estas fortalezas e _poz_ n’ellas maioraes, e armazens de viveres, e d’azeite, e de vinho. 12 E _poz_ em cada cidade pavezes e lanças; fortificou-as em grande maneira: e Judah e Benjamin foram seus. _Todos os que temem a Deus veem a Jerusalem._ 13 Tambem os sacerdotes, e os levitas, que havia em _todo_ o Israel, se ajuntaram a elle de todos os seus termos. 14 Porque os levitas deixaram os seus [3] arrabaldes, e a sua possessão, e vieram a Judah e a Jerusalem (porque Jeroboão e seus filhos os lançaram fóra para que não ministrassem ao Senhor. 15 E elle [4] constituiu para si sacerdotes, para os altos, e para os demonios, e para os bezerros, que fizera.) 16 Depois d’esses [5] tambem de todas as tribus d’Israel, os que deram o seu coração a buscarem ao Senhor Deus d’Israel, vieram a Jerusalem, para offerecerem sacrificios ao Senhor Deus de seus paes. 17 Assim [6] fortaleceram o reino de Judah e corroboraram a Roboão, filho de Salomão, por tres annos: porque tres annos andaram no caminho de David e Salomão. 18 E Roboão tomou para si, por mulher, a Mahalat, filha de Jerimoth, filho de David; e a Abihail, filha d’Eliab, filho de Jessé. 19 A qual lhe pariu filhos, a Jeus, e a Samarias, e a Zaham, 20 E depois d’ella [7] tomou a Maaca, filha d’Absalão; esta lhe pariu a Abias, e a Atthai, e a Ziza, e a Selomith. 21 E amava Roboão mais a Maaca, filha d’Absalão, do que a todas as suas _outras_ mulheres e concubinas; porque elle tinha tomado dezoito mulheres, e sessenta concubinas; e gerou vinte e oito filhos, e sessenta filhas. 22 E Roboão poz [8] por cabeça a Abias, filho de Maaca, para _ser_ maioral entre os seus irmãos; porque o _queria_ fazer rei. 23 E usou de prudencia, e de todos os seus filhos _alguns_ espalhou por todas as terras de Judah e Benjamin, por todas as cidades fortes; e deu-lhes viveres em abundancia: e lhes desejou uma multidão de mulheres. [1] I Reis 12.21, etc. [2] cap. 12.15. [3] Num. 35.2. cap. 13.9. [4] I Reis 12.31 e 13.33 e 14.9. Ose. 13.2. Lev. 17.7. I Cor. 10.20. I Reis 12.28. [5] cap. 15.9 e 30.11, 18. [6] cap. 12.1. [7] I Reis 15.2. cap. 13.2. [8] Deu. 21.15, 16, 17. _Deus castiga Roboão por causa da idolatria._ [Antes de Christo 971] 12 Succedeu pois [1] que, havendo Roboão confirmado o reino, e havendo-se fortalecido, deixou a lei do Senhor, e com elle todo o Israel. 2 Pelo que succedeu, [2] no anno quinto do rei Roboão, que Sisak, rei do Egypto, subiu contra Jerusalem (porque tinham transgredido contra o Senhor) 3 Com mil e duzentos carros, e com sessenta mil cavalleiros; e era innumeravel a gente que vinha com elle do Egypto, [3] de lybios, suchitas e ethiopes. 4 E tomou as cidades fortes, que Judah tinha; e veiu a Jerusalem. 5 Então veiu Semaias, o propheta, a [4] Roboão e aos principes de Judah que se ajuntaram em Jerusalem por causa de Sisak, e disse-lhes: Assim diz o Senhor: _Vós_ me deixastes a mim, pelo que eu tambem vos deixei na mão de Sisak. 6 Então se humilharam os principes d’Israel, e o rei, [5] e disseram: O Senhor _é_ justo. 7 Vendo pois o Senhor que se humilhavam, veiu a palavra do Senhor [6] a Semaias, dizendo: Humilharam-se, não os destruirei; antes em breve lhes darei logar d’escaparem, para que o meu furor se não derrame sobre Jerusalem, por mão de Sisak. 8 Porém [7] serão seus servos: para que conheçam _a differença da_ minha servidão e da servidão dos reinos da terra. 9 Subiu pois [8] Sisak, rei do Egypto, contra Jerusalem, e tomou os thesouros da casa do Senhor, e os thesouros da casa do rei; levou tudo: tambem tomou os escudos d’oiro, que Salomão fizera. 10 E fez o rei Roboão em logar d’elles escudos de cobre, e os entregou [9] na mão dos capitães da guarda, que guardavam a porta da casa do rei. 11 E succedeu que, entrando o rei na casa do Senhor, vinham os da guarda, e os traziam, e os tornavam a pôr na camara da guarda. 12 E humilhando-se elle, a ira do Senhor se desviou d’elle, para que o não destruisse de todo; porque ainda em Judah havia boas coisas. 13 Fortificou-se pois o rei Roboão em Jerusalem, e reinou; porque Roboão era da edade [10] de quarenta e um annos, quando começou a reinar; e dezesete annos reinou em Jerusalem, a cidade que o Senhor escolheu d’entre todas as tribus d’Israel, para pôr ali o seu nome; e _era_ o nome de sua mãe Naama, ammonita. 14 E fez o que era mal; porquanto não preparou o seu coração para buscar ao Senhor. 15 Os successos pois de Roboão, assim os primeiros, como os ultimos, _porventura_ não _estão_ escriptos nos livros de Semaias, o propheta, [11] e de Iddo, o vidente, na relação das genealogias? E havia guerras entre Roboão e Jeroboão em todos os _seus_ dias. 16 E Roboão dormiu com seus paes, e foi sepultado na cidade de David: e [12] Abias, seu filho, reinou em seu logar. [1] cap. 11.17. I Reis 14.22, 23, 24. [2] I Reis 14.24, 25. [3] cap. 16.8. [4] cap. 11.2. cap. 15.2. [5] Thi. 4.10. Exo. 9.27. [6] I Reis 21.28, 29. [7] Isa. 26.13. Deu. 28.47, 48. [8] I Reis 14.25, 26. I Reis 10.16, 17. cap. 9.15, 16. [9] II Sam. 8.18. [10] I Reis 14.21. cap. 6.6. [11] cap. 9.29 e 13.22. I Reis 14.30. [12] I Reis 14.31. _Abias reina e peleja contra Jeroboão._ [Antes de Christo 958] 13 No [1] anno decimo oitavo do rei Jeroboão reinou Abias sobre Israel. 2 Tres annos reinou em Jerusalem; e _era_ o nome de sua mãe [2] Michaia, filha d’Uriel de Gibea: e houve guerra entre Abias e Jeroboão. 3 E Abias ordenou a peleja com um exercito de varões bellicosos, _de_ quatrocentos mil homens escolhidos: e Jeroboão dispoz contra elle a batalha de oitocentos mil homens escolhidos, _todos_ varões valentes. 4 E poz-se Abias em pé em cima do monte de [3] Zemaraim, que _está_ na montanha d’Ephraim, e disse: Ouvi-me, Jeroboão e todo o Israel: 5 _Porventura_ não vos convem saber que o Senhor Deus d’Israel [4] deu para sempre a David a soberania sobre Israel, a elle e a seus filhos, _por um_ concerto de sal? 6 Comtudo levantou-se Jeroboão, filho de Nebat, servo de Salomão, filho de David, e se [5] rebellou contra seu senhor. 7 E ajuntaram-se a [6] elle homens vadios, filhos de Belial; e fortificaram-se contra Roboão, filho de Salomão, sendo Roboão _ainda_ mancebo, e terno de coração, e não se podia esforçar contra elles. 8 E agora cuidaes d’esforçar-vos contra o reino do Senhor, _que está_ na mão dos filhos de David: bem _sois_ vós _uma_ grande multidão, e _tendes_ comvosco os bezerros d’oiro que [7] Jeroboão vos fez para deuses. 9 Não [8] lançastes vós fora os sacerdotes do Senhor, os filhos d’Aarão, e os levitas, e não fizestes para vós sacerdotes, como as gentes das _outras_ terras? qualquer que vem a consagrar-se com _um_ novilho e sete carneiros logo se faz sacerdote d’aquelles que não são deuses. 10 Porém, quanto a nós, o Senhor é nosso Deus, e nunca o deixámos: e os sacerdotes, que ministram ao Senhor _são_ filhos d’Aarão, e os levitas _se occupam_ na _sua_ obra. 11 E queimam ao Senhor cada [9] manhã e cada tarde holocaustos, incenso aromatico, com os pães da proposição sobre a mesa pura, e o castiçal d’oiro, e as suas alampadas para se accenderem cada tarde, porque nós temos cuidado do serviço do Senhor nosso Deus; porém vós o deixastes. 12 E eis-que Deus está comnosco na dianteira, como tambem [10] os seus sacerdotes, tocando com as trombetas, para dar alarme contra vós, ó filhos d’Israel; não pelejeis contra o Senhor Deus de vossos paes; porque não prosperareis. 13 Mas Jeroboão fez uma emboscada em volta, para darem sobre elles por detraz; de maneira que estavam defronte de Judah e a emboscada por detraz d’elles. 14 Então Judah olhou, e eis-que _tinham_ a pelejar por diante e por detraz: então clamaram ao Senhor; e os sacerdotes tocaram as trombetas. 15 E os homens de Judah gritaram: e succedeu que, gritando os homens de Judah, Deus [11] feriu a Jeroboão e a todo o Israel diante d’Abias e de Judah. 16 E os filhos d’Israel fugiram de diante de Judah; e Deus os entregou na sua mão. 17 De maneira que Abias e o seu povo fez grande estrago entre elles; porque cairam feridos d’Israel quinhentos mil homens escolhidos. 18 E foram abatidos os filhos d’Israel n’aquelle tempo; e os filhos de Judah [12] prevaleceram porque confiaram no Senhor Deus de seus paes. 19 E Abias seguiu após Jeroboão; e tomou a Bethel com os logares da sua jurisdicção, e a Jesana com os logares da sua jurisdicção, e a Ephron [13] com os logares da sua jurisdicção. 20 E Jeroboão não reteve mais nenhuma força nos dias d’Abias: porém o Senhor [14] o feriu, e morreu. 21 Abias pois se fortificou, e tomou para si quatorze mulheres, e gerou vinte e dois filhos e dezeseis filhas. 22 Os mais successos pois d’Abias, tanto os seus caminhos como as suas palavras, _estão_ escriptos na [15] historia do propheta Iddo. [1] I Reis 15.1, etc. [2] cap. 11.20. [3] Jos. 18.22. [4] II Sam. 7.12, 13, 16. Num. 18. [5] I Reis 11.26 e 12.20. [6] Jui. 9.4. [7] I Reis 12.28 e 14.9. Ose. 8.6. [8] cap. 11.14, 15. Exo. 29.35. [9] cap. 2.4. Lev. 24.6. Exo. 27.20, 21. Lev. 24.2, 3. [10] Num. 10.8. Act. 5.39. [11] cap. 14.12. [12] I Chr. 5.20. [13] Jos. 15.9. [14] I Sam. 25.38. I Reis 14.20. [15] cap. 12.15. _Asa reina, e vence a Zera o ethiope._ [Antes de Christo 951] 14 E Abias dormiu com seus paes e o sepultaram na cidade de David; e [1] Asa, seu filho, reinou em seu logar: nos seus dias esteve a terra em paz dez annos. 2 E Asa fez o _que era_ bom e recto aos olhos do Senhor seu Deus. 3 Porque tirou os altares dos _deuses_ estranhos, [2] e os altos: e quebrou [3] [LY] as estatuas, e cortou os bosques. 4 E mandou a Judah que buscassem ao Senhor Deus de seus paes, e que observassem a lei e o mandamento. 5 Tambem tirou de todas as cidades de Judah os altos e as imagens do sol: e o reino esteve quieto diante d’elle. 6 E edificou cidades fortes em Judah: porque a terra estava quieta, e não havia guerra contra elle n’aquelles annos; porquanto o Senhor lhe dera repouso. 7 Disse pois a Judah: Edifiquemos estas cidades, e cerquemol-as de muros e torres, portas e ferrolhos, _emquanto_ a terra ainda _está quieta_ diante de nós, pois buscámos ao Senhor nosso Deus; buscámol-o, e deu-nos repouso em redor. Edificaram, pois, e prosperaram. 8 Tinha pois Asa _um_ exercito de trezentos mil de Judah que traziam pavez e lança; e duzentos e oitenta mil de Benjamin, que traziam escudo e atiravam d’arco; todos estes _eram_ varões valentes. 9 E Zera, o ethiope, [4] saiu contra elles, com _um_ exercito de mil milhares, e trezentos carros, e chegou até Maresa. 10 Então Asa saiu contra elle: e ordenaram a batalha no valle de Zephatha, junto a Maresa. 11 E [5] Asa clamou ao Senhor seu Deus, e disse: Senhor, nada para ti _é_ ajudar, quer o poderoso quer o de nenhuma força; ajuda-nos, _pois_, Senhor nosso Deus, porque em ti confiamos, e no teu nome viemos contra esta multidão: Senhor, tu _és_ nosso Deus, não prevaleça contra ti o homem. 12 E [6] o Senhor feriu os ethiopes diante d’Asa e diante de Judah: e fugiram os ethiopes. 13 E Asa, e o povo que _estava_ com elle os perseguiram até [7] Gerar, e cairam _tantos_ dos ethiopes, que já não havia n’elles vigor _algum_; porque foram quebrantados diante do Senhor, e diante do seu exercito: e levaram _d’ali_ mui grande despojo. 14 E feriram todas as cidades nos arredores de Gerar; porque [8] o terror do Senhor estava sobre elles; e saquearam todas as cidades, porque havia n’ellas muita preza. 15 Tambem feriram as [LZ] malhadas do gado; e levaram ovelhas em abundancia, e camelos, e voltaram para Jerusalem. [1] I Reis 15.8, etc. [2] I Reis 15.14. cap. 15.17. [3] Exo. 34.13. I Reis 11.7. [4] cap. 16.8. Jos. 15.44. [5] Exo. 14.10. cap. 13.14. Psa. 22.6. I Sam. 14.6. I Sam. 17.45. Pro. 18.10. [6] cap. 13.15. [7] Gen. 10.19 e 20.1. [8] Gen. 35.5. cap. 17.10. _Asa abole a idolatria e renova o pacto do Senhor._ [Antes de Christo 941] 15 Então veiu [1] o Espirito de Deus sobre Azarias, filho d’Obed. 2 E saiu ao encontro d’Asa, e disse-lhe: Ouvi-me, Asa, e todo o Judah e Benjamin: [2] O Senhor _está_ comvosco, emquanto vós estaes com elle, e, se o buscardes, o achareis; porém, se o deixardes, vos deixará. 3 E Israel _esteve_ por [3] muitos dias sem o verdadeiro Deus, e sem sacerdote que _o_ ensinasse, e sem lei. 4 Mas [4] quando na sua angustia se convertiam ao Senhor, Deus d’Israel, e o buscavam, o achavam. 5 E n’aquelles [5] tempos não _havia_ paz, nem para o que sahia, nem para o que entrava, mas muitas perturbações sobre todos os habitantes d’aquellas terras. 6 Porque gente contra gente, e cidade [6] contra cidade se despedaçavam; porque Deus os perturbara com toda a angustia. 7 Mas esforçae-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra tem uma recompensa. 8 Ouvindo pois Asa estas palavras, e a prophecia do propheta, _filho d’_Obed, esforçou-se, e tirou as abominações de toda a terra de Judah e de Benjamin, como tambem das cidades que tomára nas [7] montanhas d’Ephraim: e renovou o altar do Senhor, que _estava_ diante do portico do Senhor. 9 E ajuntou a todo o Judah, e Benjamin, e com elles [8] os estrangeiros d’Ephraim e Manasseh, e de Simeão; porque d’Israel descahiam a elle em grande numero, vendo que o Senhor seu Deus _era_ com elle. 10 E ajuntaram-se em Jerusalem no terceiro mez; no anno decimo do reinado d’Asa. 11 E no mesmo dia offereceram em sacrificio [9] ao Senhor, do despojo _que_ trouxeram, seiscentos bois e seis mil ovelhas. 12 E entraram no [10] concerto de buscarem o Senhor, Deus de seus paes, com todo o seu coração, e com toda a sua alma; 13 E de que todo aquelle [11] que não buscasse ao Senhor, Deus d’Israel, morresse; desde o menor até ao maior, e desde o homem até á mulher. 14 E juraram ao Senhor, em alta voz, com jubilo e com trombetas e buzinas. 15 E todo o Judah se alegrou d’este juramento; porque com todo o seu coração juraram, [12] e com toda a sua vontade o buscaram, e o acharam: e o Senhor lhes deu repouso em redor. 16 E tambem a Maaca, [13] mãe do rei Asa, _elle_ a depoz, para que não _fosse_ mais rainha; porquanto fizera a Aserá _um_ horrivel idolo; e Asa destruiu o seu horrivel idolo, e _o_ despedaçou, e _o_ queimou junto ao ribeiro de Cedron. 17 Os altos porém não se tiraram d’Israel; [14] comtudo o coração d’Asa foi perfeito todos os seus dias. 18 E trouxe as coisas que tinha consagrado seu pae, e as coisas que mesmo tinha consagrado á casa de Deus: prata, e oiro, e vasos. 19 E não houve guerra até ao anno trigesimo quinto do reino d’Asa. [1] Num. 24.2. Jui. 3.10. cap. 20.14 e 24.20. [2] Thi. 4.8. ver. 4, 15. I Chr. 28.9. cap. 33.12, 13. Jer. 29.13. Mat. 7.7. cap. 24.20. [3] Ose. 3.4. Lev. 10.11. [4] Deu. 4.29. [5] Jui. 5.6. [6] Mat. 24.7. [7] cap. 13.19. [8] cap. 11.16. [9] cap. 14.15. cap. 14.13. [10] II Reis 23.3. cap. 34.31. Neh. 10.29. [11] Exo. 22.20. Deu. 13.5, 9, 15. [12] ver. 2. [13] I Reis 15.13. [14] cap. 14.3, 5. I Reis 15.14, etc. _Asa e o rei da Syria pelejam contra Baása._ 16 No anno trigesimo sexto do reinado d’Asa, Baása, [1] rei d’Israel, subiu contra Judah e edificou a Rama, para ninguem deixar sair nem entrar a Asa, rei de Judah. 2 Então tirou a Asa a prata e o oiro dos thesouros da casa de Deus, e da casa do rei; e enviou a Benhadad, rei da Syria, que habitava em Damasco, dizendo: 3 Alliança _ha_ entre mim e ti, como houve entre meu pae e teu: eis que te envio prata e oiro; vae, _pois_, e anniquila a tua alliança com Baása, rei d’Israel, para que se retire de sobre mim. 4 E Benhadad deu ouvidos ao rei Asa, e enviou o capitão dos exercitos que tinha, contra as cidades d’Israel, e feriram a Ijon, e a Dan, e a Abelmaim; e a todas as cidades das munições de Naphtali. 5 E succedeu que, ouvindo-o Baása, deixou d’edificar a Rama; e descontinuou a sua obra. 6 Então o rei Asa tomou a todo o Judah e levaram as pedras de Rama, e a sua madeira, com que Baása edificara; e edificou com isto a Geba e a Mispah. 7 N’aquelle mesmo tempo veiu Hanani, [2] o vidente, a Asa rei de Judah, e disse-lhe: Porquanto confiaste no rei da Syria, e não confiaste no Senhor teu Deus, portanto o exercito do rei da Syria escapou da tua mão. 8 _Porventura_ não foram os ethiopes [3] e os lybios _um_ grande exercito, com muitissimos carros e cavalleiros? confiando tu porém no Senhor, elle os entregou nas tuas mãos. 9 Porque, _quanto_ ao Senhor, seus olhos [4] passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com _aquelles_ cujo coração _é_ perfeito para com elle; n’isto _pois_ fizeste loucamente [5] porque desde agora haverá guerras contra ti. 10 Porém Asa se indignou contra [6] o vidente, e lançou-o na casa do tronco; porque d’isto _grandemente_ se alterou contra elle; tambem Asa no mesmo tempo opprimiu _a alguns_ do povo. 11 E eis que os [7] successos d’Asa, tanto os primeiros, como os ultimos, _estão_ escriptos no livro dos reis de Judah e Israel. 12 E caiu Asa doente de seus pés no anno trinta e nove do seu reinado; grande por extremo _era_ a sua enfermidade, e comtudo na sua enfermidade não buscou [8] ao Senhor, mas antes aos medicos. 13 E Asa dormiu com seus paes; e morreu no anno quarenta e um do seu reinado. 14 E o sepultaram no seu sepulchro, que tinha cavado para si na cidade de David, havendo-o deitado na cama, que se enchera de cheiros e [9] especiarias preparadas segundo a arte dos perfumistas: e fizeram-lhe queima mui grande. [1] I Reis 15.17, etc. cap. 15.9. [2] I Reis 16.1. cap. 19.2. Isa. 31.1. Jer. 17.5. [3] cap. 14.9. cap. 12.3. [4] Job 34.21. Pro. 5.21 e 15.3. Jer. 16.17 e 32.19. Zac. 4.10. [5] I Sam. 13.13. I Reis 15.32. [6] cap. 18.26. Jer. 20.2. Mat. 14.3. [7] I Reis 15.23. [8] Jer. 17.5. [9] Gen. 50.2. Mar. 16.1. João 19.39, 40. cap. 21.19. Jer. 34.5. _Josaphat e o seu cuidado em instruir o povo._ [Antes de Christo 914] 17 E Josaphat [1] seu filho reinou em seu logar; e fortificou-se contra Israel. 2 E poz gente de guerra em todas as cidades fortes de Judah e poz guarnições na terra de Judah, como tambem nas cidades d’Ephraim, que Asa seu pae [2] tinha tomado. 3 E o Senhor foi com Josaphat; porque andou nos primeiros caminhos de David seu pae, e não buscou a Baalim. 4 Antes buscou ao Deus de seu pae, e andou nos seus mandamentos, e [3] não segundo as obras d’Israel. 5 E o Senhor confirmou o reino na sua mão, e todo o Judah deu presentes a Josaphat: e teve riquezas e [4] gloria em abundancia. 6 E exaltou-se o seu coração nos caminhos do Senhor [5] e ainda de mais tirou os altos e os bosques de Judah. 7 E no terceiro anno do seu reinado enviou elle os seus principes, a Benchail, e a Obadias, e a Zacharias, e a Nathanael, e a Michaia, para ensinarem [6] nas cidades de Judah. 8 E com elles os levitas, Semaias e Nethanias, e Zebadias, e Asael, e Semiramoth, e Jonathan, e Adonias, e Tobias, e Tobadonias, levitas: e com elles os sacerdotes, Elisama e Jorão. 9 E ensinaram em [7] Judah e tinham comsigo o livro da lei do Senhor: e rodearam todas as cidades de Judah, e ensinaram entre o povo. 10 E veiu [8] o temor do Senhor sobre todos os reinos das terras, que _estavam_ em roda de Judah e não guerrearam contra Josaphat. 11 E _alguns_ d’entre os philisteos traziam presentes [9] a Josaphat, com o dinheiro do tributo: tambem os arabios lhe trouxeram gado miudo; sete mil e setecentos carneiros, e sete mil e setecentos bodes. 12 Cresceu pois Josaphat e se engrandeceu extremamente: e edificou fortalezas e cidades de munições em Judah. 13 E teve muitas obras nas cidades de Judah e gente de guerra, varões valentes em Jerusalem. 14 E este _é_ o numero d’elles segundo as casas de seu paes: em Judah _eram_ chefes dos milhares: o chefe Adna, e com elle trezentos mil varões valentes; 15 _E_ após elle o chefe Johanan, e com elle duzentos e oitenta mil; 16 E após elle Amasias, filho de Zichri, que voluntariamente se [10] entregou ao Senhor, e com elle duzentos mil varões valentes: 17 E de Benjamin Eliada, varão valente, e com elle duzentos mil, armados d’arco e d’escudo; 18 E após elle Jozabad: e com elle cento e oitenta mil armados para a guerra. 19 Estes estavam no serviço do rei; afóra os que [11] o rei tinha posto nas cidades fortes por todo o Judah. [1] I Reis 15.24. [2] cap. 15.8. [3] I Reis 12.28. [4] I Sam. 10.27. I Reis 10.25. I Reis 10.27. cap. 18.1. [5] I Reis 22.43. cap. 15.17 e 19.3 e 20.33. [6] cap. 15.3. [7] cap. 35.3. Neh. 8.7. [8] Gen. 35.5. [9] II Sam. 8.2. [10] Jui. 5.2, 9. [11] ver. 2. _Alliança entre Josaphat e Achab._ [Antes de Christo 897] 18 Tinha pois Josaphat riquezas [1] e gloria em abundancia: e aparentou-se com Achab. 2 E ao cabo d’_alguns_ [2] annos desceu elle para Achab a Samaria; e Achab matou ovelhas e bois em abundancia, para elle e para o povo que _vinha_ com elle: e o persuadiu a subir _com elle_ a Ramoth-gilead. 3 Porque Achab, rei d’Israel, disse a Josaphat rei de Judah: Irás tu commigo a Ramoth-gilead? e _elle_ lhe disse: Como tu _és_, _serei_ eu; e o meu povo, como o teu povo; _seremos_ comtigo n’esta guerra. 4 Disse mais Josaphat ao rei d’Israel: Consulta [3] hoje, peço-te, a palavra do Senhor. 5 Então o rei d’Israel ajuntou os prophetas, quatrocentos homens, e disse-lhes: Iremos á guerra contra Ramoth-gilead, ou deixal-o-hei? E elles disseram: Sobe; porque Deus _a_ dará na mão do rei. 6 Disse porém Josaphat: Não _ha_ ainda aqui propheta algum do Senhor, para que o consultemos? 7 Então o rei d’Israel disse a Josaphat: Ainda _ha_ um homem por quem _podemos_ consultar ao Senhor; porém eu o aborreço; porque nunca prophetiza de mim bem, senão sempre mal; este _é_ Micha, filho de Imla. E disse Josaphat: Não falle o rei assim. 8 Então chamou o rei d’Israel um [MA] eunucho, e disse: Traze aqui depressa a Micha filho de Imla. 9 E o rei d’Israel, e Josaphat rei de Judah estavam assentados cada um no seu throno, vestidos de vestiduras, e estavam assentados na praça á entrada da porta de Samaria, e todos os prophetas prophetizavam na sua presença. 10 E Zedekias, filho de Canana, fez para si uns cornos de ferro, e disse: Assim diz o Senhor: Com estes escornearás aos syros, até de todo os consumires. 11 E todos os prophetas prophetizavam o mesmo, dizendo: Sobe a Ramoth-gilead, e prosperarás; porque o Senhor _a_ dará na mão do rei. 12 E o mensageiro, que foi chamar a Micha, lhe fallou, dizendo: Eis-que as palavras dos prophetas, a uma bocca, _são_ boas para com o rei: seja pois tambem a tua palavra como a d’um d’elles, e falla o _que é_ bom. 13 Porém Micha disse: Vive o Senhor, que o que meu Deus [4] me disser, isso fallarei. 14 Vindo pois ao rei, o rei lhe disse: Micha, iremos a Ramoth-gilead á guerra, ou deixal-o-hei? E elle disse: Subi, e prosperareis; e serão dados na vossa mão. 15 E o rei lhe disse: Até quantas vezes te conjurarei, para que me não falles senão a verdade no nome do Senhor? 16 Então disse elle: Vi a todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não teem pastor: e disse o Senhor: Estes não teem senhor; torne cada um em paz para sua casa. 17 Então o rei d’Israel disse a Josaphat: Não te disse eu, _que_ este não prophetizaria de mim bem, porém mal? 18 Disse mais: Pois ouvi a palavra do Senhor: Vi ao Senhor assentado no seu throno, e a todo o exercito celestial em pé á sua mão direita, e á sua esquerda. 19 E disse o Senhor: Quem persuadirá a Achab rei d’Israel, a que suba, e caia em Ramoth-gilead? disse mais: Um diz d’esta maneira, e outro diz d’outra. 20 Então saiu um espirito [5] e se apresentou diante do Senhor, e disse: Eu o persuadirei. E o Senhor lhe disse: Com que? 21 E elle disse: Eu sairei, e serei _um_ espirito de mentira na bocca de todos os seus prophetas. E disse _o Senhor_: Tu o persuadirás, e tambem prevalecerás; sae, e faze-o assim. 22 Agora pois, eis que o Senhor enviou _um_ espirito [6] de mentira na bocca d’estes teus prophetas: e o Senhor fallou o mal a teu respeito. 23 Então Zedekias, filho de Canana, se chegou, e [7] feriu a Micha no queixo; e disse: Porque caminho passou de mim o Espirito do Senhor para fallar a ti? 24 E disse Micha: Eis que o verás n’aquelle dia, quando andares de camara em camara, para te esconderes. 25 Então disse o rei d’Israel: Tomae a Micha, e tornae a leval-o a Amon, o governador da cidade, e a Joás filho do rei. 26 E direis: Assim diz o rei: Mettei [8] este _homem_ na casa do carcere; e sustentae-o com pão de angustia, e com agua d’angustia, até que eu volte em paz. 27 E disse Micha: Se é que tornares em paz, o Senhor não tem fallado por mim. Disse mais: Ouvi, povos todos! _A guerra contra Ramoth-gilead e a morte de Achab._ 28 Subiram pois o rei d’Israel e Josaphat rei de Judah, a Ramoth-gilead. 29 E disse o rei d’Israel a Josaphat: Disfarçando-me eu, então entrarei na peleja; tu porém veste as tuas vestiduras. Disfarçou-se pois o rei d’Israel, e entraram na peleja. 30 Deu ordem porém o rei da Syria aos capitães dos carros que tinha, dizendo: Não pelejareis nem contra pequeno, nem contra grande: senão só contra o rei d’Israel. 31 Succedeu pois que, vendo os capitães dos carros a Josaphat, disseram: Este é o rei d’Israel, e o cercaram para pelejarem; porém Josaphat clamou, e o Senhor o ajudou. E Deus os desviou d’elle. 32 Porque succedeu que, vendo os capitães dos carros, que não era o rei d’Israel, tornaram de seguil-o. 33 Então _um_ homem armou o arco na sua simplicidade, e feriu o rei d’Israel entre as junturas e a couraça: então disse ao carreteiro: Vira a tua mão, e tira-me do exercito, porque estou mui ferido. 34 E aquelle dia cresceu a peleja, mas o rei d’Israel susteve-se em pé no carro defronte dos syros até á tarde; e morreu ao tempo do pôr do sol. [1] cap. 17.5. II Reis 8.18. [2] I Reis 22.2, etc. [3] I Sam. 23.2, 4, 9. II Sam. 2.1. [4] Num. 22.18, 20, 35 e 23.12, 26 e 24.13. I Reis 22.14. [5] Job 1.6. [6] Job 12.16. Isa. 19.14. Eze. 14.9. [7] Jer. 26.2. Mar. 14.65. Act. 23.2. [8] cap. 16.10. _O propheta Jehu reprehende a Josaphat._ 19 E Josaphat, rei de Judah, voltou á sua casa em paz a Jerusalem. 2 E Jehu, filho d’Hanani, [1] o vidente, lhe saiu ao encontro, e disse ao rei Josaphat: Devias tu ajudar ao impio, e amar aquelles que ao Senhor aborrecem? por isso _virá_ sobre ti [2] grande ira de diante do Senhor. 3 Boas coisas comtudo se acharam [3] em ti; porque tiraste os bosques da terra, e preparaste [4] o teu coração, para buscar a Deus. 4 Habitou pois Josaphat em Jerusalem: e tornou a passar pelo povo desde Berseba até as montanhas d’Ephraim, e fez com que tornassem ao Senhor Deus de seus paes. 5 E estabeleceu juizes na terra, em todas as cidades fortes, de cidade em cidade. 6 E disse aos juizes: Vede o que fazeis; [5] porque não julgaes da parte do homem, senão da parte do Senhor, e elle _está_ comvosco no negocio do juizo. 7 Agora pois, seja o temor do Senhor comvosco: guardae-o, e fazei-o; porque não _ha_ no Senhor nosso Deus [6] iniquidade nem acceitação de pessoas, nem acceitação de presentes. 8 E tambem estabeleceu Josaphat a _alguns_ dos levitas [7] e dos sacerdotes e dos chefes dos paes d’Israel sobre o juizo do Senhor, e sobre as causas judiciaes: e tornaram a Jerusalem. 9 E deu-lhes ordem, dizendo: Assim fazei [8] no temor do Senhor com fidelidade, e com coração inteiro. 10 E _em_ toda a [9] differença que vier a vós de vossos irmãos que habitam nas suas cidades, entre sangue e sangue, entre lei e mandamento, entre estatutos e juizos, e admoestae-os, que se não façam culpados para com o Senhor, e _não_ venha grande ira sobre [10] vós, e sobre vossos irmãos: fazei assim, e não vos fareis culpados. 11 E eis que Amarias, o summo sacerdote, presidirá sobre vós em todo o [11] negocio do Senhor; e Zebadias, filho d’Ishmael, principe da casa de Judah, em todo o negocio do rei; tambem os officiaes, os levitas, _estão_ perante vós: esforçae-vos, [12] pois, e fazei-o; e o Senhor será com os bons. [1] I Sam. 9.9. [2] cap. 32.25. [3] cap. 17.4, 6. cap. 12.12. [4] cap. 30.19. Esd. 7.10. [5] Deu. 1.17. Ecc. 5.8. [6] Deu. 32.4. Rom. 9.14. Deu. 10.17. Job 34.19. Act. 10.34. Rom. 2.11. Gal. 2.6. Eph. 6.9. Col. 3.25. I Ped. 1.17. [7] Deu. 16.18. cap. 17.8. [8] II Sam. 23.3. [9] Deu. 17.8, etc. [10] Num. 16.46. Eze. 3.18. [11] I Chr. 26.30. [12] cap. 15.2. _Deus concede a Josaphat victoria sobre os seus inimigos._ [Antes de Christo 896] 20 E succedeu que, depois d’isto, os filhos de Moab, e os filhos d’Ammon, e com elles _outros_ de mais dos ammonitas, vieram á peleja contra Josaphat. 2 Então vieram _alguns_ que deram aviso a Josaphat, dizendo: Vem contra ti _uma_ grande multidão d’além do mar e da Syria: e eis-que já _estão_ em Hatson-thamar, [1] que _é_ Engedi. 3 Então Josaphat temeu, e poz-se a buscar o Senhor; e apregoou [2] jejum em todo o Judah. 4 E Judah se ajuntou, para pedir _soccorro_ ao Senhor: tambem de todas as cidades de Judah vieram para buscarem ao Senhor. 5 E poz-se Josaphat em pé na congregação de Judah e de Jerusalem, na casa do Senhor, diante do pateo novo. 6 E disse: Ah Senhor, Deus de nossos paes, _porventura_ não _és_ tu Deus nos céus? [3] pois tu és Dominador sobre todos os reinos das gentes, e na tua mão _ha_ força e potencia, e não ha quem te possa resistir. 7 _Porventura_, ó Deus [4] nosso, não lançaste tu fóra os moradores d’esta terra, de diante do teu povo Israel, e a déste á semente d’Abrahão, teu amigo, para sempre? 8 E habitaram n’ella; e edificaram-te n’ella um sanctuario ao teu nome, dizendo: 9 Se _algum_ [5] mal nos sobrevier, espada, juizo, peste, ou fome, nós nos apresentaremos diante d’esta casa e diante de ti; pois teu nome [6] _está_ n’esta casa; e clamaremos a ti na nossa angustia, e tu nos ouvirás e livrarás. 10 Agora, pois, eis que os filhos d’Ammon e de Moab, e os das montanhas de Seir, [7] pelos quaes não permittiste passar a Israel, quando vinham da terra do Egypto; mas d’elles se desviaram e não os destruiram; 11 Eis que nos dão o pago, vindo para lançar-nos fóra da tua herança, que nos fizeste herdar. 12 Ah Deus nosso, _porventura_ não os [8] julgarás? porque em nós não ha força perante esta grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que faremos; porém os nossos olhos _estão postos_ em ti. 13 E todo o Judah estava em pé perante o Senhor, como tambem as suas creanças, as suas mulheres, e os seus filhos. 14 Então veiu [9] o espirito do Senhor, no meio da congregação, sobre Jahaziel, filho de Zacharias, filho de Benaias, filho de Jehiel, filho de Mattanias, levita, dos filhos de Asaf, 15 E disse: Dae ouvidos todo o Judah, e _vós_, moradores de Jerusalem, e _tu_, ó rei Josaphat: assim o Senhor vos diz: Não temaes, nem vos assusteis [10] por causa d’esta grande multidão; pois a peleja não _é_ vossa, senão de Deus. 16 Ámanhã descereis contra elles; eis que sobem pela ladeira de Zis, e os achareis no fim do valle, diante do deserto de Jeruel. 17 N’esta _peleja_ não [11] tereis que pelejar: parae-vos, estae em pé, e vêde a salvação do Senhor para comvosco, ó Judah e Jerusalem; não temaes, nem vos assusteis, ámanhã sahi-lhes ao encontro, porque [12] o Senhor _será_ comvosco. 18 Então Josaphat [13] se prostrou com o rosto em terra: e todo o Judah e os moradores de Jerusalem se lançaram perante o Senhor, adorando ao Senhor. 19 E levantaram-se os levitas, dos filhos dos kohathitas, e dos filhos dos korathitas, para louvarem ao Senhor Deus d’Israel, com grande voz até ao alto. 20 E pela manhã cedo se levantaram e sairam ao deserto de Tekoa: e, saindo elles, poz-se em pé Josaphat, e disse: Ouvi-me, ó Judah, e vós, moradores de Jerusalem: [14] Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus prophetas, e sereis prosperados. 21 E aconselhou-se com o povo, e ordenou cantores para o Senhor, que louvassem [15] a Magestade sancta, saindo diante dos armados, e dizendo: Louvae ao Senhor, porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 22 E, ao tempo que começaram com jubilo e louvor, o Senhor poz emboscadas [16] contra os filhos d’Ammon e de Moab, e os das montanhas de Seir, que vieram contra Judah e foram desbaratados. 23 Porque os filhos d’Ammon e de Moab se levantaram contra os moradores das montanhas de Seir, para os destruir e exterminar: e, acabando elles com os moradores de Seir, ajudaram uns aos outros a destruir-se. 24 Entretanto chegou Judah á atalaia do deserto: e olharam para a multidão, e eis que _eram_ corpos mortos, que jaziam em terra, e nenhum escapou. 25 E vieram Josaphat e o seu povo para saquear os seus despojos, e acharam n’elles fazenda e cadaveres em abundancia, assim como vasos preciosos, e tomaram para si tanto, que não podiam levar mais: e tres dias saquearam o despojo, porque era muito. 26 E ao quarto dia se ajuntaram no valle de [MB] Beracha; porque ali louvaram o Senhor; por isso chamaram o nome d’aquelle logar o valle de Beracha, até ao dia d’hoje. 27 Então voltaram todos os homens de Judah e de Jerusalem, e Josaphat á frente d’elles, para virem a Jerusalem com alegria: porque o Senhor os alegrara ácerca [17] dos seus inimigos. 28 E vieram a Jerusalem com alaudes, e com harpas, e com trombetas, para a casa do Senhor. 29 E veiu o temor [18] de Deus sobre todos os reinos d’aquellas terras, ouvindo _elles_ que o Senhor havia pelejado contra os inimigos d’Israel. 30 E o reino de Josaphat ficou quieto: e o seu Deus lhe [19] deu repouso em redor. 31 E Josaphat [20] reinou sobre Judah: _era_ da edade de trinta e cinco annos quando começou a reinar e vinte e cinco annos reinou em Jerusalem; e era o nome de sua mãe, Azuba, filha de Silhi. 32 E andou no caminho d’Asa, seu pae, e não se desviou d’elle, fazendo o _que era_ recto nos olhos do Senhor. 33 Comtudo os altos se não tiraram, [21] porque o povo não tinha ainda preparado o seu coração para com o Deus de seus paes. 34 Ora o resto dos successos de Josaphat, assim primeiros, como ultimos, eis que _está_ escripto nas notas de Jehu, filho de Hanani, que lhe fizeram apontar [22] no livro dos reis de Israel. 35 Porém depois d’isto [23] Josaphat, rei de Judah, se alliou com Achazias, rei de Israel, que obrou com toda a impiedade. 36 E alliou-se com elle, para fazerem navios que fossem a Tharsis: e fizeram os navios em Esion-geber. 37 Porém Eliezer, filho de Dodava, de Maresa, prophetizou contra Josaphat, dizendo: Porquanto te alliaste com Achazias, o Senhor despedaçou as tuas obras. E os navios [24] se quebraram, e não poderam ir a Tharsis. [1] Gen. 14.7. Jos. 15.62. [2] cap. 19.3. Esd. 8.21. Jer. 36.9. Jon. 3.5. [3] Deu. 4.39. Jos. 2.11. I Reis 8.23. Dan. 4.17, 25, 32. I Chr. 29.12. Mat. 6.13. [4] Gen. 17.7. Exo. 6.7. Isa. 41.8. Thi. 2.23. [5] I Reis 8.33, 37. cap. 6.28, 29, 30. [6] cap. 6.20. [7] Deu. 2.4, 9, 19. Num. 20.21. [8] I Sam. 3.13. [9] Num. 11.25, 26 e 24.2. cap. 15.1 e 24.20. [10] Exo. 14.13, 14. Deu. 1.29, 30 e 31.6, 8. cap. 32.7. [11] Exo. 14.13, 14. [12] Num. 14.9. cap. 15.2 e 32.8. [13] Exo. 4.31. [14] Isa. 7.9. [15] I Chr. 16.29. I Chr. 16.34. I Chr. 16.41. cap. 5.13 e 7.3, 6. [16] Jui. 7.22. I Sam. 14.20. [17] Neh. 12.43. [18] cap. 17.10. [19] cap. 15.15. Job 34.29. [20] I Reis 22.41, etc. [21] cap. 17.6. cap. 12.14 e 19.3. [22] I Reis 16.1, 7. [23] I Reis 22.48, 49. [24] I Reis 22.48. cap. 9.21. _A morte de Josaphat e a impiedade de Jorão._ [Antes de Christo 892] 21 Depois Josaphat dormiu [1] com seus paes, e o sepultaram com seus paes na cidade de David: e Jorão, seu filho, reinou em seu logar. 2 E teve irmãos, filhos de Josaphat: Azarias, e Jehiel, e Zacharias, e Asarias, e Michael, e Sephatias: todos estes _foram_ filhos de Josaphat, rei d’Israel. 3 E seu pae lhes deu muitos dons de prata, e d’oiro, e de coisas preciosissimas, com cidades fortes em Judah: porém o reino deu a Jorão, porquanto _era_ o primogenito. 4 E, subindo Jorão ao reino de seu pae, e havendo-se fortificado, matou a todos os seus irmãos á espada, como tambem _a alguns_ dos principes d’Israel. 5 Da edade de trinta [2] e dois annos _era_ Jorão quando começou a reinar; e reinou oito annos em Jerusalem. 6 E andou no caminho dos reis d’Israel, como fazia a casa de Achab; porque tinha a filha [3] de Achab por mulher: e fazia o _que parecia_ mal aos olhos do Senhor. 7 Porém o Senhor não quiz destruir a casa de David, em attenção ao concerto que tinha feito com David: e porque tambem tinha dito que lhe daria por todos os dias uma lampada, [4] a elle e a seus filhos. 8 Nos seus dias [5] se revoltaram os idumeos de debaixo do mando de Judah, e constituiram para si um rei. 9 Pelo que Jorão passou adiante com os seus chefes, e todos os carros com elle: e levantou-se de noite, e feriu aos idumeos, que o tinham cercado, como tambem aos capitães dos carros. 10 Todavia os idumeos se revoltaram de debaixo do mando de Judah até _ao dia d’_hoje; então no mesmo tempo Libna se revoltou de debaixo de seu mando; porque deixara ao Senhor, Deus de seus paes. 11 Elle tambem fez altos nos montes de Judah: e fez com que fornicassem [6] os moradores de Jerusalem, e até a Judah impelliu _a isso_. 12 Então lhe veiu um escripto da parte d’Elias o propheta, que dizia: Assim diz o Senhor, Deus de David teu pae: Porquanto não andaste nos caminhos de Josaphat, teu pae, e nos caminhos d’Asa, rei de Judah, 13 Mas andaste no caminho dos reis d’Israel, e fizeste fornicar a [7] Judah e aos moradores de Jerusalem, segundo a fornicação da casa d’Achab, e tambem mataste a teus irmãos, da casa de teu pae, melhores do que tu, 14 Eis-que o Senhor ferirá com um grande [MC] flagello ao teu povo, e aos teus filhos, e ás tuas mulheres e a todas as tuas fazendas. 15 Tu tambem _terás uma_ grande enfermidade por causa _d’uma_ doença de tuas entranhas, [8] até que te saiam as tuas entranhas, por causa da enfermidade, de dia em dia. 16 Despertou [9] pois o Senhor, contra Jorão o espirito dos philisteos e dos arabios, que _estão_ da banda dos ethiopes. 17 Estes subiram a Judah, e deram sobre ella, e levaram toda a fazenda, que se achou na casa do rei, como tambem a seus filhos [10] e a suas mulheres; de modo que lhe não deixaram filho, senão a Joachaz, o mais moço de seus filhos. 18 E depois de tudo isto o Senhor [11] o feriu nas suas entranhas com uma enfermidade incuravel. 19 E succedeu que, depois de muitos dias, e chegado que foi o fim de dois annos, sairam-lhe as entranhas com a doença; e morreu de más enfermidades: e o seu povo lhe não fez _uma_ queimada como a queimada [12] de seus paes. 20 Era da edade de trinta e dois _annos_ quando começou a reinar, e reinou em Jerusalem oito annos: e foi-se sem _deixar de si_ saudades _algumas_; e o sepultaram na cidade de David, porém não nos sepulchros dos reis. [1] I Reis 22.50. [2] II Reis 8.17, etc. [3] cap. 22.2. [4] II Sam. 7.12, 13. I Reis 11.36. [5] II Reis 8.20, etc. [6] Lev. 17.7 e 20.5. ver. 13. [7] ver. 11. Exo. 34.15. Deu. 31.16. I Reis 16.31-33. II Reis 9.22. [8] ver. 18, 19. [9] I Reis 11.14, 23. [10] cap. 24.7. [11] ver. 15. [12] cap. 16.14. _Achazias reina e é morto por Jehu._ [Antes de Christo 887] 22 E os moradores de Jerusalem fizeram rei a Achazias, [1] seu filho mais moço, em seu logar: porque a tropa, que viera com os arabios ao arraial, tinha morto a todos os mais velhos: e assim reinou Achazias, filho de Jorão, rei de Judah. 2 _Era_ da edade [2] de quarenta e dois annos, quando começou a reinar, e reinou um anno em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Athalia, filha d’Omri. 3 Tambem este andou nos caminhos da casa d’Achab; porque sua mãe era sua conselheira, para obrar impiamente. 4 E fez o _que era_ mal aos olhos do Senhor, como a casa d’Achab, porque elles eram seus conselheiros depois da morte de seu pae, para a sua perdição. 5 Tambem andou no seu conselho, e foi-se [3] com Jorão, filho d’Achab, rei d’Israel, á peleja contra Hazael, rei da Syria, junto a Ramoth-gilead: e os syros feriram a Jorão. 6 E tornou [4] a curar-se em Jezreel, das feridas que se lhe deram junto a Rama, pelejando contra Hazael, rei da Syria: e Azarias, filho de Jorão, rei de Judah, desceu para ver a Jorão, filho d’Achab, em Jezreel; porque estava doente. 7 Veiu pois [5] de Deus o abatimento d’Achazias, para que viesse a Jorão; porque vindo elle, saiu com Jorão contra Jehu, filho de Nimsi, a quem o Senhor tinha ungido para desarreigar a casa d’Achab. 8 E succedeu que, executando Jehu juizo [6] contra a casa d’Achab, achou os principes de Judah e os filhos dos irmãos d’Achazias, que serviam a Achazias, e os matou. 9 Depois buscou [7] a Achazias (porque se tinha escondido em Samaria), e o alcançaram, e o trouxeram a Jehu, e o mataram, e o sepultaram; porque disseram: Filho _é_ de Josaphat, que buscou ao Senhor com todo o seu coração. E não tinha já a casa d’Achazias ninguem que tivesse força para o reino. _Athalia manda matar a familia real, mas Joás escapa._ [Antes de Christo 884] 10 Vendo pois [8] Athalia, mãe d’Achazias, que seu filho era morto, levantou-se, e destruiu, toda a semente real da casa de Judah. 11 Porém Josebath, [9] filha do rei, tomou a Joás, filho d’Achazias, e furtou-o d’entre os filhos do rei, a quem matavam, e o poz com a sua ama na camara dos leitos: assim Josebath, filha do rei Jorão, mulher do sacerdote Joiada (porque era irmã d’Achazias), o escondeu de diante d’Athalia, de modo que o não matou. 12 E esteve com elles escondido na casa de Deus seis annos: e Athalia reinou sobre a terra. [1] II Reis 8.24, etc. ver. 6. cap. 21.17. [2] II Reis 8.26. cap. 21.6. [3] II Reis 8.28, etc. [4] II Reis 9.15. [5] Jui. 14.4. I Reis 12.15. cap. 10.15. [6] II Reis 10.10, 11. [7] II Reis 9.27. cap. 17.4. [8] II Reis 11.1, etc. [9] II Reis 11.2. _Joiada, o sacerdote, unge a Joás, como rei de Judah._ [Antes de Christo 878] 23 Porém no setimo [1] anno Joiada se esforçou, e tomou comsigo em alliança os chefes das centenas, a Azarias, filho de Joroão, e a Ishmael, filho de Jahanan, e a Azarias, filho d’Obed, e a Maaseias, filho d’Adaias, e a Elisaphat, filho de Sicri. 2 Estes rodeiaram a Judah e ajuntaram os levitas de todas as cidades de Judah e os cabeças dos paes d’Israel, e vieram para Jerusalem. 3 E toda aquella congregação fez alliança com o rei na casa de Deus: e _Joiada_ lhes disse: Eis que o filho do rei reinará, como o Senhor fallou a respeito [2] dos filhos de David. 4 Esta _é_ a coisa que haveis de fazer: uma terça parte de vós, os sacerdotes e os levitas que entram de sabbado, _serão_ porteiros das portas; 5 E uma terça parte _estará_ [3] na casa do rei; e a outra terça parte á porta do fundamento: e todo o povo _estará_ nos pateos da casa do Senhor. 6 Porém ninguem entre na casa do Senhor, senão os sacerdotes e os levitas que [4] ministram; estes entrarão, porque sanctos são; mas todo o povo vigiará a guarda do Senhor, 7 E os levitas rodeiarão ao rei em volta, cada um com as suas armas na mão; e qualquer que entrar na casa morrerá; porém vós estareis com o rei, quando entrar e quando sair. 8 E fizeram os levitas e todo o Judah conforme a tudo o que ordenara o sacerdote Joiada; e tomou cada um os seus homens, os que entravam no sabbado com os que sahiam do sabbado; porque o sacerdote Joiada não tinha despedido as turmas. 9 Tambem o sacerdote Joiada deu aos chefes das centenas as lanças, e os escudos, e as rodelas que _foram_ do rei [5] David os quaes _estavam_ na casa de Deus. 10 E dispoz todo o povo, e a cada um com as suas armas na sua mão, desde a banda direita da casa até á banda esquerda da casa, da banda do altar e da casa, á roda do rei. 11 Então tiraram para fóra ao filho do rei, e lhe pozeram a corôa; _deram-lhe_ o testemunho, [6] e o fizeram rei: e Joiada e seus filhos o ungiram, e disseram: Viva o rei! 12 Ouvindo pois Athalia a voz do povo que concorria e louvava o rei, veiu ao povo, á casa do Senhor. 13 E olhou: e eis-que o rei estava perto da sua columna, á entrada, e os chefes, e as trombetas junto ao rei; e todo o povo da terra estava alegre, e tocava as trombetas; e tambem os cantores tocavam instrumentos musicos, e davam a entender que se deviam cantar louvores: então Athalia rasgou [7] os seus vestidos, e clamou: Traição, traição! 14 Porém o sacerdote Joiada tirou para fóra os centuriões que _estavam_ postos sobre o exercito e disse-lhes: Tirae-a para fóra das fileiras, e o que a seguir, morrerá á espada: porque dissera o sacerdote: Não a matareis na casa do Senhor. 15 E elles lhe lançaram as mãos, e ella foi á entrada da porta dos cavallos, da [8] casa do rei: e ali a mataram. _O pacto que Joiada fez._ 16 E Joiada fez alliança entre si, e o povo, e o rei, que seriam o povo do Senhor. 17 Depois todo o povo entrou na casa de Baal, e a derribaram, e quebraram os seus altares, e as suas imagens, [9] e a Mathan, sacerdote de Baal, mataram diante dos altares. 18 E Joiada ordenou os officios na casa do Senhor, debaixo da mão dos sacerdotes, os levitas a quem David [10] repartira na casa do Senhor, para offerecerem os holocaustos do Senhor, como _está_ escripto na lei de Moysés, com alegria e com canto, conforme a instituição de David. 19 E poz porteiros [11] ás portas da casa do Senhor, para que não entrasse n’ella ninguem immundo em coisa alguma. 20 E tomou [12] os centuriões, e os poderosos, e os que tinham dominio entre o povo e todo o povo da terra, e conduziu o rei da casa do Senhor, e entraram na casa do rei pelo meio da porta maior, e assentaram o rei no throno do reino. 21 E todo o povo da terra se alegrou, e a cidade ficou em paz, depois que mataram a Athalia á espada. [1] II Reis 11.4, etc. [2] II Sam. 7.12. I Reis 2.4 e 9.5. [3] I Chr. 9.25. [4] I Chr. 23.28, 29. [5] I Chr. 24 e 25. [6] Deu. 17.18. [7] I Chr. 25.8. [8] Neh. 3.28. [9] Deu. 13.9. [10] I Chr. 23.6, 30, 31 e 24.1. Num. 28.2. [11] I Chr. 26.1, etc. [12] II Reis 11.19. _Joás dá ordens para concertar o templo._ [Antes de Christo 856] 24 Tinha Joás [1] sete annos d’edade quando começou a reinar, e quarenta annos reinou em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Zibia, de Berseba. 2 E fez [2] Joás o _que era_ recto aos olhos do Senhor, todos os dias do sacerdote Joiada. 3 E tomou-lhe Joiada duas mulheres, e gerou filhos e filhas. 4 E succedeu depois d’isto que veiu ao coração de Joás de renovar a casa do Senhor. 5 Ajuntou pois os sacerdotes e os levitas, e disse-lhes: Sahi pelas cidades de Judah, e ajuntae o dinheiro de todo o Israel [3] para reparar a casa do vosso Deus de anno em anno; e vós apressae este negocio. Porém os levitas não se apressaram. 6 E o [4] rei chamou a Joiada, o chefe, e disse-lhe: Porque não fizeste inquirição entre os levitas: para que trouxessem de Judah e de Jerusalem a offerta de [5] Moysés, servo do Senhor, e da congregação d’Israel, á tenda do testemunho? 7 Porque, sendo Athalia impia, seus filhos [6] arruinaram a casa de Deus, e até todas as coisas sagradas da casa do Senhor empregaram em Baalin. 8 E deu o rei ordem e [7] fizeram uma arca, e a pozeram fóra, á porta da casa do Senhor. 9 E publicou-se em Judah e em Jerusalem que trouxessem ao Senhor a offerta [8] de Moysés, o servo do Senhor, _imposta_ a Israel no deserto. 10 Então todos os principes, e todo o povo se alegraram, e a trouxeram e _a_ lançaram na arca, até que a acabaram de _lançar_. 11 E succedeu que, ao tempo que traziam a arca pelas mãos dos levitas, segundo o mandado do rei, e vendo que [9] _já havia_ muito dinheiro, vinha o escrivão do rei, e o deputado do summo sacerdote, e esvaziavam a arca, e a tomavam, e a tornavam ao seu logar: assim faziam de dia em dia, e ajuntaram dinheiro em abundancia, 12 O qual o rei e Joiada davam aos que tinham cargo da obra do serviço da casa do Senhor; e alugaram pedreiros e carpinteiros, para renovarem a casa do Senhor; como tambem ferreiros e serralheiros, para repararem a casa do Senhor. 13 E os que tinham cargo da obra faziam que a reparação da obra fosse crescendo pela sua mão: e restauraram a casa de Deus no seu estado, e a fortaleceram. 14 E, depois de acabarem, trouxeram o resto do dinheiro para diante do rei e de Joiada, e d’elle [10] fez vasos para a casa do Senhor, vasos para ministrar, e offerecer, e [MD] perfumadores e vasos d’oiro e de prata. E continuamente sacrificaram holocaustos na casa do Senhor, todos os dias de Joiada. 15 E envelheceu Joiada, e morreu farto de dias: _era_ da edade de cento e trinta annos quando morreu. 16 E o sepultaram na cidade de David com os reis; porque tinha feito bem em Israel, e para com Deus e a sua casa. _A idolatria de Joás._ 17 Porém depois da morte de Joiada vieram os principes de Judah e prostraram-se perante o rei: e o rei os ouviu. 18 E deixaram a casa do Senhor, Deus de seus paes, e serviram as imagens do bosque [11] e os idolos: então veiu grande ira sobre Judah e Jerusalem por causa d’esta sua culpa. 19 Porém enviou [12] prophetas entre elles, para os fazer tornar ao Senhor, os quaes protestaram contra elles; mas elles não deram ouvidos. 20 E o Espirito [13] de Deus revestiu a Zacharias, filho do sacerdote Joiada, o qual se poz em pé acima do povo, e lhes disse: Assim diz Deus: Porque transgredis os mandamentos do Senhor? portanto não prosperareis; porque [14] deixastes ao Senhor, tambem elle vos deixará. [Antes de Christo 840] 21 E elles conspiraram contra elle, e o apedrejaram [15] com pedras, pelo mandado do rei, no pateo da casa do Senhor. 22 Assim o rei Joás não se lembrou da beneficencia que seu pae Joiada lhe fizera, porém matou-lhe o filho, o qual, morrendo, disse: O Senhor o verá, e o requererá. _O juizo de Deus sobre Joás._ 23 E succedeu, no decurso de um anno, que o exercito [16] da Syria subiu contra elle, e vieram a Judah e a Jerusalem, e destruiram d’entre o povo a todos os principes do povo; e todo o seu despojo enviaram ao rei de Damasco. 24 Porque, ainda que o exercito dos syros viera com poucos [17] homens, comtudo o Senhor deu na sua mão um exercito de grande multidão, porquanto deixaram ao Senhor, Deus de seus paes. Assim executaram os juizos [18] contra Joás. 25 E, retirando-se d’elle (porque em grandes enfermidades o deixaram) seus servos conspiraram contra elle por causa do sangue do filho do sacerdote Joiada, e o mataram na sua cama, [19] e morreu: e o sepultaram na cidade de David, porém não o sepultaram nos sepulchros dos reis. 26 Estes pois foram os que conspiraram contra elle: Zabad, filho de Simeath, a ammonita, e Jozabat, filho de Simreth, a moabita. 27 E, quanto a seus filhos, e á grandeza do cargo que [20] se lhe _impôz_, e ao estabelecimento da casa de Deus, eis que _está_ escripto na historia do livro dos reis: e Amasias, seu filho, reinou em seu logar. [1] II Reis 11.21 e 12.1, etc. [2] cap. 26.5. [3] II Reis 12.4. [4] II Reis 12.7. [5] Exo. 30.12, 13, 14, 16. Num. 1.50. Act. 7.44. [6] cap. 21.17. II Reis 12.4. [7] II Reis 12.9. [8] ver. 6. [9] II Reis 12.10. [10] II Reis 12.13. [11] I Reis 14.23. Jui. 5.8. [12] cap. 36.15. Jer. 7.25, 26 e 25.4. [13] cap. 15.1 e 20.14. [14] Num. 14.41. cap. 15.2. [15] Mat. 23.35. Act. 7.58, 59. [16] II Reis 12.17. [17] Lev. 26.8. Deu. 32.30. Isa. 30.17. [18] cap. 22.8. Isa. 10.5. [19] II Reis 12.20. ver. 21. [20] II Reis 12.18. II Reis 12.21. _Amasias vence os edomitas._ [Antes de Christo 839] 25 Era Amasias [1] da edade de vinte e cinco annos, quando começou a reinar, e reinou vinte e nove annos em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Joadan, de Jerusalem. 2 E fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor, [2] porém não com coração inteiro. 3 Succedeu pois [3] que, sendo-lhe o reino já confirmado, matou a seus servos que feriram o rei seu pae; 4 Porém não matou a seus filhos: mas fez como na lei _está_ escripto, no livro de Moysés, como o Senhor ordenou, dizendo: Não morrerão os paes [4] pelos filhos, nem os filhos morrerão pelos paes; mas cada um morrerá pelo seu peccado. 5 E Amasias ajuntou a Judah e os poz segundo as casas dos paes, por chefes de milhares, e por chefes de centenas, por todo o Judah e Benjamin; e os numerou, de vinte annos e [5] _d’ahi_ para cima, e achou d’elles trezentos mil escolhidos que sahiam ao exercito, e levavam lança e escudo. 6 Tambem d’Israel tomou a soldo cem mil varões valentes, por cem talentos de prata. 7 Porém um homem de Deus veiu a elle, dizendo: Oh rei, não deixes ir comtigo o exercito de Israel: porque o Senhor não _é_ com Israel, a saber, _com_ os filhos d’Ephraim. 8 Se porém fôres, faze-o, esforça-te para a peleja; Deus te fará cair diante do inimigo; porque força ha em Deus [6] para ajudar e para fazer cair. 9 E disse Amasias ao homem de Deus: Que se fará pois dos cem talentos de prata que dei ás tropas d’Israel? E disse o homem de Deus: Mais tem o Senhor que te [7] dar do que isso. 10 Então separou Amasias as tropas que lhe tinham vindo de Ephraim, para que se fossem ao seu logar; pelo que se accendeu a sua ira contra Judah, e voltaram para o seu logar em ardor d’ira. 11 Esforçou-se pois Amasias, e conduziu o seu povo, [8] e foi-se ao valle do sal; e feriu dos filhos de Seir dez mil. 12 Tambem os filhos de Judah prenderam vivos dez mil, e os trouxeram ao cume da rocha; e do mais alto da rocha os lançaram d’alto abaixo, e todos arrebentaram. 13 Porém os homens das tropas que Amasias despedira, para que não fossem com elle á peleja, deram sobre as cidades de Judah desde Samaria, até Beth-horon; e feriram d’elles tres mil, e saquearam grande despojo. _Deus castiga Amasias por causa da idolatria._ [Antes de Christo 827] 14 E succedeu que, depois que Amasias veiu da matança dos idumeos, e trouxe comsigo os deuses dos filhos de Seir, tomou-os por seus deuses, [9] e prostrou-se diante d’elles, e queimou-lhes incenso. 15 Então a ira do Senhor se accendeu contra Amasias; e mandou-lhe _um_ propheta que lhe disse: Porque buscaste deuses do povo, que a seu [10] povo não livraram da tua mão? 16 E succedeu que, fallando-lhe elle, lhe respondeu: Pozeram-te por conselheiro do rei? cala-te, porque te feririam? então o propheta parou, e disse: Bem vejo eu que já o Senhor deliberou [11] destruir-te; porquanto fizeste isto, e não déste ouvidos a meu conselho. 17 E, tendo tomado conselho, Amasias, [12] rei de Judah, enviou a Joás, filho de Joachaz, filho de Jehu, rei d’Israel, a dizer: Vem, vejamo-nos cara a cara. 18 Porém Joás, rei d’Israel, mandou dizer a Amasias, rei de Judah: O cardo que estava no Libano mandou dizer ao cedro que estava no Libano: Dá tua filha a meu filho por mulher; porém os animaes do campo que _estão_ no Libano passaram e pizaram o cardo. 19 Tu dizes: Eis que tenho ferido os idumeos; e elevou-se o teu coração, para te gloriares: agora _pois_ fica em tua casa; porque te entremetterias no mal, para caires tu e Judah comtigo? 20 Porém Amasias não _lhe_ deu ouvidos, porque isto vinha [13] de Deus, para entregal-os na mão _dos seus inimigos_; porquanto buscaram os deuses dos idumeos. 21 E Joás, rei d’Israel, subiu; e elle e Amasias, rei de Judah, se viram cara a cara em Beth-semes, que _está_ em Judah. 22 E Judah foi ferido diante d’Israel: e foram-se cada um para as suas tendas. 23 E Joás, rei d’Israel, prendeu a Amasias, rei de Judah, filho de Joás, o filho de [14] Joachaz em Beth-semes, e o trouxe a Jerusalem; e derribou o muro de Jerusalem, desde a porta d’Ephraim até á porta da esquina, quatrocentos covados. 24 Tambem _tomou_ todo o oiro, e a prata, e todos os vasos que se acharam na casa de Deus com Obed-edom, e os thesouros da casa do rei, e os refens; e voltou para Samaria. 25 E viveu Amasias, [15] filho de Joás, rei de Judah, depois da morte de Joás, filho de Joachaz, rei d’Israel, quinze annos. 26 Quanto ao mais dos successos d’Amasias, tanto os primeiros como os ultimos, eis-que _porventura_ não _estão_ escriptos no livro dos reis de Judah e d’Israel? 27 E desde o tempo que Amasias se desviou d’após o Senhor, conspiraram contra elle em Jerusalem, porém elle fugiu para Lachis, mas enviaram após elle a Lachis, e o mataram ali. 28 E o trouxeram sobre cavallos e o sepultaram com seus paes na cidade de Judah. [1] II Reis 14.1, etc. [2] II Reis 14.4. ver. 14. [3] II Reis 14.5, etc. [4] Deu. 24.16. II Reis 14.6. Jer. 31.30. Eze. 18.20. [5] Num. 1.3. [6] cap. 20.6. [7] Pro. 10.22. [8] II Reis 14.7. [9] cap. 28.23. Exo. 20.3, 5. [10] ver. 11. [11] I Sam. 2.25. [12] II Reis 14.8, 9, etc. [13] I Reis 12.15. cap. 22.7. ver. 14. [14] cap. 21.17 e 22.1, 6. [15] II Reis 14.17. _Uzias reina e prospera._ [Antes de Christo 810] 26 Então todo o povo [1] tomou a Uzias, que _era_ da edade de dezeseis annos, e o fizeram rei em logar de seu pae Amasias. 2 Este edificou a Elod, e a restituiu a Judah, depois que o rei adormeceu com seus paes. 3 _Era_ Uzias da edade de dezeseis annos quando começou a reinar, e cincoenta e cinco annos reinou em Jerusalem; e era o nome de sua mãe Jecholia, de Jerusalem. 4 E fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor; conforme a tudo o que fizera Amasias seu pae. 5 Porque deu-se a [2] buscar a Deus nos dias de Zacharias, entendido nas visões de Deus; e nos dias em que buscou ao Senhor Deus o fez prosperar. 6 Porque saiu, e guerreou [3] contra os philisteos, e quebrou o muro de Gath, e o muro de Jabne, e o muro d’Asdod: e edificou cidades em Asdod, e entre os philisteos. 7 E Deus o ajudou contra [4] os philisteos e contra os arabios que habitavam em Gur-baal, e _contra_ os meunitas. 8 E os ammonitas [5] deram presentes a Uzias: e o seu renome foi espalhado até á entrada do Egypto, porque se fortificou altamente. 9 Tambem Uzias edificou torres em Jerusalem, [6] á porta da esquina, e á porta do valle, e aos angulos, e as fortificou. 10 Tambem edificou torres no deserto, e cavou muitos poços; porque tinha muito gado, tanto nos valles como nas campinas; lavradores e vinhateiros, nos montes e nos campos ferteis; porque era amigo da agricultura. 11 Tinha tambem Uzias _um_ exercito d’_homens_ destros na guerra, que sahiam ao exercito em tropas, segundo o numero da sua mostra, por mão de Jeiel, chanceler, e Maaseias, official, debaixo da mão d’Hananias, _um_ dos principes do rei. 12 Todo o numero dos chefes dos paes, varões valentes, _era_ de dois mil e seiscentos. 13 E debaixo das suas ordens _havia_ um exercito guerreiro de trezentos e sete mil e quinhentos homens, que faziam a guerra com força bellicosa, para ajudar o rei contra os inimigos. 14 E preparou-lhes Uzias, para todo o exercito, escudos, e lanças, e capacetes, e couraças e arcos; e _até_ fundas para _atirar_ pedras. 15 Tambem fez em Jerusalem machinas da invenção d’engenheiros, que estivessem nas torres e nos cantos, para atirarem frechas e grandes pedras: e voou a sua fama até muito longe; porque foi maravilhosamente ajudado, até que se fortificou. _Uzias é atacado de lepra._ 16 Mas, havendo-se já [7] fortificado, exaltou-se o seu coração até se corromper: e transgrediu contra o Senhor, seu Deus, porque entrou [8] no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso. 17 Porém o sacerdote Azarias entrou após elle, [9] e com elle oitenta sacerdotes do Senhor, varões valentes. 18 E resistiram ao rei Uzias, e lhe disseram: A ti, Uzias, não _compete_ queimar incenso perante o Senhor, mas aos sacerdotes, [10] filhos d’Aarão, que são consagrados para queimar incenso; sae do sanctuario, porque transgrediste; e não _será isto_ para honra tua da parte do Senhor Deus. 19 Então Uzias se indignou: e tinha o incensario na sua mão para queimar incenso: indignando-se elle pois contra os sacerdotes, a lepra lhe saiu á [11] testa perante os sacerdotes, na casa do Senhor, junto ao altar do incenso; 20 Então o summo sacerdote Azarias olhou para elle, como tambem todos os sacerdotes, e eis que _já estava_ leproso na sua testa, e apressuradamente o lançaram fóra: e até elle mesmo se deu pressa a sair, visto que o Senhor o ferira. 21 Assim ficou leproso [12] o rei Uzias até ao dia da sua morte: e morou, _por ser_ leproso, n’uma casa separada, porque foi excluido da casa do Senhor: e Jothão, seu filho, tinha o cargo da casa do rei, julgando o povo da terra. 22 Quanto ao mais dos successos d’Uzias, [13] tanto os primeiros como os derradeiros, o propheta Isaias, filho d’Amós, o escreveu. 23 E dormiu [14] Uzias com seus paes, e o sepultaram com seus paes no campo do sepulchro que _era_ dos reis; porque disseram: Leproso _é_. E Jothão, seu filho, reinou em seu logar. [1] II Reis 14.21, 22 e 15.1, etc. [2] cap. 24.2. Gen. 41.15. Dan. 1.17 e 2.19 e 10.1. [3] Isa. 14.29. [4] cap. 21.16. [5] II Sam. 8.2. cap. 17.11. [6] II Reis 14.13. Neh. 3.13, 19, 32. Zac. 14.10. [7] Deu. 32.15. Deu. 8.14. cap. 25.19. [8] II Reis 16.12, 13. [9] I Chr. 6.10. [10] Num. 16.40 e 18.7. Exo. 30.7, 8. [11] Num. 12.10. II Reis 5.27. [12] II Reis 15.5. Lev. 13.46. Num. 5.2. [13] Isa. 1.1. [14] II Reis 15.7. Isa. 6.1. _Jothão reina bem e vence os ammonitas._ [Antes de Christo 765] 27 Tinha Jothão [1] vinte e cinco annos d’edade, quando começou a reinar, e dezeseis annos reinou em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Jerusa, filha de Zadok. 2 E fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor, conforme a tudo o que fizera Uzias, seu pae, excepto que não entrou no templo do Senhor. [2] E ainda o povo se corrompia. 3 Este edificou a porta alta da casa do Senhor, e tambem edificou muito sobre o muro d’Ophel. 4 Tambem edificou cidades nas montanhas de Judah, e edificou nos bosques castellos e torres. 5 Elle tambem guerreou contra o rei dos filhos d’Ammon, e prevaleceu sobre elles, de modo que os filhos d’Ammon n’aquelle anno lhe deram cem talentos de prata, e dez mil coros de trigo, e dez mil de cevada: isto lhe trouxeram os filhos d’Ammon tambem o segundo e o terceiro anno. 6 Assim se fortificou Jothão, porque dirigiu os seus caminhos na presença do Senhor seu Deus. 7 O resto pois dos successos de Jothão, e todas as suas guerras e os seus caminhos eis que _está_ escripto no livro dos reis d’Israel e de Judah. 8 Tinha vinte e cinco annos d’edade, quando começou a reinar, e dezeseis annos reinou em Jerusalem. 9 E dormiu Jothão [3] com seus paes, e o sepultaram na cidade de David: e Achaz, seu filho, reinou em seu logar. [1] II Reis 15.32, etc. [2] II Reis 15.35. [3] II Reis 15.38. _Achaz é impio e os syros affligem-n’o._ [Antes de Christo 741] 28 Tinha Achaz [1] vinte annos d’edade, quando começou a reinar, e dezeseis annos reinou em Jerusalem: e não fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor, como David seu pae. 2 Antes andou nos caminhos dos reis d’Israel, e, de mais d’isto, fez imagens [2] fundidas a Baalim. 3 Tambem queimou incenso no valle do filho d’Hinnom, [3] e queimou a seus filhos no fogo, conforme ás abominações dos gentios que o Senhor tinha desterrado de diante dos filhos d’Israel. 4 Tambem sacrificou, e queimou incenso nos altos e nos outeiros, como tambem debaixo de toda a arvore verde. 5 Pelo que o Senhor seu Deus [4] o entregou na mão do rei dos syros, os quaes o feriram, e levaram d’elle em captiveiro uma grande multidão de presos, que trouxeram a Damasco: tambem foi entregue na mão do rei d’Israel, o qual o feriu de grande ferida. 6 Porque [5] Peka, filho de Remalias, matou n’um dia em Judah cento e vinte mil, todos homens bellicosos; porquanto deixaram ao Senhor, Deus de seus paes. 7 E Zichri, varão potente de Ephraim, matou a Maasias, filho do rei, e a Azrikam, o mordomo, e a Elkana, o segundo depois do rei. 8 E os filhos [6] d’Israel levaram presos de seus irmãos duzentos mil, mulheres, filhos e filhas: e saquearam tambem d’elles grande despojo, e trouxeram o despojo para Samaria. 9 E estava ali um propheta do Senhor, cujo nome _era_ Oded, o qual saiu ao encontro do exercito que vinha para Samaria, e lhe disse: [7] Eis que, irando-se o Senhor Deus de vossos paes contra Judah, os entregou na vossa mão, e vós os matastes com _uma_ raiva _tal_, [8] _que_ chegou até aos céus. 10 E agora vós cuidaes em sujeitar a vós os filhos de Judah e Jerusalem, como [9] captivos e captivas: _porventura_ não _sois_ vós mesmos _aquelles_ entre os quaes ha culpas contra o Senhor vosso Deus? 11 Agora pois ouvi-me, e tornae a enviar os prisioneiros que trouxestes presos de vossos irmãos; porque o ardor da ira [10] do Senhor está sobre vós. 12 Então se levantaram alguns homens d’entre os chefes dos filhos d’Ephraim; Azarias, filho de Johanan, Berechias, filho de Mesillemoth, e Jehizkias filho de Sallum, e Amasa, filho de Hadlai, contra os que voltavam da batalha. 13 E lhes disseram: Não fareis entrar aqui estes presos, porque, em relação á nossa culpa contra o Senhor, vós intentaes accrescentar _mais_ a nossos peccados e a nossas culpas, sendo que já temos tanta culpa, e já o ardor da ira _está_ sobre Israel. 14 Então os _homens_ armados deixaram os presos e o despojo diante dos maioraes e de toda a congregação. 15 E os homens [11] que foram apontados por _seus_ nomes se levantaram, e tomaram os presos, e vestiram do despojo a todos os que d’entre elles estavam nús; e os vestiram, e os calçaram, e lhes deram [12] de comer e de beber, e os ungiram, e a todos os que estavam fracos levaram sobre jumentos, e os trouxeram a Jericó, á cidade das palmeiras, a seus irmãos: depois voltaram para Samaria. _Achaz busca o soccorro dos reis d’Assyria e não o acha._ 16 N’aquelle tempo [13] o rei Achaz enviou aos reis d’Assyria, a _pedir_ que o ajudassem. 17 De mais d’isto tambem os idumeos vieram, e feriram a Judah, e levaram presos em captiveiro. 18 Tambem os philisteos [14] deram sobre as cidades da campina e do sul de Judah, e tomaram a Beth-semes, e Aijalon, e a Gederot e a Socoh, e os logares da sua jurisdicção, e a Thimna, e os logares da sua jurisdicção, e a Gimzo, e os logares da sua jurisdicção: e habitaram ali. 19 Porque o Senhor humilhou a Judah por causa [15] d’Achaz, rei d’Israel; porque abandonou a Judah, que de todo se dera a prevaricar contra o Senhor. 20 E veiu a elle [16] Tilgath-pilneser, rei d’Assyria; porém o poz em aberto, e não o corroborou. 21 Porque Achaz tomou _uma_ porção da casa do Senhor, e da casa do rei, e dos principes, e _a_ deu ao rei d’Assyria; porém não o ajudou. 22 E ao tempo em que este o apertou, então ainda mais transgrediu contra o Senhor, tal era o rei Achaz. 23 Porque sacrificou [17] aos deuses de Damasco, que o feriram, e disse: Visto que os deuses dos reis da Syria os ajudam, eu lhes sacrificarei, para que me ajudem a [18] mim. Porém elles foram a sua ruina, e de todo o Israel. 24 E ajuntou Achaz os vasos da casa do Senhor, e fez em pedaços os vasos da casa de Deus, e fechou [19] as portas da casa do Senhor, e fez para si altares em todos os cantos de Jerusalem. 25 Tambem em cada cidade de Judah fez altos para queimar incenso a outros deuses: assim provocou á ira o Senhor, Deus de seus paes. 26 O resto [20] pois de seus successos e de todos os seus caminhos, tanto os primeiros como os derradeiros, eis que _está_ escripto no livro dos reis de Judah e de Israel. 27 E dormiu Achaz com seus paes, e o sepultaram na cidade, em Jerusalem, porém não o pozeram nos sepulchros dos reis de Israel: e Ezequias, seu filho, reinou em seu logar. [1] II Reis 16.2. [2] Exo. 34.17. Lev. 19.4. Jui. 2.11. [3] II Reis 23.10. Lev. 18.21. II Reis 16.3. cap. 33.6. [4] Isa. 7.1. II Reis 16.5, 6. [5] II Reis 15.27. [6] cap. 11.4. [7] Isa. 10.5 e 47.6. Eze. 25.12, 15 e 26.2. Zac. 1.15. [8] Esd. 9.6. Apo. 18.5. [9] Lev. 25.39, 42, 43, 46. [10] Thi. 2.13. [11] ver. 12. [12] II Reis 6.22. Pro. 25.21, 22. Luc. 6.27. Rom. 12.20. [13] II Reis 16.7. [14] cap. 21.2. Eze. 16.27, 57. [15] cap. 21.2. Exo. 32.25. [16] II Reis 15.29 e 16.7, 8, 9. [17] cap. 25.14. [18] Jer. 44.17, 18. [19] cap. 29.3, 7. [20] II Reis 16.19, 20. _Ezequias manda purificar o templo._ [Antes de Christo 726] 29 Tinha Ezequias [1] vinte e cinco annos de edade, quando começou a reinar e reinou vinte e nove annos em Jerusalem: e _era_ o nome de sua mãe Abia, [2] filha de Zacharias. 2 E fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor, conforme a tudo quanto fizera David seu pae. 3 Este, no anno primeiro do seu reinado, no mez [3] primeiro, abriu as portas da casa do Senhor, e as reparou. 4 E trouxe os sacerdotes, e os levitas, e os ajuntou na praça oriental, 5 E lhes disse: Ouvi-me, ó levitas, sanctificae-vos agora, [4] e sanctificae a casa do Senhor, Deus de vossos paes, e tirae do sanctuario a immundicia. 6 Porque nossos paes transgrediram, e fizeram o _que_ era mal aos olhos do Senhor nosso Deus, e o deixaram; e desviaram [5] os seus rostos do tabernaculo do Senhor, e lhe deram as costas. 7 Tambem fecharam [6] as portas do alpendre, e apagaram as lampadas, e não queimaram incenso nem offereceram holocaustos no sanctuario, ao Deus de Israel. 8 Pelo que veiu [7] grande ira do Senhor sobre Judah e Jerusalem, e os entregou á perturbação, á [8] assolação, e ao assobio, como vós _o_ estaes vendo com os vossos olhos. 9 Porque eis que [9] nossos paes cairam á espada, e nossos filhos, e nossas filhas, e nossas mulheres por isso _estiveram_ em captiveiro. 10 Agora me _tem vindo_ ao coração, que façamos _um_ concerto [10] com o Senhor, Deus de Israel; para que se desvie de nós o ardor da sua ira. 11 Agora, filhos meus, não sejaes negligentes; pois o [11] Senhor vos tem escolhido para estardes diante d’elle para o servirdes, e para serdes seus ministros e queimadores de incenso. _Os levitas purificam o templo._ 12 Então se levantaram os levitas, Mahath, filho d’Amasai, e Joel filho de Azarias, dos filhos dos kohathitas: e dos filhos de Merari, Kis, filho d’Abdi, e Azarias, filho de Jehalelel: e dos gersonitas, Joah, filho de Zimma, e Eden filho de Joah; 13 E d’entre os filhos de Elisaphan, Simri e Jeiel: d’entre os filhos d’Asaph, Zacharias e Matthanias: 14 E d’entre os filhos d’Heman, Jehiel e Simei: e d’entre os filhos de Jeduthun, Semaias e Uziel. 15 E ajuntaram a seus irmãos, e sanctificaram-se [12] e vieram conforme ao mandado do rei, pelas palavras do Senhor, para purificarem a casa do Senhor. 16 E os sacerdotes entraram dentro da casa do Senhor, para a purificar, e tiraram para fóra, ao pateo da casa do Senhor, toda a immundicia que acharam no templo do Senhor: e os levitas a tomaram, para a levarem para fóra, ao ribeiro de Cedron. 17 Começaram pois a sanctificar ao primeiro do mez primeiro: e ao oitavo dia do mez vieram ao alpendre do Senhor, e sanctificaram a casa do Senhor em oito dias: e no dia decimo sexto do primeiro mez acabaram. 18 Então entraram para dentro, ao rei Ezequias, e disseram: Já purificámos toda a casa do Senhor, como tambem o altar do holocausto com todos os seus vasos e a mesa da proposição com todos os seus vasos. 19 Tambem todos os vasos que o rei Achaz [13] no seu reinado lançou fóra, na sua transgressão, já preparámos e sanctificámos: e eis que estão diante do altar do Senhor. _Ezequias restabelece o culto de Deus._ 20 Então o rei Ezequias se levantou de madrugada, e ajuntou os maioraes da cidade, e subiu á casa do Senhor. 21 E trouxeram sete novilhos e sete carneiros, e sete cordeiros, e sete bodes, para sacrificio pelo peccado, [14] pelo reino, e pelo sanctuario, e por Judah, e disse aos filhos de Aarão, os sacerdotes, que _os_ offerecessem sobre o altar do Senhor. 22 E elles mataram os bois, e os sacerdotes tomaram o sangue [15] e o espargiram sobre o altar: tambem mataram os carneiros, e espargiram o sangue sobre o altar: similhantemente mataram os cordeiros, e espargiram o sangue sobre o altar. 23 Então trouxeram os bodes _para sacrificio_ pelo peccado, perante o rei e a congregação, e lhes impozeram [16] as suas mãos. 24 E os sacerdotes os mataram, e com o seu sangue fizeram expiação [17] do peccado sobre o altar, para reconciliar a todo o Israel: porque o rei tinha ordenado _que se fizesse_ aquelle holocausto e _sacrificio_ pelo peccado, por todo o Israel. 25 E poz [18] os levitas na casa do Senhor com cymbalos, com alaudes, e com harpas, conforme ao mandado de David e de Gad, o vidente do rei, e do propheta Nathan: porque este mandado _veiu_ do Senhor, por mão de seus prophetas. 26 Estavam pois os levitas em pé com os instrumentos [19] de David, e os sacerdotes com as trombetas. 27 E deu ordem Ezequias que offerecessem o holocausto sobre o altar, e ao tempo em que começou o holocausto, [20] começou tambem o canto do Senhor, com as trombetas e com os instrumentos de David, rei de Israel. 28 E toda a congregação se prostrou, quando cantavam o canto, e as trombetas se tocavam: tudo _isto_ até o holocausto se acabar. 29 E acabando de o offerecer, o rei [21] e todos quantos com elle se acharam se prostraram e adoraram. 30 Então disse o rei Ezequias, e os maioraes, aos levitas que louvassem ao Senhor com as palavras de David, e d’Asaph, o vidente. E o louvaram com alegria e se inclinaram e adoraram. 31 E respondeu Ezequias, e disse: Agora vos consagrastes a vós mesmos ao Senhor; chegae-vos e trazei sacrificios e offertas de louvor á casa do Senhor. E a congregação trouxe sacrificios e offertas [22] de louvor, e todo o voluntario de coração, holocaustos. 32 E o numero dos holocaustos, que a congregação trouxe, foi de setenta bois, cem carneiros, duzentos cordeiros: tudo _isto_ em holocausto para o Senhor. 33 _Houve_, tambem de coisas consagradas, seiscentos bois e tres mil ovelhas. 34 Eram porém os sacerdotes mui poucos, e não podiam esfolar a todos os holocaustos; pelo que seus irmãos os levitas [23] os ajudaram, até a obra se acabar, e até que os _outros_ sacerdotes se sanctificaram; porque os levitas _foram_ mais rectos de coração, para se sanctificarem, do que os sacerdotes. 35 E _houve_ tambem holocaustos em abundancia, com a gordura das offertas pacificas, e com as offertas de licor [24] para os holocaustos. _Assim_ se estabeleceu o ministerio da casa do Senhor. 36 E Ezequias, e todo o povo se alegraram, de que Deus tinha preparado o povo; porque apressuradamente se fez esta obra. [1] II Reis 18.1. [2] cap. 26.5. [3] cap. 28.24. ver. 7. [4] I Chr. 15.12. cap. 35.6. [5] Jer. 2.27. Eze. 8.16. [6] cap. 28.24. [7] cap. 24.18. [8] I Reis 9.8. Jer. 18.16 e 19.8 e 25.9, 18 e 29.18. [9] cap. 28.5, 6, 8, 17. [10] cap. 15.12. [11] Num. 3.6 e 8.14 e 18.2, 6. [12] ver. 5. I Chr. 23.28. [13] cap. 28.24. [14] Lev. 4.3, 14. [15] Lev. 8.14, 15, 19, 24. Heb. 9.21. [16] Lev. 4.15, 24. [17] Lev. 14.20. [18] I Chr. 16.4 e 25.6. I Chr. 23.5 e 25.1. cap. 8.14. II Sam. 24.11. cap. 30.12. [19] I Chr. 23.5. Amós 6.5. Num. 10.8, 10. I Chr. 15.24 e 16.6. [20] cap. 23.18. [21] cap. 20.18. [22] Lev. 7.12. [23] cap. 35.11. cap. 30.3. [24] Lev. 3.16. Num. 15.5, 7, 10. _Ezequias convida todo o povo a vir a Jerusalem para celebrar a paschoa._ 30 Depois d’isto Ezequias enviou por todo o Israel e Judah, e escreveu tambem cartas a Ephraim e a Manasseh que viessem á casa do Senhor a Jerusalem, para celebrarem a paschoa ao Senhor Deus de Israel. 2 Porque o rei tivera conselho com os seus maioraes, e com toda a congregação em Jerusalem, para celebrarem [1] a paschoa no segundo mez. 3 Porquanto no mesmo tempo não a poderam celebrar, [2] porque se não tinham sanctificado bastantes sacerdotes, e o povo se não tinha ajuntado em Jerusalem. 4 E foi isto recto aos olhos do rei, e aos olhos de toda a congregação. 5 E ordenaram que se fizesse passar pregão por todo o Israel, desde Berseba até Dan, para que viessem a celebrar a paschoa ao Senhor, Deus de Israel, a Jerusalem; porque muitos a não tinham celebrado como estava escripto. 6 Foram pois os correios com as cartas, da mão do rei e dos seus principes, por todo o Israel e Judah, e segundo o mandado do rei, dizendo: Filhos d’Israel, [3] convertei-vos ao Senhor, Deus d’Abrahão, d’Isaac e de Israel; para que elle se torne para aquelles de vós que escaparam, e ficaram da mão [4] dos reis d’Assyria. 7 E não sejaes como vossos paes [5] e como vossos irmãos, que transgrediram contra o Senhor, Deus de seus paes, [6] pelo que os deu em assolação como o vêdes. 8 Não endureçaes [7] agora a vossa cerviz, como vossos paes; dae a mão ao Senhor, e vinde ao seu sanctuario que elle sanctificou para sempre, e servi ao Senhor vosso Deus, para que o ardor da sua ira se desvie de vós. 9 Porque, em vos convertendo ao Senhor, vossos irmãos e vossos filhos acharão misericordia perante os que os levaram captivos, e tornarão a esta terra; porque o Senhor vosso Deus _é_ piedoso [8] e misericordioso, e não desviará de vós o _seu_ rosto, se vos converterdes a elle. 10 E os correios foram passando de cidade em cidade, pela terra d’Ephraim e Manasseh até Zebulon; porém riram-se e zombaram [9] d’elles. 11 Todavia [10] alguns d’Aser, e de Manasseh, e de Zebulon, se humilharam, e vieram a Jerusalem. 12 E em Judah esteve a mão de [11] Deus, dando-lhes um só coração, para fazerem o mandado do rei e dos principes, conforme á palavra do Senhor. 13 E ajuntou-se em Jerusalem muito povo, para celebrar a festa dos pães asmos, no segundo mez; uma mui grande congregação. 14 E levantaram-se, e tiraram os altares [12] que _havia_ em Jerusalem: tambem tiraram todos os vasos de incenso, e os lançaram no ribeiro de Cedron. 15 Então sacrificaram a paschoa no dia decimo quarto do segundo mez; e os sacerdotes e levitas [13] se envergonharam e se sanctificaram e trouxeram holocaustos á casa do Senhor. 16 E pozeram-se no seu posto, segundo o seu costume, conforme a lei de Moysés o homem de Deus: e os sacerdotes espargiam o sangue, _tomando-o_ da mão dos levitas. 17 Porque _havia_ muitos na congregação que se não tinham sanctificado; pelo que [14] os levitas tinham cargo de matarem os cordeiros da paschoa por todo aquelle que não _estava_ limpo, para o sanctificarem ao Senhor. 18 Porque uma multidão [15] do povo, muitos d’Ephraim e Manasseh, Issacar e Zebulon, se não tinham purificado, _e_ comtudo comeram a paschoa, não como está escripto; porém Ezequias orou por elles, dizendo: O Senhor, que _é_ bom, faça reconciliação com aquelle 19 _Que_ tem preparado o seu coração para buscar [16] ao Senhor, Deus, o Deus de seus paes, ainda que não esteja purificado segundo a purificação do sanctuario. 20 E ouviu o Senhor a Ezequias, e sarou o povo. 21 E os filhos de Israel, que se acharam em Jerusalem, celebraram a festa dos pães asmos [17] sete dias com grande alegria: e os levitas e os sacerdotes louvaram ao Senhor de dia em dia com instrumentos fortemente retinintes ao Senhor. 22 E Ezequias fallou benignamente a todos os levitas, que tinham entendimento no bom [18] conhecimento do Senhor: e comeram _as offertas_ da solemnidade por sete dias, offerecendo offertas pacificas, e louvando ao Senhor, Deus de seus paes. 23 E, tendo toda a congregação conselho para celebrarem outros sete dias, [19] celebraram ainda sete dias com alegria. 24 Porque Ezequias, [20] rei de Judah, apresentou á congregação mil novilhos e sete mil ovelhas; e os principes apresentaram á congregação mil novilhos e dez mil ovelhas: e os sacerdotes [21] se sanctificaram em grande numero. 25 E alegraram-se, toda a congregação de Judah, e os sacerdotes, e os levitas, [22] toda a congregação de todos os que vieram de Israel; como tambem os estrangeiros que vieram da terra de Israel e os que habitavam em Judah. 26 E houve grande alegria em Jerusalem; porque desde os dias de Salomão, filho de David, rei de Israel, tal não _houve_ em Jerusalem. 27 Então os sacerdotes, os levitas, se levantaram [23] e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida: porque a sua oração chegou até á sua sancta habitação, aos céus. [1] Num. 9.10, 11. [2] Exo. 12.18. cap. 29.34. [3] Jer. 4.1. Joel 2.13. [4] II Reis 15.19, 29. [5] Eze. 20.18. [6] cap. 29.8. [7] Deu. 10.16. cap. 29.10. [8] Exo. 34.6. Isa. 55.7. [9] cap. 36.10. [10] cap. 11.16. ver. 18, 21. [11] Phi. 2.13. cap. 29.25. [12] cap. 28.24. [13] cap. 29.34. [14] cap. 29.34. [15] ver. 11. Exo. 12.43, etc. [16] cap. 19.3. [17] Exo. 12.15 e 13.6. [18] Deu. 33.10. cap. 17.9 e 35.3. Esd. 10.11. [19] I Reis 8.65. [20] cap. 35.7, 8. [21] cap. 29.34. [22] ver. 11, 18. [23] Num. 6.23. 31 E acabando tudo isto, todos os israelitas que _ali_ se acharam sairam ás cidades de Judah e quebraram [ME] as estatuas [1] cortaram os bosques, e derribaram os altos e altares por toda Judah e Benjamin, como tambem em Ephraim e Manasseh, até que tudo destruiram: então tornaram todos os filhos de Israel, cada um para sua possessão, para as cidades d’elles. _Ezequias regula as turmas dos sacerdotes e levitas._ 2 E estabeleceu [2] Ezequias as turmas dos sacerdotes e levitas, segundo as suas turmas, a cada um segundo o seu ministerio; aos sacerdotes e levitas [3] para o holocausto e para as offertas pacificas; para ministrarem, e louvarem, e cantarem, ás portas dos arraiaes do Senhor. 3 Tambem estabeleceu a parte da fazenda do rei para os holocaustos; para os holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos sabbados, e das luas novas, e das solemnidades: como _está_ escripto na [4] lei do Senhor. 4 E ordenou ao povo, aos moradores de [5] Jerusalem, que dessem a parte dos sacerdotes e levitas; para que se podessem esforçar na lei do Senhor. 5 E, depois que este dito se divulgou, [6] os filhos de Israel trouxeram muitas primicias de trigo, mosto, e azeite, e mel, e de toda a novidade do campo: tambem os dizimos de tudo trouxeram em abundancia. 6 E aos filhos de Israel e de Judah, que habitavam na cidade de Judah tambem trouxeram dizimos das vaccas e das ovelhas, e dizimos das coisas sagradas que foram [7] consagradas ao Senhor seu Deus: e fizeram muitos montões. 7 No terceiro mez começaram a fazer os primeiros montões: e no setimo mez acabaram. 8 Vindo pois Ezequias e os principes, e vendo aquelles montões, bemdisseram ao Senhor e ao seu povo Israel. 9 E perguntou Ezequias aos sacerdotes e aos levitas ácerca d’aquelles montões. 10 E Azarias, o summo sacerdote da casa de Zadok, lhe fallou, dizendo: Desde [8] que esta offerta se começou a trazer á casa do Senhor, houve que comer e de que se fartar, e ainda sobejo em abundancia; porque o Senhor bemdisse ao seu povo, e sobejou esta abastança. 11 Então disse Ezequias que se preparassem camaras na casa do Senhor, e _as_ prepararam. 12 Ali metteram fielmente as offertas, e os dizimos, e as coisas consagradas: e tinha cargo d’isto Conanias, [9] o levita maioral, e Simei, seu irmão, o segundo. 13 E Jehiel, e Azarias, e Nahath, e Asahel, e Jerimoth, e Jozabad, e Eliel, e Ismachias, e Mahath, e Benaias, _eram_ superintendentes debaixo da mão de Conanias e Simei seu irmão, por mandado do rei Ezequias, e de Azarias, maioral da casa de Deus. 14 E Kore filho de Jimna, o levita, porteiro da banda do oriente, tinha cargo das offertas voluntarias de Deus, para distribuir as offertas alçadas do Senhor e as coisas sanctissimas. 15 E [MF] debaixo das suas ordens _estavam_ Eden, e Miniamin, e Jesua, e Semaias, Amorias, e Sechanias, nas cidades [10] dos sacerdotes, para distribuirem com fidelidade a seus irmãos, segundo as suas turmas, tanto aos pequenos como aos grandes; 16 Além dos que estavam contados pelas genealogias dos machos, da edade de tres annos e _d’ahi_ para cima; a todos os que entravam na casa do Senhor, para a obra de cada dia no seu dia, pelo seu ministerio [MG] nas suas guardas, segundo as suas turmas. 17 E os que estavam contados pelas genealogias dos sacerdotes, segundo a casa de seus paes; como tambem os levitas, da edade de vinte annos [11] e _d’ahi_ para cima, nas suas guardas, segundo as suas turmas: 18 Como tambem conforme ás genealogias, com todas as suas creanças, suas mulheres, e seus filhos, e suas filhas, por toda a congregação: porque com fidelidade estes se sanctificavam nas coisas consagradas. 19 Tambem d’entre os filhos d’Aarão havia [12] sacerdotes nos campos dos arrabaldes das suas cidades, em cada cidade, homens que foram contados pelos seus nomes para distribuirem as porções a todo o macho entre os sacerdotes e a todos os que estavam contados pelas genealogias entre os levitas. 20 E assim fez Ezequias em todo o Judah: e fez [13] o _que era_ bom, e recto, e verdadeiro, perante o Senhor seu Deus. 21 E em toda a obra que começou no serviço da casa de Deus, e na lei, e nos mandamentos, para buscar a seu Deus, com todo o seu coração _o_ fez, e prosperou. [1] II Reis 18.4. [2] I Chr. 23.6 e 24.1. [3] I Chr. 23.30, 31. [4] Num. 28 e 29. [5] Num. 18.8, etc. Neh. 13.10. Mal. 2.7. [6] Exo. 22.29. Neh. 13.12. [7] Lev. 27.30. Deu. 14.28. [8] Mal. 3.10. [9] Neh. 13.13. [10] Jos. 21.9. [11] I Chr. 23.24, 27. [12] Lev. 25.34. Num. 35.2. ver. 12, 13, 14, 15. [13] II Reis 20.3. _Sennaquerib invade Judah, e Deus destroe o seu exercito._ [Antes de Christo 713] 32 Depois [1] d’estas coisas e d’esta fidelidade, veiu Sennaquerib, rei d’Assyria, e entrou em Judah, e acampou-se contra as cidades fortes, e intentou separal-as para si. 2 Vendo pois Ezequias que Sennaquerib vinha, e que o seu rosto _se dirigia_ á guerra contra Jerusalem, 3 Teve conselho com os seus principes e os seus varões, para que se tapassem as fontes das aguas que _havia_ fóra da cidade: e elles o ajudaram. 4 Porque muito povo se ajuntou, que tapou todas as fontes, como tambem o ribeiro que se estendia pelo meio da terra, dizendo: Porque viriam os reis d’Assyria, e achariam tantas aguas? 5 E elle [2] se fortificou, e edificou todo o muro quebrado até ás torres, e levantou o outro muro para fóra; e fortificou a [3] Millo na cidade de David, e fez armas e escudos em abundancia. 6 E poz officiaes de guerra sobre o povo, e ajuntou-os a si na praça da porta da cidade, e fallou-lhes ao coração, dizendo: 7 Esforçae-vos, [4] e tende bom animo; não temaes, nem vos espanteis, por causa do rei d’Assyria, nem por causa de toda a multidão que _está_ com elle, [5] porque ha um maior comnosco do que com elle. 8 Com elle _está_ [6] o braço de carne, mas comnosco o Senhor nosso Deus, para nos ajudar, e para guerrear nossas guerras. E o povo descançou nas palavras d’Ezequias, rei de Judah. 9 Depois [7] d’isto Sennaquerib, rei d’Assyria, enviou os seus servos a Jerusalem (elle porém _estava_ diante de Lachis, com todo o seu dominio), a Ezequias, rei de Judah, e a todo o Judah que _estava_ em Jerusalem, dizendo: 10 Assim [8] diz Sennaquerib, rei d’Assyria: Em que confiaes vós, que vos ficaes na fortaleza em Jerusalem? 11 _Porventura_ não vos incita Ezequias, para morrerdes á fome e á sede, dizendo: O Senhor nosso [9] Deus nos livrará das mãos do rei d’Assyria? 12 Não [10] é Ezequias o mesmo que tirou os seus altos e os seus altares, e fallou a Judah e a Jerusalem, dizendo: Diante do unico altar vos prostrareis, e sobre elle queimareis incenso? 13 Não sabeis vós o que eu e meus paes fizemos a todos os povos das terras? [11] _porventura_ poderam de qualquer maneira os deuses das nações d’aquellas terras livrar a sua terra da minha mão? 14 Qual _é_, de todos os deuses d’aquellas nações que meus paes destruiram, que podesse livrar o seu povo da minha mão, para que vosso Deus vos possa livrar da minha mão? 15 Agora, pois, não vos engane [12] Ezequias, nem vos incite assim, nem lhe deis credito; porque nenhum deus de nação alguma, nem de reino algum, pode livrar o seu povo da minha mão, nem da mão de meus paes: quanto menos vos poderá livrar o vosso Deus da minha mão? 16 Tambem seus servos fallaram ainda mais contra o Senhor Deus, e contra Ezequias, o seu servo. 17 Escreveu [13] tambem cartas, para blasphemar do Senhor Deus d’Israel, e para fallar contra elle, dizendo: Assim como os deuses das nações das terras não livraram o seu povo da minha mão, assim tambem o Deus d’Ezequias não livrará o seu povo da minha mão. 18 E [14] clamaram em alta voz em judaico contra o povo de Jerusalem, que _estava_ em cima do muro, para os atemorisarem e os perturbarem, para que tomassem a cidade. 19 E fallaram do Deus de Jerusalem, como dos deuses dos povos da [15] terra, obras das mãos dos homens. 20 Porém o rei Ezequias e o propheta Isaias, filho d’Amós, [16] oraram contra isso, e clamaram ao céu. 21 Então o Senhor [17] enviou um anjo que destruiu a todos os varões valentes, e os principes, e os chefes no arraial do rei d’Assyria: e tornou com vergonha de rosto á sua terra: e, entrando na casa de seu deus, os mesmos que sairam das suas entranhas, o mataram ali á espada. 22 Assim livrou o Senhor a Ezequias, e aos moradores de Jerusalem, da mão de Sennaquerib, rei d’Assyria, e da mão de todos: e de todos os lados os guiou. 23 E muitos traziam presentes a Jerusalem ao Senhor, e coisas preciosissimas a [18] Ezequias, rei de Judah, de modo que depois d’isto foi exaltado perante os olhos de todas as nações. _Doença e morte de Ezequias._ 24 N’aquelles dias Ezequias adoeceu [19] de morte; e orou ao Senhor, o qual lhe fallou, e lhe deu um [MH] signal. 25 Mas não [20] correspondeu Ezequias ao beneficio que se lhe fez; porque o seu coração se exaltou; pelo que veiu grande indignação sobre elle, e sobre Judah e Jerusalem. 26 Ezequias [21], porém, se humilhou pela exaltação do seu coração, elle e os habitantes de Jerusalem: e a grande indignação do Senhor não veiu sobre elles, nos dias de Ezequias. 27 E teve Ezequias riquezas e gloria em grande abundancia: e fez-se thesouros de prata, e de oiro, e de pedras preciosas, e de especiarias, e d’escudos, e de todo o aviamento que se podia desejar. 28 Tambem armazens para a colheita do trigo, e do mosto, e do azeite; e estrebarias para toda a casta d’animaes, e curraes para os rebanhos. 29 Fez-se tambem cidades, e possessões d’ovelhas e vaccas em abundancia: porque Deus lhe tinha [22] dado muitissima fazenda. 30 Tambem [23] o mesmo Ezequias tapou o manancial superior das aguas de Gihon, e as fez correr por baixo para o occidente da cidade de David: porque Ezequias prosperou em toda a sua obra. 31 Comtudo, no negocio dos embaixadores dos principes de Babylonia, que foram enviados a [24] elle, a perguntarem ácerca do prodigio que se fez n’aquella terra, Deus o desamparou, para tental-o, para saber tudo _o que havia_ no seu coração. 32 Quanto ao resto dos successos d’Ezequias, e as suas beneficencias, eis que _estão_ escriptos na visão [25] do propheta Isaias, filho d’Amós, _e_ no livro dos reis de Judah e d’Israel. 33 E dormiu [26] Ezequias com seus paes, e o sepultaram no mais alto dos sepulchros dos filhos de David; e todo o Judah e os habitantes de Jerusalem lhe fizeram honras [27] na sua morte: e Manasses, seu filho, reinou em seu logar. [1] II Reis 18.13, etc. Isa. 36.1, etc. [2] Isa. 22.9, 10. cap. 25.23. [3] II Sam. 5.9. I Reis 9.24. [4] Deu. 31.6. cap. 20.15. [5] II Reis 6.16. [6] Jer. 17.5. I João 4.4. cap. 13.12. Rom. 8.31. [7] II Reis 18.17. [8] II Reis 18.19. [9] II Reis 18.30. [10] II Reis 18.22. [11] II Reis 18.33, 34, 35. [12] II Reis 18.29. [13] II Reis 19.9. II Reis 19.12. [14] II Reis 18.28. II Reis 18.26, 27, 28. [15] II Reis 19.18. [16] II Reis 19.15. II Reis 19.2, 4. [17] II Reis 19.35, etc. [18] cap. 17.5. cap. 1.1. [19] II Reis 20.1. Isa. 38.1. [20] cap. 26.16. Hab. 2.4. cap. 24.2. [21] Jer. 26.18, 19. II Reis 20.19. [22] I Chr. 29.12. [23] Isa. 22.9, 11. [24] II Sam. 20.12. Isa. 39.1. Deu. 8.2. [25] Isa. 36 e 37 e 38 e 39. II Reis 18 e 19 e 20. [26] II Reis 20.21. [27] Pro. 10.7. _A idolatria de Manassés._ [Antes de Christo 698] 33 Tinha Manasses [1] doze annos d’edade, quando começou a reinar, e cincoenta e cinco annos reinou em Jerusalem. 2 E fez o _que era_ mal aos olhos do Senhor, conforme ás abominações dos gentios que o Senhor lançara fóra de diante dos filhos d’Israel. 3 Porque tornou a edificar os altos que Ezequias [2], seu pae, tinha derribado; e levantou altares a Baalim, e fez bosques, e prostrou-se diante de todo o exercito dos céus, e o serviu. 4 E edificou altares na casa do Senhor, da qual o Senhor tinha dito: [3] Em Jerusalem estará o meu nome eternamente. 5 Edificou altares a todo o exercito dos céus, em ambos os pateos da casa do Senhor. 6 Fez elle [4] tambem passar seus filhos pelo fogo no valle do filho de Hinnom, e usou d’adivinhações e d’agoiros, e de feitiçarias, e ordenou adivinhos e encantadores: _e_ fez muitissimo mal aos olhos do Senhor, para o provocar á ira. 7 Tambem poz [5] uma imagem esculpida, o idolo que tinha feito, na casa de Deus, da qual Deus tinha dito a David e a Salomão seu filho: N’esta casa, em Jerusalem, que escolhi de todas as tribus d’Israel, porei eu o meu nome para sempre; 8 E nunca mais [6] removerei o pé d’Israel da terra que ordenei a vossos paes; comtanto que tenham cuidado de fazer tudo o que eu lhes ordenei, conforme a toda a lei, e estatutos, e juizos, _dados_ pela mão de Moysés. 9 E Manasses tanto fez errar a Judah e aos moradores de Jerusalem, que fizeram peior do que as nações que o Senhor tinha destruido de diante dos filhos d’Israel. 10 E fallou o Senhor a Manasses e ao seu povo, porém não deram ouvidos. _O captiveiro de Manasses, sua oração e morte._ 11 Pelo [7] que o Senhor trouxe sobre elles os principes do exercito do rei d’Assyria, os quaes prenderam a Manasses entre os espinhaes; e o amarraram com cadeias, e o levaram a Babylonia. 12 E elle, angustiado, orou devéras ao Senhor seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus paes; 13 E lhe fez oração, e Deus se aplacou para com elle, e ouviu a sua supplica, e o tornou a trazer a Jerusalem, ao seu reino: então conheceu Manasses que o Senhor era Deus. 14 E depois d’isto edificou o muro de fóra da cidade de David, ao occidente de Gihon, no valle, e á entrada da porta do peixe, e á roda, até Ophel, e o levantou mui alto: tambem poz officiaes valentes em todas as cidades fortes de Judah. 15 E tirou da casa do Senhor os deuses estranhos e o idolo, como tambem todos os altares que tinha edificado no monte da casa do Senhor, e em Jerusalem, e os lançou fóra da cidade. 16 E reparou o altar do Senhor, e offereceu sobre elle offertas pacificas e de louvor: e mandou a Judah que servissem ao Senhor Deus d’Israel. 17 Mas ainda [8] o povo sacrificava nos altos, mas sómente ao Senhor seu Deus. 18 O resto pois dos successos de Manasses, e a sua oração ao seu Deus, e as palavras dos videntes que lhe fallaram no nome do Senhor, Deus d’Israel, eis que _estão_ nos successos dos reis d’Israel. 19 E a sua oração, e como _Deus_ se aplacou para com elle, e todo o seu peccado, e a sua transgressão, e os logares onde edificou altos, e poz bosques e imagens d’esculptura, antes que se humilhasse, eis que _está_ escripto nos livros dos videntes. 20 E dormiu [9] Manasses com seus paes, e o sepultaram em sua casa; Amon, seu filho, reinou em seu logar. _O reinado de Amon e a sua impiedade._ [Antes de Christo 677] 21 _Era_ Amon [10] de edade de vinte e dois annos, quando começou a reinar, e dois annos reinou em Jerusalem. 22 E fez o _que era_ mal aos olhos do Senhor, como [11] havia feito Manasses, seu pae; porque Amon sacrificou a todas as imagens d’esculptura que Manasses, seu pae, tinha feito, e as serviu. 23 Mas não se humilhou perante o Senhor, como Manasses, seu pae, se humilhara: antes multiplicou Amon os seus delictos. 24 E conspiraram [12] contra elle os seus servos, e o mataram em sua casa. 25 Porém o povo da terra feriu a todos quantos conspiraram contra o rei Amon: e o povo da terra fez reinar em seu logar a Josias, seu filho. [1] Deu. 18.9. II Chr. 28.3. [2] II Reis 18.4. cap. 30.14 e 31.1 e 32.12. Deu. 16.21. Deu. 17.3. [3] Deu. 12.11. I Reis 8.29 e 9.3. cap. 6.6 e 7.16. [4] cap. 28.3. Eze. 23.37, 39. Deu. 18.10, 11. II Reis 21.6. [5] II Reis 21.7. [6] II Sam. 7.10. [7] Deu. 28.36. Job 36.8. [8] cap. 32.12. [9] II Reis 21.18. [10] II Reis 21.19, etc. [11] ver. 12. [12] II Reis 21.23, 24. _Josias abole a idolatria._ [Antes de Christo 624] 34 Tinha Josias [1] oito annos quando começou a reinar, e trinta e um annos reinou em Jerusalem. 2 E fez o _que era_ recto aos olhos do Senhor: e andou nos caminhos de David, seu pae, sem se desviar _d’elles_ nem para a direita nem para a esquerda. 3 Porque no oitavo anno do seu reinado, sendo ainda moço, começou [2] a buscar o Deus de David, seu pae; e no duodecimo anno começou a purificar [3] a Judah e a Jerusalem, dos altos, e dos bosques, e das imagens d’esculptura e de fundição. 4 E derribaram [4] perante elle os altares de Baalim; e cortou as imagens do sol, que _estavam_ acima d’elles: e os bosques, e as imagens d’esculptura e de fundição quebrou e reduziu a pó, e _o_ espargiu [5] sobre as sepulturas dos que lhes tinham sacrificado. 5 E os ossos [6] dos sacerdotes queimou sobre os seus altares: e purificou a Judah e a Jerusalem. 6 O mesmo _fez_ nas cidades de Manasseh, e d’Ephraim, e de Simeão, e ainda até Naphtali; em seus logares ao redor, assolados. 7 E, tendo derribado os altares, e os bosques, e as [7] imagens de esculptura, até reduzil-os a pó, e tendo cortado todas as imagens do sol em toda a terra d’Israel, então voltou para Jerusalem. _Josias repara o templo. Hilkias acha o livro da lei._ 8 E no anno [8] decimo oitavo do seu reinado, havendo já purificado a terra e a casa, enviou a Saphan, filho d’Asalias, e a Maaseias, maioral da cidade, e a Joah, filho de Joachaz, registrador, para repararem a casa do Senhor, seu Deus. 9 E vieram a Hilkias, summo sacerdote, e deram [9] o dinheiro que se tinha trazido á casa do Senhor, e que os levitas que guardavam o umbral tinham colligido da mão de Manasseh, e d’Ephraim, e de todo o resto de Israel, como tambem de todo o Judah e Benjamin: e voltaram para Jerusalem. 10 E o deram na mão dos que tinham cargo da obra, e superintendiam sobre a casa do Senhor: e estes o deram aos que faziam a obra, e trabalhavam na casa do Senhor, para concertarem e repararem a casa. 11 E o deram aos mestres da obra, e aos edificadores, para comprarem pedras lavradas, e madeira para as junturas: e para sobradarem as casas que os reis de Judah tinham destruido. 12 E estes homens trabalhavam fielmente na obra; e os superintendentes sobre elles eram: Johath e Obadias, levitas, dos filhos de Merari, como tambem Zacharias e Mesullam, dos filhos dos kohathitas, para avançarem _a obra_: estes levitas todos eram entendidos em instrumentos de musica. 13 _Estavam_ tambem sobre os carregadores e os inspectores de todos os que trabalhavam em alguma obra; e d’entre os [10] levitas _eram_ os escrivães, e os officiaes e os porteiros. 14 E, tirando elles o dinheiro que se tinha trazido á casa do Senhor, Hilkias, o sacerdote, achou o [11] livro da lei do Senhor, _dada_ pela mão de Moysés. 15 E Hilkias respondeu, e disse a Saphan, o escrivão: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hilkias deu o livro a Saphan. 16 E Saphan levou o livro ao rei, e deu conta tambem ao rei, dizendo: Teus servos fazem tudo quanto se lhes encommendou. 17 E ajuntaram o dinheiro que se achou na casa do Senhor, e o deram na mão dos superintendentes e na mão dos que faziam a obra. 18 De mais d’isto, Saphan, o escrivão, fez saber ao rei, dizendo: O sacerdote Hilkias me deu um livro. E Saphan leu n’elle perante o rei. 19 Succedeu pois que, ouvindo o rei as palavras da lei, rasgou os seus vestidos. 20 E o rei mandou a Hilkias, e a Ahikam, filho de Saphan, e a Abdon, filho de Micah, e a Saphan, o escrivão, e a Asaias, ministro do rei, dizendo: 21 Ide, consultae ao Senhor por mim, e pelo que fica de resto em Israel e em Judah, sobre as palavras d’este livro que se achou; porque grande é o furor do Senhor, que se derramou sobre nós; porquanto nossos paes não guardaram a palavra do Senhor, para fazerem conforme a tudo quanto está escripto n’este livro. _Hulda a prophetiza prediz a ruina de Jerusalem._ 22 Então Hilkias, e os _enviados_ do rei, _foram ter com_ a prophetiza Hulda, mulher de Sallum, filho de Tokhath, [12] filho d’Hasra, guarda dos vestimentos (e habitava ella em Jerusalem na segunda parte); e fallaram-lhe segundo isto, 23 E ella lhes disse: Assim diz o Senhor, Deus d’Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: 24 Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre este logar, e sobre os seus habitantes, _a saber_: todas as maldições que estão escriptas no livro que se leu perante o rei de Judah. 25 Porque me deixaram, e queimaram incenso perante outros deuses, para me provocarem á ira com toda a obra das suas mãos; portanto o meu furor se derramou sobre este logar, e não se apagará. 26 Porém ao rei de Judah, que vos enviou a consultar ao Senhor, assim lhe direis: Assim diz o Senhor, Deus d’Israel, quanto ás palavras que ouviste: 27 Porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante Deus, ouvindo as suas palavras contra este logar, e contra os seus habitantes, e te humilhaste perante mim, e rasgaste os teus vestidos, e choraste perante mim, tambem eu te tenho ouvido, diz o Senhor. 28 Eis que te ajuntarei a teus paes, e tu serás recolhido ao teu sepulchro em paz, e os teus olhos não verão todo este mal que hei de trazer sobre este logar e sobre os seus habitantes. E tornaram com esta resposta ao rei. 29 Então enviou o rei, [13] e ajuntou a todos os anciãos de Judah e Jerusalem. 30 E o rei subiu á casa do Senhor, com todos os homens de Judah, e os habitantes de Jerusalem, e os sacerdotes, e os levitas, e todo o povo, desde o maior até ao mais pequeno: e elle leu aos ouvidos d’elles todas as palavras do livro do concerto, que se tinha achado na casa do Senhor. 31 E poz-se [14] o rei em pé em seu logar, e fez concerto perante o Senhor, para andar após o Senhor, e para guardar os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o seu coração, e com toda a sua alma, fazendo as palavras do concerto, que estão escriptas n’aquelle livro. 32 E fez estar em pé a todos quantos se acharam em Jerusalem e em Benjamin; e os habitantes de Jerusalem fizeram conforme ao concerto de Deus, do Deus de seus paes. 33 E Josias tirou [15] todas as abominações de todas as terras que _eram_ dos filhos d’Israel; e a todos quantos se acharam em Israel obrigou a que com _tal_ culto servissem ao Senhor seu Deus: [16] todos os seus dias não se desviaram d’após o Senhor, Deus de seus paes. [1] II Reis 22.1, etc. [2] cap. 15.2. [3] I Reis 13.2. cap. 33.17, 22. [4] Lev. 26.30. II Reis 23.4. [5] II Reis 23.6. [6] I Reis 13.2. [7] Deu. 9.21. [8] II Reis 22.3. [9] II Reis 12.4, etc. [10] I Chr. 23.4, 5. [11] II Reis 22.8, etc. [12] II Reis 22.14. [13] II Reis 23.1, etc. [14] II Reis 11.14 e 23.3. cap. 6.13. [15] I Reis 11.5. [16] Jer. 3.10. _A celebração da paschoa em Jerusalem._ [Antes de Christo 623] 35 Então Josias [1] celebrou a paschoa ao Senhor em Jerusalem: e mataram _o cordeiro da_ paschoa no decimo quarto dia do mez primeiro. 2 E estabeleceu [2] os sacerdotes nas suas guardas, e os animou ao ministerio da casa do Senhor. 3 E disse aos levitas [3] que ensinavam a todo o Israel e estavam consagrados ao Senhor: Ponde a arca sagrada na casa que [4] edificou Salomão, filho de David, rei d’Israel; não _tereis_ mais este cargo aos hombros: agora servi ao Senhor vosso Deus, e ao seu povo Israel. 4 E preparae-vos segundo as casas de vossos paes, [5] segundo as vossas turmas, conforme á prescripção de David rei d’Israel, e conforme á prescripção de Salomão, seu filho. 5 E estae no sanctuario segundo as divisões das casas paternas de vossos irmãos, os filhos do povo; e haja para cada um uma porção das casas paternas dos levitas. 6 E sacrificae a paschoa: e sanctificae-vos, [6] e preparae-a para vossos irmãos, fazendo conforme á palavra do Senhor, _dada_ pela mão de Moysés. 7 E apresentou [7] Josias, aos filhos do povo, cordeiros e cabritos do rebanho, todos para os sacrificios da paschoa, por todo o que _ali_ se achou, em numero de trinta mil, e de bois tres mil: isto _era_ da fazenda do rei. 8 Tambem apresentaram os seus principes offertas voluntarias ao povo, aos sacerdotes e aos levitas: Hilkias, e Zacharias, e Jehiel, maioral da casa de Deus, deram aos sacerdotes para os sacrificios da paschoa duas mil e seiscentas _rezes de gado miudo_, e trezentos bois. 9 E Conanias, e Semaias, e Nathanael, seus irmãos, como tambem Hasabias, e Jeiel, e Jozabad, maioraes dos levitas, apresentaram aos levitas, para os sacrificios da paschoa, cinco mil _rezes de gado miudo_, e quinhentos bois. 10 Assim se preparou [8] o serviço: e pozeram-se os sacerdotes nos seus postos, e os levitas nas suas turmas, conforme ao mandado do rei. 11 Então sacrificaram a paschoa: [9] e os sacerdotes espargiam _o sangue_ recebido das suas mãos, e os levitas esfollavam _as rezes_. 12 E pozeram de parte os holocaustos para os darem aos filhos do povo, segundo as divisões das casas paternas, para _o_ offerecerem ao Senhor, [10] como _está_ escripto no livro de Moysés: e assim _fizeram_ com os bois. 13 E assaram [11] a paschoa no fogo, segundo o rito: e as _offertas_ sagradas cozeram em panellas, e em caldeiras e em sertãs; e promptamente _as_ repartiram entre todo o povo. 14 Depois prepararam para si e para os sacerdotes; porque os sacerdotes, filhos d’Aarão, _se occuparam_ até á noite com o sacrificio dos holocaustos e da gordura; pelo que os levitas prepararam para si e para os sacerdotes, filhos d’Aarão. 15 E os cantores, filhos d’Asaph, _estavam_ no seu posto, segundo o mandado [12] de David, e d’Asaph, e d’Heman, e de Jeduthun, vidente do rei, como tambem os porteiros [13] a cada porta; não necessitaram de se desviarem do seu ministerio; porquanto seus irmãos, os levitas, preparavam para elles. 16 Assim se estabeleceu todo o serviço do Senhor n’aquelle dia, para celebrar a paschoa, e sacrificar holocaustos sobre o altar do Senhor, segundo o mandado do rei Josias. 17 E os filhos d’Israel que _ali_ se acharam celebraram a paschoa n’aquelle tempo, e a festa dos [14] pães asmos, sete dias. 18 Nunca [15] pois se celebrou tal paschoa em Israel, desde os dias do propheta Samuel: nem nenhuns reis d’Israel celebraram tal paschoa como a que celebrou Josias com os sacerdotes, e levitas, e todo o Judah e Israel, que _ali_ se acharam, e os habitantes de Jerusalem. 19 No anno decimo oitavo do reinado de Josias se celebrou esta paschoa. _Josias provoca o rei do Egypto e é morto._ 20 Depois [16] de tudo isto, havendo Josias já preparado [MI] a casa, subiu Necho, rei do Egypto, para guerrear contra Carchemis, junto ao Euphrates: e Josias lhe saiu ao encontro. 21 Então elle lhe mandou mensageiros, dizendo: Que tenho eu _que fazer_ comtigo, rei de Judah? quanto a ti, contra ti não venho hoje, senão contra a casa que me faz guerra; e disse Deus que me apressasse: guarda-te de _te oppores a_ Deus, que _é_ comigo, para que não te destrua. 22 Porém Josias não virou d’elle o seu rosto, antes se [17] disfarçou, para pelejar com elle; e não deu ouvidos ás palavras de Necho, _que sairam_ da bocca de Deus; antes veiu pelejar no valle de Megiddo. 23 E os frecheiros atiraram ao rei Josias: então o rei disse a seus servos: Tirae-me _d’aqui_, porque estou gravemente ferido. 24 E seus servos [18] o tiraram do carro, e o levaram no carro segundo que tinha, e o trouxeram a Jerusalem; e morreu, e o sepultaram nos sepulchros de seus paes: e todo [19] o Judah e Jerusalem tomaram luto por Josias. 25 E Jeremias fez uma [20] lamentação sobre Josias; e todos os cantores e cantoras fallaram de Josias nas suas lamentações, até ao _dia d’_hoje; porque as deram por estatuto em Israel; e eis que _estão_ escriptas nas lamentações. 26 Quanto ao mais dos successos de Josias, e as suas beneficencias, conforme _está_ escripto na lei do Senhor, 27 E os seus successos, tanto os primeiros como os ultimos, eis que _estão_ escriptos no livro dos reis d’Israel e de Judah. [1] II Reis 23.21, 22. Exo. 12.6. Esd. 6.19. [2] cap. 23.18. Esd. 6.18. cap. 29.5, 11. [3] Deu. 33.10. cap. 30.22. Mal. 2.7. [4] cap. 34.14. cap. 5.7. I Chr. 23.26. [5] I Chr. 9.10. I Chr. 23 e 24 e 25 e 26. cap. 8.14. [6] cap. 29.5, 15 e 30.3, 15. Esd. 6.20. [7] cap. 30.24. [8] Esd. 6.18. [9] cap. 29.22. cap. 29.34. [10] Lev. 3.3. [11] Exo. 12.8, 9. Deu. 16.7. I Sam. 2.13, 14, 15. [12] I Chr. 25.1, etc. [13] I Chr. 9.17, 18 e 26.11, etc. [14] Exo. 12.15 e 13.6. cap. 30.21. [15] II Reis 23.22, 23. [16] II Reis 23.29. Jer. 46.2. [17] I Reis 22.30. [18] II Reis 23.30. [19] Zac. 12.11. [20] Lam. 4.20. Mat. 9.23. Jer. 22.20. _Joachaz é levado captivo para o Egypto._ [Antes de Christo 610] 36 Então o povo [1] da terra tomou a Joachaz, filho de Josias, e o fizeram rei em logar de seu pae, em Jerusalem. 2 _Era_ Joachaz da edade de vinte e tres annos, quando começou a reinar: e tres mezes reinou em Jerusalem. 3 Porque o rei do Egypto o depoz em Jerusalem: e condemnou a terra á _contribuição de_ cem talentos de prata e um talento de oiro. 4 E o rei do Egypto poz a Eliakim, seu irmão, rei sobre Judah e Jerusalem, e mudou-lhe o nome em Joaquim: mas a seu irmão Joachaz tomou Necho, e levou-o para o Egypto. _Joaquim reina._ 5 Era Joaquim [2] de vinte e cinco annos d’edade, quando começou a reinar: e onze annos reinou em Jerusalem: e fez o _que era_ mau aos olhos do Senhor seu Deus. 6 Subiu _pois_ contra [3] elle Nabucodonosor, rei de Babylonia, e o amarrou com [4] cadeias, para o levar a Babylonia. 7 Tambem [5] _alguns dos_ vasos da casa do Senhor levou Nabucodonosor, a Babylonia, e pôl-os no seu [MJ] templo em Babylonia. 8 Quanto ao mais dos successos de Joaquim, e as suas abominações que fez, e o _mais_ que se achou n’elle, eis que _está_ escripto no livro dos reis d’Israel e de Judah: e Joaquim, seu filho, reinou em seu logar. 9 _Era_ Joaquim [6] da edade d’oito annos, quando começou a reinar: e tres mezes e dez dias reinou em Jerusalem: e fez o _que era_ mau aos olhos do Senhor. 10 E no decurso d’um anno enviou o [7] rei Nabucodonosor, e mandou trazel-o a Babylonia, com os mais preciosos vasos da casa do Senhor; e poz a Zedekias, seu irmão, rei sobre Judah e Jerusalem. _Zedekias reina._ [Antes de Christo 593] 11 _Era_ Zedekias [8] da edade de vinte e cinco annos, quando começou a reinar: e onze annos reinou em Jerusalem. 12 E fez o _que era_ mau aos olhos do Senhor seu Deus; nem se humilhou perante o propheta Jeremias, _que fallava_ da parte do Senhor. 13 De mais d’isto, tambem se rebellou contra o [9] rei Nabucodonosor, que o tinha ajuramentado por Deus; mas endureceu a sua [10] cerviz, e tanto se obstinou _no_ seu coração, que se não converteu ao Senhor, Deus d’Israel. 14 Tambem todos os chefes dos sacerdotes e o povo augmentavam de mais em mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios: e contaminaram a casa do Senhor, que elle tinha sanctificado em Jerusalem. 15 E o Senhor, Deus [11] de seus paes, lhes enviou _a sua palavra_ pelos seus mensageiros, madrugando, e enviando-_lh’os_; porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação. 16 Porém zombaram [12] dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e mofaram dos seus prophetas; até o furor do Senhor tanto subiu contra o seu povo, que _mais_ nenhum remedio _houve_. 17 Porque [13] fez subir contra elles o rei dos chaldeos, o qual matou os seus mancebos á espada, na casa do seu sanctuario; e não teve piedade nem dos mancebos, nem das donzellas, nem dos velhos, nem dos decrepitos: a todos os deu na sua mão. 18 E todos os vasos da casa de Deus, grandes e pequenos, e os thesouros da casa do Senhor, e os thesouros do rei e dos seus principes, tudo levou [14] para Babylonia. 19 E queimaram [15] a casa do Senhor, e derrubaram o muro de Jerusalem: e todos os seus palacios queimaram a fogo, destruindo tambem todos os seus preciosos vasos. 20 E os que escaparam [16] da espada levou para Babylonia: e fizeram-se servos, d’elle e de seus filhos, até ao [MK] reinado do reino da Persia. 21 Para que se cumprisse a palavra do Senhor, pela bocca de [17] Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sabbados: todos os dias da assolação repousou, até que os setenta annos se cumpriram. 22 Porém, [18] no primeiro anno de Cyro, rei da Persia (para que se cumprisse a palavra do Senhor pela bocca de Jeremias), despertou o Senhor o espirito de Cyro, [19] rei da Persia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como tambem por escripto, dizendo: 23 Assim diz Cyro, [20] rei da Persia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar _uma_ casa em Jerusalem, que _está_ em Judah; quem de vós _ha_ entre todo o seu povo, o Senhor seu Deus _seja_ com elle, e suba. [1] II Reis 23.30, etc. [2] II Reis 23.36, 37. [3] II Reis 24.1. Hab. 1.6. [4] II Reis 24.6. Jer. 22.18, 19 e 36.30. [5] II Reis 24.13. Dan. 1.1, 2 e 5.2. [6] II Reis 24.8. [7] II Reis 24.10-17. Dan. 1.1, 2 e 5.2. [8] Jer. 37.1. II Reis 24.18. Jer. 52.1, etc. [9] Jer. 52.3. Eze. 17.15, 18. [10] II Reis 17.14. [11] Jer. 25.3, 4 e 35.15 e 44.4. [12] Jer. 5.12, 13. Pro. 1.25, 30. Jer. 32.3 e 38.6. Mat. 23.34. [13] Deu. 28.49. II Reis 25.1, etc. Eze. 9.7. [14] II Reis 25.13, etc. [15] II Reis 25.9. [16] II Reis 25.11. Jer. 27.7. [17] Jer. 25.9, 11, 12 e 26.6, 7 e 29.10. Lev. 26.34, 35, 43. Dan. 9.2. Lev. 25.4, 5. [18] Esd. 1.1. Jer. 25.12, 13 e 29.10 e 33.10, 11, 14. [19] Isa. 44.28. [20] Esd. 1.2, 3. O LIVRO DE ESDRAS. _Cyro convida os judeos a voltarem para Jerusalem e edificarem o templo._ [Antes de Christo 536] 1 No primeiro anno de Cyro, rei da Persia (para que se cumprisse a palavra [1] do Senhor, por bocca de Jeremias) despertou o Senhor o espirito de Cyro, rei da Persia o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como tambem por escripto, dizendo: 2 Assim diz Cyro, rei da Persia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra: e elle me [2] encarregou de lhe edificar _uma_ casa em Jerusalem, que _está_ em Judah. 3 Quem _ha_ entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com elle, e suba a Jerusalem, que _está_ em Judah, e edifique a casa do Senhor, Deus d’Israel; elle _é_ o [3] Deus que _habita_ em Jerusalem. 4 E todo aquelle que ficar atraz em alguns logares em que andar peregrinando, os homens do seu logar o ajudarão com prata, e com oiro, e com fazenda, e com gados, afóra das dadivas voluntarias para a casa do Senhor, que _habita_ em Jerusalem. 5 Então se levantaram os chefes dos paes de Judah e Benjamin, e os sacerdotes e os levitas, com todos _aquelles_ cujo espirito Deus despertou, [4] para subirem a edificar a casa do Senhor, que _está_ em Jerusalem. 6 E todos os que _habitavam_ nos arredores lhes confortaram as mãos com vasos de prata, com oiro, com fazenda, e com gados, e com as coisas preciosas; afóra tudo o que voluntariamente se deu. 7 Tambem o rei Cyro [5] tirou os vasos da casa do Senhor, que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalem, e que tinha posto na casa de seus deuses. 8 Estes tirou Cyro, rei da Persia, pela mão de Mithredath, o thesoureiro, que os deu por conta a Sesbazar, [6] principe de Judah. 9 E este _é_ o numero d’elles: trinta bacias d’oiro, mil bacias de prata, vinte e nove facas, 10 Trinta taças d’oiro, _mais_ outras quatrocentas e dez taças de prata, _e_ mil outros vasos. 11 Todos os vasos d’oiro e de prata _foram_ cinco mil e quatrocentos: todos estes levou Sesbazar, quando os do captiveiro subiram de Babylonia para Jerusalem. [1] II Chr. 36.22, 23. Jer. 25.12 e 29.10. cap. 5.13, 14. [2] Isa. 44.28 e 45.1, 13. [3] Dan. 6.26. [4] Phi. 2.13. [5] cap. 5.14 e 6.5. II Reis 24.13. II Chr. 36.7. [6] cap. 5.14. _A lista dos que voltaram de Babylonia para Jerusalem com Zorobabel._ 2 Estes _são_ [1] os filhos da provincia, que subiram do captiveiro, dos transportados, que Nabucodonosor, rei de Babylonia, tinha transportado a Babylonia, e tornaram a Jerusalem e a Judah, cada um para a sua casa; 2 Os quaes vieram com Zorobabel, Josué, Nehemias, Seraias, Reelaias, Mardocheo, Bilsan, Mispar, Bigvai, Rehum _e_ Baana. O numero dos homens do povo de Israel: 3 Os filhos de Paros, dois mil, cento _e_ setenta e dois. 4 Os filhos de Sephtias, trezentos e setenta e dois. 5 Os filhos d’Arah, [2] setecentos _e_ setenta e cinco. 6 Os filhos de [3] Pahath-moab, dos filhos de Jesua-joab, dois mil, oitocentos e doze. 7 Os filhos d’Elam, mil, duzentos e cincoenta e quatro. 8 Os filhos de Zatthu, novecentos e quarenta e cinco. 9 Os filhos de Zaccai, setecentos e sessenta. 10 Os filhos de Bani, seiscentos e quarenta e dois. 11 Os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e tres. 12 Os filhos de Azgad, mil, duzentos e vinte e dois. 13 Os filhos de Adonikam, seiscentos _e_ sessenta e seis. 14 Os filhos de Bigvai, dois mil e cincoenta e seis. 15 Os filhos de Adin, quatrocentos _e_ cincoenta e quatro. 16 Os filhos d’Ater, d’Hizkia, noventa e oito. 17 Os filhos de Besai, trezentos _e_ vinte e tres. 18 Os filhos de Jora, cento e doze. 19 Os filhos de Hasum, duzentos _e_ vinte e tres. 20 Os filhos de Gibbar, noventa e cinco. 21 Os filhos de Bethlehem, cento e vinte e tres. 22 Os homens de Netopha, cincoenta e seis. 23 Os homens d’Anathoth, cento _e_ vinte e oito. 24 Os filhos d’Azmaveth, quarenta e dois. 25 Os filhos de Kiriath-arim, Chephira e Bearoth, setecentos e quarenta e tres. 26 Os filhos de Rama, e Gibeah, seiscentos _e_ vinte e um. 27 Os homens de Micmas, cento _e_ vinte e dois. 28 Os homens de Bethel e Ai, duzentos _e_ vinte e tres. 29 Os filhos de Nebo, cincoenta e dois. 30 Os filhos de Magbis, cento _e_ cincoenta e seis. 31 Os filhos do outro [4] Elam, mil, duzentos _e_ cincoenta e quatro. 32 Os filhos d’Harim, trezentos e vinte. 33 Os filhos de Lod, Hadid e Ono, setecentos _e_ vinte e cinco. 34 Os filhos de Jericó, trezentos _e_ quarenta e cinco. 35 Os filhos de Senaa, tres mil, seiscentos e trinta. 36 Os sacerdotes: [5] os filhos de Jedaias, da casa de Jesua, novecentos e setenta e tres. 37 Os filhos [6] d’Immer, mil _e_ cincoenta e dois. 38 Os filhos de [7] Pashur, mil, duzentos e quarenta e sete. 39 Os filhos [8] d’Harim, mil e dezesete. 40 Os levitas: os filhos de Jesua e Kadmiel, dos filhos d’Hodavias, setenta e quatro. 41 Os cantores: os filhos de Asaph, cento _e_ vinte e oito. 42 Os filhos dos porteiros: os filhos de Sallum, os filhos d’Ater, os filhos de Talmon, os filhos d’Akkub, os filhos d’Hatita, os filhos de Sobai: _por_ todos, cento _e_ trinta e nove. 43 Os nethineos: [9] os filhos de Ziha, os filhos d’Hasupha, os filhos de Tabbaoth, 44 Os filhos de Keros, os filhos de Siaha, os filhos de Padon, 45 Os filhos de Lebana, os filhos d’Hagaba, os filhos d’Akkub, 46 Os filhos d’Hagab, os filhos de Samlai, os filhos d’Hanan, 47 Os filhos de Giddel, os filhos de Gahar, os filhos de Reaias, 48 Os filhos de Resin, os filhos de Nekoda, os filhos de Gazam, 49 Os filhos d’Uzar, os filhos de Paseah, os filhos de Besai, 50 Os filhos d’Asna, os filhos dos meuneos, os filhos dos nephuseos, 51 Os filhos de Bakbuk, os filhos d’Hakupha, os filhos d’Harhur, 52 Os filhos de Basluth, os filhos de Mehida, os filhos d’Harsa, 53 Os filhos de Barkos, os filhos de Sisera, os filhos de Temah, 54 Os filhos de Nesiah, os filhos d’Hatipha. 55 Os filhos dos servos de Salomão: [10] os filhos de Sotai, os filhos de Sophereth, os filhos de Peruda, 56 Os filhos de Jaala, os filhos de Darkon, os filhos de Giddel, 57 Os filhos de Sephatias, os filhos d’Hattil, os filhos de Pochereth-hat-sebaim, os filhos de Ami. 58 Todos os [11] nethineos, e os filhos dos servos de Salomão, trezentos _e_ noventa e dois. 59 Tambem estes subiram de Tel-melah _e_ Tel-harsa, Cherub, Addan _e_ Immer: porém não poderam mostrar a casa de seus paes, e sua linhagem, se d’Israel _eram_. 60 Os filhos de Dalaias, os filhos de Tobias, os filhos de Nekoda, seiscentos _e_ cincoenta e dois. 61 E dos filhos dos sacerdotes: os filhos d’Habaias, os filhos de Kos, os filhos de [12] Barzillai, que tomou mulher das filhas de Barzillai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome. 62 Estes buscaram o seu registro _entre_ os que estavam registrados nas genealogias, mas não se acharam _n’ellas_; pelo que por immundos foram rejeitados do sacerdocio. 63 E o [ML] tirsatha lhes disse que não comessem das coisas sagradas, [13] até que houvesse sacerdote com Urim e com Thummim. 64 Toda esta congregação junta [14] _foi_, quarenta e dois mil trezentos _e_ sessenta, 65 Afóra os seus servos e as suas servas, que _foram_ sete mil, trezentos _e_ trinta e sete: tambem tinha duzentos cantores e cantoras. 66 Os seus cavallos, setecentos _e_ trinta e seis: os seus mulos, duzentos _e_ quarenta e cinco; 67 Os seus camelos, quatrocentos _e_ trinta e cinco: os jumentos, seis mil, setecentos e vinte. 68 E _alguns_ [15] dos chefes dos paes, vindo á casa do Senhor, que _habita_ em Jerusalem, deram voluntarias offertas para a casa de Deus, para a fundarem no seu logar. 69 Conforme ao seu poder, deram para o thesouro [16] da obra, em oiro, sessenta e um mil [MM] drachmas, e em prata cinco mil libras, e cem vestes sacerdotaes. 70 E habitaram os sacerdotes [17] e os levitas, e _alguns_ do povo, tanto os cantores, como os porteiros, e os nethineos, nas suas cidades; como tambem todo o Israel nas suas cidades. [1] Neh. 7.6, etc. II Reis 24.14, 15, 16 e 25.11. II Chr. 36.20. [2] Neh. 7.10. [3] Neh. 7.11. [4] ver. 7. [5] I Chr. 24.7. [6] I Chr. 24.14. [7] I Chr. 9.12. [8] I Chr. 24.8. [9] I Chr. 9.2. [10] I Reis 9.21. [11] Jos. 9.21, 27. I Chr. 9.2. I Reis 9.21. [12] II Sam. 17.27. [13] Num. 3.10. Lev. 22.2, 10, 15, 16. Exo. 28.30. Num. 27.21. [14] Neh. 7.66, etc. [15] Neh. 7.70. [16] I Chr. 26.20. [17] cap. 6.16, 17. Neh. 7.73. _É levantado o altar._ 3 Chegando pois o setimo mez, e _estando_ os filhos d’Israel _já_ nas cidades, se ajuntou o povo, como um só homem, em Jerusalem. 2 E levantou-se Josué, filho de Josadak, e seus irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, [1] filho de Sealthiel, e seus irmãos, e edificaram o altar do Deus d’Israel, para offerecerem sobre elle holocausto, como _está_ escripto [2] na lei de Moysés, o homem de Deus. 3 E firmaram o altar sobre as suas bases, porque o terror estava sobre elles, por causa dos povos das terras: e offereceram sobre elle holocaustos ao Senhor, holocaustos [3] de manhã e de tarde. 4 E celebraram [4] a festa dos tabernaculos, como _está_ escripto: _offereceram_ holocaustos de dia em dia por ordem, conforme ao rito, cada coisa no seu dia. 5 E depois d’isto o holocausto [5] continuo, e os das luas novas e de todas as solemnidades sanctificadas do Senhor; como tambem de qualquer que offerecia offerta voluntaria ao Senhor: 6 Desde o primeiro dia do setimo mez começaram a offerecer holocaustos ao Senhor: porém _ainda_ não estavam postos os fundamentos do templo do Senhor. 7 Deram pois o dinheiro aos [MN] cortadores e artifices, como tambem comida e bebida, [6] e azeite aos sidonios, e aos tyrios, para trazerem do Libano madeira de cedro ao mar de Joppe, segundo a concessão que lhes _tinha feito_ Cyro, rei da Persia. _São postos os alicerces do templo._ 8 E no segundo anno da sua vinda á casa de Deus em Jerusalem, no segundo mez, começaram Zorobabel, filho de Sealthiel, e Josué, filho de Josadak, e os outros seus irmãos, os sacerdotes e os levitas, e todos os que vieram do captiveiro a Jerusalem; e constituiram [7] os levitas da edade de vinte annos e d’ahi para cima, para que aviassem a obra da casa do Senhor. 9 Então se levantou [8] Josué, seus filhos, e seus irmãos, Kadmiel e seus filhos, os filhos de Judah, como um só homem, para aviarem os que faziam a obra na casa de Deus, _com_ os filhos d’Henadad, seus filhos e seus irmãos, os levitas. 10 Quando pois os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor, então apresentaram-se [9] os sacerdotes, _já_ vestidos e com trombetas, e os levitas, filhos d’Asaph, com psalterios, para louvarem ao Senhor, conforme á instituição de David, rei d’Israel. 11 E cantavam [10] a revezes, louvando e celebrando ao Senhor; porque _é_ bom; porque a sua benignidade _dura_ para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com grande jubilo, quando louvaram ao Senhor, pela fundação da casa do Senhor. 12 Porém muitos dos sacerdotes, e levitas e chefes dos paes, _já_ velhos, que viram a primeira casa, sobre o seu fundamento, _vendo_ perante os seus olhos esta casa, choraram em altas vozes; mas muitos levantaram as vozes com jubilo _e_ com alegria. 13 De maneira que não discernia o povo as vozes do jubilo d’alegria, das vozes do choro do povo; porque o povo jubilava com _tão_ grande jubilo, que as vozes se ouviam de mui longe. [1] Mat. 1.12. Luc. 3.27. [2] Deu. 12.5. [3] Num. 28.3, 4. [4] Neh. 8.14. Zac. 14.16, 17. [5] Exo. 29.38. Num. 28.3, 11, 19, 26 e 29.2, 8, 13. [6] I Reis 5.6, 9. II Chr. 2.10. Act. 12.20. Act. 9.36. [7] I Chr. 23.24, 27. [8] cap. 2.40. [9] I Chr. 16.5, 6, 42. I Chr. 6.31 e 16.4 e 25.1. [10] Exo. 15.21. II Chr. 7.3. Neh. 12.24. I Chr. 16.41. Jer. 33.11. _Os samaritanos accusam os judeos ao rei Artaxerxes, e a construcção do templo é prohibida._ [Antes de Christo 535] 4 Ouvindo pois os adversarios [1] de Judah e Benjamin que os que tornaram do captiveiro, edificavam o templo ao Senhor Deus d’Israel, 2 Chegaram-se a Zorobabel e aos chefes dos paes, e disseram-lhes: Deixae-nos edificar comvosco, porque, como vós, buscaremos a vosso Deus; como tambem _já_ lhe sacrificamos desde os dias [2] d’Asar-haddon, rei d’Assur, que nos fez subir aqui. 3 Porém Zorobabel, e Josué, e os outros chefes dos paes d’Israel lhes disseram: Não convem [3] que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus; mas nós sós a edificaremos ao Senhor, Deus d’Israel, como nos ordenou o rei Cyro, rei da Persia. 4 Todavia [4] o povo da terra debilitava as mãos do povo de Judah, e inquietava-os no edificar. 5 E alugaram contra elles conselheiros, para frustrarem o seu conselho, todos os dias de Cyro, rei da Persia, até ao reinado de Dario, rei da Persia. [Antes de Christo 522] 6 E sob o reino d’Ahasuero, no principio do seu reinado, escreveram _uma_ accusação contra os habitantes de Judah e de Jerusalem. 7 E nos dias d’Artaxerxes escreveu Bislam, Mithredath, Tabeel, e os outros da sua companhia, a Artaxerxes, rei da Persia: e a carta _estava_ escripta em caracteres syriacos, e na lingua syriaca. 8 Escreveram _pois_ Rhehum, o chanceller, e Simsai, o escrivão, uma carta contra Jerusalem, ao rei Artaxerxes, n’esta maneira: 9 Então escreveu Rhehum, o chanceller, e Simsai, o escrivão, e os outros da sua companhia: [5] os dinaitas e apharsathehitas, tarpelitas, apharsitas, archevitas, babylonios, susanchitas, dehavitas, elamitas. 10 E os outros [6] povos, que transportou o grande e afamado Asnappar, e que elle fez habitar na cidade de Samaria, e os outros d’áquem do rio, e em tal tempo. 11 Este _pois_ é o teor da carta que ao rei Artaxerxes lhe mandaram: “Teus servos, os homens d’áquem do rio, e em tal tempo. 12 Saiba o rei que os judeos que subiram de ti vieram a nós a Jerusalem, e edificam aquella rebelde e malvada cidade, e vão restaurando os _seus_ muros, e reparando os _seus_ fundamentos. 13 Agora saiba o rei que, se aquella cidade se reedificar, e os muros se restaurarem, não pagarão os direitos, os tributos [7] e as rendas; e _assim_ se damnificará a fazenda dos reis. 14 Agora _pois_, porquanto assalariados somos do paço, e não nos convem ver a deshonra do rei, por isso mandamos dar aviso ao rei, 15 Para que se busque no livro das chronicas de teus paes, e acharás no livro das chronicas, e saberás que aquella foi uma cidade rebelde, e damnosa aos reis e provincias, e que n’ella fizeram rebellião de tempos antigos; pelo que foi aquella cidade destruida. 16 Nós pois fazemos notorio ao rei que, se aquella cidade se reedificar, e os seus muros se restaurarem, d’esta maneira não terás porção alguma d’esta banda do rio.” 17 _E_ o rei enviou _esta_ resposta a Rhehum, o chanceller, e a Simsai, o escrivão, e aos mais da sua companhia, que habitavam em Samaria; como tambem ao resto dos que _estavam_ d’além do rio: Paz _hajaes_! e em tal tempo. 18 A carta que nos enviastes foi explicitamente lida diante de mim. 19 E, ordenando-o eu, buscaram e acharam, que de tempos antigos aquella cidade se levantou contra os reis, e n’ella se tem feito rebellião e sedição. 20 Tambem houve reis poderosos sobre Jerusalem que d’além do rio dominaram [8] em todo o _logar_, e se lhes pagaram direitos, e tributos, e rendas. 21 Agora pois dae ordem para impedirdes aquelles homens, afim de que não se edifique aquella cidade, até que se dê _uma_ ordem por mim. 22 _E_ guardae-vos de commetterdes erro n’isto; porque cresceria o damno para prejuizo dos reis? 23 Então, depois que a copia da carta do rei Artaxerxes se leu perante Rhehum, e Simsai, o escrivão, e seus companheiros, apressadamente foram elles a Jerusalem, aos judeos, e os impediram á _força de_ braço e _com_ violencia. 24 Então cessou a obra da casa de Deus, que _estava_ em Jerusalem: e cessou até ao anno segundo do reinado de Dario rei da Persia. [1] ver. 7, 8, 9. [2] II Reis 17.24, 32, 33 e 19.37. [3] Neh. 2.20. cap. 1.1, 2, 3. [4] cap. 3.3. [5] II Reis 17.30, 31. [6] ver. 1. [7] cap. 7.24. [8] I Reis 4.21. Gen. 15.18. Jos. 1.4. _Aggeo e Zacharias exhortam os judeos a continuarem a construcção do templo._ [Antes de Christo 520] 5 E Aggeo [1], propheta, e Zacharias, filho d’Iddo, prophetas, prophetizaram aos judeos que _estavam_ em Judah, e em Jerusalem: em nome do Deus de Israel lhes _prophetizaram_. 2 Então se levantaram [2] Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Josadak, e começaram a edificar a casa de Deus, que _está_ em Jerusalem; e com elles os prophetas de Deus, que os ajudavam. 3 N’aquelle tempo veiu a [3] elles Tattenai, governador d’áquem do rio, e Sethar-boznai, e os seus companheiros, e disseram-lhes assim: Quem vos deu ordem para edificardes esta casa, e restaurardes este muro? 4 Então [4] assim lhes dissemos: _E_ quaes são os nomes dos homens que edificaram este edificio? 5 Porém os olhos de [5] Deus estavam sobre os anciãos dos judeos, e não os impediram, até que o negocio viesse a Dario, e então respondessem por carta sobre isso. 6 Copia da carta que Tattenai, o governador d’áquem do rio, com Sethar-boznai [6] e os seus companheiros, os apharsachitas, que _estavam_ d’áquem do rio, enviaram ao rei Dario. 7 Enviaram-lhe uma relação; e assim estava escripto n’ella: “Toda a paz ao rei Dario. 8 Seja notorio ao rei, que nós fomos á provincia de Judah, á casa do grande Deus, que se edifica com grandes pedras, e _já_ a madeira se está pondo sobre as paredes; e esta obra apressuradamente se faz, e se adianta em suas mãos. 9 Então perguntámos aos anciãos, _e_ assim lhes dissemos: Quem vos deu ordem [7] para edificardes esta casa, e restaurardes este muro? 10 De mais d’isto, lhes perguntámos tambem pelos seus nomes, para t’os declararmos: para que te podessemos escrever os nomes dos homens que _são_ entre elles os chefes. 11 E esta resposta nos deram, dizendo: Nós somos servos de Deus dos céus e da terra, e reedificamos a casa que foi edificada muitos annos antes; porque um grande rei d’Israel a edificou [8] e aperfeiçoou. 12 Mas depois [9] que nossos paes provocaram á ira o Deus dos céus, elle os entregou na mão de Nabucodonosor, rei de Babylonia, o chaldeo, o qual destruiu esta casa, e transportou o seu povo para Babylonia. 13 Porém no primeiro anno de Cyro, rei [10] de Babylonia, o rei Cyro deu ordem para que esta casa de Deus se edificasse. 14 E até [11] os vasos de oiro e prata, da casa de Deus, que Nabucodonosor tomou do templo que _estava_ em Jerusalem e os metteu no templo de Babylonia, o rei Cyro os tirou do templo de Babylonia, e foram dados a um homem cujo nome _era_ Sesbazar, [12] a quem nomeou governador. 15 E disse-lhe: Toma estes vasos, vae, _e_ leva-os ao templo que _está_ em Jerusalem, e faze edificar a casa de Deus, no seu logar. 16 Então veiu o dito Sesbazar, _e_ poz os fundamentos da casa de Deus, que _está_ em Jerusalem [13] e desde então para cá se está edificando, e _ainda_ não está acabada. 17 Agora, pois, se _parece_ bem ao rei, [14] busque-se lá na casa dos thesouros do rei, que _está_ em Babylonia, se é verdade que se deu uma ordem pelo rei Cyro para edificar esta casa de Deus em Jerusalem; e sobre isto se nos manda saber a vontade do rei.” [1] Agg. 1.1. Zac. 1.1. [2] cap. 3.2. [3] ver. 6. cap. 6.6. [4] ver. 10. [5] cap. 7.6, 28 e 6.6. [6] cap. 4.9. [7] ver. 3, 4. [8] I Reis 6.1. [9] II Chr. 36.16, 17. [10] cap. 1.1. [11] cap. 1.7, 8 e 6.5. [12] Agg. 1.14 e 2.2, 21. [13] cap. 3.8, 10. cap. 6.15. [14] cap. 6.1, 2. _O rei Dario confirma a ordem de edificar o templo._ [Antes de Christo 536] 6 Então o rei Dario deu ordem, e buscaram [1] na chancellaria, onde se mettiam os thesouros em Babylonia. 2 E em Achmetha, no paço, que está na provincia de Media, se achou um rôlo, e n’elle estava escripto _um_ memorial _que dizia_ assim: 3 No anno primeiro do rei Cyro, o rei Cyro deu _esta_ ordem: A casa de Deus em Jerusalem, _esta_ casa se edificará para logar em que se offereçam sacrificios, e seus fundamentos serão firmes: a sua altura de sessenta covados, e a sua largura de sessenta covados; 4 _Com_ tres carreiras [2] de grandes pedras, e uma carreira de madeira nova: e a despeza se fará da casa do rei. 5 De mais d’isto, os vasos [3] de oiro e de prata da casa de Deus, que Nabucodonosor transportou do templo que _estava_ em Jerusalem, e levou para Babylonia, se tornarão a dar, para que vão ao seu logar, ao templo que _está_ em Jerusalem, e os levarão á casa de Deus. 6 Agora [4] _pois_ Tattenai, governador de além do rio, Sethar-boznai, e os seus companheiros, os apharsachitas, que _estaes_ de além do rio, apartae-vos d’ali. 7 Deixa-_os_ na obra d’esta casa de Deus; _para que_ o governador dos judeos e os judeus edifiquem esta casa de Deus no seu logar. 8 Tambem por mim se decreta o que haveis de fazer com os anciãos dos judeos, para edificar esta casa de Deus, _a saber_: que da fazenda do rei dos tributos d’além do rio se dê promptamente a despeza a estes homens, para que não sejam impedidos. 9 E o que _fôr_ necessario, como bezerros, e carneiros, e cordeiros, por holocausto ao Deus dos céus, trigo, sal, vinho e azeite, segundo o rito dos sacerdotes que _estão_ em Jerusalem; _e_ dê-se-lhes, de dia em dia, para que não _haja_ falta. 10 Para que offereçam [5] sacrificios de cheiro suave ao Deus dos céus, e orem pela vida do rei e de seus filhos. 11 Tambem por mim se decreta que todo o homem que mudar este decreto, um madeiro se arrancará da sua casa, e, levantado, o pendurarão n’elle, [6] e da sua casa se fará por isso um monturo. 12 O Deus, pois, que fez habitar ali o seu nome [7] derribe a todos os reis e povos que estenderem a sua mão para _o_ mudarem _e_ para destruirem esta casa de Deus, que _está_ em Jerusalem. Eu, Dario, dei o decreto; apressuradamente se faça. _Acaba-se o templo e é consagrado._ [Antes de Christo 519] 13 Então Tattenai, o governador de além do rio, Sethar-boznai e os seus companheiros, assim fizeram apressuradamente, conforme ao que decretara o rei Dario. 14 E os anciãos [8] dos judeos iam edificando e prosperando pela prophecia do propheta Aggeo, e de Zacharias, filho d’Iddo: e a edificaram e aperfeiçoaram conforme ao mandado do Deus de Israel, [9] e conforme ao mandado de Cyro e Dario, e d’Artaxerxes rei da Persia. 15 E acabou-se esta casa no dia terceiro do mez d’Adar que era o sexto anno do reinado do rei Dario. [Antes de Christo 515] 16 E os filhos d’Israel, os sacerdotes, e os levitas, e o resto dos filhos do captiveiro, fizeram a consagração [10] d’esta casa de Deus com alegria. 17 E offereceram [11] para a consagração d’esta casa de Deus cem novilhos, duzentos carneiros, quatrocentos cordeiros, e doze cabritos por _expiação_ do peccado de todo o Israel; segundo o numero das tribus d’Israel. 18 E pozeram os sacerdotes nas suas turmas [12] e os levitas nas suas divisões, para o ministerio de Deus, que _está_ em Jerusalem; conforme ao escripto do livro de Moysés. 19 E os que vieram do captiveiro celebraram [13] a paschoa no dia quatorze do primeiro mez. 20 Porque os sacerdotes e levitas se purificaram [14] como _se fossem_ um _só homem_, todos _estavam_ limpos: e mataram o _cordeiro da_ paschoa para todos os filhos do captiveiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos. 21 Assim comeram os filhos d’Israel que tinham voltado do captiveiro, com todos os que a elles se apartaram da immundicia [15] das gentes da terra, para buscarem o Senhor, Deus d’Israel: 22 E celebraram [16] a festa dos pães asmos os sete dias com alegria, porque o Senhor os tinha alegrado, e tinha mudado [17] o coração do rei de Assyria a favor d’elles; para lhes esforçar as mãos na obra da casa de Deus, _o_ Deus d’Israel. [1] cap. 5.17. [2] I Reis 6.36. [3] cap. 1.7, 8 e 5.14. [4] cap. 5.3. [5] cap. 7.23. Jer. 29.7. I Tim. 2.1, 2. [6] Dan. 2.5 e 3.29. [7] I Reis 9.3. [8] cap. 5.1, 2. [9] cap. 1.1 e 5.13. ver. 3. [10] I Reis 8.63. II Chr. 7.5. [11] cap. 8.35. [12] I Chr. 24.1. I Chr. 23.6. Num. 3.6 e 8.9. [13] Exo. 12.6. [14] II Chr. 30.15. II Chr. 35.11. [15] cap. 9.11. [16] Exo. 12.15 e 13.6. II Chr. 30.21 e 35.17. [17] Pro. 21.1. II Reis 23.29. _Artaxerxes envia Esdras a Jerusalem para proclamar o edicto em favor dos judeos._ [Antes de Christo 457] 7 E passadas estas coisas do reinado d’Artaxerxes, [1] rei da Persia, Esdras, filho de Seraias, filho d’Azarias, filho d’Hilkias, 2 filho de Sallum, filho de Zadok, filho d’Ahitub, 3 filho d’Amarias, filho d’Azarias, filho de Meraioth, 4 filho de Zerachias, filho de Uzi, filho de Bukki, 5 filho d’Abisua, filho de Phineas, filho d’Eleazar, filho d’Aarão, o summo sacerdote; 6 Este Esdras subiu de Babylonia; e _era_ escriba [2] habil na lei de Moysés, que deu o Senhor Deus d’Israel; e, segundo a mão do Senhor seu Deus, _que estava_ sobre elle, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira. 7 Tambem [3] subiram a Jerusalem _alguns_ dos filhos d’Israel, e dos sacerdotes, e dos levitas, e dos cantores, e dos porteiros, e dos nethineos, no anno setimo do rei Artaxerxes. 8 E no mez quinto veiu a Jerusalem; que _era_ o setimo anno d’este rei. 9 Porque no primeiro _dia_ do primeiro mez foi o principio da subida de Babylonia: e no primeiro dia do quinto mez chegou a Jerusalem, segundo a boa mão [4] do seu Deus sobre elle. 10 Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor e para fazel-a e para [5] ensinar em Israel os _seus_ estatutos e os _seus_ direitos. 11 Esta _é_ pois a copia da carta que o rei Artaxerxes deu ao sacerdote Esdras, o escriba das palavras dos mandamentos do Senhor, e dos seus estatutos sobre Israel. 12 “Artaxerxes, [6] rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do céu, _paz_ perfeita, e em tal tempo. 13 Por mim se decreta que no meu reino todo aquelle do povo d’Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que quizer ir comtigo a Jerusalem, vá. 14 Porquanto da parte do rei e dos seus [7] sete conselheiros _és_ mandado, para fazeres inquirição em Judah e em Jerusalem, conforme á lei do teu Deus, que _está_ na tua mão; 15 E para levares a prata e o oiro que o rei e os seus conselheiros voluntariamente deram ao Deus d’Israel, cuja habitação _está_ [8] em Jerusalem; 16 E toda a prata e o oiro que achares em toda a provincia de Babylonia, com as offertas voluntarias do povo [9] e dos sacerdotes, que voluntariamente offerecerem, para a casa de seu Deus, que _está_ em Jerusalem. 17 Portanto, logo compra com este dinheiro novilhos, carneiros, cordeiros, com as suas offertas de manjares, e as suas libações, e offerece-as [10] sobre o altar da casa de vosso Deus, que _está_ em Jerusalem. 18 Tambem o que a ti e a teus irmãos bem te parecer fazerdes do resto da prata e do oiro, _o_ fareis conforme á vontade do vosso Deus. 19 E os vasos que te foram dados para o serviço da casa de teu Deus, restitue-_os_ perante o Deus de Jerusalem. 20 E o resto do que fôr necessario para a casa de teu Deus, que te convenha dar, _o_ darás da casa dos thesouros do rei. 21 E por mim _mesmo_, o rei Artaxerxes, se decreta a todos os thesoureiros que _estão_ d’além do rio que tudo quanto vos pedir o sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus dos céus, apressuradamente se faça, 22 Até cem talentos de prata, e até cem coros de trigo, e até cem batos de vinho, e até cem batos d’azeite; e sal sem conta. 23 Tudo quanto _se ordenar_, segundo o mandado do Deus do céu, promptamente se faça para a casa do Deus do céu: porque para que haveria grande ira sobre o reino do rei e de seus filhos? 24 Tambem vos fazemos saber ácerca de todos os sacerdotes e levitas, cantores, porteiros, nethineos, e ministros da casa d’este Deus, que se lhes não possa impôr, nem direito, nem antigo tributo, nem renda. 25 E tu, Esdras, conforme á sabedoria do teu Deus, [11] que _está_ na tua mão, põe regedores e juizes, que julguem a todo o povo que _está_ d’além do rio, a todos os que sabem as leis de teu Deus; [12] e ao que _as_ não sabe, as fareis saber. 26 E todo aquelle que não fizer a lei do teu Deus e a lei do rei, logo se faça justiça d’elle: quer _seja_ morte, quer degredo, quer multa sobre os _seus_ bens, quer prisão. 27 Bemdito [13] _seja_ o Senhor Deus de nossos paes, que tal inspirou ao coração do rei, para ornarmos a casa do Senhor, que _está_ em Jerusalem; 28 E _que_ estendeu [14] para mim a _sua_ beneficencia perante o rei e os seus conselheiros e todos os principes poderosos do rei: assim me esforcei, segundo a mão do Senhor [15] sobre mim, e ajuntei d’entre Israel _uns_ chefes para subirem comigo.” [1] Neh. 2.1. I Chr. 6.14. [2] ver. 11, 12, 21. [3] ver. 9. cap. 8.22, 31. cap. 8.1. [4] ver. 6. Neh. 2.8, 10. [5] ver. 6, 25. Deu. 33.10. Neh. 8.1-8. Mal. 2.7. [6] Eze. 26.7. Dan. 2.37. [7] Est. 1.14. [8] II Chr. 6.2. [9] cap. 8.25. I Chr. 29.6, 9. [10] Deu. 12.5, 11. [11] Exo. 18.21, 22. Deu. 16.18. [12] ver. 10. II Chr. 17.7. Mal. 2.7. Mat. 23.2, 3. [13] I Chr. 29.10. cap. 6.22. [14] cap. 9.9. [15] cap. 5.5. ver. 6, 9. cap. 8.18. _A lista dos que voltaram de Babylonia com Esdras._ 8 Estes pois _são_ os chefes de seus paes, com as suas genealogias, dos que subiram comigo de Babylonia no reinado do rei Artaxerxes: 2 Dos filhos de Phineas, Gersom; dos filhos d’Ithamar, Daniel; dos filhos de David, [1] Hatus; 3 Dos filhos de Sechanias, _e_ dos filhos de Pareos, [2] Zacharias; e com elle por genealogias se contaram até cento e cincoenta homens. 4 Dos filhos de Pahath-moab, Elie-hoeni, filho de Zerachias; e com elle duzentos homens. 5 Dos filhos de Sechanias, o filho de Jehaziel; e com elle trezentos homens. 6 E dos filhos d’Adin, Ebed, filho de Jonathan; e com elle cincoenta homens. 7 E dos filhos d’Elam, Jesaias, filho d’Athalias; e com elle setenta homens. 8 E dos filhos de Sephatias, Zebadias, filho de Michael; e com elle oitenta homens. 9 Dos filhos de Joab, Obadias filho de Jehiel; e com elle duzentos e dezoito homens. 10 E dos filhos de Selomith, o filho de Josiphias; e com elle cento e sessenta homens. 11 E dos filhos de Bebai, Zacharias, o filho de Bebai; e com elle vinte e oito homens. 12 E dos filhos d’Azgad, Johanan, o filho de Katan; e com elle cento e dez homens. 13 E dos ultimos filhos d’Adonikam, cujos nomes eram estes: Eliphelet, Jeiel e Semais; e com elles sessenta homens. 14 E dos filhos de Bigvai, Uthai e Zabbud; e com elles setenta homens. 15 E ajuntei-os para o rio que vae a Ahava, e ficámos ali acampados tres dias: então attentei para o povo e para os sacerdotes, e não achei ali nenhum dos filhos [3] de Levi. 16 Enviei pois Eliezer, Ariel, Semaias, e Elnathan, e Jarib, e Elnathan, e Nethan, e Zacharias, e Mesullam, os chefes: como tambem a Joiarib, e a Elnathan, _que eram_ sabios. 17 E dei-lhes mandado para Iddo, chefe no logar de Casiphia: e lhes puz palavras na bocca para dizerem a Iddo, seu irmão, _e_ aos nethineos, no logar de Casiphia, que nos trouxessem ministros para a casa do nosso Deus. 18 E trouxeram-nos segundo a boa mão de Deus sobre nós, um [4] homem entendido, dos filhos de Machli, filho de Levi, filho de Israel: _a saber_: Serebias, com os seus filhos e irmãos, dezoito; 19 E a Hasabias, e com elle Jesaias, dos filhos de Merari; com seus irmãos e os filhos d’elles, vinte; 20 E dos nethineos [5] que David e os principes deram para o ministerio dos levitas, duzentos e vinte nethineos: que todos foram expressos por _seus_ nomes. 21 Então apregoei ali um jejum junto ao rio Ahava, [6] para nos humilharmos diante da face de nosso Deus, para lhe pedirmos caminho direito para nós, e para nossos filhos, e para toda a nossa fazenda. 22 Porque me [7] envergonhei de pedir ao rei exercito e cavalleiros para nos defenderem do inimigo no caminho: porquanto tinhamos fallado ao rei, dizendo: A mão do nosso Deus _é_ sobre todos os que o buscam para o bem d’elles, mas a sua força e a sua ira sobre todos os que o [8] deixam. 23 Nós pois jejuámos, e pedimos isto ao nosso Deus, e moveu-se [9] pelas nossas orações. 24 Então separei doze dos maioraes dos sacerdotes: Serebias, Hasabias, e com elles dez dos seus irmãos. 25 E pesei-lhes a prata, [10] e o oiro, e os vasos: _que era_ a offerta para a casa de nosso Deus, que offereceram o rei e os seus conselheiros, e os seus principes, e todo o Israel que ali se achou. 26 E pesei em suas mãos seiscentos e cincoenta talentos de prata, e em vasos de prata cem talentos, e cem talentos de oiro. 27 E vinte taças d’oiro, de mil [MO] drachmas, e dois vasos de bom metal lustroso, _tão_ desejavel como oiro. 28 E disse-lhes: Consagrados [11] sois do Senhor, e sagrados _são_ estes vasos, como tambem esta prata e este oiro, offerta voluntaria, _offerecida_ ao Senhor Deus de vossos paes, 29 Vigiae _pois_, e guardae-_os_ até que _os_ peseis na presença dos maioraes dos sacerdotes e dos levitas, e dos principes dos paes de Israel, em Jerusalem, nas camaras da casa de Deus. 30 Então receberam os sacerdotes e os levitas o peso da prata, e do oiro, e dos vasos, para _o_ trazerem a Jerusalem, á casa do nosso Deus. 31 E partimos do rio d’Ahava, no dia doze do primeiro mez, para irmos para Jerusalem: e a mão [12] do nosso Deus estava sobre nós, e livrou-nos da mão dos inimigos, e dos que _nos_ armavam ciladas no caminho. 32 E viemos [13] a Jerusalem, e repousámos ali tres dias. 33 E no dia quatro [14] se pesou a prata, e o oiro, e os vasos, na casa do nosso Deus, por mão de Meremoth, filho do sacerdote Urias, e com elle Eleazar, filho de Phineas: e com elles Jozabad, filho de Jesué, e Noadias, filho de Binui, levitas; 34 Conforme ao numero _e_ conforme ao peso de tudo aquillo; e todo o peso se descreveu no mesmo tempo. 35 E os transportados, que vieram do captiveiro, [15] offereceram holocaustos ao Deus de Israel: doze novilhos por todo o Israel, noventa e seis carneiros, setenta e sete cordeiros, _e_ doze bodes _em sacrificio_ pelo peccado: tudo _em_ holocausto ao Senhor. 36 Então deram as [16] ordens do rei aos satrapas do rei, e aos governadores de áquem do rio; e ajudaram o povo e a casa de Deus. [1] I Chr. 3.22. [2] cap. 2.3. [3] cap. 7.7. [4] Neh. 8.7 e 9.4, 5. [5] cap. 2.43. [6] II Chr. 20.3. Lev. 16.29 e 23.29. Isa. 58.3, 5. [7] I Cor. 9.15. cap. 7.6, 9, 28. Rom. 8.28. [8] II Chr. 15.2. [9] I Chr. 5.20. II Chr. 33.13. Isa. 19.22. [10] cap. 7.15, 16. [11] Lev. 21.6, 7, 8. Deu. 33.8. Lev. 22.2, 3. Num. 4.4, 15, 19, 20. [12] cap. 7.6, 9, 28. [13] Neh. 2.11. [14] ver. 25, 30. [15] cap. 6.17. [16] cap. 7.21. _Esdras sabe que muitos israelitas casaram com mulheres hetheas, e faz oração e confissão a Deus._ 9 Acabadas pois estas coisas, chegaram-se a mim os principes, dizendo: O povo de Israel, e os sacerdotes, e os levitas, se não [1] teem separado dos povos d’estas terras; segundo as suas abominações, _a saber_: dos cananeos, dos hetheos, dos pherezeos, dos jebuseos, dos amonitas, dos moabitas, dos egypcios, e dos amorrheos. 2 Porque tomaram [2] das suas filhas para si e para seus filhos, e _assim_ se misturou a semente sancta com os povos d’estas terras: e até a mão dos principes e magistrados foi a primeira n’esta transgressão. 3 E, ouvindo eu tal coisa, rasguei [3] o meu vestido e o meu manto, e arranquei os cabellos da minha cabeça e da minha barba, e me assentei attonito. 4 Então se ajuntaram a mim todos os que tremiam das [4] palavras do Deus d’Israel por causa da transgressão _dos_ do captiveiro: porém eu me fiquei assentado attonito até ao sacrificio [5] da tarde. 5 E perto do sacrificio da tarde me levantei da minha afflicção, havendo _já_ rasgado o meu vestido e o meu manto, e me puz de joelhos, [6] e estendi as minhas mãos para o Senhor meu Deus; 6 E disse: Meu Deus! Estou confuso [7] e envergonhado, de levantar a ti a minha face, meu Deus: porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a _nossa_ cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus. 7 Desde os dias de nossos paes até _ao dia de_ hoje _estamos_ [8] em grande culpa, e por causa das nossas iniquidades somos entregues, nós, os nossos reis, e os nossos sacerdotes, na mão dos reis das terras, á espada, ao captiveiro, e ao roubo, e á confusão do rosto, como hoje se vê. 8 E agora, como por _um_ pequeno momento, se _nos_ fez graça da parte do Senhor, nosso Deus, para nos deixar aquelles que escapem, e para dar-nos _uma_ estaca no seu sancto logar: para nos alumiar os olhos, ó Deus nosso, e para nos dar uma pouca de vida na nossa servidão; 9 Porque servos _somos_; porém na nossa servidão não nos desamparou [9] o nosso Deus; antes estendeu sobre nós beneficencia perante os reis da Persia, para que nos desse vida, para levantarmos a casa do nosso Deus, e para restaurarmos as suas assolações; e para que nos desse _uma_ parede [10] em Judah e em Jerusalem. 10 Agora pois, ó nosso Deus, que diremos depois d’isto? pois deixámos os teus mandamentos, 11 Os quaes mandaste pelo ministerio de teus servos, os prophetas, dizendo: A terra em que entraes para a possuir, terra immunda é [11] pelas immundicias dos povos das terras, pelas suas abominações com que a encheram, d’uma extremidade á outra, com a sua immundicia. 12 Agora pois vossas [12] filhas não dareis a seus filhos, e suas filhas não tomareis para vossos filhos, e nunca procurareis a sua paz e o seu bem; para que vos esforceis, e comaes o bem da terra, e a façaes possuir a [13] vossos filhos para sempre. 13 E depois de tudo o que nos tem succedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa: porquanto tu, ó nosso Deus, estorvaste que fossemos destruidos, por causa da nossa iniquidade, e _ainda_ nos deste livramento como este; 14 Tornaremos pois agora a violar os [14] teus mandamentos, e a aparentar-nos com os povos d’estas abominações? não te indignarias tu _assim_ contra nós até _de todo nos_ consumir, até que não _ficasse_ resto nem quem escapasse? 15 Ah! Senhor Deus d’Israel, [15] justo _és_: pois ficamos escapos, como hoje _se vê_: eis que _estamos_ diante de ti no nosso delicto; porque depois d’isto ninguem _ha_ que possa estar na tua presença. [1] cap. 6.21. Neh. 9.2. Deu. 12.30, 31. [2] Exo. 34.16. Deu. 7.3. Neh. 13.23. II Cor. 6.14. [3] Job 1.20. [4] cap. 10.3. Isa. 66.2. [5] Exo. 29.39. [6] Exo. 9.29, 33. [7] Dan. 9.7, 8. [8] Dan. 9.5, 6, 8. Deu. 28.36, 64. Neh. 9.30. Dan. 9.7, 8. [9] Neh. 9.36. cap. 7.28. [10] Isa. 5.2. [11] cap. 6.21. [12] Exo. 23.32 e 34.16. Deu. 7.3. Deu. 23.6. [13] Pro. 13.22 e 20.7. [14] João 5.14. II Ped. 2.20, 21. ver. 2. Neh. 13.23, 27. Deu. 9.8. [15] Neh. 9.33. Dan. 9.14. Rom. 3.19. I Cor. 15.17. _Os israelitas arrependem-se e despedem suas mulheres hetheas._ 10 E orando [1] Esdras assim, e fazendo esta confissão, chorando, e prostrando-se diante da casa de Deus, ajuntou-se a elle d’Israel uma mui grande congregação, de homens e de mulheres, e de crianças; porque o povo chorava com grande choro. 2 Então respondeu Sechanias, filho de Jehiel, _um_ dos filhos de Elam, e disse a Esdras: Nós temos transgredido [2] contra o nosso Deus, e casámos com mulheres estranhas do povo da terra, mas, no tocante a isto, ainda ha esperança para Israel. 3 Agora pois façamos [3] concerto com o nosso Deus de que despediremos todas as mulheres, e tudo o que é nascido d’ellas, conforme ao conselho do Senhor, e dos que tremem ao mandado do nosso Deus; e faça-se conforme a lei. 4 Levanta-te, pois, porque te _pertence este_ negocio, e nós _seremos_ comtigo; [4] esforça-te, _e_ obra. 5 Então Esdras se levantou, e ajuramentou os maioraes dos sacerdotes _e_ dos levitas, e a todo o Israel, de que fariam conforme a esta palavra, [5] e juraram. 6 E Esdras se levantou de diante da casa de Deus, e entrou na camara de Johanan, filho de Eliasib: e, vindo lá, pão [6] não comeu, e agua não bebeu; porque estava annojado pela transgressão _dos_ do captiveiro. 7 E fizeram passar pregão por Judah e Jerusalem, e todos os que vieram do captiveiro, para que se ajuntassem em Jerusalem. 8 E que todo aquelle que em tres dias não viesse, segundo o conselho dos principes e dos anciãos, toda a sua fazenda se poria em interdicto, e elle seria separado da congregação _dos_ do captiveiro. 9 Então todos os homens de Judah e Benjamin em tres dias se ajuntaram em Jerusalem: _era_ o nono mez, no _dia_ vinte do mez: e todo [7] o povo se assentou na praça da casa de Deus, tremendo por este negocio e por causa das grandes chuvas. 10 Então se levantou Esdras, o sacerdote, e disse-lhes: Vós tendes transgredido, e casastes com mulheres estranhas, multiplicando o delicto d’Israel. 11 Agora pois fazei [8] confissão ao Senhor Deus de vossos paes; e fazei a sua vontade; e apartae-vos dos povos das terras, e das mulheres estranhas. 12 E respondeu toda a congregação, e disseram em altas vozes: Assim _seja_, conforme ás tuas palavras nos convem fazer. 13 Porém o povo _é_ muito, e tambem _é_ tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fóra: nem _é_ obra d’um dia nem de dois, porque _somos_ muitos os _que_ transgredimos n’este negocio. 14 Ora ponham-se os nossos principes, por toda a congregação _sobre este negocio_; e todos os que em nossas cidades casaram com mulheres estranhas venham em tempos apontados, e com elles os anciãos de cada cidade, e os seus juizes, até que desviemos de nós o ardor da ira [9] do nosso Deus, por esta causa. 15 Porém sómente Jonathan, filho d’Asael, e Jehazias, filho de Tikva, se pozeram sobre este _negocio_: e Mesullam, e Sabbethai, levita, os ajudaram. 16 E assim o fizeram os que tornaram do captiveiro: e apartaram-se o sacerdote Esdras _e_ os homens, cabeças dos paes, segundo a casa de seus paes, e todos pelos _seus_ nomes; e assentaram-se no primeiro dia do decimo mez, para inquirirem n’este negocio. 17 E acabaram-n’o com todos os homens que casaram com mulheres estranhas, até ao primeiro dia do primeiro mez. 18 E acharam-se dos filhos dos sacerdotes que casaram com mulheres estranhas: dos filhos de Josué, filho de Josadak, e seus irmãos, Maaseias, e Eliezer, e Jarib, e Gadalias. 19 E deram a sua mão de que despediriam [10] suas mulheres: e, achando-se culpados, _offereceram_ um carneiro do rebanho pelo seu delicto. 20 E dos filhos d’Immer: Hanani, e Zabadias. 21 E dos filhos d’Harim: Maaseias, e Elias, e Semaias, e Jehiel, e Uzias. 22 E dos filhos de Pashur: Elioenai, Maseias, Ishmael, Nathanel, Jozabad, e Elasa. 23 E dos levitas: Jozabad, e Simei, e Kelaias (este _é_ Kelitas), Pethahias, Judah, e Eliezer. 24 E dos cantores: Eliasib: e dos porteiros: Sallum, e Telem, e Uri. 25 E d’Israel, dos filhos de Paros: Ramias, e Jezias, e Malchias, e Miamin, e Eleazer, e Malchias, e Benaias. 26 E dos filhos d’Elam: Matthanias, Zacharias, e Jehiel, e Abdi, e Jeremoth, e Elias. 27 E dos filhos de Zattu: Elioenai, Eliasib, Matthanias, e Jeremoth, e Zabad, e Aziza. 28 E dos filhos de Bebai: Johanan, Hananias, Zabbai, Athlai. 29 E dos filhos de Bani: Mesullam, Malluch, e Adaias, Jasub, e Seal, Jeremoth. 30 E dos filhos de Pahath-moab: Adna, e Chelal, Benaias, Maseias, Matthanias, Besaleel, e Binnui, e Manasseh. 31 E dos filhos d’Harim: Eliezer, Jesias, Malchias, Semaias, Simeão, 32 Benjamin, Malluch, Semarias. 33 Dos filhos d’Hasum: Mathnai, Matthattha, Zabad, Eliphelet, Jeremai, Manasseh, Simei. 34 Dos filhos de Bani: Maadai, Amram, e Uel, 35 Benaias, Bedias, Cheluhi, 36 Vanias, Meremoth, Eliasib, 37 Matthanias, Mathnai, e Jaasai, 38 E Bani, e Binnui, Simei, 39 E Selemias, e Nathan, e Adaias, 40 Machnadbai, Sasai, Sarai, 41 Azareel, e Selemias, Semarias, 42 Sallum, Amarias, José. 43 Dos filhos de Nebo: Jeiel, Mattithias, Zabad, Zebina, Jaddai, Joel, e Benaias. 44 Todos estes tomaram mulheres estranhas: e _alguns_ d’elles tinham mulheres de quem alcançaram filhos. [1] Dan. 9.20. II Chr. 20.9. [2] Neh. 13.27. [3] II Chr. 34.31. cap. 9.4. Deu. 7.2, 3. [4] I Chr. 28.10. [5] Neh. 5.12. [6] Deu. 9.18. [7] I Sam. 12.18. [8] Jos. 7.19. Pro. 28.13. ver. 3. [9] II Chr. 30.8. [10] II Reis 10.15. I Chr. 29.24. II Chr. 30.8. Lev. 6.4, 6. O LIVRO DE NEHEMIAS. _Nehemias, sabendo o triste estado de Jerusalem, ora a Deus._ [Antes de Christo 456] 1 As palavras de Nehemias, [1] filho d’Hacalias. E succedeu no mez de chisleu, no anno vigesimo, estando eu em Susan, [MP] a fortaleza, 2 Que veiu Hanani, um de meus irmãos, elle e alguns de Judah; e perguntei-lhes pelos judeos que escaparam, e que restaram do captiveiro, e ácerca de Jerusalem. 3 E disseram-me: Os restantes, que restaram do captiveiro, lá na provincia _estão_ em grande miseria e desprezo: [2] e o muro de Jerusalem fendido, e as suas portas queimadas a fogo. 4 E succedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por _alguns_ dias: e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. 5 E disse: Ah Senhor, [3] Deus dos céus, Deus grande e terrivel! que guarda [4] o concerto e a benignidade para com aquelles que o amam e guardam os seus mandamentos; 6 Estejam pois attentos os teus ouvidos, e os teus olhos [5] abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje oro perante ti, de dia e de noite, pelos filhos d’Israel, teus servos: e faço confissão pelos peccados dos filhos d’Israel, que peccámos contra ti; tambem eu e a casa de meu pae peccámos. 7 De todo nos corrompemos contra ti, e não guardámos os mandamentos, nem os [6] estatutos, nem os juizos, que ordenaste a Moysés teu servo. 8 Lembra-te pois da palavra que ordenaste a Moysés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, [7] e eu vos espalharei entre os povos. 9 E vós [8] vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os fareis: então, ainda que os vossos rejeitados estiverem no cabo do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao logar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. 10 Ainda _são_ [9] teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão. 11 Ah, Senhor, estejam [10] pois attentos os teus ouvidos á oração do teu servo, e á oração dos teus servos que desejam [11] temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. Então era eu copeiro do rei. [1] cap. 10.1. [2] cap. 2.17. II Reis 25.10. [3] Dan. 9.4. [4] Exo. 20.6. [5] II Reis 8.28, 29. II Chr. 6.40. Dan. 9.17, 18. [6] Deu. 28.15. [7] Lev. 26.33. Deu. 4.25, 26, 27 e 28.64. [8] Lev. 26.39, etc. Deu. 4.29, 30, 31 e 30.2. Deu. 30.4. [9] Deu. 9.29. Dan. 9.15. [10] ver. 6. [11] Isa. 26.8. Heb. 13.18. cap. 2.1. _Artaxerxes permitte a Nehemias ir a Jerusalem e edificar os muros._ [Antes de Christo 445] 2 Succedeu pois no mez de nisan, no anno vigesimo do rei [1] Artaxerxes, que _estava posto_ vinho diante d’elle, e eu tomei o vinho, e _o_ dei ao rei; porém nunca estivera triste diante d’elle. 2 E o rei me disse: Porque está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não _é_ isto senão tristeza de coração: [2] então temi _muito_ em grande maneira. 3 E disse ao rei: Viva o rei para sempre! [3] Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o logar dos sepulchros de meus paes, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo? 4 E o rei me disse: Que me pedes agora? Então orei ao Deus dos céus, 5 E disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é acceito em tua presença, _peço-te_ que me envies a Judah, á cidade dos sepulchros de meus paes, para que eu a edifique. 6 Então o rei me disse, estando a rainha assentada junto a elle: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? [4] E aprouve ao rei enviar-me, apontando-lhe eu um certo tempo. 7 Disse mais ao rei: Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para os governadores d’além do rio, para que me dêem passagem até que chegue a Judah. 8 Como tambem uma carta para Asaph, guarda do jardim do rei, que me dê madeira para cobrir [5] as portas do paço da casa, e para o muro da cidade, e para a casa em que eu houver de entrar. E o rei m’as deu, segundo a boa [6] mão de Deus sobre mim. 9 Então vim aos governadores d’além do rio, e dei-lhes as cartas do rei: e o rei tinha enviado comigo chefes do exercito e cavalleiros. 10 O que ouvindo Sanballat, o horonita, e Tobias, o servo ammonita, lhes desagradou com grande desagrado que alguem viesse a procurar o bem dos filhos d’Israel. 11 E cheguei [7] a Jerusalem, e estive ali tres dias. 12 E de noite me levantei, eu e poucos homens comigo, e não declarei a ninguem o que o meu Deus me poz no coração para fazer em Jerusalem: e não _havia_ comigo animal algum, senão aquelle em que estava montado. 13 E de noite sahi pela [8] porta do valle, e para a banda da fonte do dragão, e para a porta do monturo, e contemplei os muros de Jerusalem, que estavam fendidos, [9] e as suas portas, _que tinham sido_ consumidas pelo fogo. 14 E passei á porta da [10] fonte, e ao viveiro do rei; e não _havia_ logar por onde podesse passar a cavalgadura debaixo de mim. 15 Então de noite subi pelo ribeiro, e [11] contemplei o muro: e voltei, e entrei pela porta do valle, e _assim_ voltei. 16 E não souberam os magistrados aonde eu fui nem o que eu fazia: porque ainda nem aos judeos, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que faziam a obra, até então tinha declarado _coisa alguma_. 17 Então lhes disse: Bem vêdes vós a miseria em que estamos, que Jerusalem _está_ assolada, e que as suas portas _teem sido_ queimadas a fogo: vinde _pois_ e reedifiquemos o muro de Jerusalem, [12] e não sejamos mais em opprobrio. 18 Então lhes declarei [13] como a mão do meu Deus me fôra favoravel, como tambem as palavras do rei, que elle me tinha dito: então disseram: Levantemo-nos, e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos [14] para _o_ bem. 19 _O que_ ouvindo Sanballat, o horonita, e Tobias, o servo ammonita, e Gesem, o arabio, zombaram de nós, e desprezaram-n’os, e disseram: Que é isto que fazeis? quereis [15] rebellar-vos contra o rei? 20 Então lhes respondi, e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos: [16] que vós não tendes parte, nem justiça, nem memoria em Jerusalem. [1] Esd. 7.4. cap. 1.11. [2] Pro. 15.13. [3] I Reis 1.31. cap. 1.3. [4] cap. 5.14 e 13.6. [5] cap. 3.7. [6] ver. 18. Esd. 5.5 e 7.6, 9, 28. [7] Esd. 8.32. [8] II Chr. 26.9. cap. 3.13. [9] cap. 1.3. ver. 17. [10] cap. 3.15. [11] II Sam. 15.23. Jer. 31.40. [12] cap. 1.3. Jer. 24.9. Eze. 5.14, 15 e 22.4. [13] ver. 8. [14] II Sam. 2.7. [15] cap. 6.6. [16] Esd. 4.3. _Dos que trabalharam na edificação dos muros._ 3 E levantou-se [1] Eliasib, o summo sacerdote, com os seus irmãos, os sacerdotes, e edificaram a porta do gado, a qual consagraram; e levantaram as suas portas: e até a torre de Meah consagraram, _e_ até a torre d’Hananel. 2 E junto a elle [2] edificaram os homens de Jericó: tambem ao seu lado edificou Zaccur, filho d’Imri. 3 E a porta do [3] peixe edificaram os filhos de Senaa; a qual emmadeiraram, e levantaram as suas portas _com_ as suas fechaduras e os seus ferrolhos. 4 E ao seu lado reparou Meremoth, filho d’Urias, o filho de Kós; e ao seu lado reparou Mesullam, filho de Berechias, o filho de Mesezabel; e ao seu lado reparou Zadok, filho de Baana. 5 E ao seu lado repararam os tekoitas: porém os seus illustres não metteram [4] o seu pescoço ao serviço de seu senhor. 6 E a porta velha repararam-_n’a_ Joiada, filho de Paseah, e Mesullam, filho de Besodias: [5] estes a emmadeiraram, e levantaram as suas portas com _as_ suas fechaduras e os seus ferrolhos. 7 E ao seu lado repararam Melatias, o gibeonita, e Jadon, meronothita, homens de Gibeon e Mispah, até ao assento do governador [6] d’áquem do rio. 8 Ao seu lado reparou Uziel, filho d’Harhaias, um dos ourives; e ao seu lado reparou Hananias, filho d’um dos boticarios; e deixaram a Jerusalem até ao muro [7] largo. 9 E ao seu lado reparou Rephaias, filho d’Hur, maioral d’ametade de Jerusalem. 10 E ao seu lado reparou Jedaias, filho d’Harumaph, e defronte de sua casa; e ao seu lado reparou Hattus, filho d’Hasabneias. 11 A outra porção reparou Malchias, filho d’Harim, e Hasub, filho de Pahath-moab: como tambem a torre [8] dos fornos. 12 E ao seu lado reparou Sallum, filho de Lohes, maioral da _outra_ meia parte de Jerusalem, elle e suas filhas. 13 A porta [9] do valle reparou-a Hanun e os moradores de Zanoah: estes a edificaram, e lhe levantaram as portas _com_ as suas fechaduras e os seus ferrolhos, como tambem mil covados no muro, até á porta do [10] monturo. 14 E a porta do monturo reparou-a Malchias, filho de Rechab, maioral do districto de Beth-cherem: este a edificou, e lhe levantou as portas _com_ as suas fechaduras e os seus ferrolhos. 15 E a porta [11] da fonte reparou-a Sallum, filho de Col-hose, maioral do districto de Mispah: este a edificou, e a cobriu, e lhe levantou as portas _com_ as suas fechaduras e os seus ferrolhos, como tambem o muro do viveiro [12] de Selah, ao pé do jardim do rei, e até aos degraus que descem da cidade de David. 16 Depois d’elle edificou Nehemias, filho d’Azbuk, maioral da metade de Beth-zur, até defronte dos sepulchros de David, e até ao viveiro [13] artificial, e até á casa dos varões. 17 Depois d’elle repararam os levitas, Rehum, filho de Bani: ao seu lado reparou Hasabias, maioral da metade de Keila, no seu districto. 18 Depois d’elle repararam seus irmãos, Bavai, filho d’Henadad, maioral da _outra_ meia parte de Keila. 19 Ao seu lado reparou Ezer, filho de Josué, maioral de Mispah, outra porção, defronte da subida [14] á casa das armas, á esquina. 20 Depois d’elle reparou com grande ardor Baruch, filho de Zabbai, outra medida, desde a esquina até á porta da casa d’Eliasib, o summo sacerdote. 21 Depois d’elle reparou Meremoth, filho d’Urias, o filho de Kos, outra porção, desde a porta da casa d’Eliasib, até á extremidade da casa d’Eliasib. 22 E depois d’elle repararam os sacerdotes que habitavam na campina. 23 Depois reparou Benjamin e Hasub, defronte da sua casa: depois d’elle reparou Azarias, filho de Maaseias, o filho d’Ananias, junto á sua casa. 24 Depois d’elle reparou Binnui, filho d’Henadad, outra porção, desde a casa d’Azarias até á [15] esquina, e até ao canto. 25 Palal, filho d’Uzai, defronte da esquina, e a torre que sae da casa real superior, que está junto [16] ao pateo da prisão: depois d’elle Pedaias, filho de Parós. 26 E os nethineos [17] _que_ habitavam em Ophel, até defronte da porta das aguas, para o oriente, e até á torre alta. 27 Depois repararam os tekoitas outra porção, defronte da torre grande _e_ alta, e até ao muro d’Ophel. 28 Desde acima da porta [18] dos cavallos repararam os sacerdotes, cada um defronte da sua casa. 29 Depois d’elles reparou Zadok, filho d’Immer, defronte de sua casa: e depois d’elle reparou Semaias, filho de Sechanias, guarda da porta oriental. 30 Depois d’elle reparou Hananias, filho de Selemias, e Hanun, filho de Zalaph, o sexto, outra porção: depois d’elle reparou Mesullam, filho de Berechias, defronte da sua camara. 31 Depois d’elle reparou Malchias, filho d’um ourives, até á casa dos nethineos e mercadores, defronte da porta de Miphkad, e até á camara do canto. 32 E entre a camara do canto e a porta do gado, repararam os ourives e os mercadores. [1] cap. 12.10. João 5.2. cap. 12.39. [2] Esd. 2.34. [3] II Chr. 33.14. cap. 12.39. [4] Jui. 5.23. [5] cap. 12.39. [6] cap. 2.8. [7] cap. 12.38. [8] cap. 12.38. [9] cap. 2.13. [10] cap. 2.13. [11] cap. 2.14. [12] João 9.7. [13] Jui. 5.23. [14] II Chr. 26.9. [15] ver. 19. [16] Jer. 32.2 e 33.1 e 37.21. [17] Esd. 2.43. cap. 11.21. II Chr. 27.3. [18] II Reis 11.16. II Chr. 23.15. Jer. 31.40. _Os inimigos pretendem retardar a edificação dos muros._ 4 E succedeu [1] que, ouvindo Sanballat que edificavamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito; e escarneceu dos judeos. 2 E fallou na presença de seus irmãos, e do exercito de Samaria, e disse: Que fazem estes fracos judeos? permittir-se-lhes-ha isto? sacrificarão? acabal-o-hão n’um _só_ dia? vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas? 3 E estava com elle Tobias, [2] o ammonita, e disse: Ainda que edifiquem, comtudo, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra. 4 Ouve, ó nosso Deus, que somos tão desprezados, e torna o seu opprobrio sobre a sua cabeça, e faze com que sejam um despojo, na terra do captiveiro. 5 E não cubras a sua iniquidade, [3] e não se risque diante de ti o seu peccado, pois que _te_ irritaram defronte dos edificadores. 6 Porém edificámos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade: porque o coração do povo se inclinava a trabalhar. 7 E succedeu que, [4] ouvindo Sanballat e Tobias, e os arabios, e os ammonitas, e os asdoditas, que _tanto_ ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalem, que já as roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo, 8 E ligaram-se entre si todos, para virem guerrear a Jerusalem, e para os desviarem do seu intento. 9 Porém nós orámos ao nosso Deus, e pozemos uma guarda contra elles, de dia e de noite, por causa d’elles. 10 Então disse Judah: Já desfalleceram as forças dos acarretadores, e o pó _é_ muito, e nós não poderemos edificar o muro. 11 Disseram porém os nossos inimigos: Nada saberão d’isto, nem verão, até que entremos no meio d’elles, e os matemos; assim faremos cessar a obra. 12 E succedeu que, vindo os judeos que habitavam entre elles, dez vezes nol-o disseram, de todos os logares, porque tornavam a nós. 13 Pelo que puz _guardas_ nos logares baixos por detraz do muro _e_ nos altos: e puz ao povo pelas _suas_ familias com as suas espadas, _com_ as suas lanças, e _com_ os seus arcos. 14 E olhei, e levantei-me, e disse aos nobres, e aos magistrados, e ao resto do povo: Não os temaes: [5] lembrae-vos do grande e terrivel Senhor, e pelejae pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas. 15 E succedeu que, ouvindo os nossos inimigos que nol-o fizeram saber, e que Deus [6] tinha dissipado o conselho d’elles, todos voltámos ao muro, cada um á sua obra. 16 E succedeu que desde aquelle dia metade dos meus moços trabalhava na obra, e metade d’elles tinha as lanças, os escudos, os arcos, e as couraças; e os chefes _estavam_ por detraz de toda a casa de Judah. 17 Os que edificavam o muro, e os que traziam as cargas, _e_ os que carregavam, _cada um_ com uma mão fazia a obra e na outra tinha as armas. 18 E os edificadores cada um trazia a sua espada cingida aos lombos, e edificavam: e o que tocava a trombeta _estava_ junto comigo. 19 E disse eu aos nobres, e aos magistrados, e ao resto do povo: Grande e extensa _é_ a obra, e nós estamos apartados do muro, longe uns dos outros. 20 No logar onde ouvirdes o som da buzina ali vos ajuntareis comnosco; o nosso Deus pelejará [7] por nós. 21 Assim trabalhavamos na obra: e metade d’elles tinha as lanças desde a subida da alva até ao sair das estrellas. 22 Tambem n’aquelle tempo disse ao povo: Cada um com o seu moço passe a noite em Jerusalem, para que de noite nos sirvam de guarda, e de dia na obra. 23 E nem eu, nem meus irmãos, nem meus moços, nem os homens da guarda que me seguiam largavamos os nossos vestidos: cada um _tinha_ suas armas _e_ agua. [1] cap. 2.10, 19. [2] cap. 2.10, 19. [3] Pro. 3.34. Jer. 18.23. [4] ver. 1. [5] Num. 14.9. Deu. 1.29 e 10.17. [6] Job 5.12. [7] Exo. 14.14, 25. Deu. 1.30 e 3.22 e 20.4. Jos. 23.10. _Os pobres murmuram contra os ricos, e Nehemias reprehende os ultimos._ 5 Foi porém grande [1] o clamor do povo e de suas mulheres, contra os judeos, seus irmãos. 2 Porque havia quem dizia: _Com_ nossos filhos, e nossas filhas, nós _somos_ muitos; pelo que tomámos trigo, para que comamos e vivamos. 3 Tambem havia quem dizia: As nossas terras, as nossas vinhas, e as nossas casas empenhámos, para tomarmos trigo n’esta fome. 4 Tambem havia quem dizia: Tomámos emprestado dinheiro até para o tributo do rei, _sobre_ as nossas terras e as nossas vinhas. 5 Agora pois a nossa carne [2] é como a carne de nossos irmãos, _e_ nossos filhos como seus filhos; e eis que sujeitámos nossos filhos e nossas filhas para _serem_ servos: e até _algumas_ de nossas filhas são _tão_ sujeitas, que _já_ não estão no poder de nossas mãos; e outros teem as nossas terras e as nossas vinhas. 6 Ouvindo eu pois o seu clamor, e estas palavras, muito me enfadei. 7 E considerei comigo mesmo no meu coração; depois pelejei com os nobres e com os magistrados, e disse-lhes: [3] Usura tomaes cada um de seu irmão. E ajuntei contra elles _um_ grande ajuntamento. 8 E disse-lhes: Nós resgatámos [4] os judeos, nossos irmãos, que foram vendidos ás gentes segundo nossas posses; e vós outra vez venderieis a vossos irmãos, ou vender-se-hão a nós? Então se callaram, e não acharam que _responder_. 9 Disse mais: Não _é_ bom o que fazeis: _Porventura_ não andarieis no temor do nosso Deus, [5] por causa do opprobrio dos gentios, os nossos inimigos? 10 Tambem eu, meus irmãos e meus moços, ao ganho lhes temos dado dinheiro e trigo. Deixemos este ganho. 11 Restitui-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivaes, e as suas casas; como tambem a centena do dinheiro, do trigo, do mosto, e do azeite, que vós exigis d’elles. 12 Então disseram: Restituir-_lh’o_-hemos, e nada procuraremos d’elles; faremos assim como dizes. Então chamei os sacerdotes, e os fiz [6] jurar que fariam conforme a esta palavra. 13 Tambem o meu regaço sacudi, e disse: [7] Assim sacuda Deus todo o homem da sua casa e do seu trabalho que não confirmar esta palavra, e assim seja sacudido e vazio. E toda a congregação disse: Amen! E louvaram ao Senhor; e o povo [8] fez conforme a esta palavra. 14 Tambem desde o dia em que me mandou que eu fosse seu governador na terra de Judah, [9] desde o anno vinte, até ao anno trinta e dois do rei Artaxerxes, doze annos, nem eu nem meus irmãos comemos o [10] pão do governador. 15 Mas os primeiros governadores, que _foram_ antes de mim, opprimiram o povo, e tomaram-lhe pão e vinho, _e_ além d’isso, quarenta siclos de prata, como tambem os seus moços dominavam sobre o povo: porém eu assim não fiz, por causa do [11] temor de Deus. 16 Como tambem na obra d’este muro fiz reparação, e terra nenhuma comprámos: e todos os meus moços se ajuntaram ali á obra. 17 Tambem dos judeos e dos magistrados, cento e cincoenta homens, e os que vinham a nós, d’entre as gentes, que _estão_ á roda de nós, se [12] punham á minha mesa. 18 E o que se preparava para cada dia _era_ [13] um boi _e_ seis ovelhas escolhidas; tambem aves se me preparavam, e de dez em dez dias de todo o vinho muitissimo: e nem por isso exigi [14] o pão do governador, porquanto a servidão d’este povo era grande. 19 Lembra-te [15] de mim para bem, ó meu Deus, _e de_ tudo quanto fiz a este povo. [1] Isa. 5.7. Lev. 25.35, 36, 37. Deu. 15.7. [2] Isa. 58.7. Exo. 21.7. Lev. 25.39. [3] Exo. 22.25. Lev. 35.36. Eze. 22.12. [4] Lev. 25.48. [5] Lev. 25.36. II Sam. 12.14. Rom. 2.24. I Ped. 2.12. [6] Esd. 10.5. Jer. 34.8, 9. [7] Mat. 10.14. Act. 13.51 e 18.6. [8] II Reis 23.3. [9] cap. 13.6. [10] I Cor. 9.4, 15. [11] II Cor. 11.9 e 12.13. ver. 9. [12] II Sam. 9.7. I Reis 18.19. [13] I Reis 4.22. [14] ver. 14, 15. [15] cap. 13.22. _Os inimigos conspiram para surprehender e intimidar Nehemias._ 6 Succedeu mais [1] que, ouvindo Sanballat, Tobias, Gesem, o arabio, e o resto dos nossos inimigos que eu tinha edificado o muro, e que n’elle _já_ não havia brecha alguma; ainda que [2] até este tempo não tinha posto as portas nos portaes; 2 Sanballat e Gesem [3] enviaram a dizer: Vem, e congreguemo-nos juntamente nas aldeias, no valle [4] d’Ono. Porém intentavam fazer-me mal. 3 E enviei-lhes mensageiros a dizer: Faço uma grande obra, de modo que não poderei descer: porque cessaria esta obra, emquanto eu a deixasse, e fosse ter comvosco? 4 E da mesma maneira enviaram a mim quatro vezes; e da mesma maneira lhes respondi. 5 Então Sanballat da mesma maneira a quinta vez me enviou seu moço com uma carta aberta na sua mão; 6 E na qual _estava_ escripto: Entre as gentes se ouviu, e Gusmu diz: Tu e [5] os judeos intentaes rebellar-vos, pelo que edificas o muro; e tu te farás rei d’elles segundo estas palavras; 7 E que pozeste prophetas, para prégarem de ti em Jerusalem, dizendo: Este _é_ rei em Judah: de modo que o rei o ouvirá, segundo estas palavras: vem pois agora e consultemos juntamente. 8 Porém eu enviei a dizer-lhe: De tudo o que dizes coisa nenhuma succedeu; mas tu do teu coração o inventas. 9 Porque todos elles nos procuravam atemorizar, dizendo: As suas mãos largarão a obra, e não se effeituará. Agora pois, _ó Deus_, esforça as minhas mãos. 10 E, entrando eu em casa de Semaias, filho de Delaias, o filho de Mehetabel (que estava encerrado), disse elle: Vamos juntamente á casa de Deus, ao meio do templo, e fechemos as portas do templo; porque virão matar-te: sim, de noite virão matar-te. 11 Porém eu disse: _Um_ homem como eu fugiria? e quem _ha_, como eu, que entre no templo e viva? de maneira nenhuma entrarei. 12 E conheci que eis-que não _era_ Deus quem o enviara; mas esta prophecia fallou contra mim, porquanto Tobias e Sanballat o alugaram. 13 Para isto o alugaram, para me atemorisar, e para que assim fizesse, e peccasse, para que tivessem _alguma causa_ para me infamarem, e assim me vituperarem. 14 Lembra-te, [6] meu Deus, de Tobias e de Sanballat, conforme a estas suas obras: e tambem da prophetiza Noadia, e dos mais prophetas que procuraram atemorisar-me. 15 Acabou-se pois o muro aos vinte e cinco d’elul: em cincoenta e dois dias. 16 E succedeu que, ouvindo-_o_ todos os nossos [7] inimigos, temeram, todos os gentios que _havia_ em roda de nós, e abateram-se muito em seus _proprios_ olhos; porque reconheceram que o nosso Deus fizera esta obra. 17 Tambem n’aquelles dias _alguns_ nobres de Judah escreveram muitas cartas, que iam para Tobias: e as _cartas_ de Tobias vinham para elles. 18 Porque muitos em Judah se lhe ajuramentaram, porque _era_ genro de Sechanias, filho d’Arah; e seu filho Johanan tomara a filha de Mesullam, filho de Berechias. 19 Tambem as suas bondades contavam perante mim, e as minhas palavras lhe levavam _a elle_: _portanto_ Tobias escrevia cartas para me atemorizar. [1] cap. 2.10, 19 e 4.1, 7. [2] cap. 3.1, 3. [3] Pro. 26.24, 25. [4] I Chr. 8.12. cap. 11.35. [5] cap. 2.19. [6] cap. 13.29. Eze. 13.17. [7] cap. 2.10 e 4.1, 7 e 6.1. _Nehemias estabelece guardas e faz uma relação dos que primeiro vieram a Jerusalem._ [Antes de Christo 536] 7 Succedeu mais que, depois que o muro fôra edificado, eu levantei as portas; e [1] foram estabelecidos os porteiros, e os cantores, e os levitas. 2 Eu nomeei a Hanani, meu irmão, e a Hananias, maioral da fortaleza em [2] Jerusalem: porque _era_ como homem fiel e temente [3] a Deus, mais do que muitos. 3 E disse-lhes: Não se abram as portas de Jerusalem até que o sol aqueça, e emquanto os que assistirem ali fechem as portas, e vós trancae-_as_: e ponham-se guardas dos moradores de Jerusalem, cada um na sua guarda, e cada um diante da sua casa. 4 E _era_ a cidade larga d’espaço, e grande, porém pouco povo _havia_ dentro d’ella: e _ainda_ as casas não _estavam_ edificadas. 5 Então o meu Deus me poz no coração que ajuntasse os nobres, e os magistrados, e o povo, para registrar as genealogias: e achei o livro da genealogia dos que subiram primeiro e _assim_ achei escripto n’elle: 6 Estes [4] _são_ os filhos da provincia, que subiram do captiveiro dos transportados, que transportara Nabucodonosor, rei de Babylonia; e voltaram para Jerusalem e para Judah, cada um para a sua cidade. 7 Os quaes vieram com Zorobabel, Jesué, Nehemias, Azarias, Raamias, Nahamani, Mardiques, Bilsan, Mispereth, Bigvai, Nehum, e Baana: _este é_ o numero dos homens do povo d’Israel. 8 Foram os filhos de Paros, dois mil, cento e setenta e dois. 9 Os filhos de Sephatias, trezentos e setenta e dois. 10 Os filhos d’Arah, seiscentos e cincoenta e dois. 11 Os filhos de Pahath-moab, dos filhos de Jesué e de Joab, dois mil, oitocentos e dezoito. 12 Os filhos d’Elam, mil, duzentos e cincoenta e quatro. 13 Os filhos de Zatthu, oitocentos e quarenta e cinco. 14 Os filhos de Zaccai, setecentos e sessenta. 15 Os filhos de Binnui, seiscentos e quarenta e oito. 16 Os filhos de Babai, seiscentos e vinte e oito. 17 Os filhos d’Azgad, dois mil, trezentos e vinte e dois. 18 Os filhos d’Adonikam, seiscentos e sessenta e sete. 19 Os filhos de Bigvai, dois mil e sessenta e sete. 20 Os filhos d’Adin, seiscentos e cincoenta e cinco. 21 Os filhos d’Ater, d’Hizkia, noventa e oito. 22 Os filhos d’Hassum, trezentos e vinte e oito. 23 Os filhos de Besai, trezentos e vinte e quatro. 24 Os filhos d’Hariph, cento e doze. 25 Os filhos de Gibeon, noventa e cinco. 26 Os homens de Bethlehem e de Netopha, cento e oitenta e oito. 27 Os homens d’Anathoth, cento e vinte e oito. 28 Os homens de Beth-azmaveth, quarenta e dois. 29 Os homens de Kiriath-jearim, Cephira, e Beeroth, setecentos e quarenta e tres. 30 Os homens de Rama e Gaba, seiscentos e vinte e um. 31 Os homens de Michmas, cento e vinte e dois. 32 Os homens de Beth-el e Ai, cento e vinte e tres. 33 Os homens d’outra Nebo, cincoenta e dois. 34 Os filhos d’outro [5] Elam, mil, duzentos e cincoenta e quatro. 35 Os filhos d’Harim, trezentos e vinte. 36 Os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco. 37 Os filhos de Lod, Hadid e Ono, setecentos e vinte e um. 38 Os filhos de Senaa, tres mil, novecentos e trinta. 39 Os sacerdotes: Os filhos de [6] Jedaias, da casa de Jesué, novecentos e setenta e tres. 40 Os filhos [7] d’Immer, mil e cincoenta e dois. 41 Os filhos de [8] Pashur, mil, duzentos e quarenta e sete. 42 Os filhos [9] d’Harim, mil e dezesete. 43 Os levitas: Os filhos de Jesué, de Kadmiel, dos filhos d’Hodeva, setenta e quatro. 44 Os cantores: os filhos d’Asaph, cento e quarenta e oito. 45 Os porteiros: os filhos de Sallum, os filhos d’Ater, os filhos de Talmon, os filhos d’Hacub, os filhos d’Hattita, os filhos de Sobai, cento e trinta e oito. 46 Os nethineos: os filhos de Ziha, os filhos d’Hasupha, os filhos de Tabbaoth, 47 Os filhos de Keros, os filhos de Sia, os filhos de Padon, 48 Os filhos de Lebana, os filhos d’Hagaba, os filhos de Salmai, 49 Os filhos d’Hanan, os filhos de Giddel, os filhos de Gahar, 50 Os filhos de Reaias, os filhos de Resin, os filhos de Nekoda, 51 Os filhos de Gazam, os filhos d’Uza, os filhos de Paseah, 52 Os filhos de Besai, os filhos de Meunim, os filhos de Nephussim, 53 Os filhos de Bakbuk, os filhos d’Hakupha, os filhos d’Harhur, 54 Os filhos de Baslith, os filhos de Mehida, os filhos d’Harsa, 55 Os filhos de Barkos, os filhos de Sisera, os filhos de Tamah, 56 Os filhos de Nesiag, os filhos d’Hatipha. 57 Os filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Sophereth, os filhos de Perida, 58 Os filhos de Jaela, os filhos de Darkon, os filhos de Giddel, 59 Os filhos de Sephatias, os filhos d’Hattil, os filhos de Pochereth-zebaim, os filhos de Amon. 60 Todos os nethineos e os filhos dos servos de Salomão, trezentos e noventa e dois. 61 Tambem [10] estes subiram de Thel-melah, e Thel-harsa, Cherub, Addon, Immer: porém não poderam mostrar a casa de seus paes e a sua linhagem, se _eram_ d’Israel. 62 Os filhos de Dalaias, os filhos de Tobias, os filhos de Nekoda, seiscentos e quarenta e dois. 63 E dos sacerdotes: os filhos d’Habaias, os filhos de Kos, os filhos de Barzillai, que tomara uma mulher das filhas de Barzillai, o gileadita, e se chamou do nome d’ellas. 64 Estes buscaram o seu registro, querendo contar a sua geração, porém não se achou: pelo que, como immundos, foram excluidos do sacerdocio. 65 E o tirsatha lhes disse, que não comessem das coisas sagradas, até que se apresentasse o sacerdote com Urim e Thummim. 66 Toda esta congregação junta _foi_ de quarenta e dois mil, trezentos e sessenta, 67 Afóra os seus servos e as suas servas, que _foram_ sete mil, trezentos e trinta e sete: e tinham duzentos e quarenta e cinco cantores e cantoras. 68 Os seus cavallos, setecentos e trinta e seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco. 69 Camelos, quatrocentos e trinta e cinco; jumentos, seis mil, setecentos e vinte. 70 E uma _parte_ dos cabeças dos paes deram para a obra: o tirsatha deu [11] para o thesouro, em oiro, mil [MQ] drachmas, cincoenta bacias, e quinhentas e trinta vestes sacerdotaes. 71 E _alguns mais_ dos cabeças dos paes deram para o thesouro da obra, em oiro, vinte mil drachmas: e em prata, duas mil e duzentas libras. 72 E o que deu o resto do povo, foi, em oiro, vinte mil drachmas: [12] e em prata duas mil libras: e sessenta e sete vestes sacerdotaes. 73 E habitaram os sacerdotes, e os levitas, e os porteiros, e os cantores, e _alguns_ do povo, e os nethineos, e todo o Israel nas suas cidades. [1] cap. 6.1. [2] cap. 2.5. [3] Exo. 18.21. [4] Esd. 2.1, etc. [5] ver. 12. [6] I Chr. 24.7. [7] I Chr. 24.14. [8] I Chr. 9.12 e 24.9. [9] I Chr. 24.8. [10] Esd. 2.59. [11] cap. 8.9. [12] Esd. 2.69. _Esdras lê a lei diante do povo._ [Antes de Christo 445] 8 E chegado o setimo mez, e estando os filhos d’Israel nas suas cidades, todo o povo [1] se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das aguas: e disseram a Esdras, [2] o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moysés, que o Senhor tinha ordenado a Israel. 2 E Esdras, [3] o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, assim d’homens como de mulheres, e de todos os entendidos para ouvirem, no primeiro dia do setimo mez. 3 E leu n’elle diante da praça, que está diante da porta das aguas, desde a alva até ao meio dia, perante homens e mulheres, e entendidos: e os ouvidos de todo o povo _estavam attentos_ ao livro da lei. 4 E Esdras, o escriba, estava sobre um pulpito de madeira, que fizeram para aquillo: e estava _em pé_ junto a elle, á sua mão direita, Mattithias, e Sema, e Anaias, e Urias, e Hilkias, e Maaseias; e á sua mão esquerda, Pedaias, e Misael, e Melchias, e Hasum, e Hasbaddana, Zacharias, e Mesullam. 5 E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o elle, todo o povo se poz [4] em pé. 6 E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus: e todo o povo [5] respondeu, Amen, Amen! levantando as suas mãos; e inclinaram-se, e adoraram ao Senhor, com os rostos em terra. 7 E Jesua, e Bani, e Serebias, Jamin, Akkub, Sabbethai, Hodias, Maaseias, Kelita, Azarias, Jozabad, Hanan, Pelaias, e os levitas ensinavam [6] o povo na lei: e o povo _estava_ no seu posto. 8 E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse. 9 E [7] Nehemias (que era o [MR] tirsatha), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia _é_ consagrado ao Senhor vosso Deus, _pelo que_ não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, [8] ouvindo as palavras da lei. 10 Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e [9] enviae porções aos que não teem nada preparado para si; porque este dia _é_ consagrado ao nosso Senhor: portanto não vos entristeçaes: porque a alegria do Senhor é a vossa força. 11 E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calae-vos; porque este dia _é_ santo: por isso não vos entristeçaes. 12 Então todo o povo se foi a comer, e a beber, e a enviar porções, e a fazer grandes alegrias: porque [10] entenderam as palavras que lhes fizeram saber. _A festa dos tabernaculos._ 13 E no dia seguinte ajuntaram-se os cabeças dos paes de todo o povo, os sacerdotes, e os levitas, a Esdras, o escriba: e isto para attentarem nas palavras da lei. 14 E acharam escripto na lei que o Senhor ordenara, pelo ministerio de Moysés, que os filhos d’Israel habitassem em cabanas, [11] na solemnidade _da festa_, no setimo mez. 15 Assim o publicaram, e fizeram passar pregão por todas as suas cidades, e em Jerusalem, dizendo: [12] Sahi ao monte, e trazei ramos d’oliveiras, e ramos d’arvores olearias, e ramos de murtas, e ramos de palmeiras, e ramos d’arvores espessas, para fazer cabanas, como _está_ escripto. 16 Saiu pois o povo, e _os_ trouxeram, e fizeram para si cabanas, cada um no seu [13] terrado, e nos seus pateos, e nos atrios da casa de Deus, e na praça da porta das aguas, e na praça da porta d’Ephraim. 17 E toda a congregação dos que voltaram do captiveiro fizeram cabanas e habitaram nas cabanas, porque nunca fizeram assim os filhos d’Israel, desde os dias de Josué, filho de Nun, até áquelle dia: e houve mui [14] grande alegria. 18 E de dia em dia se leu no livro da lei de Deus, [15] desde o primeiro dia até ao derradeiro; e celebraram a solemnidade _da festa_ sete dias, e no oitavo dia, o dia da prohibição, segundo o rito. [1] Esd. 3.1. cap. 3.26. [2] Esd. 7.6. [3] Deu. 31.11, 12. Lev. 23.24. [4] Jui. 3.20. [5] I Cor. 14.16. I Tim. 2.8. Exo. 4.31 e 12.27. [6] Lev. 10.11. Deu. 33.10. II Chr. 17.7, 8, 9. Mal. 2.7. [7] Esd. 2.63. cap. 7.65 e 10.1. II Chr. 35.3. ver. 8. Lev. 23.24. Num. 29.1. [8] Deu. 16.14, 15. Ecc. 3.4. [9] Est. 9.19, 22. Apo. 11.10. [10] ver. 7, 8. [11] Lev. 23.34, 42. Deu. 16.13. [12] Lev. 23.4. Deu. 16.16. Lev. 23.40. [13] Deu. 22.8. cap. 12.37. II Reis 14.13. cap. 12.39. [14] II Chr. 30.21. [15] Deu. 31.10, etc. Lev. 23.36. Num. 29.35. _Arrependimento e confissão do peccado._ 9 E no dia vinte e quatro d’este mez [1] se ajuntaram os filhos d’Israel com jejum e com saccos, e traziam terra sobre si. 2 E a geração [2] d’Israel se apartou de todos os estranhos, e pozeram-se em pé, e fizeram confissão pelos seus peccados e pelas iniquidades de seus paes. 3 Porque, levantando-se no seu posto, leram [3] no livro da lei do Senhor seu Deus uma quarta parte do dia; e na _outra_ quarta parte fizeram confissão, e adoraram ao Senhor seu Deus. 4 E Jesué, Bani, Kadmiel, Sebanias, Bunni, Serebias, Bani _e_ Chenani se pozeram em pé no logar alto dos levitas, e clamaram em alta voz ao Senhor seu Deus. 5 E os levitas, Jesué, e Kadmiel, Bani, Hasabneias, Serebias, Hodias, Sebanias, Pethachias, disseram: Levantae-vos, bemdizei ao Senhor vosso Deus d’eternidade em eternidade: ora bemdigam o nome [4] da tua gloria, que está levantado sobre toda a benção e louvor. 6 Tu [5] só _és_ Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exercito; a terra e tudo quanto n’ella _ha_; os mares e tudo quanto n’elles _ha_, e tu os guardas em vida a todos; e o exercito dos céus te adora. 7 Tu _és_ Senhor, o Deus, que elegeste a [6] Abrão, e o tiraste d’Ur dos chaldeos, e lhe pozeste por nome Abrahão. 8 E achaste o seu coração fiel perante ti, [7] e fizeste com elle o concerto, que _lhe_ darias a terra dos cananeos, dos hetheos, dos amorrheos, e dos pherezeos, e dos jebuseos, e dos girgaseos, para a dares á sua semente: e confirmaste [8] as tuas palavras, porquanto és justo. 9 E viste [9] a afflicção de nossos paes no Egypto: e ouviste o seu clamor junto ao Mar Vermelho. 10 E déste [10] signaes e prodigios a Pharaó, e a todos os seus servos, e a todo o povo da sua terra; porque soubeste que [11] soberbamente os trataram; e assim te adquiriste nome, como hoje _se vê_. 11 E o mar [12] fendeste perante elles, e passaram pelo meio do mar, em secco: e lançaste os seus perseguidores nas profundezas, como [13] uma pedra nas aguas violentas. 12 E os [14] guiaste de dia por _uma_ columna de nuvem, e de noite por _uma_ columna de fogo, para os alumiares no caminho por onde haviam de ir. 13 E sobre o [15] monte de Sinai desceste, e fallaste com elles desde os céus: e déste-lhes juizos rectos, e leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. 14 E o teu sancto [16] sabbado lhes fizeste saber: e preceitos, e estatutos, e lei lhes mandaste pelo ministerio de Moysés, teu servo. 15 E pão dos céus lhes déste [17] na sua fome, e agua da penha lhes produziste na sua sêde: e lhes disseste que entrassem para possuirem a terra pela qual alçaste a tua mão, que lh’a havias de dar. 16 Porém [18] elles e nossos paes se houveram soberbamente: e endureceram a sua cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos. 17 E recusaram ouvir-_te_, e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste, e endureceram a sua cerviz, e na [19] sua rebellião levantaram _um_ chefe, afim de voltarem para a sua servidão: porém tu, [20] ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em beneficencia, comtudo os não desamparaste. 18 Ainda [21] mesmo quando elles fizeram para si _um_ bezerro de fundição, e disseram: Este _é_ o teu Deus, que te tirou do Egypto; e commetteram grandes blasphemias: 19 Todavia tu, pela [22] multidão das tuas misericordias, os não deixaste no deserto: a columna de nuvem nunca d’elles se apartou de dia, para os guiar pelo caminho, nem a columna de fogo de noite, para os alumiar: e isto pelo caminho por onde haviam de ir. 20 E déste [23] o teu bom espirito, para os ensinar: e o teu manná não retiraste da sua bocca; e agua lhes déste na sua sêde. 21 De tal modo os sustentaste [24] quarenta annos no deserto: falta nenhuma tiveram: os seus vestidos se não envelheceram, e os seus pés se não incharam. 22 Tambem lhes déste reinos e povos, e os repartiste em porções: e elles possuiram a terra de [25] Sihon, a saber, a terra do rei d’Hesbon, e a terra d’Og, rei de Basan. 23 E multiplicaste [26] os seus filhos como as estrellas do céu, e trouxeste-os á terra de que tinhas dito a seus paes que entrariam _n’ella_ para _a_ possuirem. 24 Assim entraram n’ella [27] os filhos, e tomaram aquella terra: e abateste perante elles os moradores da terra, os cananeos, e lh’os entregaste na mão, como tambem os reis, e os povos da terra, para fazerem d’elles conforme á sua vontade. 25 E tomaram cidades fortes e terra [28] grossa, e possuiram casas cheias de toda a fartura, cisternas cavadas, vinhas e olivaes, e arvores de mantimento, em abundancia: e comeram e se fartaram [29] e engordaram, e viveram em delicias, pela tua grande bondade. 26 Porém se obstinaram, e se rebellaram contra [30] ti, e lançaram a tua lei para traz das suas costas, e mataram [31] os teus prophetas, que protestavam contra elles, para que voltassem para ti: assim fizeram grandes abominações. 27 Pelo que os entregaste [32] na mão dos seus angustiadores, que os angustiaram: mas no tempo de sua angustia, clamando a ti, desde os céus tu ouviste; e segundo a tua grande misericordia lhes déste libertadores que os libertaram da mão de seus angustiadores. 28 Porém, em tendo repouso, tornavam [33] a fazer o mal diante de ti: e tu os deixavas na mão dos seus inimigos, para que dominassem sobre elles; e convertendo-se elles, e clamando a ti, tu os ouviste desde os céus, e segundo a tua misericordia os livraste muitas vezes. 29 E protestaste contra elles, para que voltassem para a tua lei; porém elles [34] se houveram soberbamente, e não deram ouvidos aos teus mandamentos, mas peccaram contra os teus juizos pelos quaes o homem que os fizer viverá; e te deram o hombro rebelde, e endureceram a sua cerviz, e não ouviram. 30 Porém estendeste _a tua benignidade_ sobre elles por muitos annos, e protestaste contra elles [35] pelo teu Espirito, pelo ministerio dos teus prophetas; porém elles não deram ouvidos: pelo que os entregaste na mão dos povos das terras. 31 Mas pela tua grande misericordia [36] os não destruiste nem desamparaste: porque _és um_ Deus clemente e misericordioso. 32 Agora pois, ó Deus nosso, ó Deus [37] grande, poderoso e terrivel, que guardas o concerto e beneficencia, não tenhas em pouca conta todo o trabalho que _nos_ alcançou a nós, aos nossos reis, aos nossos principes, e aos nossos sacerdotes, e aos nossos prophetas, e aos nossos paes, e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assyria até _ao dia_ de hoje. 33 Porém tu _és_ justo [38] em tudo quanto tem vindo sobre nós; porque tu tens obrado fielmente, e nós temos obrado impiamente. 34 E os nossos reis, os nossos principes, os nossos sacerdotes, e os nossos paes não guardaram a tua lei, e não deram ouvidos aos teus mandamentos e aos teus testemunhos, que protestaste contra elles. 35 Porque elles nem no seu reino, [39] nem na muita abundancia de bens que lhes déste nem na terra espaçosa e gorda que déste diante d’elles, te serviram, nem se converteram de suas más obras. 36 Eis-que hoje [40] _somos_ servos: e _até_ na terra que déste a nossos paes, para comerem o seu fructo e o seu bem, eis que _somos_ servos n’ella. 37 E ella multiplica os seus productos [41] para os reis, que pozeste sobre nós, por causa dos nossos peccados: e conforme a sua vontade dominam [42] sobre os nossos corpos e sobre as nossas bestas; e estamos _n’uma_ grande angustia. 38 E com tudo isto fizemos um [43] firme _concerto_, e o escrevemos: e sellaram-n’o os nossos principes, os nossos levitas _e_ os nossos sacerdotes. [1] cap. 8.2. Jos. 7.6. II Sam. 1.2. Job 2.12. [2] Esd. 10.11. cap. 13.3, 30. [3] cap. 8.7, 8. [4] I Chr. 29.13. [5] II Reis 19.15, 19. Isa. 37.16, 20. Gen. 1.1. Apo. 14.7. Deu. 10.14. [6] Gen. 11.31 e 12.1. Gen. 17.5. [7] Gen. 15.6. Gen. 12.7 e 15.18 e 17.7, 8. [8] Jos. 23.14. [9] Exo. 2.25 e 3.7. Exo. 14.10. [10] cap. 7, 8, 9, 10, 12 e 14. [11] Exo. 18.11. Exo. 9.16. Isa. 63.12, 14. Jer. 32.20. [12] Exo. 14.21, 22, 27, 28. [13] Exo. 15.5, 10. [14] Exo. 13.21. [15] Exo. 19.20 e 20.1. [16] Gen. 2.3. Exo. 20.8, 11. [17] Exo. 16.14, 15. João 6.31. Exo. 17.6. Num. 20.9, etc. Deu. 1.8. [18] ver. 29. Deu. 31.37. II Reis 17.14. Jer. 19.15. [19] Num. 14.4. [20] Exo. 34.6. Num. 14.18. Joel 2.13. [21] Exo. 32.4. [22] ver. 27. Exo. 13.21, 22. Num. 14.14. I Cor. 10.1. [23] Num. 11.17. Isa. 63.11. Exo. 16.15. Jos. 5.12. Exo. 17.6. [24] Deu. 2.7 e 8.4 e 29.5. [25] Num. 21.21, etc. [26] Gen. 22.17. [27] Jos. 1.2, etc. [28] ver. 35. Num. 13.27. Deu. 8.7, 8. Eze. 20.6. Deu. 6.11. [29] Deu. 32.15. Ose. 3.5. [30] Jui. 2.11, 12. Eze. 20.21. I Reis 14.9. [31] I Reis 18.4 e 19.10. II Chr. 24.20, 21. Mat. 23.37. Act. 7.52. [32] Jui. 2.14 e 3.8, etc. Jui. 2.18 e 3.9. [33] Jui. 3.11, 12, 30 e 4.1 e 5.31 e 6.1. [34] ver. 16. Lev. 18.5. Eze. 20.11. Rom. 10.5. Gal. 3.12. [35] II Reis 17.13. II Chr. 36.15. Jer. 7.25 e 25.4. I Ped. 1.11. II Ped. 1.21. Isa. 5.5 e 42.24. [36] Jer. 4.27 e 5.10, 18. ver. 17. [37] Exo. 34.6, 7. cap. 1.5. [38] II Reis 17.3. Dan. 9.14 e 9.5, 6, 8. [39] Deu. 28.47. ver. 25. [40] Deu. 28.48. Esd. 9.9. [41] Deu. 28.33, 51. [42] Deu. 28.48. [43] II Reis 23.3. II Chr. 29.10 e 34.31. Esd. 10.3. cap. 10.29. _Os nomes dos que sellaram o concerto._ 10 E os que sellaram _foram_ [1] Nehemias, o [MS] tirsatha, filho de Hacalias, e Zedekias, 2 Seraias, [2] Azarias, Jeremias, 3 Pashur, Amarias, Malchias, 4 Hattus, Sebanias, Malluch, 5 Harim, Meremoth, Obadias, 6 Daniel, Ginnethon, Baruch, 7 Mesullum, Abias, Miamin, 8 Maasias, Bilgai, Semaias: estes _foram_ os sacerdotes. 9 E os levitas: Jesué, filho de Azanias, Binnui, dos filhos de Henadad, Kadmiel, 10 E seus irmãos: Sebanias, Hodias, Kelita, Pelaias, Hanan, 11 Micha, Rehob, Hasabias, 12 Zacchur, Serebias, Sebanias, 13 Hodias, Bani, Beninu. 14 Os chefes do povo: [3] Pareos, Pahat-moab, Elam, Zatthu, Bani, 15 Bunni, Asgad, Bebai, 16 Adonias, Bigvai, Adin, 17 Ater, Hiskias, Azur, 18 Hodias, Hasum, Besai, 19 Hariph, Anathoth, Nebai, 20 Magpias, Mesullum, Hezir, 21 Mezezabeel, Zadok, Jaddua, 22 Pelatias, Hanan, Anaias, 23 Hoseas, Hananias, Hassub, 24 Hollohes, Pilha, Sobek, 25 Rehum, Hasabna, Maaseias; 26 E Ahias, Hanan, Anan, 27 Malluch, Harim, Baana. 28 E o resto [4] do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, os nethineos, todos os que se tinham separado dos povos das terras para [5] a lei de Deus, suas mulheres, seus filhos, e suas filhas; todos os sabios _e_ entendidos; 29 Firmemente adheriam a seus irmãos os mais nobres de entre elles, e convieram n’um anathema e n’um juramento, de que andariam na lei de Deus, que foi dada pelo ministerio de Moysés, servo de Deus; e de que guardariam e fariam todos os mandamentos do Senhor, nosso Senhor, e os seus juizos e os seus estatutos; 30 E que não dariamos as nossas filhas [6] aos povos da terra, nem tomariamos as filhas d’elles para os nossos filhos. 31 E que, trazendo [7] os povos da terra no dia de sabbado algumas fazendas, e qualquer grão para venderem, não a tomariamos d’elles no sabbado, nem no dia sanctificado: e livre deixariamos o [8] anno setimo, e toda e qualquer cobrança. 32 Tambem nos pozemos preceitos, impondo-nos cada anno a terça parte d’um siclo, para o ministerio da casa do nosso Deus; 33 Para os pães [9] da proposição, e para a continua offerta de manjares, e para o continuo holocausto dos sabbados, das luas novas, para as festas solemnes, e para as _coisas_ sagradas, e para os sacrificios pelo peccado, para reconciliar a Israel, e _para_ toda a obra da casa do nosso Deus. 34 Tambem lançámos as sortes entre os sacerdotes, levitas, e o povo, ácerca da offerta da [10] lenha que se havia de trazer á casa do nosso Deus, segundo as casas de nossos paes, a tempos determinados, de anno em anno, para se queimar sobre o altar do Senhor nosso Deus, como _está_ escripto [11] na lei. 35 Que tambem trariamos [12] as primeiras novidades da nossa terra, e todos os primeiros fructos de todas as arvores, de anno em anno, á casa do Senhor. 36 E os primogenitos dos nossos filhos, e os das nossas bestas, como _está_ escripto [13] na lei: e que os primogenitos das nossas vaccas e das nossas ovelhas trariamos á casa do nosso Deus, aos sacerdotes, que ministram na casa do nosso Deus. 37 E _que_ as primicias da nossa massa, e as nossas offertas alçadas, e o fructo de toda a arvore, o mosto e o azeite, [14] trariamos aos sacerdotes, ás camaras da casa do nosso Deus; e os dizimos [15] da nossa terra aos levitas: e que os levitas pagariam os dizimos em todas as cidades da nossa lavoura. 38 E que o sacerdote, filho de Aarão, estaria com os levitas quando os levitas recebessem os dizimos, [16] e que os levitas trariam os dizimos dos dizimos á casa do nosso Deus, ás camaras da casa do thesouro. 39 Porque áquellas camaras os filhos de Israel e os filhos de Levi devem [17] trazer offertas alçadas do grão, do mosto e do azeite: porquanto ali estão os vasos do sanctuario, como tambem os sacerdotes que ministram, e os porteiros, e os cantores: e que assim não [18] desamparariamos a casa do nosso Deus. [1] cap. 8.9. cap. 1.1. [2] cap. 12.1, 24. [3] Esd. 2.3, etc. cap. 7.8, etc. [4] Esd. 2.36, 43 e 9.1 e 10.11, 12, 19. cap. 13.3. [5] Deu. 29.12, 14. cap. 5.12, 13. II Reis 23.3. II Chr. 34.31. [6] Exo. 34.16. Deu. 7.3. Esd. 9.12, 14. [7] Exo. 20.10. Lev. 23.3. Deu. 5.12. cap. 13.15, etc. [8] Exo. 23.10, 11. Lev. 25.4. Deu. 15.1, 2. cap. 5.12. [9] Lev. 24.5, etc. II Chr. 2.4. Num. 28 e 29. [10] cap. 13.31. Isa. 40.16. [11] Lev. 6.12. [12] Exo. 23.19 e 34.26. Lev. 19.23. Num. 18.12. Deu. 26.2. [13] Exo. 13.2, 12, 13. Lev. 27.26, 27. Num. 18.15, 16. [14] Lev. 23.17. Num. 15.19 e 18.12, etc. Deu. 18.4 e 26.2. [15] Lev. 27.30. Num. 18.21, etc. [16] Num. 18.26. [17] Deu. 12.6, 11. II Chr. 31.12. cap. 13.12. [18] cap. 13.10, 11. _Relação dos que habitaram em Jerusalem._ 11 E os principes do povo habitaram em Jerusalem, porém o resto do povo lançou sortes, para tirar um de dez, que habitasse na sancta [1] cidade de Jerusalem, e as nove partes nas _outras_ cidades. 2 E o povo bemdisse a todos os homens que voluntariamente se offereciam [2] para habitarem em Jerusalem. 3 E estes [3] _são_ os chefes da provincia, que habitaram em Jerusalem (porém nas cidades de Judah habitou cada um na sua possessão, nas suas cidades, Israel, os sacerdotes, e os levitas, e os [4] nethineos, e os filhos dos servos de Salomão): 4 Habitaram pois em [5] Jerusalem _alguns_ dos filhos de Judah e dos filhos de Benjamin: dos filhos de Judah, Athaias, filho d’Uzias, filho de Zacharias, filho de Amarias, filho de Sephatias, filho de Mahalaleel, [6] dos filhos de Peres; 5 E Maaseias, filho de Baruch, filho de Col-hose, filho d’Hazaias, filho d’Adaias, filho de Joiarib, filho de Zacharias, filho de Siloni. 6 Todos os filhos de Peres, que habitaram em Jerusalem, _foram_ quatrocentos _e_ sessenta e oito homens valentes. 7 E estes _são_ os filhos de Benjamin: Sallu, filho de Messullam, filho de Joed, filho de Pedaias, filho de Kolaias, filho de Maaseias, filho d’Ithiel, filho de Jesaias. 8 E depois d’elle Gabbai, Sallai: novecentos _e_ vinte e oito. 9 E Joel, filho de Zichri, superintendente sobre elles: e Judah, filho de Senua, segundo sobre a cidade. 10 Dos [7] sacerdotes: Jedaias, filho de Joiarib, Jachin, 11 Seraias, filho d’Hilkias, filho de Mesullam, filho de Zadok, filho de Meraioth, filho d’Ahitub, maioral da casa de Deus. 12 E seus irmãos, que faziam a obra na casa, oitocentos _e_ vinte e dois: e Adaias, filho de Jeroham, filho de Pelalias, filho de Amsi, filho de Zacharias, filho de Pashur, filho de Malchias. 13 E seus irmãos, cabeças dos paes, duzentos _e_ quarenta e dois; e Amasai, filho d’Azareel, filho d’Ahazai, filho de Mesillemoth, filho d’Immer. 14 E os irmãos d’elles, varões valentes, cento _e_ vinte e oito, e superintendente sobre elles Zabdiel, filho de Gedolim. 15 E dos levitas: Semaias, filho d’Hassub, filho d’Azrikam, filho d’Hasabias, filho de Buni; 16 E Sabbethai, e Jozabad, dos cabeças dos levitas, _presidiam_ sobre [8] a obra de fóra da casa de Deus; 17 E Matthanias, filho de Micha, filho de Zabdi, filho d’Asaph, o cabeça, que começava a dar graças na oração, e Bakbukias, o segundo de seus irmãos: depois Abda, filho de Sammua, filho de Galal, filho de Jeduthun. 18 Todos os levitas na sancta [9] cidade, _foram_ duzentos _e_ oitenta e quatro. 19 E os porteiros, Akkub, Talmon, com seus irmãos, os guardas das portas, cento _e_ setenta e dois. _Dos que habitaram nas cidades de Judah._ 20 E o resto d’Israel, dos sacerdotes _e_ levitas, _esteve_ em todas as cidades de Judah, cada um na sua herdade. 21 E os [10] nethineos habitaram em Ophel; e Ziha e Gispa presidiam sobre os nethineos. 22 E o superintendente dos levitas em Jerusalem _foi_ Uzzi, filho de Bani, filho d’Hasabias, filho de Matthanias, filho de Micha: dos filhos d’Asaph os cantores, no serviço da casa de Deus. 23 Porque _havia um_ mandado do rei ácerca [11] d’elles: a saber, _uma_ certa porção para os cantores, cada _qual no seu_ dia. 24 E Petahias, filho de Mesezabeel, dos filhos de [12] Zerah, filho de Judah, _estava_ á mão do rei, em todos os negocios do povo. 25 E nas aldeias, nas suas terras, _alguns_ dos filhos de Judah habitaram em [13] Kiriath-arba, e nos logares da sua jurisdicção; e em Dibon, e nos logares da sua jurisdicção; e em Jekabseel, e nas suas aldeias, 26 E em Jesua, e em Molada, e em Beth-pelet, 27 E em Hasar-sual, e em Berseba, e nos logares da sua jurisdicção, 28 E em Siclag, e em Mechona, e nos logares da sua jurisdicção, 29 E em En-rimmon, e em Zora, e em Jarmuth; 30 Em Zanoah, Adullam, e nas suas aldeias; em Lachis, e nas suas terras; em Azaka, e _nos_ logares da sua jurisdicção: acamparam-se desde Berseba até ao valle de Hinnom. 31 E os filhos de Benjamin, de Geba, _habitaram em_ Michmas, e Aia, e Beth-el, e nos logares da sua jurisdicção, 32 E _em_ Anathoth, em Nob, em Anania, 33 Em Hasor, em Rama, em Gitthaim, 34 Em Hadid, em Zeboim, em Neballat, 35 Em Lod, e em Ono, no valle [14] dos artifices. 36 E _alguns_ dos levitas nos repartimentos de Judah _e_ de Benjamin. [1] ver. 18. Mat. 4.5 e 27.53. [2] Jui. 5.9. [3] I Chr. 9.2, 3. [4] Esd. 2.43. Esd. 2.55. [5] I Chr. 9.3, etc. [6] Gen. 38.29. [7] I Chr. 9.10, etc. [8] I Chr. 26.29. [9] ver. 1. [10] cap. 3.26. [11] Esd. 6.8, 9 e 7.20, etc. [12] Gen. 38.30. I Chr. 18.17 e 23.28. [13] Jos. 14.15. [14] I Chr. 4.14. _Os sacerdotes que vieram para Jerusalem com Zorobabel._ [Antes de Christo 536] 12 Estes _são_ sacerdotes [1] e levitas que subiram com Zorobabel, filho de Sealthiel, e _com_ Jesué: [2] Seraias, Jeremias, Esdras, 2 Amarias, Malluch, Hattus, 3 Sechanias, Rehun, Meremoth, 4 Iddo, Ginnethoi, [3] Abias, 5 Miamin, Maadias, Bilga, 6 Semaias, e Joiarib, Jedaias, 7 Sallu, Amok, Hilkias, Jedaias: estes _foram_ os chefes dos sacerdotes e de seus irmãos, nos dias de [4] Jesué. 8 E _foram_ os levitas: Jesué, Binnui, Kadmiel, Serebias, Judah, Matthanias: este e seus irmãos _presidiam_ sobre os louvores. 9 E Bakbukias e Uni, seus irmãos, defronte d’elle, nas guardas. 10 E Jesué gerou a Joaquim, e Joaquim gerou a Eliasib, e Eliasib gerou a Joiada, 11 E Joiada gerou a Jonathan, e Jonathan gerou a Jaddua. 12 E nos dias de Joaquim _foram_ sacerdotes, cabeças dos paes: de Seraias, Meraias; de Jeremias, Hananias; 13 D’Esdras, Messullam; de Amarias, Johanan; 14 De Melichu, Jonathan; de Sebanias, José; 15 D’Harim, Adna; de Meraioth, Helkai; 16 D’Iddo, Zacharias; de Ginnethon, Messullam; 17 D’Abias, Zichri; de Miamin _e_ de Moadias, Piltai; 18 De Bilga, Sammua; de Semaias, Jonathan; 19 E de Joiarib, Matthenai; de Jedaias, Ezzi; 20 De Sallai, Kallai; de Amok, Eber; 21 D’Hilkias, Hasabias; de Jedaias, Nethanael. 22 Dos levitas _foram_ nos dias d’Eliasib escriptos como cabeças de paes, Joiada, e Johnan, e Jaddua; como tambem os sacerdotes, até ao reinado de Dario [5] o persa. 23 Os filhos de Levi escriptos como cabeças de paes no livro das chronicas, até aos dias de Johanan, filho d’Eliasib. 24 _Foram_ pois os cabeças dos levitas: Hasabias, Serabias, e Jesué, filho de Kadmiel, e seus irmãos defronte d’elles, para louvarem _e_ darem graças, [6] segundo o mandado de David, homem de Deus: guarda contra guarda. 25 Matthanias, e Bakbukias, Obadias, Mesullam, Talmon, _e_ Akkub, _eram_ porteiros, que faziam a guarda ás thesourarias das portas. 26 Estes _foram_ nos dias de Joaquim, filho de Jesué, o filho de Josadak; como tambem nos dias de Nehemias, o governador, [7] e do sacerdote Esdras, o escriba. _A dedicação dos muros._ [Antes de Christo 445] 27 E na dedicação [8] dos muros de Jerusalem buscaram os levitas de todos os seus logares, para os trazerem, afim de fazerem a dedicação com alegrias, e com louvores, e com canto, psalterios, alaudes, e com harpas. 28 E assim ajuntaram os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalem, como das aldeias de Netophati; 29 Como tambem da casa de Gilgal, e dos campos de Gibeah, e Azmaveth: porque os cantores se edificaram aldeias nos arredores de Jerusalem. 30 E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e _logo_ purificaram o povo, e as portas, e o muro. 31 Então fiz subir os principes de Judah sobre o muro, e ordenei dois grandes coros e procissões, _um_ á mão direita [9] sobre o muro da banda da porta do monturo. 32 E após elles ia Hosaias, e a metade dos principes de Judah, 33 E Azarias, Esdras, e Mesullam, 34 Judah, e Benjamin, e Semaias, e Jeremias. 35 E dos filhos dos sacerdotes, com trombetas: Zacharias, filho de Jonathan, o filho de Semaias, filho de Matthanias, filho de Michaias, filho de Zacchur, filho d’Asaph, 36 E seus irmãos, Semaias, e Azareel, Milalai, Gilalai, Maai, Nethanael, e Judah, _e_ Hanani, com [10] os instrumentos musicos de David, homem de Deus; e Esdras o escriba _ia_ adiante d’elles. 37 _Indo_ assim para a porta da fonte, e defronte d’elles, subiram as escadas da cidade de David pela subida do muro, desde cima da casa de David, até á porta das aguas, [11] _da banda_ do oriente. 38 E o coro segundo ia defronte, e eu após elle; e a metade do povo _ia_ sobre o muro, desde a torre dos fornos, até á muralha larga; 39 E desde a porta d’Ephraim, e para a porta velha, e para a porta do peixe, e a torre [12] d’Hananeel, e a torre de Mea, até á porta do gado; e pararam á porta da prisão. 40 Então ambos os coros pararam na casa de Deus; como tambem eu, e a metade dos magistrados comigo. 41 E os sacerdotes Eliakim, Maaseias, Miniamin, Michaias, Elioenai, Zacharias, _e_ Hananias, com trombetas, 42 Como tambem, Maaseias, e Semaias, e Eleazar, e Uzzi, e Johanan, e Malchias, e Elam, e Ezer; e faziam-se ouvir os cantores, _juntamente_ com Jezrahias, o superintendente. 43 E sacrificaram no mesmo dia grandes sacrificios, e se alegraram; porque Deus os alegrara com grande alegria; e até as mulheres e os meninos se alegraram, que a alegria de Jerusalem se ouviu até de longe. _O ministerio do templo._ 44 Tambem no [13] mesmo dia se nomearam homens sobre as camaras, para os thesouros, para as offertas alçadas, para as primicias, e para os dizimos, para ajuntarem n’ellas, das terras das cidades, as partes da lei para os sacerdotes e para os levitas; porque Judah estava alegre por causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam ali. 45 E faziam a guarda do seu Deus, e a guarda da purificação; como tambem os cantores e porteiros, conforme ao [14] mandado de David _e_ de seu filho Salomão. 46 Porque já nos dias de David e Asaph, desde a antiguidade, _havia_ cabeças dos cantores, e dos canticos de louvores, e d’acção de graças a Deus. 47 Pelo que todo o Israel, _já_ nos dias de Zorobabel, nos dias de Nehemias, dava as partes dos cantores e dos porteiros a cada um no seu dia; e sanctificavam [15] _as porções_ aos levitas, e os levitas sanctificavam aos filhos d’Aarão. [1] Esd. 2.1, 2. [2] cap. 10.2, 8. [3] Luc. 1.5. [4] Esd. 3.2. Agg. 1.1. Zac. 3.1. [5] I Chr. 9.14, etc. [6] I Chr. 23 e 25 e 26. Esd. 3.11. [7] cap. 8.9. Esd. 7.6, 11. [8] Deu. 20.5. I Chr. 25.6. II Chr. 5.13 e 7.6. [9] ver. 38. cap. 2.13 e 3.13. [10] Num. 10.2, 8. [11] cap. 2.14. cap. 3.15. [12] cap. 3.1. cap. 3.32. Jer. 32.2. [13] II Chr. 31.11, 12. cap. 13.5, 12, 13. [14] I Chr. 25 e 26. [15] Num. 18.21, 24, 26. _Nehemias remove diversos abusos._ [Antes de Christo 434] 13 N’aquelle dia [1] leu-se no livro de Moysés, aos ouvidos do povo: e achou-se escripto [2] n’elle que os ammonitas e os moabitas não entrassem jámais na congregação de Deus, 2 Porquanto não sairam ao encontro dos filhos d’Israel com pão e agua; antes alugaram contra [3] elles a Balaão para os amaldiçoar; ainda que o nosso Deus converteu a maldição em benção. 3 Succedeu pois que, ouvindo elles esta lei, apartaram [4] d’Israel toda a mistura. 4 E d’antes Eliasib, sacerdote, que presidia sobre a camara da casa do nosso Deus, _se tinha_ aparentado com Tobias; 5 E fizera-lhe uma camara grande, onde d’antes se mettiam as offertas de manjares, [5] o incenso, e os vasos, e os dizimos do grão, do mosto, e do azeite, que se ordenaram para os levitas, e cantores, [6] e porteiros, como tambem a offerta alçada para os sacerdotes. 6 Porém em tudo isto não estava eu em Jerusalem; [7] porque no anno trinta e dois de Artaxerxes, rei de Babylonia, vim eu ter com o rei; mas ao cabo de _alguns_ dias _tornei_ a alcançar licença do rei. 7 E vim a Jerusalem, e entendi o mal que Eliasib fizera para Tobias, [8] fazendo-lhe uma camara nos pateos da casa de Deus. 8 O que muito me desagradou: de sorte que lancei todos os moveis da casa de Tobias fóra da camara. 9 E, ordenando-o eu, purificaram [9] as camaras: e tornei a trazer ali os vasos da casa de Deus, com as offertas de manjares, e o incenso. 10 Tambem entendi que o quinhão dos levitas [10] se _lhes_ não dava: de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra. 11 Então [11] contendi com os magistrados, e disse: Porque se desamparou a casa de Deus? Porém eu os ajuntei, e os restaurei no seu posto. 12 Então todo o Judah trouxe [12] os dizimos do grão, e do mosto, e do azeite aos celleiros. 13 E por thesoureiros [13] puz sobre os celleiros a Selemias o sacerdote, e a Zadok o escrivão, e a Pedaias, d’entre os levitas; e á mão d’elles Hanan, filho de Zacchur, o filho de Matthanias: porque se tinham achado [14] fieis: e se lhes encarregou _a elles_ a distribuição para seus irmãos. 14 (Por isto, Deus meu, lembra-te de mim: [15] e não risques as minhas beneficencias que eu fiz á casa de meu Deus e ás suas guardas.) 15 N’aquelles dias vi em Judah os que pisavam lagares ao sabbado [16] e traziam feixes que carregavam sobre _os_ jumentos; como tambem vinho, uvas e figos, e toda _a casta de_ [17] cargas, que traziam a Jerusalem no dia de sabbado; e protestei _contra elles_ no dia em que vendiam mantimentos. 16 Tambem tyrios habitavam dentro, que traziam peixe, e toda a mercadoria, que no sabbado vendiam aos filhos de Judah, e em Jerusalem. 17 E contendi [18] com os nobres de Judah, e lhes disse: Que mal _é_ este que fazeis, e profanaes o dia de sabbado? 18 _Porventura_ [19] não fizeram vossos paes assim, e nosso Deus não trouxe todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? e vós ainda mais accrescentaes o ardor de _sua_ ira sobre Israel, profanando o sabbado. 19 Succedeu pois que, dando [20] as portas de Jerusalem já sombra antes do sabbado, ordenando-o eu, as portas se fecharam; e mandei que as não abrissem até passado o sabbado; e puz ás portas _alguns_ [21] de meus moços, para que carga nenhuma entrasse no dia de sabbado. 20 Então os negociantes e os vendedores de toda a mercadoria passaram a noite fóra de Jerusalem, uma ou duas vezes. 21 Protestei pois contra elles, e lhes disse: Porque passaes a noite defronte do muro? se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão de vós: d’aquelle tempo em diante não vieram no sabbado. 22 Tambem disse aos levitas que se [22] purificassem, e viessem guardar as portas, para sanctificar o sabbado. (N’isto tambem, Deus meu, lembra-te de mim; e perdoa-me segundo a abundancia da tua benignidade.) 23 Vi tambem n’aquelles dias judeos que tinham [23] casado com mulheres asdoditas, ammonitas, _e_ moabitas. 24 E seus filhos fallavam meio asdotita, e não podiam fallar judaico, senão segundo a lingua de cada povo. 25 E contendi [24] com elles, e os amaldiçoei e espanquei _alguns_ d’elles, e lhes arranquei os cabellos, e os fiz jurar por [25] Deus, _dizendo_: Não dareis mais vossas filhas a seus filhos, e não tomareis mais suas filhas, _nem_ para vossos filhos nem para vós mesmos. 26 _Porventura_ [26] não peccou n’isto Salomão, rei d’Israel, não havendo entre muitas gentes rei similhante a elle, e sendo amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei sobre todo o Israel? e _comtudo_ as mulheres estranhas o fizeram peccar. 27 E dar-vos-hiamos _nós_ ouvidos, para [27] fazermos todo este grande mal, prevaricando contra o nosso Deus, casando com mulheres estranhas? 28 Tambem _um_ dos filhos de Joiada, [28] filho d’Eliasib, o summo sacerdote, era genro de Sanballat, o horonita, pelo que o afugentei de mim. 29 Lembra-te d’elles, [29] Deus meu, pois contaminaram o sacerdocio, como tambem o concerto do sacerdocio e dos levitas. 30 Assim os alimpei [30] de todo o estranho, e ordenei as guardas dos sacerdotes e dos levitas, cada um na sua obra. 31 Como tambem para com as offertas [31] da lenha em tempos determinados, e para com as primicias: lembra-te de mim, Deus meu, para bem. [1] Deu. 31.11, 12. II Reis 23.2. cap. 8.3, 8 e 9.3. Isa. 34.16. [2] Deu. 23.3, 4. [3] Num. 22.5. Jos. 24.9, 10. Num. 23.11 e 24.10. Deu. 23.5. [4] cap. 9.2 e 10.28. [5] cap. 12.44. [6] Num. 18.21, 24. [7] cap. 5.14. [8] ver. 1, 5. [9] II Chr. 29.5, 15, 16, 18. [10] Mal. 3.8. Num. 35.2. [11] ver. 17, 25. Pro. 28.4. cap. 10.39. [12] cap. 10.38, 39 e 12.44. [13] II Chr. 31.12. cap. 12.44. [14] cap. 7.2. I Cor. 4.2. [15] ver. 22, 31. cap. 5.19. [16] Exo. 20.10. [17] cap. 10.31. Jer. 17.21, 22. [18] ver. 11. [19] Jer. 17.21, 22, 23. [20] Lev. 23.32. [21] Jer. 17.21, 22. [22] cap. 12.30. ver. 14, 31. [23] Esd. 9.2. [24] ver. 11. Pro. 28.4. [25] Esd. 10.5. cap. 10.29, 30. [26] I Reis 11.1, etc. I Reis 3.13. II Chr. 1.12. II Sam. 12.24. I Reis 11.4, etc. [27] Est. 10.2. [28] cap. 12.10, 22. [29] cap. 6.14. Mal. 2.4, 11, 12. [30] cap. 10.30 e 12.1, etc. [31] cap. 10.34. ver. 14, 22. O LIVRO DE ESTHER. _O banquete de Assuero._ [Antes de Christo 519] 1 E succedeu nos dias [1] de Assuero (este _é_ aquelle Assuero que reinou desde a India até Ethiopia, _sobre_ cento e vinte e sete provincias): 2 N’aquelles dias, assentando-se [2] o rei Assuero sobre o throno do seu reino, que _está_ na fortaleza de Susan, 3 No terceiro anno do seu reinado, fez [3] um convite a todos os seus principes e seus servos (o poder da Persia e Media e os maiores senhores das provincias _estavam_ perante elle), 4 Para mostrar as riquezas da gloria do seu reino, e o esplendor da sua excellente grandeza, por muitos dias, _a saber_: cento e oitenta dias. 5 E, acabados aquelles dias, fez o rei _um_ convite a todo o povo que se achou na fortaleza de Susan, desde o maior até ao menor, por sete dias, no pateo do jardim do palacio real. 6 _As tapeçarias eram_ de branco, verde, e azul celeste, pendentes de cordões de linho fino e purpura, e argolas de prata, e columnas de marmore: [4] os leitos d’oiro e de prata, sobre um pavimento de porphyro, e de marmore, e d’alabastro, e de pedras preciosas. 7 E dava-se de beber em vasos d’oiro, e os vasos eram differentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo o estado do rei. 8 E o beber _era_ por lei, que ninguem forçasse _a outro_: porque assim o tinha ordenado o rei expressamente a todos os grandes da sua casa, que fizessem conforme á vontade de cada um. 9 Tambem a rainha Vasthi fez um convite ás mulheres, na casa real, que _tinha_ o rei Assuero. _Vasthi, a rainha, recusa assistir ao banquete._ 10 E ao setimo dia, [5] estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Mehuman, Biztha, [6] Harbona, Bigtha, e Abagtha, Zethar, e a Carchas, os sete eunuchos que serviam na presença do rei Assuero, 11 Que introduzissem na presença do rei a rainha Vasthi, com a corôa real, para mostrar aos povos e aos principes a sua formosura, porque era formosa á vista. 12 Porém a rainha Vasthi recusou vir _conforme_ á palavra do rei, pela mão dos eunuchos; pelo que o rei muito se enfureceu, e ardeu n’elle a sua ira. 13 Então disse o rei aos sabios que entendiam [7] dos tempos (porque assim se tratavam os negocios do rei na presença de todos os que sabiam a lei e o direito; 14 E os mais chegados a elle _eram_: Carsena, Sethar, Admatha, Tarsis, Meres, Marsena, Memuchan, os [8] sete principes dos persas e dos medos, que viam a face do rei, e se assentavam os primeiros no reino). 15 Que, segundo a lei, se devia fazer da rainha Vasthi, por não haver feito o mandado do rei Assuero, pela mão dos eunuchos? 16 Então disse Memuchan na presença do rei e dos principes: Não sómente peccou contra o rei a rainha Vasthi, porém tambem contra todos os principes, e contra todos os povos que _ha_ em todas as provincias do rei Assuero. 17 Porque _a noticia d’este_ feito da rainha sairá a todas as mulheres, [9] de modo que desprezarão a seus maridos aos seus olhos quando se disser: Mandou o rei Assuero que introduzissem á sua presença a rainha Vasthi, porém ella não veiu. 18 E n’este _mesmo_ dia as princezas da Persia e da Media dirão _o mesmo_ a todos os principes do rei, ouvindo o feito da rainha: e _assim haverá_ assaz desprezo e indignação. 19 Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edicto real, e escreva-se nas leis dos persas e dos medos, e não se quebrante, _a saber_: que Vasthi não entre _mais_ na presença do rei Assuero, e o rei dê o reino d’ella á sua companheira que seja melhor do que ella. 20 E, ouvindo-se o mandado, que o rei mandar em todo o seu reino (ainda que é grande), todas [10] as mulheres darão honra a seus maridos, desde a maior até á menor. 21 E pareceram bem estas palavras aos olhos do rei e dos principes: e fez o rei conforme á palavra de Memuchan. 22 Então enviou cartas a todas [11] as provincias do rei, a cada provincia segundo a sua escriptura, e a cada povo segundo a sua lingua: [12] que cada homem fosse senhor em sua casa, e _que se_ publicasse conforme á lingua do seu povo. [1] Esd. 4.6. Dan. 9.1. cap. 8.9. Dan. 6.1. [2] I Reis 1.46. Neh. 1.1. [3] Gen. 40.20. cap. 2.18. Mar. 6.21. [4] cap. 7.8. Eze. 23.41. Amós 2.8 e 6.4. [5] II Sam. 13.28. [6] cap. 7.9. [7] Jer. 10.7. Dan. 2.12. Mat. 2.1. I Chr. 12.32. [8] Esd. 7.14. II Reis 25.19. [9] Eph. 5.33. [10] Eph. 5.33. Col. 3.18. I Ped. 3.1. [11] cap. 8.9. [12] Eph. 5.22, 23, 24. I Tim. 2.12. _Assuero casa com Esther._ [Antes de Christo 518] 2 Passadas estas coisas, e apaziguado já o furor do rei Assuero, lembrou-se de Vasthi, e do que fizera, e do que se tinha decretado [1] a seu respeito. 2 Então disseram os mancebos do rei, que lhe serviam: Busquem-se para o rei moças virgens, formosas á vista. 3 E ponha o rei commissarios em todas as provincias do seu reino, que ajuntem a todas as moças virgens, formosas á vista, na fortaleza de Susan, na casa das mulheres, debaixo da mão d’Hegai, eunucho do rei, guarda das mulheres, e dêem-se-lhes os seus enfeites. 4 E a moça que parecer bem aos olhos do rei, reine em logar de Vasthi. E isto pareceu bem aos olhos do rei, e assim fez. 5 Havia então um homem judeo na fortaleza de Susan, cujo nome _era_ Mardoqueo, filho de Jair, filho de Simei, filho de Kis, homem benjamita, 6 Que [2] fôra transportado de Jerusalem, com os transportados que foram transportados com Jechonias, rei de Judah, o qual transportara Nabucodonosor, rei de Babylonia. 7 Este criara a [3] Hadassa (que _é_ Esther, filha de seu tio), porque não tinha pae nem mãe: e era moça bella de parecer, e formosa á vista; e, morrendo seu pae e sua mãe, Mardoqueo a tomara por sua filha. 8 Succedeu pois que, divulgando-se o mandado do rei e a sua lei, e ajuntando-se muitas moças na fortaleza de [4] Susan, debaixo da mão d’Hegai, tambem levaram Esther á casa do rei, debaixo da mão d’Hegai, guarda das mulheres. 9 E a moça pareceu formosa aos seus olhos, e alcançou graça perante elle; pelo que se apressurou [5] com os seus enfeites, e em lhe dar os seus quinhões, como tambem em lhe dar sete moças de respeito da casa do rei; e a fez passar com as suas moças ao melhor _logar_ da casa das mulheres. 10 Esther [6] porém não declarou o seu povo e a sua parentela; porque Mardoqueo lhe tinha ordenado que o não declarasse. 11 E passeava Mardoqueo cada dia diante do pateo da casa das mulheres, para se informar de como Esther passava, e do que lhe succederia. 12 E, chegando já a vez de cada moça, para vir ao rei Assuero, depois que fôra feito a ella segundo a lei das mulheres, por doze mezes (porque assim se cumpriam os dias das suas purificações), seis mezes com oleo de myrrha, e seis mezes com especiarias, e com as coisas para a purificação das mulheres: 13 D’esta maneira pois entrava a moça ao rei: tudo quanto ella dizia se lhe dava, para se ir com aquillo da casa das mulheres á casa do rei: 14 Á tarde entrava, e pela manhã tornava á segunda casa das mulheres, debaixo da mão de Saasgaz, eunucho do rei, guarda das concubinas: não tornava mais ao rei, salvo se o rei a desejasse, e fosse chamada por nome. 15 Chegando pois a vez d’Esther, filha [7] d’Abihail, tio de Mardoqueo (que a tomara por sua filha), para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que disse Hegai, eunucho do rei, guarda das mulheres: e alcançava Esther graça aos olhos de todos quantos a viam. [Antes de Christo 514] 16 Assim foi levada Esther ao rei Assuero, á sua casa real, no decimo mez, que _é_ o mez de tebeth, no setimo anno do seu reinado. 17 E o rei amou a Esther mais do que a todas as mulheres, e alcançou perante elle graça e benevolencia mais do que todas as virgens: e poz a corôa real na sua cabeça, e a fez rainha em logar de Vasthi. 18 Então o rei fez _um_ grande convite a [8] todos os seus principes e aos seus servos, _que era_ o convite d’Esther: e deu repouso ás provincias, e fez presentes segundo o estado do rei. 19 E ajuntando-se segunda vez as virgens, [9] Mardoqueo estava assentado á porta do rei. 20 Esther [10] _porém_ não declarava a sua parentela e o seu povo, como Mardoqueo lhe ordenara; porque Esther fazia o mandado de Mardoqueo, como quando a criara. _Mardoqueo descobre uma conspiração._ 21 N’aquelles dias, assentando-se Mardoqueo á porta do rei, dois eunuchos do rei, dos guardas da porta, Bigthan e Theres, grandemente se indignaram, e procuraram pôr as mãos no rei Assuero. 22 E veiu isto ao conhecimento de Mardoqueo, [11] e elle fez saber á rainha Esther, e Esther o disse ao rei, em nome de Mardoqueo. 23 E inquiriu-se o negocio, e se descobriu, e ambos foram enforcados n’uma forca: e foi escripto [12] nas chronicas perante o rei. [1] cap. 1.19, 20. [2] II Reis 24.14, 15. II Chr. 36.10, 20. Jer. 24.1. [3] ver. 15. [4] ver. 3. [5] ver. 3, 12. [6] ver. 20. [7] ver. 7. [8] cap. 1.3. [9] ver. 21. cap. 3.2. [10] ver. 10. [11] cap. 6.2. [12] cap. 6.1. _Haman é exaltado, e cria odio a Mardoqueo._ [Antes de Christo 510] 3 Depois d’estas coisas o rei Assuero engrandeceu a Haman, filho d’Hammedatha, [1] agagita, e o exaltou: e poz o seu assento acima de todos os principes que _estavam_ com elle. 2 E todos os servos do rei, que _estavam_ [2] á porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Haman; porque assim tinha ordenado o rei ácerca d’elle: porém Mardoqueo [3] não se inclinava nem se prostrava. 3 Então os servos do rei, que _estavam_ á porta do rei, disseram a Mardoqueo: Porque traspassas o [4] mandado do rei? 4 Succedeu pois que, dizendo-lhe elles _isto_ de dia em dia, e não lhes dando elle ouvidos, o fizeram saber a Haman, para verem se as palavras de Mardoqueo se sustentariam, porque elle lhes tinha declarado que _era_ judeo. 5 Vendo pois Haman que Mardoqueo se não inclinava nem se prostrava diante d’elle, [5] Haman se encheu de furor. 6 Porém em seus olhos teve em pouco de pôr as mãos só em Mardoqueo (porque lhe haviam declarado o povo de Mardoqueo); Haman pois procurou destruir a todos os judeos que _havia_ em todo o reino d’Assuero, ao povo de Mardoqueo. _Haman pretende matar todos os judeos._ 7 No primeiro mez (que é o mez de nisan), no anno duodecimo do rei Assuero, se lançou pur, isto [6] é, sorte, perante Haman, de dia em dia, e de mez em mez, até ao duodecimo _mez_, que é o mez d’adar. 8 E Haman disse ao rei Assuero: Ha um povo espargido e dividido entre os povos em todas as provincias do teu reino, [7] cujas leis _são_ differentes _das leis_ de todos os povos, e tão pouco fazem as leis do rei; pelo que não convém ao rei deixal-os _ficar_. 9 Se bem parecer ao rei, escreva-se que os matem: e eu porei nas mãos dos que fizerem a obra dez mil talentos de prata, para que se mettam nos thesouros do rei. 10 Então tirou o rei [8] o seu annel da sua mão, e o deu a Haman, filho d’Hammedatha, agagita, adversario dos judeos. 11 E disse o rei a Haman: Essa prata te é dada, como tambem esse povo, para fazeres d’elle o que bem _parecer_ aos teus olhos. 12 Então [9] chamaram os escrivães do rei no primeiro mez, no dia treze do mesmo, e conforme a tudo quanto Haman mandou se escreveu aos principes do rei, e aos governadores que _havia_ sobre cada provincia, e aos principaes de cada povo; a cada provincia segundo a sua escriptura, e a cada povo segundo [10] a sua lingua; em nome do rei Assuero se escreveu, e com o annel do rei se sellou. 13 E as cartas se enviaram pela mão [11] dos correios a todas as provincias do rei, que destruissem, matassem, e lançassem a perder a todos os judeos desde o moço até ao velho, creanças e mulheres, em um _mesmo_ dia, a treze do duodecimo mez (que é o mez d’adar), [12] e que saqueassem o seu despojo. 14 Uma copia [13] do escripto que se proclamasse lei em cada provincia era publicada a todos os povos, para que estivessem preparados para aquelle dia. 15 Os correios, pois, impellidos pela palavra do rei, sairam, e a lei se proclamou na fortaleza de Susan; e o rei e Haman se assentaram a beber; porém a cidade de Susan [14] estava confusa. [1] Num. 24.7. I Sam. 15.8. [2] cap. 2.19. [3] ver. 5. [4] ver. 2. [5] ver. 2. cap. 5.9. Dan. 3.19. [6] cap. 9.24. [7] Esd. 4.13. Act. 16.20. [8] Gen. 41.42. cap. 8.2, 8. [9] cap. 8.9. [10] cap. 1.22 e 8.9. [11] I Reis 21.8. cap. 8.8, 10, 12, etc. [12] cap. 8.11. [13] cap. 8.13, 14. [14] cap. 8.15. Pro. 29.2. _A consternação e tristeza dos judeos._ 4 Quando Mardoqueo soube tudo quanto havia passado, [1] rasgou Mardoqueo os seus vestidos, e vestiu-se de _um_ sacco com cinza, e saiu pelo meio da cidade, e clamou com grande e amargo clamor; 2 E chegou até diante da porta do rei: porque ninguem vestido de sacco podia entrar pelas portas do rei. 3 E em todas as provincias aonde a palavra do rei e a sua lei chegava, havia entre os judeos grande luto, com jejum, e choro, e lamentação: _e_ muitos estavam deitados em sacco e em cinza. 4 Então vieram as moças de Esther, e os seus eunuchos, e fizeram-lh’o saber, do que a rainha muito se doeu: e mandou vestidos para vestir a Mardoqueo, e tirar-lhe o seu sacco; porém elle os não acceitou. 5 Então Esther chamou a Hathach (_um dos_ eunuchos do rei, que _este_ tinha posto na presença d’ella), e deu-lhe mandado para Mardoqueo; para saber que _era_ aquillo; e para quê. 6 E, saindo Hathach a Mardoqueo, á praça da cidade, que _estava_ diante da porta do rei, 7 Mardoqueo lhe fez saber tudo quanto lhe tinha succedido; como tambem a offerta [2] da prata, que Haman dissera que daria para os thesouros do rei, pelos judeos, para os lançar a perder. 8 Tambem lhe deu a copia da lei escripta, [3] que se publicara em Susan, para os destruir, para _a_ mostrar a Esther, e a fazer saber: e para lhe ordenar que, se fosse _ter com_ o rei, e lhe pedisse e supplicasse na sua presença pelo seu povo. 9 Veiu pois Hathach, e fez saber a Esther as palavras de Mardoqueo. 10 Então disse Esther a Hathach, e mandou-lhe _dizer_ a Mardoqueo: 11 Todos os servos do rei, e o povo das provincias do rei, bem sabem que todo o homem ou mulher que entrar no pateo interior ao rei [4] sem ser chamado _não ha senão_ uma sentença, que morra, salvo se o rei estender para elle o sceptro d’oiro, para que viva; e eu estes trinta dias não sou chamada para entrar ao rei. 12 E fizeram saber a Mardoqueo as palavras d’Esther. 13 Então disse Mardoqueo que tornassem a dizer a Esther: Não imagines em teu animo que escaparás na casa do rei, mais do que todos os _outros_ judeos. 14 Porque, se de todo te calares n’este tempo, soccorro e livramento d’outra parte sairá para os judeos, mas tu e a casa de teu pae perecereis: e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino? 15 Então disse Esther que tornassem _a dizer_ a Mardoqueo: 16 Vae, ajunta a todos os judeos que se acharem em Susan, e jejuae por mim, e não comaes nem bebaes por [5] tres dias, nem de dia nem de noite, _e_ eu e as minhas moças tambem assim jejuaremos: e assim entrarei a ter com o rei, ainda que não _é_ segundo a lei; e, perecendo, pereça. 17 Então Mardoqueo foi, e fez conforme a tudo quanto Esther lhe ordenou. [1] II Sam. 1.11. Jos. 7.6. Eze. 27.30. Gen. 27.34. [2] cap. 3.9. [3] cap. 3.14, 15. [4] cap. 5.1. Dan. 2.9. cap. 5.2 e 8.4. [5] cap. 3.5. _Esther entra á presença do rei, e convida-o, e a Haman, para dois banquetes._ 5 Succedeu pois que ao terceiro dia [1] Esther se vestiu _de seus vestidos_ reaes, e se poz no pateo interior da casa do rei, defronte do aposento do rei: e o rei estava assentado sobre o seu throno real, na casa real defronte da porta do aposento. 2 E succedeu que, vendo o rei a rainha Esther, que estava no pateo, alcançou graça aos seus [2] olhos, que o rei apontou para Esther com o sceptro d’oiro, que _tinha_ na sua mão, e Esther chegou, e tocou a ponta do sceptro. 3 Então o rei lhe disse: Que _é_ o que tens, rainha Esther? ou qual é a tua petição? até metade [3] do reino se te dará: 4 E disse Esther: Se bem parecer ao rei, venha o rei e Haman hoje ao convite que lhe tenho preparado. 5 Então disse o rei: Fazei apressar a Haman, que faça o mandado d’Esther. Vindo pois o rei e Haman ao banquete, que Esther tinha preparado, 6 Disse [4] o rei a Esther, no banquete do vinho: Qual _é_ a tua petição? e se te dará: e qual é o teu requerimento? e se fará ainda até metade do reino. 7 Então respondeu Esther, e disse: Minha petição e requerimento _é_: 8 Se achei graça aos olhos do rei, e se bem parecer ao rei conceder-me a minha petição, e outorgar-me o meu requerimento, venha o rei com Haman ao banquete que lhes hei de preparar, e ámanhã farei conforme ao mandado do rei. 9 Então saiu Haman n’aquelle dia alegre e de bom animo: porém, vendo Haman a Mardoqueo á porta do rei, e que não se levantara [5] nem se movera por elle, então Haman se encheu de furor contra Mardoqueo. 10 Haman porém se refreou, e veiu á sua casa: e enviou, e mandou vir os seus amigos, e a Zeres sua mulher. 11 E contou-lhes Haman a gloria das suas riquezas [6] e a multidão de seus filhos, e tudo em que o rei o tinha engrandecido, e o em que o tinha exaltado sobre os principes e servos do rei. 12 Disse mais Haman: Tão pouco a rainha Esther a ninguem fez vir com o rei ao banquete que tinha preparado, senão a mim: e tambem para ámanhã estou convidado por ella juntamente com o rei. 13 Porém tudo isto me não satisfaz, emquanto vir o judeo Mardoqueo assentado á porta do rei. 14 Então lhe disse Zeres, sua mulher, e todos os seus amigos: Faça-se uma forca [7] de cincoenta covados d’altura, e ámanhã dize ao rei que enforquem n’ella Mardoqueo, e então entra com o rei alegre ao convite. E este conselho bem pareceu a Haman, e mandou fazer [8] a forca. [1] cap. 4.16. cap. 4.11. cap. 6.4. [2] Pro. 21.1. cap. 4.11 e 8.4. [3] Mar. 6.23. [4] cap. 7.2 e 9.12. [5] cap. 3.5. [6] cap. 9.7, etc. cap. 3.1. [7] cap. 7.9. cap. 6.4. [8] cap. 7.10. _O rei lê as chronicas e determina honrar Mardoqueo._ 6 N’aquella mesma noite fugiu o somno do rei: então mandou trazer o livro [1] das memorias das chronicas, e se leram diante do rei. 2 E achou-se escripto que Mardoqueo tinha dado noticia de Bigthan e de Teres, dois eunuchos do rei, dos da guarda da porta, que procuraram pôr as mãos no rei Assuero. 3 Então disse o rei: Que honra e magnificencia se fez por isto a Mardoqueo? E os mancebos do rei, seus servos, disseram: Coisa nenhuma se lhe fez. 4 Então disse o rei: Quem _está_ no pateo? E Haman tinha [2] entrado no pateo exterior do rei, para dizer ao rei que enforcassem a Mardoqueo na forca que lhe tinha preparado. 5 E os mancebos do rei lhe disseram: Eis que Haman está no pateo. E disse o rei que entrasse. 6 E, entrando Haman, o rei lhe disse: Que se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada? Então Haman disse no seu coração: De quem se agradará o rei para _lhe_ fazer honra mais do que a mim? 7 Pelo que disse Haman ao rei: O homem de cuja honra o rei se agrada, 8 Traga o vestido real de que o rei se costuma vestir, como tambem o cavallo em que o rei costuma andar montado, [3] e ponha-se-lhe a corôa real na sua cabeça; 9 E entregue-se o vestido e o cavallo, á mão d’um dos principes do rei, dos maiores senhores, e vistam d’elle aquelle homem de cuja honra se agrada: e levem-n’o a cavallo pelas ruas da cidade, [4] e apregôe-se diante d’elle: Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada! 10 Então disse o rei a Haman: Apressa-te, toma o vestido e o cavallo, como disseste, e faze assim para com o judeo Mardoqueo, que está assentado á porta do rei; e coisa nenhuma deixes cair de tudo quanto disseste. 11 E Haman tomou o vestido e o cavallo, e vestiu a Mardoqueo, e o levou a cavallo pelas ruas da cidade, e apregoou diante d’elle: Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada! 12 Depois d’isto Mardoqueo voltou para a porta do rei: porém Haman se retirou [5] correndo a sua casa, anojado, e coberta a cabeça. 13 E contou Haman a Zeres, sua mulher, e a todos os seus amigos, tudo quanto lhe tinha succedido. Então os seus sabios, e Zeres, sua mulher, lhe disseram: Se Mardoqueo, diante de quem _já_ começaste a cair, _é_ da semente dos judeos, não prevalecerás contra elle, antes certamente cairás perante elle. 14 Estando elles ainda fallando com elle, chegaram os eunuchos do rei, e se apressaram a levar Haman [6] ao banquete que Esther preparara. [1] cap. 2.23. [2] cap. 5.1, 14. [3] I Reis 1.33. [4] Gen. 41.43. [5] II Chr. 26.20. [6] cap. 5.8. _Esther denuncia Haman._ 7 Vindo pois o rei com Haman, para beber com a rainha Esther, 2 Disse tambem o rei a Esther no segundo dia, [1] no banquete do vinho: Qual _é_ a tua petição, rainha Esther? e se te dará: e qual é o teu requerimento? até metade do reino, se fará. 3 Então respondeu a rainha Esther, e disse: Se, ó rei, achei graça aos teus olhos, e se bem parecer ao rei, dê-se-me a minha vida como minha petição, e o meu povo como meu requerimento. 4 Porque estamos vendidos, eu e o meu povo, [2] para _nos_ destruirem, matarem, e lançarem a perder: se ainda por servos e por servas nos vendessem, calar-me-hia; ainda que o oppressor não recompensaria a perda do rei. 5 Então fallou o rei Assuero, e disse á rainha Esther: Quem é esse? e onde _está_ esse, cujo coração o instigou a assim fazer? 6 E disse Esther: O homem, o oppressor, e o inimigo, é este mau Haman. Então Haman se perturbou perante o rei e a rainha. 7 E o rei no seu furor se levantou do banquete do vinho para o jardim do palacio; e Haman se poz em pé, para rogar á rainha Esther pela sua vida; porque viu que já o mal lhe era determinado pelo rei. 8 Tornando pois o rei do jardim do palacio á casa do banquete do vinho, Haman tinha caido prostrado [3] sobre o leito em que _estava_ Esther. Então disse o rei: _Porventura_ quereria elle tambem forçar a rainha perante mim n’esta casa? Saindo esta palavra da bocca do rei, cobriram a Haman [4] o rosto. 9 Então disse Harbona, [5] um dos eunuchos _que serviam_ diante do rei: Eis aqui tambem a [6] forca de cincoenta covados de altura que Haman fizera para Mardoqueo, que fallara para bem do rei, está junto á casa de Haman. Então disse o rei: Enforcae-o n’ella. 10 Enforcaram pois a [7] Haman na forca, que elle tinha preparado para Mardoqueo. Então o furor do rei se aplacou. [1] cap. 5.6. [2] cap. 3.9 e 4.7. [3] cap. 1.6. [4] Job 9.24. [5] cap. 1.10. [6] cap. 5.14. Pro. 11.5, 6. [7] Dan. 6.24. _O rei concede a Mardoqueo um edicto em favor dos judeos._ 8 N’aquelle mesmo dia deu o rei Assuero á rainha Esther a casa d’Haman, inimigo dos judeos: e Mardoqueo veiu perante o rei; porque Esther tinha declarado [1] o que lhe era. 2 E tirou [2] o rei o seu annel, que tinha tomado a Haman, e o deu a Mardoqueo. E Esther ordenou a Mardoqueo sobre a casa d’Haman. 3 Fallou mais Esther perante o rei, e se lhe lançou aos pés: e chorou, e lhe supplicou que revogasse a maldade d’Haman, o agagita, e o seu intento que tinha intentado contra os judeos. 4 E estendeu o rei [3] para Esther o sceptro de oiro. Então Esther se levantou, e se poz em pé perante o rei, 5 E disse: Se bem parecer ao rei, e se eu achei graça perante elle, e _se_ este negocio é recto diante do rei, e _se_ eu lhe agrado aos seus olhos, escreva-se que se revoguem as cartas e o intento d’Haman filho d’Hammedatha, o agagita, as quaes elle escreveu para lançar a perder os judeos, que _ha_ em todas as provincias do rei. 6 Porque [4] como poderei ver o mal que sobrevirá ao meu povo? e como poderei ver a perdição da minha geração? 7 Então disse o rei Assuero á rainha Esther e ao judeo Mardoqueo: Eis-que dei [5] a Esther a casa de Haman, e a elle enforcaram n’uma forca, porquanto _quizera_ pôr as mãos nos judeos. 8 Escrevei pois aos judeos, como _parecer_ bem aos vossos olhos, em nome do rei, e sellae-o com o annel do rei; porque [6] a escriptura que se escreve em nome do rei, e se sella com o annel do rei, não é para revogar. 9 Então foram chamados [7] os escrivães do rei, n’aquelle mesmo tempo, e no mez terceiro (que _é_ o mez de sivan), aos vinte e tres do mesmo, e se escreveu conforme a tudo quanto ordenou Mardoqueo aos judeos, como tambem aos satrapas, e aos governadores, e aos maioraes das provincias, que _se estendem_ [8] da India até Ethiopia, cento e vinte e sete provincias, a cada provincia segundo a sua escriptura, e a cada povo conforme a sua lingua: como tambem aos judeos segundo a sua escriptura, e conforme a sua lingua. 10 E se escreveu [9] em nome do rei Assuero, e se sellou com o annel do rei: e se enviaram as cartas pela mão de correios a cavallo, e que cavalgavam sobre ginetes, _e sobre_ mulas _e_ filhos de eguas. 11 Que o rei concedia aos judeos, que havia em cada cidade, que se ajuntassem, e se dispozessem para defenderem as suas vidas: para destruirem, matarem e assolarem a todas as forças do povo e provincia que com elles apertassem, creanças e mulheres, e que se [10] saqueassem os seus despojos, 12 N’um mesmo [11] dia, em todas as provincias do rei Assuero, no _dia_ treze do duodecimo mez, que é o mez d’adar. 13 E a copia [12] da carta foi que uma ordem se annunciaria em todas as provincias, publicamente a todos os povos, para que os judeos estivessem preparados para aquelle dia, para se vingarem dos seus inimigos. 14 Os correios sobre ginetes _e_ mulas apressuradamente sairam, impellidos pela palavra do rei: e foi publicada esta ordem na fortaleza de Susan. 15 Então Mardoqueo saiu da presença do rei com um vestido real azul celeste e branco, como tambem com uma grande corôa d’oiro, e com uma capa de linho fino e purpura, [13] e a cidade de Susan jubilou e se alegrou. 16 _E_ para os judeos houve luz, e alegria, e gozo, e honra. 17 Tambem em toda a provincia, e em toda a cidade, aonde chegava a palavra do rei e a sua ordem, havia entre os judeos alegria, e gozo, convites [14] e dias de folguedo: e muitos dos povos da terra se fizeram judeos; porque o temor dos judeos [15] tinha caido sobre elles. [1] cap. 2.7. [2] cap. 3.10. [3] cap. 4.11 e 5.2. [4] Neh. 2.3. cap. 7.4. [5] ver. 1. Pro. 13.22. [6] cap. 1.19. Dan. 6.8, 12, 15. [7] cap. 3.12. [8] cap. 1.32 e 3.12. [9] I Reis 21.8. cap. 3.12, 13. [10] cap. 9.10, 15, 16. [11] cap. 3.13, etc. e 9.1. [12] cap. 3.14, 15. [13] cap. 3.15. Pro. 29.2. [14] I Sam. 25.8. cap. 9.19, 22. [15] Gen. 35.5. Exo. 15.16. Deu. 2.25 e 11.25. cap. 9.2. _Os judeos matam os seus inimigos._ [Antes de Christo 509] 9 E no [1] mez duodecimo, que _é_ o mez d’adar, no dia treze do mesmo _mez_ em que chegou a palavra do rei e a sua ordem para a executar, no dia em que os inimigos dos judeos esperavam assenhorear-se d’elles, succedeu o contrario, porque os judeos foram os [2] que se assenhorearam dos seus aborrecedores. 2 _Porque_ os judeos nas suas cidades, em todas as provincias do rei Assuero, [3] se ajuntaram para pôr as mãos n’aquelles que procuravam o seu mal: e nenhum parou diante d’elles; porque o seu terror caiu [4] sobre todos aquelles povos. 3 E todos os maioraes das provincias, e os satrapas, e os governadores, e os que faziam a obra do rei, exaltavam os judeos porque tinha caido sobre elles o temor de Mardoqueo. 4 Porque Mardoqueo _era_ grande na casa do rei, e a sua fama sahia por todas as provincias; porque o homem Mardoqueo se ia engrandecendo. 5 Feriram pois os judeos a todos os seus inimigos, ás cutiladas da espada, e da matança e da destruição: e fizeram dos seus aborrecedores o que quizeram. 6 E na fortaleza de Susan mataram e destruiram os judeos quinhentos homens; 7 Como tambem a Parsandatha, e a Dalphon, e a Aspatha, 8 E a Poratha, e a Adalia, e a Aridatha, 9 E a Pharmasta, e a Arisai, e a Aridai, e a Vaizatha: 10 Os dez filhos d’Haman, filho d’Hammedatha, o inimigo dos judeos, mataram, [5] porém ao despojo não estenderam a sua mão. 11 No mesmo dia veiu perante o rei o numero dos mortos na fortaleza de Susan. 12 E disse o rei á rainha Esther: Na fortaleza de Susan mataram e destruiram os judeos quinhentos homens, e os dez filhos d’Haman; nas mais provincias do rei que fariam? qual é pois a [6] tua petição, e dar-se-te-ha; ou qual é ainda o teu requerimento? e far-se-ha. 13 Então disse Esther: Se bem parecer [7] ao rei, conceda-se tambem ámanhã aos judeos que _se acham_ em Susan que façam conforme ao mandado d’hoje: e enforquem os dez filhos d’Haman n’_uma_ forca. 14 Então disse o rei que assim se fizesse; e deu-se _um_ edicto em Susan, e enforcaram os dez filhos d’Haman. 15 E ajuntaram-se [8] os judeos que _se achavam_ em Susan tambem no dia quatorze do mez d’adar, e mataram em Susan a trezentos homens: porém ao despojo não estenderam a sua mão. 16 Tambem os demais [9] judeos que se achavam nas provincias do rei se ajuntaram para se pôrem em defeza da sua vida, e tiveram repouso dos seus inimigos; e mataram dos seus aborrecedores setenta e cinco mil; porém ao despojo não [10] estenderam a sua mão. 17 _Succedeu isto_ no dia treze [11] do mez d’adar: e repousaram no dia quatorze do mesmo, e fizeram d’aquelle _dia_ dia de banquetes e d’alegria. 18 Tambem os judeos, que _se achavam_ em Susan se ajuntaram nos dias treze e quatorze do mesmo: e repousaram no dia quinze do mesmo, e fizeram d’aquelle _dia_ dia de banquetes e d’alegria. 19 Os judeos porém das aldeias, que habitavam nas villas, fizeram do _dia_ quatorze [12] do mez d’adar dia d’alegria e de banquetes, e dia de folguedo, e de mandarem presentes uns aos outros. _A festa de purim._ 20 E Mardoqueo escreveu estas coisas, e enviou cartas a todos os judeos que _se achavam_ em todas as provincias do rei Assuero, aos de perto, e aos de longe, 21 Ordenando-lhes que guardassem o dia quatorze do mez d’adar, e o dia quinze do mesmo, todos os annos, 22 Conforme aos dias em que os judeos tiveram repouso dos seus inimigos; e ao mez que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de folguedo; para que os fizessem dias de banquetes e d’alegria, e de mandarem [13] presentes uns aos outros, e aos pobres dadivas. 23 E se encarregaram os judeos de fazerem o que _já_ tinham começado, como tambem o que Mardoqueo lhes tinha escripto. 24 Porque Haman, filho d’Hammedatha, o agagita, [14] inimigo de todos os judeos, tinha intentado destruir os judeos; e tinha lançado pur, isto é, a sorte, para os assolar e destruir. 25 Mas, vindo isto perante o rei, mandou elle por cartas que o seu mau intento, que intentara contra os judeos, se tornasse sobre [15] a sua cabeça; pelo que o enforcaram a elle e a seus filhos n’uma forca. 26 Por isso áquelles dias chamam purim, do nome pur; pelo que _tambem_ por _causa de_ todas as palavras d’aquella carta, [16] e do que viram sobre isso, e do que lhes tinha succedido, 27 Confirmaram os judeos, [17] e tomaram sobre si, e sobre a sua semente, e sobre todos os que se achegassem a elles, que não se deixaria de guardar estes dois dias conforme ao que se escrevêra d’elles, e segundo o seu tempo determinado, todos os annos. 28 E que estes dias seriam lembrados e guardados por cada geração, familia, provincia, e cidade, e que estes dias de purim não traspassariam d’entre os judeos, e que a memoria d’elles nunca teria fim entre os de sua semente. 29 Depois d’isto escreveu a rainha Esther, [18] filha d’Abigail, e Mardoqueo o judeo, com toda a força, para confirmarem segunda vez esta carta de purim. 30 E mandaram cartas a todos os judeos, ás [19] cento e vinte e sete provincias do reino d’Assuero, com palavras de paz e fidelidade, 31 Para confirmarem estes dias de purim nos seus tempos _determinados_, como Mardoqueo, o judeo, e a rainha Esther lhes tinham estabelecido, e como elles mesmos _já_ o tinham estabelecido sobre si e sobre a sua semente, ácerca do jejum e do seu [20] clamor. 32 E o mandado d’Esther estabeleceu os successos d’aquelle purim: e escreveu-se n’_um_ livro. [1] cap. 8.12. cap. 3.13. [2] II Sam. 22.41. [3] cap. 8.11. ver. 16. [4] cap. 8.17. [5] cap. 5.11. Job 18.19 e 27.13, 14, 15. cap. 8.11. [6] cap. 5.6 e 7.2. [7] cap. 8.11. II Sam. 21.6, 9. [8] ver. 2. cap. 8.11. ver. 10. [9] ver. 2. cap. 8.11. [10] cap. 8.11. [11] ver. 11, 15. [12] Deu. 16.11, 14. cap. 8.17. ver. 22. Neh. 8.10, 12. [13] ver. 19. Neh. 8.11. [14] cap. 3.6, 7. [15] ver. 13, 14. cap. 7.5, etc. e 8.3, etc. cap. 7.10. [16] ver. 20. [17] cap. 8.17. Isa. 56.3, 6. Zac. 2.11. [18] cap. 2.15. cap. 8.10. ver. 20. [19] cap. 1.1. [20] cap. 2.3 e 34.6. _Exaltação de Mardoqueo._ 10 Depois d’isto poz o rei Assuero tributo sobre a terra, e _sobre_ [1] as ilhas do mar, 2 E todas as obras do seu poder e do seu valor, e a declaração da grandeza de [2] Mardoqueo, a quem o rei engrandeceu, _porventura_ não _estão_ escriptas no livro das chronicas dos reis da Media e da Persia? 3 Porque o judeo Mardoqueo _foi_ o segundo [3] depois do rei Assuero, e grande para com os judeos, e agradavel para com a multidão de seus irmãos, que procurava o [4] bem do seu povo, e fallava pela prosperidade de toda a sua nação. [1] Gen. 10.5. Isa. 24.15. [2] cap. 8.15 e 9.4. [3] Gen. 41.40. II Chr. 28.7. [4] Neh. 2.10. [MT] O LIVRO DE JOB. _A virtude, tentação e perdas de Job._ [Antes de Christo 1520] 1 Havia _um_ homem [1] na terra d’Uz, cujo nome _era_ Job: e era este homem sincero, recto e temente a Deus e desviando-se do mal. 2 E nasceram-lhe sete filhos e tres filhas. 3 E era o seu gado sete mil ovelhas, e tres mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era tambem muitissima a gente ao seu serviço, de maneira que era este homem maior do que todos os do oriente. 4 E iam seus filhos, e faziam banquetes em casa de cada um no seu dia; e enviavam, e convidavam as suas tres irmãs a comerem e beberem com elles. 5 Succedeu pois que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Job, e os sanctificava, e se levantava de madrugada, [2] e offerecia holocaustos _segundo_ o numero de todos elles; porque dizia Job: _Porventura_ peccaram meus filhos, e [MU] amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim o fazia Job continuamente. 6 E vindo [3] um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veiu tambem Satanaz entre elles. 7 Então o Senhor disse a Satanaz: D’onde vens? [4] E Satanaz respondeu ao Senhor, e disse: De rodeiar a terra, e passeiar por ella. 8 E disse o Senhor a Satanaz: [5] Consideraste tu a meu servo Job? porque ninguem _ha_ na terra similhante a elle, homem sincero e recto, temente a Deus, e desviando-se do mal. 9 Então respondeu Satanaz ao Senhor, e disse: _Porventura_ teme Job a Deus debalde? 10 _Porventura_ não [6] o circumvallaste tu a elle, e a sua casa, e a tudo quanto tem? [7] A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado está augmentado na terra. 11 Mas estende [8] a tua mão, e toca-_lhe_ em tudo quanto tem, _e verás_ se te não amaldiçoa na tua face! 12 E disse o Senhor a Satanaz: Eis-que tudo quanto tem _está_ na tua mão; sómente contra elle não estendas a tua mão. E Satanaz saiu da presença do Senhor. 13 E succedeu um [9] dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogenito, 14 Que veiu um mensageiro a Job, e _lhe_ disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a elles; 15 E deram _sobre elles_ os sabeos, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada: e só eu escapei tão sómente, para te trazer a nova. 16 Estando este ainda fallando, veiu outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu, e só eu escapei tão sómente para te trazer a nova. 17 Estando ainda este fallando, veiu outro, e disse: Ordenando os chaldeos tres tropas, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada: e só eu escapei tão sómente para te trazer a nova. 18 Estando ainda este fallando, veiu outro, e disse: Estando [10] teus filhos, tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogenito, 19 Eis que _um_ grande vento sobreveiu d’além do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, e caiu sobre os mancebos, e morreram: e só eu escapei tão sómente, para te trazer a nova. 20 Então Job [11] se levantou, e rasgou o seu manto, e tosquiou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou, 21 E disse: Nu sahi do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá; o Senhor _o_ deu, [12] e o Senhor _o_ tomou: bemdito seja o nome do Senhor. 22 Em tudo [13] isto Job não peccou, nem attribuiu a Deus falta alguma. [1] Gen. 22.20, 21. Eze. 14.14. Thi. 5.11. Gen. 6.9 e 17.1. cap. 2.3. Pro. 8.13 e 16.6. [2] Gen. 8.20. cap. 42.8. I Reis 21.10, 13. [3] cap. 2.1. I Reis 22.19. cap. 38.7. [4] cap. 2.2. Mat. 12.43. I Ped. 5.8. [5] cap. 2.3. ver. 1. [6] Isa. 5.2. [7] Pro. 10.22. [8] cap. 2.6 e 19.21. Mal. 3.13, 14. [9] Ecc. 9.12. [10] ver. 4, 13. [11] Gen. 37.29. Esd. 9.3. I Ped. 5.6. [12] Ecc. 5.15. I Tim. 6.7. Ecc. 5.19. Thi. 1.17. Mat. 20.15. I The. 5.18. [13] cap. 2.10. _A adversidade e cruel afflicção de Job._ 2 E, vindo [1] outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veiu tambem Satanaz entre elles, apresentar-se perante o Senhor. 2 Então o Senhor [2] disse a Satanaz: D’onde vens? E respondeu Satanaz ao Senhor, e disse: De rodeiar a terra, e passeiar por ella. 3 E disse o Senhor a Satanaz: Consideraste ao meu servo Job? porque ninguem _ha_ na terra similhante a elle, homem sincero e [3] recto, temente a Deus, e desviando-se do mal, e que ainda retem [4] a sua sinceridade; havendo-me tu incitado contra elle, para o consumir sem causa. 4 Então Satanaz respondeu ao Senhor, e disse: Pelle por pelle, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. 5 Porém estende [5] a tua mão, e toca-lhe nos ossos, e na carne, _e verás_ se te não amaldiçoa na tua face! 6 E disse [6] o Senhor a Satanaz: Eis-que elle _está_ na tua mão; porém guarda a sua vida. 7 Então saiu Satanaz da presença do Senhor, e feriu a Job [MV] d’uma chaga maligna, [7] desde a planta do pé até ao alto da cabeça. 8 E tomou um caco para se raspar com elle: e estava [8] assentado no meio da cinza. 9 Então sua mulher lhe disse: Ainda [9] retens a tua sinceridade? amaldiçoa a Deus, e morre. 10 Porém elle lhe disse: Como falla qualquer das doidas, fallas tu; receberemos [10] o bem de Deus, e não receberiamos o mal? Em tudo isto não peccou Job com os seus labios. 11 Ouvindo [11] pois tres amigos de Job todo este mal que tinha vindo sobre elle, vieram cada um do seu logar; Eliphaz o temanita, e Bildad o suhita, e Sofar o naamathita; e concertaram juntamente de virem condoer-se d’elle, [12] e para o consolarem. 12 E, levantando de longe os seus olhos, não o conheceram: e levantaram a sua voz e choraram; e rasgaram cada um o seu manto, e sobre as suas cabeças lançaram [13] pó ao ar. 13 E se assentaram juntamente com elle na terra, sete dias [14] e sete noites: e nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dôr era mui grande. [1] cap. 1.6. [2] cap. 1.7. [3] cap. 1.1, 8. [4] cap. 27.5, 6. cap. 9.17. [5] cap. 1.11 e 19.20. [6] cap. 1.12. [7] Isa. 1.6. [8] II Sam. 13.19. cap. 42.6. Eze. 27.30. Mat. 11.21. [9] cap. 21.15. ver. 3. [10] cap. 1.21. Rom. 12.12. Thi. 5.10, 11. cap. 1.22. [11] Pro. 17.17. Gen. 36.11. Jer. 49.7. Gen. 25.2. [12] cap. 42.11. Rom. 12.15. [13] Neh. 9.1. Lam. 2.10. Eze. 27.30. [14] Gen. 50.10. _Job amaldiçoa o seu nascimento e lamenta a sua miseria._ 3 Depois d’isto abriu Job a sua bocca, e amaldiçoou o seu dia. 2 E Job respondeu, e disse: 3 Pereça [1] o dia em que nasci, e a noite _em que_ se disse: Foi concebido _um_ homem! 4 Converta-se aquelle dia em trevas; _e_ Deus de cima não tenha cuidado d’elle, nem resplandeça sobre elle a luz. 5 Contaminem-n’o as trevas [2] e a sombra de morte; habitem sobre elle nuvens: a escuridão do dia o espante! 6 A escuridão tome aquella noite, _e_ não se goze entre os dias do anno, _e_ não entre no numero dos mezes! 7 Ah que solitaria seja aquella noite, _e_ suave musica não entre n’ella! 8 Amaldiçoem-n’a aquelles que amaldiçoam o dia, [3] que estão promptos para levantar o seu pranto. 9 Escureçam-se as estrellas do seu crepusculo; que espere a luz, e não _venha_: e não veja as pestanas dos olhos da alva! 10 Porque não fechou as portas do ventre; nem escondeu dos meus olhos a canceira? 11 Porque [4] não morri eu desde a madre? _e_ em saindo do ventre, não expirei? 12 Porque [5] me receberam os joelhos? e porque os peitos, para que mamasse? 13 Porque _já_ agora jazera e repousara; dormiria, e então haveria repouso para mim. 14 Com os reis e conselheiros da terra, que se edificavam casas nos logares [6] assolados, 15 Ou com os principes que tinham oiro, que enchiam as suas casas de prata, 16 Ou como aborto occulto, não existiria: como as creanças _que_ não viram a luz. 17 Ali os maus cessam de perturbar: e ali repousam os cançados. 18 Ali os presos juntamente repousam, _e_ não ouvem [7] a voz do exactor: 19 Ali está o pequeno e o grande, e o servo fica livre de seu senhor. 20 Porque [8] se dá luz ao miseravel, e vida aos [9] amargosos d’animo? 21 Que esperam [10] a morte, e não se acha: e cavam em busca d’ella mais do que _de_ thesouros occultos: 22 Que d’alegria saltam, _e_ exultam, achando a sepultura: 23 Ao homem, cujo caminho é occulto, e a quem [11] Deus o encobriu? 24 Porque antes do meu pão vem o meu suspiro: e os meus gemidos se derramam como agua. 25 Porque o temor que temo me veiu: e o que receiava me aconteceu. 26 Nunca estive descançado, nem soceguei, nem repousei, mas veiu sobre mim a perturbação. [1] cap. 10.18, 19. Jer. 15.10, 20, 14. [2] cap. 10.21, 22 e 16.16 e 28.3. Jer. 13.16. Amós 5.8. [3] Jer. 9.17, 18. [4] cap. 10.18. [5] Gen. 30.3. Isa. 66.12. [6] cap. 15.28. [7] cap. 39.7. [8] Jer. 20.18. [9] I Sam. 1.10. II Reis 4.27. Pro. 31.6. [10] Apo. 9.6. Pro. 2.4. [11] cap. 19.8. Lam. 3.7. _Eliphaz reprehende Job._ 4 Então respondeu Eliphaz o temanita, e disse: 2 Se intentarmos fallar-te, enfadar-te-has? mas quem poderia conter as palavras? 3 Eis que ensinaste a muitos, e esforçaste [1] as mãos fracas. 4 As tuas palavras levantaram os que tropeçavam [2] e os joelhos desfallecentes fortificaste. 5 Mas agora a ti te vem, e te enfadas: e, tocando-te a ti, te perturbas. 6 _Porventura_ não _era_ o [3] teu temor _de Deus_ a tua confiança, e a tua esperança a sinceridade dos teus caminhos? 7 Lembra-te agora qual é o innocente que _jamais_ perecesse? e onde foram os sinceros destruidos? 8 Como eu tenho visto, os que lavram iniquidade, e semeam trabalho segam [4] o mesmo. 9 Com o bafo de Deus perecem; e com o assopro da sua ira se consomem. 10 O bramido do leão, e a voz do leão feroz, e os dentes dos leõezinhos se quebrantam. 11 Perece o leão velho, porque não ha preza; e os filhos da leoa andam esparzidos. 12 Uma palavra se me disse em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro d’ella. 13 Entre imaginações de visões da noite, quando cae sobre os [5] homens o somno profundo; 14 Sobreveiu-me o espanto e o [6] tremor, e todos os meus ossos estremeceram. 15 Então um espirito passou por diante de mim; fez-me arrepiar os cabellos da minha carne; 16 Parou elle, porém não conheci a sua feição; um vulto estava diante dos meus olhos: e, calando-me, ouvi uma voz _que dizia_: 17 Seria _porventura_ [7] o homem mais justo do que Deus? seria _porventura_ o varão mais puro do que o seu Creador? 18 Eis-que [8] nos seus servos não confiaria, e aos seus anjos imputaria loucura: 19 Quanto [9] menos n’aquelles que habitam em casas de lodo, cujo fundamento _está_ no pó, e são machucados como a traça! 20 Desde a manhã até á tarde são despedaçados: e eternamente perecem sem que d’isso se faça caso. 21 _Porventura_ se não passa com elles a sua excellencia? morrem, porém sem sabedoria. [1] Isa. 35.3. [2] Isa. 35.3. [3] cap. 1.1. Pro. 3.26. [4] Pro. 22.8. Ose. 10.13. Gal. 6.7, 8. [5] cap. 33.15. [6] Hab. 3.16. [7] cap. 9.2. [8] cap. 15.15 e 25.5. II Ped. 2.4. [9] cap. 15.16. II Cor. 4.7 e 5.1. _Eliphaz exhorta a Job a que busque a Deus._ 5 Chama agora; ha alguem que te responda? e para qual dos sanctos te virarás? 2 Porque a ira destroe o louco; e o zelo mata o tolo. 3 _Bem_ vi eu [1] o louco lançar raizes; porém logo amaldiçoei a sua habitação. 4 Seus filhos estão longe da salvação; e são despedaçados ás portas, e não ha quem os livre. 5 A sua sega a devora o faminto, e até d’entre os [2] espinhos a tira; _e_ o salteador traga a sua fazenda. 6 Porque do pó não procede a afflicção, nem da terra brota o trabalho. 7 Mas o homem [3] nasce para o trabalho, como as faiscas das brazas se levantam para voarem. 8 Porém eu buscaria a Deus; e a Elle dirigiria a minha falla. 9 Elle faz [4] coisas _tão_ grandiosas, que se não podem esquadrinhar; _e tantas_ maravilhas, que se não podem contar. 10 Que dá [5] a chuva sobre a terra, e envia aguas sobre os campos, 11 Para pôr [6] aos abatidos n’_um logar_ alto: e para que os enlutados se exaltem na salvação. 12 Elle aniquila [7] as imaginações dos astutos, para que as suas mãos não possam levar coisa alguma a effeito. 13 Elle apanha [8] os sabios na sua _propria_ astucia; e o conselho dos perversos se precipita. 14 Elles de dia [9] encontrem as trevas; e ao meio dia andem como de noite, ás apalpadelas. 15 Porém ao necessitado livra da espada, _e_ da bocca d’elles, e da mão do forte. 16 Assim ha esperança para o pobre; [10] e a iniquidade tapa a sua bocca. 17 Eis que bemaventurado _é_ o homem a quem [11] Deus castiga; pois não desprezes o castigo do Todo-poderoso. 18 Porque [12] elle faz a chaga, e elle _mesmo a_ liga: elle fere, e as suas mãos curam. 19 Em seis angustias [13] te livrará; e na setima o mal te não tocará. 20 Na fome te livrará da morte; e na guerra da violencia da espada. 21 Do açoite da lingua estarás encoberto; e não temerás a assolação, quando vier. 22 Da assolação e [14] da fome te rirás, e os animaes da terra não temerás. 23 Porque até [15] com as pedras do campo terás a tua alliança; e os animaes do campo serão pacificos comtigo. 24 E saberás que a tua tenda _está_ em paz; e visitarás a tua habitação, e não falharás. 25 Tambem saberás que se multiplicará a tua semente e a tua posteridade como a herva da terra. 26 Na [16] velhice virás á sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo. 27 Eis que isto já o havemos inquirido, _e_ assim é; ouve-o, e medita n’isso para teu _bem_. [1] Jer. 12.2, 3. [2] Gen. 3.17, 18, 19. I Cor. 10.13. [3] Gen. 3.17, 18, 19. [4] cap. 9.10 e 37.5. [5] cap. 28.23. Jer. 5.24 e 10.13 e 51.16. Act. 14.17. [6] I Sam. 2.7. [7] Neh. 4.15. Isa. 8.10. [8] I Cor. 3.19. [9] Deu. 28.29. Isa. 59.10. Amós 8.9. [10] I Sam. 2.9. [11] Pro. 3.11, 12. Heb. 12.5. Thi. 1.12. Apo. 3.19. [12] Deu. 32.39. I Sam. 2.6. Isa. 30.26. Ose. 6.1. [13] Pro. 24.16. I Cor. 10.13. [14] Isa. 11.9 e 35.9 e 65.25. Eze. 34.25. [15] Ose. 2.18. [16] Pro. 9.11 e 10.27. _Job justifica as suas queixas._ 6 Então Job respondeu, e disse: 2 Oh se a minha magoa rectamente se pezasse, e a minha miseria juntamente se alçasse n’uma balança! 3 Porque na verdade mais pesada seria, do que a areia [1] dos mares: por isso é que as minhas palavras se _me_ afogam. 4 Porque as frechas do Todo-poderoso _estão_ em mim, cujo ardente veneno me chupa o espirito: os terrores de Deus se armam contra mim. 5 _Porventura_ zurrará o jumento montez junto á relva? ou berrará o boi junto ao seu pasto? 6 Ou comer-se-ha sem sal o que é insipido? ou haverá gosto na clara do ovo? 7 A minha alma recusa tocal-o, pois é como a minha comida fastienta. 8 Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que Deus _me_ désse o que espero! 9 E _que_ [2] Deus quizesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão, e me acabasse! 10 _Isto_ ainda seria a minha consolação, e me refrigeraria no _meu_ tormento, não _me_ perdoando elle; porque não occultei [3] as palavras do Sancto. 11 Qual _é_ a minha força, para que eu espere? ou qual _é_ o meu fim, para que prolongue a minha vida? 12 É _porventura_ a minha força a força de pedra? _Ou é_ de cobre a minha carne? 13 Ou não _está_ em mim a minha ajuda? ou desamparou-me a verdadeira sabedoria? 14 Ao [4] que está afflicto _devia_ o amigo _mostrar_ compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-poderoso. 15 Meus irmãos [5] aleivosamente _me_ fallaram, como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam. 16 Que estão encobertos com a geada, _e_ n’elles se esconde a neve. 17 No tempo em que se derretem com o calor se desfazem, _e_ em se aquentando, desapparecem do seu logar. 18 Desviam-se as veredas dos seus caminhos: sobem ao vacuo, e perecem. 19 Os caminhantes de [6] Tema os vêem; os passageiros de Sheba olham para elles. 20 Foram [7] envergonhados, por terem confiado e, chegando ali, se confundem. 21 Agora [8] sois similhantes a elles: vistes o terror, e temestes. 22 Disse-_vos_ eu: Dae-me ou offerecei-me da vossa fazenda presentes? 23 Ou livrae-me das mãos do oppressor? ou redemi-me das mãos dos tyrannos? 24 Ensinae-me, e eu _me_ calarei: e dae-me a entender em que errei. 25 Oh! quão fortes são as palavras da boa razão! mas que é o que argue a vossa arguição? 26 _Porventura_ buscareis palavras para me reprehenderdes, visto que as razões do desesperado estão como vento? 27 Mas antes lançaes _sortes_ sobre o orphão; e cavaes _uma cova_ para o vosso amigo. 28 Agora pois, se sois servidos, virae-vos para mim; e _vede_ se minto em vossa presença. 29 Voltae pois, não haja iniquidade: tornae-vos, [9] digo, _que_ ainda a minha justiça _apparecerá_ n’isso. 30 Ha _porventura_ iniquidade na minha lingua? _Ou_ não poderia o meu paladar dar a entender as _minhas_ miserias? [1] Pro. 27.3. [2] I Reis 19.4. [3] Act. 20.20. Lev. 19.2. Isa. 57.15. Ose. 11.9. [4] Pro. 17.17. [5] Jer. 15.18. [6] Gen. 25.15. I Reis 10.1. Eze. 27.22, 23. [7] Jer. 14.3. [8] cap. 13.3. [9] cap. 17.10. 7 Porventura [1] não _tem_ o homem guerra sobre a terra? _e não são_ os seus dias como os dias do jornaleiro? 2 Como o cervo que suspira _pela_ sombra, e como o jornaleiro que espera pela sua paga, 3 Assim me deram [2] por herança mezes de vaidade: e noites de trabalho me prepararam. 4 Deitando-me a dormir, então digo, [3] Quando me levantarei? mas comprida é a noite, e farto-me de me voltar _na cama_ até á alva. 5 A minha carne se tem vestido de bichos [4] e de torrões de pó: a minha pelle está gretada, e se fez abominavel. 6 Os meus dias [5] são mais velozes do que a lançadeira do tecelão, e pereceram sem esperança. 7 Lembra-te de que a minha vida _é_ como o vento; os meus olhos não tornarão a ver o bem. 8 Os olhos dos que _agora_ me vêem não me verão [6] _mais_: os teus olhos _estarão_ sobre mim, porém não serei _mais_. 9 _Assim como_ a nuvem se desfaz e passa, assim aquelle que desce á sepultura [7] nunca tornará a subir. 10 Nunca mais tornará á sua casa, nem o seu logar [8] jámais o conhecerá. 11 Por isso não reprimirei a [9] minha bocca: fallarei na angustia do meu espirito; queixar-me-hei na amargura da minha alma. 12 Sou eu _porventura_ o mar, ou a baleia, para que me ponhas uma guarda? 13 Dizendo eu: [10] Consolar-me-ha a minha cama: meu leito alliviará a minha ancia; 14 Então me espantas com sonhos, e com visões me assombras: 15 Pelo que a minha alma escolheria _antes_ a estrangulação: _e_ antes a morte do que [MW] a vida. 16 _A minha vida_ abomino, [11] pois não viveria para sempre: retira-te de mim; pois vaidade _são_ os meus dias. 17 Que _é_ [12] o homem, para que tanto o estimes, e ponhas sobre elle o teu coração, 18 E cada manhã o visites, e cada momento o proves? 19 Até quando me não deixarás, _nem_ me largarás, até que engula o meu cuspo? 20 Se pequei, que te farei, [13] _ó_ Guarda dos homens? porque fizeste de mim um alvo para ti por tropeço, para que a mim mesmo me seja pesado? 21 E porque _me_ não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade? porque agora me deitarei no pó, e de madrugada me buscarás, e não estarei lá. [1] cap. 14.5, 13, 14. [2] cap. 29.2. [3] Deu. 28.67. cap. 17.12. [4] Isa. 14.11. [5] cap. 9.25 e 16.22 e 17.11. Isa. 38.12. Thi. 4.14. [6] cap. 20.9. [7] II Sam. 12.23. [8] cap. 8.18 e 20.9. [9] I Sam. 1.10. cap. 10.1. [10] cap. 9.27. [11] cap. 10.20 e 14.6. [12] Heb. 2.6. [13] cap. 16.12. Lam. 3.12. _Bildad combate as palavras de Job e justifica a Deus._ 8 Então respondeu Bildad o suhita, e disse: 2 Até quando fallarás taes _coisas_, e as razões da tua bocca _serão como_ um vento impetuoso? 3 _Porventura_ perverteria [1] Deus o direito? e perverteria o Todo-poderoso a justiça? 4 Se teus filhos [2] peccaram contra elle, tambem elle os lançou na mão da sua transgressão. 5 _Mas_, [3] se tu de madrugada buscares a Deus, e ao Todo-poderoso pedires misericordia, 6 Se _fôres_ puro e recto, certamente logo despertará por ti, e restaurará a morada da tua justiça. 7 O teu principio, na verdade, terá sido pequeno, porém o teu ultimo _estado_ crescerá em extremo. 8 Porque, pergunta [4] agora ás gerações passadas: e prepara-te para a inquirição de seus paes. 9 Porque [5] nós _somos_ de hontem, e nada sabemos; porquanto nossos dias sobre a terra _são como_ a sombra. 10 _Porventura_ não te ensinarão elles, _e_ não te fallarão, e do seu coração não tirarão razões? 11 _Porventura_ sobe o junco sem lodo? _ou_ cresce a espadana sem agua? 12 Estando [6] ainda na sua verdura, _ainda que_ a não cortem, todavia antes de qualquer _outra_ herva se secca. 13 Assim _são_ as veredas de todos quantos se esquecem de Deus: e a esperança do hypocrita [7] perecerá. 14 Cuja esperança fica frustrada: e a sua confiança _será como_ a teia d’aranha. 15 Encostar-se-ha [8] á sua casa, mas não se terá firme: apegar-se-ha a ella, mas não ficará em pé. 16 Está sumarento antes _que venha_ o sol, e os seus renovos saem sobre o seu jardim; 17 As suas raizes se entrelaçam junto á fonte, para o pedregal attenta. 18 Absorvendo-o [9] elle do seu logar, negal-o-ha _este, dizendo_: Nunca te vi? 19 Eis que este _é_ alegria do seu caminho, e outros brotarão do pó. 20 Eis que Deus não rejeitará ao recto; nem toma pela mão aos malfeitores: 21 Até que de riso te encha a bocca, e os teus labios de jubilação. 22 Teus aborrecedores se vestirão de confusão, e a tenda dos impios não existirá mais. [1] Gen. 18.25. Deu. 32.4. II Chr. 19.7. cap. 34.12, 17. Dan. 9.14. Rom. 3.5. [2] cap. 1.5, 18. [3] cap. 5.8 e 11.13 e 22.23, etc. [4] Deu. 4.32 e 32.7. cap. 15.18. [5] Gen. 47.9. I Chr. 29.15. cap. 7.6. [6] Jer. 17.6. [7] cap. 11.20 e 18.14 e 27.8. Pro. 10.28. [8] cap. 27.18. [9] cap. 7.10 e 20.9. _Job confessa a justiça de Deus e pede allivio á sua miseria._ 9 Então Job respondeu, e disse: 2 Na verdade sei que assim _é_; porque como se justificaria o [1] homem para com Deus? 3 Se quizer contender com elle, nem a uma de mil _coisas_ lhe poderá responder. 4 Elle _é_ sábio [2] de coração, e forte de forças: quem se endureceu contra elle, e teve paz? 5 _Elle é_ o que transporta as montanhas, sem que o sintam, _e_ o que as transtorna no seu furor. 6 O que remove [3] a terra do seu logar, e as suas columnas estremecem. 7 O que falla ao sol, e não sae, e sella as estrellas. 8 O que só estende [4] os céus, e anda sobre os altos do mar. 9 O que faz [5] a Ursa, o Orion, e o Setestrello, e as recamaras do sul. 10 O que [6] faz coisas grandes, que se não podem esquadrinhar: e maravilhas _taes_ que se não podem contar. 11 Eis que passa [7] por diante de mim, e não _o_ vejo: e torna a passar perante mim, e não o sinto. 12 Eis que [8] arrebata; quem lh’o fará restituir? quem lhe dirá: Que _é o que_ fazes? 13 Deus não revogará a sua ira: [9] debaixo d’elle se encurvam os auxiliadores soberbos. 14 Quanto menos lhe responderia eu! _ou_ escolheria diante d’elle as minhas palavras! 15 A quem, [10] ainda que eu fosse justo, lhe não responderia: _antes_ ao meu Juiz pediria misericordia. 16 Ainda que chamasse, e elle me respondesse, nem _por isso_ creria que désse ouvidos á minha voz. 17 Porque me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas [11] sem causa. 18 Nem me concede o respirar, antes me farta d’amarguras. 19 Quanto ás forças, eis que elle é o forte: e, quanto ao juizo, quem me citará _com elle_? 20 Se eu me justificar, a minha bocca me condemnará: _se fôr_ recto, então me declarará por perverso. 21 Se fôr recto, não estimo a minha alma: deprezo a minha vida. 22 A coisa _é_ esta; por isso eu digo que elle [12] consome ao recto e ao impio. 23 Matando o açoite de repente, então se ri da prova dos innocentes. 24 A terra se entrega na mão do impio; elle cobre [13] o rosto dos juizes: se não é elle, quem _é_ logo? 25 E os meus [14] dias são mais velozes do que um correio: fugiram, _e_ nunca viram o bem. 26 Passam como navios veleiros: como aguia [15] _que_ se lança á comida. 27 Se eu [16] disser: Me esquecerei da minha queixa, e mudarei o meu rosto, e tomarei alento; 28 Receio todas as minhas dôres, _porque bem_ [17] sei que me não terás por innocente. 29 _E_, sendo eu impio, por que trabalharei em vão? 30 Ainda que me lave [18] com agua de neve, e purifique as minhas mãos com sabão, 31 Ainda me submergirás no fosso, e os meus proprios vestidos me abominarão. 32 Porque elle não _é_ homem, como eu, a quem eu [19] responda, vindo juntamente a juizo. 33 Não [20] ha entre nós arbitro que ponha a mão sobre nós ambos. 34 Tire [21] elle a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror. 35 _Então_ fallarei, e não o temerei; porque assim não estou comigo. [1] Rom. 3.20. [2] cap. 36.5. [3] Ecc. 9.2, 3. Eze. 21.3. [4] II Sam. 15.30 e 19.4. Jer. 14.4. [5] cap. 7.6, 7. [6] Hab. 1.8. [7] Jer. 2.22. [8] Exo. 20.7. [9] Jer. 2.22. [10] cap. 10.15. [11] cap. 2.3 e 34.6. [12] Isa. 2.19, 21. Heb. 12.26. cap. 26.11. [13] Gen. 1.6. [14] Gen. 1.16. cap. 38.31, etc. Amós 5.8. [15] cap. 5.9. [16] cap. 23.8, 9 e 35.14. [17] Isa. 45.9. Rom. 9.20. [18] cap. 26.12. [19] Ecc. 6.10. Rom. 9.20. [20] ver. 19. I Sam. 2.25. [21] cap. 13.20, 21, 22 e 33.7. 10 A minha alma [1] tem tedio á minha vida: darei livre curso á minha queixa, fallarei [2] na amargura da minha alma. 2 Direi a Deus: Não me condemnes: faze-me saber porque contendes comigo. 3 _Parece_-te bem que _me_ opprimas? que rejeites o trabalho das tuas mãos? e resplandeças sobre o conselho dos impios? 4 Tens tu _porventura_ olhos de carne? vês [3] tu como vê o homem? 5 _São_ os teus dias como os dias do homem? Ou _são_ os teus annos como os annos de um homem, 6 Para te informares da minha iniquidade, e averiguares o meu peccado? 7 Bem sabes tu que eu não sou impio: todavia ninguem _ha_ que _me_ livre da tua mão. 8 As tuas mãos me fizeram e me formaram todo em roda; comtudo me consomes. 9 Peço-te que te lembres de que como barro me formaste [4] e me farás tornar em pó. 10 _Porventura_ não me vasaste como leite, e como queijo me não coalhaste? 11 De pelle e carne me vestiste, e com ossos e nervos me ligaste. 12 Vida e beneficencia me fizeste: e o teu cuidado guardou o meu espirito. 13 Porém estas coisas as occultaste no teu coração: bem sei eu que isto esteve comtigo. 14 Se eu peccar, tu me observas; e da minha iniquidade não me escusarás. 15 Se fôr impio, ai [5] de mim! e se fôr justo, não levantarei a minha cabeça: farto _estou_ de affronta; e olho para a minha miseria. 16 Porque se vae crescendo; tu me caças [6] como a _um_ leão feroz: tornaste, e fazes maravilhas contra mim. 17 Tu renovas contra mim as tuas testemunhas, e multiplicas contra mim a tua ira; revezes e combate estão comigo. 18 Por [7] que pois me tiraste da madre? Ah se _então_ dera o espirito, e olhos nenhuns me vissem! 19 _Que_ tivera sido como se nunca fôra: _e_ desde o ventre fôra levado á sepultura! 20 _Porventura_ não _são_ poucos os meus dias? [8] cessa _pois_, e deixa-me, para que por um pouco eu tome alento; 21 Antes que vá e d’onde nunca torne, á terra da escuridão e da sombra da morte; 22 Terra escurissima, como a mesma escuridão, terra da sombra, da morte e sem ordem alguma e onde a luz é como a escuridão. [1] I Reis 19.4. cap. 7.16. Jon. 4.3, 8. [2] cap. 7.11. [3] I Sam. 16.7. [4] Gen. 2.7 e 3.19. Isa. 64.8. [5] Isa. 3.11. cap. 9.12, 15, 20, 21. [6] Isa. 38.13. Lam. 3.10. [7] cap. 3.11. [8] cap. 7.16, 19. _Sofar reprehende Job, mostra a sabedoria de Deus e exhorta ao arrependimento._ 11 Então respondeu Sofar, o naamathita, e disse: 2 _Porventura_ não se dará resposta á multidão de palavras? E o homen fallador será justificado? 3 Ás tuas mentiras se hão de calar os homens? E zombarás tu sem que ninguem te envergonhe? 4 Pois [1] tu disseste: A minha doutrina é pura, e limpo sou aos teus olhos. 5 Mas, na verdade, oxalá que Deus fallasse e abrisse os seus labios contra ti! 6 E te fizesse saber os segredos da sabedoria, que ella é multiplice em efficacia; pelo que sabe que Deus exige de ti menos [2] do que _merece_ a tua iniquidade. 7 _Porventura_ [3] alcançarás os caminhos de Deus? _ou_ chegarás á perfeição do Todo-poderoso? 8 _Como_ as alturas dos céus _é_ a _sua sabedoria_; que poderás tu fazer? mais profunda do que [MX] o inferno, que poderás tu saber? 9 Mais comprida _é_ a sua medida do que a terra: e mais larga do que o mar. 10 Se [4] elle destruir, e encerrar, ou _se_ recolher, quem o fará tornar para traz? 11 Porque elle conhece aos homens vãos, e vê o vicio; e não _o_ terá em consideração? 12 Mas o homem vão é [5] falto de entendimento; sim, o homem nasce _como_ a cria do jumento montez. 13 Se tu preparaste [6] o teu coração, e estendeste as tuas mãos para elle! 14 Se _ha_ iniquidade na tua mão, lança-a para longe _de ti_ e não deixes habitar a injustiça nas tuas tendas. 15 Porque então [7] o teu rosto levantarás sem macula: e estarás firme, e não temerás. 16 Porque te esquecerás dos [8] trabalhos, _e_ te lembrarás _d’elles_ como das aguas que já passaram. 17 E a tua vida mais clara se levantará do que o meio dia; ainda que seja trevas, será como a manhã. 18 E terás confiança; porque haverá esperança; e buscarás _e_ repousarás seguro. 19 E deitar-te-has, e ninguem te espantará; muitos supplicarão o teu rosto. 20 Porém os olhos [9] dos impios desfallecerão, e perecerá o seu refugio: e a sua esperança _será_ o expirar da alma. [1] cap. 6.10 e 10.7. [2] Esd. 9.13. [3] Ecc. 3.1, 1. Rom. 11.33. [4] cap. 9.12 e 12.14. Apo. 3.7. [5] Ecc. 3.18. Rom. 1.22. [6] cap. 5.8 e 22.21. I Sam. 7.3. [7] Gen. 4.5, 6. cap. 22.26. I João 3.21. [8] Isa. 65.16. [9] Lev. 26.16. Deu. 28.65. cap. 8.14 e 18.14. Pro. 11.7. _Job defende-se contra as accusaçoes de seus amigos._ 12 Então Job respondeu, e disse: 2 Na verdade, que só vós _sois_ o povo, _e_ comvosco morrerá a sabedoria. 3 Tambem eu tenho [1] um coração como vós, _e_ não vos sou inferior: e quem não sabe taes coisas como estas? 4 Eu sou irrisão aos [2] meus amigos; eu, que invoco a Deus, e elle me responde; o justo e o recto servem de irrisão. 5 Tocha desprezivel _é_ [3] na opinião do _que está_ descançado, aquelle que _está_ prompto a tropeçar com os pés. 6 As tendas [4] dos assoladores teem descanço, e os que provocam a Deus estão seguros; nas suas mãos Deus lhes põe _tudo_. 7 Mas, pergunta agora ás bestas, e cada uma d’ellas t’o ensinará: e ás aves dos céus, e ellas t’o farão saber; 8 Ou falla com a terra, e ella t’o ensinará: até os peixes do mar t’o contarão. 9 Quem não entende por todas estas coisas que a mão do Senhor faz isto? 10 Em cuja mão _está_ [5] a alma de tudo quanto vive, e o espirito de toda a carne humana. 11 _Porventura_ o [6] ouvido não provará as palavras, como o paladar gosta as comidas? 12 Com os edosos _está_ a [7] sabedoria, e na longura de dias o entendimento. 13 Com elle _está_ a sabedoria [8] e a força: conselho e entendimento tem. 14 Eis que elle derriba, e não se reedificará: encerra o homem, e não se _lhe_ abrirá. 15 Eis que elle retem [9] as aguas, e se seccam; e as larga, e transtornam a terra. 16 Com elle _está_ a força e a sabedoria: seu _é_ o errante e o que _o_ faz errar. 17 Aos conselheiros leva despojados, e aos juizes faz [10] desvairar. 18 Solta a atadura dos reis, e ata o cinto aos seus lombos. 19 Aos principes leva despojados, aos poderosos transtorna. 20 Aos acreditados tira a [11] falla, e toma o entendimento aos velhos. 21 Derrama desprezo sobre os principes, e affrouxa o cinto dos violentos. 22 As profundezas das [12] trevas manifesta, e a sombra da morte traz á luz. 23 Multiplica [13] as gentes e as faz perecer; espalha as gentes, e as guia. 24 Tira o coração aos chefes das gentes da terra, e os faz vaguear pelos desertos, sem caminho. 25 Nas trevas andam ás apalpadelas, [14] sem terem luz, e os faz desatinar como ebrios. [1] cap. 13.2. [2] cap. 16.10 e 21.3 e 30.1. [3] Pro. 14.2. [4] cap. 21.7. Jer. 12.1. Mal. 3.15. [5] Num. 16.22. Dan. 5.23. Act. 17.29. [6] cap. 34.3 e 6.30. [7] cap. 32.7. [8] cap. 9.4 e 36.5. cap. 11.10. Isa. 22.22. Apo. 3.7. [9] I Reis 8.35 e 17.1. [10] II Reis 15.31. Isa. 19.12 e 29.14. I Cor. 1.19. [11] cap. 32.9. Isa. 3.1, 2, 3. Dan. 2.21. [12] Dan. 2.22. Mat. 10.26. I Cor. 4.5. [13] Isa. 9.3 e 26.15. [14] Deu. 28.29. cap. 5.14. 13 Eis que tudo _isto_ viram os meus olhos, _e_ os meus ouvidos _o_ ouviram e entenderam. 2 Como [1] vós _o_ sabeis, o sei eu tambem; não vos sou inferior. 3 _Mas_ [2] eu fallarei ao Todo-poderoso, e quero defender-me para com Deus. 4 Vós porém _sois_ [3] inventores de mentiras, _e_ vós todos medicos que não valem nada. 5 Oxalá vos calasseis de todo! que _isso_ seria [4] a vossa sabedoria. 6 Ouvi agora a minha defeza, e escutae os argumentos dos meus labios. 7 _Porventura_ [5] por Deus fallareis perversidade? e por elle fallareis engano? 8 _Ou_ fareis acceitação da sua pessoa? _ou_ contendereis por Deus? 9 Ser-_vos_-hia bom, se elle vos esquadrinhasse? _ou_ zombareis d’elle, como se zomba d’algum homem? 10 Certamente vos reprehenderá, se em occulto fizerdes acceitação de pessoas. 11 _Porventura_ não vos espantará a sua alteza? e não cairá sobre vós o seu temor? 12 As vossas memorias _são_ como a cinza: as vossas alturas como alturas de lodo. 13 Calae-vos perante mim, e fallarei eu, e que fique alliviado algum tanto. _Job confia em Deus e deseja conhecei os seus peccados._ 14 Por que _razão_ tomo [6] eu a minha carne com os meus dentes, e ponho a minha [MY] vida na minha mão? 15 [7] _Ainda que_ me matasse, n’elle esperarei; comtudo os meus caminhos defenderei diante d’elle. 16 Tambem elle _será_ a salvação minha: porém o hypocrita não virá perante o seu rosto. 17 Ouvi com attenção as minhas razões, e com os vossos ouvidos a minha declaração. 18 Eis que já tenho ordenado a minha causa, _e_ sei que serei achado justo. 19 Quem [8] _é_ o que contenderá comigo? se eu agora me calasse, daria o espirito. 20 Duas _coisas_ sómente [9] não faças para comigo; então me não esconderei do teu rosto: 21 Desvia a tua mão para longe, de sobre mim, e não me espante o teu terror. 22 Chama, pois, e eu responderei; ou eu fallarei, e tu responde-me. 23 Quantas culpas e peccados tenho eu? notifica-me a minha transgressão e o meu peccado. 24 Porque escondes [10] o teu rosto, e me [11] tens por teu inimigo? 25 _Porventura_ quebrantarás a [12] folha arrebatada _do vento_? e perseguirás o restolho secco? 26 Porque escreves contra mim amarguras [13] e me fazes herdar as culpas da minha mocidade? 27 Tambem pões [14] no tronco os meus pés, e observas todos os meus caminhos, _e_ marcas as solas dos meus pés. 28 Envelhecendo-se entretanto elle com a podridão, _e_ como o vestido, ao qual roe a traça. [1] cap. 12.3. [2] cap. 23.3 e 31.35. [3] cap. 6.21 e 16.2. [4] Pro. 17.28. [5] Deu. 28.29. cap. 5.14. [6] cap. 18.4. I Sam. 28.21. [7] Pro. 14.32. cap. 27.5. [8] Isa. 50.8. [9] cap. 9.34. [10] Deu. 32.20. Isa. 8.17. [11] Deu. 32.42. Lam. 2.5. [12] Isa. 42.3. [13] cap. 20.11. [14] cap. 33.11. _Job roga o favor de Deus por causa da brevidade e miseria da vida humana._ 14 O homem nascido da mulher _é_ curto de dias e farto [1] de inquietação. 2 Sae como [2] a flôr, e se corta; foge tambem como a sombra, e não permanece. 3 E sobre este tal abres os teus olhos, e a mim me fazes entrar no juizo comtigo. 4 Quem do immundo tirará [3] o puro? Ninguem. 5 Visto que os seus dias _estão_ [4] determinados, comtigo _está_ o numero dos seus dias; _e_ tu lhe pozeste limites, e não passará além _d’elles_. 6 Desvia-te [5] d’elle, para que tenha repouso, até que, como o jornaleiro, tenha contentamento no seu dia. 7 Porque ha esperança para a arvore que, se fôr cortada, ainda se renovará, [6] e não cessarão os seus renovos 8 Se se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó, 9 Ao cheiro das aguas brotará, e dará ramos para a planta. 10 Porém, morrendo o homem, está abatido: e dando o homem o espirito, então onde está? 11 Como as aguas se retiram do mar, e o rio se esgota, e fica secco, 12 Assim o homem se deita, e não se levanta: até [7] que não haja mais céus não acordarão nem se erguerão de seu somno. 13 Oxalá me escondesses [MZ] na sepultura, _e_ me occultasses até que a tua ira se desviasse: _e_ me pozesses um limite, e te lembrasses de mim! 14 Morrendo o homem, _porventura tornará a_ viver? todos os dias de meu combate esperaria, [8] até que viesse a minha mudança? 15 Chama-_me_, [9] e eu te responderei, _e_ affeiçoa-te á obra de tuas mãos. 16 Pois agora [10] contas os meus passos: _porventura_ não vigias sobre o meu peccado? 17 A minha transgressão _está_ sellada [11] n’um sacco, e amontoas as minhas iniquidades. 18 E, na verdade, caindo a montanha, desfaz-se: e a rocha se remove do seu logar. 19 As aguas gastam as pedras, as cheias afogam o pó da terra: e tu fazes perecer a esperança do homem. 20 Tu para sempre prevaleces contra elle, e elle passa; tu, mudando o seu rosto, o despedes. 21 Os seus filhos estão em honra, sem que elle o saiba: ou ficam minguados [12] sem que elle o perceba: 22 Mas a sua carne n’elle tem dôres: e a sua alma n’elle lamenta. [1] cap. 5.7. Ecc. 2.22. [2] cap. 8.9. Isa. 40.6. Thi. 1.10, 11 e 4.14. I Ped. 1.24. [3] Gen. 5.3. João 3.6. Rom. 5.12. Eph. 2.3. [4] cap. 7.1. [5] cap. 7.16, 19 e 10.20. cap. 7.1. [6] ver. 14. [7] Isa. 51.6 e 65.17 e 66.22. Act. 3.21. Rom. 8.20. II Ped. 3.7, 10, 11. Apo. 20.11 e 21.1. [8] cap. 13.15. ver. 7. [9] cap. 13.22. [10] cap. 10.6, 14 e 13.27 e 31.4 e 34.21. Pro. 5.21. Jer. 32.19. [11] Deu. 32.34. Ose. 13.12. [12] Ecc. 9.5. Isa. 63.16. _Eliphaz accusa Job de impiedade._ 15 Então respondeu Eliphaz o themanita, e disse: 2 _Porventura_ dará o sabio por resposta sciencia de vento? e encherá o seu ventre de vento oriental? 3 Arguindo com palavras que de nada servem e com razões, com que nada aproveita? 4 E tu tens feito vão o temor, e diminues os rogos diante de Deus. 5 Porque a tua bocca declara a tua iniquidade; e tu escolheste a lingua dos astutos. 6 A tua bocca [1] te condemna, e não eu, e os teus labios testificam contra ti. 7 _És_ tu _porventura_ o primeiro homem que foi nascido? [2] ou foste gerado antes dos outeiros? 8 _Ou_ ouviste [3] o secreto conselho de Deus? e a ti _só_ limitaste a sabedoria? 9 Que sabes [4] tu, que nós não sabemos? _e que_ entendes, que não _haja_ em nós? 10 Tambem [5] _ha_ entre nós encanecidos e edosos, muito mais edosos do que teu pae. 11 _Porventura_ as consolações de Deus te _são_ pequenas? ou alguma coisa se occulta em ti? 12 Porque te arrebata o teu coração? e porque acenam os teus olhos? 13 Para virares contra Deus o teu espirito, e deixares sair _taes_ palavras da tua bocca? 14 Que [6] _é_ o homem, para que seja puro? e _o que_ nasce da mulher, para que fique justo? 15 Eis que nos [7] seus sanctos não confiaria, e nem os céus são puros aos seus olhos. 16 Quanto mais [8] abominavel e fedorento _é_ o homem que bebe a [9] iniquidade como a agua? _Eliphaz mostra que o impio é atormentado n’esta vida._ 17 Escuta-me, mostrar-t’_o_-hei: e o que vi _te_ contarei 18 (O que os sabios annunciaram, _ouvindo-o_ de seus paes, e _o_ não [10] occultaram. 19 Aos quaes sómente se déra a terra, e nenhum estranho passou [11] por meis d’elles): 20 Todos os dias o impio se dá pena _a si_ mesmo, e se reservam para o tyranno um certo numero d’annos. 21 O sonido dos horrores _está_ nos seus [12] ouvidos: até na paz lhe sobrevem o assolador. 22 Não crê que tornará das trevas, e que está esperado da espada. 23 Anda vagueando por pão, dizendo: Onde está? _Bem_ sabe que _já_ o dia [13] das trevas lhe está preparado á mão. 24 Assombram-n’o a angustia e a tribulação; prevalecem contra elle, como o rei preparado para a peleja. 25 Porque estende a sua mão contra Deus, e contra o Todo-poderoso se embravece. 26 Arremette contra elle com a dura cerviz, _e_ contra os pontos grossos dos seus escudos. 27 Porquanto cobriu o seu rosto com a sua gordura, e criou enxundia nas ilhargas. 28 E habitou em cidades assoladas, em casas em que ninguem morava, que estavam a ponto de fazer-se montões _de ruinas_. 29 Não se enriquecerá, nem subsistirá a sua fazenda, nem se estenderão pela terra as suas possessões. 30 Não escapará das trevas; a chamma _do fogo_ seccará os seus renovos, _e_ ao assopro da sua bocca [14] desapparecerá. 31 Não confie _pois_ na [15] vaidade enganando-se a si mesmo, porque a vaidade será a sua recompensa. 32 Antes [16] do seu dia ella se _lhe_ cumprirá; e o seu ramo não reverdecerá. 33 Sacudirá as suas uvas verdes, como _as_ da vide, e deixará cair a sua flor como _a_ da oliveira. 34 Porque o ajuntamento dos hypocritas _se fará_ esteril, e o fogo consumirá as tendas do soborno. 35 Concebem [17] o trabalho, e parem a iniquidade, e o seu ventre prepara enganos. [1] Luc. 19.22. [2] Pro. 8.25. [3] Rom. 11.25, 34. I Cor. 2.11. [4] cap. 13.2. [5] cap. 32.6, 7. [6] I Sam. 8.46. II Chr. 6.36. cap. 14.4. Pro. 20.9. Ecc. 7.20. I João 18.10. [7] cap. 4.18 e 25.5. [8] cap. 4.19. [9] cap. 34.7. Pro. 19.28. [10] cap. 8.8. [11] Joel 3.17. [12] I The. 5.3. [13] cap. 18.12. [14] cap. 4.9. [15] Isa. 59.4. [16] cap. 22.16. [17] Isa. 59.4. Ose. 10.13. _Job accusa a seus amigos de falta de compaixão e misericordia._ 16 Então respondeu Job, e disse: 2 Tenho ouvido muitas coisas como estas: todos vós _sois_ consoladores [1] molestos. 3 _Porventura_ não terão fim estas palavras de vento? ou _que_ te irrita, para _assim_ responderes? 4 Fallaria eu tambem como vós _fallaes_, se a vossa alma estivesse em logar da minha alma? _ou_ amontoaria palavras contra vós, e menearia contra vós a minha cabeça? 5 Antes vos fortaleceria com a minha bocca, e a consolação dos meus labios abrandaria a dôr. 6 Se eu fallar, a minha dôr não cessa, e, calando-_me eu_, que _mal_ me deixa? 7 Na verdade, agora me molestou: tu assolaste toda a minha companhia. 8 Testemunha _d’isto é_ que já me fizeste enrugado, e a minha magreza _já_ se levanta contra mim, _e_ no meu rosto testifica _contra mim_. 9 Na sua ira _me_ [2] despedaçou, e elle me perseguiu; rangeu os seus dentes contra mim: aguça o meu adversario os seus olhos [3] contra mim. 10 Bocejam [4] com a sua bocca contra mim; com desprezo me feriram nos queixos, _e_ contra mim se ajuntam todos. 11 Entrega-me [5] Deus ao perverso, e nas mãos dos impios me faz cair. 12 Descançado estava eu, porém elle me quebrantou; e pegou-me pela cerviz, e me despedaçou; tambem me poz por seu alvo. 13 Cercam-me os seus frecheiros; atravessa-me os rins, e não _me_ poupa, _e_ o meu fel derrama em terra. 14 Quebranta-me com quebranto sobre quebranto: arremette contra mim como um valente. 15 Cosi sobre a minha [6] pelle o sacco, _e_ revolvi a minha cabeça no pó. 16 O meu rosto _todo_ está descorado de chorar, e sobre as minhas palpebras _está_ a sombra da morte: 17 Não havendo porém violencia nas minhas mãos, e _sendo_ pura a minha oração. 18 Ah! terra, não cubras o meu sangue; e não [7] haja logar para o meu clamor! 19 Eis que tambem agora _está_ a minha [8] testemunha no céu, e a minha testemunha nas alturas. 20 Os meus amigos _são_ os que zombam de mim; os meus olhos se desfazem _em lagrimas_ diante de Deus. 21 Ah! [9] se se podesse contender com Deus pelo homem, como o filho do homem pelo seu amigo! 22 Porque se passarão _poucos_ annos; e eu seguirei o caminho _por onde_ não tornarei. [1] cap. 13.4. [2] cap. 10.16, 17. [3] cap. 13.24. [4] Lam. 3.30. Miq. 5.1. [5] cap. 1.15, 17. [6] cap. 30.19. [7] cap. 27.9. [8] Rom. 1.9. [9] cap. 31.25. Ecc. 6.10. Isa. 45.9. Rom. 9.20. 17 O meu espirito se vae corrompendo, os meus dias se vão apagando, _e tenho_ perante mim as [1] sepulturas. 2 _Porventura_ não _estão_ zombadores comigo? e os meus olhos não passam a noite _chorando_ pelas suas amarguras? 3 Promette agora, _e_ dá-me _um_ fiador para comtigo: [2] quem ha _que_ me dê a mão? 4 Porque aos seus corações encobriste o entendimento, pelo que não _os_ exaltarás. 5 _O_ que lisongeando falla aos amigos tambem os olhos de seus filhos desfallecerão. 6 Porém a mim me [3] poz por _um_ proverbio dos povos, de modo que _já_ sou uma abominação perante o rosto _de cada um_. 7 Pelo que _já_ se escureceram de magoa os meus olhos, e _já_ todos os meus membros _são_ como a sombra: 8 Os rectos pasmarão d’isto, e o innocente se levantará contra o hypocrita. 9 E o justo seguirá o seu caminho firmemente, e o puro de mãos irá crescendo em força. 10 Mas, na verdade, tornae [4] todos vós, e vinde cá; porque sabio nenhum acho entre vós. 11 Os meus dias [5] passam, os meus propositos se quebraram, [NA] os pensamentos do meu coração. 12 Trocaram o dia em noite; a luz _está_ perto _do fim_, por causa das trevas. 13 Se eu esperar, a sepultura _será_ a minha casa; nas trevas estenderei a minha cama. 14 Á corrupção clamo: Tu _és_ meu pae; _e_ aos bichos: Vós _sois_ minha mãe e minha irmã. 15 Onde pois _estaria_ agora a minha esperança? emquanto á minha esperança, quem a poderá ver? 16 As barras da [6] sepultura descerão quando juntamente no pó haverá descanço. [1] I Sam. 1.6, 7. [2] Pro. 6.1 e 17.18 e 22.26. [3] cap. 30.9. [4] cap. 6.29. [5] cap. 7.6 e 9.25. [6] cap. 18.13. cap. 3.17. _Bildad accusa Job de presumpção e impaciencia._ 18 Então respondeu Bildad, o suhita, e disse: 2 Até quando _não_ fareis fim de palavras? considerae _bem_, e então fallaremos. 3 Porque somos estimados como bestas, _e_ immundos aos vossos olhos? 4 Oh tu, que despedaças [1] a tua alma na tua ira, será a terra deixada por tua causa? e remover-se-hão as rochas do seu logar? 5 Na verdade, [2] a luz dos impios se apagará, e a faisca do seu fogo não resplandecerá. 6 A luz se escurecerá nas suas tendas, e a sua lampada [3] sobre elle se apagará. 7 Os passos do seu poder se estreitarão, e o seu conselho o derribará. 8 Porque [4] por seus proprios pés é lançado na rede, e andará nos fios enredados. 9 O laço o apanhará pelo calcanhar, _e_ prevalecerá [5] contra elle o salteador. 10 Está escondida debaixo da terra uma corda, e uma armadilha na vereda. 11 Os assombros o espantarão em redor, e o farão correr d’uma parte para a outra, por onde quer que [6] apresse os passos. 12 Será faminto o seu rigor, [7] e a destruição _está_ prompta ao seu lado. 13 O primogenito da morte consumirá _as_ costellas da sua pelle: consumirá, _digo_, os seus membros. 14 A sua confiança [8] será arrancada da sua tenda, e _isto_ o fará caminhar para o rei dos assombros. 15 Morará na sua _mesma_ tenda, não lhe ficando nada: espalhar-se-ha enxofre sobre a sua habitação. 16 Por debaixo se seccarão as suas raizes, [9] e por de cima serão cortados os seus ramos. 17 A sua memoria [10] perecerá da terra, e pelas praças não terá nome. 18 Da luz o lançarão nas trevas, e afugental-o-hão do mundo. 19 Não terá filho [11] nem neto entre o seu povo, e resto nenhum _d’elle_ ficará nas suas moradas. 20 Do seu dia se espantarão os vindouros, e os antigos serão sobresaltados de horror. 21 Taes _são_, na verdade, as moradas do perverso, e este _é_ o logar _do que_ não [12] conhece a Deus. [1] cap. 13.14. [2] Pro. 13.9 e 20.20 e 24.20. [3] cap. 21.17. [4] cap. 32.10. [5] cap. 5.5. [6] cap. 15.21 e 20.25. Jer. 6.25 e 20.3 e 46.5 e 49.29. [7] cap. 15.23. [8] cap. 8.14 e 11.20. Pro. 10.28. [9] cap. 29.19. Isa. 5.24. Amós 2.9. Mal. 4.1. [10] Pro. 2.22 e 10.7. [11] Isa. 14.22. Jer. 22.30. [12] Jer. 9.3 e 19.25. I The. 4.5. II The. 1.8. Tito 1.16. _Job queixa-se da obstinação e dureza dos seus amigos._ 19 Respondeu porém Job, e disse: 2 Até quando entristecereis a minha alma, e me quebrantareis com palavras? 3 Já dez vezes [1] me envergonhastes; vergonha não tendes: contra mim vos endureceis. 4 Embora haja eu, na verdade, errado, comigo ficará o meu erro. 5 Se devéras vos levantaes contra mim, e me arguis com o meu opprobrio, 6 Sabei agora que Deus _é o que_ me transtornou, e _com_ a sua rede me cercou. 7 Eis que clamo: Violencia; porém não sou ouvido; grito: Soccorro; porém não _ha_ justiça. 8 O meu [2] caminho entrincheirou, e _já_ não posso passar, e nas minhas veredas poz trevas. 9 Da minha honra me despojou; e tirou-me a corôa da minha cabeça. 10 Derribou-me elle em roda, e eu me vou, e arrancou a minha esperança, como a uma arvore. 11 E fez inflammar contrar mim a sua ira, [3] e me reputou para comsigo, como a seus inimigos. 12 Juntas vieram as suas tropas, [4] e prepararam contra mim o seu caminho, e se acamparam ao redor da minha tenda. 13 Poz longe de mim a meus irmãos, e os que me conhecem devéras me estranharam. 14 Os meus parentes _me_ deixaram, e os meus conhecidos se esqueceram de mim. 15 Os meus domesticos e as minhas servas me reputaram como um estranho, _e_ vim a ser um estrangeiro aos seus olhos. 16 Chamei a meu creado, e elle _me_ não respondeu, supplicando-lhe eu por minha _propria_ bocca. 17 O meu bafo se fez estranho a minha mulher, e eu _a_ supplico pelos filhos do meu corpo. 18 Até os rapazes [5] me desprezam, _e_, levantando-me eu, fallam contra mim. 19 Todos os homens do meu secreto conselho me abominam, e _até_ os que eu amava se tornaram contra mim. 20 Os meus ossos se [6] apegaram á minha pelle e á minha carne, _e_ escapei _só_ com a pelle dos meus dentes. 21 Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, [7] porque a mão de Deus me tocou. 22 Porque me perseguis _assim_ como Deus, e da minha carne vos não fartaes? 23 Quem _me_ déra agora, que as minhas palavras se escrevessem! quem _me_ dera, que se gravassem n’_um_ livro! 24 E que, com penna de ferro, e _com_ chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha! 25 Porque eu sei _que_ o meu Redemptor vive, e _que_ estará em pé no derradeiro _dia_ sobre o pó. 26 E depois de _roida_ a minha pelle, comtudo desde a minha carne [8] verei a Deus, 27 A quem eu verei por mim mesmo, e os meus olhos o verão, e não outro: _e por isso_ os meus rins se consomem no meu seio. 28 Na verdade, que devieis dizer: [9] Porque o perseguimos? Pois a raiz da [NB] accusação se acha em mim. 29 Temei vós mesmos a espada; porque o furor traz os castigos da espada, para saberdes que _haverá_ um juizo. [1] Gen. 31.7. Lev. 26.26. [2] cap. 3.23. [3] cap. 13.24. Lam. 2.5. [4] cap. 30.12. [5] II Reis 2.23. [6] cap. 30.30. Lam. 4.8. [7] cap. 1.11. [8] I Cor. 13.12. I João 3.2. [9] ver. 22. _Sofar descreve as calamidades que os impios soffrem._ 20 Então respondeu Sofar, o naamathita, e disse: 2 Por isso _é que os_ meus pensamentos me fazem responder, e portanto me apresso. 3 Eu ouvi a reprehensão, que me envergonha, mas o espirito do meu entendimento responderá por mim. 4 _Porventura não_ sabes isto, _que foi_ desde todo o tempo, desde que o homem foi posto sobre a terra? 5 _A saber_: que o jubilo dos impios é breve, e a alegria dos hypocritas como d’um momento? 6 Ainda que a sua altura [1] subisse até ao céu, e a sua cabeça chegasse até ás nuvens, 7 _Comtudo_ como o seu _proprio_ esterco perecerá para sempre: _e_ os que o viam dirão: Onde está? 8 Como um sonho vôa, e não será achado, e será afugentado como uma visão da noite. 9 O olho [2] que _já_ o viu jamais o verá, nem olhará mais para elle o seu logar. 10 Os seus filhos procurarão agradar aos pobres, e as suas mãos restaurarão [3] a sua fazenda. 11 Os seus ossos [4] se encherão dos seus _peccados_ occultos, e _juntamente_ se deitarão com elle no pó. 12 Ainda que o mal lhe seja doce na bocca, _e_ elle o esconda debaixo da sua lingua, 13 E o guarde, e o não deixe, antes o retenha no seu paladar, 14 Comtudo a sua comida se mudará nas suas entranhas; fel d’aspides _será_ interiormente. 15 Enguliu fazendas, porém vomitalas-ha; do seu ventre Deus as lançará. 16 Veneno d’aspides sorverá; lingua de vibora o matará. 17 Não verá as correntes, [5] os rios _e_ os ribeiros de mel e manteiga. 18 Restituirá do seu trabalho, [6] e não _o_ engulirá: conforme ao poder de sua mudança, _e_ não saltará de gozo. 19 Porquanto opprimiu, desamparou os pobres, e roubou a casa que não edificou. 20 Porquanto não sentiu socego [7] no seu ventre; da sua tão desejada fazenda coisa nenhuma reterá. 21 Nada _lhe_ sobejará do que coma; pelo que a sua fazenda não será duravel. 22 Estando _já_ cheia a sua abastança, estará angustiado: toda a mão dos miseraveis virá sobre elle. 23 Haja _porém ainda_ de que possa encher o seu ventre; _comtudo Deus_ mandará sobre elle o ardor da sua ira, e a fará chover [8] sobre elle quando elle fôr a comer. 24 Ainda que fuja [9] das armas de ferro, o arco d’aço o atravessará. 25 Desembainhada _a espada_, sairá do _seu_ corpo, e resplandecendo [10] virá do seu fel: _e haverá_ sobre elle assombros. 26 Toda a escuridão se occultará nos seus esconderijos: um fogo não assoprado o consumirá: _e_ com o que ficar na sua tenda irá mal. 27 Os céus manifestarão a sua iniquidade: e a terra se levantará contra elle. 28 As rendas de sua casa serão transportadas: no dia da sua ira todas se derramarão. 29 Esta, [11] da parte de Deus, _é_ a porção do homem impio: e, da parte de Deus, a herança dos seus ditos. [1] Isa. 14.13, 14. Abd. 3, 4. [2] cap. 7.8, 10 e 8.18. [3] ver. 18. cap. 13.26. [4] cap. 21.26. [5] Jer. 17.6. [6] ver. 10, 15. [7] Ecc. 5.13, 14. [8] Num. 11.33. [9] Isa. 24.18. Jer. 48.43. Amós 5.19. [10] cap. 16.13 e 18.11. [11] cap. 17.13 e 31.2, 3. _Job mostra que os impios muitas vezes gozam prosperidade n’esta vida._ 21 Respondeu porém Job, e disse: 2 Ouvi attentamente as minhas razões; e isto vos sirva de consolações. 3 Soffrei-me, e eu fallarei: e, havendo eu fallado, [1] zombae. 4 _Porventura_ eu me queixo a _algum_ homem? porém, ainda _que assim fosse_, porque se não angustiaria o meu espirito? 5 Olhae para mim, e pasmae: e ponde a mão [2] sobre a bocca. 6 Porque, quando me lembro _d’isto_, me perturbo, e a minha carne é sobresaltada d’horror. 7 Por que razão [3] vivem os impios? envelhecem, e ainda se esforçam em poder? 8 A sua semente se estabelece com elles perante a sua face; e os seus renovos perante os seus olhos. 9 As suas casas teem paz, sem temor; e a vara de Deus não _está_ sobre elles. 10 O seu touro gera, e não falha: pare a sua vacca, [4] e não aborta. 11 Mandam fóra as suas creanças, como _a_ um rebanho, e seus filhos andam saltando. 12 Levantam _a voz, ao som_ do tamboril e da harpa, e alegram-se ao som dos orgãos. 13 Na prosperidade gastam [5] os seus dias, e n’um momento descem á sepultura. 14 E, _todavia_, [6] dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos. 15 Quem [7] _é_ o Todo-poderoso, para que nós o sirvamos? e que nos aproveitará que lhe façamos orações? 16 Vêde _porém_ que o seu bem não _está_ na mão d’elles: [8] esteja longe de mim o conselho dos impios! 17 Quantas [9] vezes succede que se apaga a candeia dos impios, e lhes sobrevem a sua destruição? [10] _e Deus_ na sua ira _lhes_ reparte dôres! 18 _Porque_ [11] são como a palha diante do vento, e como a pragana, que arrebata o redemoinho. 19 Deus guarda [12] a sua violencia para seus filhos, _e_ lhe dá o pago, que o sente. 20 Seus olhos vêem a sua ruina, [13] e elle bebe do furor do Todo-poderoso. 21 Porque, que prazer teria na sua casa, depois de si, cortando-se-_lhe_ o numero dos seus mezes? 22 Porventura [14] a Deus se ensinaria sciencia, a elle que julga os excelsos? 23 Este morre na força da sua plenitude, estando todo quieto e socegado. 24 Os seus baldes estão cheios de leite, e os seus ossos estão regados de tutanos. 25 E outro morre, ao contrario, na amargura do seu coração, não havendo comido do bem. 26 Juntamente [15] jazem no pó, e os bichos os cobrem. 27 Eis que conheço bem os vossos pensamentos: e os maus intentos _com que_ injustamente me fazeis violencia. 28 Porque direis: [16] Onde _está_ a casa do principe? e onde a tenda das moradas dos impios? 29 _Porventura_ o não perguntastes aos que passam pelo caminho? e não conheceis os seus signaes? 30 Que [17] o mau é preservado para o dia da destruição; e são levados no dia do furor. 31 Quem accusará diante d’elle [18] o seu caminho? e quem lhe dará o pago do que faz? 32 Finalmente é levado ás sepulturas, e vigia no montão. 33 Os torrões do valle lhe são doces, e attrahe a si a todo o homem; e diante de si _ha_ innumeraveis. 34 Como pois me consolaes com vaidade? pois nas vossas respostas ainda resta a transgressão. [1] cap. 16.10 e 17.2. [2] Jui. 18.19. cap. 29.9 e 40.4. [3] cap. 12.6. Jer. 12.1. Hab. 1.16. [4] Exo. 23.26. [5] cap. 36.11. [6] cap. 22.17. [7] Exo. 5.2. cap. 34.9. cap. 35.3. Mal. 3.14. [8] cap. 22.18. Pro. 1.10. [9] cap. 18.6. [10] cap. 20.28, 29. [11] Isa. 17.13 e 29.5. Ose. 13.3. [12] Exo. 20.5. [13] Isa. 51.17. Jer. 25.15. Apo. 14.10 e 19.15. [14] Isa. 40.13 e 45.9. Rom. 11.34. I Cor. 2.16. [15] cap. 20.11. Ecc. 9.2. [16] cap. 20.7. [17] Pro. 16.4. II Ped. 2.9. [18] Gal. 2.11. _Eliphaz accusa Job de diversos peccados e o exhorta ao arrependimento._ 22 Então respondeu Eliphaz o temanita, e disse: 2 _Porventura_ [1] o homem será d’_algum_ proveito a Deus? antes a si mesmo o prudente será proveitoso. 3 _Ou_ tem o Todo-poderoso prazer em que tu sejas justo? ou lucro _algum_ que tu faças perfeitos os teus caminhos? 4 _Ou_ te reprehende, pelo temor _que tem_ de ti? ou entra comtigo em juizo? 5 _Porventura_ não _é_ grande a tua malicia? e sem termo as tuas iniquidades? 6 Porque penhoraste a teus irmãos sem causa [2] _alguma_, e aos nus despiste os vestidos. 7 Não déste de beber agua ao cançado, [3] e ao faminto retiveste o pão. 8 Mas para o violento era a terra, e o homem tido em respeito habitava n’ella. 9 As viuvas despediste vazias, e os braços dos orphãos foram [4] quebrantados. 10 Por isso é que estás cercado de laços, [5] e te perturbou _um_ pavor repentino, 11 Ou as trevas que não vês, e a abundancia [6] d’agua que te cobre. 12 _Porventura_ Deus não _está_ na altura dos céus? olha pois para o cume das estrellas, quão levantadas estão. 13 E dizes que sabe Deus _d’isto_? _porventura_ julgará por entre a escuridão? 14 As nuvens _são_ escondedura para elle, para que não veja: e passeia pelo circuito dos céus. 15 _Porventura_ consideraste a vereda do seculo _passado_, que pisaram os homens iniquos? 16 Os quaes foram arrebatados [7] antes do _seu_ tempo: _sobre_ cujo fundamento um diluvio se derramou. 17 Diziam [8] a Deus: Retira-te de nós. E que _é o que_ o Todo-poderoso lhes fez? 18 Sendo elle o que enchera de bens as suas casas: mas o [9] conselho dos impios esteja longe de mim. 19 Os justos _o_ viram, e se alegraram, e o innocente escarneceu d’elles. 20 Porquanto o nosso estado não foi destruido, mas o fogo consumiu o resto d’elles. 21 Acostuma-te pois a elle, e [10] tem paz, e assim te sobrevirá o bem. 22 Acceita, peço-te, a lei da sua bocca, e põe as suas palavras no teu coração. 23 Se te converteres [11] ao Todo-poderoso, serás edificado: affasta a iniquidade da tua tenda. 24 Então amontoarás [12] oiro como pó, e o _oiro_ d’Ophir como pedras dos ribeiros. 25 E até o Todo-poderoso te será _por_ oiro, e a tua prata amontoada. 26 Porque então te deleitarás [13] no Todo-poderoso, [14] e levantarás o teu rosto para Deus. 27 _Devéras_ orarás, a elle, e elle te ouvirá, e pagarás os teus votos. 28 Determinando tu algum negocio, ser-te-ha firme, e a luz brilhará em teus caminhos. 29 Quando abaterem, então tu dirás: Haja exaltação: e _Deus_ salvará [15] ao humilde. 30 _E_ livrará _até ao_ que não é innocente; porque fica livre pela pureza de tuas mãos. [1] cap. 35.7. Luc. 17.10. [2] Exo. 22.26, 27. Deu. 24.10, etc. cap. 24.3, 9. Eze. 18.12. [3] cap. 31.17. Deu. 15.7, etc. Isa. 58.7. Eze. 18.7, 16. Mat. 25.42. [4] cap. 31.21. Isa. 10.2. Eze. 22.7. [5] cap. 18.8, 9, 10 e 19.6. [6] Lam. 3.54. [7] cap. 15.32. [8] cap. 21.14. Psa. 4.6. [9] cap. 21.16. [10] Isa. 27.5. [11] cap. 8.5, 6 e 11.13, 14. [12] II Chr. 1.15. [13] cap. 27.10. Isa. 58.14. [14] cap. 11.15. Isa. 58.9. [15] Pro. 29.23. Thi. 4.6. I Ped. 5.5. _Job deseja apresentar-se perante Deus e confia na sua misericordia._ 23 Respondeu porém Job, e disse: 2 Ainda hoje a minha queixa está em amargura: a violencia da minha praga mais se aggrava do que o meu gemido. 3 Ah se _eu_ [1] soubesse que o poderia achar! _então me_ chegaria ao seu tribunal. 4 Com boa ordem exporia ante elle a minha causa, e a minha bocca encheria d’argumentos. 5 Saberia as palavras com _que elle_ me responderia, e entenderia o que me dissesse. 6 _Porventura_ segundo a grandeza de _seu_ poder contenderia [2] comigo? não; elle só _o_ põe em mim. 7 Ali o recto pleitearia com elle, e eu me livraria para sempre do meu Juiz. 8 Eis que se me [3] adianto, _ali_ não está: se _torno_ para traz, não o percebo. 9 Se obra a mão esquerda, não o vejo: _se_ se encobre á mão direita, não _o_ diviso. 10 Porém elle sabe o meu caminho: prove-me, [4] _e_ sairei como o oiro. 11 Nas suas pizadas os meus pés se affirmaram: guardei o seu caminho, e não me desviei _d’elle_. 12 Do preceito de seus labios nunca me apartei, _e_ as palavras da sua bocca guardei mais do que a minha porção. 13 Mas, _se_ elle _está_ contra alguem, quem então [5] o desviará? o que a sua alma quizer isso fará. 14 Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas _ainda_ tem [6] comsigo. 15 Por isso me perturbo perante elle, considero, e temo-me d’elle. 16 Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-poderoso me perturbou. 17 Porquanto não fui desarreigado antes das trevas, e nem encobriu com a escuridão o meu rosto. [1] cap. 13.3 e 16.21. [2] Isa. 57.16. [3] cap. 9.11. [4] Thi. 1.12. [5] cap. 12.14. Rom. 9.19. [6] I The. 3.3. _Job contesta que os impios, muitas vezes, ficam sem castigo n’esta vida._ 24 Visto que do Todo-poderoso se não encobriram os tempos [1] porque, os que o conhecem, não vêem os seus dias? 2 Até os limites removem: [2] roubam os rebanhos, e _os_ apascentam. 3 Levam [3] o jumento do orphão: tomam em penhor o boi da viuva. 4 Desviam do caminho aos necessitados; _e_ os miseraveis da terra juntos se escondem [4] _d’elles_. 5 Eis que, _como_ jumentos montezes no deserto, saem á sua obra, madrugando para a preza: o campo raso _dá_ mantimento a elles e aos _seus_ filhos. 6 No campo segam o seu pasto, e vindimam a vinha do impio. 7 Ao nu [5] fazem passar a noite sem roupa, não tendo elle coberta contra o frio. 8 Das correntes das montanhas são molhados, e, não tendo refugio, abraçam-se [6] com as rochas. 9 Ao orphãosinho arrancam dos peitos, e penhoram _o que ha_ sobre o pobre. 10 Fazem com que os nus vão sem vestido e famintos _aos que_ carregam com as espigas. 11 Entre as suas paredes espremem o azeite: pisam os lagares, e _ainda_ teem sêde. 12 Desde as cidades gemem os homens, e a alma dos feridos exclama, e comtudo Deus _lh’o_ não imputa _como_ loucura. 13 Elles estão entre os que se oppõem á luz: não conhecem os seus caminhos _d’ella_, e não permanecem nas suas veredas. 14 De madrugada se levanta o homicida, mata o pobre e necessitado, e de noite é como o ladrão. 15 Assim como o [7] olho do adultero aguarda o crepusculo, dizendo: Não me verá olho nenhum: e occulta o rosto, 16 Nas trevas minam as casas _que_ de dia se assignalaram: não [8] conhecem a luz. 17 Porque a manhã para _todos_ elles _é_ como a sombra de morte; _porque_, sendo conhecidos, sentem os pavores da sombra da morte. 18 É ligeiro sobre a face das aguas; maldita _é_ a sua parte sobre a terra: não se vira pelo caminho das vinhas. 19 A seccura e o calor desfazem as aguas da neve; _assim desfará_ a sepultura _aos que_ peccaram. 20 A madre se esquecerá d’elle, os bichos o comerão gostosamente; nunca mais haverá lembrança [9] _d’elle_: e a iniquidade se quebrará como arvore. 21 Afflige á esteril _que_ não pare, e á viuva não faz bem: 22 Até aos poderosos arrasta com a sua força: _se_ se levanta, não ha vida segura. 23 Se _Deus_ lhes dá descanço, estribam-se n’isso: seus [10] olhos porém _estão_ nos caminhos d’elles. 24 Por um pouco se alçam, e logo desapparecem: são abatidos, encerrados como todos, e cortados como as cabeças das espigas. 25 Se agora não _é assim_, quem me desmentirá e desfará as minhas razões? [1] Act. 1.7. [2] Deu. 19.14 e 27.17. Pro. 22.28 e 23.10. Ose. 5.10. [3] Deu. 24.6, 10, 12, 17. cap. 22.6. [4] Pro. 28.28. [5] Exo. 22.26, 27. Deu. 24.12, 13. cap. 22.6. [6] Lam. 4.5. [7] Pro. 7.9. [8] João 3.20. [9] Pro. 10.7. [10] Pro. 15.3. _Bildad sustenta que o homem não pode, sem presumção, justificar-se diante de Deus._ 25 Então respondeu Bildad o suhita, e disse: 2 Com elle _estão_ dominio e temor; elle faz paz nas suas alturas. 3 _Porventura_ teem numero as suas tropas? e sobre quem não surge a sua [1] luz? 4 Como pois seria justo [2] o homem para com Deus? e como seria puro aquelle que nasce da mulher? 5 Olha, até a lua não resplandece, e as estrellas não são puras aos seus olhos. 6 E quanto menos o homem, _que é_ um verme, e o filho do homem, _que é_ um bicho. [1] Thi. 1.17. [2] cap. 4.17, etc. e 15.14, etc. _Job reprehende Bildad e exalta o poder de Deus._ 26 Porém Job respondeu e disse: 2 Como ajudaste aquelle que não tinha força? _e_ sustentaste o braço que não tinha vigor? 3 Como aconselhaste aquelle que não tinha sabedoria, e plenamente _lhe_ fizeste saber a causa, assim como era? 4 A quem proferiste palavras? e cujo é o espirito que saiu de ti? 5 Os mortos tremem debaixo das aguas, com os seus moradores d’ellas. 6 O inferno _está_ nú [1] perante elle, e não ha coberta para a perdição. 7 O norte estende [2] sobre o vazio: a terra pendura sobre o nada. 8 Prende as [3] aguas nas suas nuvens, todavia a nuvem não se rasga debaixo d’ellas. 9 Encobre a face do _seu_ throno, e sobre ella estende a sua nuvem. 10 Assignalou limite [4] sobre a superficie das aguas ao redor _d’ellas_, até que se acabem a luz e as trevas. 11 As columnas do céu tremem, e se espantam da sua ameaça. 12 Com a sua força [5] fende o mar, e com o seu entendimento abate a sua soberba. 13 Pelo seu Espirito ornou os céus: a sua mão formou a serpente [6] enroscadiça. 14 Eis que isto _são só_ as bordas dos seus caminhos; e quão pouco é o que temos ouvido d’elle! Quem pois entenderia o trovão do seu poder? [1] Pro. 15.11. Heb. 4.13. [2] cap. 9.8. [3] Pro. 30.4. [4] cap. 38.8. Pro. 8.29. Jer. 5.22. [5] Isa. 51.15. Jer. 31.35. [6] Isa. 27.1. _Job sustenta sua integridade e sinceridade._ 27 E proseguiu Job em proferir o seu dito, e disse: 2 Vive Deus, [1] que desviou a minha causa, e o Todo-poderoso, que amargurou a minha alma. 3 Que, emquanto em mim _houver_ alento, e o sopro de Deus nos meus narizes, 4 Não fallarão os meus labios iniquidade, nem a minha lingua pronunciará engano. 5 Longe de mim que eu vos justifique: até que [2] eu expire, nunca apartarei de mim a minha sinceridade. 6 A minha justiça me apegarei [3] e não a largarei: não me remorderá o meu coração em toda a minha vida. 7 Seja como o impio o meu inimigo, e o que se levantar contra mim como o perverso. 8 Porque [4] qual _será_ a esperança do hypocrita, havendo sido avaro, quando Deus _lhe_ arrancar a sua alma? 9 _Porventura_ [5] Deus ouvirá o seu clamor, sobrevindo-lhe a tribulação? 10 _Ou_ deleitar-se-ha no Todo-poderoso? _ou_ invocará a Deus em todo o tempo? 11 Ensinar-vos-hei [6] ácerca da mão de Deus, _e_ não vos encobrirei o que _está_ com o Todo-poderoso. 12 Eis que todos vós _já o_ vistes: porque pois vos desvaneceis na _vossa_ vaidade? 13 Esta _pois é_ a [7] porção do homem impio para com Deus, e a herança, _que_ os tyrannos receberão do Todo-poderoso. 14 Se [8] os seus filhos se multiplicarem, _será_ para a espada, e os seus renovos se não fartarão de pão. 15 Os que ficarem d’elle na morte serão enterrados, e as suas viuvas não chorarão. 16 Se amontoar prata como pó, e apparelhar vestidos como lodo; 17 Elle os apparelhará, porém [9] o justo os vestirá, e o innocente repartirá a prata. 18 E edificará a sua casa como a traça, e como o guarda _que_ faz a [10] cabana. 19 Rico se deita, e não será recolhido: seus olhos abre, e elle não será. 20 Pavores se [11] apoderam d’elle como aguas: de noite o arrebatará a tempestade. 21 O vento oriental o levará, e ir-se-ha, e o tempestuoso o arrebatará do seu logar. 22 E _Deus_ lançará _isto_ sobre elle, e não _lhe_ poupará; irá fugindo da sua mão. 23 _Cada um_ baterá contra elle as palmas das mãos, e do seu logar o assobiará. [1] cap. 34.5. [2] cap. 2.9 e 13.15. [3] Act. 24.16. [4] Mat. 16.26. Luc. 12.20. [5] cap. 35.12. Pro. 1.28 e 28.9. Eze. 8.18. Miq. 3.4. João 9.31. Thi. 4.3. [6] cap. 22.26, 27. [7] cap. 20.29. [8] Deu. 28.41. Ose. 9.13. [9] Pro. 28.8. Ecc. 2.26. [10] Isa. 1.8. Lam. 2.6. [11] cap. 18.11. _O homem tem sciencia das coisas da terra, mas a sabedoria é dom de Deus._ 28 Na verdade, ha _veia_ d’onde se tira a prata, e para o oiro logar _em que_ o derretem. 2 O ferro se toma do pó, e _da_ pedra se funde o metal. 3 Elle poz fim ás trevas, e toda a extremidade elle esquadrinha, a pedra da escuridão e da sombra da morte. 4 Trasborda o ribeiro junto ao que habita _ali_, de maneira que se não possa passar a pé: _então_ se esgota do homem, _e as aguas_ se vão. 5 Da terra procede o pão, e debaixo d’ella se converte como _em_ fogo. 6 As suas pedras são o logar da saphira, e tem pósinhos d’oiro. 7 Vereda que ignora a ave de rapina, e que não viu os olhos da gralha. 8 Nunca a pisaram filhos d’animaes altivos, nem o feroz leão passou por ella. 9 Estendeu a sua mão contra o rochedo, _e_ transtorna os montes desd’as suas raizes. 10 Dos rochedos faz sair rios, e o seu olho viu tudo o _que ha_ precioso. 11 Os rios tapa, e nem uma gotta sae d’elles, e tira á luz o _que estava_ escondido. 12 Porém d’onde se achará [1] a sabedoria? e onde está o logar da intelligencia? 13 O homem não sabe [2] a sua valia, e não se acha na terra dos viventes. 14 O abysmo diz: [3] Não está em mim: e o mar diz: _Ella_ não _está_ comigo. 15 Não se [4] dará por ella oiro _fino_, nem se pesará prata em cambio d’ella. 16 Nem se pode comprar por oiro _fino_ d’Ophir, _nem_ pelo precioso onyx, nem pela saphira. 17 Com ella se não póde comparar o oiro nem o crystal; nem se dá em troca d’ella joia d’oiro fino. 18 Não se fará menção de coral nem de perolas; porque o desejo da sabedoria _é_ melhor que _o dos_ rubins. 19 Não se lhe igualará o topazio de Cus, nem se póde comprar por oiro puro. 20 D’onde pois [5] vem a sabedoria? e onde _está_ o logar da intelligencia? 21 Porque está encoberta aos olhos de todo o vivente, e occulta ás aves do céu. 22 A perdição [6] e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama. 23 Deus entende o seu caminho, e elle sabe o seu logar. 24 Porque elle vê as extremidades da terra; _e_ vê tudo [7] _o que ha_ debaixo dos céus: 25 Dando peso ao vento, e tomando a medida das aguas. 26 Prescrevendo [8] lei para a chuva e caminho para o relampago dos trovões. 27 Então a viu e relatou, a preparou, e tambem a esquadrinhou. 28 Porém disse ao homem: Eis que o temor [9] do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal, a intelligencia. [1] ver. 20. Ecc. 7.24. [2] Pro. 3.35. [3] ver. 22. Rom. 11.32, 34. [4] Pro. 3.13, 14, 15 e 8.10, 11, 19 e 16.16. [5] ver. 12. [6] ver. 14. [7] Pro. 15.3. [8] cap. 38.25. [9] Deu. 4.6. Pro. 1.7 e 9.10. Ecc. 12.13. _Lamentação de Job lembrando-se do seu primeiro estado._ 29 E proseguiu Job em proferir o seu dito, e disse: 2 Ah! quem me dera ser como eu fui nos mezes [1] passados! como nos dias _em que_ Deus me guardava! 3 Quando [2] fazia resplandecer a sua candeia sobre a minha cabeça _e quando_ eu pela sua luz caminhava _pelas_ trevas: 4 Como era nos dias da minha mocidade, quando [NC] o segredo de Deus estava sobre a minha tenda: 5 Quando o Todo-poderoso ainda _estava_ comigo, _e_ os meus meninos em redor de mim. 6 Quando [3] lavava os meus passos na manteiga, e da rocha me corriam ribeiros de azeite: 7 Quando sahia a porta pela cidade, _e_ na praça fazia preparar a minha cadeira: 8 Os moços me viam, e se escondiam, e _até_ os edosos se levantavam _e_ se punham em pé: 9 Os principes continham as _suas_ palavras, e punham a [4] mão sobre a sua bocca: 10 A voz dos chefes se escondia: e a sua lingua se pegava ao seu paladar: 11 Ouvindo-_me_ algum ouvido, me tinha por bemaventurado: vendo-_me_ algum olho, dava testemunho de mim; 12 Porque eu [5] livrava o miseravel, que clamava: como tambem o orfão que não tinha quem o soccoresse. 13 A benção do que ia perecendo vinha sobre mim, e eu fazia que jubilasse o coração da viuva. 14 Vestia-me da [6] justiça: e ella me servia de vestido: como manto e diadema _era_ o meu juizo. 15 Eu fui o olho do cego, como tambem os pés do coxo: 16 Aos necessitados era pae, e as causas [7] de que eu não tinha conhecimento inquiria com diligencia; 17 E quebrava os queixaes do perverso, e dos seus dentes tirava a preza. 18 E dizia: No meu ninho expirarei, e multiplicarei os meus dias como a areia. 19 A minha [8] raiz se estendia junto ás aguas, e o orvalho fazia assento sobre os meus ramos; 20 A minha honra se renovava em mim, [9] e o meu arco se reforçava na minha mão. 21 Ouvindo-me esperavam, e em silencio attendiam ao meu conselho. 22 Acabada a minha palavra, não replicavam, e minhas razões distillavam sobre elles; 23 Porque me esperavam, como a chuva; e abriam a sua bocca, como a chuva [10] tardia. 24 _Se_ me ria para elles, não o criam, e não faziam abater a luz do meu rosto; 25 Eu escolhia o seu caminho, assentava-me como chefe, e habitava como rei entre as tropas: como aquelle que consola os que pranteiam. [1] cap. 7.3. [2] cap. 18.6. [3] Gen. 49.11. Deu. 32.13 e 33.24. cap. 20.17. [4] cap. 21.5. [5] Pro. 21.13 e 34.11. [6] Isa. 59.17 e 61.10. Eph. 6.14, etc. Num. 10.31. [7] Pro. 29.7. [8] cap. 18.16. Jer. 17.8. [9] Gen. 49.24. [10] Zac. 10.1. _Job descreve o estado miseravel em que caiu._ 30 Porém agora se riem de mim os de menos edade do que eu, cujos paes eu teria desdenhado de pôr com os cães do meu rebanho. 2 De que tambem me serviria a força das suas mãos? já _de_ velhice se tinham esgotado n’elles. 3 De mingua e fome _andavam_ sós, _e_ recolhiam-se para os logares seccos, tenebrosos, assolados e desertos. 4 Apanhavam malvas junto aos arbustos, e o seu mantimento _eram_ as raizes dos zimbros. 5 Do meio _dos homens_ foram expulsos, _e_ gritavam contra elles, como _contra_ o ladrão: 6 Para habitarem nos barrancos dos valles, _e_ nas cavernas da terra e das rochas. 7 Bramavam entre os arbustos, _e_ ajuntavam-se debaixo das ortigas. 8 _Eram_ filhos de doidos, e filhos de gente sem nome, e da terra foram expulsos. 9 Porém [1] agora sou a sua canção, e lhes sirvo de rifão. 10 Abominam-me, _e_ fogem para longe de mim, [2] e do meu rosto não reteem o seu escarro. 11 Porque _Deus_ [3] desatou o meu cordão, e me opprimiu, pelo que sacudiram _de si_ o freio perante o meu rosto. 12 Á direita se levantam os moços; empurram os meus pés, e preparam contra [4] mim os seus caminhos de destruição. 13 Desbarataram-me o meu caminho: promovem a minha miseria: não _teem_ ajudador. 14 Veem _contra mim_ como por uma grande brecha, _e_ revolvem-se entre a assolação. 15 Sobrevieram-me pavores; como vento perseguem a minha [ND] honra, e como nuvem passou a minha felicidade. 16 E agora derrama-se em mim a minha alma: os dias da afflicção se apoderaram de mim. 17 De noite se me traspassam os meus ossos, e os pulsos das minhas veias não descançam. 18 Pela grandeza da força _das dôres_ se demudou o meu vestido, _e_ elle como o cabeção da minha tunica me cinge. 19 Lançou-me na lama, e fiquei similhante ao pó e á cinza. 20 Clamo a ti, porém tu não me respondes: estou em pé, porém para mim _não_ attentas. 21 Tornaste-te a ser cruel contra mim: com a força da tua mão resistes violentamente. 22 Levantas-me sobre o vento, fazes-me cavalgar _sobre elle_, e derretes-me o ser. 23 Porque eu sei _que_ me levarás á morte e á casa do ajuntamento determinado [5] a todos os viventes. 24 Porém não estenderá a mão para o montão de terra, se houve clamor n’elles _contra mim_ na sua desventura. 25 _Porventura_, não chorei sobre aquelle que estava afflicto? _ou_ não se angustiou a minha alma pelo necessitado? 26 _Todavia_ aguardando [6] eu o bem, então _me_ veiu o mal, _e_ esperando eu a luz, veiu a escuridão. 27 As minhas entranhas ferveram e não estão quietas: os dias da afflicção me surprehenderam. 28 Denegrido ando, porém não do sol, _e_, levantando-me na congregação, clamo por soccorro. 29 Irmão [7] me fiz dos [NE] dragões, e companheiro dos abestruzes. 30 Ennegreceu-se a minha pelle [8] sobre mim, e os meus ossos estão queimados do calor. 31 Pelo que se trocou a minha harmonia em lamentação, e o meu orgão em voz dos que choram. [1] cap. 17.6. Lam. 3.14, 63. [2] Pro. 3.15. [3] ver. 22. Rom. 11.33, 34. [4] Pro. 3.13, 14, 15 e 8.10, 11, 19 e 16.1. [5] Heb. 9.27. [6] Jer. 8.15. [7] Miq. 1.8. [8] Lam. 4.8 e 5.10. _Job declara sua integridade nos seus deveres._ 31 Fiz concerto com os meus olhos: [1] como pois attentaria n’uma virgem? 2 Porque qual _seria_ a parte [2] de Deus de cima? ou a herança do Todo-poderoso _para mim_ desde as alturas? 3 _Porventura_ não é a perdição para o perverso, o desastre para os que obram iniquidade? 4 Ou não vê [3] elle os meus caminhos, e não conta todos os meus passos? 5 Se andei com vaidade, e _se_ o meu pé se apressou para o engano 6 (Pese-me em balanças fieis, e saberá Deus a minha sinceridade), 7 Se os meus passos se desviavam do caminho, e se o meu coração [4] segue os meus olhos, e se ás minhas mãos se apegou coisa alguma, 8 Então semeie eu [5] e outro coma, e seja a minha descendencia arrancada até á raiz. 9 Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, ou se eu armei traições á porta do meu proximo, 10 Então môa minha mulher para [6] outro, e outros se encurvem sobre ella. 11 Porque é uma infamia, [7] e _é_ delicto _pertencente_ aos juizes. 12 Porque fogo é que consomem até á perdição, e desarreigaria toda a minha renda. 13 Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando elles contendiam comigo, 14 Então que faria eu quando Deus se levantasse? e, inquirindo _a causa_, que lhe responderia? 15 Aquelle [8] que me fez no ventre não o fez _tambem_ a elle? ou não nos formou do mesmo _modo_ na madre? 16 Se retive o que os pobres desejavam, ou fiz desfallecer os olhos da viuva, 17 Ou só comi o meu bocado, e o orphão não comeu d’elle. 18 (Porque desde a minha mocidade cresceu comigo como _com seu_ pae, e o guiei desde o ventre de minha mãe), 19 Se a alguem vi perecer por falta de vestido, e ao necessitado por não ter coberta, 20 Se os seus lombos me não [9] abençoaram, se elle não se aquentava com as pelles dos meus cordeiros, 21 Se eu levantei a minha mão contra [10] o orphão, porquanto na porta via a minha ajuda, 22 Então caia do hombro a minha espadoa, e quebre-se o meu braço do osso. 23 Porque o castigo de Deus _era_ para mim um [11] assombro, e eu não podia supportar a sua alteza. 24 Se [12] no oiro puz a minha esperança, ou disse ao oiro fino: _Tu és_ a minha confiança; 25 Se [13] me alegrei de que era muita a minha fazenda, e de que a minha mão tinha alcançado muito; 26 Se olhei [14] para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa, 27 E o meu coração se deixou enganar em occulto, e a minha bocca beijou a minha mão, 28 Tambem isto _seria_ [15] delicto _pertencente_ ao juiz: pois _assim_ negaria a Deus _que está_ em cima. 29 Se me alegrei [16] da desgraça do que me tem odio, e se eu exultei quando mal o achou. 30 (Tambem não deixei [17] peccar o meu paladar, desejando a sua morte com maldição), 31 Se a gente da minha tenda não disse: Ah, quem nos désse da sua carne! nunca nos fartariamos _d’ella_: 32 O estrangeiro [18] não passava a noite na rua; as minhas portas abria ao viandante. 33 Se, como Adão, encobri as minhas [19] transgressões, occultando o meu delicto no meu seio; 34 Porque eu temia [20] a grande multidão, e o desprezo das familias me apavoraria, e eu me calaria, e não sairia da porta. 35 Ah quem me dera um que me ouvisse! eis que o meu intento _é que_ o Todo-poderoso [21] me responda, e que o meu adversario escreva um livro. 36 Por certo que o levaria sobre o meu hombro, sobre mim o ataria _por_ corôa. 37 O numero dos meus passos lhe mostraria: como [22] principe me chegaria a elle. 38 Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus regos juntamente chorarem, 39 Se comi a sua novidade sem dinheiro, e suffoquei a alma dos seus donos, 40 Por trigo _me_ produza cardos, [23] e por cevada joio. Acabaram-se as palavras de Job. [1] Mat. 5.28. [2] cap. 20.29 e 27.13. [3] II Chr. 16.9. cap. 34.21. Pro. 5.21 e 15.3. Jer. 32.19. [4] Num. 15.39. Ecc. 11.9. Eze. 6.9. Mat. 5.29. [5] Lev. 26.16. Deu. 28.30, 38, etc. [6] II Sam. 12.11. Jer. 8.10. [7] Gen. 38.24. Lev. 20.10. Deu. 22.22. ver. 28. [8] cap. 34.19. Pro. 14.31 e 22.2. Mal. 3.10. [9] Deu. 24.13. [10] cap. 22.9. [11] Isa. 13.7. Joel 1.15. [12] Mar. 10.24. I Tim. 6.17. [13] Pro. 11.28. [14] Deu. 4.19 e 11.16 e 17.3. Eze. 8.16. [15] ver. 11. [16] Pro. 17.5. [17] Mat. 5.44. Rom. 12.14. [18] Gen. 19.2, 3. [19] Gen. 3.8, 12. Pro. 28.13. [20] Exo. 23.2. [21] cap. 13.22. [22] Thi. 5.4. I Reis 21.19. [23] Gen. 3.18. _Elihu reprehende Job e os seus tres amigos._ 32 Então aquelles tres homens cessaram de responder a Job; porque era [1] justo aos seus _proprios_ olhos. 2 E accendeu-se a ira d’Elihu, filho de Baracheel [2] o buzita, da familia de Ram: contra Job se accendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus. 3 Tambem a sua ira se accendeu contra os seus tres amigos: porque, não achando que responder, todavia condemnavam a Job. 4 Elihu porém esperou que Job fallasse; porquanto tinham mais edade do que elle. 5 Vendo pois Elihu que _já_ não havia resposta na bocca d’aquelles tres homens, a sua ira se accendeu. 6 E respondeu Elihu, filho de Baracheel o buzita, e disse: Eu _sou_ de menos [3] edade, e vós _sois_ edosos; receei-me e temi de vos declarar a minha opinião. 7 Dizia eu: Fallem os dias, e a multidão doa annos ensine a sabedoria. 8 Na verdade, ha um espirito no homem, [4] e a inspiração do Todo-poderoso os faz entendidos. 9 Os grandes não são [5] os sabios, nem os velhos entendem juizo. 10 Pelo que digo: Dae-me ouvidos, e tambem eu declararei a minha opinião. 11 Eis que aguardei as vossas palavras, _e_ dei ouvidos ás vossas considerações, até que buscasseis razões. 12 Attentando pois para vós, eis que nenhum de vós ha que possa convencer a Job, _nem_ que responda ás suas razões: 13 Para que não digaes: [6] Achamos a sabedoria; Deus o derribou, _e_ não homem algum. 14 Ora elle não dirigiu contra mim palavra alguma, nem lhe responderei com as vossas palavras. 15 Estão pasmados, não respondem mais, faltam-lhes as palavras. 16 Esperei pois, porém não fallam: porque já pararam, _e_ não respondem mais. 17 Tambem eu responderei pela minha parte: tambem eu declararei a minha opinião. 18 Porque estou cheio de palavras, _e_ aperta-me o espirito do meu ventre. 19 Eis que o meu ventre _é_ como o mosto, sem respiradouro, _e_ virá a arrebentar, como odres novos. 20 Fallarei, e respirarei: abrirei os meus labios, e responderei. 21 Oxalá eu não faça accepção [7] de pessoas, nem use de sobrenomes com o homem! 22 Porque não sei usar de sobrenomes: em breve me levaria o meu Creador. [1] cap. 33.9. [2] Gen. 22.21. [3] II Chr. 16.9. cap. 34.21. Pro. 5.21 e 15.3. Jer. 32.19. [4] Mat. 11.25. Thi. 1.5. [5] I Cor. 1.26. [6] Jer. 9.23. I Cor. 1.29. [7] Lev. 19.15. Deu. 1.17 e 16.19. Pro. 24.23. Mat. 22.16. _Elihu accusa Job de se oppôra Deus e de entender mal os seus caminhos._ 33 Assim, na verdade, ó Job, ouve as minhas razões, e dá ouvidos a todas as minhas palavras. 2 Eis que já abri a minha bocca: _já_ fallou a minha lingua debaixo do meu paladar. 3 As minhas razões _sairão_ da sinceridade do meu coração, e a pura sciencia dos meus labios. 4 O Espirito [1] de Deus me fez: e a inspiração do Todo-poderoso me deu vida. 5 Se podes responde-me, põe por ordem diante de mim _a tua causa_, e levanta-te. 6 Eis que _sou_ de Deus, como tu: do lodo tambem eu fui cortado. 7 Eis que não te perturbará o meu terror, nem será pesada sobre ti a minha mão. 8 Na verdade que disseste aos meus ouvidos; e eu ouvi a voz das palavras, _dizendo_: 9 Limpo [2] estou, sem transgressão: puro _sou_; e não tenho culpa. 10 Eis que acha contra mim achaques, e me considerou [3] como seu inimigo. 11 Põe [4] no tronco os meus pés, _e_ observa todas as minhas veredas. 12 Eis que n’isto te respondo: Não foste justo; porque maior é Deus do que o homem. 13 Por que razão [5] contendeste com elle? porque não responde ácerca de todos os seus feitos. 14 Antes Deus [6] falla uma e duas vezes; porém ninguem attenta para isso. 15 Em sonho [7] _ou em_ visão de noite, quando cae somno profundo sobre os homens, _e_ adormecem na cama, 16 Então o revela ao ouvido dos homens, e lhes sella a sua instrucção. 17 Para apartar o homem d’aquillo que faz, e esconder do homem a soberba. 18 Para desviar a sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada. 19 Tambem na sua cama é com dôres castigado; como tambem a multidão de seus ossos com fortes _dôres_. 20 De modo que a sua vida abomina _até_ o pão, e a sua alma a comida appetecivel. 21 Desapparece a sua carne á vista _d’olhos_, e os seus ossos, _que_ se não viam, _agora_ apparecem: 22 E a sua alma se vae chegando á cova, e a sua vida ao que traz morte. 23 Se com elle pois houver um [NF] mensageiro, um interprete, um entre milhares, para declarar ao homem a sua rectidão, 24 Então terá misericordia d’elle, e _lhe_ dirá: Livra-o, que não desça á cova; _já_ achei resgate. 25 Sua carne se reverdecerá mais do que _era_ na mocidade, _e_ tornará aos dias da sua juventude. 26 Devéras orará a Deus, o qual se agradará d’elle, e verá a sua face com jubilo, e restituirá ao homem a sua justiça. 27 Olhará para os homens, e dirá: Pequei, [8] e perverti o direito, o que de nada me aproveitou. 28 _Porém Deus_ livrou [9] a minha alma de que não passasse a cova; assim que a minha vida vê a luz. 29 Eis que tudo isto obra Deus, duas _e_ tres vezes para com o homem; 30 Para desviar [10] a sua alma da perdição, e o alumiar com a luz dos viventes. 31 Escuta _pois_, ó Job, ouve-me: cala-te, e eu fallarei. 32 Se tens alguma coisa que dizer, responde-me: falla, porque desejo justificar-te. 33 Se não, escuta-me tu: cala-te, e ensinar-te-hei a sabedoria. [1] Gen. 2.7. [2] cap. 9.17. [3] cap. 13.24 e 16.9 e 19.11. [4] cap. 13.27 e 14.16 e 31.4. [5] Isa. 45.9. [6] cap. 38.35. [7] Num. 12.6. cap. 4.13. [8] II Sam. 12.13. Pro. 28.13. Luc. 15.21. I João 1.9. [9] Isa. 38.17. [10] ver. 28. Psa. 56.13. _Elihu accusa Job de fallar injustamente de Deus._ 34 Respondeu mais Elihu, e disse: 2 Ouvi, vós, sabios, as minhas razões: e vós, entendidos, inclinae, os ouvidos para mim. 3 Porque [1] o ouvido prova as palavras, como o paladar gosta a comida. 4 O que é direito escolhamos para nós: _e_ conheçamos entre nós o que _é_ bom. 5 Porque Job disse: [2] Sou justo; e Deus [3] tirou o meu direito. 6 No meu direito me é forçoso mentir: [4] dolorosa _é_ a minha frecháda sem transgressão. 7 Que homem _ha_ como Job, que bebe a zombaria como agua? 8 E caminha em companhia com os que obram a iniquidade, e anda com homens impios? 9 Porque disse: [5] De nada aproveita ao homem o comprazer-se em Deus. 10 Pelo que vós, homens d’entendimento, escutae-me: Deus esteja [6] longe da impiedade, e o Todo-poderoso da perversidade! 11 Porque, _segundo_ [7] a obra do homem, elle lh’o paga; e segundo o caminho de cada um lh’o faz achar. 12 Tambem, na verdade, Deus não obra impiamente; nem o Todo-poderoso perverte o juizo. 13 Quem lhe pedia conta _do governo_ da terra? e quem dispoz a todo o mundo? 14 Se pozesse o seu coração contra elle, recolheria para si o seu espirito e o seu folego. 15 Toda [8] a carne juntamente expiraria, e o homem se voltaria para o pó. 16 Se pois _ha em ti_ entendimento, ouve isto; inclina os ouvidos á voz do meu discurso. 17 _Porventura_ o que aborrece o direito ataria _as feridas_? [9] e tu condemnarias aquelle que é justo? 18 Ou dir-se-ha a um rei, [10] Oh! Belial? aos principes, Oh! impios? 19 _Quanto menos áquelle_, que não faz accepção das pessoas de [11] principes, nem estima o rico mais do que o pobre; porque [12] todos são obras de suas mãos. 20 Elles n’um momento morrem; e _até_ á meia [13] noite os povos são perturbados, e passam, e o poderoso será tomado sem mão. 21 Porque [14] os seus olhos _estão_ sobre os caminhos de cada um, e elle vê todos os seus passos. 22 Não _ha_ trevas [15] nem sombra de morte, onde se escondam os que obram a iniquidade. 23 Porque não se faz tanto caso do homem que contra Deus possa entrar em juizo. 24 Quebranta [16] aos fortes, sem que se possa inquirir, e põe outros em seu logar. 25 Elle conhece pois as suas obras, de noite os transtorna, e ficam moidos. 26 Elle os bate como impios _que_ são, no logar dos expectadores: 27 Porquanto se [17] desviaram d’atraz d’elle, e não comprehenderam nenhum de seus caminhos. 28 Para fazer que o clamor do pobre subisse até elle, e que ouvisse o clamor dos afflictos. 29 Se elle aquietar, quem então inquietará? se encobrir o rosto, quem então o poderá contemplar, seja para com um povo, seja para com um homem _só_? 30 Para que o homem hypocrita nunca _mais_ reine, e não haja laços [18] do povo. 31 Na verdade, quem a Deus disse: [19] Supportei _castigo_, não perecerei. 32 O que não vejo, ensina-m’o tu: se fiz _alguma_ maldade, nunca mais _a_ hei de fazer. 33 _Virá_ de ti como o recompensará, pois tu o desprezas? farias tu pois, e não eu, a escolha: que é logo o que sabes? falla. 34 Os homens de entendimento dirão comigo, e o varão sabio me ouvirá. 35 Job [20] fallou sem sciencia; e ás suas palavras falta prudencia. 36 Pae meu! provado seja Job até ao fim, para as suas respostas entre os homens malignos. 37 Porque ao seu peccado accrescenta a transgressão; entre nós bateria as palmas _das mãos_, e multiplicaria contra Deus as suas razões. [1] cap. 6.30 e 12.11. [2] cap. 33.9. [3] cap. 27.2. [4] cap. 9.17. [5] cap. 9.23 e 23.30 e 35.3. Mal. 3.14. [6] Gen. 18.25. Deu. 32.4. Rom. 9.14. [7] Pro. 24.12. Jer. 32.19. Eze. 33.20. Mat. 16.27. Rom. 2.6. II Cor. 5.10. I Ped. 1.17. Apo. 22.12. [8] Gen. 3.19. Ecc. 12.7. [9] Gen. 18.25. [10] Exo. 22.28. [11] Deu. 10.17. II Chr. 19.7. Act. 10.34. Rom. 2.11. Col. 3.25. I Ped. 1.17. [12] cap. 31.15. [13] Exo. 12.29, 30. [14] II Chr. 16.9. cap. 31.4. Jer. 16.17 e 32.19. [15] Psa. 140.12. Amós 9.2, 3. Heb. 4.18. [16] Dan. 2.21. [17] I Sam. 15.11. Isa. 5.12. [18] I Reis 12.28, 30. II Reis 21.9. [19] Dan. 9.7, 14. [20] cap. 35.16. _O bem e o mal não podem affectar a Deus, mas algumas vezes, por falta de fé dos afflictos não os ouve._ 35 Respondeu mais Elihu e disse: 2 Tens por direito dizeres: Maior _é_ a minha justiça do que _a_ de Deus? 3 Porque disseste: [1] De que te serviria _elle_? _ou_ de que mais me aproveitarei do que do meu peccado? 4 Eu te farei resposta, a ti e aos teus amigos comtigo. 5 Attenta [2] para os céus, e vê; e contempla as mais altas nuvens, _que são_ mais altas do que tu. 6 Se peccares, que effectuarás [3] contra elle? _se_ as tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás. 7 Se fôres justo, que lhe darás? [4] ou que receberá da tua mão? 8 A tua impiedade _damnaria_ outro tal como tu; e a tua justiça _aproveitaria_ ao filho do homem. 9 Por causa da grandeza _da oppressão_ fazem clamar [5] aos opprimidos: exclamam por causa do braço dos grandes. 10 Porém ninguem diz: [6] Onde _está_ Deus que me fez, que dá psalmos na noite. 11 Que nos faz mais doutos do que os animaes da terra, e nos faz mais sabios do que as aves dos céus. 12 Ali clamam, [7] porém elle não responde, por causa da arrogancia dos maus. 13 Certo é que Deus não ouvirá a vaidade, nem attentará para ella o Todo-poderoso. 14 E [8] quanto ao que disseste, _que_ o não verás: juizo _ha_ perante elle; por isso espera n’elle. 15 Mas agora, ainda que a ninguem a sua ira visitasse, nem advertisse muito na multidão _dos peccadores_: 16 Logo Job em vão abriu a sua bocca, e sem sciencia multiplicou palavras. [1] cap. 34.9. [2] cap. 22.12. [3] Pro. 8.36. Jer. 7.19. [4] cap. 22.2, 3. Pro. 9.12. Rom. 11.35. [5] Exo. 2.23. cap. 34.28. [6] Isa. 51.13. [7] Pro. 1.28. Jer. 11.11. [8] cap. 9.11. _Elihu justifica a Deus e diz a Job que o seu peccado estorva a benção d’Aquelle._ 36 Proseguiu ainda Elihu, e disse: 2 Espera-me um pouco, e mostrar-te-hei que ainda _ha_ razões a favor de Deus. 3 Desde longe repetirei a minha opinião; e ao meu Creador attribuirei a justiça. 4 Porque na verdade, as minhas palavras não _serão_ falsas: comtigo está um que é sincero na _sua_ opinião. 5 Eis que Deus _é mui_ grande, comtudo [1] a ninguem despreza: grande _é_ em força de coração. 6 Não deixa viver ao impio, e faz justiça aos afflictos. 7 Do justo não tira os seus olhos; antes _estão_ com os reis no throno; ali os assenta para sempre, e _assim_ são exaltados. 8 E, se _estando_ presos em grilhões, _os detem_ amarrados com cordas de afflicção, 9 Então lhes faz saber a obra d’elles, e as suas transgressões; porquanto prevaleceram _n’ellas_. 10 E revela-lh’o aos [2] seus ouvidos, para _seu_ ensino; e diz-_lhes_ que se convertam da maldade. 11 Se o ouvirem, e o servirem, acabarão seus dias [3] em bem, e os seus annos em delicias. 12 Porém se o não ouvirem, á espada os passarão, e expirarão sem conhecimento. 13 E os hypocritas de coração amontoam _para_ [4] _si_ a ira; e amarrando-os elle, não clamam por soccorro. 14 A sua alma morre [5] na mocidade, e a sua vida entre os sodomitas. 15 Ao afflicto livra, da sua afflicção, e na oppressão o revelará aos seus ouvidos. 16 Assim tambem te desviará da bocca da angustia _para_ um logar espaçoso, em que não haja aperto, e as iguarias da tua mesa _serão_ cheias de gordura. 17 E estarás satisfeito com o juizo do impio: o juizo e a justiça _te_ sustentarão. 18 Porquanto ha furor, _guarda-te_ de que _porventura_ te não tire de pancada, pois por grande preço te não poderiam retirar _d’ali_. 19 Estimaria [6] elle _tanto_ tuas riquezas, ou alguns esforços da força, _que por isso_ não estivesses em aperto? 20 Não suspires pela noite, _em_ que os povos sejam tomados do seu logar. 21 Guarda-te, e não declines para a iniquidade: [7] porquanto n’isto a escolheste, por causa da tua miseria. 22 Eis que Deus exalta com a sua força; [8] quem ensina como elle? 23 Quem [9] lhe pedirá conta do seu caminho? ou, quem _lhe_ disse: Tu commetteste maldade? 24 Lembra-te de que engrandeças a sua obra [10] que os homens contemplam. 25 Todos os homens a veem, e o homem _a_ enxerga de longe. 26 Eis que [11] Deus é grande, e nós o não comprehendemos, e o numero dos seus annos se não pode esquadrinhar. 27 Porque faz miudas as gottas das aguas que derramam a chuva do seu vapor. 28 A qual as nuvens distillam [12] e gotejam sobre o homem abundantemente. 29 _Porventura_ tambem se poderão entender as extensões das nuvens, e os estalos [13] da sua tenda? 30 Eis que estende sobre ellas a sua luz, e encobre os altos do mar. 31 Porque por [14] estas _coisas_ julga os povos _e lhes_ dá mantimento em abundancia. 32 Com as mãos encobre a luz, e faz-lhe prohibição pela que passa por entre ellas. 33 O que dá a entender o seu pensamento, como tambem aos gados, [15] ácerca do _temporal_ que sobe. [1] cap. 9.4 e 12.13, 16 e 37.23. [2] cap. 33.16, 23. [3] cap. 21.13. [4] Rom. 2.5. [5] cap. 15.33 e 22.16. [6] Pro. 11.4. [7] Heb. 11.25. [8] Isa. 40.13, 14. Rom. 11.34. [9] cap. 34.10. [10] Apo. 15.3. [11] I Cor. 13.12. Heb. 1.12. [12] Pro. 3.20. [13] cap. 37.3. [14] cap. 27.13. Act. 14.17. [15] I Reis 18.45. _O homem, por conhecer as obras de Deus e a sua sabedoria, deve temel-o._ 37 Sobre isto tambem treme o meu coração, e salta do seu logar. 2 Attentamente ouvi o movimento da sua voz, e o sonido _que_ sae da sua bocca. 3 Elle o envia por debaixo de todos os céus, e a sua luz até aos confins da terra. 4 Depois d’isto brama com _grande_ voz, troveja com a sua alta voz; e, ouvida a sua voz, não tarda com estas coisas. 5 Com a sua voz troveja Deus maravilhosamente: faz grandes [1] coisas, e nós as não comprehendemos. 6 Porque á neve diz: Está sobre a terra: como tambem ao aguaceiro e á sua forte chuva. 7 _Elle_ sella as mãos de todo o homem, para que conheça todos os homens de sua obra. 8 E as bestas entram nos seus esconderijos e ficam nas suas cavernas. 9 Da recamara sae o pé de vento, e dos _ventos_ dispersivos o frio. 10 Pelo [2] assopro de Deus se dá a geada, e as largas aguas se endurecem. 11 Tambem _com_ a humidade carrega as grossas nuvens, _e_ esparge a nuvem [NG] da sua luz. 12 Então ellas, segundo o seu prudente conselho, se tornam pelas espheras, para que façam tudo quanto lhes ordena sobre a superficie do mundo habitavel, 13 Seja que por vara, ou para a sua terra, [3] ou por beneficencia [4] as faça vir. 14 A isto, ó Job, inclina os teus ouvidos: põe-te em pé, e considera as maravilhas de Deus. 15 _Porventura_ sabes tu quando Deus considera n’ellas, e faz resplandecer a lua da sua nuvem? 16 Tens [5] tu noticia do equilibrio das grossas nuvens e das maravilhas de aquelle que é perfeito nos conhecimentos, 17 _Ou_ de como os teus vestidos aquecem, quando do sul ha calma sobre a terra? 18 _Ou_ estendeste com [6] elle os céus, que _estão_ firmes como espelho fundido? 19 Ensina-nos o que lhe diremos; _porque_ nós nada poderemos pôr em boa ordem, por causa das trevas. 20 Ou ser-lhe-hia contado, quando _eu assim_ fallasse? dir-lhe-ha alguem _isso_? pois será devorado. 21 E agora _se_ não _pode_ olhar para o sol, quando resplandece nos céus; passando e purificando-os o vento. 22 O esplendor de oiro vem do norte: _pois_ em Deus _ha uma_ tremenda magestade. 23 Ao Todo-poderoso não [7] podemos alcançar; grande _é_ em potencia; porém a ninguem opprime em juizo e grandeza de justiça. 24 Por isso o temem os [8] homens: elle não respeita aos sabios de coração. [1] cap. 5.9 e 9.10 e 36.26. Apo. 15.3. [2] cap. 38.29, 30. [3] Exo. 9.18, 23. I Sam. 12.18, 19. Esd. 10.9. cap. 36.31. [4] cap. 38.26, 27. II Sam. 21.10. I Reis 18.45. [5] cap. 36.4, 29. [6] Gen. 1.6. Isa. 44.24. [7] Thi. 5.10. cap. 34.5. [8] Mat. 10.28 e 11.25. I Cor. 1.26. _Deus responde a Job e mostra-lhe sua grandeza e sabedoria._ 38 Depois d’isto o Senhor respondeu a Job [1] d’um redemoinho, e disse: 2 Quem _é_ este [2] que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? 3 Agora cinge [3] os teus lombos, como homem; e perguntar-te-hei, e tu me ensina. 4 Onde [4] estavas _tu_, quando eu fundava a terra? faze-_m’o_ saber, se tens intelligencia. 5 Quem lhe poz as medidas? se tu o sabes; ou quem estendeu sobre ella o cordel? 6 Sobre que estão fundadas as suas bases? ou quem assentou a sua pedra da esquina, 7 Quando as estrellas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos [5] de Deus jubilavam? 8 Ou _quem_ [6] encerrou o mar com portas, quando trasbordou _e_ saiu da madre; 9 Quando eu puz as nuvens por sua vestidura, e a escuridão por envolvedouro? 10 Quando passei [7] sobre elle o meu decreto, e _lhe_ puz portas e ferrolhos; 11 E disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se quebrarão as tuas ondas empolladas? 12 _Ou_ desde os teus dias déste ordem á madrugada? _ou_ mostraste á alva o seu logar; 13 Para que pegasse dos fins da terra, [8] e os impios fossem sacudidos d’ella; 14 _E_ se transformasse como o barro, sob o sello, e se pozessem como vestidos; 15 E dos impios se desvie a sua luz, e [9] o braço altivo se quebrante; 16 _Ou_ entraste tu até ás origens do mar? ou passeaste no mais profundo do abysmo? 17 _Ou_ descobriram-se-te as portas da morte? ou viste as portas da sombra da morte? 18 _Ou_ com o teu entendimento chegaste ás larguras da terra? faze-_m’o_ saber, se sabes tudo isto. 19 Onde está o caminho _para onde_ mora a luz? e, quanto ás trevas, onde está o seu logar; 20 Para que as tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas da sua casa? 21 _Acaso_ tu o sabes, porque já então eras nascido, e por ser grande _o_ numero dos teus dias? 22 Ou entraste tu até aos thesouros da neve? e viste os thesouros da saraiva, 23 Que eu retenho [10] até do tempo da angustia, até ao dia da peleja e da guerra? 24 Onde está o caminho _em que_ se reparte a luz, _e_ se espalha o vento oriental sobre a terra? 25 Quem [11] abriu para a inundação um leito, e um caminho para os relampagos dos trovões; 26 Para chover sobre a terra, _onde_ não ha ninguem, e _no_ deserto, em que não _ha_ gente; 27 Para fartar a _terra_ deserta e assolada, e para fazer crescer os renovos da herva? 28 A chuva [12] _porventura_ tem pae? ou quem géra as gottas do orvalho, 29 De cujo ventre procede o gelo? e quem gera a geada do céu? 30 Como _debaixo de_ pedra as aguas se escondem: e a superficie do abysmo se coalha. 31 Ou poderás tu ajuntar as delicias das sete [13] estrellas, ou soltar os atilhos do Orion? 32 Ou produzir as constellações a seu tempo? e guiar a Ursa com seus filhos? 33 Sabes tu [14] as ordenanças dos céus? ou podes dispor do dominio d’elles sobre a terra? 34 Ou podes levantar a tua voz até ás nuvens, para que a abundancia das aguas te cubra? 35 Ou enviarás aos raios para que saiam, e te digam: Eis-nos aqui? 36 Quem [15] poz a sabedoria nas entranhas? ou quem deu ao sentido o entendimento? 37 Quem numerará as nuvens pela sabedoria? ou os odres dos céus, quem os abaixará, 38 Quando se funde o pó n’uma massa, e se apegam os torrões uns aos outros? 39 Porventura caçarás tu preza para a leôa? ou fartaras a fome dos filhos dos leões, 40 Quando se agacham nos covis, _e_ estão á espreita nas covas? 41 Quem [16] prepara aos corvos o seu alimento, quando os seus pintainhos gritam a Deus e andam vagueando, por não terem de comer? [1] Exo. 19.16, 18. I Reis 19.11. Eze. 1.4. Nah. 1.3. [2] cap. 34.35 e 42.3. I Tim. 1.7. [3] cap. 40.7. [4] Pro. 8.29 e 30.4. [5] cap. 1.6. [6] Gen. 1.9. Pro. 8.29. Jer. 5.22. [7] cap. 26.10. [8] Psa. 104.35. [9] cap. 18.5. [10] Exo. 9.18. Jos. 10.11. Isa. 30.30. Eze. 13.11, 13. Apo. 16.21. [11] cap. 28.26. [12] Jer. 14.22. [13] cap. 9.9. Amós 5.8. [14] Jer. 31.35. [15] cap. 32.8. Ecc. 2.26. [16] Mat. 6.26. 39 Sabes tu o tempo em que as cabras montezes parem? _ou_ consideraste as dôres das cervas? 2 Contarás os mezes _que_ cumprem? ou sabes o tempo do seu parto? 3 Quando se encurvam, produzem seus filhos, _e_ lançam de si as suas dôres. 4 Seus filhos enrijam, crescem [NH] com o trigo: saem, e nunca mais tornam a ellas. 5 Quem despediu livre o jumento montez? e quem soltou as prisões ao jumento bravo? 6 Ao qual dei [1] o ermo por casa, e a terra salgada por suas moradas. 7 Ri-se do arroido da cidade: não ouve os muitos gritos do [NI] exactor. 8 O que descobre nos montes _é_ o seu pasto, e anda buscando tudo que está verde. 9 Ou, querer-te-ha [2] servir o unicornio? ou ficará na tua cavallariça? 10 Ou amarrarás o unicornio com a sua corda no rego? ou estorroará apoz ti os valles? 11 Ou confiarás n’elle, por ser grande a sua força? ou deixarás a seu cargo o teu trabalho? 12 Ou fiarás d’elle que te torne o que semeaste e _o_ recolherá _na_ tua eira? 13 _Vem de ti_ as alegres azas dos [NJ] pavões, que teem pennas de cegonha e d’aguia? 14 A qual deixa os seus ovos na terra, e os aquenta no pó. 15 E se esquece de que _algum_ pé os pise, ou os animaes do campo os calquem. 16 Endurece-se para [3] com seus filhos, como se não _fossem_ seus: debalde é seu trabalho, porquanto está sem temor. 17 Porque Deus a privou de sabedoria, [4] e não lhe repartiu entendimento. 18 A seu tempo se levanta ao alto: ri-se do cavallo, e do que vae montado n’elle. 19 Ou darás tu força ao cavallo? ou vestirás o seu pescoço com trovão? 20 Ou espantal-o-has, como ao gafanhoto? terrivel _é_ o fogoso respirar das suas ventas. 21 Escarva a terra, e folga na _sua_ força, _e_ [5] sae ao encontro dos armados. 22 Ri-se do temor, e não se espanta, e não torna atraz por causa da espada. 23 Contra elle rangem a aljava, o ferro flammante da lança e do dardo. 24 Sacudindo-se, e removendo-se, escarva a terra, e não faz caso do som da buzina. 25 Na furia _do som_ das buzinas diz: Eia! e de longe cheira a guerra, _e_ o trovão dos principes, e o alarido. 26 Ou vôa o gavião pela tua intelligencia, _e_ estende as suas azas para o sul? 27 Ou se remonta a aguia ao teu mandado, e põe [6] no alto o seu ninho? 28 Nas penhas mora e habita: no cume das penhas, e nos logares seguros. 29 Desde ali descobre a preza: seus olhos a avistam desde longe. 30 E seus filhos chupam o sangue, e onde ha mortos [7] ahi está. [1] cap. 24.5. Jer. 2.24. Ose. 8.9. [2] Num. 23.22. Deu. 33.17. [3] Lam. 4.3. [4] cap. 35.11. [5] Jer. 8.6. [6] Jer. 49.16. Abd. 5. [7] Mat. 24.28. Luc. 17.37. 40 Respondeu mais [1] o Senhor a Job e disse: 2 _Porventura_ o contender contra o Todo-poderoso é ensinar? quem _quer_ reprehender a Deus, responda a estas coisas. 3 Então Job respondeu ao Senhor, e disse: 4 Eis que sou vil; que te responderia eu? a minha mão ponho na minha bocca. 5 _Já_ uma vez tenho fallado, porém _mais_ não responderei: ou _ainda_ duas vezes, porém não proseguirei. 6 Então o Senhor respondeu a Job desde a tempestade, e disse: 7 Ora, _pois_, cinge [2] os teus lombos como varão; _eu_ te perguntarei a ti, e tu ensina-me. 8 _Porventura_ [3] tambem farás tu vão o meu juizo? ou tu me condemnarás, para te justificares? 9 Ou tens braço como Deus? ou podes trovejar com voz [4] como a sua? 10 Orna-te pois com excellencia e alteza; e veste-te de magestade e de gloria. 11 Derrama os furores [5] da tua ira, e attenta para todo o soberbo, e abate-o. 12 Olha para todo o soberbo, _e_ humilha-o, e atropella os impios no seu logar. 13 Esconde-os juntamente no pó: ata-_lhes_ os rostos em occulto. 14 Então tambem eu a ti confessarei que a tua mão direita te haverá livrado. 15 Vês aqui a Behemoth, que eu fiz comtigo, _que_ come a herva como o boi. 16 Eis que a sua força _está_ nos seus lombos, e o seu poder [NK] no umbigo do seu ventre. 17 _Quando_ quer, move a sua cauda como cedro: os nervos das suas coxas estão entretecidos. 18 Os seus ossos _são como_ coxas de bronze: a sua ossada _é_ como barras de ferro. 19 Elle _é_ obra prima dos caminhos de Deus: o que o fez _lhe_ apegou a sua espada. 20 Em verdade os montes lhe produzem pasto, onde todos os animaes do campo folgam. 21 Deita-se debaixo das arvores sombrias, no esconderijo das canas e da lama. 22 As arvores sombrias o cobrem, com sua sombra: os salgueiros do ribeiro o cercam. 23 Eis que um rio trasborda, e elle não se apressa, confiando que o Jordão possa entrar na sua bocca. 24 Podel-o-hiam _porventura_ caçar á vista de seus olhos? _ou_ com laços _lhe_ furar os narizes? [1] cap. 38.1. [2] cap. 38.3 e 42.4. [3] Rom. 3.4. [4] cap. 37.4. [5] Isa. 2.12. Dan. 4.37. 41 Poderás tirar com anzol [1] o leviathan? ou ligarás a sua lingua com a corda? 2 Podes pôr um junco [2] no seu nariz? ou com um espinho furarás a sua queixada? 3 _Porventura_ multiplicará muitas supplicações para comtigo? _ou_ brandamente fallará? 4 Fará elle concertos comtigo? _ou_ o tomarás tu por escravo para sempre? 5 Brincarás com elle, como _com_ um passarinho? ou o atarás para tuas meninas? 6 Os _teus_ companheiros farão d’elle um banquete? _ou_ o repartirão entre os negociantes? 7 Encherás a sua pelle de ganchos? ou a sua cabeça com arpéos de pescadores? 8 Põe a tua mão sobre elle, lembra-te da peleja, _e_ nunca mais _tal_ intentarás. 9 Eis que a sua esperança falhará: _porventura_ tambem á sua vista será derribado? 10 Ninguem _ha tão_ atrevido, que a despertal-o _se atreva_: quem pois é aquelle que _ousa_ pôr-se _em pé_ diante de mim? 11 Quem [3] me preveniu, para que eu haja de retribuir-_lhe_? _pois_ o que _está_ debaixo de todos os céus é meu. 12 Não calarei os meus membros, nem a relação das _suas_ forças, nem a graça da sua formação. 13 Quem descobriria a superficie do seu vestido? quem entrará entre as suas queixadas dobradas? 14 Quem abriria as portas do seu rosto? _pois_ em roda dos seus dentes _está_ o terror. 15 As _suas_ fortes escamas _são_ excellentissimas, cada uma fechada _como_ com sello apertado. 16 Uma á outra se chega _tão_ perto, que nem um assopro passa por entre ellas. 17 Umas ás outras se apegam: _tanto_ se travam entre si, que não se podem separar. 18 Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz, e os seus olhos _são_ como as pestanas da alva. 19 Da sua bocca saem tochas: faiscas de fogo arrebentam d’ella. 20 Dos seus narizes procede fumo, como d’_uma_ panella fervente, ou d’_uma_ grande caldeira. 21 O seu halito faria incender os carvões: e da sua bocca sae chamma. 22 No seu pescoço pousa a força: perante elle _até_ a tristeza salta de prazer. 23 Os musculos da sua carne estão pegados _entre si_: cada um está firme n’elle, e nenhum se move. 24 O seu coração é firme como uma pedra e firme como parte da _mó_ de baixo. 25 Levantando-se elle, tremem os valentes: em razão dos _seus_ abalos se purificam. 26 Se alguem lhe tocar com a espada, _essa_ não poderá penetrar, nem lança, dardo ou couraça. 27 Elle reputa o ferro por palha, e o cobre por pau podre. 28 A setta o não fará fugir: as pedras das fundas se lhe tornam em rastolho. 29 As pedras atiradas estima como arestas, e ri-se do brandir da lança. 30 Debaixo de si _tem_ conchas ponteagudas: estende-se _sobre_ coisas ponteagudas _como_ na lama. 31 As profundezas faz ferver, como uma panella: torna o mar como quando os unguentos fervem. 32 Apoz elle allumia o caminho: parece o abysmo tornado em brancura de cãs. 33 Na terra não ha coisa que se lhe possa comparar, _pois_ foi feito para estar sem pavor. 34 Todo o alto vê: _é_ rei sobre todos os filhos d’_animaes_ altivos. [1] Isa. 27.1. [2] Isa. 37.29. [3] Rom. 11.35. Exo. 19.5. Deu. 10.14. I Cor. 10.26, 28. _Job humilha-se perante Deus e dá-lhe gloria._ 42 Então respondeu Job ao Senhor, e disse: 2 Bem sei eu que tudo podes, [1] e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido. 3 Quem [2] _é_ aquelle, _dizes tu_, que sem conhecimento encobre o conselho? por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosissimas, e eu as não entendia. 4 Escuta-me pois, e eu [3] fallarei: eu te perguntarei, e tu me ensinas. 5 Com o ouvido das orelhas te ouvi, mas agora te vê o meu olho. 6 Por isso _me_ abomino [4] e me arrependo no pó e na cinza. _Deus manda os amigos de Job ir ter com elle e offerecer sacrificios._ 7 Succedeu pois que, acabando o Senhor de fallar a Job aquellas palavras, o Senhor disse a Eliphaz, o temanita: A minha ira se accendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não fallaste de mim _o que era_ recto, como o meu servo Job. 8 Tomae pois sete [5] bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Job, e offerecei holocaustos por vós, e o meu servo Job orará [6] por vós: porque devéras a elle acceitarei, para que vos não trate _conforme a vossa_ loucura; porque vós não fallastes de mim _o que era_ recto como o meu servo Job. 9 Então foram Eliphaz, o temanita, e Bildad, o suhita, e Sofar, o naamathita, e fizeram como o Senhor lhes dissera: e o Senhor acceitou a face de Job. _Deus confere a Job o dobro da prosperidade que antes tinha._ 10 E o Senhor virou o captiveiro de Job, quando orava pelos seus amigos: e o Senhor accrescentou a Job outro tanto em [7] dobro, a tudo quanto _d’antes_ possuia. 11 Então vieram [8] a elle todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos d’antes o conheceram, e comeram com elle pão em sua casa, e se condoeram d’elle, e o consolaram ácerca de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado: e cada _um_ d’elles lhe deu _uma_ peça de dinheiro, e cada _um_ um pendente de oiro. 12 E _assim_ abençoou [9] o Senhor ao ultimo estado de Job, mais do que o primeiro: porque teve quatorze [10] mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas. 13 Tambem teve [11] sete filhos e tres filhas. 14 E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da outra Cassia, e o nome da terceira Keren-happuch. 15 E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Job; e seu pae lhes deu herança entre seus irmãos. 16 E depois d’isto viveu [12] Job cento e quarenta annos: e viu a seus filhos, e aos filhos de seus filhos, até á quarta geração. 17 Então morreu Job, velho e farto de [13] dias. [1] Gen. 18.14. Mat. 19.26. Mar. 17.20 e 14.37. Luc. 18.27. [2] cap. 38.2. [3] cap. 38.3. [4] Esd. 9.6. [5] Num. 23.1. Mat. 5.24. [6] Gen. 20.17. Thi. 5.15, 16. I João 5.16. [7] Isa. 40.2. [8] cap. 19.13. [9] cap. 8.7. Thi. 5.11. [10] cap. 1.3. [11] cap. 1.2. [12] cap. 5.26. [13] Gen. 25.8. O LIVRO DOS PSALMOS. _A felicidade dos justos e o castigo dos impios._ [Antes de Christo] 1 Bemaventurado o [1] varão que não anda no conselho dos impios, nem está no caminho dos peccadores, nem se assenta [2] no assento dos escarnecedores. 2 Antes _tem_ o seu prazer na lei do Senhor, e na sua [3] lei medita de dia e de noite. 3 Pois será como a arvore plantada junto [4] a ribeiros de aguas, que dá o seu fructo no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto [5] fizer prosperará. 4 Não _são_ assim os impios: mas _são_ como a [6] moinha que o vento espalha. 5 Pelo que os impios não subsistirão no juizo, nem os peccadores na congregação dos justos. 6 Porque o Senhor [7] conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos impios perecerá. [1] Pro. 4.14, 15. [2] Jer. 15.17. [3] Jos. 1.8. [4] Jer. 17.8. Eze. 47.12. [5] Gen. 39.3, 23. Isa. 3.10. [6] Job 21.18. Isa. 17.13 e 29.5. Ose. 13.3. [7] Neh. 1.7. João 10.14. II Tim. 2.19. _A rebellião das gentes e a victoria do Messias._ 2 Porque [1] se amotinam as gentes, e os povos imaginam a vaidade? 2 Os reis da terra se levantam, e os principes consultam juntamente contra o Senhor [2] e contra o seu ungido, _dizendo_: 3 Rompamos [3] as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas. 4 Aquelle que habita nos céus se rirá: o Senhor zombará [4] d’elles. 5 Então lhes fallará na sua ira, e no seu furor os turbará. 6 Eu porém ungi o meu Rei sobre o meu sancto [5] monte de Sião. 7 Recitarei o decreto: o Senhor me disse: Tu _és_ meu Filho, [6] eu hoje te gerei. 8 Pede-me, [7] e eu _te_ darei as nações _por_ herança, e os fins da terra _por_ tua possessão. 9 Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; [8] tu os despedaçarás como _a_ um vaso de oleiro. 10 Agora pois, ó reis, sêde prudentes; deixae-vos instruir, juizes da terra. 11 Servi [9] ao Senhor com temor, e alegrae-vos com tremor. 12 Beijae ao Filho, para que [10] se não ire, [11] e pereçaes no caminho, quando em breve se accender a sua ira: bemaventurados todos aquelles que n’elle confiam. [1] Act. 4.25, 26. [2] João 1.41. [3] Jer. 5.5. Luc. 19.14. [4] Pro. 1.26. [5] II Sam. 5.7. [6] Act. 13.33. Heb. 1.5 e 5.5. [7] Psa. 22.28. [8] Apo. 2.27 e 12.5 e 19.15. [9] Heb. 12.28. Phi. 2.12. [10] Gen. 41.40. I Sam. 10.1. João 5.23. [11] Apo. 6.16, 17. Pro. 16.20. Isa. 30.18. Jer. 17.7. I Ped. 2.6. _David confia em Deus na sua adversidade._ Psalmo de David, quando fugiu de diante da face de Absalão seu filho. 3 Senhor, como se teem [1] multiplicado os meus adversarios! _são_ muitos os que se levantam contra mim. 2 Muitos dizem da minha alma: Não _ha_ salvação [2] para elle em Deus (Selah). 3 Porém tu, Senhor, _és_ um escudo [3] para mim, a minha gloria, e o que exalta a minha cabeça. 4 Com a minha voz clamei ao Senhor, e ouviu-me desde o seu sancto monte (Selah). 5 Eu me deitei e dormi: [4] acordei; porque o Senhor me sustentou. 6 Não temerei os milhares de povo que _se_ pozeram contra mim e me cercam. 7 Levanta-te, Senhor; salva-me, Deus meu; pois [5] feriste a todos os meus inimigos nos queixos; quebraste os dentes aos impios. 8 A salvação _vem_ [6] do Senhor; sobre o teu povo _seja_ a tua benção. (Selah). [1] II Sam. 15.12 e 16.15. [2] II Sam. 16.8. [3] Gen. 15.1. [4] Lev. 26.6. Pro. 3.24. [5] Job 16.10 e 29.17. Lam. 3.30. [6] Pro. 21.31. Isa. 43.11. Jer. 3.23. Ose. 13.4. Apo. 7.10 e 19.1. _David ora a Deus na sua angustia._ Psalmo de David para o cantor-mór, sobre Neginoth. 4 Ouve-me; quando eu clamo, ó Deus da minha justiça, na angustia me déste largueza; tem misericordia de mim e ouve a minha oração. 2 Filhos dos homens, até quando _convertereis_ a minha gloria em infamia? _até quando_ amareis a vaidade _e_ buscareis a mentira? (Selah). 3 Sabei [1] pois que o Senhor separou para si aquelle que lhe é querido; o Senhor ouvirá quando eu clamar a elle. 4 Perturbae-vos [2] e não pequeis: fallae com o vosso coração sobre a vossa cama, e calae-vos. (Selah). 5 Offerecei sacrificios [3] de justiça, e confiae no Senhor. 6 Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Senhor, [4] exalta sobre nós a luz do teu rosto. 7 Pozéste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se multiplicaram [5] o seu trigo e o seu vinho. 8 Em paz tambem me deitarei e dormirei, [6] porque só tu, [7] Senhor, me fazes habitar em segurança. [1] II Tim. 2.19. II Ped. 2.9. [2] Eph. 4.26. II Chr. 13.5. [3] Deu. 33.19. [4] Num. 6.26. [5] Isa. 9.3. [6] Job 11.18, 19. [7] Lev. 25.18, 19. _Deus aborrece os impios e abençoa os justos._ Psalmo de David para o cantor-mór, sobre Nehiloth. 5 Dá ouvidos ás minhas palavras, ó Senhor, entende a minha meditação. 2 Attende á voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois a ti orarei. 3 Pela manhã ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã _me_ apresentarei a ti, e vigiarei. 4 Porque tu não _és um_ Deus que tenha prazer na iniquidade, nem comtigo habitará o mal. 5 Os loucos não [1] pararão á tua vista; [2] aborreces a todos os que obram a maldade. 6 Destruirás aquelles que fallam a mentira; o Senhor aborrecerá o homem sanguinario e fraudulento. 7 Porém eu entrarei em tua casa pela grandeza de tua benignidade; _e_ em teu temor me inclinarei para o teu sancto templo. 8 Senhor, guia-me na tua justiça, por causa dos meus inimigos: endireita diante de mim o teu caminho. 9 Porque não _ha_ rectidão na bocca d’elles: as suas entranhas _são_ verdadeiras maldades, a sua garganta _é_ um sepulchro aberto; lisongeam com a sua lingua. 10 Declara-os culpados, ó Deus: caiam [3] por seus proprios conselhos; lança-os fóra por causa da multidão de suas transgressões, pois se rebellaram contra ti. 11 Porém alegrem-se [4] todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porquanto tu os defendes; e em ti se gloriem os que amam o teu nome. 12 Pois tu, Senhor, abençoarás ao justo; coroal-o-has com a tua benevolencia, como de um escudo. [1] Hab. 1.13. [2] Apo. 21.8. [3] II Sam. 15.31 e 17.14, 23. [4] Isa. 65.14. _David recorre á misericordia de Deus e alcança perdão._ Psalmo de David para o cantor-mór em Neginoth, sobre Sheminith. 6 Senhor, [1] não me reprehendas na tua ira, nem me castigues no teu furor. 2 Tem misericordia de mim, Senhor, porque _sou_ fraco: [2] sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão perturbados. 3 Até a minha alma está perturbada; mas tu, Senhor, até quando? 4 Volta-te, Senhor, livra a minha alma: salva-me por tua benignidade. 5 Porque na morte [3] não _ha_ lembrança de ti; no sepulchro quem te louvará? 6 _Já_ estou cançado do meu gemido, toda a noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lagrimas. 7 _Já_ os meus olhos estão consumidos pela magoa, _e_ teem-se envelhecido por causa de todos os meus inimigos. 8 Apartae-vos de [4] mim todos os que obraes a iniquidade; porque o Senhor já ouviu a voz do meu pranto. 9 O Senhor já ouviu a minha supplica; o Senhor acceitará a minha oração. 10 Envergonhem-se e perturbem-se todos os meus inimigos; tornem atraz e envergonhem-se n’um momento. [1] Jer. 10.24 e 46.28. [2] Ose. 6.1, 2. [3] Isa. 38.18. [4] Mat. 25.41. _David confia em Deus e protesta a sua innocencia._ Schiggaion de David que cantou ao Senhor, sobre as palavras de Cush, filho de Jemini. 7 Senhor, meu [1] Deus, em ti confio: salva-me de todos os que me perseguem, e livra-me; 2 Para que [2] elle não arrebate a minha alma, como leão, despedaçando-_a_, sem que _haja_ quem a livre; 3 Senhor, meu Deus, [3] se eu fiz isto, se ha perversidade nas minhas mãos, 4 Se paguei _com_ o mal áquelle que tinha paz comigo (antes livrei ao que me opprimia sem causa): 5 Persiga o inimigo a minha alma e alcance-a, calque aos pés a minha vida sobre a terra, e reduza a pó a minha gloria. (Selah.) 6 Levanta-te Senhor, na tua ira; exalta-te por causa do furor dos meus oppressores; [4] e desperta por mim _para_ o juizo _que_ ordenaste. 7 Assim te rodeará o ajuntamento de povos; por causa d’elles pois volta-te para as alturas. 8 O Senhor julgará aos povos; julga-me, Senhor, [5] conforme a minha justiça e conforme a integridade _que ha_ em mim. 9 Tenha já fim a malicia dos impios; mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó justo [6] Deus, provas os corações e os rins. 10 O meu escudo _é_ de Deus, que salva os rectos de coração. 11 Deus _é_ um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias. 12 Se elle se não converter, amolará a sua espada; [7] já tem armado o seu arco, e está apparelhado. 13 E já para elle preparou armas mortaes; e porá em obra as suas settas inflammadas contra os perseguidores. 14 Eis que elle está [8] com dôres de perversidade; concebeu trabalhos, e parirá mentiras. 15 Cavou [9] um poço e o fez fundo, e caiu na _cova que_ fez. 16 A sua obra cairá [10] sobre a sua cabeça; e a sua violencia descerá sobre a sua mioleira. 17 Eu louvarei ao Senhor segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao nome do Senhor altissimo. [1] Psa. 31.16. [2] Psa. 38.13. Psa. 50.22. [3] I Sam. 24.11. [4] Psa. 44.23. [5] Psa. 18.20. [6] I Sam. 16.7. I Chr. 28.9. Apo. 2.23. [7] Deu. 32.41. [8] Job 15.35. Thi. 1.15. [9] Psa. 35.8. [10] I Reis 2.32. Est. 9.25. _Deus é glorificado nas suas obras e na sua bondade para com o homem._ Psalmo de David para o cantor-mór, sobre Gittith. 8 Ó Senhor, [1] nosso Senhor, quão admiravel _é_ o teu nome em toda a terra, [2] pois pozeste a tua gloria sobre os céus! 2 Tu ordenaste força [3] da bocca das creanças e dos que mamam, por causa dos teus inimigos, para fazer calar ao inimigo e ao vingador. 3 Quando vejo [4] os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrellas que preparaste; 4 Que _é_ o homem [5] mortal para que te lembres d’elle? e o filho do homem, para que o visites? 5 Pois pouco menor o fizeste do que [NL] os anjos, e de gloria e de honra o coroaste. 6 Fazes com que elle tenha dominio sobre [6] as obras das tuas mãos; tudo pozeste debaixo de seus pés: 7 Todas as ovelhas e bois, assim como os animaes do campo, 8 As aves dos céus, e os peixes do mar, _e tudo o que_ passa pelas veredas dos mares. 9 Ó Senhor, nosso Senhor, quão admiravel _é_ o teu nome sobre toda a terra! [1] Psa. 149.13. [2] Psa. 113.4. [3] Mat. 21.16. I Cor. 1.27. [4] Psa. 111.2. [5] Job 7.17. Heb. 2.6, 7. [6] Gen. 1.26. I Cor. 15.27. Heb. 2.8. _Acção de graças por um grande livramento._ Psalmo de David para o cantor-mór, sobre Muth-labben. 9 Eu _te_ louvarei, Senhor, com todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. 2 Em ti me alegrarei [1] e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altissimo. 3 Porquanto os meus inimigos voltaram para traz, cairam e pereceram diante da tua face. 4 Pois tu tens sustentado o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando justamente. 5 Reprehendeste as nações, destruiste os impios; [2] apagaste o seu nome para sempre e eternamente. 6 Oh! inimigo! acabaram-se para sempre as assolações;—_e_ tu arrazaste as cidades, e a sua memoria pereceu com ellas. 7 Mas o Senhor está assentado [3] perpetuamente; _já_ preparou o seu tribunal para julgar. 8 Elle mesmo julgará o mundo com justiça; fará juizo aos povos com rectidão. 9 O Senhor será tambem [4] _um_ alto refugio para o opprimido; _um_ alto refugio em tempos de angustia. 10 E em ti confiarão os que conhecem [5] o teu nome; porque tu, Senhor, nunca desamparaste aos que te buscam. 11 Cantae louvores ao Senhor, que habita em Sião; annunciae entre os povos os seus feitos. 12 Pois quando [6] busca derramamento de sangue, lembra-se d’elles; não se esquece do clamor dos miseraveis. 13 Tem misericordia de mim, Senhor, olha para a minha miseria, _que soffro_ d’aquelles que me aborrecem; tu que me levantas das portas da morte, 14 Para que eu conte todos os teus louvores nas portas da filha de Sião, _e_ me alegre na tua salvação. 15 As gentes [7] enterraram-se na cova _que_ fizeram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé. 16 O Senhor é conhecido [8] _pelo_ juizo _que_ fez; enlaçado foi o impio nas obras de suas mãos (Higgaion; Selah). 17 Os impios serão lançados no inferno, _e_ todas as gentes [9] que se esquecem de Deus. 18 Porque o necessitado não será esquecido para sempre, [10] _nem_ a expectação dos miseraveis perecerá perpetuamente. 19 Levanta-te, Senhor; não prevaleça o homem; sejam julgadas as gentes diante da tua face. 20 Põe-os em medo, Senhor, para que saibam as nações que _não são mais do que_ homens (Selah). [1] Psa. 5.12. [2] Deu. 9.14. Pro. 10.7. [3] Heb. 1.11. [4] Psa. 32.7. [5] Psa. 91.14. [6] Gen. 9.5. [7] Psa. 13.6. Pro. 5.22. [8] Exo. 7.5. [9] Job 8.13. Psa. 50.22. [10] Pro. 23.18 e 24.14. _A audacia dos perseguidores, e o refugio em Deus._ 10 Porque estás ao longe, Senhor? _Porque_ te escondes nos tempos de angustia? 2 Os impios na [1] _sua_ arrogancia perseguem furiosamente o miseravel; sejam apanhados nas ciladas que machinaram. 3 Porque o impio gloria-se do desejo da sua alma; [2] bemdiz ao avarento, e blasphema do Senhor. 4 Pela altivez do seu rosto o impio não busca _a Deus_: todas as suas cogitações _são que_ não _ha_ Deus. 5 Os seus caminhos atormentam sempre: os teus juizos _estão_ longe da vista d’elle em grande altura, e despreza aos seus inimigos. 6 Diz em seu coração: [3] Não serei commovido, porque nunca _me verei_ na adversidade. 7 A sua bocca está cheia [4] d’inprecações, d’enganos e d’astucia; debaixo da sua lingua _ha_ molestia e maldade. 8 Põe-se nas emboscadas das aldeias; nos logares [5] occultos mata ao innocente; os seus olhos estão occultamente fitos contra o pobre. 9 Arma ciladas [6] no esconderijo, como o leão no seu covil; arma ciladas para roubar ao miseravel; rouba ao miseravel, trazendo-o na sua rede. 10 Encolhe-se, abaixa-se, para que os pobres caiam em suas fortes _garras_. 11 Diz em seu coração: Deus esqueceu-se, cobriu o seu rosto, [7] e nunca _o_ verá. 12 Levanta-te, Senhor: oh! Deus, levanta [8] a tua mão; não te esqueças dos miseraveis. 13 Porque blasphema o impio de Deus? dizendo no seu coração: Tu não _o_ esquadrinharás? 14 Tu _o_ viste, porque attentas para o trabalho e enfado, para o entregar em tuas mãos; [9] a ti o pobre se encommenda, tu és o auxilio do orphão. 15 Quebra o braço do impio e malvado; busca a sua impiedade, _até que_ nenhuma encontres. 16 O Senhor [10] _é_ Rei eterno; da sua terra perecerão [NM] os gentios. 17 Senhor, tu ouviste os desejos dos mansos; confortarás [11] os seus corações; os teus ouvidos estarão abertos _para elles_; 18 Para fazer [12] justiça ao orphão e ao opprimido, afim de que o homem da terra não prosiga mais em usar da violencia. [1] Pro. 5.22. [2] Rom. 1.32. [3] Psa. 30.7. [4] Rom. 3.14. [5] Hab. 3.14. [6] Miq. 7.2. [7] Job 22.13. Eze. 8.12. [8] Miq. 5.9. [9] I Ped. 4.19. [10] Jer. 10.10. I Tim. 1.17. [11] I Chr. 29.18. [12] Isa. 11.4. _Deus salva os rectos e castiga os impios._ Psalmo de David para o cantor-mór. 11 No Senhor confio; como dizeis á minha alma: Foge para a vossa montanha _como_ passaro? 2 Pois eis que os impios armam o arco, põem as frechas na corda, para com ellas atirarem ás escuras aos rectos de coração. 3 Na verdade _que já_ os fundamentos se transtornam: o que pode fazer o justo? 4 O Senhor _está_ [1] no seu sancto templo: o throno do Senhor _está_ nos céus; os seus olhos attendem, e as suas palpebras provam os filhos dos homens. 5 O Senhor prova [2] ao justo; porém ao impio e ao que ama a violencia aborrece a sua alma. 6 Sobre os impios fará [3] chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso: _isto será_ a porção do seu copo. 7 Porque o Senhor _é_ justo, [4] _e_ ama a justiça; o seu rosto olha para os rectos. [1] Hab. 2.20. Isa. 66.1. [2] Gen. 22.1. [3] Gen. 19.24. Eze. 38.22. [4] Job 36.7. I Ped. 3.12. _A falsidade do homem e a veracidade de Deus._ Psalmo de David para o cantor-mór, sobre Sheminith. 12 Salva-nos, Senhor, [1] porque faltam os homens bons; porque são poucos os fieis entre os filhos dos homens. 2 Cada um falla [2] a falsidade ao seu proximo: fallam _com_ labios lisongeiros e coração dobrado. 3 O Senhor cortará todos os labios lisongeiros _e_ a lingua que falla [3] soberbamente. 4 Pois dizem: Com a nossa lingua prevaleceremos: _são_ nossos os beiços; quem _é_ o Senhor sobre nós? 5 Pela oppressão dos miseraveis, pelo gemido dos [4] necessitados me levantarei agora, diz o Senhor; porei em salvo _aquelle_ para quem elles assopram. 6 As palavras do Senhor [5] _são_ palavras puras, _como_ prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes. 7 Tu os guardarás, Senhor; d’esta geração os livrarás para sempre. 8 Os impios andam cercando, emquanto os mais vis dos filhos dos homens são exaltados. [1] Isa. 57.1. Miq. 7.2. [2] Jer. 9.8. Rom. 16.18. [3] I Sam. 2.3. Dan. 7.8. [4] Exo. 3.7. Isa. 33.10. [5] II Sam. 22.31. Pro. 30.5. _David, na sua extrema tristeza, recorre a Deus e confia n’elle._ Psalmo de David para o cantor-mór. 13 Até quando te esquecerás de mim, Senhor? para sempre? até quando [1] esconderás de mim o teu rosto? 2 Até quando consultarei com a minha alma, _tendo_ tristeza no meu coração cada dia? Até quando se exaltará sobre mim o meu inimigo? 3 Attende-me, ouve-me, ó Senhor meu Deus; [2] alumia os meus olhos para que eu não adormeça na morte; 4 Para que o meu inimigo não diga: Prevaleci contra elle; _e_ os meus adversarios se não alegrem, vindo eu a vacillar. 5 Mas eu confio [3] na tua benignidade: na tua [4] salvação se alegrará o meu coração. 6 Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem. [1] Deu. 31.17. Job 13.24. [2] Esd. 9.8. Jer. 51.39. [3] Psa. 33.21, 22. [4] Psa. 12.4, 7 e 119.17. _A corrupção do homem; sua redempção provém de Deus._ Psalmo de David para o cantor-mór. 14 Disse o nescio no seu coração: Não _ha_ Deus. Teem-se corrompido, [1] fazem-se abominaveis em suas obras, não _ha_ ninguem que faça o bem. 2 O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia _algum_ que tivesse entendimento _e_ buscasse a Deus. 3 Desviaram-se todos [2] e juntamente se fizeram immundos: não _ha_ quem faça o bem, não _ha_ sequer um. 4 Não terão conhecimento os que obram a iniquidade? [3] os quaes comem o meu povo, _como_ se comessem pão, e não invocam ao Senhor. 5 Ali se acharam em grande pavor, porque Deus _está_ na geração dos justos. 6 Vós envergonhaes o conselho dos pobres, porquanto o Senhor _é_ o seu refugio. 7 Oh, se de Sião [4] _tivera já vindo_ a redempção d’Israel! quando o Senhor fizer voltar os captivos do seu povo, se regozijará Jacob _e se_ alegrará Israel. [1] Gen. 6.11. Rom. 3.10. [2] Rom. 3.10, 11, 12. [3] Jer. 10.25. Amós 8.4. Miq. 3.3. [4] Psa. 53.7. Job 42.10. _O verdadeiro cidadão dos céus._ Psalmo de David. 15 Senhor, quem habitará no teu tabernaculo? quem morará no teu sancto monte? 2 Aquelle que anda sinceramente, e [1] obra a justiça, e falla a verdade do seu coração. 3 _Aquelle que_ não murmura com a sua lingua, nem faz mal ao seu proximo, [2] nem acceita nenhum opprobrio contra o seu proximo. 4 Em [3] cujos olhos o reprobo é desprezado; mas honra aos que temem ao Senhor. _Aquelle que_ jura com damno _seu_, e comtudo não muda. 5 _Aquelle que_ não dá o seu dinheiro á usura, nem recebe peitas contra o innocente: quem faz isto nunca será abalado. [1] Isa. 33.15. [2] Exo. 23.1. [3] Est. 3.2. _A confiança e felicidade do crente e a certeza da vida eterna._ Psalmo excellentissimo de David. 16 Guarda-me, ó Deus, porque em ti confio. 2 _A minha alma_ disse ao Senhor: Tu _és_ o meu Senhor, [1] a minha bondade não _chega_ á tua presença, 3 _Mas_ aos sanctos que _estão_ na terra, e aos illustres em quem _está_ todo o meu prazer. 4 As dôres se multiplicarão áquelles que fazem offerendas a outro _deus_; eu não offerecerei as suas libações de sangue, [2] nem tomarei os seus nomes nos meus labios. 5 O Senhor [3] _é_ a porção da minha herança e do meu calix: tu sustentas a minha sorte. 6 As [NN] linhas caem-me em _logares_ deliciosos: sim, coube-me _uma_ formosa herança. 7 Louvarei ao Senhor que me aconselhou: até os meus rins me ensinam de noite. 8 Tenho [4] posto o Senhor continuamente diante de mim: por isso que _elle está_ á minha mão direita, nunca vacillarei. 9 Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha gloria: tambem a minha carne repousará segura. 10 Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permittirás que o teu [NO] Sancto veja corrupção. 11 Far-me-has ver a vereda da vida; na tua presença _ha_ fartura de [5] alegrias; á tua mão direita _ha_ delicias perpetuamente. [1] Rom. 11.35. [2] Exo. 23.13. Jos. 23.16. [3] Deu. 32.9. [4] Act. 2.25. [5] Mat. 5.8. I João 3.2. _David pede a Deus que o proteja dos seus inimigos; confia na sua innocencia e na justiça de Deus._ Oração de David. 17 Ouve, Senhor, a justiça, attende ao meu clamor; dá ouvidos á minha oração, que não _é feita_ com labios enganosos. 2 Saia o meu juizo de diante do teu rosto; attendam os teus olhos á razão. 3 Provaste o meu coração; visitaste-_me_ de noite; examinaste-me, e nada achaste; propuz _que_ a minha bocca não transgredirá. 4 Quanto ao trato dos homens, pela palavra dos teus labios _me_ guardei das veredas do [NP] destruidor. 5 Dirige os meus passos nos teus caminhos, _para que_ as minhas pégadas não vacillem. 6 Eu te invoquei, ó Deus, pois me queres ouvir; inclina para mim os teus ouvidos, _e escuta_ as minhas palavras. 7 Faze maravilhosas as tuas beneficencias, ó tu que livras aquelles que _em ti_ confiam dos que se levantam contra a tua _mão_ direita. 8 Guarda-me [1] como á menina do olho, esconde-me debaixo da sombra das tuas azas, 9 Dos impios que me [NQ] opprimem, _dos_ meus inimigos mortaes _que_ me andam cercando. 10 Na sua gordura se encerram, com a bocca fallam soberbamente. 11 Teem-nos cercado agora nossos passos; [NR] e abaixaram os seus olhos para a terra; 12 Parecem-se com o leão que deseja arrebatar a sua preza, e com o leãosinho que se põe em esconderijos. 13 Levanta-te, Senhor, detem-n’a, derriba-o, livra a minha alma do impio, _com_ a espada tua, 14 Dos homens que são a tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cuja porção _está_ n’_esta_ vida, e cujo ventre enches do teu _thesouro_ occulto: estão fartos de filhos e dão os seus sobejos ás suas creanças. 15 Emquanto [2] a mim, contemplarei a tua face na justiça; satisfazer-me-hei da tua similhança quando acordar. [1] Deu. 32.10. Zac. 2.8. [2] João 3.2. _Cantico de louvor a Deus pelas suas muitas bençãos._ Para o cantor-mór: psalmo do servo do Senhor, David, o qual fallou as palavras d’este cantico ao Senhor, no dia em que o Senhor o livrou de todos os seus inimigos e das mãos de Saul, e disse: 18 Eu te amarei do coração, ó Senhor, fortaleza minha. 2 O Senhor _é_ o meu rochedo, e o meu logar forte e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio, [1] o meu escudo, [NS] a força da minha salvação, _e_ o meu alto refugio. 3 Invocarei o nome do Senhor, _que é digno_ de louvor, e ficarei livre dos meus inimigos. 4 Tristezas de morte me cercaram, e torrentes de impiedade me assombraram. 5 Tristezas do inferno me cingiram, laços de morte me surprehenderam. 6 Na angustia invoquei ao Senhor, e clamei ao meu Deus: desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face. 7 Então a terra [2] se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes tambem se moveram e se abalaram, porquanto se indignou. 8 Do seu nariz subiu fumo, e da sua bocca saiu fogo que consumia; carvões se accenderam d’elle. 9 Abaixou os céus, e desceu, e a escuridão _estava_ debaixo de seus pés. 10 E montou n’um cherubim, e voou; sim, voou sobre as azas do vento. 11 Fez das trevas o seu logar occulto; o pavilhão que o cercava _era_ a escuridão das aguas _e_ as nuvens dos céus. 12 Ao resplandor da sua presença as nuvens se espalharam; a saraiva e as brazas de fogo. 13 E o Senhor trovejou nos céus, o Altissimo levantou a sua voz; a saraiva _e_ as brazas de fogo. 14 Despediu [3] as suas settas, e os espalhou: multiplicou raios, e os perturbou. 15 Então foram vistas as profundezas das aguas, e foram descobertos os fundamentos do mundo; pela tua reprehensão, Senhor, ao sopro do vento dos teus narizes. 16 Enviou desde o alto, _e_ me tomou: tirou-me das muitas aguas. 17 Livrou-me do meu inimigo forte e dos que me aborreciam, pois eram mais poderosos do que eu. 18 Surprehenderam-me no dia da minha calamidade; mas o Senhor foi o meu encosto. 19 Trouxe-me para um logar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim. 20 Recompensou-me [4] o Senhor conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos. 21 Porque guardei os caminhos do Senhor, e não me apartei impiamente do meu Deus. 22 Porque todos os seus juizos _estavam_ diante de mim, e não rejeitei os seus estatutos. 23 Tambem fui sincero perante elle, e me guardei da minha iniquidade. 24 Portanto retribuiu-me o Senhor conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos. 25 Com o benigno te mostrarás benigno; e com o homem sincero te mostrarás sincero; 26 Com o puro te mostrarás puro; e com o perverso te mostrarás indomavel. 27 Porque tu livrarás ao povo afflicto, e abaterás os olhos altivos. 28 Porque tu [5] accenderás a minha candeia; o Senhor meu Deus allumiará as minhas trevas. 29 Porque comtigo entrei pelo meio d’um esquadrão, com o meu Deus saltei uma muralha. 30 O caminho de Deus [6] é perfeito; a palavra do Senhor _é_ provada: _é_ um escudo para todos os que n’elle confiam. 31 Porque quem [7] _é_ Deus senão o Senhor? e quem _é_ rochedo senão o nosso Deus? 32 Deus _é_ o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho. 33 Faz os meus pés como _os das_ cervas, e põe-me nas minhas alturas. 34 Ensina as minhas mãos para a guerra, de sorte que os meus braços quebraram um arco de cobre. 35 Tambem me déste o escudo da tua salvação: a tua mão direita me susteve, e a tua mansidão me engrandeceu. 36 Alargaste os meus passos debaixo de mim, de maneira que os meus artelhos não vacillaram. 37 Persegui os meus inimigos, e os alcancei: não voltei senão depois de os ter consumido. 38 Atravessei-os, de sorte que não se poderam levantar: cairam debaixo dos meus pés. 39 Pois me cingiste de força para a peleja: fizeste abater debaixo de mim aquelles que contra mim se levantaram. 40 Déste-me tambem o pescoço dos meus inimigos para que eu podesse destruir os que me aborrecem. 41 Clamaram, [8] mas não _houve_ quem _os_ livrasse: _até_ ao Senhor, mas elle não lhes respondeu. 42 Então os esmiucei como o pó diante do vento; deitei-os fóra como a lama das ruas. 43 Livraste-me das contendas do povo, _e_ me fizeste cabeça das nações; _um_ povo que não conheci, me servirá. 44 Em ouvindo _a minha voz_, me obedecerão: os estranhos se submetterão a mim. 45 Os estranhos decairão, e terão medo nos seus encerramentos. 46 O Senhor vive: e bemdito _seja_ o meu rochedo, e exaltado seja o Deus da minha salvação. 47 _É_ Deus que me vinga inteiramente, [9] e sujeita os povos debaixo de mim; 48 O que me livra de meus inimigos;—sim, tu me exaltas sobre os que se levantam contra mim, tu me livras do homem violento. 49 Pelo que, ó Senhor, te louvarei entre as nações, e cantarei louvores ao teu nome. 50 _Pois_ [10] engrandece a salvação do teu rei, e usa de benignidade com o seu ungido, com David, e com a sua semente para sempre. [1] Heb. 1.13. [2] Act. 4.31. [3] Isa. 30.30. [4] I Sam. 24.19. [5] Job 18.6. [6] Deu. 32.4. [7] Deu. 32.31, 39. [8] Pro. 1.28. Isa. 1.15. [9] Psa. 47.4. [10] II Sam. 7.13. _A excellencia da creação e das suas leis, assim como da palavra de Deus._ Psalmo de David para o cantor-mór. 19 Os céus [1] declararam a gloria de Deus e o firmamento annuncia a obra das suas mãos. 2 _Um_ dia faz declaração a _outro_ dia, e _uma_ noite mostra sabedoria a _outra_ noite. 3 Não _ha_ linguagem nem falla _onde_ se não oiçam as suas vozes. 4 A sua linha [2] se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. N’elles poz _uma_ tenda para o sol, 5 O qual _é_ como _um_ noivo que sae do seu thalamo, _e_ se alegra como um heroe, a correr o seu caminho. 6 A sua saida _é_ desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até ás outras extremidades d’elles, e nada se esconde ao seu calor. 7 A lei do Senhor _é_ perfeita, e refrigera a alma: o testemunho do Senhor _é_ fiel, e dá sabedoria aos simplices. 8 Os preceitos do Senhor _são_ rectos e alegram o coração: o mandamento do Senhor _é_ puro, e allumia os olhos. 9 O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente: os juízos do Senhor _são_ verdadeiros e justos juntamente. 10 Mais desejaveis _são_ do que o oiro, sim, do que muito oiro fino; e mais doces do que o mel e [NT] o licor dos favos. 11 Tambem por elles é admoestado o teu servo; _e_ em os guardar _ha_ grande recompensa. 12 Quem pode entender os _seus_ erros? expurga-me [3] tu dos _que me são_ occultos. 13 Tambem das soberbas guarda o teu servo, para que se não assenhoreiem de mim: então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão. 14 Sejam agradaveis as palavras da minha bocca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e [4] Libertador meu! [1] Gen. 1.6. Rom. 1.19, 20. [2] Rom. 10.18. [3] Lev. 4.28. [4] Isa. 44.6 e 47.4 e 48.14. _Oração pelo rei na guerra._ Psalmo de David para o cantor-mór. 20 O Senhor te oiça no dia da angustia, o nome do [1] Deus de Jacob te [NU] proteja. 2 Envie-te soccorro desde o seu sanctuario, e te sustenha desde Sião. 3 Lembre-se de todas as tuas offertas, e acceite os teus holocaustos (Selah). 4 Conceda-te conforme ao teu coração, e cumpra todo o teu conselho. 5 Nós nos alegraremos [2] pela tua [NV] salvação, e em nome do nosso Deus arvoraremos pendões; cumpra o Senhor todas as tuas petições. 6 Agora sei que o Senhor salva ao seu ungido: elle o ouvirá desde o seu sancto céu, com a força salvadora da sua _mão_ direita. 7 Uns _confiam_ em carros e outros em cavallos, mas [3] nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus. 8 Uns encurvam-se e caem, mas nós nos levantamos e estamos de pé. 9 Salva-_nos_, Senhor, oiça-nos o Rei quando clamarmos. [1] Pro. 18.10. [2] Exo. 17.6. [3] II Chr. 32.8. _David louva a Deus pela victoria._ Psalmo de David para o cantor-mór. 21 O rei se alegra em tua força, Senhor; e na tua salvação grandemente se regozija. 2 Cumpriste-lhe o desejo do seu coração, e não negaste as supplicas dos seus labios (Selah). 3 Pois o prevines das bençãos de bondade; [1] pões na sua cabeça _uma_ corôa d’oiro fino. 4 Vida te pediu, _e lh’a_ déste, _mesmo_ longura de dias para sempre e eternamente. 5 Grande _é_ a sua gloria pela tua salvação; gloria e magestade pozeste sobre elle. 6 Pois o abençoaste para sempre: tu o enches de gozo com a tua face. 7 Porque o rei confia no Senhor, e pela misericordia do Altissimo nunca vacillará. 8 A tua mão [2] alcançará todos os teus inimigos, a tua _mão_ direita alcançará aquelles que te aborrecem. 9 Tu os [3] farás como _um_ forno de fogo no tempo da tua ira; o Senhor os devorará na sua indignação, e o fogo os consumirá. 10 Seu fructo [4] destruirás da terra, e a sua semente d’entre os filhos dos homens. 11 Porque intentaram o mal contra ti; machinaram _uma_ trapaça, _mas_ não prevalecerão. 12 Portanto tu lhes farás voltar as costas; _e_ com tuas _frechas postas nas_ cordas lhes apontarás ao rosto. 13 Exalta-te, Senhor, na tua força; _então_ cantaremos e louvaremos o teu poder. [1] II Sam. 12.30. [2] I Sam. 31.3. [3] Mal. 4.1. [4] I Reis 13.34. Job 18.16, 17, 19. _O Messias soffre, mas triumpha._ Psalmo de David para o cantor-mór, sobre Aijeleth-hash-Shahar. 22 Meu Deus, [1] meu Deus, porque me desamparaste? _porque_ te alongas do meu auxilio _e_ das palavras do meu bramido? 2 Meu Deus, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho socego, 3 Porém tu _és_ Sancto, o que habitas _entre_ os louvores d’Israel. 4 Em ti confiaram nossos paes; confiaram, e tu os livraste. 5 A ti clamaram e escaparam; em ti confiaram, e não foram confundidos. 6 Mas eu [2] _sou_ verme, e não homem, opprobrio dos homens e desprezado do povo. 7 Todos [3] os que vêem zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a cabeça, _dizendo_: 8 Confiou no Senhor, que o livre; livre-o, pois n’elle tem prazer. 9 Mas tu _és_ o que me tiraste do ventre: fizeste-me esperar, _estando_ aos peitos de minha mãe. 10 Sobre ti fui lançado desde a madre; tu _és_ o meu Deus desde o ventre de minha mãe. 11 Não te alongues de mim, pois a angustia _está_ perto, e não _ha_ quem ajude. 12 Muitos [4] toiros me cercaram; fortes _toiros_ de Bazan me rodearam. 13 Abriram contra mim suas boccas, _como_ um leão que despedaça e que ruge. 14 Como agua me derramei, e todos os meus ossos [5] se desconjuntaram: o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas. 15 A minha força se seccou como um caco, e a lingua se me pega ao paladar: e me pozeste no pó da morte. 16 Pois me rodearam cães: o ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me [6] as mãos e os pés. 17 Poderia contar todos os meus ossos: elles _o_ vêem _e_ me contemplam. 18 Repartem [7] entre si os meus vestidos, e lançam sortes sobre a minha tunica. 19 Mas tu, Senhor, não te alongues de mim: força minha, apressa-te em soccorrer-me. 20 Livra-me a minha _alma_ da espada, _e_ a minha [NW] predilecta da força do cão. 21 Salva-me da bocca do leão, sim, ouviste-me, desde as pontas dos unicornios. 22 Então declararei o teu nome aos meus irmãos: louvar-te-hei no meio da congregação. 23 Vós, que temeis ao Senhor, louvae-o; todos vós, semente de Jacob, glorificae-o; e temei-o todos vós, semente d’Israel. 24 Porque não desprezou nem abominou a afflicção do afflicto, nem escondeu d’elle o seu rosto; antes, quando elle clamou, o ouviu. 25 O meu louvor _virá_ de ti na grande congregação: pagarei os meus votos perante os que o temem. 26 Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam: [8] o vosso coração viverá eternamente. 27 Todos os limites da terra se lembrarão, e se converterão ao Senhor: e todas as gerações das nações adorarão perante a tua face. 28 Porque o reino _é_ do Senhor, e elle domina entre as nações. 29 Todos _os que_ na terra _são_ gordos comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante elle: e ninguem poderá reter viva a sua alma. 30 Uma semente o servirá: será contada ao Senhor de geração em geração. 31 Chegarão e annunciarão a sua justiça ao povo que nascer, porquanto elle o fez. [1] Mat. 27.46. Mar. 15.34. [2] Job 25.6. [3] Mat. 27.29. [4] Deu. 32.24. [5] Dan. 5.6. [6] Mat. 27.35. Mar. 15.24. Luc. 23.33. [7] Luc. 23.34. João 19.23, 24. [8] João 65.1. _A felicidade de termos o Senhor como nosso pastor._ Psalmo de David. 23 O Senhor [1] _é_ o meu pastor, nada me faltará. 2 Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a aguas [NX] mui quietas. 3 Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. 4 Ainda que eu andasse pelo valle da sombra [2] da morte, não temeria mal algum, porque tu _estás_ comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com oleo, o meu calix trasborda. 6 Certamente que a bondade e a misericordia me seguirão todos os dias da minha vida: e habitarei na casa do Senhor por longos dias. [1] Jer. 23.4. João 10.11. [2] Job 3.5. _O dominio universal de Deus; quem é digno de entrar no seu sanctuario; Deus é o Rei da gloria._ Psalmo de David. 24 Do Senhor [1] _é_ a terra e a sua plenitude, o mundo e aquelles que n’elle habitam. 2 Porque elle a fundou sobre os mares, e a firmou [2] sobre os rios. 3 Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu logar sancto? 4 Aquelle que é limpo de [3] mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma á vaidade, nem jura enganosamente, 5 Este receberá a benção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação. 6 Esta _é_ a geração d’aquelles que buscam, d’aquelles que buscam a tua face, _ó_ Deus de Jacob (Selah). 7 Levantae, [4] ó portas, as vossas cabeças; levantae-vos ó entradas eternas, e entrará o Rei da Gloria. 8 Quem _é_ este Rei da Gloria? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. 9 Levantae, ó portas, as vossas cabeças, levantae-vos ó entradas eternas, e entrará o Rei da Gloria. 10 Quem é este Rei da Gloria? O Senhor dos Exercitos, elle _é_ o Rei da Gloria (Selah). [1] Exo. 9.29 e 19.5. [2] Gen. 1.9. [3] Mat. 5.8. [4] Isa. 26.2. _David roga a Deus que o livre dos seus inimigos e lhe perdoe os seus peccados._ Psalmo de David. 25 A ti, Senhor, levanto [1] a minha alma. 2 Deus meu, em ti confio, não me deixes confundido, nem que os meus inimigos triumphem sobre mim. 3 Como, na verdade, não serão confundidos os que esperam em ti; confundidos serão os que transgridem sem causa. 4 Faz-me saber [2] os teus caminhos, Senhor; ensina-me as tuas veredas. 5 Guia-me na tua verdade, e ensina-me, pois tu _és_ o Deus da minha salvação; por ti estou esperando todo o dia. 6 Lembra-te, Senhor, das tuas misericordias e das tuas benignidades, porque _são_ desde a eternidade. 7 Não te lembres dos peccados da minha mocidade, nem das minhas transgressões; _mas_ segundo a tua misericordia, lembra-te de mim, por tua bondade, Senhor. 8 Bom e recto _é o_ Senhor: pelo que ensinará o caminho aos peccadores. 9 Guiará os mansos em direitura: e aos mansos ensinará o seu caminho. 10 Todas as veredas do Senhor _são_ misericordia e verdade para aquelles que guardam o seu concerto e os seus testemunhos. 11 Por amor do teu nome, Senhor, [3] perdoa a minha iniquidade, pois _é_ grande. 12 Qual _é_ o homem que teme ao Senhor? elle o ensinará no caminho _que_ deve escolher. 13 A sua alma pousará no bem, e a sua semente herdará a terra. 14 O segredo do Senhor _é_ com aquelles que o temem; e elle lhes mostrará o seu concerto. 15 Os meus olhos _estão_ continuamente no Senhor, pois elle tirará os meus pés da rede. 16 Olha para mim, e tem piedade de mim, porque _estou_ solitario e afflicto. 17 As ancias do meu coração se teem multiplicado: tira-me dos meus apertos. 18 Olha [4] para a minha afflicção e para a minha dôr, e perdoa todos os meus peccados. 19 Olha para os meus inimigos, pois se vão multiplicando e me aborrecem com odio cruel. 20 Guarda a minha alma, e livra-me; não me deixes confundido, porquanto confio em ti. 21 Guardem-me a sinceridade e a direitura, porquanto espero em ti. 22 Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas angustias. [1] Lam. 3.41. [2] Exo. 33.13. [3] Rom. 5.20. [4] II Sam. 16.12. _David recorre a Deus, confiando na sua propria integridade._ Psalmo de David. 26 Julga-me, Senhor, pois tenho andado em minha sinceridade; tenho confiado tambem no Senhor; não vacillarei. 2 Examina-me, Senhor, e prova-me: esquadrinha os meus rins e o meu coração. 3 Porque a tua benignidade _está_ diante dos meus olhos; e tenho andado na tua verdade. 4 Não me tenho assentado com homens vãos, nem converso com os _homens_ dissimulados. 5 Tenho aborrecido [1] a congregação de malfeitores; nem me ajunto com os impios. 6 Lavo as [2] minhas mãos na innocencia; e assim andarei, Senhor, ao redor do teu altar. 7 Para publicar com voz de louvor, e contar todas as tuas maravilhas. 8 Senhor, eu tenho amado a habitação da tua casa e o logar onde permanece a tua gloria. 9 Não apanhes a minha alma com os peccadores, nem a minha vida com os homens sanguinolentos, 10 Em cujas mãos _ha_ maleficio, e cuja _mão_ direita _está_ [3] cheia de subornos. 11 Mas eu ando na minha sinceridade; livra-me e tem piedade de mim. 12 O meu pé está posto em caminho plano; nas congregações louvarei ao Senhor. [1] Psa. 31.7. [2] Exo. 30.19, 20. I Tim. 2.8. [3] Exo. 23.8. Deu. 16.19. _Confiança em Deus e anhelo pela sua presença._ Psalmo de David. 27 O Senhor _é_ a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor _é_ a força da minha vida; de quem me receiarei? 2 Quando os malvados, meus adversarios e meus inimigos, se chegaram contra mim, para comerem as minhas carnes, tropeçaram e cairam. 3 Ainda que um exercito me cercasse, o meu coração não temeria: ainda que a guerra se levantasse contra mim, n’isto confiarei. 4 Uma _coisa_ pedi ao Senhor, e a buscarei: [1] que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo. 5 Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão: no occulto do seu tabernaculo me esconderá: pôr-me-ha sobre uma rocha. 6 Tambem agora a minha cabeça será exaltada sobre os meus inimigos _que estão_ em redor de mim; portanto offerecerei sacrificio de jubilo no seu tabernaculo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor. 7 Ouve, Senhor, a minha voz _quando_ clamo; tem tambem piedade de mim, e responde-me. 8 Quando _tu disseste_: Buscae o meu rosto; o meu coração te disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei. 9 Não escondas de mim a tua face, não rejeites ao teu servo com ira; tu foste a minha ajuda, não me deixes nem me desampares, ó Deus da minha salvação. 10 Porque, quando [2] meu pae e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá. 11 Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e guia-me pela vereda direita; por causa dos que me andam espiando. 12 Não me entregues á vontade dos meus adversarios; pois se levantaram falsas testemunhas contra mim, e os que respiram crueldade. 13 _Pereceria sem duvida_, se não cresse que veria os bens do Senhor na terra dos viventes. 14 Espera [3] no Senhor, anima-te, e elle fortalecerá o teu coração; espera pois no Senhor. [1] Luc. 2.37. [2] Isa. 49.15. [3] Isa. 25.9. Hab. 2.3. _David roga a Deus que o aparte dos impios a e louva, Deus porque ouviu as suas supplicas._ Psalmo de David. 28 A ti clamarei, ó Senhor, Rocha minha; não emmudeças para comigo: _se_ te calares para comigo, fique eu similhante aos que descem ao abysmo. 2 Ouve a voz das minhas supplicas, quando a ti clamar, [1] quando levantar as minhas mãos para o teu sancto oraculo. 3 Não me arremesses com os impios e com os que obram a iniquidade; que fallam de paz ao seu proximo, mas _teem_ mal nos seus corações. 4 Dá-lhes segundo as suas obras e segundo a malicia dos seus esforços; dá-lhes conforme [2] a obra das suas mãos; torna-lhes a sua recompensa. 5 Porquanto não attendem ás obras do Senhor, nem á obra das suas mãos; pelo que elle os derribará e não os reedificará. 6 Bemdito _seja_ o Senhor, porque ouviu a voz das minhas supplicas. 7 O Senhor _é_ a minha força e o meu escudo; n’elle confiou o meu coração, e fui soccorrido: pelo que o meu coração salta de prazer, e com o meu canto o louvarei. 8 O Senhor _é_ a força d’elles: tambem _é_ a força salvadora do seu ungido. 9 Salva o teu [3] povo, e abençoa a tua herança; e apascenta-os e exalta-os para sempre. [1] II Reis 8.28, 29. [2] II Tim. 4.14. Apo. 18.6. [3] Deu. 9.29. I Reis 8.51, 53. _David exhorta a louvar a magestade de Deus._ Psalmo de David. 29 Dae ao Senhor, ó filhos dos poderosos, dae ao Senhor gloria e força. 2 Dae ao Senhor a gloria _devida ao_ seu nome, adorae o Senhor [NY] na belleza da sanctidade. 3 A voz do Senhor _se ouve_ sobre as _suas_ aguas; o Deus da gloria troveja; o Senhor _está_ sobre as muitas aguas, 4 A voz do Senhor _é_ poderosa; a voz do Senhor _é_ cheia de magestade. 5 A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Libano. 6 Elle os faz saltar como um bezerro; ao Libano e Sirion, como novos unicornios. 7 A voz do Senhor separa as labaredas do fogo. 8 A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de [1] Kades. 9 A voz do Senhor faz parir as cervas, e descobre as brenhas; e no seu templo cada um falla da _sua_ gloria. 10 O Senhor [2] se assentou sobre o diluvio; o Senhor se assenta como Rei, perpetuamente. 11 O Senhor dará [3] força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz. [1] Num. 13.26, 27. [2] Gen. 6.17. [3] Psa. 28.8. _A ira de Deus dura um momento só, mas a sua benignidade é eterna._ Psalmo e canção na dedicação da Casa. Psalmo de David. 30 Exaltar-te-hei, ó Senhor, porque tu me exaltaste; e não fizeste com que meus inimigos se alegrassem sobre mim. 2 Senhor, meu Deus, clamei a ti, e tu me saraste. 3 Senhor, fizeste subir a minha alma [NZ] da sepultura: conservaste-me a vida para que não descesse ao abysmo. 4 Cantae ao Senhor, [1] vós que sois seus sanctos, e celebrae a [OA] memoria da sua sanctidade. 5 Porque a sua ira _dura só_ um momento; no seu favor _está_ a vida: o choro pode durar uma noite, mas a alegria _vem_ pela manhã. 6 Eu dizia [2] na minha prosperidade: Não vacillarei jámais. 7 Tu, Senhor, pelo teu favor fizeste forte a minha montanha: tu encobriste o teu rosto, e fiquei perturbado. 8 A ti, Senhor, clamei, e ao Senhor suppliquei. 9 Que proveito _ha_ no meu sangue, quando desço á cova? _Porventura_ te louvará o pó? annunciará elle a tua verdade? 10 Ouve, Senhor, e tem piedade de mim, Senhor; sê o meu auxilio. 11 Tornaste [3] o meu pranto em folguedo: desataste o meu sacco, e me cingiste de alegria: 12 Para que _a minha_ gloria a ti cante louvores, e não se cale: Senhor, Deus meu, eu te louvarei para sempre. [1] I Chr. 16.4. [2] Job 29.18. [3] II Sam. 6.14. Jer. 31.4. _David roga a Deus que o livre, louva a sua benignidade e exhorta a confiar n’Elle._ Psalmo de David para o cantor-mór. 31 Em ti, Senhor, confio; nunca me deixes confundido: livra-me pela tua justiça. 2 Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa; sê a minha firme rocha, uma casa fortissima que me salve. 3 Porque tu _és_ a minha rocha e a minha fortaleza; pelo que, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me. 4 Tira-me da rede que para mim esconderam, pois tu _és_ a minha força. 5 Nas tuas mãos [1] encommendo o meu espirito: tu me redimiste, Senhor Deus da verdade. 6 Aborreço aquelles que se entregam a vaidades enganosas; eu porém confio no Senhor. 7 Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois consideraste a minha afflicção: [2] conheceste a minha alma nas angustias. 8 E não me entregaste nas mãos do inimigo; pozeste os meus pés n’um logar espaçoso. 9 Tem misericordia de mim, ó Senhor, porque estou angustiado: consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu ventre. 10 Porque a minha vida está gasta de tristeza, e os meus annos de suspiros; a minha força descae por causa da minha iniquidade, e os meus ossos se consomem. 11 Fui opprobrio entre todos os meus inimigos, até entre os meus visinhos, e horror para os meus conhecidos: os que me viam na rua fugiam de mim. 12 Estou esquecido no coração d’elles, como um morto; sou como um vaso quebrado. 13 Pois ouvi [3] a murmuração de muitos, temor _havia_ ao redor; emquanto juntamente consultavam contra mim, intentaram tirar-me a vida. 14 Mas eu confiei em ti, Senhor: e disse: Tu _és_ o meu Deus. 15 Os meus tempos _estão_ nas tuas mãos: livra-me das mãos dos meus inimigos e dos que me perseguem. 16 Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo: salva-me por tuas misericordias. 17 Não me deixes confundido, Senhor, porque te tenho invocado: deixa confundidos os impios, _e_ emmudeçam na sepultura. 18 Emmudeçam os labios mentirosos que fallam [OB] coisas más com soberba e desprezo contra o justo. 19 _Oh!_ quão grande _é_ a tua bondade, que guardaste para os que te temem! _a qual_ obraste para aquelles que em ti confiam na presença dos filhos dos homens! 20 Tu os esconderás, no secreto da tua presença, dos desaforos dos homens: encobril-os-has em um pavilhão da contenda das linguas. 21 Bemdito _seja_ o Senhor, pois fez maravilhosa a sua misericordia para comigo em cidade segura. 22 Pois eu dizia [OC] na minha pressa: Estou cortado de diante dos teus olhos; não obstante, tu ouviste a voz das minhas supplicas, quando eu a ti clamei. 23 Amae ao Senhor, vós todos que sois seus sanctos; _porque_ o Senhor guarda os fieis e retribue com abundancia ao que usa de soberba. 24 Esforçae-vos, e elle fortalecerá o vosso coração, vós todos que esperaes no Senhor. [1] Luc. 23.46. Act. 7.58. [2] Psa. 33.5. [3] Jer. 20.10. _A felicidade do homem perdoado; exhortação ao arrependimento._ Maschil de David. 32 Bemaventurado _aquelle cuja_ transgressão [1] _é_ perdoada, _e cujo_ peccado _é_ coberto. 2 Bemaventurado o homem a quem o Senhor não [2] imputa maldade, e em cujo espirito não _ha_ engano. 3 Quando eu guardei silencio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. 4 Porque de dia e de noite a tua mão [3] pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio (Selah). 5 Confessei-te o meu peccado, e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu peccado (Selah). 6 Portanto todo aquelle que é sancto orará a ti, em tempo que te possa achar: até no trasbordar de muitas aguas, _estas_ não lhe chegarão. 7 Tu _és_ o logar [4] em que me escondo, tu me preservas da angustia: tu me cinges d’alegres cantos de livramento (Selah). 8 Instruir-te-hei, e ensinar-te-hei o caminho que deves seguir; guiar-te-hei com os meus olhos. 9 Não sejaes como o cavallo, _nem_ como a mula, _que_ não tem entendimento, cuja bocca precisa de cabresto e freio, para que se não cheguem a ti. 10 O impio tem [5] muitas dôres, mas áquelle que confia no Senhor a misericordia o cercará. 11 Alegrae-vos no Senhor, e regozijae-vos, vós os justos; e cantae alegremente, todos _vós que sois_ rectos de coração. [1] Rom. 4.6, 7, 8. [2] II Cor. 5.19. João 1.47. [3] I Sam. 5.6. [4] Psa. 9.10. [5] Pro. 13.21. Rom. 2.9. _O jubilo do crente na contemplação das obras de Deus._ 33 Regozijae-vos no Senhor, vós, justos, _pois_ aos rectos convem o louvor. 2 Louvae ao Senhor com harpa, cantae a elle com psalterio de dez cordas. 3 Cantae-lhe [1] um cantico novo: tocae bem e com jubilo. 4 Porque a palavra do Senhor _é_ recta, e todas as suas obras _são_ fieis. 5 Elle ama a justiça e o juizo: a terra está cheia da bondade do Senhor. 6 Pela [2] palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exercito d’elles pelo espirito da sua bocca. 7 Elle ajunta as aguas do mar como n’um montão; põe os abysmos em [OD] thesouros. 8 Tema toda a terra ao Senhor; temam-n’o todos os moradores do mundo. 9 Porque fallou, e foi _feito_: mandou, e logo appareceu. 10 O Senhor desfaz [3] o conselho das nações, quebranta os intentos dos povos. 11 O conselho do Senhor permanece para sempre: os intentos do seu coração de geração em geração. 12 Bemaventurada _é_ a nação cujo Deus _é_ o Senhor, _e_ o povo _ao qual_ escolheu [4] para sua herança. 13 O Senhor olha desde os céus e está vendo a todos os filhos dos homens. 14 Do logar da sua habitação contempla todos os moradores da terra, 15 Aquelle que forma [5] o coração de todos elles, que contempla todas as suas obras. 16 Não ha rei que se salve com a grandeza d’um exercito, nem o homem valente se livra pela muita força. 17 O cavallo é fallaz para a _segurança_: não livra _ninguem_ com a sua grande força. 18 Eis que [6] os olhos do Senhor _estão_ sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericordia; 19 Para lhes livrar as almas da morte, e para os conservar vivos na fome. 20 A nossa alma espera no Senhor: elle _é_ o nosso auxilio e o nosso escudo. 21 Pois n’elle se alegra o [7] nosso coração; porquanto temos confiado no seu sancto nome. 22 Seja a tua misericordia, Senhor, sobre nós, como em ti esperamos. [1] Isa. 42.10. Apo. 5.9. [2] Gen. 1.6, 7. Heb. 11.3. II Ped. 3.5. [3] Isa. 10.8. [4] Exo. 19.5. Deu. 7.6. [5] Jer. 32.19. [6] Job 36.7. I Ped. 3.12. [7] Zac. 10.7. João 16.22. _David louva a Deus, porque respondeu ás suas supplicas, e exhorta a confiar n’Elle._ Psalmo de David, quando mudou o seu semblante perante Abimelech, e o lançou fóra, e se foi. 34 Louvarei [1] ao Senhor em todo o tempo: o seu louvor _estará_ continuamente na minha bocca. 2 A minha alma se [2] gloriará no Senhor: os mansos _o_ ouvirão e se alegrarão. 3 Engrandecei ao Senhor comigo; e juntos exaltemos o seu nome. 4 Busquei [3] ao Senhor, e elle me respondeu: livrou-me de todos os meus temores. 5 Olharam para elle, e foram illuminados; e os seus rostos não ficaram confundidos. 6 Clamou este pobre, e o Senhor _o_ ouviu, e o salvou de todas as suas angustias. 7 O anjo [4] do Senhor acampa-se em redor dos que o temem, e os livra. 8 Provae, e vêde que o Senhor é bom; bemaventurado o homem que n’elle confia. 9 Temei ao Senhor, _vós_, os seus sanctos, pois não teem falta alguma aquelles que o temem. 10 Os filhos dos leões necessitam e soffrem fome, mas aquelles que temem ao Senhor não teem falta de _coisa_ alguma. 11 Vinde, meninos, ouvi-me: eu vos ensinarei o temor do Senhor. 12 Quem [5] _é_ o homem que deseja a vida, que quer _largos_ dias para vêr o bem? 13 Guarda [6] a tua lingua do mal, e os teus labios de fallarem o engano. 14 Aparta-te do mal, e faze o bem: procura a paz, e segue-a. 15 Os olhos [7] do Senhor _estão_ sobre os justos, e os seus ouvidos _attentos_ ao seu clamor. 16 A face [8] do Senhor _está_ contra os que fazem o mal, para desarreigar da terra a memoria d’elles. 17 _Os justos_ clamam, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angustias. 18 Perto [9] _está_ o Senhor dos que teem o coração quebrantado, e salva os contritos de espirito. 19 Muitas _são_ as afflicções do justo, mas o Senhor o livra de todas. 20 Elle lhe guarda [10] todos os seus ossos; nem sequer um d’elles se quebra. 21 A malicia matará o impio, e os que aborrecem o justo serão [OE] desolados. 22 O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que n’elle confiam será [OF] desolado. [1] Eph. 5.20. I The. 5.18. [2] Jer. 9.24. I Cor. 1.31. [3] Mat. 7.7. Luc. 11.9. [4] Dan. 6.22. Heb. 1.14. [5] I Ped. 3.10, 11. [6] I Ped. 2.22. [7] I Ped. 3.12. [8] Lev. 17.10. Jer. 44.11. Amós 9.4. [9] Isa. 57.15 e 61.1. [10] João 19.36. _David pede o castigo dos impios; descripção da miseria d’estes e supplica para que Deus os julgue._ Psalmo de David. 35 Pleiteia, Senhor, com aquelles que pleiteiam comigo: peleja contra [1] os que pelejam contra mim. 2 Pega do escudo e da rodela, e levanta-te em minha ajuda. 3 Tira da lança e [OG] obstroe _o caminho_ aos que me perseguem; dize á minha alma: Eu _sou_ a tua salvação. 4 Sejam [2] confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida: voltem atraz e envergonhem-se os que contra mim tentam mal. 5 Sejam como _moinho_ perante o vento, o anjo do Senhor os faça fugir. 6 Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo do Senhor os persiga. 7 Porque sem causa encobriram de mim a rede na cova, _a qual_ sem razão cavaram para a minha alma. 8 Sobrevenha-lhe destruição sem o saber, e prenda-o a rede que occultou; caia elle n’essa mesma destruição. 9 E a minha alma se alegrará no Senhor; alegrar-se-ha na sua salvação. 10 Todos os meus ossos dirão: Senhor, quem _é_ como tu, que livras o pobre d’aquelle que é mais forte do que elle? sim, o pobre e o necessitado d’aquelle que o rouba. 11 Falsas testemunhas se levantaram: depozeram contra mim _coisas_ que eu não sabia. 12 Tornaram-me o mal pelo bem, roubando a minha alma. 13 Mas, quanto a mim, quando estavam enfermos, o meu vestido _era_ o sacco; humilhava a minha alma com o jejum, e a minha oração voltava para o meu seio. 14 Portava-me como _se elle fôra_ meu irmão ou amigo; andava lamentando e muito encurvado, como quem chora _por sua_ mãe. 15 Mas elles com a minha adversidade se alegravam e se congregavam: os objectos se congregavam contra mim, e eu não o sabia; [OH] rasgavam-me, e não cessavam. 16 Como hypocritas zombadores nas festas, rangiam os dentes contra mim. 17 Senhor, [3] até quando verás isto? resgata a minha alma das suas assolações, e a minha [OI] predilecta dos leões, 18 Louvar-te-hei na grande congregação: entre muitissimo povo te celebrarei. 19 Não se alegrem os meus inimigos de mim sem razão, _nem_ acenem com os olhos aquelles que me aborrecem sem causa. 20 Pois não fallam de paz; antes projectam [OJ] enganar os quietos da terra. 21 Abrem a bocca de par em par contra mim, _e_ dizem: Ólá, Ólá! os nossos olhos _o_ viram. 22 Tu, Senhor, _o_ tens visto, não te cales: Senhor, não te alongues de mim; 23 Desperta e acorda para o meu julgamento, para a minha causa, Deus meu, e Senhor meu. 24 Julga-me segundo a tua justiça, Senhor Deus meu, e não deixes que se alegrem de mim. 25 Não digam em seus corações: Eia, sus, alma nossa: não digam: Nós o havemos devorado. 26 Envergonhem-se [4] e confundam-se á uma os que se alegram com o meu mal; vistam-se de vergonha e de confusão os que _se_ engrandecem contra mim. 27 Cantem [5] e alegrem-se os que amam a minha justiça, e digam continuamente: O Senhor seja engrandecido, o qual ama a prosperidade do seu servo. 28 E assim a minha lingua fallará da tua justiça _e_ do teu louvor todo o dia. [1] Lam. 3.58. Exo. 14.25. [2] Isa. 29.5. Ose. 13.3. [3] Hab. 1.13. [4] ver. 4. [5] Rom. 12.15. I Cor. 12.26. _A malicia dos impios. Nosso refugio está em Deus, que salva os rectos._ Psalmo de David, servo do Senhor, para o cantor-mór. 36 A prevaricação do impio diz no intimo do seu coração: Não _ha_ temor [1] de Deus perante os seus olhos. 2 Porque em seus olhos se lisongeia, até que a sua iniquidade se descubra ser detestavel. 3 As palavras da sua bocca _são_ malicia e engano: deixou de entender _e_ de fazer o bem. 4 Projecta a malicia na sua cama; põe-se no caminho _que_ não _é_ bom: não aborrece o mal. 5 A tua misericordia, Senhor, _está_ nos céus, e a tua fidelidade _chega_ até ás mais _excelsas_ nuvens. 6 A tua justiça _é_ como as grandes montanhas; os teus juizos _são um_ grande abysmo; Senhor, tu conservas os homens e os animaes. 7 Quão preciosa _é_, ó Deus, a tua benignidade, pelo que os filhos dos homens se abrigam á sombra das tuas azas. 8 Elles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás [2] beber da corrente das tuas delicias; 9 Porque [3] em ti _está_ o manancial da vida; na tua luz veremos a luz. 10 Estende a tua benignidade sobre os que te conhecem, e a tua justiça sobre os rectos de coração. 11 Não venha sobre mim o pé dos soberbos, e não me mova a mão dos impios. 12 Ali caem os que obram a iniquidade; cairão, e não se poderão levantar. [1] Rom. 3.18. [2] Apo. 22.1. [3] Jer. 2.13. João 4.10, 14. _A prosperidade dos peccadores acaba, mas sómente os justos serão felizes._ Psalmo de David. 37 Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que obram a iniquidade. 2 Porque cedo serão ceifados como a herva, e murcharão como a verdura. 3 Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado. 4 Deleita-te [1] tambem no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração. 5 Entrega o [2] teu caminho ao Senhor; confia n’elle, e elle o fará. 6 E elle fará sobresair a tua justiça como a luz, e o teu juizo como o meio-dia. 7 Descança no Senhor, e espera n’elle; não te indignes por causa d’aquelle que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos. 8 Deixa a ira, e abandona o furor: não te indignes para fazer sómente o mal. 9 Porque os malfeitores serão desarreigados; mas aquelles que esperam no Senhor herdarão a terra. 10 Pois ainda um pouco, e o impio não _existirá_; olharás para o seu logar, e não _apparecerá_. 11 Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundancia de paz. 12 O impio maquina contra o justo, e contra elle range os dentes. 13 O Senhor se rirá d’elle, pois vê que vem chegando o seu dia. 14 Os impios puxaram da espada e entesaram o arco, para derribarem o pobre e necessitado, _e_ para matarem os [OK] de recta conversação. 15 _Porém_ a sua espada lhes entrará no coração, e os seus arcos se quebrarão. 16 Vale mais o pouco que tem o justo, do que as riquezas de muitos impios. 17 Pois os braços dos impios se quebrarão, mas o Senhor sustem os justos. 18 O Senhor conhece os dias dos rectos, [3] e a sua herança permanecerá para sempre. 19 Não serão envergonhados nos dias maus, e nos dias de fome se fartarão. 20 Mas os impios perecerão, e os inimigos do Senhor _serão_ como a gordura dos cordeiros; desapparecerão, e em fumo se desfarão. 21 O impio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece, e dá. 22 Porque _aquelles que_ elle abençoa herdarão a terra, e aquelles _que forem_ por elle amaldiçoados serão desarreigados. 23 Os passos de _um_ homem _bom_ são confirmados pelo Senhor, e deleita-se no seu caminho. 24 Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor _o_ sustem _com_ a sua mão. 25 Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão. 26 Compadece-se sempre, e empresta, e a sua semente _é_ abençoada. 27 Aparta-te do mal e faze o bem; e habita para sempre. 28 Porque o Senhor ama o juizo e não desampara os seus sanctos; elles são preservados para sempre; mas a semente dos impios será desarreigada. 29 Os justos herdarão a terra e habitarão n’ella para sempre. 30 A bocca do justo falla a sabedoria: a sua lingua falla do juizo. 31 A lei do seu Deus _está_ em seu coração; os seus passos não resvallarão. 32 O impio espreita ao justo, e procura matal-o. 33 O Senhor não o deixará em suas mãos, nem o condemnará quando fôr julgado. 34 Espera no Senhor, e guarda o seu caminho, e te exaltará para herdares a terra: tu _o_ verás quando os impios forem desarreigados. 35 Vi o impio com grande poder espalhar-se como a arvore verde na terra natal. 36 Mas passou e já não _apparece_: procurei-o, mas não se poude encontrar. 37 Nota o _homem_ sincero, e considera o recto, porque o fim d’_esse_ homem _é_ a paz. 38 Emquanto aos transgressores serão á uma destruidos, e as reliquias dos impios serão destruidas. 39 Mas a salvação dos justos _vem_ do Senhor; _elle é_ a sua fortaleza no tempo da angustia. 40 E o Senhor os [4] ajudará e os livrará; elle os livrará dos impios e os salvará, [5] porquanto confiam n’elle. [1] Isa. 58.14. [2] Luc. 12.22. [3] Isa. 60.21. [4] Isa. 31.5. [5] Dan. 3.17, 28 e 6.23. _A dôr e o arrependimento do peccador; dirige-se a Deus para obter perdão e salvação._ Psalmo de David para lembrança. 38 Ó Senhor, não me reprehendas na tua ira, nem me castigues em teu furor. 2 Porque as tuas frechas se cravaram em mim, e a tua mão sobre mim desceu. 3 Não _ha_ coisa sã na minha carne, por causa da tua colera; nem _ha_ paz em meus ossos, por causa do meu peccado. 4 Pois _já_ as minhas [1] iniquidades sobrepassam a minha cabeça: como carga pesada são de mais para as minhas forças. 5 As minhas chagas [2] cheiram mal e estão corruptas, por causa da minha loucura. 6 Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando todo o dia. 7 Porque as minhas ilhargas estão cheias de ardor, e não _ha_ coisa sã na minha carne. 8 Estou fraco e mui quebrantado; tenho rugido pela inquietação do meu coração. 9 Senhor, diante de ti _está_ todo o meu desejo, e o meu gemido não te é occulto. 10 O meu coração dá voltas, a minha força me falta; emquanto á luz dos meus olhos, ella me deixou. 11 Os meus amigos e os meus propinquos estão ao longe da minha chaga; e os meus parentes se pôem em distancia. 12 Tambem os que buscam a minha vida _me_ armam laços, e os que procuram o meu mal fallam coisas que damnificam, e imaginam astucias todo o dia. 13 Mas eu, como surdo, não ouvia, e _era_ como mudo _que_ não abre a bocca. 14 Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja bocca não _ha_ reprovação. 15 Porque em ti, Senhor, espero; tu, Senhor meu Deus, me ouvirás. 16 Porque dizia eu: _Ouve-me_, para que se não alegrem de mim: quando escorrega o meu pé, elles _se_ engrandecem contra mim. 17 Porque _estou_ prestes a coxear; a minha dôr _está_ constantemente perante mim. 18 Porque eu declararei a minha iniquidade; affligir-me-hei por causa do meu peccado. 19 Mas os meus inimigos _estão_ vivos _e_ são fortes, e os que sem causa me odeiam se engrandecem. 20 Os que dão mal pelo bem são meus adversarios, porquanto eu sigo _o que é_ bom. 21 Não me desampares, Senhor, meu Deus, [3] não te alongues de mim. 22 Apressa-te em meu auxilio, Senhor, minha salvação. [1] Esd. 9.6. [2] Mat. 11.28. [3] Isa. 12.2. _O cuidado com as nossas palavras; a brevidade e vaidade da vida; a supplica para que Deus o guarde da impaciencia._ Psalmo de David para o cantor-mór, para Jeduthun. 39 Disse: Guardarei os meus caminhos para não delinquir com a minha lingua: guardarei a bocca com um freio, emquanto o impio _estiver_ diante de mim. 2 Com o silencio fiquei mudo; calava-me mesmo _ácerca_ do bem, e a minha dôr se aggravou. 3 Esquentou-se-me o coração dentro de mim; emquanto eu meditava se accendeu um fogo: _então_ fallei com a minha lingua. 4 Faze-me conhecer, Senhor, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta quanto sou fragil. 5 Eis que fizeste os meus dias como a palmos, o tempo da minha _vida_ é como nada diante de ti; na verdade que todo o homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade (Selah). 6 Na verdade que todo o homem anda como uma [OL] apparencia; na verdade que em vão se inquietam: amontoam _riquezas_, e não sabem quem as levará. 7 Agora, pois, Senhor, que espero eu? A minha esperança _está_ em ti. 8 Livra-me de todas as minhas transgressões; não me faças o opprobrio dos loucos. 9 Emmudeci: não abro a minha bocca, porquanto tu _o_ fizeste. 10 Tira de sobre mim a tua praga; estou desfallecido pelo golpe da tua mão. 11 _Quando_ castigas o homem, por causa da iniquidade, com reprehensões, fazes com que a sua belleza se consuma como a traça: assim todo o homem _é_ [OM] vaidade (Selah.) 12 Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lagrimas, porque [1] _sou_ estranho para ti _e_ peregrino como todos os meus paes. 13 Poupa-me, até que tome alento, antes que me vá, e não seja _mais_. [1] Lev. 25.23. Heb. 11.13. _Deus ouve a alma paciente: a obediencia é melhor do que o sacrificio; oração a Deus para que o livre dos males._ Psalmo de David para o cantor-mór. 40 Esperei com paciencia ao Senhor, e elle se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. 2 Tirou-me [ON] d’um lago horrivel, d’um charco de lodo, poz os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos, 3 E poz um novo cantico na minha bocca, um hymno ao nosso Deus; muitos _o_ verão, e temerão, e confiarão no Senhor. 4 Bemaventurado [1] o homem que põe no Senhor a sua confiança, e o que não respeita os soberbos nem os que se desviam para a mentira. 5 Muitas são, Senhor meu Deus, as maravilhas _que_ tens obrado para comnosco, e os teus pensamentos não se podem contar por ordem diante de ti; _se_ eu _os_ quizera annunciar, e d’elles fallar, são mais do que se podem contar. 6 Sacrificio [2] e offerta não quizeste; as minhas orelhas [OO] abriste, holocausto e expiação pelo peccado não reclamaste. 7 Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim _está_ escripto. 8 Deleito-me em fazer a tua vontade, _ó_ Deus meu; sim, a tua lei _está_ dentro do meu coração. 9 Préguei a justiça na grande congregação; eis-que não retive os meus labios, Senhor, tu o sabes. 10 Não escondi a tua justiça dentro do meu coração; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação: [3] não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade. 11 Não retires de mim, Senhor, as tuas misericordias; guardem-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade. 12 Porque males sem numero me teem rodeado: as minhas iniquidades me prenderam de modo que não posso olhar para cima: são muitas mais do que os cabellos da minha cabeça; pelo que desfallece o meu coração. 13 Digna-te, Senhor, livrar-me: Senhor, apressa-te em meu auxilio. 14 Sejam á uma confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida para destruil-a; tornem atraz e confundam-se os que me querem mal. 15 Desolados sejam em pago da sua affronta os que me dizem: Ha! Ha! 16 Folguem e alegrem-se em ti os que te buscam: digam constantemente os que amam a tua salvação: Magnificado seja o Senhor. 17 Mas eu _sou_ pobre e necessitado; comtudo o Senhor [4] cuida de mim: tu _és_ o meu auxilio e o meu libertador; não te detenhas, ó meu Deus. [1] Jer. 17.7. [2] I Sam. 15.22. [3] Act. 20.20, 27. [4] I Ped. 5.7. _O cuidado de Deus para com os pobres. David queixa-se da traição de seus inimigos e busca o soccorro de Deus._ Psalmo de David para o cantor-mór. 41 Bemaventurado [1] _é_ aquelle que attende ao pobre; o Senhor o livrará no dia do mal. 2 O Senhor o livrará, e o conservará em vida; será abençoado na terra, e tu não o entregarás á vontade de seus inimigos. 3 O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu farás toda a sua cama na doença. 4 Dizia eu: Senhor, tem piedade de mim; sára [2] a minha alma, porque pequei contra ti. 5 Os meus inimigos fallam mal de mim, _dizendo_: Quando morrerá elle, e perecerá o seu nome? 6 E, se _algum d’elles_ vem ver-me, falla coisas vãs; no seu coração amontoa a maldade; saindo para fóra, falla _d’ella_. 7 Todos os que me aborrecem murmuram á uma contra mim; contra mim imaginam o mal, _dizendo_: 8 Uma má doença se lhe tem apegado; e, _agora_ que está deitado, não se levantará mais. 9 Até o meu proprio amigo intimo, em quem eu _tanto_ confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar. 10 Porém tu, Senhor, tem piedade de mim, e levanta-me, para que eu lhes dê o pago. 11 Por isto conheço eu que tu me favoreces: que o meu inimigo não triumpha de mim. 12 Emquanto a mim, tu me sustentas na minha sinceridade, e me pozeste diante da tua face para sempre. 13 Bemdito _seja_ o Senhor Deus d’Israel, de seculo em seculo: Amen e Amen. [1] Pro. 14.21. [2] Psa. 6.3. _A alma anhela por servir a Deus no seu templo._ Maschil para o cantor-mór, entre os filhos de Korah. 42 Assim como o cervo [OP] brama pelas correntes das aguas, assim brama a minha alma por ti, ó Deus! 2 A minha alma tem sêde de Deus, do Deus vivo: quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? 3 As minhas lagrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, emquanto me dizem constantemente: Onde _está_ o teu Deus? 4 Quando me lembro d’isto, dentro de mim derramo a minha alma: pois [1] eu havia ido com a multidão; fui com elles á casa de Deus, com voz d’alegria e louvor, com a multidão que festejava. 5 Porque estás abatida, ó alma minha, e _porque_ te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei _pela_ salvação da sua face. 6 Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; portanto lembro-me de ti desde a terra do Jordão, e desde os hermonitas, desde [OQ] o pequeno monte. 7 _Um_ abysmo [2] chama _outro_ abysmo; ao ruido das tuas catadupas: todas as tuas ondas e as tuas vagas teem passado sobre mim. 8 Comtudo o Senhor mandará a sua misericordia de dia, e de noite a sua canção estará comigo, _e_ a oração ao Deus da minha vida. 9 Direi a Deus, minha Rocha: Porque te esqueceste de mim? porque ando lamentando por causa da oppressão do inimigo? 10 [OR] Com ferida mortal em meus ossos me affrontam os meus adversarios, quando todo o dia me dizem: Onde _está_ o teu Deus? 11 Porque estás [3] abatida, ó alma minha, e porque te perturbas dentro de mim? espera em Deus, pois ainda o louvarei, _o qual é_ [OS] a salvação da minha face, e o meu Deus. [1] Isa. 30.29. [2] Jer. 4.20. Eze. 7.26. [3] ver. 5. _Oração para que seja restituido aos privilegios do sanctuario._ 43 Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra a [OT] gente impia; livra-me do homem fraudulento e injusto. 2 Pois tu _és_ o Deus da minha fortaleza; porque me rejeitas? porque ando lamentando por causa da oppressão do inimigo? 3 Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu sancto monte, e aos teus tabernaculos. 4 Então irei ao altar de Deus, a Deus, _que é_ [OU] a minha grande alegria, e com harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu. 5 Porque estás abatida, ó alma minha? e porque te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, _o qual é_ a salvação da minha face e Deus meu. _O povo de Deus recorda os favores antigos, e roga o livramento dos males presentes._ Maschil para o cantor-mór, entre os filhos de Korah. 44 Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, [1] e nossos paes nos teem contado a obra _que_ fizeste em seus dias, nos tempos da antiguidade. 2 Como expelliste as nações com a tua mão e os plantaste a elles: _como_ affligiste os povos e [OV] os derribaste. 3 Pois não conquistaram a terra pela sua espada, nem o seu braço os salvou, mas a tua dextra e o teu braço, e a luz da tua face, porquanto te agradaste d’elles. 4 Tu és o meu Rei, ó Deus: ordena [OW] salvações para Jacob. 5 Por ti escornearemos [2] os nossos inimigos: pelo teu nome pizaremos os que se levantam contra nós: 6 Pois eu não confiarei no meu arco, nem a minha espada me salvará. 7 Mas tu nos salvaste dos nossos inimigos, e confundiste os que nos aborreciam. 8 Em Deus nos gloriamos todo o dia, e louvamos o teu nome eternamente (Selah). 9 Mas agora tu nos rejeitaste e nos confundiste, e não saes com os nossos exercitos. 10 Faze-nos [3] retirar do inimigo, e aquelles que nos odeiam _nos_ saqueiam para si. 11 Tu nos entregaste como [4] ovelhas para comer, e nos espalhaste entre as nações. 12 Tu vendes por nada o teu povo, e não augmentas _a tua riqueza_ com o seu preço. 13 Tu nos pões por opprobrio aos nossos visinhos, por escarneo e zombaria de aquelles que estão á roda de nós. 14 Tu nos pões por proverbio entre as nações, por movimento de cabeça entre os povos. 15 A minha [OX] confusão _está_ constantemente diante de mim, e a vergonha do meu rosto me cobre: 16 Á voz d’aquelle que affronta e blasphema, por causa do inimigo e do vingador. 17 Tudo [5] isto nos sobreveiu: _comtudo_ não nos esquecemos de ti, nem nos houvemos falsamente contra o teu concerto. 18 O nosso coração não voltou atraz, nem os nossos passos se desviaram das tuas veredas; 19 Ainda que nos quebrantaste n’um logar de [OY] dragões, e nos cobriste com a sombra da morte. 20 Se nós esquecemos o nome do nosso Deus, e estendemos as nossas mãos para _um_ deus estranho, 21 _Porventura_ não esquadrinhará Deus isso? pois elle sabe os segredos do coração. 22 Sim, por amor de ti, somos mortos todo o dia: somos tidos na conta de ovelhas para o matadouro. 23 Desperta, porque dormes, Senhor? acorda, não _nos_ rejeites para sempre. 24 Porque escondes [6] a tua face, e te esqueces da nossa miseria e da nossa oppressão? 25 Pois a nossa alma está abatida até ao pó; o nosso ventre se apega á terra. 26 Levanta-te em nosso auxilio, e resgata-nos por amor das tuas misericordias. [1] Exo. 12.26. [2] Dan. 8.6. [3] Lev. 26.17. [4] Rom. 8.36. [5] Dan. 9.13. [6] Job 13.24. _Descripção prophetica da união entre Christo e a sua egreja._ Maschil, cantico d’amor, para o cantor-mór, entre os filhos de Korah, sobre Shoshannim. 45 O meu coração ferve com palavras boas, fallo do que tenho feito no tocante ao Rei: a minha lingua _é_ a penna de um dextro escriptor. 2 Tu és mais formoso do que os filhos dos homens; [1] a graça se derramou em teus labios; portanto Deus te abençoou para sempre. 3 Cinge [2] a tua espada á coxa, ó Valente, com a tua gloria e a tua magestade. 4 [OZ] E n’_este_ teu esplendor cavalga prosperamente, por causa da verdade, da mansidão _e_ da justiça; e a tua dextra te ensinará coisas terriveis. 5 As tuas frechas _são_ agudas [PA] no coração dos inimigos do Rei, _e por ellas_ os povos cairam debaixo de ti. 6 O teu throno, ó Deus, é eterno e perpetuo; o sceptro do teu reino _é_ um sceptro d’equidade. 7 Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; portanto, Deus, o teu Deus, te ungiu com oleo de alegria, mais do que a teus companheiros. 8 Todos os teus vestidos _cheiram_ a myrrha, e aloes _e_ cassia, desde os palacios de marfim de onde te alegram. 9 As filhas dos reis _estavam_ entre as tuas illustres _donzellas_; á tua direita estava a rainha _ornada_ de finissimo oiro de Ophir. 10 Ouve, filha, e olha, e inclina os teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa do teu pae. 11 Então o rei se afeiçoará da tua formosura, pois elle _é_ teu Senhor; adora-o. 12 E a filha de Tyro _estará ali_ com presentes; os ricos do povo supplicarão o teu favor. 13 A filha do rei _é_ toda illustre por dentro: o seu vestido _é_ de oiro engastado. 14 Leval-a-hão ao rei com vestidos bordados; as virgens que a acompanham a trarão a ti. 15 Com alegria e regozijo as trarão: ellas entrarão no palacio do rei. 16 Em logar de teus paes serão teus filhos; d’elles farás [3] principes sobre toda a terra. 17 Farei lembrado [4] o teu nome de geração em geração; pelo que os povos te louvarão eternamente. [1] Luc. 4.22. [2] Isa. 49.2. Heb. 4.12. Apo. 1.16. [3] I Ped. 2.9. Apo. 1.6. [4] Mal. 1.11. _A fé perfeita que aquelle que crê tem em Deus._ Cantico sobre Alamoth, para o cantor-mór entre os filhos de Korah. 46 Deus _é_ o nosso refugio e fortaleza, soccorro [1] bem presente na angustia. 2 Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. 3 _Ainda que_ as aguas rujam _e_ se perturbem, _ainda que_ os montes se abalem pela sua braveza (Selah). 4 _Ha_ um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o sanctuario das moradas do Altissimo. 5 Deus _está_ [2] no meio d’ella, não se abalará; Deus a ajudará ao romper da manhã. 6 As nações se embraveceram; os reinos se moveram; elle levantou a sua voz e a terra se derreteu. 7 O Senhor dos Exercitos _está_ comnosco: o Deus de Jacob _é_ o nosso refugio (Selah). 8 Vinde, contemplae as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra! 9 Elle faz cessar as guerras até ao fim da terra: quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. 10 Aquietae-vos, e sabei que eu sou Deus; [3] serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra. 11 O Senhor dos Exercitos _está_ comnosco: o Deus de Jacob _é_ o nosso refugio (Selah). [1] Deu. 4.7. [2] Deu. 24.14. Isa. 12.6. Ose. 11.9. [3] Isa. 2.11, 17. _O triumpho do reino de Deus._ Psalmo para o cantor-mór, entre os filhos de Korah. 47 Applaudi com as mãos, todos os povos; cantae a Deus com voz de triumpho. 2 Porque o Senhor Altissimo _é_ tremendo, e Rei grande sobre toda a terra. 3 Elle nos subjugará os povos e as nações debaixo dos nossos pés. 4 Escolherá para nós a nossa herança, a gloria de Jacob, a quem amou (Selah). 5 Deus _subiu_ com jubilo, o Senhor _subiu_ ao som de trombeta. 6 Cantae louvores a Deus, cantae louvores; cantae louvores ao nosso Rei, cantae louvores. 7 Pois Deus _é_ o Rei de toda a terra, cantae louvores com intelligencia. 8 Deus reina sobre as nações: Deus se assenta [PB] sobre o throno da sua sanctidade. 9 Os principes do povo se ajuntam, o povo do Deus de Abrahão; porque os escudos da terra _são_ de Deus: elle está muito elevado! _A belleza e os privilegios de Sião._ Cantico e psalmo para os filhos de Korah. 48 Grande _é_ o Senhor e mui _digno_ de louvor, na cidade do nosso Deus, _no_ seu monte sancto. 2 Formoso de [PC] sitio, e alegria de toda a terra _é_ o monte de Sião sobre os lados do norte, a cidade do grande Rei. 3 Deus _é_ conhecido nos seus palacios por um alto refugio. 4 Porque eis que os reis se ajuntaram: elles passaram juntos. 5 Viram-_n’o_, e ficaram maravilhados; ficaram assombrados e _se_ apressaram em fugir. 6 Tremor ali os tomou, e dôres como de mulher de parto. 7 Tu quebras as náus de Tarsis com um vento oriental. 8 Como _o_ ouvimos, assim _o_ vimos na cidade do Senhor dos Exercitos, na cidade do nosso Deus. [1] Deus a confirmará para sempre (Selah). 9 Lembramo-nos, ó Deus, da tua benignidade no meio do teu templo. 10 Segundo _é_ o teu nome, ó Deus, assim _é_ o teu louvor, até aos fins da terra: a tua mão direita está cheia de justiça. 11 Alegre-se o monte de Sião; alegrem-se as filhas de Judah por _causa dos_ teus juizos. 12 Rodeae Sião, e cercae-a, contae as suas torres. 13 Marcae bem os seus antemuros, considerae os seus palacios, para que o conteis á geração seguinte. 14 Porque este Deus _é_ o nosso Deus para sempre, elle será nosso guia até á morte. [1] Isa. 2.2. Miq. 4.1. _A vaidade dos bens terrestres. Só Deus salva da morte._ Psalmo para o cantor-mór, entre os filhos de Korah. 49 Ouvi isto, _vós_ todos os povos; inclinae os ouvidos, todos os moradores do mundo, 2 Tanto baixos como altos, tanto ricos como pobres. 3 A minha bocca fallará de sabedoria; e a meditação do meu coração _será_ de entendimento. 4 Inclinarei [1] os meus ouvidos a _uma_ parabola: declararei o meu enigma na harpa. 5 Porque temerei eu nos dias maus, _quando_ me cercar a iniquidade dos que me armam ciladas? 6 Aquelles [2] que confiam na sua fazenda, e se gloriam na multidão das suas riquezas, 7 Nenhum d’elles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate d’elle 8 (Pois a redempção da sua alma é carissima, e cessará para sempre); 9 Para que viva para sempre, _e_ não veja corrupção: 10 Porque elle vê _que_ os sabios morrem: perecem egualmente tanto o louco como o brutal, e deixam a outros os seus bens. 11 O seu _pensamento_ interior _é que_ as suas casas _serão_ perpetuas _e_ as suas habitações de geração em geração; dão ás suas terras os seus proprios nomes. 12 Todavia o homem _que está_ na honra [3] não permanece; _antes_ é como os brutos _que_ perecem. 13 Este caminho d’elles _é_ a sua loucura; comtudo a sua posteridade approva as suas palavras (Selah). 14 Como ovelhas são postos na [PD] sepultura; a morte se alimentará d’elles; e os rectos terão dominio sobre elles na manhã, e a sua formosura na sepultura se consumirá [PE] da sua morada. 15 Mas Deus remirá a minha alma do poder da sepultura, pois me receberá (Selah). 16 Não temas, quando alguem se enriquece, quando a gloria da sua casa se engrandece. 17 Porque, quando morrer, nada levará _comsigo_, nem a sua gloria o acompanhará. 18 Ainda que na sua vida elle bemdisse a sua alma, e _os homens_ te louvam, quando fizeres bem a ti _mesmo_, 19 Irá para a geração de seus paes; elles nunca verão a luz. 20 O homem _que está_ na honra, e não tem entendimento, é similhante ás bestas que perecem. [1] Mat. 13.35. [2] Mar. 10.24. I Tim. 6.17. [3] Luc. 12.10. _Deus governa o mundo: Deus tem mais prazer na obediencia do que no sacrificio._ Psalmo de Asaph. 50 O Deus poderoso, o Senhor, fallou e chamou a terra desde o nascimento do sol até ao seu occaso. 2 Desde Sião, a perfeição da formosura, resplandeceu Deus. 3 Virá o nosso Deus, e não se calará; _um_ fogo se irá consumindo diante d’elle, e haverá grande tormenta ao redor d’elle. 4 Chamará os céus lá do alto, e a terra, para julgar o seu povo. 5 Ajuntae-me os meus sanctos, aquelles que fizeram comigo _um_ concerto com sacrificios. 6 E os céus annunciarão a sua justiça; pois Deus mesmo _é_ o Juiz (Selah). 7 Ouve, povo meu, e eu fallarei; Ó Israel, e eu protestarei contia ti; _Sou_ Deus, _sou_ o teu Deus. 8 Não te reprehenderei pelos teus sacrificios, ou holocaustos, _que estão_ continuamente perante mim. 9 Da tua casa não tirarei [1] bezerro _nem_ bodes dos teus curraes. 10 Porque meu _é_ todo o animal da selva, _e_ o gado sobre milhares de montanhas. 11 Conheço todas as aves dos montes; e minhas _são_ todas as feras do campo. 12 Se eu tivesse fome, não t’o diria, pois meu _é_ o mundo e _toda_ a sua plenitude. 13 Comerei eu carne de toiros? ou beberei sangue de bodes? 14 Offerece a Deus sacrificio de louvor, e paga ao Altissimo os teus votos. 15 E invoca-me [2] no dia da angustia: eu te livrarei, e tu me glorificarás. 16 Mas ao impio diz Deus: Que fazes tu em recitar os meus estatutos, e em tomar o meu concerto na tua bocca? 17 Visto que [3] aborreces a correcção, e lanças as minhas palavras para detraz de ti. 18 Quando vês o ladrão, consentes com elle, e _tens_ a tua parte com adulteros. 19 Soltas a tua bocca para o mal, e a tua lingua compõe o engano. 20 Assentas-te a fallar contra teu irmão; fallas mal contra o filho de tua mãe. 21 Estas _coisas_ tens feito, e eu me calei; pensavas que era _tal_ como tu; _mas_ eu te arguirei, e _as_ porei por ordem diante dos teus olhos. 22 Ouvi pois isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que _vos_ não faça em pedaços, sem haver quem _vos_ livre. 23 Aquelle [4] que offerece o sacrificio de louvor me glorificará; e áquelle que _bem_ ordena o _seu_ caminho eu mostrarei a salvação de Deus. [1] Miq. 6.6. Act. 17.25. [2] Zac. 13.9. [3] Rom. 2.21, 22. Neh. 9.26. [4] Rom. 12.1. Gal. 6.16. _David confessa o seu peccado, supplica o perdão e roga a Deus que lhe renove um espirito recto._ Psalmo de David para o cantor-mór, quando o propheta Nathan veiu a elle, depois d’entrar a Bathseba. 51 Tem misericordia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericordias. 2 Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu peccado. 3 Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu peccado _está_ sempre diante de mim. 4 Contra ti, contra ti sómente pequei, e fiz o que é mau á tua vista, para que sejas justificado quando fallares, _e_ puro quando julgares. 5 Eis que em iniquidade fui formado, e em peccado me concebeu minha mãe. 6 Eis que amas a verdade no intimo, e no occulto me fazes conhecer a sabedoria. 7 Purifica-me [1] com hyssope, e ficarei puro: lava-me, e ficarei mais branco do que a neve. 8 Faze-me ouvir jubilo e alegria, _para que_ gozem os ossos _que_ tu quebraste. 9 Esconde a tua face dos meus peccados, e apaga todas as minhas iniquidades. 10 Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espirito recto. 11 Não me lances fóra da tua presença, [2] e não retires de mim o teu Espirito Sancto. 12 Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustem-me _com o teu_ Espirito voluntario. 13 _Então_ ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os peccadores a ti se converterão. 14 Livra-me [3] dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, _e_ a minha lingua louvará altamente a tua justiça. 15 Abre, Senhor, os meus labios, e a minha bocca entoará o teu louvor. 16 Pois não queres os sacrificios que eu daria; tu não te deleitas em holocaustos. 17 Os sacrificios para Deus _são_ o espirito quebrantado; [4] a _um_ coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. 18 Faze o bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalem. 19 Então te agradarás [5] dos sacrificios da justiça, dos holocaustos e das offertas queimadas; então se offerecerão novilhos sobre o teu altar. [1] Num. 19.18. Heb. 9.19. Isa. 1.18. [2] Rom. 8.9. Eph. 4.30. [3] II Sam. 11.17. [4] Isa. 57.15. [5] Mal. 3.3. _David prediz a ruina do impio, e confia em Deus._ Maschil de David para o cantor-mór, quando Doeg, o idumeo, o annunciou a Saul, e lhe disse: David veiu a casa de Abimelech. 52 Porque te glorias na malicia, ó homem poderoso? pois a bondade de Deus _permanece_ continuamente. 2 A tua lingua intenta o mal, como uma navalha amolada, traçando enganos. 3 Tu amas mais o mal do que o bem, _e_ a mentira [1] mais do que o fallar a rectidão (Selah). 4 Amas todas as palavras devoradoras, ó lingua fraudulenta. 5 Tambem Deus te destruirá para sempre; arrebatar-te-ha e arrancar-te-ha da _tua_ habitação; e desarreigar-te-ha da terra dos viventes (Selah). 6 E os justos [2] o verão, e temerão: e se rirão d’elle: 7 Eis aqui o homem _que_ não poz em Deus a sua fortaleza; antes confiou na abundancia das suas riquezas, _e_ se fortaleceu na sua maldade. 8 Mas eu [3] _sou_ como a oliveira verde na casa de Deus; confio na misericordia de Deus para sempre, eternamente. 9 Para sempre te louvarei, porque tu _o_ fizeste, e esperarei no teu nome, porque _é_ bom diante de teus sanctos. [1] Jer. 9.4, 5. [2] Mal. 1.5. [3] Jer. 11.16. _O impio nega a existencia de Deus e se corrompe._ Maschil de David para o cantor-mór sobre Machalath. 53 Disse o [PF] nescio no seu coração: Não _ha_ Deus. Teem-se corrompido, [1] e commettido abominavel iniquidade: não _ha_ ninguem que faça o bem. 2 Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia _algum_ que tivesse entendimento e buscasse a Deus. 3 Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram immundos; não _ha_ quem faça o bem, não, nem sequer um. 4 Acaso não teem conhecimento [2] os que obram a iniquidade, os quaes comem o meu povo _como se_ comessem pão? elles não invocaram a Deus. 5 Ali se acharam em grande temor, _onde_ não havia temor, [3] pois Deus espalhou os ossos d’aquelle que te cercava; tu _os_ confundiste, porque Deus os rejeitou. 6 Oh! se _já_ de Sião viera a salvação de Israel! Quando Deus fizer voltar os captivos do seu povo, _então_ se regozijará Jacob _e_ se alegrará Israel. [1] Rom. 3.10. [2] Jer. 4.22. [3] Eze. 6.5. _David roga a Deus que o salve dos seus inimigos._ Maschil de David para o cantor-mór sobre Neginoth, quando os zipheos vieram e disseram a Saul: Porventura não está escondido entre nós? 54 Salva-me, ó Deus, pelo teu nome, e faze-me justiça pelo teu poder. 2 Ó Deus, ouve a minha oração, inclina os teus ouvidos ás palavras da minha bocca. 3 Porque os estranhos se levantam contra mim, e tyrannos procuram a minha vida: não teem posto Deus perante os seus olhos (Selah). 4 Eis que Deus _é_ o meu ajudador, o Senhor _está_ com aquelles que susteem a minha alma. 5 Elle recompensará com o mal aquelles que me andam espiando: destroe-os na tua verdade. 6 Eu te offerecerei voluntariamente sacrificios, louvarei o teu nome ó Senhor, porque _é_ bom. 7 Pois me tem livrado de toda a angustia; e os meus olhos viram _o meu desejo_ sobre os meus inimigos. _David queixa-se da malicia dos seus inimigos; persevera em oração, e lança a sua carga sobre o Senhor._ Maschil de David para o cantor-mór, sobre Neginoth. 55 Inclina ó Deus os _teus_ ouvidos á minha oração, e não te escondas da minha supplica. 2 Attende-me, e ouve-me: lamento na minha queixa, [1] e faço ruido, 3 Pelo clamor do inimigo e por causa da oppressão do impio: pois lançou sobre mim a iniquidade, e com furor me aborrecem. 4 O meu coração está dolorido dentro de mim, e terrores da morte cairam sobre mim. 5 Temor e tremor vieram sobre mim; e o horror me cobriu. 6 Pelo que disse: Oh! quem me déra azas como de pomba! _porque então_ voaria, e estaria em descanço. 7 Eis que fugiria para longe, _e_ pernoitaria no deserto (Selah). 8 Apressar-me-hia a escapar da furia do vento _e_ da tempestade. 9 [PG] Despedaça, [2] Senhor, e divide as suas linguas, pois tenho visto violencia e contenda na cidade. 10 De dia e de noite a cercam sobre os seus muros; iniquidade e malicia _estão_ no meio d’ella. 11 Maldade _ha_ dentro d’ella: astucia e engano não se apartam das suas ruas. 12 Pois não _era um_ inimigo _que_ me affrontava: então eu _o_ houvera supportado: nem _era_ o que me aborrecia _que se_ engrandecia contra mim, porque d’elle me teria escondido. 13 Mas eras tu, homem meu egual, meu guia e meu intimo amigo. 14 Consultavamos juntos suavemente, [3] _e_ andavamos em companhia na casa de Deus. 15 A morte os assalte, _e_ vivos desçam ao [PH] inferno; porque _ha_ maldade nas suas habitações _e_ no meio d’elles. 16 Porém eu invocarei a Deus, e o Senhor me salvará. 17 De tarde [4] e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei, e elle ouvirá a minha voz. 18 Livrou em paz a minha alma da peleja _que havia_ contra mim; pois havia muitos [PI] comigo. 19 Deus ouvirá, e os affligirá, Aquelle que preside desde a antiguidade (Selah), porque não ha n’elles nenhuma mudança, _e_ portanto não temem a Deus. 20 Elle [5] poz as suas mãos n’aquelles que teem paz com elle: quebrou a sua alliança. 21 _As palavras_ da sua bocca eram mais macias do que a manteiga, mas _havia_ guerra no seu coração: as suas palavras _eram_ mais brandas do que o azeite; comtudo, eram espadas nuas. 22 Lança [6] a tua carga sobre o Senhor, e elle te susterá: não permittirá nunca que o justo seja abalado. 23 Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de fraude não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei. [1] Isa. 38.14. [2] Jer. 6.7. [3] Psa. 42.5. [4] Dan. 6.10. Luc. 18.1. [5] Act. 12.1. [6] Mat. 6.25. _David roga a Deus que o livre dos seus inimigos, e confia em que elle lh’o conceda._ Mictam de David para o cantor-mór, sobre Jonath-elem-rechokin, quando os philisteos o prenderam em Gath. 56 Tem misericordia de mim, ó Deus, porque o homem procura devorar-me; pelejando todo o dia, me opprime. 2 Os que me andam espiando procuram devorar-me todo o dia; pois são muitos os que pelejam contra mim, ó Altissimo. 3 Em qualquer tempo que eu temer, me confiarei de ti. 4 Em Deus louvarei a sua palavra, em Deus puz a minha confiança; [1] não temerei o que me possa fazer a carne. 5 Todos os dias torcem as minhas palavras: todos os seus pensamentos _são_ contra mim para o mal. 6 Ajuntam-se, escondem-se, marcam os meus passos, como aguardando a minha alma. 7 _Porventura_ escaparão elles por meio da sua iniquidade? Ó Deus, derriba os povos na _tua_ ira! 8 Tu contas as minhas [PJ] vagueações; [2] põe as minhas lagrimas no teu odre; não _estão ellas_ no teu livro? 9 Quando eu a _ti_ clamar, então voltarão para traz os meus inimigos: isto sei eu, porque Deus _é_ por mim. 10 Em Deus louvarei a _sua_ palavra; no Senhor louvarei a _sua_ palavra. 11 Em Deus tenho posto a minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem. 12 Os teus votos _estão_ sobre mim, ó Deus; eu te renderei acções de graças; 13 Pois tu livraste a minha alma da morte; não _livrarás_ os meus pés da queda, para andar diante de Deus na luz dos viventes? [1] Isa. 31.3. Heb. 13.6. [2] Mal. 3.16. _David acha soccorro contra os seus inimigos e louva a Deus._ Mictam de David para o cantor-mór Al-tascheth, quando fugia de diante de Saul na caverna. 57 Tem misericordia de mim, ó Deus, tem misericordia de mim, porque a minha alma confia em ti; e na sombra das tuas azas me abrigo, até que passem [1] as calamidades. 2 Clamarei ao Deus altissimo, ao Deus que por mim tudo executa. 3 Elle enviará desde os céus, e me salvará _do_ desprezo d’aquelle que procurava devorar-me (Selah). Deus enviará a sua misericordia e a sua verdade. 4 A minha alma _está_ entre leões, e eu estou _entre_ aquelles que estão abrazados, filhos dos homens, cujos dentes são lanças e frechas, e a sua lingua espada afiada. 5 Sê exaltado, ó Deus, sobre os céus; seja a tua gloria sobre toda a terra. 6 Armaram uma rede aos meus passos; a minha alma está abatida; cavaram uma cova diante de mim, _porém elles mesmos_ cairam no meio d’ella (Selah). 7 Preparado está o meu coração, ó Deus, preparado está o meu coração; cantarei, e direi psalmos. 8 Desperta, gloria minha, desperta, alaude e harpa; eu _mesmo_ despertarei ao romper da alva. 9 Louvar-te-hei, Senhor, entre os povos; eu te cantarei entre as nações. 10 Pois a tua misericordia _é_ grande até aos céus, e a tua verdade até ás nuvens. 11 Sê exaltado, ó Deus, sobre os céus; e seja a tua gloria sobre toda a terra. [1] Isa. 26.20. _David reprova os impios. Deus os castigará, e salvará os justos._ Mictam de David para o cantor-mór Al-tascheth. 58 Acaso fallaes vós devéras, ó congregação, a justiça? Julgaes realmente, ó filhos dos homens? 2 Antes no coração obraes perversidades: sobre a terra pesaes a violencia das vossas mãos. 3 Alienam-se os impios desde a madre; andam errados desde que nasceram, fallando mentiras. 4 O seu veneno é similhante ao veneno da serpente; _são_ como a vibora surda _que_ tapa os ouvidos, 5 Para não ouvir a voz dos encantadores, do encantador sabio em encantamentos. 6 Ó Deus, quebra-lhes os dentes nas suas boccas; arranca, Senhor, os dentes queixaes aos filhos dos leões. 7 Escorram como aguas _que_ correm constantemente; _quando_ elle armar as suas frechas, fiquem feitos em pedaços. 8 Como a lesma se derrete, _assim_ se vá _cada um d’elles_, _como_ o aborto d’uma mulher, que nunca viu o sol. 9 Antes que as vossas panellas sintam os espinhos, elle os arrebatará na sua indignação como com um redemoinho. 10 O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do impio. 11 Então dirá o homem: Devéras _ha_ uma recompensa para o justo; devéras ha um Deus que julga na terra. _David supplica a Deus que o livre, e protesta a sua innocencia._ Mictam de David para o cantor-mór Al-taschet, quando Saul lhes mandou que guardassem a sua casa para o matarem. 59 Livra-me, meu Deus, dos meus inimigos, defende-me d’aquelles que se levantam contra mim. 2 Livra-me dos que obram a iniquidade, e salva-me dos homens sanguinarios. 3 Pois eis que põem ciladas á minha alma; os fortes se ajuntam contra mim, não _por_ transgressão minha ou _por_ peccado meu, ó Senhor. 4 Elles correm, e se preparam, sem culpa _minha_: desperta para me ajudares, e olha. 5 Tu, pois, ó Senhor, Deus dos Exercitos, Deus d’Israel, desperta para visitares [PK] todos os gentios: não tenhas misericordia de nenhum dos perfidos que obram a iniquidade (Selah). 6 Voltam á tarde: dão ganidos como cães, e rodeiam a cidade. 7 Eis que elles dão gritos com as suas boccas; espadas _estão_ nos seus labios, porque _dizem elles_: Quem ouve? 8 Mas tu, Senhor, te rirás d’elles: zombarás de todos os gentios. 9 _Por causa_ da sua força eu te aguardarei; pois Deus é a minha alta defeza. 10 O Deus da minha misericordia me prevenirá: Deus me fará ver _o meu desejo_ sobre os meus inimigos. 11 Não os mates, para que o meu povo se não esqueça: espalha-os pelo teu poder, e abate-os, ó Senhor, nosso escudo. 12 _Pelo_ peccado da sua bocca _e pelas_ palavras dos seus labios fiquem presos na sua soberba, e pelas maldições e pelas mentiras que fallam. 13 Consome-_os_ na _tua_ indignação, consome-_os_, para que não existam, e para que saibam que Deus reina em Jacob até aos fins da terra (Selah). 14 E tornem a vir á tarde, e dêem ganidos como cães, e cerquem a cidade. 15 Vagueiem para cima e para baixo por mantimento, e passem a noite sem se saciarem. 16 Eu porém cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua misericordia; porquanto tu foste o meu alto refugio, e protecção no dia da minha angustia. 17 A ti, ó fortaleza minha, cantarei _psalmos_; porque Deus _é_ a minha defeza e o Deus da minha misericordia. _Acção de graças por varias victorias._ Mictam de David, de doutrina, para o cantor-mór, sobre Susan Eduth, quando pelejou com os syros de Mesopotamia, e com os syros de Zoba, e Joab, tornando, feriu no Valle do Sal a doze mil dos idumeos. 60 Ó Deus, tu nos rejeitaste, tu nos espalhaste, tu te indignaste; oh, volta-te para nós. 2 Abalaste a terra, _e_ a fendeste; sara as suas fendas, pois ella treme. 3 Fizeste ver ao teu povo coisas arduas; [1] fizeste-nos beber o vinho da perturbação. 4 Déste um estandarte aos que te temem, para arvorarem no alto, por causa da verdade (Selah). 5 Para que os teus amados sejam livres, salva-_nos com_ a tua dextra, e ouve-nos; 6 Deus fallou na sua sanctidade: Eu me regozijarei, [2] repartirei a Sichem e medirei o valle de Succoth. 7 Meu _é_ Galaad, e meu _é_ Manasseh; Ephraim _é_ a força da minha cabeça; Judah é o meu legislador. 8 Moab _é_ o meu vaso de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; alegra-te, ó Palestina, por minha causa. 9 Quem me conduzirá á cidade forte? Quem me guiará até Edom? 10 Não _serás_ tu, ó Deus, _que_ nos tinhas rejeitado? _tu_, ó Deus, _que_ não saiste com os nossos exercitos? 11 Dá-nos auxilio na angustia, porque vão _é_ [PL] o soccorro do homem. 12 Em Deus faremos proezas; porque _elle é que_ pisará os nossos inimigos. [1] Isa. 51.17. Jer. 51.17, 21. [2] Jos. 1.6. Gen. 12.6. _David confia em Deus como seu refugio._ Psalmo de David para o cantor-mór, sobre Neginoth. 61 Ouve, ó Deus, o meu clamor; attende á minha oração. 2 Desde o fim da terra clamarei a ti, quando o meu coração estiver desmaiado; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu. 3 Pois tens sido um refugio para mim, _e_ uma torre forte contra o inimigo. 4 Habitarei no teu tabernaculo para sempre: abrigar-me-hei no occulto das tuas azas (Selah). 5 Pois tu, ó Deus, ouviste os meus votos: déste-_me_ a herança dos que temem o teu nome. 6 Prolongarás os dias do rei; _e_ os seus annos serão como muitas gerações. 7 Elle permanecerá diante de Deus para sempre; prepara-_lhe_ misericordia e verdade _que_ o preservem. 8 Assim cantarei psalmos ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus votos de dia em dia. _Exhortação a que se confie sómente em Deus._ Psalmo de David para o cantor-mór, sobre Jeduthun. 62 A minha alma [PM] espera sómente em Deus: d’elle _vem_ a minha salvação. 2 Só elle _é_ a minha rocha e a minha salvação; _é_ a minha defeza; não serei grandemente abalado. 3 Até quando maquinareis o _mal_ contra um homem? sereis mortos todos vós, [1] _sereis_ como uma parede encurvada _e_ um vallado bambaleante. 4 Elles sómente consultam _como_ o hão de derribar da sua excellencia: deleitam-se em mentiras; com a bocca bemdizem, mas nas suas entranhas maldizem (Selah). 5 Ó minha alma, [PN] espera sómente em Deus, porque d’elle _vem_ a minha esperança. 6 Só elle _é_ a minha rocha e a minha salvação; _é_ a minha defeza; não serei abalado. 7 Em Deus _está_ a minha [2] salvação e a minha gloria: a rocha da minha fortaleza, _e_ o meu refugio _estão_ em Deus. 8 Confiae n’elle, ó povo, em todos os tempos; derramae perante elle o vosso coração; Deus _é_ o nosso refugio (Selah). 9 Certamente [3] que os homens de classe baixa _são_ vaidade, e os homens d’ordem elevada são mentira; pesados em balanças, elles juntos _são mais leves_ do que a vaidade. 10 Não confieis na oppressão, nem vos ensoberbeçaes na rapina; se as vossas riquezas augmentam, não ponhaes _n’ellas_ o coração. 11 Deus fallou uma vez; duas vezes tenho ouvido isto: que o poder _pertence_ a Deus. 12 A ti tambem, Senhor, _pertence_ a misericordia; [4] pois retribuirás a cada um segundo a sua obra. [1] Isa. 30.13. [2] Jer. 3.23. [3] Rom. 3.4. [4] Jer. 32.19. Eze. 7.27 e 33.21. Rom. 2.8. Col. 3.25. I Ped. 1.17. Apo. 22.12. _David anhela pela presença de Deus._ Psalmo de David quando estava no deserto de Judah. 63 Ó Deus, tu _és_ o meu Deus, de madrugada te buscarei: a minha alma tem sêde de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra secca e cançada, onde não ha agua, 2 Para [1] ver a tua fortaleza e a tua gloria, como te vi no sanctuario. 3 Porque a tua benignidade _é_ melhor do que a vida; os meus labios te louvarão. 4 Assim eu te bemdirei emquanto viver: em teu nome levantarei as minhas mãos. 5 A minha alma se fartará, como de tutano e de gordura; e a minha bocca _te_ louvará com alegres labios, 6 Quando me lembrar de ti na minha cama, _e_ meditar em ti nas vigilias _da noite_. 7 Porque tu tens sido o meu auxilio; portanto na sombra das tuas azas me regozijarei. 8 A minha alma te segue de perto: a tua dextra me sustenta. 9 Mas aquelles _que_ procuram a minha alma para _a_ destruir, irão para as profundezas da terra. 10 Cairão á espada, serão _uma_ ração para as raposas. 11 Mas o rei se regozijará em Deus; [2] qualquer que por elle jurar se gloriará; porque se taparão as boccas dos que fallam a mentira. [1] I Sam. 4.21. [2] Deu. 6.13. _David supplica a Deus que guarde a sua vida, e espera que lh’o conceda._ Psalmo de David para o cantor-mór. 64 Ouve, ó Deus, a minha voz na minha oração: guarda a minha vida do temor do inimigo. 2 Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do tumulto dos que obram a iniquidade. 3 Que afiaram as suas linguas como espadas; _e_ armaram _por_ suas frechas palavras amargas, 4 A fim de atirarem em logar occulto ao _que é_ recto; disparam sobre elle repentinamente, e não temem. 5 Firmam-se em mau intento; fallam de armar laços secretamente, _e_ dizem: Quem os verá? 6 Andam inquirindo malicias, inquirem tudo o que se pode inquirir; e o intimo _pensamento_ de cada um d’elles, e o coração, é profundo. 7 Mas Deus atirará sobre elles uma setta, _e_ de repente ficarão feridos. 8 Assim elles farão com que as suas linguas tropecem contra si mesmos; todos aquelles que os virem fugirão. 9 E todos os homens temerão, [1] e annunciarão a obra de Deus; e considerarão prudentemente os feitos d’elle. 10 O justo se alegrará no Senhor, e confiará n’elle, e todos os rectos de coração se gloriarão. [1] Jer. 50.28 e 51.10. _David louva a Deus e dá-lhe graças pelas bençãos concedidas._ Psalmo e cantico de David para o cantor-mór. 65 [PO] A ti, ó Deus, espera o louvor em Sião, e a ti se pagará o voto. 2 Ó tu que ouves as orações, [1] a ti virá toda a carne. 3 Prevalecem as iniquidades contra mim; _porém_ tu expias as nossas transgressões. 4 Bemaventurado _aquelle a quem_ tu escolhes, e fazes chegar _a ti_, _para que_ habite em teus atrios: nós seremos fartos da bondade da tua casa _e_ do teu sancto templo. 5 Pelas coisas tremendas em justiça nos responderás, ó Deus da nossa salvação; tu és a esperança de todas as extremidades da terra, e d’aquelles que estão longe sobre o mar. 6 O que pela sua força consolida os montes, cingido de fortaleza: 7 O que applaca o ruido dos mares, o ruido das suas ondas, e o tumulto das gentes. 8 E os que habitam nos fins _da terra_ temem os teus signaes; tu fazes alegres as saidas da manhã e da tarde. 9 Tu visitas [2] a terra, e a refrescas; tu a enriqueces grandemente com o rio de Deus, _que está_ cheio d’agua; tu lhe preparas o trigo, quando assim a tens preparada. 10 Enches _d’agua_ os seus regos, fazendo-_a_ descer _em_ suas margens: tu a amoleces com a muita chuva: abençoas as suas novidades. 11 Coroas o anno da tua bondade, e as tuas veredas distillam gordura. 12 Distillam _sobre_ os pastos do deserto, e os outeiros os cingem de alegria. 13 Os campos se vestem de rebanhos, [3] e os valles se cobrem de trigo: elles se regozijam e cantam. [1] Isa. 66.23. [2] Deu. 11.12. Jer. 5.24. [3] Isa. 55.12. _Cantico de louvor a Deus pelas suas grandes obras._ Cantico e psalmo para o cantor-mór. 66 Jubilae a Deus, todas as terras. 2 Cantae a gloria do seu nome; dae gloria ao seu louvor. 3 Dizei a Deus: Quão terrivel _és tu nas_ tuas obras! pela grandeza do teu poder se submetterão a ti os teus inimigos. 4 Toda a terra te adorará e te cantará louvores: elles cantarão o teu nome (Selah). 5 Vinde, e vêde as obras de Deus: _é_ terrivel nos _seus_ feitos para com os filhos dos homens. 6 Converteu o [1] mar em _terra_ secca; passaram o rio a pé; ali nos alegrámos n’elle. 7 Elle domina eternamente pelo seu poder: os seus olhos estão sobre as nações; não se exaltem os rebeldes (Selah). 8 Bemdizei, povos, ao nosso Deus, e fazei ouvir a voz do seu louvor: 9 Ao que sustenta com vida a nossa alma, e não consente que sejam abalados os nossos pés. 10 Pois tu, ó Deus, nos provaste; [2] tu nos afinaste como se afina a prata. 11 Tu nos metteste na rede; affligiste os nossos lombos. 12 Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças; [3] passámos pelo fogo e pela agua; mas nos trouxeste a _um_ logar copioso. 13 Entrarei em tua casa com holocaustos; pagar-te-hei os meus votos. 14 Os quaes pronunciaram os meus labios, e fallou a minha bocca, quando estava na angustia. 15 Offerecer-te-hei holocaustos gordurosos com incenso de carneiros; offerecerei novilhos com cabritos (Selah). 16 Vinde, e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu contarei o que elle tem feito á minha alma. 17 A elle clamei com a minha bocca, e elle foi exaltado pela minha lingua. 18 Se eu attender [4] á iniquidade no meu coração, o Senhor não _me_ ouvirá; 19 _Mas_, na verdade, Deus _me_ ouviu; attendeu á voz da minha oração. 20 Bemdito _seja_ Deus, que não rejeitou a minha oração, nem _desviou_ de mim a sua misericordia. [1] Exo. 14.21. [2] Zac. 13.9. I Ped. 1.6, 7. [3] Isa. 43.2. [4] Isa. 1.15. João 9.31. Thi. 4.3. _O reino de Deus abrange toda a terra._ Psalmo e cantico para o cantor-mór sobre Neginoth. 67 Deus tenha misericordia de nós e nos abençõe; [1] _e_ faça resplandecer o seu rosto sobre nós (Selah). 2 Para [2] que se conheça na terra o teu caminho, _e_ entre todas as nações a tua salvação. 3 Louvem-te _a ti_, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos. 4 Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgarás os povos _com_ equidade, e governarás as nações sobre a terra (Selah). 5 Louvem-te _a ti_, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos. 6 _Então_ a terra dará [3] o seu fructo; e Deus, o nosso Deus, nos abençoará. 7 Deus nos abençoará, e todas as extremidades da terra o temerão. [1] Num. 6.25. [2] Act. 18.25. [3] Lev. 26.4. _Cantico de louvor e acção de graças a Deus como nosso salvador._ Psalmo e cantico de David para o cantor-mór. 68 Levante-se Deus, [1] e sejam [PP] dissipados os seus inimigos; fugirão de diante d’elle os que o aborrecem. 2 Como se impelle o fumo _assim_ tu _os_ impelles; _assim_ como a cera se derrete diante do fogo, _assim_ pereçam os impios diante de Deus. 3 Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e folguem d’alegria. 4 Cantae a Deus, cantae louvores ao seu nome; louvae aquelle que vae montado sobre os céus, pois o seu nome _é_ JAH, e exultae diante d’elle. 5 Pae d’orphãos e juiz de viuvas _é_ Deus, no seu logar sancto. 6 Deus faz que o solitario viva em familia; liberta aquelles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em _terra_ secca. 7 Ó Deus, [2] quando sahias diante do teu povo, quando caminhavas pelo deserto, (Selah). 8 A terra se abalava, e os céus distillavam perante a face de Deus; [3] _até_ o proprio Sinai _foi commovido_ na presença de Deus, do Deus de Israel. 9 Tu, ó Deus, mandaste a chuva em abundancia, confortaste a tua herança, quando estava cançada. 10 N’ella habitava o teu rebanho; tu, ó Deus, preparaste na tua bondade para o pobre. 11 O Senhor deu a palavra: grande _era_ o exercito dos que annunciavam as boas novas. 12 Reis de exercitos fugiram á pressa; e aquella que ficava em casa repartia os despojos. 13 Ainda que vos tenhaes deitado entre [PQ] panellas, _comtudo sereis como_ as azas d’_uma_ pomba, cobertas de prata, e as suas pennas d’oiro amarello. 14 Quando o Omnipotente ali espalhou os reis, ella ficou _alva_ como a neve em Salmon. 15 O monte de Deus _é como_ o monte de Basan, _um_ monte elevado _como_ o monte de Basan. 16 Porque [PR] saltaes, ó montes elevados? _este é o_ monte _que_ Deus desejou para a sua habitação, e o Senhor habitará _n’elle_ eternamente. 17 Os [4] carros de Deus _são_ vinte milhares, milhares de milhares. O Senhor _está_ entre elles, _como em_ Sinai, no _logar_ sancto. 18 Tu subiste ao alto, levaste captivo o captiveiro, recebeste dons para os homens, e até _para_ os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse _entre elles_. 19 Bemdito _seja_ o Senhor, que de dia em dia nos carrega de _beneficios_: o Deus _que é_ a nossa salvação (Selah). 20 _Aquelle que é_ o nosso Deus _é_ o Deus da salvação; e a JEHOVAH, o Senhor, _pertencem_ as saidas da morte. 21 Mas Deus ferirá gravemente a cabeça de seus inimigos _e_ o craneo cabelludo do que anda em suas culpas. 22 Disse o Senhor: Eu os farei voltar de Basan, farei voltar _o meu povo_ das profundezas do mar. 23 Para que o teu pé mergulhe no sangue de _teus_ inimigos, e no mesmo a lingua dos teus cães. 24 Ó Deus, elles teem visto os teus caminhos; os caminhos do meu Deus, meu Rei, no sanctuario. 25 Os cantores iam adiante, os tocadores de instrumentos atraz; entre elles as donzellas tocando adufes. 26 Celebrae a Deus nas congregações; ao Senhor, desde a fonte d’Israel. 27 Ali _está_ o pequeno Benjamin, que domina sobre elles, os principes de Judah _com_ o seu ajuntamento, os principes de Zabulon _e_ os principes de Naphtali. 28 O teu Deus ordenou a tua força: fortalece, ó Deus, o que _já_ obraste para nós. 29 Por amor do teu templo em Jerusalem, os reis te trarão presentes. 30 Reprehende _asperamente_ as feras das cannas, a multidão dos toiros, com os novilhos dos povos, _até que cada um_ se submetta com pedaços de prata; dissipa os povos _que_ desejam a guerra. 31 Embaixadores reaes virão do Egypto; a Ethiopia cedo estenderá para Deus as suas mãos. 32 Reinos da terra, cantae a Deus, cantae louvores ao Senhor (Selah), 33 Áquelle que vae montado sobre os céus dos céus, _que existiam_ desde a antiguidade; eis que envia a sua voz, _dá_ um brado vehemente. 34 Dae a Deus fortaleza: a sua excellencia _está_ sobre Israel e a sua fortaleza nas _mais altas_ nuvens. 35 Ó Deus, _tu és_ tremendo desde os teus sanctuarios: o Deus d’Israel _é_ o que dá fortaleza e poder ao seu povo. Bemdito _seja_ Deus! [1] Num. 10.35. Isa. 33.3. [2] Exo. 13.21. Jui. 4.14. Hab. 3.13. [3] Exo. 19.16. [4] Deu. 33.2. Heb. 12.12. _Os soffrimentos de David prefiguram os do Messias._ Psalmo de David para o cantor-mór sobre Shoshannim. 69 Livra-me, ó Deus, pois as aguas entraram até á _minha_ alma. 2 Atolei-me em profundo lamaçal, onde _se_ não _póde estar em_ pé; entrei na profundeza das aguas, onde a corrente me leva. 3 Estou cançado de clamar; a minha garganta se seccou: os meus olhos desfallecem esperando o meu Deus. 4 Aquelles que me aborrecem sem causa [1] são mais do que os cabellos da minha cabeça; aquelles que procuram destruir-me, _sendo_ injustamente meus inimigos, são poderosos: então restitui o que não furtei. 5 Tu, ó Deus, bem conheces a minha insipiencia; e os meus peccados não te são encobertos. 6 Não sejam envergonhados por minha causa aquelles que esperam em ti, ó Senhor, Senhor dos Exercitos; não sejam confundidos por minha causa aquelles que te buscam, ó Deus d’Israel. 7 Porque por amor de ti tenho supportado affrontas; a confusão cobriu o meu rosto. 8 Tenho-me tornado um estranho para com meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos de minha mãe. 9 Pois o zelo da tua casa me devorou, e as affrontas dos que te affrontam cairam sobre mim. 10 Quando chorei, e _castiguei_ com jejum a minha alma, isto se me tornou em affrontas. 11 Puz por vestido um sacco, e me fiz um proverbio para elles. 12 Aquelles que se assentam á porta fallam contra mim; e fui o cantico dos bebedores de bebida forte. 13 Eu porém _faço_ a minha oração a ti, Senhor, [2] _n’um_ tempo acceitavel: ó Deus, ouve-me segundo a grandeza da tua misericordia, segundo a verdade da tua salvação. 14 Tira-me do lamaçal, e não me deixes atolar; seja eu livre dos que me aborrecem, e das profundezas das aguas. 15 Não me leve a corrente das aguas, e não me absorva ao profundo, nem o poço cerre a sua bocca sobre mim. 16 Ouve-me, Senhor, pois boa _é_ a tua misericordia: olha para mim segundo a tua muitissima piedade. 17 E não escondas o teu rosto do teu servo, porque estou angustiado: ouve-me depressa. 18 Approxima-te da minha alma, _e_ resgata-a; livra-me por causa dos meus inimigos. 19 Bem tens [3] conhecido a minha affronta, e a minha vergonha, e a minha confusão; diante de ti _estão_ todos os meus adversarios. 20 Affrontas me quebrantaram o coração, e estou fraquissimo: esperei _por alguem_ que tivesse compaixão, mas não _houve_ nenhum; e por consoladores, mas não os achei. 21 Deram-me fel por mantimento, e na minha sêde me deram a beber vinagre. 22 Torne-se-lhes a sua mesa diante d’elles em laço e [PS] para _sua_ recompensa em ruina. 23 Escureçam-se-lhes os seus olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente. 24 Derrama sobre elles a tua indignação, e prenda-os o ardor da tua ira. 25 Fique desolado o seu [PT] palacio; e não haja quem habite nas suas tendas. 26 Pois perseguem _áquelle_ a quem feriste, e conversam sobre a dôr d’aquelles a quem chagaste. 27 Accrescenta iniquidade á iniquidade d’elles, e não entrem na tua justiça. 28 Sejam riscados do livro dos vivos, e não sejam escriptos com os justos. 29 Eu porém _sou_ pobre, e _estou_ triste; ponha-me a tua salvação, ó Deus, n’_um_ alto retiro. 30 Louvarei o nome de Deus com _um_ cantico, e engrandecel-o-hei com acção de graças. 31 _Isto_ será mais agradavel ao Senhor do que o boi ou bezerro que tem pontas e unhas. 32 Os mansos verão _isto_, e se agradarão; o vosso coração viverá, pois que buscaes a Deus. 33 Porque o Senhor ouve os necessitados, e não despreza os seus captivos. 34 Louvem-n’o os céus e a terra, os mares e tudo quanto n’elles se move. 35 Porque Deus salvará a Sião, e edificará as cidades de Judah, para que habitem n’ella e as possuam. 36 E herdal-a-ha a semente de seus servos, e os que amam o seu nome habitarão n’ella. [1] João 15.25. [2] Isa. 49.8 e 55.6. II Cor. 6.2. [3] Isa. 53.3. Heb. 12.2. _Na sua afflicção David supplica a Deus que se apresse em livral-o._ Psalmo de David para o cantor-mór, para lembrança. 70 Apressa-te, ó Deus, em me livrar; Senhor, _apressa-te_ em ajudar-me. 2 Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram a minha alma; voltem para traz e confundam-se os que me desejam mal. 3 Virem as costas por causa da recompensa da sua vergonha os que dizem: Ha! ha! 4 Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aquelles que amam a tua salvação digam continuamente: Engrandecido seja Deus. 5 Eu porém _estou_ afflicto e necessitado; apressa-te a mim, ó Deus; tu _és_ o meu auxilio e o meu libertador: Senhor, não te detenhas. _David confia em Deus, e roga que o livre dos seus inimigos, e o proteja._ 71 Em ti, Senhor, confio; nunca seja eu confundido. 2 Livra-me na tua justiça, e faze-me escapar: inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me. 3 Sê tu a minha habitação forte, á qual possa recorrer continuamente: déste um mandamento que me salva, pois tu _és_ a minha rocha e a minha fortaleza. 4 Livra-me, meu Deus, das mãos do impio, das mãos do homem injusto e cruel. 5 Pois tu _és_ a minha esperança, Senhor Deus; _tu és_ a minha confiança desde a [1] minha mocidade. 6 Por ti tenho sido sustentado desde o ventre: tu _és_ aquelle que me tiraste das entranhas de minha mãe: o meu louvor _será_ para ti constantemente. 7 Sou como um prodigio para muitos, mas tu _és_ o meu refugio forte. 8 Encha-se a minha bocca do teu louvor da tua gloria todo o dia. 9 Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se fôr acabando a minha força. 10 Porque os meus inimigos fallam contra mim, e os que espiam a minha alma consultam juntos, 11 Dizendo: Deus o desamparou: persegui-_o_ e tomae-o, pois não _ha_ quem _o_ livre. 12 Ó Deus, não te alongues de mim: meu Deus, apressa-te em ajudar-me. 13 Sejam confundidos e consumidos os que são adversarios da minha alma; cubram-se d’opprobrio e de confusão aquelles que procuram o meu mal. 14 Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez mais. 15 A minha bocca manifestará _a_ tua justiça e a tua salvação todo o dia, pois não conheço o numero d’ellas. 16 Sairei na força do Senhor Deus, farei menção da tua justiça, e só d’ella. 17 Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho annunciado as tuas maravilhas. 18 Agora tambem, quando estou velho e de cabellos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha annunciado a tua força a _esta_ geração, e o teu poder a todos os vindouros. 19 Tambem a tua justiça, ó Deus, _está_ muito alta, pois fizeste grandes coisas: ó Deus, quem é similhante a ti? 20 _Tu_, que me tens feito ver muitos males e angustias, me [2] darás ainda a vida, e me tirarás dos abysmos da terra. 21 Augmentarás a minha grandeza, e de novo me consolarás. 22 Tambem eu te louvarei com o psalterio, _bem como_ á tua verdade, ó meu Deus, cantarei com a harpa a ti, ó [3] Sancto d’Israel. 23 Os meus labios exultarão quando eu te cantar, assim como a minha alma que tu remiste. 24 A [4] minha lingua fallará da tua justiça todo o dia; pois estão confundidos e envergonhados aquelles que procuram o meu mal. [1] Jer. 17.7, 17. [2] Ose. 6.1, 2. [3] Isa. 60.9. [4] ver. 8, 15. _A excellencia, justiça e gloria do reino de Salomão prefiguram as do Messias._ Psalmo [PU] de Salomão. 72 Ó Deus, dá ao rei dos teus juizos, e a tua justiça ao filho do rei. 2 Elle julgará [1] ao teu povo com justiça, e aos teus pobres com juizo. 3 Os montes trarão paz ao povo e os outeiros com justiça. 4 Julgará os afflictos do povo, salvará os filhos do necessitado, e quebrantará o oppressor. 5 Temer-te-hão emquanto durar o sol e a lua, de geração em geração. 6 Elle descerá [2] como a chuva sobre a herva ceifada, como os chuveiros que humedecem a terra. 7 Nos seus dias florescerá o justo, [3] e abundancia de paz emquanto durar a lua. 8 Dominará de mar a mar, e desde o rio até ás extremidades da terra. 9 Aquelles que habitam no deserto se inclinarão ante elle, e os seus inimigos lamberão o pó. 10 Os reis de Tarsis e das ilhas trarão presentes; os reis de Sheba e de Saba offerecerão dons. 11 E todos os reis se prostrarão perante elle; todas as nações o servirão. 12 Porque elle livrará ao necessitado quando clamar, como tambem ao afflicto e ao que não tem quem o ajude. 13 Compadecer-se-ha do pobre e do afflicto, e salvará as almas dos necessitados. 14 Libertará as suas almas do engano e da violencia, e precioso será o seu sangue aos olhos d’elle. 15 E viverá, e se lhe dará do oiro de Sheba; e continuamente se fará por elle oração; e todos os dias o bemdirão. 16 Haverá um punhado de trigo em terra sobre as cabeças dos montes; o seu fructo se abalará como o Libano, e _os_ da cidade florescerão como a herva da terra. 17 O seu nome permanecerá eternamente; o seu nome se irá propagando de paes a filhos emquanto o sol _durar_, e _os homens_ serão abençoados n’elle; todas as nações lhe chamarão bemaventurado. 18 Bemdito [4] _seja_ o Senhor Deus, o Deus d’Israel, que só elle faz maravilhas. 19 E bemdito _seja_ para sempre o seu nome glorioso; e encha-se toda a terra da sua gloria. Amen e Amen. 20 _Aqui_ acabam as orações de David, filho de Jessé. [1] Isa. 11.2, 3, 4 e 32.1. [2] Ose. 6.3. [3] Isa. 2.4. Dan. 2.44. [4] Gen. 12.3 e 22.18. Jer. 4.2. _A prosperidade dos impios faz duvidar da justiça de Deus, mas o seu fim a demonstra._ Psalmo de Asaph. 73 Verdadeiramente bom _é_ Deus para com Israel, para com os limpos de coração. 2 Emquanto a mim, os meus pés quasi que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos. 3 Pois eu tinha inveja dos loucos, quando via a prosperidade dos impios. 4 Porque não _ha_ apertos na sua morte, mas firme _está_ a sua força. 5 Não se acham em trabalhos _como outra_ gente, nem são afflictos como _outros_ homens. 6 Pelo que a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violencia _como_ de adorno. 7 Os olhos d’elles estão inchados de gordura: elles teem mais do que o coração podia desejar. 8 São corrompidos e tratam maliciosamente de oppressão; [1] fallam arrogantemente. 9 Põem as suas boccas contra os céus, e as suas linguas andam pela terra. 10 Pelo que o seu povo volta aqui, e aguas de _copo_ cheio se lhes espremem. 11 E dizem: Como _o_ sabe Deus? ou ha conhecimento no Altissimo? 12 Eis que estes _são_ impios, e [PV] prosperam no mundo; augmentam _em_ riquezas. 13 Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração; [2] e lavei as minhas mãos na innocencia. 14 Pois todo o dia tenho sido afflicto, e castigado cada manhã. 15 Se eu dissesse: Fallarei assim; eis que offenderia a geração de teus filhos. 16 Quando pensava em entender isto [3] _foi_ para mim muito doloroso; 17 Até que entrei no sanctuario de Deus: _então_ entendi eu o fim d’elles. 18 Certamente tu os pozeste em logares escorregadios: tu os lanças em destruição. 19 Como caem na desolação, quasi n’um momento! ficam totalmente consumidos de terrores. 20 Como um sonho, quando se acorda, _assim_, ó Senhor, quando acordares, desprezarás a apparencia d’elles. 21 Assim o meu coração se azedou, e sinto picadas nos meus rins. 22 Assim me embruteci, e nada sabia; fiquei _como uma_ besta perante ti. 23 Todavia _estou_ de continuo comtigo; tu _me_ sustentaste pela minha mão direita. 24 Guiar-me-has com o teu conselho, e depois me receberás em gloria. 25 Quem tenho [4] eu no céu _senão a ti_? e na terra não ha a quem eu deseje além de ti. 26 A minha carne e o meu coração desfallecem; _mas_ Deus _é_ a [PW] fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre. 27 Pois eis que os que se alongam de ti, perecerão; tu [5] tens destruido todos aquelles que se desviam de ti. 28 Mas para mim, bom _é_ approximar-me de Deus; puz a minha confiança no Senhor Deus, para annunciar todas as tuas obras. [1] Ose. 7.16. II Ped. 2.18. [2] Mal. 3.14. [3] Ecc. 8.17. [4] Col. 3.8. [5] Exo. 34.15. _A assolação do sanctuario, e a supplica para que se lembrasse do seu povo afflicto._ Maschil de Asaph. 74 Ó Deus, porque _nos_ rejeitaste para sempre? _Porque_ se accende a tua ira contra as ovelhas do teu pasto? 2 Lembra-te da tua congregação _que_ compraste [1] desde a antiguidade, [PX] da vara da tua herança _que_ remiste, este monte de Sião, em que habitaste. 3 Levanta os teus pés para as perpetuas assolações, para tudo _o_ que o inimigo tem feito _de_ mal no sanctuario. 4 Os teus inimigos bramam [2] no meio das tuas synagogas; põem _n’ellas_ as suas insignias _por_ signaes. 5 _Cada qual_ se fez afamado, conforme levantara o machado contra a espessura do arvoredo. 6 Mas agora toda a obra entalhada por uma vez quebram com machados e martellos. 7 Lançaram fogo no teu sanctuario; profanaram, derribando-a até ao chão, a morada do teu nome. 8 Disseram nos seus corações: Despojemol-os d’uma vez. Queimaram todas as synagogas de Deus na terra. 9 Já não vemos os nossos signaes, já não _ha_ propheta: nem _ha_ entre nós alguem que saiba até quando _isto durará_. 10 Até quando, ó Deus, _nos_ affrontará o adversario? Blasphemará o inimigo o teu nome para sempre? 11 Porque retiras a tua mão, a saber, a tua dextra? tira-_a_ de dentro do teu seio, e consome-os. 12 Todavia Deus _é_ o meu Rei desde a antiguidade, obrando a salvação no meio da terra. 13 Tu dividiste o [3] mar pela tua força; quebrantaste as cabeças dos [PY] dragões nas aguas. 14 Fizeste em pedaços as cabeças do leviathan, _e_ o déste por mantimento aos habitantes do deserto. 15 Fendeste a fonte e o ribeiro: seccaste os rios impetuosos. 16 Teu _é_ o dia e tua _é_ a noite: [4] preparaste a luz e o sol. 17 Estabeleceste todos os limites da terra; [5] verão e inverno tu os formaste. 18 Lembra-te d’isto: [6] _que_ o inimigo affrontou ao Senhor, e _que_ um povo louco blasphemou o teu nome. 19 Não entregues ás feras a alma da tua rola: não te esqueças para sempre da vida dos teus afflictos. 20 Attende ao _teu_ concerto; pois os logares tenebrosos da terra estão cheios de moradas de [PZ] crueldade. 21 Oh, não volte envergonhado o opprimido: louvem o teu nome o afflicto e o necessitado. 22 Levanta-te, ó Deus, pleiteia a sua propria causa; lembra-te da affronta que o louco te faz cada dia. 23 Não te esqueças [QA] dos gritos dos teus inimigos: o tumulto d’aquelles que se levantam contra ti augmenta continuamente. [1] Exo. 15.16. Deu. 9.29. [2] Lam. 2.7. [3] Exo. 14.21. [4] Gen. 1.14. [5] Gen. 8.22. [6] Apo. 16.19. _O propheta louva a Deus e promette fazer observar a justiça._ Para o cantor-mór Al-tascheth. Psalmo e cantico de Asaph. 75 A ti, ó Deus, glorificamos, _a ti_ damos louvor, pois o teu nome _está_ perto, as tuas maravilhas o declaram. 2 Quando eu occupar o logar determinado, julgarei rectamente. 3 A terra e todos os seus moradores estão dissolvidos, mas eu fortaleci as suas columnas (Selah). 4 Disse eu aos loucos: Não enlouqueçaes; e aos impios: Não levanteis a fronte: 5 Não levanteis a vossa fronte altiva, _nem_ falleis com cerviz dura; 6 Porque nem do oriente, nem do occidente, nem do deserto _vem_ a exaltação. 7 Mas Deus _é_ o Juiz; a um abate, e a outro exalta. 8 Porque na mão do Senhor _ha um_ calix, cujo vinho é roxo; está cheio de mistura; e dá a beber d’elle; mas as fezes d’elle todos os impios da terra _as_ sorverão _e_ beberão. 9 E eu _o_ declararei para sempre; cantarei louvores ao Deus de Jacob. 10 E [QB] quebrarei todas as forças dos impios, _mas_ as forças dos justos serão exaltadas. _A magestade e o poder de Deus._ Psalmo e cantico de Asaph, para o cantor-mór, sobre Neginoth. 76 Conhecido _é_ Deus em Judah: grande _é_ o seu nome em Israel. 2 E em Salem está o seu tabernaculo, e a sua morada em Sião. 3 Ali quebrou as frechas do arco; o escudo, e a espada e a guerra (Selah). 4 Tu _és_ mais illustre, _ó_ glorioso, do que os montes de preza. 5 Os que são ousados de coração são despojados; dormiram o seu somno, e nenhum dos homens de força achou as suas mãos. 6 Á tua reprehensão, [1] ó Deus de Jacob, carros e cavallos são lançados n’um somno profundo. 7 Tu, tu _és_ terrivel; e quem subsistirá á tua vista, uma vez que te irares? 8 Desde os céus fizeste ouvir o teu juizo; a terra tremeu e se aquietou, 9 Quando Deus se levantou para _fazer_ juizo, para livrar a todos os mansos da terra (Selah). 10 Porque a colera do homem redundará em teu louvor; o restante da colera tu o restringirás. 11 Fazei votos, e pagae ao Senhor, vosso Deus: tragam presentes, os que estão em redor d’elle, áquelle que é tremendo. 12 Elle ceifará o espirito dos principes: _é_ tremendo para com os reis da terra. [1] Exo. 15.1, 21. Eze. 39.20. _O estado interno do psalmista; elle anima a sua alma pela consideração das grandes obras e da misericordia de Deus._ Psalmo de Asaph, para o cantor-mór, por Jeduthun. 77 Clamei ao Senhor _com_ a minha voz: a Deus _levantei_ a minha voz, e elle inclinou para mim os ouvidos. 2 No dia da minha angustia busquei ao Senhor: a minha mão se estendeu de noite, e não cessava; a minha alma recusava ser consolada. 3 Lembrava-me de Deus, e me perturbei: queixava-me, e o meu espirito desfallecia (Selah). 4 Sustentaste os meus olhos acordados: estou tão perturbado que não posso fallar. 5 Considerava [1] os dias da antiguidade, os annos dos tempos antigos. 6 De noite chamei á lembrança o meu cantico: meditei em meu coração, e o meu espirito esquadrinhou. 7 Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favoravel? 8 Cessou para sempre a sua benignidade? acabou-se _já_ a promessa de geração em geração? 9 Esqueceu-se Deus de ter misericordia? ou encerrou elle as suas misericordias na sua ira? (Selah). 10 E eu disse: A minha enfermidade é esta: _mas eu me lembrei_ dos annos da dextra do Altissimo. 11 Eu me lembrarei das obras do Senhor: certamente que eu me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade. 12 Meditarei tambem em todas as tuas obras, e fallarei dos teus feitos. 13 O teu caminho, ó Deus, _está_ no sanctuario. [2] Quem _é_ Deus _tão_ grande como o _nosso_ Deus? 14 Tu _és_ o Deus que fazes maravilhas: tu fizeste notoria a tua força entre os povos. 15 Com o _teu_ braço remiste o teu povo, os filhos de Jacob e de José (Selah). 16 As aguas te viram, ó Deus, as aguas te viram, _e_ tremeram; os abysmos tambem se abalaram. 17 As nuvens lançaram agua, os céus deram um som; as tuas frechas correram d’uma para outra parte. 18 A voz do teu trovão estava no céu; os relampagos alumiaram o mundo; a terra se abalou e tremeu. 19 O teu caminho _é_ no mar, e as tuas veredas nas grandes aguas, e os teus passos não são conhecidos. 20 Guiaste o [3] teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moysés e d’Aarão. [1] Deu. 32.7. [2] Exo. 15.11. [3] Exo. 13.21 e 14.19. _A salvação que Deus concedeu a Israel; a rebellião contra Elle; Deus escolheu Judah e David para pastorear Israel._ Maschil de Asaph. 78 Escutae a minha lei, [1] povo meu: inclinae os vossos ouvidos ás palavras da minha bocca. 2 Abrirei a minha bocca n’_uma_ parabola; fallarei enigmas da antiguidade. 3 As quaes temos ouvido e sabido, e nossos paes nol-as teem contado. 4 Não _as_ encobriremos [2] aos seus filhos, mostrando á geração futura os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que fez. 5 Porque elle estabeleceu _um_ testemunho em Jacob, e poz _uma_ lei em Israel, [3] a qual deu aos nossos paes para que a fizessem conhecer a seus filhos. 6 Para que a geração vindoura _a_ soubesse, os filhos _que_ nascessem, _os quaes_ se levantassem e _a_ contassem a seus filhos. 7 Para que pozessem em Deus a sua esperança, e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos. 8 E não fossem como seus paes, geração contumaz e rebelde, geração _que_ não regeu o seu coração, e cujo espirito não foi fiel com Deus. 9 Os filhos de Ephraim, armados e trazendo arcos, viraram _costas_ no dia da peleja. 10 Não guardaram o concerto de Deus, e recusaram andar na sua lei. 11 E esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver. 12 Maravilhas [4] que elle fez á vista de seus paes na terra do Egypto, _no_ campo de Zoan. 13 Dividiu o mar, e os fez passar por elle; fez com que as aguas parassem como n’um montão. 14 De dia os guiou por uma nuvem, e toda a noite por uma luz de fogo. 15 Fendeu as penhas no deserto; e deu-_lhes de_ beber como de grandes abysmos. 16 Fez sair fontes da rocha, e fez correr as aguas como rios. 17 E _ainda_ proseguiram em peccar contra elle, [5] provocando ao Altissimo na solidão. 18 E tentaram a Deus nos seus corações, pedindo carne para o seu appetite. 19 E fallaram [6] contra Deus, e disseram: _Acaso_ pode Deus preparar-_nos_ uma mesa no deserto? 20 Eis que [7] feriu a penha, e aguas correram _d’ella_; rebentaram ribeiros em abundancia: poderá tambem dar-_nos_ pão, ou preparar carne para o seu povo? 21 Pelo que o Senhor [8] _os_ ouviu, e se indignou: e accendeu _um_ fogo contra Jacob, e furor tambem subiu contra Israel; 22 Porquanto não creram [9] em Deus, nem confiaram na sua salvação: 23 Ainda que mandara ás altas nuvens, [10] e abriu as portas dos céus, 24 E chovera [11] sobre elles o manná para comerem, e lhes dera do trigo do céu. 25 O homem comeu o pão dos [QC] anjos; elle lhes mandou comida a fartar. 26 Fez ventar o vento do oriente nos céus, e o trouxe do sul com a sua força. 27 E choveu sobre elles carne como pó, e aves d’azas como a areia do mar. 28 E _as_ fez cair no meio do seu arraial, ao redor de suas habitações. 29 Então comeram [12] e se fartaram bem; pois lhes cumpriu o seu desejo. 30 Não refreiaram o seu appetite. Ainda [13] lhes _estava_ a comida na bocca, 31 Quando a ira de Deus desceu sobre elles, e matou os mais gordos d’elles, e feriu os escolhidos d’Israel. 32 Com tudo isto ainda peccaram, e não deram credito ás suas maravilhas. 33 Pelo que consumiu os seus dias na vaidade e os seus annos na angustia. 34 Quando os [14] matava, então o procuravam; e voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. 35 E se lembravam de que Deus era a sua rocha, [15] e o Deus Altissimo o seu Redemptor. 36 Todavia lisongeavam-n’o com a bocca, e com a lingua lhe mentiam. 37 Porque o seu coração não _era_ recto para com elle, nem foram fieis no seu concerto. 38 Porém elle, que é misericordioso, perdoou a _sua_ iniquidade: e não _os_ destruiu, antes muitas vezes desviou _d’elles_ o seu furor, e não despertou toda a sua ira. 39 Porque se lembrou de que _eram de_ carne, vento que vae e não torna. 40 Quantas vezes o provocaram no deserto, e o molestaram na solidão! 41 Voltaram atraz, [16] e tentaram a Deus; e limitaram o Sancto d’Israel. 42 Não se lembraram da sua mão, _nem_ do dia em que os livrou do adversario; 43 Como obrou os seus signaes no Egypto, e as suas maravilhas no campo de Zoan; 44 E converteu [17] os seus rios em sangue, e as suas correntes, para que não podessem beber. 45 Enviou [18] entre elles enxames de moscas que os consumiram, e rãs que os destruiram. 46 Deu tambem ao pulgão a sua novidade, e o seu trabalho aos gafanhotos. 47 Destruiu [19] as suas vinhas com saraiva, e os seus sycomoros com pedrisco. 48 Tambem entregou o seu gado á saraiva, e os seus rebanhos ás brazas ardentes. 49 Lançou sobre elles o ardor da sua ira, furor, indignação, e angustia, mandando maus anjos _contra elles_. 50 Preparou caminho á sua ira; não retirou as suas almas da morte, mas entregou á pestilencia as suas vidas. 51 E feriu a todo o primogenito no Egypto, primicias da _sua_ força nas tendas de Cão. 52 Mas fez _com_ que o seu povo saisse como ovelhas, e os guiou pelo deserto como _um_ rebanho. 53 E os guiou com segurança, que não temeram; mas o mar cobriu os seus inimigos. 54 E o trouxe até ao termo [20] do seu sanctuario, até este monte que a sua dextra adquiriu. 55 E expulsou as nações de diante d’elles, e as partiu em herança por linha, e fez habitar em suas tendas as tribus d’Israel. 56 Comtudo tentaram [21] e provocaram o Deus altissimo, e não guardaram os seus testemunhos. 57 Mas retiraram-se para traz, e portaram-se infielmente como seus paes: viraram-se como _um_ arco enganoso. 58 Pois o provocaram á ira com os seus altos, e moveram o seu zelo com as suas imagens de esculptura. 59 Deus ouviu _isto_ e se indignou; e aborreceu a Israel em grande maneira. 60 Pelo que desamparou [22] o tabernaculo em Silo, a tenda _que_ estabeleceu entre os homens. 61 E deu [23] a sua força ao captiveiro; e a sua gloria á mão do inimigo. 62 E entregou [24] o seu povo á espada; e se enfureceu contra a sua herança. 63 O fogo consumiu os seus mancebos, e as suas donzellas não foram dadas em casamento. 64 Os seus sacerdotes cairam á espada, e as suas viuvas não fizeram lamentação. 65 Então o Senhor despertou, [25] como quem acaba de dormir, como um valente que se alegra com o vinho. 66 E feriu os seus adversarios por detraz, e pôl-os em perpetuo desprezo. 67 Além d’isto, recusou o tabernaculo de José, e não elegeu a tribu d’Ephraim. 68 Antes elegeu a tribu de Judah; o monte de Sião, que elle amava. 69 E edificou o seu sanctuario como altos _palacios_, como a terra que fundou para sempre. 70 Tambem elegeu a David seu servo, [26] e o tirou dos apriscos das ovelhas: 71 E o tirou do cuidado das _que se achavam_ prenhes; para apascentar a Jacob, seu povo, e a Israel, sua herança. 72 Assim os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou pela [QD] industria de suas mãos. [1] Isa. 51.4. [2] Deu. 4.9 e 6.7. [3] Deu. 4.9. [4] Exo. 7 e 8 e 9 e 10 e 11 e 12. Gen. 32.3. Num. 13.22. [5] Deu. 9.22. Heb. 3.16. [6] Num. 11.4. [7] Exo. 17.6. Num. 20.11. [8] Num. 11.1, 10. [9] Heb. 3.18. [10] Gen. 7.11. Mal. 3.10. [11] Exo. 16.4, 14. João 6.31. I Cor. 10.3. [12] Num. 11.30. [13] Num. 11.35. [14] Ose. 5.15. [15] Exo. 15.13. Deu. 7.8. [16] Num. 14.22. [17] Exo. 7.20. [18] Exo. 8.24. [19] Exo. 9.23, 25. [20] Exo. 15.17. [21] Jui. 2.11, 12. [22] I Reis 4.11. [23] Jui. 18.30. [24] I Reis 4.10. [25] Isa. 42.13. [26] Gen. 33.13. Isa. 40.11. _A assolação de Jerusalem e a supplica de soccorro._ Psalmo de Asaph. 79 Ó Deus, [QE] os gentios vieram á tua [1] herança; contaminaram o teu sancto templo; reduziram Jerusalem a montões de pedras. 2 Deram os corpos mortos dos teus servos por comida ás aves dos céus, e a carne dos teus sanctos ás bestas da terra. 3 Derramaram o sangue d’elles como agua ao redor de Jerusalem, e não houve _quem_ os enterrasse. 4 Somos feitos opprobrio para nossos visinhos, escarneo e zombaria para os que _estão_ á roda de nós. 5 Até quando, Senhor? _Acaso_ te indignarás para sempre? Arderá o teu zelo como fogo? 6 Derrama o teu furor sobre os gentios que te não conhecem, e sobre os reinos que não invocam o teu nome. 7 Porque devoraram a Jacob, e assolaram as suas moradas. 8 Não te lembres [2] das nossas iniquidades passadas: previnam-nos depressa as tuas misericordias, pois _já_ estamos muito abatidos. 9 Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela gloria do teu nome: e livra-nos, e espia os nossos peccados por amor do teu nome. 10 Porque diriam os gentios: Onde está o seu Deus? Seja elle conhecido entre os gentios, a nossa vista, _pela_ vingança do sangue dos teus servos, _que foi_ derramado. 11 Venha perante a tua face o gemido dos presos; segundo a grandeza do teu braço preserva aquelles que estão sentenciados á morte. 12 E torna aos nossos visinhos, no seu regaço, sete vezes tanto da sua injuria com a qual te injuriaram, Senhor. 13 Assim nós, teu povo e ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente: de geração em geração cantaremos os teus louvores. [1] Exo. 15.17. [2] Isa. 64.9. _O propheta supplica a Deus que livre a sua vinha dos que a destroem._ Para o cantor-mór. Sobre Sosanim Eduth. Psalmo de Asaph. 80 Tu, _que és_ pastor d’Israel, dá ouvidos: tu, que guias a José como a _um_ rebanho: tu, que te assentas _entre_ os [1] cherubins, resplandece. 2 Perante Ephraim, Benjamin e Manasseh, desperta o teu poder, e vem salvar-nos. 3 Faze-nos voltar, ó Deus, e faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos. 4 Ó Senhor Deus dos Exercitos, até quando te indignarás contra a oração do teu povo? 5 Tu os sustentas com pão de lagrimas, [2] e lhes dás a beber lagrimas, [QF] com abundancia. 6 Tu nos pões em contendas com os nossos visinhos: e os nossos inimigos zombam _de nós_ entre si. 7 Faze-nos voltar, [3] ó Deus dos Exercitos, e faze resplandecer o teu rosto; e seremos salvos. 8 Trouxeste uma vinha do Egypto: lançaste fóra as nações, e a plantaste. 9 Preparaste-lhe _logar_, e fizeste com que ella deitasse raizes; e encheu a terra. 10 Os montes foram cobertos da sua sombra, e os seus ramos se fizeram _como os_ formosos cedros. 11 Ella estendeu a sua ramagem até ao mar, e os seus ramos até ao rio. 12 Porque quebraste então os seus vallados, de modo que todos os que passam por ella a vindimam? 13 O javali da selva a devasta, e as feras do campo a devoram. 14 Oh Deus dos Exercitos, volta-te, nós te rogamos, attende dos céus, e vê, e visita esta vide; 15 E a videira que a tua dextra plantou, e o sarmento que fortificaste para ti. 16 _Está_ queimada pelo fogo, _está_ cortada: pereceu pela reprehensão da tua face. 17 Seja a tua mão sobre o varão da tua dextra, sobre o filho do homem, que fortificaste para ti. 18 Assim nós não te viraremos as costas; guarda-nos em vida, e invocaremos o teu nome. 19 Faze-nos voltar, Senhor Deus dos Exercitos: faze resplandecer o teu rosto; e seremos salvos. [1] Exo. 25.20, 22. [2] Isa. 30.20. [3] Isa. 5.17. _Deus reprehende a Israel pela sua ingratidão e rebellião._ Psalmo de Asaph para o cantor-mór, sobre Gittith. 81 Exultae a Deus, nossa fortaleza: jubilae ao Deus de Jacob. 2 Tomae o psalterio, e trazei o adufe, a harpa suave e o alaude. 3 Tocae a trombeta na lua nova, no tempo apontado da nossa solemnidade. 4 Porque _isto era_ um estatuto para Israel, _e_ uma ordenança do Deus de Jacob. 5 Ordenou-o em José por testemunho, quando saira pela terra do Egypto, _onde_ ouvi uma lingua _que_ não entendia. 6 Tirei de seus hombros a carga; as suas mãos foram livres [QG] das marmitas. 7 Clamaste na angustia, e te livrei; respondi-te no logar occulto dos trovões; [1] provei-te nas aguas de Meribah (Selah). 8 Ouve-me, povo meu, e eu te attestarei: ah, Israel, se me ouvisses! 9 Não haverá entre ti Deus alheio nem te prostrarás ante um Deus estranho. 10 Eu [2] _sou_ o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egypto: abre bem a tua bocca, e t’a encherei. 11 Mas o meu povo não quiz ouvir a minha voz, e Israel não me quiz. 12 Pelo que eu os entreguei aos desejos dos seus proprios corações, _e_ andaram nos seus mesmos conselhos. 13 Oh! se o meu povo me tivesse ouvido! se Israel andasse nos meus caminhos! 14 Em breve abateria os seus inimigos, e viraria a minha mão contra os seus adversarios. 15 Os que aborrecem ao Senhor ter-se-lhe-hiam sujeitado, e o seu tempo seria eterno. 16 E o sustentaria com o trigo mais fino, e te fartaria com o mel saido da [QH] pedra. [1] Exo. 17.6. [2] Exo. 20.2. _O propheta reprehende os juizes por causa da sua injustiça._ Psalmo de Asaph. 82 Deus está [1] na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses. 2 Até quando julgareis injustamente, e acceitareis as pessoas dos impios? (Selah). 3 Fazei justiça ao pobre e ao orphão: justificae o afflicto e necessitado. 4 Livrae o pobre e o necessitado; tirae-os das mãos dos impios. 5 Elles não conhecem, nem entendem; andam em trevas; todos os fundamentos da terra vacillam. 6 Eu disse: Vós _sois_ deuses, e todos vós filhos do Altissimo. 7 Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer dos principes. 8 Levanta-te, [2] ó Deus, julga a terra, pois tu possues todas as nações. [1] II Chr. 19.6. [2] Miq. 7.2, 7. _As nações congregam-se contra Israel, e o propheta supplica a Deus que o livre._ Cantico e psalmo de Asaph. 83 Ó Deus, não estejas em silencio; não te cales, nem te aquietes, ó Deus. 2 Porque eis que teus inimigos fazem tumulto, e os que te aborrecem levantaram a cabeça. 3 Tomaram astuto conselho contra o teu povo, e consultavam contra os teus escondidos. 4 Disseram: Vinde, e desarreiguemol-os para que não _sejam_ nação, nem haja mais memoria do nome de Israel. 5 Porque consultaram juntos e unanimes; elles se alliam contra ti: 6 As tendas de Edom, e dos ismaelitas, de Moab, e dos agarenos, 7 De Gebal, e de Ammon, e de Amalek, de Palestina, com os moradores de Tyro. 8 Tambem Assyria se ajuntou com elles: foram ajudar aos filhos de Lot (Selah). 9 Faze-lhes como aos madianitas; como _a_ Sisera, como _a_ Jabin na ribeira de Kison. 10 _Os quaes_ pereceram em Endor; tornaram-se como estrume para a terra. 11 Faze aos seus nobres como [1] _a_ Oreb, e como _a_ Zeeb e a todos os seus principes, como _a_ Zebah e como _a_ Zalmuna; 12 Que disseram: Tomemos para nós as casas de Deus em possessão. 13 Deus meu, [2] faze-os como um tufão, como a aresta diante do vento. 14 Como o fogo que queima um bosque, e como a chamma que incendeia as [QI] brenhas, 15 Assim os persegue com a tua tempestade, e os assombra com o teu torvelinho. 16 Encham-se de vergonha as suas faces, para que busquem o teu nome, Senhor. 17 Confundam-se e assombrem-se perpetuamente; envergonhem-se, e pereçam. 18 Para que saibam que tu, a quem só pertence o nome de [QJ] JEHOVAH, _és_ o Altissimo sobre toda a terra. [1] Jui. 7.25. [2] Isa. 17.13. _A felicidade d’aquelle que habita no sanctuario de Deus._ Para o cantor-mór sobre Gittith. Psalmo para os filhos de Korah. 84 Quão amaveis _são_ os teus tabernaculos, Senhor dos Exercitos. 2 A minha alma está desejosa, e desfallece pelos atrios do Senhor: o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo. 3 Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde ponha seus filhos, _até mesmo_ nos teus altares, Senhor dos exercitos, Rei meu e Deus meu. 4 Bemaventurados os que habitam em tua casa: louvar-te-hão continuamente. (Selah) 5 Bemaventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração _estão_ os caminhos _aplanados_. 6 _Que_, passando pelo valle das [QK] amoreiras, faz d’elle uma fonte; a chuva tambem enche os tanques. 7 Vão indo de força em força; _cada um d’elles_ em Sião apparece perante Deus. 8 Senhor Deus dos Exercitos, escuta a minha oração: inclina os ouvidos, ó Deus de Jacob! (Selah) 9 Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido. 10 Porque vale mais um dia nos teus atrios do que mil. Preferiria estar á porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos impios. 11 Porque o Senhor Deus _é um_ sol e escudo: o Senhor dará graça e gloria; não retirará bem _algum_ aos que andam na rectidão. 12 Senhor dos Exercitos, bemaventurado o homem que em ti põe a sua confiança. _Fundando-se nos livramentos passados, o povo de Deus pede o livramento das afflicções presentes._ Psalmo para o cantor-mór, entre os filhos de Korah. 85 Abençoaste, Senhor, a tua terra: fizeste voltar o captiveiro de Jacob. 2 Perdoaste a iniquidade do teu povo: cobriste todos os seus peccados. (Selah) 3 Fizeste cessar toda a tua indignação: desviaste-te do ardor da tua ira. 4 Torna-nos a trazer, ó Deus da nossa salvação, e faze cessar a tua ira de sobre nós. 5 _Acaso_ estarás sempre irado contra nós? _ou_ estenderás a tua ira a todas as gerações? 6 Não tornarás a reviver-nos, para que o teu povo se alegre em ti? 7 Mostra-nos, Senhor, a tua misericordia, e concede-nos a tua salvação. 8 Escutarei [1] o que Deus, o Senhor, fallar; porque fallará de paz ao seu povo, e aos sanctos para que não voltem á loucura. 9 Certamente que a salvação _está_ perto d’aquelles que o temem, para que a gloria habite na nossa terra. 10 A misericordia [2] e a verdade se encontraram: a justiça e a paz se beijaram. 11 A verdade [3] brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus. 12 Tambem o Senhor dará o _que é_ bom, e a nossa terra dará o seu fructo. 13 A justiça irá adiante d’elle, e a porá no caminho das suas pisadas. [1] Hab. 2.1. Zac. 9.10. [2] Isa. 46.13. João 1.14. [3] Isa. 45.8. _David implora ardentemente o soccorro de Deus._ Oração de David. 86 Inclina, Senhor, os teus ouvidos, _e_ ouve-me, porque _estou_ necessitado e afflicto. 2 Guarda a minha alma, pois sou sancto; oh Deus meu, salva o teu servo, que em ti confia. 3 Tem misericordia de mim, ó Senhor, pois a ti clamo todo o dia. 4 Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, levanto a minha alma. 5 Pois tu, Senhor, _és_ bom, e prompto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam. 6 Dá ouvidos, Senhor, á minha oração, e attende á voz das minhas supplicas. 7 No dia da minha angustia clamo a ti, porquanto me respondes. 8 Entre os deuses não _ha_ similhante a ti, Senhor, nem _ha_ obras como as tuas. 9 Todas [1] as nações que fizeste virão e se prostrarão perante a tua face, Senhor, e glorificarão o teu nome. 10 Porque tu _és_ grande e fazes maravilhas; só tu _és_ Deus. 11 Ensina-me, Senhor, o teu caminho, _e_ andarei na tua verdade: une o meu coração ao temor do teu nome. 12 Louvar-te-hei, Senhor Deus meu, com todo o meu coração, e glorificarei o teu nome para sempre. 13 Pois grande _é_ a tua misericordia para comigo; e livraste a minha alma da sepultura mais profunda. 14 Ó Deus, os soberbos se levantaram contra mim, e as assembléas dos tyrannos procuraram a minha alma; e não te pozeram perante os seus olhos. 15 Porém tu, [2] Senhor, _és_ um Deus cheio de compaixão, e piedoso, soffredor, e grande em benignidade e em verdade. 16 Volta-te para mim, e tem misericordia de mim; dá a tua fortaleza ao teu servo, e salva ao filho da tua serva. 17 Mostra-me um signal para bem, para que _o_ vejam aquelles que me aborrecem, e se confundam; porque tu, Senhor, me ajudaste e me consolaste. [1] Isa. 43.7. Apo. 15.4. [2] Exo. 34.6. Num. 14.18. Neh. 9.17. _Deus tem o maior prazer em Sião._ Psalmo e canto para os filhos de Korah. 87 O seu fundamento _está_ nos montes sanctos. 2 O Senhor ama as portas de Sião, mais do que todas as habitações de Jacob. 3 Coisas [1] gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus. (Selah) 4 Farei menção de Rahab e de Babylonia áquelles que me conhecem: eis-que da Philisteia, e de Tyro, e [QL] da Ethiopia, se dirá: Este _homem_ nasceu ali. 5 E de Sião se dirá: Este e aquelle nasceu ali; e o mesmo Altissimo a estabelecerá. 6 O Senhor contará na descripção dos povos _que_ este _homem_ nasceu ali. (Selah) 7 Assim como os cantores e tocadores de instrumentos _estarão lá_, todas as minhas fontes _estão_ dentro de ti. [1] Isa. 60.14, 15. _O psalmista queixa-se das suas grandes desgraças, e supplica a Deus que o livre._ Cantico e psalmo para os filhos de Korah e para o cantor-mór sobre Mahalat Leannoth, instrucção de Heman Ezrahita. 88 Senhor Deus da minha salvação, [1] diante de ti tenho clamado de dia e de noite. 2 Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor; 3 Porque a minha alma está cheia de angustias, e a minha vida se approxima da sepultura. 4 Estou contado com aquelles que descem ao abysmo: estou como homem sem forças, 5 Apartado entre os mortos, como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quaes te não lembras mais, e estão cortados da tua mão. 6 Pozeste-me no abysmo mais profundo, em trevas e nas profundezas. 7 Sobre mim peza o teu furor: tu _me_ affligiste com todas as tuas ondas (Selah). 8 Alongaste de mim os meus conhecidos, pozeste-me em extrema abominação para com elles: estou fechado, e não posso sair. 9 A minha vista desmaia por causa da afflicção: Senhor, tenho clamado a ti todo o dia, tenho estendido para ti as minhas mãos. 10 Mostrarás tu maravilhas aos mortos, ou os mortos se levantarão e te louvarão? (Selah) 11 Será annunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade na perdição? 12 Saber-se-hão as tuas maravilhas nas trevas, e a tua justiça na terra do esquecimento? 13 Eu, porém, Senhor, tenho clamado a ti, e de madrugada te esperará a minha oração. 14 Senhor, porque rejeitas a minha alma? porque escondes de mim a tua face? 15 _Estou_ afflicto, e prestes _tenho estado_ a morrer desde a _minha_ mocidade: _emquanto_ soffro os teus terrores, estou distrahido. 16 A tua ardente indignação sobre mim vae passando: os teus terrores me teem retalhado. 17 Elles me rodeiam todo o dia como agua; elles juntos me sitiam. 18 Desviaste para longe de mim amigos e companheiros, _e_ os meus conhecidos _estão_ em trevas. [1] Luc. 18.7. _Traz-se á memoria o pacto de Deus com David, a fim de que Deus livre o seu povo dos males presentes._ Maschil de Ethan, o ezrahita. 89 As benignidades do Senhor cantarei perpetuamente: com a minha bocca manifestarei a tua fidelidade de geração em geração. 2 Pois disse eu: A _tua_ benignidade será edificada para sempre: tu confirmarás a tua fidelidade até nos céus, _dizendo_: 3 Fiz [1] um concerto com o meu escolhido: jurei ao meu servo David, _dizendo_: 4 A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu throno de geração em geração (Selah). 5 E os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, a tua fidelidade tambem na congregação dos sanctos. 6 Pois quem no céu se pode egualar ao Senhor? _Quem_ entre os filhos dos poderosos pode ser similhante ao Senhor? 7 Deus é muito formidavel na assembléa dos sanctos, e para ser reverenciado por todos os que o cercam. 8 Ó Senhor, Deus dos Exercitos, quem _é_ forte como tu, Senhor? pois a tua fidelidade _está_ á roda de ti? 9 Tu dominas o impeto do mar: quando as suas ondas se levantam, tu as fazes aquietar. 10 Tu quebrantaste a Rahab como se fôra ferida de morte; espalhaste os teus inimigos com o teu braço forte. 11 Teus _são_ os céus, e tua _é_ a terra; o mundo e a sua plenitude tu os fundaste. 12 O norte e o sul tu os creaste; Tabor e Hermon jubilam em teu nome. 13 Tu tens um braço poderoso; forte é a tua mão, _e_ alta está a tua dextra. 14 Justiça e juizo _são_ o assento do teu throno, misericordia e verdade irão adiante do teu rosto. 15 Bemaventurado o povo que conhece o som alegre: andará, ó Senhor, na luz da tua face. 16 Em teu nome se alegrará todo o dia, e na tua justiça se exaltará. 17 Pois tu _és_ a gloria da sua força; e no teu favor será exaltado o nosso [QM] poder. 18 Porque o Senhor _é_ a nossa defeza, e o Sancto d’Israel o nosso Rei. 19 Então fallaste em visão ao teu sancto, e disseste: Puz o soccorro sobre _um que é_ poderoso: exaltei a _um_ eleito do povo. 20 Achei a David, meu servo; com sancto oleo o ungi: 21 Com o qual a minha mão ficará firme, e o meu braço o fortalecerá. 22 O inimigo não [QN] apertará com elle, nem o filho da perversidade o affligirá. 23 E eu derribarei os seus inimigos perante a sua face, e ferirei aos que o aborrecem. 24 E a minha fidelidade e a minha benignidade _estarão_ com elle; e em meu nome será exaltado o seu poder. 25 Porei tambem a sua mão no mar, e a sua direita nos rios. 26 Elle me chamará, _dizendo_: Tu _és_ meu pae, meu Deus, e a rocha da minha salvação. 27 Tambem o farei _meu_ primogenito, mais elevado do que os reis da terra. 28 A minha benignidade lhe conservarei eu para sempre, e o meu concerto lhe _será_ firme. 29 E conservarei para sempre a sua semente, e o seu throno como os dias do céu. 30 Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nos meus juizos, 31 Se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos, 32 Então visitarei a sua transgressão com a vara, e a sua iniquidade com açoites. 33 Porém não retirarei totalmente d’elle a minha benignidade, nem faltarei á minha fidelidade. 34 Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus labios. 35 Uma vez jurei pela minha sanctidade _que_ não mentirei a David. 36 A sua semente durará para sempre, e o seu throno, como o sol diante de mim, 37 Será estabelecido para sempre como a lua, e _como_ uma testemunha fiel no céu (Selah). 38 Porém tu rejeitaste e aborreceste; tu te indignaste contra o teu ungido. 39 Abominaste o concerto do teu servo: profanaste a sua corôa, _lançando-a_ por terra. 40 Derribaste todos os seus vallados; arruinaste as suas fortificações. 41 Todos os que passam pelo caminho o despojam; é um opprobrio para os seus visinhos. 42 Exaltaste a dextra dos seus adversarios; fizeste com que todos os seus inimigos se regozijassem. 43 Tambem embotaste os fios da sua espada, e não o sustentaste na peleja. 44 Fizeste cessar [QO] a sua gloria, e deitaste por terra o seu throno. 45 Abreviaste os dias da sua mocidade; cobriste-o de vergonha (Selah). 46 Até quando, Senhor? _Acaso_ te esconderás para sempre? arderá a tua ira como fogo? 47 Lembra-te de quão breves são os meus dias; pelo que debalde creaste todos os filhos dos homens. 48 Que homem ha, que viva, e não veja a morte? Livrará elle a sua alma do poder [QP] da sepultura? (Selah) 49 Senhor, onde _estão_ as tuas antigas benignidades, _que_ juraste a David pela tua verdade? 50 Lembra-te, Senhor, do opprobrio dos teus servos; _como_ eu trago no meu peito o _opprobrio de_ todos os povos poderosos: 51 Com o qual, Senhor, os teus inimigos teem diffamado, com o qual teem diffamado as pisadas do teu ungido. 52 Bemdito _seja_ o Senhor para sempre. Amen, e Amen. [1] I Reis 8.16. _A fraqueza do homem e a providencia de Deus._ Oração de Moysés, varão de Deus. 90 Senhor, tu tens sido [QQ] o nosso refugio, de geração em geração. 2 Antes [1] que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade em eternidade, tu _és_ Deus. 3 Tu reduzes o homem á destruição; e dizes: [2] Tornae-vos, filhos dos homens. 4 Porque mil annos _são_ aos teus olhos como o dia de hontem quando passou, e _como_ a vigilia da noite. 5 Tu os levas como com _uma_ corrente d’agua: são _como um_ somno: de manhã _são_ como a herva _que_ cresce. 6 De madrugada floresce e se muda: á tarde se corta e se secca. 7 Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos angustiados. 8 Diante de ti pozeste as [3] nossas iniquidades: os nossos _peccados_ occultos á luz do teu rosto. 9 Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; passamos os nossos annos como um conto que se conta. 10 Os dias da nossa vida chegam a setenta annos, e se alguns pela sua robustez chegam a oitenta annos, o orgulho d’elles _é_ canceira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando. 11 Quem conhece o poder da tua ira? segundo és tremendo, _assim é o_ teu furor. 12 Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sabios. 13 Volta-te para nós, Senhor: até quando? e aplaca-te para com os teus servos. 14 Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias. 15 Alegra-nos pelos dias _em que_ nos affligiste, _e_ pelos annos _em que_ vimos o mal. 16 Appareça [4] a tua obra aos teus servos, e a tua gloria sobre seus filhos. 17 E seja sobre nós a formosura do Senhor, nosso Deus: e confirma sobre nós [5] a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos. [1] Pro. 8.25, 26. [2] Gen. 3.19. [3] Psa. 50.21. [4] Hab. 3.2. [5] Isa. 26.12. _A segurança d’aquelle que se acolhe em Deus._ 91 Aquelle que habita no esconderijo do Altissimo, á sombra do Omnipotente descançará. 2 Direi do Senhor: _Elle é_ o meu Deus, o meu refugio, a minha fortaleza, e n’elle confiarei. 3 Porque elle te livrará do laço do passarinheiro, _e_ da peste perniciosa. 4 Elle te cobrirá com as suas pennas, e debaixo das suas azas te confiarás: a sua verdade _será o teu_ escudo e rodella. 5 Não terás medo do terror de noite _nem_ da setta que vôa de dia, 6 _Nem_ da peste _que_ anda na escuridão, _nem_ da mortandade _que_ assola ao meio-dia. 7 Mil cairão ao teu lado, e dez mil á tua direita, _mas_ não chegará a ti. 8 Sómente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos impios. 9 Porque tu, ó Senhor, és o meu refugio: no Altissimo fizeste a tua habitação. 10 Nenhum mal te succederá, nem praga _alguma_ chegará á tua tenda. 11 Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito para te guardarem em todos os teus caminhos. 12 Elles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. 13 Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e [QR] o dragão. 14 Porquanto tão encarecidamente me amou, tambem eu o livrarei; pôl-o-hei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. 15 Elle me invocará, e eu lhe responderei; _estarei_ com elle na angustia; _d’ella_ o retirarei, e o glorificarei. 16 Fartal-o-hei com longura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação. _O psalmista louva a Deus por amor da sua obra, justiça e graça._ Psalmo e cantico para o sabbado. 92 Bom _é_ louvar ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altissimo: 2 Para de manhã annunciar a tua benignidade, e todas as noites a tua fidelidade: 3 Sobre _um_ instrumento de dez cordas, e sobre o psalterio: sobre a harpa com som solemne. 4 Pois tu, Senhor, me alegraste pelos teus feitos: exultarei nas obras das tuas mãos. 5 Quão grandes são, Senhor, as tuas obras! mui profundos _são_ os teus pensamentos. 6 O homem brutal não conhece, nem o louco entende isto. 7 Quando o impio crescer como a herva, e quando florescerem todos os que obram a iniquidade, _é_ que serão destruidos perpetuamente. 8 Mas tu, Senhor, _és_ o Altissimo para sempre. 9 Pois eis que os teus inimigos, Senhor, eis que os teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os que obram a iniquidade, 10 Porém tu exaltarás o meu [QS] poder, como _o_ do unicornio: serei ungido com oleo fresco. 11 Os meus olhos verão _o meu desejo_ sobre os meus inimigos, _e_ os meus ouvidos ouvirão _o meu desejo_ ácerca dos malfeitores que se levantam contra mim. 12 O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Libano. 13 Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos atrios do nosso Deus. 14 Na velhice ainda darão fructos: serão viçosos e florescentes; 15 Para annunciar que o Senhor _é_ recto: _elle é_ a minha rocha, e n’elle não _ha_ injustiça. _O poder e magestade do reino de Deus._ 93 O Senhor reina; está vestido de magestade: o Senhor está vestido; cingiu-se de fortaleza: o mundo tambem está firmado, _e_ não poderá vacillar. 2 O teu throno _está_ firme desde então: tu _és_ desde a eternidade. 3 Os rios levantam, ó Deus, os rios levantam o seu ruido, os rios levantam as suas ondas. 4 _Mas_ o Senhor nas alturas _é_ mais poderoso do que o ruido das grandes aguas _e do que_ as grandes ondas do mar. 5 Mui fieis são os teus testemunhos: a sanctidade convem á tua casa, Senhor, para sempre. _Appellação á justiça de Deus contra os malfeitores._ 94 Ó Senhor Deus, a quem a vingança pertence, [1] ó Deus, a quem a vingança pertence, mostra-te resplandecente. 2 Exalta-te, tu, que és juiz da terra: dá a paga aos soberbos. 3 Até quando os impios, Senhor, até quando os impios [QT] saltarão de prazer? 4 _Até quando_ proferirão, _e_ fallarão coisas duras, _e_ se gloriarão todos os que obram a iniquidade? 5 Reduzem a pedaços o teu povo, e affligem a tua herança. 6 Matam a viuva e o estrangeiro, e ao orphão tiram a vida. 7 Comtudo dizem: O Senhor não _o_ verá; nem _para isso_ attenderá o Deus de Jacob. 8 Attendei, ó brutaes d’entre o povo; e _vós_, loucos, quando sereis sabios? 9 Aquelle que fez o ouvido não ouvirá? e o que formou o olho não verá? 10 Aquelle que argúe as gentes _não_ castigará? e o que ensina ao homem o conhecimento _não saberá_? 11 O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são vaidade. 12 Bemaventurado _é_ o homem a quem tu castigas, ó Senhor, e a quem ensinas a tua lei; 13 Para lhe dares descanço dos dias maus, até que se abra a cova para o impio. 14 Pois o Senhor não rejeitará o seu povo, nem desamparará a sua herança. 15 Mas o juizo voltará á rectidão, e seguil-o-hão todos os rectos do coração. 16 Quem será por mim contra os malfeitores? quem se porá por mim contra os que obram a iniquidade? 17 Se o Senhor não tivera ido em meu auxilio, a minha alma quasi que teria ficado no silencio. 18 Quando eu disse: O meu pé vacilla; a tua benignidade, Senhor, me susteve. 19 Na multidão dos meus pensamentos dentro de mim, as tuas consolações recrearam a minha alma. 20 _Porventura_ [2] o throno d’iniquidade te acompanha, o qual forja o mal por uma lei? 21 Elles se ajuntam contra a alma do justo, e condemnam o sangue innocente. 22 Mas o Senhor _é_ a minha defeza; e o meu Deus é a rocha do meu refugio. 23 E trará sobre elles a sua propria iniquidade; e os destruirá na sua propria malicia: o Senhor nosso Deus os destruirá. [1] Deu. 32.35. [2] Amós 6.3. Isa. 10. _O psalmista convida a louvar o Senhor e celebral-o de viva voz._ 95 Vinde, cantemos ao Senhor: jubilemos á rocha da nossa salvação. 2 Apresentemo-nos ante a sua face com louvores, e celebremol-o com psalmos. 3 Porque o Senhor _é_ Deus grande, e Rei grande sobre todos os deuses. 4 Nas suas mãos _estão_ as profundezas da terra, e as alturas dos montes _são_ suas. 5 Seu é o mar, e elle o fez, e as suas mãos formaram a terra secca. 6 Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos: [1] ajoelhemos diante do Senhor que nos creou. 7 Porque elle _é_ o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas da sua mão. Se hoje ouvirdes a sua voz, 8 Não endureçaes [2] os vossos corações, _assim_ como [QU] na provocação _e_ como _no_ dia [QV] da tentação no deserto; 9 Quando vossos paes me tentaram, me provaram, e viram a minha obra. 10 Quarenta annos estive desgostado com _esta_ geração, e disse: É _um_ povo que erra do coração, e não tem conhecido os meus caminhos. 11 A quem jurei [3] na minha ira que não entrarão no meu repouso. [1] I Cor. 6.20. [2] Exo. 17.2. Num. 14.22. [3] Num. 14.23, 28, 30. _Convite a toda a terra para louvar e temer o Senhor._ 96 Cantae ao Senhor _um_ cantico novo, cantae ao Senhor toda a terra. 2 Cantae ao Senhor, bemdizei o seu nome; annunciae a sua salvação de dia em dia. 3 Annunciae entre as nações a sua gloria; entre todos os povos as suas maravilhas. 4 Porque grande _é_ o Senhor, e digno de louvor, mais tremendo do que todos os deuses. 5 Porque [1] todos os deuses dos povos _são_ idolos, mas o Senhor fez os céus. 6 Gloria e magestade _estão_ ante a sua face, força e formosura no seu sanctuario. 7 Dae ao Senhor, ó familias dos povos, dae ao Senhor gloria e força. 8 Dae ao Senhor a gloria _devida ao_ seu nome: trazei offerenda, e entrae nos seus atrios. 9 Adorae ao Senhor na belleza da sanctidade: tremei diante d’elle toda a terra. 10 Dizei entre as nações _que_ o Senhor reina: o mundo tambem se firmará para que se não abale: julgará os povos com rectidão. 11 Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra: brama o mar e a sua plenitude. 12 Alegre-se o campo com tudo o que _ha_ n’elle: então se regozijarão todas as arvores do bosque, 13 Ante a face do Senhor, porque vem, porque vem a julgar a terra: [2] julgará o mundo com justiça e os povos com a sua verdade. [1] Jer. 10.11, 12. [2] Apo. 19.11. _A magestade do reino de Deus: o castigo dos impios: exhortação á piedade e ao regozijo._ 97 O Senhor reina; regozije-se a terra: [1] alegrem-se as muitas ilhas. 2 Nuvens [2] e obscuridade _estão_ ao redor d’elle: justiça e juizo _são_ a base do seu throno. 3 Um fogo vae adiante d’elle, [3] e abraza os seus inimigos em redor. 4 Os seus relampagos alumiam o mundo; a terra viu e tremeu. 5 Os montes [4] se derretem como cera na presença do Senhor, na presença do Senhor de toda a terra. 6 Os céus annunciam a sua justiça, e todos os povos vêem a sua gloria. 7 Confundidos sejam todos os que servem imagens de esculptura, que se gloriam de idolos: prostrae-vos diante d’elle, todos os deuses. 8 Sião ouviu e se alegrou; e os filhos de Judah se alegraram por causa da tua justiça, ó Senhor. 9 Pois tu, Senhor, _és_ o mais alto sobre toda a terra; tu _és_ muito mais exaltado [5] do que todos os deuses. 10 Vós, que amaes ao Senhor, aborrecei o mal: elle guarda as almas dos seus sanctos, elle os livra das mãos dos impios. 11 A luz semeia-se para o justo, e a alegria para os rectos de coração. 12 Alegrae-vos, ó justos, no Senhor, e dae louvores á memoria da sua sanctidade. [1] Isa. 60.9. [2] I Reis 8.12. [3] Dan. 7.10. Hab. 3.5. [4] Jui. 5.5. Miq. 1.4. [5] Exo. 18.11. _Convite a louvar o Senhor por amor de sua salvação._ Psalmo. 98 Cantae ao Senhor _um_ cantico novo, porque fez maravilhas; a sua dextra e o seu braço sancto lhe alcançaram a salvação. 2 O Senhor fez [1] notoria a sua salvação, manifestou a sua justiça perante os olhos das nações. 3 Lembrou-se da sua benignidade e da sua verdade para com a casa d’Israel; todas as extremidades da terra viram a salvação do nosso Deus. 4 Exultae no Senhor, toda a terra; exclamae e alegrae-vos de prazer, e cantae louvores. 5 Cantae louvores ao Senhor com a harpa; com a harpa e a voz do canto. 6 Com trombetas e som de cornetas, exultae perante a face do Senhor, o Rei. 7 Brama o mar e a sua plenitude; o mundo, e os que n’elle habitam. 8 Os rios [2] batam as palmas: regozijem-se tambem as montanhas, 9 Perante a face do Senhor, porque vem a julgar a terra: com justiça julgará _o_ mundo, e o povo com equidade. [1] Isa. 52.10. Luc. 2.30, 31. [2] Isa. 55.12. _A grandeza do reino de Deus._ 99 O Senhor reina; tremam as nações: [1] está assentado _entre_ os cherubins; commova-se a terra. 2 O Senhor _é_ grande em Sião, e mais alto do que todas as nações. 3 Louvem o teu nome, grande e tremendo, _pois é_ sancto. 4 Tambem o poder do Rei ama o juizo: tu firmas a equidade, fazes juizo e justiça em Jacob. 5 Exaltae ao Senhor nosso Deus, e prostrae-vos diante do escabello de seus pés, _pois é_ sancto. 6 Moysés [2] e Aarão, entre os seus sacerdotes, e Samuel entre os que invocam o seu nome, clamavam [3] ao Senhor, e Elle os ouvia. 7 Na columna de nuvem lhes fallava: elles guardavam os seus testemunhos, e os estatutos _que_ lhes dera. 8 Tu os escutaste, Senhor nosso Deus: tu foste um Deus que lhes perdoaste, ainda que tomaste vingança dos seus feitos. 9 Exaltae ao Senhor nosso Deus e adorae-o no seu monte sancto, pois o Senhor nosso Deus _é_ sancto. [1] Exo. 25.22. [2] Jer. 15.1. [3] Exo. 14.15 e 15.25. _Exhortação a toda a creatura a celebrar ao Senhor._ Psalmo de louvor. 100 Celebrae com jubilo ao Senhor, todas as terras. 2 Servi ao Senhor com alegria; e entrae diante d’elle com canto. 3 Sabei que o Senhor _é_ Deus: foi elle que nos fez, e não nós outros a nós; _somos_ povo seu e ovelhas do seu pasto. 4 Entrae pelas portas d’elle com louvor, _e_ em seus atrios com hymno: louvae-o, e bemdizei o seu nome. 5 Porque o Senhor _é_ bom, e eterna a sua misericordia; e a sua verdade _dura_ de geração em geração. _David promette a Deus andar perante elle com sinceridade e oppor-se aos impios._ Psalmo de David. 101 Cantarei a misericordia e o juizo: a ti, Senhor, cantarei. 2 Portar-me-hei [1] com intelligencia no caminho recto. Quando virás a mim? Andarei em minha casa com um coração sincero. 3 Não porei coisa má diante dos meus olhos: aborreço a obra d’aquelles que se desviam; não se _me_ pegará a mim. 4 Um coração perverso se apartará de [2] mim: não conhecerei o _homem_ mau. 5 Aquelle que murmura do seu proximo ás escondidas, eu o destruirei: aquelle que tem olhar altivo, e coração soberbo, não soffrerei. 6 Os meus olhos _estarão_ sobre os fieis da terra, para que se assentem comigo: o que anda n’_um_ caminho recto esse me servirá. 7 O que usa de engano não ficará dentro da minha casa: o que falla mentiras não está firme perante os meus olhos. 8 Pela manhã destruirei todos os impios da terra, para desarreigar da cidade do Senhor todos os que obram a iniquidade. [1] I Sam. 18.14. [2] Mat. 7.23. II Tim. 2.19. _Na sua grande afflicção, o psalmista recorre a Deus para que restabeleça o seu povo e o reconduza á sua terra._ Oração do afflicto, vendo-se desfallecido, e derramando a sua queixa perante a face do Senhor. 102 Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor. 2 Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angustia, inclina para mim os teus ouvidos; no dia _em_ que eu clamar, ouve-me depressa. 3 Porque os meus dias se consomem como o fumo, e os meus ossos ardem como um lar. 4 O meu coração está ferido e secco como a herva, pelo que me esqueço de comer o meu pão. 5 Por causa da voz do meu gemido os meus ossos se apegam á minha pelle. 6 Sou similhante ao pelicano [1] no deserto: sou como um mocho nas solidões. 7 Vigio, sou como o pardal solitario no telhado. 8 Os meus inimigos me affrontam todo o dia: os que se enfurecem contra mim teem jurado. 9 Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lagrimas a minha bebida. 10 Por causa da tua ira e da tua indignação, pois tu me levantaste e me arremeçaste. 11 Os meus dias _são_ como a sombra que declina, e como a herva me vou seccando. 12 Mas tu, Senhor, permanecerás para sempre, e a tua memoria de geração em geração. 13 Tu te levantarás [2] _e_ terás piedade de Sião; pois o tempo de te compadeceres d’ella, o tempo determinado, já chegou. 14 Porque os teus servos teem prazer nas suas pedras, e se compadecem do seu pó. 15 Então as nações temerão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a tua gloria. 16 Quando o Senhor edificar a Sião, apparecerá na sua gloria. 17 Elle attenderá á oração do desamparado, e não desprezará a sua oração. 18 Isto se escreverá para a geração futura; e o povo que se crear louvará ao Senhor. 19 Pois [3] olhou desde o alto do seu sanctuario, desde os céus o Senhor contemplou a terra. 20 Para ouvir o gemido dos presos, para soltar os sentenciados á morte; 21 Para annunciarem o nome do Senhor em Sião, e o seu louvor em Jerusalem; 22 Quando os povos se ajuntarem, e os reinos, para servirem ao Senhor. 23 Abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias. 24 Dizia eu: Meu Deus, não me leves no meio dos meus dias, os teus annos _são_ por todas as gerações. 25 Desde a antiguidade [4] fundaste a terra: e os céus _são_ obra das tuas mãos. 26 Elles perecerão, [5] mas tu permanecerás: todos elles se envelhecerão como _um_ vestido; como roupa os mudarás, e ficarão mudados. 27 Porém tu _és_ [6] o mesmo, e os teus annos nunca terão fim. 28 Os filhos dos teus servos continuarão, e a sua semente ficará firmada perante ti. [1] Isa. 34.11. Sof. 2.14. [2] Isa. 60.10. Zac. 1.12. [3] Deu. 26.15. [4] Gen. 1.1 e 2.1. Heb. 1.12. [5] Isa. 34.4. II Ped. 3.7. [6] Mal. 3.6. Heb. 13.8. _Convite a louvar a Deus por amor de sua graça._ Psalmo de David. 103 Bemdize, ó alma minha ao Senhor, e tudo o que ha em mim, _bemdiga_ o seu sancto nome. 2 Bemdize, ó alma minha, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus beneficios. 3 O que perdôa [1] todas as tuas iniquidades, que sara todas as tuas enfermidades, 4 Que redime [2] a tua vida da [QW] perdição; que te corôa de benignidade e de misericordia, 5 Que farta a tua bocca de bens, _de sorte que_ a tua mocidade se renove como a _da_ aguia. 6 O Senhor faz justiça e juizo a todos os opprimidos. 7 Fez conhecidos os seus caminhos a Moysés, e os seus feitos aos filhos d’Israel. 8 Misericordioso e [3] piedoso _é_ o Senhor; longanimo e grande em benignidade. 9 Não reprovará perpetuamente, nem para sempre reterá a _sua ira_. 10 Não nos tratou segundo os nossos peccados, nem nos recompensou segundo as nossas iniquidades. 11 Pois _assim_ como o céu está elevado acima da terra, _assim_ é grande a sua misericordia para com os que o temem. 12 _Assim_ como está longe o oriente do occidente, _assim_ affasta de nós as nossas transgressões. 13 _Assim_ como [4] um pae se compadece de _seus_ filhos, _assim_ o Senhor se compadece d’aquelles que o temem. 14 Pois elle conhece a nossa estructura, [5] lembra-se de que _somos_ pó. 15 _Emquanto_ ao homem, os seus dias _são_ como a herva, como a flor do campo assim floresce. 16 Passando por ella o vento, _logo_ se vae, e o seu logar não será mais conhecido. 17 Mas a misericordia do Senhor _é_ desde a eternidade e até á eternidade sobre aquelles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos; 18 Sobre aquelles que guardam o seu concerto, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os cumprirem. 19 O Senhor tem estabelecido o seu throno nos céus, e o seu reino domina sobre tudo. 20 Bemdizei ao Senhor, _todos_ os seus anjos, _vós_ que excedeis em força, que guardaes os seus mandamentos, obedecendo á voz da sua palavra. 21 Bemdizei ao Senhor, todos os seus exercitos, vós, [6] ministros seus, que executaes o seu beneplacito. 22 Bemdizei ao Senhor, todas as suas obras, em todos os logares do seu dominio; bemdize, ó alma minha, ao Senhor. [1] Mat. 9.2, 6. Mar. 2.5, 10, 11. [2] Exo. 15.26. Jer. 17.14. [3] Exo. 34.6, 7. Num. 14.18. Deu. 5.10. [4] Mal. 3.1. [5] Gen. 3.19. [6] Dan. 7.9, 10. Heb. 1.14. _A gloria de Deus é manifestada na creação e conservação de todas as coisas._ 104 Bemdize, ó alma minha, ao Senhor: Senhor Deus meu, tu és magnificentissimo, estás vestido de gloria e de magestade. 2 Elle se cobre de luz como de um vestido, estende os céus como uma cortina. 3 Põe nas aguas as vigas das suas camaras; faz das nuvens o seu carro, anda sobre as azas do vento. 4 Faz [1] dos seus anjos espiritos, dos seus ministros um fogo abrazador. 5 Lançou os fundamentos da terra, _para que_ não vacille em tempo algum. 6 Tu a cobres com o abysmo, como com um vestido: as aguas estavam sobre os montes. 7 Á tua reprehensão [2] fugiram: á voz do teu trovão se apressaram. 8 Sobem aos montes, descem aos valles, até ao logar que para ellas fundaste. 9 Termo _lhes_ pozeste, que não ultra-passarão, para que não tornem mais a cobrir a terra. 10 Tu, que fazes sair as fontes nos valles, _as quaes_ correm entre os montes. 11 Dão de beber a todo o animal do campo; os jumentos montezes matam a sua sêde. 12 Junto d’ellas as aves do céu terão a sua habitação, cantando entre os ramos. 13 Elle rega os montes desde as suas camaras: a terra se farta do fructo das suas obras. 14 Faz crescer a herva para as bestas, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão, 15 E o vinho _que_ alegra o coração do homem, e o azeite _que_ faz reluzir o _seu_ rosto, e o pão _que_ fortalece o coração do homem. 16 As arvores do Senhor fartam-se de _seiva_, [3] os cedros do Libano que elle plantou, 17 Onde as aves se aninham: _emquanto_ á cegonha, a sua casa é nas faias. 18 Os altos montes _são um refugio_ para as cabras montezes, _e_ as rochas para os coelhos. 19 Designou [4] a lua para as estações: o sol conhece o seu occaso. 20 Ordenas [5] a escuridão, e faz-se noite, na qual saem todos os animaes da selva. 21 Os leõesinhos bramam pela preza, e de Deus buscam o seu sustento. 22 Nasce o sol e _logo_ se acolhem, e se deitam nos seus covis. 23 _Então_ sae [6] o homem á sua obra e ao seu trabalho, até á tarde. 24 Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas. 25 _Assim é_ este mar grande e muito espaçoso, onde _ha_ reptis sem numero, animaes pequenos e grandes. 26 Ali andam os navios; _e_ o leviathan que formaste para n’elle folgar. 27 Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo opportuno. 28 Dando-lh’o tu, _elles o_ recolhem; abres a tua mão, _e_ se enchem de bens. 29 Escondes o teu rosto, e ficam perturbados: se lhes tiras o folego, morrem, e voltam para o seu pó. 30 Envias o teu Espirito, e são creados, e _assim_ renovas a face da terra. 31 A gloria do Senhor durará para sempre: o Senhor se alegrará nas suas obras. 32 Olhando [7] elle para a terra, ella treme; tocando nos montes, _logo_ fumegam. 33 Cantarei ao Senhor emquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus, emquanto eu tiver existencia. 34 A minha meditação ácerca d’elle será suave: eu me alegrarei no Senhor. 35 Desçam da terra os peccadores, e os impios não sejam mais. Bemdize, ó alma minha, ao Senhor. [QX] Louvae ao Senhor. [1] Heb. 1.7. [2] Gen. 7.19. Gen. 8.1. [3] Num. 24.6. [4] Gen. 1.14. [5] Isa. 45.7. [6] Gen. 3.19. [7] Hab. 3.10. _O psalmista louva a Deus por haver guardado o seu pacto com os patriarchas, por haver livrado Israel d’Egypto, e pelo haver conduzido pelo deserto até Canaan._ 105 Louvae [1] ao Senhor, _e_ invocae o seu nome; fazei conhecidas as suas obras entre os povos. 2 Cantae-lhe, cantae-lhe psalmos: fallae de todas as suas maravilhas. 3 Gloriae-vos no seu sancto nome: alegre-se o coração d’aquelles que buscam ao Senhor. 4 Buscae ao Senhor e a sua força: buscae a sua face continuamente. 5 Lembrae-vos das maravilhas que fez, dos seus prodigios e dos juizos da sua bocca; 6 Vós, semente d’Abrahão, seu servo, vós, filhos de Jacob, seus escolhidos. 7 Elle _é_ o Senhor, nosso Deus; [2] os seus juizos _estão_ em toda a terra. 8 Lembrou-se [3] do seu concerto para sempre, da palavra _que_ mandou a milhares de gerações. 9 O qual [4] _concerto_ fez com Abrahão, e o seu juramento a Isaac. 10 E confirmou o mesmo a Jacob _por_ estatuto, _e_ a Israel _por_ concerto eterno, 11 Dizendo: [5] A ti darei a terra de Canaan, a sorte da vossa herança. 12 Quando eram poucos homens em numero, sim, mui poucos e estrangeiros n’ella. 13 Quando andavam de nação em nação e d’um reino para outro povo. 14 Não permittiu [6] a ninguem que os opprimisse, e por amor d’elles reprehendeu a reis, _dizendo_: 15 Não toqueis os meus ungidos, e não maltrateis os meus prophetas. 16 Chamou [7] a fome sobre a terra, quebrantou todo o sustento do pão. 17 Mandou [8] perante elles um varão, José, _que_ foi vendido por escravo: 18 Cujos pés apertaram com grilhões: foi mettido em ferros: 19 Até ao tempo em que chegou a sua palavra; a palavra do Senhor o provou. 20 Mandou [9] o rei, e o fez soltar; o governador dos povos, e o soltou. 21 Fel-o [10] senhor da sua casa, e governador de toda a sua fazenda; 22 Para sujeitar os seus principes a seu gosto, e instruir os seus anciãos. 23 Então Israel entrou no Egypto, e Jacob peregrinou na terra de Cão. 24 E augmentou [11] o seu povo em grande maneira, e o fez mais poderoso do que os seus inimigos. 25 Virou [12] o coração d’elles para que aborrecessem o seu povo, para que tratassem astutamente aos seus servos. 26 Enviou [13] Moysés, seu servo, _e_ Aarão, a quem escolhera. 27 Mostraram entre elles os seus signaes e prodigios, na terra de Cão. 28 Mandou trevas, e a fez escurecer; e não foram rebeldes á sua palavra. 29 Converteu [14] as suas aguas em sangue, e matou os seus peixes. 30 A sua terra produziu [15] rãs em abundancia, até nas camaras dos seus reis. 31 Fallou elle, e vieram enxames de moscas _e_ piolhos em todo o seu termo. 32 Converteu [16] as suas chuvas em saraiva, _e_ fogo abrazador na sua terra. 33 Feriu as suas vinhas e os seus figueiraes, e quebrou as arvores dos seus termos. 34 Fallou elle, e vieram gafanhotos e pulgão sem numero. 35 E comeram toda a herva da sua terra, e devoraram o fructo dos seus campos. 36 Feriu [17] tambem a todos os primogenitos da sua terra, as primicias de todas as suas forças. 37 E tirou-os _para fóra_ com prata e oiro, e entre as suas tribus não houve um só fraco. 38 O Egypto [18] se alegrou quando elles sairam, porque o seu temor caira sobre elles. 39 Estendeu [19] uma nuvem por coberta, e um fogo para alumiar de noite. 40 Oraram, [20] e elle fez vir codornizes, e os fartou de pão do céu. 41 Abriu a penha, e d’ella correram aguas; correram pelos logares seccos _como_ um rio. 42 Porque [21] se lembrou da sua sancta palavra, e de Abrahão, seu servo. 43 E tirou _d’ali_ o seu povo com alegria, _e_ os seus escolhidos com regozijo. 44 E deu-lhes [22] as terras das nações; e herdaram o trabalho dos povos; 45 Para que guardassem os seus preceitos, e observassem as suas leis. Louvae ao Senhor. [1] I Chr. 16.8, 22. [2] Isa. 26.9. [3] Luc. 1.72. [4] Gen. 17.2 e 22.16, etc. e 26.3. Luc. 1.73. Heb. 6.17. [5] Gen. 13.15 e 15.18. [6] Gen. 35.5. [7] Gen. 41.45. [8] Gen. 37.28 e 45.5, 36. [9] Gen. 41.14. [10] Gen. 41.40. [11] Exo. 1.7. [12] Exo. 1.8. [13] Exo. 3.10 e 4.12, 14. [14] Exo. 7.20. [15] Exo. 8.6. [16] Exo. 9.23, 25. [17] Exo. 12.29. Gen. 49.3. [18] Exo. 12.33. [19] Exo. 16.21. [20] Exo. 16.12. [21] Gen. 15.14. [22] Deu. 6.10. _Deus é louvado por haver supportado o seu povo, apezar das suas muitas rebelliões._ 106 Louvae ao Senhor. Louvae ao Senhor, porque elle é bom, porque a sua misericordia _dura_ para sempre. 2 Quem pode referir as obras poderosas do Senhor? _Quem_ annunciará os seus louvores? 3 Bemaventurados os que guardam o juizo, [1] o que obra justiça em todos os tempos. 4 Lembra-te de mim, Senhor, segundo a _tua_ boa vontade para com o teu povo: visita-me com a tua salvação; 5 Para que eu veja os bens de teus escolhidos, para que eu me alegre com a alegria do teu povo, para que me glorie com a tua herança. 6 Nós peccámos [2] com os nossos paes, commettemos a iniquidade, obrámos perversamente. 7 Nossos paes não entenderam as tuas maravilhas no Egypto; [3] não se lembraram da multidão das tuas misericordias; antes _o_ provocaram no mar, _sim_ no Mar Vermelho. 8 Não obstante, [4] elle os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder. 9 Reprehendeu o Mar Vermelho e se seccou, e os fez caminhar pelos abysmos como pelo deserto. 10 E os livrou [5] da mão d’aquelle que os aborrecia, e os remiu da mão do inimigo. 11 E as aguas [6] cobriram os seus adversarios: nem um _só_ d’elles ficou. 12 Então creram [7] as suas palavras, e cantaram os seus louvores. 13 _Porém_ cedo se esqueceram das suas obras; não esperaram o seu conselho, 14 Mas deixaram-se levar da cubiça no deserto, e tentaram a Deus na solidão. 15 E elle lhes cumpriu o seu desejo, mas enviou magreza ás suas almas. 16 E invejaram a [8] Moysés no campo, _e_ a Aarão, o sancto do Senhor. 17 Abriu-se [9] a terra, e enguliu a Dathan, e cobriu a gente de Abiram. 18 E um fogo se accendeu [10] na sua gente: a chamma abrazou os impios. 19 Fizeram um bezerro [11] em Horeb, e adoraram a imagem fundida. 20 E converteram [12] a sua gloria na figura de um boi que come herva. 21 Esqueceram-se de Deus, seu salvador, que fizera grandezas no Egypto, 22 Maravilhas na terra de Cão, coisas tremendas no Mar Vermelho. 23 Pelo que disse que os [13] destruiria, se Moysés, seu escolhido, se não pozesse perante elle na abertura, para desviar a sua indignação, afim de _os_ não destruir. 24 Tambem desprezaram [14] a terra aprazivel: não creram na sua palavra. 25 Antes murmuraram [15] nas suas tendas, _e_ não deram ouvidos á voz do Senhor. 26 Pelo que levantou [16] a sua mão contra elles, para os derribar no deserto; 27 Para derribar tambem a sua semente entre as nações, e espalhal-os pelas terras. 28 Tambem se juntaram [17] com Baal-peor, e começaram os sacrificios dos mortos. 29 Assim _o_ provocaram á ira com as suas invenções; e a peste rebentou entre elles. 30 Então se levantou [18] Phineas, e fez juizo, e cessou aquella peste. 31 E isto lhe foi contado [19] como justiça, de geração em geração, para sempre. 32 Indignaram-n’_o_ [20] tambem junto ás aguas da contenda, de sorte que succedeu mal a Moysés, por causa d’elles; 33 Porque irritaram o seu espirito, [21] de modo que fallou imprudentemente com seus labios. 34 Não [22] destruiram os povos, como o Senhor lhes dissera. 35 Antes se misturaram com as nações, e aprenderam as suas obras. 36 E serviram aos seus idolos, que vieram a ser-lhes um laço. 37 Demais _d’isto_, [23] sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demonios, 38 E derramaram sangue innocente, o sangue de seus filhos e de suas filhas, que sacrificaram aos idolos de Canaan; [24] e a terra foi manchada com sangue. 39 Assim se contaminaram [25] com as suas obras, e se prostituiram com os seus feitos. 40 Pelo que se accendeu a ira do Senhor contra o seu povo, de modo que abominou a sua herança. 41 E os entregou [26] nas mãos das nações; e aquelles que os aborreciam se assenhorearam d’elles. 42 E os seus inimigos os opprimiram, e foram humilhados debaixo das suas mãos. 43 Muitas vezes os livrou, mas _o_ provocaram com o seu conselho, e foram abatidos pela sua iniquidade. 44 Comtudo, attendeu á sua afflicção, ouvindo o seu clamor. 45 E se lembrou [27] do seu concerto, e se arrependeu segundo a multidão das suas misericordias. 46 Pelo que fez [28] com que d’elle tivessem misericordia os que os levaram captivos. 47 Salva-nos, Senhor, nosso Deus, e congrega-nos d’entre as nações, para que louvemos o teu nome sancto, e nos gloriemos no teu louvor. 48 Bemdito _seja_ o Senhor, Deus d’Israel, de eternidade em eternidade, e todo o povo diga: Amen. Louvae ao Senhor. [1] Act. 24.16. Gal. 6.9. [2] Lev. 26.40. Dan. 9.5. [3] Exo. 14.11, 12. [4] Eze. 20.14. Exo. 9.16. [5] Exo. 14.30. [6] Exo. 14.27, 28 e 15.5. [7] Exo. 14.31 e 15.1. [8] Num. 16.1, etc. [9] Num. 16.31, 32. Deu. 11.6. [10] Num. 16.35, 46. [11] Exo. 32.4. [12] Jer. 2.11. Rom. 1.23. [13] Exo. 32.10, 11, 32. Deu. 9.19, 25 e 10.10. [14] Deu. 8.7. [15] Num. 14.2, 27. [16] Num. 14.28. Heb. 3.11, 18. [17] Num. 25.2, 3. [18] Num. 25.7, 8. [19] Num. 25.11, 12, 13. [20] Num. 20.3, 13. Deu. 1.37 e 3.26. [21] Num. 20.10. [22] Jui. 1.21, 27, 28, 29, etc. [23] II Reis 16.3. Isa. 57.5. I Cor. 10.20. [24] Num. 35.33. [25] Eze. 20.30, 31. Lev. 17.7. [26] Jui. 2.14. Neh. 9.27. [27] Lev. 26.41, 42. [28] Esd. 9.9. I Chr. 16.35, 36. Jer. 42.12. _A bondade de Deus em proteger os viajantes, os encarcerados, os doentes, os que navegam, e em geral todos os homens._ 107 Louvae ao Senhor, porque elle _é_ bom, porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 2 Digam-n’_o_ os remidos do Senhor, os que remiu da mão do inimigo, 3 E os _que_ congregou das terras do oriente [1] e do occidente, do norte e do sul. 4 Andaram desgarrados pelo deserto, por caminhos solitarios; não acharam cidade para habitarem. 5 Famintos e sedentos, a sua alma n’elles desfallecia. 6 E clamaram [2] ao Senhor na sua angustia, _e_ os livrou das suas necessidades. 7 E os levou por caminho direito, para irem a _uma_ cidade de habitação. 8 Louvem ao Senhor _pela_ sua bondade, e _pelas_ suas maravilhas para com os filhos dos homens. 9 Pois fartou a alma sedenta, e encheu de bondade a alma faminta. 10 Tal como a que se assenta nas trevas e sombra da morte, presa em afflicção e em ferro; 11 Porquanto se rebellaram contra as palavras de Deus, e desprezaram o conselho do Altissimo, 12 Portanto lhes abateu o coração com trabalho; tropeçaram, e não _houve_ quem _os_ ajudasse. 13 Então clamaram ao Senhor na sua angustia, _e_ os livrou das suas necessidades. 14 Tirou-os das trevas e sombra da morte; e quebrou as suas prisões. 15 Louvem ao Senhor pela sua bondade, e _pelas_ suas maravilhas para com os filhos dos homens. 16 Pois quebrou [3] as portas de bronze; e despedaçou os ferrolhos de ferro. 17 Os loucos, por causa da sua transgressão, e por causa das suas iniquidades, são afflictos. 18 A sua alma aborreceu toda a comida, e chegaram até ás portas da morte. 19 Então clamaram ao Senhor na sua angustia: _e_ elle os livrou das suas necessidades. 20 Enviou a sua palavra, e os sarou; e os livrou da sua destruição. 21 Louvem ao Senhor _pela_ sua bondade, e _pelas_ suas maravilhas para com os filhos dos homens. 22 E offereçam os sacrificios de louvor, e relatem as suas obras com regozijo. 23 Os que descem ao mar em navios, mercando nas grandes aguas, 24 Esses vêem as obras do Senhor, e as suas maravilhas no profundo. 25 Pois elle manda, e se levanta o vento tempestuoso, que eleva as suas ondas. 26 Sobem aos céus; descem aos abysmos, _e_ a sua alma se derrete em angustias. 27 Andam e cambaleam como ebrios, e perderam todo o tino. 28 Então clamam ao Senhor na sua angustia; e elle os livra das suas necessidades. 29 Faz cessar a tormenta, e calam-se as suas ondas. 30 Então se alegram, porque se aquietaram; assim os leva ao seu porto desejado. 31 Louvem ao Senhor _pela_ sua bondade, e _pelas_ suas maravilhas para com os filhos dos homens. 32 Exaltem-n’o na congregação do povo, e glorifiquem-n’o na assembléa dos anciãos. 33 Elle converte [4] os rios em um deserto, e as fontes em _terra_ sedenta: 34 A terra fructifera [5] em esteril, pela maldade dos que n’ella habitam. 35 Converte o deserto em lagoa, e a terra secca em fontes. 36 E faz habitar ali os famintos, para que edifiquem cidade para habitação; 37 E semeiam os campos e plantam vinhas, que produzem fructo abundante. 38 Tambem os abençoa, [6] de modo que se multiplicam muito; e o seu gado não diminue. 39 Depois se diminuem e se abatem, pela oppressão, afflicção e tristeza. 40 Derrama o desprezo sobre os principes, e os faz andar desgarrados pelo deserto, _onde_ não ha caminho. 41 Porém livra ao necessitado da oppressão em um logar alto, e multiplica as familias como rebanhos. 42 Os rectos _o_ verão, e se alegrarão, e toda a iniquidade tapará a bocca. 43 Quem [7] _é_ sabio observará estas _coisas_, e elles comprehenderão as benignidades do Senhor. [1] Isa. 43.5, 6. Jer. 39.14 e 31.3, 10. [2] Ose. 5.15. [3] Isa. 45.2. [4] I Reis 17.1, 7. [5] Gen. 13.10 e 14.3. [6] Gen. 12.2 e 17.16, 20. Exo. 1.7. [7] Jer. 9.12. Ose. 14. _David louva a Deus pela victoria que lhe concedeu._ Cantico e psalmo de David. 108 Preparado está o meu coração, ó Deus; cantarei e direi psalmos até com a minha gloria. 2 Desperta-te, psalterio e harpa; eu _mesmo_ despertarei ao romper da alva. 3 Louvar-te-hei entre os povos, Senhor, e a ti cantarei psalmos entre as nações. 4 Porque a tua benignidade se estende até aos céus, e a tua verdade _chega_ até ás mais altas nuvens. 5 Exalta-te sobre os céus, ó Deus, e a tua gloria sobre toda a terra, 6 Para que sejam livres os teus amados: salva-_nos_ com a tua dextra, e ouve-nos. 7 Deus fallou na sua sanctidade: eu me regozijarei; repartirei a Sichem, e medirei o valle de Succoth. 8 Meu _é_ [QY] Galaad, meu é Manassés; e Ephraim a força da minha cabeça, Judah [1] o meu legislador, 9 Moab o _meu vaso de lavar_: sobre Edom lançarei o meu sapato, sobre a Palestina jubilarei. 10 Quem me levará á cidade forte? Quem me guiará até Edom? 11 _Porventura_ não _serás tu_, ó Deus, _que_ nos rejeitaste? E não sairás, ó Deus, com os nossos exercitos? 12 Dá-nos auxilio [QZ] para sair da angustia, porque vão _é_ o soccorro _da parte_ do homem. 13 Em Deus faremos proezas, pois elle calcará aos pés os nossos inimigos. [1] Gen. 49.10. _David roga a Deus o castigo dos impios, e que o livre das suas afflicções._ Psalmo de David para o cantor-mór. 109 Ó Deus do meu louvor, não te cales, 2 Pois a bocca do impio e a bocca do enganador estão abertas contra mim: teem fallado contra mim com uma lingua mentirosa. 3 Elles me cercaram com palavras odiosas, e pelejaram contra mim sem causa. 4 _Em recompensa_ do meu amor são meus adversarios: mas eu _faço_ oração. 5 E me deram mal pelo bem, e odio pelo meu amor. 6 Põe [1] sobre elle um impio, e Satanaz esteja á sua direita. 7 Quando fôr julgado, saia condemnado; e a sua oração se lhe torne em peccado. 8 Sejam poucos [2] os seus dias, _e_ outro tome o seu officio. 9 Sejam orphãos [3] os seus filhos, e viuva sua mulher. 10 Sejam vagabundos e pedintes os seus filhos, e busquem _o pão_ dos seus logares desolados. 11 Lance o credor a mão a tudo quanto tenha, e despojem os estranhos o seu trabalho. 12 Não haja ninguem que se compadeça d’elle, nem haja quem favoreça os seus orphãos. 13 Desappareça a sua posteridade, o seu nome seja apagado na seguinte geração. 14 Esteja na memoria do Senhor a iniquidade [4] de seus paes, e não se apague o peccado de sua mãe. 15 Antes estejam sempre perante o Senhor, para que faça desapparecer a sua memoria da terra. 16 Porquanto não se lembrou de fazer misericordia; antes perseguiu ao varão afflicto e ao necessitado, para que podesse até matar o quebrantado de coração. 17 Visto que amou a maldição, ella lhe sobrevenha, [5] _e assim_ como não desejou a benção, ella se affaste d’elle. 18 Assim como se vestiu de maldição, como d’um vestido, assim penetre ella nas suas entranhas como agua, e em seus ossos como azeite. 19 Seja para elle como o vestido _que_ o cobre, e como cinto que o cinja sempre. 20 _Seja_ este o galardão dos meus contrarios, da parte do Senhor, e dos que fallam mal contra a minha alma. 21 Mas tu, Deus Senhor, trata comigo por amor do teu nome, porque a tua misericordia _é_ boa; livra-me, 22 Pois _estou_ afflicto e necessitado, e o meu coração está ferido dentro de mim. 23 Vou-me como a sombra que declina; sou sacudido como o gafanhoto. 24 De jejuar estão enfraquecidos os meus joelhos, [6] e a minha carne emmagrece. 25 E _ainda_ lhes sou opprobrio; _quando_ me contemplam, [7] movem as cabeças. 26 Ajuda-me, Senhor Deus meu, salva-me segundo a tua misericordia. 27 Para que saibam que esta _é_ a tua mão, _e que_ tu, Senhor, o fizeste. 28 Amaldiçoem [8] elles, mas abençoa tu: quando se levantarem fiquem confundidos; e alegre-se o teu servo. 29 Vistam-se os meus adversarios de vergonha, e cubram-se com a sua propria confusão como com _uma_ capa. 30 Louvarei grandemente ao Senhor com a minha bocca: louval-o-hei entre a multidão. 31 Pois se porá á _mão_ direita do pobre, para _o_ livrar dos que condemnam a sua alma. [1] Zac. 13.1. [2] Act. 1.20. [3] Exo. 22.24. [4] Exo. 20.5. Neh. 4.5. Jer. 18.23. [5] Num. 5.22. [6] Heb. 12.12. [7] Mat. 27.39. [8] II Sam. 16.11, 12. Isa. 65.14. _O reino, o sacerdocio e a conquista do Messias._ Psalmo de David. 110 Disse o Senhor [1] ao meu Senhor: Assenta-te á minha mão direita, até que ponha aos teus inimigos _por_ escabello dos teus pés. 2 O Senhor enviará o sceptro da tua fortaleza desde Sião, _dizendo_: Domina no meio dos teus inimigos. 3 O teu povo _será_ [RA] mui voluntario no dia do teu poder, [RB] nos ornamentos de sanctidade, desde a madre da alva: tu tens o orvalho da tua mocidade. 4 Jurou [2] o Senhor, e não se arrependerá: tu _és_ um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melchisedec. 5 O Senhor, á tua direita, ferirá os reis no dia da sua ira. 6 Julgará entre as nações: _tudo_ encherá de corpos mortos: ferirá os cabeças de [RC] grandes terras. 7 Beberá [3] do ribeiro no caminho, pelo que exaltará a cabeça. [1] Mat. 22.44. Mar. 12.36. Luc. 20.42. [2] Heb. 5.6 e 6.20. [3] Jui. 7.5, 6. _Deus é louvado por amor das suas obras maravilhosas._ 111 Louvae ao Senhor. Louvarei ao Senhor de todo _o meu_ coração, na assembléa dos justos e na congregação. 2 Grandes _são_ as obras do Senhor, procuradas por todos os que n’ellas tomam prazer. 3 A sua obra _tem_ gloria e magestade, e a sua justiça permanece para sempre. 4 Fez _com que_ as suas maravilhas fossem lembradas: piedoso e misericordioso _é_ o Senhor. 5 Deu mantimento aos que o temem; lembrar-se-ha sempre do seu concerto. 6 Annunciou ao seu povo o poder das suas obras, para lhe dar a herança das nações. 7 As obras [1] das suas mãos _são_ verdade e juizo, seguros todos os seus mandamentos. 8 Permanecem firmes para sempre, e sempre; e são feitos em verdade e rectidão. 9 Redempção enviou ao seu povo; ordenou o seu concerto para sempre; [2] sancto e tremendo _é_ o seu nome. 10 O temor do Senhor é o principio da sabedoria: [3] bom entendimento teem todos os que cumprem _os seus mandamentos_: o seu louvor permanece para sempre. [1] Apo. 15.3. [2] Luc. 1.49. [3] Deu. 4.6. _A felicidade d’aquelle que teme a Deus._ 112 Louvae ao Senhor. Bemaventurado o homem que teme ao Senhor, _que_ em seus mandamentos tem grande prazer. 2 A sua semente será poderosa na terra: a geração dos rectos será abençoada. 3 Fazenda [1] e riquezas _haverá_ na sua casa, e a sua justiça permanece para sempre. 4 Aos justos nasce luz nas trevas: elle _é_ piedoso, misericordioso e justo. 5 O homem bom se compadece, e empresta: [RD] disporá as suas coisas com juizo. 6 Na verdade que nunca será commovido: o justo estará em memoria eterna. 7 Não temerá maus rumores: o seu coração está firme, confiando no Senhor. 8 O seu coração _bem_ confirmado, elle não temerá, até que veja o seu desejo sobre os seus inimigos. 9 Elle espalhou, [2] deu aos necessitados: a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em gloria. 10 O impio _o_ verá, e se entristecerá: rangerá com os dentes, e se consumirá: o desejo dos impios perecerá. [1] Mat. 6.33. [2] II Cor. 9.9. Deu. 24.13. _Exhortação a louvar a Deus pela sua grandeza e por amor da sua bondade para com os pobres._ 113 Louvae ao Senhor. Louvae, servos do Senhor, louvae o nome do Senhor. 2 Seja bemdito [1] o nome do Senhor, desde agora para sempre. 3 Desde o [2] nascimento do sol até ao occaso, _seja_ louvado o nome do Senhor. 4 Exaltado _está_ o Senhor acima de todas as nações, _e_ a sua gloria sobre os céus. 5 Quem _é_ como o Senhor nosso Deus, que habita nas alturas? 6 O qual _se_ abate, para vêr _o que está_ nos céus e na terra! 7 Levanta o pobre do pó, _e do_ monturo levanta o necessitado, 8 Para o fazer assentar com os principes, _mesmo_ com os principes do seu povo. 9 Faz com que a mulher esteril habite na casa, e _seja_ alegre mãe de filhos. Louvae ao Senhor. [1] Dan. 2.20. [2] Isa. 50.19. Mal. 1.11. _O psalmista celebra a passagem maravilhosa pelo Mar Vermelho e Jordão._ 114 Quando Israel saiu [1] do Egypto, e a casa de Jacob de um povo barbaro, 2 Judah [2] ficou seu sanctuario, _e_ Israel seu dominio. 3 O mar _o_ viu, e fugiu: o Jordão voltou para traz. 4 Os montes saltaram como carneiros, _e_ os outeiros como cordeiros. 5 Que tiveste tu, ó mar, que fugiste, e tu, ó Jordão, que voltaste para traz? 6 Montes, que saltastes como carneiros, e outeiros, como cordeiros? 7 Treme, terra, na presença do Senhor, na presença do Deus de Jacob. 8 O qual converteu [3] o rochedo em lago de aguas, e o seixo em fonte de agua. [1] Exo. 13.3. [2] Exo. 6.7 e 19.6 e 25.8. [3] Exo. 17.6. Num. 20.11. _A gloria do Senhor e a vaidade dos idolos. Exhortação a confiar só em Deus._ 115 Não a nós, [1] Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá gloria, por amor da tua benignidade e da tua verdade. 2 Porque dirão as nações: Onde _está_ o seu Deus? 3 Porém o nosso Deus _está_ nos céus: fez tudo o que lhe aprouve. 4 Os idolos d’elles [2] _são_ prata e oiro, obra das mãos dos homens. 5 Teem bocca mas não fallam: olhos teem, mas não vêem: 6 Teem ouvidos, mas não ouvem; narizes teem, mas não cheiram: 7 Teem mãos, mas não apalpam; pés teem, mas não andam; nem som algum sae da sua garganta. 8 A elles se tornem similhantes os que os fazem, _assim como_ todos os que n’elles confiam. 9 Israel, confia no Senhor: elle _é_ o seu auxilio e o seu escudo. 10 Casa de Aarão, confia no Senhor: elle _é_ o seu auxilio e o seu escudo. 11 Vós, os que temeis ao Senhor, confiae no Senhor: elle _é_ o seu auxilio e o seu escudo. 12 O Senhor se lembrou de nós; elle _nos_ abençoará; abençoará a casa d’Israel; abençoará a casa d’Aarão. 13 Abençoará os que temem ao Senhor, tanto pequenos como grandes. 14 O Senhor vos augmentará cada vez mais, _a_ vós e _a_ vossos filhos. 15 _Sois_ bemditos [3] do Senhor que fez os céus e a terra. 16 Os céus são os céus do Senhor; mas a terra _a_ deu aos filhos dos homens. 17 Os mortos não louvam ao Senhor, [4] nem os que descem ao silencio. 18 Mas [5] nós bemdiremos ao Senhor, desde agora e para sempre. Louvae ao Senhor. [1] Isa. 48.11. Eze. 36.32. [2] Deu. 4.28. [3] Gen. 1.1 e 14.19. [4] Isa. 38.18. [5] Dan. 2.20. _Amor e gratidão a Deus pela sua salvação._ 116 Amo ao Senhor, porque elle ouviu a minha voz _e_ a minha supplica. 2 Porque inclinou a mim os seus ouvidos; portanto _o_ invocarei emquanto viver. 3 Os cordeis da morte me cercaram, e angustias do inferno se apoderaram de mim: encontrei aperto e tristeza. 4 Então invoquei o nome do Senhor, _dizendo_: Ó Senhor, livra a minha alma. 5 Piedoso _é_ o Senhor e justo: o nosso Deus tem misericordia. 6 O Senhor guarda aos simplices: fui abatido, mas elle me livrou. 7 Alma minha, volta para o [1] teu repouso, pois o Senhor te fez bem. 8 Porque tu, _Senhor_, livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lagrimas, e os meus pés da queda. 9 Andarei perante a face do Senhor na terra dos viventes. 10 Cri, [2] por isso fallei: estive muito afflicto. 11 Dizia na minha pressa: Todos os homens são mentirosos. 12 Que darei eu ao Senhor, por todos os beneficios que me tem feito? 13 Tomarei o calix da salvação, e invocarei o nome do Senhor. 14 Pagarei os meus votos ao Senhor, agora, na presença de todo o seu povo. 15 Preciosa _é_ á vista do Senhor a morte dos seus sanctos. 16 Ó Senhor, devéras _sou_ teu servo: _sou_ teu servo, filho da tua serva; soltaste as minhas ataduras. 17 Offerecer-te-hei [3] sacrificios de louvor, e invocarei o nome do Senhor. 18 Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o meu povo. 19 Nos atrios da casa do Senhor, no meio de ti, ó Jerusalem. Louvae ao Senhor. [1] Jer. 6.16. Mat. 11.29. [2] II Cor. 4.13. [3] Lev. 7.12. _Deus é louvado por amor da sua bondade e veracidade._ 117 Louvae [1] ao Senhor todas as nações, louvae-o todos os povos. 2 Porque a sua benignidade é grande para comnosco, e a verdade do Senhor _dura_ para sempre. Louvae ao Senhor. [1] Rom. 15.11. _O psalmista louva a Deus por amor do livramento de muitos inimigos._ 118 Louvae ao Senhor, porque elle é bom, porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 2 Diga agora Israel que a sua benignidade _dura_ para sempre. 3 Diga agora a casa d’Aarão que a sua benignidade _dura_ para sempre. 4 Digam agora os que temem ao Senhor que a sua benignidade _dura_ para sempre. 5 Invoquei o Senhor na angustia; o Senhor me ouviu, e me tirou para _um_ logar largo. 6 O Senhor _está_ comigo: [1] não temerei o que me pode fazer o homem. 7 O Senhor _está_ comigo com aquelles que me ajudam; pelo que verei _cumprido o meu desejo_ sobre os que me aborrecem. 8 _É_ melhor confiar no Senhor [2] do que confiar no homem. 9 _É_ melhor confiar no Senhor do que confiar nos principes. 10 Todas as nações me cercaram, mas no nome do Senhor as despedaçarei. 11 Cercaram-me, e tornaram a cercar-me; mas no nome do Senhor eu as despedaçarei. 12 Cercaram-me como abelhas: _porém_ apagaram-se como o fogo d’espinhos; pois no nome do Senhor os despedaçarei. 13 Com força me impelliste para me fazeres cair, porém o Senhor me ajudou. 14 O Senhor [3] _é_ a minha força e o _meu_ cantico; e se fez a minha salvação. 15 Nas tendas dos justos _ha_ voz de jubilo e de salvação: a dextra do Senhor faz proezas. 16 A dextra [4] do Senhor se exalta: a dextra do Senhor faz proezas. 17 Não morrerei, [5] mas viverei; e contarei as obras do Senhor. 18 O Senhor me [6] castigou muito, mas não me entregou á morte. 19 Abri-me [7] as portas da justiça: entrarei por ellas, _e_ louvarei ao Senhor. 20 Esta _é_ a porta do Senhor, [8] pela qual os justos entrarão. 21 Louvar-te-hei, pois me escutaste, e te fizeste a minha salvação. 22 A Pedra [9] _que_ os edificadores rejeitaram se tornou a cabeça da esquina. 23 Da parte do Senhor se fez isto; maravilhoso _é_ aos nossos olhos. 24 Este _é_ o dia que fez o Senhor: regozijemo-nos, e alegremo-nos n’elle. 25 Salva-_nos_, agora, te pedimos, ó Senhor, ó Senhor, te pedimos, prospera-_nos_. 26 Bemdito [10] aquelle que vem em nome do Senhor: nós vos bemdizemos desde a casa do Senhor. 27 Deus _é_ o Senhor [11] que nos mostrou a luz: atae a victima _da festa_ com cordas, até aos cornos do altar. 28 _Tu és_ o meu Deus, e eu te louvarei; [12] _tu és_ o meu Deus, e eu te exaltarei. 29 Louvae [13] ao Senhor, porque _elle é_ bom; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. [1] Isa. 51.12. Heb. 13.6. [2] Jer. 17.5, 7. [3] Exo. 15.2. Isa. 12.2. [4] Exo. 15.6. [5] Hab. 1.12. [6] II Cor. 6.9. [7] Isa. 26.2. [8] Isa. 35.8. Apo. 21.27 e 22.14, 15. [9] Mat. 21.42. Mar. 12.10. Luc. 20.17. Act. 4.11. Eph. 2.20. I Ped. 2.4, 7. [10] Mat. 21.9 e 23.39. Mar. 11.9. Luc. 19.38. [11] I Ped. 2.9. [12] Exo. 15.2. Isa. 25.1. [13] ver. 1. _A excellencia da lei do Senhor e a felicidade d’aquelle que a observa._ _Aleph._ 119 Bemaventurados os rectos em seus caminhos, que andam na lei do Senhor. 2 Bemaventurados os que guardam os seus testemunhos, _e que_ o buscam com todo o coração. 3 E não obram iniquidade: andam nos seus caminhos. 4 Tu ordenaste os teus mandamentos, para que diligentemente os observassemos. 5 Oxalá _que_ os meus caminhos fossem dirigidos a observar os teus estatutos. 6 Então não serei envergonhado, quando tiver respeito a todos os teus mandamentos. 7 Louvar-te-hei com rectidão de coração, quando tiver aprendido os teus justos juizos. 8 Observarei os teus estatutos: não me desampares totalmente. _Beth._ 9 Com que purificará o mancebo o seu caminho? observando-_o_ conforme a tua palavra. 10 Com todo [1] o meu coração te busquei: não me deixes desviar dos meus mandamentos. 11 A tua palavra tenho eu escondido [2] no meu coração, para não peccar contra ti. 12 Bemdito _és_ tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos. 13 Com os meus labios declarei todos os juizos da tua bocca. 14 Folguei tanto no caminho dos teus testemunhos, como em todas as riquezas. 15 Meditarei nos teus preceitos, e terei respeito aos teus caminhos. 16 Recrear-me-hei nos teus estatutos: não me esquecerei da tua palavra. _Gimel._ 17 Faze bem ao teu servo, _para que_ viva e observe a tua palavra. 18 Abre tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei. 19 _Sou_ peregrino [3] na terra: não escondas de mim os teus mandamentos. 20 A minha alma está quebrantada de desejar os teus juizos em todo o tempo. 21 Tu reprehendeste asperamente os soberbos _que são_ amaldiçoados, que se desviam dos teus mandamentos. 22 Tira de sobre mim o opprobrio e o desprezo, pois guardei os teus testemunhos. 23 Principes tambem se assentaram, e fallaram contra mim, _mas_ o teu servo meditou nos teus estatutos. 24 Tambem os teus testemunhos _são_ o meu prazer _e_ os meus conselheiros. _Daleth._ 25 A minha alma está pegada ao pó: vivifica-me segundo a tua palavra. 26 Eu _te_ contei os meus caminhos, e tu me ouviste: ensina-me os teus estatutos. 27 Faze-me entender os caminhos dos teus preceitos: assim fallarei das tuas maravilhas. 28 A minha alma se derrete de tristeza: fortalece-me segundo a tua palavra. 29 Desvia de mim o caminho da falsidade, e concede-me piedosamente a tua lei. 30 Tenho escolhido o caminho da verdade: os teus juizos tenho posto _diante de mim_. 31 Tenho-me apegado aos teus testemunhos: ó Senhor, não me confundas. 32 Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, [4] quando dilatares o meu coração. _He._ 33 Ensina-me, [5] ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e guardal-o-hei até ao fim. 34 Dá-me [6] entendimento, e guardarei a tua lei, e observal-a-hei de todo o meu coração. 35 Faze-me andar na vereda dos teus mandamentos, porque n’ella tenho prazer. 36 Inclina o meu coração aos teus testemunhos, e não á cubiça. 37 Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu caminho. 38 Confirma a tua palavra ao teu servo, que _é dedicado_ ao teu temor. 39 Desvia de mim o opprobrio que temo, pois os teus juizos _são_ bons. 40 Eis que tenho desejado os teus preceitos; vivifica-me na tua justiça. _Vau._ 41 Venham sobre mim tambem as tuas misericordias, ó Senhor, _e_ a tua salvação segundo a tua palavra. 42 Assim terei que responder ao que me affronta, pois confio na tua palavra. 43 E não tires totalmente a palavra de verdade da minha bocca, pois tenho esperado nos teus juizos. 44 Assim observarei de continuo a tua lei para sempre e eternamente. 45 E andarei em liberdade; pois busco os teus preceitos. 46 Tambem fallarei [7] dos teus testemunhos perante os reis, e não me envergonharei. 47 E recrear-me-hei em teus mandamentos, que tenho amado. 48 Tambem levantarei as minhas mãos para os teus mandamentos, que amei, e meditarei nos teus estatutos. _Zain._ 49 Lembra-te da palavra _dada_ ao teu servo, na qual me fizeste esperar. 50 Isto [8] _é_ a minha consolação na minha afflicção, porque a tua palavra me vivificou. 51 Os soberbos [9] zombaram grandemente de mim; _comtudo_ não me desviei da tua lei. 52 Lembrei-me dos teus juizos antiquissimos, ó Senhor, e _assim_ me consolei. 53 Grande indignação se apoderou de mim por causa dos impios que desamparam a tua lei. 54 Os teus estatutos teem sido os meus canticos, na casa da minha peregrinação. 55 Lembrei-me do teu nome, ó Senhor, de noite, e observei a tua lei. 56 Isto fiz eu, porque guardei os teus mandamentos. _Heth._ 57 O Senhor _é_ a minha porção: eu disse que observaria as tuas palavras. 58 Roguei devéras o teu favor com todo o _meu_ coração: tem piedade de mim, segundo a tua palavra. 59 Considerei [10] os meus caminhos, e voltei os meus pés para os teus testemunhos. 60 Apressei-me, e não me detive, a observar os teus mandamentos. 61 Bandos de impios me despojaram, _mas_ eu não me esqueci da tua lei. 62 Á meia noite [11] me levantarei para te louvar, pelos teus justos juizos. 63 Companheiro _sou_ de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos. 64 A terra, ó Senhor, está cheia da tua benignidade: ensina-me os teus estatutos. _Teth._ 65 Fizeste bem ao teu servo, Senhor, segundo a tua palavra. 66 Ensina-me bom juizo e sciencia, pois cri nos teus mandamentos. 67 Antes de ser afflicto andava errado; mas agora tenho guardado a tua palavra. 68 Tu _és_ bom e [12] fazes bem: ensina-me os teus estatutos. 69 Os soberbos forjaram mentiras contra mim; _mas_ eu com todo o _meu_ coração guardarei os teus preceitos. 70 Engrossa-se-lhes o coração como gordura, _mas_ eu me recreio na tua lei. 71 _Foi_-me bom ter sido afflicto, para que aprendesse os teus estatutos. 72 Melhor _é_ para mim a lei da tua bocca do que milhares de oiro ou prata. _Jod._ 73 As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me intelligencia para entender os teus mandamentos. 74 Os que te temem alegraram-se quando me viram, porque tenho esperado na tua palavra. 75 Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juizos _são_ justos, e _que segundo_ a tua fidelidade me affligiste. 76 Sirva pois a tua benignidade para me consolar, segundo a palavra _que déste_ ao teu servo. 77 Venham sobre mim as tuas misericordias, para que viva, pois a tua lei _é_ as minhas delicias. 78 Confundam-se os soberbos, pois me trataram d’uma maneira perversa, sem causa; _mas_ eu meditarei nos teus preceitos. 79 Voltem-se para mim os que te temem, e aquelles que teem conhecido os teus testemunhos. 80 Seja recto o meu coração nos teus estatutos, para que não seja confundido. _Caph._ 81 Desfallece a minha alma pela tua salvação, _mas_ espero na tua palavra. 82 Os meus olhos desfallecem pela tua palavra; _entretanto_ dizia: Quando me consolarás tu? 83 Pois estou como odre no fumo; _comtudo_ não me esqueço dos teus estatutos. 84 Quantos _serão_ os dias do teu servo? [13] Quando _me_ farás justiça contra os que me perseguem? 85 Os soberbos me cavaram covas, o que não _é_ conforme á tua lei. 86 Todos os teus mandamentos _são_ verdade: com mentiras me perseguem; ajuda-me. 87 Quasi que me teem consumido sobre a terra, mas eu não deixei os teus preceitos. 88 Vivifica-me segundo a tua benignidade; assim guardarei o testemunho da tua bocca. _Lamed._ 89 Para sempre, ó Senhor, [14] a tua palavra permanece no céu. 90 A tua fidelidade _dura_ de geração em geração: tu firmaste a terra, e ella permanece _firme_. 91 [RE] Elles continuam até _ao dia d’_hoje, segundo as tuas ordenações; porque todos são teus servos. 92 Se a tua lei não _fôra_ toda a minha recreação, _ha muito_ que pereceria na minha afflicção. 93 Nunca me esquecerei dos teus preceitos; pois por elles me tens vivificado. 94 _Sou_ teu, salva-me; pois tenho buscado os teus preceitos. 95 Os impios me esperam para me destruirem, _mas_ eu considerarei os teus testemunhos. 96 Tenho visto [15] fim a toda a perfeição, _mas_ o teu mandamento _é_ amplicissimo. _Mem._ 97 Oh! quanto amo a tua lei! _é_ a minha meditação em todo o dia. 98 Tu pelos teus mandamentos me fazes mais sabio [16] do que os meus inimigos, pois _estão_ sempre comigo. 99 Tenho mais [17] entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos _são_ a minha meditação. 100 Entendo mais do que os antigos; porque guardo os teus preceitos. 101 Desviei os meus pés de todo o caminho mau, para guardar a tua palavra. 102 Não me apartei dos teus juizos, pois tu me ensinaste. 103 Oh! quão [18] doces são as tuas palavras ao meu paladar, _mais doces_ do que o mel á minha bocca. 104 Pelos teus mandamentos alcancei entendimento; pelo que aborreço todo o falso caminho. _Nun._ 105 A tua palavra _é uma_ lampada para os meus pés e _uma_ luz para o meu caminho. 106 Jurei, [19] e _o_ [RF] cumprirei, que guardarei os teus justos juizos. 107 Estou afflictissimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra. 108 Acceita, eu te rogo, as offerendas voluntarias [20] da minha bocca, ó Senhor; ensina-me os teus juizos. 109 A minha alma _está_ de continuo nas minhas mãos; todavia não me esqueço da tua lei. 110 Os impios me armaram laço; comtudo não me desviei dos teus preceitos. 111 Os teus testemunhos tenho eu tomado por herança [21] para sempre, pois _são_ o gozo do meu coração. 112 Inclinei o meu coração a guardar os teus estatutos, para sempre, até ao fim. _Samech._ 113 Aborreço a duplicidade, mas amo a tua lei. 114 Tu _és_ o meu refugio e o meu escudo; espero na tua palavra. 115 Apartae-vos [22] de mim, malfeitores, pois guardarei os mandamentos do meu Deus. 116 Sustenta-me conforme a tua palavra, para que viva, [23] e não me deixes envergonhado da minha esperança. 117 Sustenta-me, e serei salvo, e de continuo terei respeito aos teus estatutos. 118 Tu tens [RG] pisado aos pés todos os que se desviam dos teus estatutos, pois o engano d’elles _é_ falsidade. 119 Tu tiraste da terra todos os impios, _como_ a escoria, pelo que amo os teus testemunhos. 120 O meu corpo se arrepiou com temor [24] de ti, e temi os teus juizos. _Ain._ 121 Fiz juizo e justiça: não me entregues aos meus oppressores. 122 Fica por fiador do teu servo para o bem; não deixes que os soberbos me opprimam. 123 Os meus olhos desfalleceram pela tua salvação e pela promessa da tua justiça. 124 Usa com o teu servo segundo a tua benignidade, e ensina-me os teus estatutos. 125 _Sou_ teu servo: dá-me intelligencia, para entender os teus testemunhos. 126 _Já é_ tempo de operares ó Senhor, _pois_ elles teem quebrantado a tua lei. 127 Pelo que amo os teus mandamentos mais do que o oiro, e _ainda_ mais do que o oiro fino. 128 Por isso estimo todos os _teus_ preceitos ácerca de tudo, como rectos, _e_ aborreço toda a falsa vereda. _Pe._ 129 Maravilhosos _são_ os teus testemunhos; portanto a minha alma os guarda. 130 A entrada das tuas palavras dá luz, [25] dá entendimento aos simplices. 131 Abri a minha bocca, e respirei, pois que desejei os teus mandamentos. 132 Olha para mim, e tem piedade de mim, conforme usas com os que amam o teu nome. 133 Ordena os meus passos na tua palavra, [26] e não se apodere de mim iniquidade alguma. 134 Livra-me [27] da oppressão do homem; assim guardarei os teus preceitos. 135 Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo, e ensina-me os teus estatutos. 136 Rios [28] d’aguas correm dos meus olhos, porque não guardam a tua lei. _Tsade._ 137 Justo és, [29] ó Senhor, e rectos _são_ os teus juizos. 138 Os teus testemunhos _que_ ordenaste _são_ rectos e muito fieis. 139 O meu zelo me consumiu, porque os meus inimigos se esqueceram da tua palavra. 140 A tua palavra _é_ muito pura; portanto o teu servo a ama. 141 Pequeno _sou_ e desprezado, porém não me esqueço dos teus mandamentos. 142 A tua justiça _é uma_ justiça eterna, [30] e a tua lei _é_ a verdade. 143 Aperto e angustia se apoderam de mim; _comtudo_ os teus mandamentos _são_ o meu prazer. 144 A justiça dos teus testemunhos _é_ eterna; dá-me intelligencia, e viverei. _Koph._ 145 Clamei de todo o meu coração; escuta-me, Senhor, _e_ guardarei os teus estatutos. 146 _A ti_ te invoquei; salva-me, e guardarei os teus testemunhos. 147 Preveni a alva da manhã, e clamei: esperei na tua palavra. 148 Os meus olhos preveniram as vigilias _da noite_, para meditar na tua palavra. 149 Ouve a minha voz, segundo a tua benignidade; vivifica-me, ó Senhor, segundo o teu juizo. 150 Approximam-se os que se dão a maus tratos; affastam-se da tua lei. 151 Tu _estás_ perto _ó_ Senhor, e todos os teus mandamentos _são_ a verdade. 152 Ácerca dos teus testemunhos soube, desde a antiguidade, [31] que tu os fundaste para sempre. _Res._ 153 Olha para a minha afflicção, e livra-me, pois não me esqueci da tua lei. 154 Pleiteia a minha causa, e livra-me: vivifica-me segundo a tua palavra. 155 A salvação _está_ longe dos impios, pois não buscam os teus estatutos. 156 Muitas _são_, ó Senhor, as tuas misericordias: vivifica-me segundo os teus juizos. 157 Muitos _são_ os meus perseguidores e os meus inimigos; _porém_ não me desvio dos teus testemunhos. 158 Vi os transgressores, e me affligi, porque não observam a tua palavra. 159 Considera como amo os teus preceitos: vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua benignidade. 160 A tua palavra _é_ a verdade desde o principio, e cada um dos teus juizos _dura_ para sempre. _Sin._ 161 Principes me perseguiram sem causa, mas o meu coração temeu a tua palavra. 162 Folgo com a tua palavra, como aquelle que acha _um_ grande despojo. 163 Abomino e aborreço a falsidade, _porém_ amo a tua lei. 164 Sete vezes no dia te louvo pelos juizos da tua justiça. 165 Muita paz teem os que amam a tua lei, e para elles não _ha_ tropeço. 166 Senhor, tenho esperado na tua salvação, [32] e tenho cumprido os teus mandamentos. 167 A minha alma tem observado os teus testemunhos; amo-os excessivamente. 168 Tenho observado os teus preceitos e os teus testemunhos, porque todos os meus caminhos _estão_ diante de ti. _Tau._ 169 Chegue a ti o meu clamor, ó Senhor: dá-me entendimento conforme a tua palavra. 170 Chegue a minha supplica perante a tua face: livra-me segundo a tua palavra. 171 Os meus labios proferiram o louvor, quando me ensinaste os teus estatutos. 172 A minha lingua fallará da tua palavra, pois todos os teus mandamentos _são_ justiça. 173 Venha a tua mão soccorrer-me, [33] pois elegi os teus preceitos. 174 Tenho desejado a tua salvação, ó Senhor, a tua lei _é_ todo o meu prazer. 175 Viva a minha alma, e louvar-te-ha: ajudem-me os teus juizos. 176 Desgarrei-me [34] como a ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueci dos teus mandamentos. [1] II Chr. 15.15. [2] Luc. 2.18, 51. [3] Gen. 47.9. I Chr. 29.15. II Cor. 5.6. Heb. 11.13. [4] I Sam. 4.29. Isa. 60.5. II Cor. 6.11. [5] ver. 12. Mat. 10.22. Apo. 2.26. [6] ver. 73. [7] Mat. 10.18, 19. Act. 26.1, 2. [8] Rom. 15.4. [9] Jer. 20.7. [10] Luc. 15.17, 18. [11] Act. 16.25. [12] Mat. 19.17. [13] Apo. 6.10. [14] Mat. 24.34, 35. [15] Mat. 5.18 e 24.35. [16] Deu. 4.6, 8. [17] II Tim. 3.15. [18] Pro. 8.11. [19] Neh. 10.29. [20] Ose. 14.2. Heb. 13.5. [21] Deu. 33.4. [22] Mat. 7.23. [23] Rom. 5.5 e 9.33 e 10.11. [24] Hab. 3.16. [25] Pro. 1.4. [26] Rom. 6.12. [27] Luc. 1.74. [28] Jer. 9.1 e 14.17. Eze. 9.4. [29] Esd. 9.15. Neh. 9.33. Jer. 12.1. Dan. 9.7. [30] João 17.17. [31] Luc. 21.33. [32] Gen. 49.18. [33] Jos. 24.22. Luc. 10.42. [34] Isa. 53.6. Luc. 15.4. I Ped. 2.25. _O psalmista ora para que seja livre do mentiroso e calumniador._ [RH] Cantico dos degraus. 120 Na minha angustia [1] clamei ao Senhor, e me ouviu. 2 Senhor, livra a minha alma dos labios mentirosos e da lingua enganadora. 3 Que te será dado, ou que te será accrescentado, lingua enganadora? 4 Frechas agudas do valente, com brazas vivas de zimbro. 5 Ai de mim, que peregrino em Mesech, [2] e habito nas tendas de Kedar. 6 A minha alma bastante tempo habitou com os que detestam a paz. 7 Pacifico _sou_, porém quando eu fallo _já_ elles procuram guerra. [1] Jon. 2.2. [2] Gen. 25.13. Jer. 49.28, 29. _Deus é o guarda fiel do seu povo._ Cantico dos degraus. 121 Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem a minha salvação. 2 O meu soccorro _vem_ do Senhor, que fez o céu e a terra. 3 Não deixará vacillar o teu pé: aquelle que te guarda não tosquenejará. 4 Eis-que não tosquenejará nem dormirá o guarda d’Israel. 5 O Senhor _é_ quem te guarda: o Senhor _é_ a tua sombra á tua direita. 6 O sol não te molestará de dia nem a lua de noite. 7 O Senhor te guardará de todo o mal: guardará a tua alma. 8 O Senhor guardará a tua entrada e a tua saida, desde agora e para sempre. _Oração para que a paz de Jerusalem continue._ Cantico dos degraus, de David. 122 Alegrei-me quando me disseram: [1] Vamos á casa do Senhor. 2 Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalem. 3 Jerusalem está edificada como uma cidade que é [2] compacta, 4 Onde sobem as tribus, as tribus do Senhor, até o testemunho d’Israel, para darem [RI] graças ao nome do Senhor. 5 Pois ali estão os thronos do juizo, os thronos da casa de David. 6 Orae pela paz de Jerusalem: prosperarão aquelles que te amam. 7 Haja paz dentro de teus muros, e _prosperidade_ dentro dos teus palacios. 8 Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Paz _esteja_ em ti. 9 Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem. [1] Isa. 2.3. Zac. 8.21. [2] II Sam. 5.9. _A oração do crente desprezado._ Cantico dos degraus. 123 A ti levanto os meus olhos, ó tu que habitas nos céus. 2 Assim como os olhos dos servos _attentam_ para as mãos dos seus senhores, _e_ os olhos da serva para as mãos de sua senhora, assim os nossos olhos _attentam_ para o Senhor nosso Deus, até que tenha piedade de nós. 3 Tem piedade de nós, ó Senhor, tem piedade de nós, pois estamos assaz fartos de desprezo. 4 A nossa alma está extremamente cheia da zombaria d’aquelles que estão á sua vontade _e_ com o desprezo dos soberbos. _Só Deus pode livrar o seu povo._ Cantico dos degraus, de David. 124 Se não _fôra_ o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel; 2 Se não _fôra_ o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, 3 Elles então nos teriam engulido vivos, quando a sua ira se accendesse contra nós. 4 Então as aguas teriam trasbordado sobre nós, _e_ a corrente teria passado sobre a nossa alma; 5 Então as aguas altivas teriam passado sobre a nossa alma. 6 Bemdito _seja_ o Senhor, que não nos deu por preza aos seus dentes. 7 A nossa alma escapou, como um passaro do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapámos. 8 O nosso soccorro _está_ no nome do Senhor, que fez o céu e a terra. _A segurança d’aquelle que confia em Deus._ Cantico dos degraus. 125 Os que confiam no Senhor _serão_ como o monte de Sião, _que_ não se abala, _mas_ permanece para sempre. 2 _Assim como estão_ os montes á roda de Jerusalem, assim o Senhor _está_ em volta do seu povo desde agora e para sempre. 3 Porque o sceptro da impiedade não permanecerá [1] sobre a sorte dos justos, a não ser que o justo estenda as suas mãos para a iniquidade. 4 Faze bem, ó Senhor, aos bons e aos _que são_ rectos de coração. 5 Emquanto áquelles que se inquietam para os seus caminhos tortuosos, leval-os-ha o Senhor com os que obram [2] a maldade: paz _haverá_ sobre Israel. [1] Isa. 14.5. [2] Gal. 6.16. _Deus é louvado porque fez retirar do captiveiro o seu povo._ Cantico dos degraus. 126 Quando o Senhor [RJ] trouxe do captiveiro os que voltaram a Sião estavamos com os que sonham. 2 Então a nossa bocca se encheu do riso e a nossa lingua de cantico: então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor a estes. 3 Grandes coisas fez o Senhor por nós, _pelas quaes_ estamos alegres. 4 Traze-nos outra vez, ó Senhor, do captiveiro, como as correntes _das aguas_ no sul. 5 Os que semeiam em lagrimas segarão com alegria. 6 Aquelle que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará sem duvida com alegria, trazendo _comsigo_ os seus molhos. _Segurança, prosperidade e fecundidade veem de Deus só._ Cantico dos degraus, de Salomão. 127 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam: se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinella. 2 Inutil vos _será_ levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dôres, _pois_ assim dá elle aos seus amados o somno. 3 Eis que [1] os filhos _são_ herança do Senhor, _e_ o fructo do ventre o _seu_ galardão. 4 Como frechas na mão _d’um homem_ valente, assim _são_ os filhos da mocidade. 5 Bemaventurado o homem que enche d’elles a sua aljava: não serão confundidos, mas fallarão com os seus inimigos á porta. [1] Gen. 33.5 e 48.4. Jos. 24.3, 4. Deu. 28.4. _Aquelle que teme a Deus será abençoado na sua familia._ Cantico dos degraus. 128 Bemaventurado aquelle que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos. 2 Pois comerás [1] do trabalho das tuas mãos: feliz _serás_, e te _irá_ bem. 3 A tua mulher _será_ [2] como a videira fructifera aos lados da tua casa, os teus filhos como plantas de oliveira á roda da tua mesa. 4 Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor. 5 O Senhor te abençoará desde Sião, e tu verás os bens de Jerusalem em todos os dias da tua vida. 6 E verás [3] os filhos de teus filhos, _e_ a paz sobre Israel. [1] Isa. 3.10. [2] Eze. 19.10. [3] Gen. 50.23. _A egreja é perseguida, mas não destruida._ Cantico dos degraus. 129 Muitas vezes me angustiaram desde a minha mocidade, diga agora Israel: 2 Muitas vezes me angustiaram desde a minha mocidade, todavia não prevaleceram contra mim. 3 Os lavradores araram sobre as minhas costas: compridos fizeram os seus sulcos. 4 O Senhor _é_ justo: cortou as cordas dos impios. 5 Sejam confundidos, e voltem para traz, todos os que aborrecem a Sião. 6 Sejam como a herva dos telhados, que se secca antes que [RK] a arranquem. 7 Com a qual o segador não enche a sua mão, nem o que ata os feixes _enche_ o seu braço. 8 Nem tão pouco os que passam digam: A benção do Senhor _seja_ sobre vós: nós vos abençoamos em nome do Senhor. _A confissão do peccado e a esperança do perdão._ Cantico dos degraus. 130 Das profundezas a ti clamo, ó Senhor. 2 Senhor, escuta a minha voz: sejam os teus ouvidos attentos á voz das minhas supplicas. 3 Se tu, Senhor, [1] observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá? 4 Porém comtigo _está_ [2] o perdão, para que sejas temido. 5 Aguardo ao Senhor; a minha alma o aguarda, e espero na sua palavra. 6 A minha alma _aguarda_ ao Senhor, mais do que os guardas pela manhã, _mais do que_ aquelles que vigiam pela manhã. 7 Espere Israel no Senhor, porque no Senhor _ha_ misericordia, e n’elle _ha_ abundante redempção. 8 E elle remirá [3] a Israel de todas as suas iniquidades. [1] Rom. 3.20, 23, 24. [2] Exo. 34.7. [3] Mat. 1.20. _A humildade do psalmista._ Cantico dos degraus, de David. 131 Senhor, o meu coração não se elevou [1] nem os meus olhos se levantaram: não me exercito em grandes materias, nem em coisas muito elevadas para mim. 2 Certamente que me tenho portado [RL] e socegado como _uma_ creança [2] desmamada de sua mãe: a minha alma _está_ como _uma creança_ desmamada. 3 Espere Israel no Senhor, desde agora e para sempre. [1] Rom. 12.16. [2] Mat. 18.3. I Cor. 14.20. _O zelo de David pelo templo e pela arca. As promessas feitas por Deus._ Cantico dos degraus. 132 Lembra-te, Senhor, de David, _e_ de todas as suas afflicções. 2 Como jurou ao Senhor, [1] _e_ fez votos ao poderoso de Jacob, _dizendo_: 3 Certamente que não entrarei na tenda de minha casa, nem subirei ao leito da minha cama. 4 Não darei somno aos meus olhos, _nem_ adormecimento ás minhas pestanas, 5 Emquanto [2] não achar logar para o Senhor, uma morada para o Poderoso de Jacob. 6 Eis que ouvimos fallar d’ella em Ephrata, e a achámos no campo do bosque. 7 Entraremos nos seus tabernaculos: prostrar-nos-hemos ante o escabello de seus pés. 8 Levanta-te, [3] Senhor, no teu repouso, tu e a arca da tua força. 9 Vistam-se os teus sacerdotes de justiça, e alegrem-se os teus sanctos. 10 Por amor de David, teu servo, não faças virar o rosto do teu ungido. 11 O Senhor jurou na verdade a David: não se apartará [4] d’ella: Do fructo do teu ventre porei sobre o teu throno. 12 Se os teus filhos guardarem o meu concerto, e os meus testemunhos, que eu lhes hei de ensinar, tambem os seus filhos se assentarão perpetuamente no teu throno. 13 Porque o Senhor elegeu a Sião; desejou-a para a sua habitação, _dizendo_: 14 Este _é_ o meu repouso para sempre: aqui habitarei, pois o desejei. 15 Abençoarei abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus necessitados. 16 Vestirei os seus sacerdotes de salvação, e os seus sanctos saltarão de prazer. 17 Ali farei brotar [5] [RM] a força de David; preparei uma lampada para o meu ungido. 18 Vestirei os seus inimigos de confusão; mas sobre elle florescerá a sua corôa. [1] Gen. 49.24. [2] Act. 7.46. [3] Num. 10.35. II Chr. 6.41, 42. [4] II Sam. 7.12. I Reis 8.25. [5] Eze. 29.21. Ose. 11.12. _A excellencia do amor fraternal._ Cantico dos degraus, de David. 133 Oh! quão bom e quão suave _é_ que os irmãos habitem [1] em união. 2 _É_ como [2] o oleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba, d’Aarão, e que desce á orla dos seus vestidos. 3 Como o orvalho [3] de Hermon _e como_ o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o [4] Senhor ordena a benção _e_ vida para sempre. [1] Gen. 13.8. Heb. 13.1. [2] Exo. 30.25, 30. [3] Deu. 4.48. [4] Lev. 25.21. Deu. 28.8. _Exhortação a bemdizer o Senhor._ Cantico dos degraus. 134 Eis-aqui, bemdizei ao Senhor todos vós, servos do Senhor, que assistis na casa do Senhor todas as noites. 2 Levantae as vossas mãos no sanctuario, e bemdizei ao Senhor. 3 O Senhor, que fez o céu e a terra, te abençõe desde Sião. _Deus é louvado pela sua bondade, poder e justiça. A vaidade dos idolos._ 135 Louvae ao Senhor. Louvae _o_ nome do Senhor; louvae-o, servos do Senhor. 2 Vós que assistis na casa do Senhor, nos atrios da casa do nosso Deus. 3 Louvae ao Senhor, porque o Senhor _é_ bom: cantae louvores ao seu nome, porque _é_ agradavel. 4 Porque [1] o Senhor escolheu para si a Jacob, _e_ a Israel para seu proprio thesouro. 5 Porque eu conheço que o Senhor _é_ grande e _que_ o nosso Deus _está_ acima de todos os deuses. 6 Tudo o que o Senhor quiz fez, nos céus e na terra, nos mares e _em_ todos os abysmos. 7 Faz [2] subir os vapores das extremidades da terra; faz os relampagos para a chuva; produz os ventos dos seus thesouros. 8 O que feriu os primogenitos do Egypto, desde os homens até ás bestas. 9 _O que_ enviou signaes e prodigios no meio de ti, ó Egypto, contra Pharaó e contra os seus servos. 10 O que feriu [3] muitas nações, e matou poderosos reis; 11 A Sehon, rei dos amorrheos, e a Og, rei de Basan, e a todos os reinos de Canaan. 12 E deu a sua terra em herança, em herança a Israel, seu povo. 13 O teu nome, ó Senhor, _dura_ perpetuamente; _e_ a tua memoria, ó Senhor, de geração em geração. 14 Pois o Senhor julgará o seu povo, e se arrependerá com respeito aos seus servos. 15 Os idolos das nações _são_ prata e oiro, obra das mãos dos homens. 16 Teem bocca, mas não fallam; teem olhos, e não vêem. 17 Teem ouvidos, mas não ouvem, nem ha respiro _algum_ nas suas boccas. 18 Similhantes a elles se tornem os que os fazem, e todos os que confiam n’elles. 19 Casa d’Israel, bemdizei ao Senhor; casa d’Aarão bemdizei ao Senhor. 20 Casa de Levi, bemdizei ao Senhor: vós, os que temeis ao Senhor, louvae ao Senhor. 21 Bemdito _seja_ o Senhor desde Sião, que habita em Jerusalem. Louvae ao Senhor. [1] Exo. 19.5. Deu. 7.6, 7 e 10.15. [2] Jer. 10.13 e 51.16. [3] Num. 21.24, 25, 26, 34, 35. _Deus é louvado pelas suas obras e porque sua benignidade dura para sempre._ 136 Louvae ao Senhor, porque elle _é_ bom; porque [1] a sua benignidade _dura_ para sempre. 2 Louvae ao Deus dos deuses; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 3 Louvae ao Senhor dos senhores; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 4 Aquelle que só faz maravilhas; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 5 Aquelle que por entendimento fez os céus, [2] porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 6 Aquelle que estendeu a terra sobre as aguas; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 7 Aquelle que fez os grandes luminares; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 8 O sol [3] para governar de dia; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 9 A lua e as estrellas para presidirem á noite; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 10 O que feriu [4] o Egypto nos seus primogenitos; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 11 E tirou a [5] Israel do meio d’elles; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 12 Com mão [6] forte, e com braço estendido; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 13 Aquelle que dividiu o Mar Vermelho [7] em duas partes; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 14 E fez passar Israel por meio d’elles; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 15 Mas derribou [8] a Pharaó com o seu exercito no Mar Vermelho, porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 16 Aquelle que guiou [9] o seu povo pelo deserto; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 17 Aquelle que feriu [10] os grandes reis; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 18 E matou reis famosos; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 19 Sehon, rei dos amorrheos; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 20 E Og, rei de Basan; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 21 E deu a terra d’elles em herança; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 22 _E mesmo_ em herança a Israel, seu servo; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 23 Que se lembrou da [11] nossa baixeza; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 24 E nos remiu dos nossos inimigos; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 25 O que dá mantimento a toda a carne; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. 26 Louvae ao Deus dos céus; porque a sua benignidade _dura_ para sempre. [1] I Chr. 16.34, 41. II Chr. 20.21. [2] Gen. 1.1. Pro. 3.19. [3] Gen. 1.16. [4] Exo. 12.29. [5] Exo. 12.15 e 13.3, 17. [6] Exo. 6.6. [7] Exo. 14.21, 22. [8] Exo. 14.27. [9] Deu. 8.15. [10] Deu. 29.7. [11] Gen. 8.1. Deu. 32.36. 137 Junto dos rios de Babylonia, ali nos assentámos e chorámos, quando nos lembrámos de Sião: 2 Sobre os salgueiros _que ha_ no meio d’ella, pendurámos as nossas harpas. 3 Pois lá aquelles que nos levaram captivos, nos pediam _uma_ canção; e os que nos destruiram, _que_ os alegrassemos, _dizendo_; Cantae-nos uma das canções de Sião. 4 Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha? 5 Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalem, esqueça-se a minha direita _da sua destreza_. 6 Se me não lembrar de ti, apegue-se-me a lingua ao meu paladar; se não prefiro Jerusalem á minha maior alegria. 7 Lembra-te, Senhor, dos filhos de Edom [1] no dia de Jerusalem, que diziam: Descobri-a, descobri-a até aos seus alicerces. 8 Ah! filha de Babylonia, que _vaes ser_ assolada; feliz aquelle que te retribuir o pago que tu nos pagaste a nós. 9 Feliz aquelle que pegar em teus filhos e der [2] _com elles_ pelas pedras. [1] Jer. 49.7, etc. [2] Jer. 50.15, 29. _Acção de graças a Deus por amor da sua fidelidade. Todos os reis o louvarão._ Psalmo de David. 138 Eu te louvarei, _Senhor_, de todo o meu coração: na presença dos deuses a ti cantarei louvores. 2 Inclinar-me-hei para o teu sancto templo, e louvarei o teu nome pela sua benignidade, e pela tua verdade: pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome. 3 No dia em que eu clamei, me escutaste; _e_ alentaste com força a minha alma. 4 Todos os reis da terra te louvarão, ó Senhor, quando ouvirem as palavras da tua bocca; 5 E cantarão os caminhos do Senhor; pois grande _é_ a gloria do Senhor. 6 Ainda que o Senhor é excelso, attende _todavia_ para o humilde; mas ao soberbo conhece-_o_ de longe. 7 Andando eu no meio da angustia, tu me reviverás: estenderás a tua mão contra a ira dos meus inimigos, e a tua dextra me salvará. 8 O Senhor aperfeiçoará o que me toca; a tua benignidade, ó Senhor, _dura_ para sempre; não desampares as obras das tuas mãos. _A omnipresença e a omnipotencia de Deus._ Psalmo de David para o cantor-mór. 139 Senhor, [1] tu me sondaste, e _me_ conheces. 2 Tu sabes [2] o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. 3 Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. 4 Não _havendo_ ainda palavra _alguma_ na minha lingua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces. 5 Tu me cercaste por detraz e por diante; e pozeste sobre mim a tua mão. 6 _Tal_ sciencia _é_ para mim maravilhosissima; _tão_ alta _que_ não a posso _attingir_. 7 Para onde me irei do teu Espirito, ou para onde fugirei da tua face? 8 Se subir [3] ao céu, lá tu _estás_: se fizer no inferno a minha cama, eis que tu _ali estás tambem_. 9 Se tomar as azas da alva, _se_ habitar nas extremidades do mar, 10 Até ali a tua mão me guiará e a tua dextra me susterá. 11 Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite _será_ luz á roda de mim. 12 Nem ainda [4] as trevas me encobrem de ti: mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz _são para ti_ a mesma coisa. 13 Pois possuiste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe. 14 Eu te louvarei, porque de um modo terrivel, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas _são_ as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. 15 Os meus ossos não te foram encobertos, quando no occulto fui feito, _e_ entretecido nas profundezas da terra. 16 Os teus olhos viram o meu _corpo_ ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escriptas; as quaes em continuação foram formadas, quando nem ainda uma d’ellas _havia_. 17 E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grandes são as sommas d’elles! 18 _Se_ as contasse, seriam em maior numero do que a areia: _quando_ acordo ainda estou comtigo. 19 Ó Deus, tu matarás decerto o impio: apartae-vos portanto de mim, homens de sangue. 20 Pois fallam malvadamente contra ti; _e_ os teus inimigos tomam o _teu nome_ em vão. 21 Não aborreço eu, ó Senhor, aquelles que te aborrecem, e não me afflijo por causa dos que se levantam contra ti? 22 Aborreço-os com odio perfeito: tenho-os por inimigos. 23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me, e conhece os meus pensamentos. 24 E vê se _ha_ em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno. [1] Jer. 12.3. [2] II Reis 19.27. Mat. 9.4. João 2.25. [3] Amós 9.2, 3, 4. [4] Dan. 2.22. Heb. 4.13. _O psalmista ora para que seja livre de inimigos potentes e injustos._ Psalmo de David para o cantor-mór. 140 Livra-me, ó Senhor, do homem mau: guarda-me do homem violento; 2 Que pensa o mal no coração: continuamente se ajuntam para a guerra. 3 Aguçaram as linguas como a serpente; o veneno das viboras _está_ debaixo dos seus labios (Selah). 4 Guarda-me, ó Senhor, das mãos do impio; guarda-me do homem [1] violento, os quaes se propozeram empuxar os meus passos. 5 Os soberbos [2] armaram-me laços e cordas; estenderam a rede ao lado do caminho: armaram-me laços corrediços (Selah). 6 Eu disse ao Senhor: Tu _és_ o meu Deus: ouve a voz das minhas supplicas, ó Senhor. 7 Senhor Deus, [RN] fortaleza da minha salvação, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha. 8 Não concedas, ó Senhor, ao impio os seus desejos: não promovas o seu mau proposito, para que não se exalte (Selah). 9 _Quanto_ á cabeça dos que me cercam, cubra-os a maldade dos seus labios. 10 Caiam sobre elles brazas vivas: sejam lançados no fogo: em covas profundas _para que_ se não tornem a levantar. 11 Não terá firmeza na terra o homem de _má_ lingua: o mal perseguirá o homem violento até que seja desterrado. 12 Sei que o Senhor [RO] sustentará a causa do opprimido, _e_ o direito do necessitado. 13 Assim os justos louvarão o teu nome: os rectos habitarão na tua presença. [1] Rom. 3.13. [2] Jer. 18.22. _O psalmista ora para que seja preservado no meio da tentação._ Psalmo de David. 141 Senhor, a ti clamo, escuta-me; inclina os teus ouvidos á minha voz, quando a ti clamar. 2 Suba a minha [1] oração perante a tua face _como_ incenso, _e_ as minhas mãos levantadas _sejam como_ o sacrificio da tarde. 3 Põe, ó Senhor, uma guarda á minha bocca: guarda a porta dos meus labios. 4 Não inclines o meu coração a coisas más, a praticar obras más, com aquelles que obram a iniquidade; e não coma das suas delicias. 5 Fira-me o justo, _será uma_ benignidade; e reprehenda-me, _será um_ excellente oleo, _que_ me não quebrará a cabeça; porque orarei nas suas proprias calamidades. 6 Quando os seus juizes forem derribados pelos lados da rocha, ouvirão as minhas palavras, pois são agradaveis. 7 Os nossos ossos são espalhados á bocca da sepultura como se alguem [RP] fendera e partira _lenha_ em terra. 8 Mas os meus olhos te _contemplam_, o Deus, Senhor: em ti confio; não desnudes a minha alma. 9 Guarda-me dos laços _que_ me armaram; e dos laços corrediços dos que obram a iniquidade. 10 Caiam os impios nas suas proprias redes, até que eu tenha escapado inteiramente. [1] Apo. 5.8 e 3.4. _Oração no meio de grande perigo._ Maschil de David: oração que fez quando estava na caverna. 142 Com a minha voz clamei ao Senhor, com a minha voz suppliquei ao Senhor. 2 Derramei a minha queixa perante a sua face; expuz-lhe a minha angustia. 3 Quando o meu espirito estava angustiado em mim, então conheceste a minha vereda: no caminho em que eu andava, esconderam-me _um_ laço. 4 Olhei para a _minha_ direita, e vi; mas não _havia_ quem me conhecesse: refugio me faltou, ninguem cuidou da minha alma. 5 A ti, ó Senhor, clamei; disse: Tu _és_ o meu refugio, _e_ a minha porção na terra dos viventes. 6 Attende ao meu clamor; porque estou muito abatido: livra-me dos meus perseguidores; porque são mais fortes do que eu. 7 Tira a minha alma da prisão, para que louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me fizeste bem. _O psalmista ora para que seja livre de inimigos._ Psalmo de David. 143 Ó Senhor, ouve a minha oração, inclina os ouvidos ás minhas supplicas: escuta-me segundo a tua verdade, _e_ segundo a tua justiça, 2 E não entres em juizo com o teu servo, [1] porque á tua vista não se achará justo nenhum vivente. 3 Pois o inimigo perseguiu a minha alma; atropellou-me até ao chão; fez-me habitar na escuridão, como aquelles que morreram ha muito. 4 Pelo que o meu espirito se angustia em mim; _e_ o meu coração em mim está desolado. 5 Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos. 6 Estendo para ti as minhas mãos; a minha alma tem _sêde_ de ti, como terra sedenta (Selah). 7 Ouve-me depressa, ó Senhor; o meu espirito desmaia; não escondas de mim a tua face, para que não seja similhante aos que descem á cova. 8 Faze-me ouvir a tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti levanto a minha alma. 9 Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos; fujo para ti, para me esconder. 10 Ensina-me a fazer a tua vontade, pois _és_ o meu Deus: [2] o teu Espirito _é_ bom; guia-me por terra plana. 11 Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira a minha alma da angustia. 12 E por tua misericordia desarreiga os meus inimigos, e destroe a todos os que angustiam a minha alma: pois _sou_ teu servo. [1] Rom. 3.20. Gal. 2.16. [2] Neh. 9.20. Isa. 26.10. _Acção de graças pela protecção de Deus e oração por outros livramentos._ Psalmo de David. 144 Bemdito _seja_ o Senhor, minha rocha, [1] que ensina as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra; 2 Benignidade minha e fortaleza minha; alto retiro meu e meu libertador _és tu_: escudo meu, em quem eu confio, e que me sujeita o meu povo. 3 Senhor, que _é_ o homem, para que o conheças, _e_ o filho do homem, para que o estimes? 4 O homem é similhante á vaidade; os seus dias _são_ como a sombra que passa. 5 Abaixa, ó Senhor, os teus céus, e desce; toca os montes, e fumegarão. 6 Vibra os teus raios, e dissipa-os; envia as tuas frechas, e desbarata-os. 7 Estende as tuas mãos desde o alto; livra-me, e, arrebata-me das muitas aguas _e_ das mãos dos filhos estranhos, 8 Cuja bocca falla vaidade, e a sua direita é direita de falsidade. 9 A _ti_, ó Deus, cantarei _um_ cantico novo, com o psalterio _e_ instrumento de dez cordas te cantarei louvores. 10 A _ti_, que dás a salvação aos reis, e que livras a David, teu servo, da espada maligna. 11 Livra-me, e tira-me das mãos dos filhos estranhos, cuja bocca falla vaidade, e a sua direita é direita de iniquidade; 12 Para que nossos filhos _sejam_ como plantas crescidas na sua mocidade; _para que_ as nossas filhas _sejam_ como pedras d’esquina lavradas á moda de palacio. 13 _Para que_ as nossas dispensas se encham de todo o provimento; _para que_ os nossos gados produzam a milhares e a dezenas de milhares nas nossas ruas. 14 _Para que_ os nossos bois _sejam_ fortes para o trabalho; _para que_ não _haja nem_ assaltos, nem saidas, nem gritos nas nossas ruas. 15 Bemaventurado o povo, ao qual assim _acontece_: bemaventurado _é_ o povo cujo Deus _é_ o Senhor. [1] II Sam. 22.2, 3, 40, 48. _A bondade, grandeza e providencia de Deus._ Cantico de David. 145 Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu, e bemdirei o teu nome pelo seculo do seculo e para sempre. 2 Cada dia te bemdirei, e louvarei o teu nome pelo seculo do seculo e para sempre. 3 Grande _é_ o Senhor, e muito digno de louvor, [1] e a sua grandeza inexcrutavel. 4 Uma geração louvará as tuas obras á outra geração, e annunciarão as tuas proezas. 5 Fallarei da magnificencia gloriosa da tua magestade e das tuas obras maravilhosas. 6 E se fallará da força dos teus feitos terriveis; e contarei a tua grandeza. 7 Proferirão abundantemente a memoria da tua grande bondade, e cantarão a tua justiça. 8 Piedoso e benigno _é_ o Senhor, soffredor e de grande misericordia. 9 O Senhor _é_ bom para todos, e as suas misericordias _são_ sobre todas as suas obras. 10 Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus sanctos te bemdirão. 11 Fallarão da gloria do teu reino, e relatarão o teu poder, 12 Para fazer saber aos filhos dos homens as tuas proezas e a gloria da magnificencia do teu reino. 13 O teu reino [2] _é um_ reino eterno; o teu dominio _dura_ em todas as gerações. 14 O Senhor sustenta a todos os que caem, e levanta a todos os abatidos. 15 Os olhos de todos esperam em ti, e lhes dás o seu mantimento a seu tempo. 16 Abres a tua mão, e fartas os desejos de todos os viventes. 17 Justo _é_ o Senhor em todos os seus caminhos, e sancto em todas as suas obras. 18 Perto _está_ o Senhor de todos os que o invocam, [3] de todos os que o invocam em verdade. 19 Elle cumprirá o desejo dos que o temem; ouvirá o seu clamor, e os salvará. 20 O Senhor guarda a todos os que o amam; porém todos os impios serão destruidos. 21 A minha bocca fallará o louvor do Senhor, e toda a carne louvará o seu sancto nome pelo seculo do seculo e para sempre. [1] Rom. 11.33. [2] I Tim. 1.17. [3] João 4.24. _A fraqueza do homem e a fidelidade de Deus._ 146 Louvae ao Senhor. Ó alma minha, louva ao Senhor. 2 Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus emquanto eu fôr vivo. 3 Não confieis em principes, _nem_ no filho do homem, em quem não _ha_ salvação. 4 Sae-lhe o espirito, volta para a terra: [1] n’aquelle mesmo dia perecem os seus pensamentos. 5 Bemaventurado [2] aquelle que _tem_ o Deus de Jacob por seu auxilio, _e_ cuja esperança _está posta_ no Senhor seu Deus. 6 O que fez os céus e a terra, [3] o mar e tudo quanto _ha_ n’elles, _e_ o que guarda a verdade para sempre; 7 O que faz justiça aos opprimidos, o que dá pão aos famintos. O Senhor solta os encarcerados. 8 O Senhor abre [4] _os olhos_ aos cegos: O Senhor levanta os abatidos: o Senhor ama os justos. 9 O Senhor guarda os estrangeiros: [5] sustem o orphão e a viuva, mas transtorna o caminho dos impios. 10 O Senhor reinará [6] eternamente; o teu Deus, ó Sião, _é_ de geração em geração. Louvae ao Senhor. [1] I Cor. 2.6. [2] Jer. 17.7. [3] Gen. 1.1. Apo. 14.7. [4] Mat. 9.30. João 9.7, 32. [5] Deu. 10.18. [6] Exo. 15.18. Apo. 11.15. _Exhortação a louvar ao Senhor pela sua beneficencia._ 147 Louvae ao Senhor, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus, porque _é_ agradavel; decoroso _é_ o louvor. 2 O Senhor edifica a Jerusalem, congrega os dispersos de Israel. 3 Sara os quebrantados de coração, e lhes ata as suas feridas. 4 Conta o numero das estrellas, chama-as a todas pelos _seus_ nomes. 5 Grande _é_ o nosso Senhor, e de grande poder; o seu entendimento _é_ infinito. 6 O Senhor eleva os humildes, e abate os impios até á terra. 7 Cantae ao Senhor em acção de graça; cantae louvores ao nosso Deus sobre a harpa. 8 _Elle é_ o que cobre o céu de nuvens, o que prepara a chuva para a terra, _e_ o que faz produzir herva sobre os montes. 9 O que dá aos animaes o seu sustento, _e_ aos filhos dos corvos, quando clamam. 10 Não se deleita na força do cavallo, nem se compraz nas pernas do varão. 11 O Senhor se agrada dos que o temem _e_ dos que esperam na sua misericordia. 12 Louva, ó Jerusalem, ao Senhor; louva, ó Sião, ao teu Deus. 13 Porque fortaleceu os ferrolhos das tuas portas; abençôa aos teus filhos dentro de ti. 14 _Elle é_ o que põe _em_ paz os teus termos, _e_ da flor da farinha te farta. 15 O que envia o seu mandamento á terra, a sua palavra corre velozmente. 16 O que dá a neve como lã, esparge a geada como cinza. 17 O que lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio? 18 Manda a sua palavra, e os faz derreter; faz soprar o vento, e correm as aguas. 19 Mostra a sua palavra a Jacob, os seus estatutos e os seus juizos a Israel. 20 Não fez assim a nenhuma outra nação; e, emquanto aos seus juizos, não os conhecem. Louvae ao Senhor. _Toda a creação deve louvar ao Senhor._ 148 Louvae ao Senhor. Louvae ao Senhor desde os céus, louvae-o nas alturas. 2 Louvae-o, todos os seus anjos; louvae-o todos os seus exercitos. 3 Louvae-o, sol e lua; louvae-o, todas as estrellas luzentes. 4 Louvae-o, [1] céus dos céus, e as aguas que estão sobre os céus. 5 Louvem o nome do Senhor, pois mandou, e _logo_ foram creados. 6 E os confirmou para sempre, e lhes deu uma lei que não ultra-passarão. 7 Louvae ao Senhor desde a terra: vós, baleias, [2] e todos os abysmos, 8 Fogo e saraiva, neve e vapores, e vento tempestuoso que executa a sua palavra: 9 Montes e todos os outeiros, [3] arvores fructiferas e todos os cedros: 10 As feras e todos os gados, reptis e aves voadoras: 11 Reis da terra e todos os povos, principes e todos os juizes da terra: 12 Mancebos e donzellas, velhos e creanças, 13 Louvem o nome do Senhor, pois só o seu nome é exaltado: a sua gloria está sobre a terra e o céu. 14 Elle tambem exalta o [RQ] poder do seu povo, o louvor de todos os seus sanctos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvae ao Senhor. [1] I Reis 8.27. II Cor. 12.2. Gen. 1.7. [2] Isa. 43.20. [3] Isa. 44.23 e 49.13 e 55.12. _Os fieis louvam a seu Deus com canticos e instrumentos de musica._ 149 Louvae ao Senhor. [1] Cantae ao Senhor um cantico novo, e o seu louvor na congregação dos sanctos. 2 Alegre-se Israel n’aquelle que o fez, gozem-se os filhos de Sião no seu rei. 3 Louvem o seu nome com [RR] flauta; cantem-lhe o seu louvor com adufe e harpa. 4 Porque o Senhor se agrada do seu povo; ornará os mansos com a [RS] salvação. 5 Exultem os sanctos na gloria, alegrem-se nas suas camas. 6 Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, [2] e espada de dois fios nas suas mãos, 7 Para tomarem vingança das nações, e darem reprehensões aos povos; 8 Para aprisionarem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro; 9 Para fazerem n’elles o juizo escripto; [RT] esta será a gloria de todos os sanctos. Louvae ao Senhor. [1] Isa. 42.10. [2] Heb. 4.12. Apo. 1.16. _O psalmista exhorta toda a creatura a louvar o Senhor._ 150 Louvae ao Senhor. Louvae a Deus no seu sanctuario, louvae-o no firmamento do seu poder. 2 Louvae-o pelos seus actos poderosos, [1] louvae-o conforme a excellencia da sua grandeza. 3 Louvae-o com o som de trombeta, louvae-o com o psalterio e a harpa. 4 Louvae-o com o adufe e a [RU] flauta, louvae-o com instrumento de cordas e com orgãos. 5 Louvae-o [2] com os cymbalos sonoros, louvae-o com cymbalos altisonantes. 6 Tudo quanto tem folego louve [RV] ao Senhor. Louvae ao Senhor. [1] Deu. 3.24. [2] I Chr. 15.16, 19, 28. PROVERBIOS DE SALOMÃO. _Introducção geral._ [Antes de Christo 1000] 1 Proverbios [1] de Salomão, filho de David, rei d’Israel; 2 Para se conhecer a sabedoria e a instrucção; para se entenderem as palavras da prudencia; 3 Para se receber a instrucção do entendimento, [2] a justiça, o juizo, e a equidade; 4 Para dar aos simplices prudencia, [3] e aos moços conhecimento e bom siso; 5 Para o sabio [4] ouvir e crescer em doutrina, e o entendido adquirir sabios conselhos; 6 Para entender proverbios e a _sua_ declaração: _como tambem_ as palavras dos sabios, e as suas adivinhações. _Não te deixes seduzir por peccadores._ 7 O temor do Senhor _é_ o principio da sciencia: os loucos desprezam a sabedoria e a instrucção. 8 Filho meu, ouve [5] a instrucção de teu pae, e não deixes a doutrina de tua mãe. 9 Porque diadema [6] de graça _serão_ para a tua cabeça, e colares para o teu pescoço. 10 Filho meu, se os peccadores te attrahirem com afagos, [7] não consintas. 11 Se disserem: Vem comnosco; espiemos [8] o sangue; espreitemos o innocente sem razão; 12 Traguemol-os vivos, como a sepultura; e inteiros, como os que descem á cova; 13 Acharemos toda a sorte de [RW] fazenda preciosa; encheremos as nossas casas de despojos; 14 Lança a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa. 15 Filho meu, não te ponhas a caminho com elles: desvia o pé das suas veredas; 16 Porque os seus pés [9] correm para o mal, e se apressam a derramar sangue. 17 Na verdade debalde se estende a rede perante os olhos de toda a sorte d’aves. 18 E estes armam ciladas contra o seu _proprio_ sangue; e as suas proprias [RX] vidas espreitam. 19 Assim _são_ [10] as veredas de todo aquelle que usa d’avareza: _ella_ prenderá a [RY] alma de seus amos. _O convite e exhortação da Sabedoria._ 20 A suprema sabedoria [11] altamente clama de fóra: pelas ruas levanta a sua voz. 21 Nas encruzilhadas, _em que ha_ tumultos, clama: ás entradas das portas, na cidade profere as suas palavras. 22 Até quando, ó simplices, amareis a simplicidade? e vós, escarnecedores, desejareis o escarneo? e _vós_, loucos, aborrecereis o conhecimento? 23 Tornae-vos á minha reprehensão: eis que abundantemente vos derramarei [12] _de_ meu espirito _e_ vos farei saber as minhas palavras. 24 Porquanto [13] clamei, e _vós_ recusastes; estendi a minha mão, _e_ não houve quem désse attenção; 25 Mas rejeitastes [14] todo o meu conselho, e não quizestes a minha reprehensão. 26 Tambem eu me rirei na vossa perdição, _e_ zombarei, vindo o vosso temor; 27 Vindo como a [15] assolação o vosso temor, e vindo a vossa perdição como _uma_ tormenta, sobrevindo-vos aperto e angustia. 28 Então a mim clamarão, [16] porém _eu_ não responderei; de madrugada me buscarão, porém não me acharão. 29 Porquanto aborreceram o conhecimento; e não elegeram o temor do Senhor; 30 Não consentiram ao meu conselho _e_ desprezaram toda a minha reprehensão. 31 Assim que comerão do fructo do seu caminho, e fartar-se-hão [17] dos seus _proprios_ conselhos. 32 Porque o desvio dos simplices os matará, e a prosperidade dos loucos os destruirá. 33 Porém o que me der ouvidos habitará seguramente, e estará descançado do temor do mal. [1] II Reis 4.32. cap. 10.1 e 25.1. [2] cap. 2.1, 9. [3] cap. 9.4. [4] cap. 9.9. [5] cap. 4.1 e 6.20. [6] cap. 3.22. [7] Gen. 39.7, etc. Eph. 5.11. [8] Jer. 5.26. [9] Isa. 59.7. Rom. 3.15. [10] cap. 15.27. I Tim. 6.10. [11] cap. 8.1, etc. e 9.3. João 7.37. [12] Joel 2.28. [13] Isa. 65.12 e 66.4. Jer. 7.13. Zac. 7.11. [14] ver. 3. Luc. 7.30. [15] cap. 10.24. [16] Isa. 1.15. Miq. 3.4. Zac. 7.13. Thi. 4.3. [17] Isa. 3.11. Jer. 6.19. _A excellencia e vantagem da Sabedoria._ 2 Filho meu, se acceitares as minhas palavras, e esconderes [1] comtigo os meus mandamentos, 2 Para fazeres attento á sabedoria o teu ouvido, _e_ inclinares o teu coração ao entendimento, 3 E se clamares por entendimento, _e_ por intelligencia alçares a tua voz, 4 Se como a prata a [2] buscares e como a thesouros escondidos a esquadrinhares, 5 Então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. 6 Porque [3] o Senhor _é o que_ dá a sabedoria: da sua bocca _é que sae_ o conhecimento e o entendimento. 7 Elle reserva a verdadeira sabedoria para os rectos: escudo _é_ para os que caminham na sinceridade. 8 Para que guardem as veredas do juizo: e _elle_ o [4] caminho dos seus sanctos conservará. 9 Então entenderás justiça, e juizo, e equidades, e todas as boas veredas, 10 Quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento fôr suave á tua alma. 11 O bom siso te guardará e a [5] intelligencia te conservará; 12 Para te fazer escapar do mau caminho, e do homem que falla coisas perversas. 13 _Dos_ que deixam as veredas da rectidão, para andarem [6] pelos caminhos das trevas. 14 _Que_ se alegram [7] de mal fazer, e folgam com as perversidades dos maus. 15 Cujas veredas _são_ tortuosas e que se desviam nas suas carreiras, 16 Para te fazer escapar da mulher estranha, [8] e da estrangeira _que_ lisongeia com suas palavras. 17 Que deixa [9] o guia da sua mocidade e se esquece do concerto do seu Deus. 18 Porque a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas para os defuntos. 19 Todos os que entrarem a ella não tornarão _a sair_, e não atinarão com as veredas da vida. 20 Para andares pelo caminho dos bons, e guardares as veredas dos justos. 21 Porque os rectos habitarão a terra, e os sinceros permanecerão n’ella. 22 Mas os impios serão arrancados da terra, e os aleivosos serão d’ella exterminados. [1] cap. 4.21 e 7.1. [2] cap. 3.14. Mat. 13.14. [3] I Reis 3.9, 12. Thi. 1.5. [4] I Sam. 2.9. [5] cap. 6.22. [6] João 3.19, 20. [7] cap. 10.23. Jer. 11.15. Rom. 1.32. [8] cap. 5.20. cap. 5.3 e 6.24 e 7.5. [9] Mal. 2.14, 15. 3 Filho meu, não te esqueças da minha lei, e o teu coração [1] guarde os meus mandamentos. 2 Porque elles te accrescentarão longura de dias, e annos de vida e paz. 3 Não te desamparem a benignidade e a fidelidade: ata-as [2] ao teu pescoço; escreve-as na taboa do teu coração. 4 E acharás [3] graça e bom entendimento aos olhos de Deus e dos homens. 5 Confia no Senhor com todo o teu coração, e não te [4] estribes no teu _proprio_ entendimento. 6 Reconhece-o em todos os teus caminhos, e elle endireitará [5] as tuas veredas. 7 Não sejas [6] sabio a teus _proprios_ olhos: teme ao Senhor e aparta-te do mal. 8 _Isto_ será saude para o teu umbigo, e regadura para os teus ossos. 9 Honra [7] ao Senhor com a tua fazenda, e com as primicias de toda a tua renda. 10 E se encherão [8] os teus celleiros de fartura, e trasbordarão de mosto os teus lagares. 11 Filho meu, não [9] rejeites a correcção do Senhor, nem te enojes da sua reprehensão. 12 Porque o Senhor reprehende aquelle a quem ama, assim como [10] o pae ao filho _a quem_ quer bem. 13 Bemaventurado [11] o homem _que_ acha sabedoria, e o homem _que_ produz intelligencia. 14 Porque melhor _é_ a sua mercadoria do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o oiro mais fino. 15 Mais preciosa _é_ do que os rubins, e tudo o que [12] mais podes desejar não se póde comparar a ella. 16 Longura [13] de dias _ha_ na sua _mão_ direita: na sua esquerda riquezas e honra. 17 Os caminhos d’ella [14] _são_ caminhos de delicias, e todas as suas veredas paz. 18 _É_ arvore [15] da vida para os que d’ella pegam, e bemaventurados _são_ todos os que a reteem. 19 O Senhor com sabedoria [16] fundou a terra: preparou os céus com entendimento. 20 Pelo seu conhecimento [17] se fenderam os abysmos, e as nuvens distillam o orvalho. 21 Filho meu, não se apartem _estes_ dos teus olhos: guarda a _verdadeira_ sabedoria e o bom siso; 22 Porque serão vida para a tua alma, e graça para o teu pescoço. 23 Então andarás com confiança pelo teu caminho, e não tropeçará o teu pé. 24 Quando te deitares, [18] não temerás: mas te deitarás e o teu somno será suave. 25 Não temas o pavor repentino, nem a assolação dos impios quando vier. 26 Porque o Senhor será a tua esperança, e guardará os teus pés de os prenderem. 27 Não detenhas [19] dos seus donos o bem, tendo na tua mão poder fazel-o. 28 Não digas [20] ao teu proximo: Vae, e torna, e ámanhã _t’o_ darei: tendo-o _tu_ comtigo. 29 Não maquines mal contra o teu proximo, pois habita comtigo confiadamente. 30 Não contendas [21] contra alguem sem razão, se te não tem feito mal. 31 Não tenhas inveja do homem violento, nem elejas algum de seus caminhos. 32 Porque o perverso é abominação ao Senhor, mas com os sinceros está o seu segredo. 33 A maldição do Senhor _habita_ [22] na casa do impio, mas á habitação dos justos abençoará. 34 Certamente elle escarnecerá [23] dos escarnecedores, mas dará graça aos mansos. 35 Os sabios herdarão honra, porém os loucos tomam sobre si confusão. [1] Deu. 8.1 e 30.16, 20. [2] Exo. 13.9. Deu. 6.8. cap. 6.21 e 7.3. Jer. 17.1. II Cor. 3.3. [3] I Sam. 2.26. Luc. 2.52. Act. 2.47. Rom. 14.18. [4] Jer. 9.23. [5] Jer. 10.23. [6] Rom. 12.16. [7] Exo. 22.29 e 23.19 e 34.26. Deu. 26.2, etc. Mal. 3.10, etc. [8] Deu. 28.8. [9] Heb. 12.5, 6. Apo. 3.19. [10] Deu. 8.5. [11] cap. 8.34, 35. cap. 2.4 e 8.11, 19 e 16.16. [12] Mat. 13.44. [13] cap. 8.18. [14] Mat. 11.29, 30. [15] Gen. 2.9 e 3.22. [16] Jer. 10.12 e 51.15. [17] Gen. 1.9. Deu. 33.28. Job 36.28. [18] Lev. 26.6. [19] Rom. 13.7. Gal. 6.10. [20] Lev. 19.13. Deu. 24.15. [21] Rom. 12.18. [22] Zac. 5.4. Mal. 2.2. [23] Thi. 4.6. I Ped. 5.5. _Exhortação a adquirir a Sabedoria e apartar-se do caminho dos impios._ 4 Ouvi, filhos, a correcção do pae, e estae attentos para conhecerdes a prudencia. 2 Pois dou-vos boa doutrina: não deixeis a minha lei. 3 Porque eu era filho de meu pae: tenro, [1] e unico diante de minha mãe. 4 E elle ensinava-me, [2] e dizia-me: Retenha as minhas palavras o teu coração: guarda [3] os meus mandamentos, e vive. 5 Adquire [4] a sabedoria, adquire a intelligencia, _e_ não te esqueças nem te apartes das palavras da minha bocca. 6 Não a desampares, e ella te guardará: ama-a, [5] e ella se te conservará. 7 O principio da sabedoria _é_ adquirir a sabedoria: adquire _pois_ a sabedoria, e com toda a tua possessão adquire o entendimento. 8 Exalta-a, [6] e ella te exaltará; _e_, abraçando-a tu, ella te honrará. 9 Dará á tua cabeça [7] um diadema de graça _e_ uma corôa de gloria te entregará. 10 Ouve, filho meu, e acceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os annos [8] de vida. 11 No caminho da sabedoria te ensinei, _e_ pelas carreiras direitas te fiz andar. 12 Por ellas andando, não se estreitarão os teus passos; e, se correres, não tropeçarás. 13 Pega-te á correcção _e_ não _a_ largues: guarda-a, porque ella _é_ a tua vida. 14 Não entres [9] na vereda dos impios, nem andes pelo caminho dos maus. 15 Rejeita-o; não passes por elle: desvia-te d’elle e passa de largo. 16 Pois [10] não dormem, se não fizerem mal, e foge d’elles o somno se não fizerem tropeçar _alguem_. 17 Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho das violencias. 18 Porém a vereda [11] dos justos _é_ como a luz resplandecente _que_ vae adiante e alumia até ao dia perfeito. 19 O caminho [12] dos impios _é_ como a escuridão: nem sabem em que tropeçarão. 20 Filho meu, attenta para as minhas palavras: ás minhas razões inclina o teu ouvido. 21 Não [13] as deixes apartar-se dos teus olhos: guarda-as no meio do teu coração. 22 Porque são vida para os que as acham, e saude [14] para todo o seu corpo. 23 Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque d’elle _procedem_ as saidas da vida. 24 Desvia de ti a tortuosidade da bocca, e alonga de ti a perversidade dos beiços. 25 Os teus olhos olhem direitos, e as tuas palpebras olhem directamente diante de ti. 26 Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados! 27 Não declines [15] nem para a direita nem para a esquerda: retira o teu pé do mal. [1] I Chr. 29.1. [2] I Chr. 28.9. Eph. 6.4. [3] cap. 7.2. [4] cap. 2.2, 3. [5] II The. 2.10. [6] I Sam. 2.30. [7] cap. 1.9 e 3.22. [8] cap. 3.2. [9] cap. 1.10, 15. [10] Isa. 57.20. [11] Mat. 5.14, 45. II Sam. 23.4. [12] I Sam. 2.9. Job 18.5, 6. Isa. 59.9, 10. Jer. 23.12. João 12.35. [13] cap. 3.3, 21. cap. 2.1. [14] cap. 3.8 e 12.18. [15] Deu. 5.32 e 28.14. Jos. 1.7. Isa. 1.16. Rom. 12.9. 5 Filho meu, attende á minha sabedoria: á minha intelligencia inclina o teu ouvido; 2 Para que conserves [RZ] os meus avisos e os teus beiços guardem o [1] conhecimento. 3 Porque [2] os labios da estranha distillam favos de mel, e o seu palladar _é_ mais macio do que o azeite. 4 Porém o seu fim é amargoso como o absinthio, agudo [3] como a espada de dois fios. 5 Os seus pés [4] descem á morte: os seus passos pegam no [SA] inferno. 6 Para que não ponderes a vereda da vida, são as suas carreiras variaveis, e não saberás _d’ellas_. 7 Agora, pois, filhos, dae-me ouvidos, e não vos desvieis das palavras da minha bocca. 8 Alonga d’ella o teu caminho, e não chegues á porta da sua casa; 9 Para que não dês a outros a tua honra, nem os teus annos a crueis. 10 Para que não se fartem os estranhos [SB] do teu poder, e _todos os_ teus afadigados trabalhos _não entrem_ na casa do estrangeiro, 11 E gemas no teu fim, consumindo-se a tua carne e o teu corpo. 12 E digas: Como aborreci [5] a correcção! e desprezou o meu coração a reprehensão! 13 E não escutei a voz dos meus ensinadores, nem a meus mestres inclinei o meu ouvido! 14 Quasi que em todo o mal me achei no meio da congregação e do ajuntamento. 15 Bebe agua da tua cisterna, e das correntes do teu poço. 16 Derramem-se por de fóra as tuas fontes, _e_ pelas ruas os ribeiros d’aguas. 17 Sejam para ti só, e não para os estranhos comtigo. 18 Seja bemdito o teu manancial, e alegra-te [6] da mulher da tua mocidade. 19 Como serva amorosa, e gazella graciosa, os seus peitos te saciarão em todo o tempo: e pelo seu amor sejas attrahido perpetuamente. 20 E porque, filho meu, andarias attrahido pela estranha, e abraçarias [7] o seio da estrangeira? 21 Porque os caminhos [8] do homem _estão_ perante os olhos do Senhor, e _elle_ pesa todas as suas carreiras. 22 Quanto ao impio, as suas iniquidades o prenderão, e com as cordas do seu peccado será detido. 23 Elle morrerá, [9] porque sem correcção andou, e pelo excesso da sua loucura andará errado. [1] Mal. 2.7. [2] cap. 2.16 e 6.24. [3] Heb. 4.12. [4] cap. 7.27. [5] cap. 1.29. cap. 1.25 e 12.1. [6] Mal. 2.14. [7] cap. 2.16 e 7.5. [8] II Chr. 16.9. Jer. 16.17 e 32.19. Heb. 4.13. [9] Job 4.21 e 36.12. _Advertencia contra o servir de fiador, contra a preguiça e contra a maldade._ 6 Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, _se_ déste a tua mão ao estranho, 2 Enredaste-te com as palavras da tua bocca: prendeste-te com as palavras da tua bocca. 3 Faze pois isto agora, filho meu, e livra-te, pois já caiste nas mãos do teu companheiro; vae, humilha-te, e aperta com o teu companheiro. 4 Não dês somno aos teus olhos, nem adormecimento ás tuas palpebras. 5 Livra-te como [SC] o corço da mão do passarinheiro. 6 Vae-te á formiga, [1] ó preguiçoso: olha para os seus caminhos, e sê sabio. 7 A qual, não tendo [SD] superior, _nem_ official, nem dominador. 8 Prepara no verão o seu pão: na sega ajunta o seu mantimento. 9 Oh! preguiçoso, até quando [2] ficarás deitado? quando te levantarás do teu somno? 10 Um pouco de somno, um pouco tosquenejando; um pouco encruzando as mãos, para estar deitado. 11 Assim _te_ sobrevirá a tua [3] pobreza como o caminhante, e a tua necessidade como um homem armado. 12 O homem de [SE] Belial, o homem vicioso, anda em perversidade de bocca. 13 Acena com os olhos, falla com os pés, ensina com os dedos. 14 Perversidade _ha_ no seu coração, todo o tempo maquina mal: anda semeando contendas. 15 Pelo que a sua destruição virá repentinamente: subitamente será quebrantado, [4] sem que _haja_ cura. 16 Estas seis coisas aborrece o Senhor, e sete a sua alma abomina: 17 Olhos altivos, lingua mentirosa, e mãos [5] que derramam sangue innocente: 18 O coração [6] que maquina pensamentos viciosos; pés que se apressam a correr para o mal; 19 A testemunha falsa que respira mentiras: e o que semeia [7] contendas entre irmãos. _O mancebo é advertido contra a mulher adultera._ 20 Filho meu, guarda [8] o mandamento de teu pae, e não deixes a lei de tua mãe; 21 Ata-os [9] perpetuamente ao teu coração, e pendura-os ao teu pescoço. 22 Quando caminhares, [10] te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, ella fallará comtigo. 23 Porque o mandamento _é uma_ lampada, e a lei _uma_ luz: e as reprehensões da correcção são o caminho da vida. 24 Para te guardarem [11] da má mulher, _e_ das lisonjas da lingua estranha. 25 Não cubices [12] no teu coração a sua formosura, nem te prendas com os seus olhos. 26 Porque por causa _d’uma_ mulher prostituta _se chega_ a _pedir_ um bocado de pão; e a mulher dada a homens [13] anda á caça da preciosa alma. 27 _Porventura_ tomará alguem fogo no seu seio, sem que os seus vestidos se queimem? 28 _Ou_ andará alguem sobre as brazas, sem que se queimem os seus pés? 29 Assim _será_ o que entrar á mulher do seu proximo: não ficará innocente todo aquelle que a tocar. 30 Não injuriam ao ladrão, quando furta, para saciar a sua alma, tendo fome; 31 Mas, achado, pagará [14] sete vezes tanto: dará toda a fazenda de sua casa. 32 _Porém_ o que adultéra com uma mulher _é_ falto de entendimento; destroe a sua alma, [15] o _que_ tal faz. 33 Achará castigo e vilipendio, e o seu opprobrio nunca se apagará. 34 Porque ciumes _são_ furores do marido, e de maneira nenhuma perdoará no dia da vingança. 35 Nenhum resgate acceitará, nem consentirá, ainda que augmentes os presentes. [1] Job 12.7. [2] cap. 24.33, 34. [3] cap. 10.4 e 13.4 e 20.4. [4] Jer. 19.11. II Chr. 36.16. [5] Isa. 1.15. [6] Gen. 6.5. Isa. 59.7. Rom. 3.15. [7] ver. 14. [8] cap. 1.8. Eph. 6.1. [9] cap. 3.3 e 7.3. [10] cap. 3.23, 24. cap. 2.11. [11] cap. 2.16 e 5.3 e 7.5. [12] Mat. 5.28. cap. 29.3. [13] Gen. 39.14. Eze. 13.18. [14] Exo. 22.1, 4. [15] cap. 7.7. 7 Filho meu, guarda as minhas palavras, e esconde [1] dentro de ti os meus mandamentos. 2 Guarda [2] os meus mandamentos, e vive; e a minha lei, como as meninas dos teus olhos. 3 Ata-os [3] aos teus dedos, escreve-os na taboa do teu coração. 4 Dize á sabedoria, Tu _és_ minha irmã; e á prudencia chama parenta. 5 Para te guardarem [4] da mulher alheia, da estrangeira, _que_ lisongeia com as suas palavras. 6 Porque da janella da minha casa, por minhas grades olhando _eu_, 7 Vi entre os simplices, descobri entre os moços, _um_ mancebo falto de juizo, 8 Que passava pela rua junto á sua esquina, e seguia o caminho da sua casa; 9 No crepusculo, [5] á tarde do dia, na tenebrosa noite e na escuridão; 10 E eis que _uma_ mulher lhe _saiu_ ao encontro, com enfeites de prostituta, e astuta de coração: 11 Esta _era_ alvoroçadora, [6] e contenciosa; não paravam em sua casa os seus pés; 12 Agora por fóra, depois pelas ruas, e espreitando por todos os cantos: 13 E pegou d’elle, e o beijou; esforçou o seu rosto, e disse-lhe: 14 Sacrificios pacificos _tenho_ comigo; hoje paguei os meus votos. 15 Por isto sahi ao encontro a buscar diligentemente a tua face, e te achei. 16 Já cobri a minha cama com cobertas de tapeçaria, com obras lavradas com linho fino do [7] Egypto. 17 Já perfumei o meu leito com myrrha, aloes, e canella. 18 Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã: alegremo-nos com amores. 19 Porque _já_ o marido não _está_ em sua casa: foi fazer _uma_ jornada ao longe: 20 _Um_ saquitel de dinheiro levou na sua mão: ao dia apontado virá a sua casa. 21 Seduziu-o com a multidão [8] das suas palavras, com as lisonjas dos seus labios o persuadiu. 22 Segue-a logo, como boi que vae ao matadouro, e como _o_ louco ao castigo das prisões; 23 Até que a frecha lhe atravesse o figado, como a ave [9] que se apressa para o laço, e não sabe que está _armado_ contra a sua vida. 24 Agora pois, filhos, dae-me ouvidos, e estae attentos ás palavras da minha bocca. 25 Não se desvie para os seus caminhos o teu coração, e não andes perdido nas suas veredas. 26 Porque a muitos feridos derribou; e são muitissimos [10] os que por ella foram mortos. 27 Caminhos da sepultura _são_ [11] a sua casa, que descem ás camaras da morte. [1] cap. 2.1. [2] Lev. 18.5. cap. 4.4. Isa. 55.3. Deu. 32.10. [3] Deu. 6.8 e 11.18. cap. 3.3 e 6.21. [4] cap. 2.16 e 5.3 e 6.24. cap. 6.32. [5] Job 24.51. [6] cap. 9.13. I Tim. 5.18. Tito 2.5. [7] Isa. 19.9. [8] cap. 5.3. [9] Ecc. 9.12. [10] Neh. 13.26. [11] cap. 2.18 e 5.5 e 9.18. _A excellencia e justiça dos preceitos da Sabedoria._ 8 Não clama _porventura_ a [1] sabedoria, e a intelligencia não dá a sua voz? 2 No cume das alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas se põe. 3 Da banda das portas _da_ cidade, á entrada da cidade, _e_ á entrada das portas está gritando. 4 A vós, ó homens, clamo; e a minha voz _se dirige_ aos filhos dos homens. 5 Entendei, ó simplices, a prudencia: e _vós_, loucos, entendei _do_ coração. 6 Ouvi, porque [2] fallarei coisas excellentes: os meus labios se abrirão para a equidade. 7 Porque a minha bocca proferirá a verdade, e os meus labios abominam a impiedade. 8 Em justiça _estão_ todas as palavras da minha bocca: não _ha_ n’ellas nenhuma coisa tortuosa nem perversa. 9 Todas ellas _são_ rectas para o que _bem as_ entende, e justas para os que acham o conhecimento. 10 Acceitae a minha correcção, e não a prata: e o conhecimento, mais do que o oiro fino escolhido. 11 Porque [3] melhor _é_ a sabedoria do que os rubins; e tudo o que _mais_ se deseja não se pode comparar com ella. 12 Eu, a sabedoria, habito _com_ a prudencia, e acho a sciencia dos conselhos. 13 O [4] temor do Senhor _é_ aborrecer o mal: a soberba, e a arrogancia, e o mau caminho, e a bocca perversa, aborreço. 14 Meu é o conselho e _verdadeira_ sabedoria: eu _sou_ o entendimento, minha _é_ [5] a fortaleza. 15 Por mim reinam [6] os reis e os principes ordenam justiça. 16 Por mim dominam os dominadores, e principes, todos os juizes da terra. 17 Eu amo [7] aos que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão. 18 Riquezas e honra _estão_ comigo; [8] _como tambem_ opulencia duravel e justiça. 19 Melhor _é_ o meu fructo do [9] que o fino oiro e do que o oiro refinado, e as minhas novidades do que a prata escolhida. 20 Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juizo. 21 Para que faça herdar bens permanentes aos que me amam, e _eu_ encha os seus thesouros. _A Sabedoria existiu desde a eternidade._ 22 O Senhor me possuiu [10] no principio de seus caminhos, desde então, _e_ antes de suas obras. 23 Desde a eternidade fui ungida, desde o principio, antes do começo da terra. 24 Quando _ainda_ não havia abysmos, fui gerada, quando ainda não havia fontes carregadas d’aguas. 25 Antes [11] que os montes se houvessem assentado, antes dos outeiros, eu era gerada. 26 Ainda não tinha feito a terra, nem os campos, nem o principio dos mais miudos do mundo. 27 Quando preparava os céus, ahi _estava_ eu, quando compassava ao redor a face do abysmo, 28 Quando affirmava as nuvens de cima, quando fortificava as fontes do abysmo, 29 Quando [12] punha ao mar o seu termo, para que as aguas não trespassassem o seu mando, quando compunha os fundamentos da terra. 30 Então _eu_ estava [13] com elle por alumno: e _eu_ era cada dia as _suas_ delicias, folgando perante elle em todo o tempo; 31 Folgando no seu mundo habitavel, e _achando_ as minhas delicias com os filhos dos homens. 32 Agora, pois, filhos, [14] ouvi-me, porque bemaventurados _serão os que_ guardarem os meus caminhos. 33 Ouvi a correcção, e sêde sabios, e não a rejeiteis. 34 Bemaventurado [15] o homem que me dá ouvidos, velando ás minhas portas cada dia, esperando ás hombreiras das minhas entradas. 35 Porque o que me achar achará a vida, [16] e alcançará favor do Senhor. 36 Mas o que peccar _contra_ mim violentará a sua [17] _propria_ alma: todos os que me aborrecem amam a morte. [1] cap. 1.20 e 9.3. [2] cap. 22.20. [3] Job 28.15, etc. [4] cap. 16.6. cap. 6.17. cap. 4.24. [5] Ecc. 7.19. [6] Dan. 2.21. Rom. 13.1. [7] I Sam. 2.30. João 14.21. [8] cap. 3.16. Mat. 6.33. [9] cap. 3.14. ver. 10. [10] cap. 3.19. João 1.1. [11] Job 15.7, 8. [12] Gen. 1.9, 10. Job 38.10, 11. Jer. 5.22. [13] João 1.1, 2, 18. [14] Luc. 11.28. [15] cap. 3.13, 18. [16] cap. 12.2. [17] cap. 20.2. _O banquete da Sabedoria._ 9 A Sabedoria já edificou [1] a sua casa, já lavrou as suas sete columnas. 2 Já sacrificou as [2] suas victimas, misturou o seu vinho: e já preparou a sua mesa. 3 Já mandou [3] as suas creadas, já anda convidando desde as alturas da cidade, _dizendo_: 4 Quem é simples, [4] volte-se para aqui. Aos faltos d’entendimento diz: 5 Vinde, [5] comei do meu pão, e bebei do vinho _que_ tenho misturado. 6 Deixae a parvoice, e vivei; e andae pelo caminho do entendimento. 7 O que reprehende ao escarnecedor, affronta toma para si; e o que redargue ao impio, _pega-se-lhe_ a sua mancha. 8 Não reprehendas ao escarnecedor, para que te não aborreça: reprehende ao sabio, e amar-te-ha. 9 Dá ao sabio, e elle se fará mais sabio: ensina ao justo, e se augmentará em doutrina. 10 O temor do Senhor _é_ o principio da sabedoria, e a sciencia do Sancto a prudencia. 11 Porque [6] por mim se multiplicam os teus dias, e annos de vida se te augmentarão. 12 Se fores sabio, para ti sabio serás; e, se fores escarnecedor, tu só _o_ supportarás. 13 A mulher louca é alvoroçadora, _é_ simples, e não sabe coisa nenhuma. 14 E assenta-se á porta da sua casa sobre uma cadeira, nas alturas da cidade, 15 Para chamar aos que passam pelo caminho, e endireitam as suas veredas, _dizendo_: 16 Quem _é_ simples, volte-se para aqui. E aos faltos de entendimento diz: 17 As aguas roubadas são doces, e o pão _tomado_ ás escondidas é suave. 18 Porém não sabes que ali _estão_ os mortos: os seus convidados _estão_ nas profundezas do inferno. [1] Mat. 16.18. Eph. 2.20, 21, 22. I Ped. 2.5. [2] Mat. 22.3, etc. ver. 5. cap. 23.30. [3] Rom. 10.15. cap. 8.1, 2. ver. 14. [4] ver. 16. cap. 6.32. Mat. 11.25. [5] ver. 2. Can. 5.1. Isa. 55.1. [6] cap. 3.2, 16 e 10.27. _Proverbios ácerca de varios assumptos._ 10 Proverbios de Salomão. O filho sabio alegra a seu pae, mas o filho louco _é_ a tristeza de sua mãe. 2 Os thesouros [1] da impiedade de nada aproveitam; porém a justiça livra da morte. 3 O Senhor não deixa ter fome a alma do justo, mas a fazenda dos impios rechaça. 4 O que trabalha com mão enganosa [2] empobrece, mas [3] a mão dos diligentes enriquece. 5 O que ajunta no verão _é_ filho entendido, _mas_ o que dorme na sega _é_ filho que faz envergonhar. 6 Bençãos _ha_ sobre a cabeça do justo, mas a violencia [4] cobre a bocca dos impios. 7 A memoria do justo é abençoada, mas o nome dos impios apodrecerá. 8 O sabio de coração acceita os mandamentos, mas o louco de labios será transtornado. 9 Quem anda [5] em sinceridade, anda seguro; mas o que perverte os seus caminhos será conhecido. 10 O que acena com os olhos dá dôres, e o tolo de labios será transtornado. 11 A bocca do justo é fonte de vida, mas a bocca dos impios cobre a violencia. 12 O odio excita [6] contendas, mas o amor cobre todas as transgressões. 13 Nos labios do entendido se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de entendimento. 14 Os sabios escondem a sabedoria; mas a bocca [7] do tolo _está_ perto da ruina. 15 A fazenda [8] do rico _é_ a cidade da sua fortaleza: a pobreza dos pobres _é_ a sua ruina. 16 A obra do justo _conduz_ á vida, as novidades do impio ao peccado. 17 O caminho para a vida _é_ d’aquelle que guarda a correcção, mas o que deixa a reprehensão faz errar. 18 O que encobre o odio _tem_ labios falsos, e o que produz má fama é _um_ insensato. 19 Na [9] multidão de palavras não ha falta de transgressão, mas o que modera os seus labios _é_ prudente. 20 Prata escolhida _é_ a lingua do justo: o coração dos impios _é_ de nenhum preço. 21 Os labios do justo apascentam a muitos, mas os tolos, por falta de entendimento, morrem. 22 A benção [10] do Senhor é a que enriquece; e não lhe accrescenta dôres. 23 Como brincadeira [11] _é_ para o tolo fazer abominação, mas sabedoria [12] para o homem entendido. 24 O temor do impio virá sobre elle, mas o desejo dos justos [13] _Deus lhe_ cumprirá. 25 Como passa a tempestade, assim o impio _mais_ não _é_; mas o justo [14] _tem_ perpetuo fundamento. 26 Como vinagre para os dentes, como o fumo para os olhos, assim _é_ o preguiçoso para aquelles que o mandam. 27 O temor do Senhor augmenta os dias, mas os annos dos impios serão abreviados. 28 A esperança dos justos _é_ alegria, mas a expectação dos impios perecerá. 29 O caminho do Senhor _é_ fortaleza para os rectos, mas ruina será para os que obram iniquidade. 30 O justo nunca jámais será abalado, mas os impios não habitarão a terra. 31 A bocca do justo em abundancia produz sabedoria, mas a lingua da perversidade será desarreigada. 32 Os beiços do justo sabem o que agrada, mas a bocca dos impios _anda cheia de_ perversidades. [1] Luc. 12.19, 20. [2] cap. 12.24 e 19.15. [3] cap. 13.4 e 21.5. [4] ver. 11. Est. 7.8. [5] Isa. 33.15, 16. ver. 8. [6] cap. 17.9. I Cor. 13.4. I Ped. 4.8. [7] cap. 18.7 e 21.23. [8] Job 31.24. cap. 18.11. I Tim. 6.17. [9] Ecc. 5.3, 5. Thi. 3.2. [10] Gen. 24.35 e 26.12. [11] cap. 14.9 e 15.21. [12] Job 15.21. [13] Mat. 5.6. I João 5.14, 15. [14] Mat. 7.24, 25 e 16.18. 11 Balança [1] enganosa _é_ abominação ao Senhor, mas o peso justo o seu prazer. 2 Vinda a soberba, [2] virá tambem a affronta; mas com os humildes está a sabedoria. 3 A sinceridade [3] dos sinceros os encaminhará, mas a perversidade dos aleives os destruirá. 4 Não aproveitam as [4] riquezas no dia da indignação, mas a justiça livra da morte. 5 A justiça do sincero endireitará o seu caminho, mas o impio pela sua impiedade cairá. 6 A justiça dos virtuosos os livrará, mas na sua perversidade serão apanhados os iniquos. 7 Morrendo o homem [5] impio perece a _sua_ expectação, e a esperança dos injustos se perde. 8 O justo [6] é livre da angustia, e o impio vem em seu logar. 9 O hypocrita [7] com a bocca destroe ao seu companheiro, mas os justos são livres pelo conhecimento. 10 No bem dos justos [8] exulta a cidade; e, perecendo os impios, ha jubilo. 11 Pela benção dos sinceros se exalta [9] a cidade, mas pela bocca dos impios se derriba. 12 O que carece de entendimento despreza a seu companheiro, mas o homem bem entendido cala-se. 13 O que anda [10] praguejando descobre o segredo, mas o fiel de espirito encobre o negocio. 14 Não havendo sabios conselhos, o povo cae, [11] mas na multidão de conselheiros ha segurança. 15 Decerto [SF] soffrerá severamente aquelle que fica por fiador do estranho, mas o que aborrece aos que dão as mãos _estará_ seguro. 16 A mulher aprazivel [12] guarda a honra, como os violentos guardam as riquezas. 17 O homem benigno [13] faz bem á sua propria alma, mas o cruel perturba a sua _propria_ carne. 18 O impio [SG] faz obra falsa, mas _para_ [14] o que semeia justiça _haverá_ galardão fiel. 19 Como a justiça _encaminha_ para a vida, assim o que segue o mal _vae_ para a sua morte. 20 Abominação _são_ ao Senhor os perversos de coração, mas os sinceros de caminho são o seu deleite. 21 _Ainda que_ o mau _junte_ mão [15] á mão, não será inculpavel, mas a semente dos justos escapará. 22 Como joia de oiro na tromba da porca, _assim é_ a mulher formosa, que se aparta da [SH] razão. 23 O desejo dos justos tão sómente _é_ o bem, mas a esperança [16] dos impios _é_ a indignação. 24 _Alguns_ ha que espalham, e _ainda_ se _lhes_ accrescenta mais, e _outros_ que reteem mais do _que é_ justo, mas _é_ para _a sua_ perda. 25 A alma [17] abençoante engordará, e o que regar, elle tambem será regado. 26 Ao que retem [18] o trigo o povo amaldiçoa, mas benção _haverá_ sobre a cabeça do vendedor. 27 O que busca cedo o bem busca favor, [19] porém o que procura o mal _a esse_ lhe sobrevirá. 28 Aquelle [20] que confia nas suas riquezas cairá, mas os justos [21] reverdecerão como a rama. 29 O que perturba a sua casa herdará o vento, e o tolo _será_ servo do entendido de coração. 30 O fructo do justo _é_ arvore de vida, e o que ganha almas [22] sabio _é_. 31 Eis que [23] o justo é recompensado na terra; quanto mais _o será_ o impio e o peccador. [1] Lev. 19.35, 36. Deu. 25.13, 16. cap. 16.11 e 20.10, 23. [2] cap. 15.33 e 16.18 e 18.12. [3] cap. 13.6. [4] Eze. 7.19. Sof. 1.18. Gen. 7.1. [5] cap. 10.28. [6] cap. 21.18. [7] Job 8.13. [8] Est. 8.15. cap. 28.12, 28. [9] cap. 29.8. [10] Lev. 19.16. cap. 10.19. [11] I Reis 12.1, etc. cap. 15.22 e 24.6. [12] cap. 31.30. [13] Mat. 5.7 e 25.34, etc. [14] Ose. 10.12. Gal. 6.8, 9. Thi. 3.18. [15] cap. 16.5. [16] Rom. 2.8, 9. [17] II Cor. 9.6, 7, 8, 9, 10. [18] Amós 8.5, 6. Job 29.13. [19] Est. 7.10. [20] Mar. 10.24. Luc. 12.21. I Tim. 6.17. [21] Jer. 17.8. [22] Dan. 12.3. I Cor. 9.19, etc. Thi. 5.20. [23] Jer. 25.29. I Ped. 4.17, 18. 12 O que ama a correcção ama o conhecimento, mas o que aborrece a reprehensão _é_ brutal. 2 O homem de bem alcançará o favor do Senhor, mas ao homem de perversas imaginações elle condemnará. 3 O homem não se estabelecerá pela impiedade, mas a raiz dos justos não será removida. 4 A mulher virtuosa [1] _é_ a corôa do seu senhor, mas a que faz vergonha _é_ como apodrecimento nos seus ossos. 5 Os pensamentos dos justos _são_ juizo, _mas_ os conselhos dos impios engano. 6 As palavras dos impios _são_ de armarem ciladas ao sangue, mas a bocca dos rectos os fará escapar. 7 Transtornados [2] serão os impios, e não serão _mais_, mas a casa dos justos permanecerá. 8 Segundo o seu entendimento, será louvado cada qual, mas o perverso de coração estará em desprezo. 9 Melhor _é_ o que se estima em pouco, e tem servos, do que o que se honra _a si mesmo_ e tem falta de pão. 10 O justo attende [3] pela vida dos seus animaes, mas as misericordias dos impios _são_ crueis. 11 O que [4] lavra a sua terra se fartará de pão mas o que segue os ociosos _está_ falto de juizo. 12 Deseja o impio a rede dos males, mas a raiz dos justos produz o _seu_ fructo. 13 O laço do impio está na transgressão dos labios, mas o [5] justo sairá da angustia. 14 Do fructo da bocca cada um se farta de bem, e a recompensa [6] das mãos dos homens se lhe tornará. 15 O caminho [7] do tolo _é_ recto aos seus olhos, mas o que dá ouvidos ao conselho _é_ sabio. 16 A ira do louco se conhece no mesmo dia, mas o avisado encobre a affronta. 17 O que produz a verdade manifesta a justiça, mas a testemunha da falsidade o engano. 18 Ha _alguns_ que fallam _palavras_ como estocadas de espada, mas a lingua dos sabios _é_ saude. 19 O labio de verdade ficará para sempre, mas a lingua de falsidade _dura_ por um _só_ momento. 20 Engano _ha_ no coração dos que maquinam mal, mas alegria _teem_ os que aconselham a paz. 21 Nenhum aggravo sobrevirá ao justo, mas os impios ficam cheios de mal. 22 Os labios mentirosos [8] _são_ abominaveis ao Senhor, mas os que obram fielmente _são o_ seu deleite. 23 O homem avisado encobre o conhecimento, mas o coração dos tolos proclama a estulticia. 24 A mão dos diligentes dominará, mas os enganadores serão tributarios. 25 A solicitude no coração do homem o abate, mas _uma_ boa palavra o alegra. 26 [SI] Mais excellente é o justo do que o companheiro, mas o caminho dos impios os faz errar. 27 O preguiçoso não assará a sua caça, mas o precioso bem do homem _é_ ser diligente. 28 Na vereda da justiça _está_ a vida, e _no_ caminho da sua carreira não _ha_ morte. [1] I Cor. 11.7. cap. 14.30. [2] Mat. 7.24, 25, 26, 27. [3] Deu. 5.4. [4] Gen. 3.19. cap. 28.49. [5] II Ped. 2.9. [6] Isa. 3.10, 11. [7] cap. 3.7. Luc. 18.11. [8] Apo. 22.15. 13 O filho sabio _ouve_ a correcção do pae; mas o escarnecedor [1] não ouve a reprehensão. 2 Do fructo [2] da bocca cada um comerá o bem, mas a alma dos prevaricadores _comerá_ a violencia. 3 O que [3] guarda a sua bocca conserva a sua alma, _mas_ o que dilata os seus labios tem perturbação. 4 A alma do preguiçoso deseja, e coisa nenhuma _alcança_, mas a alma dos diligentes se engorda. 5 O justo aborrece a palavra de mentira, mas o impio se faz vergonha, e se confunde. 6 A justiça [4] guarda ao sincero de caminho, mas a impiedade transtornará o peccador. 7 Ha _alguns_ que se fazem ricos, e não _teem_ coisa nenhuma, _e outros_ que se fazem pobres e _teem_ muita fazenda. 8 O resgate da vida de cada um são as suas riquezas, mas o pobre não ouve as ameaças. 9 A luz dos justos alegra, mas a candeia dos impios se apagará. 10 Da soberba só provém a contenda, mas com os que se aconselham _se acha_ a sabedoria. 11 A fazenda _que procede_ da vaidade se diminuirá, mas quem _a_ ajunta com a mão _a_ augmentará. 12 A esperança deferida enfraquece o coração, mas o desejo chegado é arvore de vida. 13 O que despreza a [5] palavra perecerá, mas o que teme o mandamento será galardoado. 14 A doutrina [6] do sabio _é uma_ fonte de vida para se desviar dos laços da morte. 15 O bom entendimento [SJ] dá graça, mas o caminho dos prevaricadores _é_ aspero. 16 Todo o prudente [7] obra com conhecimento, mas o tolo espraia a _sua_ loucura. 17 O impio mensageiro cae no mal, mas o embaixador fiel _é_ saude. 18 Pobreza e affronta _virão_ ao que rejeita a correcção, mas o que guarda a reprehensão será venerado. 19 O desejo que se cumpre deleita a alma, mas apartar-se do mal _é_ abominavel para os loucos. 20 O que anda com os sabios, ficará sabio, mas o companheiro dos tolos [SK] soffrerá severamente. 21 O mal perseguirá aos peccadores, mas os justos serão galardoados com bem. 22 O homem de bem deixa uma herança aos filhos de _seus_ filhos, mas a fazenda [8] do peccador se deposita para o justo. 23 A lavoura dos pobres _dá_ abundancia de mantimento, mas _alguns_ ha que se consomem por falta de juizo. 24 O que retem [9] a sua vara aborrece a seu filho, mas o que o ama madruga a castigal-o. 25 O justo come até fartar-se a sua alma, mas o ventre dos impios terá necessidade. [1] I Sam. 2.25. [2] cap. 12.14. [3] Thi. 3.2. [4] cap. 11.3, 5, 6. [5] II Chr. 36.16. [6] cap. 10.11 e 14.27 e 16.22. II Sam. 22.6. [7] cap. 12.23 e 15.2. [8] Job 27.16, 17. cap. 28.8. Ecc. 2.26. [9] cap. 19.18 e 22.15 e 23.13 e 29.15, 17. 14 Toda a mulher sabia edifica [1] a sua casa: mas a tola a derriba com as suas mãos. 2 O que anda na sua sinceridade teme ao Senhor, mas o que se desvia de seus caminhos o [2] despreza. 3 Na bocca do tolo _está_ a vara da soberba, mas [3] os labios dos sabios os conservam. 4 Não havendo bois, a mangedoura _está_ limpa, mas pela força do boi _ha_ abundancia de colheitas. 5 A testemunha [4] verdadeira não mentirá, mas a testemunha falsa se desboca _em_ mentiras. 6 O escarnecedor busca sabedoria, e nenhuma _acha_, mas para o prudente o conhecimento é facil. 7 Vae-te de diante do homem insensato, porque _n’elle_ não divisarás os labios do conhecimento. 8 A sabedoria do prudente _é_ entender o seu caminho, mas a estulticia dos tolos _é_ engano. 9 Os loucos [5] zombam do peccado, mas entre os rectos _ha_ benevolencia. 10 O coração conhece a sua propria amargura, e o estranho não se entremetterá na sua alegria. 11 A casa [6] dos impios se desfará, mas a tenda dos rectos florescerá. 12 Ha [7] caminho _que_ ao homem _parece_ direito, mas o fim d’elle _são_ os caminhos da morte. 13 Até no riso terá dôr o coração, e o fim da alegria _é_ tristeza. 14 Dos seus caminhos se fartará [8] o que declina no coração, mas o homem bom se fartará de si mesmo. 15 O simples dá credito a cada palavra, mas o prudente attenta para os seus passos. 16 O sabio teme, [9] e desvia-se do mal, mas o tolo se encoleriza, e dá-se por seguro. 17 O que presto se indigna, fará doidices, e o homem de más imaginações será aborrecido. 18 Os simplices herdarão a estulticia, mas os prudentes _se_ coroarão de conhecimento. 19 Os máus se inclinaram diante dos bons, e os impios diante das portas do justo. 20 O [10] pobre é aborrecido até do companheiro, porém os amigos dos ricos _são_ muitos. 21 O que despreza ao seu companheiro pecca, mas o que se compadece dos humildes _é_ bemaventurado. 22 _Porventura_ não erram os que obram o mal? mas beneficencia e fidelidade _serão_ para os que obram o bem. 23 Em todo o trabalho proveito ha, mas a palavra dos labios só _encaminha_ á pobreza. 24 A corôa dos sabios _é_ a sua riqueza, a estulticia dos tolos é só estulticia. 25 A testemunha verdadeira livra as almas, mas o que se desboca _em_ mentiras _é_ enganador. 26 No temor do Senhor _ha_ firme confiança, e _elle_ será _um_ refugio para seus filhos. 27 O temor [11] do Senhor _é uma_ fonte de vida, para se desviarem dos laços da morte. 28 Na multidão do povo _está_ a magnificencia do rei, mas na falta do povo a perturbação do principe. 29 O [12] longanimo é grande em entendimento, mas o _que é_ de espirito impaciente [SL] assignala a sua loucura. 30 O coração com saude _é_ a vida da carne, mas a inveja _é_ a podridão dos ossos. 31 O que opprime [13] ao pobre insulta áquelle que o creou, mas o que se compadece do necessitado o honra. 32 Pela sua malicia será lançado fóra o impio, mas [14] o justo _até_ na sua morte tem [SM] confiança. 33 No coração do prudente repousa a sabedoria, [15] mas _o que ha_ no interior dos tolos se conhece. 34 A justiça exalta ao povo, mas o peccado _é_ o opprobrio das nações. 35 O [16] Rei tem seu contentamento no servo prudente, mas sobre o que envergonha cairá o seu furor. [1] Ruth 4.11. [2] Job 12.4. [3] cap. 12.6. [4] Exo. 20.16 e 23.1. cap. 6.19 e 12.17. ver. 25. [5] cap. 10.23. [6] Job 8.15. [7] cap. 16.25. Rom. 6.24. [8] cap. 1.31 e 12.14. [9] cap. 22.3. [10] cap. 19.7. [11] cap. 13.14. [12] cap. 16.32. Thi. 1.19. [13] cap. 17.5. Mat. 25.40, 45. Job 31.15, 16. cap. 22.2. [14] Job 13.15 e 19.26. II Cor. 1.9 e 5.8. II Tim. 4.18. [15] cap. 11.16 e 29.11. [16] Mat. 24.45, 47. 15 A resposta branda [1] desvia o furor, [2] mas a palavra de dôr suscita a ira. 2 A lingua dos sabios adorna a sabedoria, [3] mas a bocca dos tolos derrama a estulticia. 3 Os olhos do Senhor _estão_ em todo o logar, contemplando os maus e os bons. 4 A medicina da lingua _é_ arvore de vida, mas a perversidade n’ella quebranta o espirito. 5 O tolo [4] despreza a correcção de seu pae, mas o que observa a reprehensão prudentemente se haverá. 6 Na casa do justo _ha um_ grande thesouro, mas nos fructos do impio _ha_ perturbação. 7 Os labios dos sabios derramarão o conhecimento, mas o coração dos tolos não _fará_ assim. 8 O sacrificio [5] dos impios _é_ abominavel ao Senhor, mas a oração dos rectos _é_ o seu contentamento. 9 O caminho do impio _é_ abominavel ao Senhor, mas ao que segue a [6] justiça amará. 10 Correcção molesta [7] ha para o que deixa a vereda, _e_ o que aborrece a reprehensão morrerá. 11 [SN] O inferno e a perdição _estão_ perante o Senhor: quanto mais [8] os corações dos filhos dos homens? 12 Não ama o escarnecedor [9] aquelle que o reprehende, nem se chegará aos sabios. 13 O coração alegre [10] aformosea o rosto, mas pela dôr do coração o espirito se abate. 14 O coração entendido buscará o conhecimento, mas a bocca dos tolos se apascentará de estulticia. 15 Todos os dias do opprimido _são_ maus, [11] mas o coração alegre _é um_ banquete continuo. 16 Melhor _é_ o pouco [12] com o temor do Senhor, do que _um_ grande thesouro, onde ha inquietação. 17 Melhor [13] _é_ a comida de hortaliça, onde ha amor, do que o boi cevado, e com elle o odio. 18 O homem [14] iracundo suscita contendas, mas o longanimo apaziguará a lucta. 19 O caminho [15] do preguiçoso _é_ como a sebe d’espinhos, mas a vereda dos rectos _está_ bem egualada. 20 O filho sabio [16] alegrará a seu pae, mas o homem insensato despreza a sua mãe. 21 A estulticia [17] _é_ alegria para o que carece d’entendimento, mas o homem entendido [18] anda rectamente. 22 Os pensamentos se dissipam, quando [19] não ha conselho, mas com a multidão de conselheiros se confirmarão. 23 O homem se alegra na resposta da sua bocca, e a [20] palavra a seu tempo quão boa _é_! 24 Para o entendido, o caminho [21] da vida vae para cima, para que se desvie do inferno de baixo. 25 O Senhor arrancará [22] a casa dos soberbos, mas estabelecerá o termo da viuva. 26 Abominaveis _são_ ao Senhor os pensamentos [23] do mau, mas as palavras dos limpos são apraziveis. 27 O que [24] exercita avareza perturba a sua casa, mas o que aborrece presentes viverá. 28 O coração do justo [25] medita _o que ha_ de responder, mas a bocca dos impios derrama em abundancia coisas más. 29 Longe _está_ o Senhor dos impios, mas escutará a oração dos justos. 30 A luz dos olhos alegra o coração, a boa fama engorda os ossos. 31 Os ouvidos [26] que escutam a reprehensão da vida no meio dos sabios farão a sua morada. 32 O que rejeita a correcção menospreza a sua alma, mas o que escuta a reprehensão adquire entendimento. 33 O temor [27] do Senhor _é_ a correcção da sabedoria, e diante da honra _vae_ a humildade. [1] Jui. 8.1, 2, 3. cap. 25.15. [2] I Sam. 25.10, etc. II Reis 12.13, 14, 16. [3] ver. 28. cap. 12.23 e 13.16. Jer. 16.17 e 32.19. Heb. 4.13. [4] cap. 10.1 e 13.18. ver. 31, 32. [5] cap. 21.27 e 28.9. Isa. 1.11 e 61.8 e 66.3. Jer. 6.20 e 7.22. Amós 5.22. [6] cap. 21.21. I Tim. 6.11. [7] I Reis 22.8. cap. 5.12 e 10.17. [8] II Chr. 6.30. João 2.24, 25 e 21.17. Act. 1.24. [9] Amós 5.10. II Tim. 4.3. [10] cap. 17.22. cap. 12.25. [11] cap. 17.22. [12] cap. 16.8. I Tim. 6.6. [13] cap. 17.1. [14] cap. 26.21 e 29.22. [15] cap. 22.5. [16] cap. 10.1 e 29.3. [17] cap. 10.23. [18] Eph. 5.15. [19] cap. 11.14 e 20.18. [20] cap. 25.11. [21] Phi. 3.20. Col. 3.1, 2. [22] cap. 12.7 e 14.11. [23] cap. 6.16, 18. [24] cap. 11.19. Isa. 5.8. Jer. 17.11. [25] I Ped. 3.15. [26] ver. 5. [27] cap. 1.7 e 18.12. 16 Do homem [1] _são_ as preparações do coração, mas [2] do Senhor a resposta da bocca. 2 Todos os caminhos [3] do homem _são_ limpos aos seus olhos, [4] mas o Senhor pesa os espiritos. 3 Confia [5] do Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos. 4 O Senhor fez [6] todas as coisas para si, para os seus proprios fins, e até ao impio para o dia do mal. 5 Abominação [7] é ao Senhor todo o altivo de coração: _ainda que elle junte_ mão á mão, não será innocente. 6 Pela misericordia [8] e pela fidelidade se expia a iniquidade, e pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal. 7 Sendo os caminhos do homem agradaveis ao Senhor, até a seus inimigos faz que tenham paz com elle. 8 Melhor é o pouco [9] com justiça, do que a abundancia de colheita com injustiça. 9 O coração [10] do homem considera o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos. 10 Adivinhação _se acha_ nos labios do rei: em juizo não prevaricará a sua bocca. 11 O peso e a balança [11] justa _são_ do Senhor: obra sua _são_ todos [SO] os pesos da bolsa. 12 Abominação _é_ para os reis obrarem impiedade, porque com justiça se estabelece [12] o throno. 13 Os labios de justiça _são_ o contentamento dos reis, [13] e elles amarão ao que falla coisas rectas. 14 O furor [14] do rei _é como uns_ mensageiros da morte, mas o homem sabio o apaziguará. 15 Na luz do rosto do rei _está_ a vida, e a sua [15] benevolencia _é_ como a nuvem da chuva serodia. 16 Quanto melhor _é_ adquirir a sabedoria [16] do que o oiro! e quanto mais excellente adquirir a prudencia do que a prata! 17 A carreira dos rectos _é_ desviar-se do mal; o que guarda a sua alma conserva o seu caminho. 18 A soberba [17] precede a ruina, e a altivez do espirito precede a quéda. 19 Melhor _é_ ser humilde d’espirito com os mansos, do que repartir o despojo com os soberbos. 20 O que attenta prudentemente para a palavra achará o bem, e o que confia [18] no Senhor _será_ bemaventurado. 21 O sabio de coração será chamado prudente, e a doçura dos labios augmentará o ensino. 22 O entendimento, [19] para aquelles que o possuem, _é uma_ fonte de vida, mas a instrucção dos tolos _é_ a sua estulticia. 23 O coração [20] do sabio instrue a sua bocca, e sobre os seus labios augmentará a doutrina. 24 Favo de mel _são_ as palavras suaves, doces para a alma, e saude para os ossos. 25 Ha caminho, [21] que parece direito ao homem, mas o seu fim _são_ os caminhos da morte. 26 O trabalhador [22] trabalha para si mesmo, porque a sua bocca o insta. 27 O homem de Belial cava o mal, e nos seus labios _se acha_ como _um_ fogo ardente. 28 O homem [23] perverso levanta a contenda, e o murmurador separa os maiores amigos. 29 O homem violento [24] persuade ao seu companheiro, e o guia por caminho não bom. 30 Fecha os olhos para imaginar perversidades; mordendo os labios, effectua o mal. 31 Corôa de honra _são_ [25] as cãs, achando-se ellas no caminho de justiça. 32 Melhor é o longanimo [26] do que o valente, e o que governa o seu espirito do que o que toma _uma_ cidade. 33 A sorte se lança no regaço, mas do Senhor _procede_ toda a sua disposição. [1] ver. 9. cap. 19.21 e 20.24. Jer. 10.23. [2] Mat. 10.19, 20. [3] cap. 21.2. [4] I Sam. 16.7. [5] Psa. 36.5. Phi. 4.6. I Ped. 5.7. [6] Isa. 43.7. Rom. 11.36. Job 21.30. Rom. 9.22. [7] cap. 6.17 e 8.13. cap. 11.21. [8] cap. 14.16. [9] Psa. 37.16. cap. 15.16. [10] cap. 19.21. Psa. 37.23. Jer. 10.23. [11] Lev. 19.36. cap. 11.1. [12] cap. 25.5 e 29.14. [13] cap. 14.35 e 22.11. [14] cap. 19.12 e 20.2. [15] cap. 19.12. Job 29.23. Zac. 10.1. [16] cap. 8.11, 19. [17] cap. 11.2 e 17.19 e 18.12. [18] Psa. 2.13. Isa. 30.18. Jer. 17.7. [19] cap. 13.14 e 14.27. [20] Psa. 37.30. [21] cap. 14.12. [22] Ecc. 6.7. [23] cap. 6.14, 19 e 15.18 e 26.21 e 29.22. cap. 17.9. [24] cap. 1.10, etc. [25] cap. 20.29. [26] cap. 19.11. 17 Melhor _é_ um bocado [1] secco, e com elle a tranquillidade, do que a casa cheia de victimas, com contenda. 2 O servo prudente dominará sobre o filho [2] que faz envergonhar; e entre os irmãos repartirá a herança. 3 O crisol _é_ para a prata, [3] e o forno para o oiro; mas o Senhor prova os corações. 4 O malfazejo attenta para o labio iniquo: o mentiroso inclina os ouvidos á lingua maligna. 5 O que escarnece do [4] pobre insulta ao que o creou; o que se alegra da calamidade não ficará innocente. 6 Corôa dos velhos _são_ os filhos dos filhos; e a gloria dos filhos _são_ seus paes. 7 Não convem ao tolo o labio excellente: quanto menos ao principe o labio mentiroso. 8 Pedra preciosa [5] _é_ o presente aos olhos dos que o recebem; para onde quer que se volver, servirá de proveito. 9 O que [6] encobre a transgressão busca a amizade, mas o que renova a [SP] coisa, separa os maiores amigos. 10 Mais profundamente entra a reprehensão no prudente, do que cem açoites no tolo. 11 Na verdade o rebelde não busca senão o mal, mas mensageiro cruel se enviará contra elle. 12 Encontre-se [7] com o homem a ursa roubada _dos filhos_; mas não o louco na sua estulticia. 13 Quanto áquelle que torna mal por bem, [8] não se apartará o mal da sua casa. 14 _Como_ o que solta as aguas, é o principio da contenda, pelo que, antes que sejas envolto, deixa a porfia. 15 O que justifica [9] ao impio, e condemna ao justo, _ambos são_ abominaveis ao Senhor, tanto um como o outro. 16 De que _serviria_ o preço na mão do tolo para comprar a sabedoria, visto que não tem entendimento? 17 Em todo o tempo ama [10] o amigo; e para a angustia nasce o irmão. 18 O homem falto [11] d’entendimento dá a mão, ficando por fiador diante do seu companheiro. 19 O que ama a contenda ama a transgressão; o que alça a sua porta [12] busca a ruina. 20 O perverso de coração nunca achará o bem; [13] e o que tem a lingua dobre virá a cair no mal. 21 O que gera [14] a um tolo para a sua tristeza _o faz_; e o pae do insensato não se alegrará. 22 O coração [15] alegre serve de bom remedio, mas o espirito abatido virá a seccar os ossos. 23 O impio tomará o presente do seio, [16] para perverter as veredas da justiça. 24 No rosto do entendido _se vê_ a sabedoria, [17] porém os olhos do louco _estão_ nas extremidades da terra. 25 O filho insensato [18] _é_ tristeza para seu pae, e amargura para a que o pariu. 26 Não é bom tambem [19] pôr pena ao justo, _nem_ que firam os principes ao que obra justamente. 27 Retem as suas palavras [20] o que possue o conhecimento, _e_ o homem d’entendimento é de [SQ] precioso espirito. 28 Até o tolo, [21] quando se cala, será reputado por sabio; _e_ o que cerrar os seus labios por entendido. [1] cap. 15.17. [2] cap. 10.5 e 19.26. [3] cap. 27.21. Jer. 17.10. Mal. 3.3. [4] cap. 14.31. Job 31.29. Abd. 12. [5] cap. 18.16 e 19.6. [6] cap. 10.12. cap. 16.28. [7] Ose. 13.8. [8] Jer. 18.20. Rom. 12.17. I The. 5.15. I Ped. 3.9. [9] Exo. 23.7. cap. 24.24. Isa. 5.23. [10] cap. 18.24. [11] cap. 6.1 e 11.15. [12] cap. 16.18. [13] Thi. 3.8. [14] cap. 10.1 e 19.13. ver. 25. [15] cap. 12.25 e 15.13, 15. [16] Exo. 23.8. [17] cap. 14.6. Ecc. 2.14 e 8.1. [18] cap. 10.1 e 15.20 e 19.13. ver. 21. [19] ver. 15. cap. 18.5. [20] Thi. 1.19. [21] Job 13.5. 18 Busca coisas desejaveis aquelle que se separa e se entremette em toda a sabedoria. 2 Não toma prazer o tolo na intelligencia, senão em que se descubra o seu coração. 3 Vindo o impio, vem tambem o desprezo, e com a vergonha a ignominia. 4 Aguas profundas são as [1] palavras da bocca do homem, _e_ ribeiro trasbordante é a fonte da sabedoria. 5 Não [2] é bom ter respeito á pessoa do impio para derribar o justo em juizo. 6 Os beiços do tolo entram na contenda, e a sua bocca por açoites brada. 7 A bocca do tolo [3] é a sua propria destruição, e os seus labios um laço para a sua alma. 8 As palavras [4] do assoprador _são_ como doces bocados; e ellas descem ao intimo do ventre. 9 Tambem o negligente na sua obra é irmão do desperdiçador. 10 Torre forte _é_ o [5] nome do Senhor; a elle correrá o justo, e estará em alto retiro. 11 A fazenda [6] do rico _é_ a cidade da sua fortaleza, e como um muro alto na sua imaginação. 12 Antes de _ser_ quebrantado eleva-se o coração [7] do homem; e diante da honra vae a humildade. 13 O que responde antes d’ouvir, estulticia [8] lhe _é_, e vergonha. 14 O espirito do homem sosterá a sua enfermidade, mas ao espirito abatido quem levantará? 15 O coração do entendido adquire o conhecimento, e o ouvido dos sabios busca o conhecimento. 16 O presente [9] do homem lhe alarga o _caminho_ e o leva diante dos grandes. 17 O que primeiro começa o seu pleito justo _é_; porém vem o seu companheiro, e o examina. 18 A sorte faz cessar os pleitos, e faz separação entre os poderosos. 19 O irmão offendido é mais difficil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas _são_ como os ferrolhos d’_um_ palacio. 20 Do fructo [10] da bocca de cada um se fartará o seu ventre: dos renovos dos seus labios se fartará. 21 A morte e a vida _estão_ no poder da lingua; e aquelle que a ama comerá do seu fructo. 22 O que acha [11] mulher acha o bem e alcança a benevolencia do Senhor. 23 O pobre falla com rogos, mas o rico responde [12] com durezas. 24 O homem que tem amigos haja-se amigavelmente, [13] e ha amigo mais chegado do que um irmão. [1] cap. 10.11 e 20.5. [2] Lev. 19.1, 5. Deu. 1.17 e 16.19. cap. 24.23 e 28.21. [3] cap. 10.14 e 12.13 e 13.3. Ecc. 10.12. [4] cap. 12.18 e 26.22. [5] II Sam. 22.3, 51. [6] cap. 10.15. [7] cap. 11.2 e 15.33 e 16.18. [8] João 7.51. [9] cap. 21.14. Gen. 32.20. [10] cap. 12.14 e 13.2. [11] cap. 19.14 e 31.10. [12] Thi. 2.3. [13] cap. 17.17. 19 Melhor _é_ o [1] pobre que anda na sua sinceridade, do que o perverso de labios e tolo: 2 Assim _como ficar_ a alma sem conhecimento não _é_ bom, e o apressado nos pés pecca. 3 A estulticia do homem perverterá o seu caminho, e o seu coração se irará contra o Senhor. 4 As riquezas [2] grangeiam muitos amigos, mas ao pobre o seu _proprio_ amigo o deixa. 5 A falsa testemunha [3] não ficará innocente, e o que respira mentiras não escapará. 6 Muitos [4] supplicam a face do principe, e cada um _é_ amigo d’aquelle que dá dadivas. 7 Todos os irmãos [5] do pobre o aborrecem; quanto mais se alongarão d’elles os seus amigos! corre d’após elles com palavras, que não _servem_ de nada. 8 O que adquire entendimento ama a sua alma: [6] o que guarda intelligencia achará o bem. 9 A falsa testemunha [7] não ficará innocente; e o que respira mentiras perecerá. 10 Ao tolo não está bem o deleite; quanto menos ao servo [8] dominar os principes! 11 O entendimento [9] do homem retem a sua ira, e a sua gloria é passar sobre a transgressão. 12 Como o bramido do filho do leão, _é_ a [10] indignação do rei; mas como o orvalho sobre a herva _é_ a sua benevolencia. 13 Grande miseria _é_ para o pae o filho insensato, [11] e _um_ gotejar continuo as contenções da mulher. 14 A casa [12] e a fazenda _são_ a herança dos paes; porém do Senhor _vem_ a mulher prudente. 15 A preguiça [13] faz cair em profundo somno, e a alma enganadora padecerá fome. 16 O que guardar [14] o mandamento guardará a sua alma; _porém_ o que desprezar os seus caminhos morrerá. 17 Ao Senhor empresta o que se compadece [15] do pobre, _e elle_ lhe pagará o seu beneficio. 18 Castiga [16] a teu filho emquanto ha esperança, porém para o matar não alçarás a tua alma. 19 O _que é_ de grande indignação supportará o damno; porque se tu o livrares, ainda terás de tornar a _fazel-o_. 20 Ouve o conselho, e recebe a correcção, para que sejas sabio [17] nos teus ultimos _dias_. 21 Muitos propositos _ha_ [18] no coração do homem, porém o conselho do Senhor permanecerá. 22 O desejo do homem _é_ a sua beneficencia; porém o pobre _é_ melhor do que o mentiroso. 23 O [19] temor do Senhor _encaminha_ para a vida; aquelle que o tem ficará satisfeito, e não o visitará mal nenhum. 24 O preguiçoso [20] esconde a sua mão no seio; enfada-se de tornal-a á sua bocca. 25 Fere o escarnecedor, [21] e o simples tomará aviso; reprehende ao entendido, _e_ aprenderá conhecimento. 26 O que afflige a _seu_ pae, _ou_ afugenta a sua mãe, filho _é_ que traz vergonha e [22] deshonra. 27 Cessa, filho meu, ouvindo a instrucção, de te desviares das palavras do conhecimento. 28 A testemunha de Belial escarnece do juizo, e a [23] bocca dos impios engole a iniquidade. 29 Preparados estão os juizos para os escarnecedores e [24] açoites para as costas dos tolos. [1] cap. 28.6. [2] cap. 14.20. [3] ver. 9. Exo. 23.1. Deu. 19.16, 19. cap. 6.19 e 21.28. [4] cap. 29.26 e 21.14. [5] cap. 14.20. Psa. 38.12. [6] cap. 16.20. [7] ver. 5. [8] cap. 30.22. Ecc. 10.6, 7. [9] cap. 14.29. Thi. 1.19. cap. 16.32. [10] cap. 16.14, 15 e 20.2 e 28.15. Ose. 14.5. [11] cap. 10.1 e 15.20 e 17.21, 25. cap. 21.9, 19, 27 e 15. [12] II Cor. 12.14. cap. 18.22. [13] cap. 6.9. cap. 10.4 e 20.13 e 23.21. [14] Luc. 10.28 e 11.28. [15] cap. 28.27. Ecc. 11.1. Mat. 10.42 e 25.40. II Cor. 9.6, 7, 8. Heb. 6.10. [16] cap. 13.24 e 23.13 e 29.17. [17] Psa. 37.37. [18] Job 23.13. cap. 16.1, 9. Isa. 14.26, 27 e 46.10. Act. 5.39. Heb. 6.17. [19] I Tim. 4.8. [20] cap. 15.19 e 26.13, 15. [21] cap. 21.11. Deu. 13.11. cap. 9.8. [22] cap. 17.2. [23] Job 15.16 e 20.12, 13 e 34.7. [24] cap. 10.13 e 26.3. 20 O [1] vinho _é_ escarnecedor, a bebida forte alvoraçadora; e todo aquelle que n’elles errar nunca será sabio. 2 Como o bramido do leão _é_ o terror [2] do rei, o que o provoca á ira pecca contra a sua _propria_ alma. 3 Honra _é_ do [3] homem desviar-se do pleito, mas todo o tolo se entremette _n’elle_. 4 O preguiçoso [4] não lavrará por causa do inverno, _pelo que_ mendigará na sega, porém nada receberá. 5 Como as aguas profundas _é_ o conselho [5] no coração do homem; mas o homem d’intelligencia o tirará para fóra. 6 Cada um da multidão dos [6] homens apregoa a sua beneficencia; porém o homem fiel, quem é _o que_ o achará? 7 O justo [7] anda na sua sinceridade; bemaventurados _serão_ os seus filhos depois d’elle. 8 Assentando-se [8] o rei no throno do juizo, com os seus olhos dissipa todo o mal. 9 Quem podéra dizer: [9] Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu peccado! 10 Duas sortes de [10] peso, e duas sortes de medida, _são_ abominação ao Senhor, tanto uma como outra. 11 Até a creança se dará a [11] conhecer pelas suas acções, se a sua obra _será_ pura e recta. 12 O ouvido [12] que ouve, e o olho que vê, o Senhor os fez a ambos. 13 Não [13] ames o somno, para que não empobreças; abre os teus olhos, _e_ te fartarás de pão. 14 Nada _vale_, nada _vale_, dirá o comprador, mas, indo-se, então se gabará. 15 Ha oiro e abundancia de rubins, mas [14] os labios do conhecimento _são_ joia preciosa. 16 Quando _alguem_ fica por fiador do estranho, toma-lhe [15] a sua roupa, _e_ o penhora pela estranha. 17 Suave _é_ ao homem o pão [16] de mentira, mas depois a sua bocca se encherá de pedrinhas d’areia. 18 Cada [17] pensamento com conselho se confirma, e com conselhos prudentes faze a guerra. 19 O que anda murmurando descobre o segredo; pelo que com o que afaga com seus beiços [18] não te entremettas. 20 O que [19] a seu pae ou a sua mãe amaldiçoar, apagar-se-lhe-ha a sua lampada em trevas negras. 21 _Adquirindo-se_ apressadamente a herança [20] no principio, o seu fim não será bemdito. 22 Não digas: [21] Vingar-me-hei do mal: espera [22] pelo Senhor, e _elle_ te livrará. 23 Duas sortes [23] de peso _são_ abominaveis ao Senhor, e balanças enganosas não _são_ boas. 24 Os passos [24] do homem são dirigidos pelo Senhor: o homem, pois, como entenderá o seu caminho? 25 Laço _é_ para o homem engulir _o que é_ sancto; e, feitos os votos, [25] _então_ inquirir. 26 O rei sabio [26] dissipa os impios e torna sobre elles a roda. 27 A alma [27] do homem _é_ a lampada do Senhor, que esquadrinha todo o mais intimo do ventre. 28 Benignidade e verdade guardam ao rei, [28] e com benignidade sustem _elle_ o seu throno. 29 O ornato dos mancebos _é_ a sua força: e a belleza [29] dos velhos as cãs. 30 Os vergões das feridas _são_ a purificação dos maus, como tambem as pancadas _que penetram até_ o mais intimo do ventre. [1] Gen. 9.21. cap. 23.29, 30. Isa. 28.7. Ose. 4.11. [2] cap. 16.14 e 19.12. cap. 8.36. [3] cap. 17.14. [4] cap. 10.4 e 19.24. cap. 19.15. [5] cap. 18.4. [6] cap. 25.14. Mat. 6.2. Luc. 18.11. [7] II Cor. 1.12. Psa. 37.26 e 112.2. [8] ver. 26. [9] I Reis 8.46. Job 14.4. Ecc. 7.20. I Cor. 4.4. I João 1.8. [10] Deu. 25.13, etc. cap. 11.1 e 16.11. Miq. 6.10, 11. [11] Mat. 7.16. [12] Exo. 4.11. [13] cap. 6.9 e 12.11 e 19.15. Rom. 12.11. [14] Job 28.12, 16, 17, 18, 19. cap. 3.15 e 8.11. [15] cap. 22.26, 27 e 27.13. [16] cap. 9.17. [17] cap. 15.22 e 24.6. Luc. 14.31. [18] cap. 11.13. Rom. 16.18. [19] Exo. 21.17. Lev. 20.9. Mat. 15.4. Job 18.5, 6. cap. 24.20. [20] cap. 28.20. Hab. 2.6. [21] Deu. 32.35. Rom. 12.17, 19. I The. 5.15. I Ped. 3.9. [22] II Sam. 16.12. [23] ver. 10. [24] Psa. 37.23. cap. 16.9. Jer. 10.23. [25] Ecc. 5.4, 5. [26] ver. 8. [27] I Cor. 2.11. [28] Psa. 101.1. cap. 29.24. [29] cap. 16.31. 21 Como ribeiros d’aguas, _assim_ é o coração do rei na mão do Senhor; a tudo quanto quer o inclina. 2 Todo [1] o caminho do homem _é_ recto aos seus olhos, mas o Senhor pondera os corações. 3 Fazer justiça [2] e juizo _é_ mais acceito ao Senhor do que _lhe offerecer_ sacrificio. 4 Altivez dos olhos, e [3] inchação de coração, _e_ a lavoura dos impios _é_ peccado. 5 Os pensamentos [4] do diligente _tendem_ só á abundancia, porém _os de_ todo o apressado tão sómente á pobreza. 6 Trabalhar por _ajuntar_ [5] thesouro com lingua falsa _é uma_ vaidade impellida d’aquelles que buscam a morte. 7 As rapinas dos impios os virão a destruir, porquanto recusam fazer a justiça. 8 O caminho do homem _é_ todo perverso e estranho, porém a obra do puro _é_ recta. 9 Melhor [6] _é_ morar n’_um_ canto do terraço, do que _com_ a mulher contenciosa, e _isso em casa em que mais_ companhia _haja_. 10 A alma [7] do impio deseja o mal: o seu proximo lhe não agrada aos seus olhos. 11 Castigado o escarnecedor, o simples se torna sabio; e, ensinado o sabio, recebe o conhecimento. 12 Prudentemente considera o justo a casa do impio, _quando Deus_ transtorna os impios para o mal. 13 O que [8] tapa o seu ouvido ao clamor do pobre elle tambem clamará e não será ouvido. 14 O presente [9] _que se dá_ em segredo abate a ira, e a dadiva no seio a grande indignação. 15 O fazer justiça [10] _é_ alegria para o justo, mas espanto para os que obram a iniquidade. 16 O homem, que anda errado do caminho do entendimento, na congregação dos mortos repousará. 17 Necessidade _padecerá_ o que ama a galhofa; o que ama o vinho e o azeite nunca enriquecerá. 18 O resgate do justo é [11] o impio; o do recto o iniquo. 19 Melhor [12] _é_ morar n’_uma_ terra deserta do que _com_ a mulher contenciosa e iracunda. 20 Thesouro [13] desejavel e azeite _ha_ na casa do sabio, mas o homem insensato o devora. 21 O que segue [14] a justiça e a beneficencia achará a vida, a justiça e a honra. 22 Á cidade dos fortes [15] sobe o sabio, e derruba a força da sua confiança. 23 O que [16] guarda a sua bocca e a sua lingua, guarda das angustias a sua alma. 24 O soberbo _e_ presumido, zombador _é_ seu nome: trata com indignação e soberba. 25 O desejo [17] do preguiçoso o mata, porque as suas mãos recusam trabalhar. 26 Todo o dia deseja _coisas de_ cubiçar, mas o justo dá, e nada retem. 27 O sacrificio dos [18] impios _é_ abominação: quanto mais offerecendo-o com intenção maligna? 28 A testemunha mentirosa perecerá, porém o homem que ouve com constancia fallará. 29 O homem impio endurece o seu rosto, mas o recto considera o seu caminho. 30 Não ha sabedoria, [19] nem intelligencia, nem conselho contra o Senhor. 31 O cavallo prepara-se para o dia da batalha, [20] porém do Senhor _vem_ a victoria. [1] cap. 16.2. cap. 24.12. Luc. 16.15. [2] I Sam. 15.22. cap. 15.8. Isa. 1.11, etc. Ose. 6.6. Miq. 6.7, 8. [3] cap. 6.17. [4] cap. 10.4 e 13.4. [5] cap. 10.2 e 13.11 e 20.21. II Ped. 2.3. [6] ver. 19. cap. 19.13 e 25.24 e 27.15. [7] Thi. 4.5. [8] Mat. 7.2, 18, 30, etc. Thi. 2.13. [9] cap. 17.8, 23 e 18.16. [10] cap. 10.29. [11] cap. 11.8. Isa. 43.3, 4. [12] ver. 9. [13] Mat. 25.3, 4. [14] cap. 15.9. Mat. 5.6. [15] Ecc. 9.14, etc. [16] cap. 12.13 e 13.3 e 18.21. Thi. 3.2. [17] cap. 13.4. [18] cap. 15.8. Isa. 66.3. Jer. 6.20. Amós 5.22. [19] Isa. 8.9, 10. Jer. 9.23. Act. 5.39. [20] Isa. 31.1. 22 Mais _digno_ de ser escolhido [1] é o _bom_ nome do que as muitas riquezas; e a graça é melhor do que a riqueza e o oiro. 2 O rico [2] e o pobre se encontraram: a todos os fez o Senhor. 3 O avisado [3] vê o mal, e esconde-se; mas os simples passam, e pagam a pena. 4 O galardão [4] da humildade _com_ o temor do Senhor _são_ riquezas, a honra e a vida. 5 Espinhos [5] _e_ laços _ha_ no caminho do perverso; o que guarda a sua alma retira-se para longe d’elle. 6 Instrue ao menino conforme o seu caminho; [6] e até quando envelhecer não se desviará d’elle. 7 O [7] rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado servo _é_ do que empresta. 8 O que [8] semear a perversidade segará males; e a vara da sua indignação se acabará. 9 O que é de [9] bons olhos será abençoado, porque deu do seu pão ao pobre. 10 Lança [10] fóra ao escarnecedor, e se irá a contenda; e cessará o pleito e a vergonha. 11 O que ama a pureza do coração, e _tem_ graça nos seus labios, seu amigo _será_ o rei. 12 Os olhos do Senhor conservam o conhecimento, mas as palavras do iniquo transtornará. 13 Diz o preguiçoso: [11] Um leão está _lá_ fóra; serei morto no meio das ruas. 14 Cova profunda [12] _é_ a bocca das _mulheres_ estranhas; aquelle contra quem o Senhor se irar, cairá n’ella. 15 A estulticia _está_ ligada no coração do menino, _mas_ a vara [13] da correcção a afugentará d’elle. 16 O que opprime ao pobre para se engrandecer a si, ou o que dá ao rico, certamente empobrecerá. _Breves discursos moraes do sabio ácerca de varios assumptos._ 17 Inclina a tua orelha, e ouve as palavras dos sabios, e applica o teu coração á minha sciencia. 18 Porque _é_ coisa suave, se as guardares nas tuas entranhas, se applicares todas ellas aos teus labios. 19 Para que a tua confiança esteja no Senhor: a ti _t’as_ faço saber hoje; tu tambem _a outros as faze saber_. 20 _Porventura_ não te escrevi excellentes coisas, [14] ácerca de todo o conselho e conhecimento? 21 Para fazer-te saber [15] a certeza das palavras da verdade, para que possas responder palavras de verdade aos [16] que te enviarem. 22 Não roubes [17] ao pobre, porque _é_ pobre, nem atropelles na porta ao afflicto. 23 Porque [18] o Senhor defenderá a sua causa em juizo, e aos que os roubam _lhes_ roubará a alma. 24 Não acompanhes com o iracundo, nem andes com o homem colerico. 25 Para que não aprendas as suas veredas, e tomes um laço para a tua alma. 26 Não [19] estejas entre os que dão a mão, _e_ entre os que ficam por fiadores de dividas. 27 Se não tens com que pagar, porque tirariam [20] a tua cama de debaixo de ti? 28 Não removas [21] os limites antigos que fizeram teus paes. 29 Viste _a um_ homem ligeiro na sua obra? perante reis será posto: não será posto perante os de baixa sorte. [1] Ecc. 7.1, 2. [2] cap. 29.13. I Cor. 12.21. Job 31.15. cap. 14.31. [3] cap. 14.16 e 27.13. [4] Mat. 6.33. [5] cap. 15.19. I João 5.18. [6] Eph. 6.4. II Tim. 3.15. [7] Thi. 2.6. [8] Job 4.8. Ose. 10.13. [9] II Chr. 9.6. [10] Gen. 21.9, 10. [11] cap. 26.13. [12] cap. 2.16 e 5.3 e 7.5 e 23.27. [13] cap. 13.24 e 19.18 e 23.13, 14 e 29.15, 17. [14] cap. 8.6. [15] Luc. 1.3, 4. [16] I Ped. 3.15. [17] Exo. 23.6. Job 31.16, 21. Zac. 7.10. Mal. 3.5. [18] Jer. 51.36. [19] cap. 6.1 e 11.15. [20] cap. 20.16. [21] Deu. 19.14 e 27.17. cap. 23.10. 23 Quando te assentares a comer com _um_ governador, attenta bem para o que _se_ te _poz_ diante, 2 E põe uma faca á tua garganta, se _és_ homem de grande appetite. 3 Não cubices os seus manjares gostosos, porque _são_ pão de mentiras. 4 Não te cances [1] para enriqueceres; dá de mão á tua prudencia. 5 _Porventura_ fitarás os teus olhos n’aquillo que não é nada? porque certamente se fará azas e voará ao céu como a aguia. 6 Não comas o pão _d’aquelle que tem o_ olho maligno, nem cubices os seus manjares gostosos. 7 Porque, como imaginou na sua alma, te dirá: Come e bebe; porém o seu coração não _estará_ comtigo. 8 Vomitarias o bocado _que_ comeste, e perderias as tuas suaves palavras. 9 Não falles [2] aos ouvidos do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras. 10 Não removas [3] os limites antigos, nem entres nas herdades dos orphãos, 11 Porque o seu redemptor [4] _é_ o Forte, que pleiteará a sua causa contra ti. 12 Applica á disciplina o teu coração, e os teus ouvidos ás palavras do conhecimento. 13 Não retires [5] a disciplina da creança, quando a fustigares com a vara; nem _por isso_ morrerá. 14 Tu a fustigarás com a vara, e livrarás [6] a sua alma do [SR] inferno. 15 Filho meu, [7] se o teu coração fôr sabio, alegrar-se-ha o meu coração, sim, o meu proprio, 16 E exultarão os meus rins, quando os teus labios fallarem coisas rectas. 17 Não inveje aos peccadores o teu coração; antes [8] sê no temor do Senhor todo o dia. 18 Porque devéras ha [9] _um bom_ fim: não será cortada a tua expectação. 19 Ouve tu, filho meu, e sê sabio, e dirige no caminho o teu coração. 20 Não [10] estejas entre os beberrões de vinho, _nem_ entre os comilões de carne. 21 Porque o beberrão e o comilão empobrecerão; e a [11] somnolencia faz trazer os vestidos rotos. 22 Ouve [12] a teu pae, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a envelhecer. 23 Compra [13] a verdade, e não _a_ vendas: a sabedoria, e a disciplina, e a prudencia. 24 Grandemente se regozijará o pae do [14] justo, _e_ o que gerar _a um_ sabio se alegrará n’elle. 25 Alegrem-se teu pae e tua mãe, e regozije-se a que te gerou. 26 Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos. 27 Porque cova [15] profunda _é_ a prostituta, e poço estreito a estranha. 28 Tambem ella, [16] como um salteador, se põe a espreitar, e multiplica entre os homens os iniquos. 29 Para quem são os ais? para quem os pezares? para quem as pelejas? para quem as queixas? para quem as feridas sem causa? _e_ para quem [17] os olhos vermelhos? 30 Para [18] os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando bebida misturada. 31 Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo _e_ se escoa suavemente. 32 No seu fim morderá como a cobra, e como o basilisco picará. 33 Os teus olhos olharão para as _mulheres_ estranhas, e o teu coração fallará perversidades. 34 E serás como o que dorme no meio do mar, e como o que dorme no topo do mastro. 35 _E dirás_: Espancaram-me, [19] _e_ não me doeu; maçaram-me, _e_ não _o_ senti; quando virei a [20] despertar? ainda tornarei a buscal-a outra vez. [1] cap. 28.20. I Tim. 6.9, 10. cap. 3.5. Rom. 12.16. [2] cap. 9.8. Mat. 7.6. [3] Deu. 19.14 e 27.17. cap. 22.28. [4] Job 31.21. cap. 22.23. [5] cap. 13.24 e 19.18 e 22.15 e 29.16, 17. [6] I Cor. 5.5. [7] ver. 24, 25. cap. 29.3. [8] cap. 28.14. [9] cap. 24.14. Luc. 16.25. [10] Isa. 5.22. Mat. 24.49. Luc. 21.34. Rom. 13.13. Eph. 5.18. [11] cap. 19.15. [12] cap. 1.8 e 30.17. Eph. 6.1, 2. [13] cap. 4.5, 7. [14] cap. 10.1 e 15.20. ver. 15. [15] cap. 22.14. [16] cap. 7.12. [17] Gen. 49.12. [18] cap. 20.1. Eph. 5.18. [19] Jer. 5.3. [20] Deu. 29.19. Isa. 56.12. 24 Não tenhas inveja dos homens malignos, nem desejes estar com elles, 2 Porque o seu coração medita a rapina, e os seus labios fallam a malicia. 3 Com a sabedoria se edifica a casa, e com a intelligencia se estabelece: 4 E pelo conhecimento se encherão as camaras de todas as substancias preciosas e deleitaveis. 5 E o varão sabio [1] _é_ forte, e o varão de conhecimento consolida a força. 6 Porque [2] com conselhos prudentes tu farás a guerra; e ha victoria na multidão dos conselheiros. 7 É demasiadamente alta para o tolo _toda_ a sabedoria; na porta não abrirá a sua bocca. 8 A’quelle que cuida em fazer mal mestre de maus intentos o chamarão. 9 O pensamento do tolo _é_ peccado, e é abominavel aos homens o escarnecedor. 10 _Se_ te mostrares frouxo no dia da angustia, a tua força _será_ estreita. 11 Livra [3] aos que estão tomados para a morte, e aos que levam para matança, se _os_ poderes retirar. 12 Se disseres: Eis que o não sabemos: _porventura_ [4] aquelle que pondera os corações não _o_ entenderá? e aquelle que attenta para a tua alma não _o_ saberá? porque pagará ao homem conforme [5] a sua obra. 13 Come mel, meu filho, porque _é_ bom, e o favo de mel _é_ doce ao teu paladar. 14 Tal _será_ o conhecimento da sabedoria para a tua alma: se a achares, haverá _para ti_ galardão, e não será cortada a tua expectação. 15 Não espies a habitação do justo, ó impio, nem assoles a sua camara. 16 Porque [6] sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os impios tropeçarão no mal. 17 Quando cair o teu inimigo, não te alegres, [7] nem quando tropeçar se regozije o teu coração. 18 Para que o Senhor o não veja, e seja mau aos seus olhos, e desvie d’elle a sua ira. 19 Não te indignes ácerca [8] dos malfeitores, nem tenhas inveja dos impios, 20 Porque [9] o maligno não terá galardão, _e_ a lampada dos impios se apagará. 21 Teme [10] ao Senhor, filho meu, e ao rei, e não te entremettas com os que buscam mudança. 22 Porque de repente se levantará a sua perdição, e a ruina d’elles ambos quem a sabe? 23 Tambem estes são _proverbios_ dos sabios: Ter respeito a pessoas [11] no juizo não _é_ bom. 24 O que [12] disser ao impio: Justo _és_: os povos o amaldiçoarão, as nações o detestarão. 25 Mas para os que _o_ reprehenderem haverá delicias, e sobre elles virá a benção do bem. 26 Beijados serão os labios do que responde com palavras rectas. 27 Prepara [13] de fóra a tua obra, e apparelha-a no campo, e então edifica a tua casa. 28 Não sejas [14] testemunha sem causa contra o teu proximo; porque enganarias com os teus beiços? 29 Não digas: [15] Como elle me fez a mim, assim o farei _eu_ a elle: pagarei a cada um segundo a sua obra. 30 Passei pelo campo do preguiçoso, e junto á vinha do homem falto de entendimento; 31 E eis que toda [16] estava cheia de cardos, _e_ a sua superficie coberta d’ortigas, e a sua parede de pedra estava derribada. 32 O que tendo eu visto, o tomei no coração, _e_, vendo-_o_, recebi instrucção. 33 Um pouco [17] de somno, adormecendo um pouco; encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado. 34 Assim _te_ sobrevirá a tua pobreza _como um_ caminhante, e a tua necessidade como _um_ homem armado. [1] cap. 21.22. Ecc. 9.16. [2] cap. 11.14 e 15.22 e 20.18. [3] Isa. 58.6, 7. I João 3.16. [4] cap. 21.2. [5] Job 34.11. Rom. 2.6. Apo. 2.23 e 22.12. [6] Job 5.19. Miq. 7.8. Amós 8.14. [7] Job 31.29. cap. 17.5. Abd. 12. [8] cap. 23.17. ver. 1. [9] Job 18.5, 6 e 21.17. cap. 13.9 e 20.20. [10] Rom. 13.7. I Ped. 2.17. [11] Lev. 19.15. Deu. 1.17 e 16.19. cap. 18.5 e 28.21. João 7.24. [12] cap. 17.15. Isa. 15.23. [13] I Reis 5.17, 18. Luc. 14.28. [14] Eph. 4.25. [15] cap. 20.22. Mat. 5.39, 44. Rom. 12.17, 19. [16] Gen. 3.18. [17] cap. 6.9, etc. _Outros proverbios de Salomão, que foram colligidos no tempo do rei Ezequias._ [Antes de Christo 700] 25 Tambem estes [1] _são_ proverbios de Salomão, os quaes transcreveram os homens d’Ezequias, rei de Judah. 2 A gloria [2] de Deus _é_ encobrir o negocio; mas a gloria dos reis esquadrinhar o negocio. 3 Para a altura dos céus, e para a profundeza da terra, e _para_ o coração dos reis, não _ha_ investigação. 4 Tira [3] da prata as escorias, e sairá vaso para o fundidor. 5 Tira [4] o impio da presença do rei, e o seu throno se affirmará na justiça. 6 Não te glories na presença do rei, nem te ponhas no logar dos grandes; 7 Porque [5] melhor é que te digam: Sobe aqui; do que seres humilhado diante do principe que _já_ viram os teus olhos. 8 Não saias [6] depressa a litigar, para que depois ao fim não _saibas_ que fazer, podendo-te confundir o teu proximo. 9 Pleiteia [7] o teu pleito com o teu proximo, e não descubras o segredo d’outro: 10 Para que não te deshonre o que o ouvir, e a tua infamia se não aparte _de ti_. 11 _Como_ maçãs d’oiro em [SS] salvas de prata, _assim é_ a palavra dita [8] a seu tempo. 12 Como pendentes d’oiro e gargantilhas d’oiro fino, assim _é_ o sabio reprehensor para o ouvido ouvinte. 13 Como frieza [9] de neve no tempo da sega, _assim é_ o mensageiro fiel para com os que o enviam; porque recreia a alma de seu senhor. 14 _Como_ nuvens e ventos que não _trazem_ chuva, [10] _assim é_ o homem que se gaba falsamente de dadivas. 15 Pela longanimidade se persuade o principe, [11] e a lingua branda quebranta os ossos. 16 Achaste mel? come o que te basta; para que _porventura_ não te fartes d’elle, e o venhas a vomitar. 17 Retira o teu pé da casa do teu proximo; para que se não enfade de ti, e te aborreça. 18 Martello, e espada, e frecha aguda é o homem que diz falso testemunho contra o seu proximo. 19 _Como_ dente quebrado, e pé desengonçado, _é_ a confiança no desleal, no tempo da angustia. 20 O que canta canções ao coração afflicto _é como_ aquelle que despe o vestido _n’um_ dia de frio, _e como_ vinagre sobre [ST] salitre. 21 Se [12] o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; e se tiver sêde, dá-lhe agua para beber; 22 Porque _assim_ brazas lhe amontoarás sobre a cabeça; [13] e o Senhor t’o pagará. 23 O vento norte afugenta a chuva, e a face irada a lingua fingida. 24 Melhor [14] é morar _n’um_ canto do terraço, do que com a mulher contenciosa, e isso em casa _em que mais_ companhia _haja_. 25 _Como_ agua fria á alma cançada, taes _são_ as boas novas de terra remota. 26 _Como_ fonte turva, e manancial corrupto, _assim é_ o justo que cae diante do impio. 27 Comer [15] muito mel não _é_ bom; assim a pesquiza da propria gloria não _é_ gloria. 28 _Como_ a cidade [16] derribada, sem muro, assim _é_ o homem que não pode conter o seu espirito. [1] II Reis 4.32. [2] Deu. 29.29. Rom. 11.33. Job 29.16. [3] II Tim. 2.21. [4] cap. 20.8. [5] Luc. 14.8, 9, 10. [6] cap. 17.14. Mat. 5.25. [7] Mat. 5.25 e 18.15. [8] cap. 15.23. Isa. 50.4. [9] cap. 13.17. [10] cap. 20.6. Jud. 12. [11] I Sam. 25.24, etc. cap. 15.1 e 16.14. [12] Exo. 23.4, 5. Mat. 5.44. Rom. 12.20. [13] II Sam. 16.12. [14] cap. 19.13 e 21.9, 19. [15] ver. 16. cap. 27.2. [16] cap. 16.32. 26 Como a neve no verão, [1] e como a chuva na sega, assim não convem ao louco a honra. 2 Como ao passaro o vaguear, como á andorinha o voar, [2] assim a maldição sem causa não virá. 3 O açoite para o cavallo, o freio para o jumento, e a vara para as costas dos tolos. 4 Não respondas ao tolo segundo a sua estulticia; para que tambem te não faças similhante a elle. 5 Responde [3] ao tolo segundo a sua estulticia; para que não seja sabio aos seus olhos. 6 Os pés corta, _e_ o damno bebe, quem manda mensagens pela mão _d’um_ tolo. 7 Como as pernas do côxo, que pendem frouxas, assim _é_ o proverbio na bocca dos tolos. 8 Como o que ata a pedra _preciosa_ na funda, assim _é_ aquelle que dá honra ao tolo. 9 Como o espinho que entra na mão do bebado, assim _é_ o proverbio na bocca dos tolos. 10 Os grandes molestam a todos, e alugam os tolos e transgressores. 11 Como o cão _que_ torna ao seu vomito, [4] _assim é_ o tolo que reitera a sua estulticia. 12 Tens visto [5] _a um_ homem _que é_ sabio a seus _proprios_ olhos? maior esperança _ha_ do tolo do que d’elle. 13 Diz o preguiçoso: [6] _Um_ leão _está_ no caminho; _um_ leão _está_ nas ruas. 14 _Como_ a porta se revolve nos seus gonzos, assim o preguiçoso na sua cama. 15 O preguiçoso [7] esconde a sua mão no seio: enfada-se de tornal-a á sua bocca. 16 Mais sabio é o preguiçoso a seus olhos do que sete _homens_ que bem respondem. 17 O que, passando, _se entremette_ em pleito alheio _é como_ aquelle que toma _um_ cão pelas orelhas. 18 Como o louco que lança _de si_ faiscas, frechas, e mortandades, 19 Assim _é_ o homem que engana o seu proximo, e diz: Não o fiz eu por brincar? 20 Sem lenha, o fogo se apagará; e, não _havendo_ [8] murmurador, cessará a contenda. 21 Como o [9] carvão _é_ para as brazas, e a lenha para o fogo, assim _é_ o homem contencioso para accender rixas. 22 As palavras [10] do murmurador são como _as palavras_ do espancado, e ellas descem ao intimo do ventre. 23 _Como_ o caco coberto d’escorias de prata, _assim são_ os labios ardentes com o coração maligno. 24 Aquelle que aborrece se contrafaz pelos seus beiços, mas no seu interior encobre o engano. 25 Quando [11] _te_ supplicar com a sua voz, não _te_ fies n’elle, porque sete abominações _ha_ no seu coração, 26 _Cujo_ odio se encobre com engano; a sua malicia se descobrirá na congregação. 27 O que cava _uma_ cova n’ella cairá; e o que revolve a pedra _esta_ sobre elle tornará. 28 A lingua falsa aborrece aos que _ella_ afflige, e a bocca lubrica obra a ruina. [1] I Sam. 12.17. [2] Num. 23.8. Deu. 23.5. [3] Mat. 21.24, 27. [4] II Ped. 2.22. [5] cap. 29.20. Luc. 18.11. Rom. 12.16. Apo. 3.17. [6] cap. 22.13. [7] cap. 19.24. [8] cap. 22.10. [9] cap. 15.18 e 29.22. [10] cap. 18.8. [11] Jer. 9.8. 27 Não presumas do [1] dia d’ámanhã, porque não sabes o que parirá o dia. 2 Louve-te [2] o estranho, e não a tua bocca, o estrangeiro e não os teus labios. 3 Pesada _é_ a pedra, e a areia _é_ carregada; porém a ira do insensato _é_ mais pesada do que ellas ambas. 4 Cruel _é_ o furor e a impetuosa ira, [3] mas quem parará perante a inveja? 5 Melhor [4] _é_ a reprehensão aberta do que o amor encoberto. 6 Fieis _são_ as feridas _feitas_ pelo que ama, mas os beijos do que aborrece são [SU] enganosos. 7 A alma farta piza o favo de mel, [5] mas á alma faminta todo o amargo _é_ doce. 8 Qual _é_ a ave que vagueia do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando do seu logar. 9 O oleo e o perfume alegram o coração: assim a doença do amigo d’alguem com o conselho cordial. 10 Não deixes a teu amigo, nem ao amigo de teu pae, nem entres na casa de teu irmão no dia da tua adversidade: [6] melhor _é_ o visinho de perto do que o irmão ao longe. 11 Sê sabio, [7] filho meu, e alegra o meu coração; para que tenha alguma coisa que responder áquelle que me desprezar. 12 O avisado vê o mal, _e_ esconde-se; _mas_ os simples passam _e_ pagam a pena. 13 Quando alguem fica por fiador do estranho, [8] toma-lhe tu a sua roupa; e o penhora pela estranha. 14 O que bemdiz ao seu amigo em alta voz, madrugando pela manhã, por maldição se lhe contará. 15 O gotejar [9] continuo no dia de grande chuva, e a mulher contenciosa, uma e outra são similhantes. 16 Todos os que a esconderem esconderão o vento: e o oleo da sua dextra clama. 17 _Como_ o ferro com o ferro se aguça, assim o homem aguça o rosto do seu amigo. 18 O [10] que guarda a figueira comerá do seu fructo; e o que attenta para seu senhor, será honrado. 19 Como _na_ agua o rosto _corresponde_ ao rosto, assim o coração do homem ao homem. 20 _Como_ o [11] [SV] inferno e a perdição nunca se fartam, assim os olhos do homem nunca se fartam. 21 _Como_ [12] o crisol é para a prata, e o forno para o oiro, assim _se prova_ o homem pelos louvores. 22 Ainda quando pizares [13] o tolo com _uma_ mão de gral entre grãos de cevada pilada, não se irá d’elle a sua estulticia. 23 Procura conhecer o estado das tuas ovelhas: põe o teu coração sobre o gado. 24 Porque o thesouro não _dura_ para sempre: ou _durará_ a corôa de geração em geração? 25 _Quando_ se mostrar a herva, e apparecerem os renovos, então ajunta as hervas dos montes. 26 Os cordeiros _serão_ para te vestires, e os bodes _para_ o preço do campo. 27 E a abastança do leite das cabras para o teu sustento, para sustento da tua casa, e para sustento das tuas creadas. [1] Luc. 12.19, 20. Thi. 4.13, etc. [2] cap. 25.27. [3] I João 3.12. [4] cap. 28.23. Gal. 2.14. [5] Job 6.7. [6] cap. 17.17 e 18.24. [7] cap. 10.1 e 23.15, 24. Psa. 127.5. [8] Exo. 22.26. cap. 20.16. [9] cap. 19.13. [10] I Cor. 9.7, 13. [11] cap. 30.16. Hab. 2.5. Ecc. 1.8 e 6.7. [12] cap. 17.3. [13] cap. 23.35. Isa. 1.5. Jer. 5.3. 28 Fogem os [1] impios, sem que ninguem _os_ persiga; mas qualquer justo está confiado como o filho do leão. 2 Pela transgressão da [SW] terra _são_ muitos os seus principes, mas por homens prudentes _e_ entendidos a sua continuação será prolongada. 3 O homem pobre que opprime aos pobres _é_ como chuva impetuosa, com que ha falta de pão. 4 Os que deixam a lei louvam o impio; [2] porém os que guardam a lei pelejam contra elles. 5 Os homens maus não entendem o juizo, [3] mas os que buscam ao Senhor entendem tudo. 6 Melhor [4] _é_ o pobre que anda na sua sinceridade do que o perverso de caminhos, ainda que _seja_ rico. 7 O [5] que guarda a lei _é_ filho entendido, mas o companheiro dos comilões envergonha a seu pae. 8 O [6] que augmenta a sua fazenda com usura e onzena, o ajunta para o que se compadece do pobre. 9 O [7] que desvia os seus ouvidos d’ouvir a lei até a sua oração _será_ abominavel. 10 O [8] que faz com que os rectos errem _n’um_ mau caminho elle _mesmo_ cairá na sua cova: mas os bons herdarão o bem. 11 O homem rico _é_ sabio aos seus proprios olhos, mas o pobre _que é_ entendido o esquadrinha. 12 Quando os justos [9] exultam, grande _é_ a gloria; mas quando os impios sobem, os homens se andam escondendo. 13 O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que _as_ confessa e deixa alcançará misericordia. 14 Bemaventurado [10] o homem que continuamente teme: mas o que endurece o seu coração virá a cair no mal. 15 Como leão bramante, [11] e urso faminto, assim _é_ o impio que domina sobre _um_ povo pobre. 16 O principe falto d’intelligencia tambem multiplica as oppressões, _mas_ o que aborrece a avareza prolongará _os seus_ dias. 17 O [12] homem carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até á cova: ninguem o retenha. 18 O [13] que anda sinceramente salvar-se-ha, mas o perverso em seus caminhos cairá logo. 19 O [14] que lavrar a sua terra virá a fartar-se de pão, mas o que segue a ociosos se fartará de pobreza. 20 O homem fiel abundará em bençãos, [15] mas o que se apressa a enriquecer não será innocente. 21 Ter respeito [16] á _apparencia de_ pessoas não _é_ bom, porque até por um bocado de pão prevaricará o homem. 22 O que se apressa [17] a enriquecer é homem de mau olho, porém não sabe que ha de vir sobre elle a pobreza. 23 O [18] que reprehende ao homem depois achará mais favor do que aquelle que lisongeia com a lingua. 24 O que rouba a seu pae, ou a sua mãe, e diz: Não _ha_ transgressão; companheiro _é_ do homem dissipador. 25 O altivo d’animo [19] levanta contendas, mas o que confia no Senhor engordará. 26 O que confia no seu coração _é_ insensato, mas o que anda em sabedoria elle escapará. 27 O [20] que dá ao pobre não terá necessidade, mas o que esconde os seus olhos terá muitas maldições. 28 Quando [21] os impios se elevam, os homens se andam escondendo, mas quando perecem, os justos se multiplicam. [1] Lev. 26.17, 36. [2] Rom. 1.32. II Reis 18.18, 21. Mat. 3.7. Eph. 5.11. [3] João 7.17. I Cor. 2.15. I João 2.20, 27. [4] ver. 18. cap. 19.1. [5] cap. 29.3. [6] Job 27.6, 17. cap. 13.22. Ecc. 2.26. [7] Zac. 7.11. cap. 15.8. [8] cap. 26, 27. Mat. 6.33. [9] ver. 28. cap. 11.10 e 29.2. Ecc. 10.6. [10] cap. 23.17. Rom. 2.5 e 11.20. [11] I Ped. 5.8. Mat. 2.16. [12] Gen. 9.6. Exo. 21.14. [13] cap. 10.9, 25. ver. 6. [14] cap. 12.11. [15] cap. 13.11 e 20.21 e 23.4. I Tim. 6.9. [16] cap. 18.5 e 24.23. Eze. 13.19. [17] ver. 20. [18] cap. 27.5, 6. [19] cap. 13.10. [20] Deu. 15.7, etc. cap. 19.17 e 22.9. [21] ver. 12. cap. 29.2. Job 24.4. 29 O [1] homem que muitas vezes reprehendido endurece a cerviz de repente será quebrantado sem que haja cura. 2 Quando os justos se [2] engrandecem, o povo se alegra, mas quando o impio domina o povo suspira. 3 O homem [3] que ama a sabedoria alegra a seu pae, mas o companheiro de prostitutas desperdiça a fazenda. 4 O rei com juizo sustem a terra, mas o amigo de peitas a transtorna. 5 O homem que lisongeia a seu proximo, arma _uma_ rede aos seus passos. 6 Na transgressão do homem mau ha laço, mas o justo jubila e se alegra. 7 Informa-se o [4] justo da causa dos pobres, _mas_ o impio não comprehende o conhecimento. 8 Os homens escarnecedores [5] abrazam a cidade, mas os sabios desviam a ira. 9 O homem sabio que pleiteia com o tolo, [6] quer se turbe quer se ria, não terá descanço. 10 Os homens sanguinolentos [7] aborrecem ao sincero, mas os rectos procuram o seu bem. 11 Todo o seu espirito profere o tolo, [8] mas o sabio o encobre _e_ reprime. 12 O governador que dá attenção ás palavras mentirosas, _achará que_ todos os seus servos são impios. 13 O pobre e o usurario [9] se encontram, _e_ o Senhor allumia os olhos d’ambos. 14 O [10] rei, que julga os pobres conforme a verdade, firmará o seu throno para sempre. 15 A vara e a reprehensão dão sabedoria, [11] mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe. 16 Quando os impios se multiplicam, multiplicam-se as transgressões, mas os justos verão a sua quéda. 17 Castiga [12] a teu filho, e te fará descançar; e dará delicias á tua alma. 18 Não havendo prophecia, [13] o povo fica dissoluto; porém o que guarda a lei [14] esse _é_ bemaventurado: 19 O servo se não emendará com palavras, porque, _ainda que te_ entenda, todavia não responderá. 20 Tens visto _um_ homem arremessado nas suas palavras? [15] maior esperança _ha_ d’_um_ tolo do que d’elle. 21 Quando alguem cria delicadamente o _seu_ servo desde a mocidade, por derradeiro quererá ser seu filho. 22 O homem iracundo [16] levanta contendas; e o furioso multiplica as transgressões. 23 A soberba [17] do homem o abaterá, mas o humilde d’espirito reterá a gloria. 24 O que tem parte com o ladrão aborrece a sua _propria_ alma: ouve maldições, [18] e não _o_ denuncia. 25 O temor do homem armará laços, mas o que confia no Senhor será posto em alto retiro. 26 Muitos buscam a face do principe, mas o juizo de cada um vem do Senhor. 27 Abominação _é_ para os justos o homem iniquo, mas abominação _é_ para o impio o de rectos caminhos. [1] I Sam. 2.25. II Chr. 36.16. cap. 1.24, 27. [2] Est. 8.15. cap. 11.10 e 28.12, 28. [3] cap. 10.1 e 15.20 e 27.11. cap. 28.7. Luc. 15.13, 30. [4] Job 29.16. [5] cap. 11.11. Eze. 22.30. [6] Mat. 11.17. [7] Gen. 4.5, 8. I João 3.12. [8] cap. 12.16 e 14.33. [9] cap. 22.2. [10] cap. 20.28 e 25.5. [11] cap. 10.1 e 17.21, 25. [12] ver. 15. cap. 13.24 e 19.18 e 22.15 e 23.13, 14. [13] I Sam. 3.1. Amós 8.11, 12. [14] João 13.17. Thi. 1.25. [15] cap. 26.12. [16] cap. 15.18 e 26.21. [17] Job 22.29. cap. 15.33. Mat. 23.12. Luc. 14.11 e 18.14. Thi. 4.6, 10. I Ped. 5.5. [18] Lev. 5.1. _As palavras de Agur._ 30 Palavras d’Agur, filho de Jake, [SX] a prophecia: [1] disse este varão a Ithiel; a Ithiel e a Ucal: 2 Na verdade que eu _sou_ mais brutal do que ninguem, não tenho o entendimento do homem. 3 Nem aprendi a sabedoria, nem conheci o conhecimento dos sanctos. 4 Quem [2] subiu ao céu e desceu? quem encerrou os ventos nos seus punhos? quem amarrou as aguas n’um panno? quem estabeleceu todas as extremidades da terra? qual _é_ o seu nome? e qual _é_ o nome de seu filho? se _é que_ o sabes? 5 Toda a palavra de Deus _é_ pura; escudo _é_ para os que confiam n’elle. 6 Nada accrescentes [3] ás suas palavras, para que não te reprehenda e sejas achado mentiroso. 7 Duas coisas te pedi; não m’as negues, antes que morra: 8 Alonga de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza: [4] mantem-me do pão da minha porção acostumada. 9 Para [5] que _porventura_ de farto _te_ não negue, e diga: Quem _é_ o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e lance mão do nome de Deus. 10 Não calumnies o servo diante de seu senhor, para que te não amaldiçoe e fiques culpado. 11 _Ha uma_ geração que amaldiçoa a seu pae, e que não bemdiz a sua mãe. 12 _Ha uma_ geração _que é_ pura [6] aos seus olhos, e que nunca foi lavada da sua immundicia. 13 _Ha uma_ geração cujos olhos são altivos, e as suas palpebras levantadas para cima. 14 _Ha uma_ geração [7] cujos dentes _são_ espadas, e cujos queixaes _são_ facas, para consumirem da terra os afflictos, e os necessitados d’entre os homens. 15 A sanguesuga tem duas filhas, _a saber_: Dá, Dá. Estas tres coisas nunca se fartam; _e_ quatro nunca dizem: Basta. 16 A sepultura; [8] a madre esteril; a terra _que se_ não farta d’agua; e o fogo nunca diz: Basta. 17 Os olhos [9] _que_ zombam do pae, ou desprezam a obediencia da mãe, corvos do ribeiro os arrancarão e os pintãos da aguia os comerão. 18 Estas tres _coisas_ me maravilham; e quatro ha que não conheço: 19 O caminho da aguia no céu; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; e o caminho do homem com _uma_ virgem. 20 Tal _é_ o caminho da mulher adultera: ella come, e limpa a sua bocca, e diz: Não commetti maldade. 21 Por tres coisas se alvoroça a terra: e por quatro, _que_ não pode supportar: 22 Pelo servo, [10] quando reina; e _pelo_ tolo, quando anda farto de pão; 23 Pela _mulher_ aborrecida, quando se casa; e _pela_ serva, quando ficar herdeira da sua senhora. 24 Estas quatro coisas _são_ das mais pequenas da terra, porém sabias, bem providas de sabedoria: 25 As formigas [11] _são um_ povo impotente; _todavia_ no verão preparam a sua comida: 26 Os coelhos _são um_ povo debil; e _comtudo_ põem a sua casa na penha: 27 Os gafanhotos não teem rei; e _comtudo_ todos saem, _e em bandos_ se repartem: 28 A [SY] aranha apanha com as mãos, e está nos paços dos reis. 29 Estas tres teem um bom andar, e quatro que passeiam mui bem: 30 O leão, o mais forte entre os animaes, que por ninguem torna atraz: 31 O [SZ] cavallo de guerra, bem cingido pelos lombos; e o bode; e o rei a quem se não pode resistir. 32 Se obraste loucamente, elevando-te, e se imaginaste o mal, [12] _põe_ a mão na bocca. 33 Porque o espremer do leite produz manteiga, e o espremer do nariz produz sangue, e o espremer da ira produz contenda. [1] cap. 31.1. [2] João 3.13. Job 38.4, etc. Isa. 40.12, etc. [3] Deu. 4.2 e 12.32. Apo. 22.18, 19. [4] Mat. 6.11. [5] Deu. 8.12, 14, 17 e 31.20 e 32.15. Ose. 13.6. [6] Luc. 18.11. [7] cap. 12.18. Amós 8.4. [8] cap. 27.20. Hab. 2.5. [9] Gen. 9.22. Lev. 20.9. cap. 20.20 e 23.32. [10] Ecc. 10.7. [11] cap. 6.6, etc. [12] Job 21.5. Miq. 7.16. _Os conselhos que a mãe do rei Lemuel deu a seu filho._ [Antes de Christo 1015] 31 Palavras do rei Lemuel: [1] a prophecia com que lhe ensinou a sua mãe. 2 Como, [2] filho meu? e como, ó filho do meu ventre? e como, ó filho das minhas promessas? 3 Não dês [3] ás mulheres a tua força, nem os teus caminhos ás que destroem os reis. 4 Não _é_ dos reis, [4] ó Lemuel, não _é_ dos reis beber vinho, nem dos principes _desejar_ bebida forte. 5 Para que não bebam, [5] e se esqueçam do estatuto, e pervertam o juizo de todos os afflictos. 6 Dae bebida forte aos que perecem, e o vinho aos amargosos d’espirito: 7 Para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza, e do seu trabalho não se lembrem mais. 8 Abre [6] a tua bocca a favor do mudo, pelo direito de todos que vão perecendo. 9 Abre a tua bocca; [7] julga rectamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados. 10 _Aleph._ [8] Mulher virtuosa quem a achará? porque a sua valia muito excede a de rubins. 11 _Beth._ O coração do seu marido está n’ella _tão_ confiado que fazenda lhe não faltará. 12 _Gimel._ Ella lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida. 13 _Daleth._ Busca lã e linho, e trabalha com a industria de suas mãos. 14 _He._ É como o navio de mercador; de longe traz o seu pão. 15 _Vau._ Ainda até de noite [9] se levanta, e dá mantimento á sua casa, e ordinaria porção ás suas servas. 16 _Zain._ Considera _uma_ herdade, e adquire-a; planta _uma_ vinha do fructo de suas mãos. 17 _Heth._ Cinge os seus lombos de força, e corrobora os seus braços. 18 _Teth._ Prova _e vê_ que _é_ boa a sua mercancia; _e_ a sua lampada não se apaga de noite. 19 _Jod._ Estende as suas mãos ao fuso, e as palmas das suas mãos pegam na roca. 20 _Caph._ [10] Abre a sua mão ao afflicto; e ao necessitado estende as suas mãos. 21 _Lamed._ Não temerá, por causa da neve, por sua casa, porque toda a sua casa anda forrada de roupa dobrada. 22 _Mem._ Faz para si tapeçaria; de linho fino e purpura é o seu vestido. 23 _Nun._ [11] Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta com os anciãos da terra. 24 _Samech._ Faz pannos de linho fino, e vende-os, e dá cintas aos mercadores. 25 _Ain._ A força e a gloria são os seus vestidos, e ri-se do dia futuro. 26 _Pé._ Abre a sua bocca com sabedoria, e a lei da beneficencia _está_ na sua lingua. 27 _Tsade._ Attenta pelos passos de sua casa, e não come o pão da preguiça. 28 _Koph._ Levantam-se seus filhos, prezam-n’a por bemaventurada; _como tambem_ seu marido, que a louva, _dizendo_: 29 _Res._ Muitas filhas obraram virtuosamente; porém tu a todas as sobrepujas. 30 _Sin._ Enganosa _é_ a graça e vaidade a formosura, _mas_ a mulher que teme ao Senhor essa será louvada. 31 _Thau._ Dae-lhe do fructo das suas mãos, e louvem-n’a nas portas as suas obras. [1] cap. 30.1. [2] Isa. 49.15. [3] cap. 5.9. Neh. 13.26. cap. 7.36. [4] Ecc. 10.17. [5] Ose. 4.11. [6] Job 29.15, 16. I Sam. 19.4. Est. 4.16. [7] Lev. 19.15. Deu. 1.16. Job 29.12. Isa. 1.17. Jer. 22.16. [8] cap. 12.4 e 18.22 e 19.14. [9] Rom. 12.11. Luc. 12.42. [10] Eph. 4.28. Heb. 13.16. [11] cap. 12.4. LIVRO DO ECCLESIASTES, OU PRÉGADOR. _A vaidade de todas as coisas terrestres._ [Antes de Christo 977] 1 Palavras [1] do prégador, filho de David, rei em Jerusalem: 2 Vaidade [2] de vaidades! diz o prégador, vaidade de vaidades! _é_ tudo vaidade. 3 Que vantagem [3] tem o homem, de todo o seu trabalho, que elle trabalha debaixo do sol? 4 _Uma_ geração vae, e _outra_ geração vem; porém a terra para sempre permanece. 5 E nasce o sol, e põe-se o sol, e aspira ao seu logar d’onde nasceu. 6 Vae para o sul, e faz o _seu_ giro para o norte; continuamente vae girando o vento, [4] e volta o vento sobre os seus giros. 7 Todos os ribeiros vão para o mar, e _comtudo_ o mar não se enche: para o logar para onde os ribeiros vão, para ali tornam elles a ir. 8 Todas estas coisas se cançam _tanto_, que ninguem o póde declarar: [5] os olhos se não fartam de vêr, nem se enchem os ouvidos de ouvir. 9 O [6] que foi isso _é o que_ ha de ser; e o que se fez isso se fará; de modo que nada _ha_ de novo debaixo do sol. 10 Ha alguma coisa de que se possa dizer: Vês isto, _é_ novo? já foi nos seculos passados, que foram antes de nós. 11 _Já_ não _ha_ lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser tambem d’ellas não haverá lembrança, nos que hão de ser depois. 12 Eu, [7] o prégador, fui rei sobre Israel em Jerusalem. 13 E appliquei o meu coração a esquadrinhar, e a informar-me com sabedoria de tudo quanto succede debaixo do céu: [8] esta enfadonha occupação deu Deus aos filhos dos homens, para n’ella os exercitar. 14 Attentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo _era_ vaidade e afflicção d’espirito. 15 _Aquillo que é_ torto não se póde endireitar; _aquillo_ que falta não se póde contar. 16 Fallei eu com o meu coração, dizendo: [9] Eis que eu me engrandeci, e augmentei em sabedoria, sobre todos os que houve antes de mim em Jerusalem: e o meu coração contemplou abundantemente a sabedoria e a sciencia. 17 E appliquei [10] o meu coração a entender a sabedoria e a sciencia, os desvarios e as doidices, e vim a saber que tambem isto era afflicção d’espirito. 18 Porque [11] na muita sabedoria _ha_ muito enfado; e o que _se_ augmenta _em_ sciencia, accrescenta o trabalho. [1] ver. 12. cap. 7.27 e 12.8, 9. [2] cap. 12.8. [3] cap. 2.22 e 3.9. [4] João 3.8. [5] Pro. 27.20. [6] cap. 3.15. [7] ver. 1. [8] Gen. 3.19. cap. 3.10. [9] I Reis 3.12, 13 e 4.30 e 10.7, 23. cap. 2.9. [10] cap. 2.3, 12 e 7.23, 25. I The. 5.21. [11] cap. 12.12. _Os prazeres e as riquezas não produzem a felicidade._ 2 Disse eu no meu coração: [1] Ora vem, eu te provarei com alegria, attenta pois para o bem; porém eis que tambem isto _era_ vaidade. 2 Ao riso disse: [2] _Estás_ doido; e á alegria: De que serve esta? 3 Busquei [3] no meu coração como me daria ao vinho (regendo porém o meu coração com sabedoria), e como reteria a loucura, até vêr o que seria melhor que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu, _durante_ o numero dos dias de sua vida. 4 Fiz para mim obras magnificas: edifiquei para mim casas: plantei para mim vinhas. 5 Fiz para mim hortas e jardins, e plantei n’elles arvores de toda _a especie_ de fructa. 6 Fiz para mim tanques d’aguas, para regar com elles o bosque em que reverdeciam as arvores. 7 Adquiri servos e servas, e tive filhos de casa; tambem tive grande possessão de vaccas e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalem. 8 Amontoei tambem para mim prata e oiro, e as joias de reis e das provincias; provi-me de cantores e cantoras, e das delicias dos filhos dos homens: d’instrumentos de musica, e de toda a sorte d’instrumentos. 9 E engrandeci, e [4] augmentei mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalem: perseverou tambem comigo a minha sabedoria. 10 E tudo quanto desejaram os meus olhos não lh’o neguei, nem retive o meu coração d’alegria alguma; mas o meu coração se alegrou de todo o meu trabalho, [5] e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. 11 E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como tambem para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, _e_ eis que tudo _era_ vaidade [6] e afflicção d’espirito, e _que_ proveito nenhum _havia_ debaixo do sol. 12 Então passei á contemplação da sabedoria, e dos desvarios, [7] e da doidice; porque que fará o homem que seguir ao rei? o que outros já fizeram; 13 Então vi eu que a sabedoria é mais excellente do que a estulticia, quanto a luz é mais excellente do que as trevas. 14 Os olhos [8] do sabio _estão_ na sua cabeça, mas o louco anda em trevas: tambem então entendi eu que o mesmo successo lhes succede a todos. 15 Pelo que eu disse no meu coração: Como succeder ao tolo, assim me succederá a mim; porque pois então busquei eu mais a sabedoria? Então disse no meu coração que tambem isto _era_ vaidade. 16 Porque nunca _haverá_ mais lembrança do sabio do que do tolo; porquanto de tudo quanto agora _ha_ nos dias futuros total esquecimento haverá. E como morre o sabio? assim como o tolo. 17 Pelo que aborreci esta vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me _parece_ má; porque tudo _é_ vaidade e afflicção d’espirito. 18 Tambem eu aborreci todo o meu trabalho, em que eu trabalhei debaixo do sol, visto que eu havia de deixal-o ao homem que viesse depois de mim. 19 Porque quem sabe se será sabio ou tolo? todavia se assenhoreará sobre todo o meu trabalho em que trabalhei, e em que me houve sabiamente debaixo do sol; tambem isto _é_ vaidade. 20 Pelo que eu me appliquei a fazer que o meu coração perdesse a esperança de todo o trabalho, em que trabalhei debaixo do sol. 21 Porque ha homem que trabalha com sabedoria, e sciencia, e destreza; todavia deixará _o seu trabalho_, como porção sua, a _um_ homem que não trabalhou n’elle: tambem isto _é_ vaidade e grande enfado. 22 Porque, [9] que _mais_ tem o homem de todo o seu trabalho, e fadiga do seu coração, em que elle anda trabalhando debaixo do sol? 23 Porque todos os seus dias [10] _são_ dôres, e a sua occupação _é_ vexação; até de noite não descança o seu coração: tambem isto é vaidade. 24 Não _é pois_ bom para o homem que [11] coma e beba, e _que_ faça gozar a sua alma do bem do seu trabalho? tambem eu vi que isto _vem_ da mão de Deus. 25 (Porque quem pode comer, ou quem [TA] o pode gozar _melhor_ do que eu?). 26 Porque ao homem que _é_ bom diante d’elle dá Deus sabedoria e conhecimento e alegria, porém ao peccador dá trabalho, para que elle ajunte, e amontoe, [12] para o dar ao bom perante a sua face. Tambem isto _é_ vaidade e afflicção d’espirito. [1] Luc. 12.19. [2] Pro. 14.13. [3] cap. 1.17. [4] cap. 1.16. [5] cap. 3.22 e 5.18 e 9.9. [6] cap. 1.3, 14. [7] cap. 1.17. [8] Pro. 17.24. cap. 8. [9] cap. 1.3 e 3.9. [10] Job 5.7 e 14.1. [11] cap. 3.12, 13, 22 e 5.18 e 8.15. [12] Job 27.16, 17. Pro. 28.8. _Ha, para todas as coisas, um tempo determinado por Deus._ 3 Tudo _tem_ o _seu_ [1] tempo determinado, e todo o proposito debaixo do céu _tem o seu tempo_: 2 _Ha_ tempo de nascer, [2] e tempo de morrer: tempo de plantar, e tempo d’arrancar o que se plantou: 3 Tempo de matar, e tempo de curar: tempo de derribar, e tempo de edificar: 4 Tempo de chorar, e tempo de rir: tempo de prantear, e tempo de saltar: 5 Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras: tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar: 6 Tempo de buscar, e tempo de perder: tempo de guardar, e tempo de deitar fóra: 7 Tempo de rasgar, e tempo de coser: tempo de calar, [3] e tempo de fallar: 8 Tempo de amar, [4] e tempo de aborrecer: tempo de guerra, e tempo de paz. 9 Que [5] vantagem tem o trabalhador d’aquillo em que trabalha? 10 Tenho [6] visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com elle os affligir. 11 Tudo fez formoso em seu tempo: tambem poz o seculo no coração d’elles, [7] sem que o homem possa descobrir a obra que Deus fez desde o principio até ao fim. 12 _Já_ tenho advertido [8] que não _ha coisa_ melhor para elles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida; 13 Como tambem que todo o homem [9] coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho: _isto é um_ dom de Deus. 14 Sei eu que tudo quanto Deus faz isso durará eternamente: nada se lhe deve accrescentar, [10] _e_ nada d’elle se deve diminuir; e _isto_ faz Deus para que haja temor diante d’elle. 15 O que houve [11] _d’antes ainda_ o ha agora: e o que ha de ser, já foi; e Deus pede conta do que passou. 16 Vi mais debaixo [12] do sol, no logar do juizo, _que havia_ ali impiedade, e no logar da justiça _que_ ali _havia_ impiedade. 17 Eu disse no meu coração: [13] Deus julgará o justo e o impio; porque ali _será_ o tempo _para julgar_ de todo o intento e sobre toda a obra. 18 Disse eu no meu coração ácerca do estado dos filhos dos homens, que Deus lhes declararia; e elles _o_ veriam, [14] que elles são _como_ as bestas em si mesmos. 19 Porque o que succede aos filhos dos homens, isso mesmo tambem succede ás bestas, e o mesmo succede a elles _ambos_: como morre um, assim morre o outro; e todos teem o mesmo folego, e a vantagem dos homens sobre as bestas não é nenhuma, porque todos _são_ vaidade. 20 Todos vão para um logar: [15] todos foram _feitos_ do pó, e todos voltarão ao pó. 21 Quem [16] adverte que o folego dos filhos dos homens sobe para cima, e que o folego das bestas desce para baixo da terra? 22 Assim que tenho visto [17] que não _ha_ coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa _é_ a sua porção; [18] porque quem o levará a vêr o que será depois d’elle? [1] ver. 17. cap. 8.6. [2] Heb. 9.27. [3] Amós 5.13. [4] Luc. 14.26. [5] cap. 1.3. [6] cap. 1.13. [7] cap. 8.17. Rom. 11.33. [8] ver. 22. [9] cap. 2.24. [10] Thi. 1.17. [11] cap. 1.9. [12] cap. 5.8. [13] Rom. 2.6, 7, 8. II Cor. 5.10. II The. 1.6, 7. ver. 1. [14] cap. 2.16. [15] Gen. 3.19. [16] cap. 12.7. [17] ver. 12. cap. 2.24 e 5.18 e 11.9. [18] cap. 2.10 e 8.7 e 10.14. _Os males e as tribulações da vida._ 4 Depois me virei, [1] e attentei em todas as oppressões que se fazem debaixo do sol; e eis que _vi_ as lagrimas dos _que foram_ opprimidos e dos que não teem consolador; e a força _estava_ da banda dos seus oppressores; porém elles não tinham consolador. 2 Pelo que eu louvei [2] os mortos que já morreram, mais do que os vivos que vivem ainda, 3 E melhor [3] que uns e outros _é_ aquelle que ainda não é; que não viu as más obras que se fazem debaixo do sol. 4 Tambem vi eu que todo o trabalho, e toda a destreza em obras, _attrahe_ ao homem a inveja do seu proximo. Tambem isto _é_ vaidade e afflicção d’espirito. 5 O tolo [4] cruza as suas mãos, e come a sua _propria_ carne. 6 Melhor [5] é uma mão cheia _com_ descanço do que ambos os punhos cheios _com_ trabalho, e afflicção d’espirito. 7 Outra vez me tornei a virar, e vi _uma_ vaidade debaixo do sol. 8 Ha um _tal que é só_, e não tem segundo, nem tão pouco filho nem irmã; e de todo o seu trabalho não _ha_ fim, [6] nem o seu olho se farta de riquezas; nem _diz_: Para quem trabalho eu, e privo a minha alma do bem? Tambem isto _é_ vaidade e enfadonha occupação. 9 Melhores _são_ dois do que um, porque teem melhor paga do seu trabalho. 10 Porque se vierem a cair, um levanta ao seu companheiro: mas ai do _que estiver_ só; pois, caindo, não _haverá_ outro que o levante. 11 Tambem, se dois dormirem juntos, elles se aquentarão; mas um _só_ como se aquentará? 12 E, se alguem prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de tres dobras não se quebra tão depressa. 13 Melhor _é_ o mancebo pobre e sabio do que o rei velho e insensato, que se não deixa mais admoestar. 14 Porque _um_ sae do carcere para reinar; sim, um que nasceu pobre no seu reino. 15 Vi a todos os viventes andarem debaixo do sol com o mancebo, o successor que estará no seu logar. 16 Não tem fim todo o povo, todo o que houve antes d’elle; tão pouco os descendentes se alegrarão d’elle. Na verdade que tambem isto _é_ vaidade e afflicção d’espirito. [1] cap. 3.16 e 5.8. [2] Job 3.17, etc. [3] Job 3.11, 16, 21. cap. 6.3. [4] Pro. 6.10 e 24.33. [5] Pro. 15.16, 17 e 16.8. [6] Pro. 27.20. I João 2.16. _Varios conselhos praticos._ 5 Guarda [1] o teu pé, quando entrares na casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a offerecer sacrificios de tolos, pois não sabem que fazem mal. 2 Não te precipites com a tua bocca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus _está_ nos céus, e tu _estás_ sobre a terra; [2] pelo que sejam poucas as tuas palavras. 3 Porque, da muita occupação vem os sonhos, [3] e a voz do tolo da multidão das palavras. 4 Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpril-o; [4] porque não se agrada de tolos: o que votares, paga-o. 5 Melhor [5] _é_ que não votes do que votes e não pagues. 6 Não consintas que a tua bocca faça peccar a tua carne, nem [6] digas diante do anjo que _foi_ erro: por que causa se iraria Deus contra a tua voz, que destruisse a obra das tuas mãos? 7 Porque, como na multidão dos sonhos _ha_ vaidades, assim o _ha_ nas muitas palavras: [7] mas tu teme a Deus. 8 Se vires em _alguma_ provincia oppressão de pobres, e violencia do juizo e da justiça, não te maravilhes de similhante caso; porque o que mais alto _é_ do que os altos _n’isso_ attenta; e _ha_ mais altos do que elles. 9 O proveito da terra é para todos: até o rei se serve do campo. 10 O que amar o dinheiro nunca se fartará do dinheiro; e quem amar a abundancia nunca _se fartará_ da renda: tambem isto é vaidade. 11 Onde a fazenda se multiplica, ali se multiplicam tambem os que a comem: que mais proveito pois _teem_ os seus donos do que verem-n’a com os seus olhos? 12 Doce _é_ o somno do trabalhador, quer coma pouco quer muito; porém a fartura do rico não o deixa dormir. 13 Ha mal _que_ vi debaixo do sol, [8] e attrahe enfermidades: as riquezas que os seus donos guardam para o seu proprio mal; 14 Porque as mesmas riquezas se perdem com enfadonhas occupações, e gerando algum filho nada _lhe fica_ na sua mão. 15 Como [9] saiu do ventre de sua mãe, _assim_ nú se tornará, indo-se como veiu; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão. 16 Assim _que_ tambem isto _é_ um mal que attrahe enfermidades, que, infallivelmente, como veiu, assim se vae: e que proveito lhe _vem_ de trabalhar para o vento, 17 E de haver comido todos os seus dias nas trevas, e de padecer muito enfado, e enfermidade, e cruel furor? 18 Eis aqui o que eu vi, uma boa e bella coisa: [10] comer e beber, e gozar-se do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, _durante_ o numero dos dias da sua vida que Deus lhe deu, [11] porque esta _é_ a sua porção. 19 E todo [12] o homem, a quem Deus deu riquezas e fazenda, e lhe deu poder para comer d’ellas, e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho: isto é dom de Deus. 20 Porque não se lembrará muito dos dias da sua vida; porquanto Deus lhe responde com alegria do seu coração. [1] Exo. 3.5. [2] Pro. 10.19. Mat. 6.7. [3] Pro. 10.19. [4] Num. 30.2. Deu. 23.21, 22, 23. [5] Pro. 20.25. Act. 5.4. [6] I Cor. 11.10. [7] cap. 12.13. [8] cap. 6.1. [9] Job 1.21. I Tim. 6.7. [10] cap. 2.24 e 3.12, 13, 22 e 9.7 e 11.9. [11] cap. 2.10 e 3.22. [12] cap. 2.24 e 3.13 e 6.2. _É licito gozar os bens que Deus deu, mas estes não podem satisfazer a alma._ 6 Ha [1] um mal que tenho visto debaixo do sol, e mui frequente _é_ entre os homens: 2 _Um_ homem a quem Deus deu riquezas, fazenda e honra, [2] e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja, [3] e Deus não lhe dá poder para d’ahi comer, antes o estranho lh’o come: _tambem_ isto _é_ vaidade e uma má enfermidade. 3 Se o homem gerar cem _filhos_, e viver muitos annos, e os dias dos seus annos forem muitos, porém a sua alma se não fartar do bem, [4] e tambem não tiver sepultura, digo que um aborto _é_ melhor do que elle. 4 Porquanto debalde veiu, e ás trevas se vae, e de trevas se encobre o seu nome. 5 E ainda _que_ nunca viu o sol, nem o conheceu, mais descanço tem do que o tal. 6 E, ainda que vivesse duas vezes mil annos e não visse o bem, _porventura_ todos não vão para um mesmo logar? 7 Todo [5] o trabalho do homem é para a sua bocca, e comtudo nunca se enche a sua cubiça. 8 Porque, que mais tem o sabio do que o tolo? e que _mais_ tem o pobre que sabe andar perante os vivos? 9 Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cubiça: tambem isto _é_ vaidade, e afflicção de espirito. 10 Seja qualquer o que fôr, já o seu nome foi nomeado, e sabe-se que _é_ homem, [6] e que não póde contender com o que é mais forte do que elle. 11 Na verdade que ha muitas coisas que multiplicam a vaidade: que mais tem o homem _com ellas_! 12 Porque quem sabe o que _é_ bom n’esta vida para o homem, _durante_ o numero dos dias da vida da sua vaidade, os quaes gasta como sombra? porque quem declarará ao homem que é o que passará depois d’elle debaixo do sol? [1] cap. 5.13. [2] Job 21.10, etc. [3] Luc. 12.20. [4] Isa. 14.19, 20. Jer. 22.19. Job 3.16. cap. 4.3. [5] Pro. 16.26. [6] Job 9.32. Isa. 45.9. Jer. 49.19. _As vantagens do soffrimento, da paciencia, e da moderação._ 7 Melhor _é_ a _boa_ fama do que o melhor unguento, e o dia da morte do que o dia do nascimento d’alguem. 2 Melhor [1] _é_ ir á casa do luto do que ir á casa do banquete, _porque_ n’ella _é_ o fim de todos os homens; e os vivos _o_ applicam ao seu coração. 3 Melhor _é_ o nojo do que o riso, [2] porque com a tristeza do rosto se encommenda o coração. 4 O coração dos sabios _está_ na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria. 5 Melhor [3] _é_ ouvir a reprehensão do sabio, do que ouvir alguem a canção do tolo. 6 Porque qual o ruido dos espinhos debaixo _d’uma_ panella, tal _é_ o riso do tolo: tambem isto _é_ vaidade. 7 Verdadeiramente que a oppressão faria endoidecer _até_ ao sabio, [4] e a peita corrompe o coração. 8 Melhor _é_ o fim das coisas do que o principio d’ellas: [5] melhor _é_ o longanimo do que o altivo de coração. 9 Não te [6] apresses no teu espirito a irar-te, porque a ira repousa no seio dos tolos. 10 Nunca digas: Porque foram os dias passados melhores do que estes? porque nunca com sabedoria isto perguntarias. 11 Tão boa _é_ a sabedoria como a herança, [7] e d’ella os que vêem o sol tiram proveito. 12 Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excellencia do conhecimento _é_ que a sabedoria dá vida ao seu possuidor. 13 Attenta para a obra de Deus; [8] porque quem poderá endireitar o que elle fez torto? 14 No dia da prosperidade goza do bem, [9] mas no dia da adversidade considera; _porque_ tambem Deus fez a este em opposição áquelle, para que o homem nada ache _do que haverá_ depois d’elle. 15 Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: [10] ha _um_ justo que perece na sua justiça, e ha _um_ impio que prolonga os _seus dias_ na sua maldade. 16 Não sejas [11] demasiadamente justo, nem demasiadamente sabio: para que te destruirias _a ti mesmo_? 17 Não sejas demasiadamente impio, nem sejas _demasiadamente_ louco: para [12] que morrerias fóra de teu tempo? 18 Bom _é_ que retenhas isto, e tambem d’isto não retires a tua mão; porque quem teme a Deus escapa de tudo isto. 19 A sabedoria [13] fortalece ao sabio, mais do que dez governadores que haja na cidade. 20 Na verdade _que_ [14] não _ha_ homem justo sobre a terra, que faça bem, e nunca peque. 21 Tão pouco appliques o teu coração a todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir que o teu servo te amaldiçoa. 22 Porque o teu coração tambem _já_ confessou muitas vezes que tambem tu amaldiçoaste a outros. 23 Tudo isto inquiri com sabedoria; e disse: [15] Sabedoria adquirirei; mas ella _ainda_ estava longe de mim. 24 Longe [16] está o que foi; e o profundissimo quem o achará? 25 Eu virei o meu coração para saber, e inquirir, e buscar a sabedoria e a razão, e para saber a impiedade da estulticia e a doidice dos desvarios. 26 E eu achei [17] uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são redes e laços, _e_ as suas mãos ataduras: quem fôr bom diante de Deus escapará d’ella, mas o peccador virá a ser preso por ella. 27 Vedes aqui, isto achei, [18] diz o prégador, conferindo uma coisa com a outra para _assim_ achar a razão d’ellas; 28 A qual ainda busca a minha alma, porém _ainda_ não a achei; um homem entre mil achei _eu_, mas uma mulher entre todas estas não achei. 29 Vedes aqui, _que_ isto tão sómente achei: que Deus fez ao homem recto, porém elles buscaram muitas invenções. [1] Pro. 15.30 e 22.1. [2] II Cor. 7.10. [3] Pro. 13.18 e 15.31, 32. [4] Exo. 23.8. Deu. 16.19. [5] Pro. 14.29. [6] Pro. 14.17 e 16.32. Thi. 1.19. [7] cap. 11.7. [8] Job 12.14. cap. 1.15. Isa. 14.27. [9] cap. 3.4. [10] cap. 8.14. [11] Pro. 25.16. Rom. 12.3. [12] Job 15.32. Pro. 10.27. [13] Pro. 21.22 e 24.5. cap. 9.16, 18. [14] I Reis 8.46. II Chr. 6.36. Pro. 20.9. Rom. 3.23. I João 1.8. [15] Rom. 1.22. [16] Rom. 11.33. [17] Pro. 5.3, 4 e 22.14. [18] cap. 1.1, 2. _A obediencia devida ao rei._ 8 Quem _é_ tal como o sabio? e quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem allumia o seu rosto, e a aspereza do seu rosto se muda. 2 Eu _digo_: [1] Observa o mandamento do rei, porém segundo a palavra do juramento _que fizeste_ a Deus. 3 Não te apresses [2] a sair da presença d’elle, nem persistas em alguma coisa má, porque elle faz tudo o que quer. 4 Onde _ha_ a palavra do rei, _ahi está_ o poder; [3] e quem lhe dirá: Que fazes? 5 Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sabio saberá o tempo e o modo. 6 Porque para [4] todo o proposito ha _seu_ tempo e _seu_ modo; porquanto o mal do homem _é_ muito sobre elle. 7 Porque não sabe [5] o que ha de succeder: e, quando haja de succeder, quem lh’o dará a entender? 8 Nenhum homem _ha_ que tenha dominio sobre o espirito, para reter o espirito; nem tão pouco _tem elle_ poder [6] sobre o dia da morte: como tambem nem armas _n’esta_ peleja: nem tão pouco a impiedade livrará aos impios. 9 Tudo isto vi quando appliquei o meu coração a toda a obra que se faz debaixo do sol: tempo ha em que _um_ homem tem dominio sobre _outro_ homem, para desgraça sua. 10 Assim tambem vi os impios sepultados, [TB] e _os que_ vinham, e sahiam do logar sancto, que foram esquecidos na cidade em que fizeram bem: tambem isto _é_ vaidade. _O peccador não é logo castigado; o justo vê-se muitas vezes em adversidade._ 11 Porquanto [7] logo se não executa o juizo _sobre_ a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para obrar o mal. 12 Ainda [8] que o peccador faça mal cem _vezes_, e _os dias_ se lhe prolonguem, comtudo bem sei eu, [9] que bem succede aos que temem a Deus, aos que temerem diante d’elle. 13 Porém ao impio não irá bem, e elle não prolongará os dias; _será_ como a sombra; visto que elle não teme diante de Deus. 14 _Ainda_ ha _outra_ vaidade que se faz sobre a terra: que ha justos a quem succede segundo as obras dos impios, e ha impios a quem succede segundo as obras dos justos. Digo que tambem isto _é_ vaidade. 15 Assim que louvei eu a alegria, porquanto o homem coisa nenhuma melhor tem debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida que Deus lhe dá debaixo do sol. 16 Applicando eu o meu coração a entender a sabedoria, e a ver a occupação que ha sobre a terra; que nem de dia nem de noite vê _o homem_ somno nos seus olhos. 17 Então vi toda a obra de Deus, [10] que o homem não pode alcançar, a obra que se faz debaixo do sol, pela qual trabalha o homem para _a_ buscar, porém não _a_ achará; e, ainda que diga o sabio que a virá a saber, nem _por isso a_ poderá alcançar. [1] Pro. 4.8, 9. Act. 6.15. [2] Rom. 13.5. cap. 10.4. [3] Job 34.18. [4] cap. 3.1. [5] Pro. 24.22. cap. 6.12 e 9.12 e 10.14. [6] Job 14.5. [7] Isa. 26.10. [8] Isa. 65.20. Rom. 2.5. [9] Isa. 3.10, 11. Mat. 25.34, 41. [10] Job 5.9. cap. 3.11. Rom. 11.33. _As mesmas coisas succedem aos justos e injustos. Gozemos os bens que Deus nos dá._ 9 Devéras revolvi todas estas coisas no meu coração, para claramente entender tudo isto: [1] que os justos, e os sabios, e as suas obras, _estão_ nas mãos de Deus, como _tambem_ que não conhece o homem nem o amor nem o odio, _por_ tudo _o que passa_ perante a sua face. 2 Tudo [2] _succede a uns_, como a todos _os outros_; o mesmo succede ao justo e ao impio; ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao peccador; ao que jura como ao que teme o juramento. 3 Este mal _ha_ entre tudo quanto se faz debaixo do sol, que a todos succede o mesmo; e que tambem o coração dos filhos dos homens esteja cheio de maldade, e _que haja_ desvarios no seu coração, na sua vida, e depois _se vão_ aos mortos. 4 Porque para o que acompanha com todos os vivos ha esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto). 5 Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tão pouco teem elles jámais paga, [3] mas a sua memoria ficou entregue ao esquecimento. 6 Até o seu amor, até o seu odio, e até a sua inveja já pereceu, e já não teem parte alguma _n’este_ seculo, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. 7 Vae, _pois_, come com alegria o teu pão [4] e bebe com bom coração o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras. 8 Em todo o tempo sejam alvos os teus vestidos, e nunca falte o oleo sobre a tua cabeça. 9 Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da vida da tua vaidade, os quaes _Deus_ te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade: porque esta _é_ a tua porção _n’esta_ vida, e no teu trabalho, em que tu trabalhaste debaixo do sol. 10 Tudo quanto te vier á mão para fazer, faze-_o_ conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vaes, não _ha_ obra, nem industria, nem sciencia, nem sabedoria alguma. _A sabedoria é muitas vezes mais util aos outros do que áquelle que a possue._ 11 Volvi-me, [5] e vi debaixo do sol que não _é_ dos ligeiros a carreira, nem dos valentes a peleja, nem tão pouco dos sabios o pão, nem tão pouco dos prudentes as riquezas, nem tão pouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e o acaso lhes succedem a todos. 12 Que tambem [6] o homem não sabe o seu tempo; _assim_ como os peixes que se pescam com a rede maligna, e como os passarinhos que se prendem com o laço, [7] assim se enlaçam _tambem_ os filhos dos homens no mau tempo, quando cae de repente sobre elles. 13 Tambem vi esta sabedoria debaixo do sol, que _foi_ para comigo grande; 14 _Houve_ [8] uma pequena cidade em que _havia_ poucos homens, e veiu contra ella um grande rei, e a cercou e levantou contra ella grandes tranqueiras: 15 E se achou n’ella _um_ sabio pobre, que livrou aquella cidade pela sua sabedoria, e ninguem se lembrava d’aquelle pobre homem. 16 Então disse eu: [9] Melhor _é_ a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre _foi_ desprezada, e as suas palavras não foram ouvidas. 17 As palavras dos sabios em silencio se devem ouvir, mais do que o clamor do que domina sobre os tolos. 18 Melhor [10] _é_ a sabedoria do que as armas de guerra, porém um _só_ peccador destroe muitos bens. [1] cap. 8.14. [2] Job 21.7, etc. Mal. 3.15. [3] Job 7.8, 9, 10. Isa. 26.14. [4] cap. 8.15. [5] Amós 2.14, 15. Jer. 9.23. [6] cap. 8.7. [7] Pro. 29.6. Luc. 12.20, 39 e 17.26, etc. I The. 5.3. [8] II Sam. 20.16-22. [9] Pro. 21.22 e 24.5. cap. 7.19. ver. 18. Mar. 6.2, 3. [10] ver. 16. Jos. 7.1, 11, 12. _A loucura é a causa de muitas desgraças._ 10 Assim como a mosca morta faz [TC] exhalar mau cheiro e evaporar o unguento do perfumador, _assim o faz_ ao famoso em sabedoria e em honra _uma_ pouca de estulticia. 2 O coração do sabio _está_ á sua dextra, mas o coração do tolo _está_ á sua esquerda. 3 E, até quando o tolo vae pelo caminho, falta-_lhe_ o seu entendimento [1] e diz a todos _que é_ tolo. 4 Levantando-se contra ti o espirito do governador, [2] não deixes o teu logar, porque [TD] _é um_ remedio _que_ aquieta grandes peccados. 5 _Ainda_ ha _um_ mal _que_ vi debaixo do sol, como o erro _que_ procede de diante do governador. 6 Ao tolo [3] assentam em grandes alturas, mas os ricos estão assentados na baixeza. 7 Vi os servos [4] a cavallo, e os principes que andavam _a pé_ como servos sobre a terra. 8 Quem [5] cavar _uma_ cova, cairá n’ella, e, quem romper _um_ muro, _uma_ cobra o morderá. 9 Quem acarretar pedras, será maltratado por ellas, e o que rachar lenha perigará com ella. 10 Se estiver embotado o ferro, e não se amollar o córte, então se devem pôr mais forças: mas a sabedoria _é_ excellente para dirigir. 11 [TE] Se a cobra [6] morder, não estando encantada, então remedio nenhum _se espera do encantador_, por mais habil _que seja_. 12 Nas palavras [7] da bocca do sabio _ha_ favor, porém os labios do tolo o devoram. 13 O principio das palavras da sua bocca _é_ a estulticia, e o fim da sua bocca _um_ desvario pessimo. 14 Bem _que_ [8] o tolo multiplique as palavras, não sabe o homem o que ha de ser; e quem lhe fará saber o que será depois d’elle? 15 O trabalho dos tolos a cada um d’elles fatiga, porque não sabem ir á cidade. 16 Ai de ti, [9] ó terra, cujo rei _é_ criança, e cujos principes comem de manhã. 17 Bemaventurada tu, ó terra, cujo rei _é_ filho dos nobres, [10] e cujos principes comem a tempo, para _refazerem as_ forças, e não para bebedice. 18 Pela muita preguiça se [TF] enfraquece o tecto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa. 19 Para rir se fazem convites, e o vinho alegra a vida, e por tudo o dinheiro responde. 20 Nem [11] ainda no teu pensamento amaldiçoes ao rei, nem tão pouco no mais interior da tua recamara amaldiçoes ao rico: porque as aves dos céus levariam a voz, e os que teem azas dariam noticia da palavra. [1] Pro. 13.16 e 18.2. [2] cap. 8.3. [3] Est. 3.1. [4] Pro. 19.10 e 30.22. [5] Pro. 26.27. [6] Jer. 8.17. [7] Pro. 10.32 e 12.13. Pro. 10.14 e 18.7. [8] Pro. 15.2. cap. 3.22 e 8.7. [9] Isa. 3.4, 5, 12 e 5.11. [10] Pro. 31.4. [11] Exo. 22.28. Act. 23.5. _Façamos o que é bom no tempo opportuno._ 11 Lança o [1] teu pão sobre as aguas, porque depois de muitos dias o acharás. 2 Reparte [2] com sete, e ainda _até_ com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra. 3 Estando as nuvens cheias, vazam a chuva sobre a terra, e caindo a arvore para o sul, ou para o norte, no logar em que a arvore cair ali ficará. 4 Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará. 5 Assim como tu não sabes [3] qual o caminho do vento, nem como _se formam_ os ossos no ventre da _mulher_ gravida, assim tu não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas. 6 Pela manhã semeia a tua semente, e á tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual será recto, se isto, se aquillo, ou se ambas _estas coisas_ egualmente _serão_ boas. 7 Devéras suave _é_ a luz, e agradavel _é_ aos olhos ver o sol. 8 Porém se o homem viver muitos annos, _e_ em todos elles se alegrar, tambem se deve lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser muitos, _e_ tudo quanto succedeu é vaidade. 9 Alegra-te, mancebo, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e [4] anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos: sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juizo. 10 Afasta pois a ira do teu coração, [5] e remove da tua carne o mal, porque a adolescencia e a juventude _são_ vaidade. [1] Isa. 32.20. Pro. 19.17. Mat. 10.42. II Cor. 9.8. Gal. 6.9, 10. [2] Luc. 6.30. I Tim. 6.18, 19. Miq. 5.5. Eph. 5.16. [3] João 3.8. [4] cap. 12.14. Rom. 2.6-11. [5] II Cor. 7.1. II Tim. 2.22. _A mocidade deve preparar-se para a velhice e morte._ 12 Lembra-te [1] do teu Creador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os annos dos quaes venhas a dizer: [2] Não tenho n’elles contentamento: 2 Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrellas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva; 3 No dia em que tremerem os guardas da casa, e se encurvarem os fortes varões, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janellas; 4 E as duas portas da rua se fecharem por causa do baixo ruido da moedura, e se levantar á voz das aves, [3] e todas as vozes do canto se encurvarem: 5 Como tambem _quando_ temerem os _logares_ altos, e _houver_ espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto o carregar, e perecer o appetite, porque o homem se vae á sua [TG] eterna casa, [4] e os pranteadores andarão rodeando pela praça. 6 Antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo d’oiro, e se despedace o cantaro junto á fonte, e se despedace a roda junto ao poço, 7 E o pó voltar [5] á terra, como o era, e o espirito voltar a Deus, que o deu. 8 Vaidade de vaidade, diz o prégador, tudo _é_ vaidade. 9 E, quanto mais o prégador foi sabio, tanto mais sabedoria ao povo ensinou, e attentou, e esquadrinhou, [6] e compoz muitos proverbios. _Todo o dever do homem consiste em temer a Deus e em guardar os seus mandamentos._ 10 Procurou o prégador achar palavras agradaveis; e o escripto _é_ a rectidão, palavras de verdade. 11 As palavras dos sabios _são_ como aguilhões, e como pregos, bem affixados _pelos_ mestres das congregações, _que_ nos foram dados pelo unico Pastor. 12 E, de mais d’isto, filho meu, attenta: não _ha_ limite para [TH] fazer livros, e o muito estudar [7] enfado _é_ da carne. 13 De tudo o que se tem ouvido, o fim da coisa _é_: [8] Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto _é o dever de_ todo o homem. 14 Porque [9] Deus ha de trazer a juizo toda a obra, e _até_ tudo o que está encoberto, quer _seja_ bom quer _seja_ mau. [1] Pro. 22.6. Lam. 3.27. [2] II Sam. 19.35. [3] II Sam. 19.35. [4] Job 17.13. Jer. 9.17. [5] Gen. 3.19. Job 34.15. cap. 3.21. Job 34.14. Isa. 57.16. Zac. 12.1. [6] I Reis 4.32. [7] cap. 1.18. [8] Deu. 6.2 e 10.12. [9] cap. 11.9. Mat. 12.36. Act. 17.30, 31. Rom. 2.16 e 14.10, 12. I Cor. 4.5. II Cor. 5.10. CANTARES DE SALOMÃO. _A esposa anhela pelo seu esposo._ [Antes de Christo 1014] 1 Cantico de canticos, que _é_ de Salomão. 2 Beije-me elle com os beijos da sua bocca; porque melhor _é_ o teu amor do que o vinho. 3 Para [1] cheirar _são_ bons os teus unguentos, _como o_ unguento derramado o teu nome _é_; por isso as virgens te amam. 4 Leva-me tu, correremos após ti. O rei me introduziu nas suas recamaras: em ti nos regozijaremos e nos alegraremos: do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho: os rectos te amam. 5 Morena _sou_, porém aprazivel, ó filhas de Jerusalem, como as tendas de Kedar, como as cortinas de Salomão. 6 Não olheis para o eu ser morena; porque o sol resplandeceu sobre mim: os filhos de minha mãe se indignaram contra mim, pozeram-me por guarda de vinhas; a minha vinha que me _pertence_ não guardei. 7 Dize-me, ó _tu_, a quem a minha alma ama: Onde apascentas o teu _rebanho_, onde _o_ recolhes pelo meio-dia: pois por que razão seria eu como a que se cobre ao pé dos rebanhos de teus companheiros? 8 Se tu _o_ não sabes, ó mais formosa entre as mulheres, sae-te pelas pizadas das ovelhas, e apascenta [TI] as tuas cabras junto ás moradas dos pastores. 9 Ás eguas dos carros de Pharaó te comparo, [2] ó amiga minha. 10 Agradaveis são as tuas [3] faces entre _os teus_ enfeites, o teu pescoço com os collares. 11 Enfeites d’oiro te faremos, com bicos de prata. 12 Emquanto o rei _está assentado_ á sua mesa, dá o meu nardo o seu cheiro. 13 O meu amado é para mim um ramalhete de myrrha, morará entre os meus peitos. 14 _Um_ [TJ] cacho de Chypre nas vinhas d’Engedi é para mim o meu amado. 15 Eis que _és_ formosa, [4] ó amiga minha, eis que _és_ formosa: os teus olhos _são_ como os das pombas. 16 Eis que _és_ gentil e agradavel, ó amado meu; o nosso leito _é_ viçoso. 17 As traves da nossa casa _são_ de cedro, as nossas varandas de cypreste. [1] Phi. 3.12, 13, 14. João 14.2. Eph. 2.6. [2] cap. 2.2, 10, 13 e 4.1, 7 e 5.2 e 6.4. João 15.14, 15. II Chr. 1.16, 17. [3] Eze. 16.11, 12, 13. [4] cap. 4.1 e 5.12. 2 Eu _sou_ a rosa de Saron, o lyrio dos valles. 2 Qual o lyrio entre os espinhos, tal _é_ a minha amiga entre as filhas. 3 Qual a macieira entre as arvores do bosque, tal _é_ o meu amado entre os filhos: desejo muito a sua sombra, e _debaixo d’ella_ me assento; [1] e o seu fructo _é_ doce ao meu paladar. 4 Levou-me á [TK] sala do banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor. 5 Sustentae-me com passas, esforçae-me com maçãs, porque desfalleço d’amor. 6 A [2] sua _mão_ esquerda _esteja_ debaixo da minha cabeça, e a sua _mão_ direita me abrace. 7 Conjuro-vos, [3] ó filhas de Jerusalem, pelas [TL] corças e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o _meu_ amor, até que queira. 8 _Esta é_ a voz do meu amado: eil-o ahi, _que já_ vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros. 9 O meu amado [4] _é_ similhante ao corço, ou ao filho do veado: eis que está detraz da nossa parede, olhando pelas janellas, reluzindo pelas grades. 10 O meu amado responde e me diz: Levanta-te, [5] amiga minha, formosa minha, e vem. 11 Porque eis que passou o inverno: a chuva cessou, _e_ se foi: 12 As flores se mostram na terra, o tempo de cantar chega, e a voz da rola se ouve em nossa terra: 13 A figueira brotou os seus figuinhos, e as vides em flor dão o _seu_ cheiro: [6] levanta-te, amiga minha, formosa minha, e vem. 14 Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no occulto das ladeiras, mostra-me a tua face, [7] faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz _é_ doce, e a tua face aprazivel. 15 Tomae-nos [8] as raposas, as raposinhas, que fazem mal ás vinhas, porque as nossas vinhas _estão_ em flor. 16 O meu amado [9] _é_ meu, e eu _sou_ d’elle: elle apascenta o seu rebanho entre os lyrios. 17 Até [10] que sopre o dia, e fujam as sombras, [11] volta, amado meu: faze-te similhante á corça ou ao filho dos veados sobre os montes de Bether. [1] Apo. 22.1, 2. [2] cap. 8.3. [3] cap. 3.5 e 8.4. [4] ver. 17. [5] ver. 13. [6] ver. 10. [7] cap. 8.13. [8] Eze. 13.4. Luc. 13.32. [9] cap. 6.3 e 7.10. [10] cap. 4.6. [11] ver. 9. cap. 8.14. 3 De noite [1] busquei em minha cama a quem a minha alma ama: busquei-o, e não o achei. 2 Levantar-me-hei, pois, e rodearei a cidade; pelas ruas e pelas praças buscarei a quem ama a minha alma: busquei-o; e não o achei. 3 Acharam-me [2] os guardas, que rondavam pela cidade: _eu lhes perguntei_: Vistes a quem ama a minha alma? 4 Apartando-me eu um pouco d’elles, logo achei a quem ama a minha alma: agarrei-me a elle, e não o larguei, até que o introduzi em casa de minha mãe, na camara d’aquella que me gerou. 5 Conjuro-vos, [3] ó filhas de Jerusalem, pelas corças e cervas do campo, que não acordeis, nem desperteis o _meu_ amor, até que queira. _O cortejo nupcial. O esposo exprime o seu amor pela esposa._ 6 Quem _é_ esta [4] que sobe do deserto, como _umas_ columnas de fumo, perfumada de myrrha, de incenso, e de toda a _sorte_ de pós do especieiro? 7 Eis que é a cama de Salomão; sessenta valentes _estão_ ao redor d’ella, dos valentes d’Israel: 8 Todos armados d’espadas, dextros na guerra: cada um com a sua espada á coxa por causa dos temores nocturnos. 9 O rei Salomão fez para si um [TM] thalamo de madeira do Libano. 10 Fez-lhe as columnas _de_ prata, o estrado d’oiro, o assento _de_ purpura, o interior [TN] coberto com o amor das filhas de Jerusalem. 11 Sahi, ó filhas de Sião, e contemplae ao rei Salomão com a corôa com que o coroou sua mãe no dia do seu desposorio e no dia do jubilo do seu coração. [1] Isa. 26.9. [2] cap. 5.7. [3] cap. 2.7 e 8.4. [4] cap. 8.5. 4 Eis que [1] _és_ formosa, amiga minha, eis que _és_ formosa: os teus olhos _são como os_ das pombas entre as tuas tranças: o teu cabello _é_ como o rebanho de cabras que pastam no monte de Gilead. 2 Os [2] teus dentes _são_ como o rebanho das _ovelhas_ tosquiadas, que sobem do lavadouro, e todas ellas produzem gemeos, e nenhuma _ha_ esteril entre ellas. 3 Os teus labios _são_ como _um_ fio d’escarlate, e o teu fallar _é_ doce: [3] a fonte da tua cabeça como _um_ pedaço de romã [TO] entre as tuas tranças. 4 O teu pescoço [4] _é_ como a torre de David, edificada para pendurar armas: mil escudos pendem d’ella, todos rodellas de valorosos. 5 Os teus dois peitos [5] _são_ como dois filhos gemeos da corça, que se apascentam entre os lyrios. 6 Até [6] que sopre o dia, e fujam as sombras, irei ao monte da myrrha e ao outeiro do incenso. 7 Tu _és_ toda formosa, [7] amiga minha, e em ti não _ha_ mancha. 8 _Vem_ comigo do Libano, ó esposa, comigo do Libano vem: olha desde o cume de Amana, [8] desde o cume de Senir e de Hermon, desde as moradas dos leões, desde os montes dos leopardos. 9 Tiraste-me o coração, irmã minha, ó esposa: tiraste-me o coração com um dos teus olhos, com um collar do teu pescoço. 10 Que bellos _são_ os teus amores, irmã minha! oh esposa minha! quanto melhores _são_ os teus amores [9] do que o vinho! e o cheiro dos teus unguentos do que _o de_ todas as especiarias! 11 Favos de mel _estão_ manando dos teus labios, [10] ó esposa! mel e leite estão debaixo da tua lingua, e o cheiro dos teus vestidos _é_ como o cheiro do Libano. 12 Jardim fechado _és_ tu, irmã minha, esposa minha, manancial fechado, fonte sellada. 13 Os teus renovos _são um_ pomar de romãs, com fructos excellentes, o cypreste com o nardo, 14 O nardo, e o açafrão, o calamo, e a canella, com toda a sorte d’arvores d’incenso, a myrrha e aloes, com todas as principaes especiarias. 15 És a fonte [11] dos jardins, poço das aguas vivas, que correm do Libano! 16 Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul: assopra no meu jardim, _para que_ distillem os seus aromas: ah! se viesse o meu amado para o seu jardim, e comesse os seus fructos excellentes! [1] cap. 1.15 e 5.12. [2] cap. 6.6. [3] cap. 6.7. [4] cap. 7.4. [5] Pro. 5.19. cap. 7.3. [6] cap. 2.17. [7] Eph. 5.27. [8] Deu. 3.9. [9] cap. 1.2. [10] Pro. 24.13, 14. cap. 5.1. Gen. 27.27. Ose. 14.6, 7. [11] João 4.10 e 7.38. _A esposa finge indifferença pelo esposo, mas segue-o immediamente, busca-o e reconcilia-se com elle._ 5 Já vim para o meu jardim, irmã minha, ó esposa: colhi a minha myrrha com a minha especiaria, [1] comi o meu favo com o meu mel, bebi o meu vinho com o meu leite: [2] comei, amigos, [TP] bebei, ó amados, e embriagae-vos. 2 Eu estava dormindo, mas o meu coração vigiava: [3] _eis_ a voz do meu amado que estava batendo: abre-me, irmã minha, amiga minha, pomba minha, perfeita minha, porque a minha cabeça _está_ cheia d’orvalho, as minhas guedelhas das gottas da noite; 3 _Já_ despi os meus vestidos; como os tornarei a vestir? _já_ lavei os meus pés; como os tornarei a sujar? 4 O meu amado metteu a sua mão pelo buraco _da porta_, e as minhas entranhas estremeceram por amor d’elle. 5 Eu me levantei para abrir ao meu amado, e as minhas mãos distillavam myrrha, e os meus dedos _gottejavam_ myrrha sobre as aldrabas da fechadura. 6 Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado se tinha retirado, _e_ tinha ido: a minha alma se derreteu quando elle fallou; [4] busquei-o e não o achei, chamei-o, e não me respondeu. 7 Acharam-me os guardas [5] que rondavam pela cidade: espancaram-me, feriram-me, tiraram-me o meu véu os guardas dos muros. 8 Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalem, que, se achardes o meu amado, lhe digaes que _estou_ enferma de amor. 9 Que _é_ o teu amado mais do que _outro_ amado, ó tu, [6] a mais formosa entre as mulheres? que é o teu amado mais do que _outro_ amado, que tanto nos conjuraste? 10 O meu amado _é_ candido e rubicundo; elle traz a bandeira entre dez mil. 11 A sua cabeça _é como_ o oiro mais apurado, as suas guedelhas crespas, pretas como o corvo. 12 Os seus olhos [7] _são_ como _os_ das pombas junto ás correntes das aguas, lavados em leite, postos em engaste. 13 As suas faces _são_ como _um_ canteiro de [TQ] especiaria, _como_ [TR] caixas aromaticas; os seus labios são como lyrios que gottejam myrrha distillante. 14 As suas mãos _como_ anneis d’oiro que teem engastadas as turquezas: o seu [TS] ventre _como_ alvo marfim, coberto de saphiras. 15 As suas pernas _como_ columnas de marmore, fundadas sobre bases de oiro puro; o seu parecer como o Libano, excellente como os cedros. 16 O seu [TT] fallar é muitissimo suave, e todo elle totalmente desejavel. Tal _é_ o meu amado, e tal o meu amigo, ó filhas de Jerusalem. [1] cap. 4.16. cap. 4.11. [2] João 15.14. [3] Apo. 3.20. [4] cap. 3.1. [5] cap. 3.3. [6] cap. 1.8. [7] cap. 1.15 e 4.1. 6 Para onde foi o teu amado, [1] ó mais formosa entre as mulheres? para onde virou a vista o teu amado, e o buscaremos comtigo? 2 O meu amado desceu ao seu jardim, aos canteiros da especiaria, para se apascentar nos jardins e para colher os lyrios. 3 Eu _sou_ [2] do meu amado, [3] e o meu amado _é_ meu: elle se apascenta entre os lyrios. 4 Formosa _és_, amiga minha, como Tirza, aprazivel como Jerusalem, formidavel como um exercito com bandeiras. 5 Desvia de mim os teus olhos, porque elles me perturbam. [4] O teu cabello é como o rebanho das cabras que pastam em Gilead. 6 Os teus dentes [5] são como o rebanho d’ovelhas que sobem do lavadouro, e todas produzem gemeos, e não _ha_ esteril entre ellas. 7 Como [6] _um_ pedaço de romã, _assim são_ as tuas faces [TU] entre as tuas tranças. 8 Sessenta são as rainhas, e oitenta as concubinas, e as virgens sem numero. 9 _Porém_ uma é a minha pomba, a minha perfeita, a unica de sua mãe, e a mais querida de aquella que a pariu: vendo-a, as filhas a chamarão bemaventurada, as rainhas e as concubinas a louvarão. 10 Quem _é_ esta que apparece como a alva do dia, formosa como a lua, [7] lustrosa como o sol, formidavel como um exercito com bandeiras? 11 Desci ao jardim das nogueiras, para ver os novos fructos do valle, a ver se floresciam as vides _e_ brotavam as romeiras. 12 Antes de eu _o_ sentir, me poz a minha alma nos carros do meu povo voluntario. 13 Volta, volta, ó Sulamitha, volta, volta, para que nós te vejamos. Porque olhas para a Sulamitha [TV] como para as fileiras de dois exercitos? [1] cap. 1.8. [2] cap. 2.16 e 7.10. [3] cap. 4.1. [4] cap. 4.2. [5] cap. 4.3. [6] ver. 4. [7] cap. 7.12. 7 Que formosos são os teus pés nos sapatos, ó filha do principe! As voltas de tuas coxas são como joias, segundo a obra de mãos d’artifice. 2 O teu umbigo _como uma_ taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre _como_ montão de trigo, sitiado de lyrios. 3 Os teus dois peitos [1] como dois filhos gemeos da corça. 4 O teu pescoço [2] como a torre de marfim: os teus olhos _como_ os viveiros de Hesbon, junto á porta de Bath-arabbim: o teu nariz como torre do Libano, que olha para Damasco. 5 A tua cabeça sobre ti _é_ como _o monte_ Carmelo, e os cabellos da tua cabeça como a purpura: o rei está atado [TW] ás varandas. 6 Quão formosa, e quão aprazivel és, ó amor em delicias! 7 Esta tua estatura é similhante á palmeira; e os teus peitos _são similhantes_ aos cachos _d’uvas_. 8 Dizia eu: Subirei á palmeira, pegarei de seus ramos; e então os teus peitos serão como os cachos na vide, e o cheiro dos teus narizes como os das maçãs. 9 E o teu paladar como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente, _e_ faz com que fallem os labios dos que dormem. 10 Eu _sou_ [3] do meu amado, e elle me tem affeição. 11 Vem, ó amado meu, saiamos nós ao campo, passemos as noites nas aldeias. 12 Levantemo-nos de manhã para _ir_ ás vinhas, [4] vejamos se florescem as vides, se se abre a flor, se já brotam as romeiras; ali te darei o meu grande amor. 13 As mandragoras [5] dão cheiro, e ás nossas portas _ha_ toda a sorte d’excellentes fructos, novos e velhos: ó amado meu, eu _os_ guardei para ti. [1] cap. 4.5. [2] cap. 4.4. [3] cap. 2.16 e 6.2. [4] cap. 6.11. [5] Gen. 30.14. Mat. 13.52. 8 Ah! quem _me_ dera que me _fôras_ como irmão, _e_ mamáras os peitos de minha mãe! que te achara na rua, e te beijára, e nem me desprezariam! 2 Te levaria e introduziria na casa de minha mãe, _e_ tu me ensinarias; [1] _e_ te daria a beber vinho aromatico _e_ do mosto das minhas romãs. 3 A sua _mão_ esquerda [2] esteja debaixo da minha cabeça, e a sua direita me abrace. 4 Conjuro-vos, [3] ó filhas de Jerusalem, que não acordeis nem desperteis o _meu_ amor, até que queira. _O amor inalteravel do esposo para com a esposa._ 5 Quem [4] _é_ esta que sobe do deserto, _e vem_ encostada tão aprazivelmente ao seu amado? Debaixo _d’uma_ macieira te despertei, ali te produziu tua mãe com dores; ali _te_ produziu com dores _aquella_ que te pariu. 6 Põe-me [5] como sello sobre o teu coração, como sello sobre o teu braço, porque o amor _é_ forte como a morte, _e_ duro como a sepultura o ciume: as suas brazas _são_ brazas de fogo, labaredas do Senhor. 7 As muitas aguas não poderiam apagar _este_ amor, nem os rios afogal-o: ainda que desse alguem toda a fazenda de sua casa por _este_ amor, certamente a desprezariam. 8 Temos uma irmã pequena, que ainda não tem peitos: que faremos a _esta_ nossa irmã, no dia em que d’ella se fallar? 9 Se ella _fôr um_ muro, edificaremos sobre ella _um_ palacio de prata; e, se ella _fôr uma_ porta, a cercaremos com taboas de cedro. 10 Eu _sou um_ muro, e os meus peitos _são_ como _umas_ torres: então eu era aos seus olhos como aquella que acha paz. 11 Teve [6] Salomão _uma_ vinha em Baal-hamon; entregou _esta_ vinha a _uns_ guardas; _e_ cada um _lhe_ trazia pelo _seu_ fructo mil peças de prata. 12 A minha vinha que tenho _está_ diante de mim: as mil _peças de prata são_ para ti, ó Salomão, e duzentas para os guardas do _seu_ fructo. 13 Ó tu, a que habitas nos jardins, para a tua voz os companheiros attentam; [7] faze-m’a _pois tambem_ ouvir. 14 Vem depressa, [8] amado meu, e faze-te similhante ao corço ou ao filho dos veados sobre os montes dos aromas. [1] Pro. 9.2. [2] cap. 2.6. [3] cap. 2.7 e 3.5. [4] cap. 3.6. [5] Agg. 2.23. [6] Mat. 21.33. [7] cap. 2.14. [8] cap. 2.17. ISAIAS. _Descripção dos peccados e dos soffrimentos do povo, com exhortações e ameaças._ [Antes de Christo 760] 1 Visão [1] d’Isaias, filho d’Amós, a qual viu sobre Judah e Jerusalem, nos dias d’Uzias, Jothão, Achaz, _e_ Ezequias, reis de Judah. 2 Ouvi, [2] ó céus, e presta ouvido, tu ó terra; porque falla o Senhor: Criei filhos, e exalcei-os; mas elles prevaricaram contra mim. 3 O boi conhece [3] o seu possuidor, e o jumento a mangedoura do seu dono; _mas_ Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. 4 Ai da nação peccadora, do povo carregado d’iniquidade, da semente de malignos, [4] dos filhos corruptores: deixaram ao Senhor, blasphemaram o Sancto d’Israel, tornaram-se para traz. 5 Porque [5] ainda mais serieis castigados? ainda tanto mais vos rebellarieis: toda a cabeça _está_ enferma e todo o coração fraco. 6 Desde a planta do pé até á cabeça não ha n’elle coisa inteira, _senão_ feridas, e inchaços, e chagas podres, não espremidas, [6] nem vendadas, nem nenhuma d’ellas amollecida com oleo. 7 A vossa terra _é uma_ assolação, [7] as vossas cidades _estão_ abrazadas do fogo: a vossa terra os estranhos a devoram em vossa presença; e _é uma_ assolação, como a subversão por estranhos. 8 E a filha de Sião se ficou como a cabana na vinha, [8] como a choupana no pepinal, como a cidade cercada. 9 Se o [9] Senhor dos Exercitos nos não deixara algum pouco de resto, [10] _já_ como Sodoma seriamos, e similhantes a Gomorrha. 10 Ouvi a palavra do Senhor, vós [TX] [11] principes de Sodoma: prestae ouvidos á lei do nosso Deus, vós, ó povo de Gomorrha. 11 De que me _serve_ a mim a multidão de vossos [12] sacrificios, diz o Senhor? _Já_ estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura _d’animaes_ cevados: nem folgo com o sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. 12 Quando [13] vindes a apparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que _viesseis_ a pisar os meus atrios? 13 Não _me_ tragaes [14] mais offertas debalde: o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sabbados, e a convocação das congregações; não posso supportar iniquidade, nem mesmo o ajuntamento solemne. 14 As vossas luas novas, [15] e as vossas solemnidades as aborrece a minha alma; _já_ me são pesadas: _já_ estou cançado de _as_ soffrer. 15 Pelo que, quando estendeis [16] as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; [17] e até quando multiplicaes a oração não ouço, _porque_ as vossas mãos estão cheias de sangue. 16 Lavae-vos, [18] purificae-vos, tirae a maldade de vossos actos de diante dos meus olhos: cessae de fazer mal: 17 Aprendei a fazer bem; [19] procurae o juizo; ajudae o oppresso; fazei justiça ao orphão; tratae da causa das viuvas. 18 Vinde agora, e argui-me, [20] diz o Senhor: ainda que os vossos peccados sejam como a escarlata, elles se tornarão brancos como a neve: ainda que sejam vermelhos como o carmezim, se tornarão como a _branca_ lã. 19 Se quizerdes, e ouvirdes, comereis o bem d’esta terra. 20 Mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados á espada; [21] porque a bocca do Senhor _o_ disse. 21 Como [22] se fez prostituta a cidade fiel! ella que estava cheia de juizo, justiça habitava n’ella, mas agora homicidas. 22 A tua prata [23] se tornou em escorias, o teu vinho se misturou com agua. 23 Os teus principes [24] _são_ rebeldes, e companheiros dos ladrões: cada um d’elles ama as peitas, e correm após salarios: não fazem justiça ao orphão, e não chega perante elles a causa das viuvas. 24 Porquanto diz o Senhor Deus dos Exercitos, o Forte de Israel: [25] Ah, consolar-me-hei ácerca dos meus adversarios, e vingar-me-hei dos meus inimigos: 25 E tornarei contra a minha mão, [26] e purificarei [TY] inteiramente as tuas escorias; e tirar-te-hei todo o teu estanho. 26 E te restituirei os teus juizes, [27] como _foram_ d’antes; _e_ os teus conselheiros, como antigamente; e então te chamarão cidade de justiça, cidade fiel. 27 Sião será remida com juizo, e os que voltam para ella com justiça. 28 Mas para os transgressores [28] e os peccadores haverá juntamente [TZ] destruição; e os que deixarem o Senhor serão consumidos. 29 Porque vos envergonhareis pelos carvalhos que cubiçastes, e sereis confundidos [29] pelos jardins que escolhestes. 30 Porque sereis como o carvalho, ao qual caem as folhas, e como a floresta que não tem agua. 31 E o forte se [30] tornará em estopa, e a sua obra em faisca; e ambos arderão juntamente, e não _haverá_ quem os apague. [1] Num. 12.6. [2] Deu. 32.1. Jer. 2.12 e 6.19 e 22.29. Eze. 36.4. Miq. 1.2 e 6.1, 2. [3] Jer. 8.7. Jer. 9.3, 6. [4] cap. 57.3, 4. Mat. 3.7. [5] cap. 9.13. Jer. 2.30 e 5.3. [6] Jer. 8.22. [7] Deu. 28.51, 52. [8] Job 27.18. Lam. 2.6. Jer. 4.17. [9] Lam. 3.22. Rom. 9.29. [10] Gen. 19.24. [11] Deu. 32.32. [12] I Sam. 15.22. Pro. 21.27. cap. 66.3. Jer. 6.20 e 7.21. Amós 5.21, 22. Miq. 6.7. [13] Exo. 23.17 e 34.23. [14] Mat. 15.9. Joel 1.14. [15] Num. 28.11. Lev. 23.2, etc. cap. 43.24. [16] Job 27.9. cap. 59.2. Jer. 14.12. Miq. 3.4. [17] I Tim. 2.8. cap. 59.3. [18] Jer. 4.14. Amós 5.15. Rom. 12.9. I Ped. 3.11. [19] Jer. 22.3, 16. Miq. 6.8. Zac. 7.9. [20] cap. 43.26. Miq. 6.2. Apo. 7.14. [21] Num. 23.19. Tito 1.2. [22] Jer. 2.20, 21. [23] Jer. 6.28, 30. Eze. 22.18, 19. [24] Ose. 9.15. Pro. 29.24. Jer. 22.17. Eze. 22.12. Ose. 4.18. Miq. 3.11 e 7.3. Jer. 5.28. Zac. 7.10. [25] Deu. 28.63. Eze. 5.13. [26] Jer. 6.29 e 9.7. Mal. 3.3. [27] Jer. 33.7. Zac. 8.3. [28] Job 31.3. [29] cap. 57.5. cap. 65.3 e 66.17. [30] Eze. 32.21. cap. 43.17. _A gloria futura do verdadeiro Israel. Juizos preparatorios. O dia do Senhor. A purificação de Jerusalem._ 2 [UA] Visão que viu Isaias, filho de Amós, no tocante a Judah e a Jerusalem: 2 E acontecerá no ultimo dos dias que [1] se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes, e se exalçará por cima dos outeiros: e concorrerão a elle todas as nações. 3 E irão muitos povos, e dirão: Vinde, [2] subamos ao monte do Senhor, á casa do Deus de Jacob, para que nos ensine ácerca dos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; [3] porque de Sião sairá a [UB] lei, e de Jerusalem a palavra do Senhor. 4 E julgará entre as gentes, e reprehenderá a muitos povos; [4] e converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices: não alçará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear. 5 Vinde, ó casa de Jacob: [5] e andemos na luz do Senhor. 6 Porém tu desamparaste ao teu povo, a casa de Jacob; [6] porque se encheram [UC] _d’impiedade_ mais do que _os_ do oriente e _são_ agoureiros como os philisteos; e [UD] mostram o seu contentamento nos filhos dos estranhos. 7 E a sua terra está [7] cheia de prata e oiro, e não _ha_ fim de seus thesouros: tambem está cheia a sua terra de cavallos, e dos seus carros não _ha_ fim. 8 Tambem está cheia [8] a sua terra de idolos: inclinaram-se perante a obra das suas mãos, perante o que fabricaram os seus dedos. 9 Ali o povo se abate, e os nobres se humilham: portanto lhes não perdoarás. 10 Vae, entra nas [9] rochas, e esconde-te no pó, da presença espantosa do Senhor e da gloria da sua magestade. 11 Os olhos altivos [10] dos homens serão abatidos, e a altivez dos varões será humilhada: [11] e só o Senhor será exaltado n’aquelle dia. 12 Porque o dia do Senhor dos Exercitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o exalçado, para que seja abatido; 13 E contra todos [12] os cedros do Libano, altos e sublimes, e contra todos os carvalhos de Basan; 14 E contra todos [13] os montes altos, e contra todos os outeiros levantados; 15 E contra toda a torre alta, e contra todo o muro firme; 16 E contra [14] todos os navios de Tarsis, e contra todas as [UE] pinturas desejaveis. 17 E a altivez [15] do homem será humilhada, e a altivez dos varões se abaterá, e só o Senhor será exaltado n’aquelle dia. 18 E todos os idolos totalmente perecerão. 19 Então metter-se-hão pelas cavernas das rochas, [16] e pelas concavidades da terra, por causa da presença espantosa do Senhor, e por causa da gloria da sua magestade, quando elle se levantar para espantar a terra. 20 N’aquelle [17] dia o homem lançará ás toupeiras e aos morcegos os seus idolos de prata, e os seus idolos d’oiro, que se fizeram para se prostrarem diante d’elles. 21 E metter-se-hão [18] pelas fendas das rochas, e pelas cavernas das penhas, por causa da presença espantosa do Senhor, e por causa da gloria da sua magestade, quando elle se levantar para espantar a terra. 22 _Pelo que_ deixae-vos do homem cujo folego _está_ no seu nariz; porque em que se deve elle estimar? [1] Miq. 4.1, etc. Gen. 49.1. Jer. 23.20. [2] Jer. 31.6 e 50.5. Zac. 8.21, 23. [3] Luc. 24.47. [4] Ose. 2.18. Zac. 9.10. [5] Eph. 5.8. [6] Deu. 18.14. [7] Deu. 17.16, 17. [8] Jer. 2.28. [9] ver. 19, 21. Apo. 6.15. [10] ver. 17. cap. 5.15, 16 e 13.11. [11] cap. 4.1 e 11.10, 11 e 12.1, 4 e 24.21 e 25.9 e 26.1 e 27.1, 2, 12, 13 e 28.5 e 29.18 e 30.23 e 52.6. Jer. 30.7, 8. Eze. 38.14, 19 e 39.11, 22. Ose. 2.16, 18, 21. Joel 3.18. Amós 9.11. Abd. 8. Miq. 4.6 e 5.10 e 7.11, 12. Sof. 3.11, 16. Zac. 9.16. [12] cap. 14.8 e 37.24. Eze. 31.3. Zac. 11.1, 2. [13] cap. 30.25. [14] I Reis 10.22. [15] ver. 11. [16] ver. 10. II The. 1.9. [17] cap. 30.32 e 31.7. [18] ver. 19. 3 Porque, eis que o Senhor Deus dos Exercitos [1] tirará de Jerusalem e de Judah o bordão e o cajado: a todo o [UF] sustento de pão, e a toda a borda d’agua; 2 Ao valente, [2] e ao soldado, ao juiz, e ao propheta, e ao adivinho, e ao ancião, 3 Ao capitão de cincoenta, e ao respeitavel, e ao conselheiro, e ao sabio entre os artifices, e ao eloquente. 4 E dar-lhes-hei mancebos [3] por principes, e creanças dominarão sobre elles. 5 E o povo será opprimido; um será contra o outro, e cada um contra o seu proximo: o menino se atreverá contra o ancião, e o vil contra o nobre. 6 Quando algum travar de seu irmão da casa de seu pae, _dizendo_: Capa tens, sê nosso principe, e toma sob a tua mão esta ruina; 7 _Então_ levantará _a sua voz_ n’aquelle dia, dizendo: Não posso ser medico, nem tão pouco _ha_ em minha casa pão, nem vestido algum: não me ponhaes por principe do povo. 8 Porque tropeçou Jerusalem, [4] e Judah é caido; porquanto a sua lingua e as suas obras _são_ contra o Senhor, para irritarem os olhos da sua gloria. 9 A apparencia das suas faces testifica contra elles; [5] e publicam os seus peccados como Sodoma; não os dissimulam: ai da sua alma! porque se fazem mal a si mesmos. 10 Dizem ao justo [6] que bem _lhe irá_; que comerão do fructo das suas obras. 11 Ai do impio! mal _lhe irá_: porque o galardão das suas mãos se lhe dará. 12 Os exactores do meu [7] povo _são_ creanças, e mulheres dominam sobre elle: ah, povo meu! os que te guiam te enganam, e devoram o caminho das tuas veredas. 13 O Senhor se apresenta a pleitear, [8] e se põe a julgar os povos. 14 O Senhor vem em juizo contra os anciãos do seu povo, e _contra_ os seus principes; porque vós consumistes _esta_ vinha, [9] o despojo do afflicto está em vossas casas. 15 Que tendes vós, [10] que atropellaes o meu povo e moeis as faces dos afflictos? diz o Senhor, o Deus dos Exercitos. 16 Diz ainda mais o Senhor: Porquanto as filhas de Sião se exalçam, e andam com o pescoço emproado, fazendo acenos com os olhos, e, indo andando, andam como dançando, e [UG] cascavelando com os pés: 17 Portanto o Senhor fará [UH] calva a mioleira das filhas de Sião, e o Senhor descobrirá as suas vergonhas. 18 N’aquelle dia tirará o Senhor o enfeite [11] das ligas, e as redezinhas, e as luetas, 19 Os pendentes, e as manilhas, e os vestidos resplandecentes, 20 Os diademas, e os enfeites dos braços, e os cendaes, e as bocetas cheirosas, e as arrecadas, 21 Os anneis, e as joias pendentes do nariz, 22 Os vestidos de festa, e os mantos, e as coifas, e os alfinetes, 23 Os espelhos, e as capinhas de linho finissimas, e as toucas, e os véus. 24 E será que em logar de cheiro suave haverá fedor; e por cinto uma corda; [12] e em logar d’encrespadura de cabellos, calva; e em logar de veste larga, cingimento de sacco; e queimadura em logar de formosura. 25 Teus varões cairão á espada, e teus valentes na peleja. 26 E as suas portas [13] gemerão e prantearão; e ella, _ficando_ desolada, se assentará no chão. [1] Jer. 38.9. Lev. 26.26. [2] II Reis 24.14. [3] Ecc. 10.16. [4] Miq. 3.12. [5] Gen. 13.13 e 18.20, 21. [6] Ecc. 8.12. [7] ver. 4. cap. 9.16. [8] Miq. 6.2. [9] cap. 5.7. Mat. 21.33. [10] Miq. 3.2, 3. [11] Jui. 8.21. [12] cap. 22.12. Miq. 1.16. [13] Jer. 14.2. Lam. 1.4 e 2.10. 4 E sete mulheres n’aquelle [1] dia lançarão mão d’um homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos de nossos vestidos: tão sómente que sejamos chamadas pelo teu nome; [2] tira o nosso opprobrio. 2 N’aquelle dia [3] o Renovo do Senhor será [UI] _um_ ornamento e _uma_ gloria; e o fructo da terra excellente e formoso para os que escaparem d’Israel. 3 E será que aquelle que ficar de resto em Sião, e o que ficar em Jerusalem, [4] será chamado sancto: todo aquelle que em Jerusalem está escripto para vida; 4 Quando [5] o Senhor lavar a immundicia das filhas de Sião, e limpar o sangue de Jerusalem do meio d’ella, com o espirito de juizo, e com o espirito de ardor. 5 E creará o Senhor sobre toda a habitação do monte de Sião, e sobre as suas congregações, [6] uma nuvem de dia, e um fumo, e um resplandor de fogo chammejante de noite; porque sobre toda a gloria _haverá_ protecção. 6 E haverá _um_ tabernaculo para sombra com o calor do dia: [7] e para refugio e esconderijo contra o alagamento e contra a chuva. [1] cap. 2.11, 17. II The. 3.12. [2] Luc. 1.25. [3] Jer. 23.5. [4] Apo. 3.5. [5] Mal. 3.2, 3. [6] Exo. 13.21. Zac. 2.5. [7] cap. 25.4. _A parabola da vinha, e a sua applicação._ 5 Agora cantarei ao meu amado o cantico do meu bem querido da sua [1] vinha. O meu amado tem uma vinha n’um outeiro fertil. 2 E a cercou, e a limpou das pedras, e a plantou d’excellentes vides; e edificou no meio d’ella uma torre, e tambem fundou n’ella um _lagar_; e esperava que desse uvas _boas_, porém deu uvas bravas. 3 Agora pois, ó moradores de Jerusalem, e homens de Judah, [2] julgae, vos peço, entre mim e a minha vinha. 4 Que mais se podia fazer á minha vinha, que eu lhe não tenha feito? como, esperando eu que desse uvas _boas_, veiu a dar uvas bravas? 5 Agora pois vos farei saber o que eu hei de fazer á minha vinha: tirarei a sua cerca, para que sirva de pasto; derribarei a sua parede, para que seja pisada; 6 E a tornarei em deserto; não será podada nem cavada; porém crescerão _n’ella_ sarças e espinheiros; e ás nuvens darei ordem que não chovam chuva sobre ella. 7 Porque a vinha do Senhor dos Exercitos _é_ a casa d’Israel, e os homens de Judah _são_ a planta das suas delicias: e esperou _que fizesse_ juizo, e eis aqui _é_ [UJ] oppressão; justiça, e eis aqui clamor. 8 Ai dos que ajuntam [3] casa a casa, achegam herdade a herdade, até que não haja mais logar, e só vós fiqueis os moradores no meio da terra! 9 Nos meus ouvidos [4] _estão estas coisas_, _disse_ o Senhor dos Exercitos: em verdade que muitas casas se tornarão em deserto, as grandes e excellentes sem moradores. 10 E dez geiras de vinha não darão mais do que um [UK] batho: e um homer de semente não dará mais do que um efa. 11 Ai [5] dos que se levantam pela manhã, e seguiram a bebedice; _e_ se deteem _ali_ até á noite, _até que_ o vinho os esquenta! 12 E harpas [6] e alaudes, tamboris e gaitas, e vinho ha nos seus banquetes; e não olham para a obra do Senhor, nem consideram as obras das suas mãos. 13 Portanto [7] o meu povo será levado captivo, porque não tem entendimento; e os seus nobres terão fome, e a sua multidão se seccará de sêde. 14 Portanto a sepultura grandemente se alargou, e se abriu a sua bocca desmesuradamente; e a gloria d’elles, e a sua multidão, com o seu arruido, e com os que galhofam a ella desceram. 15 Então o plebeu se abaterá, [8] e o nobre se humilhará; e os olhos dos altivos se humilharão. 16 Porém o Senhor dos Exercitos será exaltado com juizo; e Deus, o Sancto, será sanctificado com justiça. 17 Então os cordeiros pastarão como de costume, e os estranhos comerão dos logares assolados dos gordos. 18 Ai dos que puxam pela iniquidade com cordas de vaidade, e pelo peccado como _com_ cordagens de carros! 19 E dizem: [9] Avie-se já _com isso_, e acabe a sua obra, para que _já_ a vejamos; e achegue-se e venha _já_ o conselho do Sancto de Israel, para que _o_ venhamos a saber. 20 Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal: que fazem das escuridades luz, e da luz escuridades; e fazem do amargoso doce, e do doce amargoso! 21 Ai dos _que são_ sabios [10] a seus _proprios_ olhos, e prudentes em si mesmos! 22 Ai [11] dos _que são_ poderosos para beber vinho, e varões fortes para misturar bebida forte: 23 Dos que justificam [12] ao impio por peitas, e da justiça dos justos se desviam! 24 Pelo [13] que como a lingua do fogo consome a estopa, e a palha se desfaz [14] pela chamma, _assim_ será a sua raiz como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó: porquanto rejeitaram a lei do Senhor dos Exercitos, e desprezaram a palavra do Sancto de Israel. 25 Pelo [15] que se accendeu a ira do Senhor contra o seu povo, e estendeu a sua mão contra elle, e o feriu, [16] _de modo_ que as montanhas tremeram, e os seus cadaveres _foram_ como immundicia pelo meio das ruas: com tudo isto não tornou atraz a sua ira, antes ainda _está_ alçada a sua mão. 26 Porque arvorará [17] o estandarte entre as nações de longe, e lhes assobiará a _que venham_ desde a extremidade da terra: e eis que virão apressurada _e_ ligeiramente. 27 Não _haverá_ entre elles cançado, nem tropeçante; ninguem tosquenejará nem dormirá: nem se lhe desatará o cinto dos seus lombos, nem se lhe quebrará a correia dos seus sapatos. 28 As [18] suas frechas _serão_ agudas, e todos os seus arcos entezados: as unhas dos seus cavallos serão tidas na conta de [UL] penha, e as rodas _dos seus carros_ como redemoinho de vento. 29 O seu bramido _será_ como o do leão: bramarão como filhos de leão, e rugirão, e arrebatarão a preza, e _a_ levarão, e redemptor não haverá. 30 E bramarão contra elles n’aquelle dia, como o bramido do mar: [19] então olharão para a terra, e eis aqui trevas _e_ ancia, e a luz se escurecerá em suas assolações. [1] Jer. 2.21. Mat. 21.33. Mar. 12.1. Luc. 20.9. [2] Rom. 3.4. [3] Miq. 3.2. [4] cap. 22.14. [5] Pro. 23.29, 30. Ecc. 10.16. ver. 22. [6] Amós 6.5, 6. [7] Ose. 4.6. cap. 1.3. [8] cap. 2.9, 11, 17. [9] Jer. 17.15. II Ped. 3.3, 4. [10] Pro. 3.7. Rom. 1.22 e 12.16. [11] ver. 11. [12] Pro. 17.15 e 24.24. [13] Exo. 15.7. [14] Job 18.16. Ose. 9.16. Amós 2.9. [15] II Reis 22.13, 17. [16] Jer. 4.14. Lev. 26.14, etc. cap. 9.12, 17, 21 e 10.4. [17] cap. 11.12. cap. 7.18. Joel 2.7. [18] Jer. 5.16. [19] cap. 8.22. Jer. 4.23. Lam. 3.2. Eze. 32.7, 8. _Isaias é escolhido e consagrado para propheta._ 6 No anno em que morreu o rei [1] Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime throno; e as suas [UM] fraldas enchiam o templo. 2 Seraphins estavam por cima d’elle: cada um tinha seis azas: [2] com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés e com duas voavam. 3 E clamavam uns aos outros, dizendo: Sancto, Sancto, Sancto _é_ o Senhor dos Exercitos: toda a terra _está_ cheia da sua gloria. 4 E os umbraes das portas se moveram com a voz do que clamava, [3] e a casa se encheu de fumo. 5 Então disse eu: [4] Ai de mim! que vou perecendo, porquanto _sou_ de labios immundos, e habito no meio d’um povo immundo de labios, porque os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exercitos. 6 Porém um dos seraphins voou para mim, trazendo na sua mão uma braza viva, [5] _que_ tomara do altar com uma tenaz; 7 E com ella [6] tocou a minha bocca, e disse: Eis que isto tocou os teus labios: assim _já_ se tirou _de ti_ a tua culpa, e _já_ está expiado o teu peccado. 8 Depois d’isto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem ha e ir _por_ nós? Então disse eu: Eis-me _aqui_, envia-me a mim. 9 Então disse elle: Vae, e dize a este povo: [7] Ouvi, de facto, e não entendeis, e vede, em verdade, mas não percebeis. 10 Engorda [8] o coração d’este povo, e aggrava-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta, e elle o venha a sarar. 11 Então disse eu: Até quando, Senhor? E respondeu: [9] Até que se assolem as cidades, e não fique morador _algum_, nem homem _algum_ nas casas, e a terra seja assolada de todo. 12 E [10] o Senhor alongue _d’ella_ aos homens, e no meio da terra _seja_ grande o desamparo. 13 Porém ainda a decima parte _ficará_ n’ella, e tornará a ser pastada: _e_ como no carvalho, e como na azinheira, em que depois de se desfolharem, _ainda_ fica firmeza, [11] _assim_ a sancta semente será a firmeza d’ella. [1] II Reis 15.7. I Reis 22.19. Apo. 4.2. [2] Eze. 1.11. [3] I Reis 8.10. [4] Jui. 6.22 e 13.22. Jer. 1.6. [5] Apo. 8.3. [6] Jer. 1.9. Dan. 10.16. [7] cap. 43.8. Mat. 13.14. Mar. 4.12. Luc. 8.10. João 12.40. Act. 28.26. Rom. 11.8. [8] cap. 63.17. Jer. 5.21. [9] Miq. 3.12. [10] II Reis 25.21. [11] Esd. 9.2. Mal. 2.15. _Prophecias contra Israel e Syria. Manassés contra Judah._ [Antes de Christo 742] 7 Succedeu pois nos dias [1] de Achaz, filho de Jothão, filho d’Uzias, rei de Judah, que Resin, rei da Syria, e Peka, filho de Remalias, rei d’Israel, subiram a Jerusalem, para pelejar contra ella, porém, _pelejando_, nada poderam contra ella. 2 E deram aviso á casa de David, dizendo: A Syria repousa sobre Ephraim. Então se commoveu o seu coração, e o coração do seu povo, como se commovem as arvores do bosque com o vento. 3 Então disse o Senhor a Isaias: [2] Agora tu e teu filho Sear-jasub sahi ao encontro de Achaz, ao fim do canal do viveiro superior, ao caminho do campo do lavandeiro. 4 E dize-lhe: Guarda-te, e está descançado, não temas, nem se desanime o teu coração por causa d’estes dois rabos de tições fumegantes, por causa do ardor da ira de Resin, e da Syria, e do filho de Remalias. 5 Porquanto a Syria teve contra ti maligno conselho, _com_ Ephraim, e _com_ o filho de Remalias, dizendo: 6 Vamos subir contra Judah, e despertemol-o, e repartamol-o entre nós, e façamos reinar no meio d’elle _como_ rei o filho de Tabeal. 7 Assim diz o Senhor Deus: [3] Isto não subsistirá, nem tão pouco acontecerá. 8 Porém o cabeça da Syria _será_ Damasco, e o cabeça de Damasco Resin: e dentro de sessenta e cinco annos Ephraim será quebrantado, e deixará de ser povo. 9 Entretanto o cabeça de Ephraim _será_ Samaria, e o cabeça de Samaria o filho de Remalias: [4] se o não crerdes, devéras não ficareis firmes. 10 E continuou o Senhor a fallar com Achaz, dizendo: 11 Pede [5] para ti ao Senhor teu Deus um signal; pede-o ou em baixo nas profundezas ou em cima nas alturas. 12 Porém disse Achaz: Não o pedirei, nem tentarei ao Senhor. 13 Então disse: Ouvi agora, ó casa de David: Pouco vos é afadigardes os homens, senão que ainda afadigareis tambem ao meu Deus? 14 Portanto o mesmo Senhor vos dará um signal: [6] Eis que a virgem conceberá, e parirá _um_ filho, e chamará o seu nome [UN] EMMANUEL. 15 Manteiga e mel comerá, até que elle saiba rejeitar o mal e escolher o bem. 16 Na verdade, [7] antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra de que te enfadas será desamparada dos seus dois reis. 17 _Porém_ o Senhor [8] fará vir sobre ti, e sobre o teu povo, e sobre a casa de teu pae, dias _taes_, quaes nunca vieram, desde o dia em que Ephraim se desviou de Judah, _pelo_ rei d’Assyria. 18 Porque _ha_ de acontecer que n’aquelle dia assobiará [9] o Senhor ás moscas, que ha no extremo dos rios do Egypto, e ás abelhas que _andam_ na terra da Assyria; 19 E virão, e pousarão todas nos valles desertos e nas fendas [10] das penhas, e em todos os espinhos e em todas as florestas. 20 N’aquelle dia rapará o Senhor com _uma_ navalha [11] alugada, _que está_ d’além do rio, com o rei da Assyria, a cabeça e os cabellos dos pés: e até a barba totalmente tirará. 21 E succederá n’aquelle dia que alguem creará uma vacca e duas ovelhas: 22 E acontecerá que por causa da abundancia do leite que lhe derem comerá manteiga; e manteiga e mel comerá todo aquelle que ficar de resto no meio da terra. 23 Succederá tambem n’aquelle dia que todo o logar, em que houver mil vides, _do valor_ de mil _moedas_ de prata, [12] será para as sarças e para os espinheiros. 24 Com arco e frechas se entrará n’elle, porque toda a terra será sarças e espinheiros. 25 E _tambem_ todos os montes, que costumam cavar com enxadas, se não irá a elles _por causa_ do temor das sarças e dos espinheiros, porém servirão para enviarem _ali_ bois e serem pisados do gado miudo. [1] II Reis 16.5. II Chr. 28.5, 6. [2] II Reis 18.17. cap. 36.2. [3] Pro. 21.30. cap. 8.10. [4] II Chr. 20.20. [5] Mat. 12.38. [6] Mat. 1.23. Luc. 1.31, 34. cap. 9.6. cap. 8.8. [7] cap. 8.4. [8] II Chr. 28.19. [9] cap. 5.26. [10] cap. 2.19. Jer. 16.16. [11] II Reis 16.7, 8. II Chr. 28.20, 21. Eze. 5.1. [12] cap. 5.6. _A ruina dos reinos de Israel e Syria._ [Antes de Christo 740] 8 Disse-me tambem o Senhor: Toma um grande volume, [1] e escreve n’elle em estylo de homem: [UO] Apressando-se ao despojo, apressurou-se á preza. 2 Então tomei comigo fieis testemunhas, [2] a Urias sacerdote, e a Zacharias, filho de Jeberechias, 3 E cheguei-me á prophetiza, a qual concebeu, e pariu _um_ filho; e o Senhor me disse: Chama o seu nome Maher-shalal-hash-baz. 4 Porque [3] antes que o menino saiba chamar pae meu, ou mãe minha, se levarão as riquezas de Damasco, e os despojos de Samaria, diante do rei da Assyria. 5 E continuou o Senhor a fallar ainda comigo, dizendo: 6 Porquanto este povo desprezou as aguas de [4] Siloé que correm brandamente, e com Resin e com o filho de Remalias se alegrou: 7 Portanto eis que o Senhor fará subir sobre elles as aguas do rio, fortes e impetuosas, ao rei da Assyria, com toda a sua gloria, e subirá acima sobre todos os seus leitos, e trasbordará por todas as suas ribanceiras. 8 E passará a Judah, inundando-a, e irá passando por elle [5] _e_ chegará até ao pescoço: e a extensão de suas azas encherá a largura da tua terra, ó Emmanuel. 9 Ajuntae-vos [6] em companhia, ó povos, e quebrantae-vos; e dae ouvidos, todos os que sois de longes terras, cingi-vos e sêde feitos em pedaços, cingi-vos e sêde feitos em pedaços. 10 Tomae [7] juntamente conselho, e será dissipado: dizei a palavra, porém não subsistirá, porque Deus _é_ comnosco. 11 Porque assim me disse o Senhor com mão forte, e me ensinou que não andasse pelo caminho d’este povo, dizendo: 12 Não [8] chameis conjuração, a tudo quanto este povo chama conjuração: e não temaes o seu temor, nem tão pouco vos assombreis. 13 Ao [9] Senhor dos Exercitos, a elle sanctificae: e [10] _seja_ elle o vosso temor e _seja_ elle o vosso assombro. 14 Então [11] elle _vos_ será por sanctuario, mas por pedra d’escandalo, e por penha de tropeço, ás duas casas d’Israel, por laço e rede aos moradores de Jerusalem. 15 E muitos tropeçarão [12] entre elles, e cairão, e serão quebrantados, e enlaçados, e presos. 16 Liga o testemunho, sella a lei entre os meus discipulos. 17 E esperarei ao Senhor, [13] que esconde o seu rosto da casa de Jacob, e a elle aguardarei. 18 Eis-me aqui [14] e os filhos que me deu o Senhor, por signaes e por maravilhas em Israel, da parte do Senhor dos Exercitos, que habita no monte de Sião. 19 Quando pois vos disserem: [15] Consultae os adivinhos e os encantadores, e que, chilrando entre dentes, murmuram: _Porventura_ não perguntará o povo a seu Deus? _ou perguntar-se-ha_ pelos vivos aos mortos? 20 Á Lei [16] e ao Testemunho, que se elles não fallarem segundo esta palavra, [UP] nunca verão a alva. 21 E passarão pela _terra_ duramente opprimidos e famintos: e será que, tendo fome, e enfurecendo-se, [17] então amaldiçoarão ao seu rei e ao seu Deus, olhando para cima. 22 E, [18] olhando para a terra, eis-que _haverá_ angustia e escuridão, _e_ serão entenebrecidos com ancia, e empuxados com escuridão. [1] cap. 30.8. Hab. 2.2. [2] II Reis 16.10. [3] cap. 7.16. II Reis 15.29 e 16.9. [4] Neh. 3.15. João 9.7. cap. 7.1, 2, 6. [5] cap. 30.28. [6] Joel 3.9, 11. [7] Job 5.12. cap. 7.7. Act. 5.38, 39. Rom. 8.31. [8] I Ped. 3.14, 15. [9] Num. 20.12. [10] Luc. 12.5. [11] Eze. 11.16. cap. 28.16. Rom. 9.33. I Ped. 2.8. [12] Mat. 21.44. Luc. 20.18. Rom. 9.32. [13] cap. 54.8. [14] Heb. 2.13. Zac. 3.8. [15] I Sam. 28.8. cap. 19.3 e 29.4. [16] Miq. 3.6. [17] Apo. 16.11. [18] cap. 5.30 e 9.1. _O advento e o poder do Messias._ [Antes de Christo 738] 9 Mas _a terra_, que foi angustiada, não será entenebrecida; [1] envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zabulon, e a terra de Naphtali; mas nos ultimos _a_ ennobreceu junto ao caminho do mar, d’além do Jordão, na Galilea dos gentios. 2 O povo [2] que andava em trevas, viu _uma_ grande luz, _e_ sobre os que habitavam na terra da sombra de morte resplandeceu _uma_ luz. 3 Tu multiplicaste a este povo, [UQ] porém a alegria _lhe_ augmentaste: _todos_ se alegrarão perante ti, como se alegram na sega, [3] _e_ como exultam quando se repartem os despojos. 4 Porque tu quebraste o jugo da sua carga, [4] e o bordão dos seus hombros, _e_ a vara do [UR] que o guiava, como no dia dos midianitas, 5 Quando toda a peleja d’aquelles que pelejavam _se fazia_ com ruido, [5] e os vestidos se revolviam em sangue e se queimavam _para_ pasto do fogo. 6 Porque [6] _um_ menino nos nasceu, _um_ filho se nos deu, e o principado está sobre os seus hombros, e o seu nome se chama Maravilhoso, Conselheiro, Deus [7] forte, Pae da eternidade, Principe da paz. 7 Da grandeza d’este principado e da paz [8] não haverá fim, sobre o throno de David e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juizo e com justiça, desde agora para sempre: [9] o zelo do Senhor dos Exercitos fará isto. _Ameaças contra o reino de Israel._ 8 O Senhor enviou palavra a Jacob, e _ella_ caiu em Israel. 9 E todo este povo _o_ saberá, Ephraim e os moradores de Samaria, em soberba e altivez de coração, dizendo: 10 Os ladrilhos cairam, mas _com_ cantaria tornaremos a edificar; cortaram-se as figueiras bravas, mas em cedros as mudaremos. 11 Porque o Senhor exalçará os adversarios de Resin contra elle, e misturará entre si os seus inimigos. 12 Porque diante _virão_ os syros, e por detraz os philisteos, e devorarão a Israel á bocca aberta: [10] _e_ nem com tudo isto se apartou a sua ira, mas ainda _está_ estendida a sua mão. 13 Porque [11] este povo se não torna para quem o fere, nem busca ao Senhor dos Exercitos. 14 Pelo que o Senhor cortará a cabeça, e a cauda, o ramo e o junco d’Israel n’um mesmo dia. 15 (O ancião e o varão de respeito é a cabeça, e o propheta que ensina a falsidade é a cauda.) 16 Porque [12] os guias d’este povo são enganadores, e os guiados por elles _serão_ devorados. 17 Pelo que o Senhor não tomará contentamento nos seus mancebos, e não se compadecerá dos seus orphãos e das suas viuvas, [13] porque todos elles _são_ hypocritas e malfazejos, e toda a bocca falla doidices: _e_ nem com tudo isto se apartou a sua ira, mas ainda _está_ estendida a sua mão. 18 Porque a impiedade se [14] accende como um fogo, _e até_ as sarças e os espinheiros devorará: e accenderá os confusos troncos da brenha, e subirão em espessas nuvens de fumo. 19 Pelo furor do Senhor dos Exercitos [15] a terra se escurecerá, e será o povo como pasto do fogo; ninguem poupará ao seu irmão. 20 Se cortar da banda direita, ainda terá fome, e se comer da banda esquerda, [16] ainda se não fartará: cada um comerá a carne de seu braço. 21 Manassés a Ephraim, e Ephraim a Manassés, e ambos elles _serão_ contra Judah, _e_ nem com tudo isto se apartou a sua ira, [17] mas ainda _está_ estendida a sua mão. [1] cap. 8.22. II Reis 15.29. II Chr. 16.4. [2] Mat. 4.16. Eph. 5.8, 14. [3] Jui. 5.30. [4] cap. 10.5 e 14.5. Jui. 7.22. [5] cap. 66.15, 16. [6] cap. 7.14. Luc. 2.11. João 3.16. Mat. 28.18. Jui. 13.18. [7] Tito 2.13. Eph. 2.14. [8] Luc. 1.32, 33. [9] II Reis 19.31. cap. 37.32. [10] cap. 5.25 e 10.4. Jer. 4.8. [11] Jer. 5.3. Ose. 7.10. [12] cap. 3.12. [13] Miq. 7.2. ver. 12, 21. cap. 5.25 e 10.4. [14] cap. 10.17. Mal. 4.1. [15] cap. 8.22. Miq. 7.2, 6. [16] Lev. 26.26. cap. 49.26. Jer. 19.9. [17] ver. 12, 17. cap. 5.25 e 10.4. 10 Ai dos que ordenam ordenanças injustas, e dos que prescrevem [US] trabalho aos escrivães. [Antes de Christo 713] 2 Para desviarem aos pobres do seu direito, e para arrebatarem o direito dos afflictos do meu povo, para despojarem as viuvas e para roubarem os orphãos! 3 Mas que fareis [1] vós-outros no dia da visitação, e da assolação, _que_ ha de vir de longe? a quem vos refugiareis para obter soccorro, e onde deixareis a vossa gloria? 4 Sem que cada um se abata entre as prezas, e caia entre os mortos? [2] Com tudo isto a sua ira se não apartou, mas ainda _está_ estendida a sua mão. _Predicção da ruina da Assyria._ 5 Ai da Assyria! [3] a vara da minha ira: porque a minha indignação é o bordão nas suas mãos. 6 Envial-o-hei contra uma nação [4] hypocrita, e contra o povo do meu furor lhe darei ordem, para que _lhe_ roube o roubo, e lhe despoje o despojo, e o ponha para ser pisado aos pés, como a lama das ruas: 7 Ainda que elle não cuide [5] assim, nem o seu coração assim o imagine: antes no seu coração _intentará_ destruir e desarraigar nações não poucas. 8 Porque diz: [6] _Porventura_ todos os meus principes não _são_ elles reis? 9 Não [7] _é_ Calno como Carchemis? não é Hamath como Arphad? e Samaria como Damasco? 10 Como a minha mão achou os reinos dos idolos, ainda que as suas imagens de vulto fossem melhores do que _as_ de Jerusalem e de que _as_ de Samaria. 11 _Porventura_ como fiz a Samaria e aos seus idolos, não faria eu _tambem_ assim a Jerusalem e aos seus idolos? 12 Porque acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra no monte de Sião [8] e em Jerusalem, então visitarei o fructo da _arrogante_ grandeza do coração do rei da Assyria e a pompa da altivez dos seus olhos. 13 Porquanto disse: Com a força da minha mão _o_ fiz, e com a minha sabedoria, porque sou entendido: e terei os limites dos povos, e roubei [UT] a sua provisão, e como valente abati aos [UU] moradores. 14 E achou [9] a minha mão as riquezas dos povos como a _um_ ninho, e como se ajuntam os ovos deixados, _assim_ eu ajuntei a toda a terra, e não houve quem movesse a aza, ou abrisse a bocca, ou chilrasse. 15 _Porventura_ gloriar-se-ha [10] _o_ machado contra _o_ que corta com elle? ou presumirá a serra contra o que puxa por ella? como se o bordão movesse aos que o levantam, ou a vara se levantasse como não sendo pau? 16 Pelo que o Senhor, o Senhor dos Exercitos, enviará magreza entre [11] os seus gordos, e debaixo da sua gloria accenderá incendio, como incendio de fogo. 17 Porque a Luz d’Israel virá a ser por fogo e o seu Sancto por labareda, que abraze [12] e consuma os seus espinheiros e as suas sarças n’um dia. 18 Tambem consumirá a gloria [13] da sua brenha, e do seu campo fertil, [UV] desde a alma até á carne, e será como quando o porta-bandeira se desmaia. 19 E o resto das arvores da sua brenha será _tão_ pouco em numero, que um menino as possa escrever. 20 E acontecerá n’aquelle dia que os residuos d’Israel, e os escapados da casa de Jacob, nunca mais se estribarão sobre o que os feriu: antes se estribarão verdadeiramente sobre o Senhor, o Sancto d’Israel. 21 Os residuos se converterão, os residuos, _digo_, de Jacob, ao Deus forte. 22 Porque [14] ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, _todavia só_ um resto d’elle se converterá: _já_ a destruição está determinada, trasbordando em justiça. 23 Porque [15] determinada já a destruição, o Senhor JEHOVAH dos Exercitos a executará no meio de toda esta terra. 24 Pelo que assim diz o Senhor JEHOVAH dos Exercitos: Não temas, povo meu, que habitas em Sião, [16] á Assyria, quando te ferir com a vara, e contra ti levantar o seu bordão ao modo dos egypcios, 25 Porque [17] d’aqui a bem pouco se cumprirão a _minha_ indignação e a minha ira, para os consumir. 26 Porque o Senhor dos Exercitos levantará _um_ açoite [18] contra elle, qual a matança de Midian junto á rocha d’Oreb, e _qual_ a sua vara sobre o mar, que levantará ao modo dos egypcios. 27 E acontecerá, no mesmo dia, que tirará a sua carga do teu hombro, [19] e o seu jugo do teu pescoço: e o jugo será despedaçado por amor [UW] do ungido. 28 _Já_ vem _chegando_ a Aiath, _já_ vae passando por Migron, _e_ em Michmas lança a sua bagagem. 29 _Já_ vão passando [20] o vau, _já_ se alojam em Geba: _já_ Rama treme, _e_ Gibeah de Saul vae fugindo. 30 Grita altamente [21] com a tua voz, ó filha de Gallim! ouve ó Lais! ó tu pobre Anathoth. 31 _Já_ Madmena [22] se foi, os moradores de Gebim vão fugindo em bandos. 32 Ainda um dia parará [23] em Nob: moverá a sua mão _contra_ o monte da filha de Sião, o outeiro de Jerusalem. 33 _Porém_ eis-que o Senhor JEHOVAH dos Exercitos decotará os ramos com violencia, e os de alta estatura serão cortados, e os altivos serão abatidos. 34 E cortará com o ferro a espessura da brenha, e o Libano cairá á mão de um poderoso. [1] Job 31.14. Ose. 9.7. Luc. 19.44. [2] cap. 5.25 e 9.12, 17, 21. [3] Jer. 51.20. [4] cap. 9.17. Jer. 34.22. [5] Gen. 50.20. Miq. 4.12. [6] II Reis 18.24, 33, etc. e 19.10, etc. [7] Amós 6.2. II Chr. 35.20. [8] II Reis 19.31. Jer. 50.18. [9] Job 31.25. [10] Jer. 51.20. [11] cap. 5.17. [12] cap. 9.18 e 27.4. [13] II Reis 19.23. [14] Rom. 9.27. [15] cap. 28.22. Dan. 9.27. Rom. 9.28. [16] cap. 37.6. [17] cap. 54.7. [18] II Reis 19.35. Jui. 7.25. cap. 9.4. Exo. 14.26, 27. [19] cap. 14.25. [20] I Sam. 13.23. [21] I Sam. 25.44. Jos. 21.18. [22] Jos. 15.31. [23] I Sam. 21.1 e 22.19. Neh. 11.32. cap. 13.2 e 37.22. _O reino do Messias é pacifico e prospero._ 11 Porque sairá [1] _uma_ vara do tronco de Jessé, e _um_ renovo crescerá das suas raizes. 2 E repousará sobre elle o [2] espirito do Senhor, o espirito de sabedoria e de intelligencia, o espirito de conselho e de fortaleza, o espirito de conhecimento e do temor do Senhor. 3 E [UX] o seu deleite será no temor do Senhor: e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem reprehenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos, 4 Mas julgará [3] com justiça aos pobres, e reprehenderá com equidade aos mansos da terra, [4] porém ferirá a terra com a vara de sua bocca, e com o assopro dos seus labios matará ao impio, 5 Porque a justiça [5] será o cinto dos seus lombos, e a verdade o cinto dos seus rins. 6 E morará o lobo [6] com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado _andarão_ juntos, e um menino pequeno os guiará. 7 A vacca e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão _juntos_, e o leão comerá palha como o boi. 8 E brincará a creança de peito sobre o buraco do aspide, e o já desmamado metterá a sua mão na cova do basilisco. 9 Não se fará mal nem [7] damno algum em nenhuma parte de todo o monte da minha sanctidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as aguas cobrem o _fundo_ do mar. 10 Porque acontecerá n’aquelle dia [8] que as nações perguntarão pela raiz de Jessé, posta por pendão dos povos, e o seu repouso será glorioso. 11 Porque ha de acontecer [9] n’aquelle dia que o Senhor tornará a pôr a sua mão para adquirir outra vez os residuos do seu povo, [10] que restarem da Assyria, e do Egypto, e de Pathros, e da Ethiopia, e de Elam, e de Sinear, e de Hamath, e das ilhas do mar. 12 E levantará um pendão entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, [11] e os dispersos de Judah congregará desde os quatro confins da terra. 13 E a inveja de Ephraim se [12] desviará, e os adversarios de Judah serão desarraigados: Ephraim não invejará a Judah e Judah não opprimirá a Ephraim. 14 Antes voarão sobre os hombros dos philisteos ao occidente, juntos despojarão aos do oriente: [13] _em_ Edom e Moab porão as suas mãos, e os filhos de Ammon lhes obedecerão. 15 E [14] o Senhor [UY] destruirá totalmente o braço do mar do Egypto, e moverá a sua mão contra o rio com a força do seu vento, e o ferirá nas sete correntes e fará que se passe [15] _por elle_ com sapatos. 16 E haverá caminho [16] plano para os residuos do seu povo, que restarem da Assyria, como succedeu a Israel no dia em que subiu da terra do Egypto. [1] cap. 53.2. Zac. 6.12. Apo. 5.5. Act. 13.23. ver. 10. cap. 4.2. Jer. 23.5. [2] cap. 61.1. Mat. 3.16. João 1.32, 33 e 3.34. [3] Apo. 19.11. [4] Job 4.9. Mal. 4.6. II The. 2.8. Apo. 1.16 e 2.16 e 19.15. [5] Eph. 6.14. [6] cap. 65.25. Eze. 34.25. Ose. 2.18. [7] Job 5.23. cap. 2.4 e 35.9. Hab. 2.14. [8] cap. 2.11. ver. 1. Rom. 15.12. [9] cap. 2.11. [10] Zac. 10.10. [11] João 7.35. Thi. 1.1. [12] Jer. 3.18. Eze. 37.16, 17, 22. Ose. 1.11. [13] Dan. 11.41. [14] Zac. 10.11. [15] Apo. 16.12. [16] cap. 19.23. Exo. 14.29. cap. 51.10 e 63.12, 13. _Deus é louvado por haver restaurado o seu povo._ [Antes de Christo 712] 12 E dirás [1] n’aquelle dia: Graças te dou, ó Senhor, de que, _ainda que_ te iraste contra mim, _comtudo_ a tua ira se retirou, e tu me consolas. 2 Eis que Deus _é_ a minha salvação; _n’elle_ confiarei, e não temerei; porque a minha força e o meu cantico _é_ Deus JEHOVAH, e _elle_ foi a minha salvação. 3 E vós tirareis aguas com alegria das fontes da salvação. 4 E direis n’aquelle dia: [2] Dae graças ao Senhor, invocae o seu nome, manifestae os seus feitos entre os povos, contae quão exalçado é o seu nome. 5 Psalmodiae [3] ao Senhor, porque fez coisas grandiosas: saiba-se isto em toda a terra. 6 Exulta [4] e canta de gozo, ó moradora de Sião, porque o Sancto de Israel grande é no meio de ti. [1] cap. 2.11. [2] João 4.10, 14 e 7.37, 38. I Chr. 16.8. [3] Exo. 15.1, 21. [4] cap. 54.1. Sof. 3.14. cap. 41.14, 16. _A ruina de Babylonia e o livramento de Israel._ 13 Pezo [1] de Babylonia, que viu Isaias, filho de Amós. 2 Alçae [2] uma bandeira sobre _um_ alto monte, levantae a voz a elles: movei a mão em alto, para que entrem pelas portas dos principes. 3 _Já_ eu passei ordens aos meus sanctificados: [3] _já_ tambem chamei aos meus valentes para minha ira, os quaes são exaltados na minha magestade. 4 _Já se ouve_ a voz de arroido sobre os montes, como de muito povo: a voz do reboliço de reinos e de nações _já_ congregadas. O Senhor dos Exercitos passa a [UZ] mostra do exercito de guerra. 5 _Já_ vem da terra de longe desde a extremidade do céu, _assim_ o Senhor, como os instrumentos da sua indignação, para destruir toda aquella terra. 6 Uivae, [4] _pois_, porque o dia do Senhor _já está_ perto: _já_ vem como assolação do Todo-poderoso. 7 Pelo que todas as mãos se debilitarão, e o coração de todos os homens se desanimará. 8 E assombrar-se-hão, e apoderar-se-hão d’elles dôres e ais, _e_ se angustiarão, como a mulher com dôres de parto; cada um se espantará do seu proximo; os seus rostos _serão_ rostos flammejantes. 9 Eis que [5] o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e destruir os peccadores d’ella. 10 Porque as estrellas dos céus e os seus astros não luzirão com a sua luz: [6] o sol se escurecerá em nascendo, e a lua não resplandecerá com a sua luz. 11 Porque visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os impios a sua iniquidade: [7] e farei cessar a arrogancia dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tyrannos. 12 Farei que um homem seja mais precioso do que o oiro puro, e um homem mais do que o oiro fino d’Ophir. 13 Pelo que [8] farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu logar, por causa do furor do Senhor dos Exercitos, e por causa do dia da sua ardente ira. 14 E _cada um_ será como a corça que foge, e como a ovelha que ninguem recolhe: [9] cada um voltará para o seu povo, e cada um fugirá para a sua terra. 15 Qualquer que fôr achado será traspassado; e qualquer que se ajuntar _com elle_ cairá á espada. 16 E suas creanças serão [10] despedaçadas perante os seus olhos: as suas casas serão saqueadas, e as suas mulheres forçadas. 17 Eis que [11] eu despertarei contra elles os médos, que não farão caso da prata, nem tão pouco desejarão oiro. 18 E _os seus_ arcos despedaçarão os mancebos, e não se compadecerão do fructo do ventre; o seu olho não poupará aos filhos. 19 Assim será Babylonia, [12] o ornamento dos reinos, a gloria _e_ a soberba dos chaldeos, [13] como Sodoma e Gomorrha, quando Deus _as_ transtornou. 20 Nunca mais [14] haverá habitação _n’ella_, nem se habitará de geração em geração: nem o arabe armará ali a sua tenda, nem tão pouco os pastores ali [VA] farão as _suas_ malhadas. 21 Mas as bestas feras do deserto repousarão ali, [15] e as suas casas se encherão de horriveis animaes: e ali habitarão as avestruzinhas, e os satyros pularão ali. 22 E as bestas feras que uivam se apuparão umas ás outras nos seus palacios vazios, como tambem os [VB] dragões nos _seus_ palacios de prazer; pois bem perto _já_ vem chegando o seu tempo, e os seus dias se não prolongarão. [1] cap. 21.1 e 47.1. Jer. 50 e 51. [2] cap. 5.26 e 18.3. Jer. 50.2. [3] Joel 3.11. [4] Sof. 1.7. Apo. 6.17. Job 31.23. Joel 1.15. [5] Mal. 4.1. Pro. 2.22. [6] cap. 24.21, 23. Eze. 32.7. Joel 2.31 e 3.15. Mat. 24.29. Mar. 13.24. Luc. 21.25. [7] cap. 2.17. [8] Agg. 2.7. [9] Jer. 50.16 e 51.9. [10] Nah. 3.10. Zac. 14.2. [11] cap. 21.2. Jer. 51.11, 28. Dan. 5.28, 31. [12] cap. 14.4, 22. [13] Gen. 19.24, 25. Deu. 29.23. Jer. 49.18 e 50.40. [14] Jer. 50.3, 39 e 51.29, 62. [15] cap. 34.11, 15. Apo. 18.2. 14 Porque o Senhor se compadecerá [1] de Jacob, e ainda escolherá a Israel e os porá na sua propria terra: [2] e ajuntar-se-hão com elles os estranhos, e se achegarão á casa de Jacob. 2 E os povos os receberão, [3] e os levarão aos seus logares, e a casa d’Israel os possuirá por servos e por servas, na terra do Senhor: e captivarão aquelles que os captivaram, [4] e dominarão sobre os seus oppressores. 3 E acontecerá _que_ no dia em que Deus vier a dar-te descanço do teu trabalho, e do teu tremor, e da dura servidão com que te fizeram servir, 4 Então levantarás este dito contra o rei de Babylonia, e dirás: Como _já_ cessou o oppressor? _como já_ cessou a cidade [VC] dourada? 5 _Já_ quebrantou o Senhor o bastão dos impios _e_ o sceptro dos dominadores. 6 Aquelle que feria aos povos com furor, com praga sem cessar, o que com ira dominava sobre as nações _agora_ é perseguido, sem que alguem o possa impedir. 7 _Já_ descança, _já_ está socegada toda a terra: exclamam com jubilo. 8 Até as faias [5] se alegram sobre ti, _e_ os cedros do Libano, _dizendo_: Desde que tu ahi estás por terra _já_ ninguem sobe contra nós que nos _possa_ cortar. 9 O [VD] inferno [6] debaixo se turbou por ti, para te sair ao encontro na tua vinda: desperta por ti os mortos, _e_ todos os principes da terra, _e_ faz levantar dos seus thronos a todos os reis das nações. 10 Estes todos responderão, e te dirão: Tu tambem adoeceste como nós, _e_ foste similhante a nós. 11 _Já_ foi derribada no inferno a tua soberba com o som dos teus alaudes: os bichinhos debaixo de ti se estenderão, e os bichos te cobrirão. 12 Como [7] caiste desde o céu, ó estrella da manhã, filha da alva do dia? _como_ foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações? 13 E tu dizias no teu coração: [8] Eu subirei ao céu, por cima das estrellas de Deus exaltarei o meu throno, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. 14 Subirei sobre as alturas das nuvens, [9] _e_ serei similhante ao Altissimo. 15 E comtudo derribado [10] serás no inferno, aos lados da cova. 16 Os que te virem te contemplarão, considerar-te-hão, _e dirão_: É este o varão que fazia estremecer a terra, e que fazia tremer os reinos? 17 Que punha o mundo como o deserto, e assolava as suas cidades? que a seus presos não deixava _ir_ soltos para _suas_ casas? 18 Todos os reis das nações, todos _quantos_ elles _são_, jazem com honra, cada um na sua casa. 19 Porém tu és lançado da tua sepultura, como _um_ renovo abominavel, _como um_ vestido de mortos atravessados á espada, _como_ os que descem ao covil de pedras, como corpo morto e atropellado. 20 Com elles não serás ajuntado na sepultura; porque destruiste a tua terra _e_ mataste o teu povo: a semente dos malignos não será nomeada para sempre. 21 Preparae a matança [11] para os seus filhos pela maldade de seus paes, para que não se levantem, e possuam a terra, e encham o mundo de cidades. 22 Porque me levantarei contra elles, diz o Senhor dos Exercitos, [12] e desarraigarei de Babylonia o nome, e os residuos, e o filho, e o neto, diz o Senhor. 23 E pôl-a-hei [13] por possessão [VE] das corujas e lagôas d’aguas: e varrel-a-hei com vassoura de perdição, diz o Senhor dos Exercitos. _Prophecia contra os assyrios._ 24 O Senhor dos Exercitos jurou, dizendo: Como pensei, assim succederá, e como determinei, assim se effectuará. 25 Quebrantarei a Assyria na minha terra, e nas minhas montanhas a atropellarei, para que o seu jugo se aparte [14] d’elles e a sua carga se desvie dos seus hombros. 26 Este _é_ o conselho que se consultou sobre toda esta terra; e esta _é_ a mão que está estendida sobre todas as nações. 27 Porque _o_ Senhor dos Exercitos _o_ determinou; [15] quem pois o invalidará? e a sua mão estendida está; quem pois a tornará _atraz_? _Prophecia contra os philistinos._ 28 No anno em que morreu [16] o rei Achaz, aconteceu esta carga. 29 Não te alegres, ó tu, toda a Philistia, [17] de que é quebrantada a vara que te feria; porque da raiz da cobra sairá um basilisco, e o seu fructo _será uma_ serpente ardente, voadora. 30 E os primogenitos dos pobres serão apascentados, e os necessitados se deitarão seguros; porém farei morrer de fome a tua raiz, e elle matará os teus residuos. 31 Dá uivos, ó porta, grita, ó cidade, _que já_ tu, ó Philistia, _estás_ toda derretida; porque do norte vem _um_ fumo, e nenhum solitario _haverá_ nas suas congregações. 32 Que se responderá pois aos mensageiros do povo? Que o Senhor fundou a Sião, [18] para que os oppressos do seu povo n’ella tenham refugio. [1] Jer. 51.33. [2] Zac. 1.17 e 2.12. cap. 60.4, 5, 10. Eph. 2.12, 13, etc. [3] cap. 49.22 e 60.9 e 66.20. [4] cap. 60.14. [5] cap. 55.12. Eze. 31.16. [6] Eze. 32.21. [7] cap. 34.4. [8] Mat. 11.23. [9] cap. 47.8. II The. 2.4. [10] Mat. 11.23. [11] Exo. 20.5. Mat. 23.35. [12] Job 18.19. [13] cap. 34.11. Sof. 2.14. [14] cap. 10.27. [15] II Chr. 20.6. Job 9.12 e 23.13. cap. 43.13. Dan. 4.31. [16] II Reis 16.20. [17] II Chr. 26.6. II Reis 18.8. [18] Sof. 3.12. _Predicção da ruina de Moab._ [Antes de Christo 726] 15 Pezo [1] de Moab. Certamente de noite foi destruida Ar de Moab, _e_ foi desfeita: certamente de noite foi destruida Kir de Moab, _e_ foi desfeita. 2 Vae subindo [2] a Bayith, e a Dibon, aos logares altos, a chorar: por Nebo e por Medeba Moab uivará; _sobre_ todas as suas cabeças _haverá_ calva, _e_ toda a barba será rapada. 3 Cingiram-se de saccos nas suas ruas; [3] nos seus terraços e nas suas praças todos andam uivando, _e_ veem descendo e chorando. 4 Assim Hesbon como Eleale, andam gritando, [4] até Jahas se ouve a sua voz; pelo que os armados de Moab fazem _grande_ grita, a sua alma lhes será penosa. 5 O meu coração [5] dá gritos por Moab: fugiram os seus [VF] fugitivos até Zoar, como a novilha de tres annos: porque vae subindo com choro pela subida de Luhith, porque no caminho de Horonaim levantam _um_ lastimoso pranto. 6 Porque as aguas de Nimrim serão _uma_ pura assolação; porque _já_ seccou o feno, pereceu a herva, _e_ não ha verdura alguma. 7 Pelo que a abundancia _que_ ajuntaram, e o _de mais_ que guardaram, ao ribeiro dos salgueiros o levaram. 8 Porque o pranto rodeará aos limites de Moab; até Eglaim _chegará_ o seu uivo, e ainda até Beerelim _chegará_ o seu uivo. 9 Porquanto as aguas de Dimon estão cheias de sangue, porque ainda accrescentarei a Dimon os sobejos; [6] _a saber_, leões contra aquelles que escaparem de Moab, como tambem contra as reliquias da terra. [1] Jer. 48.1, etc. Eze. 25.8, 11. Amós 2.1. Num. 21.28. [2] Lev. 21.5. cap. 3.24 e 22.12. Jer. 47.5 e 48.1, 37, 38. Eze. 7.18. [3] Jer. 48.38. [4] cap. 16.9. [5] cap. 16.11. Jer. 48.31. cap. 16.14. Jer. 48.5, 34. [6] II Reis 17.25. 16 Enviae [1] o cordeiro ao dominador da terra desde Sela, ao deserto, até ao monte da filha de Sião. 2 D’outro modo succederá que serão as filhas de Moab junto aos váos [2] de Arnon como o passaro vagueante, lançado do ninho. 3 Toma conselho, faze juizo, põe a tua sombra no pino do meio-dia como a noite; esconde os desterrados, _e_ não descubras os vagueantes. 4 Habitem entre ti os meus desterrados, ó Moab: serve-lhes de refugio perante a face do destruidor; porque o oppressor tem fim; a destruição é desfeita, _e_ os atropelladores _já_ são consumidos sobre a terra. 5 Porque [3] o throno se confirmará em benignidade, e sobre elle no tabernaculo de David em verdade se assentará um que julgue, e busque o juizo, e se apresse á justiça. 6 _Já_ ouvimos a [4] soberba de Moab, que é soberbissimo: a sua altivez, e a sua soberba, e o seu furor; [5] [VG] os seus ferrolhos não são tão _seguros_. 7 Portanto Moab [6] uivará por Moab; todos uivarão: gemereis pelos fundamentos de Kir-hareseth, pois já _estão_ quebrados. 8 Porque [7] _já_ os campos d’Hesbon enfraqueceram, _como tambem_ a vide de Sibma; _já_ os senhores das nações atropellaram as suas melhores plantas; vão chegando a Jazer; andam vagueando pelo deserto: os seus renovos se estenderam _e já_ passaram além do mar. 9 Pelo que prantearei, [8] com o pranto de Jazer, a vide de Sibma; regar-te-hei com as minhas lagrimas, [9] ó Hesbon e Eleale; porque _já_ o jubilo dos teus fructos de verão e da tua sega caiu. 10 Assim que _já_ se tirou o folguedo e a alegria [10] do fertil campo, e _já_ nas vinhas se não canta, nem jubilo algum se faz: _já_ o pisador não pisará as uvas nos lagares; _já_ fiz cessar o jubilo. 11 Pelo que minhas entranhas fazem ruido [11] por Moab como harpa, e o meu interior por Kirheres. 12 E será _que_, quando virem que _já_ Moab está cançado [12] nos altos, então entrará no seu sanctuario a orar, porém nada alcançará. 13 Esta _é_ a palavra que fallou o Senhor desde então contra Moab. 14 Porém agora fallou o Senhor, dizendo: Dentro em tres annos (taes quaes os annos [13] de jornaleiros), então se virá a envilecer a gloria de Moab, com toda a _sua_ grande multidão; e o residuo _será_ pouco, pequeno _e_ impotente. [1] II Reis 3.4. [2] Num. 21.13. [3] Dan. 7.14, 27. Miq. 4.7. Luc. 1.33. [4] Jer. 48.29. Sof. 2.10. [5] cap. 28.15. [6] Jer. 48.20. II Reis 3.25. [7] cap. 24.7. ver. 9. [8] Jer. 48.32. [9] cap. 15.4. [10] cap. 24.8. Jer. 48.33. [11] cap. 15.5. Jer. 48.36. [12] cap. 15.2. [13] cap. 21.16. _Prophecia contra Damasco e Ephraim._ [Antes de Christo 714] 17 Pezo [1] de Damasco. Eis que Damasco será tirada, e mais não será cidade, antes será _um_ montão de ruinas. 2 As cidades d’Aroer _serão_ desamparadas: hão de ser para os rebanhos que se deitarão [2] sem que alguem os espante. 3 E a fortaleza [3] d’Ephraim cessará, como tambem o reino de Damasco e o residuo da Syria; serão como a gloria dos filhos de Israel, diz o Senhor dos Exercitos. 4 E será n’aquelle dia que ficará attenuada a gloria de Jacob, e a gordura da sua carne se emmagrecerá. 5 Porque será [4] como o segador que colhe a ceara e com o seu braço sega as espigas: _e_ será tambem como o que colhe espigas no valle de Rephaim. 6 Porém ainda ficarão [5] n’elle _alguns_ rabiscos, como no sacudir da oliveira, _em que só_ duas _ou_ tres azeitonas _ficam_ na mais alta ponta dos ramos, _e_ quatro _ou_ cinco em seus ramos fructiferos, diz o Senhor Deus d’Israel. 7 N’aquelle dia attentará [6] o homem para o seu Creador, e os seus olhos olharão para o Sancto d’Israel. 8 E não attentará para os altares, obra das suas mãos, nem _tão pouco_ olhará para o que fizeram seus dedos, nem para os bosques, nem para as imagens do sol. 9 N’aquelle dia serão as suas cidades fortes como [VH] plantas desamparadas, e _como_ os mais altos ramos, os quaes vieram a deixar por causa dos filhos d’Israel, e haverá assolação. 10 Porquanto te esqueceste do Deus da tua salvação, e não te lembraste da rocha da tua fortaleza: pelo que _bem_ plantarás plantas formosas, e as cercarás de sarmentos estranhos. 11 _E_ no dia em que as plantares _as_ farás crescer, e pela manhã farás que a tua semente brote: _porém_ sómente será um montão do segado no dia da enfermidade e das dôres insoffriveis. _Prediz-se a ruina do exercito dos assyrios._ 12 Ai da multidão dos grandes povos que bramam como bramem os mares, [7] e do rugido das nações que rugem como rugem as impetuosas aguas. 13 _Bem_ rugirão as nações, como rugem as muitas aguas, porém reprehendel-o-ha e fugirá para longe; [8] e será afugentado como a pragana dos montes diante do vento, e como a bola diante do tufão. 14 No tempo da tarde eis que _ha_ pavor, _mas_ antes que amanheça _já_ não apparece: esta _é_ a parte d’aquelles que nos despojam, e a sorte d’aquelles que nos saqueiam. [1] Jer. 49.23. Amós 1.3. Zac. 9.1. II Reis 16.9. [2] Jer. 7.33. [3] cap. 7.16 e 8.4. [4] Jer. 51.33. [5] cap. 24.13. [6] Miq. 7.7. [7] Jer. 6.23. [8] Ose. 13.3. _A destruição dos assyrios é annunciada á Ethiopia._ 18 Ai da terra [1] [VI] que ensombreia com as suas azas, que _está_ alem dos rios [VJ] da Ethiopia, 2 Que envia embaixadores por mar, e em navios de junco sobre as aguas, dizendo: Ide, mensageiros ligeiros, [2] á nação arrastada e pellada, a _um_ povo terrivel desde o seu principio e d’ahi em diante; a _uma_ nação [VK] de regra em regra e de atropellar, cuja terra [VL] despojam os rios. 3 Vós, todos os habitadores do mundo, e vós os moradores da terra, [3] quando se arvorar a bandeira _nos_ montes, o vereis; e quando se tocar a trombeta, _o_ ouvireis. 4 Porque assim me disse o Senhor: Estarei quieto, olhando desde a minha morada, como o ardor resplandecente depois da chuva, como a nuvem do orvalho no ardor da sega. 5 Porque antes da sega, quando _já_ o gomo está perfeito, e as uvas verdes amadurecem _depois_ de brotarem, então podará os sarmentos com a podoa, e, cortando os ramos, _os_ tirará d’_ali_. 6 Juntamente serão deixados ás aves dos montes e aos animaes da terra: e sobre elles passarão o verão as aves de _rapina_, e todos os animaes da terra invernarão sobre elles. 7 N’aquelle tempo trará _um_ presente [4] ao Senhor dos exercitos o povo arrastado e pellado, e o povo terrivel desde o seu principio e d’ahi em diante; uma nação de regra em regra e d’atropellar, cuja terra despojam os rios, ao logar do nome do Senhor dos exercitos, ao monte de Sião. [1] cap. 20.4, 5. Eze. 30.4, 5, 9. Sof. 2.12 e 3.10. [2] ver. 7. [3] cap. 5.26. [4] cap. 16.1. Sof. 3.10. Mal. 1.11. _Prophecia contra o Egypto._ 19 Pezo [1] do Egypto. Eis que o Senhor vem cavalgando n’uma nuvem ligeira, e virá ao Egypto: [2] e os idolos do Egypto serão movidos perante a sua face, e o coração dos egypcios se derreterá no meio d’elles. 2 Porque farei [3] com que os egypcios se levantem contra os egypcios, e cada um pelejará contra o seu irmão, e cada um contra o seu proximo, cidade contra cidade, reino contra reino. 3 E o espirito dos egypcios se esvaecerá no seu interior, e [VM] destruirei o seu conselho: [4] então consultarão aos _seus_ idolos, e encantadores, e adivinhos e magicos. 4 E entregarei [5] os egypcios nas mãos de um senhor duro, e um rei rigoroso dominará sobre elles, diz o Senhor, o Senhor dos Exercitos. 5 E farão perecer [6] as aguas do mar, e o rio se esgotará e seccará. 6 Tambem aos rios farão apodrecer _e_ os esgotarão [7] e farão seccar [VN] as correntes das cavas: as canas e os juncos se murcharão. 7 [VO] A relva junto ao rio, junto ás ribanceiras dos rios, e tudo o semeado junto ao rio, se seccará, ao longe se lançará, e _mais_ não subsistirá. 8 E os pescadores gemerão, e suspirarão todos os que lançam anzol ao rio, e os que estendem rede sobre as aguas desfallecerão. 9 E envergonhar-se-hão os que trabalham em linho fino, e os que tecem panno branco. 10 E _juntamente com_ os seus fundamentos [VP] serão quebrantados todos os que fazem _por_ pago viveiros de prazer. 11 Na verdade loucos _são_ os principes de Zoan, [8] o conselho dos sabios conselheiros de Pharaó se embruteceu: como pois a Pharaó direis: _Sou_ filho dos sabios, filho dos antigos reis? 12 Onde [9] _estão_ agora os teus sabios? notifiquem-te agora, ou informem-se sobre o que o Senhor dos Exercitos determinou contra o Egypto. 13 Loucos se tornaram os principes de Zoan, [10] enganados estão os principes de Noph: elles farão errar o Egypto, aquelles que são a pedra de esquina das suas tribus. 14 _Já_ o Senhor derramou no meio d’elle _um_ perverso [11] espirito, e fizeram errar o Egypto em toda a sua obra, como o bebado _quando_ se revolve no seu vomito. 15 E não aproveitará ao Egypto obra _nenhuma_ que possa fazer a [12] cabeça, a cauda, o ramo, ou o junco. 16 N’aquelle tempo os egypcios serão como mulheres, [13] e tremerão e temerão por causa do movimento da mão do Senhor dos Exercitos, que ha de mover contra elles. 17 E a terra de Judah será _um_ espanto para os egypcios, _e_ quem d’isso fizer menção se assombrará de si mesmo, por causa do conselho do Senhor dos Exercitos, que determinou contra elles. 18 N’aquelle tempo haverá cinco cidades na terra do Egypto que fallem a lingua de Canaan e façam juramento ao Senhor dos Exercitos: e uma se chamará: Cidade de destruição. 19 N’aquelle tempo o Senhor [14] terá _um_ altar no meio da terra do Egypto, e _um_ titulo ao Senhor, arvorado junto do seu termo. 20 E servirá de signal [15] e de testemunho ao Senhor dos Exercitos na terra do Egypto, porque ao Senhor clamarão por causa dos oppressores, e elle lhes enviará _um_ Redemptor e _um_ Protector, que os livre. 21 E o Senhor se fará conhecer aos egypcios, e os egypcios conhecerão ao Senhor n’aquelle dia, [16] e servirão _com_ sacrificios e offertas, e votarão votos ao Senhor, e _os_ pagarão. 22 E ferirá o Senhor aos egypcios, e os curará: e converter-se-hão ao Senhor, e mover-se-ha ás suas orações, e os curará; 23 N’aquelle [17] dia haverá estrada do Egypto até á Assyria, e os assyrios virão ao Egypto, e os egypcios á Assyria: e os egypcios servirão com os assyrios ao Senhor. 24 N’aquelle dia Israel será o terceiro com os egypcios e os assyrios, _uma_ benção no meio da terra. 25 Porque o Senhor dos Exercitos os abençoará, dizendo: Bemdito _seja_ o meu povo do Egypto e Assyria, [18] a obra de minhas mãos, e Israel a minha herança. [1] Jer. 46.13. Eze. 29 e 30. [2] Exo. 12.12. Jer. 43.12. [3] Jui. 7.22. I Sam. 14.16, 20. II Chr. 20.23. [4] cap. 8.19. [5] cap. 20.4. Jer. 46.26. Eze. 29.19. [6] Jer. 51.36. Eze. 30.12. [7] II Reis 19.24. [8] Num. 13.22. [9] I Cor. 1.20. [10] Jer. 2.16. [11] I Reis 22.22. cap. 29.10. [12] cap. 9.14. [13] Jer. 51.30. Nah. 3.13. [14] Jos. 22.10, 26, 27. [15] Jos. 4.20 e 22.27. [16] Mal. 1.11. [17] cap. 11.16. [18] cap. 29.23. Eph. 2.10. _Prophecia symbolica do captiveiro dos egypcios e dos ethiopes._ 20 No anno em que [1] veiu Tartan a Asdod, enviando-o Sargon, rei da Assyria, e guerreou contra Asdod, e a tomou; 2 No mesmo tempo fallou o Senhor pelo ministerio d’Isaias, filho d’Amós, dizendo: [2] Vae, solta o sacco de teus lombos, e descalça os teus sapatos dos teus pés. E assim o fez, indo nú e descalço. 3 Então disse o Senhor: Assim como anda o meu servo Isaias, nú e descalço, [3] _por_ signal e prodigio _de_ tres annos sobre o Egypto e sobre a Ethiopia, 4 Assim o rei da Assyria levará _em captiveiro_ os presos do Egypto, e os captivados da Ethiopia, assim moços como velhos, nús e descalços, [4] e descobertas as nadegas _para_ vergonha dos egypcios. 5 E assombrar-se-hão, [5] e envergonhar-se-hão, por causa dos ethiopes, para quem attentavam, como tambem dos egypcios, sua gloria. 6 Então dirão os moradores d’esta ilha n’aquelle dia: Olhae que tal _foi_ aquelle, para quem attentavamos, a quem nos acolhemos por soccorro, para nos livrarmos da face do rei da Assyria! como pois escaparemos nós? [1] II Reis 18.17. [2] I Sam. 19.24. Miq. 1.8. [3] cap. 3.18. [4] II Sam. 10.4. Jer. 13.22, 26. [5] II Reis 18.21. cap. 30.3, 5, 7 e 36.6. _Predicção da queda de Babylonia._ 21 Pezo do deserto _da banda_ do mar. [1] Como os tufões de vento passam por meio _da terra_ do sul, _assim_ do deserto virá, da terra horrivel. 2 Visão dura se notificou: o perfido trata perfidamente, [2] e o destruidor anda destruindo: sobe, [3] ó Elam, sitía, ó médo, _que já_ fiz cessar todo o seu gemido. 3 Pelo que [4] os meus lombos estão cheios de grande enfermidade, angustias se apoderaram de mim como as angustias da que pare: _já_ me encurvo de ouvir, e estou espantado de ver. 4 O meu coração anda errado, espavorece-me o horror: _e_ o crepusculo, que desejava, [5] me tornou em tremores. 5 Põe a mesa, vigia na atalaia, come, bebe: levantae-vos, principes, _e_ untae o escudo. 6 Porque assim me disse o Senhor: Vae, põe _uma_ sentinella, _e_ que diga o que vir. 7 E viu [6] um carro com um par de cavalleiros, um carro de jumentos, _e_ um carro de camelos, e attentou attentamente com grande attenção. 8 E clamou: Um leão _vejo_, Senhor, [7] sobre a atalaia de vigia estou em pé continuamente de dia, e sobre a minha guarda me ponho noites inteiras. 9 E eis agora vem um carro de homens, _e_ cavalleiros aos pares. Então respondeu e disse: [8] Caída é Babylonia, caída é! e todas as imagens de esculptura dos seus deuses quebrantou contra a terra. 10 Ah malhada [9] minha, e trigo da minha eira! o que ouvi do Senhor dos Exercitos, Deus de Israel, isso vos notifiquei. _Prophecia contra Duma._ 11 Pezo [10] de Duma. Dão-me gritos de Seir: Guarda, que houve de noite? guarda, que houve de noite? 12 _E_ disse o guarda: Vem a manhã, e tambem a noite; se quereis perguntar, perguntae; tornae-vos, _e_ vinde. _Prophecia contra Arabia._ 13 Pezo contra Arabia. Nos bosques de Arabia passareis a noite, ó viandantes de Dedanim. 14 Sahi ao encontro dos sequiosos com agua: os moradores da terra de Tema com o seu pão encontraram os que fugiam. 15 Porque fogem de diante das espadas, de diante da espada nua, e de diante do arco armado, e de diante do pezo da guerra. 16 Porque assim me disse o Senhor: [11] Ainda dentro d’um anno, como os annos de jornaleiro, será arruinada toda a gloria de Kedar. 17 E os residuos do numero dos frecheiros, os valentes dos filhos de Kedar, serão diminuidos, porque _assim_ o disse o Senhor, Deus de Israel. [1] Zac. 9.14. [2] cap. 33.1. [3] Jer. 49.34. [4] cap. 13.8. [5] Deu. 28.67. [6] ver. 9. [7] Hab. 2.1. [8] Jer. 51.8. Apo. 14.8 e 18.2. cap. 46.1. Jer. 50.2 e 51.44. [9] Jer. 51.33. [10] I Chr. 1.30. Eze. 35.2. [11] cap. 16.4. _Quadro prophetico do cerco de Jerusalem._ [Antes de Christo 712] 22 Pezo do valle da visão. Que tens agora, que toda tu subiste aos telhados? 2 Tu, cheia de arroidos, cidade turbulenta, [1] cidade que salta de alegria, os teus mortos não _foram_ mortos á espada, nem morreram na guerra. 3 Todos os teus principes juntamente fugiram, os frecheiros os amarraram: todos os que em ti se acharam, foram amarrados juntamente, e fugiram de longe. 4 Portanto digo: Virae de mim a vista, _e_ chorarei amargamente: [2] não _vos_ canceis mais em consolar-me pela destruição da filha do meu povo. 5 Porque [3] _é um_ dia d’alvoroço, e de atropellamento, e de confusão da parte do Senhor Jehovah dos Exercitos, no valle da visão: _dia_ de derribar o muro e de gritar até ao monte. 6 Porque _já_ Elam [4] tomou a aljava, _já_ o homem está no carro, _tambem_ ha cavalleiros: e Kir descobre os escudos. 7 E será que os teus mais formosos valles se encherão de carros, e os cavalleiros se porão em ordem ás portas. 8 E descobrirá a coberta de Judah, [5] e n’aquelle dia olharás para as armas da casa do bosque. 9 E vereis [6] as roturas da cidade de David, porquanto _já_ são muitas, e ajuntareis as aguas do viveiro de baixo. 10 Tambem contareis as casas de Jerusalem, e derribareis as casas, para fortalecer os muros. 11 Fareis tambem [7] _uma_ cova entre ambos os muros para as aguas do viveiro velho, porém não olhastes acima para o que fez isto, nem considerastes o que o formou desde a antiguidade. 12 E o Senhor, o Senhor dos Exercitos chamará n’aquelle [8] dia ao choro, e ao pranto, e á rapadura da cabeça, e ao cingidouro do sacco. 13 Porém eis aqui gozo e alegria, matando-se vaccas e degolando-se ovelhas, comendo-se carne, e bebendo-se vinho, _e dizendo-se_: [9] Comamos e bebamos, porque ámanhã morreremos. 14 Mas [10] o Senhor dos Exercitos se manifestou nos meus ouvidos, _dizendo_: _Vivo eu_, que esta maldade não vos será [VQ] perdoada até que morraes, diz o Senhor Jehovah dos Exercitos. _Sebna é degradado; Eliakim é exaltado._ 15 Assim diz o Senhor Jehovah dos Exercitos: Anda _e_ vae-te com este thesoureiro, com Sebna, o mordomo, _e dize-lhe_: 16 Que é o que tens aqui? ou a quem tens tu aqui, que te lavrasses aqui sepultura? [11] _como_ o que lavra em logar alto a sua sepultura _e_ debuxa na penha _uma_ morada para si. 17 Eis que o Senhor _d’aqui_ te transportará do transporte de varão, e de todo te cobrirá. 18 Certamente te fará rodar, como se faz rodar a bola em terra larga _e_ espaçosa: ali morrerás, e ali _acabarão_ os carros da tua gloria, ó opprobrio da casa do teu Senhor. 19 E rejeitar-te-hei do teu estado, e te repuxará do teu assento. 20 E será n’aquelle dia que chamarei a meu servo Eliakim [12] filho d’Hilkias. 21 E vestil-o-hei da tua tunica, e esforçal-o-hei com o teu talabarte, e entregarei nas suas mãos o teu dominio, e será como pae para os moradores de Jerusalem, e para a casa de Judah. 22 E porei a chave da casa de David sobre o seu hombro, [13] e abrirá, e ninguem fechará, e fechará, e ninguem abrirá. 23 E pregal-o-hei _como_ a um [14] prego n’um logar firme, e será como _um_ throno de honra para a casa de seu pae. 24 E n’elle pendurarão toda a honra da casa de seu pae, dos renovos e dos descendentes, _como tambem_ todos os vasos menores, desde os vasos das taças até todos os vasos dos odres. 25 N’aquelle dia, diz o Senhor dos Exercitos, o prego pregado em logar firme será tirado: e será cortado, e cairá, e a carga que n’elle está se cortará, porque o Senhor o disse. [1] cap. 32.13. [2] Jer. 9.1. [3] cap. 37.3. [4] Jer. 49.35. cap. 15.1. [5] I Reis 7.2 e 10.17. [6] II Reis 20.20. II Chr. 32.4, 5, 30. [7] Neh. 3.16. [8] Joel 1.13. Esd. 9.3. cap. 15.2. Miq. 1.10. [9] cap. 56.12. I Cor. 15.32. [10] cap. 5.9. I Sam. 3.14. [11] Mat. 27.60. [12] II Reis 18.18. [13] Job 12.14. Apo. 3.7. [14] Esd. 9.8. _A ruina e restauração de Tyro._ [Antes de Christo 715] 23 Pezo [1] de Tyro. Uivai, navios de Tharsis, porque _já_ assolada está até _n’ella_ casa nenhuma mais ficar _e n’ella_ ninguem mais entrar: desde a terra de Chittim lhes foi _isto_ revelado. 2 Calae-vos, moradores da ilha, vós a quem encheram os mercadores de Sidon, navegando pelo mar. 3 E a sua provisão _era_ a semente de Sichor, _que vinha_ com as muitas aguas da sega do rio, e era a feira das nações. 4 Envergonha-te, ó Sidon, porque _já_ o mar, a fortaleza do mar, falla, dizendo: Eu não tive dôres de parto, nem pari, nem ainda creei mancebos, _nem_ eduquei donzellas. 5 Como com as novas do Egypto, assim haverá dôres quando se ouvirem _as_ de Tyro. 6 Passae a Tharsis: uivae, moradores da ilha. 7 _É_ esta _porventura_ [2] a vossa _cidade_ que andava pulando de alegria? cuja antiguidade _é_ dos dias antigos? _pois_ leval-a-hão os seus proprios pés para longe andarem a peregrinar. 8 Quem formou este designio contra Tyro, a coroadora? cujos mercadores _são_ principes _e_ cujos negociantes os mais nobres da terra? 9 O Senhor dos Exercitos formou este designio para profanar a soberba de todo o ornamento, _e_ envilecer os mais nobres da terra. 10 Passa-te como rio pela tua terra, ó filha de Tharsis, _pois_ já não ha precinta. 11 A sua mão estendeu sobre o mar, e turbou os reinos: o Senhor deu mandado contra Canaan, que se destruissem as suas fortalezas. 12 E disse: [3] Nunca mais pularás de alegria, ó opprimida donzella, filha de Sidon: levanta-te, passa a Chittim, e ainda ali não terás descanço. 13 Vêde a terra dos chaldeos, ainda este povo não era povo; a Assyria o fundou para os que moravam no deserto: levantaram as suas fortalezas, e edificaram os seus paços; _porém_ a arruinou de todo. 14 Uivae, [4] navios de Tharsis, porque _já_ é destruida a vossa força. 15 E será n’aquelle dia que Tyro será posta em esquecimento por setenta annos, como os dias d’um rei: _porém_ no fim de setenta annos haverá em Tyro _cantigas_, como a cantiga d’_uma_ prostituta. 16 Toma a harpa, rodeia a cidade, ó prostituta entregue ao esquecimento; toca bem, canta e repete a aria, para que haja memoria de ti. 17 Porque será no fim de setenta annos que o Senhor visitará a Tyro, e se tornará á sua ganancia de prostituta, e fornicará com todos os reinos da terra que ha sobre a face da terra. 18 E o seu commercio e a sua ganancia de prostituta será [5] consagrado ao Senhor; não se enthesourará, nem se fechará; mas o seu commercio será para os que habitam perante o Senhor, para que comam até se saciarem, e tenham vestimenta duravel. [1] Jer. 25.22 e 47.4. Eze. 26 e 27 e 28. Amós 1.9. Zac. 9.2, 4. ver. 12. [2] cap. 22.2. [3] Apo. 18.22. ver. 1. [4] ver. 1. Eze. 27.25, 30. [5] Zac. 14.20, 21. _Predicção do castigo dos israelitas, e o seu bom effeito. A promessa de livramento e da ruina dos seus inimigos. Cantico de louvor pela misericordia de Deus._ [Antes de Christo 712] 24 Eis que o Senhor esvazia a terra, e a desola, e transtorna a sua face, e espalha os seus moradores. 2 E assim como fôr o povo, [1] assim será o sacerdote; como o servo, assim o seu senhor; como a serva, assim a sua senhora; [2] como o comprador, assim o vendedor; como o que empresta, assim o que toma emprestado; como o que dá usura, assim o que toma usura. 3 De todo se esvaziará a terra, e de todo será saqueada, porque o Senhor pronunciou esta palavra. 4 A terra pranteia _e_ se murcha: o mundo enfraquece e se murcha: enfraquecem os mais altos do povo da terra. 5 Porque a terra [3] está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto trespassam as leis, mudam os estatutos, e aniquilam a alliança eterna. 6 Por isso [4] a maldição consome a terra; e os que habitam n’ella serão desolados; por isso serão queimados os moradores da terra, e poucos homens ficarão de resto. 7 Pranteia o mosto, [5] enfraquece a vida; _e_ suspirarão todos os alegres de coração. 8 _Já_ cessou o folguedo [6] dos tamboris, acabou o arruido dos que pulam de prazer, _e_ descançou a alegria da harpa. 9 Com cantares não beberão vinho; a bebida forte será amarga para os que a beberem. 10 _Já_ demolida está a cidade vazia, todas as casas fecharam, ninguem já pode entrar. 11 Um lastimoso clamor por causa do vinho _se ouve_ nas ruas: toda a alegria se escureceu, _já_ se desterrou o gozo da terra. 12 Desolação ainda ficou de resto na cidade, e com estalidos se quebra a porta. 13 Porque assim será no interior da terra, _e_ no meio d’estes povos, [7] como a sacudidura da oliveira, _e_ como os rabiscos, quando está acabada a vindima. 14 Estes alçarão a sua voz, _e_ cantarão com alegria; _e_ por causa da gloria do Senhor exultarão desde o mar. 15 Por isso glorificae ao Senhor nos valles, [8] _e_ nas ilhas do mar ao nome do Senhor Deus d’Israel. 16 Dos ultimos fins da terra ouvimos psalmos _para_ gloria do Justo; porém _agora_ digo eu: Emmagreço, emmagreço, ai de mim! [9] os perfidos tratam perfidamente, e com perfidia tratam os perfidos perfidamente. 17 O temor, e a cova, e o laço _veem_ sobre ti, [10] ó morador da terra. 18 E será que aquelle que fugir da voz do temor cairá na cova, e o que subir da cova o laço o prenderá; [11] porque _já_ as janellas do alto se abrem, e os fundamentos da terra tremerão. 19 De todo será quebrantada a terra, [12] de todo se romperá a terra, _e_ de todo se moverá a terra. 20 De todo balanceará [13] a terra como o bebado, e será movida e removida como a choça de noite; e a sua transgressão se aggravará sobre ella, e cairá, e nunca mais se levantará. 21 E será que n’aquelle dia o Senhor visitará os exercitos do alto na altura, e os reis da terra sobre a terra. 22 E juntamente serão amontoados _como_ presos n’uma masmorra, e serão encarcerados n’um carcere: e _outra vez_ serão visitados depois de muitos dias. 23 E a lua [14] se envergonhará, e o sol se confundirá quando [15] o Senhor dos Exercitos reinar no monte de Sião e em Jerusalem; e então perante os seus anciãos _haverá_ gloria. [1] Ose. 4.9. [2] Eze. 7.12, 13. [3] Gen. 3.17. Num. 35.33. [4] Mal. 4.6. [5] cap. 16.8, 9. Joel 1.10, 12. [6] Jer. 7.34 e 16.9 e 25.10. Eze. 26.13. Ose. 2.11. Apo. 18.22. [7] cap. 17.5, 6. [8] Mal. 1.11. [9] Jer. 5.11. [10] I Reis 19.17. Jer. 48.43, 44. Amós 5.19. [11] Gen. 7.11. [12] Jer. 4.23. [13] cap. 19.14. [14] cap. 13.10 e 60.19. Eze. 32.7. Joel 2.11 e 3.15. [15] Apo. 19.4, 6. Heb. 12.22. 25 Ó Senhor, tu és o meu Deus; [1] exaltar-te-hei a ti, _e_ louvarei o teu nome, porque fizeste maravilhas: os _teus_ conselhos antigos _são_ verdade _e_ firmeza. 2 Porque da cidade fizeste [2] um montão de pedras, _e_ da forte cidade uma _inteira_ ruina, _e_ do paço dos estranhos, que não seja mais cidade, e jámais se torne a edificar. 3 Pelo que te glorificará [3] um poderoso povo, _e_ a cidade das nações formidaveis te temerá. 4 Porque foste a fortaleza do pobre, _e_ a fortaleza do necessitado, na sua angustia: refugio contra o alagamento, [4] _e_ sombra contra o calor; porque o sopro dos tyrannos _é_ como o alagamento _contra_ o muro. 5 Como o calor em logar secco, _assim_ abaterás o impeto dos estranhos; _como se aplaca_ o calor pela sombra da espessa nuvem, _assim_ o cantico dos tyrannos será humilhado. 6 E o Senhor dos Exercitos [5] fará n’este monte a todos os povos um convite de cevados, convite de vinhos puros, de tutanos gordos, _e_ de vinhos puros, _bem_ purificados. 7 E devorará n’este monte a mascara do rosto, com que todos os povos andam cobertos, [6] e a cobertura com que todas as nações se cobrem. 8 Devorará _tambem_ [7] a morte com victoria, [8] e _assim_ enxugará o Senhor JEHOVAH as lagrimas de todos os rostos, e tirará o opprobrio do seu povo de toda a terra; porque o Senhor o disse. 9 E n’aquelle dia se dirá: [9] Eis-que este _é_ o nosso Deus, a quem aguardavamos, e elle nos salvará: este _é_ o Senhor, a quem aguardavamos: na sua salvação _pois_ nos gozaremos e alegraremos. 10 Porque a mão do Senhor descançará n’este monte; mas Moab será trilhado debaixo d’elle, como se trilha a palha no monturo. 11 E estenderá as suas mãos por entre elles, como _as_ estende o nadador para nadar: e abaterá a sua altivez com as ciladas das suas mãos d’elles. 12 E abaixará as altas fortalezas dos teus muros, as abaterá _e_ as derribará em terra até ao pó. [1] Exo. 15.2. [2] cap. 21.9 e 23.13. Jer. 51.37. [3] Apo. 11.13. [4] cap. 4.6. [5] cap. 2.2, 3. Pro. 9.2. Mat. 22.4. Dan. 7.14. Mat. 8.11. [6] II Cor. 3.15. [7] Ose. 13.14. I Cor. 15.54. Apo. 7.17 e 21.4. [8] Apo. 7.17 e 21.4. [9] Gen. 49.18. Tito 2.13. 26 N’aquelle dia [1] se cantará este cantico na terra de Judah: _Uma_ forte cidade temos, _Deus lhe_ poz a salvação por muros e antemuros. 2 Abri as portas, para que entre n’ellas a nação justa, que observa a verdade. 3 Tu conservarás em paz _aquelle cuja_ mente _está_ firme _em ti_, porque confiará em ti. 4 Confiae no Senhor perpetuamente; [2] porque em Deus Senhor _ha_ uma rocha eterna. 5 Porque elle abate os que habitam em _logares_ sublimes, _como tambem_ a cidade exalçada [3] humilhará até ao chão, _e_ a derribará até ao pó. 6 O pé a atropellará; os pés dos afflictos, _e_ os passos dos pobres. 7 O caminho do justo _é_ todo plano: tu rectamente pesas o andar do justo. 8 Até no caminho dos teus juizos, Senhor, te esperamos, [4] no teu nome e na tua lembrança _está_ o desejo da _nossa_ alma. 9 _Na_ minha alma [5] te desejei de noite, e _com_ o meu espirito, _que está_ dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, _havendo_ os teus juizos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça. 10 _Ainda que_ se faça favor [6] ao impio, nem _por isso_ aprende a justiça; _até_ na terra da rectidão obra iniquidade, e não olha para a alteza do Senhor. 11 Ó Senhor, _ainda que_ esteja exaltada a tua mão, [7] nem _por isso_ a vêem: vel-a-hão, _porém_, e confundir-se-hão por causa do zelo _que tens_ do _teu_ povo; e o fogo consumirá a teus adversarios. 12 Ó Senhor, tu nos darás a paz, porque tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras. 13 Ó Senhor Deus nosso, [8] _já outros_ senhores teem tido dominio sobre nós; _porém_, por ti só, nos lembramos do teu nome. 14 Morrendo elles, não _tornarão_ a viver; fallecendo, não resuscitarão; por isso os visitaste e destruiste, e apagaste toda a sua memoria. 15 Tu, Senhor, augmentaste a esta gente, tu augmentaste a esta gente, fizeste-te glorioso; _mas_ longe os lançaste, _a_ todos os fins da terra. 16 Ó Senhor, no aperto te visitaram; [9] _vindo_ sobre elles a tua correcção, derramaram a _sua_ oração secreta. 17 Como [10] a mulher gravida, quando está proxima ao parto, tem dôres do parto, e dá gritos nas suas dôres, assim fomos nós por causa da tua face, ó Senhor! 18 _Bem_ concebemos nós, _e_ tivemos dôres de parto, porém parimos _só_ vento: livramento não trouxemos á terra, nem cairam os moradores do mundo. 19 Os [11] teus mortos viverão, _como tambem_ o meu corpo morto, _e assim_ resuscitarão; despertae e exultae, os que habitaes no pó, porque o teu orvalho será _como_ o orvalho de hortaliças, e a terra lançará _de si_ os mortos. 20 Vae _pois_, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti: [12] esconde-te por um só momento, até que passe a ira. 21 Porque eis-que o Senhor [13] sairá do seu logar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniquidade, e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos _á espada_. [1] cap. 2.11 e 60.18. [2] cap. 45.17. [3] cap. 25.12 e 32.19. [4] cap. 64.4, 5. [5] Can. 3.1. [6] Ecc. 8.12. Rom. 2.4. [7] cap. 5.12. [8] II Chr. 12.8. [9] Ose. 5.15. [10] cap. 13.8. João 16.21. [11] Dan. 12.2. [12] cap. 54.7, 8. II Cor. 4.17. [13] Miq. 1.3. Jud. 14. 27 N’aquelle dia o Senhor castigará com a sua espada dura, grande e forte, ao Leviathan, _aquella_ serpente [VR] comprida, e ao Leviathan, _aquella_ serpente [1] tortuosa, e matará o dragão, que _está_ no mar. 2 N’aquelle dia haverá _uma_ vinha de vinho tinto; [2] cantae d’ella. 3 Eu o Senhor a guardo, _e_ cada momento a regarei; para que ninguem lhe faça damno, de noite e de dia a guardarei. 4 _Já_ não ha furor em mim: [3] quem me poria sarças _e_ espinheiros diante de mim na guerra? eu iria contra elles _e_ juntamente os queimaria. 5 Ou pegue [4] da minha força, _e_ faça paz comigo: paz fará comigo. 6 _Dias_ virão em que Jacob lançará raizes, [5] _e_ florescerá e brotará Israel, e encherão de fructo a face do mundo. 7 _Porventura_ feriu-o elle como feriu aos que o feriram? ou matou-o elle assim como matou aos que foram mortos por elle? 8 Com medida contendeste com ella, quando a rejeitaste, [6] _quando_ a tirou com o seu vento forte, no tempo do vento leste. 9 Por isso se expiará a iniquidade de Jacob, e este _será_ todo o fructo, de se ter dado peccado: quando fizer a todas as pedras do altar como pedras de cal feitas em pedaços, _então_ os bosques e as imagens do sol não poderão ficar em pé. 10 Porque a forte cidade _ficará_ solitaria, _e_ a morada será rejeitada e desamparada como _um_ deserto; ali [7] pastarão os bezerros, e ali se deitarão, e devorarão as suas ramas. 11 Quando as suas ramas se seccarem, serão quebradas, _e_, vindo as mulheres, as accenderão, [8] porque este _povo_ não _é_ povo de entendimento, pelo que aquelle que o fez não se compadecerá d’elle, nem aquelle que o formou lhe fará graça _alguma_. 12 E será [9] n’aquelle dia que o Senhor o padejará _como se padeja o trigo_, desde as correntes do rio, até ao rio do Egypto; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um. 13 E será n’aquelle dia que se tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assyria, e os que foram desterrados para a terra do Egypto _tornarão_ a vir, e adorarão ao Senhor no monte sancto em Jerusalem. [1] Eze. 32.2. [2] cap. 5.1. Jer. 2.21. [3] II Sam. 23.6. cap. 9.18. [4] cap. 25.4. Job 22.21. [5] cap. 37.31. Ose. 14.5, 6. [6] Jer. 10.24 e 30.11 e 46.28. [7] cap. 17.2 e 32.14. [8] Deu. 32.28. cap. 1.3. Jer. 8.7. Deu. 32.18. cap. 43.1, 7 e 44.2, 21, 24. [9] cap. 2.11. Mat. 24.31. Apo. 11.15. _O annuncio do castigo de Ephraim e de Judah por causa da sua impenitencia._ [Antes de Christo 725] 28 Ai da corôa [1] de soberba dos bebados de Ephraim, cujo glorioso ornamento _é como_ a flor que cae, que _está_ sobre a cabeça do fertil valle dos feridos do vinho. 2 Eis que o Senhor tem um valente e poderoso _que_ [2] como _um_ alagamento de saraiva, tormenta de destruição, e como _um_ alagamento de impetuosas aguas que trasbordam, com a mão derribará por terra. 3 A corôa [3] de soberba dos bebados de Ephraim será pisada aos pés. 4 E a flor caida do seu [4] glorioso ornamento, que _está_ sobre a cabeça do fertil valle, será como a bêbera antes do verão, que, vendo a alguem, _e_ tendo-a ainda na mão, a engole. 5 N’aquelle dia o Senhor dos Exercitos será por corôa gloriosa, e por grinalda formosa, para os residuos de seu povo; 6 E por espirito de juizo, para o que se assenta a julgar, e por fortaleza para os que fazem retirar a peleja até á porta. 7 Mas tambem estes [VS] erram com o vinho [5] e com a bebida forte se desencaminham: _até_ [6] o sacerdote e o propheta erram por causa da bebida forte; são devorados do vinho; se desencaminham com a bebida forte, andam errados na visão, _e_ tropeçam no juizo. 8 Porque todas as _suas_ mesas estão cheias de vomitos _e_ sujidade, até não _haver mais_ logar _limpo_. 9 A quem [7] _pois_ se ensinaria a sciencia? e a quem se daria a entender o que se ouviu? ao desmamado do leite, e ao arrancado dos peitos. 10 Porque _é_ mandamento, sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra: um pouco aqui, um pouco ali. 11 Pelo que por [8] labios de gago, e por outra lingua, fallará a este povo. 12 Ao qual disse: Este _é_ o descanço, dae descanço ao cançado, e este é o refrigerio: porém não quizeram ouvir. 13 Assim pois a palavra do Senhor lhes será mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para traz, e se quebrantem, e se enlacem, e sejam presos. 14 Pelo que ouvi a palavra do Senhor, homens escarnecedores, que dominam este povo, que está em Jerusalem. 15 Porquanto dizeis: Fizemos concerto com a morte, e com o [VT] inferno fizemos alliança; quando passar o diluvio do açoite, não chegará a nós, porque pozemos a mentira por nosso refugio, e debaixo da falsidade nos escondemos. 16 Portanto assim diz o Senhor Jehovah: [9] Eis que eu fundo em Sião uma pedra, uma pedra já provada, _pedra_ preciosa de esquina, _que está bem_ firme _e_ fundada: aquelle que crer não se apresse. 17 E regrarei o juizo ao cordel, e a justiça ao nivel, [10] e a saraiva varrerá o refugio da mentira, e as aguas cobrirão o esconderijo. 18 E o vosso concerto com a morte se annulará; e a vossa alliança com o inferno não subsistirá; e, quando o diluvio do açoite passar, então sereis d’elle pisados. 19 Desde que começa a passar, vos arrebatará, porque todas as manhãs passará, de dia e de noite: e será que sómente o ouvir a fama _causará grande_ turbação. 20 Porque a cama será _tão_ curta que _ninguem_ se poderá estender n’ella; e o cobertor _tão_ estreito que se não possa cobrir _com elle_. 21 Porque o Senhor se levantará como no monte [11] de Perazim, e se irará, como no valle de Gibeon, para fazer a sua obra, a sua estranha obra, e para executar o seu acto, o seu estranho acto. 22 Agora pois _mais_ não escarneçaes, para que vossas ataduras se não façam mais fortes: porque já ao Senhor Jehovah dos Exercitos ouvi [12] _fallar_ d’_uma_ [VU] destruição, e _essa já_ está determinada sobre toda a terra. 23 Inclinae os ouvidos, e ouvi a minha voz: attendei bem, e ouvi o meu discurso. 24 _Porventura_ lavra todo o dia o lavrador, para semear? _ou_ abre e desterroa _todo o dia_ a sua terra? 25 _Porventura_ não _é_ assim? quando _já_ tem gradado a sua superficie, então esparge _n’ella_ ervilhaca, e derrama cominho: ou lança _n’ella_ do melhor trigo, ou cevada escolhida, ou centeio, cada qual no seu logar. 26 O seu Deus o ensina, _e_ o instrue ácerca do que ha de fazer. 27 Porque a ervilhaca não se trilha com trilho, nem sobre o cominho passa roda de carro; mas com _uma_ vara se sacode a ervilhaca, e o cominho com _um_ páu. 28 O trigo é esmiuçado, mas não se trilha continuamente, nem se esmiuça com as rodas do seu carro, nem se quebranta com os seus cavallos. 29 Até isto procede do Senhor dos Exercitos; [13] _porque_ é maravilhoso em conselho _e_ grande em obra. [1] ver. 3 e 4. [2] cap. 30.30. Eze. 13.11. [3] ver. 1. [4] ver. 1. [5] Pro. 20.1. Ose. 4.11. [6] cap. 56.10, 12. [7] Jer. 6.10. [8] I Cor. 14.21. [9] Gen. 49.24. Mat. 21.42. Act. 4.11. Rom. 9.33 e 10.11. Eph. 2.20. I Ped. 2.6, 7, 8. [10] ver. 15. [11] II Sam. 5.20. I Chr. 14.11. Jos. 10.10, 12. II Sam. 5.25. I Chr. 14.16. [12] cap. 10.22, 23. Dan. 9.27. [13] Jer. 32.19. _Prophecia contra Judah infiel: promessa de livramento._ [Antes de Christo 712] 29 Ai d’Ariel, [1] Ariel, a cidade _em que_ David assentou o seu arraial! accrescentae anno a anno, e [VV] sacrifiquem sacrificios festivos. 2 Comtudo porei a Ariel em aperto, e haverá pranto e tristeza: e _a cidade_ me será como Ariel. 3 Porque te cercarei _com o meu_ arraial, e te sitiarei com baluartes, e levantarei tranqueiras contra ti. 4 Então serás abatida, fallarás desde _debaixo_ da terra, e a tua falla desde o pó sairá fraca, [2] e será a tua voz desde _debaixo_ da terra, como a d’_um_ feiticeiro, e a tua falla assobiará desde _debaixo_ do pó. 5 E a multidão dos teus [VW] inimigos será como [3] o pó miudo, e a multidão dos [VX] tyrannos como a pragana que passa, e n’um momento repentino succederá. 6 Do Senhor dos Exercitos serás visitada com trovões, e com terremotos, e grande arroido _com_ tufão de vento, e tempestade, e labareda de fogo consumidor. 7 E como o sonho de visão de noite, _assim_ será a multidão de todas as nações que pelejarão contra Ariel, como tambem todos os que pelejarão contra ella e _contra_ os seus muros, e a porão em aperto. 8 Será tambem como [4] o faminto que sonha, e eis-que _lhe parece que_ come, porém, acordando, _se acha a_ sua alma vazia, ou como o sequioso que sonha, e eis-que _lhe parece que_ bebe, porém, acordando, eis-que ainda desfallecido _se acha_, e a sua alma com sêde: assim será toda a multidão das nações, que pelejarem contra o monte de Sião. 9 Tardam, _porém_, pelo que vos maravilhae, andam folgando, portanto clamae: [5] bebados estão, mas não de vinho, andam titubeando, mas não de bebida forte. 10 Porque [6] o Senhor derramou sobre vós _um_ espirito de profundo somno, e fechou os vossos olhos; vendou os prophetas, e os vossos cabeças, e os videntes. 11 Pelo que toda a visão vos é como as palavras d’_um_ [7] livro sellado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Ora lê isto: e elle dirá: Não posso, [8] porque está sellado. 12 Ou dá-se o livro ao que não sabe lêr, dizendo: Ora lê isto: e elle dirá: Não sei ler. 13 Porque o Senhor disse: [9] Pois que este povo se chega _para mim_ com a sua bocca, e com os seus labios me honra, porém o seu coração afugenta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste _só_ em [10] mandamentos de homens, [VY] em que foi instruido; 14 Portanto [11] eis-que continuarei a fazer uma obra maravilhosa no meio d’este povo; uma obra maravilhosa e um assombro, porque [12] a sabedoria dos seus sabios perecerá, e o entendimento dos seus prudentes se esconderá. 15 Ai [13] dos que querem esconder profundamente o conselho do Senhor, e fazem as suas obras ás escuras, e dizem: Quem nos vê? e quem nos conhece? 16 Vossa perversidade _é_, como se o oleiro fosse egual ao barro, [14] e a obra dissesse ao seu artifice: Não me fez; e o vaso formado dissesse do seu oleiro: Nada sabe. 17 _Porventura_ não se converterá o Libano, n’um breve momento, em campo fertil? e o campo fertil não se reputará por um bosque? 18 E n’aquelle dia [15] os surdos ouvirão as palavras do livro, e d’entre a escuridão e d’entre as trevas as verão os olhos dos cegos. 19 E os mansos [16] terão gozo sobre gozo no Senhor; e os necessitados entre os homens se alegrarão no sancto de Israel: 20 Porque o [VZ] tyranno fenece, [17] e se consome o escarnecedor, e todos os que se dão á iniquidade são extirpados; 21 Os que fazem culpado ao homem por _uma_ palavra, [18] e armam laços ao que _os_ reprehende na porta, e os que [WA] lançam o justo para o deserto. 22 Portanto assim diz o Senhor, [19] que remiu a Abrahão, ácerca da casa de Jacob: Jacob não será agora mais envergonhado, nem agora se descorará _mais_ a sua face. 23 Mas vendo elle a seus filhos, [20] a obra das minhas mãos, no meio d’elle, _então_ sanctificarão o meu nome, e sanctificarão ao Sancto de Jacob, e temerão ao Deus de Israel. 24 E os errados [21] de espirito virão a ter entendimento, e os murmuradores aprenderão [WB] doutrina. [1] Eze. 43.15, 16. II Sam. 5.9. [2] cap. 8.19. [3] Job 21.18. cap. 17.13. [4] Job 20.8. [5] cap. 28.7, 8 e 51.21. [6] Rom. 11.8. cap. 6.10. [7] cap. 8.16. [8] Dan. 12.4, 9. Apo. 5.1, 5, 9 e 6.1. [9] Eze. 33.31. Mat. 15.8, 9. Mar. 7.6, 7. [10] Col. 2.22. [11] Hab. 1.5. [12] Jer. 49.7. Abd. 8. I Cor. 1.19. [13] cap. 30.1. [14] cap. 45.9. Rom. 9.20. [15] cap. 35.5. [16] cap. 61.1. Thi. 2.5. [17] cap. 28.14, 22. Miq. 2.1. [18] Amós 5.10, 12. Pro. 28.21. [19] Jos. 24.3. [20] cap. 19.25 e 45.11 e 60.21. Eph. 2.10. [21] cap. 28.7. 30 Ai dos filhos que se rebellam, diz o Senhor, [1] que tomaram conselho, mas não de mim; e que se cobriram com cobertura, mas não _que venha_ do meu espirito; para _assim_ accrescentarem peccado sobre peccado. [Antes de Christo 713] 2 Que [2] vão descer ao Egypto, e não perguntam á minha bocca; para se fortificarem com a força de Pharaó, e para confiarem na sombra do Egypto. 3 Porque a força de Pharaó se vos tornará [3] em vergonha, e a confiança na sombra do Egypto em confusão. 4 Havendo estado [4] os seus principes em Zoan, e havendo chegado os seus embaixadores a Hanes, 5 _Então_ todos [5] se envergonharão de um povo _que_ de nada lhes aproveitará nem d’ajuda, nem de proveito, antes de vergonha, e até d’opprobrio, _lhes servirá_. 6 Peso [6] das bestas do sul. Para a terra d’afflicção e de angustia (d’onde _vem_ a leôa e o leão, o basilisco, e o aspide ardente voador) levarão ás costas de jumentinhos as suas fazendas, e sobre as corcovas de camelos os seus thesouros, a _um_ povo _que_ de nada _lhes_ aproveitará. 7 Porque [7] o Egypto _os_ ajudará em vão, e por demais: pelo que clamei ácerca d’isto: No estarem quietos _será_ a sua força. 8 Vae _pois_ agora, [8] escreve isto n’uma taboa perante elles, e aponta-o n’_um_ livro; para que fique _firme_ até ao dia ultimo, para sempre _e_ perpetuamente. 9 Porque [9] _um_ povo rebelde _é_ este, _são_ filhos mentirosos, filhos _que_ não querem ouvir a lei do Senhor. 10 Que dizem aos videntes: Não vejaes; e aos que attentam: Não attenteis para nós no que é recto: dizei-nos coisas apraziveis, _e_ vede para nós enganadoras _lisonjas_. 11 Desviae-vos do caminho, apartae-vos da vereda: fazei que cesse o Sancto de Israel de _vir_ perante nós. 12 Pelo que assim diz o Sancto de Israel: Porquanto rejeitaes esta palavra, e confiaes na oppressão e perversidade, e sobre isso vos estribaes, 13 Por isso esta maldade vos será como a _parede_ fendida, que vae caindo _e_ já fórma barriga desde o mais alto muro, cuja queda virá subitamente n’um momento. 14 E os quebrará [10] como quebram o vaso do oleiro, _e_, quebrando-os, não se compadecerá _d’elles_: nem _ainda um_ se achará entre os seus pedaços para tomar fogo do lar, ou tirar agua da poça. 15 Porque assim diz o Senhor JEHOVAH, o Sancto d’Israel: [11] Tornando-vos e descançando, ficarieis livres, e no socego e na confiança estaria a vossa força, porém não quizestes. 16 E dizeis: Não; antes sobre cavallos fugiremos; _mas_ por isso _mesmo_ fugireis; e, Sobre _cavallos_ ligeiros cavalgaremos; por isso os vossos perseguidores _tambem_ serão ligeiros. 17 Mil [12] _homens fugirão_ ao grito d’_um_, _e_ ao grito de cinco _todos_ vós fugireis, até que sejaes deixados como o mastro no cume do monte, e como a bandeira no outeiro. 18 Por isso pois o Senhor esperará, para ter misericordia de vós; e por isso será exalçado, para se compadecer de vós, porque o Senhor _é um_ Deus de equidade: [13] bemaventurados todos os que o esperam. 19 Porque o povo em Sião habitará, em Jerusalem: não chorarás de nenhuma sorte; certamente se compadecerá de ti, á voz do teu clamor, e, ouvindo-a, te responderá. 20 Bem vos dará [14] o Senhor, pão d’angustia e agua d’aperto, [15] mas os teus [WC] doutores nunca mais fugirão _de ti_, como voando com azas; antes os teus olhos verão a todos os teus mestres. 21 E os teus ouvidos ouvirão a palavra _do que_ está por detraz de ti, dizendo: Este _é_ o caminho, andae n’elle, [16] sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda. 22 E terás por contaminadas [17] as coberturas das tuas esculpturas de prata, e a coberta das tuas esculpturas fundidas d’oiro; e as lançarás fóra como _um_ panno immundo, e dirás a cada uma d’ellas: Fóra d’aqui. 23 Então _te_ dará [18] chuva sobre a tua semente, com que semeares a terra, como tambem pão da novidade da terra; e esta será fertil e cheia; n’aquelle dia _tambem_ o teu gado pastará _em_ logares largos de pasto. 24 E os bois e os jumentinhos que lavram a terra, comerão grão puro, que fôr padejado com a pá, e _cirandado_ com a ciranda. 25 E haverá em todo [19] o monte alto, e em todo o outeiro levantado, ribeiros e correntes d’aguas, no dia da grande matança, quando cairem as torres. 26 E será a [20] luz da lua como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor soldar a quebradura do seu povo, e curar a chaga da sua ferida. 27 Eis que o nome do Senhor vem de longe, a sua ira _está_ ardendo, e a carga _é_ pesada: os seus labios estão cheios de indignação, e a sua lingua como _um_ fogo consumidor. 28 E o seu assopro [21] como o ribeiro trasbordando, _que_ chega até ao pescoço: para sacudir as nações com sacudidura de [WD] vaidade, e _como um_ freio de fazer errar nas queixadas dos povos. 29 _Um_ cantico haverá entre vós, como na noite _em_ que se sanctifica a festa; e alegria de coração, como aquelle que anda com gaita, [22] para vir ao monte do Senhor, á Rocha d’Israel. 30 E o Senhor [23] fará ouvir a gloria da sua voz, e fará ver o abaixamento do seu braço, com indignação de ira, e labareda de fogo consumidor, [24] raios e diluvio e pedra de saraiva. 31 Porque [25] com a voz do Senhor será desfeita em pedaços Assyria, _que_ feriu com a vara. 32 E será, _em_ todas as partes por onde passar o bordão affincado, que, sobre aquelle que o Senhor o puzer, _ali_ estarão com tamboris e harpas; porque com combates de agitação combaterá contra elles. 33 Porque [26] _já_ Tophet _está_ preparada desde hontem, e _já_ está preparada para o rei, já _a_ afundou _e_ alargou: a sua facha _é_ de fogo, e tem muita lenha; o assopro do Senhor como a torrente de enxofre a accenderá. [1] cap. 29.15. [2] cap. 31.1. Jos. 9.14. I Reis 22.7. [3] cap. 20.5. [4] cap. 19.11. [5] Jer. 2.36. [6] Ose. 3.9. [7] ver. 15. [8] Hab. 2.2. [9] Deu. 32.20. cap. 1.4. ver. 1. [10] cap. 29.5. Jer. 19.11. [11] ver. 7. cap. 7.4. Mat. 23.37. [12] Lev. 26.8. Deu. 28.25 e 32.30. Jos. 23.10. [13] Pro. 16.20. Jer. 17.7. [14] I Reis 22.27. [15] Amós 8.11. [16] Jos. 1.7. [17] cap. 2.20 e 31.7. [18] Mat. 6.33. [19] cap. 2.14, 15 e 44.3. [20] cap. 60.19, 20. [21] cap. 11.4. II The. 2.8. cap. 8.8. [22] cap. 2.3. [23] cap. 29.6. [24] cap. 28.2 e 32.19. [25] cap. 37.36. cap. 10.5, 24. [26] Jer. 7.31 e 19.6, etc. 31 Ai dos que [1] descem ao Egypto a _buscar_ soccorro, e se estribam em cavallos; e teem confiança em carros, porque _são_ muitos, e nos cavalleiros, porque são poderosissimos: [2] e não attentam para o Sancto d’Israel, e não buscam ao Senhor. 2 Todavia tambem elle _é_ sabio, e faz vir o mal, [3] e não retirou as suas palavras; e se levantará contra a casa dos malfeitores, e contra a ajuda dos que obram a iniquidade. 3 Porque os egypcios _são_ homens, e não Deus; e os seus cavallos carne, e não espirito; e o Senhor estenderá a sua mão, e dará comsigo em terra o auxiliador, e cairá o ajudado, e todos juntamente serão consumidos. 4 Porque assim me disse o Senhor: [4] Como o leão, e o cachorro do leão, ruge sobre a sua preza, ainda que se convoquem contra elle _uma_ multidão de pastores; não se espanta das suas vozes, nem se abate pela sua multidão: [5] assim o Senhor dos Exercitos descerá, para pelejar pelo monte de Sião, e pelo seu outeiro. 5 Como as aves [6] andam voando, assim o Senhor dos Exercitos amparará a Jerusalem: _e_, amparando, a livrará, e, passando, a salvará. 6 Convertei-vos _pois_ áquelle _contra quem_ os filhos d’Israel se rebellaram tão profundamente. 7 Porque n’aquelle dia cada um lançará [7] fóra os seus idolos de prata, e os seus idolos d’oiro, que vos fabricaram as vossas mãos para peccardes. 8 E a Assyria cairá pela espada, não de varão; e a espada, não de homem, a consumirá; e fugirá perante a espada, e os seus mancebos serão derrotados. 9 E de medo se passará [8] á sua rocha, e os seus principes se assombrarão da bandeira, diz o Senhor, cujo fogo _está_ em Sião e a sua fornalha em Jerusalem. [1] cap. 30.2 e 36.6. Eze. 17.15. cap. 36.9. [2] Dan. 9.13. [3] Num. 23.19. [4] Ose. 11.10. Amós 3.8. [5] cap. 42.13. [6] Deu. 32.11. [7] cap. 2.20 e 30.22. I Reis 12.30. [8] cap. 37.37. 32 Eis ahi está que reinará [1] um Rei em justiça, e dominarão os principes segundo o juizo. 2 E será _aquelle_ Varão como um esconderijo contra o vento, [2] e _um_ refugio contra a tempestade, como ribeiros d’aguas em logares seccos, _e_ como a sombra d’uma grande rocha em terra sedenta. 3 E os olhos dos que veem não olharão para [3] traz: e os ouvidos dos que ouvem estarão attentos. 4 E o coração dos imprudentes entenderá a sabedoria; e a lingua dos gagos estará prompta para fallar distinctamente. 5 Ao louco nunca mais se chamará liberal; e do avarento nunca _mais_ se dirá que é generoso. 6 Porque o louco falla louquices, e o seu coração obra a iniquidade, para usar d’hypocrisia, e para fallar erros contra o Senhor, para deixar vazia a alma do faminto, e fazer com que o sedento venha a ter falta de beber. 7 Tambem todos os instrumentos do avarento _são_ maus: elle maquina invenções malignas, para destruir os afflictos com palavras falsas, como tambem ao juizo, quando o pobre chega a fallar. 8 Mas o liberal projecta liberalidade, e pela liberalidade está em pé. 9 Levantae-vos, mulheres que estaes em repouso, _e_ ouvi a minha voz: _e_ vós, filhas, que estaes tão seguras, inclinae os ouvidos ás minhas palavras. 10 _Muitos_ dias de mais do anno vireis a ser turbadas, _ó filhas_ que estaes tão seguras; porque a vindima se acabará, e a colheita não virá. 11 Tremei vós que estaes em repouso, _e_ turbae-vos _vós_, _filhas_, que estaes tão seguras: despi-vos, e ponde-vos nuas, e cingi _com sacco_ os _vossos_ lombos. 12 Lamentar-se-ha sobre os peitos, sobre os campos desejaveis, _e_ sobre as vides fructuosas. 13 Sobre a terra [4] do meu povo virão espinheiros e sarças; como tambem sobre todas as casas de alegria, [5] _na_ cidade que anda pulando de prazer. 14 Porque [6] o palacio será desamparado, o arroido da cidade cessará: _e_ Ophel e as torres da guarda servirão de cavernas eternamente, para alegria dos jumentos montezes, _e_ para pasto dos gados; 15 Até que se derrame sobre nós o espirito [7] do alto: então o deserto se tornará em campo fertil, e o campo fertil será reputado por _um_ bosque. 16 E o juizo habitará no deserto, e a justiça morará no campo fertil. 17 E o effeito [8] da justiça será paz, e a operação da justiça repouso e segurança, para sempre. 18 E o meu povo habitará em morada de paz, e em moradas bem seguras, e em logares quietos de descanço. 19 Mas, descendo ao bosque, [9] saraivará e a cidade se abaixará inteiramente. 20 Bemaventurados vós os que semeaes sobre todas as aguas: [10] _e_ para _lá_ enviaes o pé do boi e do jumento. [1] Jer. 23.5. Zac. 9.9. [2] cap. 4.6 e 25.4. [3] cap. 29.18 e 35.5, 6. [4] cap. 34.13. Ose. 9.6. [5] cap. 22.2. [6] cap. 27.10. [7] Joel 2.28. cap. 29.17 e 35.2. [8] Thi. 3.18. [9] cap. 30.30. Zac. 11.2. [10] cap. 30.24. _Os inimigos do povo de Deus serão destruidos: Jerusalem será restaurada á sua gloria e felicidade._ 33 Ai de ti [1] desolador, que não foste desolado, e que obras perfidamente _contra os_ que não obraram perfidamente contra ti! acabando tu de desolar, serás desolado: e, acabando tu de tratar perfidamente, se tratará perfidamente contra ti. 2 Senhor, tem misericordia de nós, [2] por ti temos esperado: sê tu o seu braço nas madrugadas, como tambem a nossa salvação no tempo da tribulação. 3 Á voz do arroido fugirão os povos: á tua exaltação as gentes serão dispersas. 4 Então ajuntar-se-ha o vosso despojo como se apanha o pulgão: como os gafanhotos saltam, ali saltará. 5 O Senhor está exalçado, pois habita _nas_ alturas: encheu a Sião de juizo e justiça. 6 E _será que_ a firmeza dos teus tempos, _e_ a força das _tuas_ salvações, será a sabedoria e a sciencia: _e_ o temor do Senhor _será_ o seu thesouro. 7 Eis-que os seus embaixadores estão clamando de fóra; _e_ os mensageiros de paz estão chorando amargamente. 8 As estradas estão desoladas, [3] cessam os que passam pelas veredas: desfaz a alliança, despreza as cidades, _e_ a homem nenhum estima. 9 A terra geme _e_ pranteia, o Libano se envergonha _e_ se murcha; Saron se tornou como _um_ deserto; e Basan e Carmelo foram sacudidos. 10 Agora _pois_ me levantarei, diz o Senhor: agora serei exaltado, agora serei posto em alto. 11 Concebestes [4] palha, parireis pragana: e o vosso espirito vos devorará _como_ fogo. 12 E os povos serão _como_ os incendios de cal: [5] _como_ espinhos cortados arderão no fogo. 13 Ouvi, [6] vós os que estaes longe, o que tenho feito: e vós, que estaes visinhos, conhecei o meu poder. 14 Os peccadores de Sião se assombraram, o tremor surprehendeu os hypocritas. Quem d’entre nós habitará com o fogo consumidor? quem d’entre nós habitará com as labaredas eternas? 15 O que [7] anda em justiça, e o que falla equidades; o que arremessa para longe de si o ganho de oppressões; o que sacode das suas mãos todo o presente; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir _ácerca de_ sangue [8] e fecha os seus olhos para não ver o mal, 16 Este habitará nas alturas, as fortalezas das rochas _serão_ o seu alto refugio, o seu pão se lhe dá, as suas aguas são certas. 17 Os teus olhos verão o Rei na sua formosura, _e_ verão a terra que está longe. 18 O teu coração considerará o assombro, _dizendo_: [9] Onde o escrivão, onde o [WE] pagador? onde o que conta as torres? 19 Não verás [10] _mais_ aquelle povo espantavel, povo de falla tão profunda, que não se pode perceber _e_ de lingua tão estranha que não se pode entender. 20 Olha [11] para Sião, a cidade das nossas solemnidades: os teus olhos verão a Jerusalem, habitação quieta, tenda que não será derribada, [12] cujas estacas nunca serão arrancadas, e de cujas cordas nenhuma se quebrará. 21 Mas o Senhor ali nos será grandioso, logar de rios _e_ correntes largas _será_: barco nenhum de remo passará por elles, nem navio grande navegará por elles. 22 Porque o Senhor _é_ o nosso Juiz: O Senhor _é_ o nosso Legislador: [13] O Senhor _é_ o nosso Rei, elle nos salvará. 23 As tuas cordas se affrouxaram: não poderam ter firme o seu mastro, _e_ vela não estenderam: então a preza d’abundantes despojos se repartirá; _e até_ os côxos roubarão a preza. 24 E morador nenhum dirá: Enfermo estou; _porque_ o povo que habitar n’ella _será_ absolto d’iniquidade. [1] Hab. 2.8. Apo. 13.10. [2] cap. 25.9. [3] Jui. 5.6. II Reis 18.14, 15, 16, 17. [4] cap. 59.4. [5] cap. 9.18. [6] cap. 49.1. [7] Psa. 15.2. [8] Psa. 119.37. [9] I Cor. 1.20. [10] Deu. 28.49, 50. Jer. 5.13. [11] Psa. 48.13. [12] cap. 54.2. [13] Thi. 4.12. 34 Chegae-vos, nações, para ouvir, e vós, povos, escutae: [1] ouça a terra, e a sua plenitude, o mundo, e tudo quanto produz. 2 Porque a indignação do Senhor _está_ sobre todas as nações, e o _seu_ furor sobre todo o seu exercito: elle as destruiu totalmente, entregou-as á matança. 3 E os seus mortos serão arremeçados [2] e dos seus corpos subirá o seu fedor; e os montes se derreterão com o seu sangue. 4 E todo o exercito [3] dos céus se [WF] gastará, e os céus se enrolarão como um livro: [4] e todo o seu exercito cairá, como cae a folha da vide, e como cae _o figo_ da figueira. 5 Porque [5] a minha espada se embriagou nos céus: eis que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anathema para juizo. 6 A espada do Senhor está cheia de sangue, está engordurada da gordura de sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros; [6] porque o Senhor tem sacrificio em Bozra, e grande matança na terra de Edom. 7 E os unicornios descerão com elles, e os bezerros com os toiros: e a sua terra beberá sangue até se fartar, e o seu pó de gordura engordará. 8 Porque _será_ o dia da vingança [7] do Senhor, anno de retribuições pela porfia de Sião. 9 E os seus ribeiros [8] se tornarão em pez, e o seu pó em enxofre, e a sua terra em pez ardente. 10 Nem de noite nem de dia se apagará; [9] para sempre o seu fumo subirá: de geração em geração será assolada; de seculo em seculo ninguem passará por ella. 11 Mas o pelicano e a coruja a [10] possuirão, e o bufo e o corvo habitarão n’ella: porque estenderá sobre ella cordel de confusão e nivel de vaidade. 12 Os seus nobres (que já não ha n’ella) _ao_ reino chamarão; porém todos os seus principes não serão coisa nenhuma. 13 E nos seus palacios [11] crescerão espinhos, ortigas e cardos nas suas fortalezas; e será _uma_ habitação de dragões, _e_ sala para os filhos do avestruz. 14 E [WG] os cães bravos se encontrarão com [WH] os gatos bravos; e o [WI] demonio clamará ao seu companheiro: e os animaes nocturnos ali pousarão, e acharão logar de repouso para si. 15 Ali se aninhará a melroa e porá _os seus ovos_, e tirará os seus pintãos, e os recolherá debaixo da sua sombra: tambem ali os abutres se ajuntarão uns com os outros. 16 Buscae no livro [12] do Senhor, e lêde; nenhuma d’estas _coisas_ falhará, nem uma nem outra faltará; porque a minha propria bocca o ordenou, e o seu espirito mesmo as ajuntará. 17 Porque elle mesmo lançou as sortes por elles, e a sua mão lh’a repartiu com o cordel: para sempre a possuirão, de geração em geração habitarão n’ella. [1] Deu. 32.1. [2] Joel 2.20. [3] Eze. 32.7, 8. Joel 2.31 e 3.15. Mat. 24.29. II Ped. 3.10. Apo. 6.14. [4] cap. 14.12. Apo. 6.13. [5] Jer. 46.10 e 49.7, etc. Mal. 1.4. [6] cap. 63.1. Jer. 49.13. Sof. 1.7. [7] cap. 63.4. [8] Deu. 29.23. [9] Apo. 14.11 e 18.18 e 19.3. Mal. 1.4. [10] cap. 14.23. Sof. 2.14. Apo. 18.2. [11] cap. 32.13. Ose. 9.6. cap. 13.21, etc. [12] Mat. 3.16. _A grandeza e gloria do reino do Messias._ 35 O deserto [1] e os logares seccos se alegrarão d’isto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa. 2 Abundantemente florescerá, [2] e tambem se alegrará d’alegria e exultará; a gloria do Libano se lhe deu, o ornato do Carmelo e Saron: elles verão a gloria do Senhor, o ornato do nosso Deus. 3 Confortae [3] as mãos fracas, e esforçae os joelhos trementes. 4 Dizei aos turbados de coração: Confortae-vos, não temaes: eis-que o vosso Deus virá _a tomar_ vingança, _com_ pagos de Deus; elle virá, e vos salvará. 5 Então os olhos [4] dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. 6 Então os coxos [5] saltarão como cervos, e a lingua dos mudos cantará; porque aguas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo. 7 E a terra secca se tornará em tanques, e a terra sedenta em mananciaes d’aguas; [6] _e_ nas habitações em que jaziam os [WJ] dragões _haverá_ herva com cannas e juncos. 8 E ali haverá estrada e caminho, que se chamará o caminho sancto; [7] o immundo não passará por elle, mas _será_ para estes: os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão. 9 Ali não haverá leão, nem besta fera subirá a elle, nem se achará n’elle: porém _só_ os remidos andarão _por elle_. 10 E os resgatados do Senhor tornarão, [8] e virão a Sião com jubilo: e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças: gozo e alegria alcançarão, e _d’elles_ fugirá a tristeza e o gemido. [1] cap. 55.12. [2] cap. 32.15. [3] Job 4.3, 4. Heb. 12.12. [4] cap. 29.18 e 32.3, 4 e 42.7. João 9.6, 7. Mat. 11.5. Mar. 7.32, etc. [5] Mat. 11.5 e 15.30 e 21.14. João 5.8, 9. Act. 3.2, etc. e 8.7 e 14.8, etc. cap. 32.4. Mat. 9.32, 33 e 12.22 e 15.30. João 7.38, 39. [6] cap. 34.13. [7] cap. 52.1. Joel 3.17. Apo. 21.27. [8] cap. 51.11 e 65.19. Apo. 7.17 e 21.4. _Senacherib cerca Jerusalem. A oração de Ezequias. O exercito dos assyrios é destruido._ [Antes de Christo 710] 36 E aconteceu [1] no anno decimo quarto do rei Ezequias que Senacherib, rei da Assyria subiu contra todas as cidades fortes de Judah, e as tomou. 2 Então o rei da Assyria enviou a Rabsaké, desde Lachis a Jerusalem, ao rei Ezequias com _um_ grande exercito, e parou junto ao cano _de agua_ do viveiro mais alto, junto ao caminho do campo do lavandeiro. 3 Então saiu a elle Eliakim, filho d’Hilkias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joah, filho d’Asaph, o chanceller. 4 E Rabsaké [2] lhes disse: Ora dizei a Ezequias: Assim diz o grande rei, o rei da Assyria: Que confiança _é_ esta, em que confias? 5 Bem podera eu dizer (porém palavra de labios é): Ha conselho e poder para a guerra: em quem _pois_ agora confias, que contra mim te rebellas? 6 Eis que confias n’aquelle [3] bordão de canna quebrada, _a saber_, no Egypto, o qual, se alguem se encostar n’elle lhe entrará pela mão, e lh’a furará: assim _é_ Pharaó, rei do Egypto, para com todos os que n’elle confiam. 7 Porém se me disseres: No Senhor, nosso Deus, confiamos; _porventura_ não _é_ este aquelle cujos altos e cujos altares Ezequias tirou, e disse a Judah e a Jerusalem: Perante este altar vos inclinareis? 8 Ora, pois, dá agora refens ao meu senhor, o rei da Assyria, e dar-te-hei dois mil cavallos, se tu poderes dar cavalleiros para elles. 9 Como pois farias que se torne o rosto a um só principe dos minimos servos do meu senhor? porém tu confias no Egypto, por causa dos carros e cavalleiros. 10 Agora, pois, subi eu _porventura_ sem o Senhor contra esta terra, para destruil-a? O Senhor _mesmo_ me disse: Sobe contra esta terra, e destroe-a. 11 Então disse Eliakim, e Sebna, e Joah, a Rabsaké: Pedimos-_te que_ falles aos teus servos em syriaco, porque _bem_ o entendemos, e não nos falles em judaico, aos ouvidos do povo que _está_ em cima do muro. 12 Porém Rabsaké disse: _Porventura_ mandou-me o meu senhor _só_ ao teu senhor e a ti, para fallar estas palavras? _e_ não antes aos homens que estão assentados em cima do muro, para que comam comvosco o seu esterco, e bebam a sua urina? 13 Rabsaké pois se poz em pé, e clamou em alta voz em judaico, e disse: Ouvi as palavras do grande rei, do rei da Assyria. 14 Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar. 15 Nem tão pouco Ezequias vos faça confiar no Senhor, dizendo: Infallivelmente nos livrará o Senhor, _e_ esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assyria. 16 Não deis ouvidos a Ezequias; porque assim diz o rei da Assyria: Contratae comigo por presentes, e sahi a mim, [4] e comei vós cada um _da_ sua vide, _e_ da sua figueira, e bebei cada um da agua da sua cisterna; 17 Até que eu venha, e vos leve para _uma_ terra como a vossa: terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas. 18 Não vos engane Ezequias, dizendo: O Senhor nos livrará. _Porventura_ os deuses das nações livraram cada um a sua terra das mãos do rei da Assyria? 19 Onde _estão_ os deuses d’Hamath e d’Arpad? onde _estão_ os deuses de Sepharvaim? _porventura_ livraram a Samaria da minha mão? 20 Quaes _são_ elles, d’entre todos os deuses d’estas terras, os que livraram a sua terra das minhas mãos, para que o Senhor livrasse a Jerusalem das minhas mãos? 21 Porém elles se calaram, e palavra nenhuma lhe responderam; porque havia mandado do rei, dizendo: Não lhe respondereis. 22 Então Eliakim, filho d’Hilkias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joah, filho d’Asaph, o chanceller, vieram a Ezequias, com os vestidos rasgados, e lhe fizeram saber as palavras de Rabsaké. [1] II Reis 18.13, 17. II Chr. 32.1. [2] II Reis 18.19, etc. [3] Eze. 29.6, 7. [4] Zac. 3.10. 37 E aconteceu [1] que, tendo-o ouvido o rei Ezequias, rasgou os seus vestidos, e se cobriu de sacco, e entrou na casa do Senhor. 2 Então enviou a Eliakim, o mordomo, e a Sebna, o escrivão, e aos anciãos dos sacerdotes, cobertos de saccos, a Isaias, filho d’Amós, o propheta. 3 E disseram-lhe: Assim diz Ezequias: Este dia _é_ dia d’angustia e de vituperação, e de blasphemias; porque chegados são os filhos ao parto, e força não _ha_ para parir. 4 _Porventura_ o Senhor teu Deus ouvirá as palavras de Rabsaké, a quem enviou o seu senhor, o rei da Assyria, para affrontar o Deus vivo, e para vituperal-o com as palavras que o Senhor teu Deus tem ouvido: faze oração pelo resto que _ainda_ se acha. 5 E os servos do rei Ezequias vieram a Isaias. 6 E Isaias lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não temas á vista das palavras que ouviste, com as quaes os servos do rei da Assyria me blasphemaram. 7 Eis que metterei n’elle _um_ espirito, e elle ouvirá _um_ arroido, e voltará para a sua terra; e fal-o-hei cair morto á espada na sua terra. 8 Voltou pois Rabsaké, e achou ao rei da Assyria pelejando contra Libna; porque ouvira que _já_ se havia retirado de Lachis. 9 E, ouvindo elle dizer que Tirhaká, rei da Ethiopia, tinha saido para lhe fazer guerra, assim como o ouviu, _tornou_ a enviar mensageiros a Ezequias, dizendo: 10 Assim fallareis a Ezequias, rei de Judah, dizendo: Não te engane o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalem não será entregue na mão do rei da Assyria. 11 Eis que _já_ tens ouvido o que fizeram os reis da Assyria a todas as terras, destruindo-as totalmente: e escaparias tu? 12 _Porventura_ as livraram os deuses das nações ás quaes meus paes destruiram, _como_ a Gozan, e a Haran, e a Reseph, e aos filhos d’Eden, que _estavam_ em Telassar? 13 Onde _está_ o rei [2] d’Hamath, e o rei d’Arpad, e o rei da cidade de Sepharvaim, Hena e Iva? 14 Recebendo pois Ezequias as cartas das mãos dos mensageiros, e lendo-as, subiu á casa do Senhor e Ezequias as estendeu perante o Senhor. 15 E orou Ezequias ao Senhor, dizendo: 16 Ó Senhor dos Exercitos, Deus d’Israel, que habitas entre os cherubins; tu mesmo, só tu _és_ Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra. 17 Inclina, [3] ó Senhor, o teu ouvido, e ouve: abre, Senhor, os teus olhos, e olha; e ouve todas as palavras de Senacherib, o qual enviou para affrontar o Deus vivo. 18 Verdade é, Senhor, que os reis da Assyria assolaram todas as terras, com as suas comarcas, 19 E lançaram no fogo os seus deuses; porque deuses não eram, senão obra de mãos d’homens, madeira e pedra; por isso os destruiram. 20 Agora pois, ó Senhor nosso Deus, livra-nos da sua mão; e _assim_ saberão todos os reinos da terra, que só tu _és_ o Senhor. 21 Então Isaias, filho d’Amós, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus d’Israel: Quanto ao que me pediste ácerca de Senacherib, rei da Assyria, 22 Esta _é_ a palavra que o Senhor fallou d’elle: A virgem, a filha de Sião, te despreza, de ti zomba; a filha de Jerusalem menea a cabeça por detraz de ti. 23 A quem affrontaste e blasphemaste? e contra quem alçaste a voz, e ergueste os teus olhos ao alto? Contra o Sancto d’Israel. 24 Por meio de teus servos affrontaste o Senhor, e disseste: Com a multidão dos meus carros subi eu aos cumes dos montes, aos lados do Libano; e cortarei os seus altos cedros e as suas faias escolhidas, e entrarei na altura do seu cume, ao bosque do seu campo fertil. 25 Eu cavei, e bebi as aguas; e com as plantas de meus pés sequei todos os rios do Egypto. 26 _Porventura_ não ouviste que _já_ muito d’antes eu fiz isto, e _já_ desde os dias antigos o formei? agora _porém_ o fiz vir, para que tu fosses o que destruisses as cidades fortes, e as reduzisses a montões assolados. 27 Por isso os seus moradores, com as mãos caidas, andaram atemorisados e envergonhados: eram _como_ a herva do campo, e a hortaliça verde, _e_ o feno dos telhados, e o trigo queimado antes da seara. 28 Porém eu sei o teu assentar, e o teu sair, e o teu entrar, e o teu furor contra mim. 29 Por causa do teu furor contra mim, e porque o teu tumulto subiu até aos meus ouvidos, [4] portanto porei o meu anzol no seu nariz e o meu freio nos teus beiços, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste. 30 E isto te _seja_ por signal, _que_ este anno se comerá o que de si mesmo nascer, e no segundo anno o que d’ahi proceder: porém no terceiro anno semeae e segae, e plantae vinhas, e comei os fructos d’ellas. 31 Porque o que escapou da casa de Judah, e ficou de resto, tornará a lançar raizes para baixo, e dará fructo para cima. 32 Porque de Jerusalem sairá o restante, e do monte de Sião o que escapou: [5] o zelo do Senhor dos Exercitos fará isto. 33 Pelo que assim diz o Senhor ácerca do rei da Assyria: Não entrará n’esta cidade, nem lançará n’ella frecha _alguma_: tão pouco virá perante ella _com_ escudo, nem levantará contra ella tranqueira _alguma_. 34 Pelo caminho por onde vier, por esse voltará; porém n’esta cidade não entrará, diz o Senhor. 35 Porque eu ampararei [6] a esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor do meu servo David. 36 Então saiu [7] o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assyrios a cento e oitenta e cinco mil _d’elles_; e, levantando-se pela manhã cedo, eis que tudo eram corpos mortos. 37 Assim Senacherib, rei da Assyria, se retirou, e se foi, e voltou, e se ficou em Ninive. 38 E succedeu que, estando elle prostrado na casa de Nisroch, seu deus, Adramelech e Sarezer, seus filhos, o feriram á espada; porém elles se escaparam para a terra d’Ararat, e Esarhaddon, seu filho, reinou em seu logar. [1] II Reis 19.1, etc. [2] Jer. 49.23. [3] Dan. 9.18. [4] cap. 30.28. Eze. 38.4. [5] II Reis 19.31. cap. 9.7. [6] II Reis 20.6. cap. 38.6. [7] II Reis 19.35. _A doença de Ezequias e a sua cura maravilhosa._ 38 N’aquelles dias [1] Ezequias adoeceu d’_uma_ enfermidade mortal: e veiu a elle Isaias, filho d’Amós, o propheta, e lhe disse: Assim diz o Senhor: [2] Ordena a tua casa, porque morrerás, e não viverás. 2 Então virou Ezequias o seu rosto para a parede; e orou ao Senhor. 3 E disse: Ah Senhor, [3] lembra-te, te peço, de que andei diante de ti em verdade, e com coração perfeito, e fiz o _que era_ recto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitissimo. 4 Então veiu a palavra do Senhor a Isaias, dizendo: 5 Vae, e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de David teu pae: Ouvi a tua oração, _e_ vi as tuas lagrimas; eis que accrescento sobre os teus dias quinze annos. 6 E livrar-te-hei das mãos do rei da Assyria, a ti, e a esta cidade, [4] e ampararei a esta cidade. 7 E isto te _será_ por [5] signal da parte do Senhor de que o Senhor cumprirá esta palavra que fallou. 8 Eis que farei tornar a sombra dos graus, que declinou com o sol pelos graus _do relogio_ d’Achaz dez graus atraz. Assim tornou o sol dez graus _atraz_, pelos graus que já tinha descido. 9 Escripturas d’Ezequias, rei de Judah, de quando adoeceu e sarou de sua enfermidade. 10 Eu disse no cessar de meus dias: Ir-me-hei ás portas da sepultura: _já_ estou privado do resto de meus annos. 11 Disse _tambem_: _Já_ não verei _mais_ ao Senhor, _digo_, na terra dos viventes: jámais verei o homem [WK] com os moradores do mundo. 12 _Já_ o tempo da minha vida se [6] foi, e foi trespassado de mim, como choça de pastor: cortei a minha vida, como tecelão _que corta a sua teia_; _como_ desde os liços me cortará; desde o dia até á noite me acabarás. 13 _Isto_ me propunha até á madrugada, _que_, como um leão, quebrantaria todos os meus ossos: desde o dia até á noite me acabarás. 14 Como o grou, _ou_ a andorinha, assim chilreava, [7] _e_ gemia como a pomba: alçava os meus olhos ao alto; ó Senhor ando opprimido, fica por meu fiador. 15 Que direi? como m’o prometteu, assim o fez: [8] _assim_ passarei mansamente por todos os meus annos, por causa da amargura da minha alma. 16 Senhor, com estas coisas se vive, e em todas ellas _está_ a vida do meu espirito, porque tu me curaste e me saraste. 17 Eis que _até_ na paz a amargura me foi amarga; tu porém _tão_ amorosamente abraçaste a minha alma, que não _caiu_ na cova da corrupção; porque lançaste para traz das tuas costas todos os meus peccados. 18 Porque não te louvará a sepultura, _nem_ a morte te glorificará: nem _tão pouco_ esperarão em tua verdade os que descem á cova. 19 O vivente, o vivente, esse te louvará como eu hoje _o faço_: [9] o pae aos filhos fará notoria a tua verdade. 20 O Senhor _veiu_ salvar-me; pelo que, tangendo em meus instrumentos, _lhe cantaremos_ todos os dias de nossa vida na casa do Senhor. 21 E dissera Isaias: [10] Tomem _uma_ pasta de figos, e a ponham como emplasto sobre a chaga; e sarará. 22 Tambem dissera Ezequias: [11] Qual será o signal de que hei de subir á casa do Senhor? [1] II Reis 20.1, etc. II Chr. 32.24. [2] II Sam. 17.23. [3] Neh. 13.14. [4] cap. 37.35. [5] II Reis 20.8, etc. cap. 7.11. [6] Job 7.6. [7] cap. 59.11. [8] Job 7.11 e 10.1. [9] Deu. 4.9 e 6.7. [10] II Reis 20.7. [11] II Reis 20.8. _Os embaixadores de Babylonia enviados a Jerusalem. O orgulho de Ezequias._ [Antes de Christo 712] 39 N’aquelle tempo [1] enviou Merodach-baladan, filho de Baladan, rei de Babylonia, cartas e um presente a Ezequias, porque tinha ouvido dizer que havia estado doente e que _já_ tinha convalescido. 2 E Ezequias [2] se alegrou d’elles, e lhes mostrou a casa do seu thesouro, a prata, e o oiro, e as especiarias, e os melhores unguentos, e toda a sua casa d’armas, e tudo quanto se achou nos seus thesouros: coisa nenhuma houve, nem em sua casa, nem em todo o seu dominio, que Ezequias lhes não mostrasse. 3 Então o propheta Isaias veiu ao rei Ezequias, e lhe disse: Que é o _que_ aquelles homens disseram, e d’onde vieram a ti? E disse Ezequias: D’uma terra remota vieram a mim, de Babylonia. 4 E disse elle: Que é o que viram em tua casa? E disse Ezequias: Viram tudo quanto _ha_ em minha casa; coisa nenhuma ha nos meus thesouros que eu deixasse de lhes mostrar. 5 Então disse Isaias a Ezequias: Ouve a palavra do Senhor dos Exercitos: 6 Eis que [3] veem dias em que tudo quanto _houver_ em tua casa, e o que enthesouraram teus paes até ao _dia_ d’hoje será levado para Babylonia: não ficará coisa alguma, disse o Senhor. 7 E _ainda até_ de teus filhos, que procederem de ti, e tu gerares, tomarão, para que sejam eunuchos no palacio do rei de Babylonia. 8 Então disse Ezequias a Isaias: Boa _é_ a palavra do Senhor que disseste. Disse mais: Pois haja paz e verdade em meus dias. [1] II Reis 20.12, etc. [2] II Chr. 32.31. [3] Jer. 20.5. _O livramento promettido ao povo de Israel._ 40 Consolae, consolae o meu povo, diz o vosso Deus. 2 Fallae benignamente a Jerusalem, e bradae-lhe que _já_ a sua malicia é acabada, que _já_ a sua iniquidade está expiada [1] _e_ que _já_ recebeu em dobro da mão do Senhor, por todos os seus peccados. 3 [WL] Voz [2] do que clama no deserto: Apparelhae o caminho do Senhor: [3] endireitae no ermo vereda a nosso Deus. 4 Todo o valle será exaltado, e todo o monte e _todo_ o outeiro serão abatidos: e o torcido se endireitará, e o aspero se aplainará. 5 E a gloria do Senhor se manifestará, [4] e toda a carne juntamente verá que a bocca do Senhor _o_ disse. 6 Voz que diz: Clama; e disse: Que hei de clamar? Toda a carne _é_ herva e toda a sua [WM] benignidade como as flores do campo. 7 Secca-se a herva, _e_ caem as flores, soprando n’ellas o Espirito do Senhor. Na verdade que herva _é_ o povo. 8 Secca-se a herva, _e_ caem as flores, [5] porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente. 9 Ah Sião, annunciadora de boas novas, sobe tu a um monte alto. Ah Jerusalem, annunciadora de boas novas, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, _e_ dize ás cidades de Judah: Eis _aqui está_ o vosso Deus. 10 Eis que o Senhor JEHOVAH virá contra o forte, [6] e o seu braço se assenhoreará _d’elle_: eis que o seu galardão _vem_ com elle, e o seu salario diante da sua face. 11 Como pastor apascentará [7] o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e _os_ levará no seu seio: as paridas guiará _suavemente_. 12 Quem [8] mediu com o seu punho as aguas, e tomou a medida dos céus aos palmos, e recolheu na maior medida o pó da terra e pesou os montes com peso e os outeiros em balanças? 13 Quem [9] guiou o Espirito do Senhor? e que conselheiro o ensinou? 14 Com quem tomou conselho, que lhe desse entendimento, e lhe ensinasse o caminho do juizo? lhe ensinasse sabedoria, e lhe fizesse notorio o caminho da sciencia? 15 Eis que as nações _são_ consideradas por elle como a gota d’um balde, e como o pó miudo das balanças: eis que lança por ahi as ilhas como a pó miudo. 16 Nem _todo_ o Libano basta para o fogo, nem os seus animaes bastam para holocaustos. 17 Todas as nações _são_ como nada perante elle; _e_ [10] as reputa por menos que nada e _como uma_ coisa vã. 18 A quem pois fareis [11] similhante a Deus? ou que similhança lhe apropriareis? 19 O artifice [12] funde a imagem, e o ourives a cobre de oiro, e cadeias de prata _lhe_ funde. 20 O empobrecido, que _já_ não tem que offerecer, escolhe madeira _que_ não se corrompe: artifice sabio se busca, [13] para apparelhar _uma_ imagem _que_ se não possa mover. 21 _Porventura_ não sabeis? _porventura_ não ouvis? ou desde o principio se vos não notificou? ou não attentastes para os fundamentos da terra? 22 Elle _é_ o que está assentado sobre o globo da terra, cujos moradores _são para elle_ como gafanhotos: [14] _elle é_ o que estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda, para habitar _n’elles_: 23 O que torna em nada os principes, _e_ faz como em coisa vã os juizes da terra. 24 E nem se plantam, nem se semeiam, nem se arraiga na terra o seu tronco cortado, e n’elles, soprando, se seccaram, e um tufão como pragana os levará. 25 A quem [15] pois me fareis similhante, que lhe seja similhante? diz o Sancto. 26 Levantae ao alto os vossos olhos, e vede quem creou estas coisas, quem produz por conta o seu exercito, quem a todas chama pelos _seus_ nomes; por causa da grandeza das _suas_ forças, e _porquanto é_ forte em poder, nenhuma _d’ellas_ vem a faltar. 27 Porque _pois_ dizes, ó Jacob, e _tu_ fallas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu juizo passa de largo pelo meu Deus? 28 _Porventura_ não sabes, _porventura_ não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Creador dos fins da terra, nem se cança nem se fatiga? [16] não ha esquadrinhação do seu entendimento. 29 Dá esforço ao cançado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. 30 Os moços se cançarão e se fatigarão, e os mancebos certamente cairão. 31 Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com azas como aguias: correrão, e não se cançarão; caminharão, e não se fatigarão. [1] Job 42.10. cap. 61.7. [2] Mat. 3.3. Mar. 1.3. Luc. 3.4. João 1.23. [3] Mal. 3.1. cap. 49.11. [4] I Ped. 1.24. [5] João 12.34. I Ped. 1.25. [6] cap. 59.16 e 62.11. Apo. 22.12. [7] cap. 49.10. Eze. 34.23 e 37.24. João 10.11. Heb. 13.20. I Ped. 2.25 e 5.4. Apo. 7.17. [8] Pro. 30.4. [9] Job 21.22. Rom. 11.34. I Cor. 2.16. [10] Dan. 4.35. [11] ver. 25. cap. 46.5. [12] cap. 41.6, 7, etc. Jer. 10.3, etc. [13] cap. 41.7. Jer. 10.4. [14] Job 9.8. cap. 44.24 e 51.13. Jer. 10.12. [15] ver. 18. [16] Rom. 11.33. _Jehovah é o unico Deus: Israel deve ter confiança unicamente n’Elle._ 41 Calae-vos [1] perante mim, ó ilhas, e os povos renovem as forças: cheguem-se, _e_ então fallem: cheguemo-nos juntos a juizo. 2 Quem suscitou do oriente [2] o justo? _e o_ chamou para o seu pé? _quem_ deu as [3] nações á sua face? e o fez dominar sobre reis? elle os entregou á sua espada como o pó, _e_ como pragana arrebatada _do vento_ ao seu arco. 3 Perseguiu-os, _e_ passou _em_ paz, por _uma_ vereda _por onde_ com os seus pés nunca tinha caminhado. 4 Quem obrou [4] e fez _isto_, chamando as gerações desde o principio? eu o Senhor, o primeiro, e com os ultimos eu mesmo. 5 As ilhas o viram, e temeram: _os_ fins da terra tremeram: approximaram-se, e vieram. 6 Um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te. 7 E o artifice [5] animou ao ourives, _e_ o que alisa com o martello ao que bate na safra, dizendo da soldadura: Boa é. Então com pregos o firma, [6] para que não venha a mover-se. 8 Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacob, a quem elegi [7] _e tu_ semente de Abrahão, meu amigo? 9 Tu a quem tomei desde os fins da terra, e te chamei d’entre os seus mais excellentes, e te disse: Tu _és_ o meu servo, a ti te escolhi e nunca te rejeitei. 10 Não temas, [8] porque eu _estou_ comtigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus: eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a dextra da minha justiça. 11 Eis que, envergonhados e confundidos serão [9] todos os que se indignaram contra ti: tornar-se-hão como nada, e os que contenderem comtigo, perecerão. 12 Buscal-os-has, porém não os acharás; porém os que pelejarem comtigo, tornar-se-hão como nada, e como coisa que não é nada, os que guerrearem comtigo. 13 Porque eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: Não temas, [10] que eu te ajudo. 14 Não temas, ó bicho Jacob, povosinho d’Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redemptor é o Sancto d’Israel. 15 Eis que [11] te puz por trilho agudo novo, que tem dentes agudos: os montes trilharás e moerás; e os outeiros tornarás como a folhelho. 16 Tu os padejarás [12] e o vento os levará, e o tufão os espalhará, porém tu te alegrarás no Senhor e te gloriarás no Sancto d’Israel. 17 Os afflictos e necessitados buscam aguas, mas nenhumas _ha_, e a sua lingua se secca de sêde: eu o Senhor os ouvirei, eu o Deus d’Israel os não desampararei. 18 Abrirei rios [13] em logares altos, e fontes no meio dos valles: tornarei o deserto em tanques de aguas, e a terra secca em mananciaes d’aguas. 19 Plantarei no deserto o cedro, a arvore de sitta, e a murta, e a oliveira: juntamente porei no ermo a faia, o olmeiro e o alamo; 20 Para que _todos_ vejam, [14] e saibam, e considerem, e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isto, e o Sancto d’Israel o creou. 21 Produzi a vossa demanda, diz o Senhor: trazei as vossas firmes razões, diz o Rei de Jacob. 22 Produzam [15] e annunciem-nos as coisas que hão de acontecer: annunciae-_nos_ quaes foram as coisas passadas, para que attentemos para ellas, e saibamos o fim d’ellas; ou fazei-nos ouvir as coisas futuras. 23 Annunciae-_nos_ [16] as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que _sois_ deuses: ou fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, e juntamente _o_ veremos. 24 Eis que _sois_ menos do que nada e a vossa obra é menos do que nada: abominação _é quem_ vos escolhe. 25 Desperto _a um_ do norte, que ha de vir do nascimento do sol, [17] _e_ invocará o meu nome; e virá sobre os magistrados, como _sobre_ o lodo, e, como o oleiro pisa o barro, _os pisará_. 26 Quem annunciou isto desde o principio, para que o possamos saber, ou desde antes, para que digamos: Justo _é_? Porém não ha quem annuncie, nem tão pouco quem manifeste, nem tão pouco quem ouça as vossas palavras. 27 _Eu_, o primeiro, [18] _sou o que digo_ a Sião: Eis que ali estão: e a Jerusalem darei um annunciador de boas novas. 28 Porque olhei, [19] porém ninguem _havia_; nem mesmo entre estes conselheiro algum _havia_ a quem perguntasse ou que me respondesse palavra. 29 Eis que [20] todos _são_ vaidade; as suas obras não _são_ nada; as suas imagens de fundição _são_ vento e nada. [1] Zac. 2.13. [2] cap. 46.11. [3] Gen. 14.14, etc. ver. 25. cap. 45.1. [4] ver. 26. cap. 44.7 e 46.10. cap. 43.10 e 44.6 e 48.12. Apo. 1.17 e 22.13. [5] cap. 40.19. [6] cap. 40.20. [7] Deu. 7.6 e 10.15 e 14.2. cap. 43.1 e 44.1. Thi. 2.23. [8] ver. 13, 14. cap. 43.5. Deu. 31.6, 8. [9] Exo. 23.22. cap. 45.24 e 60.12. [10] ver. 10. [11] Miq. 4.13. II Cor. 10.4, 5. [12] Jer. 51.2. [13] cap. 35.6, 7 e 43.10 e 44.3. [14] Job 12.9. [15] cap. 45.21. [16] cap. 42.9 e 44.7, 8 e 45.3. João 13.19. Jer. 10.5. [17] ver. 2. [18] cap. 40.9. [19] cap. 63.5. [20] ver. 24. _O Servo do Senhor._ 42 Eis aqui o meu Servo, [1] a quem sustenho, o meu Eleito, _em quem_ se apraz a minha alma; [2] puz o meu espirito sobre elle; juizo produzirá aos gentios. 2 Não clamará, nem alçará a _sua voz_, nem fará ouvir a sua voz na praça. 3 A canna trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega: com verdade produzirá o juizo; 4 Não se encobrirá, nem será quebrantado, até que ponha na terra o juizo: e as ilhas aguardarão a sua doutrina. 5 Assim diz Deus, o Senhor, que creou [3] os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto produz: que dá a respiração [4] ao povo _que habita_ n’ella, e o espirito aos que andam n’ella. 6 Eu o Senhor [5] te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por concerto do povo, e para luz dos gentios; 7 Para abrir [6] os olhos cegos, para tirar da prisão os presos, e da casa do carcere os que jazem _em_ trevas. 8 Eu _sou_ o Senhor; este _é_ o meu nome; a minha gloria pois a outrem não darei, [7] nem o meu louvor ás imagens de esculptura. 9 Eis que as coisas d’antes _já_ vieram, e as novas eu _vos_ annuncio, e, antes que venham á luz, vol-as faço ouvir. 10 Cantae ao Senhor um cantico novo, e o seu louvor desde o fim da terra: _como tambem_ vós os que navegaes pelo mar, e tudo quanto ha n’ella; vós, ilhas, e seus habitadores. 11 Alcem _a voz_ o deserto e as suas cidades, com as aldeias _que_ Kedar habita: exultem os que habitam nas rochas, _e_ clamem do cume dos montes. 12 Dêem a gloria ao Senhor, e annunciem o seu louvor nas ilhas. 13 O Senhor como valente sairá, como homem de guerra despertará o zelo: exultará, e fará grande arruido, _e_ sujeitará a seus inimigos. 14 _Já ha_ muito me calei; estive posto em silencio, _e_ me retive: darei gritos como a que está de parto, _e a todos_ os assolarei e juntamente devorarei. 15 Os montes e outeiros tornarei em deserto, e toda a sua herva farei seccar, e tornarei os rios em ilhas, e as lagoas seccarei. 16 E guiarei os cegos pelo caminho _que_ nunca conheceram, os farei caminhar pelas veredas _que_ não conheceram: tornarei as trevas em luz perante elles, e as coisas tortas _farei_ direitas. Estas coisas lhes farei, e nunca os desampararei. 17 _Mas_ serão tornados atraz _e_ confundir-se-hão de vergonha os que confiam em imagens de esculptura, e dizem ás imagens de fundição: Vós _sois_ nossos deuses. 18 Surdos, ouvi, e vós, cegos, olhae, para que possaes ver. 19 Quem [8] _é_ cego, senão o meu servo, ou surdo como o meu mensageiro, a _quem_ envio? _e_ quem é cego como o perfeito, e cego como o servo do Senhor? 20 _Bem_ vêdes vós muitas [9] coisas, porém vós as não guardaes: ainda que abre os ouvidos, comtudo nada ouve. 21 O Senhor se agradava d’elle por amor da sua justiça: engrandeceu _pela_ lei, e _o_ fez glorioso. 22 Porém _este é um_ povo roubado e saqueado: todos _estão_ enlaçados em cavernas, e escondidos nas casas dos carceres: são postos por preza, e ninguem ha que os livre, por despojo, e ninguem diz: Restitue. 23 Quem ha entre vós que ouça isto? _que_ attenda e ouça o que ha de ser depois? 24 Quem entregou a Jacob por despojo, e a Israel aos roubadores? _porventura_ não foi o Senhor, aquelle contra quem peccámos, e nos caminhos do qual não queriam andar e não davam ouvidos á sua lei? 25 Pelo que derramou sobre elles a indignação da sua ira, e a força da guerra, e [10] lhes poz labaredas em redor: porém _n’isso_ não attentaram; e os queimou, porém não pozeram _n’isso_ o coração. [1] cap. 43.10 e 49.3, 6. Mat. 12.18, 19, 20. Phi. 2.7. [2] Mat. 3.17 e 17. Eph. 1.6. cap. 11.2. João 3.34. [3] cap. 44.24. Zac. 12.1. [4] Act. 17.25. [5] cap. 43.1 e 49.6, 8. Luc. 2.32. Act. 13.47. [6] cap. 35.5. cap. 9.2. [7] cap. 48.11. [8] cap. 43.8. Eze. 12.2. João 9.39, 41. [9] Rom. 2.21. [10] II Reis 25.9. Ose. 7.9. _Só Deus resgata Israel._ 43 Porém agora, assim diz o Senhor que [1] te creou, ó Jacob, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi: chamei-te pelo teu nome, tu _és_ meu. 2 Quando passares pelas aguas [2] _estarei_ comtigo, e quando pelos rios, não te submergirão: quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chamma arderá em ti. 3 Porque eu _sou o_ Senhor teu Deus, o Sancto d’Israel, o teu Salvador: dei [3] ao Egypto _por_ teu resgate a Ethiopia e a Seba, em teu logar. 4 Emquanto foste precioso aos meus olhos, _tambem_ foste glorificado, e eu te amei, pelo que dei os homens por ti, e os povos pela tua alma. 5 Não temas, [4] _pois_, porque _estou_ comtigo: trarei a tua semente desde o oriente, e te ajuntarei desde o occidente. 6 Direi ao norte; Dá; e ao sul; _Não_ retenhas: trazei meus filhos de longe, e minhas filhas das extremidades da terra. 7 Todos os chamados [5] do meu nome, e os que creei para a minha gloria, os formei, _e_ tambem os fiz. 8 Trazei [6] o povo cego, que tem olhos; e os surdos, que teem ouvidos. 9 Todas as nações se congreguem juntamente, e os povos se reunam; [7] quem d’entre elles pode annunciar isto, e fazer-nos ouvir as coisas antigas? produzam as suas testemunhas, para que se justifiquem, e se ouça, e se diga: Verdade _é_. 10 Vós _sois_ [8] as minhas testemunhas, diz o Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibaes, e me creiaes, e entendaes que eu _sou_ o mesmo, [9] _e que_ antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. 11 Eu, [10] eu _sou_ o Senhor, e fóra de mim não _ha_ Salvador. 12 Eu annunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, [11] e _Deus_ estranho não _houve_ entre vós, pois vós _sois_ as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu _sou_ Deus. 13 Ainda antes que _houvesse_ dia, eu _sou_; [12] e ninguem _ha_ que possa fazer escapar das minhas mãos: obrando eu, quem o desviará? 14 Assim diz o Senhor, teu Redemptor, o Sancto d’Israel: Por amor de vós enviei a Babylonia, e a todos os fiz descer como fugitivos, _a saber_, os chaldeos, nos navios em que exultavam. 15 Eu _sou_ o Senhor, vosso Sancto, o Creador d’Israel, vosso Rei. 16 Assim [13] diz o Senhor, o que preparou no mar _um_ caminho, e nas aguas impetuosas _uma_ vereda; 17 O que trouxe [14] o carro e o cavallo, o exercito e a força: elles juntamente se deitaram, _e_ nunca se levantarão: _já_ estão apagados; como _um_ pavio se apagaram. 18 Não vos lembreis [15] das coisas passadas, nem considereis as antigas. 19 Eis que farei _uma_ coisa [16] nova, agora sairá á luz: _porventura_ não a sabereis? [17] porque porei _um_ caminho no deserto, _e_ rios no ermo. 20 Os animaes do campo me servirão, os [WN] dragões, e os filhos do abestruz; [18] porque porei aguas no deserto, _e_ rios no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito. 21 A este povo formei para mim; o meu louvor relatarão. 22 Comtudo tu não me invocaste a mim, ó Jacob, mas te cançaste de mim, ó Israel. 23 Não [19] me trouxeste o gado miudo dos teus holocaustos, nem me honraste _com_ os teus sacrificios; não te fiz servir com presentes, nem te fatiguei com incenso. 24 Não me compraste por dinheiro canna aromatica, nem com a gordura dos teus sacrificios me encheste, mas me déste trabalho com os teus peccados, _e_ me cançaste com as tuas maldades. 25 Eu, [20] eu _sou_ o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus peccados me não lembro. 26 Faze-me lembrar; entremos em juizo juntamente: aponta tu as _tuas razões_, para que te possa justificar. 27 Teu primeiro pae peccou, e os teus [WO] interpretes prevaricaram contra mim. 28 Pelo que profanarei [21] os maioraes do sanctuario; e farei de Jacob um anathema, e de Israel um opprobrio. [1] ver. 7 e 21. cap. 44.2, 21, 24. cap. 44.6. cap. 42.6 e 45.4. [2] Deu. 31.6, 8. Dan. 3.25, 27. [3] Pro. 11.8 e 21.18. [4] cap. 41.10, 14 e 44.2. Jer. 30.10, 11 e 46.27, 28. [5] cap. 63.19. Thi. 2.7. João 3.3, 5. Eph. 2.10. [6] cap. 6.9 e 42.19. Eze. 12.2. [7] cap. 41.21, 22, 26. [8] cap. 44.8. cap. 42.1 e 55.4. [9] cap. 41.4 e 44.6. [10] cap. 45.21. Ose. 13.4. [11] Deu. 32.16. cap. 44.8. ver. 10. [12] João 8.58. Job 9.12. cap. 14.27. [13] Exo. 14.16, 22. cap. 51.10. Jos. 3.13, 16. [14] Exo. 14.4, 9, 25. [15] Jer. 16.14 e 23.7. [16] II Cor. 5.17. Apo. 21.5. [17] Exo. 17.6. Num. 20.11. Deu. 8.15. [18] cap. 48.21. [19] Amós 5.25. [20] cap. 22.14 e 48.9. Jer. 50.20. Act. 3.19, etc. cap. 1.18. Jer. 31.34. [21] cap. 47.6. Lam. 2.2, 6, 7. Jer. 24.9. Dan. 9.11. Zac. 8.13. _A soberania de Deus; a vaidade dos idolos._ 44 Agora pois, ouve [1] ó Jacob, servo meu, e _tu_ ó Israel, a quem escolhi. 2 Assim diz o Senhor _que te_ creou e te [2] formou desde o ventre, e que te ajudará: Não temas, ó Jacob, servo meu, e tu, Jeshurun, a quem escolhi. 3 Porque derramarei [3] agua sobre o sedento, e rios sobre a _terra_ secca: derramarei o meu Espirito sobre a tua semente, e a minha benção sobre os teus descendentes. 4 E brotarão entre a herva, como salgueiros junto aos ribeiros das aguas. 5 Este dirá: Eu _sou_ do Senhor; e aquelle se chamará do nome de Jacob; e aquell’outro escreverá _com_ a sua mão: Eu _sou_ do Senhor, e por sobrenome se tomará o nome de Israel. 6 Assim diz o Senhor, Rei d’Israel, [4] e seu Redemptor, o Senhor dos Exercitos: Eu _sou_ o primeiro, e eu _sou_ o ultimo, e fóra de mim não _ha_ Deus. 7 E quem [5] chamará como eu, e _d’antes_ annunciará isto, e o porá em ordem perante mim, desde que ordenei um povo eterno? e annunciem-lhes as coisas futuras, e as que _ainda_ hão de vir. 8 Não vos assombreis, nem temaes; [6] _porventura_ desde então não _t’o_ fiz ouvir, e não annunciei? porque vós sois as minhas testemunhas. _Porventura ha_ outro Deus fóra de mim? Não, não ha Rocha alguma _mais_, que eu conheça. 9 Todos [7] os artifices de imagens de esculptura _são_ vaidade, e as suas coisas mais desejaveis são de nenhum prestimo; e ellas mesmas _são_ as suas testemunhas; nada vêem nem entendem; pelo que serão confundidos. 10 Quem forma um deus, e funde uma imagem de esculptura, [8] que é de nenhum prestimo? 11 Eis que todos os seus companheiros ficarão confundidos, pois os mesmos artifices são de entre os homens: ajuntem-se todos, _e_ levantem-se; assombrar-se-hão, e serão juntamente confundidos. 12 O ferreiro _faz_ o machado, [9] e trabalha nas brazas, e o forma com martellos, e o lavra á força do seu braço: elle tem fome, e a sua força enfraquece, _e_ não bebe agua, e desfallece. 13 O carpinteiro estende a regoa, o debuxa com a almagra, o aplaina com o cepilho, e o debuxa com o compasso: e o faz á similhança d’_um_ homem, segundo a forma d’_um_ homem, para se ficar em casa. 14 Quando corta para si cedros, então toma _um_ cypreste, ou _um_ carvalho, e esforça-se contra as arvores do bosque: planta _um_ olmeiro, e a chuva _o_ faz crescer. 15 Então servirá ao homem para queimar, e toma d’elles, e se aquenta, e os accende, e coze o pão: tambem faz um deus, e se prostra diante d’elle; _tambem_ fabrica d’elle _uma_ imagem d’esculptura, e ajoelha diante d’ella. 16 Metade d’elle queima no fogo, com a _outra_ metade [WP] come carne; assa-a, e farta-se _d’ella_: tambem se aquenta, e diz: Ora _já_ me aquentei, já vi o fogo. 17 Então do resto faz um deus, uma imagem de esculptura: ajoelha-se diante d’ella, e se inclina, e ora-lhe, e diz: Livra-me, porquanto tu _és_ o meu deus. 18 Nada sabem, nem entendem; porque untou-lhes os olhos, para que não vejam, _e_ os seus corações, para que não entendam. 19 E nenhum _d’elles_ [10] toma _isto_ a peito, e já não teem conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei no fogo, e cozi pão sobre as suas brazas, assei _a ellas_ carne, e _a_ comi: e faria eu do resto uma abominação? ajoelhar-me-hia eu ao que saiu d’_uma_ arvore? 20 Apascenta-se de cinza: [11] o _seu_ coração enganado o desviou; de maneira que _já_ não pode livrar a sua alma, nem dizer: _Porventura_ não _ha uma_ mentira na minha mão direita? _A promessa de livramento. A vinda de Cyro._ 21 Lembra-te d’estas coisas ó Jacob e Israel, [12] porquanto _és_ meu servo; eu _mesmo_ te formei, meu servo _és_, ó Israel; não me esquecerei de ti. 22 Desfaço [13] as tuas transgressões como a nevoa, e os teus peccados como a nuvem: torna-te para mim, porque _já_ eu te remi. 23 Cantae alegres, ó vós, [14] céus, porque o Senhor o fez: exultae vós, as partes mais baixas da terra, vós, montes, retumbae com jubilo; _tambem_ vós, bosques, e todas as arvores _que estão_ n’elles; porque o Senhor remiu a Jacob, e glorificou-se em Israel. 24 Assim diz o Senhor, [15] teu redemptor, e que te formou desde o ventre: Eu _sou_ o Senhor que faço tudo, [16] que, só eu, estendo os céus, e espraio a terra por mim mesmo; 25 Que desfaço os signaes [17] dos inventores de mentiras, e enlouqueço aos adivinhos; que faço tornar atraz os sabios, e endoideço a sciencia d’elles; 26 Que confirma [18] a palavra do seu servo, e cumpre o conselho dos seus mensageiros; que diz a Jerusalem: Tu serás habitada, e ás cidades de Judah: Sereis reedificadas, e eu levantarei as suas ruinas; 27 Que diz á profundeza: [19] Secca-te, e eu seccarei os teus rios; 28 Que diz de Cyro: _É_ meu pastor, e cumprirá todo o meu contentamento; dizendo tambem a Jerusalem: [20] Sê edificada; e _ao_ templo: Funda-te. [1] ver. 21. cap. 41.8 e 43.1. Jer. 30.10 e 46.27, 28. [2] cap. 43.1, 7. [3] cap. 35.7. Joel 2.28. Act. 2.18. [4] ver. 24. cap. 43.1, 14. cap. 41.4 e 48.12. Apo. 1.8, 17 e 22.13. [5] cap. 41.4, 22 e 45.21. [6] cap. 41.22 e 43.10, 12. Deu. 4.35, 39. II Sam. 22.32. cap. 45.5. [7] cap. 41.24, 29. [8] Jer. 10.5. Hab. 2.18. [9] cap. 40.19. Jer. 10.3, etc. [10] cap. 46.8. [11] Ose. 4.12. Rom. 1.21. [12] ver. 1, 2. [13] cap. 43.25. cap. 43.1 e 48.20. [14] Jer. 51.48. Apo. 18.20. [15] cap. 43.14. ver. 6. cap. 43.1. [16] Job 9.8. [17] cap. 47.13. Jer. 50.36. I Cor. 1.20. [18] Zac. 1.6. [19] Jer. 50.38 e 51.32, 36. [20] II Chr. 36.22, 23. Esd. 1.1, etc. cap. 45.13. 45 Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Cyro, [1] a quem tomo pela sua mão direita, para abater as nações diante de sua face, e eu soltarei os lombos dos reis, para abrir diante d’elle as portas, e as portas não se fecharão. 2 Eu irei diante de ti, e endireitarei os caminhos tortos: quebrarei as portas de bronze, e despedeçarei os ferrolhos de ferro. 3 E te darei os thesouros das escuridades, e as riquezas encobertas, [2] para que possas saber que eu _sou_ o Senhor, o Deus de Israel, que _te_ chama pelo teu nome. 4 Por amor de meu servo Jacob, [3] e de Israel, meu eleito, eu a ti te chamei pelo teu nome, puz-te o teu sobrenome, ainda que me não conhecesses. 5 Eu _sou_ o Senhor, [4] e não ha outro: fóra de mim não _ha_ Deus: eu te cingirei, ainda que tu me não conheças. 6 Para que se saiba [5] desde o nascente do sol, e desde o poente, que fóra de mim não _ha_ outro: eu _sou_ o Senhor, e não _ha_ outro. 7 Eu fórmo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, [6] e crio o mal: eu, o Senhor, faço todas estas coisas. 8 Distillae vós, céus, d’essas alturas, e as nuvens chovam justiça, abra-se a terra, e produza-se _toda a sorte de_ salvação, e a justiça fructifique, juntamente; eu o Senhor, as creei. 9 Ai d’aquelle que contende com o que [7] o formou; o caco _contenda_ com os cacos de barro: _porventura_ dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos? 10 Ai d’aquelle que diz ao pae: Que é _o que_ geras? e á mulher: Que é _o que_ pares? 11 Assim diz o Senhor, o Sancto de Israel, aquelle que o formou: Perguntae-me as coisas futuras; [8] demandae-me ácerca de meus filhos, e ácerca da obra das minhas mãos. 12 Eu fiz [9] a terra, e creei n’ella o homem; eu o _fiz_; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exercitos dei as minhas ordens. 13 Eu o [10] despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei: elle edificará a minha cidade, e soltará os meus captivos, não por preço nem por presentes, diz o Senhor dos Exercitos. 14 Assim diz o Senhor: [11] O trabalho do Egypto, e o commercio dos ethiopes, e dos sabeos, homens d’alta estatura, se passarão para ti, e serão teus; irão atraz de ti, passarão em grilhões, e a ti se prostrarão; far-te-hão as suas supplicas diante de ti, _dizendo_: [12] Devéras Deus está em ti, e nenhum outro deus ha mais. 15 Verdadeiramente tu _és_ o Deus que se encobre, o Deus de Israel, o Salvador. 16 Envergonhar-se-hão, e tambem se confundirão todos: [13] cairão juntamente na affronta os que fabricam imagens. 17 _Porém_ Israel é [14] salvo pelo Senhor, _por_ uma eterna salvação; _pelo que_ não sereis envergonhados nem confundidos em todas as eternidades. 18 Porque assim diz o Senhor que tem creado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; elle a confirmou, não a creou vasia, _mas_ a formou para que fosse habitada: [15] Eu _sou_ o Senhor e não _ha_ outro. 19 Não fallei em occulto, [16] _nem_ em logar algum escuro da terra: não disse á semente de Jacob: Buscae-me em vão: eu _sou_ o Senhor, que falla a justiça, _e_ annuncio coisas rectas. 20 Congregae-vos, e vinde; chegae-vos juntos, os que escapastes das nações: [17] nada sabem os que [WQ] trazem _em procissão_ as suas imagens de esculptura, de madeira _feitas_, e rogam a um deus _que_ não pode salvar. 21 Annunciae, e chegae-vos, e tomae conselho todos juntos: quem fez ouvir isto desde a antiguidade? [18] _quem_ desde então o annunciou? _porventura_ não _sou_ eu, o Senhor? e não _ha_ outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não _o ha_ fóra de mim. 22 Virae-vos para mim, [19] e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu _sou_ Deus, e não _ha_ outro. 23 Por mim mesmo tenho jurado, _e já_ saiu da minha bocca a palavra de justiça, e não tornará atraz: que diante de mim se dobrará todo o joelho, _e por mim_ jurará toda a lingua. 24 De mim se dirá: [20] Devéras no Senhor _ha_ justiças e força: até elle chegarão; mas serão envergonhados todos os que se indignarem contra elle. 25 _Porém_ no Senhor [21] será justificada, e se gloriará toda a semente de Israel. [1] cap. 41.13. cap. 41.2. [2] cap. 41.23. Exo. 33.12, 17. cap. 43.1 e 49.1. [3] cap. 44.1. I The. 4.5. [4] Deu. 4.35, 39 e 32.39. cap. 44.8 e 46.9. ver. 14, 18, 21, 22. [5] cap. 37.20. Mal. 1.11. [6] Amós 3.6. [7] cap. 64.8. cap. 29.16. Jer. 18.6. Rom. 9.20. [8] Jer. 31.9. Isa. 29.23. [9] cap. 42.5. Jer. 27.5. Gen. 1.26, 27. Gen. 2.1. [10] cap. 41.2. II Chr. 36.22, 23. Esd. 1.1, etc. cap. 44.28. [11] cap. 60.9, 10, 14, 16. Zac. 8.22, 23. [12] I Cor. 14.25. ver. 5. [13] cap. 44.11. [14] cap. 26.4. ver. 25. Rom. 11.26. [15] ver. 5. [16] cap. 48.16. [17] cap. 44.17, 18, 19. Rom. 1.22, 23. [18] cap. 41.22 e 43.9. ver. 5, 14, 18. cap. 44.8 e 46.9. [19] Heb. 6.13. Rom. 14.11. Gen. 31.53. Deu. 6.13. cap. 65.16. [20] cap. 41.11. [21] ver. 17. I Cor. 1.31. _A queda dos idolos de Babylonia._ 46 Já Bel [1] abatido está, _já_ Nebo se encurvou, os seus idolos _são_ postos sobre os animaes e sobre as bestas: as cargas dos vossos fardos são canceira para as _bestas já_ cançadas. 2 Juntamente se encurvaram _e_ se abateram; [2] não poderam escapar da carga, mas a sua alma entrou em captiveiro. 3 Ouvi-me, ó casa de Jacob, e todo o residuo da casa de Israel; [3] vós a quem trouxe _nos braços_ desde o ventre, _e_ levei desde a madre. 4 E até á velhice eu _serei_ o mesmo, [4] e ainda até ás cãs eu _vos_ trarei: eu o fiz, e eu _vos_ levarei, e eu _vos_ trarei, e vos guardarei. 5 A quem [5] me fareis similhante, e com quem _me_ egualareis, e me comparareis, para que sejamos similhantes? 6 Gastam [6] o oiro da bolsa, e pesam a prata com as balanças: alugam o ourives, e d’aquillo faz um deus, e _diante d’elle_ se prostram e se inclinam. 7 Sobre [7] os hombros o tomam, o levam, e o põem no seu logar; ali está _em pé_, do seu logar não se move: e, se _alguem_ clama a elle, resposta nenhuma dá, nem o livra da sua tribulação. 8 Lembrae-vos d’isto, [8] e tende animo: reconduzi-_o_ ao coração, ó prevaricadores. 9 Lembrae-vos [9] das coisas passadas desde a antiguidade: que eu _sou_ Deus, e não _ha_ outro Deus, não _ha_ outro similhante a mim; 10 Que annuncio [10] o fim desde o principio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não succederam; que digo: [11] O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade; 11 Que chamo [12] a ave de rapina desde o oriente, _e_ o homem do meu conselho desde terras remotas; porque assim _o_ disse, e assim o farei vir; eu _o_ formei, e tambem o farei. 12 Ouvi-me, ó duros de coração, [13] os que _estaes_ longe da justiça. 13 Faço chegar [14] a minha justiça, e não estará ao longe, e a minha salvação não tardará: mas estabelecerei em Sião a salvação, _e_ em Israel a minha gloria. [1] cap. 21.9. Jer. 50.2 e 51.44. [2] Jer. 48.7. [3] Exo. 19.4. Deu. 1.31 e 32.11. cap. 63.9. [4] Mal. 3.6. [5] cap. 40.18, 25. [6] cap. 40.19 e 41.6 e 44.12, 19. Jer. 10.3. [7] Jer. 10.5. cap. 45.20. [8] cap. 44.19 e 47.7. [9] Deu. 32.7. cap. 45.5, 21. [10] cap. 45.21. [11] Act. 5.39. Heb. 6.17. [12] cap. 41.2, 25. Num. 23.19. [13] Rom. 16.3. [14] cap. 51.5. Rom. 1.17. Hab. 2.3. cap. 62.11. _A queda de Babylonia._ 47 Desce, [1] e assenta-te no pó, ó virgem filha de Babylonia; assenta-te no chão; não _ha já_ throno, ó filha dos chaldeos, porque nunca mais serás chamada a tenra nem a delicada. 2 Toma [2] a mó, e moe a farinha: descobre as tuas guedelhas, descalça os pés, descobre as pernas _e_ passa os rios. 3 A tua vergonha [3] se descobrirá, e ver-se-ha o teu opprobrio: tomarei vingança, mas não irei _contra ti como_ homem. 4 O nome do nosso redemptor _é_ o Senhor dos Exercitos, o Sancto d’Israel. 5 Assenta-te calada, [4] e entra nas trevas, ó filha dos chaldeos, porque nunca mais serás chamada senhora de reinos. 6 Muito me agastei [5] contra o meu povo, profanei a minha herança, e os entreguei na tua mão: _porém_ não usaste com elles de misericordia, _e até_ sobre os velhos fizeste muito pesado o teu jugo. 7 E dizias: [6] Eu serei senhora para sempre: até agora não tomastes estas coisas em teu coração, nem te lembraste do fim d’ellas. 8 Agora pois ouve isto, tu que és dada a delicias, que habitas tão segura, que dizes no teu coração: Eu _o sou_, [7] e fóra de mim não _ha_ outra; não ficarei viuva, nem conhecerei a perda de filhos. 9 Porém [8] ambas estas coisas virão sobre ti n’um momento, no mesmo dia, perda de filhos e viuvez: em toda a sua [WR] perfeição virão sobre ti, [9] por causa da multidão das tuas feitiçarias, por causa da abundancia dos teus muitos encantamentos. 10 Porque confiaste na tua maldade _e_ disseste: Ninguem me pode ver; [10] a tua sabedoria e a tua sciencia, essa te fez desviar, e disseste no teu coração: Eu _o sou_, e fóra de mim não ha outro. 11 Pelo que sobre ti virá mal de que não saberás a origem, e _tal_ destruição cairá sobre ti, que a não poderás expiar; porque virá sobre ti de repente _tão_ tempestuosa desolação, que a não poderás conhecer. 12 Deixa-te estar com os teus encantamentos, e com a multidão das tuas feitiçarias, em que trabalhaste desde a tua mocidade, a ver se te podes aproveitar, ou se _porventura_ te podes fortificar. 13 Cançaste-te [11] na multidão dos teus conselhos; levantem-se pois agora os agoureiros dos céus, os que contemplavam os astros, os prognosticadores das luas novas, e salvem-te do que ha de vir sobre ti. 14 Eis que [12] serão como a pragana, o fogo os queimará; não poderão arrancar a sua vida do poder da labareda; não _serão_ brazas, para se aquentar a _ellas_, _nem_ fogo para se assentar a elle. 15 Assim te serão aquelles com quem trabalhaste, [13] os teus negociantes desde a tua mocidade: cada qual irá vagueando pelo seu caminho; ninguem te salvará. [1] Jer. 48.18. cap. 3.26. [2] Exo. 11.5. Jui. 16.21. Mat. 24.41. [3] cap. 3.17 e 20.4. Jer. 13.22, 26. Nah. 3.5. Rom. 12.19. cap. 43.3, 14. Jer. 50.34. [4] I Sam. 2.9. ver. 7. cap. 13.19. [5] II Sam. 24.14. II Chr. 28.9. Zac. 1.15. cap. 43.28. [6] ver. 5. [7] ver. 10. Sof. 2.15. Apo. 18.7. [8] cap. 51.19. [9] Nah. 3.4. [10] ver. 8. [11] cap. 57.10. cap. 44.25. Dan. 2.2. [12] Nah. 1.10. Mal. 4.1. [13] Apo. 18.11. _Arrazoamentos, admoestações e promessas de Deus para com Israel._ 48 Ouvi isto, casa de Jacob, que vos chamaes do nome d’Israel, e saistes das aguas de Judah, [1] que juraes pelo nome do Senhor, e fazeis menção do Deus de Israel, _porém_ não em verdade nem em justiça. 2 E até da sancta cidade se [2] nomeiam, e se firmam sobre o Deus de Israel; o Senhor dos Exercitos _é_ o seu nome. 3 As coisas passadas já [3] desde então annunciei, e procederam da minha bocca, e eu as fiz ouvir: apressuradamente as fiz, e vieram. 4 Porque eu sabia que _eras_ duro, e a tua cerviz um nervo de ferro, e a tua testa de bronze. 5 Por [4] isso t’o annunciei desde então, _e_ t’o fiz ouvir antes que viesse, para que _porventura_ não dissesses: O meu idolo fez estas coisas, ou a minha imagem de esculptura, ou a minha imagem de fundição as mandou. 6 Já _o_ tens ouvido; olha bem para tudo isto; _porventura_ assim vós o não annunciareis? desde agora te faço ouvir coisas novas e occultas, e que nunca conheceste. 7 Agora foram creadas, e não desde então, e antes _d’este_ dia não as ouviste, para que _porventura_ não digas: Eis que já eu as sabia. 8 Nem tu _as_ ouviste, nem tu _as_ conheceste, nem tão pouco desde então foi aberto o teu ouvido, porque eu sabia que obrarias muito perfidamente, e que foste chamado prevaricador desde o ventre. 9 Por [5] amor do meu nome dilatarei a minha ira, e _por amor_ do meu louvor me refrearei para comtigo, para que te não venha a cortar. 10 Eis que _já_ te purifiquei, porém não como a prata: escolhi-te na fornalha da afflicção. 11 Por amor de mim, [6] por amor de mim _o_ farei, porque como seria profanado _o meu nome_? e a minha honra não a darei a outrem. 12 Dá-me ouvidos, ó Jacob, e tu, [7] ó Israel, [WS] a quem chamei; eu _sou_ o mesmo, eu o primeiro, eu tambem o ultimo. 13 Tambem [8] a minha mão fundou a terra, e a minha dextra mediu os céus a palmos; eu os chamarei, e apparecerão juntos. 14 Ajuntae-vos [9] todos vós, e ouvi: Quem _ha_, d’entre elles, que annunciasse estas coisas? O Senhor o amou, _e_ executará a sua vontade contra Babylonia, e o seu braço será _contra_ os chaldeos. 15 Eu, eu _o_ tenho dito; tambem já eu o chamei, _e_ o farei vir, e farei prospero _o_ seu caminho. 16 Chegae-vos a mim, ouvi isto: [10] Não fallei em occulto desde o principio, _mas_ desde o tempo em que aquillo se fez eu estava ali, e agora o Senhor JEHOVAH me enviou o seu Espirito. 17 Assim diz [11] o Senhor, o teu Redemptor, o Sancto de Israel: Eu _sou_ o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é util, _e_ te guia pelo caminho em _que_ deves andar. 18 Ah! [12] se déras ouvidos aos meus mandamentos! então seria a tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar. 19 Tambem a tua semente [13] seria como a areia, e os que procedem das tuas entranhas como o burgalhão d’ella, cujo nome nunca seria cortado nem destruido da minha face. 20 Sahi [14] de Babylonia, fugi de entre os chaldeos. E annunciae com voz de jubilo; fazei ouvir isso, _e_ levae-o até ao fim da terra: dizei: O Senhor remiu a [15] seu servo Jacob. 21 E não tinham sêde, [16] _quando_ os levava pelos desertos; fez-lhes correr agua da rocha: fendendo elle as rochas, as aguas manavam d’ellas. 22 _Porém_ os impios [17] não _teem_ paz, disse o Senhor. [1] Deu. 6.18. cap. 65.16. Sof. 1.5. Jer. 4.2 e 5.2. [2] cap. 52.1. [3] cap. 41.22 e 42.9 e 45.21 e 46.9, 10. [4] Deu. 31.27. ver. 3. [5] cap. 43.25. ver. 11. Eze. 20.9, 14, 22, 44. [6] ver. 9. Eze. 20.9. [7] cap. 42.8. Deu. 32.39. [8] cap. 41.4 e 44.6. Apo. 1.17 e 22.23. [9] cap. 41.22 e 43.9 e 44.7 e 45.20, 21. [10] cap. 45.19 e 61.1. Zac. 2.8, 9, 11. [11] cap. 43.14 e 44.6, 24. ver. 20. [12] Deu. 32.29. [13] Gen. 22.17. Ose. 1.10. [14] cap. 52.11. Jer. 50.8 e 51.6, 45. Zac. 2.6, 7. Apo. 18.4. [15] Exo. 19.4, 5, 6. cap. 44.22, 23. [16] cap. 41.17, 18. Exo. 17.6. Num. 20.11. [17] cap. 57.21. _O servo do Senhor é a luz dos gentios._ 49 Ouvi-me, ilhas, e escutae vós, povos de longe: [1] O Senhor me chamou desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome. 2 E fez a minha bocca [2] como _uma_ espada aguda, com a sombra da sua mão me cobriu: e me poz como _uma_ frecha limpa, _e_ me escondeu na sua aljava. 3 E me disse: [3] Tu _és_ meu servo: _e_ Israel aquelle por quem hei de ser glorificado. 4 Porém eu disse: Debalde tenho trabalhado, inutil e vãmente gastei as minhas forças: todavia o meu direito _está_ perante o Senhor, e o meu galardão perante o meu Deus. 5 E agora diz o Senhor, [4] que me formou desde o ventre para seu servo, que lhe tornasse a trazer Jacob _a elle_; [5] porém Israel não se deixára ajuntar: comtudo aos olhos do Senhor serei glorificado, e o meu Deus será a minha força. 6 Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribus de Jacob, e tornares a trazer os guardados em Israel: [6] tambem te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até á extremidade da terra. 7 Assim diz o Senhor, o Redemptor de Israel, o seu Sancto, á alma desprezada, [7] ao que a gente abomina, ao servo dos que dominam: Os reis o verão, e se levantarão, _tambem_ os principes, e diante de ti se inclinarão, por amor do Senhor, que é fiel, _e_ do Sancto de Israel, que te escolheu. 8 Assim diz o Senhor: No tempo favoravel te ouvi [8] e no dia da salvação te ajudei, e te guardarei, e te darei por concerto do povo, para restaurares a terra, para fazer possuir as herdades assoladas; 9 Para dizeres [9] aos presos: Sahi; _e_ aos que _estão_ em trevas: Apparecei: pastarão nos caminhos, e em todos os logares altos _haverá_ o seu pasto. 10 Nunca [10] terão fome nem sêde, nem a calma nem o sol os affligirá; porque o que se compadece d’elles os guiará, e os levará mansamente aos mananciaes das aguas. 11 E tornarei [11] a todos os meus montes em caminho; e as minhas veredas serão levantadas. 12 Eis que estes virão [12] de longe, e eis que aquelles do norte, e do occidente, e aquell’outros da terra Sinim. 13 Exultae, [13] ó céus, e alegra-te tu, terra, e vós, montes, estalae com jubilo, porque _já_ o Senhor consolou o seu povo, e dos seus afflictos se compadecerá. 14 Porém [14] Sião diz: _Já_ me desamparou o Senhor, e o Senhor se esqueceu de mim. 15 _Porventura_ [15] pode uma mulher esquecer-se tanto de seu _filho_ que cria, que se não compadeça _d’elle_, do filho do seu ventre? _ora_ ainda que esta se esquecesse _d’elle_, [16] comtudo eu me não esquecerei de ti. 16 Eis que em ambas as palmas das _minhas_ mãos te tenho gravado: os teus muros _estão_ continuamente perante mim. 17 Os teus filhos apressuradamente virão, _porém_ os teus destruidores e os teus assoladores sairão para fóra de ti. 18 Levanta [17] os teus olhos ao redor, e olha: todos estes _que_ se ajuntam veem a ti: vivo eu, diz o Senhor, que de todos estes te vestirás, [18] como d’um ornamento, e _te_ cingirás d’elles como noiva. 19 Porque nos teus desertos, e nos teus logares solitarios, [19] e _na_ tua terra destruida, agora te verás apertada de moradores, e os que te devoravam se apartarão para longe de ti. 20 _E_ ainda até os filhos [20] da tua orphandade dirão aos teus ouvidos: Mui estreito _é_ para mim este logar; aparta-te de mim, para que possa habitar _n’elle_. 21 E dirás no teu coração: Quem me gerou estes? pois eu estava desfilhada e solitaria; entrara em captiveiro, e me retirara; pois quem _me_ creou estes? eis que eu só fui deixada de resto? _e_ estes onde estavam? 22 Assim [21] diz o Senhor: Eis que levantarei a minha mão para as nações, e aos povos arvorarei a minha bandeira: então trarão os teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os hombros. 23 E os reis serão [22] os teus aios, e as suas princezas as tuas amas; diante de ti se inclinarão com o rosto em terra, e lamberão o pó dos teus pés, e saberás que eu _sou_ o Senhor, que os que confiam em mim não serão confundidos. 24 _Porventura_ se tiraria [23] a preza ao valente? [WT] ou os presos d’um justo escapariam? 25 Porém assim diz o Senhor: Por certo que os presos se tirarão ao valente, e a preza do tyranno escapará; porque eu contenderei com os teus contendedores, e os teus filhos eu remirei. 26 E sustentarei [24] os teus oppressores com a sua propria carne, e com o seu proprio sangue se embriagarão, como com mosto; e toda a carne saberá que eu _sou_ o Senhor, o teu Salvador e o teu Redemptor, o Forte de Jacob. [1] ver. 5. Jer. 1.5. Mat. 1.20, 21. Luc. 1.15, 31. João 10.36. Gal. 1.15. [2] cap. 11.4 e 51.16. Ose. 6.5. Heb. 4.12. Apo. 1.16. [3] cap. 42.1. Zac. 3.8. cap. 44.23. João 13.31 e 15.8. Eph. 1.6. [4] ver. 1. [5] Mat. 23.37. [6] cap. 42.6. Luc. 2.32. Act. 13.47 e 26.18. [7] cap. 53.3. ver. 23. [8] II Cor. 6.2. [9] cap. 42.7. Zac. 9.12. [10] Apo. 7.16. [11] cap. 40.4. [12] cap. 43.5, 6. [13] cap. 44.23. [14] cap. 40.27. [15] Mal. 3.17. Mat. 7.11. [16] Rom. 11.29. [17] cap. 60.4. [18] Pro. 17.6. [19] Zac. 2.4 e 10.10. [20] cap. 60.4. [21] cap. 60.4. [22] cap. 52.15 e 60.16. Miq. 7.17. Rom. 5.5 e 9.33 e 10.11. [23] Mat. 12.29. Luc. 11.21, 22. [24] cap. 9.20. Apo. 14.20 e 16.6. _O servo do Senhor ultrajado e soccorrido._ 50 Assim diz o Senhor: [1] Que libello de divorcio _é_ este de vossa mãe, pelo qual eu a repudiei? ou quem _é_ o meu crédor, a quem eu vos tenha vendido? eis que por vossas maldades fostes vendidos, [2] e por vossas prevaricações vossa mãe foi repudiada. 2 Por que razão vim eu, e ninguem appareceu? chamei, [3] e ninguem respondeu? [4] _porventura_ tanto se encolheu a minha mão, que _já_ não possa remir? ou não ha _mais_ força em mim para livrar? eis que com a minha reprehensão faço seccar o mar, torno os rios _em_ deserto, [5] até que cheirem mal os seus peixes, porquanto não teem agua e morrem de sêde. 3 Eu visto [6] os céus de negridão, e pôr-lhes-hei um sacco _para_ a sua cobertura. 4 O Senhor [7] JEHOVAH me deu _uma_ lingua erudita, para que saiba fallar a seu tempo uma _boa_ palavra com o cançado: desperta-_me_ todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aquelles que aprendem. 5 O Senhor JEHOVAH me [8] abriu os ouvidos, e eu não sou rebelde: não me retiro para traz. 6 As minhas costas dou [9] aos que _me_ ferem, e as minhas faces aos que _me_ arrancam os cabellos: não escondo a minha face de opprobrios e de escarros. 7 Porque o Senhor _Jehovah_ me ajuda, pelo que me não confundo: [10] por isso puz o meu rosto como _um_ seixo, porque sei que não serei confundido. 8 Perto [11] _está_ o que me justifica; quem contenderá comigo? compareçamos juntamente: quem [WU] tem _alguma_ causa contra mim? chegue-se para mim. 9 Eis que o Senhor JEHOVAH me ajuda; quem _ha que_ me condemne? [12] eis que todos elles como vestidos se envelhecerão, _e_ a traça os comerá. 10 Quem _ha_ entre vós que tema a JEHOVAH, _e_ ouça a voz do seu servo? quando andar em trevas, [13] e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus. 11 Eis que todos vós, que accendeis fogo, e vos cingis com faiscas, andae entre as labaredas do vosso fogo, e entre as faiscas _que_ accendestes: isto vos vem da minha mão, _e_ em [WV] tormentos jazereis. [1] Deu. 24.1. Jer. 3.8. Ose. 2.2. II Reis 4.1. Mat. 18.25. [2] cap. 52.3. [3] Pro. 1.24. cap. 65.12 e 66.4. Jer. 7.13 e 35.15. [4] Num. 11.23. cap. 59.1. Nah. 1.4. [5] Exo. 7.18, 21. [6] Exo. 10.21. Apo. 6.12. [7] Exo. 4.11. [8] João 14.31. Phi. 2.1. [9] João 18.22. Lam. 3.30. [10] Eze. 3.8, 9. [11] Rom. 8.32, 33, 34. [12] Job 13.28. cap. 51.6, 8. [13] II Chr. 20.20. _A restauração e salvação de Israel._ 51 Ouvi-me [1] vós, os que seguis justiça, os que buscaes ao Senhor: olhae para a rocha _d’onde_ fostes cortados, e para a caverna do poço _d’onde_ fostes cavados. 2 Olhae [2] para Abrahão, vosso Pae, e para Sarah, _que_ vos pariu; porque, sendo elle só, o chamei, e o abençoei e multipliquei. 3 Porque o Senhor consolará a Sião; [3] consolará a todos os seus logares desertos, e fará o seu deserto como o Eden, e a sua solidão como o jardim do Senhor: gozo e alegria se achará n’ella, acção de graças, e voz de melodia. 4 Attendei-me, povo meu, e, nação minha, inclinae os ouvidos para mim; [4] porque de mim sairá a lei, e o meu juizo farei repousar para luz dos povos. 5 Perto _está_ a minha [5] justiça, vem saindo a minha salvação, e os meus braços julgarão os povos: as ilhas me aguardarão, e no meu braço esperarão. 6 Levantae [6] os vossos olhos para os céus, e olhae para a terra de baixo, porque os céus desapparecerão como o fumo, e a terra se envelhecerá como _um_ vestido, e os seus moradores morrerão similhantemente; porém a minha salvação durará para sempre, e a minha justiça não será [WW] quebrantada. 7 Ouvi-me, [7] vós que conheceis a justiça, vós, povo em cujo coração _está_ a minha lei: não temaes o opprobrio dos homens, nem vos turbeis pelas suas injurias. 8 Porque [8] a traça os roerá como a _um_ vestido, e o bicho os comerá como á lã: mas a minha justiça durará para sempre, e a minha salvação de geração em geração. 9 Desperta-te, desperta-te, veste-te de força, ó braço do Senhor: desperta-te como nos dias _já_ passados, _como_ nas gerações antigas; [9] _porventura_ não és tu aquelle que cortou em pedaços a [10] Rahab, o que feriu ao dragão? 10 Não és tu aquelle que [11] seccou o mar, as aguas do grande abysmo? o que fez o caminho no fundo do mar, para que passassem os remidos? 11 Assim [12] tornarão os resgatados do Senhor, e virão a Sião com jubilo, e perpetua alegria _haverá_ sobre as suas cabeças: gozo e alegria alcançarão, a tristeza e o gemido fugirão. 12 Eu, eu _sou_ aquelle que [13] vos consola; quem _pois és_ tu, para que temas o homem, que é mortal? ou o filho do homem, _que_ se tornará em feno? 13 E te esqueces do Senhor que te fez, [14] que estendeu os céus, e fundou a terra, e temes continuamente todo o dia o furor do angustiador, quando se prepara para destruir: [15] pois onde _está_ o furor do que te attribulava? 14 O exilado captivo depressa será solto, e não morrerá na caverna, e o seu pão _lhe_ não faltará. 15 Porque eu _sou_ o Senhor teu Deus, [16] que fendo o mar, e bramem as suas ondas. O Senhor dos Exercitos _é_ o seu nome. 16 E ponho [17] as minhas palavras na tua bocca, e te cubro com a sombra da minha mão; para plantar os céus, e para fundar a terra, e para dizer a Sião: Tu _és_ o meu povo. 17 Desperta, desperta, [18] levanta-te, ó Jerusalem, que bebeste da mão do Senhor o calix do seu furor; bebeste _e_ chupaste as fezes do calix [WX] da vagueação. 18 De todos os filhos _que_ pariu nenhum _ha_ que a guie mansamente; e de todos os filhos _que_ creou nenhum que a tome pela mão. 19 Estas duas [19] coisas te aconteceram; quem tem compaixão de ti? a assolação, e o quebrantamento, e a fome, e a espada! _por_ quem te consolarei? 20 _Já_ os teus filhos desmaiaram, jazem nas entradas de todos os caminhos, como o boi montez na rede; cheios estão do furor do Senhor _e_ da reprehensão do teu Deus. 21 Pelo que agora ouve isto, ó oppressa, e embriagada, [20] mas não de vinho. 22 Assim diz o teu Senhor, JEHOVAH, e teu Deus, [21] _que_ pleiteará a causa do seu povo: Eis que eu tomo da tua mão o calix [WY] da vagueação, as fezes do calix do meu furor; nunca mais o beberás. 23 Porém pôl-o-hei [22] nas mãos dos que te entristeceram, que dizem á tua alma: Abaixa-te, e passaremos sobre _ti_: e tu pozeste as tuas costas como chão, e como caminho, aos viandantes. [1] ver. 7. Rom. 9.30, 31, 32. [2] Rom. 4.1, 16. Heb. 11.11, 12. Gen. 12.1, 2 e 24.1, 35. [3] cap. 40.1 e 52.9. ver. 12. [4] cap. 2.3 e 42.4, 6. [5] cap. 16.13 e 56.1. Rom. 1.16, 17. cap. 60.9. [6] cap. 40.26. II Ped. 3.10, 12. cap. 50.9. [7] ver. 1. Mat. 10.28. [8] cap. 50.9. [9] Job 26.12. [10] cap. 30.7. [11] Exo. 14.21. cap. 43.16. [12] cap. 35.10. [13] ver. 3. II Cor. 1.3. cap. 40.6. I Ped. 1.24. [14] Job 9.8. [15] Job 20.7. [16] Job 26.12. Jer. 31.35. [17] Deu. 18.18. cap. 59.21. cap. 49.2 e 65.17 e 66.22. [18] cap. 52.1. Jer. 25.15, 16. Apo. 14.10. [19] cap. 47.9. [20] ver. 17. Lam. 3.15. [21] Jer. 50.34. [22] Jer. 25.17, 26, 28. Zac. 12.2. 52 Desperta [1] desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião: veste-te dos teus vestidos formosos, ó Jerusalem, cidade sancta; [2] porque nunca mais entrará em ti nem incircumciso nem immundo. 2 Sacode-te [3] do pó, levanta-te, _e_ assenta-te, ó Jerusalem: solta-te _das_ ataduras de teu pescoço, ó captiva filha de Sião. 3 Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos: [4] tambem sem dinheiro sereis resgatados. 4 Porque assim diz o Senhor JEHOVAH: O meu povo em tempos passados desceu ao Egypto, para peregrinar lá, e a Assyria sem razão o opprimiu. 5 E agora, que tenho eu aqui _que fazer_? diz o Senhor; pois o meu povo foi tomado sem nenhuma razão: _e_ os que dominam sobre elle _o_ fazem uivar, diz o Senhor; [5] e o meu nome _é_ blasphemado incessantemente todo o dia. 6 Portanto o meu povo saberá o meu nome, por esta causa, n’aquelle dia; porque eu mesmo sou o que digo: Eis-me aqui. 7 Quão suaves [6] são sobre os montes os pés do que annuncia as boas novas, o que faz ouvir a paz; do que annuncia o bem, que faz ouvir a salvação: do que diz a Sião: O teu Deus reina. 8 _Uma_ voz dos teus atalaias _se ouve_, alçam a voz, juntamente exultam; porque olho a olho verão, quando o Senhor tornar a trazer a Sião. 9 Clamae cantando, exultae juntamente, desertos de Jerusalem; [7] porque o Senhor consolou o seu povo, remiu a Jerusalem. 10 O Senhor desnudou o seu sancto braço perante os olhos de todas as nações; [8] e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus. 11 Retirae-vos, [9] retirae-vos, sahi d’ahi, não toqueis coisa immunda: sahi do meio d’ella, [10] purificae-vos, os que levaes os vasos do Senhor. 12 Porque [11] não sairieis apressadamente, nem vos ireis fugindo; porque o Senhor irá diante de vós, e o Deus d’Israel _será_ a vossa rectaguarda. _A apparição, as dôres e a gloria do Messias._ 13 Eis que [12] o meu servo obrará com prudencia: será exaltado, e elevado, e mui sublime. 14 Como pasmaram muitos á vista de ti, de que o seu parecer estava tão desfigurado mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que _a_ dos _outros_ filhos dos homens, 15 Assim [13] [WZ] borrifará muitas nações, e os reis fecharão as suas boccas por causa d’elle; porque aquillo que não lhes foi annunciado o verão, e aquillo que elles não ouviram o entenderão. [1] cap. 51.9, 17. [2] Neh. 1.11. cap. 48.2. Mat. 4.5. Apo. 21.2. cap. 35.8. Nah. 1.15. [3] cap. 3.26. [4] cap. 45.13. [5] Eze. 36.20, 23. Rom. 2.24. [6] Nah. 1.15. Rom. 10.15. [7] cap. 51.3. cap. 48.20. [8] Luc. 3.6. [9] cap. 48.20. Jer. 50.8 e 51.6, 45. Zac. 2.6, 7. II Cor. 6.17. Apo. 18.4. [10] Lev. 22.2, etc. [11] Exo. 12.33, 39. Miq. 2.13. Num. 10.25. cap. 58.8. Exo. 14.19. [12] cap. 42.1. [13] Eze. 36.25. cap. 49.7, 23. Rom. 15.21. 53 Quem [1] deu credito á nossa prégação? e a quem se manifestou o braço do Senhor? 2 Porque foi subindo como renovo [2] perante elle, e como raiz d’_uma_ terra secca; não tinha [XA] parecer nem formosura; e, olhando nós para elle, não _havia_ apparencia _n’elle_, para que o desejassemos. 3 _Era_ desprezado, [3] e [XB] o mais indigno entre os homens, homem de dôres, e experimentado nos trabalhos; e como um de quem os homens escondiam o rosto _era_ desprezado, [4] e não fizemos d’elle caso algum. 4 Verdadeiramente [5] elle tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dôres levou sobre si; e nós o reputavamos por afflicto, ferido de Deus, e opprimido. 5 Porém elle _foi_ ferido [6] pelas nossas transgressões, _e_ [XC] moido pelas nossas iniquidades: o castigo que nos traz a paz _estava_ sobre elle, [7] e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos [8] nós andavamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho: porém o Senhor fez cair sobre elle a iniquidade de nós todos. 7 Exigindo-se-_lhe_, elle foi opprimido, [9] porém não abriu a sua bocca: [10] como _um_ cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim não abriu a sua bocca. 8 [XD] Da ancia e do juizo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? [11] porque foi cortado da terra dos viventes: pela transgressão do meu povo a praga _estava_ sobre elle. 9 E pozeram [12] a sua sepultura com os impios, e com o rico estava na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, [13] nem _houve_ engano na sua bocca. 10 Porém ao Senhor agradou [XE] moel-o, fazendo-_o_ enfermar; quando a sua alma se pozer por expiação do peccado, [14] verá a sua semente _e_ prolongará os dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. 11 O trabalho da sua alma elle verá, _e_ se fartará; [15] com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos: porque as suas iniquidades levará sobre si. 12 Pelo [16] que lhe darei [XF] a parte de muitos, e com os poderosos repartirá elle o despojo; porque derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; e levou sobre si o peccado de muitos, e intercede pelos transgressores. [1] João 12.38. Rom. 10.16. cap. 51.9. Rom. 1.10. [2] cap. 11.1. [3] cap. 49.7. [4] João 1.10, 11. [5] Mat. 8.17. Heb. 9.28. I Ped. 2.24. [6] Rom. 4.25. I Cor. 15.3. I Ped. 3.18. [7] I Ped. 2.24. [8] I Ped. 2.25. [9] Mat. 26.63 e 27.12, 14. Mar. 14.61 e 15.5. I Ped. 2.23. [10] Act. 8.32. [11] Dan. 9.26. [12] Mat. 27.57, 58, 60. [13] I Ped. 2.22. I João 3.5. [14] II Cor. 5.21. I Ped. 2.24. Rom. 6.9. Eph. 1.5, 9. II The. 1.11. [15] João 17.3. II Ped. 1.3. I João 2.1. cap. 42.1 e 49.3. Rom. 5.18, 19. ver. 4, 5. [16] Col. 2.15. Mar. 15.28. Luc. 22.37. Luc. 23.34. Rom. 8.34. Heb. 7.25 e 9.24. I João 2.1. _O progresso e a gloria da Egreja._ 54 Canta alegremente, [1] ó esteril, _que_ não parias: exclama de prazer com alegre canto, e exulta, tu [2] _que_ não tiveste dôres de parto; porque mais _são_ os filhos da solitaria, do que os filhos da casada, diz o Senhor. 2 Alarga [3] o logar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças: alonga as tuas cordas, e affixa bem as tuas estacas. 3 Porque trasbordarás á mão direita e á esquerda; [4] e a tua semente possuirá as nações e farão habitar as cidades assoladas. 4 Não temas, porque não serás envergonhada; e não te envergonhes, porque não serás confundida: antes te esquecerás da vergonha da tua mocidade, e não te lembrarás mais do opprobrio da tua viuvez. 5 Porque [5] o teu Creador _é_ o teu marido, o Senhor dos Exercitos _é_ o seu nome; e o Sancto de Israel _é_ o teu Redemptor; [6] será chamado o Deus de toda a terra. 6 Porque o Senhor te chamou [7] como a mulher desamparada, e triste de espirito: comtudo tu és a mulher da mocidade, ainda que foste desprezada, diz o teu Deus. 7 Por um pequeno momento [8] te deixei, porém com grandes misericordias te recolherei; 8 Com uma pouca de ira escondi a minha face [9] de ti por um momento; porém com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redemptor. 9 Porque isto _será_ para mim _como_ as [10] aguas de Noé, quando jurei que as aguas de Noé não passariam mais sobre a terra: assim jurei que não me irarei _mais_ contra ti, nem te reprehenderei. 10 Porque [11] os montes [XG] se desviarão, e os outeiros [XH] tremerão; porém a minha benignidade se não [XI] desviará de ti, e o concerto da minha paz [XJ] se não mudará, diz o Senhor, que se compadece de ti. 11 Tu, opprimida, arrojada com a tormenta _e_ desconsolada, eis que eu porei as tuas pedras com todo o ornamento, e te fundarei sobre as safiras. 12 E as tuas janellas farei crystallinas, e as tuas portas [12] de rubins, e todos os teus termos de pedras apraziveis. 13 E todos os teus filhos _serão_ [XK] doutrinados [13] do Senhor; e a paz de teus filhos _será_ abundante. 14 Com justiça serás confirmada: alonga-te da oppressão, porque _já_ não temerás; como tambem do espanto, porque não chegará a ti. 15 Eis que certamente se ajuntarão _contra ti_, _porém_ não comigo: quem se ajuntar contra ti cairá por amor de ti. 16 Eis que eu creei o ferreiro, que assopra as brazas no fogo, e que produz a ferramenta para a sua obra: tambem eu creei o destruidor, para desfazer. 17 Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará, e toda a lingua _que_ se levantar contra ti em juizo tu a condemnarás: esta _é_ a herança dos servos do Senhor, [14] e a sua justiça _vem_ de mim, diz o Senhor. [1] Sof. 2.14. Gal. 4.27. [2] I Sam. 2.5. [3] cap. 49.19, 20. [4] cap. 55.5 e 61.9. [5] Jer. 3.14. Luc. 1.32. [6] Zac. 14.9. Rom. 3.29. [7] cap. 62.4. [8] cap. 26.20 e 60.10. [9] cap. 55.3. Jer. 31.3. [10] Gen. 8.21 e 9.11. cap. 55.11. Jer. 31.35, 36. [11] cap. 51.6. Mat. 5.18. [12] I Chr. 29.2. Apo. 21.18, etc. [13] cap. 11.9. Jer. 31.34. I The. 4.9. I João 2.20. [14] cap. 45.24, 25. _Todo o povo é convidado a procurar a salvação._ 55 Ó vós, todos os que tendes sêde, [1] vinde ás aguas, e os que não tendes dinheiro, vinde, [2] comprae, e comei; sim, vinde, pois, comprae, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. 2 Porque gastaes o dinheiro n’aquillo que não é pão? e o _producto_ do vosso trabalho n’aquillo que não pode fartar? ouvi-me attentamente, e comei o bem, e a vossa alma se deleite com a gordura. 3 Inclinae os vossos ouvidos, [3] e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma [4] viverá; porque comvosco farei _um_ concerto perpetuo, _dando-vos_ as firmes beneficencias de David. 4 Eis que eu o dei _por_ testemunha aos povos, [5] _por_ principe e mandador dos povos. 5 Eis que [6] chamarás a _uma_ nação que nunca conheceste, e _uma_ nação que nunca te conheceu correrá para ti, por amor do Senhor teu Deus, e do Sancto de Israel; porque elle te glorificou. 6 Buscae [7] ao Senhor emquanto se pode achar, invocae-o emquanto está perto. 7 O impio deixe [8] o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor; e se compadecerá d’elle; como tambem ao nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. 8 Porque [9] os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. 9 Porque, assim _como_ os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. 10 Porque, assim como desce [10] a chuva e a neve dos céus, e para lá não torna, porém rega a terra, e a faz produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, 11 Assim será a minha palavra, que sair da minha bocca; ella não tornará a mim vazia; antes fará o que me apraz, e prosperará n’aquillo para o que a enviei. 12 Porque [11] com alegria saireis, e em paz sereis guiados: os montes e os outeiros exclamarão de prazer perante a vossa face, [12] e todas as arvores do campo baterão as palmas. 13 Em logar [13] do espinheiro crescerá a faia, e em logar da sarça crescerá a murta: o que será para o Senhor por nome, _e_ por signal eterno, _que_ nunca se apagará. [1] João 4.14 e 7.37. Apo. 21.6 e 22.17. [2] Mat. 13.44, 46. Apo. 3.18. [3] Mat. 11.28. [4] cap. 54.8 e 61.8. Jer. 32.40. II Sam. 7.8, etc. Act. 13.34. [5] João 18.37. Apo. 1.5. Dan. 9.25. [6] Eph. 2.11, 12. cap. 60.5. Act. 3.13. [7] Mat. 5.25. João 7.34 e 8.21. II Cor. 6.1, 2. Heb. 3.13. [8] cap. 1.16. Zac. 8.17. Jer. 3.12. [9] II Sam. 7.19. [10] Deu. 32.2. [11] cap. 35.10 e 65.13, 14. cap. 14.8 e 35.1, 2. [12] I Chr. 16.33. [13] cap. 41.19. Miq. 7.4. _Promessas áquelles que guardam o sabbado._ 56 Assim diz o Senhor: Guardae o juizo, e fazei justiça, [1] porque _já_ a minha salvação _está_ perto, para vir, e a minha justiça, para se manifestar. 2 Bemaventurado o homem _que_ fizer isto, e o filho do homem _que_ lançar mão d’isto; [2] que se guarda de profanar o sabbado, e guarda a sua mão de perpetrar algum mal. 3 E não falle [3] o filho do estrangeiro, que se houver chegado ao Senhor, dizendo: De todo me apartou o Senhor do seu povo: nem tão pouco diga o eunucho: Eis que eu _sou uma_ arvore secca. 4 Porque assim diz o Senhor dos eunuchos, que guardam os meus sabbados, e escolhem aquillo em que eu me agrado, e abraçam o meu concerto: 5 Tambem lhes darei na minha casa [4] e dentro dos meus muros _um_ logar e _um_ nome, melhor do que o de filhos e filhas: _um_ nome eterno darei a cada um d’elles, que nunca se apagará. 6 E aos filhos dos estrangeiros, que se chegarem ao Senhor, para o servirem, e para amarem o nome do Senhor, e para lhe servirem de servos, todos os que guardarem o sabbado, não o profanando, e os que abraçarem o meu concerto, 7 Tambem os levarei [5] ao meu sancto monte, e os festejarei na minha casa de oração, os seus holocaustos e os seus sacrificios _serão_ acceitos no meu altar; [6] porque a minha casa será chamada a casa de oração para todos os povos. _As faltas e os crimes de Israel._ 8 _Assim_ diz o Senhor JEHOVAH, [7] que ajunta os dispersos de Israel: Ainda mais lhe ajuntarei com os que já se lhe ajuntaram. 9 Vós, [8] todas as bestas do campo, todas as bestas dos bosques, vinde a comer. 10 Todos os seus atalaias [9] _são_ cegos, nada sabem; todos _são_ cães mudos, não podem ladrar: _andam_ adormecidos, _estão_ deitados, _e_ amam o tosquenejar. 11 E estes cães [10] _são_ golosos, não se podem fartar; e elles _são_ pastores que nada sabem entender: todos elles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganancia, _cada um_ por sua parte. 12 Vinde, _dizem_, trarei vinho, e beberemos bebida forte; e o dia d’ámanhã será como este, [11] _e ainda_ maior _e_ mais famoso. [1] cap. 46.13. Rom. 13.11, 12. [2] cap. 58.13. [3] Deu. 23.1, 2, 3. I Ped. 1.1. [4] I Tim. 3.15. João 1.12. I João 3.1. [5] cap. 2.2. Rom. 12.1. Heb. 13.15. [6] Mat. 21.13. Mar. 11.17. Luc. 19.46. Mal. 1.11. [7] cap. 11.12. [8] Jer. 12.9. [9] Mat. 15.14 e 23.16. Phi. 3.2. [10] Miq. 3.11. Eze. 34.2, 3. [11] Pro. 23.35. cap. 22.13. Luc. 12.19. I Cor. 15.32. 57 Perece o justo, e não _ha_ quem considere n’isso _em_ seu coração, [1] e os homens compassivos são recolhidos, sem que alguem considere que o justo é recolhido antes do mal. [Antes de Christo 698] 2 Entrará _em_ paz: descançarão nas suas camas, os que houverem andado na sua rectidão. 3 Porém chegae-vos aqui, [2] vós os filhos da agoureira, semente adulterina, e que commetteis fornicação. 4 De quem fazeis o vosso passatempo? contra quem alargaes a bocca, e deitaes para fóra a lingua? _porventura_ não _sois_ filhos da transgressão, semente da falsidade, 5 Que vos esquentaes com os deuses [3] debaixo de toda a arvore verde, e sacrificaes os filhos nos ribeiros, debaixo dos cantos dos penhascos? 6 Nas _pedras_ lisas dos ribeiros _está_ a tua parte; estas, estas _são_ a tua sorte; a estas tambem derramas a _tua_ libação, _e_ lhes offereces offertas: contentar-me-hia eu d’estas coisas? 7 Sobre [4] os montes altos e levantados pões a tua cama; e lá sobes para sacrificar sacrificios. 8 E detraz das portas e dos umbraes pões os teus memoriaes; porque, _desviando-te_ de mim, _a outros te_ descobres, e sobes, alargas a tua cama, e fazes _concerto com alguns_ d’elles: [5] amas a sua cama, onde quer que _a_ vês. 9 E vaes [6] ao rei com oleo, e multiplicas os teus perfumes; e envias os teus embaixadores para longe, e te abates até [XL] aos infernos. 10 Na tua comprida [7] viagem te cançaste; _porém_ não dizes: É coisa desesperada: o que buscavas achaste; por isso não adoeces. 11 Mas [8] de que tiveste receio, ou _a quem_ temeste? porque mentiste, e não te lembraste de mim, nem no teu coração _me_ pozeste? não é _porventura_ porque eu me calo, e _isso já_ desde muito tempo, e me não temes? 12 Eu publicarei a tua justiça, e as tuas obras, que não te aproveitarão. 13 Quando vieres a clamar, livrem-te os teus congregados; porém o vento a todos levará, e a vaidade os arrebatará: mas o que confia em mim possuirá a terra, e herdará o meu sancto monte. 14 E dir-se-ha: Aplainae, [9] aplainae _a estrada_, preparae o caminho: tirae os tropeços do caminho do meu povo. 15 Porque assim diz o alto e o sublime, que habita na eternidade, [10] e cujo nome _é_ sancto: _Na_ altura e no _logar_ sancto habito; como tambem com o contrito e abatido de espirito, [11] para vivificar o espirito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos. 16 Porque para sempre não contenderei, nem continuamente me indignarei; porque o espirito perante a minha face [XM] se opprimiria, e as almas _que_ eu fiz. 17 Pela iniquidade da sua avareza [12] me indignei, e os feri: escondi-me, e indignei-me; comtudo, rebeldes, seguiram o caminho do seu coração. 18 Eu vejo os seus caminhos, [13] e os sararei, e os guiarei, e lhes tornarei a dar consolações, _a saber_, aos seus pranteadores. 19 Eu crio [14] os fructos dos labios: paz, paz, para os que _estão_ longe, e para os que _estão_ perto, diz o Senhor, e eu os sararei. 20 Mas [15] os impios _são_ como o mar bravo, porque não se pode aquietar, e as suas aguas [XN] lançam de si lama e lodo. 21 Os impios, [16] diz o meu Deus, não _teem_ paz. [1] Miq. 7.2. [2] Mat. 16.4. [3] II Reis 16.4 e 17.10. Jer. 2.20. Lev. 18.21 e 20.2. II Reis 16.3 e 23.10. Jer. 7.31. Eze. 16.20 e 20.26. [4] Eze. 23.41. [5] Exo. 19.26, 28 e 23.2, 20. [6] cap. 30.6. Eze. 16.33 e 23.16. [7] Jer. 2.25. [8] cap. 51.12, 13. [9] cap. 40.3 e 62.10. [10] Job 6.10. Luc. 1.49. Zac. 2.13. cap. 66.2. [11] cap. 61.1. [12] Jer. 6.13 e 5.15. cap. 9.13. [13] Jer. 3.22. cap. 61.2. [14] Heb. 13.15. Act. 2.39. Eph. 2.17. [15] Job 15.20, etc. Pro. 4.16. [16] cap. 48.22. 58 Clama em alta voz, não te retenhas, levanta a tua voz como a trombeta e annuncia ao meu povo a sua transgressão, e á casa de Jacob os seus peccados. 2 Ainda que me buscam cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos, como um povo que obra justiça, e não deixa [XO] o direito do seu Deus: perguntam-me pelos direitos da justiça, _e_ teem prazer em se chegarem a Deus, 3 _Dizendo_: Porque jejuamos nós, e tu não attentas para isso? _Porque_ affligimos as nossas almas, e tu o não sabes? Eis que no dia em que jejuaes achaes o _vosso_ contentamento, e estreitamente requereis todo o vosso trabalho. 4 Eis que [1] para contendas e debates jejuaes, e para dardes punhadas impiamente: não jejueis como hoje, para fazer ouvir a vossa voz no alto. 5 Seria este [2] o jejum que eu escolheria, que o homem um dia afflija a sua alma? que incline a sua cabeça como o junco, [3] e estenda debaixo _de si_ sacco e cinza? chamarias tu a isto jejum e dia aprazivel ao Senhor? 6 _Porventura_ não _é_ este o jejum que escolhi? que soltes as ligaduras da impiedade, [4] que desfaças as ataduras do jugo? e que deixes livres os [XP] quebrantados, e despedaces todo o jugo? 7 _Porventura_ não _é tambem_ que repartas [5] o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desterrados? _e_, [6] vendo o nú, o cubras, e não te escondas da tua carne? 8 Então [7] romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, [8] _e_ a gloria do Senhor será a tua rectaguarda. 9 Então clamarás, e o Senhor _te_ responderá; gritarás, e elle dirá: Eis-me aqui: se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o fallar vaidade; 10 _E se_ abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma afflicta: então _a_ tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão _será_ como o meio dia. 11 E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em grandes sequidões, e fortificará os teus ossos; e serás como _um_ jardim regado, e como _um_ manancial de aguas, cujas aguas nunca faltam. 12 E _os que_ de ti _procederem_ edificarão os logares antigamente assolados; [9] _e_ levantarás os fundamentos de geração em geração: e chamar-te-hão reparador das [XQ] roturas, _e_ restaurador de veredas para morar. 13 Se [10] desviares o teu pé do sabbado, _de_ fazeres a tua vontade no meu sancto dia, e chamares ao sabbado deleitoso, e o sancto _dia_ do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, _nem_ pretendendo _fazer_ a tua propria vontade, nem fallares as tuas proprias palavras, 14 Então [11] te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu [12] pae Jacob; porque a bocca do Senhor _o_ fallou. [1] I Reis 21.9, 12, 13. [2] Zac. 7.5. [3] Est. 4.3. Dan. 9.3. Jon. 3.6. [4] Neh. 5.10, 11, 12. Jer. 34.9, 10. [5] Eze. 18.7, 16. Mat. 25.35. [6] Job 31.19. Gen. 29.14. Neh. 5.5. [7] Job 11.17. [8] Exo. 14.19. cap. 52.12. [9] cap. 61.4. [10] cap. 56.2. [11] Job 22.26. [12] cap. 1.20 e 40.5. Miq. 4.4. 59 Eis que a mão do Senhor não está encolhida, [1] para que não possa salvar; nem o seu ouvido aggravado, para não poder ouvir. 2 Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus: e os vossos peccados encobrem _o seu_ rosto de vós, para que não ouça. 3 Porque [2] as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos de iniquidade: os vossos labios fallam falsidade, a vossa lingua pronuncia perversidade. 4 Ninguem _ha_ que clame pela justiça, nem ninguem que compareça em juizo pela verdade; confiam na vaidade, e andam fallando mentiras; [3] concebem o [XR] trabalho, e parem a iniquidade. 5 Ovos de basilisco chocam, e tecem teias de aranha: o que comer dos ovos d’elles morrerá; e, apertando-os, sae d’elles uma vibora. 6 As suas teias [4] não prestam para vestidos, nem se poderão cobrir com as suas obras: as suas obras _são_ obras de iniquidade, e obra de violencia _ha_ nas suas mãos. 7 Os seus pés [5] correm para o mal, e se apressam para derramarem o sangue innocente: os seus pensamentos _são_ pensamentos de iniquidade, destruição e quebrantamento _ha_ nas suas estradas. 8 O caminho da paz não conhecem, nem _ha_ juizo nos seus passos: [6] as suas veredas torcem para si mesmos; todo aquelle que anda por ellas não tem conhecimento da paz. 9 Pelo que o juizo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; [7] esperámos pela luz, e eis que trevas _nos veem_; pelo resplandor, mas andamos em escuridão. 10 Apalpamos [8] as paredes como cegos, e como sem olhos andamos apalpando: tropeçamos ao meio-dia como [XS] nas trevas, _e_ nos logares escuros como mortos. 11 Todos nós bramamos como ursos, [9] e continuamente gememos como pombas: esperamos pelo juizo, e não o ha; pela salvação, _e_ está longe de nós. 12 Porque as nossas transgressões se multiplicaram perante ti, e os nossos peccados testificam contra nós; porque as nossas transgressões _estão_ comnosco, e conhecemos as nossas iniquidades; 13 _Como_ o [XT] prevaricar, e mentir contra o Senhor, e o retirar-se de após o nosso Deus, o fallar de oppressão e rebellião, [10] o conceber e [XU] inventar palavras de falsidade do coração. 14 Pelo que o juizo se tornou atraz, e a justiça se poz de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar. 15 Sim, a verdade desfallece, e _quem_ se desvia do mal arrisca-se a ser despojado: e o Senhor o viu, e pareceu mal aos seus olhos, por não haver juizo. 16 E vendo [11] que ninguem havia, maravilhou-se de que não _houvesse_ algum intercessor; pelo que o seu _proprio_ braço lhe trouxe a salvação, e a sua propria justiça o susteve; 17 Porque se vestiu [12] de justiça, como de _uma_ couraça, e _poz_ o elmo da salvação na sua cabeça, e vestiu-se de vestidos de vingança _por_ vestidura, e cobriu-se de zelo, como de _um_ manto. 18 Conforme [13] as obras d’elles, assim dará a recompensa, furor aos seus adversarios, e recompensa aos seus inimigos: ás ilhas dará o pago. 19 Então temerão [14] o nome do Senhor desde o poente, e a sua gloria desde o nascente do sol: [15] vindo o inimigo como _uma_ corrente de aguas, o Espirito do Senhor arvorará a bandeira contra elle. 20 E virá [16] um Redemptor a Sião e aos que se convertem da transgressão em Jacob, diz o Senhor. 21 Quanto a mim, [17] este _é_ o meu concerto com elles, diz o Senhor: o meu espirito, que _está_ sobre ti, e as minhas palavras, que puz em tua bocca, não se desviarão da tua bocca nem da bocca da tua semente, nem da bocca da semente da tua semente, diz o Senhor, desde agora e para todo o sempre. [1] Num. 11.23. cap. 50.2. [2] cap. 1.15. [3] Job 15.35. [4] Job 8.14, 15. [5] Pro. 1.16. Rom. 3.15. [6] Pro. 2.15. [7] Jer. 8.15. [8] Deu. 28.29. Job 5.14. Amós 8.9. [9] cap. 38.14. Eze. 7.16. [10] Mat. 12.34. [11] Eze. 22.30. cap. 63.5. [12] Eph. 6.14, 17. I The. 5.8. [13] cap. 63.6. [14] Mal. 1.11. [15] Apo. 12.15. [16] Rom. 11.26. [17] Heb. 8.10 e 10.16. _Jerusalem é restituida á sua gloria._ 60 Levanta-te, [1] esclarece, porque _já_ vem a tua luz, e a gloria do Senhor _já_ vae nascendo sobre ti. 2 Porque eis que as trevas cobriram a terra, e a escuridão os povos; porém sobre ti o Senhor virá nascendo, e a sua gloria se verá sobre ti. 3 E as nações caminharão [2] á tua luz, e os reis ao resplandor que te nasceu. 4 Levanta [3] em redor os teus olhos, e vê; todos estes _já_ se ajuntaram, _e_ veem a ti: teus filhos virão de longe, e tuas filhas se crearão á _tua_ ilharga. 5 Então o verás, [4] e serás illuminado, e o teu coração se espantará e alargará; porque a abundancia do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações virão a ti. 6 A multidão de camelos te cobrirá, [5] os dromedarios de Midian e Epha; todos virão de Seba: oiro e incenso trarão, e publicarão os louvores do Senhor. 7 Todas as ovelhas de Kedar se congregarão a ti, os carneiros de Nebaioth te servirão: com agrado subirão ao meu altar, e eu glorificarei a casa da minha gloria. 8 Quem _são_ estes _que_ veem voando como nuvens, e como pombas ás suas janellas? 9 Certamente as ilhas me [6] aguardarão, e primeiro os navios de Tarsis, para trazer teus filhos de longe, a sua prata e o seu oiro com elles, [7] para o nome do Senhor teu Deus, e para o Sancto de Israel, porquanto te glorificou. 10 E [8] os filhos dos estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis te servirão; porque no meu furor te feri, porém na minha benignidade tive misericordia de ti. 11 E [9] as tuas portas estarão abertas de continuo, nem de dia nem de noite se fecharão; para que tragam a ti as riquezas das nações, e, conduzidos com ellas, os seus reis. 12 Porque [10] a nação e o reino que te não servirem perecerão; e as taes nações de todo serão assoladas. 13 A gloria [11] do Libano virá a ti; a faia, o pinheiro, e o buxo juntamente, [12] para ornarem o logar do meu sanctuario, e glorificarei o logar dos meus pés. 14 Tambem virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te opprimiram; [13] e prostrar-se-hão ás plantas dos teus pés todos os que te blasphemaram; e chamar-te-hão a cidade do Senhor, [14] a Sião do Sancto de Israel. 15 Em logar do que foste deixada, e aborrecida, e ninguem passava _por ti_, te porei uma excellencia perpetua, um gozo de geração em geração. 16 E mamarás o leite das nações, [15] e mamarás os peitos dos reis; e saberás que eu _sou_ o Senhor, o teu Salvador, e o teu Redemptor, o Possante de Jacob. 17 Por cobre trarei oiro, e por ferro trarei prata, e por madeira bronze, e por pedras ferro: e farei pacificos os teus inspectores e justos os teus exactores. 18 Nunca mais se ouvirá violencia na tua terra, desolação _nem_ destruição nos teus termos; mas aos teus muros chamarás salvação, e ás tuas portas louvor. 19 Nunca mais te servirá o sol [16] para luz do dia, nem com o _seu_ resplandor a lua te alumiará; mas o Senhor será a tua luz perpetua, [17] e o teu Deus a tua gloria. 20 Nunca mais se porá [18] o teu sol, nem a tua lua minguará; porque o Senhor será a tua luz perpetua, e os dias do teu luto se virão a acabar. 21 E todos os do teu povo [19] _serão_ justos, para sempre herdarão a terra; _serão_ renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que seja glorificado. 22 O mais pequeno [20] virá a ser mil, e o minimo _um_ povo grandissimo: eu, o Senhor, ao seu tempo o farei promptamente. [1] Eph. 5.14. Mal. 4.2. [2] cap. 49.6, 23. Apo. 21.24. [3] cap. 49.18, 20, 21, 22. [4] Rom. 11.25. [5] Gen. 25.4. [6] cap. 42.4 e 51.5. Zac. 14.14. [7] Jer. 3.17. cap. 55.5. [8] cap. 49.23. [9] Apo. 21.25. [10] Zac. 14.17, 19. [11] cap. 35.2 e 41.19. [12] I Chr. 28.2. [13] cap. 49.23. Apo. 3.9. [14] Heb. 12.22. Apo. 14.1. [15] cap. 49.23 e 61.6 e 66.11, 12. cap. 43.3. [16] Apo. 21.23 e 22.5. [17] Zac. 2.5. [18] Amós 8.9. [19] cap. 61.3. Mat. 15.13. [20] Mat. 13.31, 32. _A salvação é proclamada._ 61 O Espirito [1] do Senhor JEHOVAH _está_ sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para prégar boas novas aos mansos: enviou-me a restaurar os contritos de coração, a apregoar liberdade aos captivos, e a abertura de prisão aos presos; 2 A apregoar [2] o anno acceitavel do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus, a consolar todos os tristes; 3 A ordenar aos tristes de Sião que se lhes dê [XV] ornamento por cinza, oleo de gozo por tristeza, vestidura de louvor por espirito angustiado; para que se chamem carvalhos de justiça, [3] plantados do Senhor, para que seja glorificado. 4 E edificarão [4] os logares antigamente assolados, _e_ restaurarão os de antes destruidos, e renovarão as cidades assoladas, destruidas de geração em geração. 5 E haverá estrangeiros, e apascentarão os vossos rebanhos: e estranhos _serão_ os vossos lavradores e os vossos vinheiros. 6 Porém vós sereis chamados sacerdotes [5] do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus: comereis a abundancia das nações, e na sua gloria vos gloriareis. 7 Por vossa dupla vergonha, e affronta, exultarão sobre a sua parte; pelo que na sua terra possuirão o dobro, _e_ terão perpetua alegria. 8 Porque eu, o Senhor, amo o juizo, [6] aborreço [XW] a rapina no holocausto; e farei que a sua obra seja em verdade; e farei _um_ concerto eterno com elles. 9 E a sua semente será conhecida entre as nações, e os seus descendentes no meio dos povos; todos quantos os virem os conhecerão, que _são_ a semente bemdita do Senhor. 10 Gozo-me [7] muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me vestiu de vestidos de salvação, me cobriu com o manto de justiça, [8] como _quando_ o noivo se orna com atavio sacerdotal, e como a noiva se enfeita com as suas joias. 11 Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o horto faz brotar o que n’elle se semeia, assim o Senhor JEHOVAH fará brotar a justiça e o louvor [9] para todas as nações. [1] cap. 11.2. Luc. 4.18. João 1.32 e 3.34. cap. 57.15. cap. 42.7. [2] cap. 34.8 e 63.4. cap. 57.18. [3] cap. 60.21. [4] cap. 58.12. Eze. 36.33, 36. [5] Exo. 19.6. cap. 66.21. Apo. 1.6 e 5.10. cap. 60.5, 11, 16. [6] cap. 1.11, 15. [7] Hab. 3.18. [8] cap. 49.18. Apo. 21.2. [9] cap. 60.18 e 62.7. _A gloria de Jerusalem sempre augmentando._ 62 Por amor de Sião me não calarei, e por amor de Jerusalem me não aquietarei; até que saia a sua justiça como um resplandor, e a sua salvação como uma tocha accesa. 2 E as nações [1] verão a tua justiça, e todos os reis a tua gloria; [2] e chamar-te-hão por um nome novo, que a bocca do Senhor nomeará. 3 E serás uma corôa de gloria na mão do Senhor, e _um_ diadema real na mão do teu Deus. 4 Nunca mais te chamarão: [3] Desamparada, nem a tua terra nunca mais nomearão: [4] Assolada; mas chamar-te-hão: [XX] O meu prazer _está_ n’ella; e a tua terra: [XY] A casada; porque o Senhor se agrada de ti; e a tua terra se casará. 5 Porque, _como_ o mancebo se casa com a donzella, _assim_ teus filhos se casarão comtigo: [5] e, _como_ o noivo se alegra da noiva, _assim_ se alegrará de ti o teu Deus. 6 Ó Jerusalem, sobre os teus muros puz guardas, _que_ todo o dia e toda a noite de continuo se não calarão: ó vós, os que fazeis menção do Senhor, não haja silencio em vós, 7 Nem lhe deis a elle silencio, até que confirme, [6] e até que ponha a Jerusalem por louvor na terra. 8 Jurou o Senhor pela sua mão direita, e pelo braço da sua força, [7] que nunca mais darei o teu trigo _por_ comida aos teus inimigos, nem os estranhos beberão o teu mosto, em que trabalhaste. 9 Porém os que o ajuntarem o comerão, e louvarão ao Senhor: e os que o colherem [8] beberão nos atrios do meu sanctuario. 10 Passae, passae pelas portas; [9] preparae o caminho ao povo; aplainae, aplainae a estrada, limpae-_a_ das pedras; arvorae a bandeira aos povos. 11 Eis que o Senhor fez ouvir até ás extremidades da terra: [10] Dizei á filha de Sião: Eis que a tua salvação vem: eis que comsigo o seu galardão, e a sua obra diante d’elle. 12 E chamal-os-hão: Povo sancto, remidos do Senhor; e tu serás chamada Buscada, [11] a cidade não desamparada. [1] cap. 60.3. [2] ver. 4, 12. cap. 65.15. [3] Ose. 1.10. I Ped. 2.10. [4] cap. 54.6, 7. cap. 54.1. [5] cap. 65.19. [6] Sof. 3.20. [7] Deu. 28.31, etc. [8] Deu. 12.21 e 14.23, 26 e 16.11, 14. [9] cap. 40.3 e 57.14. cap. 11.12. [10] Zac. 9.9. Mat. 21.5. João 12.15. cap. 40.10. Apo. 22.12. [11] ver. 4. _Deus salva e vinga a seu povo._ 63 Quem _é_ este, que vem de Edom, com vestidos [XZ] tintos de Bozra? este [YA] ornado com a sua vestidura, que marcha com a sua grande força? Eu, que fallo em justiça, poderoso para salvar. 2 Porque [1] _estás_ vermelho na tua vestidura? e os teus vestidos como aquelle que piza no lagar? 3 Eu pizei só o lagar, [2] e dos povos ninguem houve commigo; e os pizei na minha ira, e os atropelei no meu furor; e o seu sangue se aspergia sobre os meus vestidos, e manchei toda a minha vestidura. 4 Porque o dia da vingança [3] _estava_ no meu coração; e o anno dos meus remedios é chegado. 5 E olhei, [4] e não _havia_ quem _me_ ajudasse; e espantei-me de que não _houvesse_ quem _me_ sustivesse, pelo que o meu braço me trouxe a salvação, e o meu furor me susteve. 6 E atropelei os povos na minha ira, [5] e os embebedei no meu furor; e [YB] a sua força derribei por terra. _Acção de graças, confissões e supplicas do povo de Deus._ 7 Das benignidades do Senhor farei menção, _e_ dos muitos louvores do Senhor, conforme tudo quanto o Senhor nos fez; e da grande bondade para com a casa de Israel, que usou com elles segundo as suas misericordias, e segundo a multidão das suas benignidades. 8 Porque dizia: Comtudo meu povo são, filhos _que_ não mentirão: assim se lhes fez Salvador. 9 Em toda a angustia [6] d’elles elle foi angustiado, [7] e o anjo da sua face os salvou; pelo seu amor, e pela sua compaixão elle os remiu; e os tomou, e os trouxe _sobre si_ todos os dias da antiguidade. 10 Porém [8] elles foram rebeldes, e contristaram o seu Espirito Sancto; pelo que se lhes tornou em inimigo, _e_ elle mesmo pelejou contra elles. 11 Todavia se lembrou dos dias da antiguidade, de Moysés, _e_ do seu povo. [9] _Porém_ onde _está agora_ o que os fez subir do mar com os pastores do seu rebanho? onde _está_ o que punha no meio d’elles o seu Espirito Sancto? 12 O que o braço [10] da sua gloria fez andar á mão direita de Moysés? o que fendeu as aguas diante d’elles, para se fazer _um_ nome eterno? 13 O que os guiou pelos abysmos, como o cavallo no deserto; nunca tropeçaram. 14 Como a besta _que_ desce aos valles, o Espirito do Senhor lhes deu descanço: assim guiaste ao teu povo, [11] para te fazeres _um_ nome glorioso. 15 Attenta [12] desde os céus, e olha desde a tua sancta e gloriosa habitação. Onde _estão_ o teu zelo e as tuas [YC] forças? o arroido das tuas entranhas, e das tuas misericordias, detem-se para comigo! 16 Porém [13] tu _és_ nosso Pae, ainda que Abrahão nos não conhece, e Israel não nos reconhece: Tu, ó Senhor, _és_ nosso Pae; nosso Redemptor desde a antiguidade _é_ o teu nome. 17 Porque, ó Senhor, [14] nos fazes errar dos teus caminhos? _Porque_ endureces o nosso coração, para que te não temamos? Torna, por amor dos teus servos, ás tribus da tua herança. 18 _Só_ por um pouco de tempo _a_ possuiu o teu sancto [15] povo: nossos adversarios pizaram o teu sanctuario. 19 Somos feitos _como aquelles_ sobre quem tu nunca dominaste, _e como_ os que nunca se chamaram pelo teu nome. [1] Apo. 19.13. [2] Lam. 1.15. Apo. 14.19, 20 e 19.15. [3] cap. 34.8 e 61.2. [4] cap. 41.28 e 59.16. João 16.32. [5] Apo. 16.6. [6] Exo. 14.19 e 23.20, 21 e 33.14. Act. 12.11. [7] Deu. 7.7, 8. Exo. 19.4. Deu. 1.31 e 32.11, 12. [8] Num. 14.11. Act. 7.51. Eph. 4.30. [9] Exo. 14.30. Jer. 2.6. Num. 11.17, 25. Neh. 9.20. [10] Exo. 15.6. Exo. 14.21. Jos. 3.16. [11] II Sam. 7.23. [12] Deu. 26.15. Ose. 11.8. [13] Deu. 32.6. I Chr. 29.10. cap. 64.8. [14] cap. 6.10. João 12.40. Rom. 9.18. [15] Deu. 7.6 e 26.19. cap. 62.12. Dan. 8.24. 64 Oh! se fendesses os céus, _e_ descesses, [1] se os montes se escoassem de diante da tua face! 2 Como o fogo [YD] de fundir arde, _e_ o fogo faz ferver as aguas, para fazeres notorio o teu nome aos teus adversarios, _e assim_ as nações tremessem da tua presença! 3 _Como_ quando [2] fazias coisas terriveis, _quaes_ nunca esperavamos, _quando_ descias, _e_ os montes se escoavam de diante da tua face. 4 Porque desde a antiguidade não se [3] ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem olho viu, fóra de ti, ó Deus, _o que_ ha de fazer áquelle que o espera. 5 Saiste ao encontro áquelle que se alegrava [4] e praticava justiça _e aos que_ se lembram de ti nos teus caminhos: eis que te enfureceste, porque peccámos; n’elles ha eternidade, para que sejamos salvos. 6 Porém todos nós somos como o immundo, [5] e todas as nossas justiças como trapo da immundicia; e todos nós caimos como a folha, e as nossas culpas como um vento nos arrebatam. 7 E já ninguem _ha_ que invoque o teu nome, [6] que se desperte, para pegar de ti; porque escondes de nós o teu rosto, e nos [YE] fazes derreter, por causa das nossas iniquidades. 8 Porém agora, [7] ó Senhor, tu _és_ nosso Pae: nós o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós a obra das tuas mãos. 9 Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniquidade: eis, olha, peço-te, todos nós somos o teu povo. 10 As tuas sanctas cidades estão feitas um deserto: Sião está feita um deserto, Jerusalem está assolada. 11 A nossa sancta [8] e gloriosa casa, em que te louvavam nossos paes, foi queimada a fogo; e todas as nossas desejaveis coisas se tornaram em assolação. 12 Conter-te-hias tu _ainda_ sobre estas coisas, ó Senhor? ficarias calado, e nos opprimirias tanto? [1] Jui. 5.5. Miq. 1.4. [2] Jui. 5.4, 5. Hab. 3.3, 6. [3] I Cor. 2.9. [4] Act. 10.35. Mal. 3.6. [5] Phi. 3.9. [6] Ose. 7.7. [7] cap. 63.16. cap. 29.16 e 45.9. Jer. 18.6. Rom. 9.20, 21. Eph. 2.10. [8] II Reis 25.9. II Chr. 36.19. _Deus promette ouvir a oração e conceder bençãos aos seus servos._ 65 Fui buscado [1] dos que não perguntavam _por mim_, fui achado de aquelles que me não buscavam: [2] a um povo que se não chamava do meu nome eu disse: Eis-me aqui. 2 Estendi [3] as minhas mãos todo o dia a um povo rebelde, que caminha por caminho não bom, após os seus pensamentos: 3 Povo que me irrita diante da minha face de continuo, [4] sacrificando em jardins e queimando incenso sobre tijolos; 4 Assentando-se [5] junto ás sepulturas, e passando as noites junto aos logares secretos: comendo carne de porco, e _tendo_ caldo de coisas abominaveis nos seus vasos. 5 E dizem: [6] Tira-te lá, e não te chegues a mim, porque sou mais sancto do que tu. Estes _são_ um fumo no meu nariz, um fogo que arde todo o dia. 6 Eis que _está_ escripto diante de mim: não me calarei; porém eu pagarei, e pagarei no seu seio, 7 As vossas iniquidades, [7] e juntamente as iniquidades de vossos paes, diz o Senhor, que queimaram incenso nos montes, e me affrontaram nos outeiros; pelo que lhes tornarei a medir o galardão das suas obras antigas no seu seio. 8 Assim diz o Senhor: Como quando se acha mosto n’um cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, [8] pois _ha_ benção n’elle; assim eu _o_ farei por amor _de_ meus servos, que os não destrua a todos. 9 E produzirei semente de Jacob, e de Judah _um_ herdeiro, que possua os meus montes; [9] e os meus eleitos herdarão a _terra_ e os meus servos habitarão ali. 10 E Saron [10] servirá de curral de ovelhas, e o valle de Achor de malhada de gados, para o meu povo, que me buscou. 11 Mas a vós, [11] os que vos apartaes do Senhor, os que vos esqueceis do meu sancto monte, os que pondes a mesa [YF] ao exercito, e os que misturaes a bebida para o [YG] numero, 12 Tambem eu vos [YH] contarei á espada, e todos vos encurvareis á matança; [12] porquanto chamei, e não respondestes; fallei, e não ouvistes; mas fizestes o _que_ mal _parece_ aos meus olhos, e escolhestes aquillo em que não tinha prazer. 13 Pelo que assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que os meus servos comerão, porém vós padecereis fome: eis que os meus servos beberão, porém vós tereis sêde: eis que os meus servos se alegrarão, porém vós vos envergonhareis: 14 Eis que os meus servos exultarão do bom animo, [13] porém vós gritareis de tristeza de animo; e uivareis [YI] pelo quebrantamento de espirito. 15 E deixareis [14] o vosso nome aos meus eleitos por maldição; e o Senhor JEHOVAH te matará; e a seus servos chamará por outro nome. 16 _Assim que_ [15] aquelle que se bemdisser na terra, se bemdirá no Deus [YJ] da verdade; e aquelle que jurar na terra, jurará pelo Deus da verdade; porque já estão esquecidas as angustias passadas, e porque _já_ estão encobertas de diante dos meus olhos. 17 Porque, [16] eis que eu crio céus novos e terra nova; e não haverá _mais_ lembrança das coisas passadas, nem mais subirão ao coração. 18 Porém vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio a Jerusalem _uma_ alegria, e ao seu povo _um_ gozo. 19 E folgarei [17] em Jerusalem, e exultarei no meu povo; [18] e nunca mais se ouvirá n’ella voz de choro nem voz de clamor. 20 Não haverá mais d’ali _n’ella_ mamante de _poucos_ dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o mancebo morrerá de cem annos; [19] porém o peccador de cem annos será amaldiçoado. 21 E edificarão casas, e _as_ habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o seu fructo. 22 Não edificarão [20] para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo _serão_ como os dias da arvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até á velhice. 23 Não [21] trabalharão debalde, nem parirão para a [YK] perturbação; porque _são_ a semente dos bemditos do Senhor, e os seus descendentes com elles. 24 E será que antes que clamem eu responderei: estando elles ainda fallando, eu os ouvirei. 25 O lobo [22] e o cordeiro se apascentarão ambos juntos, e o leão comerá palha como o boi: [23] e pó _será_ a comida da serpente. Não farão mal nem damno algum em todo o meu sancto monte, diz o Senhor. [1] Rom. 10.20. [2] cap. 63.19. [3] Rom. 10.21. [4] Deu. 32.21. cap. 1.29 e 66.17. [5] cap. 66.17. Lev. 11.7. [6] Luc. 5.30 e 18.11. Jud. 19. [7] Exo. 20.5. Eze. 20.27, 28. [8] Jos. 2.14. [9] ver. 15, 2. Mat. 24.22. Rom. 11.5, 7. [10] Jos. 7.24, 26. Ose. 2.15. [11] cap. 56.7 e 57.13. ver. 25. Eze. 23.41. I Cor. 10.21. [12] Pro. 1.24, etc. cap. 66.4. Jer. 7.13. [13] Mat. 8.12. Luc. 13.28. [14] Zac. 8.13. ver. 9. cap. 62.2. [15] Jer. 4.2. Deu. 6.13. cap. 19.18 e 45.23. Sof. 1.5. [16] cap. 51.16 e 66.22. II Ped. 3.13. Apo. 21.1. [17] cap. 62.5. [18] cap. 35.10 e 51.11. Apo. 7.17 e 21.4. [19] Ecc. 8.12. [20] Deu. 28.30. Amós 9.14. [21] Deu. 28.41. cap. 61.9. [22] cap. 11.6, 7, 9. [23] Gen. 3.14. _A rejeição final dos rebeldes._ 66 Assim diz o Senhor: [1] Os céus _são_ o meu throno, e a terra o escabello dos meus pés: qual _seria_ a casa que vós me edificarieis? e qual _seria_ o logar do meu descanço? 2 Porque a minha mão fez todas estas coisas, e assim todas estas coisas foram feitas, diz o Senhor; [2] mas para esse olharei, para o pobre e abatido de espirito, e que treme da minha palavra. 3 Quem mata _um_ boi [3] _é como o que_ fere um homem; [4] quem sacrifica um cordeiro _é como o que_ degola um cão; quem offerece uma oblação _é como o que offerece_ sangue de porco; quem offerece incenso memorativo _é como o que_ bemdiz a um idolo; tambem estes escolhem os seus _proprios_ caminhos, e a sua alma toma prazer nas suas abominações; 4 Tambem eu escolherei seus [YL] escarneos, farei vir sobre elles os seus temores; [5] porquanto clamei e ninguem respondeu, fallei, e não escutaram; mas fizeram _o que parece_ mal aos meus olhos, e escolheram aquillo em que não tinha prazer. 5 Ouvi a palavra do Senhor, os que tremeis da sua palavra. Vossos irmãos, que vos aborrecem e longe _de si_ vos separam por amor do meu nome, dizem: Glorifique-se o Senhor; [YM] porém apparecerá para a vossa alegria, e elles serão confundidos. 6 Uma voz de grande rumor _haverá_ da cidade, uma voz do templo, a voz do Senhor, que dá o pago aos seus inimigos. 7 Antes que estivesse de parto, pariu; antes que lhe viessem as dores, deu á luz um filho macho. 8 Quem _jámais_ ouviu tal coisa? quem viu coisas similhantes? poder-se-hia fazer parir uma terra n’um _só_ dia? nasceria uma nação de uma _só_ vez? mas _já_ Sião esteve de parto e já pariu seus filhos. 9 Abriria eu a madre, e não geraria? diz o Senhor: geraria eu, e fechar-me-hia? diz o teu Deus. 10 Gozae-vos com Jerusalem, e alegrae-vos d’ella, vós todos os que a amaes: alegrae-vos com ella de alegria, todos os que pranteastes por ella; 11 Para que mameis, e vos farteis dos peitos das suas consolações: para que chupeis, e vos deleiteis com [YN] o resplandor da sua gloria. 12 Porque assim diz o Senhor: [6] Eis que estenderei sobre ella a paz como um rio, e a gloria das nações como um ribeiro que trasborda; então mamareis, [7] ao colo vos trarão, e sobre os joelhos vos afagarão. 13 Como alguem a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei; e em Jerusalem vós sereis consolados. 14 E _o_ vereis e alegrar-se-ha o vosso coração, [8] e os vossos ossos reverdecerão como a herva tenra: então a mão do Senhor será notoria aos seus servos, e elle se indignará contra os seus inimigos. 15 Porque, [9] eis que o Senhor virá em fogo; e os seus carros como um torvelinho; para tornar a sua ira em furor, e a sua reprehensão em chammas de fogo. 16 Porque com fogo e com [10] a sua espada entrará o Senhor em juizo com toda a carne; e os mortos do Senhor serão multiplicados. 17 Os que se sanctificam, [11] e se purificam nos jardins uns após os outros, no meio _d’elles_: os que comem carne de porco, e a abominação, e o rato: juntamente serão consumidos, diz o Senhor. 18 Porque conheço as suas obras e os seus pensamentos! o _tempo_ vem em que ajuntarei todas as nações e linguas; e virão, e verão a minha gloria. 19 E porei entre elles um signal, e os que d’elles escaparem enviarei ás nações, _a_ Tarsis, Pul, e Lud, frecheiros _a_ Tubal e Javan, até ás ilhas de _mais_ longe, que não ouviram a minha fama, nem viram a minha gloria; [12] e annunciarão a minha gloria entre as nações. 20 E trarão a todos os vossos irmãos, d’entre todas as nações, _de_ presente ao Senhor, sobre cavallos, e em carros, e em liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedarios, ao meu sancto monte, _a_ Jerusalem, diz o Senhor: como _quando_ os filhos de Israel trazem os _seus_ presentes em vasos limpos á casa do Senhor: 21 E tambem d’elles tomarei a alguns para sacerdotes [13] _e_ para levitas, diz o Senhor. 22 Porque, [14] como os céus novos, e a terra nova, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim _tambem_ ha de estar a vossa semente e o vosso nome. 23 E será que desde _uma_ [15] lua nova até á outra, e desde _um_ sabbado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor. 24 E sairão, [16] e verão os corpos mortos dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu bicho nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão em horror a toda a carne. [1] I Reis 8.27. II Chr. 6.18. Mat. 5.34, 35. Act. 7.48, 49 e 17.24. [2] Pro. 28.14. ver. 5. [3] cap. 1.11. [4] Deu. 23.18. [5] Pro. 1.24. cap. 65.12. Jer. 7.13. [6] cap. 48.18. [7] cap. 60.19. cap. 49.22. [8] Eze. 37.1, etc. [9] cap. 9.5. II The. 1.8. [10] cap. 27.1. [11] cap. 65.3, 4. [12] Mal. 1.11. [13] Exo. 19.6. cap. 61.6. I Ped. 2.9. Apo. 1.6. [14] cap. 65.17. II Ped. 3.13. Apo. 21.1. [15] Zac. 14.16. [16] ver. 16. Mar. 9.44, 46, 48. JEREMIAS. _A vocação e primeira visão de Jeremias._ [Antes de Christo 629] 1 Palavras de Jeremias, filho de Hilkias, [1] dos sacerdotes que _estavam_ em Anathoth, na terra de Benjamin: 2 Ao qual veiu a palavra do Senhor, nos dias de Josias, filho d’Ammon, rei de Judah, no decimo terceiro anno do seu reinado. 3 Assim _lhe_ veiu _tambem_ nos dias de Jeheiakim, filho de Josias, rei de Judah, [2] até ao fim do anno undecimo de Zedekias, filho de Josias, rei de Judah, [3] até que Jerusalem foi levada em captiveiro no quinto mez. 4 Assim que veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 5 Antes que te formasse [4] no ventre, te conheci, e antes que saisses da madre, te sanctifiquei; ás nações te dei por propheta. 6 Então disse _eu_: [5] Ah Senhor JEHOVAH! Eis que não sei fallar; porque _ainda sou_ um menino. 7 Porém disse-me o Senhor: Não digas _que és_ um menino; porque aonde quer que eu te enviar, irás; [6] e tudo quanto te mandar fallarás. 8 Não [7] temas diante d’elles; porque _estou_ comtigo para te livrar, diz o Senhor. 9 E estendeu o Senhor a sua mão, [8] e tocou-me na bocca: e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua bocca: 10 Olha, [9] ponho-te n’este dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruires, e para arruinares; e tambem para edificares e para plantares. 11 Veiu a mim mais a palavra do Senhor, dizendo: Que _é o que_ vês, Jeremias? E eu disse: Vejo _uma_ vara de amendoeira. 12 E disse-me o Senhor: Bem viste; porque apressurar-me-hei sobre a minha palavra para cumpril-a. 13 E veiu a mim a palavra do Senhor segunda vez, dizendo: Que _é o que_ vês? E eu disse: [10] Vejo _uma_ panella fervente, cuja face _está_ para a banda do norte. 14 E disse-me o Senhor: [11] Do norte se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da terra. 15 Porque eis que eu convoco [12] todas as familias dos reinos do norte, diz o Senhor; e virão, e cada _um_ porá o seu throno á entrada das portas de Jerusalem, e contra todos os seus muros em redor, e contra todas as cidades de Judah. 16 E eu pronunciarei contra elles os meus juizos, por causa de toda a sua malicia; [13] pois _me_ deixaram a mim, e queimaram incenso a deuses estranhos, e se encurvaram diante das obras das suas mãos. 17 Tu, pois, [14] cinge os teus lombos, e levanta-te, e dize-lhes tudo quanto eu te mandar: [15] não sejas espantado diante d’elles, para que eu te não espante diante d’elles. 18 Porque, eis que te ponho hoje por cidade [16] forte, e por columna de ferro, e por muros de bronze, contra toda a terra; contra os reis de Judah, contra os seus principes, contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra. 19 E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu _estou_ comtigo, diz o Senhor, para te livrar. [1] Jos. 21.18. I Chr. 6.60. cap. 32.7, 8, 9. [2] cap. 39.2. [3] cap. 52.12, 15. II Reis 25.8. [4] Isa. 49.1, 5. Exo. 33.12, 17. Luc. 1.15, 41. Gal. 1.15, 16. [5] Exo. 4.10 e 6.12, 30. Isa. 6.5. [6] Num. 22.20, 38. [7] Eze. 2.6 e 3.9. ver. 17. Exo. 3.12. Deu. 31.6, 8. Jos. 1.5. cap. 15.20. Act. 26.17. Heb. 13.6. [8] Isa. 6.7 e 51.16. cap. 5.14. [9] cap. 18.7. [10] Eze. 11.3, 7. [11] cap. 4.6 e 6.1. [12] cap. 5.15 e 6.22 e 10.22 e 25.9 e 39.3 e 43.10. [13] Deu. 28.20. cap. 17.13. [14] I Reis 18.46. II Reis 4.29 e 9.1. Job 38.3. Luc. 12.35. I Ped. 1.13. [15] ver. 3. Eze. 2.6. [16] cap. 6.27 e 15.20. _Jeremias é enviado a Jerusalem para reprehender a sua rebellião._ 2 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Vae, e clama aos ouvidos de Jerusalem, dizendo: Assim diz o Senhor: Lembro-me de ti, [1] da beneficencia da tua mocidade, e do amor dos teus desposorios, [2] quando andavas após mim no deserto, n’uma terra que se não semeava. 3 _Então_ Israel [3] _era_ sanctidade para o Senhor, e as primicias da sua novidade: todos os que comiam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre elles, diz o Senhor. 4 Ouvi a palavra do Senhor, ó casa de Jacob, e todas as familias da casa de Israel: 5 Assim diz o Senhor: [4] Que injustiça acharam vossos paes em mim, para se alongarem de mim, e se foram após a vaidade, e se tornaram levianos? 6 E não disseram: Onde está o Senhor, [5] que nos fez subir da terra do Egypto? que nos guiou pelo deserto, por uma terra de charnecas, e de covas, por uma terra de sequidão e sombra de morte, por uma terra pela qual ninguem passava, e homem nenhum morava n’ella? 7 E eu vos introduzi [6] n’uma terra fertil, para comerdes o seu fructo e o seu bem; [7] mas _quando_ entrastes _n’ella_ contaminastes a minha terra, e da minha herança fizestes uma abominação. 8 Os sacerdotes não disseram: Onde _está_ o Senhor? [8] E os que tratavam da lei não me conheciam, e os pastores prevaricavam contra mim, e os prophetas prophetizavam por Baal, e andavam após _o que_ de nada aproveita. 9 Portanto ainda [9] contenderei comvosco, diz o Senhor; e até com os filhos de vossos filhos contenderei. 10 Porque, passae ás ilhas de Chittim, e vêde; e enviae a Kedar, e attentae bem, e vêde se succedeu coisa similhante. 11 Houve [10] _alguma_ nação que tenha trocado os _seus_ deuses, ainda que não _sejam_ deuses? Todavia o meu povo trocou a sua gloria pelo _que_ de nada aproveita. 12 Espantae-vos [11] d’isto, ó céus! e pasmae; _e_ sêde grandemente assolados, diz o Senhor. 13 Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de aguas vivas, e cavaram cisternas, [12] cisternas fendidas, que _já_ não reteem aguas. 14 Acaso [13] _é_ Israel um servo, ou nascido em casa? porque _pois_ veiu _a ser_ preza? 15 Os filhos de leão bramaram [14] sobre elle, levantaram a sua voz; e pozeram a sua terra em assolação; as suas cidades se queimaram, _e_ ninguem habita _n’ellas_. 16 Até os filhos de Noph e de Tachphanes [15] te quebraram o alto da cabeça. 17 _Porventura_ [16] tu não te fazes isto a ti mesmo? _pois_ deixas ao Senhor teu Deus, no tempo em que elle te guia pelo caminho. 18 Agora, pois, que te importa a ti o caminho [17] do Egypto, para beberes as aguas de Sihor? e que te importa a ti o caminho da Assyria, para beberes as aguas do [YO] rio? 19 A tua malicia te castigará, e os teus apartamentos te reprehenderão: sabe, pois, e vê, quão mal e amargo é deixares ao Senhor teu Deus, e não teres o meu temor comtigo, diz o Senhor JEHOVAH dos Exercitos. 20 Quando eu _já_ ha muito quebrava o teu jugo, _e_ rompia as tuas ataduras, dizias tu: [18] Nunca _mais_ transgredirei; comtudo em todo o outeiro alto e debaixo de toda a arvore verde te andas encurvando _e_ fornicando. 21 Eu mesmo te [19] plantei por vide excellente, _e_ todo fiel semente: como pois te tornaste para mim uma planta degenerada de vide estranha? 22 Pelo que ainda [20] que te laves com salitre, e amontoes sabão, _comtudo_ a tua iniquidade está apontada diante de mim, diz o Senhor JEHOVAH. 23 Como [21] dizes _logo_: Não estou contaminado nem andei após os baalins? vê o teu caminho no valle, conhece o que fizeste: dromedaria ligeira és, que anda torcendo os seus caminhos. 24 Jumenta montez, [22] acostumada ao deserto, que, conforme o desejo da sua alma, sorve o vento, [YP] quem deteria o seu encontro? todos os que a buscarem, não se cançarão; no mez d’ella a acharão. 25 Retem o teu pé de _ser_ descalço, e a tua garganta de _ter_ sêde: [23] porém tu dizes: Não ha esperança: não; porque amo os estranhos, e após elles andarei. 26 Como fica confundido o ladrão quando o apanham, assim se confundem os da casa de Israel; elles, os seus reis, os seus principes, e os seus sacerdotes, e os seus prophetas, 27 Que dizem ao páu: Tu _és_ meu pae; e á pedra: Tu me geraste; porque me viraram as costas, e não o rosto: [24] porém no tempo do seu trabalho dirão: Levanta-te, e livra-nos. 28 Onde pois _estão_ os teus deuses, [25] que fizeste para ti? que se levantem, se te podem livrar no tempo do teu trabalho: porque os teus deuses, ó Judah, são _tantos_ em numero _como_ as tuas cidades. 29 Porque [26] contendeis comigo? todos vós transgredistes contra mim, diz o Senhor. 30 Em vão [27] castigareis os vossos filhos; não acceitarão o castigo: a vossa espada devorou os vossos prophetas como um leão destruidor. 31 Oh geração! considerae vós a palavra do Senhor: [28] _porventura_ tenho eu sido para Israel um deserto? ou uma terra da mais espessa escuridão? porque _pois_ diz o meu povo: [YQ] Temos determinado nunca mais vir a ti. 32 _Porventura_ esquece-se a virgem dos seus enfeites, _ou_ a esposa dos seus sendaes? [29] todavia o meu povo se esqueceu de mim, innumeraveis dias. 33 Porque enfeitas o teu caminho, para buscares o amor? de sorte que até ás malignas ensinaste os teus caminhos. 34 Até nas orlas _dos_ teus _vestidos_ se achou o sangue [30] das almas dos innocentes e necessitados: o que não achei minando, [YR] mas em todas estas coisas. 35 _E_ ainda dizes: [31] Devéras que estou innocente, pois _já_ a sua ira se desviou de mim: eis que entrarei em juizo comtigo, porquanto dizes: Não pequei. 36 Porque te desvias tanto, mudando o teu caminho? tambem do Egypto serás envergonhada, como foste envergonhada da Assyria. 37 Tambem d’aquelle sairás com as mãos [32] sobre a tua cabeça; porque o Senhor rejeitou as tuas confianças, e não prosperarás com ellas. [1] Eze. 16.8, 22, 60 e 23.3, 8, 19. Ose. 2.15. [2] Deu. 2.7. [3] Exo. 19.5, 6. Thi. 1.18. Apo. 14.4. cap. 12.14 e 50.7. [4] Miq. 6.3. II Reis 17.15. Jon. 2.8. [5] Isa. 63.9, 11, 13. Ose. 13.4. Deu. 8.15 e 32.10. [6] Num. 13.27 e 14.7, 8. Deu. 8.7, 8, 9. [7] Lev. 18.25, 27, 28. Num. 35.33, 34. [8] Mal. 2.6, 7. Rom. 2.20. cap. 23.13. ver. 11. [9] Eze. 20.35, 36. Miq. 6.2. [10] Miq. 4.5. Isa. 37.19. cap. 16.20. Rom. 1.23. [11] Isa. 1.2. [12] João 4.14. [13] Exo. 4.22. [14] Isa. 1.7. cap. 4.7. [15] cap. 43.7, 8, 9. [16] Deu. 32.10. [17] Isa. 30.1, 2. Jos. 13.3. [18] Deu. 12.2. Isa. 57.5, 7. cap. 3.6. [19] Isa. 5.1, etc. e 60.21. Mat. 21.33. Mar. 12.1. Luc. 20.9. [20] Job 9.30. [21] Pro. 30.12. [22] Job 39.5, etc. cap. 14.6. [23] cap. 18.12. Deu. 32.16. cap. 3.13. [24] Jui. 10.10. [25] Deu. 32.37. Jui. 10.14. Isa. 45.2. cap. 11.13. [26] ver. 5. [27] II Chr. 36.16. Neh. 9.26. I The. 2.15. [28] ver. 5. [29] cap. 13.25. Ose. 8.14. [30] cap. 19.4. [31] ver. 23. ver. 9. I João 1.8, 10. [32] II Sam. 13.19. 3 Dizem: Se um homem despedir sua mulher, e ella se fôr d’elle, [1] e se ajuntar a outro homem, _porventura_ tornará a ella mais? _porventura_ aquella terra de todo se não profanaria? Ora, pois, [2] tu fornicaste _com_ tantos amantes; ainda assim, torna para mim, diz o Senhor. 2 Levanta os teus olhos [3] aos altos, e vê onde não te prostituiste? nos caminhos te assentavas para elles, como o arabe no deserto: assim profanaste a terra com as tuas fornicações e com a tua malicia. 3 Pelo que foram [4] retiradas as chuvas, e chuva tardia não houve: porém tu tens a testa de uma prostituta, _e_ não queres ter vergonha. 4 Ao menos desde agora não chamarás por mim, _dizendo_: Pae meu, [5] tu _és_ o guia da minha mocidade? 5 _Porventura_ conservará elle para sempre _a ira_? ou _a_ guardará continuamente? [6] Eis que fallas, e fazes as _ditas_ maldades, e prevaleces. _Israel e Judah são exhortados a arrepender-se com a promessa de redempção._ [Antes de Christo 612] 6 Disse mais o Senhor nos dias do rei Josias: [7] Viste o que fez a rebelde Israel? ella foi-se a todo o monte alto, e debaixo de toda a arvore verde, e ali andou fornicando. 7 E [8] eu disse, depois que fez tudo isto: Volta para mim; porém não voltou: [9] e viu _isto_ a sua aleivosa irmã Judah. 8 E vi, [10] quando por causa de tudo _isto_, em que commettera adulterio a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei o seu libello de divorcio, que a aleivosa Judah, [11] sua irmã, não temeu; porém foi-se e tambem ella mesmo fornicou. 9 E succedeu, pela [YS] fama da sua fornicação, que contaminou [12] a terra; porque adulterou com a pedra e com o lenho. 10 E, comtudo, nem por tudo isso voltou para mim a sua aleivosa irmã Judah, [13] de todo o seu coração, mas falsamente, diz o Senhor. 11 E o Senhor me disse: _Já_ a rebelde Israel justificou a sua alma mais do que a aleivosa Judah. 12 Vae, _pois_, e apregoa estas palavras para a banda do norte, dize: Volta, ó rebelde Israel, diz o Senhor, _e_ não farei cair a minha ira sobre vós; porque benigno sou, diz o Senhor, _e_ não conservarei para sempre a minha ira. 13 Mas [14] comtudo conhece a tua iniquidade, porque contra o Senhor teu Deus transgrediste; e espalhaste os teus caminhos aos estranhos, [15] debaixo de toda a arvore verde; e não déste ouvidos á minha voz, diz o Senhor. 14 Convertei-vos, ó filhos rebeldes, diz o Senhor; [16] pois eu vos desposei comigo; e vos tomarei, a um de uma cidade, e a dois de uma geração; e vos levarei a Sião. 15 E vos darei pastores [17] segundo o meu coração, que vos apascentem _com_ sciencia e _com_ intelligencia. 16 E succederá que, quando vos multiplicardes e fructificardes na terra n’aquelles dias, diz o Senhor, nunca mais dirão: [18] A arca do concerto do Senhor nem _lhes_ subirá ao coração; nem d’ella se lembrarão, nem _a_ visitarão; nem isto se fará mais. 17 N’aquelle tempo chamarão a Jerusalem o throno do Senhor, e todas as nações se ajuntarão a ella, á causa do nome do Senhor em Jerusalem; e nunca mais andarão segundo o proposito do seu coração maligno. 18 N’aquelles dias [19] irá a casa de Judah para a casa de Israel; e virão juntas da terra do norte, para a terra que dei em herança a vossos paes. 19 Bem dizia eu: Como te porei entre os filhos, [20] e te darei a terra desejavel, a excellente herança dos exercitos das nações? Porém eu disse: Pae meu, e de após mim te não desviarás. 20 Devéras, _como_ a mulher se aparta aleivosamente do seu companheiro, [21] assim aleivosamente te houvestes comigo, ó casa de Israel, diz o Senhor. 21 Nos logares altos [22] se ouviu uma voz, pranto _e_ supplicas dos filhos de Israel; porquanto perverteram o seu caminho, _e_ se esqueceram do Senhor seu Deus. 22 Tornae-vos, [23] ó filhos rebeldes, eu curarei as vossas rebelliões. Eis-nos aqui, vimos a ti; porque tu _és_ o Senhor nosso Deus. 23 Devéras em vão _se confia_ nos outeiros _e_ na multidão das montanhas: devéras no Senhor nosso Deus _está_ a salvação de Israel. 24 Porque a [YT] confusão devorou [24] o trabalho de nossos paes desde a nossa mocidade: as suas ovelhas e as suas vaccas, os seus filhos e as suas filhas. 25 Jazemos na nossa vergonha; e estamos cobertos da nossa confusão, [25] porque peccámos contra o Senhor nosso Deus, nós e nossos paes, desde a nossa mocidade até o dia de hoje; [26] e não démos ouvidos á voz do Senhor nosso Deus. [1] Deu. 24.4. [2] cap. 2.20. Eze. 16.26, 28, 29. cap. 4.1. Zac. 1.3. [3] Deu. 12.2. cap. 2.20. Pro. 23.28. Eze. 16.24, 25. cap. 2.7. ver. 9. [4] Lev. 26.19. Deu. 28.23, 24. cap. 9.12 e 14.4. [5] Pro. 2.17. cap. 2.2. [6] Isa. 57.16. [7] ver. 11, 14. cap. 2.20. [8] II Reis 17.13. [9] Eze. 16.46 e 23.2, 4. [10] Eze. 23.9. II Reis 17.6, 18. [11] Eze. 23.11, etc. [12] cap. 2.7. ver. 2. cap. 2.27. [13] Ose. 7.14. [14] Lev. 26.40, etc. cap. 2.25. [15] Deu. 12.2. [16] cap. 31.32. Ose. 2.19, 20. Rom. 11.5. [17] cap. 23.4. Eze. 34.23. Eph. 4.11. [18] Isa. 65.17. [19] Isa. 11.13. Eze. 37.16, 22. Ose. 1.11. ver. 12. cap. 31.8. Amós 9.15. [20] Eze. 20.6. Isa. 13.16. [21] cap. 5.11. [22] Isa. 15.2. [23] ver. 14. Ose. 6.1 e 14.4. [24] cap. 11.13. Ose. 9.10. [25] Esd. 9.7. [26] cap. 22.21. 4 Se te converteres, ó Israel, diz o Senhor, [1] volta para mim: e, se tirares as tuas abominações de diante de mim, não andarás mais vagueando, 2 E jurarás: [2] Vive o Senhor na verdade, no juizo e na justiça; e n’elle se bemdirão as gentes, e n’elle se gloriarão. 3 Porque assim diz o Senhor aos homens de Judah e a Jerusalem: [3] Lavrae para vós o campo de lavoura, e não semeeis entre espinhos. 4 Circumcidae-vos [4] ao Senhor, e tirae os prepucios do vosso coração, ó homens de Judah e habitadores de Jerusalem, para que a minha indignação não venha a sair como fogo, e arda, e não haja quem _a_ apague, por causa da malicia das vossas obras. _A invasão estrangeira annunciada e descripta._ 5 Annunciae em Judah, e fazei ouvir em Jerusalem, e dizei, e tocae a trombeta na terra, gritae em alta voz, e dizei: Ajuntae-vos, [5] e entremos nas cidades fortes. 6 Arvorae a bandeira para Sião, retirae-vos em tropas, não estejaes parados; porque eu trago um mal do norte, e [YU] um grande quebrantamento. 7 _Já_ um leão subiu [6] da sua ramada, e um destruidor das nações; elle já partiu, _e_ saiu do seu logar para fazer da tua terra uma desolação; que as tuas cidades sejam destruidas, e ninguem habite n’ellas. 8 Por isto cingi-vos [7] de saccos, lamentae, e uivae; porque o ardor da ira do Senhor não se desviou de nós. 9 E succederá n’aquelle tempo, diz o Senhor, _que_ se desfará o coração do rei e o coração dos principes; e os sacerdotes pasmarão, e os prophetas se maravilharão. 10 Então disse eu: Ah Senhor JEHOVAH! [8] verdadeiramente enganaste grandemente a este povo e a Jerusalem, dizendo: Tereis paz; e chegas-_lhes_ a espada até á alma. 11 N’aquelle tempo se dirá a este povo e a Jerusalem: [9] Um vento secco das alturas do deserto _veiu_ ao caminho da filha do meu povo; não para padejar, nem para alimpar; 12 [YV] _Mas_ um vento me virá a mim, que lhes será mais vehemente: [10] agora tambem eu pronunciarei juizos contra elles. 13 Eis que virá subindo como nuvens [11] e os seus carros como a tormenta; os seus cavallos serão mais ligeiros do que as aguias; ai de nós! que somos assolados! 14 Lava [12] o teu coração da malicia, ó Jerusalem, para que sejas salva; até quando permanecerão no meio de ti os pensamentos da tua vaidade? 15 Porque uma voz annuncia desde Dan, e faz ouvir a calamidade desde o monte de Ephraim. 16 D’isto fazei menção ás nações; eis aqui fazei-o ouvir contra Jerusalem; _que_ vigias veem de uma terra remota, e levantarão a sua voz contra as cidades de Judah. 17 Como as guardas de um campo, estão contra ella ao redor; porquanto ella se rebellou contra mim, diz o Senhor. 18 O teu caminho [13] e as tuas obras te fizeram estas coisas: esta _é_ a tua malicia, que _tão_ amargosa é que te chega até ao coração. 19 _Ah_ entranhas [14] minhas, entranhas minhas! estou com dôres [YW] no meu coração! ruge em mim o meu coração, _já_ não me posso calar; porque tu, ó alma minha, ouviste o som da trombeta _e_ o alarido da guerra. 20 [YX] Quebranto sobre quebranto [15] se apregoa: porque _já_ toda a terra está destruida: de repente foram destruidas as minhas tendas, _e_ as minhas cortinas n’um momento. 21 Até quando verei a bandeira, _e_ ouvirei a voz da trombeta? 22 Devéras o meu povo _está_ louco, _já_ a mim me não conhecem; _são_ filhos [YY] nescios, e não entendidos: [16] sabios _são_ para mal fazer, mas para bem fazer nada sabem. 23 Vi [17] a terra, _e_ eis que _estava_ assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua luz. 24 Vi [18] os montes, e eis que _estavam_ tremendo; e todos os outeiros estremeciam. 25 Vi, e eis que homem [19] nenhum _havia_; e _já_ todas as aves do céu eram fugidas. 26 Vi, e eis que a terra fertil _era_ um deserto; e todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira. 27 Porque assim diz o Senhor: Toda esta terra [20] será assolada: de todo, porém, _a_ não consumirei. 28 Por isto lamentará [21] a terra, _e_ os céus em cima se ennegrecerão; porquanto _assim o_ disse, _assim o_ propuz, e não me arrependi [22] nem me desviarei d’isso. 29 Do clamor dos cavalleiros e dos frecheiros _já_ fugiram todas as cidades; entraram pelas [YZ] nuvens, _e_ treparam pelos penhascos: todas as cidades _ficaram_ desamparadas, e _já_ ninguem habita n’ellas. 30 Agora, _pois_, que farás, ó assolada? ainda que te vistas de carmezim, ainda que te enfeites de enfeites de oiro, [23] ainda que te pintes _em volta dos_ teus olhos com o antimonio, debalde te enfeitarias: _já_ os amantes te desprezam, _e_ a vida te procurarão _tirar_. 31 Porquanto ouço uma voz, como de uma que está de parto, uma angustia como da que está com dôres de parto do primeiro filho; a voz da filha de Sião, offegante, que [24] estende as suas mãos, _dizendo_: Oh! ai de mim agora, porque _já_ a minha alma desmaia por causa dos matadores. [1] cap. 3.1, 22. Joel 2.12. [2] Deu. 10.20. Isa. 45.23 e 65.16. cap. 5.2. Isa. 48.1. Zac. 8.8. Gen. 22.18. Gal. 3.8. [3] Ose. 10.12. Mat. 13.22. [4] Deu. 10.16 e 30.6. cap. 9.26. Rom. 2.28, 29. Col. 2.11. [5] cap. 8.14. [6] cap. 5.6. Dan. 7.4. cap. 25.9. [7] Isa. 22.12. cap. 6.26. [8] Eze. 14.9. cap. 14.13. [9] Eze. 17.10. Ose. 13.15. [10] cap. 1.16. [11] Isa. 5.28. Deu. 28.49. Lam. 4.19. Ose. 8.1. Hab. 1.8. [12] Isa. 1.16. Thi. 4.8. [13] Isa. 50.1. cap. 2.17, 19. [14] Isa. 15.5 e 16.11 e 21.3 e 22.4. cap. 9.1, 10. [15] Eze. 7.26. cap. 10.20. [16] Rom. 16.19. [17] Isa. 24.19. Gen. 1.2. [18] Isa. 5.25. Eze. 38.20. [19] Sof. 1.3. [20] cap. 5.10, 18 e 30.11 e 46.28. [21] Ose. 4.3. Isa. 5.30 e 50.3. [22] Num. 23.19. [23] II Reis 9.30. Eze. 23.40. [24] Isa. 1.15. Lam. 1.7. 5 Dae voltas ás ruas de Jerusalem, e vêde agora; e informae-vos, e buscae pelas suas praças, [1] _a ver_ se achaes alguem, ou se ha _algum_ que faça juizo _ou_ busque a verdade; e eu lhe perdoarei _a ella_. 2 E ainda que digam: [2] Vive o Senhor, comtudo falsamente juram. 3 Ah Senhor, [3] _porventura_ os teus olhos não _attentam_ para a verdade? feriste-os, e não lhes doeu: consumiste-os, _e_ não quizeram receber [ZA] castigo: endureceram as suas faces mais do que uma rocha; não quizeram voltar. 4 Eu, porém, disse: Devéras pobres _são_ estes: estão enlouquecidos; [4] pois não sabem o caminho do Senhor, o juizo do seu Deus. 5 Irei aos grandes, e fallarei com elles; [5] porque elles sabem o caminho do Senhor, o juizo do seu Deus; porém estes juntamente quebrantaram o jugo, e romperam as ataduras. 6 Por isso um leão [6] do bosque os feriu, um lobo dos desertos os assolará; [7] um leopardo vigia contra as suas cidades: qualquer que sair d’ellas será despedaçado; porque as suas transgressões se multiplicaram, multiplicaram-se as suas apostasias. 7 Como, vendo isto, te perdoaria? teus filhos me deixam a mim [8] e juram pelos que não _são_ deuses: quando os fartei, então adulteraram, e em casa de meretriz se ajuntaram em tropas. 8 _Como_ cavallos [9] bem fartos, levantam-se pela manhã, rinchando cada um á mulher do seu companheiro. 9 _Porventura_ [10] não faria visitação por estas coisas, diz o Senhor, ou não se vingaria a minha alma de _uma_ nação como esta? 10 Subi aos seus muros, e destrui-os (porém não façaes uma destruição final); tirae [ZB] as suas ameias; porque não _são_ do Senhor. 11 Porque aleivosissimamente se houveram contra mim [11] a casa de Israel e a casa de Judah, diz o Senhor. 12 Negam [12] ao Senhor, e dizem: Não _é_ Elle: e; Nem nos sobrevirá mal, nem veremos espada nem fome. 13 E até os prophetas pararão em vento, porque a palavra não _está_ com elles: assim lhes succederá a elles mesmos. 14 Portanto assim diz o Senhor, o Deus dos Exercitos: Porquanto fallaste tal palavra, [13] eis que converterei as minhas palavras na tua bocca em fogo, e a este povo _em_ lenha, e os consumirá. 15 Eis que trarei sobre vós [14] uma nação de longe, ó casa de Israel, diz o Senhor: _é_ uma nação robusta, _é_ uma nação antiquissima, uma nação cuja lingua ignorarás, e não entenderás o que ella fallar. 16 A sua aljava _é_ como uma sepultura aberta: todos elles _são_ valentes. 17 E comerão a tua sega [15] e o teu pão, _que_ haviam de comer teus filhos e tuas filhas; comerão as tuas ovelhas e as tuas vaccas; comerão a tua vide e a tua figueira: as tuas cidades fortes, em que confiavas, empobrecerão á espada. 18 Comtudo, ainda n’aquelles dias, diz o Senhor, [16] não farei de vós _uma_ destruição final. 19 E succederá que, quando disserdes: [17] Porque nos fez o Senhor nosso Deus todas estas coisas? então lhes dirás: Como vós me deixastes, [18] e servistes a deuses estranhos na vossa terra, assim servireis a estrangeiros, em terra _que_ não _é_ vossa. 20 Annunciae isto na casa de Jacob, e fazei-o ouvir em Judah, dizendo: 21 Ouvi [19] agora isto, ó povo louco, e sem coração, que tendes olhos e não vêdes, que tendes ouvidos e não ouvis. 22 _Porventura_ me não temereis [20] a mim? diz o Senhor; não temereis diante de mim, [21] que puz a areia por limite ao mar, por ordenança eterna, a qual não traspassará? ainda que se levantem as suas ondas, comtudo não prevalecerão; ainda que bramam, comtudo não a traspassarão. 23 Porém este povo _é_ de coração rebelde e pertinaz: _já_ se rebellaram e se retiram. 24 E não dizem no seu coração: Temamos agora ao Senhor nosso Deus, [22] que dá chuva, a temporã e a tardia, ao seu tempo; _e_ as semanas determinadas da sega nos conserva. 25 As vossas iniquidades desviam estas coisas, e os vossos peccados apartam de vós o bem. 26 Porque impios se acham entre o meu povo: [23] cada um anda espiando, como se acaçapam os passarinheiros; armam laços perniciosos, _com que_ prendem os homens. 27 Como a gaiola _está_ cheia de passaros, assim _estão_ cheias as suas casas de engano; por isso se engrandeceram, e enriqueceram. 28 Engordam-se, [24] alisam-se, e sobrepujam até os feitos dos malignos; não julgam a causa do orphão; todavia prosperam: nem julgam o direito dos necessitados. 29 _Porventura_ [25] sobre estas coisas não faria visitação? diz o Senhor; não se vingaria a minha alma d’uma nação como esta? 30 Coisa espantosa [26] e horrenda se anda fazendo na terra. 31 Os prophetas prophetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos d’elles, e o meu povo assim o deseja: mas que fareis ao fim d’isto? [1] Eze. 22.30, etc. Gen. 18.26. [2] cap. 4.2. [3] Isa. 1.5 e 9.13. cap. 2.30. Sof. 3.2. [4] cap. 8.7. [5] Miq. 3.1. [6] cap. 4.7. Hab. 1.8. Sof. 3.3. [7] Ose. 13.7. [8] Jos. 23.7. Sof. 1.5. Deu. 32.21. Gal. 4.8. Deu. 32.15. [9] Eze. 22.11. cap. 13.27. [10] ver. 29. cap. 9.9. [11] cap. 3.20. [12] II Chr. 36.16. cap. 4.10 e 14.13. [13] cap. 1.9. [14] Deu. 28.49. Isa. 5.26. [15] Lev. 26.16. Deu. 28.31, 33. [16] cap. 4.27. [17] Deu. 29.24, etc. cap. 13.22 e 16.10. [18] cap. 2.13. Deu. 28.48. [19] Isa. 6.9. Eze. 12.2. Mat. 13.14. João 12.40. Act. 28.26. Rom. 11.8. [20] Apo. 15.4. [21] Job 26.10 e 28.10, 11. Pro. 8.29. [22] cap. 14.22. Mat. 5.45. Deu. 11.14. Joel 2.23. Gen. 8.22. [23] Pro. 1.11, 17, 18. Hab. 1.15. [24] Deu. 32.15. Isa. 1.23. Zac. 7.10. [25] Job 12.6. ver. 9. [26] Ose. 6.10. 6 Fugi em tropas, filhos de Benjamin, do meio de Jerusalem; e tocae a buzina em Tekoa, [1] e levantae o facho sobre Beth-accerem: porque da banda do norte apparece um mal e um grande quebrantamento. 2 A _uma mulher_ formosa e delicada assimilhei a filha de Sião. 3 _Mas_ a ella virão pastores com os seus rebanhos; [2] levantarão contra ella tendas em redor, _e_ cada um apascentará no seu logar. 4 Preparae [3] a guerra contra ella, levantae-vos, e subamos ao pino do meio-dia: ai de nós! que já declinou o dia, que _já_ se vão estendendo as sombras da tarde. 5 Levantae-vos, e subamos de noite, e destruamos os seus palacios. 6 Porque assim diz o Senhor dos Exercitos: Cortae arvores, e levantae tranqueiras contra Jerusalem; esta _é_ a cidade _que_ ha de ser visitada, mera oppressão ha no meio d’ella. 7 Como [4] a fonte produz as suas aguas, assim ella produz a sua malicia: violencia e estrago se ouvem n’ella; enfermidade e feridas _ha_ diante de mim continuadamente. 8 Corrige-te, ó Jerusalem, para [5] que a minha alma não se aparte de ti, para que não te torne em assolação _e_ terra não habitada. 9 Assim diz o Senhor dos Exercitos: Diligentemente rabiscarão os residuos de Israel com a vinha: torna a tua mão, como o vindimador, aos cestos. 10 A quem fallarei e testemunharei, que ouça? [6] eis que os seus ouvidos _estão_ incircumcisos, e _já_ não podem escutar; [7] eis que a palavra do Senhor lhes _é_ coisa vergonhosa, _e já_ não gostam d’ella. 11 Pelo que _já_ estou cheio do furor do Senhor, [8] _e_ cançado de _o_ conter: derramal-o-hei sobre os meninos pelas ruas, e sobre o ajuntamento dos mancebos juntamente; porque até o marido com a mulher serão presos, _e_ o velho com o que está cheio de dias. 12 E as suas casas [9] passarão a outros, herdades e mulheres juntamente: porque estenderei a minha mão contra os habitantes d’esta terra, diz o Senhor. 13 Porque desde o menor d’elles até ao maior d’elles, [10] cada um se dá á avareza; e desde o propheta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade. 14 E curam [11] o quebrantamento da filha do meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; e não _ha_ paz. 15 _Porventura_ envergonham-se [12] de fazerem abominação? antes de maneira nenhuma são envergonhados, nem tão pouco sabem _que coisa é_ envergonhar-se; portanto cairão entre os que caem; no tempo da sua visitação tropeçarão, diz o Senhor. 16 Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vêde, e perguntae pelas [13] veredas antigas, qual _seja_ o bom caminho, e andae por elle; e achareis descanço para a vossa alma: e dizem: Não andaremos _por elle_. 17 Tambem puz atalaias [14] sobre vós, _dizendo_: Estae attentos á voz da buzina: e dizem: Não escutaremos. 18 Portanto ouvi, vós, nações; e informa-te tu, ó congregação, do que _se faz_ entre elles! 19 Ouve tu, ó terra! [15] Eis que eu trarei mal sobre este povo, _a saber_, o fructo dos seus pensamentos; porque não estão attentos ás minhas palavras, e rejeitam a minha lei. 20 Para que pois me virá [16] o incenso de Saba [17] e a melhor cana aromatica de terras remotas? vossos holocaustos não _me_ agradam, nem me são suaves os vossos sacrificios. 21 Portanto assim diz o Senhor: Eis que armarei a este povo tropeços; e tropeçarão n’elles paes e filhos juntamente: o visinho e o seu companheiro; e perecerão. 22 Assim diz o Senhor: [18] Eis que um povo vem da terra do norte, e uma grande nação se levantará das bandas da terra. 23 Arco e lança trarão, crueis _são_, e não usarão de misericordia, [19] a sua voz rugirá como o mar, e em cavallos irão montados, dispostos como homens de guerra contra ti, ó filha de Sião. 24 _Já_ ouvimos a sua fama, [20] affrouxaram-se as nossas mãos; _já_ angustia nos tomou, _e_ dôres como da _mulher_ que _está_ de parto. 25 Não saias ao campo, nem andeis pelo caminho; porque espada do inimigo _e_ espanto _ha_ ao redor. 26 Ó filha do meu povo, [21] cinge-te de sacco, e revolve-te na cinza: pranteia _como_ por _um filho_ unico, pranto de amarguras; porque presto virá o destruidor sobre nós. 27 _Por_ torre de guarda [22] te puz entre o meu povo, _por_ fortaleza, para que soubesses e examinasses o seu caminho. 28 Todos [23] elles _são_ os mais rebeldes; que andam murmurando; _são duros como_ bronze e ferro: todos elles _são_ corruptores. 29 _Já_ o folle se queimou, o chumbo se consumiu com o fogo: em vão fundiu o _fundidor_ tão diligentemente, pois os maus não são arrancados. 30 Prata rejeitada lhes chamarão, porque o Senhor os rejeitou. [1] cap. 1.14 e 4.6. [2] II Reis 25.1, 4. [3] cap. 51.27. Joel 3.9. cap. 15.8. [4] cap. 20.8. Eze. 7.11, 23. [5] Eze. 23.18. Ose. 9.12. [6] cap. 7.26. Act. 7.51. Exo. 6.12. [7] cap. 20.5. [8] cap. 20.9. cap. 9.21. [9] Deu. 28.30. cap. 8.10. [10] Isa. 56.11. [11] cap. 8.11. Eze. 13.10. cap. 4.10 e 14.13 e 23.17. [12] cap. 3.3 e 8.12. [13] cap. 18.15. Mat. 11.29. [14] Isa. 21.11 e 58.1. cap. 25.4. Eze. 3.17. Hab. 2.1. [15] Isa. 1.2. [16] Isa. 66.3. Amós 5.21. Miq. 6.6, etc. [17] Isa. 60.6. cap. 7.21. [18] cap. 1.15 e 5.15 e 10.22 e 50.41. [19] Isa. 5.30. [20] cap. 4.31 e 13.21. [21] cap. 4.8. Zac. 12.10. [22] cap. 1.18 e 15.20. [23] cap. 9.4. Eze. 22.18. _Promessas e ameaças proferidas á porta do templo._ [Antes de Christo 600] 7 A palavra que foi _dita_ a Jeremias pelo Senhor, dizendo: 2 Põe-te [1] á porta da casa do Senhor, e proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do Senhor, _ó_ todo Judah, os que entraes por estas portas, para adorardes ao Senhor. 3 Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus d’Israel: [2] Melhorae os vossos caminhos e as vossas obras, e vos farei habitar n’este logar. 4 Não vos fieis [3] em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor são estes. 5 Mas, se devéras melhorardes os vossos caminhos e as vossas obras, [4] se devéras fizerdes juizo entre um homem e entre o seu companheiro, 6 Não opprimirdes o estrangeiro, e orphão, e viuva, nem derramardes sangue innocente n’este logar [5] nem andardes após os deuses alheios para vosso mal, 7 Eu vos farei habitar [6] n’este logar, na terra que dei a vossos paes, de seculo em seculo. 8 Eis que vós confiaes [7] nas palavras falsas, que não aproveitam para nada. 9 _Porventura_ furtareis, [8] e matareis, e adulterareis, e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após os deuses alheios, a quem não conheceis? 10 E _então_ vireis, [9] e vos poreis diante de mim n’esta casa, que se chama pelo meu nome, e direis: Somos [ZC] entregues para fazermos todas estas abominações. 11 É pois [10] esta casa, que se chama pelo meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? eis que tambem eu _o_ vi, diz o Senhor. 12 Porque ide agora ao meu logar, [11] que _estava_ em Silo, onde fiz habitar o meu nome ao principio, e vêde o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo Israel. 13 Agora, pois, porquanto fazeis todas estas obras, diz o Senhor, e eu vos fallei, [12] madrugando, e fallando, e não ouvistes, e chamei-vos, e não respondestes, 14 Farei tambem a esta casa, que se chama pelo meu nome, em que confiaes, e a este logar, que vos dei [13] a vós e a vossos paes, como fiz a Silo. 15 E vos lançarei de diante da minha face, [14] como lancei a todos os vossos irmãos, a toda a geração d’Ephraim. 16 Tu pois não ores [15] por este povo, nem levantes por elle clamor nem oração, nem me importunes, [16] porque eu não te ouvirei. 17 _Porventura_ tu não vês o que andam fazendo nas cidades de Judah, e nas ruas de Jerusalem? 18 Os filhos [17] apanham a lenha, e os paes accendem o fogo, e as mulheres amassam a massa, para fazerem bolos á rainha dos céus, e offerecem [18] libações a deuses alheios, para me provocarem á ira. 19 _Acaso_ [19] elles a mim me provocam á ira? diz o Senhor, e não _antes_ a si mesmos, para confusão dos seus rostos? 20 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que a minha ira e o meu furor se derramarão sobre este logar, sobre os homens e sobre as bestas, e sobre as arvores do campo, e sobre os fructos da terra; e accender-se-ha, e não se apagará. 21 Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus d’Israel: [20] Ajuntae os vossos holocaustos aos vossos sacrificios, e comei carne. 22 Porque [21] nunca fallei a vossos paes, no dia em que vos tirei da terra do Egypto, nem lhes ordenei coisa alguma ácerca de holocaustos ou sacrificios. 23 Porém esta coisa lhes ordenei, dizendo: [22] Dae ouvidos á minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e andae em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem. 24 Porém não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos, [23] mas andaram nos _seus proprios_ conselhos, no proposito do seu coração malvado; _e_ tornaram-se para traz, e não para diante. 25 Desde o dia em que vossos paes sairam da terra do Egypto, até _ao dia_ de hoje, [24] enviei-vos todos os meus servos, os prophetas, cada dia madrugando e enviando-os; 26 Porém não me deram [25] ouvidos, nem inclinaram os seus ouvidos, mas endureceram a sua cerviz, _e_ fizeram peior do que seus paes. 27 Fallar-lhes-has [26] pois todas estas palavras, mas não te darão ouvidos; chamal-os-has, mas não te responderão. 28 E lhes dirás: Esta _é_ gente que não dá ouvidos á voz do Senhor seu Deus [27] e não acceita castigo: _já_ pereceu a verdade, e se arrancou da sua bocca. 29 Tosquia [28] o cabello da tua cabeça, e lança-_o_ fóra, e levanta _o teu_ pranto sobre as alturas; porque _já_ o Senhor rejeitou e desamparou a geração do seu furor; 30 Porque os filhos de Judah fizeram o _que parece_ mal aos meus olhos, diz o Senhor; [29] pozeram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para contaminal-a. 31 E edificaram [30] os altos de Topheth, que _está_ no valle do filho de Hinnom, para queimarem no fogo a seus filhos e a suas filhas; o que nunca ordenei, nem me subiu sobre o coração. 32 Portanto, [31] eis que veem dias, diz o Senhor, em que nunca se chamará mais Topheth, nem valle do filho de Hinnom, mas o valle da matança; [32] e enterrarão em Topheth, por não _haver_ logar. 33 E os cadaveres [33] d’este povo servirão de pasto ás aves dos céus e aos animaes da terra; e ninguem _os_ espantará. 34 E farei [34] cessar das cidades de Judah, e das ruas de Jerusalem, a voz de folguedo, e a voz de alegria, a voz de esposo e a voz de esposa; [35] porque a terra se tornará em desolação. [1] cap. 26.2. [2] cap. 18.11 e 26.13. [3] Miq. 3.11. [4] cap. 22.3. [5] Deu. 6.14, 15 e 8.19 e 11.28. cap. 13.10. [6] Deu. 4.40. cap. 3.18. [7] ver. 4. cap. 5.31 e 14.13, 14. [8] I Reis 18.21. Ose. 4.1, 2. Sof. 1.5. ver. 6. Exo. 20.3. [9] Eze. 23.39. ver. 11, 14, 30. cap. 32.34 e 34.15. [10] Isa. 56.7. Mar. 21.13. Mar. 11.17. Luc. 19.46. [11] Jos. 18.1. Jui. 18.31. Deu. 12.11. I Sam. 4.10, 11. cap. 26. [12] II Chr. 36.15. ver. 25. cap. 11.7. Isa. 65.12 e 66.4. [13] I Sam. 4.10, 11. cap. 26.6. [14] II Reis 17.23. [15] Exo. 32.10. cap. 11.14 e 14.11. [16] cap. 15.1. [17] cap. 44.17, 19. [18] cap. 19.13. [19] Deu. 32.16, 21. [20] Isa. 1.11. cap. 6.20. Amós 5.21. Ose. 8.13. [21] I Sam. 15.22. Ose. 6.6. [22] Exo. 15.26. Deu. 6.3. cap. 11.4, 7. Exo. 19.5. Lev. 26.12. [23] Deu. 29.19. cap. 2.27 e 32.33. Ose. 4.16. [24] II Chr. 36.15. cap. 25.4 e 29.19. ver. 13. [25] ver. 24. Neh. 9.17, 29. cap. 19.15. cap. 16.12. [26] Eze. 2.7. [27] cap. 5.3 e 32.33. cap. 9.3. [28] Job 1.20. Isa. 15.2. cap. 16.6 e 48.37. Miq. 1.16. [29] II Reis 21.4, 7. II Chr. 33.4, 5, 7. cap. 32.34. [30] II Reis 23.10. cap. 19.5 e 32.35. [31] cap. 19.6. [32] II Reis 23.10. cap. 19.11. [33] Deu. 28.26. [34] Isa. 24.7, 8. cap. 16.9 e 25.10 e 33.11. Eze. 26.13. Ose. 2.11. Apo. 18.23. [35] Lev. 26.33. Isa. 1.7 e 3.26. 8 N’aquelle tempo, diz o Senhor, tirarão os ossos dos reis de Judah, e os ossos dos seus principes, e os ossos dos sacerdotes, e os ossos dos prophetas, e os ossos dos habitantes de Jerusalem para fóra das suas sepulturas; 2 E expôl-os-hão ao sol, e á lua, e a todo o exercito do céu, a quem tinham amado, e a quem tinham servido, e após quem tinham ido, [1] e a quem tinham buscado e diante de quem se tinham prostrado: não serão recolhidos nem sepultados; serão por esterco sobre a face da terra. 3 E escolher-se-ha antes a morte [2] do que a vida de todo o resto dos que restarem d’esta raça maligna, em todos os logares dos que restam, onde os lancei, diz o Senhor dos Exercitos. _A apostasia do povo de Deus. O castigo é inevitavel._ 4 Dize-lhes mais: Assim diz o Senhor: _Porventura_ cairão e não se tornarão a levantar? desviar-se-hão, e não voltarão? 5 Porque _pois_ se desvia [3] este povo de Jerusalem _com uma_ apostasia _tão_ continua? retem o engano, não quer voltar. 6 _Bem_ escutei [4] e ouvi; não fallam o _que é_ recto, ninguem ha que se arrependa da sua maldade, dizendo: Que fiz eu? Cada um se volta para a sua carreira, como um cavallo que arremette com impeto na batalha. 7 Até a cegonha [5] no céu conhece os seus tempos determinados; e a rola, e o grou e a andorinha attentam para o tempo da sua vida; [6] mas o meu povo não conhece o juizo do Senhor. 8 Como pois dizeis: Nós _somos_ sabios, [7] e a lei do Senhor _está_ comnosco? eis que devéras em vão trabalha a falsa penna dos escribas. 9 Os sabios foram envergonhados, [8] foram espantados e presos: eis que rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria pois teriam? 10 Portanto darei [9] suas mulheres a outros, _e_ as suas herdades a quem as possua; [10] porque desde o menor até ao maior cada um d’elles se dá á avareza; desde o propheta até ao sacerdote, cada um d’elles usa de falsidade. 11 E curam [11] a quebradura da filha de meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; e não _ha_ paz. 12 _Porventura_ [12] envergonham-se de fazerem abominação? antes de maneira nenhuma se envergonham, nem sabem que coisa _é_ envergonhar-se; portanto cairão entre os que caem _e_ tropeçarão no tempo da sua visitação, diz o Senhor. 13 Certamente os apanharei, diz o Senhor: [13] _já_ não _ha_ uvas na vide, nem figos na figueira, e até a folha caiu; e o _que_ lhes dei passará d’elles. 14 Porque nos assentamos _aqui_? juntae-vos [14] e entremos nas cidades fortes, e ali nos calemos; pois _já_ o Senhor nosso Deus nos fez calar [15] e nos deu a beber agua de fel; porquanto peccámos contra o Senhor. 15 Espera-se [16] a paz, mas não _ha_ bem: o tempo da cura, e eis o terror. 16 _Já_ desde [17] Dan se ouve o ronco dos seus cavallos: toda a terra _está_ tremendo á voz dos rinchos dos seus fortes; e veem, e devoram a terra, e a abundancia n’ella, a cidade e os que habitam n’ella. 17 Porque eis que envio entre vós serpentes e basiliscos, contra os quaes não _ha_ encantamento, e vos morderão, diz o Senhor. 18 [ZD] O meu refrigerio _está_ em tristeza: o meu coração desfallece em mim. 19 Eis que a voz do clamor da filha do meu povo _já se ouve_ da terra [18] mui remota; _porventura_ não _está_ o Senhor em Sião? ou não _está_ o seu rei n’ella? porque me provocaram á ira com as suas imagens de esculptura, com as vaidades dos alheios. 20 _Já_ se passou a sega, _já_ se acabou o verão, e nós não estamos salvos. 21 _Já_ estou quebrantado pela quebradura [19] da filha do meu povo: _já_ ando de preto: o espanto se apoderou de mim. 22 _Porventura_ não _ha_ unguento [20] em Gilead? ou não _ha_ lá medico? porque pois não teve logar a cura da filha do meu povo? [1] II Reis 23.5. Eze. 8.16. cap. 22.19. [2] Job 3.21, 22. Apo. 9.6. [3] cap. 9.6. cap. 5.3. [4] II Ped. 3.9. [5] Isa. 1.3. Can. 2.12. [6] cap. 5.4, 5. [7] Rom. 2.17. [8] cap. 6.15. [9] Deu. 28.30. cap. 6.12. Amós 5.11. Sof. 1.13. [10] Isa. 56.11. cap. 6.13. [11] cap. 6.14. Eze. 13.10. [12] cap. 6.15. [13] Isa. 5.1, etc. Joel 1.7. Mat. 21.19. Luc. 13.6, etc. [14] cap. 4.5. [15] cap. 9.15 e 23.15. [16] cap. 14.19. [17] cap. 4.15. Jui. 5.22. cap. 47.3. [18] Isa. 39.3. Isa. 1.4. [19] cap. 9.1 e 14.17. Joel 2.6. [20] Gen. 37.25 e 43.11 e 51.8. 9 Oxalá a minha [1] cabeça se tornasse _em_ aguas, e os meus olhos n’uma fonte de lagrimas! então choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo. 2 Oxalá tivesse no deserto _uma_ estalagem de caminhantes! então deixaria o meu povo, e me apartaria d’elle, [2] porque todos elles _são_ adulteros, _e_ um bando d’aleivosos. 3 E estendem [3] a sua lingua _como_ o seu arco, _para_ mentira; fortalecem-se na terra, porém não para verdade; porque se avançam de malicia em malicia, [4] e a mim me não conhecem, diz o Senhor. 4 Guardae-vos cada um [5] do seu amigo, e de irmão nenhum vos fieis; porque todo o irmão não faz mais do que enganar, [6] e todo o amigo anda calumniando. 5 E zombará cada um do seu amigo, e não fallam a verdade: ensinam a sua lingua a fallar a mentira, andam-se cançando em obrar perversamente. 6 A tua habitação _está_ no meio do engano: com engano recusam conhecer-me, diz o Senhor. 7 Portanto assim diz o Senhor dos Exercitos: [7] Eis que eu os fundirei e os provarei; porque, como _d’outra maneira_ faria com a filha do meu povo? 8 Uma frecha mortifera [8] _é_ a sua lingua, falla engano: com a sua bocca falla _de_ paz com o seu companheiro, mas no seu interior arma-lhe ciladas. 9 _Porventura_ [9] por estas coisas não os visitaria? diz o Senhor; ou não se vingaria a minha alma de gente tal como esta? 10 Sobre os montes levantarei choro e pranto, [10] e sobre as cabanas do deserto lamentação; porque _já_ estão queimadas, _e_ ninguem ha que passe _por ali_, nem ouçam berro de gado: [11] _já_ desde as aves dos céus, até ás bestas, andaram vagueando, _e_ fugiram. 11 E farei de Jerusalem [12] montões _de pedras_, morada de [ZE] dragões, e das cidades de Judah farei uma assolação, de sorte que não _haja_ habitante. 12 Quem _é_ o homem sabio, que entenda isto? e a quem fallou a bocca do Senhor, que o possa annunciar? porque razão pereceu a terra, e se queimou como deserto, sem que ninguem passe _por ella_. 13 E disse o Senhor: Porquanto deixaram a minha lei, que dei perante a sua face, e não deram ouvidos á minha voz, nem andaram conforme ella, 14 Antes andaram após [13] o proposito do seu coração, e após os baalins, [14] o que lhes ensinaram os seus paes, 15 Portanto assim diz o Senhor dos Exercitos, Deus d’Israel: [15] Eis que darei de comer alosna a este povo, e lhe darei a beber agua de fel. 16 E os espalharei [16] entre nações, que não conheceram, nem elles nem seus paes, e mandarei a espada após elles, até que venha a consumil-os. 17 Assim diz o Senhor dos Exercitos: Considerae, [17] e chamae carpideiras que venham; e enviae por sabias, para que venham. 18 E se apressem, e levantem o _seu_ lamento sobre nós; [18] e desfaçam-se os nossos olhos em lagrimas, e as nossas palpebras se distillem em aguas. 19 Porque uma voz de pranto se ouviu de Sião: Como somos destruidos! estamos mui envergonhados, porque deixámos a terra, [19] porquanto transtornaram as nossas moradas. 20 Ouvi pois, vós, mulheres, a palavra do Senhor, e os vossos ouvidos recebam a palavra da sua bocca: e ensinae o pranto a vossas filhas, e cada uma á sua companheira a lamentação. 21 Porque _já_ a morte subiu pelas nossas janellas, e entrou em nossos palacios, [20] para exterminar os meninos das ruas e os mancebos das praças. 22 Falla: [21] Assim diz o Senhor: Até os cadaveres dos homens jazerão como esterco sobre a face do campo, e como gavela detraz do segador, e não ha quem a recolha. 23 Assim diz o Senhor: [22] Não se glorie o sabio na sua sabedoria, nem se glorie o valente na sua valentia; não se glorie o rico nas suas riquezas. 24 Mas [23] o que se gloriar glorie-se n’isto, em que _me_ entende e me conhece, que eu _sou_ o Senhor, que faço beneficencia, juizo e justiça na terra; [24] porque d’estas coisas me agrado, diz o Senhor. 25 Eis que veem dias, diz o Senhor, [25] e visitarei a todo o circumcidado [ZF] com o incircumciso. 26 Ao Egypto, e a Judah, e a Edom, e aos filhos d’Ammon, e a Moab, [26] e a todos os [ZG] que moram nos ultimos cantos _da terra_, que habitam no deserto; porque todas as nações _são_ incircumcisas, e toda a casa d’Israel _é_ incircumcisa de coração. [1] Isa. 22.4. cap. 13.17 e 14.17. Lam. 2.11 e 3.48. [2] cap. 5.7, 8. [3] Isa. 59.4, 13, 15. [4] Ose. 4.1. [5] cap. 12.6. [6] cap. 6.28. [7] Mal. 3.3. [8] ver. 3. [9] cap. 5.9, 29. [10] cap. 12.4. Ose. 4.3. [11] cap. 4.25. [12] Isa. 25.2. Isa. 13.22 e 34.13. cap. 10.22. [13] cap. 3.17 e 7.24. [14] Gal. 1.14. [15] cap. 8.14 e 23.15. Lam. 3.15, 19. [16] cap. 44.27. Eze. 5.2, 12. [17] II Chr. 35.25. Ecc. 12.5. Amós 5.16. [18] cap. 14.17. [19] Lev. 18.28 e 20.22. [20] cap. 6.11. [21] cap. 8.2 e 16.4. [22] Ecc. 9.11. [23] I Cor. 1.31. II Cor. 10.17. [24] Miq. 6.8 e 7.18. [25] Rom. 2.8, 9. [26] cap. 25.23 e 49.32. Eze. 44.7. Rom. 2.28, 29. _Os idolos e o Senhor._ [Antes de Christo 608] 10 Ouvi a palavra que o Senhor vos falla a vós, ó casa d’Israel. 2 Assim diz o Senhor: [1] Não aprendaes o caminho das nações, nem vos espanteis dos signaes dos céus: porque com elles se atemorisam as nações. 3 Porque os estatutos dos povos _são_ vaidade: [2] pois corta-se do bosque um madeiro, obra das mãos do artifice, com machado; 4 Com prata e com oiro o enfeitam, [3] com pregos e com martelos o firmam, para que não se abale. 5 _São_ como a palma da obra magica, [4] porém não podem fallar; necessitam de ser levados _aos hombros_, porquanto não podem andar; não tenhaes temor d’elles, pois não podem fazer mal, nem tão pouco teem poder de fazer bem. 6 Pois ninguem [5] _ha_ similhante a ti, ó Senhor: tu _és_ grande, e grande o teu nome em força. 7 Quem [6] te não temeria a ti, ó Rei das nações? pois isto te compete a ti; porquanto entre todos os sabios das nações, e em todo o seu reino, não _ha_ similhante a ti. 8 Pois juntamente _todos_ se embruteceram [7] e vieram a enlouquecer: ensino de vaidades _é_ o madeiro. 9 Trazem prata estendida de Tarsis [8] e oiro d’Uphaz, _para_ obra do artifice, e das mãos do fundidor: _fazem_ seus vestidos d’azul celeste e purpura; obra de sabios _são_ todos elles. 10 Porém o Senhor Deus _é_ a verdade; elle mesmo _é_ o Deus vivo e o Rei eterno; do seu furor treme a terra, e as nações não podem supportar a sua indignação. 11 Assim lhes direis: [9] Os deuses que não fizeram os céus e a terra perecerão da terra e de debaixo d’este céu. 12 _Elle é aquelle_ que [10] fez a terra com o seu poder, que estabeleceu o mundo com a sua sabedoria, e com a sua intelligencia estendeu os céus. 13 Dando elle a [11] _sua_ voz, _logo_ ha arroido de aguas no céu, e faz subir os vapores da extremidade da terra: faz os relampagos _juntamente_ com a chuva, e faz sair o vento dos seus thesouros. 14 Todo [12] o homem se embruteceu, e não tem sciencia; envergonha-se todo o fundidor da imagem d’esculptura; [13] porque sua imagem fundida mentira _é_, e não _ha_ espirito n’ellas. 15 Vaidade são, [14] obra d’enganos: no tempo da sua visitação virão a perecer. 16 Não _é_ similhante a estes a porção [15] de Jacob; porque elle _é_ o que o formou, e Israel _é_ a vara da sua herança: Senhor dos Exercitos é o seu nome. 17 Ajunta da terra a tua mercadoria, ó moradora na fortaleza. 18 Porque assim diz o Senhor: Eis que d’esta vez lançarei [16] _como_ com funda aos moradores da terra, e os angustiarei, para que venham a achal-_o_, _dizendo_: 19 Ai [17] de mim por causa do meu quebrantamento! a minha chaga _me_ causa grande dôr; e eu havia dito: Certamente enfermidade _é_ esta que poderei supportar. 20 _Já_ a minha tenda _está_ destruida, e todas as minhas cordas se romperam; _já_ os meus filhos sairam de mim, e não são; ninguem ha mais que estenda a minha tenda, nem que levante as minhas cortinas. 21 Porque os pastores se embruteceram, e não buscaram ao Senhor: por isso não prosperaram, e todos os seus gados se espalharam. 22 Eis que vem uma voz de fama, [18] grande tremor da terra do norte, para fazer das cidades de Judah uma assolação, uma morada de [ZH] dragões. 23 _Bem_ sei eu, ó Senhor, [19] que _não é_ do homem o seu caminho nem do homem que caminha o dirigir os seus passos. 24 Castiga-me, [20] ó Senhor, porém com medida, não na tua ira, para que me não reduzas a nada. 25 Derrama [21] a tua indignação sobre as nações que te não conhecem, e sobre as gerações que não invocam o teu nome; porque comeram a Jacob, [22] e o devoraram, e o consumiram, e assolaram a sua [ZI] morada. [1] Lev. 18.3 e 20.23. [2] Isa. 40.19, 20 e 44.9, 10, etc. [3] Isa. 41.7. [4] Hab. 2.19. [5] Exo. 15.11. [6] Apo. 15.4. [7] Hab. 2.18. Zac. 10.2. [8] Dan. 10.5. [9] ver. 15. Isa. 2.16. Zac. 13.2. [10] Gen. 1.1, 6, 9. cap. 51.15, etc. Job 9.8. Isa. 40.22. [11] Job 38.34. [12] cap. 51.17, 18. Pro. 30.2. Isa. 42.17 e 44.11 e 47.16. [13] Hab. 2.18. [14] ver. 11. [15] cap. 51.19. Deu. 32.9. [16] I Sam. 25.29. cap. 16.13. [17] cap. 4.19 e 8.21. [18] cap. 1.15 e 6.22. [19] Pro. 20.24. [20] cap. 30.11. [21] Job 18.21. I The. 4.5. II The. 1.8. [22] cap. 8.16. _O pacto é violado._ 11 A palavra que veiu a Jeremias, da parte do Senhor, dizendo: 2 Ouvi as palavras d’este concerto, e fallae aos homens de Judah, e aos habitantes de Jerusalem. 3 Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor, o Deus d’Israel: [1] Maldito o homem que não escutar as palavras d’este concerto, 4 Que ordenei a vossos paes no dia em que os tirei da terra do Egypto, [2] da fornalha de ferro, dizendo: Dae ouvidos á minha voz, e fazei conforme tudo quanto vos mando; e vós me sereis a mim por povo, e eu vos serei a vós por Deus. 5 Para que confirme [3] o juramento que jurei a vossos paes de dar-lhes uma terra que manasse leite e mel, como _é n_’este dia. Então eu respondi, e disse: Amen, ó Senhor. 6 E disse-me o Senhor: Apregoa todas estas palavras nas cidades de Judah, e nas ruas de Jerusalem, dizendo: [4] Ouvi as palavras d’este concerto, e fazei-as. 7 Porque devéras protestei a vossos paes, no dia em que os tirei da terra do Egypto, até ao dia de hoje, madrugando, [5] e protestando, e dizendo: Dae ouvidos á minha voz. 8 Porém não [6] ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos, antes andaram cada um conforme o proposito do seu coração malvado: pelo que trouxe sobre elles todas as palavras d’este concerto que _lhes_ mandei que fizessem porém as não fizeram. 9 Disse-me mais o Senhor: [7] Uma conjuração se achou entre os homens de Judah, entre os habitantes de Jerusalem. 10 Tornaram [8] ás maldades de seus primeiros paes, que não quizeram ouvir as minhas palavras; e elles andaram após deuses alheios para os servir: a casa de Israel e a casa de Judah quebrantaram o meu concerto, que tinha feito com seus paes. 11 Portanto assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre elles, de que não poderão escapar, [9] e clamarão a mim e eu não os ouvirei. 12 Então irão as cidades de Judah e os habitantes de Jerusalem [10] e clamarão aos deuses a quem elles queimaram incenso, porém de nenhuma sorte os livrarão no tempo do seu mal. 13 Porque, [11] _segundo_ o numero das tuas cidades, foram os teus deuses, ó Judah! e, _segundo_ o numero das ruas de Jerusalem, pozestes altares á impudencia, altares para queimares incenso a Baal. 14 Tu, pois, não [12] ores por este povo, nem levantes por elles clamor nem oração; porque não _os_ ouvirei no tempo em que elles clamarem a mim, por causa do seu mal. 15 Que tem o meu amado na minha casa _que fazer_? pois muitos fazem _n’ella_ grande abominação [13] e _já_ as carnes sanctas se desviaram de ti: quando tu _fazes_ mal, então andas saltando de prazer. 16 Chamou o Senhor o teu nome oliveira verde, [14] formosa por especiosos fructos, _porém agora_ á voz d’um grande tumulto accendeu fogo ao redor d’ella, e se quebraram os seus ramos. 17 Porque o Senhor dos Exercitos, [15] que te plantou, pronunciou contra ti o mal, pela maldade da casa d’Israel e da casa de Judah, que fizeram entre si mesmos, para me provocarem á ira, queimando incenso a Baal. _Conspiração contra Jeremias._ 18 E o Senhor m’o fez saber, e _assim o_ soube: então me fizeste ver as suas acções. 19 E eu _era_ como um cordeiro, _como_ um boi que levam á matança; [16] porque não sabia que pensavam contra mim pensamentos, _dizendo_: Destruamos a arvore com o seu fructo, e cortemol-o da terra dos viventes, e não haja mais memoria do seu nome. 20 Mas, ó Senhor dos Exercitos, justo Juiz, que provas [17] os rins e o coração, veja eu a vingança _que tomarás_ d’elles; pois a ti descobri a minha causa. 21 Portanto assim diz o Senhor ácerca dos homens [18] d’Anathoth, que procuram a tua morte, dizendo: Não prophetizes no nome do Senhor, para que não morras ás nossas mãos. 22 Portanto assim diz o Senhor dos Exercitos: Eis que fareis visitação sobre elles: os mancebos morrerão á espada, os seus filhos e as suas filhas morrerão de fome. 23 E elles não terão um resto, porque farei vir o mal sobre os homens de Anathoth, _no_ anno da sua visitação. [1] Deu. 27.26. Gal. 3.10. [2] Deu. 4.20. I Reis 8.51. Lev. 26.3, 12. cap. 7.23. [3] Deu. 7.12, 13. [4] Rom. 2.13. Thi. 1.22. [5] cap. 7.13, 25 e 35.15. [6] cap. 7.26. cap. 3.17 e 7.24 e 9.14. [7] Eze. 22.25. [8] Eze. 20.18. [9] Pro. 1.28. Isa. 1.15. cap. 14.12. Eze. 8.18. Miq. 3.4. Zac. 7.13. [10] Deu. 32.37, 38. [11] cap. 2.28. [12] cap. 7.16 e 14.11. I João 5.16. [13] Agg. 2.12, 13, 14. Tito 1.15. [14] Rom. 11.17. [15] Isa. 5.2. cap. 2.21. [16] cap. 18.18. [17] I Sam. 16.7. I Chr. 28.9. Apo. 2.23. [18] cap. 12.5, 6. Isa. 30.10. Amós 2.12 e 7.13, 16. 12 Justo serias, ó Senhor, ainda que _eu_ contendesse contra ti: [1] comtudo fallarei comtigo _dos teus_ juizos. Porque prospera o caminho dos impios, _e_ vivem em paz todos os que commettem aleivosia aleivosamente? 2 Plantaste-os, arraigaram-se tambem, avançam, dão tambem fructo: [2] chegado _estás_ á sua bocca, porém longe dos seus rins. 3 Mas tu, ó Senhor, me conheces, _tu_ me vês, [3] e provas o meu coração para comtigo; arranca-os como a ovelhas para o matadouro, e dedica-os ao dia da matança. 4 Até [4] quando lamentará a terra, e se seccará a herva de todo o campo? pela maldade dos que habitam n’ella, perecem os animaes e as aves; porquanto dizem: Não verá o nosso ultimo fim. 5 Se corres com os homens de pé, fazem-te cançar; como pois competirás com os cavallos? se _tão sómente_ na terra de paz te confias, [5] como farás na enchente do Jordão? 6 Porque [6] até os teus irmãos, e a casa de teu pae, elles tambem se hão deslealmente contra ti; até os mesmos clamam após ti em altas _vozes_: [7] Não te fies n’elles, quando te fallarem coisas boas. _O paiz é devastado. Prophecia contra os seus devastadores._ 7 _Já_ desamparei a minha casa, abandonei a minha herança: entreguei a amada da minha alma na mão de seus inimigos. 8 Tornou-se-me a minha herança como leão em brenha: levantou a sua voz contra mim, por isso eu a aborreci. 9 A minha herança me é ave de varias côres; _andam_ as aves contra ella em redor: vinde, _pois_, ajuntae-vos todos os animaes do campo, [8] vinde a devoral-a. 10 Muitos pastores destruiram [9] a minha vinha, pisaram o meu campo: tornaram em deserto de assolação o meu campo desejado. 11 Em assolação [10] o tornaram, _e_ assolado clama a mim: toda a terra _está_ assolada, porquanto não ha nenhum que tome _isso_ a peito. 12 Sobre todos os logares altos do deserto vieram destruidores; porque a espada do Senhor devora desde um extremo da terra até _outro_ extremo da terra: não ha paz para nenhuma carne. 13 Semearam [11] trigo, e segaram espinhos; cançaram-se, _mas_ de nada se aproveitaram: envergonhae-vos pois em razão de vossas colheitas, _e_ por causa do ardor da ira do Senhor. 14 Assim diz o Senhor, ácerca de todos os meus maus visinhos, [12] que tocam a minha herança, a qual dei por herança ao meu povo Israel: Eis que os arrancarei da sua terra, e a casa de Judah arrancarei do meio d’elles. 15 E será que, depois [13] de os haver arrancado, tornarei, e me compadecerei d’elles, e os farei tornar cada um á sua herança, e cada um á sua terra. 16 E será que, se diligentemente aprenderem os caminhos do meu povo, [14] jurando pelo meu nome, _dizendo_: Vive o Senhor, como ensinaram a meu povo a jurar por Baal, [15] edificar-se-hão no meio do meu povo. 17 Porém, se não quizerem [16] ouvir, totalmente arrancarei a tal nação, e a farei perecer, diz o Senhor. [1] Job 21.7. Hab. 1.4. Mal. 3.15. [2] Isa. 29.13. Mat. 15.8. Mar. 7.6. [3] cap. 11.20. Thi. 5.5. [4] cap. 23.10. Ose. 4.3. cap. 4.25 e 7.20 e 9.10. Ose. 4.3. [5] Jos. 3.15. I Chr. 12.15. cap. 49.19 e 50.44. [6] cap. 9.4. [7] Pro. 26.25. [8] Isa. 56.9. cap. 7.33. [9] cap. 6.3. Isa. 5.1, 5 e 63.18. [10] ver. 4. Isa. 42.25. [11] Lev. 26.16. Deu. 28.38. Miq. 6.15. Agg. 1.6. [12] Zac. 2.8. Deu. 30.3. cap. 32.37. [13] Eze. 28.25. [14] cap. 4.2. [15] Eph. 2.20, 21. I Ped. 2.5. [16] Isa. 60.12. _O captiveiro é representado pelo symbolo d’um cinto de linho._ [Antes de Christo 602] 13 Assim me disse o Senhor: Vae, e compra um cinto de linho, e põe-n’o sobre os teus lombos, porém não o mettas na agua. 2 E comprei o cinto, conforme a palavra do Senhor, e o puz sobre os meus lombos. 3 Então veiu a palavra do Senhor a mim segunda vez, dizendo: 4 Toma o cinto que compraste, e trazes sobre os teus lombos, e levanta-te; vae ao Euphrates, e esconde-o ali na fenda d’uma rocha. 5 E fui, e escondi-o junto ao Euphrates, como o Senhor m’_o_ havia ordenado. 6 Succedeu pois, ao cabo de muitos dias, que me disse o Senhor: Levanta-te, vae ao Euphrates, e toma d’ali o cinto que te ordenei que o escondesses ali. 7 E fui ao Euphrates, e cavei, e tomei o cinto do logar onde o havia escondido: e eis que o cinto tinha apodrecido, e para nada prestava. 8 Então veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 9 Assim diz o Senhor: [1] Assim farei apodrecer a soberba de Judah, como tambem a muita soberba de Jerusalem. 10 Este _mesmo_ povo maligno, que recusa ouvir as minhas palavras, [2] que caminha segundo o proposito do seu coração, e anda após deuses alheios, para servil-os, e inclinar-se diante d’elles, será tal como este cinto, que para nada presta. 11 Porque, como o cinto _está_ pegado aos lombos do homem, assim eu fiz pegar a mim toda a casa de Israel, e toda a casa de Judah, diz o Senhor, para me serem por povo, e por [3] nome, e por louvor, e por gloria: porém não deram ouvidos. 12 Pelo que dize-lhes esta palavra: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Todo o odre se encherá de vinho: e dir-te-hão: _Porventura_ não sabemos mui bem que todo o odre se encherá de vinho? 13 Porém tu dize-lhes: Assim diz o Senhor: Eis que eu encherei de embriaguez [4] a todos os habitantes d’esta terra, e aos reis _da estirpe_ de David, que estão assentados sobre o seu throno, e aos sacerdotes, e aos prophetas, e a todos os habitantes de Jerusalem. 14 E fal-os-hei em pedaços um contra outro, e juntamente os paes com os filhos, diz o Senhor: não perdoarei nem pouparei, nem me apiedarei, para que os não destrua. 15 Escutae, e inclinae os ouvidos: não vos ensoberbeçaes; porque o Senhor disse. 16 Dae gloria [5] ao Senhor vosso Deus, antes que se faça vir a escuridão e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; [6] e espereis a luz _e_ elle a mude em sombra de morte, e a reduza a escuridão. 17 E, se isto não ouvirdes, a minha alma chorará em logares occultos, por causa da _vossa_ soberba; [7] e amargosamente lagrimejará o meu olho, e se desfará em lagrimas, porquanto o rebanho do Senhor foi levado captivo. 18 Dize [8] ao rei e á rainha: Humilhae-vos, e assentae-vos no chão; porque _já_ caiu todo o ornato de vossas cabeças, a corôa de vossa gloria. 19 As cidades do sul estão fechadas, e ninguem _ha_ que _as_ abra: todo o Judah foi levado captivo, todo inteiramente foi levado captivo. 20 Levantae [9] os vossos olhos, e vêde os que veem do norte: onde _está_ o rebanho que se te deu, e as ovelhas da tua gloria? 21 Que dirás, quando [ZJ] vier a fazer visitação sobre ti, pois tu _já_ os ensinaste _a serem_ principes, e cabeça sobre ti? [10] _porventura_ não te tomarão as dôres, como á mulher que _está_ de parto? 22 Quando pois disseres no teu coração: [11] Porque me sobrevieram estas coisas? Pela multidão das tuas maldades se descobriram as tuas fraldas, e tem-se feito violencia aos teus calcanhares. 23 _Porventura_ mudará o ethiope a sua pelle, ou o leopardo as suas manchas? [ZK] assim podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal. 24 Pelo que os espalharei como o rastolho, [12] rastolho que passa com o vento do deserto. 25 Esta _será_ a tua sorte, a porção das tuas medidas _que terás_ de mim, diz o Senhor; pois te esqueceste de mim, e confiaste em mentiras. 26 Assim tambem [13] eu descobrirei as tuas fraldas _até_ sobre o teu rosto: e apparecerá a tua ignominia. 27 _Já_ vi as tuas abominações, e os teus adulterios, e os teus rinchos, [14] e a enormidade da tua fornicação sobre os outeiros [15] no campo; ai de ti, Jerusalem! não te purificarás? quanto ainda depois _d’isto esperarás_? [1] Lev. 26.19. [2] cap. 9.14 e 11.8 e 16.12. [3] cap. 33.9. [4] Isa. 51.17, 21 e 63.6. cap. 25.27 e 51.7. [5] Jos. 7.19. Isa. 5.30. Amós 8.6. [6] Isa. 59.9. [7] cap. 9.1 e 14.17. Lam. 1.2, 16 e 2.18. [8] II Reis 24.12. [9] cap. 6.22. [10] cap. 6.24. [11] cap. 5.19 e 16.10. Isa. 47.2, 3. Eze. 16.37, 38, 39. Nah. 3.5. [12] Ose. 13.3. [13] Lam. 1.8. Eze. 16.37 e 23.29. Ose. 2.10. [14] cap. 5.8. [15] Isa. 65.7. cap. 2.20 e 3.2, 6. Eze. 6.13. _Jeremias em vão intercede pelo povo._ [Antes de Christo 601] 14 A palavra do Senhor, que veiu a Jeremias, ácerca dos negocios da grande secca. 2 Anda chorando Judah, [1] e as suas portas _estão_ enfraquecidas: andam de luto até ao chão, e o clamor de Jerusalem vae subindo. 3 E os seus mais illustres enviam os seus pequenos por agua; veem ás cavas, _e_ não acham agua; voltam _com_ os seus vasos vazios; [2] envergonham-se e confundem-se, e cobrem as suas cabeças. 4 Por causa da terra que se fendeu, porque não ha chuva sobre a terra, os lavradores se envergonham _e_ cobrem as suas cabeças. 5 Porque até as cervas no campo parem, e deixam _seus filhos_, porquanto não ha herva. 6 E os jumentos montezes [3] se põem nos logares altos, sorvem o vento como os [ZL] dragões, desfallecem os seus olhos, porquanto não _ha_ herva. 7 Ainda que as nossas maldades testificam contra nós, ó Senhor, obra por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra ti peccámos. 8 Ah! esperança [4] de Israel, e Redemptor seu no tempo da angustia! porque serias como _um_ estrangeiro na terra? e como _o_ viandante _que_ se retira a passar a noite? 9 Porque serias [5] como homem cançado, como valoroso _que_ não pode livrar? _já_ tu _estás_ no meio de nós, ó Senhor, e nós somos chamados pelo teu nome: não nos desampares. 10 Assim diz o Senhor, ácerca d’este povo: [6] _Pois que_ tanto amaram mover-se, _e_ não retiveram os seus pés, por isso o Senhor se não agrada d’elles, _mas_ agora se lembrará da sua maldade d’elles, e visitará os seus peccados. 11 Disse-me mais o Senhor: [7] Não rogues por este povo para bem. 12 Quando [8] jejuarem, não ouvirei o seu clamor, e quando offerecerem holocaustos e offertas de manjares, não me agradarei d’elles; antes eu [9] os consumirei pela espada, e pela fome e pela peste. 13 Então disse eu: [10] Ah! Senhor, Senhor, eis que os prophetas lhes dizem: Não vereis espada, e não tereis fome; antes vos darei paz verdadeira n’este logar. 14 E disse-me o Senhor: [11] Os prophetas prophetizam falso no meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes fallei: visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração elles vos prophetizam. 15 Portanto assim diz o Senhor ácerca dos prophetas que prophetizam no meu nome, sem que eu os tenha mandado, e _comtudo_ dizem, [12] Nem espada, nem fome haverá n’esta terra: Á espada e á fome serão consumidos esses prophetas. 16 E o povo a quem elles prophetizam será lançado nas ruas de Jerusalem, por causa da fome e da espada: e não _haverá_ quem o enterre, tanto a elle, _como_ a suas mulheres, e a seus filhos e a suas filhas: assim derramarei sobre elles a sua maldade. 17 Portanto lhes dirás esta palavra: [13] Os meus olhos derramem lagrimas de noite e de dia, e não cessem: [14] porque a virgem, filha do meu povo, está quebrada _de_ grande quebra, _de_ chaga mui dolorosa. 18 Se eu saio [15] ao campo, eis aqui os mortos á espada, e, se entro na cidade, eis aqui os enfermos de fome: e até os prophetas e os sacerdotes correram em roda na terra, [ZM] e não sabem _nada_. 19 _Porventura [16] já_ de todo rejeitaste a Judah? _ou_ aborrece a tua alma a Sião? porque nos feriste _de tal modo_ que _já_ não _ha_ cura para nós? [17] aguarda-se a paz, e nada _ha_ de bem; e o tempo da cura, e eis aqui turbação. 20 Ah, Senhor! conhecemos a nossa impiedade _e_ a maldade de nossos paes; [18] porque peccámos contra ti. 21 Não _nos_ rejeites por amor do teu nome; não abatas o throno da tua gloria: lembra-te, e não annules o teu concerto comnosco. 22 _Porventura [19] ha_, entre as vaidades dos gentios, quem faça chover? ou podem os céus dar chuvas? não _és_ tu aquelle, ó Senhor [20] nosso Deus? portanto em ti esperaremos, pois tu fazes todas estas coisas. [1] Isa. 3.26. I Sam. 5.12. [2] II Sam. 15.30. [3] cap. 2.24. [4] cap. 17.13. [5] Isa. 59.1. Exo. 29.45, 46. Lev. 26.11, 12. [6] Ose. 8.13 e 9.9. [7] cap. 7.16 e 11.14. [8] Isa. 1.15 e 58.3. cap. 11.11. Eze. 8.18. Miq. 3.4. Zac. 7.13. [9] cap. 9.16. [10] cap. 4.10. [11] cap. 27.10. cap. 23.21 e 27.15 e 29.8, 9. [12] cap. 5.12, 13. [13] cap. 9.1 e 13.17. Lam. 1.16 e 2.18. [14] cap. 8.21. [15] Eze. 7.15. [16] Lam. 5.22. cap. 15.18. [17] cap. 8.15. [18] Dan. 9.8. [19] Zac. 10.1, 2. [20] Isa. 30.23. cap. 5.24 e 10.13. 15 Disse-me, porém, o Senhor: [1] Ainda que Moysés e Samuel se pozessem diante de mim, não _seria_ a minha alma com este povo: lança-os de diante da minha face, e saiam. 2 E será que, quando te disserem: Para onde sairemos? dir-lhes-has: Assim diz o Senhor: [2] O que para a morte, para a morte; e o que para a espada, para a espada; e o que para a fome, para a fome; e o que para o captiveiro, para o captiveiro. 3 Porque visital-os-hei [3] _com_ quatro generos _de males_, diz o Senhor: com espada para matar, e com cães, para os arrastarem, e com as aves dos céus, e com os animaes da terra, para os devorarem e destruirem. 4 Entregal-os-hei ao desterro [4] em todos os reinos da terra; [5] por causa de Manassés, filho d’Ezequias, rei de Judah, pelo que fez em Jerusalem. 5 Porque quem [6] se compadeceria de ti, ó Jerusalem? ou quem se entristeceria por ti? ou quem se desviaria a perguntar pela tua paz? 6 Tu me deixaste, [7] diz o Senhor, _e_ tornaste-te para traz; por isso estenderei a minha mão contra ti, e te destruirei; _já_ estou cançado de me arrepender. 7 E padejal-os-hei com a pá nas portas da terra: _já_ desfilhei, _e_ destrui o meu povo; [8] não se tornaram dos seus caminhos. 8 As suas viuvas mais se me multiplicaram do que as areias dos mares; trouxe ao meio dia um destruidor sobre a mãe dos mancebos: fiz que caisse de repente sobre ella, e enchesse a cidade de terrores. 9 A que paria [9] sete se enfraqueceu; expirou a sua alma; poz-se o seu sol sendo ainda de dia, confundiu-se, e envergonhou-se: e os que ficarem d’ella entregarei á espada, diante dos seus inimigos, diz o Senhor. 10 Ai [10] de mim, mãe minha, porque me pariste homem de rixa e homem de contendas para toda a terra? nunca _lhes_ dei á usura, nem elles me deram a mim á usura, todavia cada um d’elles me amaldiçoa. 11 Disse o Senhor: Decerto que os teus residuos serão para bem, que intercederei por ti, no tempo da calamidade e no tempo da angustia, com o inimigo. 12 _Porventura_ quebrará _algum_ ferro, o ferro do norte, ou o aço? 13 A tua fazenda e os teus thesouros darei sem preço ao saque; e _isso_ por todos os teus peccados, como tambem em todos os teus limites. 14 E levar-_te_-hei [11] com os teus inimigos para a terra que não conheces; porque o fogo se accendeu em minha ira, _e_ sobre vós arderá. 15 Tu, ó [12] Senhor, _o_ sabes; lembra-te de mim, e visita-me, e vinga-me dos meus perseguidores: não me arrebates emquanto differes o teu furor: sabe que por amor de ti tenho soffrido affronta. 16 Achando-se as tuas palavras, [13] logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome me chamo, ó Senhor, Deus dos Exercitos. 17 Nunca me assentei no congresso dos zombadores, nem saltei de prazer: por causa da tua mão me assentei solitario; porque me encheste de indignação. 18 Porque dura a [14] minha dôr continuamente, e a minha ferida me doe, _e já_ não admitte cura? _Porventura_ ser-me-hias tu como um mentiroso [15] _e como_ aguas inconstantes? 19 Portanto assim diz o Senhor: Se tu te tornares, [16] então te farei tornar, _e_ estarás diante da minha face; [17] e se apartares o precioso do vil, serás como a minha bocca: tornem-se elles para ti, porém tu não te tornes para elles. 20 Portanto puz-te contra este povo por um [18] muro forte de bronze; e pelejarão contra ti, porém não prevalecerão contra ti; [19] porque eu _estou_ comtigo para te guardar, para te arrebatar _d’elles_, diz o Senhor. 21 E arrebatar-te-hei da mão dos malignos, e livrar-te-hei da palma dos fortes. [1] Exo. 32.11, 12. [2] cap. 43.11. Eze. 5.2, 12. Zac. 11.9. [3] Lev. 26.16, etc. Deu. 28.26. cap. 7.33. [4] Deu. 28.35. cap. 24.9. [5] II Reis 21.11, etc. e 23.26 e 24.3, 4. [6] Isa. 51.19. [7] cap. 2.13. Ose. 13.14. [8] Isa. 9.13. cap. 5.3. Amós 4.10, 11. [9] I Sam. 2.5. Amós 8.9. [10] Job 3.1, etc. cap. 20.14. [11] cap. 16.13 e 17.4. Deu. 32.22. [12] cap. 12.3. cap. 11.20 e 20.12. [13] Eze. 3.1, 3. Apo. 10.6, 10. [14] cap. 30.15. [15] Job 6.15, etc. [16] Zac. 3.7. ver. 1. [17] Eze. 44.23. [18] cap. 1.18 e 6.27. [19] cap. 20.11, 12. _Predicção do captiveiro e do livramento de Israel._ 16 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Não tomarás para ti mulher, nem terás filhos nem filhas n’este logar. 3 Porque assim diz o Senhor, ácerca dos filhos e das filhas que nascerem n’este logar, ácerca de suas mães, que os parirem, e de seus paes que os gerarem n’esta terra: 4 Morrerão [1] de enfermidades dolorosas, e não serão pranteados nem sepultados: servirão d’esterco sobre a terra; e pela espada e pela fome serão consumidos [2], e os seus cadaveres servirão de mantimento para as aves do céu e para os animaes da terra. 5 Porque assim diz o Senhor: [3] Não entres na casa do luto, nem vás a lamentar, nem te compadeças d’elles; porque _já_ d’este povo, diz o Senhor, tirei a minha paz, benignidade e misericordia. 6 E morrerão grandes e pequenos n’esta terra, _e_ não _serão_ sepultados, [4] e não os prantearão nem se farão por elles incisões, nem _por elles_ se raparão os cabellos. 7 E nada se lhes repartirá por dó, para consolal-os por causa de morte: nem lhes darão a beber do [5] copo de consolação, _nem_ por pae de alguem, nem por mãe de alguem. 8 Nem entres na casa do banquete, para te assentares com elles a comer e a beber. 9 Porque assim diz o Senhor dos Exercitos, [6] o Deus d’Israel: Eis que farei cessar d’este logar perante os vossos olhos, e em vossos dias, a voz de gozo e a voz de alegria, a voz do esposo e a voz da esposa. 10 E será que, quando annunciares a este povo todas estas palavras, e elles te disserem: [7] Porque falla o Senhor sobre nós todo este grande mal? e qual _é_ a nossa iniquidade, e qual _é o_ nosso peccado, que peccámos contra o Senhor nosso Deus? 11 Então lhes dirás: [8] Porquanto vossos paes me deixaram, diz o Senhor, e se foram após deuses alheios, e os serviram, e se inclinaram diante d’elles, e a mim me deixaram, e a minha lei não _a_ guardaram. 12 E vós fizestes [9] peior do que vossos paes; porque, eis que cada um de vós anda após o proposito do seu malvado coração, para me não dar ouvidos a mim. 13 E lançar-vos-hei fóra [10] d’esta terra, para uma terra que não conhecestes, nem vós nem vossos paes; e ali servireis a deuses alheios de dia e de noite, porque não usarei de misericordia comvosco. 14 Portanto, [11] eis que dias veem, diz o Senhor, em que nunca mais se dirá: Vive o Senhor, que fez subir os filhos d’Israel da terra do Egypto. 15 Mas: Vive o Senhor, que fez subir os filhos d’Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha lançado; [12] porque fal-os-hei voltar á sua terra, a qual dei a seus paes. 16 Eis que mandarei muitos pescadores, [13] diz o Senhor, os quaes os pescarão, e depois enviarei muitos caçadores, os quaes os caçarão de sobre todo o monte, e de sobre todo o outeiro, e até das fendas das rochas. 17 Porque os meus olhos [14] _estão_ sobre todos os seus caminhos; não se escondem perante a minha face, nem a sua maldade se encobre de diante dos meus olhos. 18 E primeiramente pagarei [15] em dobro a sua maldade e o seu peccado, porque profanaram a minha terra com os cadaveres das suas coisas detestaveis, e das suas abominações encheram a minha herança. 19 Ó Senhor, fortaleza minha, e força minha, [16] e refugio meu no dia da angustia: a ti virão as nações desde os fins da terra, e dirão: Nossos paes herdaram só mentiras, e vaidade, [17] em que não _havia_ proveito. 20 _Porventura_ fará um homem deuses para si, quando elles não _são_ deuses? 21 Portanto, eis que os farei conhecer; d’esta vez os farei conhecer a minha mão e o meu poder; [18] e saberão que o meu nome _é_ o Senhor. [1] cap. 22.18, 19 e 25.33. [2] cap. 7.33. [3] Eze. 24.17, 22, 23. [4] Lev. 19.28. Deu. 14.1. Isa. 22.12. cap. 7.29. [5] Pro. 31.6, 7. [6] Isa. 24.7, 8. cap. 7.34 e 25.10. Eze. 26.13. Ose. 2.11. Apo. 18.23. [7] Deu. 29.24. cap. 5.19 e 13.22 e 22.8. [8] Deu. 29.25. cap. 22.9. [9] cap. 7.26 e 13.10. [10] Deu. 4.26, 27, 28 e 28.36, 63, 64, 65. [11] cap. 23.7, 8. [12] cap. 24.6 e 30.3 e 32.37. [13] Hab. 1.15. [14] Job 3.4, 21. Pro. 5.21 e 15.3. cap. 32.19. [15] Isa. 40.2. cap. 17.18. Eze. 43.7, 9. [16] cap. 17.17. [17] Isa. 44.10. cap. 2.11 e 10.5. [18] Exo. 15.3. cap. 32.2. Amós 5.8. 17 O peccado de Judah _está_ escripto com [1] _um_ ponteiro de ferro, com ponta de diamante, gravado na taboa do seu coração e nos cornos dos vossos altares. 2 Como tambem seus filhos se lembram dos seus altares, [2] e dos seus bosques junto ás arvores verdes, sobre os altos outeiros. 3 A minha montanha _juntamente_ com o campo, a tua riqueza _e_ todos os teus thesouros, darei por preza, _como tambem_ os teus altos, pelo peccado, em todos os teus termos. 4 Assim por ti mesmo te deixarás da tua herança que te dei, e far-te-hei servir os teus inimigos, [3] na terra que não conheces; porque o fogo que accendeste na minha ira arderá para sempre. 5 Assim diz o Senhor: [4] Maldito o varão que confia no homem, e põe a carne _por_ seu braço, e cujo coração se aparta do Senhor! 6 Porque será como [5] a tamargueira no deserto, que não sente quando vem o bem; antes morará nos logares seccos do deserto, na terra salgada e inhabitavel. 7 _Porém_ bemdito o varão que confia no Senhor, [6] e cuja confiança é o Senhor. 8 Porque será como a arvore [7] plantada junto ás aguas, que estende as suas raizes para o ribeiro, e não sente quando vem o calor, e a sua folha fica verde, e no anno de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fructo. 9 Enganoso _é_ o coração, mais do que todas as coisas, e perverso: quem o conhecerá? 10 Eu, o Senhor, [8] esquadrinho o coração _e_ experimento os rins: e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos _e_ segundo o fructo das suas acções. 11 _Como_ a perdiz _que_ ajunta [ZN] ovos que não choca, _assim_ é o que ajunta riquezas, mas não com direito; no meio de seus dias as deixará, [9] e no seu fim se fará _um_ insensato. 12 Um throno de gloria e altura, desde o principio, _é_ o logar do nosso sanctuario. 13 Ó Senhor, [10] Esperança d’Israel! todos aquelles que te deixam serão envergonhados [11] e os que se apartam de mim serão escriptos sobre a terra; porque deixam ao Senhor, a fonte das aguas vivas. 14 Sara-me, Senhor, e sararei: salva-me, e serei salvo; [12] porque tu _és_ o meu louvor. 15 Eis que elles me dizem: Onde [13] _está_ a palavra do Senhor? venha agora. 16 Porém eu não me apressei em ser o pastor após ti; nem tão pouco desejei o dia mortal, tu o sabes; o que saiu dos meus labios está diante de tua face. 17 Não me sejas por espanto: [14] meu refugio _és_ tu no dia do mal. 18 Envergonhem-se os que me perseguem, e não me envergonhe eu; assombrem-se elles, e não me assombre eu; traze sobre elles o dia do mal, e [15] com dobrada esmigalhadura os esmigalha. _A sanctificação do sabbado._ 19 Assim me disse o Senhor: Vae, e põe-te á porta dos filhos do povo, pela qual entram os reis de Judah, e pela qual saem; como tambem a todas as portas de Jerusalem. 20 E dize-lhes: Ouvi [16] a palavra do Senhor, vós, reis de Judah e todo o Judah, e todos os moradores de Jerusalem, que entraes por estas portas. 21 Assim diz o Senhor: [17] Guardae as vossas almas, e não tragaes cargas no dia de sabbado, nem _as_ introduzaes pelas portas de Jerusalem: 22 Nem tireis cargas de vossas casas no dia de sabbado, nem façaes obra alguma: antes sanctificae o dia de sabbado, como eu dei [18] ordem a vossos paes. 23 Porém não [19] deram ouvidos, nem inclinaram as suas orelhas; mas endureceram a sua cerviz, para não ouvirem, e para não receberem correcção. 24 Será pois que, se diligentemente me ouvirdes, diz o Senhor, não introduzindo cargas pelas portas d’esta cidade no dia de sabbado, e sanctificardes o dia de sabbado, não fazendo n’elle obra alguma: 25 Então entrarão [20] pelas portas d’esta cidade reis e principes, assentados sobre o throno de David, andando em carros e montados em cavallos, _assim_ elles como os seus principes, os homens de Judah, e os moradores de Jerusalem: e esta cidade será para sempre habitada. 26 E virão das cidades de Judah, e dos contornos [21] de Jerusalem, e da terra de Benjamin, e das planicies, e das montanhas, e do sul, trazendo holocaustos, e sacrificios, e offertas de manjares, e incenso, como tambem trazendo sacrificios de louvores á casa do Senhor. 27 Porém, se não me derdes ouvidos, para sanctificardes o dia de sabbado, e para não trazerdes carga alguma, quando entrardes pelas portas de Jerusalem no dia de sabbado, [22] então accenderei fogo nas suas portas, que consumirá os palacios de Jerusalem, e não se apagará. [1] Job 19.24. Pro. 3.3. II Cor. 3.3. [2] II Chr. 24.18 e 33.3, 19. Isa. 1.29 e 17.8. cap. 2.20 e 15.13. [3] cap. 16.13. cap. 15.14. [4] Isa. 30.1, 2 e 31.1. Isa. 31.3. [5] cap. 48.6. Deu. 29.23. [6] Pro. 16.20. Isa. 30.18. [7] Job 8.16. [8] I Sam. 16.7. I Chr. 28.9. Rom. 8.27. Apo. 2.23. cap. 32.19. Rom. 2.6. [9] Luc. 12.20. [10] cap. 14.8. Isa. 1.28. [11] Luc. 10.20. cap. 2.13. [12] Deu. 10.21. [13] Isa. 5.19. II Ped. 3.4. [14] cap. 16.19. [15] cap. 11.20. [16] cap. 19.3 e 22.2. [17] Num. 15.32, etc. Neh. 13.19. [18] Exo. 20.8 e 23.12 e 31.13. Eze. 20.12. [19] cap. 7.24, 26 e 11.10. [20] cap. 22.4. [21] cap. 32.44 e 33.13. Zac. 7.7. [22] cap. 21.14 e 49.27. Lam. 4.11. Amós 1.4, 7, 10, 12 e 2.2, 5. II Reis 25.9. cap. 52.18. _O vaso do oleiro. A impenitencia do povo._ [Antes de Christo 605] 18 A palavra do Senhor, que veiu a Jeremias, dizendo: 2 Levanta-te, e desce á casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. 3 E desci á casa do oleiro, e eis que estava fazendo _a sua_ obra sobre _as_ rodas. 4 E o vaso, que elle fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro: então tornou a fazer d’elle outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer. 5 Então veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 6 _Porventura_ [1] não poderei eu fazer de vós como este oleiro, ó casa d’Israel? diz o Senhor: eis que, como o barro na mão do oleiro, assim _sois_ vós na minha mão, ó casa d’Israel. 7 No momento em que fallarei contra uma nação, [2] e contra um reino para arrancar, e para derribar, e para destruir, 8 Se [3] a tal nação, porém, contra a qual fallar se converter da sua maldade, tambem [4] eu me arrependerei do mal que lhe cuidava fazer. 9 No momento em que fallarei de uma gente e de um reino, para edificar e para plantar, 10 Se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos á minha voz, então me arrependerei do bem que tinha dito lhe faria. 11 Ora pois, falla agora aos homens de Judah, e aos moradores de Jerusalem, dizendo: Assim diz o Senhor: Eis que estou forjando mal contra vós: e penso um pensamento contra vós: [5] convertei-vos _pois_ agora cada um do seu mau caminho, e melhorae os vossos caminhos e as vossas acções. 12 Porém elles dizem: [6] Não ha esperança, porque após as nossas imaginações andaremos: e faremos cada um o proposito do seu malvado coração. 13 Portanto assim diz o [7] Senhor: Perguntae agora entre os gentios quem ouviu tal coisa? coisa mui horrenda fez a virgem de Israel. 14 _Porventura_ deixar-se-ha a neve do Libano por uma rocha do campo? ou deixar-se-hão as aguas estranhas, frias _e_ correntes? 15 Comtudo o meu povo se tem esquecido de mim, [8] queimando incenso á vaidade; porque os fizeram tropeçar nos seus caminhos, _e nas_ veredas antigas, [9] para que andassem por veredas afastadas, não aplainadas; 16 Para [10] pôr a sua terra em espanto _e_ perpetuos assobios; todo aquelle que passa por ella se espantará, e meneará a sua cabeça. 17 Como _com_ vento oriental [11] os espalharei diante da face do inimigo: mostrar-lhes-hei as costas e não o rosto, no dia da sua perdição. 18 Então disseram: Vinde, [12] e maquinemos maquinações contra Jeremias; porque não perecerá a lei do sacerdote, nem o conselho do sabio, nem a palavra do propheta: vinde, e firamol-o com a lingua, e não escutemos a nenhuma das suas palavras. 19 Olha para mim, Senhor, e ouve a voz dos que contendem comigo. 20 _Porventura_ pagar-se-ha mal por bem? porque cavaram uma cova para a minha alma: lembra-te de que eu me apresentei na tua presença, para fallar por seu bem, para desviar d’elles a tua indignação. 21 Portanto entrega seus filhos á fome, e entrega-os ao poder da espada, e _sejam_ suas mulheres roubadas dos filhos, e viuvas; e seus maridos _sejam_ mortos de morte, e os seus mancebos _sejam_ feridos á espada na peleja. 22 Ouça-se o clamor de suas casas, quando trouxeres esquadrões sobre elles de repente. Porquanto cavaram uma [13] cova para prender-me e armaram laços aos meus pés. 23 Mas tu, ó Senhor, sabes todo o seu conselho contra mim para matar-me; [14] não perdoes a sua maldade, nem apagues o seu peccado de diante da tua face; mas tropecem perante a tua face; _assim_ usa com elles no tempo da tua ira. [1] Isa. 45.9. Rom. 9.20, 21. Isa. 64.8. [2] cap. 1.10. [3] Eze. 18.21 e 33.11. [4] cap. 26.3. Jon. 3.10. [5] II Reis 17.13. cap. 7.3 e 25.5 e 26.13 e 35.15. [6] cap. 2.25. [7] I Cor. 5.1. cap. 5.30. [8] cap. 2.13, 32. cap. 10.15 e 16.19. [9] cap. 6.16. [10] cap. 19.8 e 49.13 e 50.13. Miq. 6.16. [11] cap. 13.24. [12] Lev. 10.11. Mal. 2.7. [13] ver. 20. [14] cap. 11.20 e 15.15. _A botija quebrada. A ruina de Jerusalem._ 19 Assim diz o Senhor: Vae, e compra uma botija de oleiro, e _toma comtigo_ dos anciãos do povo e dos anciãos dos sacerdotes; 2 E sae [1] ao valle do filho d’Hinnom, que _está_ á entrada da porta do sol, e apregoa ali as palavras que eu te disser. 3 E dize: [2] Ouvi a palavra do Senhor, ó reis de Judah, e moradores de Jerusalem; assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus d’Israel: Eis que trarei um mal sobre este logar, que quem quer que ouvir [3] retinir-lhe-hão as orelhas: 4 Porquanto me deixaram [4] e alienaram este lugar, e n’elle queimaram incenso a outros deuses, que nunca conheceram, nem elles nem seus paes, nem os reis de Judah; [5] e encheram este logar de sangue de innocentes. 5 Porque edificaram os altos de Baal, para queimarem seus filhos no fogo _em_ holocaustos a Baal; [6] o que nunca _lhes_ ordenei, nem fallei, nem subiu ao meu coração. 6 Por isso eis que dias veem, diz o Senhor, em que este logar não se chamará mais Topheth, [7] nem o valle do filho de Hinnom, mas o valle da matança. 7 Porque dissiparei o conselho de Judah e de Jerusalem n’este logar, [8] e os farei cair á espada diante de seus inimigos, e pela mão dos que buscam a sua vida d’elles; e darei os seus cadaveres para pasto ás aves dos céus e aos animaes da terra. 8 E porei [9] esta cidade em espanto e por assobio: todo aquelle que passar por ella se espantará, e assobiará sobre todas as suas pragas. 9 E os farei comer [10] a carne de seus filhos, e a carne de suas filhas, e comerá cada um a carne do seu proximo, no cerco e no aperto em que os apertarão os seus inimigos, e os que buscam a vida d’elles. 10 Então quebrarás [11] a botija aos olhos dos homens que forem comtigo. 11 E dir-lhes-has: Assim diz o Senhor dos Exercitos: Assim quebrarei eu a este povo, [12] e a esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que não póde mais refazer-se, e os enterrarão em Topheth, porque não _haverá mais_ logar para _os_ enterrar. 12 Assim farei a este logar, diz o Senhor, e aos seus moradores; e _isso_ para pôr a esta cidade como a Topheth. 13 E as casas de Jerusalem, e as casas dos reis de Judah, serão immundas [13] como o logar de Topheth: como tambem todas as casas, sobre cujos terraços queimaram incenso a todo o exercito dos céus, [14] e offereceram libações a deuses estranhos. 14 Vindo pois Jeremias de Topheth, onde o tinha enviado o Senhor a prophetizar, se poz [15] em pé no atrio da casa do Senhor, e disse a todo o povo: 15 Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre esta cidade, e sobre todas as suas cidades, todo o mal que fallei contra ella, [16] porquanto endureceram a sua cerviz, para não ouvirem as minhas palavras. [1] Jos. 15.8. II Reis 23.10. cap. 7.31. [2] cap. 17.20. [3] I Sam. 3.11. II Reis 21.12. [4] Deu. 28.20. Isa. 65.11. cap. 2.13, 17, 19 e 15.6 e 17.13. [5] II Reis 21.16. cap. 2.34 e 7.31, 32 e 32.35. [6] Lev. 18.21. [7] Jos. 15.8. [8] Lev. 26.17. Deu. 28.25. [9] cap. 18.16 e 49.13 e 50.13. [10] Lev. 26.29. Deu. 28.53. Isa. 9.20. Lam. 4.10. [11] cap. 51.63, 64. [12] Isa. 30.14. Lam. 4.2. [13] II Reis 23.10, 12. cap. 32.29. Sof. 1.5. [14] cap. 7.18. [15] II Chr. 20.5. [16] cap. 7.26 e 17.23. _Pashur fere a Jeremias e mette-o no cepo._ [Antes de Christo 589] 20 E Pashur, filho [1] de Immer, o sacerdote, que havia sido nomeado presidente na casa do Senhor, ouviu a Jeremias, que prophetizava estas palavras. 2 E feriu Pashur ao propheta Jeremias, e o metteu no cepo que _está_ na porta superior de Benjamin, a qual _está_ na casa do Senhor. 3 E succedeu que no dia seguinte Pashur tirou a Jeremias do cepo. Então disse-lhe Jeremias: O Senhor não chama o teu nome Pashur, mas [ZO] Magor-missabib. 4 Porque assim diz o Senhor: Eis que farei de ti um espanto para ti mesmo, e para todos os teus amigos, e cairão á espada de seus inimigos, e teus olhos _o_ verão: a todo o Judah entregarei na mão do rei de Babylonia, e leval-os-ha presos a Babylonia, e feril-os-ha á espada. 5 Tambem darei [2] toda a fazenda d’esta cidade, e todo o seu trabalho, e todas as suas coisas preciosas, e todos os thesouros dos reis de Judah entregarei na mão de seus inimigos, e saqueal-os-hão, e tomal-os-hão e leval-os-hão a Babylonia. 6 E tu, Pashur, e todos os moradores da tua casa ireis para o captiveiro; e virás a Babylonia, e ali morrerás, e ali serás sepultado, tu, e todos os teus amigos, aos quaes [3] prophetizaste falsamente. 7 Persuadiste-me, ó Senhor, e persuadido fiquei; [4] mais forte foste do que eu, e prevaleceste; sirvo de escarneo todo o dia, cada um d’elles zomba de mim. 8 Porque desde [5] que fallo, grito; clamo violencia e destruição; porque se tornou a palavra do Senhor em opprobrio e em ludibrio todo o dia. 9 Então disse eu: Não me lembrarei d’elle, e não fallarei mais no seu nome; [6] mas foi no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; e fiquei fatigado de soffrer, e não pude. 10 Porque ouvi a murmuração de muitos _ácerca_ de Magor-missabib, _que diziam_: Denunciae-_nol-o_, e o denunciaremos; [7] todos os que teem paz comigo aguardam o meu manquejar, _dizendo_: Bem pode ser que se deixará persuadir; então prevaleceremos contra elle e nos vingaremos d’elle. 11 Porém [8] o Senhor _está_ comigo como um valente terrivel; por isso tropeçarão os meus perseguidores, e não prevalecerão: ficarão mui confundidos; porque não se houveram [ZP] prudentemente, [9] _terão_ uma confusão perpetua _que_ nunca se esquecerá. 12 Tu pois, ó Senhor dos Exercitos, que esquadrinhas [10] ao justo, e vês os rins e o coração, veja eu a tua vingança d’elles; pois _já_ te descobri a minha causa. 13 Cantae ao Senhor, louvae ao Senhor; pois livrou a alma do necessitado da mão dos malfeitores. 14 Maldito [11] o dia em que nasci; o dia em que minha mãe me pariu não seja bemdito. 15 Maldito o homem que deu as novas a meu pae, dizendo: Nasceu-te um filho macho; alegrando-o grandemente. 16 E seja esse homem como as cidades [12] que o Senhor destruiu e não se arrependeu: e ouça clamor pela manhã, e ao tempo do meio-dia um alarido. 17 Porque [13] não me matou desde a madre? ou minha mãe não foi minha sepultura? ou _porque não_ ficou a sua madre gravida perpetuamente? 18 Porque [14] sahi da madre, para ver trabalho e tristeza? para que se consumam os meus dias na confusão. [1] I Chr. 24.14. [2] II Reis 20.17 e 24.12, 16 e 25.13, etc. [3] cap. 14.13, 14 e 28.16 e 29.21. [4] Lam. 3.14. [5] cap. 6.7. [6] Job 32.18, 19. [7] Luc. 11.53, 54. [8] cap. 1.8, 19 e 15.20 e 17.18. [9] cap. 23.40. [10] cap. 11.20 e 17.10. [11] Job 3.3. cap. 15.10. [12] Gen. 19.25. [13] Job 3.10, 11. [14] Job 3.20. _O annuncio da destruição de Jerusalem por Nabucodonozor._ 21 A palavra que veiu a Jeremias _da parte_ do Senhor, quando o rei Zedekias lhe enviou [1] a Pashur, filho de Malchias, [2] e a Zephanias filho de Maaseia, o sacerdote, dizendo: 2 Pergunta agora por nós ao Senhor; porque Nabucodonozor, rei de Babylonia, guerreia contra nós: bem pode ser que o Senhor obre comnosco segundo todas as suas maravilhas, e o faça subir de nós. 3 Então Jeremias lhes disse: Assim direis a Zedekias: 4 Assim diz o Senhor, o Deus d’Israel: Eis que virarei _contra vós_ as armas de guerra, que estão nas vossas mãos, com que vós pelejaes contra o rei de Babylonia, e contra os chaldeos, [3] que vos teem cercado de fóra do muro, e ajuntal-os-hei no meio d’esta cidade. 5 E eu pelejarei contra vós com mão estendida, [4] e com braço forte, e com ira, e com indignação e com grande furor. 6 E ferirei os habitantes d’esta cidade, assim os homens como as bestas: de grande pestilencia morrerão. 7 E depois d’isto, diz o Senhor, entregarei Zedekias, [5] rei de Judah, e seus servos, e o povo, e os que d’esta cidade restarem da pestilencia, e da espada, e da fome, na mão de Nabucodonozor, rei de Babylonia, e na mão de seus inimigos, e na mão dos que buscam a sua vida; e feril-os-ha ao fio da espada: [6] não os poupará, nem se compadecerá, nem terá misericordia. 8 E a este povo dirás: Assim diz o Senhor: Eis que ponho diante [7] de vós o caminho da vida e o caminho da morte. 9 O que ficar [8] n’esta cidade ha de morrer á espada, ou á fome, ou da pestilencia; porém o que sair, e se render aos chaldeos, que vos teem cercado, viverá, e terá a sua vida [9] por despojo. 10 Porque puz o meu rosto [10] contra esta cidade para mal, e não para bem, diz o Senhor: na mão do rei de Babylonia se entregará, [11] e queimal-a-ha a fogo. 11 E á casa do rei de Judah _dirás_: Ouvi a palavra do Senhor: 12 Ó casa de David, assim diz o Senhor: [12] Julgae pela manhã justamente, e livrae o roubado da mão do oppressor; para que não saia o meu furor como fogo, e se accenda, sem que _haja_ quem o apague, por causa da maldade de vossas acções. 13 Eis que [13] eu _sou_ contra ti, ó moradora do valle, ó rocha da campina, diz o Senhor: os que dizeis: Quem descerá contra nós? ou, Quem entrará nas nossas moradas? 14 Porém farei visitação sobre vós segundo [14] o fructo das vossas acções, diz o Senhor; e accenderei o fogo no seu bosque, [15] que consumirá a tudo o que está em redor d’ella. [1] cap. 38.1. [2] II Reis 25.18. cap. 29.25 e 37.3. [3] Isa. 13.4. [4] Exo. 6.6. [5] cap. 37.17 e 39.5. [6] Deu. 28.50. II Chr. 36.17. [7] Deu. 30.19. [8] cap. 38.2, 17, 18. [9] cap. 45.5. [10] cap. 44.11. Amós 9.4. [11] cap. 34.2, 22 e 38.18, 23 e 52.13. [12] cap. 22.3. Zac. 7.9. [13] Eze. 13.8. cap. 49.4. [14] Pro. 1.31. Isa. 3.10, 11. [15] II Chr. 36.19. cap. 52.13. _Prophecia contra a casa real de Judah._ [Antes de Christo 609] 22 Assim diz o Senhor: Desce á casa do rei de Judah, e falla ali esta palavra. 2 E dize: [1] Ouve a palavra do Senhor, ó rei de Judah, que te assentas no throno de David: tu, e os teus servos, e o teu povo, que entraes por estas portas. 3 Assim diz o Senhor: [2] Fazei juizo e justiça, e livrae o roubado da mão do oppressor; e não opprimaes ao estrangeiro, _nem_ ao orphão, nem á viuva; não façaes violencia, nem derrameis sangue innocente n’este logar. 4 Porque, se devéras fizerdes esta palavra, [3] entrarão pelas portas d’esta casa os reis que se assentam no logar de David sobre o seu throno, em carros e montados em cavallos, elles, e os seus servos, e o seu povo. 5 Porém, se não derdes ouvidos a estas palavras, [4] por mim mesmo tenho jurado, diz o Senhor, que esta casa se tornará em assolação. 6 Porque assim diz o Senhor ácerca da casa do rei de Judah: Tu _és_ para mim Gilead, _e_ a altura do Libano: por certo que farei de ti um deserto e cidades deshabitadas. 7 Porque prepararei contra ti destruidores, cada um com as suas armas: [5] e cortarão os teus cedros escolhidos, e lançal-os-hão no fogo. 8 E muitas nações passarão por esta cidade, e dirá cada um ao seu companheiro: [6] Porque obrou o Senhor assim com esta grande cidade? 9 E dirão: [7] Porque deixaram o concerto do Senhor seu Deus, e se inclinaram diante de deuses alheios, e os serviram. 10 Não choreis o morto, [8] nem o lastimeis: chorae abundantemente aquelle que sae, porque nunca mais tornará, nem verá a terra onde nasceu. 11 Porque assim diz o Senhor [9] ácerca de Shallum, filho de Josias, rei de Judah, que reinava em logar de Josias seu pae, que saiu d’este logar: Nunca ali tornará mais. 12 Mas no logar para onde o levaram captivo ali morrerá, e nunca mais verá esta terra. 13 Ai d’aquelle [10] que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem razão, que se serve do serviço do seu proximo sem paga, e não lhe dá o salario do seu trabalho. 14 Que diz: Edificar-me-hei _uma_ casa espaçosa, e aposentos largos: e lhe abre janellas, e _está_ forrada de cedro, e pintada de vermelhão. 15 _Porventura_ reinarás, porque te encerras em cedro? acaso teu pae não comeu e bebeu, e não usou de juizo e justiça? _e_ então lhe succedeu bem. 16 Julgou a causa do afflicto e necessitado; então _lhe_ succedeu bem; _porventura_ não _é_ isto conhecer-me? diz o Senhor. 17 Porém [11] os teus olhos e o teu coração não _attentam_ senão para a tua avareza, e para o sangue innocente, para derramal-o, e para a oppressão, e para a violencia, para _os_ levar a effeito. 18 Portanto assim diz o Senhor ácerca de Joaquim, filho de Josias, rei de Judah: [12] Não lamentarão por elle, _dizendo_: Ai, irmão meu, ou, Ai, irmã minha! nem lamentarão por elle, _dizendo_: Ai, Senhor, ou, Ai, sua magestade! 19 Em sepultura de jumento será [13] sepultado, arrastando-o e lançando-o para bem longe, fóra das portas de Jerusalem. 20 Sobe ao Libano, e clama, e levanta a tua voz em Basan, e clama pelas passagens, que _já_ estão quebrantados os teus namorados. 21 Fallei comtigo na tua posteridade, porém tu disseste: Não ouvirei. [14] Este é o teu caminho, desde a tua mocidade, que nunca déste ouvidos á minha voz. 22 O vento apascentará a todos [15] os teus pastores, e os teus namorados irão para o captiveiro: certamente então te confundirás, e te envergonharás, por causa de toda a tua maldade. 23 Ó tu, que habitas no Libano _e_ fazes o teu ninho nos cedros, [16] quão lastimada serás quando te vierem as dôres _e_ os ais como da que está de parto! 24 Vivo eu, [17] diz o Senhor, que ainda que Conias, filho de Joaquim, rei de Judah, fosse o annel do sello na minha mão direita, que d’ali te arrancaria. 25 E te entregarei [18] na mão dos que buscam a tua vida, e na mão d’aquelles diante de quem tu temes, a saber, na mão de Nabucodonozor, rei de Babylonia, e na mão dos chaldeos. 26 E lançar-te-hei, [19] a ti e á tua mãe que te pariu, a uma terra estranha, em que não nasceste, e ali morrereis. 27 E á terra, para a qual elles levantam a sua alma, para tornarem a ella, a ella não tornarão. 28 _É_ pois _porventura_ este homem Conias um vil idolo quebrantado? [20] ou um vaso de que ninguem se agrada? por que razão foram arremessados fóra, elle e a sua geração, e arrojados para _uma_ terra que não conhecem? 29 Ó terra, [21] terra, terra! ouve a palavra do Senhor. 30 Assim diz o Senhor: Escrevei _que_ este homem está [ZQ] roubado de filhos, homem _que_ não prosperará nos seus dias; porque não prosperará algum da sua geração, [22] que se assentar no throno de David, e que reinar mais em Judah. [1] cap. 17.20. [2] cap. 21.12. [3] cap. 17.25. [4] Heb. 6.13, 17. [5] Isa. 37.24. cap. 21.14. [6] Deu. 29.24, 25. I Reis 9.8, 9. [7] II Reis 22.17. II Chr. 34.25. [8] II Reis 22.20. ver. 11. [9] I Chr. 3.15. II Reis 23.30. II Reis 23.34. [10] Miq. 3.10. Hab. 2.9. Thi. 5.4. [11] Eze. 19.6. [12] I Reis 13.30. [13] cap. 36.30. [14] cap. 3.25 e 7.23, etc. [15] cap. 23.1. ver. 20. [16] cap. 6.24. [17] II Reis 24.6, 8. I Chr. 3.16. cap. 37.1. [18] cap. 34.20. [19] II Reis 24.15. II Chr. 36.10. [20] cap. 48.38. Ose. 8.8. [21] Deu. 32.1. Isa. 1.2 e 34.1. Miq. 1.2. [22] cap. 36.30. 23 Ai [1] dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. 2 Portanto assim diz o Senhor, o Deus d’Israel, ácerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes: [2] eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas acções, diz o Senhor. 3 E eu mesmo recolherei [3] o resto das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus curraes; e fructificarão, e se multiplicarão. 4 E levantarei sobre ellas [4] pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, nem faltarão, diz o Senhor. _O Renovo de David._ 5 Eis que [5] veem dias, diz o Senhor, em que levantarei a David um Renovo justo; e, _sendo_ rei, reinará, e prosperará, e praticará o juizo e a justiça na terra. 6 Nos seus dias Judah será salvo, e Israel habitará seguro: e este será o seu nome, com que o nomearão: [6] O SENHOR JUSTIÇA NOSSA. 7 Portanto, eis que veem dias, diz o Senhor, e nunca mais dirão: Vive o Senhor, que fez subir os filhos d’Israel da terra do Egypto; 8 Mas: Vive o Senhor, que fez subir, e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do norte, [7] e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra. _Contra os falsos prophetas._ 9 Quanto aos prophetas, _já_ o meu coração _está_ quebrantado dentro de mim mesmo, [8] todos os meus ossos tremem; sou como um homem bebado, e como um homem vencido de vinho, por causa do Senhor, e por causa das palavras da sua sanctidade. 10 Porque a terra [9] está cheia de adulteros, e a terra chora por causa da maldição: os pastos do deserto se seccam; porque a sua carreira _é_ má, e a sua força não _é_ recta. 11 Porque [10] o propheta, assim como o sacerdote, _estão_ contaminados; até na minha casa achei a sua maldade, diz o Senhor. 12 Portanto [11] o seu caminho lhes será como _uns_ escorregadouros na escuridão: serão repuxados, e cairão n’elle; [12] porque trarei sobre elles mal _no_ anno da sua visitação, diz o Senhor. 13 Nos prophetas de Samaria bem vi eu loucura: [13] prophetizavam da parte de Baal, e faziam errar o meu povo Israel. 14 Mas nos prophetas de Jerusalem vejo uma coisa horrenda: [14] commettem adulterios, e andam com falsidade, e esforçam as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; [15] teem-se tornado para mim como Sodoma, e os seus moradores como Gomorrah. 15 Portanto assim diz o Senhor dos Exercitos ácerca dos prophetas: Eis que lhes darei a comer alosna, [16] e os farei beber aguas de fel; porque dos prophetas de Jerusalem saiu a contaminação sobre toda a terra. 16 Assim diz o Senhor dos Exercitos: Não deis ouvidos ás palavras dos prophetas, que vos prophetizam; fazem-vos esvaecer: [17] fallam a visão do seu coração, não da bocca do Senhor. 17 Dizem continuamente aos que me desprezam: O Senhor disse: [18] Paz tereis; e a qualquer que anda segundo o proposito do seu coração, dizem: [19] Não virá mal sobre vós. 18 Porque, [20] quem esteve no conselho do Senhor, e viu, e ouviu a sua palavra? quem esteve attento á sua palavra, e ouviu? 19 Eis que saiu com [21] indignação a tempestade do Senhor; e _uma_ tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos impios. 20 Não se desviará a [22] ira do Senhor, até que execute e cumpra os pensamentos do seu coração: [23] no fim dos dias entendereis isso claramente. 21 Não mandei [24] os prophetas, comtudo elles foram correndo: não lhes fallei a elles, comtudo elles prophetizaram. 22 Porém, [25] se estivessem no meu conselho, então fariam ouvir as minhas palavras ao meu povo, [26] e os fariam voltar do seu mau caminho, e da maldade das suas acções. 23 _Porventura sou_ eu Deus de perto, diz o Senhor, e não _tambem_ Deus de longe? 24 Esconder-se-hia [27] alguem em esconderijos, que eu não o veja? diz o Senhor; _porventura_ não encho eu os céus e a terra? diz o Senhor. 25 Tenho ouvido o que dizem aquelles prophetas, prophetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. 26 Até quando _será isto_? ha pois _ainda sonho_ no coração dos prophetas que prophetizam mentiras? _são_, porém, prophetas do engano do seu coração; 27 Que cuidam que farão que o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que cada um conta ao seu companheiro, [28] assim como seus paes se esqueceram do meu nome por causa de Baal. 28 O propheta que tem _um_ sonho conte o sonho; e aquelle em quem _está_ a minha palavra, falle a minha palavra _com_ verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor. 29 _Porventura_ a minha palavra não _é_ como o fogo, diz o Senhor, e como um martello _que_ esmiuça a penha? 30 Portanto, [29] eis que eu _sou_ contra os prophetas, diz o Senhor, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro. 31 Eis que eu _sou_ contra os prophetas, diz o Senhor, que usam de sua lingua, e dizem: _Assim_ o disse. 32 Eis que eu _sou_ contra os que prophetizam sonhos falsos, diz o Senhor, e os contam, [30] e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades; e eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e não fizeram proveito nenhum a este povo, diz o Senhor. 33 Quando pois te perguntar este povo, ou qualquer propheta, ou sacerdote, [31] dizendo: Qual _é_ a carga do Senhor? Então lhe dirás: Que carga? Que vos deixarei, diz o Senhor. 34 E, quanto ao propheta, e ao sacerdote, e ao povo, que disser, Carga do Senhor, eu castigarei o tal homem e a sua casa. 35 Assim direis, cada um ao seu companheiro, e cada um ao seu irmão: Que respondeu o Senhor? e que fallou o Senhor? 36 Mas nunca mais vos lembrareis da carga do Senhor; porque a cada um lhe servirá de carga a sua _propria_ palavra; pois torceis as palavras do Deus vivo, do Senhor dos Exercitos, o nosso Deus. 37 Assim dirás ao propheta: Que te respondeu o Senhor, e que fallou o Senhor? 38 Mas, porquanto dizeis: Carga do Senhor; portanto assim o diz o Senhor: Porquanto dizeis esta palavra: Carga do Senhor, havendo-vos ordenado, dizendo: Não direis: Carga do Senhor; 39 Por isso, [32] eis que tambem eu me esquecerei totalmente de vós, e a vós, e á cidade que vos dei a vós e a vossos paes, arrancarei da minha face. 40 E porei sobre vós [33] perpetuo opprobrio, e eterna vergonha, que não será esquecida. [1] cap. 10 e 22.22. Eze. 34. [2] Exo. 32.34. [3] cap. 32.37. Eze. 34.13, etc. [4] cap. 3.15. Eze. 34.23, etc. [5] Isa. 4.2 e 40.10, 11. cap. 33.14, 15, 16. [6] cap. 32.37. cap. 33.16. [7] Isa. 43.5, 9. ver. 3. [8] Hab. 3.16. [9] cap. 9.2. Ose. 4.2, 3. cap. 9.10 e 12.4. [10] cap. 6.13 e 8.10. Sof. 3.4. cap. 7.30 e 11.15 e 32.34. Eze. 23.39. [11] Pro. 4.19. cap. 13.16. [12] cap. 11.23. [13] cap. 2.8. [14] cap. 29.23. ver. 26. [15] Deu. 32.32. Isa. 1.9, 10. [16] cap. 8.14 e 9.15. [17] cap. 14.14. ver. 21. [18] cap. 6.14 e 8.11. Eze. 13.10. [19] Miq. 3.11. [20] Job 15.8. I Cor. 2.16. [21] cap. 25.32 e 30.23. [22] cap. 30.24. [23] Gen. 49.1. [24] cap. 14.14 e 27.15 e 29.9. [25] ver. 18. [26] cap. 25.5. [27] Amós 9.2, 3. [28] Jui. 3.7 e 8.33, 34. [29] Deu. 18.20. cap. 14.14, 15. [30] Sof. 3.4. [31] Mal. 1.1. [32] Ose. 4.6. [33] cap. 20.11. _Mediante dois cestos de figos, o futuro do povo é revelado._ [Antes de Christo 606] 24 Fez-me o Senhor [1] ver, e eis aqui dois cestos de figos, postos diante do templo do Senhor, [2] depois que Nabucodonosor, rei de Babylonia, levou em captiveiro a Jechonias, filho de Joaquim, rei de Judah, e os principes de Judah, e os carpinteiros, e os ferreiros de Jerusalem, e os trouxe a Babylonia. 2 Um cesto _tinha_ figos muito bons, como os figos temporãos; porém o outro cesto _tinha_ figos muito maus, que não se podiam comer, de maus _que eram_. 3 E disse-me o Senhor: Que vês tu, Jeremias? _E_ eu disse: Figos: os figos bons, muito bons, e os maus, muito maus, que não se podem comer, de maus _que são_. 4 Então veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 5 Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Como a estes bons figos, assim _tambem_ conhecerei aos de Judah, levados em captiveiro; os quaes enviei d’este logar para a terra dos chaldeos, para _o seu_ bem. 6 Porei os meus olhos [3] sobre elles, para _o seu_ bem, e os voltarei a esta terra, e edifical-os-hei, e não os destruirei; e plantal-os-hei, e não os arrancarei. 7 E dar-lhes-hei coração [4] para que me conheçam, porque eu _sou_ o Senhor; e ser-me-hão por povo, e eu lhes serei por Deus; porque se converterão a mim de todo o seu coração. 8 E como [5] os figos maus, que se não podem comer, de maus _que são_ (porque assim diz o Senhor), assim usarei com Zedekias, rei de Judah, e com os seus principes, e com o resto de Jerusalem, que ficou de resto n’esta terra, [6] e com os que habitam na terra do Egypto. 9 E entregal-os-hei para que sejam um terror, [7] para mal a todos os reinos da terra, para o opprobrio e por proverbio, _e_ para escarneo, [8] e por maldição em todos os logares para onde os arrojei. 10 E enviarei entre elles a espada, a fome, e a peste, até que se consumam de sobre a terra que lhes dei a elles e a seus paes. [1] Amós 7.1, 4 e 8.1. [2] II Reis 24.12, etc. II Chr. 36.10. cap. 22.24, etc. e 29.2. [3] cap. 12.15 e 32.41 e 33.7 e 42.10. [4] Deu. 30.6. cap. 32.39. Eze. 11.19 e 36.26, 27. cap. 30.22 e 31.33 e 32.38. cap. 29.13. [5] cap. 29.17. [6] cap. 43 e 44. [7] Deu. 28.25, 37. I Reis 9.7. I Chr. 7.20. [8] cap. 29.18, 22. _Os setenta annos do captiveiro, e depois a ruina de Babylonia e das outras nações._ 25 A palavra que veiu a Jeremias ácerca de todo o povo de Judah no anno quarto [1] de Joaquim, filho de Josias, rei de Judah (que é o primeiro anno de Nabucodonozor, rei de Babylonia), 2 A qual fallou o propheta Jeremias a todo o povo de Judah, e a todos os habitantes de Jerusalem, dizendo: 3 Desde o [2] anno treze de Josias, filho de Ammon, rei de Judah, até este dia (que é o anno vinte e tres), veiu a mim a palavra do Senhor, [3] e vol-a fallei a vós, madrugando e fallando; porém não escutastes. 4 Tambem vos enviou o Senhor todos os seus servos, os prophetas, [4] madrugando e enviando-_os_ (porém não escutastes, nem inclinastes os vossos ouvidos para ouvir), 5 Dizendo: [5] Convertei-vos agora cada um do seu mau caminho, e da maldade das suas acções, e habitae na terra que vos deu o Senhor, e a vossos paes, de seculo em seculo; 6 E não andeis após deuses alheios para os servirdes, e para vos inclinardes diante d’elles, nem me provoqueis á ira com a obra de vossas mãos, para que vos não faça mal. 7 Porém não me déstes ouvidos, diz o Senhor, [6] para me provocardes á ira com a obra de vossas mãos, para vosso mal. 8 Portanto assim diz o Senhor dos Exercitos: Porquanto não escutastes as minhas palavras, 9 Eis que eu enviarei, [7] e tomarei a todas as gerações do norte, diz o Senhor, [8] como tambem a Nabucodonozor, rei de Babylonia, meu servo, e os trarei sobre esta terra, e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e pôl-os-hei em espanto, [9] e em assobio, e em perpetuos desertos. 10 E farei perecer d’entre elles a voz de folguedo, [10] e a voz de alegria, a voz do esposo, e a voz da esposa, _como tambem_ o som das mós, e a luz do candieiro. 11 E toda esta terra virá a ser _um_ deserto e _um_ espanto: e estas nações servirão ao rei de Babylonia setenta annos. 12 Será, porém, que, [11] quando se cumprirem os setenta annos, _então_ visitarei sobre o rei de Babylonia, e sobre esta nação, diz o Senhor, a sua iniquidade, e sobre a terra dos chaldeos; [12] farei d’elles _uns_ desertos perpetuos. 13 E trarei sobre esta terra todas as minhas palavras, que fallei contra ella, _a saber_, tudo quanto _está_ escripto n’este livro, que prophetizou Jeremias contra todas estas nações. 14 Porque [13] tambem d’elles se servirão muitas nações e grandes reis: assim lhes pagarei segundo os seus feitos, e segundo as obras das suas mãos. 15 Porque assim me disse o Senhor, o Deus d’Israel: [14] Toma da minha mão este copo do vinho do furor, e darás a beber d’elle a todas as nações, ás quaes eu te enviarei. 16 Para que bebam [15] e tremam, e enlouqueçam, por causa da espada, que eu enviarei entre elles. 17 E tomei o copo da mão do Senhor, e dei a beber a todas as nações, ás quaes o Senhor me tinha enviado: 18 A Jerusalem, e ás cidades de Judah, e aos seus reis, e aos seus principes, para fazer d’elles um deserto, [16] um espanto, um assobio, e uma maldição, como hoje _se vê_: 19 _Como tambem_ a Pharaó, [17] rei do Egypto, e a seus servos, e a seus principes, e a todo o seu povo; 20 E a [18] toda a mistura de gente, e a todos os reis da terra de Uz, e a todos os reis da terra dos philisteos, e a Asquelon, e a Gaza, e a Ecron, e ao resto de Asdod, 21 _E_ [19] a Edom, e a Moab, e aos filhos d’Ammon; 22 E a todos os reis de [20] Tyro, e a todos os reis de Sidon; e aos reis das ilhas que _estão_ d’alem do mar; 23 A Dedan, [21] e a Tema, e a Buz e a todos os que habitam nos ultimos [ZR] cantos _da terra_; 24 E a todos [22] os reis da Arabia, e todos os reis da mistura de gentes que habita no deserto; 25 E a todos os reis de Zimri, e a todos os reis d’Elam, [23] e a todos os reis da Media: 26 E a todos os reis do norte, os de perto, e os de longe, um com outro, e a todos os reinos da terra, [24] que estão sobre a face da terra, e o rei de Sheshach beberá depois d’elles. 27 Pois lhes dirás: Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus d’Israel: Bebei, [25] e embebedae-vos, e vomitae, e cahi, e não torneis a levantar-vos, por causa da espada que eu enviarei entre vós. 28 E será que, se não quizerem tomar o copo da tua mão para beber, então lhes dirás: Assim diz o Senhor dos Exercitos: Certamente bebereis. 29 Porque, [26] eis que na cidade que se chama pelo meu nome começo a castigar; e serieis vós totalmente innocentes? não sereis innocentes; [27] porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos Exercitos. 30 Tu pois lhes prophetizarás todas estas palavras, e lhes dirás: O Senhor desde o alto bramará, [28] e dará a sua voz desde a morada da sua sanctidade: terrivelmente bramará contra a sua habitação, _e_ com grito de alegria, como dos que pizam as uvas, contra todos os moradores da terra. 31 Chegará o estrondo até á extremidade da terra, porque o Senhor tem contenda com as nações, [29] entrará em juizo com toda a carne: os impios entregará á espada, diz o Senhor. 32 Assim diz o Senhor dos Exercitos: Eis que o mal sae de nação a nação, [30] e grande tormenta se levantará das ilhargas da terra. 33 E serão os mortos [31] do Senhor, n’aquelle dia, [32] desde uma extremidade da terra até á _outra_ extremidade da terra: não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; _mas_ estarão por esterco sobre a face da terra. 34 Uivae, [33] pastores, e clamae, e rebolae-vos _na cinza_, [ZS] honrados do rebanho, porque _já_ se cumpriram os vossos dias para _vos_ matar, e eu vos quebrantarei, e vós então caireis como _um_ vaso precioso. 35 E não _haverá_ fugida para os pastores, nem salvamento para os honrados do rebanho. 36 Voz de grito dos pastores, e uivo dos honrados do rebanho; porque o Senhor destruiu o pasto d’elles. 37 Porque as suas malhadas pacificas serão desarraigadas, por causa do furor da ira do Senhor. 38 Desamparou a sua cabana, como o filho de leão; porque a sua terra foi _posta_ em assolação, por causa do furor do oppressor, e por causa do furor da sua ira. [1] cap. 36.1. [2] cap. 1.2. [3] cap. 7.13 e 11.7, 8, 10 e 13.10, 11 e 16.12. [4] cap. 7.13, 25 e 26.5 e 29.19. [5] II Reis 17.12. cap. 18.11 e 35.15. Jon. 3.8. [6] Deu. 32.21. cap. 7.19 e 32.30. [7] cap. 1.15. [8] cap. 27.6 e 43.10. [9] cap. 18.16. [10] Isa. 24.7. cap. 7.34 e 16.9. Eze. 26.13. Ose. 2.11. Apo. 18.23. [11] II Chr. 36.21, 22. cap. 29.10. Dan. 9.2. [12] Isa. 13.19 e 14.23 e 21.1, etc. e 47.1. cap. 50.3, 13, 23, 39, 40, 45 e 51.25, 26. [13] cap. 50.9 e 51.27, 28. cap. 50.41 e 51.27. cap. 50.29 e 51.6, 24. [14] Job 21.20. Isa. 51.17. Apo. 14.10. [15] cap. 51.7. Eze. 23.34. Nah. 3.11. [16] ver. 9, 11. cap. 24.9. [17] cap. 46.2, 25. [18] ver. 24. cap. 47.1, 5, 7. [19] cap. 49.7, etc. cap. 48.1 e 49.1. [20] cap. 47.4 e 49.23. [21] cap. 49.8. [22] II Chr. 9.14. ver. 20. cap. 49.31. [23] cap. 49.34. [24] cap. 51.41. [25] Hab. 2.16. Isa. 51.21 e 63.6. [26] Pro. 11.31. cap. 49.12. Eze. 9.6. Abd. 16. I Ped. 4.17. [27] Eze. 38.21. [28] Isa. 42.13. Joel 3.16. Amós 1.2. [29] Ose. 4.1. Miq. 6.2. Isa. 66.16. Joel 3.2. [30] cap. 23.19 e 30.23. [31] Isa. 66.16. [32] cap. 16.4, 6. Apo. 11.9. [33] cap. 4.8 e 6.26. _Jeremias prediz a ruina do templo e de Jerusalem; e corre perigo de morte._ [Antes de Christo 609] 26 No principio do reinado de Joaquim, filho de Josias, rei de Judah, veiu esta palavra do Senhor, dizendo: 2 Assim diz o Senhor: [1] Põe-te no atrio da casa do Senhor e falla a todas as cidades de Judah, que veem a adorar na casa do Senhor, todas as palavras que te mandei que lhes fallasses; [2] palavra _nenhuma_ deixes: 3 Bem pode ser [3] que ouçam, e se convertam cada um do seu mau caminho, [4] e eu me arrependa do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das suas acções. 4 Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor: [5] Se-não me derdes ouvidos para andardes na minha lei, a qual tenho posto diante de vós, 5 Para que ouvisseis as palavras dos meus servos, [6] os prophetas, que eu vos envio, madrugando e enviando, mas não ouvistes; 6 Então farei que esta casa [7] _seja_ como Silo, e farei d’esta cidade uma maldição para todas as nações da terra. 7 E ouviram os sacerdotes, e os prophetas, e todo o povo, a Jeremias, fallando estas palavras na casa do Senhor. 8 E succedeu que, acabando Jeremias de dizer tudo quanto o Senhor lhe havia ordenado que dissesse a todo o povo, pegaram n’elle os sacerdotes, e os prophetas, e todo o povo, dizendo: Certamente morrerás, 9 Porque prophetizaste no nome do Senhor, dizendo: Como Silo será esta casa, e esta cidade será assolada, de sorte que não _haja_ morador _n’ella_. E ajuntou-se todo o povo contra Jeremias, na casa do Senhor. 10 E, ouvindo os principes de Judah estas palavras, subiram da casa do rei á casa do Senhor, e se assentaram á entrada da porta nova do Senhor. 11 Então fallaram os sacerdotes e os prophetas aos principes e a todo o povo, dizendo: [8] Este homem _é_ réu de morte, porque prophetizou contra esta cidade, como o ouvistes com os vossos ouvidos. 12 E fallou Jeremias a todos os principes e todo o povo, dizendo: O Senhor me enviou a prophetizar contra esta casa, e contra esta cidade, todas as palavras que ouvistes. 13 Agora, pois, [9] melhorae os vossos caminhos e as vossas acções, e ouvi a voz do Senhor vosso Deus, [10] e arrepender-se-ha o Senhor do mal que fallou contra vós. 14 Eu, porém, [11] eis que estou nas vossas mãos, fazei de mim conforme o que fôr bom _e_ recto aos vossos olhos. 15 Porém sabei por certo que, se me matardes a mim, trareis sangue innocente sobre vós, e sobre esta cidade, e sobre os seus habitantes: porque, na verdade, o Senhor me enviou a vós, a fallar aos vossos ouvidos todas estas palavras. 16 Então disseram os principes, e todo o povo, aos sacerdotes e aos prophetas: Não _é_ este homem réu de morte, porque em nome do Senhor, nosso Deus, nos fallou. 17 Tambem [12] se levantaram _alguns_ homens d’entre os anciãos da terra, e fallaram a toda a congregação do povo, dizendo: 18 Micaias, [13] o morashita, prophetizou nos dias de Ezequias, rei de Judah, e fallou a todo o povo de Judah, dizendo: Assim disse o Senhor dos exercitos: [14] Sião será lavrada _como um_ campo, e Jerusalem _será_ montões _de pedras_, e o monte d’esta casa altos de matto. 19 _Porventura_ logo o mataram, Ezequias, rei de Judah, e todo o Judah? [15] _Porventura_ não temeu ao Senhor, e o não supplicou á face do Senhor? e o Senhor se arrependeu do mal que fallara contra elles: [16] e nós fazemos _um_ grande mal contra as nossas almas. 20 Tambem houve um homem que prophetizava em nome do Senhor, _a saber_: Urias, filho de Semaia, de Kiriath-jearim, o qual prophetizou contra esta cidade, e contra esta terra, conforme todas as palavras de Jeremias. 21 E, ouvindo o rei Joaquim, e todos os seus valentes, e todos os principes, as suas palavras, procurou o rei matal-o; o que ouvindo Urias, temeu, e fugiu, e foi para o Egypto; 22 Porém o rei Joaquim enviou uns homens ao Egypto, _a saber_, Elnathan, filho de Achbor, e _outros_ homens com elle ao Egypto, 23 Os quaes tiraram a Urias do Egypto, e o trouxeram ao rei Joaquim, que o feriu á espada, e lançou o seu cadaver nas sepulturas dos filhos do povo. 24 A mão [17] pois de Ahicam, filho de Saphan, foi com Jeremias, para que o não entregassem na mão do povo, para o matar. [1] cap. 19.14. [2] Eze. 3.10. Act. 20.27. [3] cap. 36.3. [4] cap. 18.8. Jon. 3.8, 9. [5] Lev. 26.14, etc. Deu. 28.15. [6] cap. 7.13, 25 e 11.7 e 25.3, 4. [7] cap. 12.14 e 24.9. [8] cap. 38.4. [9] cap. 7.3. [10] ver. 3, 19. [11] cap. 38.5. [12] Act. 5.34, etc. [13] Miq. 1.1. [14] Miq. 3.12. [15] II Chr. 32.26. [16] Act. 5.39. [17] II Reis 22.12, 14. cap. 39.14. _Jeremias aconselha submissão ao rei de Babylonia._ [Antes de Christo 598] 27 No principio do reinado de Joaquim, [1] filho de Josias, rei de Judah, veiu esta palavra a Jeremias da parte do Senhor, dizendo: 2 Assim me disse o Senhor: Faze umas prisões e jugos, [2] e pôl-os-has sobre o teu pescoço. 3 E envia-os ao rei de Edom, e ao rei de Moab, e ao rei dos filhos de Ammon, e ao rei de Tyro, e ao rei de Sidon, pela mão dos mensageiros que veem a Jerusalem _a ter_ com Zedekias, rei de Judah. 4 E lhes darás ordens, que digam aos seus senhores: Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus d’Israel: Assim direis a vossos senhores: 5 Eu fiz a terra, [3] o homem, e os animaes que _estão_ sobre a face da terra, pela minha grande potencia, e com o meu braço estendido, e a dou áquelle que me agrada nos meus olhos. 6 E [4] agora eu _já_ dei todas estas terras na mão de Nabucodonozor, rei de Babylonia, meu servo: e ainda até os animaes do campo lhe dei, para que o sirvam. 7 E todas [5] as nações o servirão a elle, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que tambem venha o tempo da sua propria terra: então muitas nações e grandes reis se servirão d’elle. 8 E será _que_ a nação e o reino que o não servirem, _a saber_, a Nabucodonozor, rei de Babylonia, e que não pozerem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babylonia, com espada, e com fome, e com peste visitarei a tal nação, diz o Senhor, até que a consuma pela sua mão. 9 E vós não deis ouvidos aos vossos prophetas, e aos vossos adivinhos, e aos vossos sonhos, e aos vossos agoureiros, e aos vossos encantadores, que vos fallam, dizendo: Não servireis ao rei de Babylonia. 10 Porque mentiras [6] vos prophetizam, para vos mandarem para longe da vossa terra, e eu vos lance _d’ella_, e vós pereçaes. 11 Porém a nação que metter o seu pescoço sob o jugo do rei de Babylonia, e o servir, eu a deixarei na sua terra, diz o Senhor, e lavral-a-ha e habitará n’ella. 12 E [7] fallei com Zedekias, rei de Judah, conforme todas estas palavras, dizendo: Mettei os vossos pescoços no jugo do rei de Babylonia, e servi-o, a elle e ao seu povo, e vivereis. 13 Porque [8] morrerias tu e o teu povo, á espada, e á fome, e de peste, como o Senhor _já_ disse da gente que não servir ao rei de Babylonia? 14 E não deis ouvidos ás palavras dos prophetas, que vos fallam, dizendo: Não servireis ao rei de Babylonia: [9] porque vos prophetizam mentiras. 15 Porque não os enviei, diz o Senhor, e prophetizam no meu nome falsamente, para que eu vos lance fóra, e pereçaes, vós e os prophetas que vos prophetizam. 16 Tambem fallei aos sacerdotes, e a todo este povo, dizendo: Assim diz o Senhor: [10] Não deis ouvidos ás palavras dos vossos prophetas, que vos prophetizam, dizendo: Eis que os vasos da casa do Senhor agora cedo voltarão de Babylonia, porque vos prophetizam mentiras. 17 Não lhes deis ouvidos, servi ao rei de Babylonia, e vivereis: porque se tornaria esta cidade _em_ deserto? 18 Porém, se _são_ prophetas, e se ha palavras do Senhor com elles, orem agora ao Senhor dos Exercitos, para que os vasos que ficaram de resto na casa do Senhor, e na casa do rei de Judah, e em Jerusalem não venham a Babylonia. 19 Porque assim diz o Senhor dos Exercitos ácerca [11] das columnas, e do mar, e das bases, e do resto dos vasos que ficaram de resto na cidade, 20 Que Nabucodonozor, rei de Babylonia, não tomou, quando transportou de Jerusalem para Babylonia a Jechonias, [12] filho de Joaquim, rei de Judah, como tambem a todos os nobres de Jerusalem; 21 Assim pois diz o Senhor dos Exercitos, o Deus d’Israel, ácerca dos vasos que ficaram de resto _na_ casa do Senhor, e _na_ casa do rei de Judah, e _em_ Jerusalem: 22 A Babylonia [13] serão levados, e ali ficarão até ao dia em que os visitarei, [14] diz o Senhor: então os farei subir, e os tornarei a trazer a este logar. [1] ver. 3, 12, 20. cap. 28.1. [2] cap. 28.10, 12. Eze. 4.1 e 24.3, etc. [3] Isa. 45.12. Dan. 4.17, 22, 32. [4] cap. 28.14. Eze. 29.18, 20. Dan. 2.38. [5] II Chr. 36.20. cap. 25.21. [6] ver. 14. [7] cap. 28.1 e 38.17. [8] Eze. 18.31. [9] cap. 14.14 e 29.8, 9. [10] II Chr. 36.7, 10. cap. 28.3. Dan. 1. [11] II Reis 25.13, etc. cap. 52.17, 20, 21. [12] II Reis 24.14, 15. cap. 24.1. [13] II Reis 25.13. II Chr. 36.18. [14] cap. 29.10 e 32.5. _A lucta de Jeremias com o falso propheta Hananias._ [Antes de Christo 596] 28 E succedeu [1] no mesmo anno, no principio do reinado de Zedekias, rei de Judah, no anno quarto, no mez quinto, _que_ me fallou Hananias, filho de Azur, o propheta que _era_ de Gibeon, na casa do Senhor, perante os olhos dos sacerdotes e de todo o povo, dizendo: 2 Assim falla o Senhor dos Exercitos, o Deus d’Israel, dizendo: [2] _Eu_ quebrei o jugo do rei de Babylonia. 3 Depois [3] de passados dois annos completos, eu tornarei a trazer a este logar todos os vasos da casa do Senhor, que d’este logar tomou Nabucodonozor, rei de Babylonia, e os levou a Babylonia. 4 Tambem a Jechonias, filho de Joaquim, rei de Judah, e a todos os do captiveiro de Judah, que entraram em Babylonia, eu tornarei a trazer a este logar, diz o Senhor: porque quebrarei o jugo do rei de Babylonia. 5 Então fallou Jeremias, o propheta, a Hananias, o propheta, aos olhos dos sacerdotes, e aos olhos de todo o povo que estava na casa do Senhor. 6 Disse pois Jeremias, [4] o propheta: Amen! assim faça o Senhor: o Senhor confirme as tuas palavras, com que prophetizaste, que torne a trazer os vasos da casa do Senhor, e todos os do captiveiro de Babylonia a este logar. 7 Porém ouve agora esta palavra, que eu fallo aos teus ouvidos e aos ouvidos de todo o povo: 8 Os prophetas que _já_ houve antes de mim e antes de ti, desde a antiguidade, elles prophetizaram contra muitas terras, e contra grandes reinos, ácerca de guerra, e de mal, e de peste. 9 O propheta [5] que prophetizar de paz, cumprindo-se a palavra d’aquelle propheta, será conhecido o tal _por aquelle_ a quem o Senhor na verdade enviou. 10 Então Hananias, o propheta, [6] tomou o jugo do pescoço do propheta Jeremias, e o quebrou. 11 E fallou Hananias aos olhos de todo o povo, dizendo: Assim diz o Senhor: [7] Assim quebrarei o jugo de Nabucodonozor, rei de Babylonia, depois de passados dois annos completos, de sobre o pescoço de todas as nações. E foi-se Jeremias, o propheta, seu caminho. 12 Mas veiu a palavra do Senhor a Jeremias, depois que Hananias, o propheta, quebrou o jugo de sobre o pescoço de Jeremias, o propheta, dizendo: 13 Vae, e falla a Hananias, dizendo: Assim diz o Senhor: Jugos de madeira quebraste, mas em vez d’elles farás jugos de ferro. 14 Porque assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus d’Israel: [8] Jugo de ferro puz sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonozor, rei de Babylonia, e servil-o-hão, [9] e até os animaes do campo lhe dei. 15 E disse Jeremias, o propheta, a Hananias, o propheta: Ouve agora, Hananias: Não te ouviu o Senhor, [10] porém tu fizeste a este povo confiar em mentiras. 16 Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este anno morrerás, [11] porque fallaste rebellião contra o Senhor. 17 E morreu Hananias, o propheta, no mesmo anno, no setimo mez. [1] cap. 27.1. [2] cap. 27.12. [3] cap. 27.16. [4] II Reis 1.36. [5] Deu. 18.22. [6] cap. 27.2. [7] cap. 27.7. [8] Deu. 28.48. cap. 27.7. [9] cap. 27.6. [10] cap. 29.31. Eze. 13.22. [11] Deu. 13.5. cap. 29.32. _A carta de Jeremias aos captivos de Babylonia._ [Antes de Christo 599] 29 E estas _são_ as palavras da carta que Jeremias, o propheta, enviou de Jerusalem, ao resto do captiveiro dos anciãos, como tambem aos sacerdotes, e aos prophetas, e a todo o povo que Nabucodonozor havia transportado de Jerusalem a Babylonia; 2 Depois que [1] sairam o rei Jechonias, e a rainha, e os eunuchos, e os principes de Judah e Jerusalem, e os carpinteiros e ferreiros de Jerusalem, 3 Pela mão de Elasa, filho de Saphan, e de Gemarias, filho de Hilkias, os quaes enviou Zedekias, rei de Judah, a Babylonia, a Nabucodonozor, rei de Babylonia, dizendo: 4 Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus d’Israel, a todos os que foram transportados, os quaes fiz transportar de Jerusalem para Babylonia: 5 Edificae casas [2] e habitae _n’ellas_; e plantae jardins, e comei o seu fructo. 6 Tomae mulheres e gerae filhos e filhas, e tomae mulheres para vossos filhos, e dae vossas filhas a maridos, e parirão filhos e filhas; e multiplicae-vos ali, e não vos diminuaes. 7 E procurae a paz da cidade, para onde vos fiz transportar, [3] e orae por ella ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz. 8 Porque assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus d’Israel: Não vos enganem os vossos prophetas que _estão_ no meio de vós, [4] nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos, que vós sonhaes: 9 Porque elles [5] vos prophetizam falsamente no meu nome: não os enviei, diz o Senhor. 10 Porque assim diz o Senhor: [6] Certamente que em se cumprindo setenta annos em Babylonia, vos visitarei, e continuarei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este logar. 11 Porque eu _bem_ sei os pensamentos que eu penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperaes. 12 Então me invocareis, [7] e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. 13 E buscar-me-heis, [8] e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração. 14 E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei tornar os vossos captivos, e congregar-vos-hei de todas as nações, e de todos os logares para onde vos lancei, diz o Senhor, e tornarei a trazer-vos ao logar d’onde vos transportei. 15 Porque dizeis: O Senhor nos levantou prophetas em Babylonia. 16 Porque assim diz o Senhor _ácerca_ do rei que se assenta no throno de David; e _ácerca_ de todo o povo que habita n’esta cidade, _a saber_, de vossos irmãos, que não sairam comvosco para o captiveiro; 17 Assim diz o Senhor dos Exercitos: [9] Eis que enviarei entre elles a espada, a fome e a peste, e fal-os-hei como a figos podres, que não se podem comer, de maus _que são_. 18 E perseguil-os-hei com a espada, com a fome, e com a peste; [10] dal-os-hei para servirem de commoção a todos os reinos da terra, _como tambem_ por maldição, e por espanto, e por assobio, e por opprobrio entre todas as nações para onde os lançar; 19 Porquanto não deram ouvidos ás minhas palavras, diz o Senhor, enviando-lhes eu os meus servos, [11] os prophetas, madrugando e enviando; porém vós não escutastes, diz o Senhor. 20 Vós, pois, ouvi a palavra do Senhor, todos os do captiveiro que enviei de Jerusalem a Babylonia. 21 Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel, ácerca de Ahab, filho de Colaias, e de Zedekias, filho de Maaseias, que vos prophetizam falsamente no meu nome: Eis que os entregarei na mão de Nabucodonozor, rei de Babylonia, e elle os ferirá diante dos vossos olhos. 22 E tomarão [12] d’elles uma maldição todos os transportados de Judah, que _estão_ em Babylonia, dizendo: [13] O Senhor te faça como Zedekias, e como Ahab, os quaes o rei de Babylonia assou no fogo; 23 Porquanto fizeram loucura em Israel, e commetteram adulterio com as mulheres de seus companheiros, e fallaram _uma_ palavra no meu nome falsamente, que não lhes mandei, e eu o sei e _sou_ testemunha _d’isso_, diz o Senhor. 24 E a Shemaias, o nehelamita, fallarás, dizendo: 25 Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus d’Israel, dizendo: Porquanto tu enviaste no teu nome cartas a todo o povo que _está_ em Jerusalem, [14] como tambem a Sofonias, filho de Maaseias, o sacerdote, e a todos os sacerdotes, dizendo: 26 O Senhor te poz por sacerdote em logar de Joiada, o sacerdote, [15] para que sejaes encarregados da casa do Senhor sobre todo o homem furioso, e que prophetiza, para o lançares na prisão e no tronco. 27 Agora, pois, porque não reprehendeste a Jeremias, o anathotita, que prophetiza vos? 28 Porque por isso nos mandou a nós _a_ Babylonia, dizendo: Ainda _o captiveiro_ muito ha de durar; [16] edificae casas, e habitae _n’ellas_; e plantae jardins, e comei o seu fructo. 29 E lera Sofonias, o sacerdote, esta carta aos ouvidos de Jeremias, o propheta. 30 E veiu a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo: 31 Manda a todos os do captiveiro, dizendo: Assim diz o Senhor ácerca de Semaias, o nehelamita: Porquanto Semaias vos prophetizou, [17] e eu não o enviei, e vos fez confiar em mentiras, 32 Portanto assim diz o Senhor: Eis que visitarei a Semaias, o nehelamita, e a sua semente: elle não terá ninguem que habite entre este povo, e não verá o bem que hei de fazer ao meu povo, diz o Senhor, [18] porquanto fallou rebellião contra o Senhor. [1] cap. 28.4. [2] ver. 28. [3] Esd. 6.10. [4] cap. 14.14 e 27.14, 15. Eph. 5.6. [5] ver. 31. [6] II Chr. 36.21, 22. Esd. 1.1. cap. 25.12 e 27.22. Dan. 9.2. [7] Dan. 9.3, etc. [8] cap. 24.7. [9] cap. 24.10. [10] II Chr. 29.8. cap. 15.4 e 24.9 e 34.17. [11] cap. 25.4 e 32.33. [12] Gen. 48.20. [13] Dan. 3.6. [14] II Reis 25.18. cap. 21.1. [15] cap. 20.1. II Reis 9.11. Act. 26.24. cap. 20.2. [16] ver. 5. [17] cap. 28.15. [18] cap. 28.16. _Deus promette trazer do captiveiro o seu povo._ 30 A palavra que do Senhor veiu a Jeremias, dizendo: 2 Assim diz o Senhor, Deus de Israel, dizendo: Escreve n’um livro todas as palavras que te tenho fallado. 3 Porque eis que dias veem, diz o Senhor, [1] em que farei tornar o captiveiro do meu povo Israel e Judah, diz o Senhor; e tornal-os-hei a trazer á terra que dei a seus paes, e a possuirão. 4 E estas _são_ as palavras que fallou o Senhor, ácerca de Israel e de Judah. 5 Porque assim diz o Senhor: Ouvimos uma voz de temor: temor _ha_, porém não paz. 6 Perguntae, pois, e olhae, se o varão pare. Porque _pois_ vejo a cada homem _com_ as mãos sobre os lombos [2] como a que está parindo? e porque se teem tornado todos os rostos em amarellidão? 7 Ah! [3] porque aquelle dia _é_ tão grande, que não houve outro similhante! e é tempo de angustia para Jacob: porém será livrado d’ella. 8 Porque será n’aquelle dia, diz o Senhor dos Exercitos, _que_ eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço, e quebrarei as tuas ataduras; e nunca mais se servirão d’elle os estranhos. 9 Mas servirão ao Senhor, seu Deus, [4] como tambem a David, seu rei, que lhes levantarei. 10 Não temas [5] pois tu, servo meu Jacob, diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel; porque eis que te livrarei _de terras_ de longe, [6] como tambem á tua semente da terra do seu captiveiro; e Jacob tornará, e descançará, e ficará em socego, e não haverá quem _o_ atemorize. 11 Porque eu _sou_ comtigo, diz o Senhor, para te livrar; [7] porquanto farei consummação de todas as nações entre as quaes te espalhei; porém de ti não farei consummação, [8] mas castigar-te-hei com medida, e de todo não te terei por innocente. 12 Porque assim diz o Senhor: [9] Teu quebrantamento _é_ mortal; a tua chaga _é_ dolorosa. 13 Não _ha_ quem julgue a tua causa para ligal-a; [10] não tens remedios que possam curar. 14 Todos [11] os teus amantes _já_ se esqueceram de ti, _e_ não perguntam por ti; [12] porque te feri _de_ ferida de inimigo, _e de_ castigo do cruel, [13] pela grandeza da tua maldade e multidão de teus peccados. 15 Porque gritas [14] por causa de teu quebrantamento? tua dôr _é_ mortal. Pela grandeza de tua maldade, e multidão de teus peccados, eu fiz estas coisas. 16 Pelo que todos os que te devoram [15] serão devorados; e todos os teus adversarios, todos irão em captiveiro; e os que te roubam serão roubados, e a todos os que te despojam entregarei ao saque. 17 Porque [16] te restaurarei a saude, e te sararei das tuas chagas, diz o Senhor; porquanto te chamam a engeitada. Sião é, _dizem_, _já_ não ha quem pergunte por ella. 18 Assim diz o Senhor: [17] Eis que tornarei _a trazer_ o captiveiro das tendas de Jacob, e apiedar-me-hei das suas moradas; e a cidade será reedificada sobre o seu montão, e o palacio estará posto como costuma. 19 E sairá [18] d’elles o louvor e a voz de jubilo; e multiplical-os-hei, [19] e não serão diminuidos, e glorifical-os-hei, e não serão acanhados. 20 E seus filhos [20] serão como da antiguidade, e a sua congregação será confirmada perante o meu rosto; e farei visitação sobre todos os seus oppressores. 21 E o seu principe será d’elles; e o seu governador sairá do meio d’elle, e o farei approximar, e elle se chegará a mim; porque quem será aquelle que empenhe o seu coração para se chegar a mim? diz o Senhor. 22 E ser-me-heis [21] por povo, e eu vos serei por Deus. 23 Eis que [22] a tormenta do Senhor, a sua indignação, saiu, uma tormenta varredeira: cairá cruelmente sobre a cabeça dos impios. 24 Não voltará atraz o furor da ira do Senhor, até que tenha executado, e até que tenha cumprido os designios do seu coração: [23] no fim dos dias entendereis isto. [1] ver. 18. cap. 32.44. Eze. 39.25. Amós 9.14, 15. [2] cap. 4.31 e 6.24. [3] Joel 2.11, 31. Amós 5.18. Sof. 1.14, etc. [4] Isa. 55.3, 4. Eze. 34.23 e 37.24. Ose. 3.5. Luc. 1.69. [5] Isa. 41.13 e 43.5 e 44.2. cap. 46.27, 28. [6] cap. 3.18. [7] Amós 9.8. cap. 4.27. [8] cap. 10.24 e 46.28. [9] II Chr. 36.16. cap. 15.18. [10] cap. 8.22. [11] Lam. 1.2. [12] Job 13.24 e 19.11. Job 30.21. [13] cap. 5.6. [14] cap. 15.18. [15] Isa. 33.1 e 41.11. cap. 10.25. [16] cap. 33.6. [17] ver. 3. cap. 33.7, 11. [18] Isa. 35.10 e 51.11. cap. 31.4, 12, 13 e 33.10, 11. [19] Zac. 10.8. [20] Isa. 1.26. [21] cap. 24.7 e 31.33 e 32.38. Eze. 11.20 e 36.28 e 37.27. [22] cap. 23.19, 20 e 5.32. [23] Gen. 49.1. 31 N’aquelle [1] tempo, diz o Senhor, serei por Deus a todas as gerações de Israel, e ellas me serão a mim por povo. [Antes de Christo 606] 2 Assim diz o Senhor: O povo dos que escaparam da espada achou graça no deserto; _a saber_, Israel, quando fui leval-o a descançar. 3 Ha muito que o Senhor me appareceu, _dizendo_: [2] Porquanto _com_ amor eterno te amei, por isso _com_ benevolencia te attrahi. 4 Ainda [3] te edificarei, e _serás_ edificada, ó virgem de Israel! ainda serás adornada com os teus adufes, e sairás com o coro dos que dançam. 5 Ainda [4] plantarás vinhas nos montes de Samaria: os plantadores _as_ plantarão e gozarão dos fructos. 6 Porque haverá um dia _em que_ gritarão os vigias sobre o monte de Ephraim: Levantae-vos, [5] e subamos a Sião, ao Senhor nosso Deus. 7 Porque assim diz o Senhor: [6] Cantae sobre Jacob com alegria, e exultae por causa do Cabeça das gentes: fazei-o ouvir, cantae louvores, e dizei: Salva, Senhor, ao teu povo, o resto de Israel. 8 Eis que os trarei da terra [7] do norte, e os congregarei das extremidades da terra; entre os quaes haverá cegos e aleijados, gravidas e as de parto juntamente: _com_ grande congregação voltarão para aqui. 9 Virão com [8] choro, e com supplicas os levarei; guial-os-hei aos ribeiros de aguas, por caminho direito, no qual não tropeçarão, [9] porque sou a Israel por pae, e Ephraim _é_ o meu primogenito. 10 Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e annunciae-a nas ilhas de longe, e dizei: Aquelle que espalhou a Israel [10] o congregará e o guardará, como o pastor o seu rebanho. 11 Porque [11] o Senhor resgatou a Jacob, e o livrou da mão do mais forte do que elle. 12 Assim que virão, [12] e exultarão na altura de Sião, e correrão aos bens do Senhor, ao trigo, e ao mosto, e ao azeite, e aos cordeiros e bezerros; [13] e a sua alma será como um jardim regado, e nunca mais andarão tristes. 13 Então a virgem se alegrará na dança, como tambem os mancebos e os velhos juntamente; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e os alegrarei na tristeza. 14 E saciarei a alma dos sacerdotes _com_ gordura, e o meu povo se fartará dos meus bens, diz o Senhor. 15 Assim diz o Senhor: [14] Uma voz se ouviu em Rama, lamentação, choro amargo: Rachel chora seus filhos; não quer ser consolada quanto a seus filhos, porque _já_ não são. 16 Assim diz o Senhor: Reprime a tua voz de choro, e as lagrimas de teus olhos: porque ha galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, [15] pois voltarão da terra do inimigo. 17 E ha esperanças no derradeiro fim para os teus descendentes, diz o Senhor, porque _teus_ filhos voltarão para os seus termos. 18 Bem ouvi eu que Ephraim se queixava, _dizendo_: Castigaste-me e fui castigado, como novilho ainda não domado: [16] converte-me, e converter-me-hei, porque tu és o Senhor meu Deus. 19 Na verdade que, depois que me converti, tive arrependimento; e depois que me dei a conhecer _a mim mesmo_, bati na côxa: fiquei confuso, e tambem me envergonhei; porque levei o opprobrio da minha mocidade. 20 Não é Ephraim para mim um filho precioso? creança das minhas delicias? porque depois que fallei contra elle, ainda me lembrei d’elle cuidadosamente; [17] por isso se commoveram por elle as minhas entranhas: [18] devéras me compadecerei d’elle, diz o Senhor. 21 Levanta para ti signaes, põe para ti pyramides, applica o teu coração á vereda, ao caminho _por onde_ andaste: volta _pois_, ó virgem de Israel, volta a estas tuas cidades. 22 Até quando andarás [19] vagabunda, ó filha rebelde; porque o Senhor creou uma nova coisa sobre a nova terra: uma mulher cercará a um varão. 23 Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel: Ainda dirão esta palavra na terra de Judah, e nas suas cidades, quando eu tornar o seu captiveiro: [20] O Senhor te abençõe, ó morada de justiça, ó monte de sanctidade! 24 E n’ella habitarão Judah, [21] e todas as suas cidades juntamente; _como tambem_ os lavradores e _os que_ estão com o rebanho. 25 Porque reguei a alma cançada, e toda a alma entristecida saciei. 26 Sobre isto despertei, e olhei, e o meu somno foi doce para mim. 27 Eis que dias veem, diz o Senhor, [22] quando semear a casa de Israel, e a casa de Judah, com a semente de homens, e com a semente de animaes. 28 E _será_ que, [23] como velei sobre elles, para arrancar, e para derribar, e para transtornar, e para destruir, e para affligir, [24] assim velarei sobre elles, para edificar e para plantar, diz o Senhor. 29 N’aquelles dias [25] nunca mais dirão: Os paes comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram. 30 Mas [26] cada um morrerá pela sua iniquidade: de todo o homem que comer as uvas verdes os dentes se embotarão. 31 Eis que dias [27] veem, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judah. 32 Não conforme o concerto que fiz com seus paes, [28] no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egypto; porque elles invalidaram o meu concerto, ainda que me desposei com elles, diz o Senhor. 33 Mas [29] este _é_ o concerto que farei com a casa de Israel depois d’aquelles dias, diz o Senhor: [30] Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e lhes serei a elles por Deus e elles me serão a mim por povo. 34 E não ensinará alguem mais a seu proximo, nem alguem a seu irmão, dizendo: [31] Conhecei ao Senhor: porque todos me conhecerão, desde o mais pequeno d’elles até ao maior d’elles, diz o Senhor: [32] porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus peccados. 35 Assim diz o Senhor, [33] que dá o sol para luz do dia, _e_ as ordenanças da lua e das estrellas para luz da noite, [34] que fende o mar, e as suas ondas bramem; o Senhor dos Exercitos _é_ o seu nome. 36 Se se desviarem [35] estas ordenanças de diante de mim, diz o Senhor, cessará tambem a semente de Israel de ser uma nação diante de mim todos os dias. 37 Assim disse o Senhor: [36] Se poderem ser medidos os céus para cima, e sondarem-se os fundamentos da terra para baixo, tambem eu rejeitarei toda a semente de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o Senhor. 38 Eis que dias veem, diz o Senhor, em que esta cidade será reedificada para o Senhor, desde a torre de Hanameel até á porta da esquina. 39 E o nivel de medir [37] sairá tambem adiante, defronte d’elle, até ao outeiro de Gareb, e virar-se-ha para Goah. 40 E todo o valle dos cadaveres e da cinza, e todos os campos até ao ribeiro de Cedron, [38] até á esquina da porta dos cavallos para o oriente, _serão_ consagrados ao Senhor; não se arrancará nem se derribará mais eternamente. [1] cap. 30.22. [2] Mal. 1.2. Rom. 11.28, 29. Ose. 11.4. [3] Jui. 11.34. [4] Isa. 65.21. Amós 9.14. [5] Isa. 2.3. Miq. 4.2. [6] Isa. 12.5, 6. [7] cap. 3.12, 18 e 23.8. [8] cap. 50.4. Isa. 35.8 e 43.19. [9] Exo. 4.22. [10] Isa. 40.11. Eze. 34.22, 13, 14. [11] Isa. 44.23 e 48.20. Isa. 49.24, 25. [12] Eze. 17.23 e 20.40. Ose. 3.5. [13] Isa. 58.11. Isa. 35.10 e 65.19. Apo. 21.4. [14] Mat. 2.17, 18. [15] Ose. 1.11. [16] Lam. 5.21. [17] Isa. 63.15. [18] Ose. 14.4. [19] cap. 3.6, 8, 11, 12, 14, 22. [20] Isa. 1.26. Zac. 8.3. [21] cap. 33.12, 13. [22] Eze. 36.9, 10, 11. Ose. 2.23. Zac. 10.9. [23] cap. 44.27. cap. 1.10 e 18.7. [24] cap. 24.6. [25] Eze. 18.2, 3. [26] Gal. 6.5, 7. [27] Heb. 8.8, 12 e 10.16, 17. [28] Deu. 1.31. [29] cap. 32.40. [30] Eze. 11.19, 20 e 36.26, 27. II Cor. 3.3. [31] Isa. 54.13. João 6.45. I Cor. 2.10. [32] cap. 33.8 e 50.20. Miq. 7.18. Act. 10.43 e 13.39. Rom. 11.27. [33] Gen. 1.16. [34] Isa. 51.15. cap. 10.16 e 33.20. [35] cap. 33.22. [36] Neh. 3.1. Zac. 14.10. [37] Zac. 2.1. [38] II Chr. 23.15. Neh. 3.28. _A promessa e o signal da restauração de Israel e de bençãos espirituaes._ [Antes de Christo 590] 32 A palavra que veiu a Jeremias da parte do Senhor, [1] no anno decimo de Zedekias, rei de Judah; este anno foi o anno dezoito de Nabucodonozor. 2 (Cercava, porém, então o exercito do rei de Babylonia a Jerusalem; [2] e Jeremias, o propheta, estava encerrado no pateo da guarda que estava _na_ casa do rei de Judah; 3 Porque Zedekias, rei de Judah, o tinha encerrado, dizendo: Porque prophetizas tu, dizendo: Assim diz o Senhor: [3] Eis que entrego esta cidade na mão do rei de Babylonia, e elle a tomará; 4 E Zedekias, rei de Judah, [4] não escapará das mãos dos chaldeos; mas certamente será entregue na mão do rei de Babylonia, e com elle fallará bocca a bocca, e os seus olhos verão os d’elle; 5 E levará Zedekias para Babylonia, e ali estará, [5] até que eu visite, diz o Senhor, _e_, ainda que pelejeis contra os chaldeos, não ganhareis?) 6 Disse pois Jeremias: Veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 7 Eis que Hanameel, filho de Sallum, teu tio, virá a ti, dizendo: Compra para ti a minha herdade que _está_ em Anathot, [6] pois tens o direito de resgate para compral-a. 8 Veiu pois a mim Hanameel, filho de meu tio, segundo a palavra do Senhor, ao pateo da guarda, e me disse: Compra agora a minha herdade que _está_ em Anathot, que _está_ na terra de Benjamin; porque tens o direito hereditario, e tens o resgate; compra-a para ti. Então entendi que _isto_ era a palavra do Senhor. 9 Comprei pois a herdade de Hanameel, filho de meu tio, a qual _está_ em Anathot; [7] e pesei-lhe o dinheiro, dezesete siclos de prata. 10 E subscrevi o auto, e sellei-o, e _o_ fiz testificar por testemunhas: e pesei-lhe o dinheiro n’uma balança. 11 E tomei o auto da compra, tanto o sellado, _conforme_ o mandado e os estatutos, como o aberto. 12 E dei o auto da compra a Baruch, [8] filho de Nerias, filho de Maaseias, perante os olhos de Hanameel, _filho_ de meu tio, [9] e perante os olhos das testemunhas, que subscreveram o conhecimento da compra, _e_ perante os olhos de todos os judeos que se assentavam no pateo da guarda. 13 E dei ordem a Baruch, perante os olhos d’elles, dizendo: 14 Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel: Toma estes autos, este auto de compra, tanto o sellado, como o aberto, e mette-os n’um vaso de barro, para que se possam conservar muitos dias, 15 Porque assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel: [10] Ainda se comprarão casas, e campos, e vinhas n’esta terra. 16 E depois que dei o auto da compra a Baruch, filho de Nerias, orei ao Senhor, dizendo: 17 Ah SENHOR JEHOVAH! [11] eis que tu fizeste os céus e a terra com a tua grande potencia, e com o teu braço estendido: [12] não te é maravilhosa coisa alguma: 18 Que usas [13] de benignidade com milhares, e rendes a maldade dos paes no seio dos filhos depois d’elles: o grande, [14] o poderoso Deus cujo nome _é_ o Senhor dos Exercitos: 19 Grande [15] em conselho, e magnifico em feito; porque os teus olhos _estão_ abertos sobre todos os caminhos dos filhos dos homens, [16] para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fructo das suas obras: 20 Que pozeste signaes e maravilhas na terra do Egypto até ao dia de hoje, tanto em Israel, como entre os _outros_ homens, e te fizeste _um_ nome, [17] qual _tu tens_ n’este dia. 21 E tiraste [18] o teu povo Israel da terra do Egypto, com signaes e com maravilhas, e com mão forte, e com braço estendido, e com grande espanto, 22 E lhes déste esta terra, [19] que juraste a seus paes que lhes havias de dar: terra que mana leite e mel. 23 E entraram _n’ella_, e a possuiram, [20] porém não obedeceram á tua voz, nem andaram na tua lei; tudo o que lhes mandaste que fizessem, elles não o fizeram; pelo que fizeste que lhes succedesse todo este mal. 24 Eis aqui os vallados! _já_ vieram contra a cidade para tomal-a, [21] e a cidade está dada na mão dos chaldeos, que pelejam contra ella, por causa da espada, e da fome, e da pestilencia; e o que fallaste se fez, e eis aqui _o_ estás presenciando. 25 Comtudo tu me disseste, Senhor JEHOVAH: Compra para ti o campo por dinheiro, e faze que _o_ testifiquem testemunhas, [22] posto que a cidade esteja _já_ dada na mão dos chaldeos. 26 Então veiu a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo: 27 Eis que eu _sou_ o Senhor [23] Deus de toda a carne: _porventura_ ser-me-hia coisa alguma maravilhosa? 28 Portanto assim diz o Senhor: [24] Eis que eu entrego esta cidade na mão dos chaldeos, e na mão de Nabucodonozor, rei de Babylonia, e tomal-a-ha. 29 E os chaldeos, que pelejam contra esta cidade, entrarão _n’ella_, porão fogo a esta cidade, [25] e queimarão _juntamente_ as casas sobre cujos terraços queimarão incenso a Baal e offerecerão libações a outros deuses, para me provocarem á ira. 30 Porque os filhos de Israel e os filhos de Judah não [26] fizeram senão mal aos meus olhos, desde a sua mocidade; porque os filhos de Israel sómente me provocaram á ira com as obras das suas mãos, diz o Senhor. 31 Porque para a minha ira e para o meu furor me foi esta cidade, desde o dia em que a edificaram, e até _ao dia de_ hoje, [27] para que a tirasse da minha face; 32 Por toda a maldade dos filhos de Israel, e dos filhos de Judah, que fizeram, para me provocarem á ira, _assim_ elle _como_ os seus reis, [28] os seus principes, os seus sacerdotes, e os seus prophetas, como tambem os homens de Judah e os moradores de Jerusalem. 33 E me viraram as costas, e não o rosto: ainda que eu os ensinava, madrugando e ensinando-_os_, comtudo elles não ouviram, para receberem o ensino. 34 Antes pozeram [29] as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a profanarem. 35 E edificaram os altos de Baal, que _estão_ no valle do filho de Hinnom, [30] para fazerem que seus filhos e suas filhas passassem _pelo fogo_ a Moloch; o que nunca lhes ordenei, nem subiu ao meu coração, que fizessem tal abominação; para fazerem peccar a Judah. 36 E por isso agora assim diz o Senhor o Deus de Israel, ácerca d’esta cidade, da qual vós dizeis: [31] _Já_ está dada na mão do rei de Babylonia, á espada, e á fome, e á pestilencia: 37 Eis que eu [32] os congregarei de todas as terras, para onde os houver lançado na minha ira, e no meu furor, e na _minha_ grande indignação; e os tornarei a trazer a este logar, [33] e farei que habitem n’elle seguramente. 38 E me serão [34] por povo, e eu lhes serei por Deus. 39 E lhes darei um _mesmo_ [35] coração, e um _mesmo_ caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem, e de seus filhos, depois d’elles. 40 E farei [36] com elles um concerto eterno, que não tornarei de após elles, para fazer-lhes bem; [37] e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. 41 E alegrar-me-hei [38] d’elles, fazendo-lhes bem; e os plantarei n’esta terra certamente, com todo o meu coração e com toda a minha alma. 42 Porque assim diz o Senhor: [39] Como eu trouxe sobre este povo todo este grande mal, assim eu trarei sobre elle todo o bem que eu fallo a respeito d’elle. 43 E comprar-se-hão [40] campos n’esta terra, da qual vós dizeis: _Já_ está _tão_ deserta, que não _ha n’ella_ nem homem nem animal; está dada na mão dos chaldeos. 44 Comprarão campos por dinheiro, e subscreverão os autos, e os sellarão, [41] e farão que testifiquem testemunhas na terra de Benjamin, e nos contornos de Jerusalem, e nas cidades de Judah, e nas cidades das montanhas, e nas cidades das planicies, e nas cidades do sul; [42] porque _os_ farei voltar _do_ seu captiveiro, diz o Senhor. [1] II Reis 25.1, 2. cap. 39.1. [2] Neh. 3.25. cap. 33.1 e 37.21 e 39.14. [3] cap. 34.2. [4] cap. 34.3 e 38.18, 23 e 39.5 e 52.9. [5] cap. 27.22. cap. 21.4 e 33.5. [6] Lev. 25.24, 25, 32. Ruth 4.4. [7] Gen. 23.16. Zac. 11.12. [8] cap. 36.4. [9] Isa. 8.2. [10] ver. 37, 43. [11] II Reis 19.15. [12] Gen. 18.14. ver. 27. Luc. 1.37. [13] Exo. 20.6 e 34.7. Deu. 5.9, 10. [14] Isa. 9.6. cap. 10.16. [15] Isa. 28.29. Job 34.21. Pro. 5.21. [16] cap. 17.10. [17] Exo. 9.16. Isa. 63.12. Dan. 9.15. [18] Exo. 6.6. II Sam. 7.23. I Chr. 17.21. [19] Exo. 3.8, 17. cap. 11.5. [20] Neh. 9.26. cap. 11.8. Dan. 9.10, 44. [21] ver. 25, 36. cap. 14.12. [22] ver. 24. [23] Num. 16.22. ver. 17. [24] ver. 3. [25] cap. 21.10 e 37.8, 10. cap. 19.13. [26] cap. 22.21. Eze. 20.28. [27] II Reis 23.27 e 24.3. [28] Isa. 1.4, 6. Dan. 9.8. [29] cap. 7.30, 31 e 23.11. Eze. 8.5, 6. [30] cap. 7.31 e 19.5. Lev. 18.21. [31] ver. 24. [32] Deu. 30.3. cap. 23.3. [33] cap. 23.6 e 33.16. [34] cap. 24.7 e 30.22 e 31.33. [35] cap. 24.7. Eze. 11.19, 20. [36] Isa. 55.3. cap. 31.31. [37] cap. 31.39. [38] Sof. 3.17. cap. 24.6 e 31.28. Amós 9.15. [39] cap. 31.28. [40] ver. 15. cap. 33.10. [41] cap. 17.26. [42] cap. 33.3, 11, 26. 33 E veiu a palavra do Senhor a Jeremias, segunda vez, estando elle ainda [1] encerrado no pateo da guarda, dizendo: 2 Assim diz o Senhor que o faz, o Senhor [2] que forma isto, para o confirmar; [3] o Senhor _é_ o seu nome. 3 Clama a mim, e responder-te-hei, e annunciar-te-hei coisas grandes e firmes que não sabes. 4 Porque assim diz o Senhor, o Deus de Israel, das casas d’esta cidade, e das casas dos reis de Judah, [4] que foram derribadas com os trabucos e á espada. 5 _Bem_ entraram a pelejar [5] contra os chaldeos, mas _isso é_ para os encher de cadaveres de homens, que feri na minha ira e no meu furor: porquanto escondi o meu rosto d’esta cidade, por causa de toda a sua maldade. 6 Eis que [6] eu farei subir sobre ella saude e cura, e os sararei; e lhes manifestarei abundancia de paz e de verdade. 7 E tornarei [7] o captiveiro de Judah e o captiveiro de Israel, [8] e os edificarei como ao principio. 8 E os purificarei [9] de toda a sua maldade _com_ que peccaram contra mim; e perdoarei todas as suas maldades, _com_ que peccaram contra mim, e _com_ que transgrediram contra mim. 9 E [10] servir-me-ha de nome de alegria, de louvor, e [ZT] de ornamento, entre todas as nações da terra, que ouvirem todo o bem que eu lhes faço; e [11] espantar-se-hão e perturbar-se-hão por causa de todo o bem, e por causa de toda a paz que eu lhes dou. 10 Assim diz o Senhor: N’este _logar_ (de que vós dizeis que _está_ deserto, [12] e não ha _n’elle nem_ homem nem animal) nas cidades de Judah, e nas ruas de Jerusalem, que _tão_ assoladas _estão_, que não ha _n’ellas_ nem homem, nem morador, nem animal, ainda se ouvirá. 11 A voz [13] de gozo, e a voz d’alegria, a voz de noivo e a voz de esposa, _e_ a voz dos que dizem: [14] Louvae ao Senhor dos Exercitos, porque bom _é_ o Senhor, porque a sua benignidade _dura_ perpetuamente; _como tambem_ dos que trazem louvor á casa do Senhor; [15] porque tornarei o captiveiro da terra como ao principio, diz o Senhor. 12 Assim diz o Senhor dos Exercitos: [16] Ainda n’este logar, que _está tão_ deserto, que não ha _n’elle_ nem homem, nem ainda animal, e em todas as suas cidades, haverá _uma_ morada de pastores, que façam repousar o gado. 13 Nas cidades [17] das montanhas, nas cidades das planicies, e nas cidades do sul, e na terra de Benjamin, e nos contornos de Jerusalem, e nas cidades de Judah, [18] ainda passará o gado pelas mãos dos contadores, diz o Senhor. 14 Eis que [19] veem dias, diz o Senhor, em que cumprirei a palavra boa que fallei á casa de Israel e sob a casa de Judah. 15 N’aquelles dias e n’aquelle tempo farei brotar a David um Renovo de justiça, [20] e fará juizo e justiça na terra. 16 N’aquelles dias [21] Judah será salvo e Jerusalem habitará seguramente: e este _é o nome_ que lhe chamarão a elle, o SENHOR JUSTIÇA NOSSA. 17 Porque assim diz o Senhor: Nunca faltará a David varão [22] que se assente sobre o throno da casa de Israel; 18 Nem aos sacerdotes leviticos faltará varão de diante de mim, [23] que offereça holocausto, e queime offerta de manjares, e faça sacrificio todos os dias. 19 E veiu a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo: 20 Assim diz o Senhor: [24] Se poderdes invalidar o meu concerto do dia, e o meu concerto da noite, de tal modo que não haja dia e noite a seu tempo, 21 Tambem se poderá invalidar o meu concerto com David, meu servo, para que não tenha filho que reine no seu throno; como tambem com os levitas sacerdotes, meus ministros. 22 Como [25] não se pode contar o exercito dos céus, nem medir-se a areia do mar, assim multiplicarei a semente de David, meu servo, e os levitas que ministram diante de mim. 23 E veiu _ainda_ a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo: 24 _Porventura_ não tens visto o que este povo falla, dizendo: As duas gerações, [26] as quaes o Senhor elegeu, agora as rejeitou? e desprezam o meu povo, como se não fôra mais um povo diante d’elles. 25 Assim diz o Senhor: [27] Se o meu concerto do dia e da noite não _fôr_, _e_ eu não pozer as ordenanças dos céus e da terra, 26 Tambem [28] rejeitarei a semente de Jacob, e de David, meu servo, para que não tome da sua semente os que dominem sobre a semente de Abrahão, Isaac, e Jacob; porque tornarei o seu captiveiro, e apiedar-me-hei d’elles. [1] cap. 3.2, 23. [2] Isa. 37.26. [3] Exo. 15.3. Amós 5.8. [4] cap. 32.24. [5] cap. 32.5. [6] cap. 30.17. [7] ver. 11. cap. 30.3 e 32.44. [8] Isa. 1.26. cap. 24.6 e 30.20 e 31.4, 28 e 42.10. [9] Eze. 36.25. Heb. 9.13, 14. cap. 31.34. Miq. 7.18. [10] Isa. 62.7. cap. 13.11. [11] Isa. 60.5. [12] cap. 32.43. [13] cap. 7.34 e 16.9 e 25.10. Apo. 18.23. [14] I Chr. 16.8, 34. II Chr. 5.13 e 7.3. Esd. 3.11. Isa. 12.4. [15] ver. 7. [16] Isa. 65.10. cap. 31.24. [17] cap. 17.26 e 32.44. [18] Lev. 27.32. [19] cap. 23.5 e 31.27, 31. cap. 29.10. [20] Isa. 4.2. cap. 23.5. [21] cap. 23.6. [22] II Sam. 7.16. I Reis 2.4. Luc. 1.32, 33. [23] Rom. 12.1. I Ped. 2.5, 9. Apo. 1.6. [24] ver. 25. [25] Gen. 13.16 e 15.5 e 22.17. cap. 3.37. [26] ver. 21, 22. [27] ver. 20. Gen. 8.22. [28] cap. 31.37. ver. 7, 11. Esd. 2.1. _Prediz-se a sorte de Zedekias._ 34 A palavra que do Senhor veiu a [1] Jeremias, quando Nabucodonozor, rei de Babylonia, e todo o seu exercito, e todos os reinos da terra, que estavam _sob_ o dominio da sua mão, e todos os povos, pelejavam contra Jerusalem, e contra todas as suas cidades, dizendo: 2 Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Vae, e falla a Zedekias, rei de Judah, e dize-lhe: Assim diz o Senhor: [2] Eis que eu dou esta cidade na mão do rei de Babylonia, e queimal-a-ha a fogo. 3 E tu [3] não escaparás á sua mão; antes decerto serás preso, e serás entregue na sua mão: e teus olhos verão os olhos do rei de Babylonia, e elle te fallará bocca a bocca, e entrarás em Babylonia. 4 Todavia ouve a palavra do Senhor, ó Zedekias, rei de Judah: assim diz o Senhor de ti: Não morrerás á espada. 5 Em paz morrerás, [4] e conforme as queimas de teus paes, os reis precedentes, que foram antes de ti, assim te queimarão a ti, e prantear-te-hão, _dizendo_: Ah Senhor! porque eu disse a palavra, diz o Senhor. 6 E fallou Jeremias, o propheta, a Zedekias, rei de Judah, todas estas palavras, em Jerusalem, 7 Quando o exercito do rei de Babylonia pelejava contra Jerusalem, e contra todas as cidades de Judah, que ficaram de resto: contra Lachis e contra Azeca; [5] porque estas fortes cidades ficaram de resto, d’entre as cidades de Judah. _As ameaças de Deus por causa da escravatura._ 8 A palavra que do Senhor veiu a Jeremias, depois que o rei Zedekias fez concerto com todo o povo que _havia_ em Jerusalem, [6] para lhes apregoar a liberdade; 9 Que cada [7] um despedisse forro o seu servo, e cada um a sua serva, hebreo ou hebrea; de maneira que ninguem se fizesse servir d’elles, sendo judeos, seus irmãos. 10 E ouviram todos os principes, e todo o povo que entrou no concerto, que cada um despedisse forro o seu servo, e cada um a sua serva, de maneira que não se fizessem mais servir d’elles: ouviram pois, e _os_ soltaram. 11 Porém depois se arrependeram, [8] e fizeram voltar os servos e as servas que largaram livres, e os sujeitaram por servos e por servas. 12 Veiu pois a palavra do Senhor a Jeremias, da parte do Senhor, dizendo: 13 Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eu fiz concerto com vossos paes, no dia em que os tirei da terra do Egypto, da casa de servos, dizendo: 14 Ao fim [9] de sete annos largareis cada um a seu irmão hebreo, que te fôr vendido a ti, e te houver servido a ti seis annos, e despedil-o-has forro de ti; porém vossos paes me não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos. 15 E vos havieis hoje convertido, e tinheis feito o _que é_ recto aos meus olhos, apregoando liberdade cada um ao seu proximo; [10] e tinheis feito diante de mim _um_ concerto, na casa que se chama pelo meu nome: 16 Porém vos tornastes, [11] e profanastes o meu nome, e fizestes voltar cada um ao seu servo, e cada um á sua serva, os quaes _já_ tinheis despedido forros conforme a sua vontade; e os sujeitastes, para que se vos fizessem servos e servas. 17 Portanto assim diz o Senhor: Vós me não ouvistes a mim, para apregoardes a liberdade, cada um ao seu irmão, e cada um ao seu proximo; pois eis que [12] eu vos apregôo a liberdade, diz o Senhor, para a espada, para a pestilencia, e para a fome; [13] e dar-vos-hei por espanto a todos os reinos da terra. 18 E entregarei os homens que, traspassaram o meu concerto, que não confirmaram as palavras do concerto, [14] que fizeram diante de mim, _com o_ bezerro, que fenderam em duas partes, e passaram pelo meio das suas porções; 19 _A saber_, os principes de Judah, e os principes de Jerusalem, os eunuchos, e os sacerdotes, e todo o povo da terra que passou por meio das porções do bezerro; 20 Entregal-os-hei, digo, na mão de seus inimigos, [15] e na mão dos que procuram a sua morte, e os cadaveres d’elles serão para mantimento ás aves dos céus e aos animaes da terra. 21 E até o rei Zedekias, rei de Judah, e seus principes entregarei na mão de seus inimigos e na mão dos que procuram a sua morte, _a saber_, na mão do exercito do rei de Babylonia, que _já_ se retirou de vós. 22 Eis que [16] eu darei ordem, diz o Senhor, e os farei tornar a esta cidade, e pelejarão contra ella, e a tomarão, [17] e a queimarão a fogo; e as cidades de Judah porei _em_ assolação, que ninguem habite _n’ellas_. [1] II Reis 25.1, etc. cap. 39.1 e 52.4. [2] cap. 21.10 e 32.3, 28, 29. ver. 22. [3] cap. 32.4. [4] II Chr. 16.14 e 21.19. cap. 22.18. [5] II Reis 18.13 e 19.8. II Chr. 11.5, 9. [6] Exo. 21.2. [7] Neh. 5.11. Lev. 25.39, 46. [8] cap. 37.5. [9] Exo. 21.2 e 23.10. Deu. 15.12. [10] II Reis 23.3. cap. 7.10. [11] Exo. 20.7. Lev. 19.12. [12] Mat. 7.2. Gal. 6.7. cap. 32.24, 36. [13] Deu. 28.25, 64. cap. 29.18. [14] Gen. 15.10, 17. [15] cap. 7.33 e 16.4 e 19.7. [16] cap. 37.8, 10. [17] cap. 38.3. cap. 9.11 e 44.2, 6. _A obediencia dos rechabitas é dada a Judah como exemplo._ [Antes de Christo 607] 35 A palavra que do Senhor veiu a Jeremias, nos dias de Joaquim, filho de Josias, rei de Judah, dizendo: 2 Vae á casa dos rechabitas, e falla com elles, e leva-os á casa do Senhor, [1] a uma das camaras e dá-lhes vinho a beber. 3 Então tomei a Jasanias, filho de Jeremias, filho de Habazinias, e a seus irmãos, e a todos os seus filhos, e a toda a casa dos rechabitas; 4 E os levei á casa do Senhor, á camara dos filhos de Hanan, filho de Jigdalias, homem de Deus, que _está_ junto á camara dos principes, que _está_ sobre a camara de Maaseias, filho de Sallum, [2] guarda do vestibulo: 5 E puz diante dos filhos da casa dos rechabitas taças cheias de vinho, e copos, e disse-lhes: Bebei vinho. 6 Porém elles disseram: Não beberemos vinho; porque Jonadab, filho de Rechab, nosso pae, nos mandou, dizendo: Não bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos perpetuamente; 7 Nem edificareis casa, nem semeareis semente, nem plantareis vinha, nem _a_ possuireis; mas habitareis em tenda todos os vossos dias, [3] para que vivaes muitos dias sobre a face da terra, em que vós andaes peregrinando. 8 Obedecemos pois á voz de Jonadab, filho de Rechab, nosso pae, em tudo quanto nos ordenou; de maneira que não bebemos vinho em todos os nossos dias, nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas, 9 Nem edificamos casas para nossa habitação: nem temos vinha, nem campo, nem semente. 10 E habitamos em tendas, _e_ assim ouvimos e fizemos conforme tudo quanto nos mandou Jonadab, nosso pae. 11 Succedeu, porém, que, subindo Nabucodonozor, rei de Babylonia, a esta terra, dissemos: Vinde, e vamo-nos a Jerusalem, por causa do exercito dos chaldeos, e por causa do exercito dos syros; _e_ assim ficámos em Jerusalem. 12 Então veiu a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo: 13 Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel: Vae, e dize aos homens de Judah e aos moradores de Jerusalem: [4] _Porventura_ nunca acceitareis ensino, para ouvirdes as minhas palavras? diz o Senhor. 14 As palavras de Jonadab, filho de Rechab, que ordenou a seus filhos que não bebessem vinho, foram guardadas; pois não beberam até este dia, [5] antes ouviram o mandamento de seu pae, e eu vos tenho fallado a vós, madrugando e fallando, porém vós não me ouvistes a mim. 15 E [6] vos enviei a todos os meus servos, os prophetas, madrugando, e enviando, _e_ dizendo: Convertei-vos agora, cada um do seu mau caminho, e fazei boas as vossas acções, e não sigaes a outros deuses para servil-os; e assim ficareis na terra que _vos_ dei a vós e a vossos paes; porém não inclinastes o vosso ouvido, nem me obedecestes a mim. 16 Porquanto os filhos de Jonadab, filho de Rechab, guardaram o mandamento de seu pae que lhes ordenou; e este povo não me obedeceu; 17 Por isso assim diz o Senhor, o Deus dos Exercitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre Judah, e sobre todos os moradores de Jerusalem, todo o mal que fallei contra elles; [7] porquanto lhes tenho fallado, e não ouviram; e clamei a elles, e não responderam. 18 E á casa dos rechabitas disse Jeremias: Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel: Porquanto obedecestes ao mandamento de Jonadab, vosso pae, e guardastes todos os seus mandamentos, e fizestes conforme tudo quanto vos ordenou, 19 Portanto assim diz o Senhor dos Exercitos, Deus d’Israel: Nunca faltará varão a Jonadab, filho de Rechab, que assista perante a minha face todos os dias. [1] I Reis 6.5. [2] II Reis 12.9. I Chr. 18.19. [3] Exo. 20.12. Eph. 6.2, 3. [4] cap. 32.23. [5] II Chr. 36.15. cap. 7.13 e 25.3. [6] cap. 7.25 e 25.4. cap. 18.11 e 25.5, 6. [7] Pro. 1.24. Isa. 65.12 e 66.4. cap. 7.13. _O rolo de Jeremias é lido no templo, o rei corta-o e lança-o no fogo._ 36 Succedeu pois no anno quarto de Joaquim, filho de Josias, rei de Judah, _que_ veiu esta palavra do Senhor a Jeremias, dizendo: 2 Toma [1] o rolo d’_um_ livro, e escreve n’elle todas as palavras que te tenho fallado de Israel, e de Judah, [2] e de todas as nações, desde o dia _em que_ eu te fallei a ti, desde os dias de Josias até _ao dia de_ hoje. 3 _Porventura_ ouvirão [3] _os da_ casa de Judah todo o mal que eu lhes intento fazer: para que cada qual se converta do seu mau caminho, e eu perdoe a sua maldade e o seu peccado. 4 Então Jeremias chamou [4] a Baruch, filho de Nerias; e escreveu Baruch da bocca de Jeremias todas as palavras do Senhor, que lhe tinha fallado, no rolo de um livro. 5 E Jeremias deu ordem a Baruch, dizendo: Eu _estou_ encerrado: não posso entrar na casa do Senhor. 6 Entra pois tu, e lê pelo rolo que escreveste da minha bocca as palavras do Senhor aos ouvidos do povo, na casa do Senhor, [5] no dia de jejum; e tambem aos ouvidos de todo o Judah que vem das suas cidades as lerás. 7 _Porventura_ [6] cairá a sua supplica diante do Senhor, e se converterá cada um do seu mau caminho: porque grande _é_ a ira e o furor que o Senhor tem pronunciado contra este povo. 8 E fez Baruch, filho de Nerias, conforme tudo quanto lhe havia ordenado Jeremias, o propheta, lendo n’aquelle livro as palavras do Senhor na casa do Senhor. 9 Porque aconteceu, no anno quinto de Joaquim, filho de Josias, rei de Judah, no mez nono, _que_ apregoaram jejum diante do Senhor a todo o povo em Jerusalem como tambem a todo o povo que vinha das cidades de Judah a Jerusalem. 10 Leu pois Baruch n’aquelle livro as palavras de Jeremias na casa do Senhor, na camara de Gemarias, filho de Saphan, o escriba, no atrio superior, [7] _á_ entrada da porta nova da casa do Senhor, aos ouvidos de todo o povo. 11 E, ouvindo Micheas, filho de Gemarias, filho de Saphan, todas as palavras do Senhor, n’aquelle livro, 12 Desceu á casa do rei, á camara do escriba. E eis que todos os principes estavam ali assentados: _a saber_: Elisama, o escriba, e Delaias, filho de Semaias, e Elnathan, filho de Achbor, e Gemarias, filho de Saphan, e Zedekias, filho de Hananias, como tambem todos os principes. 13 E Micheas annunciou-lhes todas as palavras que ouvira, lendo-_as_ Baruch pelo livro, aos ouvidos do povo. 14 Então enviaram todos os principes Baruch Jehudi, filho de Nethanias, filho de Selemias, filho de Cusahi, _para lhes_ dizer: O rolo por que leste aos ouvidos do povo toma-o na tua mão, e vem. E Baruch, filho de Nerias, tomou o rolo na sua mão, e foi para elles. 15 E disseram-lhe: Assenta-te agora, e lê-o aos nossos ouvidos. E leu Baruch aos ouvidos d’elles. 16 E succedeu que, ouvindo elles todas aquellas palavras, se voltaram uns para os outros, e disseram a Baruch: Sem duvida nenhuma annunciaremos ao rei todas estas palavras. 17 E perguntaram a Baruch, dizendo: Declara-nos agora como escreveste da sua bocca todas estas palavras. 18 E disse-lhes Baruch: Da sua bocca dictava-me todas estas palavras, e eu _as_ escrevia no livro com tinta. 19 Então disseram os principes a Baruch: Vae, esconde-te, tu e Jeremias, e ninguem saiba onde estaes. 20 E foram-se _ter_ com o rei ao atrio; porém depositaram o rolo na camara de Elisama, o escriba, e denunciaram aos ouvidos do rei todas aquellas palavras. 21 Então enviou o rei a Jehudi, a que tomasse o rolo; e tomou-o da camara de Elisama, o escriba, e leu-o Jehudi aos ouvidos do rei e aos ouvidos de todos os principes que estavam em torno do rei: 22 (Estava então o rei assentado _na_ casa [8] de inverno, pelo nono mez; e estava diante d’elle um brazeiro acceso). 23 E succedeu que, tendo Jehudi lido tres ou quatro folhas, cortou-as com um canivete de escrivão, e lançou-as no fogo que _havia_ no brazeiro, até que todo o rolo se consumiu no fogo que _estava_ sobre o brazeiro. 24 E não temeram, [9] nem rasgaram os seus vestidos, o rei e todos os seus servos que ouviram todas estas palavras. 25 Ainda que Elnathan, e Delaias, e Gemarias rogaram ao rei que não queimasse o rolo, porém não lhes deu ouvidos. 26 Antes deu ordem o rei a Jerahmeel, filho de Hamelech, e a Seraias, filho d’Azriel, e a Selemias, filho de Abdeel, que prendessem a Baruch, o escrivão, e a Jeremias, o propheta: mas o Senhor tinha-os escondido. 27 Então veiu a Jeremias a palavra do Senhor, depois que o rei queimara o rolo, e as palavras que Baruch escrevera da bocca de Jeremias, dizendo: 28 Toma ainda outro rolo, e escreve n’elle todas as palavras primeiras que estavam no primeiro volume, o qual queimou Joaquim, rei de Judah. 29 E a Joaquim, rei de Judah, dirás: Assim diz o Senhor: Tu queimaste este rolo, dizendo: Porque escreveste n’elle, dizendo: Certamente virá o rei de Babylonia, e destruirá esta terra e fará cessar n’ella homens e animaes. 30 Portanto assim diz o Senhor, ácerca de Joaquim, rei de Judah: [10] Não terá quem se assente sobre o throno de David, [11] e será lançado o seu cadaver ao calor de dia, e á geada de noite. 31 E visitarei sobre elle, e sobre a sua semente, e sobre os seus servos, a sua iniquidade; e trarei sobre elle e sobre os moradores de Jerusalem, e sobre os homens de Judah, todo aquelle mal que lhes tenho fallado, e não ouviram. 32 Tomou pois Jeremias outro rolo, e o deu a Baruch, filho de Nerias, o escrivão, o qual escreveu n’elle da bocca de Jeremias todas as palavras do livro que Joaquim, rei de Judah, tinha queimado ao fogo; e ainda se accrescentaram a ellas muitas palavras similhantes. [1] Isa. 8.1. Eze. 2.9. Zac. 5.1. cap. 30.2. [2] cap. 25.15, etc. [3] ver. 7. cap. 26.3. Jon. 3.8. [4] cap. 32.12 e 45.1. [5] Lev. 23.27, 32. Act. 27.9. [6] ver. 3. [7] cap. 26.10. [8] Amós 3.15. [9] II Reis 22.11. Isa. 36.22 e 37.1. [10] cap. 22.30. [11] cap. 22.19. _Jeremias na prisão._ [Antes de Christo 599] 37 E reinou [1] o rei Zedekias, filho de Josias, em logar de Conias, filho de Joaquim, a quem Nabucodonozor, rei de Babylonia, constituiu rei na terra de Judah. 2 Porém nem elle, [2] nem os seus servos, nem o povo da terra deram ouvidos ás palavras do Senhor que fallou pelo ministerio de Jeremias, o propheta. 3 Comtudo mandou o rei Zedekias a Juchal, filho de Selemias, [3] e a Sofonias, filho de Maaseias, o sacerdote, a Jeremias, o propheta, dizendo: Roga agora por nós ao Senhor nosso Deus. 4 E entrava e sahia Jeremias entre o povo, porque não o tinham posto na casa do carcere. 5 E o exercito de [4] Pharaó saiu do Egypto: e, ouvindo os chaldeos, que tinham em sitio a Jerusalem, as novas d’isto, retiraram-se de Jerusalem. 6 Então veiu a Jeremias, o propheta, a palavra do Senhor, dizendo: [Antes de Christo 589] 7 Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Assim direis ao rei de Judah, [5] que vos enviou a mim a perguntar-me: Eis que o exercito de Pharaó, que saiu para soccorro vosso, voltar-se-ha para a sua terra no Egypto. 8 E voltarão os chaldeos, [6] e pelejarão contra esta cidade, e a tomarão, e a queimarão a fogo. 9 Assim diz o Senhor: Não enganeis as vossas almas, dizendo: Sem duvida se irão os chaldeos de nós: porque não se irão. 10 Porque ainda [7] que ferisseis a todo o exercito dos chaldeos, que peleja contra vós, e ficassem de resto d’elles homens traspassados, cada um levantar-se-hia na sua tenda, e queimaria a fogo esta cidade. 11 E succedeu que, subindo de Jerusalem o exercito dos chaldeos, por causa do exercito de Pharaó, 12 Saiu Jeremias de Jerusalem, para ir á terra de Benjamin, para esquivar-se de ali entre o meio do povo. 13 Porém, estando elle á porta de Benjamin, achava-se ali um capitão da guarda, cujo nome era Jerias, filho de Selemias, filho de Hananias: o qual prendeu a Jeremias, o propheta, dizendo: Tu foges para os chaldeos. 14 E Jeremias disse: _Isso é_ falso, não fujo para os chaldeos. Porém não lhe deu ouvidos; antes Jerias prendeu a Jeremias, e o levou aos principes. 15 E os principes se iraram muito contra Jeremias, e o feriram; [8] e o pozeram na casa da prisão, na casa de Jonathan, o escrivão; porque tinham feito d’ella a casa do carcere. 16 Entrando _pois_ Jeremias na casa do calaboiço, [9] e nas _suas_ camarinhas, ficou ali Jeremias muitos dias. 17 E enviou o rei Zedekias a tiral-o; e o rei lhe perguntou em sua casa, em segredo, e disse: Ha _porventura alguma_ palavra do Senhor? E disse Jeremias: Ha. E elle disse: Na mão do rei de Babylonia serás entregue. 18 Disse mais Jeremias ao rei Zedekias: Em que tenho peccado contra ti, e contra os teus servos, e contra este povo, para que me pozesseis na casa do carcere? 19 Onde _estão_ agora os vossos prophetas, que vos prophetizavam, dizendo: O rei de Babylonia não virá contra vós nem contra esta terra? 20 Ora pois ouve agora, ó rei, meu senhor: caia agora a minha supplica diante de ti, e não me deixes tornar _á_ casa de Jonathan, o escriba, para que não venha a morrer alli. 21 Então deu ordem o rei Zedekias que pozessem a Jeremias no atrio da guarda; [10] e deram-lhe _um_ bolo de pão cada dia, da rua dos padeiros, [11] até que se acabou todo o pão da cidade: assim ficou Jeremias no atrio da guarda. [1] II Reis 24.17. II Chr. 36.10. cap. 22.24. [2] II Chr. 36.12, 14. [3] cap. 21.1, 2 e 29.25 e 52.24. [4] II Sam. 24.7. Eze. 17.15. ver. 11. cap. 34.21. [5] cap. 21.2. [6] cap. 34.22. [7] cap. 21.4, 5. [8] cap. 38.26. [9] cap. 38.6. [10] cap. 32.2 e 38.13, 28. [11] cap. 38.9 e 52.6. _Jeremias é lançado no calaboiço._ 38 Ouviu pois Sephatias, filho de Mathan, e Gedalias, filho de Pashur, [1] e Juchal, filho de Selemias, e Pashur, filho de Malchias, as palavras que fallava Jeremias a todo o povo, dizendo: 2 Assim diz o Senhor: [2] O que ficar n’esta cidade morrerá á espada, á fome e de pestilencia: mas o que sair aos chaldeos viverá; porque a sua alma lhe será por despojo, e viverá. 3 Assim diz o Senhor: [3] Esta cidade infallivelmente se entregará na mão do exercito do rei de Babylonia, e tomal-a-ha. 4 E disseram os principes ao rei: [4] Morra este homem, visto que elle assim enfraquece as mãos dos homens de guerra que ficaram de resto n’esta cidade, e as mãos de todo o povo, fallando-lhes taes palavras; porque este homem não busca a paz para este povo, senão o mal. 5 E disse o rei Zedekias: Eis que elle _está_ na vossa mão: porque não é o rei que possa coisa alguma contra vós. 6 Então tomaram [5] a Jeremias, e o lançaram no calaboiço de Malchias, filho do rei, que _estava_ no atrio da guarda; e desceram a Jeremias com cordas; porém no calaboiço não havia agua, senão lama; e atolou-se Jeremias na lama. 7 E, ouvindo [6] Ebed-melech, o ethiope, um eunucho que então estava na casa do rei, que pozeram a Jeremias no calaboiço (estava porém o rei assentado á porta de Benjamin), 8 Logo Ebed-melech saiu da casa do rei: e fallou ao rei, dizendo: 9 Ó rei, senhor meu, mal fizeram estes homens em tudo quanto fizeram a Jeremias, o propheta, lançando-o no calaboiço: sendo que morreria no logar onde se achava á fome, pois _já_ não _ha_ mais pão na cidade. 10 Então deu ordem o rei a Ebed-melech, o ethiope, dizendo: Toma comtigo de aqui trinta homens, e tira a Jeremias, o propheta, do calaboiço, antes que morra. 11 E tomou Ebed-melech os homens comsigo, e foi á casa do rei, por debaixo da thesouraria, e tomou d’ali _uns_ trapos velhos e rotos, e trapos velhos apodrecidos, e desceu-os a Jeremias no calaboiço com cordas. 12 E disse Ebed-melech, o ethiope, a Jeremias: Põe agora _estes_ trapos velhos e rotos, _já_ apodrecidos, debaixo dos sobacos de teus braços, por debaixo das cordas. E Jeremias o fez assim. 13 E tiraram [7] a Jeremias com as cordas, e o subiram do calaboiço; [8] e ficou Jeremias no atrio da guarda. 14 Então enviou o rei Zedekias, e fez trazer a si a Jeremias, o propheta, á terceira entrada, que _estava_ na casa do Senhor; e disse o rei a Jeremias: Pergunto-te _uma_ coisa, não me encubras nada. 15 E disse Jeremias a Zedekias: Declarando-t’a eu, _porventura_ não me matarás certamente? e, aconselhando-te eu, não me darás ouvido. 16 Então jurou o rei Zedekias a Jeremias, em segredo, dizendo: Vive o Senhor, que nos fez esta alma, que não te matarei nem te entregarei na mão d’estes homens que procuram a tua morte. 17 Então Jeremias disse a Zedekias: Assim diz o Senhor, Deus dos Exercitos, Deus de Israel: [9] Se voluntariamente saires aos principes do rei de Babylonia, então viverá a tua alma, e esta cidade não se queimará a fogo, e viverás tu e a tua casa. 18 Porém, se não saires aos principes do rei de Babylonia, então será entregue esta cidade na mão dos chaldeos, e queimal-a-hão a fogo, [10] e tu não escaparás da mão d’elles. 19 E disse o rei Zedekias a Jeremias: Receio-me dos judeos, que cairam para os chaldeos; [11] que _porventura_ me entreguem na sua mão, e escarneçam de mim. 20 E disse Jeremias: Não _te_ entregarão: ouve, te peço, a voz do Senhor, conforme a qual eu te fallo; e bem te irá, e viverá a tua alma. 21 Porém, se tu não quizeres sair, esta é a palavra que me mostrou o Senhor. 22 Eis que todas as mulheres que ficaram de resto na casa do rei de Judah serão levadas fóra para os principes do rei de Babylonia, e ellas mesmas dirão: Teus pacificos te incitaram e prevaleceram contra ti, atolaram-se os teus pés na lama, voltaram para traz. 23 Assim que a todas as tuas mulheres e a teus filhos [12] levarão para fóra aos chaldeos, e nem tu escaparás da sua mão, antes pela mão do rei de Babylonia serás preso, e esta cidade queimará a fogo. 24 Então disse Zedekias a Jeremias: Ninguem saiba estas palavras, e não morrerás. 25 E quando os principes, ouvindo que fallei comtigo, vierem a ti, e te disserem: Declara-nos agora o que disseste ao rei, não nol-o encubras, e não te mataremos: e que te fallou o rei? 26 Então lhes dirás: [13] Lancei eu a minha supplica diante do rei, que não me fizesse tornar á casa de Jonathan, para morrer ali. 27 Vindo pois todos os principes a Jeremias, e perguntando-lhe, declarou-lhes conforme todas as palavras que o rei lhe havia ordenado: e o deixaram, porque não se ouviu o negocio. 28 E ficou Jeremias [14] no atrio da guarda, até ao dia em que foi tomada Jerusalem, e _ainda ali_ estava quando foi tomada Jerusalem. [1] cap. 37.3. cap. 21.1. [2] cap. 21.9. [3] cap. 21.10 e 32.3. [4] cap. 26.11. [5] cap. 37.21. [6] cap. 39.16. [7] ver. 6. [8] cap. 37.21. [9] II Reis 24.12. cap. 39.3. [10] ver. 23. cap. 32.4 e 34.3. [11] I Sam. 31.4. [12] cap. 39.6 e 41.10. ver. 18. [13] cap. 37.15, 21. [14] cap. 37.20 e 39.14. _Nabucodonozor toma Jerusalem e livra Jeremias._ [Antes de Christo 588] 39 No anno [1] nono de Zedekias, rei de Judah, no mez decimo, veiu Nabucodonozor, rei de Babylonia, todo o seu exercito, contra Jerusalem, e a cercaram. 2 No anno undecimo de Zedekias, no quarto mez, aos nove do mez, se fez a brecha na cidade. 3 E entraram _n’ella_ todos [2] os principes do rei de Babylonia, e pararam na porta do meio, a saber: Nergal-sarezer, Samgar-nebo, Sarsecim, Rab-saris, Nergal-sarezer, Rab-mag, e todo o resto dos principes do rei de Babylonia. 4 E succedeu que, vendo-os Zedekias, rei de Judah, [3] e todos os homens de guerra, fugiram, e sairam de noite da cidade, pelo caminho do jardim do rei, pela porta d’entre os dois muros; e saiu pelo caminho da campina. 5 Porém o exercito dos chaldeos os perseguiu; [4] e alcançaram a Zedekias nas campinas de Jericó, e o prenderam, e o fizeram subir a Nabucodonozor, rei de Babylonia, a Ribla, [5] na terra de Hamath, e o sentenciou. 6 E o rei de Babylonia matou os filhos de Zedekias em Ribla, diante dos meus olhos: tambem matou o rei de Babylonia a todos os nobres de Judah. 7 E cegou [6] os olhos de Zedekias, e o atou com duas cadeias de bronze, para leval-o a Babylonia. 8 E os chaldeos queimaram [7] a fogo a casa do rei e as casas do povo, e derribaram os muros de Jerusalem. 9 E o resto do povo, [8] que ficou na cidade, e os rebeldes que tinham caido para elle, e o resto do povo que ficou, levou Nebuzaradan, capitão da guarda, _a_ Babylonia. 10 Porém dos pobres de entre o povo que não tinha nada, deixou Nebuzaradan, capitão da guarda, _alguns_ na terra de Judah; e deu-lhes vinhas e campos n’aquelle dia. 11 Mas Nabucodonozor, rei de Babylonia, havia dado ordem ácerca de Jeremias, na mão de Nebuzaradan, capitão dos da guarda, dizendo: 12 Toma-o, e põe sobre elle os teus olhos, e não lhe faças nenhum mal; antes, como elle te disser, assim usarás com elle. 13 Enviou pois Nebuzaradan, capitão dos da guarda, e Nebus-hasban, Rab-saris, Nergal-sarezer, Rab-mag, e todos os principes do rei de Babylonia: 14 Enviaram [9] pois, e tomaram a Jeremias do atrio da guarda, e o entregaram a Gedalias, filho de Ahicam, filho de Saphan, para que o levasse á casa; e ficou entre o povo. 15 Tambem a Jeremias veiu a palavra do Senhor, estando elle _ainda_ encerrado no atrio da guarda, dizendo: 16 Vae, [10] e falla a Ebed-melech, o ethiope, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exercitos, Deus de Israel: [11] Eis que eu trarei as minhas palavras sobre esta cidade para mal e não para bem: e serão _cumpridas_ diante de ti n’aquelle dia. 17 Porém te farei escapar n’aquelle dia, diz o Senhor, e não serás entregue na mão dos homens perante cuja face tu temes. 18 Porque certamente te livrarei, e não cairás á espada: mas a tua alma terás por despojo, [12] porquanto confiaste em mim, diz o Senhor. [1] II Reis 25.1-4. cap. 52.4. [2] cap. 38.17. [3] II Reis 25.4, etc. cap. 52.7, etc. [4] cap. 32.4 e 38.18, 23. [5] II Reis 23.33. [6] Eze. 12.13. [7] II Reis 25.9. cap. 38.18 e 52.13. [8] II Reis 35.11, etc. cap. 52.15, etc. [9] cap. 38.28. cap. 40.5. cap. 26.24. [10] cap. 38.7, 12. [11] Dan. 9.12. [12] cap. 21.9 e 45.5. I Chr. 5.20. _Jeremias fica em Mizpah com Gedalias._ 40 A palavra que veiu a Jeremias _da parte_ do Senhor, [1] depois que Nebuzaradan, capitão dos da guarda, o deixara ir de Rama, quando o tomou, estando elle atado com cadeias no meio de todos os do captiveiro de Jerusalem e de Judah, que foram levados captivos para Babylonia; 2 Porque o capitão da guarda tomou a Jeremias, e lhe disse: [2] O Senhor teu Deus fallou este mal contra este logar: 3 E o Senhor o trouxe, e fez como havia dito: [3] porque peccastes contra o Senhor, e não obedecestes á sua voz; pelo que vos succedeu esta coisa. 4 Agora pois, eis que te soltei hoje das cadeias que _estavam_ sobre as tuas mãos; [4] se _fôr_ bem aos teus olhos vir comigo para Babylonia, vem, e porei sobre ti os meus olhos; porém, se _fôr_ mal aos teus olhos vir comigo para Babylonia, deixa de vir. Olha, [5] toda a terra _está_ diante de ti; para onde _quer que fôr_ bom e recto aos teus olhos que vás, para ali vae. 5 Mas, porquanto elle ainda não tinha voltado, _disse-lhe_: Volta a Gedalias, filho de Ahicam, filho de Saphan, [6] a quem o rei de Babylonia poz sobre as cidades de Judah, e habita com elle no meio do povo; ou para qualquer parte aonde _quer que fôr_ recto aos teus olhos que vás, para ali vae. E deu-lhe o capitão da guarda sustento para o caminho, e um presente, e o deixou ir. 6 Assim [7] veiu Jeremias a Gedalias, filho de Ahicam, a Mizpah; e habitou com elle no meio do povo que havia ficado na terra. 7 Ouvindo pois [8] todos os principes dos exercitos, que _estavam_ no campo, elles e os seus homens, que o rei de Babylonia tinha posto sobre a terra a Gedalias, filho de Ahicam, e que lhe havia encarregado a elle os homens, e as mulheres, e os meninos, [9] e os mais pobres da terra, os quaes não foram levados captivos a Babylonia, 8 Vieram a Gedalias, a Mizpah: a saber: [10] Ishmael, filho de Nethanias, e Johanan e Jonathan, filhos de Careah, e Seraias, filho de Tanhumeth, e os filhos de Ephai, o netophatita, e Jezanias, filho d’_um_ maachatita, elles e os seus homens. 9 E jurou Gedalias, filho de Ahicam, filho de Saphan, a elles e aos seus homens, dizendo: Não temaes servir aos chaldeos: ficae na terra, e servi o rei de Babylonia, e bem vos irá. 10 Eu, porém, eis que habito em Mizpah, para estar ás ordens dos chaldeos que vierem a nós; e vós recolhei o vinho, e as fructas de verão, e o azeite, e mettei-os nos vossos vasos, e habitae nas vossas cidades, que _já_ tomastes. 11 Como tambem todos os judeos que _estavam_ em Moab, e entre os filhos de Ammon, e em Edom, e os que _havia_ em todas aquellas terras, ouviram que o rei de Babylonia havia deixado um resto em Judah, e que havia posto sobre elles a Gedalias, filho de Ahicam, filho de Saphan. 12 E tornaram todos os judeos de todos os logares, para onde foram lançados, e vieram á terra de Judah, a Gedalias, a Mizpah; e recolheram vinho e fructas do verão mui abundantes. 13 Johanan, filho de Careah, e todos os principes dos exercitos, que _estavam_ no campo, vieram a Gedalias, a Mizpah. 14 E disseram-lhe: _Porventura_ bem sabes [11] que Baalis, rei dos filhos de Ammon, enviou a Ishmael, filho de Nethanias, para te tirar a vida. Porém não lhes deu credito Gedalias, filho de Ahicam. 15 Todavia Johanan, filho de Careah, fallou a Gedalias em segredo, em Mizpah, dizendo: Irei agora, e ferirei a Ishmael, filho de Nethanias, sem que ninguem o saiba: por que _razão_ te tiraria elle a vida, e todo o Judah que se tem congregado a ti seria disperso, e pereceria o resto de Judah? 16 Porém disse Gedalias, filho de Ahicam, a Johanan, filho de Careah: Não faças tal coisa; porque fallas falso contra Ishmael. [1] cap. 39.14. [2] cap. 50.7. [3] Dan. 29.24, 25. [4] cap. 39.12. [5] Gen. 20.15. [6] II Reis 25.22, etc. [7] cap. 39.14. Jui. 20.1. [8] II Reis 25.23, etc. [9] cap. 39.10. [10] cap. 41.1. [11] cap. 41.10. _O assassinato de Gedalias._ 41 Succedeu, porém, no mez setimo, [1] _que_ veiu Ishmael, filho de Nethanias, filho d’Elisama, de sangue real, e os capitães do rei, a saber, dez homens com elle, a Gedalias, filho d’Ahicam, a Mizpah; e comeram ali pão juntamente em Mizpah. 2 E levantou-se Ishmael, filho de Nethanias, com os dez homens que estavam com elle, [2] e feriram a Gedalias, filho de Ahicam, filho de Saphan, á espada; e matou aquelle que o rei de Babylonia havia posto sobre a terra. 3 Tambem feriu Ishmael a todos os judeos que _havia_ com elle, com Gedalias, em Mizpah, como tambem aos chaldeos, homens de guerra, que se acharam ali. 4 Succedeu pois no dia seguinte, depois que matára a Gedalias, e sem ninguem _o_ saber, 5 Que vieram homens de Sichem, de Silo, e de Samaria; oitenta homens, [3] com a barba rapada, e os vestidos rasgados, e sarjando-se; e traziam nas suas mãos offertas de manjares e incenso, para levarem á casa do Senhor. 6 E, saindo-lhes ao encontro Ishmael, filho de Nethanias, desde Mizpah, ia chorando; e succedeu que, encontrando-os, lhes disse: Vinde a Gedalias, filho de Ahicam. 7 Succedeu, porém, que, entrando elles até ao meio da cidade, matou-os Ishmael, filho de Nethanias, _e os lançou_ no meio de um poço, elle e os homens que _estavam_ com elle. 8 Mas acharam-se entre elles dez homens que disseram a Ishmael: Não nos mates a nós; porque temos no campo thesouros escondidos, trigo e cevada, e azeite e mel. E os deixou, e não os matou entre seus irmãos. 9 E o poço em que Ishmael lançou todos os cadaveres dos homens que feriu por causa de Gedalias _é_ o mesmo que fez [4] o rei Asa, por causa de Baasa, rei de Israel: a este encheu de mortos Ishmael, filho de Nethanias. 10 E Ishmael [5] levou captivo a todo o resto do povo que _estava_ em Mizpah; as filhas do rei, e todo o povo que restou em Mizpah, que Nebuzaradan, capitão da guarda, havia encarregado a Gedalias, filho de Ahicam; e levou-os captivos Ishmael, filho de Nethanias, [6] e foi-se para passar aos filhos de Ammon. 11 Ouvindo pois Johanan, filho de Careah, [7] e todos os principes dos exercitos que _havia_ com elle, todo o mal que havia feito Ishmael, filho de Nethanias, 12 Tomaram todos os _seus_ homens, e foram pelejar contra Ishmael, filho de Nethanias: [8] e acharam-n’o ao pé das muitas aguas que ha em Gibeon. 13 E aconteceu que, vendo todo o povo, que _estava_ com Ishmael, a Johanan filho de Careah, e a todos os principes dos exercitos, que _vinham_ com elle, se alegrou. 14 E todo o povo que Ishmael levara captivo de Mizpah virou as costas, e voltou, e foi para Johanan, filho de Careah. 15 Porém Ishmael, filho de Nethanias, escapou com oito homens de diante de Johanan, e se foi para os filhos de Ammon. 16 Então tomou Johanan, filho de Careah, e todos os principes dos exercitos que _havia_ com elle, a todo o resto do povo que elle havia recobrado de Ishmael, filho de Nethanias, desde Mizpah, depois de haver ferido a Gedalias, filho de Ahicam, aos homens valentes de guerra, e ás mulheres, e aos meninos, e aos eunuchos que havia recobrado de Gibeon, 17 E foram, e moraram na habitação de Geruth-chimham, que _está_ perto de Beth-lehem, para se irem e entrarem no Egypto, 18 Por causa dos chaldeos; porque os temiam, por haver ferido Ishmael, filho de Nethanias, a Gedalias, filho de Ahicam, [9] a quem o rei de Babylonia tinha posto sobre a terra. [1] II Reis 25.25. cap. 40.6, 8. [2] II Reis 25.25. [3] Lev. 19.27, 28. Deu. 14.1. Isa. 15.2. [4] II Reis 15.22. II Chr. 16.6. [5] cap. 43.6. cap. 40.7. [6] cap. 40.14. [7] cap. 40.7, 8, 13. [8] II Sam. 2.13. [9] cap. 40.5. _Jeremias exhorta o povo a não ir á terra do Egypto._ 42 Então chegaram todos os principes dos exercitos, [1] e Johanan, filho de Careah, e Jezanias, filho de Hosaias, e todo o povo, desde o menor até ao maior, 2 E disseram a Jeremias, o propheta: Caia agora a nossa supplica diante de ti, [2] e roga por nós ao Senhor teu Deus, por todo este resto; porque de muitos restamos _uns_ poucos, como nos vêem os teus olhos; 3 Para que o Senhor teu Deus nos ensine [3] o caminho por onde havemos de andar e aquillo que havemos de fazer. 4 E disse-lhes Jeremias, o propheta: Tenho ouvido: Eis que orarei ao Senhor vosso Deus conforme as vossas palavras; e _será que_ toda a palavra que o Senhor vos responder eu vol-a declararei; não vos encobrirei palavra _alguma_. 5 Então elles disseram a Jeremias: [4] Seja o Senhor entre nós testemunha da verdade e fidelidade, se não fizermos conforme toda a palavra em que te enviar a nós o Senhor teu Deus. 6 Ora _seja em_ bem, ou _seja em_ mal, á voz do Senhor nosso Deus, a quem te enviamos, obedeceremos, [5] para que nos succeda bem, obedecendo á voz do Senhor nosso Deus. 7 E succedeu que ao fim de dez dias veiu a palavra do Senhor a Jeremias. 8 Então chamou a Johanan, filho de Careah, e a todos os principes dos exercitos, que _havia_ com elle, e a todo o povo, desde o menor até ao maior, 9 E disse-lhes: Assim diz o Senhor, Deus de Israel, a quem me enviastes, para lançar a vossa supplica diante d’elle: 10 Se de boamente ficardes n’esta terra, [6] então vos edificarei, e não _vos_ derribarei; e vos plantarei, e não _vos_ arrancarei; [7] porque estou arrependido do mal que vos tenho feito. 11 Não temaes o rei de Babylonia, a quem vós temeis; não o temaes, diz o Senhor, [8] porque eu _sou_ comvosco, para vos salvar e para vos fazer livrar da sua mão. 12 E vos farei misericordia, para que elle tenha misericordia de vós, e vos faça voltar á vossa terra. 13 Porém [9] se vós disserdes: Não ficaremos n’esta terra, não obedecendo á voz do Senhor vosso Deus, 14 Dizendo: Não, antes iremos á terra do Egypto, onde não veremos guerra, nem ouviremos estrondo de trombeta, nem teremos fome de pão, e ali ficaremos. 15 Portanto ouvi agora pois a palavra do Senhor, ó resto de Judah: assim diz o Senhor dos Exercitos, Deus de Israel: [10] Se vós absolutamente pozerdes os vossos rostos [11] para entrardes no Egypto, e entrardes para lá peregrinar, 16 Será que a espada _que_ vós temeis ali [12] vos alcançará na terra do Egypto, e a fome de que vós receaes ali se vos pegará _no_ Egypto, e ali morrereis. 17 Assim serão todos os homens que pozeram os seus rostos para entrarem no Egypto, para lá peregrinarem: [13] morrerão á espada, á fome, e da peste; e d’elles não _haverá_ quem reste e escape do mal que eu farei vir sobre elles. 18 Porque assim diz o Senhor dos Exercitos, Deus de Israel: [14] Como se derramou a minha ira e a minha indignação sobre os habitantes de Jerusalem, [15] assim se derramará a minha indignação sobre vós, entrando no Egypto; e servireis de maldição, e de espanto, e de execração, e de opprobrio, e não vereis mais este logar. 19 Fallou o Senhor ácerca de vós, ó resto de Judah! [16] não entreis no Egypto; por certo sabei que testifiquei contra vós hoje. 20 Porque enganastes as vossas almas, pois vós me enviastes ao Senhor vosso Deus, dizendo: [17] Ora por nós ao Senhor nosso Deus; e conforme tudo o que disser o Senhor Deus nosso, declara-nol-o assim, e o faremos. 21 E vol-o tenho declarado hoje; porém não déstes ouvidos á voz do Senhor vosso Deus, nem a coisa alguma de aquillo que me enviou a vós. 22 Agora pois sabei por certo que á espada, á fome e da peste [18] morrereis no _mesmo_ logar onde desejastes entrar, para lá peregrinardes. [1] cap. 40.8, 13 e 41.11. [2] I Sam. 7.8 e 12.19. Isa. 37.4. [3] Esd. 8.21. [4] Gen. 31.50. [5] Deu. 6.3. cap. 7.23. [6] cap. 24.6 e 31.28. [7] Deu. 32.36. cap. 18.8. [8] Isa. 43.5. Rom. 8.31. [9] cap. 44.16. [10] cap. 44.12, 13, 14. [11] Luc. 9.51. [12] Eze. 11.8. [13] ver. 22. cap. 24.10 e 44.14, 28. [14] cap. 7.20. [15] cap. 18.16 e 24.9 e 26.6 e 29.18, 22 e 44.12. [16] Deu. 17.16. [17] ver. 2. [18] ver. 17. Eze. 6.11. _Jeremias é levado ao Egypto pelo povo._ [Antes de Christo 587] 43 E succedeu que, acabando Jeremias de fallar a todo o povo todas as palavras do Senhor Deus d’elles, com as quaes o Senhor Deus d’elles lh’o havia enviado, _para que lhes dissesse_ todas estas palavras, 2 Então disse [1] Azarias, filho de Hosaias, e Johanan, filho de Careah, e todos os homens soberbos, dizendo a Jeremias: Tu dizes mentiras; o Senhor nosso Deus não te enviou a dizer: Não entreis no Egypto, para lá peregrinar: 3 Antes Baruch, filho de Nerias, te incita contra nós, para entregar-nos na mão dos chaldeos, para nos matarem, ou para nos transportarem _para_ Babylonia. 4 Não obedeceu pois Johanan, filho de Careah, [2] nem nenhum de todos os principes dos exercitos, nem todo o povo, _á_ voz do Senhor, para ficarem na terra de Judah. 5 Antes tomou Johanan, filho de Careah, e todos os principes dos exercitos a todo o resto de Judah, que havia voltado d’entre todas as nações, para onde haviam sido lançados, para peregrinarem na terra de Judah; 6 Os homens, e as mulheres, e os meninos, e as filhas do rei, e a toda [3] a alma que deixara Nebuzaradan, capitão dos da guarda, com Gedalias, filho de Ahicam, filho de Saphan; como tambem a Jeremias, o propheta, e a Baruch, filho de Nerias: 7 E entraram na terra do Egypto, porque não obedeceram á voz do Senhor; [4] e vieram até Tahpanhes. _Prophecia da conquista do Egypto por Nabucodonozor._ 8 Então veiu a palavra do Senhor a Jeremias, em Tahpanhes, dizendo: 9 Toma na tua mão pedras grandes, e esconde-as entre o barro no forno que _está_ á porta da casa de Pharaó em Tahpanhes, perante os olhos de homens judeos. 10 E dize-lhes: Assim diz o Senhor dos exercitos, Deus de Israel: Eis que eu enviarei, e tomarei a Nabucodonozor, rei de Babylonia, [5] meu servo, e porei o seu throno sobre estas pedras que escondi; e estenderá a sua tenda real sobre ellas. 11 E virá, [6] e ferirá a terra do Egypto: quem para a morte, [7] para a morte; e quem para o captiveiro, para o captiveiro; e quem para a espada, para a espada. 12 E porei fogo ás casas dos deuses do Egypto, e queimal-os-ha, e leval-os-ha captivos; e vestir-se-ha da terra do Egypto, como se veste o pastor do seu vestido, e sairá d’ali em paz. 13 E quebrará as estatuas de Beth-semes, que _está_ na terra do Egypto; e as casas dos deuses do Egypto queimará a fogo. [1] cap. 42.1. [2] cap. 40.11, 12. [3] cap. 41.10. cap. 39.10 e 40.7. [4] cap. 2.16 e 44.1. Isa. 30.4. [5] cap. 25.9 e 27.6. Eze. 29.18, 20. [6] cap. 44.13 e 46.13. [7] cap. 15.12. Zac. 11.9. _Ameaças contra os judeos que fugiram para o Egypto._ 44 A palavra que veiu a Jeremias, ácerca de todos os judeos, habitantes da terra do Egypto, [1] que habitavam em Migdol, e em Tahpanhes, e em Noph, e na terra de Pathros, dizendo: 2 Assim diz o Senhor dos exercitos, Deus de Israel: Vós vistes todo o mal que fiz vir sobre Jerusalem, e sobre todas as cidades de Judah: [2] e eis que _já_ ellas _são_ hoje _um_ deserto, e ninguem habita n’ellas; 3 Por causa da sua maldade que fizeram, para me irarem, [3] indo a queimar incenso para servir a deuses alheios, que nunca conheceram, _nem_ elles, _nem_ vós, nem vossos paes. 4 E eu vos enviei [4] todos os meus servos, os prophetas, madrugando e enviando a dizer: Ora não façaes esta coisa abominavel que aborreço. 5 Porém não deram ouvidos, nem inclinaram a sua orelha, para se converterem da sua maldade, para não queimarem incenso a deuses alheios. 6 Derramou-se pois [5] a minha indignação e a minha ira, e accendeu-se nas cidades de Judah, e nas ruas de Jerusalem, e tornaram-se em deserto _e_ em assolação, como hoje _se vê_. 7 Agora, pois, assim diz o Senhor, Deus dos Exercitos, Deus de Israel: [6] Porque fazeis vós _tão_ grande mal contra as vossas almas, para vos desarreigardes a vós, ao homem e á mulher, á creança e ao que mama, do meio de Judah, para não vos deixardes resto _algum_; 8 Irando-me [7] com as obras de vossas mãos, queimando incenso a deuses alheios na terra do Egypto, aonde vós entrastes para lá peregrinardes: para que vos desarreigueis a vós mesmos, e para que sirvaes de maldição, de opprobrio [8] entre todas as nações da terra? 9 _Porventura já_ vos esquecestes das maldades de vossos paes, e das maldades dos reis de Judah, e das maldades de suas mulheres, e de vossas maldades, e das maldades de vossas mulheres, que fizeram na terra de Judah, e nas ruas de Jerusalem? 10 Não estão contritos até ao dia de hoje: nem temeram, [9] nem andaram na minha lei, nem nos meus estatutos, que puz diante de vós e diante de vossos paes. 11 Portanto assim diz o Senhor dos Exercitos, Deus de Israel: [10] Eis que eu ponho o meu rosto contra vós para mal, e para desarreigar a todo o Judah. 12 E tomarei o resto de Judah, que poz o seu rosto para entrar na terra do Egypto, [11] para lá peregrinar e será todo consumido na terra do Egypto; cairá á espada, _e_ de fome morrerá; consumir-se-hão, desde o menor até ao maior; á espada e á fome morrerão: e servirão de execração, [12] e de espanto, e de maldição, e de opprobrio. 13 Porque visitarei [13] sobre os que habitam na terra do Egypto, como visitei sobre Jerusalem, á espada, á fome e com peste. 14 De maneira que não _haverá_ quem escape, e fique, de resto, de Judah, que entrou na terra do Egypto, para lá peregrinar: para tornar á terra de Judah, á qual elles levantam a sua alma, para tornarem, para habitarem lá; [14] porém não tornarão senão os que escaparem. 15 Então responderam a Jeremias todos os homens que sabiam que suas mulheres queimavam incenso a deuses alheios, e todas as mulheres que estavam em pé _em_ grande multidão, como tambem todo o povo que habitava na terra do Egypto, em Pathros, dizendo: 16 Quanto á palavra que fallaste a nós em nome do Senhor, [15] não te obedeceremos a ti; 17 Antes certamente [16] faremos toda a palavra que saiu da nossa bocca, [17] queimando incenso á rainha dos céus, e offerecendo-lhe libações, como nós e nossos paes, nossos reis e nossos principes, o temos feito, nas cidades de Judah, e nas ruas de Jerusalem; e tivemos então fartura de pão, e andavamos alegres, e não vimos mal algum. 18 Mas desde que cessámos de queimar incenso á rainha dos céus, e de lhe offerecer libações, tivemos falta de tudo, e fomos consumidos pela espada e pela fome. 19 E quando [18] nós queimavamos incenso á rainha dos céus, e lhe offereciamos libações, faziamos-lhe bolos lavrados, para assim a retratar, e lhe offereciamos libações sem nossos maridos. 20 Então disse Jeremias a todo o povo, aos homens e ás mulheres, e a todo o povo que lhe havia dado esta resposta, dizendo: 21 _Porventura_ não se lembrou o Senhor, e não lhe subiu ao coração o incenso que queimastes nas cidades de Judah e nas ruas de Jerusalem, vós e vossos paes, vossos reis e vossos principes, como tambem o povo da terra? 22 De maneira que o Senhor não mais o podia soffrer, por causa da maldade das vossas acções, por causa das abominações que fizestes; [19] pelo que se tornou a vossa terra em deserto, e em espanto, e em maldição, que ninguem habite _n’ella_, como hoje _se vê_. 23 Porque queimastes incenso, e porque peccastes contra o Senhor, e não obedecestes á voz do Senhor, e na sua lei, e nos seus testemunhos não andastes, [20] por isso vos succedeu este mal, como _se vê_ n’este dia. 24 Disse mais Jeremias a todo o povo e a todas as mulheres: Ouvi a palavra do Senhor, [21] todo o Judah que _estaes_ na terra do Egypto. 25 Assim diz o Senhor dos Exercitos, Deus de Israel, dizendo: [22] Vós e vossas mulheres não sómente fallastes por vossa bocca, senão tambem _o_ cumpristes por vossas mãos, dizendo: Certamente faremos os nossos votos que votámos de queimar incenso á rainha dos céus e de lhe offerecer libações: perfeitamente confirmastes os vossos votos, e perfeitamente fizestes os vossos votos. 26 Portanto ouvi a palavra do Senhor, todo o Judah, que habitaes na terra do Egypto: [23] Eis que eu juro pelo meu grande nome, diz o Senhor, [24] que nunca mais será nomeado o meu nome pela bocca de nenhum homem de Judah em toda a terra do Egypto, que diz: Vive o Senhor JEHOVAH! 27 Eis que [25] velarei sobre elles para mal, e não para bem; [26] e serão consumidos todos os homens de Judah, que _estão_ na terra do Egypto, á espada e á fome, até que se acabem de todo. 28 E os [27] que escaparem da espada tornarão da terra do Egypto á terra de Judah, poucos em numero; [28] e saberá todo o resto de Judah, que entrou na terra do Egypto, para peregrinar ali, _qual_ palavra subsistirá, a minha ou a sua. 29 E isto vos _servirá_ de signal, diz o Senhor, que eu vos visitarei n’este _mesmo_ logar; para que saibaes que certamente subsistirão as minhas palavras contra vós para mal. 30 Assim diz o Senhor: [29] Eis que eu darei Pharaó Hophra, rei do Egypto, na mão de seus inimigos, e na mão dos que procuram a sua morte; [30] como dei Zedekias, rei de Judah, na mão de Nabucodonozor, rei de Babylonia, seu inimigo, e que procurava a sua morte. [1] Exo. 14.2. cap. 46.14. cap. 43.7. Isa. 19.13. [2] cap. 9.11 e 34.22. [3] cap. 19.4. Deu. 13.6 e 32.17. [4] II Chr. 36.15. cap. 7.25 e 25.4 e 26.5 e 29.19. [5] cap. 42.18. [6] cap. 7.19. [7] cap. 25.6, 7. [8] ver. 12. cap. 42.18. [9] Pro. 28.14. [10] Lev. 17.10 e 20.5, 6. cap. 21.10. Amós 9.4. [11] cap. 42.15, 16, 17, 22. [12] cap. 42.18. [13] cap. 43.11. [14] ver. 28. [15] cap. 6.16. [16] ver. 25. Num. 30.12. Deu. 23.23. Jui. 11.36. [17] cap. 7.18. [18] cap. 7.18. [19] cap. 25.11, 18, 38. ver. 6. [20] Dan. 9.11, 12. [21] ver. 15. cap. 43.7. [22] ver. 15, etc. [23] Gen. 22.16. [24] Eze. 20.39. [25] cap. 1.10 e 31.28. [26] ver. 12. [27] ver. 14. Isa. 27.13. [28] ver. 17, 25, 26. [29] cap. 46.25, 26. Eze. 29.3, etc. e 30.21, etc. [30] cap. 39.5. _A palavra de Jeremias a Baruch._ [Antes de Christo 607] 45 A palavra [1] que fallou Jeremias, o propheta, a Baruch, filho de Nerias, escrevendo elle aquellas palavras n’um livro da bocca de Jeremias, no anno quarto de Joaquim, filho de Josias, rei de Judah, dizendo: 2 Assim diz o Senhor, Deus d’Israel, ácerca de ti, ó Baruch: 3 Disseste: Ai de mim agora! porque me accrescentou o Senhor tristeza sobre minha dôr: _já_ estou cançado do meu gemido, e não acho descanço. 4 _Pelo que_ assim lhe dirás: Assim diz o Senhor: Eis que [2] o que edifiquei eu derribo, e o que plantei eu arranco, e isso em toda esta terra. 5 E tu te buscarias grandezas? não _as_ busques; porque eis que trago [3] mal sobre toda a carne, diz o Senhor; porém te darei a ti a tua alma por despojo, em todos [4] os logares para onde fores. [1] cap. 36.1, 4, 32. [2] Isa. 5.5. [3] cap. 25.26. [4] cap. 38.2 e 39.18. _Prophecia contra varias nações. A invasão e conquista do Egypto._ 46 A palavra do Senhor, que veiu a Jeremias o propheta, contra as nações; 2 Ácerca do Egypto, [1] contra o exercito de Pharaó Necho, rei do Egypto, que estava junto ao rio Euphrates em Carchemis; ao qual feriu Nabucodonozor, rei de Babylonia, no anno quarto de Joaquim, filho de Josias, rei de Judah. 3 Preparae o escudo e o pavez, e chegae-vos para a peleja. 4 Sellae os cavallos, e montae, cavalleiros, e apresentae-vos com elmos: alimpae as lanças, vesti-vos de couraças. 5 Por que razão vejo os medrosos voltando as costas? e os seus heroes são abatidos, e vão fugindo, sem olharem para traz: terror [2] _ha_ ao redor, diz o Senhor. 6 Não fuja o ligeiro, e não escape o heroe: para a banda do norte, junto á borda do rio Euphrates [3] tropeçaram e cairam. 7 Quem _é_ este _que_ vem [4] subindo como a corrente, cujas aguas se movem como os rios? 8 O Egypto vem subindo como a corrente, e as _suas_ aguas se movem como os rios; e disse: Subirei, cobrirei a terra, destruirei a cidade, e os que habitam n’ella. 9 Trepae, ó cavallos, e estrondeae, ó carros, e saiam os valentes: _como tambem_ os ethiopes, e os puteos, que tomam o escudo, e os lydios, que tomam [5] _e_ entezam o arco. 10 Porém este dia [6] _é_ do Senhor JEHOVAH dos Exercitos, dia de vingança para se vingar dos seus adversarios, e devorará a espada, [7] e fartar-se-ha, e embriagar-se-ha com o sangue [8] d’elles, porque o Senhor JEHOVAH dos Exercitos tem _um_ sacrificio na terra do norte, junto ao rio de Euphrates. 11 Sobe [9] a Gilead, e toma balsamo, ó virgem filha do Egypto: debalde multiplicas remedios, _pois já_ não _ha_ cura para ti. 12 As nações ouviram a tua vergonha, e a terra _está_ cheia do teu clamor; porque o valente chorou com o valente _e_ cairam ambos juntamente. 13 A palavra que fallou o Senhor a Jeremias, o propheta, ácerca da vinda de Nabucodonozor, rei de Babylonia, para ferir [10] a terra do Egypto. 14 Annunciae no Egypto, e fazei ouvir isto em Migdol; fazei tambem ouvil-o em Noph, e em Tahpanhes, dizei: Apresenta-te, [11] e prepara-te; porque _já_ devorou a espada o que _está_ ao redor de ti. 15 Porque foram derribados os teus valentes? não se poderam ter em pé, porque o Senhor os empuxou. 16 Multiplicou os que tropeçavam: tambem cairam [12] uns sobre os outros, e disseram: Levanta-te, e voltemos ao nosso povo, e á terra do nosso nascimento, por causa da espada que opprime. 17 Clamaram ali: Pharaó rei do Egypto _é_ um estrondo; deixou passar o tempo assignalado. 18 Vivo eu, diz o rei, [13] cujo nome _é_ o Senhor dos Exercitos, que _assim_ como _está_ Tabor entre os montes, e como o Carmelo sobre o mar, _certamente assim_ virá. 19 Prepara-te apparelhos para a ida em captiveiro, ó moradora, [14] filha do Egypto: porque Noph _será_ tornada em desolação, e será abrazada, até que ninguem mais ahi more. 20 Bezerra [15] mui formosa _é_ o Egypto: _já_ vem a destruição, _ella_ vem do norte. 21 Até os seus mercenarios no meio d’ella _são_ como bezerros cevados; porém tambem elles viraram as costas, fugiram juntos; não estiveram firmes; porque _já_ veiu sobre elles o dia da sua ruina _e_ o tempo da sua visitação. 22 A sua voz [16] irá como _a_ da serpente; porque irão com poder _do exercito_, e virão a ella com machados como cortadores de lenha. 23 Cortaram [17] o seu bosque, diz o Senhor, ainda que não podem contar-se; porque se multiplicaram mais do que os gafanhotos, não se podem numerar. 24 A filha do Egypto está envergonhada: [18] foi entregue na mão do povo do norte. 25 Diz o Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel: Eis que eu visitarei a multidão de No, [19] e a Pharaó, e ao Egypto, e aos seus deuses, e aos seus reis, e até _ao mesmo_ Pharaó, e aos que confiam n’elle. 26 E os entregarei [20] na mão dos que procuram a sua morte, na mão de Nabucodonozor, rei de Babylonia, e na mão dos seus servos; porém depois será habitada, [21] como _nos_ dias antigos, diz o Senhor. 27 Não temas [22] pois tu, servo meu Jacob, nem te espantes, ó Israel; porque eis que te livrarei _de terras_ de longe, como tambem a tua semente da terra do seu captiveiro; e Jacob voltará, e descançará, e socegará, e não haverá quem _o_ atemorize. 28 Tu não temas, servo meu, Jacob, diz o Senhor, porque estou comtigo; porque farei consummação de todas as nações entre as quaes te lancei; porém de ti não farei consummação, [23] mas castigar-te-hei com medida, e não te darei de todo por innocente. [1] II Reis 23.29. II Chr. 35.20. [2] cap. 6.25 e 49.29. [3] Dan. 11.19. [4] Isa. 8.7, 8. cap. 47.2. [5] Isa. 66.19. [6] Isa. 13.6. Joel 1.15 e 2.1. [7] Deu. 32.42. Isa. 34.6. [8] Isa. 34.6. Sof. 1.7. Eze. 39.17. [9] cap. 8.22 e 51.8. Isa. 47.1. [10] Isa. 19.1. cap. 43.10, 11. Eze. 29 e 30 e 32. [11] ver. 3. ver. 10. [12] Lev. 26.37. [13] Isa. 47.4 e 48.2. cap. 48.15. [14] cap. 48.18. [15] Ose. 10.11. cap. 1.14 e 47.2. ver. 6, 10. [16] Isa. 29.4. [17] Isa. 10.34. Jui. 6.5. [18] cap. 1.15. [19] Eze. 30.14, 15, 16. Nah. 3.8. cap. 43.12, 13. Eze. 30.13. [20] cap. 44.30. Eze. 32.11. [21] Eze. 29.11, 13, 14. [22] Isa. 41.13, 14 e 43.5 e 44.2. cap. 30.10, 11. [23] cap. 10.24 e 30.11. _Prophecia contra os philisteos._ [Antes de Christo 600] 47 A palavra do Senhor, que veiu a Jeremias, [1] o propheta, contra os philisteos, antes que Pharaó ferisse a Gaza. 2 Assim diz o Senhor: [2] Eis que se levantam as aguas do norte, e tornar-se-hão em torrente transbordante, e alagarão a terra e sua plenitude, a cidade, e os que moram n’ella; e os homens clamarão, e todos os moradores da terra uivarão; 3 Por causa do som [3] do estrepito das unhas dos seus fortes _cavallos_, por causa do arroido de seus carros _e_ do estrondo das suas rodas: os paes não attenderam aos filhos, por causa da fraqueza das mãos; 4 Por causa do dia que vem, para destruir a todos os philisteos, [4] para cortar a Tyro e a Sidon todo o resto que _os_ soccorra; porque o Senhor destruirá os philisteos, [5] o resto da ilha de Caphtor. 5 A rapadura [6] veiu sobre Gaza, foi desarreigada Ascalon, _com_ o resto do seu valle: até quando te sarjarás? 6 Ah espada [7] do Senhor! até quando deixarás de repousar? volta para a tua bainha, descança, e aquieta-te. 7 _Mas_ como te aquietarias? pois o Senhor deu-lhe mandado contra Ascalon, e contra as bordas do mar: _e_ ali lh’o tem prescripto. [1] cap. 25.20. Eze. 25.15, 16. Sof. 2.4, 5. Amós 1.6, 7, 8. [2] Isa. 8.7. cap. 46.7, 8. cap. 1.14 e 46.20. [3] cap. 8.16. Nah. 3.2. [4] cap. 25.22. [5] Eze. 25.16. [6] Amós 1.7. Miq. 1.16. Sof. 2.4, 7. Zac. 9.5. [7] Deu. 32.41. Eze. 21.3, 4, 5. _Prophecia contra Moab._ 48 Contra Moab [1] assim diz o Senhor dos Exercitos, Deus de Israel: Ai de Nebo, porque foi destruida: envergonhada está Kiriathaim, [2] _já_ é tomada: Misgab está envergonhada e espantada. 2 _Já_ não _ha_ [3] mais gloriação de Moab ácerca de Hesbon; pensaram mal contra ella, _dizendo_: Vinde, e desarreiguemol-a, para que não _seja mais_ povo; tambem tu, ó Madmen, serás desarreigada; a espada te irá seguindo. 3 Voz de [4] grito de Horonaim: ruina e grande destruição. 4 _Já_ está destruida Moab: seus filhinhos fizeram-se ouvir _com_ gritos. 5 Porque [5] na subida de Luhith subirá choro sobre choro; porque na descida de Horonaim os adversarios _de Moab_ ouviram um lastimoso clamor. 6 Fugi, [6] salvae a vossa vida, e sereis como a tamargueira no deserto. 7 Porque, por causa da tua confiança nas tuas obras, e nos teus thesouros, tambem tu serás tomada; [7] e Camos sairá para o captiveiro, os seus sacerdotes e os seus principes juntos. 8 Porque virá o destruidor [8] sobre cada uma das cidades, e nenhuma escapará, e perecerá o valle, e destruir-se-ha a campina; porque o Senhor o disse. 9 Dae azas a Moab; porque voando sairá, e as suas cidades se tornarão em assolação, e ninguem morará n’ellas. 10 Maldito [9] aquelle que fizer a obra do Senhor fraudulosamente: e maldito aquelle que veda a sua espada do sangue. 11 Moab esteve descançado desde a sua mocidade, [10] e repousou nas suas fezes, e não foi trafegado de vaso em vaso, nem foi para o captiveiro; por isso permaneceu o seu sabor n’elle, e o seu cheiro não mudou. 12 Portanto, eis que dias veem, diz o Senhor, em que lhe enviarei andantes, que o farão andar a grandes passos; e despejarão os seus vasos, e romperão os seus odres. 13 E Moab terá vergonha [11] de Camos, como se envergonhou a casa de Israel de Beth-el, sua confiança. 14 Como direis, _pois_: Valentes _somos_ e homens fortes para a guerra? 15 _Já está_ destruido Moab, [12] e subiu das suas cidades, e os seus mancebos escolhidos desceram á matança, diz o rei, [13] cujo nome _é_ o Senhor dos Exercitos. 16 Já _é_ chegada a vinda da perdição de Moab; e apressura-se muito o seu mal. 17 Condoei-vos d’elle todos os que estaes em redor d’elle, e todos os que sabeis o seu nome: dizei: [14] Como se quebrou a vara forte, o cajado formoso? 18 Desce da _tua_ gloria, e assenta-te em secco, ó moradora, [15] filha de Dibon; porque _já_ o destruidor de Moab subiu contra ti, e _já_ desfez as tuas fortalezas. 19 Põe-te no caminho, [16] e espia, ó moradora de Aroer: pergunta ao que vae fugindo; e á que escapou dize: Que succedeu? 20 Moab está envergonhado, porque foi quebrantado; [17] uivae e gritae: annunciae em Arnon que _já_ Moab está destruido. 21 Tambem o juizo veiu [18] sobre a terra da campina: sobre Holon, e sobre Jaza, e sobre Mephaat, 22 E sobre Dibon, e sobre Nebo, e sobre Beth-diblataim, 23 E sobre Kiriathaim, e sobre Beth-gamul, e sobre Beth-meon, 24 E sobre Kerioth, [19] e sobre Bozra; e até sobre todas as cidades da terra de Moab, as de longe e as de perto. 25 _Já_ é cortado o corno de Moab, e é quebrantado o seu braço, [20] diz o Senhor. 26 Embriagae-o, [21] porque contra o Senhor se engrandeceu; e Moab se revolverá no seu vomito, e elle tambem _será_ por escarneo. 27 Porque [22] não te foi tambem Israel _por_ escarneo? _porventura_ foi achado entre ladrões, porque desde que fallas d’elle te ris? 28 Deixae as cidades, e habitae no rochedo, ó moradores de Moab; e sêde como a pomba que se aninha nas extremidades da bocca da caverna. 29 _Já_ ouvimos a [23] soberba de Moab, _que é_ soberbissimo, _como tambem_ a sua arrogancia, e a sua soberba, e sua altivez e a altura do seu coração. 30 Eu conheço, diz o Senhor, a sua indignação, porém assim não _será_: as suas mentiras não _o_ farão assim. 31 Por isso uivarei [24] por Moab, e gritarei por todo o Moab: pelos homens de Kir-heres gemerão. 32 Com o choro de Jaezar chorar-te-hei, [25] ó vide de Sibma; _já_ os teus ramos passaram o mar, _e_ chegaram até ao mar de Jaezer; _porém_ o destruidor caiu sobre os fructos do teu verão, e sobre a tua vindima. 33 Tirou-se pois o folguedo e a alegria [26] do campo fertil e da terra de Moab; porque fiz cessar o vinho dos lagares: _já_ não pisarão _uvas_ com jubilo: o jubilo não _será_ jubilo. 34 Por causa [27] do grito de Hesbon até Eleale _e_ até Jahaz, deram a sua voz desde Zoar, até Horonaim, como bezerra de tres annos; porque até as aguas do Nimrim se tornarão em assolações. 35 E farei cessar em Moab, diz o Senhor, [28] quem sacrifique _no_ alto, e queime incenso aos seus deuses. 36 Por isso resoará [29] o meu coração por Moab como frautas; tambem resoará o meu coração pelos homens de Kir-heres como frautas; [30] porquanto a abundancia _que_ ajuntou se perdeu. 37 Porque toda [31] a cabeça _será_ calva, e toda a barba _será_ diminuida; sobre todas as mãos ha sarjaduras, [32] e sobre os lombos saccos. 38 Sobre todos os telhados de Moab e nas suas ruas _haverá_ um pranto geral; porque quebrantei a Moab, [33] como a um vaso que não agrada, diz o Senhor. 39 Como foi quebrantado? uivam: como virou Moab as costas _e_ se envergonhou? assim será Moab objecto de escarneo e de espanto a todos os que _estão_ em redor d’elle. 40 Porque assim diz o Senhor: [34] Eis que voará como a aguia, e estenderá as suas azas sobre Moab. 41 _Já_ são [35] tomadas as cidades, e occupadas as fortalezas: [36] e _será_ o coração dos valentes de Moab n’aquelle dia como o coração da mulher que _está_ com dôres _de parto_. 42 E Moab [37] será destruido, para que não _seja_ povo; porque se engrandeceu contra o Senhor. 43 Temor, [38] e cova, e laço, _veem_ sobre ti, ó morador de Moab, diz o Senhor. 44 O que fugir do temor cairá na cova, e o que subir da cova ficará preso no laço; [39] porque trarei sobre elle, sobre Moab, o anno da sua visitação, diz o Senhor. 45 Os que fugiam da força [40] pararam á sombra de Hesbon; porém fogo saiu de Hesbon, e a labareda do meio de Sihon, [41] e devorou o canto de Moab e a mioleira dos filhos de arroido. 46 Ai [42] de ti, Moab; _já_ pereceu o povo de Camos; porque teus filhos foram levados em captiveiro, como tambem tuas filhas em captividade. 47 Porém farei [43] voltar os captivos de Moab no ultimo dos dias, diz o Senhor. Até aqui o juizo de Moab. [1] Isa. 15.16. cap. 25.21 e 27.3. Eze. 2.5, 9. Amós 2.1, 2. Num. 32.38 e 33.47. Isa. 14.2. [2] Num. 32.37. [3] Isa. 16.14. Isa. 15.4. [4] ver. 5. [5] Isa. 15.5. [6] cap. 51.6. cap. 17.6. [7] Num. 21.29. Jui. 11.24. Isa. 46.1, 2. cap. 43.12 e 49.3. [8] cap. 6.26. ver. 18. [9] Jui. 5.23. [10] Sof. 1.12. [11] Jui. 11.2, 4. I Reis 11.7 e 12.29. [12] ver. 8, 9, 18. [13] cap. 46.18 e 51.57. [14] Isa. 9.4 e 14.4, 5. [15] Isa. 47.1. cap. 46.19. Num. 21.30. Isa. 15.2. [16] Deu. 2.36. [17] Isa. 16.7. Num. 21.13. [18] ver. 8. [19] ver. 41. Amós 2.2. [20] Eze. 30.21. [21] cap. 25.15, 27. [22] Sof. 2.8. cap. 2.26. [23] Isa. 16.6, etc. [24] Isa. 15.5 e 16.7, 11. [25] Isa. 16.8, 9. [26] Isa. 16.10. Joel 1.12. [27] Isa. 15.4, 5, 6. ver. 5. [28] Isa. 15.2 e 16.12. [29] Isa. 15.5. [30] Isa. 15.7. [31] Isa. 15.2. cap. 47.5. [32] Gen. 37.34. [33] cap. 22.28. [34] Deu. 28.49. cap. 49.22. Dan. 7.4. Ose. 8.1. Hab. 1.8. [35] ver. 24. [36] Isa. 13.8. cap. 30.6 e 49.22, 24 e 50.43. Miq. 4.9. [37] Isa. 7.8. [38] Isa. 24.17, 18. [39] cap. 11.23. [40] Num. 21.28. [41] Num. 24.17. [42] Num. 21.29. [43] cap. 49.6, 39. _Prophecia contra os ammonitas._ 49 Contra os filhos [1] de Ammon. Assim diz o Senhor: Acaso não tem filhos Israel, nem tem herdeiro? [2] porque pois herdou [ZU] Malcam a Gad e o seu povo habitou nas suas cidades? 2 Portanto, eis que veem dias, diz o Senhor, [3] em que farei ouvir em Rabba dos filhos de Ammon o alarido de guerra, e tornar-se-ha n’um montão de assolação, e [ZV] os logares da sua jurisdicção serão queimados a fogo; e Israel herdará aos que o herdaram, diz o Senhor. 3 Uiva, ó Hesbon, porque _já_ é destruida Ai; clamae, ó filhas de Rabba, [4] cingi-vos de saccos, lamentae, e rodeae pelos vallados; porque [ZW] Malcam irá em captiveiro, os seus sacerdotes [5] e os seus principes juntamente. 4 Porque te glorias dos valles, _já_ se escorreu o teu valle, ó filha rebelde que confias nos teus thesouros, [6] _dizendo_: Quem virá contra mim? 5 Eis que eu trarei temor sobre ti, diz o Senhor JEHOVAH dos Exercitos, de todos os que _estão_ ao redor de ti; e sereis lançados fóra cada _um_ diante de si, e ninguem recolherá o desgarrado. 6 Mas depois [7] d’isto farei voltar os captivos dos filhos de Ammon, diz o Senhor. _Prophecia contra os edomitas._ 7 Contra [8] Edom. Assim diz o Senhor dos Exercitos: Acaso _já_ não _ha_ mais sabedoria em Teman? _já_ pereceu o conselho dos entendidos? corrompeu-se a sua sabedoria? 8 Fugi, [9] virae-vos, buscae profundezas para habitar, [10] ó moradores de Dedan, porque eu trouxe sobre elle a ruina de Esaú, no tempo _em que_ o visitei. 9 Se vindimadores viessem a ti, [11] não deixariam rabiscos? se ladrões de noite _viessem_, _não_ te damnificariam quanto lhes é sufficiente? 10 Mas eu [12] despi a Esaú, descobri os seus esconderijos, e não se poderá esconder: é destruida a sua semente, como tambem seus irmãos e seus visinhos, [13] e _já_ elle não _é_. 11 Deixa os teus orphãos: eu _os_ guardarei em vida; e as tuas viuvas confiar-se-hão em mim. 12 Porque assim diz o Senhor: Eis que os que não estavam condemnados a beberem o copo totalmente o beberão; e tu mesmo totalmente serias absolto? não serás absolto, mas totalmente o beberás. 13 Porque [14] por mim mesmo jurei, diz o Senhor, que Bozra servirá de espanto, de opprobrio, de assolação, e de execração; e todas as suas cidades se tornarão em assolações perpetuas. 14 Ouvi [15] um rumor _vindo_ do Senhor, que um embaixador é enviado ás nações, _para lhes dizer_: Ajuntae-vos, e vinde contra ella, e levantae-vos para a guerra. 15 Porque eis que te fiz pequeno entre as nações, desprezado entre os homens. 16 A tua terribilidade te enganou, _e_ a arrogancia do teu coração, tu que habitas nas cavernas das rochas, [16] que occupas as alturas dos outeiros; ainda que alces o teu ninho como a aguia, de lá te derribarei, diz o Senhor. 17 Assim servirá Edom de espanto: [17] todo aquelle que passar por ella se espantará, e assobiará por causa de todas as suas pragas. 18 _Será_ [18] como a destruição de Sodoma e Gomorrah, e dos seus visinhos, diz o Senhor: não habitará ninguem ali, nem morará n’ella filho de homem. 19 Eis que [19] _elle_ como leão subirá da enchente do Jordão contra a morada do forte; porque n’um momento o farei correr d’ali; e quem _é_ o escolhido _que_ porei sobre ella? [20] porque quem _é_ similhante a mim? e quem me emprazaria? e quem _é_ o pastor que subsistiria perante mim? 20 Portanto [21] ouvi o conselho do Senhor, que decretou contra Edom, e os seus designios que intentou entre os moradores de Teman: certamente os mais pequenos do rebanho os arrastarão: certamente assolará as suas moradas sobre elles. 21 A terra estremeceu do [22] estrondo da sua queda: tocante ao grito, até ao Mar Vermelho se ouviu o sonido. 22 Eis que [23] _elle_ como aguia subirá, e voará, e estenderá as suas azas sobre Bozra: e _será_ o coração dos valentes de Edom n’aquelle dia como o coração da mulher que _está_ com dôres _de parto_. _Prophecia contra Damasco._ 23 Contra Damasco. [24] Envergonhou-se Hamath e Arpad, porquanto ouviram más novas, [25] se desmaiaram: no mar _ha_ angustia, não se pode socegar. 24 Enfraquecida está Damasco; virou as costas para fugir, e tremor a tomou: [26] angustia e dôres a tomaram como da que está de parto. 25 Como não _é_ deixada [27] a afamada cidade? a cidade de meu folguedo? 26 Portanto [28] cairão os seus mancebos nas suas ruas; e todos os homens de guerra serão consumidos n’aquelle dia, diz o Senhor dos Exercitos. 27 E accenderei [29] fogo ao muro de Damasco, e consumirá os palacios de Benhadad. _Prophecia contra a Arabia._ 28 Contra Kedar, e contra os reinos de Hazor, que Nabucodonozor, rei de Babylonia, feriu. Assim diz o Senhor: Levantae-vos, subi contra Kedar, [30] e destrui os filhos do oriente. 29 Tomarão as suas tendas, e os seus gados, as suas cortinas e todos os seus vasos, e os seus camelos levarão para si; e lhes clamarão: [31] _Ha_ medo de todos os lados. 30 Fugi, [32] desviae-vos para mui longe, buscae profundezas para habitar, ó moradores de Azor, diz o Senhor: porque Nabucodonozor, rei de Babylonia, tomou conselho contra vós, e intentou _um_ designio contra vós. 31 Levantae-vos, [33] subi contra uma nação em repouso, que habita confiadamente, diz o Senhor, que não tem portas, nem ferrolho; [34] habitam sós. 32 E os seus camelos serão para preza, e a multidão dos seus gados para despojo: [35] e os espalharei a todo o vento, áquelles que moram nos ultimos cantos _da terra_, e de todos os seus lados lhes trarei a sua ruina, diz o Senhor. 33 E Hazor [36] se tornará em morada de dragões, _em_ assolação para sempre: ninguem habitará ali, nem morará n’ella filho de homem. _Prophecia contra os elamitas._ 34 A palavra do Senhor, que veiu a Jeremias, o propheta, [37] contra Elam, no principio do reinado de Zedekias, rei de Judah, dizendo: 35 Assim diz o Senhor dos Exercitos: [38] Eis que eu quebrarei o arco de Elam, o principal do seu poder. 36 E trarei sobre Elam os quatro ventos dos quatro cantos dos céus, [39] e os espalharei por todos estes ventos; e não _haverá_ nação aonde não venham os fugitivos de Elam. 37 E atemorizarei a Elam diante de seus inimigos e diante dos que procuram a sua morte; e farei vir sobre elles o mal, o furor da minha ira, diz o Senhor; [40] e enviarei após elles a espada; até que venha a consumil-os. 38 E [41] porei o meu throno em Elam: e destruirei d’ali o rei e os principes, diz o Senhor. 39 Será, porém, [42] no ultimo dos dias que farei voltar os captivos de Elam, diz o Senhor. [1] Eze. 21.28 e 25.2. Amós 1.13. Sof. 2.8, 9. [2] Amós 1.13. [3] Eze. 25.5. Amós 1.14. [4] Isa. 32.11. cap. 4.8 e 5.26. [5] cap. 48.7. [6] cap. 21.13. [7] ver. 39. cap. 48.47. [8] Eze. 25.12. Oba. 8. [9] ver. 30. [10] cap. 25.23. [11] Oba. 5. [12] Mal. 1.3. [13] Isa. 17.15. [14] Gen. 22.16. Isa. 45.23. Amós 6.8. [15] Oba. 1, 2, 3. [16] Oba. 4. Job 39.37. Amós 9.2. [17] cap. 18.16 e 50.13. [18] Gen. 19.25. Deu. 29.23. cap. 50.40. Amós 4.11. [19] cap. 50.44, etc. cap. 12.5. [20] Exo. 15.11. [21] cap. 50.4. [22] cap. 50.46. [23] cap. 4.13 e 48.40, 41. [24] Isa. 17.1 e 37.13. Amós 1.3. Zac. 9.1, 2. [25] Isa. 57.20. [26] Isa. 13.8. cap. 4.31 e 6.24 e 30.6 e 48.41. ver. 22. [27] cap. 33.9. [28] cap. 50.30 e 51.4. [29] Amós 1.4. [30] Jui. 6.3. Job 1.3. [31] cap. 46.5. [32] ver. 8. [33] Eze. 38.11. [34] Num. 23.9. Deu. 33.28. Miq. 7.14. [35] ver. 36. Eze. 5.10. cap. 9.26 e 25.23. [36] cap. 9.11 e 10.22. Mal. 1.3. [37] cap. 25.25. [38] Isa. 26.6. [39] ver. 32. [40] cap. 9.16 e 48.2. [41] cap. 43.10. [42] cap. 48.47. ver. 6. _Prophecia contra Babylonia._ [Antes de Christo 595] 50 A palavra que fallou o Senhor [1] contra Babylonia, contra a terra dos chaldeos, por mão de Jeremias, o propheta. 2 Annunciae entre as nações; e fazei ouvir, e levantae bandeira, fazei ouvir, não encubraes; dizei: [2] _Já_ tomada é Babylonia, confundido está Bel, atropellado está Merodach, confundidos estão os seus idolos, e atropellados estão os seus deuses de esterco. 3 Porque subiu contra ella uma nação do norte, [3] que fará da sua terra uma solidão, e não haverá quem habite n’ella: desde os homens até aos animaes fugiram, e se foram. 4 N’aquelles dias, e n’aquelle tempo, diz o Senhor, os filhos de Israel virão, [4] elles e os filhos de Judah juntamente; andando e chorando virão, e buscarão ao Senhor seu Deus. 5 Pelo caminho de Sião perguntarão, para ali _endereçarão_ os seus rostos: virão, e se ajuntarão ao Senhor, [5] n’um concerto eterno _que_ nunca _será_ esquecido. 6 Ovelhas perdidas [6] foram o meu povo, os seus pastores as fizeram errar, _pelos_ montes as desviaram; [7] de monte em outeiro andavam, esqueceram-se do logar do seu repouso. 7 Todos os que os achavam os devoraram; [8] e os seus adversarios diziam: Culpa nenhuma teremos; porque peccaram contra o Senhor _na_ morada da justiça, _contra_ o Senhor, a Esperança de seus paes. 8 Fugi [9] do meio de Babylonia, e sahi da terra dos chaldeos; e sêde como os carneiros diante do rebanho. 9 Porque [10] eis que eu suscitarei e farei subir contra Babylonia uma congregação de grandes nações da terra do norte, e se prepararão contra ella, [11] _e_ d’ali _será_ tomada: as suas frechas _serão_ como _de_ valente heroe, não tornará sem effeito. 10 E Chaldea servirá de preza: todos os que a saqueiam serão fartos, diz o Senhor. 11 Porquanto [12] vos alegrastes, porquanto saltastes de prazer, ó saqueadores da minha herança, [13] porquanto vos inchastes como bezerra gorda, e rinchastes como _cavallos_ vigorosos, 12 Será mui confundida vossa mãe, ficará envergonhada a que vos pariu: eis que ella será a ultima das nações, um deserto, uma terra secca e uma solidão. 13 Por causa do furor do Senhor não será habitada, [14] antes se tornará em total assolação: qualquer que passar por Babylonia se espantará, e assobiará sobre todas as suas pragas. 14 Preparae-vos [15] contra Babylonia em redor, todos os que armaes arcos: atirae-lhe, não poupeis as frechas, porque peccou contra o Senhor. 15 Gritae contra ella em redor, [16] _porque já_ deu a sua mão, _já_ cairam seus fundamentos, _já_ são derribados os seus muros; porque esta _é_ a vingança do Senhor: tomae vingança d’ella; como ella fez, fazei-lhe _a ella_. 16 Arrancae de Babylonia o que semeia, e o que leva a foice no tempo da sega: [17] por causa da espada afflictiva virar-se-ha cada um para o seu povo, e fugirá cada um para a sua terra. 17 Cordeiro [18] desgarrado _é_ Israel: os leões o afugentaram: o primeiro _que_ o comeu foi o rei da Assyria; e este, o ultimo, Nabucodonozor, rei de Babylonia, lhe quebrou os ossos. 18 Portanto, assim diz o Senhor dos Exercitos, Deus de Israel: Eis que visitarei o rei de Babylonia, e a sua terra, como visitei o rei da Assyria. 19 E [19] farei tornar Israel para a sua morada, e pastará _no_ Carmelo e _em_ Basan; e fartar-se-ha a sua alma no monte de Ephraim e em Gilead. 20 N’aquelles dias, e n’aquelle tempo, diz o Senhor, [20] buscar-se-ha a maldade de Israel, porém não _se achará_; como tambem os peccados de Judah, porém não se acharão; porque perdoarei aos que eu deixar de resto. 21 Contra a terra de Merathaim. [21] Sobe contra ella, e contra os moradores de Pecod: assola e de todo destroe após elles, diz o Senhor, e faze conforme tudo o que te mandei. 22 Estrondo [22] de guerra _ha_ na terra, e grande quebra. 23 Como [23] foi cortado e quebrantado o martello de toda a terra! como se tornou Babylonia em espanto entre as nações! 24 Laços te armei, e tambem foste presa, ó Babylonia, e tu não _o_ soubeste; foste achada, e tambem apanhada; porque contra o Senhor te entremetteste. 25 O Senhor abriu o seu thesouro, [24] e tirou os instrumentos da sua indignação; porque esta obra _é_ do Senhor JEHOVAH dos Exercitos, na terra dos chaldeos. 26 Vinde contra ella dos confins _da terra_, abri os seus celleiros, trilhae-a como a pavêas, e destrui-a de todo: nada lhe fique de resto. 27 Matae á espada a todos os seus novilhos, [25] desçam ao degoladouro: ai d’elles! porque veiu o seu dia, [26] o tempo da sua visitação. 28 Voz _ha_ dos que fugiram e escaparam da terra de Babylonia, [27] para annunciar em Sião a vingança do Senhor nosso Deus, a vingança do seu templo. 29 Convocae contra Babylonia os frecheiros, a todos os que armam arcos: [28] acampae-vos contra ella em redor, ninguem escape d’ella: pagae-lhe conforme a sua obra, [29] conforme tudo o que fez, fazei-lhe; porque se houve arrogantemente contra o Senhor, contra o Sancto de Israel. 30 Portanto, [30] cairão os seus mancebos nas suas ruas; e todos os seus homens de guerra serão desarreigados n’aquelle dia, diz o Senhor. 31 Eis que eu _sou_ contra ti, ó soberbo, diz o Senhor Deus dos Exercitos; [31] porque _já_ veiu o teu dia, o tempo em que te hei de visitar. 32 Então tropeçará o soberbo, e cairá, e ninguem _haverá_ que o levante; [32] e porei fogo ás suas cidades, que consumirá todos os seus contornos. 33 Assim diz o Senhor dos Exercitos: Os filhos de Israel e os filhos de Judah _foram_ opprimidos juntamente; e todos os que os tomaram captivos os retiveram, não os quizeram soltar. 34 _Porém_ [33] o seu Redemptor é forte, o Senhor dos Exercitos _é_ o seu nome; certamente pleiteará o pleito d’elles, para dar descanço á terra, e inquietar os moradores de Babylonia. 35 A espada _virá_ sobre os chaldeos, diz o Senhor, [34] como tambem sobre os moradores de Babylonia, e sobre os seus principes, e sobre os seus sabios. 36 A espada [35] _virá_ sobre os mentirosos, e ficarão insensatos: a espada _virá_ sobre os seus valentes, e desmaiarão. 37 A espada _virá_ sobre os seus cavallos, e sobre os seus carros, [36] e sobre toda a mistura _de povos_, que _está_ no meio d’ella; e tornar-se-hão em mulheres: a espada _virá_ sobre os seus thesouros, e serão saqueados. 38 _Cairá_ [37] a secca sobre as suas aguas, e seccarão; porque é terra de esculpturas, e pelos horriveis _idolos_ andam enfurecidos. 39 Por isso [38] habitarão _n’ella_ as féras do deserto, com os animaes bravos das ilhas: [39] tambem habitarão n’ella as abestruzinhas; e nunca mais será povoada para sempre, nem será habitada de geração em geração. 40 Como [40] Deus transtornou a Sodoma e a Gomorrah, e aos seus visinhos, diz o Senhor, _assim_ ninguem habitará ali, nem morará n’ella filho do homem. 41 Eis que [41] um povo vem do norte, e uma grande nação; e reis poderosos se levantarão dos lados da terra. 42 Arco e lança tomarão; [42] elles _são_ crueis, e não _serão_ compassivos; a sua voz bramará como o mar, e sobre cavallos cavalgarão, como _um_ homem apercebido para a batalha, contra ti, ó filha de Babylonia. 43 O rei de Babylonia ouviu a sua fama, e desfalleceram as suas mãos: [43] tomou-o a angustia _e_ dôr, como da que _está_ de parto. 44 Eis que [44] _elle_ como leão subirá da enchente do Jordão, contra a morada do forte, porque n’um momento o farei correr d’ali; e quem _é_ o escolhido, _a este_ porei contra ella: porque quem _é_ similhante a mim? e quem me citaria a mim? [45] e quem _é_ aquelle pastor que subsistiria perante mim? 45 Portanto ouvi [46] o conselho do Senhor, que decretou contra Babylonia, e os seus designios que intentou contra a terra dos chaldeos: Certamente os mais pequenos do rebanho os arrastarão; certamente assolará a morada sobre elles. 46 Do estrondo da tomada de Babylonia estremeceu a terra; e o grito se ouviu entre as nações. [1] Isa. 13.1 e 21.1 e 47.1. [2] Isa. 46.1. cap. 51.44. cap. 43.12, 13. [3] Isa. 13.17, 18, 20. ver. 39, 40. [4] Ose. 1.11. cap. 31.9. Zac. 12.10. Ose. 3.5. [5] cap. 31.31, etc. e 32.40. [6] ver. 17. Isa. 53.6. I Ped. 2.25. [7] cap. 2.20 e 3.6, 23. [8] cap. 20.2, 3. cap. 2.3. [9] Isa. 48.20. cap. 51.6, 45. Zac. 2.6, 7. Apo. 18.4. [10] cap. 15.14 e 51.27. ver. 3, 41. [11] ver. 14, 29. [12] Isa. 47.6. [13] Ose. 10.11. [14] cap. 49.17. [15] ver. 9. cap. 51.2. ver. 29. [16] II Chr. 30.8. ver. 29. [17] Isa. 13.14. cap. 51.9. [18] ver. 6. cap. 2.15. [19] cap. 33.12. Eze. 34.13, 14. [20] cap. 31.34. [21] II Reis 18.25. Isa. 10.6. [22] cap. 51.54. [23] cap. 51.20. [24] Isa. 13.5. [25] cap. 46.21. [26] cap. 48.44. ver. 31. [27] cap. 51.10, 11. [28] ver. 14. [29] ver. 15. cap. 51.56. Apo. 18.6. [30] cap. 49.26 e 51.4. [31] ver. 27. [32] cap. 21.14. [33] Apo. 18.8. Isa. 47.4. [34] Dan. 5.30. [35] Isa. 44.25. [36] cap. 25.20, 24. Eze. 30.5. cap. 51.30. Nah. 3.13. [37] Isa. 44.27. cap. 51.32, 36. Apo. 16.12. ver. 2. [38] Isa. 13.21, 22. cap. 51.37. [39] Isa. 13.20. [40] Gen. 19.25. Isa. 13.19. cap. 49.18 e 51.26. [41] ver. 9. cap. 6.22. [42] cap. 6.23. Isa. 13.18. Isa. 5.30. [43] cap. 49.24. [44] cap. 49.19, etc. [45] cap. 49.19. [46] Isa. 14.24, etc. cap. 51.11. 51 Assim diz o Senhor: Eis que levantarei um vento destruidor contra Babylonia, [1] e contra os que habitam no coração dos que se levantam contra mim. 2 E enviarei padejadores contra Babylonia, que a padejarão, [2] e despejarão a sua terra; porque virão contra ella de redor no dia da calamidade. 3 O frecheiro arme [3] o seu arco contra o que arma o _seu arco_, e contra o que presume da sua couraça; e não perdoeis a seus mancebos; [4] destrui a todo o seu exercito. 4 E os mortos caiam na terra dos chaldeos, [5] e os atravessados pelas ruas. 5 Porque Israel e Judah não foram deixados viuvas do seu Deus, do Senhor dos Exercitos, ainda que a sua terra esteja cheia de culpas perante o Sancto de Israel. 6 Fugi [6] do meio de Babylonia, e livrae cada um a sua alma, e não vos destruaes a vós na sua maldade: [7] porque este é o tempo da vingança do Senhor, que lhe paga retribuição. 7 _Era_ Babylonia um copo de oiro na mão do Senhor, [8] que embriagava a toda a terra: [9] do seu vinho beberam as nações; por isso as nações enlouqueceram. 8 N’um momento caiu [10] Babylonia, e ficou arruinada: uivae sobre ella, tomae balsamo para a sua dôr, porventura sarará. 9 Sarámos a Babylonia, porém ella não sarou; [11] deixae-a, e vamo-nos cada um para a sua terra: porque o seu juizo chegou até ao céu, e se elevou até ás mais altas nuvens. 10 O Senhor tirou a nossa justiça á luz: [12] vinde e contemos em Sião a obra do Senhor, nosso Deus. 11 [ZX] Alimpae as frechas, [13] preparae perfeitamente os escudos: o Senhor despertou o espirito dos reis da Media; porque o seu intento contra Babylonia _é_ para a destruir; [14] porque esta _é_ a vingança do Senhor, a vingança do seu templo. 12 Arvorae bandeira sobre os muros de Babylonia, reforçae a guarda, collocae guardas, preparae as ciladas; porque como o Senhor intentou, assim fez o que tinha fallado ácerca dos moradores de Babylonia. 13 Tu [15] que habitas sobre muitas aguas, rica de thesouros, veiu o teu fim, a medida da tua avareza. 14 Jurou o [16] Senhor dos Exercitos por si mesmo, dizendo: Ainda que te enchi _de_ homens, como _de_ pulgão, comtudo cantarão com jubilo sobre ti. 15 Aquelle [17] que fez a terra com o seu poder, e ordenou o mundo com a sua sabedoria, e estendeu os céus com o seu entendimento. 16 Dando elle a sua voz, grande estrondo de aguas _ha_ nos céus, e faz subir os vapores desde o fim da terra: faz os relampagos com a chuva, e tira o vento dos seus thesouros. 17 Embruteceu-se [18] todo o homem, e não tem sciencia; envergonhou-se todo o ourives de imagem de esculptura; [19] porque a sua imagem de fundição mentira _é_, e não _ha_ espirito n’ellas. 18 Vaidade [20] _são_, obra de enganos: no tempo da sua visitação perecerão. 19 Não _é_ similhante a estes [21] a porção de Jacob; porque elle _é_ o que formou tudo; e _Israel é_ a tribu da sua herança: o Senhor dos Exercitos _é_ o seu nome. 20 Tu [22] me _és_ martello _e_ armas de guerra, e por ti despedaçarei nações, e por ti destruirei os reis; 21 E por ti despedaçarei o cavallo e o seu cavalleiro; e por ti despedaçarei o carro e o que vae montado n’elle; 22 E por ti despedaçarei o homem e a mulher, [23] e por ti despedaçarei o velho e o moço; e por ti despedaçarei o mancebo e a virgem; 23 E por ti despedaçarei o pastor e o seu rebanho; e por ti despedaçarei o lavrador e a sua junta _de bois_; e por ti despedaçarei os capitães e os magistrados. 24 Mas pagarei a Babylonia, e a todos os moradores da Chaldea, toda a sua maldade, que fizeram em Sião, aos vossos olhos, diz o Senhor. 25 Eis-me aqui contra ti, ó monte destruidor, [24] diz o Senhor, que destroes toda a terra; e estenderei a minha mão contra ti, e te revolverei das rochas, [25] e farei de ti _um_ monte de queima. 26 E não tomarão de ti pedra para esquina, nem pedra para fundamentos, [26] porque te tornarás _em_ assolações perpetuas, diz o Senhor. 27 Arvorae [27] bandeira na terra, tocae a buzina entre as nações, [ZY] sanctificae as nações contra ella, convocae contra ella [28] os reinos de Ararat, Minni, e Asquenaz: ordenae contra ella _um_ capitão, fazei subir cavallos, como pulgão arripiado. 28 Sanctificae contra ella as nações, [29] os reis da Media, os seus capitães, e todos os seus magistrados, como tambem toda a terra do seu dominio. 29 Então tremerá a terra, e doer-se-ha, porque cada um dos designios do Senhor está firme contra Babylonia, [30] para fazer da terra de Babylonia _uma_ assolação, de sorte que não _haja n’ella_ habitante. 30 Os valentes de Babylonia cessaram de pelejar, ficaram-se nas fortalezas, desfalleceu a sua força [31] tornaram-se como mulheres: incendiaram as suas moradas, quebrados foram os seus ferrolhos. 31 Um correio [32] correrá ao encontro _de outro_ correio, e um mensageiro ao encontro _de outro_ mensageiro, para annunciar ao rei de Babylonia que a sua cidade está tomada desde um cabo _até ao outro_; 32 E _já_ os váos estão tomados, e os canaviaes queimados a fogo; e os homens de guerra ficaram assombrados. 33 Porque assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel: A filha de Babylonia _é_ como _uma_ eira, [33] _já é_ tempo de se debulhar: [34] ainda um pouco, e o tempo da sega lhe virá. 34 Nabucodonozor, rei de Babylonia, me devorou, [35] atropellou-me, fez de mim um vaso vasio, como dragão me tragou, encheu o seu ventre das minhas delicadezas; lançou-me fóra. 35 A violencia que se me fez a mim e a minha carne _venha_ sobre Babylonia, diga a moradora de Sião; e o meu sangue sobre os moradores da Chaldea, diga Jerusalem. 36 Pelo que assim diz o Senhor: [36] Eis que pleitearei o teu pleito, e te vingarei da vingança que se tomou de ti; e seccarei o seu mar, e farei que se esgote o seu manancial. 37 E [37] Babylonia virá a ser uns montões, morada de dragões, espanto e assobio, [38] sem _que haja_ quem habite _n’ella_. 38 Juntamente rugirão como filhos dos leões: bramarão como cachorros de leões. 39 Estando [39] elles _já_ esquentados, lhes darei a sua bebida, e os embriagarei, para que andem saltando; porém dormirão _um_ perpetuo somno, e não acordarão, diz o Senhor. 40 Fal-os-hei descer como a cordeiros ao matadouro, como carneiros com os bodes. 41 Como [40] foi presa Sesach, e tomada a gloria de toda a terra! como tem sido Babylonia tornada em espanto entre as nações! 42 O [41] mar subiu sobre Babylonia; com a multidão das suas ondas se cobriu. 43 Tornaram-se [42] as suas cidades em assolação, terra secca e deserta, terra em que ninguem habite, nem passe por ella filho de homem. 44 E [43] visitarei a Bel em Babylonia, e tirarei da sua bocca o que tragou, e nunca mais concorrerão a elle as nações: [44] tambem o muro de Babylonia caiu. 45 Sahi do meio d’ella, [45] ó povo meu, e livrae cada um a sua alma, por causa do ardor da ira do Senhor. 46 E para que _porventura_ não se enterneça o vosso coração, [46] e não temaes pelo rumor que se ouvir na terra; porque virá n’_um_ anno um rumor, e depois n’_outro_ anno um rumor; e _haverá_ violencia na terra, dominador sobre dominador. 47 Portanto, eis que veem dias, [47] e visitarei as imagens de esculptura de Babylonia, e toda a sua terra será envergonhada, e todos os seus traspassados cairão no meio d’ella. 48 E os céus [48] e a terra, com tudo quanto n’elles _ha_, jubilarão sobre Babylonia: [49] porque do norte lhe virão os destruidores, diz o Senhor. 49 Como Babylonia serviu de queda aos traspassados de Israel, assim em Babylonia cairão os traspassados de toda a terra. 50 Vós, [50] que escapastes da espada, ide-vos, não pareis; de longe lembrae-vos do Senhor, e Jerusalem suba sobre o vosso coração. 51 _Direis porém_: Envergonhados estamos, porque ouvimos opprobrio; vergonha cobriu o nosso rosto, porquanto vieram estrangeiros sobre os sanctuarios da casa do Senhor. 52 Portanto, eis que veem dias, diz o Senhor, [51] e visitarei as suas imagens de esculptura; e gemerá o traspassado em toda a sua terra. 53 Ainda [52] que Babylonia subisse aos céus, e ainda que fortificasse a altura da sua fortaleza, _todavia_ de mim virão destruidores sobre ella, diz o Senhor. 54 Voz de gritos [53] _se ouve_ de Babylonia, e grande quebrantamento da terra dos chaldeos; 55 Porque o Senhor destroe a Babylonia, e fará perecer d’ella a _sua_ grande voz: porque as suas ondas bramirão como muitas aguas: dar-se-ha o arroido da sua voz. 56 Porque o destruidor vem sobre ella, sobre Babylonia, e os seus valentes serão presos, _já_ estão quebrados os seus arcos: [54] porque o Senhor, Deus das recompensas, certamente _lh’o_ pagará. 57 E [55] embriagarei os seus principes, e os seus sabios, e os seus capitães, e os seus magistrados, e os seus valentes; e dormirão _um_ somno perpetuo, e não acordarão, diz o Rei cujo nome _é_ o Senhor dos Exercitos. 58 Assim diz o Senhor dos Exercitos: [56] Os largos muros de Babylonia totalmente serão derribados, e as suas portas excelsas serão abrazadas pelo fogo; [57] e trabalharão os povos em vão, e as nações para o fogo, e cançar-se-hão. 59 A palavra que mandou Jeremias, o propheta, a Seraias, filho de Nerias, filho de Maaseias, indo elle com Zedekias, rei de Judah, a Babylonia, no anno quarto do seu reinado; e Seraias _era_ um principe pacifico. 60 Escreveu pois Jeremias n’_um_ livro todo o mal que havia de vir sobre Babylonia: todas estas palavras que estavam escriptas contra Babylonia. 61 E disse Jeremias a Seraias: Em tu chegando a Babylonia, verás e lerás todas estas palavras. 62 E dirás: Senhor! tu fallaste sobre este logar, que o havias de desarreigar, [58] até não ficar n’elle morador algum, desde o homem até ao animal, mas que se tornaria _em_ perpetuas assolações. 63 E _será_ que, acabando tu de ler este livro, [59] o atarás a uma pedra e o lançarás no meio do Euphrates. 64 E dirás: Assim será afundada Babylonia, e não se levantará, por causa do mal que eu hei de trazer sobre ella, [60] e se cançarão. Até aqui _são_ as palavras de Jeremias. [1] II Reis 19.7. [2] cap. 50.14. [3] cap. 50.14. [4] cap. 50.21. [5] cap. 49.26 e 50.30, 37. [6] cap. 50.8. Apo. 18.4. [7] cap. 50.15, 28. [8] Apo. 17.4. [9] Apo. 14.8. cap. 25.16. [10] Isa. 21.9. Apo. 14.8 e 18.2. cap. 48.20. Apo. 18.9, 11, 19. [11] Isa. 13.14. cap. 50.16. Apo. 18.5. [12] cap. 50.28. [13] cap. 46.4. ver. 28. [14] cap. 50.45. [15] Apo. 17.1, 15. [16] cap. 49.13. Amós 6.8. [17] Gen. 1.1, 6. cap. 10.12, etc. Isa. 40.22. cap. 10.13. [18] cap. 10.14. [19] cap. 50.2. [20] cap. 10.15. [21] cap. 10.16. [22] Isa. 10.5, 15. cap. 50.23. [23] II Chr. 33.17. [24] Isa. 13.2. Zac. 4.7. [25] Apo. 8.8. [26] cap. 50.40. [27] Isa. 13.8. cap. 25.14. [28] cap. 50.41. [29] ver. 11. [30] cap. 50.13, 39, 40. ver. 48. [31] Isa. 19.16. cap. 48.41 e 50.37. Nah. 3.13. [32] cap. 50.24. [33] Isa. 21.10. Miq. 4.13. [34] Isa. 17.5, etc. Ose. 6.11. Joel 3.13. Apo. 14.15, 18. [35] cap. 50.17. [36] cap. 50.34, 38. [37] cap. 50.39. Apo. 18.2. [38] cap. 25.9, 18. [39] ver. 57. [40] cap. 25.26. Isa. 13.19. [41] Isa. 8.7, 8. [42] cap. 50.39, 40. ver. 29. [43] cap. 50.2. [44] ver. 58. [45] ver. 6. cap. 50.8. Apo. 18.4. [46] II Reis 19.7. [47] cap. 50.2. ver. 52. [48] Isa. 44.23 e 49.13. Apo. 18.20. [49] cap. 50.3, 41. [50] cap. 44.28. [51] ver. 47. [52] cap. 49.16. Amós 9.2. [53] cap. 50.22. [54] cap. 50.29. [55] ver. 39. [56] ver. 44. [57] Hab. 2.13. [58] cap. 50.3, 39. ver. 29. [59] Apo. 18.21. [60] ver. 53. _O cerco, tomada e destruição de Jerusalem._ 52 Era Zedekias [1] da edade de vinte e um annos quando começou a reinar, e reinou onze annos em Jerusalem: e o nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias, de Libna. 2 E fez o que era mal aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Joaquim. 3 Porque succedeu, por causa da ira do Senhor contra Jerusalem e Judah, até que elle os lançou de diante d’elle, que se rebellou Zedekias contra o rei de Babylonia. [Antes de Christo 588] 4 E aconteceu, [2] no anno nono do seu reinado, no mez decimo, no decimo _dia_ do mez, _que_ veiu Nabucodonozor, rei de Babylonia, contra Jerusalem, elle e todo o seu exercito, e se acamparam contra ella, e levantaram contra ella tranqueiras ao redor. 5 Assim esteve cercada a cidade, até ao anno undecimo do rei Zedekias. 6 No mez quarto, aos nove do mez, quando _já_ a fome prevaleceu na cidade, e o povo da terra não tinha pão, 7 Então a cidade foi arrombada, e todos os homens de guerra fugiram, e sairam da cidade de noite, pelo caminho da porta, entre os dois muros que _estavam_ junto ao jardim do rei (porque os chaldeos estavam contra a cidade ao redor), e foram-se _pelo_ caminho da campina. 8 Porém o exercito dos chaldeos seguiu o rei, e alcançaram a Zedekias nas campinas de Jericó, e todo o seu exercito se espalhou d’elle. 9 E [3] prenderam o rei, e o fizeram subir ao rei de Babylonia, a Ribla, na terra de Hamath, o qual pronunciou juizos contra elle. 10 E [4] o rei de Babylonia degolou os filhos de Zedekias diante dos seus olhos, e tambem degolou a todos os principes de Judah em Ribla. 11 E cegou os olhos a Zedekias, e o atou com duas cadeias de bronze; e o rei de Babylonia o levou a Babylonia, e o poz na casa do carcere até ao dia da sua morte. 12 E no quinto mez, [5] no decimo _dia_ do mez (este _era_ o decimo nono anno do rei Nabucodonozor, rei de Babylonia), veiu Nebuzaradan, [6] capitão da guarda, _que_ assistia na presença do rei de Babylonia, a Jerusalem. 13 E queimou a casa do Senhor, e a casa do rei; e tambem a todas as casas de Jerusalem, e a todas as casas dos grandes queimou a fogo. 14 E todo o exercito dos chaldeos, que _estava_ com o capitão da guarda, derribou a todos os muros de Jerusalem ao redor. 15 E dos mais [7] pobres do povo, e o resto do povo, que deixaram ficar na cidade, e os rebeldes que se haviam passado ao rei de Babylonia, e o resto da multidão, Nebuzaradan, capitão da guarda, levou presos. 16 Mas dos mais pobres da terra deixou Nebuzaradan, capitão da guarda, ficar _alguns_, para _serem_ vinhateiros e lavradores. 17 Quebraram mais os chaldeos as columnas [8] de bronze, que _estavam_ na casa do Senhor, e as bases, e o mar de bronze, que _estavam_ na casa do Senhor, e levaram todo o bronze para Babylonia. 18 Tambem tomaram [9] os caldeirões, e as pás, e os garfos, e as bacias, e [ZZ] os perfumadores, e todos os vasos de bronze, com que se ministrava. 19 E tomou o capitão da guarda os copos, e os incensarios, e as bacias, e os caldeirões e os castiçaes, e os perfumadores, e as galhetas: assim o que _era_ de puro oiro _em oiro_, como o que _era_ de prata maciça _em prata_. 20 As duas columnas, o unico mar, e os doze bois de bronze, que _estavam_ no logar das bases, que fizera o rei Salomão para a casa do Senhor: o bronze d’elles, de todos estes vasos, [10] não tinha peso. 21 Quanto [11] ás columnas, a altura de uma columna _era_ de dezoito covados, e um fio de doze covados a cercava; e _era_ a sua grossura de quatro dedos, _e era_ oca. 22 E havia sobre ella um capitel de bronze, e a altura do capitel _era_ de cinco covados, e a rede e as romãs em roda do capitel tudo _era_ de bronze; e similhante a esta _era_ o da outra columna, com as romãs. 23 E havia noventa e seis [12] romãs em cada banda: as romãs todas _eram_ um cento, em roda da rede. 24 Tomou tambem [13] o capitão da guarda a Seraias, o sacerdote primeiro, e a Sofonias, o sacerdote segundo, e aos tres guardas do umbral da porta. 25 E da cidade tomou a um eunucho que tinha cargo da gente de guerra, e a sete homens dos que viam a face do rei, que se acharam na cidade, como tambem o escrivão-mór do exercito, que registrava o povo da terra para a guerra, e a sessenta homens do povo da terra, que se acharam no meio da cidade. 26 Tomando-os pois Nebuzaradan, capitão da guarda, os trouxe ao rei de Babylonia, a Ribla. 27 E o rei de Babylonia os feriu e os matou em Ribla, na terra de Hamath: assim Judah foi levado da sua terra em captiveiro. 28 Este é o povo [14] que Nabucodonozor levou captivo no setimo anno: tres mil e vinte e tres judeos. 29 No anno decimo oitavo de Nabucodonozor _levou elle em captiveiro_ de Jerusalem oitocentas e trinta e duas almas. 30 No anno vinte e [15] tres de Nabucodonozor, levou Nebuzaradan, capitão da guarda, em captiveiro dos judeos, setecentas e quarenta e cinco almas: todas as almas _são_ quatro mil e seiscentas. 31 Succedeu pois [16] no anno trigesimo setimo do captiveiro de Joaquim, rei de Judah, no mez duodecimo, aos vinte e cinco do mez, _que_ exalçou Evil-merodach, rei de Babylonia, [17] no anno _primeiro_ do seu reinado, a cabeça de Joaquim, rei de Judah, e o tirou da casa da prisão; 32 E fallou com elle benignamente, e poz o seu throno acima dos thronos dos reis que _estavam_ com elle em Babylonia; 33 E lhe mudou os vestidos da sua prisão; [18] e comeu pão sempre na sua presença, todos os dias da sua vida. 34 E, quanto á sua pitança, foi-lhe dada pitança ordinaria do rei de Babylonia, porção quotidiana, no seu dia, até o dia da sua morte, todos os dias da sua vida. [1] II Reis 24.18. [2] II Reis 25.1-27. cap. 39.1. Zac. 8.19. [3] cap. 32.4. [4] Eze. 12.13. [5] Zac. 7.5 e 8.19. ver. 29. [6] cap. 39.9. [7] cap. 39.9. [8] I Reis 7.15. [9] Exo. 27.13. II Reis 25.14, 15, 16. [10] I Reis 7.47. [11] I Reis 7.15. II Reis 25.17. II Chr. 3.15. [12] I Reis 7.20. [13] II Reis 25.18. cap. 21.1 e 29.25. [14] II Reis 24.2, 12, 14. [15] ver. 12. cap. 39.9. [16] II Reis 25.27, 28, 29, 30. [17] Gen. 40.13, 20. [18] II Sam. 9.13. LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS. _A humilhação de Jerusalem; os peccados e afflicções do povo._ [Antes de Christo 588] ALEPH. 1 Como _assim_ solitaria está assentada aquella cidade, _d’antes tão_ populosa! [1] tornou-se como viuva; a que foi grande entre as nações, como a princeza entre as provincias, tornou-se tributaria! BETH. 2 Continuamente chora [2] de noite, e as suas lagrimas _estão correndo_ pelas suas faces; não tem quem a console entre todos os seus amadores: todos os seus amigos se houveram aleivosamente com ella, se lhe tornaram inimigos. GIMEL. [3] 3 Judah passou em captiveiro por causa da afflicção, e por causa da grandeza da _sua_ servidão: [4] ella habita entre as nações, não acha descanço: todos os seus perseguidores a alcançam entre as angustias. DALETH. 4 Os caminhos de Sião pranteam, porque não ha quem venha á solemnidade; todas as suas portas _estão_ assoladas; os seus sacerdotes suspiram: as suas virgens _estão_ tristes, e ella _mesma_ tem amargura. HE. 5 Os seus adversarios [5] se lhe fizeram cabeça, os seus inimigos prosperam; porque o Senhor a entristeceu, por causa da multidão das suas prevaricações: os seus filhinhos vão em captiveiro adiante do adversario. VAU. 6 E da filha de Sião foi-se toda a sua gloria: os seus principes ficaram sendo como veados _que_ não acham pasto e caminham sem força adiante do perseguidor. ZAIN. 7 Lembrou-se Jerusalem nos dias da sua afflicção, e das suas rebelliões, de todas as suas mais queridas coisas, que tivera dos tempos antigos: quando cahia o seu povo na mão do adversario, e ella não tinha quem a soccorresse, os adversarios a viram, e fizeram escarneo dos seus sabbados. HETH. 8 Jerusalem [6] gravemente peccou, por isso se fez instavel: todos os que a honravam, a desprezaram, [7] porque viram a sua nudez; ella tambem suspirou e se voltou para traz. TETH. 9 A sua immundicia _está_ nas suas fraldas, [8] nunca se lembrou do seu fim: por isso foi pasmosamente abatida, não tem consolador; vê, Senhor, a minha afflicção, porque o inimigo se engrandece. JOD. 10 Estendeu o adversario a sua mão a todas [9] as coisas mais preciosas d’ella; [10] pois _já_ viu ter entrado no seu sanctuario as nações ácerca das quaes mandaste que não entrassem na tua congregação. CAPH. 11 Todo o seu povo anda suspirando, [11] buscando o pão, deram as suas coisas mais preciosas a troco de mantimento para refrescarem a alma: vê, Senhor, e contempla, que sou desprezivel. LAMED. 12 _Porventura_ não _vos_ toca a todos os que passaes pelo caminho? attendei, e vêde, se ha dôr como a minha dôr, que se me fez a mim, com que _me_ entristeceu o Senhor, no dia do furor da sua ira. MEM. 13 Desde o alto enviou _um_ fogo em meus ossos, o qual se assenhoreou: [12] estendeu uma rede aos meus pés, fez-me voltar para traz, fez-me assolada _e_ enferma todo o dia. NUN. 14 Já [13] o jugo das minhas prevaricações está atado pela sua mão, estão entretecidas, subiram sobre o meu pescoço, prostrou a minha força: entregou-me o Senhor nas mãos _dos inimigos_, não posso levantar-me. SAMECH. 15 O Senhor atropellou todos os meus valentes no meio de mim; apregoou contra mim um ajuntamento, para quebrantar os meus mancebos: [14] o Senhor pisou como n’um lagar a virgem filha de Judah. AIN. 16 Por estas coisas eu ando chorando, [15] _e_ o meu olho, o meu olho se desfaz em aguas; porque se alongou de mim o consolador que devia restaurar a minha alma: os meus filhos estão assolados, porque prevaleceu o inimigo. PE. 17 Estende [16] Sião as suas mãos, não ha quem a console: mandou o Senhor ácerca de Jacob _que_ lhe fossem inimigos os que estão em redor d’elle; Jerusalem é como uma _mulher_ immunda. TSADE. 18 Justo [17] é o Senhor, pois me rebellei _contra_ a sua bocca: ouvi, pois, todos os povos, e vêde a minha dôr; as minhas virgens e os meus mancebos se foram para o captiveiro. KOPH. 19 Chamei os meus amadores, [18] _porém_ elles me enganaram: os meus sacerdotes e os meus anciãos expiraram na cidade; [19] porque buscavam para si mantimento, para refrescarem a sua alma. RESCH. 20 Olha, Senhor, porque estou angustiada; [20] turbadas estão as minhas entranhas, o meu coração _está_ transtornado no meio de mim, porque gravemente me rebellei: [21] de fóra _me_ desfilhou a espada, de dentro está a morte. SCHIN. 21 _Bem_ ouvem que eu suspiro, [22] _porém_ não tenho quem me console: todos os meus inimigos que ouviram o meu mal folgam, porque tu o fizeste: [23] trazendo tu o dia _que_ apregoaste, então serão como eu. TAU. 22 Venha todo o seu mal diante de ti, e faze-lhes como me fizeste a mim por causa de todas as minhas prevaricações; porque os meus suspiros _são_ muitos, [24] e o meu coração _está_ desfallecido. [1] Isa. 47.7, 8. Esd. 4.20. [2] Jer. 13.17. [3] Jer. 52.27. [4] Deu. 28.54, 65. [5] Deu. 28.43, 44. Jer. 30.14, 15. Dan. 9.7, 16. [6] I Reis 8.46. [7] Jer. 13.22, 26. Eze. 16.37 e 23.29. [8] Deu. 32.29. Isa. 47.7. ver. 2, 17, 21. [9] ver. 7. [10] Deu. 23.3. Neh. 13.1. [11] Jer. 38.9 e 52.6. cap. 2.12 e 4.4. [12] Eze. 12.13 e 17.20. [13] Deu. 28.48. [14] Isa. 63.3. Apo. 14.19, 20 e 19.15. [15] Jer. 13.17 e 14.17. cap. 2.18. ver. 2, 9. [16] Jer. 4.31. ver. 2, 9. [17] Neh. 9.33. Dan. 9.7, 14. [18] ver. 2. Jer. 30.14. [19] ver. 11. [20] Job 30.27. Isa. 16.11. Jer. 4.10 e 48.36. cap. 2.11. Ose. 11.8. [21] Deu. 32.25. Eze. 7.15. [22] ver. 2. [23] Isa. 13, etc. Jer. 46, etc. [24] cap. 5.17. _O cerco, fome e ruina de Jerusalem._ ALEPH. 2 Como cobriu o Senhor de nuvens na sua ira a filha de Sião? [1] derribou do céu á terra a gloria de Israel, e não se lembrou do escabello de seus pés, no dia da sua ira. BETH. 2 Devorou [2] o Senhor todas as moradas de Jacob, e não se apiedou: derribou no seu furor as fortalezas da filha de Judah, _e as_ achegou á terra: profanou o reino e os seus principes. GIMEL. 3 Cortou no furor da _sua_ ira [AAA] toda a força de Israel: retirou para traz a sua dextra de diante do inimigo; e ardeu contra Jacob, como labareda de fogo _que_ consome em redor. DALETH. 4 Armou [3] o seu arco como inimigo: firmou a sua dextra como adversario, [4] e matou tudo o _que era_ formoso á vista; derramou a sua indignação como fogo na tenda da filha de Sião. HE. 5 Tornou-se [5] o Senhor como inimigo; devorou a Israel, devorou a todos os seus palacios, destruiu as suas fortalezas; e multiplicou na filha de Judah a lamentação e tristeza. VAU. 6 E arrancou a sua cabana com violencia, como _a de_ uma horta, [6] _e_ destruiu a sua congregação: o Senhor em Sião poz em esquecimento a solemnidade e o sabbado, e na indignação da sua ira rejeitou com desprezo o rei e o sacerdote. ZAIN. 7 Rejeitou o Senhor o seu altar, detestou o seu sanctuario; entregou na mão do inimigo os muros dos seus palacios: levantaram grita na casa do Senhor, como em dia de solemnidade. HETH. 8 Intentou o Senhor destruir o muro da filha de Sião: _já_ estendeu o cordel _sobre elle_, não retirou a sua mão de devorar; [7] _já_ fez gemer o antemuro e o muro juntamente, _já_ estão enfraquecidos. TETH. 9 _Já_ subverteram as suas portas, [8] destruiu e quebrou os seus ferrolhos: _estão_ entre as nações o seu rei e os seus principes: _já_ não _ha_ lei, nem acham visão alguma do Senhor os seus prophetas. JOD. 10 Estão assentados [9] por terra, estão calados os anciãos da filha de Sião; lançam pó sobre as suas cabeças, cingiram saccos: as virgens de Jerusalem abaixam as suas cabeças até á terra. CAPH. 11 Já se consumiram os meus olhos [10] com lagrimas, turbadas estão as minhas entranhas, o meu figado se derramou pela terra por causa do quebrantamento da filha do meu povo; porquanto desfallecem o menino e a creança de mama pelas ruas da cidade. LAMED. 12 A suas mães dizem: Onde _ha_ trigo e vinho? [11] quando desfallecem como o ferido pelas ruas da cidade, derramando-se a sua alma no regaço de suas mães. MEM. 13 Que testemunho te trarei? [12] a quem te compararei, ó filha de Jerusalem? a quem te assimilharei, para te consolar a ti, ó virgem filha de Sião? porque grande _é_ como o mar a tua quebradura; quem te sarará? NUN. 14 Os teus prophetas [13] virão para ti, vaidade e loucura, e não manifestaram a tua maldade, para desviarem o teu captiveiro: antes viram para ti cargas vãs e expulsões. SAMECH. 15 Todos [14] os que passam pelo caminho palmeiam sobre ti com as mãos, assobiam e meneiam as suas cabeças, sobre a filha de Jerusalem, _dizendo_: É esta a cidade de que se dizia: Perfeita _é_ em formosura, o gozo de toda a terra. PE. 16 Todos [15] os teus inimigos abrem as suas boccas sobre ti, assobiam, e rangem os dentes; dizem: _Já_ a temos devorado; pois este _é_ o dia que esperavamos; _já_ o achámos, _já_ o vimos. AIN. 17 Fez o Senhor [16] o que intentou; cumpriu a sua palavra, que mandára desde os dias da antiguidade: derrubou, e não se apiedou; e alegrou o inimigo sobre ti, [AAB] exaltou o poder dos teus adversarios. TSADE. 18 O coração d’elles clamou ao Senhor: [17] Ó muralha da filha de Sião: derrama lagrimas como _um_ ribeiro, de dia e de noite; não te dês descanço, nem parem as meninas de teus olhos. KOPH. 19 Levanta-te, dá vozes de noite no principio das velas; derrama o teu coração como aguas diante da face do Senhor: levanta a elle as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, [18] que desfallecem de fome á entrada de todas as ruas. RESCH. 20 Vê, ó Senhor, e considera a quem fizeste de tal modo: [19] _porventura_ comerão as mulheres o fructo _das suas entranhas_, as creanças que trazem nos braços? [20] ou matar-se-ha no sanctuario do Senhor o sacerdote e o propheta? SCHIN. 21 Jazem em terra _pelas_ ruas o moço [21] e o velho, as minhas virgens e _os_ meus mancebos vieram a cair á espada: tu os mataste no dia da tua ira; [22] degolaste e não te apiedaste. TAU. 22 Convocaste os meus temores em redor como _n’um_ dia de solemnidade; [23] nem houve alguem no dia da ira do Senhor que escapasse, nem quem ficasse: [24] aos que trouxe nas mãos e sustentei o meu inimigo os consumiu. [1] Mat. 11.23. [2] ver. 17, 21. cap. 3.43. [3] Isa. 63.10. ver. 5. [4] Eze. 24.25. [5] ver. 4. Jer. 30.14. II Reis 25.9. Jer. 52.13. [6] Isa. 5.5. Isa. 1.8. cap. 1.4. Sof. 3.18. [7] II Reis 21.13. Isa. 34.11. [8] Jer. 51.30. cap. 1.3 e 4.20. [9] Job 2.13. Isa. 3.26. cap. 3.28. Job 2.12. Isa. 15.3. Eze. 7.18 e 27.31. [10] cap. 3.48, etc. cap. 1.20. [11] ver. 19. cap. 4.4. [12] cap. 1.12. Dan. 9.12. [13] Jer. 2.8 e 5.31 e 14.14 e 23.16 e 27.14 e 29.8, 9. Eze. 13.2. [14] II Reis 9.8. Jer. 18.16. Nah. 3.19. Eze. 25.6. II Reis 1.9, 21. [15] Job 16.9, 10. cap. 3.46. [16] Lev. 26.16, etc. Deu. 28.15, etc. [17] ver. 8. Jer. 14.17. cap. 1.16. [18] ver. 11. Isa. 51.20. cap. 4.1. Nah. 3.10. [19] Lev. 26.29. Deu. 28.53. Jer. 19.9. cap. 4.10. Eze. 5.10. [20] cap. 4.13, 16. [21] II Chr. 36.17. [22] cap. 3.43. [23] Jer. 6.25 e 46.5. [24] Ose. 9.12, 13. _A tristeza de Jeremias; elle convida o povo a reconhecer o seu peccado, e a voltar para Deus para obter misericordia._ ALEPH. 3 Eu sou aquelle homem _que_ viu a afflicção pela vara do seu furor. 2 A _mim_ me guiou e levou _ás_ trevas e não _á_ luz. 3 Devéras se tornou contra mim _e_ virou a sua mão todo o dia. BETH. 4 Fez [1] envelhecer a minha carne e a minha pelle, quebrantou os meus ossos. 5 Edificou contra mim, e _me_ cercou de fel e trabalho. 6 Assentou-me em logares tenebrosos, como os _que estavam_ mortos ha muito. GIMEL. 7 Cercou-me [2] de sebe, e não posso sair: aggravou os meus grilhões. 8 Ainda [3] quando clamo e grito, elle exclue a minha oração. 9 Cercou de sebe os meus caminhos com pedras lavradas, [AAC] divertiu as minhas veredas. DALETH. 10 Fez-se-me [4] como urso de emboscada, um leão em esconderijos. 11 Desviou os meus caminhos, e fez-me em pedaços; deixou-me assolado. 12 Armou o seu arco, [5] e me poz como alvo á frecha. HE. 13 Faz [6] entrar nos meus rins as frechas da sua aljava. 14 Fui [7] feito _um_ objecto de escarneo a todo o meu povo, de canção sua todo o dia. 15 Fartou-me [8] de amarguras, embriagou-me de absintho. VAU. 16 Quebrou com pedrinhas de areia os meus dentes; [9] abaixou-me na cinza. 17 E affastaste da paz a minha alma; esqueci-me do bem. 18 Então disse eu: Já pereceu a minha força, como tambem a minha esperança no Senhor. ZAIN. 19 Lembra-te da minha afflicção e do meu pranto, [10] do absintho e do fel. 20 Minha alma certamente _d’isto_ se lembra, e se abate em mim. 21 D’isto me recordarei no meu coração; por isso esperarei. HETH. 22 As misericordias [11] do Senhor são _a causa_ de não sermos consumidos; porque as suas misericordias não teem fim. 23 Novas [12] _são_ cada manhã; grande _é_ a tua fidelidade. 24 A minha porção _é_ o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei n’elle. TETH. 25 Bom _é_ o Senhor para os que se ateem a elle, [13] para a alma _que_ o busca. 26 Bom _é_ esperar, e _aguardar_ em silencio a salvação do Senhor. 27 Bom _é_ para o homem levar o jugo na sua mocidade. JOD. 28 Assentar-se-ha [14] solitario, e ficará em silencio; porquanto _Deus_ o poz sobre elle. 29 Ponha [15] a sua bocca no pó, _dizendo_: _Porventura_ haverá esperança. 30 Dê [16] a _sua_ face ao que o fere; farte-se de affronta. CAPH. 31 Porque o Senhor não rejeitará para sempre. 32 Antes, se entristeceu a alguem, compadecer-se-ha _d’elle_, segundo a grandeza das suas misericordias. 33 Porque não afflige nem entristece aos filhos dos homens do seu coração. LAMED. 34 Para atropellar debaixo dos seus pés a todos os presos da terra. 35 Para perverter o direito do homem perante a face do Altissimo. 36 Para subverter ao homem no seu pleito; [17] _porventura_ não o veria o Senhor? MEM. 37 Quem é aquelle _que_ diz, e _assim_ acontece, _quando_ o Senhor o não mande? 38 _Porventura_ da bocca do Altissimo [18] não sae o mal e o bem? 39 De [19] que se queixa _logo_ o homem vivente? _queixe-se_ cada um dos seus peccados. NUN. 40 Esquadrinhemos os nossos caminhos, e investiguemol-os, e voltemos para o Senhor. 41 Levantemos os nossos corações com as mãos a Deus nos céus, _dizendo_: 42 Nós prevaricámos, [20] e fomos rebeldes; _por isso_ tu não perdoaste. SAMECH. 43 Cobriste-_nos_ da _tua_ ira, e nos perseguiste; [21] mataste, não perdoaste. 44 Cobriste-te [22] de nuvens, para que não passe a _nossa_ oração. 45 _Por_ [23] cisco e rejeitamento nos pozeste no meio dos povos. PE. 46 Todos [24] os nossos inimigos abriram contra nós a sua bocca. 47 Temor e cova [25] vieram sobre nós, assolação e quebrantamento. 48 Correntes de aguas derramou o meu olho [26] pelo quebrantamento da filha do meu povo. AIN. 49 O [27] meu olho manou, e não cessa, porquanto não ha descanço, 50 Até [28] que attente e veja o Senhor desde os céus. 51 O meu olho move a minha alma, por causa de todas as filhas da minha cidade. TSADE. 52 Como ave me caçaram os _que_ são meus inimigos sem causa. 53 Arrancaram [29] a minha vida na masmorra, e lançaram pedras sobre mim. 54 Derramaram-se as aguas sobre a minha cabeça; [30] eu disse: Estou cortado. COPH. 55 Invoquei [31] o teu nome, Senhor, desde a mais profunda cova. 56 Ouviste a minha voz; não escondas o teu ouvido ao meu suspiro, ao meu clamor. 57 Tu te chegaste no dia em que te invoquei; [32] disseste: Não temas. RESCH. 58 Pleiteaste, [33] Senhor, os pleitos da minha alma, remiste a minha vida. 59 Viste, Senhor, a injustiça que me fizeram; julga a minha causa. 60 Viste toda a sua vingança, [34] todos os seus pensamentos contra mim. SCHIN. 61 Ouviste o seu opprobrio, Senhor, todos os seus pensamentos contra mim, 62 Os ditos dos que se levantam contra mim e as suas imaginações contra mim todo o dia. 63 Observa-_os_ a _elles_ ao assentarem-se e ao levantarem-se; [35] eu _sou_ a sua canção. TAU. 64 Rende-lhes recompensa, Senhor, [36] conforme a obra das suas mãos. 65 Dá-lhes ancia de coração, maldição tua sobre elles. 66 Na tua ira persegue-os, [37] e desfal-os de debaixo dos céus do Senhor. [1] Job 16.8. Isa. 38.13. Jer. 50.17. [2] Job 3.23 e 19.8. Ose. 2.6. [3] Job 30.20. [4] Ose. 5.14 e 13.7, 8. [5] Job 7.20 e 16.12. [6] Job 6.4. [7] Jer. 20.7. Job 30.9. ver. 63. [8] Jer. 9.15. [9] Pro. 20.17. [10] Jer. 9.15. [11] Mal. 3.6. [12] Isa. 33.2. [13] Isa. 30.18. Miq. 7.7. [14] Jer. 15.17. cap. 2.10. [15] Job 42.6. [16] Isa. 50.6. Mat. 5.39. [17] Hab. 1.13. [18] João 2.10. Isa. 45.7. Amós 3.6. [19] Pro. 19.3. Miq. 7.9. [20] Dan. 9.5. [21] cap. 2.2, 17, 21. [22] ver. 8. [23] I Cor. 4.13. [24] cap. 2.16. [25] Isa. 24.17. Jer. 48.43. Isa. 51.19. [26] Jer. 4.19 e 9.1 e 14.17. cap. 2.11. [27] cap. 1.16. [28] Isa. 63.15. [29] Jer. 38.6, 9, 10. Dan. 6.17. [30] ver. 18. Isa. 38.10, 11. [31] Jon. 2.2. [32] Thi. 4.8. [33] Jer. 51.36. [34] Jer. 11.19. [35] ver. 14. [36] Jer. 11.20. II Tim. 4.14. [37] Deu. 25.19. Jer. 10.11. _As grandes afflicções de varias classes de pessoas._ ALEPH. 4 Como se escureceu o oiro! _como_ se mudou [1] o oiro fino e bom! _como_ estão espalhadas as pedras do sanctuario ao canto de todas as ruas! BETH. 2 Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro oiro, [2] como são _agora_ reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro! GIMEL. 3 Até as vaccas marinhas abaixam o peito, dão de mamar aos seus filhos; [3] _porém_ a filha do meu povo _fez-se_ cruel como as abestruzes no deserto. DALETH. 4 A lingua do mesmo que mama de sêde fica pegada ao seu paladar: [4] os meninos pedem pão, _e_ não ha quem lh’o reparta. HE. 5 Os que comiam delicadezas _agora_ desfallecem nas ruas; [5] os que se crearam em carmezim abraçam o esterco. VAU. 6 E maior é a maldade da filha do meu povo do que o peccado de Sodoma, [6] a qual se subverteu como n’um momento, sem que trabalhassem n’ella mãos _algumas_. ZAIN. 7 Os seus nazireos eram mais alvos do que a neve, eram mais brancos do que o leite, eram mais roxos de corpo do que os rubis, _e_ mais lisos do que a saphira. HETH. 8 _Mas [7] agora_ escureceu-se o seu parecer mais do que o negrume, não se conhecem nas ruas: a sua pelle se lhes pegou aos ossos, seccou-se, tornou-se como um pau. TETH. 9 Os mortos á espada mais ditosos são do que os mortos á fome; porque estes se esgotam _como_ traspassados, por _falta_ dos fructos dos campos. JOD. 10 As [8] mãos das mulheres compassivas cozeram seus filhos: [9] serviram-lhes de comida no quebrantamento da filha do meu povo. CAPH. 11 Deu o Senhor cumprimento ao seu furor: [10] derramou o ardor da sua ira, e accendeu fogo em Sião, que consumiu os seus fundamentos. LAMED. 12 Não creram os reis da terra, nem todos os moradores do mundo, que entrasse o adversario e o inimigo pelas portas de Jerusalem. MEM. 13 Pelos [11] peccados dos prophetas, [12] _pelas_ maldades dos seus sacerdotes, que derramaram o sangue dos justos no meio d’ella, NUN. 14 Erraram cegos nas ruas, [13] andavam contaminados de sangue; [AAD] e, não podendo, levantavam as extremidades das suas roupas. SAMECH. 15 Chamavam-lhes: Desviae-vos, [14] _é_ immundo; desviae-vos, desviae-vos, não toqueis, certo é que _já_ voaram, tambem erraram: disseram entre as nações: Nunca mais morarão _aqui_. PE. 16 A face do Senhor os apartou, nunca mais tornará a olhar para elles: [15] não reverenciaram a face dos sacerdotes, nem se compadeceram dos velhos. AIN. 17 Emquanto subsistiamos, [16] ainda desfalleciam os nossos olhos, _esperando_ o nosso vão soccorro: olhavamos attentamente pela gente _que_ não podia livrar. TSADE. 18 Espiaram os nossos passos, [17] de maneira que não podiamos andar pelas nossas ruas: está chegado o nosso fim, estão cumpridos os nossos dias, [18] porque é vindo o nosso fim. COPH. 19 Os nossos perseguidores foram [19] mais ligeiros do que as aves dos céus: sobre os montes nos perseguiram, no deserto nos armaram ciladas. RESCH. 20 O respiro [20] dos nossos narizes, o ungido do Senhor, [21] foi preso nas suas covas; _do_ qual diziamos: Debaixo da sua sombra viveremos entre as nações. SCHIN. 21 Regozija-te, e [22] alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz; [23] _porém_ ainda até a ti passará o copo; embebedar-te-has, e te descobrirás. TAU. 22 _Já_ se cumpriu [24] a tua maldade, ó filha de Sião, nunca mais te levará em captiveiro: visitará a tua maldade, ó filha de Edom, descobrirá os teus peccados. [1] cap. 2.19. [2] Isa. 30.14. Jer. 19.11. II Cor. 4.7. [3] Job 39.14, 16. [4] cap. 2.11, 12. [5] Job 24.8. [6] Gen. 19.25. [7] cap. 5.10. Joel 2.6. Nah. 2.10. [8] cap. 2.20. Isa. 49.15. [9] Deu. 28.57. II Reis 6.29. [10] Jer. 7.20. Deu. 32.22. Jer. 21.14. [11] Jer. 5.31 e 6.13 e 14.14 e 23.11, 21. Eze. 22.26, 28. Sof. 3.4. [12] Mat. 23.31, 37. [13] Jer. 2.34. [14] Lev. 13.45. [15] cap. 5.12. [16] Isa. 30.6, 7. [17] II Reis 25.4, 5. [18] Eze. 7.2, 3, 6. Amós 8.2. [19] Jer. 4.13. [20] Gen. 2.7. [21] Jer. 52.9. Eze. 12.13 e 19.4, 8. [22] Ecc. 11.9. [23] Jer. 25.15, 16. Oba. 10. [24] Isa. 40.2. _Males presentes, e tristes recordações._ 5 Lembra-te, Senhor, do que nos tem succedido: considera, e olha o nosso opprobrio. 2 A nossa herdade passou a estranhos, _e_ as nossas casas a forasteiros. 3 Orphãos somos sem pae, nossas mães _são_ como viuvas. 4 A nossa agua por dinheiro a bebemos, por preço vem a nossa lenha. 5 Padecemos perseguição sobre os nossos pescoços: [1] estamos cançados, e nós não temos descanço. 6 Aos egypcios estendemos [2] as mãos, _e_ aos syros, para nos fartarem _de_ pão. 7 Nossos paes peccaram, [3] e _já_ não são: [4] nós levamos as suas maldades. 8 Servos dominam sobre nós; ninguem _ha_ que _nos_ arranque da sua mão. 9 Com _perigo de_ nossas vidas trazemos o nosso pão, por causa da espada do deserto. 10 Nossa pelle [5] se ennegreceu como um forno, por causa do ardor da fome. 11 Forçaram [6] as mulheres em Sião, as virgens nas cidades de Judah. 12 Os principes foram enforcados pelas mãos; [7] as faces dos velhos não foram reverenciadas. 13 Aos [8] mancebos tomaram para moer, e os moços tropeçaram debaixo da lenha. 14 Os velhos cessaram de _se assentarem_ á porta, os mancebos de sua canção. 15 Cessou o gozo de nosso coração, converteu-se em lamentação a nossa dança. 16 _Já_ caiu [9] a corôa da nossa cabeça; ai agora de nós, porque peccámos. 17 Portanto desmaiou [10] o nosso coração, por isto se escureceram os nossos olhos. 18 Pelo monte de Sião, que está assolado, as raposas andam por elle. 19 Tu, Senhor, [11] permaneces eternamente, _e_ o teu throno de geração em geração. 20 Porque te esquecerias de nós para sempre? _porque_ nos desampararias tanto tempo? 21 Converte-nos, [12] Senhor, a ti, e nos converteremos: renova os nossos dias como d’antes. 22 Porque nos rejeitarias totalmente? te enfurecerias contra nós em _tão_ grande maneira? [1] Deu. 28.48. Jer. 28.14. [2] Gen. 24.2. Jer. 50.15. Ose. 12.1. [3] Jer. 31.29. Eze. 18.2. [4] Gen. 42.13. Zac. 1.5. [5] Job 30.30. [6] Isa. 13.16. [7] Isa. 47.6. cap. 6.16. [8] Jui. 16.21. [9] Job 19.9. [10] cap. 1.22 e 2.11. [11] Hab. 1.12. [12] Jer. 31.18. EZEQUIEL. _A primeira visão dos cherubins._ [Antes de Christo 595] 1 E aconteceu _que_ aos trinta annos, no quarto _mez_, no _dia_ quinto do mez, estando eu no meio dos captivos, [1] junto ao rio Chebar, se abriram os céus, [2] e eu vi visões de Deus. 2 No quinto _dia_ do mez (que _foi_ no quinto anno do captiveiro do [3] rei Joachim), 3 Veiu expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos chaldeos, junto ao rio de Chebar, [4] e ali esteve sobre elle a mão do Senhor. 4 Então vi, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, [5] uma grande nuvem, e um fogo revolvendo-se _n’ella_, e um resplandor ao redor d’ella, e no meio d’ella _havia_ uma coisa como de côr de ambar, _que sahia_ do meio do fogo. 5 E do meio [6] d’ella _sahia_ a similhança de quatro [AAE] animaes; [7] e esta era a sua apparencia: Tinham a similhança de homens. 6 E cada um tinha quatro rostos, como tambem cada um d’elles quatro azas. 7 E os seus pés _eram_ pés direitos; e as plantas dos seus pés como a planta do pé d’_uma_ bezerra, [8] e luziam como a côr de cobre abrazado. 8 E _tinham_ mãos [9] de homem debaixo das suas azas, aos quatro lados; e assim _todos_ quatro tinham seus rostos e suas azas. 9 Uniam-se as [10] suas azas uma á outra: não se viravam quando iam, _e_ cada qual andava diante do seu rosto. 10 E a similhança [11] dos seus rostos era _como_ o rosto de homem; e á mão direita todos os quatro tinham rosto de leão, e á mão esquerda todos os quatro tinham rosto de boi; e rosto de aguia todos os quatro. 11 E os seus rostos e as suas azas _estavam_ divididas por cima: cada qual tinha duas _azas_ juntas uma á outra, [12] e duas cobriam os corpos d’elles. 12 E cada qual andava [13] diante do seu rosto; para onde o espirito havia de ir, iam; [14] não se viravam quando andavam. 13 E, quanto á similhança dos animaes, o seu parecer _era_ como de brazas de fogo ardentes, [15] como _uma_ apparencia d’alampadas: o _fogo_ corria por entre os animaes, e o fogo resplandecia, e do fogo sahiam [AAF] relampagos; 14 E os animaes corriam, [16] e tornavam, á similhança dos relampagos. 15 E vi os animaes: [17] e eis aqui uma roda na terra junto aos animaes, para cada um dos seus quatro rostos. 16 O aspecto [18] das rodas, e a obra d’ellas, _era_ como côr de [AAG] turqueza; e as quatro tinham uma mesma similhança: e o seu aspecto, e a sua obra, era como se estivera uma roda no meio de _outra_ roda. 17 Andando ellas, andavam pelos quatro lados [19] d’elles; não se viravam quando andavam. 18 E as suas [AAH] costas eram tão altas, que mettiam medo; e estas quatro tinham as suas costas cheias [20] de olhos ao redor. 19 E, andando [21] os animaes, andavam as rodas ao pé d’elles; e, elevando-se os animaes da terra, elevavam-se _tambem_ as rodas. 20 Para onde [22] o espirito havia de ir, iam; para lá havia o espirito de ir; e as rodas se elevavam defronte d’elles, porque [23] o espirito de vida _estava_ nas rodas. 21 Andando [24] elles, andavam _ellas_, e, parando elles, paravam _ellas_, e, elevando-se elles da terra, elevavam-se _tambem_ as rodas defronte d’elles; porque o espirito dos animaes _estava_ nas rodas. 22 E sobre as cabeças dos animaes havia [25] _uma_ similhança de firmamento, como um aspecto de [AAI] crystal terrivel, estendido por cima, sobre as suas cabeças. 23 E debaixo do firmamento _estavam_ as suas azas direitas uma para a outra: cada um tinha duas, que lhe cobriam o corpo de uma banda; e cada um tinha _outras_ duas, que os cobriam da outra banda. 24 E, andando elles, [26] ouvi o ruido das suas azas, [27] com o ruido de muitas aguas, como a voz do Omnipotente, a voz d’um estrondo, como o estrepito de um exercito: parando elles, abaixavam as suas azas. 25 E ouviu-se uma voz por cima do firmamento, que _ficava_ por cima das suas cabeças: parando elles, abaixavam as suas azas. 26 E por cima [28] do firmamento, que _ficava_ por cima das suas cabeças, _havia_ uma similhança de throno, como d’uma saphira; [29] e sobre a similhança do throno uma similhança ao aspecto d’_um_ homem, _que estava_ por cima, sobre elle. 27 E vi [30] como a côr de ambar, como o aspecto do fogo pelo interior d’elle, desde o aspecto dos seus lombos, e d’ahi para cima; e, desde o aspecto dos seus lombos e d’ahi para baixo, vi como a similhança do fogo, e um resplandor ao redor d’elle. 28 Como [31] o aspecto do arco que apparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do resplandor em redor: [32] este era o aspecto da similhança da gloria do Senhor: e, vendo-a eu, cahi sobre o meu rosto, e ouvi a voz de quem fallava. [1] ver. 3. cap. 3.15, 23 e 10.15, 20, 22 e 43.3. [2] Mat. 3.16. Act. 7.56 e 10.11. Apo. 19.11. cap. 8.3. [3] II Reis 24.12, 15. [4] I Reis 18.46. II Reis 3.15. cap. 3.14, 22 e 8.1 e 40.1. [5] Jer. 23.19 e 25.32. Jer. 1.14 e 4.6 e 6.1. [6] Apo. 4.6, etc. [7] cap. 10.8, etc. ver. 10. cap. 10.14, 21. [8] Apo. 1.15. [9] cap. 10.8, 21. [10] ver. 11, 12. cap. 10.11. [11] Apo. 4.7. [12] Isa. 6.2. [13] ver. 9, 20. [14] ver. 9, 17. [15] Apo. 4.5. [16] Mat. 24.27. [17] cap. 10.9. [18] cap. 10.9, 10. Dan. 10.6. [19] ver. 1, 2. [20] cap. 10.12. Zac. 4.10. [21] cap. 10.16, 17. [22] ver. 12. [23] cap. 10.17. [24] ver. 19, 20. cap. 10.17. [25] cap. 10.1. [26] cap. 10.5. [27] cap. 43.2. Dan. 10.6. Apo. 1.15. Job 37.4, 5. [28] cap. 10.1. [29] Exo. 24.10. [30] cap. 8.2. [31] Apo. 4.3 e 10.1. [32] cap. 3.23 e 8.4. _A vocação de Ezequiel. Visão do rolo de livro._ 2 E disse-me: [1] Filho do homem, põe-te sobre os teus pés, e fallarei comtigo. 2 Então entrou em mim [2] o espirito, fallando elle comigo, que me poz sobre os meus pés, e ouvi o que me fallava. 3 E disse-me: Filho do homem, eu te envio aos filhos d’Israel, ás nações rebeldes que se rebellaram contra mim; [3] elles e seus paes prevaricaram contra mim, até este mesmo dia. 4 E _são_ filhos [4] [AAJ] de semblante duro, e obstinados de coração: eu te envio a elles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor JEHOVAH. 5 E elles, [5] quer ouçam quer deixem de ouvir (porque elles são casa rebelde), saberão, [6] comtudo, que esteve no meio d’elles um propheta. 6 E tu, ó filho do homem, não os temas, [7] nem temas as suas palavras; ainda que _são_ sarças [8] e espinhos para comtigo, e tu habites com escorpiões, não temas as suas palavras, nem te assustes com os seus rostos, [9] porque casa rebelde _são_ elles. 7 Porém [10] tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir: porquanto elles _são_ rebeldes. 8 Mas tu, ó filho do homem, ouve o que eu te fallo, não sejas rebelde como a casa rebelde: abre a tua bocca, [11] e come _o_ que eu te dou. 9 Então vi, [12] e eis que uma mão _se_ estendia para mim, e eis que n’ella _havia um_ rolo de livro. 10 E estendeu-o diante de mim, e elle estava escripto por dentro e por fóra: e n’elle estavam escriptas lamentações, e suspiros e ais. [1] cap. 3.23. Dan. 8.17. Act. 9.4. Dan. 10.11. [2] cap. 3.24. [3] Jer. 3.25. cap. 20.18, 21, 30. [4] cap. 3.7. [5] cap. 3.11, 26, 27. [6] cap. 33.33. [7] Jer. 1.8, 17. Luc. 12.4. [8] cap. 3.9. I Ped. 3.14. [9] cap. 3.9, 26, 27. [10] Jer. 1.7, 17. ver. 5. [11] Apo. 10.9. [12] cap. 8.3. Jer. 1.9. 3 Depois me disse: Filho do homem, come o que achares: [1] come este rolo, e vae, falla á casa d’Israel. 2 Então abri a minha bocca, e me deu a comer o rolo. 3 E disse-me: Filho do homem, dá de comer ao teu ventre, e enche as tuas entranhas d’este rolo que eu te dou. [2] Então o comi, e era na minha bocca doce como o mel. 4 E disse-me: Filho do homem, vae, entra na casa d’Israel, e dize-lhe as minhas palavras. 5 Porque tu não és enviado a um povo de profunda falla, nem de lingua difficil, _senão_ á casa de Israel; 6 Nem a muitos povos de profunda falla, e de lingua difficil, cujas palavras não possas entender: se eu aos taes te enviara, _porventura_ não te dariam ouvidos. 7 Porém a casa d’Israel não te quererá dar ouvidos, porque não me querem dar ouvidos a mim; porque toda a casa d’Israel _é_ obstinada de testa e dura de coração. 8 Eis que fiz duro o teu rosto contra os seus rostos, e forte a tua testa contra a sua testa. 9 Fiz como diamante a [3] tua testa, mais forte do que a pederneira: não os temas _pois_, [4] nem te assombres com os seus rostos, porque casa rebelde são. 10 Disse-me mais: Filho do homem, mette no teu coração todas as minhas palavras que te hei de dizer, e ouve-_as_ com os teus ouvidos. 11 Eia pois, vae aos do captiveiro, aos filhos do teu povo, e lhes fallarás, e lhes dirás: [5] Assim diz o Senhor JEHOVAH, quer ouçam quer deixem de ouvir. 12 E levantou-me [6] o espirito, e ouvi por detraz de mim uma voz de grande estrondo, _que dizia_: Bemdita seja a gloria do Senhor, do seu logar. 13 E _ouvi_ o sonido das azas dos animaes, que tocavam umas nas outras, e o sonido das rodas defronte d’elles, e o sonido d’um grande estrondo. 14 Então [7] o espirito me levantou, e me levou; e eu me fui mui triste, pelo ardor do meu espirito; porém a [8] mão do Senhor era forte sobre mim. 15 E vim aos do captiveiro, a Tel-abib, que moravam junto ao rio Chebar, [9] e eu morava onde elles moravam: e morei ali sete dias, pasmado no meio d’elles. _O atalaia de Israel._ 16 E succedeu que, ao fim de sete dias, veiu a palavra do Senhor a mim, dizendo: 17 Filho do homem: [10] Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha bocca ouvirás a palavra, e os avisarás da minha parte. 18 Quando eu disser ao impio: Certamente morrerás; e tu o não avisares, nem fallares para avisar ao impio ácerca do seu caminho impio, para o conservar em vida, aquelle impio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão _o_ requererei. 19 Porém, se avisares ao impio, e elle não se converter da sua impiedade e do seu caminho impio, elle morrerá na sua maldade, e tu livraste a tua alma. 20 Similhantemente, [11] quando o justo se desviar da sua justiça, e fizer maldade, e eu pozer diante d’elle um tropeço, elle morrerá; porque tu o não avisaste, no seu peccado morrerá, e suas justiças que fizera não virão em memoria, mas o seu sangue da tua mão o requererei. 21 Porém, avisando tu ao justo, para que o justo não peque, e elle não peccar, certamente viverá; porque foi avisado; e tu livraste a tua alma. 22 E [12] a mão do Senhor estava sobre mim ali, e me disse: Levanta-te, e sae ao valle, e ali fallarei comtigo. 23 E levantei-me, e sahi ao valle, [13] e eis que a gloria do Senhor estava ali, como a gloria que vi junto ao rio Chebar; e cahi sobre o meu rosto. 24 Então entrou em mim o [14] espirito, e me poz sobre os meus pés, e fallou comigo, e me disse: Entra, encerra-te dentro da tua casa. 25 Porque tu, ó filho do homem, eis que porão cordas sobre ti, [15] e te ligarão com ellas: não sairás pois ao meio d’elles. 26 E eu farei [16] que a tua lingua se pegue ao teu paladar, e ficarás mudo, e não lhes servirás de varão que reprehenda; [17] porque casa rebelde são elles. 27 Mas, [18] quando eu fallar comtigo, abrirei a tua bocca, e lhes dirás: Assim diz o Senhor: Quem ouvir ouça, e quem deixar _de ouvir_, deixe; [19] porque casa rebelde são elles. [1] cap. 2.8, 9. [2] Apo. 10.9. Jer. 15.16. [3] Isa. 50.7. Miq. 3.8. [4] Jer. 1.8, 17. cap. 2.6. [5] cap. 2.5, 7. ver. 27. [6] ver. 14. cap. 8.3. I Reis 18.12. II Reis 2.16. Act. 8.39. [7] ver. 12. cap. 8.3. [8] II Reis 3.15. cap. 1.3 e 8.1 e 37.1. [9] Job 2.13. [10] cap. 33.7. [11] cap. 18.24 e 33.12, 13. [12] ver. 14. cap. 1.3 e 3.4. [13] cap. 1.28. cap. 1.1. [14] cap. 2.2. [15] cap. 4.8. [16] cap. 24.27. Luc. 1.20, 22. [17] cap. 2.5, 6, 7. [18] cap. 24.27 e 33.22. [19] ver. 9, 26. cap. 12.2, 3. _Predicção do cerco de Jerusalem._ 4 Tu pois, ó filho do homem, toma um tijolo, e pôl-o-has diante de ti, e grava n’elle a cidade de Jerusalem. 2 E põe contra ella um cerco, e edifica contra ella uma fortificação, e levanta contra ella uma tranqueira, e põe contra ella arraiaes, e põe-lhe vaevens em redor. 3 E tu toma uma sertã de ferro, e põe-n’a por muro de ferro entre ti e entre a cidade; e dirige para ella o teu rosto, e assim será cercada, e a cercarás; [1] isto _servirá_ de signal á casa de Israel. 4 Tu tambem deita-te sobre o teu lado esquerdo, e põe a maldade da casa de Israel sobre elle: _conforme_ o numero dos dias que te deitares sobre elle, levarás as suas maldades. 5 Porque eu _já_ te tenho dado os annos da sua maldade, conforme o numero dos dias, trezentos e noventa dias; [2] e levarás a maldade da casa de Israel. 6 E, quando cumprires estes, tornar-te-has a deitar sobre o teu lado direito, e levarás a maldade da casa de Judah quarenta dias: um dia te dei por cada anno. 7 Dirigirás pois o teu rosto para o cerco de Jerusalem, e o teu braço _estará_ descoberto, e prophetizarás contra ella. 8 E eis que [3] porei sobre ti cordas: assim tu não te voltarás d’um lado para o outro, até que cumpras os dias do teu cerco. 9 E tu toma trigo, e cevada, e favas, e lentilhas, e milho, e aveia, e mette-os n’um vaso, e faze d’elles pão: _conforme_ o numero dos dias que tu te deitares sobre o teu lado, trezentos e noventa dias, comerás d’isso. 10 E a tua comida, que has de comer, _será_ do peso de vinte siclos cada dia: de tempo em tempo a comerás. 11 Tambem beberás a agua por medida, _a saber_, a sexta parte d’um hin: de tempo em tempo beberás. 12 E o comerás como bolos de cevada, e o cozerás com o esterco que sae do homem, diante dos olhos d’elles. 13 E disse o Senhor: [4] Assim comerão os filhos de Israel o seu pão immundo, entre as nações ás quaes os lançarei. 14 Então disse eu: [5] Ah! Senhor, Senhor! eis que a minha alma não foi contaminada, porque nunca [6] comi coisa morta, nem despedaçada, desde a minha mocidade até agora: nem carne abominavel entrou na minha bocca. 15 E disse-me: Vê, tenho-te dado bosta de vaccas, em logar de esterco de homem; e com ella prepararás o teu pão. 16 Então me disse: Filho do homem, [7] eis que eu quebranto o [AAK] sustento de pão em Jerusalem, [8] e comerão o pão por peso, e com desgosto; e a agua beberão por medida, e com espanto; 17 Para que o pão e a agua lhes falte, e se espantem uns com os outros, [9] e se consumam nas suas maldades. [1] cap. 12.6. [2] Num. 14.34. [3] cap. 3.25. [4] Ose. 9.3. [5] Act. 10.14. [6] Exo. 22.31. Lev. 11.40 e 17.15. Deu. 14.3. Isa. 65.4. [7] Lev. 26.26. Isa. 3.1. cap. 5.16 e 14.13. [8] ver. 10. cap. 12.19. ver. 11. [9] Lev. 26.39. cap. 24.23. 5 E tu, ó filho do homem, toma uma faca aguda, uma navalha de barbeiro, e tomal-a-has, [1] e a farás passar por cima da tua cabeça e da tua barba: então tomarás uma balança, e repartirás os _cabellos_. [Antes de Christo 594] 2 A [2] terça parte queimarás no fogo, no meio da cidade, quando se cumprirem os dias do cerco: [3] então tomarás _outra_ terça parte, e feril-a-has com uma espada ao redor d’ella; e a _outra_ terça parte espalharás ao vento; porque desembainharei a espada atraz d’elles. 3 Tambem tomarás d’elles um pequeno numero, e atal-os-has nas bordas _do_ teu _vestido_. 4 E ainda d’estes tomarás alguns, e os lançarás no meio do fogo e os queimarás a fogo; _e_ d’ali sairá um fogo contra toda a casa de Israel. 5 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Esta é Jerusalem, pul-a no meio das nações e terras que estão ao redor d’ella. 6 Porém ella mudou em impiedade os meus juizos, mais do que as nações, e os meus estatutos mais do que as terras que _estão_ ao redor d’ella; porque rejeitaram os meus juizos, e não andaram nos meus preceitos. 7 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto [AAL] multiplicastes _as vossas maldades_ mais do que as nações, que _estão_ ao redor de vós, nos meus estatutos não andastes, nem fizestes os meus juizos, [4] nem _ainda_ fizestes conforme os juizos das nações que _estão_ ao redor de vós; 8 Por isso assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu _estou_ contra ti, sim, eu: e executarei juizos no meio de ti aos olhos das nações. 9 E farei [5] em ti o que nunca fiz, e o qual não fareis jámais, por causa de todas as tuas abominações. 10 Portanto os paes [6] comerão a seus filhos no meio de ti, e os filhos comerão a seus paes; e executarei em ti juizos, [7] espalharei todo o teu residuo a todos os ventos. 11 Portanto vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, certamente (porquanto profanaste o meu sanctuario com todas as tuas coisas detestaveis, e com todas as tuas abominações), tambem eu _te_ diminuirei, e o meu olho te não perdoará, [8] nem tambem me apiedarei. 12 Uma terça [9] parte de ti morrerá da peste, e se consumirá á fome no meio de ti; e outra terça parte cairá á espada em redor de ti; [10] e a _outra_ terça parte espalharei a todos os ventos, e a espada desembainharei atraz d’elles. 13 Assim se cumprirá a [11] minha ira, e farei descançar n’elles o meu furor, e me consolarei; e saberão que eu, o Senhor, tenho fallado no meu zêlo, quando cumprir n’elles o meu furor. 14 E te porei em [12] assolação, e para opprobrio entre as nações que estão em redor de ti, aos olhos de todos os que passarem. 15 E [13] o opprobrio e a infamia servirão de instrucção e espanto ás nações que _estão_ em redor de ti, quando eu executar em ti juizos com ira, e com furor, [14] e com [AAM] sanhudos castigos: Eu, o Senhor, fallei. 16 Quando [15] eu enviar as más frechas da fome contra elles, que servirão para destruição, as quaes eu mandarei para vos destruir, então augmentarei a fome sobre vós, [16] e vos quebrantarei o sustento do pão. 17 E enviarei sobre vós a fome, e as más bestas [17] que te _desfilharão_; e a peste e o sangue passarão por ti; e trarei a espada sobre ti: Eu, o Senhor, fallei. [1] Lev. 21.5. Isa. 7.20. cap. 44.20. [2] ver. 12. [3] cap. 4.8, 9. [4] Jer. 2.10, 11. [5] Dan. 9.12. [6] Lev. 26.29. Deu. 28.53. II Reis 6.29. Jer. 19.9. Lam. 2.20 e 4.10. [7] ver. 12. Lev. 26.33. Deu. 28.64. [8] cap. 7.4, 9 e 8.18 e 9.10. [9] ver. 2. Jer. 21.9. cap. 6.12. [10] Jer. 9.16. ver. 2, 10. cap. 6.8. Lev. 26.33. cap. 12.14. [11] Lam. 4.11. cap. 6.12 e 7.8. cap. 21.17. Isa. 1.24. [12] Lev. 26.6, 31, 32. Neh. 2.17. [13] Psa. 79.4. Jer. 24.9. Lam. 2.15. [14] cap. 25.17. [15] Deu. 32.23, 24. [16] Lev. 26.26. cap. 4.16 e 14.13. [17] Lev. 26.22. Deu. 32.24. cap. 14.21 e 33.27 e 34.25 e 38.22. _Prophecia contra os montes de Israel._ 6 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] dirige o teu rosto para os montes de Israel, e prophetiza contra elles. 3 E dirás: Montes d’Israel, ouvi a palavra do Senhor JEHOVAH: Assim diz o Senhor JEHOVAH aos montes, aos outeiros, aos ribeiros e aos valles: Eis que eu, _sim_ eu, trarei a espada sobre vós, [2] e destruirei os vossos altos. 4 E serão assolados os vossos altares, e quebradas as vossas imagens do sol, [3] e derribarei os vossos traspassados, diante dos vossos idolos. 5 E porei os cadaveres dos filhos de Israel diante dos seus idolos; e espalharei os vossos ossos em redor dos vossos altares. 6 Em todas as vossas habitações as cidades serão destruidas, e os altos assolados; para que os vossos altares sejam destruidos e assolados, e os vossos idolos se quebrem e cessem, e as vossas imagens do sol sejam cortadas, e desfeitas as vossas obras. 7 E os traspassados cairão no meio de vós; [4] para que saibaes que eu _sou_ o Senhor. 8 Porém deixarei um [5] resto, para que tenhaes _alguns_ que escaparem da espada entre as nações, quando fordes espalhados pelas terras. 9 Então se lembrarão de mim os que escaparem de vós entre as nações para onde foram levados em captiveiro; [6] porquanto [AAN] me quebrantei por causa do seu coração fornicario, que se desviou de mim, e por causa dos seus olhos, que andaram fornicando após os seus idolos; [7] e terão nojo de si mesmos, por causa das maldades que fizeram em todas as suas abominações. 10 E saberão que eu _sou_ o Senhor, _e que_ não disse debalde que lhes faria este mal. 11 Assim diz o Senhor JEHOVAH: [8] Bate com a mão, e pateia com o teu pé, e dize: Ah, por todas as abominações das maldades da casa d’Israel! porque cairão á espada, e de fome, e de peste. 12 O que estiver longe morrerá de peste, e o que _está_ perto cairá á espada; e o que ficar de resto e cercado morrerá de fome: [9] e cumprirei o meu furor contra elles. 13 Então [10] sabereis que eu _sou_ o Senhor, quando estiverem os seus traspassados no meio dos seus idolos, em redor dos seus altares, [11] em todo o outeiro alto, [12] em todos os cumes dos montes, e debaixo de toda a arvore verde, [13] e debaixo de todo o carvalho espesso, no logar onde offereciam _perfume_ de cheiro suave a todos os seus idolos. 14 E [14] estenderei a minha mão sobre elles, e farei a terra assolada, e mais assolada do que o deserto da banda de [15] Diblath, em todas as suas habitações: e saberão que eu sou o Senhor. [1] cap. 20.46 e 21.2 e 25.2. cap. 36.1. [2] Lev. 26.30. [3] Lev. 26.30. [4] ver. 13. cap. 7.4, 9 e 11.10, 12 e 12.15. [5] Jer. 44.28. cap. 5.2, 12 e 12.16. [6] Num. 15.39. cap. 20.7, 24. [7] Lev. 26.39. Job 42.6. cap. 20.43 e 36.31. [8] cap. 21.14. [9] cap. 5.13. [10] ver. 7. [11] Jer. 2.20. [12] Ose. 4.13. [13] Isa. 57.5. [14] Isa. 5.25. [15] Jer. 48.22. _O fim vem! O fim vem!_ 7 Depois veiu a palavra do Senhor a mim, dizendo: 2 E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor JEHOVAH ácerca da terra d’Israel: [1] Vem o fim, o fim _vem_ sobre os quatro cantos da terra. 3 Agora _vem_ o fim sobre ti, porque enviarei sobre ti a minha ira, [2] e te julgarei conforme os teus caminhos, e trarei sobre ti todas as tuas abominações. 4 E não te poupará o [3] meu olho, nem me apiedarei _de ti_, mas porei sobre ti os teus caminhos, e as tuas abominações estarão no meio de ti: [4] e sabereis que eu _sou_ o Senhor. 5 Assim diz o Senhor _Jehovah_: Um mal, eis que um só mal vem. 6 Vem o fim, o fim vem, despertou-se contra ti; eis que vem. 7 [AAO] Vem a manhã a ti, ó habitador da terra. [5] Vem o tempo; [6] chegado _é_ o dia da turbação, e não _ha_ [AAP] echo nos montes. 8 Agora [7] depressa derramarei o meu furor sobre ti, e cumprirei a minha ira contra ti, [8] e te julgarei conforme os teus caminhos, e porei sobre ti todas as tuas abominações. 9 E [9] não te poupará o meu olho, nem me apiedarei _de ti_; conforme os teus caminhos carregarei sobre ti, e as tuas abominações estarão no meio de ti; [10] e sabereis que eu _sou_ o Senhor, que firo. 10 Eis aqui o dia, eis que vem; [11] _já_ saiu a [AAQ] manhã, já floresceu a vara, _já_ reverdeceu a soberba. 11 A [12] violencia se levantou para vara de impiedade: nada _restará_ d’elles, nem da sua multidão, nem do seu arroido, [13] nem _haverá_ lamentação por elles. 12 Vem [14] o tempo, _já_ é chegado o dia; o que compra não se alegre, e o que vende não se entristeça: porque a ira ardente está sobre toda a multidão d’elles. 13 Porque o que vende não tornará a _possuir_ o que vendeu, ainda que a vida d’elles _estivesse_ entre os viventes; porque a visão não tornará para traz sobre toda a sua multidão; nem ninguem esforçará a sua vida com a sua iniquidade. 14 _Já_ tocaram a trombeta, e tudo prepararam, porém não _ha_ quem vá á peleja, porque sobre toda a sua multidão _está_ a minha ardente ira. 15 Fóra [15] a espada, e dentro a peste e a fome: o que _estiver_ no campo morrerá á espada, e o que estiver na cidade a fome e a peste o consumirão. 16 E [16] escaparão os que escaparem d’elles, porém estarão pelos montes, como pombas dos valles, todos gemendo, cada um por causa da sua maldade. 17 Todas [17] as mãos se enfraquecerão, e todos os joelhos escorrerão _em_ aguas. 18 E [18] se cingirão de saccos, [19] e os cobrirá o tremor: e sobre todos os rostos _haverá_ vergonha, e sobre todas as suas cabeças calva. 19 A sua prata lançarão pelas ruas, [20] e o seu oiro será como immundicia; [21] nem a sua prata nem o seu oiro os poderá livrar no dia do furor do Senhor: não fartarão elles a sua alma, nem lhes encherão as entranhas, porque isto foi o tropeço da sua maldade. 20 E a gloria do seu ornamento _elle a_ poz em magnificencia, porém fizeram n’ella imagens das suas abominações e coisas detestaveis: por isso eu lh’a tenho feito coisa immunda. 21 E a entregarei na mão dos estranhos por preza, e aos impios da terra por despojo: e a profanarão. 22 E desviarei d’elles o meu rosto, e profanarão o meu _logar_ occulto; porque entrarão n’elle saqueadores, e o profanarão. 23 Faze _uma_ cadeia, [22] porque a terra está cheia de [AAR] juizo de sangue, e a cidade está cheia de violencia. 24 E farei vir os pessimos de entre as nações, e possuirão as suas casas: e farei cessar a arrogancia dos valentes, e [AAS] os que os sanctificam serão profanados. 25 Vem a destruição, e buscarão a paz, porém não a ha. 26 Miseria sobre [23] miseria virá, e se levantará rumor sobre rumor: então buscarão do propheta _uma_ visão, porém do sacerdote perecerá a lei como tambem dos anciãos o conselho. 27 O rei lamentará, e o principe se vestirá de assolação, e as mãos do povo da terra se conturbarão; conforme o seu caminho lhes farei, e com os seus juizos os julgarei; e saberão que eu _sou_ o Senhor. [1] ver. 3, 6. Amós 8.2. Mat. 24.6, 13, 14. [2] ver. 8, 9. [3] ver. 9. cap. 5.11 e 8.18 e 9.10. [4] ver. 27. cap. 6.7 e 12.20. [5] ver. 10. [6] ver. 12. Sof. 1.14, 15. [7] cap. 20.8, 21. [8] ver. 3. [9] ver. 4. [10] ver. 4. [11] ver. 7. [12] Jer. 6.7. [13] Jer. 16.5, 6. cap. 24.16, 22. [14] ver. 7. [15] Deu. 32.25. Lam. 1.20. cap. 5.12. [16] cap. 6.8. [17] Isa. 13.7. Jer. 6.24. cap. 21.7. [18] Isa. 3.24 e 15.2, 3. Jer. 48.37. Amós 8.10. [19] Psa. 55.5. [20] Pro. 11.4. Sof. 1.18. [21] cap. 14.3, 4 e 44.12. [22] II Reis 21.16. cap. 9.9 e 11.6. [23] Deu. 33.23. Jer. 4.20. _As abominações no sanctuario._ 8 Succedeu pois, no sexto anno, no _mez_ sexto, no quinto _dia_ do mez, estando eu assentado na minha casa, [1] e os anciãos de Judah assentados diante de mim, que ali a mão do Senhor JEHOVAH caiu sobre mim. 2 E olhei, [2] e eis uma similhança como aspecto de fogo; desde o aspecto dos seus lombos, e _d’ahi_ para baixo, era fogo; [3] e dos seus lombos e _d’ahi_ para cima como aspecto de um resplandor como de côr de ambar; 3 E estendeu [4] a fórma d’uma mão, e me tomou pelos cabellos da minha cabeça; e o Espirito me levantou entre a terra e o céu, e [5] me trouxe a Jerusalem em visões de Deus, até á entrada da porta do _pateo_ de dentro, que olha para o norte, [6] onde _estava_ o assento da imagem dos ciumes, que provoca a ciumes. 4 E eis que a gloria do Deus d’Israel _estava_ ali, [7] conforme o aspecto que eu tinha visto no valle. 5 E disse-me: Filho do homem, levanta agora os teus olhos para o caminho do norte. E levantei os meus olhos para o caminho do norte, e eis que da banda do norte, á porta do altar, _estava_ esta imagem de ciumes na entrada. 6 E disse-me: Filho do homem, vês tu o que elles estão fazendo? as grandes abominações que a casa d’Israel faz aqui, para que me alongue do meu sanctuario? porém ainda tornarás a vêr maiores abominações. 7 E levou-me á porta do atrio: então olhei, e eis que _havia um_ buraco na parede. 8 E disse-me: Filho do homem, cava agora n’aquella parede. E cavei na parede, e eis que _havia_ uma porta. 9 Então me disse: Entra, e vê as malignas abominações que elles fazem aqui. 10 E entrei, e olhei, e eis que toda a forma de reptis, e bestas abominaveis, e de todos os idolos da casa d’Israel, estavam pintados na parede em todo o redor. 11 E setenta homens dos anciãos da casa de Israel, com Jaazanias, filho de Saphan, que estava no meio d’elles, estavam em pé diante d’elles, e cada um _tinha_ na mão o seu incensario; e subia _uma_ espessa nuvem de incenso. 12 Então me disse: Viste, _porventura_, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas camaras pintadas de imagens? porque dizem: [8] O Senhor não nos vê; _já_ desamparou o Senhor a terra. 13 E disse-me: Ainda tornarás a ver maiores abominações, que estes fazem. 14 E levou-me á entrada da porta da casa do Senhor, que _está_ da banda do norte, e eis ali _estavam_ mulheres assentadas chorando a [AAT] Tammuz. 15 E disse-me: Viste _porventura isto_, filho do homem? ainda tornarás a ver abominações maiores do que estas. 16 E levou-me para o atrio interior da casa do Senhor, e eis que _estavam_ á entrada do templo do Senhor, [9] entre o portico e o altar, quasi vinte e cinco homens, _voltadas_ as costas para o templo do Senhor, e _virados_ os rostos para o oriente; [10] e elles adoravam o sol virados para o oriente. 17 Então me disse: Viste _isto_, filho do homem? ha _porventura_ coisa mais leviana para a casa de Judah, do que fazer taes abominações, que fazem aqui? [11] havendo enchido a terra de violencia, tornam a irritar-me; porque eis que elles chegam o ramo ao nariz. 18 Pelo que tambem [12] eu usarei _com elles_ de furor; o meu olho não poupará, nem me apiedarei: _e_, ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, _comtudo_ não os ouvirei. [1] cap. 14.1 e 20.1. cap. 1.3 e 3.22. [2] cap. 1.26, 27. [3] cap. 1.4. [4] Dan. 5.5. cap. 3.14. [5] cap. 11.1, 24 e 40.2. [6] Jer. 7.30 e 32.34. cap. 5.11. Deu. 32.16, 21. [7] cap. 1.28 e 3.22, 23. [8] cap. 9.9. [9] Joel 2.17. cap. 11.1. Jer. 2.27 e 32.33. [10] Deu. 4.19. II Reis 23.5, 11. Job 31.26. [11] cap. 9.9. [12] cap. 5.13 e 16.42 e 24.13. cap. 5.11 e 7.4, 9 e 9.5, 10. Pro. 1.28. Isa. 1.15. Jer. 11.11 e 14.12. Miq. 3.4. Zac. 7.13. _Os castigos de Jerusalem._ 9 Então me gritou aos ouvidos _com_ grande voz, dizendo: Fazei chegar os intendentes da cidade, cada um com as suas armas destruidoras na mão. 2 E eis que vinham seis homens caminho da porta alta, que olha para o norte, e cada _um_ com as suas armas destruidoras na mão, [1] e entre elles um homem vestido de linho, com um tinteiro de escrivão á sua cinta; e entraram, e se pozeram junto ao altar de bronze. 3 E a gloria [2] do Deus d’Israel se levantou de sobre o cherubim sobre o qual estava, até ao umbral da casa; e clamou ao homem vestido de linho, que tinha o tinteiro de escrivão á sua cinta. 4 E disse-lhe o Senhor: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalem, [3] e marca com _um_ signal as testas dos [4] homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se commettem no meio d’ella. 5 E aos _outros_ disse a meus ouvidos: Passae pela cidade após elle, e feri: [5] não poupe o vosso olho, nem vos compadeçaes. 6 Matae velhos, mancebos, e virgens, e meninos, e mulheres, [6] até exterminal-os; porém a todo o homem que _tiver_ o signal não vos chegueis; [7] e começae pelo meu sanctuario. [8] E começaram pelos homens mais velhos que _estavam_ diante da casa. 7 E disse-lhes: Contaminae a casa e enchei os atrios de mortos: sahi. E sairam, e feriram na cidade. 8 Succedeu pois que, havendo-os ferido, e ficando eu de resto, cahi [9] sobre a minha face, e clamei, e disse: Ah! Senhor JEHOVAH! dar-se-ha caso que destruas todo o restante de Israel, derramando a tua indignação sobre Jerusalem? 9 Então me disse: A maldade da casa de Israel e de Judah _é_ grandissima, [10] e a terra se encheu de sangue e a cidade se encheu de perversidade; porque dizem: [11] O Senhor deixou a terra, e o Senhor não vê. 10 Pois tambem, [12] emquanto a mim, não poupará o meu olho, nem me compadecerei: [13] sobre a cabeça d’elles farei recair o seu caminho. 11 E eis que o homem que _estava_ vestido de linho, a cuja cinta estava o tinteiro, tornou com a resposta, dizendo: Fiz como me mandaste. [1] Lev. 16.4. cap. 10.2, 6, 7. Apo. 15.6. [2] cap. 3.23 e 8.4 e 10.4, 18 e 11.22, 23. [3] Apo. 7.3 e 9.4 e 13.16, 17 e 20.4. [4] II Ped. 2.8. [5] ver. 10. cap. 5.11. [6] II Chr. 36.17. [7] Apo. 9.4. I Ped. 4.17. [8] cap. 8.11, 12, 16. [9] Num. 14.5 e 16.4, 22, 45. Jos. 7.6. [10] II Reis 21.16. cap. 8.17. [11] Isa. 29.15. [12] cap. 5.11 e 7.4 e 8.18. [13] cap. 11.21. _A segunda visão dos cherubins._ 10 Depois olhei, [1] e eis que no firmamento, que _estava_ por cima da cabeça dos cherubins, appareceu sobre elles como uma pedra de safira, como o aspecto da similhança d’um throno. 2 E fallou [2] ao homem vestido de linho, dizendo: Vae por entre as rodas, até debaixo do cherubim, [3] e enche os punhos de brazas accesas d’entre os cherubins, e espalha-as sobre a cidade. E elle entrou á minha vista. 3 E os cherubins estavam ao lado direito da casa, quando entrou aquelle homem; e uma nuvem encheu o atrio interior. 4 Então se levantou a gloria [4] do Senhor de sobre o cherubim para o umbral da casa; [5] e encheu-se a casa d’uma nuvem, e o atrio se encheu do resplandor da gloria do Senhor. 5 E o estrondo [6] das azas dos cherubins se ouviu até ao atrio exterior, como a voz do Deus Todo-poderoso, quando falla. 6 Succedeu pois que, dando elle ordem ao homem vestido de linho, dizendo: Toma fogo d’entre as rodas, d’entre os cherubins, entrou elle, e se poz junto ás rodas. 7 Então estendeu um cherubim a sua mão de entre os cherubins para o fogo que _estava_ entre os cherubins; e _o_ tomou, e _o_ poz nas mãos do que estava vestido de linho; o qual o tomou, e saiu. 8 E appareceu [7] nos cherubins uma similhança de mão de homem debaixo das suas azas. 9 Então olhei, [8] e eis quatro rodas junto aos cherubins, uma roda junto a um cherubim, e outra roda junto a outro cherubim; [9] e o aspecto das rodas _era_ como côr de pedra de [AAU] turqueza. 10 E, quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma similhança; como se estivera _uma_ roda no meio d’_outra_ roda. 11 Andando [10] estes, andavam _est’ outras_ pelos quatro lados d’elles; não se viravam quando andavam, mas para o logar para onde olhava a cabeça para esse andavam; não se viravam quando andavam. 12 E todo o seu corpo, e as suas costas, e as suas mãos, [11] e as suas azas, e as rodas, as rodas que os quatro tinham, _estavam_ cheias d’olhos em redor. 13 E, quanto ás rodas, a ellas se lhes chamou a meus ouvidos [AAV] Galgal. 14 E cada [12] um tinha quatro rostos: o rosto do primeiro _era_ rosto de cherubim, e o rosto do segundo rosto de homem, e _do_ terceiro era rosto de leão, e _do_ quarto rosto de aguia. 15 E os cherubins se elevaram ao alto: [13] estes _são_ os mesmos animaes que vi junto ao rio de Chebar. 16 E, andando [14] os cherubins, andavam as rodas juntamente com elles; e, levantando os cherubins as suas azas, para se elevarem de sobre a terra, tambem as rodas não se separavam d’elles. 17 Parando [15] elles, paravam _ellas_; e, elevando-se elles, elevavam-se ellas, porque o espirito de vida _estava_ n’ellas. 18 Então [16] saiu a gloria do Senhor de sobre o umbral da casa do Senhor, e parou sobre os cherubins. 19 E os cherubins [17] alçaram as suas azas, e se elevaram da terra aos meus olhos, quando sairam; e as rodas os acompanhavam: e _cada um_ parou á entrada da porta oriental da casa do Senhor; e a gloria do Deus de Israel estava em cima sobre elles. 20 Estes [18] _são_ os animaes que vi debaixo do Deus de Israel, junto ao rio de Chebar, e conheci que _eram_ cherubins. 21 Cada [19] um tinha quatro rostos e cada um quatro azas, [20] e a similhança de mãos de homem debaixo das suas azas. 22 E a similhança [21] dos seus rostos era _a dos_ rostos que eu tinha visto junto ao rio de Chebar, o aspecto d’elles e elles mesmos: cada [22] um andava ao direito do seu rosto. [1] cap. 1.22, 26. [2] cap. 9.2, 3. [3] cap. 1.13. Apo. 8.5. [4] ver. 18. cap. 9.3. [5] I Reis 8.10, 11. cap. 43.5. [6] cap. 1.24. [7] cap. 1.8. ver. 21. [8] cap. 1.15. [9] cap. 1.16. [10] cap. 1.17. [11] cap. 1.18. [12] cap. 1.6, 10. [13] cap. 1.5. [14] cap. 1.19. [15] cap. 1.12, 20, 21. [16] ver. 4. [17] cap. 11.22. [18] cap. 1.22. ver. 15. cap. 1.1. [19] cap. 1.6. ver. 14. [20] cap. 1.8. ver. 8. [21] cap. 1.10. [22] cap. 1.12. _O juizo de Deus contra os chefes do povo._ 11 Então [1] me levantou o Espirito, e me levou á porta oriental da casa do Senhor, que olha para o oriente; [2] e eis que estavam á entrada da porta vinte e cinco homens; e no meio d’elles vi a Jaazanias, filho de Azus, e a Pelatias, filho de Benaias, principes do povo. 2 E disse-me: Filho do homem, estes _são_ os homens que pensam na perversidade, e aconselham conselho mau n’esta cidade. 3 Que dizem: [3] Não está proximo o tempo de edificar casas; esta _cidade_ é a caldeira, e nós a carne. 4 Portanto, prophetiza contra elles: prophetiza, ó filho do homem. 5 Caiu pois sobre mim o Espirito [4] do Senhor, e disse-me: Dize: Assim diz o Senhor: Assim vós dizeis, ó casa d’Israel, porque, quanto ás coisas que vos sobem ao espirito, eu as conheço. 6 Multiplicastes [5] os vossos mortos n’esta cidade, e enchestes as suas ruas de mortos. 7 Portanto, assim diz o Senhor JEHOVAH: [6] Vossos mortos, que deitastes no meio d’ella, esses são a carne, e ella _é_ a caldeira: a vós, porém, [7] vos tirarei do meio d’ella. 8 Temestes a espada, e a espada trarei sobre vós, diz o Senhor JEHOVAH. 9 E vos farei sair do meio d’ella, e vos entregarei na mão de estranhos, [8] e exercerei _os meus_ juizos entre vós. 10 Caireis á espada, _e_ nos confins d’Israel vos julgarei; [9] e sabereis que eu _sou_ o Senhor. 11 Esta _cidade_ [10] não vos servirá de caldeira, nem vós servireis de carne no meio d’ella: nos confins d’Israel vos julgarei. 12 E sabereis [11] que eu _sou_ o Senhor, porque nos meus estatutos não andastes, nem fizestes os meus juizos; [12] antes fizestes conforme os juizos das nações que _estão_ em redor de vós. 13 E aconteceu que, prophetizando eu, [13] morreu Pelatias, filho de Benaias: [14] então cahi sobre o meu rosto, e clamei com grande voz, e disse: Ah! Senhor JEHOVAH! _porventura_ farás tu consummação do resto d’Israel? 14 Então veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 15 Filho do homem, teus irmãos, sim, teus irmãos, os homens de [AAW] teu parentesco, e toda a casa de Israel, todos elles, são aquelles a quem os habitantes de Jerusalem disseram: Apartae-vos para longe do Senhor; esta terra se nos deu em possessão. 16 Portanto, dize: [15] Assim diz o Senhor JEHOVAH: Ainda que os lancei para longe entre as nações, e ainda que os espalhei pelas terras, todavia lhes servirei de sanctuario, por _um_ pouco de _tempo_, nas terras para onde foram. 17 Portanto, dize: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Ora ajuntar-vos-hei dos povos, e vos recolherei das terras para onde fostes lançados, e vos darei a terra d’Israel. 18 E virão ali, e tirarão d’ella todas as suas coisas detestaveis e todas as suas abominações. 19 E lhes darei [16] um mesmo coração, e espirito novo porei dentro d’elles; [17] e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne; 20 Para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juizos, e os façam: [18] e elles me serão por povo, e eu lhes serei por Deus. 21 Quanto áquelles cujo coração andar conforme o coração das suas coisas detestaveis, e das suas abominações, [19] farei recair nas suas cabeças o seu caminho, diz o Senhor JEHOVAH. 22 Então os cherubins [20] elevaram as suas azas, e as rodas os acompanhavam; e a gloria do Deus d’Israel estava em cima, sobre elles. 23 E a gloria [21] do Senhor se alçou desde o meio da cidade; [22] e se poz sobre o monte que _está_ defronte do oriente da cidade. 24 Depois [23] o Espirito me levantou, e me levou á Chaldea, para os do captiveiro, em visão, pelo Espirito de Deus; e subiu de sobre mim a visão que eu tinha visto. 25 E fallei aos do captiveiro todas as coisas que o Senhor me tinha mostrado. [1] cap. 3.12, 14 e 8.3. ver. 24. cap. 10.19. [2] cap. 8.16. [3] II Ped. 3.4. [4] cap. 2.2 e 3.24. [5] cap. 7.23 e 22.3, 4. [6] cap. 24.3, 6, 10, 11. Miq. 3.3. [7] ver. 9. [8] cap. 5.8. [9] II Reis 14.25. [10] ver. 3. [11] ver. 10. [12] Lev. 18.3, 21, etc. Deu. 12.30, 31. cap. 8.10, 14, 16. [13] ver. 1. [14] cap. 9.8. [15] Jer. 24.5. cap. 28.25 e 34.13 e 36.24. [16] Jer. 32.39. cap. 36.26, 27. Jer. 31.33. cap. 18.31. [17] Zac. 7.12. [18] Jer. 24.7. cap. 14.11 e 36.28 e 37.27. [19] cap. 9.10 e 22.31. [20] cap. 1.19. [21] cap. 8.4 e 9.3 e 10.4, 18 e 43.4. Zac. 14.4. [22] cap. 43.2. [23] cap. 8.3. _A mudança para fóra do muro é o symbolo do captiveiro e da dispersão._ 12 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] tu habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, e tem ouvidos para ouvir e não ouve; [2] porque casa rebelde _é_. 3 Tu, pois, ó filho do homem, faze trastes _de quem_ se muda de paiz, e de dia muda de logar aos olhos d’elles; e do teu logar mudarás a outro logar aos olhos d’elles; bem pode ser que reparem n’isso, ainda que elles _são_ casa rebelde. 4 Aos olhos d’elles tirarás para fóra pois, de dia, os teus trastes, como trastes _de quem_ se muda de logar; então tu sairás de tarde aos olhos d’elles, como quem sae mudando de logar. 5 Escava para ti, á vista d’elles, a parede, e tira para fóra por ella _os trastes_. 6 Aos olhos d’elles aos hombros _os_ levarás, ás escuras _os_ tirarás, e cobrirás a tua cara, para que não vejas a terra: [3] porque te dei por signal maravilhoso á casa d’Israel. 7 E fiz assim, como se me deu ordem: os meus trastes tirei para fóra de dia, como trastes _de quem_ se muda de logar: então á tarde escavei na parede com a mão; ás escuras os tirei para fóra, _e_ aos hombros os levei, aos olhos d’elles. 8 E veiu a mim a palavra do Senhor, pela manhã, dizendo: 9 Filho do homem, _porventura_ não te disse a casa d’Israel, [4] aquella casa rebelde: Que fazes tu? 10 Dize-lhes: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [5] Esta carga é _contra_ o principe em Jerusalem, e _contra_ toda a casa d’Israel, que está no meio d’ella. 11 Dize: [6] Eu _sou_ o vosso maravilhoso signal: assim como eu fiz, assim se lhes fará a elles; por transportação irão em captiveiro; 12 E o principe [7] que _está_ no meio d’elles aos hombros levará ás escuras _os trastes_, e sairá: a parede escavarão para os tirarem por ella: o seu rosto cobrirá, para que elle com o olho não veja a terra. 13 Tambem estenderei [8] a minha rede sobre elle, e será apanhado no meu laço: [9] e o levarei a Babylonia, á terra dos chaldeos, e _comtudo_ não a verá, ainda que ali morrerá. 14 E a todos os que _estiverem_ ao redor d’elle em seu soccorro, e a todas as suas tropas, [10] espalharei a todos os ventos: [11] e desembainharei a espada atraz d’elles. 15 Assim saberão [12] que eu sou o Senhor, quando eu os derramar entre as nações e os espalhar pelas terras. 16 Porém d’elles deixarei [13] ficar de resto alguns poucos da espada, da fome, e da peste, para que contem todas as suas abominações entre as nações para onde forem; e saberão que eu _sou_ o Senhor. 17 Então veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 18 Filho do homem, [14] o teu pão comerás com tremor, e a tua agua beberás com estremecimento e com receio. 19 E dirás ao povo da terra: Assim diz o Senhor JEHOVAH ácerca dos habitantes de Jerusalem, na terra d’Israel: O seu pão comerão com receio, e a sua agua beberão com susto, [15] porquanto a sua terra será despojada de sua abundancia, por causa da violencia de todos os que habitam n’ella. 20 E as cidades habitadas serão desoladas, e a terra se tornará em assolação; e sabereis que eu _sou_ o Senhor. _Prophecia contra os falsos prophetas._ 21 E veiu _ainda_ a mim a palavra do Senhor, dizendo: 22 Filho do homem, que dictado _é_ este _que_ vós tendes na terra d’Israel, dizendo: [16] Prolongar-se-hão os dias, e perecerá toda a visão? 23 Portanto, dize-lhes: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Farei cessar este dictado, e não se servirão mais d’este dictado em Israel; porém dize-lhes: [17] _Já_ se chegaram os dias e a palavra de toda a visão. 24 Porque [18] não haverá mais alguma visão vã, nem adivinhação lisongeira, no meio da casa d’Israel. 25 Porque eu, o Senhor, fallarei, [19] e a palavra que eu fallar se fará; não terá mais tardança; porque em vossos dias, ó casa rebelde, fallarei uma palavra e a cumprirei, diz o Senhor JEHOVAH. 26 Veiu mais a mim a palavra do Senhor, dizendo: 27 Filho [20] do homem, eis que _os da_ casa d’Israel dizem: _A_ visão que este vê _é_ para muitos dias, e elle prophetiza de tempos que estão longe. 28 Portanto dize-lhes: [21] Assim diz o Senhor JEHOVAH: Não será differida mais alguma das minhas palavras: e a palavra que fallei se fará, diz o Senhor JEHOVAH. [1] cap. 2.3, 6, 7, 8 e 3.26, 27. Isa. 6.9 e 42.20. Jer. 5.21. Mat. 13.13, 14. [2] cap. 2.5. [3] Isa. 8.18. cap. 4.3 e 24.24. ver. 11. [4] cap. 2.5 e 17.12 e 24.19. [5] Mal. 1.1. [6] ver. 6. II Reis 25.4, 5, 7. [7] Jer. 39.4. [8] Job 19.6. Jer. 52.9. Lam. 1.13. cap. 17.20. [9] II Reis 25.7. Jer. 52.11. cap. 17.16. [10] II Reis 25.4, 5. cap. 5.10. [11] cap. 5.2, 12. [12] cap. 6.7, 14 e 11.10. ver. 16, 20. [13] cap. 6.8, 9, 10. [14] cap. 4.16. [15] Zac. 7.14. [16] ver. 27. cap. 11.3. [17] Joel 2.1. Sof. 1.14. [18] cap. 13.23. Lam. 2.14. [19] Isa. 55.11. ver. 28. Dan. 9.12. [20] ver. 22. [21] ver. 23, 25. 13 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, prophetiza contra os prophetas de Israel que [1] prophetizam, e dize aos que prophetizam de seu coração: Ouvi a palavra do Senhor: 3 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Ai dos prophetas loucos, que seguem o seu _proprio_ espirito e o que não viram! 4 Os teus prophetas, ó Israel, [2] são como raposas nos desertos. 5 Não subistes [3] ás brechas, nem tapastes o muro _quebrado_ para a casa d’Israel, para estardes na peleja no dia do Senhor. 6 Vêem [4] vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; e o Senhor os não enviou: e fazem que se espere o cumprimento da palavra. 7 _Porventura_ não vêdes visão de vaidade, e não fallaes adivinhação mentirosa, quando dizeis: O Senhor diz, sendo que eu _tal_ não fallei? 8 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto fallaes vaidade, e vêdes a mentira, portanto eis que eu _sou_ contra vós, diz o Senhor JEHOVAH. 9 E a minha mão será contra os prophetas que vêem vaidade e que adivinham mentira: na congregação do meu povo não estarão, [5] nem nos registros da casa d’Israel se escreverão, [6] nem entrarão na terra de Israel: e sabereis que eu _sou_ o Senhor JEHOVAH. 10 Porquanto, sim, porquanto andam enganando o meu povo, dizendo: [7] Paz, não havendo paz; e um edifica a parede de lodo, [8] e eis que outros a rebocam de cal não adubada; 11 Dize aos que a rebocam de cal não adubada que cairá: [9] haverá _uma_ grande pancada de chuva, e vós, ó pedras grandes de saraiva, caireis, e _um_ vento tempestuoso _a_ fenderá. 12 Ora, eis que, caindo a parede, não vos dirão: _Então_ onde _está_ o reboco de que a rebocastes? 13 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: _Um_ vento tempestuoso farei, _sim_, romper no meu furor, e _uma_ grande pancada de chuva haverá na minha ira, e grandes pedras de saraiva na _minha_ indignação, para consumir. 14 E derribarei a parede que rebocastes de cal não adubada, e darei com ella por terra, e o seu fundamento se descobrirá; assim cairá, [10] e perecereis no meio d’ella, e sabereis que eu _sou_ o Senhor. 15 Assim cumprirei o meu furor contra a parede, e contra os que a rebocam de cal não adubada; e vos direi: _Já_ não _ha_ parede, nem existem os que a rebocam; 16 _A saber_, os prophetas de Israel, que prophetizam de Jerusalem, [11] e vêem para ella visão de paz, não havendo paz, diz o Senhor JEHOVAH. 17 E tu, ó filho do homem, [12] dirige o teu rosto contra as filhas do teu povo, que prophetizam de seu coração, e prophetiza contra ellas. 18 E dize: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Ai das que cozem almofadas para todos os sovacos, e que fazem travesseiros para cabeças de toda a estatua, para caçarem as almas! _porventura_ caçareis as almas do meu povo? e as almas guardareis em vida para vós? 19 E me profanareis para com o meu povo, [13] por punhados de cevada, e por pedaços de pão, para matardes as almas que não haviam de morrer, e para guardardes em vida as almas que não haviam de viver, mentindo _assim_ ao meu povo que escuta a mentira? 20 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis ahi _vou_ eu contra as vossas almofadas, com que vós ali caçaes as almas nos jardins, e as arrancarei de vossos braços, e soltarei as almas que vós caçaes, as almas nos jardins. 21 E rasgarei os vossos toucadores, e livrarei o meu povo das vossas mãos, e nunca mais estarão em vossas mãos para _vossa_ caça; [14] e sabereis que eu _sou_ o Senhor. 22 Porquanto entristecestes o coração do justo _com_ falsidade, não o havendo eu entristecido; [15] e _porquanto_ esforçastes as mãos do impio, para que não se desviasse do seu mau caminho, para guardal-o em vida; 23 Portanto [16] não vereis mais a vaidade, nem adivinhareis adivinhação; mas livrarei o meu povo das vossas mãos, [17] e sabereis que eu _sou_ o Senhor. [1] ver. 17. [2] Can. 2.15. [3] cap. 22.30. [4] ver. 23. cap. 12.24 e 22.28. [5] Esd. 2.50, 62. Neh. 7.5. [6] cap. 20.38. cap. 11.10, 12. [7] Jer. 6.14 e 8.11. [8] cap. 22.28. [9] cap. 38.22. [10] ver. 9, 21, 23. cap. 14.8. [11] Jer. 6.14 e 28.9. [12] cap. 20.47 e 21.2. ver. 2. [13] Pro. 28.21. Miq. 3.5. [14] ver. 9. [15] Jer. 23.14. [16] ver. 6, etc. cap. 12.24. Miq. 3.6. [17] ver. 9. cap. 14.8 e 15.7. _O castigo dos idolatras._ 14 E vieram [1] a mim _alguns_ homens dos anciãos de Israel, e se assentaram diante de mim. 2 Então veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 3 Filho do homem, [2] estes homens levantaram os seus idolos sobre os seus corações, e o tropeço da sua maldade pozeram diante da sua face; [3] _porventura pois_ devéras [AAX] me perguntam? 4 Portanto falla com elles, e dize-lhes: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Qualquer homem da casa de Israel, que levantar os seus idolos sobre o seu coração, e o tropeço da sua maldade pozer diante da sua face, e vier ao propheta, eu, o Senhor, vindo elle, lhe responderei conforme a multidão dos seus idolos; 5 Para apanhar a casa de Israel no seu coração, porquanto todos se apartaram de mim para _seguirem_ os seus idolos. 6 Portanto dize á casa de Israel: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Convertei-vos, e deixae-vos converter dos vossos idolos; e desviae os vossos rostos de todas as vossas abominações. 7 Porque qualquer homem da casa de Israel, e dos estrangeiros que peregrinam em Israel, que se alienar de mim, e levantar os seus idolos sobre o seu coração, e pozer o tropeço da sua maldade diante do seu rosto, e vier ao propheta, para me consultar por meio d’elle, eu, o Senhor, lhe responderei por mim _mesmo_. 8 E porei [4] o meu rosto contra o tal homem, e o assolarei para _que sirva de_ signal e _de_ dictado, e arrancal-o-hei do meio do meu povo: [5] e sabereis que eu _sou_ o Senhor. 9 E quando o propheta se deixar persuadir, e fallar alguma coisa, eu, o Senhor, persuadi [6] esse propheta; e estenderei a minha mão contra elle, e destruil-o-hei do meio do meu povo Israel, 10 E levarão a sua maldade: como _fôr_ a maldade do que pergunta, assim será a maldade do propheta; 11 Para que a casa de Israel não se desvie mais [7] d’após mim, nem se contamine mais com todas as suas transgressões: [8] então elles me serão por povo, e eu lhes serei por Deus, diz o Senhor JEHOVAH. _A justiça dos castigos de Deus._ 12 Veiu ainda a mim a palavra do Senhor, dizendo: 13 Filho do homem, quando uma terra peccar contra mim, gravemente rebellando, [9] então estenderei a minha mão contra ella, e lhe quebrarei o [AAY] sustento do pão, e enviarei contra ella fome, e arrancarei d’ella homens e animaes: 14 Ainda [10] que estivessem no meio d’ella estes tres homens, Noé, Daniel e Job, [11] elles pela sua justiça livrariam _sómente_ a sua alma, diz o Senhor JEHOVAH. 15 Se eu fizer passar pela terra as más [12] bestas, e _ellas_ a despojarem de filhos, que _ella_ seja assolada, e ninguem possa passar _por ella_ por causa das bestas; 16 _E_ [13] estes tres homens _estivessem_ no meio d’ella, vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, que nem a filhos nem a filhas livrariam; elles só ficariam livres, e a terra seria assolada. 17 Ou, [14] _se_ eu trouxer a espada sobre a tal terra, e disser: Espada, passa pela terra: [15] e eu arrancar d’ella homens e bestas: 18 Ainda [16] que aquelles tres homens _estivessem_ n’ella, vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, que nem filhos nem filhas livrariam, senão elles só ficariam livres. 19 Ou, [17] _se_ eu enviar a peste sobre a tal terra, e derramar o meu furor sobre ella com sangue, para arrancar d’ella homens e bestas; 20 Ainda que Noé, [18] Daniel e Job _estivessem_ no meio d’ella, vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, que nem _um_ filho nem _uma_ filha livrariam a sua alma, mas só elles livrarão as suas proprias almas pela sua justiça. 21 Porque assim diz o Senhor JEHOVAH: Quanto mais, se eu enviar os meus quatro maus juizos, a espada, e a fome, e as más bestas, e a peste, contra Jerusalem, [19] para arrancar d’ella homens e bestas? 22 Porém eis que _alguns_ dos que escaparem ficarão de resto n’ella, que serão tirados para fóra, assim filhos como filhas; eis que elles sairão a vós, [20] e vereis o seu caminho e os seus feitos; e ficareis consolados do mal que eu trouxe sobre Jerusalem, _e_ de tudo o que trouxe sobre ella. 23 E vos consolarão, quando virdes o seu caminho e os seus feitos; [21] e sabereis que não fiz sem razão tudo quanto fiz n’ella, diz o Senhor JEHOVAH. [1] cap. 8.1 e 20.1 e 33.31. [2] cap. 7.19. ver. 4, 7. [3] II Reis 3.13. [4] Lev. 17.10 e 20.3, 5, 6. Jer. 44.11. cap. 15.7. [5] cap. 6.7. [6] I Reis 22.23. Job 12.16. Jer. 4.10. II The. 2.11. [7] II Ped. 2.15. [8] cap. 11.20 e 37.27. [9] Lev. 26.26. Isa. 3.1. cap. 4.16 e 5.16. [10] Jer. 15.1. ver. 16, 18, 20. Jer. 7.16 e 11.14 e 14.11. [11] Pro. 11.4. [12] Lev. 26.22. cap. 5.17. [13] ver. 14, 18, 20. [14] Lev. 26.25. cap. 5.12 e 21.3, 4 e 29.8 e 38.21. [15] cap. 25.13. Sof. 1.3. [16] ver. 14. [17] II Sam. 24.15. cap. 38.22. cap. 7.8. [18] ver. 14. [19] cap. 5.17 e 33.27. [20] cap. 20.43. [21] Jer. 22.8, 9. _O pau inutil da videira._ 15 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, que mais é o pau da videira do que todo _outro_ pau? _ou_ o sarmento entre os paus do bosque? 3 Toma-se _porventura_ d’elle madeira para fazer alguma obra? ou toma-se d’elle alguma estaca, para que se lhe pendure algum traste? 4 Eis que [1] _o_ entregam ao fogo, para que seja consumido; ambas as suas extremidades consome o fogo, e o meio d’elle fica queimado: serviria _porventura_ para alguma obra? 5 Eis que, estando inteiro, não se fazia _d’elle_ obra, quanto menos sendo consumido do fogo? _e_, sendo queimado, se faria ainda obra _d’elle_? 6 Portanto, assim diz o Senhor JEHOVAH: Como _é_ o pau da videira entre os paus do bosque, o que entrego ao fogo para que seja consumido, assim entregarei os habitantes de Jerusalem. 7 Porque porei [2] a minha face contra elles; saindo elles de _um_ fogo, _outro_ fogo os consumirá; [3] e sabereis que eu _sou_ o Senhor, quando tiver posto a minha face contra elles. 8 E tornarei a terra em assolação, porquanto grandemente prevaricaram, diz o Senhor JEHOVAH. [1] João 15.6. [2] cap. 14.8. Isa. 24.18. [3] cap. 6.7 e 7.4 e 11.10 e 20.38, 42, 44. _A meretriz e as abominações de Jerusalem._ 16 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] faze conhecer a Jerusalem as suas abominações. 3 E dize: Assim diz o Senhor JEHOVAH a Jerusalem: [2] A tua origem e o teu nascimento _procedem_ da terra dos cananeos: teu pae _era_ amorrheo, e a tua mãe hethea. 4 E, _quanto ao_ teu nascimento, [3] no dia em que nasceste não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com a agua, [AAZ] vendo-te eu; nem tão pouco foste esfregada com sal, nem envolta em faixas. 5 Não se compadeceu de ti olho algum, para te fazer alguma coisa d’isto, compadecido de ti; antes foste lançada na face do campo, pelo nojo da tua alma, no dia em que tu nasceste. 6 E, passando eu por ao pé de ti, vi-te pizada no teu sangue, e disse-te: _Ainda que estejas_ no teu sangue, vive; sim, disse-te: _Ainda que estejas_ no teu sangue, vive. 7 Eu [4] te fiz multiplicar como o renovo do campo, e cresceste, e te engrandeceste, e chegaste á grande formosura: avultaram os peitos, e brotou o teu pello; porém _estavas_ nua e descoberta. 8 E, passando eu por ao pé de ti, vi-te, e eis que o teu tempo _era_ tempo de amores; [5] e estendi sobre ti a ourela do meu manto, e cobri a tua nudez; e dei-te juramento, e entrei em concerto comtigo, diz o Senhor JEHOVAH, [6] e tu ficaste _sendo_ minha. 9 Então te lavei na agua, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com oleo. 10 E te vesti de bordadura, e te calcei _de pello_ de texugo, e te cingi de linho fino, e te cobri de seda. 11 E te ornei com ornamentos, [7] e te puz braceletes nas mãos e um collar á roda do teu pescoço. 12 E te puz uma joia pendente na testa, e pendentes nas orelhas, e _uma_ corôa de gloria na cabeça. 13 E _assim_ foste ornada de oiro e prata, e o teu vestido _foi_ de linho fino, e de seda e bordadura: [8] nutriste-te de flor de farinha, e mel e oleo; e foste formosa em extremo, e foste prospera, até chegares a ser [ABA] rainha. 14 E saiu de [9] ti a fama entre as nações, por causa da tua formosura, porque perfeita _era_, por causa da minha gloria que eu tinha posto sobre ti, diz o Senhor JEHOVAH. 15 Porém [10] confiaste na tua formosura, e fornicaste por causa da tua fama; derramaste as tuas fornicações a todo o que passava, para seres sua. 16 E tomaste [11] dos teus vestidos, e fizeste logares altos _enfeitados_, de diversas côres, e fornicaste sobre elles; _taes coisas_ não vieram, nem hão de vir. 17 E tomaste as tuas joias de enfeite, que eu te dei do meu oiro e da minha prata, e fizeste imagens de homens, e fornicaste com ellas. 18 E tomaste os teus vestidos bordados, e as cobriste; e o meu oleo e o meu perfume pozeste diante d’ellas. 19 E o meu pão que te dei, a flor de farinha, e o oleo e o mel _com que_ eu te sustentava tambem pozeste [12] diante d’ellas em cheiro suave; e _assim_ foi, diz o Senhor JEHOVAH. 20 Além [13] d’isto, tomaste a teus filhos e tuas filhas, que me tinhas gerado, e os sacrificaste a ellas, para _os_ consumirem: acaso _é_ pequena a tua fornicação? 21 E mataste a meus filhos, e os entregaste a ellas para os fazerem passar pelo _fogo_. 22 E em todas as tuas abominações, e tuas fornicações, [14] não te lembraste dos dias da tua mocidade, [15] quando tu estavas nua e descoberta, _e_ pizada no teu sangue. 23 E succedeu, depois de toda a tua maldade (ai! ai de ti! diz o Senhor JEHOVAH), 24 _Que_ edificaste [16] uma [ABB] abobada, [17] e fizeste logares altos por todas as ruas. 25 A cada canto do caminho edificaste o teu logar alto, e fizeste abominavel a tua formosura, e alargaste os teus pés a todo o que passava: e _assim_ multiplicaste as tuas fornicações. 26 Tambem fornicaste com os filhos [18] do Egypto, teus visinhos de grandes carnes, e multiplicaste a tua fornicação para me provocares á ira. 27 Pelo que eis que estendi a minha mão sobre ti, e diminui a tua porção; e te entreguei á vontade das que te aborrecem, _a saber_, [19] das filhas dos philisteos, as quaes se envergonhavam do teu caminho depravado. 28 Tambem fornicaste com os filhos da Assyria, porquanto eras insaciavel; e, fornicando com elles, [20] nem ainda assim ficaste farta; 29 Antes multiplicaste as tuas fornicações na terra de Canaan até [21] Chaldea, e nem ainda com isso te fartaste. 30 Quão fraco está o teu coração, diz o Senhor JEHOVAH, fazendo tu todas estas coisas, obras d’_uma_ mulher meretriz e imperiosa! 31 Edificando tu [22] a tua [ABC] abobada ao canto de cada caminho, e fazendo o teu logar alto em cada rua! nem foste como a meretriz, desprezando a paga; 32 _Antes como_ a mulher adultera que, em logar de seu marido, recebe os estranhos. 33 A todas as meretrizes dão paga, [23] mas tu dás os teus presentes a todos os teus amantes; e lhes dás presentes, para que venham a ti de todas as partes, por tuas fornicações. 34 Assim que comtigo succede o contrario das mulheres nas tuas fornicações, pois após ti não andam para fornicar; porque, dando tu a paga, e a ti não sendo dada a paga, te fizeste contraria _ás outras_. 35 Portanto, ó meretriz, ouve a palavra do Senhor. 36 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto se derramou o teu dinheiro, e se descobriu a tua nudez nas tuas fornicações com os teus amantes, como tambem com todos os idolos das tuas abominações, [24] e no sangue de teus filhos que lhes deste: 37 Portanto, eis que ajuntarei a [25] todos os teus amantes, com os quaes te misturaste, como tambem a todos os que amaste, com todos os que aborreceste, e ajuntal-os-hei contra ti em redor, e descobrirei a tua nudez diante d’elles, para que vejam toda a tua nudez. 38 E julgar-te-hei segundo [26] o teu juizo das adulteras e das que derramam sangue; e entregar-te-hei ao sangue de furor e de ciume. 39 E entregar-te-hei nas suas mãos, e derribarão a tua abobada, e transtornarão os teus altos logares, [27] e te despirão os teus vestidos, e tomarão as tuas joias de enfeite, e te deixarão nua e descoberta. 40 Então farão subir [28] contra ti _um_ ajuntamento, e te apedrejarão com pedra, e te traspassarão com as suas espadas. 41 E queimarão [29] as tuas casas a fogo, e executarão juizos contra ti, aos olhos de muitas mulheres; e te farei cessar de ser meretriz, e paga não darás mais. 42 Assim farei [30] descançar em ti o meu furor, e os meus ciumes se desviarão de ti, e me aquietarei, e nunca mais me indignarei. 43 Porquanto [31] não te lembraste dos dias da tua mocidade, e me provocaste á ira com tudo isto: pelo que, eis que tambem eu farei recair o teu caminho sobre [32] a _tua_ cabeça, diz o Senhor JEHOVAH, e não farás tal enormidade de mais sobre todas as tuas abominações. 44 Eis que todo o que usa de proverbios usará de ti _n’este_ proverbio, dizendo: Qual a mãe, _tal_ sua filha. 45 Tu _és_ a filha de tua mãe, que tinha nojo de seu marido e de seus filhos; e tu _és_ a irmã de tuas irmãs, que tinham nojo de seus maridos e de seus filhos: vossa mãe [33] _foi_ hethea, e vosso pae amorrheo. 46 E tua irmã maior _é_ Samaria, ella e suas filhas, a qual habita á tua esquerda: [34] e tua irmã menor que tu, que habita á tua mão direita, _é_ Sodoma e suas filhas. 47 Todavia não andaste nos caminhos, nem fizeste conforme as suas abominações, como _se isto_ mui pouco _fôra_; [35] porém te corrompeste mais do que ellas, em todos os teus caminhos. 48 Vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, _que_ não [36] fez Sodoma, tua irmã, _nem_ ella, nem suas filhas, como fizeste tu e tuas filhas. 49 Eis que esta foi a maldade de Sodoma, tua irmã; soberba, [37] fartura de pão, e abundancia de ociosidade teve ella e suas filhas, porém nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado. 50 E se ensoberbeceram, [38] e fizeram abominação diante de mim; pelo que as tirei d’ali, vendo eu isto. 51 Tambem Samaria não commetteu a metade de teus peccados: e multiplicaste as tuas abominações mais do que ellas, [39] e justificaste a tuas irmãs, com todas as tuas abominações que fizeste. 52 Tu _pois_ tambem leva a tua vergonha, tu que julgaste a tuas irmãs, pelos teus peccados, que fizeste mais abominaveis do que ellas; mais justas são do que tu: envergonha-te logo tambem, e leva a tua vergonha, pois justificaste a tuas irmãs. 53 Eu pois farei [40] voltar os captivos d’elles; os captivos de Sodoma e suas filhas, e os captivos de Samaria e suas filhas, e os captivos do teu captiveiro entre ellas; 54 Para que leves a tua vergonha, [41] e sejas envergonhada por tudo o que fizeste, dando-lhes tu consolação. 55 Quando tuas irmãs, Sodoma e suas filhas, tornarem ao seu primeiro estado, e _tambem_ Samaria e suas filhas tornarem ao seu primeiro estado, tambem tu e tuas filhas tornareis ao vosso primeiro estado. 56 Nem até Sodoma, tua irmã, foi ouvida na tua bocca, no dia das tuas soberbas, 57 Antes que se descobrisse a tua maldade, [42] como no tempo do desprezo das filhas da Syria, e de todos _os que estavam_ ao redor d’ella, [43] as filhas dos philisteos, que te desprezavam em redor. 58 A tua enormidade e as tuas abominações tu levarás, [44] diz o Senhor. 59 Porque assim diz o Senhor JEHOVAH: Tambem te farei como fizeste; [45] que desprezaste o juramento, quebrantando o concerto. 60 Comtudo eu me lembrarei do meu concerto comtigo nos dias da tua mocidade; [46] e estabelecerei comtigo um concerto eterno. 61 Então te lembrarás [47] dos teus caminhos, e te confundirás, quando receberes tuas irmãs maiores do que tu, com as menores [48] do que tu, porque t’as darei por filhas, porém não pelo teu concerto. 62 Porque eu estabelecerei [49] o meu concerto comtigo, e saberás que eu _sou_ o Senhor; 63 Para que te [50] lembres _d’isso_, e te envergonhes, e nunca mais [51] abras a tua bocca por causa da tua vergonha, quando me reconciliar comtigo de tudo quanto fizeste, diz o Senhor JEHOVAH. [1] cap. 20.4 e 22.2. [2] cap. 21.30. ver. 45. [3] Ose. 2.3. [4] Exo. 1.7. [5] Ruth 3.9. [6] Exo. 19.5. Jer. 2.2. [7] Gen. 24.22, 47. Pro. 1.9. [8] Deu. 32.13, 14. [9] Lam. 2.15. [10] Deu. 32.15. Jer. 7.4. Isa. 1.21. Jer. 3.2. cap. 23.3, 8, 11, 12. Ose. 1.2. [11] cap. 7.20. Ose. 2.8. [12] Ose. 2.8. [13] II Reis 16.3. Isa. 57.5. Jer. 7.31 e 32.35. cap. 20.26 e 23.37. [14] Jer. 2.2. ver. 43, 60. [15] ver. 4, 5, 6. [16] ver. 31. [17] Jer. 2.20 e 3.2. [18] cap. 20.7, 8 e 23.19, 20, 21. [19] ver. 57. [20] II Chr. 28.23. Jer. 2.18, 36. cap. 23.12, etc. [21] cap. 23.14, etc. [22] ver. 24, 39. [23] Ose. 8.9. [24] ver. 20. Jer. 2.34. [25] Jer. 13.22, 26. Lam. 1.8. cap. 23.9, 10, 22, 29. Ose. 2.10 e 8.10. Nah. 3.5. [26] Lev. 20.10. Deu. 22.22. cap. 23.45. Gen. 9.6. Exo. 21.12. [27] ver. 24, 31. cap. 23.26. Ose. 2.3. [28] cap. 23.46, 47. João 8.5, 7. [29] Deu. 13.16. II Reis 25.9. Jer. 39.8 e 52.13. cap. 5.8 e 23.27. [30] cap. 5.13. [31] ver. 22. [32] cap. 9.10 e 11.21 e 22.31. [33] ver. 3. [34] Deu. 32.32. Isa. 1.10. [35] II Reis 21.9. ver. 51. [36] Mat. 10.15 e 11.24. [37] Gen. 13.10. [38] Gen. 13.13 e 18.20. [39] Jer. 3.11. [40] Isa. 1.9. [41] cap. 14.22, 23. [42] Isa. 7.1. [43] ver. 27. [44] cap. 23.49. [45] cap. 17.13, 16. Deu. 29.12, 14. [46] Jer. 32.40 e 50.5. [47] cap. 20.43 e 36.31. [48] Isa. 54.1 e 60.4. Gal. 4.26, etc. Jer. 31.31, etc. [49] Ose. 2.19, 20. [50] ver. 61. [51] Rom. 3.19. _A parabola das duas aguias e da videira._ 17 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, propõe uma parabola, e usa d’uma comparação para com a casa de Israel. 3 E disse: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Uma grande aguia, de grandes azas, comprida de plumagem, e cheia de pennas de varias côres, veiu ao Libano e levou o mais alto ramo d’um cedro. 4 _E_ arrancou a ponta mais alta dos seus ramos, e a trouxe á terra de [ABD] mercancia, na cidade de mercancia, na cidade de mercadores a poz. 5 Tomou da semente da terra, [1] e a lançou n’um campo de semente: tomando-a, a poz junto ás grandes aguas com grande prudencia. 6 E brotou, e tornou-se n’uma videira mui larga, [2] de pouca altura, virando-se para ella os seus ramos, porque as suas raizes estavam debaixo d’ella; e tornou-se n’uma videira, e produzia sarmentos, e brotava renovos. 7 _E_ houve mais uma grande aguia, de grandes azas, e cheia de pennas; e eis que esta videira lançou para ella as suas raizes, e estendeu para ella os seus ramos, para que a regasse pelas aréolas do seu plantio. 8 N’uma boa terra, á borda de muitas aguas, estava ella plantada, para produzir ramos, e para dar fructo, para que fosse videira excellente. 9 Dize: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [3] _Porventura_ prosperará? _ou_ não lhe arrancará as suas raizes, e não cortará o seu fructo, e seccar-se-ha? _em_ todas as folhas de seus renovos se seccará, e _isto_ não com braço grande, nem com muita gente, para a arrancar pelas suas raizes. 10 Mas eis que _porventura_, _estando_ plantada, [4] prosperará? _porventura_, tocando-lhe vento oriental, de todo não se seccará? nas aréolas do seu plantio se seccará. 11 Então veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 12 Dize agora á casa [5] rebelde: _Porventura_ não sabeis o que _querem dizer_ estas coisas? dize: [6] Eis que veiu o rei de Babylonia _a_ Jerusalem, e tomou o seu rei e os seus principes, e os levou comsigo para Babylonia; 13 E tomou [7] _um_ da semente real, e fez concerto com elle, e o trouxe para _fazer_ juramento; e tomou os poderosos da terra _comsigo_, 14 Para que o reino [8] ficasse humilhado, e não se levantasse: para que, guardando o seu concerto, podesse subsistir. 15 Porém [9] se rebellou contra elle, enviando os seus mensageiros ao Egypto, para que se lhe mandassem cavallos e muita gente: [10] _porventura_ prosperará ou escapará aquelle que faz taes coisas? ou quebrantará o concerto, e _ainda_ escapará? 16 Vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, [11] que _morrerá_ em logar do rei que o fez reinar, cujo juramento desprezou, e cujo concerto quebrantou; com elle no meio de Babylonia morrerá. 17 E Pharaó, [12] nem com grande exercito, nem com uma companhia numerosa, nada acabará com elle em guerra, [13] levantando tranqueiras e edificando baluartes, para destruir muitas vidas. 18 Porque desprezou o juramento, quebrantando o concerto, [14] e eis que deu a sua mão; havendo pois feito todas estas coisas, não escapará. 19 Portanto, assim diz o Senhor JEHOVAH: Vivo eu, que o meu juramento, que desprezou, e o meu concerto, que quebrantou, isto farei recair sobre a sua cabeça. 20 E estenderei [15] sobre elle a minha rede, e ficará preso no meu laço; [16] e o levarei a Babylonia, e ali entrarei em juizo com elle _pela_ rebeldia com que se rebellou contra mim. 21 E todos [17] os seus fugitivos, com todas as suas tropas, cairão á espada, e os que restarem serão espalhados a todo o vento; e sabereis que eu, o Senhor, o fallei. 22 Assim diz o Senhor JEHOVAH: [18] Tambem eu tomarei do cucuruto do cedro alto, e o plantarei; do principal dos seus renovos cortarei o mais tenro, [19] e o plantarei sobre um monte alto e sublime. 23 No monte alto d’Israel [20] o plantarei, e produzirá ramos, e dará fructo, e se fará um cedro excellente; [21] e habitarão debaixo d’elle todas as aves de toda _a sorte de_ azas, _e_ á sombra dos seus ramos habitarão. 24 Assim saberão todas as arvores do campo que eu, o Senhor, abaixei a arvore alta, [22] alcei a arvore baixa, sequei a arvore verde, e fiz reverdecer a arvore secca: [23] eu, o Senhor, o fallei, e o farei. [1] Deu. 8.7. Isa. 44.4. [2] ver. 14. [3] II Reis 25.7. [4] cap. 19.12. Ose. 13.15. [5] cap. 2.5 e 12.9. [6] II Reis 24.11-16. [7] II Chr. 36.13. [8] ver. 6. cap. 29.14. [9] Deu. 17.16. Isa. 31.1, 3. [10] ver. 9. [11] Jer. 32.5 e 34.3. cap. 12.13. [12] Jer. 37.7. [13] cap. 4.2. [14] Lam. 5.6. [15] cap. 12.13 e 32.2. [16] cap. 20.36. [17] cap. 12.14. [18] Isa. 11.1. Jer. 23.5. [19] Psa. 2.6. [20] Isa. 2.2, 3. cap. 20.40. Miq. 4.1. [21] cap. 31.6. Dan. 4.12. [22] Luc. 1.52. [23] cap. 22.14 e 24.14. _A responsabilidade é pessoal._ 18 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Que tendes vós, vós que dizeis esta parabola da terra de Israel, dizendo: Os [1] paes comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? 3 Vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, que nunca mais direis esta parabola em Israel. 4 Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pae, assim tambem a alma do filho é minha: [2] a alma que peccar, essa morrerá. 5 Sendo pois o homem justo, e fazendo juizo e justiça, 6 Se não [3] comer sobre os montes, nem levantar os seus olhos para os idolos da casa de Israel, [4] nem contaminar a mulher do seu proximo, nem se chegar á mulher na sua separação, 7 E se não opprimir [5] a ninguem, tornando ao devedor o seu penhor, e se não fizer roubo, [6] se der o seu pão ao faminto, e cobrir ao nú com vestido, 8 _Se_ não der o seu dinheiro [7] á usura, e não receber demais, _se_ desviar a sua mão da injustiça, e [8] fizer verdadeiro juizo entre homem e homem, 9 _Se_ andar nos meus estatutos, e guardar os meus juizos, para obrar _segundo_ a verdade, [9] o tal justo certamente viverá, diz o Senhor JEHOVAH. 10 E _se_ elle gerar _um_ filho ladrão, [10] derramador de sangue, que fizer a seu irmão qualquer d’estas coisas; 11 E que não fizer todas as demais _coisas_, mas antes comer sobre os montes, e contaminar a mulher de seu proximo, 12 Opprimir ao afflicto e necessitado, fizer roubos, não tornar o penhor, e levantar os seus olhos para os idolos, [11] _e_ fizer abominação, 13 Der _o seu dinheiro_ á usura, e receber demais, _porventura_ viverá? Não viverá: todas estas abominações elle fez, certamente morrerá; [12] o seu sangue será sobre elle. 14 E eis que, se _tambem_ elle gerar filho que vir todos os peccados que seu pae fez, e, vendo-_os_, não commetter coisas similhantes, 15 [13] Não comer sobre os montes, e não levantar os seus olhos para os idolos da casa de Israel, _e_ não contaminar a mulher de seu proximo, 16 E não opprimir a ninguem, _e_ não retiver o penhor, e não fizer roubo, der o seu pão ao faminto, e cobrir ao nú com vestido, 17 Desviar do afflicto a sua mão, não receber usura em demasia, fizer os meus juizos, _e_ andar nos meus estatutos, o tal não morrerá pela maldade de seu pae; certamente viverá. 18 Seu pae, porquanto fez oppressão, roubou os bens do irmão, e fez o que não _era_ bom no meio de seu povo, [14] eis que elle morrerá pela sua maldade. 19 Porém dizeis: [15] Porque não levará o filho a maldade do pae? Porque o filho fez juizo e justiça, _e_ guardou todos os meus estatutos, e os praticou, _por isso_ certamente viverá. 20 A alma [16] que peccar, essa morrerá: [17] o filho não levará a maldade do pae, nem o pae levará a maldade do filho: [18] a justiça do justo será sobre elle, e a impiedade do impio será sobre elle. 21 Mas [19] _se_ o impio se converter de todos os seus peccados que commetteu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juizo e justiça, certamente viverá; não morrerá. 22 De todas as suas transgressões que commetteu não haverá lembrança [20] contra elle: pela sua justiça que praticou viverá. 23 _Porventura_ [21] de qualquer maneira desejaria eu a morte do impio? diz o Senhor JEHOVAH; _porventura_ não desejo que se converta dos seus caminhos e viva? 24 Mas, [22] desviando-se o justo da sua justiça, e commettendo a iniquidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o impio, _porventura_ viveria? [23] de todas as suas justiças que tiver feito não se fará memoria: na sua transgressão com que transgrediu, e no seu peccado com que peccou, n’elles morrerá. 25 Dizeis, porém: [24] O caminho do Senhor não é [ABE] direito. Ouvi agora, ó casa d’Israel: _Porventura_ não são os vossos caminhos [ABF] indirectos? 26 Desviando-se [25] o justo da sua justiça, e commettendo iniquidade, morrerá por ella: na sua iniquidade que commetteu morrerá. 27 Porém, [26] convertendo-se o impio da sua impiedade que commetteu, e praticando o juizo e a justiça, conservará este a sua alma em vida. 28 Porquanto considera, [27] e se converte de todas as suas transgressões que commetteu; certamente viverá, não morrerá. 29 Comtudo, [28] diz a casa d’Israel: O caminho do Senhor não é direito. _Porventura_ os meus caminhos não serão direitos, ó casa de Israel? _porventura_ não são os vossos caminhos indirectos? 30 Portanto, [29] eu vos julgarei, cada um conforme os seus caminhos, ó casa d’Israel, diz o Senhor JEHOVAH: tornae-vos, [30] e convertei-vos de todas as vossas transgressões, e a iniquidade não vos servirá de tropeço. 31 Lançae [31] de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes, [32] e fazei-vos um coração novo e um espirito novo; pois por que razão morrerieis, ó casa d’Israel? 32 Porque não tomo prazer [33] na morte do que morre, diz o Senhor JEHOVAH: convertei-vos, pois, e vivei. [1] Jer. 31.29. [2] ver. 20. Rom. 6.23. [3] cap. 22.9. [4] Lev. 18.20 e 20.10. Lev. 18.19 e 20.18. [5] Exo. 22.21. Lev. 19.15 e 25.14. [6] Deu. 15.7, 8. Isa. 58.7. Mat. 25.35, 36. [7] Exo. 22.25. Lev. 25.36, 37. Deu. 23.19. Neh. 5.7. [8] Deu. 1.16. Zac. 8.16. [9] cap. 20.11. Amós 5.4. [10] Gen. 9.6. Exo. 21.12. Num. 35.31. [11] cap. 8.6, 17. [12] Lev. 20.9, 11, 12, 13, 16, 27. Act. 18.6. [13] ver. 6, etc. [14] cap. 3.18. [15] Exo. 20.5. Deu. 5.9. II Reis 23.26 e 24.3, 4. [16] ver. 4. [17] Deu. 24.16. II Reis 14.6. II Chr. 25.4. Jer. 31.29, 30. [18] Isa. 3.10, 11. Rom. 2.9. [19] ver. 27. cap. 33.12, 19. [20] cap. 33.16. [21] ver. 32. cap. 33.11. I Tim. 2.4. II Ped. 3.9. [22] cap. 3.20 e 32.12, 13, 18. [23] II Ped. 2.20. [24] ver. 29. cap. 33.17, 20. [25] ver. 24. [26] ver. 21. [27] ver. 14. [28] ver. 25. [29] cap. 7.3 e 33.20. [30] Mat. 3.2. Apo. 2.5. [31] Eph. 4.22, 23. [32] Jer. 32.39. cap. 11.19 e 36.26. [33] Lam. 3.33. ver. 23. cap. 33.11. II Ped. 3.9. _O lamento da leoa; a parabola da videira._ [Antes de Christo 593] 19 E tu levanta [1] _uma_ lamentação sobre os principes d’Israel. 2 E dize: Quem _foi_ tua mãe? _uma_ leoa entre leões deitada creou os seus cachorros no meio dos leõesinhos. 3 E fez crescer um dos seus cachorrinhos, [2] _e_ veiu a ser leãosinho e aprendeu a apanhar a preza; e devorou os homens, 4 E, ouvindo fallar d’elle as nações, foi apanhado na cova d’ellas, [3] e o trouxeram com ganchos á terra do Egypto. 5 Vendo pois ella que havia esperado _muito_, _e que_ a sua expectação era perdida, tomou outro dos seus cachorros, _e_ fez d’elle _um_ leãosinho. 6 _Este_ pois, andando [4] continuamente no meio dos leões, veiu a ser leãosinho, e aprendeu a apanhar a preza: e devorou homens. 7 E conheceu [ABG] os seus palacios, e destruiu as suas cidades; e assolou-se a terra, e a sua plenitude, ao ouvir o seu rugido. 8 Então se ajuntavam [5] contra elle as gentes das provincias em roda, e estenderam sobre elle a rede, _e_ foi apanhado na cova d’ellas. 9 E metteram-n’o [6] em [ABH] carcere com ganchos, e o levaram ao rei de Babylonia; fizeram-n’o entrar nos logares fortes, [7] para que se não ouvisse mais a sua voz nos montes de Israel. 10 Tua mãe _era_ como [8] uma videira [ABI] na tua quietação, plantada á borda das aguas, fructificando, e foi cheia de ramos, [9] por causa das muitas aguas. 11 E tinha varas fortes para sceptros de dominadores, [10] e elevou-se a sua estatura entre os espessos ramos; e foi vista na sua altura com a multidão dos seus ramos. 12 Porém foi arrancada com furor, foi abatida até á terra, [11] e o vento oriental seccou o seu fructo; quebraram-se e seccaram-se as suas fortes varas, o fogo as consumiu, 13 E agora _está_ plantada no deserto, n’uma terra secca e sedenta. 14 E d’uma vara dos seus ramos saiu fogo [12] _que_ consumiu o seu fructo de maneira que n’ella não ha _mais_ vara forte, sceptro para dominar. Esta é a lamentação, e servirá de lamentação. [1] cap. 26.17 e 27.2. [2] ver. 6. II Reis 23.31, 32. [3] II Reis 23.33. Jer. 22.11, 12. [4] Jer. 22.13, 17. ver. 13. [5] II Reis 24.2. [6] II Chr. 36.6. Jer. 22.18. [7] cap. 6.2. [8] cap. 17.6. [9] Deu. 8.7, 8, 9. [10] cap. 31.3. Dan. 4.11. [11] cap. 17.10. Ose. 13.15. [12] Jui. 9.15. _As abominações da casa de Israel depois do exodo._ 20 E aconteceu, no setimo anno, no _mez_ quinto, aos dez do mez, [1] _que_ vieram alguns dos anciãos de Israel, para consultarem o Senhor; e assentaram-se diante de mim. 2 Então veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 3 Filho do homem, falla aos anciãos de Israel, e dize-lhes: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Vindes vós consultar-me? [2] vivo eu, que vós não me consultareis, diz o Senhor JEHOVAH. 4 _Porventura_ tu os julgarias, [3] julgarias tu, ó filho do homem? notifica-lhes as abominações de seus paes; 5 E dize-lhes: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [4] No dia em que escolhi a Israel, levantei a minha mão para a semente da casa de Jacob, e me dei a conhecer a elles na terra do Egypto, [5] e levantei a minha mão para elles, dizendo: Eu _sou_ o Senhor vosso Deus; 6 N’aquelle dia levantei a minha mão para elles, [6] que os tiraria da terra do Egypto, para _uma_ terra que _já_ tinha previsto para elles, que mana leite e mel, [7] que _é_ a gloria de todas as terras. 7 Então lhes disse: [8] Cada um lance de si as abominações dos seus olhos, e não vos contamineis com os idolos do Egypto: eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 8 Porém rebellaram-se contra mim, e não me quizeram ouvir; ninguem lançava de si as abominações dos seus olhos, nem deixava os idolos do Egypto: então eu disse que derramaria sobre elles [9] o meu furor, para cumprir a minha ira contra elles no meio da terra do Egypto. 9 Porém [10] obrei por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante dos olhos das nações, no meio das quaes _estavam_, a cujos olhos eu me dei a conhecer a elles, para os tirar para fóra da terra do Egypto. 10 E os tirei [11] para fóra da terra do Egypto, e os levei ao deserto. 11 E dei-lhes [12] os meus estatutos, e lhes mostrei os meus juizos, [13] os quaes, _se_ os fizer o homem, viverá por elles. 12 E tambem lhes dei os meus [14] sabbados, para que servissem de signal entre mim e entre elles: para que soubessem que eu _sou_ o Senhor que os sanctifica. 13 Mas a casa de Israel [15] se rebellou contra mim no deserto, não andando nos meus estatutos, e rejeitando os meus juizos, os quaes, fazendo-os, o homem viverá por elles; [16] e profanaram grandemente os meus sabbados; e eu disse que derramaria sobre elles o meu furor no deserto, para os consumir. 14 Porém obrei [17] por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante dos olhos das nações perante cujos olhos os fiz sair. 15 E, comtudo, eu levantei [18] a minha mão para elles no deserto, que não os faria entrar na terra que _lhes_ tinha dado, que mana leite e mel, que é a gloria de todas as terras, 16 Porque [19] rejeitaram os meus juizos, e não andaram nos meus estatutos, e profanaram os meus sabbados; [20] porque o seu coração andava após os seus idolos. 17 Porém o meu olho lhes perdoou, para não os destruir nem os consumir no deserto. 18 Mas disse eu a seus filhos no deserto: Não andeis nos estatutos de vossos paes, nem guardeis os seus juizos, nem vos contamineis com os seus idolos. 19 Eu _sou_ o Senhor vosso Deus; [21] andae nos meus estatutos, e guardae os meus juizos, e fazei-os. 20 E sanctificae [22] os meus sabbados, e servirão de signal entre mim e entre vós, para que saibaes que eu _sou_ o Senhor vosso Deus. 21 Mas _tambem_ os filhos se rebellaram contra mim, [23] e não andaram nos meus estatutos, nem guardaram os meus juizos para os fazer, os quaes, fazendo-os, [24] o homem viverá por elles; _tambem_ profanaram os meus sabbados; [25] e eu disse que derramaria sobre elles o meu furor, para cumprir contra elles a minha ira no deserto. 22 Porém retirei a minha mão, [26] e obrei por amor do meu nome, para que não fosse profanado perante os olhos das nações, perante cujos olhos os fiz sair. 23 Tambem eu levantei a minha mão para elles no deserto, [27] que os espalharia entre as nações, e os derramaria pelas terras; 24 Porque [28] não fizeram os meus juizos, e rejeitaram os meus estatutos, e profanaram os meus sabbados, [29] e os seus olhos se iam após os idolos de seus paes. 25 Pelo que tambem eu lhes dei estatutos _que_ não [30] _eram_ bons, como tambem juizos pelos quaes não haviam de viver; 26 E os contaminei em os seus dons, [31] porquanto faziam passar _pelo fogo_ tudo o que abre a madre: [32] para os assolar, para que soubessem que eu _sou_ o Senhor. 27 Portanto falla á casa de Israel, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [33] Ainda até n’isto me blasphemaram vossos paes, que, com uma transgressão, transgrediram contra mim. 28 Porque, havendo-os eu introduzido na terra sobre a qual eu levantara a minha mão que lh’a havia de dar, [34] então olharam para todo o outeiro alto, e para toda a arvore espessa, e sacrificaram ali os seus sacrificios, e apresentaram ali a provocação das suas offertas, pozeram ali [35] os seus cheiros suaves, e ali derramaram as suas libações. 29 E eu lhes disse: Que alto _é_ este, aonde vós ides? e seu nome foi chamado [ABJ] Bamah até ao dia de hoje. 30 Portanto dize á casa de Israel: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Estaes vós contaminados no caminho de vossos paes? e fornicaes após as suas abominações? 31 E, [36] quando offereceis os vossos dons, e fazeis passar os vossos filhos pelo fogo, _então_ vós estaes contaminados com todos os vossos idolos, [37] até este dia? e vós me consultarieis, ó casa de Israel? vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, que vós me não consultareis. 32 E o que subiu [38] ao vosso espirito de maneira alguma succederá, quando dizeis: Seremos como as nações, como as _demais_ gerações da terra, servindo ao madeiro e á pedra. 33 Vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, [39] que com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós, 34 E vos tirarei d’entre os povos, e vos congregarei das terras nas quaes andaes espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada. 35 E vos levarei ao deserto dos povos; [40] e ali entrarei em juizo comvosco cara a cara. 36 Como _já_ entrei em juizo com vossos [41] paes, no deserto da terra do Egypto, assim entrarei em juizo comvosco, diz o Senhor JEHOVAH. 37 E vos farei passar debaixo da vara, e vos farei entrar no vinculo do concerto. 38 E separarei [42] d’entre vós os rebeldes, e os que prevaricaram contra mim; da terra das suas peregrinações os tirarei, [43] mas á terra de Israel não voltarão: e sabereis que eu _sou_ o Senhor. 39 E, quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor JEHOVAH: Ide, [44] servi cada um os seus idolos, pois que a mim me não quereis ouvir; [45] não profaneis mais o meu sancto nome com as vossas dadivas e com os vossos idolos. 40 Porque [46] no meu sancto monte, no monte alto de Israel, diz o Senhor JEHOVAH, ali me servirá toda a casa de Israel, toda ella n’aquella terra: [47] ali me deleitarei n’elles, e ali demandarei as vossas offertas alçadas, e as primicias das vossas dadivas, com todas as vossas coisas sanctas. 41 Com cheiro suave [48] me deleitarei em vós, quando eu vos tirar d’entre os povos e vos congregar das terras em que andaes espalhados; e serei sanctificado em vós perante os olhos das nações. 42 E sabereis [49] que eu _sou_ o Senhor, quando eu vos tiver tornado _a trazer_ á terra de Israel, á terra pela qual levantei a minha mão para dal-a a vossos paes. 43 E ali [50] vos lembrareis de vossos caminhos, e de todos os vossos tratos com que vos contaminastes, [51] e tereis nojo de vós mesmos, por todas as vossas maldades que tendes commettido. 44 E sabereis [52] que eu _sou_ o Senhor, quando eu obrar comvosco por amor do meu nome; não conforme os vossos maus caminhos, nem conforme os vossos tratos corruptos, ó casa de Israel, disse o Senhor JEHOVAH. 45 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 46 Filho do homem, [53] dirige o teu rosto para o caminho do sul, e derrama _as tuas palavras_ contra o sul, e prophetiza contra o bosque do campo do sul. 47 E dize ao bosque do sul: Ouve a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [54] Eis que accenderei em ti um fogo que em ti consumirá toda a arvore verde e toda a arvore secca: não se apagará a chamma flammejante, antes com ella se queimarão todos os rostos, desde o sul até ao norte. 48 E verá toda a carne que eu, o Senhor, o accendi: não se apagará. 49 Então disse eu: Ah! Senhor JEHOVAH! elles dizem de mim: _Porventura_ não falla este por parabolas? [1] cap. 8.1 e 14.1. [2] ver. 31. cap. 14.3. [3] cap. 22.2 e 23.36. cap. 16.2. [4] Exo. 6.7. Deu. 7.6. [5] Exo. 3.8 e 4.31. Deu. 4.34. Exo. 20.2. [6] Exo. 3.8, 17. Deu. 8.7, 8, 9. Jer. 32.22. [7] Zac. 7.14. [8] cap. 18.31. II Chr. 15.8. Lev. 17.7. Deu. 29.16, 17, 18. Jos. 24.14. [9] cap. 7.8. ver. 13, 21. [10] Num. 14.13, etc. ver. 14, 22. [11] Exo. 13.18. [12] Neh. 9.13, 14. [13] Rom. 10.5. Gal. 3.12. [14] Exo. 20.8 e 31.13, etc. e 35.2. Deu. 5.12. Neh. 9.14. [15] Num. 14.22. Pro. 1.25. [16] Num. 14.29 e 26.65. [17] ver. 9, 22. [18] Num. 14.30. [19] ver. 13, 24. [20] Amós 5.25, 26. Act. 7.42, 43. [21] Deu. 5.32, 33 e 6.7 e 8 e 10 e 11 e 12. [22] ver. 12. Jer. 17.22. [23] Num. 25.1, 2. Deu. 9.23, 24 e 31.27. [24] ver. 11, 13. [25] ver. 8, 13. [26] ver. 9, 14. [27] Lev. 26.33. Deu. 28.64. Jer. 15.4. [28] ver. 13, 16. [29] cap. 6.9. [30] ver. 39. Rom. 1.24. II The. 2.11. [31] II Reis 17.17 e 21.6. II Chr. 28.3 e 33.6. Jer. 32.35. cap. 16.20, 21. [32] cap. 6.7. [33] Rom. 2.24. [34] Isa. 57.5, etc. cap. 6.13. [35] cap. 16.19. [36] ver. 26. [37] ver. 8. [38] cap. 11.5. [39] Jer. 21.5. [40] Jer. 2.9, 35. cap. 17.20. [41] Num. 14.21, 22, 23, 28, 29. [42] cap. 34.17, 20. Mat. 25.32, 33. [43] Jer. 44.14. [44] Amós 4.4. [45] Isa. 1.13. cap. 23.38, 39. [46] Isa. 2.2, 3. cap. 17.23. Miq. 4.1. [47] Isa. 56.7 e 60.7. Zac. 8.20, etc. Mal. 3.4. Rom. 12.1. [48] Eph. 5.2. Phi. 4.18. [49] ver. 38, 44. cap. 36.23 e 38.23. [50] cap. 16.61. [51] Lev. 26.39. cap. 6.9. Ose. 5.15. [52] ver. 38. cap. 24.24 e 36.22. [53] cap. 6.2 e 21.2. [54] Jer. 21.14. Luc. 23.31. _A espada do Senhor._ 21 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho [1] do homem, dirige o teu rosto contra Jerusalem, e derrama _as tuas palavras_ contra os sanctuarios, e prophetiza contra a terra de Israel. 3 E dize á terra de Israel: Assim diz o Senhor: Eis me aqui contra ti, e tirarei a minha espada da sua bainha, [2] e exterminarei _do meio_ de ti o justo e o impio. 4 E, porquanto hei de exterminar _do meio_ de ti o justo e o impio, por isso sairá a minha espada da sua bainha contra toda a carne, [3] desde o sul _até_ ao norte. 5 E saberá toda a carne que eu, o Senhor, tirei a minha espada da sua bainha: [4] nunca mais voltará _a ella_. 6 Tu, porém, ó filho do homem, suspira; suspira [5] aos olhos d’elles, com quebrantamento dos lombos e com amargura. 7 E será que, quando elles te disserem: Porque suspiras tu? dirás: Pela fama, porque _já_ vem; e todo o coração desmaiará, e todas [6] as mãos se enfraquecerão, e todo o espirito se angustiará, e todos os joelhos se desfarão em aguas; eis que _já_ vem, e se fará, diz o Senhor JEHOVAH. 8 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 9 Filho do homem, prophetiza, e dize: Assim diz o Senhor: dize: A espada, [7] a espada está afiada, e tambem açacalada. 10 Para matar com grande matança está afiada, para reduzir está açacalada: alegrar-nos-hemos _pois_? a vara de meu filho é que despreza todo o madeiro. 11 E a deu a açacalar, para usar d’ella com a mão: esta espada está afiada, e está açacalada, [8] para a metter na mão do que está para matar. 12 Grita e uiva, ó filho do homem, porque esta será contra o meu povo, _será_ contra todos os principes de Israel: [9] espantos terá o meu povo por causa da espada; portanto bate na côxa. 13 Quando se fez [10] a prova que havia então? _porventura_ tambem não haveria vara desprezadora? diz o Senhor JEHOVAH. 14 Tu pois, ó filho do homem, prophetiza, [11] e bate com as mãos uma na outra; porque a espada até á terceira vez se dobrará: a espada _é_ dos atravessados grandes, [12] que entrará a elles até nas recamaras. 15 Para que desmaie o coração, e se multipliquem os tropeços, [13] contra todas as suas portas puz a ponta da espada, a que foi feita para reduzir, e está reservada para matar! 16 Ó [14] _espada_, [ABK] reune-te, vira-te para a direita; prepara-te, vira-te para a esquerda, para onde quer que o teu rosto se dirigir. 17 E tambem eu baterei [15] com as minhas mãos uma na outra, e farei descançar a minha indignação: eu, o Senhor, _o_ fallei. 18 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 19 Tu pois, ó filho do homem, propõe dois caminhos, por onde venha a espada do rei de Babylonia: ambos procederão de uma mesma terra, e escolhe uma banda; no cimo do caminho da cidade o escolhe. 20 Um caminho proporás, [16] por onde virá a espada contra Rabba dos filhos d’Ammon, e contra Judah, em Jerusalem, a fortificada. 21 Porque o rei de Babylonia parará na encruzilhada, no cimo dos dois caminhos, para usar de adivinhações; aguçará as _suas_ frechas, consultará os terafins, attentará para o figado. 22 Á sua direita estará a adivinhação sobre Jerusalem, para ordenar os arietes, para abrir a bocca á matança, [17] para levantar a voz com jubilo, para pôr os arietes contra as portas, para levantar _uma_ tranqueira, para edificar _um_ baluarte. 23 Isto será aos olhos d’elles como adivinhação vã, _porquanto_ foram ajuramentados _com_ juramentos entre elles; porém elle se lembrará da maldade, para que sejam apanhados. 24 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto _me fazeis_ lembrar da vossa maldade, descobrindo-se as vossas prevaricações, apparecendo os vossos peccados em todos os vossos tratos, porquanto viestes em memoria, sereis apanhados na mão. 25 E tu, [18] ó profano e impio principe d’Israel, cujo dia virá no campo da extrema maldade, 26 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Tira para fóra o diadema, e levanta _de ti_ a corôa; esta não será a mesma; [19] exalta ao humilde, e humilha ao soberbo. 27 Ao revéz, ao revéz, ao revéz porei aquella _corôa_, [20] e ella _mais_ não será, até que venha _aquelle_ a quem pertence de direito, e _a elle_ a darei. 28 E tu, ó filho do homem, prophetiza, e dize: [21] Assim diz o Senhor JEHOVAH ácerca dos filhos de Ammon, e ácerca do seu desprezo: dize pois: A espada, a espada _está_ desembainhada, açacalada para a matança, para consumir, para reluzir; 29 Entretanto que te [22] vêem vaidade, entretanto que te adivinham mentira, para te pôrem aos pescoços dos traspassados pelos impios, [23] cujo dia virá no tempo da extrema maldade. 30 Torna a _tua espada_ á sua bainha: no logar em que foste creado, [24] na terra do teu nascimento, julgarei. 31 E derramarei sobre ti a minha indignação, [25] assoprarei contra ti o fogo do meu furor, entregar-te-hei nas mãos dos homens fogosos, inventores de destruição. 32 Para o fogo servirás de pasto: o teu sangue será no meio da terra: não virás em memoria; porque eu, o Senhor, _o_ fallei. [1] cap. 20.46. Deu. 52.2. Amós 7.16. [2] Job 9.22. [3] cap. 20.47. [4] Isa. 45.23 e 55.11. [5] Isa. 24.4. [6] cap. 7.17. [7] Deu. 32.41. ver. 15, 28. [8] ver. 19. [9] Jer. 31.19. [10] Job 9.23. II Cor. 8.2. [11] Num. 24.10. ver. 17. cap. 6.11. [12] I Reis 20.30. [13] ver. 10, 28. [14] cap. 14.17. [15] ver. 14. cap. 22.13. cap. 5.13. [16] Jer. 40.2. cap. 25.5. Amós 1.14. [17] Jer. 51.14. cap. 4.2. [18] II Chr. 36.16. Jer. 52.2. cap. 17.19. [19] cap. 17.24. Luc. 1.52. [20] Gen. 49.10. ver. 13. Luc. 1.32, 33. [21] Jer. 49.1. cap. 25.2, 3, 6. Sof. 2.8, 9, 10. [22] cap. 12.24 e 22.28. [23] ver. 25. Job 18.20. [24] Jer. 47.6, 7. Gen. 15.14. cap. 16.38. [25] cap. 22.20, 21. _As abominações de Jerusalem._ 22 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Tu pois, ó filho do homem, [1] _porventura_ julgarás, julgarás a cidade sanguinolenta? faze-lhe conhecer pois todas as suas abominações. 3 E dize: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Ai da cidade que derrama o sangue no meio d’ella, para que venha o seu tempo! que faz idolos contra si mesma, para se contaminar! 4 Pelo teu sangue [2] que derramaste te fizeste culpada, e pelos teus idolos que fabricaste te contaminaste, e fizeste chegar os teus dias, e vieste aos teus annos; [3] por isso eu te fiz o opprobrio das nações e o escarneo de todas as terras. 5 As que estão perto e as que estão longe de ti escarnecerão de ti, immunda de nome, cheia de inquietação. 6 Eis que [4] os principes de Israel, cada um conforme o seu poder, estiveram em ti, para derramarem o sangue. 7 Ao pae e _á_ mãe [5] desprezaram em ti; para com o estrangeiro usaram de oppressão no meio de ti: ao orphão e á viuva opprimiram em ti. 8 As minhas [6] coisas sagradas desprezaste, e os meus sabbados profanaste. 9 Homens calumniadores [7] se acharam em ti, para derramarem o sangue; e em ti sobre os montes comeram; enormidade commetteram no meio de ti. 10 A vergonha do pae [8] descobriram em ti: _a que estava_ immunda, na sua separação, humilharam no meio de ti. 11 Tambem um fez [9] abominação com a mulher do seu proximo, e outro contaminou abominavelmente a sua nora, e outro humilhou no meio de ti a sua irmã, filha de seu pae. 12 Presentes receberam [10] no meio de ti para derramarem o sangue: usura e demasia tomaste, e usaste de avareza com o teu proximo, opprimindo-o; [11] porém de mim te esqueceste, diz o Senhor JEHOVAH. 13 E eis que bati [12] as mãos contra a tua avareza, de que usaste, e por causa de teu sangue, que houve no meio de ti. 14 _Porventura_ [13] estará firme o teu coração? _porventura_ estarão fortes as tuas mãos, nos dias em que eu tratarei comtigo? eu, o Senhor, [14] o fallei, e _o_ farei. 15 E espalhar-te-hei [15] entre as nações, e espalhar-te-hei pelas terras, e consumirei a tua immundicia. 16 Assim serás profanada em ti aos olhos das nações, e saberás que eu _sou_ o Senhor. 17 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 18 Filho do homem, [16] a casa de Israel se tornou para mim em escorias: todos elles _são_ bronze, e estanho, e ferro, e chumbo no meio do forno: em escorias de prata se tornaram. 19 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto todos vós vos tornastes em escorias, por isso eis que eu vos ajuntarei no meio de Jerusalem. 20 _Como_ se ajuntam a prata, e o bronze, e o ferro, e o chumbo, e o estanho, no meio do forno, para assoprar o fogo sobre elles, para fundir, assim vos ajuntarei na minha ira e no meu furor, e _ali_ vos deixarei e fundirei. 21 E congregar-vos-hei, [17] e assoprarei sobre vós o fogo do meu furor; e sereis fundidos no meio d’ella. 22 Como se funde a prata no meio do forno, assim sereis fundidos no meio d’ella; e sabereis que eu, o Senhor, [18] derramei o meu furor sobre vós. 23 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 24 Filho do homem, dize-lhe: Tu _és uma_ terra que não está purificada: e não tem chuva no dia da indignação. 25 Conjuração [19] dos seus prophetas _ha_ no meio d’ella, como _um_ leão que dá bramido, que arrebata a preza: [20] elles devoram as almas; thesouros e coisas preciosas tomam, multiplicam as suas viuvas no meio d’ella. 26 Os seus sacerdotes [21] violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas sagradas; [22] entre o sancto e o profano não fazem differença, nem discernem o impuro do puro; e de meus sabbados escondem os seus olhos, e _assim_ sou profanado no meio d’elles. 27 Os seus principes [23] no meio d’ella _são_ como lobos que arrebatam a preza, para derramarem o sangue, para destruirem as almas, para seguirem a avareza. 28 E os seus prophetas [24] os rebocam de cal não adubada, vendo vaidade, e predizendo-lhes mentira, dizendo: Assim diz o Senhor JEHOVAH; sem que o Senhor tivesse fallado. 29 Ao povo [25] da terra opprimem gravemente, [26] e andam fazendo roubos, e fazem violencia ao afflicto e necessitado, e ao estrangeiro opprimem sem razão. 30 E busquei [27] d’entre elles _um_ homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruisse; porém a ninguem achei. 31 Por isso eu derramei sobre elle a minha indignação, com o fogo do meu furor os consumi; fiz que o seu caminho recaisse sobre as suas cabeças, diz o Senhor JEHOVAH. [1] cap. 20.4 e 23.36. cap. 24.6, 9. Nah. 3.1. [2] II Reis 21.16. [3] Deu. 28.37. I Reis 9.7. cap. 5.14. Dan. 9.16. [4] Isa. 1.23. Miq. 3.1, 2, 3. [5] Deu. 27.16. Exo. 22.21, 22. [6] ver. 26. Lev. 19.30. cap. 23.28. [7] Exo. 23.1. Lev. 19.16. cap. 18.6, 11. [8] Lev. 18.7, 8 e 20.11. I Cor. 5.1. Lev. 18.19 e 20.18. cap. 18.6. [9] Lev. 18.20 e 20.10. Deu. 22.22. Lev. 18.9 e 20.17. [10] Exo. 23.8. Deu. 16.19 e 27.25. Lev. 25.36. Deu. 23.19. cap. 18.13. [11] Deu. 32.18. Jer. 3.21. cap. 23.35. [12] cap. 21.17. [13] cap. 21.7. [14] cap. 17.24. [15] Deu. 4.27 e 28.25, 64. cap. 12.14, 15 e 23.27, 48. [16] Isa. 1.22. Jer. 6.28, etc. [17] cap. 22.20, 21, 22. [18] cap. 20.8, 33. ver. 31. [19] Ose. 6.9. [20] Mat. 23.14. Miq. 3.11. Sof. 3.3, 4. [21] Mal. 2.8. Lev. 22.2, etc. I Sam. 2.29. [22] Lev. 10.10. Jer. 15.19. cap. 44.23. [23] Isa. 1.23. cap. 22.6. Miq. 3.2, 3, 9, 10, 11. Sof. 3.3. [24] cap. 13.10. cap. 13.6, 7 e 21.29. [25] Jer. 5.26, 27, 28. cap. 18.12. [26] Exo. 22.21 e 23.9. Lev. 19.33. cap. 22.7. [27] Jer. 5.1. cap. 13.5. _Ohola e Oholiba, as duas meretrizes._ 23 Veiu mais a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] houve duas mulheres, filhas de uma mãe. 3 Estas fornicaram [2] no Egypto; na sua mocidade fornicaram; ali foram apertados os seus peitos, e ali foram apalpados os seios da sua virgindade. 4 E os seus nomes _eram_: Ohola, a mais velha, e Oholiba, sua irmã; e foram minhas, e pariram filhos e filhas; e, quanto aos seus nomes, Samaria _é_ Ohola, e Jerusalem _é_ Oholiba. 5 E fornicou Ohola, sendo minha; e enamorou-se dos seus amantes, [3] dos assyrios, _seus_ visinhos, 6 Vestidos de azul, prefeitos e magistrados, todos mancebos de cobiçar, cavalleiros montados a cavallo. 7 Assim commetteu ella as suas fornicações com elles, os quaes todos _eram_ a flôr dos filhos da Assyria, e com todos os de quem se enamorava; com todos os seus idolos se contaminou. 8 E as suas fornicações, [4] _que trouxe_ do Egypto, não as deixou; porque com ella se deitaram na sua mocidade, e elles apalparam os seios da sua virgindade, e derramaram sobre ella a sua fornicação. 9 Portanto a entreguei na mão dos seus amantes, na mão dos filhos da Assyria, de quem se enamorara. 10 Estes descobriram [5] a sua vergonha, levaram seus filhos e suas filhas, mas a ella mataram á espada; e foi afamada entre as mulheres, e n’ella exerceram os juizos. 11 O _que_ vendo [6] sua irmã Oholiba, corrompeu o seu amor mais do que ella, e as suas fornicações mais do que as fornicações de sua irmã. 12 Enamorou-se [7] dos filhos da Assyria, dos prefeitos e dos magistrados seus visinhos, vestidos com primor, cavalleiros que andam montados em cavallos, todos mancebos de cobiçar. 13 E vi que se tinha contaminado; _que_ o caminho de ambas _era_ o mesmo. 14 E augmentou as suas fornicações, porque viu homens pintados na parede, imagens dos chaldeos, pintadas de vermelho; 15 Cingidos de cinto nos seus lombos, e tiaras largas tingidas nas suas cabeças, todos de parecer de capitães, _á_ similhança dos filhos de Babylonia em Chaldea, terra do seu nascimento. 16 E se enamorou [8] d’elles, vendo-os com os seus olhos: e lhes mandou mensageiros a Chaldea. 17 Então vieram a ella os filhos de Babylonia para a cama dos amores, e a contaminaram com as suas fornicações: e ella se contaminou com elles; [9] então apartou-se d’elles a alma d’ella. 18 Assim descobriu as suas fornicações, e descobriu a sua vergonha: então a minha alma se apartou d’ella, como já se tinha apartado a minha alma de sua irmã. 19 Porém multiplicou as suas fornicações, lembrando-se dos dias da sua mocidade, [10] em que fornicara na terra do Egypto. 20 E enamorou-se dos seus amantes, cujas carnes [11] _são como_ carnes de jumentos, e cujo fluxo _é como_ o fluxo de cavallos. 21 Assim trouxeste á memoria a enormidade da tua mocidade, quando _os_ do Egypto apalpavam os teus seios, por causa dos peitos da tua mocidade. 22 Por isso, ó Oholiba, assim diz o Senhor JEHOVAH: [12] Eis que eu suscitarei contra ti os teus amantes, dos quaes se tinha apartado a tua alma, e os trarei contra ti de em redor: 23 Os filhos de Babylonia, e todos os chaldeos de Pecod, e de Soa, e de Coa, _e_ todos os filhos da Assyria com elles, mancebos de cobiçar, prefeitos e magistrados todos elles, capitães e _homens_ afamados, todos elles montados a cavallo. 24 E virão contra ti _com_ carros, carretas e rodas, e com ajuntamento de povos; e se porão contra ti em redor com rodelas, e escudos, e capacetes; e porei diante d’elles o juizo, e julgar-te-hão segundo os teus juizos. 25 E porei contra ti o meu zelo, e usarão de indignação comtigo: o nariz e as orelhas te tirarão, e o que te ficar de resto cairá á espada: teus filhos e tuas filhas elles te tomarão, e o que ficar por ultimo em ti será consumido pelo fogo. 26 Tambem [13] te despirão os teus vestidos, e te tomarão as tuas joias de enfeite. 27 Assim farei cessar [14] em ti a tua enormidade e a tua fornicação da terra do Egypto; e não levantarás os teus olhos para elles, nem te lembrarás mais do Egypto. 28 Porque assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu te entregarei na mão dos que aborreces, [15] na mão d’aquelles de quem se tinha apartado a tua alma. 29 E te tratarão com odio, e levarão todo o teu trabalho, e te deixarão nua e despida: [16] e descobrir-se-ha a vergonha da tua fornicação, e a tua enormidade, e as tuas fornicações. 30 Estas coisas se te farão, [17] porquanto tu fornicaste após os gentios, _e_ porquanto te contaminaste com os seus idolos. 31 No caminho de tua irmã andaste; [18] por isso te darei o seu copo na tua mão. 32 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Beberás o copo de tua irmã, fundo e largo: [19] servirás de riso e escarneo; elle leva muito. 33 De embriaguez e de dôr te encherás: o copo de tua irmã Samaria _é_ copo de espanto e de assolação. 34 Bebel-o-has pois, [20] e esgotal-o-has, e os seus cacos roerás, e os teus peitos arrancarás; porque eu o fallei, diz o Senhor JEHOVAH. 35 Portanto, assim diz o Senhor JEHOVAH: [21] Porquanto te esqueceste de mim, e me lançaste para traz das tuas costas, leva tu pois tambem a tua enormidade e as tuas fornicações. 36 E disse-me o Senhor: Filho do homem, [22] _porventura_ julgarias a Ohola e a Oholiba? mostra-lhes pois as suas abominações. 37 Porque commetteram adulterio, [23] e sangue _se acha_ nas suas mãos, e com os seus idolos commetteram adulterio, e até os seus filhos, [24] que me geraram, fizeram passar _pelo fogo_ por si, para os consumir. 38 E ainda isto me fizeram: contaminaram o meu sanctuario no mesmo dia, [25] e profanaram os meus sabbados. 39 Porque, havendo sacrificado seus filhos aos seus idolos, vinham ao meu sanctuario no mesmo dia para o profanarem; [26] e eis que assim fizeram no meio da minha casa. 40 E, o que mais _é_, enviaram uns homens, que haviam de vir de longe, [27] aos quaes fôra enviado um mensageiro, e eis que vieram, por amor dos quaes te lavaste, coloriste os teus olhos, e te enfeitaste de enfeites. 41 E te assentaste [28] sobre um leito de honra, diante do qual estava uma mesa preparada: e pozeste sobre ella o meu incenso e o meu oleo. 42 Havia com ella a voz de _uma_ multidão satisfeita, e com varões da classe baixa foram trazidos beberrões do deserto; e pozeram braceletes nas suas mãos, e corôas de esplendor nas suas cabeças. 43 Então disse á envelhecida _em_ adulterios: Agora devéras fornicarão as suas fornicações, como _tambem_ ella. 44 E entraram a ella, como quem entra a uma prostituta: assim entraram a Ohola e a Oholiba, mulheres infames. 45 De maneira que homens justos elles as julgarão [29] _conforme_ o juizo das adulteras, e _conforme_ o juizo das que derramam o sangue; porque adulteras são, e sangue ha nas suas mãos. 46 Porque assim diz o Senhor JEHOVAH: [30] Farei subir contra ellas _uma_ congregação, e as entregarei ao desterro e ao roubo. 47 E [31] a congregação as apedrejará com pedras, e as acutilarão com as suas espadas: [32] a seus filhos e a suas filhas matarão, e as suas casas queimarão a fogo. 48 Assim [33] farei cessar a infamia da terra, para que se escarmentem todas as mulheres, e não façam conforme a vossa infamia. 49 E a vossa infamia [34] carregarão sobre vós, e levareis os peccados dos vossos idolos; e sabereis que eu _sou_ o Senhor JEHOVAH. [1] cap. 16.46. [2] Lev. 17.7. cap. 20.8. [3] Ose. 8.9. [4] ver. 3. [5] cap. 16.37, 41. [6] Jer. 3.8. cap. 16.47, 51. [7] II Chr. 28.16, 23. cap. 16.28. [8] cap. 16.29. [9] ver. 22, 28. [10] ver. 3. [11] cap. 16.26. [12] cap. 16.37. ver. 28. [13] cap. 16.39. [14] cap. 16.41 e 22.15. [15] cap. 16.37. ver. 17. [16] cap. 16.39. ver. 26. [17] cap. 6.9. [18] Jer. 25.15, etc. [19] cap. 22.4, 5. [20] Isa. 51.17. [21] Jer. 2.32 e 3.21 e 13.25. cap. 22.12. Neh. 9.26. [22] cap. 20.4 e 22.2. [23] cap. 16.38. ver. 45. [24] cap. 16.20, 21, 36, 45 e 20.31. [25] cap. 22.8. [26] II Reis 21.4. [27] Isa. 57.2. II Reis 9.30. Jer. 4.30. [28] Est. 1.6. Isa. 57.7. Amós 2.8 e 6.4. Pro. 7.17. cap. 16.18, 19. [29] cap. 16.38. [30] cap. 16.40. [31] cap. 16.40. [32] II Chr. 36.17, 19. cap. 24.21. [33] cap. 22.15. ver. 27. Deu. 13.11. II Ped. 2.6. [34] ver. 35. cap. 20.28, 42, 44 e 25.5. _A parabola da panella._ [Antes de Christo 590] 24 E veiu a mim a palavra do Senhor, no nono anno, no decimo mez, aos dez do mez, dizendo: 2 Filho do homem, escreve o nome d’este dia, d’este mesmo dia; _porque_ o rei de Babylonia se achega a Jerusalem [1] n’este mesmo dia. 3 E [2] usa de uma comparação para com a casa rebelde, e dize-lhe: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Põe a panella ao lume, põe-n’a, e deita-lhe tambem agua dentro. 4 Ajunta n’ella os seus pedaços, todos os bons pedaços, as pernas e as espadoas; enche-a de ossos escolhidos. 5 Pega no melhor do rebanho, e queima tambem os ossos debaixo d’ella: faze-a ferver bem, e cozam-se dentro d’ella os seus ossos. 6 Portanto, assim diz o Senhor JEHOVAH: [3] Ai da cidade sanguinaria, da panella cuja escuma _está_ n’ella, e cuja escuma não saiu d’ella! tira d’ella pedaços a pedaços, não caia sorte sobre ella; 7 Porque o seu sangue está no meio d’ella, sobre uma penha descalvada o poz: [4] não o derramou sobre a terra, para o cobrir com pó. 8 Para que eu faça subir a indignação, para tomar vingança, _tambem_ eu puz o seu sangue n’uma penha descalvada, para que não se encubra. 9 Portanto, assim diz o Senhor JEHOVAH: [5] Ai da cidade sanguinaria! tambem eu farei uma grande fogueira. 10 Amontoa muita lenha, accende o fogo, consome a carne, e tempera-a com especiarias, e ardam os ossos. 11 Então a porás vazia sobre as suas brazas, para que ella aqueça, e se queime a sua ferrugem, e se funda a sua immundicia no meio d’ella, _e_ se consuma a sua escuma. 12 _Com_ vaidades _me_ cançou; e não saiu d’ella a sua muita escuma; ao fogo _irá_ a sua escuma. 13 Na immundicia _ha_ infamia, porquanto te purifiquei, e tu não te purificaste; nunca mais serás purificada da tua immundicia, [6] emquanto eu não fizer descançar sobre ti a minha indignação. 14 Eu, o Senhor, _o_ fallei; virá, e _o_ farei: não me tornarei atraz, e não pouparei, nem me arrependerei; conforme os teus caminhos, e conforme os teus tratos, te julgarão, diz o Senhor JEHOVAH. _Predicção da ruina de Jerusalem._ 15 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 16 Filho do homem, eis que tirarei de ti o desejo dos teus olhos d’um golpe, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lagrimas. 17 Refreia-te de gemer, [7] não farás luto por mortos, ata o teu turbante, e mette nos pés os teus sapatos; e não te rebuçarás, e o pão dos homens não comerás. 18 E fallei ao povo pela manhã, e á tarde morreu minha mulher: e fiz pela manhã como se me deu ordem. 19 E o povo me disse: [8] _Porventura_ não nos farás saber o que nos _significam_ estas coisas que tu estás fazendo? 20 E eu lhes disse: Veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 21 Dize á casa de Israel: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [9] Eis que eu profanarei o meu sanctuario, a gloria da vossa fortaleza, o desejo dos vossos olhos, e o regalo das vossas almas; [10] e vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, cairão á espada. 22 E fareis como eu fiz: não vos rebuçareis, [11] e não comereis o pão dos homens. 23 E tereis nas cabeças os vossos turbantes, e os vossos sapatos nos pés; [12] não lamentareis, nem chorareis, mas definhar-vos-heis nas vossas maldades, e dareis gemidos uns com os outros. 24 Assim vos servirá Ezequiel [13] de signal; conforme tudo quanto fez fareis: [14] vendo isto, [15] então sabereis que eu _sou_ o Senhor JEHOVAH. 25 E tu, filho do homem, _porventura_ não _será_ no dia que eu lhes tirar a sua fortaleza, o gozo do seu ornamento, o desejo dos seus olhos, e a saudade das suas almas, seus filhos e suas filhas, 26 Aquelle dia em que virá ter comtigo algum que escapar, para t’o _fazer_ ouvir com os ouvidos? 27 N’aquelle [16] dia abrir-se-ha a tua bocca para com aquelle que escapar, e fallarás, e mais não ficarás mudo: [17] assim lhes virás a ser _um_ signal maravilhoso, e saberão que eu _sou_ o Senhor. [1] II Reis 25.1. Jer. 39.1 e 52.4. [2] cap. 17.12. Jer. 1.13. cap. 11.3. [3] cap. 22.3 e 23.37. ver. 9. [4] Lev. 17.13. Deu. 12.16, 24. [5] ver. 6. Nah. 3.1. Hab. 2.12. [6] cap. 5.13 e 8.18 e 16.42. [7] Jer. 16.5, 6, 7. Lev. 10.6 e 21.10. II Sam. 15.30. Miq. 3.7. [8] cap. 12.9 e 37.18. [9] Jer. 7.14. cap. 7.20, 21, 22. [10] cap. 23.47. [11] Jer. 16.6, 7. ver. 17. [12] Job 27.15. Lev. 26.39. cap. 33.10. [13] cap. 12.6, 11. [14] Jer. 17.15. João 13.19 e 14.29. [15] cap. 6.7 e 25.5. [16] cap. 3.26, 27 e 29.21 e 33.22. [17] ver. 24. _Prophecia contra Ammon._ [Antes de Christo 588] 25 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] dirige o teu rosto contra os filhos de Ammon, e prophetiza contra elles. 3 E dize aos filhos de Ammon: Ouvi a palavra do Senhor JEHOVAH: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto tu disseste: Ha! ha! ácerca do meu sanctuario, quando foi profanado; e ácerca da terra de Israel, quando foi assolada; e ácerca da casa de Judah, quando foram no captiveiro; 4 Portanto, eis que te entregarei em possessão aos do oriente, e estabelecerão os seus paços em ti, e porão em ti as suas moradas; elles comerão os teus fructos, e elles beberão o teu leite. 5 E farei de [2] Rabba _uma_ estrebaria de camelos, e dos filhos de Ammon _um_ curral de ovelhas: [3] e sabereis que eu _sou_ o Senhor. 6 Porque assim diz o Senhor JEHOVAH: [4] Porquanto bateste com as mãos, e pateaste com os pés, e te alegraste de coração em todo o teu despojo sobre a terra d’Israel, 7 Portanto, [5] eis que eu estenderei a minha mão contra ti, e te darei por despojo ás nações, e te arrancarei d’entre os povos, e te destruirei d’entre as terras, _e_ te acabarei de todo; e saberás que eu _sou_ o Senhor. _Prophecia contra Moab._ 8 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto dizem Moab [6] _e_ Seir: Eis que a casa de Judah _é_ como todas as nações; 9 Portanto, eis que eu abrirei o lado de Moab desde as cidades, desde as suas cidades fóra das fronteiras, a gloria da terra, Beth-jesimoth, Baal-meon, e até Kiriathaim, 10 Para [7] os do oriente, com _a terra_ dos filhos de Ammon, a qual entregarei em possessão, para que não haja memoria dos filhos de Ammon entre as nações. 11 Tambem executarei juizos em Moab, e saberão que eu _sou_ o Senhor. _Prophecia contra Edom._ 12 Assim diz o Senhor JEHOVAH: [8] Porquanto Edom se houve vingativamente para com a casa de Judah, e se fizeram culpadissimos, quando se vingaram d’elles; 13 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: Tambem estenderei a minha mão contra Edom, e arrancarei d’ella homens e animaes; e a tornarei _em_ deserto desde Teman, e _até_ Dedan cairão á espada. 14 E exercitarei [9] a minha vingança sobre Edom, pela mão do meu povo de Israel; e farão em Edom segundo a minha ira e segundo o meu furor; e conhecerão a minha vingança, diz o Senhor JEHOVAH. _Prophecia contra os philisteos._ 15 Assim diz o Senhor JEHOVAH: [10] Porquanto os philisteos usaram de vingança, e executaram vingança de coração com despojo, para destruirem _com_ perpetua inimizade, 16 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu [11] estendo a minha mão contra os philisteos, e arrancarei os cheretheos, e destruirei o resto do porto do mar. 17 E executarei n’elles grandes vinganças, com castigos de furor, e saberão que eu _sou_ o Senhor, quando eu tiver exercido a minha vingança sobre elles. [1] cap. 6.2 e 35.2. Amós 1.13. Sof. 2.9. [2] cap. 21.20. Sof. 2.14, 15. [3] cap. 24.24 e 26.6 e 35.9. [4] Lam. 2.15. Sof. 2.15. cap. 36.5. [5] cap. 35.3. [6] Isa. 15 e 16. Jer. 48.1, etc. Amós 2.1. cap. 35.2, 5, 12. [7] ver. 4. [8] II Chr. 28.17. Jer. 49.7, 8, etc. Amós 1.11. Abd. 10, etc. [9] Isa. 11.14. Jer. 49.2. [10] Jer. 47.1, etc. Joel 3.4, etc. Amós 1.6. [11] Jer. 47.4. _Prophecia contra Tyro._ 26 E succedeu no undecimo anno, ao primeiro do mez, _que_ veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] porquanto Tyro disse no tocante a Jerusalem: Ha! ha! _já_ está quebrada a porta dos povos; _já_ se virou para mim; _eu_ me encherei, _agora que_ ella está assolada: 3 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu _estou_ contra ti, ó Tyro, e farei subir contra ti muitas nações, como se o mar fizesse subir as suas ondas, 4 Que destruirão os muros de Tyro, e derribarão as suas torres; e eu lhe varrerei o seu pó d’ella, [2] e d’ella farei uma penha descalvada. 5 No meio do mar virá a ser _um_ enxugadouro [3] das redes; porque _já_ eu _o_ fallei, diz o Senhor JEHOVAH; e servirá de despojo para as nações. 6 E suas filhas, que _estiverem_ no campo, serão mortas a espada; [4] e saberão que eu _sou_ o Senhor. 7 Porque assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu trarei contra Tyro a Nabucodonosor, rei de Babylonia, desde o norte, [5] o rei dos reis, com cavallos, e com carros, e com cavalleiros, e companhias, e muito povo. 8 As tuas filhas no campo elle as matará á espada, e fará _um_ baluarte contra ti, [6] e fundará _uma_ tranqueira contra ti, e levantará rodelas contra ti. 9 E porá trabucos em frente de ti contra os teus muros, e derribará as tuas torres com os seus machados. 10 Com a multidão de seus cavallos te cobrirá o seu pó: os teus muros tremerão com o estrondo dos cavalleiros, e das rodas, e dos carros, quando elle entrar pelas tuas portas, como _pelas_ entradas de _uma_ cidade em que se fez brecha. 11 Com as unhas dos seus cavallos pisará todas as tuas ruas: ao teu povo matará á espada, e as columnas da tua fortaleza derribar-se-hão em terra. 12 E roubarão as tuas riquezas, e saquearão as tuas mercadorias, e derribarão os teus muros, e arrazarão as tuas casas preciosas; e as tuas pedras, e as tuas madeiras, e o teu pó, lançarão no meio das aguas. 13 E farei cessar [7] o arroido das tuas cantigas, e o som das tuas harpas não se ouvirá mais. 14 E farei [8] de ti uma penha descalvada; virás a ser um enxugadouro das redes, nunca mais serás edificada; porque eu, o Senhor, o fallei, diz o Senhor JEHOVAH. 15 Assim diz o Senhor JEHOVAH a Tyro: [9] _Porventura_ não tremerão as ilhas com o estrondo da tua queda, quando gemerem os traspassados, quando se fizer _uma_ espantosa matança no meio de ti? 16 E todos [10] os principes do mar descerão dos seus thronos, e tirarão de si os seus mantos, e despirão os seus vestidos bordados: de tremores se vestirão, [11] sobre a terra se assentarão, e estremecerão a cada momento; e em ti pasmarão. 17 E levantarão [12] _uma_ lamentação sobre ti, e te dirão: Como pereceste do mar, ó bem povoada _e_ afamada cidade, [13] que foste forte no mar; ella e os seus moradores, que atemorizaram a todos os moradores d’ella! 18 Agora [14] estremecerão as ilhas no dia da tua saida, e as ilhas, que _estão_ no mar, turbar-se-hão da sua saida. 19 Porque assim diz o Senhor JEHOVAH: Quando eu te tiver feito _uma_ cidade assolada, como as cidades que se não habitam, quando fizer sobre ti um abysmo, e as muitas aguas te cobrirem, 20 Então te farei [15] descer com os que descem á cova, ao povo antigo, e te deitarei nas mais baixas partes da terra, em logares desertos antigos, com os que descem á cova, para que não sejas habitada; [16] e estabelecerei a gloria na terra dos viventes. 21 _Mas_ por grande espanto te porei a ti, e não serás _mais_; [17] _e_ quando te buscarem então nunca mais serás achada para sempre, diz o Senhor JEHOVAH. [1] Isa. 23. Jer. 25.22 e 47.4. Amós 1.9. Zac. 9.2. [2] ver. 14. [3] cap. 27.32. [4] cap. 25.5. [5] Esd. 7.12. [6] cap. 21.22. [7] Isa. 24.8. Jer. 7.24. Isa. 23.16. cap. 28.13. Apo. 18.22. [8] ver. 4, 5. [9] Jer. 49.21. ver. 18. cap. 27.28 e 31.16. [10] Isa. 23.8. Jon. 3.6. [11] Job 2.13. cap. 32.10. cap. 27.35. [12] cap. 27.32. Apo. 18.9. [13] Isa. 23.4. [14] ver. 15. [15] cap. 32.18, 24. [16] cap. 32.23, 26, 27, 32. [17] cap. 27.36 e 28.19. _A lamentação sobre Tyro._ 27 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Tu pois, ó filho do homem, [1] levanta _uma_ lamentação sobre Tyro. 3 E dize a Tyro, que habita nas estradas do mar, [2] e negoceia com os povos em muitas ilhas: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Ó Tyro, tu dizes: Eu _sou_ perfeita em formosura. 4 No coração dos mares _estão_ os teus termos; [3] os que te edificaram aperfeiçoaram a tua formosura. 5 Fabricaram todos os teus convezes de faias de Senir; [4] trouxeram cedros do Libano para te fazerem mastros. 6 Fizeram os teus remos _de_ carvalhos de Basan: [5] a companhia dos assyrios fez os teus bancos de marfim das ilhas dos chitteos. 7 Linho fino bordado do Egypto era a tua cortina, para te servir de vela; azul e purpura das ilhas d’Elisa era a tua cobertura. 8 Os moradores de Sidon e de Arvad foram os teus remeiros; os teus sabios, ó Tyro, _que_ se achavam em ti, esses foram os teus pilotos. 9 Os anciãos de Gebal e seus sabios foram em ti os que concertavam as tuas fendas: todos os navios do mar e os marinheiros se acharam em ti, para negociar os teus negocios. 10 Os persas, e os lidios, e os puteos eram [6] no teu exercito os teus soldados: escudos e capacetes penduraram em ti: elles te deram o teu renome. 11 Os filhos de Arvad e o teu exercito _estavam_ sobre os teus muros em redor, e os gamaditas sobre as tuas torres: penduravam os seus escudos nos teus muros em redor; [7] elles aperfeiçoavam a tua formosura. 12 Tarsis _era_ a que negociava comtigo, por causa da abundancia de toda a casta de fazenda: com prata, ferro, estanho, e chumbo negociavam em tuas feiras. 13 Javan, [8] Tubal e Mesech eram teus mercadores: com almas de homens e vasos de bronze fizeram negocios comtigo. 14 Da casa de [9] Togarma traziam _ás_ tuas feiras cavallos, e cavalleiros e mulos. 15 Os filhos [10] de Dedan _eram_ os teus mercadores; muitas ilhas _eram_ o commercio da tua mão: dentes de marfim e pau preto tornavam a dar-te _em_ presente. 16 A Syria negociava comtigo por causa da multidão das tuas boas obras: esmeralda, purpura, e obra bordada, e seda, e coraes e crystal traziam ás tuas feiras. 17 Judah e a terra de Israel, elles _eram_ os teus mercadores: [11] com trigo de Minith, e pannagh, e mel, e azeite e balsamo fizeram negocios comtigo. 18 Damasco negociava comtigo, por causa da multidão das tuas obras, por causa da multidão de toda a sorte de fazenda, com vinho de Chelbon e lã branca. 19 Tambem Dan, e Javan, o caminhante, traficavam nas tuas feiras: ferro polido, casca, e canna aromatica entravam no teu negocio. 20 Dedan [12] negociava comtigo com pannos preciosos para carros. 21 Arabia, e todos os principes de Kedar, [13] _eram_ elles os mercadores de tua mão, com cordeiros, e carneiros e bodes; n’estas coisas negociavam comtigo. 22 Os mercadores de Sheba [14] e Raama _eram_ elles os teus mercadores em todos os mais subidos aromas, e em toda a pedra preciosa e oiro contratavam nas tuas feiras. 23 Haran, [15] e Canne e Eden, os mercadores de Sheba, Assur _e_ Kilmad negociavam comtigo. 24 Estes _eram_ teus mercadores em toda a sorte de mercadorias, em fardos de cardeo, e bordado, e em cofres de roupas preciosas, amarrados com cordas e mettidos em _cofres de_ cedro, na tua mercadoria. 25 Os navios [16] de Tarsis cantavam de ti _por causa_ de teu negocio; e te encheste, e te glorificaste muito no meio dos mares. 26 Os teus remeiros te conduziram sobre grandes aguas: o vento oriental te quebrantou no meio dos mares. 27 As tuas fazendas e as tuas feiras, o teu negocio, os teus marinheiros, e os teus pilotos, [ABL] os que concertavam as tuas fendas, e os que faziam os teus negocios, e todos os teus soldados, que _estão_ em ti, juntamente com toda a tua congregação, que _está_ no meio de ti, cairão no meio dos mares no dia da tua queda. 28 Ao estrondo da gritaria dos teus pilotos tremerão os arrabaldes. 29 E todos os que pegam [17] no remo, os marinheiros, e todos os pilotos do mar descerão de seus navios, e na terra pararão. 30 E farão ouvir a sua voz sobre ti, e gritarão amargamente; [18] e lançarão pó sobre as cabeças, e na cinza se revolverão. 31 E se farão [19] inteiramente calvos por tua causa, e se cingirão de saccos, e chorarão sobre ti com amargura da alma, _e_ amarga lamentação. 32 E levantarão uma lamentação sobre ti no seu pranto, [20] e lamentarão sobre ti, _dizendo_: Quem _foi_ como Tyro? como a destruida no meio do mar? 33 Quando as tuas mercadorias procediam [21] dos mares, fartaste a muitos povos; com a multidão da tua fazenda e do teu negocio, enriqueceste os reis da terra. 34 No tempo em que foste quebrantada [22] dos mares, nas profundezas das aguas, cairam os teus negocios e toda a tua congregação no meio de ti. 35 Todos os moradores das ilhas foram a teu respeito cheios de espanto; e os seus reis tremeram em grande maneira, _e_ foram perturbados nos _seus_ rostos. 36 Os mercadores d’entre os povos assobiaram sobre ti: [23] tu te tornaste _em_ grande espanto, e nunca _jámais_ serás para sempre. [1] cap. 19.1 e 26.17 e 33.2. [2] cap. 28.2. Isa. 23.3. [3] cap. 28.12. [4] Deu. 3.9. [5] Jer. 2.10. [6] Jer. 46.9. cap. 30.5. [7] ver. 3. [8] Gen. 10.2. [9] Gen. 10.3. cap. 38.6. [10] Gen. 10.7. [11] I Reis 5.9, 11. Esd. 3.7. [12] Gen. 25.3. [13] Gen. 25.13. Isa. 60.7. [14] Gen. 10.7. I Reis 10.1, 2. Isa. 60.6. [15] Gen. 11.31. II Reis 19.12. Gen. 25.3. [16] ver. 4. [17] Apo. 18.17, etc. [18] Job 2.12. Apo. 18.19. Est. 4.1, 3. Jer. 6.26. [19] Jer. 16.6 e 47.5. Miq. 1.16. [20] cap. 26.17. ver. 2. Apo. 18.18. [21] Apo. 18.19. [22] cap. 26.19. ver. 27. [23] Jer. 18.16. cap. 26.21. _Prophecia contra o rei de Tyro._ 28 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, dize ao principe de Tyro: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto se eleva o teu coração, e dizes: [1] Eu _sou_ Deus, na cadeira de Deus me assento no meio dos mares (_sendo_ tu homem, [2] e não Deus), e [ABM] estimas o teu coração como _se fôra_ o coração de Deus; 3 Eis que [3] mais sabio _és_ que Daniel: nada ha de occulto _que_ se possa esconder de ti. 4 Pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste o teu poder, e adquiriste oiro e prata nos teus thesouros. 5 Pela extensão [4] da tua sabedoria no teu commercio augmentaste o teu poder; e eleva-se o teu coração por causa do teu poder; 6 Portanto, assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto estimas o teu coração, como _se fôra_ o coração de Deus, 7 Por isso eis que eu trarei sobre ti estranhos, [5] os mais formidaveis d’entre as nações, os quaes desembainharão as suas espadas contra a formosura da tua sabedoria, e mancharão o teu resplandor. 8 Á cova te farão descer, e morrerás da morte dos traspassados no meio dos mares. 9 _Porventura pois_ de alguma maneira dirás diante [6] d’aquelle que te matar: Eu _sou_ Deus; _sendo_ tu homem, e não Deus, na mão do que te traspassa? 10 Da morte dos incircumcisos morrerás, [7] por mão dos estranhos; porque eu _o_ fallei, diz o Senhor JEHOVAH. _Lamentação sobre o rei de Tyro._ 11 Veiu mais a mim a palavra do Senhor, dizendo: 12 Filho do homem, levanta _uma_ lamentação sobre o rei de Tyro, e dize-lhe: [8] Assim diz o Senhor JEHOVAH: Tu _és_ o sellador da somma, cheio de sabedoria e perfeito _em_ formosura. 13 Estavas no Eden, [9] jardim de Deus, toda a pedra preciosa _era_ a tua cobertura, sardonia, topazio, diamante, turqueza, onyx, jaspe, saphira, carbunculo, esmeralda e oiro: [10] a obra dos teus tambores e dos teus pifaros _estava_ em ti; no dia em que foste creado foram preparados. 14 Tu _eras_ [11] o cherubim, ungido _para_ cobridor, e te estabeleci: no monte sancto de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. 15 Perfeito _eras_ nos teus caminhos, desde o dia em que foste creado, até que se achou iniquidade em ti. 16 Na multiplicação do teu commercio encheram o teu interior de violencia, e peccaste; pelo que te lançarei profanado do monte de Deus, e te farei perecer, [12] ó cherubim cobridor, do meio das pedras afogueadas. 17 Elevou-se o teu coração [13] por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplandor; por terra te lancei, diante dos reis te puz, para que olhem para ti. 18 Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu commercio profanaste os teus sanctuarios: eu pois fiz sair do meio de ti _um_ fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem. 19 Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; [14] _em_ grande espanto te tornaste, e nunca _mais_ serás para sempre. _Prophecia contra Sidon._ 20 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 21 Filho do homem, [15] dirige o teu rosto contra Sidon, e prophetiza contra ella, 22 E dize: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [16] Eis-me contra ti, ó Sidon, e serei glorificado no meio de ti; e saberão que eu _sou_ o Senhor, quando n’ella executar juizos [17] e n’ella me sanctificar. 23 Porque [18] enviarei contra ella a peste, e o sangue nas suas ruas, e os traspassados cairão no meio d’ella, á espada, _estando_ em roda contra ella; e saberão que eu _sou_ o Senhor. 24 E a casa de Israel nunca mais terá espinho que a roce, [19] nem espinho que cause dôr, de todos os que de ao redor d’elles os [ABN] roubam; e saberão que eu _sou_ o Senhor JEHOVAH. 25 Assim diz o Senhor JEHOVAH: [20] Quando eu congregar a casa d’Israel d’entre os povos entre os quaes estão [21] espalhados, e eu me sanctificar entre elles, perante os olhos das nações, então habitarão na sua terra que dei a meu servo, a Jacob. 26 E [22] habitarão n’ella seguros, e edificarão casas, [23] e plantarão vinhas, e habitarão seguros, quando eu executar juizos contra todos os que roubam nos seus contornos; e saberão que eu _sou_ o Senhor seu Deus. [1] ver. 9. cap. 27.3, 4. [2] Isa. 31.3. [3] Zac. 9.2. [4] Zac. 9.3. [5] cap. 30.11 e 31.12 e 32.12. [6] ver. 6. [7] cap. 31.18 e 32.19, 21, 25, 27. [8] cap. 27.2. ver. 3. [9] cap. 31.8, 9. [10] cap. 26.13. [11] Exo. 25.20. ver. 16. cap. 20.40. [12] ver. 14. [13] ver. 2, 5. [14] cap. 26.21 e 27.31. [15] cap. 6.2 e 25.2 e 29.2. Isa. 23.4, 12. [16] Exo. 14.4, 17. cap. 39.13. [17] cap. 20.41 e 36.23. ver. 25. [18] cap. 38.22. [19] Num. 33.55. Jos. 23.13. [20] Isa. 11.12. cap. 11.17 e 20.41 e 34.13 e 37.21. [21] ver. 22. [22] Jer. 23.6. cap. 36.28. Isa. 65.21. Amós 9.14. [23] Jer. 31.5. _Prophecia contra o Egypto._ [Antes de Christo 589] 29 No decimo anno, no decimo _mez_, no _dia_ doze do mez, veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] dirige o teu rosto contra Pharaó, rei do Egypto, e prophetiza contra elle e contra todo o Egypto. 3 Falla, e dize: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [2] Eis-me contra ti, ó Pharaó, rei do Egypto, o grande [ABO] dragão, que pousa no meio dos seus rios, e que diz: O meu rio é meu, [3] e eu o fiz para mim. 4 Porém [4] eu porei anzoes em teus queixos, e prenderei o peixe dos teus rios ás tuas escamas; e todo o peixe dos teus rios se pegará ás tuas escamas. 5 E te deixarei no deserto, a ti e a todo o peixe dos teus rios; [5] sobre a face do campo cairás: não serás recolhido nem ajuntado: aos animaes da terra e ás aves do céu te dei por mantimento. 6 E saberão todos os moradores do Egypto que eu _sou_ o Senhor, [6] porquanto se fizera _um_ bordão de canna para a casa d’Israel. 7 Tomando-te [7] elles pela tua mão, te quebrantaste, e lhes rasgaste todo o hombro, e, encostando-se elles a ti, te quebraste, e lhes fizeste [ABP] estar immoveis a todos os lombos. 8 Portanto, assim diz o Senhor JEHOVAH: [8] Eis que eu trarei sobre ti a espada, e destruirei de ti homem e animal. 9 E a terra do Egypto se tornará em assolação e deserto; e saberão que eu _sou_ o Senhor, porquanto disse: O rio _é_ meu, e eu o fiz. 10 Portanto, eis que eu _estou_ contra ti e contra os teus rios; [9] e tornarei a terra do Egypto em desertas _e_ assoladas solidões, [10] desde a torre de Sevene até aos confins da Ethiopia. 11 Não [11] passará por ella pé de homem, nem pé de animal passará por ella, nem será habitada quarenta annos. 12 Porque [12] tornarei a terra do Egypto _em_ assolação no meio das terras assoladas; e as suas cidades no meio das cidades desertas se tornarão em assolação por quarenta annos; e espalharei os egypcios entre as nações, e os derramarei pelas terras. 13 Porém assim diz o Senhor JEHOVAH: [13] Ao cabo de quarenta annos ajuntarei os egypcios d’entre os povos entre os quaes foram espalhados. 14 E tornarei a trazer o captiveiro dos egypcios, e os tornarei á terra de Pathros, á terra do seu commercio; [14] e serão ali _um_ reino baixo. 15 Mais baixo se fará do que os _outros_ reinos, e nunca mais se exalçará sobre as nações; porque os diminuirei, para que não dominem sobre as nações. 16 E [15] não servirá mais á casa d’Israel de confiança, para lhe trazer á lembrança a _sua_ iniquidade, quando olharem para traz d’elles; antes saberão que eu _sou_ o Senhor JEHOVAH. 17 E succedeu que, no anno vinte e sete, no _mez_ primeiro, no primeiro _dia_ do mez, veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 18 Filho do homem, [16] Nabucodonozor, rei de Babylonia, fez com que o seu exercito prestasse _um_ grande serviço contra Tyro; toda a cabeça se tornou calva, e todo o hombro se pelou: e não houve paga de Tyro para ella, nem para o seu exercito, pelo serviço que prestou contra ella. 19 Portanto, assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu darei a Nabucodonozor, rei de Babylonia, a terra do Egypto; e levará a sua multidão, e despojará o seu despojo, e roubará a sua preza, e _isto_ será a paga para o seu exercito. 20 _Por_ paga do seu trabalho, com que serviu contra ella, lhe dei a terra do Egypto; [17] porquanto trabalharam por mim, diz o Senhor JEHOVAH. 21 N’aquelle dia farei brotar o poder na casa de Israel, [18] e te darei abrimento da bocca no meio d’elles; e saberão que eu _sou_ o Senhor. [1] cap. 28.21. Isa. 19.1. Jer. 25.1. [2] Jer. 44.30. cap. 28.22. ver. 10. cap. 32.2. [3] cap. 28.2. [4] Isa. 37.29. cap. 38.4. [5] Jer. 8.2 e 16.4 e 25.33. Jer. 7.33 e 34.20. [6] II Reis 18.21. Isa. 36.6. [7] cap. 17.17. [8] cap. 14.17 e 32.11, 12, 13. [9] cap. 30.12. [10] cap. 30.6. [11] cap. 32.13. [12] cap. 30.7, 26. [13] Isa. 19.23. Jer. 46.26. [14] cap. 17.6, 14. [15] Isa. 30.2, 3 e 36.4, 6. [16] Jer. 27.6. cap. 26.7, 8. [17] Jer. 25.9. [18] cap. 24.27. _Outra prophecia contra o Egypto e contra Pharaó._ [Antes de Christo 572] 30 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, prophetiza, e dize: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [1] Uivae: Ah! aquelle dia! 3 Porque [2] _já está_ perto o dia, _já está_ perto, digo, o dia do Senhor: dia nublado: o tempo dos gentios será. 4 E espada virá ao Egypto, e haverá grande dôr na Ethiopia, quando cairem os traspassados no Egypto; e [3] tomarão a sua multidão, e quebrar-se-hão os seus fundamentos. 5 Ethiopia, e [ABQ] Put, e Lud, e toda [4] a mistura de gente, e Cub, e os filhos da terra do concerto, com elles cairão á espada. 6 Assim diz o Senhor: Tambem cairão os que o Egypto sustem, e descerá a soberba de seu poder: [5] desde a torre de Sevene n’elle cairão á espada, diz o Senhor JEHOVAH. 7 E serão [6] assolados no meio das terras assoladas; e as suas cidades estarão no meio das cidades desertas. 8 E saberão que eu _sou_ o Senhor, quando eu puzer fogo ao Egypto, e forem quebrados todos os que lhe davam auxilio. 9 N’aquelle dia sairão mensageiros de [7] diante de mim em navios, para espantarem a Ethiopia descuidada; e haverá n’elles grandes dôres, como no dia do Egypto; porque, eis que _já_ vem. 10 Assim diz o Senhor JEHOVAH: [8] Eu pois farei cessar a multidão do Egypto, por mão de Nabucodonozor, rei de Babylonia. 11 Elle e o seu povo [9] com elle, os mais formidaveis das nações, serão levados para destruirem a terra; e desembainharão as suas espadas contra o Egypto, e encherão a terra de traspassados. 12 E os rios farei seccos, [10] e venderei a terra á mão dos maus, e assolarei a terra e a sua plenitude pela mão dos estranhos; eu, o Senhor, _o_ fallei. 13 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Tambem [11] destruirei os idolos, e farei cessar as imagens de Noph: [12] e não haverá mais _um_ principe da terra do Egypto; e porei o temor na terra do Egypto. 14 E assolarei [13] a Pathros, e porei fogo a Zoan, e executarei juizos em No. 15 E derramarei o meu furor sobre Sin, a força do Egypto, [14] e exterminarei a multidão de No. 16 E porei fogo no Egypto; Sin _terá_ grande dôr, e No será fendida, e Noph _terá_ angustias quotidianas. 17 Os mancebos de Aven e Pibeseth cairão á espada, e as _moças_ irão em captiveiro. 18 E em Tahpanes se escurecerá o dia, [15] quando eu quebrar ali os jugos do Egypto, e n’ella cessar a soberba da sua força: _uma_ nuvem a cobrirá, e suas filhas irão em captiveiro. 19 Assim executarei juizos no Egypto, e saberão que eu _sou_ o Senhor. 20 E succedeu que, no anno undecimo, no _mez_ primeiro, aos sete do mez, veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 21 Filho do homem, [16] eu quebrei o braço de Pharaó, rei do Egypto, [17] e eis que não será atado com emplastos, nem _lhe_ porão _uma_ ligadura para o atar, para o esforçar, para que pegue na espada. 22 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu _estou_ contra Pharaó, rei do Egypto, e quebrarei os seus braços, _assim_ o forte como o quebrado, e farei cair da sua mão a espada. 23 E espalharei [18] os egypcios entre as nações, e os espalharei pelas terras. 24 E esforçarei os braços do rei de Babylonia, e darei a minha espada na sua mão; porém quebrarei os braços de Pharaó, e diante d’elle gemerá como geme o traspassado. 25 Esforçarei, digo, os braços do rei de Babylonia, mas os braços de Pharaó cairão; e saberão que eu _sou_ o Senhor, quando eu metter a minha espada na mão do rei de Babylonia, e elle a estender sobre a terra do Egypto. 26 E espalharei os egypcios entre as nações, e os espalharei pelas terras: assim saberão que eu _sou_ o Senhor. [1] Isa. 13.6. [2] cap. 7.7, 12. Joel 2.1. Sof. 1.7. [3] cap. 29.19. Jer. 50.15. [4] ver. 23, 24, 25. [5] cap. 29.10. [6] cap. 29.12. [7] Isa. 18.1, 2. [8] cap. 29.19. [9] cap. 28.7. [10] Isa. 19.5, 6. [11] Isa. 19.1. Jer. 43.12 e 46.25. Zac. 13.2. [12] Zac. 10.11. Isa. 19.16. [13] cap. 29.14. Nah. 3.8, 9, 10. [14] Jer. 46.25. [15] Jer. 2.16. [16] Jer. 48.25. [17] Jer. 46.11. [18] ver. 26. cap. 29.12. _Outra prophecia contra Pharaó, rei do Egypto._ [Antes de Christo 588] 31 E succedeu, no anno undecimo, no terceiro _mez_, ao primeiro do mez, _que_ veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, dize a Pharaó, rei do Egypto, e á sua multidão: [1] A quem és similhante na tua grandeza? 3 Eis que [2] a Assyria _era um_ cedro no Libano, de ramos formosos, sombrio de ramagem e de alta estatura, e entre os ramos espessos estava a sua copa. 4 As aguas o fizeram crescer, o abysmo o exalçou: com as suas correntes corria em torno do seu plantio, e enviava os regatos a todas as arvores do campo. 5 Por isso [3] se elevou a sua estatura sobre todas as arvores do campo, e se multiplicaram os seus ramos, e se alongaram as suas varas, por causa das muitas aguas que enviava. 6 Todas as aves do céu se aninhavam nos seus ramos, e todos [4] os animaes do campo geravam debaixo dos seus ramos, e todos os grandes povos se assentavam á sua sombra. 7 Assim era elle formoso na sua grandeza, na extensão dos seus ramos, porque a sua raiz estava junto ás muitas aguas. 8 Os cedros não o escureciam no jardim [5] de Deus; as faias não egualavam os seus ramos, e os castanheiros não eram como os seus renovos: nenhuma arvore no jardim de Deus se assimilhou a elle na sua formosura. 9 Formoso o fiz com a multidão dos seus ramos; e todas as arvores do Eden, que _estavam_ no jardim de Deus, tiveram inveja d’elle. 10 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto te elevaste na _tua_ estatura, e se levantou a sua copa no meio dos espessos ramos, [6] e o seu coração se exalçou na sua altura, 11 Portanto o entreguei na mão da mais poderosa das nações, _para que_ o tratasse _com o_ tratamento _merecido_; pela sua impiedade o lançarei fóra. 12 E uns estranhos o exterminaram, [7] os mais formidaveis das nações, e o deixaram: cairam os seus ramos sobre os montes e por todos os valles, e os seus renovos foram quebrados por todas as correntes da terra; e todos os povos da terra se retiraram da sua sombra, e o deixaram. 13 Todas as aves do céu habitavam sobre a sua [8] ruina, e todos os animaes do campo se acolheram sob os seus renovos; 14 Para que todas as arvores das aguas não se elevem na sua estatura, nem levantem a sua copa no meio dos ramos espessos, nem todas as que bebem as aguas venham a confiar em si, por causa da sua altura; porque _já_ todos estão entregues á morte, [9] até á terra mais baixa, no meio dos filhos dos homens, com os que descem á cova. 15 Assim diz o Senhor JEHOVAH: No dia em que elle desceu ao inferno, fiz eu que houvesse luto; fiz cobrir o abysmo, por sua causa, e retive as suas correntes, e se cohibiram; e cobri o Libano de preto por causa d’elle, e todas as arvores do campo por causa d’elle desfalleceram. 16 Ao som [10] da sua queda fiz tremer as nações, quando o fiz descer ao inferno com os que descem á cova; [11] e todas as arvores do Eden, a flor e o melhor do Libano, todas _as arvores_ que bebem aguas, se consolavam na terra mais baixa. 17 Tambem estes com elles descerão ao inferno, aos _que foram_ traspassados á espada, e _os que foram_ seu braço, [12] _e que_ estavam assentados á sombra no meio das nações. 18 A quem [13] _pois_ és assim similhante em gloria e em grandeza entre as arvores do Eden? antes serás derribado com as arvores do Eden á terra mais baixa; no meio dos incircumcisos jazerás [14] com os _que foram_ traspassados á espada: este _é_ Pharaó e toda a sua multidão, diz o Senhor JEHOVAH. [1] ver. 18. [2] Dan. 4.10. [3] Dan. 4.11. [4] cap. 17.28. Dan. 4.12. [5] Gen. 2.8 e 13.10. [6] Dan. 5.20. [7] cap. 32.5 e 53.8. [8] Isa. 18.6. cap. 32.4. [9] cap. 32.18. [10] cap. 26.15. Isa. 14.15. [11] Isa. 14.8. [12] Lam. 4.20. [13] ver. 2. cap. 32.19. [14] cap. 28.10 e 32.10, 21, 24, etc. _Lamentação sobre Pharaó, rei do Egypto._ [Antes de Christo 587] 32 E succedeu que, no anno duodecimo, no mez duodecimo, ao primeiro do mez, veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] levanta _uma_ lamentação sobre Pharaó, rei do Egypto, e dize-lhe: [2] Similhante eras a _um_ filho de leão _entre_ as nações, e tu _foste_ como _um_ dragão nos mares, e trasbordavas os teus rios, e turbavas as aguas com os teus pés, [3] e enlameavas os seus rios. 3 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Portanto, [4] estenderei sobre ti a minha rede com ajuntamento de muitos povos, e te farão subir na minha rede. 4 Então [5] te deixarei em terra; sobre a face do campo te lançarei, e farei morar sobre ti todas as aves do céu, e fartarei de ti os animaes de toda a terra. 5 E [6] porei as tuas carnes sobre os montes, e encherei os valles da tua altura. 6 E a terra onde nadas regarei com o teu sangue até aos montes; e as correntes se encherão de ti. 7 E, apagando-te eu, cobrirei os céus, [7] e ennegrecerei as suas estrellas: ao sol encobrirei com _uma_ nuvem, e a lua não deixará resplandecer a sua luz. 8 Todas as brilhantes luzes do céu ennegrecerei sobre ti, e trarei trevas sobre a tua terra, diz o Senhor JEHOVAH. 9 E farei vexar o coração de muitos povos, quando eu levar a tua destruição entre as nações, ás terras que não conheceste. 10 E farei com que muitos povos [8] fiquem pasmados de ti, e os seus reis tremam em grande maneira, quando eu brandir a minha espada ante os seus rostos; e estremecerão a cada momento, cada um pela sua vida, no dia da tua queda. 11 Porque [9] assim diz o Senhor JEHOVAH: A espada do rei de Babylonia virá sobre ti. 12 Farei cair a tua multidão com as espadas dos valentes, [10] _que são_ todos os mais formidaveis das gentes; e destruirão a soberba do Egypto, e toda a sua multidão será perdida. 13 E destruirei todos os seus animaes de sobre as muitas aguas; [11] nem as turbará mais pé de homem, nem as turbarão unhas de animaes. 14 Então farei profundar as suas aguas, e farei correr os seus rios como o azeite, diz o Senhor JEHOVAH. 15 Quando eu tornar a terra do Egypto _em_ assolação, e a terra fôr assolada em sua plenitude, e quando ferir a todos os que habitam n’ella, [12] então saberão que eu _sou_ o Senhor. 16 Esta _é_ a lamentação, [13] _segundo a qual_ lamentarão; as filhas das nações _assim_ lamentarão; sobre o Egypto e sobre toda a sua multidão _assim_ lamentarão, diz o Senhor JEHOVAH. _Lamentação sobre o Egypto._ 17 E succedeu que, no anno duodecimo, aos quinze do mez, veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 18 Filho do homem, pranteia sobre a multidão do Egypto, [14] e faze-a descer, a ella e ás filhas das nações magnificas, á terra mais baixa, aos que descem á cova. 19 A quem [15] sobrepujas tu em ser aprazivel? desce, e deita-te com os incircumcisos. 20 No meio d’aquelles _que foram_ traspassados á espada cairão; á espada está entregue; arrastae-a e a toda a sua multidão. 21 Os [16] mais poderosos dos valentes lhe fallarão desde o meio do inferno, com os que a soccorrem: desceram, [17] jazeram os incircumcisos traspassados á espada. 22 Ali _está_ Assur [18] com todo o seu ajuntamento; em redor d’elle _estão_ os seus sepulchros; todos elles foram traspassados e cairam á espada. 23 Cujos sepulchros [19] foram postos nos lados da cova, e o seu ajuntamento está em redor do seu sepulchro: todos foram traspassados, e cairam á espada, [20] os quaes tinham causado espanto na terra dos viventes. 24 Ali [21] está Elam com toda a sua multidão em redor do seu sepulchro: todos elles _foram_ traspassados, e cairam á espada, os quaes desceram incircumcisos ás mais baixas partes da terra, [22] os quaes causaram terror na terra dos viventes, e levaram a sua vergonha com os que desceram á cova. 25 No meio dos traspassados lhe pozeram _uma_ cama entre toda a sua multidão; ao redor d’elle _estão_ os seus sepulchros: todos elles _são_ incircumcisos, traspassados á espada; porque causaram terror na terra dos viventes, e levaram a sua vergonha com os que desceram á cova; no meio dos traspassados foi posto. 26 Ali está [23] Mesech _e_ Tubal com toda a sua multidão; ao redor d’elles _estão_ os seus sepulchros: todos elles são incircumcisos, [24] _e_ traspassados á espada, porquanto causaram terror na terra dos viventes. 27 Porém [25] não jazeram com os valentes que cairam dos incircumcisos, os quaes desceram ao inferno com as suas armas de guerra e pozeram as suas espadas debaixo das suas cabeças; e a sua iniquidade está sobre os seus ossos, porquanto eram o terror dos heroes na terra dos viventes. 28 Tambem tu serás quebrado no meio dos incircumcisos, e jazerás com os _que foram_ traspassados á espada. 29 Ali _está_ [26] Edom, os seus reis e todos os seus principes, que com o seu poder foram postos com os _que foram_ traspassados á espada; estes jazem com os incircumcisos e com os que desceram á cova. 30 Ali [27] _estão_ os principes do norte, todos elles, e todos os sidonios, que desceram com os traspassados, envergonhados com o terror causado pelo seu poder; e jazem incircumcisos com os _que foram_ traspassados á espada, e levam a sua vergonha com os que desceram á cova. 31 Pharaó os verá, e se consolará com toda a sua multidão, os traspassados á espada, Pharaó, e todo o seu exercito, diz o Senhor JEHOVAH. 32 Porque _tambem_ eu dei o meu espanto na terra dos viventes; pelo que jazerá no meio dos incircumcisos, com os traspassados á espada, Pharaó e toda a sua multidão, diz o Senhor JEHOVAH. [1] cap. 27.2. ver. 16. [2] cap. 19.3, 6. cap. 29.3. [3] cap. 34.18. [4] cap. 12.13 e 17.20. Ose. 7.12. [5] cap. 29.5 e 31.13. [6] cap. 31.12. [7] Isa. 13.10. Joel 2.31 e 3.15. Amós 8.9. Mat. 24.29. Apo. 6.12, 13. [8] cap. 27.35. cap. 26.16. [9] Jer. 46.26. cap. 30.4. [10] cap. 28.7 e 29.19. [11] cap. 29.11. [12] Exo. 7.5 e 14.4, 18. [13] ver. 2. II Sam. 1.17. II Chr. 35.25. cap. 26.17. [14] cap. 26.20 e 31.14. [15] cap. 31.2, 18. ver. 21, 24, etc. cap. 28.10. [16] Isa. 1.31 e 14.9, 10. ver. 27. [17] ver. 19, 25, etc. [18] ver. 24, 26, 29, 30. [19] Isa. 14.15. [20] cap. 26.17. ver. 24, 25, 26, 27, 32. [21] Jer. 49.34, etc. ver. 21. [22] ver. 23. [23] Gen. 10.2. cap. 27.13 e 38.2. [24] ver. 19, 20, etc. [25] ver. 21. Isa. 14.18, 19. [26] cap. 25.12, etc. [27] cap. 38.6, 15 e 30.2. _O officio do verdadeiro propheta._ 33 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] falla aos filhos do teu povo, e dize-lhes: [2] Quando eu fizer vir a espada sobre a terra, e o povo da terra tomar _um_ homem dos seus termos, [3] e o constituir por seu atalaia, 3 E elle vir que a espada vem sobre a terra, e tocar a trombeta, e avisar o povo, 4 E aquelle que ouvir o som da trombeta, não se der por avisado, e vier a espada, e o tomar, [4] o seu sangue será sobre a sua cabeça. 5 Elle ouviu o som da trombeta, e não se deu por avisado, o seu sangue será sobre elle; mas o que se dá por avisado salvará a sua vida. 6 Porém, quando o atalaia vir _que_ vem a espada, e não tocar a trombeta, e não fôr avisado o povo, e a espada vier, e levar _uma_ vida d’entre elles, [5] este tal foi levado na sua iniquidade, porém o seu sangue demandarei da mão do atalaia. 7 A ti pois, [6] ó filho do homem, te constitui por atalaia sobre a casa d’Israel; tu pois ouvirás a palavra da minha bocca, e lh’a annunciarás da minha parte. 8 Dizendo eu _pois_ ao impio: Ó impio, certamente morrerás; e tu _lhe_ não fallares, para dissuadir ao impio do seu caminho, morrerá esse impio na sua iniquidade, porém o seu sangue eu o demandarei da tua mão. 9 Mas, quando tu tiveres dissuadido ao impio do seu caminho, para que se converta d’elle, e elle se não converter do seu caminho, elle morrerá na sua iniquidade; porém tu livraste a tua alma. 10 Tu pois, filho do homem, dize á casa de Israel: Assim fallaes vós, dizendo: Visto que as nossas prevaricações e os nossos peccados _estão_ sobre nós, e nós desfallecemos n’elles, [7] como viveremos então? 11 Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, que não tenho prazer na [8] morte do impio, mas que o impio se converta do seu caminho, e viva: convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; [9] pois por que razão morrereis, ó casa de Israel? 12 Tu pois, filho do homem, dize aos filhos do teu povo: [10] A justiça do justo não o fará escapar no dia da sua prevaricação; e, quanto á impiedade do impio, não cairá por ella, no dia em que se converter da sua impiedade; nem o justo por ella poderá viver no dia em que peccar. 13 Quando eu disser ao justo que certamente viverá, [11] e elle confiar na sua justiça, e fizer iniquidade, não virão em memoria todas as suas justiças, mas na sua iniquidade, que faz, n’ella morrerá. 14 Quando eu tambem [12] disser ao impio: Certamente morrerás; e elle se converter do seu peccado, e fizer juizo e justiça, 15 Restituindo esse impio [13] o penhor, pagando o furtado, andando nos estatutos da vida, e não fazendo iniquidade, certamente viverá, não morrerá. 16 De todos os seus peccados [14] com que peccou não se fará memoria _contra_ elle: juizo e justiça fez, certamente viverá. 17 Ainda [15] dizem os filhos do teu povo: Não é recto o caminho do Senhor: mas o proprio caminho d’elles é que não é recto. 18 Desviando-se [16] o justo da sua justiça, e fazendo iniquidade, morrerá n’ella. 19 E, convertendo-se o impio da sua impiedade, e fazendo juizo e justiça, elle viverá por elles. 20 Ainda dizeis: Não é recto o caminho do Senhor: [17] julgar-vos-hei a cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel. _O castigo de Israel por causa da sua presumpção._ 21 E succedeu _que_, no anno duodecimo, no decimo _mez_, [18] aos cinco do mez do nosso captiveiro, veiu a mim um que tinha escapado de Jerusalem, dizendo: [19] _Já_ ferida é a cidade. 22 Ora a mão [20] do Senhor estivera sobre mim pela tarde, antes que viesse o que tinha escapado, [21] e abriu a minha bocca, até que chegou a mim pela manhã; e abriu-se a minha bocca, e não fiquei mais em silencio. 23 Então veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 24 Filho do homem, [22] os moradores d’estes logares desertos da terra de Israel, fallando, dizem: Abrahão era um só, e possuiu esta terra; porém nós _somos_ muitos, [23] esta terra a nós foi dada em possessão. 25 Dize-lhes portanto: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [24] _A carne_ com o sangue comeis, e levantaes os vossos olhos para os vossos idolos, e derramaes o sangue! e possuireis esta terra? 26 Estribaes-vos sobre a vossa espada, commetteis abominação, [25] e contaminaes cada um a mulher do seu proximo! e possuireis a terra? 27 Assim lhes dirás: Assim disse o Senhor JEHOVAH: Vivo eu, [26] que os que _estiverem_ em logares desertos, cairão á espada, e o que _estiver_ sobre a face do campo o entregarei á fera, para que o coma, e os que _estiverem_ em logares fortes e em cavernas [27] morrerão de pestilencia. 28 Porque tornarei a terra _em_ assolação e espanto, [28] e cessará a soberba da sua força; e os montes de Israel serão _tão_ assolados que não _haja_ quem passe _por elles_. 29 Então saberão que eu _sou_ o Senhor, quando eu tornar a terra _em_ assolação e espanto, por todas as suas abominações que fizeram. 30 Quanto a ti, ó filho do homem, os filhos do teu povo fallam de ti junto ás paredes e nas portas das casas; [29] e falla um com o outro, cada um a seu irmão, dizendo: Vinde, peço-vos, e ouvi qual seja a palavra que procede do Senhor. 31 E elles [30] veem a ti, como o povo costumava vir, [31] e se assentam diante de ti, _como_ o meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra: antes elles lisongeiam com a sua bocca, [32] _porém_ o seu coração segue a sua avareza. 32 E eis que tu lhe _és_ como _uma_ canção de amores, _de_ quem tem voz suave, e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra. 33 Porém, quando [33] vier isto (eis que está para vir), então saberão que houve no meio d’elles um propheta. [1] cap. 3.11. [2] cap. 14.17. [3] ver. 7. [4] cap. 18.13. [5] ver. 8. [6] cap. 3.17, etc. [7] cap. 24.23. [8] II Sam. 14.14. cap. 18.23, 32. II Ped. 3.9. [9] cap. 18.31. [10] cap. 3.20 e 18.24, 26, 27. [11] cap. 3.20 e 18.24. [12] cap. 3.18, 19 e 18.27. [13] cap. 18.7. Exo. 22.1, 4. Num. 5.6, 7. Lev. 18.5. cap. 20.11, 13, 21. [14] cap. 18.22. [15] ver. 20. cap. 18.25, 29. [16] cap. 18.26, 27. [17] ver. 17. cap. 18.25, 29. [18] cap. 1.2. [19] II Reis 25.4. [20] cap. 1.3. [21] cap. 24.27. [22] cap. 34.2. ver. 27. cap. 36.4. Isa. 51.2. Act. 7.5. [23] Mat. 3.9. [24] Gen. 9.4. Lev. 3.17. Deu. 12.16. cap. 18.6 e 22.6, 9. [25] cap. 18.6 e 22.11. [26] ver. 24. [27] cap. 39.4. [28] Jer. 44.2, 6, 22. cap. 36.34, 35. cap. 30.6, 7. [29] Isa. 29.13. [30] cap. 14.11 e 20.1, etc. [31] cap. 8.1. Isa. 29.13. [32] Mat. 13.22. [33] I Sam. 3.20. cap. 2.5. _Prophecia contra os pastores infieis de Israel._ 34 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] prophetiza contra os pastores de Israel; prophetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [2] Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! _porventura_ os pastores não apascentarão as ovelhas? 3 Comeis o [3] gordo, e vos vestis de lã; degolaes o cevado; _porém_ não apascentaes as ovelhas. 4 As fracas não fortalecestes, [4] e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, [5] e a perdida não buscastes; porém dominaes sobre ellas com rigor e dureza. 5 Assim se espalharam, [6] por não haver pastor, e ficaram para pasto de toda a besta do campo, porquanto se espalharam. 6 As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes, e por todo o alto outeiro; e as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem [ABR] pergunte por _ellas_, sem haver quem _as_ busque. 7 Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: 8 Vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, que, porquanto as minhas ovelhas [7] foram _entregues_ á rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a toda a besta do campo, á falta de pastor, e os meus pastores não [ABS] perguntam pelas minhas ovelhas, [8] e os pastores se apascentam a si mesmos, e não apascentam as minhas ovelhas; 9 Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: 10 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu estou contra os pastores, e [9] demandarei as minhas ovelhas da sua mão, e os farei cessar de apascentar as ovelhas, [10] e os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua bocca, e lhes não servirão _mais_ de pasto. 11 Porque assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu, eu _digo_, perguntarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei. 12 Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e as farei escapar de todos os logares por onde andam espalhadas, [11] no dia da nuvem e da escuridão. 13 E as tirarei [12] dos povos, e as congregarei das terras, e as trarei á sua terra, e as apascentarei nos montes de Israel, junto ás correntes, e em todas as habitações da terra. 14 Em bons pastos as apascentarei, e nos altos montes de Israel será a sua malhada; [13] ali se deitarão n’uma boa malhada, e pastarão _em_ pastos gordos nos montes de Israel. 15 Eu apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor JEHOVAH. 16 A perdida buscarei, [14] e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada atarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda [15] e a forte destruirei; apascental-as-hei com juizo. 17 E quanto a vós, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor JEHOVAH: [16] Eis que eu julgarei entre gado pequeno e gado pequeno, entre carneiros e bodes. 18 Acaso não vos basta que pasteis o bom pasto, senão que pizeis o resto de vossos pastos a vossos pés? e _que_ bebaes as profundas aguas, senão que enlameeis o resto com os vossos pés? 19 E as minhas ovelhas pastarão o que foi pizado com os vossos pés, e beberão o que tem sido turvado com os vossos pés. 20 Por isso o Senhor JEHOVAH assim lhes diz: [17] Eis que eu, sim, eu, julgarei entre o gado gordo e o gado magro. 21 Porquanto com o lado e com o hombro daes empurrões, e com as vossas pontas escorneaes todas as fracas, até que as espalhaes para fóra, 22 Portanto livrarei as minhas ovelhas, para que não sirvam mais de rapina, [18] e julgarei entre gado miudo e gado miudo. 23 E [19] levantarei sobre ellas um só pastor, e elle as apascentará: [20] meu servo David, este as apascentará, e este lhes servirá de pastor. 24 E eu, o Senhor, [21] lhes serei por Deus, e o meu servo David será principe no meio d’elles: eu, o Senhor, o fallei. 25 E [22] farei com elles um concerto de paz, e farei cessar a besta ruim da terra, e habitarão no deserto seguramente, e dormirão nos bosques. 26 E a elles, e aos logares ao redor do meu outeiro, [23] os porei _por_ benção; e farei descer a chuva a seu tempo: chuvas de benção serão. 27 E [24] as arvores do campo darão o seu fructo, e a terra dará a sua novidade, e estarão seguros na sua terra; e saberão que eu _sou_ o Senhor, [25] quando eu quebrar as varas do seu jugo [26] e os livrar da mão dos que se serviam d’elles. 28 E [27] não servirão mais de rapina aos gentios, e a besta _fera_ da terra nunca _mais_ os comerá: [28] e habitarão seguramente, e ninguem haverá que _os_ espante. 29 E lhes [29] levantarei _uma_ planta de nome, e nunca mais serão arrebatados da fome na terra, [30] nem mais levarão sobre si o opprobrio dos gentios. 30 Saberão, porém, que eu, o Senhor seu Deus, [31] _estou_ com elles, e _que_ elles _são_ o meu povo, a casa d’Israel, diz o Senhor JEHOVAH. 31 Vós pois, [32] ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens _sois_; _porém_ eu _sou_ o vosso Deus, diz o Senhor JEHOVAH. [1] cap. 33.24. [2] Jer. 23.1. Zac. 11.17. [3] cap. 33.25, 26. Miq. 3.1, 2, 3. [4] ver. 16. Zac. 11.16. [5] Luc. 15.4. I Ped. 5.3. [6] cap. 33.21, 28. I Sam. 22.17. Mat. 9.36. Isa. 56.9. Jer. 12.9. ver. 8. [7] ver. 5, 6. [8] ver. 2, 10. [9] cap. 3.18. Heb. 13.17. [10] ver. 2, 8. [11] cap. 30.3. Joel 2.2. [12] Isa. 65.9, 10. Jer. 23.3. cap. 28.25 e 36.24 e 37.21, 22. [13] Jer. 33.12. [14] ver. 4. Isa. 40.11. Miq. 4.6. Mat. 18.11. Mar. 2.17. Luc. 5.32. [15] Amós 4.1. [16] cap. 20.37, 38. ver. 20, 22. Mat. 25.32, 33. [17] ver. 17. [18] ver. 17. [19] Isa. 40.11. Jer. 23.4, 5. João 10.11. Heb. 13.20. I Ped. 2.25 e 5.4. [20] Jer. 30.9. cap. 37.24, 25. Ose. 3.5. [21] ver. 30. Exo. 29.45. cap. 37.27. [22] cap. 37.26. Lev. 26.6. Isa. 11.6-9 e 35.9. Ose. 2.18. ver. 28. Jer. 23.6. [23] Isa. 56.7. Gen. 12.2. Isa. 19.24. [24] Lev. 26.4. Isa. 4.2. [25] Lev. 26.13. Jer. 2.20. [26] Jer. 25.14. [27] ver. 8. [28] ver. 25. Jer. 30.10. [29] Isa. 11.1. Jer. 23.5. [30] cap. 36.3, 6, 15. [31] ver. 24. cap. 37.27. [32] João 10.11. _Prophecia contra o monte de Seir._ 35 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] dirige o teu rosto contra o monte de Seir, e prophetiza contra elle. 3 E dize-lhe: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu estou contra ti, ó monte de Seir, [2] e estenderei a minha mão contra ti, e te porei _em_ assolação e espanto. 4 [3] As tuas cidades porei _em_ solidão, e tu te tornarás _em_ assolação; e saberás que eu _sou_ o Senhor. 5 Porquanto guardas inimizade perpetua, e fizeste derramar os filhos d’Israel pela violencia da espada [4] no tempo da extrema iniquidade, 6 Por isso vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, que te preparei para sangue, e o sangue te perseguirá; pois que não aborreceste o sangue, o sangue te perseguirá. 7 E farei do monte de Seir uma extrema assolação, [5] e exterminarei d’elle o que _por elle_ passar, e o que _por elle_ tornar. 8 E [6] encherei os seus montes dos seus traspassados; nos teus outeiros, e nos teus valles, e em todas as tuas correntes cairão os traspassados á espada. 9 _Em_ assolações perpetuas [7] te porei, e as tuas cidades nunca mais serão habitadas: [8] assim sabereis que eu _sou_ o Senhor. 10 Porquanto dizes: Os dois povos e as duas terras serão minhas, [9] e as possuiremos, sendo que o Senhor se achava ali, 11 Portanto, vivo eu, diz o Senhor JEHOVAH, [10] que usarei conforme a tua ira, e conforme a tua inveja, de que usaste, com o teu odio, contra elles; e serei conhecido d’elles, quando te julgar. 12 E [11] saberás que eu, o Senhor, ouvi todas as tuas blasphemias, que disseste contra os montes d’Israel, dizendo: _Já_ estão assolados, a nós nos são entregues por pasto. 13 Assim [12] vos engrandecestes contra mim com a vossa bocca, e multiplicastes as vossas palavras contra mim: eu o ouvi. 14 Assim diz o Senhor JEHOVAH: [13] Quando se alegra toda a terra te porei em assolação. 15 Como [14] te alegraste da herança da casa de Israel, porque está assolada, assim te farei a ti: [15] em assolação serás tomado, ó monte de Seir, e todo o Edom, todo, _digo_; e saberão que eu _sou_ o Senhor. [1] cap. 6.2. Deu. 2.5. [2] cap. 6.14. [3] ver. 9. Abd. 10. [4] cap. 21.25, 29. Dan. 9.24. Abd. 11. [5] cap. 29.11. [6] cap. 31.12 e 32.5. [7] Jer. 49.17, 18. ver. 4. Mal. 1.3, 4. [8] cap. 6.7 e 7.4, 9 e 36.11. [9] cap. 36.5. Abd. 13. [10] Mat. 7.2. Thi. 2.13. [11] cap. 6.7. [12] I Sam. 2.3. Apo. 13.6. [13] Isa. 65.13, 14. [14] Abd. 12, 15. [15] ver. 3, 4. _Prophecia feita aos montes de Israel._ 36 E tu, ó filho do homem, [1] prophetiza aos montes de Israel, e dize: Montes de Israel, ouvi a palavra do Senhor. 2 Assim diz o Senhor JEHOVAH: [2] Porquanto diz o inimigo sobre vós: Ah! ah! até as eternas alturas são por nossa herança; 3 Portanto, prophetiza, e dize: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto vos assolaram e devoraram em redor, para que vós ficasseis feitos herança do resto das nações, [3] e estaes levantados em labios do paroleiro, e em infamia do povo, 4 Portanto, ouvi, ó montes de Israel, a palavra do Senhor JEHOVAH: Assim diz o Senhor JEHOVAH aos montes e aos outeiros, ás correntes e aos valles, aos logares assolados e solitarios, e ás cidades desamparadas, que se tornaram em rapina e em escarneo ao resto das nações que lhes _estão_ em redor; 5 Portanto, assim diz o Senhor JEHOVAH: [4] Certamente no fogo do meu zelo fallei contra o resto das nações, e contra todo o Edom, [5] que se appropriaram da minha terra, com alegria de todo o coração, e com menosprezo da alma, para ser lançada fóra á rapina. 6 Portanto, prophetiza sobre a terra de Israel, e dize aos montes e aos outeiros, ás correntes e aos valles: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que fallei no meu zelo e no meu furor, [6] porquanto levastes sobre vós o opprobrio dos gentios. 7 Portanto, assim diz o Senhor JEHOVAH: [7] Eu levantei a minha mão, para que os gentios que vos _estão_ em redor levem o seu opprobrio sobre si mesmos. 8 Porém vós, ó montes de Israel, _ainda_ produzireis o vosso ramo, e dareis o vosso fructo para o meu povo de Israel; porque estão para vir. 9 Porque eis que eu _estou_ comvosco; e eu me virarei para vós, e sereis lavrados e semeados. 10 E multiplicarei os homens sobre vós, a toda a casa de Israel, a toda ella: e as cidades serão habitadas, [8] e as solidões serão edificadas. 11 E [9] multiplicarei homens e bestas sobre vós, e se multiplicarão, e fructificarão: e vos farei habitar como d’antes, e o farei melhor que nos vossos principios; [10] e sabereis que eu _sou_ o Senhor. 12 E farei andar sobre vós uns homens; o meu povo de Israel: elles te possuirão, [11] e serás a sua herança, e nunca mais os desfilharás. 13 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Porquanto vos dizem: [12] Tu és uma _terra_ que devora os homens, e és uma _terra_ que desfilha os seus povos; 14 Por isso tu não devorarás mais os homens, nem desfilharás mais os teus povos, diz o Senhor JEHOVAH. 15 E farei que nunca mais se [13] ouça em ti a affronta dos gentios; nem levarás mais sobre ti o opprobrio das gentes, nem mais desfilharás a tua nação, diz o Senhor JEHOVAH. _A restauração de Israel._ 16 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 17 Filho do homem, quando a casa de Israel habitava na sua terra, [14] então a contaminaram com os seus caminhos e com as suas acções: [15] como a immundicia de uma mulher separada, era o seu caminho perante o meu rosto. 18 Derramei pois o meu furor sobre elles, [16] por causa do sangue que derramaram sobre a terra, e dos seus idolos, _com que_ a contaminaram. 19 E os espalhei [17] entre as nações, e foram espalhados pelas terras: [18] conforme os seus caminhos, e conforme os seus tratos, os julguei. 20 E, chegando ás nações para onde se foram, [19] profanaram o meu sancto nome; porquanto se dizia d’elles: Estes _são_ o povo do Senhor, e sairam da sua terra. 21 Porém _os_ poupei [20] por amor do meu sancto nome, o qual a casa de Israel profanou entre as nações para onde foi. 22 Dize portanto á casa de Israel: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Não é por vosso respeito que eu _o_ faço, ó casa de Israel, porém pelo meu sancto nome, que profanaste entre as nações para onde vós fostes. 23 E eu sanctificarei o meu grande nome, que foi profanado entre as nações, o qual profanastes no meio d’ellas; e as nações saberão que eu _sou_ o Senhor, diz o Senhor JEHOVAH, [21] quando eu fôr sanctificado aos seus olhos. 24 E vos tomarei [22] d’entre as nações, e vos congregarei de todas as terras, e vos trarei para a vossa terra. 25 Então espalharei [23] agua pura sobre vós, e ficareis purificados: de todas as vossas immundicias e de todos os vossos idolos vos purificarei. 26 E vos darei [24] um coração novo, e porei dentro de vós um espirito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne, e vos darei um coração de carne. 27 E porei dentro de vós o meu espirito, [25] e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juizos, e _os_ façaes. 28 E habitareis [26] na terra que eu dei a vossos paes, [27] e vós me sereis por povo, e eu vos serei por Senhor. 29 E vos livrarei [28] de todas as vossas immundicias; e chamarei o trigo, e o multiplicarei, [29] e não trarei fome sobre vós. 30 E multiplicarei [30] o fructo das arvores, e a novidade do campo, para que nunca mais recebaes o opprobrio da fome entre as nações. 31 Então vos [31] lembrareis dos vossos maus caminhos, e dos vossos tratos, que não _foram_ bons; e tereis nojo em vós mesmos das vossas maldades e das vossas abominações. 32 Não [32] é por amor de vós que eu faço _isto_, diz o Senhor JEHOVAH; notorio vos seja: envergonhae-vos, e ficae confusa sobre os vossos caminhos, ó casa de Israel. 33 Assim diz o Senhor JEHOVAH: No dia em que eu vos purificar de todas as vossas maldades, então farei com que sejam habitadas as cidades [33] e sejam edificadas as solidões. 34 E a terra assolada se lavrará, em logar de ser assolada aos olhos de todos os que passavam. 35 E dirão: Esta terra assolada ficou como [34] jardim do Eden; e as cidades solitarias, e assoladas, e destruidas, estão fortalecidas _e_ habitadas. 36 Então saberão as nações, que ficarem de resto em redor de vós, que eu, o Senhor, reedifico as _cidades_ destruidas, _e_ planto o assolado: eu, o Senhor, [35] _o_ fallei, e farei. 37 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Ainda por isso serei requerido da casa de Israel, que lh’o faça: multiplical-os-hei de homens, como a _um_ rebanho. 38 Como o rebanho sanctificado, como o rebanho de Jerusalem nas suas solemnidades, assim as cidades desertas serão cheias de rebanhos de homens; e saberão que eu _sou_ o Senhor. [1] cap. 6.2, 3. [2] Deu. 32.13. cap. 35.10. [3] Deu. 28.37. I Reis 9.7. Dan. 9.16. [4] Deu. 4.24. cap. 38.19. [5] cap. 35.10, 12. [6] cap. 34.29. ver. 15. [7] cap. 20.5. [8] ver. 33. Isa. 58.12 e 61.4. [9] Jer. 31.27 e 33.12. [10] cap. 35.9 e 27.6, 13. [11] Abd. 17, etc. Jer. 15.7. [12] Num. 13.32. [13] cap. 34.29. [14] Lev. 18.25, 27, 28. Jer. 2.7. [15] Lev. 15.19, etc. [16] cap. 16.36, 38 e 24.37. [17] cap. 22.15. [18] cap. 18.30 e 39.24. [19] Isa. 52.5. Rom. 2.24. [20] cap. 20.9, 14. [21] cap. 20.41 e 28.22. [22] cap. 34.13 e 37.21. [23] Heb. 10.22. Jer. 33.8. [24] Jer. 32.39. cap. 11.19. [25] cap. 11.19 e 37.14. [26] cap. 28.25 e 37.25. [27] Jer. 30.22. cap. 11.20 e 37.27. [28] Mat. 1.21. Rom. 11.26. [29] cap. 34.29. [30] cap. 34.27. [31] cap. 16.61, 63. Lev. 26.39. cap. 6.9 e 20.43. [32] Deu. 9.5. ver. 22. [33] ver. 10. [34] Isa. 51.3. cap. 28.13. Joel 2.3. [35] cap. 17.24 e 22.14 e 37.14. _A visão d’um valle de ossos seccos._ 37 Veiu sobre mim a mão do Senhor, [1] e o Senhor, pelo espirito, me levou e me poz no meio de um valle que _estava_ cheio de ossos. 2 E me fez passar por toda a roda d’elles; e eis que _eram_ mui numerosos sobre a face do valle, e eis que _estavam_ sequissimos. 3 E me disse: Filho do homem, _porventura_ viverão estes ossos? E eu disse: [2] Senhor JEHOVAH, tu _o_ sabes. 4 Então me disse: Prophetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos seccos, ouvi a palavra do Senhor. 5 Assim diz o Senhor JEHOVAH a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espirito, e vivereis. 6 E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pelle, e porei em vós o espirito, e vivereis, [3] e sabereis que eu _sou_ o Senhor. 7 Então prophetizei como se me deu ordem; e houve _um_ arroido, prophetizando eu; e eis que _se fez_ um reboliço, e os ossos se achegaram, [ABT] _cada_ osso ao seu osso. 8 E olhei, e eis que _vinham_ nervos sobre elles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pelle sobre elles por cima; porém não havia n’elles espirito. 9 E elle me disse: Prophetiza ao espirito, prophetiza, ó filho do homem, e dize ao espirito: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Vem dos quatro ventos, ó espirito, e assopra sobre estes mortos, e viverão. 10 E prophetizei como [4] elle me deu ordem: então o espirito entrou n’elles, e viveram, e se pozeram em seus pés, um exercito grande em extremo. 11 Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel: eis que dizem: Os nossos ossos se seccaram, e pereceu a nossa esperança: nós estamos cortados. 12 Portanto prophetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [5] Eis que eu abrirei as vossas sepulturas, e vos farei subir das vossas sepulturas, ó povo meu, [6] e vos trarei á terra de Israel. 13 E sabereis que eu _sou_ o Senhor, quando eu abrir as vossas sepulturas, e vos fizer subir das vossas sepulturas, ó povo meu. 14 E porei em vós [7] o meu espirito, e vivereis, e vos metterei na vossa terra, e sabereis que eu, o Senhor, fallei _isto_, e o fiz, diz o Senhor. 15 E veiu a mim a palavra do Senhor, dizendo: 16 Tu, pois, ó filho do homem, [8] toma um pau, e escreve n’elle: A Judah e aos filhos de Israel, seus companheiros. E toma outro pau, e escreve n’elle: A José, o pau de Ephraim, e de toda a casa de Israel, seus companheiros. 17 E ajunta [9] um ao outro, para que sejam um pau; e serão unidos na tua mão. 18 E quando te fallarem os filhos do teu povo, dizendo: _Porventura_ [10] não nos declaras que _significam_ estas coisas? 19 _Então_ lhes dirás: [11] Assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu tomarei o pau de José, que esteve na mão de Ephraim, e das tribus de Israel, seus companheiros, e os ajuntarei com elle ao pau de Judah, e farei d’elles um só pau, e elles se farão um só na minha mão. 20 E os paus, sobre que houveres escripto, estarão na tua mão, [12] perante os olhos d’elles. 21 Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [13] Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações, para onde elles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei á sua terra. 22 E d’elles farei [14] uma nação na terra, nos montes d’Israel, e todos elles terão por _seu_ rei um _só_ rei; [15] e nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos. 23 E nunca [16] mais se contaminarão com os seus idolos, nem com as suas abominações, nem com as suas prevaricações, [17] e os livrarei de todas as suas habitações, em que peccaram, e os purificarei: assim me serão por povo, e eu lhes serei por Deus. 24 E [18] meu Servo David _será_ rei sobre elles, e todos elles terão um _só_ pastor; e andarão nos meus juizos, e guardarão os meus estatutos, e os farão. 25 E [19] habitarão na terra que dei a meu servo Jacob, em que habitaram vossos paes; e habitarão n’ella, elles e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre, [20] e David, meu servo, _será_ seu principe eternamente. 26 E farei com elles [21] um concerto de paz; será com elles um concerto perpetuo; e os porei, [22] e os multiplicarei, e porei o meu sanctuario no meio d’elles para sempre. 27 E o meu tabernaculo [23] estará com elles, e lhes serei por Deus e elles me serão por povo. 28 E [24] as nações saberão que eu _sou_ o Senhor que sanctifico a Israel, quando estiver o meu sanctuario no meio d’elles para sempre. [1] cap. 1.3 e 3.14 e 8.3 e 11.24. Luc. 4.1. [2] Deu. 32.39. I Sam. 2.6. João 5.21. II Cor. 1.9. [3] cap. 6.7 e 35.12. Joel 2.27 e 3.17. [4] Apo. 11.11. [5] Isa. 26.19. Ose. 13.14. [6] cap. 36.24. ver. 25. [7] cap. 36.27. [8] Num. 17.2. II Chr. 15.9. [9] ver. 22, 24. [10] cap. 12.9 e 24.19. [11] Zac. 10.6. ver. 16, 17. [12] cap. 12.3. [13] cap. 36.24. [14] Ose. 1.11. [15] cap. 34.23, 24. [16] cap. 36.25. [17] cap. 36.28, 29. [18] Jer. 23.5 e 30.9. cap. 34.23, 24. Luc. 1.32. João 10.16. [19] cap. 36.28. [20] Isa. 60.21. Joel 3.20. Amós 9.15. ver. 24. João 12.34. [21] Isa. 55.3. cap. 34.25. [22] cap. 36.10, 37. II Cor. 6.16. [23] Lev. 26.11, 12. cap. 43.7 e 11.20 e 14.11 e 36.28. [24] cap. 36.23. cap. 20.12. _Prophecia contra Gog._ 38 Veiu mais a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, [1] dirige o teu rosto contra Gog, terra de Magog, [2] principe e chefe de Mesech e Tubal, e prophetiza contra elle, 3 E dize: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu _estou_ contra ti, ó Gog, principe e chefe de Mesech e de Tubal; 4 E [3] te farei voltar, e porei anzoes nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exercito, cavallos e cavalleiros, todos vestidos bizarramente, congregação grande, _com_ escudo e rodela, manejando todos a espada: 5 Persas, ethiopes, e puteos com elles, todos elles _com_ escudo e capacete; 6 Gomer [4] e todas as suas tropas, a casa de Togarma, _da_ banda do norte, e todas as suas tropas, muitos povos comtigo. 7 Prepara-te, [5] e dispõe-te, tu e todas as tuas congregações que se ajuntaram ao pé de ti, e serve-lhes tu de guarda. 8 Depois [6] de muitos dias serás visitado: no fim dos annos virás á terra que se retirou da espada, [7] e _que foi_ congregada d’entre muitos povos aos montes de Israel, que sempre serviram de assolação; mas aquella _terra_ foi tirada d’entre os povos, [8] e todos elles habitarão seguramente. 9 Então subirás, [9] virás como uma tempestade, far-te-has como uma nuvem para cobrir a terra, tu e todas as tuas tropas, e muitos povos comtigo. 10 Assim diz o Senhor JEHOVAH: E será n’aquelle dia _que_ subirão conselhos sobre o teu coração, e maquinarás um mau designio, 11 E dirás: Subirei contra a terra das aldeias, [10] virei contra os que estão em repouso, que habitam seguros; todos elles habitam sem muro, e não teem ferrolho nem portas; 12 Para despojar o despojo, e para roubar o roubo, [11] para tornar a tua mão contra as terras desertas que _agora_ se habitam, e contra o povo que se ajuntou d’entre as nações, e _já_ tem gado e possessões, que habita no meio da terra. 13 Sheba, [12] e Dedan, e os mercadores de Tarsis, e todos os seus leõesinhos te dirão: _Porventura_ tu vens a despojar o despojo? ou ajuntaste o teu ajuntamento para roubar o roubo? para levar a prata e o oiro, para tomar o gado e possessões, para despojar o grande despojo? 14 Portanto, prophetiza, ó filho do homem, e dize a Gog: Assim diz o Senhor JEHOVAH: [13] _Porventura_ não o experimentarás n’aquelle dia, quando o meu povo Israel habitar com segurança? 15 Virás pois [14] do teu logar, das bandas do norte, tu e muitos povos comtigo, montados todos a cavallo, grande ajuntamento, e exercito numeroso, 16 E [15] subirás contra o meu povo Israel, como uma nuvem, para cobrir a terra: no fim dos dias succederá; então te trarei contra a minha terra, [16] para que as nações me conheçam a mim, quando eu me houver sanctificado em ti aos seus olhos, ó Gog. 17 Assim diz o Senhor JEHOVAH: _Porventura_ não _és_ tu aquelle de quem eu disse nos dias antigos, pelo ministerio de meus servos, os prophetas de Israel, que n’aquelles dias prophetizaram _largos_ annos, que te traria contra elles? 18 Succederá, porém, n’aquelle dia, no dia _em que_ vier Gog contra a terra de Israel, diz o Senhor JEHOVAH, que a minha indignação subirá a meus narizes. 19 Porque fallei no meu zelo, [17] no fogo do meu furor, [18] que n’aquelle dia haverá grande tremor sobre a terra de Israel; 20 _De tal maneira_ que [19] tremerão diante da minha face os peixes do mar, e as aves do céu, e os animaes do campo, e todos os reptis que se arrastam sobre a terra, e todos os homens que _estão_ sobre a face da terra; [20] e os montes serão deitados abaixo, e os precipicios cairão, e todos os muros cairão á terra. 21 Porque [21] chamarei sobre elle a espada por todos os meus montes, [22] diz o Senhor JEHOVAH: a espada de cada um se voltará contra seu irmão. 22 E contenderei com elle [23] pela peste e pelo sangue; e _uma_ chuva inundante, [24] e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre choverei sobre elle, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que _estiverem_ com elle. 23 Assim eu me engrandecerei [25] e me sanctificarei, e me farei conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu _sou_ o Senhor. [1] cap. 39.1. cap. 35.2, 3. [2] cap. 32.26. [3] II Reis 19.28. cap. 39.2. [4] Gen. 10.2. cap. 27.14. [5] Isa. 8.9, 10. Jer. 46.3, 4, 14 e 51.12. [6] Deu. 4.30. [7] ver. 12. cap. 34.13. cap. 36.1, 4, 8. [8] Jer. 23.6. cap. 34.23. [9] Isa. 28.2. Jer. 4.13. ver. 16. [10] Jer. 49.31. ver. 8. [11] cap. 36.34, 35. ver. 8. [12] cap. 27.22, 23. cap. 27.15, 20. cap. 27.12. [13] Isa. 4.1. ver. 8. [14] cap. 39.2. ver. 6. [15] ver. 9. [16] cap. 3.23 e 39.21. [17] cap. 36.5, 6 e 39.25. [18] Apo. 16.18. [19] Ose. 4.3. [20] Jer. 4.24. [21] cap. 14.17. [22] I Sam. 14.20. II Chr. 20.23. [23] Isa. 66.16. cap. 5.17. Isa. 29.6 e 30.30. [24] cap. 13.11. Apo. 16.21. [25] cap. 36.23 e 37.28 e 39.7. ver. 16. 39 Tu pois, [1] ó filho do homem, prophetiza _ainda_ contra Gog, e dize: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu _estou_ contra ti, ó Gog, principe e chefe de Mesech e de Tubal. 2 E te farei voltar, e te porei seis anzoes, [2] e te farei subir das bandas do norte, e te trarei aos montes de Israel. 3 E tirarei o teu arco da tua mão esquerda, e farei cair as tuas frechas da tua mão direita. 4 Nos montes de Israel cairás, [3] tu e todas as tuas tropas, e os povos que _estão_ comtigo; [4] e ás aves de rapina, _e_ ás aves de toda a aza, e aos animaes do campo, te dei por pasto. 5 Sobre a face do campo cairás, porque eu _o_ fallei, diz o Senhor JEHOVAH. 6 E [5] enviarei um fogo a Magog, e entre os que habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu _sou_ o Senhor. 7 E [6] farei conhecido o meu sancto nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu sancto nome; [7] e as nações saberão que eu _sou_ o Senhor, o Sancto em Israel. 8 Eis que é vindo, e será feito, diz o Senhor JEHOVAH: este _é_ o dia _de_ que tenho fallado. 9 E os habitantes das cidades de Israel sairão, e accenderão _fogo_, e queimarão as armas, e os escudos e as rodelas, com os arcos, e com as frechas, e com os bastões de mão, e com as lanças; e accenderão fogo com ellas por sete annos. 10 E não trarão lenha do campo, nem _a_ cortarão dos bosques, mas com as armas accenderão fogo; e roubarão aos que os roubaram, [8] e despojarão aos que os despojaram, diz o Senhor JEHOVAH. 11 E succederá que, n’aquelle dia, darei ali a Gog _um_ logar de sepultura em Israel, o valle dos que passam ao oriente do mar; e este tapará _os narizes_ aos que passarem; e ali sepultarão a Gog, e a toda a sua multidão, e lhe chamarão o valle [ABU] da multidão de Gog. 12 E a casa de Israel os enterrará por sete mezes, [9] para purificar a terra. 13 Pois todo o povo da terra os enterrará, [10] e lhes será de nomeada o dia _em que_ eu fôr glorificado, diz o Senhor JEHOVAH. 14 E separarão uns homens que incessantemente passarão pela terra, para que elles, juntamente com os que passam, sepultem os que tiverem ficado sobre a face da terra, [11] para a purificarem: ao cabo de sete mezes farão esta busca. 15 E os que passam pela terra passarão, e, vendo _algum_ o osso de um homem, lhe levantará ao pé um signal, até que os enterradores o houverem enterrado no valle da [ABV] multidão de Gog. 16 E tambem o nome da cidade _será_ [ABW] Hamona: assim purificarão a terra. 17 Tu, pois, ó filho do homem, assim diz o Senhor JEHOVAH, dize ás aves de toda a aza, e a todos os animaes do campo: [12] Ajuntae-vos e vinde, congregae-vos de ao redor para o meu sacrificio, que eu sacrifiquei por vós, um sacrificio grande, [13] nos montes de Israel, e comei carne e bebei sangue. 18 Comereis [14] a carne dos principes da terra; dos carneiros, dos cordeiros, e dos bodes, _e_ dos bezerros, [15] todos cevados de Basan. 19 E comereis a gordura até vos fartardes, e bebereis o sangue até vos embebedardes, do meu sacrificio, que sacrifiquei por vós. 20 E vos fartareis á minha mesa, de cavallos, e de carros, [16] de valentes, e de todos os homens de guerra, diz o Senhor JEHOVAH. 21 E [17] eu porei a minha gloria entre as nações, e todas as nações verão o meu juizo, que eu tiver executado, e a minha mão, [18] que sobre ellas tiver carregado. 22 E saberão os da casa [19] de Israel que eu _sou_ o Senhor seu Deus, desde aquelle dia em diante. 23 E as nações saberão [20] que os da casa d’Israel, por causa da sua iniquidade, foram levados em captiveiro, porque se rebellaram contra mim, e eu escondi d’elles a minha face, [21] e os entreguei nas mãos de seus adversarios, e todos cairam á espada. 24 Conforme a sua [22] immundicia e conforme as suas prevaricações usei com elles, e escondi d’elles a minha face. 25 Portanto assim diz o Senhor JEHOVAH: [23] Agora tornarei a trazer os captivos de Jacob, [24] e me compadecerei de toda a casa d’Israel; zelarei pelo meu sancto nome; 26 Quando houverem levado [25] sobre si a sua vergonha, e toda a sua rebeldia, _com_ que se rebellaram contra mim, [26] habitando elles seguros na sua terra, sem haver quem os espantasse. 27 Quando [27] eu os tornar a trazer de entre os povos, e os houver ajuntado das terras de seus inimigos, [28] e eu fôr sanctificado n’elles aos olhos de muitas nações, 28 Então saberão [29] que eu _sou_ o Senhor seu Deus, vendo que eu os fiz levar em captiveiro entre as nações, e os tornei a ajuntar para a sua terra, e nenhum d’elles deixei lá mais. 29 Nem [30] esconderei mais a minha face d’elles, quando eu houver derramado o meu espirito [31] sobre a casa de Israel, diz o Senhor JEHOVAH. [1] cap. 38.2, 3. [2] cap. 38.15. [3] ver. 17. [4] cap. 33.27. [5] cap. 38.23. Amós 1.4. [6] ver. 22. Lev. 18.21. cap. 20.39. [7] cap. 38.16, 23. [8] Isa. 14.2. [9] Deu. 21.23. ver. 14, 16. [10] cap. 28.22. [11] ver. 12. [12] Jer. 12.9. Sof. 1.7. [13] ver. 4. [14] Apo. 19.18. [15] Deu. 32.14. [16] Apo. 19.18. [17] cap. 38.16, 23. [18] Exo. 7.4. [19] ver. 7, 28. [20] cap. 36.18, 19, 20, 23. [21] Lev. 26.25. [22] cap. 36.19. [23] Jer. 30.3, 18. cap. 34.13 e 36.24. [24] cap. 20.40. [25] Dan. 9.16. [26] Lev. 26.5, 6. [27] cap. 28.25, 26. [28] cap. 36.23, 24 e 38.16. [29] cap. 34.30. ver. 22. [30] Isa. 54.8. [31] Joel 2.28. Zac. 12.10. _A restauração do templo: os atrios e os vestibulos._ [Antes de Christo 574] 40 No anno vinte e cinco do nosso captiveiro, no principio do anno, no decimo _dia_ do mez, [1] quatorze annos depois que a cidade foi ferida, n’aquelle mesmo dia veiu sobre mim a mão do Senhor, e me levou para lá. 2 Em visões [2] de Deus me levou á terra d’Israel, e me poz sobre _um_ monte mui alto, e _havia_ sobre elle como edificio de cidade para a banda do sul. 3 E, havendo-me levado ali, [3] eis que um homem cujo parecer _era_ como o parecer de cobre _tinha_ um cordel de linho na sua mão [4] e uma canna de medir; e elle estava em pé na porta. 4 E disse-me o homem: [5] Filho do homem, vê com os teus olhos, e ouve com os teus ouvidos, e põe no teu coração tudo quanto eu te fizer vêr; porque afim de t’_o_ mostrar foste tu aqui trazido: [6] annuncia _pois_ á casa de Israel tudo quanto tu vires. 5 E eis um muro [7] fóra da casa em redor, e na mão do homem _uma_ canna de medir, de seis covados, _cada covado_ d’um covado e um palmo, e mediu a largura do edificio, d’uma canna, e a altura, d’uma canna. 6 Então veiu á porta que olhava para o caminho do oriente, e subiu pelos seus degraus; mediu o umbral da porta, uma canna de largo, e o outro umbral, d’uma canna de largo. 7 E _cada_ camarinha _era_ uma canna de comprido, e outra canna de largo, e entre as camarinhas _havia_ cinco covados; e o umbral da porta, ao pé do vestibulo da porta, era d’uma canna, por dentro. 8 Tambem mediu o vestibulo da porta por dentro, d’uma canna. 9 Então mediu o _outro_ alpendre da porta, de oito covados, e os seus pilares, de dois covados, e o vestibulo da porta, por dentro. 10 E as camarinhas da porta do caminho para o oriente _eram_ tres d’esta e tres da outra banda, uma mesma medida _era_ a das tres: tambem os pilares d’esta e da outra banda _tinham_ a mesma medida. 11 Mediu mais a largura da entrada da porta, de dez covados; _e_ o comprimento da porta, treze covados. 12 E o espaço de diante das camarinhas _era_ de um covado, e de um covado o espaço da outra banda: e _cada_ camarinha _tinha_ seis covados d’uma e seis covados da outra banda. 13 Então mediu a porta desde o telhado d’uma camarinha até ao telhado da outra, vinte e cinco covados de largo, porta contra porta. 14 Tambem fez pilares de sessenta covados, a saber, para o pilar do atrio, em roda da porta. 15 E, desde a dianteira da porta da entrada até á dianteira do vestibulo da porta interior, _havia_ cincoenta covados. 16 _Fez_ [8] tambem janellas de fechar nas camarinhas, e nos seus pilares, dentro da porta ao redor, e da mesma sorte nos vestibulos: e as janellas estavam á roda pela parte de dentro, e nos pilares _havia_ palmas. 17 E elle me levou [9] ao atrio exterior; e eis que _havia_ n’elle camaras, e um [ABX] solhado _que estava_ feito no atrio em redor: trinta camaras _havia_ n’aquelle solhado. 18 E o solhado da banda das portas _era_ a par do comprimento das portas: o solhado estava debaixo. 19 E mediu a largura da dianteira do atrio interior, por fóra, cem covados, da banda do oriente e do norte. 20 E, quanto á porta que olhava para o caminho do norte, no atrio exterior, elle mediu o seu comprimento e a sua largura. 21 E as suas camarinhas, tres d’uma banda, e tres da outra, e os seus pilares e os seus vestibulos eram da medida da primeira porta: cincoenta covados _era_ o seu comprimento, e a largura vinte e cinco covados. 22 E as suas janellas, e os seus vestibulos, e as suas palmas, _eram_ da medida da porta que olhava para o caminho do oriente; e subiam a ella por sete degraus, e os seus vestibulos estavam diante d’ellas. 23 E _estava_ a porta do atrio interior defronte da porta do norte e do oriente; e mediu de porta a porta cem covados. 24 Então elle me levou ao caminho do sul, e eis _uma_ porta que olhava para o caminho do sul, e mediu os seus pilares e os seus vestibulos conforme estas medidas. 25 E _tinha_ tambem janellas em redor dos seus vestibulos, como estas janellas: cincoenta covados o comprimento, e a largura vinte e cinco covados. 26 E de sete degraus _eram_ as suas subidas, e os seus vestibulos diante d’ellas; e tinha _umas_ palmas, uma d’uma banda e outra da outra banda, nos seus pilares. 27 Tambem _havia_ uma porta no atrio interior para o caminho do sul; e mediu de porta a porta, para o caminho do sul, cem covados. 28 Então me levou ao atrio interior pela porta do sul; e mediu a porta do sul, conforme estas medidas. 29 E as suas camarinhas, e os seus pilares, e os seus vestibulos _eram_ conforme estas medidas; e tinham tambem janellas ao redor dos seus vestibulos: o comprimento _era_ de cincoenta covados, e a largura de vinte e cinco covados. 30 E _havia_ vestibulos em redor: [10] o comprimento _era_ de vinte e cinco covados, e a largura de cinco covados. 31 E os seus vestibulos _estavam_ no atrio exterior, e _tinham_ palmas nos seus pilares; e de oito degraus _eram_ as suas subidas. 32 Depois me levou ao atrio interior, para o caminho do oriente, e mediu a porta conforme estas medidas; 33 Como tambem as suas camarinhas, e os seus pilares, e os seus vestibulos, conforme estas medidas; e _tinha_ tambem janellas em redor dos seus vestibulos: o comprimento de cincoenta covados, e a largura de vinte e cinco covados. 34 E os seus vestibulos _estavam_ no atrio de fóra: tambem _havia_ palmas nos seus pilares de uma e de outra banda; e _eram_ as suas subidas de oito degraus. 35 Então me levou á porta do norte, e mediu conforme estas medidas; 36 As suas camarinhas, os seus pilares, e os seus vestibulos; tambem tinha janellas em redor: o comprimento _era_ de cincoenta covados, e a largura de vinte e cinco covados. 37 E os seus pilares _estavam_ no atrio exterior: tambem _havia_ palmas nos seus pilares de uma e de outra banda; e _eram_ as suas subidas de oito degraus. 38 E a sua camara e a sua porta _estavam_ junto aos pilares das portas onde levavam o holocausto. 39 E no vestibulo da porta _havia_ duas mesas de uma banda, e duas mesas da outra, para n’ellas se degolar o holocausto [11] e o sacrificio pelo peccado e pela culpa. 40 Tambem da banda de fóra da subida para a entrada da porta do norte _havia_ duas mesas; e da outra banda, que _estava_ no vestibulo da porta, _havia_ duas mesas. 41 Quatro mesas de uma, e quatro mesas da outra banda; aos lados da porta oito mesas, sobre as quaes immolavam. 42 E as quatro mesas para o holocausto _eram_ de pedras lavradas: o comprimento era de um covado e meio, e a largura de um covado e meio, e a altura de um covado: e sobre ellas se punham os instrumentos com que immolavam o holocausto e o sacrificio. 43 E as pedras do lar _eram_ de um palmo _de grossura_, postas na casa em redor, e sobre as mesas a carne da offerta. 44 E fóra da porta interior _estavam_ as camaras dos cantores, [12] no atrio de dentro, que _estava_ da banda da porta do norte e olhava para o caminho do sul: uma _estava_ á banda da porta do oriente, _a qual_ olhava para o caminho do norte. 45 E elle me disse: Esta camara que olha para o caminho do sul _é_ para os sacerdotes [13] que teem a guarda do templo. 46 Mas a camara que olha para o caminho do norte _é_ para os sacerdotes [14] que teem a guarda do altar: estes _são_ os filhos de Zadoc, que se chegam ao Senhor, d’entre os filhos de Levi, para o servir. 47 E mediu o atrio: o comprimento de cem covados e a largura de cem covados, quadrado; e o altar _estava_ diante do templo. 48 Então me levou ao vestibulo do templo, e mediu a _cada_ pilar do vestibulo, cinco covados de uma banda, e cinco covados da outra; e a largura da porta, tres covados de uma banda, e tres covados da outra. 49 O [15] comprimento do vestibulo era de vinte covados, e a largura de onze covados, e com degraus, pelos quaes se subia; e _havia_ columnas junto aos pilares, [16] uma de uma banda e outra da outra. [1] cap. 33.21. cap. 1.3. [2] cap. 8.3. Apo. 21.1. [3] Dan. 10.6. cap. 47.3. [4] Apo. 11.1 e 21.15. [5] cap. 44.5. [6] cap. 43.10. [7] cap. 42.20. [8] I Reis 6.4. [9] Apo. 11.2. I Reis 6.5. [10] ver. 21, 25, 33. [11] Lev. 4.2, 3. Lev. 5.6 e 6.6 e 7.1. [12] I Chr. 6.31. [13] Lev. 8.35. Num. 3.27, 28, 32, 38 e 18.5. I Chr. 9.23. [14] Num. 18.5. cap. 44.15. I Reis 2.35. cap. 43.19 e 44.15, 16. [15] I Reis 6.3. [16] I Reis 7.21. _A restauração do templo: o sanctuario._ 41 Então me levou ao templo, e mediu os pilares, seis covados de largura de uma banda, e seis covados de largura da outra, que era a largura da tenda. 2 E a largura da entrada, dez covados; e as bandas da entrada, cinco covados de uma banda e cinco covados da outra: tambem mediu o seu comprimento, de quarenta covados, e a largura, de vinte covados. 3 E entrou dentro, e mediu o pilar da entrada, dois covados, e a entrada, seis covados, e a largura da entrada, sete covados. 4 Tambem [1] mediu o seu comprimento, vinte covados, e a largura, vinte covados, diante do templo, e me disse: Esta _é_ a Sanctidade das Sanctidades. 5 E mediu a parede do templo, seis covados, e a largura das camaras lateraes, quatro covados, por todo o redor do templo. 6 E [2] as camaras lateraes, camara sobre camara, _eram_ trinta e tres por ordem, e entravam na parede _que_ tocava no templo pelas camaras lateraes em redor, para travarem _d’ellas_, porque não travavam da parede do templo. 7 E [3] _havia maior_ largura e volta nas camaras lateraes para cima, porque [ABY] o caracol do templo _subia_ mui alto por todo o redor do templo, por isso que o templo _tinha mais_ largura para cima; e assim da camara baixa se subia á mais alta pelo meio. 8 E olhei para a altura do templo em redor: _e eram_ os fundamentos das camaras lateraes _da medida_ de uma canna inteira, [4] seis covados, _o covado tomado_ até ao sobaco. 9 A grossura da parede das camaras lateraes de fóra _era_ de cinco covados; e o que foi deixado vazio _era_ o logar das camaras lateraes, que _estavam_ junto ao templo. 10 E entre as camaras _havia_ a largura de vinte covados por todo o redor do templo. 11 E as entradas das camaras lateraes _estavam_ voltadas para o _logar_ vazio: uma entrada para o caminho do norte, e outra entrada para _o_ do sul: e a largura do logar vazio _era_ de cinco covados em redor. 12 Era tambem o edificio que _estava_ diante da separação, _á_ esquina do caminho do occidente, da largura de setenta covados; e a parede do edificio de cinco covados de largura em redor; e o seu comprimento _era_ de noventa covados. 13 E mediu o templo, do comprimento de cem covados, como tambem a separação, e o edificio, e as suas paredes, cem covados de comprimento. 14 E a largura da dianteira do templo, e da separação para o oriente, de uma e de outra parte, de cem covados. 15 Tambem mediu o comprimento do edificio, diante da separação, que lhe _estava_ por detraz, e as suas galerias de uma e de outra parte, de cem covados, com o templo de dentro e os vestibulos do atrio. 16 Os umbraes e as janellas estreitas, [5] e as galerias em redor dos tres, defronte do umbral, _estavam_ cobertas de madeira em redor; e _isto desde_ o chão até ás janellas; e as janellas _estavam_ cobertas. 17 Até _ao que havia_ em cima da porta, e até ao templo de dentro e de fóra, e até toda a parede em redor, por dentro e por fóra, _tudo por_ medida. 18 E [6] _foi_ feito _com_ cherubins e palmas, de maneira que _cada_ palma _estava_ entre cherubim e cherubim, e _cada_ cherubim tinha dois rostos, 19 A saber: [7] um rosto de homem _olhava_ para a palma d’uma banda, e um rosto de leãosinho para a palma da outra: _assim_ foi feito por toda a casa em redor. 20 Desde o chão até por cima da entrada _estavam_ feitos os cherubins e as palmas, como tambem _pela_ parede do templo. 21 As hombreiras do templo _eram_ quadradas, e, no tocante á dianteira do sanctuario, a feição _d’uma era_ como a feição _da outra_. 22 O altar [8] de madeira _era_ de tres covados de altura, e o seu comprimento de dois covados, e tinha as suas esquinas; e [ABZ] o seu comprimento e as suas paredes _eram_ de madeira; e me disse: [9] Esta _é_ a mesa que _está_ perante a face do Senhor. 23 E o templo e o sanctuario _ambos_ tinham duas portas. 24 E havia dois batentes para as portas: dois batentes que viravam; dois para uma porta, e dois batentes para a outra. 25 E _foram_ feitos n’ellas, nas portas do templo, cherubins e palmas, como _estavam_ feitos nas paredes, e _havia_ uma trave grossa de madeira na dianteira do vestibulo por fóra. 26 E _havia_ janellas estreitas, e palmas, d’uma e d’outra banda, pelas bandas do vestibulo, como tambem nas camaras do templo e _nas_ grossas traves. [1] I Reis 6.20. II Chr. 3.8. [2] I Reis 6.5, 6. [3] I Reis 6.8. [4] cap. 40.5. [5] cap. 40.16. ver. 26. [6] I Reis 6.29. [7] cap. 1.10. [8] Exo. 30.1. [9] cap. 44.16. Mal. 1.7, 12. Exo. 30.8. _A restauração do templo: as camaras sanctas._ 42 Depois d’isto fez-me sair para fóra, ao atrio exterior, para a banda do caminho do norte; [1] e me levou ás camaras que _estavam_ defronte do largo vazio, e que _estavam_ defronte do edificio, da banda do norte. 2 Defronte do comprimento de cem covados _era_ a entrada do norte: e a largura _era_ de cincoenta covados. 3 Defronte dos vinte _covados_, que _tinha_ o atrio interior, e defronte do pavimento que _tinha_ o atrio exterior, [2] _havia_ galeria contra galeria em tres _andares_. 4 E diante das camaras _havia_ um passeio de dez covados de largo, da banda de dentro, e um caminho d’um covado, e as suas entradas da banda do norte. 5 E as camaras de cima _eram mais_ estreitas; porquanto as galerias eram mais altas do que aquellas, _a saber_, as de baixo e as do meio do edificio. 6 Porque ellas _eram_ de tres _andares_, porém não tinham columnas como as columnas dos atrios; por isso desde o chão se iam estreitando, mais do que as de baixo e as do meio. 7 E o muro que _estava_ de fóra, defronte das camaras, no caminho do atrio exterior, por diante das camaras, _tinha_ cincoenta covados de comprimento. 8 Porque o comprimento das camaras, que _tinha_ o atrio exterior, _era de_ cincoenta covados; e eis que defronte do templo _havia_ cem covados. 9 E debaixo d’estas camaras _estava_ a entrada do oriente, quando se entra n’ellas do atrio de fóra. 10 Na largura do muro do atrio _para_ o caminho do oriente, diante do logar vazio, e diante do edificio, _havia_ tambem camaras. 11 E o caminho [3] de diante d’ellas _era_ da feição das camaras, e olhava _para_ o caminho do norte; conforme o seu comprimento, assim _era_ a sua largura; e todas as suas saidas _eram_ tambem conforme as suas feições, e conforme as suas entradas. 12 E conforme as entradas das camaras, que olhavam _para_ o caminho do sul, havia _tambem_ uma entrada no topo do caminho, do caminho de diante do muro direito, para o caminho do oriente, quando se entra por ellas. 13 Então me disse: As camaras do norte, _e_ as camaras do sul, que _estão_ diante do logar vazio, ellas _são_ camaras sanctas, [4] em que os sacerdotes, que se chegam ao Senhor, comerão as coisas mais sanctas: ali porão as coisas mais sanctas, [5] e as offertas de comer, e a expiação pelo peccado, e a expiação pela culpa; porque o logar _é_ sancto. 14 Quando [6] os sacerdotes entrarem, não sairão do sanctuario para o atrio exterior, mas porão ali as suas vestiduras com que ministraram, porque ellas _são_ sanctidade; e vestir-se-hão d’outras vestiduras, e _assim_ se approximarão do [ACA] que toca ao povo. 15 E, acabando elle de medir o templo interior, elle me fez sair pelo caminho da porta, cuja face olha _para_ o caminho do oriente; e a mediu em redor. 16 Mediu a banda oriental com a canna de medir, quinhentas cannas com a canna de medir ao redor. 17 Mediu a banda do norte, quinhentas cannas com a canna de medir ao redor. 18 A banda do sul _tambem_ mediu, quinhentas cannas com a canna de medir. 19 Deu uma volta para a banda do occidente, _e_ mediu quinhentas cannas com a canna de medir. 20 Pelas quatro bandas a mediu, _e_ tinha um muro em redor, [7] quinhentas _cannas_ de comprimento, e quinhentas de largura, para fazer separação entre o sancto e o profano. [1] cap. 41.12, 5. [2] cap. 41.16. [3] ver. 4. [4] Lev. 6.16, 26 e 24.9. [5] Lev. 2.3, 10 e 6.14, 17, 25, 29 e 7.1. [6] cap. 44.19. [7] cap. 40.5 e 45.2. _A restauração do templo: a gloria do Senhor._ 43 Então me levou á porta, á porta que olha [1] para o caminho do oriente. 2 E eis que [2] a gloria do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz _era_ como a voz de muitas aguas, [3] e a terra resplandeceu por causa da sua gloria. 3 E o aspecto da visão [4] que vi _era_ como o aspecto que eu tinha visto quando vim a destruir a cidade; e _eram_ os aspectos da visão como o aspecto que vi [5] junto ao rio de Chebar; e cahi sobre o meu rosto. 4 E a gloria [6] do Senhor entrou no templo _pelo_ caminho da porta, cuja face está _para_ o caminho do oriente. 5 E levantou-me o [7] espirito, e me levou ao atrio interior: [8] e eis que a gloria do Senhor encheu o templo. 6 E ouvi _a um_ que fallava comigo de dentro do templo, [9] e estava um homem _em pé_ junto comigo. 7 E me disse: Filho do homem, _este é_ o logar do meu throno, e o logar das plantas dos meus pés, [10] onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre; [11] e _os_ da casa de Israel não contaminarão mais o meu nome sancto, _nem_ elles nem os seus reis, pelas suas fornicações, e pelos cadaveres dos seus reis, nos seus altos, 8 Pondo [12] o seu umbral ao pé do meu umbral, e a sua umbreira junto á minha umbreira, e havendo uma parede entre mim e entre elles; e contaminaram o meu sancto nome com as suas abominações que faziam; _por isso eu_ os consumi na minha ira. 9 Agora lançarão para longe [13] de mim a sua fornicação, e os cadaveres dos seus reis, e habitarei no meio d’elles para sempre. _A restauração do templo: o altar dos holocaustos._ 10 Tu _pois_, ó filho do homem, [14] mostra á casa de Israel esta casa, para que se envergonhe das suas maldades, e meça o exemplar _d’ella_. 11 E, envergonhando-se elles de tudo quanto fizeram, faze-lhes saber a forma d’esta casa, e a sua figura, e as suas saidas, e as suas entradas, e todas as suas formas, e todos os seus estatutos, todas as suas formas, e todas as suas leis; e escreve-as aos seus olhos, para que guardem toda a sua forma, e todos os seus estatutos, e os façam. 12 Esta _é_ a lei da casa: [15] Sobre o cume do monte todo o seu contorno em redor _será_ sanctidade de sanctidades; eis que esta _é_ a lei da casa. 13 E estas _são_ as medidas do altar, [16] pelos covados; o covado é um covado e um palmo: e [ACB] o seio d’um covado de altura, e um covado de largura, e o seu contorno da sua borda ao redor, d’um palmo; e [ACC] esta _é_ a base do altar. 14 E [ACD] do seio desde a terra até á listra de baixo, dois covados, e de largura um covado; e desde a pequena listra até á listra grande, quatro covados, e a largura d’um covado. 15 E o [ACE] Harel, de quatro covados: e desde o [ACF] Ariel e até acima _havia_ quatro cornos. 16 E o Ariel terá doze _covados_ de comprimento, _e_ doze de largura, quadrado nos quatro lados. 17 E a listra, quatorze _covados_ de comprimento, _e_ quatorze de largura, nos seus quatro lados; e o contorno, ao redor d’ella, de meio covado, e o [ACG] seio d’ella, de um covado, ao redor: [17] e os seus degraus olhavam para o oriente. 18 E me disse: Filho do homem, assim diz o Senhor JEHOVAH: Estes _são_ os estatutos do altar, no dia em que o farão, [18] para offerecer sobre elle holocausto e para espalhar sobre elle sangue. 19 E aos sacerdotes levitas, que são da semente de Zadoc, que se chegam a mim (diz o Senhor JEHOVAH) para me servirem, [19] darás _um_ bezerro, [20] para expiação do peccado. 20 E tomarás do seu sangue, e _o_ porás sobre os seus quatro cornos, e nas quatro esquinas da listra, e no contorno ao redor: assim o purificarás e o expiarás. 21 Então tomarás o bezerro da expiação do peccado, [21] e o queimarão no logar da casa para isso ordenado, fóra do sanctuario. 22 E no segundo dia offerecerás _um_ bode, sem mancha, para expiação do peccado: e purificarão o altar, como o purificaram com o bezerro. 23 E, acabando tu de o purificar, offerecerás um bezerro, sem mancha, e um carneiro do rebanho, sem mancha. 24 E os offerecerás perante a face do Senhor; [22] e os sacerdotes deitarão sal sobre elles, e os offerecerão em holocausto ao Senhor. 25 Por [23] sete dias prepararás _um_ bode de expiação cada dia: tambem prepararão um bezerro, e um carneiro do rebanho, sem mancha. 26 Por sete dias expiarão o altar, e _o_ purificarão, e [ACH] encherão as suas mãos. 27 E, [24] cumprindo elles estes dias, será _que_, ao oitavo dia, e d’ali em diante, prepararão os sacerdotes sobre o altar os vossos holocaustos e os vossos sacrificios pacificos; e eu [ACI] me deleitarei em vós, [25] diz o Senhor JEHOVAH. [1] cap. 10.19 e 44.1 e 46.1. [2] cap. 11.23 e 14.2 e 19.1, 6. [3] cap. 10.4. Apo. 18.1. [4] cap. 8.4. [5] cap. 1.3 e 3.23. [6] cap. 10.19 e 44.2. [7] cap. 3.12, 14 e 8.3. [8] I Reis 8.10, 11. cap. 44.4. [9] cap. 40.3. [10] Exo. 29.45. Joel 3.17. João 1.14. II Cor. 6.16. [11] cap. 39.7. Lev. 26.30. [12] II Reis 21.4, 5, 7. [13] ver. 7. [14] cap. 40.4. [15] cap. 40.2. [16] cap. 41.8. [17] Exo. 20.26. [18] Lev. 1.5. [19] cap. 45.15. [20] Exo. 29.10, 12. Lev. 8.14, 15. cap. 45.18, 19. [21] Exo. 29.14. Heb. 13.11. [22] Lev. 2.13. [23] Exo. 29.35, 36. Lev. 8.33. [24] Lev. 9.1. [25] Job 42.8. cap. 20.40, 41. Rom. 12.1. I Ped. 2.5. _A restauração do templo: reformas no ministerio do sanctuario._ 44 Então me fez voltar para o caminho da porta do sanctuario exterior, [1] que olha para o oriente, a qual _estava_ fechada. 2 E disse-me o Senhor: Esta porta estará fechada, não se abrirá, nem ninguem entrará por ella; [2] porquanto o Senhor Deus de Israel entrou por ella: por isso estará fechada. 3 O principe, o principe, elle se assentará n’ella, [3] para comer o pão diante do Senhor; pelo caminho do vestibulo da porta entrará, e pelo caminho d’elle sairá. 4 Depois me levou pelo caminho da porta do norte, diante da casa; e olhei, [4] e eis que a gloria do Senhor encheu a casa do Senhor; então cahi sobre o meu rosto. 5 E disse-me o Senhor: Filho do homem, [5] [ACJ] põe no teu coração, e olha com os teus olhos, e ouve com os teus ouvidos, tudo quanto eu fallar comtigo de todos os estatutos da casa do Senhor, e de todas as suas leis; e põe o teu coração na entrada da casa, com todas as saidas do sanctuario. 6 E dize ao rebelde, á casa de Israel: [6] Assim diz o Senhor JEHOVAH: Bastem-vos todas as vossas abominações, ó casa d’Israel! 7 Porque [7] introduzistes estranhos, incircumcisos de coração e incircumcisos de carne, para estarem no meu sanctuario, para o profanarem em minha casa, [8] quando offereceis o meu pão, a gordura, e o sangue; e elles invalidaram o meu concerto, por causa de todas as vossas abominações. 8 E não guardastes a ordenança das minhas coisas sagradas; antes vos constituistes, a vós mesmos, guardas da minha ordenança no meu sanctuario. 9 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Nenhum estranho, [9] incircumciso de coração nem incircumciso de carne, entrará no meu sanctuario, d’entre os estranhos que _se acharem_ no meio dos filhos de Israel. 10 Mas [10] os levitas que se apartaram para longe de mim, quando Israel andava errado, os quaes andavam errados, desviados de mim, _por irem_ atraz dos seus idolos, bem levarão sobre si a sua iniquidade. 11 Comtudo _serão_ ministros no meu sanctuario, _nos_ officios das portas da casa, [11] e servirão a casa: elles degolarão o holocausto, e o sacrificio para o povo, [12] e elles estarão perante elles, para os servir. 12 Porque lhes ministraram diante dos seus idolos, e serviram á casa de Israel de tropeço de maldade: por isso eu levantei a minha mão sobre elles, diz o Senhor JEHOVAH, e elles levarão sobre si a sua iniquidade. 13 E [13] não se chegarão a mim, para me servirem no sacerdocio, nem para se chegarem a alguma de todas as minhas coisas sagradas, ás sanctidades de sanctidades, [14] mas levarão sobre si a sua vergonha e as suas abominações que commetteram. 14 Comtudo, [15] os constituirei guardas da ordenança da casa, em todo o seu serviço, e em tudo o que n’ella se fizer. 15 Mas os sacerdotes [16] leviticos, os filhos de Zadoc, que guardaram a ordenança do meu sanctuario quando os filhos de Israel andavam errados de mim, elles se chegarão a mim, para me servirem, e estarão diante de mim, [17] para me offerecerem a gordura e o sangue, diz o Senhor JEHOVAH. 16 Elles entrarão no meu sanctuario, e elles se chegarão á minha mesa, para me servirem, e guardarão a minha ordenança. 17 E será que, quando entrarem pelas portas do atrio interior, [18] se vestirão de vestiduras de linho; e não subirá lã sobre elles, quando servirem nas portas do atrio interior, e dentro. 18 Coifas de linho [19] estarão sobre as suas cabeças, e ceroulas de linho estarão sobre os seus lombos: não se cingirão _de modo que lhes venha_ suor. 19 E, saindo elles ao atrio exterior, ao atrio exterior ao povo, [20] despirão as suas vestiduras com que elles ministraram, e as porão nas sanctas camaras, e se vestirão de outros vestidos, [21] para que não sanctifiquem o povo _estando_ com as suas vestiduras. 20 E a sua cabeça não raparão, [22] nem deixarão crescer o seu cabello; _antes_, como convem, tosquiarão as suas cabeças. 21 E [23] nenhum sacerdote beberá vinho quando entrar no atrio interior. 22 E elles [24] não se casarão nem com viuva nem com repudiada, mas tomarão virgens da semente da casa de Israel, ou viuva que fôr viuva de sacerdote. 23 E [25] a meu povo ensinarão _a differença_ entre o sancto e o profano, e lhe farão saber _a differença_ entre o impuro e o puro. 24 E, [26] quando houver pleito, elles assistirão _a elle_ para _o_ julgarem; pelos meus juizos o julgarão: e as minhas leis e os meus estatutos em todas as minhas solemnidades guardarão, e os meus sabbados sanctificarão. 25 E elles não entrarão a [27] homem morto, para se contaminarem; mas por pae, ou por mãe, ou por filho, ou por filha, _ou_ por irmão, ou por irmã que não tiver marido, se poderão contaminar. 26 E, [28] depois da sua purificação, lhe contarão sete dias. 27 E, no dia em que elle entrar no logar sancto, [29] no atrio interior, para ministrar no logar sancto, offerecerá a sua expiação pelo peccado, diz o Senhor JEHOVAH. 28 _E isto_ lhes será por herança: [30] eu _serei_ a sua herança: não lhes dareis portanto possessão em Israel: eu _sou_ a sua possessão. 29 A offerta de manjares, e o sacrificio pelo peccado, [31] e o _sacrificio_ pela culpa elles comerão; e toda a coisa consagrada em Israel será d’elles. 30 E as primicias [32] de todos os primeiros fructos de tudo, e toda a offerta de todas as vossas offertas, serão dos sacerdotes; [33] tambem as primeiras das vossas massas dareis ao sacerdote; [34] para que faça repousar a benção sobre a tua casa. 31 Nenhuma coisa, _que de si mesmo haja_ morrido ou _haja sido_ arrebatada de aves e das bestas, comerão os sacerdotes. [1] cap. 43.1. [2] cap. 43.4. [3] Gen. 31.54. I Cor. 10.18. cap. 46.2, 8. [4] cap. 3.23 e 43.5. [5] cap. 40.4. [6] cap. 2.5. cap. 45.9. I Ped. 4.3. [7] cap. 43.8. ver. 9. Act. 21.28. Lev. 22.25 e 26.41. Deu. 10.16. [8] Lev. 21.6, 8, 17, 21. Lev. 3.16 e 17.11. [9] ver. 7. [10] II Chr. 29.4, 5. cap. 48.11. [11] I Chr. 26.1. II Chr. 29.34. [12] Num. 16.9. [13] Num. 18.3. II Reis 23.9. [14] cap. 32.30 e 36.7. [15] Num. 18.4. [16] cap. 40.46 e 43.19. ver. 10. [17] ver. 7. [18] Exo. 28.39, 40, 43 e 39.27, 28. [19] Exo. 28.40, 42 e 39.28. [20] cap. 42.14. [21] cap. 46.20. Exo. 29.37 e 30.29. Lev. 6.27. Mat. 23.17, 19. [22] Lev. 21.5. [23] Lev. 10.9. [24] Lev. 21.7, 13, 14. [25] Lev. 10.10, 11. cap. 22.26. Mal. 2.7. [26] Deu. 17.8, etc. [27] Lev. 21.1, etc. [28] Num. 6.10 e 19.11, etc. [29] ver. 17. Lev. 4.3. [30] Num. 18.20. Deu. 18.1, 2. Jos. 13.14, 33. [31] Lev. 6.18, 29 e 7.6. [32] Exo. 13.2 e 22.29, 30. Num. 3.13. [33] Num. 15.20. Neh. 10.37. Pro. 3.9, 10. [34] Exo. 22.31. Lev. 22.8. _A repartição da terra: o logar sancto._ 45 Quando pois repartirdes a terra por sortes em herança, offerecereis uma offerta ao Senhor, um logar sancto da terra: o comprimento _será_ o comprimento de vinte e cinco mil _cannas de medir_, e a largura de dez mil: este _será_ sancto em todo o seu contorno ao redor. 2 Serão d’isto para [1] o sanctuario quinhentas com mais quinhentas, em quadrado do redor, e terá em redor um arrabalde de cincoenta covados. 3 E d’esta medida medirás o comprimento de vinte e cinco mil _covados_, e a largura de dez mil: [2] e ali estará o sanctuario _e_ o logar sanctissimo. 4 Este _será_ o logar [3] sancto da terra; elle será para os sacerdotes que administram o sanctuario _e_ se approximam para servir ao Senhor; e lhes servirá de logar para casas, e de logar sancto para o sanctuario. 5 E terão os levitas, ministros da casa, em possessão sua, [4] vinte e cinco mil _medidas_ de comprimento, [5] _para_ vinte camaras. 6 E _para_ possessão da cidade, [6] de largura dareis cinco mil _cannas_, e de comprimento vinte e cinco mil, [ACK] defronte da offerta sancta: o _que_ será para toda a casa de Israel. 7 O principe porém _terá_ a _sua parte_ d’esta e da outra [7] banda da sancta offerta, e da possessão da cidade, diante da sancta offerta, e diante da possessão da cidade, da esquina occidental para o occidente, e da esquina oriental para o oriente; e _será_ o comprimento, defronte d’uma das partes, desde o termo occidental até ao termo oriental. 8 E esta terra será a sua possessão em Israel; [8] e os meus principes nunca mais opprimirão o meu povo, antes deixarão a terra á casa de Israel, conforme as suas tribus. 9 Assim diz o Senhor JEHOVAH: _Já_ vos baste, ó principes de Israel; [9] affastae a violencia e a assolação, e praticae juizo e justiça: tirae as vossas imposições do meu povo, diz o Senhor JEHOVAH. 10 Balanças justas, [10] e epha justo, e bato justo tereis. 11 O epha e o bato serão d’uma mesma medida, _de maneira_ que o bato contenha a decima parte do homer, e o epha a decima parte do homer; conforme o homer será a sua medida. 12 E o siclo [11] _será_ de vinte geras: vinte siclos, vinte e cinco siclos, _e_ quinze siclos vos servirão d’um arratel. 13 Esta _será_ a offerta que haveis de offerecer: a sexta parte d’um epha de _cada_ homer de trigo; tambem dareis a sexta parte d’um epha de _cada_ homer de cevada. 14 Quanto ao estatuto do azeite, de _cada_ bato de azeite _offerecereis_ a decima parte d’um bato _tirado_ d’um coro, _que é_ um homer de dez batos; porque dez batos _fazem_ um homer. 15 E um cordeiro do rebanho, de cada duzentos, da mais regada terra de Israel, para offerta de manjares, e para [12] holocausto, e para sacrificio pacifico; para fazer expiação por elles, diz o Senhor JEHOVAH. 16 Todo o povo da terra concorrerá a esta offerta, pelo principe em Israel. 17 E estarão a cargo do principe os holocaustos, e as offertas de manjares, e as libações, nas festas, e nas luas novas, e nos sabbados, em todas as solemnidades da casa de Israel: elle fará a expiação pelo peccado, e a offerta de manjares, e o holocausto, e os sacrificios pacificos, para fazer expiação pela casa de Israel. 18 Assim diz o Senhor JEHOVAH: No primeiro _mez_, no primeiro _dia_ do mez, [13] tomarás um bezerro sem mancha, e purificarás o sanctuario. 19 E o sacerdote [14] tomará do sangue do sacrificio pela expiação, e porá _d’elle_ nas hombreiras da casa, e nas quatro esquinas da listra do altar, e nas hombreiras da porta do atrio interior. 20 Assim tambem farás no setimo _dia_ do mez, [15] por causa dos que erram, e por causa dos simplices: assim expiareis a casa. 21 No [16] primeiro _mez_, no dia quatorze do mez, tereis a paschoa, _uma_ festa de sete dias; pão asmo se comerá. 22 E o principe no mesmo dia, por si e por todo o povo da terra, [17] preparará um bezerro de expiação pelo peccado. 23 E nos sete dias [18] da festa preparará um holocausto ao Senhor, _de_ sete bezerros e sete carneiros sem mancha, cada dia _durante_ os sete dias; [19] e o sacrificio de expiação d’um bode cada dia. 24 Tambem preparará [20] uma offerta de manjares, _a saber_, um epha, para cada bezerro, e um epha para cada carneiro, e um hin de azeite para cada epha. 25 No setimo _mez_, no dia quinze do mez, na festa, fará o mesmo _todos_ os sete dias, [21] tanto o sacrificio pela expiação, como o holocausto, e como a offerta de manjares, e como o azeite. [1] cap. 42.20. [2] cap. 48.10. [3] ver. 1. cap. 48.10, etc. [4] cap. 48.13. [5] cap. 40.17. [6] cap. 48.15. [7] cap. 48.21. [8] cap. 46.18. Jer. 22.17. cap. 22.27. [9] Jer. 22.3. [10] Lev. 19.35, 36. Pro. 11.1. [11] Exo. 30.13. Lev. 27.25. Num. 3.47. [12] Lev. 1.4. [13] Lev. 16.16. [14] cap. 43.20. [15] Lev. 4.27. [16] Exo. 12.18. Lev. 23.5, 6. Num. 9.2, 3. Deu. 16.1, etc. [17] Lev. 4.14. [18] Lev. 23.8. [19] Num. 28.15, 22, 30 e 20.5, 11, 16, 19. [20] cap. 46.5, 7. [21] Lev. 23.34. Num. 29.12. Deu. 16.13. 46 Assim diz o Senhor JEHOVAH: A porta do atrio interior, que olha para o oriente, estará fechada os seis dias _que são_ de trabalho; porém no dia de sabbado ella se abrirá; tambem no dia da lua nova se abrirá. 2 E o principe [1] entrará _pelo_ caminho do vestibulo da porta, por fóra, e estará _em pé_ na hombreira da porta; e os sacerdotes prepararão o seu holocausto, e os seus sacrificios pacificos, e elle se prostrará no umbral da porta, e sairá; porém a porta não se fechará até á tarde. 3 E o povo da terra se prostrará á entrada da mesma porta, nos sabbados e nas luas novas, diante do Senhor. 4 E o holocausto, [2] que o principe offerecerá ao Senhor, _será_, no dia de sabbado, seis cordeiros sem mancha e um carneiro sem mancha. 5 E a offerta [3] de manjares será um epha para _cada_ carneiro; e para _cada_ cordeiro, a offerta de manjares será um dom da sua mão; e de azeite um hin para _cada_ epha. 6 Mas no dia da lua nova _será_ um bezerro, sem mancha; e seis cordeiros e um carneiro, elles serão sem mancha. 7 E preparará _por_ offerta de manjares um epha para o bezerro e um epha para o carneiro, mas para os cordeiros, conforme o que alcançar a sua mão; e um hin de azeite para um epha. 8 E, quando [4] entrar o principe, entrará _pelo_ caminho do vestibulo da porta, e sairá pelo mesmo caminho. 9 Mas, quando vier o povo da terra perante [5] a face do Senhor nas solemnidades, aquelle que entrar _pelo_ caminho da porta do norte, para adorar, sairá _pelo_ caminho da porta do sul; e aquelle que entrar _pelo_ caminho da porta do sul sairá _pelo_ caminho da porta do norte: não tornará _pelo_ caminho da porta por onde entrou, mas sairá pela _outra_ que está opposta. 10 E o principe no meio d’elles entrará, quando elles entrarem, e, saindo elles, sairão todos. 11 E nas festas e nas solemnidades será a offerta de manjares um epha para o bezerro, [6] e um epha para o carneiro, mas para os cordeiros um dom da sua mão; e de azeite um hin para um epha. 12 E, quando o principe fizer offerta voluntaria de holocaustos, ou de sacrificios pacificos, _por_ offerta voluntaria ao Senhor, [7] então lhe abrirão a porta que olha para o oriente, e fará o seu holocausto e os seus sacrificios pacificos, como houver feito no dia de sabbado; e sairá, e se fechará a porta depois d’elle sair. 13 E prepararás um cordeiro d’um anno sem mancha, _em_ holocausto ao Senhor, cada dia: [8] todas as manhãs o prepararás. 14 E, _por_ offerta de manjares farás juntamente com elle, todas as manhãs, a sexta parte d’um epha, e de azeite a terça parte d’um hin, para [ACL] sovar a flor de farinha; _por_ offerta de manjares para o Senhor, _em_ estatutos perpetuos _e_ continuos. 15 Assim prepararão o cordeiro, e a offerta de manjares, e o azeite, todas as manhãs, em holocausto continuo. 16 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Quando o principe der um presente _da_ sua herança a algum de seus filhos, isto será para seus filhos: _será_ possessão d’elles por herança. 17 Porém, dando elle um presente da sua herança a algum dos seus servos, será d’este até ao anno [ACM] da liberdade; então tornará para o principe, porque herança d’elle é; seus filhos, elles a herdarão. 18 E o principe [9] não tomará nada da herança do povo, para os defraudar da sua possessão: da sua possessão deixará herança a seus filhos, para que o meu povo não seja espalhado, cada um da sua possessão. 19 Depois d’isto me trouxe pela entrada que _estava_ ao lado da porta, ás camaras sanctas dos sacerdotes, que olhavam para o norte; e eis que ali _estava_ um logar em ambos os lados, para a banda do occidente. 20 E elle me disse: [10] Este _é_ o logar onde os sacerdotes cozerão o sacrificio pela culpa, e o sacrificio pelo peccado, [11] _e_ onde cozerão a offerta de manjares, para que _a_ não tragam ao atrio exterior [12] para sanctificarem o povo. 21 Então me levou para fóra, para o atrio exterior, e me fez passar ás quatro esquinas do atrio: e eis que em cada esquina do atrio havia outro atrio. 22 Nas quatro esquinas do atrio _havia outros_ atrios com chaminés de quarenta covados de comprimento e de trinta de largura: estas quatro esquinas _tinham_ uma mesma medida. 23 E um muro _havia_ ao redor d’ellas, ao redor das quatro: e _havia_ cozinhas feitas por baixo dos muros ao redor. 24 E me disse: Estas _são_ as casas dos cozinheiros, [13] onde os ministros da casa cozerão o sacrificio do povo. [1] ver. 8. [2] cap. 56.17. [3] cap. 45.24. ver. 7, 11. [4] ver. 2. [5] Exo. 23.14-17. Deu. 16.16. [6] ver. 5. [7] cap. 44.3. ver. 2. [8] Exo. 29.38. Num. 28.3. [9] cap. 45.8. [10] II Chr. 35.13. [11] Lev. 2.4, 5, 7. [12] cap. 44.19. [13] ver. 20. _A torrente das aguas purificadoras._ 47 Depois d’isto me fez voltar á entrada da casa, e eis que sahiam umas aguas [1] debaixo do umbral da casa para o oriente; porque a face da casa _olhava para_ o oriente, e as aguas desciam de debaixo, desde a banda direita da casa, da banda do sul do altar. 2 E elle me tirou _pelo_ caminho da porta do norte, e me fez dar uma volta _pelo_ caminho de fóra, até á porta exterior, pelo caminho que olha para o oriente; e eis que manavam umas aguas desde a banda direita. 3 _E_, [2] saindo aquelle homem para o oriente, _tinha_ na mão um cordel de medir; e mediu mil covados, e me fez passar pelas aguas, aguas _que_ me davam pelos artelhos. 4 E mediu mil _covados_, e me fez passar pelas aguas, aguas que me davam pelos joelhos; e mediu _mais_ mil, e me fez passar por aguas que me davam pelos lombos. 5 E mediu _mais_ mil, _e era um_ ribeiro, que eu não podia passar, porque as aguas eram profundas, aguas que se deviam passar a nado, ribeiro pelo qual não se podia passar. 6 E me disse: _Porventura_ viste _isto_, ó filho do homem? Então me levou, e me tornou a trazer á borda do ribeiro. 7 _E_, tornando eu, eis que á borda do ribeiro _havia_ uma grande abundancia de arvores, [3] de uma e de outra banda. 8 Então me disse: Estas aguas saem para a Galilea do oriente, e descem á campina, e entram no mar; _e_, sendo levadas ao mar, sararão as aguas. 9 E será _que_ toda a creatura vivente que nadar por onde quer que entrarem estes dois ribeiros viverá, e haverá muitissimo peixe; porque lá chegarão estas aguas, e sararão, e viverá tudo por onde quer que entrar este ribeiro. 10 Será tambem que os pescadores estarão em pé junto a elle, desde Engedi até En-eglaim; haverá _tambem logares para_ estender as redes: o seu peixe, segundo a sua especie, [4] será como o peixe do mar grande, em multidão excessiva. 11 Porém os seus charcos e os seus lamaceiros não sararão; serão deixados para sal. 12 E [5] junto ao ribeiro, á sua borda, de uma e de outra banda, subirá toda a sorte de arvore que dá fructo para _se_ comer: não cairá a sua folha, nem perecerá o seu fructo: nos seus mezes produzirá novos fructos, porque as suas aguas saem do sanctuario; e o seu fructo servirá de comida [6] e a sua folha de remedio. _As fronteiras da terra de Israel._ 13 Assim diz o Senhor JEHOVAH: Este _será_ o termo _conforme_ o qual tomareis a terra em herança, segundo as doze tribus de Israel: [7] José _terá duas_ partes. 14 E vós a herdareis, tanto um como o outro; [8] _terra sobre_ a qual levantei a minha mão, para a dar a vossos paes: assim que esta mesma terra vos cairá a vós em herança. 15 E este será o termo da terra, da banda do norte: desde o mar grande, [9] caminho de Hethlon, até á entrada de Zedad; 16 Hamath, [10] Berotha, Sibraim, que _estão_ entre o termo de Damasco e entre o termo de Hamath: Hazer-hattichon, que _está_ junto ao termo de Havran. 17 E o termo _será_ desde o [11] mar Hazer-enon, o termo de Damasco, e o norte, _que olha_ para o norte, e o termo de Hamath: e _este_ será o termo do norte. 18 E o termo do oriente, entre Hauran, e Damasco, e Gilead, e a terra de Israel será o Jordão; desde o termo do norte até ao mar do oriente medireis: e _este será_ o termo do oriente. 19 E o termo do sul, ao sul _será_ desde Tamar, até ás [12] aguas [ACN] da contenda de Cades, junto ao ribeiro, até ao mar grande: e _este será_ o termo do sul ao sul. 20 E o termo do occidente _será_ o mar grande, desde o termo _do sul_ até a entrada de Hamath: este _será_ o termo do occidente. 21 Repartireis pois esta terra entre vós, segundo as tribus de Israel. 22 Será, porém, que a sorteareis para vossa herança, e _para a_ dos estrangeiros que peregrinam no meio de vós, que gerarão filhos no meio de vós; e vos serão como naturaes entre os filhos de Israel; comvosco entrarão em herança, no meio das tribus de Israel. 23 E será _que_ na tribu em que peregrinar o estrangeiro ali _lhe_ dareis a sua herança, diz o Senhor JEHOVAH. [1] Joel 3.18. Zac. 13.1 e 14.8. Apo. 22.1. [2] cap. 40.3. [3] ver. 12. Apo. 22.2. [4] Num. 34.6. Jos. 23.4. cap. 48.28. [5] ver. 7. Jer. 17.8. [6] Apo. 22.2. [7] I Chr. 5.1. cap. 48.4, 5. [8] Gen. 12.7 e 13.15. cap. 20.5, 6. [9] cap. 48.1. Num. 34.8. [10] Num. 34.8. II Sam. 8.8. [11] Num. 34.9. cap. 48.1. [12] Num. 20.13. Deu. 32.51. cap. 48.28. _Os termos das doze tribus._ 48 E estes são os nomes das tribus: [1] desde o fim do norte, da banda do caminho de Hethlon, vindo para Hamath, Hazer-enon, o termo de Damasco para o norte, ao pé de Hamath: e ella terá a banda do oriente _e_ do occidente; Dan _terá_ uma _porção_. 2 E junto ao termo de Dan, desde a banda do oriente até á banda do occidente, Aser _terá_ uma _porção_. 3 E junto ao termo de Aser, desde a banda do oriente até á banda do occidente, Naphtali uma _porção_. 4 E junto ao termo de Naphtali, desde a banda do oriente até á banda do occidente, Manassés uma _porção_. 5 E junto ao termo de Manassés, desde a banda do oriente até á banda do occidente, Ephraim uma _porção_. 6 E junto ao termo de Ephraim, desde a banda do oriente até á banda do occidente, Ruben uma _porção_. 7 E junto ao termo de Ruben, desde a banda do oriente até á banda do occidente, Judah uma _porção_. 8 E junto ao termo de Judah, desde a banda do oriente até á banda do occidente, [2] será a offerta que haveis de offerecer, vinte e cinco mil _cannas_ de largura, e de comprimento como uma das _demais_ partes, desde a banda do oriente até á banda do occidente; e o sanctuario estará no meio d’ella. 9 A offerta que haveis de offerecer ao Senhor _será_ do comprimento de vinte e cinco mil _cannas_, e da largura de dez mil. 10 E ali será a offerta sancta para os sacerdotes, para o norte vinte e cinco mil _cannas de comprimento_, e para o occidente dez mil de largura, e para o oriente dez mil de largura, e para o sul vinte e cinco mil de comprimento: e o sanctuario do Senhor estará no meio d’ella. 11 _E será_ [3] para os sacerdotes sanctificados d’entre os filhos de Zadoc, que guardaram a minha ordenança, que não andaram errados, quando os filhos d’Israel andavam errados, [4] como erraram os _outros_ levitas. 12 E o offerecido da offerta da terra lhes _será_ sanctidade de sanctidades, junto ao termo dos levitas. 13 E os levitas terão defronte do termo dos sacerdotes vinte e cinco mil _cannas_ de comprimento, e de largura dez mil: todo o comprimento _será_ vinte e cinco mil, e a largura dez mil. 14 E [5] não venderão d’isto, nem trocarão, nem transferirão as primicias da terra, porque _é_ sanctidade ao Senhor. 15 Porém [6] as cinco mil, as que ficaram da largura diante das vinte e cinco mil, [7] ficarão profanas para a cidade, para habitação e para arrabaldes; e a cidade estará no meio d’ellas. 16 E estas _serão_ as suas medidas: a banda do norte de quatro mil e quinhentas _cannas_, e a banda do sul de quatro mil e quinhentas, e a banda do oriente de quatro mil e quinhentas, e a banda do occidente de quatro mil e quinhentas. 17 E os arrabaldes da cidade serão para o norte de duzentas e cincoenta _cannas_, e para o sul de duzentas e cincoenta, e para o oriente de duzentas e cincoenta, e para o occidente de duzentas e cincoenta. 18 E, quanto ao que ficou do resto do comprimento, defronte da sancta offerta, _será_ dez mil para o oriente, e dez mil para o occidente; e estará defronte da sancta offerta; e a sua novidade será para sustento d’aquelles que servem a cidade. 19 E [8] os que servem a cidade servil-a-hão d’entre todas as tribus d’Israel. 20 Toda a offerta _será_ de vinte e cinco mil _cannas_ com _mais_ vinte e cinco mil: em quadrado offerecereis a sancta offerta, com a possessão da cidade. 21 E o que ficou de resto [9] _será_ para o principe; d’esta e da outra banda da sancta offerta, e da possessão da cidade, diante das vinte e cinco mil _cannas_ da offerta, até ao termo do oriente e do occidente, diante das vinte e cinco mil, até ao termo do occidente, defronte das porções, _será_ para o principe: [10] e a offerta sancta e o sanctuario da casa _será_ no meio d’ella. 22 E desde a possessão dos levitas, e desde a possessão da cidade, no meio do que será para o principe, entre o termo de Judah e o termo de Benjamin, será para o principe. 23 E, quanto ao resto das tribus, desde a banda do oriente até á banda do occidente, Benjamin _terá_ uma _porção_. 24 E junto ao termo de Benjamin, desde a banda do oriente até á banda do occidente, Simeão uma _porção_. 25 E junto ao termo de Simeão, desde a banda do oriente até á banda do occidente, Issacar uma _porção_. 26 E junto ao termo de Issacar, desde a banda do oriente até á banda do occidente, Zebulon uma _porção_. 27 E junto ao termo de Zebulon, desde a banda do oriente até á banda do occidente, Gad uma _porção_. 28 E junto ao termo de Gad, ao sul, da banda do sul, [11] será o termo de Tamar _até_ ás aguas [ACO] da contenda de Cades, junto ao ribeiro até ao mar grande. 29 Esta [12] _é_ a terra que sorteareis em herança ás tribus de Israel; e estas _são_ as suas porções, diz o Senhor JEHOVAH. 30 E estas _são_ as saidas da cidade, desde a banda do norte: quatro mil e quinhentas medidas. 31 E [13] as portas da cidade _serão_ conforme os nomes das tribus de Israel: tres portas para o norte: a porta de Ruben uma, a porta de Judah outra, a porta de Levi outra. 32 E da banda do oriente quatro mil e quinhentas _medidas_, e tres portas, a saber: a porta de José uma, a porta de Benjamin outra, a porta de Dan outra. 33 E da banda do sul quatro mil e quinhentas medidas, e tres portas: a porta de Simeão uma, a porta de Issacar outra, a porta de Zebulon outra. 34 Da banda do occidente quatro mil e quinhentas _medidas_, e as suas tres portas: a porta de Gad uma, a porta de Aser outra, a porta de Naphtali outra. 35 Dezoito mil _medidas_ em redor; [14] e o nome da cidade desde _aquelle_ dia _será_: [ACP] O Senhor _está_ ali. [1] cap. 47.15, etc. [2] cap. 46.1-6. [3] cap. 44.15. [4] cap. 44.10. [5] Exo. 22.29. Lev. 27.10, 28, 33. [6] cap. 45.6. [7] cap. 42.20. [8] cap. 45.6. [9] cap. 45.7. [10] ver. 8, 10. [11] cap. 47.19. [12] cap. 47.14, 21, 22. [13] Apo. 21.12, etc. [14] Jer. 33.16. Jer. 3.17. Joel 3.21. Zac. 2.10. Apo. 21.3 e 22.3. DANIEL. _A educação de Daniel e outros jovens hebreos na côrte de Nabucodonozor._ [Antes de Christo 606] 1 No anno terceiro do reinado de Joaquim, [1] rei de Judah, veiu Nabucodonozor, rei de Babylonia, a Jerusalem, e a sitiou. 2 E o Senhor entregou nas suas mãos a Joaquim, rei de Judah, [2] e _uma_ parte dos vasos da casa de Deus, e os levou para a terra de Shinar, _para_ a casa do seu deus, [3] e poz os vasos na casa do thesouro do seu deus. 3 E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunuchos, que trouxesse _alguns_ dos filhos de Israel, e da semente real e dos principes, 4 Mancebos [4] em quem não _houvesse_ defeito algum, e formosos de parecer, e instruidos em toda a sabedoria, e sabios _em_ sciencia, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para assistir no palacio do rei, e que os ensinassem [5] nas lettras e na lingua dos chaldeos. 5 E o rei lhes ordenou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei, e do vinho que elle bebia, e que _assim_ fossem creados por tres annos, para que no fim d’elles [6] assistissem diante do rei. 6 E entre elles se achavam, d’entre os filhos de Judah, Daniel, Hananias, Misael e Azarias: 7 E o chefe dos eunuchos lhes poz [7] _outros_ nomes, a saber: a Daniel poz _o de_ Belteshazzar, e a Hananias _o de_ Sadrach, e a Misael _o de_ Mesach, e a Azarias _o de_ Abed-nego. 8 E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção [8] do manjar do rei, nem com o vinho que elle bebia; portanto pediu ao chefe dos eunuchos para não se contaminar. 9 Ora [9] deu Deus a Daniel graça e misericordia diante do chefe dos eunuchos. 10 E disse o chefe dos eunuchos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que ordenou a vossa comida e a vossa bebida; pois porque veria elle os vossos rostos mais tristes do que os dos mancebos que _são_ vossos eguaes? assim arriscareis a minha cabeça para com o rei. 11 Então disse Daniel ao [ACQ] dispenseiro a quem o chefe dos eunuchos havia constituido sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias: 12 Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, e que se nos dêem legumes a comer, e agua a beber. 13 Então se veja diante de ti o nosso parecer, e o parecer dos mancebos que comem a porção do manjar do rei, e, conforme vires, te hajas com os teus servos. 14 E lhes consentiu isto, e os experimentou dez dias. 15 E, ao fim dos dez dias, appareceram os seus semblantes melhores, e elles estavam mais gordos de carne do que todos os mancebos que comiam porção do manjar do rei. 16 Então succedeu que o dispenseiro tirava a porção do manjar d’elles, e o vinho de que deviam beber, e lhes dava legumes. 17 Quanto a estes quatro mancebos, [10] Deus lhes deu o conhecimento e a intelligencia em todas as lettras, e sabedoria; [11] mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos. 18 E ao fim dos dias, em que o rei tinha dito que os trouxessem, o chefe dos eunuchos os trouxe diante de Nabucodonozor. 19 E o rei fallou com elles; porém entre todos elles não foram achados outros taes como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; e assistiam [12] diante do rei. 20 E _em_ toda a materia de sabedoria e de intelligencia, que o rei lhes perguntou, os achou dez vezes mais _doutos_ do que todos os magos ou astrologos que _havia_ em todo o seu reino. 21 E Daniel [13] esteve até ao primeiro anno do rei Cyro. [1] II Reis 24.1. II Chr. 36.6. [2] Jer. 27.19, 20. Gen. 10.10 e 11.2. Isa. 11.11. Zac. 5.11. [3] II Chr. 36.7. [4] Lev. 24.19, 20. [5] Act. 7.22. [6] ver. 19. Gen. 41.45. I Reis 10.3. [7] Gen. 41.45. II Reis 24.17. [8] Deu. 32.38. Eze. 4.13. Ose. 9.3. [9] Gen. 39.21. [10] I Reis 3.12. Act. 7.22. [11] Num. 12.6. [12] Gen. 41.46. ver. 5. [13] cap. 6.28 e 10.1. _O decreto; o sonho do rei é interpretado por Daniel._ [Antes de Christo 603] 2 E no segundo anno do reinado de Nabucodonozor sonhou Nabucodonosor sonhos; [1] e o seu espirito se perturbou, e passou-se-lhe o seu somno. 2 E o rei mandou [2] chamar os magos, e os astrologos, e os encantadores, e os chaldeos, para que declarassem ao rei os seus sonhos: os quaes vieram e se apresentaram diante do rei. 3 E o rei lhes disse: Tive _um_ sonho; e para saber o sonho está perturbado o meu espirito. 4 E os chaldeos disseram ao rei em syriaco: Ó rei, [3] vive eternamente! dize o sonho a teus servos, e declararemos a interpretação. 5 Respondeu o rei, e disse aos chaldeos: [ACR] A coisa me tem escapado; se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, [4] e as vossas casas serão feitas _um_ monturo; 6 Mas se [5] vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dons, e dadivas, e grande honra; portanto declarae-me o sonho e a sua interpretação. 7 Responderam segunda vez, e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e declararemos a sua interpretação. 8 Respondeu o rei, e disse: Conheço eu certamente que vós quereis ganhar tempo; porque vêdes que a coisa me tem escapado. 9 De _maneira_ que, se me não fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferir na minha presença, até que se mude o tempo: portanto dizei-me o sonho, para que eu entenda que me _podeis_ declarar a sua interpretação. 10 Responderam os chaldeos na presença do rei, e disseram: Não ha ninguem sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei; pois nenhum rei ha, grande ou dominador, que requeresse coisa similhante d’algum mago, ou astrologo, ou chaldeo. 11 Porque a coisa que o rei requer _é_ difficil; nem ha outro que a _possa_ declarar diante do rei, [6] senão os deuses, cuja morada não é com a carne. 12 Por isso o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sabios de Babylonia. 13 E saiu o mandado, e sairam a matar os sabios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos. 14 Então Daniel fallou avisada e prudentemente a Arioch, capitão da guarda do rei, que tinha saido para matar os sabios de Babylonia. 15 Respondeu, e disse a Arioch, prefeito do rei: Porque se apressa _tanto_ o mandado da parte do rei? Então Arioch fez saber a coisa a Daniel. 16 E Daniel entrou; e pediu ao rei que lhe désse tempo, para declarar a interpretação ao rei. 17 Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber a coisa a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros: 18 Para [7] que pedissem misericordia ao Deus do céu, sobre este segredo, afim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, _juntamente_ com o resto dos sabios de Babylonia. 19 Então foi revelado o segredo a Daniel n’_uma_ [8] visão de noite: então Daniel louvou o Deus do céu. 20 Fallou Daniel, e disse: Seja bemdito o nome de Deus desde o seculo até ao seculo, porque d’elle é a sabedoria e a força; 21 E elle muda [9] os tempos e as horas; elle remove os reis e estabelece os reis: [10] elle dá sabedoria aos sabios e sciencia aos entendidos. 22 Elle revela o profundo e o escondido: [11] conhece o que _está_ em trevas, e com elle a luz mora. 23 Ó Deus de meus paes, te louvo e celebro eu, que me déste sabedoria e força; [12] e agora me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber [ACS] a coisa do rei. 24 Por isso Daniel entrou a Arioch, ao qual o rei tinha constituido para matar os sabios de Babylonia: entrou, e disse-lhe assim: Não mates os sabios de Babylonia; introduze-me na presença do rei, e declararei ao rei a interpretação. 25 Então Arioch depressa introduziu a Daniel na presença do rei, e disse-lhe assim: Achei um d’entre os filhos dos captivos de Judah, o qual fará saber ao rei a interpretação. 26 Respondeu o rei, e disse a Daniel (cujo nome _era_ Belteshazzar): Podes tu fazer-me saber o sonho que vi e a sua interpretação? 27 Respondeu Daniel na presença do rei, e disse: O segredo que o rei requer, nem sabios, _nem_ astrologos, _nem_ magos, _nem_ adivinhos _o_ podem declarar ao rei; 28 Mas [13] ha um Deus nos céus, o qual revela os segredos; elle pois fez saber ao rei Nabucodonozor o que ha de ser [14] no fim dos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça na tua cama são estas: 29 Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos, ácerca do que ha de ser depois d’isto. Aquelle pois [15] que revela os segredos te fez saber o que ha de ser. 30 E a mim, [16] não pela sabedoria que em mim haja, mais do que _em_ todos os viventes, me foi revelado este segredo, [17] mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesse os pensamentos do teu coração. 31 Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estatua: esta estatua _era_ grande, e o seu esplendor _era_ excellente, _e_ estava em pé diante de ti; e a sua vista _era_ terrivel. 32 A cabeça [18] d’aquella estatua _era_ de oiro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre; 33 As pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro. 34 Estavas vendo, até que uma pedra foi cortada, [19] sem mão, a qual feriu a estatua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. 35 Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o cobre, a prata e o oiro, [20] e se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou logar algum para elles; mas a pedra, que feriu a estatua, se fez _um_ [21] grande monte, e encheu toda a terra. 36 Este é o sonho; tambem a interpretação d’elle diremos na presença do rei. 37 Tu, [22] ó rei, _és_ rei de reis: pois o Deus do céu te tem dado o reino, a potencia, e a força, e a magestade. 38 E onde [23] quer que habitem filhos de homens, bestas do campo, e aves do céu, t’os entregou na tua mão, e fez que dominasses sobre todos elles; [24] tu és a cabeça de oiro. 39 E depois de ti se levantará outro reino, [25] inferior ao teu; e outro terceiro reino, de metal, o qual dominará sobre toda a terra. 40 E [26] o quarto reino será forte como ferro; da maneira que o ferro esmiuça e enfraquece tudo, como o ferro, que quebranta todas estas coisas, _assim_ esmiuçará e quebrantará. 41 E, quanto [27] ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será _um_ reino dividido; comtudo haverá n’elle _alguma coisa_ da firmeza do ferro, porquanto viste o ferro misturado com barro de lodo. 42 E os dedos dos pés, em parte de ferro e em parte de barro, _querem dizer_: por uma parte o reino será forte, e por outra será fragil. 43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-hão com semente humana, mas não se apegarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro. 44 Mas, nos dias d’estes reis, [28] o Deus do céu levantará um reino que não será jámais destruido; e este reino não será deixado a outro povo: [29] esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas elle mesmo estará estabelecido para sempre. 45 Da maneira [30] que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ella esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o oiro, o Deus grande fez saber ao rei o que ha de ser depois d’isto; e certo é o sonho, e fiel a sua interpretação. 46 Então [31] o rei Nabucodonozor caiu sobre o seu rosto, e adorou a Daniel, [32] e ordenou que lhe sacrificassem offerta de manjares e perfumes suaves. 47 Respondeu o rei a Daniel, e disse: Certo _é_ que o vosso Deus _é_ Deus de deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador dos segredos, [33] pois podeste revelar este segredo. 48 Então o rei engrandeceu a Daniel, [34] e lhe deu muitos _e_ grandes dons, e o poz por governador de toda a provincia de Babylonia, [35] como tambem por principe dos prefeitos sobre todos os sabios de Babylonia. 49 E pediu Daniel ao rei, [36] e constituiu elle sobre os negocios da provincia de Babylonia a Sadrach, Mesach e Abed-nego; [37] porém Daniel _estava_ á porta do rei. [1] Gen. 41.8. cap. 4.5. Est. 6.1. cap. 6.18. [2] Gen. 41.8. cap. 5.7. [3] I Reis 1.31. cap. 3.9 e 5.10. [4] Esd. 6.11. cap. 3.29. [5] cap. 5.16. [6] ver. 28. cap. 5.11. [7] Mat. 18.19. [8] Num. 12.6. Job 33.15, 16. [9] I Chr. 29.30. Est. 1.13. cap. 7.25 e 11.6. Jer. 27.5. [10] Thi. 1.5. [11] Heb. 4.13. Thi. 1.17. [12] ver. 18. [13] Gen. 40.8. ver. 18, 47. Amós 4.13. [14] Gen. 49.1. [15] ver. 22, 28. [16] Gen. 41.16. Act. 3.12. [17] ver. 47. [18] ver. 38, etc. [19] cap. 8.25. II Cor. 5.1. [20] Ose. 13.3. [21] Isa. 2.2, 3. [22] Esd. 7.12. Isa. 47.5. Jer. 27.6, 7. Eze. 26.7, 8, 10. [23] cap. 4.21, 22. Jer. 27.6. [24] ver. 32. [25] cap. 5.28, 31. ver. 32. [26] cap. 7.7, 23. [27] ver. 33. [28] ver. 28. cap. 4.34. Miq. 4.7. Luc. 1.32, 33. [29] Isa. 60.12. [30] ver. 35. Isa. 28.16. [31] Act. 10.25 e 14.13. [32] Esd. 6.10. [33] ver. 28. [34] ver. 6. [35] cap. 5.11 e 9.4. [36] cap. 3.12. [37] Est. 2.19, 21 e 3.2. _A estatua de oiro: os companheiros de Daniel no forno de fogo ardente._ [Antes de Christo 580] 3 O rei Nabucodonozor fez uma estatua de oiro, a altura da qual _era_ de sessenta covados, e a sua largura de seis covados: levantou-a no campo de Dura, na provincia de Babylonia. 2 E o rei Nabucodonozor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos e presidentes, os juizes, os thesoureiros, os conselheiros, os officiaes, e todos os governadores das provincias, para que viessem á consagração da estatua que o rei Nabucodonozor tinha levantado. 3 Então se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos e presidentes, os juizes, os thesoureiros, os conselheiros, os officiaes, e todos os governadores das provincias, á consagração da estatua que o rei Nabucodonozor tinha levantado, e estavam em pé diante da estatua que Nabucodonozor tinha levantado. 4 E o pregoeiro apregoava em alta _voz_: Ordena-se a vós, [1] ó povos, nações e linguagens: 5 Quando ouvirdes o som da buzina, do pifaro, da harpa, da sambuca, do psalterio, da [ACT] symphonia, e de toda a sorte de musica, vos prostrareis, e adorareis a estatua de oiro que o rei Nabucodonozor tem levantado. 6 E qualquer que se não prostrar e _a_ não adorar, [2] será na mesma hora lançado dentro do forno de fogo ardente. 7 Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, do pifaro, da harpa, da sambuca, do psalterio, e de toda a sorte de musica, se prostraram todos os povos, nações e linguas, e adoraram a estatua de oiro que o rei Nabucodonozor tinha levantado. 8 Por isso, no mesmo instante se chegaram [3] _alguns_ homens chaldeos, e accusaram os judeos. 9 E fallaram, e disseram ao rei Nabucodonozor: [4] Ó rei, vive eternamente! 10 Tu, ó rei, fizeste _um_ decreto, que todo o homem que ouvisse o som da buzina, do pifaro, da harpa, da sambuca, do psalterio, e da symphonia, e de toda a sorte de musica, se prostrasse e adorasse a estatua de oiro; 11 E, qualquer que se não prostrasse e adorasse, fosse lançado dentro do forno de fogo ardente. 12 [5] Ha uns homens judeos, os quaes constituiste sobre os negocios da provincia de Babylonia: Sadrach, Mesach e Abed-nego: estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem a estatua de oiro, que levantaste, adoraram. 13 Então Nabucodonozor, com ira e furor, mandou trazer a Sadrach, Mesach e Abed-nego. E trouxeram a estes homens perante o rei. 14 Fallou Nabucodonozor, e lhes disse: _Porventura_ de proposito, ó Sadrach, Mesach e Abed-nego, vós não servis a meus deuses nem adoraes a estatua de oiro que levantei? 15 Agora pois, se estaes promptos, quando ouvirdes o som da buzina, do pifaro, da guitarra, da harpa, do psalterio, da symphonia, e de toda a sorte de musica, para vos prostrardes e adorardes a estatua que fiz, _bom é_; mas, se a não adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro do forno de fogo ardente: [6] e quem _é_ o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos? 16 Responderam Sadrach, Mesach e Abed-nego, e disseram ao rei Nabucodonozor: Não necessitamos de te responder sobre este negocio. 17 Eis que é nosso Deus, a quem nós servimos, que nos pode livrar; elle _nos_ livrará do forno de fogo ardente, _e_ da tua mão, ó rei. 18 E, se não, sabe tu, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estatua de oiro que levantaste. 19 Então Nabucodonozor se encheu de furor, e se mudou o aspecto do seu semblante contra Sadrach, Mesach e Abed-nego: respondeu, e ordenou que o forno se accendesse sete vezes mais do que se costumava accender. 20 E ordenou aos homens mais valentes de força, que estavam no seu exercito, que atassem a Sadrach, Mesach e Abed-nego, para os lançar no forno de fogo ardente. 21 Então estes homens foram atados com as suas capas, seus calções, e seus chapeus, e seus vestidos, e foram lançados dentro do forno de fogo ardente. 22 E, porque a palavra do rei apertava, e o forno estava sobre-maneira acceso, a chamma do fogo matou aquelles homens que levantaram a Sadrach, Mesach e Abed-nego. 23 E estes tres homens, Sadrach, Mesach e Abed-nego, cairam atados dentro do forno de fogo ardente. 24 Então o rei Nabucodonozor se espantou, e se levantou depressa: fallou, e disse aos seus capitães: _Porventura_ não lançámos tres homens atados dentro do fogo? Responderam e disseram ao rei: Verdade é, ó rei. 25 Respondeu, e disse: Eis aqui vejo quatro homens soltos, [7] que andam passeando dentro do fogo, e nada ha de lesão n’elles; [8] e o aspecto do quarto é similhante ao filho dos deuses. 26 Então se chegou Nabucodonozor á porta do forno de fogo ardente; fallou, e disse: Sadrach, Mesach e Abed-nego, servos do Deus Altissimo, sahi e vinde! Então Sadrach, Mesach e Abed-nego sairam do meio do fogo. 27 E ajuntaram-se os sátrapas, os prefeitos, e os presidentes, e os capitães do rei, contemplando estes homens, [9] como o fogo não tinha tido poder algum sobre os seus corpos: nem _um só_ cabello da sua cabeça se tinha queimado, nem as suas capas se mudaram, nem cheiro de fogo tinha passado sobre elles. 28 Fallou Nabucodonozor, e disse: Bemdito _seja_ o Deus de Sadrach, Mesach e Abed-nego, que enviou o seu anjo, e livrou os seus servos, que confiaram n’elle, [10] pois [ACU] violaram a palavra do rei, e entregaram os seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum _outro_ deus, senão o seu Deus. 29 Por mim pois [11] se faz _um_ decreto, que todo o povo, nação e lingua que disser blasphemia contra o Deus de Sadrach, Mesach e Abed-nego, seja despedaçado, e a sua casa seja feita _um_ monturo; [12] porquanto não ha outro Deus que possa livrar como este. 30 Então o rei fez prosperar a Sadrach, Mesach e Abed-nego, na provincia de Babylonia. [1] cap. 6.25. [2] Apo. 13.15. [3] cap. 6.12. [4] cap. 2.4 e 5.10. [5] cap. 2.49. [6] Exo. 5.2. II Reis 18.35. [7] Isa. 43.2. [8] Job 1.6 e 38.7. ver. 28. [9] Heb. 11.34. [10] Jer. 17.7. cap. 6.22, 23. [11] cap. 6.26. [12] cap. 6.27. _O edito do rei. O seu sonho d’uma arvore grande: a sua loucura._ [Antes de Christo 570] 4 Nabucodonozor rei: a todos os povos, [1] nações, e linguas, que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada. 2 Pareceu-me bem fazer notorios os signaes e maravilhas que Deus, o Altissimo, [2] tem feito para comigo. 3 Quão [3] grandes _são_ os seus signaes, e quão poderosas as suas maravilhas! [4] o seu reino _é_ um reino sempiterno, e o seu dominio de geração em geração. 4 Eu, Nabucodonozor, estava socegado em minha casa, e florescente no meu palacio. 5 Tive _um_ sonho, que me espantou; [5] e as imaginações na minha cama e as visões da minha cabeça [6] me turbaram. 6 Por mim pois se fez um decreto, para introduzir á minha presença todos os sabios de Babylonia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho. 7 Então [7] entraram os magos, os astrologos, os chaldeos, e os adivinhadores, e eu contei o sonho diante d’elles; mas não me fizeram saber a sua interpretação. 8 Porém por fim entrou na minha presença Daniel, cujo nome _é_ Belteshazzar, [8] segundo o nome do meu deus, e no qual _ha_ o espirito dos deuses sanctos; e eu contei o sonho diante d’elle: 9 Belteshazzar, [9] principe dos magos, pois eu sei que _ha_ em ti o espirito dos deuses sanctos, e nenhum segredo te é difficil; dize-me as visões do meu sonho que tive e a sua interpretação. 10 _Eram_ pois as visões da minha cabeça, na minha cama: eu estava vendo, [10] e eis uma arvore no meio da terra, cuja altura era grande; 11 Crescia esta arvore, e se fazia forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e foi vista até á extremidade de toda a terra. 12 A sua folhagem _era_ formosa, e o seu fructo muito, e _havia_ n’ella sustento para todos: [11] debaixo d’ella as bestas do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e toda a carne se mantinha d’ella. 13 Estava vendo nas visões da minha cabeça, na minha cama; e eis que [12] _um_ vigia, um sancto, descia do céu, 14 Clamando fortemente, e dizendo assim: [13] Cortae a arvore, e decotae-lhe os ramos, sacudi as suas folhas, espalhae o seu fructo; afugentem-se as bestas de debaixo d’ella, e as aves dos seus ramos. 15 Porém o tronco com as suas raizes deixae na terra, e com atadura de ferro e de bronze, na herva do campo: e _seja_ molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com as bestas na [ACV] gramma da terra: 16 Seja mudado o seu coração, que não seja mais _coração_ de homem, e lhe seja dado coração de besta; [14] e passem sobre elle sete tempos. 17 Esta sentença é por decreto dos vigiadores, e este [ACW] mando _por_ dito dos sanctos; a fim de que conheçam os viventes [15] que o Altissimo domina sobre os reinos dos homens; e os dá a quem quer, e _até_ ao mais baixo dos homens constitue sobre elles. 18 Isto _em_ sonho vi eu, rei Nabucodonozor: tu, pois, Belteshazzar, dize a interpretação: [16] porque todos os sabios do meu reino não poderam fazer-me saber a sua interpretação; mas tu podes; pois _ha_ em ti o espirito dos deuses sanctos. 19 Então Daniel, cujo nome _era_ Belteshazzar, esteve attonito quasi uma hora, e os seus pensamentos o turbavam; fallou _pois_ o rei, e disse: Belteshazzar, não te espante o sonho, nem a sua interpretação. Respondeu Belteshazzar, e disse; Senhor meu: [17] o sonho _seja_ contra os que te teem odio, e a sua interpretação aos teus inimigos. 20 A arvore [18] que viste, que cresceu, e se fez forte, cuja altura chegava até ao céu, e que foi vista por toda a terra, 21 E cujas folhas _eram_ formosas, e o seu fructo muito, e em que para todos _havia_ mantimento, debaixo da qual moravam as bestas do campo, e em cujos ramos habitavam as aves do céu; 22 Esta _arvore [19] és_ tu, ó rei, que cresceste, e te fizeste forte; e a tua grandeza cresceu, e chegou [20] até ao céu, e o teu dominio até á extremidade da terra. 23 E quanto [21] ao que viu o rei, um vigia, um sancto, _que_ descia do céu, e disse: Cortae a arvore, e a destrui, porém o tronco _com_ as suas raizes deixae na terra, e com atadura de ferro e de bronze, na herva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e [22] a sua porção seja com as bestas do campo, até que passem sobre elle sete tempos; 24 Esta _é_ a interpretação, ó rei: e este _é_ o decreto do Altissimo, que virá sobre o rei, meu senhor, 25 _A saber_: [23] Lançar-te-hão de entre os homens, e a tua morada será com as bestas do campo, e te farão comer herva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-hão sete tempos por cima de ti: até que conheças que o Altissimo domina sobre o reino dos homens, e os dá a quem quer. 26 E quanto ao que foi dito, que deixassem o tronco _com_ as raizes da arvore, o teu reino te _ficará_ firme, [24] depois que tiveres conhecido que o céu reina. 27 Portanto, ó rei, acceita o meu conselho, [25] e desfaze os teus peccados pela justiça, e as tuas iniquidades usando de misericordia com os pobres, [26] se _porventura_ houver prolongação da tua paz. 28 Todas estas coisas vieram sobre o rei Nabucodonozor. 29 _Porque_ ao cabo de doze mezes, _quando_ andava passeando sobre o palacio real de Babylonia, 30 Fallou [27] o rei, e disse: _Porventura_ não é esta a grande Babylonia que eu edifiquei para a casa real, com a força da minha potencia, e para gloria da minha magnificencia? 31 Ainda estava a [28] palavra na bocca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonozor: Passou de ti o reino. 32 E te lançarão d’entre os homens, e a tua morada _será_ com as bestas do campo: far-te-hão comer herva como os bois, e passar-se-hão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altissimo domina sobre os reinos dos homens, e os dá a quem quer. [Antes de Christo 563] 33 Na mesma hora se cumpriu a palavra sobre Nabucodonozor, e foi lançado d’entre os homens, e comia herva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu pello, como as pennas da aguia, e as suas unhas como _as_ das aves. 34 Mas ao fim d’aquelles dias [29] eu, Nabucodonozor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o meu entendimento, e eu bemdisse o Altissimo, [30] e louvei e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo dominio _é_ um dominio sempiterno, e cujo reino _é_ de geração em geração. 35 E todos [31] os moradores da terra _são_ reputados em nada, e segundo a sua vontade faz com o exercito do céu e os moradores da terra: não ha quem possa estorvar a sua mão, [32] e lhe diga, Que fazes? 36 No mesmo tempo me tornou a vir o meu entendimento, e para a dignidade do meu reino [33] tornou-me a vir a minha magestade e o meu resplandor; e me buscaram os meus capitães e os meus grandes; e fui restabelecido no meu reino, [34] e se me accrescentou uma gloria maior _do que nunca_. 37 Agora _pois_ eu, Nabucodonozor, louvo, e exalço, e glorifico ao rei do céu; porque todas as suas obras _são_ verdade, [35] e os seus caminhos juizo, e pode humilhar aos que andam na soberba. [1] cap. 3.4 e 6.25. [2] cap. 3.26. [3] cap. 6.27. [4] cap. 2.44 e 6.26. [5] cap. 2.28, 29. [6] cap. 2.1. [7] cap. 2.2. [8] cap. 1.7. Isa. 63.11. ver. 18. cap. 2.11. [9] cap. 2.48 e 5.11. [10] Eze. 31.3, etc. ver. 20. [11] Eze. 17.23 e 31.6. Lam. 4.20. [12] ver. 17, 23. [13] Mat. 3.10. Eze. 31.12. [14] cap. 11.13 e 12.7. [15] cap. 2.21 e 5.21. ver. 25, 32. [16] Gen. 41.8, 15. cap. 5.8, 15. [17] II Sam. 18.32. [18] ver. 11, 12. [19] cap. 2.38. [20] Jer. 27.6, 7, 8. [21] ver. 13. [22] cap. 5.21. [23] ver. 32. cap. 5.21, etc. [24] Mat. 21.25. [25] I Ped. 4.8. [26] I Reis 21.29. [27] cap. 5.20. [28] Luc. 12.20. [29] ver. 26. [30] Apo. 4.10. Miq. 4.7. Luc. 1.33. [31] Isa. 40.15, 17. [32] Job 34.29. Job 9.12. Isa. 45.9. Rom. 9.20. [33] ver. 26. [34] Mat. 6.33. [35] Apo. 15.3 e 16.7. _O banquete do rei Belshazzar. A mão mysteriosa._ [Antes de Christo 538] 5 O rei Belshazzar deu [1] um grande banquete aos seus mil grandes, e bebeu vinho na presença dos mil. 2 Havendo Belshazzar provado o vinho, mandou trazer os vasos de oiro e de prata, [2] que Nabucodonozor, seu pae, tinha tirado do templo que _estava_ em Jerusalem, para que bebessem por elles o rei, e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. 3 Então trouxeram os vasos de oiro, que foram tirados do templo da casa de Deus, que estava em Jerusalem, e beberam por elles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. 4 Beberam o vinho, [3] e deram louvores aos deuses de oiro, e de prata, de cobre, de ferro, de madeira, e de pedra. 5 Na mesma hora sahiam uns dedos de mão de homem, e escreviam, defronte do castiçal, na caiadura da parede do palacio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo. 6 Então se mudou o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram: as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos bateram um no outro. 7 E clamou o rei [4] com força, que se introduzissem os astrologos, os chaldeos e os adivinhadores: e fallou o rei, e disse aos sabios de Babylonia: Qualquer que ler esta escriptura, e me declarar a sua interpretação, será vestido da purpura, e trará uma cadeia de oiro ao pescoço, e será, no reino, o terceiro dominador. 8 Então entraram todos os sabios do rei; [5] mas não poderam ler a escriptura, nem fazer saber ao rei a sua interpretação. 9 Então o rei Belshazzar perturbou-se muito, e mudou-se n’elle o seu semblante; e os seus grandes estavam sobresaltados. 10 A rainha, _pois_, por causa das palavras do rei e dos seus grandes, entrou na casa do banquete: e fallou a rainha, e disse: [6] Ó rei, vive para sempre! não te turbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante. 11 Ha um homem no teu reino, no qual _ha_ o espirito dos deuses sanctos; e nos dias de teu pae se achou n’elle luz, e intelligencia, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pae, o rei Nabucodonozor, teu pae, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos astrologos, dos chaldeos, _e_ dos adivinhadores; 12 Porquanto se achou n’este Daniel [7] um espirito excellente, e sciencia e entendimento, interpretando sonhos, e declarando enigmas, e solvendo duvidas, [8] ao qual rei poz o nome de Belteshazzar: chame-se _pois_ agora Daniel, e elle declarará a interpretação. 13 Então Daniel foi introduzido á presença do rei. Fallou o rei, e disse a Daniel: _És_ tu aquelle Daniel, dos captivos de Judah, que o rei, meu pae, trouxe de Judah? 14 Porque tenho ouvido _dizer_ [9] a teu respeito que o espirito dos deuses _está_ em ti, e que a luz, e o entendimento e a excellente sabedoria se acham em ti. 15 E agora [10] foram introduzidos á minha presença os sabios _e_ os astrologos, [11] para lerem esta escriptura, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não poderam declarar a interpretação d’estas palavras. 16 Eu porém tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretações e solver duvidas: agora, se poderes ler esta escriptura, e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de purpura, e _terás_ cadeia de oiro ao pescoço, e no reino serás o terceiro dominador. 17 Então respondeu Daniel, e disse na presença do rei: Os teus dons fiquem comtigo, e dá os teus presentes a outro; comtudo lerei ao rei a escriptura, e lhe farei saber a interpretação. 18 Quanto a ti, [12] ó rei! Deus, o Altissimo, deu a Nabucodonozor, teu pae, o reino, e a grandeza, e a gloria, e a magnificencia. 19 E por causa da grandeza, que lhe deu, [13] todos os povos, nações e linguas tremiam e temiam diante d’elle: a quem queria matava, e a quem queria dava a vida; e a quem queria engrandecia, e a quem queria abatia. 20 Mas quando o seu coração se exalçou, e o seu espirito se endureceu em soberba, foi derribado do seu throno real, e passou d’elle a _sua_ gloria. 21 E _foi_ lançado d’entre os filhos dos homens, e o seu coração foi feito similhante ao das bestas, e a sua morada foi com os jumentos montezes; fizeram-n’o comer a herva como os bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altissimo, domina sobre os reinos dos homens, e a quem quer constitue sobre elles. 22 E tu, seu filho Belshazzar, [14] não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste tudo isto. 23 E [15] te levantaste contra o Senhor do céu, pois trouxeram os vasos da casa d’elle perante ti, e tu, os teus grandes, as tuas mulheres e as tuas concubinas, bebestes vinho por elles; de mais d’isto, déste louvores aos deuses de prata, de oiro, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que nem vêem, nem ouvem, nem sabem; mas a Deus, [16] em cuja mão _está_ a tua vida, e todos os teus caminhos, a elle não glorificaste. 24 Então d’elle foi enviada aquella parte da mão, e escreveu-se esta escriptura. 25 Esta pois _é_ a escriptura que se escreveu: MENE, MENE, TEKEL, UPHARSIN. 26 Esta _é_ a interpretação d’aquillo: MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou. 27 TEKEL: [17] Pesado foste na balança, e foste achado em falta. 28 PERES: Dividido foi o teu reino, [18] e deu-se aos medos e aos persas. 29 Então mandou Belshazzar que vestissem a Daniel de purpura, e que lhe pozessem _uma_ cadeia de oiro ao pescoço, [19] e proclamassem a respeito d’elle que havia de ser o terceiro dominador do reino. 30 _Mas_ na mesma noite [20] foi morto Belshazzar, rei dos chaldeos. 31 E Dario, o medo, occupou o reino, _sendo_ da edade de sessenta e dois annos. [1] Est. 1.3. [2] cap. 1.2. Jer. 52.19. [3] Apo. 9.20. [4] cap. 2.2 e 4.6. Isa. 47.13. [5] cap. 2.27 e 4.7. [6] cap. 2.4 e 3.9. [7] cap. 6.3. [8] cap. 1.7. [9] ver. 11, 12. [10] ver. 7, 8. [11] ver. 7. [12] cap. 2.37, 38 e 4.17, 22, 25. [13] Jer. 27.7. cap. 3.4. [14] II Chr. 33.23 e 36.12. [15] ver. 3, 4. [16] Jer. 10.23. [17] Job 31.6. Jer. 6.30. [18] Isa. 21.2. ver. 31. cap. 9.1. cap. 6.28. [19] ver. 7. [20] Jer. 51.31, 39, 57. cap. 9.1. _Daniel na cova dos leões._ [Antes de Christo 537] 6 E pareceu bem a Dario [1] constituir sobre o reino a cento e vinte presidentes, que estivessem sobre todo o reino; 2 E sobre elles tres principes, dos quaes Daniel era um, aos quaes estes presidentes déssem conta, para que o rei não soffresse damno. 3 Então o mesmo Daniel sobrepujou a estes principes e presidentes; [2] porque n’elle _havia_ um espirito excellente; porquanto o rei pensava constituil-o sobre todo o reino. 4 Então os principes e os presidentes procuravam achar occasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar occasião ou culpa alguma; porque elle _era_ fiel, e não se achava n’elle nenhum vicio nem culpa. 5 Então estes homens disseram: Nunca acharemos occasião alguma contra este Daniel, se não _a_ acharmos contra elle na lei do seu Deus. 6 Então estes principes e presidentes foram juntos ao rei, e disseram-lhe assim: Ó rei Dario, [3] vive para sempre! 7 Todos os principes do reino, os prefeitos e presidentes, capitães e governadores, tomaram conselho afim de estabelecerem um edicto real e fazerem um mandamento firme: que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus, ou a _qualquer_ homem, e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões. 8 Agora _pois_, ó rei, confirma o edicto, e assigna a escriptura, para que não se mude, [4] conforme a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar. 9 Por esta causa o rei Dario assignou esta escriptura e edicto. 10 Daniel, pois, quando soube que a escriptura estava assignada, entrou na sua casa (ora havia no seu quarto [5] janellas abertas da banda de Jerusalem), e tres vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e confessava diante do seu Deus, [6] como tambem antes costumava fazer. 11 Então aquelles homens foram juntos, e acharam a Daniel orando e supplicando diante do seu Deus. 12 Então se chegaram, [7] e disseram diante do rei: No tocante ao edicto real, _porventura_ não assignaste o edicto, que todo o homem que fizesse uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, por espaço de trinta dias, e não a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei, e disse: [8] Esta palavra _é_ certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar. 13 Então responderam, e disseram diante do rei: [9] Daniel, que _é_ dos transportados de Judah, [10] não tem feito caso de ti, ó rei, nem do edicto que assignaste, antes tres vezes por dia faz a sua oração. 14 Ouvindo então o rei o negocio, [11] ficou muito penalisado, e a favor de Daniel propoz dentro do seu coração tiral-o; e até ao pôr do sol trabalhou por o salvar. 15 Então aquelles homens se foram juntos ao rei, e disseram ao rei: [12] Sabe, ó rei, que é uma lei dos medos e dos persas que nenhum edicto ou ordenança, que o rei determine, se pode mudar. 16 Então o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e o lançaram na cova dos leões. E, fallando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, elle te livrará. 17 E [13] foi trazida _uma_ pedra, e foi posta sobre a bocca da cova; [14] e o rei a sellou com o seu annel e com o annel dos seus grandes, para que se não mudasse a sentença ácerca de Daniel. 18 Então o rei se foi para o seu palacio, e passou a noite _em_ jejum, e não deixou trazer á sua presença instrumentos de musica; [15] e fugiu d’elle o somno. 19 Então o rei se levantou pela manhã cedo, e foi com pressa á cova dos leões. 20 E, chegando-se á cova, chamou por Daniel com voz triste; e, fallando o rei, disse a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! [16] dar-se-hia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, te podesse livrar dos leões? 21 Então Daniel fallou ao rei: [17] Ó rei, vive para sempre! 22 O meu Deus [18] enviou o seu anjo, e fechou a bocca dos leões, para que não me fizessem damno, porque foi achada em mim innocencia diante d’elle; e tambem contra ti, ó rei, não tenho commettido delicto algum. 23 Então o rei muito se alegrou em si mesmo, e mandou tirar a Daniel da cova: assim foi tirado Daniel da cova, e nenhum damno se achou n’elle, [19] porque crêra no seu Deus. 24 Então ordenou o rei, [20] e foram trazidos aquelles homens que tinham accusado a Daniel, e foram lançados na cova dos leões, elles, [21] seus filhos e suas mulheres; e _ainda_ não tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram d’elles, e lhes esmigalharam todos os ossos. 25 Então [22] o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e linguas que moram em toda a terra: A paz vos seja multiplicada. 26 Da minha parte [23] é feito _um_ decreto, que em todo o dominio do meu reino tremam _todos_ e temam perante o Deus de Daniel; porque elle é o Deus vivo e permanecente para sempre, [24] e o seu reino não se pode destruir, e o seu dominio _dura_ até ao fim. 27 Elle faz escapar e livra, e faz signaes e maravilhas no céu e na terra, o qual fez escapar a Daniel do poder dos leões. 28 Este Daniel, pois, prosperava no reinado de Dario, [25] e no reinado de Cyro, o persa. [1] Est. 1.1. [2] cap. 5.12. [3] ver. 21. cap. 2.4. [4] Est. 1.19 e 8.8. ver. 12, 15. [5] I Reis 8.44, 48. Jon. 2.4. [6] Act. 10.9. [7] cap. 3.8. [8] ver. 8. [9] cap. 1.6 e 5.13. [10] cap. 3.12. [11] Mar. 6.26. [12] ver. 8. [13] Lam. 3.53. [14] Mat. 27.66. [15] cap. 2.1. [16] cap. 3.15. [17] cap. 2.4. [18] cap. 3.28. Heb. 11.33. [19] Heb. 11.33. [20] Deu. 19.19. [21] Est. 9.10. Deu. 24.16. II Reis 14.6. [22] cap. 4.1. [23] cap. 3.29. [24] cap. 2.44 e 7.14, 27. Luc. 1.33. [25] cap. 1.21. Eze. 1.1, 2. _A visão dos quatro animaes symbolicos._ [Antes de Christo 555] 7 No primeiro anno de Belshazzar, rei de Babylonia, [1] teve Daniel um sonho e visões da sua cabeça _estando_ na sua cama: escreveu logo o sonho, e relatou a summa das coisas. 2 Fallou Daniel, e disse: Eu estava vendo na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu combatiam no mar grande. 3 E quatro animaes grandes, differentes uns dos outros, subiam do mar. 4 O primeiro [2] _era_ como leão, e tinha azas de aguia: eu estava olhando, até que lhe foram arrancadas as azas; e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem. 5 E [3] eis aqui outro segundo animal, similhante a um urso, o qual se levantou de um lado, e tinha na bocca tres costellas entre os seus dentes, e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne. 6 Depois d’isto, eu estava olhando, e eis aqui outro, _que era_ como leopardo, e tinha quatro azas de ave nas suas costas: [4] tinha tambem este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado dominio. 7 Depois d’isto, eu estava olhando nas visões da noite, [5] e eis aqui o quarto animal, terrivel e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro, devorava e fazia em pedaços, e pizava aos seus pés o que sobejava; e _era_ differente de todos os animaes que _foram_ antes d’elle, [6] e tinha [ACX] dez pontas. 8 Estando eu considerando as pontas, [7] eis que outra ponta pequena subia entre ellas, e tres das pontas primeiras foram arrancadas de diante d’elle; e eis que n’esta ponta _havia_ olhos, como olhos de homem, [8] e uma bocca que fallava grandiosamente. 9 Eu estive olhando, [9] até que foram postos uns thronos, e o ancião de dias se assentou: o seu vestido _era_ branco como a neve, e o cabello da sua cabeça como a limpa lã; o seu throno chammas de fogo, [10] e as rodas d’elle fogo ardente. 10 Um rio de fogo [11] manava e sahia de diante d’elle: milhares de milhares o serviam, [12] e milhões de milhões estavam _em pé_ diante d’elle: assentou-se o juizo, e abriram-se os livros. 11 Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que fallava a ponta: [13] estive olhando até que mataram o animal, e o seu corpo foi desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo. 12 E, quanto aos outros animaes, foi-lhes tirado o dominio; todavia foi-lhes dado prolongação de vida até certo espaço de tempo. 13 Eu estava vendo nas minhas visões da noite, [14] e eis que era vindo nas nuvens do céu _um_ como o filho do homem: e chegou até ao ancião dos dias, [15] e o fizeram chegar perante elle. 14 E [16] foi-lhe dado o dominio e a honra, e o reino, e que todos os povos, nações e linguas o servissem: o seu dominio _é_ um dominio eterno, [17] que não passará, e o seu reino se não destruirá. 15 Quanto a mim, Daniel, o meu espirito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me espantavam. 16 Cheguei-me a um dos que estavam _em pé_, e pedi-lhe a certeza ácerca de tudo isto. E elle me disse, e fez-me saber a interpretação das coisas. 17 Estes [18] grandes animaes, que são quatro, _são_ quatro reis, _que_ se levantarão da terra. 18 Mas [19] os sanctos do Altissimo receberão o reino, e possuirão o reino para todo o sempre, e de eternidade em eternidade. 19 Então tive desejo de _ter_ certeza do [20] quarto animal, que era differente de todos os outros, muito terrivel, cujos dentes _eram_ de ferro, e as suas unhas de metal; que devorava, fazia em pedaços e pizava a pés o que sobrava. 20 Tambem das dez pontas que tinha na cabeça, e da outra que subia, de diante da qual cairam tres, d’aquella ponta, digo, que tinha olhos, e bocca que fallava grandiosamente, e cujo parecer _era_ maior do que o das suas companheiras. 21 Eu olhava, [21] e eis que esta ponta fazia guerra contra os sanctos, e os vencia. 22 Até que [22] veiu o ancião de dias, e se deu o juizo aos sanctos do Altissimo, e chegou o tempo em que os sanctos possuiram o reino. 23 Disse assim: [23] O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será differente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pizará aos pés, e a fará em pedaços. 24 E, [24] quanto ás dez pontas, d’aquelle mesmo reino se levantarão dez reis; e depois d’elles se levantará outro, o qual será differente dos primeiros, e abaterá a tres reis. 25 E [25] fallará palavras contra o Altissimo, [26] e destruirá os sanctos do Altissimo, e cuidará em mudar os tempos [27] e a lei; e serão entregues na sua mão por um tempo, e tempos, e a metade d’um tempo. 26 E o juizo estará assentado, e tirarão o seu dominio, para o destruir e para o desfazer até ao fim. 27 E o reino, e o dominio, e a magestade dos reinos debaixo de todo o céu [28] se dará ao povo dos sanctos do Altissimo: o seu reino _será_ um reino eterno, [29] e todos os dominios o servirão, e lhe obedecerão: 28 Até aqui _foi_ o fim do negocio. Quanto a mim, Daniel, [30] os meus pensamentos muito me espantavam, e mudou-se em mim o meu semblante; [31] mas guardei o negocio no meu coração. [1] Num. 12.6. Amós 3.7. cap. 2.28. [2] Deu. 28.49. Jer. 4.7, 13 e 48.40. Eze. 17.3. Hab. 1.8. [3] cap. 2.39. [4] cap. 8.8, 22. [5] cap. 2.40. ver. 19, 23. [6] cap. 2.41. Apo. 13.1. [7] ver. 20, 21, 24. cap. 8.9. [8] Apo. 9.7. ver. 25. Apo. 13.5. [9] Apo. 20.4. ver. 13, 22. Apo. 1.14. [10] Eze. 1.15, 16. [11] Isa. 30.33 e 66.15. I Reis 22.19. Heb. 12.22. Apo. 5.11. [12] Apo. 20.4, 12. [13] Apo. 19.20. [14] Eze. 1.26. Mat. 24.30 e 26.64. Apo. 1.7, 13 e 14.14. [15] ver. 9. [16] Mat. 11.27 e 28.18. João 3.35. I Cor. 15.27. Eph. 1.22. cap. 3.4. cap. 2.44. ver. 27. [17] Miq. 4.7. Luc. 1.33. João 12.34. Heb. 12.28. [18] ver. 3. [19] Isa. 60.12. ver. 22, 27. Apo. 2.26, 27 e 3.21 e 20.4. [20] ver. 7. [21] cap. 8.12, 24. Apo. 11.7 e 13.7 e 17.14 e 19.19. [22] ver. 9. ver. 18. I Cor. 6.2. Apo. 1.6 e 5.10 e 20.4. [23] cap. 2.40. [24] ver. 7, 8, 20. Apo. 17.12. [25] Isa. 37.23. cap. 8.24, 25 e 11.28, 30, 31, 36. Apo. 13.5, 6. [26] Apo. 17.6 e 18.24. [27] cap. 2.21 e 12.7. Apo. 12.14. [28] ver. 14, 18, 22. [29] cap. 2.44. Luc. 1.33. Isa. 60.12. [30] ver. 15. cap. 10.8, 16. [31] Luc. 2.19, 51. _A visão d’um carneiro e d’um bode._ [Antes de Christo 553] 8 No anno terceiro do reinado do rei Belshazzar appareceu-me uma visão, a mim, Daniel, [1] depois d’aquella que me appareceu no principio. 2 E vi n’uma visão [2] (e aconteceu, quando vi, que eu _estava_ na cidadella de Susan, que _está_ na provincia de Elam), vi pois, n’uma visão, que eu estava junto ao rio Ulai. 3 E levantei os meus olhos, e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha duas pontas; e as duas pontas _eram_ altas, porém uma _era_ mais alta do que a outra; e a _que era_ mais alta subiu por ultimo. 4 Vi que o carneiro dava marradas para o occidente, e para o norte e para o meio-dia; e nenhuns animaes podiam parar diante d’elle, nem _havia_ quem livrasse da sua mão; e fazia conforme a sua vontade, [3] e se engrandecia. 5 E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do occidente sobre toda a terra, e não tocava a terra; [4] e aquelle bode tinha uma ponta insigne entre os olhos; 6 E vinha ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto _em pé_ diante do rio; e correu contra elle com _todo_ o impeto da sua força. 7 E o vi chegar perto do carneiro, e se irritou contra elle, e feriu o carneiro, e lhe quebrou as duas pontas, pois não havia força no carneiro para parar diante d’elle, e o lançou por terra, e o pizou a pés; nem houve quem livrasse o carneiro da sua mão. 8 E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua _maior_ força, aquella grande ponta foi quebrada: e subiram no seu logar _outras_ quatro insignes, [5] para os quatro ventos do céu. 9 E [6] de uma d’ellas saiu uma ponta mui pequena, a qual cresceu muito para o meio-dia, e para o oriente, e para a _terra_ formosa. 10 E [7] se engrandeceu até ao exercito do céu: e a _alguns_ do exercito, e das estrellas, deitou por terra, e as pizou. 11 E [8] se engrandeceu até ao principe do exercito: e por elle foi tirado o continuo _sacrificio_, [9] e o logar do seu sanctuario foi lançado por terra. 12 E [10] o exercito foi entregue por causa das transgressões contra o continuo _sacrificio_; e lançou a verdade por terra, [11] e o fez, e prosperou. 13 Depois [12] ouvi um sancto que fallava; e disse o sancto áquelle que fallava: Até quando _durará_ a visão do continuo _sacrificio_, e da transgressão assoladora, para que seja entregue o sanctuario, e o exercito, para ser pizado? 14 E elle me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o sanctuario será justificado. 15 E aconteceu que, havendo eu, Daniel, visto a visão, [13] busquei o entendimento, [14] e eis que se me apresentou diante um com o parecer de homem. 16 E ouvi uma voz de homem entre _as margens_ do Ulai, a qual gritou, e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão. 17 E veiu perto d’onde eu estava; e, vindo elle, me assombrei, [15] e cahi sobre o meu rosto; porém elle me disse: Entende, filho do homem, porque _acontecerá_ esta visão no fim do tempo. 18 E, [16] estando elle fallando comigo, cahi adormecido sobre o meu rosto por terra: [17] elle, pois, me tocou, e me fez estar em pé. 19 E disse: Eis que te farei saber o que ha de acontecer no ultimo tempo da ira; [18] porque no tempo determinado _será_ o fim. 20 Aquelle carneiro [19] que viste com duas pontas _são_ os reis da Media e da Persia, 21 Porém [20] o bode pelludo é o rei da Grecia; e a ponta grande que _tinha_ entre os olhos _é_ o rei primeiro; 22 E que, [21] sendo quebrada ella, se levantassem quatro em logar d’ella, _significa que_ quatro reinos se levantarão da _mesma_ nação, mas não com a força d’ella. 23 Mas, no fim do seu reinado, quando os prevaricadores acabarem _de prevaricar_, [22] se levantará um rei, feroz de cara, e _será_ entendido em adivinhações. 24 E [23] se fortalecerá a sua força, mas não pela força d’elle _mesmo_; e destruirá maravilhosamente, e prosperará, e o _seu prazer_ fará: e destruirá os fortes [24] e o povo sancto. 25 E pelo seu entendimento tambem fará prosperar o engano na sua mão; e [25] no seu coração se engrandecerá, e pela tranquillidade destruirá muitos; e se levantará contra o principe dos principes, [26] mas sem mão será quebrado. 26 E [27] a visão da tarde e da manhã, que foi dita, _é_ verdade: tu, porém, cerra a visão, porque _é_ para muitos dias. 27 E eu, [28] Daniel, enfraqueci, e estive enfermo _alguns_ dias; então levantei-me e fiz o negocio do rei: e espantei-me ácerca da visão, [29] e não havia quem a entendesse. [1] cap. 7.1. [2] Est. 1.2. [3] cap. 5.19. [4] ver. 21. [5] ver. 22. [6] cap. 7.8 e 11.25. [7] cap. 11.28. Isa. 14.13. Apo. 12.4. [8] Jer. 48.26, 42. cap. 11.36. ver. 25. [9] Exo. 29.38. Num. 28.3. Eze. 46.13. [10] cap. 11.31. Isa. 59.14. [11] ver. 4. [12] I Ped. 1.12. [13] cap. 12.8. I Ped. 1.10, 11. [14] Eze. 1.26. [15] Eze. 2.1. Apo. 1.17. [16] cap. 10.9, 10. Luc. 9.32. [17] Eze. 2.2. [18] cap. 9.27 e 11.27, 35, 36 e 12.7. Hab. 2.3. [19] ver. 3. [20] ver. 5. cap. 11.5. [21] ver. 8. cap. 11.4. [22] Deu. 28.50. ver. 6. [23] Apo. 17.13, 17. ver. 12. cap. 11.36. [24] ver. 10. cap. 7.25. [25] cap. 11.36. [26] Job 34.20. Lam. 4.6. cap. 2.34, 45. [27] cap. 10.1. Eze. 12.27. cap. 10.14 e 12.4, 9. Apo. 22.10. [28] cap. 7.28 e 10.8, 16. cap. 6.2, 3. [29] ver. 16. _A oração de Daniel: as setenta semanas: o Messias._ [Antes de Christo 538] 9 No anno primeiro [1] de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos, o qual foi constituido rei sobre o reino dos chaldeos, 2 No anno primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o numero dos annos, [2] dos quaes fallou o Senhor ao propheta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalem, era de setenta annos. 3 E [3] eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar _com_ oração e rogos, com jejum, e sacco e cinza. 4 E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: [4] Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericordia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos. 5 Peccámos, [5] e commettemos iniquidade, e fizemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juizos; 6 E não démos [6] ouvidos aos teus servos, os prophetas, que em teu nome fallaram aos nossos reis, _aos_ nossos principes, e _a_ nossos paes, como tambem a todo o povo da terra. 7 Tua, [7] ó Senhor, _é_ a justiça, mas a nós _pertence_ confusão de rosto, como _se vê_ n’este dia, aos homens de Judah, e aos moradores de Jerusalem, e a todo o Israel; aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa da sua prevaricação, com que prevaricaram contra ti. 8 Ó Senhor, [8] a nós _pertence_ a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos principes, e a nossos paes, porque peccámos contra ti. 9 [9] Ao Senhor, nosso Deus, _pertencem_ as misericordias e os perdões; ainda que nos rebellámos contra elle, 10 E não obedecemos [10] á voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu pela mão de seus servos, os prophetas. 11 E [11] todo o Israel traspassou a tua lei, apartando-se para não obedecer á tua voz; por isso a maldição e o juramento, [12] que _está_ escripto na lei de Moysés, servo de Deus, se derramou sobre nós; porque peccámos contra elle. 12 E elle confirmou [13] a sua palavra, que fallou contra nós, e contra os nossos juizes que nos julgavam, trazendo sobre nós _um_ grande mal; que nunca [14] foi feito debaixo de todo o céu como foi feito em Jerusalem. 13 Como [15] está escripto na lei de Moysés, todo aquelle mal nos sobreveiu: [16] comtudo não supplicámos á face do Senhor nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades, e para nos applicarmos á tua verdade. 14 E apressurou-se o Senhor [17] sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo _é_ o Senhor, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez, [18] pois não obedecemos á sua voz. 15 Ora pois, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste [19] o teu povo da terra do Egypto com mão poderosa, e [20] ganhaste para ti nome, como _se vê_ n’este dia, peccámos; obrámos impiamente. 16 Ó Senhor, [21] segundo todas as tuas justiças pois, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalem, do teu sancto monte; [22] porque por causa dos nossos peccados, e por causa das iniquidades de nossos paes, _vieram_ Jerusalem e o teu povo _a servir de_ opprobrio a todos os que nos estão em redor. 17 Agora pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas supplicas, [23] e sobre o teu sanctuario assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor. 18 Inclina, [24] ó Deus meu, os teus ouvidos; e ouve: abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, [25] e para a cidade a qual é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas supplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericordias. 19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, attende-nos e obra sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome. 20 Estando [26] eu ainda fallando e orando, e confessando o meu peccado, e o peccado do meu povo Israel, e lançando a minha supplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte sancto do meu Deus, 21 Estando eu, digo, ainda fallando na oração, [27] o varão Gabriel, que eu tinha visto ao principio, veiu, voando rapidamente, [28] tocando-me, como á hora do sacrificio da tarde. 22 E _me_ instruiu, e fallou comigo, e disse: Daniel, agora sahi para fazer-te entender o sentido. 23 No principio das tuas supplicas, saiu a palavra, [29] e eu vim, para _t’o_ declarar, porque és mui amado: toma pois bem sentido da palavra, e entende a visão. 24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua sancta cidade, para consumir a transgressão, e para acabar os peccados, [30] e para expiar a iniquidade, e para trazer a justiça eterna, e para sellar a visão e o propheta, e para ungir o Sancto dos sanctos. 25 Sabe [31] e entende: desde a saida da palavra para fazer tornar, e para edificar a Jerusalem, [32] até ao Messias, o Principe, sete semanas, e sessenta e duas semanas: as ruas e as tranqueiras se reedificarão, [33] porém em tempos angustiados. 26 E depois das sessenta e duas semanas [34] _será_ desarreigado o Messias, e não será mais: [35] e o povo do principe, que virá, destruirá a cidade e o sanctuario, e o seu fim será com uma innundação; e até ao fim da guerra estão determinadas as assolações. 27 E confirmará concerto com muitos [36] uma semana: e _na_ metade da semana fará cessar o sacrificio e a offerta de manjares; e sobre a ala das abominações _virá_ assolador, e _isso_ até á consummação; e o que está determinado será derramado sobre o assolado. [1] cap. 1.21 e 5.31 e 6.28. [2] II Chr. 36.21. Jer. 25.11, 12 e 29.10. [3] Neh. 1.4. Jer. 29.12, 13. Thi. 4.8, 9, 10. [4] Exo. 20.6. Deu. 7.9. Neh. 1.5 e 9.32. [5] I Reis 8.47, 48. Neh. 1.6, 7 e 9.33, 34. Isa. 64.5, 6, 7. Jer. 14.7. ver. 15. [6] II Chr. 36.15, 16. ver. 10. [7] Neh. 9.33. [8] ver. 7. [9] Neh. 9.17. [10] ver. 6. [11] Isa. 1.4, 5, 6. Jer. 8.5, 10. [12] Lev. 26.14, etc. Deu. 27.15, etc. e 28.15, etc. e 29.20, etc. e 30.17, 18 e 31.17, etc. e 32.19, etc. Lam. 2.17. [13] Zac. 1.6. [14] Lam. 1.12 e 2.13. Eze. 5.9. Amós 3.2. [15] Deu. 28.15. Lam. 2.17. [16] Isa. 9.13. Jer. 2.30 e 5.3. Ose. 7.7, 10. [17] Jer. 31.28 e 44.27. Neh. 9.33. ver. 7. [18] ver. 10. [19] Exo. 6.1, 6 e 32.11. I Reis 8.51. Neh. 1.10. Jer. 32.21. [20] Neh. 9.10. Jer. 32.20. ver. 5. [21] I Sam. 12.7. Miq. 6.4, 5. [22] ver. 20. Zac. 8.3. Exo. 20.5. [23] Num. 6.25. ver. 19. [24] Isa. 37.17. Exo. 3.7. [25] Jer. 25.29. [26] Isa. 65.24. [27] cap. 8.16. [28] cap. 8.18 e 10.10, 16. [29] cap. 10.12. cap. 10.11, 19. Mat. 24.15. [30] Isa. 53.10, 11. Jer. 23.5, 6. Heb. 9.12. Apo. 14.6. Heb. 9.11. [31] ver. 23. Mat. 24.15. Esd. 4.24 e 6.1, 15. [32] João 4.25. Isa. 55.4. [33] Neh. 4.8, 16, 17, 18. [34] Isa. 53.8. Mar. 9.12. Luc. 24.26, 46. I Ped. 2.21 e 3.18. Mat. 22.7. [35] Luc. 19.44. Mat. 24.12. Mat. 24.6, 14. [36] Eze. 16.60, 61, 62. Mat. 26.28. Rom. 5.15, 19. Heb. 9.28. Mat. 24.15. Mar. 13.14. Luc. 21.20. Isa. 10.22, 23. cap. 11.36. Luc. 21.24. Rom. 11.26. _Um anjo annuncia a Daniel os acontecimentos dos ultimos dias._ [Antes de Christo 534] 10 No anno terceiro de Cyro, rei da Persia, foi revelada _uma_ palavra a Daniel, cujo nome se chama [1] Belteshazzar; e a palavra _é_ verdadeira, porém trata d’uma guerra prolongada, [2] e entendeu esta palavra, e tinha entendimento da visão. 2 N’aquelles dias eu, Daniel, me entristeci tres semanas de dias. 3 Manjar desejavel não comi, nem carne nem vinho entrou na minha bocca, [3] nem me untei com unguento, até que se cumpriram as tres semanas de dias. 4 E no dia vinte e quatro do primeiro mez eu estava na borda do grande rio [4] Hiddekel; 5 E levantei [5] os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de linho, [6] e os seus lombos cingidos com oiro fino d’Uphaz: 6 E o seu corpo _era_ como [7] turqueza, e o seu rosto parecia um relampago, [8] e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés como de côr de bronze açacalado; e a voz das suas palavras como a voz d’uma multidão. 7 E só eu, Daniel, [9] vi aquella visão; mas os homens que _estavam_ comigo não viram aquella visão: comtudo caiu sobre elles um grande temor, e fugiram, escondendo-se. 8 Fiquei pois eu só, e vi esta grande visão, [10] e não ficou força em mim; [11] e mudou-se em mim a minha formosura em desmaio, sem reter força alguma. 9 E ouvi a voz das suas palavras; [12] e, ouvindo a voz das suas palavras, eu cahi n’um profundo somno sobre o meu rosto, com o meu rosto em terra. 10 E [13] eis que uma mão me tocou, e fez que me movesse sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos. 11 E me disse: Daniel, homem mui desejado, [14] está attento ás palavras que eu fallarei comtigo, e levanta-te sobre os teus pés; porque agora sou enviado a ti. E, fallando elle comigo esta palavra, eu estava tremendo. 12 Então me disse: [15] Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que applicaste o teu coração a entender e a humilhar-te perante o teu Deus [16] são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. 13 Porém [17] o principe do reino da Persia se poz defronte de mim vinte e um dias, e eis que Michael, [18] um dos primeiros principes, veiu para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Persia. 14 Agora vim, para fazer-te entender o que ha de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias; [19] porque a visão ainda _está_ para _muitos_ dias. 15 E, fallando elle comigo estas palavras, [20] abaixei o meu rosto em terra, e emmudeci. 16 E eis aqui _alguem_, [21] similhante aos filhos dos homens, me tocou os labios: então abri a minha bocca, e fallei, e disse áquelle que estava diante de mim: Senhor meu, por causa da visão sobrevieram-me dôres, e não me ficou força alguma. 17 Como pois pode o servo d’este meu Senhor fallar com aquelle meu Senhor? porque, quanto a mim, desde agora não resta força em mim, e não ficou em mim folego. 18 E _alguem_, que tinha apparencia d’um homem, me tocou outra vez, e me confortou. 19 E disse: [22] Não temas, homem mui desejado, paz _seja_ comtigo; esforça-te, sim, esforça-te. E, fallando elle comigo, esforcei-me, e disse: Falla, meu Senhor, porque me confortaste. 20 E disse: Sabes porque eu vim a ti? [23] agora, pois, tornarei a pelejar contra o principe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o principe da Grecia. 21 Porém eu te declararei o que está escripto na escriptura da verdade; e ninguem _ha_ que se esforce comigo contra aquelles, [24] senão Michael, vosso principe. [1] cap. 1.7 e 8.26. Apo. 19.9. ver. 14. [2] cap. 1.17 e 8.16. [3] Mat. 6.17. [4] Gen. 2.14. [5] Jos. 5.13. cap. 12.6, 7. [6] Apo. 1.13, 15 e 15.6. [7] Eze. 1.14. [8] Apo. 1.14 e 10.12. Eze. 1.7. Apo. 1.15. [9] Act. 9.7. [10] cap. 8.27. [11] cap. 7.28. [12] cap. 8.18. [13] Jer. 1.9. cap. 9.21. Apo. 1.17. [14] cap. 9.23. [15] Apo. 1.17. [16] cap. 9.3, 4, 22, 23. Act. 10.4. [17] ver. 20. [18] ver. 21. cap. 12.1. Jud. 9. Apo. 12.7. [19] Gen. 49.1. cap. 2.28 e 8.26. ver. 1. Hab. 2.3. [20] ver. 9. cap. 8.18. [21] cap. 8.15. ver. 10. Jer. 1.9. [22] ver. 11. Jui. 6.23. [23] ver. 13. [24] ver. 13. Jud. 9. Apo. 12.7. _O imperio medo-persa será destruido pelo rei da Grecia: o reino será dividido em quatro. Guerra entre o rei do sul e o rei do norte._ 11 Eu, pois, [1] no primeiro anno de Dario, medo, estive para o esforçar e fortalecer. 2 E agora te declararei a verdade: Eis que ainda tres reis estarão na Persia, e o quarto será enriquecido de grandes riquezas mais do que todos; e, esforçando-se com as suas riquezas, suscitará a todos contra o reino da Grecia. 3 Depois [2] se levantará um rei valente, que reinará com grande dominio, [3] e fará o que lhe aprouver. 4 Mas, estando elle em pé, [4] o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu, porém não para a sua posteridade, nem tão pouco segundo o seu dominio com que reinou, porque o seu reino será arrancado, e será para outros fóra d’estes. 5 E se esforçará o rei do sul, _um_ d’entre os seus principes; mas _outro_ se esforçará, mais do que elle, e reinará, e dominio grande _será_ o seu dominio, 6 Mas, ao cabo de _alguns_ annos, um com outro fará concerto; e a filha do rei do sul virá ao rei do norte para fazer um tratado, mas _ella_ não terá força de braço; nem elle persistirá, nem o seu braço, porque ella será entregue, e os que a tiverem trazido, e seu pae, e o que a esforçava n’aquelles tempos! 7 Mas do renovo das suas raizes _um_ se levantará em seu logar, e virá com o exercito, e entrará nas fortalezas do rei do norte, e obrará contra elles, e prevalecerá. 8 E tambem os seus deuses com os seus principes, com os seus vasos preciosos de prata e oiro, levará captivos para o Egypto; e por _alguns_ annos elle persistirá contra o rei do norte. 9 Assim entrará o rei do sul no reino, e tornará para a sua terra. 10 Porém seus filhos se entremetterão _em guerra_, e ajuntarão grande numero de exercitos, e _um d’elles_ virá á pressa, [5] e inundará, e passará, [6] e tornará a entremetter-se _em guerra_, até chegar á sua fortaleza. 11 Então o rei do sul se exasperará, e sairá, e pelejará contra elle, _a saber_, contra o rei do norte, que porá em campo grande multidão, mas aquella multidão será entregue na sua mão. 12 Quando fôr tirada aquella multidão, o seu coração se elevará: ainda que derribará _muitos_ milhares, comtudo não prevalecerá. 13 Porque o rei do norte tornará, e porá em campo uma multidão maior do que a primeira, e ao cabo dos tempos, _isto é_, annos, virá á pressa com grande exercito e com muita fazenda. 14 E, n’aquelles tempos, muitos se levantarão contra o rei do sul; e os filhos dos prevaricadores do teu povo se levantarão para confirmar a visão, e cairão. 15 E o rei do norte virá, e levantará baluartes, e tomará a cidade forte; e os braços do sul não poderão subsistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força para subsistir. 16 O que pois ha de vir contra elle [7] fará segundo a sua vontade, e não haverá quem possa subsistir diante d’elle: e estará na terra gloriosa, e haverá consumição na sua mão. 17 E porá o seu rosto, para vir com a potencia de todo o seu reino, e com elle os rectos, e o fará: e lhe dará uma filha das mulheres, para a destruir a ella, mas ella não subsistirá, nem será por elle. 18 Depois virará o seu rosto para as ilhas, e tomará muitas; e um principe fará cessar o seu opprobrio contra elle, e ainda fará tornar sobre elle o seu opprobrio. 19 Virará pois o seu rosto para as fortalezas da sua terra, mas tropeçará, e cairá, [8] e não será achado. 20 E em seu logar se levantará quem fará passar o arrecadador em gloria real; mas em poucos dias será quebrantado, e _isto_ não em ira nem em batalha. 21 Depois se levantará em seu logar um _homem_ vil, ao qual não darão a dignidade real; mas virá [ACY] caladamente, e tomará o reino com engano. 22 E os braços da inundação serão inundados de diante d’elle; e serão quebrantados, [9] como tambem o principe do concerto. 23 E, depois dos concertos com elle, usará de engano; e subirá, e será esforçado com pouca gente. 24 Virá tambem caladamente aos logares gordos da provincia, e fará o que nunca fizeram seus paes, nem os paes de seus paes; repartirá entre elles a preza e os despojos, e a riqueza, e formará os seus projectos contra as fortalezas, porém _sómente_ por certo tempo. 25 E suscitará a sua força e o seu coração contra o rei do sul com um grande exercito; e o rei do sul se entremetterá na guerra com um grande e mui poderoso exercito; mas não subsistirá, porque formarão projectos contra elle. 26 E os que comerem os seus manjares o quebrantarão; [10] e o exercito d’elle inundará, e cairão muitos traspassados. 27 Tambem estes dois reis terão o coração attento para fazerem o mal, e a uma mesma mesa fallarão a mentira, mas não prosperará, [11] porque o fim ainda _terá logar_ no tempo determinado. 28 E tornará para a sua terra com grande riqueza, e o seu coração _será_ contra o sancto concerto; e obrará, e tornará para a sua terra. 29 Ao tempo determinado tornará a vir contra o sul; mas não será a ultima como a primeira _vez_. 30 Porque virão contra elle navios de Chittim, de que se entristecerá; e tornará, [12] e se indignará contra o sancto concerto, e obrará, porque tornará a attender aos que tiverem desamparado o sancto concerto. 31 E [ACZ] sairão a elle _uns_ braços, [13] e profanarão o sanctuario _e_ a fortaleza, e tirarão o continuo _sacrificio_, e porão a abominação assoladora. 32 E aos violadores do concerto com lisonjas fará usar de hypocrisia, mas o povo que conhece ao seu Deus se esforçará e fará _proezas_. 33 E [14] os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; e cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo captiveiro, e pelo roubo, por _muitos_ dias. 34 E, caindo elles, serão ajudados com pequeno soccorro; e muitos se ajuntarão com elles com lisonjas. 35 E _alguns_ dos entendidos cairão, para os provar, [15] e purgar, e embranquecer, até ao fim do tempo, [16] porque _será_ ainda até ao tempo determinado. 36 E este rei [17] fará conforme a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo o deus; [18] e contra o Deus dos deuses fallará coisas maravilhosas, e será prospero, até que a ira seja acabada; porque aquillo que está determinado será feito. 37 E não terá respeito _algum_ ao Deus de seus paes, [19] nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a algum _outro_ deus, porque sobre tudo se engrandecerá. 38 E ao deus das fortalezas honrará em seu logar, a saber, ao deus a quem seus paes não conheceram honrará com oiro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas desejadas. 39 E fará os castellos fortes com o deus estranho; aos que reconhecer multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por preço. 40 E, [20] no fim do tempo, o rei do sul lhe dará marradas, e o rei do norte o accommetterá [21] com carros, e com cavalleiros, [22] e com muitos navios; e entrará nas terras, e as inundará, e passará. 41 E entrará na terra gloriosa, e muitas _terras_ serão derribadas, mas escaparão da sua mão estes: [23] Edom e Moab, e as primicias dos filhos d’Amon. 42 E estenderá a sua mão ás terras, e a terra do Egypto não escapará. 43 E apoderar-se-ha dos thesouros de oiro e de prata, e de todas as coisas desejadas do Egypto; e os lybios e os ethiopes o seguirão. 44 Mas os rumores do oriente e do norte o espantarão; e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos. 45 E armará as tendas do seu palacio entre o mar grande, no monte sancto e glorioso; mas virá ao seu fim, e não haverá quem o soccorra. [1] cap. 9.1. cap. 5.31. [2] cap. 7.6. [3] ver. 16, 36. [4] cap. 8.8. [5] Isa. 8.8. cap. 9.26. [6] ver. 7. [7] ver. 3, 36. [8] Job 20.8. Eze. 26.21. [9] cap. 8.10. [10] ver. 22. [11] ver. 35. cap. 8.19. [12] ver. 28. [13] cap. 8.11 e 12.11. [14] Mal. 2.7. [15] cap. 12.10. I Ped. 1.7. ver. 40. [16] ver. 29. [17] cap. 7.8, 25 e 8.25. II The. 2.4. Apo. 13.5, 6. [18] cap. 8.11, 24, 25. [19] I Tim. 4.3. II The. 2.4. [20] ver. 35. [21] Zac. 9.14. [22] Eze. 38.4, 15. Apo. 9.16. [23] Isa. 11.14. _Os ultimos tempos: as palavras selladas._ 12 E n’aquelle tempo se [1] levantará Michael, o grande principe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, [2] e haverá um tempo de angustia, qual nunca houve, desde que houve nação até áquelle tempo; [3] porém n’aquelle tempo livrar-se-ha o teu povo, todo aquelle que se achar escripto no livro. 2 E muitos dos que dormem no pó da terra resuscitarão, uns para vida eterna, [4] e outros para vergonha _e_ para nojo eterno. 3 Os entendidos [5] pois resplandecerão como o resplandor do firmamento, e os que a muitos ensinam [6] a justiça como as estrellas sempre e eternamente. 4 E tu, [7] Daniel, fecha estas palavras e sella este livro, até ao fim do tempo: então muitos passarão, lendo-o, e a sciencia se multiplicará. 5 E eu, Daniel, olhei, e eis que estavam _em pé_ outros dois, um d’esta banda, á beira do rio, e o outro da outra banda, á [8] beira do rio. 6 E elle disse ao homem vestido de linho, que _estava_ sobre as aguas do rio: Até quando _será_ o fim das maravilhas? 7 E ouvi o homem vestido de linho, que _estava_ sobre as aguas do rio, [9] e levantou a sua mão direita e a sua mão esquerda ao céu, e jurou por aquelle que vive eternamente que depois do determinado tempo, determinados tempos [10] e a metade _do tempo_, e quando acabar de espalhar o poder do povo sancto, [11] todas estas coisas serão cumpridas. 8 Eu pois ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual _será_ o fim d’estas coisas? 9 E disse: Vae, Daniel, [12] porque estas palavras estão fechadas e selladas até ao tempo do fim. 10 Muitos [13] serão purgados, e embranquecidos, e provados; mas os impios obrarão impiamente, e nenhum dos impios entenderá, [14] mas os entendidos entenderão. 11 E desde o tempo em que o continuo _sacrificio_ [15] fôr tirado, e posta a abominação assoladora, _serão_ mil, duzentos e noventa dias. 12 Bemaventurado o que espera e chega até mil, trezentos e trinta e cinco dias. 13 Tu, porém, [16] vae até ao fim; porque repousarás, e te levantarás na tua sorte, no fim dos dias. [1] cap. 10.13, 21. [2] Apo. 16.18. [3] Rom. 11.26. Exo. 32.32. Luc. 10.20. Phi. 4.3. Apo. 3.5 e 13.8. [4] Mat. 25.46. João 5.28, 29. Act. 24.15. Rom. 9.21. [5] cap. 11.33, 35. Mat. 13.43. [6] I Cor. 15.41, 42. [7] cap. 5.15. Luc. 15.18. Eze. 16.8. [8] cap. 10.4. [9] Deu. 32.40. Apo. 10.5, 6. [10] cap. 7.25 e 11.13. Apo. 12.14. [11] Luc. 21.24. Apo. 10.7. cap. 8.24. [12] ver. 4. [13] cap. 11.35. Zac. 13.9. Ose. 14.9. [14] cap. 11.33, 35. [15] cap. 8.11 e 11.31. [16] ver. 9. Apo. 14.13. OSEAS. _Casamento symbolico de Oseas; idolatria e corrupção de Israel: ameaças e promessas de perdão._ [Antes de Christo 785] 1 Palavra do Senhor, que foi dita a Oseas, filho de Beeri, nos dias d’Uzias, Jothão, Achaz, Ezequias, reis de Judah, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel. 2 O principio da palavra do Senhor por Oseas: disse pois o Senhor a Oseas: [1] Vae, toma _uma_ mulher de fornicações, e filhos de fornicações; porque a terra fornicando fornica, _desviando-se_ de após o Senhor. 3 E foi-se, e tomou a Gomer, filha de Diblaim, e ella concebeu, e lhe pariu um filho. 4 E disse-lhe o Senhor: Chama o seu nome Jezreel; [2] porque d’aqui a pouco visitarei o sangue de Jezreel sobre a casa de Jehu, e farei cessar o reino da casa de Israel. 5 E será n’aquelle dia que quebrarei o arco de Israel no valle de Jezreel. 6 E tornou _ella_ a conceber, e pariu uma filha; e elle disse: Chama o seu nome Lo-ruhama; [3] porque eu não me tornarei mais a compadecer da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei. 7 Mas da casa de Judah me apiedarei, e os salvarei pelo Senhor seu [4] Deus, pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem pelos cavallos nem pelos cavalleiros. 8 E, depois de haver desmamado a Lo-ruhama, concebeu e pariu um filho. 9 E elle disse: Chama o seu nome Lo-ammi; porque vós não _sois_ meu povo, nem eu serei vosso _Deus_. 10 Todavia o numero [5] dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá [6] que no logar onde se lhes dizia: Vós não _sois_ meu povo, [7] se lhes dirá: Vós _sois_ filhos do Deus vivo. 11 E [8] os filhos de Judah e os filhos de Israel juntos se congregarão, e constituirão sobre si uma unica cabeça, e subirão da terra; porque grande _será_ o dia de Jezreel. [1] cap. 3.1. Deu. 31.16. Eze. 23.3, etc. [2] II Reis 10.11. II Reis 15.10, 12. [3] II Reis 17.6, 23. [4] Zac. 9.10. [5] Gen. 32.12. Rom. 9.27, 28. [6] Rom. 9.25, 26. I Ped. 2.10. [7] João 1.12. I João 3.1. [8] Isa. 11.12, 13. Jer. 3.18. Eze. 34.23 e 37.16-24. 2 Dizei a vossos irmãos, Ammi, e a vossas irmãs, Ruhama: 2 Contendei com vossa mãe, contendei, [1] porque ella não _é_ minha mulher, e eu não _sou_ seu marido, e tire ella as suas fornicações da sua face e os seus adulterios de entre os seus peitos. 3 Para que [2] eu não a despoje despida, e a ponha como no dia em que nasceu, e a faça como um deserto, e a ponha como uma terra secca, e a mate á sede, 4 E não me apiede de seus filhos, [3] porque _são_ filhos de fornicações. 5 Porque [4] sua mãe fornicou: aquella que os concebeu houve-se torpemente, porque diz: Irei atraz de meus namorados, [5] que _me_ dão o meu _pão_ e a minha agua, a minha lã e o meu linho, o meu oleo e as minhas bebidas. 6 Portanto, [6] eis que cercarei o teu caminho com espinhos; e levantarei uma parede de sebe, e não achará as suas veredas. 7 E irá em seguimento de seus amantes, mas não os alcançará; e buscal-os-ha, mas não os achará: então dirá: Ir-me-hei, [7] e tornar-me-hei a meu primeiro marido, porque melhor me ia então do que agora. 8 Ella pois não reconhece [8] que eu lhe dei o grão, e o mosto, e o oleo, e lhe multipliquei a prata e o oiro, _do que_ usaram para Baal. 9 Portanto, tornar-me-hei, [9] e a seu tempo tirarei o meu grão e o meu mosto ao seu determinado tempo; e arrebatarei a minha lã e o meu linho, _que tinha dado_ para cobrir a sua nudez. 10 E [10] agora descobrirei a sua vileza diante dos olhos dos seus namorados, e ninguem a livrará da minha mão. 11 E [11] farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sabbados, e todas as suas festividades. 12 E assolarei a sua vide e a sua figueira, [12] de que ella diz: Estas são a minha paga que me deram os meus amantes: eu pois farei d’ellas _um_ bosque, e as bestas feras do campo as devorarão. 13 E sobre ella visitarei os dias de Baal, em que lhe queimou incenso, [13] e se adornou dos seus pendentes e das suas gargantilhas, e andou atraz de seus namorados, mas de mim se esqueceu, diz o Senhor. 14 Portanto, eis que eu a attrahirei, [14] e a levarei para o deserto, e lhe fallarei ao coração. 15 E [15] lhe darei as suas vinhas d’ali, e o valle de Achor, para porta de esperança; e ali cantará, [16] como nos dias da sua mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egypto. 16 E será n’aquelle dia, diz o Senhor, que _me_ chamarás: Meu marido; e não _me_ chamarás mais: Meu Baal. 17 E [17] da sua bocca tirarei os nomes de Baalim, e os seus nomes não virão mais em memoria. 18 E n’aquelle dia [18] lhes farei alliança com as bestas feras do campo, e com as aves do céu, e com os reptis da terra; e da terra quebrarei o arco, [19] e a espada, e a guerra, e os farei deitar em segurança. 19 E desposar-te-hei comigo para sempre: desposar-te-hei comigo em justiça, e em juizo, e em benignidade, e em misericordias. 20 E desposar-te-hei comigo em fidelidade, [20] e conhecerás ao Senhor. 21 E acontecerá n’aquelle dia _que_ eu responderei, [21] diz o Senhor, eu responderei aos céus, e estes responderão á terra. 22 E a terra ouvirá ao trigo, como tambem ao mosto, e ao oleo, [22] e estes responderão a Jezreel. 23 E semeal-a-hei [23] para mim na terra, e apiedar-me-hei de Lo-ruhama; e a Lo-ammi direi: [24] Tu _és_ meu povo; e elle dirá: Ó meu Deus! [1] Isa. 50.1. Eze. 16.25. [2] Jer. 13.22, 26. Eze. 16.37, 39. Eze. 16.4 e 19.13. Amós 8.11, 13. [3] João 8.41. [4] Isa. 1.21. Jer. 3.1, 6, 8, 9. Eze. 16.15, 16, etc. [5] ver. 8, 12. Jer. 44.17. [6] Job 3.23 e 19.8. Lam. 3.7, 9. [7] cap. 5.15. Luc. 15.18. Eze. 16.8. [8] Isa. 1.3. Eze. 16.17, 18, 19. [9] ver. 3. [10] Eze. 16.37 e 23.29. [11] Amós 8.10. I Reis 12.32. Amós 8.5. [12] ver. 5. [13] Eze. 23.40, 42. [14] Eze. 20.25. [15] Jos. 7.26. Isa. 65.10. [16] Jer. 2.2. Eze. 16.8, 22, 60. Exo. 15.1. [17] Exo. 23.13. Jos. 23.7. Zac. 13.2. [18] Job 5.22. Isa. 11.6, 9. Eze. 34.25. [19] Isa. 2.4. Eze. 39.9, 10. Zac. 9.10. Lev. 26.5. Jer. 23.6. [20] Jer. 31.33, 34. João 17.3. [21] Zac. 8.12. [22] cap. 1.4. [23] Jer. 31.27. Zac. 10.9. cap. 1.6. [24] cap. 1.10. Zac. 13.9. Rom. 9.26. I Ped. 2.10. 3 E o Senhor me disse: Vae outra vez, [1] ama uma mulher, amada de _seu_ amigo, comtudo adultera, como o Senhor ama os filhos de Israel; mas elles olham para outros deuses, e amam os frascos das uvas. [Antes de Christo 780] 2 E a comprei para mim por quinze _dinheiros_ de prata, e um homer de cevada, e meio homer de cevada; 3 E lhe disse: [2] Tu ficarás para mim muitos dias (não fornicarás, nem serás de _outro_ homem), e tambem eu _ficarei_ para ti. 4 Porque os filhos de Israel [3] ficarão por muitos dias sem rei, e sem principe, e sem sacrificio, e sem estatua, e sem ephod, e _sem_ teraphim. 5 Depois tornarão os filhos de Israel, [4] e buscarão ao Senhor seu Deus, e a David, seu rei; e temerão ao Senhor, e á sua bondade, no fim dos dias. [1] cap. 1.2. Jer. 3.20. [2] Deu. 21.13. [3] cap. 10.3. Exo. 28.6. Jui. 17.5. [4] Jer. 50.4, 5. cap. 5.6. Jer. 30.9. Eze. 34.23, 24 e 37.22, 24. _Israel e Judah são ameaçados com castigo por causa da sua impiedade: a ignorancia e malicia do povo._ 4 Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel, [1] porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra, porque não _ha_ verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na terra. 2 _Mas_ o perjurar, e o mentir, e o matar, e o furtar, e o adulterar, prevalecem, e os homicidios se tocaram com homicidios. 3 Por isso a terra se lamentará, [2] e qualquer que morar n’ella desfallecerá, com os animaes do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar serão tirados. 4 Porém ninguem contenda, nem reprehenda a alguem, [3] porque o teu povo _é_ como os que contendem com o sacerdote. 5 Por isso cairás de dia, e o propheta comtigo cairá de noite, e destruirei a tua mãe. 6 O meu povo [4] foi destruido, porque _lhe_ faltou o conhecimento: porque tu rejeitaste o conhecimento, tambem eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, _visto que_ te esqueceste da lei do teu Deus, tambem eu me esquecerei de teus filhos. 7 Assim como elles se multiplicaram, [5] assim contra mim peccaram: eu mudarei a sua honra em vergonha. 8 Comem do peccado do meu povo, e da sua maldade d’elle teem desejo ardente. 9 Portanto, [6] como o povo, assim será o sacerdote; e visitarei sobre elle os seus caminhos, e lhe recompensarei as suas obras. 10 Comerão, [7] mas não se fartarão; fornicarão, mas não se multiplicarão; porque deixaram de olhar para o Senhor. 11 A fornicação, e o vinho, e o mosto [8] tiram o coração. 12 O meu povo consulta a sua madeira, [9] e a sua vara lhe responde, porque o espirito de fornicações _os_ engana, e fornicam, apartando-se da sujeição do seu Deus. 13 Sacrificam [10] sobre os cumes dos montes, e queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho, e do alamo, e do olmeiro, porque _é_ boa a sua sombra: [11] por isso vossas filhas fornicam, e as vossas noras adulteram. 14 _Porventura_ não visitarei sobre vossas filhas, que fornicam, nem sobre vossas noras, que adulteram, porque elles mesmos com as prostitutas se desviam, e com as meretrizes sacrificam; [12] pois o povo _que_ não tem entendimento será transtornado. 15 Se tu, ó Israel, queres fornicar, _ao menos_ não se faça culpado Judah: [13] não venhaes a Gilgal, e não subaes a Beth-aven, e não jureis, _dizendo_: Vive o Senhor. 16 Porque [14] como uma vacca rebelde se rebellou Israel: agora o Senhor os apascentará como a um cordeiro n’um logar espaçoso. 17 Ephraim _é_ dado a idolos; deixa-o. 18 A sua bebida se foi: fornicando, fornicam; certamente amaram a vergonha os seus principes. 19 Um vento [15] os atou nas suas azas, e envergonhar-se-hão por causa dos seus sacrificios. [1] Isa. 1.18 e 3.13, 14. Jer. 35.31. cap. 12.2. Miq. 6.2. [2] Jer. 4.28 e 12.4. Amós 5.16 e 8.8. Sof. 1.3. [3] Deu. 17.12. [4] Isa. 5.13. [5] cap. 13.6. [6] Isa. 24.2. Jer. 5.31. [7] Miq. 6.14. Agg. 1.6. [8] Isa. 28.7. [9] Jer. 2.27. Hab. 2.19. cap. 5.4. [10] Isa. 1.29 e 57.5, 7. Eze. 6.13 e 20.28. [11] Amós 7.17. Rom. 1.28. [12] ver. 1, 6. [13] cap. 12.11. Amós 4.4 e 5.5. cap. 10.5. Amós 8.14. [14] Jer. 3.6 e 7.24 e 8.5. Zac. 7.11. [15] Jer. 4.11, 12 e 51.1. Isa. 1.29. Jer. 2.26. _Os principes e sacerdotes são reprehendidos e exhortados ao arrependimento._ 5 Ouvi isto, ó sacerdotes, e escutae, ó casa de Israel, e escutae, ó casa do rei, porque a vós _toca_ este juizo, [1] visto que fostes um laço para Mispah, e rede estendida sobre Tabor. 2 E, matando _sacrificios_ errados, [2] abaixaram até ao profundo; mas eu _serei_ a correcção de todos elles. 3 Eu [3] conheço a Ephraim, e Israel não se me esconde; porque agora tens fornicado, ó Ephraim, _e_ se contaminou Israel. 4 Não querem ordenar as suas acções afim de voltarem para o seu Deus, [4] porque o espirito das fornicações _está_ no meio d’elles, e não conhecem ao Senhor. 5 A [5] soberba de Israel testificará pois no seu rosto: e Israel e Ephraim cairão pela sua injustiça, e Judah cairá juntamente com elles. 6 _Então_ [6] irão com as suas ovelhas, e com as suas vaccas, para buscarem ao Senhor, mas não o acharão: elle se retirou d’elles. 7 Aleivosamente se houveram [7] contra o Senhor, porque geraram filhos estranhos: [8] agora a lua nova os consumirá com as suas porções. 8 Tocae a buzina em Gibeath, a trombeta em Rama: [9] gritae altamente _em_ Beth-aven; após ti, a Benjamin. 9 Ephraim será para assolação no dia do castigo: entre as tribus de Israel manifestei o que certo está. 10 Os principes de Judah foram _feitos_ como os que traspassam os limites: derramarei _pois_ o meu furor sobre elles como agua. 11 Ephraim opprimido [10] _e_ quebrantado _é_ no juizo, porque _assim_ quiz: andou após o mandamento. 12 Portanto a Ephraim _serei_ como a traça, [11] e á casa de Judah como a podridão. 13 Vendo _pois_ Ephraim [12] a sua enfermidade, e Judah a sua inchação, subiu Ephraim á Assyria e enviou ao rei Jareb; mas elle não poderá sarar-vos, nem vos curará a inchação. 14 Porque a Ephraim _serei_ como um leão, e como um leãosinho á casa de Judah: eu, [13] eu o despedaçarei, e ir-me-hei embora; eu levarei, e não haverá quem livre. 15 Andarei, _e_ tornarei ao meu [14] logar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face: estando elles angustiados, de madrugada me buscarão. [1] cap. 6.9. [2] Isa. 29.15. [3] Amós 3.2. cap. 4.17. [4] cap. 4.12. [5] cap. 7.10. [6] Pro. 1.28. Isa. 1.15. Jer. 11.11. Miq. 3.4. João 7.34. [7] Isa. 43.8. Jer. 5.11. cap. 6.7. [8] Zac. 11.8. [9] Jos. 7.2. cap. 4.15. Jui. 5.14. [10] Deu. 28.33. [11] Pro. 12.4. [12] Jer. 30.20. cap. 7.11 e 12.1. [13] Lam. 3.10. cap. 13.7, 8. [14] Lev. 26.40, 41. Jer. 29.12, 13. 6 Vinde, e tornemos [1] ao Senhor, porque elle despedaçou, e nos sarará, feriu, e nos atará _a ferida_. 2 Depois [2] de dois dias nos dará a vida: ao terceiro dia nos resuscitará, e viveremos diante d’elle. 3 Então [3] conheceremos, _e_ proseguiremos em conhecer, ao Senhor: como a alva, está apparelhada a sua saida: e elle a nós virá como a chuva, como chuva serodia que rega a terra. 4 Que te farei, ó Ephraim? que te farei, ó Judah? visto que a vossa beneficencia [4] _é_ como a nuvem da manhã, e como o orvalho da madrugada, que passa. 5 Por isso os cortei [5] pelos prophetas: pelas palavras da minha bocca os matei; e os teus juizos sairão _como_ a luz. 6 Porque o _que_ eu quero _é_ a misericordia, [6] e não o sacrificio; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos. 7 Porém elles traspassaram o concerto, [7] como Adão; ali se portaram aleivosamente contra mim. 8 Gilead [8] _é uma_ cidade dos que obram iniquidade, calcada de sangue. 9 Como as tropas dos salteadores a alguns esperam, [9] _assim é_ a companhia dos sacerdotes; matam no caminho para Sichem, porque fazem abominações. 10 Vejo uma coisa horrenda na casa de Israel: [10] ali está a fornicação d’Ephraim; Israel é contaminado. 11 Tambem para ti, ó Judah, foi assignada uma sega; [11] quando eu [ADA] tornar o captiveiro do meu povo. [1] I Sam. 2.6. Job 5.18. Jer. 30.17. [2] I Cor. 15.4. [3] Isa. 54.13. II Sam. 23.4. Job 29.23. [4] cap. 13.3. [5] Jer. 5.14 e 23.29. Heb. 4.12. [6] I Sam. 15.22. Miq. 6.8. Mat. 9.13 e 12.7. Isa. 1.11. [7] cap. 5.7. [8] cap. 12.11. [9] cap. 5.1, 2. [10] Jer. 5.30. [11] Jer. 51.33. Joel 3.13. Apo. 14.15. 7 Sarando eu a Israel, se descobriu a iniquidade d’Ephraim, como tambem as maldades de Samaria, [1] porque obraram a falsidade; e o ladrão entra, e a tropa dos salteadores despoja por fóra. [Antes de Christo 773] 2 E não dizem no seu coração _que_ eu me lembro [2] de toda a sua maldade: agora, _pois_, os cercam as suas obras; diante da minha face estão. 3 Com a sua malicia alegram ao rei, e com as suas maneiras aos principes. 4 Todos [3] _juntamente_ adulteram: similhantes são ao forno acceso pelo padeiro, _que_ cessa de vigiar, depois que amassou a massa, até que seja levedada. 5 E o dia do nosso rei os principes _o_ fazem adoecer, _por_ esquentamento do vinho: estende a sua mão com os escarnecedores. 6 Porque, como um forno, applicaram o coração, emboscando-se; toda a noite dorme o seu padeiro, pela manhã arde como fogo de chamma. 7 Todos juntos se esquentam como o forno, [4] e consomem os seus juizes: todos os seus reis caem, ninguem entre elles _ha_ que clame a mim. 8 Ephraim com os povos se mistura; Ephraim _é um_ bolo que não foi virado. 9 Estrangeiros [5] lhe comeram a força, e não o sabe; tambem as cãs se espalharam sobre elle, e não o sabe. 10 E [6] a soberba de Israel testificará em sua face; e não voltarão para o Senhor seu Deus, nem o buscarão em tudo isto. 11 Porque [7] Ephraim é como uma pomba enganada, sem entendimento: invocam o Egypto, vão para a Assyria. 12 Quando forem, [8] sobre elles estenderei a minha rede, _e_ como aves do céu os farei descer: castigal-os-hei, [9] conforme ao que elles teem ouvido na sua congregação. 13 Ai d’elles, porque fugiram de mim: destruição sobre elles, porque se rebellaram contra mim: [10] eu os remi, porém fallam mentiras contra mim. 14 E [11] não clamaram a mim do seu coração, quando davam uivos nas suas camas; para o trigo e para o vinho se ajuntam, _mas_ contra mim se rebellam. 15 Eu os castiguei, _e_ lhes esforcei os braços, _mas_ pensam mal contra mim. 16 Tornaram-se, [12] _mas não ao_ Altissimo. Fizeram-se como _um_ arco enganoso: caem á espada os seus principes, por causa da colera da sua lingua; este será o seu escarneo na terra do Egypto. [1] cap. 5.1 e 6.10. [2] Jer. 17.1. [3] Jer. 9.2. [4] cap. 8.4. Isa. 64.7. [5] cap. 8.7. [6] cap. 5.5. Isa. 9.13. [7] cap. 11.11. cap. 5.3. [8] Eze. 12.13. [9] Lev. 26.14, etc. Deu. 28.15, etc. II Reis 17.13, 18. [10] Miq. 6.4. [11] Job 35.9, 10. Jer. 3.10. Zac. 7.5. [12] cap. 11.7. _O castigo está proximo._ [Antes de Christo 760] 8 Põe [1] a trombeta á tua bocca; _elle vem_ como a aguia contra a casa do Senhor, [2] porque traspassaram o meu concerto, e se rebellaram contra a minha lei. 2 _Então_ [3] a mim clamarão: Deus meu! nós, Israel, te conhecemos. 3 Israel rejeitou o bem: o inimigo perseguil-o-ha. 4 Elles fizeram reis, [4] porém não de mim: constituiram principes, porém eu não o soube: da sua prata [5] e do seu oiro fizeram idolos para si, para serem destruidos. 5 O teu bezerro, ó Samaria, _te_ rejeitou: a minha ira se accendeu contra elles; [6] até quando _serão_ elles incapazes da innocencia? 6 Porque tambem isso _é_ de Israel, um artifice o fez, e não _é_ Deus, mas _em_ pedaços _será_ desfeito o bezerro de Samaria. 7 Porque [7] vento semearam, e segarão tormenta: seara não _haverá_, a herva não dará farinha: se a der, [8] tragal-a-hão os estrangeiros. 8 Israel [9] foi tragado: agora entre as nações será tido como um vaso em que ninguem tem prazer. 9 Porque subiram á Assyria, _como_ um jumento montez, por si só: [10] mercou Ephraim amores. 10 Ainda que elles merquem entre as nações, [11] agora as congregarei: _já_ começaram a ser diminuidos por causa da carga do rei dos principes. 11 Porquanto [12] Ephraim multiplicou os altares para peccar; teve altar para peccar. 12 Escrevi-lhe as grandezas da minha lei, [13] _porém_ essas são estimadas como coisa estranha. 13 _Quanto_ [14] aos sacrificios dos meus dons, sacrificam carne, e _a_ comem, _mas_ o Senhor não se deleitou n’elles: [15] agora se lembrará da sua injustiça, e visitará os seus peccados: elles voltarão para o Egypto. 14 Porque Israel se esqueceu [16] do seu Creador, e edificou templos, [17] e Judah multiplicou cidades fortes; mas eu enviarei um fogo contra as suas cidades, que consumirá os seus palacios. [1] cap. 5.8. Deu. 28.49. Jer. 4.13. Hab. 1.8. [2] cap. 6.7. [3] Tito 1.16. [4] II Reis 15.13, 17, 25. [5] cap. 2.8 e 13.2. [6] Jer. 13.27. [7] Pro. 22.8. cap. 10.12, 13. [8] cap. 7.9. [9] Jer. 22.28 e 48.38. [10] Eze. 16.33, 34. [11] Eze. 16.37. cap. 10.10. [12] cap. 12.11. [13] Deu. 4.6, 8. [14] Jer. 7.21 e 14.10, 12. Amós 5.22. [15] cap. 9.9. Amós 8.7. [16] Deu. 32.18. Isa. 29.23. [17] Jer. 17.27. Amós 2.5. _O peccado de Israel e a sua consequencia._ 9 Não te alegres, ó Israel, até saltar, como os povos; [1] porque pela fornicação abandonaste o teu Deus: amaste a paga _de meretriz_ sobre todas as eiras de trigo. 2 A [2] eira e o lagar não os manterão; e o mosto lhe faltará. 3 Na [3] terra do Senhor não permanecerão; mas Ephraim tornará ao Egypto, [4] e na Assyria comerão o immundo. 4 Não [5] derramarão vinho ao Senhor, nem lhe _serão_ suaves: os seus sacrificios lhes serão como pão de pranto; todos os que d’elle comerem serão immundos, porque o seu pão _é_ por sua alma; não entrará na casa do Senhor. 5 Que fareis vós [6] no dia da solemnidade, e no dia da festa do Senhor? 6 Porque, eis que _elles_ se foram por causa da destruição: [7] o Egypto os recolherá, Memphis os sepultará: o desejavel da sua prata as ortigas _o_ possuirão por herança, [8] espinhos _haverá_ nas suas moradas. 7 _Já_ chegaram os dias da visitação, _já_ chegaram os dias da retribuição; os de Israel o saberão: [9] o propheta _é_ louco, o homem de espirito _é_ furioso; por causa da abundancia da tua iniquidade tambem abundará o odio. 8 Ephraim [10] era o vigia com o meu Deus, _mas_ o propheta é _como_ um laço de caçador de aves em todos os seus caminhos, odio na casa do seu Deus. 9 Mui profundamente [11] _se_ corromperam, como nos dias de Gibeah: lembrar-se-ha das suas injustiças, visitará os peccados d’elles. 10 Achei a Israel como uvas no deserto, [12] vi a vossos paes como a fructa temporã da figueira no seu principio; [13] _porém_ entraram _a_ Baalpeor, e se apartaram para essa vergonha, e se tornaram abominaveis como aquillo que amaram. 11 _Quanto_ a Ephraim, a sua gloria como ave voará desde o nascimento, e desde o ventre, e desde o concebimento. 12 Ainda que [14] venham a crear seus filhos, comtudo os privarei _d’elles_ d’entre os homens, porque tambem, [15] ai d’elles! quando me apartar d’elles. 13 Ephraim, [16] assim como vi a Tyro, plantada _está_ n’um logar deleitoso; [17] mas Ephraim tirará para fóra seus filhos para o matador. 14 Dá-lhes, ó Senhor; que _pois lhes_ darás? [18] dá-lhes uma madre que aborte e seios seccos. 15 Toda [19] a sua malicia _se acha_ em Gilgal, porque ali os aborreci pela malicia das suas obras: lançal-os-hei para fóra de minha casa; não os amarei mais: [20] todos os seus principes _são_ rebeldes. 16 Ephraim foi ferido, seccou-se a sua raiz; não darão fructo: [21] e, ainda que gerem, todavia matarei os desejaveis do seu ventre. 17 O meu Deus os rejeitará, porque não o ouvem, [22] e vagabundos andarão entre as nações. [1] cap. 4.12 e 5.4, 7. [2] cap. 2.9, 12. [3] Lev. 25.23. Jer. 2.7 e 16.18. cap. 8.13 e 11.5. [4] Eze. 4.13. Dan. 1.8. [5] Jer. 6.20. cap. 8.13. [6] cap. 2.11. [7] cap. 7.16. ver. 3. [8] Isa. 32.13. cap. 10.8. [9] Eze. 13.3, etc. Sof. 3.4. [10] Jer. 6.17 e 31.6. [11] cap. 10.9. cap. 8.13. [12] Isa. 28.4. Miq. 7.1. cap. 2.15. [13] Num. 25.3. cap. 4.14. Jer. 11.13. Amós 4.5. [14] Job 27.14. Deu. 28.41, 62. [15] Deu. 31.17. [16] Eze. 26 e 27 e 28. [17] ver. 16. cap. 14.1. [18] Luc. 23.29. [19] cap. 4.15 e 12.11. cap. 1.6. [20] Isa. 1.23. [21] ver. 13. [22] Deu. 28.64, 65. 10 Israel [1] _é_ uma vide vasia; dá fructo para si mesmo: [2] segundo a multidão do seu fructo, multiplicou os altares, segundo a bondade da sua terra, fizeram boas as estatuas. [Antes de Christo 740] 2 Lisonjeia-_os_ [3] o seu coração, agora serão culpados: cortará os seus altares, e destruirá as suas estatuas. 3 Porque [4] agora dirão: Não temos rei, porque não tememos ao Senhor: que, pois, nos faria o rei? 4 Fallaram palavras, jurando falsamente, fazendo um concerto: [5] e florescerá o juizo como herva peçonhenta nos regos dos campos. 5 Os moradores de Samaria [6] serão atemorisados pelo bezerro de Beth-aven; porque o seu povo lamentará por causa d’elle, como tambem os seus sacerdotes (_que_ por causa d’elle se alegravam), [7] por causa da sua gloria, que pois se foi d’ella. 6 Tambem a Assyria [8] será levada _como_ um presente ao rei Jareb: Ephraim ficará confuso, e Israel se envergonhará por causa do seu conselho. 7 O rei de Samaria [9] será cortado como a escuma sobre a face da agua. 8 E os altos de Aven, [10] peccado de Israel, serão destruidos: espinhos e cardos crescerão sobre os seus altares; e dirão aos montes: [11] Cobri-nos! e aos outeiros: Cahi sobre nós! 9 Desde os dias de Gibeah peccaste, ó Israel; [12] ali pararam: a peleja em Gibeah contra os filhos da perversidade não os accommetterá. 10 Eu [13] os castigarei á medida do meu desejo; e congregar-se-hão contra elles os povos, quando os atar nos seus dois regos. 11 Porque [14] Ephraim _é_ uma bezerra [ADB] acostumada, que gosta de trilhar; passei sobre a formosura do seu pescoço: _porventura_ deixarei andar a cavallo Ephraim? Judah lavrará, Jacob lhe desfará os torrões. 12 Semeae [15] para vós a justiça, segae para beneficencia, _e_ lavrae o campo de lavoura; porque o tempo _é_ de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça sobre vós. 13 Lavrastes [16] a impiedade, segastes a perversidade, _e_ comestes o fructo da mentira; porque confiaste no teu caminho, na multidão dos teus valentes. 14 Portanto, entre os seus povos se levantará um grande tumulto, e todas as tuas fortalezas serão destruidas, [17] como Shalman destruiu a Beth-arbel no dia da guerra: a mãe ali foi despedaçada com os filhos. 15 Assim vos fará Beth-el, por causa da malicia de vossa malicia: o rei de Israel de madrugada será totalmente destruido. [1] Nah. 2.2. [2] cap. 8.11 e 12.11. [3] Mat. 6.24. [4] cap. 3.4 e 11.5. Miq. 4.9. ver. 7. [5] Act. 8.23. Heb. 12.15. [6] I Reis 12.28, 29. cap. 8.5, 6. cap. 4.15. [7] I Sam. 4.21, 22. cap. 9.11. [8] cap. 5.13 e 11.6. [9] ver. 3, 15. [10] cap. 4.15. Deu. 9.21. I Reis 12.30. cap. 9.6. [11] Isa. 2.19. Luc. 23.30. Apo. 6.16 e 9.6. [12] cap. 9.9. Jui. 20. [13] Deu. 28.63. Eze. 23.46, 47. [14] Jer. 50.11. Miq. 4.13. [15] Pro. 11.18. [16] Job 4.8. Pro. 22.8. cap. 8.7. Gal. 6.7, 8. [17] II Reis 18.34 e 19.13. cap. 14.1. _A ingratidão de Israel. Ameaças e promessas._ [Antes de Christo 728] 11 Quando Israel [1] _era_ menino, eu o amei; [2] e do Egypto chamei a meu filho. 2 _Mas_, _como_ elles os chamavam, assim se iam da sua face: [3] sacrificavam a baalins, e queimavam incenso ás imagens de esculptura. 3 Eu, [4] todavia, ensinei a andar a Ephraim; tomei-os pelos seus braços, [5] mas não conheceram que eu os curava. 4 Attrahi-os com cordas humanas, com cordas de amor, [6] e fui para elles como os que levantam o jugo _de_ sobre as suas queixadas, e lhe dei mantimento. 5 Não [7] voltará para a terra do Egypto, mas a Assyria será seu rei; porque recusam converter-se. 6 E ficará a espada sobre as suas cidades, e consumirá os seus ferrolhos, [8] e devorará, por causa dos seus conselhos. 7 Porque o meu povo se inclina a desviar-se de mim; [9] bem _que_ chamam ao Altissimo, nenhum _d’elles_ se levanta. 8 Como [10] te deixaria, ó Ephraim? como te entregaria, ó Israel? [11] como te faria como Adama? te poria como Zeboim? [12] Virou-se em mim o meu coração, todos os meus pezares juntamente estão accendidos. 9 Não executarei o furor da minha ira: não me tornarei para destruir a Ephraim, porque eu _sou_ Deus [13] e não homem, o Sancto no meio de ti, e não entrarei na cidade. 10 Andarão após o Senhor, [14] elle bramará como leão: bramando _pois_ elle, os filhos do occidente tremerão. 11 Tremendo, se achegarão como um passarinho _os_ do Egypto, e como uma pomba _os_ da terra da Assyria, [15] e os farei habitar em suas casas, diz o Senhor. 12 Ephraim [16] me cercou com mentira, e a casa de Israel com engano; mas Judah ainda domina com Deus, e com os sanctos está fiel. [1] cap. 2.15. [2] Mat. 2.15. Exo. 4.22, 23. [3] II Reis 17.16. cap. 2.13 e 13.2. [4] Deu. 1.31 e 32.10, 11, 12. Isa. 46.3. [5] Exo. 15.26. [6] Lev. 26.13. [7] cap. 8.13 e 9.3. II Reis 17.13, 14. [8] cap. 10.6. [9] Jer. 3.6, etc. e 8.5. cap. 4.16 e 7.16. [10] Jer. 9.7. cap. 6.4. [11] Gen. 14.8 e 19.24, 25. Deu. 29.23. Amós 4.11. [12] Deu. 32.36. Jer. 31.20. [13] Num. 23.19. Mal. 3.6. [14] Isa. 31.4. Joel 3.16. Amós 1.2. [15] Isa. 60.8. cap. 7.11. Eze. 28.25, 26. [16] cap. 12.1. _A controversia do Senhor com Judah e com Israel._ [Antes de Christo 725] 12 Ephraim [1] se apascenta de vento, e segue o vento leste: todo o dia multiplica a mentira e a destruição; [2] e fazem alliança com a Assyria, e o azeite se leva ao Egypto. 2 O Senhor [3] tambem com Judah tem contenda, e fará visitação sobre Jacob segundo os seus caminhos; segundo as suas obras lhe recompensará. 3 No ventre [4] pegou do calcanhar de seu irmão, e pela sua força como principe se houve com Deus. 4 Como principe se houve com o anjo, e prevaleceu; chorou, e lhe supplicou: [5] _em_ Beth-el o achou, e ali fallou comnosco, 5 A saber, o Senhor, o Deus dos Exercitos: [6] o Senhor _é_ o seu memorial. 6 Tu, pois, [7] converte-te a teu Deus: guarda a beneficencia e o juizo, e em teu Deus espera sempre. 7 Na mão do mercador _está uma_ balança enganosa; [8] ama a oppressão. 8 Ainda diz Ephraim: [9] Comtudo eu estou enriquecido, _e_ tenho adquirido para mim grandes bens: _em_ todo o meu trabalho não acharão em mim iniquidade alguma que _seja_ peccado. 9 Mas eu _sou_ o Senhor teu [10] Deus desde a terra do Egypto: eu ainda te farei habitar em tendas, como nos dias do ajuntamento. 10 E fallarei [11] aos prophetas, e multiplicarei a visão; e pelo ministerio dos prophetas proporei similes. 11 _Porventura_ não _é_ Gilead [12] iniquidade? pura vaidade são: em Gilgal sacrificam bois: [13] os seus altares como montões _de pedras são_ nos regos dos campos. 12 Jacob [14] fugiu para o campo [ADC] da Syria, e Israel serviu por _sua_ mulher, e por sua mulher guardou o gado. 13 Mas o Senhor por um propheta fez subir a Israel do Egypto, [15] e por um propheta foi elle guardado. 14 Ephraim [16] _porém_ mui amargosamente _o_ irou: portanto deixará ficar sobre elle o seu sangue, e o seu Senhor lhe recompensará [17] o seu opprobrio. [1] cap. 8.7. [2] II Reis 17.4. cap. 5.13. [3] cap. 4.1. Miq. 6.2. [4] Gen. 25.26 e 32.24, etc. [5] Gen. 28.12, 19 e 35.9, 10, 15. [6] Exo. 3.15. [7] cap. 14.1. Miq. 6.8. [8] Pro. 11.1. Amós 3.5. [9] Zac. 11.5. Apo. 3.17. [10] Lev. 23.42, 43. Neh. 8.17. Zac. 14.16. [11] II Reis 17.13. [12] Amós 4.4 e 5.5. [13] cap. 8.11 e 10.1. [14] Deu. 26.5. Gen. 29.20, 28. [15] Exo. 12.50, 51 e 13.3. Isa. 63.11. Miq. 6.4. [16] II Reis 17.11-18. [17] Dan. 11.18. Deu. 28.37. _O peccado de Israel e o seu castigo._ 13 Quando Ephraim fallava, tremia-se; foi exalçado em Israel; [1] mas quando se fez culpado em Baal, então morreu. 2 E agora accumularam peccados _sobre peccados_, [2] e da sua prata fizeram uma imagem de fundição, idolos segundo o seu entendimento, que todos _são_ obra de artifices, dos quaes dizem: [3] Os homens que sacrificam beijem os bezerros. 3 Por isso [4] serão como a nuvem de manhã, e como orvalho da madrugada, que passa: como folhelho que a tempestade lança da eira, e como o fumo da chaminé. 4 Eu pois _sou_ [5] o Senhor teu Deus desde a terra do Egypto; portanto não reconhecerás _outro_ Deus fóra de mim, [6] porque não _ha_ Salvador senão eu. 5 Eu te [7] conheci no deserto, na terra mui secca. 6 Depois elles se fartaram [8] á proporção do seu pasto; estando _pois_ fartos, ensoberbeceu-se o seu coração, [9] por isso se esqueceram de mim. 7 Portanto [10] serei para elles como leão; como leopardo espiarei no caminho. 8 Como urso que tem perdido seus filhos, os encontrarei, [11] lhes romperei as teias do seu coração, e ali os devorarei como leão; as feras do campo os despedaçarão. 9 _Isso_ te lançou a perder, [12] ó Israel, que _te rebellaste_ contra mim, _a saber_, contra a tua ajuda. 10 Onde _está_ agora o teu rei, [13] para que te guarde em todas as tuas cidades? e os teus juizes, dos quaes disseste: [14] Dá-me rei e principes? 11 Dei-te [15] um rei na minha ira, e t’o tirarei no meu furor. 12 A [16] iniquidade de Ephraim _está_ atada, o seu peccado _está_ enthesourado. 13 Dôres [17] de mulher de parto lhe virão: elle _é_ um filho insensato: [18] porque não permanece o _seu_ tempo na paridura. 14 Eu _pois_ os remirei da [19] violencia do inferno, _e_ os resgatarei da morte: onde _estão_, ó morte, as tuas pestes? onde _está_ ó inferno, a tua perdição? [20] o arrependimento [21] será escondido de meus olhos. 15 Ainda que elle dê fructo entre os irmãos, virá o vento leste, vento do Senhor, subindo do deserto, e seccar-se-ha a sua veia, e seccar-se-ha a sua fonte: elle saqueará o thesouro de todos os vasos desejaveis. 16 Samaria virá [22] a ser deserta, porque se rebellou contra o seu Deus: cairão á espada, seus filhos serão despedaçados, e as suas gravidas _serão_ fendidas pelo meio. [1] II Reis 17.16, 18. cap. 11.2. [2] cap. 2.8 e 8.4. [3] I Reis 19.18. [4] cap. 6.4. Dan. 2.35. [5] Isa. 43.11. cap. 12.9. [6] Isa. 43.11 e 45.21. [7] Deu. 2.7 e 32.10. Deu. 8.15 e 32.10. [8] Deu. 8.12, 14 e 32.15. [9] cap. 8.14. [10] Lam. 3.10. cap. 5.14. Jer. 5.6. [11] II Sam. 17.8. Pro. 17.12. [12] Pro. 6.32. Mal. 1.9. ver. 4. [13] Deu. 32.38. cap. 10.3. ver. 4. [14] I Sam. 8.5, 19. [15] I Sam. 8.7 e 10.19 e 15.22, 23 e 16.1. cap. 10.3. [16] Deu. 32.34. Job 14.17. [17] Isa. 13.8. Jer. 30.6. Pro. 22.3. [18] II Reis 19.3. [19] Isa. 25.8. Eze. 37.12. [20] I Cor. 15.54, 55. [21] Gen. 41.52 e 48.19. Jer. 4.11. Eze. 17.10. [22] II Reis 18.12. II Reis 8.12 e 15.16. Isa. 13.16. cap. 10.14, 15. Amós 1.13. Nah. 3.10. _Exhortação ao arrependimento, e promessa de perdão._ 14 Converte-te, [1] ó Israel, ao Senhor teu Deus; porque pelos teus peccados tens caido. 2 Tomae comvosco palavras, e convertei-vos ao Senhor: dizei-lhe: Tira toda a iniquidade, e [ADD] recebe _o_ bem; [2] e pagaremos os bezerros dos nossos labios. 3 Não nos salvará a [3] Assyria, não iremos montados em cavallos, [4] e á obra das nossas mãos não diremos mais: _Tu és_ o nosso Deus; porque por ti o orphão alcançará misericordia. 4 Eu sararei a sua perversão, [5] eu voluntariamente os amarei; porque a minha ira se apartou d’elles. 5 Eu serei a Israel como [6] orvalho, elle florescerá como o lirio, e espalhará as suas raizes como o Libano. 6 Estender-se-hão as suas vergonteas, e a sua gloria será como a da oliveira, [7] e cheirará como o Libano. 7 Voltarão os que se assentarem debaixo da sua sombra; serão vivificados _como_ o trigo, e florescerão como a vide; a sua memoria _será_ como o vinho do Libano. 8 Ephraim _então dirá_: [8] Que mais tenho eu com os idolos? eu _o_ tenho ouvido, e olharei para elle: _ser-lhe-hei_ como a faia verde: [9] de mim é achado o teu fructo. 9 Quem _é_ sabio, [10] para que entenda estas coisas; _quem é_ prudente, para que as saiba? [11] porque os caminhos do Senhor _são_ rectos, e os justos andarão n’elles, mas os transgressores cairão n’elles. [1] cap. 12.6. Joel 2.13. cap. 13.9. [2] Heb. 13.15. [3] Jer. 31.18, etc. Deu. 17.16. Isa. 30.2, 16 e 31.1. [4] ver. 8. [5] cap. 11.7. Eph. 1.6. [6] Job 29.19. Pro. 19.12. [7] Gen. 27.27. Can. 4.11. [8] ver. 3. Jer. 31.18. [9] Thi. 1.17. [10] Jer. 9.12. Dan. 12.10. João 8.47 e 18.37. [11] Pro. 10.29. Luc. 2.34. II Cor. 2.16. I Ped. 2.7, 8. JOEL. _A terrivel carestia causada pela locusta e pela secca._ [Antes de Christo 800] 1 Palavra do Senhor, que foi dirigida a Joel, filho de Pethuel. 2 Ouvi isto, vós, anciãos, e escutae, todos os moradores da terra: [1] _Porventura_ isto aconteceu em vossos dias? ou tambem nos dias de vossos paes? 3 Fazei sobre isto uma narração a vossos filhos, e vossos filhos a seus filhos, e os filhos d’estes á outra geração. 4 O que ficou da lagarta [2] _o_ comeu o gafanhoto, e o que ficou do gafanhoto _o_ comeu a locusta, e o que ficou da locusta _o_ comeu o pulgão. 5 Despertae-vos, bebados, e chorae e uivae, todos os que bebeis vinho, por causa do mosto, [3] porque cortado é da vossa bocca. 6 Porque uma nação subiu sobre a minha terra, poderosa e sem numero: [4] os seus dentes _são_ dentes de leão, e teem queixaes de um leão velho. 7 Fez [5] da minha vide uma assolação, e descortiçou a minha figueira: despiu-a toda, e a lançou por terra; os seus sarmentos se embranqueceram. 8 Lamenta [6] como uma virgem que está cingida de sacco, pelo marido da sua mocidade. 9 Cortou-se a offerta de manjar, [7] e a libação da casa do Senhor: os sacerdotes, servos do Senhor, _estão_ entristecidos. 10 O [8] campo está assolado, _e_ a terra triste; porque o trigo está destruido, o mosto se seccou, [9] o oleo falta. 11 Os lavradores [10] se envergonham, os vinhateiros uivam, sobre o trigo e sobre a cevada; porque a sega do campo pereceu. 12 A vide [11] se seccou, a figueira se murchou; a romeira, tambem, e a palmeira e a macieira; todas as arvores do campo se seccaram, [12] e a alegria se seccou entre os filhos dos homens. 13 Cingi-vos [13] e lamentae-vos, sacerdotes; uivae, ministros do altar; entrae e passae, vestidos de saccos, a noite, ministros do meu Deus; porque a offerta de manjares, [14] e a libação, affastada está da casa de vosso Deus. 14 Sanctificae [15] um jejum, apregoae um dia de prohibição, congregae os anciãos, [16] _e_ todos os moradores d’esta terra, na casa do Senhor vosso Deus, e clamae ao Senhor. 15 Ah! aquelle dia! [17] porque o dia do Senhor _está_ perto, e virá como uma assolação do Todo-poderoso. 16 _Porventura_ o [18] mantimento não está cortado de diante de nossos olhos? a alegria e o regozijo da casa de nosso Deus? 17 A novidade apodreceu debaixo dos seus torrões, os celleiros foram assolados, os armazens derribados, porque se seccou o trigo. 18 Como geme o gado, [19] as manadas de vaccas estão confusas, porque não teem pasto: tambem os rebanhos de ovelhas são destruidos. 19 A ti, ó Senhor clamo, [20] porque o fogo consumiu os pastos do deserto, e a chamma abrazou todas as arvores do campo. 20 Tambem todas as bestas do campo [21] bramam a ti; porque os rios de agua se seccaram, e o fogo consumiu os pastos do deserto. [1] cap. 2.2. [2] Deu. 28.38. cap. 2.25. [3] Isa. 32.10. cap. 2.2, 11, 25. [4] Apo. 9.8. [5] Isa. 5.6. [6] Isa. 22.12. Pro. 2.17. Jer. 3.4. [7] ver. 13. cap. 2.14. [8] Jer. 12.11 e 14.2. [9] Isa. 24.7. ver. 12. [10] Jer. 14.3, 4. [11] ver. 10. [12] Isa. 24.11. Jer. 48.33. Isa. 9.3. [13] ver. 8. Jer. 4.8. [14] ver. 9. [15] II Chr. 20.3, 4. cap. 2.15, 16. Lev. 23.36. [16] II Chr. 20.13. [17] Jer. 30.7. Isa. 13.6, 9. cap. 2.1. [18] Deu. 12.6, 7 e 16.11, 14, 15. [19] Ose. 4.3. [20] Jer. 9.10. cap. 2.3. [21] Job 38.41. I Reis 17.7 e 18.5. 2 Tocae a buzina [1] em Sião, e clamae em alta voz no monte da minha sanctidade: perturbem-se todos os moradores da terra, [2] porque o dia do Senhor vem, porque _está_ perto: 2 Dia de trevas [3] e de escuridade; dia de nuvens e grossas trevas; como a alva espalhada sobre os montes; [4] povo grande e poderoso, qual desde o tempo antigo nunca houve, nem depois d’elle haverá mais até aos annos de geração em geração. 3 Diante d’elle um fogo consome, [5] e atraz d’elle uma chamma abraza: a terra diante d’elle _é_ como o jardim do Eden, mas atraz d’elle um deserto de assolação, nem tão pouco _haverá_ coisa que d’ella escape. 4 O [6] seu parecer _é_ como o parecer de cavallos: e correrão como cavalleiros. 5 Como o estrondo [7] de carros, irão saltando sobre os cumes dos montes, como o sonido da chamma de fogo que consome a pragana, como um povo poderoso, [8] ordenado para o combate. 6 Diante d’elle temerão os povos; [9] todos os rostos _são_ como a tisnadura da panella. 7 Como valentes correrão, como homens de guerra subirão os muros; e irá cada um nos seus caminhos e não se desviarão da sua fileira. 8 Ninguem apertará a seu irmão; irá cada um pelo seu carreiro; sobre a mesma espada se arremessarão, e não serão feridos. 9 Irão pela cidade, correrão pelos muros, subirão ás casas, [10] pelas janellas entrarão como o ladrão. 10 Diante d’elle tremerá a terra, [11] abalar-se-hão os céus; o sol e a lua se ennegrecerão, e as estrellas retirarão o seu resplandor. 11 E o Senhor levanta a sua voz diante [12] do seu exercito; porque muitissimos _são_ os seus arraiaes; [13] porque poderoso _é_, fazendo a sua palavra; porque o dia do Senhor _é_ grande e mui terrivel, e quem o poderá soffrer? 12 Ora, pois, tambem falla o Senhor: [14] Convertei-vos a mim com todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. 13 E rasgae [15] o vosso coração, e não os vossos vestidos, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque elle _é_ misericordioso, [16] e _é_ clemente, e tardio em irar-se, e grande em beneficencia, e se arrepende do mal. 14 Quem [17] sabe _se_ se converterá e se arrependerá, [18] e deixará após si uma benção, _em_ offerta de manjar e libação para o Senhor vosso Deus? 15 Tocae a buzina [19] em Sião, sanctificae um jejum, apregoae um dia de prohibição. 16 Congregae o povo, sanctificae a congregação, [20] ajuntae os anciãos, congregae os filhinhos, e os que mamam os peitos: saia o noivo da sua recamara, [21] e a noiva do seu thalamo. 17 Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, [22] entre o alpendre e o altar, e digam: [23] Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opprobrio, para que as nações façam mofa d’elle; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus? _Promessa de abundancia._ 18 Então o Senhor [24] terá zelo da sua terra, e se compadecerá do seu povo. 19 E o Senhor responderá, e dirá ao seu povo: Eis que vos envio o trigo, [25] e o mosto, e o oleo, e d’elles sereis fartos, e vos não entregarei mais ao opprobrio entre as nações. 20 E [26] aquelle que _é_ do norte farei partir para longe de vós, e lançal-o-hei em uma terra secca e deserta: a sua face para o mar oriental, e a sua extremidade para o mar occidental; e subirá o seu fedor, e subirá a sua podridão; porque fez grandes coisas. 21 Não temas, ó terra: regozija-te e alegra-te; porque o Senhor fez grandes coisas. 22 Não temaes, [27] animaes do campo, porque os pastos do deserto reverdecerão, porque o arvoredo dará o seu fructo, a vide e a figueira darão a sua força. 23 E vós, filhos de Sião, [28] regozijae-vos e alegrae-vos no Senhor vosso Deus, porque elle vos dará ensinador de justiça, [29] e vos fará descer a chuva, a temporã e a serodia, no primeiro _mez_. 24 E as eiras se encherão de trigo, e os lagares trasbordarão de mosto e de oleo. 25 E restituir-vos-hei os annos [30] que comeu o gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a aruga, o meu grande exercito que enviei contra vós. 26 E comereis abundantemente [31] e até fartar-vos, e louvareis o nome do Senhor vosso Deus, o qual obrou para comvosco maravilhosamente; e o meu povo não será envergonhado para sempre. 27 E vós sabereis [32] que eu _estou_ no meio de Israel, e _que_ eu _sou_ o Senhor vosso Deus, [33] e ninguem mais: e o meu povo não _será_ envergonhado para sempre. _Promessa da effusão do Espirito._ 28 E ha de ser _que_, depois, [34] derramarei o meu Espirito sobre toda a carne, e vossos filhos [35] e vossas filhas prophetizarão, os vossos velhos sonharão sonhos, os vossos mancebos verão visões. 29 E tambem sobre os servos e sobre as servas n’aquelles dias [36] derramarei o meu Espirito. 30 E darei [37] prodigios no céu, e na terra, sangue e fogo, e columnas de fumo. 31 O sol [38] se converterá em trevas, e a lua em sangue, [39] antes que venha o grande e terrivel dia do Senhor. 32 E ha de ser _que_ todo aquelle que invocar [40] o nome do Senhor escapará; porque no monte de Sião e em Jerusalem haverá livramento, assim como o Senhor tem dito, [41] e nos que restarem, os quaes o Senhor chamará. [1] Jer. 4.5. ver. 15. Num. 10.5, 9. [2] cap. 1.15. Abd. 15. Sof. 1.14, 15. [3] Amós 5.18, 20. [4] ver. 5, 11. cap. 1.6. Exo. 10.14. [5] cap. 1.19, 20. Gen. 2.8 e 13.10. Isa. 51.3. Zac. 7.14. [6] Apo. 9.7. [7] Apo. 9.9. [8] ver. 2. [9] Jer. 8.21. Lam. 4.8. Nah. 2.10. [10] Jer. 9.21. João 10.1. [11] Isa. 13.10. Eze. 32.7. Mat. 24.29. [12] Jer. 25.30. cap. 3.16. Amós 1.2. [13] Jer. 50.24. Apo. 18.8. Sof. 1.15. Num. 24.23. Mal. 3.2. [14] Jer. 4.1. Ose. 12.6 e 14.2. [15] Gen. 37.34. II Sam. 1.11. Job 1.20. [16] Jon. 4.2. [17] Jos. 14.12. II Sam. 12.22. Amós 5.15. Jon. 3.9. [18] cap. 1.9, 13. [19] Num. 10.3. ver. 1. cap. 1.14. [20] Exo. 19.10, 22. cap. 1.14. [21] I Cor. 7.5. [22] Eze. 8.16. Mat. 23.35. [23] Exo. 32.11, 12. Deu. 9.26-29. [24] Zac. 1.14 e 8.2. Deu. 32.36. [25] cap. 1.10. Mal. 3.10, 11, 12. [26] Exo. 10.19. Jer. 1.14. Eze. 47.18. Zac. 14.8. Deu. 11.24. [27] cap. 1.18, 20. Zac. 8.12. cap. 1.19. [28] Isa. 41.16 e 61.10. Hab. 3.13. Zac. 10.7. [29] Deu. 2.14 e 28.12. Thi. 5.7. [30] cap. 1.4. [31] Lev. 26.5, 16. Miq. 6.14. [32] cap. 3.17. Lev. 26.11, 12. Eze. 37.26, 27, 28. [33] Isa. 45.5, 21, 22. Eze. 39.22, 28. [34] Isa. 44.3. Eze. 39.29. Act. 2.17. Zac. 12.10. [35] Isa. 54.13. Act. 21.9. [36] I Cor. 12.13. Col. 3.11. [37] Mat. 24.29. Mar. 13.24. Luc. 21.11, 25. [38] ver. 10. Isa. 13.9, 10. cap. 3.1, 15. Mat. 24.29. Mar. 13.24. Luc. 21.25. Apo. 6.12. [39] Mal. 4.5. [40] Rom. 10.13. [41] Isa. 46.13 e 59.20. Rom. 11.26. Rom. 9.27 e 11.5, 7. _Os juizos de Deus sobre as nações inimigas: Israel será restaurado._ 3 Porque, [1] eis que n’aquelles dias, e n’aquelle tempo, em que farei tornar o captiveiro de Judah e de Jerusalem, 2 Então congregarei [2] todas as nações, e as farei descer ao valle de Josaphat; e ali com ellas entrarei em juizo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elles espalharam entre as nações e repartiram a minha terra. 3 E lançaram a sorte [3] sobre o meu povo, e deram um menino por uma meretriz, e venderam uma menina por vinho, para beberem. 4 E tambem que tendes vós comigo, [4] Tyro e Sidon, e todos os termos da Palestina? É _tal_ o pago _que_ vós me daes? pois se me pagaes _assim_, bem depressa vos farei tornar a vossa paga sobre a vossa cabeça. 5 Porque levastes a minha prata e o meu oiro, e as minhas coisas desejaveis e formosas mettestes nos vossos templos. 6 E vendestes os filhos de Judah e os filhos de Jerusalem aos filhos dos gregos, para os apartar para longe dos seus termos. 7 Eis que [5] eu os suscitarei do logar para onde os vendestes, e farei tornar a vossa paga sobre a vossa propria cabeça. 8 E venderei vossos filhos e vossas filhas na mão dos filhos de Judah, [6] que os venderão aos de Sheba, a uma nação remota, porque o Senhor o fallou. 9 Proclamae [7] isto entre as nações, sanctificae uma guerra; suscitae os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra. 10 Forjae [8] espadas das vossas enxadas, e lanças das vossas foices: diga o fraco: Forte _sou_ eu. 11 Ajuntae-vos, [9] e vinde, todos os povos de em redor, e congregae-vos (ó Senhor, faze descer ali os teus fortes!); 12 Suscitem-se [10] as nações, e subam ao valle de Josaphat; mas ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor. 13 Lançae [11] a foice, porque já está madura a sega: vinde, descei, porque o lagar está cheio, _e_ os vasos dos lagares trasbordam, porque a sua malicia _é_ grande. 14 Multidões, multidões no valle da decisão, [12] porque o dia do Senhor perto _está_, no valle da decisão. 15 O sol [13] e a lua ennegrecerão, e as estrellas retirarão o seu resplandor. 16 E [14] o Senhor bramará de Sião, e dará a sua voz de Jerusalem, e os céus e a terra tremerão; mas o Senhor _será_ o refugio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel. 17 E [15] vós sabereis que eu _sou_ o Senhor vosso Deus, que habito em Sião, o monte da minha sanctidade; e Jerusalem será sanctidade; [16] estranhos não passarão mais por ella. 18 E ha de ser que, n’aquelle dia, os montes distillarão mosto, [17] e os outeiros manarão leite, e todos os rios de Judah estarão _cheios_ de aguas; e sairá uma fonte da casa do Senhor, e regará o valle de Sittim. 19 O Egypto [18] se fará uma assolação, e Edom se fará um deserto de solidão, por causa da violencia que fizeram aos filhos de Judah, em cuja terra derramaram sangue innocente. 20 Mas Judah será habitada para sempre, [19] e Jerusalem de geração em geração. 21 E [20] alimparei o sangue dos _que_ eu não alimpei, e o Senhor habitará em Sião. [1] Jer. 30.3. Eze. 38.14. [2] Zac. 14.2, 3, 4. II Chr. 20.26. ver. 12. Isa. 66.16. Eze. 38.22. [3] Abd. 11. Nah. 3.10. [4] Eze. 25.15, 16, 17. [5] Isa. 43.5, 6 e 43.12. Jer. 23.8. [6] Jer. 6.20. [7] Isa. 8.9, 10. Jer. 46.3, 4. Eze. 38.7. [8] Isa. 2.4. Miq. 4.3. [9] ver. 2. Isa. 13.3. [10] ver. 2. Isa. 2.4 e 3.13. [11] Mat. 13.39. Apo. 14.15, 18. Jer. 51.33. Ose. 6.11. Lam. 1.15. Apo. 14.19, 20. [12] ver. 2. cap. 2.1. [13] cap. 2.10, 31. [14] Jer. 25.30. cap. 2.11. Amós 1.2. Agg. 2.6. Isa. 51.5, 6. [15] cap. 2.27. Dan. 11.45. Abd. 16. Zac. 8.3. [16] Isa. 35.8 e 52.1. Nah. 1.15. Zac. 14.21. [17] Amós 9.13. Isa. 30.25. Apo. 22.1. [18] Isa. 19.1, etc. Jer. 49.17. Eze. 25.12, 13. Amós 1.11. Abd. 10. [19] Amós 9.15. [20] Isa. 4.4. Eze. 48.35. ver. 17. Apo. 21.3. AMÓS. _Ameaças contra diversas nações e contra Judah._ [Antes de Christo 787] 1 As palavras de Amós, [1] que era d’entre os pastores de Tecoa, as quaes viu sobre Israel, nos dias de Uzias, rei de Judah, [2] e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, [3] dois annos antes do terremoto. 2 E disse: [4] O Senhor bramará de Sião, e de Jerusalem dará a sua voz: as habitações dos pastores prantearão, [5] e seccar-se-ha o cume do Carmelo. 3 Assim diz o Senhor: [6] Por tres transgressões de Damasco, e por quatro, não o afastarei, porque trilharam a Gilead com trilhos de ferro. 4 Por isso [7] porei fogo á casa de Hazael, e consumirá os palacios de Benhadad. 5 E [8] quebrarei o ferrolho de Damasco, e exterminarei o morador de Biqueat-aven, e ao que tem o sceptro de Beth-eden; e o povo da Syria será levado em captiveiro a Kir, diz o Senhor. 6 Assim diz o Senhor: [9] Por tres transgressões de Gaza, e por quatro, não o afastarei, porque levaram em captiveiro todos os captivos para _os_ entregarem a Edom. 7 Por isso [10] porei fogo ao muro de Gaza, que consumirá os seus palacios. 8 E [11] exterminarei o morador de Asdod, e o que tem o sceptro de Ascalon, e tornarei a minha mão contra Ecron; e o resto dos philisteos perecerá, diz o Senhor JEHOVAH. 9 Assim diz o Senhor: [12] Por tres transgressões de Tyro, e por quatro, não o afastarei, [13] porque entregaram todos os captivos a Edom, e não se lembraram da alliança dos irmãos. 10 Por isso [14] porei fogo ao muro de Tyro, que consumirá os seus palacios. 11 Assim diz o Senhor: [15] Por tres transgressões de Edom, e por quatro, não o afastarei, [16] porque perseguiu a seu irmão á espada, e corrompeu as suas misericordias; [17] e a sua ira despedaça eternamente, e retem a sua indignação para sempre. 12 Por isso porei fogo a Teman, que consumirá os palacios de Bozra. 13 Assim diz o Senhor: [18] Por tres transgressões dos filhos de Ammon, e por quatro, não o afastarei, [19] porque fenderam as gravidas de Gilead, para dilatarem os seus termos. 14 Por isso [20] porei fogo ao muro de Rabba, que consumirá os seus palacios, com alarido no dia da batalha, com tempestade no dia da tormenta. 15 E o seu rei irá para o captiveiro, elle e os seus principes juntamente, diz o Senhor. [1] cap. 7.14. II Chr. 20.20. [2] Ose. 1.1. cap. 7.10. [3] Zac. 14.5. [4] Jer. 25.30. Joel 3.16. [5] I Sam. 25.2. Isa. 33.9. [6] Isa. 8.4 e 17.1. Jer. 49.23. Zac. 9.1. [7] Jer. 17.27 e 49.27. ver. 7, 10, 12. cap. 2.2, 5. [8] Jer. 51.30. Lam. 2.9. [9] Jer. 47.4, 5. Eze. 25.15. Sof. 2.4. [10] ver. 9. [11] Sof. 2.4. Zac. 9.5, 6. Jer. 47.4. [12] Isa. 23.1. Jer. 47.4. Eze. 26 e 27 e 28. Joel 3.4, 5. [13] ver. 6. [14] ver. 4, 7, etc. [15] Isa. 21.11. Jer. 49.8, etc. Eze. 25.12, 13, 14. Mal. 1.4. [16] Gen. 27.41. Deu. 23.7. Mal. 1.2. [17] Eze. 35.5. [18] Jer. 49.1, 2. Eze. 25.2. [19] Jer. 49.1. [20] Deu. 3.11. II Sam. 12.26. Jer. 49.2. Eze. 25.5. cap. 2.2. 2 Assim diz o Senhor: [1] Por tres transgressões de Moab, e por quatro, não o afastarei, [2] porque queimou os ossos do rei de Edom, até _os tornar em_ cal. 2 Por isso [3] porei fogo a Moab, e consumirá os palacios de Querioth: e Moab morrerá com grande estrondo, com alarido, com sonido de buzina. 3 E [4] exterminarei o juiz do meio d’elle, e a todos os seus principes com elle matarei, diz o Senhor. 4 Assim diz o Senhor: Por tres transgressões de Judah, e por quatro, não o afastarei, [5] porque rejeitaram a lei do Senhor, e não guardaram os seus estatutos, e as suas mentiras os enganaram, após as quaes andaram seus paes. 5 Por isso porei fogo a Judah, e consumirá os palacios de Jerusalem. 6 Assim diz o Senhor: [6] Por tres transgressões de Israel, e por quatro, não o afastarei, [7] porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos, 7 Suspirando pelo pó da terra sobre a cabeça dos pobres, [8] e pervertem o caminho dos mansos; e o homem e seu pae entram a uma _mesma_ moça, para profanarem _o_ meu sancto nome. 8 E se deitam junto a qualquer altar sobre as roupas empenhadas, [9] e bebem o vinho dos multados _na_ casa de seus deuses. 9 Não obstante eu ter destruido o amorrheo diante d’elles, [10] cuja altura _foi_ como a altura dos cedros, e foi forte como os carvalhos; mas destrui o seu fructo por cima, [11] e as suas raizes por baixo. 10 Tambem [12] vos fiz subir da terra do Egypto, e quarenta annos vos guiei no deserto, para que possuisseis a terra do amorrheo. 11 E _a alguns_ d’entre vossos filhos suscitei para prophetas, [13] e _alguns_ d’entre os vossos mancebos para nazireos; e não _é_ isto assim, filhos de Israel? diz o Senhor. 12 Mas vós aos nazireos déstes vinho a beber, e aos prophetas mandastes, dizendo: [14] Não prophetizareis. 13 Eis que eu vos apertarei no vosso logar como se aperta um carro cheio de manolhos. 14 Assim que [15] perecerá a fugida ao ligeiro; nem o forte corroborará a sua força, nem o valente livrará a sua vida. 15 E não ficará em pé o que leva o arco, nem o ligeiro de pés se livrará, nem tão pouco o que vae montado a cavallo livrará a sua alma. 16 E o mais animoso entre os valentes fugirá nú n’aquelle dia, disse o Senhor. [1] Isa. 15 e 16. Jer. 48. Eze. 25.8. Sof. 2.8. [2] II Reis 3.27. [3] Jer. 48.41. cap. 1.14. [4] Jer. 48.7. [5] Lev. 26.14, 15. Neh. 1.7. Dan. 9.11. Jer. 16.19, 20. Rom. 1.25. [6] Jer. 17.27. Ose. 8.14. [7] Isa. 29.21. cap. 8.6. [8] Isa. 10.2. Eze. 22.11. Lev. 20.3. Eze. 36.20. Rom. 2.24. [9] Exo. 22.26. Eze. 23.41. I Cor. 8.10 e 10.21. [10] Num. 21.24. Deu. 2.31. Jos. 24.8. Num. 13.28, 32, 33. [11] Mal. 4.1. [12] Exo. 12.51. Miq. 6.4. Deu. 2.7 e 8.2. [13] Num. 6.2. Jui. 13.5. [14] Jer. 11.21. cap. 7.12, 13. Miq. 2.6. [15] cap. 9.1, etc. Jer. 9.23. _Os vicios e maldades de Israel: o annuncio de castigo._ 3 Ouvi esta palavra que o Senhor falla contra vós, filhos de Israel, _a saber_, contra toda a geração que fiz subir da terra do Egypto, dizendo: 2 De [1] todas as gerações da terra a vós vos conheci só; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós. 3 _Porventura_ andarão dois juntos, se não estiverem de concerto? 4 Bramará o leão no bosque, sem que elle tenha preza? levantará o leãosinho a sua voz da sua cova, se nada tiver apanhado? 5 Cairá a ave no laço em terra, se não houver laço para ella? levantar-se-ha o laço da terra, sem que tenha apanhado alguma coisa? 6 Tocar-se-ha a buzina na cidade; e o povo não estremecerá? [2] Succederá _algum_ mal na cidade, o qual o Senhor não haja feito? 7 Certamente o Senhor JEHOVAH não fará coisa alguma, [3] sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os prophetas. 8 Bramou o leão, [4] quem não temerá? Fallou o Senhor JEHOVAH, quem não prophetizará? 9 Fazei-o ouvir nos palacios de Asdod, e nos palacios da terra do Egypto, e dizei: Ajuntae-vos sobre os montes de Samaria, e vêde os grandes alvoroços no meio d’ella, e os opprimidos dentro d’ella. 10 Porque [5] não sabem fazer o _que é_ recto, diz o Senhor, enthesourando nos seus palacios a violencia e a destruição. 11 Portanto, o Senhor JEHOVAH diz assim: [6] O inimigo _virá_, e cercará a terra, derribará de ti a tua fortaleza, e os teus palacios serão saqueados. 12 Assim diz o Senhor: Assim como o pastor livra da bocca do leão as duas pernas, ou um pedacinho da orelha, assim serão livrados os filhos de Israel que habitam em Samaria, no canto da cama, e na barra do leito. 13 Ouvi, e protestae na casa de Jacob, diz o Senhor JEHOVAH, o Deus dos Exercitos: 14 N’aquelle dia, em que eu visitar as transgressões de Israel sobre elle, tambem farei visitação sobre os altares de Beth-el; e os cornos do altar serão cortados, e cairão em terra. 15 E ferirei a [7] casa de inverno com a casa de verão; e as casas de marfim perecerão, e as grandes casas terão fim, diz o Senhor. [1] Deu. 7.6 e 10.15. Dan. 9.12. Luc. 12.47. Rom. 2.9. I Ped. 4.17. [2] Isa. 45.7. [3] Gen. 6.13 e 18.17. João 15.15. [4] cap. 1.2. Act. 4.20 e 5.20, 29. I Cor. 9.16. [5] Jer. 4.22. [6] II Reis 17.3, 6 e 18.9, 10, 11. [7] Jer. 36.22. Jui. 3.20. 4 Ouvi esta palavra, vós, [1] vaccas de Basan, _vós_, que _estaes_ no monte de Samaria, _vós_, que opprimis aos pobres, que quebrantaes os necessitados, _vós_, que dizeis a seus senhores: Dae cá, para que bebamos. 2 Jurou o Senhor JEHOVAH, pela sua sanctidade, que eis que dias estão para vir sobre vós, _em_ que vos levarão com anzoes [2] e a vossos descendentes com anzoes de pesca. 3 E saireis [3] _pelas_ brechas, uma após outra, e lançareis fóra o que levastes para o palacio, disse o Senhor. 4 Vinde a Beth-el, [4] e transgredi, em Gilgal augmentae as transgressões, [5] e de manhã trazei os vossos sacrificios, e os vossos dizimos ao terceiro dia. 5 E [6] queimae o sacrificio de louvores do _pão_ levedado, e apregoae os sacrificios voluntarios, fazei-o ouvir; porque assim o quereis, ó filhos de Israel, disse o Senhor JEHOVAH. 6 Por isso tambem vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades, e falta de pão em todos os vossos logares; [7] comtudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor. 7 Além d’isso, retive de vós a chuva, _faltando_ ainda tres mezes até á sega; e fiz chover sobre uma cidade, e sobre outra cidade não fiz chover; sobre um campo choveu, mas o outro, sobre o qual não choveu, se seccou. 8 E andaram vagabundas duas _ou_ tres cidades a uma cidade, para beberem agua, mas não se saciaram: [8] comtudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor. 9 Feri-vos [9] com queimadura, e com ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras, comeu a locusta; comtudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor. 10 Enviei a peste contra vós, á maneira do Egypto: [10] os vossos mancebos matei á espada, e os vossos cavallos deixei levar presos, [11] e o fedor dos vossos exercitos fiz subir aos vossos narizes; comtudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor. 11 Subverti _a alguns_ d’entre vós, [12] como Deus subverteu a Sodoma e Gomorrah, sendo vós como _um_ tição arrebatado do incendio; [13] comtudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor. 12 Portanto, assim te farei, ó Israel! Porquanto _pois_ isto te farei, [14] prepara-te, ó Israel, a encontrares o teu Deus. 13 Porque eis que o que fórma os montes, e cria o vento, [15] e declara ao homem qual _seja_ o seu pensamento, o que faz da manhã trevas, e piza os altos da terra, [16] o Senhor Deus dos Exercitos _é_ o seu nome. [1] Eze. 39.19. [2] Jer. 16.16. Hab. 1.15. [3] Eze. 12.5, 12. [4] Eze. 20.39. Ose. 4.15 e 12.11. cap. 5.5. [5] Deu. 14.28. [6] Lev. 7.13 e 23.17. Lev. 22.18, 21. [7] Jer. 5.3. Agg. 2.17. ver. 8, 9. [8] ver. 6, 10, 11. [9] Deu. 28.22. [10] Exo. 9.3, 6 e 12.29. Deu. 28.27, 60. [11] ver. 6. [12] Gen. 19.24, 25. Isa. 13.19. Jer. 49.18. Zac. 3.12. Jud. 23. [13] ver. 6. [14] Eze. 13.5. Luc. 14.31, 32. [15] Dan. 2.28. cap. 5.8 e 8.9. Deu. 32.13 e 33.29. Miq. 1.3. [16] Isa. 47.4. Jer. 10.16. cap. 5.8 e 9.6. _Predicção da ruina de Israel._ 5 Ouvi esta palavra, [1] que levanto sobre vós uma lamentação, ó casa de Israel. 2 A virgem de Israel caiu, nunca mais tornará a levantar-se: desamparada está na sua terra, não _ha_ quem a levante. 3 Porque assim diz o Senhor JEHOVAH: A cidade da qual saem mil conservará cem, e aquella da qual saem cem conservará dez á casa de Israel. 4 Porque assim diz o Senhor á casa de Israel: Buscae-me, e vivei. 5 Porém [2] não busqueis a Beth-el, nem venhaes a Gilgal, nem passeis [3] _a_ Berseba, porque Gilgal certamente será levado captivo, e Beth-el será desfeito em nada. 6 Buscae ao Senhor, [4] e vivei, para que não accommetta a casa de José como um fogo, e a consuma, e não haja em Beth-el quem o apague. 7 (Os que [5] pervertem o juizo em alosna, e deitam na terra a justiça.) 8 O [6] que faz o setestrello, e o orion, e torna a sombra da noite em manhã, e escurece o dia como a noite, [7] que chama as aguas do mar, e as derrama sobre a terra, o Senhor _é_ o seu nome. 9 O que esforça o despojado contra o forte: assim que venha a assolação contra a fortaleza. 10 Na porta [8] aborrecem o que os reprehende, e abominam o que falla sinceramente. 11 Portanto, visto que pizaes o pobre, e d’elle tomaes [ADE] um cargo de trigo, edificastes casas de pedras lavradas, [9] mas n’ellas não habitareis; vinhas desejaveis plantastes, mas não bebereis do seu vinho. 12 Porque sei que _são_ muitas as vossas transgressões, e grossos os vossos peccados: [10] affligem o justo, tomam [ADF] resgate, e rejeitam os necessitados na porta. 13 Portanto, o prudente n’aquelle tempo se calará, porque o tempo _será_ mau. 14 Buscae o bem, e não o mal, para que vivaes: [11] e assim o Senhor, o Deus dos Exercitos, estará comvosco, como dizeis. 15 Aborrecei o mal, [12] e amae o bem, _e_ estabelecei o juizo na porta: _porventura_ o Senhor, o Deus dos Exercitos, terá piedade do resto de José. 16 Portanto, assim diz o Senhor Deus dos Exercitos, o Senhor: Em todas as ruas _haverá_ pranto, e em todos os bairros dirão: [13] Ai! ai! E ao lavrador chamarão a choro, e ao pranto aos que souberem prantear. 17 E em todas as vinhas _haverá_ pranto; [14] porque passarei pelo meio de ti, diz o Senhor. 18 Ai [15] d’aquelles que desejam o dia do Senhor! para que pois vos _será_ este dia do Senhor? trevas _será_ e não luz. 19 Como [16] o que foge de diante do leão, e se encontra com elle o urso, ou como se entrasse n’uma casa, e a sua mão encostasse á parede, e fosse mordido d’uma cobra. 20 Não _será_ pois o dia do Senhor trevas e não luz? e escuridade, sem que haja resplandor? 21 Aborreço, [17] desprezo as vossas festas, [ADG] e os vossos _dias_ de prohibição não me darão bom cheiro. 22 Porque [18] ainda que me offereceis holocaustos, como tambem as vossas offertas de manjares, não me agrado d’ellas: nem attentarei para as offertas pacificas de vossos _animaes_ gordos. 23 Affasta de mim o estrepito dos teus canticos; porque não ouvirei as psalmodias dos teus instrumentos. 24 Corra porém o [19] juizo como as aguas, e a justiça como o ribeiro impetuoso. 25 Haveis-me _porventura_ offerecido sacrificios e offertas no deserto por quarenta annos, [20] ó casa de Israel? 26 Antes levastes a tenda de vosso Moloch, e a estatua das vossas imagens, a estrella do vosso deus, que fizestes para vós mesmos. 27 Portanto vos levarei captivos, para além de Damasco, [21] diz o Senhor, cujo nome _é_ o Deus dos exercitos. [1] Jer. 7.29. Eze. 19.1 e 27.2. [2] II Chr. 15.2. Jer. 29.13. ver. 6. Isa. 55.3. [3] cap. 4.4 e 8.14. Ose. 4.15. [4] ver. 4. [5] cap. 6.12. [6] Job 9.9 e 38.31. [7] Job 38.34. cap. 9.6. cap. 4.13. [8] Isa. 28.21. I Reis 22.8. [9] Deu. 28.30, 33, 39. Miq. 6.15. Sof. 1.13. Agg. 1.6. [10] cap. 2.6. Isa. 29.21. [11] Miq. 3.11. [12] Rom. 12.9. Exo. 32.30. II Reis 19.4. [13] Jer. 9.17. [14] Exo. 12.12. Nah. 1.12. [15] Isa. 5.19. Eze. 12.22, 27. Jer. 30.7. Joel 2.2. Sof. 1.15. [16] Jer. 48.44. [17] Pro. 21.27. Jer. 6.20. Ose. 8.13. [18] Miq. 6.6, 7. [19] Miq. 6.8. [20] Deu. 32.17. Jos. 24.14. Eze. 20.8, 16, 24. Act. 7.42. Isa. 43.23. [21] cap. 4.13. _A corrupção de Israel. Ameaças._ 6 Ai dos [1] descançados em Sião, e dos seguros no monte de Samaria: [2] que teem nome entre as primeiras das nações, e aos quaes se foi a casa de Israel! 2 Passae a Calne, [3] e vêde; e d’ali ide á grande Hamath; [4] e descei a Gath dos philisteos, se _são_ melhores que estes reinos, ou maior o seu termo do que o vosso termo. 3 Vós que affastaes [5] o dia mau, e achegaes o assento de violencia. 4 Os que dormem em camas de marfim, e se estendem sobre os seus leitos, e comem os cordeiros do rebanho, e os bezerros do meio da manada: 5 Que cantam [6] ao som do alaúde, e inventam para si instrumentos musicos, assim como David: 6 Que bebem vinho de taças, e se ungem com o mais excellente oleo: mas não se affligem [ADH] pela quebra de José: 7 Portanto agora irão em captiveiro entre os primeiros dos que forem em captiveiro, e cessarão os festins dos estendidos. 8 Jurou [7] o Senhor JEHOVAH pela sua alma (diz o Senhor Deus dos exercitos): Tenho em abominação a soberba de Jacob, e aborreço os seus palacios; [8] e entregarei a cidade e a sua plenitude. 9 E acontecerá que, ficando de resto dez homens n’uma casa, morrerão. 10 E a alguem tomará o seu tio, ou o que o queima, para levar os ossos fóra da casa; e dirá ao que estiver nos cantos da casa: Está ainda _alguem_ comtigo? E elle dirá: Nenhum. E dirá _este_: [9] Cala-te, porque não _convem_ fazer menção do nome do Senhor. 11 Porque, eis que [10] o Senhor dá ordem, e ferirá a casa grande de [ADI] quebraduras, e a casa pequena de fendas. 12 _Porventura_ correrão cavallos na rocha? arar-se-ha _n’ella_ com bois? porque haveis vós tornado o juizo em fel, [11] e o fructo da justiça em alosna? 13 Vós que vos alegraes de nada, vós que dizeis: Não nos temos nós tornado poderosos por nossa força? 14 Porque, eis que eu levantarei sobre vós, ó casa de Israel, _um_ povo, diz o Senhor Deus dos Exercitos, [12] e opprimir-vos-hão, desde [13] a entrada de Hamath até ao ribeiro da planicie. [1] Luc. 6.24. [2] Exo. 19.5. [3] Isa. 10.9. II Reis 18.34. [4] II Chr. 26.6. [5] cap. 5.18 e 9.10. ver. 12. [6] Isa. 5.12. [7] Jer. 51.14. Heb. 6.13, 17. [8] cap. 8.7. [9] cap. 5.13 e 8.3. [10] cap. 3.15. [11] Ose. 10.4. cap. 5.7. [12] Jer. 5.15. [13] Num. 34.8. _A visão da locusta, do fogo e do prumo._ 7 O Senhor JEHOVAH assim me fez ver, e eis que formava gafanhotos no principio do arrebento da herva serodia, e eis que havia a herva serodia depois da segada do rei. 2 E aconteceu que, como elles de todo tivessem comido a herva da terra, eu disse: Senhor JEHOVAH, ora perdoa: [1] como se levantará Jacob? porque é pequeno. 3 _Então_ [2] o Senhor se arrependeu d’isso. _Isto_ não acontecerá, disse o Senhor. 4 Assim me mostrou o Senhor JEHOVAH, e eis que o Senhor JEHOVAH chamava, que queria contender por fogo; o consumiu o grande abysmo, e tambem consumiu uma parte d’elle. 5 _Então_ eu disse: Senhor JEHOVAH, cessa agora; [3] como se levantará Jacob? porque é pequeno. 6 _E_ o Senhor se arrependeu d’isso. Nem isto acontecerá, disse o Senhor JEHOVAH. 7 Mostrou-me _tambem_ assim; e eis que o Senhor estava sobre um muro, _feito_ a prumo: e _tinha_ um prumo na sua mão. 8 E o Senhor me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Senhor: [4] Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel, _e d’aqui por_ diante nunca mais passarei por elle. 9 Mas os altos de Isaac serão [5] assolados, e destruidos os sanctuarios de Israel; [6] e levantar-me-hei com a espada contra a casa de Jeroboão. 10 Então [7] Amazia, o sacerdote em Beth-el, enviou a Jeroboão, rei de Israel, dizendo: Amós tem conspirado contra ti, no meio da casa de Israel; a terra não poderá soffrer todas as suas palavras. 11 Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá á espada, e Israel certamente será levado para fóra da sua terra em captiveiro. 12 Depois Amazia disse a Amós: Vae-te, ó vidente, _e_ foge para a terra de Judah, e ali come o pão, e ali prophetiza; 13 Mas em Beth-el d’aqui por diante não [8] prophetizarás mais, porque é o sanctuario do rei e a casa do reino. 14 E respondeu Amós, e disse a Amazia: [9] Eu não _era_ propheta, nem filho de propheta, mas boieiro, [ADJ] e colhia figos bravos. 15 Porém o Senhor me tomou de detraz do gado, e o Senhor me disse: Vae-te, e prophetiza ao meu povo Israel. 16 Ora, pois, ouve a palavra do Senhor: Tu dizes: [10] Não prophetizarás contra Israel, nem derramarás _as tuas palavras_ contra a casa de Isaac. 17 Portanto assim diz o Senhor: [11] Tua mulher se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão á espada, e a tua terra será repartida a cordel, e tu morrerás na terra immunda, e Israel certamente será levado captivo para fóra da sua terra. [1] ver. 5. [2] ver. 6. [3] ver. 2, 3. [4] Lam. 2.8. [5] Gen. 26.23. cap. 5.5 e 8.14. [6] II Reis 15.10. [7] I Reis 12.32. II Reis 14.23. [8] cap. 2.12. I Reis 12.32. [9] I Reis 20.35. II Reis 2.5 e 4.38 e 6.1. cap. 1.1. Zac. 13.5. [10] Eze. 21.2. Miq. 2.6. [11] Jer. 29.21, 25, 31, 32. Isa. 13.16. Lam. 5.11. Ose. 4.13. Zac. 14.2. _A visão d’um cesto de fructos. Ameaças contra Israel._ 8 O Senhor JEHOVAH assim me mostrou: e eis aqui um cesto de fructos do verão. 2 E disse: Que vês, Amós? E eu disse: Um cesto de fructos do verão. Então o Senhor me disse: Tem [1] vindo o fim sobre o meu povo Israel; d’aqui por diante nunca mais passarei por elle. 3 Mas os canticos do templo serão ouvidos n’aquelle dia, diz o Senhor JEHOVAH: multiplicar-se-hão os cadaveres, em todos os logares, _serão_ lançados fóra em silencio. 4 Ouvi isto, vós que [ADK] anhelaes o abatimento do necessitado; e isto para destruirdes os miseraveis da terra: 5 Dizendo: Quando passará a lua nova, para vendermos o grão? [2] e o sabbado, para abrirmos os celleiros de trigo? diminuindo o epha, [3] e augmentando o siclo, e falsificando as balanças enganosas; 6 Para comprarmos os pobres por dinheiro, [4] e os necessitados por um par de sapatos? então venderemos as cascas do trigo. 7 Jurou o Senhor pela [5] gloria de Jacob: Eu me não esquecerei de todas as suas obras para sempre. 8 Por causa [6] d’isto não se commoveria a terra? e _não_ choraria todo aquelle que habita n’ella? certamente levantar-se-ha toda como um rio, e será arrojada, [7] e será fundida como pelo rio do Egypto. 9 E [8] succederá que, n’aquelle dia, diz o Senhor, farei que o sol se ponha ao meio dia, e a terra se entenebreça no dia da luz. 10 E tornarei as vossas festas em luto, e todos os vossos canticos em lamentações, [9] e farei pôr sacco sobre todos os lombos, e calva sobre toda a cabeça; [10] e farei que isso seja como luto do _filho_ unico, e o seu fim como dia de amarguras. 11 Eis que veem dias, diz o Senhor JEHOVAH, em que enviarei fome sobre a terra, não fome de pão, nem sêde de agua, [11] mas de ouvir as palavras do Senhor. 12 E irão vagabundos de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente: correrão por toda a parte, buscando a palavra do Senhor, mas não _a_ acharão. 13 N’aquelle dia as virgens formosas e os mancebos desmaiarão á sêde. 14 Os [12] que juram pelo delicto de Samaria, e dizem: Vive o teu deus, ó Dan, e: Vive o caminho de [ADL] Berseba; e cairão, e não se levantarão mais. [1] Eze. 7.2. cap. 7.8. [2] Neh. 13.15, 16. [3] Miq. 6.10, 11. [4] cap. 2.6. [5] cap. 6.8. Ose. 8.13. [6] Ose. 4.3. [7] Eze. 26 e 27 e 28. [8] Job 5.14. Isa. 13.10 e 59.9, 10. Jer. 15.9. Miq. 3.6. [9] Isa. 15.2, 3. Jer. 48.37. Eze. 7.18 e 27.31. [10] Jer. 6.26. Zac. 12.10. [11] I Sam. 3.1. Eze. 7.26. [12] Ose. 4.15. Deu. 9.21. _Visão da ruina do altar: promessa de restauração._ 9 Vi o Senhor, que estava em pé sobre o altar, e me disse: Fere o capitel, e estremeçam os umbraes, [1] e corta-lhes em pedaços a cabeça a todos elles; e eu matarei á espada até ao ultimo d’elles: o que fugir d’entre elles não escapará, nem o que escapar d’entre elles se salvará. 2 Ainda que cavem até ao inferno, a minha mão os tirará d’ali, [2] e, se subirem ao céu, d’ali os farei descer. 3 E, se se esconderem no cume do Carmelo, buscal-os-hei, e d’ali os tirarei; e, se se occultarem aos meus olhos no fundo do mar, ali darei ordem á serpente, e ella os morderá. 4 E, se forem em captiveiro diante de seus inimigos, [3] ali darei ordem á espada que os mate; [4] e eu porei o meu olho sobre elles para mal, e não para bem. 5 Porque o Senhor JEHOVAH dos Exercitos _é_ o que toca a terra, [5] e ella se derreterá, e todos os que habitam n’ella chorarão; e ella subirá toda como um rio, e submergirá como pelo rio do Egypto. 6 _Elle é_ o que edifica [ADM] os seus degraus no céu, e [ADN] o seu esquadrão fundou na terra, [6] e o que chama as aguas do mar, e as derrama sobre a terra: o Senhor _é_ o seu nome. 7 Não me sois, vós, ó filhos de Israel, como os filhos dos ethiopes? diz o Senhor; não fiz eu subir a Israel da terra do Egypto, [7] e aos philisteos de Caphtor, e aos syrios de Kir? 8 Eis que [8] os olhos do Senhor JEHOVAH _estão_ contra este reino peccador, [9] e eu o destruirei de sobre a face da terra, excepto que não destruirei de todo a casa de Jacob, diz o Senhor. 9 Porque eis que darei ordem, e sacudirei a casa de Israel entre todas as nações, assim como se sacode grão no crivo, sem que caia na terra _um_ só grão. 10 Todos os peccadores do meu povo morrerão á espada, [10] os que dizem: Não se avisinhará nem nos encontrará o mal. 11 N’aquelle dia [11] tornarei a levantar a caida tenda de David, e cercarei as suas aberturas, e tornarei a levantar as suas ruinas, e a edificarei como nos dias da antiguidade; 12 [12] Para que possuam o restante de Edom, e todas as nações que são chamadas pelo meu nome, diz o Senhor, que faz isto. 13 Eis que [13] veem dias, diz o Senhor, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que piza as uvas ao que semeia a semente, [14] e os montes distillarão mosto, e todos os outeiros se derreterão. 14 E [15] tornarei o captiveiro do meu povo Israel, e reedificarão as cidades assoladas, e n’ellas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão jardins, e lhes comerão o fructo. 15 E [16] os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus. [1] Hab. 3.13. cap. 2.14. [2] Job 20.6. Jer. 51.53. Oba. 4. [3] Lev. 26.33. Deu. 28.65. Eze. 5.12. [4] Lev. 17.10. Jer. 44.11. [5] Miq. 1.4. cap. 8.8. [6] cap. 5.8. cap. 4.13. [7] Jer. 47.4. Deu. 2.23. cap. 1.5. [8] ver. 4. [9] Jer. 30.11 e 31.35, 36. [10] cap. 6.3. [11] Act. 15.16, 17. [12] Oba. 19. Num. 24.18. [13] Lev. 26.5. [14] Joel 3.18. [15] Jer. 30.3. Isa. 61.4 e 65.21. Eze. 36.33-36. [16] Isa. 60.21. Eze. 34.28. Joel 3.20. OBADIAS. _Os peccados e o castigo de Edom: a restauração e felicidade de Israel._ [Antes de Christo 587] 1 Visão de Obadias: [1] Assim diz o Senhor JEHOVAH a Edom: Temos ouvido a prégação do Senhor, e foi enviado entre as nações um embaixador; levantae-vos, e levantemo-nos contra ella para a guerra. 2 Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu _és_ mui desprezado. 3 A soberba do teu coração te enganou, [2] _como_ o que habita nas fendas das rochas, _na_ sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me derribará em terra? 4 Se [3] te elevares como aguia, e pozeres o teu ninho entre as estrellas, d’ali te derribarei, diz o Senhor. 5 Se viessem a ti ladrões, [4] ou roubadores de noite (como _és_ destruido!), _porventura_ não furtariam o que lhes bastasse? se a ti viessem os vindimadores, [5] _porventura_ não deixariam rabisco? 6 Como foram esquadrinhadas _as coisas_ de Esaú! como foram investigados os seus esconderijos! 7 Todos os teus confederados te levaram para fóra até aos limites: os que gozam da tua paz te enganaram, [6] prevaleceram contra ti; _os que comem_ o teu pão pozeram debaixo de ti uma armadilha: não _ha_ n’elle entendimento. 8 _Porventura_ [7] não acontecerá n’aquelle dia, diz o Senhor, que farei perecer os sabios de Edom, _e_ o entendimento da montanha de Esaú? 9 E os teus valentes, [8] ó Teman, estarão atemorisados, para que da montanha de Esaú seja cada um exterminado pela matança. 10 Por [9] causa da violencia feita a teu irmão Jacob, cobrir-te-ha a confusão, e _serás_ exterminado para sempre. 11 No dia em que o confrontaste, no dia em que os forasteiros levavam captivo o seu exercito, e os estranhos entravam pelas suas portas, [10] e lançavam sortes sobre Jerusalem, tu _eras_ tambem como um d’elles. 12 Então tu não devias ver _satisfeito_ o dia de teu irmão, [11] no dia do seu desterro; [12] nem alegrar-te sobre os filhos de Judah, no dia da sua ruina; nem alargar a tua bocca, no dia da angustia; 13 Nem entrar pela porta do meu povo, no dia da sua calamidade; nem tão pouco devias ver _satisfeito_ o seu mal, no dia da sua calamidade; nem estender _as tuas mãos_ contra o seu exercito, no dia da sua calamidade; 14 Nem parar nas encruzilhadas, para lhe exterminares os que escapassem: nem entregar os que lhe restassem, no dia da angustia. 15 Porque [13] o dia do Senhor _está_ perto, sobre todas as nações: [14] como tu fizeste, assim se fará comtigo: a tua recompensa tornará sobre a tua cabeça. 16 Porque, [15] como vós bebestes no monte da minha sanctidade, beberão _tambem_ de continuo todas as nações: beberão, e engulirão, e serão como se nunca fossem. 17 Porém [16] no monte de Sião haverá livramento; e elle será sanctidade; e os da casa de Jacob possuirão as suas herdades. 18 E a casa de Jacob será fogo, [17] e a casa de José chamma, e a casa de Esaú palha; e se accenderão contra elles, e os consumirão; e ninguem mais restará da casa de Esaú, porque o Senhor _o_ fallou. 19 E os do sul possuirão a montanha de Esaú, e os das planicies os philisteos: possuirão tambem [18] os campos de Ephraim, e os campos de Samaria; e Benjamin a Gilead. 20 E os captivos d’este exercito, dos filhos de Israel, o que era dos [19] cananitas, até Zarephath; e os captivos de Jerusalem, o que _está_ em Sepharad, possuirão as cidades do sul. 21 E levantar-se-hão salvadores [20] no monte Sião, para julgarem a montanha de Esaú; e o reino será do Senhor. [1] Jer. 49.14, etc. [2] Isa. 14.13, 14, 15. Apo. 18.7. [3] Job 20.6. Jer. 49.16 e 51.53. Amós 9.2. Hab. 2.9. [4] Jer. 49.9. [5] Deu. 24.21. Isa. 17.6 e 24.13. [6] Jer. 38.22. [7] Job 5.12, 13. Isa. 29.14. Jer. 49.7. [8] Amós 2.16. Jer. 49.7. [9] Gen. 27.41. Amós 1.11. Eze. 35.9. Mal. 1.4. [10] Joel 3.3. Nah. 3.10. [11] Miq. 4.11 e 7.10. [12] Job 31.29. Pro. 17.5 e 24.17, 18. Miq. 7.8. [13] Eze. 30.3. Joel 3.15. [14] Eze. 35.14. Hab. 2.8. [15] Jer. 25.28, 29 e 49.12. Joel 3.17. I Ped. 4.17. [16] Joel 2.32. Amós 9.8. [17] Isa. 10.17. Zac. 12.6. [18] Amós 9.12. Sof. 2.7. [19] I Reis 17.9, 10. Jer. 32.44. [20] Thi. 5.20. Zac. 14.9. Luc. 1.33. Apo. 11.15 e 19.6. JONAS. _A vocação de Jonas; a sua fugida e o seu castigo._ [Antes de Christo 862] 1 E veiu a palavra do Senhor a [1] Jonas, filho de Amittai, dizendo: 2 Levanta-te, [2] vae á grande cidade de Ninive, e apregoa contra ella, [3] porque a sua malicia subiu até mim. 3 E Jonas se levantou [4] para fugir de diante da face do Senhor para Tarsis, e desceu a Joppe, e achou que um navio ia para Tarsis, e deu a sua passagem, e desceu para dentro d’elle, para ir com elles para Tarsis, [5] de diante da face do Senhor. 4 Mas o Senhor lançou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava para quebrar-se. 5 Então temeram os marinheiros, e clamavam cada um ao seu deus, [6] e lançavam no mar as fazendas, que _estavam_ no navio, para o alliviarem do seu _pezo_; [7] porém Jonas desceu aos lados do porão, e se deitou, e dormia um profundo somno. 6 E o mestre do navio chegou-se a elle, e disse-lhe: Que tens, adormentado? [8] levanta-te, clama ao teu Deus; _porventura_ Deus se lembrará de nós para que não pereçamos. 7 E diziam cada um ao seu companheiro: Vinde, [9] e lancemos sortes, para que saibamos por que causa nos _tem vindo_ este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. 8 Então lhe disseram: [10] Declara-nos tu agora, por cuja causa nos _tem vindo_ este mal. Que occupação é a tua? e d’onde vens? qual _é_ a tua terra? e de que povo _és_ tu? 9 E elle lhes disse: Eu _sou_ hebreo, [11] e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a _terra_ secca. 10 Então estes homens tremeram com grande temor, e lhe disseram: Porque fizeste tu isto? Pois sabiam os homens que fugia de diante do Senhor, porque elle lh’o tinha declarado. 11 E disseram-lhe: Que te faremos nós, para que o mar se nos aquiete? Porque o mar se elevava e engrossava cada vez mais. 12 E elle lhes disse: Levantae-me, e lançae-me no mar, e o mar se vos aquietará; porque eu sei que por minha causa _é que_ vos sobreveiu esta grande tempestade. 13 Mas os homens remavam, para tornar a trazer _o navio_ para terra, [12] mas não podiam; porquanto o mar se ia embravecendo cada vez mais contra elles. 14 Então clamaram ao Senhor, e disseram: Ah Senhor! não pereçamos por causa da alma d’este [13] homem, e não ponhas sobre nós o sangue innocente; porque tu, Senhor, fizeste como quizeste. 15 E levantaram a Jonas, e o lançaram no mar, [14] e cessou o mar da sua furia. 16 Temeram pois estes homens ao Senhor com grande temor; [15] e sacrificaram sacrificios ao Senhor, e votaram votos. 17 Preparou pois o Senhor _um_ grande peixe, que tragasse a Jonas; [16] e esteve Jonas tres dias e tres noites nas entranhas do peixe. [1] II Reis 14.25. [2] Gen. 10.11, 12. cap. 3.2, 3 e 4.11. [3] Gen. 18.20, 21. Esd. 9.6. Thi. 5.4. Apo. 18.5. [4] cap. 4.2. Jos. 19.46. II Chr. 2.16. Act. 9.36. [5] Gen. 4.16. Job 1.12 e 2.7. [6] Act. 27.18, 19, 38. [7] I Sam. 24.3. [8] Joel 2.14. [9] Jos. 7.14, 16. I Sam. 10.20, 21 e 14.41, 42. Pro. 16.33. Act. 1.26. [10] Jos. 7.19. I Sam. 14.43. [11] Act. 17.24. [12] Pro. 21.30. [13] Deu. 21.8. [14] Luc. 8.24. [15] Mar. 4.41. Act. 5.11. [16] Mat. 12.40 e 16.4. Luc. 11.30. _Jonas no ventre do grande peixe; sua oração e seu salvamento._ 2 E orou Jonas ao Senhor, seu Deus, das entranhas do peixe. 2 E disse: Da minha angustia clamei [1] ao Senhor, e _elle_ me respondeu; do ventre do [ADO] inferno gritei, _e_ tu ouviste a minha voz. 3 Porque tu me lançaste _no_ profundo, no coração dos mares, e a corrente me tem cercado; todas as tuas ondas e as tuas vagas teem passado por cima de mim. 4 E eu dizia: Lançado estou de diante dos teus olhos; todavia tornarei a ver o templo da tua sanctidade. 5 As aguas me cercaram até á alma, o abysmo me rodeou, e a alga se embrulhava á minha cabeça. 6 Eu desci até aos fundamentos dos montes: os ferrolhos da terra me encerrariam para sempre; mas tu fizeste subir a minha vida da perdição, ó Senhor meu Deus. 7 Desfallecendo em mim a minha alma, me lembrei do Senhor; e entrou a ti a minha oração, no templo da tua sanctidade. 8 Os que observam as vaidades vãs [2] deixam a sua _propria_ misericordia. 9 Mas eu [3] te sacrificarei com a voz do agradecimento; o que votei pagarei: do Senhor _vem_ a salvação. 10 Fallou pois o Senhor ao peixe: e vomitou a Jonas na terra. [1] Lam. 3.55, 56. [2] II Reis 17.15. Jer. 10.8 e 16.19. [3] Ose. 14.2. Heb. 13.15. _Jonas prega em Ninive: o arrependimento dos ninivitas._ 3 E veiu a palavra do Senhor segunda vez a Jonas, dizendo: 2 Levanta-te, e vae á grande cidade de Ninive, e prega contra ella a prégação que eu te digo. 3 E levantou-se Jonas, e foi a Ninive, segundo a palavra do Senhor: era pois Ninive uma grande cidade de Deus, de tres dias de caminho. 4 E começava Jonas a entrar pela cidade caminho d’um dia, e prégava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Ninive será subvertida. 5 E os homens de Ninive [1] creram em Deus; e proclamaram _um_ jejum, e vestiram-se de sacco, desde o maior até ao menor. 6 Porque esta palavra chegou ao rei de Ninive, e levantou-se do seu throno, e tirou de si os seus vestidos, e cobriu-se de sacco, [2] e assentou-se sobre a cinza. 7 E [3] fez apregoar, e fallou-se em Ninive, pelo mandado do rei e dos seus grandes, dizendo: Nem homens, nem animaes, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê pasto, nem bebam agua. 8 Mas os homens e os animaes estarão cobertos de saccos, e clamarão fortemente a Deus, [4] e se converterão, cada um do seu mau caminho, e da violencia que _ha_ nas suas mãos. 9 Quem [5] sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos? 10 E [6] Deus viu as obras d’elles, como se converteram do seu mau caminho: e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o fez. [1] Mat. 12.41. Luc. 11.32. [2] Job 2.8. [3] II Chr. 20.3. [4] Isa. 58.6 e 59.6. [5] II Sam. 12.22. Joel 2.11. [6] Jer. 18.8. Amós 7.3, 6. _O descontentamento de Jonas e a resposta do Senhor._ 4 E desagradou-se Jonas extremamente d’isso, e ficou todo apaixonado. 2 E orou ao Senhor, e disse: Ah! Senhor! não _foi_ esta a minha palavra, estando eu ainda na minha terra? [1] por isto _é que_ me preveni, fugindo para Tarsis, pois sabia que _és_ Deus piedoso, [2] e misericordioso, longanimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. 3 Peço-te, pois, [3] ó Senhor, tira-me a minha alma, [4] porque melhor me _é_ morrer do que viver. 4 E disse o Senhor: É bem feito que assim te apaixones? 5 Jonas, pois, saiu da cidade, e assentou-se ao oriente da cidade: e ali fez uma cabana, e se assentou debaixo d’ella, á sombra, até ver que _era o que_ acontecia á cidade. 6 E preparou o Senhor Deus uma aboboreira, e a fez subir por cima de Jonas, para que fizesse sombra sobre a sua cabeça, a fim de o livrar do seu enfado: e Jonas se alegrou _com_ grande alegria por causa da aboboreira. 7 Mas Deus enviou um bicho, no dia seguinte ao subir da alva, e feriu a aboboreira, e se seccou. 8 E aconteceu que, apparecendo o sol, Deus ordenou um vento calmoso oriental, e o sol feriu a cabeça de Jonas; e elle desmaiou, e desejou com toda a sua alma morrer, dizendo: [5] Melhor me _é_ morrer do que viver. 9 Então disse Deus a Jonas: É bem feito que assim te apaixones por causa da aboboreira? E elle disse: É bem feito que me apaixone até á morte. 10 E disse o Senhor: Tiveste tu compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer, que n’uma noite nasceu, e n’uma noite pereceu; 11 E [6] não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Ninive em que estão mais de cento e vinte mil homens [7] que não sabem _discernir_ entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, _e_ muitos animaes? [1] cap. 1.3. [2] Exo. 34.6. Joel 2.13. [3] I Reis 19.4. [4] ver. 8. [5] ver. 3. [6] cap. 1.2 e 3.2, 3. [7] Deu. 1.38. MIQUEAS. _Ameaças contra Israel e Judah por causa de sua injustiça e rebellião._ [Antes de Christo 750] 1 Palavra do Senhor, [1] que veiu a Miqueas, morasthita, nos dias de Jothão, Achaz _e_ Ezequias, reis de Judah, [2] a qual elle viu sobre Samaria e Jerusalem. 2 Ouvi, todos os povos, [3] attenta tu, terra, e a plenitude d’ella, e seja o Senhor JEHOVAH testemunha contra vós, [4] o Senhor, desde o templo da sua sanctidade. 3 Porque [5] eis que o Senhor sae do seu logar, e descerá, e pizará as alturas da terra. 4 E [6] os montes debaixo d’elle se derreterão, e os valles se fenderão, como a cera diante do fogo, como as aguas que se precipitam n’um abysmo. 5 Tudo isto por causa da prevaricação de Jacob, e dos peccados da casa de Israel: quem _é o auctor da_ rebellião de Jacob? não _é_ Samaria? e quem o _das_ alturas de Judah? não _é_ Jerusalem? 6 Por isso [7] farei de Samaria um montão de pedras do campo, uma terra de plantar vinhas, e farei rebolar as suas pedras no valle, [8] e descobrirei os seus fundamentos. 7 E todas as suas imagens de esculptura serão esmiuçadas, [9] e todos os seus salarios serão queimados pelo fogo, e de todos os seus idolos eu farei uma assolação, porque da paga de prostitutas _os_ ajuntou, e para a paga de prostitutas voltarão. 8 Por isso lamentarei, [10] e uivarei, andarei despojado e nú: farei lamentação como de dragões, e pranto como de abestruzes. 9 Porque a sua chaga _é_ incuravel, [11] porque chegou até Judah: estendeu-se até á porta do meu povo, até Jerusalem. 10 Não [12] o annuncieis em Gath, nem choreis muito: [13] revolve-te no pó, na casa de Aphra. 11 Passa, ó moradora de Saphir, [14] com nudez vergonhosa: a moradora de Zaanan não sae para fóra; o pranto de Beth-ezel receberá de vós a sua estancia. 12 Porque a moradora de Maroth teve dôr pelo bem; [15] porque desceu do Senhor o mal até á porta de Jerusalem. 13 Ata os animaes ligeiros ao carro, [16] ó moradora de Lachis (esta _é_ o principio do peccado para a filha de Sião), porque em ti se acharam as transgressões de Israel. 14 Por isso [17] dá presentes a Moreshethgath: as casas de Achzib _serão casas_ de mentira aos reis de Israel. 15 Ainda te trarei um herdeiro, [18] ó moradora de Maresha: [19] chegar-se-ha até Adullam, para gloria de Israel. 16 Faze-te calva, [20] e tosquia-te, por causa dos filhos das tuas delicias: alarga a tua calva como a aguia, porque te foram levados captivos. [1] Jer. 26.18. [2] Amós 1.1. [3] Deu. 32.1. Isa. 1.2. Mal. 3.5. [4] Heb. 2.20. [5] Isa. 26.21. Deu. 32.13 e 33.29. [6] Jui. 5.5. Isa. 64.1, 2, 3. Amós 9.5. Hab. 5.6, 10. [7] II Reis 19.25. cap. 3.12. [8] Eze. 13.14. [9] Ose. 2.5, 12. [10] Isa. 21.3 e 22.4. Jer. 4.19. Isa. 20.2, 3, 4. [11] II Reis 18.13. Isa. 8.7, 8. [12] II Sam. 1.20. [13] Jer. 6.26. [14] Isa. 20.4 e 47.2, 3. Jer. 13.22. Nah. 3.5. [15] Amós 3.6. [16] II Reis 18.14, 17. [17] II Sam. 8.2. II Reis 18.14, 15, 16. [18] Jos. 15.44. [19] II Chr. 11.7. [20] Isa. 15.2 e 22.12. Jer. 7.29. 2 Ai [1] d’aquelles que nas suas camas intentam a iniquidade, e obram o mal: [2] á luz da alva o põem em obra, porque está no poder da sua mão! [Antes de Christo 710] 2 E [3] cobiçam campos, e os arrebatam, e casas, e as tomam: assim fazem violencia a um homem e á casa, a uma pessoa e á sua herança. 3 Portanto, assim diz o Senhor: [4] Eis que intento mal contra esta geração, d’onde não tirareis os vossos pescoços, [5] nem andareis tão altivos, porque o tempo _será_ mau. 4 N’aquelle dia [6] se levantará um proverbio sobre vós, e se pranteará pranto lastimoso, dizendo: Nós estamos inteiramente desolados! [7] a porção do meu povo elle a troca! como me despoja! para nos tirar os nossos campos elle os reparte! 5 Portanto, [8] não terás tu na congregação do Senhor quem lance o cordel pela sorte. 6 Não [9] prophetizeis, _os que_ prophetizam, não prophetizem d’este modo, _que_ se não apartará a vergonha. 7 Ó vós _que sois_ chamados a casa de Jacob, _porventura_ se tem encurtado o Espirito do Senhor? _são_ estas as suas obras? e não é assim que fazem bem as minhas palavras ao que anda rectamente? 8 Mas _assim como fôra_ hontem, se levantou o meu povo por inimigo: de sobre a vestidura tirastes a capa d’aquelles que passavam seguros, como os que voltavam da guerra. 9 Lançaes fóra as mulheres do meu povo, da casa das suas delicias: dos seus meninos tirastes o meu louvor para sempre. 10 Levantae-vos, _pois_, e andae, [10] porque não será esta _terra_ o descanço; porquanto está contaminada, _vos_ corromperá, e isso com grande corrupção. 11 Se _houver_ algum que siga o seu espirito, e está mentindo falsamente, _dizendo_: Eu te prophetizarei de vinho e de bebida forte; far-se-ha então _este_ tal o propheta d’este povo. 12 Certamente [11] te ajuntarei todo inteiro, ó Jacob: certamente congregarei o restante de Israel: pôl-o-hei todo junto, como ovelhas de Bozra; [12] como o rebanho no meio do seu curral, farão estrondo pela _multidão_ dos homens. 13 Subirá diante d’elles o que romperá o _caminho_: elles romperão, e entrarão pela porta, e sairão por ella; [13] e o rei irá adiante d’elles, e o Senhor á testa d’elles. [1] Ose. 7.6. [2] Gen. 31.29. [3] Isa. 5.8. [4] Jer. 8.3. [5] Amós 5.13. Eph. 5.16. [6] II Sam. 1.17. [7] cap. 1.15. [8] Deu. 32.8, 9. [9] Amós 2.12. [10] Deu. 12.9. Jer. 3.2. [11] cap. 4.6, 7. [12] Jer. 31.13. Eze. 36.37. [13] Ose. 3.5. Isa. 52.12. _Ameaças contra os chefes e os falsos prophetas._ 3 Mais disse eu: Ouvi agora vós, chefes de Jacob, e vós, principes da casa de Israel; [1] _porventura_ não _é_ a vós _que pertence_ saber o direito? 2 Que aborreceis o bem, e amaes o mal, que lhes arrancaes a pelle de cima d’elles, e a sua carne de cima dos seus ossos, 3 E que comeis a carne do meu povo, e lhes esfolaes a sua pelle, e lhes esmiuçaes os ossos, [2] e os repartis como para a panella e como carne no meio do caldeirão. 4 Então [3] clamarão ao Senhor, mas não os ouvirá, antes esconderá d’elles a sua face n’aquelle tempo, visto que elles fizeram mal com as suas obras. 5 Assim [4] diz o Senhor contra os prophetas que fazem errar o meu povo, [5] que mordem com os seus dentes, e clamam paz; mas contra aquelle que nada lhes mette na bocca preparam guerra. 6 Portanto, [6] se vos fará noite [ADP] por causa da prophecia, e vos serão trevas [ADQ] por causa da adivinhação, [7] e se porá o sol sobre estes prophetas, e o dia sobre elles se ennegrecerá. 7 E os videntes se envergonharão, e os adivinhadores se confundirão; e todos juntos cobrirão o beiço superior, [8] porque não _haverá_ resposta de Deus. 8 Mas decerto eu sou cheio da força do Espirito do Senhor, e _cheio_ de juizo e animo, [9] para annunciar a Jacob a sua transgressão e a Israel o seu peccado. 9 Ouvi agora isto, vós, chefes da casa de Jacob, e vós, maioraes da casa de Israel, que abominaes o juizo e perverteis tudo o que é direito, 10 [10] Edificando a Sião com sangue, e a Jerusalem com injustiça. 11 Os [11] seus chefes dão as sentenças por presentes, e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus prophetas adivinham por dinheiro; [12] e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: _Porventura_ não _está_ o Senhor no meio de nós? nenhum mal nos sobrevirá. 12 Portanto, por causa de vós, [13] Sião será lavrada _como_ um campo, e Jerusalem se fará montões de pedras, [14] e o monte d’esta casa alturas de bosque. [1] Jer. 5.4, 5. [2] Exo. 11.3, 7. [3] Pro. 1.28. Isa. 1.15. Eze. 8.18. Zac. 7.13. [4] Isa. 56.10, 11. Eze. 13.10 e 22.25. [5] Mat. 7.15. Eze. 13.18, 19. [6] Isa. 8.20, 22. Eze. 13.23. [7] Amós 8.9. [8] Amós 8.11. [9] Isa. 58.1. [10] Jer. 22.13. Hab. 2.12. Sof. 3.3. [11] Isa. 1.23. cap. 7.3. Jer. 6.13. [12] Isa. 48.2. Rom. 2.17. [13] Jer. 26.18. cap. 1.6. [14] cap. 4.2. _O annuncio da vocação dos gentios._ 4 Mas [1] no ultimo dos dias acontecerá que o monte da casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes, e se elevará sobre os outeiros, e concorrerão a elle os povos. 2 E irão muitas nações, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, e á casa do Deus de Jacob, para que nos ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor de Jerusalem. 3 E julgará entre muitos povos, e castigará poderosas nações até mui longe, [2] e converterão as suas espadas em enxadas, e as suas lanças em foices: _uma_ nação contra _outra_ nação não levantará a espada, nem aprenderão mais a guerra. 4 Mas [3] assentar-se-hão, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a bocca do Senhor dos Exercitos o fallou. 5 Porque [4] todos os povos andarão, cada um no nome do seu deus; mas nós andaremos no nome do Senhor nosso Deus, eternamente e para sempre. 6 N’aquelle dia, diz o Senhor, [5] congregarei a que coxeava, e recolherei a que eu tinha expulsado, e a que eu tinha maltratado. 7 E [6] da que coxeava farei um resto, e da que estava rejeitada longe uma nação poderosa; [7] e o Senhor reinará sobre elles no monte de Sião, desde agora e para sempre. 8 E tu, [ADR] ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, até a ti virá; certamente virá o primeiro dominio, o reino da filha de Jerusalem. 9 Ora porque farias tão grande pranto? [8] não _ha_ em ti rei? pereceu o teu conselheiro? apoderou-se de ti dôr, como da que está de parto? 10 Soffre dôres, e trabalhos, para produzir, ó filha de Sião, como a que está de parto, porque agora sairás da cidade, e morarás no campo, e virás até Babylonia: ali, _porém_, serás livrada; ali te remirá o Senhor da mão de teus inimigos. 11 Agora [9] se congregaram muitas nações contra ti, que dizem: Seja profanada, e os nossos olhos verão seus desejos sobre Sião. 12 Mas [10] não sabem os pensamentos do Senhor, nem entendem o seu conselho: [11] porque as ajuntou como gavelas á eira. 13 Levanta-te, [12] e trilha, ó filha de Sião; porque eu farei de ferro [ADS] a tua ponta, e de cobre as tuas unhas; e esmiuçarás a muitos povos, [13] e o seu ganho consagrarei ao Senhor, e a sua fazenda ao Senhor de toda a terra. [1] Isa. 2.2, etc. Eze. 17.22, 23. [2] Isa. 2.4. Joel 3.10. [3] I Reis 4.25. Zac. 3.10. [4] Jer. 2.11. [5] Eze. 34.16. Sof. 3.19. Eze. 34.13 e 37.21. [6] cap. 2.12 e 5.3, 7, 8 e 7.18. [7] Isa. 9.6 e 24.23. Dan. 7.14, 27. Luc. 1.33. Apo. 11.15. [8] Jer. 8.19. Isa. 13.8 e 21.3. Jer. 30.6 e 50.43. [9] Lam. 2.16. cap. 7.10. [10] Isa. 55.8. Rom. 11.33. [11] Isa. 21.10. [12] Isa. 41.15, 16. Jer. 51.33. [13] Isa. 18.7 e 23.18 e 60.6, 9. Zac. 4.13 e 6.5. 5 Agora ajunta-te com esquadrões, ó filha de esquadrões; pôr-se-ha cerco sobre nós: [1] ferirão com a vara no queixo ao juiz de Israel. _Predicção do nascimento do Messias e da instituição do seu reino._ 2 E tu, Beth-lehem Ephrata, [2] _ainda que és_ pequena entre os milhares de Judah, [3] de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas saidas são desde os tempos antigos, [4] desde os dias da eternidade. 3 Portanto [5] os entregará até ao tempo em que a que está de parto tiver parido: então o resto de seus irmãos voltará com os filhos de Israel. 4 E elle estará em pé, [6] e apascentará _ao povo_ na força do Senhor, na excellencia do nome do Senhor seu Deus: [7] e elles permanecerão, porque agora será engrandecido até aos fins da terra. 5 E este será a paz: quando a Assyria vier á nossa terra, e quando passar os nossos palacios, levantaremos contra elle sete pastores e oito principes d’entre os homens. 6 Esses consumirão a terra da Assyria á espada, [8] e a terra de Nimrod nas suas entradas. Assim _nos_ livrará da Assyria, [9] quando vier á nossa terra, e quando calcar os nossos termos. 7 E [10] estará o resto de Jacob no meio de muitos povos, como orvalho do Senhor, como _uns_ choviscos sobre a terra, que não espera pelo homem, nem aguarda a filhos de homens. 8 E o resto de Jacob estará entre as nações, no meio de muitos povos, como um leão entre os animaes do bosque, como um leãosinho entre os rebanhos de ovelhas, o qual, quando passar, pizará e despedaçará, sem que haja quem _as_ livre. 9 A tua mão se exaltará sobre os seus adversarios; e todos os teus inimigos serão exterminados. 10 E [11] succederá n’aquelle dia, diz o Senhor, que eu exterminarei do meio de ti os teus cavallos, e destruirei os teus carros; 11 E destruirei as cidades da tua terra, e derribarei todas as tuas fortalezas; 12 E exterminarei as feitiçarias da tua mão: [12] e não terás agoureiros; 13 E [13] exterminarei do meio de ti as tuas imagens de esculptura e [ADT] as tuas estatuas; e tu não te inclinarás mais diante da obra das tuas mãos. 14 E arrancarei os teus bosques do meio de ti; e destruirei as tuas cidades. 15 E [14] com ira e com furor farei vingança das nações que não ouvem. [1] Lam. 3.30. Mat. 5.39 e 27.30. [2] Mat. 2.6. João 7.42. I Sam. 23.23. [3] Isa. 9.6. [4] João 1.1. [5] cap. 4.10. [6] Isa. 40.11 e 49.9. Eze. 34.23. cap. 7.14. [7] Isa. 52.13. Zac. 9.10. Luc. 1.32 e 2.14. [8] Gen. 10.8, 10, 11. [9] Luc. 1.71. [10] ver. 3. Deu. 32.2. [11] Zac. 9.10. [12] Isa. 2.6. [13] Zac. 13.2. Isa. 2.8. [14] II The. 1.8. _A contenda do Senhor com o seu povo. As maldades de Israel: Deus não terá compaixão._ 6 Ouvi agora o que diz o Senhor: Levanta-te, contende com os montes, e ouçam os outeiros a tua voz. 2 Ouvi [1] montes, a contenda do Senhor, e vós, fortes fundamentos da terra; porque o Senhor tem uma contenda com o seu povo, e com Israel entrará em juizo. 3 Ó povo meu; [2] que te tenho feito? e com que te enfadei? testifica contra mim. 4 Certamente te fiz [3] subir da terra do Egypto e da casa da servidão te remi; e enviei adiante de ti a Moysés, Aarão e Miriam. 5 Povo meu, ora lembra-te do que consultou [4] Balak, rei de Moab, e o que lhe respondeu Balaão, filho de Beor, desde Sittim até Gilgal; para que conheças [5] as justiças do Senhor. 6 Com que coisa encontrarei ao Senhor, _e_ me inclinarei ao Deus altissimo? encontral-o-hei com holocaustos? com bezerros de _um_ anno? 7 Agradar-se-ha [6] o Senhor de milhares de carneiros? de dez mil ribeiros de azeite? [7] darei o meu primogenito pela minha transgressão? o fructo do meu ventre _pelo_ peccado da minha alma? 8 Elle te declarou, [8] ó homem, o que _é_ bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, [9] e ames a beneficencia, e andes humildemente com o teu Deus? 9 A voz do Senhor clama á cidade (porque o teu nome vê a inteireza): Ouvi a vara, e a quem a ordenou. 10 Ainda ha _na_ casa do impio thesouros da impiedade? e epha pequena, [10] _que é_ detestavel? 11 Seria eu limpo com balanças falsas? e com uma bolsa de pesos enganosos? 12 Porque os seus ricos estão cheios de violencia, e os seus habitantes fallam mentiras; [11] e a sua lingua _é_ enganosa na sua bocca. 13 Assim eu tambem _te_ enfraquecerei, ferindo-te _e_ assolando-_te_ por causa dos teus peccados. 14 Tu comerás, [12] mas não te fartarás; e a tua humilhação _estará_ no meio de ti; e tu removerás, mas não livrarás; e aquillo que livrares, eu _o_ entregarei á espada. 15 Tu semearás, [13] mas não segarás: pisarás a azeitona, mas não te ungirás com azeite; e o mosto, mas não beberás vinho. 16 Porque se guardaram [14] os estatutos de Omri, e toda a obra da casa de Acab, e vós andaes nos conselhos d’elles; [15] para que eu te faça uma desolação, e dos seus habitantes um assobio: assim trareis sobre vós o opprobrio do meu povo. [1] Deu. 32.1. Isa. 1.2. Ose. 12.2. Isa. 43.26. Ose. 4.1. [2] Jer. 2.5, 31. [3] Exo. 12.51 e 14.30 e 20.2. Deu. 4.20. Amós 2.10. [4] Num. 22.5 e 23.7. Deu. 23.4, 5. Jos. 24.9, 10. Apo. 2.14. [5] Jui. 5.11. [6] Isa. 1.11. [7] II Reis 16.3 e 21.6 e 23.10. Jer. 7.31 e 19.5. Eze. 23.37. [8] Deu. 10.12. I Sam. 15.22. Ose. 6.6 e 12.6. [9] Gen. 18.19. Isa. 1.17. [10] Deu. 25.13-16. Pro. 11.1 e 20.10, 23. Ose. 12.7. [11] Jer. 9.3, 5, 6, 8. [12] Lev. 26.26. Ose. 4.10. [13] Deu. 28.38, 39, 40. Amós 5.11. Sof. 1.13. Agg. 1.6. [14] I Reis 16.25, 26. Ose. 5.11. II Reis 21.3. [15] Jer. 19.8. Isa. 25.8. Jer. 51.51. Lam. 5.1. 7 Ai de mim! porque estou feito como quando se tem colhido as fructas do verão, [1] como os rabiscos da vindima; não _ha_ cacho de uvas para comer; [2] desejou a minha alma figos temporãos. 2 _Já_ pereceu o benigno da terra, e não ha entre os homens _um que seja_ recto: todos armam ciladas para sangue; [3] caçam cada um a seu irmão _com_ rede, 3 Para _com_ ambas as mãos [4] fazerem diligentemente o mal; assim demanda o principe, e o juiz _julga_ pela recompensa, e o grande falla a corrupção da sua alma, e a [ADU] torcem. 4 O melhor [5] d’elles _é_ como _um_ espinho; o mais recto _é_ peior do que o espinhal: veiu o dia dos teus vigias, veiu a tua visitação; agora será a sua confusão. 5 Não creias [6] no amigo, nem confieis no vosso guia, d’aquella que repousa no teu seio guarda as portas da tua bocca. 6 Porque [7] o filho despreza ao pae, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sua sogra, os inimigos do homem _são_ os da sua casa. 7 Eu, porém, [8] esperarei no Senhor; esperei no Deus da minha salvação: o meu Deus me ouvirá. 8 Ó inimiga minha, [9] não te alegres de mim; ainda bem que eu tenho caido, levantar-me-hei: se morar nas trevas, o Senhor _será_ a minha luz. 9 Soffrerei [10] a ira do Senhor, porque pequei contra elle, até que julgue a minha causa, e execute o meu direito: elle tirar-me-ha á luz, verei _satisfeito_ a sua justiça. 10 E a minha inimiga _o_ verá, e cobril-a-ha a confusão; e aquella que me diz: [11] Onde está o teu Deus? os meus olhos a verão _satisfeitos_; [12] agora será ella pisada como a lama das ruas. 11 No dia _em que_ reedificar os teus muros, [13] n’esse dia longe estará ainda o estatuto. 12 N’aquelle dia [14] virá até ti, desde a Assyria _até_ ás cidades fortes, e das fortalezas até ao rio, e do mar _até_ ao mar, e _da_ montanha até á montanha. 13 Porém esta terra será posta em desolação, por causa dos seus moradores, [15] por causa do fructo das suas obras. 14 Apascenta o teu povo com a tua vara, o rebanho da tua herança, [16] que móra só no bosque, no meio da terra fertil; apascentem-se _em_ Basan e Gilead, como nos dias da antiguidade. 15 Eu lhes mostrarei maravilhas, como nos dias da tua subida da terra do Egypto. 16 As nações o verão, [17] e envergonhar-se-hão, por causa de todo o seu poder: porão a mão sobre a bocca, _e_ os seus ouvidos ficarão surdos. 17 Lamberão [18] o pó como serpentes, como _uns_ reptis da terra, tremendo, sairão dos seus encerramentos; [19] com pavor virão ao Senhor nosso Deus, e terão medo de ti. 18 Quem [20] _é_ Deus similhante a ti, que perdoa a iniquidade, e que passa pela rebellião do restante da sua herança? não retem a sua ira para sempre, [21] porque tem prazer na benignidade. 19 Tornará a apiedar-se de nós: sujeitará as nossas iniquidades, e tu lançarás todos os seus peccados nas profundezas do mar. 20 Darás [22] a Jacob a fidelidade, e a Abrahão a benignidade, que juraste a nossos paes desde os dias antigos. [1] Isa. 17.6 e 24.13. [2] Isa. 28.4. Ose. 9.10. [3] Hab. 1.15. [4] Ose. 4.18. Isa. 1.23. cap. 3.11. [5] II Sam. 23.6, 7. Eze. 2.6. Isa. 55.13. [6] Jer. 9.4. [7] Eze. 22.7. Mat. 10.21, 35, 36. Luc. 12.53 e 21.16. II Tim. 3.2, 5. [8] Isa. 8.17. [9] Pro. 24.17. Lam. 4.21. [10] Lam. 3.39. [11] cap. 4.11. [12] II Sam. 22.43. Zac. 10.5. [13] Amós 9.11, etc. [14] Isa. 11.16 e 19.23, etc. e 27.13. Ose. 11.11. [15] Jer. 21.14. cap. 3.12. [16] Isa. 37.24. [17] Isa. 26.11. Job 21.5 e 29.9. [18] Isa. 49.23. [19] Jer. 33.9. [20] Exo. 15.11 e 34.6. Jer. 50.20. cap. 4.7 e 5.3, 7, 8. [21] Jer. 3.5. [22] Luc. 1.72, 73. NAHUM. _A justiça e misericordia de Deus: a destruição de seus inimigos e o livramento do seu povo._ [Antes de Christo 713] 1 Carga de [1] Ninive. Livro da visão de Nahum, o elcoshita. 2 O Senhor [2] _é_ Deus zeloso e que toma vingança, o Senhor toma vingança e tem furor: o Senhor toma vingança contra os seus adversarios, e guarda a ira contra os seus inimigos. 3 O Senhor _é_ tardio [3] em irar-se, porém grande em força, e _ao culpado_ não tem por innocente: [4] o Senhor, cujo caminho _é_ na tormenta, e na tempestade, e as nuvens _são_ o pó dos seus pés. 4 Elle reprehende [5] ao mar, e o faz seccar, e esgota todos os rios: desfallecem Basan e Carmelo, [6] e a flor do Libano se murchou. 5 Os montes tremem perante [7] elle, e os outeiros se derretem; e a terra se levanta na sua presença; e o mundo, e todos os que n’elle habitam. 6 Quem parará diante do seu furor? [8] e quem persistirá diante do ardor da sua ira? a sua colera se derramou como um fogo, e as rochas foram por elle derribadas. 7 O Senhor é bom, [9] _elle serve_ de fortaleza no dia da angustia, e conhece aos que confiam n’elle. 8 E com uma inundação trasbordante acabará d’uma vez com o seu logar; e as trevas perseguirão os seus inimigos. 9 Que pensaes vós contra o Senhor? [10] elle mesmo vos consumirá de todo: não se levantará por duas vezes a angustia. 10 Porque elles se entrelaçam como os espinhos, [11] e se embebedam como bebados; serão inteiramente consumidos como palha secca. 11 De ti saiu um que pensou mal contra o Senhor, [12] um conselheiro de Belial. 12 Assim diz o Senhor: Por mais seguros que _estejam_, [13] e por mais numerosos que _sejam_, ainda assim serão tosquiados, e elle passará: eu te affligi, _porém_ não te affligirei mais. 13 Mas agora quebrarei [14] o seu jugo de sobre ti, e romperei os teus laços. 14 Porém contra ti o Senhor deu ordem, que mais ninguem do teu nome seja semeado: da casa do teu deus exterminarei as imagens de esculptura e de fundição: ali te [15] farei o teu sepulchro, porque és vil. 15 Eis que [16] sobre os montes os pés do que traz as boas novas, do que annuncia a paz! celebra as tuas festas, ó Judah, cumpre os teus votos, [17] porque o impio não tornará mais a passar por ti: elle é inteiramente exterminado. [1] Sof. 2.13. [2] Exo. 20.5 e 34.14. Deu. 4.24. Jos. 24.19. Deu. 32.35. Isa. 59.18. [3] Exo. 34.6, 7. Neh. 9.17. Jon. 4.2. [4] Hab. 3.5, 11, 12. [5] Isa. 50.2. Mat. 8.26. [6] Isa. 33.9. [7] Jui. 5.5. Miq. 1.4. II Ped. 3.10. [8] Mal. 3.2. Apo. 16.1. [9] I Chr. 16.34. Jer. 33.11. Lam. 3.25. [10] I Sam. 3.12. [11] II Sam. 23.6, 7. cap. 3.11. Mal. 4.1. [12] II Reis 19.22, 23. [13] II Reis 19.35, 37. Dan. 11.10. [14] Jer. 2.20 e 30.8. [15] II Reis 19.37. [16] Isa. 52.7. Rom. 10.15. [17] ver. 11, 12. ver. 14. _O cerco e tomada de Ninive._ 2 O destruidor [1] subiu diante de ti, guarda tu a fortaleza, observa o caminho, esforça os lombos, fortalece muito a força. 2 Porque [2] o Senhor tornará a excellencia de Jacob como a excellencia de Israel; porque os que despejam os vazaram, e corromperam os seus sarmentos. 3 Os escudos dos seus valentes serão _tintos [3] de_ vermelho, os homens valorosos andam vestidos de escarlate, os carros _correrão_ como fogo de tochas no dia do seu apercebimento, e os pinheiros se abalarão. 4 Os carros se enfurecerão nas praças, discorrerão pelas ruas: o seu parecer _é_ como o de tochas, correrão como relampagos. 5 Este se lembrará dos seus valentes, elles _porém_ tropeçarão na sua marcha: apresentar-se-hão ao seu muro, quando o amparo fôr apparelhado. 6 As portas do rio se abrirão, e o palacio se derreterá. 7 Pois determinado está; será levada captiva, será feita subir, e as suas servas a acompanharão, [4] gemendo como pombas, batendo em seus peitos. 8 Ninive desde que existiu tem sido como um tanque de aguas, porém ellas _agora_ fogem. Parae, parae, _clamar-se-ha_; mas ninguem olhará para traz. 9 Saqueae a prata, saqueae o oiro, porque não tem termo o provimento, abastança ha de todo o genero de moveis appeteciveis. 10 Vazia, e vazada e esgotada ficará, e derreteu-se o seu coração, [5] e tremem os joelhos, e em todos os lombos ha dôr, e os rostos de todos elles ennegrecem. 11 Onde _está agora_ o covil dos leões, [6] e as pastagens dos leõesinhos? onde passeava o leão velho, _e_ o cachorro do leão, sem haver ninguem que _os_ espantasse? 12 O leão arrebatava o que bastava para os seus cachorros, e afogava a preza para as suas leôas, e enchia de prezas as suas cavernas, e os seus covis de rapina. 13 Eis que [7] eu _estou_ contra ti, diz o Senhor dos exercitos, e queimarei no fumo os seus carros, e a espada devorará os teus leõesinhos, e arrancarei da terra a tua preza, [8] e não se ouvirá mais a voz dos teus embaixadores. [1] Jer. 50.23 e 51.11, 12. [2] Isa. 10.12. Jer. 25.29. [3] Isa. 63.2, 3. [4] Isa. 38.14 e 59.11. [5] Isa. 13.7, 8. Dan. 5.6. Jer. 30.6. Joel 2.6. [6] Job 4.10, 11. Eze. 19.2, 7. [7] Eze. 33.3 e 39.1. cap. 3.5. [8] II Reis 18.17, 19 e 19.9, 23. _Os delictos de Ninive: a sua ruina inevitavel._ 3 Ai [1] da cidade ensanguentada, _que está_ toda cheia de mentiras _e_ de rapina! não se aparta d’ella o roubo. 2 Estrepito [2] de açoite _ha_, e o estrondo do ruido das rodas; e os cavallos atropellam, e carros vão saltando. 3 O cavalleiro levanta assim a espada flammejante, como a lança relampagueante, e _ali haverá_ uma multidão de mortos, e abundancia de cadaveres, e não terão fim os defuntos; tropeçarão nos seus corpos; 4 Por causa da multidão das fornicações da meretriz mui [3] graciosa, da mestra das feitiçarias, que vendeu os povos com as suas fornicações, e as gerações com as suas feitiçarias. 5 Eis que [4] eu _estou_ contra ti, diz o Senhor dos Exercitos, e descobrirei as tuas fraldas sobre a tua face, [5] e ás nações mostrarei a tua nudez, e aos reinos a tua vergonha. 6 E lançarei sobre ti coisas abominaveis, e te envergonharei, [6] e pôr-te-hei como espectaculo. 7 E ha de ser que, todos os que te virem, fugirão de ti, [7] e dirão: Ninive está destruida, quem terá compaixão d’ella? d’onde te buscarei consoladores? 8 És [8] tu melhor do que Nóammon, que está assentada nos rios, cercada de aguas, que _tinha por_ esplanada o mar, cuja muralha _é_ do mar? 9 Ethiopia e Egypto _eram_ a sua força, e não _havia_ fim: Put e Lybia te foram de soccorro. 10 Todavia foi levada captiva para o desterro: [9] tambem os seus filhos são despedaçados no topo de todas [10] as ruas, e sobre os seus honrados lançaram sortes, e todos os seus grandes foram presos com grilhões. 11 Tu tambem [11] serás embriagada, e te esconderás; tambem buscarás força por causa do inimigo. 12 Todas as tuas fortalezas serão _como_ figueiras [12] com _figos_ temporãos; se se sacodem, caem na bocca do que os ha de comer. 13 Eis que [13] o teu povo no meio de ti _será como de_ mulheres: as portas da tua terra estarão de todo abertas aos teus inimigos: o fogo consumirá os teus ferrolhos. 14 Tira aguas para o cerco, fortifica as tuas fortalezas, [14] entra no lodo, e pisa o barro, repara o forno dos ladrilhos. 15 O fogo ali te consumirá, a espada te exterminará, te consumirá, como a locusta; [15] multiplica-te como a locusta, multiplica-te como os gafanhotos. 16 Multiplicaste os teus negociantes mais do que as estrellas do céu, a locusta se espalhará e voará. 17 Os [16] teus coroados _são_ como os gafanhotos, e os teus chefes como os gafanhotos grandes, que se acampam nas sebes nos dias de frio; em subindo o sol voam, de sorte que não se conhece mais o logar onde _estiveram_. 18 Os teus pastores [17] dormitarão, ó rei da Assyria, os teus illustres deitar-se-hão, o teu povo se derramará pelos montes; sem que haja quem _o_ ajunte. 19 Não _ha_ cura para a tua quebradura, [18] a tua ferida é dolorosa: todos os que ouvirem a tua fama baterão as palmas sobre ti; porque, sobre quem não passou continuamente a tua malicia? [1] Eze. 22.2, 3 e 24.6, 9. Hab. 2.12. [2] Jer. 47.3. [3] Apo. 18.2, 3. [4] cap. 2.13. Isa. 47.2, 3. Jer. 13.22, 26. Eze. 16.37. Miq. 1.11. [5] Hab. 2.16. [6] Mal. 2.9. [7] Apo. 18.10. Jer. 15.5. [8] Jer. 46.25, 26. Eze. 30.14-16. [9] Isa. 13.16. Ose. 13.16. Lam. 2.19. [10] Joel 3.3. Oba. 11. [11] Jer. 25.17, 27. cap. 1.10. [12] Apo. 6.13. [13] Jer. 50.37 e 51.30. [14] cap. 2.1. [15] Joel 1.4. [16] Apo. 9.7. [17] Exo. 15.16. Eze. 31.3, etc. [18] Miq. 1.9. Sof. 2.15. Isa. 14.8. HABACUC. _A iniquidade de Judah: este será castigado pelos chaldeos: a intercessão do propheta._ [Antes de Christo 626] 1 A carga que viu o propheta Habacuc. 2 Até quando, Senhor, clamarei eu, [1] e tu não me escutarás? _até quando_ gritarei a ti: Violencia! e não salvarás? 3 Por que razão me fazes vêr a iniquidade, e vês a vexação? porque a destruição e a violencia _estão_ diante de mim, havendo tambem quem suscite a contenda e o litigio. 4 Por esta causa a lei se afrouxa, e a sentença nunca sae; [2] porque o impio cérca o justo, e sae a sentença torcida. 5 Vêde entre as nações, e olhae, e maravilhae-vos, [3] e estae maravilhados; porque obro uma obra em vossos dias _que_ não crereis, quando se vos contar. 6 Porque [4] eis que suscito os chaldeos, nação amarga e apressada, que marcha sobre a largura da terra, para possuir moradas _que_ não _são_ suas. 7 Horrivel e terrivel _é_; d’ella mesma sairá o seu juizo e a sua grandeza. 8 E os seus cavallos são mais ligeiros do que os leopardos, [5] e mais [ADV] perspicazes do que os lobos á tarde, e os seus cavalleiros se espalham; os seus cavalleiros virão de longe; [6] voarão como aguias que se apressam á comida. 9 Elles todos virão a fim de obrar violencia: os seus rostos buscarão o oriente, e congregará os captivos como areia. 10 E escarnecerão dos reis, e dos principes farão zombaria: elles se rirão de todas as fortalezas, porque amontoarão terra, e as tomarão. 11 Então passará _como_ vento, e traspassará, e se fará culpada, _attribuindo_ este seu poder ao seu deus. 12 _Porventura_ não _és_ tu desde sempre, ó Senhor meu Deus, meu Sancto? nós não morreremos: [7] ó Senhor, para juizo o pozeste, e tu, ó Rocha, o fundaste para castigar. 13 Tu _és_ tão puro de olhos, que não podes vêr o mal, e a vexação não podes contemplar: [8] porque olhas para os que obram aleivosamente? _porque_ te calas quando o impio devora aquelle que _é_ mais justo do que elle? 14 E _porque_ farias os homens como os peixes do mar, como os reptis, que não teem quem os governe? 15 Elle [9] a todos tira com o anzol, apanhal-os-ha com a sua rede, e os ajunta na sua varredoura: por isso elle se alegra e se regozija. 16 Por isso sacrifica á sua rede, e queima incenso á sua varredoura; porque com ellas se engordou a sua porção, e se engrossou a sua comida. 17 Porventura por isso vazará a sua rede, e não poupará de matar os povos continuamente? [1] Lam. 3.8. [2] Job 21.7. Jer. 12.1. [3] Isa. 29.14. Act. 13.41. [4] Deu. 28.49, 50. [5] Jer. 5.6. Sof. 3.3. [6] Jer. 4.13. [7] II Reis 19.25. Isa. 10.5, 6, 7. Eze. 30.25. [8] Jer. 12.1. [9] Jer. 16.16. Amós 4.2. _Os chaldeos serão castigados a seu turno._ 2 Sobre a minha guarda estarei, [1] e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para vêr o que fallaria em mim, e o que eu responderei, quando eu fôr arguido. 2 Então o Senhor me respondeu, e disse: [2] Escreve a visão, e declara-a em taboas, para que n’ellas leia o que correndo passa. 3 Porque [3] a visão ainda _está_ para o tempo determinado, pois até ao fim fallará, e não mentirá: se tardar, espera-o, [4] porque certamente virá, nem tardará. 4 Eis que _de preguiça_ se retira, não é recta n’elle; [5] mas o justo pela sua fé viverá. 5 Quanto mais se é dado ao vinho _mais_ desleal _se é_; _aquelle_ homem soberbo, [6] que alarga como o sepulchro a sua alma, não permanecerá e _é_ como a morte que não se farta, e ajunta a si todas as nações, e congrega a si todos os povos. 6 Não levantariam _pois_ [7] todos estes contra elle uma parabola e dito agudo _com_ enigmas para elle? e se dirá: Ai d’aquelle que multiplica _o que_ não _é_ seu! (até quando!) e d’aquelle que carrega sobre si divida! 7 _Porventura_ não se levantarão de repente os que te morderão? e não despertarão os que te abalarão? e não lhes servirás tu de despojo? 8 Porquanto [8] despojaste a muitas nações, todos os mais povos te despojarão a ti, por causa do sangue dos homens, e da violencia ácerca da terra da cidade, e de todos os que habitam n’ella. 9 Ai [9] d’aquelle que ajunta bens para a sua casa, por uma avareza criminosa, [10] para que ponha o seu ninho no alto, a fim de se livrar da mão do mal! 10 Vergonha maquinaste para a tua casa; destruindo tu a muitos povos, peccaste _contra_ a tua alma. 11 Porque a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento. 12 Ai [11] d’aquelle que edifica a cidade com sangue, e que funda a cidade com iniquidade! 13 Eis que _porventura_ não _vem_ do Senhor dos Exercitos [12] que os povos trabalham pelo fogo e os homens se cançam em vão? 14 Porque [13] a terra _sera_ cheia do conhecimento da gloria do Senhor, como as aguas cobrem o mar. 15 Ai d’aquelle que dá de beber ao seu companheiro! [14] tu, que _lhe_ chegas o teu odre, e o embebedas, [15] para vêr a sua nudez! 16 _Tambem_ tu serás farto de ignominia em logar de honra: [16] bebe tu tambem, e [ADW] descobre o prepucio: o calix da mão direita do Senhor voltará a ti, e vomito ignominioso _cairá_ sobre a tua gloria. 17 Porque a violencia commettida contra o Libano te cobrirá, e a destruição das bestas os assombrará, [17] por causa do sangue dos homens, e da violencia _feita_ á terra, á cidade, e a todos os moradores. 18 Que [18] aproveitará a imagem de esculptura, _depois_ de que a esculpiu o seu artifice? [19] _ou_ a imagem de fundição, que ensina a mentira, para que o artifice confie na obra, fazendo idolos mudos? 19 Ai d’aquelle que diz ao pau: Acorda; _e_ á pedra muda: Desperta; _porventura_ ensinará? eis que _está_ coberto _de_ oiro e _de_ prata, mas no meio d’elle não _ha_ espirito algum. 20 Porém o Senhor _está_ no seu sancto templo: [20] cale-se diante d’elle toda a terra. [1] Isa. 21.8, 11. [2] Isa. 8.1 e 30.8. [3] Dan. 10.14 e 11.27, 35. [4] Heb. 10.37. [5] João 8.36. Rom. 1.17. Gal. 3.11. Heb. 10.58. [6] Pro. 27.20 e 30.16. [7] Miq. 2.4. [8] Isa. 33.1. [9] Jer. 22.13. [10] Jer. 49.16. Oba. 4. [11] Jer. 22.13. Eze. 24.9. Miq. 3.10. Nah. 3.1. [12] Jer. 51.58. [13] Isa. 11.9. [14] Ose. 7.5. [15] Gen. 9.22. [16] Jer. 25.26, 27 e 51.57. [17] ver. 8. [18] Isa. 44.9, 10 e 46.2. [19] Jer. 10.8, 14. Zac. 10.2. [20] Sof. 1.7. Zac. 2.13. _A oração de Habacuc._ 3 Oração do propheta Habacuc sobre Shigionoth. 2 Ouvi, Senhor, a tua palavra, _e_ temi: aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos annos, no meio dos annos a notifica: na _tua_ ira lembra-te de misericordia. 3 Deus veiu de Teman, [1] e o Sancto do monte de Paran (Selah). A sua gloria cobriu os céus, e a terra foi cheia do seu louvor. 4 E o resplandor se fez como a luz, raios brilhantes _lhe sahiam_ da sua mão, [2] e ali _estava_ o esconderijo da sua força. 5 Diante d’elle ia a peste, e queimaduras passavam diante dos seus pés. 6 Parou, e mediu a terra: olhou, e fez sair as nações: [3] e os montes perpetuos foram esmiuçados; os outeiros eternos se encurvaram, _porque_ o andar eterno _é_ seu. 7 Vi as tendas de Cusan [ADX] debaixo da vaidade: as cortinas da terra de Midian tremiam. 8 Acaso é contra os rios, Senhor, que _tu_ estás irado? contra os ribeiros foi a tua ira? contra o mar _foi_ o teu furor, quando andaste montado sobre os teus cavallos? [4] os teus carros _foram_ a salvação? 9 Descoberto se despertou o teu arco, _pelos_ juramentos feitos ás tribus, _pela tua_ palavra (Selah). Tu fendeste a terra com rios. 10 Os montes te viram, [5] e tremeram: a inundação das aguas passou; deu o abysmo a sua voz, levantou as suas mãos _ao_ alto. 11 O sol e a lua pararam nas suas moradas: [6] andaram á luz das tuas frechas, ao resplandor do relampago da tua lança. 12 Com indignação marchaste _pela_ terra, [7] com ira trilhaste as nações. 13 Tu saiste para salvamento do teu povo, para salvamento do teu ungido: [8] tu feriste a cabeça da casa do impio, descobrindo o alicerce até ao pescoço (Selah). 14 Tu furaste com os teus cajados a cabeça [ADY] das suas aldeias; elles me accommetteram tempestuosos para me espalharem: alegravam-se, como se _estivessem_ para devorar o pobre em segredo. 15 Tu [9] _com_ os teus cavallos marchaste pelo mar, _pelo_ montão de grandes aguas. 16 Ouvindo-o eu, o meu ventre se commoveu, á sua voz tremeram os meus labios; entrou a podridão nos meus ossos, e estremeci dentro de mim; no dia da angustia descançarei, quando subir contra o povo _que_ nos destruirá. 17 Porque ainda que a figueira não floresça, nem _haja_ fructo na vide; o producto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos curraes não _haja_ vaccas: 18 Todavia [10] eu me alegrarei no Senhor: gozar-me-hei no Deus da minha salvação. 19 JEHOVAH, o Senhor, _é_ minha força, [11] e fará os meus pés como _os_ das cervas, [12] e me fará andar sobre as minhas alturas. Para o cantor-mór sobre os meus instrumentos de musica. [1] Deu. 33.2. Jui. 5.4. [2] Nah. 1.3. [3] Nah. 1.5. Gen. 49.26. [4] Deu. 33.26, 27. [5] Exo. 19.16, 18. Jui. 5.4, 5. Exo. 14.22. Jos. 3.16. [6] Jos. 10.12, 13. Jos. 10.11. [7] Jer. 51.33. Amós 1.3. Miq. 4.13. [8] Jos. 10.24 e 11.8, 12. [9] ver. 8. [10] Isa. 41.16 e 61.10. [11] II Sam. 22.34. [12] Deu. 32.13 e 33.29. SOFONIAS. _Ameaças contra Judah e Jerusalem._ [Antes de Christo 630] 1 Palavra do Senhor, feita a Sofonias, filho de Cushi, filho de Gedalia, filho de Amaria, filho de Hizekia, nos dias de Josia, filho de Amon, rei de Judah. 2 Eu indubitavelmente hei de arrebatar tudo de sobre a face da terra, diz o Senhor. 3 Arrebatarei os homens e os animaes, [1] arrebatarei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços com os impios; e exterminarei os homens de cima da terra, disse o Senhor. 4 E estenderei a minha mão contra Judah, e contra todos os habitantes de Jerusalem, [2] e exterminarei d’este logar o resto de Baal, _e_ o nome dos chemarins com os sacerdotes; 5 E [3] os que sobre os telhados se encurvam ao exercito do céu; _e_ os que se inclinam jurando pelo Senhor, [4] e juram por Malcam; 6 E [5] os que se desviam de andar em seguimento do Senhor, [6] e os que não buscam ao Senhor, nem perguntam por elle. 7 Cala-te [7] diante do Senhor JEHOVAH, porque o dia do Senhor _está_ perto, porque o Senhor apparelhou o sacrificio, _e_ sanctificou os seus convidados. 8 E ha de ser que, no dia do sacrificio do Senhor, hei de fazer visitação sobre os principes, e sobre os filhos do rei, e sobre todos os que se vestem de vestidura estranha. 9 Farei tambem visitação n’aquelle dia sobre todo aquelle que salta sobre o umbral, que enche de violencia e engano a casa dos senhores d’elles. 10 E n’aquelle dia, diz o Senhor, _haverá_ uma voz de clamor desde a porta do pescado, [8] e um uivo desde a segunda parte, e grande quebranto desde os outeiros. 11 Uivae [9] vós, moradores [ADZ] do valle, porque todo o povo que mercava está arruinado, todos os carregados de dinheiro são destruidos. 12 E ha de ser que, n’aquelle tempo, esquadrinharei a Jerusalem com lanternas, [10] e farei visitação sobre os homens que estão assentados sobre as suas fezes, que dizem no seu coração: O Senhor não faz bem nem faz mal. 13 Por isso será saqueada a sua fazenda, e assoladas as suas casas: [11] e edificarão casas, mas não habitarão n’ellas, e plantarão vinhas, mas não lhes beberão o seu vinho. 14 O [12] grande dia do Senhor _está_ perto, perto _está_, e se apressa muito, a voz do dia do Senhor: amargosamente clamará ali o valente. 15 Aquelle dia [13] _será_ um dia de indignação, dia de angustia e de ancia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, 16 Dia de buzina [14] e de alarido contra as cidades fortes e contra as torres altas. 17 E angustiarei os homens, [15] que andarão como cegos, porque peccaram contra o Senhor; e o seu sangue se derramará como pó, [16] e a sua carne _será_ como esterco. 18 Nem [17] a sua prata nem o seu oiro os poderá livrar no dia do furor do Senhor, [18] mas pelo fogo do seu zelo toda esta terra será consumida, porque certamente fará de todos os moradores d’esta terra uma destruição total e apressada. [1] Ose. 4.3. Eze. 7.19 e 14.3, 4, 7. Mat. 13.41. [2] II Reis 23.4, 5. Ose. 10.5. [3] II Reis 23.12. Jer. 19.13. I Reis 18.21. II Reis 17.33, 41. [4] Isa. 48.1. Ose. 4.15. Jos. 23.7. [5] Isa. 1.4. [6] Ose. 7.7. [7] Hab. 2.20. Zac. 2.13. Isa. 13.6 e 34.6. Jer. 46.10. Eze. 39.17. Apo. 19.17. [8] II Chr. 33.14. [9] Thi. 5.1. [10] Jer. 48.11. [11] Deu. 28.30, 39. Amós 5.11. Miq. 6.15. [12] Joel 2.1, 11. [13] Isa. 22.5. Jer. 30.7. Joel 2.2, 11. Amós 5.18. ver. 18. [14] Jer. 4.19. [15] Deu. 28.29. Isa. 50.10. [16] Jer. 9.22 e 16.4. [17] Pro. 11.4. Eze. 7.19. [18] cap. 3.8. _Ameaças contra diversas nações._ 2 Congregae-vos, [1] sim, congregae-vos, ó nação que não tem [AEA] desejo, 2 Antes que o decreto produza _o seu effeito_, [2] _antes que_ o dia passe como a pragana, antes que venha sobre vós a ira do Senhor, antes que venha sobre vós o dia da ira do Senhor. 3 Buscae [3] ao Senhor, vós todos os mansos da terra, que pondes em obra o seu juizo: buscae a justiça, buscae a mansidão; [4] _porventura_ sereis escondidos no dia da ira do Senhor. 4 Porque [5] Gaza será desamparada, e Ascalon _será_ assolada: [6] Asdod ao meio dia será expellida, e Ekron _será_ desarreigada. 5 Ai dos habitantes da borda do mar, do povo dos chereteos! [7] a palavra do Senhor _será_ contra vós, ó Canaan, terra dos philisteos, e eu vos farei destruir, até que não haja morador. 6 E a borda do mar será por cabanas, que cavam os pastores, [8] e curraes dos rebanhos. 7 E [9] será a borda para o resto da casa de Judah, que n’ella apascentem: á tarde se assentarão nas casas de Ascalon, porque o Senhor seu Deus os visitará, [10] e lhes tornará o seu captiveiro. 8 Eu [11] ouvi o escarneo de Moab, e as injuriosas palavras dos filhos de Ammon, com que escarneceram do meu povo, [12] e se engrandeceram contra o seu termo. 9 Portanto, vivo eu, diz o Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel, [13] certamente Moab será como Sodoma, e os filhos de Ammon como Gomorrah, [14] campo de ortigas e poços de sal, e assolação perpetua; o resto do meu povo os saqueará, e o restante do meu povo os possuirá. 10 Isto [15] terão em recompensa da sua soberba, porque escarneceram, e se engrandeceram contra o povo do Senhor dos Exercitos. 11 O Senhor _será_ terrivel contra elles, [16] porque emmagrecerá a todos os deuses da terra; e cada um se inclinará a elle desde o seu logar; todas as ilhas das nações. 12 Tambem vós, [17] ó ethiopes, sereis mortos com a minha espada. 13 Estenderá tambem a sua mão contra o norte, [18] e destruirá a Assyria; e fará de Ninive uma assolação, terra secca como o deserto. 14 E [19] no meio d’ella repousarão os rebanhos, todos os animaes dos povos; e alojar-se-hão nos seus capiteis assim o pelicano como o ouriço: a voz do _seu_ canto retinirá nas janellas, a assolação _estará_ no umbral, quando tiver descoberto a sua obra de cedro. 15 Esta _é_ a cidade [20] que salta de alegria, que habita segura, que diz no seu coração: Eu sou, e não _ha_ mais do que eu: como se tornou em assolação _em_ pousada de animaes! qualquer que passar _por ella_ assobiará, [21] _e_ meneará a sua mão. [1] Joel 2.16. [2] Job 21.18. Isa. 17.13. Ose. 13.3. II Reis 23.26. [3] Amós 5.6. [4] Joel 2.14. Amós 5.15. Jon. 3.9. [5] Jer. 47.4, 5. Eze. 25.15. Amós 1.6, 7, 8. Zac. 9.5, 6. [6] Jer. 6.4 e 15.8. [7] Jos. 13.3. [8] Isa. 17.2. ver. 14. [9] Isa. 11.11. Agg. 1.12. ver. 9. [10] Exo. 4.31. Luc. 1.68. Jer. 29.14. cap. 3.20. [11] Jer. 48.27. [12] Jer. 49.1. [13] Isa. 15. Jer. 48. Amós 2.1. Amós 1.13. [14] Gen. 19.25. Isa. 13.19 e 34.13. Jer. 49.18 e 50.40. [15] Isa. 16.6. Jer. 48.29. [16] Mal. 1.11. João 4.21. [17] Isa. 18.1 e 20.4. Jer. 46.9. Eze. 30.9. [18] Isa. 10.12. Eze. 31.3. Neh. 2.10 e 3.15, 18. [19] ver. 6. Isa. 13.21, 22. [20] Isa. 47.8. Apo. 18.7. [21] Job 27.23. Lam. 2.15. Nah. 3.19. _O castigo de Jerusalem: a promessa feita aos fieis._ 3 Ai da suja e da contaminada, da cidade oppressora. 2 Não ouve a voz, [1] não acceita o castigo: não confia no Senhor; nem se approximou do seu Deus. 3 Os seus principes [2] _são_ leões bramantes no meio d’ella; os seus juizes lobos da tarde, _que_ não deixam os ossos até á manhã. 4 Os seus prophetas [3] _são_ levianos, homens aleivosos: os seus sacerdotes profanaram o sanctuario, [4] e fizeram violencia á lei. 5 O Senhor, o Justo, [5] _está_ no meio d’ella; elle não faz iniquidade: cada manhã tira o seu juizo á luz; nunca falta; [6] porém o perverso não conhece a vergonha. 6 Exterminei as nações, as suas torres estão assoladas: fiz desertar as suas praças, até não ficar quem passe: as suas cidades estão destruidas, até não ficar ninguem, até não haver quem as habite. 7 Eu dizia: [7] Certamente me temerás, e acceitarás a correcção, para que a sua morada não seja destruida, _por_ tudo pelo que a visitei, mas elles se levantaram de madrugada, [8] corromperam todas as suas obras. 8 Portanto esperae-me a mim, [9] diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu juizo _é_ ajuntar as nações e [10] congregar os reinos, para sobre elles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; [11] porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo. 9 Porque então darei beiço puro aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o sirvam [AEB] com um _mesmo_ hombro. 10 [12] D’além dos rios dos ethiopes, meus zelosos adoradores, _e_ a filha de minha espargida, me trarão sacrificio. 11 N’aquelle dia não te envergonharás de nenhuma das tuas obras, com as quaes te rebellaste contra mim; porque então tirarei do meio de ti os que exultam na tua soberba, e tu nunca mais te ensoberbecerás no meu monte sancto. 12 Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; [13] _mas_ elles confiarão no nome do Senhor. 13 O resto [14] de Israel não fará iniquidade, nem fallará mentira, e na sua bocca não se achará lingua enganosa; mas serão apascentados, [15] e deitar-se-hão, e não haverá quem _os_ espante. 14 Canta alegremente, [16] ó filha de Sião: jubila, ó Israel: goza-te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalem. 15 O Senhor affastou os teus juizos, exterminou o teu inimigo: o Senhor, [17] o rei d’Israel, _está_ no meio de ti; tu não verás mais mal algum. 16 N’aquelle [18] dia se dirá a Jerusalem: [19] Não temas, ó Sião, não se enfraqueçam as tuas mãos. 17 O Senhor teu Deus _está_ no [20] meio de ti, poderoso _te_ salvará; elle se deleitará em ti com alegria; calar-se-ha por seu amor, regozijar-se-ha em ti com jubilo. 18 Os entristecidos por causa do ajuntamento _solemne_ congregarei, para quem a affronta foi um peso. 19 Eis que, n’aquelle tempo desfarei a todos os teus oppressores, [21] e salvarei a que coxeia, e recolherei a que foi expulsa; e farei d’elles um louvor e um nome em toda a terra em que foram envergonhados. 20 N’aquelle tempo [22] vos trarei para cá, a saber, no tempo em que vos recolher: certamente farei de vós um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando reconduzir [AEC] os vossos captivos diante dos vossos olhos. [1] Jer. 22.21. Jer. 5.3. [2] Eze. 22.27. Miq. 3.9, 10, 11. [3] Jer. 23.11, 12. Lam. 2.14. Ose. 9.7. [4] Eze. 22.26. [5] Deu. 32.4. ver. 15, 17. Miq. 3.11. [6] Jer. 3.3 e 6.15 e 8.12. [7] Jer. 8.6. [8] Gen. 6.12. [9] Pro. 20.22. [10] Joel 3.2. [11] cap. 1.18. [12] Isa. 18.1, 7 e 60.4, etc. Mal. 1.11. Act. 8.27. [13] Isa. 14.32. Zac. 11.11. Mal. 5.3. Thi. 2.5. [14] Miq. 4.7. Apo. 14.5. [15] Eze. 34.28. Miq. 4.4 e 7.14. [16] Isa. 12.6 e 54.1. Zac. 2.10. [17] João 1.49. ver. 17. Eze. 48.35. Apo. 21.3, 4. [18] Isa. 35.3, 4. [19] Heb. 12.12. [20] ver. 15. Deu. 30.9. Isa. 62.5 e 65.19. Jer. 32.41. [21] Eze. 34.16. [22] Isa. 11.12 e 27.12 e 56.8. Eze. 28.25 e 34.13. AGGEO. _Aggeo reprehende o povo por causa de sua inercia, e o exhorta a reedificar o templo._ [Antes de Christo 520] 1 No anno segundo do [1] rei Dario, no sexto mez, no primeiro dia do mez, veiu a palavra do Senhor, pelo ministerio do propheta Aggeo, a Zorobabel, [2] filho de Sealtiel, principe de Judah, e a Josué, filho de Josadac, [3] o summo sacerdote, dizendo: 2 Assim falla o Senhor dos Exercitos, dizendo: Este povo diz: Não _é_ vindo o tempo, o tempo em que a casa do Senhor se edifique. 3 Veiu pois a palavra do Senhor, [4] pelo ministerio do propheta Aggeo, dizendo: 4 _Porventura é_ para vós tempo de habitardes nas vossas casas entaboladas, e esta casa ha de ficar deserta? 5 Ora pois, assim diz o Senhor dos Exercitos: [5] Applicae os vossos corações aos vossos caminhos. 6 Semeiaes muito, [6] e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartaes; bebeis, porém não vos saciaes; vestis-vos, porém ninguem fica quente; [7] e o que recebe salario, recebe salario n’um sacco furado. 7 Assim diz o Senhor dos Exercitos: Applicae os vossos corações aos vossos caminhos. 8 Subi ao monte, e trazei madeira, e edificae a casa, e d’ella me agradarei, e _serei_ glorificado, diz o Senhor. 9 Olhastes para [8] muito, mas eis que _alcançastes_ pouco; e, quando o trouxestes a casa, eu lhe assoprei. Por que causa? disse o Senhor dos Exercitos: por causa da minha casa, que _está_ deserta, e cada um de vós corre á sua propria casa. 10 Por isso [9] se cerram os céus sobre vós, para não darem orvalho e a terra detem os seus fructos. 11 Porque chamei [10] seccura sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo e sobre o mosto; e sobre o azeite, e sobre o que a terra produz; como tambem sobre os homens, e sobre os animaes, e sobre todo o trabalho das mãos. 12 Então ouviu Zorobabel, [11] filho de Sealtiel, e Josué, filho de Josadac, summo sacerdote, e todo o resto do povo a voz do Senhor seu Deus; e as palavras do propheta Aggeo, assim como o Senhor seu Deus o enviou; e temeu o povo diante do Senhor. 13 Então Aggeo, o [AED] embaixador do Senhor, na [AEE] embaixada do Senhor, fallou ao povo, dizendo: Eu _sou_ comvosco, [12] diz o Senhor. 14 E o Senhor suscitou o espirito de Zorobabel, filho de Sealtiel, principe de Judah, e o espirito de Josué, filho de Josadac, summo sacerdote, e o espirito do resto de todo o povo, e vieram, [13] e fizeram a obra na casa do Senhor dos Exercitos, seu Deus, 15 Ao vigesimo quarto dia do sexto _mez_, no segundo anno do rei Dario. [1] Esd. 4.24 e 5.1. Zac. 1.1. [2] I Chr. 3.17, 19. Luc. 3.27. [3] I Chr. 6.15. [4] Esd. 5.1. [5] Lam. 3.40. ver. 7. [6] Deu. 28.38. Ose. 4.10. Miq. 6.14, 15. [7] Zac. 8.10. [8] cap. 2.17. [9] Lev. 26.19. Deu. 28.23. I Reis 8.35. [10] I Reis 17.1. II Reis 8.1. [11] Esd. 5.2. [12] Mat. 28.20. Rom. 8.31. [13] Esd. 5.2, 8. _A gloria do segundo templo._ 2 No setimo _mez_, ao vigesimo primeiro do mez, foi a palavra do Senhor pelo ministerio do propheta Aggeo, dizendo: 2 Falla agora a Zorobabel, filho de Sealtiel, principe de Judah, e a Josué, filho de Josadac, summo sacerdote, e ao resto do povo, dizendo: 3 Quem [1] _ha_ entre vós que resta, que viu esta casa na sua primeira gloria, e qual agora a vêdes? não _é_ esta como nada em vossos olhos, comparada com aquella. 4 Ora, pois, [2] esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, Josué, filho de Josadac, summo sacerdote, e esforça-te, todo o povo da terra, diz o Senhor, e obra; porque eu _sou_ comvosco, diz o Senhor dos Exercitos, 5 Segundo [3] a palavra que concertei comvosco, quando saistes do Egypto, [4] e o meu Espirito ficou no meio de vós: não temaes. 6 Porque assim diz o Senhor dos Exercitos: [5] Ainda uma vez d’aqui a pouco, e farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e a _terra_ secca; 7 E farei tremer a todas as nações, [6] e virão _ao_ Desejado de todas as nações, e encherei esta casa de gloria, diz o Senhor dos Exercitos. 8 Minha _é_ a prata, e meu _é_ o oiro, disse o Senhor dos Exercitos. 9 A gloria [7] d’esta ultima casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exercitos, [8] e n’este logar darei a paz, diz o Senhor dos Exercitos. _Reprehensão e promessa de benção._ 10 Ao vigesimo quarto do _mez_ nono, no segundo anno de Dario, veiu a palavra do Senhor pelo ministerio do propheta Aggeo, dizendo: 11 Assim diz o Senhor dos Exercitos: [9] Pergunta agora aos sacerdotes, ácerca da lei, dizendo: 12 Se alguem leva carne sancta na aba do seu vestido, e com a sua aba toca no pão, ou no guizado, ou no vinho, ou no azeite, ou em _outro_ qualquer mantimento, _porventura_ isso será sanctificado? E os sacerdotes, respondendo, diziam: Não. 13 E disse Aggeo: [10] Se _algum_ immundo, por causa d’_um_ corpo morto, tocar n’alguma d’estas coisas, _porventura_ ficará immunda? E os sacerdotes, respondendo, diziam: Ficará immunda. 14 Então respondeu Aggeo, e disse: [11] Assim _é que_ este povo, e assim _é que_ esta nação _está_ diante do meu rosto, disse o Senhor; e assim _é_ toda a obra das suas mãos: e tudo o que ali offerecem immundo _é_. 15 Agora pois, [12] applicae o vosso coração n’isto, desde este dia em diante, antes que pozesseis pedra sobre pedra no templo do Senhor. 16 Depois [13] que estas _coisas_ se faziam, veiu alguem ao montão _de grão_, de vinte _medidas_, e havia _sómente_ dez: vindo ao lagar para tirar cincoenta do lagar, havia _sómente_ vinte. 17 Feri-vos [14] com queimadura, e com ferrugem, e com saraiva, [15] em toda a obra das vossas mãos; [16] e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o Senhor. 18 Ponde pois o vosso coração n’isto, desde este dia em diante: [17] desde o vigesimo quarto dia do _mez_ nono, desde o dia em que se fundou o templo do Senhor, ponde o vosso coração n’isto. 19 _Porventura_ [18] ainda ha semente no celleiro? nem ainda a videira, nem a figueira, nem a romeira, nem a oliveira, tem dado os seus fructos, _mas_ desde este dia te abençoarei. _A destruição dos inimigos: a elevação de Zorobabel._ 20 E veiu a palavra do Senhor segunda vez a Aggeo, aos vinte e quatro do mez, dizendo: 21 Falla a Zorobabel, [19] principe de Judah, dizendo: Farei tremer os céus e a terra: 22 E transtornarei [20] o throno dos reinos, e destruirei a força dos reinos das nações; e transtornarei o carro e os que n’elle se assentam; [21] e os cavallos e os que andam montados n’elles cairão, cada um pela espada do seu irmão. 23 N’aquelle dia, diz o Senhor dos Exercitos, te tomarei, ó Zorobabel, filho de Sealtiel, servo meu, diz o Senhor, [22] e te farei como um annel de sellar; porque te escolhi, [23] diz o Senhor dos Exercitos. [1] Esd. 3.12. [2] Zac. 8.9. [3] Exo. 29.45, 46. [4] Neh. 9.20. Isa. 63.11. [5] Heb. 12.26. Joel 3.16. [6] Gen. 49.10. Mal. 3.1. [7] João 1.14. [8] Luc. 2.14. Eph. 2.14. [9] Lev. 10.10, 11. Deu. 33.10. Mal. 2.7. [10] Num. 19.11. [11] Tito 1.15. [12] cap. 1.5. [13] cap. 1.6, 9. [14] Deu. 28.22. I Reis 8.37. Amós 4.9. cap. 1.9. [15] cap. 1.11. [16] Jer. 5.3. Amós 4.6, 8, 9, 10, 11. [17] Zac. 8.9. [18] Zac. 8.12. [19] cap. 1.41. Heb. 12.26. [20] Mat. 24.7. [21] Miq. 5.10. [22] Can. 8.6. [23] Isa. 42.1 e 43.10. ZACHARIAS. _Exhortação ao arrependimento._ [Antes de Christo 519] 1 No oitavo mez do segundo anno [1] de Dario veiu a palavra do Senhor ao propheta Zacharias, [2] filho de Barachias, filho de Iddo, dizendo: 2 O Senhor se irou por extremo contra vossos paes. 3 Portanto dize-lhes: Assim diz o Senhor dos Exercitos: [3] Tornae para mim, diz o Senhor dos Exercitos, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exercitos. 4 E não sejaes como vossos paes, [4] aos quaes gritavam os primeiros prophetas, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exercitos: [5] Convertei-vos agora dos vossos maus caminhos e das vossas más obras; porém não ouviam, nem me escutavam, diz o Senhor. 5 Vossos paes, onde estão? e os prophetas, viverão elles para sempre? 6 Comtudo as minhas palavras e os meus estatutos, que eu mandei aos prophetas, meus servos, não alcançaram a vossos paes? E elles tornaram, e disseram: [6] Assim como o Senhor dos Exercitos fez tenção de nos tratar, segundo os nossos caminhos, e segundo as nossas obras, assim elle nos tratou. _A primeira visão: os cavallos._ 7 Aos vinte e quatro dias do mez undecimo (que é o mez de Sebat), no segundo anno de Dario, veiu a palavra do Senhor ao propheta Zacharias, filho de Barachias, filho de Iddo, dizendo: 8 Vi de noite, [7] e eis um homem montado n’um cavallo vermelho, e parava entre as murtas que _estavam_ na [AEF] profundeza, e atraz d’elle _estavam_ cavallos vermelhos, [8] morenos e brancos. 9 E eu disse: Senhor meu, quem _são_ estes? E disse-me o anjo que fallava comigo: Eu te mostrarei quem estes _são_. 10 Então respondeu o homem que estava entre as murtas, e disse: [9] Estes _são_ os que o Senhor tem enviado para andarem pela terra. 11 E elles responderam ao anjo do Senhor, que estava entre as murtas, e disseram: Nós _já_ andámos pela terra, e eis que toda a terra está assentada e quieta. 12 Então o anjo do Senhor respondeu, e disse: [10] Ó Senhor dos Exercitos, até quando não terás compaixão de Jerusalem, e das cidades de Judah, [11] contra as quaes estiveste irado estes setenta annos? 13 E respondeu o Senhor ao anjo, que fallava comigo, [12] palavras boas, palavras consoladoras. 14 E o anjo que fallava comigo me disse: Clama, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exercitos: [13] Com grande zelo estou zelando por Jerusalem e por Sião. 15 E _com_ grandissima ira estou irado contra as nações descançadas; [14] porque eu estava pouco irado, mas elles auxiliaram o mal. 16 Portanto, o Senhor diz assim: [15] Tornei-me a Jerusalem com misericordia, a minha casa n’ella será edificada, diz o Senhor dos Exercitos, [16] e o cordel será estendido sobre Jerusalem. 17 Clama mais, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exercitos: As minhas cidades ainda serão estendidas por causa do bem; [17] porque o Senhor ainda consolará a Sião e ainda escolherá a Jerusalem. _A segunda visão: os quatro cornos e os quatro ferreiros._ 18 E levantei os meus olhos, e vi, e eis que vi quatro cornos. 19 E eu disse ao anjo que fallava comigo: Que _são_ estes? E elle me disse: [18] Estes _são_ os [AEG] poderes que espalharam a Judah, a Israel e a Jerusalem. 20 E o Senhor me mostrou quatro ferreiros. 21 Então eu disse: Que veem estes fazer? E elle fallou, dizendo: Estes _são_ os poderes que espalharam a Jerusalem, de maneira que ninguem levantasse a sua cabeça; estes pois vieram para lhes metter medo, para derribarem os poderes das nações que levantaram o seu [AEH] poder contra a terra de Judah, para a espalharem. [1] Esd. 4.24. Agg. 1.1. [2] Esd. 5.1. Mat. 23.35. [3] Jer. 25.5 e 35.15. Mal. 3.7. Thi. 4.8. [4] II Chr. 36.15, 16. [5] Isa. 31.6. Jer. 3.12 e 18.11. Eze. 18.30. Ose. 14.1. [6] Lam. 1.18 e 2.17. [7] Jos. 5.13. Apo. 6.4. [8] cap. 6.2. [9] Heb. 1.14. [10] Apo. 6.10. [11] Jer. 25.11, 12. Dan. 9.2. cap. 7.5. [12] Jer. 29.10. [13] Joel 2.18. cap. 8.2. [14] Isa. 47.6. [15] Isa. 12.1 e 54.8. cap. 2.10 e 8.3. [16] cap. 2.1, 2. [17] Isa. 51.3. Isa. 14.1. cap. 2.12 e 3.2. [18] Esd. 4.1, 4, 7 e 5.3. _A terceira visão: Jerusalem é medida._ 2 Tornei a levantar os meus olhos, e vi, [1] e eis aqui um homem em cuja mão estava um cordel de medir. 2 E eu disse: Para onde vaes tu? E elle me disse: [2] _Vou_ a medir Jerusalem, para vêr qual _é_ a sua largura e qual o seu comprimento. 3 E eis que saiu o anjo que fallava comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro. 4 E disse-lhe: Corre, falla a este mancebo, dizendo: [3] Jerusalem será habitada como as aldeias sem muros, por causa da multidão dos homens e dos animaes _que estarão_ no meio d’ella. 5 E [4] eu, diz o Senhor, serei para ella um muro de fogo em redor, e serei para gloria no meio d’ella. 6 Olá, oh! [5] fugi agora da terra do norte, diz o Senhor, [6] porque vos estendi pelos quatro ventos do céu, diz o Senhor. 7 Olá, Sião! [7] livra-te tu, que habitas _com_ a filha de Babylonia. 8 Porque assim diz o Senhor dos Exercitos: Depois da gloria elle me enviou ás nações que vos despojaram; [8] porque aquelle que tocar em vós toca na menina do seu olho. 9 Porque eis que [9] levantarei a minha mão sobre elles, e elles virão a ser a preza d’aquelles que os serviram: [10] assim sabereis vós que o Senhor dos Exercitos me enviou. 10 Exulta, [11] e alegra-te ó filha de Sião, [12] porque eis que venho, e habitarei no meio de ti, diz o Senhor. 11 E n’aquelle dia muitas nações se ajuntarão ao Senhor, [13] e me serão por povo, e habitarei no meio de ti, [14] e saberás que o Senhor dos Exercitos me enviou a ti. 12 Então [15] o Senhor herdará a Judah por sua porção na terra sancta, e ainda escolherá a Jerusalem. 13 Cala-te, [16] toda a carne, diante do Senhor, porque elle se despertou da sua sancta morada. [1] Eze. 40.3. [2] Apo. 11.1 e 21.15, 16. [3] Eze. 36.10, 11. [4] Isa. 26.1. cap. 9.8. Isa. 60.19. Apo. 21.23. [5] Isa. 48.20. Jer. 1.14 e 50.8 e 51.6, 45. [6] Deu. 28.64. Eze. 17.21. [7] Apo. 18.4. [8] Deu. 32.10. [9] Isa. 19.16. [10] cap. 4.9. [11] Isa. 12.6 e 54.1. Sof. 3.14. [12] Lev. 26.12. Eze. 37.27. cap. 8.3. João 1.14. II Cor. 6.16. [13] Isa. 2.2, 3 e 60.3, etc. cap. 8.22, 23. cap. 3.10. Exo. 12.49. [14] Eze. 33.33. ver. 9. [15] Deu. 32.9. cap. 1.17. [16] Hab. 2.20. Sof. 1.7. Isa. 57.15. _Quarta visão: o summo sacerdote é accusado por Satanaz e justificado por Deus._ 3 E [1] me mostrou o summo sacerdote Josué, o qual estava diante do Senhor, [2] e Satanaz estava á sua mão direita, para se lhe oppôr. 2 Porém [3] o Senhor disse a Satanaz: O Senhor te reprehenda, ó Satanaz, sim, o Senhor, que escolheu Jerusalem, te reprehenda: [4] não _é_ este _um_ tição tirado do fogo? 3 Josué [5] estava vestido de vestidos sujos, e estava diante do anjo. 4 Então respondeu, e fallou aos que estavam diante d’elle, dizendo: Tira-lhe estes vestidos sujos. E a elle lhe disse: [6] Eis que tenho feito passar de ti a tua iniquidade, e te vestirei de vestidos novos. 5 E disse eu: [7] Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça. E pozeram uma mitra limpa sobre a sua cabeça, e o vestiram de vestidos: e o anjo do Senhor estava em pé. 6 E o anjo do Senhor protestou a Josué, dizendo: 7 Assim diz o Senhor dos Exercitos: Se andares nos meus caminhos, [8] e se observares a minha carga, tambem tu julgarás a minha casa, e tambem guardarás os meus atrios, e te darei andaduras entre os que estão _aqui_. 8 Ouve pois, Josué, summo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque _são_ homens portentosos, [9] porque eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo. 9 Porque eis aqui a pedra que puz diante de Josué: [10] sobre esta pedra unica _estarão_ sete olhos: eis que eu esculpirei a sua esculptura, diz o Senhor dos Exercitos, [11] e tirarei a iniquidade d’esta terra n’um dia. 10 N’aquelle dia, diz o Senhor dos Exercitos, [12] cada um de vós convidará o seu companheiro para debaixo da videira e para debaixo da figueira. [1] Agg. 1.1. [2] Apo. 12.10. [3] Jud. 9. cap. 1.17. [4] Amós 4.11. Jud. 23. [5] Isa. 64.6. [6] Isa. 61.10. Luc. 15.22. Apo. 19.8. [7] Exo. 29.6. cap. 6.11. [8] Lev. 8.35. I Reis 2.3. Eze. 44.16. Deu. 17.9. Mal. 2.7. [9] Jer. 23.5 e 33.15. cap. 6.12. Luc. 1.78. [10] Isa. 28.16. cap. 4.10. Apo. 5.6. [11] Jer. 31.34 e 50.20. Miq. 7.18, 19. cap. 13.1. [12] cap. 2.11. I Reis 4.25. Isa. 36.16. Miq. 4.4. _A quinta visão: o castiçal de oiro e as sete lampadas._ 4 E tornou [1] o anjo que fallava comigo, e me despertou, [2] como a _um_ homem que se desperta do seu somno, 2 E me disse: Que vês? E eu disse: [3] Olho, e eis que _vejo_ um castiçal todo de oiro, e um vaso de azeite sobre a sua cabeça, e as suas sete lampadas n’ella; e cada lampada que _estava_ na sua cabeça tinha sete canudos. 3 E, [4] por cima d’elle, duas oliveiras, uma á direita do vaso de azeite, e outra á sua esquerda. 4 E respondi, e disse ao anjo que fallava comigo, dizendo: Senhor meu, que _é_ isto? 5 Então respondeu o anjo que fallava comigo, e me disse: Não sabes tu o que isto é? E eu disse: Não, Senhor meu. 6 E respondeu, e me fallou, dizendo: Esta _é_ a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: [5] Não por força nem por violencia, mas sim pelo meu Espirito, diz o Senhor dos Exercitos. 7 Quem _és_ tu, [6] ó monte grande? diante de Zorobabel _serás feito uma_ campina; [7] porque _elle_ produzirá a primeira pedra _com_ algazarras: Graça, graça a ella. 8 E a palavra do Senhor veiu _mais_ a mim, dizendo: 9 As [8] mãos de Zorobabel teem fundado esta casa, tambem as suas mãos a acabarão, [9] para que saibaes que o Senhor dos Exercitos me enviou a vós. 10 Porque, quem despreza o dia das coisas pequenas? pois aquelles sete se alegrarão, vendo o prumo na mão de Zorobabel: [10] esses _são_ os olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra. 11 Respondi mais, e disse-lhe: [11] Que são as duas oliveiras á direita do castiçal e á sua esquerda? 12 E, respondendo-lhe outra vez, disse: Que _são_ aquelles dois raminhos das oliveiras, que _estão_ junto aos dois tubos d’oiro, e que vertem de si oiro? 13 E elle me fallou, dizendo: Não sabes tu o que isto _é_? E eu disse: Não, Senhor meu. 14 Então elle disse: [12] Estes _são_ dois [AEI] ramos de oleo, que estão diante [13] do Senhor de toda a terra. [1] cap. 2.3. [2] Dan. 8.18. [3] Exo. 25.31. Apo. 1.12. Exo. 25.37. Apo. 4.5. [4] ver. 11, 12. Apo. 11.4. [5] Ose. 1.7. [6] Jer. 51.25. Mat. 21.21. [7] Esd. 3.11, 13. [8] Esd. 6.15. [9] cap. 2.9, 11. Isa. 48.16. cap. 2.8. [10] II Chr. 16.9. Pro. 15.3. cap. 3.9. [11] ver. 3. [12] Apo. 11.4. Luc. 1.19. [13] cap. 6.5. _A sexta visão: o rolo voante._ 5 E outra vez levantei os meus olhos, [1] e olhei, e eis que _vi_ um rolo voante. 2 E me disse: Que vês? E eu disse: Vejo um rolo voante, que tem vinte covados de comprido e dez covados de largo. 3 Então me disse: [2] Esta _é_ a maldição que sairá pela face de toda a terra; porque qualquer que furtar d’ahi, conforme a mesma _maldição_, será desarraigado; como tambem qualquer que jurar _falsamente_ d’ahi, conforme a mesma _maldição_, será desarraigado. 4 Eu a tirarei para fóra, disse o Senhor dos Exercitos, e virá á casa do ladrão, [3] e á casa do que jurar falsamente pelo meu nome; e pernoitará no meio da sua casa, e a consumirá _a ella_ com a sua madeira e com as suas pedras. _A setima visão: a mulher e o epha._ 5 E saiu o anjo, que fallava comigo, e me disse: Levanta agora os teus olhos, e vê que _é_ isto que sae. 6 E eu disse: Que _é_ isto? E elle disse: Isto _é_ um epha que sae. Mais disse: Este _é_ o olho d’elles em toda a terra. 7 E eis que foi levantado um talento de chumbo, e _havia_ uma mulher que _estava_ assentada no meio do epha. 8 E elle disse: Esta _é_ a impiedade. E a lançou dentro do epha; e lançou na bocca d’elle o peso de chumbo. 9 E levantei os meus olhos, e olhei, e eis que duas mulheres sairam, e _havia_ vento nas suas azas, e tinham azas como as azas da cegonha; e levantaram o epha entre a terra e o céu. 10 Então eu disse ao anjo que fallava comigo: Para onde levam estas o epha? 11 E elle me disse: [4] Para lhe edificarem uma casa na terra de Sinear, e, sendo _esta_ assentada, elle será posto ali sobre a sua base. [1] Eze. 2.9. [2] Mal. 4.6. [3] Lev. 19.12. cap. 8.17. Mal. 3.5. [4] Jer. 20.5, 28. Gen. 10.10. _A oitava visão: os quatro carros._ 6 E outra vez levantei os meus olhos, e olhei, e eis que _vi_ quatro carros que sairam d’entre dois montes, e estes montes _eram_ montes de metal. 2 No primeiro carro [1] _eram_ cavallos vermelhos, [2] e no segundo carro cavallos pretos, 3 E no terceiro [3] carro cavallos brancos, e no quarto carro cavallos saraivados, _que eram_ fortes. 4 E respondi, [4] e disse ao anjo que fallava comigo: Que _é_ isto, Senhor meu? 5 E o anjo respondeu, e me disse: [5] Estes _são_ os quatro ventos do céu, saindo d’onde estavam perante o Senhor de toda a terra. 6 O _carro_ em que _estão_ os cavallos pretos, [6] sae para a terra do norte, e os brancos saem atraz d’elles, e os saraivados saem para a terra do sul. 7 E os _cavallos_ fortes sahiam, [7] e procuravam ir por diante, para andarem pela terra. E elle disse: Ide, andae pela terra. E andavam pela terra. 8 E me chamou, e me fallou, dizendo: [8] Eis que aquelles que sairam para a terra do norte fizeram repousar o meu Espirito na terra do norte. _As corôas na cabeça de Josué: o Renovo._ 9 E a palavra do Senhor veiu a mim, dizendo: 10 Toma dos que foram levados captivos: de Heldai, de Tobias, e de Jedaia (e vem n’aquelle dia, e entra na casa de Josias, filho de Sofonias), os quaes vieram de Babylonia. 11 Toma, digo, prata e oiro, [9] e faze corôas, e põe-_as_ na cabeça de Josué, filho de Josadac, summo sacerdote. 12 E falla-lhe, dizendo: Assim falla o Senhor dos Exercitos, dizendo: [10] Eis aqui o homem cujo nome _é_ o Renovo que brotará do seu logar, [11] e edificará o templo do Senhor. 13 Elle mesmo edificará o templo do Senhor, [12] e levará elle a gloria, e assentar-se-ha, e dominará no seu throno, e será sacerdote no seu throno, e conselho de paz haverá entre elles ambos. 14 E estas corôas serão de Helem, e de Tobias, e de Jedaia, e de Chen, filho de Sofonias, por memorial no templo do Senhor. 15 E aquelles que estão longe virão, e edificarão no templo do Senhor, [13] e vós sabereis que o Senhor dos Exercitos me tem enviado a vós; e isto acontecerá _assim_, se ouvirdes mui attentos a voz do Senhor vosso Deus. [1] cap. 1.8. Apo. 6.4. [2] Apo. 6.5. [3] Apo. 6.2. [4] cap. 5.10. [5] Heb. 1.7, 14. I Reis 22.19. Dan. 7.10. cap. 4.14. Luc. 1.19. [6] Jer. 1.14. [7] Gen. 13.17. cap. 1.10. [8] Jui. 8.3. Ecc. 10.4. [9] Exo. 28.36 e 29.6. Lev. 8.9. cap. 3.5. [10] Luc. 8.71. cap. 3.8. [11] cap. 4.9. Mat. 16.18. Eph. 2.20, 21, 22. Heb. 3.3. [12] Heb. 3.1. [13] cap. 2.9 e 4.9. _O jejum que não agrada a Deus._ [Antes de Christo 518] 7 Aconteceu pois, no anno quarto do rei Dario, que a palavra do Senhor veiu a Zacharias, no _dia_ quarto do nono mez, _que é_ chisleu. 2 [AEJ] Quando foram enviados _á_ casa de Deus, Saresar, e Regemmelech, e os homens d’elle, para supplicarem o rosto do Senhor, 3 Dizendo [1] aos sacerdotes, que _estavam_ na casa do Senhor dos Exercitos, e aos prophetas: [2] Chorarei eu no quinto mez, separando-me, como o tenho feito por tantos annos? 4 Então a palavra do Senhor dos Exercitos veiu a mim, dizendo: 5 Falla a todo o povo d’esta terra, o aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes, [3] e pranteastes, no quinto e no setimo _mez_, a saber, estes setenta annos, _porventura_, jejuando, [4] jejuastes para mim, para mim, _digo_? 6 Ou quando comestes, e quando bebestes, não fostes vós os que comieis e vós os que bebieis? 7 Não _são estas_ as palavras que o Senhor prégou pelo ministerio dos prophetas primeiros, quando Jerusalem estava habitada e [AEK] quieta, com as suas cidades ao redor d’ella? [5] e o sul e a campina eram habitados? 8 E a palavra do Senhor veiu a Zacharias, dizendo: 9 Assim fallou o Senhor dos Exercitos, dizendo: [6] Julgae juizo verdadeiro, executae piedade e misericordias cada um com seu irmão; 10 E [7] não opprimaes a viuva, nem o orphão, nem o estrangeiro, nem o pobre, [8] nem intente o mal cada um contra o seu irmão no seu coração. 11 Porém não quizeram escutar, [9] e me deram o hombro rebelde, e ensurdeceram os seus ouvidos, para que não ouvissem. 12 E fizeram [10] o seu coração _como_ diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exercitos enviava pelo seu Espirito pelo ministerio dos prophetas primeiros: [11] d’onde veiu a grande ira do Senhor dos Exercitos. 13 E aconteceu _que_, como elle clamou, e elles não ouviram, assim tambem elles clamaram, [12] mas eu não ouvi, diz o Senhor dos Exercitos. 14 E [13] os espalhei com tempestade entre todas as nações, que elles não conheciam, e a terra foi assolada atraz d’elles, de sorte que ninguem passava por ella, nem se tornava: porque teem feito da terra desejada uma desolação. [1] Mal. 2.7. [2] Jer. 52.12. cap. 8.19. [3] Isa. 58.5. Jer. 41.1. cap. 8.19. cap. 1.12. [4] Rom. 14.6. [5] Jer. 17.26. [6] Jer. 7.23. Miq. 6.8. cap. 8.16. Mat. 23.23. [7] Exo. 22.21, 22. Deu. 24.17. Isa. 1.17. Jer. 5.28. [8] cap. 8.17. [9] Neh. 9.29. Jer. 7.24. [10] Eze. 11.19 e 36.26. Neh. 9.29, 30. [11] II Chr. 36.16. Dan. 9.11. [12] Pro. 1.24, 28. Isa. 1.15. Jer. 11.11 e 14.12. Miq. 3.4. [13] Deu. 4.27 e 28.64. Eze. 36.19. cap. 2.6. Deu. 28.33. _Bençãos promettidas._ 8 Depois veiu _a mim_ a palavra do Senhor dos Exercitos, dizendo: 2 Assim diz o Senhor dos Exercitos: [1] Zelei por Sião com grande zelo, e com grande furor zelei por ella. 3 Assim diz o Senhor: [2] Voltarei para Sião, e habitarei no meio de Jerusalem; [3] e Jerusalem chamar-se-ha a cidade de verdade, e o monte do Senhor dos Exercitos monte de sanctidade. 4 Assim diz o Senhor dos Exercitos: [4] Ainda nas praças de Jerusalem habitarão velhos e velhas; e cada um _terá_ na sua mão o seu bordão, por causa da sua muita edade. 5 E as ruas da cidade serão cheias de meninos e meninas, que brincarão nas ruas d’ella. 6 Assim diz o Senhor dos Exercitos: Se isto será maravilhoso aos olhos do resto d’este povo n’aquelles dias, [5] sel-o-ha _por isso_ tambem maravilhoso aos meus olhos? disse o Senhor dos Exercitos. 7 Assim diz o Senhor dos Exercitos: Eis que [6] salvarei o meu povo da terra do oriente e da terra do pôr do sol; 8 E tral-os-hei, e habitarão no meio de Jerusalem; [7] e me serão por povo, e eu lhes serei a elles por Deus em verdade e em justiça. 9 Assim diz o Senhor dos Exercitos: [8] Esforcem-se _as_ vossas mãos, ó vós que n’estes dias ouvistes estas palavras da bocca dos prophetas que _estiveram_ no dia em que foi posto o fundamento da casa do Senhor dos Exercitos, para que o templo fosse edificado. 10 Porque [9] antes d’estes dias não tem havido [AEL] soldada de homens, nem soldada de bestas; nem _havia_ paz para o que entrava nem para o que sahia, por causa do inimigo, porque eu incitei a todos os homens, cada um contra o seu companheiro. 11 Mas agora não _me haverei_ eu para com o resto d’este povo como nos primeiros dias, diz o Senhor dos Exercitos. 12 Porque [10] a semente _será_ prospera, a vide dará o seu fructo, e a terra dará a sua novidade, [11] e os céus darão o seu orvalho; e farei que o resto d’este povo herde tudo isto. 13 E [12] ha de ser, ó casa de Judah, e ó casa de Israel, que, assim como fostes uma maldição entre as nações, assim vos salvarei, [13] e sereis uma benção: não temaes, esforcem-se as vossas mãos. 14 Porque assim diz o Senhor dos Exercitos: [14] Assim como pensei fazer-vos mal, quando vossos paes me provocaram á ira, diz o Senhor dos Exercitos, [15] e não me arrependi, 15 Assim tornei a pensar de fazer bem a Jerusalem e á casa de Judah, n’estes dias: não temaes. 16 Estas _são_ as coisas que fareis: [16] Fallae verdade cada um com o seu companheiro; julgae verdade e juizo de paz nas vossas portas. 17 E [17] nenhum de vós pense mal no seu coração contra o seu companheiro, nem ameis o juramento falso; porque todas estas coisas _são_ as que eu aborreço, diz o Senhor. 18 E a palavra do Senhor dos Exercitos veiu a mim, dizendo: 19 Assim diz o Senhor dos Exercitos: O jejum do quarto, [18] e o jejum do quinto, e o jejum do setimo, [19] e o jejum do decimo _mez_ se tornará para a casa de Judah em gozo, e em alegria, e em [AEM] festividades solemnes: [20] amae pois a verdade e a paz. 20 Assim diz o Senhor dos Exercitos: Ainda _succederá_ que virão os povos e os habitantes de muitas cidades. 21 E os habitantes de uma irão á outra, dizendo: [21] Vamos andando para supplicar a face do Senhor, e para buscar ao Senhor dos Exercitos; eu tambem irei. 22 Assim [22] virão muitos povos e poderosas nações, a buscar em Jerusalem ao Senhor dos Exercitos, e a supplicar a face do Senhor. 23 Assim diz o Senhor dos Exercitos: N’aquelle dia succederá que pegarão dez homens de entre todas as linguas das nações, pegarão, _digo_, da aba de um homem judaico, dizendo: [23] Iremos comvosco, porque temos ouvido _que_ Deus _está_ comvosco. [1] Nah. 1.2. cap. 1.14. [2] cap. 1.16. [3] Isa. 1.21, 26. Isa. 2.2, 3. [4] Isa. 65.20, 22. [5] Gen. 18.14. Luc. 1.37 e 18.27. [6] Isa. 11.11, 12 e 43.5, 6. Eze. 37.21. [7] Jer. 30.22 e 31.1, 33. cap. 13.9. Jer. 4.2. [8] ver. 18. [9] Agg. 2.16. [10] Joel 2.22. [11] Agg. 1.10. [12] Jer. 42.18. [13] Gen. 12.2. Isa. 19.24, 25. Sof. 3.20. Agg. 2.19. [14] Jer. 31.28. [15] II Chr. 36.16. [16] cap. 7.9. ver. 19. Eph. 4.25. [17] Pro. 3.29. cap. 7.10. [18] Jer. 52.6, 7. Jer. 52.12, 13. cap. 7.3, 5. [19] Jer. 52.4. Isa. 35.10. [20] ver. 16. [21] Isa. 2.3. Miq. 4.1, 2. [22] Isa. 60.3, etc. e 66.23. [23] I Cor. 14.25. _O castigo de diversos povos._ [Antes de Christo 487] 9 Carga [1] da palavra do Senhor contra a terra de Haldrach, e Damasco _será_ o seu repouso; porque o Senhor tem o olho sobre o homem, [2] como _sobre_ todas as tribus de Israel. 2 E [3] tambem Hamath n’ella terá termo: Tyro e Sidon, [4] ainda que seja mui sabia. 3 E Tyro edificou para si fortalezas, [5] e amontoou prata como o pó, e oiro fino como a lama das ruas. 4 Eis que [6] o Senhor a arrancará da posse, e ferirá no mar a sua força, e ella será consumida pelo fogo. 5 Ascalon [7] _o_ verá e temerá, tambem Gaza, e terá grande dôr; como tambem Ekron; porque a sua esperança será envergonhada; e o rei de Gaza perecerá, e Ascalon não será habitada. 6 E [8] um bastardo habitará em Asdod, e exterminarei a soberba dos philisteos. 7 E da sua bocca tirarei o seu sangue, e d’entre os seus dentes as suas abominações; e elle tambem ficará de resto para o nosso Deus; e será como principe em Judah, e Ekron como o jebuseo. 8 E [9] me acamparei ao redor da minha casa, por causa do exercito, por causa do que passa, e por causa do que volta, [10] para que não passe mais sobre elles o exactor; porque agora já _o_ vi com os meus olhos. 9 Alegra-te [11] muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalem: [12] eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta. 10 E destruirei [13] os carros de Ephraim e os cavallos de Jerusalem: tambem o arco de guerra será destruido, [14] e elle fallará paz ás nações; e o seu dominio _se estenderá_ de _um_ mar até _outro_ mar, e desde o rio até ás extremidades da terra. 11 Quanto a ti tambem _ó Sião_, pelo sangue do teu concerto, [15] soltei os teus presos da cova em que não _havia_ agua. 12 Voltae á fortaleza [16] ó presos de esperança: tambem hoje vos annuncio que vos renderei em dobro. 13 [AEN] Quando estendi Judah para mim _como um arco_, e enchi com Ephraim o arco, suscitarei a teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó Grecia! e pôr-te-hei como a espada de um valente. 14 E o Senhor será visto sobre elles, e as suas frechas sairão como o relampago; e o Senhor JEHOVAH tocará buzina, [17] e irá com os redemoinhos do sul. 15 O Senhor dos Exercitos os amparará, e comerão, depois que os tiverem sujeitado as pedras da funda: tambem beberão _e_ farão alvoroço como _de_ vinho; e encher-se-hão como a bacia, [18] como os cantos do altar. 16 E o Senhor seu Deus n’aquelle dia os salvará, como ao rebanho do seu povo; porque _como_ as pedras da corôa serão levantados na sua terra, como bandeira. 17 Porque, quão _grande_ é a sua bondade! e quão _grande_ é a sua formosura! [19] o trigo fará fallar os mancebos e o mosto as donzellas. [1] Jer. 23.33. [2] II Chr. 20.12. [3] Jer. 49.23. Isa. 23. Eze. 26 e 27 e 28. I Reis 17.9. Eze. 28.21. Oba. 20. [4] Eze. 28.3, etc. [5] Job 27.16. Eze. 28.4, 5. [6] Isa. 23.1. Eze. 26.17. [7] Jer. 47.15. Sof. 2.4. [8] Amós 1.8. [9] cap. 2.5. [10] Eze. 28.24. Exo. 3.7. [11] Isa. 62.11. cap. 2.10. João 12.15. [12] Jer. 23.5 e 30.9. Luc. 19.38. João 1.49. [13] Ose. 1.7 e 2.18. Miq. 5.10. [14] Eph. 2.14, 17. [15] Isa. 42.7 e 51.14 e 61.1. [16] Isa. 49.9 e 61.7. [17] Isa. 21.1. [18] Lev. 4.18, 25. Isa. 62.3. Mal. 3.17. Isa. 11.12. Deu. 12.27. [19] Joel 3.18. Amós 9.14. _Promessas feitas a Israel._ 10 Pedi [1] ao Senhor chuva no tempo da serodia: o Senhor faz relampagos, e lhes dará chuveiro de agua, e herva no campo a cada um. 2 Porque [2] os teraphins teem fallado vaidade, e os adivinhos teem visto mentira, e fallam sonhos vãos; [3] _com_ vaidade consolam, por isso se foram como ovelhas, foram afflictos, [4] porque não _havia_ pastor. 3 Contra os pastores se accendeu a minha ira, e visitarei os bodes; [5] mas o Senhor dos Exercitos visitará o seu rebanho, a casa de Judah, e os fará ser como o cavallo da sua magestade na peleja. 4 D’elle a pedra [6] de esquina, d’elle a estaca, d’elle o arco de guerra, d’elle juntamente _sairão_ todos os exactores. 5 E serão como valentes [AEO] que pelo lodo das ruas entram na peleja, e pelejarão; porque o Senhor _estará_ com elles, e envergonharão aos que andam montados em cavallos. 6 E fortalecerei a casa de Judah, e salvarei a casa de José, [7] e tornarei a plantal-os, porque me apiedei d’elles: e serão como se os não tivera rejeitado; porque eu _sou_ o Senhor seu Deus, [8] e os ouvirei. 7 E os de Ephraim serão como um valente, e o seu coração se alegrará como _de_ vinho, e seus filhos o verão, e se alegrarão; o seu coração se regozijará no Senhor. 8 _Eu_ lhes assobiarei, [9] e os ajuntarei, porque eu os tenho remido, e multiplicar-se-hão, assim como _antes_ se tinham multiplicado. 9 E eu [10] os semearei por entre os povos, e lembrar-se-hão de mim em logares remotos; e viverão com seus filhos, e voltarão. 10 Porque [11] eu os farei voltar da terra do Egypto, e os congregarei da Assyria; e tral-os-hei á terra de Gilead e do Libano, [12] e não se achará _logar_ para elles. 11 E elle passará [13] o mar com angustia, e ferirá as ondas no mar, e todas as profundezas dos rios se seccarão: [14] então será derribada a soberba da Assyria, e o sceptro do Egypto se retirará. 12 E eu os fortalecerei no Senhor, [15] e andarão no seu nome, diz o Senhor. [1] Jer. 14.22. Deu. 11.14. Job 29.23. Joel 2.23. [2] Jer. 10.8. Hab. 2.18. [3] Job 13.4. [4] Eze. 34.5. [5] Luc. 1.68. [6] Num. 24.17. I Sam. 14.38. Isa. 22.23. [7] Jer. 3.18. Eze. 37.21. Ose. 1.7. [8] cap. 13.9. [9] Isa. 5.26 e 49.19. Eze. 36.37. [10] Ose. 2.23. Deu. 30.1. [11] Isa. 11.11, 16. Ose. 11.11. [12] Isa. 49.20. [13] Isa. 11.15, 16. [14] Isa. 14.25. Eze. 30.13. [15] Miq. 4.5. _O castigo dos impenitentes._ 11 Abre, ó Libano, [1] as tuas portas para que o fogo consuma os cedros. 2 Uivae, ó faias, porque os teus cedros cairam, porque estas excellentes _arvores_ são destruidas; uivae, [2] ó carvalhos de Basan, porque o bosque forte é derribado. 3 Voz de uivo dos pastores _se ouviu_, porque a sua gloria é destruida: voz de bramido dos filhos de leões, porque foi destruida a soberba do Jordão. 4 Assim diz o Senhor [3] meu Deus: Apascenta as ovelhas da matança, 5 Cujos possuidores [4] as matam, e não se teem por culpados; e cujos vendedores dizem: Louvado seja o Senhor, porque hei enriquecido, e os seus pastores não teem piedade d’ellas. 6 Certamente não terei piedade mais dos moradores d’esta terra, diz o Senhor, mas, eis que entregarei os homens cada um na mão do seu companheiro e na mão do seu rei, e esmiuçarão a terra, e eu não _os_ livrarei da sua mão. 7 E [5] eu apascentei as ovelhas da matança, porquanto _são_ ovelhas coitadas; e tomei para mim duas varas, a uma _das quaes_ chamei [AEP] Suavidade, e á outra chamei [AEQ] Conjuntadores, e apascentei as ovelhas. 8 E destrui os teus pastores [6] n’um _mesmo_ mez, porque se angustiou d’elles a minha alma, e tambem a sua alma teve fastio de mim. 9 E eu disse: Não vos apascentarei mais: [7] o que morrer morra, e o que fôr destruido seja, e as que restarem comam cada uma a carne da sua companheira. 10 E tomei a minha vara Suavidade, e a quebrei, para desfazer o meu concerto, que tinha estabelecido com todos estes povos. 11 E foi desfeito n’aquelle [8] dia, e conheceram assim os pobres do rebanho que me aguardavam que isto _era_ palavra do Senhor. 12 Porque eu lhes tinha dito: Se _parece_ bem aos vossos olhos, dae-_me_ a minha soldada, e, se não, deixae-vos d’isso. [9] E pesaram a minha soldada, trinta _moedas_ de prata. 13 O Senhor pois me disse: Arroja-a ao oleiro, [10] bello preço em que fui apreçado por elles. E tomei as trinta _moedas_ de prata, e as arrojei, na casa do Senhor, ao oleiro. 14 Então quebrei a minha segunda vara Conjuntadores, para romper a irmandade entre Judah e Israel. 15 E o Senhor me disse: [11] Toma ainda para ti o instrumento de um pastor insensato. 16 Porque, eis que levantarei um pastor na terra, _que_ não visitará as perdidas, não buscará a desgarrada, e não sarará a quebrada, nem apascentará a sã; mas comerá a carne da gorda, e lhe despedaçará as unhas. 17 Ai do pastor [12] de nada, que abandona o rebanho; a espada _cairá_ sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; o seu braço sem falta se seccará, e o seu olho direito sem falta se escurecerá. [1] cap. 10.10. [2] Isa. 32.19. [3] ver. 7. [4] Jer. 2.3. [5] Sof. 3.12. Mat. 11.5. [6] Ose. 5.7. [7] Jer. 15.2 e 43.11. [8] ver. 7. Sof. 3.12. [9] Mat. 26.15. Exo. 21.32. [10] Mat. 27.9, 10. [11] Eze. 34.2, 3, 4. [12] Jer. 23.1. Eze. 34.2. João 10.12, 13. _A destruição dos inimigos do povo de Deus. O arrependimento e a purificação de Israel._ 12 Carga da palavra do Senhor sobre Israel: Falla o Senhor, [1] o que estende o céu, e que funda a terra, [2] e que forma o espirito do homem dentro n’elle. 2 Eis que eu porei a Jerusalem _como_ um copo [3] de tremor para todos os povos em redor, e tambem para Judah, _o qual_ será no cerco contra Jerusalem. 3 E será [4] n’aquelle dia que porei a Jerusalem _por_ pedra pesada a todos os povos; todos os que carregarem com ella certamente serão despedaçados, e ajuntar-se-hão contra elle todas as nações da terra. 4 N’aquelle dia, diz o Senhor, [5] ferirei de espanto a todos os cavallos, e de loucura os que montam n’elles; mas sobre a casa de Judah abrirei os meus olhos, e ferirei de cegueira a todos os cavallos dos povos. 5 Então os chefes de Judah dirão no seu coração: A minha força _são_ os habitantes de Jerusalem e o Senhor dos Exercitos, seu Deus. 6 N’aquelle dia porei os chefes de Judah [6] como um brazeiro de fogo debaixo da lenha, e como _um_ tição de fogo entre gavelas; e á banda direita e esquerda consumirão a todos os povos em redor, e Jerusalem será habitada outra vez no seu logar, em Jerusalem. 7 E o Senhor primeiramente salvará as tendas de Judah, para que a gloria da casa de David e a gloria dos habitantes de Jerusalem não se engrandeça sobre Judah. 8 N’aquelle dia o Senhor amparará os habitantes de Jerusalem; [7] e o que tropeçar entre elles n’aquelle dia _será_ como David, e a casa de David será como Deus, como o anjo do Senhor diante d’elles. 9 E será, n’aquelle dia, [8] que procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalem; 10 Porém [9] sobre a casa de David, e sobre os habitantes de Jerusalem, derramarei o Espirito de graça e de supplicações; [10] e olharão para mim, a quem traspassaram: e farão pranto sobre elle, como o pranto sobre o unigenito; e chorarão amargosamente sobre elle, [11] como se chora amargosamente sobre o primogenito. 11 N’aquelle dia será grande o pranto em Jerusalem, [12] como o pranto de Hadadrimmon no valle de Meggiddon. 12 E a terra pranteará, [13] cada [AER] linhagem á parte: a linhagem da casa de David, á parte, e suas mulheres, á parte, e a linhagem da casa de Nathan, á parte, e suas mulheres, á parte; 13 A linhagem [14] da casa de Levi, á parte, e suas mulheres, á parte; a linhagem de Simei, á parte, e suas mulheres á parte. 14 Todas as mais linhagens, cada linhagem á parte, e suas mulheres á parte. [1] Isa. 42.5 e 44.24. [2] Num. 16.22. Ecc. 12.7. Isa. 57.16. Heb. 12.9. [3] Isa. 51.17, 22, 23. [4] ver. 4, 6, 8, 9, 11. cap. 13.1 e 14.4, 6, 8, 9, 13. Mat. 21.44. [5] Eze. 38.4. [6] Oba. 18. [7] Joel 3.10. [8] Agg. 2.22. ver. 3. [9] Jer. 31.9 e 50.4. Eze. 39.29. Joel 2.28. [10] João 19.34, 37. Apo. 1.7. [11] Jer. 6.26. Amós 8.10. [12] Act. 2.37. II Reis 23.29. II Chr. 35.24. [13] Mat. 24.30. Apo. 1.7. [14] II Sam. 5.14. Luc. 3.31. 13 N’aquelle [1] dia haverá _uma_ fonte aberta para a casa de David, e para os habitantes de Jerusalem, contra o peccado, e contra a immundicia. 2 E será n’aquelle dia, diz o Senhor dos Exercitos, [2] que desfarei da terra os nomes dos idolos, e d’elles não se fará mais memoria; [3] e tambem farei sair da terra os prophetas e o espirito da immundicia. 3 E será que, quando alguem prophetizar mais, seu pae e sua mãe, que o geraram, lhe dirão: Não viverás, porque fallaste mentira em nome do Senhor; e seu pae e sua mãe, que o geraram, [4] o traspassarão quando prophetizar. 4 E será n’aquelle dia _que_ os prophetas se envergonharão, [5] cada um da sua visão, quando prophetizar; [6] nem elles se vestirão _mais_ de manto de pellos, para mentirem. 5 E dirão: [7] Não _sou_ propheta, lavrador _sou_ da terra; porque _certo_ homem _para isso_ me adquiriu desde a minha mocidade. 6 E se _alguem_ lhe disser: Que _são_ estas feridas nas tuas mãos? Dirá elle: _Feridas são_ com que fui ferido _em_ casa dos meus amadores. _O Pastor ferido: o juizo final: a exaltação da Egreja._ 7 Ó espada, [8] desperta-te contra o meu Pastor e contra o varão que _é_ o meu companheiro, diz o Senhor dos Exercitos; fere ao Pastor, [9] e espalhar-se-hão as ovelhas; [10] mas volverei a minha mão para os pequenos. 8 E será em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes d’ella serão extirpadas, _e_ expirarão; [11] mas a terceira parte restará n’ella. 9 E farei passar [12] esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o oiro: ella invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: Meu povo _é_, [13] e ella dirá: O Senhor _é_ o meu Deus. [1] cap. 12.3. Heb. 9.14. I Ped. 1.19. Apo. 1.5. [2] Exo. 23.13. Jos. 23.7. Eze. 30.13. Ose. 2.17. Miq. 5.12, 13. [3] II Ped. 2.1. [4] Deu. 13.6, 8 e 18.20. [5] Miq. 3.6, 7. [6] Isa. 20.2. Mat. 3.4. [7] Amós 7.14. [8] Isa. 40.11. Eze. 34.23. João 10.30. Phi. 2.6. [9] Mat. 26.31. Mar. 14.27. [10] Mat. 18.10, 14. Luc. 12.32. [11] Rom. 11.5. [12] I Ped. 1.6, 7. cap. 10.6. [13] Jer. 30.22. Eze. 11.20. cap. 8.8. 14 Eis que [1] o dia do Senhor vem; repartir-se-hão no meio de ti os teus despojos. 2 Porque [2] _eu_ ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalem; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, [3] e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o captiveiro, mas o resto do povo não será extirpado da cidade. 3 E o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações, como no dia em que pelejou no dia da batalha. 4 E [4] n’aquelle dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que _está_ defronte de Jerusalem para o oriente; [5] e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o occidente, n’um valle muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a _outra_ metade d’elle para o sul. 5 E fugireis ao valle dos meus montes (porque o valle dos montes chegará até Asel), [6] e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judah: [7] então virá o Senhor meu Deus, _e_ todos os sanctos comtigo, _ó Senhor_. 6 E será _que_ n’aquelle dia não haverá preciosa luz nem espessa escuridão. 7 Mas [8] será um dia o qual _é_ conhecido do Senhor; nem dia nem noite será: e acontecerá que no tempo da tarde haverá luz. 8 N’aquelle dia tambem acontecerá _que_ [9] sairão de Jerusalem aguas vivas, metade d’ellas para o mar oriental, e metade d’ellas até ao mar occidental: no estio e no inverno succederá _isto_. 9 E [10] o Senhor será rei sobre toda a terra: n’aquelle dia um _só_ será o Senhor, e um _só_ será o seu nome. 10 Toda a terra ao redor se tornará em planicie, [11] desde Geba até Rimmon, da banda do sul de Jerusalem, e será exalçada, e habitada no seu logar, _desde_ a porta de Benjamin até ao logar da primeira porta, até á porta da esquina, [12] e desde a torre de Hananeel até aos lagares do rei. 11 E habitarão n’ella, [13] e não haverá mais anathema, porque Jerusalem habitará segura. 12 E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerrearam contra Jerusalem: fará consumir a carne, estando elles em pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas covas, e lhes apodrecerá a lingua de cada um na sua bocca. 13 N’aquelle dia tambem acontecerá que haverá uma grande perturbação do Senhor entre elles; porque pegará cada um na mão do seu companheiro, [14] e alçar-se-ha a mão de cada um contra a mão do seu companheiro. 14 E tambem Judah pelejará contra Jerusalem, [15] e se ajuntarão em redor as riquezas de todas as nações, oiro e prata e vestidos em grande abundancia. 15 Assim tambem será a praga dos cavallos, [16] dos mulos, dos camelos e dos jumentos, e de todos os animaes que estiverem n’aquelles exercitos, como foi a praga d’elles. 16 E será que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalem, [17] subirão de anno em anno para adorarem o Rei, o Senhor dos Exercitos, [18] e celebrarem a festa das cabanas. 17 E acontecerá _que_, [19] se alguma das familias da terra não subir a Jerusalem, para adorar o Rei, o Senhor dos Exercitos, não virá sobre elles a chuva. 18 E, se a familia dos egypcios, sobre os quaes não _vem a chuva_, não subir, nem vier, [20] virá _sobre elles_ a praga _com_ que o Senhor ferirá as nações que não subirem a celebrar a festa das cabanas. 19 Este será o [AES] peccado dos egypcios e o peccado de todas as nações que não subirem a celebrar a festa das cabanas. 20 N’aquelle dia será _inscripto_ sobre as campainhas dos cavallos: [21] SANCTIDADE AO SENHOR; e as panellas na casa do Senhor serão como as bacias diante do altar. 21 E todas as panellas em Jerusalem e Judah serão sanctas ao Senhor dos Exercitos, e todos os que sacrificarem virão, e d’ellas tomarão, e n’ellas cozerão: [22] e não haverá mais cananita na casa do Senhor dos Exercitos n’aquelle dia. [1] Isa. 13.9. Joel 2.32. Act. 2.20. [2] Joel 3.2. [3] Isa. 13.16. [4] Eze. 11.23. [5] Joel 3.12, 14. [6] Amós 1.1. [7] Jud. 14. [8] Apo. 22.5. Mat. 24.36. Isa. 30.26 e 60.19, 20. Apo. 21.23. [9] Eze. 47.1. Joel 3.18. Apo. 22.1. [10] Dan. 2.44. Apo. 11.15. Eph. 4.5, 6. [11] Isa. 40.4. [12] Neh. 3.1. Jer. 31.38. [13] Jer. 23.4. [14] Jui. 7.22. II Chr. 20.23. Eze. 38.21. [15] Eze. 39.10, 17, etc. [16] ver. 12. [17] Isa. 6.7, 9 e 66.23. [18] Lev. 23.34, 43. Ose. 12.9. João 7.2. [19] Isa. 60.12. [20] Deu. 11.10. [21] Isa. 23.18. [22] Joel 3.17. Apo. 21.27 e 22.15. Eph. 2.19, 20, 21, 22. MALACHIAS. _A ingratidão do povo; o formalismo dos sacerdotes._ [Antes de Christo 397] 1 Carga da palavra do Senhor contra Israel, pelo ministerio de Malachias. 2 Eu [1] vos amei, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos amastes? Não foi Esaú irmão de Jacob? disse o Senhor; [2] todavia amei a Jacob, 3 E aborreci a Esaú: [3] e fiz dos seus montes uma assolação, e dei a sua herança aos [AET] dragões do deserto. 4 Ainda que Edom dizia: Empobrecidos somos, porém tornaremos a edificar os logares desertos: elles edificarão, e eu destruirei: e lhes chamarão; Termo de impiedade, e povo contra quem o Senhor está irado para sempre. 5 E os vossos olhos o verão, e direis: O Senhor seja engrandecido desde o termo de Israel. 6 O [4] filho honrará a _seu_ pae, e o servo ao seu senhor; e, se eu _sou_ Pae, onde _está_ a minha honra? e, se eu _sou_ o Senhor, onde _está_ o meu temor? diz o Senhor dos Exercitos a vós, ó sacerdotes, que desprezaes o meu nome; mas vós dizeis: [5] Em que desprezámos nós o teu nome? 7 Offereceis sobre o meu altar pão immundo, e dizeis: Em que te havemos profanado? N’isto que dizeis: [6] A mesa do Senhor é desprezivel. 8 Porque, [7] quando trazeis _animal_ cego para _o_ sacrificardes, não _é isto_ mau? e, quando offereceis o côxo ou o enfermo, não _é isto_ mau? Ora apresenta-o ao teu principe; _porventura_ terá elle agrado em ti? ou acceitará elle a tua pessoa? [8] diz o Senhor dos Exercitos. 9 Agora, pois, supplicae a face de Deus, e elle terá piedade de nós: [9] isto veiu da vossa mão, acceitará elle a vossa pessoa? diz o Senhor dos Exercitos. 10 Quem [10] _ha_ tambem entre vós que feche as portas _por nada_? e não accendeis por nada _o_ fogo do meu altar. Eu não tomo prazer em vós, diz o Senhor dos Exercitos, [11] nem acceitarei da vossa mão a oblação. 11 Mas desde o nascente do sol até ao poente [12] _será_ grande entre as nações o meu nome; [13] e em todo o logar se offerecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome _será_ grande entre as nações, diz o Senhor dos Exercitos. 12 Mas vós o profanaes, quando dizeis: [14] A mesa do Senhor _é_ immunda, e, quanto ao seu rendimento, sua comida é desprezivel. 13 E dizeis: Eis aqui, que canceira! e o lançastes com desprezo, diz o Senhor dos Exercitos: vós tambem offereceis o roubado, e o côxo e o enfermo, e offereceis a offerta: [15] ser-me-ha acceito isto de vossa mão? diz o Senhor. 14 Pois maldito [16] _seja_ o enganoso que, tendo no seu rebanho um animal, promette e offerece ao Senhor _o que é_ corrompido, porque eu _sou_ grande Rei, [17] diz o Senhor dos Exercitos, o meu nome _será_ tremendo entre as nações. [1] Deu. 7.8 e 10.15. [2] Rom. 9.13. [3] Jer. 49.18. Eze. 35.3, 4, 7, 9, 14, 15. Oba. 10, etc. [4] Exo. 20.12. [5] cap. 2.14, 17 e 3.7, 8, 13. [6] Eze. 41.22. ver. 22. [7] Lev. 22.22. Deu. 15.21. ver. 14. [8] Job 42.8. [9] Ose. 13.9. [10] I Cor. 9.13. [11] Isa. 1.11. Jer. 6.20. Amós 5.21. [12] Isa. 60.3, 5. [13] I Tim. 2.8. Apo. 8.3. Isa. 66.19, 20. [14] ver. 7. [15] Lev. 22.20, etc. [16] ver. 8. [17] I Tim. 6.15. 2 Agora pois, ó sacerdotes, este mandamento vos _toca_ a vós. 2 Se [1] _o_ não ouvirdes, e se não propozerdes no coração, dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exercitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bençãos; e tambem já tenho maldito a cada qual d’ellas, porque vós não pondes _isso_ no coração. 3 Eis que vos corromperei a semente, e espalharei esterco sobre os vossos rostos, o esterco das vossas festas; [2] e com elles sereis tirados. 4 Então sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que o meu concerto seja com Levi, diz o Senhor dos Exercitos. 5 Meu concerto com [3] elle foi a vida e a paz, e eu lh’as dei _para_ temor, e me temeu, e assombrou-se por causa do meu nome. 6 A lei [4] da verdade esteve na sua bocca, e a iniquidade não se achou nos seus labios: andou comigo em paz e em rectidão, e converteu [5] a muitos da iniquidade. 7 Porque [6] os labios do sacerdote guardarão a sciencia, e da sua bocca buscarão a lei, [7] porque elle _é_ o anjo do Senhor dos Exercitos. 8 Mas vós vos desviastes do caminho, [8] a muitos fizestes tropeçar na lei: corrompestes o concerto de Levi, diz o Senhor dos Exercitos. 9 Por isso [9] tambem eu vos fiz despreziveis, e indignos diante de todo o povo, visto que não guardaes os meus caminhos, mas acceitaes pessoas na lei. _Os casamentos com mulheres estranhas e o divorcio são illicitos._ 10 [10] Não temos nós todos um _mesmo_ Pae? não nos creou um _mesmo_ Deus? porque seremos desleaes cada um com seu irmão, profanando o concerto de nossos paes? 11 Judah foi desleal, e abominação se obrou em Israel e em Jerusalem; porque Judah profana a sanctidade do Senhor, a qual ama, [11] e se casou com a filha de deus estranho. 12 O Senhor destruirá das tendas de Jacob o homem que fizer isto, o que vela, e o que responde, [12] e o que offerece presente ao Senhor dos Exercitos. 13 Tambem fazeis esta segunda coisa: cobris o altar do Senhor de lagrimas, de choros e de gemidos; de sorte que elle não olha mais para o presente, nem _o_ acceitará com prazer da vossa mão. 14 E dizeis: [13] Porque? porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, contra a qual tu foste desleal, sendo ella a tua companheira, e a mulher do teu concerto. 15 E não fez [14] elle _sómente_ um? [AEU] sobejando-lhe espirito? e porque _sómente_ este um? [15] buscava uma semente de Deus: portanto guardae-vos em vosso espirito, e contra a mulher da vossa mocidade nenhum seja desleal. 16 Porque o Senhor Deus de Israel diz que aborrece [16] o repudio, e aquelle que encobre a violencia com o seu vestido, diz o Senhor dos Exercitos: portanto guardae-vos em vosso espirito, e não sejaes desleaes. 17 Enfadaes [17] ao Senhor com vossas palavras: e ainda dizeis: Em que o enfadamos? N’isto que dizeis: Qualquer que faz mal _é_ bom aos olhos do Senhor, e n’estes taes _é que_ elle se agrada, ou, onde _está_ o Deus do juizo? [1] Lev. 26.14, etc. Deu. 28.15, etc. [2] I Reis 14.10. [3] Num. 25.12. Eze. 34.25 e 37.26. [4] Deu. 33.10. [5] Jer. 23.22. Thi. 5.20. [6] Lev. 10.11. Deu. 17.9, 10. Esd. 7.10. Jer. 18.18. Agg. 2.11, 12. [7] Gal. 4.14. [8] I Sam. 2.17. Jer. 18.15. Neh. 13.29. [9] I Sam. 2.30. [10] I Cor. 8.6. Eph. 4.6. Job 31.15. [11] Esd. 9.1 e 10.2. Neh. 13.23. [12] Neh. 13.28, 29. [13] Pro. 5.18 e 2.17. [14] Mat. 19.4, 5. [15] Esd. 9.2. I Cor. 7.14. [16] Deu. 24.1. Mat. 5.32. [17] Isa. 43.24. Amós 2.13. cap. 3.13, 14, 15. _O annuncio da vinda do Senhor, precedido pelo seu anjo._ 3 Eis que [1] eu envio o meu anjo, que apparelhará o caminho diante de mim; [2] e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscaes, e o anjo do concerto, a quem vós desejaes; eis aqui que vem, diz o Senhor dos Exercitos. 2 Mas quem [3] supportará o dia da sua vinda? e quem subsistirá, quando elle apparecer? [4] porque elle _será_ como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. 3 E assentar-se-ha, [5] affinando e purificando a prata; e purgará os filhos de Levi, e os affinará como oiro e como prata: [6] então ao Senhor trarão offerta em justiça. 4 E a offerta de Judah [7] e de Jerusalem será suave ao Senhor, como nos dias antigos, e como nos primeiros. 5 E chegar-me-hei a vós para juizo, [8] e serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros e contra os adulteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o jornaleiro em seu jornal, e a viuva, e o orphão, que pervertem _o direito_ do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exercitos. 6 Porque eu, o Senhor, [9] não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacob, não sois consumidos. _Não devemos roubar o Senhor nem duvidar da sua providencia e justiça._ 7 Desde os dias de vossos paes [10] vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes: [11] tornae a mim, e eu tornarei a vós, diz o Senhor dos Exercitos; mas vós dizeis: [12] Em que havemos de tornar? 8 Roubará o homem a Deus? porque vós me roubaes, e dizeis: Em que te roubámos? [13] nos dizimos e nas offertas alçadas. 9 Com maldição _sois_ malditos, porque me roubaes a mim, sim, toda a nação. 10 Trazei [14] todos os dizimos á casa do thesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provae-me n’isto, diz o Senhor dos Exercitos, [15] se eu _então_ não vos abrirei as janellas do céu, e não vasarei sobre vós uma benção até que não _caiba_ mais. 11 E por causa de vós reprehenderei o devorador, [16] para que não vos corrompa o fructo da terra; e a vide no campo vos não será esteril, diz o Senhor dos Exercitos. 12 E todas as nações vos chamarão bemaventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exercitos. 13 As vossas palavras [AEV] prevaleceram contra mim, diz o Senhor; mas vós dizeis: Que temos fallado contra ti? 14 Vós dizeis: [17] Debalde _é_ servir a Deus: que _nos_ aproveita termos guardado os seus preceitos, e andarmos vestidos de preto diante do Senhor dos Exercitos? 15 Ora pois, nós reputamos por bemaventurados os soberbos: tambem os que obram impiedade se edificam; tambem tentam ao Senhor, e escapam. 16 Então aquelles que temem ao Senhor [18] fallam cada um com o seu companheiro; e o Senhor attenta e ouve; e [19] ha um memorial escripto diante d’elle, para os que temem o Senhor, e para os que se lembram do seu nome. 17 E elles serão meus, [20] diz o Senhor dos Exercitos, [21] n’aquelle dia que farei me serão propriedade; poupal-os-hei, como um homem poupa a seu filho, que o serve. 18 Então tornareis e vereis a _differença_ entre o justo e o impio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve. [1] Mat. 11.10. Mar. 1.2. Luc. 1.76 e 7.27. [2] Isa. 63.9. Agg. 2.7. [3] cap. 4.1. Apo. 6.17. [4] Mat. 3.10, 11, 12. [5] Isa. 1.25. Zac. 13.9. [6] I Ped. 2.5. [7] cap. 1.11. [8] Zac. 5.4. Thi. 5.4, 11. [9] Num. 23.19. Rom. 11.29. Thi. 1.17. Lam. 3.22. [10] Act. 7.51. [11] Zac. 1.3. [12] cap. 1.6. [13] Nah. 13.10, 12. [14] Pro. 3.9, 10. II Chr. 31.11. Neh. 10.38 e 13.12. [15] Gen. 7.11. II Reis 7.2. II Chr. 31.10. [16] Amós 4.9. [17] Job 21.14, 15 e 22.17. [18] Heb. 8.13. [19] Isa. 65.6. Apo. 20.12. [20] I Ped. 2.9. [21] Isa. 62.3. 4 Porque [1] eis que aquelle dia vem ardendo como o forno: [2] todos os soberbos, e todos os que obram a impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrazará, diz o Senhor dos Exercitos, [3] de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo. 2 Mas [4] a vós, que temeis o meu nome, [5] nascerá o sol da justiça, e saude trará debaixo das suas azas; e saireis, e [AEW] crescereis como os bezerros do cevadouro. 3 E [6] pizareis os impios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés, no dia em que fizer _isto_, diz o Senhor dos Exercitos. 4 Lembrae-vos [7] da lei de Moysés, meu servo, que lhe mandei em Horeb para todo o Israel, dos estatutos e juizos. 5 Eis que eu vos envio o propheta Elias, [8] antes que venha o dia grande e terrivel do Senhor; 6 E converterá o coração dos paes aos filhos, e o coração dos filhos a seus paes; [9] para que eu não venha, e fira a terra com maldição. [1] Joel 2.31. cap. 3.2. II Ped. 3.7. [2] cap. 3.18. Oba. 18. [3] Amós 2.9. [4] cap. 3.6. [5] Luc. 1.78. Eph. 5.14. II Ped. 1.19. [6] II Sam. 22.43. Miq. 7.10. Zac. 10.5. [7] Exo. 20.3, etc. Deu. 4.10. [8] Mat. 11.14 e 17.11. Luc. 1.17. Joel 2.11. [9] Zac. 14.12. Zac. 5.3. FIM DO VELHO TESTAMENTO. O NOVO TESTAMENTO DE NOSSO SENHOR JESUS CHRISTO, PELO PADRE JOÃO FERREIRA D’ALMEIDA. OS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO E O NUMERO DE SEUS CAPITULOS. _Pag._ _Cap._ S. Mattheus 839 28 S. Marcos 875 16 S. Lucas 898 24 S. João 936 21 Actos 964 28 Aos Romanos 1000 16 I. Aos Corinthios 1015 16 II. Aos Corinthios 1030 13 Aos Galatas 1039 6 Aos Ephesios 1044 6 Aos Philippenses 1050 4 Aos Colossenses 1054 4 I. Aos Thessalonicenses 1057 5 II. Aos Thessalonicenses 1061 3 I. A Timotheo 1063 6 II. A Timotheo 1067 4 A Tito 1070 3 A Philemon 1072 1 Aos Hebreos 1073 13 S. Thiago 1084 5 I. S. Pedro 1088 5 II. S. Pedro 1092 3 I. S. João 1095 5 II. S. João 1099 1 III. S. João 1099 1 S. Judas 1100 1 Apocalypse da S. João 1101 22 O SANCTO EVANGELHO SEGUNDO S. MATTHEUS. _A genealogia de Jesus Christo._ Luc. 3.23-38. 1 Livro [1] da geração de Jesus Christo, [2] filho de David, [3] filho d’Abrahão. 2 Abrahão [4] gerou a Isaac; [5] e Isaac gerou a Jacob; [6] e Jacob gerou a Judas e a seus irmãos; 3 E Judas gerou de Tamar [7] a Fares e a Zara; [8] e Fares gerou a Esrom; e Esrom gerou a Arão; 4 E Arão gerou a Aminadab; e Aminadab gerou a Naason; e Naason gerou a Salmon; 5 E Salmon gerou de Rachab a Booz, e Booz gerou de Ruth a Obed; e Obed gerou a Jessé; 6 E [9] Jessé gerou ao rei David; [10] e o rei David gerou a Salomão, da _que foi mulher_ de Urias; 7 E Salomão [11] gerou a Roboão; e Roboão gerou a Abia; e Abia gerou a Asa; 8 E Asa gerou a Josaphat; e Josaphat gerou a Jorão; e Jorão gerou a Ozias; 9 E Ozias gerou a Joathão; e Joathão gerou a Achaz; e Achaz gerou a Ezequias; 10 E Ezequias gerou a Manassés; [12] e Manassés gerou a Amon; e Amon gerou a Josias; 11 E [13] Josias gerou a Jechonias e a seus irmãos na deportação para a Babylonia. 12 E, depois da deportação para a Babylonia, [14] Jechonias gerou a Salathiel; e Salathiel gerou a Zorobabel; 13 E [15] Zorobabel gerou a Abiud; e Abiud gerou a Eliakim; e Eliakim gerou a Azor; 14 E Azor gerou a Sadoc; e Sadoc gerou a Achim; e Achim gerou a Eliud; 15 E Eliud gerou a Eleazar; e Eleazar gerou a Matthan; e Matthan gerou a Jacob; 16 E Jacob gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Christo. 17 De sorte que todas as gerações, desde Abrahão até David, _são_ quatorze gerações; e desde David até á deportação para a Babylonia, quatorze gerações; e desde a deportação para a Babylonia até o Christo, quatorze gerações. _O nascimento de Jesus Christo[AEX]._ 18 Ora o nascimento [16] de Jesus Christo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, [17] achou-se gravida do Espirito Sancto. 19 Então José, seu marido, como era justo, [18] e a não queria infamar, intentou deixal-a secretamente. 20 E, projectando elle isto, eis que n’_um_ sonho lhe appareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de David, não temas receber a Maria tua mulher, porque [19] o que n’ella está gerado é do Espirito Sancto; 21 E dará á luz _um_ filho [20] e chamarás o seu nome JESUS; [21] porque elle salvará o seu povo dos seus peccados. [Anno Domini] 22 Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo propheta, que diz: 23 Eis que [22] a virgem conceberá e dará á luz _um_ filho, e chamal-o-hão pelo nome EMMANUEL, que traduzido é: Deus comnosco. 24 E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenára, e recebeu a sua mulher; 25 E não a conheceu até que deu á luz o seu filho, [23] o primogenito; e poz-lhe por nome JESUS. [1] Luc. 3.23. [2] Psa. 132.11. Isa. 11.1. Jer. 23.5. João 7.42. Act. 2.30. Rom. 1.3. [3] Gen. 12.3. Gal. 3.16. [4] Gen. 21.2. [5] Gen. 25.26. [6] Gen. 29.35. [7] Gen. 38.27. [8] Ruth 4.18. I Chr. 2.5, 9. [9] I Sam. 16.1. [10] II Sam. 12.24. [11] I Chr. 3.10. [12] II Reis 20.21. I Chr. 3.13. [13] I Chr. 3.15. II Reis 24.14. II Chr. 36.10. Jer. 27.20. Dan. 1.2. [14] I Chr. 3.17, 19. [15] Esd. 3.2 e 5.2. Neh. 12.1. Agg. 1.1. [16] Luc. 1.27. [17] Luc. 1.35. [18] Deu. 24.1. [19] Luc. 1.35. [20] Luc. 1.31. [21] Act. 4.12 e 5.31 e 13.23, 38. [22] Isa. 7.14. [23] Exo. 13.2. Luc. 2.7, 21. _Os magos do oriente[AEY]._ 2 E, tendo nascido Jesus em [1] Bethlehem de Judéa, no tempo do rei Herodes, eis que _uns_ magos vieram do oriente a Jerusalem, 2 Dizendo: [2] Onde está aquelle que é nascido rei dos judeos? porque vimos a sua estrella no oriente, e viemos a adoral-o. 3 E o rei Herodes, ouvindo _isto_, perturbou-se, e toda Jerusalem com elle. 4 E, congregados todos os principes dos sacerdotes, [3] e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Christo. 5 E elles lhe disseram: Em Bethlehem de Judea; porque assim está escripto pelo propheta: 6 E tu, Bethlehem, [4] terra de Judah, de modo nenhum és a menor entre [AEZ] as capitaes de Judah; porque de ti sairá o [AFA] Guia que ha de apascentar [5] o meu povo de Israel. 7 Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exactamente d’elles _ácerca_ do tempo em que a estrella lhes apparecera. 8 E, enviando-os a Bethlehem, disse: Ide, e perguntae diligentemente pelo menino, e, quando o achardes, participae-m’o, para que tambem eu vá e o adore. 9 E, tendo elles ouvido o rei, foram-se; e eis-que a estrella, que tinham visto no oriente, ia adiante d’elles, até que, chegando, se deteve sobre _o logar_ onde estava o menino. 10 E, vendo elles a estrella, alegraram-se muito com grande alegria. 11 E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus thesouros, lhe offertaram dadivas: [6] oiro, incenso e myrrha. 12 E, [7] sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho. _A fugida para o Egypto; a matança dos innocentes._ 13 E, tendo-se elles retirado, eis-que o anjo do Senhor appareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egypto, e demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes ha de procurar o menino para o matar. 14 E, levantando-se elle, tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egypto, 15 E esteve lá até á morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo propheta, que diz: [8] Do Egypto chamei o meu Filho. 16 Então Herodes, vendo que tinha sido illudido pelos magos, irritou-se muito, e mandou matar todos os meninos que havia em Bethlehem, e em todos os seus contornos, de _edade de_ dois annos e menos, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos. 17 Então se cumpriu o que foi dito pelo propheta Jeremias, [9] que diz: 18 Em Rama se ouviu _uma_ voz, lamentação, choro e grande pranto: Rachel chorando os seus filhos, e não quiz ser consolada, porque _já_ não existem. _A volta do Egypto._ 19 Morto porém Herodes, eis que o anjo do Senhor appareceu n’um sonho a José no Egypto, 20 Dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vae para a terra d’Israel; porque _já_ estão mortos os que procuravam a [AFB] morte do menino. 21 Então elle se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra d’Israel. 22 E, ouvindo que Archelau reinava na Judea em logar de Herodes, seu pae, receiou ir para lá: mas avisado em sonho por divina revelação, [10] foi para as partes da Galilea. 23 E chegou, e habitou n’_uma_ cidade chamada Nazareth, [11] para que se cumprisse o que fôra dito pelos prophetas: Que se chamará Nazareno. [1] Luc. 2.4, 6, 7. Gen. 10.30 e 25.6. I Reis 4.30. [2] Luc. 2.11. Num. 24.17. Isa. 60.3. [3] II Chr. 36.14 e 34.13. Mal. 2.7. [4] Miq. 5.2. João 7.42. [5] Apo. 2.27. [6] Psa. 72.10, 11. Isa. 60.6. [7] Mat. 1.20. [8] Ose. 11.1. [9] Jer. 31.15. [10] Mat. 3.13. Luc. 2.39. [11] João 1.45. Jui. 13.5. I Sam. 1.11. _João Baptista._ Mar. 1.1-8. Luc. 3.1-18. João 1.6-8, 19-36. [Anno Domini 26] 3 E, n’aquelles dias, [1] appareceu João Baptista prégando no deserto da Judea, 2 E dizendo: Arrependei-vos, [2] porque é chegado o reino dos céus; 3 Porque é este o annunciado pelo propheta Isaias, que disse: [3] Voz do que clama no deserto: preparae o caminho do Senhor, endireitae as suas veredas. 4 E este João tinha [4] o seu vestido de pellos de camelo, e _um_ cinto de coiro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. 5 Então ia ter com elle Jerusalem, [5] e toda a Judea, e toda a provincia adjacente ao Jordão, 6 E eram por elle baptizados no _rio Jordão_, [6] confessando os seus peccados. 7 E, vendo elle muitos dos phariseos e dos sadduceos, que vinham ao seu baptismo, dizia-lhes: [7] Raça de viboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? 8 Produzi pois fructos dignos de arrependimento; 9 E não presumaes de vós mesuros, dizendo: [8] Temos por pae a Abrahão; porque eu vos digo que mesmo d’estas pedras Deus pode suscitar filhos a Abrahão. 10 E tambem agora está posto o machado á raiz das arvores; toda [9] a arvore, pois, que não produz bom fructo, é cortada e lançada no fogo. 11 E eu, em verdade, [10] vos baptizo com agua, para o arrependimento; mas aquelle que vem após mim, é mais poderoso do que eu; cujas [AFC] alparcas não sou digno de levar; [11] elle vos baptizará com o Espirito Sancto, e _com_ fogo. 12 Em sua mão _tem_ a pá, [12] e limpará a sua eira, e recolherá no celleiro o seu trigo, [13] e queimará a palha com fogo que nunca se apagará. _O baptismo de Jesus._ Mar. 1.9-11. Luc. 3.21, 22. João 1.32-34. 13 Então veiu Jesus da Galilea a João, [14] junto do Jordão, para ser baptizado por elle, 14 João oppunha-se-lhe, porém, dizendo: Eu careço de ser baptizado por ti, e vens tu a mim? 15 Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa _por_ agora, porque assim nos convem cumprir toda a justiça. Então elle o deixou. 16 E, sendo Jesus baptizado, [15] saiu logo da agua, e eis-que se lhe abriram os céus, e viu o Espirito de Deus [16] descendo como pomba e vindo sobre elle. 17 E eis que [17] uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. [1] Mar. 1.4. Luc. 3.2. João 1.28. Jos. 14.10. [2] Dan. 2.44. cap. 4.17. [3] Isa. 40.3. Mar. 1.3. Luc. 3.4. João 1.23. Luc. 1.76. [4] Mar. 1.6. I Reis 1.8. Zac. 13.4. Lev. 11.22. I Sam. 14.25, 26. [5] Mar. 1.5. Luc. 3.7. [6] Act. 19.4, 18. [7] Mat. 12.34. Luc. 3.7, 8, 9. Rom. 5.9. I The. 1.10. [8] João 8.33, 39. Act. 13.26. Rom. 4.1, 11. [9] Mat. 7.19. Luc. 13.7. João 15.6. [10] Mar. 1.8. Luc. 3.16. João 1.15, 26, 33. Act. 1.5. [11] Isa. 4.4 e 44.3. Mal. 3.2. Act. 2.3, 4. I Cor. 12.13. [12] Mal. 3.3. [13] Mal. 4.1. [14] Mar. 1.9. Luc. 3.21. cap. 2.22. [15] Mar. 1.10. [16] Isa. 11.2. Luc. 3.22. João 1.32, 33 e 12.28. [17] Psa. 2.7. Isa. 42.1. cap. 12.18. Mar. 1.11. Luc. 9.35. Eph. 1.6. Col. 1.13. II Ped. 1.17. _A tentação de Jesus._ Mar. 1.12-13. Luc. 4.1-13. [Anno Domini 27] 4 Então foi conduzido Jesus pelo Espirito ao deserto, [1] para ser tentado pelo diabo. 2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; 3 E, chegando-se a elle o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se façam pães. 4 Elle, porém, respondendo, disse: Está escripto: [2] Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sae da bocca de Deus. 5 Então o diabo o levou á cidade sancta, [3] e collocou-o sobre o pinaculo do templo, 6 E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; [4] porque está escripto: Que aos seus anjos ordenará a respeito de ti; e tomar-te-hão nas mãos, para que nunca tropeces em _alguma_ pedra. 7 Disse-lhe Jesus: Tambem está escripto: [5] Não tentarás o Senhor teu Deus. 8 Novamente o levou o diabo a um monte muito alto, e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a gloria d’elles. 9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 Então disse-lhe Jesus: [6] Vae-te, Satanaz, porque está escripto: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a elle servirás. 11 Então o diabo o deixou; e, eis-que chegaram os anjos, [7] e o serviram. _Jesus em Galilea; os primeiros discipulos._ Mar. 1.14, etc. Luc. 4.14, etc.; 5.1-11. [Anno Domini 30] 12 Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, [8] voltou para a Galilea; 13 E, deixando Nazareth, foi habitar em Capernaum, _cidade_ maritima, nos confins de Zabulon e Naphtali; 14 Para que se cumprisse o que foi dito pelo propheta Isaias, que diz: 15 A terra de Zabulon, [9] e a terra de Naphtali, _junto_ ao caminho do mar, além do Jordão, a Galilea das nações; 16 O povo, [10] assentado em trevas, viu uma grande luz; e para os que estavam assentados na região e sombra da morte raiou a luz. 17 Desde então começou Jesus a prégar, e a dizer: [11] Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. 18 E Jesus, andando junto ao mar da Galilea, [12] viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores: 19 E disse-lhes: [13] Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20 Então elles, deixando logo as redes, [14] seguiram-n’o. 21 E, adiantando-se d’ali, [15] viu outros dois irmãos, Thiago, _filho_ de Zebedeo, e João, seu irmão, n’um barco com seu pae Zebedeo, concertando as redes; e chamou-os; 22 Elles, deixando immediatamente o barco e seu pae, seguiram-n’o. 23 E percorria Jesus toda a Galilea, [16] ensinando nas suas synagogas e prégando o Evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e molestias entre o povo. 24 E a sua fama correu por toda a Syria, e traziam-lhe todos os que padeciam, accommettidos de varias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunaticos, e os paralyticos, e elle os curava. 25 E seguia-o uma grande multidão _de gente_ da Galilea, [17] de Decapolis, de Jerusalem, da Judea, e d’além do Jordão. [1] Mar. 1.12, etc. Luc. 4.1, etc. I Sam. 18.12. Eze. 3.14. [2] Deu. 8.3. [3] Neh. 11.1, 18. Isa. 48.2. cap. 27.53. Apo. 11.2. [4] Psa. 91.11. [5] Deu. 6.16. [6] Deu. 6.13 e 10.20. Jos. 24.14. I Sam. 7.3. [7] Heb. 1.14. [8] Mar. 1.14. Luc. 3.20 e 4.14, 31. João 4.43. [9] Isa. 9.1, 2. [10] Isa. 42.7. Luc. 2.32. [11] Mar. 1.14, 15. cap. 10.7. [12] Mar. 1.16, 18. Luc. 5.2. João 1.42. [13] Luc. 5.10, 11. [14] Mar. 10.28. Luc. 18.28. [15] Mar. 1.19. Luc. 5.10. [16] cap. 9.35. Mar. 1.21. Luc. 4.15, 44. cap. 24.14. Mar. 1.14 e 1.34. [17] Mar. 3.7. _O sermão da montanha. As beatitudes._ Luc. 6.20-29. [Anno Domini 31] 5 E Jesus, vendo a multidão, [1] subiu a um monte, e, assentando-se, approximaram-se d’elle os seus discipulos: 2 E, abrindo a sua bocca, os ensinava, dizendo: 3 Bemaventurados os pobres de espirito, [2] porque d’elles é o reino dos céus; 4 Bemaventurados os que choram, [3] porque elles serão consolados; 5 Bemaventurados os mansos, [4] porque elles herdarão a terra; 6 Bemaventurados os que teem fome e sêde de justiça, [5] porque elles serão fartos; 7 Bemaventurados os misericordiosos, [6] porque elles alcançarão misericordia; 8 Bemaventurados os limpos de coração, [7] porque elles verão a Deus; 9 Bemaventurados os pacificadores, porque elles serão chamados filhos de Deus; 10 Bemaventurados os que soffrem perseguição por causa da justiça, [8] porque d’elles é o reino dos céus; 11 Bemaventurados sois vós, [9] quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, fallarem todo o mal contra vós por minha causa. 12 Exultae e alegrae-_vos_, [10] porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os prophetas que _foram_ antes de vós. _Os discipulos são o sal da terra e a luz do mundo._ 13 Vós sois o sal da terra; [11] e se o sal fôr insipido, com que se ha de salgar? para nada mais presta senão para se lançar fóra, e ser pisado pelos homens. 14 Vós sois a luz do mundo: não [12] se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte, 15 Nem se accende a candeia [13] e se colloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. 16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, [14] para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pae, que _está_ nos céus. _O cumprimento da lei e dos prophetas._ 17 Não cuideis [15] que vim destruir a lei _ou_ os prophetas: não vim a derogar, mas a cumprir. 18 Porque em verdade vos digo, que, [16] até que o céu e a terra passem, nem um jota nem um só til se omittirá da lei, sem que tudo seja cumprido. 19 Qualquer [17] pois que violar um d’estes mais pequenos mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquelle, porém, que _os_ cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. 20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder _a_ dos escribas e phariseos, [18] de modo nenhum entrareis no reino dos céus. 21 Ouvistes que foi dito aos antigos: [19] Não matarás; mas qualquer que matar será [AFD] réu de juizo. 22 Eu vos digo, porém, que [20] qualquer que, sem motivo, se encolerisar contra seu irmão, será réu de juizo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, [21] será réu do synhedrio; qualquer que _lhe_ disser: Louco, será [AFE] réu do fogo do inferno. 23 Portanto, [22] se trouxeres a tua offerta ao altar, e ahi te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 Deixa ali diante do altar a tua offerta, [23] e vae, reconcilia-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua offerta. 25 Concilia-te depressa com o teu adversario, [24] emquanto estás no caminho com elle, para que não aconteça que o adversario te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao [AFF] ministro, e te encerrem na prisão. 26 Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás d’ali emquanto não pagares o ultimo ceitil. 27 Ouvistes que foi dito aos antigos: [25] Não commetterás adulterio. 28 Eu vos digo, porém, que [26] qualquer que attentar n’uma mulher para a cobiçar, já em seu coração commetteu adulterio com ella. 29 Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, [27] arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. 30 E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca, do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. 31 Tambem foi dito: [28] Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite. 32 Eu, [29] porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, sem ser por causa de fornicação, faz que ella commetta adulterio, e qualquer que casar com a repudiada commette adulterio. 33 Outrosim, ouvistes que foi dito aos antigos: [30] Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor. 34 Eu vos digo, porém, [31] que de maneira nenhuma jureis: nem pelo céu, porque é o throno de Deus; 35 Nem pela terra, porque é o escabello de seus pés; nem por Jerusalem, [32] porque é a cidade do grande Rei; 36 Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes fazer um cabello branco ou preto. 37 Seja, porém, o vosso fallar: [33] Sim, sim, Não, não, porque o que passa d’isto é de procedencia maligna. 38 Ouvistes que foi dito: [34] Olho por olho, e dente por dente. 39 Eu vos digo, porém, [35] que não resistaes ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, offerece-lhe tambem a outra; 40 E ao que quizer pleitear comtigo, e tirar-te o vestido, larga-lhe tambem a capa; 41 E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, [36] vae com elle duas. 42 Dá a quem te pedir, [37] e não te desvies d’aquelle que quizer que lhe emprestes. 43 Ouvistes que foi dito: [38] Amarás o teu proximo, e aborrecerás o teu inimigo. 44 Eu vos digo, porém: [39] Amae a vossos inimigos, bemdizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orae pelos que vos maltratam e vos perseguem; 45 Para que sejaes filhos do vosso Pae que _está_ nos céus; [40] porque faz que o seu sol se levante sobre os maus e os bons, e a chuva desça sobre os justos e os injustos. 46 Pois, se amardes os que vos amam, [41] que galardão havereis? não fazem os publicanos tambem o mesmo? 47 E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? não fazem os publicanos tambem assim? 48 Sêde vós pois perfeitos, [42] como é perfeito o vosso Pae que _está_ nos céus. [1] Mar. 3.13. [2] Luc. 6.20. Psa. 51.19. Pro. 16.19. Isa. 57.15. [3] Isa. 61.2. Luc. 6.21. João 16.20. II Cor. 1.7. Apo. 21.4. [4] Psa. 37.14. Rom. 4.13. [5] Isa. 55.1 e 65.13. [6] Psa. 41.1. cap. 6.14. Mar. 11.25. II Tim. 1.16. Heb. 6.10. Thi. 2.13. [7] Psa. 15.3. Heb. 12.14. I Cor. 13.12. I João 3.2. [8] II Cor. 4.17. II Tim. 2.12. I Ped. 3.14. [9] Luc. 6.22. I Ped. 4.14. [10] Luc. 6.23. Act. 5.41. Rom. 5.3. Thi. 1.2. I Ped. 4.13. II Chr. 36.16. Neh. 9.26. cap. 23.34, 37. Act. 7.52. I The. 2.16. [11] Mar. 9.49. Luc. 14.34, 35. [12] Pro. 4.18. Phi. 2.15. [13] Mar. 4.21. Luc. 8.16. [14] I Ped. 2.12. João 15.8. I Cor. 14.25. [15] Rom. 3.31 e 10.4. Gal. 3.24. [16] Luc. 16.17. [17] Thi. 2.10. [18] Rom. 9.31 e 10.3. [19] Exo. 20.13. Deu. 5.17. [20] I João 3.15. [21] Thi. 2.20. [22] cap. 8.4. [23] Job 42.8. cap. 18.19. I Tim. 2.8. I Ped. 3.7. [24] Pro. 25.8. Luc. 12.58, 59. Psa. 31.6. Isa. 55.6. [25] Exo. 20.14. Deu. 5.18. [26] Job 31.1. Pro. 6.25. Gen. 34.2. II Sam. 11.2. [27] cap. 18.8, 9. Mar. 9.43, 47. cap. 19.12. Rom. 8.13. I Cor. 9.27. Col. 3.5. [28] Deu. 24.1. Jer. 3.1. cap. 19.3. Mar. 10.2. [29] cap. 19.9. Luc. 16.18. Rom. 7.3. I Cor. 7.10. [30] cap. 23.16. Exo. 20.7. Lev. 19.12. Num. 30.2. Deu. 5.11 e 23.23. [31] cap. 23.16. Thi. 5.12. Isa. 66.1. [32] Psa. 48.2. [33] Col. 4.6. Thi. 5.12. [34] Exo. 21.24. Lev. 24.20. Deu. 19.21. [35] Pro. 20.22. Luc. 6.29. Rom. 12.17. I Cor. 6.7. I The. 5.15. I Ped. 3.9. Isa. 50.6. Lam. 3.30. [36] cap. 27.32. Mar. 15.21. [37] Deu. 15.8, 10. Luc. 6.30, 35. [38] Lev. 19.18. Deu. 23.6. [39] Luc. 6.27, 35. Rom. 12.14, 20. Luc. 23.34. Act. 7.59. I Cor. 4.12. I Ped. 2.23. [40] Job 25.3. [41] Luc. 6.32. [42] Gen. 17.1. Lev. 11.44. Luc. 6.38. Col. 1.28. Thi. 1.4. I Ped. 1.15. Eph. 5.1. _Continuação do sermão da montanha. Esmolas. Oração. Jejum._ 6 Guardae-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por elles: aliás não tereis galardão junto de vosso Pae, que _está_ nos céus. 2 Quando pois deres esmola, não [1] faças tocar trombeta adiante de ti, como fazem os hypocritas nas synagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo _que_ já receberam o seu galardão. 3 Mas, quanto tu deres esmola, não saiba a tua _mão_ esquerda o que faz a tua direita; 4 Para que a tua esmola seja _dada_ occultamente: e teu Pae, que vê em segredo, [2] te recompensará publicamente. 5 E, quando orares, não sejas como os hypocritas; pois se comprazem em orar em pé nas synagogas, e ás esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 6 Mas tu, quando orares, [3] entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pae que _está_ em occulto; e teu Pae, que vê secretamente, te recompensará. 7 E, orando, [4] não useis palavras vãs, como os gentios, que pensam que por muito [5] fallarem serão ouvidos. 8 Não vos assimilheis pois a elles; porque vosso Pae sabe o que vos é necessario, antes de vós lh’o pedirdes. 9 Portanto, vós orareis assim: [6] Pae nosso, que _estás_ nos céus, sanctificado seja o teu nome; 10 Venha o teu reino, [7] seja feita a tua vontade, _assim_ na terra [8] como no céu; 11 O pão nosso de cada [9] dia nos dá hoje; 12 E perdoa-nos as nossas dividas, [10] assim como nós perdoamos aos nossos devedores; 13 E não nos induzas [11] á tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a gloria, para sempre. Amen. 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas offensas, [12] tambem vosso Pae celestial vos perdoará a vós; 15 Se, porém, [13] não perdoardes aos homens as suas offensas, tambem vosso Pae vos não perdoará as vossas offensas. 16 E, [14] quando jejuaes, não vos mostreis contristados como os hypocritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 17 Porém tu, quando jejuares, unge [15] a tua cabeça, e lava o teu rosto. 18 Para não parecer aos homens que jejuas, mas a teu Pae, que _está_ em occulto; e teu Pae, que vê em occulto, te recompensará. _O thesouro no céu. O olho puro. Os dois senhores. A anciosa solicitude pela nossa vida._ 19 Não ajunteis thesouros na terra, [16] onde a traça e a ferrugem _tudo_ consomem, e onde os ladrões minam e roubam; 20 Mas ajuntae thesouros no céu, [17] onde nem a traça nem a ferrugem corrompe, e onde os ladrões não minam nem roubam. 21 Porque onde estiver o vosso thesouro, ahi estará tambem o vosso coração. 22 A candeia do corpo é o [18] olho; de sorte que, se o teu olho fôr bom, todo o teu corpo terá luz; 23 Se, porém, o teu olho fôr mau, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti ha são trevas, quão grandes _serão_ as trevas! 24 Ninguem pode servir a [19] dois senhores; porque ou ha de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. [20] Não podeis servir a Deus e [AFG] a Mammon. 25 Por isso vos digo: [21] Não andeis cuidadosos emquanto á vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem, emquanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo _mais_ do que o vestido? 26 Olhae para as aves do céu, [22] que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celleiros; e vosso Pae celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que ellas? 27 E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, accrescentar um covado á sua estatura? 28 E, emquanto ao vestido, porque andaes solicitos? Olhae para os lirios do campo, como elles crescem: não trabalham nem fiam; 29 E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua gloria, se vestiu como qualquer d’elles. 30 Pois, se Deus assim enfeita a herva do campo, que hoje existe e ámanhã é lançada no forno, não vos _vestirá_ muito mais a vós, _homens_ de pouca fé? 31 Não andeis pois inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? 32 (Porque todas estas _coisas_ os gentios procuram) Pois vosso Pae celestial bem sabe que necessitaes de todas estas _coisas_; 33 Mas buscae primeiro o reino de Deus, [23] e a sua justiça, e todas estas _coisas_ vos serão accrescentadas. 34 Não vos inquieteis pois pelo dia d’ámanhã, porque o dia d’ámanhã cuidará de si mesmo. Basta a _cada_ dia o seu mal. [1] Rom. 12.8. [2] Luc. 14.14. [3] II Reis 4.33. [4] Ecc. 5.2. [5] I Reis 18.26, 29. [6] Luc. 11.2. [7] cap. 26.39, 42. Act. 21.14. [8] Psa. 103.19. [9] Job 23.12. Pro. 40.8. [10] cap. 18.21. [11] cap. 26.41. Luc. 22.40, 46. I Cor. 10.13. II Ped. 2.9. Apo. 5.10. João 17.5. [12] Mar. 11.25, 26. Eph. 4.32. Col. 3.13. [13] cap. 18.35. Thi. 2.13. [14] Isa. 58.5. [15] Ruth 3.3. Dan. 10.3. [16] Pro. 23.4. I Tim. 6.17. Heb. 13.5. Thi. 5.1. [17] cap. 19.21. Luc. 12.23, 34 e 18.22. I Tim. 6.19. I Ped. 1.4. [18] Luc. 11.34, 36. [19] Luc. 16.13. [20] Gal. 1.10. I Tim. 6.17. I João 2.15. [21] Psa. 55.23. Luc. 12.22. Phi. 4.6. I Ped. 5.7. [22] Job 38.41. Psa. 147.9. Luc. 12.24. [23] I Reis 3.13. Psa. 37.25. Mar. 10.30. Luc. 12.31. I Tim. 4.8. _Continuação do sermão da montanha. O juizo temerario. As coisas sanctas não deis aos cães. Perseverança na oração. A porta estreita. Os falsos prophetas. Devemos ouvir e executar as palavras de Jesus._ 7 Não julgueis, [1] para que não sejaes julgados. 2 Porque com o juizo com que julgardes sereis julgados, [2] e com a medida com que tiverdes medido hão de medir para vós. 3 E porque reparas tu no argueiro que [3] _está_ no olho do teu irmão, e não vês a trave que _está_ no teu olho? 4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho; e, eis uma trave no teu olho? 5 Hypocrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão. 6 Não deis aos cães as coisas sanctas, [4] nem deiteis aos porcos as vossas perolas, não seja caso que as pizem com os pés, e, voltando-se, vos despedacem. 7 Pedi, [5] e dar-se-vos-ha; buscae, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-ha. 8 Porque, [6] aquelle que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, se abre. 9 E qual d’entre vós é o homem que, [7] pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? 10 E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? 11 Se vós, pois, sendo maus, [8] sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pae, que _está_ nos céus, [AFH] dará bens aos que lh’_os_ pedirem? 12 Portanto, [9] tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lh’o tambem vós, porque esta é a lei e os prophetas. 13 Entrae pela porta [10] estreita; porque larga _é_ a porta, e espaçoso o caminho que conduz á perdição, e muitos são os que entram por elle; 14 Porque estreita _é_ a porta, e apertado o caminho que leva á vida, e poucos ha que o encontrem. 15 Acautelae-vos, porém, dos falsos prophetas, [11] que veem para vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. 16 Por seus fructos [12] os conhecereis. _Porventura_ colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17 Assim, [13] toda a arvore boa produz bons fructos, e toda a arvore má produz fructos maus. 18 Não pode a arvore boa dar maus fructos; nem a arvore má dar fructos bons. 19 Toda a arvore [14] que não dá bom fructo corta-se e lança-se no fogo. 20 E, assim, pelos seus fructos os conhecereis. 21 Nem todo o que me diz: [15] Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquelle que faz a vontade de meu Pae, que _está_ nos céus. 22 Muitos me dirão n’aquelle dia: Senhor, Senhor, [16] não prophetizámos nós em teu nome? e em teu nome não expulsámos demonios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? 23 E então lhes direi abertamente: [17] Nunca vos conheci: apartae-vos de mim, vós que obraes a iniquidade. 24 Todo aquelle, [18] pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assimilhal-o-hei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; 25 E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquella casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. 26 E aquelle que ouve estas minhas palavras, e as não executa, comparal-o-hei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; 27 E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquella casa, e caiu, e foi grande a sua queda. 28 E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, [19] a multidão se admirou da sua doutrina, 29 Porque os ensinava como tendo auctoridade; [20] e não como os escribas. [1] Luc. 6.37. Rom. 2.1 e 14.3. I Cor. 4.3, 5. Thi. 4.11, 12. [2] Mar. 4.24. Luc. 6.38. [3] Luc. 6.41. [4] Pro. 9.7, 8 e 23.9. Act. 13.45, 46. [5] cap. 21.22. Mar. 11.24. Luc. 11.9, 10 e 18.1. João 14.13. Thi. 1.5, 6. I João 3.22. [6] Pro. 8.17. Jer. 29.12. [7] Luc. 11.11, 13. [8] Gen. 6.5. [9] Luc. 6.31. Lev. 19.18. cap. 22.40. Rom. 13.8, 10. Gal. 5.14. I Tim. 1.5. [10] Luc. 13.24. [11] Deu. 13.3. Jer. 23.16. Mar. 13.22. Rom. 16.17, 18. Eph. 5.6. Col. 2.8. II Ped. 2.1. I João 4.1. Miq. 3.5. Act. 20.29. [12] ver. 20. cap. 12.33. Luc. 6.43. [13] Jer. 11.19. cap. 12.33. [14] cap. 3.10. Luc. 3.9. João 15.26. [15] Ose. 8.2. cap. 25.11. Luc. 6.46 e 13.25. Act. 19.13. Rom. 2.13. Thi. 1.22. [16] Num. 2.44. João 11.51. I Cor. 13.2. [17] cap. 25.12. Luc. 13.25, 27. II Tim. 2.19. Psa. 5.5, 6, 9. cap. 25.41. [18] Luc. 6.47. [19] cap. 13.54. Mar. 1.22 e 6.2. Luc. 4.32. [20] João 7.46. _O leproso purificado._ Mar. 1.40-45. Luc. 5.12-14. 8 E descendo elle do monte, seguiu-o uma grande multidão. 2 E, eis-que veiu um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se tu queres, podes purificar-me. 3 E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero: sê puro. E logo ficou purificado da lepra. 4 Disse-lhe então Jesus: [1] Olha não o digas a alguem, mas vae, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a offerta que Moysés determinou, [2] para lhes servir de testemunho. _O centurião de Capernaum._ Luc. 7.1-10. 5 E, entrando Jesus em Capernaum, chegou _junto d’elle_ um centurião, rogando-lhe, 6 E dizendo: Senhor, o meu creado jaz em casa paralytico, e violentamente atormentado. 7 E Jesus lhe disse: Eu irei, e lhe darei saude. 8 E o centurião, respondendo, disse: Senhor, [3] não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, [4] mas dize sómente uma palavra, e o meu creado sarará; 9 Pois tambem eu sou homem sujeito ao poder, e tenho soldados ás minhas ordens; e digo a este: Vae, e elle vae; e a outro: Vem, e elle vem; e ao meu creado: Faze isto, e elle o faz. 10 E maravilhou-se Jesus, ouvindo _isto_, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem em Israel encontrei tanta fé. 11 Mas eu vos digo que muitos virão do oriente [5] e do occidente, e assentar-se-hão á mesa com Abrahão, e Isaac, e Jacob, no reino dos céus; 12 E os filhos do reino [6] serão lançados nas trevas exteriores: ali haverá pranto e ranger de dentes. 13 Então disse Jesus ao centurião: Vae, e como creste te seja feito. E n’aquella mesma hora o seu creado sarou. _A sogra de Pedro._ Mar. 1.29-31. Luc. 4.38-41. 14 E Jesus, entrando em casa de Pedro, [7] viu a sogra d’este jazendo com febre. 15 E tocou-lhe na mão, e a febre a deixou; e levantou-se, e serviu-os. 16 E, chegada a tarde, [8] trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e com a palavra expulsou _d’elles_ os espiritos _malignos_, e curou todos os que estavam enfermos; 17 Para que se cumprisse o que fôra dito pelo propheta Isaias, que diz: [9] Elle tomou _sobre si_ as nossas enfermidades, e levou as _nossas_ doenças. _Como devemos seguir a Jesus._ Luc. 9.57, &c. 18 E Jesus, vendo em torno de si _uma_ grande multidão, ordenou que passassem para a banda d’alem; 19 E, approximando-se _d’elle_ um escriba, disse-lhe: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei. 20 E disse Jesus: As raposas teem _seus_ covis, e as aves do céu _teem seus_ ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. 21 E [10] outro de seus discipulos lhe disse: Senhor, [11] permitte-me que primeiro vá sepultar meu pae. 22 Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa aos mortos sepultar os seus mortos. _Jesus apazigua a tempestade._ Mar. 4.35-41. Luc. 8.22-25. 23 E, entrando elle no barco, seus discipulos o seguiram; 24 E eis que no mar se levantou _uma_ tempestade tão grande que o barco era coberto pelas ondas; elle, porém, estava dormindo. 25 E os seus discipulos, approximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos, que perecemos. 26 E elle disse-lhes: Porque temeis, _homens_ de pouca fé? [12] Então, levantando-se, reprehendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança. 27 E aquelles homens se maravilharam, dizendo: Quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem? _Os endemoninhados gergesenos._ Mar. 5.1. Luc. 8.26, etc. 28 E, tendo chegado á outra banda, á provincia dos gergesenos, sairam-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulchros, tão ferozes que ninguem podia passar por aquelle caminho. 29 E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós comtigo, Jesus Filho de Deus? Vieste aqui a atormentar-nos antes de tempo? 30 E andava pastando distante d’elles uma manada de muitos porcos. 31 E os demonios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsas, permitte-nos que entremos n’aquella manada de porcos. 32 E elle lhes disse: Ide. E, saindo elles, se introduziram na manada dos porcos; e eis que toda aquella manada de porcos se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram nas aguas. 33 E os porqueiros fugiram, e, chegando á cidade, divulgaram todas _aquellas coisas_, e o que _acontecera_ aos endemoninhados. 34 E eis que toda aquella cidade saiu ao encontro de Jesus, e, vendo-o, [13] rogaram-lhe que se retirasse dos seus termos. [1] cap. 9.30. Mar. 5.43. [2] Lev. 14.3, 10. Luc. 5.14. [3] Luc. 15.19, 21. [4] Psa. 107.20. [5] Gen. 12.3. Isa. 2.2. Mal. 1.11. Luc. 13.29. Act. 10.45. Rom. 15.9. [6] cap. 21.43 e 13.42. Luc. 13.28. II Ped. 2.17. Jud. 13. [7] I Cor. 9.5. [8] Mar. 1.32. Luc. 4.40, 41. [9] Isa. 53.4. I Ped. 2.24. [10] Luc. 9.59. [11] I Reis 19.20. [12] Psa. 65.8 e 89.9, 10 e 107.29. [13] Deu. 5.25. I Reis 17.18. Luc. 5.8. Act. 16.39. _O paralytico de Capernaum._ Mar. 2.3-12. Luc. 5.18-36. 9 E, entrando no barco, passou para a outra banda, e chegou á sua cidade. E eis que [1] lhe trouxeram um paralytico deitado n’_uma_ cama. 2 E [2] Jesus, vendo a sua fé, disse ao paralytico: Filho, tem bom animo, perdoados te são os teus peccados. 3 E eis que alguns dos escribas diziam entre si: Elle blasphema. 4 Mas Jesus, [3] conhecendo os seus pensamentos, disse: Porque ajuizaes mal em vossos corações? 5 Pois qual é mais facil? dizer: Perdoados te são os _teus_ peccados; ou dizer: Levanta-te e anda? 6 Ora, para que saibaes que o Filho do homem tem na terra auctoridade para perdoar peccados (disse então ao paralytico): Levanta-te; toma a tua cama, e vae para tua casa. 7 E, levantando-se, foi para sua casa. 8 E a multidão, vendo _isto_, maravilhou-se, e glorificou a Deus, que dera tal auctoridade aos homens. _A vocação de Mattheus._ Mar. 2.14-17. Luc. 5.27-32. 9 E Jesus, passando _adiante_ d’ali, viu assentado na alfandega um homem, chamado Mattheus, e disse-lhe: Segue-me. E elle, levantando-se, o seguiu. 10 E aconteceu que, [4] estando elle em casa assentado _á mesa_, chegaram muitos publicanos e peccadores, e assentaram-se juntamente _á mesa_ com Jesus e seus discipulos. 11 E os phariseos, vendo _isto_, disseram aos seus discipulos: [5] Porque come o vosso Mestre com os publicanos e peccadores? 12 Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de medico os sãos, senão os doentes. 13 Ide, porém, e aprendei o que significa: [6] Misericordia quero, e não sacrificio. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os peccadores, ao arrependimento. _O jejum._ Mar. 2.18-22. Luc. 5.33, etc. 14 Então chegaram ao pé d’elle os discipulos de João, dizendo: Porque jejuamos nós e os phariseos muitas vezes, e os teus discipulos não jejuam? 15 E disse-lhes Jesus: Podem _porventura_ [7] andar tristes [AFI] os filhos das bodas, emquanto o esposo está com elles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, [8] e então jejuarão. 16 E ninguem deita remendo de panno novo em vestido velho, porque similhante remendo rompe o vestido, e faz-se maior o rasgão; 17 Nem deitam vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deitam vinho novo em odres novos, e ambos se conservam. _A cura da mulher que tinha um fluxo de sangue._ Mar. 5.22-43 e refs. 18 Dizendo-lhes elle estas _coisas_, eis que chegou um [AFJ] principal, e o adorou, dizendo: Minha filha falleceu agora mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ella viverá. 19 E Jesus, levantando-se, seguiu-o, _elle_ e os seus discipulos. 20 E eis que uma mulher [9] que havia já doze annos padecia de um fluxo de sangue, chegando por detraz _d’elle_, tocou a orla do seu vestido; 21 Porque dizia comsigo: Se eu tão sómente tocar o seu vestido, ficarei sã. 22 E Jesus, voltando-se, e vendo-a, disse: [10] Tem animo, filha, a tua fé te salvou. E immediatamente a mulher ficou sã. 23 E [11] Jesus, chegando a casa d’aquelle principal, e vendo os instrumentistas, e o povo em alvoroço, 24 Disse-lhes: [12] Retirae-vos, que a menina não está morta, mas dorme. E riam-se d’elle. 25 E, logo que o povo foi posto fóra, entrou, e pegou-lhe na mão, e a menina levantou-se. 26 E espalhou-se aquella noticia por todo aquelle paiz. _A cura de dois cegos e um mudo._ 27 E, partindo Jesus d’ali, seguiram-o dois cegos, clamando, e dizendo: [13] Tem compaixão de nós, filho de David. 28 E, quando chegou a casa, os cegos se approximaram d’elle; e Jesus disse-lhes: Credes vós que eu possa fazer isto? Disseram-lhe elles: Sim, Senhor. 29 Tocou então os olhos d’elles, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé. 30 E os olhos se lhes abriram. E Jesus ameaçou-os, dizendo: [14] Olhae não o saiba _alguem_. 31 Mas, [15] tendo elle saido, divulgaram a sua fama por toda aquella terra. 32 E, [16] havendo-se elles retirado, trouxeram-lhe um homem mudo e endemoninhado. 33 E, expulso o demonio, fallou o mudo; e a multidão se maravilhou, dizendo: Nunca tal se viu em Israel. 34 Mas os phariseos diziam: [17] Elle expulsa os demonios pelo principe dos demonios. _A seara, e os ceifeiros._ 35 E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, [18] ensinando nas synagogas d’elles, e prégando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e molestias entre o povo. 36 E, vendo a multidão, teve grande compaixão d’elles, [19] porque andavam desgarrados e errantes, como ovelhas que não teem pastor. 37 Então disse aos seus discipulos: A [20] _seara é_ realmente grande, mas poucos os ceifeiros. 38 Rogae pois [21] ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua _seara_. [1] Mar. 2.3. Luc. 5.18. [2] cap. 8.10. [3] Psa. 139.3. cap. 12.25. Mar. 12.15. Luc. 5.22. [4] Mar. 2.15, etc. Luc. 5.29, etc. [5] cap. 11.19. Luc. 5.30. Gal. 2.15. [6] Ose. 6.6. Miq. 6.6, 7, 8. cap. 12.7. I Tim. 1.15. [7] João 3.29. [8] Act. 13.2, 3 e 14.23. I Cor. 7.5. [9] Mar. 5.25. Luc. 8.43. [10] Luc. 7.50 e 8.48 e 17.19 e 18.42. [11] Mar. 5.38. Luc. 8.51. II Chr. 35.25. [12] Act. 20.10. [13] cap. 15.22. Mar. 10.47. Luc. 18.38. [14] cap. 8.4 e 12.16. Luc. 5.14. [15] Mar. 7.36. [16] cap. 12.22. Luc. 11.14. [17] cap. 12.24. Mar. 3.22. Luc. 11.15. [18] Mar. 6.6. Luc. 13.22. cap. 4.23. [19] Mar. 6.34. Num. 27.17. Eze. 34.5. Zac. 10.2. [20] Luc. 10.2. João 4.35. [21] II The. 3.1. _Os doze e a sua missão._ 10 E, chamando os seus doze discipulos, [1] deu-lhes poder sobre os espiritos immundos, para os expulsarem, e curarem toda a enfermidade e todo o mal. 2 Ora os nomes dos doze apostolos são estes: O primeiro, Simão, [2] chamado Pedro, e André, seu irmão; Thiago, _filho_ de Zebedeo, e João, seu irmão; 3 Philippe e Bartholomeo; Thomé e Mattheus, o publicano; Thiago, _filho_ de Alpheo, e Lebbeo, appellidado Thaddeo; 4 Simão Cananita, [3] e Judas Iscariotes, o mesmo que o trahiu. 5 Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: [4] Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos; 6 Mas ide antes [5] ás ovelhas perdidas da casa d’Israel; 7 E, indo, prégae, [6] dizendo: É chegado o reino dos céus. 8 Curae os enfermos, purificae os leprosos, resuscitae os mortos, expulsae os demonios: [7] de graça recebestes, de graça dae. 9 Não possuaes oiro, nem prata, [8] nem cobre, em vossos cintos, 10 Nem alforges para o caminho, nem duas tunicas, nem alparcas, nem bordão; [9] porque digno é o operario do seu alimento. 11 E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, [10] procurae saber quem n’ella seja digno, e hospedae-vos ahi até que vos retireis. 12 E, quando entrardes n’alguma casa, saudae-a; 13 E, se a casa fôr digna, [11] desça sobre ella a vossa paz; porém, se não fôr digna, torne para vós a vossa paz. 14 E, se ninguem vos receber, [12] nem escutar vossas palavras, saindo d’aquella casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés. 15 Em verdade vos digo que, no dia do juizo, haverá menos rigor [13] para o paiz de Sodoma e Gomorrah do que para aquella cidade. 16 Eis que vos envio [14] como ovelhas ao meio de lobos; portanto sêde prudentes como as serpentes [15] e simplices como as pombas. 17 Acautelae-vos, porém, dos homens; [16] porque elles vos entregarão aos synhedrios, e vos açoitarão nas suas synagogas; 18 E sereis até conduzidos [17] á presença dos governadores e dos reis por causa de mim, para _lhes servir de_ testemunho a elles e aos gentios. 19 Mas, quando [18] vos entregaram, não estejaes cuidadosos de como, ou o que haveis de fallar, porque n’aquella _mesma_ hora vos será ministrado o que haveis de dizer. 20 Porque [19] não sois vós que fallaes, mas o Espirito de vosso Pae, que falla em vós. 21 E o irmão entregará á morte o irmão, [20] e o pae o filho; e os filhos se levantarão contra os paes, e os matarão. 22 E odiados de todos sereis por causa do meu nome: [21] mas aquelle que perseverar até ao fim será salvo. 23 Quando pois [22] vos perseguirem n’esta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de _percorrer_ as cidades d’Israel, [23] sem que venha o Filho do homem. 24 Não é o discipulo [24] mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. 25 Baste ao discipulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram [25] Beelzebú ao pae de familia, quanto mais aos seus domesticos? 26 Portanto, não os temaes; [26] porque nada ha encoberto que não haja de revelar-se, nem occulto que não haja de saber-se. 27 O que vos digo em trevas dizei-_o_ em luz; e o que escutaes ao ouvido prégae-_o_ sobre os telhados. 28 E não temaes os que matam o corpo, [27] e não podem matar a alma: temei antes aquelle que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo. 29 Não se vendem dois passarinhos por um [AFK] ceitil? e nenhum d’elles cairá em terra sem _a vontade de_ vosso Pae. 30 E até mesmo [28] os cabellos da vossa cabeça estão todos contados. 31 Não temaes pois: mais valeis vós do que muitos passarinhos. 32 Portanto, [29] qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pae, que _está_ nos céus. 33 Mas qualquer [30] que me negar diante dos homens, eu o negarei tambem diante de meu Pae, que _está_ nos céus. 34 Não cuideis que vim trazer a paz á terra; [31] não vim trazer a paz, mas a espada; 35 Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pae, [32] e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; 36 E _serão_ [33] os inimigos do homem os que _são_ seus familiares. 37 Quem ama o pae [34] ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. 38 E quem não toma a sua cruz, [35] e não segue após mim, não é digno de mim. 39 Quem achar a sua [AFL] vida [36] perdel-a-ha; e quem perder a sua vida por amor de mim achal-a-ha. 40 Quem vos recebe, [37] me recebe a mim; e quem me recebe a mim, recebe aquelle que me enviou. 41 Quem recebe [38] _um_ propheta em qualidade de propheta, receberá galardão de propheta; e quem recebe _um_ justo em qualidade de justo, receberá galardão de justo. 42 E qualquer [39] que tiver dado só que seja um copo d’_agua_ fria a um d’estes pequenos, em qualidade de discipulo, em verdade vos digo que de modo nenhum perderá o seu galardão. [1] Mar. 3.13 e 6.7. Luc. 6.13 e 9.1. [2] João 1.42. [3] Luc. 6.15. Act. 1.13. João 13.26. [4] cap. 4.15. II Reis 17.24. João 4.9. [5] cap. 15.24. Act. 13.48. Isa. 53.6. Jer. 50.6. Eze. 34.5. I Ped. 2.25. [6] Luc. 9.2. cap. 3.2 e 4.17. Luc. 10.9. [7] Act. 8.18. [8] I Sam. 9.7. Mar. 6.8. Luc. 9.3. [9] Luc. 10.7. I Cor. 9.7. I Tim. 5.18. [10] Luc. 10.8. [11] Luc. 10.5. Psa. 35.13. [12] Mar. 6.11. Luc. 9.5 e 10.10, 11. Neh. 5.13. Act. 13.51 e 18.6. [13] cap. 11.22, 24. [14] Luc. 10.3. Rom. 16.19. Eph. 5.11. [15] I Cor. 14.20. Phi. 2.15. [16] cap. 24.9. Mar. 13.9. Luc. 12.11 e 21.12. Act. 5.40. [17] Act. 12.1 e 24.10 e 25.7, 23. II Tim. 4.16. [18] Mar. 13.11. Luc. 12.11 e 21.14, 15. Exo. 4.12. Jer. 1.7. [19] II Sam. 23.2. Act. 4.8. II Tim. 4.17. [20] Miq. 7.6. ver. 35, 36. Luc. 21.16. [21] Luc. 21.17. Dan. 12.12. cap. 24.13. Mar. 13.13. [22] cap. 2.13. Act. 8.1 e 9.5 e 14.6. [23] cap. 16.28. [24] Luc. 6.40. João 13.16 e 15.20. [25] cap. 12.24. Mar. 3.22. Luc. 11.15. João 8.48, 52. [26] Mar. 4.22. Luc. 8.17. [27] Isa. 8.12, 13. Luc. 12.4. I Ped. 3.14. [28] I Sam. 14.45. II Sam. 14.11. Luc. 21.18. Act. 27.34. [29] Luc. 12.8. Rom. 10.9. Apo. 3.5. [30] Mar. 8.38. Luc. 9.26. II Tim. 2.12. [31] Luc. 12.49, 51, 52, 53. [32] Miq. 7.6. [33] Psa. 41.9 e 55.14. Miq. 7.6. João 13.18. [34] Luc. 14.6. [35] cap. 16.24. Mar. 8.34. Luc. 9.23. [36] Luc. 17.33. João 12.25. [37] cap. 18.5. Luc. 9.48. João 12.44. Gal. 4.14. [38] I Reis 17.10 e 18.4. II Reis 4.8. [39] cap. 18.5, 6 e 25.40. Mar. 9.40. Heb. 6.10. _João Baptista envia dois discipulos seus a Jesus._ Luc. 7.18-35. 11 E, aconteceu que, acabando Jesus de dar _seus_ preceitos aos seus doze discipulos, partiu d’ali a ensinar e a prégar nas cidades d’elles. 2 E João, ouvindo, [1] no carcere, _fallar_ dos feitos de Christo, enviou dois dos seus discipulos, 3 Dizendo-lhe: [2] És tu aquelle que havia de vir, ou esperamos outro? 4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e annunciae a João _as coisas_ que ouvis e vêdes: 5 Os cegos vêem, [3] e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são resuscitados, e o evangelho é annunciado aos pobres. 6 E bemaventurado é _aquelle_ [4] que se não escandalizar em mim. 7 E, partindo elles, [5] começou Jesus a dizer ás turbas, a respeito de João: Que fostes vêr no deserto? _uma_ canna agitada pelo vento? 8 Ou que fostes vêr? _um_ homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis. 9 Ou então que fostes vêr? _um_ propheta? sim, vos digo eu, [6] e muito mais do que propheta: 10 Porque é este de quem está escripto: [7] Eis que adiante da tua face envio o meu anjo, que preparará adiante de ti o teu caminho. 11 Em verdade vos digo _que_, entre os que de mulheres teem nascido, não appareceu _alguem_ maior do que João Baptista; mas aquelle _que_ é o menor no reino dos céus é maior do que elle. 12 E, desde os dias de João Baptista até agora, [8] se faz violencia ao reino dos céus, e os violentos se apoderam d’elle. 13 Porque [9] todos os prophetas e a lei prophetizaram até João. 14 E, se quereis dar credito, [10] é este o Elias que havia de vir. 15 Quem [11] tem ouvidos para ouvir oiça. 16 Mas, [12] a quem assimilharei esta geração? É similhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus companheiros, 17 E dizem: Tocámos-vos flauta, e não dançastes: cantámos-vos lamentações, e não chorastes. 18 Pois veiu João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demonio. 19 Veiu o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis ahi _um_ homem comilão e beberrão, [13] amigo de publicanos e peccadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos. _As tres cidades impenitentes._ Luc. 10.13-15, etc. 20 Então começou elle a lançar em rosto ás cidades onde se operou a maior parte dos seus prodigios o não se haverem arrependido, _dizendo_: 21 Ai de ti, Corazin! ai de ti, Bethsaida! porque, se em Tyro e em Sidon fossem feitos os prodigios que em vós se fizeram, ha muito que se teriam arrependido, [14] com sacco e com cinza. 22 Porém eu vos digo [15] que haverá menos rigor para Tyro e Sidon, no dia do juizo, do que para vós. 23 E tu, Capernaum, [16] que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se entre os de Sodoma fossem feitos os prodigios que em ti se fizeram, teriam permanecido até hoje. 24 Porém eu vos digo [17] _que_ haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juizo, do que para ti. _O jugo de Jesus._ Luc. 10.21, etc. 25 N’aquelle tempo, [18] respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pae, Senhor do céu e da terra, que occultaste estas _coisas_ aos sabios e intelligentes, e as revelaste aos meninos. 26 Sim, ó Pae, porque assim te aprouve. 27 Todas _as coisas_ [19] me foram entregues por meu Pae: e ninguem conhece o Filho, senão o Pae; e ninguem conhece o Pae, senão o Filho, e aquelle a quem o Filho o quizer revelar. 28 Vinde a mim, todos os que estaes cançados e opprimidos, e eu vos alliviarei. 29 Tomae sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, [20] que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanço para as vossas almas. 30 Porque o meu jugo [21] é suave e o meu fardo é leve. [1] cap. 14.3. [2] Gen. 49.10. Num. 24.17. Dan. 9.24. João 6.14. [3] Isa. 29.18 e 35.4. João 2.23 e 3.2 e 5.36. Psa. 22.27. Isa. 61.1. Luc. 4.18. Thi. 2.5. [4] Isa. 8.14, 15. cap. 13.57. Rom. 9.32. I Cor. 1.23. Gal. 5.11. I Ped. 2.8. [5] Luc. 7.24. Eph. 4.14. [6] cap. 14.5. Luc. 1.76. [7] Mal. 3.1. Mar. 1.2. Luc. 1.76 e 7.27. [8] Luc. 16.16. [9] Mal. 4.6. [10] Mal. 4.5. cap. 17.12. Luc. 1.17. [11] cap. 13.9. Luc. 8.8. Apo. 2.7, 11, 17, 29 e 3.6, 13, 22. [12] Luc. 7.31. [13] cap. 9.10. Luc. 7.35. [14] Jon. 3.6, 8. [15] cap. 10.15. ver. 24. [16] Isa. 14.13. Lam. 2.1. [17] cap. 10.15. [18] Psa. 8.3. I Cor. 1.19, 27 e 2.8. II Cor. 3.14. cap. 16.17. [19] Luc. 10.22. João 3.35 e 1.18 e 6.46. I Cor. 15.27 e 10.15. [20] João 13.16. Phi. 2.5 e 2.7, 8. I Ped. 2.21. I João 2.6. Zac. 9.9. Jer. 6.16. [21] I João 5.3. _Jesus é Senhor do Sabbado._ Mar. 2.2-18. Luc. 6.1. 12 N’aquelle tempo passou Jesus pelas searas, em um sabbado; e os seus discipulos tinham fome, e começaram a colher espigas, e a comer. 2 E os phariseos, vendo _isto_, disseram-lhe: Eis que os teus discipulos fazem o que não é licito fazer n’um sabbado. 3 Elle, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez David, [1] quando teve fome, elle e os que com elle _estavam_? 4 Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, [2] que não lhe era licito comer, nem aos que com elle _estavam_, mas só aos sacerdotes? 5 Ou não tendes lido na lei [3] que, aos sabbados, os sacerdotes violam o sabbado no templo, e ficam sem culpa? 6 Pois eu vos digo que está aqui [4] _um_ maior do que o templo. 7 Mas, se vós soubesseis o que significa: [5] Misericordia quero, e não sacrificio, não condemnarieis os innocentes. 8 Porque o Filho do homem até do sabbado é Senhor. _A cura do homem que tinha uma das mãos mirrada._ Mar. 3.1-6. Luc. 6.6-11. 9 E, partindo d’ali, chegou á synagoga d’elles. 10 E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e elles, [6] para o accusarem, o interrogaram, dizendo: É licito curar nos sabbados? 11 E elle lhes disse: Qual d’entre vós será o homem que tenha uma ovelha, [7] e, se n’um sabbado a tal _ovelha_ cair n’uma cova, não lance mão d’ella, e a levante? 12 Pois quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequencia, licito fazer bem nos sabbados. 13 Então disse áquelle homem: Estende a tua mão. E elle a estendeu, e ficou sã como a outra. 14 E os phariseos, [8] tendo saido, formaram conselho contra elle, para o matarem, 15 Mas, sabendo-o, [9] retirou-se d’ali, e acompanhou-o uma grande multidão de gente, e elle os curou a todos. 16 E [10] recommendava-lhes rigorosamente que o não descobrissem, 17 Para que se cumprisse o que fôra dito pelo propheta Isaias, que diz: 18 Eis aqui o meu servo, [11] que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz: porei sobre elle o meu espirito, e annunciará [AFM] aos gentios o juizo. 19 Não contenderá, nem clamará, nem alguem ouvirá pelas ruas a sua voz; 20 Não esmagará a canna quebrada, e não apagará o murrão que fumega, até que faça triumphar o juizo; 21 E no seu nome os gentios esperarão. _A blasphemia dos phariseos._ Luc. 11.14-23. 22 Trouxeram-lhe então um endemoninhado cego e mudo; [12] e, de tal modo o curou, que o cego e mudo fallava e via. 23 E toda a multidão se admirava e dizia: Não é este o Filho de David? 24 Mas [13] os phariseos, ouvindo _isto_, diziam: Este não expulsa os demonios senão por Beelzebú, principe dos demonios. 25 Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, [14] disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. 26 E, se Satanaz expulsa a Satanaz, está dividido contra si mesmo; como subsistirá pois o seu reino? 27 E, se eu expulso os demonios por Beelzebú, por quem os expulsam então os vossos filhos? Portanto elles mesmos serão os vossos juizes. 28 Mas, se eu expulso os demonios pelo Espirito de Deus, [15] é conseguintemente chegado a vós o reino de Deus. 29 Ou, como pode alguem entrar em casa do _homem_ valente, [16] e furtar os seus vasos, se primeiro não manietar o valente, saqueando então a sua casa? 30 Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. 31 Portanto eu vos digo: [17] Todo o peccado e blasphemia se perdoará aos homens; porém a blasphemia contra o Espirito não será perdoada aos homens. 32 E, se qualquer fallar [18] _alguma_ palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-ha perdoado, mas, se alguem fallar contra o Espirito Sancto, não lhe será perdoado, nem n’este seculo nem no futuro. _Arvores e seus fructos._ Luc. 6.43-45. 33 Ou fazei a arvore boa, e o seu fructo bom, ou fazei a arvore má, e o seu fructo mau; porque pelo fructo se conhece a arvore. 34 Raça de viboras, [19] como podeis vós dizer boas _coisas_, sendo maus? pois do que é em abundancia no coração falla a bocca. 35 O homem bom tira boas _coisas_ do thesouro do _seu_ coração, e o homem mau do mau thesouro tira _coisas_ más. 36 Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juizo. 37 Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condemnado. _O milagre de Jonas._ Luc. 11.16, 19-32. 38 Então [20] alguns dos escribas e dos phariseos tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quizeramos ver da tua parte _algum_ signal. 39 Mas elle lhes respondeu, e disse: A geração má e adultera pede [21] _um_ signal, porém não se lhe dará senão o signal do propheta Jonas; 40 Pois,[22] como Jonas esteve tres dias e tres noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem tres dias e tres noites no seio da terra. 41 Os ninivitas [23] resurgirão no juizo com esta geração, e a condemnarão, [24] porque se arrependeram com a prégação de Jonas. E eis que _está_ aqui quem é mais do que Jonas. 42 A rainha do meio-dia [25] se levantará no _dia do_ juizo com esta geração, e a condemnará; porque veiu dos confins da terra a ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que _está_ aqui quem é mais do que Salomão. 43 E, quando [26] o espirito immundo tem saido do homem, [27] anda por logares aridos, buscando repouso, e não o encontra. 44 Então diz: Voltarei para a minha casa d’onde sahi. E, voltando, acha-_a_ desoccupada, varrida e adornada. 45 Então vae, e leva comsigo outros sete espiritos peiores do que elle, e, entrando, habitam ali: [28] e são os ultimos _actos_ d’esse homem peiores do que os primeiros. Assim acontecerá tambem a esta má geração. _A familia de Jesus._ Mar. 3.31-35. Luc. 8.19-21. 46 E, fallando elle ainda á multidão, eis que [29] estavam fóra sua mãe e seus irmãos, pretendendo fallar-lhe. 47 E disse-lhe alguem: Eis que estão ali fóra tua mãe e teus irmãos, que querem fallar-te. 48 Porém elle, respondendo, disse ao que lhe fallára: Quem é minha mãe? e quem são meus irmãos? 49 E, estendendo a sua mão para os seus discipulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; 50 Porque, [30] qualquer que fizer a vontade de meu Pae que _está_ nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe. [1] I Sam. 21.6. [2] Exo. 25.30 e 29.32, 33. Lev. 24.5 e 8.31 e 24.9. [3] Num. 28.9. João 7.22. [4] II Chr. 6.18. Mal. 3.1. [5] Ose. 6.6. Miq. 6.6, 7, 8. cap. 9.13. [6] Luc. 13.14 e 14.3. João 9.16. [7] Exo. 23.4, 5. Deu. 22.4. [8] cap. 27.1. Mar. 3.6. Luc. 6.11. João 5.18 e 10.39. [9] cap. 10.23. Mar. 3.7. [10] cap. 9.30. [11] Isa. 42.1. cap. 3.17 e 17.5. [12] cap. 9.32. Mar. 3.11. [13] cap. 9.34. Mar. 3.22. Luc. 11.15. [14] cap. 9.4. João 2.25. Apo. 2.23. [15] Dan. 2.44 e 7.14. Luc. 1.33 e 11.20 e 17.20, 21. [16] Isa. 49.24. Luc. 11.21, 22, 23. [17] Mar. 3.28. Luc. 12.10. Heb. 6.4, 10. I João 5.16. Act. 7.51. [18] cap. 11.19. João 7.12, 52. I Tim. 1.13. [19] cap. 3.7 e 23.33. Luc. 6.45. [20] Mar. 8.11. João 2.18. I Cor. 1.22. [21] Isa. 57.3. cap. 16.4. Mar. 8.38. João 4.8. [22] Jon. 2.1. [23] Luc. 11.32. [24] Jer. 3.11. Eze. 16.51. Rom. 2.27. Jon. 3.5. [25] I Reis 10.1. II Chr. 9.1. Luc. 11.31. [26] Luc. 11.24. [27] Job 1.7. I Ped. 5.8. [28] Heb. 6.4 e 10.26. II Ped. 2.20, 21, 22. [29] Mar. 6.3. João 2.12. [30] João 15.14. Gal. 5.6. Col. 3.11. Heb. 2.11. _A parabola do semeador._ Mar. 4.1-20. Luc. 8.4-15. 13 E Jesus, tendo saido da casa n’aquelle dia, estava assentado junto ao mar; 2 E ajuntou-se muita gente ao pé d’elle, de sorte que, entrando n’um barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. 3 E fallou-lhe de muitas _coisas_ por parabolas, dizendo: [1] Eis que o semeador saiu a semear. 4 E, quando semeava, _uma_ parte _da semente_ caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-n’a; 5 E outra _parte_ caiu em pedregaes, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda; 6 Mas, vindo o sol, queimou-se, e seccou-se, porque não tinha raiz. 7 E outra caiu em espinhos, e os espinhos cresceram, e suffocaram-n’a. 8 E outra caiu em boa terra, e deu fructo: [2] um _grão produziu_ cem, outro sessenta e outro trinta. 9 Quem tem ouvidos para ouvir, [3] oiça. 10 E, acercando-se d’elle os discipulos, disseram-lhe: Porque lhes fallas por parabolas? 11 Elle, respondendo, disse-lhes: Porque [4] a vós é dado conhecer os mysterios do reino dos céus, mas a elles não é dado; 12 Porque áquelle que tem, [5] se dará, e terá em abundancia; mas áquelle que não tem, até aquillo que tem lhe será tirado. 13 Por isso lhes fallo por parabolas; porque elles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem comprehendem. 14 E n’elles se cumpre a prophecia d’Isaias, que diz: [6] Ouvindo, ouvireis, mas não comprehendereis, e, vendo, vereis, mas não percebereis. 15 Porque o coração d’este povo está endurecido, [7] e ouviram de mau grado com seus ouvidos, e fecharam seus olhos; para que não vejam com os olhos, e oiçam com os ouvidos, e comprehendam com o coração, e se convertam, e eu os cure. 16 Mas bemaventurados os vossos olhos, porque vêem, [8] e os vossos ouvidos, porque ouvem. 17 Porque em verdade vos digo [9] que muitos prophetas e justos desejaram vêr o que vós vedes, e não _o_ viram; e ouvir o que vós ouvis e não _o_ ouviram, 18 Escutae [10] vós pois a parabola do semeador. 19 Ouvindo alguem a palavra do reino, [11] e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho; 20 Porém o que foi semeado em pedregaes é o que ouve a palavra, [12] e logo a recebe com alegria; 21 Mas não tem raiz em si mesmo, antes é temporão; e, chegada a angustia e a perseguição por causa da palavra, [13] logo se offende; 22 E o que foi semeado em espinhos [14] é o que ouve a palavra, mas os cuidados d’este mundo, e a seducção das riquezas, suffocam a palavra, e fica infructifera; 23 Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e comprehende a palavra; e dá fructo, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta. _A parabola do trigo e do joio._ 24 Propoz-lhes outra parabola, dizendo: O reino dos céus é similhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; 25 Mas, dormindo os homens, veiu o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. 26 E, quando a herva cresceu e fructificou, appareceu tambem o joio. 27 E os servos do pae de familia, indo ter _com elle_, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Porque tem então joio? 28 E elle lhes disse: Um _homem_ inimigo _é que_ fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos colhel-o? 29 Porém elle lhes disse: Não; para que ao colher o joio não arranqueis tambem o trigo com elle. 30 Deixae crescer ambos juntos até á ceifa; e, por occasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atae-o em molhos para o queimar; [15] mas o trigo ajuntae-o no meu celleiro. _As parabolas, do grão de mostarda e do fermento._ Mar. 4.30-34. Luc. 13.18-21. 31 Outra parabola lhes propoz, dizendo: O reino dos céus é similhante ao grão de mostarda que o homem, pegando d’elle, semeou no seu campo; 32 O qual é realmente a mais pequena de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma arvore, de sorte que veem as aves do céu, e se aninham nos seus ramos. 33 Outra parabola lhes disse: [16] O reino dos céus é similhante ao fermento, que uma mulher, pegando _d’elle_, introduz em tres medidas de farinha, até que tudo esteja levedado. 34 Tudo isto [17] disse Jesus por parabolas á multidão, e não lhes fallava sem parabolas; 35 Para que se cumprisse o que fôra dito pelo propheta, que disse: [18] Abrirei em parabolas a minha bocca; [19] publicarei _coisas_ occultas desde a fundação do mundo. _Explicação da parabola do joio._ 36 Então Jesus, despedindo a multidão, foi para casa. E chegaram ao pé d’elle os seus discipulos, dizendo: Explica-nos a parabola do joio do campo. 37 E elle, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem; 38 O campo é o mundo; [20] e a boa semente são os filhos do reino; [21] e o joio são os filhos do maligno; 39 O inimigo, que o semeou, [22] é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. 40 Como pois o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consummação d’este mundo. 41 Mandará o Filho do homem os seus anjos, e elles colherão do seu reino todos os escandalos, [23] e os que commettem iniquidade. 42 E lançal-os-hão na fornalha de fogo; [24] ali haverá pranto e ranger de dentes. 43 Então os justos resplandecerão como o sol, [25] no reino de seu Pae. Quem tem ouvidos para ouvir, oiça. _Parabolas, do thesouro escondido, da perola, da rede._ 44 Tambem o reino dos céus é similhante a um thesouro escondido n’_um_ campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo [26] d’elle, vae, vende tudo quanto tem, e compra aquelle campo. 45 Outrosim o reino dos céus é similhante ao homem, negociante, que busca boas perolas; 46 E, encontrando uma perola de grande valor, [27] foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a. 47 Egualmente o reino dos céus é similhante a uma rede lançada ao mar, [28] e que prende toda a qualidade _de peixes_. 48 E, estando cheia, _os pescadores_ a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fóra. 49 Assim será na consummação dos seculos: [29] virão os anjos, e separarão os maus d’entre os justos. 50 E lançal-os-hão na fornalha de fogo: [30] ali haverá pranto e ranger de dentes. 51 E disse-lhes Jesus: Entendestes todas estas _coisas_? Disseram-lhe elles: Sim, Senhor. 52 E elle disse-lhes: Por isso, todo o escriba instruido ácerca do reino dos céus é similhante a um pae de familia, [31] que tira dos seus thesouros _coisas_ novas e velhas. 53 E aconteceu que Jesus, concluindo estas parabolas, se retirou d’ali. 54 E, chegando á [32] sua patria, ensinava-os na synagoga d’elles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: D’onde _veiu_ a este a sabedoria, e estas maravilhas? 55 Não é este [33] o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Thiago, e José, e Simão, e Judas? 56 E não estão entre nós todas as suas irmãs? D’onde lhe _veiu_ pois tudo isto? 57 E escandalizavam-se n’elle. [34] Jesus, porém, lhes disse: Não ha propheta sem honra, senão na sua patria e na sua casa. 58 E não fez ali muitas maravilhas, [35] por causa da incredulidade d’elles. [1] Luc. 3.5. [2] Gen. 26.12. [3] cap. 11.15. Mar. 4.9. [4] cap. 11.25 e 16.17. Mar. 4.11. I Cor. 2.10. I João 2.27. [5] cap. 25.29. Mar. 4.25. Luc. 8.18 e 19.26. [6] Isa. 6.9. Eze. 12.2. Luc. 8.10. João 12.40. Act. 28.26, 27. Rom. 11.8. II Cor. 3.10. [7] Heb. 5.11. [8] cap. 16.17. Luc. 10.23. João 20.29. [9] Heb. 11.13. I Ped. 1.10. [10] Mar. 4.14. Luc. 8.11. [11] cap. 4.23. [12] Isa. 58.2. Eze. 33.31. João 5.35. [13] cap. 11.6. II Tim. 1.15. [14] cap. 19.23. Mar. 10.23. Luc. 18.24. I Tim. 6.9. Jer. 4.3. [15] cap. 3.22. [16] Luc. 13.20. [17] Mar. 4.33. [18] Psa. 78.2. [19] Rom. 16.25, 26. I Cor. 2.7. Eph. 3.9. Col. 1.6. [20] cap. 24.14. Mar. 16.15, 20. Luc. 24.47. Rom. 10.18. Col. 1.6. [21] João 8.44. Act. 13.10. I João 3.8. [22] Joel 3.13. Apo. 14.15. [23] cap. 18.7. II Ped. 2.1, 2. [24] cap. 3.12 e 8.12. Apo. 19.20. [25] Dan. 12.13. I Cor. 15.42. ver. 9. [26] Phi. 3.7, 8. Isa. 55.1. Apo. 3.18. [27] Pro. 2.4 e 3.14, 15 e 8.10, 19. [28] cap. 22.10. [29] cap. 25.32. [30] ver. 42. [31] Can. 7.13. [32] cap. 2.23. Mar. 6.1. Luc. 4.16, 23. [33] Isa. 49.7. Mar. 6.3. Luc. 3.23. João 6.42. [34] cap. 11.6. Mar. 6.3, 4. Luc. 4.24. João 4.44. [35] Mar. 6.5, 6. _A morte de João Baptista._ Mar. 6.14-29. Luc. 3.19-20; 9.7-9. [Anno Domini 32] 14 N’aquelle tempo ouviu Herodes, o tetrarca, a fama de Jesus, 2 E disse aos seus creados: Este é João Baptista; resuscitou dos mortos, e por isso as maravilhas obram n’elle. 3 Porque Herodes tinha prendido João, [1] e tinha-o manietado e encerrado no carcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Philippe; 4 Porque João lhe dissera: [2] Não te é licito possuil-a. 5 E, querendo matal-o, temia o povo; [3] porque o tinham como propheta. 6 Festejando-se, porém, o dia natalicio de Herodes, dançou a filha de Herodias diante d’elle, e agradou a Herodes. 7 Pelo que prometteu com juramento dar-lhe tudo o que pedisse; 8 E ella, instruida previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui n’um prato a cabeça de João Baptista. 9 E o rei affligiu-se, mas, por causa do juramento, e dos que estavam _com elle_, mandou que se _lhe_ désse. 10 E mandou degolar João no carcere, 11 E a sua cabeça foi trazida n’um prato, e dada á menina, e ella _a_ levou a sua mãe. 12 E chegaram os seus discipulos, e levaram o corpo, e o sepultaram; e foram annuncial-o a Jesus. _A primeira multiplicação dos pães._ Mar. 6.30-34. Luc. 9.10-17. João 6.1-14. 13 E Jesus, ouvindo _isto_, retirou-se d’ali n’um barco, para um logar deserto, apartado; e, sabendo-_o_ o povo, seguiu-o a pé desde as cidades. 14 E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, [4] e foi possuido de intima compaixão para com ella, e curou os seus enfermos. 15 E, sendo chegada a tarde, os seus discipulos approximaram-se-lhe, dizendo: O logar é deserto, e a hora é já avançada; despede a multidão, para que vão pelas aldeias, e comprem comida para si. 16 Jesus, porém, lhes disse: Não é mister que vão: dae-lhes vós de comer. 17 Então elles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. 18 E elle disse: Trazei-m’os aqui. 19 E, mandando que a multidão se assentasse sobre a herva, e tomando os cinco pães e os dois peixes, e erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e, [5] partindo os pães, deu-os aos discipulos, e os discipulos á multidão. 20 E comeram todos, e saciaram-se; e levantaram dos pedaços, que sobejaram, doze alcofas cheias. 21 E os que comeram foram quasi cinco mil homens, além das mulheres e creanças. _Jesus anda por cima do mar._ Mar. 6.45-46. João 6.15-21. 22 E logo ordenou Jesus que os seus discipulos entrassem no barco, e fossem adiante d’elle para a outra banda, emquanto despedia a multidão. 23 E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar á parte. E, chegada _já_ a tarde, estava ali só. 24 E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrario; 25 Mas, á quarta vigilia da noite, dirigiu-se Jesus para elles, caminhando por cima do mar. 26 E os discipulos, vendo-o caminhar sobre o mar, [6] assustaram-se, dizendo: É _um_ phantasma. [7] E gritaram com medo. 27 Jesus, porém, lhes fallou logo, dizendo: Tende bom animo, sou eu, não tenhaes medo. 28 E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter comtigo por cima das aguas. 29 E elle disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as aguas para ir ter com Jesus. 30 Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a afundar-se, clamou, dizendo: Senhor, salva-me. 31 E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: _Homem_ de pouca fé, porque duvidaste? 32 E, quando subiram para o barco, acalmou o vento. 33 Então approximaram-se os que estavam no barco, e adoraram-o, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus. 34 E, tendo passado para a outra banda, [8] chegaram á terra de Genezareth. 35 E, quando os homens d’aquelle logar o conheceram, mandaram por todas aquellas terras em redor, e trouxeram-lhe todos os que estavam enfermos. 36 E rogavam-lhe para que ao menos elles tocassem a orla do seu vestido; [9] e todos os que _a_ tocavam ficavam sãos. [1] Mar. 6.17. Luc. 3.19, 20. [2] Lev. 18.16 e 20.21. [3] cap. 21.26. Luc. 20.6. [4] cap. 9.36. [5] cap. 15.36. [6] Job 9.8. [7] Psa. 2.7. cap. 16.16. Mar. 1.1. Luc. 4.41. João 1.49 e 6.70. Act. 8.37. Rom. 1.4. [8] Mar. 6.53. [9] cap. 9.20. Mar. 3.10. Luc. 6.19. Act. 19.12. _A tradição dos anciãos._ Mar. 7.1-23. 15 Então chegaram ao pé de Jesus uns escribas e phariseos de Jerusalem, dizendo: 2 Porque [1] transgridem os teus discipulos a tradição dos anciãos? pois não lavam as mãos quando comem pão. 3 Elle, porém, respondendo, disse-lhes: Porque transgredis vós tambem o mandamento de Deus pela vossa tradição? 4 Porque Deus ordenou, [2] dizendo: Honra a teu pae e a _tua_ mãe; e: Quem maldisser ao pae ou á mãe, morra de morte. 5 Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pae ou á mãe: [3] É offerta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim; _desobrigado fica_. Esse não honrará de modo algum nem a seu pae nem a sua mãe, 6 E _assim_ invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus. 7 Hypocritas, [4] bem prophetizou Isaias a vosso respeito, dizendo: 8 Este povo honra-me com os seus labios, [5] mas o seu coração está longe de mim. 9 Mas em vão me veneram, [6] ensinando doutrinas _que são_ preceitos dos homens. 10 E, [7] chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei: 11 O que contamina o homem [8] não é o que entra na bocca, mas o que sae da bocca isso é o que contamina o homem. 12 Então, acercando-se d’elle os seus discipulos, disseram-lhe: Sabes que os phariseos, ouvindo essas palavras, se escandalizaram? 13 Elle, porém, respondendo, disse: Toda a planta, [9] que meu Pae celestial não plantou, será arrancada. 14 Deixae-os: [10] são conductores cegos de cegos: ora, se um cego guiar _outro_ cego, ambos cairão na cova. 15 E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: [11] Explica-nos essa parabola. 16 Jesus, porém, disse: [12] Até vós mesmos estaes ainda sem entender? 17 Ainda não comprehendeis que tudo o que entra pela bocca [13] desce para o ventre, e é evacuado? 18 Mas o que sae da bocca, [14] procede do coração, e isso contamina o homem. 19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, [15] mortes, adulterios, fornicações, furtos, falsos testemunhos e blasphemias. 20 São estas _coisas_ que contaminam o homem; comer, porém, sem lavar as mãos não contamina o homem. _A mulher cananea._ Mar. 7.24-30. 21 E, partindo Jesus d’ali, foi para as partes de Tyro e de Sidon. 22 E eis que uma mulher cananea, que saira d’aquellas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de David, tem misericordia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada. 23 Mas elle não lhe respondeu palavra. E os seus discipulos, chegando ao pé d’elle, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando após nós. 24 E elle, respondendo, disse: [16] Eu não sou enviado senão ás ovelhas perdidas da casa d’Israel. 25 Então chegou ella, e adorou-o, dizendo: Senhor, soccorre-me. 26 Elle, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deital-_o_ aos [17] cachorrinhos. 27 E ella disse: Sim, Senhor, mas tambem os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. 28 Então respondeu Jesus, e disse-lhe: O mulher! grande _é_ a tua fé: seja-te feito como tu desejas. E desde aquella _mesma_ hora a sua filha ficou sã. _A segunda multiplicação dos pães._ Mar. 8.1-10. 29 E Jesus, partindo d’ali, chegou ao pé do mar da Galilea, [18] e, subindo a _um_ monte, [19] assentou-se ali. 30 E veiu ter com elle muito povo, que trazia côxos, cegos, mudos, aleijados, e outros muitos: e os pozeram aos pés de Jesus, e elle os sarou: 31 De tal sorte, que a multidão se maravilhou vendo os mudos a fallar, os aleijados sãos, os côxos a andar, e os cegos a ver; e glorificava o Deus d’Israel. 32 E Jesus, chamando os seus discipulos, [20] disse: Tenho intima compaixão da multidão, porque já está comigo ha tres dias, e não tem que comer; e não quero despedil-a em jejum, para que não desfalleça no caminho. 33 E os seus discipulos disseram-lhe: [21] D’onde nos _viriam_ no deserto tantos pães, para saciar tal multidão? 34 E Jesus disse-lhes: Quantos pães tendes? E elles disseram: Sete, e uns poucos de peixinhos. 35 E mandou á multidão que se assentasse no chão. 36 E, tomando os sete pães e os peixes, [22] e dando graças, partiu-os, [23] e deu-os aos seus discipulos, e os discipulos á multidão. 37 E todos comeram e se saciaram; e levantaram, do que sobejou dos pedaços, sete cestos cheios. 38 Ora os que tinham comido eram quatro mil homens, além de mulheres e creanças. 39 E, [24] tendo despedido a multidão, entrou _no_ barco, e dirigiu-se ao territorio de Magdala. [1] Col. 2.3. [2] Exo. 20.12. Lev. 19.3. Deu. 5.16. Pro. 23.22. Eph. 5.2. Exo. 21.17. Lev. 20.9. Deu. 27.16. [3] Mar. 7.11, 12. [4] Mar. 7.6. [5] Isa. 29.13. Eze. 33.31. [6] Isa. 29.13. Col. 2.18, 22. Tito 1.14. [7] Mar. 7.14. [8] Act. 10.15. Rom. 14.14, 17, 20. I Tim. 4.4. Tito 1.15. [9] João 15.2. I Cor. 3.12, etc. [10] Isa. 9.16. Mal. 2.8. cap. 23.16. Luc. 6.39. [11] Mar. 7.17. [12] cap. 16.9. Mar. 7.18. [13] I Cor. 6.13. [14] Thi. 3.6. [15] Gen. 6.5 e 8.21. Pro. 6.14. Jer. 17.9. Mar. 7.21. [16] cap. 10.5, 6. Act. 3.25, 26 e 13.46. Rom. 15.8. [17] cap. 7.6. Phi. 3.2. [18] cap. 4.18. [19] Isa. 35.5, 6. cap. 11.5. Luc. 7.22. [20] Mar. 8.1. [21] II Reis 4.43. [22] cap. 14.19. [23] I Sam. 9.13. Luc. 22.19. [24] Mar. 8.10. _O fermento dos phariseos._ Mar. 8.11-12. 16 E, chegando-se [1] os phariseos e os sadduceos, e tentando-o, pediram-lhe que lhes mostrasse algum signal do céu. 2 Mas elle, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: _Haverá_ bom tempo, porque o céu está rubro. 3 E pela manhã: Hoje _haverá_ tempestade, porque o céu está _de_ um vermelho sombrio. Hypocritas, sabeis differençar a face do céu, e não sabeis _differençar_ os signaes dos tempos? 4 Uma geração má e adultera pede um signal, [2] e nenhum signal lhe será dado, senão o signal do propheta Jonas. E, deixando-os, retirou-se. 5 E, [3] passando seus discipulos para a outra banda, tinham-se esquecido de fornecer-se de pão. 6 E Jesus disse-lhes: [4] Adverti, e acautelae-vos do fermento dos phariseos e sadduceos. 7 E elles arrazoavam entre si, dizendo: É porque não nos fornecemos de pão. 8 E Jesus, conhecendo-_o_, disse: Porque arrazoaes entre vós, _homens_ de pouca fé, sobre o não vos terdes fornecido de pão? 9 Não comprehendeis [5] ainda, nem vos lembraes dos cinco pães para cinco mil _homens_, e de quantas alcofas levantastes? 10 Nem dos sete pães para quatro mil, [6] e de quantos cestos levantastes? 11 Como não entendestes que não vos fallei a respeito do pão, mas que vos guardasseis do fermento dos phariseos e sadduceos? 12 Então comprehenderam que não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos phariseos. _A confissão de Pedro._ Mar. 8.27-33. Luc. 9.18-22. João 6.66-69. 13 E, chegando Jesus ás partes de Cesarea de Philippo, interrogou os seus discipulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? 14 E elles disseram: [7] Uns João Baptista, outros Elias, e outros Jeremias ou um dos prophetas. 15 Disse-lhes elle: E vós, quem dizeis que eu sou? 16 E Simão Pedro, respondendo, disse: [8] Tu és o Christo, o Filho de Deus vivo. 17 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bemaventurado és tu, Simão Barjonas, [9] porque t’o não revelou a carne e o sangue, mas meu Pae, que _está_ nos céus. 18 E tambem eu te digo que tu és [AFN] Pedro, [10] e sobre esta pedra edificarei a minha egreja, [11] e as portas do inferno não prevalecerão contra ella: 19 E eu te darei as chaves do reino dos céus; [12] e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. 20 Então [13] mandou aos seus discipulos que a ninguem dissessem que elle era Jesus o Christo. 21 Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discipulos [14] que convinha ir a Jerusalem, e padecer muito dos anciãos, e dos principaes dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e resuscitar ao terceiro dia. 22 E Pedro, tomando-o de parte, começou a reprehendel-o, dizendo: Senhor, _tem_ compaixão de ti; de modo nenhum te aconteça isso. 23 Elle, porém, voltando-se, disse a Pedro: Arreda-te de diante de mim, Satanaz, _que_ me serves de escandalo; porque não comprehendes as _coisas_ que _são_ de Deus, [15] mas _só_ as que _são_ dos homens. _Os discipulos de Jesus devem levar as suas cruzes._ Mat. 8.34-9.1. Luc. 9.23-27. 24 Então disse Jesus aos seus discipulos: [16] Se alguem quizer vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; 25 Porque aquelle que quizer salvar a sua [AFO] vida, [17] perdel-a-ha, e quem perder a sua vida por amor de mim, achal-a-ha. 26 Pois que aproveita ao homem, se ganhar o mundo inteiro, e perder a sua [AFP] alma? [18] ou que dará o homem em recompensa da sua alma? 27 Porque o Filho do homem virá na gloria de seu Pae, [19] com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras. 28 Em verdade vos digo _que_ alguns ha, [20] dos que aqui estão, que não gostarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino. [1] cap. 12.38. Luc. 11.16 e 12.54, 56. I Cor. 1.22. [2] cap. 12.39. [3] Mar. 8.14. [4] Luc. 12.1. [5] cap. 14.17. João 6.9. [6] cap. 15.34. [7] cap. 14.2. Luc. 9.7, 8, 9. [8] cap. 14.33. Mar. 8.29. Luc. 9.20. João 6.69. Act. 8.37. Heb. 1.2, 3. I João 4.15. [9] Eph. 2.8. I Cor. 2.10. Gal. 1.16. [10] João 1.42. Eph. 2.20. Apo. 21.14. [11] Job 38.17. Isa. 38.10. [12] cap. 18.18. João 20.23. [13] cap. 17.9. Mar. 8.30. Luc. 9.21. [14] cap. 20.17. Mar. 8.31. Luc. 9.22. [15] II Sam. 19.22. Rom. 8.7. [16] cap. 10.38. Act. 14.22. I The. 3.3. II Tim. 3.12. [17] Luc. 17.33. João 12.25. [18] Psa. 49.7, 8, 9. [19] Mar. 8.38. Luc. 9.26. Dan. 7.10. Zac. 14.5. Jud. 14. Job 34.11. Pro. 24.12. Jer. 17.10. Rom. 2.6. I Cor. 3.8. I Ped. 1.17. Apo. 2.23. [20] Mar. 8.39. Luc. 9.29. _A transfiguração._ Mar. 9.1-13. Luc. 9.28-36. 17 Seis dias depois, Jesus levou comsigo a Pedro, e a Thiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, 2 E transfigurou-se diante d’elles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e os seus vestidos se tornaram brancos como a luz. 3 E eis que lhes appareceram Moysés e Elias, fallando com elle. 4 E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui tres tabernaculos, um para ti, um para Moysés, e um para Elias. 5 E, estando elle ainda a fallar, [1] eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E eis que uma voz da nuvem disse: [2] Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo: escutae-o. 6 E os discipulos, ouvindo _isto_, [3] cairam sobre seus rostos, e tiveram grande medo. 7 E Jesus, approximando-se-lhes, tocou-os, e disse: [4] Levantae-vos; e não tenhaes medo. 8 E, erguendo elles os olhos, ninguem viram senão unicamente a Jesus. 9 E, descendo elles do monte, Jesus lhes ordenou, [5] dizendo: A ninguem conteis a visão, até que o Filho do homem seja resuscitado dos mortos. 10 E os seus discipulos o interrogaram, dizendo: [6] Porque dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro? 11 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, [7] e restaurará todas _as coisas_; 12 Mas digo-vos que Elias já veiu, e não o conheceram, [8] mas fizeram-lhe tudo o que quizeram. Assim padecerá tambem d’elles o Filho do homem. 13 Então [9] entenderam os discipulos que lhes fallara de João Baptista. _A cura d’um lunatico._ Mar. 9.13-32. Luc. 9.37-45. 14 E, quando chegaram á multidão, approximou-se-lhe um homem, pondo-se de joelhos diante d’elle, e dizendo: 15 Senhor, tem misericordia de meu filho, que é lunatico e soffre muito; pois muitas vezes cae no fogo, e muitas vezes na agua; 16 E trouxe-o aos teus discipulos; e não poderam cural-o. 17 E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incredula e perversa! até quando estarei eu comvosco, e até quando vos soffrerei? Trazei-m’o aqui. 18 E reprehendeu Jesus o demonio, e saiu d’elle, e desde aquella hora o menino sarou. 19 Então os discipulos, approximando-se de Jesus em particular, disseram: Porque não podémos nós expulsal-o? 20 E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pouca fé; [10] porque em verdade vos digo que, se tivesseis fé como um grão de mostarda, dirieis a este monte: Passa d’aqui para acolá: e havia de passar; e nada vos seria impossivel. 21 Mas esta casta _de demonios_ não se expulsa senão pela oração e por jejum. 22 Ora, achando-se elles na Galilea, disse-lhes Jesus: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens; 23 E matal-o-hão, [11] e ao terceiro dia resuscitará. E elles se entristeceram muito. _Jesus paga o tributo._ 24 E, [12] chegando elles a Capernaum, approximaram-se de Pedro os que cobravam as didrachmas, e disseram: O vosso mestre não paga as didrachmas? 25 Disse elle: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo? Dos seus filhos, ou dos alheios? 26 Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, são livres os filhos: 27 Mas, para que os não escandalizemos, vae ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e, abrindo-lhe a bocca, encontrarás um státer; toma-o, e dá-o por mim e por ti. [1] II Ped. 1.17. [2] cap. 3.17. Mar. 1.11. Luc. 3.22. Isa. 42.1. Deu. 18.15. Act. 3.22. [3] II Ped. 1.18. [4] Dan. 8.18 e 9.21 e 10.10, 18. [5] cap. 16.20. Mar. 8.30 e 9.9. [6] Mal. 4.5. cap. 11.14. Mar. 9.11. [7] Mal. 4.6. Luc. 1.16, 17. Act. 3.21. [8] cap. 11.14 e 14.3, 10 e 16.21. Mar. 9.11, 12. [9] cap. 11.14. [10] cap. 21.21. Mar. 11.23. Luc. 17.6. I Cor. 12.9 e 13.2. [11] cap. 16.21. Mar. 8.31 e 9.29, 30 e 10.33. Luc. 9.22, 44 e 18.31. [12] Mar. 9.32. Exo. 30.13 e 38.26. _O maior no reino dos céus._ Mar. 9.32-37. Luc. 9.46-48. [Anno Domini 33] 18 N’aquella mesma hora chegaram os discipulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus? 2 E Jesus, chamando um menino, o poz no meio d’elles, 3 E disse: Em verdade vos digo que, [1] se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. 4 Portanto, [2] aquelle que se humilhar como este menino, este é o maior no reino dos céus. 5 E qualquer que receber em meu nome [3] um menino tal como este a mim me recebe. 6 Mas qualquer que escandalizar um d’estes pequeninos, [4] que crêem em mim, melhor lhe fôra que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de atafona, e se submergisse na profundeza do mar. 7 Ai do mundo, por causa dos escandalos; [5] porque é mister que venham escandalos, [6] mas ai d’aquelle homem por quem o escandalo vem! 8 Portanto, [7] se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti: melhor te é entrar na vida côxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado no fogo eterno. 9 E, se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-_o_ para longe de ti. Melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, ser lançado no fogo do inferno. 10 Olhae, não desprezeis algum d’estes pequeninos, [8] porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pae que _está_ nos céus. 11 Porque [9] o Filho do homem veiu salvar o que se tinha perdido. 12 Que vos parece? [10] Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma d’ellas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? 13 E, se porventura a encontra, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquella do que pelas noventa e nove que se não desgarraram. 14 Assim tambem não é vontade de vosso Pae, que _está_ nos céus, que um d’estes pequeninos se perca. _O perdão do peccado d’um irmão._ 15 Ora, [11] se teu irmão peccar contra ti, vae, e reprehende-o entre ti e elle só; se te ouvir, [12] ganhaste a teu irmão; 16 Se _te_ não ouvir, porém, leva ainda comtigo [13] um ou dois, para que pela bocca de duas ou tres testemunhas toda a palavra seja confirmada. 17 E, se os não escutar, dize-_o_ á egreja; e, se tambem não escutar a egreja, [14] considera-o como um gentio e publicano. 18 Em verdade vos digo [15] que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19 Tambem vos digo [16] que, se dois de vós concordarem na terra ácerca de qualquer coisa que pedirem, [17] isso lhes será feito por meu Pae, que _está_ nos céus. 20 Porque onde estiverem dois ou tres reunidos em meu nome, ahi estou eu no meio d’elles. 21 Então Pedro, approximando-se d’elle, disse: Senhor, até quantas vezes peccará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? [18] Até sete? 22 Jesus lhe disse: Não te digo: Até sete, [19] mas, até setenta vezes sete. _A parabola do credor incompassivo._ 23 Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quiz fazer contas com os seus servos; 24 E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos; 25 E, não tendo elle com que pagar, o seu senhor mandou vendel-o, [20] e a sua mulher e filhos, com tudo quanto tinha, para que a _divida_ se lhe pagasse. 26 Então aquelle servo, prostrando-se, o adorava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. 27 Então o senhor d’aquelle servo, movido de intima compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a divida. 28 Saindo, porém, aquelle servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem [AFQ] dinheiros, e, lançando mão d’elle, suffocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. 29 Então o seu conservo, prostrando-se aos seus pés rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. 30 Elle, porém, não quiz, antes foi encerral-o na prisão, até que pagasse a divida. 31 Vendo pois os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passára. 32 Então o seu senhor, chamando-o á sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquella divida, porque me supplicaste: 33 Não devias tu egualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu tambem tive misericordia de ti? 34 E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. 35 Assim vos fará tambem meu Pae celestial, [21] se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas offensas. [1] Psa. 131.2. Mar. 10.14. Luc. 18.16. I Cor. 14.20. I Ped. 2.2. [2] cap. 20.27 e 23.11. [3] cap. 10.42. Luc. 9.48. [4] Mar. 9.41. Luc. 17.1, 2. [5] Luc. 17.1. I Cor. 11.19. [6] cap. 26.24. [7] cap. 5.29, 30. Mar. 9.42, 44. [8] Psa. 34.7. Zac. 13.7. Heb. 1.14. Est. 1.14. Luc. 1.19. [9] Luc. 9.56. João 3.17. [10] Luc. 15.4. [11] Lev. 19.17. Luc. 17.3. [12] Thi. 5.20. I Ped. 3.1. [13] Deu. 17.6. João 8.17. II Cor. 13.1. Heb. 10.28. [14] Rom. 16.17. I Cor. 5.9. II The. 3.6, 14. II João 10. [15] cap. 16.19. João 20.23. I Cor. 5.4. [16] cap. 5.24. [17] I João 3.22 e 5.14. [18] Luc. 17.4. [19] cap. 6.14. Mar. 11.25. Col. 3.13. [20] II Reis 4.1. Neh. 5.8. [21] Pro. 21.13. cap. 6.12. Mar. 11.26. Thi. 2.13. _Ácerca do divorcio._ Mar. 10.1-12. 19 E aconteceu _que_, [1] concluindo Jesus estes discursos, saiu da Galilea, e dirigiu-se aos confins da Judéa, dalem do Jordão; 2 E seguiram-o muitas gentes, [2] e curou-as ali. 3 Então chegaram ao pé d’elle os phariseos, tentando-o, e dizendo-lhe: É licito ao homem repudiar sua mulher por qualquer coisa? 4 Elle, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquelle que _os_ fez no principio [3] macho e femea os fez? 5 E disse: Portanto deixará o homem pae e mãe, [4] e se unirá a sua mulher, [5] e serão dois n’uma só carne. 6 Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7 Disseram-lhe elles: Então porque mandou Moysés dar-lhe carta de divorcio, [6] e repudial-a? 8 Disse-lhes elle: Moysés por causa da dureza dos vossos corações vos permittiu repudiar vossas mulheres; mas ao principio não foi assim. 9 Eu vos digo, [7] porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, commette adulterio; e o que casar com a repudiada _tambem_ commette adulterio. 10 Disseram-lhe seus discipulos: [8] Se assim é a condição do homem relativamente á mulher, não convem casar. 11 Elle, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas [9] _só aquelles_ a quem foi concedido. 12 Porque ha eunuchos que assim nasceram do ventre da mãe; [10] e ha eunuchos que foram castrados pelos homens; e ha eunuchos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o. _Jesus abençoa os meninos._ Mar. 10.13-16. Luc. 18.15-17. 13 Trouxeram-lhe então _alguns_ meninos, para que lhes impozesse as mãos, e orasse; mas os discipulos os reprehendiam. 14 Jesus, porém, disse: Deixae os meninos, e não os estorveis de vir a mim; [11] porque de taes é o reino dos céus. 15 E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu d’ali. _O mancebo rico._ Mar. 10.17-31. Luc. 18.18-30. 16 E eis que, approximando-se d’elle um mancebo, disse-lhe: [12] Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna? 17 E elle disse-lhe: Porque me chamas bom? Não _ha_ bom senão um só, _que é_ Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. 18 Disse-lhe elle: Quaes? E Jesus disse: [13] Não matarás, não commetterás adulterio, não furtarás, não dirás falso testemunho; 19 Honra teu pae e tua mãe, e [14] amarás o teu proximo como a ti mesmo. 20 Disse-lhe o mancebo: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? 21 Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, [15] vae, vende tudo o que tens, dá aos pobres, e terás _um_ thesouro no céu; e vem, _e_ segue-me. 22 E o mancebo, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuia muitas propriedades. 23 Disse então Jesus aos seus discipulos: Em verdade vos digo [16] que difficilmente entrará um rico no reino dos céus. 24 E outra vez vos digo que é mais facil passar um camelo pelo fundo d’uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. 25 Os seus discipulos, ouvindo _isto_, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois salvar-se? 26 E Jesus, olhando _para elles_, disse-lhes: Aos homens é isso impossivel, [17] mas a Deus tudo é possivel. 27 Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: [18] Eis que nós deixámos tudo, e te seguimos; qual será então o nosso galardão? 28 E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, na regeneração, quando o Filho do homem se assentar no throno da sua [19] gloria, tambem vos assentareis sobre doze thronos, para julgar as doze tribus d’Israel. 29 E todo aquelle que tiver deixado [20] casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pae, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna. 30 Porém [21] muitos primeiros serão os derradeiros, e _muitos_ derradeiros _serão_ os primeiros. [1] João 10.40. [2] cap. 12.15. [3] Gen. 1.27 e 5.2. Mal. 2.15. [4] Gen. 2.24. Mar. 10.5, 9. Eph. 5.31. [5] I Cor. 6.16 e 7.2. [6] Deu. 24.1. cap. 5.31. [7] cap. 5.32. Mar. 10.11. Luc. 16.18. I Cor. 7.10, 11. [8] Pro. 21.19. [9] I Cor. 7.2, 7, 9, 17. [10] I Cor. 7.32, 34 e 9.5, 15. [11] cap. 18.3. [12] Luc. 10.25. [13] Exo. 20.13. Deu. 5.17. [14] cap. 15.4. Lev. 19.18. Rom. 13.9. Gal. 5.14. Thi. 2.8. [15] cap. 6.20. Act. 2.45. I Tim. 6.18, 19. [16] cap. 13.22. Mar. 10.24. I Cor. 1.26. I Tim. 6.9, 10. [17] Gen. 18.14. Job 42.2. Jer. 32.17. Zac. 8.6. Luc. 1.37 e 18.27. [18] Mar. 10.28. Luc. 18.28. Deu. 33.9. cap. 4.20. Luc. 5.11. [19] cap. 20.21. Luc. 22.28, 29, 30. I Cor. 6.2, 3. Apo. 2.26. [20] Mar. 10.29, 30. Luc. 18.29, 30. [21] cap. 20.16 e 21.31, 32. Mar. 10.31. Luc. 13.30. _A parabola dos trabalhadores e das diversas horas do trabalho._ 20 Porque o reino dos céus é similhante a um homem, pae de familia, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha. 2 E, ajustando com os trabalhadores a um [AFR] dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha. 3 E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça, 4 E disse-lhes: Ide vós tambem para a vinha, e dar-vos-hei o que fôr justo. E elles foram. 5 Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo. 6 E, saindo perto da hora undecima, encontrou outros que estavam ociosos, e diz-lhes: Porque estaes ociosos todo o dia? 7 Dizem-lhe elles: Porque ninguem nos assalariou. Diz-lhes elle: Ide vós tambem para a vinha, e recebereis o que fôr justo. 8 E, approximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando desde os derradeiros até aos primeiros. 9 E, chegando os que _tinham ido_ perto da hora undecima, receberam um dinheiro cada um. 10 Chegando, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; e tambem receberam um dinheiro cada um; 11 E, recebendo-_o_, murmuravam contra o pae de familia, 12 Dizendo: Estes derradeiros trabalharam _só_ uma hora, e tu os egualaste comnosco, que supportámos a fadiga e a calma do dia. 13 Elle, porém, respondendo, disse a um d’elles: Amigo, não te faço aggravo; não ajustaste tu comigo por um dinheiro? 14 Toma o _que é_ teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro _tanto_ como a ti. 15 Ou não me é licito fazer o que quizer do _que é_ meu? [1] Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? 16 Assim [2] os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos. _O pedido dos filhos de Zebedeo._ Mar. 10.32-45. Luc. 18.31-34. 17 E Jesus, subindo a Jerusalem, [3] chamou de parte os seus doze discipulos, e no caminho disse-lhes: 18 Eis que subimos a Jerusalem, [4] e o Filho do homem será entregue aos principes dos sacerdotes, e aos escribas, e condemnal-o-hão á morte. 19 E o entregarão aos gentios [5] para que _d’elle_ escarneçam, e o açoitem e crucifiquem; e ao terceiro dia resuscitará. 20 Então [6] se approximou d’elle a mãe dos filhos de Zebedeo, com seus filhos, adorando-_o_, e pedindo-lhe alguma _coisa_. 21 E elle diz-lhe: Que queres? Diz-lhe ella: [7] Dize que estes meus dois filhos se assentem, um á tua direita e outro á tua esquerda, no teu reino. 22 Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis; [8] podeis vós beber o calix que eu hei de beber, e ser baptizados com o baptismo com que eu sou baptizado? Dizem-lhe elles: Podemos. 23 E diz-lhes elle: Na verdade bebereis [9] o meu calix e sereis baptizados com o baptismo com que eu sou baptizado, mas assentar-se á minha direita ou á minha esquerda não me pertence concedel-o, mas _será_ para aquelles a quem meu Pae o tem preparado. 24 E, [10] quando os dez ouviram _isto_, indignaram-se contra os dois irmãos. 25 Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que os principes [AFS] dos gentios os dominam, e que os grandes exercem auctoridade sobre elles. 26 Não será assim entre vós; [11] mas todo aquelle que quizer entre vós fazer-se grande seja vosso [AFT] servente; 27 E qualquer que entre vós quizer ser o primeiro [12] seja vosso [AFU] servo; 28 Assim como o Filho do homem não veiu para ser servido, [13] mas a servir, e a dar a sua vida _em_ resgate por muitos. _Os dois cegos de Jericó._ Mar. 10.46-52. Luc. 18.35-43. 29 E, saindo elles de Jericó, seguiu-o grande multidão, 30 E eis que dois cegos, [14] assentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram, dizendo: Senhor, Filho de David, tem misericordia de nós. 31 E a multidão os reprehendia, para que se calassem; elles, porém, cada vez clamavam mais, dizendo: Senhor, Filho de David, tem misericordia de nós. 32 E Jesus, parando, chamou-os, e disse: Que quereis que vos faça? 33 Disseram-lhe elles: Senhor, que os nossos olhos sejam abertos. 34 Então Jesus, movido de intima compaixão, tocou-lhe nos olhos, e logo viram; e o seguiram. [1] Rom. 9.21. Deu. 15.9. Pro. 23.6. cap. 6.23. [2] cap. 19.30 e 22.14. [3] João 12.12. [4] cap. 16.21. [5] cap. 27.2. Mar. 15.1, 16. Luc. 23.1. João 18.28. Act. 3.13. [6] Mar. 10.35. cap. 4.21. [7] cap. 19.28. [8] cap. 26.39. Mar. 14.36. Luc. 22.42. João 18.11. [9] Act. 12.2. Rom. 8.17. II Cor. 1.7. Apo. 1.9. [10] Mar. 10.41. Luc. 22.24. [11] I Ped. 5.3. cap. 23.11. Mar. 9.34 e 10.43. [12] cap. 18.4. [13] Luc. 22.27. João 13.14 e 11.51. Isa. 53.10. Dan. 9.24. I Tim. 2.6. Tito 2.14. I Ped. 1.19. Rom. 5.15. Heb. 9.28. [14] cap. 9.27. _A entrada triumphal de Jesus em Jerusalem._ Mar. 11.1-10. Luc. 19.29-38. 21 E, quando se approximaram de Jerusalem, e chegaram a Bethphage, ao monte das Oliveiras, [1] enviou então Jesus dois discipulos, dizendo-lhes: 2 Ide á aldeia que _está_ defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ella; desprendei-_a_, e trazei-_m’os_. 3 E, se alguem vos disser alguma _coisa_, direis que o Senhor os ha de mister: e logo os enviará. 4 Ora tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo propheta, que diz: 5 Dizei á filha de Sião: [2] Eis que o teu Rei ahi te vem, manso, e assentado sobre uma jumenta, e sobre um jumentinho, filho _de animal sujeito ao_ jugo. 6 E, indo os discipulos, [3] e fazendo como Jesus lhes ordenára, 7 Trouxeram a jumenta e o jumentinho, [4] e sobre elles pozeram os seus vestidos, e fizeram-n’o assentar em cima. 8 E muitissima gente estendia os seus vestidos pelo caminho, [5] e outros cortavam ramos d’arvores, e _os_ espalhavam pelo caminho. 9 E a multidão que ia adeante, e a que seguia, clamava, dizendo: Hosanna ao Filho de David; [6] bemdito o que vem em nome do Senhor: Hosanna nas alturas. 10 E, entrando elle em Jerusalem, [7] toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é este? 11 E a multidão dizia: Este é Jesus, [8] o Propheta de Nazareth da Galilea. _A purificação do templo._ Mar. 11.15-18. Luc. 19.45-48. 12 E entrou Jesus no templo de Deus, [9] e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas: 13 E disse-lhes: Está escripto: [10] A minha casa será chamada casa de oração: mas vós a tendes convertido em covil de ladrões. 14 E foram ter com elle ao templo cegos e côxos, e curou-os. 15 Vendo então os principaes dos sacerdotes e os escribas as maravilhas que fazia, e os meninos clamando no templo, Hosanna ao Filho de David; indignaram-se, 16 E disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: [11] Pela bocca dos meninos e das creancinhas de peito aperfeiçoaste o louvor? 17 E, deixando-os, saiu da cidade para Bethania, [12] e ali passou a noite. _A figueira secca._ Mar. 11.12-14 e 19-24. 18 E, de manhã, voltando para a cidade, teve fome; 19 E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ella, e não achou n’ella senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fructo de ti. E a figueira seccou immediatamente. 20 E os discipulos, vendo _isto_, maravilharam-se, dizendo: [13] Como seccou immediatamente a figueira? 21 Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo _que_, [14] se tiverdes fé e não duvidardes, [15] não só fareis isto á figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, _assim_ será feito; 22 E tudo o que pedirdes na oração, crendo, [16] _o_ recebereis. _O baptismo de João._ Mar. 11.27-33. Luc. 20.1-8. 23 E, chegando ao templo, acercaram-se d’elle, estando _já_ ensinando, os principes dos sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que auctoridade fazes isto? e quem te deu essa auctoridade? 24 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu tambem vos perguntarei uma coisa; se m’a disserdes, tambem eu vos direi com que auctoridade faço isto. 25 O baptismo de João d’onde era? Do céu, ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, elle nos dirá: Então porque não o crestes? 26 E, se dissermos: Dos homens, tememos o povo, [17] porque todos consideram João como propheta. 27 E, respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Elle disse-lhes: Nem eu vos digo com que auctoridade faço isto. _A parabola dos dois filhos._ 28 Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vae trabalhar hoje na minha vinha. 29 Elle, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. 30 E, dirigindo-se ao segundo, fallou-lhe de egual modo; e, respondendo elle, disse: Eu _vou_, senhor; e não foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pae? Disseram-lhe elles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: [18] Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes vos precedem no reino de Deus. 32 Porque João veiu a vós no caminho de justiça, [19] e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram: vós, porém, vendo _isto_, nem depois vos arrependestes para o crer. _A parabola dos lavradores maus._ Mar. 12.1-12. Luc. 20.9, 18. 33 Ouvi ainda outra parabola: Houve um homem, pae de familia, que plantou uma vinha, [20] e circumdou-a de um vallado, e construiu n’ella _um_ lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e ausentou-se para longe: 34 E, chegando o tempo dos fructos, enviou os seus servos aos lavradores, [21] para receberem os seus fructos. 35 E os lavradores, apoderando-se dos servos, [22] feriram um, mataram outro, e apedrejaram outro. 36 Depois enviou outros servos, em maior numero do que os primeiros; e fizeram-lhes o mesmo; 37 E por ultimo enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho. 38 Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: [23] Este é o herdeiro; vinde, matemol-o, e apoderemo-nos da sua herança. 39 E, lançando mão d’elle, [24] o arrastaram para fóra da vinha, e _o_ mataram. 40 Quando pois vier o senhor da vinha, que fará áquelles lavradores? 41 Dizem-lhe elles: [25] Dará affrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seus tempos lhe dêem os fructos. 42 Diz-lhes Jesus: [26] Nunca lestes nas Escripturas: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do angulo: pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso aos nossos olhos? 43 Portanto eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, [27] e será dado a gente que dê os seus fructos. 44 E quem cair sobre esta pedra despedaçar-se-ha; [28] e sobre quem ella cair esmagal-o-ha. 45 E os principes dos sacerdotes e os phariseos, ouvindo estas palavras, entenderam que fallava d’elles; 46 E, pretendendo prendel-o, receiaram o povo, [29] porquanto o tinham por propheta. [1] Zac. 14.4. [2] Isa. 62.11. Zac. 9.9. João 12.15. [3] Mar. 11.4. [4] II Reis 9.13. [5] Lev. 23.40. João 12.13. [6] Psa. 118.26. cap. 23.39. [7] Mar. 11.15. Luc. 19.45. João 2.13, 15. [8] Luc. 7.16. João 6.14 e 7.40 e 9.17. [9] João 2.15. Deu. 14.25. [10] Isa. 56.7. Jer. 7.11. Mar. 11.17. Luc. 19.43. [11] Psa. 8.2. [12] Mar. 11.11. João 11.18. [13] Mar. 11.20. [14] cap. 17.20. Luc. 17.6. [15] Thi. 1.6. [16] Mar. 11.24. Luc. 11.9. Thi. 5.16. I João 3.22. [17] cap. 14.5. Mar. 6.20. Luc. 20.6. [18] Luc. 7.29, 50. [19] cap. 3.1. Luc. 3.12, 13. [20] Psa. 80.8. Can. 8.11. Isa. 5.1. Jer. 2.21. [21] Can. 8.11. [22] II Chr. 24.21. Neh. 9.26. Act. 7.52. I The. 2.15. Heb. 11.36. [23] Psa. 2.8. Heb. 1.2. [24] Psa. 2.2. João 11.53. Act. 4.27. [25] Luc. 20.16 e 21.24. Heb. 2.3. Act. 13.46 e 15.7. [26] Isa. 28.16. Mar. 12.10. Luc. 20.17. Act. 4.11. Eph. 2.20. I Ped. 2.6, 7. [27] cap. 8.12. [28] Isa. 8.14, 15. Zac. 12.3. Luc. 20.13. Rom. 9.33. I Ped. 2.8. Isa. 60.12. Dan. 2.44. [29] ver. 11. _A parabola das bodas._ Luc. 14.16-24. 22 Então Jesus, tomando a [1] palavra, tornou a fallar-lhes em parabolas, dizendo: 2 O reino dos céus é similhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho; 3 E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; e não quizeram vir. 4 Depois enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eisque tenho o meu jantar preparado, [2] os meus bois e cevados _já_ mortos, e tudo _já_ prompto: vinde ás bodas. 5 Porém elles, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu trafico: 6 E os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram. 7 E o rei, tendo noticia _d’isto_, encolerisou-se: [3] e, enviando os seus exercitos, destruiu aquelles homicidas, e incendiou a sua cidade. 8 Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, [4] mas os convidados não eram dignos. 9 Ide pois ás saidas dos caminhos, e convidae para as bodas a todos os que encontrardes. 10 E os servos, saindo pelos caminhos, [5] ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e as bodas encheram-se de convidados. 11 E o rei, entrando para vêr os convidados, viu ali um homem [6] _que_ não _estava_ trajado com vestido de bodas, 12 E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo vestido de bodas? E elle emmudeceu. 13 Disse então o rei aos servos: Amarrae-o de pés e mãos, levae-o, [7] e lançae-_o_ nas trevas exteriores: ali haverá pranto e ranger de dentes. 14 Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos. _A questão do tributo._ Mar. 12.13-17. Luc. 20.20-26. 15 Então, retirando-se os phariseos, consultaram entre si como o surprehenderiam _n’alguma_ palavra; 16 E enviaram-lhe os seus discipulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade, e de ninguem se te dá, porque não olhas á apparencia dos homens; 17 Dize-nos, pois, que te parece? É licito pagar o tributo a Cesar, ou não? 18 Jesus, porém, conhecendo a sua malicia, disse: Porque me experimentaes, hypocritas? 19 Mostrae-me a moeda do tributo. E elles lhe apresentaram um dinheiro. 20 E elle diz-lhes: De quem é esta effigie e _esta_ inscripção? 21 Dizem-lhe elles: De Cesar. Então elle lhes diz: [8] Dae pois a Cesar o que _é_ de Cesar, e a Deus o que _é_ de Deus. 22 E elles, ouvindo _isto_, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram. 23 No mesmo dia chegaram junto d’elle os sadduceos, [9] que dizem não haver resurreição, e o interrogaram, 24 Dizendo: [10] Mestre, Moysés disse: Se morrer alguem, não tendo filhos, casará o seu irmão com a mulher d’elle, e suscitará descendencia a seu irmão: 25 Ora houve entre nós sete irmãos; e o primeiro, tendo casado, morreu, e, não tendo descendencia, deixou sua mulher a seu irmão. 26 Da mesma sorte o segundo, e o terceiro, até ao setimo; 27 Por fim, depois de todos, morreu tambem a mulher. 28 Portanto, na resurreição, de qual dos sete será a mulher, visto que todos a possuiram? 29 Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: [11] Erraes, não conhecendo as Escripturas, nem o poder de Deus; 30 Porque na resurreição nem casam nem se dão em casamento; [12] mas serão como os anjos de Deus no céu. 31 E, ácerca da resurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: 32 Eu sou o Deus d’Abrahão, [13] o Deus d’Isaac, e o Deus de Jacob? Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos. 33 E, as turbas, ouvindo _isto_, [14] ficaram maravilhadas da sua doutrina. _O grande mandamento._ Mar. 12.28-34. Luc. 10.25-27. 34 E os phariseos, ouvindo que fizera emmudecer os sadduceos, reuniram-se no mesmo logar; 35 E um d’elles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo: 36 Mestre, qual _é_ o grande mandamento na lei? 37 E Jesus disse-lhe: [15] Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. 38 Este é o primeiro e grande mandamento. 39 E o segundo, similhante a este, _é_: [16] Amarás o teu proximo como a ti mesmo. 40 D’estes dois mandamentos depende toda a lei e os prophetas. _Christo Filho de David._ Mar. 12.35-37. Luc. 20.41-44. 41 E, [17] estando reunidos os phariseos, interrogou-os Jesus, 42 Dizendo: Que pensaes vós do Christo? De quem é filho? Elles disseram-lhe: De David. 43 Disse-lhes elle: Como é então que David, em espirito, lhe chama Senhor, dizendo: 44 Disse o Senhor ao meu Senhor: [18] Assenta-te á minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabello de teus pés. 45 Se David pois lhe chama Senhor, como é seu filho? 46 E ninguem podia [19] responder-lhe _uma_ palavra: nem desde aquelle dia ousou mais alguem interrogal-o. [1] Apo. 19.7, 9. [2] Pro. 9.2. [3] Dan. 9.26. Luc. 19.27. [4] cap. 10.11. Act. 13.46. [5] cap. 13.38. [6] II Cor. 5.3. Eph. 4.24. Col. 3.10, 12. Apo. 3.4 e 16.15. [7] cap. 8.12 e 20.16. [8] cap. 17.25. Rom. 13.7. [9] Mar. 12.18. Luc. 20.27. Act. 23.8. [10] Deu. 25.5. [11] João 20. [12] I João 3.2. [13] Exo. 3.6, 16. Mar. 12.26. Luc. 20.37. Act. 7.32. Heb. 11.16. [14] cap. 7.28. [15] Deu. 6.5 e 10.12 e 30.6. Luc. 10.27. [16] Lev. 19.18. Mar. 12.31. Rom. 13.9. Gal. 5.14. Thi. 2.8. [17] cap. 7.12. I Tim. 1.5. [18] Psa. 110.1. Act. 2.34. I Cor. 15.25. Heb. 1.13 e 10.12, 13. [19] Luc. 14.6 e 20.40. Mar. 12.34. _Jesus censura os escribas e os phariseos._ 23 Então fallou Jesus á multidão, e aos seus discipulos, 2 Dizendo: [1] Na cadeira de Moysés estão assentados os escribas e phariseos. 3 Observae, pois, e practicae tudo o que vos disserem; mas não procedaes em conformidade com as suas obras, [2] porque dizem e não praticam: 4 Pois atam fardos pesados e difficeis de supportar, [3] e os põem aos hombros dos homens; elles, porém, nem com o dedo querem movel-os; 5 E fazem todas as obras [4] a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largas phylacterias, e estendem as franjas [5] dos seus vestidos, 6 E amam os primeiros logares nas ceias [6] e as primeiras cadeiras nas synagogas, 7 E as saudações nas praças, e _o serem_ chamados pelos homens—Rabbi, Rabbi. 8 Vós, porém, não queiraes ser chamados Rabbi, [7] porque um só é o vosso Mestre, _a saber_, o Christo: e todos vós sois irmãos. 9 E a ninguem na terra chameis vosso pae, [8] porque um só é o vosso Pae, o qual _está_ nos céus. 10 Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, _que é_ o Christo. 11 Porém [9] o maior d’entre vós será vosso servo. 12 E o que a si mesmo se exaltar [10] será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado. 13 Mas ai de vós, escribas e phariseos, hypocritas! [11] pois que fechaes aos homens o reino dos céus; porque nem vós entraes nem deixaes entrar aos que entram. 14 Ai de vós, escribas e phariseos, [12] hypocritas! pois que devoraes as casas das viuvas, e _isto_ com pretexto de prolongadas orações; por isso soffrereis mais rigoroso juizo. 15 Ai de vós, escribas e phariseos, hypocritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um proselyto; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós. 16 Ai de vós, conductores cegos! [13] pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo isso nada é; mas o que jurar pelo oiro do templo é devedor. 17 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o oiro, [14] ou o templo, que sanctifica o oiro? 18 E aquelle que jurar pelo altar _isso_ nada é; mas aquelle que jurar pela offerta que está sobre o altar é devedor. 19 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a offerta, [15] ou o altar, que sanctifica a offerta? 20 Portanto, o que jurar pelo altar jura por elle e por tudo o que sobre elle _está_: 21 E o que jurar pelo templo jura por elle [16] e por aquelle que n’elle habita: 22 E o que jurar pelo céu jura pelo throno de Deus [17] e por aquelle que está assentado n’elle. 23 Ai de vós, escribas e phariseos, hypocritas! [18] pois que dizimaes a hortelã, o endro e o cominho, e desprezaes o mais importante da lei, o juizo, a misericordia e a fé: deveis, porém, fazer estas coisas, e não omittir aquellas. 24 Conductores cegos! que coaes o mosquito e engulis o camelo. 25 Ai de vós, escribas e phariseos, hypocritas! [19] pois que limpaes o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e iniquidade. 26 Phariseo cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que tambem o exterior fique limpo. 27 Ai de vós, escribas e phariseos, hypocritas! [20] pois que sois similhantes aos sepulchros caiados, que por fóra realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios d’ossos de mortos e de toda a immundicia. 28 Assim tambem vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estaes cheios de hypocrisia e iniquidade. 29 Ai de vós, [21] escribas e phariseos, hypocritas! pois que edificaes os sepulchros dos prophetas e adornaes os monumentos dos justos. 30 E dizeis: Se existissemos no tempo de nossos paes, nunca nos associariamos com elles para _derramar_ o sangue dos prophetas. 31 Assim, [22] vós mesmos testificaes que sois filhos dos que mataram os prophetas. 32 Enchei [23] vós pois a medida de vossos paes. 33 Serpentes, [24] raça de viboras! como escapareis da condemnação do inferno? 34 Portanto, eis que [25] eu vos envio prophetas, sabios e escribas; e _a uns_ d’elles matareis e crucificareis; e _a outros_ d’elles açoitareis nas vossas synagogas e os perseguireis de cidade em cidade; 35 Para que sobre vós caia todo o sangue justo, [26] que foi derramado sobre a terra, desde o sangue d’Abel, o justo, até ao sangue de Zacharias, filho de Baraquias, que matastes entre o templo e o altar. 36 Em verdade vos digo que todas estas _coisas_ hão de vir sobre esta geração. 37 Jerusalem, Jerusalem, [27] que matas os prophetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quiz eu ajuntar os teus filhos, como a gallinha ajunta os seus pintos debaixo das azas, e vós não quizestes! 38 Eis que a vossa casa vae ficar-vos deserta; 39 Porque eu vos digo que desde agora me não vereis _mais_, até que digaes: [28] Bemdito o que vem em nome do Senhor. [1] Neh. 8.4, 8. Mal. 2.7. Mar. 12.38. Luc. 20.45. [2] Rom. 2.19, etc. [3] Luc. 11.46. Act. 15.10. Gal. 6.13. [4] cap. 6.1, 2, 5, 16. [5] Num. 15.38. Deu. 6.8 e 22.12. Pro. 3.3. [6] Mar. 12.38. Luc. 11.43. III João 9. [7] Thi. 3.1. II Cor. 1.24. I Ped. 5.3. [8] Mal. 1.6. [9] cap. 20.26, 27. [10] Job 22.29. Pro. 15.33. Luc. 14.11. Thi. 4.6. I Ped. 5.5. [11] Luc. 11.52. [12] Mar. 12.40. Luc. 20.47. II Tim. 3.6. Tito 1.11. [13] cap. 15.14 e 5.33, 34. ver. 24. [14] Exo. 30.29. [15] Exo. 29.37. [16] I Reis 8.13. II Chr. 6.2. Psa. 26.8. [17] Psa. 11.4. cap. 5.34. Act. 7.49. [18] Luc. 11.42. I Reis 15.22. Ose. 6.6. Miq. 6.8. cap. 9.13. [19] Mar. 7.4. Luc. 11.39. [20] Luc. 11.44. Act. 23.3. [21] Luc. 11.47. [22] Act. 7.51, 52. I The. 2.15. [23] Gen. 15.16. I The. 2.16. [24] cap. 3.7 e 12.34. [25] cap. 21.34 e 10.17. Luc. 11.49. Act. 5.40 e 7.58 e 22.19. II Cor. 11.24, 25. [26] Apo. 18.24. Gen. 4.8. I João 3.12. II Chr. 24.20. [27] Luc. 13.34. II Cor. 24.21. Deu. 32.11. Psa. 17.8 e 91.4. [28] Psa. 118.26. cap. 21.9. _O sermão prophetico; o principio de dôres._ Mar. 13.1. Luc. 21.5-36. 24 E, quando Jesus ia saindo do templo, approximaram-se _d’elle_ os seus discipulos para lhe mostrarem a estructura do templo. 2 Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo [1] que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. 3 E, estando assentado no monte das Oliveiras, [2] chegaram-se a elle os seus discipulos em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas _coisas_, e que signal _haverá_ da tua vinda e do fim do mundo? 4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: [3] Acautelae-vos, que ninguem vos engane; 5 Porque [4] muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Christo; e seduzirão muitos. 6 E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhae não vos assusteis, porque é mister que _isso_ tudo aconteça, mas ainda não é o fim. 7 Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, [5] e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em varios logares. 8 Mas todas estas coisas _são_ o principio de dôres. 9 Então vos hão de entregar para serdes atormentados, [6] e matar-vos-hão: e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome. 10 Então muitos serão escandalizados, [7] e trahir-se-hão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão, 11 E surgirão muitos falsos prophetas, [8] e enganarão muitos. 12 E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. 13 Mas aquelle que perseverar até ao fim [9] será salvo. 14 E este evangelho do reino será prégado em todo o mundo, [10] em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim. _O sermão continúa. A grande tribulação._ 15 Quando pois virdes que a abominação da desolação, [11] de que fallou o propheta Daniel, está no logar sancto; quem lê, attenda; 16 Então, os que _estiverem_ na Judea, fujam para os montes; 17 E quem _estiver_ sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa da sua casa; 18 E quem estiver no campo não volte atraz a buscar os seus vestidos. 19 Mas ai das gravidas [12] e das que amamentarem n’aquelles dias! 20 E orae para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem em sabbado; 21 Porque [13] haverá então grande afflicção, como nunca houve desde o principio do mundo até agora, nem tão pouco ha de haver. 22 E, se aquelles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; [14] mas por causa dos escolhidos serão abreviados aquelles dias. 23 Então, se alguem vos disser: Eis que [15] o Christo _está_ aqui, ou ali, não deis credito; 24 Porque [16] surgirão falsos christos e falsos prophetas, e farão tão grandes signaes e prodigios que, se possivel fôra, enganariam até os escolhidos. 25 Eis que eu vol-o tenho predito. 26 Portanto, se vos disserem: Eis que elle está no deserto, não saiaes; Eis que elle _está_ nas camaras; não acrediteis. 27 Porque, como o relampago [17] sae do oriente e apparece até ao occidente, assim será tambem a vinda do Filho do homem. 28 Pois onde estiver o cadaver, [18] ahi se ajuntarão as aguias. _O sermão continúa: A vinda do Filho do homem._ 29 E, logo depois da afflicção d’aquelles dias, [19] o sol escurecerá, e a lua não dará o seu resplendor, e as estrellas cairão do céu, e as potencias dos céus serão abaladas. 30 Então apparecerá no céu [20] o signal do Filho do homem; e todas as tribus da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande gloria. 31 E enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, [21] e ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma á outra extremidade dos céus. 32 Aprendei pois _esta_ parabola da figueira: [22] Quando já o seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabeis que está proximo o verão. 33 Egualmente, quando virdes todas estas _coisas_, [23] sabei que está proximo ás portas. 34 Em verdade vos digo que não passará esta geração [24] sem que todas estas _coisas_ aconteçam. 35 O céu e a terra passarão, mas [25] as minhas palavras não hão de passar. _O sermão continúa: Exhortação á vigilancia._ 36 Porém d’aquelle dia e hora ninguem sabe, [26] nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pae. 37 E, como foi nos dias de Noé, assim será tambem a vinda do Filho do homem. 38 Porque como, [27] nos dias anteriores ao diluvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, 39 E não o conheceram, até que veiu o diluvio, e os levou a todos,—assim será tambem a vinda do Filho do homem. 40 Então, [28] dois estarão no campo; será levado um, e deixado outro. 41 Duas _estarão_ moendo no moinho; será levada uma, e deixada outra. 42 Vigiae, pois, [29] porque não sabeis a que hora ha de vir o vosso Senhor: 43 Mas considerae isto: [30] se o pae de familia soubesse a que vigilia da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. 44 Por isso, [31] estae vós apercebidos tambem; porque o Filho do homem ha de vir á hora em que não penseis. _O sermão continúa: A parabola dos dois servos._ 45 Quem é pois o servo fiel e prudente, [32] que o Senhor constituiu sobre os seus servos, para _lhes_ dar o sustento a seu tempo? 46 Bemaventurado aquelle servo que o Senhor, [33] quando vier, achar fazendo assim. 47 Em verdade vos digo [34] que o porá sobre todos os seus bens. 48 Porém, se aquelle mau servo disser comsigo: O meu senhor tarde virá; 49 E começar a espancar os _seus_ conservos, e a comer e beber com os temulentos, 50 Virá o senhor d’aquelle servo n’_um_ dia em que o não espera, e á hora em que elle não sabe, 51 E separal-o-ha, e porá a sua parte com os hypocritas: [35] ali haverá pranto e ranger de dentes. [1] I Reis 9.7. Jer. 26.18. Miq. 3.12. Luc. 19.44. [2] Mar. 13.3. I The. 5.1. [3] Eph. 5.6. Col. 2.8, 18. II The. 2.3. I João 4.1. [4] Jer. 14.14 e 23.21. João 5.43. [5] II Chr. 15.6. Isa. 19.2. Agg. 2.23. Zac. 14.13. [6] cap. 10.17. Mar. 13.9. Luc. 21.21. João 15.20. Act. 4.2. I Ped. 4.16. Apo. 2.10. [7] cap. 11.6 e 13.57. II Tim. 1.15 e 4.9, 16. [8] cap. 7.15. Act. 20.29. II Ped. 2.1. I Tim. 4.1. [9] cap. 10.22. Mar. 13.13. Heb. 3.6, 14. Apo. 2.10. [10] cap. 4.23 e 9.35. Rom. 10.18. Col. 1.6, 26. [11] Mar. 13.14. Luc. 21.20. Dan. 9.27 e 12.11. [12] Luc. 23.29. [13] Dan. 9.26 e 12.1. Joel 2.2. [14] Isa. 65.8, 9. Zac. 14.2, 3. [15] Mar. 13.21. Luc. 17.23 e 21.8. [16] Deu. 13.1. II The. 2.9. Apo. 13.13. João 6.37. Rom. 8.28. II Tim. 2.19. [17] Luc. 17.24. [18] Job 39.30. Luc. 17.37. [19] Dan. 7.11. Isa. 13.10. Eze. 32.7. Joel 2.10. Amós 5.20. Mar. 13.24. Luc. 21.25. Act. 2.20. Apo. 6.12. [20] Dan. 7.13. Zac. 12.12. cap. 16.27. Mar. 13.26. Apo. 1.7. [21] cap. 13.41. I Cor. 15.52. I The. 4.15. [22] Luc. 21.29. [23] Thi. 5.9. [24] cap. 16.28. Mar. 13.30. Luc. 21.32. [25] Isa. 51.6. Jer. 31.36. Mar. 13.31. Luc. 21.33. Heb. 1.11. [26] Mar. 13.32. Act. 1.7. I The. 5.2. II Ped. 3.10. Zac. 14.7. [27] Gen. 6.3. Luc. 17.26. I Ped. 3.20. [28] Luc. 17.34, etc. [29] cap. 25.13. Mar. 13.33. Luc. 21.36. [30] Luc. 12.39. I The. 5.2. II Ped. 3.10. Apo. 3.3 e 16.15. [31] cap. 25.13. I The. 5.6. [32] Luc. 12.42. Act. 20.28. I Cor. 4.2. Heb. 3.5. [33] Apo. 16.15. [34] cap. 25.21, 23. Luc. 22.29. [35] cap. 8.12 e 25.30. _O sermão prophetico continúa: A parabola das dez virgens._ 25 Então o reino dos céus será similhante a dez virgens que, tomando as suas [AFV] lampadas, sairam ao encontro do [1] esposo. 2 E cinco d’ellas eram prudentes, [2] e cinco loucas. 3 As loucas, tomando as suas lampadas, não levaram azeite comsigo, 4 Mas as prudentes levaram azeite nos seus vasos, com as suas lampadas. 5 E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, [3] e adormeceram. 6 Mas á meia noite ouviu-se um clamor: [4] Ahi vem o esposo, sahi-lhe ao encontro. 7 Então todas aquellas virgens se levantaram, [5] e prepararam as suas lampadas. 8 E as loucas disseram ás prudentes: Dae-nos do vosso azeite, porque as nossas lampadas se apagam. 9 Mas as prudentes responderam, dizendo: _Não_ seja caso que nos falte a nós e a vós; ide antes aos que _o_ vendem, e comprae-_o_ para vós. 10 E, tendo ellas ido compral-o, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com elle para as bodas, [6] e fechou-se a porta. 11 E depois chegaram tambem as outras virgens, dizendo: [7] Senhor, Senhor, abre-nos. 12 E elle, respondendo, disse: Em verdade vos digo [8] que vos não conheço. 13 Vigiae pois, [9] porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem ha de vir. _O sermão continúa: A parabola dos dez talentos._ Luc. 19.11-27. 14 Porque, _é_ tambem como um homem que, partindo para fóra da _sua_ terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens; 15 E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, [10] e ausentou-se logo para longe. 16 E, tendo elle partido, o que recebera cinco talentos negociou com elles, e grangeou outros cinco talentos. 17 Da mesma sorte, o que _recebera_ dois, grangeou tambem outros dois; 18 Mas o que recebera um foi enterral-o no chão, e escondeu o dinheiro do seu senhor. 19 E muito tempo depois veiu o senhor d’aquelles servos, e fez contas com elles. 20 Então approximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que grangeei com elles. 21 E o seu senhor lhe disse: Bem _está_, servo bom e fiel. [11] Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; [12] entra no gozo do teu senhor. 22 E, chegando tambem o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com elles grangeei outros dois talentos. 23 Disse-lhe o seu senhor: [13] Bem _está_, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. 24 Mas, chegando tambem o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; 25 E, atemorisado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o _que é_ teu. 26 Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei; 27 Por isso te cumpria dar o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros. 28 Tirae-lhe pois o talento, e dae-o ao que tem os dez talentos. 29 Porque a qualquer que tiver será dado, [14] e terá em abundancia; mas ao que não tiver até o que tem será tirado. 30 Lançae pois o servo inutil nas trevas exteriores: ali haverá pranto e [15] ranger de dentes. _O fim do sermão prophetico: A vida eterna e o castigo eterno._ 31 E quando o Filho do homem vier em sua gloria, [16] e todos os sanctos anjos com elle, então se assentará no throno da sua gloria; 32 E todas as nações serão reunidas diante d’elle, e apartará uns dos outros, [17] como o pastor aparta dos bodes as ovelhas, 33 E porá as ovelhas á sua direita, mas os bodes á esquerda. 34 Então dirá o Rei aos que _estiverem_ á sua direita: [18] Vinde, bemditos de meu Pae, possui por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; 35 Porque tive fome, [19] e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; 36 _Estava_ nú, [20] e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. 37 Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e _te_ démos de comer? ou com sede, e _te_ démos de beber? 38 E quando te vimos estrangeiro, e _te_ hospedámos? ou nú, e _te_ vestimos? 39 E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? 40 E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo [21] que, quando _o_ fizestes a um d’estes meus pequeninos irmãos, a mim _o_ fizestes. 41 Então dirá tambem _aos que estiverem_ á sua esquerda: [22] Apartae-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; 42 Porque tive fome, e não me destes de comer: tive sede, e não me destes de beber; 43 Sendo estrangeiro, não me recolhestes; _estando_ nú, não me vestistes; enfermo, e na prisão, não me visitastes. 44 Então elles tambem lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nú, ou enfermo, ou na prisão, e te não servimos? 45 Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando [23] a um d’estes pequeninos _o_ não fizestes, não o fizestes a mim. 46 E estes irão [24] para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna. [1] Eph. 5.29. Apo. 19.7 e 21.2, 9. [2] cap. 13.47 e 22.10. [3] I The. 5.6. [4] cap. 24.31. [5] Luc. 12.35. [6] Luc. 13.25. [7] cap. 7.21, 22, 23. [8] Psa. 5.6. Hab. 1.13. João 9.31. [9] cap. 24.42, 46. Mar. 13.33, 35. Luc. 21.36. I Cor. 16.13. I The. 5.6. I Ped. 5.8. Apo. 16.15. [10] Rom. 12.6. I Cor. 12.7, 11, 29. Eph. 4.11. [11] cap. 24.47. ver. 34, 46. Luc. 12.44 e 22.29, 30. [12] II Tim. 2.12. Heb. 12.2. I Ped. 1.8. [13] ver. 21. [14] cap. 13.12. Mar. 4.25. Luc. 8.18 e 19.26. João 15.2. [15] cap. 8.12 e 24.51. [16] Zac. 14.5. cap. 16.27. Mar. 8.38. Act. 1.11. I The. 4.16. II The. 1.7. Jud. 14. Apo. 1.7. [17] Rom. 14.10. II Cor. 5.10. Apo. 20.12. Eze. 20.38 e 34.17. cap. 13.49. [18] Rom. 8.17. I Ped. 1.4. Apo. 21.7. cap. 20.23. Mar. 10.40. I Cor. 2.9. Heb. 11.16. [19] Isa. 58.7. Eze. 18.7. Thi. 1.27. Heb. 13.2. III João 5. [20] Thi. 2. II Tim. 1.16. [21] Pro. 14.31 e 19.17. cap. 10.42. Mar. 9.40. Heb. 6.10. [22] Psa. 6.8. cap. 7.23 e 13.40. Luc. 13.27. II Ped. 2.4. Jud. 6. [23] Pro. 14.31 e 17.5. Zac. 2.8. Act. 9.5. [24] Dan. 12.2. João 5.29. Rom. 2.7. _A consulta dos sacerdotes e dos escribas._ Mar. 14.1, 2. Luc. 22.1, 2. 26 E aconteceu que, quando Jesus concluiu todos estes discursos, disse aos seus discipulos: 2 Bem sabeis que d’aqui a dois dias é [1] a paschoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado. 3 Então os principes dos sacerdotes, e os escribas, [2] e os anciãos do povo reuniram-se na sala do summo sacerdote, o qual se chamava Caiphás, 4 E consultaram-se juntamente para prenderem Jesus com dolo e o matarem. 5 Porém diziam: Não durante a festa, para que não haja alvoroço entre o povo. _O jantar em Bethania._ Mar. 14.3-9. João 11.1-8. 6 E, estando Jesus em Bethania, em casa de Simão, o leproso, 7 Approximou-se d’elle uma mulher com um vaso d’alabastro, com unguento de grande valor, e derramou-lh’o sobre a cabeça, estando elle assentado _á mesa_. 8 E os seus discipulos, vendo _isto_, [3] indignaram-se, dizendo: Porque _se faz_ este desperdicio? 9 Pois este unguento podia vender-se por grande preço, e dar-se o dinheiro aos pobres. 10 Jesus, porém, conhecendo _isto_, disse-lhes: Porque affligis esta mulher? pois praticou _uma_ boa acção para comigo. 11 Porquanto [4] sempre tendes comvosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre. 12 Ora, derramando ella este unguento sobre o meu corpo, fel-o preparando-me para o meu enterramento. 13 Em verdade vos digo que, onde quer que este Evangelho fôr prégado, em todo o mundo, tambem será dito o que ella fez, para memoria sua. _O preço da traição._ Mar. 14.10, 11. Luc. 22.3-6. 14 Então um dos doze chamado Judas Iscariotes, foi ter [5] com os principes dos sacerdotes, 15 E disse: [6] Que me quereis dar, e eu vol-o entregarei? E elles lhe arbitraram trinta [AFW] _moedas_ de prata, 16 E desde então buscava opportunidade para o entregar. _A ultima paschoa, a sancta ceia._ Mar. 12.14-26. Luc. 22.7-23. I Cor. 11.23-29. 17 E, no [7] primeiro _dia da festa_ dos pães asmos, chegaram os discipulos junto de Jesus, dizendo: Onde queres que te preparemos _o necessario_ para comer a paschoa? 18 E elle disse: Ide á cidade a _um_ certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está proximo; em tua casa celebro a paschoa com os meus discipulos. 19 E os discipulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a paschoa. 20 E, chegada a tarde, [8] assentou-se _á mesa_ com os doze. 21 E, comendo elles, disse: Em verdade vos digo que um de vós me ha de trahir. 22 E elles, entristecendo-se muito, começaram cada um a dizer-lhe: _Porventura_ sou eu, Senhor? 23 E elle, respondendo, disse: [9] O que mette a mão no prato comigo, esse me ha de trahir. 24 Em verdade o Filho do homem vae, como ácerca [10] d’elle está escripto, mas ai d’aquelle homem por quem o Filho do homem é trahido! bom seria a esse homem se não houvera nascido. 25 E, respondendo Judas, o que o trahia, disse: _Porventura_ sou eu, Rabbi? Elle disse: Tu o disseste. 26 E, quando comiam, [11] Jesus tomou o pão, e, abençoando-_o_, o partiu, e o deu aos discipulos, e disse: Tomae, comei, isto é o meu corpo. 27 E, tomando o calix, e dando graças, deu-lh’_o_, dizendo: [12] Bebei d’elle todos; 28 Porque isto é o meu sangue, [13] o _sangue_ do [AFX] Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos peccados. 29 E digo-vos que, desde agora, não beberei [14] d’este fructo da vide até áquelle dia em que o beber de novo comvosco no reino de meu Pae. 30 E, tendo cantado [15] o hymno, sairam para o monte das Oliveiras. _Pedro é avisado._ Mar. 14.27-31. Luc. 22.31-34. João 13.36-38. 31 Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; [16] porque está escripto: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão. 32 Mas, depois de eu resuscitar, [17] irei adiante de vós para a Galilea. 33 Pedro, porém, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei. 34 Disse-lhe Jesus: [18] Em verdade te digo que, n’esta mesma noite, antes que o gallo cante, tres vezes me negarás. 35 Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja mister morrer comtigo, não te negarei. E o mesmo todos os discipulos disseram. _Jesus em Gethsemane._ Mar. 14.32-42. Luc. 22.39-46. João 18.1. 36 Então chegou Jesus com elles a um logar chamado Gethsemane, e disse aos discipulos: Assentae-vos aqui, emquanto vou além, a orar. 37 E, levando comsigo Pedro e [19] os dois filhos de Zebedeo, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. 38 Então lhes disse: [20] A minha alma está cheia de tristeza até á morte; ficae aqui, e velae comigo. 39 E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando [21] e dizendo: Meu Pae, [22] se é possivel, passe de mim este calix; porém, não como eu quero, mas como tu _queres_. 40 E voltou para os seus discipulos, e achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora podeste velar comigo? 41 Vigiae e orae, [23] para que não entreis em tentação: na verdade, o espirito _está_ prompto, mas a carne _é_ fraca. 42 E, indo segunda vez, orou, dizendo: Meu Pae, se este calix não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. 43 E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam carregados. 44 E, deixando-os, voltou, e orou terceira vez, dizendo as mesmas palavras. 45 Então chegou junto dos seus discipulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousae; eis que é chegada a hora, e o Filho do homem será entregue nas mãos dos peccadores. 46 Levantae-vos, partamos; eis que é chegado o que me trahe. _Jesus é preso._ Mar. 14.43-50. Luc. 22.47-53. João 18.2-11. 47 E, estando elle ainda a fallar, eis que chegou Judas, um dos doze, e com elle _uma_ grande multidão com espadas e varapaus, _enviada_ pelos principes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. 48 E o que o trahia tinha-lhes dado signal, dizendo: O que eu beijar é elle; prendei-o. 49 E logo, approximando-se de Jesus, disse: Eu te saudo Rabbi. E [24] beijou-o. 50 Jesus, porém, lhe disse: [25] Amigo, a que vieste? Então, approximando-se, lançaram mão de Jesus, e prenderam-n’o. 51 E eis que [26] um dos que _estavam_ com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do summo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. 52 Então Jesus disse-lhe: Mette no seu logar a tua espada; porque [27] todos os que lançarem mão da espada á espada morrerão. 53 Ou pensas tu que não poderia eu agora orar a meu Pae, e elle não me daria mais de doze legiões [28] d’anjos? 54 Como pois se cumpririam as Escripturas, [29] _que dizem_ que assim convem que aconteça? 55 Então disse Jesus á multidão: Saistes, como a um salteador, com espadas e varapaus para me prender? todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes. 56 Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escripturas dos prophetas. [30] Então todos os discipulos, deixando-o, fugiram. _Jesus perante o synhedrio._ Mar. 14.53-65. Luc. 22.63-71. João 18.12-27. 57 E, os que prenderam a Jesus, o conduziram ao summo sacerdote, Caiphás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos. 58 E Pedro o seguiu de longe até ao pateo do summo sacerdote: e, entrando dentro, assentou-se entre os creados, para vêr o fim. 59 E os principes dos sacerdotes, e os anciãos, e todo o conselho, buscavam falso testemunho contra Jesus, para o poderem matar, 60 Mas não o achavam, apezar de se apresentarem [31] muitas testemunhas falsas; [32] mas por fim chegaram duas falsas testemunhas, 61 E disseram: Este disse: Eu posso [33] derribar o templo de Deus, e reedifical-o em tres dias. 62 E, levantando-se o [34] summo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra ti? 63 Jesus, porém, [35] guardava silencio. E, insistindo o summo sacerdote, disse-lhe: [36] Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Christo, o Filho de Deus. 64 Disse-lhe Jesus: Tu _o_ disseste; digo-vos, porém, que vereis [37] em breve o Filho do homem assentado á direita da magestade _divina_, e vindo sobre as nuvens do céu. 65 Então [38] o summo sacerdote rasgou os seus vestidos, dizendo: Blasphemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua blasphemia. 66 Que vos parece? E elles, respondendo, disseram: [39] E réu de morte. 67 Então cuspiram-lhe [40] no rosto; e _uns_ lhe davam punhadas, e outros _o_ esbofeteavam, 68 Dizendo: [41] Prophetiza-nos, Christo, quem é o que te bateu? _Pedro nega a Jesus._ Mar. 14.66-72. Luc. 22.54-62. João 18.15-18. 69 E Pedro estava assentado fóra, no pateo, e approximou-se d’elle uma creada, dizendo: Tu tambem estavas com Jesus, o galileo. 70 Mas elle negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. 71 E, saindo para o vestibulo, viu-o outra, e disse aos que ali estavam: Este tambem estava com Jesus, o nazareno. 72 E elle negou outra vez com juramento, dizendo: Não conheço _tal_ homem. 73 E, d’ahi a pouco, approximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente tambem tu és _um_ d’elles, pois a [42] tua falla te denuncia. 74 Então começou elle a [43] imprecar e a jurar, _dizendo_: Não conheço _esse_ homem. E immediatamente o gallo cantou. 75 E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: [44] Antes que o gallo cante, tres vezes me negarás. E, saindo d’ali, chorou amargamente. [1] João 13.1. [2] Psa. 2.2. João 11.47. Act. 4.25, etc. [3] João 12.4. [4] Deu. 15.11. João 12.8 e 13.33 e 14.19. cap. 18.20. [5] João 13.2, 30. cap. 10.4. [6] Zac. 11.12. cap. 27.3. [7] Exo. 12.6, 18. [8] Mar. 14.17, 21. Luc. 22.14. João 13.21. [9] Psa. 41.9. Luc. 22.21. João 13.18. [10] Isa. 53. Dan. 9.26. Mar. 9.12. Luc. 24.46. Act. 17.2. I Cor. 15.3. João 17.12. [11] Mar. 14.22. Luc. 22.19. I Cor. 11.23, 24, 25 e 10.16. [12] Mar. 14.23. [13] Exo. 24.8. Lev. 17.11. Jer. 31.31. cap. 20.28. Rom. 5.15. Heb. 9.22. [14] Mar. 14.25. Luc. 22.18. Act. 10.41. [15] Mar. 14.26. [16] João 16.32. cap. 11.6. Zac. 13.7. [17] cap. 28.7, 10, 16. Mar. 14.28 e 16.7. [18] Mar. 14.30. Luc. 22.34. João 13.38. [19] cap. 4.21. [20] João 12.27. [21] Mar. 14.36. Luc. 22.42. Heb. 5.7. [22] João 12.27 e 5.30 e 6.38. cap. 20.22. Phi. 2.8. [23] Mar. 13.33 e 14.38. Luc. 22.40, 46. Eph. 6.18. [24] II Sam. 20.9. [25] Psa. 41.9 e 54.3. [26] João 18.10. [27] Gen. 9.6. Apo. 13.10. [28] II Reis 6.17. Dan. 7.10. [29] Isa. 53.7, etc. ver. 24. Luc. 24.25, 44, 46. [30] Lam. 4.20. ver. 54. João 18.15. [31] Psa. 27.12 e 35.11. Mar. 14.55. Act. 6.13. [32] Deu. 19.15. [33] cap. 27.40. João 2.19. [34] Mar. 14.60. [35] Isa. 53.7. cap. 27.22. [36] Lev. 5.1. I Sam. 14.24. [37] Dan. 7.13. Luc. 21.27. João 1.51. Rom. 14.10. I The. 4.15. Apo. 1.7. Psa. 110.1. Act. 7.55. [38] II Reis 18.37 e 19.1. [39] Lev. 24.16. João 19.7. [40] Isa. 50.6 e 53.3. cap. 27.30. Luc. 22.63. João 19.3. [41] Mar. 14.65. Luc. 22.64. [42] Luc. 22.59. [43] Mar. 14.71. [44] ver. 34. Mar. 14.30. Luc. 22.61, 62. João 13.38. _O suicidio de Judas._ Act. 1.16-19. 27 E, chegando a manhã, [1] todos os principes dos sacerdotes, e os anciãos do povo, formavam juntamente conselho contra Jesus, para o matarem; 2 E levaram-n’o maniatado, [2] e entregaram-n’o ao [AFY] presidente Poncio Pilatos. 3 Então Judas, [3] o que o trahira, vendo que fôra condemnado, devolveu, arrependido, as trinta [AFZ] _moedas_ de prata aos principes dos sacerdotes e aos anciãos, 4 Dizendo: Pequei, trahindo o sangue innocente. Elles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é comtigo. 5 E elle, atirando para o templo as _moedas_ de prata, [4] retirou-se, e, indo, enforcou-se. 6 E os principes dos sacerdotes, tomando as _moedas_ de prata, disseram: Não é licito mettel-as no cofre das offertas, porque são preço de sangue. 7 E, tendo deliberado juntamente, compraram com ellas o campo do oleiro, para sepultura dos estrangeiros. 8 Por isso foi chamado aquelle campo, [5] até ao _dia d_’hoje, Campo de sangue. 9 Então se realisou o que vaticinara o propheta Jeremias: [6] Tomaram as trinta _moedas_ de prata, preço do avaliado, que os filhos d’Israel avaliaram, 10 E deram-n’as pelo campo do oleiro, segundo o que o Senhor determinou. _Jesus perante Pilatos._ Mar. 15.1-20. Luc. 23.1-25. João 18.26-28; 19.1-16. 11 E foi Jesus apresentado ao presidente, e o presidente o interrogou, dizendo: És tu o Rei dos judeos? E disse-lhe [7] Jesus: Tu _o_ dizes. 12 E, sendo accusado pelos principes dos sacerdotes e pelos anciãos, [8] nada respondeu. 13 Disse-lhe então Pilatos: [9] Não ouves quanto testificam contra ti? 14 E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o presidente estava muito maravilhado. 15 Ora, [10] _por occasião_ da festa, costumava o presidente soltar um preso, escolhendo o povo aquelle que quizesse. 16 E tinham então um preso bem conhecido, chamado Barrabás. 17 Portanto, reunindo-se elles, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Christo? 18 Porque sabia que por inveja o haviam entregado. 19 E, estando elle assentado no tribunal, mandou sua mulher dizer-lhe: Não entres na questão d’esse justo, porque n’um sonho muito soffri por causa d’elle. 20 Mas os [11] principes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram á multidão que pedisse Barrabás e matasse Jesus. 21 E, respondendo o presidente, disse-lhes: Qual d’esses dois quereis vós que eu solte? E elles disseram: Barrabás. 22 Disse-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, chamado Christo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado. 23 O [AGA] presidente, porém, disse: Pois que mal tem feito? E elles mais clamavam, dizendo: Seja crucificado. 24 Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto [12] crescia, tomando agua, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou innocente do sangue d’este justo: considerae-o vós. 25 E, respondendo todo o povo, disse: O [13] seu sangue seja sobre nós e sobre nossos filhos. 26 Então soltou-lhes Barrabás, e, tendo _mandado_ [14] açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado. 27 E logo os soldados do presidente, conduzindo Jesus [AGB] á audiencia, reuniram junto d’elle toda a cohorte. 28 E, despindo-o, o cobriram com uma capa de [15] escarlata; 29 E, tecendo uma corôa [16] d’espinhos, pozeram-lh’a na cabeça, e em sua _mão_ direita uma canna; e, ajoelhando diante d’elle, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeos. 30 E, cuspindo [17] n’elle, tiraram-lhe a canna, e batiam-lhe _com ella_ na cabeça. 31 E, depois de o haverem escarnecido, tiraram-lhe a capa, vestiram-lhe os seus vestidos e o levaram a crucificar. _A crucifixão._ Mar. 15.21-24. Luc. 23.26-49. João 19.17-37. 32 E, quando sahiam, [18] encontraram um homem cyreneo, chamado Simão: a este constrangeram a levar a sua cruz. 33 E, chegando ao [19] logar chamado Golgotha, que se diz: Logar da Caveira, 34 Deram-lhe a beber vinagre misturado [20] com fel; mas, provando-o, não quiz beber. 35 E, havendo-o crucificado, repartiram [21] os seus vestidos, lançando sortes: para que se cumprisse o que foi dito pelo propheta: Repartiram [22] entre si os meus vestidos, e sobre a minha tunica lançaram sortes. 36 E, assentados, o [AGC] guardavam ali. 37 E por cima da sua cabeça pozeram [23] escripta a sua accusação: [24] ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEOS. 38 E foram crucificados [25] com elle dois salteadores, um á direita, e outro á esquerda. 39 E os que passavam [26] blasphemavam d’elle, meneando as cabeças, 40 E dizendo: [27] Tu, que destroes o templo, e em tres dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz. 41 E da mesma maneira tambem os principes dos sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e phariseos, escarnecendo, diziam: 42 Salvou a outros, a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei d’Israel, desça agora da cruz, e creremos n’elle; 43 Confiou em Deus; [28] livre-o agora, se o ama; porque disse: Sou Filho de Deus. 44 E o mesmo lhe lançaram tambem em rosto os salteadores [29] que estavam crucificados com elle. 45 E desde a hora [30] sexta houve trevas sobre toda a terra, até á hora nona. 46 E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, [31] dizendo: Eli, Eli, lama sabachthani; isto é, [32] Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? 47 E alguns dos que ali estavam, ouvindo _isto_, diziam: Este chama por Elias. 48 E logo um d’elles, correndo, tomou uma esponja, [33] e encheu-_a_ de vinagre, e, pondo-_a_ n’uma canna, dava-lhe de beber. 49 Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livral-o. 50 E Jesus, [34] clamando outra vez com grande voz, rendeu o espirito. 51 E eis que o véu do templo [35] se rasgou em dois, d’alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as [AGD] pedras, 52 E abriram-se os sepulchros, e muitos corpos de sanctos que dormiam foram resuscitados, 53 E, saindo dos sepulchros, depois da resurreição d’elle, entraram na cidade sancta, e appareceram a muitos. 54 E o centurião [36] e os que com elle guardavam a Jesus, vendo o terremoto, e as _coisas_ que haviam succedido, tiveram grande temor, _e_ disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus. 55 E estavam ali olhando de longe muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galilea, [37] servindo-o, 56 Entre as quaes estavam Maria Magdalena, [38] e Maria, mãe de Thiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeo. _A sepultura de Jesus._ Mar. 15.42-47. Luc. 23.50-57. João 19.38-42. 57 E, vinda já a tarde, chegou um homem rico de Arimathea, por nome José, que tambem era discipulo de Jesus. 58 Este chegou a Pilatos, e pediu-lhe o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que o corpo _lhe_ fosse dado. 59 E José, tomando o corpo, envolveu-o n’um fino e limpo lençol, 60 E o poz no seu sepulchro novo, [39] que havia lavrado n’_uma_ rocha, e, revolvendo uma grande pedra para a porta do sepulchro, foi-se. 61 E estavam ali Maria Magdalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulchro. 62 E no dia seguinte, que é depois da preparação, reuniram-se os principes dos sacerdotes e os phariseos em casa de Pilatos, 63 Dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquelle enganador, vivendo ainda, disse: [40] Depois de tres dias resuscitarei. 64 Manda pois que o sepulchro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, não seja caso que os seus discipulos vão de noite, e o furtem, e digam ao povo: Resuscitou dos mortos; e _assim_ o ultimo erro será peior do que o primeiro. 65 E disse-lhes Pilatos: [AGE] Tendes a guarda; ide, guardae-_o_ como entenderdes. 66 E, indo elles, seguraram o sepulchro com a guarda, [41] sellando a pedra. [1] Psa. 2.2. Mar. 15.1. Luc. 22.66 e 23.1. João 18.28. [2] cap. 20.19. Act. 3.13. [3] cap. 26.14, 15. [4] II Sam. 17.23. Act. 1.18. [5] Act. 1.19. [6] Zac. 11.12, 13. [7] João 18.37. I Tim. 6.13. [8] cap. 26.53. João 19.9. [9] cap. 26.62. João 19.10. [10] Mar. 15.6. Luc. 21.17. João 18.39. [11] Mar. 15.11. Luc. 23.18. João 18.40. Act. 8.14. [12] Deu. 21.6. [13] Deu. 19.10. Jos. 2.19. II Sam. 1.16. I Reis 2.32. Act. 5.28. [14] Isa. 53.5. Mar. 15.15 e 16. Luc. 23.16, 24, 25. João 19.1, 16 e 19.2. [15] Luc. 23.11. João 19.2. [16] Psa. 69.20. Isa. 53.3. [17] Isa. 50.6. cap. 26.67. [18] Num. 15.35. I Reis 21.13. Act. 7.57. Heb. 13.12. [19] Mar. 15.22. Luc. 23.33. João 19.17. [20] Psa. 69.21. ver. 48. [21] Mar. 15.24. Luc. 23.34. João 19.24. [22] Psa. 22.18. [23] ver. 54. [24] Mar. 15.26. Luc. 23.38. João 19.19. [25] Isa. 53.12. Mar. 15.27. Luc. 23.32, 33. João 19.18. [26] Psa. 22.7 e 109.25. Mar. 15.29. Luc. 23.35. [27] cap. 26.61, 63. João 2.19. [28] Psa. 22.7, 8. [29] Mar. 13.32. Luc. 23.39. [30] Amós 8.9. Mar. 15.33. Luc. 23.44. [31] Heb. 5.7. [32] Psa. 22.1. [33] Psa. 69.21. Mar. 15.36. Luc. 23.36. João 19.29. [34] Mar. 15.37. Luc. 23.46. [35] Exo. 26.31. II Chr. 3.14. Mar. 15.38. Luc. 23.45. [36] ver. 36. Mar. 15.39. Luc. 23.47. [37] Luc. 8.2, 3. [38] Mar. 15.40. [39] Isa. 53.9. [40] cap. 16.21 e 26.61. Mar. 8.31 e 10.34. Luc. 9.22 e 24.6. João 2.19. [41] Dan. 6.17. _A resurreição._ Mar. 16.1-8. Luc. 24.1-12. João 20.1-18. 28 E, no fim do sabbado, quando já começava a despontar para o primeiro _dia_ da semana, Maria Magdalena e a outra Maria foram vêr o sepulchro; 2 E eis que houvera um grande terremoto, porque o anjo [1] do Senhor, descendo do céu, chegou, e revolveu a pedra da porta, e estava assentado sobre ella. 3 E o seu [2] aspecto era como um relampago, e o seu vestido branco como neve. 4 E os guardas, com medo d’elle, ficaram muito assombrados, e tornaram-se como mortos. 5 Mas o anjo, fallando, disse ás mulheres: Vós não tenhaes medo; pois eu sei que buscaes a Jesus, que foi crucificado. 6 Não está aqui, porque _já_ resuscitou, como havia dito. [3] Vinde, vêde o logar onde o Senhor jazia. 7 E ide immediatamente, e dizei aos seus discipulos que _já_ resuscitou dos mortos. E eis que elle vae [4] adiante de vós para a Galilea; ali o vereis. Eis que eu vol-o tenho dito. 8 E, saindo ellas pressurosamente do sepulchro, com temor e grande alegria, correram a annuncial-o aos seus discipulos; 9 E, indo ellas annuncial-o aos seus discipulos, eis que Jesus lhes sae ao encontro, [5] dizendo: Eu vos saúdo. E ellas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram. 10 Então Jesus disse-lhes: Não temaes; ide, e annunciae a [6] meus irmãos que vão a Galilea, e lá me verão. _A mentira dos judeos._ 11 E, indo ellas, eis que alguns da guarda, chegando á cidade, annunciaram aos principes dos sacerdotes todas as coisas que haviam acontecido. 12 E, congregados elles com os anciãos, e tomando conselho entre si, deram muito dinheiro aos soldados, dizendo: 13 Dizei: Vieram de noite os seus discipulos e, dormindo nós, o furtaram; 14 E, se isto chegar a ser ouvido pelo [AGF] presidente, nós o persuadiremos, e vos poremos em segurança. 15 E elles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruidos. E foi divulgado este dito entre os judeos, até ao _dia d_’hoje. _Jesus apparece aos seus discipulos em Galilea._ 16 E os onze discipulos partiram para Galilea, para o monte, que [7] Jesus lhes tinha destinado. 17 E, quando o viram o adoraram; mas alguns duvidaram. 18 E, chegando-se Jesus, fallou-lhes, dizendo: [8] É-me dado todo o poder no céu e na terra. 19 Portanto ide, [9] [AGG] ensinae todas as nações, baptizando-as em nome do Pae, e do Filho e do Espirito Sancto; 20 Ensinando-as [10] a guardar todas as _coisas_ que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou comvosco todos os dias, até á consummação do mundo. Amen. [1] Mar. 16.5. Luc. 24.4. João 20.12. [2] Dan. 10.6. [3] cap. 12.40 e 16.21 e 17.22 e 20.19. [4] cap. 26.32. Mar. 16.7. [5] Mar. 16.9. João 20.14. [6] João 20.17. Rom. 3.29. Heb. 2.11. [7] cap. 26.32. [8] Dan. 7.14. cap. 11.27. Luc. 10.22. João 13.3 e 17.2. Act. 2.36. Rom. 14.9. I Cor. 15.27. Eph. 1.10. Phi. 2.9. Heb. 1.2 e 2.8. I Ped. 3.22. Apo. 17.14. [9] Mar. 16.15. Isa. 52.10. Luc. 24.47. Act. 2.38. Rom. 10.18. Col. 1.23. [10] Act. 2.42. O SANCTO EVANGELHO SEGUNDO S. MARCOS. _João Baptista._ Mat. 3.1-12, etc. [Anno Domini 30] 1 Principio do Evangelho de Jesus Christo, Filho [1] de Deus; 2 Como está escripto nos prophetas: [2] Eis-que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti. 3 Voz do que clama no [3] deserto: preparae o caminho do Senhor, endireitae as suas veredas. 4 Estava João baptizando no deserto, [4] e pregando o baptismo do arrependimento, para remissão dos peccados. 5 E toda a provincia da Judea e os de Jerusalem iam ter com elle; [5] e todos eram baptizados por elle no rio Jordão, confessando os seus peccados. 6 E João andava [6] vestido de pellos de camelo, e com um cinto de coiro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre. 7 E prégava, dizendo: Após mim vem aquelle que é mais forte do que eu, [7] ao qual não sou digno de, encurvande me, desatar a correia das suas alparcas. 8 Eu, em verdade, tenho-vos [8] baptizado com agua; elle, porém, vos baptizará com o Espirito Sancto. _O baptismo e tentação de Jesus._ Mat. 3.13-17; 4.1-11. 9 E aconteceu [9] n’aquelles dias que Jesus, tendo ido de Nazareth, da Galilea, foi baptizado por João, no Jordão. 10 E, logo que saiu [10] da agua, viu os céus abertos, e o Espirito, que como pomba descia sobre elle. 11 E ouviu-se uma voz dos céus, _que dizia_: Tu és o meu [11] Filho amado em quem me comprazo. 12 E logo [12] o Espirito o impelliu para o deserto, 13 E esteve ali no deserto quarenta dias, tentado por Satanaz. E estava com as féras, [13] e os anjos o serviam. _Vocação dos primeiros apostolos._ Mat. 4.12-25. 14 E, depois que João foi entregue á prisão, veiu Jesus para a Galilea, prégando o Evangelho do reino de Deus, 15 E dizendo: [14] O tempo está cumprido, e o reino de Deus está proximo. Arrependei-vos, [15] e crede no Evangelho. 16 E, andando junto do mar da Galilea, [16] viu Simão, e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores. 17 E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejaes pescadores de homens. 18 E, [17] deixando logo as suas redes, o seguiram. 19 E, passando d’ali [18] um pouco mais adiante, viu Thiago, _filho_ de Zebedeo, e João, seu irmão, que _estavam_ no barco concertando as _redes_, 20 E logo os chamou. E elles, deixando o seu pae Zebedeo no barco com os jornaleiros, foram após elle. _A cura do endemoninhado de Capernaum._ Luc. 4.31-37. 21 E entraram em [19] Capernaum, e, logo no sabbado, entrando na synagoga, ensinava. 22 E maravilharam-se [20] da sua doutrina, porque os ensinava como tendo auctoridade, e não como os escribas. 23 E [21] estava na synagoga d’elles um homem com um espirito immundo, e exclamou, dizendo: 24 Ah! que temos [22] comtigo, Jesus nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Sancto de Deus. 25 E reprehendeu-o Jesus, [23] dizendo: Cala-te, e sae d’elle. 26 Então o espirito immundo, despedaçando-o, [24] e clamando com grande voz, saiu d’elle. 27 E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? que nova doutrina _é_ esta? pois até com auctoridade ordena aos espiritos immundos, e elles lhe obedecem! 28 E logo correu a sua fama por toda a provincia da Galilea. _A cura da sogra de Pedro._ Mat. 8.14-17. 29 E [25] logo, saindo da synagoga, foram a casa de Simão e de André com Thiago e João. 30 E a sogra de Simão estava deitada com febre; e logo lhe fallaram d’ella. 31 Então, chegando-se a ella, tomou-a pela mão, e levantou-a: e logo a febre a deixou, e servia-os. 32 E, tendo chegado a [26] tarde, quando já se estava pondo o sol, trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos, e os endemoninhados. 33 E toda a cidade se ajuntou á porta. 34 E curou muitos que se _achavam_ enfermos de diversas enfermidades, [27] e expulsou muitos demonios, porém não deixava fallar os demonios, porque o conheciam. 35 E, levantando-se de manhã muito cedo, [28] fazendo ainda escuro, saiu, e foi para um logar deserto, e ali orava. 36 E seguiram-n’o Simão e os que com elle estavam. 37 E, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam. 38 E elle lhes disse: [29] Vamos ás aldeias visinhas, para que eu ali tambem prégue; porque para [30] isso vim. 39 E prégava nas synagogas d’elles por toda a [31] Galilea, e expulsava os demonios. _A cura d’um leproso._ Mat. 8.1-4, etc. [Anno Domini 31] 40 E approximou-se d’elle [32] um leproso, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante d’elle, e dizendo-lhe: Se queres, podes limpar-me. 41 E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero; sê limpo. 42 E, tendo elle dito _isto_, logo a lepra desappareceu, e ficou limpo. 43 E, ameaçando-o, logo o despediu de si, 44 E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguem; porém vae, mostra-te ao sacerdote, e offerece pela tua purificação o que [33] Moysés determinou, para lhes servir de testemunho. 45 Mas, [34] tendo elle saido, começou a apregoar muitas coisas, e a divulgar o que acontecera; de sorte que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se fóra em logares desertos: [35] e de todas as partes iam ter com elle. [1] Mat. 14.33. Luc. 1.35. João 1.34. [2] Mal. 3.1. Mat. 11.10. Luc. 7.27. [3] Isa. 40.3. Mat. 3.3. Luc. 3.4. João 1.15. [4] Mat. 3.1. Luc. 3.3. João 3.23. [5] Mat. 3.5. [6] Mat. 3.4. Lev. 11.22. [7] Mat. 3.11. João 1.27. Act. 13.25. [8] Act. 1.5 e 11.16 e 19.4. Isa. 44.3. Joel 2.28. Act. 2.4 e 10.45. I Cor. 12.13. [9] Mat. 13.18. Luc. 3.21. [10] Mat. 3.16. João 1.32. [11] Psa. 2.7. Mat. 3.17. cap. 9.7. [12] Mat. 4.1. Luc. 4.1. [13] Mat. 4.11. [14] Dan. 9.25. Gal. 4.4. Eph. 1.10. [15] Mat. 3.2 e 4.17. [16] Mat. 4.18. Luc. 5.4. [17] Mat. 19.27. Luc. 5.11. [18] Mat. 4.21. [19] Mat. 4.13. [20] Mat. 7.28. [21] Luc. 4.33. [22] Mat. 8.29. [23] ver. 34. [24] cap. 9.19. [25] Luc. 4.38. [26] Mat. 8.16. Luc. 4.40. [27] cap. 3.12. Luc. 4.41. Act. 16.17. [28] Luc. 4.42. [29] Luc. 4.43. [30] Isa. 61.1. João 16.28 e 17.4. [31] Mat. 4.23. Luc. 4.44. [32] Luc. 5.12. [33] Lev. 14.3, 4, 10. Luc. 5.14. [34] Luc. 5.15. [35] cap. 2.13. _O paralytico de Capernaum._ Mat. 9.1-8, etc. 2 E alguns [1] dias depois entrou outra vez em Capernaum, e ouviu-se que estava em casa. 2 E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos _logares_ junto á porta cabiam; e annunciava-lhes a palavra. 3 Então foram ter com elle _uns_ que conduziam um paralytico, trazido por quatro, 4 E, não podendo approximar-se d’elle, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralytico. 5 E Jesus, vendo a fé d’elles, disse ao paralytico: Filho, estão perdoados os teus peccados. 6 E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seus corações, _dizendo_: 7 Porque diz este assim blasphemias? Quem pode perdoar peccados, senão Deus? 8 E Jesus, [2] conhecendo logo em seu espirito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Porque arrazoaes sobre estas _coisas_ em vossos corações? 9 Qual é mais fácil? [3] dizer ao paralytico: [4] Estão perdoados os _teus_ peccados; ou dizer-_lhe_: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda? 10 Pois para que saibaes que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar peccados (disse ao paralytico), 11 A ti te digo: Levanta-te, e toma o teu leito, e vae para tua casa. 12 E levantou-se, e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos. _A vocação de Levi._ Mat. 9.9-13. 13 E tornou a sair para o mar, e toda a multidão ia ter com elle, e elle os ensinava. 14 E, passando, [5] viu Levi, _filho_ d’Alpheo, assentado na [AGH] alfandega, e disse-lhe: Segue-me. E, levantando-se, o seguiu. 15 E aconteceu [6] que, estando elle sentado _á mesa_ em casa d’elle, tambem estavam assentados á mesa com Jesus e seus discipulos muitos publicanos e peccadores; porque eram muitos, e o tinham seguido. 16 E os escribas e phariseos, vendo-o comer com os publicanos e peccadores, disseram aos seus discipulos: Porque come e bebe elle com os publicanos e peccadores? 17 E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: [7] Os sãos não necessitam de medico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os peccadores, ao arrependimento. _O jejum._ Mat. 9.14-17, etc. 18 Ora os discipulos de [8] João e os dos phariseos jejuavam; e foram e disseram-lhe: Porque jejuam os discipulos de João e os dos phariseos, e não jejuam os teus discipulos? 19 E Jesus disse-lhes: Podem _porventura_ os filhos [AGI] das bodas jejuar emquanto está com elles o esposo? Emquanto teem comsigo o esposo, não podem jejuar; 20 Mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão n’aquelles dias. 21 Ninguém deita remendo de panno novo em vestido velho; d’outra sorte o mesmo remendo novo rompe o velho, e a rotura fica maior; 22 E ninguem deita vinho novo em odres velhos; d’outra sorte, o vinho novo rompe os odres, o vinho entorna-se, e os odres estragam-se; porém o vinho novo deve ser deitado em odres novos. _Jesus é Senhor do sabbado._ Mat. 12.1-8. 23 E [9] aconteceu que, passando elle n’_um_ sabbado pelas searas, os seus discipulos, caminhando, [10] começaram a colher espigas. 24 E os phariseos lhe disseram: Vês? porque fazem no sabbado o que não é licito? 25 Mas elle disse-lhes: [11] Nunca lestes o que fez David quando estava em necessidade e teve fome, elle e os que com elle _estavam_? 26 Como entrou na casa de Deus, no tempo de Abiathar, summo sacerdote, e comeu [12] os pães da proposição, dos quaes não era licito comer, senão aos sacerdotes, e tambem deu aos que com elle estavam? 27 E disse-lhes: O sabbado foi feito por causa do homem, _e_ não o homem por causa do sabbado. 28 Assim [13] que o Filho do homem é Senhor até do sabbado. [1] Luc. 5.13. [2] Job 14.4. Isa. 42.35. [3] Mat. 9.4. [4] Mat. 9.5. [5] Mat. 9.9. Luc. 5.27. [6] Mat. 9.10. [7] Mat. 9.12, 13 e 18.11. Deu. 5.31, 32 e 19.10. I Tim. 1.15. [8] Luc. 5.33. [9] Luc. 6.1. [10] Deu. 23.25. [11] I Sam. 21.6. [12] Exo. 29.32, 33. Lev. 24.9. I Sam. 21.6. [13] Mat. 12.8. _A cura de um que tinha uma das mãos mirrada._ Mat. 12.9-21, etc. 3 E outra vez entrou [1] na synagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada. 2 E estavam observando-o se curaria no sabbado, para o accusarem. 3 E disse ao homem que tinha a mão secca: Levanta-te para o meio. 4 E disse-lhes: É licito no sabbado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E elles calavam-se. 5 E, olhando para elles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E elle _a_ estendeu, e foi-lhe restituida a sua mão, sã como a outra. 6 E, tendo saido [2] os phariseos, tomaram logo conselho com os herodianos contra elle, [3] como o matariam. 7 E retirou-se Jesus com os seus discipulos para o mar, e seguia-o uma grande multidão da Galilea [4] e da Judea, 8 E de Jerusalem, e da Idumea, e _d_’além do Jordão; e de perto de Tyro e Sidon uma grande multidão, ouvindo quão grandes _coisas_ fazia, veem ter com elle. 9 E disse aos seus discipulos que lhe tivessem sempre prompto um barquinho junto d’elle, por causa da multidão, para que o não opprimisse, 10 Porque tinha curado a muitos, de tal maneira que todos quantos tinham _algum_ [AGJ] mal se arrojavam sobre elle, para o tocarem. 11 E os espiritos [5] immundos, vendo-o, prostravam-se diante d’elle, e clamavam, dizendo: Tu és [6] o Filho de Deus. 12 E elle os ameaçava muito, para que não o manifestassem. _A eleição dos doze._ Mat. 10.1-4, etc. 13 E subiu ao [7] monte, e chamou _para si_ os que elle quiz; e vieram a elle. 14 E ordenou aos doze que estivessem com elle, para que os mandasse a prégar, 15 E para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demonios: 16 A Simão, [8] a quem poz o nome de Pedro, 17 E a Thiago, _filho_ de Zebedeo, e a João, irmão de Thiago, aos quaes poz o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão; 18 E a André, e a Philippe, e a Bartholomeo, e a Mattheus, e a Thomé, e a Thiago, _filho_ de Alpheo, e a Thadeo, e a Simão, o cananeo, 19 E a Judas Iscariotes, o que o entregou. _A blasphemia dos escribas._ Luc. 11.14-23, etc. 20 E foram para casa. E ajuntou-se outra vez a multidão, [9] de tal maneira que nem sequer podiam comer pão. 21 E, quando os seus ouviram _isto_, sairam para o prender; [10] porque diziam: Está fóra de si. 22 E os escribas, que tinham descido de Jerusalem, diziam: [11] Tem Beelzebu, e pelo principe dos demonios expulsa os demonios. 23 E, chamando-os a si, [12] disse-lhes por parabolas: Como pode Satanaz expulsar Satanaz? 24 E, se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode subsistir. 25 E, se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não pode subsistir. 26 E, se Satanaz se levantar contra si mesmo, e fôr dividido, não pode subsistir; antes tem fim. 27 Ninguem [13] pode roubar as alfaias do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não manietar o valente; e então roubará a sua casa. 28 Na verdade vos digo [14] que todos os peccados serão perdoados aos filhos dos homens, e toda a sorte de blasphemias, com que blasphemarem; 29 Qualquer, porém, que blasphemar contra o Espirito Sancto, nunca obterá perdão para sempre, [AGK] mas será réu do eterno juizo. 30 (Porque diziam: Tem espirito immundo.) _A familia de Jesus._ Mat. 12.46-50. 31 Chegaram então _seus_ irmãos e sua mãe, [15] e, estando de fóra, enviaram a elle, chamando-o. 32 E a multidão estava assentada ao redor d’elle, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos te buscam lá fóra. 33 E elle lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? 34 E, olhando em redor para os que estavam assentados junto d’elle, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 35 Porque qualquer que fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe. [1] Luc. 6.6. [2] Mat. 12.14. [3] Mat. 22.16. [4] Luc. 6.17. [5] cap. 1.23, 24. Luc. 4.41. Mat. 14.33. [6] Mat. 12.16. cap. 1.25, 34. [7] Luc. 6.12 e 9.1. [8] João 1.42. [9] cap. 6.31. [10] João 7.5 e 10.20. [11] Mat. 9.34. Luc. 11.15. João 7.20 e 8.48. [12] Mat. 12.25. [13] Isa. 49.24. Mat. 12.29. [14] Mat. 12.31. Luc. 12.10. I João 5.16. [15] Luc. 8.19. _A parabola do semeador._ Mat. 13.1-23. 4 E outra vez começou a [1] ensinar junto do mar, e juntou-se a elle _uma_ grande multidão, de sorte que elle, entrando em um barco, se assentou _dentro_, no mar; e toda a multidão estava em terra junto do mar. 2 E ensinava-lhes [2] muitas _coisas_, e lhes dizia na sua doutrina: 3 Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear; 4 E aconteceu que, semeando elle, uma _parte da semente_ caiu junto do caminho, e vieram as aves do céu, e a comeram; 5 E outra caiu sobre pedregaes, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque não tinha terra profunda; 6 Mas, saindo o sol, queimou-se; e, porque não tinha raiz, seccou-se. 7 E outra caiu entre espinhos, e, crescendo os espinhos, a suffocaram e não deu fructo. 8 E outra caiu em boa [3] terra e deu fructo, que vingou e cresceu; e um produziu trinta, outro sessenta, e outro cem. 9 E disse-lhes: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. 10 E, quando [4] se achou só, os que estavam junto d’elle com os doze interrogaram-n’o ácerca da parabola. 11 E elle disse-lhes: A vós é dado saber os mysterios do reino de Deus, mas aos que estão de fóra [5] todas _estas coisas_ se dizem por parabolas, 12 Para que, vendo, [6] vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que se não convertam, e lhes sejam perdoados os _seus_ peccados. 13 E disse-lhes: Não sabeis esta parabola? como pois entendereis todas as parabolas? 14 O que semeia, [7] semeia a palavra; 15 E os que estão junto do caminho são aquelles em quem a palavra é semeada; mas, tendo-a ouvido, vem logo Satanaz e tira a palavra que foi semeada nos seus corações. 16 E da mesma sorte os que recebem a semente sobre pedregaes; os quaes, ouvindo a palavra, logo com prazer a recebem, 17 Mas não teem raiz em si mesmos, antes são temporãos; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. 18 E outros são os que recebem a semente entre espinhos, os quaes ouvem a palavra, 19 Mas os cuidados d’este mundo, e os enganos das [8] riquezas e as ambições d’outras coisas, entrando, soffocam a palavra, e fica infructifera. 20 E os que recebem a semente em boa terra, são os que ouvem a palavra e _a_ recebem, e dão fructo, um trinta, outro sessenta, outro cem. _A parabola da candeia._ Luc. 8.16-18. 21 E disse-lhes: [9] Vem _porventura_ a candeia para se metter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? não _vem antes_ para se collocar no velador? 22 Porque nada ha [10] encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz _para ficar_ occulto, mas para ser descoberto. 23 Se alguém tem ouvidos [11] para ouvir, ouça. 24 E disse-lhes: Attendei ao que ides ouvir. [12] Com a medida com que medirdes ser-vos-ha medido, e ser-vos-ha accrescentado. 25 Porque ao que [13] tem, ser-lhe-ha dado; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. _A parabola da semente._ 26 E dizia: [14] O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente á terra, 27 E dormisse, e se levantasse de noite e de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo elle como. 28 Porque a terra por si mesma fructifica, primeiro a herva, depois a espiga, e por ultimo o grão cheio na espiga. 29 E, quando _já_ o fructo se mostra, mette-lhe logo a [15] foice, porque está chegada a ceifa. _A parabola do grão de mostarda._ Mat. 13.31, 32. 30 E dizia: [16] A que assimilharemos o reino de Deus? ou com que parabola o compararemos? 31 É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a mais pequena de todas as sementes que ha na terra; 32 Mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra. 33 E com muitas parabolas taes lhes fallava a palavra, [17] segundo o que podiam ouvir. 31 E sem parabolas nunca lhes fallava; porém tudo declarava em particular aos seus discipulos. _Jesus apazigua a tempestade._ Mat. 8.23-27, etc. 35 E, n’aquelle dia, [18] sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para a outra banda. 36 E elles, deixando a multidão, o levaram comsigo, assim como estava no barco; e havia tambem com elle outros barquinhos. 37 E levantou-se _uma_ grande tempestade de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia. 38 E elle estava na pôpa dormindo sobre uma almofada, e despertaram-n’o, e disseram-lhe: Mestre, não se te dá que pereçamos? 39 E elle, despertando, reprehendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. 40 E disse-lhes: Porque sois tão timidos? Porque não tendes fé? 41 E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem? [1] Luc. 8.4. [2] cap. 12.38. [3] João 15.5. Col. 1.6. [4] Mat. 13.10. Luc. 8.9, etc. [5] I Cor. 5.12. Col. 4.5. I The. 4.11. I Tim. 3.7. [6] Isa. 6.9. Mat. 13.14. Luc. 8.10. João 12.40. Act. 28.26. Rom. 11.8. [7] Mat. 13.19. [8] I Tim. 6.9, 17. [9] Mat. 5.15. [10] Mat. 10.26. Luc. 12.2. [11] Mat. 11.15. ver. 9. [12] Mat. 7.2. Luc. 6.38. [13] Mat. 13.12 e 25.29. Luc. 8.18 e 19.26. [14] Mat. 13.24. [15] Apo. 14.15. [16] Luc. 13.18. Act. 2.41 e 4.4 e 5.14 e 19.20. [17] Mat. 13.34. João 16.12. [18] Luc. 8.22. _O endemoninhado gadareno._ Mat. 8.26-34. 5 E chegaram á outra banda do mar, á provincia dos gadarenos. 2 E, saindo elle do barco, lhe saiu ao seu encontro logo, dos sepulchros, um homem com espirito immundo; 3 O qual tinha a _sua_ morada nos sepulchros, e nem ainda com cadeias o podia alguem prender; 4 Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por elle feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguem o podia amansar. 5 E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulchros, e ferindo-se com pedras. 6 E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. 7 E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu comtigo, Jesus, Filho do Deus Altissimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes. 8 (Porque lhe dizia: Sae d’este homem, espirito immundo.) 9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião _é_ o meu nome, porque somos muitos. 10 E rogava-lhe muito que os não enviasse para fóra d’aquella provincia. 11 E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. 12 E todos _aquelles_ demonios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aquelles porcos, para que entremos n’elles. 13 E Jesus logo lh’o permittiu. E, saindo aquelles espiritos immundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quasi dois mil), e afogaram-se no mar. 14 E os que apascentavam os porcos fugiram, e o annunciaram na cidade e nos campos; e sairam a vêr o que era aquillo que tinha acontecido. 15 E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juizo, e temeram. 16 E os que _aquillo_ tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado; e ácerca dos porcos. 17 E começaram [1] a rogar-lhe que se fosse dos seus termos. 18 E, entrando elle no barco, rogara-lhe o que [2] fôra endemoninhado _que o deixasse_ estar com elle. 19 Jesus, porém, não lh’o permittiu, mas disse-lhe: Vae para tua casa, para os teus, e annuncia-lhes quão grandes _coisas_ o Senhor te fez, e _como_ teve misericordia de ti. 20 E foi, e começou a annunciar em Decapolis quão grandes _coisas_ Jesus lhe fizera; e todos se maravilhavam. _A filha de Jairo. A mulher que tinha um fluxo de sangue._ Mat. 9.18-26. Luc. 8.40-46. 21 E, passando Jesus outra vez n’um barco para a outra banda, ajuntou-se a elle uma grande multidão; e elle estava junto do mar. 22 E, eis que chegou [3] um dos principaes da synagoga, por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos seus pés, 23 E rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; _rogo-te_ que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva. 24 E foi com elle, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava. 25 E _uma_ certa mulher, [4] que, havia doze annos tinha um fluxo de sangue, 26 E que havia padecido muito com muitos medicos, e dispendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando, antes indo a peior; 27 Ouvindo _fallar_ de Jesus, veiu por detraz, entre a multidão, e tocou o seu vestido. 28 Porque dizia: Se tão sómente tocar os seus vestidos, sararei. 29 E logo se lhe seccou a fonte do seu sangue; e sentiu no _seu_ corpo estar _já_ curada d’aquelle [AGL] açoite. 30 E logo Jesus, conhecendo que a virtude de si mesmo saira, [5] voltando-se para a multidão, disse: Quem tocou os meus vestidos? 31 E disseram-lhe os seus discipulos: Vês que a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou? 32 E elle olhava em redor, para vêr a que isto fizera. 33 Então a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, approximou-se, e prostrou-se diante d’elle, e disse-lhe toda a verdade. 34 E elle lhe disse: [6] Filha, a tua fé te salvou; vae em paz, e sê curada d’este teu açoite. 35 Estando elle ainda [7] fallando, chegaram _alguns_ do principal da synagoga, dizendo: A tua filha está morta; para que enfadas mais o Mestre? 36 E Jesus, tendo ouvido esta palavra que se dizia, disse ao principal da synagoga: Não temas, crê sómente. 37 E não permittiu que alguem o seguisse, senão Pedro, e Thiago, e João, irmão de Thiago. 38 E, tendo chegado a casa do principal da synagoga, viu o alvoroço, e os que choravam muito e pranteavam. 39 E, entrando, disse-lhes: Porque vos alvoroçaes e choraes? a menina não está morta, [8] mas dorme. 40 E riam-se d’elle; porém elle, tendo-_os_ posto a todos fóra, [9] tomou comsigo o pae e a mãe da menina, e os que com elle estavam, e entrou aonde a menina estava deitada. 41 E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talitha cumi: que, traduzido é: Filhinha, a ti te digo, levanta-te. 42 E logo a menina se levantou, e andava, pois _já_ tinha doze annos: e assombraram-se com grande espanto. 43 E mandou-lhes [10] expressamente que ninguem o soubesse; e disse que lhe dessem de comer. [1] Mat. 8.34. [2] Luc. 8.38. [3] Mat. 9.18. Luc. 8.41. [4] Lev. 15.25. Mat. 9.20. [5] Luc. 6.19 e 8.46. [6] Mat. 9.22. cap. 10.52. Act. 14.9. [7] Luc. 8.49. [8] João 11.11. [9] Act. 9.40. [10] Mat. 8.4 e 9.30 e 12.16 e 17.9. Luc. 5.14. _Jesus retira-se para Nazareth._ Mat. 13.53-58, etc. 6 E partiu d’ali, [1] e chegou á sua patria, e os seus discipulos o seguiram. 2 E, chegando o sabbado, começou a ensinar na synagoga; e muitos, ouvindo-_o_, se admiravam, dizendo: [2] D’onde _veem_ a este estas _coisas_? e que sabedoria _é_ esta que lhe foi dada? e taes maravilhas, que por suas mãos se fazem? 3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, [3] e irmão de Thiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui comnosco suas irmãs? [4] E escandalizavam-se n’elle. 4 E Jesus lhes dizia: [5] Não ha propheta sem honra senão na sua patria, entre os seus parentes, e na sua casa. 5 E não [6] podia fazer maravilha alguma; sómente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 E estava maravilhado [7] da incredulidade d’elles. E percorreu as aldeias visinhas, ensinando. 7 Chamou [8] _a si_ os doze, e começou a envial-os a dois e dois, e deu-lhes poder sobre os espiritos immundos; 8 E ordenou-lhes que nada tomassem para o caminho, senão sómente um bordão; nem alforge, nem pão, nem dinheiro no cinto; 9 Mas que [9] calçassem alparcas, e que não vestissem duas tunicas. 10 E dizia-lhes: Aonde [10] quer que entrardes n’alguma casa, ficae n’ella até sairdes de ali. 11 E, quando [11] alguns vos não receberem, nem vos ouvirem, saindo d’ali, sacudi o pó que estiver debaixo dos [12] vossos pés, em testemunho para com elles. Em verdade vos digo que haverá mais tolerancia no dia de juizo para Sodoma e Gomorrah do que para os d’aquella cidade. 12 E, saindo elles, prégavam que se arrependessem. 13 E expulsavam muitos demonios, [13] e ungiam muitos enfermos com azeite, e _os_ curavam. _A morte de João Baptista._ Mat. 14.1-12, etc. [Anno Domini 32] 14 E ouviu _isto_ [14] o rei Herodes (porque o seu nome se tornára notorio), e disse: João, o que baptizava, resuscitou dos mortos, e por isso estas maravilhas operam n’elle. 15 Outros [15] diziam: É Elias. E diziam outros: É um propheta, ou como um dos prophetas. 16 Herodes, porém, [16] ouvindo _isto_, disse: Este é João, que mandei degolar, resuscitou dos mortos. 17 Porque o mesmo Herodes mandára prender a João, e encerral-o manietado no carcere, por causa de Herodias, mulher de Philippe, seu irmão, porquanto tinha casado com ella. 18 Porque dizia João a Herodes: Não [17] te é licito possuir a mulher de teu irmão. 19 E Herodias o espiava, e queria matal-o, mas não podia, 20 Porque Herodes temia [18] a João, sabendo que _era_ varão justo e sancto; e [AGM] estimava-o, e fazia muitas _coisas_, attendendo-o, e de boamente o ouvia. 21 E, chegando um dia opportuno em que Herodes, no dia dos [19] seus annos [20] dava _uma_ ceia aos grandes, e tribunos, e principes da Galilea, 22 E, tendo entrado a filha da mesma Herodias, e dançando, e agradando a Herodes e aos que estavam com elle á mesa, o rei disse á menina: Pede-me o que quizeres, e eu t’_o_ darei. 23 E jurou-lhe, dizendo: Tudo o [21] que me pedires te darei, até metade do meu reino. 24 E, saindo ella, disse a sua mãe: Que pedirei? E ella disse: A cabeça de João Baptista. 25 E, entrando logo apressadamente, pediu ao rei, dizendo: Quero que immediatamente me dês n’um prato a cabeça de João Baptista. 26 E o [22] rei entristeceu-se muito; _todavia_, por causa do juramento e dos que estavam com elle á mesa, não lh’a quiz negar. 27 E, enviando logo o rei o executor, mandou que lhe trouxessem ali a cabeça _de João_. E elle foi, e degolou-o na prisão; 28 E trouxe a cabeça n’um prato, e deu-a á menina, e a menina a deu a sua mãe. 29 E os seus discipulos, tendo ouvido _isto_, foram, tomaram o seu corpo, e o pozeram n’um sepulchro. _A primeira multiplicação dos pães._ Mat. 14.13-21, etc. 30 E os [23] apostolos ajuntaram-se a Jesus, e contaram-lhe tudo, tanto o que tinham feito como o que tinham ensinado. 31 E elle disse-lhes: [24] Vinde vós, aqui áparte, a um logar deserto, e repousae um pouco. Porque havia muitos que iam e vinham, [25] e não tinham tempo para comer. 32 E foram n’um barco para um logar deserto, em particular. 33 E a multidão viu-os partir, e muitos o conheceram; e concorreram lá a pé de todas as cidades, e ali chegaram primeiro do que elles, e approximavam-se d’elle. 34 E Jesus, saindo, [26] viu _uma_ grande multidão, e teve compaixão d’elles, porque eram como ovelhas que não teem pastor; [27] e começou a ensinar-lhes muitas _coisas_. 35 E, como o dia fosse já muito adiantado, [28] os seus discipulos se approximaram d’elle, e lhe disseram: O logar é deserto, e o dia _está_ já muito adiantado; 36 Despede-os, para que vão aos logares e aldeias circumvisinhas, e comprem pão para si; porque não teem que comer. 37 Elle, porém, respondendo, lhes disse: Dae-lhes vós de comer. E elles disseram-lhe: [29] Iremos nós, e compraremos duzentos dinheiros de pão para lhes darmos de comer? 38 E elle disse-lhes: Quantos pães tendes? Ide vêr. E, sabendo-o elles, disseram: Cinco [30] e dois peixes. 39 E ordenou-lhes que fizessem assentar a todos, em ranchos, sobre a herva verde. 40 E assentaram-ce repartidos de cem em cem, e de cincoenta em cincoenta. 41 E, tomando elle os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, [31] abençoou e partiu os pães, e deu-_os_ aos seus discipulos para que os pozessem adiante d’elles. E repartiu os dois peixes por todos; 42 E todos comeram, e ficaram fartos; 43 E levantaram doze cestos cheios de pedaços _de pão_ e de peixes. 44 E os que comeram os pães eram quasi cinco mil homens. _Jesus anda por cima do mar._ Mat. 14.22-36. 45 E logo [32] obrigou os seus discipulos a subir para o barco, e ir adiante, para a outra banda, _defronte_ de Bethsaida, entretanto que elle despedia a multidão. 46 E, tendo-os despedido, foi ao monte a orar. 47 E, [33] sobrevindo a tarde, estava o barco no meio do mar, e elle sósinho em terra. 48 E viu que se fatigavam remando muito, porque o vento lhes era contrario, e perto da quarta vigilia da noite approximou-se d’elles, andando sobre o mar, [34] e queria passar adiante d’elles. 49 Mas, quando o viram andar sobre o mar, cuidaram que era _um_ phantasma, e deram grandes gritos. 50 Porque todos o viam, e turbaram-se; mas logo fallou com elles, e disse-lhes: Tende bom animo; sou eu, não temaes. 51 E subiu para o barco para _estar_ com elles, e o vento se aquietou; e entre si ficaram muito assombrados e maravilhados; 52 Pois _ainda_ não tinham [35] comprehendido _o milagre_ dos pães; porque o seu coração estava [36] endurecido. 53 E, [37] quando já estavam na outra banda, dirigiram-se á terra de Gennezareth, e ali tomaram porto. 54 E, saindo elles do barco, logo o conheceram; 55 E, correndo toda a terra em redor, começaram a trazer-lhe em leitos, aonde quer que sabiam que estava, os que se achavam enfermos. 56 E, aonde quer que entrava, em cidade, ou aldeias, ou logares, apresentavam os enfermos nas praças, e rogavam-lhe que ao menos [38] tocassem a orla do seu vestido; e todos os que lhe tocavam saravam. [1] Luc. 4.16. [2] João 6.42. [3] Mat. 12.46. Gal. 1.19. [4] Mat. 11.6. [5] Mat. 13.57. João 4.44. [6] Gen. 19.22 e 32.25. Mat. 13.58. cap. 9.22. [7] Isa. 59.16. Mat. 9.35. Luc. 13.22. [8] Mat. 10.1. cap. 3.13, 14. Luc. 9.1. [9] Act. 12.8. [10] Mat. 10.11. Luc. 9.4 e 10.7, 8. [11] Mat. 10.14. Luc. 10.10. [12] Act. 13.51 e 18.6. [13] Thi. 5.14. [14] Luc. 9.7. [15] Mat. 16.14. cap. 8.28. [16] Mat. 14.2. Luc. 3.19. [17] Lev. 18.16 e 20.21. [18] Mat. 14.5 e 21.26. [19] Mat. 14.6. [20] Gen. 40.20. [21] Est. 5.3, 6 e 7.2. [22] Mat. 14.9. [23] Luc. 9.10. [24] Mat. 14.13. cap. 3.20. [25] Mat. 14.13. [26] Mat. 9.33 e 14.14. [27] Luc. 9.11. [28] Mat. 14.15. Luc. 9.12. [29] Num. 11.13, 22. II Reis 4.43. [30] Mat. 14.17 e 15.34. Luc. 9.13. João 6.9. cap. 8.5. [31] I Sam. 9.13. Mat. 26.26. [32] João 6.17. [33] Mat. 14.23. João 6.16, 17. [34] Luc. 24.28. [35] cap. 8.17, 18. [36] cap. 3.5 e 16.14. [37] Mat. 14.34. [38] Mat. 9.20. cap. 5.27, 28. Act. 19.12. _A tradição dos anciãos._ Mat. 15.1-20, etc. 7 E ajuntaram-se a elle os phariseos, e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalem, 2 E, vendo que alguns dos seus discipulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os reprehendiam. 3 Porque os phariseos, e todos os judeos, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes; 4 E, _quando voltam_ do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras _coisas_ ha que se encarregaram de observar, _como_ lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal e as camas. 5 Depois perguntaram-lhe [1] os phariseos e os escribas: Porque não andam os teus discipulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar? 6 E elle, respondendo, disse-lhes: Bem prophetizou Isaias ácerca de vós, hypocritas, como está escripto: [2] Este povo honra-me com os labios, mas o seu coração está longe de mim; 7 Em vão, porém, [AGN] me honram, ensinando doutrinas, mandamentos de homens. 8 Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; _como_ o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras _coisas_ similhantes a estas. 9 E dizia-lhes: Bem invalidaes o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição. 10 Porque Moysés disse: Honra [3] a teu pae e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pae ou a mãe, morrerá de morte. 11 Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pae ou á mãe: Aquillo que poderias aproveitar de mim é Corban, [4] isto é, offerta ao Senhor; 12 E nada mais lhe deixaes fazer por seu pae ou por sua mãe, 13 Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas _coisas_ fazeis similhantes a estas. 14 E, chamando [5] a _si_ toda a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós todos, e comprehendei. 15 Nada ha, fóra do homem, que, entrando n’elle, o possa contaminar; mas o que sae d’elle isso é que contamina o homem. 16 Se alguem [6] tem ouvidos para ouvir, ouça. 17 Depois, [7] quando deixou a multidão, e entrou em casa, os seus discipulos o interrogavam ácerca d’esta parabola. 18 E elle disse-lhes: Assim tambem vós estaes sem entendimento? Não comprehendeis que tudo o que de fóra entra no homem não o pode contaminar; 19 Porque não entra no seu coração, mas no estomago, e vae _depois_ para um logar escuso, purificando todas as comidas? 20 E dizia: O que sae do homem isso contamina o homem. 21 Porque [8] do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adulterios, as fornicações, os homicidios, 22 Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasphemia, a soberba, a loucura. 23 Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem, _A mulher cananea._ Mat. 15.21-28. 24 E, levantando-se d’ali, foi para os termos de Tyro e de Sidon. E, entrando n’uma casa, não queria que alguem o soubesse: mas não pôde esconder-se, 25 Porque uma mulher, cuja filha tinha um espirito immundo, ouvindo _fallar_ d’elle, foi, e lançou-se aos seus pés; 26 E esta mulher era grega, syro-phenicia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demonio. 27 Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convem tomar o pão dos filhos e lançal-_o_ aos cachorrinhos. 28 Ella, porém, respondeu, e disse-lhe: Sim, Senhor; mas tambem os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos. 29 Então elle disse-lhe: Por essa palavra, vae; o demonio _já_ saiu de tua filha. 30 E, indo ella para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, e que o demonio já tinha saido. _Cura d’um surdo e gago de Decapolis._ 31 E elle, [9] tornando a sair dos termos de Tyro e de Sidon, foi para o mar da Galilea, pelos confins de Decapolis. 32 E trouxeram-lhe um surdo, que [10] fallava difficilmente; e rogaram-lhe que pozesse a mão sobre elle. 33 E, tirando-o á parte, de entre a multidão, metteu-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo, [11] tocou-lhe a lingua. 34 E, levantando os olhos ao céu, [12] suspirou, [13] e disse: Ephphatha; isto é, Abre-te. 35 E logo [14] se abriram os seus ouvidos, e a prisão da lingua se desfez, e fallava perfeitamente. 36 E ordenou-lhes [15] que a ninguem o dissessem; mas, quanto mais lh’o prohibia, tanto mais o divulgavam. 37 E, admirando-se sobremaneira, diziam: Tudo faz bem: faz ouvir os surdos e fallar os mudos. [1] Mat. 15.1. [2] Isa. 29.13. Mat. 15.8. [3] Exo. 20.12 e 21.17. Deu. 5.16. Mat. 15.4. Lev. 20.9. Pro. 20.20. [4] Mat. 15.5 e 23.18. [5] Mat. 15.10. [6] Mat. 11.15. [7] Mat. 15.15. [8] Gen. 6.5. [9] Mat. 15.29. [10] Mat. 9.32. Luc. 11.14. [11] cap. 8.23. João 9.6. [12] cap. 6.41. João 11.41 e 17.1. [13] João 11.33, 38. [14] Isa. 35.5, 6. Mat. 11.5. [15] cap. 5.43. _Segunda multiplicação dos pães._ 8 N’aquelles dias, havendo mui grande multidão, [1] e não tendo que comer, Jesus chamou a si os seus discipulos, e disse-lhes: 2 Tenho compaixão da multidão, porque ha já tres dias que estão comigo, e não teem que comer. 3 E, se os deixar ir em jejum para suas casas, desfallecerão no caminho, porque alguns d’elles vieram de longe. 4 E os seus discipulos responderam-lhe: D’onde poderá alguem saciar estes de pão aqui no deserto? 5 E [2] perguntou-lhes: Quantos pães tendes? E disseram-lhe: Sete. 6 E ordenou á multidão que se assentasse no chão. E, tomando os sete pães, e tendo dado graças, partiu-_os_, e deu-os aos seus discipulos, para que _lh’os_ pozessem adiante, e pozeram-_n’os_ adiante da multidão. 7 Tinham tambem uns poucos de peixinhos; e, tendo dado graças, [3] ordenou que tambem lh’os pozessem adiante. 8 E comeram, e saciaram-se; e dos pedaços que sobejaram levantaram sete alcofas. 9 E os que comeram eram quasi quatro mil; e despediu-os. _O fermento dos phariseos._ Mat. 16.1-12. 10 E, entrando logo no barco com os seus discipulos, foi para as partes de Dalmanutha. 11 E sairam [4] os phariseos, e começaram a disputar com elle, pedindo-lhe, para o tentarem, _um_ signal do céu. 12 E, suspirando profundamente em seu espirito, disse: Porque pede esta geração _um_ signal? Em verdade vos digo que a esta geração não se dará signal. 13 E, deixando-os, tornou a entrar no barco, e foi para a outra banda. 14 E _os seus discipulos_ [5] se esqueceram de tomar pão, e no barco não tinham comsigo senão um pão. 15 E ordenou-lhes, [6] dizendo: Olhae, guardae-vos do fermento dos phariseos e _do_ fermento de Herodes. 16 E arrazoavam entre si, dizendo: _É_ porque não temos [7] pão. 17 E Jesus, conhecendo isto, disse-lhes: Para que arrazoaes, que não tendes pão? não considerastes, nem [8] comprehendestes ainda? tendes ainda o vosso coração endurecido? 18 Tendo olhos, não vêdes? e, tendo ouvidos, não ouvis? e não vos lembraes? 19 Quando parti [9] os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes? Disseram-lhe: Doze. 20 E, [10] quando _parti_ os sete entre os quatro mil, quantas alcofas cheias de pedaços levantastes? E disseram-lhe: Sete. 21 E elle lhes disse: [11] Como não entendeis ainda? _Cura d’um cego de Bethsaida._ 22 E chegou a Bethsaida; e trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o tocasse. 23 E, tomando o cego pela mão, levou-o para fóra da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos, [12] e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa. 24 E, levantando elle os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como arvores que andam. 25 Depois tornou a pôr-lhe as mãos nos olhos, e lh’os fez levantar; e ficou restabelecido, e viu ao longe e distinctamente a todos. 26 E mandou-o para sua casa, dizendo: [13] Não entres na aldeia. _A confissão de Pedro._ Mat. 16.13-23. 27 E saiu Jesus [14] e os seus discipulos para as as aldeias de Cesarea de Philippo; e no caminho perguntou aos seus discipulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou? 28 E elles responderam: [15] João Baptista; e outros, Elias; e outros, Um dos prophetas. 29 E elle lhes disse: Porém vós quem dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, lhe disse: [16] Tu és o Christo. 30 E [17] admoestou-os, que a ninguem dissessem _aquillo_ d’elle. 31 E começou [18] a ensinar-lhes que importava que o Filho do homem padecesse muito, e fosse rejeitado pelos anciãos e principes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, e depois de tres dias resuscitasse. 32 E dizia abertamente estas palavras. E Pedro o tomou á parte, e começou a reprehendel-o. 33 Mas elle, virando-se, e olhando para os seus discipulos, reprehendeu a Pedro, dizendo: Retira-te de diante de mim, Satanaz; porque não comprehendes as _coisas_ que _são_ de Deus, mas as que _são_ dos homens. _Cada um deve levar a sua propria cruz._ Mat. 6.24-28 e refs. 34 E, chamando _a si_ a multidão, com os seus discipulos, disse-lhes: [19] Se alguem quizer vir após mim, negue-se _a si_ mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. 35 Porque [20] qualquer que quizer salvar a sua [AGO] vida perdel-a-ha, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho esse a salvará. 36 Pois que aproveitaria ao homem, se ganhasse todo o mundo e perdesse a sua [AGP] alma? 37 Ou que dará o homem pelo resgate da sua alma? 38 Porque qualquer que, entre esta geração adultera e peccadora, se envergonhar [21] de mim e das minhas palavras, tambem o Filho do homem se envergonhará d’elle, quando vier na gloria de seu Pae, com os sanctos anjos. [1] Mat. 15.32. [2] Mat. 15.34. cap. 6.38. [3] Mat. 14.19. cap. 6.41. [4] Mat. 12.38. João 6.30. [5] Mat. 16.5. [6] Mat. 16.6. Luc. 12.1. [7] Mat. 16.7. [8] cap. 6.52. [9] Mat. 14.20. cap. 6.43. Luc. 9.17. João 6.13. [10] Mat. 15.37. ver. 8. [11] cap. 6.52. ver. 17. [12] cap. 7.33. [13] Mat. 8.4. cap. 5.43. [14] Luc. 9.18. [15] Mat. 14.2. [16] Mat. 16.16. João 6.59 e 11.27. [17] Mat. 16.20. [18] Mat. 16.21, 28. Luc. 9.22, 27. [19] Mat. 10.38 e 16.24. Luc. 9.23 e 14.27. [20] João 12.25. [21] Mat. 10.33. Luc. 9.26 e 12.9. Rom. 1.16. II Tim. 1.8 e 2.12. 9 Dizia-lhes tambem: [1] Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns ha que não provarão a morte até que vejam vir [2] o reino de Deus com poder. _A transfiguração._ Mat. 17.1-13 e refs. 2 E seis dias [3] depois Jesus tomou _comsigo_ a Pedro, a Thiago, e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte; e transfigurou-se diante d’elles; 3 E os seus vestidos tornaram-se resplandecentes, mui brancos como a neve, [4] taes como nenhum lavadeiro sobre a terra os poderia branquear. 4 E appareceu-lhes Elias com Moysés, e fallavam com Jesus. 5 E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos tres cabanas, uma para ti, uma para Moysés, e uma para Elias. 6 Pois não sabia o que dizia, porque estavam assombrados. 7 E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu filho amado; a elle ouvi. 8 E, tendo olhado em roda, ninguem mais viram, senão só Jesus com elles. 9 E, [5] descendo elles do monte, ordenou-lhes que a ninguem contassem o que tinham visto, até que o Filho do homem resuscitasse dos mortos. 10 E elles retiveram o caso entre si, perguntando uns aos outros que seria aquillo: resuscitar dos mortos. 11 E interrogaram-n’o, dizendo: Porque dizem os escribas que é necessario que Elias [6] venha primeiro? 12 E, respondendo elle, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e todas as _coisas_ restaurará: [7] e, como está escripto do Filho do homem, _convem_ que padeça muito e seja aviltado. 13 Digo-vos, porém, [8] que Elias já veiu, e fizeram-lhe tudo o que quizeram, como d’elle está escripto. _O joven lunatico._ Mat. 17.14-21. 14 E, quando se approximou [9] dos discipulos, viu ao redor d’elles grande multidão, e _alguns_ escribas que disputavam com elles. 15 E logo toda a multidão, vendo-o, ficou espantada, e, correndo para elle, o saudaram. 16 E perguntou aos escribas: Que questionaes com elles? 17 E um da multidão, respondendo, disse: [10] Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espirito mudo; 18 E, onde quer que o apanha, despedaça-o, e elle escuma, e range os dentes, e vae-se seccando; e eu disse aos teus discipulos que o expulsassem, e não poderam. 19 E elle, respondendo-lhes, disse: Ó geração incredula! até quando estarei comvosco? até quando vos soffrerei ainda? Trazei-m’o. 20 E trouxeram-lh’o; e, [11] quando o viu, logo o espirito o agitou com violencia, e, caindo por terra, revolvia-se, escumando. 21 E perguntou ao pae d’elle: Quanto tempo ha que lhe succede isto? E elle disse-lhe: Desde a infancia; 22 E muitas vezes o tem lançado no fogo, e na agua, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma _coisa_, tem compaixão de nós, e ajuda-nos. 23 E Jesus disse-lhe: [12] Se tu podes crêr; tudo _é_ possível ao que crê. 24 E logo o pae do menino, clamando com lagrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade. 25 E Jesus, vendo que a multidão concorria, reprehendeu o espirito immundo, dizendo-lhe: Espirito mudo e surdo, eu te ordeno: Sae d’elle, e não entres mais n’elle. 26 E elle, clamando, e agitando-o com violencia, saiu; e ficou o _menino_ como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto. 27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e elle se levantou. 28 E, quando [13] entrou em casa, os seus discipulos lhe perguntaram á parte: Porque o não podemos nós expulsar? 29 E disse-lhes: Esta casta não pode sair por coisa alguma, senão pela oração e jejum. _O maior no reino dos céus._ Mat. 18.1-14 e refs. 30 E, tendo partido d’ali, caminharam pela Galilea, e não queria que alguem _o_ soubesse; 31 Porque ensinava os seus discipulos, e lhes dizia: [14] O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matal-o-hão; e, morto elle, resuscitará ao terceiro dia. 32 Mas elles não entendiam esta palavra, e temiam interrogal-o. 33 E chegou a Capernaum, e, [15] entrando em casa, perguntou-lhes: Que arrazoaveis entre vós pelo caminho? 34 Mas elles calaram-se; porque pelo caminho tinham disputado entre si qual _d’elles havia de ser_ o maior. 35 E elle, assentando-se, chamou os doze, e disse-lhes: [16] Se alguem quizer ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos. 36 E, lançando [17] mão de um menino, pôl-o no meio d’elles, e, tomando-o nos seus braços, disse-lhes: 37 Qualquer que receber um d’estes meninos em meu nome [18] a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber recebe, não a mim, mas ao que me enviou. _Quem não é contra nós é por nós._ Luc. 9.49, 50. 38 E João lhe respondeu, [19] dizendo: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demonios, o qual não nos segue; e nós lh’o prohibimos, porque não nos segue. 39 Jesus, porém, disse: Não lh’o prohibaes; porque ninguem ha [20] que faça milagre em meu nome e possa logo fallar mal de mim. 40 Porque quem não é [21] contra nós é por nós. 41 Porque qualquer que vos der [22] a beber um copo d’agua em meu nome, porque sois _discipulos_ de Christo, em verdade vos digo que não perderá o seu galardão. _Os escandalos._ 42 E qualquer que [23] escandalizar um d’_estes_ pequeninos que crêem em mim melhor lhe fôra que lhe pozessem ao pescoço uma mó de atafona, e que fosse lançado no mar. 43 E, se a tua mão te [24] escandalizar, corta-a: melhor te é entrar na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga; 44 Onde o seu bicho [25] não morre, e o fogo nunca se apaga. 45 E, se o teu pé te escandalizar, corta-o; melhor te é entrar côxo na vida do que, tendo dois pés, ser lançado no inferno, no fogo que nunca se apaga; 46 Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. 47 E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fóra; melhor te é entrar no reino de Deus com um olho do que, tendo dois olhos, ser lançado no fogo do inferno; 48 Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. 49 Porque cada um será [26] salgado com fogo, e cada sacrificio será salgado com sal. 50 Bom _é_ o sal; [27] mas, se o sal se tornar insulso, com que o adubareis? tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros. [1] Mat. 15.28. [2] Mat. 24.30 e 25.31. Luc. 22.18. [3] Luc. 9.28. [4] Dan. 7.9. Mat. 28.3. [5] Mat. 17.9. [6] Mat. 17.10. [7] Psa. 22.6. Isa. 53.2, etc. Dan. 9.26. Luc. 23.11. Phi. 2.7. [8] Mat. 11.14 e 17.12. Luc. 1.17. [9] Luc. 9.37. [10] Mat. 17.14. Luc. 9.38. [11] cap. 1.26. Luc. 9.42. [12] Mat. 17.20. cap. 11.23. Luc. 17.6. João 11.40. [13] Mat. 17.18. [14] Mat. 17.19. Luc. 9.44. [15] Mat. 18.1. Luc. 9.46 e 22.24. [16] Mat. 20.26, 27. cap. 10.43. [17] Mat. 18.2. cap. 10.16. [18] Mat. 10.40. Luc. 9.48. [19] Num. 11.28. [20] I Cor. 12.3. [21] Mat. 12.30. [22] Mat. 10.42. [23] Mat. 18.6. Luc. 17.1. [24] Deu. 13.6. Mat. 5.29 e 18.8. [25] Isa. 66.24. [26] Lev. 2.13. Eze. 43.24. [27] Mat. 5.13. Luc. 14.34. Eph. 4.29. Col. 4.6. II Cor. 13.11. Heb. 12.14. _O divorcio._ Mat. 19.1-12 e refs. [Anno Domini 33] 10 E, levantando-se d’ali, foi para [1] os termos da Judea, além do Jordão, e a multidão se reuniu em torno d’elle; e tornou a ensinal-os, como tinha por costume. 2 E, approximando-se _d’elle_ os phariseos, [2] perguntaram-lhe, tentando-o: É licito ao homem repudiar _sua_ mulher? 3 Mas elle, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moysés? 4 E elles disseram: [3] Moysés permittiu escrever-_lhe_ carta de divorcio, e repudial-_a_. 5 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza dos vossos corações vos escreveu elle esse mandamento; 6 Porém, desde o principio da creação, Deus os fez [4] macho e femea. 7 Por isso [5] deixará o homem a seu pae e a sua mãe, e unir-se-ha a sua mulher, 8 E serão os dois uma só carne: assim que _já_ não serão dois, mas uma só carne. 9 Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem. 10 E em casa tornaram os discipulos a interrogal-o ácerca d’isto mesmo. 11 E elle lhes disse: [6] Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra adultéra contra ella. 12 E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultéra. _Jesus abençoa os meninos._ Mat. 19.13-15 e refs. 13 E [7] traziam-lhe meninos para que os tocasse, mas os discipulos reprehendiam aos que lh’_os_ traziam. 14 Jesus, porém, vendo _isto_, indignou-se, e disse-lhes: Deixae vir os meninos a mim, e não os empeçaes; porque dos [8] taes é o reino de Deus. 15 Em verdade vos digo que qualquer que não receber [9] o reino de Deus como menino de maneira nenhuma entrará n’elle. 16 E, tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou. _O mancebo rico._ Mat. 19.16-30. 17 E, saindo [10] para o caminho, correu para elle um, e, pondo-se de joelhos diante d’elle, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? 18 E Jesus lhe disse: Porque me chamas bom? ninguem _ha_ bom senão um, _que é_ Deus. 19 Tu sabes os mandamentos: Não [11] adulterarás; não matarás; não furtarás; não darás falsos testemunhos; não defraudarás alguem: honra a teu pae e a _tua_ mãe. 20 Elle, porém, respondendo, lhe disse: Mestre, tudo isso guardei desde a minha mocidade. 21 E Jesus, olhando para elle, o amou e lhe disse: Falta-te uma _coisa_: vae, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, [12] e terás _um_ thesouro no céu; e vem, segue-me. 22 Mas elle, pezaroso d’esta palavra, retirou-se triste; porque possuia muitas propriedades. 23 Então Jesus, [13] olhando em redor, disse aos seus discipulos: Quão difficilmente entrarão no reino de Deus os que teem riquezas! 24 E os discipulos se admiraram d’estas suas palavras; mas Jesus, tornando a fallar, [14] disse-lhes: Filhos, quão difficil é, para os que confiam nas riquezas, entrar no reino de Deus! 25 É mais facil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus. 26 E elles se admiravam ainda mais, dizendo entre si: Quem poderá pois salvar-se? 27 Jesus, porém, olhando para elles, disse: Para os homens _é_ impossivel, mas não para Deus, porque para Deus [15] todas _as coisas_ são possiveis. 28 E Pedro [16] começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixámos, e te seguimos. 29 E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguem ha, que tenha deixado casa, _ou_ irmãos, ou irmãs, ou pae, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do Evangelho, 30 Que [17] não receba cem vezes tanto, agora n’este tempo, casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no seculo futuro a vida eterna. 31 Porém [18] muitos primeiros serão derradeiros, e _muitos_ derradeiros serão primeiros. _O pedido dos filhos de Zebedeo._ Mat. 20.17-28. 32 E iam no caminho, [19] subindo a Jerusalem: e Jesus ia adiante d’elles. E elles maravilhavam-se, e seguiam-n’o atemorisados. E, tornando a tomar _comsigo_ os doze, começou [20] a dizer-lhes as _coisas_ que lhe deviam sobrevir, 33 _Dizendo_: Eis que nós subimos a Jerusalem, e o Filho do homem será entregue aos principes dos sacerdotes, e aos escribas, e o condemnarão á morte, e o entregarão aos gentios. 34 E o escarnecerão, e açoitarão, e cuspirão n’elle, e o matarão; e ao terceiro dia resuscitará. 35 E approximaram-se [21] d’elle Thiago e João, filhos de Zebedeo, dizendo: Mestre, quizeramos que nos fizesses o que pedirmos. 36 E elle lhes disse: Que quereis que vos faça? 37 E elles lhe disseram: Concede-nos que na tua gloria nos assentemos, um á tua direita, e outro á tua esquerda. 38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis: podeis vós beber o calix que eu bebo, e ser baptizados com o baptismo com que eu sou baptizado? 39 E elles lhe disseram: Podemos. Jesus, porém, disse-lhes: Em verdade, vós bebereis o calix que eu beber, e sereia baptizados com o baptismo com que eu sou baptizado; 40 Mas o assentar-se á minha direita, ou á minha esquerda, não me pertence a mim concedel-o, senão _áquelles_ para quem está preparado. 41 E [22] os dez, tendo ouvido _isto_, começaram a indignar-se contra Thiago e João. 42 Mas Jesus, chamando-os _a si_, disse-lhes: [23] Sabeis que os que julgam ser principes das gentes d’ellas se assenhoream, e os seus grandes usam de auctoridade sobre ellas; 43 Mas [24] entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quizer ser grande, será vosso [AGQ] _servo_; 44 E qualquer que d’entre vós quizer ser o primeiro será [AGR] servo de todos. 45 Porque o [25] Filho do homem tambem não veiu para ser servido, mas para servir e dar [26] a sua vida em resgate por muitos. _O cego de Jericó._ Mat. 20.29-34. 46 Depois foram para Jericó. E, saindo [27] elle de Jericó com seus discipulos, e uma grande multidão, Bartimeo, o cego, filho de Timeo, estava assentado junto do caminho, mendigando. 47 E, ouvindo que era Jesus de Nazareth, começou a clamar, e a dizer: Jesus, filho de David! tem misericordia de mim. 48 E muitos o reprehendiam, para que se calasse; mas elle clamava cada vez mais: Filho de David! tem misericordia de mim. 49 E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom animo; levanta-te, _que_ elle te chama. 50 E elle, lançando _de si_ a sua capa, levantou-se, e foi ter com Jesus. 51 E Jesus, fallando, disse-lhe: Que queres _que_ te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que recupere a vista. 52 E Jesus lhe disse: [28] Vae, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho. [1] João 10.40 e 11.7. [2] Mat. 19.3. [3] Deu. 24.1. Mat. 5.31 e 19.7. [4] Gen. 1.27 e 5.2. [5] Gen. 2.24. I Cor. 6.16. Eph. 5.31. [6] Mat. 5.32 e 19.9. Luc. 16.18. Rom. 7.3. I Cor. 7.10, 11. [7] Luc. 18.15. [8] I Cor. 14.20. I Ped. 2.2. [9] Mat. 18.3. [10] Luc. 18.18. [11] Exo. 20.14. Rom. 13.9. [12] Mat. 6.19, 20 e 19.21. Luc. 12.33 e 16.9. [13] Mat. 19.23. Luc. 18.24. [14] Job 31.24. Psa. 52.7 e 62.10. I Tim. 6.17. [15] Jer. 3.2, 17. Mat. 19.26. Luc. 1.37. [16] Mat. 19.27. Luc. 18.28. [17] II Chr. 25.9. Luc. 18.30. [18] Mat. 19.30 e 20.16. Luc. 13.30. [19] Luc. 18.31. [20] cap. 8.31 e 9.31. Luc. 9.22 e 18.31. [21] Mat. 10.20. [22] Mat. 20.24. [23] Luc. 22.25. [24] Mat. 20.26, 28. cap. 3.35. Luc. 9.48. [25] João 13.14. Phi. 2.7. [26] Mat. 20.28. I Tim. 2.6. Tito 2.14. [27] Luc. 18.35. [28] Mat. 9.22. cap. 5.34. _A entrada triumphal de Jesus em Jerusalem._ Mat. 21.1-11. 11 E, logo [1] que se approximaram de Jerusalem, de Bethphagé e de Bethania, junto do monte das Oliveiras, enviou dois dos seus discipulos, 2 E disse-lhes: Ide á aldeia que está defronte de vós; e, logo que ali entrardes, encontrareis preso um jumentinho, sobre o qual ainda não montou homem algum; soltae-o, e trazei-_m’o_. 3 E, se alguem vos disser: Porque fazeis isso? dizei-lhe que o Senhor precisa d’elle, e logo o deixará trazer para aqui. 4 E foram, e encontraram o jumentinho preso fóra da porta, entre dois caminhos, e o soltaram. 5 E alguns dos que ali estavam lhes disseram: Que fazeis, soltando o jumentinho? 6 Elles, porém, disseram-lhes como Jesus lhes tinha mandado, e deixaram-n’os ir. 7 E levaram o jumentinho a Jesus, e lançaram sobre elle os seus vestidos, e assentou-se sobre elle: 8 E muitos [2] estendiam os seus vestidos pelo caminho, e outros cortavam ramos das arvores, e _os_ espalhavam pelo caminho. 9 E aquelles que iam adiante, e os que seguiam, clamavam, dizendo: Hosanna, [3] bemdito o que vem em nome do Senhor; 10 Bemdito o reino do nosso pae David, [4] que vem em nome do Senhor; Hosanna nas alturas. 11 E Jesus entrou em [5] Jerusalem, no templo, e, tendo visto tudo em redor, e sendo já tarde, saiu para Bethania com os doze. _A figueira secca: a purificação do templo._ Mat. 21.12-22. 12 E, no dia seguinte, quando sairam de Bethania, teve fome, 13 E, [6] vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi _vêr_ se n’ella acharia alguma coisa: e, chegando a ella, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. 14 E Jesus, fallando, disse á figueira: Nunca mais alguem coma fructo de ti, para sempre. E os seus discípulos ouviram _isto_. 15 E vieram a Jerusalem; [7] e Jesus, entrando no templo, começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; e derribou as mesas dos cambiadores e as cadeiras dos que vendiam pombas. 16 E não consentia que alguem levasse _algum_ vaso pelo templo. 17 E os ensinava, dizendo: Não está escripto: A minha casa será chamada por todas as nações casa de oração? [8] Mas vós a tendes feito covil [9] de ladrões. 18 E os escribas [10] e principes dos sacerdotes, tendo ouvido _isto_, buscavam occasião para o matar; pois elles o temiam, porque [11] toda a multidão estava admirada ácerca da sua doutrina. 19 E, sendo já tarde, saiu fóra da cidade. 20 E elles, passando pela [12] manhã, viram que a figueira se tinha seccado desde as raizes. 21 E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira, que tu amaldiçoaste, seccou-se. 22 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus; 23 Porque em verdade vos digo que [13] qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crêr que se fará aquillo que diz, tudo o que disser lhe será feito. 24 Portanto vos digo que tudo o que pedirdes, [14] orando, crêde que _o_ recebereis, e tel-o-heis; 25 E, quando estiverdes orando, perdoae, se tendes alguma coisa contra alguém, [15] para que vosso Pae, que _está_ nos céus, vos perdôe as vossas offensas; 26 Mas, se vós [16] não perdoardes, tambem vosso Pae, que _está_ nos céus, vos não perdoará as vossas offensas. _Interrogação ácerca do baptismo de João._ 27 E tornaram a Jerusalem, e, andando elle pelo [17] templo, os principaes dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos se approximaram d’elle, 28 E lhe disseram: Com que auctoridade fazes tu estas _coisas_? e quem te deu esta auctoridade para fazer estas _coisas_? 29 Más Jesus, respondendo, disse-lhes: Também eu vos perguntarei uma coisa, e respondei-me, e vos direi com que auctoridade faço estas _coisas_: 30 O baptismo de João era do céu ou dos homens? respondei-me. 31 E elles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu; elle _nos_ dirá: Pois porque o não crêstes? 32 Se, porém, dissermos: Dos homens; tememos o povo. Porque todos sustentavam que [18] João verdadeiramente era propheta. 33 E, respondendo, disseram a Jesus: Não sabemos. E Jesus, respondendo, lhes disse: Tambem eu vos não direi com que auctoridade faço estas _coisas_. [1] Luc. 19.29. João 12.14. [2] Mat. 21.8. [3] Psa. 118.26. [4] Psa. 149.1. [5] Mat. 21.12. [6] Mat. 21.18. [7] Mat. 21.19. Luc. 19.46. João 2.14. [8] Isa. 66.7. [9] Jer. 7.11. [10] Mat. 21.45, 46. Luc. 19.47. [11] Mat. 7.28. cap. 1.22. Luc. 4.32. [12] Mat. 21.19. [13] Mat. 17.19 e 21.21. Luc. 17.6. [14] Mat. 7.7. Luc. 11.9. João 11.13 e 15.7 e 16.24. Thi. 1.5. [15] Mat. 6.14. Col. 3.13. [16] Mat. 18.35. [17] Mat. 21.23. Luc. 20.1. [18] Mat. 3.6 e 14.5. cap. 6.20. _Parabola dos lavradores malvados._ Mat. 21.33-46. 12 E começou [1] a fallar-lhes por parabolas: Um homem plantou uma vinha, e cercou-a de _um_ vallado, e fundou _n’ella_ um lagar, e edificou _uma_ torre, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para fóra da terra; 2 E, chegado o tempo, mandou um servo aos lavradores para que recebesse, dos lavradores, do fructo da vinha. 3 Mas elles, apoderando-se d’elle, _o_ feriram e _o_ mandaram embora vasio. 4 E tornou a enviar-lhes outro servo; e elles, apedrejando-o, _o_ feriram na cabeça, e _o_ mandaram embora, tendo-_o_ affrontado. 5 E tornou a enviar-lhes outro, e a este mataram, e outros muitos, e feriram uns, e mataram outros. 6 Tendo elle pois ainda um seu filho amado, enviou-o tambem a estes por derradeiro, dizendo: Ao menos terão respeito ao meu filho. 7 Mas aquelles lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; vamos, matemol-o, e a herança será nossa. 8 E, pegando d’elle, _o_ mataram, e _o_ lançaram fóra da vinha. 9 Que fará pois o Senhor da vinha? Virá, e destruirá os lavradores, e dará a vinha a outros. 10 Ainda não lestes esta Escriptura: [2] A pedra, que os edificadores rejeitaram, esta foi posta por cabeça da esquina: 11 Isto foi feito pelo Senhor, e é coisa maravilhosa aos nossos olhos? 12 E buscavam [3] prendel-o, mas temiam a multidão, porque entendiam que contra elles dizia esta parabola: e, deixando-o, foram-se. _Interrogação ácerca do tributo._ Mat. 22.15-22. 13 E enviaram-lhe alguns [4] dos phariseos e dos herodianos, para que o apanhassem n’_alguma_ palavra. 14 E, chegando elles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade, e de ninguem se te dá, porque não olhas á apparencia dos homens, antes com verdade ensinas o caminho de Deus: é licito dar o tributo a Cesar, ou não? Daremos, ou não daremos? 15 Então ele, conhecendo a sua hypocrisia, disse-lhes: Porque me tentaes? trazei-me _uma_ moeda, para que _a_ veja. 16 E elles _lh’a_ trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscripção? E elles lhe disseram: De Cesar. 17 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dae _pois_ a Cesar o _que é_ de Cesar, e a Deus o _que_ é de Deus. E maravilharam-se d’elle. _Os sadduceos e a resurreição._ Mat. 22.23-33. 18 Então os [5] sadduceos, que dizem que não ha [6] resurreição, approximaram-se d’elle, e perguntaram-lhe, dizendo: 19 Mestre, [7] Moysés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguem, e deixasse mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher d’elle, e suscitasse semente a seu irmão. 20 Ora havia sete irmãos, e o primeiro tomou mulher, e morreu sem deixar semente; 21 E o segundo tambem a tomou e morreu, e nem este deixou semente; e o terceiro da mesma maneira; 22 E tomaram-n’a _todos_ os sete, sem, comtudo, deixarem semente. Finalmente, depois de todos, morreu tambem a mulher. 23 Na resurreição, pois, quando resuscitarem, de qual d’estes será a mulher? porque os sete a tiveram por mulher. 24 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura não erraes vós, porque não sabeis as Escripturas nem o poder de Deus? 25 Porquanto, quando resuscitarem dos mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como [8] os anjos que _estão_ nos céus. 26 E, ácerca dos mortos que houverem de resuscitar, não tendes lido no livro de Moysés como Deus lhe fallou na sarça, dizendo: Eu _sou_ [9] o Deus de Abrahão, e o Deus de Isaac, e o Deus de Jacob? 27 Ora Deus não é dos mortos, mas sim Deus dos vivos. Por isso vós erraes muito. _O primeiro de todos os mandamentos._ Mat. 22.35-40 e refs. 28 E, approximando-se d’elle um dos escribas que os tinha ouvido disputar, sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? 29 E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos _é_: Ouve, [10] Israel, o Senhor nosso Deus é o unico Senhor. 30 Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças: este _é_ o primeiro mandamento. 31 E o segundo, similhante a este, _é_: [11] Amarás o teu proximo como a ti mesmo. Não ha outro mandamento maior do que estes. 32 E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ha um só [12] Deus, e que não ha outro além d’elle; 33 E que amal-o de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o proximo como a si mesmo, é mais do que todos [13] os holocaustos e sacrificios. 34 E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguem [14] ousava perguntar-lhe mais nada. _O Christo, Filho de David._ Mat. 22.41-46. 35 E, fallando [15] Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Christo é filho de David? 36 Porque o mesmo David disse pelo Espirito Sancto: [16] O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te á minha direita até que eu ponha os teus inimigos por escabello dos teus pés. 37 Pois, _se_ David mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade. _Jesus censura os escribas._ Mat. 23.6, etc. 38 E, ensinando-os, [17] dizia-lhes: Guardae-vos dos escribas, que gostam de andar com vestidos compridos, e das saudações nas praças, 39 E das primeiras cadeiras nas synagogas, e dos primeiros assentos nas ceias; 40 Que devoram [18] as casas das viuvas, e _isso_ com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condemnação. _A oferta da viuva pobre._ Luc. 21.1-4. 41 E, estando Jesus assentado defronte da [19] arca do thesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do thesouro; e muitos ricos deitavam muito. 42 E, chegando uma pobre viuva, deitou duas pequenas moedas, que valiam quatro réis. 43 E, chamando os seus discipulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre [20] viuva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do thesouro, 44 Porque todos _ali_ deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o [21] que tinha, todo o seu sustento. [1] Luc. 20.9. [2] Psa. 118.22. [3] Mat. 21.45, 46. cap. 11.18. João 7.25, 30, 44. [4] Luc. 20.20. [5] Luc. 20.27. [6] Act. 23.8. [7] Deu. 25.5. [8] I Cor. 15.42, 49.52. [9] Exo. 3.6. [10] Deu. 6.4. Luc. 10.27. [11] Lev. 19.18. Mat. 22.39. Rom. 13.9. Gal. 5.14. Thi. 2.8. [12] Deu. 4.39. Isa. 45.6, 14 e 46.9. [13] I Sam. 15.22. Ose. 6.6. Miq. 6.6, 7, 8. [14] Mat. 22.46. [15] Luc. 20.41. [16] II Sam. 23.2. Psa. 110.1. [17] cap. 4.2. Luc. 20.46 e 11.43. [18] Mat. 23.14. [19] II Reis 12.9. [20] II Cor. 8.12. [21] Deu. 24.6. I João 3.17. _O sermão prophetico: o principio de dôres._ Mat. 24.1-14 e refs. 13 E, saindo elle do [1] templo, disse-lhe um dos seus discipulos: Mestre, olha que pedras, e que edificios! 2 E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edificios? Não ficará pedra sobre pedra [2] que não seja derribada. 3 E, assentando-se elle no monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Thiago, e João e André lhe perguntaram em particular: 4 Dize-nos, quando serão essas _coisas_, e que signal _haverá_ quando[3] todas essas _coisas_ se houverem de cumprir. 5 E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer: Olhae que ninguem [4] vos engane; 6 Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou _o Christo_: e enganarão a muitos. 7 E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos turbeis; porque _assim_ importa fazer-se; mas ainda não _será_ o fim. 8 Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos logares, e haverá fomes e alvoroços. Estas _coisas serão_ o principio [5] de dôres. 9 Mas olhae por vós mesmos, [6] porque vos entregarão aos concilios e ás synagogas; sereis açoitados, e sereis apresentados ante presidentes [AGS] e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho. 10 Mas importa que o [7] evangelho se pregue primeiro entre todas as gentes. 11 Quando pois vos conduzirem para vos entregarem, não [8] estejaes solicitos d’antemão pelo que haveis de dizer; mas, o que vos fôr dado n’aquella hora, isso fallae; porque não sois vós os que fallaes, mas o Espirito Sancto. 12 E o irmão [9] entregará á morte o irmão, e o pae o filho: e levantar-se-hão os filhos contra os paes, e os matarão. 13 E sereis aborrecidos [10] por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim esse será salvo. _O sermão prophetico contínua: a grande tribulação._ Mat. 24.15-18 e refs. 14 Ora, quando vós virdes [11] a abominação do assolamento, que foi predito, estando onde não deve estar (quem lê, entenda), então os que estiverem na Judea [12] fujam para os montes. 15 E o que estiver sobre o telhado não desça para casa, nem entre a tomar coisa alguma de sua casa; 16 E o que estiver no campo não volte atraz, para tomar o seu vestido. 17 Mas ai das [13] gravidas, e das que criarem n’aquelles dias! 18 Orae pois, para que a vossa fugida não succeda no inverno; 19 Porque _n_’aquelles dias [14] haverá _uma_ afflicção tal, qual nunca houve desde o principio da creação, que Deus creou, até agora, nem tão pouco haverá. 20 E, se o Senhor não abreviasse aquelles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos que escolheu, abreviou aquelles dias. 21 E então, se alguem vos disser: Eis aqui [15] _está_ o Christo: ou, Eil-o ali _está_: não _o_ acrediteis. 22 Porque se levantarão falsos christos, e falsos prophetas, e farão signaes e prodigios, para enganarem, se _fôr_ possivel, até os escolhidos. 23 Mas vós vede; [16] eis que d’antemão vos tenho dito tudo. _O sermão prophetico continúa: A vinda do Filho do homem._ Mat. 24.29-45, etc. 24 Ora, [17] n’aquelles dias, depois d’aquella afflicção, o sol se escurecerá, e a lua não dará o seu resplendor, 25 E as estrellas cairão do céu, e as forças que _estão_ nos céus serão abaladas. 26 E então verão [18] vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e gloria. 27 E então enviará os seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até á extremidade do céu. 28 Aprendei pois a parabola [19] da figueira: Quando já o seu ramo se torna tenro, e brota folhas, bem sabeis que _já_ está proximo o verão. 29 Assim tambem vós, quando virdes succederem estas _coisas_, sabei que _já_ está junto ás portas. 30 Na verdade vos digo que não passará esta geração, até que todas estas coisas aconteçam. 31 Passará o céu e a terra,[20] mas as minhas palavras não passarão. _O sermão prophetico continúa: a vigilancia._ 32 Porém d’aquelle dia e hora ninguem sabe, nem os anjos que _estão_ no céu, nem o Filho, senão o Pae. 33 Olhae, vigiae [21] e orae; porque não sabeis quando chegará o tempo. 34 Como o homem,[22] que, partindo para fóra da terra, deixou a sua casa, e deu auctoridade aos seus servos, e a cada um a sua obra, e mandou ao porteiro que vigiasse; 35 Vigiae [23] pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se á tarde, se á meia noite, se ao cantar do gallo, se pela manhã, 36 Para que não venha de improviso, e vos ache dormindo. 37 E as coisas que vos digo digo-_as_ a todos: Vigiae. [1] Luc. 21.6. [2] Luc. 19.14. [3] Mat. 24.3. Luc. 21.7. [4] Jer. 29.8. Eph. 5.6. I The. 2.3. [5] Mat. 24.8. [6] Mat. 10.17, 18 e 24.9. Apo. 2.10. [7] Mat. 24.14. [8] Mat. 10.19. Luc. 12.11 e 21.14. Act. 2.4 e 4.8, 31. [9] Miq. 7.6. Mat. 10.21 e 24.10. Luc. 21.16. [10] Mat. 24.9. Luc. 21.17. Dan. 12.12. Mat. 10.22 e 24.13. Apo. 2.10. [11] Dan. 9.27. [12] Luc. 21.21. [13] Luc. 21.23 e 23.29. [14] Dan. 9.26 e 12.1. Joel 2.2. Mat. 24.21. [15] Mat. 24.23. Luc. 17.23 e 21.8. [16] II Ped. 3.17. [17] Dan. 7.10. Sof. 1.15. Luc. 21.25. [18] Dan. 7.13, 14. Mat. 16.27 e 24.30. cap. 14.62. Act. 1.11. I The. 4.16. II The. 1.7, 10. Apo. 1.7. [19] Mat. 24.32. Luc. 21.29, etc. [20] Isa. 40.8. [21] Mat. 24.42 e 25.13. Luc. 12.40 e 21.24. Rom. 13.11. I The. 5.6. [22] Mat. 24.45 e 25.14. [23] Mat. 24.42, 44. _A consulta dos sacerdotes._ Mat. 26.3-5 e refs. 14 E d’alli a dois [1] dias era a paschoa, e a _festa dos pães_ asmos, e os principaes dos sacerdotes e os escribas buscavam como o prenderiam com dolo, e o matariam. 2 Mas elles diziam: Não na festa, para que porventura se não faça alvoroço entre o povo. _O jantar em Bethania._ Mat. 26.6-13 e refs. 3 E, estando elle em [2] Bethania, assentado _á mesa_, em casa de Simão, o leproso, veiu uma mulher, que trazia um vaso de alabastro, com unguento de nardo puro, de muito preço, e, quebrando o vaso, lh’o derramou sobre a cabeça. 4 E alguns houve que em si mesmos se indignaram, e disseram: Para que se fez este desperdicio de unguento? 5 Porque podia isto vender-se por mais de trezentos dinheiros, e dal-o aos pobres. E bramavam contra ella. 6 Jesus, porém, disse: Deixae-a, para que a molestaes? Ella fez-me _uma_ obra boa. 7 Porque sempre tendes os[3] pobres comvosco, e podeis fazer-lhes bem, quando quizerdes; porém a mim nem sempre me tendes. 8 Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. 9 Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho fôr prégado, tambem _o_ que ella fez será contado para sua memoria. _O preço da traição._ Mat. 26.14-16. 10 E [4] Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principaes dos sacerdotes para lh’o entregar. 11 E elles, ouvindo-o, folgaram, e prometteram dar-lhe dinheiro; e buscava como o entregaria a tempo opportuno. _A ultima paschoa: a sancta ceia._ Mat. 26.17-30. 12 E, no primeiro[5] dia dos _pães_ asmos, quando sacrificavam a paschoa, disseram-lhe os discipulos: Aonde queres que vamos preparar-te _o necessario_ para comer a paschoa? 13 E enviou dois dos seus discipulos, e disse-lhes: Ide á cidade, e um homem, que leva um cantaro d’agua, vos encontrará; segui-o; 14 E, onde quer que entrar, dizei ao senhor da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que hei de comer a paschoa com os meus discipulos? 15 E elle vos mostrará um grande cenaculo mobilado _e_ preparado; ali a preparae. 16 E, saindo os seus discipulos, foram á cidade, e acharam como lhes tinha dito, e prepararam a paschoa. 17 E, chegada [6] a tarde, foi com os doze, 18 E, quando estavam assentados _á mesa_, e comendo, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vos, que comigo come, ha de trahir-me. 19 E elles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: _Porventura_ sou eu, Senhor? e outro: _Porventura_ sou eu, Senhor? 20 Porém elle, respondendo, disse-lhes: É um dos doze que mette comigo a mão no prato. 21 Na verdade o Filho [7] do homem vae, como d’elle está escripto, mas ai d’aquelle homem por quem o Filho do homem é trahido! bom seria ao tal homem não haver nascido. 22 E, comendo elles, tomou [8] Jesus pão, e, abençoando-o, o partiu e deu-lh’_o_, e disse: Tomae, comei, isto é o meu corpo. 23 E, tomando o calix, e dando graças, deu-lh’_o_; e todos beberam d’elle. 24 E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o _sangue_ do Novo Testamento, que por muitos é derramado. 25 Em verdade vos digo que não beberei mais do fructo da vide, até áquelle dia em que o beber novo no reino de Deus. 26 E, tendo cantado o [9] hymno, sairam para o monte das Oliveiras. _Pedro é avisado._ Mat. 26.31-35 e refs. 27 E disse-lhes Jesus: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque escripto [10] está: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão. 28 Mas, depois que eu [11] houver resuscitado, irei adiante de vós para a Galilea. 29 E disse-lhe [12] Pedro: Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu. 30 E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, n’esta noite, antes que o gallo cante duas vezes, tres vezes me negarás. 31 Mas elle dizia cada vez mais: Ainda que me seja necessario morrer comtigo, de modo nenhum te negarei. E da mesma maneira diziam todos tambem. _Jesus em Gethsemane._ Mat. 26.36-46 e refs. 32 E foram a um logar chamado [13] Gethsemane, e disse aos seus discipulos: Assentae-vos aqui, até que ore. 33 E tomou comsigo a Pedro, e a Thiago, e a João, e começou a ter pavor, e a angustiar-se. 34 E disse-lhes: [14] A minha alma está profundamente triste até á morte: ficae aqui, e vigiae. 35 E, tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possivel, passasse d’elle aquella hora. 36 E disse: [15] Abba, Pae, todas _as coisas_ te _são_ possiveis; affasta de mim este calix; porém não o que eu quero, mas o que tu _queres_. 37 E, chegando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, dormes? não podes vigiar uma hora? 38 Vigiae e orae, para que não entreis em tentação; o [16] espirito, na verdade, _está_ prompto, mas a carne _é_ fraca. 39 E, tornando a ir, orou, dizendo as mesmas palavras. 40 E, tornando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam carregados, e não sabiam que responder-lhe. 41 E voltou terceira vez, e disse-lhes: Dormi agora, e descançae. Basta; é chegada a hora. [17] Eis que o Filho do homem vae ser entregue nas mãos dos peccadores. 42 Levantae-vos, [18] vamos; eis que está perto o que me trahe. _Jesus é preso._ Mat. 26.47-56. 43 E logo, [19] fallando elle ainda, veiu Judas, que era um dos doze, da parte dos principaes dos sacerdotes, e dos escribas e dos anciãos, e com elle _uma_ grande multidão com espadas e varapaus. 44 Ora, o que o trahia, tinha-lhes dado _um_ signal, dizendo: Aquelle que eu beijar, esse é; prendei-o, e levae-_o_ com segurança. 45 E, logo que chegou, approximou-se d’elle, e disse-lhe: Rabbi, Rabbi. E beijou-o. 46 E lançaram-lhe as mãos, e o prenderam. 47 E um dos que ali estavam presentes, puxando da espada, feriu o servo do summo sacerdote, e cortou-lhe a orelha. 48 E, respondendo [20] Jesus, disse-lhes: Saistes com espadas e varapaus a prender-me, como a um salteador? 49 Todos os dias estava comvosco ensinando no templo, e não me prendestes; mas _assim se faz_ para [21] que as Escripturas se cumpram. 50 Então, deixando-o, todos [22] fugiram. 51 E _um_ certo mancebo o seguia, envolto em um lençol sobre o _corpo_ nú. E os mancebos o prenderam; 52 E elle, largando o lençol, fugiu nú d’entre elles. _Jesus perante o synhedrio._ Mat. 26.57-68. 53 E levaram Jesus [23] ao summo sacerdote, e ajuntaram-se a elle todos os principaes dos sacerdotes, e os anciãos e os escribas. 54 E Pedro o seguiu de longe até dentro do pateo do summo sacerdote, e estava assentado com os [AGT] servidores, e aquentando-se ao lume. 55 E os principaes [24] dos sacerdotes e todo o concilio buscavam _algum_ testemunho contra Jesus, para o matar, e não o achavam. 56 Porque muitos testificavam falsamente contra elle, mas os testemunhos não eram conformes. 57 E, levantando-se alguns, testificavam falsamente contra elle, dizendo: 58 Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derribarei [25] este templo, construido pelas mãos, e em tres dias edificarei outro, não feito por mãos. 59 E nem assim o seu testemunho era conforme. 60 E, levantando-se [26] o summo sacerdote no meio, perguntou a Jesus, dizendo: Nada respondes? Que testificam estes contra ti? 61 Mas elle calou-se, e nada respondeu. [27] O summo sacerdote lhe tornou a perguntar, e disse-lhe: És tu o Christo, Filho do _Deus_ Bemdito? 62 E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis [28] o Filho do homem assentado á direita do poder _de Deus_, e vindo sobre as nuvens do céu. 63 E o summo sacerdote, rasgando os seus vestidos, disse: Para que necessitamos de mais testemunhas? 64 Vós ouvistes a blasphemia; que vos parece? E todos o condemnaram como culpado de morte. 65 E alguns começaram a cuspir n’elle, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe punhadas, e a dizer-lhe: Prophetiza. E os servidores davam-lhe bofetadas. _Pedro nega a Jesus._ Mat. 26.69-75 e refs. 66 E, estando [29] Pedro em baixo, no atrio, chegou uma das creadas do summo sacerdote; 67 E, vendo a Pedro, que se estava aquentando, olhou para elle, e disse: Tu tambem estavas com Jesus Nazareno. 68 Mas elle negou-o, dizendo: Não o conheço, nem sei o que dizes. E saiu fóra ao alpendre, e o gallo cantou. 69 E a creada, vendo-o outra [30] vez, começou a dizer aos que ali estavam: Este é um dos taes. 70 Mas elle o negou outra vez. [31] E pouco depois os que ali estavam disseram outra vez a Pedro: Verdadeiramente tu és um d’elles, porque és tambem galileo, e a tua falla [32] é similhante. 71 E elle começou a imprecar, e a jurar, _dizendo_: Não conheço esse homem de quem fallaes, 72 E [33] o gallo cantou segunda vez. E Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe tinha dito: Antes que o gallo cante duas vezes, tres vezes me negarás tu. E, retirando-se d’ali, chorou. [1] Luc. 22.1. João 11.55 e 13.1. [2] João 12.1, 3. Luc. 7.37. [3] Deu. 15.11. [4] Luc. 22.3, 4. [5] Luc. 22.7. [6] Mat. 26.20, etc. [7] Mat. 26.24. Luc. 22.22. [8] Mat. 26.26. Luc. 22.19. I Cor. 11.23. [9] Mat. 26.30. [10] Zac. 13.7. [11] cap. 16.7. [12] Mat. 26.33, 34. Luc. 22.33, 34. João 13.37, 38. [13] Luc. 22.39. João 18.1. [14] João 12.27. [15] Rom. 8.15. Gal. 4.6. Heb. 5.7. João 5.30 e 6.38. [16] Rom. 7.19. Gal. 5.17. [17] João 13.1. [18] Mat. 26.46. João 18.1, 2. [19] Luc. 22.17. João 18.3. [20] Mat. 26.55. Luc. 22.52. [21] Psa. 22.6. Isa. 63.7, etc. Luc. 22.37 e 24.44. [22] Psa. 88.8. ver. 27. [23] Luc. 22.54. João 18.13. [24] Mat. 26.69. [25] cap. 15.29. João 2.19. [26] Mat. 26.62. [27] Isa. 53.7. Mat. 26.63. [28] Mat. 24.30 e 26.64. Luc. 22.69. [29] Luc. 22.65. João 18.16. [30] Mat. 26.71. Luc. 22.58. João 18.25. [31] Mat. 26.73. Luc. 22.59. João 18.26. [32] Act. 2.7. [33] Mat. 26.75. _Jesus perante Pilatos._ Mat. 27.1, 2; 11-31 e refs. 15 E logo ao [1] amanhecer os principaes dos sacerdotes, com os anciãos, e os escribas, e todo o concilio, tiveram conselho; e, amarrando a Jesus, _o_ levaram e entregaram a Pilatos. 2 E Pilatos [2] lhe perguntou: Tu és o Rei dos Judeos? E elle, respondendo, disse-lhe: Tu _o_ dizes. 3 E os principaes dos sacerdotes o accusavam de muitas _coisas_; porém elle nada respondia. 4 E Pilatos [3] o interrogou outra vez, dizendo: Nada respondes? Vê quantas _coisas_ testificam contra ti. 5 Mas Jesus [4] nada mais respondeu, de maneira que Pilatos se maravilhava. 6 Ora no _dia_ da festa [5] costumava soltar-lhes um preso qualquer que elles pedissem. 7 E havia um chamado Barabbás, que, preso com outros amotinadores, tinha n’um motim commettido uma morte. 8 E a multidão, dando gritos, começou a pedir _que fizesse_ como sempre lhes tinha feito. 9 E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos Judeos? 10 Porque elle bem sabia que por inveja os principaes dos sacerdotes o tinham entregado. 11 Mas os principaes dos [6] sacerdotes incitaram a multidão para que lhes soltasse antes Barabbás. 12 E Pilatos, respondendo, lhes disse outra vez: Que quereis pois que faça _d’aquelle_ a quem chamaes Rei dos Judeos? 13 E elles tornaram a clamar: Crucifica-o. 14 Mas Pilatos lhes disse: Pois que mal fez? E elles cada vez clamavam mais: Crucifica-o. 15 Porém [7] Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhes Barabbás, e, açoitado Jesus, o entregou para que fosse crucificado. 16 E [8] os soldados o levaram dentro á sala, que é [AGU] a da audiência, e convocaram toda a cohorte; 17 E vestiram-n’o de purpura, e, tecendo uma corôa de espinhos, lh’a pozeram _na cabeça_. 18 E começaram a saudal-o, _dizendo_: Salve, Rei dos Judeos! 19 E feriram-n’o na cabeça com uma canna, e cuspiram n’elle, e, postos de joelhos, o adoraram. 20 E, havendo-o escarnecido, despiram-lhe a purpura, e o vestiram com os seus proprios vestidos, e o levaram fóra para o crucificar. _A crucifixão._ Mat. 27.32-56 e refs. 21 E constrangeram um _certo_ [9] Simão Cyreneo, pae de Alexandre e de Rufo, que _por ali_ passava, vindo do campo, a que levasse a cruz. 22 E levaram-n’o ao [10] logar do Golgotha, que é, traduzido, logar da Caveira. 23 E deram-lhe a [11] beber vinho com myrrha, mas elle não o tomou. 24 E, havendo-o crucificado, repartiram os seus vestidos, [12] lançando sobre elles sortes, _para saber_ o que cada um levaria. 25 E era a hora terceira, [13] e o crucificaram. 26 E por cima _d’elle_ estava [14] escripta a sua accusação: O REI DOS JUDEOS. 27 E crucificaram [15] com elle dois salteadores, um á sua direita, e outro á esquerda. 28 E cumpriu-se [16] a escriptura que diz: E com os malfeitores foi contado. 29 E os que passavam blasphemavam d’elle, [17] meneando as suas cabeças, e dizendo: [18] Ah! tu que derribas o templo, e em tres dias o edificas, 30 Salva-te a ti mesmo, e desce da cruz. 31 E da mesma maneira tambem os principaes dos sacerdotes, com os escribas, diziam uns para os outros, zombando: Salvou os outros, e não pode salvar-se a si mesmo; 32 O Christo, o Rei d’Israel, desça agora da cruz, para que o vejamos e acreditemos. Tambem os que com elle estavam crucificados [19] o injuriavam. 33 E, chegada a hora sexta, [20] foram feitas trevas sobre toda a terra até á hora nona. 34 E, á hora nona, Jesus exclamou com grande voz, [21] dizendo: Eloi, Eloi, lama sabachthani? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? 35 E alguns dos que ali estavam, ouvindo _isto_, diziam: Eis que chama por Elias. 36 E um d’elles correu [22] a encher uma esponja de vinagre, e, pondo-_a_ n’uma canna, deu-lh’o a beber, dizendo: Deixae, vejamos se virá Elias tiral-o. 37 E Jesus, [23] dando um grande brado, expirou. 38 E o véu [24] do templo se rasgou em dois, d’alto a baixo. 39 E o centurião, [25] que estava defronte d’elle, vendo que assim clamando expirára, disse: Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus. 40 E tambem ali estavam _algumas_ mulheres, [26] olhando de longe, entre as quaes estavam tambem Maria Magdalena, e Maria, mãe de Thiago, o menor, e de José, e Salomé; 41 As quaes tambem o seguiam, [27] e o serviam, quando estava na Galilea; e muitas outras, que tinham subido com elle a Jerusalem. _A sepultura de Jesus._ Mat. 27.57-66 e refs. 42 E, [28] chegada a tarde, porquanto era _o dia da_ preparação, isto é, a vespera do sabbado, 43 Chegou José d’Arimathea, senador honrado, que tambem [29] esperava o reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus. 44 E Pilatos se maravilhou de que já estivesse morto. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se já havia muito que tinha morrido. 45 E, tendo-se certificado pelo centurião, deu o corpo a José, 46 O qual comprou [30] um lençol fino, e, tirando-o _da cruz_, o envolveu no lençol, e o depositou n’um sepulchro lavrado n’_uma_ rocha; e revolveu uma pedra para a porta do sepulchro. 47 E Maria Magdalena e Maria _mãe_ de José olhavam onde o punham. [1] Psa. 2.2. Luc. 22.66 e 23.1. João 18.28. Act. 3.13 e 4.26. [2] Mat. 27.11. [3] Mat. 27.13. [4] Isa. 63.7. João 19.9. [5] Mat. 27.15. Luc. 23.17. João 18.39. [6] Mat. 27.20. Act. 3.14. [7] Mat. 27.26. João 19.1, 16. [8] Mat. 27.27. [9] Luc. 23.25. [10] Mat. 27.33. Luc. 23.33. João 19.17. [11] Mat. 27.34. [12] Psa. 22.18. Luc. 23.34. João 19.23. [13] Mat. 27.45. Luc. 23.34. João 19.23. [14] Mat. 27.37. João 19.19. [15] Mat. 27.38. [16] Isa. 53.12. Luc. 22.37. [17] Psa. 22.7. [18] cap. 14.58. João 2.19. [19] Mat. 27.44. Luc. 23.39. [20] Mat. 27.45. Luc. 23.44. [21] Psa. 22.1. Mat. 27.46. [22] Mat. 27.48. João 19.29. Psa. 69.21. [23] Mat. 27.50. Luc. 23.46. João 19.30. [24] Mat. 27.51. Luc. 23.45. [25] Mat. 27.54. Luc. 23.47. [26] Mat. 27.55. Luc. 23.49. Psa. 38.11. [27] Luc. 8.2, 3. [28] Luc. 23.50. João 19.38. [29] Luc. 2.25, 38. Mat. 27.59, 60. [30] Luc. 23.53. João 19.40. _A resurreição._ Mat. 28.1-10 e refs. 16 E, passado [1] o sabbado, Maria Magdalena, e Maria, _mãe_ de Thiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungil-o. 2 E, no primeiro dia [2] da semana, foram ao sepulchro, de manhã cedo, ao nascer do sol; 3 E diziam umas ás outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulchro? 4 E, olhando, viram que _já_ a pedra estava revolvida; porque era muito grande. 5 E, entrando [3] no sepulchro, viram um mancebo assentado á direita, vestido de _uma_ roupa comprida, branca; e ficaram espantadas. 6 Porém elle disse-lhes: [4] Não vos assusteis; buscaes a Jesus Nazareno, que foi crucificado; _já_ resuscitou, não está aqui; eis aqui o logar onde o pozeram. 7 Porém ide, dizei a seus discipulos, e a Pedro, que elle vae adiante de vós para a Galilea; [5] ali o vereis, como elle vos disse. 8 E, saindo ellas apressadamente, fugiram do sepulchro, porque estavam possuidas de temor e assombro; [6] e nada diziam a ninguem, porque temiam. _Apparições de Jesus depois da sua resurreição._ 9 E _Jesus_, tendo resuscitado na manhã do primeiro dia da semana, [7] appareceu primeiramente a Maria Magdalena, da qual tinha expulsado sete demonios. 10 _E_, [8] partindo ella, annunciou-o áquelles que tinham estado com elle, os quaes estavam tristes, e chorando. 11 E, ouvindo elles [9] que vivia, e que tinha sido visto por ella, não o creram. 12 E depois manifestou-se n’outra fórma [10] a dois d’elles, que iam de caminho para o campo. 13 E, indo estes, annunciaram-n’o aos outros, mas nem ainda estes creram. 14 Finalmente [11] appareceu aos onze, estando elles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já resuscitado. 15 E disse-lhes: [12] Ide por todo o mundo, prégae o evangelho a toda a creatura: 16 Quem [13] crêr e fôr baptizado será salvo; mas quem não crêr será condemnado. 17 E estes signaes seguirão aos que crêrem: [14] Em meu nome expulsarão os demonios; fallarão novas linguas: 18 Pegarão nas [15] serpentes; e, se beberem alguma coisa mortifera, não lhes fará damno algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os sararão. 19 Ora o Senhor, [16] depois de lhes ter fallado, foi recebido acima no céu, e assentou-se á direita de Deus. 20 E elles, tendo partido, prégaram por todas as partes, cooperando com _elles_ o Senhor, [17] e confirmando a palavra com os signaes que se seguiram. Amen. [1] Luc. 24.1 e 23.56. João 20.1. [2] Luc. 24.1. João 20.1. [3] Luc. 24.3. João 20.11, 12. [4] Mat. 28.5, 6, 7. [5] Mat. 26.32. cap. 14.28. [6] Mat. 28.8. Luc. 24.9. [7] João 20.14. Luc. 8.2. [8] Luc. 24.10. João 20.18. [9] Luc. 24.11. [10] Luc. 24.13. [11] Luc. 24.36. João 20.19. I Cor. 15.5. [12] Mat. 28.19. João 15.16. Col. 1.23. [13] João 3.18 e 12.48. Act. 2.38 e 16.30. Rom. 10.9. I Ped. 3.21. [14] Luc. 10.17. Act. 5.16 e 8.7 e 16.18 e 19, 12 e 2.4 e 10.46 e 19.6. I Cor. 12.10, 28. [15] Luc. 10.19. Act. 28.5, 28 e 5.15, 16 e 9.17. Thi. 5.14. [16] Act. 1.2, 3 e 7.55. Luc. 24.51. [17] Act. 5.12 e 14.3. I Cor. 2.4, 5. Heb. 2.4. O SANCTO EVANGELHO SEGUNDO S. LUCAS. _Prefacio_ [6 Annos antes do Anno Domini] 1 Tendo pois muitos emprehendido pôr em ordem a narração das coisas que entre nós se cumpriram, 2 Segundo nos transmittiram [1] os mesmos que as viram desde o principio, e foram ministros da palavra, 3 Pareceu-me [2] tambem a mim conveniente escrevel-as a ti, ó excellente Theophilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o principio; 4 Para que conheças [3] a certeza das coisas de que _já_ estás informado. _Annuncio do nascimento de João._ 5 Existiu, no tempo [4] de Herodes, rei da Judéa, um sacerdote chamado Zacharias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas d’Aarão; e o seu nome _era_ [AGV] Isabel. 6 E eram ambos [5] justos perante Deus, andando sem reprehensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. 7 E não tinham filhos, porquanto Isabel era esteril, e ambos eram avançados em edade. 8 E aconteceu que, exercendo elle o sacerdocio [6] diante de Deus, na ordem da sua turma, 9 Segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templo do Senhor [7] a offerecer o incenso. 10 E toda a multidão do povo estava fóra, orando á hora do incenso, 11 E um anjo do Senhor lhe appareceu, posto em pé, á direita do [8] altar do incenso. 12 E Zacharias, vendo-_o_, [9] turbou-se, e caiu temor sobre elle. 13 Mas o anjo lhe disse: Zacharias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará á luz um filho, e lhe porás o [10] nome de João; 14 E terás prazer e alegria, [11] e muitos se alegrarão no seu nascimento; 15 Porque será grande diante do Senhor, e não [12] beberá vinho, nem [AGW] bebida forte, e será cheio do Espirito Sancto, até desde o ventre de sua mãe; 16 E converterá muitos [13] dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; 17 E irá adiante d’elle no espirito e virtude d’Elias, para converter os corações dos paes aos filhos, e os rebeldes á prudencia dos justos; para preparar ao Senhor um povo _bem_ disposto. 18 Disse então Zacharias ao anjo: [14] Como conhecerei isto? pois eu _já_ sou velho, e minha mulher avançada em edade. 19 E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou [15] Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a fallar-te e dar-te estas alegres novas; 20 E eis que ficarás mudo, e não [16] poderás fallar até ao dia em que estas _coisas_ aconteçam; porquanto não crêste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir. 21 E o povo estava esperando a Zacharias, e maravilhavam-se de que tanto se demorasse no templo. 22 E, saindo elle, não lhes podia fallar; e entenderam que tinha visto _alguma_ visão no templo. E fallava por acenos, e ficou mudo. 23 E succedeu que, terminados [17] os dias do seu ministerio, voltou para sua casa. 24 E depois d’aquelles dias Isabel, sua mulher, concebeu, e por cinco mezes se occultou, dizendo: 25 Porque isto me fez o Senhor, nos dias em que attentou _em mim_, para destruir o meu [18] opprobrio entre os homens. _Annuncio do nascimento de Jesus._ 26 E, no sexto mez, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galilea, chamada Nazareth, 27 A uma virgem [19] desposada com um varão, cujo nome era José, da casa de David; e o nome da virgem _era_ Maria. 28 E, entrando o anjo aonde ella estava, disse: [20] [AGX] Salve, agraciada; o Senhor _é_ comtigo: bemdita tu entre as mulheres. 29 E, vendo-_o_ ella, [21] turbou-se muito das suas palavras, e considerava que saudação seria esta. 30 Disse-lhe então o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus; 31 E eis que em teu ventre conceberás, [22] e darás á luz um filho, e pôr-lhe-has o nome de Jesus. 32 Este será grande, [23] e será chamado filho do Altissimo; e o Senhor Deus lhe dará o throno de David, seu pae; 33 E reinará eternamente na casa de Jacob, e o [24] seu reino não terá fim. 34 E disse Maria ao anjo: Como se fará isto? pois não conheço varão. 35 E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espirito Sancto, e a virtude do Altissimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que tambem o Sancto, [25] que de ti ha de nascer, será chamado Filho de Deus. 36 E eis que tambem Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mez para aquella que era chamada esteril; 37 Porque para [26] Deus nada será impossivel. 38 Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se d’ella. _Maria visita Isabel._ 39 E n’aquelles dias, levantando-se Maria, foi apressada ás [27] montanhas, a uma cidade de Juda, 40 E entrou em casa de Zacharias, e saudou a Isabel. 41 E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a creancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espirito Sancto, 42 E exclamou com grande voz, e disse: Bemdita [28] tu entre as mulheres, e bemdito o fructo do teu ventre. 43 E d’onde me _provém_ isto a mim, que a mãe do meu Senhor venha a mim? 44 Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a creancinha saltou de alegria no meu ventre; 45 E bemaventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as _coisas_ que da parte do Senhor lhe foram ditas. _O cantico de Maria._ 46 Disse então Maria: [29] A minha alma engrandece ao Senhor, 47 E o meu espirito se alegra em Deus meu Salvador; 48 Porque attentou [30] na baixeza de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bemaventurada: 49 Porque me fez grandes coisas o [31] Poderoso; e sancto _é_ o seu nome. 50 E a sua misericordia [32] _é_ de geração em geração sobre os que o temem. 51 Com o seu braço obrou valorosamente: [33] dissipou os soberbos no pensamento de seus corações. 52 Depoz dos thronos [34] os poderosos, e elevou os humildes. 53 Encheu de bens [35] os famintos, e despediu vasios os ricos. 54 Auxiliou a Israel seu [36] servo, recordando-se da _sua_ misericordia; 55 Como fallou a nossos paes, a Abrahão [37] e á sua posteridade, para sempre. 56 E Maria ficou com ella quasi tres mezes, e depois voltou para sua casa. _O nascimento de João Baptista._ 57 E completou-se para Isabel o tempo de dar á luz, e teve um filho. 58 E os seus visinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ella de grande misericordia, [38] e alegraram-se com ella. 59 E aconteceu que, ao oitavo [39] dia, vieram circumcidar o menino, e lhe chamavam Zacharias, do nome de seu pae. 60 E, respondendo sua mãe, disse: [40] Não, porém será chamado João. 61 E disseram-lhe: Ninguem ha na tua parentela que se chame por este nome. 62 E perguntaram por acenos ao pae como queria que lhe chamassem. 63 E, pedindo elle uma taboinha de escrever, escreveu, dizendo: [41] O seu nome é João. E todos se maravilharam. 64 E logo a bocca se lhe abriu, [42] e a lingua se lhe _soltou_; e fallava, louvando a Deus. 65 E veiu temor sobre todos os seus circumvisinhos, e em todas as [43] montanhas da Judea foram divulgadas todas estas coisas. 66 E todos os que _as_ ouviam _as_ conservavam em seus corações, dizendo: [44] Quem será pois este menino? E a mão do Senhor estava com elle. _O cantico de Zacharias._ 67 E Zacharias, seu pae, foi cheio do [45] Espirito Sancto, e prophetizou, dizendo: 68 Bemdito [46] o Senhor Deus d’Israel, porque visitou e remiu o seu povo, 69 E nos levantou [AGY] uma salvação poderosa [47] na casa de David seu servo, 70 Como fallou pela bocca dos [48] seus sanctos prophetas, desde o principio do mundo; 71 _Que nos_ livraria dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos aborrecem; 72 Para manifestar [49] misericordia a nossos paes, e lembrar-se do seu sancto concerto, 73 E do juramento [50] que jurou a Abrahão nosso pae, 74 De conceder-nos que, libertados da mão de nossos inimigos, [51] o serviriamos sem temor, 75 Em [52] sanctidade e justiça perante elle, todos os dias da nossa vida. 76 E tu, ó menino, serás chamado propheta do Altissimo, porque has de ir adiante [53] da face do Senhor, a preparar os seus caminhos; 77 Para dar ao seu povo conhecimento da salvação, [54] na remissão dos seus peccados; 78 Pelas entranhas da misericordia do nosso Deus, com que o Oriente do alto [55] nos visitou; 79 Para [56] alumiar aos que estão assentados em trevas e sombra de morte; a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz. 80 E o [57] menino crescia, e se robustecia em espirito. E esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel. [1] Heb. 2.3. I Ped. 5.1. II Ped. 1.16. I João 1.1. Mar. 1.1. João 15.27. [2] Act. 15.19, 25, 28. I Cor. 7.40. Act. 11.4 e 1.1. [3] João 20.31. [4] Mat. 2.1. I Chr. 24.10, 19. Neh. 12.4, 17. [5] Gen. 7.1 e 17.1. I Reis 9.4. II Reis 20.3. Job 1.1. Act. 23.1 e 24.16. Phi. 3.6. [6] I Chr. 24.19. II Chr. 8.14 e 31.2. [7] Exo. 30.7, 8. I Sam. 2.28. I Chr. 23.13. II Chr. 29.11. Lev. 16.17. Apo. 8.3, 4. [8] Exo. 30.1. [9] ver. 20. Jui. 6.22 e 13.22. Dan. 10.8. cap. 2.9. Act. 10.4. Apo. 1.17. [10] ver. 60, 63. [11] ver. 58. [12] Num. 6.3. Jui. 13.4. cap. 7.33. Jer. 1.5. Gal. 1.15. [13] Mal. 4.5, 6 e 4.5. Mat. 11.14. Mar. 9.11. [14] Gen. 17.17. [15] Dan. 8.16 e 9.21, 22, 23. Mat. 18.10. Heb. 1.14. [16] Eze. 3.26 e 24.27. [17] II Reis 11.5. I Chr. 9.25. [18] Gen. 30.23. Isa. 4.1 e 54.1, 4. [19] Mat. 1.18. cap. 2.4, 5. [20] Dan. 9.23 e 10.19. Jui. 6.12. [21] ver. 12. [22] Isa. 7.14. Mat. 1.21. [23] Mar. 5.7. II Sam. 7.11. Psa. 132.11. Isa. 9.6 e 16.5. Jer. 23.5. Apo. 3.7. [24] Dan. 2.44 e 7.14, 27. Abd. 21. Miq. 4.7. João 12.34. Heb. 1.8. [25] Mat. 1.20 e 14.33 e 26.63. Mar. 1.1. João 1.34 e 20.31. Act. 8.37. Rom. 1.4. [26] Gen. 18.14. Jer. 32.17. Zac. 8.6. Mat. 19.26. Mar. 10.27. cap. 18.27. Rom. 4.21. [27] Jos. 21.9, 10, 11. [28] ver. 28. Jui. 5.24. [29] I Sam. 2.1. Psa. 34.2, 3 e 35.9. Hab. 3.18. [30] I Sam. 1.11. Psa. 138.6. Mal. 3.12. cap. 11.27. [31] Psa. 71.19 e 126.2, 3 e 111.9. [32] Gen. 17.7. Exo. 20.6. Psa. 103.17. [33] Psa. 98.1 e 118.15 e 33.10. Isa. 40.10 e 51.9 e 52.10. I Ped. 5.5. [34] I Sam. 2.6. Job 5.11. Psa. 113.6. [35] I Sam. 2.5. Psa. 34.10. [36] Psa. 98.3. Jer. 31.3, 20. [37] Gen. 17.19. Psa. 132.11. Rom. 11.28. Gal. 3.16. [38] ver. 14. [39] Gen. 17.12. Lev. 12.3. [40] ver. 13. [41] ver. 13. [42] ver. 20. [43] ver. 39. [44] cap. 2.19. Gen. 39.2. Psa. 80.17. [45] Joel 2.28. [46] I Reis 1.48. Psa. 41.13 e 111.9. Exo. 3.16. [47] Psa. 132.17. [48] Jer. 23.5. Dan. 9.24. Act. 3.21. Rom. 1.2. [49] Lev. 26.42. Psa. 98.3 e 106.45. Eze. 16.60. [50] Gen. 12.3 e 17.4. Heb. 6.13, 17. [51] Rom. 6.18. Heb. 9.14. [52] Jer. 32.39. Eph. 4.24. II The. 2.13. II Tim. 1.9. Tito 2.12. I Ped. 1.15. II Ped. 1.4. [53] Isa. 40.3. Mal. 3.1 e 4.5. Mat. 11.10. ver. 17. [54] Mar. 1.4. cap. 3.3. [55] Isa. 11.1. Mal. 4.2. [56] Isa. 9.2 e 42.7 e 49.9. Mat. 4.16. Act. 26.18. [57] cap. 2.40. Mat. 3.1 e 11.7. _O nascimento de Jesus._ [Antes do Anno Domini 5] 2 E aconteceu n’aquelles dias que saiu um decreto da parte de Cesar Augusto, para que todo o mundo se alistasse 2 (Este primeiro [1] alistamento foi feito sendo Cyrenio [AGZ] presidente da Syria), 3 E todos iam alistar-se, cada um á sua propria cidade. 4 E subiu tambem José da Galilea, da cidade [2] de Nazareth, á Judea, á cidade de David, chamada Bethlehem (porque era da casa e familia de David), 5 Para alistar-se com Maria, [3] sua mulher, que estava gravida. 6 E aconteceu que, estando elles ali se cumpriram os dias em que havia de dar á luz. 7 E deu á luz a [4] seu filho primogenito, e envolveu-o em pannos, e deitou-o n’_uma_ mangedoura, porque não havia logar para elles na estalagem. _Os pastores de Bethlehem._ 8 Ora havia n’aquella mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigilias da noite o seu rebanho. 9 E eis que o anjo do Senhor veiu sobre elles, e a gloria do Senhor os cercou de resplendor, [5] e tiveram grande temor. 10 E o anjo lhes disse: Não temaes, porque eis aqui vos dou novas de grande alegria, [6] que será para todo o povo: 11 Que hoje, na cidade de David, vos [7] nasceu o Salvador, que é Christo, o Senhor. 12 E isto vos _será por_ signal: Achareis o menino envolto em pannos, _e_ deitado n’uma mangedoura. 13 E, no mesmo instante, [8] appareceu com o anjo uma multidão dos exercitos celestiaes, louvando a Deus, e dizendo: 14 Gloria a Deus nas [9] alturas, paz na terra, [10] boa vontade para os homens. 15 E aconteceu que, ausentando-se d’elles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos pois até Bethlehem, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos notificou. 16 E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na mangedoura. 17 E, vendo-_o_, divulgaram a palavra que ácerca do menino lhes fôra dita; 18 E todos os que os ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam. 19 Mas [11] Maria guardava todas estas coisas, conferindo-_as_ em seu coração. 20 E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito. _A circumcisão e apresentação de Jesus._ 21 E, quando os oito dias [12] foram cumpridos, para circumcidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fôra posto antes de ser concebido. 22 E, cumprindo-se os dias da purificação, [13] segundo a lei de Moysés, o levaram a Jerusalem, para o apresentarem ao Senhor, 23 Segundo o que está escripto na lei do Senhor: Todo o [14] macho primogenito será consagrado ao Senhor; 24 E para darem a offerta segundo o [15] disposto na lei do Senhor: um par de rolas ou dois pombinhos. _Simeão e Anna._ [Antes do Anno Domini 4] 25 E eis que havia em Jerusalem um homem cujo nome _era_ Simeão; e este homem _era_ justo e temente a Deus, e esperava a [16] consolação d’Israel; e o Espirito Sancto estava sobre elle. 26 E fôra-lhe divinamente revelado pelo Espirito Sancto [17] que elle não morreria antes de ter visto o Christo do Senhor. 27 E pelo [18] Espirito foi ao templo, e, quando os paes introduziram o menino Jesus, para com elle procederem segundo o uso da lei, 28 Elle então o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: 29 Agora, Senhor, [19] despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra. 30 Pois _já_ os meus [20] olhos viram a tua salvação, 31 A qual tu preparaste perante a face de todos os povos; 32 Luz [21] para alumiar as nações, e para gloria de teu povo Israel. 33 E José, e sua mãe, se maravilharam das coisas que d’elle se diziam, 34 E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação [22] de muitos em Israel, e para signal que será contradicto; 35 E _uma_ espada [23] traspassará tambem a tua propria alma; para que se manifestem os pensamentos de muitos corações. 36 E estava ali a prophetiza Anna, filha de Fanuel, da tribu de Aser. Esta era _já_ avançada em edade, e tinha vivido com o marido sete annos, desde a sua virgindade, 37 E era viuva, de quasi oitenta e quatro annos, e não se affastava do templo, [24] servindo _a Deus_ em jejuns e orações, de noite e de dia. 38 E esta, sobrevindo na mesma hora, dava graças a Deus, e fallava d’elle a todos os [25] que esperavam a redempção em Jerusalem. _O menino Jesus no meio dos doutores._ 39 E, quando acabaram de cumprir tudo segundo a lei do Senhor, voltaram á Galilea, para a sua cidade de Nazareth. 40 E o menino [26] crescia, e se fortalecia em espirito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre elle. 41 Ora, todos os annos iam [27] seus paes a Jerusalem, á festa da paschoa; 42 E, tendo elle _já_ doze annos, subiram a Jerusalem, segundo o costume do dia da festa. 43 E, regressando elles, terminados aquelles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalem, e não _o_ souberam seus paes. 44 Pensando, porém, elles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia, e buscavam-n’o entre os parentes e conhecidos; 45 E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalem em busca d’elle. 46 E aconteceu que, passados tres dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. 47 E todos [28] os que o ouviam admiravam a sua intelligencia e respostas. 48 E elles, vendo-o, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, porque fizeste assim para comnosco? Eis que teu pae e eu anciosos te buscavamos. 49 E elle lhes disse: Porque é que me buscaveis? Não sabeis que me convem [29] tratar dos negocios de meu Pae? 50 E elles não [30] comprehenderam as palavras que lhes dizia. 51 E desceu com elles, e foi para Nazareth, e era-lhes sujeito. E sua mãe [31] guardava no seu coração todas estas coisas. 52 E crescia Jesus em [32] sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens. [1] Act. 5.37. [2] I Sam. 16.1, 4. João 7.42. Mat. 1.16. cap. 1.27. [3] Mat. 1.18. cap. 1.27. [4] Mat. 1.25. [5] cap. 1.12. [6] Gen. 12.3. Mat. 28.19. Mar. 1.15. cap. 24.47. Col. 1.23. [7] Isa. 9.6. Mat. 1.21 e 2.6 e 16.16. Act. 2.36. Phi. 2.11. [8] Gen. 28.12. Psa. 103.20. Dan. 7.10. Heb. 1.14. Apo. 5.11. [9] cap. 19.38. Eph. 1.6 e 2.17. Apo. 5.13. Isa. 57.19. Rom. 5.1. Col. 1.20. [10] João 3.16. Eph. 2.4, 7. II The. 2.16. I João 4.9. [11] Gen. 37.11. cap. 1.66. ver. 51. [12] Gen. 17.12. Lev. 12.3. cap. 1.59 e 1.31. Mat. 1.21, 25. [13] Lev. 12.2, 3, 4, 6. [14] Exo. 13.2 e 22.29 e 34.19. Num. 3.13 e 8.17 e 18.15. [15] Lev. 12.2, 6, 8. [16] Isa. 40.1. Mar. 15.43. ver. 38. [17] Psa. 88.48. Heb. 11.5. [18] Mat. 4.1. [19] Gen. 46.30. Phi. 1.23. [20] Isa. 52.10. cap. 3.6. [21] Isa. 9.2 e 42.6. Mat. 4.16. Act. 13.47 e 28.28. [22] Isa. 8.14. Ose. 14.9. Mat. 21.41. Rom. 9.32. I Cor. 1.23. II Cor. 2.16. I Chr. 2.7. Act. 28.22. [23] Psa. 42.10. João 19.25. [24] Act. 26.7, 8. I Tim. 5.5. [25] Mar. 15.43. ver. 25. cap. 24.21. [26] ver. 52. cap. 1.80. [27] Exo. 23.15 e 34.23. Deu. 16.1, 16. [28] Mat. 7.28. Mar. 1.22. cap. 4.22, 32. João 7.15, 46. [29] João 2.16. [30] cap. 9.45 e 18.34. [31] ver. 19. Dan. 7.28. [32] I Sam. 2.26. ver. 40. _A prégação de João Baptista._ Mat. 3.1-12. [Anno Domini 26] 3 E no anno quinze do imperio de Tiberio Cesar, sendo Poncio Pilatos presidente da Judea, Herodes tetrarcha da Galilea, e seu irmão Philippe tetrarcha da Iturea e da provincia de Traconites, e Lysaneas tetrarcha da Abylinia, 2 Sendo Annás [1] e Caiphás summos sacerdotes, veiu no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacharias. 3 _E_ percorreu toda a terra ao redor do Jordão, [2] prégando o baptismo de arrependimento, para o perdão dos peccados; 4 Segundo o que está escripto no livro das palavras [3] do propheta Isaias, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparae o caminho do Senhor; endireitae as suas veredas. 5 Todo o valle se encherá, e todo o monte e outeiro se abaixará; e os _caminhos_ tortos se endireitarão, e os caminhos escabrosos se aplanarão; 6 E toda [4] a carne verá a salvação de Deus. 7 Dizia pois João á multidão que sahia a ser baptizada por elle: [5] Raça de viboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? 8 Dae pois fructos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abrahão por pae; porque eu vos digo que até d’estas pedras pode Deus suscitar filhos a Abrahão. 9 E tambem já está posto o machado á raiz das arvores; [6] toda a arvore, pois, que não dá bom fructo, corta-se e lança-se no fogo. 10 E a multidão o interrogava, dizendo: [7] Que faremos pois? 11 E, respondendo elle, disse-lhes: Quem tiver [8] duas tunicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos faça da mesma maneira. 12 E chegaram tambem [9] uns publicanos, para serem baptizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer? 13 E elle lhes disse: [10] Não peçaes mais do que o que vos está ordenado. 14 E uns soldados o interrogaram tambem, dizendo: E nós que faremos? E elle lhes disse: [11] Não trateis mal, nem defraudeis alguem, e contentae-vos com o vosso soldo. 15 E, estando o povo em expectação, e pensando todos de João, em seus corações, se porventura seria o Christo, 16 Respondeu João a todos, dizendo: [12] Eu, na verdade, baptizo-vos com agua, mas vem um mais poderoso do que eu, a quem eu não sou digno de desatar a correia das alparcas; esse vos baptizará com o Espirito Sancto e com fogo. 17 E a sua pá _está_ em sua mão; e limpará a sua eira, [13] e ajuntará o trigo no seu celleiro, porém queimará a palha com fogo que nunca se apaga. 18 E assim, admoestando, muitas outras _coisas_ tambem annunciava ao povo. 19 Sendo, porém, o [14] tetrarcha Herodes reprehendido por elle por causa de Herodias, mulher de seu irmão Philippe, e por todas as maldades que Herodes tinha feito, 20 Accrescentou a todas as outras ainda esta, de encerrar João n’um carcere. _O baptismo de Jesus._ Mar. 3.13-17. João 1.32. [Anno Domini 27] 21 E aconteceu que, como todo o povo fosse baptizado, e sendo baptizado _tambem_ Jesus, e orando, abriu-se o céu, 22 E o Espirito Sancto desceu sobre elle em forma corporea, como _uma_ pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu filho amado, em ti me tenho comprazido. _Genealogia de Jesus._ 23 E o mesmo Jesus começava a ser de quasi trinta [15] annos, sendo (como se cuidava) filho de José, _e José_ de Heli, 24 _e Heli_ de Matthat, _e Matthat_ de Levi, _e Levi_ de Melchi, _e Melchi_ de Joanna, _e Joanna_ de José, 25 _e José_ de Mattathias, _e Mattathias_ de Amós, _e Amós_ de Naum, _e Naum_ de Essi, _e Essi_ de Naggai, 26 _e Naggai_ de Maath, _e Maath_ de Mattathias, _e Mattathias_ de Semei, _e Semei_ de José, _e José_ de Juda, 27 _e Juda_ de Johanna, _e Johanna_ de Rhesa, _e Rhesa_ de Zorobabel, _e Zorobabel_ de Salathiel, _e Salathiel_ de Neri, 28 _e Neri_ de Melchi, _e Melchi_ de Addi, _e Addi_ de Cozam, _e Cozam_ de Elmodam, _e Elmodam_ de Er, 29 _e Er_ de José, _e José_ de Eliezer, _e Eliezer_ de Jorim, _e Jorim_ de Matthat, _e Matthat_ de Levi, 30 _e Levi_ de Simeon, _e Simeon_ de Juda, _e Juda_ de José, _e José_ de Jonan, _e Jonan_ de Eliakim, 31 _e Eliakim_ de Melea, _e Melea_ de Mainan, _e Mainan_ de Matthata, _e Matthata_ de Nathan, [16] _e Nathan_ de David, 32 _e David_ de Jesse, _e Jesse_ de Obed, _e Obed_ de Booz, _e Booz_ de Salmon, _e Salmon_ de Naasson, 33 _e Naasson_ de Aminadab, _e Aminadab_ de Arão, _e Arão_ de Esrom, _e Esrom_ de Fares, _e Fares_ de Juda, 34 _e Juda_ de Jacob, _e Jacob_ de Isaac, _e Isaac_ de Abrahão, _e Abrahão_ de Thare, [17] _e Thare_ de Nachor, 35 _e Nachor_ de Saruch, _e Saruch_ de Ragau, _e Ragau_ de Faleg, _e Faleg_ de Heber, _e Heber_ de Sala, 36 _e Sala_ de Cainan, [18] _e Cainan_ de Arfaxad, _e Arfaxad_ de Sem, [19] _e Sem_ de Noé, _e Noé_ de Lamech, 37 _e Lamech_ de Mathusala, _e Mathusala_ de Henoch, _e Henoch_ de Jared, _e Jared_ de Maleleel, _e Maleleel_ de Cainan, 38 _e Cainan_ de Henos, _e Henos_ de Seth, _e Seth_ de Adão, [20] _e Adão_ de Deus. [1] João 11.49, 51 e 18.13. Act. 4.6. [2] Mat. 3.1. Mar. 1.4. cap. 1.77. [3] Isa. 40.3. Mat. 3.3. Mar. 1.3. João 1.23. [4] Psa. 98.2. Isa. 52.10. cap. 2.11. [5] Mat. 3.7. [6] Mat. 7.19. [7] Act. 2.37. [8] cap. 11.41. II Cor. 8.14. Thi. 2.15. I João 3.17. [9] Mat. 21.32. cap. 7.29. [10] cap. 19.8. [11] Exo. 23.1. Lev. 19.11. [12] Mat. 3.11. [13] Miq. 4.12. Mat. 13.30. [14] Mat. 14.3. Mar. 6.17. [15] Num. 4.3, 35, 39, 43, 47. [16] Zac. 12.12. II Sam. 5.14. I Chr. 3.5. Ruth 4.18, etc. I Chr. 2.10, etc. [17] Gen. 11.24. [18] Gen. 11.12. [19] Gen. 5.6, etc. e 11.10, etc. [20] Gen. 5.1, 2. _A tentação de Jesus._ Mat. 1.4-11. [Anno Domini 31] 4 E Jesus, cheio do Espirito Sancto, voltou do Jordão [1] e foi levado pelo Espirito ao deserto; 2 E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e n’aquelles dias [2] não comeu coisa alguma; e, terminados elles, teve fome. 3 E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão. 4 E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escripto está [3] que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus. 5 E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe n’um momento de tempo todos os reinos do mundo. 6 E disse-lhe o diabo: Dar-te-hei a ti todo este poder, e a sua gloria; porque a mim me foi entregue, [4] e dou-o a quem quero; 7 Portanto, se tu me adorares, tudo será teu. 8 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vae-te, Satanaz; porque está escripto: [5] Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Elle servirás. 9 Levou-o tambem a Jerusalem, [6] e pôl-o sobre o pinaculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te d’aqui abaixo; 10 Porque está escripto: [7] Mandará aos seus anjos, ácerca de ti, que te guardem, 11 E que te sustenham nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra. 12 E, Jesus, respondendo, [8] disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus. 13 E, acabando o [9] diabo toda a tentação, ausentou-se d’elle por algum tempo. _Jesus é expulso de Nazareth._ 14 Então, [10] pela virtude do Espirito, voltou Jesus para a Galilea, [11] e a sua fama saiu por todas as terras em derredor. 15 E ensinava nas suas synagogas, e por todos era louvado. 16 E, chegando a Nazareth, [12] onde fôra criado, n’um dia de sabbado, segundo o seu costume, entrou na synagoga, e levantou-se para lêr. 17 E foi-lhe dado o livro do propheta Isaias; e, quando abriu o livro, achou o logar em que estava escripto: 18 O Espirito [13] do Senhor _está_ sobre mim, porquanto me ungiu para evangelizar aos pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, 19 A apregoar [AHA] liberdade aos captivos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os opprimidos; a annunciar o anno acceitavel do Senhor. 20 E, cerrando o livro, e tornando-_o_ a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na synagoga estavam fitos n’elle. 21 Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escriptura em vossos ouvidos. 22 E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam [14] das palavras de graça que sahiam da sua bocca: e diziam: Não é este o filho de José? 23 E elle lhes disse: Sem duvida me direis este proverbio: Medico, cura-te a ti mesmo; faze tambem aqui na tua patria todas essas coisas que ouvimos terem [15] sido feitas em Capernaum. 24 E disse: [16] Em verdade vos digo que nenhum propheta é bem recebido na sua patria; 25 Em verdade vos digo [17] que muitas viuvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por tres annos e seis mezes, de sorte que em toda a terra houve grande fome; 26 E a nenhuma d’ellas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidon, a uma mulher viuva. 27 E muitos leprosos havia em [18] Israel no tempo do propheta Eliseu, e nenhum d’elles foi purificado, senão Naaman o syro. 28 E todos, na synagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira. 29 E, levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do monte em que a cidade d’elles estava edificada, para d’ali o precipitarem. 30 Elle, porém, passando [19] pelo meio d’elles, retirou-se. 31 E desceu [20] a Capernaum, cidade da Galilea, e _ali_ os ensinava nos sabbados. 32 E admiravam a sua doutrina, porque a [21] sua palavra era com auctoridade. _Cura de um endemoninhado._ Mar. 1.23-28. 33 E estava na synagoga um homem que tinha um espirito de um demonio immundo, e exclamou em alta voz, 34 Dizendo: Ah! que temos nós comtigo, Jesus Nazareno? vieste a destruir-nos? [22] Bem sei quem és: o Sancto de Deus. 35 E Jesus o reprehendeu, dizendo: Cala-te, e sae d’elle. E o demonio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu d’elle sem lhe fazer mal algum. 36 E veiu espanto sobre todos, e fallavam entre si uns e outros, dizendo: Que palavra _é_ esta, que até aos espiritos immundos manda com auctoridade e poder, e elles saem? _A cura da sogra de Pedro._ Mat. 8.14-17 e refs. 37 E a sua fama divulgava-se por todos os logares, em redor d’aquella comarca. 38 Ora, [23] levantando-se Jesus da synagoga, entrou em casa de Simão; e a sogra de Simão estava enferma com muita febre, e rogaram-lhe por ella. 39 E, inclinando-se para ella, reprehendeu a _febre_, e _esta_ a deixou. E, levantando-se logo, servia-os. 40 E, ao pôr do sol, [24] todos os que tinham enfermos de varias doenças lh’os traziam; e, pondo as mãos sobre cada um d’elles, os curava. 41 E tambem de muitos sahiam demonios, clamando [25] e dizendo: [26] Tu és o Christo, o Filho de Deus. E elle, reprehendendo-_os_, não os deixava fallar, porque sabiam que elle era o Christo. 42 E, sendo já dia, [27] saiu, e foi para um logar deserto; e a multidão o buscava, e chegou junto d’elle; e o detinham, para que não se ausentasse d’elles. 43 Porém elle lhes disse: Tambem é necessario que eu annuncie a outras cidades o evangelho do reino de Deus; porque para isso sou enviado. 44 E prégava [28] nas synagogas da Galiléa. [1] Mat. 4.1. Mar. 1.12. ver. 14. cap. 2.27. [2] Exo. 34.28. I Reis 19.8. [3] Deu. 8.3. [4] João 12.31 e 14.30. Apo. 13.2, 7. [5] Deu. 6.13 e 10.20. [6] Mat. 4.5. [7] Psa. 91.11, 12. [8] Deu. 6.16. [9] João 14.30. Heb. 4.15. [10] Mat. 4.12. João 4.43. ver. 1. [11] Act. 10.37. [12] Mat. 2.23 e 13.54. Mar. 6.1. Act. 13.14 e 17.2. [13] Isa. 61.1. [14] Psa. 45.2. Mat. 13.54. Mar. 6.2. cap. 2.47. João 6.42. [15] Mat. 4.13 e 11.23 e 13.54. Mar. 6.1. [16] Mat. 13.57. Mar. 6.4. João 4.44. [17] I Reis 17.9 e 18.1. Thi. 5.17. [18] II Reis 5.14. [19] João 8.59 e 10.39. [20] Mat. 4.13. Mar. 1.21. [21] Mat. 7.28, 29. Tito 2.15. [22] ver. 41. Psa. 16.10. Dan. 9.24. cap. 1.35. [23] Mar. 1.29. [24] Mar. 1.32. [25] Mar. 1.34 e 3.11. [26] Mar. 1.25, 34. ver. 34, 35. [27] Mar. 1.35. [28] Mar. 1.39. _A pesca maravilhosa: os primeiros discipulos._ 5 E aconteceu [1] que, apertando-o a multidão, para ouvir a palavra de Deus, estava elle junto ao lago de Genezareth; 2 E viu estar dois barcos junto _á praia_ do lago; e os pescadores, havendo descido d’elles, estavam lavando as redes. 3 E, entrando n’um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o affastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão. 4 E, quando acabou de fallar, disse a Simão: [2] Faze-te ao mar alto, e lançae as vossas redes para pescar. 5 E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhámos; mas, sobre tua palavra, lançarei a rede. 6 E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede. 7 E fizeram signal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quasi iam a pique. 8 E Simão Pedro, vendo _isto_, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, [3] ausenta-te de mim, que sou um homem peccador. 9 Porque o espanto se apoderara d’elle, e de todos os que com elle estavam, por causa da pesca de peixe que haviam feito; 10 E, de egual modo, tambem de Thiago e João, filhos de Zebedeo, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas: [4] de agora em diante serás pescador de homens. 11 E, levando os barcos para terra, deixando tudo, [5] o seguiram. _Cura d’um leproso._ Mat. 8.1-4 e refs. 12 E aconteceu [6] que, estando n’uma das cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quizeres, bem podes limpar-me. 13 E elle, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo a lepra desappareceu d’elle. 14 E ordenou-lhe que a ninguem [7] o dissesse. Porém vae, _disse_, mostra-te ao sacerdote, e offerece, pela tua purificação, o que Moysés determinou, para que lhes sirva de testemunho. 15 Porém a sua fama se dilatava ainda mais, [8] e ajuntavam-se muitas gentes para o ouvirem e para serem por elle curados das suas enfermidades. 16 Porém elle retirava-se [9] para os desertos, e _ali_ orava. _Cura d’um paralytico._ Mat. 9.1-8 e refs. 17 E aconteceu que, n’um d’aquelles dias, estava ensinando, e estavam _ali_ assentados phariseos e doutores da lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galilea, e da Judea, e de Jerusalem, e a virtude do Senhor estava com elle para os curar. 18 E eis que [10] _uns_ homens transportaram n’uma cama um homem que estava paralytico, e procuravam introduzil-o, e pôl-o diante d’elle; 19 E, não achando por onde podessem introduzil-o, por causa da multidão, subiram ao telhado, e pelas telhas o baixaram com a cama, até ao meio, diante de Jesus. 20 E, vendo elle a fé d’elles, disse-lhe: Homem, os teus peccados te são perdoados. 21 E [11] os escribas e os phariseos começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que diz blasphemias? Quem pode perdoar peccados, [12] senão só Deus? 22 Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, respondeu, e disse-lhes: Que arrazoaes em vossos corações? 23 Qual é mais facil? dizer: Os teus peccados te são perdoados; ou dizer: Levanta-te, e anda? 24 Ora, para que saibaes que o Filho do homem tem sobre a terra poder de perdoar os peccados (disse ao paralytico), A ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama, e vae para tua casa. 25 E, levantando-se logo diante d’elles, e tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa, glorificando a Deus. 26 E todos ficaram maravilhados, e glorificaram a Deus; e ficaram cheios de temor, dizendo: Hoje vimos prodigios. _A vocação de Levi._ Mat. 9.9-13 e refs. 27 E, depois [13] d’estas _coisas_, saiu, e viu um publicano, chamado Levi, assentado na recebedoria, e disse-lhe: Segue-me. 28 E elle, deixando tudo, levantou-se e o seguiu. 29 E fez-lhe Levi [14] um grande banquete em sua casa; e havia _ali_ uma multidão de publicanos e outros que estavam com elles á mesa. 30 E os escribas d’elles, e os phariseos, murmuravam contra os seus discipulos, dizendo: Porque comeis e bebeis com publicanos e peccadores? 31 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de medico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos; 32 Eu não vim para chamar [15] os justos, mas, sim, os peccadores ao arrependimento. _Ácerca do jejum._ Mat. 9.14-17 e refs. 33 Disseram-lhe então elles: Porque jejuam os discipulos de João [16] muitas vezes, e fazem orações, como tambem os dos phariseos, porém os teus comem e bebem? 34 Mas elle lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, emquanto o esposo está com elles? 35 Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, _e_ então, n’aquelles dias, jejuarão. 36 E disse-lhes tambem uma parabola: [17] Ninguem deita remendo de panno novo em vestido velho; d’outra maneira o novo romperá _o velho_, e o remendo novo não condiz com o velho. 37 E ninguem deita vinho novo em odres velhos; d’outra maneira o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-ha o vinho, e os odres se estragarão; 38 Mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. 39 E ninguem que beber o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho. [1] Mat. 4.18. Mar. 1.16. [2] João 21.6. [3] II Sam. 6.9. I Reis 17.18. [4] Mat. 4.19. Mar. 1.17. [5] Mat. 4.20 e 19.27. Mar. 1.18. cap. 18.28. [6] Mar. 1.40. [7] Mat. 8.4. Lev. 14.4, 10, 21. [8] Mat. 4.25. Mar. 3.7. João 6.2. [9] Mat. 14.23. Mar. 6.46. [10] Mar. 2.3. [11] Mat. 9.3. Mar. 2.6. [12] Psa. 32.5. Isa. 43.25. [13] Mar. 2.13. [14] Mat. 9.10. Mar. 2.15. cap. 15.1. [15] Mat. 9.13. I Tim. 1.15. [16] Mar. 2.18. [17] Mat. 9.16, 17. Mar. 2.21. _Jesus é Senhor do sabbado._ Mat. 12.1-8 e refs. 6 E aconteceu [1] que, no sabbado segundo-primeiro, passou pelas searas, e os seus discipulos iam arrancando espigas, e, esfregando-as com as mãos, _as_ comiam. 2 E alguns dos phariseos lhes disseram: Porque fazeis [2] o que não é licito fazer nos sabbados? 3 E Jesus, respondendo-lhes, disse: Nunca lêstes o que fez [3] David quando teve fome, elle e os que com elle estavam? 4 Como entrou na casa de Deus, e tomou os pães da proposição, e os comeu, e deu tambem aos que estavam com elle, [4] os quaes não é licito comer senão só aos sacerdotes? 5 E dizia-lhes: O Filho do homem é Senhor até do sabbado. _Cura d’um homem que tinha uma das mãos mirrada._ Mat. 12.9-14 e refs. 6 E aconteceu [5] tambem n’outro sabbado que entrou na synagoga, e estava ensinando; e estava ali um homem que tinha a mão direita mirrada. 7 E os escribas e phariseos attentavam n’elle, se _o_ curaria no sabbado, para acharem de que o accusar. 8 Mas elle bem conhecia os seus pensamentos; e disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te, e põe-te em pé no meio. E, levantando-se elle, poz-se em pé. 9 Então Jesus lhes disse: Uma _coisa_ vos hei de perguntar: É licito nos sabbados fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? 10 E, olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E elle assim o fez, e a mão lhe foi restituida sã como a outra. 11 E ficaram cheios de furor, e uns com os outros praticavam sobre o que fariam a Jesus. _Eleição dos doze._ Mat. 10.1-4 e refs. 12 E aconteceu que [6] n’aquelles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite orando a Deus. 13 E, quando _já_ era dia, chamou a si os seus discipulos, e escolheu doze d’elles, a quem tambem nomeou apostolos: _a saber_, 14 Simão, ao qual tambem chamou [7] Pedro, e André, seu irmão; Thiago e João; Philippe e Bartholomeo; 15 E Mattheus e Thomé; Thiago, _filho_ d’Alfeo, e Simão, chamado o zelador; 16 E Judas, _irmão_ de Thiago; [8] e Judas Iscariotes, que foi o traidor. _O sermão da montanha._ Mat. caps. 5, 6, 7. 17 E, descendo com elles, parou n’um logar plano, e tambem uma grande turba de seus [9] discipulos, e grande multidão de povo de toda a Judea, e de Jerusalem, e da costa maritima de Tyro e de Sidon, 18 Que tinham vindo para o ouvir, e serem curados das suas enfermidades, como tambem os atormentados dos espiritos immundos: e eram curados. 19 E toda [10] a multidão procurava tocal-o; porque sahia d’elle virtude, e curava a todos. 20 E, levantando elle os olhos para os seus discipulos, dizia: [11] Bemaventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. 21 Bemaventurados vós, que agora tendes fome, [12] porque sereis fartos. Bemaventurados vós, que agora choraes, porque haveis de rir. 22 Bemaventurados sereis [13] quando os homens vos aborrecerem, e quando vos separarem, e injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem. 23 Folgae n’esse dia, [14] exultae; porque, eis que é grande o vosso galardão no céu, porque assim faziam os seus paes aos prophetas. 24 Mas ai de [15] vós, ricos! porque _já_ tendes a vossa consolação. 25 Ai [16] de vós, que estaes fartos! porque tereis fome. Ai de vós, que agora rides, porque lamentareis e chorareis. 26 Ai de vós [17] quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus paes aos falsos prophetas. 27 Mas a vós, que ouvis _isto_, [18] digo: Amae a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem; 28 Bemdizei os que vos [19] maldizem, e orae pelos que vos calumniam. 29 Ao que te ferir n’uma face, [20] offerece-lhe tambem a outra; e, ao que te houver tirado a capa, nem a tunica recuses; 30 E dá a [21] qualquer que te pedir; e, ao que tomar o _que é_ teu, não lh’o tornes a pedir. 31 E, como vós quereis [22] que os homens vos façam, tambem da mesma maneira lhes fazei vós. 32 E, [23] se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Porque tambem os peccadores amam aos que os amam. 33 E, se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Porque tambem os peccadores fazem o mesmo. 34 E, se emprestardes [24] _áquelles_ de quem esperaes tornar a receber, que recompensa tereis? Porque tambem os peccadores emprestam aos peccadores, para tornarem a receber outro tanto. 35 Amae pois a vossos inimigos, [25] e fazei bem, e emprestae, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altissimo; porque é benigno _até_ para com os ingratos e máus. 36 Sêde pois misericordiosos, [26] como tambem vosso Pae é misericordioso. 37 Não julgueis, [27] e não sereis julgados: não condemneis, e não sereis condemnados: soltae, e soltar-vos-hão. 38 Dae, [28] e ser-vos-ha dado; boa medida, recalcada, sacudida e trasbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes vos tornarão a medir. 39 E dizia-lhes uma parabola: [29] Pode porventura o cego guiar o cego? não cairão ambos na cova? 40 [30] O discipulo não é sobre o seu mestre, mas todo o que fôr perfeito será como o seu mestre. 41 E porque attentas tu [31] no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu proprio olho? 42 Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho; não attentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hypocrita, [32] tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão. 43 Porque não [33] ha boa arvore que dê máu fructo, nem má arvore que dê bom fructo. 44 Porque cada [34] arvore se conhece pelo seu proprio fructo; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos. 45 O homem [35] bom do bom thesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau do mau thesouro do seu coração tira o mal, porque da abundancia do seu coração falla a bocca. 46 E porque me chamaes, Senhor, Senhor, [36] e não fazeis o que eu digo? 47 Qualquer que vem para mim [37] e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é similhante: 48 É similhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e poz os alicerces sobre rocha, e, vindo a enchente, bateu com impeto a corrente n’aquella casa, e não a poude abalar, porque estava fundada sobre rocha. 49 Mas o que ouve e não obra é similhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com impeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a queda d’aquella casa. [1] Mar. 2.23. [2] Exo. 20.10. [3] I Sam. 21.6. [4] Lev. 24.9. [5] Mar. 3.1. cap. 13.14 e 14.3. João 9.16. [6] Mat. 14.23. [7] João 1.42. [8] Jud. 1. [9] Mat. 4.25. Mar. 3.7. [10] Mat. 14.36. Mar. 5.30. cap. 8.46. [11] Mat. 5.3 e 11.5. Thi. 2.5. [12] Isa. 55.1 e 65.13 e 61.3. Mat. 5.6 e 5.4. [13] Mat. 5.11. I Ped. 2.19 e 3.14. João 16.2. [14] Mat. 5.12. Act. 5.41. Col. 1.24. Thi. 1.2. Act. 7.51. [15] Amós 6.1. Thi. 5.1. Mat. 6.2. cap. 16.25. [16] Isa. 65.13. Pro. 14.13. [17] João 15.19. I João 4.5. [18] Exo. 23.4. Pro. 25.21. Mat. 5.44. ver. 35. Rom. 12.20. [19] cap. 23.34. Act. 7.60. [20] I Cor. 6.7. Mat. 5.39. [21] Deu. 15.7, 8, 10. Pro. 21.26. Mat. 5.42. [22] Mat. 7.12. [23] Mat. 5.46. [24] Mat. 5.42. [25] ver. 27. Psa. 37.26. ver. 30. Mat. 5.45. [26] Mat. 5.48. [27] Mat. 7.1. [28] Pro. 19.17. Psa. 79.12. Mat. 7.2. Mar. 4.24. Thi. 2.13. [29] Mat. 15.14. [30] Mat. 10.24. [31] Mat. 7.3. [32] Pro. 18.17. [33] Mat. 7.16, 17. [34] Mat. 12.33. [35] Mat. 12.34, 35. [36] Mal. 1.6. Mat. 7.21 e 25.11. cap. 13.25. [37] Mat. 7.24. _O centurião de Capernaum._ Mat. 8.5-13 e refs. 7 E, depois de concluir todos estes discursos perante o povo, entrou em Capernaum. 2 E o servo de um certo centurião, a quem muito estimava, estava doente, e moribundo. 3 E, quando ouviu _fallar_ de Jesus, enviou-lhe uns anciãos dos judeos, rogando-lhe que viesse e curasse o seu servo. 4 E, chegando elles junto de Jesus, rogaram-lhe muito, dizendo: É digno de que lhe concedas isto, 5 Porque ama a nossa nação, e elle mesmo nos edificou a synagoga. 6 E foi Jesus com elles; mas, quando já estava perto da casa, enviou-lhe o centurião uns amigos, dizendo-lhe: Senhor, não te incommodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; 7 Pelo que nem ainda me julguei digno de ir ter comtigo; dize, porém, uma palavra, e o meu creado sarará. 8 Porque tambem eu sou homem sujeito á auctoridade, e tenho soldados sob o meu poder, e digo a este: Vae; e elle vae; e a outro: Vem; e elle vem; e ao meu servo: Faze isto; e elle o faz. 9 E Jesus, ouvindo isto, maravilhou-se d’elle, e, voltando-se, disse á multidão que o seguia: Digo-vos _que_ nem ainda em Israel tenho achado tanta fé. 10 E, voltando para casa os que foram enviados, acharam são o servo enfermo. _O filho da viuva de Nain._ 11 E aconteceu, no _dia_ seguinte, que _Jesus_ ia a _uma_ cidade chamada Nain, e com elle iam muitos dos seus discipulos, e uma grande multidão; 12 E quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho unigenito de sua mãe, que _era_ viuva; e com ella ia uma grande multidão da cidade. 13 E, vendo-a, o Senhor moveu-se de intima compaixão por ella, e disse-lhe: Não chores. 14 E, chegando-se, tocou o esquife (e os que _o_ levavam pararam), e disse: Mancebo, a ti te digo: [1] Levanta-te. 15 E o defunto assentou-se, e começou a fallar; e entregou-o a sua mãe. 16 E de todos se apoderou [2] o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande propheta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo. 17 E correu d’elle esta fama por toda a Judea e por toda a terra circumvisinha. _João envia dois discipulos seus a Jesus._ Mat. 11.1-19 e refs. 18 E os discipulos de João annunciaram-lhe todas estas _coisas_. 19 E João, chamando dois dos seus discipulos, enviou-_os_ a Jesus, dizendo: És tu aquelle que havia de vir, ou esperamos outro? 20 E, quando aquelles homens chegaram junto d’elle, disseram: João Baptista enviou-nos a dizer-te: És tu aquelle que havia de vir, ou esperamos outro? 21 E, na mesma hora, curou muitos de enfermidades, e males, e espiritos máus, e deu vista a muitos cegos. 22 Respondendo então Jesus, [3] disse-lhes: Ide, e annunciae a João as _coisas_ que tendes visto e ouvido: [4] que os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos resuscitam _e_ o Evangelho annuncia-se [5] aos pobres, 23 E bemaventurado aquelle que em mim se não escandalizar. 24 E, tendo-se retirado [6] os mensageiros de João, começou a dizer á multidão ácerca de João: Que saistes a ver ao deserto? uma canna abalada pelo vento? 25 Mas que saistes a vêr? um homem trajado de vestidos delicados? Eis que os que andam com preciosos vestidos, e em delicias, estão nos paços reaes. 26 Mas que saistes a vêr? um propheta? sim, vos digo, e muito mais do que propheta. 27 Este é aquelle de quem está escripto: [7] Eis que envio o meu anjo adiante da tua face, o qual preparará diante de ti o teu caminho. 28 Porque eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não ha maior propheta do que João Baptista; mas o menor no reino de Deus é maior do que elle. 29 E todo o povo que o ouviu e os publicanos [8] justificaram a Deus, tendo sido baptizados com o baptismo de João. 30 Mas os phariseos e os doutores da lei rejeitaram [9] o conselho de Deus contra si mesmos, não tendo sido baptizados por elle. 31 E disse o Senhor: [10] A quem pois compararei os homens d’esta geração, e a quem são similhantes? 32 São similhantes aos meninos que, assentados nas praças, clamam uns aos outros, e dizem: Tocámos-vos flauta, e não dançastes; cantámos-vos lamentações, e não chorastes, 33 Porque [11] veiu João Baptista, que nem comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demonio; 34 Veiu o Filho do homem, que come e bebe, e dizeis: Eis ahi [12] um homem comilão, e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos peccadores. 35 Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos. _A peccadora que ungiu os pés de Jesus._ 36 E rogou-lhe [13] um dos phariseos que comesse com elle; e, entrando em casa do phariseo, assentou-se á mesa. 37 E eis que uma mulher da cidade, uma peccadora, sabendo que elle estava á mesa em casa do phariseo, levou um vaso de alabastro com unguento; 38 E, estando detraz, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lagrimas, e enxugava-lh’os com os cabellos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lh’os com o unguento. 39 E, quando _isto_ viu o phariseo que o tinha convidado, fallava comsigo, dizendo: [14] Se este fôra propheta, bem saberia quem e qual _é_ a mulher que o tocou, porque é peccadora. 40 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. E elle disse: Dize-a, Mestre. 41 Um certo crédor tinha dois devedores; um devia-_lhe_ quinhentos dinheiros, e outro cincoenta. 42 E, não tendo elles com que pagar, perdoou-lhes a ambos _a divida_. Dize pois qual d’elles o amará mais? 43 E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquelle a quem mais perdoou. E elle lhe disse: Julgaste bem. 44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me déste agua para os pés; mas esta regou-me os pés com lagrimas, e m’os enxugou com os seus cabellos. 45 Não me déste osculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. 46 Não me ungiste [15] a cabeça com oleo, mas esta ungiu-me os pés com unguento. 47 Por isso te digo [16] que os seus muitos peccados _lhe_ são perdoados, porque muito amou; mas aquelle a quem pouco se perdoa pouco ama. 48 E disse-lhe a ella: [17] Os teus peccados _te_ são perdoados. 49 E os que estavam _á mesa_ começaram [18] a dizer entre si: Quem é este, que até perdoa peccados? 50 E disse á mulher: [19] A tua fé te salvou: vae-te em paz. [1] cap. 8.54. João 11.43. Act. 9.40. Rom. 4.17. [2] cap. 1.65, 68 e 24.19. João 4.19 e 6.14 e 9.17. [3] Mat. 11.4. [4] Isa. 35.5. [5] cap. 4.18. [6] Mat. 11.7. [7] Mal. 3.1. [8] Mat. 3.5. cap. 3.12. [9] Act. 20.27. [10] Mat. 11.16. [11] Mat. 3.4. Mar. 1.6. cap. 1.15. [12] Mat. 11.19. [13] Mat. 26.6. Mar. 14.3. João 11.2. [14] cap. 15.2. [15] Psa. 23.5. [16] I Tim. 1.14. [17] Mat. 9.2. Mar. 2.5. [18] Mat. 9.3. Mar. 2.7. [19] Mar. 5.34 e 10.52. cap. 8.48 e 18.42. _As mulheres que serviam a Jesus com os seus bens._ 8 E aconteceu, depois d’isto, que andava de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, prégando e annunciando o evangelho do reino de Deus: e os doze _andavam_ com elle, 2 E [1] _tambem_ algumas mulheres que haviam sido curadas de espiritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Magdalena, [2] da qual sairam sete demonios, 3 E Joanna, mulher de Chuza, procurador d’Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas. _A parabola do semeador._ Mat. 13.1-23 e refs. 4 E, [3] ajuntando-se uma grande multidão, e vindo ter com elle de todas as cidades, disse por parabola: 5 Um semeador saiu a semear a sua semente, e, quando semeava, caiu uma _parte_ junto do caminho, e foi pisada, e as aves do céu a comeram; 6 E outra _parte_ caiu sobre pedra, e, nascida, seccou-se, porquanto não tinha humidade; 7 E outra _parte_ caiu entre espinhos, e, nascidos com ella os espinhos, a suffocaram; 8 E outra _parte_ caiu em boa terra, e, nascida, produziu fructo, cento por um. Dizendo elle estas coisas, clamava: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. 9 E [4] os seus discipulos o interrogaram, dizendo: Que parabola é esta? 10 E elle disse: A vós é dado conhecer os mysterios do reino de Deus, mas aos outros por parabolas, [5] para que, vendo, não vejam, e, ouvindo, não entendam. 11 [6] Esta é pois a parabola: A semente é a palavra de Deus; 12 E os que _estão_ junto do caminho, estes são os que ouvem; depois vem o diabo, e tira-lhes do coração a palavra, para que se não salvem, crendo; 13 E os que estão sobre pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas estes não teem raiz, pois crêem por algum tempo, e no tempo da tentação se desviam; 14 E a que caiu entre espinhos, estes são os que ouviram, e, indo por diante, se suffocam com os cuidados, e riquezas e deleites da vida, e não dão fructo com perfeição; 15 E a que caiu em boa terra, estes são os que, ouvindo a palavra, a conservam n’um coração honesto e bom, e dão fructo [AHB] em perseverança. _A parabola da candeia._ Mar. 4.21-25 e refs. 16 E ninguem, [7] accendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou _a_ põe debaixo da cama; porém põe-n’a no velador, para que os que entram vejam a luz. 17 Porque não ha coisa [8] occulta que não haja de manifestar-se, nem _coisa_ escondida que não haja de saber-se e vir á luz. 18 Vêde pois como ouvis; [9] porque a qualquer que tiver lhe será dado, e a qualquer que não tiver até o que parece que tem lhe será tirado. _A familia de Jesus._ Mat. 12.46-50 e refs. 19 E foram ter [10] com elle sua mãe e _seus_ irmãos, e não podiam chegar a elle, por causa da multidão. 20 E foi-lhe annunciado _por alguns_, dizendo: Estão _lá_ fóra tua mãe e teus irmãos, que querem ver-te. 21 Porém, respondendo elle, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aquelles que ouvem a palavra de Deus e a executam. _Jesus apazigua a tempestade._ Mat. 8.25-27 e refs. 22 E aconteceu [11] que, n’um d’aquelles dias, entrou n’um barco, e _com elle_ os seus discipulos, e disse-lhes: Passemos para a outra banda do lago. E partiram. 23 E, navegando elles, adormeceu; e sobreveiu uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se _d’agua_, e perigavam. 24 E, chegando-se a elle, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E elle, levantando-se, reprehendeu o vento e as ondas d’agua; e cessaram, e fez-se bonança. 25 E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E elles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e á agua manda, e lhe obedecem? _O endemoninhado gadareno._ Mat. 8.28-34 e refs. 26 E navegaram para [12] a terra dos gadarenos, que está defronte da Galilea. 27 E, quando desceu para terra, saiu-lhe ao encontro, _vindo_ da cidade, um homem que desde muito tempo era possesso de demonios, e não andava vestido, e não habitava em casa, mas nos sepulchros. 28 E, vendo a Jesus, prostrou-se diante d’elle, exclamando, e dizendo com grande voz: Que tenho eu comtigo, Jesus, Filho do Deus Altissimo? Peço-te que não me atormentes. 29 Porque mandava ao espirito immundo que saisse d’aquelle homem; porque já havia muito tempo que o arrebatava. E guardavam-n’o preso com grilhões e cadeias; mas, quebrando as prisões, era impellido pelo demonio para os desertos. 30 E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E elle disse: Legião; porque tinham entrado n’elle muitos demonios. 31 E rogavam-lhe que os não mandasse ir [13] para o abysmo. 32 E andava ali pastando no monte uma manada de muitos porcos; e rogaram-lhe que lhes concedesse entrar n’elles; e concedeu-lh’o. 33 E, tendo saido os demonios do homem, entraram nos porcos, e a manada arrojou-se de um despenhadeiro no lago, e afogaram-se. 34 E aquelles que os guardavam, vendo o que acontecera, fugiram, e foram annuncial-_o_ na cidade e nos campos. 35 E sairam a vêr o que tinha acontecido, e vieram ter com Jesus; e acharam o homem, de quem haviam saido os demonios, vestido, e em seu juizo, assentado aos pés de Jesus: e temeram. 36 E os que tinham visto contaram-lhes tambem como fôra salvo aquelle endemoninhado. 37 E [14] toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor [15] lhe rogou que se retirasse d’elles; porque estavam possuidos de grande temor. E, entrando elle no barco, voltou. 38 E aquelle homem, de quem haviam saido os demonios, [16] rogou-lhe que o deixasse estar com elle; porém Jesus o despediu, dizendo: 39 Torna para tua casa, e conta quão grandes _coisas_ te fez Deus. E elle foi apregoando por toda a cidade quão grandes _coisas_ Jesus lhe tinha feito. _A filha de Jairo: a mulher que tinha um fluxo de sangue._ Mar. 5.21-43 e refs. 40 E aconteceu que, voltando Jesus, a multidão o recebeu, porque todos o estavam esperando. 41 E eis que [17] chegou um varão, cujo nome _era_ Jairo, e era principe da synagoga; e, prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que entrasse em sua casa; 42 Porque tinha uma filha unica, quasi de doze annos, e estava á morte. E, indo elle, apertava-o a multidão. 43 E [18] uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze annos, e gastara com os medicos todos os seus haveres, e por nenhum podéra ser curada, 44 Chegando por detraz _d’elle_, tocou a orla do seu vestido, e o fluxo do seu sangue logo estancou. 45 E disse Jesus; Quem _é_ que me tocou? E, negando todos, disse Pedro e os que estavam com elle: Mestre, a multidão te aperta e opprime, e dizes: Quem _é_ que me tocou? 46 E disse Jesus: Alguem me tocou, [19] porque bem conheci que de mim saiu virtude. 47 Então a mulher, vendo que não se occultava, approximou-se tremendo, e, prostrando-se ante elle, declarou-lhe diante de todo o povo a causa por que o havia tocado, e como logo sarára. 48 E elle lhe disse: Tem bom animo, filha, a tua fé te salvou: vae em paz. 49 Estando [20] elle ainda fallando, chegou um dos do principe da synagoga, dizendo: A tua filha _já_ está morta, não incommodes o Mestre. 50 Jesus, porém, ouvindo-_o_, respondeu-lhe, dizendo: Não temas; crê sómente, e será salva. 51 E, entrando em casa, a ninguem deixou entrar, senão a Pedro, e a Thiago, e a João, e ao pae e á mãe da menina. 52 E todos choravam, e a pranteavam; e elle disse: Não choreis; não está morta, [21] mas dorme. 53 E riam-se d’elle, sabendo que estava morta. 54 Porém elle, pondo-os todos fóra, e pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: [22] Levanta-te, menina. 55 E o seu espirito voltou, e ella logo se levantou; e Jesus mandou que lhe déssem de comer. 56 E seus paes ficaram maravilhados; [23] e elle lhes mandou que a ninguem dissessem o que havia succedido. [1] Mat. 27.55, 56. [2] Mar. 16.9. [3] Mar. 4.1. [4] Mat. 13.10. Mar. 4.10. [5] Isa. 6.9. Mar. 4.12. [6] Mat. 13.18. Mar. 4.14. [7] Mat. 5.15. cap. 11.33. [8] Mat. 10.26. cap. 12.2. [9] Mat. 13.12 e 25.29. cap. 19.26. [10] Mar. 3.31. [11] Mar. 4.35. [12] Mar. 5.1. [13] Apo. 20.3. [14] Mat. 8.34. [15] Act. 16.39. [16] Mar. 5.18. [17] Mat. 9.1. [18] Mat. 9.20. [19] Mar. 5.30. cap. 6.19. [20] Mar. 5.35. [21] João 11.11, 13. [22] cap. 7.14. João 11.43. [23] Mat. 8.4 e 9.30. Mar. 5.43. _A missão dos doze._ Mat. 10.5, etc. [Anno Domini 32] 9 E, convocando os seus doze discipulos, [1] deu-lhes virtude e poder sobre todos os demonios, e para curarem enfermidades; 2 E enviou-os a prégar o reino de [2] Deus, e a curar os enfermos. 3 E disse-lhes: [3] Nada leveis comvosco para o caminho, nem bordões, nem alforge, nem pão, nem dinheiro; nem tenhaes dois vestidos. 4 E, em qualquer casa em que entrardes, [4] ficae ali, e de lá sahi. 5 E, se quaesquer vos não receberem, [5] saindo vós d’aquella cidade, sacudi até o pó dos vossos [6] pés, em testemunho contra elles. 6 E, saindo elles, [7] percorreram todas as aldeias, annunciando o evangelho, e curando por toda a parte _os enfermos_. _Herodes o tetrarcha e João Baptista._ Mat. 14.1, etc. 7 E o tetrarcha Herodes [8] ouvia todas as _coisas_ que _Jesus_ fazia, e estava em duvida, porquanto diziam alguns que João resuscitara dos mortos, 8 E outros que Elias tinha apparecido, e outros que um propheta dos antigos havia resuscitado. 9 E disse Herodes: A João mandei eu degolar: quem é pois este de quem ouço dizer taes _coisas_? E procurava [9] vêl-o. _A primeira multiplicação dos pães._ Mat. 14.13-21 e refs. 10 E, regressando [10] os apostolos, contaram-lhe todas as _coisas_ que tinham feito. E, tomando-os comsigo, retirou-se para um logar deserto de uma cidade chamada Bethsaida. 11 E, sabendo-_o_ a multidão, o seguiu; e elle os recebeu, e fallava-lhes do reino de Deus, e sarava os que necessitavam de cura. 12 E _já_ o dia começava a declinar, [11] e, chegando-se a elle os doze, disseram-lhe: Despede a multidão, para que, indo aos logares e aldeias em redor, se agasalhem, e achem que comer; porque aqui estamos em logar deserto. 13 Mas elle lhes disse: Dae-lhes vós de comer. E elles disseram: Não temos senão cinco pães e dois peixes: salvo se nós formos comprar comida para todo este povo. 14 Porque estavam ali quasi cinco mil homens. Disse então aos seus discipulos: Fazei-os assentar, aos ranchos de cincoenta em cincoenta. 15 E assim o fizeram, fazendo-_os_ assentar a todos. 16 E, tomando os cinco pães e os dois peixes, e olhando para o céu, abençoou-os, e partiu-os, e deu-os aos seus discipulos para os porem diante da multidão. 17 E comeram todos, e saciaram-se; e levantaram, do que lhes sobejou, doze cestos de pedaços. _A confissão de Pedro._ Mat. 16.13, etc. 18 E aconteceu que, [12] estando elle só, orando, estavam com elle os discipulos; e perguntou-lhes, dizendo: Quem diz a multidão que eu sou? 19 E, respondendo elles, disseram: [13] _Uns_ João Baptista, outros Elias, e outros que um dos antigos prophetas resuscitou. 20 E disse-lhes: E vós, quem dizeis que eu sou? [14] E, respondendo Pedro, disse: O Christo de Deus. 21 E, admoestando-os, [15] mandou-_lhes_ que a ninguem o dissessem, 22 Dizendo: [16] É necessario que o Filho do homem padeça muitas _coisas_, e seja rejeitado dos anciãos e dos escribas, e seja morto, e resuscite ao terceiro dia. _Cada um deve levar a sua cruz._ Mat. 16.24-28 e refs. 23 E dizia a todos: [17] Se alguem quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. 24 Porque, qualquer que quizer salvar a sua [AHC] vida, perdel-a-ha; porém qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. 25 Porque, [18] que aproveita ao homem grangear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo? 26 Porque, [19] qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, d’elle se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua gloria, e _na_ do Pae e dos sanctos anjos, 27 E em verdade [20] vos digo que, dos que aqui estão, alguns ha que não gostarão a morte até que vejam o reino de Deus. _A transfiguração._ Mat. 17.1-13 e refs. 28 E aconteceu que, [21] quasi oito dias depois d’estas palavras, tomou comsigo a Pedro, a João e a Thiago, e subiu ao monte a orar. 29 E, estando elle orando, transfigurou-se a apparencia do seu rosto, e o seu vestido _ficou_ branco _e_ mui resplandecente. 30 E eis que estavam fallando com elle dois varões, que eram Moysés e Elias, 31 Os quaes appareceram com gloria, e fallavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalem. 32 E Pedro e os que _se achavam_ com elle estavam [22] carregados de somno, e, quando despertaram, viram a sua gloria e aquelles dois varões que estavam com elle. 33 E aconteceu que, apartando-se elles d’elle, disse Pedro a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos tres tendas, uma para ti, uma para Moysés, e uma para Elias; não sabendo o que dizia. 34 E, dizendo elle isto, veiu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e, entrando elles na nuvem, temeram. 35 E veiu da nuvem uma voz que dizia: [23] Este é o meu amado Filho: [24] a elle ouvi. 36 E, tendo soado aquella voz, Jesus foi achado só: [25] e elles calaram-se, e por aquelles dias não contaram a ninguem nada do que tinham visto. _Cura d’um joven lunatico._ Mat. 17.14-21 e refs. 37 E aconteceu, no dia seguinte, que, descendo elles do monte, lhes saiu ao encontro _uma_ grande multidão; 38 E eis que um homem da multidão clamou, dizendo: [26] Mestre, peço-te que olhes para o meu filho, porque é o unico que eu tenho, 39 E eis que um espirito o toma, e de repente clama, e o despedaça até escumar; e apenas o larga depois de o ter quebrantado. 40 E roguei aos teus discipulos que o expulsassem, e não poderam. 41 E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incredula e perversa! até quando estarei ainda comvosco e vos soffrerei? Traze-me cá o teu filho. 42 E, quando vinha chegando, o demonio o derribou e _o_ convulsionou; porém Jesus reprehendeu o espirito immundo, e curou o menino, e o entregou a seu pae. 43 E todos pasmavam da magestade de Deus. E, maravilhando-se todos de todas as _coisas_ que Jesus fazia, disse aos seus discipulos: 44 Ponde vós [27] estas palavras em vossos ouvidos, porque o Filho do homem será entregue nas mãos dos homens. 45 Mas [28] elles não entendiam esta palavra, e era-lhes encoberta, para que a não comprehendessem; e temiam interrogal-o ácerca d’esta palavra. _O maior no reino dos céus._ Mat. 18.1, etc. e refs. 46 E suscitou-se entre elles uma questão, [29] _a saber_, qual d’elles seria o maior. 47 Mas, vendo Jesus o pensamento de seus corações, tomou um menino, pôl-o junto a si, 48 E disse-lhes: [30] Qualquer que receber este menino em meu nome, recebe-me a mim; e qualquer que me recebe a mim, recebe o que me enviou; [31] porque aquelle que entre vós todos fôr o menor, esse será grande. _Quem não é contra nós é por nós._ Mar. 9.38-40. 49 E, respondendo João, [32] disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demonios, e lh’o prohibimos, porque não _te_ segue comnosco. 50 E Jesus lhes disse: Não _lh’o_ prohibaes, [33] porque quem não é contra nós é por nós. _Os samaritanos não recebem a Jesus._ 51 E aconteceu que, completando-se os dias para a sua [34] assumpção, voltou o seu rosto para ir a Jerusalem. 52 E mandou mensageiros adiante da sua face; e, indo elles, entraram n’uma aldeia de samaritanos, para lhe prepararem _pousada_, 53 Mas não o receberam, [35] porque o seu aspecto era _como de quem_ ia a Jerusalem. 54 E os seus discipulos, Thiago e João, vendo _isto_, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu o os [36] consuma, como Elias tambem fez? 55 Voltando-se, porém, elle, reprehendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espirito sois. 56 Porque [37] o Filho do homem não veiu para destruir as almas dos homens, mas para salval-_as_. E foram para outra aldeia. _Ácerca dos que seguem a Jesus._ Mat. 8.19-22. 57 E aconteceu que, indo elles pelo caminho, lhe disse um: Senhor, seguir-te-hei para onde quer que fôres. 58 E disse-lhe Jesus: As raposas teem covis, e as aves do céu ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. 59 E disse a outro: Segue-me. Porém elle disse: Senhor, deixa que primeiro eu vá, e enterre a meu pae. 60 Mas Jesus lhe disse: Deixa aos mortos enterrar os seus mortos: porém tu vae e annuncia o reino de Deus. 61 Disse tambem outro: [38] Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa. 62 E Jesus lhe disse: Ninguem, que lança mão do arado e olha para traz, é apto para o reino de Deus. [1] Mar. 3.3, 6, 7. [2] Mat. 10.7, 8. Mar. 6.12. cap. 10.1, 9. [3] Mat. 10.9. Mar. 6.8. cap. 10.4 e 22.35. [4] Mat. 10.11. Mar. 6.10. [5] Mat. 10.14. [6] Act. 13.5. [7] Mar. 6.12. [8] Mar. 6.14. [9] cap. 23.8. [10] Mar. 6.30. [11] Mat. 14.15. Mar. 6.35. João 6.1, 5. [12] Mar. 8.27. [13] Mat. 14.2. ver. 7, 8. [14] Mat. 16.16. João 6.69. [15] Mat. 16.20. [16] Mat. 16.21 e 17.22. [17] Mat. 10.38. Mar. 8.34. cap. 14.27. [18] Mat. 16.26. Mar. 8.36. [19] Mat. 10.33. Mar. 8.38. II Tim. 2.12. [20] Mat. 16.28. [21] Mar. 9.1. [22] Dan. 8.18 e 10.9. [23] Mat. 3.17. [24] Act. 3.22. [25] Mat. 17.9. [26] Mar. 9.14, 17. [27] Mat. 17.22. [28] Mar. 9.32. cap. 2.50 e 18.34. [29] Mar. 9.34. [30] Mat. 10.40 e 18.6. Mar. 9.37. João 12.44 e 13.20. [31] Mat. 23.11, 12. [32] Num. 11.28. [33] Mat. 12.30. cap. 11.23. [34] Mar. 16.19. Act. 1.2. [35] João 4.4, 9. [36] II Reis 1.10, 12. [37] João 3.17 e 12.47. [38] I Reis 19.20. _A missão dos setenta discipulos._ 10 E depois d’isto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os [1] adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e logares onde elle havia de ir. 2 E dizia-lhes; [2] Grande _é_, em verdade, a seára, mas os obreiros _são_ poucos; rogae pois ao Senhor da seára que envie obreiros para a sua seára. 3 Ide: [3] eis que vos mando como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não leveis bolsa, [4] nem alforge, nem alparcas; e a ninguem saudeis pelo caminho. 5 E, em qualquer [5] casa aonde entrardes, dizei primeiro: Paz _seja_ n’esta casa. 6 E, se ali houver algum filho de paz, repousará sobre [AHD] elle a vossa paz; e, se não, voltará para vós. 7 E ficae na mesma casa, [6] comendo e bebendo do que elles tiverem, [7] pois digno é o obreiro do seu salario. [8] Não andeis de casa em casa. 8 E, em qualquer cidade em que entrardes, e vos receberem, comei do que vos pozerem adiante. 9 E curae [9] os enfermos que n’ella houver, e dizei-lhes: [10] É chegado a vós o reino de Deus. 10 Mas em qualquer cidade, em que entrardes e vos não receberem, saindo por suas ruas, dizei: 11 Até o pó, [11] que da vossa cidade se nos pegou, sacudimos sobre vós. Sabei, todavia, isto, que _já_ o reino de Deus é chegado a vós. 12 E digo-vos [12] que mais tolerancia haverá n’aquelle dia para Sodoma do que para aquella cidade. 13 Ai de ti, Chorazin, [13] ai de ti, Bethsaida! [14] que, se em Tyro e em Sidon se fizessem as maravilhas que em vós foram feitas, já ha muito, assentadas em sacco e cinza, se teriam arrependido. 14 Portanto, para Tyro e Sidon será mais toleravel no juizo, do que para vós. 15 E tu, Capernaum, [15] que estás levantada até ao céu, até ao inferno serás abatida. 16 Quem vos ouve a vós, [16] a mim me ouve; e, quem vos rejeita a vós, a mim me rejeita; e, quem a mim me rejeita, rejeita aquelle que me enviou. 17 E [17] voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, em teu nome, até os demonios se nos sujeitam. 18 E disse-lhes: [18] Eu via Satanaz, como raio, cair do céu. 19 Eis que vos [19] dou poder para pizar as serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará damno algum. 20 Mas não vos alegreis por isso, que se vos sujeitem os espiritos; alegrae-vos antes por estarem [20] os vossos nomes escriptos nos céus. 21 N’aquella mesma hora se alegrou Jesus em espirito, [21] e disse: Graças te dou, ó Pae, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas _coisas_ aos sabios e intelligentes, e as revelaste ás creancinhas; assim é, ó Pae, porque assim te aprouve. 22 Todas [22] _as coisas_ me foram entregues por meu Pae; e ninguem conhece quem é o Filho senão o Pae, nem quem é o Pae senão o Filho, e aquelle a quem o Filho o quizer revelar. 23 E, voltando-se para os _seus_ discipulos, disse-_lhes_ em particular: [23] Bemaventurados os olhos que vêem o que vós vêdes; 24 Porque vos digo que muitos prophetas [24] e reis desejaram vêr o que vós vêdes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram. _A parabola do bom samaritano._ 25 E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: [25] Mestre, que farei para herdar a vida eterna? 26 E elle lhe disse: Que está escripto na lei? Como lês? 27 E, respondendo elle, [26] disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento; e [27] ao teu proximo como a ti mesmo. 28 E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, [28] e viverás. 29 Elle, porém, [29] querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu proximo? 30 E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalem para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quaes o despojaram, e, espancando-o, se retiraram, deixando-_o_ meio morto. 31 E, por acaso, descia pelo mesmo caminho _um_ certo sacerdote; e, vendo-o, [30] passou de largo. 32 E d’egual modo tambem um levita, chegando-se ao logar, e vendo-_o_, passou de largo. 33 Porém _um_ [31] certo samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé d’elle, e, vendo-o, moveu-se de intima compaixão; 34 E, approximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhe azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou d’elle; 35 E, partindo ao [32] outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-_os_ ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida d’elle; e tudo o que de mais gastares, eu t’o pagarei quando voltar. 36 Qual, pois, d’estes tres te parece que foi o proximo d’aquelle que caiu nas mãos dos salteadores? 37 E elle disse: O que usou de misericordia para com elle. Disse, pois, Jesus: Vae, e faze da mesma maneira. _Martha e Maria._ 38 E aconteceu que, indo elles de caminho, entrou n’uma aldeia; e _uma_ certa mulher, por nome [33] Martha, o recebeu em sua casa; 39 E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se tambem aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. 40 Porém Martha andava distrahida em muitos serviços, e, chegando, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe pois que me ajude. 41 E, respondendo Jesus, disse-lhe: Martha, Martha, andas cuidadosa e afadigada com muitas _coisas_, 42 Mas [34] uma só é necessaria; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. [1] Mat. 10.1. Mar. 6.7. [2] Mat. 9.37, 38. João 4.35. II The. 3.1. [3] Mat. 10.16. [4] Mat. 10.9, 10. Mar. 6.8. cap. 9.3. II Reis 4.29. [5] Mat. 10.12. [6] Mat. 10.11. [7] I Cor. 10.27. [8] Mat. 10.10. I Cor. 9.4, etc. I Tim. 5.18. [9] cap. 9.2. [10] Mat. 3.2 e 4.17 e 10.7. ver. 11. [11] Mat. 10.14. cap. 9.5. Act. 13.51 e 18.6. [12] Mat. 10.15. Mar. 6.11. [13] Mat. 11.21. [14] Eze. 3.6. [15] Mat. 11.23. Gen. 11.4. Deu. 1.28. Isa. 14.13. Jer. 51.53. Eze. 26.20. [16] Mat. 10.40. Mar. 9.37. João 13.20 e 5.23. I The. 4.8. [17] ver. 1. [18] João 12.31 e 16.11. Apo. 9.1 e 12.8, 9. [19] Mar. 16.10. Act. 28.5. [20] Exo. 32.32. Psa. 69.28. Isa. 4.3. Dan. 12.1. Phi. 4.3. Heb. 12.23. Apo. 13.8. [21] Mat. 11.25. [22] Mat. 28.18. João 3.35 e 5.27 e 17.2. João 1.18 e 6.44, 46. [23] Mat. 13.16. [24] I Ped. 1.10. [25] Mat. 19.16 e 22.35. [26] Deu. 6.5. [27] Lev. 19.18. [28] Lev. 18.5. Neh. 9.29. Eze. 20.11, 13, 21. Rom. 10.5. [29] cap. 16.15. [30] Psa. 38.11. [31] João 4.9. [32] João 11.1 e 12.2, 3. [33] I Cor. 7.32, etc. cap. 8.35. Act. 22.3. [34] Psa. 27.4. _A oração dominical._ Mat. 6.9-15 e refs. [Anno Domini 33] 11 E aconteceu que, estando elle a orar n’um certo logar, quando acabou lhe disse um dos seus discipulos: Senhor, ensina-nos a orar, como tambem João ensinou aos seus discipulos. 2 E elle lhes disse: Quando orardes, dizei: Pae nosso, que _estás_ nos céus, sanctificado seja o teu nome: venha o teu reino: seja feita a tua vontade, _assim_ na terra como no céu; 3 Dá-nos cada dia o nosso pão quotidiano. 4 E perdoa-nos os nossos peccados, pois tambem nós perdoamos a qualquer que nos deve; e não nos mettas em tentação, mas livra-nos do mal. _Parabola do amigo importuno._ 5 Disse-lhes tambem: Qual de vós terá um amigo, e, se for procural-o á meia noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me tres pães, 6 Porquanto _um_ amigo meu chegou a minha casa, _vindo_ de caminho, e não tenho que apresentar-lhe; 7 Elle, respondendo de dentro, diga: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama: não posso levantar-me para _t’os_ dar? 8 Digo-vos que, ainda que se não levante a dar-lh’_os_, [1] por ser seu amigo, levantar-se-ha, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister. 9 E eu digo-vos, a vós: [2] Pedi, e dar-se-vos-ha: buscae, e achareis: batei, e abrir-se-vos-ha; 10 Porque qualquer que pede recebe; e quem busca, acha; e a quem bate abrir-se-lhe-ha. 11 E qual o pae [3] d’entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou tambem, _se lhe pedir_ peixe, lhe dará por peixe uma serpente? 12 Ou tambem, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13 Pois se vós, sendo máus, sabeis dar boas dadivas aos vossos filhos, quanto mais dará _o nosso_ Pae celestial o Espirito Sancto áquelles que lh’o pedirem? _A blasphemia dos phariseos._ Mat. 12.22-32 e refs. 14 E estava expulsando um demonio, o qual era mudo. E aconteceu que, saindo o demonio, o mudo fallou; e maravilhou-se a multidão. 15 Porém alguns d’elles diziam: [4] Elle expulsa os demonios por Beelzebú, principe dos demonios. 16 E outros, tentando-_o_, pediam-lhe [5] um signal do céu. 17 Mas, conhecendo elle os seus pensamentos, [6] disse-lhes: Todo o reino, dividido contra si mesmo, será assolado; e a casa, _dividida_ contra si mesma, cairá. 18 E, se tambem Satanaz está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que eu expulso os demonios por Beelzebú; 19 E, se eu expulso os demonios por Beelzebú, [7] por quem _os_ expulsam os vossos filhos? Elles pois serão os vossos juizes. 20 Mas, se eu expulso os demonios pelo dedo de Deus, certamente a vós é chegado o reino de Deus. 21 Quando o _homem_ [8] valente guarda armado a sua casa, em segurança está tudo quanto tem. 22 Mas, sobrevindo [9] outro mais valente do que elle, e vencendo-o, tira-_lhe_ toda a sua armadura em que confiava, e reparte os seus despojos. 23 Quem não é comigo [10] é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. 24 Quando o espirito [11] immundo tem saido do homem, anda por logares seccos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, d’onde sahi. 25 E, chegando, acha-_a_ varrida e adornada. 26 Então vae, e leva comsigo outros sete espiritos peiores do que elle, e, entrando, habitam ali: e o ultimo estado d’esse homem é [12] peior do que o primeiro. 27 E aconteceu que, dizendo elle estas _coisas_, uma mulher d’entre a multidão, levantando a voz, lhe disse: [13] Bemaventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste. 28 Mas elle disse: [14] Antes bemaventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam. _O signal do propheta Jonas._ Mat. 12.38-42 e refs. 29 E, ajuntando-se a multidão, começou a dizer: Maligna é esta geração: ella pede um signal; e não lhe será dado outro signal, senão o signal do propheta Jonas: 30 Porque, assim como [15] Jonas foi signal para os ninivitas, assim o Filho do homem _o_ será tambem para esta geração. 31 A rainha do [16] sul se levantará no juizo com os homens d’esta geração, e os condemnará; pois até dos confins da terra veiu ouvir a sabedoria de Salomão; e eis aqui está quem é maior do que Salomão. 32 Os homens de Ninive se levantarão no juizo com esta geração, e a condemnarão; [17] pois se converteram com a prégação de Jonas, e eis aqui está quem é maior do que Jonas. _A candeia do corpo._ 33 E ninguem, [18] accendendo a candeia, a põe em _logar_ occulto, nem debaixo do alqueire; porém no velador, para que os que entrarem vejam a luz. 34 A candeia [19] do corpo é o olho. Sendo pois o teu olho simples, tambem todo o teu corpo será luminoso, mas, se fôr mau, tambem o teu corpo será tenebroso. 35 Vê pois que a tua luz que em ti ha não sejam trevas. 36 Se, pois, todo o teu corpo é luminoso, não tendo em trevas parte alguma, todo será luminoso, como quando a candeia te allumia com o seu resplendor. _Jesus censura os phariseos e os escribas._ Mat. 23.1, etc. e refs. 37 E, estando elle _ainda_ fallando, rogou-lhe um phariseo que fosse jantar com elle; e, entrando, assentou-se _á mesa_. 38 Mas o phariseo [20] admirou-se, vendo que se não lavara antes de jantar. 39 E o Senhor lhe disse; [21] Vós, os phariseos, limpaes agora o exterior do copo e do prato; porém o vosso [22] interior está cheio de rapina e maldade. 40 Loucos! o que fez o exterior, não fez tambem o interior? 41 Antes dae [23] esmola do que tiverdes, e eis que tudo vos será limpo. 42 Mas ai de vós, [24] phariseos, que dizimaes a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezaes o juizo e amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras. 43 Ai de vós, phariseos, [25] que amaes os primeiros assentos nas synagogas, e as saudações nas praças. 44 Ai de vós, [26] escribas e phariseos hypocritas, que sois como as sepulturas que não apparecem, e os homens que sobre _ellas_ andam não _o_ sabem. 45 E, respondendo um dos doutores da lei, disse-lhe: Mestre, quando dizes isto, tambem nos affrontas a nós. 46 Porém elle disse: Ai de vós tambem, doutores da lei, [27] que carregaes os homens com cargas difficeis de transportar, e vós mesmos nem ainda com um dos vossos dedos tocaes nas _ditas_ cargas. 47 Ai de vós [28] que edificaes os sepulchros dos prophetas, e vossos paes os mataram. 48 Bem testificaes, pois, que consentis nas obras de vossos paes; porque elles os mataram, e vós edificaes os seus sepulchros. 49 Portanto diz tambem a sabedoria de Deus: [29] Prophetas e apostolos lhes mandarei; e elles matarão _uns_, e perseguirão _outros_; 50 Para que d’esta geração seja requerido o sangue de todos os prophetas que, desde a fundação do mundo, foi derramado, 51 Desde o sangue [30] de Abel, até ao sangue de Zacharias, que foi morto entre o altar e o templo; assim, vos digo, será requerido d’esta geração. 52 Ai de vós, doutores [31] da lei, que tirastes a chave da sciencia; vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam. 53 E, dizendo-lhes estas _coisas_, os escribas e os phariseos começaram a apertal-_o_ fortemente, e a fazel-o fallar ácerca de muitas _coisas_, 54 Armando-lhe ciladas, a fim [32] de apanharem da sua bocca alguma coisa para o accusarem. [1] cap. 18.1, etc. [2] Mat. 7.7 e 21.22. Mar. 11.24. João 15.7. Thi. 1.6. I João 3.22. [3] Mat. 7.9. [4] Mat. 9.34 e 12.24. [5] Mat. 12.38 e 16.1. [6] Mat. 12.35. Mar. 3.24. João 2.25. [7] Exo. 8.19. [8] Mar. 3.27. [9] Isa. 53.12. Col. 2.15. [10] Mat. 12.30. [11] Mat. 12.43. [12] João 5.14. Heb. 6.4 e 10.26. II Ped. 2.20. [13] cap. 1.28, 48. [14] Mat. 7.21. cap. 8.21. Thi. 1.25. [15] Jon. 2.1, 11. [16] I Reis 10.1. [17] Jon. 3.5. [18] Mat. 5.15. Mar. 4.21. cap. 8.16. [19] Mat. 6.22. [20] Mar. 7.3. [21] Mat. 23.25. [22] Tito 1.15. [23] Isa. 58.7. Dan. 4.24. cap. 12.33. [24] Mat. 23.23. [25] Mat. 23.6. Mar. 12.38, 39. [26] Mat. 23.27. Psa. 6.10. [27] Mat. 23.4. [28] Mat. 23.29. [29] Mat. 23.34. [30] Gen. 4.8. II Chr. 24.20, 21. [31] Mat. 23.13. [32] Mar. 12.13. 12 Ajuntando-se [1] entretanto muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropellavam uns aos outros, começou a dizer aos seus discipulos: [2] Acautelae-vos primeiramente do fermento dos phariseos, que é a hypocrisia. 2 Mas nada [3] ha encoberto que não haja de ser descoberto; nem occulto, que não haja de ser sabido. 3 Porquanto tudo o que em trevas dissestes á luz será ouvido; e o que fallastes ao ouvido no gabinete sobre os telhados será apregoado. _Não devemos temer os homens._ Mat. 10.28-33 e refs. 4 E digo-vos, [4] amigos meus; Não temaes os que matam o corpo, e depois não teem mais que fazer. 5 Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquelle que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei. 6 Não se vendem cinco passarinhos por dois ceitis? E nenhum d’elles está esquecido diante de Deus. 7 E até os cabellos da vossa cabeça estão todos contados. Não temaes pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos. 8 E digo-vos [5] que todo aquelle que me confessar diante dos homens, tambem o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus. 9 Mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus. 10 E a todo [6] aquelle que disser _uma_ palavra contra o Filho do homem ser-lhe-ha perdoada, mas ao que blasphemar contra o Espirito Sancto não lhe será perdoado. 11 E, quando [7] vos conduzirem ás synagogas, aos magistrados e potestades, não estejaes solicitos de como ou do que haveis de responder nem do que haveis de fallar. 12 Porque na mesma hora vos ensinará o Espirito Sancto o que vos convenha fallar. _A parabola do rico louco._ 13 E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. 14 Mas elle lhe disse: Homem, [8] quem me poz a mim por juiz ou repartidor entre vós? 15 E disse-lhes: [9] Acautelae-vos e guardae-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundancia dos _bens_ que possue. 16 E propoz-lhes uma parabola, dizendo: A herdade d’um homem rico tinha produzido com abundancia; 17 E arrazoava elle entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus fructos. 18 E disse: Farei isto: Derribarei os meus celleiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; 19 E direi á minha [10] alma: Alma, tens em deposito muitos bens para muitos annos: descança, come, bebe, _e_ folga. 20 Porém Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a [11] tua alma; e o que tens preparado para quem será? 21 Assim _é_ o que para si ajunta thesouros, e não [12] é rico para com Deus. _Solicitude pela nossa vida._ Mat. 6.25-34 e refs. 22 E disse aos seus discipulos: Portanto vos digo: Não estejaes solicitos pela vossa vida, no que comereis, nem pelo corpo, no que vestireis. 23 Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que o vestido. 24 Considerae os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem teem dispensa nem celleiro, e Deus [13] os alimenta: quanto mais valeis vós do que as aves? 25 E qual de vós, sendo solicito, pode accrescentar um covado á sua estatura? 26 Pois, se nem ainda podeis _fazer_ as coisas minimas, porque estaes solicitos pelo mais? 27 Considerae os lirios, como elles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua gloria, se vestiu como um d’elles. 28 E, se Deus assim veste a herva que hoje está no campo, e ámanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, _homens_ de pouca fé? 29 Vós pois não pergunteis que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos. 30 Porque as gentes do mundo buscam todas essas _coisas_; mas vosso Pae sabe que haveis mister d’ellas. 31 Buscae antes [14] o reino de Deus, e todas estas _coisas_ vos serão accrescentadas. 32 Não temas, [15] ó pequeno rebanho, porque a vosso Pae agradou dar-vos o reino. 33 Vendei o que tendes, e [16] dae esmola. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; thesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão, e a traça não roe. 34 Porque, onde estiver o vosso thesouro, ali estará tambem o vosso coração. _Parabola do servo vigilante._ Mat. 24.45-51. 35 Estejam cingidos os [17] vossos lombos, e accesas as vossas candeias. 36 E sêde vós similhantes aos homens que esperam a seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe. 37 Bemaventurados aquelles servos, os [18] quaes, quando o Senhor vier, os achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar _á mesa_, e, chegando-se, os servirá. 38 E, se vier na segunda vigilia, e se vier na terceira vigilia, e _os_ achar assim, bemaventurados são os taes servos. 39 Sabei, porém, isto, [19] que, se o pae de familia soubesse a que hora, havia de vir o ladrão, vigiaria, e não deixaria minar a sua casa. 40 Portanto, estae vós tambem [20] apercebidos; porque virá o Filho do homem a hora que não imaginaes. 41 E disse-lhe Pedro: Senhor, dizes essa parabola a nós, ou tambem a todos? 42 E disse o Senhor: [21] Qual é pois o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor poz sobre os seus servos, para _lhes_ dar a tempo a ração? 43 Bemaventurado aquelle servo, o qual o senhor, [22] quando vier, achar fazendo assim. 44 Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá. 45 Mas, se aquelle servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir; e começar a espancar os creados e creadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se, 46 Virá o senhor d’aquelle servo no dia em que _o_ não espera, e n’uma hora que elle não sabe, e separal-o-ha, e porá a sua parte com os infieis. 47 E o servo [23] que soube a vontade do seu senhor, e não _se_ apercebeu, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; 48 Mas o [24] que _a_ não soube, e fez _coisas_ dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito fôr dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá. _Jesus traz fogo e dissensão á terra._ 49 Vim lançar fogo na terra; [25] e que quero, se já está acceso? 50 Importa, porém, que seja baptizado com um baptismo; [26] e como me angustio até que venha a cumprir-se! 51 Cuidaes [27] vós que vim dar paz á terra? Não, vos digo, mas antes dissensão; 52 Porque d’aqui em [28] diante estarão cinco divididos n’uma casa: tres contra dois, e dois contra tres: 53 O pae estará dividido contra o filho, e o filho contra o pae; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra. _Os signaes dos tempos._ 54 E dizia tambem á multidão: [29] Quando vêdes a nuvem que vem do occidente, logo dizeis: Lá vem chuva, e assim succede. 55 E, quando assopra o sul, dizeis: Haverá calma; e _assim_ succede. 56 Hypocritas, sabeis distinguir a face da terra e do céu, e como não distinguis este tempo? 57 E porque não julgaes tambem por vós mesmos o que é justo? 58 Quando [30] pois vaes com o teu adversario ao magistrado, procura livrar-te d’elle no caminho; para que não succeda que te conduza ao juiz, e o juiz te entregue ao meirinho, e o meirinho te encerre na prisão. 59 Digo-te que não sairás d’ali emquanto não pagares o derradeiro ceitil. [1] Mat. 16.6. Mar. 8.15. [2] Mat. 16.12. [3] Mat. 10.26. Mar. 4.22. cap. 8.17. [4] Isa. 51.7, 8, 12, 13. Jer. 1.8. João 15.14, 15. [5] Mat. 10.32. Mar. 8.38. II Tim. 2.12. I João 2.23. [6] Mat. 12.31, 32. Mar. 3.28. I João 5.16. [7] Mat. 10.19. Mar. 13.11. cap. 21.14. [8] João 18.36. [9] I Tim. 6.7, etc. [10] Ecc. 11.9. I Cor. 15.32. Thi. 5.5. [11] Job 20.22 e 27.8. Psa. 52.5. Thi. 4.14. Psa. 39.6. Jer. 17.11. [12] Mat. 6.20. ver. 33. I Tim. 6.18, 19. Thi. 2.5. [13] Job 38.41. Psa. 147.9. [14] Mat. 6.33. [15] Mat. 11.25, 26. [16] Mat. 19.21 e 6.20. Act. 2.45 e 4.34. cap. 16.9. I Tim. 6.19. [17] Eph. 6.14. I Ped. 1.13. Mat. 25.1, etc. [18] Mat. 24.46. [19] Mat. 24.43. I The. 5.2. II Ped. 3.10. Apo. 3.3 e 16.15. [20] Mat. 24.44 e 25.13. Mar. 13.33. cap. 21.34, 36. I The. 5.6. II Ped. 3.12. [21] Mat. 24.45 e 25.21. I Cor. 4.2. [22] Mat. 24.47, 48. [23] Num. 15.30. Deu. 25.2. João 9.41 e 15.22. Act. 17.30. Thi. 4.17. [24] Lev. 5.17. I Tim. 1.13. [25] ver. 51. [26] Mat. 20.22. Mar. 10.38. [27] Mat. 10.34. ver. 49. Miq. 7.6. João 7.43 e 9.16 e 10.19. [28] Mat. 10.35. [29] Mat. 16.2. [30] Pro. 25.8. Mat. 5.25. Psa. 32.6. Isa. 50.6. _A mortandade dos galileos e a queda da torre em Siloé._ 13 E n’aquelle mesmo tempo estavam presentes ali alguns que lhe fallavam dos galileos cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrificios. 2 E, respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidaes vós que esses galileos foram mais peccadores do que todos os _outros_ galileos, por terem assim padecido? 3 Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de egual modo perecereis. 4 Ou aquelles dezoito, sobre os quaes caiu a torre em Siloé e os matou, cuidaes que foram mais [AHE] culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalem? 5 Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de egual modo perecereis. _A parabola da figueira esteril._ 6 E dizia esta parabola: Um [1] certo _homem_ tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi buscar n’ella _algum_ fructo, e não _o_ achou; 7 E disse ao vinhateiro: Eis que ha tres annos venho buscar fructo a esta figueira, e não _o_ acho; corta-a; porque occupa ainda a terra inutilmente? 8 E, respondendo elle, disse-lhe: Senhor, deixa-a este anno, até que eu a escave e a esterque; 9 E, se der fructo, _ficará_, e, se não, depois a mandarás cortar. _Cura d’uma mulher paralytica._ 10 E ensinava no sabbado, n’uma das synagogas. 11 E eis que estava ali uma mulher que tinha _um_ espirito de enfermidade, _havia_ já dezoito annos; e andava encurvada, e não podia de modo algum endireitar-se. 12 E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade. 13 E poz as mãos sobre ella, [2] e logo se endireitou, e glorificava a Deus. 14 E, tomando a palavra o principe da synagoga, indignado porque Jesus curava no sabbado, disse á multidão: [3] Seis dias ha em que é mister trabalhar: n’estes pois vinde para serdes curados, [4] e não no dia de sabbado. 15 Respondeu-lhe, porém, o Senhor e disse: Hypocrita, [5] no sabbado não desprende da mangedoura cada um de vós o seu boi ou jumento e não o leva a beber? 16 E não convinha soltar d’esta prisão, no dia de sabbado, a esta filha [6] de Abrahão, a qual _ha_ dezoito annos Satanaz tinha presa? 17 E, dizendo elle estas _coisas_, todos os seus adversarios se confundiam, e todo o povo se alegrava por todas as _coisas_ gloriosas que eram feitas por elle. _Parabolas, do grão de mostarda e do fermento._ Mat. 13.31-33 e refs. 18 E dizia: [7] A que é similhante o reino de Deus, e a que o compararei? 19 É similhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu, e fez-se grande arvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu. 20 E disse outra vez: A que compararei o reino de Deus? 21 É similhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em tres medidas de farinha, até que tudo levedou. _A porta estreita._ 22 E percorria as cidades [8] e as aldeias, ensinando, e caminhando para Jerusalem. 23 E disse-lhe um: Senhor, são poucos os que se salvam? E elle lhe disse: 24 Porfiae por entrar pela porta estreita; [9] porque eu vos digo _que_ muitos procurarão entrar e não poderão. 25 Quando o pae de familia se levantar e cerrar a porta, [10] e começardes a estar de fóra, e a bater á porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e, respondendo elle, vos disser: Não sei d’onde vós sois; 26 Então começareis a dizer: Temos comido e bebido na tua presença, e tens ensinado nas nossas ruas. 27 E elle dirá: [11] Digo-vos que não sei d’onde vós sois; [12] apartae-vos de mim, vós todos os que obraes iniquidade. 28 Ali haverá choro e ranger de dentes, [13] quando virdes Abrahão e Isaac, e Jacob, e todos os prophetas, no reino de Deus, e vós lançados fóra. 29 E virão do oriente, e do occidente, e do norte, e do sul, e assentar-se-hão _á mesa_ no reino de Deus. 30 E eis que derradeiros ha [14] que serão os primeiros; e primeiros ha que serão os derradeiros. _Jesus é avisado do odio de Herodes._ 31 N’aquelle mesmo dia chegaram uns phariseos, dizendo-lhe: Sae, e retira-te d’aqui, porque Herodes quer matar-te. 32 E disse-lhes: Ide, e dizei áquella raposa: Eis que eu expulso demonios, e effectuo curas, hoje e ámanhã, e no terceiro dia sou [15] consummado. 33 Importa, porém, caminhar hoje, ámanhã, e no _dia_ seguinte, para que não succeda que morra um propheta fóra de Jerusalem. 34 Jerusalem, [16] Jerusalem, que matas os prophetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quiz eu ajuntar os teus filhos, como a gallinha os seus pintos debaixo das _suas_ azas, e não quizeste? 35 Eis que a vossa casa se vos deixará [17] deserta. E em verdade vos digo que não me vereis até que venha _o tempo_ em que digaes: Bemdito aquelle que vem em nome do Senhor. [1] Isa. 5.2. Mat. 21.19. [2] Mar. 16.18. Act. 9.8. [3] Exo. 20.9. [4] Mat. 12.10. Mar. 3.2. cap. 6.7 e 14.3. [5] cap. 14.5. [6] cap. 19.9. [7] Mar. 4.30. [8] Mat. 9.34. Mar. 6.6. [9] Mat. 7.13. João 7.34 e 8.21 e 13.33. Rom. 9.31. [10] Psa. 32.6. Isa. 55.6. Mat. 25.10. cap. 6.46. Mat. 7.23 e 25.12. [11] Mat. 7.23 e 25.41. ver. 25. [12] Psa. 6.9. Mat. 25.41. [13] Mat. 8.12 e 13.42 e 24.51 e 8.11. [14] Mat. 19.30 e 20.16. Mar. 10.31. [15] Heb. 2.10. [16] Mat. 23.37. [17] Lev. 26.31, 32. Psa. 69.25. Isa. 1.7. Dan. 9.27. Miq. 3.12. Psa. 118.26. Mat. 21.9. Mar. 11.10. cap. 19.38. João 12.13. _Cura d’um hydropico._ 14 Aconteceu n’um sabbado que, entrando elle em casa de um dos principaes dos phariseos para comer pão, elles o estavam espiando. 2 E eis que estava ali adiante d’elle _um_ certo homem hydropico. 3 E, Jesus, tomando a palavra, fallou aos doutores da lei, e aos phariseos, dizendo: [1] É licito curar no sabbado? 4 Elles, porém, calaram-se. E, tomando-_o_, elle o curou e despediu. 5 E, respondendo-lhes, disse: [2] Qual será de vós o que, caindo-lhe n’um poço, em dia de sabbado, o jumento ou o boi, o não tire logo? 6 E nada lhe podiam replicar a estas _coisas_. _Parabola dos primeiros assentos e dos convidados._ 7 E disse aos convidados uma parabola, reparando como escolhiam os primeiros assentos, dizendo-lhes: 8 Quando por alguem fôres convidado ás bodas, não te assentes no primeiro logar, não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu; 9 E, vindo o que te convidou a ti e a elle, te diga: Dá o logar e este; e então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro logar. 10 Mas, quando fores [3] convidado, vae, e assenta-te no derradeiro logar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás honra diante dos que estiverem comtigo á mesa. 11 Porque qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, [4] e aquelle que a si mesmo se humilhar será exaltado. 12 E dizia tambem ao que o tinha convidado: Quando deres um jantar, ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem visinhos ricos, para que não succeda que tambem elles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado. 13 Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, [5] aleijados, mancos _e_ cegos, 14 E serás bemaventurado; porquanto não teem com que t’o recompensar; porque recompensado te será na resurreição dos justos. _Parabola da grande ceia._ Mat. 22.1-14 e refs. 15 E, ouvindo isto um dos que estavam com elle _á mesa_, disse-lhe: Bemaventurado [6] _aquelle_ que comer pão no reino de Deus. 16 Porém elle lhe disse: Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos. 17 E á hora da ceia [7] mandou o seu servo a dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado. 18 E todos á uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e importa ir vêl-o: rogo-te que me hajas por escusado. 19 E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou a experimental-os: rogo-te que me hajas por escusado. 20 E outro disse: Casei, e portanto não posso ir. 21 E, voltando aquelle servo, annunciou estas _coisas_ ao seu senhor. Então o pae de familia, indignado, disse ao seu servo: Sae depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos. 22 E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda ha logar. 23 E disse o senhor ao servo: Sae pelos caminhos e vallados, e força-_os_ a entrar para que a minha casa se encha. 24 Porque eu vos digo [8] que nenhum d’aquelles varões que foram convidados provará a minha ceia. _Parabola ácerca da providencia._ 25 Ora ia com elle uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: 26 Se alguem vier a mim, [9] e não aborrecer a seu pae, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda tambem a sua propria vida, não pode ser meu discipulo. 27 E qualquer que não levar a sua cruz, [10] e não vier após mim, não pode ser meu discipulo. 28 Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, [11] não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, _para ver_ se tem com que _a_ acabar? 29 Para que não aconteça que, depois de haver posto o alicerce, e não _a_ podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer d’elle, 30 Dizendo: Este homem começou a edificar e não poude acabar. 31 Ou qual é o rei que, indo á guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a consultar se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra elle com vinte mil? 32 D’outra maneira, estando o outro ainda longe, manda-_lhe_ embaixadores, e pede condições de paz. 33 Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discipulo. 34 Bom _é_ o sal; [12] porém, se o sal degenerar, com que se adubará? 35 Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-n’o fóra. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. [1] Mat. 12.10. [2] Exo. 23.5. Deu. 22.4. cap. 13.15. [3] Pro. 25.6, 7. [4] Job 22.29. Psa. 18.27. Pro. 29.23. Mat. 23.12. cap. 18.14. Thi. 4.6. I Ped. 5.5. [5] Neh. 8.10, 12. [6] Apo. 19.9. [7] Pro. 9.2, 5. [8] Mat. 21.43 e 22.8. Act. 13.46. [9] Deu. 13.6 e 33.9. Mat. 10.37. Rom. 9.13. Apo. 12.11. [10] Mat. 16.24. Mar. 8.34. cap. 9.23. II Tim. 3.12. [11] Pro. 24.27. [12] Mat. 5.13. Mar. 9.50. _Parabolas, da ovelha e da drachma perdidas._ 15 E chegavam-se a [1] elle todos os publicanos e peccadores para o ouvir. 2 E os phariseos e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe peccadores, [2] e come com elles. 3 E elle lhes propoz esta parabola, dizendo: 4 Que homem d’entre [3] vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma d’ellas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vae após a perdida até que venha a achal-a? 5 E, achando-a, a põe sobre seus hombros, gostoso; 6 E, chegando a casa, convoca os amigos e visinhos, dizendo-lhes: Alegrae-vos comigo, porque _já_ achei a minha ovelha [4] perdida. 7 Digo-vos que assim haverá _mais_ alegria no céu sobre um peccador que se arrependa [5] do que sobre noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. 8 Ou qual a mulher que, tendo dez drachmas, se perder uma drachma, não accende a candeia, e não varre a casa, e não busca com diligencia até _a_ achar? 9 E, achando-a, convoca as amigas e visinhas, dizendo: Alegrae-vos comigo, porque já achei a drachma perdida. 10 Assim vos digo que ha alegria diante dos anjos de Deus sobre um peccador que se arrepende. _Parabola do filho prodigo._ 11 E disse: _Um_ certo homem tinha dois filhos; 12 E o mais moço d’elles disse ao pae: Pae, dá-me a parte da fazenda que _me_ pertence. E elle lhes repartiu [6] a fazenda. 13 E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra _mui_ longe, e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. 14 E, havendo elle _já_ gastado tudo, houve n’aquella terra uma grande fome, e começou a padecer necessidade. 15 E foi, e chegou-se a um dos cidadãos d’aquella terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar os porcos. 16 E desejava saciar o seu estomago com as [AHF] bolotas que os porcos comiam, e ninguem lhe dava nada. 17 E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pae teem abundancia de pão, e eu pereço de fome! 18 Levantar-me-hei, e irei ter com meu pae, e dir-lhe-hei: Pae, pequei contra o céu e perante ti; 19 Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros. 20 E, levantando-se, foi para seu pae; e, quando [7] ainda estava longe, viu-o seu pae, e se moveu de intima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. 21 E o filho lhe disse: Pae, pequei contra o céu [8] e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. 22 Mas o pae disse aos seus servos: Trazei depressa o vestido melhor, e vesti-lh’o, e ponde-lhe um annel na mão, e alparcas nos pés; 23 E trazei o bezerro cevado, e matae-_o_; e comamos, e alegremo-nos; 24 Porque [9] este meu filho era morto, e reviveu, tinha-se perdido, e é achado. E começaram a alegrar-se. 25 E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veiu, e chegou perto de casa, ouviu a musica e as danças. 26 E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquillo. 27 E elle lhe disse: Veiu teu irmão; e teu pae matou o bezerro cevado, porquanto o recuperou _são e_ salvo. 28 Indignou-se, porém, elle, e não queria entrar. E, saindo o pae, o rogava. 29 Mas, respondendo elle, disse ao pae: Eis que te sirvo _ha_ tantos annos, e nunca transgredi o teu mandamento, e nunca me déste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; 30 Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. 31 E elle lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas _coisas_ são tuas; 32 Portanto era justo alegrarmo-_nos_ e folgarmos, [10] porque este teu irmão era morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se. [1] Mat. 9.10. [2] Act. 11.3. Gal. 2.12. [3] Mat. 18.12. [4] I Ped. 2.10, 25. [5] cap. 5.32. [6] Mar. 12.44. [7] Act. 2.39. Eph. 2.13, 17. [8] Psa. 51.4. [9] ver. 32. Eph. 2.1 e 5.14. Apo. 3.1. [10] ver. 24. _Parabola do mordomo infiel._ 16 E dizia tambem aos seus discipulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi accusado perante elle de dissipar os seus bens. 2 E elle, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás mais ser mordomo. 3 E o mordomo disse comsigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha. 4 Eu sei o que hei-de fazer, para que, quando fôr desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. 5 E, chamando a _si_ cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? 6 E elle disse: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e, assentando-te já, escreve cincoenta. 7 Disse depois a outro: E tu quanto deves? E elle disse: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta. 8 E louvou aquelle senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos d’este mundo são mais prudentes na sua geração [1] do que os filhos da luz. 9 E eu vos digo: [2] Grangeae amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando necessitardes, vos recebam nos tabernaculos eternos. 10 Quem [3] é fiel no minimo, tambem é fiel no muito; quem é injusto no minimo, tambem é injusto no muito. 11 Pois, se na riqueza injusta não fostes fieis, quem vos confiará a verdadeira? 12 E, se no alheio não fostes fieis, quem vos dará o que é vosso? 13 Nenhum [4] servo pode servir dois senhores; porque, ou ha de aborrecer um e amar o outro, ou se ha de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a [AHG] Mammon. _A auctoridade da lei._ 14 E os phariseos, [5] que eram avarentos, ouviam todas estas _coisas_, e zombavam d’elle. 15 E disse-lhes: Vós sois os que vos [6] justificaes a vós mesmos diante dos homens, [7] mas Deus conhece os vossos corações, porque, [8] o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação. 16 A lei [9] e os prophetas _duraram_ até João: desde então é annunciado o reino de Deus, e todo o homem forceja por entrar n’elle. 17 E [10] é mais facil passar o céu e a terra do que cair um til da lei. 18 Qualquer [11] que deixa sua mulher, e casa com outra, adultéra; e aquelle que casa com a repudiada pelo marido _tambem_ adultéra. _A parabola do rico e Lazaro._ 19 Ora, havia um homem rico, e vestia-se de purpura e de linho finissimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. 20 Havia tambem _um_ certo mendigo, chamado Lazaro, que jazia cheio de chagas á porta d’aquelle; 21 E desejava saciar-se com as migalhas que cahiam da mesa do rico; e até vinham os cães, e lambiam-lhe as chagas. 22 E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio d’Abrahão; e morreu tambem o rico, e foi sepultado. 23 E no inferno, erguendo os olhos, estando em tormentos, viu ao longe Abrahão, e Lazaro no seu seio. 24 E elle, clamando, disse: Pae Abrahão, tem misericordia de mim, e manda a Lazaro que molhe na agua a ponta do seu dedo e me [12] refresque a lingua, porque estou [13] atormentado n’esta chamma. 25 Disse, porém, Abrahão: Filho, lembra-te [14] de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lazaro sómente males; e agora este é consolado e tu atormentado; 26 E, além d’isso, está posto um grande abysmo entre nós e vós, de sorte que os que quizessem passar d’aqui para vós não poderiam, nem tão pouco os de lá passar para cá. 27 E disse elle: Rogo-te pois, ó pae, que o mandes a casa de meu pae, 28 Porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, afim de que não venham tambem para este logar de tormento. 29 Disse-lhe Abrahão: [15] Teem Moysés e os prophetas; ouçam-n’os. 30 E disse elle: Não, pae Abrahão; mas, se alguem dos mortos fosse ter com elles, arrepender-se-hiam. 31 Porém Abrahão lhe disse: Se não ouvem a Moysés e aos prophetas, [16] tão pouco acreditarão, ainda que algum dos mortos resuscite. [1] João 12.36. Eph. 5.8. I The. 5.5. [2] Dan. 4.27. Mat. 6.19 e 19.21. cap. 11.41. I Tim. 6.17, 18, 19. [3] Mat. 25.21. cap. 19.17. [4] Mat. 6.24. [5] Mat. 23.14. [6] cap. 10.29. [7] Psa. 7.10. [8] I Sam. 16.7. [9] Mat. 4.17 e 11.12, 13. cap. 7.29. [10] Psa. 102.26, 27. Isa. 40.8 e 51.6. Mat. 5.18. I Ped. 1.25. [11] Mat. 5.32 e 19.9. Mar. 10.11. I Cor. 7.10, 11. [12] Zac. 14.12. [13] Isa. 66.24. Mar. 9.43, etc. [14] Job 21.13. cap. 6.24. [15] Isa. 8.20 e 34.16. João 5.39, 45. Act. 15.21 e 17.11. [16] João 12.10, 11. _Ácerca dos escandalos, do perdão, do poder da fé e dos servos inuteis._ 17 E disse aos discipulos: [1] É impossivel que não venham escandalos, mas ai _d’aquelle_ por quem vierem! 2 Melhor lhe fôra que lhe pozessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que escandalizar um d’estes pequenos. 3 Olhae por vós mesmos. [2] E, se teu irmão peccar contra ti, reprehende-o, [3] e, se elle se arrepender, perdoa-lhe. 4 E, se peccar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia tornar a ti, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe. 5 Disseram então os apostolos ao Senhor: Accrescenta-nos a fé. 6 E disse o [4] Senhor: Se tivesseis fé como um grão de mostarda, dirieis a esta amoreira: Desarreiga-te d’aqui, e planta-te no mar; e vos obedeceria. 7 E qual de vós terá um servo lavrando ou apascentando, e, voltando elle do campo, _lhe_ diga: Chega-te, e assenta-te _á mesa_? 8 E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, [5] e serve-me, até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu? 9 Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. 10 Assim tambem vós, quando fizerdes tudo o que vos fôr mandado, dizei: Somos [6] servos inuteis, porque fizemos _sómente_ o que deviamos fazer. _Cura de dez leprosos._ 11 E aconteceu [7] que, indo elle a Jerusalem, passou pelo meio da Samaria e da Galilea; 12 E, entrando n’uma certa aldeia, sairam-lhe ao encontro dez homens leprosos, [8] os quaes pararam de longe; 13 E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericordia de nós. 14 E elle, vendo-os, [9] disse-lhes: Ide, e mostrae-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo elles, ficaram limpos. 15 E um d’elles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16 E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças: e este era samaritano. 17 E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde _estão_ os nove? 18 Não houve quem voltasse a dar gloria a Deus senão este estrangeiro? 19 E disse-lhe: [10] Levanta-te, e vae; a tua fé te salvou. _A vinda subita do reino de Deus._ 20 E, interrogado pelos phariseos sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com [AHH] apparencia exterior. 21 Nem dirão: [11] Eil-o aqui, ou, Eil-o ali; porque eis que o reino de Deus está [12] entre vós. 22 E disse aos discipulos: [13] Dias virão em que desejareis vêr um dos dias do Filho do homem, e não _o_ vereis. 23 E dir-vos-hão: [14] Eil-o aqui, ou, Eil-o ali _está_; não vades, nem _os_ sigaes: 24 Porque, [15] como o relampago, fuzilando de uma _parte_ debaixo do céu, resplandece até á outra debaixo do céu, assim será tambem o Filho do homem no seu dia. 25 Mas [16] primeiro convem que elle padeça muito, e seja reprovado por esta geração. 26 E, [17] como aconteceu nos dias de Noé, assim será tambem nos dias do Filho do homem: 27 Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veiu o diluvio, e os consumiu a todos. 28 Como [18] tambem da mesma maneira aconteceu nos dias de Lot: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam _e_ edificavam. 29 Mas [19] no dia em que Lot saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. 30 Assim será no dia em que o Filho do homem se ha [20] de manifestar. 31 N’aquelle dia, [21] quem _estiver_ no telhado, e as suas alfaias em casa, não desça a tomal-as; e, da mesma sorte, o que estiver no campo não volte para traz. 32 Lembrae-vos [22] da mulher de Lot. 33 Qualquer [23] que procurar salvar a sua vida perdel-a-ha, e qualquer que a perder salval-a-ha. 34 Digo-vos [24] que n’aquella noite estarão dois n’uma cama; um será tomado, e outro será deixado. 35 Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e outra será deixada. 36 Dois estarão no campo; um será tomado, o outro será deixado. 37 E, respondendo, [25] disseram-lhe: Onde, Senhor? E elle lhes disse: Onde _estiver_ o corpo, ahi se ajuntarão as aguias. [1] Mat. 18.6, 7. Mar. 9.42. I Cor. 11.19. [2] Mat. 18.15, 21. [3] Lev. 19.17. Pro. 17.10. Thi. 5.19. [4] Mat. 17.20 e 21.21. Mar. 9.23 e 11.23. [5] cap. 12.37. [6] Job 22.3 e 35.7. Mat. 25.30. Rom. 3.12 e 11.35. I Cor. 9.16, 17. Phi. 11. [7] Luc. 9.51, 52. João 4.4. [8] Lev. 13.46. [9] Lev. 13.2 e 14.2. Mat. 8.4. cap. 5.14. [10] Mat. 9.22. Mar. 5.34 e 10.52. cap. 7.50 e 8.48 e 18.42. [11] ver. 23. [12] Rom. 14.17. [13] Mat. 9.15. João 17.12. [14] Mat. 24.23. Mar. 13.21. cap. 21.8. [15] Mat. 24.27. [16] Mar. 8.31 e 9.34 e 10.33. cap. 9.22. [17] Gen. 7. Mat. 24.37. [18] Gen. 19. [19] Gen. 19.16, 24. [20] II The. 1.7. [21] Mat. 24.17. Mar. 13.15. [22] Gen. 19.26. [23] Mat. 10.39 e 16.25. Mar. 8.35. cap. 9.24. João 12.25. [24] Mat. 24.40, 41. I The. 4.17. [25] Job 39.30. Mat. 24.28. _A parabola do juiz iniquo._ 18 E disse-lhes tambem uma parabola _ácerca_ de que importa [1] orar sempre, e nunca desfallecer, 2 Dizendo: Havia n’uma cidade _um_ certo juiz, que nem a Deus temia nem respeitava ao homem. 3 Havia tambem n’aquella mesma cidade _uma_ certa viuva, e ia ter com elle, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversario. 4 E por algum tempo não quiz; mas depois disse entre si: Ainda que não temo a Deus, nem respeito ao homem, 5 Todavia, [2] como esta viuva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que emfim não venha, e me importune muito. 6 E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. 7 E Deus [3] não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a elle de dia e de noite, sendo [AHI] tardio para com elles? 8 Digo-vos [4] que depressa lhes fará justiça. Porém, quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? _A parabola do phariseo e do publicano._ 9 E disse tambem esta parabola a uns [5] que confiavam em si mesmos, que eram justos, e desprezavam aos outros: 10 Dois homens subiram ao templo, a orar; um phariseo, e o outro publicano. 11 O phariseo, [6] estando em pé, orava comsigo d’esta maneira. [7] Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos _e_ adulteros; nem ainda como este publicano. 12 Jejuo duas vezes na semana, _e_ dou os dizimos de tudo quanto possuo. 13 O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia em seu peito, dizendo: Ó Deus, tem misericordia de mim, peccador! 14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não [8] aquelle; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado. _Jesus abençoa os meninos._ Mat. 19.13-15 e refs. 15 E traziam-lhe [9] tambem meninos, para que elle os tocasse; e os discipulos, vendo _isto_, reprehendiam-n’os. 16 Mas Jesus, chamando para si os _meninos_, disse: Deixae vir a mim os meninos, e não os impeçaes, [10] porque de taes é o reino de Deus: 17 Em [11] verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como menino, não entrará n’elle. _O mancebo de qualidade._ Mat. 19.16-30. 18 E [12] perguntou-lhe _um_ certo principe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna? 19 Jesus lhe disse: Porque me chamas bom? Ninguem ha bom, senão um, _que é_ Deus. 20 Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, [13] não furtarás, não darás falso testemunho, [14] honra a teu pae e tua mãe. 21 E disse elle: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade. 22 Porém Jesus, ouvindo isto, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa: [15] vende tudo quanto tens, reparte-_o_ entre os pobres, e terás _um_ thesouro no céu; vem, e segue-me. 23 E elle, ouvindo isto, ficou muito triste, porque era muito rico. 24 E, vendo Jesus que elle ficára muito triste, disse: [16] Quão difficilmente entrarão no reino de Deus os que teem riquezas! 25 Porque é mais facil entrar um camelo pelo fundo d’uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. 26 E os que ouviram _isto_ disseram: Logo quem pode salvar-se? 27 E elle disse: [17] As _coisas_ que são impossiveis aos homens são possiveis a Deus. 28 E disse Pedro: [18] Eis que nós deixámos tudo e te seguimos. 29 E elle lhes disse: Na verdade vos digo [19] que ninguem ha, que tenha deixado casa, ou paes, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus, 30 [20] E não haja de receber muito mais n’este tempo, e no seculo vindouro a vida eterna. _Jesus annuncia a sua paixão._ Mat. 20.17-19 e refs. 31 [21] E, tomando comsigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalem, e se cumprirá no Filho do homem tudo o [22] que pelos prophetas _está_ escripto; 32 Porque [23] será entregue ás gentes, e escarnecido, injuriado e cuspido, 33 E, havendo-_o_ açoitado, o matarão; e ao terceiro dia resuscitará. 34 E [24] elles nada d’estas _coisas_ entendiam, e esta palavra lhes era encoberta; e não entendiam _o_ que se _lhes_ dizia. _O cego de Jericó._ Mat. 20.29-34 e refs. 35 E aconteceu [25] que, chegando elle perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando: 36 E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquillo: 37 E disseram-lhe que Jesus Nazareno passava. 38 Então clamou, dizendo: Jesus, Filho de David, tem misericordia de mim. 39 E os que iam passando reprehendiam-n’o para que se calasse; porém elle clamava ainda mais: Filho de David, tem misericordia de mim. 40 Então Jesus, parando, mandou que lh’o trouxessem; e, chegando elle, perguntou-lhe, 41 Dizendo: Que queres que te faça? E elle disse: Senhor, que eu veja. 42 E Jesus lhe disse: [26] Vê: a tua fé te salvou. 43 E logo viu, e seguia-o, [27] glorificando a Deus. E todo o povo, vendo _isto_, dava louvores a Deus. [1] cap. 11.5 e 21.36. Rom. 12.12. Eph. 6.18. Col. 4.2. I The. 5.17. [2] cap. 11.8. [3] Apo. 6.10. [4] Heb. 10.37. II Ped. 3.8, 9. [5] cap. 10.29 e 16.15. [6] Psa. 135.2. [7] Isa. 1.15 e 58.2. Apo. 3.17. [8] Job 22.29. Mat. 23.12. cap. 14.11. Thi. 4.6. I Ped. 5.5, 6. [9] Mar. 10.13. [10] I Cor. 14.20. I Ped. 2.2. [11] Mar. 10.15. [12] Mar. 10.17. [13] Exo. 20.12, 16. Deu. 5.16, 20. Rom. 13.9. [14] Eph. 6.2. Col. 3.20. [15] Mat. 6.19, 20 e 19.21. I Tim. 6.19. [16] Pro. 11.28. Mat. 19.23. Mar. 10.23. [17] Jer. 32.17. Zac. 8.6. Mat. 19.26. cap. 1.37. [18] Mat. 19.27. [19] Deu. 33.9. [20] Job 42.10. [21] Mat. 16.21 e 17.22. Mar. 10.32. [22] Psa. 21. Isa. 53. [23] Mat. 27.2. cap. 23.1. João 18.28. Act. 3.13. [24] Mar. 9.32. cap. 2.50 e 9.45. João 10.6 e 12.16. [25] Mar. 10.46. [26] cap. 17.19. [27] cap. 5.26. Act. 4.21 e 11.18. _Zaqueo o publicano._ 19 E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. 2 E eis que _havia ali_ um varão chamado Zaqueo; e este era um dos principaes dos publicanos, e era rico. 3 E procurava vêr quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, porque era de pequena estatura. 4 E, correndo adiante, subiu [AHJ] a uma figueira brava para o ver; porque havia de passar por ali. 5 E, quando Jesus chegou áquelle logar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueo, desce depressa, porque hoje me convem pousar em tua casa. 6 E, apressando-se, desceu, e recebeu-o gostoso. 7 E, vendo todos _isto_, murmuravam, dizendo [1] que entrara para ser hospede de um homem peccador. 8 E, levantando-se Zaqueo, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se n’alguma coisa [2] tenho defraudado alguem, [3] o restituo quadruplicado. 9 E disse-lhe Jesus: Hoje houve salvação n’esta casa, [4] porquanto tambem este [5] é filho de Abrahão: 10 Porque [6] o Filho do homem veiu buscar e salvar o que se havia perdido. _Parabola dos dez servos e das dez minas._ Mat. 25.14-30. 11 E, ouvindo elles estas _coisas_, elle proseguiu, e disse uma parabola; porquanto estava perto de Jerusalem, [7] e cuidavam que logo se havia de manifestar o reino de Deus. 12 Disse [8] pois: _Um_ certo homem nobre partiu para uma terra remota, a tomar para si um reino e voltar depois. 13 E, chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociae até que eu venha. 14 Mas [9] os seus cidadãos aborreciam-n’o, e mandaram após elle embaixadores, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós. 15 E aconteceu que, voltando elle, havendo tomado o reino, disse que lhe chamassem aquelles servos, a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando. 16 E veiu o primeiro, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu dez minas. 17 E elle lhe disse: Bem _está_, servo bom, porque no minimo foste fiel, [10] sobre dez cidades terás auctoridade. 18 E veiu o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina grangeou cinco minas. 19 E a este disse tambem: Sê tu tambem sobre cinco cidades. 20 E veiu outro, dizendo: Senhor, aqui _está_ a tua mina, que guardei n’um lenço; 21 Porque tive [11] medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não pozeste, e segas o que não semeaste. 22 Porém elle lhe disse: [12] Servo maligno, pela tua bocca te julgarei; sabias [13] que eu sou homem rigoroso, que tomo o que não puz, e sego o que não semeei; 23 Porque não metteste pois o meu dinheiro no banco, e eu, vindo, o demandaria com os juros? 24 E disse aos que estavam com elle: Tirae-lhe a mina, e dae-_a_ ao que tiver dez minas. 25 (E disseram-lhe elles: Senhor, tem dez minas). 26 Pois eu vos digo [14] que a qualquer que tiver ser-lhe-ha dado, mas ao que não tiver até o que tem lhe será tirado. 27 Porém trazei aqui aquelles meus inimigos que não quizeram que eu reinasse sobre elles, e matae-_os_ diante de mim. _A entrada triumphal de Jesus em Jerusalem._ Mat. 21.1-11 e refs. 28 E, dito isto, [15] ia caminhando adiante, subindo para Jerusalem. 29 E aconteceu [16] que, chegando perto de Bethphage, e de Bethania, ao monte chamado das Oliveiras, mandou dois dos seus discipulos, 30 Dizendo: Ide á aldeia que está defronte, e ahi, ao entrar, achareis preso um jumentinho em que nenhum homem ainda se assentou; soltae-o e trazei-_o_; 31 E, se alguem vos perguntar: Porque _o_ soltaes? assim lhe direis: Porque o Senhor o ha de mister. 32 E, indo os que haviam sido mandados, acharam como lhes dissera. 33 E, soltando o jumentinho, seus donos lhes disseram: Porque soltaes o jumentinho? 34 E elles disseram: O Senhor o ha de mister. 35 E trouxeram-n’o a Jesus: [17] e, lançando sobre o jumentinho os seus vestidos, pozeram a Jesus em cima. 36 E, indo elle, [18] estendiam no caminho os seus vestidos. 37 E, quando já chegava perto da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discipulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto, 38 Dizendo: [19] Bemdito o Rei que vem em nome do Senhor; [20] paz no céu, e gloria nas alturas. 39 E disseram-lhe d’entre a multidão alguns dos phariseos: Mestre, reprehende os teus discipulos. 40 E, respondendo elle, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, [21] logo as pedras clamarão. 41 E, quando _já_ ia chegando, vendo a cidade, [22] chorou sobre ella, 42 Dizendo: Ah! se tu conhecesses tambem, ao menos n’este teu dia, _o que_ á tua paz _pertence_! mas agora _isto_ está encoberto aos teus olhos. 43 Porque dias virão sobre ti, [23] em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todas as bandas; 44 E te [24] derribarão, a ti e aos teus filhos _que_ dentro de ti _estiverem_; e não [25] deixarão em ti pedra sobre pedra, porquanto [26] não conheceste o tempo da tua visitação. _A purificação do templo._ Mat. 21.12-17 e refs. 45 E, entrando [27] no templo, começou a expulsar todos os que n’elle vendiam e compravam, 46 Dizendo-lhes: [28] Está escripto: A minha casa é casa de oração; mas vós [29] fizestes d’ella covil de salteadores. 47 E todos os dias ensinava no templo, [30] e os principaes dos sacerdotes, e os escribas, e os principaes do povo procuravam matal-o. 48 E não achavam meio de o fazer, porque todo o povo pendia para elle, escutando-o. [1] Mat. 9.11. cap. 5.30. [2] cap. 3.14. [3] Exo. 22.1. I Sam. 12.3. II Sam. 12.6. [4] Rom. 4.11, 12, 16. Gal. 3.7. [5] cap. 13.16. [6] Mat. 18.11 e 10.6 e 15.24. [7] Act. 1.6. [8] Mar. 13.34. [9] João 1.11. [10] Mat. 25.21. cap. 16.10. [11] Mat. 25.24. [12] II Sam. 1.16. Job 15.6. Mat. 12.37. [13] Mat. 25.26. [14] Mat. 13.12 e 25.29. Mar. 4.25. cap. 8.18. [15] Mar. 10.32. [16] Mar. 11.1. [17] II Reis 9.13. Mat. 21.7. Mar. 11.7. João 12.14. [18] Mat. 21.8. [19] Psa. 118.26. cap. 13.35. [20] cap. 2.14. Eph. 2.14. [21] Hab. 2.11. [22] João 11.35. [23] Isa. 29.3, 4. Jer. 6.3, 6. cap. 21.20. [24] I Reis 9.7, 8. Miq. 3.12. [25] Mat. 24.2. Mar. 13.2. cap. 21.6. [26] Dan. 9.24. cap. 1.68, 78. I Ped. 2.12. [27] Mar. 11.11, 15. João 2.14, 15. [28] Isa. 56.7. [29] Jer. 7.11. [30] Mar. 11.18. João 7.19 e 8.37. _O baptismo de João._ Mat. 21.23-27 e refs. 20 E aconteceu n’um d’aquelles dias que, estando elle ensinando o povo no templo, e annunciando o evangelho, sobrevieram os principaes dos sacerdotes e os escribas com os anciãos, 2 E fallaram-lhe, dizendo: Dize-nos, [1] com que auctoridade fazes estas _coisas_? Ou, quem é que te deu esta auctoridade? 3 E, respondendo elle, disse-lhes: Tambem eu vos farei uma pergunta: dizei-me pois: 4 O baptismo de João era do céu ou dos homens? 5 E elles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, elle nos dirá: Então porque o não crestes? 6 E se dissermos: Dos homens; todo o povo nos apedrejará, pois [2] teem por certo que João era propheta. 7 E responderam que não sabiam d’onde _era_. 8 E Jesus lhes disse: Nem tão pouco eu vos digo com que auctoridade faço estas _coisas_. _Parabola dos lavradores maus._ Mat. 21.33-46 e refs. 9 E começou a dizer ao povo esta parabola: Um [3] _certo_ homem plantou uma vinha, e arrendou-a a _uns_ lavradores, e partiu para fóra da terra por muito tempo; 10 E a _seu_ tempo mandou um servo aos lavradores, para que lhe déssem dos fructos da vinha; mas os lavradores, espancando-o, mandaram-n’o vazio. 11 E tornou ainda a mandar outro servo; mas elles, espancando tambem a este, e affrontando-_o_, mandaram-n’o vazio. 12 E tornou ainda a mandar terceiro; mas elles, ferindo tambem a este, _o_ expulsaram. 13 E disse o senhor da vinha: Que farei? Mandarei o meu filho amado; talvez que, vendo-o, o respeitem. 14 Mas, vendo-o os lavradores, arrazoaram entre si, dizendo: Este é o herdeiro; vinde, matemol-o, para que a herdade seja nossa. 15 E, lançando-o fóra da vinha, _o_ mataram. Que lhes fará pois o senhor da vinha? 16 Irá, e destruirá estes lavradores, e dará a outros a vinha. E, ouvindo elles _isto_, disseram: _Assim_ não seja! 17 Mas elle, olhando para elles, disse: Que é isto pois que está escripto? [4] A pedra, que os edificadores reprovaram, essa foi feita cabeça da esquina. 18 Qualquer que cair sobre aquella pedra será quebrantado, e aquelle [5] sobre quem ella cair será feito em pedaços. _A questão do tributo._ Mat. 22.15-22 e refs. 19 E os principaes dos sacerdotes e os escribas procuravam lançar mão d’elle n’aquella mesma hora; mas temeram o povo; porque entenderam que contra elles dissera esta parabola. 20 E, trazendo-_o_ debaixo de olho, mandaram espias, que se fingissem justos, para o apanhar _n’alguma_ palavra, e entregal-o á jurisdicção e poder do [AHK] presidente. 21 E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, [6] nós sabemos que fallas e ensinas bem e rectamente, e que não attentas para a _apparencia da_ pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus: 22 É-nos licito dar tributo a Cesar ou não? 23 E, entendendo elle a sua astucia, disse-lhes: Porque me tentaes? 24 Mostrae-me uma moeda. De quem tem a imagem e a inscripção? E, respondendo elles, disseram: De Cesar. 25 Disse-lhes então: Dae pois a Cesar o que _é_ de Cesar, e a Deus o que _é_ de Deus. 26 E não poderam apanhal-o em palavra alguma diante do povo; e, maravilhados da sua resposta, calaram-se. _Os sadduceos e a resurreição._ Mat. 22.23-33 e refs. 27 E, chegando-se [7] alguns dos sadduceos, [8] que dizem não haver resurreição, perguntaram-lhe, 28 Dizendo: Mestre, [9] Moysés escreveu-nos que, se o irmão d’algum fallecer, tendo mulher, e não deixar filhos, o irmão d’elle tome a mulher, e suscite posteridade a seu irmão. 29 Houve pois sete irmãos, e o primeiro tomou mulher, e morreu sem filhos; 30 E o segundo tomou-a, e _tambem_ este morreu sem filhos; 31 E o terceiro tomou-a, e egualmente tambem os sete: e morreram, e não deixaram filhos. 32 E por ultimo, depois de todos, morreu tambem a mulher. 33 Portanto, na resurreição, de qual d’elles será a mulher, pois que os sete a tiveram por mulher? 34 E, respondendo Jesus, disse-lhes: Os filhos d’este seculo casam-se, e dão-se em casamento; 35 Mas os que forem havidos por dignos de alcançar aquelle seculo, e a resurreição dos mortos, nem hão de casar, nem ser dados em casamento; 36 Porque não podem [10] mais morrer; pois são eguaes aos anjos, e são filhos de Deus, [11] visto que são filhos da resurreição. 37 E que os mortos hão de resuscitar [12] tambem o mostrou Moysés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abrahão, e Deus de Isaac, e Deus de Jacob. 38 Ora _Deus_ não é Deus de mortos, porém de vivos; porque para [13] elle vivem todos. 39 E, respondendo alguns dos escribas, disseram: Mestre, disseste bem. 40 E não ousavam perguntar-lhe mais _coisa_ alguma. _O Christo Filho de David._ Mat. 22.41, etc. e refs. 41 E elle lhes disse: [14] Como dizem que o Christo é filho de David? 42 Dizendo o mesmo David no livro dos Psalmos: [15] Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te á minha direita, 43 Até que eu ponha os teus inimigos por escabello de teus pés. 44 De sorte que David lhe chama Senhor; e como é seu filho? _Jesus censura os escribas._ Mat. 23.1, etc. e refs. 45 E, [16] ouvindo-o todo o povo, disse Jesus aos seus discipulos: 46 Guardae-vos dos escribas, que querem andar com vestidos compridos; e amam as [17] saudações nas praças, e as principaes cadeiras nas synagogas, e os primeiros logares nos banquetes; 47 Que [18] devoram as casas das viuvas, fazendo, como pretexto, largas orações. Estes receberão maior condemnação. [1] Act. 4.7 e 7.27. [2] Mat. 14.5 e 21.26. cap. 7.29. [3] Mar. 12.1. [4] Psa. 118.22. Mat. 21.42. [5] Dan. 2.34, 35. Mat. 21.44. [6] Mat. 22.16. Mar. 12.14. [7] Mar. 12.18. [8] Act. 23.6, 8. [9] Deu. 25.5. [10] I Cor. 15.42, 49, 52. I João 3.2. [11] Rom. 8.23. [12] Exo. 3.6. [13] Rom. 6.10, 11. [14] Mat. 22.42. Mar. 12.35. [15] Psa. 110.1. Act. 2.34. [16] Mar. 12.38. [17] cap. 11.43. [18] Mat. 23.14. _A pequena offerta da viuva pobre._ Mar. 12.41, etc. 21 E, olhando elle, viu os ricos lançarem as suas offertas na arca do thesouro; 2 E viu tambem uma pobre viuva lançar ali duas pequenas _moedas_; 3 E disse: Em verdade vos [1] digo que lançou mais do que todos esta pobre viuva; 4 Porque todos aquelles deitaram para as offertas de Deus, do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha. _O sermão prophetico: o principio das dôres._ Mat. 24.1-14 e refs. 5 E, dizendo alguns a respeito do templo, que estava ornado de formosas pedras e dadivas, disse: 6 Quanto a estas _coisas_ que vêdes, dias virão em [2] que se não deixará pedra sobre pedra, que não seja derribada. 7 E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, quando serão pois estas _coisas_? E que signal _haverá_ quando estas _coisas_ estiverem para acontecer? 8 Disse então elle: [3] Vêde não vos enganem, porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o _Christo_, e _já_ o tempo está proximo; não vades portanto após elles. 9 E, quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos assusteis. Porque é necessario que estas _coisas_ aconteçam primeiro, mas o fim não _será_ logo. 10 Então [4] lhes disse: Levantar-se-ha nação contra nação, e reino contra reino; 11 E haverá em varios logares grandes terremotos, e fomes e pestilencias; haverá tambem coisas espantosas, e grandes signaes do céu. 12 Mas [5] antes de todas estas coisas lançarão mão de vós, e _vos_ perseguirão, entregando-_vos_ ás synagogas e [6] ás prisões, [7] e conduzindo-vos á presença de reis e [AHL] presidentes, [8] por amor do meu nome. 13 E sobrevir-vos-ha [9] _isto_ para testemunho. 14 Proponde [10] pois em vossos corações não premeditar como haveis de responder, 15 Porque eu vos darei bocca e sabedoria [11] a que não poderão contradizer nem resistir todos quantos se vos oppozerem. 16 E até pelos paes, e irmãos, e parentes, e amigos sereis [12] entregues; e matarão [13] _alguns_ de vós. 17 E por todos sereis [14] aborrecidos por amor do meu nome. 18 Mas [15] não perecerá nem um cabello da vossa cabeça. 19 Na vossa paciencia possui as vossas almas. _O sermão prophetico continúa: a grande tribulação._ Mat. 24.15-18. 20 Porém, quando virdes Jerusalem cercada d’exercitos, sabei então que _já_ é chegada a sua assolação. 21 Então, os que estiverem na Judea, fujam para os montes; e, os que estiverem no meio d’ella, saiam: e, os que nos campos, não entrem n’ella. 22 Porque dias de vingança são estes, para que [16] se cumpram todas as _coisas_ que estão escriptas. 23 Mas ai [17] das gravidas, e das que criarem n’aquelles dias! porque haverá grande aperto na terra, e ira sobre este povo. 24 E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados captivos; e Jerusalem será pisada pelos gentios, até que os tempos dos [18] gentios se completem. _O sermão prophetico continúa: a volta do Filho do homem._ Mat. 24.29-35. 25 E haverá signaes no sol, e _na_ lua e _nas_ estrellas; e na terra aperto das nações em perplexidade, pelo bramido do mar e das ondas; 26 Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo. [19] Porque as virtudes do céu serão abaladas. 27 E então verão vir o Filho do homem [20] n’uma nuvem, com poder e grande gloria. 28 Ora, quando estas _coisas_ começarem a acontecer, olhae para cima, e levantae as vossas cabeças, [21] porque a vossa redempção está proxima. 29 E disse-lhes uma parabola: [22] Olhae para a figueira, e para todas as arvores; 30 Quando já teem brotado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. 31 Assim tambem vós, quando virdes acontecer estas _coisas_, sabei que o reino de Deus está perto. 32 Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça. 33 Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar. _O sermão prophetico continúa: a vigilancia._ Mat. 24.36-44. 34 E olhae [23] por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glotonaria, embriaguez, e dos cuidados _d’esta_ vida, e venha sobre vós de improviso aquelle dia. 35 Porque [24] virá como um laço sobre todos os que habitam sobre a face de toda a terra. 36 Vigiae [25] pois [26] em todo o tempo, orando, para que sejaes havidos por dignos de evitar todas estas _coisas_ que hão de acontecer, e de estar em [27] pé diante do Filho do homem. _O pacto da traição._ Mat. 26.1-5, 14-16. 37 E [28] de dia ensinava no templo, [29] e á noite, saindo, ficava no monte chamado das Oliveiras. 38 E todo o povo ia ter com elle ao templo, de manhã cedo, para o ouvir. [1] II Cor. 8.12. [2] cap. 19.44. [3] Mat. 24.4. Mar. 13.5. Eph. 5.6. II The. 2.3. [4] Mat. 24.7. [5] Mar. 13.9. Apo. 2.10. [6] Act. 4.3 e 5.18 e 12.4 e 16.24. [7] Act. 25.23. [8] I Ped. 2.13. [9] Phi. 1.28. II The. 1.5. [10] Mat. 10.19. Mar. 13.11. cap. 12.11. [11] Act. 6.10. [12] Miq. 7.6. Mar. 13.12. [13] Act. 7.59 e 12.2. [14] Mat. 10.22. [15] Mat. 10.30. [16] Dan. 9.26, 27. Zac. 11.1. [17] Mat. 24.19. [18] Dan. 9.27 e 12.7. Rom. 11.25. [19] Mat. 24.29. [20] Mat. 24.30. Apo. 1.7 e 14.14. [21] Rom. 8.19, 23. [22] Mat. 24.32. Mar. 13.28. [23] Rom. 13.13. I The. 5.6. I Ped. 4.7. [24] I The. 5.2. II Ped. 3.10. Apo. 3.3 e 16.15. [25] Mat. 24.42 e 25.13. Mar. 13.33. [26] cap. 18.1. [27] Psa. 1.5. Eph. 6.13. [28] João 8.1, 2. [29] cap. 22.39. 22 Estava [1] pois perto a festa dos _pães_ asmos, chamada a paschoa. 2 E os [2] principaes dos sacerdotes, e os escribas, procuravam como o matariam; porque temiam o povo. 3 Entrou, [3] porém, Satanaz em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do numero dos doze; 4 E foi, e fallou com os principaes dos sacerdotes, e com os capitães, de como lh’o entregaria, 5 Os quaes se alegraram, [4] e convieram em lhe dar dinheiro. 6 E elle prometteu; e buscava opportunidade para lh’o entregar sem alvoroço. _A ultima paschoa: a sancta ceia._ Mat. 26.17-30 e refs. 7 Chegou, porém, o dia dos _pães_ asmos, em que importava sacrificar a paschoa. 8 E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparae-nos a paschoa, para que _a_ comamos. 9 E elles lhe disseram: Onde queres que _a_ preparemos? 10 E elle lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade, vos encontrará um homem, levando um cantaro d’agua: segui-o até á casa em que elle entrar. 11 E direis ao pae de familia da casa: O Mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a paschoa com os meus discipulos? 12 Então elle vos mostrará um grande cenaculo mobilado; ahi fazei preparativos. 13 E, indo elles, acharam como lhes tinha dito; e prepararam a paschoa. 14 E, chegada [5] a hora, poz-se _á mesa_, e com elle os doze apostolos. 15 E disse-lhes: Desejei muito comer comvosco esta paschoa, antes que padeça; 16 Porque vos digo que não a comerei mais [6] até que ella se cumpra no reino de Deus. 17 E, tomando o calix, e havendo dado graças, disse: Tomae-o, e reparti-_o_ entre vós; 18 Porque [7] vos digo que já não beberei do fructo da vide, até que venha o reino de Deus. 19 E, [8] tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lh’o, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; [9] fazei isto em memoria de mim. 20 Similhantemente _tomou_ o calix, depois da ceia, dizendo: [10] Este calix _é_ o Novo [AHM] Testamento no meu sangue, que é derramado por vós. 21 Porém [11] eis que a mão do que me trahe _está_ comigo á mesa. 22 E, na verdade, [12] o Filho do homem vae [13] segundo o que está determinado; porém ai d’aquelle homem por quem é trahido! 23 E começaram [14] a perguntar entre si qual d’elles seria o que havia de fazer isto. _O maior será como o menor._ Mat. 20.25-28 e refs. 24 E houve [15] tambem entre elles contenda, sobre qual d’elles parecia ser o maior. 25 E [16] elle lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre elles, e os que teem auctoridade sobre elles são chamados bemfeitores. 26 Mas não [17] _sereis_ vós assim; antes o maior entre vós [18] seja como o menor; e quem governa como quem serve. 27 Pois [19] qual é maior: quem está _á mesa_, ou quem serve? Porventura não _é_ quem está _á mesa_? Porém eu [20] entre vós sou como aquelle que serve. 28 E vós sois os que tendes permanecido comigo nas [21] minhas tentações. 29 [22] E eu vos ordeno o reino, como meu Pae m’o ordenou; 30 Para [23] que comaes e bebaes á minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre thronos, julgando as doze tribus d’Israel. _Pedro é avisado._ Mat. 26.33-35 e refs. 31 Disse tambem o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanaz vos pediu [24] para vos [25] cirandar como trigo; 32 Mas [26] eu roguei por ti, para que a tua fé não desfalleça; e tu, quando te converteres, conforta a teus irmãos. 33 E elle lhe disse: Senhor, estou prompto a ir comtigo até á prisão e á morte. 34 Mas [27] elle disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o gallo antes que tres vezes negues que me conheces. _As duas espadas._ 35 E disse-lhes: Quando [28] vos mandei sem bolsa, _sem_ alforge, e _sem_ alparcas, faltou-vos porventura alguma coisa? E disseram: Nada. 36 Disse-lhes pois: Mas agora, aquelle que tiver bolsa, tome-_a_, como tambem o alforge; e, o que não tem espada, venda o seu vestido e compre-a; 37 Porque vos digo que importa que em mim se cumpra ainda aquillo que está escripto: [29] E com os malfeitores foi contado. Porque o que _está escripto_ de mim tem _seu_ cumprimento. 38 E elles disseram: Senhor, eis aqui duas espadas. E elle lhes disse: Basta. _Jesus em Gethsemane._ Mat. 26.36-46. 39 E, saindo, [30] foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e tambem os seus discipulos o seguiram. 40 E, quando chegou áquelle logar, disse-lhes: [31] Orae, para que não entreis em tentação. 41 E [32] apartou-se d’elles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava, 42 Dizendo: Pae, se queres, passa de mim este calix, [33] porém não se faça a minha vontade, senão a tua. 43 E appareceu-lhe um [34] anjo do céu, que o confortava. 44 E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor fez-se como grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão. 45 E, levantando-se da oração, veiu para os seus discipulos, e achou-os dormindo de tristeza. 46 E disse-lhes: Que, estaes dormindo? Levantae-vos, e [35] orae, para que não entreis em tentação. _Jesus é preso._ Mat. 26.47-56 e refs. 47 E, estando elle ainda a fallar, [36] eis que a multidão, e um dos doze, que se chamava Judas, ia adiante d’elles, e chegou-se a Jesus para o beijar. 48 E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trahes o Filho do homem? 49 E os que estavam com elle, vendo o que ia succeder, disseram-lhe: Senhor, feriremos á espada? 50 E [37] um d’elles feriu o servo do summo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. 51 E, respondendo Jesus, disse: Deixae-os; basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou. 52 [38] E disse Jesus aos principaes dos sacerdotes, e capitães do templo, e anciãos, que tinham ido contra elle: Saistes, como a um salteador, com espadas e varapaus? 53 Tendo estado todos os dias comvosco no templo, não estendestes as mãos contra mim, [39] porém esta é a vossa hora e o poder das trevas. _Pedro nega a Jesus._ Mat. 26.69-75 e refs. 54 Então, prendendo-o, [40] _o_ conduziram, e o metteram em casa do summo sacerdote. E Pedro seguia-o de longe. 55 E, [41] havendo-se accendido fogo no meio da sala, e assentando-se juntos, assentou-se Pedro entre elles. 56 E _uma_ certa creada, vendo-o estar assentado ao fogo, e, postos os olhos n’elle, disse: Este tambem estava com elle. 57 Porém elle negou-o, dizendo: Mulher, não o conheço. 58 E, [42] um pouco depois, vendo-o outro, disse: Tu és tambem d’elles. Porém Pedro disse: Homem, não sou. 59 E, [43] passada quasi uma hora, um outro affirmava, dizendo: Tambem este verdadeiramente estava com elle, pois tambem é galileo. 60 E Pedro disse: Homem, não sei o que dizes. E logo, estando elle ainda a fallar, cantou o gallo. 61 E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, [44] e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o gallo cante hoje, me negarás tres vezes. 62 E, saindo Pedro para fóra, chorou amargamente. _Jesus perante o synhedrio._ Mat. 26.57-68 e refs. 63 E os homens que detinham Jesus zombavam d’elle, ferindo-o. 64 E, cobrindo-o, feriam-n’o no rosto, e perguntavam-lhe, dizendo: Prophetiza quem é o que te feriu? 65 E outras muitas coisas diziam contra elle, blasphemando. 66 E, [45] logo que foi dia, ajuntaram-se os anciãos do povo, e os principaes dos sacerdotes e os escribas, e o conduziram ao seu concilio, 67 Dizendo: [46] És tu o Christo? dize-nol-o. E disse-lhes: Se vol-o disser, não o crereis; 68 E tambem, se vos perguntar, não me respondereis, nem me soltareis. 69 Desde [47] agora o Filho do homem se assentará á direita do poder de Deus. 70 E disseram todos: Logo, és tu o Filho de Deus? E elle lhes disse: [48] Vós dizeis que eu sou. 71 E disseram elles: [49] De que mais testemunho necessitamos? pois nós mesmos o ouvimos da sua bocca. [1] Mat. 26.2. Mar. 14.1. [2] Psa. 2.2. João 11.47. Act. 4.27. [3] Mat. 26.14. Mar. 14.10. João 13.2, 27. [4] Zac. 11.12. [5] Mat. 26.20. Mar. 14.17. [6] cap. 14.15. Act. 10.41. Apo. 19.9. [7] Mat. 26.29. Mar. 14.25. [8] Mat. 26.26. Mar. 14.22. [9] I Cor. 11.24. [10] I Cor. 10.16. [11] Psa. 41.9. Mat. 26.21, 23. Mar. 14.18. João 13.21, 26. [12] Mat. 26.24. [13] Act. 2.23 e 4.28. [14] Mat. 26.22. João 13.22, 25. [15] Mar. 9.34. cap. 9.46. [16] Mat. 20.25. Mar. 10.42. [17] Mat. 20.26. I Ped. 5.3. [18] cap. 9.48. [19] cap. 12.37. [20] Mat. 20.28. João 13.13, 14. Phi. 2.7. [21] Heb. 4.15. [22] Mat. 24.47. cap. 12.32. II Cor. 1.7. II Tim. 2.12. [23] Mat. 8.11 e 19.28. cap. 14.15. Apo. 19.9 e 3.21. I Cor. 6.2. [24] I Ped. 5.8. [25] Amós 9.9. [26] João 17.9, 11, 15 e 21.15, 16, 17. [27] Mat. 26.34. Mar. 14.30. João 13.38. [28] Mat. 10.9. cap. 9.3 e 10.4. [29] Isa. 53.12. Mar. 15.28. [30] Mar. 14.32. cap. 21.37. [31] Mat. 6.13 e 26.41. Mar. 14.38. ver. 46. [32] Mat. 26.39. Mar. 14.35. [33] João 5.30 e 6.38. [34] Mat. 4.11. João 12.27. Heb. 5.7. [35] ver. 40. [36] Mar. 14.43. João 18.3. [37] Mat. 26.51. Mar. 14.47. João 18.10. [38] Mat. 26.55. Mar. 14.48. [39] João 12.27. [40] Mat. 26.57. João 18.15. [41] Mar. 14.66. João 18.17, 18. [42] Mat. 26.71. Mar. 14.69. João 18.25. [43] Mat. 26.73. Mar. 14.70. João 18.26. [44] Mat. 26.75 e 26.34. Mar. 14.72. João 13.38. [45] Mat. 27.1. Act. 4.26 e 22.5. [46] Mat. 26.63. Mar. 14.61. [47] Mat. 26.64. Mar. 14.62. Heb. 1.30 e 8.1. [48] Mat. 26.64. Mar. 14.62. [49] Mat. 26.65. Mar. 14.63. _Jesus perante Pilatos e perante Herodes._ Mat. 27.1, 2, 11-31 e refs. 23 E, levantando-se [1] toda a multidão d’elles, o levaram a Pilatos. 2 E começaram a accusal-o, dizendo: Havemos achado este, [2] que perverte a nação, e prohibe dar o tributo a Cesar, dizendo que elle mesmo é [AHN] Christo, _o_ rei. 3 E [3] Pilatos perguntou-lhe, dizendo: Tu és o Rei dos Judeos? E elle, respondendo, disse-lhe: Tu _o_ dizes. 4 E disse Pilatos aos principaes dos sacerdotes, e á multidão: [4] Não acho culpa alguma n’este homem. 5 Mas elles insistiam cada vez mais, dizendo: Alvoroça o povo, ensinando por toda a Judea, começando desde Galilea até aqui. 6 Então Pilatos, ouvindo _fallar_ da Galilea, perguntou se aquelle homem era galileo. 7 E, entendendo que era [5] da jurisdicção de Herodes, remetteu-o a Herodes, que tambem n’aquelles dias estava em Jerusalem. 8 E Herodes, quando viu a Jesus, alegrou-se muito; porque [6] havia muito que desejava vêl-o, por ter ouvido d’elle muitas _coisas_; e esperava que lhe veria fazer algum signal; 9 E interrogava-o em muitas palavras, porém elle nada lhe respondia. 10 E estavam os principaes dos sacerdotes, e os escribas, accusando-o com grande vehemencia. 11 E Herodes, [7] com os seus soldados, desprezando-o, e escarnecendo d’elle, vestiu-o de uma roupa resplandecente e tornou a envial-o a Pilatos. 12 E no mesmo [8] dia Pilatos e Herodes entre si se fizeram amigos; porque d’antes andavam em inimizade um com o outro. 13 E, convocando [9] Pilatos os principaes dos sacerdotes, e os magistrados, e o povo, disse-lhes: 14 Haveis-me [10] apresentado este homem como pervertedor do povo; e eis que, examinando-o na vossa presença, nenhuma culpa, das de que o accusaes, acho n’este homem. 15 Nem mesmo Herodes, porque a elle vos remetti, e eis que não tem feito coisa alguma digna de morte. 16 Castigal-o-hei [11] pois, e soltal-o-hei. 17 E [12] era-lhe necessario soltar-lhes um pela festa. 18 Porém [13] toda a multidão clamou á uma, dizendo: Fóra d’aqui com este, e solta-nos Barrabas: 19 O qual fôra lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade, e de um homicidio. 20 Fallou pois outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus. 21 Mas elles clamavam em contrario, dizendo: Crucifica-_o_, crucifica-o. 22 Então elle, pela terceira vez, lhes disse: Pois que mal fez este? Não acho n’elle culpa alguma de morte. Castigal-o-hei pois, e soltal-o-hei. 23 Mas elles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principaes dos sacerdotes, redobravam. 24 Então [14] Pilatos julgou que devia fazer o que elles pediam. 25 E soltou-lhes o que fôra lançado na prisão por uma sedição e homicidio, que era o que pediam; porém entregou Jesus á vontade d’elles. _Jesus no caminho do Golgotha._ 26 E, quando o iam [15] levando, tomaram um certo Simão, cyreneo, que vinha do campo, e pozeram-lhe a cruz ás costas, para que a levasse após Jesus. 27 E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quaes batiam nos peitos, e o lamentavam. 28 Porém Jesus, voltando-se para ellas, disse: Filhas de Jerusalem, não choreis por mim, chorae antes por vós mesmas, e por vossos filhos. 29 Porque [16] eis que hão de vir dias em que dirão: Bemaventuradas as estereis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não crearam! 30 Então [17] começarão a dizer aos montes: Cahi sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos. 31 Porque, [18] se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao secco? 32 E [19] tambem conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com elle serem mortos. _A crucifixão._ Mat. 27.33-56 e refs. 33 E, [20] quando chegaram ao logar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um á direita e outro á esquerda. 34 E dizia Jesus: Pae, [21] perdôa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo os seus vestidos, lançaram sortes. 35 E [22] o povo estava olhando; e juntamente com elles tambem os [AHO] principes zombavam d’elle, dizendo: Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o Christo, o escolhido de Deus. 36 E tambem os soldados o escarneciam, chegando-se a elle, e apresentando-lhe vinagre, 37 E dizendo: Se tu és o Rei dos Judeos, salva-te a ti mesmo. 38 E [23] tambem por cima d’elle estava um titulo, escripto em lettras gregas, romanas, e hebraicas: ESTE É O REI DOS JUDEOS. 39 E [24] um dos malfeitores que estavam pendurados blasphemava d’elle, dizendo: Se tu és o Christo, salva-te a ti mesmo, e a nós. 40 Respondendo, porém, o outro, reprehendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condemnação? 41 E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. 42 E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. 43 E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraiso. 44 E [25] era já quasi a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até a hora nona. 45 E o sol escureceu, e rasgou-se [26] ao meio o véu do templo. 46 E, clamando Jesus com grande voz, disse: [27] Pae, nas tuas mãos entrego o meu espirito. E, havendo dito isto, expirou. 47 E o [28] centurião, vendo o que tinha acontecido, deu gloria a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo. 48 E toda a multidão que se ajuntára a este espectaculo, vendo o que havia acontecido, voltava batendo nos peitos. _A sepultura de Jesus._ Mat. 27.55. 49 E todos [29] os seus conhecidos, e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galiléa, estavam de longe vendo estas _coisas_. 50 E [30] eis que um varão por nome José, senador, homem de bem e justo, 51 Que não tinha consentido no seu conselho, nem em _seus_ feitos, de Arimathea, cidade dos judeos, [31] e que tambem esperava o reino de Deus: 52 Este, chegando a Pilatos, pediu o corpo de Jesus; 53 E, [32] havendo-o tirado, envolveu-o n’um lençol, e pôl-o n’um sepulchro lavrado n’uma [AHP] penha, onde ninguem ainda havia sido posto. 54 E era o dia [33] da preparação, e amanhecia o sabbado. 55 E tambem as mulheres, [34] que tinham saido com elle da Galiléa, o seguiram, e viram o sepulchro, e como foi posto o seu corpo. 56 E, voltando [35] ellas, prepararam especiarias e unguentos; [36] e no sabbado repousaram, conforme o mandamento. [1] Mar. 15.1. João 18.28. [2] Act. 17.7. Mat. 17.27 e 22.21. Mar. 12.17. João 19.12. [3] Mat. 27.11. I Tim. 6.13. [4] I Ped. 2.22. [5] cap. 3.1. [6] cap. 9.9. Mat. 14.1. Mar. 6.14. [7] Isa. 53.3. [8] Act. 4.27. [9] Mat. 27.23. Mar. 15.14. João 18.38 e 19.4. [10] ver. 1, 2, 4. [11] Mat. 27.26. João 19.1. [12] Mat. 27.15. Mar. 15.6. João 18.39. [13] Act. 3.14. [14] Mat. 27.26. Mar. 15.15. João 19.16. [15] Mat. 27.32. Mar. 15.21. João 19.17. [16] Mat. 24.19. cap. 21.23. [17] Isa. 2.19. Ose. 10.8. Apo. 6.16 e 9.6. [18] Pro. 11.31. Jer. 25.29. Eze. 20.47 e 21.3, 4. I Ped. 4.17. [19] Isa. 53.12. Mat. 27.33. [20] Mar. 15.22. João 19.17, 18. [21] Mat. 5.44 e 27.35. Act. 3.17. I Cor. 4.12. Mar. 15.24. João 19.23. [22] Psa. 22.17. Zac. 12.10. Mat. 27.39. Mar. 15.29. [23] Mat. 27.37. Mar. 15.26. João 19.19. [24] Mat. 27.44. Mar. 15.32. [25] Mat. 27.45. Mar. 15.33. [26] Mat. 27.51. Mar. 15.38. [27] Psa. 31.5. I Ped. 2.23. Mat. 27.50. Mar. 15.37. João 19.30. [28] Mat. 27.54. Mar. 15.39. [29] Psa. 38.11. Mar. 15.40. João 19.25. [30] Mat. 27.57. Mar. 15.42. João 19.38. [31] Mar. 15.43. cap. 2.25, 38. [32] Mat. 27.59. Mar. 15.46. [33] Mat. 27.62. [34] cap. 8.2. [35] Mar. 16.1. [36] Exo. 20.10. _A resurreição._ Mat. 28.1-10 e refs. 24 E [1] no primeiro _dia_ da semana, muito de madrugada, foram estas, e algumas _outras_ com ellas, ao sepulchro, [2] levando as especiarias que tinham preparado. 2 E [3] acharam _já_ a pedra revolvida do sepulchro. 3 E, entrando, [4] não acharam o corpo do Senhor Jesus. 4 E aconteceu que, estando ellas perplexas [5] por isto, eis que pararam junto d’ellas dois varões, com vestidos resplandecentes. 5 E, estando ellas muito atemorisadas, e abaixando o rosto para o chão, elles lhes disseram: Porque buscaes o vivente entre os mortos? 6 Não está aqui, porém _já_ resuscitou. Lembrae-vos [6] como vos fallou, estando ainda na Galilea, 7 Dizendo: Convem que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens peccadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia resuscite. 8 E [7] lembraram-se das suas palavras. 9 E, [8] voltando do sepulchro, annunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais. 10 E eram Maria Magdalena, [9] e Joanna, e Maria, _mãe_ de Thiago, e as outras _que_ com ellas _estavam_, que diziam estas _coisas_ aos apostolos. 11 E [10] as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram. 12 Pedro, porém, [11] levantando-se, correu ao sepulchro, e, abaixando-se, viu só os lenços _ali_ postos; e retirou-se, admirando comsigo aquelle caso. _Dois discipulos no caminho de Emmaus._ 13 E [12] eis que no mesmo dia iam dois d’elles para uma aldeia, que distava de Jerusalem sessenta estadios, cujo nome _era_ Emmaus; 14 E iam fallando entre si de todas aquellas _coisas_ que haviam succedido. 15 E aconteceu que, indo elles fallando entre si, e perguntando-se um ao outro, o mesmo Jesus se [13] approximou, e ia com elles; 16 Mas [14] os olhos d’elles estavam retidos para que o não conhecessem. 17 E elle lhes disse: Que palavras _são_ essas que, caminhando, trocaes entre vós, e porque estaes tristes? 18 E, [15] respondendo um, cujo nome _era_ Cleophas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalem, e não sabes as _coisas_ que n’ella teem succedido n’estes dias? 19 E elle lhe disse: Quaes? E elles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que [16] foi varão propheta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo: 20 E [17] como os principaes dos sacerdotes, e os nossos principes o entregaram á condemnação de morte, e o crucificaram: 21 E nós esperavamos [18] que fosse elle o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram: 22 Ainda que tambem [19] algumas mulheres d’entre nós nos maravilharam, as quaes da madrugada foram ao sepulchro; 23 E, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que tambem tinham visto _uma_ visão de anjos, que dizem que elle vive: 24 E [20] alguns dos que estão comnosco foram ao sepulchro, e acharam _ser_ assim como as mulheres haviam dito; porém a elle não _o_ viram. 25 E elle lhes disse: O nescios, e tardos de coração para crer tudo o que os prophetas disseram! 26 Porventura [21] não convinha que o Christo padecesse estas _coisas_ e entrasse na sua gloria? 27 E, [22] começando de Moysés, e de todos os [23] prophetas, explicava-lhes em todas as Escripturas o que d’elle estava _escripto_. 28 E chegaram á aldeia para onde iam, e elle [24] fez como quem ia para mais longe. 29 E [25] elles o constrangeram, dizendo: Fica comnosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com elles. 30 E aconteceu que, estando com elles _á mesa_, [26] tomando o pão, o abençoou, e partiu-o, e lh’o deu. 31 Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e elle desappareceu-lhes. 32 E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho nos fallava, e quando nos abria as Escripturas? 33 E na mesma hora, levantando-se, tornaram para Jerusalem, e acharam congregados os onze, e os que estavam com elles, 34 Que diziam: Resuscitou verdadeiramente o Senhor, [27] e _já_ appareceu a Simão. 35 E elles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como d’elles foi conhecido no partir do pão. _Apparição de Jesus entre os doze._ João 20.19, etc. e refs. 36 E, [28] fallando elles d’estas _coisas_, o mesmo Jesus se apresentou no meio d’elles, e disse-lhes: Paz _seja_ comvosco. 37 E elles, espantados e atemorisados, pensavam que viam [29] algum espirito. 38 E elle lhes disse: Porque estaes perturbados, e porque sobem _taes_ pensamentos aos vossos corações? 39 Vêde as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo: [30] apalpae-me e vêde; pois um espirito não tem carne nem ossos, como vêdes que eu tenho. 40 E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. 41 E, não o crendo elles ainda [31] por causa da alegria, e maravilhados, disse-lhes: [32] Tendes aqui alguma coisa que comer? 42 Então elles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel. 43 O [33] que elle tomou, e comeu diante d’elles. 44 E disse-lhes: [34] _São_ estas as palavras que vos disse estando ainda comvosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escripto na lei de Moysés, e _nos_ prophetas, e _nos_ psalmos. 45 Então [35] abriu-lhes o entendimento para comprehenderem as Escripturas. 46 E disse-lhes: [36] Assim está escripto, e assim convinha que o Christo padecesse, e ao terceiro dia resuscitasse dos mortos; 47 E em seu nome se prégasse o arrependimento [37] e a remissão dos peccados, em todas as nações, começando por Jerusalem. 48 E d’estas _coisas_ [38] sois vós testemunhas. 49 E [39] eis que sobre vós envio a promessa de meu Pae: ficae, porém, vós na cidade de Jerusalem, até que do alto sejaes revestidos de poder. _A ascenção._ Act. 1.9-11. 50 E levou-os fóra, até Bethania; e, levantando as suas mãos, os abençoou. 51 [40] E aconteceu que, abençoando-os elle, se apartou d’elles e foi elevado ao céu. 52 E, [41] adorando-o elles, tornaram com grande jubilo para Jerusalem. 53 E estavam sempre no [42] templo, louvando e bemdizendo a Deus. Amen. [1] Mar. 16.1. João 20.1. [2] cap. 23.56. [3] Mat. 28.2. Mar. 16.4. [4] ver. 23. Mar. 16.5. [5] João 20.12. Act. 1.10. [6] Mat. 16.21 e 17.22. Mar. 8.31 e 9.30. cap. 9.22. [7] João 2.22. [8] Mar. 16.10. [9] cap. 8.3. [10] Mar. 16.11. ver. 25. [11] João 20.3, 6. [12] Mar. 16.12. [13] Mat. 18.20. ver. 36. [14] João 20.14 e 21.4. [15] João 19.25. [16] Mat. 21.11. cap. 7.16. João 3.2 e 4.19. Act. 2.22 e 7.22. [17] cap. 23.1. Act. 13.27, 28. [18] cap. 1.68 e 2.38. Act. 1.6. [19] Mat. 28.8. Mar. 16.10. ver. 9, 10. João 20.18. [20] ver. 12. [21] ver. 46. Act. 17.3. I Ped. 1.11. [22] ver. 45. Gen. 3.15 e 22.18 e 26.4 e 49.10. Num. 21.9. Deu. 18.15. [23] Psa. 16.9, 10. Jer. 23.5. Eze. 34.23. Dan. 9.24. Miq. 7.20. Mal. 3.1. João 1.45. [24] Gen. 32.26 e 42.7. Mar. 6.48. [25] Gen. 19.3. Act. 16.15. [26] Mat. 14.19. [27] I Cor. 15.5. [28] Mar. 16.14. I Cor. 15.5. [29] Mar. 6.49. [30] João 20.20, 27. [31] Gen. 45.26. [32] João 21.5. [33] Act. 10.41. [34] Mat. 16.21 e 17.22 e 20.18. Mar. 8.31. cap. 9.22 e 18.31. ver. 6. [35] Act. 16.14. [36] ver. 26. Psa. 22. Isa. 50.6 e 53.2, etc. Act. 17.3. [37] Dan. 9.24. Act. 13.38, 46. I João 2.12. Gen. 12.3. Isa. 49.6, 22. Jer. 31.34. Miq. 4.2. Mal. 1.11. [38] João 15.27. Act. 1.8, 22. [39] Isa. 44.3. Joel 2.28. João 14.16, 26 e 15.26 e 16.7. Act. 1.4 e 2.1, etc. [40] II Reis 2.11. Mar. 16.19. João 20.17. Act. 1.9. Eph. 4.8. [41] Mat. 28.9, 17. [42] Act. 2.46 e 5.42. O SANCTO EVANGELHO SEGUNDO S. JOÃO. _O Verbo se fez carne._ [Anno Domini 26] 1 No principio [1] era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Elle [2] estava no principio com Deus. 3 Todas [3] _as coisas_ foram feitas por elle, e sem elle nada, do que foi feito, se fez. 4 N’elle [4] estava a vida, e a vida era a luz dos homens; 5 E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a comprehenderam. 6 Houve [5] um homem enviado de Deus, cujo nome _era_ João. 7 Este [6] veiu para testemunho, para que testificasse da luz; para que todos cressem por elle. 8 Não era elle a luz; mas para que testificasse da luz. 9 _Este_ [7] era a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo. 10 Estava no mundo, [8] e o mundo foi feito por elle, e o mundo não o conheceu. 11 Veiu [9] para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, [10] a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, _a saber_, aos que crêem no seu nome; 13 [11] Os quaes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus. 14 E [12] o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua gloria, como a gloria do unigenito do Pae, cheio de graça e de verdade. _O testemunho de João Baptista._ Mat. 3.1-12 e refs. [Anno Domini 30] 15 João [13] testificou d’elle; e clamou, dizendo: Este era aquelle de quem eu dizia: O que vem depois de mim é antes de mim, porque era primeiro do que eu. 16 E todos [14] nós recebemos tambem da sua plenitude, e graça por graça. 17 Porque [15] a lei foi dada por Moysés; a graça e a verdade vieram por Jesus Christo. 18 Deus nunca foi [16] visto por alguem. O Filho unigenito, que está no seio do Pae, elle _nol-o_ declarou. 19 E este é [17] o testemunho de João, quando os judeos mandaram de Jerusalem sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? 20 E [18] confessou, e não negou; confessou: Eu não sou o Christo. 21 E perguntaram-lhe: Pois que? És tu [19] Elias? E disse: Não sou. És tu propheta? E respondeu: Não. 22 Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos resposta áquelles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? 23 Disse: [20] Eu _sou_ a voz do que clama no deserto: Endireitae o caminho do Senhor, como disse o propheta Isaias. 24 E os que tinham sido enviados eram dos phariseos; 25 E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Porque baptizas pois, se tu não és o Christo, nem Elias, nem o propheta? 26 João respondeu-lhes, dizendo: [21] Eu baptizo com agua; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis. 27 Este [22] é aquelle que vem após mim, que já foi antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca. 28 Estas _coisas_ aconteceram [23] em Bethania[AHQ], da outra banda do Jordão, onde João estava baptizando. 29 No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para elle, e disse: [24] Eis aqui o Cordeiro de Deus, [25] que tira o peccado do mundo. 30 Este é aquelle do qual eu disse: Após mim vem um varão que já foi antes de mim; porque _já_ era primeiro do que eu. 31 E eu não o conhecia; mas, [26] para que fosse manifestado a Israel, por isso vim eu baptizando com agua. 32 E [27] João testificou, dizendo: Eu vi o Espirito descer do céu como _uma_ pomba, e repousar sobre elle. 33 E eu não o conhecia, mas o que me mandou a baptizar com agua esse me disse: Sobre aquelle que vires descer o Espirito, e repousar sobre elle, esse [28] é o que baptiza com o Espirito Sancto. 34 E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus. _Os primeiros apostolos de Jesus._ 35 No dia seguinte João estava outra vez _ali_, e dois dos seus discipulos; 36 E, vendo _por ali_ andar a Jesus, disse: [29] Eis aqui o Cordeiro de Deus. 37 E os dois discipulos ouviram-n’o dizer _isto_, e seguiram a Jesus. 38 E Jesus, voltando-se e vendo que elles o seguiam, disse-lhes: Que buscaes? E elles lhe disseram: Rabbi, (que, traduzido, quer dizer, Mestre) onde moras? 39 Elle lhes disse: Vinde, e vêde. Foram, e viram onde morava, e ficaram com elle aquelle dia: e era já quasi a hora decima. 40 Era [30] André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquillo de João, e o haviam seguido. 41 Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: _Já_ achámos o Messias (que, traduzido, é o Christo). 42 E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para elle, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; [31] tu serás chamado Cephas (que quer dizer Pedro). 43 No dia seguinte quiz Jesus ir á Galilea, e achou a Philippe, e disse-lhe: Segue-me. 44 E [32] Philippe era de Bethsaida, cidade de André e de Pedro. 45 Philippe achou [33] Nathanael, e disse-lhe: Havemos achado _aquelle_ de quem [34] Moysés escreveu na lei, e os prophetas, _a saber_: Jesus [35] de Nazareth, filho de José. 46 Disse-lhe Nathanael: [36] Pode vir alguma _coisa_ boa de Nazareth? Disse-lhe Philippe: Vem, e vê. 47 Jesus viu Nathanael vir ter com elle, e disse d’elle: [37] Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não ha dolo. 48 Disse-lhe Nathanael: D’onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Philippe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira. 49 Nathanael respondeu, e disse-lhe: Rabbi, [38] tu és o Filho de Deus, tu és o Rei d’Israel. 50 Jesus respondeu, e disse-lhe: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? _coisas_ maiores do que estas verás. 51 E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo [39] que d’aqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do homem. [1] Pro. 8.22 e 8.30. Col. 1.17. I João 1.1 e 5.7. Apo. 1.2. cap. 17.5. Phi. 2.6. [2] Gen. 1.1. [3] ver. 10. Psa. 33.6. Eph. 3.9. Col. 1.16. Heb. 1.2. Apo. 4.11. [4] I João 5.11. cap. 8.12 e 9.5 e 12.35, 46. [5] Mal. 3.1. Mat. 3.1. Luc. 3.2. [6] Act. 19.4. [7] Isa. 49.6. I João 2.8. [8] ver. 3. Heb. 1.2. [9] Luc. 19.14. Act. 3.26 e 13.46. [10] Isa. 56.5. Rom. 8.15. Gal. 3.26. II Ped. 1.4. I João 3.1. [11] Thi. 1.18. I Ped. 1.23. [12] Mat. 1.16, 20 e 17.2. Luc. 1.31. I Tim. 3.16. Rom. 1.3. Gal. 4.4. Heb. 2.11. cap. 2.11. II Ped. 1.17. Col. 1.19 e 2.3, 9. [13] cap. 3.32 e 5.33. Mat. 3.11. Mar. 1.7. Luc. 3.16. cap. 3.31 e 8.58. Col. 1.17. [14] cap. 3.31. Eph. 1.6, 7. [15] Exo. 20.1, etc. Deu. 4.44. Rom. 3.24 e 5.21 e 6.14. cap. 8.32 e 14.6. [16] Exo. 33.20. Deu. 4.12. Luc. 10.22. cap. 6.46. I Tim. 1.17. I João 4.12, 20. ver. 14. [17] cap. 5.33. [18] Luc. 3.15. cap. 3.28. Act. 13.25. [19] Mal. 4.5. Mat. 17.10. Deu. 18.15, 18. [20] Mat. 3.3. Mar. 1.3. Luc. 3.4. cap. 3.28. Isa. 40.3. [21] Mat. 3.11. Mal. 3.1. [22] ver. 15, 30. Act. 19.4. [23] Jui. 7.24. cap. 10.40. [24] Exo. 12.3. Isa. 53.7. Act. 8.32. I Ped. 1.19. Apo. 5.6, etc. [25] Isa. 53.11. I Cor. 15.3. Gal. 1.4. Heb. 1.3 e 2.17 e 9.28. I Ped. 2.24 e 3.18. I João 2.2 e 3.5 e 4.10. Apo. 1.5. [26] Mal. 3.1. Mat. 3.6. Luc. 1.17, 76 e 3.3. [27] Mat. 3.16. Mar. 1.10. Luc. 3.22. cap. 5.32. [28] Mat. 3.11. Act. 1.5 e 2.4 e 10.44 e 19.2. [29] ver. 29. [30] Mat. 4.18. [31] Mat. 16.18. [32] cap. 12.21. [33] cap. 21.2. [34] Gen. 3.15 e 49.10. Deu. 18.18. Luc. 24.27. Isa. 4.2 e 7.14 e 9.6. Miq. 5.2. Zac. 6.12. [35] Mat. 2.23. Luc. 2.4. [36] cap. 7.41, 42, 52. [37] Psa. 32.2. cap. 8.39. Rom. 2.28, 29 e 9.6. [38] Mat. 14.33 e 21.5 e 27.11, 42. cap. 18.37 e 19.3. [39] Gen. 28.12. Mat. 4.11. Luc. 2.9, 13 e 22.43 e 24.4. Act. 1.10. _As bodas em Caná: a agua feita vinho._ 2 E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em [1] Caná da Galilea: e estava ali a mãe de Jesus. 2 E foi tambem convidado Jesus e os seus discipulos para as bodas. 3 E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não teem vinho. 4 Disse-lhe Jesus: [2] Mulher, [3] que tenho eu comtigo? [4] ainda não é chegada a minha hora. 5 Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto elle vos disser. 6 E estavam ali postas seis talhas de pedra, [5] para as purificações dos judeos, e em cada uma cabiam dois ou tres almudes. 7 Disse-lhes Jesus: Enchei d’agua essas talhas. E encheram-n’as até cima. 8 E disse-lhes: Tirae agora, e levae ao mestre-sala. E levaram. 9 E, logo que o mestre-sala provou a [6] agua feita vinho (não sabendo d’onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a agua), chamou o mestre-sala ao esposo, 10 E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom, e, quando _já_ teem bebido bem, então o inferior; _mas_ tu guardaste até agora o bom vinho. 11 Jesus principiou assim os seus signaes em Caná da Galilea, [7] e manifestou a sua gloria; e os seus discipulos crêram n’elle. 12 Depois d’isto desceu a Capernaum, elle, e sua mãe, [8] e seus irmãos, e seus discipulos, e ficaram ali não muitos dias. _Jesus purifica o templo._ Mat. 21.12, etc. e refs. 13 [9] E estava proxima a paschoa dos judeos, e Jesus subiu a Jerusalem. 14 E [10] achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados. 15 E, feito um açoite de cordeis, lançou todos fóra do templo, tambem os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas; 16 E disse aos que vendiam pombos: Tirae d’aqui estes, e não façaes da casa de [11] meu Pae casa de venda. 17 E os seus discipulos lembraram-se de que está escripto: [12] O zelo da tua casa me comeu. 18 Responderam pois os judeos, e disseram-lhe: [13] Que signal nos mostras para fazeres estas _coisas_? 19 Jesus respondeu, e disse-lhes: [14] Derribae este templo, e em tres dias o levantarei. 20 Disseram pois os judeos: Em quarenta e seis annos foi edificado este templo, e tu o levantarás em tres dias? 21 Porém elle fallava [15] do templo do seu corpo. 22 Quando, pois, resuscitou dos mortos, [16] os seus discipulos lembraram-se de que lhes havia dito isto e crêram; na Escriptura, e na palavra que Jesus tinha dito. 23 E, estando elle em Jerusalem pela paschoa, no _dia da_ festa, muitos, vendo os signaes que fazia, crêram no seu nome. 24 Mas o mesmo Jesus não confiava n’elles, porque a todos conhecia, 25 E não necessitava de que alguem testificasse do homem, porque [17] elle bem sabia o que havia no homem. [1] Jos. 19.28. [2] cap. 19.26. [3] II Sam. 16.10 e 19.22. [4] cap. 7.6. [5] Mar. 7.3. [6] cap. 4.46. [7] cap. 1.14. [8] Mat. 12.46. [9] Exo. 12.14. Deu. 16.1, 16. ver. 23. cap. 5.1 e 6.4 e 11.55. [10] Mar. 11.15. Luc. 19.45. [11] Luc. 2.49. [12] Psa. 69.9. [13] Mat. 12.38. cap. 6.30. [14] Mat. 26.61 e 27.40. Mar. 14.58 e 15.29. [15] Col. 2.9. Heb. 8.2. I Cor. 3.16 e 6.19. II Cor. 6.16. [16] Luc. 24.8. [17] I Sam. 16.7. I Chr. 28.9. Mat. 9.4. Mar. 2.8. cap. 6.64 e 16.30. Act. 1.24. Apo. 2.23. _Jesus instrue Nicodemos ácerca do novo nascimento._ 3 E havia entre os phariseos um homem, chamado Nicodemos, principe dos judeos. 2 Este [1] foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabbi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus: [2] porque ninguem pode fazer estes signaes que tu fazes, se Deus não fôr com elle. 3 Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquelle que não nascer de novo, não pode vêr o reino de [3] Deus. 4 Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? 5 Jesus respondeu: Na verdade, na verdade, te digo [4] que aquelle que não nascer da agua e do Espirito não pode entrar no reino de Deus, 6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espirito é espirito. 7 Não te maravilhes de te ter dito: Necessario vos é nascer de novo. 8 O vento assopra onde quer, [5] e ouves a sua voz; porém não sabes d’onde vem, nem para onde vae; assim é todo aquelle que é nascido do Espirito. 9 Nicodemos respondeu, e disse-lhe: [6] Como se pode fazer isto? 10 Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isto? 11 Na [7] verdade, na verdade te digo que dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos; e não acceitaes o nosso testemunho. 12 Se vos fallei de _coisas_ terrestres, e não crestes, como crereis, se vos fallar das celestiaes? 13 E [8] ninguem subiu ao céu, senão o que desceu do céu, _a saber_, o Filho do homem, que está no céu. 14 E, [9] como Moysés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; 15 Para que todo aquelle que n’elle crê não pereça, mas [10] tenha a vida eterna. 16 Porque [11] Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigenito, para que todo aquelle que n’elle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Porque [12] Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condemnasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por elle. 18 Quem [13] crê n’elle não é condemnado; mas quem não crê já está condemnado; porquanto não crê no nome do Unigenito Filho de Deus. 19 E a condemnação é esta: [14] Que a luz veiu ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. 20 Porque [15] todo aquelle que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam arguidas. 21 Mas quem obra a verdade vem para a luz, afim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus. _Outro testemunho de João Baptista._ 22 Depois d’isto foi Jesus com os seus discipulos para a terra da Judea; e estava ali com elles, [16] e baptizava. 23 Ora João baptizava tambem em Enon, [17] junto a Salim, porquanto havia ali muitas aguas; [18] e vinham _ali_, e eram baptizados. 24 Porque [19] ainda João não tinha sido lançado na prisão. 25 Houve pois _uma_ questão entre os discipulos de João e os judeos, ácerca da purificação. 26 E foram ter com João, e disseram-lhe: Rabbi, aquelle que estava comtigo além do Jordão, [20] do qual tu déste testemunho, eis que baptiza, e todos vão ter com elle. 27 João respondeu, e disse: [21] O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não fôr dada do céu. 28 Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: [22] Eu não sou o Christo, mas sou enviado adiante d’elle. 29 Aquelle [23] que tem a esposa é o esposo; mas o [AHR] amigo do esposo, que _lhe_ assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim pois _já_ este meu gozo está cumprido. 30 A elle convem crescer, porém a mim diminuir. 31 Aquelle [24] que vem de cima é sobre todos: aquelle que _vem_ da terra é da terra e falla da terra. Aquelle que vem do céu é sobre todos. 32 E [25] aquillo que viu e ouviu isso testifica; e ninguem acceita o seu testemunho. 33 Aquelle que acceitou o seu testemunho, esse sellou [26] que Deus é verdadeiro. 34 Porque [27] aquelle que Deus enviou falla as palavras de Deus; porque não _lhe_ dá Deus o Espirito por medida. 35 O [28] Pae ama o Filho, e todas as _coisas_ entregou nas suas mãos. 36 Aquelle [29] que crê no Filho tem a vida eterna; porém aquelle que não crê no Filho não verá a vida; mas a ira de Deus sobre elle permanece. [1] cap. 7.50 e 19.39. [2] cap. 9.16, 33. Act. 2.22 e 10.38. [3] cap. 1.13. Gal. 6.15. Tito 3.5. Thi. 1.18. I Ped. 1.23. I João 3.9. [4] Mar. 16.16. Act. 2.38. [5] Ecc. 11.5. I Cor. 2.11. [6] cap. 6.52, 60. [7] Mat. 11.27. cap. 1.18 e 7.16 e 8.28 e 12.49 e 14.24. [8] Pro. 30.4. cap. 6.33, 38, 51, 62 e 16.28. Act. 2.34. I Cor. 15.47. Eph. 4.9, 10. [9] Num. 21.9. cap. 8.28 e 12.32. [10] ver. 36. cap. 6.47. [11] Rom. 5.8. I João 4.9. [12] Luc. 9.56. cap. 5.45 e 8.15 e 12.47. I João 4.14. [13] cap. 5.24 e 6.40, 47 e 20.31. [14] cap. 1.4, 9, 10, 11 e 8.12. [15] Job 24.13, 17. Eph. 5.13. [16] cap. 4.2. [17] I Sam. 9.4. [18] Mat. 3.5, 6. [19] Mat. 14.3. [20] cap. 1.7, 15, 27, 34. [21] I Cor. 4.7. Heb. 5.4. Thi. 1.17. [22] cap. 1.20, 27. Mal. 3.1. Mar. 1.2. Luc. 1.17. [23] Mat. 22.2. II Cor. 11.2. Eph. 5.25, 27. Apo. 21.9. Can. 5.1. [24] cap. 8.23. Mat. 28.18. Rom. 9.5. I Cor. 15.47. Eph. 1.21. Phi. 2.9. [25] ver. 11. cap. 8.26 e 15.15. [26] Rom. 3.4. I João 5.10. [27] cap. 7.16 e 1.16. [28] Mat. 28.18. Luc. 10.22. cap. 5.20. Heb. 2.8. [29] Hab. 2.4. cap. 1.12 e 6.47. Rom. 1.17. I João 5.10. _A mulher de Samaria._ 4 E quando o Senhor entendeu que os phariseos tinham ouvido que Jesus fazia [1] e baptizava mais discipulos do que João, 2 (Ainda que Jesus mesmo não baptizava, mas os seus discipulos), 3 Deixou a Judea, e foi outra vez para a Galilea. 4 E era-lhe necessario passar por Samaria. 5 Foi pois a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade [2] que Jacob deu a seu filho José. 6 E estava ali a fonte de Jacob; Jesus, pois, cançado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quasi á hora sexta. 7 Veiu uma mulher de Samaria tirar agua: disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. 8 Porque os seus discipulos tinham ido á cidade comprar comida. 9 Disse-lhe pois a mulher samaritana: Como, sendo tu judeo, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os [3] judeos não se communicam com os samaritanos) 10 Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e elle te daria [4] agua viva. 11 Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo: onde pois tens a agua viva? 12 És tu maior do que o nosso pae Jacob, que nos deu o poço, e elle mesmo d’elle bebeu, e os seus filhos, e o seu gado? 13 Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer [5] que beber d’esta agua tornará a ter sêde; 14 Mas aquelle que beber da agua que eu lhe der [6] nunca terá sêde, porque a agua que eu lhe der se fará n’elle uma fonte d’agua que salte para a vida eterna. 15 Disse-lhe [7] a mulher: Senhor, dá-me d’essa agua, para que não mais tenha sêde, e não venha aqui tiral-a. 16 Disse-lhe Jesus: Vae, chama a teu marido, e vem cá. 17 A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; 18 Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade. 19 Disse-lhe a mulher: [8] Senhor, vejo que és propheta. 20 Nossos paes adoraram [9] n’este monte, e vós dizeis que é em Jerusalem o logar onde se deve adorar. 21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a [10] hora vem, quando nem n’este monte nem em Jerusalem adorareis o Pae. 22 Vós [11] adoraes o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos [12] porque a salvação vem dos judeos. 23 Porém a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pae [13] em espirito [14] e em verdade; porque o Pae procura a taes que assim o adorem. 24 Deus _é_ [15] Espirito, e importa que os que o adoram o adorem em espirito e em verdade. 25 A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Christo) vem; quando elle vier, [16] nos annunciará todas _as coisas_. 26 Jesus disse-lhe: [17] Eu sou, o que fallo comtigo. 27 E n’isto vieram os seus discipulos, e maravilharam-se de que fallasse com _uma_ mulher; todavia nenhum _lhe_ disse: Que perguntas? ou: Que fallas com ella? 28 Deixou pois a mulher o seu cantaro, e foi á cidade, e disse áquelles homens: 29 Vinde, vêde um homem [18] que me disse tudo quanto tenho feito: porventura não é este o Christo? 30 Sairam pois da cidade, e foram ter com elle. _A ceifa e os ceifeiros._ 31 E entretanto os seus discipulos lhe rogaram, dizendo: Rabbi, come. 32 Porém elle lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não sabeis. 33 Então os discipulos diziam uns aos outros: Trouxe-lhe porventura alguem de comer? 34 Jesus disse-lhes: [19] A minha comida é fazer a vontade d’aquelle que me enviou, e cumprir a sua obra. 35 Não dizeis vós que ainda ha quatro mezes até que venha a ceifa? eis que eu vos digo: Levantae os vossos olhos, e vêde as terras, [20] que já estão brancas para a ceifa. 36 E [21] o que ceifa recebe galardão, e ajunta fructo para a vida eterna; para que, assim o que semeia, como o que ceifa, ambos se regozijem. 37 Porque n’isto é verdadeiro o ditado, que um é o que semeia, e outro o que ceifa. 38 Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho. 39 E muitos dos samaritanos d’aquella cidade crêram n’elle, [22] pela palavra da mulher, que testificou, _dizendo_: Disse-me tudo quanto tenho feito. 40 Indo pois ter com elle os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com elles; e ficou ali dois dias. 41 E muitos mais creram n’elle, por causa da sua palavra. 42 E diziam á mulher: Já não _é_ pelo teu dito que nós crêmos; [23] porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Christo, o Salvador do mundo. _Cura do filho d’um regulo._ 43 E dois dias depois partiu d’ali, e foi para a Galilea. 44 Porque [24] Jesus mesmo testificou que um propheta não tem honra na sua propria patria. 45 Chegando pois á Galilea, os galileos [25] o receberam, vistas todas as coisas que fizera em Jerusalem no _dia_ da festa; [26] porque tambem elles tinham ido á festa. 46 Segunda vez foi Jesus a Caná da Galilea, [27] onde da agua fizera vinho. E havia ali um regulo, cujo filho estava enfermo em Capernaum. 47 Ouvindo este que Jesus vinha da Judea para a Galilea, foi ter com elle, e rogou-lhe que descesse, e curasse o seu filho, porque _já_ estava á morte. 48 Então Jesus lhe disse: [28] Se não virdes signaes e milagres, não crereis. 49 Disse-lhe o regulo: Senhor, desce, antes que meu filho morra. 50 Disse-lhe Jesus: Vae, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse, e foi-se. 51 E, descendo elle logo, sairam-_lhe_ ao encontro os seus servos, e lhe annunciaram, dizendo: O teu filho vive. 52 Perguntou-lhes pois a que hora se achara melhor; e disseram-lhe: Hontem ás sete horas a febre o deixou. 53 Entendeu pois o pae que _era_ aquella hora a mesma em que Jesus lhe disse: O teu filho vive: e creu elle, e toda a sua casa. 54 Jesus fez este segundo signal, quando ia da Judea para a Galilea. [1] cap. 3.22, 26. [2] Gen. 33.19 e 48.22. Jos. 24.32. [3] II Reis 17.24. Luc. 9.52, 53. Act. 10.28. [4] Isa. 12.3 e 44.3. Jer. 2.13. Zac. 13.1 e 14.8. [5] cap. 6.35, 58. [6] cap. 7.38. [7] cap. 6.34 e 17.2, 3. Rom. 6.23. I João 5.20. [8] Luc. 7.16 e 24.19. cap. 6.14 e 7.40. [9] Jui. 9.7. Deu. 12.5, 11. I Reis 9.3. II Chr. 7.12. [10] Mal. 1.11. I Tim. 2.8. [11] II Reis 17.29. [12] Isa. 2.3. Luc. 24.47. Rom. 9.4, 5. [13] Phi. 3.3. [14] cap. 1.17. [15] II Cor. 3.17. [16] ver. 29, 39. [17] Mat. 26.63, 64. Mar. 14.61, 62. cap. 9.37. [18] ver. 25. [19] Job 23.12. cap. 6.38 e 17.4 e 19.30. [20] Mat. 9.37. Luc. 10.2. [21] Dan. 12.3. [22] ver. 29. [23] cap. 17.8. I João 4.14. [24] Mat. 13.57. Mar. 6.4. Luc. 4.24. [25] cap. 2.23 e 3.2. [26] Deu. 16.16. [27] cap. 2.1, 11. [28] I Cor. 1.22. _Cura d’um paralytico de Bethesda._ [Anno Domini 31] 5 Depois [1] d’isto havia _uma_ festa entre os judeos, e Jesus subiu a Jerusalem. 2 Ora em Jerusalem ha, [2] proximo á _porta_ das ovelhas, um tanque, chamado em hebreo Bethesda, o qual tem cinco alpendres. 3 N’este jazia grande multidão de enfermos; cegos, mancos _e_ resicados, esperando o movimento das aguas. 4 Porque um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a agua; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da agua, sarava de qualquer enfermidade que tivesse. 5 E estava ali um _certo_ homem que, havia trinta e oito annos, se achava enfermo. 6 E Jesus, vendo este deitado, e, sabendo que estava n’este estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? 7 O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a agua é agitada, me metta no tanque; mas, emquanto eu vou, desce outro adiante de mim. 8 Jesus disse-lhe: [3] Levanta-te, toma a tua cama, e anda. 9 Logo aquelle homem ficou são; e tomou a sua cama, e partiu. E [4] aquelle dia era sabbado. 10 Depois os judeos disseram áquelle que tinha sido curado: É sabbado, não [5] te é licito levar a cama. 11 Elle respondeu-lhes: Aquelle que me curou, esse disse: Toma a tua cama, e anda. 12 Perguntaram-lhe pois: Quem é o homem que te disse: Toma a tua cama, e anda? 13 E o que fôra curado não sabia quem era; porque Jesus se havia retirado, porquanto n’aquelle logar havia grande multidão. 14 Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; [6] não peques mais, para que te não succeda alguma coisa peior. 15 E aquelle homem foi, e annunciou aos judeos que Jesus era o que o curára. _Jesus declara-se Filho de Deus e egual ao Pae._ 16 E por isso os judeos perseguiram a Jesus, e procuravam matal-o; porque fazia estas coisas no sabbado. 17 E Jesus lhes respondeu: [7] Meu Pae obra até agora, e eu obro _tambem_. 18 Por isso pois [8] os judeos ainda mais procuravam matal-o, porque não só quebrantava o sabbado, mas tambem dizia que Deus era seu proprio Pae, fazendo-se [9] egual a Deus. 19 Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que [10] o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer ao Pae; porque tudo quanto elle faz o Filho o faz egualmente. 20 Porque [11] o Pae ama o Filho, e mostra-lhe todas as _coisas_ que faz; e elle lhe mostrará maiores obras do que estas, para que vos maravilheis. 21 Porque, como o Pae resuscita os mortos, e os vivifica, [12] assim tambem o Filho vivifica aquelles que quer. 22 Porque tambem o Pae a ninguem julga, mas [13] deu ao Filho todo o juizo; 23 Para que todos honrem o Filho, como honram o Pae. [14] Quem não honra o Filho, não honra o Pae que o enviou. 24 Na verdade, na verdade vos digo que [15] quem ouve a minha palavra, e crê n’aquelle que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condemnação, mas [16] passou da morte para a vida. 25 Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que [17] os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. 26 Porque, como o Pae tem a vida em si mesmo, assim deu tambem ao Filho ter a vida em si mesmo. 27 E [18] deu-lhe o poder de exercer o juizo, [19] porque é o Filho do homem. 28 Não vos maravilheis d’isto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulchros ouvirão a sua voz. 29 [20] E os que fizeram o bem sairão para a resurreição da vida; e os que fizeram o mal para a resurreição da condemnação. 30 Eu não [21] posso de mim mesmo fazer coisa alguma: como ouço, assim julgo; e o meu juizo é justo, [22] porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pae que me enviou. 31 Se [23] eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. 32 Ha [24] outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que elle dá de mim é verdadeiro. 33 Vós mandastes a João, [25] e elle deu testemunho da verdade. 34 Eu, porém, não recebo testemunho de homem; mas digo isto, para que vos salveis. 35 Elle era a candeia [26] ardente e resplandecente; e [27] vós quizestes alegrar-vos por um pouco de tempo com a sua luz. 36 Mas [28] eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pae me deu que cumprisse, as mesmas obras que eu faço, testificam de mim, que o Pae me enviou. 37 E o Pae, que me enviou, [29] elle mesmo testificou de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem [30] vistes o seu parecer; 38 E a sua palavra não permanece em vós; porque n’aquelle que elle enviou não crêdes vós. 39 Examinae [31] as Escripturas; porque vós cuidaes ter n’ellas a vida eterna, [32] e são ellas que de mim testificam. 40 E [33] não quereis vir a mim para terdes vida. 41 Eu [34] não recebo a honra dos homens; 42 Mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor de Deus. 43 Eu vim em nome de meu Pae, e não me acceitaes; se outro vier em seu proprio nome, a esse acceitareis. 44 Como [35] podeis vós crêr, recebendo honra uns dos outros, e não buscando a [36] honra que vem só de Deus? 45 Não cuideis que eu vos hei de accusar para com o Pae. [37] Ha um que vos accusa, Moysés, em quem vós esperaes. 46 Porque, se vós cresseis em Moysés, crerieis em mim; porque [38] de mim escreveu elle. 47 Porém, se não crêdes nos seus escriptos, como crereis nas minhas palavras? [1] Lev. 23.2. Deu. 16.1. cap. 2.13. [2] Neh. 3.1 e 12.39. [3] Mat. 9.6. Mar. 2.11. Luc. 5.24. [4] cap. 9.14. [5] Exo. 20.10. Neh. 13.19. Jer. 17.21, etc. Mat. 12.2. Mar. 2.24 e 3.4. Luc. 6.2 e 13.14. [6] Mat. 12.45. cap. 8.11. [7] cap. 9.4 e 14.10. [8] cap. 7.19. [9] cap. 10.30, 33. Phi. 2.6. [10] ver. 30. cap. 8.28 e 9.4 e 12.49 e 14.10. [11] Mat. 3.17. cap. 3.35. II Ped. 1.17. [12] Luc. 7.14 e 8.54. cap. 11.25, 43. [13] Mat. 11.27 e 28.18. ver. 27. cap. 3.35 e 17.2. Act. 17.31. I Ped. 4.5. [14] I João 2.23. [15] cap. 3.16, 18 e 6.40, 47 e 8.51 e 20.31. [16] I João 3.14. [17] ver. 28. Eph. 2.1, 5 e 5.14. Col. 2.13. [18] ver. 22. Act. 10.42 e 17.31. [19] Dan. 7.13, 14. [20] Dan. 12.2. Mat. 25.32, 33, 46. Isa. 26.19. I Cor. 15.52. I The. 4.15. [21] ver. 19. [22] Mat. 26.39. cap. 4.34 e 6.38. [23] cap. 8.14. Apo. 3.14. [24] Mat. 3.17 e 17.4. cap. 8.18. I João 5.6, 7, 9. [25] cap. 1.15, 19, 27, 32. [26] II Ped. 1.19. [27] Mat. 13.20 e 21.26. Mar. 6.20. [28] I João 5.9. cap. 3.2 e 10.25 e 15.24. [29] Mat. 3.17 e 17.5. cap. 6.27 e 8.18. [30] Deu. 4.12. cap. 1.18. I Tim. 1.17. I João 4.12. [31] Isa. 8.20 e 34.16. Luc. 16.29. Act. 17.11. [32] Deu. 18.15, 18. Luc. 24.27. cap. 1.45. [33] cap. 1.11 e 3.19. [34] I The. 2.6. [35] cap. 12.43. [36] Rom. 2.29. [37] Rom. 2.12. [38] Gen. 3.15 e 12.3 e 18.18 e 22.18 e 49.10. Deu. 18.15, 18. cap. 1.45. Act. 26.22. _A multiplicação dos pães_. Mat. 14.15-21 e refs. [Anno Domini 32] 6 Depois [1] d’isto Jesus partiu para a outra banda do mar da Galilea, que é _o_ de Tiberiades. 2 E _uma_ grande multidão o seguia; porque via os signaes que operava sobre os enfermos. 3 E Jesus subiu ao monte, e assentou-se ali com os seus discipulos. 4 E a paschoa, a festa dos judeos, estava [2] proxima. 5 Então [3] Jesus, levantando os olhos, e vendo que _uma_ grande multidão vinha ter com elle, disse a Philippe: D’onde compraremos pão, para estes comerem? 6 Mas dizia isto para o experimentar; porque elle bem sabia o que havia de fazer. 7 Philippe respondeu-lhe: [4] Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um d’elles tome um pouco. 8 E um dos seus discipulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: 9 Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos: [5] mas que é isto para tantos? 10 E disse Jesus: Fazei assentar os homens. E havia muita herva n’aquelle logar. Assentaram-se pois os homens em numero de quasi cinco mil. 11 E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discipulos, e os discipulos pelos que estavam assentados; e egualmente tambem dos peixes, quanto queriam. 12 E, quando _já_ estavam saciados, disse aos seus discipulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca. 13 Recolheram-_n’os_ pois, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido. 14 Vendo pois aquelles homens o signal que Jesus tinha feito, diziam: Este [6] é verdadeiramente o propheta que devia vir ao mundo. 15 Sabendo pois Jesus que haviam de vir arrebatal-o, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, elle só, para o monte. _Jesus anda sobre o mar._ Mat. 14.23-34 e refs. 16 E, [7] quando veiu a tarde, os seus discipulos desceram para o mar. 17 E, entrando no barco, passaram da outra banda do mar para Capernaum, e era já escuro, e _ainda_ Jesus não tinha chegado ao pé d’elles. 18 E o mar se levantou, porquanto um grande vento assoprava. 19 E, tendo navegado uns vinte e cinco ou trinta estadios, viram a Jesus, andando sobre o mar e approximando-se do barco; e temeram. 20 Porém elle lhes disse: Sou eu, não temaes. 21 Então elles de boamente o receberam no barco; e logo o barco chegou á terra para onde iam. _Jesus é o pão da vida para os que crêem._ 22 No dia seguinte, a multidão, que estava da outra banda do mar, vendo que não havia ali mais do que um barquinho, e que Jesus não entrara com seus discipulos n’aquelle barquinho, mas _que_ os seus discipulos tinham ido sós. 23 (Comtudo, outros barquinhos vieram de Tiberiades, perto do logar onde comeram o pão, havendo o Senhor dado graças): 24 Vendo pois a multidão que Jesus não estava ali nem os seus discipulos, entraram elles tambem nos barcos, e foram a Capernaum, em busca de Jesus. 25 E, achando-o na outra banda do mar, disseram-lhe: Rabbi, quando chegaste aqui? 26 Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscaes, não pelos signaes que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. 27 Trabalhao, não pela comida que perece, mas [8] pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; [9] porque a este sellou o Pae, Deus. 28 Disseram-lhe pois: Que faremos, para obrarmos as obras de Deus? 29 Jesus respondeu, e disse-lhes: A [10] obra de Deus é esta: Que creiaes n’aquelle que elle enviou. 30 Disseram-lhe pois: [11] Que signal pois fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti? Que obras tu? 31 Nossos [12] paes comeram o manná no deserto, como está escripto: [13] Deu-lhes a comer o pão do céu. 32 Disse-lhes pois Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moysés não vos deu o pão do céu; mas meu Pae vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Porque o pão de Deus é aquelle que desce do céu, e que dá vida ao mundo. 34 Disseram-lhe pois: [14] Senhor, dá-nos sempre d’esse pão. 35 E Jesus lhes disse: [15] Eu sou o pão da vida; aquelle que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sêde. 36 Mas _já_ [16] vos disse que tambem vós me vistes, e não crêdes. 37 Tudo [17] o que o Pae me dá virá a mim; [18] e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fóra. 38 Porque eu desci do céu, [19] não para fazer a minha vontade, mas a vontade d’aquelle que me enviou. 39 E a vontade do Pae que me enviou [20] é esta: que de tudo quanto me deu nada perca, mas que o resuscite no ultimo dia. 40 E a vontade d’aquelle que me enviou é esta: [21] que todo aquelle que vê o Filho, e crê n’Elle, tenha a vida eterna; e eu o resuscitarei no ultimo dia. 41 Murmuravam pois d’elle os judeos, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu. 42 E diziam: [22] Não é este Jesus, o filho de José, cujo pae e mãe nós conhecemos? Como pois diz elle: Desci do céu? 43 Respondeu pois Jesus, e disse-lhes: Não murmureis entre vós. 44 Ninguem [23] pode vir a mim, se o Pae que me enviou o não trouxer: e eu o resuscitarei no ultimo dia. 45 Está escripto [24] nos prophetas: E serão todos ensinados por Deus. [25] Assim que todo aquelle que do Pae ouviu e aprendeu vem a mim. 46 Não [26] que alguem visse ao Pae, [27] senão aquelle que é de Deus: este tem visto ao Pae. 47 Na verdade, na verdade vos digo que aquelle que crê [28] em mim tem a vida eterna, 48 Eu [29] sou o pão da vida. 49 Vossos [30] paes comeram o manná no deserto, e morreram. 50 Este [31] é o pão que desce do céu, para que o que d’elle comer não morra. 51 Eu sou o pão vivo [32] que desceu do céu; se alguem comer d’este pão, viverá para sempre: e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. 52 Disputavam pois os judeos entre si, dizendo: [33] Como nos pode dar este a sua carne a comer? 53 Jesus pois lhes disse: [34] Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e _não_ beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. 54 Quem come a minha [35] carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o resuscitarei no ultimo dia. 55 Porque a minha carne verdadeiramente é comida, [36] e o meu sangue verdadeiramente é bebida; 56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu n’elle. 57 Como o Pae, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pae, [37] assim, quem me come a mim, tambem viverá por mim. 58 Este é o pão que desceu do céu: não como vossos paes, que comeram o manná, e morreram: quem comer este pão viverá para sempre. 59 Elle [38] disse estas _coisas_ na synagoga, ensinando em Capernaum. _Jesus é abandonado por muitos discipulos: a confissão de Pedro._ 60 Muitos [39] pois dos seus discipulos, ouvindo _isto_, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? 61 Sabendo pois Jesus em si mesmo que os seus discipulos murmuravam d’isto, disse-lhes: Isto escandaliza-vos? 62 _Que_ [40] _seria_, pois, se visseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? 63 O espirito é o que [41] vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espirito e vida. 64 Mas [42] ha alguns de vós que não crêem. Porque bem sabia Jesus, desde o principio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar. 65 E dizia: [43] Por isso eu vos tenho dito que ninguem pode vir a mim, se por meu Pae lhe não fôr concedido. 66 Desde [44] então muitos dos seus discipulos tornaram para traz, e já não andavam com elle. 67 Então disse Jesus aos doze: Quereis vós tambem retirar-vos? 68 Respondeu-lhe pois Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu [45] tens as palavras da vida eterna. 69 E [46] nós temos crido e conhecido que tu és o Christo, o Filho de Deus. 70 Respondeu-lhe Jesus: [47] Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é diabo. 71 E isto dizia elle de Judas Iscariotes, _filho_ de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze. [1] Mar. 6.35. Luc. 9.10, 12. [2] Lev. 23.5, 7. Deu. 16.1. cap. 2.13 e 5.1. [3] Mat. 14.14. Mar. 6.35. Luc. 9.12. [4] Num. 11.21, 22. [5] II Reis 4.43. [6] Gen. 49.10. Deu. 18.15, 18. Mat. 11.3. cap. 1.21 e 4.19, 25 e 7.40. [7] Mar. 6.47. [8] ver. 54. cap. 4.14. [9] Mat. 3.17 e 17.5. Mar. 1.11 e 9.7. Luc. 3.22 e 9.35. cap. 1.33 e 5.37 e 8.18. Act. 2.22. II Ped. 1.17. [10] João 3.23. [11] Mat. 12.38 e 16.1. Mar. 8.11. I Cor. 1.22. [12] Exo. 16.15. Num. 11.7. Neh. 9.15. I Cor. 10.3. [13] Psa. 7.24, 25. [14] cap. 4.15. [15] ver. 48, 58. cap. 4.14 e 7.37. [16] ver. 26, 64. [17] ver. 45. [18] Mat. 24.24. cap. 10.28, 29. II Tim. 2.19. I João 2.19. [19] Mat. 26.39. cap. 5.30 e 4.34. [20] cap. 10.28 e 17.12 e 18.9. [21] ver. 27, 47, 54. cap. 3.15, 16 e 4.14. [22] Mat. 13.55. Mar. 6.3. Luc. 4.22. [23] Can. 1.4. ver. 65. [24] Isa. 54.13. Jer. 31.34. Miq. 4.2. Heb. 8.10 e 10.16. [25] ver. 37. [26] cap. 1.18 e 5.37. [27] Mat. 11.27. Luc. 10.22. cap. 7.29 e 8.19. [28] cap. 3.16, 18, 36. ver. 40. [29] ver. 33, 35. [30] ver. 31. [31] ver. 51, 58. [32] cap. 3.13. [33] Heb. 10.5, 10. [34] cap. 7.43 e 9.16 e 10.19 e 3.9. [35] Mat. 26.26, 28. [36] ver. 27, 40, 63. cap. 4.14. [37] I João 3.24 e 4.15, 16. [38] ver. 49, 50, 51. [39] ver. 66. Mat. 11.6. [40] Mar. 16.19. cap. 3.13. Act. 1.9. Eph. 4.8. [41] II Cor. 3.6. [42] ver. 36. cap. 2.24, 25 e 13.11. [43] ver. 44, 45. [44] ver. 60. [45] Act. 5.20. [46] Mat. 16.16. Mar. 8.29. Luc. 9.20. cap. 1.49 e 11.27. [47] Luc. 6.13. cap. 13.27. _A incredulidade dos irmãos de Jesus._ 7 E depois d’isto Jesus andava pela Galiléa, e _já_ não queria andar pela Judéa, [1] porquanto os judeos procuravam matal-o. 2 E estava [2] proxima a festa dos judeos, a dos tabernaculos. 3 Disseram-lhe [3] pois seus irmãos: Sae d’aqui, e vae para a Judéa, para que tambem os teus discipulos vejam as obras que fazes. 4 Porque ninguem, que procura ser conhecido, faz coisa alguma em occulto. Se fazes estas _coisas_, manifesta-te ao mundo. 5 Porque nem [4] ainda seus irmãos criam n’elle. 6 Disse-lhes pois Jesus: [5] Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo sempre está prompto. 7 O [6] mundo não vos pode aborrecer, mas elle me aborrece a mim, porquanto d’elle testifico que as suas obras são más. 8 Subi vós a esta festa: eu não subo ainda a esta festa; [7] porque ainda o meu tempo não está cumprido. 9 E, havendo-lhes dito estas _coisas_, ficou na Galiléa. _Jesus ensina no templo na festa dos tabernaculos. Dissensão entre os judeos ácerca da sua pessoa. Os phariseos mandam prendel-o._ 10 Mas, tendo seus irmãos _já_ subido á festa, então subiu elle tambem, não manifestamente, mas como em occulto. 11 Ora os judeos [8] buscavam-n’o na festa, e diziam: Onde está elle? 12 E [9] havia grande murmuração entre a multidão a respeito d’elle. Diziam alguns: [10] Elle é bom. E outros diziam: Não, antes engana o povo. 13 Todavia ninguem fallava d’elle abertamente, [11] por medo dos judeos. 14 Porém, no meio da festa, subiu Jesus ao templo, e ensinava. 15 E os judeos [12] maravilhavam-se, dizendo: Como sabe este lettras, não _as_ tendo aprendido? 16 Jesus lhes respondeu, e disse: [13] A minha doutrina não é minha, mas d’aquelle que me enviou. 17 Se [14] alguem quizer fazer a vontade d’elle, da mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou _se_ eu fallo de mim mesmo. 18 Quem falla [15] de si mesmo busca a sua propria gloria, mas o que busca a gloria d’aquelle que o enviou esse é verdadeiro, e não ha n’elle injustiça. 19 Não [16] vos deu Moysés a lei? e nenhum de vós observa a lei. Porque procuraes matar-me? 20 A multidão respondeu, e disse: [17] Tens demonio; quem procura matar-te? 21 Respondeu Jesus, e disse-lhes: Fiz uma obra, e todos vos maravilhaes. 22 Por isso [18] Moysés vos deu a circumcisão (não que fosse de Moysés, mas dos paes), e no sabbado circumcidaes um homem. 23 Se o homem recebe a circumcisão no sabbado, para que a lei de Moysés não seja quebrantada, indignaes-vos contra mim, [19] porque no sabbado curei de todo um homem? 24 Não [20] julgueis segundo a apparencia, mas julgae segundo a recta justiça. 25 Então alguns dos de Jerusalem diziam: Não é este o que procuram matar? 26 E eil-o ahi está fallando livremente, e nada lhe dizem. [21] Porventura sabem verdadeiramente os principes que este é o Christo? 27 Mas [22] bem sabemos d’onde este é; porém, quando vier o Christo, ninguem saberá d’onde elle é. 28 Clamava pois Jesus no templo, ensinando, e dizendo: [23] Vós conheceis-me, e sabeis d’onde sou, e [24] eu não vim por mim mesmo, mas aquelle que me enviou [25] é verdadeiro, o qual vós não conheceis. 29 Porém [26] eu conheço-o, porque d’elle sou e elle me enviou. 30 Procuravam [27] pois prendel-o, mas ninguem lançou mão d’elle, porque ainda não era chegada a sua hora. 31 E [28] muitos da multidão creram n’elle, e diziam: Quando o Christo vier, fará ainda mais signaes do que os que este tem feito? 32 Os phariseos ouviram que a multidão murmurava d’elle estas _coisas_; e os phariseos e os principaes dos sacerdotes mandaram [AHS] servidores a prendel-o. 33 Disse-lhes pois Jesus: [29] Ainda um pouco de tempo estou comvosco, e vou para aquelle que me enviou. 34 Vós [30] me buscareis, e não _me_ achareis; e aonde eu estou vós não podeis vir. 35 Disseram pois os judeos uns para os outros: Para onde irá este, que o não acharemos? [31] Irá porventura para os dispersos entre os gregos, e ensinar os gregos? 36 Que palavra é esta que disse: Buscar-me-heis, e não _me_ achareis; e, Aonde eu estou vós não podeis ir? 37 E [32] no ultimo dia, o grande _dia_ da festa, Jesus poz-se em pé, e clamou, dizendo: [33] Se alguem tem sêde, venha a mim, e beba. 38 Quem [34] crê em mim, como diz a Escriptura, rios d’agua viva manarão do seu ventre. 39 E isto [35] disse elle do Espirito que haviam de receber os que n’elle cressem; porque o Espirito Sancto ainda não fôra dado, [36] porque ainda Jesus não tinha sido glorificado. 40 Então muitos da multidão, ouvindo esta palavra, diziam: Verdadeiramente este [37] é o Propheta. 41 Outros diziam: [38] Este _é_ o Christo: mas diziam outros: Vem pois [39] o Christo da Galilea? 42 Não [40] diz a Escriptura que o Christo vem da descendencia de David, e de Bethlehem, [41] da aldeia d’onde era David? 43 Assim [42] entre o povo havia dissensão por causa d’elle. 44 E alguns [43] d’elles queriam prendel-o, mas ninguem lançou mão d’elle. 45 E os servidores foram ter com os principaes dos sacerdotes e phariseos; e elles lhes disseram: Porque o não trouxestes? 46 Responderam os servidores: Nunca [44] homem algum fallou assim como este homem. 47 Responderam-lhes pois os phariseos: Tambem vós fostes enganados? 48 Creu [45] n’elle porventura algum dos principaes ou dos phariseos? 49 Mas esta multidão, que não sabe a lei, é maldita. 50 Nicodemos (que era um d’elles, [46] o que de noite viera ter com _Jesus_) disse-lhes: 51 Porventura condemna [47] a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz? 52 Responderam elles, e disseram-lhe: Tu és tambem da Galilea? Examina, e verás que da [48] Galilea nenhum propheta surgiu. 53 E cada um foi para sua casa. [1] cap. 5.16, 18. [2] Lev. 23.34. [3] Mat. 12.46. Mar. 3.31. Act. 1.14. [4] Mar. 3.21. [5] cap. 2.4 e 8.20. ver. 8, 30. [6] cap. 15.19 e 3.19. [7] cap. 8.20. ver. 6. [8] cap. 11.56. [9] cap. 9.16 e 10.19. [10] Mat. 21.46. Luc. 7.16. cap. 6.14. ver. 40. [11] cap. 9.22 e 12.42 e 19.38. [12] Mat. 13.54. Mar. 6.2. Luc. 4.22. Act. 2.7. [13] cap. 3.11 e 8.28 e 12.49 e 14.10, 24. [14] cap. 8.43. [15] cap. 5.41 e 8.50. [16] Exo. 24.3. Deu. 33.4. cap. 1.17 e 5.16, 18 e 10.31, 39 e 11.53. Act. 7.38. Mat. 12.14. Mar. 3.6. [17] cap. 8.48, 52 e 10.20. [18] Lev. 12.3. Gen. 17.10. [19] cap. 5.8, 9, 16. [20] Deu. 1.16, 17. Pro. 24.23. cap. 8.15. Thi. 2.1. [21] ver. 48. [22] Mat. 13.55. Mar. 6.3. Luc. 4.22. [23] cap. 8.14. [24] cap. 5.43 e 8.42 e 5.32 e 8.26. Rom. 3.4. [25] cap. 1.18 e 8.55. [26] Mat. 11.27. cap. 10.15. [27] Mar. 11.18. Luc. 19.47 e 20.19. ver. 19. cap. 8.37. [28] Mat. 12.23. cap. 3.2 e 8.30. [29] cap. 13.33 e 16.16. [30] Ose. 5.6. cap. 8.21 e 13.33. [31] Isa. 11.12. Thi. 1.1. I Ped. 1.1. [32] Lev. 23.36. [33] Isa. 55.1. cap. 6.35. Apo. 22.17. [34] Deu. 18.15. Pro. 18.4. Isa. 12.3 e 44.3. cap. 4.14. [35] Isa. 44.3. Joel 2.28. cap. 16.7. Act. 2.17, 33, 38. [36] cap. 12.16 e 16.7. [37] Deu. 18.15, 18. cap. 1.21 e 6.14. [38] cap. 4.42 e 6.70. [39] ver. 52. cap. 1.46. [40] Psa. 132.11. Jer. 23.5. Miq. 5.2. Mat. 2.5. Luc. 2.4. [41] I Sam. 16.1, 4. [42] ver. 12. cap. 9.16 e 10.19. [43] ver. 30. [44] Mat. 7.29. [45] cap. 12.42. Act. 6.7. I Cor. 1.20, 26 e 2.8. [46] cap. 3.2. [47] Deu. 1.17 e 17.8, etc. e 19.15. [48] Isa. 9.1, 2. Mat. 4.15. cap. 1.46. ver. 41. _A mulher adultera._ 8 Porém Jesus foi para o monte das Oliveiras; 2 E pela manhã cedo tornou para o templo, e todo o povo vinha ter com elle, e, assentando-se, os ensinava. 3 E os escribas e phariseos trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adulterio; 4 E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no proprio acto, adulterando, 5 E [1] na lei nos mandou Moysés que as taes sejam apedrejadas. Tu pois que dizes? 6 Isto diziam elles, tentando-o, para que tivessem de que o accusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. 7 E, como perseverassem perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: [2] Aquelle que d’entre vós está sem peccado seja o primeiro que atire pedra contra ella. 8 E, tornando a inclinar-se, escreveu na terra. 9 Porém, ouvindo [3] elles _isto_, e accusados pela consciencia, sairam um a um, começando pelos mais velhos até aos ultimos; ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. 10 E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguem mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aquelles teus accusadores? Ninguem te condemnou? 11 E ella disse: Ninguem, Senhor. E disse-lhe Jesus: [4] Nem eu tambem te condemno: vae-te, e não peques mais. _Discurso de Jesus sobre a sua missão._ 12 Fallou-lhes pois Jesus outra vez, dizendo: [5] Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. 13 Disseram-lhe pois os phariseos: [6] Tu testificas de ti mesmo: o teu testemunho não é verdadeiro. 14 Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei d’onde vim, e para onde vou; porém [7] vós não sabeis d’onde venho, nem para onde vou. 15 Vós [8] julgaes segundo a carne, eu a ninguem julgo. 16 E, se eu tambem julgo, o meu juizo é verdadeiro, porque [9] não sou eu só, mas eu e o Pae que me enviou. 17 E tambem na [10] vossa lei está escripto que o testemunho de dois homens é verdadeiro. 18 Eu sou o que testifico de mim mesmo, [11] e de num testifica _tambem_ o Pae que me enviou. 19 Disseram-lhe pois: Onde está teu Pae? Jesus respondeu: [12] Nem me conheceis a mim, nem a meu Pae: se vós me conhecesseis a mim, tambem conhecerieis a meu Pae. 20 Estas palavras disse Jesus no logar do thesouro, ensinando no templo, [13] e ninguem [14] o prendeu, [15] porque ainda não era chegada a sua hora. 21 Disse-lhes pois Jesus outra vez: Eu retiro-me, e [16] buscar-me-heis, e [17] morrereis no vosso peccado. Para onde eu vou não podeis vós vir. 22 Diziam pois os judeos: Porventura ha de matar-se a si mesmo, pois diz: Para onde eu vou não podeis vós vir? 23 E dizia-lhes: [18] Vós sois debaixo, eu sou de cima; [19] vós sois d’este mundo, eu não sou d’este mundo. 24 Por isso [20] vos disse que morrereis em vossos peccados, [21] porque, se não crerdes o que eu sou, morrereis em vossos peccados. 25 Disseram-lhe pois: Quem és tu? Jesus lhes disse: O mesmo que tambem já desde o principio vos disse. 26 Muitas _coisas_ tenho que dizer e julgar de vós, mas [22] aquelle que me enviou é verdadeiro, [23] e eu o que d’elle tenho ouvido isso fallo ao mundo. 27 _Mas_ não entenderam que elle lhes fallava do Pae. 28 Disse-lhes pois Jesus: Quando levantardes [24] o Filho do homem, [25] então conhecereis quem eu sou, e [26] _que_ nada faço por mim mesmo; mas [27] fallo assim como o Pae m’o ensinou. 29 E aquelle que [28] me enviou está comigo; [29] o Pae não me tem deixado só, [30] porque eu faço sempre o que lhe agrada. 30 Fallando elle estas _coisas_, [31] muitos creram n’elle. 31 Jesus dizia pois aos judeos que criam n’elle: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discipulos; 32 E conhecereis a verdade, e [32] a verdade vos libertará. 33 Responderam-lhe: [33] Somos descendencia de Abrahão, e nunca servimos a ninguem; como dizes tu: Sereis livres? 34 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo [34] que todo aquelle que commette peccado é servo do peccado. 35 Ora [35] o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. 36 Se pois o Filho vos libertar, [36] verdadeiramente sereis livres. 37 Bem sei que sois descendencia de Abrahão; [37] comtudo, procuraes matar-me, porque a minha palavra não cabe em vós. 38 Eu [38] fallo do que vi junto de meu Pae, e vós fazeis o que tambem vistes junto de vosso pae. 39 Responderam, e disseram-lhe: [39] Nosso pae é Abrahão. Jesus disse-lhes: [40] Se fosseis filhos de Abrahão, farieis as obras de Abrahão. 40 Porém [41] agora procuraes matar-me, a mim, _um_ homem que vos tenho fallado a verdade [42] que de Deus tenho ouvido; Abrahão não fez isto. 41 Vós fazeis as obras de vosso pae. Disseram-lhe pois: Nós não somos nascidos [43] da fornicação; temos um Pae, _que é_ Deus. 42 Disse-lhes pois Jesus; [44] Se Deus fosse o vosso Pae, certamente me amarieis, [45] pois que eu sahi, e vim de Deus; [46] porque não vim de mim mesmo, mas elle me enviou. 43 Porque [47] não entendeis a minha linguagem? por não poderdes ouvir a minha palavra. 44 Vós [48] tendes por pae ao diabo, e quereis fazer os desejos de vosso pae: elle foi homicida desde o principio, [49] e não permaneceu na verdade, porque não ha verdade n’elle; quando falla mentira, falla do que lhe é proprio, porque é mentiroso, e pae da mentira. 45 Mas, porque _vos_ digo a verdade, não _me_ crêdes. 46 Quem d’entre vós me convence de peccado? E, se digo a verdade, porque não crêdes? 47 Quem [50] é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não _as_ escutaes, porque não sois de Deus. 48 Responderam pois os judeos, e disseram-lhe: Não dizemos nós bem que és samaritano, e que [51] tens demonio? 49 Jesus respondeu: Eu não tenho demonio, antes honro a meu Pae, e vós me deshonraes. 50 Eu [52] não busco a minha gloria; ha quem _a_ busque, e julgue. 51 Em verdade, em verdade vos digo que, [53] se alguem guardar a minha palavra, nunca verá a morte. 52 Disseram-lhe pois os judeos: Agora conhecemos que tens demonio. [54] Morreu Abrahão e os prophetas; e tu dizes: Se alguem guardar a minha palavra, nunca provará a morte. 53 És tu maior do que o nosso pae Abrahão, que morreu? e tambem os prophetas morreram: quem te fazes tu ser? 54 Jesus respondeu: [55] Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha gloria [56] é nada; quem me glorifica é o meu Pae, o qual dizeis que é vosso Deus. 55 E [57] vós não o conheceis, mas eu conheço-o: e, se disser que o não conheço, serei mentiroso como vós; mas conheço-o e guardo a sua palavra. 56 Abrahão, [58] vosso pae, exultou por ver o meu dia, [59] e viu-_o_, e alegrou-se. 57 Disseram-lhe pois os judeos: Ainda não tens cincoenta annos, e viste Abrahão? 58 Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abrahão fosse feito [60] eu sou. 59 Então [61] pegaram em pedras para lhe atirarem; porém Jesus [62] occultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio d’elles, e assim se retirou. [1] Lev. 20.10. Deu. 22.22. [2] Deu. 17.7. Rom. 2.1. [3] Rom. 2.22. [4] Luc. 9.56 e 12.14. cap. 3.17 e 5.14. [5] cap. 1.4, 5, 9 e 3.19 e 9.5 e 12.35, 36, 46. [6] cap. 5.31. [7] cap. 7.28 e 9.29. [8] cap. 7.24 e 3.17 e 12.47 e 18.36. [9] ver. 29. cap. 16.32. [10] Deu. 17.6 e 19.15. Mat. 18.16. II Cor. 13.1. Heb. 10.28. [11] cap. 5.37. [12] ver. 55. cap. 16.3 e 14.7. [13] Mar. 12.41. [14] cap. 7.30. [15] cap. 7.8. [16] cap. 7.34 e 13.33. [17] ver. 24. [18] cap. 3.31. [19] cap. 15.19 e 17.16. I João 4.5. [20] ver. 21. [21] Mar. 16.16. [22] cap. 7.28. [23] cap. 3.32 e 15.15. [24] cap. 3.14 e 12.32. [25] Rom. 1.4. [26] cap. 5.19, 32. [27] cap. 3.11. [28] cap. 14.10, 11. [29] ver. 16. [30] cap. 4.34. [31] cap. 7.31 e 10.42 e 11.45. [32] Rom. 6.14, 18, 22 e 8.2. Thi. 1.25 e 2.12. [33] Lev. 25.42. Mat. 3.9. [34] Rom. 6.16, 20. II Ped. 2.19. [35] Gal. 4.30. [36] Rom. 8.2. Gal. 5.1. [37] cap. 7.19. ver. 40. [38] cap. 3.32 e 5.19, 30 e 14.10, 24. [39] Mat. 3.9. ver. 33. [40] Rom. 2.28 e 9.7. Gal. 3.7, 29. [41] ver. 37. [42] ver. 26. [43] Isa. 63.16 e 64.8. Mal. 1.6. [44] I João 5.1. [45] cap. 16.27. [46] cap. 5.43. [47] cap. 7.17. [48] Mat. 13.38. I João 3.8. [49] Jud. 6. [50] cap. 10.26, 27. I João 4.6. [51] cap. 7.20 e 10.20. ver. 52. [52] cap. 5.41 e 7.18. [53] cap. 5.24 e 11.26. [54] Zac. 1.5. Heb. 11.13. [55] cap. 5.31. [56] cap. 5.41 e 16.14. Act. 3.13. [57] cap. 7.28, 29. [58] Luc. 10.24. [59] Heb. 11.13. [60] Exo. 3.14. Col. 1.17. Apo. 1.8. [61] cap. 10.31, 39 e 11.8. [62] Luc. 4.30. _Cura d’um cego de nascença._ 9 E, passando _Jesus_, viu um homem cego de nascença. 2 E os seus discipulos lhe perguntaram, dizendo: Rabbi, [1] quem peccou, este ou seus paes, para que nascesse cego? 3 Jesus respondeu: Nem elle peccou nem seus paes; mas [2] foi para que se manifestem n’elle as obras de Deus. 4 Convém [3] que eu faça as obras d’aquelle que me enviou, emquanto é dia: a noite vem, quando ninguem pode trabalhar. 5 Emquanto estou no mundo, sou a luz [4] do mundo. 6 Tendo dito isto, [5] cuspiu na terra, e com o cuspo fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego. 7 E disse-lhe: Vae, lava-te [6] no tanque de Siloé (que significa o Enviado). [7] Foi pois, e lavou-se, e voltou vendo. 8 Então os visinhos, e aquelles que d’antes tinham visto que era cego, diziam: Não é este aquelle que estava assentado e mendigava? 9 Uns diziam: É este. _E_ outros: Parece-se com elle. Elle dizia: Eu sou. 10 Diziam-lhe pois: Como se te abriram os olhos? 11 Elle respondeu, e disse: [8] O homem, chamado Jesus, fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vae ao tanque de Siloé, e lava-te. E fui, e lavei-me, e vi. 12 Disseram-lhe pois: Onde está elle? Elle disse: Não sei. 13 Levaram _pois_ aos phariseos _o_ que d’antes _era_ cego. 14 E era sabbado, quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. 15 Tornaram pois tambem os phariseos a perguntar-lhe como vira, e elle lhes disse: Poz-me lodo sobre os olhos, lavei-me, e vejo. 16 Por isso alguns dos phariseos diziam: Este homem não é de Deus; pois não guarda o sabbado. Diziam outros: [9] Como pode um homem peccador fazer taes signaes? E [10] havia dissensão entre elles. 17 Tornaram _pois_ a dizer ao cego: Tu que dizes d’aquelle que te abriu os olhos? E elle disse: Que [11] é propheta. 18 Os judeos, porém, não creram que elle tivesse sido cego, e que _agora_ visse, emquanto não chamaram os paes do que agora via. 19 E perguntaram-lhes, dizendo: É este o vosso filho, que vós dizeis ter nascido cego? Como pois vê agora? 20 Seus paes lhes responderam, e disseram: Sabemos que este é nosso filho, e que nasceu cego; 21 Mas como agora vê, não sabemos; ou quem lhe tenha aberto os olhos, não sabemos: tem edade, perguntae-lh’o a elle mesmo; e elle fallará por si mesmo. 22 Seus paes [12] disseram isto, porque temiam os judeos. Porquanto já os judeos tinham resolvido que, se alguem confessasse ser elle o Christo, fosse expulso [13] da synagoga. 23 Por isso é que seus paes disseram: Tem edade, perguntae-lh’o a elle mesmo. 24 Chamaram pois segunda vez o homem que tinha sido cego, e disseram-lhe: [14] Dá gloria a Deus; nós [15] sabemos que esse homem é peccador. 25 Respondeu elle pois, e disse: Se é peccador, não sei: uma coisa sei, que, havendo eu sido cego, agora vejo. 26 E tornaram a dizer-lhe: Que te fez elle? Como te abriu os olhos? 27 Respondeu-lhes: Já vol-_o_ disse, e não ouvistes: para que o quereis tornar a ouvir? Quereis vós porventura fazer-vos tambem seus discipulos? 28 Então o injuriaram, e disseram: Discipulo d’elle sejas tu: nós, porém, somos discipulos de Moysés. 29 Nós bem sabemos que Deus fallou a Moysés, [16] mas este não sabemos d’onde é. 30 O homem respondeu, e disse-lhes: [17] N’isto pois está a maravilha, que vós não saibaes d’onde elle é, e me abrisse os olhos; 31 Ora nós sabemos que [18] Deus não ouve a peccadores; mas, se alguem é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve. 32 Desde _todos_ os seculos nunca se ouviu que alguem abrisse os olhos a um que nasceu cego. 33 Se [19] este não fosse de Deus, nada poderia fazer. 34 Responderam elles, e disseram-lhe: Tu [20] és nascido todo em peccados, e nos ensinas a nós? E expulsaram-n’o. 35 Jesus ouviu que o tinham expulsado, e, encontrando-o, disse-lhe: Crês tu no [21] Filho de Deus? 36 Elle respondeu, e disse: Quem é elle, Senhor, para que n’elle creia? 37 E Jesus lhe disse: Tu já o tens visto, e é [22] aquelle que falla comtigo. 38 Elle disse: Creio, Senhor. E o adorou. 39 E disse-lhe Jesus: [23] Eu vim a este mundo para juizo, [24] a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem sejam cegos. 40 Aquelles dos phariseos, que estavam com elle, [25] ouvindo isto, disseram-lhe: Tambem nós somos cegos? 41 Disse-lhes Jesus: [26] Se fosseis cegos, não terieis peccado; mas agora dizeis: Vemos; por isso o vosso peccado permanece. [1] ver. 34. [2] cap. 11.4. [3] cap. 4.34 e 5.19, 36. [4] cap. 1.5, 9 e 3.19. [5] Mar. 7.33 e 8.23. [6] Neh. 3.15. [7] II Reis 5.14. [8] ver. 6, 7. [9] ver. 33. cap. 3.2. [10] cap. 7.12, 43 e 10.19. [11] cap. 4.19 e 6.14. [12] cap. 7.13. Act. 5.13. [13] ver. 34. cap. 16.2. [14] Jos. 7.19. I Sam. 6.5. [15] ver. 16. [16] cap. 8.14. [17] cap. 3.10. [18] Job 27.9. Pro. 1.28. Isa. 1.15. Jer. 11.11. [19] ver. 16. [20] ver. 2. [21] Mat. 14.33. Mar. 1.1. I João 5.15. [22] cap. 4.26. [23] cap. 5.22, 27 e 3.17 e 12.47. [24] Mat. 13.13. [25] Rom. 2.19. [26] cap. 15.22, 24. _Jesus, o bom pastor._ 10 Na verdade, na verdade vos digo que aquelle que não entra pela porta no [AHT] curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. 2 Mas aquelle que entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3 A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome ás suas ovelhas, e as traz para fóra. 4 E, quando tira para fóra as suas ovelhas, vae adiante d’ellas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz; 5 Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão d’elle, porque não conhecem a voz dos estranhos. 6 Jesus disse-lhes esta parabola; porém elles não entenderam o que era que lhes dizia. 7 Tornou pois Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. 8 Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram. 9 Eu [1] sou a porta; se alguem entrar por mim, salvar-se-ha, e entrará, e sairá, e achará pasto. 10 O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir: eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundancia. 11 Eu [2] sou o bom Pastor: o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. 12 Mas o mercenario, e o que não é pastor, de quem não são proprias as ovelhas, vê vir o lobo, [3] e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa. 13 Ora o mercenario foge, porque é mercenario, e não tem cuidado das ovelhas. 14 Eu sou o bom Pastor, [4] e conheço as minhas, e das minhas sou conhecido. 15 Assim [5] como o Pae me conhece a mim, tambem eu conheço o Pae, [6] e dou a minha vida pelas ovelhas. 16 Ainda tenho [7] outras ovelhas que não são d’este curral; tambem me convem trazer estas, e ellas ouvirão a minha voz, [8] e haverá um rebanho _e_ um Pastor. 17 Por isso o Pae me ama, [9] porque dou a minha vida para tornar a tomal-a. 18 Ninguem m’a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho [10] poder para a dar, e poder para tornar a tomal-a. [11] Este mandamento recebi de meu Pae. 19 Tornou pois a haver divisão entre os judeos por causa d’estas palavras. 20 E [12] muitos d’elles diziam: Tem [13] demonio, e está fóra de si: porque o ouvis? 21 Diziam outros: Estas palavras não são de endemoninhado; pode [14] porventura um demonio abrir [15] os olhos aos cegos? _A festa da dedicação. Jesus, interrogado pelos judeos, declara-se o Messias, Filho de Deus. Desejam apedrejal-o, e elle retira-se para além do Jordão._ 22 E em Jerusalem era a _festa da_ dedicação, e era inverno. 23 E Jesus andava passeando no templo, [16] no alpendre de Salomão. 24 Rodearam-n’o pois os judeos, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Christo, dize-nol-o abertamente. 25 Respondeu-lhes Jesus: Já vol-_o_ tenho dito, e não _o_ crêdes. As [17] obras que eu faço, em nome de meu Pae, essas testificam de mim. 26 Mas [18] vós não crêdes, porque não sois das minhas ovelhas, como _já_ vol-o tenho dito. 27 As [19] minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e ellas me seguem; 28 E dou-lhes a vida eterna, [20] e nunca perecerão, e ninguem as arrebatará da minha mão. 29 [21] Meu Pae, que m’_as_ deu, é maior do que todos; e ninguem pode arrebatal-as da mão de meu Pae. 30 Eu [22] e o Pae somos um. 31 Os judeos pegaram então [23] outra vez em pedras para o apedrejar. 32 Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas de meu Pae; por qual d’estas obras me apedrejaes? 33 Os judeos responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por obra boa, mas pela blasphemia; porque, sendo tu homem, [24] te fazes Deus a ti mesmo. 34 Respondeu-lhes Jesus: [25] Não está escripto na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? 35 Pois, se a lei chamou deuses áquelles [26] a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escriptura não pode ser annullada), 36 _A mim_, [27] a quem o Pae sanctificou, e [28] enviou ao mundo, vós dizeis: Blasphemas; [29] porque disse: [30] Sou Filho de Deus? 37 Se [31] não faço as obras de meu Pae, não me acrediteis. 38 Porém, se as faço, e não crêdes em mim, crêde [32] nas obras; para que conheçaes e acrediteis que [33] o Pae está em mim e eu n’elle. 39 Procuravam [34] pois prendel-o outra vez, mas elle escapou-se de suas mãos, 40 E retirou-se outra vez para além do Jordão, para o [35] logar onde João tinha primeiramente baptizado; e ali ficou. 41 E muitos iam ter com elle, e diziam: Na verdade João não fez signal algum, [36] mas tudo quanto João disse d’este [37] era verdade. 42 E muitos ali crêram n’elle. [1] cap. 14.6. Eph. 2.18. [2] Isa. 40.11. Exo. 34.12, 23. Heb. 13.20. I Ped. 2.25. [3] Zac. 11.16, 17. [4] II Tim. 2.19. [5] Mat. 11.27. [6] cap. 15.13. [7] Isa. 56.8. [8] Eze. 37.22. I Ped. 2.25. [9] Isa. 53.7, 8, 12. Heb. 2.9. [10] cap. 2.19. [11] cap. 6.38. Act. 2.24, 32. [12] cap. 7.43 e 9.16. [13] cap. 7.20 e 8.48, 52. [14] Exo. 4.11. [15] cap. 9.6, 7, 32, 33. [16] Act. 3.11 e 5.12. [17] ver. 38. cap. 3.2 e 5.36. [18] cap. 8.47. I João 4.6. [19] ver. 4, 14. [20] cap. 6.37 e 17.11, 12. [21] cap. 14.28 e 17.2, 6, etc. [22] cap. 17.11, 22. [23] cap. 8.59. [24] cap. 5.18. [25] Psa. 82.6. [26] Rom. 13.1. [27] cap. 6.27. [28] cap. 3.17 e 5.36, 37. [29] cap. 5.17, 18. [30] Luc. 1.35, 37. [31] cap. 15.24. [32] cap. 5.36. [33] cap. 14.10, 11. [34] cap. 7.30, 44 e 8.59. [35] cap. 1.28. [36] cap. 3.30. [37] cap. 8.30 e 11.45. _A resurreição de Lazaro._ [Anno Domini 33] 11 Estava então enfermo um _certo_ Lazaro, de Bethania, aldeia de [1] Maria e de Martha, sua irmã. 2 E [2] Maria era a que ungiu o Senhor com unguento, e lhe enxugou os pés com os seus cabellos; cujo irmão Lazaro estava enfermo. 3 Mandaram-lhe pois _suas_ irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquelle que tu amas. 4 E Jesus, ouvindo _isto_, disse: Esta enfermidade não é para morte, [3] mas para gloria de Deus; para que o Filho de Deus seja glorificado por ella. 5 Ora Jesus amava a Martha, e a sua irmã e a Lazaro. 6 Ouvindo pois que estava enfermo, [4] ficou ainda dois dias no logar onde estava. 7 Depois d’isto, disse aos seus discipulos: Vamos outra vez para a Judéa. 8 Dizem-lhe os discipulos: Rabbi, ainda agora [5] os judeos procuravam apedrejar-te, e tornas para lá? 9 Jesus respondeu: Não ha doze horas no dia? [6] Se alguem andar de dia, não tropeça, porque vê a luz d’este mundo; 10 Mas, se alguem [7] andar de noite, tropeça, porque n’elle não ha luz. 11 Isto fallou; e depois disse-lhes: Lazaro, o nosso amigo, [8] dorme, mas vou despertal-o do somno. 12 Disseram pois os seus discipulos: Senhor, se dorme, estará salvo. 13 Mas Jesus dizia _isto_ da sua morte; elles, porém, cuidavam que fallava do repouso do dormir. 14 Então pois Jesus disse-lhes claramente: Lazaro está morto; 15 E folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis: porém vamos ter com elle. 16 Disse pois Thomé, chamado Didymo, aos condiscipulos: Vamos nós tambem, para morrermos com elle. 17 Chegando pois Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura 18 (Ora Bethania distava de Jerusalem quasi quinze estadios). 19 E muitos dos judeos tinham ido consolar a Martha e a Maria, ácerca de seu irmão. 20 Ouvindo pois Martha que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro: Maria, porém, ficou assentada em casa. 21 Disse pois Martha a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. 22 Mas tambem agora [9] sei que tudo quanto pedires a Deus Deus t’_o_ dará. 23 Disse-lhe Jesus: Teu irmão ha de resuscitar. 24 Disse-lhe Martha: [10] Eu sei que ha de resuscitar na resurreição do ultimo dia. 25 Disse-lhe Jesus: Eu sou [11] a resurreição e a [12] vida; [13] quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; 26 E todo aquelle que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto? 27 Disse-lhe ella: Sim, [14] Senhor, creio que tu és o Christo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo. 28 E, dito isto, partiu, e chamou em segredo a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está cá, e chama-te. 29 Ella, ouvindo _isto_, levantou-se logo, e foi ter com elle. 30 Porque ainda Jesus não tinha chegado á aldeia, mas estava no logar onde Martha o encontrara. 31 Vendo [15] pois os judeos, que estavam com ella em casa e a consolavam, que Maria apressadamente se levantara e saira, seguiram-n’a, dizendo: Vae ao sepulchro para chorar ali. 32 Tendo pois Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos [16] seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. 33 Jesus pois, vendo-a chorar, e os judeos que com ella vinham tambem chorando, moveu-se muito em espirito, e perturbou-se. 34 E disse: Onde o pozestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê. 35 Jesus [17] chorou. 36 Disseram pois os judeos: Vêde como o amava. 37 E alguns d’elles disseram: Não podia este, [18] que abriu os olhos ao cego, fazer tambem com que este não morresse? 38 Jesus pois, movendo-se outra vez muito em si mesmo, vem ao sepulchro; e era uma caverna, e tinha uma pedra posta sobre ella. 39 Disse Jesus: Tirae a pedra. Martha, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é _já_ de quatro dias. 40 Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se crêres, [19] verás a gloria de Deus? 41 Tiraram pois a pedra d’onde o defunto jazia. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pae, graças te dou, por me haveres ouvido. 42 Pois eu bem sei que sempre me ouves, [20] mas eu disse _isto_ por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste. 43 E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lazaro, sae para fóra. 44 E o defunto saiu, tendo as mãos e pés ligados com faxas, [21] e o seu rosto envolto n’um lenço. Disse-lhes Jesus: Desligae-o, e deixae-o ir. 45 Muitos pois d’entre os judeos, que tinham vindo a Maria, [22] e que tinham visto o que Jesus fizera, crêram n’elle. _Os phariseos formam conselho para matarem Jesus._ 46 Mas alguns d’elles foram ter com os phariseos, e disseram-lhes o que Jesus tinha feito. 47 Depois [23] os principaes dos sacerdotes e os phariseos formaram conselho, e diziam: [24] Que faremos? porque este homem faz muitos signaes. 48 Se o deixamos assim, todos crerão n’elle, e os romanos virão, e tirar-nos-hão o nosso logar e a nação. 49 E um d’elles, _chamado_ [25] Caiphás, que era summo sacerdote n’aquelle anno, lhes disse: Vós nada sabeis, 50 Nem [26] consideraes que nos convem que um homem morra pelo povo, e _que_ não pereça toda a nação. 51 Ora elle não disse isto de si mesmo, mas, sendo o summo sacerdote n’aquelle anno, prophetizou que Jesus devia morrer pela nação. 52 E [27] não sómente [28] pela nação, mas tambem para ajuntar em um _corpo_ os filhos de Deus, que andavam dispersos. 53 Desde aquelle dia, pois, consultavam-se para o matarem. 54 Jesus, [29] pois, já não andava manifestamente entre os judeos, mas retirou-se d’ali para a terra junto do deserto, para uma cidade chamada [30] Ephraim; e ali andava com os seus discipulos. 55 E [31] estava proxima a paschoa dos judeos, e muitos d’aquella terra subiram a Jerusalem antes da paschoa para se purificarem. 56 Buscavam [32] pois a Jesus, e diziam uns aos outros, estando no templo: Que vos parece? Não virá á festa? 57 Ora os principaes dos sacerdotes e os phariseos tinham dado ordem para que, se alguem soubesse onde elle estava, o denunciasse, para o prenderem. [1] Luc. 10.38, 39. [2] Mat. 26.7. cap. 12.2. [3] cap. 9.3. ver. 40. [4] cap. 10.40. [5] cap. 10.31. [6] cap. 9.4. [7] cap. 12.35. [8] Deu. 31.16. Dan. 12.2. I Cor. 15.18, 51. [9] cap. 9.31. [10] Luc. 14.14. cap. 5.29. [11] cap. 5.21. [12] cap. 1.4. Col. 3.4. I João 1.1, 2. [13] cap. 3.36. I João 5.10, etc. [14] Mat. 16.16. [15] ver. 19. [16] ver. 21. [17] Luc. 19.41. [18] cap. 9.6. [19] ver. 4, 23. [20] cap. 12.30. [21] cap. 20.7. [22] cap. 2.23. [23] Psa. 2.2. [24] cap. 12.19. [25] Luc. 3.2. cap. 18.14. Act. 4.6. [26] cap. 18.14. [27] Isa. 49.6. I João 2.2. [28] Eph. 2.14, 15, 16, 17. [29] cap. 4.1, 3 e 7.1. [30] II Chr. 13.19. [31] cap. 2.13 e 5.1. [32] cap. 7.11. _Maria unge com unguento os pés de Jesus._ Mat. 26.6, etc. e refs. 12 Foi pois Jesus seis dias antes da paschoa a Bethania, [1] onde estava Lazaro, o que fallecera, e a quem resuscitara dos mortos. 2 Fizeram-lhe [2] pois ali uma ceia, e Martha servia, e Lazaro era um dos que estavam á mesa com elle. 3 Então [3] Maria, tomando um arratel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabellos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento. 4 Então um dos seus discipulos, Judas Iscariotes, _filho_ de Simão, o que havia de trahil-o, disse: 5 Porque não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? 6 Ora elle disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, [4] e tinha a bolsa, e trazia o que _n’ella_ se lançava. 7 Disse pois Jesus: Deixae-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; 8 Porque [5] os pobres sempre os tendes comvosco; porém a mim nem sempre me tendes. 9 E muita gente dos judeos soube que elle estava ali; e foram, não só por causa de Jesus, mas tambem para vêr a Lazaro, a quem [6] resuscitara dos mortos. 10 E [7] os principaes dos sacerdotes consultaram matar tambem a Lazaro; 11 Porque [8] muitos dos judeos, por causa d’elle, iam, e criam em Jesus. _A entrada triumphal de Jesus em Jerusalem._ Mat. 21.1, etc. e refs. 12 No [9] dia seguinte, ouvindo _uma_ grande multidão, que viera á festa, que Jesus ia de Jerusalem, 13 Tomaram ramos de palmeiras, e sairam-lhe ao encontro, e clamavam: [10] Hosanna: Bemdito o rei d’Israel que vem em nome do Senhor. 14 E [11] achou Jesus um jumentinho, e assentou-se sobre elle, como está escripto: 15 Não [12] temas, ó filha de Sião; eis que o teu Rei vem assentado sobre o filho de uma jumenta. 16 Os [13] seus discipulos, porém, não entenderam isto no principio; [14] mas, quando Jesus foi glorificado, [15] então se lembraram de que isto estava escripto d’elle, e _que_ isto lhe fizeram. 17 A multidão, pois, que estava com elle quando Lazaro foi chamado da sepultura, testificava que _elle_ o resuscitara dos mortos. 18 Pelo [16] que a multidão lhe saiu ao encontro, porque tinham ouvido que elle fizera este signal. 19 Disseram pois _os_ phariseos entre si: [17] Vêdes que nada aproveitaes? eis que o mundo vae após elle. _Alguns gregos desejam ver a Jesus. Jesus falla da sua glorificação; ouve-se uma voz do céu. Jesus, a luz do mundo._ 20 E [18] havia alguns gregos, entre os [19] que tinham subido a adorar no _dia_ da festa. 21 Estes, pois, dirigiram-se a Philippe, [20] que era de Bethsaida na Galilea, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queriamos vêr a Jesus. 22 Philippe foi dizel-o a André, e então André e Philippe o disseram a Jesus. 23 E Jesus lhes respondeu, dizendo: [21] É chegada a hora em que o Filho do homem ha de ser glorificado. 24 Na verdade, na verdade vos digo [22] que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica elle só; porém, se morrer, dá muito [23] fructo. 25 Quem ama a sua vida perdel-a-ha, e quem n’este mundo aborrece a sua vida guardal-a-ha para a vida eterna. 26 Se alguem me serve, siga-me, [24] e, onde eu estiver, ali estará tambem o meu servo. E, se alguem me servir, _meu_ Pae o honrará. 27 Agora [25] a minha alma está turbada; e que direi eu? Pae, salva-me d’esta hora, [26] mas para isto vim a esta hora. 28 Pae, glorifica o teu nome. [27] Então veiu uma voz do céu, _que dizia: Já o_ tenho glorificado, e outra vez o glorificarei. 29 Ora a multidão que ali estava, e que _a_ tinha ouvido, dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe fallou. 30 Respondeu Jesus, e disse: [28] Não veiu esta voz por amor de mim, mas por amor de vós. 31 Agora é o juizo d’este mundo: agora será expulso [29] o principe d’este mundo. 32 E eu, [30] quando fôr levantado da terra, [31] todos attrahirei a mim. 33 E dizia isto, [32] significando de que morte havia de morrer. 34 Respondeu-lhe a multidão: [33] Nós temos ouvido da lei, que o Christo permanece para sempre; e como dizes tu que convem que o Filho do homem seja levantado? Quem é esse Filho do homem? 35 Disse-lhes pois Jesus: A luz ainda está comvosco [34] por um pouco de tempo; [35] andae emquanto tendes luz, para que as trevas vos não apanhem. E quem [36] anda nas trevas não sabe para onde vae. 36 Emquanto tendes luz, crêde na luz, para que sejaes [37] filhos da luz. Estas _coisas_ disse Jesus; e, retirando-se, [38] escondeu-se d’elles. 37 E, ainda que tinha feito tantos signaes diante d’elles, não criam n’elle; 38 Para que se cumprisse a palavra do propheta Isaias, que diz: [39] Senhor, quem creu na nossa prégação? e a quem foi revelado o braço do Senhor? 39 Por isso não podiam crêr, porquanto Isaias disse outra vez: 40 Cegou-lhes [40] os olhos, e endureceu-lhes o coração, afim de que não vejam com os olhos, e _não_ comprehendam com o coração, e se convertam, e eu os cure. 41 Isaias disse isto [41] quando viu a sua gloria e fallou d’elle. 42 Comtudo, até muitos dos principaes crêram n’elle; mas [42] não o confessavam por causa dos phariseos, para não serem expulsos da synagoga. 43 Porque [43] amavam mais a gloria dos homens do que a gloria de Deus. 44 E Jesus clamou, e disse: [44] Quem crê em mim, crê, não em mim, mas n’aquelle que me enviou. 45 E quem [45] me vê a mim, vê aquelle que me enviou. 46 Eu [46] sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquelle que crê em mim não permaneça nas trevas. 47 E, se alguem ouvir as minhas palavras, e não crêr, [47] eu não o julgo: porque [48] eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. 48 Quem [49] me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, _já_ tem quem o julgue; a [50] palavra que tenho fallado, essa o ha de julgar no ultimo dia. 49 Porque [51] eu não tenho fallado de mim mesmo; porém o Pae, que me enviou, elle me deu mandamento [52] sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de fallar: 50 E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Assim que, o que eu fallo, fallo-o como o Pae m’o tem dito. [1] cap. 11.1, 43. [2] Mar. 14.3. [3] Luc. 10.38, 39. cap. 11.2. [4] cap. 13.29. [5] Mat. 26.11. Mar. 14.7. [6] cap. 11.43, 44. [7] Luc. 16.31. [8] cap. 11.45. ver. 18. [9] Mar. 11.8. [10] Psa. 118.25, 26. [11] Mat. 21.7. [12] Zac. 9.9. [13] Luc. 18.34. [14] cap. 7.39. [15] cap. 14.26. [16] ver. 11. [17] cap. 11.47, 48. [18] Act. 17.4. [19] I Reis 8.41, 42. Act. 8.27. [20] cap. 1.44. [21] cap. 13.32 e 17.1. [22] I Cor. 15.36. [23] Mat. 10.39. Mar. 8.35. [24] cap. 14.3 e 17.24. I The. 4.17. [25] Mat. 26.38, 39. Luc. 12.50. [26] Luc. 22.53. [27] Mat. 3.17. [28] cap. 11.42. [29] Mat. 12.29. Act. 26.18. II Cor. 4.4. [30] cap. 3.14 e 8.28. [31] Rom. 5.18. Heb. 2.9. [32] cap. 18.32. [33] Isa. 9.7. Dan. 2.44 e 7.14, 27. [34] cap. 1.9. ver. 46. [35] Jer. 13.16. Eph. 5.8. [36] cap. 11.10. I João 2.11. [37] I The. 5.5. I João 2.9, 10, 11. [38] cap. 8.59. [39] Isa. 53.1. Rom. 10.16. [40] Isa. 6.9, 10. Mat. 13.14. [41] Isa. 6.1. [42] cap. 7.13 e 9.22. [43] cap. 5.44. [44] Mar. 9.37. I Ped. 1.21. [45] cap. 14.9. [46] ver. 35, 36. cap. 3.19. [47] cap. 5.45. [48] cap. 3.17. [49] Luc. 10.16. [50] Deu. 18.19. Mar. 16.16. [51] cap. 8.38. [52] Deu. 18.18. _Jesus lava os pés aos discipulos._ 13 Ora, [1] antes da festa da paschoa, sabendo Jesus que _já_ era chegada [2] a sua hora de passar d’este mando para o Pae, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até ao fim. 2 E, acabada a ceia, [3] tendo já o diabo insinuado no coração de Judas Iscariotes, _filho_ de Simão, que o trahisse, 3 Jesus, sabendo [4] que o Pae tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e [5] que havia saido de Deus e ia para Deus, 4 Levantou-se [6] da ceia, tirou os vestidos, e, tomando uma toalha, cingiu-se. 5 Depois deitou agua n’_uma_ bacia, e começou a lavar os pés aos discipulos, e a enxugar-_lh’os_ com a toalha com que estava cingido. 6 Approximou-se pois de Simão Pedro, e elle lhe disse: Senhor, [7] tu lavas-me os pés a mim? 7 Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, [8] mas tu o saberás depois. 8 Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu [9] te não lavar, não tens parte comigo. 9 Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas tambem as mãos e a cabeça. 10 Disse-lhe Jesus: Aquelle que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. [10] Ora vós estaes limpos, mas não todos. 11 Porque [11] bem sabia elle quem o havia de trahir; por isso disse: Nem todos estaes limpos. 12 Depois que lhes lavou os pés, e tomou os seus vestidos, tornou-se a assentar _á mesa_, e disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? 13 Vós [12] me chamaes Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou: 14 Pois se [13] eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, [14] vós deveis tambem lavar os pés uns aos outros. 15 Porque [15] eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façaes vós tambem. 16 Na [16] verdade, na verdade vos digo _que_ não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquelle que o enviou. 17 Se [17] sabeis estas _coisas_, bemaventurados sois se as fizerdes. 18 Não fallo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escriptura, [18] _que diz_: O que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar. 19 Já [19] agora vol-o digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou. 20 Na [20] verdade, na verdade vos digo _que_, se alguem receber o que eu enviar, me recebe a mim, e quem me recebe a mim recebe aquelle que me enviou. _Jesus prediz que Judas o ha de trahir._ Mat. 26.21. Mar. 14.18. 21 Tendo Jesus dito isto, [21] turbou-se em espirito, e testificou, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que [22] um de vós me ha de trahir. 22 Então os discipulos olhavam uns para os outros, duvidando de quem elle fallava. 23 Ora [23] um de seus discipulos, aquelle a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus. 24 Então Simão Pedro fez signal a este, para que perguntasse quem era aquelle de quem elle fallava. 25 E, inclinando-se elle sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, quem é? 26 Jesus respondeu: É aquelle a quem eu der o bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, _filho_ de Simão. 27 E, [24] após o bocado, entrou n’elle Satanás. Disse pois Jesus: O que fazes, fal-o depressa. 28 E nenhum dos que estavam assentados _á mesa_ comprehendeu a que proposito lhe dissera _isto_; 29 Porque, como [25] Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessario para a festa; ou que désse alguma coisa aos pobres. 30 E, tendo tomado o bocado, saiu logo. E era já noite. _As ultimas instrucções de Jesus aos discipulos. A razão da sua saida do mundo. A promessa do Consolador._ 31 Tendo elle pois saido, disse Jesus: [26] Agora é glorificado o Filho do homem, [27] e Deus é glorificado n’elle. 32 Se [28] Deus é glorificado n’elle, tambem Deus o glorificará em si mesmo, [29] e logo o ha de glorificar. 33 Filhinhos, ainda por um pouco estou comvosco. Vós me buscareis, [30] e, como tinha dito aos judeos: Para onde eu vou não podeis vós ir: _assim_ vol-o digo eu tambem agora. 34 Um [31] novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei a vós, que tambem vós uns a outros vos ameis. 35 N’isto [32] todos conhecerão que sois meus discipulos, se vós tiverdes amor uns aos outros. 36 Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vaes? Jesus lhe respondeu: Para onde eu vou não podes agora seguir-me, [33] porém depois me seguirás. 37 Disse-lhe Pedro: Porque não posso seguir-te agora? [34] Por ti darei a minha vida. 38 Respondeu-lhe Jesus: Tu darás a tua vida por mim? Na verdade, na verdade te digo: não cantará o gallo emquanto me não tiveres negado tres vezes. [1] Mat. 26.2. [2] cap. 12.23. [3] Luc. 22.3. ver. 27. [4] Mat. 11.27. I Cor. 15.27. [5] cap. 8.42. [6] Luc. 22.27. Phi. 2.7, 8. [7] Mat. 3.14. [8] ver. 12. [9] Eph. 5.26. Tito 3.5. Heb. 10.22. [10] cap. 15.3. [11] cap. 6.65. [12] Mat. 23.8, 10. Luc. 6.46. [13] Luc. 22.27. [14] Rom. 12.10. I Ped. 5.5. [15] Mat. 11.29. I João 2.6. [16] Mat. 10.24. Luc. 6.40. [17] Thi. 1.25. [18] Psa. 41.9. Mat. 26.23. ver. 21. [19] cap. 14.29 e 16.4. [20] Mat. 10.40. Luc. 10.16. [21] cap. 12.27. [22] Act. 1.17. I João 2.19. [23] cap. 19.26. [24] Luc. 22.3. cap. 6.70. [25] cap. 12.6. [26] cap. 12.23. [27] cap. 14.13. I Ped. 4.11. [28] cap. 17.1, 4, 5, 6. [29] cap. 12.23. [30] cap. 7.34 e 8.21. [31] Lev. 19.18. I Ped. 1.22. I João 2.7, 8. [32] I João 2.5 e 4.20. [33] cap. 21.18. II Ped. 1.14. [34] Mat. 26.33, 34, 35. Luc. 22.33, 34. 14 Não [1] se turbe o vosso coração: crêdes em Deus, crêde tambem em mim. 2 Na casa de meu Pae ha muitas moradas; senão, eu vol-o teria dito; [2] vou preparar-vos logar. 3 E, se eu fôr, e vos preparar logar, [3] virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que [4] onde eu estiver estejaes vós tambem. 4 E _já_ sabeis para onde vou, e sabeis o caminho. 5 Disse-lhe Thomé: Senhor, nós não sabemos para onde vaes; e como podemos saber o caminho? 6 Disse-lhe Jesus: Eu sou [5] o caminho, [6] e a verdade e [7] a vida. [8] Ninguem vem ao Pae, senão por mim. 7 Se [9] vós me conhecesseis a mim, tambem conhecerieis a meu Pae; e _já_ desde agora o conheceis, e o tendes visto. 8 Disse-lhe Philippe: [10] Senhor, mostra-nos o Pae, e _isso_ nos basta. 9 Disse-lhe Jesus: Estou ha tanto tempo comvosco, e não me tendes conhecido, Philippe? quem me vê a mim vê o Pae: e como dizes tu: Mostra-nos o Pae? 10 Não crês tu que [11] eu _estou_ no Pae, e que o Pae está em mim? As palavras que eu vos digo [12] não _as_ digo de mim mesmo, mas o Pae, que está em mim, é quem faz as obras. 11 Crêde-me que _estou_ no Pae, e _que_ o Pae _está_ em mim: crêde-me, ao menos, por causa das mesmas obras. 12 Na verdade, na verdade vos digo que aquelle que crê [13] em mim tambem fará as obras [14] que eu faço, e _as_ fará maiores do que estas; porque eu vou para meu Pae. 13 E [15] tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pae seja glorificado no Filho. 14 Se pedirdes alguma _coisa_ em meu nome, eu _o_ farei. 15 Se [16] me amaes, guardae os meus mandamentos. 16 E eu rogarei ao Pae, e [17] elle vos dará outro Consolador, para que fique comvosco para sempre: 17 O [18] Espirito de verdade, [19] que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece: mas vós o conheceis, porque habita comvosco, [20] e estará em vós. 18 Não [21] vos deixarei orphãos; [22] voltarei para vós. 19 Ainda um pouco, e o mundo não me verá [23] mais, porém vós [24] me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis. 20 N’aquelle dia conhecereis que [25] _estou_ em meu Pae, e vós em mim, e eu em vós. 21 Aquelle [26] que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquelle que me ama será amado de meu Pae, e eu o amarei, e me manifestarei a elle. 22 Disse-lhe [27] Judas (não o Iscariotes): Senhor, d’onde vem que te has de manifestar a nós, e não ao mundo? 23 Jesus respondeu, e disse-lhe: Se [28] alguem me ama, guardará a minha palavra, e meu Pae o amará, [29] e viremos para elle, e faremos n’elle morada. 24 Quem me não ama não guarda as minhas palavras; e [30] a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pae que me enviou. 25 Tenho-vos dito estas _coisas_, estando _ainda_ comvosco. 26 Mas [31] aquelle [AHU] Consolador, o Espirito Sancto, que o Pae enviará em meu nome, [32] esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. 27 Deixo-vos a [33] paz, a minha paz vos dou: não vol-a dou como o mundo a dá. [34] Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. 28 Ouvistes que [35] eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me amasseis, certamente exultarieis por ter dito: [36] Vou para o Pae; porque meu [37] Pae é maior do que eu. 29 Eu vol-o [38] disse agora antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis. 30 Já não fallarei muito comvosco; porque _já_ [39] se approxima o principe d’este mundo, e nada tem em mim. 31 Mas para que o mundo saiba que eu amo o Pae, [40] e que faço como o Pae me mandou, levantae-vos, vamo-nos d’aqui. [1] ver. 27. cap. 16.22, 23. [2] cap. 13.33, 36. [3] ver. 18, 28. Act. 1.11. [4] cap. 12.26. I The. 4.16. [5] Heb. 9.8. [6] cap. 1.17. [7] cap. 1.4. [8] cap. 10.9. [9] cap. 8.19. [10] cap. 12.45. Col. 1.15. Heb. 1.3. [11] cap. 10.38. [12] cap. 5.19 e 12.49. [13] cap. 5.36. [14] Mat. 21.21. Luc. 10.17. [15] Mat. 7.7. Mar. 11.24. Luc. 11.9. [16] ver. 21, 23. I João 5.3. [17] cap. 15.26. Rom. 8.15, 26. [18] cap. 15.26. I João 4.6. [19] I Cor. 2.14. [20] I João 2.27. [21] Mat. 28.20. [22] ver. 3, 28. [23] cap. 16.16. [24] I Cor. 15.20. [25] ver. 10. cap. 10.38. [26] ver. 15, 23. I João 2.5. [27] Luc. 6.16. [28] ver. 15. [29] I João 2.24. Apo. 3.20. [30] ver. 10. cap. 5.19, 38. [31] ver. 16. Luc. 24.49. [32] cap. 2.22. I João 2.20, 27. [33] Phi. 4.7. Col. 3.15. [34] ver. 1. [35] ver. 3, 18. [36] ver. 12. [37] cap. 5.18. Phi. 2.6. [38] cap. 13.19. [39] cap. 12.31. [40] Phi. 2.8. Heb. 5.8. _Continuação das ultimas instrucções aos discipulos. União intima entre Jesus e os crentes._ 15 Eu sou a videira verdadeira, e meu Pae é o lavrador. 2 Toda [1] a vara em mim, que não dá fructo, a tira; e alimpa toda a que dá fructo, para que dê mais fructo. 3 Vós [2] _já_ estaes limpos, pela palavra que vos tenho fallado. 4 Estae [3] em mim, e eu em vós: como a vara de si mesma não pode dar fructo, se não estiver na videira, assim nem vós, se não estiverdes em mim. 5 Eu sou a videira, vós as varas: quem está em mim, e eu n’elle, esse dá muito [4] fructo; porque sem mim nada podeis fazer. 6 Se alguem não estiver em mim, será [5] lançado fóra, como a vara, e seccará; e os colhem, e _os_ lançam no fogo, e ardem. 7 Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, [6] pedireis tudo o que quizerdes, e vos será feito. 8 N’isto é glorificado meu Pae, que [7] deis muito fructo; [8] e assim sereis meus discipulos. 9 Como o Pae me amou, tambem eu vos amei a vós; permanecei n’_este_ meu amor. 10 Se [9] guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; como eu tenho guardado os mandamentos de meu Pae, e permaneço no seu amor. 11 Tenho-vos dito estas _coisas_, para que o meu gozo permaneça em vós, [10] e o vosso gozo seja cumprido. 12 O [11] meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. 13 Ninguem [12] tem maior amor do que este: de dar alguem a sua vida pelos seus amigos. 14 Vós [13] sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15 Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, [14] porque tudo quanto ouvi de meu Pae vos tenho feito conhecer. 16 Não [15] me escolhestes vós a mim, porém eu vos escolhi a vós, e vos [16] constitui, para que vades e deis fructo, e o vosso fructo permaneça; [17] para que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pae elle vol-o conceda. 17 Isto [18] vos mando: que vos ameis uns aos outros. 18 Se [19] o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim. 19 Se [20] vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque [21] não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso o mundo vos aborrece. 20 Lembrae-vos da palavra que vos disse: [22] Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, tambem vos perseguirão a vós; [23] se guardaram a minha palavra, tambem guardarão a vossa. 21 Mas [24] tudo isto vos farão por causa do meu nome; porque não conhecem aquelle que me enviou. 22 Se [25] eu não viera, nem lhes houvera fallado, não teriam peccado, [26] mas agora não teem desculpa do seu peccado. 23 Aquelle [27] que me aborrece aborrece tambem a meu Pae. 24 Se eu entre elles não fizesse obras, [28] quaes nenhum outro tem feito, não teriam peccado; mas agora, viram-n’as e me aborreceram a mim e a meu Pae. 25 Mas _isto é_ para que se cumpra a palavra que está escripta na sua lei: [29] Aborreceram-me sem causa. 26 Mas, quando [30] vier o Consolador, que eu da parte do Pae vos hei de enviar, _a saber_, aquelle Espirito de verdade, que procede do Pae, elle [31] testificará de mim. 27 E [32] vós tambem testificareis, pois estivestes [33] comigo desde o principio. [1] Mat. 15.13. [2] Eph. 5.26. I Ped. 1.22. [3] Col. 1.23. I João 2.6. [4] Ose. 14.8. Phi. 1.11. [5] Mat. 3.10 e 7.19. [6] ver. 16. cap. 14.13, 14. [7] Mat. 5.16. Phi. 1.11. [8] cap. 8.31. [9] cap. 14.15, 21, 23. [10] cap. 16.24. I João 1.4. [11] I The. 4.9. I Ped. 4.8. I João 3.11. [12] I João 3.16. [13] cap. 14.15, 23. Mat. 12.50. [14] Gen. 18.17. Act. 20.27. [15] cap. 6.70. I João 4.10, 19. [16] Mat. 28.19. Col. 1.6. [17] ver. 7. cap. 14.13. [18] ver. 12. [19] I João 3.1, 13. [20] I João 4.5. [21] cap. 17.14. [22] Mat. 10.24. Luc. 6.40. [23] Eze. 3.7. [24] Mat. 10.22 e 24.9. [25] cap. 9.41. [26] Rom. 1.20. Thi. 4.17. [27] I João 2.23. [28] cap. 3.2 e 7.31. [29] Psa. 35.19 e 69.4. [30] Luc. 24.49. Act. 2.33. [31] I João 5.6. [32] Luc. 24.48. Act. 1.8, 21, 22. [33] Luc. 1.2. I João 1.1, 2. _Continuação das ultimas instrucções aos discipulos—Jesus repete a promessa do Consolador e da sua propria volta_. 16 Tenho-vos dito estas _coisas_, para que vos [1] não escandalizeis. 2 Expulsar-vos-hão [2] das synagogas; vem mesmo a hora [3] em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus. 3 E [4] estas _coisas_ vos farão, porquanto não conheceram ao Pae nem a mim. 4 Mas [5] tenho-vos dito isto, a fim de que, quando chegar aquella hora, vos lembreis de que _já_ vol-o tinha dito; mas eu não [6] vos disse isto desde o principio, porquanto estava comvosco. 5 E [7] agora vou para aquelle que me enviou: e nenhum de vós me pergunta: Para onde vaes? 6 Antes, porque-vos tenho dito estas _coisas_, [8] o vosso coração se encheu de tristeza. 7 Porém digo-vos a verdade, que vos convem que eu vá: porque, se eu não fôr, [9] o Consolador não virá para vós; mas, [10] se eu fôr, enviar-vol-o-hei. 8 E, quando elle vier, convencerá o mundo do peccado, e da justiça e do juizo. 9 Do [11] peccado, porque não crêem em mim; 10 Da [12] justiça, [13] porque vou para meu Pae, e não me vereis mais; 11 E [14] do juizo, porque _já_ [15] o principe d’este mundo está julgado. 12 Ainda tenho muitas _coisas_ que vos dizer, [16] mas vós não _as_ podeis supportar agora, 13 Porém, quando vier aquelle Espirito [17] de verdade, [18] elle vos guiará em toda a verdade; porque não fallará de si mesmo, mas fallará tudo o que tiver ouvido, e vos annunciará as _coisas_ que hão de vir. 14 Elle me glorificará, porque ha de receber do _que é_ meu, e vol-o ha de annunciar. 15 Tudo [19] quanto o Pae tem é meu; por isso _vos_ disse que ha de receber do que _é_ meu e vol-o ha de annunciar. 16 Um [20] pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-heis; porquanto [21] vou para o Pae. 17 Então _alguns_ dos seus discipulos disseram uns para os outros: Que é isto que nos diz? Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-heis; e; porquanto vou para o Pae? 18 Diziam pois: Que quer dizer isto: Um pouco? não sabemos o que diz. 19 Conheceu pois Jesus que lh’o queriam interrogar, e disse-lhes: Indagaes entre vós ácerca d’isto que disse: Um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-heis? 20 Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes; mas a vossa tristeza se converterá em alegria. 21 A [22] mulher, quando está para dar á luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas depois de ter dado á luz a creança já se não lembra da afflicção, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo. 22 Assim [23] tambem vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, [24] e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguem vol-a tirará. 23 E n’aquelle dia nada me perguntareis. [25] Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pae, em meu nome, elle vol-o ha de dar. 24 Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que [26] o vosso gozo se cumpra. 25 Disse-vos estas _coisas_ por parabolas: chega, porém, a hora em que vos não fallarei mais por parabolas, mas abertamente vos fallarei ácerca do Pae. 26 N’aquelle [27] dia pedireis em meu nome, e não vos digo que eu rogarei por vós ao Pae, 27 Pois [28] o mesmo Pae vos ama; porque vós me amastes, [29] e crêstes que sahi de Deus. 28 Sahi [30] do Pae, e vim ao mundo: outra vez deixo o mundo, e vou para o Pae. 29 Disseram-lhe os seus discipulos: Eis que agora fallas abertamente, e não dizes parabola alguma. 30 Agora conhecemos que [31] sabes todas _as coisas_, e não has mister de que alguem te interrogue. Por isso [32] crêmos que saiste de Deus. 31 Respondeu-lhes Jesus: Crêdes agora? 32 Eis [33] que chega a hora, e já se approxima, em que vós sereis dispersos cada [34] um para sua _parte_, e me deixareis só; [35] mas não estou só, porque o Pae está comigo. 33 Tenho-vos dito estas _coisas_, para que [36] em mim tenhaes paz; [37] no mundo tereis afflicção, [38] mas tende bom animo, eu [39] venci o mundo. [1] Mat. 11.6 e 26.31. [2] cap. 9.22, 34 e 12.42. [3] Act. 8.1 e 9.1. [4] cap. 15.21. Rom. 10.2. [5] cap. 13.19 e 14.29. [6] Mat. 9.15. [7] ver. 10, 16. cap. 14.28. [8] ver. 22. cap. 14.1. [9] cap. 7.39 e 14.16, 26. [10] Act. 2.33. Eph. 4.8. [11] Act. 2.22, 37. [12] Act. 2.32. [13] cap. 3.14. [14] Act. 26.18. [15] Luc. 10.18. Heb. 2.14. [16] Mar. 4.33. Heb. 5.12. [17] cap. 14.17. [18] cap. 14.26. I João 2.20, 27. [19] Mat. 11.27. cap. 13.3. [20] ver. 10. cap. 7.33 e 13.33 e 14.19. [21] ver. 28. cap. 13.3. [22] Isa. 26.17. [23] ver. 6. [24] Luc. 24.41, 52. I Ped. 1.8. [25] Mat. 7.7. cap. 14.13. [26] cap. 15.11. [27] ver. 23. [28] cap. 14.21, 23. [29] cap. 3.13. [30] cap. 13.3. [31] cap. 21.17. [32] ver. 27. cap. 17.8. [33] Mat. 26.31. Mat. 14.27. [34] cap. 20.10. [35] cap. 8.29. [36] Isa. 9.6. Rom. 5.1. [37] cap. 15.19, 20, 21. II Tim. 3.12. [38] cap. 14.1. [39] Rom. 8.37. _Oração de Jesus pelos seus discipulos._ 17 Jesus disse estas _coisas_, e levantou seus olhos ao céu, e disse: Pae, é [1] chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que tambem o teu Filho te glorifique a ti: 2 Assim [2] como lhe déste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos [3] quantos lhe déste. 3 E [4] a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, [5] por unico Deus verdadeiro, e a Jesus Christo, [6] a quem enviaste. 4 [7] Eu glorifiquei-te na terra, [8] tendo consummado a obra [9] que me dés-te a fazer. 5 E agora glorifica-me tu, ó Pae, junto de ti mesmo, com aquella gloria que [10] tinha comtigo antes que o mundo existisse. 6 Manifestei [11] o teu nome aos homens [12] que do mundo me déste: eram teus, e tu m’os déste, e guardaram a tua palavra. 7 Agora _já_ teem conhecido que tudo quanto me déste vem de ti, 8 Porque lhes dei as palavras [13] que tu me déste; e elles _as_ receberam, [14] e teem verdadeiramente conhecido que sahi de ti, e creram que me enviaste. 9 Eu rogo por elles: não [15] rogo pelo mundo, mas por aquelles que me déste, porque são teus. 10 E todas as minhas coisas são tuas, [16] e as tuas coisas são minhas; e n’elles sou glorificado. 11 E [17] eu já não estou mais no mundo; porém elles estão no mundo, e eu vou para ti. Pae sancto, [18] guarda em teu nome aquelles que me déste, [19] para que sejam um, [20] assim como nós. 12 Estando eu com elles no mundo, guardava-os em teu nome. [21] Tenho guardado aquelles que tu me déste, [22] e nenhum d’elles se perdeu, senão o [23] filho da perdição, [24] para que a Escriptura se cumprisse. 13 Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos. 14 Dei-lhes [25] a tua palavra, [26] e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, [27] assim como eu não sou do mundo. 15 Não rogo que os tires do mundo, [28] mas que os livres do mal. 16 Não [29] são do mundo, como eu do mundo não sou. 17 Sanctifica-os [30] na tua verdade: [31] a tua palavra é a verdade. 18 Assim [32] como tu me enviaste ao mundo, tambem eu os enviei ao mundo. 19 E por elles [33] me sanctifico a mim mesmo, para que tambem elles sejam sanctificados na verdade. 20 E não rogo sómente por estes, mas tambem por aquelles que pela sua palavra hão de crêr em mim. 21 Para [34] que todos sejam um [35] como tu, ó Pae, em mim, e eu em ti; que tambem elles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. 22 E eu dei-lhes a gloria que a mim me déste, [36] para que sejam um, como nós somos um: 23 Eu n’elles, e tu em mim, [37] para que sejam perfeitos em um, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a elles como me tens amado a mim. 24 Pae, [38] aquelles que me déste quero que, onde eu estiver, tambem elles estejam comigo, para que vejam a minha gloria que me déste: [39] porque tu me has amado antes da fundação do mundo. 25 Pae justo, [40] o mundo não te conheceu; mas [41] eu te conheci, [42] e estes conheceram que tu me enviaste a mim. 26 E eu [43] lhes fiz conhecer o teu nome, e _lh’o_ farei conhecer mais, para que o amor com [44] que me tens amado n’elles esteja, e eu n’elles. [1] cap. 12.23 e 13.32. [2] Dan. 7.14. Heb. 2.8. [3] ver. 6, 9, 24. [4] Isa. 53.11. [5] I Cor. 8.4. [6] cap. 3.34. [7] cap. 13.31 e 14.13. [8] cap. 4.34. [9] cap. 14.31. [10] cap. 1.1. Phi. 2.6. [11] ver. 26. Psa. 22.23. [12] ver. 2, 9, 11. [13] cap. 8.28. [14] ver. 25. cap. 16.27, 30. [15] I João 5.19. [16] cap. 16.15. [17] cap. 13.1 e 16.28. [18] I Ped. 1.5. Jud. 1. [19] ver. 21, etc. [20] cap. 10.30. [21] cap. 6.39. Heb. 2.13. [22] I João 2.19. [23] cap. 6.70. [24] Psa. 109.8. Act. 1.20. [25] ver. 8. [26] cap. 15.18, 19. I João 3.13. [27] cap. 8.23. [28] Mat. 6.13. II The. 3.3. I João 5.18. [29] ver. 14. [30] Act. 15.9. Eph. 5.26. I Ped. 1.22. [31] II Sam. 7.28. Psa. 119.142, 151. [32] cap. 20.21. [33] I Cor. 1.2, 30. I The. 4.7. Heb. 10.10. [34] ver. 11, 22, 23. Rom. 12.5. Gal. 3.28. [35] cap. 10.38. [36] cap. 14.20. I João 1.3. [37] Col. 3.14. [38] cap. 12.26 e 14.3. I The. 4.16. [39] ver. 5. [40] cap. 15.21 e 16.3. [41] cap. 7.29. [42] ver. 8. cap. 16.27. [43] ver. 6. cap. 15.15. [44] cap. 15.9. _Jesus preso em Gethsemane._ Mat. 26.36-56 e refs. 18 Tendo Jesus dito estas _coisas_, [1] saiu com os seus discipulos para [2] além do ribeiro de Cedron, onde havia um horto, no qual elle entrou e seus discipulos. 2 E Judas, que o trahia, tambem conhecia aquelle logar, [3] porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com os seus discipulos. 3 Tendo [4] pois Judas tomado uma [AHV] companhia _de soldados e alguns_ creados dos principaes dos sacerdotes e phariseos, veiu para ali com lanternas, e archotes e armas. 4 Sabendo pois Jesus todas as coisas que sobre elle haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscaes? 5 Responderam-lhe: A Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o trahia, estava tambem com elles. 6 Quando pois lhes disse: Sou eu, recuaram, e cairam por terra. 7 Tornou-lhes pois a perguntar: A quem buscaes? E elles disseram: A Jesus Nazareno. 8 Jesus respondeu: _Já_ vos disse que sou eu: se pois me buscaes a mim, deixae ir estes. 9 Para que se cumprisse a palavra que tinha dito: [5] Dos que me déste nenhum d’elles perdi. 10 Então [6] Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do summo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco. 11 Porém Jesus disse a Pedro: Mette a tua espada na bainha; [7] não beberei eu o calix que o Pae me deu? _Jesus perante o synhedrio: Pedro nega-o._ Mat. 26.57-75 e refs. 12 Então a cohorte, e o tribuno, e os servos dos judeos prenderam a Jesus e o manietaram. 13 E conduziram-n’o primeiramente a [8] Annás, por ser sogro de Caiphás, o qual era o summo sacerdote d’aquelle anno. 14 Ora, Caiphás [9] era quem tinha aconselhado aos judeos que convinha que um homem morresse pelo povo. 15 E [10] Simão Pedro e outro discipulo seguiam a Jesus. E este discipulo era conhecido do summo sacerdote, e entrou com Jesus na sala do summo sacerdote. 16 E [11] Pedro estava fóra, á porta. Saiu então o outro discipulo que era conhecido do summo sacerdote, e fallou á porteira, e levou a Pedro para dentro. 17 Então a porteira disse a Pedro: Não és tu tambem dos discipulos d’este homem? Disse elle: Não sou. 18 Ora estavam ali os servos e os creados, que tinham feito brazas, e se aquentavam, porquanto fazia frio; e com elles estava Pedro, aquentando-se tambem. 19 E o summo sacerdote interrogou Jesus ácerca dos seus discipulos e da sua doutrina. 20 Jesus lhe respondeu: [12] Eu fallei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na synagoga e no templo onde todos os judeos se ajuntam, e nada disse em occulto; 21 Para que me perguntas a mim? pergunta aos que ouviram o que é que lhes tenho fallado: eis que elles sabem o que eu lhes tenho dito. 22 E, tendo elle dito isto, um dos creados que ali estavam deu [13] uma bofetada em Jesus, dizendo: Assim respondes ao summo sacerdote? 23 Respondeu-lhe Jesus: Se fallei mal, dá testemunho do mal; e, se bem, porque me feres? 24 E [14] Annás mandou-o, manietado, ao summo sacerdote Caiphás. 25 E Simão Pedro estava ali, e aquentava-se. [15] Disseram-lhe pois: Não és tambem tu dos seus discipulos? Elle negou, e disse: Não sou. 26 E um dos servos do summo sacerdote, parente _d’aquelle_ a quem Pedro cortara a orelha, disse: Não te vi eu no horto com elle? 27 E Pedro negou outra vez, e [16] logo o gallo cantou. _Jesus perante Pilatos._ Mat. 27.1, 2, 31 e refs. 28 Depois levaram [17] Jesus da casa de Caiphás para a audiencia. E era pela manhã. [18] E não entraram na audiencia, para não se contaminarem, mas poderem comer a paschoa. 29 Então Pilatos saiu fóra e disse-lhes: Que accusação trazeis contra este homem? 30 Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não t’o entregariamos. 31 Disse-lhes pois Pilatos: Levae-o vós, e julgae-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe pois os judeos: A nós não nos é licito matar alguem. 32 (Para [19] que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer.) 33 Tornou [20] pois a entrar Pilatos na audiencia, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o rei dos judeos? 34 Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso de ti mesmo, ou disseram-t’o outros de mim? 35 Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeo? a tua nação e os principaes dos sacerdotes entregaram-te a mim: que fizeste? 36 Respondeu [21] Jesus: [22] O meu reino não é d’este mundo: se o meu reino fosse d’este mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeos: porém agora o meu reino não é d’aqui. 37 Disse-lhe pois Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, para dar testemunho á verdade. Todo aquelle que [23] é da verdade ouve a minha voz. 38 Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isto, tornou a sair para os judeos, e disse-lhes: [24] Não acho n’elle crime algum; 39 Mas [25] vós tendes por costume que eu vos solte um pela paschoa. Quereis pois que vos solte o Rei dos Judeos? 40 Então [26] todos tornaram a clamar, dizendo: Este não, mas Barrabbás. [27] E Barrabbás era um salteador. [1] Mar. 14.32. [2] II Sam. 15.23. [3] Luc. 21.37 e 22.39. [4] Mat. 26.47. Mar. 14.43. Act. 1.16. [5] cap. 17.12. [6] Mat. 26.51. Luc. 22.49, 50. [7] Mat. 20.22. [8] Luc. 3.2. [9] cap. 11.50. [10] Mat. 26.58. Mar. 14.54. Luc. 22.54. [11] Mat. 26.69. Mar. 14.66. Luc. 22.54. [12] Mat. 26.55. Luc. 4.15. [13] Jer. 20.2. Act. 23.2. [14] Mat. 26.57. [15] Mat. 26.69, 71. Mar. 14.69. Luc. 22.58. [16] Mat. 26.74. Mar. 14.72. [17] Mar. 15.1. Act. 3.13. [18] Act. 10.28 e 11.3. [19] Mat. 20.19. cap. 12.32, 33. [20] Mat. 27.11. [21] I Tim. 6.13. [22] Dan. 2.44 e 7.14. Luc. 12.14. [23] cap. 8.47. I João 3.19. [24] Mat. 27.24. Luc. 23.4. cap. 19.4, 6. [25] Mat. 27.15. Mar. 15.6. Luc. 23.17. [26] Act. 3.14. [27] Luc. 23.19. 19 Pilatos [1] pois tomou então a Jesus, e o açoitou: 2 E os soldados, tecendo uma corôa de espinhos, _lh’a_ pozeram sobre a cabeça, e lhe vestiram uma veste de purpura. 3 E diziam: Salve, Rei dos Judeos. E davam-lhe bofetadas. 4 Então Pilatos saiu outra vez fóra, e disse-lhes: Eis aqui vol-o trago fóra, para [2] que saibaes que não acho n’elle crime algum. 5 Saiu pois Jesus fóra, levando a corôa de espinhos e o vestido de purpura. E disse-lhes _Pilatos_: Eis-aqui o homem. 6 Vendo-o pois [3] os principaes dos sacerdotes e os servos, clamaram, dizendo: Crucifica-_o_, crucifica-_o_. Disse-lhes Pilatos: Tomae-_o_ vós, e crucificae-_o_; porque eu nenhum crime acho n’elle. 7 Responderam-lhe os judeos: [4] Nós temos uma lei, e, segundo a nossa [5] lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus. 8 E Pilatos, quando ouviu esta palavra, mais atemorisado ficou. 9 E entrou outra vez na audiencia, e disse a Jesus: D’onde és tu? [6] Mas Jesus não lhe deu resposta. 10 Disse-lhe pois Pilatos: Não me fallas a mim? não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar? 11 Respondeu Jesus: [7] Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado; porém aquelle que me entregou a ti maior peccado tem. 12 Desde então Pilatos procurava soltal-o; mas os judeos clamavam, dizendo: [8] Se soltas este, não és amigo do Cesar: [9] qualquer que se faz rei [AHW] contradiz ao Cesar. 13 Ouvindo pois Pilatos este dito, levou a Jesus para fóra, e assentou-se no tribunal, no logar chamado Lithostrótos, e em hebraico Gabbatha. 14 E [10] era a preparação da paschoa, e quasi á hora sexta; e disse aos judeos: Eis aqui o vosso Rei. 15 Mas elles bradaram: Tira, tira, crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os principaes dos sacerdotes: [11] Não temos rei, senão o Cesar. 16 Então [12] entregou-lh’o, para que fosse crucificado. E tomaram a Jesus, e o levaram. _A crucifixão._ Mat. 27.31-56 e refs. 17 E, levando [13] elle ás costas a sua cruz, saiu [14] para o logar chamado Caveira, que em hebraico se chama Golgotha, 18 Onde o crucificaram, e com elle outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. 19 E Pilatos [15] escreveu tambem um titulo, e pôl-o em cima da cruz; e _n’elle_ estava escripto: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEOS. 20 E muitos dos judeos leram este titulo; porque o logar onde Jesus estava crucificado era proximo da cidade; e estava escripto em hebraico, grego _e_ latim. 21 Diziam pois os principaes sacerdotes dos judeos a Pilatos: Não escrevas, Rei dos Judeos; mas que elle disse: Sou Rei dos Judeos. 22 Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi. 23 Tendo pois [16] os soldados crucificado a Jesus, tomaram os seus vestidos, e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte, e a tunica. Porém a tunica, tecida toda d’alto _a baixo_, não tinha costura. 24 Disseram pois uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ella, _para vêr_ de quem será. Para que se cumprisse a Escriptura que diz: Dividiram [17] entre si os meus vestidos, e sobre a minha vestidura lançaram sortes. E os soldados, pois, fizeram estas coisas. 25 E [18] junto á cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria, _mulher_ [19] de Cleophas, e Maria Magdalena. 26 Ora Jesus, vendo ali _a sua_ mãe, e [20] o discipulo a quem elle amava estando presente, disse a sua mãe: [21] Mulher, eis ahi o teu filho. 27 Depois disse ao discipulo: Eis ahi tua mãe. E desde aquella hora o discipulo a recebeu [22] em sua _casa_. 28 Depois, sabendo Jesus que já todas _as coisas_ estavam [23] acabadas, para que a Escriptura se cumprisse, disse: Tenho sêde. 29 Estava pois ali um vaso cheio de vinagre. [24] E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-_a_ n’um hyssope, lh’_a_ chegaram á bocca. 30 E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: [25] Está consummado. E, inclinando a cabeça, entregou o espirito. 31 Os judeos, pois, para [26] que no sabbado não ficassem os corpos na cruz, porque era a preparação [27] (pois era grande o dia de sabbado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. 32 Foram pois os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que com elle fôra crucificado; 33 Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. 34 Porém um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu [28] sangue e agua. 35 E aquelle que _isto_ viu _o_ testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que tambem vós o creiaes. 36 Porque estas _coisas_ aconteceram para que [29] se cumprisse a Escriptura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado. 37 E outra vez diz a Escriptura: [30] Verão o que traspassaram. _A sepultura de Jesus._ Mat. 27.57, etc. e refs. 38 Depois d’isto, [31] José de Arimathea (o que era discipulo de Jesus, mas occulto, [32] por medo dos judeos) rogou a Pilatos que lhe permittisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos _lh’o_ permittiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus. 39 E foi tambem [33] Nicodemos (aquelle que anteriormente se dirigira de noite a Jesus), [34] levando quasi cem arrateis d’um composto de myrrha e aloes. 40 Tomaram pois o corpo de Jesus e o envolveram em lençoes com as especiarias, como os judeos teem por costume preparar para o sepulchro. 41 E havia um horto n’aquelle logar onde fôra crucificado, e no horto um sepulchro novo, em que ainda ninguem havia sido posto. 42 Ali pois (por causa da preparação [35] dos judeos, e por estar perto aquelle sepulchro), [36] pozeram a Jesus. [1] Mat. 20.19. Mar. 15.15. Luc. 18.33. [2] cap. 18.38. ver. 6. [3] Act. 3.13. [4] Lev. 24.16. [5] Mat. 26.65. cap. 5.18. [6] Isa. 53.7. Mat. 27.12, 14. [7] Luc. 22.53. cap. 7.30. [8] Luc. 23.2. [9] Act. 17.7. [10] Mat. 27.62. [11] Gen. 49.10. [12] Mat. 27.26, 31. Luc. 23.24. [13] Mar. 15.21, 22. [14] Num. 15.36. Heb. 13.12. [15] Mat. 27.37. Luc. 23.38. [16] Mat. 27.35. Mar. 15.24. Luc. 23.34. [17] Psa. 22.18. [18] Mat. 27.55. Mar. 15.40. Luc. 23.49. [19] Luc. 24.18. [20] cap. 13.23 e 20.2. [21] cap. 2.4. [22] cap. 1.11 e 16.32. [23] Psa. 69.21. [24] Mat. 27.48. [25] cap. 17.4. [26] ver. 42. Mar. 15.42. [27] Deu. 21.23. [28] I João 5.6, 8. [29] Exo. 12.46. Num. 9.12. Psa. 34.20. [30] Psa. 22.17, 18. Zac. 12.10. Apo. 1.7. [31] Mar. 15.42. Luc. 23.50. [32] cap. 9.22 e 12.42. [33] cap. 3.1, 2 e 7.50. [34] Act. 5.6. [35] ver. 21. [36] Isa. 53.9. _A resurreição._ Mat. 28.1-10 e refs. 20 E no [1] primeiro _dia_ da semana Maria Magdalena foi ao sepulchro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra _já_ tirada do sepulchro. 2 Correu pois, e foi a Simão Pedro, e ao [2] outro discipulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulchro, e não sabemos onde o pozeram. 3 Então [3] Pedro saiu com o outro discipulo, e foram ao sepulchro. 4 E estes dois corriam juntos, porém o outro discipulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulchro. 5 E abaixando-se, viu postos os lençoes; todavia não entrou. 6 Chegou pois Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulchro, e viu postos os lençoes, 7 E [4] que o lenço, que tinha sido _posto_ sobre a sua cabeça, não estava com os lençoes, mas enrolado n’um logar á parte. 8 Então entrou tambem o outro discipulo, que chegara primeiro ao sepulchro, e viu, e creu. 9 Porque ainda não sabiam a Escriptura: [5] que era necessario que resuscitasse dos mortos. 10 Tornaram pois os discipulos para casa. _Jesus apparece a Maria Magdalena._ 11 E Maria [6] estava chorando fóra, junto ao sepulchro. Estando ella pois chorando, abaixou-se para o sepulchro. 12 E viu dois anjos _vestidos_ de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um á cabeceira e outro aos pés. 13 E disseram-lhe elles: Mulher, porque choras? Ella lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o pozeram. 14 E, tendo [7] dito isto, voltou-se para traz, e viu Jesus em pé, [8] porém não sabia que era Jesus. 15 Disse-lhe Jesus: Mulher, porque choras? Quem buscas? Ella, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o pozeste, e eu o levarei. 16 Disse-lhe Jesus: Maria! Ella, voltando-se, disse-lhe: Rabboni (que quer dizer, Mestre). 17 Disse-lhe Jesus: Não me toques, porque ainda não subi para meu Pae, mas vae para [9] meus irmãos, e dize-lhes: [10] Subo para meu Pae e vosso Pae, [11] e _para_ meu Deus e vosso Deus. 18 Maria Magdalena foi [12] e annunciou aos discipulos que vira o Senhor, e que elle lhe dissera estas _coisas_. _Jesus apparece aos onze. A incredulidade de Thomé._ Luc. 24.33-43 e refs. 19 Chegada [13] pois a tarde de aquelle dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discipulos, com medo dos judeos, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e poz-se no meio, e disse-lhes: Paz comvosco. 20 E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. [14] De sorte que os discipulos se alegraram vendo o Senhor. 21 Disse-lhes pois Jesus outra vez: Paz comvosco; [15] assim como o Pae me enviou, tambem eu vos envio a vós. 22 E, havendo dito isto, assoprou _sobre elles_ e disse-lhes: Recebei o Espirito Sancto: 23 Áquelles a quem [16] perdoardes os peccados lhes são perdoados: _e_ áquelles a quem os retiverdes _lhes_ são retidos. 24 Ora Thomé, um dos doze, chamado [17] Didymo, não estava com elles quando Jesus chegou. 25 Disseram-lhe pois os outros discipulos: Vimos o Senhor. Porém elle disse-lhes: Se eu não vir o signal dos cravos em suas mãos e não metter o dedo no logar dos cravos, e não metter a minha mão no seu lado, em maneira nenhuma _o_ crerei. 26 E oito dias depois estavam outra vez os seus discipulos dentro, e com elles Thomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz comvosco. 27 Depois disse a Thomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; [18] e chega a tua mão, e mette-a no meu lado; e não sejas incredulo, mas crente. 28 Thomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! 29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Thomé, creste; [19] bemaventurados os que não viram, e creram. 30 Jesus pois operou tambem em presença de seus discipulos muitos outros [20] signaes, que não estão escriptos n’este livro. 31 Porém [21] estes foram escriptos para que creiaes que Jesus é o Christo, o Filho de Deus, [22] e para que, crendo, tenhaes vida em seu nome. [1] Mar. 16.1. Luc. 24.1. [2] cap. 13.23 e 19.26 e 21.7, 20, 24. [3] Luc. 24.12. [4] cap. 11.44. [5] Psa. 16.10. Act. 2.25 e 13.31, 34, 35. [6] Mar. 16.5. [7] Mat. 28.9. Mar. 16.9. [8] Luc. 24.16, 31. cap. 21.4. [9] Mat. 28.10. Heb. 2.11. [10] cap. 16.28. [11] Eph. 1.17. [12] Mat. 28.10. Luc. 24.10. [13] Mar. 16.14. I Cor. 15.5. [14] cap. 16.22. [15] Mat. 28.18. cap. 17.18, 19. II Tim. 2.2. Heb. 3.1. [16] Mat. 16.19 e 18.18. [17] cap. 11.16. [18] I João 1.1. [19] II Cor. 5.7. I Ped. 1.8. [20] cap. 21.25. [21] Luc. 1.4. [22] cap. 3.15, 16 e 5.24. I Ped. 1.8, 9. _Jesus apparece a alguns dos discipulos junto do mar de Tiberiades._ 21 Depois d’isto manifestou-se Jesus outra vez aos discipulos junto do mar de Tiberiades; e manifestou-se assim: 2 Estavam juntos Simão Pedro, e Thomé, chamado Didymo, [1] e Nathanael, o de Caná da Galilea, [2] os _filhos_ de Zebedeo, e outros dois dos seus discipulos. 3 Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe elles: Tambem nós vamos comtigo. Foram, e subiram logo para o barco, e n’aquella noite nada apanharam. 4 E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, [3] porém os discipulos não conheceram que era Jesus. 5 Disse-lhes [4] pois Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. 6 E elle lhes disse: [5] Lançae a rede para a banda direita do barco, e achareis. Lançaram-_n’a_ pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes. 7 Então [6] aquelle discipulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor. E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a tunica (porque estava nu) e lançou-se ao mar. 8 E os outros discipulos foram com o barco (porque não estavam distantes da terra senão quasi duzentos covados), levando a rede dos peixes. 9 Logo que desceram para terra, viram ali _umas_ brazas, e um peixe posto em cima, e pão. 10 Disse-lhes Jesus: Trazei dos peixes que agora apanhastes. 11 Simão Pedro subiu, puxou a rede para terra, cheia de cento e cincoenta e tres grandes peixes, e, sendo tantos, não se rompeu a rede. 12 Disse-lhes Jesus: [7] Vinde, jantae. E nenhum dos discipulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor. 13 Chegou pois Jesus, e tomou o pão, e deu-lh’o, e, similhantemente o peixe. 14 E já [8] _esta_ era a terceira vez _que_ Jesus se manifestava aos seus discipulos, depois de ter resuscitado dos mortos. 15 E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, _filho_ de Jonas, amas-me mais do que estes? E elle respondeu: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. 16 Tornou a dizer-lhe segunda vez. Simão, _filho_ de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. [9] Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. 17 Disse-lhe terceira vez: Simão, _filho_ de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? e disse-lhe: Senhor, tu [10] sabes todas as _coisas_; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. 18 Na [11] verdade, na verdade, te digo, _que_, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias: mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos; e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras. 19 E disse isto, significando com [12] que morte havia elle de glorificar a Deus. E, dito isto, disse-lhe: Segue-me. 20 E Pedro, voltando-se, [13] viu que o seguia aquelle discipulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara tambem ao seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te ha de trahir. 21 Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, e d’este que _será_? 22 Disse-lhe Jesus: Se eu quero que elle fique [14] até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu. 23 Divulgou-se pois entre os irmãos este dito, que aquelle discipulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que elle fique até que eu venha, que te importa a ti? 24 Este é o discipulo que testifica d’estas _coisas_, e estas _coisas_ escreveu; e [15] sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. 25 Ha, porém, ainda [16] muitas outras _coisas_ que Jesus fez, as quaes, se cada uma de per si fosse escripta, [17] cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amen. [1] cap. 1.45. [2] Mat. 4.21. [3] cap. 20.14. [4] Luc. 24.41. [5] Luc. 5.4, 6, 7. [6] cap. 13.23 e 20.2. [7] Act. 10.41. [8] cap. 20.19, 26. [9] Act. 20.28. Heb. 13.20. I Ped. 2.25 e 5.2, 4. [10] cap. 2.24, 25 e 16.30. [11] cap. 13.36. Act. 12.3, 4. [12] II Ped. 1.14. [13] cap. 13.23, 25 e 20.2. [14] Mat. 16.27, 28 e 25.31. I Cor. 4.5 e 11.26. Apo. 2.25 e 3.11 e 22.7, 20. [15] cap. 19.35. III João 12. [16] cap. 20.30. [17] Amós 7.10. ACTOS DOS APOSTOLOS. _Introducção. A ascenção._ [Anno Domini 33] 1 Fiz o primeiro tratado, ó [1] Theophilo, ácerca de todas _as coisas_ que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, 2 Até [2] ao dia em que [3] foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espirito Sancto, aos apostolos que escolhera; 3 Aos [4] quaes tambem, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalliveis provas, sendo visto por elles por espaço de quarenta dias, e fallando do que respeita ao reino de Deus. 4 E, [5] ajuntando-os, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalem, mas que esperassem a promessa do Pae que (_disse elle_) de mim [6] ouvistes. 5 Porque, [7] na verdade, João baptizou com agua, [8] porém vós sereis baptizados com o Espirito Sancto, não muito depois d’estes dias. 6 Aquelles pois que se haviam ajuntado perguntaram-lhe, dizendo: [9] Senhor, [10] restaurarás tu n’este tempo o reino a Israel? 7 E disse-lhes: [11] Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pae poz em seu proprio poder. 8 Mas [12] recebereis a virtude do [13] Espirito Sancto, que ha de vir sobre vós; e ser-me-heis [14] testemunhas, tanto em Jerusalem como em toda a Judea e Samaria, e até aos confins da terra. 9 E, [15] havendo dito estas _coisas_, vendo-_o_ elles, [16] foi elevado ás alturas, e uma nuvem o recebeu, _occultando-o_ a seus olhos. 10 E, estando elles com os olhos fitos no céu, emquanto elle ia _subindo_, eis que junto d’elles se pozeram dois varões [17] vestidos de branco, 11 Os quaes então disseram: [18] Varões galileos, porque estaes olhando para o céu? Esse Jesus, que d’entre vós foi recebido acima no céu, [19] ha de vir assim como para o céu o vistes ir. 12 Então [20] voltaram para Jerusalem, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalem, á distancia do caminho de um sabbado. 13 E, entrando, subiram [21] ao cenaculo, onde ficaram [22] Pedro e Thiago, João e André, Philippe e Thomé, Bartholomeo e Matheus, Thiago, _filho_ de Alpheo, [23] Simão, o zelador, e [24] Judas, _irmão_ de Thiago. 14 Todos [25] estes perseveravam unanimemente em orações e supplicas, com [26] as mulheres, e Maria mãe de Jesus, [27] e com seus irmãos. _Mathias é escolhido apostolo em logar de Judas._ 15 E n’aquelles dias, levantando-se Pedro no meio dos discipulos, disse (ora [28] a multidão junta era de quasi cento e vinte pessoas): 16 Varões irmãos, convinha que se cumprisse a Escriptura [29] que o Espirito Sancto predisse pela bocca de David, ácerca de Judas, [30] que foi o guia d’aquelles que prenderam a Jesus; 17 Porque foi [31] contado comnosco e alcançou sorte n’este [32] ministerio. 18 Ora este [33] adquiriu um campo com o [34] galardão da iniquidade; e, precipitando-se, arrebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. 19 E foi notorio a todos os que habitam em Jerusalem; de maneira que na sua propria lingua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de sangue: 20 Porque no livro dos Psalmos está escripto: [35] Fique deserta a sua habitação, e não haja quem n’ella habite, [36] e tome outro [AHX] o seu bispado. 21 É necessario pois que, dos varões que conviveram comnosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu d’entre nós, 22 Começando [37] desde o baptismo de João até ao dia [38] em que d’entre nós foi recebido em cima, um d’elles se faça comnosco [39] testemunha da sua resurreição. 23 E apresentaram dois: José, chamado [40] Barsabbás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matthias. 24 E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor [41] dos corações de todos, mostra qual d’estes dois tens escolhido, 25 Para [42] que tome parte n’este ministerio e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu proprio logar. 26 E lançaram-lhes sortes, e caiu a sorte sobre Matthias. E por voto commum foi contado com os onze apostolos. [1] Luc. 1.3. [2] Mar. 16.19. Luc. 9.51 e 24.51. ver. 9. I Tim. 3.16. [3] Mat. 28.19. Mar. 16.15. João 20.21. cap. 10.41, 42. [4] Mar. 16.14. Luc. 24.36. João 20.19, 26 e 21.1, 14. I Cor. 15.6. [5] Luc. 24.43, 49. [6] Luc. 24.49. João 14.16, 26, 27 e 15.26 e 16.7. cap. 2.33. [7] Mat. 3.11. cap. 11.16 e 19.4. [8] Joel 3.18. cap. 2.4 e 11.15. [9] Mat. 24.3. [10] Isa. 1.26. Dan. 7.27. Amós 9.11. [11] Mat. 24.36. Mar. 13.32. I The. 5.1. [12] cap. 2.1, 4. [13] Luc. 24.49. [14] Luc. 24.48. João 15.27. ver. 22. cap. 2.32. [15] Luc. 24.51. João 6.62. [16] ver. 2. [17] Mat. 28.3. Mar. 16.5. Luc. 24.4. João 20.12. cap. 10.3, 30. [18] cap. 2.7 e 13.31. [19] Dan. 7.13. Mat. 24.30. Mar. 13.26. Luc. 21.27. João 14.3. I The. 1.10 e 4.15. II The. 1.10. Apo. 1.7. [20] Luc. 24.52. [21] cap. 9.37, 39 e 20.8. [22] Mat. 10.2, 3, 4. [23] Luc. 6.15. [24] Jud. 1. [25] cap. 2.1, 46. [26] Luc. 23.49, 55 e 24.10. [27] Mat. 13.55. [28] Apo. 3.4. [29] Psa. 41.9. João 13.18. [30] Luc. 22.47. João 18.3. [31] Mat. 10.4. Luc. 6.16. [32] ver. 25. cap. 12.25 e 20.24 e 21.19. [33] Mat. 27.5, 7, 8. [34] Mat. 26.15. II Ped. 2.15. [35] Psa. 69.25. [36] Psa. 109.8. [37] Mar. 1.1. [38] ver. 9. [39] João 15.27. ver. 8. cap. 4.33. [40] cap. 15.22. [41] I Sam. 16.7. I Chr. 28.9 e 29.17. Jer. 11.20 e 17.10. cap. 15.8. Apo. 2.23. [42] ver. 17. _A descida do Espirito Sancto._ 2 E, cumprindo-se [1] o dia de Pentecostes, [2] estavam todos concordemente reunidos. 2 E de repente veiu do céu um som, como de um vento vehemente _e_ impetuoso, [3] e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3 E foram vistas por elles linguas repartidas, como que de fogo, e pousaram sobre cada um d’elles. 4 E todos foram [4] cheios do Espirito Sancto, [5] e começaram a fallar n’outras linguas, conforme o Espirito Sancto lhes concedia que fallassem. 5 E em Jerusalem estavam habitando judeos, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. 6 E, correndo aquella voz, ajuntou-se a multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia fallar na sua propria lingua. 7 E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois que! não [6] são galileos todos esses homens que estão fallando? 8 Como pois os ouvimos, cada um, na nossa propria lingua em que somos nascidos? 9 Parthos e medas, elamitas e os que habitam na Mesopotamia, e Judea, e Cappadocia, Ponto e Asia, 10 E Phrygia e Pamphylia, Egypto e partes da Lybia, junto a Cyrene, e forasteiros romanos, tanto judeos como proselytos, 11 Cretenses e arabes, ouvimos todos em nossas proprias linguas fallar das grandezas de Deus. 12 E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer? 13 E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto. _O discurso de Pedro no dia de Pentecostes._ 14 Porém Pedro, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Varões judeos, e todos os que habitaes em Jerusalem, seja-vos isto conhecido, e escutae as minhas palavras; 15 Estes homens não estão embriagados, como vós pensaes, sendo [7] a terceira hora do dia. 16 Mas isto é o que foi dito pelo propheta Joel: 17 E [8] nos ultimos dias acontecerá, diz Deus, [9] que do meu Espirito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos [10] e as vossas filhas prophetizarão, os vossos mancebos terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; 18 E tambem do meu Espirito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas n’aquelles dias, [11] e prophetizarão; 19 E [12] farei apparecer prodigios nas alturas, no céu; e signaes em baixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumo: 20 O [13] sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes de chegar o grande e illustre dia do Senhor; 21 E acontecerá [14] _que_ todo aquelle que invocar o nome do Senhor será salvo. 22 Varões israelitas, escutae estas palavras: A Jesus Nazareno, varão approvado por Deus [15] entre vós com maravilhas, prodigios e signaes, que Deus por elle fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis: 23 A este, [16] sendo entregue pelo determinado conselho e presciencia de Deus, [17] tomando-_o_ vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos: 24 Ao [18] qual Deus resuscitou, soltas as dôres da morte, pois não era possivel que fosse retido por ella; 25 Porque d’elle disse David: Sempre via diante de mim ao Senhor, porque está á minha direita, para que eu não seja commovido: 26 Por isso se alegrou o meu coração, [19] e a minha lingua exultou; e ainda a minha carne ha de repousar em esperança; 27 Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permittirás que o teu Sancto veja a corrupção: 28 Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida; com a tua face me encherás de jubilo. 29 Varões irmãos, seja-me licito dizer-vos livremente [20] ácerca do patriarcha David, que elle morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura. 30 Sendo pois elle propheta, [21] e sabendo que Deus lhe havia promettido com juramento que do fructo de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Christo, para _o_ assentar sobre o seu throno, 31 Prevendo isto, fallou da resurreição de Christo, [22] _dizendo_ que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção. 32 Deus [23] resuscitou a este Jesus, do [24] que todos nós somos testemunhas. 33 De [25] sorte que, exaltado _já_ pela dextra de Deus, [26] e recebendo do Pae a promessa do Espirito Sancto, [27] derramou isto que vós agora vêdes e ouvis. 34 Porque David não subiu aos céus, mas diz: [28] Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te á minha direita, 35 Até que ponha os teus inimigos por escabello de teus pés. 36 Saiba pois com certeza toda a casa d’Israel que a esse Jesus, a quem [29] vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Christo. _As primeiras conversões._ 37 E, ouvindo elles _estas_ [30] _coisas_, compungiram-se em seu coração, e disseram a Pedro e aos demais apostolos: Que faremos, varões irmãos? 38 E disse-lhes Pedro: [31] Arrependei-vos, e cada um de vós seja baptizado em nome de Jesus Christo, para perdão dos peccados; e recebereis o dom do Espirito Sancto; 39 Porque a promessa vos pertence, a vós, [32] a vossos filhos, e a [33] todos os que estão longe: a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar. 40 E com muitas outras palavras testificava e os exhortava, dizendo: Salvae-vos d’esta geração perversa. 41 De sorte que foram baptizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e n’aquelle dia ajuntaram-se _á egreja_ quasi tres mil almas; 42 E [34] perseveravam na doutrina dos apostolos, e na communhão, e no partir do pão e nas orações. 43 E em toda a alma havia temor, [35] e muitas maravilhas e signaes se faziam pelos apostolos. 44 E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo [36] em commum. 45 E vendiam suas propriedades e fazendas, [37] e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. 46 E, [38] perseverando unanimes todos os dias [39] no templo, e [40] repartindo o pão de casa em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, 47 Louvando a Deus, [41] e tendo graça para com todo o povo. E todos os dias accrescentava o Senhor [42] á egreja aquelles que se haviam de salvar. [1] Lev. 23.15. Deu. 16.9. cap. 20.16. [2] cap. 1.14. [3] cap. 4.31. [4] cap. 1.5. [5] Mar. 16.17. cap. 10.46 e 19.6. I Cor. 12.10, 28, 30 e 13.1 e 14.2, etc. [6] cap. 1.11. [7] I The. 5.7. [8] Isa. 44.3. Eze. 11.19 e 36.27. Joel 2.28, 29. Zac. 12.10. João 7.38. [9] cap. 10.45. [10] cap. 21.9. [11] cap. 21.4, 9, 10. I Cor. 12.10, 28 e 14.1, etc. [12] Joel 2.30, 31. [13] Mat. 24.29. Mar. 13.24. Luc. 21.25. [14] Rom. 10.13. [15] João 3.2 e 14.10, 11. cap. 10.38. Heb. 2.4. [16] Mat. 26.24. Luc. 22.22 e 24.44. cap. 3.18 e 4.28. [17] cap. 5.30. [18] ver. 32. cap. 3.15 e 4.10 e 10.40 e 13.30, 34 e 17.31. Rom. 4.24 e 8.11. I Cor. 6.14 e 15.15. II Cor. 4.14. Gal. 1.1. Eph. 1.20. Col. 2.12. I The. 1.10. Heb. 13.20. I Ped. 1.21. [19] Psa. 16.8, 11. [20] I Reis 2.10. cap. 13.36. [21] II Sam. 7.12, 13. Psa. 132.11. Luc. 1.32, 69. Rom. 1.3. II Tim. 2.8. [22] Psa. 16.10. cap. 13.35. [23] ver. 24. [24] cap. 1.8. [25] cap. 5.31. Phi. 2.9. Heb. 10.12. [26] João 14.26 e 15.26 e 16.7, 13. cap. 1.4. [27] cap. 10.45. Eph. 4.8. [28] Psa. 110.1. Mat. 22.44. Heb. 1.13. [29] cap. 5.31. [30] Zac. 12.10. Luc. 3.10. cap. 9.6. [31] Luc. 24.47. cap. 3.19. [32] Joel 2.28. cap. 3.25. [33] cap. 10.45 e 11.15, 18. [34] ver. 46. cap. 1.14. Rom. 12.12. Eph. 6.18. [35] Mar. 16.17. cap. 4.33 e 5.12. [36] cap. 4.32, 34. [37] Isa. 58.7. [38] cap. 1.14. [39] Luc. 24.53. [40] cap. 20.7. [41] Luc. 2.52. Rom. 14.18. [42] cap. 5.14 e 11.24. _Cura d’um côxo; discurso de Pedro no templo._ 3 E Pedro e João subiam [1] juntos ao templo [2] á hora da oração, a nona. 2 E [3] era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era côxo, o qual cada dia punham á porta do templo, chamada Formosa, [4] para pedir esmola aos que entravam no templo. 3 O qual, vendo a Pedro e João, que iam entrando no templo, pediu que lhe déssem uma esmola. 4 E Pedro, com João, fitando os olhos n’elle, disse: Olha para nós. 5 E olhou para elles, esperando receber d’elles alguma coisa. 6 E disse Pedro: Não tenho prata nem oiro; mas o que tenho isso te dou. [5] Em nome de Jesus Christo, o Nazareno, levanta-te e anda. 7 E, tomando-o pela mão direita, _o_ levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram. 8 E, saltando [6] elle, poz-se em pé, e andou, e entrou com elles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus; 9 E [7] todo o povo o viu andar e louvar a Deus; 10 E conheciam-n’o, que era elle o que [8] se assentava á esmola á porta Formosa do templo, e ficaram cheios de pasmo e assombro, pelo que lhe acontecera. 11 E, apegando-se o côxo, que fôra curado, a Pedro e João, todo o povo correu attonito para junto d’elles, ao alpendre [9] chamado de Salomão. 12 E Pedro, vendo _isto_, disse ao povo: Varões israelitas, porque vos maravilhaes d’isto? Ou, porque olhaes tanto para nós, como se por nossa propria virtude ou sanctidade o fizessemos andar? 13 O [10] Deus d’Abrahão, e de Isaac e de Jacob, o Deus de nossos paes, [11] glorificou a seu filho Jesus, a quem vós [12] entregastes e [13] perante a face de Pilatos negastes, julgando elle que devia ser solto. 14 Mas vós negastes [14] o Sancto e [15] o Justo, e pedistes que se vos désse um homem homicida. 15 E matastes o [16] Principe da vida, ao qual Deus resuscitou dos mortos, [17] do que nós somos testemunhas. 16 E [18] pela fé no seu nome o seu nome fortaleceu a este que vêdes e conheceis; e a fé que é por elle deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saude. 17 E agora, irmãos, eu sei que _o_ fizestes [19] por ignorancia, como tambem os vossos [AHY] principes: 18 Mas Deus [20] assim cumpriu o que já d’antes pela bocca de todos os seus prophetas havia [21] annunciado; que o Christo havia de padecer. 19 Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos peccados, quando vierem os tempos do refrigerio pela presença do Senhor, 20 E elle enviar a Jesus Christo, [22] que _já_ d’antes vos foi prégado: 21 O [23] qual convem que o céu contenha até aos tempos da restauração [24] de todas as _coisas_, [25] das quaes Deus fallou pela bocca de todos os seus sanctos prophetas, desde _todo_ o seculo. 22 Porque Moysés disse aos paes: [26] O Senhor vosso Deus levantará d’entre vossos irmãos um propheta similhante a mim: a elle ouvireis em tudo quanto vos disser. 23 E acontecerá que toda a alma que não escutar esse propheta será exterminada d’entre o povo. 24 E tambem todos os prophetas, desde Samuel, e todos quantos depois teem fallado, já d’antes annunciaram esses dias. 25 Vós [27] sois os filhos dos prophetas, e do concerto que Deus fez com nossos paes, dizendo a Abrahão: [28] Na tua descendencia serão bemditas todas as familias da terra. 26 Resuscitando [29] Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou [30] a vós, para que n’isso vos abençoasse, [31] e vos desviasse, a cada um, das vossas maldades. [1] cap. 2.46. [2] Psa. 55.17. [3] cap. 14.8. [4] João 9.8. [5] cap. 4.10. [6] Isa. 35.6. [7] cap. 4.16, 21. [8] João 9.8. [9] João 10.23. cap. 5.12. [10] cap. 5.30. [11] João 7.39 e 12.16 e 17.1. [12] Mat. 27.2. [13] Mat. 27.20. Mar. 15.11. Luc. 23.18, 20, 21. João 18.40 e 19.15. cap. 13.28. [14] Psa. 16.10. Mar. 1.24. Luc. 1.35. cap. 2.27 e 4.27. [15] cap. 7.52 e 22.14. [16] Heb. 2.10 e 5.9. cap. 2.24. [17] cap. 2.32. [18] Mat. 9.22. cap. 4.10 e 14.9. [19] Luc. 23.34. João 16.3. cap. 13.27. I Cor. 2.8. I Tim. 1.13. [20] Luc. 24.44. cap. 26.22. [21] Psa. 22. Isa. 50.6 e 53.5, etc. Dan. 9.26. I Ped. 1.10, 11. [22] cap. 2.38. [23] cap. 1.11. [24] Mat. 17.11. [25] Luc. 1.70. [26] Deu. 18.15, 18, 19. cap. 7.37. [27] cap. 2.39. Rom. 9.4, 8 e 15.8. Gal. 3.26. [28] Gen. 12.3 e 18.18 e 22.18 e 26.4 e 28.14. Gal. 3.8. [29] Mat. 10.5 e 15.24. Luc. 24.47. cap. 13.32, 33, 46. [30] ver. 22. [31] Mat. 1.21. _Pedro e João perante o synhedrio._ 4 E, estando elles fallando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os sadduceos, 2 Doendo-se [1] muito de que ensinassem o povo, e annunciassem em Jesus a resurreição dos mortos. 3 E lançaram mão d’elles, e _os_ encerraram na prisão até ao dia seguinte, pois era já tarde. 4 Muitos, porém, dos que ouviram a palavra crêram, e chegou o numero d’esses homens a quasi cinco mil. 5 E aconteceu, no dia seguinte, reunirem-se em Jerusalem os seus principaes, e anciãos e escribas, 6 E [2] Annás, o summo sacerdote, e Caiphás, e João, e Alexandre, e todos quantos havia da linhagem do summo sacerdote. 7 E, pondo-os no meio, perguntaram: [3] Com que poder fizestes isto, ou em nome de quem? 8 Então [4] Pedro, cheio do Espirito Sancto, lhes disse: Principaes do povo, e vós, anciãos d’Israel. 9 Visto que hoje somos interrogados ácerca do beneficio _feito_ a um homem enfermo, do modo como foi curado, 10 Seja conhecido a vós todos, e a todo o povo d’Israel, [5] que em nome de Jesus Christo, o nazareno, aquelle a quem vós crucificastes [6] e a quem Deus resuscitou dos mortos, em nome d’esse é que este está são diante de vós. 11 Este [7] é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça d’esquina. 12 E [8] em nenhum outro ha salvação, porque tambem debaixo do céu nenhum outro nome ha, dado entre os homens, em que devamos ser salvos. 13 Então elles, vendo a ousadia de Pedro e João, [9] e informados de que eram homens sem lettras e indoutos, se maravilharam; e conheciam que elles haviam estado com Jesus. 14 Mas, vendo [10] estar com elles o homem que fôra curado, nada tinham que dizer em contrario. 15 E, mandando-os sair fóra do conselho, conferenciaram entre si, 16 Dizendo: [11] Que havemos de fazer a estes homens? porque a todos os que habitam em Jerusalem [12] é manifesto que por elles foi feito um signal notorio, e não _o_ podemos negar; 17 Mas, para que não se divulgue mais entre o povo, ameacemol-os para que não fallem mais n’esse nome a homem algum. 18 E, [13] chamando-os, disseram-lhes que absolutamente não fallassem, nem ensinassem, no nome de Jesus. 19 Respondendo, porém, Pedro e João, lhes disseram: [14] Julgae vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; 20 Porque [15] não podemos deixar de fallar do que temos [16] visto e ouvido. 21 Mas elles ainda os ameaçaram mais, e, não achando motivo para os castigar, [17] deixaram-n’os ir, por causa do povo; porque todos glorificavam a Deus ácerca [18] do que acontecera: 22 Pois tinha mais de quarenta annos o homem em quem se operara aquelle milagre de saude. 23 E, soltos elles, foram [19] para os seus, e contaram tudo o que lhes disseram os principaes dos sacerdotes e os anciãos. 24 E, ouvindo elles _isto_, unanimes levantaram a voz a Deus, e disseram: [20] Senhor, tu _és_ o Deus que fizeste o céu, e a terra, e o mar, e todas as _coisas_ que n’elles ha; 25 Que disseste pela bocca de David, teu servo: [21] Porque bramaram as gentes, e os povos pensaram _coisas_ vãs? 26 Levantaram-se os reis da terra, e os principes se ajuntaram á uma, [22] contra o Senhor e contra o seu Ungido. 27 Porque verdadeiramente contra [23] o teu sancto Filho Jesus, [24] que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Poncio Pilatos, com os gentios e os povos d’Israel; 28 Para [25] fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer. 29 Agora pois, ó Senhor, põe os olhos nas suas ameaças, e concede aos teus servos que [26] fallem com toda a ousadia a tua palavra; 30 Estendendo a tua mão para curar, [27] e para que se façam signaes e prodigios [28] pelo nome do [29] teu sancto Filho Jesus. 31 E, tendo orado, [30] moveu-se o logar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espirito Sancto, [31] e fallavam com ousadia a palavra de Deus. _A communidade de bens entre os primeiros christãos: Ananias e Saphira._ 32 E era um [32] o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguem dizia que coisa alguma do que possuia era sua propria, [33] mas todas as coisas lhes eram communs. 33 E os apostolos davam, [34] com grande poder, [35] testemunho da resurreição do Senhor Jesus, [36] e em todos elles havia abundante graça. 34 Não havia pois entre elles [37] necessitado algum; porque todos os que possuiam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do vendido, [38] e o depositavam aos pés dos apostolos. 35 E [39] repartia-se por cada um, segundo a necessidade que cada um tinha. 36 Então José, cognominado pelos apostolos Barnabé (que, traduzido, é Filho de consolação), levita, natural de Chypre, 37 Possuindo uma [40] herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o apresentou aos pés dos apostolos. [1] Mat. 22.23. Act. 23.8. [2] Luc. 3.2. João 11.49 e 18.13. [3] Exo. 2.14. Mat. 21.23. cap. 7.27. [4] Luc. 12.11, 12. [5] cap. 3.6, 16. [6] cap. 2.4. [7] Psa. 118.22. Isa. 28.16. Mat. 21.42. [8] Mat. 1.21. cap. 10.43. I Tim. 2.5, 6. [9] Mat. 11.25. I Cor. 1.27. [10] cap. 3.11. [11] João 11.47. [12] cap. 3.9. [13] cap. 5.40. [14] cap. 5.29. [15] cap. 1.8 e 2.32. [16] cap. 22.15. I João 1.1, 3. [17] Mat. 21.26. Luc. 20.6, 19 e 22.2. cap. 5.26. [18] cap. 3.7, 8. [19] cap. 12.12. [20] II Reis 19.15. [21] Psa. 2.1. [22] Mat. 26.3. Luc. 22.2 e 23.1, 8. [23] Luc. 1.35. [24] Luc. 4.18. João 10.36. [25] cap. 2.23 e 3.18. [26] ver. 13, 31. cap. 9.27 e 13.46 e 14.3 e 19.8 e 26.26 e 28.31. Eph. 6.19. [27] cap. 2.43 e 5.12. [28] cap. 35.16. [29] ver. 27. [30] cap. 2.2, 4 e 16.26. [31] ver. 29. [32] cap. 5.12. Rom. 15.5, 6. II Cor. 13.11. Phi. 1.27 e 2.2. I Ped. 3.8. [33] cap. 2.44. [34] cap. 1.8. [35] cap. 1.22. [36] cap. 2.47. [37] cap. 2.45. [38] ver. 27. cap. 5.2. [39] cap. 2.45 e 6.1. [40] ver. 34, 35. cap. 5.1, 2. 5 E um _certo_ varão chamado Ananias, com Saphira, sua mulher, vendeu uma propriedade; 2 E reteve parte do preço, sabendo-_o_ tambem sua mulher; [1] e, trazendo uma parte _d’elle_, a depositou aos pés dos apostolos. 3 Disse [2] então Pedro: Ananias, porque encheu [3] Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espirito Sancto, e retivestes parte do preço da herdade? 4 Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Porque formaste este designio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. 5 E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu [4] e expirou. E um grande temor veiu sobre todos os que isto ouviram. 6 E, levantando-se os mancebos, pegaram d’elle, [5] e, transportando-_o_ para fóra, o sepultaram. 7 E, passando um espaço quasi de tres horas, entrou tambem sua mulher, não sabendo o que havia acontecido. 8 E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquella herdade? E ella disse: Sim, por tanto. 9 Porém Pedro lhe disse: Porque é que entre vós vos concertastes para [6] tentar o Espirito do Senhor? Eis ahi á porta os pés dos que sepultaram a teu marido, e _tambem_ te levarão a ti. 10 E [7] logo caiu aos seus pés, e expirou. E, entrando os mancebos, acharam-n’a morta, e a sepultaram junto de seu marido. 11 E [8] veiu um grande temor a toda a egreja, e a todos os que ouviram estas coisas. 12 E [9] muitos signaes e prodigios eram feitos entre o povo [10] pelas mãos dos apostolos. E estavam todos unanimes no alpendre de Salomão. 13 E dos [11] outros ninguem ousava ajuntar-se com elles: mas o povo tinha-os em grande estima. 14 E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia mais e mais. 15 De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e _os_ punham em leitos e em camilhas [12] para que a sombra de Pedro, quando passasse, cobrisse alguns d’elles. 16 E até das cidades circumvisinhas concorria a multidão a Jerusalem, conduzindo [13] enfermos e atormentados de espiritos immundos; os quaes todos eram curados. _Os apostolos são milagrosamente tirados da prisão, e dão testemunho perante o synhedrio. O conselho de Gamaliel._ 17 E, [14] levantando-se o summo sacerdote, e todos os que estavam com elle (que era a seita dos sadduceos), encheram-se de inveja, 18 E [15] lançaram mão dos apostolos, e os pozeram na prisão publica. 19 Mas [16] de noite um anjo do Senhor abriu as portas da prisão, e, tirando-os para fóra, disse: 20 Ide apresentar-vos no templo, e dizei ao povo [17] todas as palavras d’esta vida. 21 E, ouvindo elles _isto_, entraram de manhã cedo no templo, e ensinavam. [18] Chegando, porém, o summo sacerdote e os que estavam com elle, convocaram o conselho, e a todos os anciãos dos filhos d’Israel, e enviaram ao carcere, para que de lá os trouxessem. 22 Mas, tendo lá chegado os [AHZ] servidores, não os acharam na prisão, e, voltando, _lh’o_ annunciaram, 23 Dizendo: Achámos realmente o carcere fechado, com toda a segurança, e os guardas, que estavam fóra, diante das portas; mas, quando abrimos, ninguem achámos dentro. 24 Então o capitão do templo e os principaes dos sacerdotes, ouvindo [19] estas palavras, estavam perplexos ácerca do que viria a ser aquillo. 25 E, chegando um, annunciou-lhes, dizendo: Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo e ensinam ao povo. 26 Então foi o capitão com os servidores, e os trouxe, não com violencia (porque [20] temiam ser apedrejados pelo povo). 27 E, trazendo-os, _os_ apresentaram ao conselho. E o summo sacerdote os interrogou, dizendo: 28 Não [21] vos admoestámos nós expressamente que não ensinasseis n’esse nome? E eis que _já_ enchestes Jerusalem d’essa vossa doutrina, [22] e quereis trazer sobre nós [23] o sangue d’esse homem. 29 Porém, respondendo Pedro e os apostolos, disseram: [24] Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. 30 O [25] Deus de nossos paes resuscitou a Jesus, ao qual vós matastes suspendendo-_o_ no madeiro. 31 Deus com a sua [26] dextra o elevou a [27] Principe e [28] Salvador, para dar a Israel [29] o arrependimento e remissão dos peccados. 32 E [30] nós somos testemunhas ácerca d’estas palavras, e tambem o Espirito Sancto, que [31] Deus deu áquelles que lhe obedecem. 33 E, [32] ouvindo elles _isto_, se enfureciam, e deliberaram matal-os. 34 Mas, levantando-se no conselho um certo phariseo, chamado [33] Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que por um pouco levassem para fóra os apostolos; 35 E disse-lhes: Varões israelitas, acautelae-vos, emquanto ao que haveis de fazer ácerca d’esses homens, 36 Porque antes d’estes dias levantou-se Theudas, dizendo ser alguem: d’este se acercou o numero de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada. 37 Depois d’este levantou-se Judas, o galileo, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; e tambem este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos. 38 E agora digo-vos: Dae de mão a estes homens, e deixae-os, [34] porque, se esse designio, ou essa obra, é de homens, se desfará, 39 Mas, [35] se é de Deus, não podereis desfazel-a; para que não aconteça serdes [36] tambem achados combatendo contra Deus. 40 E concordaram com elle. [37] E, chamando os apostolos, [38] e tendo-_os_ açoitado, mandaram que não fallassem no nome de Jesus, e os deixaram ir. 41 Retiraram-se pois da presença do conselho, [39] rogozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer affronta pelo nome de Jesus. 42 E todos os dias, [40] no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de annunciar a Jesus Christo. [1] cap. 4.37. [2] Num. 30.2. Deu. 23.21. Ecc. 5.4. [3] Luc. 22.3. [4] ver. 10, 11. [5] João 19.40. [6] ver. 3. Mat. 4.7. [7] ver. 5. [8] ver. 5. cap. 2.43 e 19.17. [9] cap. 2.43 e 14.3. Rom. 15.19. Heb. 2.4. [10] cap. 3.11. [11] João 9.22 e 12.42. cap. 2.47 e 4.21. [12] Mat. 9.21 e 14.36. cap. 19.12. [13] Mat. 16.17, 18. João 14.12. [14] cap. 4.1, 2, 6. [15] cap. 21.12. [16] cap. 12.7 e 16.26. [17] João 6.68 e 17.3. I João 5.11. [18] cap. 4.5, 6. [19] Luc. 22.4. cap. 4.1. [20] Mat. 21.26. [21] cap. 4.18. [22] cap. 2.23, 36 e 3.15 e 7.52. [23] Mat. 23.35 e 27.25. [24] cap. 4.19. [25] cap. 3.13, 15. cap. 10.39. Gal. 3.13. I Ped. 2.24. [26] cap. 2.33, 36. Phi. 2.9. Heb. 2.10. [27] cap. 3.15. [28] Mat. 1.21. [29] Luc. 24.47. cap. 3.26 e 13.38. Eph. 1.7. Col. 1.14. [30] João 15.26, 27. [31] cap. 2.4 e 10.44. [32] cap. 2.27 e 7.54. [33] cap. 22.3. [34] Pro. 21.30. Isa. 8.10. Mat. 15.13. [35] Luc. 21.15. I Cor. 1.25. [36] cap. 7.51 e 9.5 e 23.9. [37] cap. 4.18. [38] Mat. 10.17 e 23.34. Mar. 13.9. [39] Mat. 5.12. Rom. 5.3. II Cor. 12.10. Phi. 1.29. Heb. 10.34. Thi. 1.2. I Ped. 4.13, 16. [40] cap. 4.20, 29. _A instituição dos diaconos._ 6 Ora n’aquelles dias, [1] crescendo o numero dos discipulos, houve uma murmuração dos [2] gregos contra os hebreos, porque as suas viuvas [3] eram desprezadas no ministerio quotidiano. 2 E os doze, convocando a multidão dos discipulos, disseram: [4] Não é razoavel que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos ás mesas. 3 Escolhei pois, irmãos, [5] d’entre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espirito Sancto e de sabedoria, aos quaes constituamos sobre este importante negocio. 4 Porém nós [6] perseveraremos na oração e no ministerio da palavra. 5 E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estevão, homem cheio de [7] fé e do Espirito Sancto, [8] e Philippe e Prochoro, e Nicanor, e Timon, e Parmenas e Nicolau, [9] proselyto de Antiochia: 6 E os apresentaram ante os apostolos, e estes, [10] orando, lhes impozeram [11] as mãos. 7 E crescia [12] a palavra de Deus, e em Jerusalem se multiplicava muito o numero dos discipulos, e grande multidão [13] dos sacerdotes obedecia á fé. _Estevão, o primeiro martyr._ 8 E Estevão, cheio de fé e de poder, fazia prodigios e grandes signaes entre o povo. 9 E levantaram-se alguns que _eram_ da synagoga chamada dos libertinos, e dos cyreneos e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilicia e da Asia, e disputavam com Estevão. 10 E não [14] podiam resistir á sabedoria, e ao espirito com que fallava. 11 Então [15] subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasphemas contra Moysés e _contra_ Deus. 12 E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, arremettendo _contra elle_, o arrebataram e o levaram ao conselho. 13 E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasphemas contra este sancto logar e _contra_ a lei: 14 Pois nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno ha de destruir este logar e mudar os costumes que Moysés nos deu. 15 Então todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos n’elle, viram o seu rosto como o rosto de um anjo. [1] cap. 2.41. ver. 7. [2] cap. 9.29 e 11.20. [3] cap. 4.35. [4] Exo. 18.17. [5] Deu. 1.13. cap. 1.21 e 16.2. I Tim. 3.7. [6] cap. 2.42. [7] cap. 11.24. [8] cap. 8.5, 26 e 21.8. [9] Apo. 2.6, 15. [10] cap. 1.24. [11] cap. 8.17 e 9.17. I Tim. 4.14 e 5.22. [12] cap. 12.24 e 19.20. Col. 1.6. [13] João 12.42. [14] Luc. 21.15. cap. 5.39. Exo. 4.12. Isa. 54.17. [15] I Reis 21.10, 13. Mat. 26.59, 60. 7 E disse o summo sacerdote: Porventura é isto assim? 2 E elle disse: [1] Varões, irmãos, e paes, ouvi. O Deus da gloria appareceu a nosso pae Abrahão, estando na Mesopotamia, antes de habitar em Haran, 3 E disse-lhe: [2] Sae da tua terra e d’entre a tua parentela, e dirige-te á terra que eu te mostrarei. 4 Então [3] saiu da terra dos chaldeos, e habitou em Haran. E d’ali, depois que seu pae falleceu, o fez passar para esta terra em que agora habitaes. 5 E não lhe deu n’ella herança, nem ainda o espaço de [4] um pé: mas prometteu que lh’a daria em possessão, e depois d’elle á sua descendencia, não tendo elle _ainda_ filho. 6 E fallou Deus assim: [5] Que a sua descendencia seria peregrina em terra alheia, e a sujeitariam á escravidão, e a maltratariam por [6] quatrocentos annos. 7 E eu julgarei a nação a quem servirem, disse Deus. E depois d’isto sairão, [7] e me servirão n’este logar. 8 E deu-lhe [8] o pacto da circumcisão; [9] e assim gerou a Isaac, e o circumcidou ao oitavo dia: [10] e Isaac _gerou_ a Jacob, e [11] Jacob aos doze patriarchas. 9 E [12] os patriarchas, movidos de inveja, venderam a José para o [13] Egypto; e Deus era com elle, 10 E livrou-o de todas as suas tribulações, [14] e lhe deu graça e sabedoria ante Pharaó, rei do Egypto, que o constituiu governador sobre o Egypto e toda a sua casa. 11 E a [15] todo o paiz do Egypto e de Canaan sobreveiu fome e grande tribulação; e nossos paes não achavam alimentos. 12 Porém [16] Jacob, ouvindo que no Egypto havia trigo, enviou _ali_ nossos paes, a primeira vez. 13 E [17] na segunda foi José conhecido por seus irmãos, e a linhagem de José foi manifesta a Pharaó. 14 E [18] José mandou chamar a seu pae Jacob, [19] e a toda a sua parentela, _que era de_ setenta e cinco almas. 15 E [20] Jacob desceu ao Egypto, [21] e morreu, elle e nossos paes; 16 E [22] foram transportados para Sichem, e depositados [23] na sepultura que Abrahão comprara por certa somma de dinheiro aos filhos de Hemor, pae de Sichem. 17 Approximando-se, [24] porém, o tempo da promessa que Deus tinha jurado a Abrahão, o povo [25] cresceu e se multiplicou no Egypto; 18 Até que se levantou outro rei, que não conhecia a José. 19 Este, usando de astucia contra a nossa linhagem, maltratou nossos paes, ao ponto de lhes fazer [26] engeitar as suas creanças, para que não se multiplicassem. 20 N’esse tempo nasceu Moysés, e [27] era mui formoso, e [28] foi criado tres mezes em casa de seu pae. 21 E, sendo [29] engeitado, tomou-o a filha do Pharaó, e o criou como seu filho. 22 E Moysés [30] foi instruido em toda a sciencia dos egypcios; e era poderoso em suas palavras e obras. 23 E, [31] quando completou o tempo de quarenta annos, veiu-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos d’Israel. 24 E, vendo maltratado um _d’elles_, o defendeu, e vingou o offendido, matando o egypcio. 25 E elle cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; porém elles não entenderam. 26 E [32] no dia seguinte, pelejando elles, foi por elles visto, e quiz leval-os á paz, dizendo: Varões, sois irmãos; porque vos aggravaes um ao outro? 27 E o que offendia o seu proximo o repelliu, dizendo: [33] Quem te constituiu principe e juiz sobre nós? 28 Queres tu matar-me, como hontem mataste o egypcio? 29 E a esta palavra fugiu [34] Moysés, e esteve como estrangeiro na terra de Madian, onde gerou dois filhos. 30 E, [35] completados quarenta annos, appareceu-lhe o anjo do Senhor, no deserto do monte Sinai, n’uma chamma de fogo de um sarçal. 31 Então Moysés, vendo-_o_, se maravilhou da visão; e, approximando-se para vêr, foi-lhe dirigida a voz do Senhor, 32 Dizendo: [36] Eu _sou_ o Deus de teus paes, o Deus d’Abrahão, e o Deus d’Isaac e o Deus de Jacob. E Moysés, todo tremulo, não ousava olhar. 33 E disse-lhe [37] o Senhor: Descalça as alparcas dos teus pés, porque o logar em que estás é terra sancta: 34 Tenho [38] visto attentamente a afflicção do meu povo que está no Egypto, e ouvi os seus gemidos, e desci a livral-os. Agora, pois, vem, e enviar-te-hei ao Egypto. 35 A este Moysés, ao qual haviam negado, dizendo: Quem te constituiu principe e juiz? a este enviou Deus como principe e [AIA] libertador, [39] pela mão do anjo que lhe apparecera no sarçal. 36 Este [40] os conduziu para fóra, [41] fazendo prodigios e signaes na terra do Egypto, [42] e no Mar Vermelho, [43] e no deserto, por quarenta annos. 37 Este é aquelle Moysés que disse aos filhos d’Israel: [44] O Senhor vosso Deus vos levantará d’entre vossos irmãos um propheta como eu; [45] a elle ouvireis. 38 Este é [46] o que esteve entre a congregação no deserto, com [47] o anjo que lhe fallava no monte Sinai, e com nossos paes, [48] o qual recebeu as palavras de vida [49] para nol-as dar. 39 Ao qual nossos paes não quizeram obedecer, antes o rejeitaram, e de coração se tornaram ao Egypto, 40 Dizendo a Aarão: [50] Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque a esse Moysés, que nos tirou da terra do Egypto, não sabemos o que lhe aconteceu. 41 E [51] n’aquelles dias fizeram o bezerro, e offereceram sacrificios ao idolo, e se alegraram nas obras das suas mãos. 42 E [52] Deus se affastou, e os abandonou a que servissem [53] ao exercito do céu, como está escripto no livro dos prophetas: [54] Porventura me offerecestes victimas e sacrificios no deserto por quarenta annos, ó casa d’Israel? 43 Antes tomastes o tabernaculo de Molech, e a estrella do vosso deus Remphan, figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-hei pois para além de Babylonia. 44 Estava entre nossos paes no deserto o tabernaculo do testemunho, como ordenara aquelle que disse a Moysés [55] que o fizesse segundo o modelo que tinha visto. 45 O [56] qual nossos paes, recebendo-o tambem, o levaram com Josué quando entraram na possessão das nações [57] que Deus expulsou da face de nossos paes, até aos dias de David: 46 Que [58] achou graça diante de Deus, [59] e pediu para achar tabernaculo para o Deus de Jacob. 47 E [60] Salomão lhe edificou casa; 48 Mas o [61] Altissimo não habita em templos feitos por mãos _d’homens_, como diz o propheta: 49 O [62] céu _é_ o meu throno, e a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor: ou qual é o logar do meu repouso? 50 Porventura não fez a minha mão todas estas coisas? 51 Duros [63] de cerviz, [64] e incircumcisos de coração e ouvidos: vós sempre resistis ao Espirito Sancto; tambem vós _sois_ como vossos paes. 52 A qual [65] dos prophetas não perseguiram vossos paes? Até mataram os que anteriormente annunciaram a vinda [66] do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; 53 Vós, que [67] recebestes a lei por disposição dos anjos, e não _a_ guardastes. 54 E, [68] ouvindo estas _coisas_, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra elle. 55 Mas [69] elle, estando cheio do Espirito Sancto, fixando os olhos no céu, viu a gloria de Deus, e Jesus, que estava á direita de Deus; 56 E disse: Eis que [70] vejo os céus abertos, [71] e o Filho do homem, que está em pé á mão direita de Deus. 57 Elles, [72] porém, clamando com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremetteram unanimes contra elle. 58 E, expulsando-o da cidade, [73] _o_ apedrejavam. [74] E as testemunhas depozeram os seus vestidos aos pés de um mancebo chamado Saulo. 59 E apedrejaram a Estevão, [75] invocando _elle ao Senhor_, e dizendo: Senhor Jesus, recebe [76] o meu espirito. 60 E, pondo-se [77] de joelhos, clamou com grande voz: [78] Senhor, não lhes imputes este peccado. E, tendo dito isto, [79] adormeceu. [1] cap. 22.1. [2] Gen. 12.1. [3] Gen. 11.31 e 12.4, 5. [4] Gen. 12.7 e 13.15 e 15.3, 18 e 17.8 e 26.3. [5] Gen. 15.13, 16. [6] Exo. 12.46. Gal. 3.17. [7] Exo. 3.12. [8] Gen. 17.9, 10, 11. [9] Gen. 21.2, 3, 4. [10] Gen. 25.26. [11] Gen. 35.23. [12] Gen. 37.4, 11, 28. [13] Gen. 39.2, 21, 23. Psa. 105.17. [14] Gen. 41.37 e 42.6. [15] Gen. 41.54. [16] Gen. 42.1. [17] Gen. 45.4, 16. [18] Gen. 45.9, 27. [19] Gen. 46.27. Deu. 10.22. [20] Gen. 46.5. [21] Gen. 49.32. Exo. 1.6. [22] Exo. 13.19. Jos. 24.32. [23] Gen. 23.16 e 33.19. [24] Gen. 15.13. ver. 6. [25] Exo. 1.7, 8, 9. Psa. 105.24, 25. [26] Exo. 1.22. [27] Exo. 2.2. [28] Heb. 11.23. [29] Exo. 2.3, 10. [30] Luc. 24.19. [31] Exo. 2.11, 12. [32] Exo. 2.13. [33] Luc. 12.14. cap. 4.7. [34] Exo. 2.15, 22 e 4.20 e 13.3, 4. [35] Exo. 3.2. [36] Mat. 22.32. Heb. 11.16. [37] Exo. 3.5. Jos. 5.15. [38] Exo. 3.7. [39] Exo. 14.19. Num. 20.16. [40] Exo. 12.41 e 33.1. [41] Exo. caps. 7 até 14. Psa. 105.27. [42] Exo. 14.21, 27, 28, 29. [43] Exo. 16.1, 35. [44] Deu. 18.15. cap. 3.22. [45] Mat. 17.5. [46] Exo. 19.3, 17. [47] Isa. 63.9. Gal. 3.19. Heb. 2.2. [48] Exo. 21.1. Deu. 5.27, 31 e 33.4. João 1.17. [49] Rom. 3.2. [50] Exo. 32.1. [51] Deu. 9.16. Psa. 106.19. [52] Psa. 81.12. Rom. 1.25. II The. 2.11. [53] Deu. 4.19. II Reis 17.16. Jer. 19.13. [54] Amós 5.25, 26. [55] Exo. 25.40 e 26.30. Heb. 8.5. [56] Jos. 3.14. [57] Neh. 9.24. Psa. 44.2, 3. cap. 13.19. [58] I Sam. 16.1. II Sam. 7.1. Psa. 19.20. [59] I Reis 8.17. I Chr. 22.7. Psa. 132.4, 5. [60] I Reis 6.1 e 8.20. I Chr. 17.12. II Chr. 3.1. [61] I Reis 8.27. II Chr. 2.6. [62] Isa. 66.1, 2. Mat. 5.34, 35. [63] Exo. 32.9 e 33.3. Isa. 48.4. [64] Lev. 26.41. Deu. 10.16. Jer. 4.4 e 6.10. Eze. 44.9. [65] II Chr. 36.16. Mat. 21.35. I The. 2.15. [66] cap. 3.14. [67] Exo. 20.1. Gal. 3.19. Heb. 2.2. [68] cap. 5.33. [69] cap. 6.5. [70] Eze. 1.1. Mat. 3.16. cap. 10.11. [71] Dan. 7.13. [72] I Reis 21.13. Luc. 4.29. Heb. 13.12. [73] Lev. 24.16. [74] Deu. 13.9, 10 e 17.7. cap. 22.20. [75] cap. 9.14. [76] Psa. 31.5. Luc. 23.46. [77] cap. 9.40 e 20.36 e 21.5. [78] Mat. 5.44. Luc. 6.28 e 23.34. [79] cap. 7.58 e 22.20. _O evangelho em Samaria._ [Anno Domini 34] 8 E tambem Saulo consentia na morte d’elle. E fez-se n’aquelle dia uma grande perseguição contra a egreja que estava em Jerusalem; [1] e todos foram dispersos pelas terras da Judea e da Samaria, excepto os apostolos. 2 E _alguns_ varões piedosos foram enterrar a Estevão, [2] e fizeram sobre elle grande pranto. 3 E Saulo [3] assolava a egreja, entrando pelas casas: e, arrastando homens e mulheres, _os_ encerrava na prisão. 4 Mas [4] os que andavam dispersos iam por toda a parte, annunciando a palavra. 5 E, [5] descendo Philippe á cidade de Samaria, lhes prégava a Christo. 6 E as multidões estavam attentas unanimemente ás _coisas_ que Philippe dizia, porquanto ouviam e viam os signaes que elle fazia; 7 Pois [6] os espiritos immundos sahiam de muitos que _os_ tinham, clamando em alta voz; e muitos paralyticos e côxos eram curados. 8 E havia grande alegria n’aquella cidade. 9 E havia um certo _varão_, chamado Simão, que anteriormente exercera n’aquella cidade a arte magica, [7] e tinha illudido a gente de Samaria, dizendo [8] que era um grande _personagem_: 10 Ao qual todos attendiam, desde o mais pequeno até ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus. 11 E attendiam-n’o a elle, porque _já_ desde muito tempo os havia illudido com artes magicas. 12 Mas, como crêram em Philippe que [9] lhes prégava ácerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Christo, se baptizavam, tanto homens como mulheres. 13 E creu até o mesmo Simão; e, sendo baptizado, ficou de continuo com Philippe; e, vendo os signaes e as grandes maravilhas que se faziam, estava attonito. 14 Os apostolos, pois, que estavam em Jerusalem, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhes Pedro e João. 15 Os quaes, tendo descido, oraram por elles [10] para que recebessem o Espirito Sancto. 16 (Porque [11] sobre nenhum d’elles tinha ainda descido; mas sómente eram [12] baptizados em [13] nome do Senhor Jesus.) 17 Então [14] lhes impozeram as mãos, e receberam o Espirito Sancto. 18 E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apostolos se dava o Espirito Sancto, lhes offereceu dinheiro, 19 Dizendo: Dae-me tambem a mim esse poder, para que qualquer sobre quem eu pozer as mãos receba o Espirito Sancto. 20 Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja comtigo para perdição, pois cuidaste [15] que o [16] dom de Deus se alcança por dinheiro. 21 Tu não tens parte nem sorte n’esta palavra, porque o teu coração não é recto diante de Deus; 22 Arrepende-te pois d’essa tua iniquidade, e ora a Deus, [17] para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração; 23 Pois vejo que estás [18] em fel de amargura, e em laço de iniquidade. 24 Respondendo, porém, Simão, disse: Orae vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes venha sobre mim. 25 Tendo elles pois testificado e fallado a palavra do Senhor, voltaram para Jerusalem, e em muitas aldeias dos [19] samaritanos annunciaram o evangelho. _Philippe e o eunucho._ 26 E o anjo do Senhor fallou a Philippe, dizendo: Levanta-te, e vae para a banda do sul, ao caminho que desce de Jerusalem para Gaza, que é deserta. 27 E levantou-se, e foi; e eis que um [20] homem ethiope, eunucho, mordomo-mór de Candace, rainha dos ethiopes, o qual era superintendente de todos os seus thesouros, e tinha ido a [21] Jerusalem a adorar, 28 Regressava, e, assentado no seu carro, lia o propheta Isaias. 29 E disse o Espirito a Philippe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro. 30 E, correndo Philippe, ouviu que lia o propheta Isaias, e disse: Entendes tu o que lês? 31 E elle disse: Como o poderei eu, se alguem me não ensinar? E rogou a Philippe que subisse e com elle se assentasse. 32 E o logar da Escriptura que lia era este: [22] Foi levado como a ovelha para o matadouro, e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua bocca. 33 Na sua humilhação foi [AIB] tirada a sua sentença; e quem contará a sua geração? porque a sua vida é tirada da terra. 34 E, respondendo o eunucho a Philippe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o propheta? De si mesmo, ou d’algum outro? 35 Então Philippe, abrindo a sua bocca, [23] e começando n’esta Escriptura, lhe annunciou a Jesus. 36 E, indo elles caminhando, chegaram ao pé d’alguma agua, e disse o eunucho: Eis aqui agua; que impede [24] que eu seja baptizado? 37 E disse Philippe: [25] É licito, se crês de todo o coração. E, respondendo elle, disse: [26] Creio que Jesus Christo é o Filho de Deus. 38 E mandou parar o carro, e desceram ambos á agua, tanto Philippe como o eunucho, e o baptizou. 39 E, quando sairam da agua, o Espirito do Senhor arrebatou a Philippe, [27] e não o viu mais o eunucho; e, jubiloso, continuou o seu caminho. 40 Porém Philippe achou-se em Azoto, e, indo passando, annunciou o evangelho _em_ todas as cidades, até que chegou a Cesarea. [1] cap. 11.19. [2] Gen. 23.2 e 50.10. II Sam. 3.31. [3] cap. 7.58 e 9.1, 13, 21. I Cor. 15.9. Gal. 1.13. Phi. 3.6. I Tim. 1.13. [4] Mat. 10.23. cap. 11.19. [5] cap. 6.5. [6] Mar. 16.17. [7] cap. 13.6. [8] cap. 5.36. [9] cap. 1.3. [10] cap. 2.38. [11] cap. 19.2. [12] Mat. 28.19. cap. 2.38. [13] cap. 10.48 e 19.5. [14] cap. 8.6 e 19.6. Heb. 6.2. [15] Mat. 10.8. II Reis 5.16. [16] cap. 2.38 e 10.45 e 11.17. [17] II Tim. 2.25. [18] Heb. 12.15. [19] Gen. 20.7, 17. Exo. 8.8. Num. 21.7. I Reis 13.6. Job 42.8. Thi. 5.16. [20] Sof. 3.10. [21] João 12.20. [22] Isa. 53.7, 8. [23] Luc. 24.27. cap. 18.28. [24] cap. 10.47. [25] Mat. 28.19. Mar. 16.16. [26] Mat. 16.16. João 6.69 e 9.35, 38 e 11.27. cap. 9.20. I João 4.15 e 5.5, 13. [27] I Reis 18.12. II Reis 2.16. Eze. 3.12, 14. _A conversão de Saulo no caminho de Damasco._ Act. 21.1-16; 26.9-18. [Anno Domini 35] 9 E Saulo, [1] respirando ainda ameaças e mortes contra os discipulos do Senhor, dirigiu-se ao summo sacerdote, 2 E pediu-lhe cartas para Damasco, para as synagogas, para que, se encontrasse alguns d’aquella seita, quer homens quer mulheres, _os_ conduzisse presos a Jerusalem. 3 E, indo [2] _já_ no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. 4 E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, [3] Saulo, porque me persegues? 5 E elle disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: [4] Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. 6 E elle, tremendo e attonito, disse: [5] Senhor, que queres que faça? E _disse_-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e _ali_ te será dito o que te convem fazer. 7 E [6] os varões, que iam com elle, pararam attonitos, ouvindo a voz, mas não vendo ninguem. 8 E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos, não via a ninguem. E, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco. 9 E esteve tres dias sem vêr, e não comeu nem bebeu. 10 E havia em Damasco um certo discipulo [7] chamado Ananias; e disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E elle respondeu: Eis-me aqui, Senhor. 11 E _disse_-lhe o Senhor: Levanta-te, e vae á rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por [8] um chamado Saulo, de Tarso; pois eis que elle ora; 12 E tem visto em visão que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre elle a mão, para que tornasse a vêr. 13 E respondeu Ananias: Senhor, a muitos ouvi ácerca d’este varão, quantos [9] males tem feito aos teus sanctos em Jerusalem; 14 E aqui tem poder dos principaes dos sacerdotes para prender a todos os que [10] invocam o teu nome. 15 Disse-lhe, porém, o Senhor: Vae, porque [11] este é para mim vaso escolhido, para levar o meu nome diante [12] dos gentios, [13] e dos reis e dos filhos d’Israel. 16 Porque [14] eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome. 17 E Ananias [15] foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe [16] as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te appareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a [17] vêr e sejas cheio do Espirito Sancto. 18 E logo lhe cairam dos olhos como que umas escamas, e recebeu logo a vista; e, levantando-se, foi baptizado. _O perseguidor é perseguido._ [Anno Domini 37] 19 E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo [18] alguns dias com os discipulos que estavam em Damasco. 20 E logo nas synagogas prégava a Jesus, [19] que este era o Filho de Deus. 21 E todos os que o ouviam estavam attonitos, e diziam: [20] Não é este aquelle que em Jerusalem assolava aos que invocavam esse nome, e para isso veiu aqui, para os levar presos aos principaes dos sacerdotes? 22 Porém Saulo [21] se esforçava muito mais, e confundia os judeos que habitavam em Damasco, provando que aquelle era o Christo. 23 E, tendo passado muitos dias, [22] os judeos tomaram conselho entre si para o matar. 24 Mas as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo: e [23] elles guardavam as portas, tanto de dia como de noite, para poderem matal-o. 25 Porém, tomando-o de [24] noite os discipulos, o arriaram, dentro d’um cesto, pelo muro. 26 E, [25] quando Saulo chegou a Jerusalem, procurava ajuntar-se aos discipulos, porém todos se temiam d’elle, não crendo que fosse discipulo. 27 Mas [26] Barnabé, tomando-o comsigo, _o_ trouxe aos apostolos, e lhes contou como no caminho elle vira ao Senhor e lhe fallara, [27] e como em Damasco fallara ousadamente no nome de Jesus. 28 E [28] andava com elles em Jerusalem, entrando e saindo. 29 E fallou ousadamente no nome de Jesus. Fallava e disputava tambem contra os [29] gregos, [30] mas elles procuravam matal-o. 30 Sabendo-_o_, porém, os irmãos, o acompanharam até Cesarea, e o enviaram a Tarso. 31 Assim [31] pois, as egrejas em toda a Judea, e Galilea e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espirito Sancto. _Cura de Eneas; resurreição de Tabitha._ [Anno Domini 38] 32 E aconteceu [32] que, passando Pedro por todas as partes, veiu tambem aos sanctos que habitavam em Lydda. 33 E achou ali _um_ certo homem, chamado Eneas, jazendo n’uma cama havia oito annos, o qual era paralytico. 34 E disse-lhe Pedro: [33] Eneas, Jesus Christo te dá saude; levanta-te e faze a tua cama. E logo se levantou. 35 E viram-n’o todos os que habitavam em Lydda e [34] Sarona, os [35] quaes se converteram ao Senhor. 36 E havia em Joppe _uma_ certa discipula chamada Tabitha, que traduzido se diz [AIC] Dorcas. Esta estava cheia [36] de boas obras e esmolas que fazia. 37 E aconteceu n’aquelles dias, que, enfermando ella, morreu; e, tendo-a lavado, _a_ [37] depositaram n’um quarto alto. 38 E, como Lydda era perto de Joppe, ouvindo os discipulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois varões, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com elles. 39 E, levantando-se Pedro, foi com elles; e quando chegou o levaram ao quarto alto, e todas as viuvas o rodearam, chorando e mostrando as tunicas e vestidos que Dorcas fizera quando estava com ellas. 40 Porém Pedro, [38] fazendo-_as_ sair [39] a todas, poz-se de joelhos e orou: e, voltando-se para o corpo, [40] disse: Tabitha, levanta-te. E ella abriu os olhos, e, vendo a Pedro, assentou-se, 41 E elle dando-lhe a mão a levantou, e, chamando os sanctos e as viuvas, apresentou-_lh’a_ viva. 42 E foi _isto_ notorio por toda a Joppe, [41] e muitos crêram no Senhor. 43 E aconteceu que ficou muitos dias em Joppe, com um [42] _certo_ Simão curtidor. [1] cap. 8.3. Gal. 1.13. I Tim. 1.13. [2] cap. 22.6 e 26.12. I Cor. 15.8. [3] Mat. 25.40, etc. [4] cap. 5.39. [5] Luc. 3.10. cap. 2.37 e 16.36. [6] Dan. 10.7. cap. 22.9 e 26.13. [7] cap. 22.12. [8] cap. 21.39 e 22.3. [9] ver. 1. [10] ver. 21. cap. 7.59. I Cor. 1.2. II Tim. 2.22. [11] cap. 13.2 e 22.21. Rom. 1.1. I Tim. 2.7. II Tim. 1.11. [12] Rom. 1.5. Gal. 2.7, 8. [13] cap. 25.22, 23. [14] cap. 20.23 e 21.11. II Cor. 11.23. [15] cap. 22.12, 13. [16] cap. 8.17. [17] cap. 2.4 e 4.31. [18] cap. 26.20. [19] cap. 8.37. [20] cap. 8.3. ver. 1. Gal. 1.13, 23. [21] cap. 18.28. [22] cap. 23.12 e 25.3. II Cor. 11.26. [23] II Cor. 11.32. [24] Jos. 2.15. I Sam. 19.12. [25] cap. 22.17. Gal. 1.17, 18. [26] cap. 4.36 e 13.2. [27] ver. 20, 22. [28] Gal. 1.18. [29] cap. 6.1 e 11.20. [30] ver. 23. II Cor. 11.26. [31] cap. 8.1. [32] cap. 8.14. [33] cap. 3.3, 16 e 4.10. [34] I Chr. 5.16. [35] cap. 11.21. [36] I Tim. 2.10. Tito 3.8. [37] cap. 1.13. [38] Mat. 9.25. [39] cap. 7.60. [40] Mar. 5.41, 42. João 11.43. [41] João 11.45 e 12.11. [42] cap. 10.6. _O centurião Cornelio._ [Anno Domini 41] 10 E havia em Cesarea um _certo_ varão por nome Cornelio, centurião da cohorte chamada italiana, 2 [1] Piedoso e [2] temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de continuo orava a Deus. 3 _Este_, [3] quasi á hora nona do dia, viu claramente em visão um anjo de Deus, que se dirigia para elle e dizia: Cornelio. 4 E este, fixando os olhos n’elle, e muito atemorisado, disse: Que é, Senhor? E disse-lhe: As tuas orações e as tuas esmolas teem subido para memoria diante de Deus; 5 Agora, pois, envia varões a Joppe, e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. 6 Este pousa em casa de um [4] _certo_ Simão curtidor, que tem a sua casa junto do mar. [5] Elle te dirá o que deves fazer. 7 E, ido o anjo que lhe fallava, chamou dois dos seus creados, e a um piedoso soldado dos que estavam ao seu serviço. 8 E, havendo-lhes contado tudo, os enviou a Joppe. 9 E no dia seguinte, indo elles seu caminho, e chegando perto da cidade, subiu [6] Pedro ao terraço para orar, quasi á hora sexta. 10 E, tendo fome, quiz comer; e, emquanto lh’o preparavam, sobreveiu-lhe um arrebatamento de sentidos: 11 E viu [7] o céu aberto, e que para elle descia um _certo_ vaso, como um grande lençol atado pelas quatro pontas, e abaixando-se para a terra. 12 No qual havia de todos os animaes da terra quadrupedes, féras e reptis, e aves do céu. 13 E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come. 14 Porém Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, [8] porque nunca comi coisa alguma commum nem immunda. 15 E segunda vez lhe _disse_ a voz: [9] Não faças tu commum ao que Deus purificou. 16 E aconteceu isto por tres vezes; e o vaso tornou a recolher-se para o céu. 17 E, estando Pedro duvidando entre si que seria aquella visão que tinha visto, eis que os varões que foram enviados por Cornelio, pararam á porta, perguntando pela casa de Simão. 18 E, chamando, perguntaram se Simão, que tinha por sobrenome Pedro, pousava ali. 19 E, pensando Pedro n’aquella visão, [10] disse-lhe o Espirito: Eis que tres varões te buscam: 20 Levanta-te [11] pois, e desce, e vae com elles, não duvidando; porque eu os enviei. 21 E Pedro, descendo para junto dos varões que lhe foram enviados por Cornelio, disse: Eis que sou eu a quem procuraes; qual é a causa porque estaes aqui? 22 E elles disseram: [12] Cornelio, o centurião, varão justo e temente a Deus, [13] e que tem bom testemunho de toda a nação dos judeos, foi avisado por um sancto anjo para que mandasse chamar-te a sua casa, e ouvisse de ti palavras. 23 Então, chamando-os para dentro, os recebeu em casa. Porém no dia seguinte foi Pedro com elles, [14] e foram com elle alguns irmãos de Joppe. 24 E no dia immediato chegaram a Cesarea. E Cornelio os estava esperando, tendo _já_ convidado a seus parentes e amigos mais intimos. 25 E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornelio a recebel-o, e, prostrando-se a _seus_ pés, o adorou. 26 Porém Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, eu [15] mesmo tambem sou homem. 27 E, fallando com elle, entrou, e achou muitos que _ali_ se haviam ajuntado. 28 E disse-lhes: Vós bem sabeis como não é [16] licito a um varão judeo ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas [17] Deus mostrou-me que a nenhum homem chame commum ou immundo: 29 Pelo que, sendo chamado, vim sem contradizer. Pergunto pois; por que razão mandastes chamar-me? 30 E disse Cornelio: Ha quatro dias estava eu em jejum até esta hora, e orava em minha casa á hora [18] nona. 31 E eis que diante de mim se apresentou um varão [19] com _um_ vestido resplandecente, e disse: [20] Cornelio, a tua oração é ouvida, e as tuas [21] esmolas estão em memoria diante de Deus: 32 Envia pois a Joppe, e manda chamar Simão, o que tem por sobrenome Pedro; este pousa em casa de Simão o curtidor, junto do mar, e elle, vindo, te fallará. 33 Assim que logo mandei a ti; e bem fizeste em vir. Agora pois estamos todos presentes diante de Deus, para ouvir tudo quanto por Deus te é mandado. 34 E Pedro, abrindo a bocca, disse: [22] Reconheço por verdade que Deus não faz accepção de pessoas; 35 Mas [23] que lhe é agradavel aquelle que, em qualquer nação, o teme e obra a justiça. 36 A palavra que elle enviou aos filhos d’Israel, [24] annunciando a paz por Jesus Christo (este [25] é o Senhor de todos), 37 Esta palavra, vós bem sabeis, veiu por toda a Judea, [26] começando desde a Galilea, depois do baptismo que João prégou; 38 _Emquanto_ a Jesus de Nazareth, como [27] Deus o ungiu com o Espirito Sancto e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os opprimidos do diabo, [28] porque Deus era com elle. 39 E [29] nós somos testemunhas de todas as _coisas_ que fez, tanto na terra da Judea como em Jerusalem: [30] ao qual mataram, pendurando-o n’um madeiro. 40 A [31] este resuscitou Deus ao terceiro dia, e fez que fosse manifesto, 41 Não a todo o povo, [32] mas ás testemunhas que Deus antes ordenára; a nós, [33] que comemos e bebemos juntamente com elle, depois que resuscitou dos mortos. 42 E [34] mandou-nos prégar ao povo, e testificar que elle [35] é aquelle que por Deus [36] foi constituido juiz dos vivos e dos mortos. 43 A [37] este dão testemunho todos os prophetas, de que [38] todos os que n’elle crêrem receberão o perdão dos peccados pelo seu nome. 44 E, dizendo Pedro ainda estas palavras, [39] caiu o Espirito Sancto sobre todos os que ouviam a palavra. 45 E [40] os fieis que eram da circumcisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, [41] maravilharam-se de que o dom do Espirito Sancto se derramasse tambem sobre os gentios. 46 Porque os ouviam fallar linguas, e magnificar a Deus. 47 Respondeu então Pedro: Pode alguem porventura impedir a agua, para que não sejam baptizados estes, que tambem receberam como nós [42] o Espirito Sancto? 48 [43] E mandou que fossem baptizados em [44] nome do Senhor. Então rogaram-lhe que ficasse com elles por alguns dias. [1] ver. 22. cap. 8.2 e 22.12. [2] ver. 35. [3] ver. 30. cap. 11.13. [4] cap. 9.43. [5] cap. 11.14. [6] cap. 11.5, etc. [7] cap. 7.56. Apo. 19.11. [8] Lev. 11.4 e 20.25. Deu. 14.3, 7. Eze. 4.14. [9] Mat. 15.11. ver. 28. Rom. 14.14, 17, 20. I Cor. 10.25. I Tim. 4.4. Tito 1.15. [10] cap. 11.12. [11] cap. 15.7. [12] ver. 1, 2, etc. [13] cap. 22.12. [14] ver. 45. cap. 11.12. [15] cap. 14.14, 15. Apo. 19.10 e 22.9. [16] João 4.9 e 18.28. cap. 11.3. Gal. 2.12, 14. [17] cap. 15.8, 9. Eph. 3.6. [18] cap. 1.10. [19] Mat. 28.3. Mar. 16.5. Luc. 24.4. [20] Dan. 10.12. [21] Heb. 6.10. [22] Deu. 10.17. II Chr. 19.7. Rom. 2.11. Eph. 6.9. I Ped. 1.17. [23] cap. 15.9. Rom. 2.13, 27. I Cor. 12.13. Gal. 3.28. Eph. 2.13, 18. [24] Isa. 57.19. Eph. 2.14, 16, 17. Col. 1.20. [25] Mat. 28.18. Rom. 10.12. Eph. 1.20, 22. I Ped. 3.22. Apo. 17.14. [26] Luc. 4.14. [27] Luc. 4.18. cap. 2.22 e 4.27. Heb. 1.9. [28] João 3.2. [29] cap. 2.32. [30] cap. 5.30. [31] cap. 2.24. [32] João 14.17, 22. cap. 13.31. [33] Luc. 24.30, 43. João 21.13. [34] Mat. 28.19, 20. cap. 1.8. [35] João 5.22, 27. [36] Rom. 14.9, 10. II Cor. 5.10. [37] Isa. 53.11. Jer. 31.34. Dan. 9.24. Miq. 7.18. Mal. 4.2. [38] cap. 15.9. Rom. 10.11. Gal. 3.22. [39] cap. 4.31. [40] ver. 23. [41] cap. 11.18. Gal. 3.14. [42] cap. 11.17. Rom. 10.12. [43] I Cor. 1.17. [44] cap. 2.38. _Pedro justifica-se perante a egreja de haver baptizado Cornelio._ 11 E ouviram os apostolos, e os irmãos que estavam na Judea, que tambem os gentios receberam a palavra de Deus. 2 E, subindo Pedro a Jerusalem, disputavam [1] com elle os que eram da circumcisão, 3 Dizendo: [2] Entraste em _casa de_ varões incircumcisos, [3] e comeste com elles. 4 Mas Pedro começou a contar-lhes _tudo_ [4] por ordem, dizendo: 5 Estando [5] eu orando na cidade de Joppe, vi, arrebatado dos sentidos, uma visão, um _certo_ vaso, como um grande lençol que descia do céu e, baixado, vinha até junto de mim. 6 No qual, pondo eu os olhos, considerei, e vi animaes da terra, quadrupedes, e féras, e reptis, e aves do céu. 7 E ouvi uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro; mata e come. 8 Porém eu disse: De maneira nenhuma, Senhor; pois nunca em minha bocca entrou coisa alguma commum ou immunda. 9 Mas a voz respondeu-me do céu segunda vez: Não chames tu commum ao que Deus purificou. 10 E succedeu isto por tres vezes; e tudo tornou a recolher-se no céu. 11 E eis que, na mesma _hora_, pararam junto da casa em que eu estava tres varões que me foram enviados de Cesarea. 12 E [6] disse-me o Espirito que fosse com elles, não duvidando; e tambem estes [7] seis irmãos foram comigo, e entrámos em casa d’aquelle varão; 13 E [8] contou-nos como vira estar um anjo em sua casa, e lhe dissera: Envia varões a Joppe, e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro, 14 O qual te dirá palavras com que te salves, tu e toda a tua casa. 15 E, quando comecei a fallar, caiu sobre elles o Espirito Sancto [9] como tambem sobre nós ao principio. 16 E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João [10] certamente baptizou com agua: [11] mas vós sereis baptizados com o Espirito Sancto. 17 Portanto, [12] se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, que tambem _já_ havemos crido no Senhor Jesus Christo, quem [13] era então eu, para que podesse estorvar a Deus? 18 E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo: [14] De maneira que até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida. _O evangelho é prégado aos gentios em Antiochia._ 19 E [15] os que foram dispersos pela perseguição que succedeu por causa d’Estevão caminharam até á Phenicia, Chypre e Antiochia, não annunciando a ninguem a palavra, senão só aos judeos. 20 E havia entre elles alguns varões chyprios e cyrenenses, os quaes, entrando em Antiochia, fallaram [16] aos gregos, annunciando o Senhor Jesus. 21 E a mão [17] do Senhor era com elles; [18] e grande numero creu e se converteu ao Senhor. 22 E chegou a fama d’isto aos ouvidos da egreja que estava em Jerusalem; e enviaram [19] Barnabé á Antiochia. 23 O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, [20] e exhortou a todos a que permanecessem no Senhor com proposito do coração. 24 Porque era homem de bem, [21] e cheio do Espirito Sancto e de fé. E muita gente se [22] uniu ao Senhor. 25 E partiu Barnabé para [23] Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antiochia. 26 E succedeu que todo um anno se congregaram n’aquella egreja, e ensinaram muita gente; e em Antiochia foram os discipulos, pela primeira vez, chamados christãos. 27 E n’aquelles dias [24] desceram prophetas de Jerusalem para Antiochia. 28 E, levantando-se um d’elles, por nome [25] Agabo, dava a entender, pelo Espirito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, a qual aconteceu no tempo de Claudio Cesar. 29 E os discipulos determinaram mandar, cada um conforme o que podesse, [26] soccorro para serviço dos irmãos que habitavam na Judea, 30 O [27] que elles com effeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo. [1] cap. 10.45. Gal. 2.12. [2] cap. 10.28. [3] Gal. 2.12. [4] Luc. 1.3. [5] cap. 10.9, etc. [6] João 16.13. cap. 10.19 e 15.7. [7] cap. 10.23. [8] cap. 10.30. [9] cap. 2.4. [10] Mat. 3.11. João 1.26, 33. cap. 1.5 e 19.4. [11] Isa. 44.3. Joel 2.28 e 3.18. [12] cap. 15.8, 9. [13] cap. 10.47. [14] Rom. 10.12, 13 e 15.9, 16. [15] cap. 8.1. [16] cap. 6.1 e 9.29. [17] Luc. 1.66. cap. 2.47. [18] cap. 9.35. [19] cap. 9.27. [20] cap. 13.43 e 14.22. [21] cap. 6.5. [22] ver. 21. cap. 5.14. [23] cap. 9.30. [24] cap. 2.17 e 13.1 e 15.32 e 21.9. I Cor. 12.28. Eph. 4.11. [25] cap. 21.10. [26] Rom. 15.26. I Cor. 16.1. II Cor. 9.1. [27] cap. 12.25. _Herodes manda matar Thiago—Pedro é livre da prisão—A morte de Herodes._ [Anno Domini 44] 12 E por aquelle mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da egreja, para os maltratar; 2 E matou á espada Thiago, [1] irmão de João. 3 E, vendo que isso agradára aos judeos, continuou, mandando prender tambem a Pedro. E [2] eram os dias dos asmos. 4 E, [3] havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-_o_ a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresental-o ao povo depois da paschoa. 5 Pedro, pois, era guardado na prisão; porém a egreja fazia continua oração por elle a Deus. 6 E quando Herodes o havia de tirar, n’aquella mesma noite, estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão. 7 E eis que [4] sobreveiu o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro na ilharga, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E cairam-lhe das mãos as cadeias. 8 E disse-lhe o anjo: Cinge-te, e ata as tuas alparcas. E elle o fez assim. Disse-lhe mais: Lança ás costas a tua capa, e segue-me. 9 E, saindo, o seguia. [5] E não sabia que fosse verdade o que era feito pelo anjo, mas cuidava [6] que via alguma visão. 10 E, quando passaram a primeira e segunda guarda, chegaram á porta de ferro, que dá para a cidade, [7] a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saido, andaram uma rua, e logo o anjo se apartou d’elle. 11 E Pedro, tornando a si, disse: [8] Agora sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo, [9] e me livrou da mão de Herodes, e _de_ tudo o que o povo dos judeos esperava. 12 E, considerando elle _n’isto_, [10] foi a casa de Maria, mãe de [11] João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam juntos e [12] orando. 13 E, batendo Pedro á porta do pateo, uma menina chamada Rhode saiu a escutar; 14 E, conhecendo a voz de Pedro, de gozo não abriu a porta do pateo, mas, correndo para dentro, annunciou que Pedro estava fóra á porta do pateo. 15 E disseram-lhe: Estás fóra de ti. Mas ella affirmava que assim era. E diziam: [13] É o seu anjo. 16 Porém Pedro perseverava em bater, e, quando abriram, viram-n’o, e se espantaram. 17 E, acenando-lhes [14] elle com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirára da prisão, e disse: Annunciae isto a Thiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro logar. 18 E, sendo já dia, houve não pouco alvoroço entre os soldados sobre o que seria feito de Pedro. 19 E, quando Herodes o buscou e o não achou, feita inquirição aos guardas, mandou-os justiçar. E, partindo da Judea para Cesarea, ficou _ali_. 20 E Herodes estava irritado com os de Tyro e de Sidon; porém elles, vindo de commum accordo ter com elle, e persuadindo Blasto, que era o camarista do rei, pediam paz: porquanto [15] o seu paiz sustentava-se do _paiz_ do rei. 21 E n’um dia designado, vestindo Herodes as vestes reaes, e assentado no tribunal, lhes fez uma pratica. 22 E o povo exclamava: Voz de Deus, e não de homem. 23 E no mesmo instante [16] feriu-o o anjo do Senhor, [17] porquanto não deu gloria a Deus, e, comido de bichos, expirou. 24 [18] E a palavra de Deus crescia e se multiplicava. 25 E Barnabé e Saulo, havendo cumprido aquelle serviço, voltaram de Jerusalem, [19] levando tambem [20] comsigo a João, que tinha por sobrenome Marcos. [1] Mat. 4.21 e 20.23. [2] Exo. 13.14, 15 e 23.15. [3] João 21.18. [4] cap. 5.19. [5] Psa. 126.1. [6] cap. 10.3, 17 e 11.5. [7] cap. 16.26. [8] Psa. 34.7. Dan. 3.28 e 6.22. Heb. 1.14. [9] Job 5.19. Psa. 38.18, 19 e 34.22 e 41.2 e 97.10. II Cor. 1.10. II Ped. 2.9. [10] cap. 4.23. [11] cap. 15.37. [12] ver. 5. [13] Gen. 48.16. Mat. 18.10. [14] cap. 13.16 e 19.33 e 21.40. [15] I Reis 5.9, 11. Eze. 27.17. [16] I Sam. 25.38. II Sam. 24.17. [17] Psa. 115.1. [18] Isa. 55.11. cap. 6.7 e 19.20. [19] cap. 13.5, 13 e 15.37. [20] ver. 12. _Barnabé e Saulo são enviados pela egreja de Antiochia, e pregam em Chypre: Elymas o encantador._ [Anno Domini 45] 13 E na [1] egreja que estava em Antiochia havia alguns prophetas e doutores, _a saber_: [2] Barnabé e Simeão, chamado Niger, e [3] Lucio cyreneo, e Manahen, que fôra criado com Herodes o tetrarcha, e Saulo. 2 E, servindo elles ao Senhor, e jejuando, disse o Espirito [4] Sancto: Apartae-me a Barnabé e a Saulo para a obra para [5] que os tenho chamado. 3 Então, [6] jejuando e orando, e pondo sobre elles as mãos, _os_ despediram. 4 Estes então, enviados pelo Espirito Sancto, desceram a Seleucia e d’ali navegaram para [7] Chypre. 5 E, chegados a Salamina, [8] annunciavam a palavra de Deus nas synagogas dos judeos; e tinham tambem a João [9] por ministro. 6 E, havendo atravessado a ilha até Paphos, acharam [10] _um_ certo judeo magico, falso propheta, chamado Bar-jesus, 7 O qual estava com o proconsul Sergio Paulo, varão prudente. Este, chamando a si Barnabé e Saulo, procurava muito ouvir a palavra de Deus. 8 Mas [11] resistia-lhes Elymas, o encantador (que assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o proconsul. 9 Porém Saulo, que tambem _se chama_ Paulo, [12] cheio do Espirito Sancto, e fixando os olhos n’elle, disse: 10 Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malicia, [13] inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os rectos caminhos do Senhor? 11 Eis-ahi, pois, [14] agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem vêr o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas cairam sobre elle, e, andando em redor, buscava a quem o guiasse pela mão. 12 Então o proconsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor. _O discurso de Paulo na synagoga de Antiochia da Pisidia: a opposição dos judeos._ 13 E, partindo de Paphos, Paulo e os que estavam com elle chegaram a Perge, _cidade_ da Pamphylia. [15] Porém João, apartando-se d’elles, voltou para Jerusalem. 14 E elles, saindo de Perge, chegaram a Antiochia, [16] da Pisidia, e, entrando na synagoga, n’um dia de sabbado, assentaram-se; 15 E, depois [17] da lição da lei e dos prophetas, lhes mandaram dizer os principaes da synagoga: Varões irmãos, [18] se vós tendes alguma palavra de consolação para o povo, fallae. 16 E, levantando-se Paulo, [19] e pedindo silencio com a mão, disse: Varões israelitas, e os [20] que temeis a Deus, ouvi: 17 O Deus d’este povo d’Israel escolheu a [21] nossos paes, e exaltou o [22] povo, sendo elles estrangeiros na terra do Egypto; e [23] com braço levantado os tirou d’ella; 18 E [24] supportou os seus costumes no deserto por espaço de quasi quarenta annos. 19 E, [25] destruindo a sete nações na terra de Canaan, [26] lhes repartiu por sorte a terra d’elles. 20 E, depois d’isto, [27] por quasi quatrocentos e cincoenta annos, _lhes_ deu juizes, [28] até ao propheta Samuel. 21 E [29] depois pediram _um_ rei, e Deus lhes deu por quarenta annos, a Saul filho de Kis, varão da tribu de Benjamin. 22 [30] E, tirado este, [31] lhes levantou como rei a David, ao qual tambem deu testemunho, e disse: [32] Achei a David, _filho_ de Jessé, [33] varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade. 23 Da [34] descendencia d’este, conforme [35] a promessa, levantou Deus a Jesus [36] para Salvador d’Israel; 24 Tendo primeiramente [37] João, antes da vinda d’elle, prégado a todo o povo d’Israel o baptismo do arrependimento. 25 Mas, como João cumprisse a _sua_ carreira, disse: [38] Quem pensaes vós que eu sou? Eu não sou _o Christo_; mas eis que após mim vem aquelle a quem não sou digno de desatar as alparcas dos pés. 26 Varões irmãos, filhos da geração d’Abrahão, e os que d’entre vós temem a Deus, [39] a vós vos é enviada a palavra d’esta salvação. 27 Porque, [40] não conhecendo a este os que habitavam em Jerusalem, nem os seus principes, condemnando-_o_, cumpriram assim as vozes dos [41] prophetas que se lêem todos [42] os sabbados. 28 E, [43] não achando nenhuma causa de morte, [44] pediram a Pilatos que fosse morto. 29 E, [45] havendo elles cumprido todas _as coisas_ que d’elle estavam escriptas, tirando-_o_ [46] do madeiro, _o_ pozeram na sepultura; 30 Porém [47] Deus o resuscitou dos [48] mortos. 31 E elle por muitos dias foi visto pelos que subiram com elle [49] da Galilea a Jerusalem, [50] e são suas testemunhas para com o povo. 32 E nós vos annunciamos [51] a promessa que foi feita aos paes, a qual _já_ Deus nos cumpriu, a nós, seus filhos, resuscitando a Jesus: 33 Como tambem está escripto no psalmo segundo: Meu filho és [52] tu, hoje te gerei. 34 E que o resuscitaria dos mortos, para nunca mais tornar á corrupção, disse-_o_ assim: [53] [AID] As sanctas e fieis bençãos de David vos darei. 35 Pelo que tambem em outro _psalmo_ diz: [54] Não permittirás que o teu sancto veja corrupção. 36 Porque, na verdade, tendo David no seu tempo servido conforme a vontade de Deus, [55] dormiu, e foi posto junto de seus paes e viu a corrupção, 37 Mas aquelle a quem Deus resuscitou nenhuma corrupção viu. 38 Seja-vos pois notorio, varões irmãos, [56] que por este se vos annuncia a remissão dos peccados. 39 E de tudo o que, pela lei de Moysés não podestes ser justificados n’este é [57] justificado todo aquelle que crê. 40 Vêde pois que não venha sobre vós o que está dito nos [58] prophetas: 41 Vêde, ó desprezadores, e espantae vos e desapparecei; porque opéro _uma_ obra em vossos dias, obra que não crereis, se alguem vol-a contar. 42 E, saidos os judeos da synagoga, os gentios rogaram que no sabbado seguinte se lhes fallassem as mesmas coisas. 43 E, despedida a synagoga, muitos dos judeos e dos proselytos religiosos seguiram Paulo e Barnabé; os quaes, fallando-lhes, [59] os exhortavam a que permanecessem [60] na graça de Deus. 44 E no sabbado seguinte ajuntou-se quasi toda a cidade a ouvir a palavra de Deus. 45 Porém os judeos, vendo a multidão, encheram-se de inveja: e, blasphemando, [61] contradiziam o que Paulo dizia. 46 Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: [62] Era mister que a vós se vos fallasse primeiro a palavra de Deus; [63] mas, visto que a rejeitaes, e vos não julgaes dignos da vida eterna, eis que [64] nós voltamos para os gentios; 47 Porque o Senhor assim nol-o mandou, _dizendo_: [65] Eu te puz para luz dos gentios, para que sejas para salvação até aos confins da terra. 48 E os gentios, ouvindo _isto_, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; [66] e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna. 49 E a palavra do Senhor se divulgava por toda aquella provincia. 50 Mas os judeos incitaram [67] a algumas mulheres religiosas e honestas, e aos principaes da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fóra dos seus termos. 51 Sacudindo, [68] porém, contra elles o pó dos seus pés, partiram para Iconio. 52 E os discipulos estavam [69] cheios d’alegria e do Espirito Sancto. [1] cap. 11.27 e 14.20 e 15.35. [2] cap. 11.22, 26. [3] Rom. 16.21. [4] Num. 8.14. cap. 9.15 e 22.21. Rom. 1.1. Gal. 1.15 e 2.9. [5] Mat. 9.38. cap. 14.26. Rom. 10.15. Eph. 3.7, 8. I Tim. 2.7. II Tim. 1.11. Heb. 5.4. [6] cap. 6.6. [7] cap. 4.36. [8] ver. 46. [9] cap. 12.25 e 15.37. [10] cap. 8.9. [11] Exo. 7.11. II Tim. 3.8. [12] cap. 4.8. [13] Mat. 13.38. João 8.44. I João 3.8. [14] Exo. 9.3. I Sam. 5.6. [15] cap. 15.38. [16] cap. 16.13 e 17.2 e 18.4. [17] Luc. 4.16. ver. 27. [18] Heb. 13.22. [19] cap. 12.17. [20] ver. 26, 42, 43. cap. 10.35. [21] Deu. 7.6, 7. [22] Exo. 1.1. Psa. 105.23, 24. cap. 7.17. [23] Exo. 6.6 e 13.14, 16. [24] Exo. 16.35. Num. 14.33, 34. cap. 7.36. [25] Deu. 7.1. [26] Jos. 14.1, 2. Psa. 78.55. [27] Jui. 2.16. [28] I Sam. 3.20. [29] I Sam. 8.5 e 10.1. [30] I Sam. 15.23, 26, 28 e 16.1. Ose. 13.11. [31] I Sam. 16.13. II Sam. 2.4 e 5.3. [32] Psa. 89.20. [33] I Sam. 13.14. cap. 7.46. [34] Isa. 11.1. Luc. 1.32, 69. cap. 2.30. Rom. 1.3. [35] II Sam. 7.12. Psa. 132.11. [36] Mat. 1.21. Rom. 11.26. [37] Mat. 3.1. Luc. 3.3. [38] Mat. 3.11. Mar. 1.7. Luc. 3.16. João 1.20, 27. [39] Mat. 10.6. Luc. 24.47. cap. 3.26. [40] Luc. 23.34. I Cor. 2.8. [41] ver. 14, 15. cap. 15.11. [42] Luc. 24.20, 44. cap. 26.22. Mat. 27.22. [43] Mar. 15.13, 14. João 19.6, 15. [44] cap. 3.13, 14. [45] Luc. 18.31. [46] Mat. 27.59. Mar. 15.46. João 19.38. [47] Mat. 28.6. cap. 2.24. [48] Mat. 28.16. cap. 1.3. I Cor. 15.5, 6, 7. [49] cap. 1.11. [50] cap. 1.8 e 2.32. [51] Gen. 3.15 e 12.3 e 22.18. Rom. 4.13. Gal. 3.16. [52] Psa. 2.7. Heb. 1.5 e 5.5. [53] Isa. 55.3. [54] Psa. 16.10. cap. 2.31. [55] I Reis 2.10. cap. 2.29. [56] Jer. 31.34. I João 2.12. [57] Isa. 53.11. Rom. 3.28. Heb. 7.19. [58] Isa. 29.14. Hab. 1.5. [59] cap. 11.23 e 14.22. [60] Tito 2.11. Heb. 12.15. I Ped. 5.12. [61] cap. 18.6. I Ped. 4.4. Jud. 10. [62] Mat. 10.6. cap. 3.26. ver. 26. Rom. 1.16. [63] Exo. 32.10. Deu. 32.21. Isa. 55.5. Mat. 21.43. Rom. 10.19. [64] cap. 18.6 e 28.28. [65] Isa. 42.6 e 49.6. [66] cap. 2.47. [67] II Tim. 3.11. [68] Mat. 10.14. Mar. 6.11. Luc. 9.5. cap. 18.6. [69] Mat. 5.12. João 16.22. cap. 2.46. _O evangelho é prégado em Iconio, Lystra, e Derbe; successo e perseguição; a volta a Antiochia._ [Anno Domini 46] 14 E aconteceu que em Iconio entraram juntos na synagoga dos judeos, e fallaram de tal modo, que creu uma grande multidão, não só de judeos mas de gregos. 2 Porém os judeos incredulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, os animos dos gentios. 3 Detiveram-se pois muito tempo, fallando ousadamente no Senhor, [1] o qual dava testemunho á palavra da sua graça, permittindo que por suas mãos se fizessem signaes e prodigios. 4 E dividiu-se a multidão da cidade; e [2] uns eram pelos judeos, e outros pelos apostolos. 5 E, havendo um motim, tanto dos judeos como dos gentios, com os seus principaes, [3] para os insultarem e apedrejarem, 6 Entendendo-o elles, [4] acolheram-se a Lystra e Derbe, cidades de Lycaonia, e á provincia circumvisinha; 7 E ali prégavam o Evangelho. 8 E estava assentado em [5] Lystra um _certo_ varão leso dos pés, côxo desde o ventre de sua mãe, o qual nunca tinha andado. 9 Este ouviu fallar Paulo, que, fixando n’elle os olhos, [6] e vendo que tinha fé para ser curado, 10 Disse em voz [7] alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E elle saltou e andou. 11 E as multidões, vendo o que Paulo fizera, levantaram a sua voz, dizendo em lingua lycaonica: [8] Fizeram-se os deuses similhantes aos homens, e desceram até nós. 12 E chamavam Jupiter a Barnabé, e Mercurio a Paulo; porque este era o que fallava. 13 E o sacerdote de Jupiter, que estava em frente da cidade, trazendo para a entrada da porta toiros e grinaldas, [9] queria com a multidão sacrificar-_lhes_. 14 Ouvindo, porém, _isto_ os apostolos Barnabé e Paulo, [10] rasgaram os seus vestidos, e saltaram entre a multidão, clamando, 15 E dizendo: Varões, [11] porque fazeis essas _coisas_? [12] Nós tambem somos homens como vós, sujeitos ás mesmas paixões, [13] e vos annunciamos que vos convertaes d’essas vaidades ao [14] Deus vivo, [15] que fez o céu, e a terra, e o mar, e tudo quanto ha n’elles; 16 O qual nos [16] tempos passados deixou andar todas as gentes em seus caminhos. 17 Ainda [17] que, apezar d’isso, nunca se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando lá do céu, [18] dando-nos chuvas e tempos fructiferos, enchendo de mantimento e de alegria os nossos corações. 18 E, dizendo [19] isto, com difficuldade impediram que as multidões [20] lhes sacrificassem. 19 Sobrevieram, porém, _alguns_ judeos de Antiochia e de Iconio, e, persuadindo a multidão, apedrejaram a Paulo, e o arrastaram para fóra da cidade, cuidando que estava morto. 20 Mas, rodeando-o os discipulos, levantou-se, [21] e entrou na cidade, e no dia seguinte saiu com Barnabé para Derbe. 21 E, tendo annunciado o evangelho áquella cidade, e feito muitos discipulos, voltaram para Lystra, e Iconio, e Antiochia, 22 Confirmando os animos dos discipulos, [22] exhortando-os a permanecer na fé, e [23] _dizendo_ que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus. 23 E, havendo-lhes, [24] por commum consentimento, eleito anciãos em cada egreja, orando com jejuns, os encommendaram ao Senhor em quem haviam crido. 24 Passando depois por Pisidia, dirigiram-se a Pamphylia. 25 E, tendo annunciado a palavra em Perge, desceram a Attalia. 26 E d’ali navegaram para Antiochia, [25] d’onde tinham sido [26] encommendados á graça de Deus para a obra que já haviam cumprido. 27 E, quando chegaram e reuniram a egreja, [27] relataram quão grandes coisas Deus fizera por elles, e [28] como abrira aos gentios a porta da fé. 28 E ficaram ali não pouco tempo com os discipulos. [1] Mar. 16.20. Heb. 2.4. [2] cap. 13.3. [3] II Tim. 3.11. [4] Mat. 10.23. [5] cap. 3.2. [6] Mat. 8.10 e 9.28, 29. [7] Isa. 35.6. [8] cap. 8.10 e 28.6. [9] Dan. 2.46. [10] Mat. 26.65. [11] cap. 10.26. [12] Thi. 5.17. [13] I Sam. 12.21. I Cor. 8.4. [14] Jos. 3.10. [15] Gen. 1.1. Apo. 14.7. [16] Psa. 81.13. I Ped. 4.3. [17] cap. 17.27. Rom. 1.20. [18] Lev. 26.4. Deu. 11.14 e 28.12. Job 5.12. Psa. 65.10 e 68.9, 10 e 147.8. Jer. 14.22. Mat. 5.45. [19] cap. 13.45. [20] II Cor. 11.25. II Tim. 3.11. [21] Mat. 28.19. [22] cap. 11.23 e 13.43. [23] Mat. 10.38 e 16.24. Luc. 22.28, 29. Rom. 8.17. II Tim. 2.11, 12 e 3.12. [24] Tito 1.5. [25] cap. 13.1, 3. [26] cap. 15.40. [27] cap. 15.4, 12 e 21.19. [28] I Cor. 16.9. II Cor. 2.12. Col. 4.3. Apo. 3.8. _A questão ácerca do rito mosaico; a assembléa de Jerusalem, e sua decisão._ [Anno Domini 52] 15 Então [1] alguns que tinham descido da Judea ensinavam os irmãos, _dizendo_: Se vos [2] não circumcidardes, conforme o uso de Moysés, não podeis salvar-vos. 2 Feita pois por Paulo e Barnabé não pequena dissensão e contenda contra elles, resolveu-se que Paulo [3] e Barnabé, e alguns d’entre elles, subissem a Jerusalem, aos apostolos e aos anciãos, sobre aquella questão. 3 De sorte [4] que elles, acompanhados pela egreja, passavam pela Phenicia e por Samaria, [5] contando a conversão dos gentios; e davam grande alegria a todos os irmãos. 4 E, vindos a Jerusalem, foram recebidos pela egreja e pelos apostolos e anciãos, [6] e lhes annunciavam quão grandes coisas Deus tinha feito com elles. 5 Porém alguns da seita dos phariseos, que tinham crido, se levantaram, dizendo [7] que era mister circumcidal-os e mandar-_lhes_ que guardassem a lei de Moysés. 6 Congregaram-se pois os apostolos e os anciãos para examinar este negocio. 7 E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: [8] Varões irmãos, bem sabeis que já ha muito tempo Deus _me_ elegeu d’entre nós, para que os gentios ouvissem da minha bocca a palavra do evangelho, e cressem. 8 E Deus, [9] que conhece os corações, deu testemunho d’elles, [10] dando-lhes o Espirito Sancto, assim como tambem a nós; 9 E [11] não fez differença alguma entre elles e nós, [12] purificando os seus corações pela fé. 10 Agora, pois, porque tentaes a Deus, pondo sobre a cerviz dos discipulos um [13] jugo que nem nossos paes nem nós podémos supportar? 11 Antes [14] crêmos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Christo, como elles tambem. 12 Então toda a multidão se calou, e escutava a Barnabé e a Paulo, [15] que contavam quão grandes signaes e prodigios Deus havia [16] feito por meio d’elles entre os gentios. 13 E, havendo-se elles calado, [17] tomou Thiago a palavra, dizendo: Varões irmãos, ouvi-me: 14 Simão [18] relatou como Deus primeiramente visitou os gentios, para tomar _d’elles_ um povo para o seu nome. 15 E com isto concordam as palavras dos prophetas; como está escripto: 16 Depois [19] d’isto voltarei, e reedificarei o tabernaculo de David, que está caido, e reedificarei as suas ruinas, e tornarei a levantal-o. 17 Para que o resto dos homens busque ao Senhor, e todos os gentios, sobre os quaes o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas _coisas_. 18 São notorias a Deus desde toda a eternidade as suas obras. 19 Pelo que [20] julgo que não se deve perturbar aquelles, d’entre os gentios, que se [21] convertem a Deus, 20 Mas escrever-lhes que se abstenham [22] das contaminações dos idolos, e _da_ fornicação, [23] e das _carnes_ suffocadas e [24] _do_ sangue. 21 Porque Moysés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem [25] o prégue, e cada sabbado é lido nas synagogas. 22 Então pareceu bem aos apostolos e aos anciãos, com toda a egreja, eleger d’elles _alguns_ varões, e envial-os com Paulo e Barnabé a Antiochia, _a saber_: Judas, chamado Barsabbás, e [26] Silas, varões distinctos entre os irmãos. 23 E por elles escreveram o seguinte: Os apostolos, e os anciãos e os irmãos, aos irmãos d’entre os gentios que estão em Antiochia, e Syria e Cilicia, saude. 24 Porquanto ouvimos que [27] alguns que sairam d’entre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que _devieis_ circumcidar-vos e guardar a lei, aos quaes nada mandámos: 25 Pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger _alguns_ varões, e envial-os com os nossos amados Barnabé e Paulo, 26 Homens [28] que _já_ expozeram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Christo. 27 Enviamos pois Judas e Silas, os quaes de bocca vos annunciarão tambem o mesmo. 28 Porque pareceu bem ao Espirito Sancto, e a nós, não vos impôr mais encargo algum, senão estas _coisas_ necessarias: 29 Que [29] vos abstenhaes das coisas sacrificadas aos idolos, [30] e do sangue, e da _carne_ suffocada, e da fornicação: das quaes coisas fazeis bem se vos guardardes. Bem vos vá. 30 Tendo-se elles pois despedido, partiram para Antiochia, e, ajuntando a multidão, entregaram a carta. 31 E, lendo-_a_, alegraram-se, pela consolação a _que lhes causava_. 32 Depois Judas e Silas, que tambem eram [31] prophetas, exhortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. 33 E, detendo-se ali algum tempo, os [32] irmãos os deixaram voltar em paz para os apostolos; 34 Mas pareceu bem a Silas ficar ali. _Separação entre Paulo e Barnabé._ 35 E Paulo [33] e Barnabé ficaram em Antiochia, ensinando e prégando, com muitos outros, a palavra do Senhor. 36 E alguns dias depois disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos [34] por cada cidade em que já annunciámos a palavra do Senhor, _a vêr_ como estão. 37 E Barnabé aconselhava que tomassem comsigo a João, chamado Marcos. 38 Mas a Paulo parecia razoavel que não tomassem comsigo [35] aquelle que desde Pamphylia [36] se tinha apartado d’elles, e não tinha ido com elles áquella obra. 39 E tal contenda houve entre elles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando comsigo a Marcos, navegou para Chypre. _Paulo emprehende uma segunda viagem missionaria na companhia de Silas e Timotheo._ 40 E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, [37] encommendado pelos irmãos á graça de Deus. 41 E foi passando por Syria e Cilicia, confirmando [38] as egrejas. [1] Gal. 2.12. [2] João 7.32. ver. 5. Gal. 5.2. Phi. 3.2. Col. 2.11. Lev. 12.3. [3] Gal. 2.1. [4] Rom. 15.24. I Cor. 16.6, 11. [5] cap. 14.27. [6] ver. 12. cap. 14.27 e 21.19. [7] ver. 1. [8] cap. 10.20 e 11.12. [9] I Chr. 28.9. cap. 1.24. [10] cap. 10.44. [11] Rom. 10.11. [12] cap. 10.15, 28, 43. I Cor. 1.2. I Ped. 1.22. [13] Mat. 23.4. Gal. 5.1. [14] Rom. 3.24. Eph. 2.8. Tito 2.11 e 3.4, 5. [15] cap. 21.19. [16] cap. 14.27. [17] cap. 12.17. [18] ver. 7. [19] Amós 9.11, 12. [20] ver. 28. [21] I The. 1.9. [22] Gen. 35.2. Exo. 20.3, 23. [23] I Cor. 6.9, 18. Gal. 5.19. Eph. 5.3. Col. 3.5. I Ped. 4.3. [24] Gen. 9.4. Lev. 3.17. [25] cap. 13.15, 27. [26] cap. 1.23. [27] ver. 1. Gal. 2.4 e 5.12. Tito 1.10, 11. [28] cap. 13.50 e 14.19. I Cor. 15.30. II Cor. 11.23, 26. [29] ver. 20. cap. 21.25. Apo. 2.14, 20. [30] Lev. 17.14. [31] cap. 14.22 e 18.23. [32] I Cor. 16.11. Heb. 11.31. [33] cap. 13.1. [34] cap. 13.4, 13, 14, 51 e 14.1, 6, 24, 25. [35] cap. 12.12, 25 e 13.5. Col. 4.10. II Tim. 4.11. Phi. 24. [36] cap. 13.13. [37] cap. 14.26. [38] cap. 16.5. 16 E chegou a [1] Derbe e Lystra. E eis que estava ali _um_ certo discipulo por nome [2] Timotheo, [3] filho de uma mulher judia fiel, mas de pae grego: [Anno Domini 53] 2 Do qual [4] davam _bom_ testemunho os irmãos que estavam em Lystra e em Iconio. 3 Paulo quiz que este fosse com elle: e [5] tomando-o, o circumcidou, por causa dos judeos que estavam n’aquelles logares; porque todos sabiam que seu pae era grego. 4 E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos [6] que haviam sido estabelecidos pelos apostolos e anciãos em Jerusalem. 5 De sorte [7] que as egrejas eram confirmadas na fé, e cada dia se augmentavam em numero. 6 E, passando pela Phrygia e pela provincia da Galacia, foram impedidos pelo Espirito Sancto de annunciar a palavra na Asia. 7 E, quando chegaram a Mysia, intentavam ir para Bithynia, porém o Espirito não lh’o permittiu. 8 E, passando por Mysia, [8] desceram a Troas. _A visão em Troas. Paulo passa á Macedonia e préga em Philippos. Lydia, a pythonissa. O carcereiro de Philippos._ 9 E Paulo viu de noite uma visão, em que se apresentou [9] um varão da Macedonia, e lhe rogou, dizendo: Passa á Macedonia, e ajuda-nos. 10 E, logo que viu a visão, procurámos partir [10] para a Macedonia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes annunciarmos o evangelho. 11 E, navegando de Troas, fomos correndo caminho direito para Samothracia, e no _dia_ seguinte para Napoles; 12 E d’ali para [11] Philippos, que é a primeira cidade d’esta parte da Macedonia, e _é_ uma colonia; e estivemos alguns dias n’aquella cidade. 13 E no dia de sabbado saimos fóra da cidade para o rio, onde se costumava fazer oração; e, assentando-nos, fallámos ás mulheres que _ali_ se ajuntaram. 14 E uma certa mulher, chamada Lydia, vendedora de purpura, da cidade de Thyatira, e que servia a Deus, _nos_ ouvia, [12] e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse attenta ao que Paulo dizia. 15 E, depois que foi baptizada, _ella_ e a sua casa, _nos_ rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrae em minha casa, e ficae [13] _ali_. E nos constrangeu a isso. 16 E aconteceu que, indo nós á oração, nos saiu ao encontro uma moça [14] que tinha espirito de adivinhação, [15] a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. 17 Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos annunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altissimo. 18 E ella fazia isto por muitos dias. Porém, [16] descontentando isto a Paulo, voltou-se, e disse ao espirito: Em nome de Jesus Christo, te mando que saias d’ella. [17] E na mesma hora saiu. 19 E, [18] vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida, pegaram [19] de Paulo e Silas, e _os_ levaram á praça, á presença dos magistrados. 20 E, apresentando-os aos magistrados, disseram: Estes homens, [20] sendo judeos, perturbaram a nossa cidade, 21 E prégam ritos que nos não é licito receber nem praticar, visto que somos romanos. 22 E a multidão se levantou juntamente contra elles, [21] e os magistrados, rasgando-lhes os vestidos, mandaram açoital-_os_ com varas, 23 E, havendo-lhes dado muitos açoites, _os_ lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança. 24 O qual, tendo recebido tal ordem, os lançou no carcere mais interior, e lhes segurou os pés no tronco. 25 E, perto da meia noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hymnos a Deus, e os _outros_ presos os escutavam. 26 E [22] de repente sobreveiu um tão grande terremoto, que os alicerces do carcere se moveram, e logo [23] se abriram todas as portas e se soltaram as prisões de todos. 27 E, acordando o carcereiro, e vendo abertas as portas da prisão, tirando da espada, quiz matar-se, cuidando que os presos _já_ tinham fugido. 28 Porém Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos. 29 E, pedindo luz, saltou dentro, e, todo tremendo, se prostrou _aos pés_ de Paulo e Silas. 30 E, tirando-os para fóra, disse: Senhores, [24] que me é necessario fazer para me salvar? 31 E elles disseram: [25] Crê no Senhor Jesus Christo, e serás salvo, tu e a tua casa. 32 E lhe fallavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa. 33 E, tomando-os elle comsigo n’aquella mesma hora da noite, lavou-lhes os açoites; e logo foi baptizado, elle e todos os seus. 34 E, levando-os a sua casa, [26] _lhes_ poz a mesa; e, crendo em Deus, alegrou-se com toda a sua casa. 35 E, sendo já dia, os magistrados mandaram quadrilheiros, dizendo: Soltae aquelles homens. 36 E o carcereiro annunciou a Paulo estas palavras, dizendo: Os magistrados mandaram que vos soltasse; agora pois sahi, e ide em paz. 37 Porém Paulo disse-lhes: Açoitaram-nos publicamente e, sem ser sentenciados, [27] sendo homens romanos, nos lançaram na prisão, e agora encobertamente nos lançam fóra? Não _será_ assim; mas venham elles mesmos e tirem-nos para fóra. 38 E os quadrilheiros foram dizer aos magistrados estas palavras; e _elles_ temeram, ouvindo que eram romanos. 39 E, vindo, [28] lhes rogaram; e, tirando-os para fóra, lhes pediram que saissem da cidade. 40 E, saindo da prisão, [29] entraram em _casa_ de Lydia, e, vendo os irmãos, os confortaram, e _depois_ partiram. [1] cap. 14.6. [2] cap. 19.22. Rom. 16.21. I Cor. 4.17. Phi. 2.19. I The. 3.2. I Tim. 1.2. II Tim. 1.2. [3] II Tim. 1.5. [4] cap. 6.3. [5] I Cor. 9.20. Gal. 2.3 e 5.2. [6] cap. 15.28, 29. [7] cap. 15.41. [8] II Cor. 2.12. II Tim. 4.13. [9] cap. 10.30. [10] II Cor. 2.13. [11] Phi. 1.1. [12] Luc. 24.45. [13] Gen. 19.3 e 33.11. Jui. 19.21. Luc. 24.29. Heb. 13.2. [14] I Sam. 28.7. [15] cap. 19.24. [16] Mar. 1.25, 34. [17] Mar. 16.17. [18] cap. 19.25, 26. [19] II Cor. 6.5. Mat. 10.18. [20] I Reis 18.17. cap. 17.6. [21] II Cor. 6.5 e 11.23, 25. I The. 2.2. [22] cap. 4.31. [23] cap. 5.19 e 12.7, 10. [24] Luc. 3.10. cap. 2.37 e 9.6. [25] João 3.16, 36 e 6.47. I João 5.10. [26] Luc. 5.29 e 19.6. [27] cap. 22.25. [28] Mat. 8.34. [29] ver. 14. _Paulo em Thessalonica e em Berea._ [Anno Domini 54] 17 E, passando por Amphipolis e Apollonia, chegaram a Thessalonica, onde havia uma synagoga de judeos. 2 E Paulo, [1] como tinha por costume, foi ter com elles; e por tres sabbados disputou com elles sobre as Escripturas, 3 Declarando-_as_, [2] e demonstrando que convinha que o Christo padecesse e resuscitasse dos mortos. E este Jesus, que vos annuncio, _dizia elle_, é o Christo. 4 E [3] alguns d’elles crêram, e ajuntaram-se com Paulo e [4] Silas uma grande multidão de gregos religiosos, e não poucas mulheres principaes. 5 Porém os judeos desobedientes, movidos d’inveja, tomaram comsigo alguns homens malignos, d’entre os vadios, e, ajuntando o povo, alvoroçaram a cidade, e, accommettendo a casa de Jason, [5] procuravam tiral-os para junto do povo. 6 E, não os achando, trouxeram _com violencia_ a Jason, e alguns irmãos, aos magistrados da cidade, [6] clamando: Estes que teem alvoroçado o mundo, chegaram tambem aqui; 7 Os quaes Jason tem recolhido; e todos estes obram contra os mandados de Cesar, [7] dizendo que ha outro rei, _a saber_, Jesus. 8 E alvoroçaram a multidão e os principaes da cidade, que ouviram estas _coisas_. 9 Tendo, porém, recebido satisfação de Jason, e dos demais, os soltaram. 10 E logo [8] os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Berea: os quaes, chegando _lá_, foram á synagoga dos judeos. 11 E estes foram mais nobres do que os que estavam em Thessalonica, porque de bom grado receberam a palavra, [9] examinando cada dia nas Escripturas se estas _coisas_ eram assim. 12 De sorte que crêram muitos d’elles, e mulheres gregas honestas, e não poucos varões. 13 Mas, logo que os judeos de Thessalonica souberam que a palavra de Deus tambem era annunciada por Paulo em Berea, foram tambem lá, e commoveram as multidões. 14 Porém [10] no mesmo instante os irmãos mandaram a Paulo que fosse como para o mar, mas Silas e Timotheo ficaram ali. _Paulo em Athenas; o seu discurso no Areopago._ 15 E os que acompanhavam Paulo o levaram até Athenas, [11] e, recebendo ordem para que Silas e Timotheo fossem ter com elle o mais depressa possivel, partiram. 16 E, emquanto Paulo os esperava em Athenas, [12] o seu espirito se commovia em si mesmo, vendo a cidade tão dada á idolatria. 17 De sorte que disputava na synagoga com os judeos e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam. 18 E alguns dos philosophos epicureos e estoicos contendiam com elle; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é prégador de deuses estranhos. Porque lhes annunciava a Jesus e a resurreição. 19 E, tomando-o, o levaram ao Areopago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que fallas? 20 Pois _coisas_ estranhas nos trazes aos ouvidos: queremos pois saber o que vem a ser isto. 21 (Pois todos os athenienses e hospedes estrangeiros de nenhuma outra coisa se occupavam, senão de dizer e ouvir alguma _coisa_ nova). 22 E, estando Paulo no meio do Areopago, disse: Varões athenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos: 23 Porque, passando eu e vendo os vossos sanctuarios, achei tambem um altar em que estava escripto: AO DEUS DESCONHECIDO. Aquelle pois que vós honraes, não o conhecendo, vos annuncio. 24 O Deus [13] que fez o mundo e todas as _coisas_ que n’elle ha: este, sendo Senhor [14] do céu e da terra, [15] não habita em templos feitos por mãos _de homens_; 25 Nem tão pouco é servido por mãos de homens, [16] _como_ que necessitando de alguma coisa; pois _é_ [17] elle só quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; 26 E de um sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos [18] _já_ d’antes ordenados, e os limites da sua habitação; 27 Para [19] que buscassem ao Senhor, se porventura o podessem apalpar e achar; ainda [20] que não está longe de cada um de nós; 28 Porque [21] n’elle vivemos, e nos movemos, e existimos; [22] como tambem alguns dos vossos poetas disseram: Porque somos tambem sua geração. 29 Sendo pois geração de Deus, [23] não havemos de cuidar que a divindade seja similhante ao oiro, ou á prata, ou á pedra esculpida por artificio e imaginação dos homens. 30 De sorte que Deus, [24] [AIE] dissimulando os tempos da ignorancia, [25] annuncia agora a todos os homens, e em todo o logar, que se arrependam; 31 Porquanto tem determinado um dia [26] em que com justiça ha-de julgar o mundo com justiça por _aquelle_ varão que destinou; dando certeza a todos, [27] resuscitando-o dos mortos. 32 E, como ouviram da resurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Ácerca d’isso te ouviremos outra vez. 33 E assim Paulo saiu do meio d’elles. 34 Porém, chegando alguns varões a elle, creram: entre os quaes _foram_ Dionysio, areopagita, e uma mulher por nome Damaris, e com elles outros. [1] Luc. 4.16. cap. 9.20 e 13.5, 14 e 14.1 e 16.13 e 19.8. [2] Luc. 24.26, 46. cap. 18.28. Gal. 3.1. [3] cap. 28.24. [4] cap. 15.22, 27, 32, 40. [5] Rom. 16.21. [6] cap. 16.20. [7] Luc. 23.2. João 19.12. I Ped. 2.13. [8] cap. 9.25. ver. 14. [9] Isa. 34.16. Luc. 16.29. João 5.39. [10] Mat. 10.26. [11] cap. 18.5. [12] I Ped. 2.8. [13] cap. 14.15. [14] Mat. 11.25. [15] cap. 7.48. [16] Psa. 50.8. [17] Gen. 2.7. Num. 16.22. Job 12.10 e 27.3 e 33.4. Isa. 42.5 e 57.16. Zac. 12.1. [18] Deu. 32.8. [19] Rom. 1.20. [20] cap. 14.17. [21] Col. 1.17. Heb. 1.3. [22] Tito 1.12. [23] Isa. 40.18. [24] cap. 14.16. Rom. 3.25. [25] Luc. 24.47. Tito 2.11, 12. I Ped. 1.14 e 4.3. [26] cap. 10.42. Rom. 2.16 e 14.10. [27] cap. 2.24. _Paulo em Corintho; em Epheso; volta para Jerusalem._ [Anno Domini 55] 18 E depois d’isto partiu Paulo de Athenas, e chegou a Corintho. 2 E, achando um _certo_ judeo por nome [1] Aquila, natural do Ponto, que havia pouco que tinha vindo da Italia, e Priscilla, sua mulher (porquanto Claudio tinha mandado que todos os judeos saissem de Roma), se ajuntou com elles, 3 E, porque era do mesmo officio, ficou com elles, [2] e trabalhava; pois tinham por officio fazer tendas. 4 E cada sabbado [3] disputava na synagoga, e persuadia a judeos e gregos. 5 E, [4] quando Silas e Timotheo desceram da Macedonia, foi [5] Paulo constrangido pelo Espirito, testificando aos judeos _que_ Jesus _era_ o Christo. 6 Porém, [6] resistindo e [7] blasphemando elles, sacudiu os vestidos, e disse-lhes: O [8] vosso sangue _seja_ sobre a vossa cabeça; [9] eu _estou_ limpo, e desde agora parto para os gentios. 7 E, partindo d’ali, entrou em casa de um, por nome Justo, que servia a Deus, cuja casa estava junto da synagoga. 8 E [10] Crispo, principal da synagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos corinthios, ouvindo-_o_, crêram e foram baptizados. 9 E disse [11] o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas falla, e não te cales; 10 Porque [12] eu estou comtigo, e ninguem lançará mão de ti para te fazer mal, porque tenho muito povo n’esta cidade. 11 E ficou _ali_ um anno e seis mezes, ensinando entre elles a palavra de Deus. 12 Porém, sendo Gallio proconsul da Achaia, levantaram-se os judeos concordemente contra Paulo, e o levaram ao tribunal, 13 Dizendo: Este persuade os homens a servir a Deus contra a lei. 14 E, querendo Paulo abrir a bocca, disse Gallio aos judeos: [13] Se houvesse, ó judeos, algum aggravo ou crime enorme, com razão vos soffreria, 15 Mas, se a questão é de palavras, e de nomes, e da lei que entre vós ha, vêde-o vós mesmos: porque eu não quero ser juiz d’essas _coisas_. 16 E lançou-os do tribunal. 17 Porém, tomando todos os gregos a [14] Sosthenes, principal da synagoga, o feriram diante do tribunal; e a Gallio nada d’estas coisas se lhe davam. 18 E Paulo, ficando ainda _ali_ muitos dias, despediu-se dos irmãos e d’ali navegou para a Syria, e com elle Priscilla e Aquila, tendo [15] tosquiado a cabeça em Cenchrea, [16] porque tinha voto. 19 E chegou a Epheso, e deixou-os ali; porém elle, entrando na synagoga, disputava com os judeos. 20 E, rogando-_lhe_ elles que ficasse com elles por mais algum tempo, não conveiu n’isso. 21 Antes se despediu d’elles, dizendo: É-me necessario em todo o caso guardar em Jerusalem a festa que se approxima; [17] mas, querendo Deus, outra vez voltarei para vós. E partiu de Epheso. 22 E, chegando a Cesarea, subiu _a Jerusalem_, e, saudando a egreja, desceu a Antiochia. 23 E, estando _ali_ algum tempo, partiu, passando successivamente pela provincia da [18] Galacia e Phrygia, confirmando [19] a todos os discipulos. _Apollo em Epheso e em Corintho._ 24 E chegou [20] a Epheso _um_ certo judeo chamado Apollo, natural d’Alexandria, varão eloquente e poderoso nas Escripturas. 25 Este era instruido no caminho do Senhor, [21] e, fervoroso de espirito, fallava e ensinava diligentemente as _coisas_ do Senhor, [22] conhecendo sómente o baptismo de João. 26 E este começou a fallar ousadamente na synagoga; e, ouvindo-o Priscilla e Aquila, o levaram comsigo, e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus. 27 E, querendo elle passar á Achaia, exhortando-_o_ os irmãos, escreveram aos discipulos que o recebessem; o qual, tendo chegado, [23] aproveitou muito aos que pela graça criam. 28 Porque com grande vehemencia convencia publicamente os judeos, mostrando pelas Escripturas [24] que Jesus era o Christo. [1] Rom. 16.3. I Cor. 16.19. II Tim. 4.19. [2] cap. 20.34. I Cor. 4.12. I The. 2.9. II The. 3.8. [3] cap. 17.2. [4] cap. 17.14, 15. [5] Job 32.18. cap. 17.3. ver. 28. [6] cap. 13.45. I Ped. 4.4. [7] Neh. 5.13. Mat. 10.14. cap. 13.51. [8] Lev. 20.9, 11, 12. II Sam. 1.16. Eze. 18.13 e 33.4. [9] Eze. 3.18, 19 e 33.9. cap. 20.26 e 13.46 e 28.28. [10] I Cor. 1.14. [11] cap. 23.11. [12] Jer. 1.18, 19. Mat. 28.20. [13] cap. 23.29 e 25.11, 19. [14] I Cor. 1.1. [15] Num. 6.18. cap. 21.24. [16] Rom. 16.1. [17] I Cor. 4.19. Heb. 6.3. Thi. 4.15. [18] Gal. 1.2 e 4.14. [19] cap. 14.22 e 15.32, 41. [20] I Cor. 1.12 e 3.5, 6 e 4.6. Tito 3.13. [21] Rom. 12.11. [22] cap. 19.3. [23] I Cor. 3.6. [24] cap. 9.22 e 17.3. ver. 5. _Terceira viagem missionaria de Paulo. Prega o evangelho em Epheso. Tumulto excitado por Demetrio._ [Anno Domini 56] 19 E succedeu que, emquanto Apollo estava [1] em Corintho, Paulo, tendo passado por todas as _regiões_ superiores, chegou a Epheso; e, achando ali alguns discipulos, 2 Disse-lhes: Recebestes vós _já_ o Espirito Sancto quando crêstes? E elles disseram-lhe: [2] Antes nem ainda ouvimos que haja Espirito Sancto. 3 Disse-lhes então: Em que sois baptizados então? E elles disseram: [3] No baptismo de João. 4 Porém Paulo disse: [4] Certamente João baptizou com o baptismo do arrependimento, dizendo ao povo que crêsse no que após elle havia de vir, isto é, em Jesus Christo. 5 E os que ouviram foram baptizados [5] em nome do Senhor Jesus. 6 E, impondo-lhes Paulo [6] as mãos, veiu sobre elles o Espirito Sancto; [7] e fallavam _diversas_ linguas, e prophetizavam. 7 E estes eram, ao todo, quasi doze varões. 8 E, [8] entrando na synagoga, fallou ousadamente por espaço de tres mezes, disputando e persuadindo [9] ácerca do reino de Deus. 9 Mas, endurecendo-se [10] alguns, e não obedecendo, [11] e fallando mal do caminho _do Senhor_ perante a multidão, retirou-se d’elles, e separou os discipulos, disputando todos os dias na escola de um _certo_ Tyranno. 10 E durou [12] isto por espaço de dois annos; de tal maneira que todos os que habitavam na Asia, ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeos como gregos. 11 E Deus [13] pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinarias. 12 De tal [14] maneira que até os lenços e aventaes do seu corpo se levavam aos enfermos, e as enfermidades fugiam d’elles, e os espiritos malignos sahiam. 13 E [15] alguns dos exorcistas [16] judeos vagabundos tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espiritos malignos, dizendo: Esconjuramos-vos por Jesus a quem Paulo préga. 14 E os que faziam isto eram sete filhos de Sceva, judeo, principal dos sacerdotes. 15 Respondendo, porém, o espirito maligno, disse: Conheço a Jesus, e bem sei _quem é_ Paulo; porém vós quem sois? 16 E, saltando n’elles o homem em que estava o espirito maligno, e assenhoreando-se d’elles, poude mais do que elles; de tal maneira que, nús e feridos, fugiram d’aquella casa. 17 E foi isto notorio a todos os que habitavam em Epheso, [17] tanto judeos como gregos; e caiu temor sobre todos elles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido. 18 E muitos dos que criam vinham, confessando [18] e publicando os seus feitos. 19 Tambem muitos dos que seguiam _artes_ curiosas trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos, e, feita a conta do seu preço, acharam que _montava_ a cincoenta mil _peças_ de prata. [Anno Domini 59] 20 Assim [19] a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia. 21 E, [20] cumpridas estas _coisas_, Paulo [21] propoz-se, em espirito, ir a Jerusalem, passando pela Macedonia e pela Achaia, dizendo: Depois que houver estado ali, [22] importa-me vêr tambem Roma. 22 E, enviando á Macedonia dois d’aquelles que o [23] serviam, Timotheo [24] e Erasto, ficou elle por algum tempo na Asia. 23 Porém, [25] n’aquelle mesmo tempo, houve um não pequeno alvoroço ácerca do caminho _do Senhor_. 24 Porque um certo ourives da prata, por nome Demetrio, que fazia de prata nichos de Diana, [26] dava não pouco lucro aos artifices, 25 Aos quaes, havendo-os ajuntado com os officiaes de obras similhantes, disse: Varões, vós bem sabeis que d’este officio temos a nossa prosperidade: 26 E bem vêdes e ouvis que não só em Epheso, mas até quasi em toda a Asia, este Paulo tem persuadido e afastado uma grande multidão, [27] dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos. 27 E não sómente ha o perigo de que isto venha a servir-nos de desprezo, mas tambem de que o proprio templo da grande deusa Diana seja estimado em nada, e de que a sua magestade, a qual toda a Asia e o mundo _inteiro_ veneram, venha a ser destruida. 28 E, ouvindo-o, encheram-se de ira, e clamaram, dizendo: Grande _é_ a Diana dos ephesios. 29 E encheu-se de confusão toda a cidade; e unanimes arremetteram ao theatro, arrebatando comsigo [28] a Gaio e [29] a Aristarcho, macedonios, companheiros de Paulo na viagem. 30 E, querendo Paulo apresentar-se ao povo, não lh’o permittiram os discipulos. 31 E tambem alguns dos principaes da Asia, que eram seus amigos, lhe enviaram, rogando que não se apresentasse no theatro. 32 _Uns_ pois clamavam de uma maneira, outros d’outra, porque o ajuntamento era confuso; e os mais d’elles não sabiam por que causa se tinham ajuntado. [Anno Domini 60] 33 Então tiraram Alexandre d’entre a multidão, impellindo-o os judeos para diante; e Alexandre, [30] acenando com a mão, queria dar razão d’isto ao povo. 34 Porém, conhecendo que era judeo, todos unanimemente levantaram a voz, clamando por espaço de quasi duas horas: Grande _é_ a Diana dos ephesios. 35 Então o escrivão _da cidade_, tendo apaziguado a multidão, disse: Varões ephesios, qual é o homem que não sabe que a cidade dos ephesios é a guardadora do templo da grande deusa Diana, e da _imagem_ que desceu de Jupiter? 36 De sorte que, não podendo isto ser contradito, convém que vos applaqueis, e nada façaes temerariamente; 37 Porque estes homens que _aqui_ trouxestes nem são sacrilegos nem blasphemam da vossa deusa: 38 Porém, se Demetrio e os artifices que estão com elle teem alguma coisa contra alguem, dão-se audiencias e ha proconsules: que se accusem uns aos outros; 39 E, se alguma outra coisa demandaes, averiguar-se-ha em legitimo ajuntamento. 40 Porque corremos perigo de que, por hoje, sejamos accusados de sedição, não havendo causa alguma com que possamos justificar este concurso. 41 E, tendo dito isto, despediu o ajuntamento. [1] I Cor. 1.12 e 3.5, 6. [2] cap. 8.16. I Sam. 3.7. [3] cap. 18.25. [4] Mat. 3.11. João 1.15, 27, 30. cap. 1.5 e 11.16 e 13.24, 25. [5] cap. 8.16. [6] cap. 6.6 e 8.17. [7] cap. 2.4 e 10.46. [8] cap. 17.2 e 18.4. [9] cap. 1.3 e 28.23. [10] II Tim. 1.15. II Ped. 2.2. Jud. 10. [11] cap. 9.2 e 22.4 e 24.14. ver. 23. [12] cap. 20.31. [13] Mar. 16.20. cap. 14.3. [14] cap. 5.15. II Reis 4.29. [15] Mat. 12.27. [16] Mar. 9.38. Luc. 9.49. [17] Luc. 1.65 e 7.16. cap. 2.43 e 5.5, 11. [18] Mat. 3.6. [19] cap. 6.7 e 12.24. [20] Rom. 15.25. Gal. 2.1. [21] cap. 20.22. [22] cap. 18.21 e 23.11. Rom. 15.24, 28. [23] cap. 13.5. [24] Rom. 16.23. II Tim. 4.20. [25] II Cor. 1.8. cap. 9.2. [26] cap. 16.16, 19. [27] Psa. 115.4. Isa. 44.10-20. Jer. 10.3. [28] Rom. 16.23. I Cor. 1.14. [29] cap. 20.4 e 27.2. Col. 4.10. Phi. 24. [30] I Tim. 1.20. II Tim. 4.14. cap. 12.17. _Paulo visita outra vez a Macedonia e a Grecia, e depois volta para a Asia._ 20 E, depois que cessou o alvoroço, Paulo chamou para si os discipulos, e, abraçando-os, [1] saiu para a Macedonia. 2 E, havendo andado por aquellas partes, e exhortando-os com muitas palavras, veiu á Grecia. 3 E, passando _ali_ tres mezes, e sendo-lhe pelos judeos postas ciladas, havendo [2] de navegar para a Syria, determinou voltar pela Macedonia. 4 E acompanhou-o, até á Asia, Sopater, de Berea, e, dos de Thessalonica, Aristarcho, [3] e Segundo, e Gaio de Derbe, e Timotheo, e, dos da Asia, Tychico e Trophimo. 5 Estes, indo adiante, nos esperaram em Troas. 6 E, depois dos dias dos _pães_ [4] asmos, navegámos de Philippos, e em cinco dias fomos ter com elles a Troas, onde estivemos sete dias. 7 E no primeiro _dia_ [5] da semana, ajuntando-se os discipulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, discursava com elles; e alargou a pratica até á meia noite. 8 E havia muitas luzes no [6] cenaculo onde estavam juntos. 9 E, estando _um_ certo mancebo, por nome Eutycho, assentado n’uma janella, caiu, tomado de um somno profundo que lhe sobreveiu durante o extenso discurso de Paulo, desde o terceiro andar; e foi levantado morto. 10 Paulo, porém, descendo, inclinou-se sobre elle, [7] e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a sua alma n’elle está. 11 E subindo, e partindo o pão, e comendo, e fallando-lhes largamente até á alvorada, assim partiu. 12 E levaram vivo o mancebo, e ficaram não pouco consolados. 13 Nós, porém, subindo ao navio, navegámos até Asson, onde deviamos receber a Paulo, porque assim o ordenara, indo elle por terra. 14 E, logo que se ajuntou comnosco em Asson, tomámol-o, e fomos a Mitylene: 15 E, navegando d’ali, chegámos no _dia_ seguinte defronte de Chio, e no outro aportámos a Samos, e, ficando em Trogyllio, chegámos no _dia_ seguinte a Mileto. 16 Porque _já_ Paulo tinha determinado passar adiante de Epheso, para não gastar tempo na Asia. [8] Apressava-se pois para, se lhe fosse possivel, estar em Jerusalem no dia de pentecostes. _Discurso de Paulo aos anciãos da egreja de Epheso._ 17 E de Mileto mandou a Epheso, a chamar os anciãos da egreja. 18 E, logo que chegaram junto d’elle, disse-lhes: Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Asia, [9] o modo como em todo esse tempo me portei no meio de vós, 19 Servindo ao Senhor com toda a humildade, e com muitas lagrimas e tentações, [10] que pelas ciladas dos judeos me teem sobrevindo. 20 Como nada, [11] que util _vos_ fosse, deixei de vos annunciar, e ensinar publicamente e pelas casas: 21 Testificando, [12] tanto aos judeos como aos gregos, a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Christo. 22 E agora, eis que, ligado eu pelo espirito, [13] vou para Jerusalem, não sabendo o que lá me ha de acontecer. 23 Senão que o Espirito Sancto de cidade em cidade [14] _me_ testifica, dizendo que me esperam prisões e tribulações. 24 Mas de nenhuma _coisa_ faço caso, e [15] nem a minha vida tenho por preciosa, comtanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministerio que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. 25 E agora, eis-que [16] bem sei que todos vós, por quem passei prégando o reino de Deus, não vereis mais o meu rosto. 26 Portanto, no dia de hoje, vos protesto que _estou_ limpo [17] do sangue de todos. 27 Porque [18] nunca deixei de annunciar-vos todo o conselho de Deus. 28 Olhae pois por vós, [19] e por todo o rebanho sobre que o Espirito Sancto vos constituiu bispos, para apascentardes a egreja de Deus, a qual alcançou com seu proprio sangue. 29 Porque eu sei isto: que, depois _da_ minha partida, entrarão entre vós lobos [20] crueis, que não perdoarão ao rebanho. 30 E que d’entre vós mesmos se levantarão homens [21] que fallarão _coisas_ perversas, para attrahirem os discipulos após si. 31 Portanto, vigiae, lembrando-vos de [22] que, durante tres annos, não cessei, de noite e de dia, de admoestar com lagrimas a cada um de vós. 32 Agora pois, irmãos, encommendo-vos a Deus [23] e á palavra da sua graça; o qual é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os sanctificados. 33 De ninguem cubicei [24] a prata, nem o oiro, nem o vestido. 34 Vós mesmos sabeis que para o que me era necessario a mim, e aos que estão comigo, [25] estas mãos me serviram. 35 Tenho-vos mostrado em [26] tudo que, trabalhando assim, é necessario supportar os enfermos, e lembrar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bemaventurada coisa é dar do que receber. 36 E, havendo dito isto, pondo-se de joelhos, [27] orou com todos elles. 37 E levantou-se um grande pranto entre todos, [28] e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, 38 Entristecendo-se muito, principalmente pela palavra que dissera, que não veriam mais o seu rosto. [29] E acompanharam-n’o até ao navio. [1] I Cor. 16.5. I Tim. 1.3. [2] cap. 9.23 e 23.12 e 25.3. II Cor. 11.26. [3] cap. 19.29 e 27.2 e 16.1 e 21.29. Col. 4.10. Eph. 6.21. Col. 4.7. II Tim. 4.12, 20. Tito 3.12. [4] Exo. 12.14, 15. II Cor. 2.12. II Tim. 4.13. [5] I Cor. 16.2 e 10.16 e 11.20, etc. Apo. 1.10. cap. 2.42, 46. [6] cap. 1.13. [7] I Reis 17.21. II Reis 4.34. Mat. 9.24. [8] cap. 18.21 e 19.21 e 21.4, 12 e 24.17 e 2.1. I Cor. 16.8. [9] cap. 18.19 e 19.1, 10. [10] ver. 3. [11] ver. 27. [12] cap. 18.5 e 2.38. Mar. 1.15. Luc. 24.47. [13] cap. 19.21. [14] cap. 21.4, 11. I The. 3.3. [15] cap. 21.13. Rom. 8.35. II Cor. 4.16. II Tim. 4.7. Gal. 1.1. Tito 1.3. [16] ver. 38. Rom. 15.23. I Sam. 12.3. [17] cap. 18.6. II Cor. 7.2. [18] ver. 20. Luc. 7.30. João 15.15. [19] I Tim. 4.16. I Ped. 5.2 e 1.19. I Cor. 12.28. Eph. 1.7, 14. Heb. 9.12. Apo. 5.9. [20] Mat. 7.15. II Ped. 2.1. [21] I Tim. 1.20. I João 2.19. [22] cap. 19.10. Heb. 13.9. [23] Eph. 1.18. Col. 1.12. Heb. 9.15. I Ped. 1.4. [24] I Sam. 12.3. I Cor. 9.12. II Cor. 7.2. [25] cap. 18.3. I Cor. 4.12. I The. 2.9. [26] Rom. 15.1. I Cor. 9.12. II Cor. 11.9, 12. I The. 4.9, 11, 12. I The. 4.11. II The. 3.8. [27] cap. 7.59 e 21.5. [28] Gen. 45.14 e 46.29. [29] ver. 25. _Paulo chega a Jerusalem, e é preso no templo._ 21 E aconteceu que, separando-nos d’elles, navegámos e fomos correndo caminho direito, e chegámos a Coos, e no dia seguinte a Rhodes, de onde passámos a Patara. 2 E, achando um navio, que passava á Phenicia, embarcámos n’elle, e partimos. 3 E, indo _já_ á vista de Chypre, deixando-a á esquerda, navegámos para a Syria, e chegámos a Tyro; porque o navio havia de ser descarregado ali. 4 E, achando discipulos, ficámos nós ali sete dias: os quaes pelo Espirito diziam a [1] Paulo que não subisse a Jerusalem. 5 E, havendo passado _ali_ aquelles dias, saimos, e seguimos nosso caminho, acompanhando-nos todos, com _suas_ mulheres e filhos, até fóra da cidade; e, postos de joelhos [2] na praia, orámos. 6 E, saudando-nos uns aos outros, subimos ao navio; [3] e elles voltaram para suas casas. 7 E nós, concluida a navegação de Tyro, viemos a Ptolemaida; e, havendo saudado os irmãos, ficámos com elles um dia. 8 E no _dia_ seguinte, partindo d’ali Paulo, e nós que com elle estavamos, chegámos a Cesarea: e, entrando em casa de Philippe, [4] o evangelista, que era um dos sete, ficámos com elle. 9 E tinha este quatro filhas donzellas, [5] que prophetizavam. 10 E, demorando-nos _ali_ por muitos dias, desceu da Judea um propheta, por nome [6] Agabo; 11 E, vindo elle a nós, e tomando a cinta de Paulo, e ligando-se os pés e mãos, disse: Isto diz o Espirito Sancto: Assim ligarão os [7] judeos em Jerusalem o varão cuja é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios. 12 E, ouvindo nós isto, rogámos-_lhe_, tanto nós como os que eram d’aquelle logar, que não subisse a Jerusalem. 13 Porém Paulo respondeu: [8] Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? porque eu estou prompto, não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalem pelo nome do Senhor Jesus. 14 E, como não podiamos persuadil-o, nos aquietámos, dizendo: [9] Faça-se a vontade do Senhor. 15 E depois d’aquelles dias, havendo feito os nossos preparativos, subimos a Jerusalem. 16 E foram tambem comnosco _alguns_ discipulos de Cesarea, levando comsigo um _certo_ Mnason, chyprio, discipulo antigo, com o qual haviamos de pousar. 17 E, logo que chegámos [10] a Jerusalem, os irmãos nos receberam de muito boa vontade. 18 E no _dia_ seguinte, Paulo entrou comnosco _em casa_ de Thiago, [11] e todos os anciãos vieram ali. 19 E, havendo-os saudado, [12] contou-_lhes_ por miudo o que por seu ministerio Deus fizera entre os gentios. 20 E, ouvindo-_o_ elles, glorificaram ao Senhor, e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeos ha que crêem, [13] e todos são zeladores da lei. 21 E _já_ ácerca de ti foram informados que ensinas todos os judeos que estão entre os gentios a apartarem-se de Moysés, dizendo que não devem circumcidar a _seus_ filhos, nem andar segundo o costume _da lei_. 22 Que faremos pois? em todo o caso é necessario que a multidão se ajunte; porque ouvirão que _já_ és vindo. 23 Faze pois isto que te dizemos: Temos quatro varões que fizeram voto. 24 Toma comtigo a estes, e sanctifica-te com elles, e faze por elles os gastos para que rapem a cabeça, [14] e todos saibam que nada ha d’aquillo de que foram informados ácerca de ti, mas _que_ tambem tu mesmo andas guardando a lei. 25 Porém, quanto aos que crêem dos gentios, _já_ nós havemos [15] escripto, e achado por bem, que nada d’isto observem; mas que só se guardem do que se sacrifica aos idolos, e do sangue, e do suffocado e da fornicação. 26 Então Paulo, tomando comsigo aquelles varões, sanctificado com elles, entrou no dia seguinte [16] no templo, annunciando serem _já_ cumpridos os dias da sanctificação, _ficando ali_ até se offerecer por cada um d’elles a offerta. 27 E, indo-se _já_ acabando os sete dias, os judeos [17] da Asia, vendo-o no templo, alvoroçaram todo o povo e lançaram mão d’elle, 28 Clamando: Varões israelitas, acudi: este é o homem [18] que por todas as partes ensina a todos, contra o povo e _contra_ a lei, e _contra_ este logar; e, demais d’isto, introduziu tambem no templo os gregos, e profanou este sancto logar. 29 Porque d’antes tinham visto com elle na cidade a [19] Trophimo d’Epheso, ao qual pensavam que Paulo introduzira no templo. 30 E alvoroçou-se toda a cidade, [20] e fez-se um concurso de povo; e, pegando de Paulo, o arrastaram para fóra do templo, e logo as portas se fecharam. 31 E, procurando elles matal-o, chegou ao tribuno da cohorte a nova de que Jerusalem estava toda em confusão. 32 O qual, tomando logo comsigo soldados [21] e centuriões, correu para elles. E, vendo elles o tribuno e os soldados, cessaram de ferir a Paulo. 33 Então, chegando o tribuno, o prendeu e o mandou atar com duas cadeias. [22] e lhe perguntou quem era e o que tinha feito. 34 E na multidão uns clamavam d’uma maneira outros d’outra; porém, como nada podia saber ao certo, por causa do alvoroço, mandou conduzil-o para a fortaleza. 35 E succedeu que, chegando ás escadas, os soldados tiveram de lhe pegar por causa da violencia da multidão. 36 Porque a multidão do povo o seguia, clamando: [23] Mata-o. 37 E, quando iam a introduzir Paulo na fortaleza, disse Paulo ao tribuno: É-me permittido dizer-te alguma coisa? E elle disse: Sabes o grego? 38 Não és tu porventura aquelle egypcio [24] que antes d’estes dias levantou uma sedição e levou ao deserto quatro mil salteadores? 39 Porém Paulo lhe disse: Na verdade que sou um homem judeo, [25] cidadão de Tarso, cidade não pouco celebre na Cilicia: rogo-te, porém, que me permittas fallar ao povo. 40 E, havendo-lh’o permittido, Paulo, pondo-se em pé nas escadas, fez signal com a mão [26] ao povo; e, feito grande silencio, fallou-lhes em lingua hebraica, dizendo: [1] ver. 12. cap. 20.23. [2] cap. 20.36. [3] João 1.11. [4] Eph. 4.11. II Tim. 4.5. cap. 6.5 e 8.26, 40. [5] Joel 2.28. cap. 2.17. [6] cap. 11.28. [7] ver. 33. cap. 20.23. [8] cap. 20.24. [9] Mat. 6.10 e 26.42. Luc. 11.2 e 22.42. [10] cap. 15.4. [11] cap. 15.13. Gal. 1.19 e 2.9. [12] cap. 15.4, 12 e 1.17 e 20.24. Rom. 15.18, 19. [13] cap. 22.3. Rom. 10.2. Gal. 1.14. [14] Num. 6.2, 13, 18. cap. 18.18. [15] cap. 15.20, 29. [16] cap. 24.18. Num. 6.13. [17] cap. 24.18 e 26.21. [18] cap. 24.5, 6. [19] cap. 20.4. [20] cap. 26.21. [21] cap. 23.27 e 24.7. [22] ver. 11. cap. 20.23. [23] Luc. 23.18. João 19.15. cap. 22.22. [24] cap. 5.36. [25] cap. 9.11 e 22.3. [26] cap. 12.17. _Discurso de Paulo em sua defeza._ 22 Varões irmãos e paes, [1] ouvi agora a minha defeza perante vós. 2 (E, quando ouviram fallar-lhes em lingua hebraica, maior silencio guardaram.) E disse: 3 Quanto a mim, sou varão [2] judeo, nascido em Tarso de Cilicia, e n’esta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruido conforme a verdade da lei de nossos paes, zelador de Deus, como todos vós hoje sois. 4 Que tenho perseguido este caminho até á morte, [3] prendendo, e mettendo em prisões, assim varões como mulheres. 5 Como tambem o summo sacerdote me é testemunha, e todo o conselho dos [4] anciãos: dos quaes ainda, levando cartas para os irmãos, fui a Damasco, para trazer manietados para Jerusalem aquelles que ali estivessem, para que fossem castigados. 6 Porém aconteceu [5] que, indo eu _já_ de caminho, e chegando perto de Damasco, quasi ao meio dia, de repente me rodeou _uma_ grande luz do céu. 7 E cahi por terra, e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, porque me persegues? 8 E eu respondi: Quem és, Senhor? E disse-me: Eu sou Jesus nazareno, a quem tu persegues. 9 E os que estavam [6] comigo viram em verdade a luz, e se atemorisaram muito; mas não ouviram a voz d’aquelle que fallava comigo. 10 Então disse eu: Senhor, que farei? E o Senhor disse-me: Levanta-te, e vae a Damasco, e ali se te dirá tudo o que te é ordenado fazer. 11 E, como eu não via, por causa do esplendor d’aquella luz, fui levado pela mão dos que estavam comigo, e cheguei a Damasco. 12 E um _certo_ Ananias, [7] varão pio conforme a lei, que tinha bom testemunho de todos os judeos que _ali_ moravam, 13 Vindo ter comigo, e apresentando-se, disse-me: Saulo, irmão, recobra a vista. E n’aquella mesma hora o vi. 14 E _elle_ disse: [8] O Deus de nossos paes d’antemão te ordenou para que conheças a sua vontade, e vejas aquelle Justo, e ouças a voz da sua bocca. 15 Porque lhe has de ser [9] testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido. 16 E agora [10] porque te detens? Levanta-te, e baptiza-te, e lava os teus peccados, invocando o nome do Senhor. 17 E aconteceu-me, [11] tornando eu para Jerusalem, que, orando eu no templo, fui arrebatado para fóra de mim. 18 E vi o que me dizia: [12] Dá-te pressa, e sae apressadamente de Jerusalem; porque não receberão o teu testemunho ácerca de mim. 19 E eu disse: [13] Senhor, elles bem sabem que eu lançava na prisão e açoitava nas synagogas os que criam em ti. 20 E quando [14] o sangue de Estevão, tua testemunha, se derramava, tambem eu estava presente, e consentia na sua morte, e guardava os vestidos dos que o matavam. 21 E disse-me: [15] Vae, porque hei-de enviar-te aos gentios de longe. 22 E ouviram-n’o até esta palavra, e [16] levantaram a voz, dizendo: Tira da terra um tal _homem_, porque não convem que viva. 23 E, clamando elles, e lançando de si os vestidos, e deitando pó para o ar, 24 O tribuno mandou que o levassem para a fortaleza, dizendo que o examinassem com açoites, para saber por que causa assim clamavam contra elle. 25 E, quando o estavam atando com correias, disse Paulo ao centurião que ali estava: [17] É-vos licito açoitar um homem romano, sem ser condemnado? 26 E, ouvindo _isto_, o centurião foi, e annunciou ao tribuno, dizendo: Olha o que vaes fazer, porque este homem é romano. 27 E, vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-me, és tu romano? E elle disse: Sim. 28 E respondeu o tribuno: Eu com grande somma _de dinheiro_ alcancei este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu sou-o de nascimento. 29 De sorte que logo d’elle se apartaram os que o haviam de examinar; e até o tribuno teve temor, quando soube que era romano, porque o tinha ligado. _Paulo perante o synhedrio._ 30 E no dia seguinte, querendo saber ao certo a causa por que era accusado pelos judeos, soltou-o das prisões, e mandou vir os principaes dos sacerdotes, e todo o seu conselho; e, trazendo Paulo, _o_ apresentou diante d’elles. [1] cap. 7.2. [2] cap. 21.39. Phi. 3.5. Deu. 33.3. II Reis 4.38. Gal. 1.14. Rom. 10.2. [3] cap. 8.3 e 26.9, 10, 11. Phi. 3.6. I Tim. 1.13. [4] Luc. 22.66. cap. 4.5 e 9.2. [5] cap. 9.3 e 26.12, 13. [6] Dan. 10.7. cap. 9.7. [7] cap. 9.17 e 10.22. I Tim. 3.7. [8] cap. 3.13 e 5.30 e 9.15 e 26.16 e 3.14 e 7.52. I Cor. 9.1 e 15.8 e 11.23. Gal. 1.12. [9] cap. 23.11 e 4.20 e 26.16. [10] cap. 2.38 e 9.14. Heb. 10.22. Rom. 10.13. [11] cap. 9.26. II Cor. 12.2. [12] ver. 14. Mat. 10.14. [13] ver. 4. cap. 8.3. Mat. 10.17. [14] cap. 7.58 e 8.1. Luc. 11.48. Rom. 1.32. [15] cap. 9.15 e 13.2, 46, 47 e 18.6 e 26.17. Rom. 1.5 e 11.13 e 15.16. Gal. 1.15, 16 e 2.7, 8. Eph. 3.7, 8. I Tim. 2.7. II Tim. 1.11. [16] cap. 21.36 e 25.24. [17] cap. 16.37. 23 E, pondo Paulo os olhos no conselho, disse: [1] Varões irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciencia. 2 Porém o summo sacerdote, Ananias, mandou então aos que estavam junto [2] d’elle que o ferissem na bocca. 3 Então Paulo lhe disse: [3] Deus te ferirá, parede branqueada: tu estás _aqui_ assentado para julgar-me conforme a lei, e contra a lei me mandas ferir? 4 E os que ali estavam disseram: Injurias o summo sacerdote de Deus? 5 E Paulo disse: [4] Não sabia, irmãos, que era o summo sacerdote; porque está escripto: Não dirás mal do principe do teu povo. 6 E Paulo, sabendo que uma parte era de sadduceos e outra de phariseos, clamou no conselho: [5] Varões irmãos, eu sou phariseo, filho de phariseo, no tocante á esperança e resurreição dos mortos sou julgado. 7 E, havendo dito isto, houve dissensão entre os phariseos e sadduceos; e a multidão se dividiu. 8 [6] Porque os sadduceos dizem que não ha resurreição, nem anjo, nem espirito; mas os phariseos confessam ambas as coisas. 9 E originou-se _um_ grande clamor; e, levantando-se os escribas da parte dos phariseos, contendiam, [7] dizendo: Nenhum mal achamos n’este homem, e, se algum espirito ou [8] anjo lhe fallou, não resistamos a Deus. 10 E, havendo grande dissensão, o tribuno, temendo que Paulo fosse despedaçado por elles, mandou descer a soldadesca, e arrebatal-o do meio d’elles, e leval-o para a fortaleza. 11 E na noite [9] seguinte, apresentando-se-lhe o Senhor, disse: Paulo, tem animo: porque, como de mim testificaste em Jerusalem, assim te importa testificar tambem em Roma. _Conspiração dos judeos contra Paulo; este é mandado para Cesarea._ 12 E, vindo o dia, [10] alguns dos judeos fizeram uma conspiração, e se conjuraram, dizendo que não comeriam nem beberiam, emquanto não matassem a Paulo. 13 E eram mais de quarenta os que fizeram esta conjuração. 14 Os quaes foram aos principaes dos sacerdotes e aos anciãos, e disseram: [AIF] Conjurámo-nos, sob pena de maldição, que nada provaremos, até que matemos a Paulo. 15 Agora, pois, vós, com o conselho, fazei saber ao tribuno que vol-o traga ámanhã, como que querendo saber mais alguma coisa de seus negocios, e, antes que chegue, estaremos promptos para o matar. 16 E o filho da irmã de Paulo, ouvindo estas ciladas, foi, e entrou na fortaleza, e o annunciou a Paulo. 17 E Paulo, chamando a si um dos centuriões, disse: Leva este mancebo ao tribuno, porque tem alguma coisa que lhe communicar. 18 Tomando-o elle, pois, _o_ levou ao tribuno, e disse: O preso Paulo, chamando-me a si, _me_ rogou que te trouxesse este mancebo, que tem alguma coisa que dizer-te. 19 E o tribuno, tomando-_o_ pela mão, e pondo-se á parte perguntou-lhe em particular: Que tens que me denunciar? 20 E disse elle: [11] Os judeos se concertaram rogar-te que ámanhã leves Paulo ao conselho, como que tendo a inquirir d’elle mais alguma coisa ao certo: 21 Porém tu não os creias; porque mais de quarenta homens d’entre elles lhe andam armando ciladas: os quaes se obrigaram, sob pena de maldição, a não comerem nem beberem, até que o tenham morto: e já estão apercebidos, esperando a tua promessa. 22 Então o tribuno despediu o mancebo, mandando-lhe que a ninguem dissesse que lhe havia manifestado aquillo. 23 E, chamando a si dois centuriões, lhes disse: Apromptae para as tres horas da noite duzentos soldados, e setenta de cavallo, e duzentos archeiros para irem até Cesarea; 24 E apparelhae cavalgaduras, para que, pondo n’ellas a Paulo, o levem a salvo ao presidente Felix. 25 Escreveu uma carta, que continha isto: 26 Claudio Lysias, a Felix, potentissimo [AIG] presidente, saude. 27 Esse homem [12] foi preso pelos judeos; e, estando _já_ a ponto de ser morto por elles, sobrevim eu com a soldadesca, e _lh’o_ tomei, informado de que era romano. 28 E, querendo saber [13] a causa por que o accusavam, o levei ao seu conselho. 29 E achei que o accusavam de _algumas_ questões [14] da sua lei: mas que nenhum crime havia n’elle digno de morte ou de prisão. 30 E, sendo-me [15] notificado que os judeos haviam _de armar_ ciladas a esse homem, logo t’o enviei, mandando tambem aos accusadores que perante ti digam o que tiverem contra elle. Passa bem. 31 Tomando pois os soldados a Paulo, como lhe fôra mandado, _o_ trouxeram de noite a Antipatris. 32 E no dia seguinte, deixando aos de cavallo irem com elle, tornaram á fortaleza. 33 Os quaes, logo que chegaram a Cesarea, e entregaram a carta ao presidente, lhe apresentaram Paulo. 34 E o presidente, lida _a carta_, perguntou de que provincia era; e, entendendo [16] que da Cilicia, 35 Ouvir-te-hei, disse, [17] quando tambem aqui vierem os teus accusadores. E mandou que o guardassem [18] no pretorio de Herodes. [1] cap. 24.16. I Cor. 4.4. II Cor. 1.12 e 4.2. II Tim. 1.3. Heb. 13.18. [2] I Reis 22.24. Jer. 20.2. João 18.22. [3] Lev. 19.35. Deu. 25.1, 2. João 7.51. [4] cap. 24.17. Exo. 22.28. Ecc. 10.20. II Ped. 2.10. Jud. 8. [5] cap. 26.5 e 24.15, 21 e 26.6 e 28.20. Phi. 3.5. [6] Mat. 22.23. Mar. 12.18. Luc. 20.27. [7] cap. 25.25 e 26.31 e 22.7, 17, 18. [8] cap. 5.39. [9] cap. 18.9 e 27.23, 24. [10] ver. 21, 30. cap. 25.3. [11] ver. 12. [12] cap. 21.33 e 24.7. [13] cap. 22.30. [14] cap. 18.15 e 25.19 e 26.31. [15] ver. 20. cap. 24.8 e 25.6. [16] cap. 21.39. [17] cap. 24.1, 10 e 25.16. [18] Mat. 27.27. _Paulo perante o tribunal do governador Felix._ 24 E cinco dias depois o summo sacerdote [1] Ananias desceu com os anciãos, e um certo Tertullo, orador, os quaes compareceram perante o presidente contra Paulo. 2 E, sendo citado, Tertullo começou a accusal-_o_, dizendo: 3 Que por ti tenhamos tanta paz e que, por tua prudencia, a este povo se façam muitos e louvaveis serviços, sempre e em todo o logar, ó potentissimo Felix, com todo o agradecimento o reconhecemos. 4 Porém, para que te não detenha muito, rogo-te que brevemente, conforme a tua equidade, nos ouças: 5 Porque temos [2] achado que este homem é uma peste, e levantador de sedições entre todos os judeos, por todo o mundo; e o principal defensor da seita dos nazarenos; 6 O qual [3] intentou tambem profanar o templo: ao qual tambem prendemos, e conforme a nossa lei o [4] quizemos julgar. 7 Porém, sobrevindo [5] o tribuno Lysias, nol-o tirou d’entre as mãos com grande violencia: 8 Mandando aos seus [6] accusadores que viessem a ti: do qual tu mesmo, examinando-o, poderás entender tudo o de que o accusamos. 9 E tambem os judeos consentiram, dizendo serem estas coisas assim. 10 Porém Paulo, fazendo-lhe o presidente signal que fallasse, respondeu: Porque sei que já vae para muitos annos que d’esta nação és juiz, com tanto melhor animo respondo por mim. 11 Pois bem podes entender que não ha mais de doze dias que subi [7] a Jerusalem a adorar; 12 E não me acharam no templo fallando com alguem, [8] nem amotinando o povo nas synagogas, nem na cidade. 13 Nem tão pouco podem provar as _coisas_ de que agora me accusam. 14 Porém confesso-te isto: que, conforme aquelle caminho que chamam seita, [9] assim sirvo ao Deus de nossos paes, [10] crendo tudo quanto está escripto na lei e nos prophetas. 15 Tendo esperança em Deus, como estes mesmos tambem, esperam, de que ha de haver resurreição de mortos, assim dos justos como dos injustos. 16 E por isso procuro sempre ter uma [11] consciencia sem offensa, tanto para com Deus como _para com_ os homens. 17 Porém, muitos annos depois, vim trazer á minha nação esmolas [12] e offertas. 18 N’isto me [13] acharam _já_ sanctificado no templo, não com gente, nem com alvoroços, [14] uns certos judeos da Asia, 19 Os quaes convinha que estivessem presentes perante ti, e _me_ accusassem, se alguma coisa contra mim tivessem. 20 Ou digam estes mesmos, se acharam em mim alguma iniquidade, quando compareci perante o conselho. 21 Senão só estas palavras, que estando entre elles, clamei: [15] Hoje sou julgado por vós ácerca da resurreição dos mortos. 22 Então Felix, havendo ouvido estas _coisas_, lhes poz dilação, dizendo: Havendo-me informado melhor d’este caminho, quando o tribuno [16] Lysias tiver descido, _então_ tomarei inteiro conhecimento dos vossos negocios. 23 E mandou ao centurião que guardassem a Paulo, e estivesse com _alguma_ liberdade, [17] e que a ninguem dos seus prohibisse servil-o ou vir ter com elle. 24 E alguns dias depois, vindo Felix com sua mulher Drusilla, que era judia, mandou chamar a Paulo, e ouviu-o ácerca da fé em Christo. 25 E, tratando elle da justiça, e da temperança, e do juizo vindouro, Felix, espavorido, respondeu: Por agora vae-te, e em tendo opportunidade te chamarei. 26 Esperando tambem juntamente que Paulo lhe désse [18] dinheiro, para que o soltasse; pelo que tambem muitas vezes o mandava chamar, e fallava com elle. 27 Porém, cumpridos dois annos, Felix teve por successor a Porcio Festo; e, querendo Felix comprazer [19] aos judeos, deixou a Paulo preso. [1] cap. 21.27 e 23.2, 30, 35 e 25.2. [2] Luc. 23.2. cap. 6.13 e 16.20 e 17.6 e 21.28. I Ped. 2.12, 15. [3] cap. 21.28. [4] João 18.31. [5] cap. 21.33. [6] cap. 23.30. [7] ver. 17. cap. 21.26. [8] cap. 25.8 e 28.17. [9] Amós 8.14. cap. 9.2 e 26.22 e 28.23. II Tim. 1.3. [10] cap. 23.6 e 26.6, 7 e 28.20. Dan. 12.2. João 5.28, 29. [11] cap. 23.1. [12] cap. 11.29, 30 e 20.16. Rom. 15.25. II Cor. 8.4. Gal. 2.10. [13] cap. 21.26, 27 e 26.21. [14] cap. 23.30 e 25.16. [15] cap. 23.6 e 28.20. [16] ver. 7. [17] cap. 27.3 e 28.16. [18] Exo. 23.8. [19] Exo. 23.2. cap. 12.3 e 25.9, 4. _Paulo comparece perante Festo e appella para Cesar._ [Anno Domini 62] 25 Entrando pois Festo na provincia, subiu d’ali a tres dias de Cesarea a Jerusalem. 2 E o summo sacerdote e [1] os principaes dos judeos compareceram perante elle contra Paulo, e lhe rogaram, 3 Pedindo favor contra elle, para que o fizesse vir a Jerusalem, [2] armando-_lhe_ ciladas para o matarem no caminho. 4 Porém Festo respondeu que Paulo estava guardado em Cesarea, e que elle brevemente partiria _para lá_. 5 Os que pois, disse, d’entre vós podem, desçam juntamente [3] _comigo_, e, se n’este varão houver algum crime, accusem-n’o. 6 E, não se havendo entre elles detido mais de dez dias, desceu a Cesarea; e no dia seguinte, assentando-se no tribunal, mandou que trouxessem Paulo. 7 E, chegando elle, o rodeiaram os judeos que haviam descido de Jerusalem, [4] trazendo contra Paulo muitas e graves accusações, que não podiam provar. 8 Pelo que, em _sua_ defeza, disse: Eu não pequei em coisa alguma [5] contra a lei dos judeos, nem contra o templo, nem contra Cesar. 9 Porém Festo, [6] querendo comprazer com os judeos, respondendo a Paulo, disse: Queres tu subir a Jerusalem, e ser lá perante mim julgado ácerca d’estas _coisas_? 10 E Paulo disse: Estou perante o tribunal de Cesar, onde convem que seja julgado; não fiz aggravo algum aos judeos, como tu muito bem sabes; 11 Porque, se fiz [7] algum aggravo, ou commetti alguma _coisa_ digna de morte, não recuso morrer; porém, se nada ha das _coisas_ de que estes me accusam, ninguem me pode entregar a elles; [8] appello para Cesar. 12 Então Festo, tendo fallado com o conselho, respondeu: Appellaste para Cesar? para Cesar irás. 13 E, passados alguns dias, o rei Agrippa e Berenice vieram a Cesarea, a saudar Festo. 14 E, como ali se detiveram muitos dias, Festo contou ao rei os negocios de Paulo, [9] dizendo: Um _certo_ varão foi deixado por Felix _aqui_ preso, 15 Por cujo [10] respeito os principaes dos sacerdotes e os anciãos dos judeos, estando eu em Jerusalem, compareceram _perante mim_, pedindo sentença contra elle. 16 Aos quaes respondi [11] não ser costume dos romanos entregar algum homem á morte, sem que o accusado tenha presentes os seus accusadores, e tenha logar de defender-se da accusação. 17 De sorte que, chegando elles aqui juntos, no dia seguinte, sem fazer dilação [12] alguma, assentado no tribunal, mandei trazer o homem. _Paulo perante o rei Agrippa._ 18 Ácerca do qual, estando presentes os accusadores, nenhuma _coisa_ apontaram d’aquellas que eu suspeitava. 19 Tinham, porém, contra elle algumas questões [13] ácerca da sua superstição, e de um _certo_ Jesus, defunto, que Paulo affirmava viver. 20 E, estando eu perplexo ácerca da inquirição d’esta causa, disse se queria ir a Jerusalem, e lá ser julgado ácerca d’estas _coisas_. 21 E, appellando Paulo para ser reservado ao conhecimento de Augusto, mandei que o guardassem até que o enviasse a Cesar. 22 Então [14] Agrippa disse a Festo: Bem quizera eu tambem ouvir esse homem. E elle disse: Ámanhã o ouvirás. 23 De sorte que, no dia seguinte, vindo Agrippa e Berenice, com muito apparato, e entrando no auditorio com os tribunos e varões principaes da cidade, trouxeram a Paulo por mandado de Festo. 24 E Festo disse: Rei Agrippa, e todos os varões que estaes presentes comnosco: aqui vêdes aquelle de quem toda [15] a multidão dos judeos me tem fallado, tanto em Jerusalem como aqui, clamando que não convém que viva mais. 25 Porém, achando eu que nenhuma _coisa_ [16] digna de morte fizera, e appellando elle mesmo tambem para Augusto, tenho determinado enviar-lh’o. 26 Do qual não tenho _coisa_ alguma certa que escreva ao meu senhor, pelo que perante vós o trouxe, e mórmente perante ti, ó rei Agrippa, para que, feita informação, tenha alguma coisa que escrever. 27 Porque me parece contra a razão enviar um preso, e não notificar contra elle as accusações. [1] cap. 24.1. ver. 15. [2] cap. 23.12, 15. [3] cap. 18.14. ver. 18. [4] Mar. 15.3. Luc. 23.2, 10. cap. 24.5, 13. [5] cap. 6.13 e 24.12 e 28.17. [6] cap. 24.27. ver. 20. [7] ver. 25. cap. 18.14 e 23.29 e 26.31. [8] cap. 26.32 e 28.19. [9] cap. 24.27. [10] ver. 2, 3. [11] ver. 4, 5. [12] ver. 6. [13] cap. 18.15 e 23.29. [14] cap. 9.15. [15] ver. 2, 3, 7. cap. 22.22. [16] cap. 23.9, 29 e 26.31. ver. 11, 12. 26 Depois Agrippa disse a Paulo: Permitte-se-te fallar por ti mesmo. Então Paulo, estendendo a mão em sua defeza, respondeu: 2 Tenho-me por venturoso, ó rei Agrippa, de que perante ti me haja hoje de defender de todas as _coisas_ de que sou accusado pelos judeos; 3 Mórmente _sabendo eu_ que tens noticia de todos os costumes e questões que ha entre os judeos; pelo que te rogo que me ouças com paciencia. 4 A minha vida, pois, desde a mocidade, qual haja sido, desde o principio, em Jerusalem, entre os da minha nação, todos os judeos sabem: 5 Tendo conhecimento de mim desde o principio (se o quizerem testificar), como, conforme a mais [1] severa seita da nossa religião, vivi phariseo. 6 E agora pela esperança [2] da promessa que por Deus foi feita a nossos paes estou _aqui_ e sou julgado. 7 Á qual as nossas doze tribus esperam [3] chegar, servindo _a Deus_ continuamente, noite e dia. Por esta esperança, ó rei Agrippa, eu sou accusado pelos judeos. 8 _Pois_ que? julga-se _coisa_ incrivel entre vós que Deus resuscite os mortos? 9 Bem [4] tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus nazareno devia eu praticar muitos actos: 10 O que tambem fiz em Jerusalem. [5] E, havendo recebido poder dos principaes dos sacerdotes, encerrei muitos dos sanctos nas prisões; e quando os matavam eu dava o meu voto. 11 E, castigando-os muitas vezes por todas as synagogas, [6] os forcei a blasphemar. E, enfurecido demasiadamente contra elles, até nas cidades estranhas os persegui. 12 Ao que indo então a Damasco, [7] com poder e commissão dos principaes dos sacerdotes, 13 Ao meio dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor do sol, a qual me rodeiou a mim e aos que iam comigo, com sua claridade. 14 E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me fallava, e em lingua hebraica dizia: Saulo, Saulo, porque me persegues? Dura _coisa_ te _é_ recalcitrar contra os aguilhões. 15 E disse eu: Quem és, Senhor? E elle respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; 16 Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te appareci para isto; para te pôr por ministro [8] e testemunha tanto das _coisas_ que tens visto como d’aquellas pelas quaes te apparecerei: 17 Livrando-te d’este povo, [9] e _dos_ gentios, a quem agora te envio, 18 Para lhes abrires os olhos, e das trevas _os_ converteres á luz, [10] e _do_ poder de Satanaz a Deus; para que recebam a remissão dos peccados, e sorte entre os sanctificados pela fé em mim. 19 Pelo que, ó rei Agrippa, não fui desobediente á visão celestial. 20 Antes annunciei [11] primeiramente aos que estão em Damasco e em Jerusalem, e por toda a terra da Judea, e aos gentios, que se emendassem e se convertessem a Deus, fazendo obras [12] dignas de arrependimento. 21 Por causa d’isto os judeos lançaram [13] mão de mim no templo, e procuraram matar-_me_. 22 Porém, alcançando [14] soccorro de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço, testificando tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os prophetas e Moysés disseram que devia acontecer, 23 _Isto é_, que o Christo [15] devia padecer, e, sendo o primeiro da resurreição dos mortos, devia annunciar a luz a este povo e aos gentios. 24 E, dizendo elle isto em _sua_ defeza, disse Festo em alta voz: [16] Deliras, Paulo: as muitas lettras te fazem delirar. 25 Porém elle disse: Não deliro ó potentissimo Festo; antes fallo palavras de verdade e de um são juizo. 26 Porque o rei, diante de quem fallo com ousadia, sabe estas _coisas_, pois não creio que nada d’isto se lhe occulte; porque isto não se fez em qualquer canto. 27 Crês tu nos prophetas, ó rei Agrippa? Bem sei que crês. 28 E disse Agrippa a Paulo: Por pouco não me persuades a que me faça christão. 29 E disse Paulo: [17] Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não sómente tu, mas tambem todos quantos hoje me estão ouvindo, se tornassem taes qual eu sou, excepto estas cadeias. 30 E, dizendo elle isto, se levantou o rei, e o presidente, e Berenice, e os que com elles estavam assentados. 31 E, apartando-se a uma banda, fallavam uns com os outros, dizendo: Este homem nada fez digno [18] de morte ou de prisões. 32 E Agrippa disse a Festo: Bem podia soltar-se [19] este homem, se não houvera appellado para Cesar. [1] cap. 22.3 e 23.6 e 24.15, 21. Phi. 3.5. [2] cap. 23.6. Gen. 3.15 e 49.10. Deu. 18.15. Isa. 4.2 e 7.14 e 40.10. Eze. 34.23. Dan. 9.24. Tito 2.13. [3] Thi. 1.1. Luc. 2.37. I Tim. 5.5. Phi. 3.11. [4] João 16.2. I Tim. 1.13. [5] cap. 8.3. Gal. 1.13. [6] cap. 22.19. [7] cap. 9.3 e 22.6. [8] cap. 22.15. [9] cap. 22.21. [10] Isa. 35.5 e 42.7. Eph. 1.18. Luc. 1.79. II Cor. 6.14. I The. 5.5. I Ped. 2.9, 25. Col. 1.12. [11] cap. 9.20, 22, 29 e 11.26. [12] Mat. 3.8. [13] cap. 21.30, 31. [14] Luc. 24.27, 44. cap. 24.14 e 28.23. Rom. 3.21. João 5.46. [15] Luc. 24.26, 46. I Cor. 15.20. Col. 1.18. Apo. 1.5. Luc. 2.32. [16] II Reis 9.11. João 10.20. I Cor. 1.23 e 2.13, 14 e 4.10. [17] I Cor. 7.7. [18] cap. 23.9, 29 e 25.25. [19] cap. 25.11. _Paulo é mandado para Italia; o naufragio do navio._ 27 E, como se determinou [1] que haviamos de navegar para a Italia, entregaram Paulo, e alguns outros presos, a um centurião por nome Julio, da cohorte augusta. 2 E, embarcando nós em um navio adramytino, partimos navegando pelos logares da Asia, estando comnosco [2] Aristarcho, macedonio, de Thessalonica. 3 E chegámos no _dia_ seguinte a Sidon, e Julio, tratando [3] Paulo humanamente, _lhe_ permittiu ir ver os amigos, para que cuidassem d’elle. 4 E, partindo d’ali, fomos navegando abaixo de Chypre, porquanto os ventos eram contrarios. 5 E, tendo atravessado o mar, ao longo da Cilicia e Pamphylia, chegámos a Myrra, na Lycia. 6 E, achando ali o centurião um navio de Alexandria, que navegava para a Italia, nos fez embarcar n’elle. 7 E, indo _já_ por muitos dias navegando vagarosamente, e havendo chegado apenas defronte de Cnido, não nos permittindo o vento ir mais adiante, navegámos abaixo de Creta, junto de Salmone. 8 E, costeando-a difficilmente, chegámos a um _certo_ logar chamado Bons Portos, perto do qual estava a cidade de Lasca. 9 E, passado muito tempo, e sendo já perigosa a navegação, porquanto já tambem o jejum tinha passado, [4] Paulo _os_ admoestava, 10 Dizendo-lhes: Varões, vejo que a navegação ha de ser incommoda, e com muito damno, não só para o navio e carga, mas tambem para as nossas vidas. 11 Porém o centurião cria mais no piloto e no mestre, do que no que dizia Paulo. 12 E, não sendo aquelle porto commodo para invernar, os mais d’elles foram de parecer que se partisse d’ali para ver se podiam chegar a Phenix, _que é_ um ponto de Creta que olha para a banda do vento [AIH] da Africa e do Coro, e invernar ali. 13 E, soprando o sul brandamente, lhes pareceu terem já o que desejavam, e, fazendo-se de vela, foram de muito perto costeando Creta. 14 Porém não muito depois deu n’ella um pé de vento, chamado euro-aquilão. 15 E, sendo o navio arrebatado por elle, e não podendo navegar contra o vento, dando de mão a tudo, nos deixámos ir á tôa. 16 E, correndo abaixo de uma pequena ilha chamada Clauda, apenas podémos ganhar o batel, 17 Levado para cima o qual, usaram de _todos_ os remedios, cingindo o navio; e, temendo darem á costa na Syrte, amainadas as vélas, assim foram á tôa. 18 E, andando nós agitados por uma vehemente tempestade, no _dia_ seguinte alliviaram _o navio_. 19 E ao terceiro _dia_ nós mesmos, com as nossas proprias mãos, [5] lançámos _ao mar_ a armação do navio. 20 E, não apparecendo, havia _já_ muitos dias, nem sol nem estrellas, e opprimindo-nos uma não pequena tempestade, fugiu-nos toda a esperança de nos salvarmos. 21 E, havendo já muito que se não comia, então Paulo, pondo-se em pé no meio d’elles, disse: Fôra na verdade razoavel, ó varões, ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e evitar _assim_ este incommodo e esta perdição. 22 Porém agora vos admoesto a que tenhaes bom animo, porque não se perderá a vida _de nenhum_ de vós, mas sómente o navio. 23 Porque esta mesma noite o anjo de Deus, [6] de quem eu sou, e a quem sirvo, esteve comigo, 24 Dizendo: Paulo, não temas: importa que sejas apresentado a Cesar, e eis que Deus te deu todos quantos navegam comtigo. 25 Portanto, ó varões, tende bom animo; [7] porque creio em Deus, que ha de acontecer assim como a mim me foi dito. 26 Porém é necessario [8] irmos dar n’uma ilha. 27 E, quando chegou a decima quarta noite, sendo impellidos de uma e outra banda no _mar_ Adriatico, lá pela meia noite suspeitaram os marinheiros de que estavam proximos d’alguma terra. 28 E, lançando o prumo, acharam vinte braças; e, passando um pouco mais adiante, tornando a lançar o prumo, acharam quinze braças. 29 E, temendo ir dar em alguns rochedos, lançaram da pôpa quatro ancoras, desejando que viesse o dia. 30 Procurando, porém, os marinheiros fugir do navio, e deitando o batel ao mar, como que querendo lançar as ancoras pela prôa, 31 Disse Paulo ao centurião _e_ aos soldados: Se estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos. 32 Então os soldados cortaram os cabos do batel, e o deixaram cair. 33 E entretanto que o dia vinha, Paulo exhortava a todos a que comessem alguma coisa, dizendo: É _já_ hoje o decimo quarto dia que esperaes, e permaneceis sem comer, não havendo provado nada. 34 Portanto, exhorto-vos a que comaes alguma coisa, pois importa para a vossa saude; [9] porque nem um cabello da cabeça de qualquer de vós cairá. 35 E, havendo dito isto, tomando o pão, deu graças [10] a Deus na presença de todos; e, partindo-_o_, começou a comer. 36 E, tendo já todos bom animo, pozeram-se tambem a comer. 37 E eramos por todos no navio duzentas [11] e setenta e seis almas. 38 E, refeitos _já_ da comida, alliviaram o navio, lançando o trigo ao mar. 39 E, sendo já dia, não conheceram a terra; porém enxergaram uma enseada que tinha praia, e consultaram-se sobre se deveriam encalhar n’ella o navio. 40 E, levantando as ancoras, deixaram-n’o ir ao mar, largando tambem as amarras do leme; e, alçando a véla maior ao vento, dirigiram-se para a praia. 41 Dando, porém, em logar de dois mares, encalharam ali o navio; [12] e, fixa a prôa, ficou immovel, porém a pôpa abria-se com a força das ondas. 42 Então o conselho dos soldados foi que matassem os presos para que nenhum fugisse, escapando a nado. 43 Porém o centurião, querendo salvar a Paulo, lhes estorvou este intento; e mandou que os que podessem nadar se lançassem primeiro _ao mar_, e se salvassem em terra; 44 E os demais, uns em taboas e outros em coisas do navio. E assim aconteceu [13] que todos se salvaram em terra. [1] cap. 25.12. [2] cap. 19.29. [3] cap. 24.23 e 28.16. [4] Lev. 23.27, 29. [5] Jon. 1.5. [6] cap. 23.11. Dan. 6.16. Rom. 1.9. II Tim. 1.3. [7] Luc. 1.45. Rom. 4.20, 21. II Tim. 1.12. [8] cap. 28.1. [9] I Reis 1.52. Mat. 10.30. Luc. 12.7 e 21.18. [10] I Sam. 9.13. Mat. 15.36. Mar. 8.6. João 6.11. I Tim. 4.3, 4. [11] cap. 2.41 e 7.14. Rom. 13.1. I Ped. 3.20. [12] II Cor. 11.25. [13] ver. 22. _Paulo em Melita._ [Anno Domini 63] 28 E, havendo escapado, então souberam que a ilha se chamava Melita. 2 E os [1] barbaros usaram comnosco de não pouca humanidade; porque, accendendo um grande fogo, nos recolheram a todos por causa da chuva que sobrevinha, e por causa do frio. 3 E, havendo Paulo ajuntado _uma_ quantidade de vides, e pondo-as no fogo, uma vibora, fugindo do calor, lhe accommetteu a mão. 4 E os barbaros, vendo-lhe a bicha pendurada na mão, diziam uns aos outros: Certamente este homem é homicida, a quem, escapando do mar, a Justiça não deixa viver. 5 Porém, sacudindo elle a bicha no fogo, não padeceu [2] nenhum mal. 6 E elles esperavam que viesse a inchar ou a cair morto de repente; porém, tendo esperado _já_ muito, e vendo que nenhum incommodo lhe sobrevinha, [3] mudando _de parecer_, diziam que era um deus. 7 E ali, proximo d’aquelle mesmo logar, havia umas herdades que pertenciam ao principal da ilha, por nome Publio, o qual nos recebeu e hospedou benignamente por tres dias. 8 E aconteceu que o pae de Publio estava de cama enfermo de febres e dysenteria, ao qual Paulo [4] foi _ver_, e, havendo orado, poz as mãos sobre elle, e o curou. 9 Feito pois isto, vieram tambem ter com elle os demais que na ilha tinham enfermidades, e sararam. 10 Os quaes nos honraram tambem com [5] muitas honras: e, havendo de navegar, _nos_ proveram das coisas necessarias. _Paulo chega a Roma e fica prisioneiro em sua propria casa durante dois annos._ 11 E tres mezes depois partimos n’um navio de Alexandria que invernára na ilha, o qual tinha por insignia [AII] Castor e Pollux. 12 E, chegando a Syracusa, ficámos _ali_ tres dias. 13 D’onde, indo costeando, viemos a Rhegio; e um dia depois, soprando um vento do sul, chegámos no segundo dia a Puteolos. 14 Onde, achando _alguns_ irmãos, nos rogaram que por sete dias ficassemos com elles; e assim fomos a Roma. 15 E de lá, ouvindo os irmãos novas de nós, nos sairam ao encontro á praça d’Appio e ás tres Vendas, e Paulo, vendo-os, deu graças a Deus, e tomou animo. 16 E, logo que chegámos a Roma, o centurião entregou os presos ao general dos exercitos; porém [6] a Paulo se lhe permittiu morar sobre si á parte, com o soldado que o guardava. 17 E aconteceu que, tres dias depois, Paulo convocou os que eram principaes dos judeos, e, juntos elles, lhes disse: Varões [7] irmãos, não havendo eu feito nada contra o povo, ou contra os ritos paternos, vim _todavia_ preso desde Jerusalem, entregue nas mãos dos romanos; 18 Os quaes, havendo-me examinado, [8] queriam soltar-_me_, por não haver em mim crime algum de morte. 19 Porém, oppondo-se os judeos, foi-me forçoso [9] appellar para Cesar, não tendo, comtudo, de que accusar a minha nação. 20 Assim que por esta causa vos chamei, para _vos_ ver e fallar; [10] porque pela esperança d’Israel estou com esta cadeia. 21 Porém elles lhe disseram: Nós não recebemos ácerca de ti cartas _algumas_ da Judea, nem, vindo aqui algum dos irmãos, _nos_ annunciou ou fallou de ti mal algum. 22 Porém bem quizeramos ouvir de ti o que sentes; porque, quanto a esta seita, [11] notorio nos é que em toda a parte se falla contra ella. 23 E, havendo-lhe elles assignalado um dia, muitos foram ter com elle á pousada, aos quaes declarava [12] e testificava o reino de Deus, e procurava persuadil-os á fé de Jesus, tanto pela lei de Moysés como _pelos_ prophetas, desde pela manhã até á tarde. 24 E alguns criam [13] no que se dizia; porém outros não criam. 25 E, como ficaram entre si discordes, se despediram, dizendo Paulo esta palavra: Bem fallou o Espirito Sancto a nossos paes pelo propheta Isaias, 26 Dizendo: Vae a este povo, e dize: [14] De ouvido ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira nenhuma percebereis. 27 Porque o coração d’este povo está endurecido, e com os ouvidos ouviram pesadamente, e fecharam os olhos, para que nunca com os olhos vejam, nem com os ouvidos ouçam, nem do coração entendam, e se convertam e eu os cure. 28 Seja-vos pois notorio que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e [15] elles a ouvirão. 29 E, havendo elle dito isto, partiram os judeos, tendo entre si grande contenda. 30 E Paulo ficou dois annos inteiros na sua propria habitação que alugára, e recebia todos quantos vinham vêl-o; 31 Prégando o reino de Deus, [16] e ensinando com toda a ousadia as _coisas_ pertencentes ao Senhor Jesus Christo, sem impedimento algum. [1] cap. 27.26. Rom. 1.14. I Cor. 14.11. Col. 3.11. [2] Mar. 16.18. Luc. 10.19. [3] cap. 14.11. [4] Thi. 5.14, 15. Mar. 16.18. Luc. 4.40. cap. 19.11, 12. [5] Mat. 15.6. I Tim. 5.17. [6] cap. 24.25 e 27.3. [7] cap. 24.12, 13 e 25.8 e 21.33. [8] cap. 22.24 e 24.10 e 25.8 e 26.31. [9] cap. 25.11. [10] cap. 26.6, 7 e 26.29. Eph. 3.1 e 4.1 e 6.20. [11] Luc. 2.34. cap. 24.5, 14. I Ped. 2.12 e 4.14. [12] Luc. 24.27. cap. 17.3 e 19.8 e 26.6, 22. [13] cap. 14.4 e 17.4 e 19.9. [14] Isa. 6.9. Jer. 5.21. Mat. 13.14, 15. Mar. 4.12. Luc. 8.10. João 12.40. Rom. 11.8. [15] Mat. 21.41, 43. cap. 13.46, 47 e 18.6 e 22.21 e 26.17, 18. Rom. 11.11. [16] cap. 4.31. Eph. 6.19. EPISTOLA DE S. PAULO AOS ROMANOS. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 60] 1 Paulo, servo de Jesus Christo, [1] chamado _para_ apostolo, separado para o evangelho [2] de Deus, 2 Que antes havia promettido pelos seus prophetas nas sanctas escripturas, 3 Ácerca de seu Filho, [3] que foi gerado da descendencia de David segundo a carne, 4 Declarado Filho de Deus em poder, segundo [4] o Espirito de sanctificação, pela resurreição dos mortos, Jesus Christo Nosso Senhor, 5 Pelo qual recebemos a graça _e_ o apostolado, para a [5] obediencia da fé entre todas as gentes pelo seu nome, 6 Entre os quaes sois tambem vós, _os_ chamados de Jesus Christo. 7 A todos os que estaes em Roma, amados de Deus, [6] chamados sanctos: Graça e paz de Deus nosso pae, e do Senhor Jesus Christo. _A fé dos romanos; Paulo anhela vel-os._ 8 Primeiramente dou graças ao meu Deus [7] por Jesus Christo, ácerca de vós todos, porque em todo o mundo é annunciada a vossa fé. 9 Porque Deus, a quem sirvo em meu espirito [8] no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós, 10 [9] Rogando sempre em minhas orações que n’algum tempo, pela vontade de Deus, se me offereça boa occasião de ir ter comvosco. 11 Porque desejo ver-vos, [10] para vos communicar algum dom espiritual, afim de que sejaes confortadgos; 12 Isto _é_: para que juntamente comvosco eu seja consolado pela [11] fé mutua, assim vossa como minha. 13 Porém, irmãos, não quero que ignoreis que muitas [12] vezes propuz ir ter comvosco (mas até agora tenho sido impedido) para tambem ter entre vós algum fructo, como tambem entre os demais gentios. 14 Eu sou devedor, [13] tanto a gregos como a barbaros, tanto a sabios como a ignorantes. 15 Assim que, quanto a mim, estou prompto para tambem vos annunciar o evangelho, a vós que estaes em Roma. _A justiça pela fé; o assumpto da epistola._ 16 Porque não me envergonho do evangelho de Christo, [14] pois é o poder de Deus para salvação a todo aquelle que crê; primeiro ao judeo, _e_ tambem ao grego. 17 Porque n’elle se descobre a justiça de Deus de fé em fé, [15] como está escripto: Mas o justo viverá da fé. _A idolatria e depravação dos gentios._ 18 Porque do céu se manifesta [16] a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que deteem a verdade em injustiça. 19 Porquanto o que de Deus se pode conhecer [17] n’elles está manifesto; porque Deus lh’o manifestou. 20 Porque as suas coisas invisiveis, desde a creação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão creadas, [18] para que fiquem inexcusaveis; 21 Porquanto, tendo conhecido a Deus, não _o_ glorificaram como Deus, nem _lhe_ deram graças, [19] antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. 22 Dizendo-se [20] sabios, tornaram-se loucos. 23 E mudaram a gloria do Deus incorruptivel em [21] similhança de imagem de homem corruptivel, e de aves, e de quadrupedes, e de reptis. 24 Pelo que tambem [22] Deus os entregou ás concupiscencias de seus corações, á immundicia, para deshonrarem seus corpos entre si: 25 Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, [23] e honraram e serviram mais a creatura do que o Creador, que _é_ bemdito eternamente. Amen. 26 Pelo que Deus os abandonou [24] ás paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrario á natureza. 27 E, similhantemente, tambem os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflammaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, commettendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. 28 E, como elles se não importaram de reconhecer a Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, [25] para fazerem coisas que não conveem; 29 Estando cheios de toda a iniquidade, fornicação, malicia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicidio, contenda, engano, malignidade; 30 Murmuradores, detractores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presumpçosos, inventores de males, desobedientes aos pães e ás mães; 31 Nescios, infieis nos contractos, sem affeição natural, irreconciliaveis, sem misericordia; 32 Os quaes, [26] conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que praticam taes coisas), não sómente as fazem, mas tambem consentem aos que as fazem. [1] Act. 22.21 e 9.15. I Cor. 1.1. Gal. 1.1 e 1.15. I Tim. 1.11. [2] Act. 26.6. Tito 1.2. cap. 3.21. Gal. 3.8. [3] Mat. 1.6, 16. Luc. 1.32. Act. 2.30. [4] Act. 13.33. Heb. 9.14. [5] cap. 12.3 e 15.15. I Cor. 15.10. Gal. 1.15. Eph. 3.8. Act. 6.7. [6] cap. 9.24. I Cor. 1.2 e 1.3. I The. 4.7. Gal. 1.3. [7] I Cor. 1.4. Phi. 1.3. Col. 1.3, 4. I The. 1.2. Phi. 4. [8] cap. 9.1. II Cor. 1.23. Phi. 1.8. I The. 2.5. Act. 27.23. II Tim. 1.3. João 4.23, 24. Phi. 3.3. [9] cap. 15.23, 32. I The. 3.10. Thi. 4.15. [10] cap. 15.29. [11] Tito 1.4. II Ped. 1.1. [12] cap. 15.23. Act. 16.7. I The. 2.18. Phi. 4.17. [13] I Cor. 9.16. [14] Psa. 40.9, 10. Mar. 8.38. II Tim. 1.8. I Cor. 1.18. Luc. 2.30. Act. 3.26. [15] cap. 3.21. Hab. 2.4. João 3.36. Gal. 3.11. Heb. 10.38. [16] Act. 17.30. Eph. 5.6. Col. 3.6. [17] Act. 14.17. João 1.9. [18] Psa. 19.1, etc. Act. 14.17 e 17.27. [19] II Reis 17.15. Jer. 2.5. Eph. 4.17, 18. [20] Jer. 10.14. [21] Deu. 4.16, etc. Psa. 106.20. Isa. 40.18, 25. Jer. 2.11. Eze. 8.10. Act. 17.29. [22] Act. 7.42. Eph. 4.18, 19. II The. 2.11, 12. I Cor. 6.18. I The. 4.4. I Ped. 4.3. [23] I The. 1.9. I João 5.20. Isa. 44.20. Jer. 10.14. Amós 2.4. [24] Lev. 18.22, 23. Eph. 5.12. Jud. 10. [25] Eph. 5.4. [26] cap. 2.2 e 6.21. Psa. 50.18. Ose. 7.3. _A impenitencia dos judeos; a justiça de Deus._ 2 Portanto, és inexcusavel quando julgas, [1] ó homem, quem quer que sejas, porque te condemnas a ti mesmo n’aquillo em que julgas o outro; pois tu, que julgas, fazes as mesmas _coisas_. 2 E bem sabemos que o juizo de Deus é segundo a verdade sobre os que taes _coisas_ fazem. 3 E tu, ó homem, que julgas os que fazem taes _coisas_, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juizo de Deus? 4 Ou desprezas tu as [2] riquezas da sua benignidade, e paciencia e [3] longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? 5 Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, [4] enthesouras ira para o dia da ira e da manifestação do juizo de Deus; 6 O qual recompensará [5] cada um segundo as suas obras; 7 A saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram gloria, e honra e incorrupção; 8 Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, e desobedientes á verdade [6] e obedientes á injustiça. 9 Tribulação e angustia sobre toda a alma do homem que obra o mal; primeiramente do judeo [7] e tambem do grego: 10 Gloria, porém, [8] e honra e paz a qualquer que obra o bem; primeiramente ao judeo e tambem ao grego; 11 Porque, para com [9] Deus, não ha accepção de pessoas. 12 Porque todos os que sem lei peccaram sem lei tambem perecerão; e todos os que sob a lei peccaram pela lei serão julgados. 13 Porque os que ouvem a lei não _são_ justos [10] diante de Deus: mas os que praticam a lei hão de ser justificados. 14 Porque, quando os gentios, que não teem lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo estes lei, para si mesmos são lei; 15 Os quaes mostram a obra da lei escripta em seus corações, testificando juntamente a sua consciencia, e _seus_ pensamentos, ora accusando-se, ora defendendo-se; 16 No dia em que Deus [11] ha de julgar os segredos dos homens, por Jesus Christo, segundo o meu evangelho. _Os judeos são inexcusaveis; a verdadeira circumcisão._ 17 Eis que tu que tens por [12] sobrenome judeo, e repousas na lei, e te glorias em Deus; 18 E sabes a _sua_ vontade [13] e approvas as coisas excellentes, sendo instruido por lei; 19 E confias que és guia dos [14] cegos, luz dos que estão em trevas, 20 Instruidor dos nescios, mestre de creanças, que tens a forma da sciencia [15] e da verdade na lei; 21 Tu, pois, [16] que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que prégas que não se deve furtar, furtas? 22 Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os idolos, [17] commettes sacrilegio? 23 Tu, que te glorias na lei, [18] deshonras a Deus pela transgressão da lei? 24 Porque, como está escripto, o nome de Deus é blasphemado entre os gentios por causa de [19] vós. 25 Porque a circumcisão é, [20] na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; porém, se tu és transgressor da lei, a tua circumcisão se torna em incircumcisão. 26 Pois, se a incircumcisão [21] guarda os preceitos da lei, porventura a sua incircumcisãoh não será reputada como circumcisão? 27 E, a que por natureza é incircumcisão, se cumpre a lei, não te [22] julgará porventura _a ti_, que pela letra e circumcisão és transgressor da lei? 28 Porque não é judeo [23] o que o é exteriormente, nem é circumcisão a que o é exteriormente na carne. 29 Mas _é_ judeo o que o é no interior, e circumcisão [24] _é_ a do coração, no espirito, não _na_ letra: cujo louvor não _provém_ dos homens, mas de Deus. [1] cap. 1.20. II Sam. 12.5, 6, 7. Mat. 7.1, 2. João 8.9. [2] cap. 9.23. Eph. 1.7. cap. 3.25. [3] Exo. 34.6. Isa. 30.18. II Ped. 3.9, 15. [4] Deu. 32.34. Thi. 5.3. [5] Job 34.11. Jer. 17.10. Mat. 16.27. I Cor. 3.8. II Cor. 5.10. Apo. 2.23. [6] Job 24.13. cap. 1.18. II The. 1.8. [7] Amós 3.2. Luc. 12.47, 48. I Ped. 4.17. [8] I Ped. 1.7. [9] II Chr. 19.7. Act. 10.34. Gal. 2.6. Eph. 6.9. Col. 3.25. [10] Mat. 7.21. Thi. 1.22. I João 3.7. [11] Mat. 25.31. João 12.48 e 5.22. I Cor. 4.5. Apo. 20.12. Act. 10.42. I Tim. 1.11. II Tim. 4.1, 8 e 2.8. I Ped. 4.5. [12] Mat. 3.9. João 8.33, 41. II Cor. 11.22. Miq. 3.11. Isa. 45.25. [13] Deu. 4.8. Phi. 1.10. [14] Mat. 15.14 e 23.16, 17. João 9.34, 40, 41. [15] cap. 6.17. II Tim. 1.13 e 3.5. [16] Psa. 50.15, etc. Mat. 23.3, etc. [17] Mal. 3.8. [18] ver. 17. [19] II Sam. 12.14. Isa. 52.5. Eze. 36.20. [20] Gal. 5.3. [21] Act. 10.34, 35. [22] Mat. 12.41, 42. [23] Mat. 3.9. João 8.39. Gal. 6.15. Apo. 2.9. [24] I Ped. 3.4. Phi. 3.3. Col. 2.11. II Cor. 3.6. I The. 2.4. _O privilegio dos judeos; a justiça de Deus._ 3 Qual é logo a vantagem do judeo? Ou qual a utilidade da circumcisão? 2 Muita, em toda a maneira, porque, quanto ao primeiro, [1] as palavras de Deus lhe foram confiadas, 3 Pois que? [2] Se alguns foram incredulos, a sua incredulidade aniquilará a fé de Deus? 4 De maneira nenhuma; antes seja Deus verdadeiro, [3] e todo o homem mentiroso; como está escripto: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fôres julgado. 5 E, se a nossa injustiça recommendar a justiça de Deus, que diremos? Porventura _será_ Deus injusto, trazendo ira _sobre nós_? ([4] Fallo como homem) 6 De maneira nenhuma: d’outro modo, como julgará Deus o mundo? 7 Porque, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para gloria sua, porque sou ainda julgado tambem como peccador? 8 E não _dizemos_ (como somos blasphemados, e como alguns dizem que dizemos): Façamos [5] males, para que venham bens: cuja condemnação é justa. _Todos os homens estão debaixo do peccado._ 9 Pois que? Somos nós mais excellentes? de maneira nenhuma, pois já d’antes demonstrámos que, tanto judeos como gregos, todos [6] estão debaixo do peccado; 10 Como está escripto: [7] Não ha justo, nem ainda um: 11 Não ha ninguem que entenda; não ha ninguem que busque a Deus: 12 Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inuteis. Não ha quem faça o bem, não ha nem um só: 13 A sua garganta _é um_ [8] sepulchro aberto: com as suas linguas tratam enganosamente: peçonha de aspides _está_ debaixo de seus labios: 14 Cuja bocca _está_ cheia de maldição e amargura: 15 Os seus pés _são_ [9] ligeiros para derramar sangue: 16 Em seus caminhos _ha_ destruição e miseria: 17 E não conheceram o caminho da paz: 18 Não ha temor [10] de Deus diante de seus olhos. 19 Ora, nós sabemos que tudo o que a lei [11] diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a bocca se feche e todo o mundo seja condemnavel _diante_ de Deus. 20 Por isso nenhuma carne será justificada [12] diante d’elle pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do peccado. _A justificação pela fé em Jesus Christo._ 21 Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, [13] tendo o testemunho da lei e dos prophetas; 22 Isto é, a justiça de Deus pela fé [14] de Jesus Christo para todos e sobre todos os que crêem; porque não ha differença, 23 Porque todos peccaram [15] e destituidos estão da gloria de Deus; 24 Sendo justificados [16] gratuitamente pela sua graça, pela redempção que ha em Christo Jesus: 25 Ao qual Deus propoz para [AIJ] propiciação [17] pela fé no seu sangue, para demonstração da sua justiça, pela remissão dos peccados d’antes commettidos, sob a paciencia de Deus; 26 Para demonstração da sua justiça n’este tempo presente, para que elle seja justo e justificador d’aquelle que tem fé em Jesus. 27 Onde _está_ logo a jactancia? [18] É excluida. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé. 28 Concluimos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei. 29 Deus _é_ porventura sómente [19] dos judeos? E não o _é_ tambem dos gentios? Tambem dos gentios, certamente. 30 Porque _ha_ um só Deus [20] que justificará pela fé a circumcisão, e pela fé a incircumcisão. 31 Annullamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei. [1] Deu. 4.7, 8. cap. 2.18 e 9.4. [2] cap. 10.16. Heb. 4.2. Num. 23.19. II Tim. 2.13. [3] João 3.33. Psa. 62.9 e 116.11 e 51.4. [4] cap. 6.19. Gal. 3.15. Gen. 18.25. [5] cap. 5.20 e 6.1, 15. [6] ver. 23. Gal. 3.22. [7] Psa. 14.1, 2, 3 e 53.1. [8] Psa. 5.9. Jer. 5.16. Psa. 140.3. [9] Pro. 1.16. Isa. 59.7, 8. [10] Psa. 36.1. [11] João 10.34. Job 5.16. Eze. 16.63. cap. 1.20 e 2.1, 2. [12] Psa. 143.2. Act. 13.39. Gal. 2.16. Eph. 2.8, 9. Tito 3.5. cap. 7.7. [13] Act. 15.11 e 26.22. Phi. 3.9. Heb. 11.4. João 5.46. cap. 1.2. I Ped. 1.10. [14] cap. 4, etc. Gal. 3.28. Col. 3.11. [15] cap. 11.32. Gal. 3.22. [16] cap. 4.16. Eph. 2.8 e 1.7. Tito 3.5, 7. Mat. 20.28. Col. 1.14. I Tim. 2.6. Heb. 9.12. I Ped. 1.18. [17] Lev. 16.15. I João 2.2 e 4.10. Col. 1.20. I Tim. 1.15. Act. 17.30. Heb. 9.15. [18] cap. 2.17. I Cor. 1.29, 31. Eph. 2.9. [19] Act. 13.38, 39. ver. 20, 21, 22. cap. 8.3. Gal. 2.16. [20] cap. 10.12, 13. Gal. 3.8, 20, 28. _Abrahão foi justificado pela fé._ 4 Que diremos pois ter achado Abrahão, [1] nosso pae segundo a carne? 2 Porque, se Abrahão foi justificado pelas obras, [2] tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. 3 Pois, que diz a Escriptura? [3] Creu Abrahão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. 4 Ora áquelle que obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, [4] mas segundo a divida. 5 Porém áquelle que não obra, mas crê n’aquelle que justifica o impio, [5] a sua fé lhe é imputada como justiça. 6 Como tambem David declara bemaventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo: 7 Bemaventurados aquelles [6] cujas maldades são perdoadas, e cujos peccados são cobertos: 8 Bemaventurado o homem a quem o Senhor não imputa o peccado. 9 _Vem_ pois esta bemaventurança sobre a circumcisão só, ou tambem sobre a incircumcisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abrahão. 10 Como _lhe_ foi pois imputada? Estando na circumcisão ou na incircumcisão? Não na circumcisão, mas na incircumcisão. 11 E recebeu o signal da circumcisão, sello da justiça da fé [7] que teve na incircumcisão, para que fosse pae de todos os que crêem, estando na incircumcisão; a fim de que tambem a justiça lhes seja imputada: 12 E fosse pae da circumcisão, d’aquelles que não sómente são da circumcisão, mas que tambem andam nas pisadas da fé de nosso pae Abrahão, que tivera na incircumcisão. 13 Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não [8] _foi feita_ pela lei a Abrahão, ou á sua posteridade, mas pela justiça da fé. 14 Porque, se os que _são_ da lei são [9] herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada. 15 Porque a lei obra a ira. [10] Porque onde não ha lei tambem não ha transgressão. 16 Portanto _é_ pela fé, para que _seja_ segundo a graça, [11] a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não sómente á que é da lei, mas tambem á que é da fé de Abrahão, o qual é pae de todos nós; 17 (Como está escripto: [12] Por pae de muitas nações te constitui) perante aquelle no qual creu, _a saber_, Deus, o qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem. 18 O qual, em esperança, creu contra a esperança, que seria feito pae de muitas nações, conforme o que _lhe_ fôra dito: Assim será a tua [13] descendencia. 19 E não enfraqueceu na fé, nem attentou [14] para o seu proprio corpo já amortecido, pois era já de quasi cem annos, _nem_ tão pouco para o amortecimento do ventre de Sarah. 20 E não duvidou da promessa de Deus por desconfiança, mas foi fortificado na fé, dando gloria a Deus; 21 E estando certissimo [15] de que o que elle tinha promettido tambem era poderoso para o fazer. 22 Pelo que isso lhe foi tambem imputado como justiça. 23 Ora não só por elle está [16] escripto, que lhe fosse imputado, 24 Mas tambem por nós, a quem será imputado, os que cremos n’aquelle que dos mortos resuscitou a Jesus [17] nosso Senhor; 25 O qual por nossos peccados [18] foi entregue, e resuscitou para nossa justificação. [1] Isa. 51.2. Mat. 3.9. João 8.33, 39. II Cor. 11.22. [2] cap. 3.20, 27, 28. [3] Gen. 15.6. Gal. 3.6. Thi. 2.23. [4] cap. 11.6. [5] Jos. 24.2. [6] Psa. 32.1, 2. [7] Gen. 17.10. Luc. 19.9. ver. 12, 16. Gal. 3.7. [8] Gen. 17.4, etc. Gal. 3.29. [9] Gal. 3.18. [10] cap. 3.20 e 5.13, 20 e 7.8, 10, 11. I Cor. 15.56. II Cor. 3.7, 9. Gal. 3.10, 19. I João 3.4. [11] cap. 3.24. Gal. 3.22. Isa. 51.2. cap. 9.8. [12] Gen. 17.5. cap. 8.11 e 9.26. Eph. 2.1, 5. I Cor. 1.28. I Ped. 2.10. [13] Gen. 15.5. [14] Gen. 17.17 e 18.11. Heb. 11.11, 12. [15] Psa. 115.3. Luc. 1.37, 45. Heb. 11.19. [16] cap. 15.4. I Cor. 10.6, 11. [17] Act. 2.24 e 13.30. [18] Isa. 53.5, 6. cap. 3.25. II Cor. 5.21. Gal. 1.4. Heb. 9.28. I Ped. 2.24 e 1.21. I Cor. 15.17. _Justificação pela fé e paz com Deus._ 5 Sendo pois justificados pela fé, [1] temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Christo; 2 Pelo qual tambem [2] temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da gloria de Deus. 3 E não sómente _isto_, [3] mas tambem nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciencia, 4 E a paciencia a experiencia, e a [4] experiencia a esperança. 5 E a esperança não confunde, porquanto [5] o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espirito Sancto que nos foi dado. 6 Porque Christo, estando nós ainda fracos, [6] morreu a seu tempo pelos impios. 7 Porque apenas alguem morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguem ouse tambem morrer. 8 Mas Deus recommenda o seu amor para comnosco, [7] em que Christo morreu por nós, sendo nós ainda peccadores. 9 Logo muito mais agora, sendo justificados [8] pelo seu sangue, seremos por elle salvos da ira. 10 Porque se nós, sendo inimigos, [9] fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando _já_ reconciliados, seremos salvos pela sua vida. 11 E não sómente _isto_, [10] mas tambem nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Christo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação. _Por um homem vieram o peccado e a morte: por um homem tambem veiu a graça que superabundou ao peccado._ 12 Pelo que, como por [11] um homem entrou o peccado no mundo, e pelo peccado a morte, assim tambem a morte passou a todos os homens por isso que todos peccaram. 13 Porque até á lei estava o peccado no mundo, [12] porém o peccado não é imputado, não havendo lei. 14 Mas a morte reinou desde Adão até Moysés, até sobre aquelles que não peccaram á similhança da transgressão de Adão, o qual [13] é a figura d’aquelle que havia de vir. 15 Mas não é assim o dom gratuito como a offensa. Porque, se pela offensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, _que é_ d’um só homem, [14] Jesus Christo, abundou sobre muitos. 16 E não foi assim o dom como _a offensa_, por um só que peccou. Porque o juizo veiu de uma só _offensa_, na verdade, para condemnação, mas o dom gratuito veiu de muitas offensas para justificação. 17 Porque, se pela offensa de um só, a morte reinou por esse um, muito mais os que recebem a abundancia da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, _que é_ Jesus Christo. 18 Pois assim como por uma só offensa _veiu o juizo_ sobre todos os homens para condemnação, assim tambem por um só acto de justiça _veiu a graça_ sobre todos [15] os homens para justificação de vida. 19 Porque, como pela desobediencia de um só homem, muitos foram feitos peccadores, assim pela obediencia de um muitos serão feitos justos. 20 Entrou, porém, [16] a lei para que a offensa abundasse; mas, onde o peccado abundou, superabundou a graça. 21 Para que, assim como o peccado reinou para a morte, tambem a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Christo nosso Senhor. [1] Isa. 32.17. João 16.33. Eph. 2.14. Col. 1.20. [2] João 10.9. Eph. 2.18. Heb. 10.19. I Cor. 15.1. [3] Mat. 5.11. Act. 5.41. II Cor. 12.10. Phi. 2.17. Thi. 1.2, 3, 12. I Ped. 3.14. [4] Thi. 1.12. [5] Ecc. 1.20. II Cor. 1.22. Gal. 4.6. Eph. 1.13, 14. [6] Gal. 4.4. cap. 4.25. [7] João 15.13. I Ped. 3.18. I João 3.16 e 4.9, 10. [8] cap. 3.25. Eph. 2.13. Heb. 9.14. I João 1.7. I The. 1.10. [9] cap. 8.32. II Cor. 5.18 e 4.10. Eph. 2.16. Col. 1.20. João 5.26. [10] cap. 2.17. Gal. 4.9. [11] Gen. 3.6. I Cor. 15.21. [12] cap. 4.15. I João 3.4. [13] I Cor. 15.21, 22, 45. [14] Isa. 53.11. Mat. 20.28 e 26.28. [15] João 12.32. Heb. 2.9. [16] João 15.22. cap. 3.20 e 4.15. Gal. 3.19, 23. Luc. 7.47. I Tim. 1.14. _A graça não nos deixa permanecer no peccado, antes nos livra do poder do peccado._ 6 Que diremos pois? Permaneceremos no peccado, [1] para que a graça abunde? 2 De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o peccado, [2] como viveremos ainda n’elle? 3 Ou não sabeis que todos quantos fomos baptizados em Jesus [3] Christo fomos baptizados na sua morte? 4 De sorte que estamos [4] sepultados com elle pelo baptismo na morte; para que, como Christo resuscitou dos mortos, pela gloria do Pae, assim andemos nós tambem em novidade de vida. 5 Porque, se fomos [5] plantados juntamente com elle na similhança da sua morte, tambem o seremos na da sua resurreição: 6 Sabendo isto, que o nosso [6] homem velho foi com _elle_ crucificado, para que o corpo do peccado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao peccado. 7 Porque o que está morto [7] está justificado do peccado. 8 Ora, se _já_ morremos [8] com Christo, cremos que tambem com elle viveremos: 9 Sabendo que, havendo Christo [9] resuscitado dos mortos, já não morre: a morte não mais terá dominio sobre elle. 10 Pois, emquanto a morrer, de uma vez morreu [10] para o peccado, mas, emquanto a viver, vive para Deus. 11 Assim tambem vós considerae-vos como [11] mortos para o peccado, mas vivos para Deus em Christo Jesus nosso Senhor. 12 Não reine portanto [12] o peccado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscencias; 13 Nem tão pouco apresenteis os vossos membros ao peccado por instrumentos de iniquidade; [13] mas apresentae-vos a Deus, como vivos d’entre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. 14 Porque o peccado [14] não terá dominio sobre vós, pois não estaes debaixo da lei, mas debaixo da graça. 15 Pois que? Peccaremos [15] porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? de modo nenhum. 16 Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer [16] sois servos d’aquelle a quem obedeceis, ou do peccado para a morte, ou da obediencia para a justiça? 17 Porém, graças a Deus que vós fostes servos do peccado, mas obedecestes de coração á forma [17] de doutrina a que fostes entregues. 18 E, libertados do [18] peccado, fostes feitos servos da justiça. 19 Fallo como homem, pela fraqueza da vossa carne: pois que, assim como apresentastes os vossos membros _para_ servirem á immundicia, e á maldade para maldade, assim apresentae agora os vossos membros _para_ servirem á justiça para sanctificação. 20 Porque, quando ereis [19] servos do peccado, estaveis livres da justiça. 21 Pois que fructo [20] tinheis então das coisas de que agora vos envergonhaes? porque o fim d’ellas é a morte. 22 Mas agora, libertados do [21] peccado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fructo para sanctificação, e por fim a vida eterna. 23 Porque o [22] salario do peccado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Christo Jesus nosso Senhor. [1] cap. 3.8. ver. 15. [2] cap. 7.4. Gal. 2.19 e 6.14. Col. 3.3. I Ped. 2.24. [3] Gal. 3.27. I Cor. 15.29. [4] Col. 2.12 e 3.10. cap. 8.11. I Cor. 6.14. II Cor. 13.4. João 2.11. Gal. 6.15. Eph. 4.22. [5] Phi. 3.10. [6] Gal. 2.20 e 5.24. Eph. 4.22. Col. 3.5, 9 e 2.11. [7] I Ped. 4.1. [8] II Tim. 2.11. [9] Apo. 1.18. [10] Heb. 9.27, 28. Luc. 20.38. [11] ver. 2. Gal. 2.19. [12] Psa. 19.13 e 119.133. [13] cap. 7.5. Col. 3.5. Thi. 4.1. I Ped. 2.24. [14] cap. 7.4, 6 e 8.2. Gal. 5.18. [15] I Cor. 9.21. [16] Mat. 6.24. João 8.34. II Ped. 2.19. [17] II Tim. 1.13. [18] João 8.32. I Cor. 7.22. Gal. 5.1. I Ped. 2.16. [19] João 8.34. [20] cap. 7.5 e 1.32. [21] João 8.32. [22] Gen. 2.17. cap. 5.12 e 2.7 e 5.17, 21. Thi. 1.15. I Ped. 1.4. _Estando mortos á lei, sirvamos a Deus em novidade de espirito. A lei opera em nós a morte. Lucta da carne com o espirito._ 7 Não sabeis vós, irmãos (pois que fallo aos que sabem a lei), que a lei tem dominio sobre o homem por todo o tempo que vive? 2 Porque a [1] mulher que está sujeita ao marido, emquanto elle viver, está-lhe ligada pela lei; porém, morto o marido, está livre da lei do marido. 3 De sorte que, vivendo [2] o marido, será chamada adultera, se fôr d’outro marido; porém, morto o marido, livre está da lei, de maneira que não será adultera, se fôr d’outro marido. 4 Assim que, meus irmãos, tambem vós estaes mortos [3] para a lei pelo corpo de Christo, para que sejaes d’outro, d’aquelle que resuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fructo para [4] Deus. 5 Porque, quando estavamos na carne, as paixões dos peccados, que são pela lei, [5] obravam em nossos membros para darem fructo para a morte. 6 Mas agora estamos livres da lei, estando mortos para aquillo em que estavamos retidos; para que sirvamos em [6] novidade d’espirito, e não na velhice da letra. 7 Que diremos pois? É a lei peccado? De modo nenhum: mas eu não conheceria [7] o peccado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscencia, se a lei não dissesse: [8] Não cubiçarás. 8 Mas o peccado, [9] tomando occasião pelo mandamento, obrou em mim toda a concupiscencia, porque sem a lei _estava_ morto o peccado. 9 E eu, n’algum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o peccado, e eu morri; 10 E o [10] mandamento que era para vida esse achei que me _era_ para morte. 11 Porque o peccado, tomando occasião pelo mandamento, me enganou, e por elle _me_ matou. 12 Assim que [11] a lei _é_ sancta, e o mandamento sancto, justo e bom. 13 Logo tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum; mas o peccado, para que se mostrasse peccado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o peccado se fizesse excessivamente peccaminoso. 14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual: mas eu sou carnal, [12] vendido sob o peccado. 15 Porque o que faço não o approvo; [13] pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. 16 E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que _é_ boa. 17 De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o peccado que habita em mim. 18 Porque eu sei que em mim, isto é, [14] na minha carne, não habita bem algum: porque o querer está em mim, mas não consigo effectuar o bem. 19 Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. 20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o peccado que habita em mim. 21 De sorte que acho esta lei _em mim_: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. 22 Porque, [15] segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; 23 Mas vejo nos meus membros outra lei, [16] que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do peccado que está nos meus membros. 24 Miseravel homem que eu sou! quem me livrará do corpo d’esta morte? 25 Dou graças [17] a Deus por Jesus Christo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo á lei de Deus, mas com a carne á lei do peccado. [1] I Cor. 7.39. [2] Mat. 5.32. [3] cap. 8.2. Gal. 2.19 e 5.18. Eph. 2.15. Col. 2.14. [4] Gal. 5.22. [5] cap. 6.13 e 6.21 e 6.2. Gal. 5.19. Thi. 1.15. [6] cap. 2.29. II Cor. 3.6. [7] cap. 3.20. [8] Exo. 20.17. Deu. 5.21. Act. 20.33. cap. 13.9. [9] cap. 4.15 e 5.20. I Cor. 15.56. [10] Lev. 18.5. Eze. 20.11, 13, 21. II Cor. 3.7. [11] Psa. 19.8 e 119.137. I Tim. 1.8. [12] I Reis 21.20, 25. II Reis 17.17. [13] Gal. 5.17. [14] Gen. 6.5 e 8.21. [15] Psa. 1.2. II Cor. 4.16. Eph. 3.16. Col. 3.9, 10. [16] Gal. 5.17. cap. 6.13, 19. [17] I Cor. 15.57. _A nova vida debaixo da graça, segundo o espirito de sanctidade e adopção._ 8 Assim que agora nenhuma condemnação _ha_ para os que _estão_ em Christo Jesus, que não [1] andam segundo a carne, mas segundo o espirito. 2 Porque a [2] lei do espirito de vida, em Christo Jesus, me livrou da lei do peccado e da morte. 3 Porque o que era impossivel á lei, [3] porquanto estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em similhança da carne do peccado, e pelo peccado, condemnou o peccado na carne; 4 Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não [4] andamos segundo a carne, mas segundo o espirito. 5 Porque os que são segundo a carne inclinam-se [5] para as _coisas_ da carne; mas os que _são_ segundo o espirito para as _coisas_ do espirito. 6 Porque a inclinação [6] da carne _é_ morte; mas a inclinação do espirito _é_ vida e paz. 7 Porquanto a inclinação da carne _é_ inimizade contra [7] Deus, pois não é sujeita á lei de Deus, nem em verdade, o pode ser. 8 Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus. 9 Porém vós não estaes na carne, mas no espirito, [8] se é que o Espirito de Deus habita em vós. Mas, se alguem não tem o Espirito de Christo, esse tal não é d’elle. 10 E, se Christo _está_ em vós, o corpo, na verdade, _está_ morto por causa do peccado, mas o espirito vive por causa da justiça. 11 E, se o Espirito d’aquelle que dos mortos resuscitou a Jesus habita em vós, [9] aquelle que dos mortos resuscitou a Christo tambem vivificará os vossos corpos mortaes, pelo seu Espirito que em vós habita. 12 De maneira que, irmãos, [10] somos devedores, não á carne para viver segundo a carne. 13 Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; [11] mas, se pelo espirito mortificardes as obras do corpo, vivereis. 14 Porque todos [12] quantos são guiados pelo Espirito de Deus esses são filhos de Deus. 15 Porque não [13] recebestes o espirito de escravidão, para outra vez _estardes_ em temor, porém recebestes o espirito de adopção de filhos, pelo qual clamamos: Abba, Pae. 16 O mesmo Espirito [14] testifica com o nosso espirito que somos filhos de Deus. 17 E, se nós somos filhos, [15] somos logo herdeiros tambem, herdeiros de Deus e coherdeiros de Christo; se porventura com _elle_ padecemos, para que tambem com _elle_ sejamos glorificados. _As primicias do Espirito: esperança, intercessão, eleição._ 18 Porque para mim [16] tenho por certo que as afflicções d’este tempo presente não _são_ para comparar com a gloria que em nós ha de ser revelada. 19 Porque a paciente expectação [17] da creatura espera a manifestação dos filhos de Deus. 20 Porque a creatura [18] está sujeita á vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, 21 Na esperança de que tambem a mesma creatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da gloria dos filhos de Deus. 22 Porque sabemos que toda [19] a creatura juntamente geme e está com dôres de parto até agora. 23 E não só _ella_, porém nós mesmos, que temos as primicias do Espirito, tambem gememos em nós mesmos, [20] esperando a adopção, a saber, a redempção do nosso corpo. 24 Porque em esperança somos salvos. Ora [21] a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguem vê como o esperará? 25 Mas, se esperamos o que não vemos, esperamol-o com paciencia. 26 E da mesma maneira tambem o Espirito ajuda as nossas [22] fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convem, mas o mesmo Espirito intercede por nós com gemidos inexprimiveis. 27 E aquelle [23] que examina os corações, sabe qual seja a intenção do Espirito; porquanto elle segundo Deus, intercede pelos sanctos. 28 E sabemos que todas _as coisas_ contribuem juntamente para o bem d’aquelles que amam a [24] Deus, d’aquelles que são chamados por _seu_ decreto. 29 Porque os que d’antes [25] conheceu tambem os predestinou _para serem_ conformes á imagem de seu Filho; para que seja o primogenito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou [26] a estes tambem chamou: e aos que chamou a estes tambem justificou; e aos que justificou a estes tambem glorificou. _Cantico de victoria: Deus é por nós._ 31 Que diremos pois a estas _coisas_? Se Deus [27] é por nós, quem _será_ contra nós? 32 Aquelle que nem mesmo a seu proprio Filho [28] poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará tambem com elle todas _as coisas_? 33 Quem intentará accusação contra os escolhidos de Deus? [29] sendo Deus quem os justifica. 34 Quem _os_ condemnará? [30] sendo Christo quem morreu, ou antes quem resuscitou d’entre os mortos, o qual está á direita de Deus, e tambem intercede por nós. 35 Quem nos separará do amor de Christo? A tribulação, ou a angustia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? 36 Como está escripto: [31] Por amor de ti somos entregues á morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. 37 Mas em todas [32] estas _coisas_ somos mais do que vencedores, por aquelle que nos amou. 38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, [33] nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, 39 Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra creatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Christo Jesus nosso Senhor. [1] ver. 4. Gal. 5.16, 25. [2] João 8.36. cap. 6.18, 22 e 7.24. Gal. 2.19. I Cor. 15.45. II Cor. 3.6. [3] Act. 13.39. cap. 3.20. Heb. 7.18 e 10.1. II Cor. 5.21. Gal. 3.13. [4] ver. 1. [5] João 3.6. I Cor. 2.14. Gal. 5.22, 25. [6] cap. 6.21. ver. 13. Gal. 6.8. [7] Thi. 4.4. I Cor. 2.14. [8] I Cor. 3.16. João 3.34. Gal. 4.6. Phi. 1.19. I Ped. 1.11. [9] Act. 2.24. cap. 6.4, 5. I Cor. 6.14. II Cor. 4.14. Eph. 2.5. [10] cap. 6.7, 14. [11] ver. 6. Gal. 6.8. Eph. 4.22. Col. 3.5. [12] Gal. 5.18. [13] I Cor. 2.12. Heb. 2.15. II Tim. 1.7. I João 4.18. Isa. 56.5. Gal. 4.5, 6. Mar. 14.36. [14] II Cor. 1.22. Eph. 1.13. [15] Act. 26.18 e 14.22. Gal. 4.7. Phi. 1.29. II Tim. 2.11. [16] II Cor. 4.17. I Ped. 1.6. [17] II Ped. 3.13. [18] ver. 22. Gen. 3.19. [19] Mar. 16.15. Col. 1.23. Jer. 12.11. [20] Eph. 1.14 e 4.30. II Cor. 5.2, 4, 5. Luc. 20.36 e 21.28. [21] II Cor. 5.7. Heb. 11.1. [22] Mat. 20.22. Thi. 4.3. Zac. 12.10. Eph. 6.18. [23] I Sam. 16.7. I Chr. 28.9. Act. 1.24. I The. 2.4. ver. 34. I João 5.14. [24] I Cor. 3.21, 22. II Cor. 4.15. Eph. 1.11. II Tim. 1.9. [25] II Tim. 2.19. I Ped. 1.2. Eph. 1.5, 11. II Cor. 3.18. Phi. 3.21. I João 3.2. Col. 1.15, 18. Heb. 1.6. Apo. 1.5. [26] cap. 9.24. Gal. 1.6, 15. Eph. 4.4 e 2.6. Heb. 9.15. I Ped. 2.9, 21. I Cor. 6.11. João 17.22. [27] Num. 14.9. Job 34.29. Psa. 118.6. [28] cap. 5.6, 10. [29] Isa. 50.8, 9. Luc. 7.42. Apo. 12.10, 11. [30] Mar. 16.19. Col. 3.1. I Ped. 3.18, 22. Heb. 7.25. I Tim. 2.5. I João 2.1. [31] Psa. 44.22. I Cor. 15.30. II Cor. 4.11. [32] I Cor. 15.57. II Cor. 2.14. I João 4.4 e 5.4. Apo. 12.11. [33] Eph. 1.21 e 6.12. Col. 1.16 e 2.15. I Ped. 3.22. _Tristeza de Paulo por causa da incredulidade de Israel._ 9 Em Christo digo a verdade, [1] não minto (dando-me testemunho juntamente a minha consciencia no Espirito Sancto): 2 Que tenho grande tristeza [2] e continua dôr no meu coração. 3 Porque eu mesmo desejara [3] ser [AIK] separado de Christo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; 4 Que são israelitas, [4] dos quaes _é_ a adopção de filhos, e a gloria, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas: 5 Dos quaes _são_ os paes, [5] e dos quaes _é_ Christo segundo a carne, o qual é Deus sobre todos, bemdito eternamente: Amen. _A liberdade absoluta da graça de Deus._ 6 Não, porém, que a [6] palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que _são_ d’Israel são israelitas; 7 Nem por serem descendencia de Abrahão [7] _são_ todos filhos; mas: Em Isaac será chamada a tua descendencia. 8 Isto é: não _são_ os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos [8] da promessa são contados como descendencia. 9 Porque a palavra [9] da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sarah terá um filho. 10 E não sómente _esta_, mas tambem Rebecca, quando concebeu de um, de Isaac, nosso pae; 11 Porque, não tendo _elles_ ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o proposito de Deus, segundo a eleição, [10] ficasse _firme_, [11] não por causa das obras, mas por aquelle que chamava), 12 Foi-lhe dito a ella: O maior servirá o menor. 13 Como está escripto: [12] Amei Jacob, e aborreci Esaú. 14 Que diremos pois? _que ha_ injustiça da parte de Deus? [13] de maneira nenhuma. 15 Pois diz a Moysés: Compadecer-me-hei de quem me compadecer, e terei misericordia [14] de quem eu tiver misericordia. 16 De sorte que não _é_ do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. 17 Porque diz a Escriptura [15] a Pharaó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja annunciado em toda a terra. 18 De sorte que se compadece de quem quer, e endurece a quem quer. 19 Dir-me-has então: Porque se queixa elle ainda? Porquanto, [16] quem resiste á sua vontade? 20 Mas antes, ó homem, quem és tu, que contestas contra Deus? Porventura [17] a coisa formada dirá ao que a formou: Porque me fizeste assim? 21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, [18] para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para deshonra? 22 E que direis se Deus, querendo mostrar a _sua_ ira, e dar a conhecer o seu poder, supportou com muita paciencia [19] os vasos da ira, preparados para perdição; 23 Para que tambem désse a conhecer as riquezas [20] da sua gloria nos vasos de misericordia, que para gloria _já_ d’antes preparou, 24 Os quaes _somos_ nós, a quem tambem chamou, [21] não só d’entre os judeos, mas tambem d’entre os gentios? 25 Como tambem diz em Oseas: Chamarei meu povo [22] ao que não era meu povo; e amada á que não era amada. 26 E succederá _que_ [23] no logar em que lhes foi dito: Vós não _sois_ meu povo; ahi serão chamados filhos do Deus vivo. 27 Tambem Isaias clamava ácerca d’Israel: Ainda que o [24] numero dos filhos d’Israel seja como a areia do mar, o restante será salvo. 28 Porque o Senhor consummará e abreviará a sua palavra em justiça; pois fará [25] breve a sua palavra sobre a terra. 29 E como antes disse Isaias: Se o Senhor [26] [AIL] dos Exercitos nos não deixára descendencia, foramos feitos como Sodoma, e seriamos similhantes a Gomorrah. 30 Que diremos pois? Que os gentios, [27] que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? _Sim_, porém a justiça que é pela fé. 31 Mas Israel, que buscava [28] a lei da justiça, não chegou á lei da justiça. 32 Porque? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras [29] da lei; porque tropeçaram na pedra de tropeço; 33 Como está escripto: [30] Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escandalo; e todo aquelle que crer n’ella [31] não será confundido. [1] II Cor. 11.31 e 12.19. Gal. 1.20. I Tim. 2.7. [2] cap. 10.1. [3] Exo. 32.32. [4] Exo. 4.22. Deu. 14.1. Luc. 1.72. Act. 3.25 e 13.32. [5] cap. 1.3 e 1.25 e 11.28. Deu. 10.15. Mat. 1.16. Jer. 23.6. Heb. 1.8. I João 5.20. [6] cap. 3.3 e 2.28, 29 e 4.12, 16. João 8.39. Gal. 6.16. [7] Gal. 4.23. Gen. 21.12. Heb. 11.18. [8] Gal. 4.28. [9] Gen. 18.10, 14. [10] cap. 4.17 e 8.28. [11] Gen. 25.23. [12] Deu. 21.15. Pro. 13.24. Mal. 1.2, 3. Mat. 10.37. Luc. 14.26. João 12.25. [13] Deu. 32.4. II Chr. 19.7. Job 8.3. Psa. 92.15. [14] Exo. 33.19. [15] Gal. 3.8, 22. Exo. 9.16. [16] II Chr. 20.6. Job 9.12. Dan. 4.35. [17] Isa. 29.16 e 45.9. [18] Pro. 16.4. Jer. 18.6. II Tim. 2.20. [19] I The. 5.9. I Ped. 2.8. Jud. 4. [20] cap. 2.4. Eph. 1.7. Col. 1.27. cap. 8.28, 29, 30. [21] cap. 3.29. [22] Ose. 2.23. I Ped. 2.10. [23] Ose. 1.10. [24] Isa. 10.22, 23. cap. 11.5. [25] Isa. 28.22. [26] Isa. 1.9. Lam. 3.22. Isa. 13.19. Jer. 50.40. [27] cap. 4.11 e 10.20 e 1.17. [28] cap. 10.2 e 11.7. Gal. 5.4. [29] Luc. 2.34. I Cor. 1.23. [30] Psa. 118.22. Isa. 8.14 e 28.16. Mat. 21.42. I Ped. 2.6, 7, 8. [31] cap. 10.11. _Os judeos rejeitam a justiça de Deus._ 10 Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel, é para _sua_ salvação. 2 Porque lhes dou testemunho de que têem zelo [1] de Deus, mas não com entendimento. 3 Porque, [2] não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua propria justiça, não se sujeitaram á justiça de Deus. 4 Porque o fim da lei _é_ [3] Christo para justiça de todo aquelle que crê. 5 Porque Moysés descreve a justiça que é pela lei, _dizendo_: [4] O homem que fizer estas _coisas_ viverá por ellas. 6 Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu [5] coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer _do alto_ a Christo). 7 Ou, quem descerá ao abysmo? (isto é, a tornar a trazer, dos mortos a Christo). 8 Mas que diz? [6] A palavra está junto de ti, na tua bocca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que prégamos, 9 A saber: Se com a tua bocca confessares [7] ao Senhor Jesus, e em teu coração crêres que Deus o resuscitou dos mortos, serás salvo. 10 Porque com o coração se crê para a justiça, e com a bocca se faz confissão para a salvação. 11 Porque a Escriptura diz: [8] Todo aquelle que n’elle crêr não será confundido. 12 Porque não ha differença entre judeo e grego; [9] porque um mesmo _é_ o Senhor de todos os que o invocam. 13 Porque todo aquelle [10] que invocar o nome do Senhor será salvo. 14 Como pois invocarão _aquelle_ em quem não creram? e como crerão _n’aquelle_ de quem não ouviram? e como [11] ouvirão, se não ha quem prégue? 15 E como prégarão, se não forem enviados? como está escripto: Quão formosos [12] _são_ os pés dos que annunciam a paz, dos que annunciam _coisas_ boas! 16 Mas nem todos obedecem ao evangelho; [13] porque Isaias diz: Senhor, quem creu na nossa prégação? 17 De sorte que a fé _é_ pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. 18 Mas digo: Porventura não ouviram? Sim, por certo, pois por toda a terra saiu o som d’elles, e as suas palavras [14] até aos confins do mundo. 19 Mas digo: Porventura Israel não o conheceu? Primeiramente diz Moysés: Eu [15] vos metterei em ciumes com _aquelles que_ não _são_ povo, com gente insensata vos provocarei á ira. 20 E Isaias se atreve, e diz: Fui achado [16] pelos que me não buscavam, fui manifestado aos que por mim não perguntavam. 21 Mas contra Israel diz: Todo o dia [17] estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente. [1] Act. 21.20 e 22.3. Gal. 1.14 e 4.17. cap. 9.31. [2] cap. 1.17 e 9.30. Phi. 3.9. [3] Mat. 5.17. Gal. 3.24. [4] Lev. 18.5. Neh. 9.29. Eze. 20.11, 13, 21. Gal. 3.12. [5] Deu. 30.12, 13. [6] Deu. 30.14. [7] Mat. 10.32. Luc. 12.8. Act. 8.37. [8] Isa. 28.16 e 49.23. Jer. 17.7. cap. 9.33. [9] Act. 15.9 e 10.36. Gal. 3.28. cap. 3.29. I Tim. 2.5. Eph. 1.7 e 2.4, 7. [10] Joel 2.32. Act. 2.21 e 9.14. [11] Tito 1.3. [12] Isa. 52.7. Nah. 1.15. [13] cap. 3.3. Heb. 4.2. Isa. 53.1. João 12.38. [14] Psa. 19.4. Mat. 24.14 e 28.19. Mar. 16.15. Col. 1.6, 23. I Reis 18.10. Mat. 4.8. [15] Deu. 32.21. cap. 11.11. Tito 3.3. [16] Isa. 65.1. cap. 9.30. [17] Isa. 65.2. _O futuro de Israel._ 11 Digo pois: Porventura [1] rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque tambem eu sou israelita, da descendencia d’Abrahão, da tribu de Benjamin. 2 Deus não rejeitou o seu povo, [2] o qual antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escriptura diz de Elias? Como falla a Deus contra Israel, dizendo: 3 Senhor, mataram os teus prophetas, e derribaram os [3] teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma. 4 Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei [4] para mim sete mil varões, que não dobraram os joelhos diante de Baal. 5 Assim pois [5] tambem agora n’este tempo ficou um resto, segundo a eleição da graça. 6 E, se é por graça, [6] já não é pelas obras: de outra maneira, a graça já não é graça. E, se _é_ pelas obras, já não é graça: de outra maneira a obra já não é obra. 7 Pois que? O que [7] Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos. 8 Como está escripto: [8] Deus lhes deu espirito de profundo somno; olhos para não vêrem, e ouvidos para não ouvirem, até ao _dia_ d’hoje. 9 E David diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, [9] e em armadilha, e em tropeço e em sua retribuição; 10 Escureçam-se-lhes os olhos [10] para não verem, e encurvem-se-lhes continuamente as costas. 11 Digo pois: Porventura tropeçaram, para que caissem? [11] De modo nenhum, mas pela sua queda _veiu_ a salvação aos gentios, para os incitar á emulação. 12 E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude? 13 Porque comvosco fallo, gentios, que, emquanto fôr apostolo dos [12] gentios, glorificarei o meu ministerio; 14 _Para vêr_ se de alguma maneira posso incitar á emulação _os_ da minha carne, e salvar [13] alguns d’elles. 15 Porque, se a sua rejeição _é_ a reconciliação do mundo, qual _será_ a _sua_ admissão, senão a vida d’entre os mortos? 16 E, se as primicias _são_ [14] sanctas, tambem a massa o _é_; se a raiz é sancta, tambem os ramos _o são_. 17 E, se alguns dos ramos foram quebrados, [15] e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em logar d’elles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, 18 Não te glories contra [16] os ramos; e, se contra _elles_ te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. 19 Dirás pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. 20 Bem: por incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé [17] pela fé: não te ensoberbeças, mas teme. 21 Porque, se Deus não poupou os ramos naturaes, _teme_ que te não poupe a ti tambem. 22 Considera pois a bondade e a severidade de Deus: para com os que cairam, severidade; porém para comtigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de [18] outra maneira, tambem tu serás cortado. 23 Porém tambem elles, se não [19] permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar. 24 Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro, e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturaes, serão enxertados na sua propria oliveira? 25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo [20] (para que não presumaes de vós mesmos): que o endurecimento veiu em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. 26 E assim todo o Israel será salvo, como está escripto: [21] De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacob as impiedades. 27 E este _será_ o meu concerto [22] com elles, quando eu tirar os seus peccados. 28 Assim que, quanto ao evangelho, _são_ inimigos por causa de vós; mas, quanto á eleição, [23] amados por causa dos paes. 29 Porque os dons e [24] a vocação de Deus _são_ sem arrependimento. 30 Porque assim como vós tambem antigamente [25] fostes desobedientes a Deus, porém agora alcançastes misericordia pela desobediencia d’elles, 31 Assim tambem estes agora foram desobedientes, para tambem alcançarem misericordia pela vossa misericordia. 32 Porque Deus encerrou [26] a todos debaixo da desobediencia, para com todos usar de misericordia. _Hymno de adoração._ 33 Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da sciencia de Deus! Quão insondaveis [27] _são_ os seus juizos, e quão inexcrutaveis os seus caminhos! 34 Porque quem comprehendeu [28] o intento do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? 35 Ou quem lhe deu [29] primeiro a elle, e lhe será recompensado? 36 Porque d’elle [30] e por elle, e para elle, _são_ todas _as coisas_; gloria _pois_ a elle eternamente. Amen. [1] I Sam. 12.22. Jer. 31.37. II Cor. 11.22. Phi. 3.5. [2] cap. 8.29. [3] I Reis 19.10, 14. [4] I Reis 19.18. [5] cap. 9.27. [6] cap. 4.4, 5. Gal. 5.4. Deu. 9.4, 5. [7] cap. 9.31 e 10.3. [8] Isa. 29.10. Deu. 29.4. Isa. 6.9. Jer. 5.21. Eze. 12.2. Mat. 13.14. João 12.40. Act. 28.26. [9] Psa. 69.22. [10] Psa. 69.23. [11] Act. 13.46 e 18.6 e 22.18, 21 e 28.24, 28. cap. 10.19. [12] Act. 9.15 e 13.2. cap. 15.16. Gal. 1.16 e 2.2, 7, 8. Eph. 3.8. I Tim. 2.7. II Tim. 1.11. [13] I Cor. 7.16 e 9.22. I Tim. 4.16. Thi. 5.20. [14] Lev. 23.10. Num. 15.18, 19, 20, 21. [15] Jer. 11.16. Act. 2.39. Eph. 2.12, 13. [16] I Cor. 10.12. [17] cap. 12.16. Pro. 28.14. Isa. 66.2. Phi. 2.12. [18] I Cor. 15.2. Heb. 3.6, 14. João 15.2. [19] II Cor. 3.16. [20] cap. 12.16. ver. 7. II Cor. 3.14. Luc. 21.24. Apo. 7.9. [21] Isa. 59.20. Psa. 14.7. [22] Isa. 27.9. Jer. 31.31, etc. Heb. 8.8 e 10.16. [23] Deu. 7.8 e 9.5 e 10.15. [24] Num. 23.19. [25] Eph. 2.2. Col. 3.7. [26] cap. 3.9. Gal. 3.22. [27] Psa. 36.6. Job 11.7. [28] Job 15.8. Isa. 40.13. Jer. 23.18. I Cor. 2.16. [29] Job 35.7. [30] I Cor. 8.6. Col. 1.16. I Tim. 1.17. II Tim. 4.18. Heb. 13.21. I Ped. 5.11. Apo. 1.6. _Consagração a Deus; humildade e fidelidade no uso de seus dons._ 12 Rogo-vos pois, irmãos, [1] pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrificio vivo, sancto e agradavel a Deus, _que é_ o vosso culto racional. 2 E não vos conformeis [2] com este mundo, mas transformae-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual _seja_ a boa, agradavel, e perfeita vontade de Deus. 3 Porque pela graça, que me [3] é dada, digo a cada um d’entre vós que não saiba mais do que convem saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um. 4 Porque assim como em [4] um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros teem a mesma operação, 5 Assim nós, que somos muitos, [5] somos um só corpo em Christo, mas membros uns dos outros. 6 De modo que, tendo differentes dons, segundo a graça que nos é dada, ou seja [6] prophecia, seja ella segundo a medida da fé; 7 Ou seja ministerio, seja em ministrar; ou o que ensina [7] em ensinar; 8 Ou o que exhorta, em exhortar; o que reparte, em simplicidade; o [8] que preside, com cuidado; o que exercita misericordia, com alegria. _O amor, o fervor, a humildade, a beneficencia._ 9 O amor _seja_ não fingido. [9] Aborrecei o mal e apegae-vos ao bem. 10 Amae-vos cordealmente uns aos outros com amor fraternal, [10] preferindo-vos em honra uns aos outros. 11 Não sejaes vagarosos no cuidado: sêde fervorosos no espirito, servindo ao Senhor; 12 Alegrae-vos na esperança, [11] sêde pacientes na tribulação, perseverae na oração; 13 Communicae com os sanctos nas suas necessidades, [12] segui a hospitalidade; 14 Abençoae aos que vos [13] perseguem, abençoae, e não amaldiçoeis: 15 Alegrae-vos com [14] os que se alegram; e chorae com os que choram; 16 _Sêde_ unanimes entre vós; [15] não ambicioneis _coisas_ altivas, mas accommodae-vos ás humildes; não sejaes sabios em vós mesmos; 17 A ninguem [16] torneis mal por mal; procurae as _coisas_ honestas, perante todos os homens. 18 Se _fôr_ possivel, quanto estiver em vós, tende paz com [17] todos os homens. 19 Não vos vingueis a vós mesmos, amados, [18] mas dae logar á ira, porque está escripto: Minha _é_ a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. 20 Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer: se tiver sêde, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brazas de fogo sobre a sua cabeça. 21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. [1] I Ped. 2.5. Psa. 50.14. cap. 6.13. I Cor. 6.20. Heb. 10.20. [2] I Ped. 1.14. I João 2.15. Eph. 4.23 e 5.17. Col. 3.10. I The. 4.3. [3] cap. 1.5. I Cor. 3.10 e 15.10. Gal. 2.9. Eph. 3.2 e 4.7. Pro. 25.27. Ecc. 7.16. cap. 11.20. I Cor. 12.11. [4] I Cor. 12.12. Eph. 4.16. [5] I Cor. 10.17 e 12.20, 27. Eph. 1.23 e 4.25. [6] I Cor. 12.4. I Ped. 4.10, 11. Act. 11.27. I Cor. 12.10, 28 e 14.29, 31. [7] Act. 13.1. Gal. 6.6. Eph. 4.11. I Tim. 5.17. [8] Act. 15.32 e 20.28. I Cor. 14.3. I Tim. 5.17. I Ped. 5.2. II Cor. 9.7. [9] I Tim. 1.5. I Ped. 1.22. Psa. 34.14. Amós 5.15. [10] Heb. 13.1. I Ped. 1.22 e 5.5. II Ped. 1.7. Phi. 2.3. [11] Luc. 10.20 e 21.19 e 18.1. cap. 5.2. Phi. 3.1. I The. 5.16. I Ped. 4.13 e 2.19. I Tim. 6.11. Heb. 10.36. Thi. 1.4. Act. 2.42. Eph. 6.18. Col. 4.2. [12] II Cor. 9.1, 12. Heb. 6.10. I João 3.17. Heb. 13.2. I Ped. 4.9. [13] Mat. 5.44. Luc. 6.28. Act. 7.60. I Cor. 4.12. [14] I Cor. 12.26. [15] I Cor. 1.10. Phi. 2.2 e 3.16. I Ped. 3.8. [16] Pro. 20.22. Mat. 5.39. I The. 5.15. I Ped. 3.9. II Cor. 8.21. [17] Mar. 9.50. Heb. 12.14. [18] Lev. 19.18. Pro. 24.29 e 25.21. Deu. 32.35. Heb. 10.30. Exo. 23.4, 5. Mat. 5.44. _Submissão á auctoridade._ 13 Toda a alma esteja [1] sujeita ás potestades superiores; porque não ha potestade senão de Deus; e as potestades que ha são ordenadas por Deus. 2 Por isso quem [2] resiste á potestade resiste á ordenação de Deus: e os que resistem trarão sobre si mesmos a condemnação. 3 Porque os magistrados não são para temor das boas obras, senão das más. Queres tu pois não temer a potestade? Faze [3] o bem, e terás louvor d’ella. 4 Porque elle é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar o que faz o mal. 5 Portanto é necessario [4] estar sujeito, não sómente pelo castigo, mas tambem pela consciencia. 6 Porque por isso tambem pagaes tributos: porque são ministros de Deus, attendendo sempre a isto mesmo. 7 Portanto dae a cada um [5] o que deveis: a quem tributo, tributo: a quem imposto, imposto: a quem temor, temor: a quem honra, honra. _O amor ao proximo, a vigilancia, a pureza._ 8 A ninguem devaes coisa alguma, senão o amor com que vos ameis [6] uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. 9 Porque isto: Não [7] adulterarás: Não matarás: Não furtarás: Não darás falso testemunho: Não cubiçarás: e se _ha_ algum outro mandamento, n’esta palavra se resume: Amarás ao teu proximo como a ti mesmo. 10 O amor não faz mal ao proximo. De sorte que o [8] cumprimento da lei _é_ o amor. 11 E isto, conhecendo o tempo, que _é_ já hora de despertarmos do somno; porque [9] a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando crêmos. 12 A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos [10] pois as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz. 13 Andemos honestamente, [11] como de dia: não em glotonerias, nem em bebedeiras, nem em deshonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. 14 Mas vesti-vos [12] do Senhor Jesus Christo, e não tenhaes cuidado da carne em _suas_ concupiscencias. [1] Tito 3.1. I Ped. 2.13. Pro. 8.15, 16. Dan. 2.21. João 19.11. [2] Tito 3.1. [3] I Ped. 2.14 e 3.13. [4] Ecc. 8.2. I Ped. 2.19. [5] Mat. 22.21. Mar. 12.17. Luc. 20.25. [6] ver. 10. Gal. 5.14. Col. 3.14. I Tim. 1.5. Thi. 2.8. [7] Exo. 20.13, etc. Deu. 5.17, etc. Mat. 19.18 e 22.39. Lev. 19.18. Gal. 5.14. Thi. 2.8. [8] Mat. 22.40. ver. 8. [9] I Cor. 15.34. Eph. 5.14. I The. 5.5. [10] Eph. 5.11. Col. 3.8. I The. 5.8. [11] Phi. 4.8. I The. 4.12. Pro. 23.20. Luc. 21.34. I Ped. 4.3. I Cor. 6.9. Eph. 5.5. [12] Gal. 3.27. Eph. 4.24. Col. 3.10. Gal. 5.16. I Ped. 2.11. _Tolerancia para com os fracos na fé._ 14 Ora, quanto ao que está enfermo [1] na fé, recebei-o, não em contendas de disputas. 2 Porque um crê que de tudo se pode comer, [2] e outro, que é enfermo, come legumes. 3 O que come não despreze ao que não come; [3] e o que não come não julgue ao que come; porque Deus o recebeu _por seu_. 4 Quem és tu, [4] que julgas ao servo alheio? Para seu proprio Senhor está em pé ou cae; porém estará firme; porque poderoso é Deus para o firmar. 5 Um faz differença [5] entre dia e dia, mas outro julga _eguaes_ todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu proprio animo. 6 Aquelle que faz caso do dia, [6] para o Senhor o faz; e o que não faz caso do dia, para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus. 7 Porque nenhum [7] de nós vive para si, e nenhum morre para si. 8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos: se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor. 9 Porque para isto [8] tambem morreu Christo, e resuscitou, e tornou a viver; para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos. 10 Mas tu, porque julgas a teu irmão? Ou tu, tambem, porque desprezas a teu irmão? Pois todos [9] havemos de comparecer ante o tribunal de Christo. 11 Porque está escripto: [10] Vivo eu, diz o Senhor: _que_ todo o joelho se dobrará diante de mim, e toda a lingua confessará a Deus. 12 De maneira que cada um [11] de nós dará conta de si mesmo a Deus. _A liberdade e a caridade._ 13 Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; [12] mas antes julgae isto, não pôr tropeço ou escandalo ao irmão. 14 Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nenhuma coisa _é_ de si mesmo immunda [13] senão para aquelle que a tem por immunda, para esse _é_ immunda. 15 Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. [14] Não destruas com a tua comida aquelle por quem Christo morreu. 16 Não seja pois [15] blasphemado o vosso bem; 17 Porque o reino [16] de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espirito Sancto. 18 Porque quem n’isto serve a Christo [17] agradavel _é_ a Deus e acceito aos homens. 19 Sigamos [18] pois as _coisas_ que _servem_ para a paz e para a [19] edificação de uns para com os outros. 20 Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que [20] todas _as coisas são_ limpas, mas _é_ mau para o homem que come com escandalo. 21 Bom _é_ não comer carne, [21] nem beber vinho, nem fazer _outras coisas_ em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça. 22 Tens tu fé? Tem-_n’a_ em ti mesmo diante de Deus. Bemaventurado aquelle [22] que não se condemna a si mesmo no que approva. 23 Mas aquelle que duvida, se come está condemnado, porque não come por fé; e tudo [23] que não _é_ de fé é peccado. [1] I Cor. 8.9, 11 e 9.22. [2] I Cor. 10.25. I Tim. 4.4. Tito 1.15. [3] Col. 2.16. [4] Thi. 4.12. [5] Gal. 4.10. Col. 2.16. [6] Gal. 4.10. I Cor. 10.31. I Tim. 4.3. [7] I Cor. 6.19, 20. Gal. 2.20. I The. 5.10. I Ped. 4.2. [8] II Cor. 5.15. Act. 10.36. [9] Mat. 25.31, 32. Act. 10.42 e 17.31. II Cor. 5.10. [10] Isa. 45.23. Phi. 2.10. [11] Mat. 12.36. Gal. 6.5. I Ped. 4.5. [12] I Cor. 8.9, 13 e 10.32. [13] Act. 10.15. ver. 2, 20. I Cor. 10.25. I Tim. 4.4. Tito 1.15. [14] I Cor. 8.11. [15] cap. 12.17. [16] I Cor. 8.8. [17] II Cor. 8.21. [18] Psa. 34.14. cap. 12.18. [19] cap. 15.2. I Cor. 14.12. I The. 5.11. [20] Mat. 15.11. Act. 10.15. ver. 14. Tito 1.15. I Cor. 8.9, 10, 11, 12. [21] I Cor. 8.13. [22] I João 3.21. [23] Tito 1.15. _Christo dá-nos o exemplo da abnegação._ 15 Mas nós, que somos fortes, devemos [1] supportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. 2 Portanto cada um de nós [2] agrade ao _seu_ proximo no que é bom para edificação. 3 Porque tambem Christo não agradou a si mesmo, [3] mas, como está escripto: Sobre mim cairam as injurias dos que te injuriavam. 4 Porque todas as _coisas_ que d’antes foram [4] escriptas, para nosso ensino foram escriptas, para que pela paciencia e consolação das Escripturas tenhamos esperança. 5 Ora o Deus de paciencia [5] e consolação vos conceda que entre vós sintaes uma mesma coisa, segundo Jesus Christo. 6 Para que concordes, [6] a uma bocca, glorifiqueis ao Deus e Pae de Nosso Senhor Jesus Christo. 7 Portanto recebei uns aos outros, como [7] tambem Christo nos recebeu para gloria de Deus. 8 Digo pois [8] que Jesus Christo foi ministro da circumcisão, por causa da verdade de Deus, para confirmar as promessas _feitas_ aos paes; 9 E _para_ que os gentios [9] glorifiquem a Deus pela sua misericordia, como está escripto: Portanto eu te confessarei entre os gentios, e cantarei ao teu nome. 10 E outra vez diz: [10] Alegrae-vos, gentios, com o seu povo. 11 E outra vez: Louvae [11] ao Senhor, todos os gentios, e celebrae-o, todos os povos. 12 E outra vez diz Isaias: Uma raiz [12] de Jessé haverá, e n’aquelle que se levantar para reger os gentios esperarão os gentios. 13 Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo [13] e paz na fé, para que abundeis em esperança pela virtude do Espirito Sancto. _O apostolado e propositos de Paulo._ 14 Porém, meus irmãos, certo [14] estou, a respeito de vós, que tambem vós mesmos estaes cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, _e_ poderosos para tambem vos admoestardes uns aos outros. 15 Mas, irmãos, em parte vos escrevi mais ousadamente, como trazendo-vos outra vez _isto_ á memoria, pela graça [15] que por Deus me foi dada; 16 Para que seja [16] ministro de Jesus Christo entre os gentios, administrando o evangelho de Deus, para que seja agradavel a offerta dos gentios, sanctificada pelo Espirito Sancto. 17 De sorte que tenho gloria em Jesus Christo nas _coisas_ que pertencem [17] a Deus. 18 Porque não ousaria dizer _coisa_ alguma, que [18] Christo por mim não tenha feito, para obediencia dos gentios, por palavra e por obras; 19 Pelo poder dos signaes [19] e prodigios, pela virtude do Espirito de Deus: de maneira que desde Jerusalem, e pelos arredores, até ao Illyrico, tenho prégado o evangelho de Jesus Christo. 20 E assim afectuosamente me esforcei em annunciar o evangelho, não onde Christo [20] houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio, 21 Antes, como está escripto: Aquelles a quem não foi [21] annunciado _o_ verão, e os que não ouviram _o_ entenderão. 22 Pelo que tambem muitas vezes [22] tenho sido impedido de ir ter comvosco. 23 Mas agora, que não [23] tenho mais demora n’estas partes, e tendo já ha muitos annos grande desejo de ir ter comvosco, 24 Quando partir para Hespanha irei ter comvosco; pois espero que de passagem vos verei e para lá [24] serei acompanhado de vós, depois de ter gozado em parte da vossa _presença_. 25 Mas agora vou a Jerusalem para [25] ministrar aos sanctos. 26 Porque pareceu bem á Macedonia [26] e á Achaia fazerem uma collecta para os pobres d’entre os sanctos que estão em Jerusalem. 27 Porque lhes pareceu bem, e são-lhes devedores. Porque, se os gentios [27] foram participantes dos seus _bens_ espirituaes, devem tambem ministrar-lhes os temporaes. 28 Assim que, concluido isto, e havendo-lhes consignado este [28] fructo, de lá, _passando_ por vós, irei a Hespanha. 29 E bem sei que, chegando a vós, chegarei com a plenitude da benção do evangelho de Christo. 30 E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Christo [29] e pelo amor do Espirito, que combataes comigo em orações por mim a Deus; 31 Para que seja livre [30] dos rebeldes que estão na Judéa, e que esta minha administração, que em Jerusalem _faço_, seja acceite aos sanctos; 32 Para que, pela vontade de Deus, chegue a vós [31] com alegria, e possa recreiar-me comvosco. 33 E o Deus de [32] paz seja com todos vós. Amen. [1] Gal. 6.1. cap. 14.1. [2] I Cor. 9.19, 22 e 10.24. Phi. 2.4, 5. cap. 14.19. [3] Mat. 26.39. João 5.30 e 6.38. Psa. 69.9. [4] cap. 4.23, 24. I Cor. 9.9. II Tim. 3.16, 17. [5] cap. 12.16. I Cor. 1.10. Phi. 3.16. [6] Act. 4.24, 32. [7] cap. 14.1, 3 e 5.2. [8] Mat. 15.24. João 1.11. Act. 3.25. II Cor. 1.20. [9] João 10.16. cap. 9.23. Psa. 18.49. [10] Deu. 32.43. [11] Psa. 117.1. [12] Isa. 11.1, 10. Apo. 5.5 e 22.16. [13] cap. 12.12 e 14.17. [14] II Ped. 1.12. I João 2.21. I Cor. 8.1, 7, 10. [15] cap. 1.5 e 12.3. Gal. 1.15. Eph. 3.7. [16] cap. 11.13. Gal. 2.7. I Tim. 2.7. II Tim. 1.11. Isa. 66.20. Phi. 2.17. [17] Heb. 5.1. [18] Act. 21.19. Gal. 2.8. cap. 1.5 e 16.26. [19] Act. 19.11. II Cor. 12.12. [20] II Cor. 10.13. [21] Isa. 52.15. [22] cap. 1.13. I The. 2.17, 18. [23] Act. 19.21. ver. 32. cap. 1.11. [24] Act. 15.3. [25] Act. 19.21 e 20.22 e 24.17. [26] I Cor. 16.1, 2. II Cor. 8.1 e 9.2, 12. [27] cap. 11.17. I Cor. 9.11. Gal. 6.6. [28] Phi. 4.17. [29] Phi. 2.1. II Cor. 1.11. Col. 4.12. [30] II The. 3.2. II Cor. 8.4. [31] Act. 18.21. I Cor. 4.19. Thi. 4.15. I Cor. 16.18. II Cor. 7.13. II Tim. 1.16. Phi. 1.20. [32] I Cor. 14.33. II Cor. 13.11. Phi. 4.9. I The. 5.23. II The. 3.16. Heb. 13.20. _Recommendações, saudações e votos._ 16 Recommendo-vos pois Phebe, nossa irmã, a qual serve na egreja que está em [1] Cenchrea. 2 Para que a recebaes no Senhor, como [2] convem aos sanctos e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como tambem a mim mesmo. 3 Saudae a Priscilla [3] e a Aquila, meus cooperadores em Christo Jesus, 4 Que pela minha vida expozeram [AIM] as suas cabeças; aos quaes não só eu agradeço, mas tambem todas as egrejas dos gentios. 5 _Saudae_ tambem a egreja [4] _que está_ em sua casa. Saudae a Epéneto, meu amado, que é as primicias da Asia em Christo. 6 Saudae a Maria, que trabalhou muito por nós. 7 Saudae a Andronico e a Junia, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quaes se assignalam entre os apostolos [5] e que foram antes de mim em Christo. 8 Saudae a Amplias, meu amado no Senhor. 9 Saudae a Urbano, nosso cooperador em Christo, e a Stachys, meu amado. 10 Saudae a Apelles, approvado em Christo. Saudae aos _da familia_ d’Aristobulo. 11 Saudae a Herodião, meu parente. Saudae aos _da familia_ de Narciso, os que estão no Senhor. 12 Saudae a Tryphena e a Tryphosa, as quaes trabalham no Senhor. Saudae á amada Persida, a qual muito trabalhou no Senhor. 13 Saudae a Rufo, [6] eleito no Senhor, e a sua mãe e minha. 14 Saudae a Asyncrito, a Phlegonte, a Hermas, a Patrobas, a Hermes, e aos irmãos que estão com elles. 15 Saudae a Philologo e a Julia, a Nereo e a sua irmã, e a Olympia, e a todos os sanctos que com elles estão. 16 Saudae-vos uns aos [7] outros com sancto osculo. As egrejas de Christo vos saudam. 17 E rogo-vos, irmãos, que vos acauteleis dos que promovem dissensões [8] e escandalos contra a doutrina que aprendestes; desviae-vos d’elles. 18 Porque os taes não servem a nosso Senhor Jesus Christo, mas ao seu [9] ventre: e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simplices. 19 Porque a vossa obediencia [10] é conhecida de todos. Comprazo-me pois em vós; e quero que sejaes sabios no bem, porém simplices no mal. 20 E o Deus de paz [11] esmagará logo a Satanaz debaixo dos vossos pés. A graça de Nosso Senhor Jesus Christo _seja_ comvosco. Amen. 21 Saudam-vos Timotheo, meu cooperador, e Lucio, e Jason, [12] e Sosipater, meus parentes. 22 Eu, Tercio, que _esta_ carta escrevi, vos saudo no Senhor. 23 Sauda-vos Gaio, [13] meu hospedeiro, e de toda a egreja. Sauda-vos Erasto, procurador da cidade, e tambem o irmão Quarto. 24 A graça de nosso [14] Senhor Jesus Christo _seja_ com todos vós. Amen. 25 Ora, áquelle que é [15] poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho, e a prégação de Jesus Christo, conforme a revelação do mysterio que desde tempos eternos foi encoberto, 26 Mas agora se manifestou, e se notificou [16] pelas Escripturas dos prophetas, segundo o mandamento do Deus eterno, para obediencia [17] da fé entre todas as nações, 27 Ao unico Deus, sabio, [18] _seja_ gloria por Jesus Christo para todo o sempre. Amen. [1] Act. 13.18. [2] Phi. 2.29. III João 5, 6. [3] Act. 18.2, 18, 26. II Tim. 4.19. [4] I Cor. 16.15, 19. Col. 4.15. Phi. 2. [5] Gal. 1.22. [6] II João 1. [7] I Cor. 16.20. I The. 5.26. I Ped. 5.14. [8] Act. 15.1, 5, 24. I Cor. 5.9, 11. II The. 3.6, 14. II Tim. 3.5. Tito 3.10. II João 10. [9] Phi. 3.19. I Tim. 6.5. Col. 2.4. II Tim. 3.6. Tito 1.10. II Ped. 2.3. [10] Mat. 10.16. I Cor. 14.20. [11] Gen. 3.15. I Cor. 16.23. Phi. 4.23. Apo. 22.21. [12] Act. 16.1 e 13.1. Phi. 2.19. I The. 3.2. I Tim. 1.2. Heb. 13.23. [13] I Cor. 1.14. Act. 19.22. II Tim. 4.20. [14] I The. 5.28. [15] Eph. 3.20 e 1.9. I The. 3.13. II The. 2.17 e 3.3. Jud. 24. Col. 1.26, 27. I Cor. 2.7. [16] Eph. 1.9. II Tim. 1.10. Tito 1.2, 3. I Ped. 1.20. [17] Act. 6.7. cap. 1.5. [18] I Tim. 1.17 e 6.16. Jud. 25. PRIMEIRA EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO AOS CORINTHIOS. _Prefacio, saudação e acção de graças._ [Anno Domini 59] 1 Paulo (chamado [1] apostolo de Jesus Christo, pela vontade de Deus), e o irmão Sosthenes, 2 Á egreja de Deus que está em Corintho, [2] aos sanctificados em Christo Jesus, chamados sanctos, com todos os que em todo o logar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Christo, _Senhor_ d’elles e nosso: 3 Graça [3] e paz de Deus nosso Pae, e _do_ Senhor Jesus Christo. 4 Sempre dou graças ao meu Deus por vós [4] pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Christo. 5 Porque em todas _as coisas_ sois enriquecidos n’elle, [5] em toda a palavra e em todo o conhecimento 6 (Como o testemunho [6] de Christo foi confirmado entre vós). 7 De maneira que nenhum dom vos falte, esperando a manifestação [7] de nosso Senhor Jesus Christo, 8 O qual vos confirmará tambem até ao fim, _para serdes_ irreprehensiveis [8] no dia de nosso Senhor Jesus Christo. 9 Fiel _é_ Deus, [9] pelo qual fostes chamados para a communhão de seu Filho Jesus Christo nosso Senhor. _As dissensões na egreja de Corintho._ 10 Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Christo, que digaes todos uma mesma [10] _coisa_, e _que_ não haja entre vós dissensões; antes sejaes unidos em um mesmo sentido e em um mesmo parecer. 11 Porque de vós, irmãos meus, me foi notificado pelos da familia de Chloe que ha contendas entre vós. 12 E digo isto, [11] que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apollos, e eu de Cephas, e eu de Christo. 13 Está Christo divídido? [12] foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós baptizados em nome de Paulo? 14 Dou graças a Deus, porque a nenhum de vós baptizei, senão a [13] Crispo e a Gaio. 15 Para que ninguem diga que eu tenho baptizado em meu nome. 16 E baptizei tambem a [14] familia de Estephanas; além d’estes, não sei se baptizei algum outro. 17 Porque Christo enviou-me, não para baptizar, mas para evangelizar; não em sabedoria [15] de palavras, para que a cruz de Christo se não faça vã. 18 Porque a palavra da cruz é loucura para [16] os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. 19 Porque está escripto: [17] Destruirei a sabedoria dos sabios, e aniquilarei a intelligencia dos intelligentes. 20 Onde está [18] o sabio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor d’este seculo? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria d’este mundo? 21 Porque, como na sabedoria [19] de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da prégação. 22 Porque os judeos pedem [20] signal, e os gregos buscam sabedoria; 23 Mas nós prégamos a Christo crucificado, que é escandalo para [21] os judeos, e loucura para os gregos. 24 Porém para os que são chamados, tanto judeos como gregos, _lhes prégamos_ a Christo, [22] poder de Deus, e sabedoria de Deus. 25 Porque a loucura de Deus é mais sabia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. 26 Porque, vêde, irmãos a vossa vocação, que não muitos sabios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres [23] _são chamados_. 27 Mas Deus escolheu [24] as _coisas_ loucas d’este mundo para confundir as sabias; e Deus escolheu as _coisas_ fracas d’este mundo para confundir as fortes; 28 E Deus escolheu as _coisas_ vis d’este mundo, e as despreziveis, [25] e as que não são, para aniquilar as que são; 29 Para que nenhuma [26] carne se glorie perante elle. 30 Mas vós sois d’elle, em Jesus Christo, o qual nos foi feito por Deus sabedoria, [27] e justiça, e sanctificação, e redempção; 31 Para que, como está escripto: Aquelle que se gloría [28] glorie-se no Senhor. [1] Rom. 1.1. Eph. 1.1. Act. 18.17. [2] Jud. 1. João 17.19. Act. 15.9. Rom. 1.7. II Tim. 1.9. [3] Rom. 1.7. II Cor. 1.2. I Ped. 1.2. [4] Rom. 1.8. [5] II Cor. 8.7. [6] cap. 2.1. II Tim. 1.8. Apo. 1.2. [7] Phi. 3.20. Tito 2.13. II Ped. 3.12. [8] I The. 3.13 e 5.23. Col. 1.22. [9] Isa. 49.7. cap. 10.13. I The. 5.24. II The. 3.3. Heb. 10.23. João 15.4. I João 1.3. [10] Rom. 12.16. II Cor. 13.11. Phi. 2.2. I Ped. 3.8. [11] cap. 3.4 e 16.12. Act. 18.24 e 19.1. João 1.42. [12] II Cor. 11.4. Eph. 4.5. [13] Act. 18.8. Rom. 16.23. [14] cap. 16.15, 17. [15] cap. 2.1, 4, 13. II Ped. 1.16. [16] II Cor. 2.15. Act. 17.18. cap. 2.14. Rom. 1.16. ver. 24. [17] Job 5.12. Isa. 29.14. Jer. 8.9. [18] Isa. 33.18 e 44.25. Job 12.17, 20, 24. Rom. 1.22. [19] Mat. 11.25. Luc. 10.21. Rom. 1.20, 21, 28. [20] Mat. 12.38 e 16.1. Mar. 8.11. Luc. 11.16. João 4.48. [21] Isa. 8.14. Mat. 11.6. Luc. 2.34. João 6.60, 66. Rom. 9.32. Gal. 5.11. I Ped. 2.8. [22] Rom. 1.4, 16. ver. 18. Col. 2.3. [23] João 7.48. [24] Mat. 11.25. Thi. 2.5. Psa. 8.2. [25] Rom. 4.17. cap. 2.6. [26] Rom. 3.27. Eph. 2.9. [27] Jer. 23.5, 6. Rom. 4.25. II Cor. 5.21. Phi. 3.9. João 17.19. Eph. 1.7. [28] Jer. 9.23, 24. II Cor. 10.17. _O caracter da prégação de Paulo em Corintho._ 2 E eu, irmãos, quando fui ter comvosco, annunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com [1] sublimidade de palavras ou de sabedoria. 2 Porque não me propuz saber _coisa_ alguma entre vós, [2] senão a Jesus Christo, e este crucificado. 3 E eu estive comvosco [3] em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. 4 A minha palavra, e a minha prégação, não consistiu em palavras persuasivas [4] de sabedoria humana, mas em demonstração de Espirito e de poder; 5 Para que a vossa fé não fosse em sabedoria dos homens, [5] mas no poder de Deus. 6 Todavia fallamos sabedoria entre os [6] perfeitos; não porém a sabedoria d’este mundo, nem dos principes d’este mundo, que se aniquilam; 7 Mas fallamos a sabedoria de Deus, occulta em mysterio, a qual Deus ordenou [7] antes dos seculos para nossa gloria; 8 A qual nenhum [8] dos principes d’este mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da gloria. 9 Mas, como está escripto: _As coisas_ que o olho não [9] viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, _são_ as que Deus preparou para os que o amam. 10 Porém Deus [10] nol-as revelou pelo seu Espirito; porque o Espirito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. 11 Porque, qual dos homens sabe as _coisas_ do homem, [11] senão o espirito do homem, que n’elle está? assim tambem ninguem sabe as _coisas_ de Deus, senão o Espirito de Deus. 12 Porém nós não recebemos o espirito do mundo, mas o [12] Espirito que provém de Deus; para que saibamos as _coisas_ que nos são dadas por Deus. 13 As quaes tambem [13] fallamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espirito Sancto ensina, comparando as _coisas_ espirituaes com as espirituaes, 14 Mas o homem natural não comprehende as _coisas_ [14] do Espirito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendel-as, porquanto se discernem espiritualmente. 15 Porém o espiritual [15] discerne bem todas _as coisas_, mas elle de ninguem é discernido. 16 Porque, quem [16] conheceu a mente do Senhor, para que possa instruil-o? Mas nós temos a mente de Christo. [1] II Cor. 10.10. cap. 1.6. [2] Gal. 6.14. Phi. 3.8. [3] Act. 18.1, 6, 12. II Cor. 4.7 e 10.1, 10. Gal. 4.13. [4] cap. 1.17. II Ped. 1.16. Rom. 15.19. I The. 1.5. [5] II Cor. 4.7 e 6.7. [6] cap. 14.20 e 1.20. Eph. 4.13. Phi. 3.15. Heb. 5.14. II Cor. 1.12. Thi. 3.15. [7] Rom. 16.25, 26. Eph. 3.5, 9. Col. 1.26. II Tim. 1.9. [8] Mat. 11.25. João 7.48. Act. 13.27. II Cor. 3.14. Luc. 23.34. [9] Isa. 64.4. [10] Mat. 13.11. João 14.26. I João 2.27. [11] Pro. 20.27 e 27.19. Jer. 17.9. Rom. 11.33. [12] Rom. 8.15. [13] II Ped. 1.16. cap. 1.17. ver. 4. [14] Mat. 16.23. cap. 1.18, 23. Rom. 8.5, 7. Jud. 19. [15] Pro. 28.6. I The. 5.21. I João 4.1. [16] Job 15.8. Isa. 40.13. Jer. 23.18. Rom. 11.34. João 15.15. _O espirito mundano causa dissensões nas egrejas._ [Anno Domini 60] 3 E eu, irmãos, não vos pude fallar como a espirituaes, [1] mas como a carnaes, como a meninos em Christo. 2 Com leite vos criei, [2] e não com manjar, porque _ainda_ não podieis, nem tão pouco ainda agora podeis; 3 Porque ainda sois carnaes: pois, _havendo_ entre [3] vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnaes, e não andaes segundo os homens? 4 Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; [4] e outro: Eu de Apollos: porventura não sois carnaes? 5 Pois quem é Paulo, e quem é Apollos, [5] senão ministros pelos quaes crêstes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? 6 Eu plantei; [6] Apollos regou; mas Deus deu o crescimento. 7 Pelo que, nem o que [7] planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. 8 E o que planta e o que rega são um; mas cada [8] um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. 9 Porque nós somos [9] cooperadores de Deus: vós sois lavoura de Deus _e_ edificio de Deus. 10 Segundo a graça de Deus [10] que me foi dada, puz eu, como sabio architecto, o fundamento, e outro edifica sobre elle; mas veja cada um como edifica sobre elle. 11 Porque ninguem pode pôr outro fundamento, além do que _já_ está posto, o [11] qual é Jesus Christo. 12 E, se alguem sobre este fundamento edificar oiro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, 13 A obra de [12] cada um se manifestará; porque o dia a declarará, porquanto pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. 14 Se a obra d’alguem, que edificou sobre elle, permanecer, [13] esse receberá galardão. 15 Se a obra d’alguem se queimar, soffrerá detrimento; porém o tal será salvo, todavia como pelo [14] fogo. 16 Não sabeis vós que sois [15] o templo de Deus, e _que_ o Espirito de Deus habita em vós? 17 Se alguem destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é sancto. 18 Ninguem se engane [16] a si mesmo: se alguem d’entre vós se tem por sabio n’este mundo, faça-se louco para ser sabio. 19 Porque a sabedoria [17] d’este mundo é loucura diante de Deus; porque está escripto: Elle apanha os sabios na sua propria astucia. 20 E outra vez: O Senhor [18] conhece os pensamentos dos sabios, que são vãos. 21 Portanto ninguem [19] se glorie nos homens; porque tudo é vosso; 22 Seja Paulo, seja Apollos, seja Cephas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro, tudo é vosso, 23 E vós de Christo, [20] e Christo de Deus. [1] cap. 2.14, 15. [2] Heb. 5.13. I Ped. 2.2. João 16.12. [3] cap. 1.11. Gal. 5.20, 21. Thi. 3.16. [4] cap. 1.12. [5] II Cor. 3.3. Rom. 12.3, 6. I Ped. 4.11. [6] Act. 18.4, 8, 11 e 18.24. cap. 4.15. II Cor. 10.14, 15 e 11.30. II Cor. 3.5. [7] II Cor. 12.11. Gal. 6.3. [8] Psa. 62.12. Rom. 2.6. Gal. 6.4, 5. Apo. 2.23. [9] Act. 15.4. II Cor. 6.1. Eph. 2.20. Heb. 3.3, 4. I Ped. 2.5. [10] Rom. 1.5 e 15.20. cap. 4.15. Apo. 21.14. I Ped. 4.11. [11] Isa. 28.16. Mat. 16.18. II Cor. 11.4. Gal. 1.7. Eph. 2.20. [12] cap. 4.5. I Ped. 1.7 e 4.12. Luc. 2.35. [13] cap. 4.5. [14] Jud. 23. [15] II Cor. 6.16. Eph. 2.21, 22. Heb. 3.6. I Ped. 2.5. [16] Pro. 3.7. Isa. 5.21. [17] cap. 1.20 e 2.6. Job 5.13. [18] Psa. 94.11. [19] cap. 1.12 e 4.6. ver. 4, 5, 6. II Cor. 4.5, 15. [20] Rom. 14.8. cap. 11.3. II Cor. 10.7. Gal. 3.29. _Os ministros e dispenseiros dos mysterios de Deus._ 4 Que os homens nos considerem como ministros [1] de Christo, e dispenseiros dos mysterios de Deus. 2 Além d’isso requer-se nos dispenseiros que cada um se ache fiel. 3 Porém a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juizo humano; nem eu tão pouco a mim mesmo me julgo. 4 Porque em nada me sinto culpado; mas [2] nem por isso estou justificado; pois quem me julga é o Senhor. 5 De sorte que nada julgueis antes de tempo, [3] até que o Senhor venha, o qual tambem trará á luz as _coisas_ occultas das trevas, e manifestará os designios dos corações; e então [4] cada um receberá de Deus o louvor. _A vangloria dos corinthios. A humildade e auctoridade do apostolo._ 6 E eu, irmãos, appliquei estas _coisas_, [5] por similhança, a mim e a Apollos, por amor de vós; para que em nós aprendaes a não ir além do que está escripto, para que não vos ensoberbeçaes a favor de um contra outro. 7 Porque, quem te differença? [6] E que tens tu que não tenhas recebido? E, se _o_ recebeste, porque te glorias, como se não o houveras recebido? 8 Já estaes fartos! [7] já estaes ricos! sem nós reinaes! e oxalá reineis para que tambem nós reinemos comvosco! 9 Porque tenho para mim, que Deus a nós, apostolos, nos designou ultimos, [8] como condemnados á morte; pois somos feitos espectaculo ao mundo, aos anjos, e aos homens. 10 Nós _somos_ loucos por amor de Christo, [9] e vós sabios em Christo: nós fracos, e vós fortes: vós illustres, e nós vis. 11 Até esta presente hora [10] soffremos fome, e sêde, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, 12 E trabalhamos [11] obrando com nossas proprias mãos: somos injuriados, e bemdizemos: somos perseguidos, e soffremos: 13 Somos blasphemados, e rogamos: até ao presente temos chegado a [12] ser como o lixo d’este mundo, e como a escoria de todos. 14 Não escrevo estas _coisas_ para vos envergonhar; mas admoesto-_vos_ [13] como meus filhos amados. 15 Porque ainda que tivesseis dez mil [AIN] aios em Christo [14] não _terieis_ comtudo muitos paes; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Christo. 16 Admoesto-vos portanto [15] a que sejaes meus imitadores. 17 Por esta causa vos [16] mandei Timotheo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor: o qual vos lembrará os meus caminhos em Christo, como por todas as partes ensino em cada egreja. 18 Mas alguns andam [17] inchados, como se eu não houvesse de ir ter comvosco. 19 Porém em breve irei ter [18] comvosco, se o Senhor quizer, e _então_ conhecerei, não as palavras dos que andam inchados, mas a virtude. 20 Porque o reino [19] de Deus não _consiste_ em palavras, mas em virtude. 21 Que quereis? Irei ter comvosco com vara [20] ou com amor e espirito de mansidão? [1] Mat. 24.45. cap. 3.5 e 9.17. II Cor. 6.4. Col. 1.25. Luc. 12.42. Tito 1.7. I Ped. 4.10. [2] Job 9.2. Psa. 130.3. Pro. 21.2. Rom. 3.20. [3] Mat. 7.1. Rom. 2.1, 16 e 14.4, 10, 13. Apo. 20.12. cap. 3.13. [4] Rom. 2.29. II Cor. 5.10. [5] cap. 1.12 e 3.4 e 3.21 e 5.2, 6. Rom. 12.3. [6] João 3.27. Thi. 1.17. I Ped. 4.10. [7] Apo. 3.17. [8] Psa. 44.22. Rom. 8.36. II Cor. 4.11. Heb. 10.33. [9] Act. 17.18. II Reis 9.11. II Cor. 13.9. [10] II Cor. 4.8. Phi. 4.12. Rom. 8.35. Act. 23.2. [11] Act. 18.3 e 7.60. I The. 2.9. II The. 3.8. I Tim. 4.10. Mat. 5.44. Luc. 6.28. Rom. 12.14. I Ped. 2.23. [12] Lam. 3.45. [13] I The. 2.11. [14] Act. 18.11. Rom. 15.20. Gal. 4.19. Phi. 10. Thi. 1.18. [15] Phi. 3.17. I The. 1.6. II The. 3.9. [16] Act. 19.22. Phi. 2.19. I The. 3.2. I Tim. 1.2. II Tim. 1.2. cap. 11.2. [17] cap. 5.2. [18] Act. 19.21 e 18.21. II Cor. 1.15. Rom. 15.32. Heb. 6.3. Thi. 4.15. [19] I The. 1.5. [20] II Cor. 10.2. _A impureza da egreja de Corintho; reprehensões e exhortações._ 5 Geralmente se ouve _que ha_ entre vós fornicação, e fornicação tal, qual nem ainda entre [1] os gentios, como é haver quem abuse da mulher de seu pae. 2 E estaes inchados, [2] e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido d’entre vós tirado quem commetteu tal feito. 3 Eu na verdade, [3] ainda que ausente, no corpo, mas presente no espirito, já determinei como se _estivesse_ presente, que o que tal assim commetteu, 4 Em nome de nosso Senhor Jesus Christo, juntos vós e o meu espirito, em virtude [4] de nosso Senhor Jesus Christo, 5 Seja entregue [5] a Satanás para destruição da carne, para que o espirito seja salvo no dia do Senhor Jesus. 6 Não é boa [6] a vossa jactancia. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? 7 Limpae pois o fermento velho, para que sejaes _uma_ nova massa, assim como sois sem fermento. Porque Christo, [7] nossa paschoa, foi sacrificado por nós. 8 Pelo que façamos a festa, [8] não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malicia, mas com os _pães_ asmos da sinceridade e da verdade. 9 _Já_ por carta vos tenho escripto, que não vos associeis [9] com os fornicadores; 10 Mas não [10] absolutamente com os fornicadores d’este mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idolatras; porque então vos seria necessario sair do mundo. 11 Mas agora vos escrevi que não vos associeis, _quero dizer_, que, se algum, chamando-se irmão, [11] fôr fornicador, ou avarento, ou idolatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador, com o tal nem ainda comaes. 12 Porque, que tenho eu em [12] julgar tambem os que estão fóra? Não julgaes vós os que estão dentro? 13 Mas Deus julga os que estão fóra. [13] Tirae pois d’entre vós a esse iniquo. [1] Eph. 5.3. Lev. 18.8. Deu. 22.30. II Cor. 7.12. [2] cap. 4.18. II Cor. 7.7, 10. [3] Col. 2.5. [4] Mat. 16.19. João 20.23. II Cor. 2.10. [5] Job 2.6. Psa. 109.6. I Tim. 1.20. Act. 26.18. [6] cap. 3.21. Thi. 4.6. Gal. 5.9. II Tim. 2.17. [7] Isa. 53.7. João 1.29 e 19.14. cap. 15.3. I Ped. 1.19. Apo. 5.6. [8] Exo. 12.15. Mat. 16.3. Mat. 16.6, 12. Mar. 8.15. Luc. 12.1. [9] II Cor. 6.14. Eph. 5.11. II The. 3.14. [10] cap. 1.20. João 17.15. I João 5.19. [11] Mat. 18.17. Rom. 16.17. II The. 3.6. II João 10. Gal. 2.12. [12] Mar. 4.11. Col. 4.5. I The. 4.12. I Tim. 3.7. cap. 6.1. [13] Deu. 13.5 e 17.7 e 21.21 e 22.21. _Paulo censura o litigio entre os irmãos._ 6 Ousa algum de vós, tendo _algum_ negocio contra outro, ir a juizo perante os injustos, e não perante os sanctos? 2 Não sabeis vós que os sanctos [1] hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas minimas? 3 Não sabeis vós que havemos de julgar os [2] anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida? 4 Assim que, se tiverdes [3] negocios em juizo, pertencentes a esta vida, ponde na cadeira aos que são de menos estima na egreja. 5 Para vos envergonhar o digo: Não ha pois entre vós sabios, nem ainda um, que possa julgar entre seus irmãos? 6 Mas o irmão vae a juizo com o irmão, e isto perante infieis. 7 Assim que é já realmente _uma_ falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. [4] Porque não soffreis antes a injustiça? Porque não soffreis antes o damno? 8 Mas vós _mesmos_ fazeis a injustiça e fazeis o damno; [5] e isto aos irmãos. 9 Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? 10 Não erreis: [6] nem os fornicadores, nem os idolatras, nem os adulteros, nem os effeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bebedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. 11 E é o que alguns teem sido, [7] mas haveis sido lavados, mas haveis sido sanctificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espirito do nosso Deus. _Os nossos corpos são membros de Christo._ 12 Todas _as coisas_ me são [8] licitas, mas nem todas _as coisas_ conveem: todas _as coisas_ me são licitas; porém eu não me deixarei dominar por nenhuma. 13 Os manjares são para o ventre [9] e o ventre para os manjares; porém Deus aniquilará, tanto um como os outros. Porém o corpo não _é_ para a fornicação, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo. 14 Ora Deus, que tambem resuscitou [10] o Senhor, nos resuscitará a nós pelo seu poder. 15 Não sabeis vós que os [11] vossos corpos são membros de Christo? Tomarei pois os membros de Christo, e fal-os-hei membros de uma meretriz? Não, por certo. 16 Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo? Porque serão, [12] disse, dois n’uma _só_ carne. 17 Mas o que se ajunta com o Senhor é um _mesmo_ [13] espirito. 18 Fugi da fornicação. [14] Todo o peccado que o homem commette é fóra do corpo; mas o que fornica pecca contra o seu proprio corpo. 19 Ou não sabeis [15] que o nosso corpo é o templo do Espirito Sancto, _que habita_ em vós, o qual tendes de Deus, e que não sois de vós mesmos? 20 Porque fostes [16] comprados por preço; glorificae pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espirito, os quaes pertencem a Deus. [1] Psa. 49.14. Dan. 7.22. Mat. 10.28. Luc. 22.30. Apo. 2.26. [2] II Ped. 2.4. Jud. 6. [3] cap. 5.12. [4] Pro. 20.22. Mat. 5.39, 40. Luc. 6.29. Rom. 12.17, 19. I The. 5.15. [5] I The. 4.6. [6] Gal. 5.21. Eph. 5.5. I Tim. 1.9. Heb. 12.14. Apo. 22.15. [7] cap. 12.2. Eph. 2.2. Col. 3.7. Tito 3.3. Heb. 10.22. [8] cap. 10.23. [9] Mat. 15.17. Rom. 14.17. Col. 2.22, 23. I The. 4.3, 7. Eph. 5.23. [10] Rom. 6.5. II Cor. 4.14. Eph. 1.19, 20. [11] Rom. 12.5. cap. 12.27. Eph. 4.12. [12] Gen. 2.24. Mat. 19.5. Eph. 5.31. [13] João 17.21, 22, 23. Eph. 4.4. [14] Rom. 6.12. Heb. 13.4. Rom. 1.24. I The. 4.4. [15] cap. 3.16. II Cor. 6.16. Rom. 14.7. [16] Act. 20.28. Gal. 3.13. Heb. 9.12. I Ped. 1.18. II Ped. 2.1. Apo. 5.9. _Resposta ás perguntas ácerca do casamento._ 7 Ora, quanto ás _coisas_, que me escrevestes, bom _seria_ [1] que o homem não tocasse mulher; 2 Mas, por causa da fornicação, cada um tenha a sua propria mulher, e cada uma tenha o seu proprio marido. 3 O marido pague [2] á mulher a devida benevolencia, e da mesma sorte a mulher ao marido. 4 A mulher não tem poder sobre o seu proprio corpo, mas tem-o o marido; e tambem da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu proprio corpo, mas tem-o a mulher. 5 Não vos defraudeis [3] um ao outro, senão por consentimento _de ambos_ por algum tempo, para vos applicardes á oração: e depois ajuntae-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinencia. 6 Digo, porém, isto por permissão e não por [4] mandamento. 7 Porque quizera que todos os homens [5] fossem como eu mesmo: mas cada um tem de Deus o seu proprio dom, um d’uma maneira e outro d’outra. 8 Digo, porém, aos solteiros e ás viuvas, que lhes é bom [6] se ficarem como eu. 9 Mas, se não podem [7] conter-se, casem-se. Porque é melhor casar-se do que abrazar-se. 10 Porém aos casados, mando, não eu [8] mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido. 11 Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher. 12 Mas aos outros digo [9] eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ella consente em habitar com elle, não a deixe. 13 E, se alguma mulher tem marido descrente, e elle consente em habitar com ella, não o deixe. 14 Porque o marido descrente é sanctificado pela mulher: e a mulher descrente é sanctificada pelo marido; d’outra sorte os vossos filhos [10] seriam immundos; porém agora são sanctos. 15 Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque n’este _caso_ o irmão, ou irmã, não está sujeito á servidão; [11] mas Deus chamou-nos para a paz. 16 Porque, d’onde sabes tu ó mulher, se salvarás o [12] marido? ou, d’onde sabes tu, ó marido, se salvarás a mulher? 17 Porém cada um ande assim como Deus lhe repartiu, cada um como o Senhor o chamou. [13] E assim ordeno em todas as egrejas. 18 É alguem chamado estando _já_ circumcidado? fique circumcidado. É alguem chamado estando incircumcidado? [14] não se circumcide. 19 A circumcisão é nada [15] e a incircumcisão nada é, mas sim a observancia dos mandamentos de Deus. 20 Cada um fique na vocação em que foi chamado. 21 Foste chamado _sendo_ servo? não te dê cuidado; e, se ainda podes ser livre, antes aproveita-te. 22 Porque o que é chamado pelo Senhor, _sendo_ servo, é liberto [16] do Senhor; e da mesma maneira tambem o que é chamado _sendo_ livre, servo é de Christo. 23 Fostes comprados [17] por preço; não vos façaes servos dos homens. 24 Irmãos, cada um fique diante de Deus no [18] estado em que foi chamado. 25 Ora, quanto ás virgens, [19] não tenho mandamento do Senhor; dou, porém, o _meu_ parecer, como quem tem alcançado misericordia do Senhor para ser fiel. 26 Tenho pois isto por bom, por causa da instante necessidade, que é bom para [20] o homem o estar assim. 27 Estás ligado á mulher? não busques separar-te. Estás livre de mulher? não busques mulher. 28 Mas, se tambem casares, não peccas; e, se a virgem se casar, não pecca. Todavia os taes terão tribulações na carne; porém eu vos poupo. 29 Isto, porém, vos digo, [21] irmãos, que o tempo se abrevia; o que resta é que tambem os que teem mulheres sejam como se as não tivessem; 30 E os que choram, como se não chorassem; e os que folgam, como se não folgassem; e os que compram, como se não possuissem; 31 E os que usam d’este mundo, como se _d’elle_ [22] não abusassem, porque a apparencia d’este mundo passa. 32 E bem quizera eu que estivesseis sem cuidado. O solteiro cuida nas _coisas_ [23] do Senhor, em como ha de agradar ao Senhor: 33 Mas o que é casado cuida nas _coisas_ do mundo, em como ha de agradar á mulher. 34 Ha differença entre a mulher casada e a virgem: [24] a solteira cuida nas _coisas_ do Senhor para ser sancta, assim do corpo como do espirito; porém a casada cuida nas _coisas_ do mundo, em como ha de agradar ao marido. 35 Porém digo isto para proveito vosso, não para vos enlaçar, mas para _vos guiar_ ao que é decente e conveniente, para vos unirdes ao Senhor sem distracção alguma. 36 Mas, se alguem julga que trata sem decoro a sua _filha_ virgem, se tiver passado a flor da idade, e assim convier que _se case_, faça o tal o que quizer; não pecca; casem-se. 37 Porém o que está firme em _seu_ coração, não tendo necessidade, mas tem poder sobre a sua propria vontade, e isto resolveu no seu coração, guardar a sua virgem, faz bem. 38 De sorte que, [25] o que _a_ dá em casamento, faz bem; mas o que _a_ não dá em casamento faz melhor. 39 A mulher casada está [26] ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se fallecer o seu marido, fica livre para casar com quem quizer, comtanto _que seja_ no Senhor. 40 Porém será mais bemaventurada se ficar assim, [27] segundo o meu parecer, e tambem eu cuido que tenho o Espirito de Deus. [1] ver. 8, 26. [2] Exo. 21.10. I Ped. 3.7. [3] Joel 2.16. Zac. 7.3. Exo. 19.15. I Sam. 21.4. I The. 3.5. [4] ver. 12, 25. II Cor. 8.8. [5] Act. 26.29. cap. 9.5 e 12.11. Mat. 19.12. [6] ver. 1, 26. [7] I Tim. 5.14. [8] ver. 12, 25, 40. Mal. 2.14, 16. Mat. 5.32 e 19.6, 9. Mar. 10.11. Luc. 16.18. [9] ver. 6. [10] Mal. 2.15. [11] Rom. 12.18 e 14.19. cap. 14.33. Heb. 12.14. [12] I Ped. 3.1. [13] cap. 4.17. II Cor. 11.28. [14] Act. 15.1, 5. Gal. 5.2. [15] Gal. 5.6. João 15.14. I João 2.3. [16] João 8.36. Rom. 6.18. Phi. 16. Gal. 5.13. Eph. 6.6. I Ped. 2.16. [17] cap. 6.20. I Ped. 1.18, 19. Lev. 25.42. [18] ver. 20. [19] ver. 6, 10, 40. II Cor. 8.8, 10. I Tim. 1.16 e 1.12. [20] ver. 1, 8. [21] Rom. 13.11. I Ped. 4.7. II Ped. 3.8, 9. [22] cap. 9.18. Psa. 39.6. Thi. 1.10 e 4.14. I Ped. 1.24. I João 2.17. [23] I Tim. 5.5. [24] Luc. 10.40, etc. [25] Heb. 13.4. [26] Rom. 7.2. II Cor. 6.14. [27] ver. 25. I The. 4.8. _Resposta ás perguntas ácerca das carnes sacrificadas aos idolos._ 8 Ora, no tocante ás coisas [1] sacrificadas aos idolos, sabemos que todos temos sciencia. A sciencia incha, mas o amor edifica. 2 E, se alguem cuida [2] saber alguma _coisa_, ainda não sabe como convem saber. 3 Mas, se alguem ama a Deus, [3] esse é conhecido d’elle. 4 Assim que, quanto ao comer das _coisas_ sacrificadas aos idolos, sabemos que o idolo nada [4] _é_ no mundo, e que não _ha_ algum outro Deus, senão um só. 5 Porque, ainda que haja tambem _alguns_ que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como ha [5] muitos deuses e muitos senhores), 6 Todavia para nós [6] ha um só Deus, o Pae, do qual _são_ todas _as coisas_, e nós para elle; e um só Senhor, Jesus Christo, pelo qual são todas _as coisas_, e nós por elle. 7 Mas nem em todos _ha_ sciencia; porque alguns até agora comem com [7] consciencia do idolo _coisas_ sacrificadas aos idolos; e a sua consciencia, sendo fraca, fica contaminada. 8 Ora o manjar não nos [8] faz agradaveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais, e, se não comemos, nada nos falta. 9 Mas vêde [9] que esse vosso poder não seja d’alguma maneira escandalo para os fracos. 10 Porque, se alguem te vir a ti, que tens sciencia, assentado á mesa no templo dos idolos, não será a consciencia [10] do que é fraco induzida a comer das _coisas_ sacrificadas aos idolos? 11 E pela tua sciencia [11] perecerá o irmão fraco, pelo qual Christo morreu? 12 Ora, peccando assim contra os irmãos, e ferindo a sua fraca consciencia, peccaes [12] contra Christo. 13 Pelo que, se o manjar escandalizar [13] a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão se não escandalize. [1] Act. 15.20. cap. 10.19. Rom. 14.14. [2] cap. 13.8. Gal. 6.3. I Tim. 6.4. [3] Exo. 33.12, 17. Nah. 1.7. Mat. 7.23. Gal. 4.9. II Tim. 2.19. [4] Isa. 41.24. Deu. 4.39 e 6.4. Mar. 12.29. Eph. 4.6. I Tim. 2.5. [5] João 10.34. [6] Mat. 2.10. Eph. 4.6 e 4.5. Act. 17.28. Rom. 11.36. João 13.13. Act. 2.36. Phi. 2.11. João 1.3. Col. 1.16. Heb. 1.2. [7] Rom. 14.14, 23. [8] Rom. 14.17. [9] Gal. 5.13. Rom. 14.13, 20. [10] cap. 10.28, 32. [11] Rom. 14.15, 20. [12] Mat. 25.40, 45. [13] Rom. 14.21. II Cor. 11.29. _A liberdade e os direitos dos apostolos._ 9 Não sou eu apostolo? [1] Não sou livre? Não vi eu a Jesus Christo Senhor nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor? 2 Se eu não sou apostolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o sello do meu [2] apostolado no Senhor. 3 Esta é a minha defeza para com os que me condemnam. 4 Não temos [3] nós poder de comer e de beber? 5 Não temos nós poder de levar _comnosco_ uma mulher irmã, como tambem os demais apostolos, [4] e os irmãos do Senhor, e Cephas? 6 Ou só eu e Barnabé não temos poder de não trabalhar? 7 Quem jámais [5] milita á sua propria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fructo? Ou quem apascenta o gado e não come do leite do gado? 8 Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei tambem o mesmo? 9 Porque na lei de Moysés está escripto: Não atarás a [6] bocca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois? 10 Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escripto; porque o que lavra [7] deve lavrar com esperança, e o que trilha deve trilhar com esperança de ser participante. 11 Se nós vos semeamos as _coisas_ espirituaes, será muito que de vós recolhamos [8] as carnaes? 12 Se outros participam d’este poder sobre vós, _porque_ não mais justamente nós? Mas nós não [9] usamos d’este poder; antes supportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Christo. 13 Não sabeis vós que [10] os que administram as _coisas_ sagradas comem do sagrado? E que os que de continuo estão junto ao altar, participam do altar? 14 Assim ordenou [11] tambem o Senhor aos que annunciam o evangelho, que vivam do evangelho. _O desinteresse e fervor de Paulo; o athleta christão._ 15 Porém eu de [12] nenhuma d’estas _coisas_ usei, e não escrevi isto para que assim se faça comigo; porque melhor me _fôra_ morrer, do que alguem fazer vã esta minha gloria, 16 Porque, se annuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa [13] obrigação; e ai de mim, se não annunciar o evangelho! 17 Porque, se o faço de boamente, terei [14] premio; mas, se de má vontade, de uma dispensação estou encarregado. 18 Logo, que premio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça [15] o evangelho de Christo para não abusar do meu poder no evangelho. 19 Porque, sendo livre [16] para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais. 20 E fiz-me como [17] judeo para os judeos, para ganhar os judeos: para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. 21 Para os que estão sem lei, como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, [18] mas debaixo da lei de Christo), para ganhar os que estão sem lei. 22 Fiz-me como fraco para os fracos, [19] para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. 23 E eu faço isto por causa do evangelho, para ser tambem participante d’elle. 24 Não sabeis vós que os que correm no estadio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o premio? Correi de [20] tal maneira que o alcanceis. 25 E todo aquelle que lucta [21] de tudo se abstem; elles _o fazem_ para alcançar uma corôa corruptivel, nós, porém, _uma_ incorruptivel. 26 Pois eu assim corro, não como a coisa [22] incerta: assim combato, não como batendo no ar. 27 Antes subjugo o meu [23] corpo, e o reduzo á servidão, para que, prégando aos outros, eu mesmo não venha d’alguma maneira a ficar reprovado. [1] Act. 9.15. II Cor. 12.12. Gal. 2.7, 8. I Tim. 2.7. II Tim. 1.11. cap. 15.8 e 3.6 e 4.15. [2] II Cor. 3.2 e 12.12. [3] I The. 2.6. II The. 3.9. [4] Mat. 13.55 e 8.14. Mar. 6.3. Luc. 6.15. Gal. 1.19. [5] II Cor. 10.4. I Tim. 1.18. II Tim. 2.3. Deu. 20.6. Pro. 27.18. João 21.15. I Ped. 5.2. [6] Deu. 25.4. I Tim. 5.18. [7] II Tim. 2.6. [8] Rom. 15.27. Gal. 6.6. [9] Act. 20.33. II Cor. 11.7, 9. I The. 2.6. [10] Lev. 6.16. Num. 5.9, 10 e 18.8-20. Deu. 10.9 e 18.1. [11] Mat. 10.10. Luc. 10.7. Gal. 6.6. I Tim. 5.17. [12] Act. 18.3. cap. 4.12. I The. 2.9. II The. 3.8. II Cor. 11.10. [13] Rom. 1.14. [14] cap. 4.1. Gal. 2.7. Phi. 1.17. Col. 1.25. [15] cap. 10.33 e 7.31. II Cor. 4.5. [16] Gal. 5.13. Mat. 18.15. I Ped. 3.1. [17] Act. 16.3 e 18.18 e 21.23, etc. [18] Gal. 3.2. Rom. 2.12, 14. cap. 7.22. [19] Rom. 15.1. II Cor. 11.29. Rom. 11.14. cap. 7.16. [20] Gal. 2.2. II Tim. 4.7. Heb. 12.1. [21] Eph. 6.12. I Tim. 6.12. II Tim. 2.5. Thi. 1.12. I Ped. 1.4. Apo. 2.10 e 3.11. [22] II Tim. 2.5. [23] Rom. 8.13 e 6.18. Col. 3.5. Jer. 6.30. II Cor. 13.5. _Não devemos tentar a Christo, como alguns dos israelitas o tentaram._ 10 Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos paes estiveram todos debaixo da [1] nuvem, e todos passaram pelo mar. 2 E todos foram baptizados por Moysés na nuvem e no mar, 3 E todos comeram d’um [2] mesmo manjar espiritual, 4 E todos beberam d’uma mesma bebida [3] espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Christo. 5 Mas Deus não se agradou da maior _parte_ d’elles, pelo que foram prostrados [4] no deserto. 6 E estas _coisas_ foram-nos feitas em figuras, para que não cubicemos as _coisas_ más, como elles [5] cubiçaram. 7 Não vos façaes pois idolatras, [6] como alguns d’elles, conforme está escripto: O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar. 8 E não forniquemos, [7] como alguns d’elles fornicaram; e cairam _mortos_ n’um dia vinte e tres mil. 9 E não tentemos a Christo, como alguns [8] d’elles tambem tentaram, e pereceram pelas serpentes. 10 E não murmureis, como tambem alguns [9] d’elles murmuraram, e pereceram pelo destruidor. 11 Ora todas estas _coisas_ lhes sobrevieram em figuras, e estão escriptas para aviso nosso, para [10] quem _já_ são chegados os fins dos seculos. 12 Aquelle pois que cuida estar [11] em pé, olhe não caia. 13 Não vos tomou tentação, senão humana; [12] porém fiel _é_ Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará tambem saida, para que a possaes supportar. _A idolatria e o culto de demonios._ 14 Portanto, meus amados, [13] fugi da idolatria. 15 Fallo como a entendidos, [14] julgae vós mesmos o que digo. 16 Porventura o [15] calix de benção, que benzemos, não é a communhão do sangue de Christo? O pão que partimos não é porventura a communhão do corpo de Christo? 17 Porque nós, _sendo_ muitos, [16] somos um só pão _e_ um só corpo: porque todos participamos do mesmo pão. 18 Vêde a Israel segundo a carne: [17] os que comem os sacrificios não são porventura participantes do altar? 19 Mas que digo? Que o idolo é alguma _coisa_? [18] Ou que o sacrificado ao idolo é alguma _coisa_? 20 Antes _digo_ que as _coisas_ que os gentios sacrificam, as [19] sacrificam aos demonios, e não a Deus. E não quero que sejaes participantes com os demonios. 21 Não podeis beber o calix do Senhor e o calix dos demonios: não podeis ser participantes [20] da mesa do Senhor e da mesa dos demonios. _Liberdade e caridade christãs._ 22 Ou irritaremos [21] ao Senhor? Somos nós mais fortes do que elle? 23 Todas _as coisas_ [22] me são licitas, mas nem todas _as coisas_ conveem: todas _as coisas_ me são licitas, mas nem todas _as coisas_ edificam. 24 Ninguem busque [23] o proveito proprio, antes cada um o _que é_ d’outrem. 25 Comei de tudo quanto se [24] vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da consciencia. 26 Porque a terra _é_ do [25] Senhor, e _toda_ a sua plenitude. 27 E, se algum dos infieis vos convidar, e quizerdes ir, [26] comei de tudo o que se puzer diante de vós, sem perguntar nada por causa da consciencia. 28 Mas, se alguem vos disser: Isto foi sacrificado aos idolos, não comaes, por causa d’aquelle que vos advertiu [27] e _por causa_ da consciencia; porque a terra _é_ do Senhor, e _toda_ a sua plenitude. 29 Digo, porém, a consciencia, não a tua, mas a do outro. Pois porque ha de a minha liberdade [28] ser julgada pela consciencia d’outrem? 30 E, se eu com graça participo, porque sou blasphemado n’aquillo por que dou [29] graças? 31 De sorte que, quer comaes [30] quer bebaes, ou façaes outra qualquer coisa, fazei tudo para gloria de Deus. 32 Portae-vos _de modo_ que não [31] deis escandalo nem aos judeos, nem aos gregos, nem á egreja de Deus. 33 Como tambem eu em tudo [32] agrado a todos, não buscando o meu proprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar. [1] Exo. 13.21 e 14.22. Num. 9.18 e 33.8. Deu. 1.33. Neh. 9.12. Psa. 78.13, 14. Jos. 4.23. [2] Exo. 16.15. Neh. 9.15. Psa. 78.24. [3] Exo. 17.6. Num. 20.11. Psa. 78.15. [4] Num. 14.29, 32, 35. Psa. 106.26. Heb. 3.17. Jud. 5. [5] Num. 11.4. Psa. 106.14. [6] Exo. 32.6. [7] cap. 6.18. Apo. 2.14. Num. 25.1, 9. Psa. 106.29. [8] Exo. 17.2, 7. Num. 21.5. Deu. 6.16. [9] Exo. 16.2 e 12.23 e 17.2. Num. 14.2. II Sam. 24.16. I Chr. 21.15. [10] Rom. 15.4. Phi. 4.5. Heb. 10.25, 37. I João 2.18. [11] Rom. 11.20. [12] Psa. 125.3. II Ped. 2.9. Jer. 29.11. [13] II Cor. 6.17. I João 5.21. [14] cap. 8.1. [15] Mat. 26.26. Act. 2.42. cap. 11.23. [16] Rom. 12.5. cap. 12.27. [17] Rom. 4.12. Gal. 6.16. II Cor. 11.18. Lev. 3.3. [18] cap. 8.4. [19] Lev. 17.7. Deu. 32.17. Psa. 106.37. Apo. 9.20. [20] II Cor. 6.15, 16. Deu. 32.38. [21] Deu. 32.21. Eze. 22.14. [22] cap. 6.12. [23] Rom. 15.1, 2. cap. 13.5. Phi. 2.4, 21. [24] I Tim. 4.4. [25] Exo. 19.5. Deu. 10.14. Psa. 24.1. [26] Luc. 10.7. [27] cap. 8.10, 12. [28] Rom. 14.16. [29] I Tim. 4.3. [30] Col. 3.17. I Ped. 4.11. [31] Rom. 14.13. II Cor. 6.3. Act. 20.28. cap. 11.22. I Tim. 3.5. [32] Rom. 15.2. cap. 9.19, 22. ver. 24. 11 Sede meus imitadores, [1] como tambem eu de Christo. _Como as mulheres devem apresentar-se na egreja._ 2 E louvo-vos irmãos, porque em tudo vos lembraes [2] de mim, e retendes os preceitos como vol-os entreguei. 3 Mas quero que saibaes que Christo é a cabeça [3] de todo o varão, e o varão a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Christo. 4 Todo o homem que ora ou prophetiza, [4] tendo a cabeça coberta, deshonra a sua propria cabeça. 5 Mas toda a mulher [5] que ora, ou prophetiza com a cabeça descoberta, deshonra a sua propria cabeça, porque é o mesmo que se estivesse rapada. 6 Portanto, se a mulher não se cobre, tosquie-se tambem. Mas, se para a mulher é coisa indecente [6] tosquiar-se ou rapar-se, cubra-se. 7 O varão pois não deve cobrir a cabeça, porque é [7] a imagem e gloria de Deus, mas a mulher é a gloria do varão. 8 Porque o varão [8] não provém da mulher, mas a mulher do varão. 9 Porque tambem o varão não foi criado [9] por causa da mulher, mas a mulher por causa do varão. 10 Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça [10] _signal de_ poderio, por causa dos anjos. 11 Todavia, nem o [11] varão _é_ sem a mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor. 12 Porque, como a mulher _provém_ do varão, assim tambem o varão _provém_ da mulher, [12] mas tudo de Deus. 13 Julgae entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? 14 Ou não vos ensina a mesma natureza que é deshonra para o varão ter cabello crescido? 15 Mas ter a mulher cabello crescido lhe é honroso, porque o cabello lhe foi dado em logar de véu. 16 Porém, se alguem quizer [13] ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as egrejas de Deus. _Dissensões nas ceias de irmãos: o modo de celebrar a sancta Ceia do Senhor._ 17 N’isto, porém, que vou dizer-vos não _vos_ louvo; porquanto vos ajuntaes, não para melhor, senão para peior. 18 Porque primeiramente ouço que, quando vos ajuntaes na egreja, ha entre vós [14] dissensões; e em parte o creio. 19 Porque importa que até haja entre vós [15] heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós. 20 De sorte que, quando vos ajuntaes n’um logar, não é para comer a ceia do Senhor. 21 Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua propria ceia, de sorte que um tem fome e [16] outro embriaga-se. 22 Não tendes porventura casas para comer e para beber? Ou desprezaes a [17] egreja de Deus, e envergonhaes os que nada teem? Que vos direi? Louvar-vos-hei? N’isto não _vos_ louvo. 23 Porque eu recebi [18] do Senhor o que tambem vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi trahido, tomou o pão; 24 E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomae, comei: isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memoria de mim. 25 Similhantemente tambem, depois de ceiar, _tomou_ o calix, dizendo: Este calix é o Novo Testamento no meu sangue: fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memoria de mim. 26 Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este calix annunciaes a morte do Senhor, [19] até que venha. 27 Portanto, qualquer [20] que comer _este_ pão, ou beber o calix do Senhor indignamente, será culpado do corpo do sangue do Senhor. 28 Examine-se pois o [21] homem a si mesmo, e assim coma d’este pão e beba d’este calix. 29 Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para si mesmo o juizo, não discernindo o corpo do Senhor. 30 Por causa d’isto ha entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. 31 Porque, se nós nos julgassemos [22] a nós mesmos, não seriamos julgados. 32 Mas, quando somos [23] julgados, somos reprehendidos pelo Senhor, para não sermos condemnados com o mundo. 33 Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntaes para comer, esperae uns pelos outros. 34 Porém, se algum tiver [24] fome, coma em casa, para que vos não ajunteis para condemnação. Quanto ás demais coisas, ordenal-as-hei quando fôr. [1] cap. 4.16. Eph. 5.1. Phi. 3.17. I The. 1.6. II The. 3.9. [2] cap. 4.17. [3] Eph. 5.23. Gen. 3.16. I Tim. 2.11. I Ped. 3.1. João 14.28. cap. 3.23. Phi. 2.7. [4] cap. 12.10, 28 e 14.1, etc. [5] Act. 21.9. Deu. 21.12. [6] Num. 5.18. Deu. 22.5. [7] Gen. 1.26, 27 e 5.1 e 9.6. [8] Gen. 2.21, 22. [9] Gen. 2.18, 21, 23. [10] Gen. 24.65. Ecc. 5.6. [11] Gal. 3.28. [12] Rom. 11.36. [13] I Tim. 6.4. cap. 7.17 e 14.33. [14] cap. 1.10, 11, 12 e 3.3. [15] Mat. 18.7. Luc. 17.1. Act. 20.30. I Tim. 4.1. II Ped. 2.1. I João 2.19. Deu. 13.3. [16] II Ped. 2.13. Jud. 12. [17] cap. 10.33. Thi. 2.6. [18] cap. 15.3. Gal. 1.1, 11. Mat. 26.26. Mar. 14.22. Luc. 22.19. [19] João 14.3. Act. 1.11. cap. 4.5. I The. 4.16. Jud. 14. Apo. 1.7. [20] Num. 9.10. João 6.51. cap. 10.21. [21] II Cor. 13.5. Gal. 6.4. [22] Psa. 32.5. I João 1.9. [23] Psa. 94.12. Heb. 12.5, 11. [24] ver. 21, 22. Tito 1.5. cap. 4.19. _Ácerca da diversidade de dons espirituaes._ [Anno Domini 59] 12 Ácerca dos _dons_ espirituaes, não quero, [1] irmãos, que sejaes ignorantes. 2 Vós bem sabeis que ereis [2] gentios, levados aos idolos mudos, conforme ereis guiados. 3 Portanto vos faço notorio que ninguem que falla pelo [3] Espirito de Deus diz: Jesus é anathema e ninguem pode dizer que Jesus _é_ o Senhor, senão pelo Espirito Sancto. 4 Ora ha diversidade [4] de dons, porém o Espirito _é_ o mesmo. 5 E ha diversidade de [5] ministerios, mas o Senhor _é_ o mesmo. 6 E ha diversidade de [6] operações, porém é o mesmo Deus que obra tudo em todos. 7 Mas a manifestação do Espirito é dada a cada [7] um, para o que fôr util. 8 Porque a um pelo Espirito é dada a palavra [8] da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espirito, a palavra da sciencia; 9 E a outro, [9] pelo mesmo Espirito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espirito, os dons de curar; 10 E a outro a operação de maravilhas; [10] e a outro a prophecia; e a outro o _dom_ de discernir os espiritos; e a outro a variedade de linguas; e a outro a interpretação de linguas. 11 Mas um só e o mesmo Espirito obra todas estas coisas, repartindo [11] particularmente a cada um como quer. _A unidade dos membros do corpo._ 12 Porque assim como o [12] corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros sendo muitos, são um _só_ corpo, assim _é_ Christo tambem. 13 Porque todos nós fomos tambem baptizados em um [13] Espirito para um corpo, quer judeos, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espirito. 14 Porque tambem o corpo não é um _só_ membro, senão muitos. 15 Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? 16 E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? 17 Se todo o corpo _fosse_ olho, onde _estaria_ o ouvido? Se todo _fosse_ ouvido, onde _estaria_ o olfacto? 18 Mas agora Deus collocou [14] os membros no corpo, cada um d’elles como quiz. 19 E, se todos fossem um _só_ membro, onde _estaria_ o corpo? 20 Agora pois ha muitos membros, porém um _só_ corpo. 21 E o olho não póde dizer á mão: Não tenho necessidade de ti: nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. 22 Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessarios; 23 E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos honrosos damos muito mais honra. 24 Porque os que em nós são mais honestos não teem necessidade d’isso; mas Deus ordenou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta _d’ella_; 25 Para que não haja divisão no corpo, mas que os membros tenham egual cuidado uns dos outros. 26 De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com elle; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com elle. 27 Ora vós sois o corpo [15] de Christo, e membros em particular. 28 E a uns poz Deus [16] na egreja, primeiramente apostolos, em segundo logar prophetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, [17] soccorros, [18] governos, variedades de linguas. 29 Porventura _são_ todos apostolos? _são_ todos prophetas? _são_ todos doutores? _são_ todos operadores de milagres? 30 Teem todos o dom de curar? fallam todos _diversas_ linguas? interpretam todos? 31 Portanto, procurae [19] com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excellente. [1] cap. 14.1, 37. [2] cap. 6.11. Eph. 2.11. I The. 1.9. Tito 3.3. I Ped. 4.3. Psa. 115.5. [3] Mar. 9.39. I João 4.2. Mat. 16.17. João 15.26. II Cor. 3.5. [4] Rom. 12.4. Heb. 2.4. Eph. 4.4. [5] Rom. 12.6. Eph. 4.11. [6] Eph. 1.23. [7] cap. 14.26. Eph. 4.7. I Ped. 4.10, 11. [8] cap. 2.6, 7. II Cor. 8.7. [9] Mat. 17.18, 19. cap. 13.2. II Cor. 4.13. Mar. 16.18. Thi. 5.14. [10] Mar. 16.17. Gal. 3.5. Rom. 12.6. I João 4.1. Act. 2.4. cap. 13.1. [11] Rom. 12.6. II Cor. 10.13. Eph. 4.7. João 3.8. Heb. 2.4. [12] Rom. 12.4. Eph. 4.4, 16. ver. 27. Gal. 3.16. [13] Rom. 6.5. Gal. 3.28. Eph. 2.13. Col. 3.11. João 6.63. [14] ver. 28. Rom. 12.3. cap. 3.5. ver. 11. [15] Rom. 12.5. Eph. 1.23 e 4.12 e 5.23, 30. Col. 1.24. [16] Eph. 2.20 e 3.5. Act. 13.1. Rom. 12.6. [17] Num. 11.17. [18] Rom. 12.8. I Tim. 5.17. Heb. 13.17. [19] cap. 14.1, 39. _A suprema excellencia da caridade._ 13 Ainda que eu fallasse as linguas dos homens e dos anjos, e não tivesse [AIO] caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse _o dom da_ prophecia, [1] e conhecesse todos os mysterios e toda a sciencia, e ainda que tivesse toda a fé, [2] de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria. 3 E, ainda que distribuisse toda a minha fortuna [3] para sustento _dos pobres_, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada me aproveitaria. 4 A caridade é soffredora, [4] é benigna: a caridade não é invejosa: a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece, 5 Não trata com indecencia, não busca [5] os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; 6 Não folga com a injustiça, [6] porém folga com a verdade; 7 Tudo soffre, [7] tudo crê, tudo espera, tudo supporta. 8 A caridade nunca acaba: porém, ainda que haja prophecias, serão aniquiladas: ainda que haja linguas, cessarão; ainda que haja sciencia, será aniquilada; 9 Porque, em parte, [8] conhecemos, e em parte prophetizamos; 10 Mas, quando vier o _que é_ perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, fallava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de meninos. 12 Porque agora vemos por espelho em enigma, [9] mas então veremos face a face: agora conheço em parte, mas então conhecerei como tambem sou conhecido. 13 Agora, pois, permanecem estas tres: a fé, a esperança e a caridade; porém a maior d’estas _é_ a caridade. [1] cap. 12.8. Mat. 7.22. [2] Mat. 17.20. Mar. 11.23. Luc. 17.6. [3] Mat. 6.1, 2. [4] Pro. 10.12. I Ped. 4.8. [5] cap. 10.24. Phi. 2.4. [6] Rom. 1.32. II João 4. [7] Rom. 15.1. Gal. 6.2. II Tim. 2.24. [8] cap. 8.2. [9] II Cor. 3.18 e 5.7. Phi. 3.12. Mat. 18.10. I João 3.2. _O dom da prophecia é superior ao das linguas._ 14 Segui a caridade, e procurae [1] com zelo os _dons_ espirituaes, mas principalmente o de prophetizar. 2 Porque o que falla lingua _estranha_ [2] não falla aos homens, senão a Deus; porque ninguem _o_ entende, e em espirito falla de mysterios. 3 Mas o que prophetiza falla aos homens _para_ edificação, exhortação e consolação. 4 O que falla lingua _estranha_ edifica-se a si mesmo, mas o que prophetiza edifica a egreja. 5 E eu quero que todos vós falleis linguas _estranhas_, mas _muito_ mais que prophetizeis, porque o que prophetiza é maior do que o que falla linguas _estranhas_, a não ser que tambem interprete, para que a egreja receba edificação. 6 E agora, irmãos, se eu fôr ter comvosco fallando linguas _estranhas_, que vos aproveitaria, se vos não fallasse ou por meio da revelação, [3] ou da sciencia, ou da prophecia, ou da doutrina? 7 Da mesma sorte, se as _coisas_ inanimadas, que fazem sonido, seja flauta, seja cithara, não formarem sons distinctos, como se saberá o que se toca com a flauta ou com a cithara? 8 Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? 9 Assim tambem vós, se com a lingua não pronunciardes palavras bem intelligiveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis _como_ que fallando ao ar. 10 Ha, por exemplo, tantos generos de vozes no mundo, e nenhuma d’ellas _é_ sem significação. 11 Porém, se eu ignorar o sentido da voz, serei barbaro para aquelle a quem fallo, e o que falla _será_ barbaro para mim. 12 Assim tambem vós, pois que desejaes _dons_ espirituaes, procurae abundar _n’elles_, para edificação da egreja. 13 Pelo que, o que falla lingua _estranha_, ore para que possa interpretar. 14 Porque, se eu orar em lingua _estranha_, o meu espirito ora _bem_, mas o meu entendimento fica sem fructo. 15 Que farei pois? Orarei com o espirito, mas tambem orarei com o entendimento; [4] cantarei com o espirito, mas tambem cantarei com o entendimento. 16 D’outra maneira, se tu bemdisseres com o espirito, como dirá o que occupa o logar de indouto, o Amen, sobre a [5] tua benção, visto que não sabe o que dizes? 17 Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado. 18 Dou graças ao meu Deus, que fallo mais linguas do que vós todos. 19 Porém eu antes quero fallar na egreja cinco palavras na minha intelligencia, para que possa tambem instruir os outros, do que dez mil palavras em lingua _estranha_. 20 Irmãos, não sejaes meninos [6] no entendimento, mas sêde meninos na malicia, e adultos no entendimento. 21 Está [7] escripto na lei: Por _gente d’_outras linguas, e _por_ outros labios, fallarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. 22 De sorte que as linguas _estranhas_ são um signal, não para os fieis, mas para os infieis; e a prophecia, não para os infieis, mas para os fieis. 23 Se pois toda a egreja se congregar n’um logar, e todos fallarem linguas _estranhas_, e entrarem indoutos ou infieis, não dirão porventura que estaes [8] loucos? 24 Mas, se todos prophetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado. 25 E assim os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o _seu_ rosto, adorará a Deus, publicando [9] que Deus está verdadeiramente entre vós. _A necessidade de ordem no culto._ 26 Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntaes, cada um de vós tem psalmo, tem doutrina, [10] tem lingua _estranha_, tem revelação, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. 27 E, se alguem fallar lingua _estranha_, _faça-se isso_ por dois, ou quando muito tres, e por vezes, e um interprete. 28 Mas, se não houver interprete, esteja calado na egreja; porém, falle comsigo mesmo, e com Deus. 29 E fallem dois ou tres prophetas, [11] e os outros julguem. 30 Porém, se a outro, que estiver assentado, fôr revelada _alguma coisa_, cale-se [12] o primeiro. 31 Porque todos podereis prophetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. 32 E os espiritos [13] dos prophetas estão sujeitos aos prophetas. 33 Porque Deus não é _Deus_ de confusão, senão de paz, como em todas as [14] egrejas dos sanctos. 34 As vossas mulheres [15] estejam caladas nas egrejas; porque lhes não é permittido fallar, mas estejam sujeitas, como tambem ordena a lei. 35 E, se querem aprender alguma _coisa_, interroguem em casa a seus proprios maridos; porque é indecente que as mulheres fallem na egreja. 36 Porventura saiu d’entre vós a palavra de Deus? Ou veiu ella sómente para vós? 37 Se alguem cuida [16] ser propheta, ou espiritual, reconheça que as _coisas_ que vos escrevo são mandamentos do Senhor. 38 Se alguem, porém, o ignora, ignore. 39 Portanto, irmãos, procurae, com zelo, [17] prophetizar, e não prohibaes fallar linguas. 40 _Mas_ faça-se tudo [18] decentemente e com ordem. [1] cap. 12.31. Num. 11.25, 29. [2] Act. 2.4 e 10.46. [3] ver. 26. [4] Eph. 5.19. Col. 3.16. Psa. 47.7. [5] cap. 11.24. [6] Psa. 131.2. Mat. 11.25. Rom. 16.19. Eph. 4.14. Heb. 5.12, 13. [7] João 10.34. Isa. 28.11, 12. [8] Act. 2.13. [9] Isa. 45.14. Zac. 8.23. [10] ver. 6. II Cor. 12.19. Eph. 4.12. [11] cap. 12.10. [12] I The. 5.19, 20. [13] I João 4.1. [14] cap. 11.16. [15] I Tim. 2.11, 12. Col. 3.18. Tito 2.5. [16] II Cor. 10.7. I João 4.6. [17] cap. 12.31. I The. 5.20. [18] ver. 33. _A resurreição._ 15 Tambem vos notifico, irmãos, o evangelho que _já_ vos tenho [1] annunciado; o qual tambem recebestes, e no qual tambem permaneceis. 2 Pelo qual tambem sois salvos [2] se o retiverdes tal como vol-o tenho annunciado; se não é que crêstes em vão. 3 Porque primeiramente vos entreguei [3] o que tambem recebi: que Christo morreu por nossos peccados, segundo as Escripturas, 4 E que foi sepultado, e que resuscitou ao terceiro dia, [4] segundo as Escripturas, 5 E que foi visto [5] por Cephas, e depois pelos doze. 6 Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quaes vive ainda a maior parte, e alguns dormem já tambem. 7 Depois foi visto por Thiago, depois por todos os [6] apostolos. 8 E por derradeiro [7] de todos foi visto tambem por mim, como por um abortivo. 9 Porque eu sou o menor [8] dos apostolos, que não sou digno de ser chamado apostolo, porque persegui a egreja de Deus. 10 Mas pela graça de Deus sou [9] o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos elles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo. 11 Assim que seja eu ou sejam elles, assim prégamos e assim haveis crido. 12 Ora, se se préga que Christo resuscitou dos mortos, como dizem alguns d’entre vós que não ha resurreição de mortos? 13 E, se não ha resurreição de mortos, tambem Christo não [10] resuscitou. 14 E, se Christo não resuscitou, logo é vã a nossa prégação, e tambem é vã a vossa fé. 15 E assim somos tambem achados falsas testemunhas de Deus, pois testificamos [11] de Deus, que resuscitou a Christo, ao qual, porém, não resuscitou, se, na verdade, os mortos não resuscitam. 16 Porque, se os mortos não resuscitam, tambem Christo não resuscitou. 17 E, se Christo não resuscitou, _é_ vã a vossa fé, _e_ [12] ainda permaneceis nos vossos peccados. 18 E tambem os que dormiram em Christo estão perdidos. 19 Se esperamos em Christo [13] só n’esta vida, somos os mais miseraveis de todos os homens. 20 Mas agora Christo [14] resuscitou dos mortos, _e_ foi feito as primicias dos que dormem. 21 Porque, assim como a morte _veiu_ por um [15] homem, tambem a resurreição dos mortos _veiu_ por um homem. 22 Porque, assim como todos morrem em Adão, assim tambem todos serão vivificados em Christo. 23 Mas cada um por sua [16] ordem: Christo as primicias, depois os que são de Christo, na sua vinda. 24 Depois _virá_ o fim, quando tiver entregado [17] o reino a Deus, ao Pae, _e_ quando houver aniquilado todo o imperio, e toda a potestade e força. 25 Porque convem que reine até que haja posto a todos os [18] inimigos debaixo de seus pés. 26 Ora o ultimo [19] inimigo _que_ será aniquilado _é_ a morte. 27 Porque todas as _coisas_ sujeitou debaixo de seus pés. Porém, quando diz que todas as _coisas lhe_ estão sujeitas, claro está que exceptua aquelle que lhe [20] sujeitou todas _as coisas_. 28 E, quando todas _as coisas_ lhe estiverem sujeitas, então tambem o mesmo Filho se sujeitará áquelle que todas _as coisas_ lhe [21] sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. 29 D’outra maneira, que farão os que se baptizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não resuscitam? Pois porque se baptizam pelos mortos? 30 Porque estamos nós tambem [22] a toda a hora em perigo? 31 Cada dia morro pela vossa gloria, a [23] qual tenho em Christo Jesus nosso Senhor. 32 Se, como homem, combati [24] em Epheso contra as bestas, que me aproveita, se os mortos não resuscitam? Comamos e bebamos, que ámanhã morreremos. 33 Não vos enganeis: as más conversações [25] corrompem os bons costumes. 34 Vigiae justamente [26] e não pequeis; porque alguns ainda não teem o conhecimento de Deus: digo-_o_ para vergonha vossa. 35 Mas alguem dirá: [27] Como resuscitarão os mortos? E com que corpo virão? 36 Insensato! o que tu semeias [28] não vivificará, se _primeiro_ não morrer. 37 E, quando semeias, não semeias o corpo que ha de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou d’outra qualquer _semente_. 38 Mas Deus dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente o seu proprio corpo. 39 Nem toda a carne é uma mesma carne, mas uma _é_ a carne dos homens, e outra a carne dos animaes, e outra a dos peixes e outra a das aves. 40 E _ha_ corpos celestes e corpos terrestres, mas uma _é_ a gloria dos celestes e outra a dos terrestres. 41 Uma _é_ a gloria do sol, e outra a gloria da lua, e outra a gloria das estrellas; porque _uma_ estrella differe em gloria d’outra estrella. 42 Assim tambem [29] a resurreição dos mortos. Semeia-se _o corpo_ em corrupção; resuscitará em incorrupção. 43 Semeia-se em ignominia, [30] resuscitará em gloria. Semeia-se em fraqueza, resuscitará com vigor. 44 Semeia-se corpo animal, resuscitará corpo espiritual. Ha corpo animal, e ha corpo espiritual. 45 Assim está tambem escripto: O primeiro homem, [31] Adão, foi feito em alma vivente: o ultimo Adão em espirito vivificante. 46 Mas não _é_ primeiro o espiritual, senão o animal; depois o espiritual. 47 O primeiro homem, da terra, [32] _é_ terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. 48 Qual o terreno, [33] taes _são_ tambem os terrenos; e, qual o celestial, taes tambem os celestiaes. 49 E, assim como trouxemos a imagem do terreno, [34] _assim_ traremos tambem a imagem do celestial. 50 Porém digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem [35] herdar o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção. 51 Eis aqui vos digo um mysterio: Na verdade, nem todos dormiremos, mas [36] todos seremos transformados, 52 N’um momento, n’um abrir e fechar d’olhos, ao _som_ da ultima trombeta; porque a [37] trombeta soará, e os mortos resuscitarão incorruptiveis, e nós seremos transformados. 53 Porque convem que este _corpo_ corruptivel se revista da incorruptibilidade, e que este _corpo_ [38] mortal se revista da immortalidade. 54 E, quando este _corpo_ corruptivel se revestir da incorruptibilidade, e este _corpo_ mortal se revestir da immortalidade, então cumprir-se-ha a palavra que está escripta: Tragada foi a morte na [39] victoria. 55 Onde _está_, ó morte, [40] o teu aguilhão? Onde _está_, ó [AIP] inferno, a tua victoria? 56 Ora o aguilhão da morte _é_ o peccado, e a força do [41] peccado _é_ a lei. 57 Mas graças a Deus [42] que nos dá a victoria por nosso Senhor Jesus Christo. 58 Portanto, meus amados [43] irmãos, sêde firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é [44] vão no Senhor. [1] Gal. 1.11. Rom. 5.2. [2] Rom. 1.16. cap. 1.21. Gal. 3.4. [3] cap. 11.2, 23. Gal. 1.12. Psa. 22.15, etc. Isa. 53.5, 6, etc. Act. 3.18. I Ped. 1.11. [4] Isa. 53.10. Ose. 6.2. Luc. 24.26, 46. Act. 2.25-31. [5] Luc. 24.34. Mat. 28.17. Mar. 16.14. [6] Luc. 24.36. Act. 1.3, 4. [7] Act. 9.4, 17 e 22.14, 18. [8] Eph. 3.8. Act. 8.3. Gal. 1.13. I Tim. 1.13. [9] Eph. 3.7, 8. II Cor. 11.23. Mat. 10.20. [10] I The. 4.14. [11] Act. 2.24, 32 e 4.10, 33 e 13.30. [12] Rom. 4.25. [13] II Tim. 3.12. [14] I Ped. 1.3. Col. 1.18. Apo. 1.5. [15] Rom. 5.12, 17 e 6.23. João 11.25. [16] ver. 20. I The. 4.14, 15, 16. [17] Dan. 7.14, 27. [18] Psa. 110.1. Act. 2.34, 35. Eph. 1.22. [19] II Tim. 1.10. Apo. 20.14. [20] Psa. 8.6. Mat. 28.18. I Ped. 3.22. [21] Phi. 3.21. cap. 3.23 e 11.3. [22] II Cor. 11.26. Gal. 5.11. [23] I The. 2.19. Rom. 8.36. [24] II Cor. 1.8. Ecc. 2.24. Isa. 22.13. [25] cap. 5.6. [26] Rom. 13.11. I The. 4.5. [27] Eze. 37.3. [28] João 12.24. [29] Dan. 12.3. Mat. 13.43. [30] Phi. 3.21. [31] Gen. 2.7. Rom. 5.14. João 5.21. [32] João 3.13, 31. Gen. 2.7. [33] Phi. 3.20, 21. [34] Gen. 5.3. Rom. 8.29. I João 3.2. [35] Mat. 16.17. João 3.3, 5. [36] I The. 4.14, 15, 16. [37] Zac. 9.14. Mat. 24.31. João 5.25. [38] II Cor. 5.4. [39] Isa. 25.8. Heb. 2.14, 15. Apo. 20.14. [40] Ose. 13.14. [41] Rom. 4.15 e 5.13. [42] Rom. 7.25. I João 5.4, 5. [43] II Ped. 3.14. [44] cap. 3.8. _As collectas para os crentes de Jerusalem._ 16 Ora, quanto á collecta [1] que se faz para os sanctos, fazei vós tambem como ordenei ás egrejas da Galacia. 2 No primeiro _dia_ da semana [2] cada um de vós ponha de parte o que poder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as collectas quando eu chegar. 3 E, quando tiver chegado, enviarei aos que por cartas approvardes [3] para que levem a vossa dadiva a Jerusalem. 4 E, se a coisa fôr digna [4] de que eu tambem vá, irão comigo. _Os projectos de Paulo: diversas recommendações e saudações._ 5 Irei, porém, ter comvosco depois de ter passado pela [5] Macedonia (porque tenho de passar pela Macedonia). 6 E bem pode ser que fique comvosco, e passe tambem o inverno, para que me acompanheis [6] aonde quer que eu fôr. 7 Porque não vos quero agora vêr de passagem, mas espero ficar comvosco [7] algum tempo, se o Senhor o permittir. 8 Ficarei, porém, em Epheso até ao Pentecostes; 9 Porque uma porta grande e efficaz se me abriu; [8] e _ha_ muitos adversarios. 10 E, se vier Timotheo, [9] vêde que esteja sem temor comvosco; porque trabalha na obra do Senhor, como eu tambem. 11 Portanto ninguem [10] o despreze, mas acompanhae-o em paz, para que venha ter comigo: porque o espero com os irmãos. 12 E, ácerca do irmão [11] Apollos, roguei-lhe muito que fosse ter comvosco com os irmãos, mas, na verdade, não teve vontade de ir agora; irá, porém, quando se lhe offereça boa occasião. 13 Vigiae, [12] estae firmes na fé: portae-vos varonilmente, _e_ fortalecei-vos. 14 Todas as vossas _coisas_ [13] sejam feitas com caridade. 15 Rogo-vos, porém, irmãos, _pois_ sabeis que a [14] familia de Estephanas é as primicias da Achaia, e que se tem dedicado ao ministerio dos sanctos, 16 Que tambem vos sujeiteis [15] aos taes, e a todo aquelle que juntamente obra e trabalha. 17 Folgo, porém, com a vinda de Estephanas, e de Fortunato e de Achaico; porque estes suppriram o que da vossa _parte_ [16] _me_ faltava. 18 Porque [17] recrearam o meu espirito e o vosso. Reconhecei pois aos taes. 19 As egrejas da Asia vos saudam. Saudam-vos affectuosamente no Senhor Aquila e Prisca, com a [18] egreja que está em sua casa. 20 Todos os irmãos vos saudam. Saudae-vos uns aos outros [19] com osculo sancto. 21 Saudação da minha _propria_ [20] mão, de Paulo. 22 Se alguem não [21] ama ao Senhor Jesus Christo, seja [22] anathema, [23] [AIQ] maranatha. 23 A graça do [24] Senhor Jesus Christo _seja_ comvosco. 24 O meu amor _seja_ com todos vós em Christo Jesus. Amen. [1] Act. 11.29. Rom. 15.26. Gal. 2.10. [2] Act. 20.7. Apo. 1.10. [3] II Cor. 8.19. [4] II Cor. 8.4, 19. [5] Act. 19.21. II Cor. 1.16. [6] Act. 15.3. Rom. 15.24. [7] Act. 18.21. Thi. 4.15. [8] Act. 14.27 e 19.9. Col. 4.3. Apo. 3.8. [9] Act. 19.22. Rom. 16.21. I The. 3.2. [10] I Tim. 4.12. Act. 15.33. [11] cap. 1.12 e 3.5. [12] Mat. 24.42. I The. 5.6. I Ped. 5.8. Eph. 6.10. Col. 1.11. [13] I Ped. 4.8. [14] cap. 1.16. Rom. 16.5. Heb. 6.10. [15] Heb. 13.17. [16] II Cor. 11.9. Phi. 2.30. [17] Col. 4.8. I The. 5.12. [18] Rom. 16.5, 15. Phi. 2. [19] Rom. 16.16. [20] Col. 4.18. II The. 3.17. [21] Eph. 6.24. [22] Gal. 1.8, 9. [23] Jud. 14, 15. [24] Rom. 16.20. SEGUNDA EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO AOS CORINTHIOS. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 60] 1 Paulo, apostolo [1] de Jesus Christo, pela vontade de Deus, e o irmão Timotheo, á egreja de Deus, que está em Corintho, com todos os sanctos que estão em toda a Achaia: 2 Graça e paz [2] de Deus nosso Pae e do Senhor Jesus Christo. _Acção de graças de Paulo pelas consolações que Deus lhe concedeu._ 3 Bemdito _seja_ o [3] Deus e Pae de nosso Senhor Jesus Christo, o Pae das misericordias e o Deus de toda a consolação; 4 Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que tambem possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus. 5 Porque, como as afflicções de Christo [4] abundam em nós, assim tambem a nossa consolação abunda por Christo. 6 Mas, se somos attribulados _é_ para vossa consolação e salvação, ou, se somos consolados, para vossa consolação e salvação _é_, a qual se opéra na tolerancia [5] das mesmas afflicções que nós tambem padecemos; 7 E a nossa esperança ácerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes [6] das afflicções, assim o _sereis_ tambem da consolação. 8 Porque não queremos, irmãos, [7] que ignoreis a tribulação que nos sobreveiu na Asia, pois que fomos sobremaneira aggravados mais do que podiamos supportar, de modo tal que até da vida estivemos em grande duvida. 9 De modo que _já_ em nós mesmos tinhamos a sentença de morte, para que não confiassemos em nós mesmos, [8] mas em Deus, que resuscita os mortos: 10 O qual nos livrou [9] de tão grande morte, e livra _ainda_, no qual esperamos que ainda tambem _nos_ livrará. 11 Ajudando-nos tambem vós com oração [10] por nós, para que pela mercê, que por muitas pessoas _nos foi feita_, por muitas _tambem_ sejam dadas graças a nosso respeito. _Porque demorou Paulo a sua ida._ 12 Porque a nossa gloria é esta: o testemunho da nossa consciencia, de que com simplicidade e sinceridade [11] de Deus, não com sabedoria carnal, mas com graça de Deus, temos vivido no mundo, e maiormente comvosco. 13 Porque nenhumas outras _coisas_ vos escrevemos, senão as que _já_ sabeis ou tambem reconheceis; e espero que tambem até ao fim as reconhecereis. 14 Como tambem _já_ em parte nos tendes reconhecido, [12] que somos a vossa gloria, como tambem vós _sereis_ a nossa no dia do Senhor Jesus. 15 E com esta confiança [13] quiz primeiro ir ter comvosco, para que tivesseis uma segunda graça; 16 E por vós passar á Macedonia, e [14] da Macedonia ir outra vez ter comvosco, e ser guiado por vós á Judea. 17 Assim que, deliberando isto, usei porventura de leviandade? Ou o que delibero, o delibero _porventura_ segundo a carne, [15] para que haja em mim sim sim, e não não? 18 Antes Deus _é_ fiel, _e sabe_ que a nossa palavra para comvosco não foi sim e não. 19 Porque o Filho [16] de Deus, Jesus Christo, que por nós foi prégado entre vós, _a saber_, por mim, e Silvano, e Timotheo, não foi sim e não; [17] mas n’elle houve sim. 20 Porque todas quantas promessas ha [18] de Deus, _são_ n’elle sim, e n’elle Amen, para gloria de Deus por nós. 21 Mas o que nos confirma comvosco em Christo, e o que nos ungiu, _é_ [19] Deus: 22 O qual tambem nos sellou [20] e deu o penhor do Espirito em nossos corações. 23 Porém invoco a Deus [21] por testemunha sobre a minha alma, que para vos poupar não tenho até agora ido a Corintho; 24 Não que tenhamos dominio sobre a vossa fé, [22] mas porque somos cooperadores de vosso gozo; porque pela fé estaes _em pé_. [1] I Cor. 1.1. Eph. 1.1. Col. 1.1. [2] Rom. 1.7. Gal. 1.3. Phi. 1.2. [3] Eph. 1.3. I Ped. 1.3. [4] Act. 9.4. cap. 4.10. Col. 1.24. [5] cap. 4.15. [6] Rom. 8.17. II Tim. 2.12. [7] Act. 19.23. I Cor. 15.32. [8] Jer. 17.5, 7. [9] II Ped. 2.9. [10] Rom. 15.30. Phi. 1.19. cap. 4.15. [11] cap. 2.17. I Cor. 2.4, 13. [12] Phi. 2.16. I The. 2.19, 20. [13] I Cor. 4.19. Rom. 1.11. [14] I Cor. 16.5, 6. [15] cap. 10.2. [16] Mar. 1.1. Luc. 1.35. Act. 9.20. [17] Heb. 13.8. [18] Rom. 15.8, 9. [19] I João 2.20, 27. [20] Eph. 1.13. II Tim. 2.19. [21] Gal. 1.20. Phi. 1.8. I Cor. 4.21. [22] I Ped. 5.3. Rom. 11.20. 2 Porém, deliberei isto comigo mesmo: não ir mais ter comvosco em [1] tristeza. 2 Porque, se eu vos entristeço, quem é que me alegrará, senão aquelle que por mim foi contristado? 3 E escrevi-vos isto mesmo, para que, quando _lá_ fôr, [2] não tenha tristeza da parte dos que deveriam alegrar-me; confiando em vós todos, que a minha alegria é a de todos vós. 4 Porque em muita tribulação e angustia do coração vos escrevi com muitas lagrimas, não para que vos entristecesseis, [3] mas para que conhecesseis o amor que abundantemente vos tenho. 5 Porque, se alguem _me_ [4] contristou, não me contristou _a mim_ senão em parte, para vos não sobrecarregar a vós todos. 6 Basta-lhe ao tal esta reprehensão _feita_ por [5] muitos: 7 De maneira que antes pelo contrario [6] _deveis_ perdoar-_lhe_ e consolal-o, para que o tal não seja de modo algum devorado de demasiada tristeza. 8 Pelo que rogo-vos que confirmeis para com elle o vosso amor. 9 Porque para isso vos escrevi tambem, para por esta prova saber se [7] sois obedientes em tudo. 10 E a quem perdoardes alguma _coisa_ tambem eu; porque, se eu tambem perdoei, se é que tenho perdoado, por amor de vós o _fiz_ na presença de Christo; para que não sejamos vencidos por Satanás; 11 Porque não ignoramos os seus ardis. 12 No demais, [8] quando cheguei a Troas para _prégar_ o evangelho de Christo, e abrindo-se-me uma porta no Senhor, 13 Não tive repouso no [9] meu espirito, porque não achei alli meu irmão Tito; mas, despedindo-me d’elles, parti para a Macedonia. _O caracter e os fructos do ministerio de Paulo._ 14 E graças a Deus, que sempre nos faz triumphar em Christo, e por nós manifesta em todo o logar o [10] cheiro do seu conhecimento. 15 Porque para Deus somos o bom cheiro de Christo, [11] em os que se salvam e em os que se perdem: 16 Para estes certamente cheiro [12] de morte para morte; mas para aquelles cheiro de vida para vida. E para [13] estas _coisas_ quem _é_ idoneo? 17 Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, [14] antes fallamos de Christo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus. [1] cap. 1.23 e 12.20, 21. [2] cap. 12.21. Gal. 5.10. [3] cap. 7.8, 9, 12. [4] I Cor. 5.1. Gal. 4.12. [5] I Cor. 5.4, 5. I Tim. 5.20. [6] Gal. 6.1. [7] cap. 7.15 e 10.6. [8] Act. 16.8. I Cor. 16.9. [9] cap. 7.5, 6. [10] Can. 1.3. [11] I Cor. 1.18. cap. 4.3. [12] João 9.39. I Ped. 2.7, 8. [13] I Cor. 15.10. [14] II Ped. 2.3. cap. 1.12. 3 Porventura começamos outra [1] vez a louvar-nos a nós mesmos? Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recommendação para vós, ou de recommendação de vós? 2 Vós [2] sois a nossa carta, escripta em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. 3 Porque _já_ é manifesto, que vós sois a carta de Christo, ministrada por nós, [3] e escripta, não com tinta, mas com o Espirito de Deus vivo, não em taboas de pedra, mas nas taboas de carne do coração. 4 E é por Christo que temos tal confiança em Deus: 5 Não que sejamos [4] capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade _vem_ de Deus: 6 O qual nos fez tambem capazes _de ser_ ministros [5] do novo [AIR] testamento, não da lettra, mas do espirito; porque a lettra mata, e o espirito vivifica. 7 E, se o ministerio da morte, gravado [6] com lettras em pedras, foi [7] para gloria, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moysés, por causa da gloria do seu rosto, a qual [AIS] era transitoria, 8 Como não será de maior gloria o ministerio do [8] espirito? 9 Porque, se o ministerio da condemnação _foi_ glorioso, muito mais excederá em gloria [9] o ministerio da justiça. 10 Porque tambem o que foi glorificado n’esta parte não foi glorificado, por causa d’esta excellente gloria. 11 Porque, se o que era transitorio _foi_ para gloria, muito mais é em gloria o que permanece. 12 Tendo, pois, tal esperança, usamos [10] de muita ousadia no fallar. 13 E não somos como Moysés, _que_ punha um véu [11] sobre a sua face, para que os filhos do Israel não fitassem os olhos no fim do que era transitorio. 14 Porém os seus [12] sentidos foram endurecidos: porque até _ao dia de_ hoje o mesmo véu fica por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Christo abolido: 15 Mas até _ao dia de_ hoje, quando é lido Moysés, o véu está posto sobre o coração d’elles. 16 Porém, quando se converterem [13] ao Senhor, _então_ o véu se tirará. 17 Ora o Senhor [14] é o Espirito; e onde _está_ o Espirito do Senhor ahi _ha_ liberdade. 18 Mas todos nós, com cara descoberta, [15] reflectindo como um espelho, a gloria do Senhor, somos transformados de gloria em gloria na mesma imagem, como pelo Espirito do Senhor. [1] cap. 5.12. Act. 18.27. [2] I Cor. 9.2. [3] I Cor. 3.5. Exo. 24.12. Jer. 31.33. [4] João 15.5. Phi. 2.13. [5] I Cor. 3.5. Eph. 3.7. Col. 1.25, 29. [6] Rom. 7.10. [7] Exo. 34.1, 28, 29, 30, 35. [8] Gal. 3.5. [9] Rom. 1.17 e 3.21. [10] cap. 7.4. Eph. 6.19. [11] Exo. 34.33, 35. Rom. 10.4. [12] Isa. 6.10. Mat. 13.11, 14. João 12.40. [13] Rom. 11.23, 26. [14] ver. 6. I Cor. 15.45. [15] I Cor. 13.12. I Tim. 1.11. _Jesus Christo é o unico assumpto do ministerio de Paulo._ 4 Pelo que, tendo este [1] ministerio, segundo a misericordia que nos foi feita, não desfallecemos, 2 Antes, rejeitámos as _coisas_ que por vergonha se occultam, não andando com astucia [2] nem falsificando a palavra de Deus, mas recommendando-nos á consciencia de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Porém, se tambem o nosso evangelho está encoberto, [3] para os que se perdem está encoberto: 4 Nos quaes o Deus d’este seculo cegou [4] os entendimentos dos incredulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da gloria de Christo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos prégamos [5] a nós mesmos, mas a Christo Jesus, o Senhor; e nós mesmos _somos_ vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse [6] a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para illuminação do conhecimento da gloria de Deus, na face de Jesus Christo. 7 Temos, porém, este thesouro em vasos de [7] barro, para que a excellencia do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo _somos_ attribulados, porém [8] não angustiados: perplexos, porém não desesperados: 9 Perseguidos, porém não desamparados: abatidos, [9] porém não perdidos: 10 Trazendo sempre por [10] toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste tambem em nossos corpos; 11 Porque nós, que vivemos, estamos sempre entregues [11] á morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste tambem em a nossa carne mortal. 12 De maneira que em nós obra a morte, [12] porém em vós a vida. 13 E temos portanto o mesmo espirito [13] de fé, como está escripto: Cri, por isso fallei: nós cremos tambem, por isso tambem fallamos. 14 Sabendo que o que resuscitou [14] o Senhor Jesus, nos resuscitará tambem por Jesus; e nos collocará comvosco. 15 Porque todas estas _coisas são_ por amor [15] de vós, para que a graça, que abunda pela acção de graças de muitos abunde para gloria de Deus. _O designio e effeito das afflicções. As coisas visiveis são contrapostas ás invisiveis._ 16 Por isso não desfallecemos: mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, [16] o interior, comtudo, se renova de dia em dia, 17 Porque a nossa leve e momentanea tribulação [17] produz-nos um peso eterno de gloria mui excellente; 18 Não attentando nós [18] nas _coisas_ que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporaes, e as que se não vêem _são_ eternas. [1] I Cor. 7.25. I Tim. 1.13. [2] cap. 6.4, 7 e 7.14. [3] I Cor. 1.18. II The. 2.10. [4] João 12.31, 40 e 14.30 e 16.11. [5] I Cor. 1.13, 23 e 10.33. [6] Gen. 1.3. II Ped. 1.19. [7] cap. 5.1. I Cor. 2.5. [8] cap. 7.5. [9] Psa. 37.24. [10] I Cor. 15.31. Rom. 8.17. I Ped. 4.13. [11] Rom. 8.36. I Cor. 15.31, 49. [12] cap. 13.9. [13] Rom. 1.12. II Ped. 1.1. [14] Rom. 8.11. I Cor. 6.14. [15] I Cor. 3.21. Col. 1.24. II Tim. 2.10. [16] Rom. 7.22. Col. 3.10. I Ped. 3.4. [17] Mat. 5.12. Rom. 8.18. I Ped. 1.6. [18] Rom. 8.24. Heb. 11.1. 5 Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre [1] d’_este_ tabernaculo se desfizer, temos de Deus _um_ edificio, uma casa não feita por mãos, eterna nos céus. 2 E por isso tambem gememos, [2] desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; 3 Se todavia formos [3] achados vestidos, _e_ não nús. 4 Porque tambem nós, os que estamos n’_este_ tabernaculo, gememos carregados: porque não queremos ser despidos, mas revestidos, [4] para que o mortal seja absorvido pela vida. 5 Ora, quem para isto [5] mesmo nos preparou _foi_ Deus, o qual nos deu tambem o penhor do Espirito. 6 Pelo que _estamos_ sempre de bom animo, sabendo que, emquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor. 7 (Porque andamos [6] por fé, _e_ não por vista.) 8 Porém temos confiança [AIT] e desejamos muito deixar [7] este corpo, e habitar com o Senhor. 9 Pelo que muito desejamos tambem ser-lhe agradaveis, quer presentes, quer ausentes. 10 Porque todos devemos comparecer [8] ante o tribunal de Christo, para que cada um receba segundo o que _tiver feito_ no corpo, ou bem, ou mal. _O ministerio da reconciliação._ 11 Assim que, sabendo o temor que _se deve_ ao Senhor, [9] persuadimos os homens _á fé_, e somos manifestos a Deus; mas espero que nas vossas consciencias estejamos tambem manifestos. 12 Porque não nos recommendámos [10] outra vez a vós; mas damo-vos occasião de vos gloriardes de nós, para que tenhaes _que responder_ aos que se gloriam na apparencia, e não _no_ coração. 13 Porque, se enlouquecemos, _é_ para Deus; [11] e, se conservamos o juizo, _é_ para vós. 14 Porque o amor de Christo nos constrange, julgando nós isto: [12] que, se um morreu por todos, logo todos morreram. 15 E elle morreu por todos, para que os que vivem [13] não vivam mais para si, senão para aquelle que por elles morreu e resuscitou. 16 Assim que d’aqui por diante a ninguem conhecemos [14] segundo a carne, e, ainda que tambem tenhamos conhecido Christo segundo a carne, todavia agora já o não conhecemos _d’este modo_. 17 Assim que, se alguem _está_ em Christo, [15] nova [AIU] creatura _é_: as _coisas_ velhas já passaram; eis que tudo está feito novo. 18 E tudo _isto provém_ de Deus que nos reconciliou [16] comsigo mesmo por Jesus Christo, e nos deu o ministerio da reconciliação. 19 Porque Deus estava em [17] Christo reconciliando comsigo o mundo, não lhes imputando os seus peccados; e poz em nós a palavra da reconciliação. 20 De sorte que somos embaixadores [18] da parte de Christo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos _pois_ da parte de Christo que vos reconcilieis com Deus. 21 Áquelle que não conheceu peccado, fel-o peccado [19] por nós; para que n’elle fossemos feitos justiça de Deus. [1] Job 4.19. II Ped. 1.13, 14. [2] Rom. 8.23. [3] Apo. 3.18 e 16.15. [4] I Cor. 15.53, 54. [5] Isa. 29.23. Eph. 2.10. [6] Rom. 8.24, 25. [7] Phi. 1.23. [8] Mat. 25.31, 32. Rom. 14.10. Apo. 22.12. [9] Job 31.23. Heb. 10.31. Jud. 23. [10] cap. 3.1 e 1.14. [11] cap. 11.1, 16, 17 e 12.6, 11. [12] Rom. 5.15. [13] Rom. 6.11, 12. I Cor. 6.19. Gal. 2.20. [14] Mat. 12.50. João 15.14. Gal. 5.6. [15] Rom. 8.9 e 16.7. Gal. 6.15. [16] Rom. 5.10. Col. 1.20. I João 2.2. [17] Rom. 3.24, 25. [18] Job 33.23. Mal. 2.7. [19] Isa. 53.6, 9, 12. Gal. 3.13. I Ped. 2.22, 24. _A abnegação de Paulo em seu ministerio._ 6 E nós, cooperando tambem, [1] _vos_ exhortamos a que não recebaes a graça de Deus em vão; 2 (Porque diz: Ouvi-te [2] em tempo acceitavel e soccorri-te no dia da salvação: Eis aqui agora o tempo acceitavel, eis aqui agora o dia da salvação.) 3 Não dando nós [3] escandalo em _coisa_ alguma, para que o ministerio não seja vituperado; 4 Antes, como ministros [4] de Deus, fazendo-nos agradaveis em tudo: na muita soffrença, nas afflicções, nas necessidades, nas angustias, 5 Nos açoites, [5] nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigilias, nos jejuns, 6 Na pureza, na sciencia, na longanimidade, na benignidade, no Espirito Sancto, no amor não fingido, 7 Na palavra da [6] verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, á direita e á esquerda, 8 Por honra e por deshonra, por infamia e por boa fama: como enganadores, e _sendo_ verdadeiros: 9 Como desconhecidos, [7] mas sendo bem conhecidos: como morrendo, e [8] eis que vivemos: como castigados, e não mortos: 10 Como contristados, mas sempre alegres: como pobres, mas enriquecendo a muitos: como nada tendo, e possuindo tudo. _Instante exhortação á sanctidade._ 11 Ó corinthios, a nossa bocca aberta está para vós, o nosso [9] coração está dilatado. 12 Não estaes estreitados em nós; mas estaes [10] estreitados nas vossas entranhas. 13 Ora, em recompensa d’isto, (fallo como [11] a filhos) dilatae-vos tambem vós. 14 Não vos prendaes desegualmente ao jugo com [12] os infieis; porque, que participação tem a justiça com a injustiça? E que communicação tem a luz com as trevas? 15 E que concordia ha entre Christo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? 16 E que consentimento tem o templo de Deus com os idolos? Porque vós [13] sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: N’elles habitarei, e entre _elles_ andarei: e eu serei o seu Deus e elles serão o meu povo. 17 Pelo que sahi do meio d’elles, e apartae-vos, [14] diz o Senhor; e não toqueis _coisa_ immunda, e eu vos receberei: 18 E eu serei para vós Pae [15] e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor todo poderoso. [1] I Cor. 3.9. cap. 5.20. Heb. 12.15. [2] Isa. 49.8. [3] Rom. 14.13. I Cor. 9.12 e 10.32. [4] I Cor. 4.1. [5] cap. 11.23, etc. [6] cap. 4.2. I Cor. 2.4. Eph. 6.11, 13. [7] cap. 4.2. [8] I Cor. 4.9. cap. 1.9 e 4.10, 11. [9] cap. 7.3. [10] cap. 12.15. [11] I Cor. 4.14. [12] Deu. 7.2, 3. I Cor. 5.9 e 7.39. I Sam. 5.2, 3. [13] I Cor. 3.16. Eph. 2.21, 22. Heb. 3.6. [14] Isa. 52.11. cap. 7.1. Apo. 18.4. [15] Jer. 31.1, 9. Apo. 21.7. 7 Ora, amados, pois que temos taes promessas, [1] purifiquemo-nos de toda a immundicia da carne e do espirito, aperfeiçoando a sanctificação no temor de Deus. _A alegria de Paulo por causa da vinda de Tito e o bom effeito da sua primeira epistola._ 2 Recebei-nos; a ninguem aggravámos, a ninguem corrompemos, de ninguem [2] buscámos o nosso proveito. 3 Não digo _isto_ para _vossa_ condemnação; pois já d’antes tinha dito que estaes [3] em nossos corações para juntamente morrer _e_ viver. 4 Grande é a ousadia da minha falla para comvosco, [4] e grande a minha jactancia a respeito de vós; estou cheio de consolação: superabundo de gozo em todas as nossas tribulações. 5 Porque, ainda quando chegámos [5] á Macedonia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos attribulados: por fóra combates, temores por dentro. 6 Mas Deus, que consola [6] os abatidos, nos consolou com a vinda de Tito. 7 E não sómente com a sua vinda, senão tambem pela consolação com que foi consolado de vós, contando-nos as vossas saudades, o vosso choro, o vosso zelo por mim, de maneira que muito me regozijei. 8 Porque, ainda que vos [7] contristei com a carta, não me arrependo, embora me arrependesse por vêr que aquella carta vos contristou, ainda que por pouco tempo. 9 Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para o arrependimento; porque fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes damno em coisa alguma. 10 Porque a tristeza segundo [8] Deus obra arrependimento para a salvação, da qual ninguem se arrepende; mas a tristeza do mundo obra a morte. 11 Porque, quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós, que segundo Deus fostes contristados! que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! em tudo mostrastes estar puros n’_este_ negocio. 12 Portanto, ainda que vos escrevi, não _foi_ por causa do que fez o aggravo, nem por causa do que soffreu o aggravo, mas para que a nossa diligencia por vós [9] fosse manifesta diante de Deus. 13 Por isso fomos consolados pela vossa consolação, e muito mais nos alegramos pela alegria de Tito, porque o seu espirito foi [10] recreado por vós todos. 14 Porque, se n’alguma coisa me gloriei de vós para com elle, não fiquei envergonhado; antes, como vos dissemos tudo com verdade, assim tambem a nossa gloria para com Tito se achou verdadeira. 15 E o seu entranhavel affecto para comvosco é mais abundante, lembrando-se da obediencia [11] de vós todos, _e_ de como o recebestes com temor e tremor. 16 Regozijo-me de em tudo poder [12] confiar em vós. [1] cap. 6.17, 18. [2] Act. 20.33. cap. 12.17. [3] cap. 6.11, 12. [4] cap. 3.12. I Cor. 1.4. Phi. 2.17. [5] cap. 2.13. Deu. 32.25. [6] cap. 1.4 e 2.13. [7] cap. 2.4. [8] II Sam. 12.13. Mat. 26.75. Pro. 17.22. [9] cap. 2.4. [10] Rom. 15.32. [11] cap. 2.9. Phi. 2.12. [12] II The. 3.4. Phi. 3.21. _A collecta para os christãos pobres da Judea._ 8 Tambem, irmãos, vos fazemos saber a graça de Deus dada ás egrejas da Macedonia: 2 Como em muita prova de tribulação houve abundancia do seu gozo, e como a sua [1] profunda pobreza abundou em riquezas de sua beneficencia. 3 Porque, segundo o _seu_ poder (o que eu _mesmo_ testifico), e ainda acima do _seu_ poder, _deram_ voluntariamente, 4 Pedindo-nos com muitos rogos a graça e a communicação d’este serviço, [2] que _se fazia_ para com os sanctos. 5 E _fizeram_ não _sómente_ como nós esperavamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e _depois_ a nós, pela vontade de Deus. 6 De maneira que exhortámos [3] a Tito que, assim como d’antes começou, assim tambem acabe esta mercê entre vós. 7 Portanto, assim como em [4] tudo abundaes em fé, e em palavra, e em sciencia, e em toda a diligencia, e em a vossa caridade para comnosco, assim tambem abundeis n’esta graça. 8 Não digo isto como [5] quem manda, senão tambem para provar, pela diligencia dos outros, a sinceridade da vossa caridade. 9 Porque _já_ sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Christo, que, sendo rico, por amor de vós [6] se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecesseis. 10 E n’isto dou o _meu_ [7] parecer; pois que isto vos convém a vós, que desde o anno passado começastes não só o praticar, mas tambem o desejar. 11 Agora, porém, completae tambem o já começado, para que, assim como houve a promptidão de vontade, haja tambem o cumprimento, _segundo_ o que tendes. 12 Porque, se primeiro [8] houver promptidão de vontade, _será_ acceite segundo o que qualquer tem, _e_ não segundo o que não tem. 13 Porém, não _digo isto_ para que os outros tenham allivio, e vós oppressão, 14 Mas _para_ egualdade; n’este tempo presente, a vossa abundancia _suppra_ a falta dos outros, para que tambem a sua abundancia _suppra_ a vossa falta, para que haja egualdade; 15 Como está escripto: O que muito _colheu_ [9] não teve de mais; e o que pouco não teve de menos. 16 Porém, graças a Deus, que poz a mesma solicitude por vós no coração de Tito; 17 Pois acceitou [10] a exhortação, e muito diligente partiu voluntariamente para vós. 18 E com elle enviámos aquelle [11] irmão que tem louvor no evangelho em todas as egrejas. 19 E não só _isto_, mas foi tambem escolhido pelas egrejas [12] para companheiro da nossa viagem, n’esta graça, que por nós é ministrada para gloria do mesmo Senhor, e promptidão do vosso animo: 20 Evitando isto, que alguem nos vitupere n’esta abundancia, que por nós e ministrada: 21 Como quem procura [13] o que é honesto, não só diante do Senhor, mas tambem diante dos homens. 22 Com elles enviámos tambem _outro_ nosso irmão, o qual muitas vezes, e em muitas _coisas_ já experimentámos que é diligente, e agora muito mais diligente ainda pela muita confiança que em vós _tem_. 23 Quanto a Tito, _é_ meu companheiro, e cooperador para comvosco: quanto a nossos irmãos, _são_ embaixadores [14] das egrejas _e_ gloria de Christo. 24 Portanto mostrae para com elles, perante a face das egrejas, a prova da vossa caridade, e da nossa [15] gloria ácerca de vós. [1] Mar. 12.44. [2] Act. 11.29. Rom. 15.25, 26. cap. 9.1. [3] ver. 17. cap. 12.18. [4] I Cor. 1.5 e 12.13. [5] I Cor. 7.6. [6] Mat. 8.20. Luc. 9.58. Phi. 2.6, 7. [7] I Cor. 7.25. Mat. 10.42. I Tim. 6.18, 19. [8] Mar. 12.43, 44. Luc. 21.3. [9] Exo. 16.18. [10] ver. 6. [11] cap. 12.13. [12] I Cor. 16.3, 4. cap. 4.15. [13] Rom. 12.17. Phi. 4.8. I Ped. 2.12. [14] Phi. 2.25. [15] cap. 7.14 e 9.2. 9 Quanto á administração [1] que _se faz_ a favor dos sanctos, não necessito escrever-vos; 2 Porque bem sei a promptidão do vosso animo [2] da qual me glorio de vós para com os macedonios; que a Achaia está prompta desde o anno passado, e o vosso zelo tem estimulado muitos. 3 Porém enviei [3] estes irmãos, para que a nossa gloria, ácerca de vós, não seja vã n’esta parte; para que (como já disse) possaes estar promptos: 4 Para que, se acaso os macedonios vierem comigo, e vos acharem desapercebidos, não nos envergonhemos nós (para não dizermos vós) d’este firme fundamento de gloria. 5 Portanto, tive por coisa necessaria exhortar estes irmãos, para que primeiro fossem ter comvosco, e preparassem primeiro a vossa benção, _já_ d’antes annunciada, para que esteja prompta como benção, e não como avareza. 6 E _digo_ isto: Que o [4] que semeia pouco, pouco tambem ceifará; e o que semeia em abundancia, em abundancia tambem ceifará. 7 Cada um _contribua_ segundo propoz no seu coração; não com [5] tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. 8 E Deus _é_ poderoso para fazer abundar [6] em vós toda a graça, para que tendo sempre, em tudo, toda a sufficiencia, abundeis em toda a boa obra; 9 Conforme está escripto: Espalhou, [7] deu aos pobres: a sua justiça permanece para sempre. 10 Ora, aquelle que dá a semente ao que semeia, [8] tambem dará pão para comer, e multiplicará a vossa sementeira, e augmentará os fructos da vossa justiça; 11 Para que em tudo enriqueçaes para toda a beneficencia, a qual faz _que_ por nós [9] _se deem_ graças a Deus. 12 Porque a administração d’este serviço, não só suppre as necessidades dos sanctos, [10] mas tambem abunda em muitas graças, _que se dão_ a Deus. 13 Portanto, na prova d’esta administração, glorificam a Deus [11] pela submissão que confessaes quanto ao evangelho de Christo, e pela bondade da communicação para [12] com elles, e para com todos; 14 E pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excellente graça de Deus [13] em vós. 15 Graças a Deus pois [14] pelo seu dom ineffavel. [1] Act. 11.29. Rom. 15.26. I Cor. 16.1. Gal. 2.10. [2] cap. 8.19. [3] cap. 8.6, 17, 18, 22. [4] Pro. 11.24 e 19.17. Gal. 6.7, 9. [5] Deu. 15.7. Exo. 25.2. Pro. 11.25. [6] Pro. 11.24, 25 e 28.27. Phi. 4.19. [7] Psa. 112.9. [8] Isa. 55.10. Ose. 10.12. Mat. 6.1. [9] cap. 1.11 e 4.15. [10] cap. 8.14. [11] Mat. 5.16. [12] Heb. 13.16. [13] cap. 8.1. [14] Thi. 1.17. _Paulo defende a sua auctoridade apostolica._ 10 Além d’isto, eu, Paulo, [1] vos rogo, pela mansidão e benignidade de Christo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, _sou_ humilde, porém, ausente, ousado para comvosco; 2 Rogo-_vos_ pois que, quando estiver presente, não me veja obrigado a usar com confiança da ousadia [2] que se me attribue ter com alguns, que nos julgam, como se andassemos segundo a carne. 3 Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. 4 Porque as armas da [3] nossa milicia não são carnaes, mas sim poderosas em Deus, para destruição das fortalezas; 5 Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando captivo todo o entendimento á obediencia de Christo. 6 E estando promptos para vingar toda a [4] desobediencia, quando fôr cumprida a vossa obediencia. 7 Olhaes para as coisas [5] segundo a apparencia? Se alguem confia de si mesmo que é de Christo, pense outra vez isto comsigo, que, assim como elle _é_ de Christo, tambem nós _somos_ de Christo. 8 Porque, ainda que eu me glorie mais alguma coisa do nosso poder, [6] o qual o Senhor nos deu para edificação, e não para vossa destruição, não me envergonharei, 9 Para que não pareça como se quizera intimidar-vos por cartas. 10 Porque as cartas, dizem, [7] _são_ graves e fortes, mas a presença do corpo _é_ fraca, e a palavra desprezivel. 11 Pense o tal isto, que, quaes somos na palavra por cartas, _estando_ ausentes, taes seremos tambem por obra, estando presentes. 12 Porque não [8] ousamos juntar-nos, ou comparar-nos com alguns, que se louvam a si mesmos; porém estes que por si mesmos se medem a si mesmos, e se comparam comsigo mesmos, estão sem entendimento. 13 Porém não nos gloriaremos [9] fóra de medida, mas conforme a medida da regra, medida que Deus nos deu, para chegarmos até vós; 14 Porque não nos estendemos além do que convém, como se não houvessemos de chegar até vós, pois _já_ chegámos [10] tambem até vós no evangelho de Christo: 15 Não nos gloriando fóra de medida nos trabalhos [11] alheios; antes tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos abundantemente engrandecidos entre vós, conforme a nossa regra; 16 Para annunciar o evangelho nos _logares_ que estão além de vós, _e_ não em campo de outrem, para nos não gloriarmos no que estava já preparado. 17 Porém aquelle que se gloría [12] glorie-se no Senhor. 18 Porque não é approvado quem a si mesmo se louva, [13] mas sim aquelle a quem o Senhor louva. [1] Rom. 12.1. ver. 10. cap. 12.5, 7, 9. [2] I Cor. 4.21. cap. 13.2, 10. [3] Eph. 6.13. I The. 5.8. I Tim. 1.18. [4] cap. 13.2, 10 e 2.9 e 7.15. [5] João 7.24. I Cor. 14.37 e 3.23. I João 4.6. [6] cap. 13.10 e 7.14 e 12.6. [7] I Cor. 2.3, 4 e 1.17. cap. 11.6. [8] cap. 3.1 e 5.12. [9] ver. 15. [10] I Cor. 3.5, 10 e 4.15. [11] Rom. 15.20. [12] Isa. 65.16. I Cor. 1.31. [13] Pro. 27.2. I Cor. 4.5. _Os falsos apostolos._ 11 Oxalá me supportasseis um pouco na _minha_ [1] loucura! Supportae-me, porém, ainda. 2 Porque estou zeloso [2] de vós com zelo de Deus: porque vos tenho preparado para _vos_ apresentar _como_ uma virgem pura a um marido, a saber, a Christo. 3 Mas temo que, assim como a [3] serpente enganou Eva com a sua astucia, assim tambem sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, _e se apartem_ da simplicidade que ha em Christo. 4 Porque, se alguem viesse prégar-vos outro Jesus que nós não temos prégado, ou recebesseis outro espirito que não recebestes, ou [4] outro evangelho que não abraçastes, com razão o soffrerieis. 5 Porque penso que em nada fui inferior [5] aos mais excellentes apostolos. 6 E, se tambem _sou_ [6] rude na palavra, não o _sou_ comtudo na sciencia; mas já em tudo nos temos feito conhecer totalmente entre vós. 7 Pequei porventura, humilhando-me a [7] mim mesmo, para que vós fosseis exaltados, porque de graça vos annunciei o evangelho de Deus? 8 Outras egrejas despojei eu para vos servir, recebendo _d’ellas_ salario; e quando estava presente comvosco, e tinha necessidade, [8] a ninguem fui pesado. 9 Porque os irmãos que vieram da Macedonia suppriram a minha necessidade; e em tudo me guardei de vos ser pesado, e _ainda_ me guardarei. 10 A verdade de Christo [9] está em mim; que esta gloria não me será impedida nas regiões da Achaia. 11 Porque? Porque vos não amo? [10] Deus o sabe. 12 Mas eu o faço, e o farei, para cortar occasião [11] aos que buscam occasião, para que, n’aquillo em que se gloriam, sejam achados assim como nós. 13 Porque taes falsos [12] apostolos _são_ obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apostolos de Christo. 14 E não é maravilha, [13] porque o proprio Satanaz se transfigura em anjo de luz. 15 Não _é_ muito pois que os seus ministros se transfigurem em ministros [14] da justiça, o fim dos quaes será conforme as suas obras. _Os soffrimentos de Paulo por amor do evangelho._ 16 Outra vez digo: [15] ninguem me julgue insensato, ou então recebei-me como insensato, para que tambem me glorie um pouco. 17 O que digo, [16] não o digo segundo o Senhor, mas como por loucura n’esta confiança de gloria. 18 Pois que muitos se gloriam [17] segundo a carne, eu tambem me gloriarei. 19 Porque, [18] sendo sensatos, de boamente toleraes os insensatos. 20 Pois o toleraes, se alguem [19] vos põe em servidão, se alguem _vos_ devora, se alguem _vos_ apanha, se alguem se exalta, se alguem vos fere no rosto. 21 Para affronta [20] o digo, como se nós fossemos fracos, mas no que qualquer tem ousadia (com insensatez fallo) tambem eu tenho ousadia. 22 São hebreos? [21] tambem eu; são israelitas? tambem eu; são descendencia de Abrahão? tambem eu; 23 São ministros de Christo? (fallo como fóra de mim) eu ainda mais; [22] em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que elles; em prisões, muito mais, em _perigo de_ morte muitas vezes. 24 Recebi dos judeos cinco [23] quarentenas _de açoites_ menos um. 25 Tres vezes fui açoitado [24] com varas, uma vez fui apedrejado, tres vezes soffri naufragio, uma noite e um dia passei no abysmo. 26 Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da _minha_ nação, [25] em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos. 27 Em trabalhos e fadiga, [26] em vigilias muitas vezes, em fome e sêde, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. 28 Além das coisas exteriores, [27] me sobrevem cada dia o cuidado de todas as egrejas. 29 Quem [28] enfraquece, que eu tambem não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abraze? 30 Se convém gloriar-me, [29] gloriar-me-hei das _coisas_ da minha fraqueza. 31 O Deus [30] e Pae de Nosso Senhor Jesus Christo, que é eternamente bemdito, sabe que não minto. 32 Em Damasco, o [31] governador sob o rei Aretas poz guardas ás portas da cidade dos damascenos, para me prenderem. 33 E fui descido n’um cesto por uma janella da muralha; e _assim_ escapei das suas mãos. [1] ver. 16. cap. 5.13. [2] Gal. 4.17, 18. Ose. 2.19, 20. [3] Gen. 3.4. João 8.44. Eph. 6.24. [4] Gal. 1.7, 8. [5] I Cor. 15.10. Gal. 2.6. [6] I Cor. 1.17. Eph. 3.4. cap. 4.2. [7] Act. 18.3. I Cor. 9.6, 12. [8] Act. 20.33. I The. 2.9. II The. 3.8, 9. [9] Rom. 9.1. I Cor. 9.15. [10] cap. 6.11. [11] I Cor. 9.12. [12] Act. 15.24. Rom. 16.18. [13] Gal. 1.7. [14] cap. 3.9. [15] ver. 1. cap. 12.6, 11. [16] I Cor. 7.6, 12. cap. 9.4. [17] Phi. 3.3, 4. [18] I Cor. 4.10. [19] Gal. 2.4 e 4.9. [20] cap. 10.10. Phi. 3.4. [21] Act. 22.3. Rom. 11.1. Phi. 3.5. [22] I Cor. 15.10, 30, 31, 32. Act. 9.16. [23] Deu. 25.3. [24] Act. 16.22 e 14.19. [25] Act. 9.23 e 13.50 e 14.5. [26] Act. 20.31. cap. 6.5. I Cor. 4.11. [27] Act. 20.18, etc. Rom. 1.14. [28] I Cor. 8.13 e 9.22. [29] cap. 12.5, 9, 10. [30] Rom. 1.9 e 9.1. I The. 2.5. [31] Act. 9.24, 25. _A visão celestial: o espinho na carne._ 12 Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei ás visões e revelações do Senhor. 2 Conheço um homem [1] em Christo que ha quatorze annos (se no corpo não sei, se fóra do corpo não sei: Deus o sabe) foi arrebatado até ao terceiro céu. 3 E sei que o tal homem (se no corpo, se fóra do corpo, não sei; Deus o sabe) 4 Foi arrebatado ao [2] paraiso; e ouviu palavras ineffaveis, de que ao homem não _é_ licito fallar. 5 De um tal me gloriarei eu, [3] mas de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas fraquezas. 6 Porque, se quizer gloriar-me, [4] não serei nescio, porque direi a verdade; porém deixo _isto_, para que ninguem cuide de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve. 7 E para que me não exaltasse pelas excellencias das revelações, [5] foi-me dado um espinho na carne, _a saber_, um [AIV] mensageiro de Satanaz para me esbofetéar, para que me não exalte. 8 Á cerca do qual tres vezes orei [6] ao Senhor para que se desviasse de mim. 9 E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade pois me gloriarei [7] nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Christo. 10 Pelo que sinto prazer [8] nas fraquezas, nas injurias, nas necessidades, nas perseguições, nas angustias por amor de Christo. Porque quando estou fraco então sou forte. _O desinteresse de Paulo._ 11 Fui nescio em [9] gloriar-me; vós me constrangestes, porque eu devia ser louvado por vós, [10] visto que em nada fui inferior aos mais excellentes apostolos; ainda que nada sou. 12 Os signaes [11] do meu apostolado foram effectuados entre vós com toda a paciencia, por signaes, prodigios e maravilhas. 13 Porque, [12] em que tendes vós sido inferiores ás outras egrejas, a não ser que eu mesmo vos não fui pesado? Perdoae-me este aggravo. 14 Eis aqui estou prompto [13] para terceira vez ir ter comvosco, e não vos serei pesado, pois que não busco o _que é_ vosso, mas sim a vós; porque não devem os filhos enthesourar para seus paes, mas os paes para os filhos. 15 E eu de muito boamente gastarei, [14] e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado. 16 Porém seja assim; [15] eu não vos fui pesado, mas, sendo astuto, vos tomei com dolo. 17 Porventura [16] aproveitei-me de vós por algum d’aquelles que vos enviei? 18 Roguei a Tito, [17] e enviei com _elle_ um irmão. Porventura Tito se aproveitou de vós? Não andámos porventura no mesmo espirito, sobre as mesmas pisadas? _Os ultimos avisos aos corinthios: saudações._ 19 Cuidaes [18] que ainda nos desculpamos comvosco? Fallamos em Christo perante Deus, [19] e tudo isto, ó amados, para vossa edificação. 20 Porque temo que, quando chegar, vos não ache taes quaes eu quizera, [20] e eu seja achado de vós tal qual vós não quizereis: que de alguma maneira não _haja_ pendencias, invejas, iras, porfias, detracções, mexericos, orgulhos, tumultos, 21 Para que, quando fôr outra vez, [21] o meu Deus me não humilhe para comvosco, e eu não chore por muitos d’aquelles que d’antes peccaram, e não se arrependeram da immundicia, e fornicação, e deshonestidade que commetteram. [1] Rom. 16.7. Gal. 1.22. Act. 22.17 e 14.6. [2] Luc. 23.43. [3] cap. 11.30. [4] cap. 10.8 e 11.16. [5] Eze. 28.24. Gal. 4.13, 14. [6] Deu. 3.23, 27. Mat. 26.44. [7] cap. 11.30. I Ped. 4.14. [8] Rom. 5.3. cap. 7.4. [9] cap. 11.1, 16, 17. [10] cap. 11.5. Gal. 2.6, 7, 8. I Cor. 3.7. [11] Rom. 15.18, 19. I Cor. 9.2. [12] I Cor. 1.7. cap. 11.7, 9. [13] Act. 20.33. I Cor. 10.33. [14] Phi. 2.17. I The. 2.8. João 10.11. [15] cap. 11.9. [16] cap. 7.2. [17] cap. 8.6, 16, 18, 22. [18] cap. 5.12. [19] Rom. 9.1. I Cor. 10.33. [20] I Cor. 4.21. cap. 10.2. [21] cap. 2.1, 4. I Cor. 5.1. 13 É esta a terceira [1] _vez que_ vou ter comvosco. Na bocca de duas ou tres testemunhas será confirmada toda a palavra. 2 Já anteriormente _o_ disse: [2] e segunda vez o digo como se estivesse presente; agora pois, estando ausente, o digo aos que d’antes peccaram e a todos os mais, que, se outra vez fôr, não _lhes_ perdoarei; 3 Visto que buscaes _uma_ prova de Christo que falla em mim, [3] o qual não é fraco para comvosco, antes é poderoso entre vós. 4 Porque, ainda que foi [4] crucificado por fraqueza, todavia vive pelo poder de Deus. Porque nós tambem somos fracos n’elle, porém viveremos com elle pelo poder de Deus em vós. 5 Examinae-vos a vós [5] mesmos, se permaneceis na fé; provae-vos a vós mesmos. Ou não vos conheceis a vós mesmos, que Jesus Christo está em vós? Se não é que já estaes reprovados. 6 Mas espero que entendereis que nós não somos reprovados. 7 Ora eu rogo a Deus que não façaes mal algum, não para que sejamos achados approvados, mas para que vós façaes o bem, [6] embora nós sejamos como reprovados. 8 Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade. 9 Porque nos regozijamos de [7] estar fracos, quando vós estaes fortes; e o que desejamos é a vossa perfeição. 10 Portanto, [8] escrevo estas _coisas_ estando ausente, para que, estando presente, não use de rigor, segundo o poder que o Senhor me deu para edificação, e não para destruição. 11 Quanto ao mais, irmãos, regozijae-vos, sêde perfeitos, sêde consolados, [9] sêde de um _mesmo_ parecer, vivei em paz; e o Deus do amor e da paz será comvosco. 12 Saudae-vos uns aos [10] outros com osculo sancto. Todos os sanctos vos saudam. 13 A graça do Senhor Jesus Christo, e o amor de Deus, e a communhão do Espirito Sancto _seja_ com vós todos. Amen. [1] cap. 12.14. Num. 35.30. Deu. 17.6. [2] cap. 10.2 e 12.21. [3] Mat. 10.20. I Cor. 5.4. cap. 2.10. [4] Phi. 2.7, 8. I Ped. 3.18. [5] I Cor. 11.28. Rom. 8.10. Gal. 4.19. [6] cap. 6.9. [7] I Cor. 4.10. cap. 11.30. [8] I Cor. 4.21. Tito 1.13. cap. 10.8. [9] Rom. 12.16, 18. I Cor. 1.10. [10] Rom. 16.16. EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO AOS GALATAS. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 58] 1 Paulo apostolo (não _da parte_ [1] dos homens, nem por homem _algum_, mas por Jesus Christo, e por Deus Pae, que o resuscitou dos mortos) 2 E todos os irmãos que estão comigo, [2] ás egrejas da Galacia: 3 Graça e paz [3] de Deus Pae e _de_ nosso Senhor Jesus Christo, 4 O qual se deu a si mesmo por nossos peccados, [4] para nos livrar do presente seculo mau, segundo a vontade de Deus nosso Pae. 5 Ao qual gloria para todo o sempre. Amen. _A inconstancia dos galatas: Paulo vindica a auctoridade divina do seu apostolado e da sua doutrina._ 6 Maravilho-me de que tão depressa passasseis d’aquelle que vos chamou á [5] graça de Christo para outro evangelho. 7 Que não é outro, [6] mas ha alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Christo. 8 Mas, ainda que nós [7] mesmos, ou um anjo do céu vos annuncie outro evangelho, além do que _já_ vos tenho annunciado, seja anathema. 9 Assim como já vol-o dissemos, agora de novo tambem vol-o digo. Se algum vos annunciar outro evangelho além do que _já_ recebestes, [8] seja anathema. 10 Porque, [9] persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro comprazer a homens? se comprazera ainda aos homens, não seria servo de Christo. 11 Mas faço-vos [10] saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi annunciado não é segundo os homens. 12 Porque não o recebi, [11] nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Christo. 13 Porque _já_ ouvistes qual foi antigamente a minha conducta no judaismo, que sobremaneira [12] perseguia a egreja de Deus e a assolava. 14 E _como_ na minha nação excedia em judaismo a muitos da minha edade, [13] sendo extremamente zeloso das tradições de meus paes. 15 Mas, quando approuve a Deus, que desde o [14] ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, 16 Revelar seu Filho [15] em mim, para que o prégasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue, 17 Nem tornei a Jerusalem, a ter com os que _já_ antes de mim eram apostolos, mas parti para a Arabia, e voltei outra vez a Damasco. 18 Depois, passados tres annos, [16] fui a Jerusalem para ver a Pedro, e fiquei com elle quinze dias. 19 E não vi a nenhum outro [17] dos apostolos, senão a Thiago, irmão do Senhor. 20 Ora, _ácerca_ das _coisas_ que vos escrevo, [18] eis que diante de Deus testifico que não minto. 21 Depois [19] fui para as partes da Syria e da Cilicia. 22 E não era conhecido de vista das egrejas da [20] Judea, que estavam em Christo; 23 Mas sómente tinham ouvido _dizer_: Aquelle que d’antes nos perseguia annuncia agora a fé que d’antes destruia. 24 E glorificavam a Deus a respeito de mim. [1] ver. 11, 12. Act. 9.6 e 22.10, 15, 21. [2] Phi. 2.22 e 4.21. I Cor. 16.1. [3] Rom. 1.7. I Cor. 1.3. [4] Mat. 20.28. Rom. 4.25. Tito 2.14. [5] cap. 5.8. [6] II Cor. 11.4. Act. 15.1, 24. [7] I Cor. 16.22. [8] Deu. 4.2. Apo. 22.18. [9] I The. 2.4. Thi. 4.4. [10] I Cor. 15.1. [11] I Cor. 15.1, 3. ver. 1. Eph. 3.3. [12] Act. 9.1 e 22.4. I Tim. 1.13. [13] Act. 22.3. Phi. 3.6. Jer. 9.14. [14] Isa. 49.1, 5. Jer. 1.5. Act. 9.15. [15] II Cor. 4.6. Act. 9.15. Rom. 11.13. Eph. 3.8. Mat. 16.17. [16] Act. 9.26. [17] I Cor. 9.5. Mat. 13.55. Mar. 6.3. [18] Rom. 9.1. [19] Act. 9.30. [20] I The. 2.14. 2 Depois, passados quatorze annos, [1] subi outra vez a Jerusalem com Barnabé, levando tambem comigo Tito. 2 E subi por uma revelação, [2] e lhes expuz o evangelho, que prégo entre os gentios, e particularmente aos que estavam em estima; para que de maneira alguma não corresse ou houvesse corrido [3] em vão. 3 Porém nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circumcidar-se; 4 E _isto_ por causa dos falsos [4] irmãos que se tinham entremettido, e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Christo Jesus, para nos pôrem em servidão: 5 Aos quaes nem ainda por uma hora cedemos com sujeição, [5] para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós, 6 E, quanto áquelles que pareciam ser alguma coisa [6] (quaes tenham sido n’outro tempo, não se me dá; Deus não acceita a apparencia do homem) esses, digo, que pareciam _ser alguma coisa_, nada me communicaram; 7 Antes, pelo contrario, quando viram que o evangelho da incircumcisão me estava confiado, [7] como a Pedro o da circumcisão 8 (Porque aquelle que operou efficazmente em Pedro para o apostolado da circumcisão [8] esse operou tambem em mim com efficacia para com os gentios), 9 E conhecendo Thiago, Cephas e João, que eram considerados como as columnas, [9] a graça que se me havia dado, deram as dextras de parceria comigo, e a Barnabé, para que nós _fossemos_ aos gentios, e elles á circumcisão; 10 _Recommendando-nos_ sómente que nos lembrassemos dos pobres: [10] o que tambem procurei fazer com diligencia. 11 E, chegando Pedro a [11] Antiochia, lhe resisti na cara, porque era reprehensivel. 12 Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Thiago, [12] comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se retirou, e se apartou _d’elles_, temendo aos que eram da circumcisão. 13 E os outros judeos consentiam tambem na sua dissimulação, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. 14 Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme [13] a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeo, vives como os gentios, e não como judeo, porque obrigas os gentios a viverem como judeos? 15 Nós _somos_ judeos por [14] natureza e não peccadores d’entre os gentios. 16 Sabendo [15] que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé de Jesus Christo, havemos tambem crido em Jesus Christo, para sermos justificados pela fé de Christo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. 17 Pois, se nós que procuramos ser justificados em Christo, nós mesmos tambem somos achados [16] peccadores, é porventura Christo ministro do peccado? De maneira nenhuma. 18 Porque, se torno a vivificar as _coisas_ que _já_ destrui, constituo-me a mim mesmo transgressor. 19 Porque eu pela lei estou [17] morto para a lei, para viver para Deus. 20 _Já_ estou crucificado [18] com Christo; e vivo, não mais eu, mas Christo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne [19] vivo a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. 21 Não aniquilo a graça de Deus; porque, [20] se a justiça _provém_ da lei, segue-se que Christo morreu debalde. [1] Act. 15.2. [2] Act. 15.12. [3] Phi. 2.16. I The. 3.5. [4] Act. 15.1, 24. II Cor. 11.20. [5] ver. 14. [6] cap. 6.3. Act. 10.34. Rom. 2.11. [7] Act. 13.46. Rom. 1.5. I Tim. 2.7. [8] Act. 9.15. I Cor. 15.10. Col. 1.29. [9] Mat. 16.18. Eph. 2.20. Apo. 21.14. [10] Act. 11.30. Rom. 15.25. [11] Act. 15.35. [12] Act. 10.28 e 11.3. [13] ver. 5. I Tim. 5.20. [14] Act. 15.10, 11. Eph. 2.3, 12. [15] Act. 13.38, 39. Rom. 1.17. [16] I João 3.8, 9. [17] Rom. 8.2 e 6.14 e 7.4, 6. [18] Rom. 6.6. cap. 5.24. [19] II Cor. 5.15. I The. 5.10. I Ped. 4.2. [20] cap. 3.21. Heb. 7.11. Rom. 11.6. _A lei é impotente para salvar, mas conduz a Christo e á fé._ 3 Ó insensatos galatas! quem vos fascinou [1] para não obedecerdes á verdade,—vós, perante os olhos de quem Jesus Christo foi _já_ representado, _como_ crucificado entre vós? 2 Só quizera saber isto de vós: [2] recebestes o Espirito pelas obras da lei ou pela [AIW] prégação da fé? 3 Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo [3] Espirito, acabeis agora pela carne? 4 Será em vão que tenhaes padecido tanto? [4] Se _é_ que tambem _foi_ em vão. 5 Aquelle pois que vos dá o [5] Espirito, e que obra maravilhas entre vós, _fal-o_ pelas obras da lei, ou pela prégação da fé? 6 Assim como [6] Abrahão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. 7 Sabei pois que os que são [7] da fé são filhos de Abrahão. 8 Ora, [8] tendo a Escriptura previsto que Deus havia de justificar pela fé [AIX] os gentios, annunciou primeiro o evangelho a Abrahão, _dizendo_: Todas as nações serão bemditas em ti. 9 De sorte que os que são da fé são bemditos com o crente Abrahão. 10 Todos aquelles pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escripto está: [9] Maldito todo aquelle que não permanecer em todas as coisas que estão escriptas no livro da lei, para fazel-as. 11 E _é_ evidente que pela lei [10] ninguem será justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. 12 Ora a lei [11] não é da fé; mas o homem que fizer estas _coisas_ por ellas viverá. 13 Christo nos resgatou [12] da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escripto: Maldito todo aquelle que fôr pendurado no madeiro; 14 Para que a benção de [13] Abrahão chegasse aos gentios por Jesus Christo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espirito. 15 Irmãos, como homem fallo; [14] _se_ o concerto de um homem _fôr_ confirmado, ninguem o annulla nem lhe accrescenta. 16 Ora as promessas foram feitas a Abrahão [15] e á sua posteridade. Não diz: E ás posteridades, como _fallando_ de muitas, mas como de uma só: E á tua posteridade; a qual é Christo. 17 Mas digo isto: Que o concerto, anteriormente confirmado por Deus em Christo, a lei, que veiu quatrocentos [16] e trinta annos depois, não invalida, de fórma a abolir a promessa. 18 Porque, se a herança [17] _provém_ da lei, _logo_ não _provém_ já da promessa: porém Deus pela promessa a _deu_ gratuitamente a Abrahão. 19 Logo, para que _é_ a lei? [18] Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e _foi_ posta pelos anjos na mão de um medianeiro. 20 Ora o medianeiro não é de um, [19] mas Deus é um. 21 Logo, a lei _é_ contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, [20] se dada fosse uma lei que podesse vivificar, a justiça, na verdade, seria pela lei. 22 Mas a Escriptura encerrou [21] tudo debaixo do peccado, para que a promessa pela fé em Jesus Christo fosse dada aos crentes. 23 Porém, antes que a fé viesse, estavamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquella fé que se havia de manifestar. 24 De maneira que a lei nos serviu de [AIY] aio, [22] para _nos conduzir_ a Christo, para que pela fé fossemos justificados. 25 Mas, depois que a fé veiu, já não estamos debaixo de aio. 26 Porque todos sois filhos de [23] Deus pela fé em Christo Jesus. 27 Porque todos quantos [24] fostes baptizados em Christo já vos revestistes de Christo. 28 N’isto não ha judeo [25] nem grego; não ha servo nem livre; não ha macho nem femea; porque todos vós _sois_ um em Christo Jesus. 29 E, se _sois_ de Christo, [26] logo sois descendencia de Abrahão, e herdeiros conforme a promessa. [1] cap. 2.14 e 5.7. [2] Act. 2.38. Eph. 1.13. Heb. 6.4. [3] Heb. 7.16 e 9.10. [4] Heb. 10.35, 36. II João 8. [5] II Cor. 3.8. [6] Rom. 4.3, 9, 21, 22. [7] João 8.39. Rom. 4.11, 12, 16. [8] Rom. 9.17. Act. 3.25. [9] Deu. 27.26. Jer. 11.3. [10] Hab. 2.4. Rom. 1.17. Heb. 10.38. [11] Rom. 4.4, 5. Lev. 18.5. Neh. 9.29. [12] Rom. 8.3. II Cor. 5.21. Deu. 21.23. [13] Rom. 4.9, 16. Isa. 32.15. [14] Heb. 9.17. [15] Gen. 12.3, 7. ver. 8. I Cor. 12.13. [16] Exo. 12.40, 41. Rom. 4.13, 14. [17] Rom. 8.17 e 4.14. [18] João 15.22. Rom. 4.15. I Tim. 1.9. [19] Rom. 3.29, 30. [20] cap. 2.21. [21] Rom. 3.9 e 4.11, 12, 16. [22] Mat. 5.17. Rom. 10.4. Col. 2.17. [23] Rom. 8.14, 15, 16. I João 3.1, 2. [24] Rom. 6.3 e 13.14. [25] Rom. 10.12. I Cor. 12.13. [26] Gen. 21.10, 12. Rom. 9.7. _O evangelho nos isenta da lei._ 4 Digo, pois, _que_ todo o tempo que o herdeiro é menino, em nada differe do servo, ainda que seja senhor de tudo; 2 Mas está debaixo dos tutores e curadores até ao tempo determinado pelo pae. 3 Assim tambem nós, quando eramos meninos, estavamos reduzidos á servidão [1] debaixo dos primeiros rudimentos do mundo. 4 Mas, [2] vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, 5 Para remir [3] os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adopção de filhos. 6 E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espirito de seu Filho, [4] que clama: Abba, Pae. 7 Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, [5] és tambem herdeiro de Deus por Christo. 8 Mas, [6] quando não conhecieis Deus, servieis aos que por natureza não são deuses. 9 Porém agora, conhecendo Deus, ou, antes, [7] sendo conhecidos de Deus, como tornaes outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quaes de novo quereis servir? 10 Guardaes dias, [8] e mezes, e tempos, e annos. 11 Temo por vós, [9] que não haja trabalhado em vão para comvosco. 12 Irmãos, rogo-vos, que sejaes como eu, porque tambem eu _sou_ como vós: [10] nenhum mal me fizestes. 13 E vós sabeis que primeiro vos annunciei o Evangelho [11] com fraqueza da carne; 14 E não rejeitastes, nem desprezastes a tentação que _tinha_ na minha carne, [12] antes me recebestes como um anjo de Deus, como Jesus Christo _mesmo_. 15 Qual era logo a vossa bemaventurança? Porque vos dou testemunho de que, se possivel fôra, arrancarieis os vossos olhos, e m’os darieis. 16 Fiz-me acaso [13] vosso inimigo, dizendo a verdade? 17 Teem zelo por vós, [14] não como convém; mas querem excluir-vos, para que vós tenhaes zelo por elles. 18 É bom ser zeloso, mas sempre do bem, e não sómente quando estou presente comvosco. 19 Meus filhinhos, [15] por quem de novo sinto as dôres de parto, até que Christo seja formado em vós: 20 Eu bem quizera agora estar presente comvosco, e mudar a minha voz; porque estou em duvida a vosso respeito. _Sara e Agar são uma allegoria dos dois concertos._ 21 Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? 22 Porque está escripto que Abrahão teve dois filhos, [16] um da escrava, e outro da livre. 23 Mas o que _era_ da escrava [17] nasceu segundo a carne, porém o que _era_ da livre por promessa. 24 O que se entende por allegoria; porque estes são os dois concertos; um, do monte Sinai, [18] gerando para a servidão, que é Agar. 25 Ora Agar _é_ Sinai, um monte da Arabia, e corresponde á Jerusalem que agora existe, que é escrava com seus filhos. 26 Mas a Jerusalem [19] que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós. 27 Porque está escripto: [20] Alegra-te, esteril, que não pares: esforça-te e clama, tu que não estás de parto; porque os filhos da solitaria são mais do que _os_ da que tem marido. 28 Porém nós, irmãos, [21] somos [22] filhos da promessa como Isaac. 29 Mas, como então, aquelle que era gerado segundo a carne perseguia o que era _gerado_ segundo o Espirito, assim _é_ tambem agora. 30 Mas que diz a Escriptura? [23] Lança fóra a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava herdará com o filho da livre. 31 De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, [24] mas da livre. [1] cap. 2.4. Col. 2.8, 20. Heb. 9.10. [2] Gen. 49.10 e 3.15. Dan. 9.24. Heb. 2.14. [3] Mat. 20.28. Tito 2.14. Heb. 9.12. [4] Rom. 5.5. [5] Rom. 8.15, 17. [6] Eph. 2.12. I The. 4.5. Rom. 1.25. [7] I Cor. 8.3. II Tim. 2.19. Col. 2.20. [8] Rom. 14.5. Col. 2.16. [9] cap. 2.2 e 5.2, 4. I The. 3.5. [10] II Cor. 2.5. [11] I Cor. 2.3. II Cor. 11.30. [12] II Sam. 19.27. Mal. 2.7. Zac. 12.8. [13] cap. 2.5, 14. [14] Rom. 10.2. II Cor. 11.2. [15] I Cor. 4.15. Phi. 10. Thi. 1.18. [16] Gen. 16.15 e 21.2. [17] Rom. 9.7, 8. Gen. 18.10, 14. Heb. 11.11. [18] Deu. 33.2. [19] Isa. 2.2. Heb. 12.22. Apo. 3.12. [20] Isa. 54.1. [21] Act. 3.25. Rom. 9.8. [22] Gen. 21.9. cap. 5.11. [23] cap. 3.8, 22. Gen. 21.10, 12. João 8.35. [24] João 8.36. _Exhortação a conservar a liberdade christã._ 5 Estae pois firmes na liberdade com que Christo nos libertou, [1] e não torneis a metter-vos debaixo do jugo da servidão. 2 Eis aqui, eu, Paulo, vos digo que, se [2] vos deixardes circumcidar, Christo de nada vos aproveitará. 3 E de novo protesto a todo o homem que se deixa circumcidar que está [3] obrigado a guardar a lei. 4 Separados estaes de [4] Christo, vós os que vos justificaes pela lei: da graça tendes caido. 5 Porque pelo espirito da fé aguardamos a esperança [5] da justiça. 6 Porque a circumcisão e a incircumcisão [6] não teem virtude alguma em Christo Jesus; mas sim a fé que obra por caridade. 7 Corrieis bem; [7] quem vos impediu, para que não obedeçaes á verdade? 8 Esta persuasão não _vem_ d’aquelle que vos [8] chamou. 9 Um pouco de fermento [9] levéda toda a massa. 10 Confio [10] de vós, no Senhor, que nenhuma outra coisa sentireis; mas aquelle que vos inquieta, seja elle quem quer que fôr, soffrerá a condemnação. 11 Eu, porém, irmãos, [11] se prégo ainda a circumcisão, porque serei pois perseguido? logo o escandalo da cruz está anniquilado. 12 Oxalá que aquelles que vos andam inquietando fossem [12] tambem cortados. 13 Porque vós, irmãos, fostes chamados á liberdade. Não _useis_ da liberdade só para _dar_ [13] occasião á carne, porém servi-vos uns aos outros pela caridade. 14 Porque toda a lei se [14] cumpre n’uma _só_ palavra, n’esta: Amarás ao teu proximo como a ti mesmo. 15 Se vós, porém, vos mordeis e devoraes uns aos outros, vêde não vos consumaes tambem uns aos outros. _As obras da carne e os fructos do Espirito._ 16 Digo, porém: [15] Andae em Espirito, e não cumprireis a concupiscencia da carne. 17 Porque a carne cobiça [16] contra o Espirito, e o Espirito contra a carne; e estes oppõem-se um ao outro: para que não façaes o que quereis. 18 Porém, [17] se sois guiados pelo Espirito, não estaes debaixo da lei. 19 Porque as obras da carne [18] são manifestas, as quaes são: Adulterio, fornicação, immundicia, dissolução, 20 Idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, 21 Invejas, homicidios, bebedices, glotonerias, e coisas similhantes a estas, ácerca das quaes vos declaro, como já d’antes vos disse, [19] que os que commettem taes _coisas_ não herdarão o reino de Deus. 22 Mas o fructo do Espirito é [20] [AIZ] caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. 23 Contra [21] estas _coisas_ não ha lei. 24 Porém os que são de [22] Christo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscencias. 25 Se vivemos em Espirito, [23] andemos tambem em Espirito. 26 Não sejamos cubiçosos de vanglorias, [24] irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. [1] João 8.32. Rom. 6.18. I Ped. 2.16. [2] Act. 15.1 e 16.3. [3] cap. 3.10. [4] Rom. 9.31, 32. cap. 2.21. Heb. 12.15. [5] Rom. 8.24, 25. II Tim. 4.8. [6] I Cor. 7.19. Col. 3.11. Thi. 2.18, 20, 22. [7] I Cor. 9.24. cap. 3.1. [8] cap. 1.6. [9] I Cor. 5.6 e 15.33. [10] II Cor. 2.3 e 10.6. [11] I Cor. 15.30 e 1.23. [12] Jos. 7.25. I Cor. 5.13. Act. 15.1, 2, 24. [13] I Ped. 2.16. II Ped. 2.19. Jud. 4. [14] Mat. 7.12. Thi. 2.8. Rom. 13.8, 9. [15] Rom. 6.12 e 8.1, 4, 12. I Ped. 2.11. [16] Rom. 7.23 e 7.15, 19. [17] Rom. 6.14 e 8.2. [18] I Cor. 3.3. Eph. 5.3. Col. 3.5. [19] Eph. 5.5. Col. 3.6. Apo. 22.15. [20] João 15.2. Eph. 5.9. Col. 3.12. I Cor. 13.7. [21] I Tim. 1.9. [22] Rom. 6.6. cap. 2.20. I Ped. 2.11. [23] Rom. 8.4, 5. [24] Phi. 2.3. _As ultimas exhortações e saudações._ 6 Irmãos, se algum homem chegar a ser surprehendido [1] n’alguma offensa, vós, que sois espirituaes, encaminhae ao tal com espirito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas tambem tentado. 2 Levae as cargas [2] um dos outros, e assim cumprireis a lei de Christo. 3 Porque, se alguem [3] cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. 4 Mas prove cada um a sua propria obra, [4] e terá gloria só em si mesmo, e não n’outro. 5 Porque cada qual levará a sua propria [5] carga. 6 E o que é instruido [6] na palavra reparta de todos os _seus_ bens com aquelle que o instrue. 7 Não erreis: [7] Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso tambem ceifará. 8 Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia [8] no Espirito, do Espirito ceifará a vida eterna. 9 E não nos cancemos [9] de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfallecido. 10 De sorte que, emquanto [10] temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domesticos da fé. 11 Vêde [AJA] com que grandes lettras vos escrevi por minha mão. 12 Todos os que querem mostrar boa apparencia na carne esses vos obrigam [11] a circumcidar-vos, sómente para não serem perseguidos por causa da cruz de Christo. 13 Porque nem ainda esses mesmos que se circumcidam guardam a lei, mas querem que vos circumcideis, para se gloriarem na vossa carne. 14 Mas longe esteja de [12] mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Christo, [13] por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. 15 Porque em Christo Jesus nem a circumcisão [14] nem a incircumcisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova creatura. 16 E a todos quantos andarem conforme [15] esta regra, paz e misericordia sobre elles e sobre o Israel de Deus. 17 Quanto ao mais, ninguem me seja molesto; [16] porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus. 18 A graça [17] de nosso Senhor Jesus Christo _seja_, irmãos, com o vosso espirito. Amen. [1] Rom. 14.1. Heb. 12.13. Thi. 5.19. [2] Rom. 15.1. I The. 5.14. João 13.14, 15, 34. [3] Rom. 12.3. I Cor. 8.2. II Cor. 3.5. [4] I Cor. 11.28. II Cor. 13.5. [5] Rom. 2.6. I Cor. 3.8. [6] Rom. 15.27. I Cor. 9.11, 14. [7] I Cor. 6.9. Luc. 16.25. Rom. 2.6. [8] Job 4.8. Pro. 11.18. Rom. 8.13. [9] II The. 3.13. Mat. 24.13. Heb. 3.6, 14. [10] João 9.4. I The. 5.15. I Tim. 6.18. [11] cap. 2.3, 14. Phi. 3.18. [12] Phi. 3.3, 7, 8. [13] Rom. 6.6. cap. 2.20. [14] I Cor. 7.19. Col. 3.11. [15] Phi. 3.6, 16. Rom. 2.29. cap. 3.7, 9, 29. [16] II Cor. 1.5 e 4.10. Col. 1.24. [17] II Tim. 4.22. Phi. 25. EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO AOS EPHESIOS. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 64] 1 Paulo, apostolo de Jesus Christo, [1] pela vontade de Deus, aos sanctos que estão em Epheso, e fieis em Christo Jesus. 2 A vós graça, [2] e paz da parte de Deus nosso Pae e do Senhor Jesus Christo. _As bençãos de Deus em Jesus Christo, auctor da nossa redempção e cabeça da egreja._ 3 Bemdito o Deus [3] e Pae de nosso Senhor Jesus Christo, o qual nos abençoou com todas as bençãos espirituaes nos _logares_ celestiaes em Christo. 4 Como nos elegeu [4] n’elle antes da fundação do mundo, para que fossemos sanctos e irreprehensiveis diante d’elle em [AJB] caridade; 5 E nos predestinou [5] para filhos de adopção por Jesus Christo para si mesmo, segundo o beneplacito de sua vontade, 6 Para louvor da gloria da sua graça, [6] pela qual nos fez agradaveis a si no Amado. 7 Em quem temos a redempção [7] pelo seu sangue, _a saber_, a remissão das offensas, segundo as riquezas da sua graça. 8 Que elle fez abundar para comnosco em toda a sabedoria e prudencia; 9 Descobrindo-nos o mysterio da sua vontade, [8] segundo o seu beneplacito, que propozera em si mesmo, 10 Para tornar a congregar em Christo todas _as coisas_, [9] na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que _estão_ nos céus como as que _estão_ na terra, 11 N’elle, _digo_, em quem [10] tambem fomos feitos herança, havendo sido predestinados, [11] conforme o proposito d’aquelle que faz todas _as coisas_, segundo o conselho da sua vontade; 12 Para que fossemos [12] para louvor da sua gloria, nós, os que primeiro esperámos em Christo, 13 Em quem tambem vós _estaes_, [13] depois que ouvistes a palavra da verdade, _a saber_, o evangelho da vossa salvação, no qual tambem, havendo crido, [14] fostes sellados com o Espirito Sancto da promessa. 14 O qual é o penhor [15] da nossa herança, para redempção da possessão _de Deus_, para louvor da sua gloria. 15 Pelo que, [16] ouvindo eu tambem a fé que entre vós ha no Senhor Jesus, e [AJC] a caridade para com todos os sanctos, 16 Não cesso de dar graças [17] _a Deus_ por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações; 17 Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Christo, o Pae da gloria, [18] vos dê em seu conhecimento o espirito de sabedoria e de revelação; 18 Illuminados os olhos de vosso entendimento, [19] para que saibaes qual seja a esperança da sua vocação, e quaes as riquezas da gloria da sua herança nos sanctos; 19 E qual _seja_ a sobre-excellente grandeza [20] do seu poder em nós, os que crêmos, segundo a operação da força do seu poder, 20 A qual operou em Christo, [21] resuscitando-o dos mortos, e _o_ collocou á sua direita nos céus, 21 Sobre todo [22] o principado, e poder, e potestade, e dominio e todo o nome que se nomeia, não só n’este seculo, mas tambem no vindouro; 22 E sujeitou todas _as coisas_ a [23] seus pés, e sobre todas _as coisas_ o constituiu por cabeça da egreja, 23 A qual é o seu corpo, [24] a plenitude d’aquelle que cumpre tudo em todos. [1] I Cor. 4.17. II Cor. 1.1. Col. 1.2. [2] Gal. 1.3. Tito 1.4. [3] II Cor. 1.3. I Ped. 1.3. [4] Rom. 8.28. II The. 2.13. II Tim. 1.9. [5] Rom. 8.15, 29. João 1.12. II Cor. 6.18. [6] Rom. 3.24. Mat. 3.17. João 3.35. [7] Act. 20.28. Rom. 3.24. Col. 1.14. [8] Rom. 16.25. Col. 1.26. II Tim. 1.9. [9] Gal. 4.4. Heb. 1.2 e 9.10. I Ped. 1.20. [10] Act. 20.32. Rom. 8.17. Col. 1.12. [11] Isa. 46.10. [12] II The. 2.13. Thi. 1.18. [13] João 1.17. II Cor. 6.7. [14] II Cor. 1.22. [15] II Cor. 1.22 e 5.5. Luc. 21.28. [16] Col. 1.4. Phi. 5. [17] Rom. 1.9. Phi. 1.3, 4. Col. 1.3. [18] João 20.17. Col. 1.9. [19] Act. 26.18. cap. 2.12. [20] cap. 3.7. Col. 1.29 e 2.12. [21] Act. 2.24, 33 e 7.55. Col. 3.1. [22] Phi. 2.9, 10. [23] Mat. 28.18. I Cor. 15.27. Heb. 2.8. [24] Rom. 12.5. I Cor. 12.12, 27. _A salvação é pela graça._ 2 E vos _vivificou_, [1] estando vós mortos pelas offensas e peccados, 2 Em que [2] d’antes andastes segundo o curso d’este mundo, segundo o principe da potestade do ar, do espirito que agora opera nos filhos da desobediencia. 3 Entre os quaes todos [3] nós tambem d’antes andavamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e eramos por natureza filhos da ira, como os outros tambem. 4 Porque Deus, [4] que é riquissimo em misericordia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5 Estando nós ainda [5] mortos em nossas offensas, nos vivificou juntamente com Christo (pela graça sois salvos), 6 E _nos_ resuscitou juntamente, [6] e _nos_ fez assentar juntamente nos céus, em Christo Jesus; 7 Para mostrar nos seculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, [7] pela _sua_ benignidade para comnosco em Christo Jesus. 8 Porque pela graça [8] sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; _é_ dom de Deus. 9 Não vem das obras, [9] para que ninguem se glorie. 10 Porque somos feitura sua, creados em Christo Jesus para [10] as boas obras, as quaes Deus preparou para que andassemos n’ellas. _Os gentios e os judeos são unidos por Deus mediante a cruz de Christo._ 11 Portanto, lembrae-vos [11] de que vós d’antes _ereis_ gentios na carne, e chamados incircumcisão pelos que na carne se chamam circumcisão feita pela mão dos homens; 12 Que n’aquelle [12] tempo estaveis sem Christo, [AJD] separados da communidade d’Israel, e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. 13 Mas agora em Christo Jesus, [13] vós, que d’antes estaveis longe, _já_ pelo sangue de Christo chegastes perto. 14 Porque elle é a [14] nossa paz, o qual de ambos _os povos_ fez um; e, derribando a parede de separação _que estava no_ meio, 15 Na sua carne desfez [15] a inimizade, _a saber_, a lei dos mandamentos, _que consistia_ em tradições, para crear em si mesmo os dois em um novo homem, fazendo a paz, 16 E pela cruz reconciliar [16] com Deus a ambos em um corpo, matando n’ella as inimizades. 17 E, vindo, elle evangelizou [17] a paz, a vós que _estaveis_ longe, e aos que estavam perto; 18 Porque por elle [18] ambos temos accesso em um mesmo Espirito ao Pae. 19 Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, [19] mas concidadãos dos sanctos e domesticos de Deus; 20 Edificados sobre o fundamento [20] dos apostolos e dos prophetas, de que Jesus Christo é a principal pedra da esquina; 21 No qual todo o edificio, [21] bem ajustado, cresce para templo sancto no Senhor. 22 No qual tambem vós juntamente sois [22] edificados para morada de Deus em Espirito. [1] João 5.24. Col. 2.13. cap. 4.18. [2] I Cor. 6.11. Col. 1.21. I João 5.19. [3] Tito 3.3. I Ped. 4.3. Gal. 5.16. [4] Rom. 10.12. [5] Rom. 5.6, 8, 10 e 6.4, 5. [6] cap. 1.20. [7] Tito 3.4. [8] Rom. 3.24. II Tim. 1.9. [9] Rom. 3.20, 27, 28. I Cor. 1.29, 30, 31. [10] Deu. 32.6. Isa. 19.25. João 3.3, 5. [11] I Cor. 12.2. Col. 1.21. Rom. 2.28, 29. [12] Col. 2.11. Eze. 13.9. João 10.16. [13] Gal. 3.28. Act. 2.39. [14] Miq. 5.5. João 16.33. Act. 10.36. [15] Col. 1.20 e 2.14, 20. II Cor. 5.17. [16] Col. 1.20. Rom. 6.6. [17] Isa. 57.19. Zac. 9.10. Act. 2.39. [18] João 10.9. Rom. 5.2. [19] Phi. 3.20. Heb. 12.22, 23. Gal. 6.10. [20] I Cor. 3.9, 10. I Ped. 2.4, 5. Mat. 16.18. [21] cap. 4.15, 16. I Cor. 3.17. II Cor. 6.16. [22] I Ped. 2.5. _O ministerio da vocação dos gentios, e o apostolado de Paulo._ 3 Por esta causa eu, Paulo, [1] _sou_ o prisioneiro de Jesus Christo por vós, os gentios; 2 Se é que tendes ouvido a dispensação [2] da graça de Deus, que para comvosco me foi dada; 3 Como me foi este mysterio manifestado pela revelação [3] (como acima em poucas _palavras vos_ escrevi; 4 Pelo que, lendo, podeis entender a minha sciencia n’este [4] mysterio de Christo), 5 O qual n’outros [5] seculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora é revelado pelo Espirito aos seus sanctos apostolos e prophetas; 6 _A saber_, que os gentios são [6] coherdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da sua promessa em Christo pelo evangelho; 7 Do qual sou [7] feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. 8 A mim, o minimo [8] de todos os sanctos, me foi dada esta graça de annunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incomprehensiveis de Christo, 9 E mostrar a todos qual _seja_ a communhão do mysterio, que desde _todos_ os seculos esteve [9] occulto em Deus, que por Christo Jesus creou _todas as coisas_; 10 Para que agora pela egreja a multiforme [10] sabedoria de Deus seja manifestada aos principados e potestades nos céus, 11 Segundo o eterno [11] proposito que fez em Christo Jesus nosso Senhor: 12 No qual temos ousadia [12] e accesso com confiança, pela fé n’elle. 13 Portanto _vos_ peço [13] que não desfalleçaes nas minhas tribulações por vós, que são a vossa gloria. _A oração de Paulo pelos ephesios._ 14 Por causa d’isto me ponho de joelhos perante o Pae de nosso Senhor Jesus Christo, 15 Do qual toda a familia nos céus e na terra [14] toma o nome. 16 Para que, segundo [15] as riquezas da sua gloria, vos conceda que sejaes corroborados com poder pelo seu Espirito no homem interior; 17 Para que Christo [16] habite pela fé nos vossos corações; para que, estando arraigados e fundados em amor, 18 Possaes perfeitamente [17] comprehender, com todos os sanctos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, 19 E conhecer o amor de Christo, que excede _todo_ o entendimento, [18] para que sejaes cheios de toda a plenitude de Deus. 20 Ora, áquelle [19] que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente do que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opéra, 21 A esse gloria [20] na egreja, por Jesus Christo, em todas as geracões, para todo o sempre. Amen. [1] Act. 21.33. Phi. 1.7, 13, 14, 16. Col. 4.3, 18. [2] Rom. 1.5. I Cor. 4.1. Col. 1.25. [3] Act. 22.17. Gal. 1.12. Rom. 16.25. [4] I Cor. 4.1. cap. 6.19. [5] Act. 10.28. Rom. 16.25. [6] Gal. 3.28, 29. cap. 2.14, 16. [7] Rom. 15.16. Col. 1.23, 25. [8] I Cor. 15.9. I Tim. 1.13, 15. [9] Rom. 16.25. I Cor. 2.7. Col. 1.26. [10] I Ped. 1.12. Rom. 8.38. Col. 1.16. [11] cap. 1.9. [12] cap. 2.18. Heb. 4.16. [13] Act. 14.22. Phi. 1.14. I The. 3.3. [14] cap. 1.10. Phi. 2.9, 10, 11. [15] Rom. 9.23. Phi. 4.19. [16] João 14.23. Col. 1.23. [17] cap. 1.18. Rom. 10.3, 11, 12. [18] João 1.16. Col. 2.9, 10. [19] Rom. 16.25. Jud. 24. I Cor. 2.9. [20] Rom. 11.36. Heb. 13.21. _A unidade da fé._ 4 Rogo-vos, pois, eu, [1] o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que sois chamados, 2 Com toda a humildade [2] e mansidão, com longanimidade, supportando-vos uns aos outros em amor, 3 Procurando guardar a unidade de Espirito pelo vinculo [3] da paz. 4 _Ha_ um só [4] corpo e um só Espirito, como tambem fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; 5 Um só Senhor, [5] uma só fé, um só baptismo; 6 Um só Deus [6] e Pae de todos, o qual _é_ sobre todos, e por todos e em todos. 7 Porém a graça é dada a cada um [7] de nós segundo a medida do dom de Christo. 8 Pelo que diz: [8] Subindo ao alto, levou captivo o captiveiro, e deu dons aos homem. 9 Ora, isto, que subiu, [9] que é, senão que tambem antes tinha descido ás partes mais baixas da terra? 10 Aquelle que desceu é tambem o mesmo que subiu [10] acima de todos os céus, para cumprir todas _as coisas_. 11 E elle mesmo deu uns para apostolos, [11] e outros para prophetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, 12 Para aperfeiçoamento [12] dos sanctos, para obra do ministerio, para edificação do corpo de Christo; 13 Até que todos cheguemos á unidade da fé, e ao conhecimento [13] do Filho de Deus, a varão perfeito, á medida da estatura completa de Christo. 14 Para que não sejamos [14] mais meninos, inconstantes, levados em roda de todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astucia enganam fraudulosamente. 15 Antes, seguindo [15] a verdade em caridade, cresçamos em tudo n’aquelle que é a cabeça, Christo. 16 Do qual todo o corpo, [16] bem ajustado, e ligado pelo que todas as juntas lhe subministram, segundo a operação de cada parte na _sua_ medida, tome augmento do corpo, para sua edificação em amor. _A sanctidade christã é opposta aos costumes dos gentios._ 17 De sorte que digo isto, e testifico no Senhor, [17] para que não andeis mais como andam tambem os outros gentios, na vaidade do seu sentido, 18 Entenebrecidos no [18] entendimento, separados da vida de Deus pela ignorancia que ha n’elles, pela dureza do seu coração: 19 Os quaes, havendo perdido todo o sentimento, [19] se entregaram á dissolução, para com avidez commetterem toda a impureza. 20 Mas vós não aprendestes assim a Christo, 21 Se é que o [20] tendes ouvido, e n’elle fostes ensinados, como a verdade está, em Jesus; 22 Que, quanto ao trato passado vos despojeis [21] do velho homem, que se corrompe pelas concupiscencias do engano; 23 E vos renoveis [22] no espirito do vosso sentido; 24 E vos vistaes do novo homem, [23] que segundo Deus é creado em verdadeira justiça e sanctidade. 25 Pelo que deixae a mentira, [24] e fallae a verdade cada um com o seu proximo; porque somos membros uns dos outros. 26 Irae-vos, [25] e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. 27 Não deis logar ao [26] diabo. 28 Aquelle que furtava, não furte mais; antes trabalhe, obrando [27] com _suas_ mãos o _que é_ bom, para que tenha que repartir com o que tiver necessidade. 29 Não saia da vossa bocca nenhuma palavra [28] torpe, mas só a que fôr boa para utilidade da edificação, para que dê graça aos que a ouvem. 30 E não entristeçaes [29] o Espirito Sancto de Deus, no qual estaes sellados para o dia da redempção. 31 Toda a amargura, [30] e ira, e colera, e gritaria, e blasphemias e toda a malicia seja tirada de entre vós. 32 Antes sêde uns para com os outros [31] benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como tambem Deus vos perdoou em Christo. [1] cap. 3.1. Phi. 1.9, 27. [2] Act. 20.19. Gal. 5.22, 23. [3] Col. 3.14. [4] Rom. 12.5. I Cor. 12.12, 13. [5] I Cor. 1.13. II Cor. 11.4. Jud. 3. [6] Mal. 2.10. I Cor. 8.6. Rom. 11.36. [7] Rom. 12.3, 6. I Cor. 12.11. [8] Jui. 5.12. Col. 2.15. [9] João 3.13. [10] Act. 1.9, 11 e 2.33. I Tim. 3.16. Heb. 4.14. [11] I Cor. 12.28. Act. 21.8. [12] I Cor. 12.7. Col. 1.24. [13] Col. 2.2. I Cor. 14.20. [14] Isa. 28.9. I Cor. 14.20. Heb. 13.9. [15] Zac. 8.16. II Cor. 4.2. I João 3.18. Col. 1.18. [16] Col. 2.19. [17] cap. 2.1, 2, 3. Col. 3.7. I Ped. 4.3. Rom. 1.21. [18] Act. 26.18. Gal. 4.8. I The. 4.5. Rom. 1.21. [19] I Tim. 4.2. Rom. 1.24, 26. [20] cap. 1.13. [21] Col. 2.11. Heb. 12.1. I Ped. 2.1. [22] Rom. 12.2. Col. 3.10. [23] Rom. 6.4. II Cor. 5.17. Gal. 6.15. [24] Zac. 8.16. Col. 3.9. Rom. 12.5. [25] Psa. 4.4. [26] II Cor. 2.10, 11. I Ped. 5.9. [27] Act. 20.35. I The. 4.11. [28] Mat. 12.36. Col. 3.8 e 4.6 e 3.16. [29] Isa. 7.13. Eze. 16.43. [30] Col. 3.8, 19. Tito 3.2. Thi. 4.11. [31] II Cor. 2.10. Col. 3.12, 13. 5 Sêde pois imitadores [1] de Deus, como filhos amados; 2 E andae [2] em amor, como tambem Christo nos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em offerta e sacrificio a Deus, em cheiro suave. 3 Mas a fornicação, [3] e toda a immundicia ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a sanctos; 4 Nem torpezas, [4] nem parvoices, nem chocarrices, que não conveem; mas antes acções de graças. 5 Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicario, [5] ou immundo, ou avarento, que é idolatra, tem herança no reino de Christo e de Deus. 6 Ninguem vos engane [6] com palavras vãs; porque por estas _coisas_ vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediencia. 7 Portanto não sejaes seus companheiros. 8 Porque d’antes ereis [7] trevas, mas agora _sois_ luz no Senhor: andae como filhos da luz 9 (Porque o fructo [8] do Espirito _consiste_ em toda a bondade, e justiça e verdade); 10 Approvando [9] o que é agradavel ao Senhor. 11 E não communiqueis [10] com as obras infructuosas das trevas, mas antes condemnae-as. 12 Porque o que elles fazem em occulto até dizel-o é [11] _coisa_ torpe. 13 Mas todas _estas coisas_ [12] se manifestam sendo condemnadas pela luz, porque tudo o que se manifesta é luz. 14 Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, [13] e levanta-te d’entre os mortos, e Christo te esclarecerá. 15 Portanto, vêde como andaes prudentemente, [14] não como nescios, mas como sabios, 16 Remindo [15] o tempo; porquanto os dias são maus. 17 Pelo que não sejaes [16] insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. 18 E não vos embriagueis [17] com vinho, em que ha dissolução, mas enchei-vos do Espirito; 19 Fallando entre vós em psalmos, e hymnos, e canticos espirituaes: cantando e psalmodiando ao Senhor no vosso coração: 20 Dando sempre graças [18] por todas _as coisas_ a nosso Deus e Pae, em nome de nosso Senhor Jesus Christo: 21 Sujeitando-vos [19] uns aos outros no temor de Deus. _Os deveres domesticos._ 22 Vós, mulheres, sujeitae-vos a vossos proprios [20] maridos, como ao Senhor; 23 Porque o marido é [21] a cabeça da mulher, como tambem Christo a cabeça da egreja: e elle é o salvador do corpo. 24 De sorte que, assim como a egreja está sujeita a Christo, [22] assim tambem as mulheres _estejam_ em tudo sujeitas a seus proprios maridos. 25 Vós, maridos, [23] amae as vossas proprias mulheres, como tambem Christo amou a egreja, e a si mesmo se entregou por ella, 26 Para a sanctificar, [24] purificando-_a_ com a lavagem da agua, pela palavra, 27 Para a apresentar [25] a si mesmo egreja gloriosa, que não tivesse macula, nem ruga, nem _coisa_ similhante, mas que fosse sancta e irreprehensivel. 28 Assim devem os maridos amar a suas proprias mulheres, como a seus proprios corpos. Quem ama a sua propria mulher, ama-se a si mesmo. 29 Porque nunca ninguem aborreceu a sua propria carne; antes a alimenta e sustenta, como tambem o Senhor á egreja; 30 Porque somos membros [26] do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos. 31 Por isso [27] deixará o homem seu pae e _sua_ mãe, e se ajuntará com sua mulher; e serão dois n’uma carne. 32 Grande é este mysterio: digo, porém, _isto_ de Christo e da egreja. 33 Assim tambem vós [28] cada um em particular ame a sua propria mulher como a si mesmo, e a mulher reverenceie o marido. [1] Mat. 5.45. Luc. 6.36. [2] João 13.24. I João 3.11. Gal. 1.4. [3] Rom. 6.13. I Cor. 6.18. II Cor. 12.21. [4] Mat. 12.35. Rom. 1.28. [5] I Cor. 6.9. Gal. 5.19. Col. 3.5. [6] Jer. 29.8. Mat. 24.4. Col. 2.4, 8, 18. II The. 2.3. [7] Isa. 9.2. Act. 26.18. Rom. 1.21. [8] Gal. 5.22. [9] Rom. 12.2. Phi. 1.10. I The. 5.21. [10] I Cor. 5.9, 11. II Cor. 6.14. [11] Rom. 1.24, 26. [12] João 3.20, 21. Heb. 4.13. [13] Isa. 60.1. Rom. 13.11, 12. [14] Col. 4.5. [15] Gal. 6.10. Col. 4.5. Rom. 12.2. [16] Col. 4.5. Rom. 12.2. [17] Pro. 20.1. Isa. 5.11, 22. Act. 16.25. I Cor. 14.26. Col. 3.16. [18] Isa. 63.7. Col. 3.17. I The. 5.18. [19] Phi. 2.3. I Ped. 5.5. [20] Gen. 3.16. I Cor. 14.34. Col. 3.18. [21] I Cor. 11.3. cap. 1.22, 23. Col. 1.18. [22] Col. 3.20, 22. Tito 2.9. [23] Col. 3.19. I Ped. 3.7. Act. 20.28. [24] João 3.5. Heb. 10.22. I João 5.6. [25] II Cor. 11.2. Col. 1.22. Can. 4.7. [26] Gen. 2.23. Rom. 12.5. I Cor. 6.15. [27] Gen. 2.24. Mat. 19.5. I Cor. 6.16. [28] ver. 25. Col. 3.19. I Ped. 3.6. 6 Vós, filhos, sêde obedientes a [1] vossos paes no Senhor, porque isto é justo. 2 Honra a teu pae [2] e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, 3 Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. 4 E vós, paes, não [3] provoqueis a ira a vossos filhos, mas creae-os na doutrina e admoestação do Senhor. 5 Vós, servos, [4] obedecei a _vossos_ senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Christo; 6 Não servindo á vista, [5] como agradando a homens, mas como servos de Christo, fazendo de coração a vontade de Deus, 7 Servindo de boa vontade ao Senhor, e não aos homens. 8 Sabendo que cada [6] um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, _seja_ livre. 9 E vós senhores, [7] fazei o mesmo para com elles, deixando as ameaças, sabendo tambem que o Senhor d’elles e vosso está no céu, e _que_ para com elle não ha accepção de pessoas. _A armadura de Deus._ 10 No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na [8] força do seu poder. 11 Revesti-vos de [9] toda a armadura de Deus, para que possaes estar _firmes_ contra as astutas ciladas do diabo. 12 Porque não temos que luctar contra a carne [10] e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os principes das trevas d’este seculo, contra as malicias espirituaes em os ares. 13 Portanto tomae [11] toda a armadura de Deus, para que possaes resistir no dia mau, e, havendo feito tudo, ficar firmes. 14 Estae pois _firmes_, [12] tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestidos com a couraça da justiça; 15 E calçados [13] os pés com a preparação do evangelho da paz: 16 Tomando sobretudo [14] o escudo da fé, com o qual possaes apagar todos os dardos inflammados do maligno. 17 Tomae tambem o capacete [15] da salvação, e a espada do Espirito, que é a palavra de Deus: 18 Orando em todo o tempo com toda a [16] oração e supplica em espirito, e vigiando n’isto com toda a perseverança e supplica por todos os sanctos, 19 E por mim; [17] para que me seja dada, no abrir da minha bocca, a palavra com confiança, para fazer notorio o mysterio do evangelho. 20 Pelo qual sou [18] embaixador [AJE] em cadeias; para que possa fallar d’elle livremente, como me convém fallar. _Tychico, o portador d’esta epistola, Saudações finaes._ 21 Ora, para que vós tambem possaes saber os meus [19] negocios, _e_ o que eu faço, Tychico, irmão amado, e fiel ministro do Senhor, vos informará de tudo. 22 O qual vos enviei [20] para o mesmo fim, para que saibaes os nossos negocios, e elle console os vossos corações. 23 Paz _seja_ [21] com os irmãos, e caridade com fé da parte de Deus Pae e da do Senhor Jesus Christo. 24 A graça _seja_ com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Christo em sinceridade. Amen. [1] Pro. 23.22. Col. 3.20. [2] Exo. 20.12. Deu. 5.16. Jer. 35.18. Mar. 7.10. [3] Col. 3.21. Gen. 18.19. Pro. 19.18. [4] Col. 3.22. I Tim. 6.1. Tito 2.9. [5] Col. 3.22, 23. [6] Rom. 2.6. II Cor. 5.10. Col. 3.11. [7] Col. 4.1. Lev. 25.43. João 13.13. [8] cap. 1.19. Col. 1.11. [9] Rom. 13.12. II Cor. 6.7. ver. 13. [10] Mat. 16.17. I Cor. 15.50. Rom. 8.38. [11] II Cor. 10.4. cap. 5.16. [12] Isa. 11.5 e 59.17. I Ped. 1.3. [13] Isa. 52.7. Rom. 10.15. [14] I João 5.4. [15] Isa. 59.17. I The. 5.8. Heb. 4.12. [16] Luc. 18.1. Rom. 12.12. Col. 4.2. [17] Act. 4.29. Col. 4.3. II The. 3.1. [18] II Cor. 5.20. Act. 26.29. [19] Col. 4.7. Act. 20.4. II Tim. 4.12. Tito 3.12. [20] Col. 4.8. [21] I Ped. 5.14. EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO AOS PHILIPPENSES. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 64] 1 Paulo e Timotheo, servos de Jesus Christo, a todos os sanctos em [1] Christo Jesus, que estão em Philippos, com os bispos e diaconos: 2 Graça [2] a vós, e paz da parte de Deus nosso Pae e da do Senhor Jesus Christo. _O amor de Paulo para com os philippenses pelo motivo da sua fidelidade ao evangelho._ 3 Dou [3] graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, 4 Fazendo sempre com gosto oração por vós em todas as minhas orações, 5 Pela vossa communicação [4] no evangelho desde o primeiro dia até agora. 6 Tendo por certo isto mesmo, que aquelle que em vós começou a [5] boa obra, a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Christo; 7 Como tenho por justo sentir isto de vós todos, [6] porquanto retenho em _meu_ coração que todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na _minha_ defeza e confirmação do evangelho. 8 Porque Deus me é [7] testemunha das muitas saudades que de todos vós tenho, em entranhavel affeição de Jesus Christo. 9 E peço isto: [8] que [AJF] a vossa caridade abunde mais e mais em sciencia e em todo o conhecimento, 10 Para que approveis [9] as coisas excellentes, para que sejaes sinceros, e sem escandalo algum até ao dia de Christo; 11 Cheios de fructos de justiça, [10] que são por Jesus Christo, para gloria e louvor de Deus. _A prisão de Paulo contribue para o proveito do evangelho._ 12 E quero, irmãos, que saibaes que as _coisas_ que me _aconteceram_ contribuiram para maior proveito do evangelho. 13 De maneira que as minhas prisões em Christo foram manifestas em [AJG] toda [11] a guarda pretoriana, e em todos os demais logares; 14 E muitos dos irmãos no Senhor, tomando animo com as minhas prisões, ousam fallar a palavra mais confiadamente, sem temor. 15 Verdade é que tambem alguns prégam a Christo por [12] inveja e porfia, mas outros tambem de boamente. 16 Uns por amor, sabendo que fui posto para defeza do evangelho. 17 Mas outros, na verdade, annunciam a Christo por contenção, não puramente, [13] cuidando accrescentar afflicção ás minhas prisões. 18 Mas que _importa_? comtanto que Christo seja annunciado em toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, n’isto me regozijo, e me regozijarei ainda. 19 Porque sei que d’isto me resultará salvação, [14] pela vossa oração e pelo soccorro do Espirito de Jesus Christo, 20 Segundo a minha intensa expectação e esperança, [15] de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Christo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida seja pela morte. 21 Porque para mim o viver _é_ Christo, e o morrer _é_ ganho. 22 Mas, se o viver na carne este _é_ o fructo da minha obra, não sei então o que deva escolher. 23 Porque de [16] ambos _os lados_ estou em aperto, tendo desejo de ser desatado, e estar com Christo, porque isto é ainda muito melhor, 24 Mas _julgo_ mais necessario, por amor de vós, ficar na carne. 25 E confio n’isto, [17] e sei que ficarei, e permanecerei com todos vós, para proveito vosso e gozo da fé. 26 Para que a vossa [18] gloria abunde por mim em Christo Jesus, pela minha nova ida a vós. _Exhortação á perseverança, ao amor fraternal, á humildade e á sanctidade._ 27 Sómente vos porteis dignamente [19] conforme o evangelho de Christo, para que, quer vá e vos veja, ou quer esteja ausente, [20] ouça ácerca de vós, que estaes n’um _mesmo_ espirito, combatendo juntamente com o mesmo animo pela fé do evangelho. 28 E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para elles, na verdade, é indicio de perdição, [21] mas para vós de salvação, e isto de Deus. 29 Porque a vós vos foi [22] gratuitamente concedido, em relação a Christo, [23] não sómente crêr n’elle, como tambem padecer por elle, 30 Tendo o mesmo combate, que _já_ em mim tendes visto, e agora ouvis de mim. [1] I Cor. 1.2. [2] Rom. 1.7. II Cor. 1.2. I Ped. 1.2. [3] Rom. 1.8, 9. I Cor. 1.4. Eph. 1.15, 16. [4] Rom. 12.13. II Cor. 8.1. [5] João 6.29. I The. 1.3. ver. 10. [6] II Cor. 3.2. Eph. 3.1 e 6.20. [7] Rom. 1.9 e 9.1. Gal. 1.20. [8] I The. 3.12. Phi. 6. [9] Rom. 2.18 e 12.2. Eph. 5.10. [10] João 15.4, 5. Eph. 2.10. Col. 1.6. [11] cap. 4.22. [12] cap. 2.3. [13] ver. 7. [14] II Cor. 1.11. Rom. 8.9. [15] Rom. 8.19 e 5.5. [16] II Cor. 5.8. II Tim. 4.6. [17] cap. 2.24. [18] II Cor. 1.14 e 5.12. [19] Eph. 4.1. Col. 1.10. I The. 2.12. [20] cap. 4.1. I Cor. 1.10. Jud. 3. [21] II The. 1.5. Rom. 8.17. [22] Act. 5.41. Rom. 5.3. Eph. 2.8. [23] Col. 2.1. Act. 16.19, etc. I The. 2.2. 2 Portanto, se _ha_ algum conforto em Christo, se alguma consolação de amor, se [1] alguma communicação de Espirito, se alguns entranhaveis affectos e compaixões, 2 Cumpri o meu gozo, [2] para que sintaes o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo animo, sentindo uma mesma coisa. 3 Nada _façaes_ por [3] contenda ou por vangloria, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. 4 Não attente cada um [4] para o que é seu, mas cada qual tambem para o que é dos outros. 5 De sorte que haja em vós o mesmo sentimento [5] que _houve_ tambem em Christo Jesus, 6 O qual, [6] sendo em fórma de Deus, não teve por usurpação ser egual a Deus, 7 Mas [AJH] aniquilou-se [7] a si mesmo, tomando a fórma de servo, fazendo-se similhante aos homens; 8 E, achado em fórma como homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até á morte, [8] e morte de cruz. 9 Pelo que tambem Deus o [9] exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; 10 Para que ao nome de [10] Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, 11 E toda a lingua [11] confesse que Jesus Christo é o Senhor, para a gloria de Deus Pae. 12 De sorte que, meus amados, [12] assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausencia, assim tambem operae a vossa salvação com temor e tremor, 13 Porque Deus é o [13] que opera em vós tanto o querer como o effectuar, segundo a _sua_ boa vontade. 14 Fazei todas [14] as _coisas_ sem murmurações nem contendas; 15 Para que sejaes irreprehensiveis e sinceros, [15] filhos de Deus, inculpaveis no meio d’uma geração corrompida e perversa, no meio da qual resplandeceis como luminares no mundo. 16 Retendo a palavra da vida, [16] para que no dia de Christo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão. 17 E, ainda que seja offerecido por libação sobre o sacrificio [17] e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós. 18 E vós tambem regozijae-vos e alegrae-vos comigo por isto mesmo. _Elogio de Timotheo e Epaphrodito, os mensageiros de Paulo junto dos philippenses._ 19 E espero no Senhor Jesus de em breve vos mandar [18] Timotheo, para que tambem eu esteja de bom animo, sabendo os vossos negocios. 20 Porque a ninguem tenho de tão egual animo, [19] que sinceramente cuide dos vossos negocios. 21 Porque todos buscam [20] o que é seu, e não o que é de Christo Jesus. 22 Mas bem sabeis a sua experiencia, que serviu comigo no evangelho, [21] como filho ao pae. 23 De sorte que espero enviar-vol-o logo que tenha provido a meus negocios. 24 Porém confio [22] no Senhor, que tambem eu mesmo em breve irei ter comvosco. 25 Mas julguei necessario mandar-vos Epaphrodito, [23] meu irmão, e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado, e ministrador nas minhas necessidades. 26 Porquanto tinha muitas saudades de vós [24] todos, e estava muito angustiado de que tivesseis ouvido que elle estivera doente. 27 E de facto esteve doente, e quasi á morte; porém Deus se apiedou d’elle, e não sómente d’elle, mas tambem de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza. 28 Por isso vol-o enviei mais depressa, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha menos tristeza. 29 Recebei-o pois no Senhor com todo o gozo, [25] e tende em honra aos taes. 30 Porque pela obra de Christo chegou até bem proximo da morte, não fazendo caso da vida, [26] para supprir para comigo a falta do vosso serviço. [1] II Cor. 13.14. Col. 3.12. [2] João 3.29. Rom. 12.16. I Cor. 1.10. [3] Gal. 5.26. Thi. 3.14. Rom. 12.10. I Ped. 5.5. [4] I Cor. 10.24, 33. [5] Mat. 11.29. João 13.15. [6] João 1.1, 2 e 5.18. Heb. 1.3. [7] Psa. 22.6. Isa. 63.3. Dan. 9.26. Rom. 15.3. Eze. 34.23, 24. [8] Mat. 26.39, 42. João 10.18. [9] João 17.1, 2, 5. Act. 2.33. [10] Isa. 45.23. Rom. 14.11. Apo. 5.13. [11] João 13.13. I Cor. 8.6. [12] cap. 1.5. Eph. 6.5. [13] II Cor. 3.5. Heb. 13.21. [14] I Cor. 10.10. I Ped. 4.9. Rom. 14.1. [15] Mat. 5.14, 15. I Ped. 2.12. Eph. 5.1. [16] II Cor. 1.14. I The. 2.19 e 3.5. Gal. 2.2. [17] II Tim. 4.6. Rom. 15.16. II Cor. 7.4. Col. 1.24. [18] Rom. 16.21. I The. 3.2. [19] Psa. 55.13. [20] I Cor. 15.24, 33 e 13.5. II Tim. 4.10, 16. [21] I Cor. 4.17. I Tim. 1.2. II Tim. 1.2. [22] cap. 1.25. Phi. 22. [23] cap. 4.18. Phi. 2. II Cor. 8.23 e 11.9. [24] cap. 1.8. [25] I Cor. 16.18. I The. 5.12. I Tim. 5.17. [26] I Cor. 16.17. cap. 4.10. _Exhortação a guardar-se cada um dos obreiros maus e a cultivar todos os fructos do Espirito._ 3 Resta, irmãos meus, [1] que vos regozijeis no Senhor. Não me é molesto escrever-vos as mesmas _coisas_, e é segurança para vós. 2 Guardae-vos dos cães, [2] guardae-vos dos maus obreiros, guardae-vos da circumcisão; 3 Porque a circumcisão [3] somos nós, que servimos a Deus em espirito, [4] e que nos gloriamos em Jesus Christo, e não confiamos na carne. 4 Ainda que tambem tenho de que confiar na carne; [5] se algum outro cuida que tem de que confiar na carne, ainda mais eu: 5 Circumcidado [6] ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribu de Benjamin, hebreo de hebreos, segundo a lei, phariseo, 6 Segundo o zelo, [7] perseguidor da egreja, segundo a justiça que ha na lei, irreprehensivel. 7 Mas o que [8] para mim era ganho tive-o por perda por _amor de_ Christo. 8 E, na verdade, tenho tambem por perda todas as _coisas_, [9] pela excellencia do conhecimento de Christo Jesus, meu Senhor, por _amor do_ qual contei por perda todas estas coisas, e as considero como esterco, para que possa ganhar a Christo, 9 E seja achado n’elle, [10] não tendo a minha justiça que vem de lei, mas a que vem da fé em Christo, _a saber_, a justiça que vem de Deus pela fé; 10 Para conhecel-o, e á virtude da sua resurreição, [11] e á communicação de suas afflicções, sendo feito conforme a sua morte; 11 Para _ver_ se de alguma maneira posso chegar á resurreição [12] dos mortos. 12 Não que já [13] a tenha alcançado, ou que seja perfeito, mas prosigo para alcançar aquillo para o que fui tambem [AJI] preso por Christo Jesus. 13 Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; 14 Porém uma _coisa faço, e é_ que, esquecendo-me das coisas que atraz [14] ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prosigo para o alvo, [15] ao premio da soberana vocação de Deus em Christo Jesus. 15 Pelo que todos quantos _já_ somos perfeitos, [16] sintamos isto _mesmo_; e, se sentis alguma coisa d’outra maneira, tambem Deus vol-o revelará. 16 Porém, n’aquillo a que já chegámos, [17] andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo. 17 Sêde tambem meus imitadores, [18] irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam. 18 Porque muitos andam, dos quaes muitas vezes vos disse, e agora tambem digo, [19] chorando, que _são_ inimigos da cruz de Christo. 19 Cujo fim _é_ a [20] perdição; cujo Deus _é_ o ventre; [21] e _cuja_ gloria _é_ para confusão d’elles, que _só_ pensam nas _coisas_ terrenas. 20 Mas a nossa cidade [22] está nos céus, d’onde tambem esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Christo. 21 O qual transformará [23] o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu efficaz poder de sujeitar tambem a si todas _as coisas_. [1] II Cor. 13.11. cap. 4.4. I The. 5.16. [2] Isa. 56.10. Gal. 5.15. Rom. 2.28. [3] Deu. 10.16 e 30.6. Rom. 2.29. João 4.23, 24. Rom. 7.6. [4] Gal. 6.14. [5] II Cor. 11.18, 21. [6] Gen. 17.12. II Cor. 11.22. Rom. 11.1. [7] Act. 22.3. Gal. 1.13, 14. Rom. 10.5. [8] Mat. 13.44. [9] Isa. 63.11. Jer. 9.23, 24. João 17.3. [10] Rom. 10.3, 5. Gal. 2.16. [11] Rom. 6.3, 4, 5. II Tim. 2.11, 12. I Ped. 4.13. [12] Act. 26.7. [13] I Tim. 6.12. Heb. 12.23. [14] Psa. 45.10. Luc. 9.62. Heb. 6.1. [15] II Tim. 4.7, 8. Heb. 12.1. [16] I Cor. 2.6 e 14.20. Gal. 5.10. [17] Rom. 12.16. Gal. 6.16. [18] I Cor. 4.16 e 11.1. I Ped. 5.3. [19] Gal. 1.7 e 2.21. [20] II Cor. 11.15. II Ped. 2.1. Rom. 16.18. [21] Rom. 8.5. [22] Eph. 2.6, 19. Col. 3.1, 3. Act. 1.11. Tito 2.13. [23] I Cor. 15.43, 48, 49. I João 3.2. Eph. 1.19. 4 Portanto, meus amados e mui queridos [1] irmãos, minha alegria e corôa, estae assim firmes no Senhor, amados. 2 Rogo a Evodia, e rogo a Syntyche, [2] que sintam o mesmo no Senhor. 3 E peço-te tambem a ti, _meu_ verdadeiro companheiro, que ajudes essas _mulheres_ que trabalharam [3] comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida. 4 Regozijae-vos sempre no [4] Senhor; outra vez digo, regozijae-vos. 5 Seja a vossa equidade notoria a todos os homens. [5] Perto _está_ o Senhor. 6 De nada estejaes solicitos: [6] antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e supplicas com acção de graças. 7 E a paz de Deus, [7] que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Christo Jesus. 8 Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que _é_ honesto, tudo o que _é_ justo, tudo o que _é_ puro, tudo o que _é_ amavel, tudo o que _é_ de boa fama, [8] se _ha_ alguma virtude, e se ha algum louvor, n’isso pensae. 9 O que tambem aprendestes, e recebestes, [9] e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será comvosco. _Paulo agradece aos philippenses os dons recebidos. Saudações finaes._ 10 Ora muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; visto que vos tendes lembrado, [10] mas não tinheis tido opportunidade. 11 Não o digo como por necessidade, [11] porque _já_ aprendi a contentar-me com o que tenho. 12 Sei estar abatido, [12] _e_ sei tambem ter abundancia: em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruido, assim a ter fartura como a ter fome, assim a ter abundancia, como a padecer necessidade. 13 Posso todas [13] _as coisas_ n’aquelle que me fortalece. 14 Todavia fizestes bem em tomar parte na minha [14] afflicção. 15 E bem sabeis tambem vós, ó philippenses, que, no principio do evangelho, quando parti da Macedonia, [15] nenhuma egreja communicou comigo em razão de dar e receber, senão vós sómente; 16 Porque tambem uma e outra vez me mandastes o necessario a Thessalonica. 17 Não que procure dadivas, mas [16] procuro o fructo que abunde para a vossa conta. 18 Mas tudo tenho recebido, e tenho abundancia: estou cheio, depois que recebi de Epaphrodito o [17] que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e [18] sacrificio agradavel e aprazivel a Deus. 19 Porém o meu Deus, segundo as suas riquezas, [19] supprirá todas as vossas necessidades em gloria, por Christo Jesus. 20 Ora ao nosso Deus [20] e Pae _seja_ gloria para todo o sempre. Amen. 21 Saudae a todos os sanctos em Christo Jesus. [21] Os irmãos que estão comigo vos saudam. 22 Todos os sanctos vos saudam, mas principalmente os que são da casa [22] de Cesar. 23 A graça [23] de nosso Senhor Jesus Christo _seja_ com vós todos. Amen. [1] cap. 1.8 e 2.16 e 1.27. II Cor. 1.14. [2] cap. 2.2 e 3.16. [3] Rom. 16.3. cap. 1.27. Exo. 32.32. Dan. 12.1. Luc. 10.20. [4] Rom. 12.12. cap. 3.1. I The. 5.16. I Ped. 4.13. [5] Heb. 10.25. Thi. 5.8, 9. II The. 2.2. [6] Pro. 16.3. Mat. 6.25. I Ped. 5.7. [7] João 14.27. Rom. 5.1. Col. 3.15. [8] I The. 5.22. [9] Rom. 15.33 e 16.20. I The. 5.23. Heb. 13.20. [10] II Cor. 11.9. [11] I Tim. 6.6, 8. [12] I Cor. 4.11. II Cor. 6.10. [13] João 15.5. II Cor. 12.9. [14] cap. 1.7. [15] II Cor. 11.8, 9. [16] Rom. 15.28. Tito 3.14. [17] cap. 2.25. [18] Heb. 13.16. II Cor. 9.12. [19] II Cor. 9.8. Eph. 1.7. [20] Rom. 16.27. Gal. 1.5. [21] Gal. 1.2. [22] cap. 1.13. [23] Rom. 16.24. EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO AOS COLOSSENSES. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 64] 1 Paulo, [1] apostolo de Jesus Christo, pela vontade de Deus, _e_ o irmão Timotheo: 2 Aos sanctos e irmãos [2] fieis em Christo, que estão em Colossos. Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pae e da do Senhor Jesus Christo. _A fé e caridade dos colossenses. Oração de Paulo pelo seu progresso espiritual. Jesus Christo o auctor da nossa redempção, a imagem de Deus invisivel, o Creador de todas as coisas e o Cabeça da egreja._ 3 Graças damos ao Deus [3] e Pae de nosso Senhor Jesus Christo, orando sempre por vós: 4 Porquanto ouvimos da vossa fé [4] em Christo Jesus, e [AJJ] da caridade _que tendes_ para com todos os sanctos; 5 Pela esperança que vos está reservada [5] nos céus, da qual _já_ d’antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho: 6 O qual _já_ chegou a vós, [6] como tambem _está_ em todo o mundo; e já vae fructificando, como tambem entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade; 7 Como tambem _o_ aprendestes de Epaphras, [7] nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Christo. 8 O qual nos declarou tambem [AJK] a vossa caridade [8] no Espirito. 9 Portanto tambem, [9] desde o dia em que _o_ ouvimos, não cessámos de orar por vós, [10] e de pedir que sejaes cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e intelligencia espiritual; 10 Para que possaes [11] andar [AJL] dignamente _diante_ do Senhor, agradando-lhe em tudo, fructificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus; 11 Corroborados [12] em toda a fortaleza, segundo a força da sua gloria, em toda a paciencia, e longanimidade com gozo; 12 Dando graças [13] ao Pae que nos fez idoneos _de participar_ da herança dos sanctos na luz. 13 O qual nos tirou da [14] potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor; 14 No qual temos a redempção [15] pelo seu sangue, _a saber_, a remissão dos peccados; 15 O qual é imagem do Deus [16] invisivel, o primogenito de toda a creatura. 16 Porque por elle foram [17] creadas todas _as coisas_ que ha nos céus e na terra, visiveis e invisiveis, sejam thronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: todas _as coisas_ foram creadas por elle e para elle. 17 E elle é antes de todas [18] _as coisas_, e todas _as coisas_ subsistem por elle. 18 E elle é a cabeça [19] do corpo da egreja: é o principio _e_ o primogenito d’entre os mortos, para que entre todos tenha a preeminencia. 19 Porque foi do agrado _do Pae_ que [20] toda a plenitude n’elle habitasse; 20 E que, havendo por elle feito a paz [21] pelo sangue da sua cruz, por elle reconciliasse comsigo mesmo todas _as coisas_, tanto as que _estão_ na terra, como as que _estão_ nos céus. 21 A vós tambem, [22] que d’antes ereis estranhos, e inimigos no entendimento, em obras más, agora todavia vos reconciliou, 22 No corpo da sua [23] carne, pela morte, para perante si vos apresentar sanctos, e irreprehensiveis, e inculpaveis, 23 Se, todavia, permanecerdes fundados e firmes [24] na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual é prégado a toda a creatura que ha debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro. _O trabalho e combates de Paulo no seu ministerio._ 24 Regozijo-me [25] agora no que padeço por vós, e cumpro na minha carne o resto das afflicções de Christo, pelo seu corpo, que é a egreja; 25 Da qual eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, [26] que me foi concedida para comvosco, para cumprir a palavra de Deus; 26 O mysterio [27] que esteve occulto desde _todos_ os seculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus sanctos; 27 Aos quaes Deus quiz fazer conhecer [28] quaes são as riquezas da gloria d’este mysterio entre os gentios, que é Christo em vós, esperança da gloria: 28 O qual annunciámos, [29] admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Christo; 29 No que tambem trabalho, [30] combatendo segundo a sua efficacia, que obra em mim poderosamente. [1] Eph. 1.1. [2] I Cor. 4.17. Eph. 6.21. Gal. 1.3. [3] I Cor. 1.4. Eph. 1.16. [4] ver. 9. Eph. 1.15. Heb. 6.10. [5] II Tim. 4.8. I Ped. 1.4. [6] Mat. 24.14. Mar. 16.15. Rom. 10.18. [7] cap. 4.12. Phi. 23. I Tim. 4.6. [8] Rom. 15.30. [9] Eph. 1.15, 16. ver. 3, 4. [10] I Cor. 1.5. Rom. 12.2. [11] Eph. 4.1. Phi. 1.27. I The. 2.12. João 15.16. Heb. 13.21. [12] Eph. 3.16 e 4.2. Rom. 5.3. [13] Eph. 5.20 e 1.11. Act. 26.18. [14] Eph. 6.12. Heb. 2.14. [15] Eph. 1.7. [16] II Cor. 4.4. Heb. 1.3. Apo. 3.14. [17] João 1.3. I Cor. 8.6. [18] João 1.1, 3. Apo. 1.5. [19] I Cor. 11.3. Apo. 1.5. [20] João 1.16 e 3.34. [21] Eph. 2.14, 15, 16 e 1.10. [22] Eph. 2.1, 2, 12, 19. Tito 1.15, 16. [23] Eph. 2.15, 16. Luc. 1.75. Tito 2.14. Jud. 24. [24] Eph. 3.17. [25] Rom. 5.3. II Cor. 7.4. Eph. 3.1, 13. [26] I Cor. 9.17. Gal. 2.7. Eph. 3.2. [27] Rom. 16.25. I Cor. 2.7. Eph. 3.9. [28] II Cor. 2.14. Rom. 9.23. Eph. 1.7. [29] Act. 20.20, 27, 31. II Cor. 11.2. [30] I Cor. 15.10. Eph. 1.19 e 3.7, 20. 2 Porque quero que saibaes quão grande [1] combate tenho por vós, e pelos que _estão_ em Laodicea, e por quantos não viram o meu rosto em carne; 2 Para que os seus corações sejam consolados, [2] e estejam unidos em [AJM] caridade, e em todas as riquezas da plenitude de intelligencia, para conhecimento do mysterio do Deus e Pae, e do Christo. 3 No qual estão escondidos [3] todos os thesouros da sabedoria e da sciencia. _Advertencia ácerca das falsas doutrinas._ 4 E digo isto, [4] para que ninguem vos engane com palavras persuasivas na apparencia. 5 Porque ainda que esteja ausente quanto ao corpo, [5] todavia em espirito estou comvosco, regozijando-me, e vendo a vossa ordem, e a firmeza da vossa fé em Christo. 6 Pois, como recebestes o [6] Senhor Jesus Christo, _assim_ tambem andae n’elle, 7 Arraigados [7] e sobreedificados n’elle, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, abundando em acção de graças. 8 Olhae que ninguem vos sobresalte por meio de philosophias e vãs subtilezas, [8] segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Christo: 9 Porque n’elle habita [9] corporalmente toda a plenitude da divindade; 10 E n’elle estaes perfeitos, [10] o qual é a cabeça de todo o principado e potestade: 11 No qual tambem estaes circumcidados [11] com uma circumcisão não feita por mão no despojo do corpo da carne, na circumcisão de Christo: 12 Sepultados com [12] elle no baptismo, no qual tambem resuscitastes com _elle_ pela fé no poder de Deus, que o resuscitou dos mortos. 13 E, quando vós [13] estaveis mortos nos peccados, e na incircumcisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com elle, perdoando-vos todas as offensas, 14 Havendo riscado a cedula que [14] contra nós havia nas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contraria, e a tirou do meio _de nós_, encravando-a na cruz. 15 E, [15] despojando os principados e potestades, os expoz publicamente á vergonha, e triumphou d’elles por ella. 16 Portanto ninguem vos julgue pelo [16] comer, ou pelo beber, ou por causa _dos dias_ de festa, ou da lua nova, ou dos sabbados; 17 Que são sombras [17] das coisas futuras, mas o corpo _é_ de Christo. 18 Ninguem vos [AJN] domine a [18] seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, mettendo-se em coisas que nunca viu; estando debalde inchado no sentido da sua carne; 19 [19] E não estando ligado á cabeça, da qual todo o corpo, provido e organisado pelas juntas e ligaduras, vae crescendo em augmento de Deus. 20 Portanto, se estaes mortos [20] com Christo quanto aos rudimentos do mundo, porque vos carregam ainda de ordenanças, como se vivesseis no mundo? 21 _Taes como_: não toques, [21] não proves, não manuseis: 22 As quaes _coisas_ todas perecem pelo uso, [22] segundo os preceitos e doutrinas dos homens; 23 As quaes [23] teem na verdade alguma apparencia de sabedoria, em devoção voluntaria, humildade, e mau tratamento do corpo, mas não são de valor algum [AJO] para satisfação da carne. [1] Phi. 1.30. I The. 2.2. [2] II Cor. 1.6. cap. 3.14. Phi. 3.8. [3] I Cor. 1.24 e 2.6, 7. Eph. 1.8. [4] Rom. 16.18. II Cor. 11.13. Eph. 4.14. [5] I Cor. 5.3. I The. 2.17. I Ped. 5.9. [6] I The. 4.1. Jud. 3. [7] Eph. 2.21, 22. [8] Jer. 29.8. Rom. 16.17. Eph. 5.6. [9] João 1.14. [10] João 1.16. Eph. 1.20, 21. I Ped. 3.22. [11] Deu. 10.16. Jer. 4.4. Rom. 2.29. [12] Rom. 6.4. cap. 3.1. Eph. 1.19. [13] Eph. 2.1, 5, 6, 11. [14] Eph. 2.15, 16. [15] Gen. 3.15. Isa. 53.12. Mat. 12.29. [16] I Cor. 8.8. Rom. 14.5. Gal. 4.10. [17] Heb. 8.5 e 9.9 e 10.1. [18] ver. 4. Eze. 13.3. I Tim. 1.7. [19] Eph. 4.15, 16. [20] Rom. 6.3, 5. Gal. 2.19. Eph. 2.15. [21] I Tim. 4.3. [22] Isa. 29.13. Mat. 15.9. [23] I Tim. 4.8. ver. 18. _Exhortação á sanctidade e ao amor fraternal._ 3 Portanto, [1] se _já_ resuscitastes com Christo, buscae as _coisas_ que são de cima, onde Christo está assentado á dextra de Deus. 2 Pensae nas _coisas que são_ de cima, e não nas _que são_ da terra; 3 Porque _já_ estaes mortos, [2] e a vossa vida está escondida com Christo em Deus. 4 Quando Christo, [3] _que é_ a nossa vida, se manifestar, então tambem vós vos manifestareis com elle em gloria. 5 Mortificae pois [4] os vossos membros, que estão sobre a terra: a fornicação, a immundicia, o appetite desordenado, a vil concupiscencia e a avareza, que é idolatria; 6 Pelas quaes coisas [5] vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediencia: 7 Nas quaes tambem [6] d’antes andastes, quando vivieis n’ellas. 8 Mas agora despojae-vos [7] tambem de todas _estas coisas, a saber_, da ira, da colera, da malicia, da maledicencia, das palavras torpes da vossa bocca. 9 Não mintaes uns aos [8] outros, pois que _já_ vos despistes do velho homem com os seus feitos, 10 E vos vestistes [9] do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem d’aquelle que o creou: 11 Onde não ha grego nem [10] judeo, circumcisão nem incircumcisão, barbaro, scytha, servo, ou livre; [11] mas Christo _é_ tudo em todos. 12 Revesti-vos pois, como eleitos de Deus, sanctos, e amados, de [12] entranhas de misericordia, da benignidade, humildade, mansidão, longanimidade: 13 Supportando-vos [13] uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro: assim como Christo vos perdoou, assim _o fazei vós_ tambem. 14 E, sobre tudo isto, [14] _revesti-vos_ de [AJP] caridade, que é o vinculo da perfeição. 15 E a paz de Deus domine em vossos corações [15] para a qual tambem fostes chamados em um corpo, e sêde agradecidos. 16 A palavra de Christo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, [16] com palavras, hymnos e canticos espirituaes, cantando ao Senhor com graça em vosso coração. 17 E, quanto fizerdes por palavras [17] ou por obras, _fazei_ tudo em nome do Senhor Jesus, dando por elle graças a Deus e ao Pae. _Os deveres domesticos._ 18 Vós, mulheres, [18] estae sujeitas a vossos proprios maridos, como convém no Senhor. 19 Vós, maridos, [19] amae a _vossas_ mulheres, e não vos irriteis contra ellas. 20 Vós, filhos, [20] obedecei em tudo a _vossos_ paes; porque isto é agradavel ao Senhor. 21 Vós, paes, [21] não irriteis a vossos filhos, para que não percam o animo. 22 Vós, servos, [22] obedecei em tudo a _vossos_ senhores segundo a carne, não servindo só na apparencia, como para agradar aos homens, mas com simplicidade de coração, temendo a Deus. 23 E, tudo quanto [23] fizerdes, fazei-o do coração, como ao Senhor, e não aos homens: 24 Sabendo que recebereis [24] do Senhor o galardão da herança, porque a Christo, o Senhor, servis. 25 Porém quem fizer aggravo receberá o aggravo que fizer: [25] pois não ha accepção de pessoas. [1] Rom. 6.5 e 8.34. Eph. 1.20. [2] Rom. 6.2. Gal. 2.20. II Cor. 5.7. [3] I João 3.2. João 11.25. I Cor. 15.43. Phi. 3.21. [4] Rom. 8.13 e 6.13. Gal. 5.24. [5] Rom. 1.18. Eph. 5.6. Apo. 22.15. [6] Rom. 6.19, 20. Eph. 2.2. Tito 3.3. [7] Eph. 4.22. Heb. 12.1. Thi. 1.21. [8] Lev. 19.11. Eph. 4.22, 24, 25. [9] Rom. 12.2. Eph. 4.23, 24. [10] Rom. 10, 12. I Cor. 12.13. [11] Eph. 1.23. [12] Eph. 4.24. I The. 1.4. I Ped. 1.2. [13] Mar. 11.25. Eph. 4.2, 32. [14] I Ped. 4.8. João 13.34. Rom. 13.8. [15] Rom. 14.17. Eph. 2.16, 17. [16] I Cor. 14.26 e 10.31. Eph. 5.19. [17] Rom. 1.8. Eph. 5.20. I The. 5.18. [18] Eph. 5.22 e 5.3. I Ped. 3.1. [19] Eph. 5.25 e 4.31. I Ped. 3.7. [20] Eph. 6.1 e 5.24. Tito 2.9. [21] Eph. 6.4. [22] Eph. 6.5, etc. I Tim. 6.1. I Ped. 2.18. [23] Eph. 6.6, 7. [24] Eph. 6.8. I Cor. 7.22. [25] Rom. 2.11. Eph. 6.9. I Ped. 1.17. 4 Vós, [1] senhores, fazei o que fôr de justiça e equidade a _vossos_ servos, sabendo que tambem tendes um Senhor nos céus. _Exhortação á oração e á sabedoria._ 2 Perseverae em oração, [2] velando n’ella com acção de graças: 3 Orando [3] tambem juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, para fallarmos do mysterio de Christo, pelo qual estou tambem preso; 4 Para que o manifeste, como me convém fallar. 5 Andae com sabedoria [4] para com os que estão de fóra, remindo o tempo. 6 A vossa palavra [5] seja sempre agradavel, adubada com sal, para que saibaes como vos convém responder a cada um. _Tychico e Onesimo são enviados aos colossenses; saudações finaes._ 7 Tychico, irmão amado e fiel ministro, e conservo no Senhor, [6] vos fará saber o meu estado: 8 O qual vos enviei [7] para o mesmo fim, para que saiba do vosso estado e console os vossos corações; 9 _Juntamente_ com Onesimo, [8] amado e fiel irmão, que é dos vossos; elles vos farão saber tudo o que por aqui _se passa_. 10 Aristarcho, [9] que está preso comigo, vos sauda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, ácerca do qual _já_ recebestes mandamentos; se fôr ter comvosco, recebei-o; 11 E, Jesus, chamado Justo: os quaes são da circumcisão: são estes só os _meus_ cooperadores no reino de Deus; e para mim teem sido consolação. 12 Sauda-vos Epaphras, [10] que é dos vossos, servo de Christo, [11] combatendo sempre por vós em orações, para que fiqueis firmes, perfeitos e [AJQ] consumados em toda a vontade de Deus. 13 Pois eu lhe dou testemunho de que tem grande zelo por vós, e pelos que _estão_ em Laodicea, e pelos que _estão_ em Hierapolis. 14 Sauda-vos Lucas, [12] o medico amado, e Damas. 15 Saudae aos irmãos que estão em Laodicea, e a Nympha [13] e á egreja que está em sua casa. 16 E, [14] quando _esta_ epistola tiver sido lida entre vós, fazei que tambem seja lida na egreja dos laodicenses, e a _que veiu_ de Laodicea lede-a vós tambem. 17 E dizei a Archippo: [15] Attenta para o ministerio que recebeste no Senhor; para que o cumpras. 18 Saudação [16] de minha mão, de Paulo. Lembrae-vos das minhas prisões. A graça _seja_ comvosco. Amen. [1] Eph. 6.9. [2] Luc. 18.1. Rom. 12.12. I The. 5.17, 18. [3] II The. 3.1. Eph. 6.19. I Cor. 16.9. [4] Eph. 5.15, 16. I The. 4.12. [5] Ecc. 10.12. Mar. 9.50. I Ped. 3.15. [6] Eph. 6.21. [7] Eph. 6.22. [8] Phi. 10. [9] Act. 19.29 e 15.37. Phi. 24. II Tim. 4.11. [10] cap. 1.7. Phi. 23. [11] Rom. 15.30. Mat. 5.48. I Cor. 2.6. [12] II Tim. 4.10, 11. Phi. 24. [13] Rom. 16.5. I Cor. 16.19. [14] I The. 5.27. [15] Phi. 2. I Tim. 4.6. [16] I Cor. 16.21. II The. 3.17. Heb. 13.3, 25. PRIMEIRA EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO AOS THESSALONICENSES. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 54] 1 Paulo, e Silvano, [1] e Timotheo, á egreja dos thessalonicenses em Deus, o Pae, e _no_ Senhor Jesus Christo; Graça e paz tenhaes de Deus nosso Pae e do Senhor Jesus Christo. _O successo do evangelho em Thessalonica e a fidelidade d’aquella egreja._ 2 Sempre damos graças [2] a Deus por vós todos, [3] fazendo menção de vós em nossas orações, 3 Lembrando-nos [4] sem cessar da obra da vossa fé, e do trabalho de [AJR] caridade, da paciencia da esperança em Nosso Senhor Jesus Christo, deante de nosso Deus e Pae: 4 Sabendo, amados irmãos, [5] que a vossa eleição é de Deus; 5 Porque o nosso evangelho não [6] foi a vós sómente em palavras, mas tambem em poder, e no Espirito Sancto, e em muita certeza; como bem sabeis quaes fomos entre vós, por amor de vós. 6 E vós fostes feitos nossos [7] imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, [8] com gozo do Espirito Sancto. 7 De maneira que fostes exemplo para todos os fieis na Macedonia e Achaia. 8 Porque por vós soou [9] a palavra do Senhor, não sómente na Macedonia e Achaia, mas tambem a vossa fé para com Deus se espalhou por todos os logares, de tal maneira que _já d’ella_ não temos necessidade de fallar coisa alguma; 9 Porque elles mesmos annunciam de nós qual [10] a entrada que tivemos para comvosco, e como dos idolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro. 10 E para esperar [11] dos céus a seu Filho, a quem resuscitou dos mortos, _a saber_, Jesus, que nos livra da ira futura. [1] II Cor. 1.19. II The. 1.1. I Ped. 5.12. [2] Eph. 1.2. [3] Rom. 1.8. Eph. 1.16. Phi. 4. [4] cap. 2.13. João 6.29. Gal. 5.6. [5] Col. 3.12. II The. 2.13. [6] Mar. 16.20. I Cor. 2.4. [7] I Cor. 4.16. Phi. 3.17. II The. 3.9. [8] Act. 5.41. Heb. 10.34. [9] Rom. 10.18 e 1.8. II The. 1.4. [10] cap. 2.1. I Cor. 12.2. Gal. 4.8. [11] Rom. 2.7. Tito 2.13. II Ped. 3.12. Act. 2.24. _Como Paulo exerceu o seu ministerio entre os thessalonicenses._ 2 Porque vós mesmos, [1] irmãos, bem sabeis que a nossa entrada para comvosco não foi vã; 2 Antes, havendo primeiro padecido, e sido aggravados em Phillipos, [2] como sabeis, tivemos ousadia em nosso Deus, para vos fallar o evangelho de Deus com grande combate. 3 Porque a nossa exhortação não _foi_ [3] com engano, nem com immundicia, nem com fraudulencia; 4 Mas, como fomos [4] approvados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim fallámos, não como para comprazer aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações. 5 Porque, como bem sabeis, nunca usámos de palavras lisongeiras, [5] nem de pretexto de avareza; Deus _é_ testemunha; 6 Não buscando gloria [6] dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podiamos, como apostolos de Christo, ser-vos pesados; 7 Antes [7] fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos. 8 Assim nós, estando-vos tão affeiçoados, de boa vontade quizeramos communicar-vos, não [8] sómente o evangelho de Deus, mas ainda as nossas proprias almas; porquanto nos ereis _muito_ queridos. 9 Porque bem vos lembraes, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, [9] trabalhando noite e dia, vos pregámos o evangelho de Deus, para não sermos pesados a nenhum de vós. 10 Vós e Deus _sois_ testemunhas [10] de quão sancta, e justa, e irreprehensivelmente nos houvemos para comvosco, os que crêstes. 11 Assim como bem sabeis que exhortavamos e consolavamos, a cada um de vós, como o pae a seus filhos; 12 E protestavamos conduzir-vos dignamente [11] para com Deus, que vos chama para o seu reino e gloria. 13 Pelo que tambem damos sem cessar [12] graças a Deus, de que, havendo recebido de nós a palavra da prégação de Deus, a recebestes, não _como_ palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) _como_ palavra de Deus, a qual tambem opera em vós, os que crêstes. 14 Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores [13] das egrejas de Deus que estilo na Judea, em Jesus Christo; porquanto tambem padecestes de vossos proprios concidadãos as mesmas _coisas_, como elles tambem dos judeos: 15 Os quaes tambem mataram ao Senhor Jesus [14] e a seus proprios prophetas, e nos teem perseguido; e não agradam a Deus, e são contrarios a todos os homens: 16 E nos impedem de [15] fallar aos gentios para que posaam salvar-se a fim de encherem sempre _a medida de_ seus peccados; porque a ira _de Deus_ caiu sobre elles até ao fim. _O desejo de Paulo de voltar a Thessalonica; seu gozo e seus votos em vida das boas novas que Timotheo lhe trouxe._ 17 Nós, porém, irmãos, sendo privados de vós por um momento de tempo, de vista, [16] mas não do coração, tanto mais procurámos com grande desejo vêr o vosso rosto. 18 Pelo que bem quizeramos uma e outra vez ir ter comvosco, pelo menos eu, Paulo, [17] mas Satanaz nol-o impediu. 19 Porque, qual _é_ a nossa [18] esperança, ou gozo, ou corôa de gloria? Porventura não _o sois_ vós tambem deante de nosso Senhor Jesus Christo em sua vinda? 20 Porque vós sois a nossa gloria e gozo. [1] cap. 1.5, 9. [2] Act. 16.22 e 17.2. Phi. 1.30. Col. 2.1. [3] II Cor. 7.2. II Ped. 1.16. [4] I Cor. 7.25 e 9.17. I Tim. 1.11, 12. [5] Act. 20.33. II Cor. 2.17. Rom. 1.9. [6] João 5.41, 44 e 12.43. I Tim. 5.17. [7] I Cor. 2.3. II Cor. 13.4. II Tim. 2.24. [8] Rom. 1.11. II Cor. 12.15. [9] Act. 20.34. I Cor. 4.12. II Cor. 11.9. [10] cap. 1.5. II Cor. 7.2. II The. 3.7. [11] Eph. 4.1. Phi. 1.27. Col. 1.10. [12] Mat. 10.40. Gal. 4.14. II Ped. 3.2. [13] Gal. 1.22. Act. 17.5, 13. Heb. 10.33, 34. [14] Act. 2.23. Luc. 13.33, 34. Est. 3.8. [15] Luc. 11.52. Act. 13.50. Mat. 23.32. [16] I Cor. 6.3. Col. 2.5. [17] Rom. 1.13 e 15.22. [18] II Cor. 1.14. Phi. 2.16 e 4.1. 3 Pelo que, [1] não podendo esperar mais, de boamente quizemos deixar-nos ficar sós em Athenas; 2 E enviámos Timotheo [2] nosso irmão, e ministro de Deus, e nosso cooperador no evangelho de Christo, para vos confortar e vos exhortar ácerca da vossa fé; 3 Para que ninguem [3] se commova por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos ordenados. 4 Pois, [4] estando ainda comvosco, vos prediziamos que haviamos de ser affligidos, como tambem succedeu, e vós o sabeis. 5 Portanto, [5] não podendo eu tambem esperar mais, mandei-_o_ saber da vossa fé, _temendo_ que o tentador vos tentasse, e o nosso trabalho viesse a ser inutil. 6 Vindo, porém, agora Timotheo de vós para [6] nós, e trazendo-nos boas novas ácerca da vossa fé e caridade, e de como sempre tendes boa lembrança de nós, desejando muito ver-nos, [7] como nós tambem a vós; 7 Pelo que, irmãos, nós ficámos consolados ácerca de vós em toda a nossa afflicção [8] e necessidade, pela vossa fé, 8 Porque agora vivemos, [9] se estaes _firmes_ no Senhor. 9 Porque, que acção de graças [10] poderemos dar a Deus por vós, por todo o gozo com que nos regozijamos por vossa causa diante do nosso Deus, 10 Orando abundantemente dia e noite, [11] para que possamos vêr o vosso rosto, e suppramos o que falta á vossa fé? 11 Ora o mesmo nosso Deus e Pae, e nosso Senhor Jesus Christo, [12] encaminhe a nossa viagem para vós. 12 E o Senhor vos augmente, [13] e faça abundar em caridade uns para com os outros, e para com todos, como tambem _abundamos_ para comvosco; 13 Para confortar os vossos [14] corações, para que sejaes irreprehensiveis em sanctificação diante de nosso Deus e Pae, na vinda de nosso Senhor Jesus Christo com todos os seus sanctos. [1] ver. 5. Act. 17.15. [2] Rom. 16.21. I Cor. 16.10. [3] Eph. 3.13. Act. 9.16. I Cor. 4.9. [4] Act. 20.24. [5] I Cor. 7.5. II Cor. 11.3. Gal. 2.2 e 4.11. [6] Act. 18.1, 5. [7] Phi. 1.8. [8] II Cor. 1.4 e 7.6, 7, 13. [9] Phi. 4.1. [10] cap. 1.2. [11] Act. 26.7. II Tim. 1.3. Rom. 1.10, 11. [12] Mar. 1.3. [13] cap. 4.9 e 5.15. II Ped. 1.7. [14] I Cor. 1.8. II The. 2.17. I João 3.20, 21. _Exhortação á sanctidade, ao amor fraternal e ao trabalho._ 4 Assim que, irmãos, no demais vos rogamos e exhortamos no Senhor Jesus, [1] que, assim como recebestes de nós, como vos convenha andar e agradar a Deus, assim _n’isto_ abundeis cada vez mais. 2 Porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus. 3 Porque esta é a vontade de Deus [2], a vossa sanctificação: que vos abstenhaes da fornicação; 4 Que cada um [3] de vós saiba possuir o seu vaso em sanctificação e honra; 5 Não em sensualidade de [4] concupiscencia, como os gentios, que não conhecem a Deus. 6 Ninguem opprima nem engane a seu irmão em negocio [5] _algum_, porque o Senhor é vingador de todas estas _coisas_, como tambem _já_ d’antes vol-o dissemos e testificámos. 7 Porque não nos chamou Deus para a immundicia, [6] senão para a sanctificação. 8 Porque quem despreza [7] _isto_ não despreza ao homem, mas sim a Deus, o qual nos deu tambem o seu Espirito Sancto. 9 Emquanto, porém, á caridade fraternal, [8] não necessitaes de que vos escreva, porque _já_ vós mesmos estaes instruidos por Deus que vos ameis uns aos outros. 10 Porque tambem já assim [9] o fazeis, para com todos os irmãos que estão por toda a Macedonia. Exhortamo-vos, porém, irmãos, [10] a que ainda _n’isto_ abundeis cada vez mais, 11 E procureis viver quietos, [11] e tratar dos vossos proprios negocios, e trabalhar com vossas proprias mãos, como já vol-o temos mandado; 12 Para que andeis [12] honestamente para com os que estão de fóra, e não necessiteis de _coisa_ alguma. _Ácerca da resurreição e vinda de Christo._ 13 Não quero, porém, irmãos, que sejaes ignorantes ácerca dos que _já_ dormem, [13] para que vos não entristeçaes, como tambem os demais, que não teem esperança. 14 Porque, se crêmos [14] que Jesus morreu e resuscitou, assim tambem aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com elle. 15 Dizemo-vos portanto isto pela palavra [15] do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. 16 Porque o mesmo Senhor [16] descerá do céu com alarido, e com voz de archanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Christo resuscitarão primeiro. 17 Depois nós, [17] os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com elles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. 18 Portanto, consolae-vos [18] uns aos outros com estas palavras. [1] Phi. 1.27. Col. 1.10 e 2.6. [2] Rom. 12.2. Eph. 5.17, 27. I Cor. 6.15, 18. Col. 3.5. [3] Rom. 6.19. I Cor. 6.15, 18. [4] Rom. 1.24, 26. Col. 3.5. Eph. 2.12 e 4.17, 18. I Cor. 15.34. Gal. 4.8. II The. 1.8. [5] Lev. 19.11, 13. I Cor. 6.8. II The. 1.8. [6] Lev. 11.44 e 19.2. I Cor. 1.2. Heb. 12.14. I Ped. 1.14, 15. [7] Luc. 10.16. I Cor. 2.10 e 7.40. I João 3.24. [8] cap. 5.1. Jer. 31.34. João 6.45 e 14.26. Heb. 8.11. I João 2.20, 27 e 3.11, 23 e 4.21. Mat. 22.39. João 13.34 e 15.12. Eph. 5.2. I Ped. 4.8. [9] cap. 1.7. [10] cap. 3.12. [11] II The. 3.11. I Ped. 4.15. Act. 20.35. Eph. 4.28. II The. 3.7, 8, 12. [12] Rom. 13.13. II Cor. 8.21. Col. 4.5. I Ped. 2.12. [13] Lev. 19.28. Deu. 14.1, 2. II Sam. 12.20. Eph. 2.12. [14] I Cor. 15.13, 18, 23. cap. 3.13. [15] I Reis 13.17, 18 e 20.35. I Cor. 15.51. [16] Mat. 24.30, 31. Act. 1.11. II The. 1.7. I Cor. 15.23, 52. [17] I Cor. 15.51. Act. 1.9. Apo. 11.12. João 12.26 e 14.3 e 17.24. [18] cap. 5.11. 5 Porém, irmãos, [1] ácerca dos tempos e das estações, não necessitaes de que se vos escreva; 2 Porque vós mesmos sabeis muito bem que [2] o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; 3 Pois que, quando disserem: _Ha_ paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina [3] destruição, como as dôres de parto áquella que está gravida; e de modo algum escaparão. 4 Mas vós, irmãos, [4] _já_ não estaes em trevas, para que aquelle dia vos surprehenda como _um_ ladrão. 5 Todos vós sois filhos [5] da luz e filhos do dia: nós não somos da noite nem das trevas. 6 Não durmamos pois, [6] como os demais, mas vigiemos, e sejamos sobrios. 7 Porque os que dormem [7] dormem de noite, e os que se embebedam embebedam-se de noite. 8 Mas nós, que somos do dia, sejamos sobrios, vestindo-nos da couraça da fé [8] e [AJS] da caridade, e tendo por capacete a esperança da salvação. 9 Porque Deus [9] não nos tem designado para a ira, mas para a acquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Christo. 10 O qual morreu por nós, [10] para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com elle. 11 Pelo que exhortae-vos [11] uns aos outros, e edificae-vos uns aos outros, como tambem _o_ fazeis. _Preceitos diversos, votos e saudações._ 12 E rogamo-vos, irmãos, [12] que reconheçaes os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam: 13 E tende-os em grande estima e amor, por causa da sua obra. [13] Tende paz entre vós. 14 Rogamo-vos tambem, irmãos, [14] que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco animo, sustenteis os fracos, e sejaes pacientes para com todos. 15 Vêde que ninguem dê [15] a outrem mal por mal, [16] mas segui sempre o bem, assim uns para com os outros, como para com todos. 16 Regozijae-vos [17] sempre. 17 Orae [18] sem cessar. 18 Em tudo dae graças; [19] porque esta _é_ a vontade de Deus em Christo Jesus para comvosco. 19 Não apagueis [20] o Espirito. 20 Não desprezeis [21] as prophecias. 21 Examinae [22] todas _as coisas_; retende o bem. 22 Abstende-vos [23] de toda a apparencia do mal. 23 E o mesmo Deus de paz [24] vos sanctifique em tudo; e todo o vosso sincero espirito, e alma, e corpo, sejam conservados irreprehensiveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Christo. 24 Fiel _é_ o que [25] vos chama, o qual tambem _o_ fará. 25 Irmãos, orae [26] por nós. 26 Saudae a todos os irmãos [27] em osculo sancto. 27 Pelo Senhor vos conjuro que esta epistola se leia [28] a todos os sanctos irmãos. 28 A graça [29] de nosso Senhor Jesus Christo _seja_ comvosco. Amen. [1] Mat. 24.3, 36. Act. 1.7. cap. 4.9. [2] Mat. 24.43, 47 e 25.13. Luc. 12.39, 40. II Ped. 3.10. Apo. 3.3 e 16.15. [3] Isa. 13.6, 9. Luc. 17.27, 28, 29 e 21.34, 35. II The. 1.9. Jer. 13.21. Ose. 13.13. [4] Rom. 13.12, 13. I João 2.8. [5] Eph. 5.8. [6] Mat. 25.5 e 24.42 e 25.13. Rom. 13.11, 12, 13. I Ped. 5.8. [7] Luc. 21.34, 36. Rom. 13.13. I Cor. 15.34. Eph. 5.14. Act. 2.15. [8] Isa. 59.17. Eph. 6.14, 16, 17. [9] Rom. 9.29. cap. 1.10. I Ped. 2.8. Jud. 4. II The. 2.13, 14. [10] Rom. 14.8, 9. II Cor. 5.15. [11] cap. 4.18. [12] I Cor. 16.18. Phi. 2.29. I Tim. 5.17. Heb. 13.7, 17. [13] Mar. 9.50. [14] II The. 3.11, 12. Rom. 14.1 e 15.1. Gal. 5.22 e 6.1, 2. Eph. 4.2. Col. 3.12. II Tim. 4.2. [15] Lev. 19.18. Pro. 20.22 e 24.29. Mat. 5.39, 44. Rom. 12.17. I Cor. 6.7. I Ped. 3.9. [16] Gal. 6.10. cap. 3.12. [17] II Cor. 6.10. Phi. 4.4. [18] Luc. 18.1 e 21.36. Rom. 12.12. Eph. 6.18. Col. 4.2. I Ped. 4.7. [19] Eph. 5.20. Col. 3.17. [20] Eph. 4.30. I Tim. 4.14. II Tim. 1.6. I Cor. 14.30. [21] I Cor. 14.1, 39. [22] I Cor. 2.11, 15. I João 4.1. Phi. 4.8. [23] cap. 4.12. [24] Phi. 4.9. cap. 3.13. I Cor. 1.8. [25] I Cor. 1.9 e 10.13. II The. 3.3. [26] Col. 4.3. II The. 3.1. [27] Rom. 16.16. [28] Col. 4.16. II The. 3.14. [29] Rom. 16.20, 24. II The. 3.18. SEGUNDA EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO AOS THESSALONICENSES. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 54] 1 Paulo, e Silvano, [1] e Timotheo, á egreja dos thessalonicenses, em Deus nosso Pae e no Senhor Jesus Christo: 2 Graça [2] e paz de Deus nosso Pae, e do Senhor Jesus Christo. _O progresso e constancia dos thessalonicenses na fé e na caridade, a despeito das perseguições._ 3 Sempre devemos, [3] irmãos, dar graças a Deus por vós, como é de razão, porquanto a vossa fé cresce muitissimo e [AJT] a caridade de cada um de vós abunda de uns para com os outros: 4 De maneira que nós mesmos nos gloriamos [4] de vós nas egrejas de Deus por causa da vossa paciencia e fé, e em todas as vossas perseguições e afflicções que supportaes; 5 Prova [5] clara do justo juizo de Deus, para que sejaes havidos por dignos do reino de Deus, pelo qual tambem padeceis; 6 Pois é justo [6] diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam, 7 E a vós, que sois atribulados, [7] descanço comnosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder: 8 Como labareda [8] de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Christo: 9 Os quaes por castigo, padecerão eterna [9] perdição, ante a face do Senhor e a gloria do seu poder, 10 Quando vier para ser glorificado [10] nos seus sanctos, e a fazer-se admiravel n’aquelle dia em todos os que crêem (porquanto o nosso testemunho foi crido entre vós). 11 Pelo que tambem rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos [11] da _sua_ vocação, e cumpra todo o desejo da _sua_ bondade, e a obra da fé com poder; 12 Para que o nome de nosso Senhor Jesus Christo [12] seja em vós glorificado, e vós n’elle, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Christo. [1] II Cor. 1.19. I The. 1.1. [2] I Cor. 1.3. [3] I The. 1.2, 3 e 3.6, 9. cap. 2.13. [4] II Cor. 7.14 e 9.2. I The. 1.3 e 2.14, 19, 20. [5] Phi. 1.28. I The. 2.14. [6] Apo. 6.10. [7] Apo. 14.13. I The. 4.16. Jud. 14. [8] Heb. 10.27 e 12.29. II Ped. 3.7. Apo. 21.8. Psa. 79.6. I The. 4.5. Rom. 2.8. [9] Phi. 3.19. II Ped. 3.7. Deu. 33.2. Isa. 2.19. cap. 2.8. [10] Psa. 68.35 e 89.7. [11] ver. 5. I The. 1.3. [12] I Ped. 1.7 e 4.14. _A vinda de Christo será precedida de manifestações do Antichristo._ 2 Ora, irmãos, [1] rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Christo, e _pela_ nossa reunião com elle, 2 Que não vos movaes [2] facilmente do _vosso_ entendimento, e não _vos_ perturbeis, nem por espirito, nem por palavra, nem por epistola, como _escripta_ por nós, como se o dia de Christo estivesse já perto. 3 Ninguem de maneira alguma vos engane; [3] _porque aquelle dia não virá_ sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do peccado, o filho da perdição; 4 O qual se oppõe, [4] e se levanta sobre tudo o que se chama Deus, ou se adora; assim que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. 5 Não vos lembraes de que estas coisas vos dizia quando ainda estava comvosco? 6 E agora vós sabeis o que o detem, para que a seu proprio tempo seja manifestado. 7 Porque já o mysterio [5] da injustiça opera: sómente ha um que agora resiste até que do meio seja tirado; 8 E então será manifestado o iniquo, [6] o qual o Senhor desfará pelo espirito da sua bocca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda: 9 _Aquelle_ cuja vinda é segundo a efficacia de Satanaz, [7] com todo o poder, e signaes e prodigios de mentira, 10 E com todo o engano da injustiça para os que perecem, [8] porquanto não receberam o amor da verdade para se salvarem. 11 E portanto Deus lhes enviará a operação [9] do erro, para que creiam a mentira; 12 Para que sejam condemnados todos os que não crêram a verdade, [10] antes tiveram prazer na iniquidade. 13 Mas devemos sempre [11] dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o principio para a salvação, em sanctificação do Espirito, e fé da verdade; 14 Para o que pelo nosso evangelho vos chamou, [12] para alcançardes a gloria de nosso Senhor Jesus Christo. 15 Pelo que, irmãos, [13] estae _firmes_ e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epistola nossa. 16 E nosso [14] Senhor Jesus Christo mesmo, o nosso Deus e Pae, que nos amou, e em graça _nos_ deu uma eterna consolação, e boa esperança, 17 Console os vossos corações, [15] e vos conforte em toda a boa palavra e obra. [1] I The. 4.15 e 4.16. Mat. 24.31. Mar. 13.27. [2] Mat. 24.4. Eph. 5.6. I João 4.1. [3] Mat. 24.4. Eph. 5.6. I Tim. 4.1. Dan. 7.25. [4] Isa. 14.13. Eze. 28.2, 6, 9. Dan. 7.25. [5] I João 2.18 e 4.3. [6] Dan. 7.10, 11. Job 4.9. Isa. 11.4. Ose. 6.5. Apo. 2.16 e 19.15, 20, 21. cap. 1.8, 9. Heb. 10.27. [7] João 8.41. Eph. 2.2. Apo. 18.23 e 13.13 e 19.20. Deu. 13.1. Mat. 24.24. [8] II Cor. 2.15 e 4.3. [9] Rom. 1.24, etc. I Reis 22.22. Eze. 14.9. Mat. 24.5, 11. I Tim. 4.1. [10] Rom. 1.32. [11] cap. 1.3. I The. 1.4. Eph. 1.4. Luc. 1.75. I Ped. 1.2. [12] João 17.22. I The. 2.12. I Ped. 5.10. [13] Phi. 4.1. I Cor. 11.2. [14] I João 4.10. Apo. 1.5. I Ped. 1.3. [15] I Cor. 1.8. I The. 3.13. _Exhortações diversas, e saudações._ 3 No demais, irmãos, rogae por nós, [1] para que a palavra do Senhor tenha _livre_ curso e seja glorificada, como tambem entre vós; 2 E para que sejamos livres de homens [2] dissolutos e maus, porque a fé não é de todos. 3 Mas fiel [3] é o Senhor, que vos confortará, e guardará do maligno. 4 E confiamos [4] de vós no Senhor que tambem fazeis e fareis o que vos mandamos. 5 Ora o Senhor encaminhe os vossos [5] corações [AJU] na caridade de Deus, e na paciencia de Christo. 6 Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Christo, que [6] vos aparteis de todo o irmão que andar desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu. 7 Porque vós mesmos sabeis como convém [7] imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós: 8 Nem de graça comemos o pão de nenhum, [8] mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós. 9 Não porque não tivessemos auctoridade, [9] mas para vos dar em nós mesmo exemplo, para nos imitardes. 10 Porque, quando ainda estavamos comvosco, vos mandámos isto, que, se alguem não quizer trabalhar, não coma [10] tambem. 11 Porque ouvimos que [11] alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes fazendo coisas vãs. 12 Aos taes, porém, mandamos, [12] e admoestamos por nosso Senhor Jesus Christo, que, trabalhando com socego, comam o seu proprio pão. 13 E vós, irmãos, [13] não vos canceis de fazer bem. 14 Porém, se alguem não obedecer á nossa palavra _escripta_ n’esta carta, notae o tal, [14] e não vos mistureis com elle, para que se envergonhe. 15 Todavia não [15] _o_ tenhaes como inimigo, mas admoestae-o como irmão. 16 Ora o mesmo [16] Senhor da paz vos dê sempre paz em toda a maneira. O Senhor _seja_ com todos vós. 17 Saudação [17] da minha propria mão, de mim, Paulo, que é o signal em todas as epistolas: assim escrevo. 18 A graça [18] de nosso Senhor Jesus Christo _seja_ com todos vós. Amen. [1] Eph. 6.19. Col. 4.3. I The. 5.25. [2] Rom. 15.31. Act. 28.24. [3] I The. 5.24. João 17.15. II Ped. 2.9. [4] II Cor. 7.16. Gal. 5.10. [5] I Chr. 29.18. [6] Rom. 16.17. I Tim. 6.5. II João 10. [7] I Cor. 4.16 e 11.1. I The. 1.6, 7. [8] Act. 18.3. II Cor. 11.9. I The. 2.9. [9] I Cor. 9.6. I The. 2.6. [10] Gen. 3.19. I The. 4.11. [11] I The. 4.11. I Tim. 5.13. I Ped. 4.15. [12] I The. 4.11. Eph. 4.28. [13] Gal. 6.9. [14] Mat. 18.17. I Cor. 5.9, 11. [15] Lev. 19.17. I The. 5.14. Tito 3.10. [16] Rom. 15.33. I Cor. 14.33. II Cor. 13.11. [17] I Cor. 16.21. Col. 4.18. [18] Rom. 16.24. PRIMEIRA EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO A TIMOTHEO. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 65] 1 Paulo, apostolo de Jesus Christo [1] segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Christo, esperança nossa, 2 A Timotheo [2] _meu_ verdadeiro filho na fé: graça, misericordia e paz da parte de Deus nosso Pae e da de Christo Jesus nosso Senhor. _As falsas doutrinas e o evangelho da graça. O bom combate._ 3 Como te roguei, quando parti para a Macedonia, [3] que ficasses em Epheso, para advertires a alguns, que não ensinem outra doutrina, 4 Nem se dêem a fabulas [4] nem a genealogias interminaveis, que mais produzem questões do que [AJV] edificação de Deus, que consiste na fé. 5 Ora o fim do mandamento [5] é [AJW] a caridade de um coração puro, e de uma boa consciencia, e de uma fé não fingida. 6 Do que, desviando-se alguns, se [6] entregaram a vãs contendas; 7 Querendo ser doutores da lei, [7] e não entendendo nem o que dizem nem o que affirmam. 8 Porém bem sabemos que a lei _é_ boa, [8] se alguem d’ella usa legitimamente: 9 Sabendo isto, [9] que a lei não foi posta para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os impios e peccadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, 10 Para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, [10] e para alguma outra _coisa_ contraria á sã doutrina, 11 Conforme o evangelho da gloria de Deus [11] bemaventurado, que me foi confiado. 12 E dou graças ao que me tem confortado, a Christo Jesus Senhor nosso, [12] porque me teve por fiel, pondo-_me_ no ministerio; 13 _A mim_, que d’antes fui blasphemo, [13] e perseguidor, e oppressor; porém foi-me feita misericordia, porquanto o fiz ignorantemente, na incredulidade. 14 Mas a graça [14] de nosso Senhor superabundou com a fé e amor que ha em Jesus Christo. 15 Esta _é uma_ palavra fiel, [15] e digna de toda a acceitação, que Christo Jesus veiu ao mundo, para salvar os peccadores, dos quaes eu sou o principal. 16 Mas por isso me foi [16] feita misericordia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Christo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crêr n’elle para a vida eterna. 17 Ora ao Rei dos seculos, [17] immortal, invisivel, ao unico Deus _seja_ honra e gloria para todo o sempre. Amen. 18 Este mandamento te dou, [18] _meu_ filho Timotheo, que, segundo as prophecias que d’antes houve ácerca de ti, milites por ellas boa milicia; 19 Retendo a fé, [19] e a boa consciencia, rejeitando a qual alguns fizeram naufragio na fé. 20 D’entre os quaes foram Hymeneo [20] e Alexandre, os quaes entreguei a Satanaz, para que aprendam a não blasphemar. [1] Act. 9.15. Gal. 1.1, 11. Col. 1.27. [2] Act. 16.1. I Cor. 4.17. Phi. 2.19. I The. 3.2. [3] Act. 20.1, 3. Phi. 2.24. Gal. 1.6, 7. [4] cap. 4.7 e 6.4, 40. II Tim. 2.14, 16, 23. [5] Rom. 13.8. II Tim. 2.22. [6] cap. 6.4, 20. [7] cap. 6.4. [8] Rom. 7.12. [9] Gal. 3.19 e 5.23. [10] cap. 6.3. II Tim. 4.3. Tito 1.9 e 2.1. [11] I Cor. 9.17. Gal. 2.7. Col. 1.25. [12] II Cor. 12.9 e 3.5, 6. I Cor. 7.25. Col. 1.25. [13] I Cor. 15.9. Phi. 3.6. Luc. 23.34. [14] Rom. 5.20. I Cor. 15.19. II Tim. 1.13. [15] II Tim. 2.11. Tito 3.8. Mat. 9.13. [16] II Cor. 4.1. Act. 13.39. [17] Dan. 7.14. Rom. 1.23. João 1.18. [18] II Tim. 2.2, 3. cap. 4.14. [19] cap. 3.9 e 6.9. [20] II Tim. 4.14. I Cor. 5.5. Act. 13.45. _Devemos fazer orações por todos os homens._ 2 Admoesto-te pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e acções de graças por todos os homens; 2 Pelos reis, [1] e _por_ todos os que estão em eminencia, para que tenhamos _uma_ vida quieta e socegada, em toda a piedade e honestidade. 3 Porque isto _é_ bom, [2] é agradavel diante de Deus nosso Salvador; 4 O qual quer que todos [3] os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. 5 Porque _ha_ um _só_ [4] Deus, e um _só_ Mediador entre Deus e os homens, Jesus Christo homem. 6 O qual se deu a si mesmo [5] _em_ preço de redempção por todos, _para servir de_ testemunho a seu tempo. 7 Para o que (digo a verdade em Christo, não minto) estou constituido prégador, [6] e apostolo, e [AJX] doutor dos gentios na fé e _na_ verdade. 8 Quero pois que os varões [7] orem em todo o logar, levantando mãos sanctas, sem ira nem contenda. _Os deveres das mulheres christãs._ 9 Que do mesmo modo as [8] mulheres tambem se ataviem com traje honesto, com pudor e modestia, não com os _cabellos_ encrespados, ou com oiro, ou perolas, ou vestidos preciosos, 10 Mas (como é decente para mulheres que fazem profissão de [9] servir a Deus) com boas obras. 11 A mulher aprenda em silencio, com toda a sujeição. 12 Não permitto, porém, que a mulher ensine, [10] nem use de auctoridade sobre o marido, mas que esteja em silencio. 13 Porque primeiro foi [11] formado Adão, depois Eva. 14 E Adão [12] não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. 15 Salvar-se-ha, porém, dando á luz filhos, se permanecer com modestia na fé, [AJY] na caridade e na sanctificação. [1] Esd. 6.10. Jer. 29.7. Rom. 13.1. [2] Rom. 12.2. cap. 1.1. II Tim. 1.9. [3] Eze. 18.23. João 3.16. Tito 2.11. [4] Rom. 3.29, 30. Gal. 3.20. Heb. 8.6. [5] Mat. 20.28. Mar. 10.45. Eph. 1.8. [6] Eph. 3.7, 8. II Tim. 1.1. Rom. 9.1. [7] Mal. 1.11. João 4.21. Isa. 1.15. [8] I Ped. 3.3. [9] I Ped. 3.4. [10] I Cor. 14.34. Eph. 5.24. [11] Gen. 1.27. I Cor. 11.8, 9. [12] Gen. 3.6. II Cor. 11.3. _Os deveres dos bispos e dos diaconos._ 3 Esta _é uma_ palavra fiel: [1] Se alguem deseja o episcopado, excellente obra deseja. 2 Convem pois que o bispo [2] seja irreprehensivel, marido de uma mulher, vigilante, sobrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 3 Não dado ao vinho, [3] não espancador, não cubiçoso de torpe ganancia, mas moderado, não contencioso, não avarento; 4 Que governe bem a sua propria casa, [4] tendo _seus_ filhos em sujeição, com toda a modestia; 5 (Porque, se alguem não sabe governar a sua propria casa, como terá cuidado da egreja de Deus?) 6 Não neophyto, para que, ensoberbecendo-se, [5] não caia na condemnação do diabo. 7 Convem tambem que tenha bom testemunho dos que estão de fóra, [6] para que não caia em affronta, e no laço do diabo. 8 Da mesma sorte os diaconos _sejam_ [7] honestos, não de lingua dobre não dados a muito vinho, não cubiçosos de torpe ganancia; 9 Tendo o mysterio [8] da fé em uma pura consciencia. 10 E tambem estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irreprehensiveis. 11 Da mesma sorte as _suas_ mulheres _sejam_ honestas, [9] não maldizentes, sobrias _e_ fieis em todas _as coisas_. 12 Os diaconos sejam maridos de uma mulher, e governem bem a _seus_ filhos e a suas proprias casas. 13 Porque os que servirem [10] bem, adquirirão para si um bom grau, e muita confiança na fé que ha em Christo Jesus. 14 Escrevo-te estas _coisas_, esperando ir vêr-te bem depressa; 15 Mas, se tardar, para que saibas como convem andar [11] na casa de Deus, que é a egreja de Deus vivo, a columna e firmeza da verdade. 16 E sem duvida alguma grande é o mysterio da piedade: [12] Deus foi manifestado em carne, foi justificado em espirito, visto dos anjos, prégado aos gentios, crido no mundo, _e recebido_ acima na gloria. [1] Act. 20.28. Eph. 4.12. [2] Tito 1.6, etc. II Tim. 2.24. [3] Tito 1.7. II Tim. 2.24. I Ped. 5.2. [4] Tito 1.6. [5] Isa. 14.12. [6] Act. 22.12. I Cor. 5.12. I The. 4.11. [7] Act. 6.3. Lev. 10.9. Eze. 44.21. [8] cap. 1.19. [9] Tito 2.3. [10] Mat. 25.21. [11] Eph. 2.21, 22. II Tim. 2.20. [12] João 1.14, 32, 33. I João 1.2 e 5.6, etc. Mat. 3.16. Rom. 1.4. I Ped. 3.18, 22. _A apostasia nos ultimos tempos._ 4 Porém o Espirito [1] expressamente diz que nos ultimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espiritos enganadores, e a doutrinas de demonios; 2 Que em hypocrisia [2] fallarão mentiras, tendo cauterisada a sua propria consciencia; 3 Prohibindo o casarem-se, [3] _e_ mandando que se abstenham dos manjares que Deus creou para os fieis, e para os que conheceram a verdade, para d’elles usarem com acções de graças; 4 Porque toda a creatura [4] de Deus _é_ boa, e não ha nada que rejeitar, tomando-se com acções de graças. 5 Porque pela palavra de Deus e _pela_ oração é sanctificada. _Fidelidade e diligencia no ministerio._ 6 Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Christo, criado com as palavras da fé [5] e da boa doutrina que seguiste. 7 Mas rejeita [6] as fabulas profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade. 8 Porque o exercicio [7] corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que ha de vir. 9 Esta palavra [8] _é_ fiel e digna de toda a acceitação. 10 Porque tambem para isto trabalhamos [9] e somos injuriados, porquanto esperamos no Deus vivo, que é o salvador de todos os homens, principalmente dos fieis. 11 Manda estas _coisas_ [10] e ensina-as. 12 Ninguem despreze a tua mocidade: [11] mas sê o exemplo dos fieis, na palavra, no trato, na caridade, no espirito, na fé, na pureza. 13 Persiste no lêr, exhortar e ensinar, até que eu vá. 14 Não desprezes o dom que ha em ti, [12] o qual te foi dado por prophecia, com a imposição das mãos do presbyterio. 15 Medita estas _coisas_; occupa-te n’ellas para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. 16 Tem cuidado de ti [13] mesmo e da doutrina: persevera n’estas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. [1] João 16.13. II The. 2.3 e 3.1, etc. [2] Mat. 7.15. Rom. 18.18. II Ped. 2.3. [3] I Cor. 7.28, 36, 38. Col. 2.20, 21. Heb. 13.4. [4] Rom. 14.14, 20. I Cor. 10.25. Tito 1.15. [5] II Tim. 3.14, 15. [6] II Tim. 2.16, 23. Tito 1.14. Heb. 5.14. [7] I Cor. 8.8. Col. 2.23. Mat. 6.33. [8] cap. 1.15. [9] I Cor. 4.11, 12. Psa. 36.7. [10] cap. 6.2. [11] I Cor. 16.11. Tito 2.7, 15. I Ped. 5.3. [12] II Tim. 1.6. cap. 1.18. Act. 6.6. [13] Act. 20.28. Eze. 33.9. Rom. 11.14. _Acerca dos velhos e viuvas._ 5 Não reprehendas asperamente os velhos, [1] mas admoesta-os como a paes: aos mancebos como a irmãos. 2 Ás velhas, como a mães, ás moças, como a irmãs, em toda a pureza. 3 Honra as viuvas [2] que verdadeiramente são viuvas. 4 Mas, se alguma viuva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua propria familia, [3] e a recompensar a seus paes; porque isto é bom e agradavel diante de Deus. 5 Ora a que é [4] verdadeiramente viuva e desamparada espera em Deus, e persevera de noite e de dia em rogos e orações; 6 Mas a que [AJZ] vive [5] em deleites, vivendo está morta. 7 Manda, pois, estas [6] coisas, para que sejam irreprehensiveis. 8 Porém, se alguem não tem cuidado dos seus, [7] e principalmente dos da sua familia, negou a fé, e é peior do que o infiel. 9 Nunca se eleja viuva de menos de sessenta annos, e só a que tenha sido mulher de um [8] marido; 10 Tendo testemunho de boas obras: se criou os filhos, [9] se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos sanctos, se soccorreu os afflictos, se seguiu toda a boa obra. 11 Mas não admittas as viuvas moças, porque, havendo sido lascivas contra Christo, querem casar-se; 12 Tendo já a _sua_ condemnação por haverem aniquilado a primeira fé. 13 E, além d’isto, tambem aprendem a andar ociosas [10] de casa em casa; e não só ociosas, mas tambem paroleiras e curiosas, fallando o que não convem. 14 Quero pois que as que são moças se casem, [11] gerem filhos, governem a casa, _e_ não dêem occasião alguma ao adversario de maldizer. 15 Porque já algumas se desviaram, indo após Satanaz. 16 Se algum crente ou alguma crente tem viuvas, soccorra-as, e não se sobrecarregue a egreja, para que possa sustentar as que deveras são [12] viuvas. _Ácerca dos anciãos—Varios conselhos._ 17 Os anciãos que governam bem [13] sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina. 18 Porque diz a [14] Escriptura: Não ligarás a bocca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salario. 19 Não acceites accusação contra o ancião, [15] senão com duas ou tres testemunhas. 20 Aos que peccarem, [16] reprehende-os na presença de todos, para que tambem os outros tenham temor. 21 Conjuro-_te_ diante de [17] Deus, e do Senhor Jesus Christo, e dos anjos eleitos, que sem prejuizo _algum_ guardes estas _coisas_, nada fazendo por parcialidade. 22 A ninguem imponhas [18] apressadamente as mãos, nem participes dos peccados alheios: conserva-te a ti mesmo puro. 23 Não bebas mais agua _sómente_, mas usa _tambem_ de um pouco de vinho; por causa do teu estomago [19] e das tuas frequentes enfermidades. 24 Os peccados de alguns [20] homens são manifestos antes, e se adiantam para a sua condemnação; e em alguns manifestam-se ainda depois. 25 Assim mesmo tambem as suas boas obras são manifestas, e as que são d’outra maneira não podem occultar-se. [1] Lev. 19.32. [2] ver. 5, 16. [3] Gen. 45.10, 11. Mat. 15.4. Eph. 6.1, 2. [4] I Cor. 7.32. Luc. 2.37. Act. 26.7. [5] Thi. 5.5. [6] cap. 1.3 e 4.11 e 6.17. [7] Isa. 58.7. Gal. 6.10. II Tim. 3.5. [8] Luc. 2.36. cap. 3.2. [9] Act. 16.15. Heb. 13.2. I Ped. 4.9. Luc. 7.38, 44. [10] II The. 3.11. [11] I Cor. 7.9. cap. 6.1. Tito 2.8. [12] ver. 3, 5. [13] Rom. 12.8. I Cor. 9.10, 14. Gal. 6.6. [14] Deu. 25.4. I Cor. 9.9. Lev. 19.13. [15] Deu. 19.15. [16] Gal. 2.11, 14. Tito 1.13. Deu. 13.11. [17] II Tim. 2.14 e 4.1. [18] Act. 6.6 e 13.8. II Tim. 1.6. II João 11. [19] Psa. 104.15. [20] Gal. 5.19. _Os deveres dos servos._ 6 Todos os servos [1] que estão debaixo do jugo estimem a seus senhores por dignos de toda a honra, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasphemados. 2 E _os_ que teem senhores fieis não _os_ desprezem, [2] por serem irmãos; antes _os_ sirvam melhor, porquanto são fieis e amados, como _tambem_ participantes d’este beneficio. Isto ensina e exhorta. _Exhortações e conselhos geraes. Conclusão._ 3 Se alguem ensina _alguma_ outra doutrina, [3] e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Christo, e com a doutrina que é conforme a piedade, 4 É soberbo, [4] e nada sabe, mas delira ácerca de questões e contendas de palavras, das quaes nascem invejas, porfias, blasphemias, ruins suspeitas, 5 Perversas contendas de [5] homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja ganho; aparta-te dos taes. 6 Grande ganho é, porém, [6] a piedade com contentamento. 7 Porque nada trouxemos [7] para _este_ mundo, _e_ manifesto _é_ que nada podemos levar d’elle. 8 Tendo, porém, sustento, [8] e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. 9 Mas os que querem ser [9] ricos caem em tentação e _em_ laço, e _em_ muitas concupiscencias loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruina, 10 Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males; [10] o que apetecendo alguns, se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dôres. 11 Mas tu, [11] ó homem de Deus, foge d’estas _coisas_, e segue a justiça, a piedade, a fé, [AKA] a caridade, a paciencia, a mansidão. 12 Milita a boa milicia da fé, [12] lança mão da vida eterna, para a qual tambem foste chamado, [AKB] tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas. 13 Mando-te diante [13] de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Christo Jesus, que diante de Poncio Pilatos testificou boa confissão, 14 Que guardes este mandamento sem macula e reprehensão, [14] até á apparição de nosso Senhor Jesus Christo; 15 O qual a seu tempo mostrará o bemaventurado, e só poderoso Senhor, [15] Rei dos reis e Senhor dos senhores; 16 Aquelle que é só o que tem a [16] immortalidade, e habita na luz inaccessivel; a quem nenhum dos homens viu nem pode vêr: ao qual _seja_ honra e poder sempiterno. Amen. 17 Manda aos ricos d’este mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza [17] das riquezas, mas em Deus vivo, que abundantemente nos dá todas _as coisas_ para _d’ellas_ gozarmos: 18 Que façam bem, [18] enriqueçam em boas obras, repartam de boamente, e sejam communicaveis; 19 Que enthesourem [19] para si mesmo um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna. 20 Ó Timotheo, [20] guarda o deposito que _te_ foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e ás opposições da falsamente chamada sciencia; 21 A qual professando alguns, [21] se desviaram da fé. A graça _seja_ comtigo. Amen. [1] Eph. 6.5. Col. 3.22. Tito 2.9. [2] Col. 4.1. cap. 4.11. [3] cap. 1.3, 10. II Tim. 1.13. Tito 1.1, 9. [4] I Cor. 8.2. II Tim. 2.23. Tito 3.9. [5] I Cor. 11.16. II Tim. 3.8. Tito 1.11. [6] Psa. 37.16. Pro. 15.16. Heb. 13.5. [7] Job 1.21. Psa. 49.17. Pro. 27.24. [8] Gen. 28.20. Heb. 13.5. [9] Pro. 15.27. Mat. 13.22. Thi. 5.1. [10] Exo. 23.8. Deu. 16.19. [11] II Tim. 2.22. Deu. 33.1 e 3.17. [12] I Cor. 9.25, 26. II Tim. 4.7. Phi. 3.12, 14. [13] Deu. 32.39. I Sam. 2.6. João 5.21. Mat. 27.11. [14] Phi. 1.6, 10. I The. 3.13. [15] Apo. 17.14. [16] Exo. 33.20. João 6.46. Eph. 3.21. [17] Job 31.24. Mar. 10.24. Luc. 12.21. Pro. 23.5. [18] Luc. 12.21. Tito 3.8. Rom. 12.13. [19] Mat. 6.20. Luc. 12.33. [20] II Tim. 1.14 e 2.14. Tito 1.9. [21] II Tim. 2.18. Ecc. 5.15. SEGUNDA EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO A TIMOTHEO. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 66] 1 Paulo, apostolo [1] de Jesus Christo, pela vontade de Deus, segundo a promessa da vida que está em Christo Jesus, 2 A Timotheo, [2] _meu_ amado filho: graça, misericordia, _e_ paz da parte de Deus Pae, e da de Christo Jesus Senhor nosso. _A afflicção de Paulo por Timotheo—Exhortação á firmeza e á constancia no ministerio._ 3 Dou graças a Deus, [3] a quem desde os _meus_ antepassados sirvo com uma consciencia pura, de que sem cessar faço memoria de ti nas minhas orações noite e dia; 4 Desejando muito vêr-te, [4] lembrando-me de tuas lagrimas, para me encher de gozo: 5 Trazendo á memoria a fé não fingida [5] que em ti ha, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que tambem _habita_ em ti. 6 Por cujo motivo te lembro que despertes [6] o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos. 7 Porque Deus não nos deu o [7] espirito de temor, mas de [AKC] fortaleza, e de amor, e de moderação. 8 Portanto não te envergonhes [8] do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das afflicções do evangelho segundo o poder de Deus, 9 O qual nos salvou, [9] e chamou com uma sancta vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu proprio proposito e graça que nos foi dada em Christo Jesus antes dos tempos dos seculos; 10 Mas agora é [10] manifesta pela apparição de nosso Salvador Jesus Christo, o qual aboliu a morte, e trouxe á luz a vida e a incorrupção pelo evangelho; 11 Para o que fui constituido [11] prégador, e apostolo, e [AKD] doutor dos gentios. 12 Por cuja causa padeço [12] tambem estas _coisas_, porém não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que _é_ poderoso para guardar o meu deposito até áquelle dia. 13 Conserva o [13] exemplar das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e [AKE] na caridade que _ha_ em Christo Jesus. 14 Guarda o bom deposito [14] pelo Espirito Sancto que habita em nós. 15 _Bem_ sabes isto, que os que estão na Asia [15] todos se apartaram de mim; entre os quaes foram Phygelo e Hermogenes. 16 O Senhor faça misericordia [16] á casa de Onesiphoro, porque muitas vezes me recreou, e não se envergonhou das minhas cadeias. 17 Antes, vindo elle a Roma, com muito cuidado me procurou e me achou. 18 O Senhor lhe conceda que n’aquelle dia ache misericordia [17] diante do Senhor. E, quanto _me_ ajudou em Epheso, melhor o sabes tu. [1] II Cor. 1.1. Eph. 3.6. Heb. 9.15. [2] I Tim. 1.2. [3] Rom. 1.8, 9. Act. 22.3. Gal. 1.14. [4] cap. 4.9, 21. [5] I Tim. 1.5 e 4.6. Act. 16.1. [6] I The. 5.19. I Tim. 4.14. [7] Rom. 8.15. Luc. 24.49. Act. 1.8. [8] Rom. 1.16. I Tim. 2.6. Apo. 1.2. [9] I Tim. 1.1. Tito 3.4. I The. 4.7. [10] Rom. 16.26. Eph. 1.9. Col. 1.26. [11] Act. 9.15. Eph. 3.7, 8. I Tim. 2.7. [12] Eph. 3.1. I Tim. 6.20. [13] Tito 1.9. Heb. 10.23. Apo. 2.25. [14] I Tim. 6.20. Rom. 8.11. [15] Act. 19.10. [16] Mat. 5.7. Phi. 7. Act. 25.30. Eph. 6.20. [17] Mat. 26.34, 40. II The. 1.10. 2 Tu, [1] pois, meu filho, fortifica-te na graça que ha em Christo Jesus. 2 E o que de mim, d’entre muitas testemunhas, [2] ouviste, confia-o a homens fieis, que sejam idoneos para tambem ensinarem os outros. 3 Tu, [3] pois, soffre as afflicções como bom soldado de Jesus Christo. 4 Ninguem que milita [4] se embaraça com negocios _d’_esta vida, para agradar áquelle que o alistou para a guerra. 5 E, [5] se alguem tambem milita, não é coroado se não militar legitimamente. 6 O lavrador [6] que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos fructos. 7 Considera o que digo: o Senhor, porém, te dê entendimento em tudo. 8 Lembra-te de que Jesus Christo, [7] _que_ é da descendencia de David, resuscitou dos mortos, segundo o meu evangelho; 9 Pelo que soffro trabalhos [8] e até prisões, como _um_ malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. 10 Portanto tudo soffro [9] por amor dos escolhidos, para que tambem elles alcancem a salvação que está em Christo Jesus com gloria eterna. 11 Palavra fiel _é esta_: [10] que, se morrermos com _elle_, tambem com _elle_ viveremos: 12 Se soffrermos, [11] tambem com _elle_ reinaremos: se o negarmos, tambem elle nos negará: 13 Se formos infiéis, [12] elle permanece fiel: não pode negar-se a si mesmo. _Conducta a seguir com aquelles que se affastam da sã doutrina e da pureza christã._ 14 Traze estas _coisas_ [13] á memoria, protestando diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, _que_ para nada aproveitam _senão_ para perversão dos ouvintes. 15 Procura apresentar-te a Deus approvado, _como_ obreiro que não tem _de que_ se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. 16 Mas oppõe-te [AKF] aos clamores [14] vãos _e_ profanos, porque produzirão maior impiedade. 17 E a sua palavra roerá como cancro; [15] entre os quaes são Hymeneo e Phileto; 18 Os quaes se desviaram da [16] verdade, dizendo que a resurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns. 19 Todavia o fundamento [17] de Deus fica firme, tendo este sello: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que nomeia o nome de Christo aparte-se da iniquidade. 20 Ora n’uma grande casa [18] não sómente ha vasos de oiro e de prata, mas tambem de pau e de barro, e uns para honra, outros, porém, para deshonra. 21 De sorte que, se alguem se [19] purificar d’estas coisas, será vaso para honra, sanctificado e idoneo para uso do Senhor, _e_ preparado para toda a boa obra. 22 Foge tambem dos desejos da mocidade; e segue a justiça, [20] a fé, [AKG] a caridade, _e_ a paz com os que, com _um_ coração puro, invocam o Senhor. 23 E rejeita as questões [21] loucas, e sem instrucção, sabendo que produzem contendas. 24 E ao servo do Senhor não convém [22] contender, mas sim ser manso para com todos, apto para ensinar _e_ supportar os maus; 25 Instruindo com mansidão os que resistem, [23] se porventura Deus lhes der arrependimento para conhecerem a verdade, 26 E tornarem a despertar, [24] _e se_ desprenderem dos laços do diabo, em que á vontade d’elle estão presos. [1] I Tim. 1.2. Eph. 6.10. [2] I Tim. 1.18 e 3.2. Tito 1.9. [3] cap. 1.8 e 4.5. [4] I Cor. 9.25. [5] I Cor. 9.25, 26. [6] I Cor. 9.10. [7] Act. 2.30. Rom. 1.3, 4. I Cor. 15.1, 4, 20. [8] Eph. 3.1. Phi. 1.7. Col. 4.3, 18. [9] Eph. 3.13. Col. 1.24. II Cor. 1.6. [10] I Tim. 1.15. Rom. 6.5, 8. II Cor. 4.10. [11] Rom. 8.17. I Ped. 4.13. Mat. 10.33. [12] Rom. 3.3. Num. 23.19. [13] I Tim. 1.4 e 5.21. Tito 3.9, 11. [14] I Tim. 4.7. Tito 1.14. [15] I Tim. 1.20. [16] I Tim. 6.21. I Cor. 15.12. [17] Mat. 24.24. Rom. 8.35. I João 2.19. [18] I Tim. 3.15. Rom. 9.21. [19] Isa. 52.11. Tito 3.1. [20] I Tim. 6.11 e 1.5. I Cor. 1.2. [21] I Tim. 1.4 e 4.7. Tito 3.9. [22] Tito 3.2 e 1.9. I Tim. 3.2, 3. [23] Gal. 6.1. I Tim. 6.11. I Ped. 3.15. [24] I Tim. 3.7. _Extrema corrupção nos ultimos tempos._ 3 Sabe, porém, isto, que nos ultimos dias sobrevirão [1] tempos trabalhosos. 2 Porque haverá homens amantes de si mesmos, [2] avarentos, presumpçosos, soberbos, blasphemos, desobedientes a paes e mães, ingratos, profanos, 3 Sem affecto [3] natural, irreconciliaveis, calumniadores, incontinentes, crueis, sem amor para com os bons, 4 Traidores, [4] temerarios, orgulhosos, mais amantes dos deleites do que amantes de Deus, 5 Tendo [5] apparencia de piedade, mas negando a efficacia d’ella. D’estes affasta-te. 6 Porque d’este numero [6] são os que entram pelas casas, e levam captivas mulherinhas carregadas de peccados, levadas de varias concupiscencias; 7 Que sempre aprendem, [7] e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. 8 E como Jannes [8] e Jambres resistiram a Moysés, assim tambem estes resistem á verdade, homens corruptos de entendimento e reprobos emquanto á fé. 9 Porém não irão mais avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, [9] como tambem _o_ foi o d’aquelles. _Exhortação a perseverar na sã doutrina e a prégar em todas as occasiões._ 10 Tu, porém, tens [10] seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, [AKH] caridade, paciencia, 11 Perseguições, afflicções, taes quaes me aconteceram em Antioquia, [11] em Iconio, _e_ em Lystra: quantas perseguições soffri, e o Senhor de todas me livrou; 12 E tambem todos os que piamente querem viver [12] em Christo Jesus padecerão perseguições. 13 Porém os homens maus [13] e enganadores irão de mal para peior, enganando e sendo enganados. 14 Tu, porém, fica nas _coisas_ que aprendeste, [14] e _de que_ foste [AKI] inteirado, sabendo de quem as tens aprendido; 15 E que desde a tua [15] meninice soubeste as sagradas lettras, as quaes podem fazer-te sabio para a salvação, pela fé que ha em Christo Jesus. 16 Toda a Escriptura [16] divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; 17 Para que o homem de Deus seja perfeito [17] _e_ perfeitamente instruido para toda a boa obra. [1] I Tim. 4.1. I João 2.18. Jud. 18. [2] Phi. 2.21. II Ped. 2.3. Jud. 16. [3] Rom. 1.31. II Ped. 3.3. [4] II Ped. 2.10, 13. Jud. 4 e 19. [5] I Tim. 5.8. Tito 1.16. II The. 3.6. [6] Mat. 23.14. Tito 1.11. [7] I Tim. 2.4. [8] Exo. 7.11. I Tim. 6.5. II Cor. 13.5. [9] Exo. 7.12 e 8.18 e 9.11. [10] Phi. 2.22. I Tim. 4.6. [11] Act. 13.45, 50. II Cor. 1.10. [12] Mat. 16.24. João 17.14. Act. 14.21. [13] II The. 2.10. I Tim. 4.1. [14] cap. 1.13 e 2.2. [15] João 5.39. [16] II Ped. 1.20, 21. Rom. 15.4. [17] I Tim. 6.11. cap. 2.21. 4 Conjuro-_te_ [1] pois diante de Deus, e do Senhor Jesus Christo, que ha de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e _no_ seu reino, 2 Que pregues a palavra, instes a tempo e fóra de tempo, redarguas, reprehendas, exhortes, [2] com toda a longanimidade e doutrina. 3 Porque virá tempo em que não soffrerão a sã [3] doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si [AKJ] doutores conforme as suas proprias concupiscencias; 4 E desviarão os ouvidos da verdade, [4] e se tornarão ás fabulas. 5 Porém [AKK] tu vigia em todas _as [5] coisas_, soffre as afflicções, faze a obra d’um evangelista, cumpre o teu ministerio. _Paulo prevê a sua morte. Diz a Timotheo que venha ter com elle. Escreve-lhe ácerca de diversas pessoas e manda saudações finaes._ 6 Porque [AKL] a mim já agora me offereço [6] por aspersão de sacrificio, e o tempo da minha partida está proximo. 7 Combati o bom combate, [7] acabei a carreira, guardei a fé. 8 Pelo demais, [8] a corôa da justiça está-me guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará n’aquelle dia; e não sómente a mim, mas tambem a todos os que amarem a sua vinda. 9 Procura vir ter [9] comigo depressa, 10 Porque Démas me desamparou, amando o presente seculo, e foi para Thessalonica, Crescente para Galacia, Tito para Dalmacia. 11 Só Lucas está comigo. [10] Toma Marcos, e tral-o comtigo, porque me é muito util para o ministerio. 12 Tambem enviei Tychico [11] a Epheso. 13 Quando vieres traze a capa que deixei em Troade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. 14 Alexandre, [12] o latoeiro, occasionou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. 15 Tu guarda-te tambem d’elle; porque resistiu muito ás nossas palavras. 16 Ninguem me assistiu na minha primeira defeza, antes todos me desampararam. [13] _Oxalá_ isto lhes não seja imputado. 17 Mas o Senhor assistiu-me e [14] fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a prégação, e todos os gentios _a_ ouvissem; e fiquei livre da bocca do leão. 18 E o Senhor me livrará de [15] toda a má obra, e guardar-me-ha para o seu reino celestial; a quem _seja_ gloria para todo o sempre. Amen. 19 Sauda a Prisca e Aquila, [16] e á casa de Onesiphoro. 20 Erasto ficou em Corintho, [17] e deixei Trophimo doente em Mileto. 21 Procura [18] vir antes do inverno. Eubulo, e Pudens, e Lino, e Claudia, e todos os irmãos te saudam. 22 O Senhor Jesus Christo _seja_ com o teu espirito. [19] A graça _seja_ comvosco. Amen. [1] I Tim. 5.21 e 6.13. Act. 10.42. [2] I Tim. 5.20 e 4.13. Tito 1.13. [3] cap. 3.1, 6. I Tim. 1.10. [4] I Tim. 1.4. Tito 1.14. [5] cap. 1.8. Act. 21.8. Eph. 4.11. [6] Phi. 1.23. II Ped. 1.14. [7] I Cor. 9.24, 25. I Tim. 6.12. Heb. 12.1. [8] I Cor. 9.25. Thi. 1.12. I Ped. 5.4. Col. 4.14. [9] Phi. 24. I João 2.15. [10] cap. 1.15. Col. 4.14. Phi. 24. [11] Act. 20.4. Eph. 6.21. Col. 4.7. Tito 3.12. [12] Act. 19.33. I Tim. 1.20. II Sam. 3.39. [13] cap. 1.15. Act. 7.60. [14] Mat. 10.19. Act. 23.11 e 9.15. [15] Rom. 11.30. Gal. 1.5. Heb. 13.21. [16] Act. 18.2. Rom. 16.3. [17] Act. 19.22 e 20.4. Rom. 16.23. [18] ver. 9. [19] Gal. 6.18. Phi. 25. EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO A TITO. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 65] 1 Paulo, servo de Deus, e apostolo de Jesus Christo, segundo a fé dos eleitos de Deus, [1] e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade, 2 Em esperança da vida eterna, [2] a qual Deus, que não pode mentir, prometteu antes dos tempos dos seculos; 3 Mas a seu tempo manifestou [3] a sua palavra pela prégação que me é confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador; 4 A Tito, verdadeiro filho, [4] segundo a fé commum, graça, misericordia, _e_ paz da parte de Deus Pae, e da do Senhor Jesus Christo, nosso Salvador. _Encargo de organisar a egreja de Creta e reprimir falsos doutores._ 5 Por esta causa te deixei em Creta, para que pozesses em boa ordem as coisas que _ainda_ [5] restam, e de cidade em cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei: 6 Aquelle que fôr [6] irreprehensivel, marido de uma mulher, que tenha filhos fieis, que não possam ser accusados de dissolução ou desobedientes. 7 Porque convém que o bispo seja irreprehensivel, [7] como dispenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem violento, nem espancador, nem cubiçoso de torpe ganancia; 8 Mas dado á hospitalidade, [8] amante dos bons, moderado, justo, sancto, continente; 9 Retendo firme a fiel [9] palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, assim para admoestar com a sã doutrina, como para convencer aos contradizentes. 10 Porque tambem ha muitos desordenados, falladores de vaidades, e enganadores, principalmente os da circumcisão, 11 Aos quaes convem tapar a bocca; [10] os que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganancia. 12 Um d’elles, [11] seu proprio propheta, disse: Os cretenses _são_ sempre mentirosos, bestas ruins, [AKM] ventres preguiçosos. 13 Este testemunho é verdadeiro. [12] Portanto reprehende-os severamente, para que sejam sãos na fé: 14 Não dando ouvidos ás fabulas [13] judaicas, e aos mandamentos de homens que se desviam da verdade. 15 Todas _as coisas são_ [14] puras para os puros, mas nada _é_ puro para os contaminados e infieis: antes o seu entendimento e consciencia estão contaminados. 16 Confessam que conhecem a Deus, [15] porém o negam com as obras, sendo abominaveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra. [1] I Tim. 3.16. II Tim. 2.25. [2] II Tim. 1.1, 9. Rom. 16.25. [3] II Tim. 1.10. I The. 2.4. I Tim. 1.11. [4] II Cor. 2.13. Gal. 2.3. I Tim. 1.2. [5] I Cor. 11.34. Act. 14.22. II Tim. 2.2. [6] I Tim. 3.2, 4, 12. [7] Mat. 24.45. I Cor. 4.1, 2. Lev. 10.9. [8] I Tim. 3.2. [9] II The. 2.15. II Tim. 1.13. I Tim. 1.15. [10] Mat. 23.14. I Tim. 6.5. II Tim. 3.6. [11] Act. 17.28. [12] II Cor. 13.10. II Tim. 4.2. [13] I Tim. 1.4. II Tim. 4.4. Isa. 29.13. [14] Luc. 11.39, 40, 41. Rom. 14.14, 20, 23. [15] II Tim. 3.5, 8. Jud. 4. Rom. 1.23. _Exhortações aos velhos, ás mulheres, aos mancebos e aos servos. Tito deve ser, elle mesmo, um exemplo em tudo._ 2 Tu, porém, falla o que convém [1] á sã doutrina: 2 Aos velhos, que sejam sobrios, graves, prudentes, [2] sãos na fé, na [AKN] caridade, e na paciencia; 3 Ás velhas, [3] similhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a sanctas, não calumniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem; 4 Para que ensinem as moças a serem prudentes, [4] a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, 5 A _serem_ moderadas, castas, boas [AKO] caseiras, [5] sujeitas a seus maridos; para que a palavra de Deus não seja blasphemada. 6 Exhorta similhantemente os mancebos a que sejam moderados. 7 Em tudo te dá por exemplo de boas obras; [6] na doutrina _mostra_ incorrupção, gravidade, sinceridade, 8 Palavra sã [7] e irreprehensivel, para que o adversario se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós. 9 _Exhorta_ os servos [8] a que se sujeitem a seus senhores, e em tudo agradem, não contradizendo, 10 Não defraudando, antes mostrando toda a boa lealdade, para que em tudo adornem a doutrina [9] de Deus, nosso Salvador. _A graça da salvação ha de manifestar-se a todos, e Tito deve fallar d’ella._ 11 Porque a graça [10] de Deus se ha manifestado, trazendo salvação a todos os homens, 12 Ensinando-nos que, renunciando á impiedade [11] e ás concupiscencias mundanas, vivamos n’_este_ presente seculo sobria, e justa, e piamente, 13 Aguardando a bemaventurada esperança [12] e o apparecimento da gloria do grande Deus e nosso Senhor Jesus Christo; 14 O qual se deu a si mesmo por nós [13] para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si mesmo um povo particular, zeloso de boas obras. 15 Falla d’isto, [14] e exhorta e reprehende com toda a auctoridade. Ninguem te despreze. [1] I Tim. 1.10 e 6.3. II Tim. 1.13. [2] cap. 1.13. [3] I Tim. 2.9, 10. I Ped. 3.3, 4. [4] I Tim. 5.14. [5] I Cor. 14.34. Eph. 5.22. Col. 3.18. [6] I Tim. 4.12. I Ped. 5.3. Eph. 6.24. [7] I Tim. 6.3 e 5.14. Neh. 5.9. [8] Eph. 6.5. Col. 3.22. I Tim. 6.1, 2. [9] Mat. 5.16. Phi. 2.15. [10] Rom. 5.15. I Ped. 5.12. Luc. 3.6. [11] Luc. 1.75. Rom. 6.19. Eph. 1.4. [12] I Cor. 1.7. Phi. 3.20. II Ped. 3.12. [13] Gal. 1.4 e 2.20. Eph. 5.2. I Tim. 2.6. [14] II Tim. 4.2. I Tim. 4.12. 3 Admoesta-os a que se sujeitem aos principados [1] e potestades, que _lhes_ obedeçam, _e_ estejam preparados para toda a boa obra; 2 Que a ninguem infamem, [2] nem sejam contenciosos, porém modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os homens. 3 Porque [3] tambem nós d’antes eramos insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a varias concupiscencias e deleites, vivendo em malicia e inveja, odiosos _e_ odiando uns aos outros. 4 Mas quando appareceu [4] a benignidade e [AKP] caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens, 5 Não pelas obras [5] de justiça que houvessemos feito, mas segundo a sua misericordia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espirito Sancto; 6 O qual abundantemente [6] derramou sobre nós por Jesus Christo nosso Salvador; 7 Para que, sendo justificados [7] pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna. 8 Fiel é a palavra, [8] e isto quero que devéras affirmes, para que os que crêem em Deus procurem applicar-se ás boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens. 9 Mas resiste ás questões [9] loucas, e ás genealogias e contendas, e aos debates ácerca da lei; porque são inuteis e vãos. 10 Ao homem hereje, [10] depois de uma e outra admoestação, rejeita-o: 11 Sabendo que o tal está pervertido, e pecca, [11] estando já em si mesmo condemnado. _Recommendações particulares—saudações._ 12 Quando te enviar Arthemas, ou Tychico, [12] procura vir ter comigo a Nicopolis; porque deliberei invernar ali. 13 Acompanha com muito cuidado Zenas, doutor da lei, e Apollo, [13] para que nada lhes falte. 14 E os nossos aprendam tambem a applicar-se ás boas obras, para [14] os usos necessarios, para que não sejam infructuosos. 15 Saudam-te todos os que estão comigo. Sauda tu os que nos amam na fé. A graça _seja_ com vós todos. Amen. [1] Rom. 13.1. I Ped. 2.13. Col. 1.10. [2] Eph. 4.31. II Tim. 2.24, 25. [3] I Cor. 6.11. Eph. 2.1. Col. 1.21. [4] cap. 2.11. I Tim. 2.3. [5] Rom. 3.20. Gal. 2.16. Eph. 2.4, 8, 9. [6] Eze. 36.25. Joel 2.28. João 1.16. [7] Gal. 2.16. Rom. 8.23, 24. [8] I Tim. 1.15. cap. 2.14. [9] I Tim. 1.4. II Tim. 2.14, 23. [10] II Cor. 13.2. Mat. 18.17. Rom. 16.17. [11] Act. 13.46. [12] Act. 20.4. I Tim. 4.12. [13] Act. 18.24. [14] ver. 8. Rom. 15.28. Phi. 1.11. II Ped. 1.8. EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO A PHILEMON. _Prefacio. Saudação e acção de graças._ [Anno Domini 64] 1 Paulo, prisioneiro [1] de Jesus Christo, e o irmão Timotheo, ao amado Philemon, nosso cooperador, 2 E á amada Apphia, e a [2] Archippo, companheiro de nossa milicia, e á egreja que está em tua casa: 3 Graça [3] a vós e paz da parte de Deus nosso Pae, e da do Senhor Jesus Christo. 4 Graças dou [4] ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações; 5 Ouvindo [AKQ] a tua caridade [5] e a fé que tens para com o Senhor Jesus Christo, e para com todos os sanctos: 6 Para que a communicação da tua fé seja efficaz no conhecimento [6] de todo o bem que em vós ha por Christo Jesus. 7 Porque tive grande gozo e consolação [AKR] da tua caridade, porque por ti, ó irmão, as entranhas dos sanctos foram [7] recreadas. _Paulo intercede pelo escravo convertido, Onesimo, que tinha fugido a seu senhor._ 8 Pelo que, [8] ainda que tenha em Christo grande confiança para te mandar o que te convém, 9 _Todavia_ peço-_te_ antes por [AKS] caridade, sendo eu tal como sou, Paulo o velho, e tambem agora prisioneiro [9] de Jesus Christo. 10 Peço-te por meu filho [10] Onesimo, que gerei nas minhas prisões; 11 O qual d’antes te era inutil, mas agora a ti e a mim muito util; eu t’o tornei a enviar. 12 Tu, porém, torna a recebel-o como ás minhas entranhas. 13 Eu bem o quizera reter comigo, [11] para que por ti me servisse nas prisões do evangelho; 14 Porém nada quiz fazer sem o [12] teu parecer, para que o teu beneficio não fosse como por força, mas voluntario. 15 Porque bem pode ser que elle se tenha por isso apartado [13] _de ti_ por algum tempo, para que o retivesses para sempre: 16 Não já como servo, antes, mais do que servo, [14] _como_ irmão amado, particularmente de mim: e quanto mais de ti, assim na carne como no Senhor? 17 Assim pois, se me tens [15] por companheiro, recebe-o como a mim mesmo. 18 E, se te fez algum damno, ou te deve _alguma coisa_, põe-o á minha conta. 19 Eu, Paulo, de minha propria mão o escrevi; eu o pagarei, por te não dizer que ainda mesmo a ti proprio a mim te deves. 20 Sim, irmão, eu me regozijarei de ti no Senhor: [16] recreia as minhas entranhas no Senhor. 21 Escrevi-te confiado na tua obediencia, [17] sabendo que ainda farás mais do que digo. _Communicações particulares—saudações._ 22 E juntamente prepara-me tambem pousada, [18] porque espero que pelas vossas orações vos hei de ser concedido. 23 Saudam-te Epaphras, [19] meu companheiro de prisão por Christo Jesus, 24 Marcos, [20] Aristarcho, Demas e Lucas, meus cooperadores. 25 A graça [21] de nosso Senhor Jesus Christo _seja_ com o vosso espirito. Amen. [1] Eph. 3.1. II Tim. 1.8. Phi. 2.25. [2] Col. 4.17. Phi. 2.25. Rom. 16.5. [3] Eph. 1.2. [4] Eph. 1.16. I The. 1.2. II The. 1.3. [5] Eph. 1.15. Col. 1.4. [6] Phi. 1.9, 11. [7] II Cor. 7.13. II Tim. 1.16. [8] I The. 2.6. [9] ver. 1. [10] Col. 4.9. I Cor. 4.15. Gal. 4.19. [11] I Cor. 16.17. Phi. 2.30. [12] II Cor. 9.7. [13] Gen. 45.5, 8. [14] Mat. 23.8. I Tim. 6.2. Col. 3.22. [15] II Cor. 8.23. [16] ver. 7. [17] II Cor. 7.16. [18] Phi. 1.25. II Cor. 1.11. [19] Col. 1.7 e 4.12. [20] Act. 19.29. Col. 4.10, 14. II Tim. 4.11. [21] II Tim. 4.22. EPISTOLA DE S. PAULO APOSTOLO AOS HEBREOS. _Christo, como o Filho de Deus, é superior aos anjos._ [Anno Domini 64] 1 Havendo Deus antigamente fallado muitas vezes, [1] e em muitas maneiras, aos paes, pelos prophetas, a nós fallou-nos n’estes ultimos dias [2] pelo Filho, 2 A quem constituiu herdeiro de todas _as coisas_, por quem fez tambem o mundo. 3 O qual, sendo o resplendor [3] da _sua_ gloria, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas _as coisas_, pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos peccados, assentou-se á dextra da magestade nas alturas; 4 Feito tanto mais excellente do que os anjos, [4] quanto herdou mais excellente nome do que elles. 5 Porque, a qual dos anjos disse jámais: Tu és meu Filho, [5] hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pae, e elle me será por Filho? 6 E outra vez, quando introduziu no mundo o primogenito, diz: [6] E todos os anjos de Deus o adorem. 7 E, quanto aos anjos, diz: O que a seus anjos faz espiritos, [7] e a seus ministros labareda de fogo. 8 Mas, _quanto_ ao Filho, _diz_: Ó Deus, [8] o teu throno _subsiste_ pelos seculos dos seculos: sceptro de equidade é o sceptro do teu reino: 9 Amaste a justiça e aborreceste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu [9] com oleo de alegria mais do que a teus companheiros. 10 E: Tu, Senhor, [10] no principio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos: 11 Elles [11] perecerão, porém tu permanecerás; e todos elles, como roupa, se envelhecerão, 12 E como uma manta os enrolarás, e mudar-se-hão, porém tu és o mesmo, e os teus annos não acabarão. 13 E a qual dos anjos disse jámais: [12] Assenta-te á minha dextra até que ponha a teus inimigos por escabello de teus pés? 14 Não são [13] porventura todos elles espiritos ministradores, [14] enviados para servir a favor d’aquelles que hão de herdar a salvação? [1] Num. 12.6, 8. [2] Deu. 4.30. Gal. 4.4. Eph. 1.10. João 1.17. [3] João 1.14. II Cor. 4.4. Col. 1.15. [4] Eph. 1.21. Phi. 2.9, 10. [5] Psa. 2.7. II Sam. 7.14. I Chr. 22.10. [6] Rom. 8.29. Col. 1.18. Apo. 1.5. [7] Psa. 104.4. [8] Psa. 45.6, 7. [9] Isa. 61.1. Act. 4.27 e 10.38. [10] Psa. 102.25, etc. [11] Isa. 34.4. Mat. 24.35. II Ped. 3.7, 10. Apo. 21.1. [12] Mat. 22.44. Mar. 12.36. Luc. 20.42. [13] Gen. 19.16. Dan. 3.28 e 7.10 e 10.11. [14] Rom. 8.17. Tito 3.7. Thi. 2.5. _Christo, como o Filho do homem, é superior aos anjos, e é o summo sacerdote idoneo e compassivo._ 2 Portanto convem-nos attentar com mais diligencia para as _coisas_ que _já_ temos ouvido, para que em tempo algum nos venhamos a esquecer. 2 Porque, se a palavra pronunciada pelos [1] anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediencia recebeu a justa retribuição, 3 Como escaparemos [2] nós, se não attentarmos para _uma_ tão grande salvação, a qual, começando a ser annunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; 4 Testificando tambem [3] Deus com signaes, e milagres, e varias maravilhas e [AKT] distribuições do Espirito Sancto segundo a sua vontade? 5 Porque não sujeitou aos anjos o mundo [4] futuro, de que _agora_ fallamos. 6 Porém em certo logar, testificou alguem, dizendo: [5] Que é o homem, para que d’elle te lembres? ou o filho do homem, para que o visites? 7 Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos; o coroaste de gloria e de honra, e o constituiste sobre as obras de tuas mãos: 8 Todas _as coisas_ lhe [6] sujeitaste debaixo dos pés. Porque, visto que lhe sujeitou todas _as coisas_, nada deixou que lhe não fosse sujeito. Porém agora ainda não vemos que todas _as coisas_ lhe estejam sujeitas; 9 Porém vemos coroado de gloria e de honra aquelle Jesus que fôra feito um pouco menor [7] do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos. 10 Porque convinha que aquelle, [8] por cuja causa _são_ todas as _coisas_, e mediante o qual todas _as coisas existem_, trazendo muitos filhos á gloria, consagrasse pelas afflicções o principe da salvação d’elles. 11 Porque, [9] assim o que sanctifica, como os que são sanctificados, todos _são_ de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos, 12 Dizendo: [10] Annunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-hei louvores no meio da congregação. 13 E outra vez: Porei n’elle a minha confiança. [11] E outra vez: Eis-_me_ aqui a mim e aos filhos que Deus me deu. 14 E, porquanto os filhos participam da carne e do sangue, tambem elle participou do mesmo, [12] para que pela morte aniquilasse o que tinha o imperio da morte, isto é, o diabo: 15 E livrasse todos os que, com medo da morte, [13] estavam por toda a vida sujeitos á servidão, 16 Porque, na verdade, não tomou os anjos, mas tomou a descendencia de Abrahão. 17 Pelo que convinha que em tudo fosse similhante [14] aos irmãos, para ser misericordioso e fiel summo sacerdote nas _coisas_ que _são_ para com Deus, para expiar os peccados do povo. 18 Porque n’aquillo que elle mesmo, sendo tentado, padeceu, pode soccorrer aos que são tentados. [1] Deu. 33.2. Psa. 68.17. Act. 7.53. [2] Mat. 4.17. Mar. 1.14. Luc. 1.2. [3] Mar. 16.20. Act. 14.3. Eph. 1.5, 9. [4] II Ped. 3.13. [5] Job 7.17. Psa. 8.5, etc. [6] Mat. 28.18. I Cor. 15.27. Eph. 1.22. [7] Phi. 2.7. Act. 2.33. João 3.16. [8] Luc. 24.46. Rom. 11.36. Act. 3.15. [9] Mat. 28.10. João 20.17. Rom. 8.29. [10] Psa. 22.22, 25. [11] Psa. 18.2. Isa. 8.18. João 10.29. [12] João 1.14. Rom. 8.3. I Cor. 15.54, 55. [13] Luc. 1.74. Rom. 8.15. II Tim. 1.7. [14] Phi. 2.7. cap. 4.15 e 5.1, 2. _Christo é superior a Moysés; o perigo da incredulidade e da desobediencia._ 3 Pelo que, irmãos sanctos, participantes da vocação celestial, [1] considerae a Jesus Christo, apostolo e summo sacerdote da nossa confissão, 2 Sendo fiel ao que o constituiu, como tambem Moysés, [2] em toda a sua casa. 3 Porque elle é tido por digno de tanto maior gloria do que Moysés, [3] quanto mais honra do que a casa tem aquelle que a edificou. 4 Porque toda a casa é edificada por alguem, [4] porém o que edificou todas _as coisas é_ Deus. 5 E, na verdade, Moysés [5] _foi_ fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de dizer; 6 Mas Christo, como Filho sobre a sua propria casa, [6] a qual casa somos nós, se tão sómente retivermos firme a confiança e a gloria da esperança até ao fim. 7 Portanto, [7] como diz o Espirito Sancto, se ouvirdes hoje a sua voz, 8 Não endureçaes os vossos corações, como na [AKU] provocação, no dia da tentação no deserto, 9 Onde vossos paes me tentaram, me provaram, e viram por quarenta annos as minhas obras. 10 Por isso me indignei contra esta geração, e disse: Estes sempre erram em seu coração, e não conheceram os meus caminhos: 11 Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso. 12 Olhae, irmãos, que nunca haja em nenhum de vós um coração mau [AKV] e infiel, para se apartar do Deus vivo. 13 Antes exhortae-vos uns aos outros cada dia, durante o tempo que se nomeia Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do peccado; 14 Porque estamos feitos participantes de Christo, se [8] retivermos firmemente o principio da nossa confiança até ao fim. 15 Entretanto se diz: [9] Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçaes os vossos corações, como na [AKW] provocação. 16 Porque, [10] havendo-a alguns ouvido, o [AKX] provocaram; porém não todos os que sairam por Moysés do Egypto. 17 Mas com quem se indignou por quarenta annos? Não _foi_ porventura com os que peccaram, [11] cujos corpos cairam no deserto? 18 E a quem jurou [12] que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes? 19 E vemos que [13] não poderam entrar por causa da _sua_ incredulidade. [1] Rom. 1.7. I Cor. 1.2. Eph. 4.1. [2] Num. 12.7. ver. 5. [3] Zac. 6.12. Mat. 16.18. [4] Eph. 2.10. [5] Exo. 14.31. Num. 12.7. Deu. 3.24. [6] I Cor. 3.16. Eph. 2.21, 22. I Tim. 3.15. [7] II Sam. 23.2. Act. 1.16. [8] ver. 6. [9] ver. 7. [10] Num. 14.2, 4, 11, 24, 30. Deu. 1.34, 36, 38. [11] Num. 14.22, 29, etc. e 26.65. Psa. 106.26. [12] Num. 14.30. Deu. 1.34, 35. [13] cap. 4.8. 4 Temamos pois [1] que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique atraz. 2 Porque tambem a nós nos foi [AKY] evangelizado, como a elles, mas a palavra da prégação de nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé n’aquelles que a ouviram. 3 Porque nós, [2] os que temos crido, entramos no repouso, como disse: Portanto jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso: posto que _já_ as _suas_ obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo. 4 Porque em certo logar disse assim do _dia_ setimo: [3] E repousou Deus de todas as suas obras no setimo dia. 5 E outra vez n’este _logar_: Não entrarão no meu repouso. 6 Visto pois, que resta que alguns entrem n’elle, [4] e que aquelles a quem primeiro foi evangelizado, não entraram por causa da desobediencia, 7 Determina outra vez um certo dia, _que chama_ Hoje, dizendo por David, muito tempo depois, como está dito: [5] Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçaes os vossos corações. 8 Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, depois d’isso não fallaria de outro dia. 9 Portanto resta ainda um repouso para o povo de Deus. 10 Porque, aquelle que entrou no seu repouso, tambem elle mesmo repousou de suas obras, como Deus das suas. 11 Procuremos pois entrar n’aquelle repouso, [6] para que ninguem caia no mesmo exemplo de desobediencia. 12 Porque a palavra de Deus _é_ viva e efficaz, [7] e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até á divisão da alma e do espirito, e das junturas e medullas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. 13 E não ha [8] creatura alguma encoberta diante d’elle; antes todas as coisas _estão_ nuas e patentes aos olhos d’aquelle com quem tratamos. _Christo é superior aos summos sacerdotes do antigo pacto._ 14 Visto que temos um grande summo sacerdote [9] Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. 15 Porque [10] não temos um summo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; mas _um_ que, _como nós_, em tudo foi tentado, [AKZ] excepto no peccado. 16 Cheguemos pois [11] com confiança ao throno da graça, para que possamos alcançar misericordia e achar graça, para sermos ajudados em tempo opportuno. [1] cap. 12.15. [2] cap. 3.14. Psa. 95.11. cap. 3.11, 14. [3] Gen. 2.2. Exo. 20.11 e 31.17. [4] cap. 3.19. [5] Psa. 95.8. cap. 3.7. [6] cap. 3.12, 18, 19. [7] Isa. 49.2. Jer. 23.29. II Cor. 10.4, 5. [8] Psa. 33.13, 14 e 90.8 e 139.11, 12. [9] cap. 3.1 e 7.26. [10] Isa. 53.3. Luc. 22.28. II Cor. 5.21. [11] Eph. 2.18 e 3.12. 5 Porque todo o summo sacerdote, tomado d’entre os homens, [1] é constituido a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que offereça dons e sacrificios pelos peccados; 2 O qual se possa compadecer ternamente dos ignorantes [2] e errados; pois tambem elle mesmo está rodeado de fraqueza. 3 E por esta causa [3] deve elle, tanto pelo povo, como tambem por si mesmo, offerecer pelos peccados. 4 E ninguem toma [4] para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Aarão. 5 Assim tambem Christo [5] se não glorificou a si mesmo, para se fazer summo sacerdote, mas aquelle que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei. 6 Como tambem diz n’outro _logar_: [6] Tu _és_ Sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melchisedec, 7 O qual, nos dias da sua carne, offerecendo, [7] com grande clamor e lagrimas, orações e supplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. 8 Ainda que era Filho, [8] _todavia_ aprendeu a obediencia, pelas _coisas_ que padeceu. 9 E, sendo elle [ALA] consummado, [9] veiu a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem; 10 Chamado por Deus summo sacerdote, [10] segundo a ordem de Melchisedec. 11 Do qual muito [11] temos que dizer, que é difficil de declarar; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. 12 Porque, devendo já ser [ALB] mestres, visto o tempo, ainda necessitaes de que se vos torne a ensinar quaes sejam os primeiros rudimentos [12] das palavras de Deus: e vos haveis feito _taes_ que necessitaes de leite, e não de solido mantimento. 13 Porque qualquer que _ainda_ se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, [13] porque é menino. 14 Mas o mantimento solido é para os perfeitos, os quaes, _já_ pelo costume, teem os sentidos exercitados para [14] discernir tanto o bem como o mal. [1] cap. 2.17 e 8.3, 4. [2] cap. 2.18 e 4.15. [3] Lev. 4.3 e 9.7. [4] II Chr. 26.18. João 3.27. [5] João 8.54. Psa. 2.7. cap. 1.5. [6] Psa. 110.4. cap. 7.17, 21. [7] Mat. 26.39, 42, 44. Mar. 14.36, 39. João 17.1. [8] cap. 3.6. Phi. 2.8. [9] cap. 2.10 e 11.40. [10] ver. 6. cap. 6.20. [11] João 16.12. II Ped. 3.16. [12] cap. 6.1. I Cor. 3.1, 2, 3. [13] I Cor. 13.11 e 14.20. Eph. 4.14. I Ped. 2.2. [14] Isa. 7.15. I Cor. 2.14, 15. 6 Pelo que, deixando [1] os rudimentos da doutrina de Christo, prosigamos até á perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento das obras mortas e da fé em Deus, 2 Da doutrina dos [2] baptismos, e da imposição das mãos, e da resurreição dos mortos, e do juizo eterno. 3 E isto faremos, [3] se Deus o permittir. 4 Porque _é_ impossivel [4] que os que _já_ uma vez foram illuminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espirito Sancto, 5 E provaram a boa palavra de Deus, [5] e as virtudes do seculo futuro, 6 E vieram a recair, sejam outra vez renovados para arrependimento; [6] pois assim, quanto a elles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vituperio. 7 Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cae sobre ella, e produz herva proveitosa para aquelles por quem é lavrada, [7] recebe a benção de Deus: 8 Mas a que produz espinhos [8] e abrolhos, _é_ [ALC] reprovada, e perto _está_ da maldição; cujo fim _é_ ser queimada. 9 Porém de vós, ó amados, esperamos _coisas_ melhores, [ALD] e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim fallamos. 10 Porque Deus não _é_ injusto [9] para se esquecer da vossa obra, e do trabalho [ALE] da caridade que para com o seu nome mostrastes, emquanto ministrastes aos sanctos; e _ainda_ ministraes. 11 Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado [10] até ao fim, para completa certeza da esperança; 12 Para que vos não façaes negligentes, [11] mas sejaes imitadores dos que pela fé e paciencia herdam as promessas. 13 Porque, quando Deus fez a promessa a Abrahão, como não tinha outro maior por quem jurasse, [12] jurou por si mesmo, 14 Dizendo: Certamente, abençoando-te, abençoarei, e, multiplicando-te, multiplicarei. 15 E assim, esperando com paciencia, alcançou a promessa. 16 Porque os homens certamente juram por alguem superior a elles, [13] e o juramento para confirmação _é_, para elles, o fim de toda a contenda. 17 Pelo que, querendo Deus mostrar mais abundantemente a immutabilidade de seu conselho aos [14] herdeiros da promessa, se interpoz com juramento; 18 Para que por duas coisas immutaveis, nas quaes _é_ impossivel que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refugio em reter a [15] esperança proposta; 19 A qual temos como uma ancora da alma segura e firme, e [16] que entra até dentro do véu, 20 Onde Jesus, _nosso_ precursor, [17] entrou por nós, feito eternamente summo sacerdote, segundo a ordem de Melchisedec. [1] Phi. 3.12, 13, 14. cap. 5.12. [2] Act. 8.14, 15, 16, 17. Rom. 2.16. [3] Act. 18.21. I Cor. 4.19. [4] Mat. 12.31, 32. II Ped. 2.20, 21. I João 5.16. [5] cap. 2.5. [6] cap. 10.29. [7] Psa. 65.10. [8] Isa. 5.6. [9] Pro. 14.31. Mat. 10.42. João 13.20. [10] cap. 3.6, 14. Col. 2.2. [11] cap. 10.36. [12] Gen. 22.16, 17. Psa. 105.9. Luc. 1.73. [13] Exo. 22.11. [14] cap. 11.9. Rom. 11.29. [15] cap. 12.1. [16] Lev. 16.15. cap. 9.7. [17] cap. 3.1 e 4.14. _O sacerdocio de Melchisedec era figura do sacerdocio eterno de Christo._ 7 Porque este Melchisedec era rei de [1] Salem, sacerdote do Deus Altissimo, o qual saiu ao encontro de Abrahão, quando elle regressava da matança dos reis, e o abençoou: 2 Ao qual tambem Abrahão deu o dizimo de tudo; e primeiramente interpreta-se rei de justiça, e depois tambem rei de Salem, que é rei de paz. 3 Sem pae, sem mãe, sem genealogia, não tendo principio de dias nem fim de vida, mas sendo feito similhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre: 4 Considerae pois quão grande _era_ este, [2] a quem até o patriarcha Abrahão deu os dizimos dos despojos. 5 E os que d’entre os filhos [3] de Levi recebem o sacerdocio teem preceito, segundo a lei, de tomar o dizimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saido dos lombos de Abrahão. 6 Mas aquelle cuja genealogia não é contada entre elles tomou dizimos de Abrahão, [4] e abençoou o que tinha as promessas. 7 Ora, sem contradicção alguma, o menor é abençoado pelo maior. 8 E aqui certamente tomam dizimos homens que morrem: ali, porém, [5] aquelle de quem se testifica que vive. 9 E, para assim dizer, tambem Levi, que toma os dizimos, foi dizimado em Abrahão. 10 Porque ainda elle estava nos lombos do pae quando Melchisedec lhe saiu ao encontro. 11 De sorte que, [6] se a perfeição fosse pelo sacerdocio levitico (porque debaixo d’elle o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melchisedec, e não fosse chamado segundo a ordem de Aarão? 12 Porque, mudando-se o sacerdocio, necessariamente se faz tambem mudança da lei. 13 Porque aquelle de quem estas _coisas_ se dizem pertence a outra tribu, da qual ninguem serviu ao altar, 14 Visto ser manifesto que [7] nosso Senhor procedeu de Judah, sobre a qual tribu nunca Moysés fallou de sacerdocio. 15 E muito mais manifesto é ainda se á similhança de Melchisedec se levantar outro sacerdote, 16 O qual não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptivel. 17 Porque _assim_ testifica d’elle: Tu _és_ sacerdote eternamente, [8] segundo a ordem de Melchisedec. 18 Porque o precedente mandamento abroga-se por causa da sua fraqueza [9] e inutilidade 19 (Porque a lei [10] nenhuma coisa aperfeiçoou) e a introducção de _uma_ melhor esperança, pela qual chegamos a Deus. 20 E porquanto não _foi feito_ sem juramento (porque certamente aquelles sem juramento foram feitos sacerdotes, 21 Mas este com juramento, por aquelle que lhe disse: Jurou o Senhor, [11] e não se arrependerá: Tu _és_ sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melchisedec), 22 De tanto melhor concerto Jesus [12] foi feito fiador. 23 E, na verdade, aquelles foram feitos sacerdotes em grande numero, porquanto pela morte foram impedidos de permanecer, 24 Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdocio perpetuo. 25 Portanto, pode tambem salvar perfeitamente aos que por elle se chegam a Deus, [13] vivendo sempre para interceder por elles. 26 Porque nos convinha tal summo sacerdote, sancto, innocente, [14] immaculado, separado dos peccadores, e feito mais sublime do que os céus; 27 Que não necessitasse, como os summos sacerdotes, de offerecer cada dia sacrificios, [15] primeiramente por seus proprios peccados, e depois pelos do povo; porque isto fez elle, uma vez, offerecendo-se a si mesmo. 28 Porque a lei constitue summos sacerdotes a homens fracos, [16] mas a palavra do juramento, que _veiu_ depois da lei, _constitue_ ao Filho, que para sempre foi aperfeiçoado. [1] Gen. 14.18, etc. [2] Gen. 14.20. [3] Num. 18.21, 26. [4] Gen. 14.19. Rom. 4.13. Gal. 3.16. [5] cap. 5.6 e 6.20. [6] Gal. 2.21. ver. 18, 19. cap. 8.7. [7] Isa. 11.1. Mat. 1.3. Luc. 3.33. [8] Psa. 110.4. cap. 5.6, 10. [9] Rom. 8.3. Gal. 4.9. [10] Act. 13.39. Rom. 3.20, 21, 28. [11] Psa. 110.4. [12] cap. 8.6 e 9.15 e 12.24. [13] Rom. 8.34. I Tim. 2.5. I João 2.1. [14] Eph. 1.20 e 4.10. [15] Lev. 9.7 e 16.6, 11, 15. Rom. 6.10. [16] cap. 2.10 e 5.9. _O antigo pacto era um symbolo transitorio: Christo é mediador d’um pacto melhor e eterno._ 8 Ora a summa do que temos dito é _que_ temos um summo sacerdote tal, que está assentado nos céus á dextra do throno [1] da magestade, 2 Ministro do sanctuario, [2] e verdadeiro tabernaculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem. 3 Porque todo o summo sacerdote é constituido para [3] offerecer dons e sacrificios; pelo que era necessario que este tambem tivesse alguma coisa que offerecer. 4 Porque, se _ainda_ estivesse na terra, nem tão pouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que offerecessem dons segundo a lei, 5 Os quaes servem de exemplar e sombra das coisas celestiaes, [4] como Moysés divinamente foi avisado, estando _já_ para acabar o tabernaculo: porque, Olha, disse, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou. 6 Mas agora alcançou [5] ministerio tanto mais excellente, quanto é mediador d’um melhor concerto, o qual está confirmado em melhores promessas. 7 Porque, se aquelle primeiro fôra [6] irreprehensivel, nunca se teria buscado logar para o segundo. 8 Porque, reprehendendo-_os_, lhe diz: [7] Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa de Israel e com a casa de Judah estabelecerei um novo concerto, 9 Não segundo o concerto que fiz com seus paes no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egypto; porque não permaneceram n’aquelle meu concerto, e eu para elles não attentei, diz o Senhor. 10 Porque este _é_ o concerto que depois d’aquelles dias farei [8] com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei: e eu lhes serei por Deus, e elles me serão por povo: 11 E não ensinará cada um ao seu proximo, [9] nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor d’elles até ao maior. 12 Porque serei misericordioso para com suas injustiças, e de seus peccados [10] e de suas prevaricações não me lembrarei mais. 13 Dizendo Novo, [11] envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de se esvaecer. [1] Eph. 1.20. Col. 3.1. cap. 1.3. [2] cap. 9.8, 11, 12, 24. [3] cap. 5.1. Eph. 5.2. cap. 9.14. [4] Col. 2.17. Num. 8.4. Act. 7.44. [5] II Cor. 3.6, 8, 9. [6] cap. 7.11, 18. [7] Jer. 31.31-34. [8] cap. 10.16. Zac. 8.8. [9] Isa. 54.13. João 6.45. I João 2.27. [10] Rom. 11.27. cap. 10.17. [11] II Cor. 5.17. _Os sacrificios do sanctuario, por causa de suas imperfeições deviam repetir-se, mas o de Christo é unico, porque é perfeito._ 9 Ora tambem o primeiro tinha ordenanças de culto _divino_, [1] e _um_ sanctuario terrestre. 2 Porque o tabernaculo foi preparado, [2] o primeiro, em que _estava_ o candieiro, e a mesa e os pães da proposição, o que se chama o sanctuario. 3 Mas após o segundo véu [3] _estava_ o tabernaculo, que se chama o sancto dos sanctos, 4 Que tinha o incensario de oiro, e a arca do concerto, [4] coberta de oiro toda em redor: em que _estava_ a talha de oiro, que continha o manná, e a vara de Aarão, que tinha florescido, e as taboas do concerto; 5 E sobre a _arca_ [5] os cherubins da gloria, que faziam sombra no propiciatorio; das quaes coisas não fallaremos agora particularmente. 6 Ora, estando estas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernaculo, [6] para cumprir os serviços _divinos_; 7 Mas no segundo só o summo sacerdote, [7] uma vez no anno, não sem sangue, o qual offerecia por si mesmo e _pelas_ culpas do povo: 8 Dando n’isto a entender o Espirito Sancto [8] que ainda o caminho do sanctuario não estava [ALF] descoberto emquanto se conservava em pé o primeiro tabernaculo: 9 O qual _era_ [ALG] figura para o tempo de então, em que se offereciam presentes e sacrificios, que, quanto á consciencia, [9] não podiam aperfeiçoar aquelle que fazia o serviço. 10 _Pois consistiam_ sómente em manjares, [10] e bebidas, e varias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da [ALH] correcção. 11 Mas, vindo Christo, [11] o summo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernaculo, não feito por mãos, isto é, não d’esta feitura, 12 Nem por sangue de bodes [12] e bezerros, mas por seu proprio sangue, _uma_ vez entrou no sanctuario, havendo effectuado uma eterna redempção. 13 Porque, se o sangue dos toiros e bodes, [13] e a cinza da novilha espargida sobre os immundos, _os_ sanctifica, quanto á purificação da carne, 14 Quanto mais o sangue de [14] Christo, que pelo Espirito eterno se offereceu a si mesmo immaculado a Deus, purificará as vossas consciencias das obras mortas [15] para servirdes ao Deus vivo? 15 E por isso é Mediador do novo [ALI] Testamento, [16] para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. 16 Porque onde ha testamento necessario é que intervenha a morte do testador. 17 Porque o testamento [17] confirma-se nos mortos; porquanto não é valido emquanto vive o testador. 18 Pelo que tambem [18] o primeiro não foi consagrado sem sangue; 19 Porque, havendo Moysés relatado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, [19] tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com agua, lã purpurea e hyssope, e aspergiu tanto o mesmo livro como todo o povo, 20 Dizendo: [20] Este é o sangue do testamento que Deus vos tem mandado. 21 E similhantemente aspergiu com sangue [21] o tabernaculo e todos os vasos do ministerio. 22 E quasi todas _as coisas_, segundo a lei, se purificam com sangue; [22] e sem derramamento de sangue não se faz remissão. 23 De sorte que era bem necessario que as figuras [23] das _coisas_ que _estão_ no céu se purificassem com estas _coisas_; porém as proprias coisas celestiaes com sacrificios melhores do que estes. 24 Porque [24] Christo não entrou no sanctuario feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus. 25 Nem tambem para a si mesmo se offerecer muitas vezes, [25] como o summo sacerdote cada anno entra no sanctuario com sangue alheio; 26 D’outra maneira, necessario lhe fôra padecer muitas vezes desde a fundação do mundo: [26] mas agora na consummação dos seculos uma vez se manifestou, para aniquilar o peccado pelo sacrificio de si mesmo. 27 E, como aos homens está [27] ordenado morrerem uma vez, vindo depois _d’isso_ o juizo, 28 Assim tambem Christo, [28] offerecendo-se uma vez para tirar os peccados de muitos, apparecerá a segunda vez, sem peccado, aos que o esperam para salvação. [1] Exo. 25.8. [2] Exo. 26.1, 35 e 25.23, 30, 31. Lev. 24.5, 6. [3] Exo. 26.31, 33. [4] Exo. 16.33, 34 e 25.10 e 26.33. [5] Exo. 25.18, 22. Lev. 16.2. [6] Num. 28.3. Dan. 8.11. [7] Exo. 30.10. cap. 5.3 e 7.27. [8] cap. 10.19, 20. João 14.6. [9] Gal. 3.21. cap. 7.18, 19. [10] Lev. 11.2. Col. 2.16. Num. 19.7, etc. [11] cap. 3.1 e 8.2. [12] Act. 20.28. Eph. 1.7. Col. 1.14. [13] Lev. 16.14, 16. Num. 19.2, 17, etc. [14] I Ped. 1.19. João 1.7. Apo. 1.5. [15] Luc. 1.74. Rom. 6.13, 22. I Ped. 4.2. [16] I Tim. 2.5. Rom. 3.25. I Ped. 3.18. [17] Gal. 3.15. [18] Exo. 24.6, etc. [19] Exo. 24.5, 6, 8. Lev. 14.4, 6, 7, 49, 51. [20] Exo. 24.8. Mat. 26.28. [21] Exo. 29.12, 36. Lev. 8.15, 19. [22] Lev. 17.11. [23] cap. 8.6. [24] cap. 6.20. Rom. 8.34. I João 2.1. [25] ver. 7. [26] I Ped. 3.18. I Cor. 10.11. Gal. 4.4. [27] Gen. 3.19. Ecc. 3.20. II Cor. 5.10. [28] Rom. 6.10. I Ped. 2.24. I João 3.5. 10 Porque, [1] tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exacta das coisas, nunca, pelos mesmos sacrificios que continuamente se offerecem cada anno, pode aperfeiçoar os que a elles se chegam. 2 D’outra maneira, não cessariam de se offerecer, porquanto, purificados uma vez os [ALJ] ministrantes, nunca mais teriam consciencia de peccado. 3 N’elles, [2] porém, cada anno _se faz_ commemoração dos peccados. 4 Porque é impossivel [3] que o sangue dos toiros e dos bodes tire os peccados. 5 Pelo que, entrando no mundo, diz: [4] Sacrificio e offerta não quizeste, mas corpo me preparaste; 6 Holocaustos e _oblações_ pelo peccado não te agradaram. 7 Então disse: Eis aqui venho (no principio do livro está escripto de mim), para fazer, ó Deus, a tua vontade. 8 Dizendo acima: Sacrificio e offerta, e holocaustos e _oblações_ pelo peccado não quizeste, nem te agradaram (os quaes se offerecem segundo a lei). 9 Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. 10 Na qual vontade [5] somos sanctificados pela oblação do corpo de Jesus Christo, _feita_ uma vez. 11 E assim todo o sacerdote apparece cada dia, [6] ministrando e offerecendo muitas vezes os mesmos sacrificios, que nunca podem tirar os peccados. 12 Mas este, [7] havendo offerecido um sacrificio pelos peccados, está assentado para sempre á dextra de Deus; 13 D’aqui em diante esperando até que os seus inimigos [8] sejam postos por escabello de seus pés. 14 Porque com uma oblação [ALK] aperfeiçoou para [9] sempre os que são sanctificados. 15 E tambem o Espirito Sancto nol-o testifica, porque depois de haver antes dito: 16 [10] Este _é_ o concerto que farei com elles depois d’aquelles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos: _então diz_: 17 E jámais me lembrarei de seus peccados e de suas iniquidades. 18 Ora, onde _ha_ remissão d’estes, não _ha_ mais oblação pelo peccado. _Exhortação a perseverar na fé._ 19 Tendo pois, irmãos, ousadia [11] para entrar no sanctuario, pelo sangue de Jesus, 20 Pelo novo e vivo caminho [12] que elle nos consagrou, pelo véu, isto é, _pela_ sua carne, 21 E tendo um grande [13] sacerdote sobre a casa de Deus, 22 Cheguemo-nos com [14] verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo os corações purificados da má consciencia, e o corpo lavado com agua limpa. 23 Retenhamos firmes [15] a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometteu. 24 E consideremo-nos uns aos outros, para _nos_ estimularmos [ALL] á caridade e boas obras: 25 Não deixando a nossa [16] reunião, como é o costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quando virdes que se vae chegando aquelle dia. 26 Porque, se peccarmos voluntariamente, [17] depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrificio pelos peccados, 27 Mas uma certa expectação horrivel de juizo, e ardor de fogo, [18] que ha de devorar os adversarios. 28 Quebrantando algum a lei de Moysés, [19] morre sem misericordia, _só_ pela palavra de duas ou tres testemunhas: 29 De quanto maior [20] castigo cuidaes vós será julgado digno aquelle que pisar o Filho de Deus, e tiver por [ALM] profano o sangue do testamento, com que foi sanctificado, e fizer aggravo ao Espirito da graça? 30 Porque bem conhecemos aquelle que disse: [21] Minha _é_ a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. 31 Horrenda [22] coisa é cair nas mãos do Deus vivo. 32 Lembrae-vos, [23] porém, dos dias passados, em que, depois de serdes illuminados, supportastes grande combate de afflicções; 33 Em parte fostes feitos [24] espectaculo com vituperios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados. 34 Porque tambem vos compadecestes das minhas prisões, [25] e com gozo permittistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus [ALN] uma possessão melhor e permanente. 35 Não rejeiteis pois a vossa confiança, [26] que tem grande remuneração de galardão. 36 Porque necessitaes [27] de paciencia, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possaes alcançar a promessa. 37 Porque ainda um poucochinho, [28] e o que ha de vir virá, e não tardará. 38 Mas o justo [29] viverá da fé; e, se _alguem_ se retirar, a minha alma não tem prazer n’elle. 39 Nós, porém, não somos d’aquelles que se retiram para [30] a perdição, mas d’aquelles que crêem para a [ALO] conservação da alma. [1] Col. 2.17. cap. 8.5. [2] Lev. 16.21. cap. 9.7. [3] Miq. 6.6, 7. cap. 9.13. [4] Psa. 40.6. Jer. 6.20. Amós 5.21, 22. [5] João 17.19. cap. 9.12 e 13.12. [6] Num. 28.3. cap. 7.27. [7] Col. 3.1. cap. 1.3. [8] Psa. 110.1. Act. 2.35. I Cor. 15. [9] ver. 1. [10] Jer. 31.33, 34. cap. 8.10, 12. [11] Rom. 5.2. Eph. 2.18. cap. 9.8, 12. [12] João 10.9. cap. 9.3, 8. [13] I Tim. 3.15. [14] Eph. 3.12. Thi. 1.6. I João 3.21. [15] I Cor. 1.9. I The. 5.24. II The. 3.5. [16] Act. 2.42. Jud. 19. Rom. 13.11. [17] Num. 15.30. II Ped. 2.20, 21. [18] Eze. 36.5. Sof. 1.8. II The. 1.8. [19] Deu. 17.2, 6. Mat. 18.16. João 8.17. [20] I Cor. 11.29. Mat. 12.31, 32. Eph. 4.30. [21] Deu. 32.35, 36. Rom. 12.19. [22] Luc. 12.5. [23] Gal. 3.4. II João 8. Phi. 1.29, 30. [24] I Cor. 4.9. Phi. 1.7 e 4.14. [25] Phi. 1.7. II Tim. 1.16. Mat. 5.12. [26] Mat. 5.12. [27] Luc. 21.19. Gal. 6.9. Col. 3.24. [28] Luc. 18.8. II Ped. 3.9. [29] Rom. 1.17. Gal. 3.11. [30] II Ped. 2.20, 21. Act. 16.30, 31. _A natureza da fé, e exemplos da fé tirados do Velho Testamento._ 11 Ora, a fé é o firme fundamento [1] das _coisas_ que se esperam, _e_ a prova das coisas que se não vêem. 2 Porque por ella os antigos alcançaram [2] testemunho. 3 Pela fé entendemos que [3] os [ALP] seculos pela palavra de Deus foram creados; de maneira que as _coisas_ que se vêem não foram feitas das que se viam. 4 Pela fé Abel [4] offereceu a Deus maior sacrificio do que Caim, pela qual alcançou testemunho de que era justo, porquanto Deus deu testemunho dos seus dons, e, depois de morto, ainda falla por ella. 5 Pela fé Enoch foi [5] trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porquanto Deus o trasladara; porque antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradava a Deus. 6 Ora, sem fé _é_ impossivel agradar _a Deus_: porque é necessario que aquelle que se approxima de Deus creia que elle existe, e que é galardoador dos que o buscam. 7 Pela fé Noé, [6] divinamente advertido das _coisas_ que ainda se não viam, temeu, _e_, para salvação da sua familia, [ALQ] fabricou a arca, pela qual condemnou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé. 8 Pela fé Abrahão, sendo chamado, [7] obedeceu, para sair ao logar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. 9 Pela fé habitou na terra da promessa, como em _terra_ alheia, [8] morando em cabanas com Isaac e Jacob, herdeiros com elle da mesma promessa. 10 Porque esperava a cidade que tem fundamentos, [9] da qual o artifice e fabricador é Deus. 11 Pela fé tambem a mesma [10] Sarah recebeu a virtude de [ALR] conceber, e deu á luz já fóra da edade; porquanto teve por fiel aquelle que lh’o tinha promettido. 12 Pelo que tambem de um, e esse já amortecido, [11] nasceram em tão grande multidão como as estrellas do céu, e como a areia innumeravel que está na praia do mar. 13 Todos estes morreram na fé, [12] sem terem recebido as promessas; porém, vendo-as de longe, e crendo-_as_ e abraçando-_as_, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. 14 Porque os que isto dizem [13] claramente mostram que buscam _outra_ patria. 15 E se, na verdade, se lembrassem d’aquella d’onde haviam saido, teriam tempo de tornar _para ella_. 16 Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Pelo que tambem Deus se não envergonha d’elles, [14] de se chamar seu Deus, porque _já_ lhes apparelhou _uma_ cidade. 17 Pela fé offereceu Abrahão [15] a Isaac, quando foi provado; e aquelle que recebera as promessas offereceu o seu unigenito, 18 Sendo-lhe dito: [16] Em Isaac será chamada a [ALS] tua descendencia; considerando que Deus era poderoso para até dos mortos o resuscitar. 19 Por onde tambem em similhança o tornou a [17] recobrar. 20 Pela fé Isaac abençoou [18] Jacob e Esaú, no tocante ás coisas futuras. 21 Pela fé Jacob, proximo da morte, [19] abençoou cada um dos filhos de José, e adorou _encostado_ [ALT] á ponta do seu bordão. 22 Pela fé José, [20] proximo da morte, fez menção da saida dos filhos de Israel, e deu ordem ácerca de seus ossos. 23 Pela fé Moysés, [21] já nascido, foi escondido tres mezes por seus paes, porque viram que era um formoso menino; e não temeram o mandamento do rei. 24 Pela fé Moysés, [22] sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Pharaó, 25 Escolhendo antes ser [23] maltratado com o povo de Deus do que por um _pouco de_ tempo ter o gozo do peccado; 26 Tendo por maiores riquezas [24] o vituperio de Christo do que os thesouros do Egypto; porque tinha em vista a recompensa. 27 Pela fé deixou [25] o Egypto, não temendo a ira do rei; porque esteve firme, como vendo o invisivel. 28 Pela fé celebrou [26] a paschoa e o derramamento de sangue, para que o destruidor dos primogenitos os não tocasse. 29 Pela fé passaram [27] o Mar Vermelho, como por _terra_ secca; o que intentando os egypcios, se afogaram. 30 Pela fé cairam os muros [28] de Jericó, sendo sitiados durante sete dias. 31 Pela fé Rahab, [29] a meretriz, não pereceu com os incredulos, acolhendo em paz os espias. 32 E que mais direi? [30] Faltar-me-hia o tempo, contando de Gideon, e de Barac, e de Sansão, e de Jefthe, e de David, e de Samuel e dos prophetas: 33 Os quaes pela fé venceram reinos, exercitaram justiça, alcançaram promessas, [31] fecharam as boccas dos leões, 34 Apagaram a força do [32] fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, pozeram em fugida os exercitos dos estranhos. 35 As mulheres _tornaram_ [33] a receber pela resurreição os seus mortos, e outros foram estirados, não acceitando o seu livramento, para alcançarem _uma_ melhor resurreição. 36 E outros experimentaram escarneos e açoites, e até cadeias [34] e prisões; 37 Foram apedrejados, [35] serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram _vestidos_ de pelles de ovelhas _e_ de cabras, desamparados, afflictos _e_ maltratados 38 (Dos quaes o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, [36] e covas e cavernas da terra. 39 E todos estes, [37] tendo testemunho pela fé, não alcançaram a promessa: 40 Provendo Deus alguma _coisa_ melhor [38] a nosso respeito, para que sem nós não fossem aperfeiçoados. [1] Rom. 8.21, 25. II Cor. 4.18. [2] ver. 39. [3] Gen. 1.1. João 1.3. II Ped. 3.5. [4] Gen. 4.4, 10. I João 3.12. Mat. 23.35. [5] Gen. 3.22, 24. [6] Gen. 6.13, 22. I Ped. 3.20. Rom. 3.22. [7] Gen. 12.1, 4. Act. 7.2, 3, 4. [8] Gen. 12.8 e 13.3, 18. cap. 6.17. [9] cap. 12.22 e 13.14. Apo. 21.2, 10. [10] Gen. 17.19 e 18.11, 14. Luc. 1.36. [11] Rom. 4.19. Gen. 22.17. [12] João 8.56. Gen. 23.4. I Chr. 29.15. I Ped. 1.17. [13] cap. 13.14. [14] Exo. 3.6, 15. Mat. 22.32. Act. 7.32. [15] Gen. 22.1, 9. Thi. 2.21. [16] Gen. 21.12. Rom. 9.7. [17] Rom. 4.17, 19, 21. [18] Gen. 27.27, 39. [19] Gen. 48.5, 16, 20 e 47.31. [20] Gen. 50.24, 25. Exo. 13.19. [21] Exo. 2.2 e 1.16, 22. Act. 7.20. [22] Exo. 2.10, 11. [23] Psa. 84.10. [24] cap. 10.35 e 13.13. [25] Exo. 10.28, 29 e 12.37. [26] Exo. 12.21, etc. [27] Exo. 14.22, 29. [28] Jos. 6.20. [29] Thi. 2.25. [30] Jui. 4.6 e 6.11. [31] II Sam. 7.11, etc. Jui. 14.5, 6. [32] Dan. 3.25. I Sam. 20.1. I Reis 19.3. [33] I Reis 17.23. II Reis 4.35. Act. 22.25. [34] Gen. 39.20. Jer. 20.2 e 37.15. [35] I Reis 21.13. II Chr. 24.21. [36] I Reis 18.4 e 19.9. [37] ver. 2, 13. [38] cap. 12.23. Apo. 6.11. _Perseverança no meio das provações, segundo o exemplo de Christo._ 12 Portanto nós tambem, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos toda a carga, [1] e o peccado que tão commodamente nos rodeia, e corramos com paciencia a carreira que nos está proposta: 2 Olhando para Jesus, [ALU] auctor e consummador da fé, o qual pelo gozo que lhe estava proposto [2] supportou a cruz, desprezando a affronta, e assentou-se á dextra do throno de Deus. 3 Considerae pois [3] aquelle que contra si mesmo supportou tal contradicção dos peccadores, para que não enfraqueçaes, desfallecendo em vossos animos. 4 Ainda não [4] resististes até ao sangue, combatendo contra o peccado. 5 E já vos esquecestes da exhortação que, como a filhos, discorre comvosco: Filho meu, [5] não desprezes a correcção do Senhor, e não desmaies quando por elle fores reprehendido; 6 Porque o Senhor [6] corrige ao que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. 7 Se supportaes [7] a correcção, Deus vos trata como a filhos; porque, que filho ha a quem o pae não corrija? 8 Mas, se estaes sem disciplina, [8] da qual todos são feitos participantes, logo sois bastardos, e não filhos. 9 Tambem, na verdade, tivemos nossos paes, segundo a carne, para nos corrigir, [9] e os reverenciámos: não nos sujeitaremos muito mais ao Pae dos espiritos, para vivermos? 10 Porque aquelles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; porém este, para _nosso_ proveito, [10] para sermos participantes da sua sanctidade. 11 E, na verdade, toda a correcção, ao presente, não parece ser _causa_ de gozo, senão de tristeza, [11] mas depois produz um fructo pacifico de justiça aos exercitados por ella. _Exhortação á sanctidade: varios preceitos._ 12 Portanto tornae a levantar as mãos cançadas, [12] e os joelhos [ALV] desconjuntados, 13 E fazei rectas [13] veredas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente, antes seja sarado. 14 Segui a paz [14] com todos, e a sanctificação, sem a qual ninguem verá o Senhor: 15 Attendendo a que ninguem [15] se prive da graça de Deus, a que nenhuma raiz de amargura, brotando, _vos_ perturbe, e por ella muitos se contaminem. 16 Que ninguem seja fornicario, [16] ou profano, como Esaú, que por um manjar vendeu o seu direito de primogenitura. 17 Porque bem sabeis que, [17] querendo ainda depois herdar a benção, foi rejeitado, porque não achou logar de arrependimento, ainda que com lagrimas o buscou. 18 Porque não chegastes ao monte [18] que se não podia tocar, e ao fogo incendido, e á escuridão, e ás trevas, e á tempestade, 19 E ao sonido da trombeta, e á voz das palavras, [19] a qual os que a ouviram pediram que se lhes não fallasse mais; 20 Porque não podiam supportar o que se _lhes_ mandava: [20] se até _uma_ besta tocar o monte, será apedrejada ou passada com uma frecha. 21 E tão terrivel [21] era [ALW] a visão, _que_ Moysés disse: Estou todo assombrado, e tremendo. 22 Mas chegastes ao monte [22] de Sião, e á cidade do Deus vivo, á Jerusalem celestial, e aos muitos milhares de anjos; 23 Á assembléa geral e egreja dos primogenitos, [23] que estão inscriptos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espiritos dos justos aperfeiçoados; 24 E a Jesus, o Mediador [24] do Novo Testamento, e ao sangue da aspersão, que falla melhores _coisas_ do que _o de_ Abel. 25 Vêde que não rejeiteis ao que falla; [25] porque, se não escaparam aquelles que rejeitaram ao que [ALX] na terra dava respostas divinas, muito menos _escaparemos_ nós, se nos desviarmos d’aquelle que [ALY] é dos céus: 26 A voz do qual moveu [26] então a terra, porém agora [ALZ] annunciou, dizendo: Ainda uma vez commoverei, não só a terra, senão tambem o céu. 27 E esta palavra: [27] Ainda uma vez, mostra a mudança das coisas moveis, como coisas feitas, para que as immoveis permaneçam. 28 Pelo que, recebendo o reino immovel, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverencia e piedade; 29 Porque o nosso Deus [28] _é_ um fogo consumidor. [1] Gal. 3.8. I Ped. 2.1. I Cor. 9.24. [2] Luc. 24.26. Phi. 2.8, etc. I Ped. 1.11. [3] Mat. 10.24, 25. João 15.20. Gal. 6.9. [4] I Cor. 10.13. cap. 10.32, 33, 34. [5] Job 5.17. Pro. 3.11. [6] Pro. 3.12. Thi. 1.12. Apo. 3.19. [7] Deu. 8.5. II Sam. 7.14. Pro. 13.24. [8] Psa. 73.15. I Ped. 5.9. [9] Num. 16.22. Ecc. 12.7. Isa. 42.5. [10] Lev. 11.44. I Ped. 1.15, 16. [11] Thi. 3.18. [12] Job 4.3, 4. Isa. 35.3. [13] Pro. 4.26, 27. Gal. 6.1. [14] Rom. 12.18. Mat. 5.8. II Cor. 7.1. [15] II Cor. 6.1. Gal. 5.4. Deu. 29.18. [16] Eph. 5.3. Col. 3.5. I The. 4.3. [17] Gen. 27.34, 36, 38. [18] Exo. 19.12, 18, 19. Rom. 6.14. II Tim. 1.7. [19] Exo. 20.19. Deu. 5.5, 25 e 18.16. [20] Exo. 19.13. [21] Exo. 19.16. [22] Gal. 4.26. Apo. 3.12. Phi. 3.20. Jud. 14. [23] Exo. 4.22. Thi. 1.18. Apo. 14.4. [24] Exo. 24.8. I Ped. 1.2. [25] cap. 2.2, 3. [26] Exo. 19.18. Agg. 2.6. [27] Mat. 24.35. II Ped. 3.10. Apo. 21.1. [28] Exo. 24.17. Isa. 66.15. 13 Permaneça [AMA] [1] a caridade fraternal. 2 Não vos esqueçaes [2] [AMB] da hospitalidade, porque por ella alguns, não o sabendo, hospedaram anjos. 3 Lembrae-vos dos presos, [3] como se juntamente estivesseis presos, e dos maltratados, como o sendo vós mesmos tambem no corpo. 4 Venerado seja entre todos o matrimonio e a cama sem macula; [4] porém aos fornicadores e adulteros Deus os julgará. 5 [AMC] Sejam os _vossos_ costumes sem avareza, [5] contentando-vos com o presente; porque elle disse: Não te deixarei, nem te desampararei. 6 De maneira que com confiança ousemos dizer: [6] O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que o homem me _possa_ fazer. 7 Lembrae-vos dos vossos [7] [AMD] pastores, que vos fallaram a palavra de Deus, a fé dos quaes imitae, attentando para a maneira da vida d’elles. 8 Jesus Christo _é_ o mesmo [8] hontem, e hoje, e eternamente. 9 Não vos deixeis levar ao redor por doutrinas varias [9] e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique com graça, _e_ não com manjares, os quaes de nada aproveitaram aos que _a elles_ se entregaram. 10 Temos um altar, [10] do qual não tem poder de comer os que servem ao tabernaculo. 11 Porque os corpos [11] dos animaes, cujo sangue é, pelo peccado, trazido pelo summo sacerdote para o sanctuario, [12] são queimados fóra do arraial. 12 Portanto tambem Jesus, para sanctificar o povo pelo seu proprio sangue, padeceu fóra da porta. 13 Saiamos pois a elle fóra do arraial, [13] levando o seu vituperio. 14 Porque não temos aqui cidade permanente, [14] mas buscamos a futura. 15 Portanto offereçamos [15] sempre por elle a Deus sacrificio de louvor, isto é, o fructo dos labios que confessam o seu nome. 16 E não vos esqueçaes [16] da beneficencia e communicação, porque com taes sacrificios Deus se agrada. 17 Obedecei [17] a vossos pastores, e sujeitae-vos a elles; porque velam por vossas almas, como aquelles que hão de dar conta _d’ellas_; para que o façam com alegria e não gemendo; porque isso não vos _seria_ util. 18 Rogae por nós, [18] porque confiamos que temos boa consciencia, como aquelles que em tudo querem portar-se honestamente. 19 E rogo-_vos_ com instancia que _assim_ o façaes, [19] para que eu mais depressa vos seja restituido. _Votos e saudações finaes._ 20 Ora o Deus de paz, [20] que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Christo, grande pastor das ovelhas, 21 Vos aperfeiçoe [21] em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, obrando em vós o que perante elle é agradavel por Christo Jesus, ao qual _seja_ gloria para todo o sempre. Amen. 22 Rogo-vos, porém, irmãos, _que_ supporteis a palavra d’esta exhortação; [22] porque abreviadamente vos escrevi. 23 Sabei que _já_ está solto [23] o irmão Timotheo, com o qual (se vier depressa) vos verei. 24 Saudae a todos os vossos [24] chefes e a todos os sanctos. Os de Italia vos saudam. 25 A graça _seja_ [25] com todos vós. Amen. [1] Rom. 12.10. I The. 4.9. I Ped. 1.22. [2] Mat. 25.35. Rom. 12.13. I Tim. 3.2. [3] Mat. 25.36. Rom. 12.15. [4] I Cor. 6.9. Gal. 5.19, 21. Apo. 22.15. [5] Mat. 6.25, 34. Phi. 4.11, 12. [6] Psa. 27.1 e 56.4, 11 e 119.6. [7] ver. 17. cap. 6.12. [8] João 8.58. Apo. 1.4. [9] Eph. 4.14. Col. 2.4, 8. I João 4.1. [10] I Cor. 9.13 e 10.18. [11] Exo. 29.14. Lev. 4.11, 12, 21. Num. 19.3. [12] João 19.17, 18. Act. 7.58. [13] I Ped. 4.14. [14] Miq. 2.10. Phi. 3.20. [15] Eph. 5.20. I Ped. 2.5. Lev. 7.12. [16] Rom. 12.13. II Cor. 9.12. Phi. 4.18. [17] Phi. 2.29. I The. 5.12. I Tim. 5.17. [18] Rom. 15.30. Eph. 6.19. Col. 4.3. [19] Phi. 22. [20] Rom. 15.33. I The. 5.23. Act. 2.24. [21] II The. 2.16. I Ped. 5.10. Phi. 2.13. [22] I Ped. 5.12. [23] I The. 3.2. [24] ver. 7, 17. [25] Tito 3.15. EPISTOLA UNIVERSAL DO APOSTOLO S. THIAGO. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 60] 1 Thiago, [1] servo de Deus, e do Senhor Jesus Christo, ás doze tribus que andam dispersas, saude. _Ácerca de provas e tentações._ 2 Meus irmãos, [2] tende grande gozo quando [AME] cairdes em varias tentações: 3 Sabendo que a prova [3] da vossa fé obra a paciencia: 4 Tenha, porém, a paciencia a obra perfeita, para que sejaes perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma. 5 E, se algum de vós tem falta de sabedoria, [4] peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e _o_ não lança em rosto, e ser-lhe-ha dada. 6 Porém peça-a com fé, [5] não duvidando; porque o que duvida é similhante á onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte. 7 Não pense o tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. 8 O homem de coração dobre [6] é inconstante em todos os seus caminhos. 9 Porém o irmão abatido glorie-se na sua exaltação, 10 E o rico em seu abatimento; [7] porque elle passará como a flôr da herva. 11 Porque sae o sol com ardor, e a herva secca, e a sua flôr cae, e a formosa apparencia do seu aspecto perece: assim se murchará tambem o rico em seus caminhos. 12 Bemaventurado o varão [8] que soffre a tentação; porque, quando fôr provado, receberá a corôa da vida, a qual o Senhor tem promettido aos que o amam. 13 Ninguem, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguem tenta. 14 Porém cada um é tentado, quando attrahido e [AMF] engodado pela sua propria concupiscencia. 15 Depois, havendo a concupiscencia concebido, [9] pare o peccado; e o peccado, sendo consummado, gera a morte. 16 Não erreis, meus amados irmãos. 17 Toda a boa dadiva [10] e todo o dom perfeito é do alto, e desce do Pae das luzes, em quem não ha mudança nem sombra de variação, 18 Segundo a sua vontade, [11] elle nos gerou pela palavra da verdade, para que fossemos _como_ primicias das suas creaturas. _Sobre a pratica da palavra de Deus._ 19 Assim que, meus amados irmãos, [12] todo o homem seja prompto para ouvir, tardio para fallar, tardio para se irar. 20 Porque a ira do homem não opéra a justiça de Deus. 21 Pelo que, rejeitando toda a immundicia [13] e superfluidade de malicia, recebei com mansidão a palavra enxertada em _vós_, a qual pode salvar as vossas almas. 22 E sêde obradores [14] da palavra, e não sómente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. 23 Porque, [15] se alguem é ouvinte da palavra, e não obrador, é similhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural; 24 Porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de que tal era. 25 Porém aquelle que attenta [16] bem para a lei perfeita da liberdade, e n’isso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bemaventurado no seu feito. 26 Se alguem entre vós cuida ser religioso, [17] e não refreia a sua lingua, antes engana o seu coração, a religião do tal _é_ vã. 27 A religião pura e immaculada para com Deus o Pae é esta: [18] Visitar os orphãos e as viuvas nas suas tribulações, e guardar-se immaculado do mundo. [1] Act. 12.17. Gal. 1.19. Jud. 1. [2] Mat. 5.12. Act. 5.41. Heb. 10.34. [3] Rom. 5.3. [4] I Reis 3.9, 11, 12. Pro. 2.3. [5] Mar. 11.24. I Tim. 2.8. [6] cap. 4.8. [7] Job 14.2. Psa. 37.2. Isa. 40.6. [8] Job 5.17. Pro. 3.11, 12. Heb. 12.5. [9] Job 15.35. Psa. 7.15. Rom. 6.21, 23. [10] João 3.27. I Cor. 4.7. Num. 23.19. [11] João 1.13. I Cor. 4.15. I Ped. 1.23. [12] Ecc. 5.1, 2. Pro. 10.19. [13] Col. 3.8. I Ped. 2.1. Act. 13.26. [14] Mat. 7.21. Luc. 6.46. Rom. 2.13. I João 3.7. [15] Luc. 6.47. cap. 2.14, etc. [16] II Cor. 3.18. cap. 2.12. João 13.17. [17] Psa. 34.14 e 39.1. I Ped. 3.10. [18] Isa. 1.16, 17 e 58.6, 7. Mat. 25.36. _Condemna-se o fazer accepção de pessoas._ 2 Meus irmãos, não tenhaes a fé de nosso [1] Senhor Jesus Christo, _Senhor_ da gloria, em accepção de pessoas. 2 Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com annel de oiro no dedo, com vestidos preciosos, e entrar tambem algum pobre com vestido sordido, 3 E attentardes para o que traz o vestido precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui n’um logar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ahi em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado; 4 Porventura não fizestes differença dentro de vós mesmos, e não vos fizestes juizes de maus pensamentos? 5 Ouvi, meus amados irmãos: [2] Porventura não escolheu Deus aos pobres d’este mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que promette aos que o amam? 6 Porém vós deshonrastes [3] o pobre. Porventura não vos opprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunaes? 7 Porventura não blasphemam elles o bom nome que sobre vós foi invocado? 8 Todavia, se cumprirdes, conforme a Escriptura, a lei real: [4] Amarás a teu proximo como a ti mesmo, bem fazeis. 9 Porém, se fazeis accepção [5] de pessoas, commetteis peccado, e sois redarguidos pela lei como transgressores. 10 Porque qualquer que guardar toda a lei, e deslisar em um _só ponto_, [6] é culpado de todos. 11 Porque aquelle que disse: Não commetterás adulterio, [7] tambem disse: Não matarás. Se tu pois não commetteres adulterio, porém matares, estás feito transgressor da lei. 12 Assim fallae, e assim obrae, como devendo ser julgados pela [8] lei da liberdade. 13 Porque o juizo _virá_ sem misericordia sobre aquelle [9] que não fez misericordia; e a misericordia gloría-se contra o juizo. _A fé sem obras para nada aproveita._ 14 Meus irmãos, [10] que aproveita se alguem disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salval-o? 15 E, se o irmão [11] ou a irmã estiverem nús, e tiverem falta de mantimento quotidiano, 16 E algum de [12] vós lhe disser: Ide em paz, aquentae-vos, e fartae-vos; e lhe não derdes as coisas necessarias para o corpo, que proveito virá d’ahi? 17 Assim tambem a fé, se não tiver as obras, está morta em si mesma. 18 Porém dirá alguem: Tu tens a fé, e eu tenho as obras: mostra-me a tua fé [AMG] pelas tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé [13] pelas minhas obras. 19 Tu crês que ha um só Deus: fazes bem; [14] tambem os demonios o crêem, e estremecem. 20 Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras está morta? 21 Porventura o nosso pae Abrahão não foi justificado pelas obras, [15] quando offereceu sobre o altar o seu filho Isaac? 22 Bem vês que a [16] fé cooperou com as suas obras, e que a fé foi aperfeiçoada pelas obras. 23 E cumpriu-se a Escriptura, que diz: [17] E creu Abrahão em Deus, e foi-lhe isso imputado a justiça, e foi chamado o amigo de Deus. 24 Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não sómente pela fé. 25 E de egual modo Rahab, [18] a meretriz, não foi tambem justificada pelas obras, quando recolheu os emissarios, e os despediu por outro caminho? 26 Porque, assim como o corpo sem o espirito está morto, assim tambem a fé sem as obras está morta. [1] I Cor. 2.8. Lev. 19.15. Deu. 1.17. [2] João 7.48. I Cor. 1.26, 28. Luc. 12.21. [3] I Cor. 11.22. Act. 13.50 e 17.6. [4] Lev. 19.18. Mat. 22.39. Rom. 13.8, 9. [5] ver. 1. [6] Deu. 27.26. Mat. 5.19. Gal. 3.10. [7] Exo. 20.13, 14. [8] cap. 1.25. [9] Job 22.6, etc. Pro. 21.13. Mat. 6.15. [10] Mat. 7.26. cap. 1.23. [11] Job 31.19, 20. Luc. 3.11. [12] I João 3.18. [13] cap. 3.13. [14] Mat. 8.29. Mar. 1.24. Luc. 4.34. Act. 16.17. [15] Gen. 22.9, 12. [16] Heb. 11.17. [17] Gen. 15.6. Rom. 4.3. Gal. 3.6. [18] Jos. 2.1. Heb. 11.31. _Sobre o tropeço na palavra._ 3 Meus irmãos, [1] não sejaes mestres, sabendo que receberemos maior juizo. 2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. [2] Se alguem não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito, e poderoso para tambem refrear todo o corpo. 3 Eis aqui que nós pomos freio [3] nas boccas aos cavallos, para que nos obedeçam; e governamos todo o seu corpo. 4 Vêde tambem as náos que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer que quizer a vontade d’aquelle que as governa. 5 Assim tambem a lingua [4] é um pequeno membro, e gloría-se de grandes coisas. Vêde quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. 6 A lingua tambem _é_ fogo, mundo de iniquidade; [5] assim a lingua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflamma [AMH] a roda do _nosso_ nascimento, e é inflammada do inferno. 7 Porque toda a natureza, tanto de bestas féras como de aves, tanto de reptis como de animaes do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; 8 Mas nenhum homem pode domar a lingua. É um mal que não se pode refrear, [6] está cheia de peçonha mortal. 9 Com ella bemdizemos a Deus e Pae, e com ella maldizemos os homens, [7] feitos á similhança de Deus. 10 De uma mesma bocca procede benção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. 11 Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial _agua_ doce e _agua_ amargosa? 12 Meus irmãos, pode tambem a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim _tambem_ nenhuma fonte _pode_ produzir agua salgada e _agua_ doce. _A sabedoria que vem do alto._ 13 Quem d’entre vós [8] é sabio e entendido? Mostre por _seu_ bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. 14 Porém, se tendes amarga [9] inveja, e contenda em vosso coração, não vos glorieis, nem mintaes contra a verdade; 15 Esta _sabedoria_ não é sabedoria [10] que vem do alto, mas é terrena, animal e diabolica. 16 Porque onde _ha_ inveja [11] e contenda ahi _ha_ perturbação e toda a obra perversa. 17 Mas a sabedoria que [12] do alto vem é, primeiramente, pura, depois pacifica, moderada, tratavel, cheia de misericordia e de bons fructos, sem parcialidade, e sem hypocrisia. 18 Ora o fructo da [13] justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz. [1] Mat. 23.8, 14. I Ped. 5.3. [2] I Reis 8.46. II Chr. 6.36. Pro. 20.9. [3] Psa. 32.9. [4] Pro. 12.18 e 15.2. Psa. 12.3. [5] Pro. 16.27. Mat. 15.11, 18, 19, 20. [6] Psa. 140.3, 4. [7] Gen. 1.26 e 5.1 e 9.6. [8] Gal. 6.4. cap. 1.21 e 2.18. [9] Rom. 2.17, 23 e 13.13. [10] Phi. 3.19. cap. 1.17. [11] I Cor. 3.3. Gal. 5.20. [12] I Cor. 2.6, 7. I João 3.18. [13] Pro. 11.18. Ose. 10.12. Mat. 5.9. _Devemos resistir ás paixões._ 4 D’onde _veem_ as guerras e pelejas entre vós? Porventura não _veem_ de aqui, _a saber_, dos vossos deleites, [1] que nos vossos membros guerreiam? 2 Cubiçaes, e nada tendes: sois invejosos, e cubiçosos, e não podeis alcançar: combateis e guerreaes, e nada tendes, porque não pedis. 3 Pedis, e não recebeis, [2] porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. 4 Adulteros e adulteras, [3] não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quizer ser amigo do mundo constitue-se inimigo de Deus. 5 Ou cuidaes vós que em vão diz a Escriptura: [4] O espirito que em nós habita tem desejo de inveja? 6 Antes dá maior graça. Portanto diz: [5] Deus resiste aos soberbos, porém dá graça aos humildes. 7 Sujeitae-vos pois a Deus, [6] resisti ao diabo, e elle fugirá de vós. 8 Chegae-vos a Deus, [7] e elle se chegará a vós. Alimpae as mãos, peccadores; e, vós de duplo animo, purificae os corações. 9 Senti as vossas [8] miserias, e lamentae, e chorae: converta-se o vosso riso em pranto, e o _vosso_ gozo em tristeza. 10 Humilhae-vos [9] perante o Senhor, e elle vos exaltará. 11 Irmãos, [10] não falleis mal uns dos outros. Quem falla mal de um irmão, e julga a seu irmão, falla mal da lei, e julga a lei: e, se tu julgas a lei, _já_ não és observador da lei, mas juiz. 12 Ha só um legislador, que pode salvar e destruir. [11] Porém tu quem és, que julgas a outrem? _A fallibilidade dos projectos humanos._ 13 Eia pois agora [12] vós, que dizeis: Hoje, ou ámanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um anno, e contrataremos, e ganharemos; 14 Digo-vos que não sabeis o que _acontecerá_ ámanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor [13] que apparece por um pouco, e depois se desvanece. 15 Em logar do que devieis dizer: [14] Se o Senhor quizer, e se vivermos, faremos isto ou aquillo. 16 Mas agora vos gloriaes em vossas presumpções: [15] toda a gloria tal como esta é maligna. 17 Aquelle pois que sabe [16] fazer o bem e o não faz commette peccado. [1] Rom. 7.23. Gal. 5.17. I Ped. 2.11. [2] Job 27.9. Pro. 1.28. Isa. 1.15. [3] I João 2.15, 16. João 15.19. Gal. 1.10. [4] Gen. 6.5. Num. 11.29. Pro. 21.10. [5] Job 22.29. Psa. 138.6. Pro. 3.34. I Ped. 5.5. [6] Eph. 4.27 e 6.11. I Ped. 5.9. [7] II Chr. 15.2. Isa. 1.16. I Ped. 1.22. I João 3.3. [8] Mat. 5.4. [9] Job 22.29. Mat. 23.12. Luc. 14.11. [10] Eph. 4.31. I Ped. 2.1. Rom. 2.1. I Cor. 4.5. [11] Mat. 10.28. Rom. 14.4, 13. [12] Pro. 27.1. Luc. 12.18, etc. [13] Job 7.7. I Ped. 1.24. I João 2.17. [14] Act. 18.21. I Cor. 4.19. Heb. 6.3. [15] I Cor. 5.6. [16] Luc. 12.47. João 9.41. Rom. 1.20, 21, 32. _Condemnação dos ricos oppressores._ 5 Eia pois agora vós, ricos, [1] chorae e pranteae, por vossas miserias, que sobre vós hão de vir. 2 As vossas riquezas estão apodrecidas, [2] e os vossos vestidos estão comidos da traça. 3 O vosso oiro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. [3] Enthesourastes para os ultimos dias. 4 Eis que o jornal dos trabalhadores [4] que ceifaram as vossas terras, e o qual por vós foi diminuido, clama; [5] e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exercitos. 5 Deliciosamente [6] vivestes sobre a terra, e vos deleitastes: cevastes os vossos corações, como n’um dia de matança. 6 Condemnastes e matastes [7] o justo; elle não vos resistiu. _Exhortação á paciencia. Ácerca do juramento, da oração e da conversão de peccadores._ 7 Sêde pois, irmãos, pacientes até á vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fructo da terra, aguardando-o com paciencia, [8] até que receba a chuva temporã e serodia. 8 Sêde vós tambem pacientes, fortalecei os vossos corações; porque _já_ a vinda do Senhor está proxima. 9 Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, [9] para que não sejaes condemnados. Eis que o juiz está á porta. 10 Meus irmãos, [10] tomae por exemplo de afflicção e paciencia os prophetas que fallaram em nome do Senhor. 11 Eis que temos por bemaventurados os que soffrem. [11] Ouvistes qual foi a paciencia de Job, e vistes o fim que o Senhor _lhe deu_; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso. 12 Porém, sobretudo, meus irmãos, [12] não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem _façaes_ qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiaes em condemnação. 13 Está alguem entre vós afflicto? ore. [13] Está alguem contente? psalmodie. 14 Está alguem entre vós doente? chame os anciãos da egreja, e orem sobre elle, [14] ungindo-o com azeite em nome do Senhor; 15 E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver commettido peccados, [15] ser-lhe-hão perdoados. 16 Confessae as _vossas_ culpas uns aos outros, e orae uns pelos outros para que sareis: [16] a oração efficaz do justo pode muito. 17 Elias era homem sujeito [17] ás mesmas paixões que nós, e, orando, pediu que não chovesse, e, por tres annos e seis mezes, não choveu sobre a terra. 18 E orou outra [18] vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fructo. 19 Irmãos, [19] se algum de entre vós se tem desviado da verdade, e algum o converter, 20 Saiba que aquelle que fizer converter do erro do seu caminho um peccador salvará da morte [20] uma alma, e cobrirá uma multidão de peccados. [1] Pro. 11.28. Luc. 6.24. I Tim. 6.9. [2] Job 13.28. Mat. 6.20. cap. 2.2. [3] Rom. 2.5. [4] Lev. 19.13. Job 24.10, 11. Jer. 22.13. [5] Job 21.13. Amós 6.1, 4. Luc. 16.19, 25. [6] cap. 2.6. [7] Deu. 11.14. Jer. 5.24. Ose. 6.3. [8] Phi. 4.5. Heb. 10.25, 37. I Ped. 4.7. [9] cap. 4.11. Mat. 24.33. I Cor. 4.5. [10] Mat. 5.12. Heb. 11.35, etc. [11] Mat. 5.10, 11 e 10.22. Job 1.21, 22. [12] Mat. 5.31, etc. [13] Eph. 5.19. Col. 3.16. [14] Mar. 6.13 e 16.18. [15] Isa. 33.24. Mat. 9.2. [16] Gen. 20.17. Num. 11.2. Deu. 9.18. [17] Act. 14.14. I Reis 17.1. [18] I Reis 18.42, 45. [19] Mat. 18.15. [20] Rom. 11.14. I Cor. 9.22. PRIMEIRA EPISTOLA UNIVERSAL DO APOSTOLO S. PEDRO. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 60] 1 Pedro, apostolo de Jesus Christo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, [1] Galacia, Cappadocia, Asia e Bithynia; 2 Eleitos segundo a presciencia [2] de Deus Pae, em sanctificação do Espirito, para a obediencia e aspersão do sangue de Jesus Christo: graça e paz vos seja multiplicada. _Acção de graças pela esperança da salvação._ 3 Bemdito _seja_ [3] o Deus e Pae de nosso Senhor Jesus Christo, que, segundo a sua grande misericordia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela resurreição de Jesus Christo d’entre os mortos, 4 Para herança incorruptivel, incontaminavel, [4] e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós, 5 Que pela fé estaes guardados [5] na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no ultimo tempo. 6 Em que vós vos alegraes, [6] estando agora (se é que assim importa) por um pouco contristados com varias tentações. 7 Para que a prova da vossa fé, [7] muito mais preciosa do que o oiro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e gloria, na revelação de Jesus Christo: 8 Ao qual, não havendo visto, o amaes; [8] no qual, não o vendo agora, porém crendo, vos alegraes com gozo ineffavel e glorioso; 9 Alcançando o fim da vossa fé, [9] a salvação das almas. 10 Da qual salvação [10] inquiriram e examinaram os prophetas que prophetizaram da graça que vos _foi dada_: 11 Indagando que tempo ou que maneira de tempo, [11] o Espirito de Christo, que estava n’elles, indicava, anteriormente testificando [AMI] os soffrimentos _que_ a Christo _haviam de vir_, e a gloria que se lhes havia de seguir. 12 Aos quaes foi revelado [12] que, não para si mesmos, mas para nós, ministravam estas _coisas_ que agora vos foram annunciadas por aquelles que, pelo Espirito Sancto enviado do céu, vos prégaram o evangelho: para as quaes _coisas_ os anjos desejam bem attentar. _Exhortação á sanctidade._ 13 Portanto, [13] cingindo os lombos do vosso entendimento, _e_ sobrios, esperae inteiramente na graça que se vos offereceu na revelação de Jesus Christo; 14 Como filhos obedientes, [14] não vos conformando com as concupiscencias que d’antes havia em vossa ignorancia; 15 Mas, como [15] é sancto aquelle que vos chamou, sêde vós tambem sanctos em toda a _vossa_ maneira de viver; 16 Porquanto escripto está: [16] Sêde sanctos, porque eu sou sancto. 17 E, se invocaes por Pae aquelle que, [17] sem accepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andae em temor, durante o tempo da vossa peregrinação: 18 Sabendo que não com _coisas_ corruptiveis, _como_ prata ou oiro, [18] fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos paes, 19 Mas com o precioso [19] sangue de Christo, como de um cordeiro immaculado e incontaminado, 20 O qual, na verdade, [20] já d’antes foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, porém manifestado n’estes ultimos tempos por amor de vós. 21 Que por elle crêdes em Deus, o qual o resuscitou dos mortos, e lhe [21] deu gloria, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus; 22 Purificando as vossas almas [22] na obediencia da verdade, pelo Espirito, para [AMJ] caridade fraternal, não fingida; amae-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro; 23 Sendo de novo gerados, [23] não de semente corruptivel, mas da incorruptivel, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre. 24 Porque toda a carne [24] _é_ como herva, e toda a gloria do homem como a flôr da herva. Seccou-se a herva, e caiu a sua flôr: 25 Mas a palavra [25] do Senhor permanece para sempre; e esta é a palavra que entre vós foi evangelizada. [1] João 7.35. Act. 2.5, 9, 10. Thi. 1.1. [2] Eph. 1.4. Rom. 8.29 e 11.2. II The. 2.12. [3] II Cor. 1.3. Tito 3.5. [4] cap. 5.4. Col. 1.5. II Tim. 4.8. [5] João 10.28, 29. Jud. 1. [6] Mat. 5.12. Rom. 12.12. II Cor. 6.10. [7] Thi. 1.3, 12. Job 23.10. Pro. 17.3. [8] I João 4.20. João 20.20. II Cor. 5.7. [9] Rom. 6.22. [10] Gen. 49.10. Dan. 2.44. Agg. 2.7. [11] cap. 3.19. II Ped. 1.21. Isa. 53.3, etc. [12] Dan. 9.24. Heb. 11.13, 39, 40. Act. 2.4. [13] Luc. 12.35. Eph. 6.14 e 21.34. [14] Rom. 12.2. Act. 17.30. I The. 4.5. [15] Luc. 1.74, 75. II Cor. 7.1. I The. 4.3. [16] Lev. 11.44 e 19.2 e 20.7. [17] Deu. 10.17. Act. 10.34. Rom. 2.11. [18] I Cor. 6.20. Eze. 20.18. cap. 4.3. [19] Act. 20.28. Eph. 1.7. Heb. 9.12, 14. [20] Rom. 3.25. Eph. 3.9, 11. Col. 1.26. [21] Act. 2.24, 33. Mat. 28.18. [22] Act. 15.9. Rom. 12.9, 10. I The. 4.9. [23] João 1.13 e 3.5. Thi. 1.18. I João 3.9. [24] Isa. 40.6. Thi. 1.10. [25] Isa. 40.8. Luc. 16.17. João 1.1, 14. 2 Deixando pois toda [1] a malicia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações, 2 Desejae [2] affectuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por elle vades crescendo; 3 Se já provastes [3] que o Senhor _é_ benigno: 4 E, chegando-vos para elle _como para uma_ pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, [4] mas para com Deus eleita _e_ preciosa, 5 Vós tambem, [5] como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdocio sancto, para offerecer sacrificios espirituaes agradaveis a Deus por Jesus Christo. 6 Pelo que tambem na Escriptura se contém: [6] Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita _e_ preciosa; e quem n’ella crer não será [AMK] confundido. 7 Assim que para vós, os que credes, é preciosa, mas para os rebeldes [7] a pedra que os edificadores reprovaram essa foi feita a cabeça da esquina; 8 E uma pedra de tropeço e rocha de escandalo, para aquelles que tropeçam [8] na palavra, sendo desobedientes; para o que tambem foram destinados. 9 Mas vós sois a geração eleita, o [9] sacerdocio real, a nação sancta, o povo adquirido, para que annuncieis as virtudes d’aquelle que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz: 10 Vós, que d’antes não ereis [10] povo, mas agora _sois_ povo de Deus; que não tinheis alcançado misericordia, mas agora alcançastes misericordia. _A boa conducta no meio dos pagãos; submissão ás auctoridades._ 11 Amados, admoesto-vos, [11] como peregrinos e forasteiros, a que vos abstenhaes das concupiscencias carnaes que combatem contra a alma; 12 Tendo o vosso viver [12] honesto entre os gentios; para que, n’aquillo em que fallam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós virem. 13 Sujeitae-vos pois [13] a toda a ordenação humana por amor do Senhor: seja ao rei, como ao superior; 14 Seja aos governadores, como aos que por elle são enviados para castigo dos malfeitores, [14] e para louvor dos que fazem o bem. 15 Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, [15] tapeis a bocca á ignorancia dos homens loucos: 16 Como libertos, [16] e não como tendo a liberdade por cobertura da malicia, mas como servos de Deus. 17 Honrae a todos. [17] Amae a fraternidade. Temei a Deus. Honrae o rei. _Os deveres dos servos christãos._ 18 Vós, servos, [18] sujeitae-vos com todo o temor aos senhores, não sómente aos bons e humanos, mas tambem aos rigorosos. 19 Porque é coisa agradavel, se alguem, por causa da consciencia para com Deus, [19] soffre aggravos, padecendo injustamente. 20 Porque, que louvor é, [20] se, peccando, sois esbofeteados e soffreis? Mas se, fazendo bem, sois affligidos, e o soffreis, isso é agradavel a Deus. 21 Porque para isto sois [21] chamados; pois tambem Christo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigaes as suas pisadas. 22 O qual não commetteu [22] peccado, nem na sua bocca se achou engano. 23 O qual, [23] quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se áquelle que julga justamente: 24 O qual levou elle mesmo em seu corpo [24] os nossos peccados sobre o madeiro, para que, mortos para os peccados, vivamos para a justiça; por cuja ferida sarastes. 25 Porque ereis como [25] ovelhas desgarradas: mas agora estaes convertidos ao Pastor e [AML] Bispo das vossas almas. [1] Eph. 4.22. Col. 3.8. Heb. 12.1. [2] Mat. 18.3. Mar. 10.15. Rom. 6.4. [3] Psa. 34.8. Heb. 6.5. [4] Mat. 21.42. Act. 4.11. [5] Eph. 2.21. Heb. 3.6. Isa. 61.6. [6] Isa. 28.16. Rom. 9.33. [7] Mat. 21.42. Act. 4.11. [8] Isa. 8.14. Luc. 2.34. Rom. 9.33. [9] Deu. 10.15. Exo. 19.5, 6. Apo. 1.6. [10] Ose. 1.9, 10. Rom. 9.25. [11] I Chr. 29.15. Heb. 11.13. [12] Rom. 12.17. II Cor. 8.21. Phi. 2.15. [13] Mat. 22.21. Rom. 13.1. [14] Rom. 13.3, 4. [15] Tito 2.8. [16] Gal. 5.1, 13. I Cor. 7.22. [17] Phi. 2.3. Heb. 13.1. Rom. 12.10. [18] Eph. 6.5. Col. 3.22. I Tim. 6.1. [19] Mat. 5.10. Rom. 13.5. [20] cap. 3.14 e 4.14, 15. [21] Mat. 16.24. Act. 14.22. I The. 3.3. [22] Isa. 53.4. Luc. 23.41. João 8.46. [23] Isa. 53.7. Mat. 27.39. [24] Isa. 53.4, 5. Mat. 8.17. Heb. 9.28. [25] Isa. 53.6. Eze. 34.6, 23. _Os deveres das mulheres e maridos christãos._ 3 Similhantemente _vós_, mulheres, [1] _sêde_ sujeitas aos vossos proprios maridos; para que tambem, se alguns não obedecem á palavra, pelo trato das mulheres sejam ganhos sem palavra; 2 Considerando [2] o vosso casto trato em temor. 3 O enfeite d’ellas não seja [3] o exterior, no encrespamento dos cabellos, ou atavio de oiro, ou compostura de vestidos; 4 Mas o homem [4] encoberto no coração; no incorruptivel de um espirito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. 5 Porque assim se enfeitavam tambem antigamente as sanctas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus proprios maridos; 6 Como Sara obedecia a Abrahão, chamando-lhe senhor; [5] da qual vós sois feitas filhas, fazendo o bem, e não temendo nenhum espanto. 7 Egualmente vós, [6] maridos, cohabitae com _ellas_ com entendimento, dando honra á mulher, como a vaso mais fraco; como aquelles que juntamente _com ellas_ sois herdeiros da graça da vida; [7] para que não sejam impedidas as vossas orações. _O amor fraternal; a paciencia na afflicção segundo o exemplo de Christo._ 8 E, finalmente, _sêde_ todos de [8] um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos _e_ affaveis. 9 Não tornando mal por mal, [9] ou injuria por injuria; antes, pelo contrario, bemdizendo: sabendo que para isto sois chamados, para que por herança alcanceis a benção. 10 Porque quem quer amar [10] a vida, e vêr os dias bons, refreie a sua lingua do mal, e os seus labios que não fallem engano. 11 Aparte-se do [11] mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a. 12 Porque os olhos do Senhor _estão_ sobre os justos, [12] e os seus ouvidos _attentos_ ás suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males. 13 E qual é aquelle que vos fará mal, [13] se fordes imitadores do bem? 14 Mas tambem, se padecerdes por amor da justiça, [14] sois bemaventurados. E não temaes com medo d’elles, nem vos turbeis; 15 Antes sanctificae o Senhor Deus em vossos corações; [15] e _estae_ sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que ha em vós: 16 Tendo uma boa [16] consciencia, para que, em o que fallam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasphemam do vosso bom trato em Christo. 17 Porque melhor é que padeçaes fazendo bem (se a vontade de Deus _assim_ o quer), do que fazendo mal. 18 Porque tambem Christo padeceu uma vez [17] pelos peccados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, porém vivificado pelo Espirito; 19 No qual tambem foi, [18] _e_ prégou aos espiritos em prisão; 20 Os quaes antigamente foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava [19] nos dias de Noé, apparelhando-se a arca; na qual poucas (isto é oito) almas se salvaram pela agua; 21 Que tambem, como uma verdadeira figura, agora nos salva, o [20] baptismo não o do despojamento da immundicia do corpo, mas o da [AMM] indagação de uma boa consciencia para com Deus, pela resurreição de Jesus Christo; 22 O qual está á dextra [21] de Deus, tendo subido ao céu: havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as auctoridades, e as potencias. [1] I Cor. 14.34. Eph. 5.22. Col. 3.18. [2] cap. 2.12. [3] I Tim. 2.9. Tito 2.3. [4] Rom. 2.29 e 7.22. II Cor. 4.16. [5] Gen. 18.12. [6] I Cor. 7.3. Eph. 5.25. Col. 3.19. [7] Mat. 5.23, 24 e 18.19. [8] Rom. 12.16 e 15.5. Phi. 3.16. [9] Pro. 17.13 e 20.22. Mat. 5.39. [10] Thi. 1.26. Apo. 14.5. [11] Isa. 1.16, 17. III João 11. Rom. 12.18. [12] João 9.31. Thi. 5.16. [13] Pro. 16.7. Rom. 8.28. [14] Mat. 5.10. Thi. 1.12. Isa. 8.12, 13. [15] Act. 4.8. Col. 4.6. II Tim. 2.25. [16] Heb. 13.18. Tito 2.8. [17] Rom. 5.6. Heb. 9.26, 28. II Cor. 13.4. [18] Isa. 42.7 e 49.9 e 61.1. [19] Gen. 6.3, 5, 13. Heb. 11.7. Gen. 7.7. [20] Eph. 5.26. Tito 3.5. Rom. 10.10. [21] Psa. 110.1. Rom. 8.34 e 3.38. Eph. 1.20, 21. Col. 3.1. Heb. 1.3. I Cor. 15.24. 4 Ora pois, _já_ que Christo padeceu por nós [1] na carne, armae-vos tambem vós com este pensamento, que aquelle que padeceu na carne _já_ cessou do peccado, 2 Para, no tempo que lhe resta na carne, [2] não viver mais segundo as concupiscencias dos homens, mas segundo a vontade de Deus. 3 Porque basta-nos que [3] no tempo passado da vida obrassemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscencias, borrachices, glotonerias, bebedices e abominaveis idolatrias, 4 O que estranham, por não correrdes com elles no mesmo desenfreamento de dissolução, [4] blasphemando de vós. 5 Os quaes hão de dar conta ao que está preparado [5] para julgar os vivos e os mortos. 6 Porque para isso foi prégado o evangelho [6] tambem aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, porém vivessem segundo Deus em espirito; 7 E já está proximo o fim de todas _as coisas_: [7] portanto sêde sobrios e vigiae em orações. 8 Mas, sobretudo, [8] tende ardente [AMN] caridade uns para com os outros; porque [AMO] a caridade cobrirá a multidão de peccados. 9 Hospedae-vos [9] uns aos outros, sem murmurações. 10 Cada um administre aos [10] outros o dom como o recebeu, como bons dispenseiros da multiforme graça de Deus. 11 Se alguem fallar, [11] _falle_ segundo as palavras de Deus; se alguem administrar, _administre_ segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Christo, [12] a quem pertence a gloria e poder para todo o sempre. Amen. 12 Amados, [13] não estranheis o ardor que vos sobrevem para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; 13 Mas alegrae-vos [14] de serdes participantes das afflicções de Christo: para que tambem na revelação da sua gloria vos regozijeis e alegreis. 14 Se pelo nome de Christo sois vituperados, [15] bemaventurados _sois_, porque sobre vós repousa o Espirito da gloria de Deus; o qual, quanto a elles, é blasphemado, mas, quanto a vós, glorificado. 15 Porém nenhum de vós padeça como homicida, [16] ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremette em negocios alheios; 16 Mas, se _padece_ como christão, não se envergonhe, [17] antes glorifique a Deus n’esta parte. 17 Porque já _é_ tempo que comece [18] o juizo pela casa de Deus; e, se primeiro _começa_ por nós, qual será o fim d’aquelles que são desobedientes ao evangelho de Deus? 18 E, se o justo apenas se [19] salva, onde apparecerá o impio e o peccador? 19 Portanto tambem os que padecem segundo a vontade de Deus encommendem-_lhe_ [20] as suas almas, como ao fiel Creador, fazendo o bem. [1] Rom. 6.2, 7. Gal. 5.24. Col. 3.3, 5. [2] Rom. 14.7. Gal. 2.20. João 1.13. [3] Eze. 44.6. Act. 17.30. Eph. 2.2. [4] Act. 13.43 e 18.6. [5] Act. 10.42. Rom. 14.10. [6] cap. 3.19. [7] Mat. 24.13. Rom. 13.12. Phi. 4.5. [8] Col. 3.14. Heb. 13.1. Pro. 10.12. [9] Rom. 12.13. Heb. 13.2. II Cor. 9.7. [10] Rom. 12.6. I Cor. 4.7. [11] Jer. 23.22. Rom. 12.6. I Cor. 3.10. [12] I Tim. 6.16. Apo. 1.6. [13] I Cor. 3.13. cap. 1.7. [14] Act. 5.41. Thi. 1.2. Rom. 8.17. [15] Mat. 5.11. II Cor. 12.10. Thi. 1.12. [16] I The. 4.11. I Tim. 5.13. [17] Act. 5.41. [18] Isa. 10.12. Jer. 25.29. Eze. 9.6. [19] Pro. 11.31. Luc. 23.31. [20] Luc. 23.46. II Tim. 1.12. _Os deveres dos anciãos e dos mancebos: humildade e vigilancia._ 5 Aos anciãos, [1] que estão entre vós, admoesto eu, que sou juntamente como elles ancião, e testemunha das afflicções de Christo, e participante da gloria que se ha de revelar. 2 Apascentae [2] o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado _d’elle_, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganancia, mas de um animo prompto, 3 Nem como tendo [3] dominio sobre [AMP] a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. 4 E, quando apparecer o [4] Summo Pastor, alcançareis a incorruptivel corôa de gloria. 5 Similhantemente vós, mancebos, sêde sujeitos aos anciãos; [5] e sêde todos sujeitos uns aos outros, e vesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. 6 Humilhae-vos [6] pois debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte: 7 Lançando sobre elle toda a vossa solicitude, [7] porque elle tem cuidado de vós. 8 Sêde sobrios; [8] vigiae; porque o diabo, vosso adversario, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar. 9 Ao qual resisti [9] firmes na fé: sabendo que as mesmas afflicções se cumprem entre os vossos irmãos no mundo. _Votos e saudações finaes._ 10 Ora o Deus de toda a graça, [10] que em Christo Jesus nos chamou á sua eterna gloria, depois de haverdes padecido um pouco, o mesmo vos aperfeiçoe, confirme, fortifique e estabeleça. 11 A elle _seja_ a gloria [11] e o poderio para todo o sempre. Amen. 12 Por Silvano, [12] vosso fiel irmão, como cuido, escrevi abreviadamente, exhortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estaes. 13 Sauda-vos a _egreja_ co-eleita, _que está_ em Babylonia, [13] e meu filho Marcos. 14 Saudae-vos uns aos outros com osculo de caridade. [14] Paz _seja_ com todos vós que estaes em Christo Jesus. Amen. [1] Phi. 9. Luc. 24.48. Act. 1.8, 22. [2] João 21.15, 16, 17. Act. 20.28. [3] Eze. 34.4. Mar. 20.25. I Cor. 3.9. [4] Heb. 13.20. I Cor. 9.25. II Tim. 4.8. [5] Rom. 12.10. Eph. 5.21. [6] Thi. 4.10. [7] Mat. 6.25. Luc. 12.11. Phi. 4.6. [8] Luc. 21.34. I The. 5.6. Job 1.7. [9] Eph. 6.11. Thi. 4.7. Act. 14.22. [10] I Cor. 4.9. I Tim. 6.12. [11] cap. 4.11. Apo. 1.6. [12] II Cor. 1.19. Heb. 13.22. [13] Act. 12.12, 25. [14] Rom. 16.16. I Cor. 16.20. II Cor. 13.12. I The. 5.26. Eph. 6.23. SEGUNDA EPISTOLA UNIVERSAL DO APOSTOLO S. PEDRO. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 66] 1 Simão Pedro, servo e apostolo de Jesus Christo, [1] aos que comnosco alcançaram fé egualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Christo: 2 Graça e paz [2] vos seja multiplicada, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor; 3 Como o seu divino poder nos deu tudo o que _diz respeito_ á vida e piedade, [3] pelo conhecimento d’aquelle que nos chamou por sua gloria e virtude; 4 Pelas quaes elle nos [4] tem dado grandissimas e preciosas promessas, para que por ellas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscencia ha no mundo. 5 E vós tambem, [5] pondo n’isto mesmo toda a diligencia, accrescentae á vossa fé a virtude, e á virtude a sciencia, 6 E á sciencia temperança, e á temperança paciencia, e á paciencia piedade, 7 E á piedade [AMQ] amor fraternal; e ao amor fraternal [6] caridade. 8 Porque, se em vós houver, e abundarem estas _coisas_, [7] não vos deixarão ociosos nem estereis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Christo. 9 Pois aquelle em quem não ha estas _coisas_ é cego, [8] nada vendo ao longe, [9] havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos peccados. 10 Portanto, irmãos, procurae fazer cada vez mais firme a vossa vocação [10] e eleição; porque, fazendo isto, nunca jámais tropeçareis. 11 Porque assim vos será abundantemente dada a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Christo. 12 Pelo que não deixarei [11] de exhortar-vos sempre ácerca d’estas _coisas_, ainda que bem as saibaes, e estejaes confirmados na presente verdade. 13 E tenho por justo, emquanto estiver n’este tabernaculo, [12] despertar-vos com admoestações. 14 Sabendo que brevemente hei de deixar [13] _este_ meu tabernaculo, como tambem nosso Senhor Jesus Christo _já_ m’o tem revelado. 15 Mas tambem eu procurarei em toda a occasião que depois da minha [AMR] morte tenhaes lembrança d’estas coisas. 16 Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Christo, [14] seguindo fabulas artificialmente compostas: mas nós _mesmos_ vimos a sua magestade. 17 Porque recebeu de Deus Pae honra e gloria, quando da magnifica gloria lhe foi enviada uma tal voz: [15] Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido. 18 E ouvimos esta voz enviada do céu, [16] estando nós com elle no monte sancto; 19 E temos, mui firme, a palavra dos prophetas, á qual bem fazeis em estar attentos, [17] como a uma luz que allumia em logar escuro, até que o dia esclareça, e a estrella da alva saia em vossos corações. 20 Sabendo primeiramente isto, [18] que nenhuma prophecia da Escriptura é de particular interpretação. 21 Porque a prophecia [19] não foi antigamente produzida por vontade de homem algum, mas os homens sanctos de Deus fallaram inspirados pelo Espirito Sancto. [1] Rom. 1.12. II Cor. 4.13. [2] Dan. 4.1. I Ped. 1.2. Jud. 2. [3] João 17.3. I The. 2.12 e 4.7. [4] II Cor. 3.18. Eph. 4.24. [5] cap. 3.18. I Ped. 3.7. [6] Gal. 6.10. I The. 3.12. I João 4.21. [7] João 15.2. Tito 3.14. [8] I João 2.9, 11. [9] Heb. 9.14. I João 1.7. [10] I João 3.19. cap. 3.17. [11] Rom. 15.14. Phi. 3.1. [12] II Cor. 5.1, 4. cap. 3.1. [13] Deu. 4.21, 22. II Tim. 4.6. [14] I Cor. 1.17. II Cor. 2.17. Mat. 17.1, 2. [15] Mat. 3.17. Mar. 1.11. Luc. 3.22. [16] Exo. 3.5. Jos. 5.15. Mat. 17.6. [17] Psa. 119.105. João 5.35. Apo. 2.28. [18] Rom. 12.6. [19] II Tim. 1.13, 16. I Ped. 1.11. _Os falsos mestres._ 2 E tambem houve entre o [1] povo falsos prophetas, como entre vós haverá tambem falsos [AMS] doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, [2] e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. 2 E muitos seguirão as suas [AMT] perdições, pelos quaes será blasphemado o caminho da verdade. 3 E por avareza farão de vós negocio [3] com palavras fingidas: sobre os quaes já de largo tempo [AMU] não está ociosa a condemnação, e a sua perdição não dormita. 4 Porque, se Deus não perdoou aos [4] anjos que peccaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou ás cadeias da escuridão, ficando reservados para o juizo; 5 E não perdoou ao mundo antigo, [5] mas guardou a Noé, oitavo pregoeiro da justiça, trazendo o diluvio sobre o mundo dos impios; 6 E condemnou á subversão as cidades [6] de Sodoma e Gomorrah, reduzindo-as a cinza, e pondo-_as_ para exemplo aos que vivessem impiamente; 7 E livrou o justo Lot, [7] enfadado da vida dissoluta dos homens abominaveis 8 (Porque este justo, habitando entre elles, affligia [8] todos os dias a _sua_ alma justa, vendo e ouvindo _suas_ obras injustas); 9 Assim, [9] sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia de juizo, _para_ serem castigados; 10 E principalmente aos que segundo a carne andam [10] em concupiscencias de immundicia, e desprezam as dominações; atrevidos, agradando-se a si mesmos, não receiando blasphemar das dignidades; 11 Ao passo que [11] os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra elles juizo blasphemo diante do Senhor. 12 Mas estes, como animaes irracionaes, [12] que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasphemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção, 13 [AMV] Recebendo o galardão da injustiça, [13] tendo _por_ prazer as delicias quotidianas, _sendo_ nodoas e maculas, deleitando-se seus enganos, em ainda que se banqueteiem comvosco; 14 Tendo os olhos cheios de adulterio, e não cessando de peccar, engodando as almas inconstantes, [14] tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição, 15 Os quaes, deixando o caminho direito, [15] erraram seguindo o caminho de Balaão, _filho_ de Bosor, que amou o galardão da injustiça; 16 Porém teve a reprehensão da sua transgressão; o mudo animal do jugo, fallando com voz humana, impediu a loucura do propheta. 17 Estes são fontes [16] sem agua, nuvens levadas pelo redemoinho do vento; para os quaes a escuridão das trevas eternamente se reserva. 18 Porque, fallando _coisas_ mui arrogantes de vaidades, [17] engodam com as concupiscencias da carne, e com dissoluções, aos que se estavam affastando d’aquelles que andam em erro: 19 Promettendo-lhes liberdade, [18] sendo elles mesmos [AMW] servos da corrupção. Porque de quem alguem é vencido, do tal faz-se tambem servo. 20 Porque se, [19] depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Christo, forem outra vez envolvidos n’ellas e vencidos, tornou-se-lhes o ultimo estado peior do que o primeiro. 21 Porque melhor [20] lhes fôra não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-_o_, desviarem-se do sancto mandamento que lhes fôra dado; 22 Porém sobreveiu-_lhes_ o que por um verdadeiro proverbio _se diz_: [21] O cão voltou ao seu proprio vomito, e a porca lavada ao espojadouro da lama. [1] Deu. 13.1. Jud. 18. [2] I Cor. 6.20. Gal. 3.13. Eph. 1.7. [3] Rom. 16.18. II Cor. 2.17. Deu. 32.35. [4] Job 4.18. Jud. 6. João 8.44. [5] Gen. 7.1, 23. Heb. 11.7. I Ped. 3.19. [6] Gen. 19.24. Deu. 29.23. [7] Gen. 19.16. [8] Psa. 119.139, 158. Exo. 9.4. [9] Psa. 34.17, 18, 19, 20. I Cor. 10.13. [10] Jud. 4, 7, 8, 10, 16. [11] Jud. 9. [12] Jer. 12.3. Jud. 10. [13] Phi. 3.19. Rom. 13.12. Jud. 12. [14] Jud. 11. [15] Num. 22.5, 7, 21, 23, 28. Jud. 11. [16] Jud. 12, 13. [17] Jud. 16. Act. 2.40. [18] Gal. 5.13. I Ped. 2.16. [19] Mat. 12.45. Luc. 11.26. [20] Luc. 12.47, 48. João 9.41 e 15.22. [21] Pro. 26.11. _A vinda do Senhor._ 3 Amados, escrevo-vos agora esta segunda carta, [1] em _ambas_ as quaes desperto com exhortação o vosso animo sincero; 2 Para que vos lembreis das palavras que d’antes foram ditas pelos sanctos prophetas, e do mandamento do Senhor e Salvador, [2] mediante vossos apostolos. 3 Sabendo primeiro isto: [3] que nos ultimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas proprias concupiscencias, 4 E dizendo: [4] Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os paes dormiram todas as coisas permanecem como desde o principio da creação. 5 Porque voluntariamente ignoram isto, [5] que pela palavra de Deus já desde a antiguidade foram os céus, e a terra, que foi tirada da agua e no meio da agua subsiste. 6 Pelas quaes _coisas_ [6] pereceu o mundo de então, coberto com as aguas do diluvio. 7 Mas os céus e a terra que agora são pela mesma palavra [AMX] se reservam como thesouro e se guardam [7] para o fogo, até o dia do juizo, e da perdição dos homens impios. 8 Porém, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para com o Senhor _é_ como mil annos, [8] e mil annos como um dia. 9 O Senhor não retarda [9] a _sua_ promessa, como alguns _a_ teem por tardia; mas é longanimo para comnosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. 10 Mas o [10] dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com _grande_ estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que n’ella ha, se queimarão. 11 Havendo pois de perecer todas estas _coisas_, [11] quaes vos convém a vós ser em sancto trato, e piedade, 12 Aguardando, [12] e apressando-_vos_ _para_ a vinda do dia de Deus, em que os céus, incendidos, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? 13 Porém, [13] segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. 14 Pelo que, amados, aguardando estas _coisas_, [14] procurae que d’elle sejaes achados immaculados e irreprehensiveis em paz. 15 E tende por [15] salvação a longanimidade de nosso Senhor; como tambem o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; 16 Como tambem em todas as _suas_ epistolas, fallando n’ellas d’estas _coisas_, [16] entre as quaes ha algumas difficeis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como tambem as outras Escripturas, para sua propria perdição. 17 Vós, portanto, amados, sabendo _isto_ d’antes, [17] guardae-vos de que, pelo engano dos homens abominaveis, sejaes juntamente arrebatados, e descaiaes da vossa firmeza; 18 Antes crescei na graça [18] e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Christo. A elle _seja_ a gloria, assim agora, como no dia da eternidade. Amen. [1] cap. 1.13. [2] Jud. 17. [3] I Tim. 4.1. II Tim. 3.1. Jud. 18. [4] Isa. 5.19. Jer. 17.15. Eze. 12.22, 27. [5] Gen. 1.6, 9. Psa. 33.6. Heb. 11.3. [6] Gen. 7.11, 21, 22, 23. [7] Mat. 25.41. II The. 1.8. [8] Psa. 90.4. [9] Hab. 2.3. Heb. 10.37. [10] Mat. 24.43. Luc. 12.39. I The. 5.2. [11] I Ped. 1.15. [12] I Cor. 1.7. Tito 2.13. [13] Isa. 65.17. Apo. 21.1, 27. [14] I Cor. 1.8. Phi. 1.10. [15] Rom. 2.4. I Ped. 3.20. [16] Rom. 8.19. I Cor. 15.24. I The. 4.15. [17] Mar. 13.23. Eph. 4.14. [18] Eph. 4.15. I Ped. 2.2. PRIMEIRA EPISTOLA UNIVERSAL DO APOSTOLO S. JOÃO. _A Palavra da vida foi manifesta na carne._ [Depois de 90 Anno Domini] 1 O que era desde o principio, [1] o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida 2 (Porque a [2] vida _já_ foi manifesta, e nós a vimos, e testificámos, e vos annunciámos a vida eterna, que estava com o Pae, e nos foi manifestada); 3 O que vimos [3] e ouvimos, isso vos annunciamos, para que tambem tenhaes communhão comnosco; e a nossa communhão _está_ com o Pae, e com seu Filho Jesus Christo. 4 Estas _coisas_ vos escrevemos, [4] para que o vosso gozo se cumpra. _Deus é luz aquelles que não andam na luz não teem communhão com elle._ 5 E esta é [5] a annunciação que d’elle ouvimos, e vos annunciamos: que Deus é luz, e não ha n’elle trevas nenhumas. 6 Se dissermos que temos [6] communhão com elle, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade. 7 Porém, se andarmos na luz, como elle na luz está, temos communhão uns com os outros, [7] e o sangue de Jesus Christo, seu Filho, nos purifica de todo o peccado. _A confissão dos peccados e o perdão por Christo._ 8 Se dissermos que não temos [8] peccado, enganamo-nos a nós mesmos, e não ha verdade em nos. 9 Se [9] confessarmos os nossos peccados, elle é fiel e justo, para nos perdoar os peccados, e purificar-nos de toda a injustiça. 10 Se dissermos que não peccamos, fazemol-o mentiroso, e a sua palavra não está em nós. [1] João 1.1, 14. II Ped. 1.16. [2] João 1.4 e 11.25. Rom. 16.26. [3] Act. 4.20. João 17.21. I Cor. 1.9. [4] João 15.11. II João 12. [5] João 1.9 e 8.12 e 9.5. [6] II Cor. 6.14. [7] I Cor. 6.11. Eph. 1.7. Heb. 9.14. [8] I Reis 8.46. II Chr. 6.36. [9] Psa. 32.5. Pro. 28.13. 2 Meus filhinhos, estas _coisas_ vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguem peccar, temos um [AMY] Advogado [1] para com o Pae, Jesus Christo, o justo. 2 E elle é a propiciação [2] pelos nossos peccados, e não sómente pelos nossos, mas tambem pelos de todo o mundo. _A observação dos mandamentos. O amor fraternal. A separação do mundo._ 3 E n’isto sabemos que o temos conhecido, se guardarmos os seus mandamentos. 4 Aquelle que diz: Eu conheço-o, [3] e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e n’elle não está a verdade. 5 Mas qualquer que guarda [4] a sua palavra, o amor de Deus está n’elle verdadeiramente aperfeiçoado: n’isto conhecemos que estamos n’elle. 6 Aquelle que diz que [5] está n’elle tambem deve andar como elle andou. 7 Irmãos, [6] não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o principio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o principio ouvistes. 8 Outra vez vos escrevo um mandamento [7] novo, que é verdadeiro n’elle e em vós; porque são passadas as trevas, e já a verdadeira luz allumia. 9 Aquelle que diz que está na luz, [8] e aborrece a seu irmão, até agora está em trevas. 10 Aquelle que ama a seu irmão [9] está na luz, e n’elle não ha escandalo. 11 Mas aquelle que aborrece a seu irmão [10] está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde vá; porque as trevas lhe cegaram os olhos. 12 Filhinhos, escrevo-vos, [11] porque pelo seu nome vos são perdoados os peccados. 13 Paes, escrevo-vos, porque conhecestes _aquelle_ que é desde [12] o principio. Mancebos, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Filhos, escrevi-vos, porque conhecestes o Pae. 14 Paes, escrevi-vos, porque _já_ conhecestes _aquelle_ que é desde o principio. Mancebos, escrevi-vos, porque sois fortes, [13] e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno. 15 Não ameis o mundo, [14] nem as _coisas_ que ha no mundo. Se alguem ama o mundo, o amor do Pae não está n’elle. 16 Porque tudo o que ha no mundo, a concupiscencia da carne, a concupiscencia dos olhos [15] e a soberba da vida, não é do Pae, mas é do mundo. 17 E o mundo passa, [16] e a sua concupiscencia; mas aquelle que faz a vontade de Deus permanece para sempre. _Os anti-christos._ 18 Filhinhos, [17] é já a ultima hora: e, como _já_ ouvistes que vem o anti-christo, tambem já agora muitos se teem feito anti-christos; por onde conhecemos que é já a ultima hora. 19 Sairam de nós, [18] porém não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam comnosco: mas _isto é_ para que se manifestasse que não são todos de nós. 20 Mas vós tendes [19] a uncção do Sancto, e sabeis todas _as coisas_. 21 Não vos escrevi porque não soubesseis a verdade, mas porquanto a sabeis, e porque nenhuma mentira é da verdade. 22 Quem é o mentiroso, [20] senão aquelle que nega que Jesus é o Christo? Esse é o anti-christo, que nega o Pae e o Filho. 23 Qualquer que [21] nega o Filho, tambem não tem o Pae; _e_ aquelle que confessa o Filho, tem tambem o Pae. 24 Portanto o que desde o principio ouvistes [22] permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o principio ouvistes, tambem permanecereis no Filho e no Pae. 25 E esta é a promessa [23] que elle nos prometteu: a vida eterna. 26 Estas _coisas_ vos escrevi _ácerca_ [24] dos que vos enganam. 27 E a uncção que vós [25] recebestes d’elle fica em vós, e não tendes necessidade de que alguem vos ensine; mas, como a mesma uncção vos ensina todas _as coisas_, e é verdadeira, e não é mentira, e como ella vos ensinou, _assim_ n’elle ficareis. 28 E agora, filhinhos, permanecei n’elle; [26] para que, quando se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos confundidos por elle na sua vinda. 29 Se sabeis que elle é justo, [27] sabeis que todo aquelle que obra a justiça é nascido d’elle. [1] João 14, 16 e 26. Rom. 8.34. I Tim. 2.5. Heb. 7.25. [2] Rom. 3.25. II Cor. 5.18. [3] cap. 1.6, 8 e 4.20. [4] João 14.21, 23. cap. 4.12, 13. [5] João 15.4, 5. Mat. 11.29. [6] II João 5. [7] João 13.31. Rom. 13.12. Eph. 5.8. [8] I Cor. 13.2. II Ped. 1.9. [9] cap. 3.14. II Ped. 1.10. [10] João 12.35. [11] Luc. 24.47. Act. 4.12. [12] cap. 1.1. [13] Eph. 6.10. [14] Rom. 12.2. Mat. 6.24. Gal. 1.10. [15] Ecc. 5.11. [16] I Cor. 7.31. Thi. 1.10. I Ped. 1.24. [17] João 21.5. Heb. 1.2. II The. 2.3, etc. II Ped. 2.1. [18] Deu. 13.13. Act. 20.30. Mat. 24.24. [19] II Cor. 1.21. Heb. 1.9. Mar. 1.24. [20] cap. 4.3. II João 7. [21] João 15.23. II João 9. [22] II João 6. João 14.23. [23] João 17.3. cap. 1.2 e 5.11. [24] cap. 3.7. II João 7. [25] Jer. 31.33, 34. Heb. 8.10, 11. [26] cap. 3.2 e 4.17. [27] Act. 22.14. cap. 3.7, 10. _Os filhos de Deus._ 3 Vêde quão grande [AMZ] caridade nos tem dado o Pae, [1] que fossemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo nos não conhece; porque o não conhece a elle. 2 Amados, [2] agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Porém sabemos que, quando se manifestar, seremos similhantes a elle; porque assim como é o veremos. 3 E qualquer que n’elle tem [3] esta esperança, purifica-se a si mesmo, como tambem elle é puro. 4 Qualquer que commette peccado, tambem commette iniquidade; [4] porque o peccado é iniquidade. 5 E bem sabeis que elle se [5] manifestou, para tirar os nossos peccados; e n’elle não ha peccado. 6 Qualquer que permanece n’elle não pecca: [6] qualquer que pecca não o viu nem o conheceu. 7 Filhinhos, ninguem vos [7] engane. Quem obra justiça é justo, assim como elle é justo. 8 Quem commette o peccado [8] é do diabo; porque o diabo pecca desde o principio. Para isto o Filho de Deus se manifestou, para desfazer as obras do diabo. 9 Qualquer que é nascido [9] de Deus não commette peccado; porque a sua semente permanece n’elle; e não pode peccar, porque é nascido de Deus. 10 N’isto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. [10] Qualquer que não obra justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus. 11 Porque esta é a annunciação [11] que ouvistes desde o principio: que nos amemos uns aos outros. 12 Não como Caim, [12] _que_ era do maligno, e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas. 13 Meus irmãos, não vos maravilheis, [13] se o mundo vos aborrece. 14 Nós sabemos [14] que _já_ passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a _seu_ irmão permanece na morte. 15 Qualquer que aborrece a seu [15] irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo n’elle. 16 Conhecemos [ANA] [16] a caridade n’isto, que elle deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. 17 Quem pois tiver bens [17] do mundo, e vir o seu irmão necessitado e lhe cerrar as suas entranhas, como estará n’elle a caridade de Deus? 18 Meus filhinhos, não amemos de palavra, [18] nem de lingua, senão de obra e de verdade. 19 E n’isto conhecemos que somos da [19] verdade, e diante d’elle asseguraremos nossos corações; 20 Que, se o nosso [20] coração _nos_ condemna, maior é Deus do que os nossos corações, e conhece todas _as coisas_. 21 Amados, [21] se o nosso coração nos não condemna, temos confiança para com Deus; 22 E qualquer coisa que lhe [22] pedirmos, d’elle a receberemos; porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos as _coisas_ agradaveis perante elle. 23 E o seu [23] mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Christo, e nos amemos uns aos outros, como nos deu mandamento. 24 E aquelle que guarda [24] os seus mandamentos n’elle está, e elle n’elle. E n’isto conhecemos que elle está em nós, pelo Espirito que nos tem dado. [1] João 1.12 e 15.18, 19. [2] Isa. 56.5. Rom. 8.15. Gal. 3.26. [3] cap. 4.17. [4] Rom. 4.15. cap. 5.17 e 1.2. [5] Isa. 53.5, 6, 11. I Tim. 1.15. Heb. 1.3. [6] cap. 2.4 e 4.8. III João 11. [7] Eze. 18.5, 9. Rom. 2.13. [8] Mat. 13.38. João 8.44. Gen. 3.15. [9] I Ped. 1.23. [10] cap. 2.29 e 4.8. [11] cap. 1.5 e 2.7. João 13.34. [12] Gen. 4.4, 8. Heb. 11.4. Jud. 11. [13] João 15.18, 19. II Tim. 3.12. [14] cap. 2.9, 11. [15] Mat. 5.21, 22. Gal. 5.21. Apo. 21.8. [16] João 3.16. Rom. 5.8, 9. Eph. 5.2, 25. [17] Deu. 15.7. Luc. 3.11. cap. 4.20. [18] Eze. 33.31. Rom. 12.9. Eph. 4.15. [19] João 18.37. cap. 1.8. [20] I Cor. 4.4. Job 22.26. [21] Heb. 10.22. [22] Pro. 15.29. Jer. 29.12. Mat. 7.8. [23] João 6.29 e 17.3. Mat. 22.39. [24] João 14.23. Rom. 8.9. _Os falsos prophetas._ 4 Amados, [1] não creiaes a todo o espirito, mas provae se os espiritos são de Deus; porque _já_ muitos falsos prophetas se teem levantado no mundo. 2 N’isto conhecereis o Espirito de Deus: [2] Todo o espirito que confessa que Jesus Christo veiu em carne é de Deus; 3 E todo o espirito [3] que não confessa que Jesus Christo veiu em carne não é de Deus; e tal é o _espirito_ do anti-christo, do qual _já_ ouvistes que ha de vir, e já agora está no mundo. 4 Filhinhos, [4] sois de Deus, e _já_ o tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. 5 Do mundo são, [5] por isso fallam do mundo, e o mundo os ouve. 6 Nós somos de Deus; [6] aquelle que conhece a Deus ouve-nos; aquelle que não é de Deus não nos ouve. [7] N’isto conhecemos nós o espirito da verdade e o espirito do erro. _Deus é amor. Devemos amar a Deus e aos nossos irmãos._ 7 Amados, [8] amemo-nos uns aos outros; porque a caridade é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 8 Aquelle que não ama não [9] tem conhecido a Deus; porque Deus é caridade. 9 N’isto se manifestou a caridade de Deus [10] para comnosco: que Deus enviou seu Filho unigenito ao mundo, para que por elle vivamos. 10 N’isto está a caridade, não que nós tenhamos amado a Deus, [11] mas que elle _nos_ amou a nós, e enviou seu Filho _para_ propiciação pelos nossos peccados. 11 Amados, [12] se Deus assim nos amou, tambem nos devemos amar uns aos outros. 12 Ninguem jámais viu [13] a Deus; e, se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é [ANB] perfeita a sua caridade. 13 N’isto conhecemos [14] que estamos n’elle, e elle em nós, porquanto nos deu do seu Espirito, 14 E vimos, [15] e testificamos que o Pae enviou seu Filho _para_ Salvador do mundo. 15 Qualquer [16] que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está n’elle, e elle em Deus. 16 E nós conhecemos, e cremos o amor que Deus nos tem. [17] Deus é [ANC] caridade; e quem está em caridade está em Deus, e Deus n’elle. 17 N’isto é [AND] perfeita a caridade para comnosco, [18] para que no dia do juizo tenhamos confiança, porque qual elle é somos nós tambem n’este mundo. 18 [ANE] Na caridade não ha temor, antes [ANF] a perfeita caridade lança fóra o temor; porque o temor tem a pena, [19] e o que teme não está perfeito em caridade. 19 Nós o amamos a elle porque elle nos amou primeiro. 20 Se alguem diz: [20] Eu amo a Deus, e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? 21 E d’elle temos este [21] mandamento: que quem ama a Deus ame tambem a seu irmão. [1] Jer. 29.8. Mat. 24.4. I Cor. 14.29. [2] I Cor. 12.3. cap. 5.1. [3] II João 7. II The. 2.7. [4] João 12.31. I Cor. 2.12. Eph. 2.3. [5] João 3.31 e 15.19. [6] João 8.47. I Cor. 14.37. II Cor. 10.7. [7] Isa. 8.20. João 14.17. [8] cap. 3.10, 11, 23. [9] cap. 2.4 e 3.6. ver. 16. [10] João 3.16. Rom. 5.8, 9. [11] João 15.16. Rom. 5.8, 10. [12] Mat. 18.33. João 15.12, 13. [13] João 1.18. I Tim. 6.16. [14] João 14.20. cap. 3.24. [15] João 1.14 e 3.17. [16] Rom. 10.9. cap. 5.1, 5. [17] ver. 8, 12. cap. 3.24. [18] Thi. 2.13. cap. 2.28 e 3.19, 21. [19] ver. 12. [20] cap. 2.4 e 3.17. ver. 12. [21] Mat. 22.37, 39. João 13.34 e 15.12. _A fé em Jesus e as suas consequencias._ 5 Todo aquelle que crê [1] que Jesus é o Christo é nascido de Deus; e todo aquelle que ama ao que o gerou tambem ama ao que d’elle é nascido. 2 N’isto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. 3 Porque esta é [ANG] a caridade [2] de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados. 4 Porque todo o que é [3] nascido de Deus vence o mundo; e esta é a victoria que vence o mundo, a nossa fé. 5 Quem é aquelle que vence o mundo, [4] senão aquelle que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6 Este é aquelle que veiu por [5] agua e sangue, Jesus, o Christo: não só por agua, mas por agua e _por_ sangue. E o Espirito é o que testifica, porque o Espirito é a verdade. 7 Porque tres são os que testificam no céu: o Pae, a Palavra, [6] e o Espirito Sancto; e estes tres são um. 8 E tres são os que testificam na terra: o Espirito, e a agua, e o sangue; e estes tres concordam n’um. 9 Se recebemos o testemunho dos homens, [7] o testemunho de Deus é maior; porque é este o testemunho de Deus, que de seu Filho testificou. 10 Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo [8] tem o testemunho: quem a Deus não crê mentiroso o fez: porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu. 11 E o testemunho é este: [9] que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. 12 Quem tem o Filho [10] tem a vida: quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. 13 Estas coisas vos escrevi, _a vós_ [11] que crêdes no nome do Filho de Deus, para que saibaes que tendes a vida eterna, e para que creiaes no nome do Filho de Deus. _A efficacia da oração._ 14 E esta é a confiança que temos para com elle, que, [12] se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, elle nos ouve. 15 E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que [ANH] alcançamos as petições que lhe pedimos. 16 Se alguem vir peccar seu irmão peccado _que_ não _é_ para morte, orará, [13] e Deus dará a vida áquelles que não peccarem para morte. Ha peccado para morte, pelo qual não digo que ore. 17 Toda a iniquidade [14] é peccado: e ha peccado _que_ não _é_ para morte. 18 Sabemos que todo aquelle [15] que é nascido de Deus não pecca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. 19 Sabemos que somos de Deus, [16] e que todo o mundo jaz no maligno. 20 Porém sabemos que _já_ o Filho de Deus é vindo, e nos [17] deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, em seu Filho Jesus Christo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. 21 Filhinhos, [18] guardae-vos dos idolos. Amen. [1] João 1.12, 13. cap. 2.22, 23 e 4.2, 15. [2] João 14.15, 21, 23. II João 6. Miq. 6.8. [3] João 16.33. cap. 3.9 e 4.4. [4] I Cor. 15.57. cap. 4.15. [5] João 19.34 e 14.17. I Tim. 3.16. [6] João 1.1 e 10.30. Apo. 19.13. [7] João 8.17, 18. Mat. 3.16, 17. [8] Rom. 8.16. Gal. 4.6. [9] cap. 2.25. João 1.4. [10] João 3.36 e 5.24. [11] João 20.31. cap. 1.1, 2. [12] cap. 3.22. [13] Job 42.8. Thi. 5.14, 15. Mat. 12.31, 32. [14] cap. 3.4. [15] I Ped. 1.23. cap. 3.9. Thi. 1.27. [16] Gal. 1.4. [17] Luc. 24.45. João 17.3 e 20.28. Isa. 9.6 e 44.6 e 54.5. Act. 20.28. Rom. 9.5. I Tim. 3.16. Tito 2.13. Heb. 1.8. ver. 11, 12, 13. [18] I Cor. 10.14. SEGUNDA EPISTOLA DO APOSTOLO S. JOÃO. _Prefacio e saudação._ [Depois de 90 Anno Domini] 1 O ancião á senhora eleita, e a seus filhos, [1] aos quaes amo na verdade, e não sómente eu, mas tambem todos os que teem conhecido a verdade, 2 Por amor da verdade que está em nós e para sempre estará comnosco: 3 Graça, [2] misericordia, paz, da parte de Deus Pae e da do Senhor Jesus Christo, o Filho do Pae, seja comvosco na verdade e [ANI] caridade. _Amor fraternal: falsos doutores._ 4 Muito me alegrarei por achar que _alguns_ de teus filhos andam [3] na verdade, assim como recebemos o mandamento do Pae. 5 E agora, senhora, [4] rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquelle que desde o principio tivemos, [5] que nos amemos uns aos outros. 6 E [ANJ] a caridade é esta: [6] que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como _já_ desde o principio ouvistes, que n’elle andeis. 7 Porque _já_ muitos [7] enganadores entraram no mundo, os quaes não confessam que Jesus Christo veiu em carne. Este _tal_ é o enganador e o anti-christo. 8 Olhae por vós mesmos, [8] para que não percamos o que _já_ trabalhámos, antes recebamos o inteiro galardão. 9 Todo aquelle que prevarica, [9] e não persevera na doutrina de Christo, não tem a Deus: quem persevera na doutrina de Christo, esse tem assim ao Pae como ao Filho. 10 Se alguem vem ter comvosco, e não traz esta doutrina, não o recebaes em casa, [10] nem tampouco o saudeis. 11 Porque quem o sauda tem parte nas suas más obras. 12 Muitas _coisas_ tenho [11] que escrever-vos, porém não quiz com papel e tinta; mas espero ir ter comvosco e fallar de bocca a bocca, [12] para que o nosso gozo seja cumprido. 13 Saudam-te [13] os filhos de tua irmã, a eleita. Amen. [1] ver. 3. I João 3.18. III João 1. João 8.32. [2] I Tim. 1.2. ver. 4. [3] III João 3. [4] I João 2.7, 8 e 3.11. [5] João 13.34. I Ped. 4.8. I João 3.23. [6] João 14.15, 21. I João 2.5. [7] I João 4.1, 2, 3 e 2.22. [8] Mar. 13.9. Gal. 3.4. Heb. 10.32, 35. [9] I João 2.23. [10] Rom. 16.17. I Cor. 5.11. Gal. 1.8, 9. [11] III João 13. [12] João 17.13. I João 1.4. [13] I Ped. 5.13. TERCEIRA EPISTOLA DO APOSTOLO S. JOÃO. _Prefacio e saudação. O elogio de Gaio._ [Depois de 90 Anno Domini] 1 O ancião ao amado Gaio, [1] a quem em verdade eu amo. 2 Amado, antes de tudo desejo que te vá bem, e que tenhas saude, _assim_ como bem vae á tua alma. 3 Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram, e testificaram de tua verdade, [2] como tu andas na verdade. 4 Não tenho maior gozo do que n’isto, de ouvir [3] que os meus filhos andam na verdade. 5 Amado, obras fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos, e para com os estranhos, 6 Que em presença da egreja testificaram [ANK] da tua caridade: aos quaes, se conduzires como é digno para com Deus, bem farás: 7 Porque pelo seu nome sairam, nada [4] tomando dos gentios. 8 Portanto aos taes devemos receber, para que sejamos cooperadores da verdade. _Queixa contra Diotrephes. Elogio de Demetrio. Saudações._ 9 Tenho escripto á egreja; porém Diotrephes, que procura ter entre elles o primado, não nos recebe. 10 Pelo que, se eu fôr, trarei á memoria as obras que faz, palrando contra nós com palavras maliciosas; e, não contente com isto, não recebe os irmãos, e impede os que querem _recebel-os_, e os lança fóra da egreja. 11 Amado, [5] não sigas o mal, mas o bem. Quem faz bem é de Deus; mas quem faz mal não tem visto a Deus. 12 Todos dão testemunho de Demetrio, [6] até a mesma verdade; e tambem nós testemunhamos; [7] e vós bem sabeis que o nosso testemunho é verdadeiro. 13 Tinha muito que [8] escrever, porém não quero escrever-te com tinta e penna. 14 Mas espero vêr-te brevemente, e fallaremos de bocca a bocca. 15 Paz _seja_ comtigo. Os amigos te saudam. Sauda os amigos por nome. [1] II João 1. [2] II João 4. [3] I Cor. 4.15. Phi. 10. [4] I Cor. 9.12, 15. [5] Isa. 1.16, 17. I Ped. 3.11. I João 2.29. [6] I Tim. 3.7. [7] João 21.24. [8] II João 12. EPISTOLA UNIVERSAL DO APOSTOLO S. JUDAS. _Prefacio e saudação._ [Anno Domini 66] 1 Judas, servo de Jesus Christo, [1] e irmão de Thiago, aos chamados, sanctificados pelo Deus Pae, e conservados por Jesus Christo: 2 Misericordia, e paz, e [ANL] caridade vos sejam [2] multiplicadas. _Contra os impios e falsos mestres._ 3 Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligencia ácerca da salvação commum, [3] tive por necessidade escrever-vos, [4] e exhortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi entregue aos sanctos. 4 Porque se introduziram alguns, que já d’antes estavam escriptos para este mesmo juizo, [5] homens impios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, unico dominador e Senhor nosso, Jesus Christo. 5 Porém quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, [6] que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egypto, destruiu depois os que não creram; 6 E aos anjos [7] que não guardaram a sua origem, mas deixaram a sua propria habitação, reservou debaixo da escuridão, e em prisões eternas até ao juizo d’aquelle grande dia; 7 Como Sodoma [8] e Gomorrah, e as cidades circumvisinhas, que, havendo fornicado como aquelles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, soffrendo a pena do fogo eterno. 8 E comtudo [9] tambem estes, similhantemente adormecidos, contaminam a carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades. 9 Porém o archanjo [10] Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moysés, não ousou pronunciar juizo de maldição contra elle; porém disse: O Senhor te reprehenda. 10 Porém estes dizem mal [11] do que não sabem; e o que naturalmente conhecem, como animaes irracionaes, n’isso se corrompem. 11 Ai d’elles! porque entraram pelo caminho de Caim, [12] e foram levados pelo engano do galardão de Balaão, e pereceram pela contradicção de Coré. 12 Estes são [ANM] manchas [13] em vossas festas de [ANN] caridade, banqueteando comvosco, [ANO] e apascentando-se a si mesmos sem temor: [14] _são_ nuvens sem agua, levadas dos ventos de uma a outra parte: _são_ como arvores murchas, infructiferas, duas vezes mortas, desarreigadas; 13 Ondas impetuosas do mar, [15] que escumam as suas mesmas abominações; estrellas errantes, para os quaes está eternamente reservada a escuridão das trevas. 14 E d’estes prophetizou tambem Enoch, o setimo depois de Adão, [16] dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus sanctos; 15 Para fazer juizo contra todos e castigar d’entre elles todos os impios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente commetteram, [17] e por todas as duras _palavras_ que os impios peccadores disseram contra elle. 16 Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscencias, [18] e cuja bocca falla _coisas_ mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do proveito. 17 Mas vós, amados, [19] lembrae-vos das palavras que vos foram preditas pelos apostolos de nosso Senhor Jesus Christo: 18 Como vos diziam que no ultimo tempo haveria escarnecedores [20] que andariam segundo as suas impias concupiscencias. 19 Estes são os que se separam [21] a si mesmos, sensuaes, que não teem o Espirito. _Exhortação e doxologia final._ 20 Mas vós, amados, [22] edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa sanctissima fé, orando no Espirito Sancto, 21 Conservae-vos a vós mesmos [ANP] na caridade de Deus, [23] esperando a misericordia de nosso Senhor Jesus Christo para a vida eterna. 22 E apiedae-vos de alguns que estão duvidosos; 23 Mas salvae os outros por temor, [24] e arrebatae-os do fogo, aborrecendo até a roupa manchada da carne. 24 Ora, áquelle que é poderoso [25] para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irreprehensiveis, [26] com alegria, perante a sua gloria, 25 Ao unico Deus, Salvador [27] nosso, por Jesus Christo, nosso Senhor, _seja_ gloria e magestade, dominio e poder, antes de todos os seculos, agora, e para todo o sempre. Amen. [1] Luc. 6.16. Act. 1.13. João 17.11, 12, 15. [2] I Ped. 1.2. II Ped. 1.2. [3] Tito 1.4. [4] Phi. 1.27. I Tim. 1.18. [5] Gal. 2.4. II Ped. 2.1. Rom. 9.21, 22. [6] I Cor. 10.9. Num. 14.29, 37. [7] João 8.44. II Ped. 2.4. Apo. 20.10. [8] Gen. 19.24. Deu. 29.23. II Ped. 2.6. [9] II Ped. 2.10. Exo. 22.28. [10] Dan. 10.13 e 12.1. Apo. 12.7. II Ped. 2.11. Zac. 3.2. [11] II Ped. 2.12. [12] Gen. 4.5. I João 3.12. Num. 22.7, 21. II Ped. 2.15. Num. 18.1, etc. [13] II Ped. 2.13. I Cor. 11.21. [14] Pro. 25.14. II Ped. 2.17. Eph. 4.14. Mat. 15.13. [15] Isa. 57.20. Phi. 3.19. II Ped. 2.17. [16] Gen. 5.18. Deu. 32.2. Dan. 7.10. Zac. 14.5. Mat. 25.31. II The. 1.7. Apo. 1.7. [17] I Sam. 2.3. Psa. 31.18 e 94.4. Mal. 3.13. [18] II Ped. 2.18. Pro. 28.21. Thi. 2.1, 9. [19] II Ped. 3.2. [20] I Tim. 4.1. II Tim. 3.1 e 4.3. II Ped. 2.1 e 3.3. [21] Pro. 18.1. Eze. 14.7. Ose. 4.14 e 9.10. Heb. 10.25. I Cor. 2.14. Thi. 3.15. [22] Col. 2.7. I Tim. 1.4. Rom. 8.26. Eph. 6.18. [23] Tito 2.13. II Ped. 3.12. [24] Rom. 11.14. I Tim. 4.16. Amós 4.11. Zac. 3.2. I Cor. 3.15. Zac. 3.4, 5. Apo. 3.4. [25] Rom. 16.25. Eph. 3.20. [26] Col. 1.22. [27] Rom. 16.27. I Tim. 1.17 e 2.3. APOCALYPSE DO APOSTOLO S. JOÃO. _O titulo e assumpto do livro._ [Anno Domini 96] 1 Revelação de Jesus Christo, a qual Deus lhe deu, [1] para mostrar aos seus servos as _coisas_ que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo; 2 O qual testificou da palavra [2] de Deus, e do testemunho de Jesus Christo, e de tudo o que tem visto. 3 Bemaventurado [3] aquelle que lê, e os que ouvem as palavras d’esta prophecia, e guardam as _coisas_ que n’ella estão escriptas; porque o tempo está proximo. _Dedicação ás sete egrejas da Asia._ 4 João, ás sete egrejas que estão na Asia: [4] Graça e paz _seja_ comvosco da parte d’aquelle que é, e que era, e que ha de vir, e da dos sete espiritos que estão diante do seu throno; 5 E da parte de Jesus Christo, [5] que é a fiel testemunha, o primogenito dos mortos e o principe dos reis da terra. Aquelle que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos peccados, 6 E nos fez [6] reis e sacerdotes para Deus e seu Pae: a elle gloria e poder para todo o sempre. Amen. 7 Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, [7] até os mesmos que o traspassaram, e todas as tribus da terra se lamentarão sobre elle. Sim. Amen. 8 Eu sou [8] o Alpha e o Omega, o principio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que ha de vir, o Todo-poderoso. _Jesus apparece a João na ilha de Patmos. Ordena-lhe que escreva o que viu e o participe ás sete egrejas da Asia._ 9 Eu, João, que tambem sou vosso irmão, e companheiro na afflicção, e no reino, [9] e paciencia de Jesus Christo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Christo. 10 Eu fui arrebatado [10] em espirito no dia do Senhor, e ouvi detraz de mim uma grande voz, como de trombeta, 11 Que dizia: O que vês, escreve-o n’um livro, e envia-_o_ ás sete egrejas que estão na Asia: a Epheso, e a Smyrna, e a Pergamo, e a Thyatira, e a Sardo, e a Philadelphia, e a Laodicéa. 12 E virei-me para vêr quem fallara comigo. E, virando-me, [11] vi sete castiçaes de oiro; 13 E no meio dos sete [12] castiçaes _um_ similhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de um vestido comprido, e cingido pelos peitos com um cinto de oiro. 14 E a sua cabeça e [13] cabellos _eram_ brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chamma de fogo; 15 E os seus pés, [14] similhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados n’uma fornalha, e a sua voz como a voz de muitas aguas. 16 E tinha na sua [15] dextra sete estrellas; e da sua bocca sahia uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto _era_ como _o_ sol, _quando_ na sua força resplandece. 17 E eu, quando o vi, [16] cahi a seus pés como morto; e elle poz sobre mim a sua dextra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o derradeiro; 18 E o que vivo [17] e fui morto; e eis aqui vivo para todo o sempre. Amen: e tenho as chaves da morte e do [ANQ] inferno. 19 Escreve as _coisas_ [18] que tens visto e as que são, e as que depois d’estas hão de acontecer: 20 O mysterio das sete [19] estrellas, que viste na minha dextra, e dos sete castiçaes de oiro. As sete estrellas são os anjos das sete egrejas, e os sete castiçaes, que viste, são as sete egrejas. [1] João 3.32 e 8.26 e 12.49. cap. 4.1 e 22.16. [2] I Cor. 1.6. cap. 6.9 e 12.17. I João 1.1. [3] Luc. 11.28. Rom. 13.11. Thi. 5.8. I Ped. 4.7. cap. 22.10. [4] Exo. 3.14. João 1.1. Zac. 3.9 e 4.10. [5] João 8.14. I Tim. 6.13. I Cor. 15.20. Col. 1.18. Eph. 1.20. João 13.34 e 15.9. Gal. 2.20. Heb. 9.14. I João 1.7. [6] I Ped. 2.5, 9. I Tim. 6.16. Heb. 13.21. I Ped. 4.11 e 5.11. [7] Dan. 7.13. Mat. 24.30 e 26.64. Act. 1.11. Zac. 12.10. João 19.37. [8] Isa. 41.4 e 44.6 e 48.12. cap. 2.8 e 21.6 e 22.13. [9] Phi. 1.7 e 4.14. II Tim. 1.8. Rom. 8.17. II Tim. 2.12. [10] Act. 10.10. II Cor. 12.2. cap. 4.2 e 17.3 e 21.10. João 20.26. Act. 20.7. I Cor. 16.2. cap. 4.1 e 10.8. [11] ver. 20. Exo. 25.37. Zac. 4.2. [12] cap. 2.1 e 14.14 e 10.16. Eze. 1.26. Dan. 7.13 e 10.16. [13] Dan. 7.9 e 10.6. cap. 2.18 e 19.12. [14] Eze. 1.7. Dan. 10.6. cap. 2.18 e 14.2 e 19.6. Eze. 43.2. [15] ver. 20. cap. 2.1, 12, 16 e 3.1 e 19.15. Isa. 49.2. Eph. 6.17. Heb. 4.12. Act. 26.13. [16] Eze. 1.28. Dan. 8.18 e 10.10. Isa. 41.4 e 44.6 e 48.12. [17] Rom. 6.9. cap. 4.9 e 5.14. Psa. 68.20. [18] ver. 12, etc. cap. 2.1 e 4.1, etc. ver. 16. [19] Mal. 2.7. cap. 2.1, etc. Zac. 4.2. Mat. 5.15. Phi. 2.15. _Cartas ás sete egrejas da Asia. Primeira carta, á egreja em Epheso._ 2 Escreve ao anjo da egreja que está em Epheso: [1] Isto diz aquelle que tem na sua dextra as sete estrellas, que anda no meio dos sete castiçaes de oiro. 2 Eu sei as tuas obras, [2] e o teu trabalho, e a tua paciencia, e que não pódes soffrer os maus; e provaste os que dizem ser apostolos [3] e o não são; e tu os achaste mentirosos. 3 E soffreste, e tens paciencia; e trabalhaste pelo meu nome, [4] e não te cançaste. 4 Porém tenho contra ti que deixaste [ANR] a tua primeira caridade. 5 Lembra-te pois d’onde decaiste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e, [5] senão, brevemente a ti virei, e tirarei do seu logar o teu castiçal, se te não arrependeres. 6 Tens, porém, isto: que aborreces as obras dos nicolaitas, [6] as quaes eu tambem aborreço. 7 Quem tem ouvidos, [7] ouça o que o Espirito diz ás egrejas: Ao que vencer, [8] dar-lhe-hei a comer da arvore da vida, que está no meio do paraiso de Deus. _Segunda carta, á egreja em Smyrna._ 8 E ao anjo da egreja que está em Smyrna, escreve: Isto diz o primeiro e o derradeiro, que foi morto, e reviveu: 9 Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza ([9] porém tu és rico), e a blasphemia dos que se dizem judeos, e o não são, mas são a synagoga de Satanás. 10 Nada temas [10] das _coisas_ que has de padecer. Eis que o diabo lançará _alguns_ de vós na prisão, para que sejaes tentados; e tereis tribulação de dez dias. [11] Sê fiel até á morte, e dar-te-hei a corôa da vida. 11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espirito diz ás egrejas: [12] O que vencer não receberá damno da segunda morte. _Terceira carta, á egreja em Pergamo._ 12 E ao anjo da egreja que está em Pergamo escreve: [13] Isto diz aquelle que tem a espada aguda de dois fios: 13 Eu sei as tuas obras, e onde habitas, [14] _que é_ onde está o throno de Satanás; e retens o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. 14 Porém umas poucas de coisas tenho contra ti: que tens lá os que reteem a doutrina de Balaão, [15] o qual ensinava Balac a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrificios da idolatria e fornicassem. 15 Assim tens tambem os que reteem a doutrina dos nicolaitas: o que eu aborreço. 16 Arrepende-te, e, senão, em breve virei a ti, [16] e contra elles batalharei com a espada da minha bocca. 17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espirito diz ás egrejas: Ao que vencer darei eu a comer do manná escondido, e dar-lhe-hei um seixo branco, [17] e um novo nome escripto no seixo, o qual ninguem conhece senão aquelle que o recebe. _Quarta carta, á egreja em Thyatira._ 18 E ao anjo da egreja em Thyatira, escreve: Isto diz o Filho de Deus, [18] que tem seus olhos como chamma de fogo, e os pés similhantes ao latão reluzente: 19 Eu conheço as tuas obras, e [ANS] caridade, e serviço, e fé, e a tua paciencia, e as tuas ultimas obras, e _que_ as derradeiras _são_ mais do que as primeiras. 20 Porém umas poucas de coisas tenho contra ti: que deixas a Jezabel, [19] mulher que se diz prophetiza, ensinar e enganar os meus servos, para que forniquem e comam dos sacrificios da idolatria. 21 E dei-lhe tempo [20] para que se arrependesse da sua fornicação; e não se arrependeu. 22 Eis que a deito na cama, e aos que adulteram com ella, em grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. 23 E matarei de [ANT] morte a seus filhos, [21] e todas as egrejas saberão que eu sou aquelle que penetra os rins e os corações. [22] E darei a cada um de vós segundo as vossas obras. 24 Mas eu vos digo a vós, e aos demais que _estão_ em Thyatira, a todos quantos não teem esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, [23] _que_ outra carga vos não porei. 25 Porém o que tendes [24] retende-o até que eu venha. 26 E ao que vencer, [25] e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, 27 E com vara de ferro [26] as regerá: serão quebradas como vasos de oleiro, como tambem recebi de meu Pae. 28 E dar-lhe-hei a estrella da manhã. 29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espirito diz ás egrejas. [1] cap. 1.13, 16, 20. [2] Psa. 1.6. ver. 9, 13, 19. cap. 3.1, 8, 15. João 4.1. [3] II Cor. 11.13. II Ped. 2.1. [4] Gal. 6.9. Heb. 12.3, 5. [5] Mat. 21.41, 43. [6] ver. 15. [7] Mat. 11.15 e 13.9, 43. cap. 3.6, 13, 22 e 13.9 e 22.2, 14. [8] Gen. 2.9. [9] Luc. 12.21. I Tim. 6.18. Thi. 2.5. Rom. 2.17, 28, 29 e 9.6. cap. 3.9. [10] Mat. 10.22. [11] Mat. 24.13. Thi. 1.12. cap. 3.11 e 13.9. [12] cap. 20.14 e 21.8. [13] cap. 1.16. ver. 2. [14] ver. 9. [15] Num. 24.14 e 25.1 e 31.16. II Ped. 2.15. Jud. 11. Act. 15.29. I Cor. 8.9, 10 e 10.19, 29. I Cor. 6.13. [16] Isa. 11.4. II The. 2.8. cap. 1.16 e 19.15, 21. ver. 14. [17] cap. 3.12 e 19.12. [18] cap. 1.14, 15. ver. 2. [19] I Reis 16.31 e 21.25. II Reis 9.7. Exo. 34.15. Act. 15.20, 29. I Cor. 10.19, 20. [20] Rom. 2.4. cap. 9.20. [21] I Sam. 16.7. I Chr. 28.9 e 29.17. II Chr. 6.30. Psa. 7.8. Jer. 11.20 e 17.10. João 2.24, 25. Act. 1.24. Rom. 8.27. [22] Psa. 62.12. Mat. 16.27. Rom. 2.6. II Cor. 5.10. Gal. 6.5. cap. 20.12. [23] Act. 15.28. [24] cap. 3.11. [25] João 6.29. I João 3.23. Mat. 19.28. Luc. 22.29, 30. I Cor. 6.3. cap. 3.21 e 20.4. [26] Psa. 2.8, 9 e 49.14. Dan. 7.22. cap. 12.5. _Quinta carta, á egreja em Sardo._ 3 E ao anjo da egreja que está em Sardo escreve: Isto diz o que tem os sete Espiritos [1] de Deus, e as sete estrellas: Eu sei as tuas obras, [2] que tens nome de que vives, e estás morto. 2 Sê vigilante, e confirma o resto que estava para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. 3 Lembra-te pois do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. [3] E, se não velares, virei sobre ti como o ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. 4 Mas tambem [4] tens em Sardo [ANU] algumas pessoas que não contaminaram seus vestidos, [5] e comigo andarão em _vestidos_ brancos; porquanto são dignos _d’isso_. 5 O que vencer [6] será vestido de vestidos brancos, e em maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pae e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espirito diz ás egrejas. _Sexta carta, á egreja em Philadelphia._ 7 E ao anjo da egreja que está em Philadelphia escreve: Isto diz o que é sancto, [7] o que é verdadeiro o que tem a chave de David; o que abre, e ninguem cerra; e cerra, e ninguem abre: 8 Eu sei as tuas obras: eis que diante de ti puz uma porta aberta, [8] e ninguem a pode cerrar: porque tens pouca força, e guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome. 9 Eis aqui dou, [9] da synagoga de Satanás, dos que se dizem judeos, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo. 10 Porque guardaste a palavra da minha paciencia, [10] tambem eu te guardarei da hora da tentação que ha de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra. 11 Eis que venho logo; [11] guarda o que tens, para que ninguem tome a tua corôa. 12 A quem vencer, [12] eu o farei columna no templo do meu Deus, e d’elle nunca sairá; e escreverei sobre elle o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, _o_ da nova Jerusalem, que desce do céu do meu Deus, e o meu novo nome. 13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espirito diz ás egrejas. _Setima carta, á egreja em Laodicea._ 14 E ao anjo da egreja que está em Laodicea escreve: [13] Isto diz o Amen, a testemunha fiel e verdadeira, o principio da creação de Deus: 15 Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente: oxalá fôras frio ou quente! 16 Assim, pois que és morno, e nem és frio nem quente, vomitar-te-hei da minha bocca. 17 Porque dizes: [14] Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miseravel, e pobre, e cego, e nú. 18 Aconselho-te [15] a que de mim compres oiro provado no fogo, para que te enriqueças; e vestidos brancos, para que te vistas, e não appareça a vergonha da tua nudez; e unge os teus olhos com collyrio, para que vejas; 19 Eu reprehendo e castigo a todos quantos amo: [16] sê pois zeloso, e arrepende-te. 20 Eis que estou á porta, [17] e bato: se alguem ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com elle cearei, e elle comigo. 21 Ao que vencer [18] lhe concederei que se assente comigo no meu throno; assim como eu venci, e me assentei com meu Pae no seu throno. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espirito diz ás egrejas. [1] II Ped. 1.19. cap. 22.16. [2] cap. 1.4, 16 e 4.5 e 5.6. cap. 2.2. Eph. 2.1, 5. I Tim. 5.6. [3] I Tim. 6.20. II Tim. 1.13. ver. 11, 19. Mat. 24.42, 43 e 25.13. Mar. 13.33. Luc. 12.39, 40. I The. 5.2, 6. II Ped. 3.10. cap. 16.15. [4] Act. 1.15. Jud. 23. [5] cap. 4.4 e 6.11. [6] cap. 19.8. Exo. 32.32. Psa. 69.28. Phi. 4.3. cap. 13.8 e 17.8. Mat. 10.32. Luc. 12.8. [7] Act. 3.14. I João 5.20. ver. 14. cap. 1.5, 18 e 19.11. Isa. 22.22. Luc. 1.32. Mat. 16.19. Job 12.14. [8] I Cor. 16.9. II Cor. 2.12. [9] cap. 2.9. Isa. 49.23 e 60.14. [10] II Ped. 2.9. Luc. 2.1. Isa. 24.17. [11] Phi. 4.5. cap. 1.3 e 2.10, 25 e 22.7, 12, 20. [12] I Reis 7.21. Gal. 2.9. cap. 2.17 e 14.1. Gal. 4.26. Heb. 12.22. cap. 21.2, 10 e 22.4. [13] Isa. 65.16. cap. 1.5 e 19.11 e 22.6. Col. 1.15. [14] Ose. 12.8. I Cor. 4.8. [15] Isa. 55.1. Mat. 13.44 e 25.9. II Cor. 5.3. cap. 7.13 e 16.15 e 19.8. [16] Job 5.17. Pro. 3.11, 12. Heb. 12.5, 6. Thi. 1.12. [17] Can. 5.2. Luc. 12.37. João 14.23. [18] Mat. 19.28. Luc. 22.30. I Cor. 6.2. II Tim. 2.12. cap. 2.26, 27. _A visão do throno da magestade divina; os vinte e quatro anciãos e os quatro animaes._ 4 Depois d’estas coisas, olhei, e eis que _estava_ uma porta aberta no céu: [1] e a primeira voz, que como de uma trombeta ouvira fallar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-hei as coisas que depois d’estas devem acontecer. 2 E logo fui _arrebatado_ em [2] espirito, e eis que um throno estava posto no céu, e _um_ assentado sobre o throno. 3 E o que estava assentado era, ao parecer, similhante á pedra jaspe e sardonica; [3] e o arco celeste estava ao redor do throno, no parecer similhante á esmeralda. 4 E ao redor [4] do throno _havia_ vinte e quatro thronos; e vi assentados sobre os thronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestidos brancos; e tinham sobre suas cabeças corôas de oiro. 5 E do throno sahiam relampagos, e trovões, [5] e vozes; e diante do throno ardiam sete lampadas de fogo, as quaes são os sete Espiritos de Deus. 6 E _havia_ diante do throno um mar de vidro, [6] similhante ao crystal. E no meio do throno, e ao redor do throno, quatro [ANV] animaes cheios de olhos, por diante e por detraz. 7 E o primeiro animal _era_ similhante a um leão, [7] e o segundo animal similhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal _era_ similhante a uma aguia voando. 8 E os quatro animaes tinham [8] cada um de per si seis azas ao redor, e por dentro estavam cheios de olhos; e não descançam nem de dia nem de noite, dizendo: Sancto, Sancto, Sancto é o Senhor Deus, o Todo-poderoso, que era, e que é, e que ha de vir. 9 E, quando os animaes davam gloria, e honra, e acções de graças ao que estava assentado sobre o throno, [9] ao que vive para todo o sempre, 10 Os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o throno, [10] e adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas corôas diante do throno, dizendo: 11 Digno és, [11] Senhor, de receber gloria, e honra, e poder; porque tu creaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram creadas. [1] cap. 1.10, 19 e 11.12 e 22.6. [2] cap. 1.10 e 17.3 e 21.10. Isa. 6.1. Jer. 17.12. Eze. 1.26 e 10.1. Dan. 7.9. [3] Eze. 1.28. [4] cap. 3.4, 5 e 6.11 e 7.9 e 19.14. [5] cap. 8.5 e 16.18. Exo. 37.23. II Chr. 4.20. Eze. 1.13. Zac. 4.2. cap. 1.4 e 3.1 e 5.6. [6] Exo. 38.8. cap. 15.2. Eze. 1.5. ver. 8. [7] Num. 2.2, etc. Eze. 1.10 e 10.14. [8] Isa. 6.2. ver. 6. Isa. 6.3. cap. 1.8. cap. 1.4. [9] cap. 1.18 e 5.14 e 15.7. cap. 5.8, 14. [10] ver. 9. ver. 4. [11] cap. 5.12. Gen. 1.1. Act. 17.24. Eph. 3.9. Col. 1.16. cap. 10.6. _O livro sellado com sete sellos. Sómente o Cordeiro é digno de abril-o._ 5 E vi na dextra do que estava assentado sobre o throno um livro escripto [1] por dentro e por fóra, sellado com sete sellos. 2 E vi um anjo forte, apregoando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus sellos? 3 E ninguem [2] no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar _para_ elle. 4 E eu chorava muito, porque ninguem fôra achado digno de abrir o livro, nem de o lêr, nem de olhar _para_ elle. 5 E disse-me um dos anciãos: Não chores: [3] eis aqui, o Leão da tribu de Judah, a raiz de David, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete sellos. 6 E olhei, e eis que no meio dos anciãos estava um [4] Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete cornos, e sete olhos, que são os sete Espiritos de Deus enviados a toda a terra. 7 E veiu, e tomou o livro da [5] dextra do que estava assentado no throno. 8 E, havendo tomado o livro, os quatro animaes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos elles harpas [6] e [ANW] salvas de oiro cheias de incenso, que são as orações dos sanctos. 9 E cantavam um novo cantico, dizendo: [7] Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus sellos; porque foste morto, [8] e com o teu sangue para Deus nos compraste, de toda a tribu, [9] e lingua, e povo, e nação; 10 E para [10] o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra. 11 E olhei, [11] e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do throno, e dos animaes, e dos anciãos; e era o numero d’elles milhões de milhões, e milhares de milhares, 12 Que com grande voz [12] diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e gloria, e acções de graças. 13 E ouvi a toda a creatura [13] que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que n’elles ha, dizendo: Ao que está assentado sobre o throno, e ao Cordeiro, sejam dadas acções de graças, [14] e honra, e gloria, e poder para todo o sempre. 14 E os quatro animaes diziam: Amen. [15] E os vinte e quatro anciãos prostraram-se, e adoraram ao que vive para todo o sempre. [1] Eze. 2.9, 10. Isa. 29.11. Dan. 12.4. [2] ver. 13. [3] Gen. 49.9, 10. Heb. 7.14. Isa. 11.1, 10. Rom. 15.12. cap. 6.1. [4] Isa. 53.7. João 1.29, 36. I Ped. 1.19. ver. 9, 12. Zac. 3.9 e 4.10. cap. 4.5. [5] cap. 4.2. [6] cap. 14.2 e 15.2. Psa. 141.2. cap. 8.3. [7] Psa. 40.3. cap. 4.11 e 14.3. [8] Act. 20.28. Rom. 3.24. I Cor. 6.20 e 7.23. Eph. 1.7. Col. 1.14. Heb. 9.12. I Ped. 1.18, 19. II Ped. 2.1. I João 1.7. cap. 14.4. [9] Dan. 4.1 e 6.25. cap. 7.9 e 11.9 e 14.6. [10] Exo. 19.6. I Ped. 2.5, 9. cap. 1.6 e 20.6 e 22.5. [11] cap. 4.4, 6. Psa. 68.17. Dan. 7.10. Heb. 12.22. [12] cap. 4.11. [13] Phi. 2.10. ver. 3. [14] I Chr. 29.11. Rom. 9.5 e 16.27. I Tim. 6.16. I Ped. 4.11 e 5.11. cap. 6.16 e 7.10. [15] cap. 4.9 e 19.4. _A abertura dos primeiros seis sellos._ 6 E, havendo o Cordeiro [1] aberto um dos sellos, olhei, e ouvi um dos quatro animaes, que dizia como _com_ voz de trovão: Vem, e vê. 2 E olhei, e eis um cavallo branco: [2] e o que estava assentado sobre elle tinha um arco; e foi-lhe dada uma corôa, e saiu victorioso, para que vencesse. 3 E, havendo aberto o [3] segundo sello, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem, e vê. 4 E saiu outro cavallo, [4] vermelho; e ao que estava assentado sobre elle foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada. 5 E, havendo aberto o terceiro sello, [5] ouvi dizer ao terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavallo preto: [6] e o que sobre elle estava assentado tinha uma balança na sua mão. 6 E ouvi uma voz no meio dos quatro animaes, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e tres medidas de cevada por um dinheiro; e não damnifiques o azeite e o vinho. 7 E, havendo aberto o quarto sello, [7] ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem e vê. 8 E olhei, [8] e eis um cavallo amarello, e o que estava assentado sobre elle tinha por nome Morte; e [ANX] o inferno o seguiu; [9] e foi-lhes dado poder para matar a quarta _parte_ da terra, com espada, e com fome, e com mortandade, e com as feras da terra. 9 E, havendo aberto o quinto sello, [10] vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. 10 E clamavam com grande voz, dizendo: [11] Até quando, ó Dominador, e sancto verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11 E deram-se-lhes a cada um vestidos [12] brancos compridos, e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que tambem se completasse _o numero_ de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como elles. 12 E, havendo aberto o sexto sello, [13] olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como sacco de cilicio, e a lua tornou-se como sangue. 13 E as estrellas [14] do céu cairam sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. 14 E o céu retirou-se [15] como um [ANY] livro que se enrola; e todos os montes e ilhas se moveram dos seus logares. 15 E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas [16] e nas rochas das montanhas; 16 E diziam [17] aos montes e aos rochedos: Cahi sobre nós, e escondei-nos do rosto d’aquelle que está assentado sobre o throno, e da ira do Cordeiro; 17 Porque é vindo [18] o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir? [1] cap. 5.5 e 4.7. [2] Zac. 6.3. cap. 19.11. Psa. 45.4, 5. Zac. 6.11. cap. 14.14. [3] cap. 4.7. [4] Zac. 6.2. [5] cap. 4.7. [6] Zac. 6.2. [7] cap. 4.7. [8] Zac. 6.3. [9] Eze. 14.21. Lev. 26.22. [10] cap. 8.3 e 9.13 e 14.18 e 24.4. II Tim. 1.8. cap. 12.17. [11] Zac. 1.12. cap. 3.7 e 11.18 e 19.2. [12] cap. 3.4, 5 e 7.9, 14. Heb. 11.40. cap. 14.13. [13] cap. 16.18. Joel 2.10, 31 e 3.15. Mat. 24.29. Act. 2.20. [14] cap. 8.10 e 9.1. [15] Psa. 102.27. Isa. 34.4. Heb. 1.12, 13. Jer. 3.23 e 4.24. [16] Isa. 2.19. [17] Ose. 10.8. Luc. 23.30. cap. 9.6. [18] Isa. 13.6, etc. Sof. 1.14, etc. cap. 16.14. Psa. 76.7, 8. _Os israelitas fieis são salvos de perigos imminentes._ 7 E depois d’estas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, [1] que retinham os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra arvore alguma. 2 E vi outro anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o sello do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos a quem fôra dado o poder de damnificar a terra e o mar, 3 Dizendo: [2] Não damnifiques a terra, nem o mar, nem as arvores, até que hajamos assignalado nas suas testas os servos do nosso Deus. 4 E ouvi o numero [3] dos assignalados, _e foram_ cento e quarenta e quatro mil assignalados, de todas as tribus dos filhos de Israel. 5 Da tribu de Judah, doze mil assignalados: da tribu de Ruben, doze mil assignalados: da tribu de Gad, doze mil assignalados: 6 Da tribu de Aser, doze mil assignalados: da tribu de Naphtali, doze mil assignalados: da tribu de Manassés, doze mil assignalados: 7 Da tribu de Simeão, doze mil assignalados: da tribu de Levi, doze mil assignalados: da tribu de Issacar, doze mil assignalados: 8 Da tribu de Zabulon, doze mil assignalados: da tribu de José, doze mil assignalados: da tribu de Benjamin, doze mil assignalados. _Visão dos martyres na gloria._ 9 Depois d’estas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, [4] a qual ninguem podia contar, de todas as nações, e tribus, e povos, e linguas, que estavam diante do throno, e perante o Cordeiro, [5] trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos: 10 E clamavam com grande voz, dizendo: [6] Salvação ao nosso Deus, que está assentado no throno, e ao Cordeiro. 11 E todos os anjos estavam ao redor [7] do throno, e dos anciãos, e dos quatro animaes; e prostraram-se diante do throno sobre seus rostos, e adoraram a Deus, 12 Dizendo: [8] Amen. Louvor, e gloria, e sabedoria, e acção de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amen. 13 E um dos anciãos respondeu, dizendo-me: Estes que estão vestidos de vestidos brancos, quem são, e d’onde vieram? 14 E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E elle disse-me: [9] Estes são os que vieram de grande tribulação, e lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do Cordeiro; 15 Por isso estão diante do throno de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e [10] aquelle que está assentado sobre o throno os cobrirá com a sua sombra. 16 Não mais terão fome, [11] nem mais terão sêde; nem sol nem calma alguma cairá sobre elles. 17 Porque o Cordeiro que está no meio do throno [12] os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes vivas das aguas; e Deus alimpará de seus olhos toda a lagrima. [1] Dan. 7.2. cap. 9.4. [2] cap. 6.6 e 9.4. Eze. 9.4. cap. 14.1 e 22.4. [3] cap. 9.16 e 14.1. [4] Rom. 11.25. cap. 5.9. [5] cap. 3.5, 18 e 4.4 e 6.11. ver. 14. [6] Psa. 3.8. Isa. 43.11. Jer. 3.23. Ose. 13.4. [7] cap. 4.6. [8] cap. 5.13, 14. [9] cap. 6.9 e 17.6. Isa. 1.18. Heb. 9.14. I João 1.7. cap. 1.5. Zac. 3.3, 4, 5. [10] Isa. 4.5, 6. cap. 21.3. [11] Isa. 49.10. Psa. 121.6. cap. 21.4. [12] Psa. 23.1 e 36.8. João 10.11, 14. Isa. 25.8. cap. 21.4. _A abertura do setimo sello. Os sete anjos com as sete trombetas; os primeiros quatro tocam-n’as._ 8 E, havendo aberto [1] o setimo sello, fez-se silencio no céu quasi por meia hora. 2 E vi os sete [2] anjos, que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas. 3 E veiu outro anjo, e poz-se junto ao altar, tendo um incensario de oiro; [3] e foi-lhe dado muito incenso, para _o_ pôr _com_ as orações de todos os sanctos sobre o altar de oiro, que está diante do throno. 4 E o fumo [4] do incenso subiu com as orações dos sanctos desde a mão do anjo até diante de Deus. 5 E o anjo tomou o incensario, e encheu-o de fogo do altar, e lançou-o sobre a terra; e fizeram-se vozes, e trovões, [5] e relampagos e terremotos. 6 E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocal-as. 7 E o primeiro anjo tocou a sua trombeta, [6] e houve saraiva, e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra; e queimou-se a terça parte das arvores, e toda a herva verde foi queimada. 8 E o segundo anjo tocou a trombeta; [7] e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar. 9 E morreu a terça parte [8] das creaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das náos. 10 E o terceiro anjo tocou a sua trombeta, [9] e caiu do céu uma grande estrella, ardendo como uma tocha, e caiu na terça parte dos rios, e nas fontes das aguas. 11 E o nome da estrella [10] era Absyntho, e a terça parte das aguas tornou-se em absyntho, e muitos homens morreram das aguas, porque se tornaram amargas. 12 E o quarto anjo [11] tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrellas; para que a terça parte d’elles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse, e similhantemente _a_ da noite. 13 E olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: [12] Ai! ai! dos que habitam sobre a terra! por causa das outras vozes das trombetas dos tres anjos que hão de ainda tocar. [1] cap. 6.1. [2] Mat. 18.10. Luc. 1.19. II Chr. 29.25, 28. [3] cap. 5.8. Exo. 30.1. cap. 6.9. [4] Psa. 141.2. Luc. 1.10. [5] cap. 16.18. II Sam. 22.8. I Reis 19.11. Act. 4.31. [6] Eze. 38.22. cap. 16.2. Isa. 2.13. cap. 9.4. [7] Jer. 51.25. Amós 7.4. cap. 16.3. Eze. 14.19. [8] cap. 16.3. [9] Isa. 14.12. cap. 9.1 e 16.4. [10] Ruth 1.20. Exo. 15.23. Jer. 9.15 e 23.15. [11] Isa. 13.10. Amós 8.9. [12] cap. 14.6 e 19.17. cap. 9.12 e 11.14. _A quinta trombeta._ 9 E o quinto anjo tocou a sua trombeta, [1] e vi uma estrella que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abysmo. 2 E abriu o poço do abysmo, [2] e subiu fumo do poço, como o fumo de uma grande fornalha, e com o fumo do poço escureceram-se o sol e o ar. 3 E do fumo [3] sairam gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que teem os escorpiões da terra. 4 E foi-lhes dito que não fizessem damno [4] á herva da terra, nem a verdura alguma, nem a arvore alguma, senão sómente aos homens que não teem nas suas testas o signal de Deus. 5 E foi-lhes dado, não que os matassem, [5] mas que por cinco mezes os atormentassem; e o seu tormento _era_ similhante ao tormento do escorpião, quando fere ao homem. 6 E n’aquelles dias os homens buscarão [6] a morte, e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá d’elles. 7 E o parecer dos gafanhotos _era_ [7] similhante ao de cavallos apparelhados para a guerra; e sobre as suas cabeças _havia_ como corôas similhantes ao oiro; e os seus rostos _eram_ como os rostos de homens. 8 E tinham cabellos como cabellos de mulheres, [8] e os seus dentes eram como de leões. 9 E tinham couraças como couraças de ferro; [9] e o ruido das suas azas _era_ como o ruido de carros, quando muitos cavallos correm ao combate. 10 E tinham caudas similhantes ás dos escorpiões, e aguilhões nas suas caudas; e o seu [10] poder _era_ de damnificarem os homens por cinco mezes. 11 E tinham sobre si um rei, [11] o anjo do abysmo; em hebreo era o seu nome [ANZ] Abaddon, e em grego _tinha por nome_ Apollyon. 12 Passado [12] é já um ai; eis que depois d’isso veem ainda dois ais. _A sexta trombeta._ 13 E tocou o sexto anjo a sua trombeta, e ouvi uma voz dos quatro cornos do altar de oiro, que estava diante de Deus, 14 A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: [13] Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao grande rio Euphrates. 15 E foram soltos os quatro anjos, que estavam prestes para a hora, e dia, e mez, e anno, para matarem a terça parte dos homens. 16 E o numero dos [14] exercitos dos cavalleiros _era_ de duzentos milhões; e ouvi o numero d’elles. 17 E vi assim os cavallos n’esta visão; e os que sobre elles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacintho, e de enxofre; [15] e as cabeças dos cavallos _eram_ como cabeças de leões; e de suas boccas sahia fogo e fumo e enxofre. 18 Por estes tres foi morta a terça parte dos homens, pelo fogo, pelo fumo, e pelo enxofre, que sahia das suas boccas. 19 Porque o seu poder está na sua bocca e nas suas caudas. [16] Porque as suas caudas _são_ similhantes a serpentes, e teem cabeças, e com ellas damnificam. 20 E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, [17] não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demonios, e os idolos d’oiro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. 21 E não se arrependeram de seus homicidios, [18] nem de suas feiticerias, nem de sua fornicação, nem de suas ladroices. [1] Luc. 10.18. cap. 8.10 e 17.8 e 20.1. Luc. 8.31. ver. 2, 11. [2] Joel 2.2, 10. [3] Exo. 10.4. Jui. 7.12. ver. 10. [4] cap. 6.6, 7 e 8.7. Exo. 12.23. Eze. 9.4. [5] ver. 10. cap. 11.7. [6] Job 3.21. Isa. 2.19. Jer. 8.3. cap. 6.16. [7] Joel 2.4. Nah. 3.17. Dan. 7.8. [8] Joel 1.6. [9] Joel 2.5, 6, 7. [10] ver. 5. [11] Eph. 2.2. ver. 1. [12] cap. 8.13. [13] cap. 16.12. [14] Psa. 68.17. Dan. 7.10. Eze. 38.4. cap. 7.4. [15] I Chr. 12.8. Isa. 5.28, 29. [16] Isa. 9.15. [17] Deu. 31.29. Lev. 17.7. Deu. 32.17. Psa. 106.36 e 115.4 e 135.15. I Cor. 10.20. Dan. 5.23. [18] cap. 22.15. _É comido por João um livrinho trazido do céu._ 10 E vi outro anjo forte, que descia do céu, vestido de uma nuvem; e por cima da _sua_ cabeça estava o arco celeste, [1] e o seu rosto _era_ como o sol, e os seus pés como columnas de fogo; 2 E tinha na sua mão um livrinho aberto, [2] e poz o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra; 3 E clamou com grande voz, como _quando_ brame o leão; e, havendo clamado, [3] os sete trovões deram as suas vozes. 4 E, havendo os sete trovões dado as suas vozes, eu ia escrevel-as, e ouvi uma voz do céu, que me dizia: [4] Sella as _coisas_ que os sete trovões fallaram, e não as escrevas. 5 E o anjo que vi estar sobre o mar e sobre a terra levantou a sua mão [5] ao céu, 6 E jurou por Aquelle que vive para todo o sempre, [6] o qual creou o céu e as _coisas_ que n’elle ha, e a terra e as _coisas_ que n’ella ha, e o mar e as _coisas_ que n’elle ha, [7] que não haveria mais tempo; 7 Porém nos dias [8] da voz do setimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o [AOA] segredo de Deus, como annunciou aos prophetas, seus servos. 8 E a voz que eu do céu tinha ouvido [9] tornou a fallar comigo, e disse: Vae, e toma o livrinho aberto da mão do anjo que está sobre o mar e sobre a terra. 9 E fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. E elle disse-me: [10] Toma-o, e come-o, e fará amargo o teu ventre, porém na tua bocca será doce como mel. 10 E tomei o livrinho da mão do anjo, e comi-o; [11] e na minha bocca era doce como mel; e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo. 11 E elle disse-me: Importa-te prophetizar outra vez a muitos povos, e nações, e linguas e reis. [1] Eze. 1.28. Mat. 17.2. cap. 1.15, 16. [2] Mat. 28.18. [3] cap. 8.5. [4] Dan. 8.26 e 12.4, 9. [5] Exo. 6.8. Dan. 12.7. [6] Neh. 9.6. cap. 4.11 e 14.7. [7] Dan. 12.7. cap. 16.17. [8] cap. 11.15. [9] ver. 4. [10] Jer. 15.16. Eze. 2.8 e 3.1, 2, 3. [11] Eze. 3.3 e 2.10. _As duas testemunhas._ 11 E foi-me dada uma cana similhante a uma vara: [1] e chegou o anjo, e disse: Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e os que n’elle adoram. 2 Porém deixa [2] de fóra o atrio que está fóra do templo, e não o meças; porque foi dado ás nações, e pisarão a sancta cidade por quarenta e dois mezes. 3 E darei _poder_ ás minhas duas testemunhas, [3] e prophetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de sacco. 4 Estas são as duas oliveiras [4] e os dois castiçaes que estão diante do Deus da terra. 5 E, se alguem os quizer empecer, [5] fogo sairá da sua bocca, e devorará os seus inimigos: e, se alguem quizer empecel-os, importa que assim seja morto. 6 Estes teem poder para fechar [6] o céu, para que não chova, nos dias da sua prophecia; e teem poder sobre as aguas para convertel-as em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de praga, todas quantas vezes quizerem. 7 E, quando acabarem o seu testemunho, [7] a besta que sobe do abysmo lhes fará [8] guerra, e os vencerá, e os matará. 8 E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande [9] cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egypto, onde nosso Senhor tambem foi crucificado. 9 E homens [10] de varios povos, e tribus, e linguas, e nações verão seus corpos mortos por tres dias e meio, e não permittirão que os seus corpos mortos sejam postos em sepulchros. 10 E os que habitam na terra se regozijarão sobre elles, [11] e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois prophetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra. 11 E depois d’aquelles tres dias [12] e meio o espirito da vida, _vindo_ de Deus, entrou n’elles; e pozeram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram. 12 E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi cá. [13] E subiram ao céu em uma nuvem: e os seus inimigos os viram. 13 E n’aquella mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a decima parte da cidade, [14] e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito atemorisados, e deram gloria ao Deus do céu. 14 É passado o segundo ai; [15] eis que o terceiro ai vem presto. _A setima trombeta._ 15 E tocou o setimo [16] anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo tornaram-se _no reino_ de nosso Senhor e do seu Christo, e elle reinará para todo o sempre. 16 E os vinte e quatro [17] anciãos, que estão assentados em seus thronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos, e adoraram a Deus, 17 Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-poderoso, que és, e que eras, [18] e que has de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste. 18 E iraram-se as nações, [19] e veiu a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e para dares o galardão aos prophetas, teus servos, e aos sanctos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e para destruir os que destroem a terra. 19 E abriu-se no céu o templo de Deus, [20] e a arca do seu concerto foi vista no seu templo; e houve relampagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva. [1] Eze. 40.3, etc. Zac. 2.1. cap. 21.15. Num. 23.18. [2] Eze. 40.17, 20. Psa. 79.1. Luc. 21.24. Dan. 8.10. cap. 13.5. [3] cap. 20.4 e 19.10 e 12.6. [4] Jer. 11.16. Zac. 4.3, 11, 14. [5] II Reis 1.10, 12. Jer. 1.10 e 5.14. Eze. 43.3. Ose. 6.5. Num. 16.29. [6] I Reis 17.1. Thi. 5.16, 17. Exo. 7.19. [7] Luc. 13.32. cap. 13.1, 11 e 17.8. [8] Dan. 7.21. Zac. 14.2. [9] cap. 14.8 e 17.1 e 18.10. Heb. 13.12. cap. 18.24. [10] cap. 17.15. Psa. 79.2, 3. [11] cap. 12.12 e 13.8 e 16.10. Est. 9.19, 22. [12] ver. 9. Eze. 37.5, 9, 10, 14. [13] Isa. 14.13 e 60.8. Act. 1.9. II Reis 2.1, 5, 7. [14] cap. 6.12 e 16.19. Jos. 7.19. cap. 14.7 e 15.4. [15] cap. 8.13 e 9.12 e 15.1. [16] cap. 10.7 e 16.17 e 19.6 e 12.10. Isa. 27.13. Dan. 2.44 e 7.14. [17] cap. 4.4 e 5.8 e 19.4. [18] cap. 1.4, 8 e 4.8 e 19.6. [19] ver. 2, 9. Deu. 7.9, 10. cap. 6.10 e 19.5 e 13.10. [20] cap. 15.5, 8 e 8.5 e 16.18, 21. _A mulher e o dragão._ 12 E viu-se um grande signal no céu: uma mulher vestida de sol, e a lua debaixo dos seus pés, e uma corôa de doze estrellas sobre a sua cabeça. 2 E estava gravida, e com dôres de parto, [1] e gritava com ancias de dar á luz. 3 E viu-se outro signal no céu; [2] e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez cornos, e sobre as suas cabeças sete diademas. 4 E a sua cauda [3] levava após si a terça parte das estrellas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar á luz, para que, dando ella á luz, lhe tragasse o filho. 5 E deu á luz um filho, um varão [4] que havia de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e _para_ o seu throno. 6 E a mulher fugiu [5] para o deserto, onde _já_ tinha logar preparado por Deus, para que lá a mantivessem mil duzentos e sessenta dias. 7 E houve batalha no céu: [6] Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhava o dragão e os seus anjos; 8 Mas não prevaleceram, nem mais o seu logar se achou nos céus. 9 E foi lançado o [7] grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; elle foi lançado na terra, e os seus anjos foram lançados com elle. 10 E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, [8] e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Christo; porque já o accusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os accusava de dia e de noite. 11 E elles o venceram [9] pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até á morte. 12 Pelo que alegrae-vos, [10] ó céus, e os que n’elles habitaes. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que _já_ tem pouco tempo. 13 E, quando o dragão viu que fôra lançado na terra, [11] perseguiu a mulher que dera á luz o varão. 14 E [12] foram dadas á mulher duas azas de grande aguia, para que voasse ao deserto, ao seu logar, onde é sustentada _por_ tempo, e tempos, e metade de tempo, fóra da vista da serpente. 15 E a serpente lançou [13] da sua bocca, atraz da mulher, agua como um rio, para que pelo rio a fizesse arrebatar. 16 E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua bocca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua bocca. 17 E o dragão irou-se contra a mulher, [14] e foi fazer guerra contra os demais da sua semente, que guardam os mandamentos de Deus, e teem o testemunho de Jesus Christo. [1] Isa. 66.7. Gal. 4.19. [2] cap. 17.3, 9, 10 e 13.1. [3] cap. 9.10, 19 e 17.18. Dan. 8.10. Exo. 1.16. [4] Psa. 2.9. cap. 2.27 e 19.15. [5] ver. 4. cap. 11.3. [6] Dan. 10.13, 21 e 12.1. ver. 3. cap. 20.2. [7] Luc. 10.18. João 12.31. Gen. 3.1, 4. cap. 9.1 e 20.3. [8] cap. 11.15 e 19.1. Job 1.9 e 2.5. Zac. 3.1. [9] Rom. 8.33, 34, 37 e 16.20. Luc. 14.26. [10] Psa. 96.11. Isa. 49.13. cap. 18.20 e 8.13 e 11.10 e 10.6. [11] ver. 5. [12] Exo. 19.4. ver. 6. cap. 17.3. Dan. 7.25 e 12.7. [13] Isa. 59.19. [14] Gen. 3.15. cap. 11.7 e 13.7 e 14.12. I Cor. 2.1. I João 5.10. cap. 1.2, 9 e 6.9 e 20.4. _A besta que subiu do mar._ 13 E eu puz-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma [1] besta que tinha sete cabeças e dez cornos, e sobre os seus cornos dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasphemia. 2 E a besta [2] que vi era similhante ao leopardo, e os seus pés como de urso, e a sua bocca como de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu throno, e grande poderio. 3 E vi uma de suas cabeças como ferida [3] de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta. 4 E adoraram o dragão que deu á besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: [4] Quem _é_ similhante á besta? quem poderá batalhar contra ella? 5 E deu-se-lhe bocca para fallar grandes coisas [5] e blasphemias; e deu-se-lhe poder para _assim_ o fazer quarenta e dois mezes. 6 E abriu a sua bocca em blasphemias contra Deus, para blasphemar do seu nome, e do seu tabernaculo, [6] e dos que habitam no céu. 7 E deu-se-lhe poder para fazer guerra aos sanctos, e vencel-os; [7] e deu-se-lhe poder sobre toda a tribu, e lingua, e nação. 8 E adoraram-n’a todos os que habitam sobre a terra, [8] cujos nomes não estão escriptos no livro da vida do Cordeiro morto desde a fundação do mundo. 9 Se alguem tem ouvidos, [9] ouça. 10 Se alguem leva em captiveiro, [10] em captiveiro irá: se alguem matar á espada, necessario é que á espada seja morto. Aqui está a paciencia e a fé dos sanctos. _A besta que subiu da terra._ 11 E vi subir da terra outra besta, [11] e tinha dois cornos similhantes aos do Cordeiro; e fallava como o dragão. 12 E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que n’ella habitam adorem a primeira besta, [12] cuja chaga mortal fôra curada. 13 E faz grandes signaes, [13] de maneira que até fogo faz descer do céu á terra, diante dos homens. 14 E engana aos que habitam [14] na terra com signaes que se lhe permittiram que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem á besta que recebera a ferida da espada e vivia. 15 E foi-lhe concedido que désse espirito á imagem da besta, para que tambem a imagem da besta fallasse, [15] e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta. 16 E faz que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, [16] ponham um signal na sua mão direita, ou nas suas testas; 17 E que ninguem possa comprar ou vender, senão aquelle que tiver o signal, [17] ou o nome da besta, ou o numero do seu nome. 18 Aqui está a sabedoria. [18] Aquelle que tem entendimento, conte o numero da besta; porque é o numero de um homem, e o seu numero _é_ seiscentos e sessenta e seis. [1] Dan. 7.2, 7. cap. 12.3 e 17.3, 9, 12. [2] Dan. 7.6 e 7.5 e 7.4. cap. 13.4, 9 e 16.10. [3] ver. 12, 14. cap. 17.3. [4] cap. 18.18. [5] Dan. 7.8, 11, 25, 36. cap. 11.2 e 12.6. [6] João 1.14. Col. 2.9. [7] Dan. 7.21. cap. 11.7, 18 e 12.17 e 17.5. [8] Exo. 32.8. Dan. 12.1. Phi. 4.3. cap. 3.5 e 17.8. [9] cap. 2.7. [10] Isa. 33.1. Gen. 9.6. Mat. 26.52. cap. 14.12. [11] cap. 11.7. [12] ver. 3. [13] Deu. 13.1, 2, 3. Mat. 24.24. II The. 2.9. cap. 16.14. I Reis 18.38. II Reis 1.10, 12. [14] cap. 12.9 e 19.20. II The. 2.9, 10. II Reis 20.7. [15] cap. 16.2 e 19.20 e 20.4. [16] cap. 14.9 e 19.20 e 20.4. [17] cap. 14.11 e 15.2. [18] cap. 17.9 e 15.2 e 21.17. _O Cordeiro e os seus remidos no monte de Sião._ 14 E olhei, [1] e eis que estava o Cordeiro sobre o monte de Sião, e com elle cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escripto o nome de seu Pae. 2 E ouvi uma voz do céu, [2] como a voz de muitas aguas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. 3 E cantavam um como cantico [3] novo diante do throno, e diante dos quatro animaes e dos anciãos: e ninguem podia aprender aquelle cantico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. 4 Estes são os que não estão contaminados com mulheres: porque são virgens. [4] Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vae. Estes são os que d’entre os homens foram comprados _por_ primicias para Deus e para o Cordeiro. 5 E na sua bocca [5] não se achou engano; porque são irreprehensiveis diante do throno de Deus. _Tres anjos proclamam os juizos de Deus._ 6 E vi outro anjo voar pelo meio do céu, [6] e tinha o evangelho eterno, para proclamal-o aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribu, e lingua, e povo. 7 Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dae-lhe gloria; [7] porque vinda é a hora do seu juizo. E adorae aquelle que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das aguas. 8 E outro anjo seguiu, dizendo: É caída, é caída Babylonia, [8] aquella grande cidade, porque a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua fornicação. 9 E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguem adorar a besta, [9] e a sua imagem, e receber o signal na sua testa, ou na sua mão, 10 Tambem o tal beberá [10] do vinho da ira de Deus, que se deitou puro no calix da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos sanctos anjos e diante do Cordeiro. 11 E o fumo do [11] seu tormento sobe para todo o sempre; e não teem repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquelle que receber o signal do seu nome. 12 Aqui está a [12] paciencia dos sanctos: aqui _estão_ os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. 13 E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: [13] Bemaventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espirito; para que descancem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam. _A ceifa e a vindima._ 14 E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem _um_ similhante ao Filho do homem, [14] que tinha sobre a sua cabeça uma corôa de oiro, e na sua mão uma foice aguda. 15 E outro anjo saiu [15] do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice, e sega; pois _já_ é vinda a hora de segar, porquanto já a seara da terra está madura. 16 E aquelle que estava assentado sobre a nuvem lançou a sua foice á terra, e a terra foi segada. 17 E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual tambem tinha uma foice aguda. 18 E saiu do altar outro anjo, [16] que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da terra, porque _já_ as suas uvas estão maduras. 19 E o anjo lançou a sua foice á terra e vindimou _as uvas_ da vinha da terra, [17] e lançou-as no grande lagar da ira de Deus. 20 E o lagar foi pisado fóra da cidade, [18] e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavallos, por mil e seiscentos estadios. [1] cap. 5.6 e 7.3, 4 e 13.16. [2] cap. 1.15 e 19.6 e 5.3. [3] cap. 5.9 e 15.3. ver. 1. [4] II Cor. 11.2. cap. 3.4 e 7.15, 17. cap. 5.9. Thi. 1.18. [5] Psa. 32.2. Sof. 3.13. Eph. 5.27. Jud. 24. [6] cap. 8.13. Eph. 3.9, 10, 11. Tito 1.2. cap. 13.7. [7] cap. 11.18 e 15.4. Neh. 9.6. Psa. 33.6 e 124.8 e 146.6. Act. 14.15 e 17.24. [8] Isa. 21.9. Jer. 51.7, 8. cap. 11.8 e 16.19 e 17.2, 5 e 18.2, 3 e 19.2. [9] cap. 13.14, 15, 16. [10] Psa. 75.8. Isa. 51.17. Jer. 25.15. cap. 16.19 e 18.6 e 19.20 e 20.10. [11] Isa. 34.10. cap. 19.3. [12] cap. 13.10 e 12.17. [13] Ecc. 4.1, 2. cap. 20.6. I Cor. 15.18. I The. 4.15. II The. 1.7. Heb. 4.9, 10. [14] Eze. 1.26. Dan. 7.13. cap. 1.13 e 6.2. [15] cap. 16.17. Joel 3.13. Mat. 13.39. Jer. 51.33. cap. 13.12. [16] cap. 16.8. Joel 3.13. [17] cap. 19.15. [18] Isa. 63.3. Lam. 1.15. Heb. 13.12. cap. 11.8 e 19.14. _Os sete anjos com as sete taças cheias das ultimas pragas._ 15 E vi outro grande e admiravel signal [1] no céu: sete anjos, que tinham as sete ultimas pragas; porque n’ellas é consummada a ira de Deus. 2 E vi como um mar de vidro [2] misturado com fogo; e os que sairam victoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu signal, _e_ do numero do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus. 3 E cantavam o cantico de Moysés, [3] o servo de Deus, e o cantico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas _são_ as tuas obras, Senhor Deus Todo-poderoso! justos e verdadeiros _são_ os teus caminhos, ó Rei dos sanctos. 4 Quem te não temerá, [4] ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu _és_ sancto; por isso todas as nações virão, e adorarão diante de ti, porque os teus juizos são manifestos. 5 E depois d’isto olhei, e eis que o templo [5] do tabernaculo do testemunho se abriu no céu. 6 E os sete anjos que tinham as sete pragas sairam do templo, [6] vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos com cintos de oiro ao redor de seus peitos. 7 E um dos quatro animaes deu aos sete anjos sete [AOB] salvas [7] de oiro, cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre. 8 E o templo encheu-se com [8] o fumo da gloria de Deus e do seu poder; e ninguem podia entrar no templo, até que se consummassem as sete pragas dos sete anjos. [1] cap. 12.1, 3 e 16.1 e 21.9 e 14.10. [2] cap. 4.6 e 21.18. Mat. 3.11. cap. 13.15, 17 e 5.8 e 14.2. [3] Exo. 15.1. cap. 14.3. Deu. 32.4. Psa. 111.1. Psa. 145.17. Ose. 14.9. cap. 16.7. [4] Exo. 15.14, 15, 16. Jer. 10.7. Isa. 66.23. [5] cap. 11.19. Num. 1.50. [6] Exo. 28.6, 8. Eze. 44.17, 18. cap. 1.13. [7] cap. 4.6. I The. 1.9. cap. 4.9 e 10.6. [8] Exo. 40.34. I Reis 8.10. II Cor. 5.14. Isa. 6.4. II The. 1.9. 16 E ouvi do templo uma grande voz, [1] que dizia aos sete anjos: Ide, e derramae sobre a terra as _sete_ salvas da ira de Deus. 2 E foi o primeiro, e derramou a sua salva sobre a terra, [2] e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o signal da besta e que adoravam a sua imagem. 3 E o segundo anjo derramou a sua salva no mar, [3] e tornou-se em sangue como de um morto, e morreu no mar toda a alma vivente. 4 E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios [4] e nas fontes das aguas, e tornaram-se em sangue. 5 E ouvi o anjo das aguas, que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e que serás sancto, [5] porque julgaste estas coisas. 6 Porque derramaram o sangue dos sanctos [6] e dos prophetas, tambem tu lhes déste o sangue a beber; porque d’isto são dignos. 7 E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor Deus [7] Todo-poderoso, verdadeiros e justos são os teus juizos. 8 E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, [8] e foi-lhe dado que abrazasse os homens com fogo. 9 E os homens foram abrazados com grandes calores, e blasphemaram do nome de Deus, [9] que tem o poder sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem gloria. 10 E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o throno da besta, [10] e o seu reino se fez tenebroso; e mordiam as suas linguas de dôr. 11 E por causa das suas dôres, e por causa das suas chagas, [11] blasphemaram do Deus do céu; e não se arrependeram das suas obras. 12 E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande [12] rio Euphrates; e a sua agua seccou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente. 13 E da bocca do dragão, e da bocca da besta, e da bocca do falso propheta, [13] vi sair tres espiritos immundos, similhantes a rãs. 14 Porque são [14] espiritos de demonios, que fazem signaes; os quaes vão aos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, n’aquelle grande dia de Deus Todo-poderoso. 15 Eis que venho como [15] ladrão. Bemaventurado aquelle que vigia, e guarda os seus vestidos, para que não ande nú, e não se vejam as suas vergonhas. 16 E congregaram-n’os [16] no logar que em hebreo se chama Armageddon. 17 E o setimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu uma grande voz do templo do céu, do throno, [17] dizendo: Está feito. 18 E houve vozes, [18] e trovões, e relampagos, e um grande terremoto, qual nunca houve desde que ha homens sobre a terra: tal _foi este_ tão grande terremoto. 19 E a grande cidade fendeu-se em tres partes, [19] e as cidades das nações cairam; e a grande Babylonia veiu em memoria diante de Deus, para elle lhe dar o calix do vinho da indignação da sua ira. 20 E toda a ilha fugiu; [20] e os montes não se acharam. 21 E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, [21] como do peso de um talento; e os homens blasphemaram de Deus por causa da praga da saraiva: porque a sua praga era mui grande. [1] cap. 15.1. cap. 14.10 e 15.7. [2] Exo. 9.9, 10, 11. cap. 8.7 e 13.16. [3] cap. 8.8, 9. Exo. 7.17, 20. [4] cap. 8.10. Exo. 7.20. [5] cap. 1.4, 8 e 4.8 e 11.17. [6] Mat. 23.34, 35. cap. 11.18. Isa. 49.26. [7] cap. 15.3 e 13.10 e 14.10 e 19.2. [8] cap. 8.12 e 9.17 e 14.18. [9] ver. 11, 21. Dan. 5.22, 23. cap. 9.20. [10] cap. 13.2 e 9.2 e 11.10. [11] ver. 9, 21. [12] cap. 9.14. Jer. 50.38 e 51.36. Isa. 41.2, 25. [13] I João 4.1, 2, 3. cap. 12.3, 9 e 19.20 e 20.10. [14] I Tim. 4.1. Thi. 3.15. II The. 2.9. cap. 13.13 e 13.20. Luc. 2.1. cap. 17.14 e 19.19 e 20.8. [15] Mat. 24.43. I The. 5.2. II Ped. 3.10. cap. 3.9 e 4.18. II Cor. 5.3. [16] cap. 19.19. [17] cap. 21.6. [18] cap. 4.5 e 8.5 e 11.13, 19. Dan. 12.1. [19] cap. 14.8 e 17.18. Isa. 51.17, 22. Jer. 25.15, 16. cap. 14.10. [20] cap. 6.14. [21] cap. 11.19. ver. 9, 11. Exo. 9.23, 24, 25. _A queda de Babylonia. A visão da grande prostituta assentada sobre a besta._ 17 E veiu um dos sete anjos [1] que tinham as sete taças, e fallou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-hei a condemnação da grande prostituta que está assentada sobre muitas aguas; 2 Com a qual fornicaram os reis da terra; [2] e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua fornicação. 3 E levou-me em espirito a um deserto, [3] e vi uma mulher assentada sobre uma besta de côr de escarlata, que estava cheia de nomes de blasphemia, e tinha sete cabeças e dez cornos. 4 E a mulher estava vestida de purpura e de escarlata, [4] e adornada com oiro, e pedras preciosas e perolas; e tinha na sua mão um calix de oiro cheio das abominações e da immundicia da sua fornicação; 5 E na sua testa escripto o nome: Mysterio: [5] A grande Babylonia, a mãe das fornicações e abominações da terra. 6 E vi que a mulher [6] estava embriagada do sangue dos sanctos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração. 7 E o anjo me disse: Porque te admiras? Eu te direi o mysterio da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez cornos. 8 A besta que viste foi e _já_ não é, e ha de subir do abysmo, [7] e ir-se á perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escriptos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão vendo a besta que era e _já_ não é, ainda que é. 9 Aqui ha sentido, que tem sabedoria. [8] As sete cabeças são sete montes, sobre os quaes a mulher está assentada. 10 E são _tambem_ sete reis; os cinco são caidos; e um _já é_, outro ainda não é vindo; e, quando vier, convem que dure um pouco _de tempo_. 11 E a besta que era e _já_ não é, esta é tambem o oitavo, e é dos sete, [9] e vae-se á perdição. 12 E os dez cornos [10] que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, porém receberão poder como reis por uma hora, _juntamente_ com a besta. 13 Estes teem um mesmo intento, e entregarão o seu poder e auctoridade á besta. 14 Estes combaterão [11] contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá (porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis), _e_ os que estão com elle _são_ os chamados, _e_ eleitos, e fieis. 15 E disse-me: [12] As aguas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e linguas. 16 E os dez cornos que viste na besta [13] são os que aborrecerão a prostituta, e a farão assolada e núa, e comerão a sua carne, e a queimarão com fogo. 17 Porque Deus deu-_lhes_ em seus corações [14] que cumpram o seu intento, e que tenham um mesmo intento, e que deem á besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus. 18 E a mulher que viste é a grande cidade [15] que reina sobre os reis da terra. [1] cap. 21.9 e 16.19 e 18.16, 19. Nah. 3.4. Jer. 51.13. cap. 14.8 e 18.3. [2] Jer. 51.7. [3] cap. 12.6, 14 e 12.3 e 13.1. ver. 9, 12. [4] cap. 18.12, 16 e 14.8. Dan. 11.38. Jer. 51.7. [5] II The. 2.7. cap. 11.8 e 14.8 e 16.19 e 18.2, 10, 21 e 19.2. [6] cap. 18.24 e 13.15 e 16.6 e 6.9, 10 e 12.11. [7] cap. 11.7 e 13.1, 3, 8, 10. [8] cap. 13.1, 18. [9] ver. 8. [10] Dan. 7.20. Zac. 1.18, 19, 21. cap. 13.1. [11] cap. 16.14 e 19.16, 19. Deu. 10.17. I Tim. 6.15. Jer. 50.44, 45. cap. 14.4. [12] ver. 1. Isa. 8.7. cap. 13.7. [13] Jer. 50.41, 42. cap. 16.12 e 18.8, 16. Eze. 16.37, 44. [14] II The. 2.11. cap. 10.7. [15] cap. 16.19 e 12.4. _A queda de Babylonia. Lamentações sobre a terra._ 18 E depois d’estas [1] _coisas_ vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi illuminada da sua gloria. 2 E clamou fortemente com grande voz, dizendo: É caida, é caida a grande Babylonia, [2] e é feita morada de demonios, e coito de todo o espirito immundo, e coito de toda a ave immunda e aborrecivel. 3 Porque todas as nações [3] beberam do vinho da ira da sua fornicação, _e_ os reis da terra fornicaram com ella; e os mercadores da terra se enriqueceram da abundancia de suas delicias. 4 E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sae d’ella, [4] povo meu, para que não sejas participante dos seus peccados, e para que não recebas das suas pragas. 5 Porque _já_ os seus peccados se accumularam até ao céu, [5] e Deus se lembrou das iniquidades d’ella. 6 Tornae-lhe como ella vos tem dado, [6] e duplicae-lhe em dobro conforme as suas obras: no calix em que _vos_ deu de beber dae-lhe a ella em dobro. 7 Quanto ella se glorificou, [7] e em delicias esteve, tanto lhe dae de tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada _como_ rainha, e não sou viuva, e não verei o pranto. 8 Portanto n’um dia virão as suas pragas; [8] a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada com fogo; porque _é_ forte o Senhor Deus que a julga. 9 E os reis da terra, [9] que fornicaram com ella, e viveram em delicias, a chorarão, e sobre ella prantearão, quando virem o fumo do seu incendio; 10 Estando de longe pelo temor do seu tormento, dizendo: Ai! [10] ai d’aquella grande Babylonia, aquella forte cidade! pois n’uma hora veiu o teu juizo. 11 E sobre ella choram e lamentam os mercadores [11] da terra; porque ninguem mais compra as suas mercadorias: 12 Mercadorias de oiro, [12] e de prata, e de pedras preciosas, e de perolas, e de linho fino, e de purpura, e de seda, e de escarlata; e toda a madeira odorifera, e todo o vaso de marfim, e todo o vaso de madeira preciosissima, de bronze e de ferro, e de marmore; 13 E canella, e especiaria, e perfume, e unguento odorifero, e incenso, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e cavalgaduras, e ovelhas; e mercadorias de cavallos, e de carros, e de corpos [13] e de almas de homens. 14 E o fructo do desejo da tua alma foi-se de ti; e todas as coisas gostosas e excellentes se foram de ti, e não mais as acharás. 15 Os mercadores [14] d’estas coisas, que por ellas se enriqueceram, estarão de longe, pelo temor do seu tormento, chorando, e lamentando, 16 E dizendo: Ai, ai d’aquella grande cidade! [15] que estava vestida de linho fino, e purpura, e escarlata; e adornada com oiro e pedras preciosas e perolas! [16] Porque n’uma hora foram assoladas tantas riquezas. 17 E todo o piloto, e todo o que navega em náos, e todo o marinheiro, e todos os que traficam por mar se pozeram de longe: 18 E, vendo o fumo do seu incendio, clamaram, [17] dizendo: Que _cidade é_ similhante a esta grande cidade? 19 E lançaram pó sobre as suas cabeças, [18] e clamaram, chorando, e lamentando, e dizendo: Ai, ai d’aquella grande cidade! na qual todos os que tinham náos no mar se enriqueceram da sua opulencia; porque n’uma hora foi assolada. 20 Alegra-te sobre [19] ella, ó céu, e vós, sanctos apostolos e prophetas; porque _já_ Deus julgou a vossa causa quanto a ella. 21 E um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó, e lançou-_a_ no mar, dizendo: [20] Com egual impeto será lançada Babylonia, aquella grande cidade, e não será jámais achada. 22 E em ti não se ouvirá mais [21] a voz de harpistas, e de musicos, e de frauteiros, e de trombeteiros, e nenhum artifice de arte alguma se achará mais em ti; e ruido de mó em ti mais se não ouvirá; 23 E luz de candeia não mais alumiará em ti, [22] e voz de esposo e de esposa mais em ti se não ouvirá; porque os teus mercadores eram os grandes da terra; porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feiticerias. 24 E n’ella se achou [23] o sangue dos prophetas, e dos sanctos, e de todos os que foram mortos na terra. [1] cap. 17.1. Eze. 43.2. [2] Isa. 13.19. Jer. 51.8. cap. 14.8. Isa. 13.21 e 21.8 e 34.14. Jer. 50.39 e 51.37. Isa. 14.23 e 34.11. Mar. 5.2, 3. [3] cap. 14.8 e 17.2. ver. 11, 15. Isa. 47.15. [4] Isa. 48.20 e 52.11. Jer. 50.8 e 51.6, 45. II Cor. 6.17. [5] Gen. 18.20, 21. Jer. 51.9. Jon. 1.2. cap. 16.19. [6] Psa. 137.8. Jer. 50.15, 29 e 51.24, 49. II Tim. 4.14. cap. 13.10 e 14.10 e 16.19. [7] Eze. 28.2, etc. Isa. 47.7, 8. Sof. 2.15. [8] Isa. 47.9. cap. 17.16. Jer. 50.34. cap. 11.17. [9] Eze. 26.16, 17. cap. 17.2. Jer. 50.46. ver. 18. cap. 19.3. [10] Isa. 21.9. cap. 14.8. ver. 17, 19. [11] Eze. 27.27, 36. ver. 3. [12] cap. 17.4. [13] Eze. 27.13. [14] ver. 3, 11. [15] cap. 17.4. [16] ver. 10. Isa. 23.14. Eze. 27.29. [17] Eze. 27.30, 31. cap. 13.4. [18] Jos. 7.6. I Sam. 4.12. Job 2.12. Eze. 27.30. ver. 8. [19] Isa. 44.23 e 49.13. Jer. 51.48. Luc. 11.49, 50. cap. 19.2. [20] Jer. 51.64. cap. 12.8 e 16.20. [21] Isa. 24.8. Jer. 7.34 e 16.9 e 25.10. Eze. 26.13. [22] Jer. 7.34 e 16.9 e 25.10 e 33.11. Isa. 23.8. II Reis 9.22. Nah. 3.4. cap. 17.2, 5. [23] cap. 17.6. Jer. 51.49. _A queda de Babylonia. Alegria e triumpho nos céus._ 19 E, depois d’estas _coisas_, ouvi como que uma grande voz de uma grande multidão no céu, que dizia: Alleluia: [1] Salvação, e gloria, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus: 2 Porque verdadeiros e justos _são_ os seus juizos, [2] pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua fornicação, e da sua mão vingou o sangue dos seus servos. 3 E outra vez disseram: Alleluia. [3] E o seu fumo sobe para todo o sempre. 4 E os vinte e quatro [4] anciãos, e os quatro [AOC] animaes, prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no throno, dizendo: Amen, Alleluia. 5 E saiu uma voz do throno, que dizia: [5] Louvae o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, assim pequenos como grandes. 6 E ouvi como que [6] a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas aguas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Alleluia: pois _já_ o Senhor Deus Todo-poderoso reina. 7 Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe gloria; [7] porque vindas são as bodas do Cordeiro, e _já_ a sua esposa se apromptou. 8 E foi-lhe dado [8] que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos sanctos. 9 E disse-me: Escreve: [9] Bemaventurados aquelles que são chamados á ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus. 10 E eu lancei-me a seus pés para o adorar; [10] porém elle disse-me: Olha não _faças tal_: sou teu conservo, e de teus irmãos, que teem o testemunho de Jesus: adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espirito de prophecia. _Victorias de Christo sobre a besta e sobre o falso propheta._ 11 E vi o céu aberto, [11] e eis um cavallo branco: e o que estava assentado sobre elle chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja em justiça. 12 E os seus olhos _eram_ [12] como chamma de fogo; e sobre a sua cabeça _havia_ muitos diademas; e tinha um nome escripto, que ninguem sabia senão elle mesmo. 13 E estava vestido de uma [13] veste salpicada de sangue; e o seu nome chama-se a Palavra de Deus. 14 E seguiam-n’o os exercitos no céu em cavallos brancos, [14] e vestidos de linho fino, branco e puro. 15 E da sua bocca sahia uma aguda espada, [15] para ferir com ella as nações; e elle as [AOD] regerá com vara de ferro; e elle mesmo pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso. 16 E no vestido [16] e na sua coxa tem escripto este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores. 17 E vi um anjo, que estava no sol, e clamou com grande voz, [17] dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntae-vos á ceia do grande Deus; 18 Para que comaes [18] a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavallos e dos que sobre elles se assentam; e a carne de todos os livres e servos, e pequenos e grandes. 19 E vi a besta, [19] e os reis da terra, e os seus exercitos ajuntados, para fazerem guerra áquelle que estava assentado sobre o cavallo, e ao seu exercito. 20 E a besta foi presa, [20] e com ella o falso propheta, que diante d’ella fizera os signaes, com que enganou os que receberam o signal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago do fogo e do enxofre. 21 E os demais foram mortos [21] com a espada que sahia da bocca do que estava assentado sobre o cavallo, e todas as aves se fartaram das suas carnes. [1] cap. 11.15 e 4.11 e 7.10, 12 e 12.10. [2] cap. 15.3 e 6.10 e 18.20. Deu. 32.43. [3] Isa. 34.10. cap. 14.11 e 18.9, 18. [4] cap. 4.4, 6 e 5.14. I Chr. 16.36. Neh. 5.13 e 8.6. [5] Psa. 134.1 e 135.1. cap. 11.18 e 20.12. [6] Eze. 1.24 e 43.2. cap. 14.2 e 11.15 e 12.10 e 21.22. [7] Mat. 22.2 e 25.10. II Cor. 11.2. Eph. 5.32. cap. 21.2, 9. [8] Psa. 45.14, 15. Eze. 16.10. cap. 3.18. Psa. 132.9. [9] Mat. 22.2, 3. Luc. 14.15, 16. cap. 21.5 e 22.6. [10] Act. 10.26 e 14.14, 15. cap. 22.8, 9 e 12.17. I João 5.10. [11] cap. 15.5 e 6.2 e 3.14 e 11.4. [12] cap. 1.14 e 6.2 e 2.17. [13] Isa. 63.2, 3. João 1.1. I João 5.7. [14] cap. 14.20. Mat. 28.3. cap. 4.4. Isa. 11.4. [15] II The. 2.8. cap. 1.16 e 2.27 e 12.5. ver. 21. Psa. 2.9. Isa. 63.3. cap. 14.19, 20. [16] ver. 12. Dan. 2.47. I Tim. 6.15. cap. 17.14. [17] ver. 21. Eze. 39.17. [18] Eze. 39.18, 20. [19] cap. 16.16 e 17.13, 14. [20] cap. 16.13, 14 e 13.12, 15 e 20.10 e 14.10. Dan. 7.11. [21] ver. 15, 17, 18. cap. 17.16. _Satanaz é amarrado por mil annos. Os fieis reinam com Christo._ 20 E vi descer do céu um anjo, [1] que tinha a chave do abysmo, e uma grande cadeia na sua mão. 2 E prendeu o dragão, [2] a antiga serpente, que é o Diabo e Satanaz, e amarrou-o por mil annos. 3 E lançou-o no abysmo, [3] e ali o encerrou, e poz sello sobre elle, para que mais não engane as nações, até que os mil annos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo. 4 E vi thronos; e assentaram-se sobre elles, [4] e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas d’aquelles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o signal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, [5] e reinaram com Christo, durante mil annos. 5 Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil annos se acabaram. Esta _é_ a primeira resurreição. 6 Bemaventurado e sancto aquelle que tem parte na primeira resurreição: sobre estes não tem poder a segunda morte; [6] porém serão sacerdotes de Deus e de Christo, e reinarão com elle mil annos. _Satanaz é solto, e depois vencido para sempre._ 7 E, [7] acabando-se os mil annos, Satanaz será solto da sua prisão, 8 E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gog e Magog, [8] para os ajuntar em batalha, cujo numero _é_ como a areia do mar. 9 E subiram sobre [9] a largura da terra, e cercaram o arraial dos sanctos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo do céu, e os devorou. 10 E o diabo, [10] que os enganava, foi lançado no lago do fogo e enxofre, onde _estão_ a besta e o falso propheta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. _O juizo final._ 11 E vi um grande throno branco, e o que estava assentado sobre elle, [11] de cujo rosto fugiu a terra e o céu; e não se achou logar para elles. 12 E vi os mortos, [12] grandes e pequenos, que estavam diante de Deus; e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escriptas nos livros, segundo as suas obras. 13 E o mar deu os mortos que n’elle havia; [13] e a morte e o [AOE] inferno deram os mortos que n’elles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. 14 E a morte e o inferno [14] foram lançados no lago de fogo: esta é a segunda morte. 15 E aquelle que não foi achado inscripto no livro da vida foi lançado no [15] lago do fogo. [1] cap. 1.18 e 9.1. [2] cap. 12.9. II Ped. 2.4. Jud. 6. [3] Dan. 6.17. cap. 16.14, 16. ver. 8. [4] Dan. 7.9, 22, 27. Mat. 19.28. Luc. 22.30. I Cor. 6.2, 3. cap. 6.9 e 13.12, 13, 15, 16. [5] Rom. 8.17. II Tim. 2.12. cap. 5.10. [6] cap. 2.11 e 1.6 e 5.10. Isa. 61.6. I Ped. 2.9. [7] ver. 2, 3, 10. [8] Eze. 38.2 e 39.1. cap. 16.14. [9] Isa. 8.8. Eze. 38.9, 16. [10] cap. 19.20 e 14.10, 11. [11] II Ped. 3.7, 10, 11. cap. 21.1. Dan. 2.35. [12] cap. 19.5. Dan. 7.10. Psa. 69.28. Dan. 12.1. Phi. 4.3. cap. 3.5 e 13.8 e 21.27. Jer. 17.10 e 32.19. Mat. 16.27. Rom. 2.6. ver. 13. [13] cap. 6.8. ver. 12. [14] I Cor. 15.26, 54, 55. ver. 6. cap. 21.8. [15] cap. 19.20. _Os novos céus e a nova terra._ 21 E vi um novo céu, [1] e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e já não havia mar. 2 E eu, João, vi a sancta cidade, [2] a nova Jerusalem, que de Deus descia do céu, adereçada como a esposa ataviada para o seu marido. 3 E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: [3] Eis aqui o tabernaculo de Deus com os homens, e com elles habitará, e elles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com elles, e _será_ o seu Deus. 4 E Deus alimpará de seus olhos toda a [4] lagrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dôr; porque _já_ as primeiras coisas são passadas. 5 E o que estava assentado sobre o throno disse: [5] Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve: porque estas palavras são verdadeiras e fieis. 6 E disse-me: Está cumprido: [6] Eu sou o Alpha e o Omega, o principio e o fim. A quem quer que tiver sêde, de graça lhe darei da fonte da agua da vida. 7 Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, [7] e elle será meu filho, 8 Mas quanto aos timidos, [8] e aos incredulos, e aos abominaveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idolatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte. _A nova Jerusalem._ 9 E veiu a mim um dos sete anjos [9] que tinham as sete taças cheias das ultimas sete pragas, e fallou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-hei a esposa, a mulher do Cordeiro. 10 E levou-me em espirito [10] a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a sancta Jerusalem, que de Deus descia do céu. 11 E tinha [11] a gloria de Deus; e a sua luz era similhante a uma pedra preciosissima, como a pedra de jaspe, como o crystal resplandecente. 12 E tinha um grande e alto muro com doze portas, [12] e nas portas doze anjos, e nomes escriptos sobre ellas, que são os _nomes_ das doze tribus de Israel. 13 Da banda do levante tinha tres portas, [13] da banda do norte tres portas, da banda do sul tres portas, da banda do poente tres portas. 14 E o muro da cidade tinha doze fundamentos, [14] e n’elles os nomes dos doze apostolos do Cordeiro. 15 E aquelle que fallava comigo tinha uma canna de oiro, [15] para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro. 16 E a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto quanto a _sua_ largura. E mediu a cidade com a canna até doze mil estadios: e o seu comprimento, largura e altura eram eguaes. 17 E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro covados, medida de homem, que era _a_ do anjo. 18 E a fabrica do seu muro era de jaspe, e a cidade de oiro puro, similhante a vidro puro. 19 E os fundamentos [16] do muro da cidade _estavam_ adornados de toda a pedra preciosa. O primeiro fundamento _era_ jaspe; o segundo, saphira; o terceiro, chalcedonia; o quarto, esmeralda; 20 O quinto, sardonica; o sexto, sardio; o setimo, crisolito; o oitavo, beryllo; o nono, topazio; o decimo, crysopraso; o undecimo, jacintho; o duodecimo, amethysta. 21 E as doze portas _eram_ doze perolas: [17] cada uma das portas era uma perola, e a praça da cidade de oiro puro, como vidro transparente. 22 E n’ella não vi templo, [18] porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. 23 E a cidade não necessita de [19] sol nem de lua, para que n’ella resplandeçam, porque a gloria de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro _é_ a sua lampada. 24 E as nações [20] que se salvarem andarão á sua luz; e os reis da terra trarão para ella a sua gloria e honra. 25 E as suas portas [21] não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. 26 E a ella trarão a [22] gloria e honra das nações. 27 E não entrará n’ella coisa [23] alguma que contamine, e commetta abominação e mentira, mas só os que estão inscriptos no livro da vida do Cordeiro. [1] Isa. 65.17 e 66.22. II Ped. 3.13. cap. 20.11. [2] Isa. 52.1. Gal. 4.26. Heb. 11.10 e 12.22 e 13.14. cap. 3.12. ver. 10. Isa. 54.5 e 61.10. II Cor. 11.2. [3] Lev. 26.11, 12. Eze. 43.7. II Cor. 6.16. cap. 7.15. [4] Isa. 25.8. I Cor. 15.26, 54. cap. 20.14. Isa. 35.10 e 61.3 e 65.19. [5] cap. 4.2, 9 e 5.1 e 20.11. Isa. 43.19. II Cor. 5.17. cap. 19.9. [6] cap. 16.17 e 1.8 e 22.13. Isa. 12.3 e 55.1. João 4.10, 14 e 7.37. [7] Zac. 8.8. Heb. 8.10. [8] I Cor. 6.9, 10. Gal. 5.19, 20, 21. Eph. 5.5. I Tim. 1.9. Heb. 12.14. cap. 22.15 e 20.14. [9] cap. 15.1, 6, 7 e 19.7. ver. 2. [10] cap. 1.10. Eze. 48.2. [11] ver. 23. cap. 22.5. [12] Eze. 48.31, 34. [13] Eze. 48.31, 34. [14] Mat. 16.18. Gal. 2.9. Eph. 2.20. [15] Eze. 40.3. Zac. 2.1. cap. 11.1. [16] Isa. 54.11. [17] cap. 22.2. [18] João 4.23. [19] ver. 11. Isa. 24.23 e 60.19, 20. cap. 22.5. [20] Isa. 60.3, 5, 11 e 66.12. [21] Isa. 60.11, 20. Zac. 14.7. cap. 22.5. [22] ver. 24. [23] Isa. 35.8 e 52.1 e 60.21. Joel 3.17. cap. 22.14, 15 e 3.5 e 13.8 e 20.12. Phi. 4.3. 22 E mostrou-me o [1] rio puro da agua da vida, claro como crystal, que procedia do throno de Deus e do Cordeiro. 2 No meio da sua praça, [2] e de uma e outra banda do rio, _estava_ a arvore da vida, que produz doze fructos, dando seu fructo de mez em mez; e as folhas da arvore _são_ para a saude das nações. 3 E _ali_ nunca mais haverá maldição contra _alguem_; [3] e n’ella estará o throno de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. 4 E verão o seu rosto, [4] e nas suas testas _estará_ o seu nome. 5 E ali não haverá mais noite, [5] e não necessitarão de lampada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia; [6] e reinarão para todo o sempre. _Admoestações e promessas finaes. Conclusão._ 6 E disse-me: [7] Estas palavras _são_ fieis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos sanctos prophetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer. 7 Eis aqui venho presto: [8] Bemaventurado aquelle que guarda as palavras da prophecia d’este livro. 8 E eu, João, _sou_ aquelle que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-_as_ ouvido e visto, [9] prostrei-me aos pés do anjo que me mostrava estas coisas, para o adorar. 9 E disse-me: [10] Olha não _faças_ tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os prophetas, e dos que guardam as palavras d’este livro. Adora a Deus. 10 E disse-me: [11] Não selles as palavras d’este livro; porque perto está o tempo. 11 Quem [12] é injusto, faça injustiça ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda; e quem é justo, faça justiça [AOF] ainda; e quem é sancto, seja sanctificado ainda. 12 E, eis que, presto venho, [13] e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. 13 Eu sou o Alpha [14] e o Omega, o principio e o fim, o primeiro e o derradeiro. 14 Bemaventurados aquelles [AOG] que [15] lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito á arvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas. 15 Porém _estarão_ de fóra os cães [16] e os feiticeiros, e os fornicadores, e os homicidas, e os idolatras, e qualquer que ama e commette a mentira. 16 Eu, Jesus, enviei o meu anjo, [17] para vos testificar estas coisas nas egrejas: eu sou a raiz e a geração de David, a resplandecente estrella da manhã. 17 E o Espirito e a esposa dizem: Vem. [18] E quem o ouve, diga: Vem. E quem tem sêde, venha; e quem quizer, tome de graça da agua da vida. 18 Porque eu testifico a todo aquelle que ouvir as palavras da prophecia d’este livro _que_, [19] se alguem lhes accrescentar alguma _coisa_, Deus fará vir sobre elle as pragas _que estão_ escriptas n’este livro; 19 E, se alguem tirar das palavras do livro d’esta prophecia, [20] Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade sancta, e das _coisas que estão_ escriptas n’este livro. 20 Aquelle que testifica estas _coisas_ diz: Certamente presto venho. [21] Amen: ora vem, Senhor Jesus. 21 A graça de nosso [22] Senhor Jesus Christo _seja_ com todos vós. Amen. [1] Eze. 47.1. Zac. 14.8. [2] Eze. 47.12. cap. 21.21. Gen. 2.9. cap. 2.7 e 21.24. [3] Zac. 14.11. Eze. 48.35. [4] Mat. 5.8. I Cor. 13.12. I João 3.2. cap. 3.12 e 14.1. [5] cap. 21.23, 25. Psa. 36.19. [6] Dan. 7.27. Rom. 5.17. II Tim. 2.12. cap. 3.21. [7] cap. 19.9 e 21.5 e 1.1. [8] cap. 3.11. ver. 10, 12, 20. cap. 1.3. [9] cap. 19.10. [10] cap. 19.10. [11] Dan. 8.26 e 12.4, 9. cap. 10.4 e 1.3. [12] Eze. 3.27. Dan. 12.10. II Tim. 3.13. [13] Isa. 40.10 e 62.11. Rom. 2.6 e 14.12. cap. 20.12. [14] Isa. 41.4 e 44.6 e 48.12. cap. 1.8, 11 e 21.6. [15] I João 3.24. cap. 2.7 e 21.27. [16] I Cor. 6.9, 10. Gal. 5.19, 21. Col. 3.6. cap. 9.20, 21 e 21.28. Phi. 3.2. [17] cap. 1.1 e 5.5. Num. 24.17. Zac. 6.12. II Ped. 1.19. cap. 2.28. [18] cap. 21.2, 9. Isa. 55.1. João 7.37. cap. 21.6. [19] Deu. 4.2 e 12.32. Pro. 30.6. [20] Exo. 32.33. Psa. 69.28. cap. 3.5 e 13.8 e 21.2. [21] ver. 12. João 21.25. II Tim. 4.8. [22] Rom. 16.20, 24. II The. 3.18. NOTAS [A] ou, estações. [B] ou, a creatura vivente, que se move. [C] ou, os monstros dos mares. [D] roja. [E] gerações. [F] Heb. Jehovah. [G] ou, conhecimento. [H] Onyx, ou beryllo. [I] ou, Ethiopia. [J] ou, Tigris. [K] ou, que lhe assista. [L] Heb. edificou. [M] ou, cintas. [N] Heb. Elle. [O] Vida; ou, mãe da vida. [P] acquisição. [Q] vaidade. [R] ou, remissão. [S] supportar. [T] ou, vingado. [U] compensação, ou, renovo. [V] Heb. Noah, repouso. [W] ou, permanecerá. [X] ou, divisões. [Y] ou, toda a sorte de azas. [Z] Heb. indo e tornando. [AA] ou, almas. [AB] ou, a creatura. [AC] divisão. [AD] confusão. [AE] ou, nações. [AF] contou-lha. [AG] serei d’ella edificada. [AH] Deus (está) ouvindo. [AI] Heb. E elle será como um jumento bravo. [AJ] ou, Tu és um Deus que me vês. [AK] de aquelle que vive e me vê. [AL] Pae da altura. [AM] Pae d’uma multidão. [AN] Princeza. [AO] Riso. [AP] ou, no maior calor do dia. [AQ] pequena. [AR] riso. [AS] Beer-sheba. [AT] ou, capitão-mór. [AU] Heb. Beer-sheba, poço do juramento. [AV] Heb. Jehovah-jireh. [AW] que é: Syria dos dois rios. [AX] joias. [AY] ou, meditar. [AZ] acampamentos. [BA] nações. [BB] Assyria. [BC] ou, syro. [BD] cabelludo. [BE] supplantador. [BF] desfallecido. [BG] vermelho. [BH] o centuplo. [BI] contenda. [BJ] inimisade. [BK] alargamento. [BL] ou, capitão-mor. [BM] juramento. [BN] poço do juramento. Heb. Beersheba. [BO] ou, vestidos preciosos. [BP] ou, syro. [BQ] casa de Deus. [BR] ou, enfermos. [BS] Eis! um filho. [BT] ouvindo. [BU] junto. [BV] louvor. [BW] ou, tenha filhos. [BX] juiz. [BY] Luctando. [BZ] Heb. vem, uma fortuna. [CA] Fortuna. [CB] Heb. Sou feliz. [CC] Feliz. [CD] Galardão. [CE] Morada. [CF] Julgada. [CG] Augmentador. [CH] Heb. tenho adivinhado. [CI] ou, riqueza. [CJ] Heb. teraphin. Jui. 17.5. I Sam. 19.13. Ose. 3.4. [CK] ou, syro. [CL] que é, em arameano, o montão do testemunho. [CM] em hebraico, o montão do testemunho. [CN] torre de vigia. [CO] dois exercitos ou bandos. [CP] aquelle que lucta com Deus. [CQ] a face de Deus. [CR] cabanas. [CS] em paz. [CT] Heb. fallou ao coração da moça. [CU] o Deus de Bethel. [CV] o carvalho de pranto. [CW] filho de minha dôr. [CX] filho da dextra. [CY] _a torre de Eder._ [CZ] as caldas. [DA] Heb. o seu sangue. [DB] ou, official. [DC] na porta de Enaim. [DD] cordão. [DE] cordões. [DF] ou, official. [DG] cestos de pão branco. [DH] salvador do mundo. [DI] que faz esquecer. [DJ] duplamente fructifero. [DK] nozes da pistaceira. [DL] devolvido. [DM] Heb. adivinha. [DN] sabe adivinhar. [DO] ou, governador. [DP] occupação. [DQ] aptos. [DR] remiu. [DS] Heb. plenitude. [DT] ou, obedecerão. [DU] pousado entre os curraes. [DV] perseguiram. [DW] eira de Atad. [DX] tarefas. [DY] espertas. [DZ] tirando. [EA] ou, principe. [EB] um estranho ali. [EC] Eu Sou o que Eu Sou. [ED] Eu Sou. [EE] joias. [EF] Jehovah. [EG] pesado. [EH] Heb. Gloria-te sobre mim. [EI] ou, um signal de livramento. [EJ] joias. [EK] Heb. entre as duas tardes. [EL] joias. [EM] Heb. davam-lhes o que lhes pediam. [EN] ou, cabrito. [EO] Heb. e o louvarei. [EP] Heb. o meu desejo. [EQ] poderoso. [ER] amarga. [ES] Heb. Man hu. [ET] Heb. tentação. [EU] Heb. contenda. [EV] Heb. Jehovahnissi. [EW] Heb. o corno do carneiro. [EX] ou, vingado. [EY] ou, os seus pilares. [EZ] ou, aborte. [FA] Isto é, Euphrates. [FB] ou, pilares. [FC] acacia. [FD] ou, com que se hão derramar os licores. [FE] de artifice. [FF] entre o logar sancto e o sanctissimo. [FG] ou, a gravura. [FH] as luzes e as perfeições. [FI] Heb. Sancto ao Senhor. [FJ] ou, propiciação. [FK] Ou, e a tenda será sanctificada pela minha gloria. [FL] ou, um deus. [FM] ou, Isto é o teu deus. [FN] Heb. duro de cerviz. [FO] ou, rocha. [FP] ou, cabrito. [FQ] Heb. as dez palavras. [FR] tigellas, com que se haviam de derramar. [FS] Heb. tenazes. [FT] espivitadores. [FU] de obra de artifice. [FV] a abertura. [FW] ou, corôa sancta. [FX] ou, Sancto ao Senhor. [FY] ou, oblação. [FZ] para sua acceitação. [GA] sacrificio de paz, ou, das graças. [GB] um preceito perpetuo. [GC] de obra de artifice. [GD] ou, corôa sancta. [GE] ou, creatura vivente. [GF] Heb. na sua calva ou meia calva. [GG] ou, vida. [GH] para que sejaes acceitos o sacrificareis. [GI] entreis no gozo da sua novidade. [GJ] Heb. tanto do sanctissimo como do sancto comerá. [GK] o meu sancto nome. [GL] Para que seja acceito offerecerá. [GM] Heb. tomareis o fructo de formosas arvores. [GN] Heb. pilar ou obelisco. [GO] coisa sancta. [GP] Heb. as colheres e as tigellas e as taças, com que se haviam de derramar. [GQ] Heb. as suas tenazes e os seus espivitadores. [GR] ás coisas sanctissimas. [GS] colher. [GT] colheres. [GU] ou, do serviço. [GV] Isto é, os sepulchros da concupiscencia. [GW] isto é, do cacho. [GX] Heb. olho ao olho. [GY] Heb. a palavra. [GZ] ou, do tumulto. [HA] ou, juizo. [HB] ou, joias. [HC] ou, porém estae certos de que o vosso peccado vos descobrirá. [HD] ou, alma. [HE] Heb. as dez palavras. [HF] ou, os seus pilares, ou obeliscos. [HG] ou, da pederneira. [HH] ou, os seus pilares ou obeliscos. [HI] ou, a gazella. [HJ] ou, vil pensamento. [HK] ou, pilar, ou obelisco. [HL] ou, um molho. [HM] Heb. a sanctidade de minha casa. [HN] ou, as crias das tuas ovelhas. [HO] Heb. façaes acertadamente tudo, etc. [HP] Josué. [HQ] Heb. os seus cornos são cornos de boi bravo, ou antilope. [HR] Heb. Arabah. [HS] pederneira. [HT] que é, circulo, ou roda. [HU] ou, capitão. [HV] ou, consagrada; vidé Lev. 27.28. Deu. 20.17. [HW] anathema. [HX] ou, anathematizaram. [HY] consagrado Lev. 27.28. Deu. 20.17. [HZ] que é, as pedreiras. [IA] vidé cap. 6.17. [IB] Heb. lingua. [IC] Heb. Jasher. [ID] ou, valle. [IE] Heb. pela mão. [IF] que é, cidade de Arba. [IG] Heb. lingua. [IH] ou, um presente. [II] ou, Joppa. [IJ] Heb. sanctificaram. [IK] ou, um altar grande, para que o avistassem. [IL] Heb. á coisa consagrada. [IM] que é, testemunho. [IN] ou, um presente. [IO] que é, anathema. [IP] que é, choradores. [IQ] Heb. Aram. [IR] ou, pedreiras. [IS] ou, das nações. [IT] ou, a minha offerta. [IU] ou, crescentes. [IV] Heb. ouvidor. [IW] ou, Aquelle. [IX] ou, celebrar. [IY] que é, o alto da queixada. [IZ] que é, queixada. [JA] ou, peças. [JB] ou, Naomi, que é agradavel. [JC] que é, agradavel. [JD] que é, amargosa. [JE] ou, os molhos. [JF] Heb. Isai. [JG] que é, ouvido por Deus. [JH] Heb. corno. [JI] Heb. o corno. [JJ] que é, onde é a gloria. [JK] que é, a pedra de ajuda. [JL] ou, officiaes. [JM] ou, anathema. [JN] Heb. corno. [JO] ou, Isai. [JP] ou, homem valoroso. [JQ] Heb. um teraphim. [JR] que é, a rocha de divisões ou da fuga. [JS] Heb. ao que ourine á parede. [JT] que é, tolo. [JU] que é, o campo das facas aguçadas. [JV] ou, são-me muito incommodos. [JW] que é, a roturo de Uza. [JX] ou, a lei do homem. [JY] que é, o freio da cidade mãe. [JZ] ou, sacerdotes. [KA] ou, sacerdote. [KB] Heb. o corno. [KC] Heb. corno. [KD] ou, as colheres. [KE] que é, Terra de areia ou, secca. [KF] Heb. o que ourina á parede. [KG] ou, pilares, ou, obeliscos. [KH] ou, fortificou o monte. [KI] ou, armas. [KJ] pilar, ou, obelisco. [KK] ou, siclos. [KL] que é, casa de tosquia. [KM] ou, os pilares: ou, obeliscos. [KN] ou, brechas, ou, ruinas. [KO] ou, caixa. [KP] ou, pisando-os. [KQ] que é, pedaço de cobre. [KR] ou, Sennacherib. [KS] ou, anathematizando-as. [KT] ou, ruinas, ou, brechas. [KU] ou, colheres. [KV] Zabdi. [KW] Achan. [KX] ou, Bath-sheba. [KY] ou, Joel. [KZ] ou, moveis. [LA] ou, homens, quaes leões, de Moab. [LB] ou, levar a arca. [LC] Que é, do gigante. [LD] Que é, do gigante. [LE] ao gigante. [LF] ou, um adversario. [LG] Que é, paz. [LH] ou, tamanho. [LI] ou, principe. [LJ] Heb. buscavam. [LK] ou, sycomoros. [LL] os mercadores do rei os recebiam em manadas e cada uma pelo seu preço. [LM] arvores. [LN] ou, Hurão, meu pae. [LO] casa sanctissima. [LP] de obra de imagem. [LQ] Heb. elle estabelecerá. [LR] tenazes. [LS] espivitadores. [LT] colheres. [LU] casa sanctissima. [LV] o termo da festa. [LW] Heb. não havia mais espirito n’ella. [LX] os sycomoros. [LY] os pilares ou obeliscos. [LZ] tendas. [MA] ou, official. [MB] que é, benção, ou louvor. [MC] Heb. golpe. [MD] colheres. [ME] Heb. os seus pilares, ou obeliscos. [MF] Heb. debaixo da sua mão. [MG] ou, nos seus cargos. [MH] ou, prodigio. [MI] ou, o templo. [MJ] ou palacio. [MK] tempo. [ML] ou, o governador. [MM] Heb. darics. [MN] ou, pedreiros. [MO] Heb. darics. [MP] ou, o palacio. [MQ] Heb. darics. [MR] ou, o governador. [MS] ou, governador. [MT] Suppõe-se que Moysés escreveu este livro quando se achava entre os midianitas, cerca de 1520 A. C. [MU] ou, renunciaram, ou, blasphemaram. [MV] ou, de tumores malignos. [MW] Heb. estes ossos. [MX] Heb. Sheol. [MY] ou, alma. [MZ] Heb. no Sheol. [NA] Heb. as possessões. [NB] Heb. palavra ou, materia. [NC] ou, a amizade. [ND] ou, nobreza. [NE] ou chacaes. [NF] ou, anjo. [NG] ou, do seu relampago. [NH] ou, no campo livre. [NI] ou, conductor. [NJ] Heb. abestruzes. [NK] ou, nos musculos. [NL] ou, Deus Heb. Elohim. [NM] ou, as nações. [NN] ou, sortes. [NO] ou, amado. [NP] ou, violento. [NQ] Heb. despojam. [NR] ou, e fitam seus olhos para nos lançarem na terra. [NS] Heb. o corno. [NT] ou, as gotas. [NU] ou, ponha em alto. [NV] ou, victoria. [NW] Heb. unica. [NX] ou, de descanço. [NY] ou, no sancto adorno, ou, no glorioso sanctuario. [NZ] Heb. do Sheol. [OA] ou, sua sancta memoria. [OB] ou, contra o justo insolentemente. [OC] ou, no meu espanto. [OD] ou, armazens. [OE] ou, condemnados. [OF] ou, condemnado. [OG] ou, da hacha de armas contra os que, etc. [OH] ou, dilaceravam-me. [OI] Heb. unica. [OJ] ou, palavras enganosas contra os quietos. [OK] ou, os que são rectos no caminho. [OL] ou, sombra. [OM] Heb. um assopro. [ON] ou, d’uma cova de destruição. [OO] Heb. furaste. [OP] ou, anhela. [OQ] Heb. o monte Mizar. [OR] Heb. Como com espada, ou, esmagamento. [OS] ou, a saude. [OT] ou, nação. [OU] Heb. a alegria da minha alegria. [OV] ou, os lançaste fóra. [OW] ou, victorias. [OX] ou, deshonra. [OY] chacaes. [OZ] ou, E em tua magestade cavalga. [PA] ou, Os povos cairam debaixo de ti; ellas estão no coração, etc. [PB] ou, sobre o seu sancto throno. [PC] Heb. elevação. [PD] Heb. Sheol. [PE] Heb. para que não haja morada para ella. [PF] ou, louco. [PG] Heb. Devora-os. [PH] Heb. Sheol. [PI] ou, contra mim. [PJ] ou, peregrinações. [PK] ou, todas as nações. [PL] ou, a salvação. [PM] Heb. está calada para com Deus. [PN] Heb. sê calada para com Deus. [PO] Heb. Ha silencio perante ti e louvor, ó Deus, etc. [PP] ou, dispersos. [PQ] Heb. apriscos. [PR] ou, olhaes com inveja. [PS] ou, quando estiverem em paz, torne-se ella em uma armadilha. [PT] ou, acampamento. [PU] ou, por Salomão. [PV] ou, estão em repouso perpetuo. [PW] Heb. rocha. [PX] ou, da tribu. [PY] ou, monstros das aguas. [PZ] Heb. violencia. [QA] ou, da voz. [QB] Heb. serrarei todos os cornos. [QC] Heb. fortes. [QD] ou, pericia. [QE] ou, as nações. [QF] Heb. em grande medida. [QG] ou, dos cestos. [QH] ou, rocha. [QI] ou, de Deus. [QJ] ou, montanhas. [QK] Heb. de Baca, que é, arvores de balsamo. [QL] Heb. de Cush. [QM] Heb. corno. [QN] ou, fará éxacções. [QO] ou, o seu resplendor. [QP] Heb. de sheol. [QQ] ou, a nossa morada. [QR] ou, a serpente. [QS] Heb. corno. [QT] ou, triumpharão. [QU] Heb. em Meribah. [QV] Heb. de Massah. [QW] ou, cova. [QX] Heb. Alleluia. [QY] ou, Gilead. [QZ] ou, contra os nossos inimigos. [RA] ou, offertas voluntarias. [RB] ou, nas bellezas. [RC] ou, muitos paizes. [RD] ou, defenderá a sua causa em juizo. [RE] ou, Emquanto aos juizos, elles continuam até hoje. [RF] ou, confirmei. [RG] ou, tido em nenhuma conta. [RH] ou, Cantico gradual. [RI] Heb. tornou o captiveiro de Sião. [RJ] ou, louvores. [RK] ou, cresça. [RL] como uma creança desmamada para com sua mãe; como uma creança desmamada, assim é para comigo a minha alma. [RM] Heb. o corno. [RN] ou, força. [RO] ou, manterá. [RP] ou, abrisse e sulcasse a terra. [RQ] Heb. corno. [RR] ou, dança. [RS] ou, victoria. [RT] ou, Elle é a honra de todos os seus sanctos. [RU] ou, dança. [RV] Heb. a Jah. [RW] ou, substancia preciosa. [RX] ou, almas. [RY] ou, vida. [RZ] a discrição. [SA] Heb. Sheol. [SB] ou, das tuas riquezas. [SC] ou, a gazella. [SD] ou, juiz. [SE] ou, iniquidade. [SF] ou, se quebrantará. [SG] ou, ganha o salario de falsidade. [SH] ou, discrição. [SI] ou, Um guia é o justo ao seu proximo. [SJ] ou, alcança favor. [SK] Heb. será quebrantado. [SL] ou, traz comsigo a sua loucura. [SM] ou, refugio. [SN] Heb. Sheol e Abaddon. [SO] ou, as pedras. [SP] ou, questão. [SQ] ou, placido. [SR] Heb. Sheol. [SS] ou, obra de filigrana. [ST] ou, soda. [SU] ou, profusos. [SV] Heb. Sheol e Abaddon. [SW] ou, nação. [SX] ou, o oraculo ou, o peso. [SY] ou, lagartixa. [SZ] ou, o cão de caça. [TA] Heb. se apressaria a gozar. [TB] ou, e vinham á sepultura; e os que obraram bem, e que sahiam do logar sancto, foram esquecidos na cidade. [TC] Heb. feder e corromper. [TD] ou, a submissão aquieta grandes peccados. [TE] ou, A cobra, não estando encantada, certamente morderá, e o paroleiro não é melhor do que ella. [TF] ou, enfraquecem as vigas. [TG] ou, duravel morada. [TH] Heb. muitos livros. [TI] ou, os teus cabritos. [TJ] ou, canteiro de flores de alfena. [TK] Heb. casa do vinho. [TL] ou, gazellas. [TM] ou, palanquim. [TN] ou, embutido. [TO] ou, atraz do teu véu. [TP] ou, bebei abundantemente do amor. [TQ] ou, balsamo. [TR] ou, outeiros aromaticos. [TS] ou, corpo. [TT] Heb. paladar. [TU] ou, atraz do seu véu. [TV] ou, como para a dança de dois bandos? [TW] ou, captivo pelas tranças. [TX] ou, juizes. [TY] ou, como pelo sabão. [TZ] Heb. quebramento. [UA] Heb. A palavra. [UB] ou, instrucção. [UC] ou, dos costumes do Oriente. [UD] ou, dão a mão aos filhos, etc. [UE] ou, atalaias. [UF] Heb. bordão de pão. [UG] ou, tinindo. [UH] ou, tinhosa a cabeça. [UI] ou, cheio de belleza e gloria. [UJ] ou, derramamento de sangue. [UK] que é quasi dois almudes. [UL] ou, pederneira. [UM] ou, vestes. [UN] que é, Deus comnosco. [UO] Heb. Maher-Shalal-hash-baz. [UP] ou, não haverá manhã para elles. [UQ] ou, e a alegria lhe augmentaste. [UR] ou, oppressor. [US] ou, perversidade. [UT] ou, os seus thesouros. [UU] ou, aos que se assentaram sobre thronos. [UV] ou, tanto a alma como o corpo. [UW] ou, da uncção. [UX] ou, será prompto no entendimento. [UY] ou, seccará. [UZ] ou, revista. [VA] ou, farão deitar os seus rebanhos. [VB] ou, chacaes. [VC] ou, exactora. [VD] Heb. Sheol. [VE] ou, dos porcos espinhos. [VF] ou, nobres. [VG] ou, as suas ufanias são vãs. [VH] ou, os logares desamparados nos bosques, e nos cumes dos montes. [VI] ou, do roçar das azas. [VJ] Heb. De Cush. [VK] ou, medida e atropellada. [VL] ou, dividem. [VM] Heb. devorarei. [VN] ou, os canaes do Egypto. [VO] ou, Os prados. [VP] ou, os que trabalham por paga ficarão com tristeza na alma. [VQ] ou, expiada. [VR] ou, veloz; ou, fugaz. [VS] ou, cambaleam. [VT] Heb. Sheol. [VU] ou, consummação. [VV] ou, succedam-se as festas. [VW] Heb. estranhos. [VX] ou, temiveis. [VY] ou, que aprendeu de cór. [VZ] ou, terrivel. [WA] ou, desviam o justo por uma coisa insignificante. [WB] ou, instrucção. [WC] ou, instruidores. [WD] ou, destruição. [WE] ou, que pesa o tributo. [WF] ou, consumirá. [WG] ou, as feras do deserto. [WH] ou, as creaturas que uivam. [WI] ou, satyro. [WJ] ou, chacaes. [WK] ou, quando estiver com aquelles que cessaram de existir. [WL] ou, A voz d’um que clama. [WM] ou, belleza. [WN] ou, chacaes. [WO] ou, embaixadores. [WP] ou, cozinha. [WQ] Heb. levantam o lenho das suas imagens. [WR] ou, força. [WS] Heb. o meu chamado. [WT] ou, os justamente presos escapariam? [WU] ou, é o meu adversario? [WV] ou, tristeza. [WW] ou, abolida. [WX] ou, do cambaleio. [WY] ou, do cambaleio. [WZ] ou, espargirá. [XA] ou, formosura nem belleza. [XB] ou, rejeitado pelos homens. [XC] ou, quebrantado. [XD] ou, Pela angustia e pelo juizo elle foi tirado. [XE] ou, quebrantal-o. [XF] ou, o quinhão dos grandes. [XG] ou, se removerão. [XH] ou, serão abalados. [XI] ou, removerá de ti. [XJ] ou, não será abalado. [XK] ou, discipulos do Senhor. [XL] Heb. sheol. [XM] ou, desfalleceria. [XN] ou, arrojam lama e lodo. [XO] ou, a ordenança. [XP] ou, opprimidos. [XQ] ou, brechas. [XR] ou, o mal. [XS] ou, no crepusculo. [XT] ou, transgredir, e negar o Senhor. [XU] ou, fallar do coração palavras de falsidade. [XV] ou, grinalda. [XW] ou, a coisa roubada. [XX] Heb. Hephzibah. [XY] Heb. Beulah. [XZ] ou, escarlates. [YA] ou, glorioso em sua vestidura, marchando na abundancia da sua força? [YB] ou, o seu sangue. [YC] ou, obras poderosas? [YD] ou, accende o matto. [YE] ou, consomes. [YF] ou, para fortuna. Heb. Gad. Gen. 30.11. [YG] ou, destino. [YH] ou, destinarei para a espada. [YI] ou, pela vexação. [YJ] Heb. de Amen. [YK] ou, calamidade. [YL] ou, desillusões. [YM] ou, para que vejamos a vossa alegria; mas elles serão envergonhados. [YN] ou, a abundancia. [YO] Euphrates? [YP] ou, quem a deteria no seu mez? [YQ] ou, Estamos desligados; nunca mais viremos a ti. [YR] ou, mas sobre todo o carvalho. [YS] ou, leviandade. [YT] Heb. vergonha. [YU] ou, uma grande destruição. [YV] ou, Um vento forte de mais para tal virá. [YW] Heb. nas paredes do meu coração. [YX] ou, Destruição sobre destruição. [YY] ou, obtusos. [YZ] ou, mattas. [ZA] ou, instrucção. [ZB] ou, os seus ramos. [ZC] ou, levados. [ZD] ou, Oh! que se eu podesse consola-me na minha tristeza! [ZE] ou, chacaes. [ZF] ou, na sua incircumcisão. [ZG] ou, teem o cabello cortado em redondo. [ZH] ou, chacaes. [ZI] ou, pastagem. [ZJ] ou, elle pozer os teus amigos sobre ti por cabeça? [ZK] ou, se assim é. [ZL] ou, chacaes. [ZM] ou, que não conheciam. [ZN] ou, filhos que não chocam. [ZO] que é, terror em todos os lados. [ZP] ou, prosperamente. [ZQ] ou, sem filhos. [ZR] ou, confins. [ZS] ou, maioraes. [ZT] ou, de gloria. [ZU] que é, o seu rei. [ZV] ou, as suas filhas serão queimadas a fogo. [ZW] que é, o seu rei. [ZX] ou, Aguçae. [ZY] ou, preparae. [ZZ] ou, as colheres. [AAA] Heb. todo o corno. [AAB] Heb. o corno. [AAC] ou, fez tortuosas. [AAD] ou, assim que os homens não podem tocar as extremidades das suas roupas. [AAE] ou, creaturas viventes. [AAF] ou, fachos. [AAG] ou Tarsis. [AAH] ou, pinas. [AAI] ou, gelo. [AAJ] ou, impudentes. [AAK] Heb. bordão de pão. [AAL] ou, sois mais turbulentos do que as nações, etc. [AAM] Heb. furiosos. [AAN] ou, quebrantei eu o seu coração fornicario. [AAO] ou, Vem a tua ruina. [AAP] ou, gritos de alegria. [AAQ] ou, ruina. [AAR] ou, crimes sanguinarios. [AAS] ou, os logares sanctificados. [AAT] que era, um idolo do paganismo. [AAU] ou, Tarsis. [AAV] que é, revolvente. [AAW] ou, tua redempção. [AAX] ou, serei consultado por elles? [AAY] Heb. bordão de pão. [AAZ] ou, para tua purificação. [ABA] ou, um reino. [ABB] ou, uma casa de prostituição. [ABC] ou, casa de prostituição. [ABD] ou, Canaan. [ABE] ou, egual. [ABF] ou, deseguaes. [ABG] ou, as suas viuvas. [ABH] ou, jaula. [ABI] ou, á tua similhança Heb. no teu sangue. [ABJ] que é, logar alto. [ABK] Heb. torna-te uma só. [ABL] ou, os teus calafates. [ABM] consideras. [ABN] ou, desprezam. [ABO] ou, crocodilo. [ABP] ou, tremer. [ABQ] ou, Lybia. [ABR] ou, as procure. [ABS] ou, procuram as minhas ovelhas. [ABT] ou, pondo-se cada um na sua juntura. [ABU] Heb. Hamon-gog. [ABV] Heb. Hamon-gog. [ABW] que é, multidão. [ABX] ou, pavimento. [ABY] ou, a espira. [ABZ] ou, a sua base. [ACA] ou, logar que pertence ao povo. [ACB] ou, a parte inferior. [ACC] ou, estas são as costas do altar. [ACD] ou, da parte inferior. [ACE] que é, altar superior. [ACF] que é, a lareira do altar. [ACG] ou, a parte inferior. [ACH] ou, assim o consagrarão. [ACI] ou, vos acceitarei. [ACJ] ou, pondera. [ACK] ou, a par. [ACL] ou, misturar com a flor de farinha. [ACM] ou, do jubileo. Vede, Lev. 25.10. [ACN] Heb. de Meriboth-kadesh. [ACO] Heb. de Meribath-kadesh. [ACP] ou, Jehovah-shammah. [ACQ] Heb. ham-malzar. [ACR] ou, O sonho. [ACS] ou, o sonho. [ACT] ou, gaita de folles. [ACU] ou, mudaram. [ACV] ou, herva. [ACW] ou, negocio. [ACX] Heb. cornos, _aqui e nos versos que se seguem_. [ACY] ou, em tempo de segurança. [ACZ] ou, braços haverá por seu lado. [ADA] ou, fizer terminar. [ADB] ou, ensinada. [ADC] Heb. de Aram. [ADD] ou, recebe-nos benignamente. [ADE] ou, exacções de trigo. [ADF] ou, peita. [ADG] ou, e as vossas assembléas solemnes. [ADH] ou, por causa da afflicção de José. [ADI] ou, brechas. [ADJ] ou, e cultivador de sycomoros. [ADK] ou, engulis os necessitados. [ADL] Heb. Beer-sheba. [ADM] ou, as suas camaras. [ADN] ou, a sua abobada. [ADO] Heb. sheol. [ADP] ou, para que não haja prophecia. [ADQ] ou, para que não haja adivinhação. [ADR] Heb. ó torre de Eder. [ADS] Heb. o teu corno. [ADT] ou, os teus pillares, ou obeliscos. [ADU] ou, tecem. [ADV] ou, ferozes. [ADW] ou, sê como o incircumciso. [ADX] ou, em afflicção. [ADY] ou, dos seus guerreiros. [ADZ] Heb. de Maktesh. [AEA] ou, vergonha. [AEB] ou, de um accordo. [AEC] Heb. o vosso captiveiro. [AED] ou, mensageiro. [AEE] ou, mensagem. [AEF] ou, no logar sombrio. [AEG] Heb. cornos. [AEH] Heb. corno. [AEI] Heb. filhos. [AEJ] Heb. Quando elles de Bethel enviaram Saresar, etc. [AEK] ou, prospera. [AEL] ou, aluguer. [AEM] ou, festas alegres. [AEN] ou, Porque encurvei Judah para mim. [AEO] ou, que pizam os _seus inimigos_ na lama das ruas na peleja. [AEP] ou, Belleza. [AEQ] ou, Ataduras. [AER] ou, familia. [AES] ou, castigo. [AET] ou, chacaes. [AEU] ou, ainda que tenha o resto do espirito. [AEV] ou, foram asperas. [AEW] ou, saltareis. [AEX] Quasi cinco annos antes do anno Domini. [AEY] Quatro annos antes do Anno Domini. [AEZ] ou, principes. [AFA] ou, Governador. [AFB] vida. [AFC] ou, calçado. [AFD] ou, sujeito ao juizo. [AFE] ou, sujeito ao conselho. [AFF] ou, meirinho. [AFG] ou, as riquezas. [AFH] boas dadivas. [AFI] Gr. os filhos da camara nupcial. [AFJ] ou, governador. [AFK] asse. [AFL] ou, alma. [AFM] ás nações. [AFN] Gr. Petros. [AFO] ou, alma. [AFP] ou, vida. [AFQ] denarios. [AFR] denario. [AFS] ou, das nações. [AFT] ou, creado. [AFU] ou, escravo. [AFV] ou, os seus fachos. [AFW] ou, peças. [AFX] ou, novo concerto. [AFY] ou, governador. [AFZ] ou, peças. [AGA] ou, governador. [AGB] ou, ao pretorio. [AGC] ou, vigiavam. [AGD] ou, rochas. [AGE] ou, levae a guarda. [AGF] ou, governador. [AGG] ou, fazei discipulos. [AGH] ou, recebedoria. [AGI] Gr. da camara nupcial. [AGJ] flagello. [AGK] Gr. mas é réu d’um eterno peccado. [AGL] flagello Mar. 3.10. Luc. 7.21. [AGM] ou, guardava-o. [AGN] me adoram. [AGO] ou, alma. [AGP] ou, vida. [AGQ] creado. [AGR] escravo. [AGS] ou, governadores. [AGT] ou, officiaes. [AGU] o pretorio. [AGV] Heb. Elizabeth. [AGW] Gr. sikera. [AGX] Eu te saudo, muito favorecida. [AGY] Gr. um corno da salvação. [AGZ] ou, governador. [AHA] Gr. remissão. [AHB] Gr. com paciencia. [AHC] ou, alma. [AHD] ou, ella. [AHE] ou, devedores. [AHF] ou, alfarrobas. [AHG] ou, riqueza. [AHH] ou, observação. [AHI] ou, longanimo. [AHJ] ou, a um sycomoro. [AHK] ou, governador. [AHL] ou, governadores. [AHM] ou, pacto. [AHN] ou, um rei ungido. [AHO] ou, magistrados. [AHP] ou, rocha. [AHQ] ou, Bethabara. [AHR] Gr. filho. [AHS] ou, meirinhos. [AHT] aprisco. [AHU] ou, Advogado, ou, Amparador; Gr. Paracleto. [AHV] Gr. cohorte e officiaes dos principaes, etc. [AHW] ou, oppõe-se. [AHX] ou, a sua superintendencia. [AHY] ou, magistrados. [AHZ] Gr. meirinhos. [AIA] Gr. redemptor. [AIB] ou, tirado o seu julgamento. [AIC] que é, gazella. [AID] Gr. As coisas fieis e sanctas. [AIE] velando. [AIF] Gr. Anathematizámo-nos com anathema. [AIG] ou, governador. [AIH] Gr. sudoeste e noroeste. [AII] ou, os gemeos. [AIJ] ou, propiciatorio. [AIK] ou, anathema. [AIL] ou, de Sabaoth. [AIM] Gr. o seu pescoço. [AIN] ou, pedagogos. [AIO] ou, amor. [AIP] ou, morte. [AIQ] que é, o Senhor vem. [AIR] ou, concerto. [AIS] Gr. estava sendo abolida. [AIT] ou, queremos antes ausentar-nos do corpo e estarmos presentes ao Senhor. [AIU] Gr. creação. [AIV] ou, anjo. [AIW] ou, mensagem. [AIX] ou, as nações. [AIY] ou, pedagogo. [AIZ] ou, amor. [AJA] Gr. com que grandes lettras vos escrevi, etc. [AJB] ou, amor. [AJC] ou, o amor. [AJD] ou, separados da communhão. [AJE] Gr. n’uma cadeia. [AJF] ou, o vosso amor. [AJG] Gr. todo o pretorio. [AJH] ou, despojou-se. [AJI] ou, alcançado. [AJJ] ou, do amor. [AJK] ou, o vosso amor. [AJL] ou, como dignos do Senhor. [AJM] ou, amor. [AJN] ou, prive da vossa recompensa. [AJO] ou, contra a satisfação da carne. [AJP] ou, amor. [AJQ] ou, completos. [AJR] ou, amor. [AJS] ou, do amor. [AJT] ou, o amor. [AJU] ou, no amor. [AJV] ou, uma dispensação. [AJW] ou, o amor. [AJX] ou, instruidor. [AJY] ou, no amor. [AJZ] ou, vive em delicias. [AKA] ou, o amor. [AKB] Gr. e já confessaste a boa confissão. [AKC] ou, poder. [AKD] ou, instruidor. [AKE] ou, no amor. [AKF] ou, ás palrices vãs e profanas. [AKG] ou, o amor. [AKH] ou, amor. [AKI] ou, assegurado. [AKJ] ou, instruidores. [AKK] ou, sê sobrio em todas as coisas. [AKL] Gr. já estou derramado como libação. [AKM] ou, glotões. [AKN] ou, no amor. [AKO] ou, donas de casa. [AKP] ou, amor. [AKQ] ou, o teu amor. [AKR] ou, do teu amor. [AKS] ou, amor. [AKT] ou, dons. [AKU] ou, provocação. [AKV] Gr. de incredulidade. [AKW] ou, provocação. [AKX] ou, provocaram. [AKY] ou, annunciado. [AKZ] ou, _ainda que_ sem peccado. [ALA] ou, aperfeiçoado. [ALB] ou, instruidores. [ALC] ou, rejeitada. [ALD] ou, e coisas que pertencem á salvação. [ALE] ou, do amor. [ALF] ou, manifestado. [ALG] Gr. parabola. [ALH] ou, reforma. [ALI] ou, Pacto. [ALJ] ou, adoradores. [ALK] ou, aperfeiçoou. [ALL] ou, ao amor. [ALM] ou, commum. [ALN] ou, uma possessão. [ALO] ou, ganho. [ALP] ou, mundos. [ALQ] ou, apparelhou. [ALR] Gr. conceber semente. [ALS] Gr. semente. [ALT] ou, na summidade. [ALU] ou, o capitão e perfector. [ALV] ou, paralysados. [ALW] ou, o que se via. [ALX] ou, os avisou na terra. [ALY] ou, os avisou dos céus. [ALZ] ou, prometteu. [AMA] ou, o amor. [AMB] ou, de mostrar amor aos estrangeiros. [AMC] ou, Sêde livres do amor do dinheiro. [AMD] ou, conductores, ou, superiores. [AME] ou, vos forem enviadas varias provas. [AMF] ou, seduzido. [AMG] ou, fóra das tuas obras. [AMH] ou, o curso. [AMI] ou, as paixões. [AMJ] ou, amor. [AMK] ou, envergonhado. [AML] ou, superintendente. [AMM] Gr. interrogação. [AMN] ou, amor. [AMO] ou, o amor. [AMP] Gr. o cargo. [AMQ] ou, fraternidade; e á fraternidade amor. [AMR] ou, saida. [AMS] ou, instructores. [AMT] ou, praticas lascivas. [AMU] ou, o juizo não tarda. [AMV] ou, Os que reputam por prazer o viver diariamente em delicias. [AMW] ou, escravos. [AMX] ou, foram enthesourados com fogo, sendo conservados até ao dia do juizo. [AMY] ou, Consolador. Gr. Pareclete. [AMZ] ou, amor. [ANA] ou, o amor. [ANB] ou, perfeito o seu amor. [ANC] ou, amor. [AND] ou, perfeito o amor. [ANE] ou, no amor. [ANF] ou, o perfeito amor. [ANG] ou, o amor. [ANH] Gr. temos. [ANI] ou, amor. [ANJ] ou, o amor. [ANK] ou, do teu amor. [ANL] ou, amor. [ANM] ou, rochas occultas. [ANN] ou, amor. [ANO] ou, são pastores que a si mesmos, etc. [ANP] ou, no amor. [ANQ] Gr. Hades. [ANR] ou, o teu primeiro amor. [ANS] amor. [ANT] ou, pestilencia. [ANU] Gr. uns poucos de nomes. [ANV] Gr. creaturas viventes. [ANW] ou, taças. [ANX] Gr. Hades o seguiu. [ANY] ou, rolo. [ANZ] que é, destruidor. [AOA] Gr. mysterio. [AOB] ou, taças. [AOC] ou, creaturas viventes. [AOD] Gr. apascentará. [AOE] Gr. Hades. [AOF] ou, ainda mais. [AOG] ou, que guardam os seus mandamentos, para que tenham poder na arvore da vida. End of the Project Gutenberg EBook of A Biblia Sagrada, by Various *** END OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK A BIBLIA SAGRADA *** ***** This file should be named 62383-0.txt or 62383-0.zip ***** This and all associated files of various formats will be found in: http://www.gutenberg.org/6/2/3/8/62383/ Produced by Júlio Reis, abi278, Sergio Queiroz and the Online Distributed Proofreading Team at https://www.pgdp.net (Images from Faithofgod.net) Updated editions will replace the previous one--the old editions will be renamed. Creating the works from print editions not protected by U.S. copyright law means that no one owns a United States copyright in these works, so the Foundation (and you!) can copy and distribute it in the United States without permission and without paying copyright royalties. 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START: FULL LICENSE THE FULL PROJECT GUTENBERG LICENSE PLEASE READ THIS BEFORE YOU DISTRIBUTE OR USE THIS WORK To protect the Project Gutenberg-tm mission of promoting the free distribution of electronic works, by using or distributing this work (or any other work associated in any way with the phrase "Project Gutenberg"), you agree to comply with all the terms of the Full Project Gutenberg-tm License available with this file or online at www.gutenberg.org/license. Section 1. General Terms of Use and Redistributing Project Gutenberg-tm electronic works 1.A. By reading or using any part of this Project Gutenberg-tm electronic work, you indicate that you have read, understand, agree to and accept all the terms of this license and intellectual property (trademark/copyright) agreement. If you do not agree to abide by all the terms of this agreement, you must cease using and return or destroy all copies of Project Gutenberg-tm electronic works in your possession. 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